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Prefácio

Pnra nós, autores. não podtrla ser outro senão o sentimento de satisfução pelo fa10 de este livro tff
cheg.1do a umn honrosa terceira edição. Na realidade, uma stnS.1ç!o não muito difen-nte daquela vivida
quando de seu lançamento em 2004. Pesou na decisiio para a nova e<Hçio a boa acoJhida que a obra
vem experimentando junto a estudantes das áreas de pesquisa básica. aplicada e pcdagógjca intercs--
sados na compreensão do funcionamento das plantas vasculares. Nesta terceira edição. uma vn. mais.
envidarnrn•se esforços no sentido de difundir os avanços de conhecimento mais $1gni6cativos sobre a
fisiologia vqttal, em formato e Lingungem mais compatíveis com as expectativa5 dos tStudantes bra•
silciros. Como f comum na ciência, algumas áreas da 6slologia avançaram mais que outras. o que. de
certa ffl.aM'lra, acabou se refletindo nos diferentes capítulos desta edição. Por esse motr.•o. cinco novos
autores vler.un acrescentar seus conh«imenl0$ nesta nova empreitada. e dois capítulos foram integnl-
mente reescritos, sendo os demais atualizados em diferentes graus.
A perc-epção contemporânea e correta dos docentes de fisiologia vegetal acerca do.s desafios cres•
centes na miniitração da disciplina tem a ver com o acúmulo rápido e intenso de novos conhedme:n•
tos. como é o caso da bioquímicn, da biologia molecular e da biofüica, para citar apenas tds. Se antes
eram consideradas e lecionadas separadamente. agora estão mesdadas de modo irrevttSível.
Para as plantas, nada di5$0 é novo. muito pelo contrário. E. caracteristico delas a complexidade; são
organl$mos sês5ei.s e heterotérmicos. obrigados a estabelecer relações vitais e sutis com elementos fi-
sicos e químicos da natureza circundante para sobreviver. Tal situação difere da condição dos animais
superiores. Ourante a evolução vegetal, o processo de seleção deve ter atu.ado a favor da aquisição de
um grau mais proeminente de flexibilização gênica-metabôlka-fisiológica. As plantas tomaram-se
organismos sufü;ientemente flexlveis, aptas não apenas a tolerar, mas também a utilizar em beneficio
próprio desde variações dr.isticas e prolongadas d.as estações do ano atl aquelas dlutunw protagoni-
zadas pela luz, por exemplo.
A ativação e/ou desativação coordenada e harmoniosa de miríades de mcanismos bioquimicos.
genéticos e fLSicos garantem que a fisiologia da5 plantas mantenha-se finamente ajust:u:la às mucl.mças
do ambiente em que vivem, por mai.s extravagantes ou sutis que sejam. Desse modo. seria plausi,·e:I
depreender (mesmo que a contragosto. mas sem desânimo) que de futo continuam a existir dlficul.
dades de se entender completamente um mecanismo fisiolôgic0; ainda que bem-esubekddo e am•
plamente aceito. Parafraseando o Dr. Folke Karl ~ o mundialmente consagrado fisiologis:ta da
Universidade de Wisconsin, descobridor das dtocininas e propositor das bases do controle hormonal
do desenvolvimento, ..tudo muda e tu_do inRui" na fisiologia das plantas.

GilbHto 8- Kerb.luy
Sumário

1 Relações Hídricas ......................................................... 1 12 Ácido Absdsico ........................................................ 239


/,nê A111umo Plmemti

2 Nutrição Mineral........................................................ 33 13 Etileno ......................................................................... 253


J\mof,lo Roc/111 F11(m tl111. Lt1â1111u 1'11rqw1low Gmd/111,
l.romm/Q Ramu Do/lfüs
14 Brassinosteroides, Jasmonatos.
3 Fixação do Nitrogênio............................................. 51 Ácido Salicílico e Poliaminas............................... 275
ll"ll<J' C..1ixdt1 Oliw•im

4 Metabolismo do Nitrogênio ................................. 65 15 Fotomorfogênese em Plantas ............................ 287


l,mlasl,w Sockk N,ili,1 .\.l11jel't>wt.:, Lâ::aro E. P. P.:r..-s.
RQ~rio Falfâro.s G m 'l.llleo
5 Fotossíntese ................................................................ 79
Nidi,1 Maje,rowic: 16 Movimentos em Plantas ........................- - -··303
Artl111r G. Fttt•Ni.•lo. Af/rêdo G111 F~-rrtir<.1
6 Transporte no Aoema ........................................... 125
.\1m11io SilwstN frrnmrdn. St,nia Rtgim1 de & u:a. 17 Ritmos Circadianos nas Planta•--·-·............ 315
Cassia P.:râm C~I110 Btttlitr. Led,1dro Azei't'do Sm,tos

7 Respiração ................................................................. 143


18 Floração ...................._ ...............____........ 323
Mart,OS S. Buckerid~v. ,\ f,irco A.unfUo Sil~11'Tiné,
Miguel }<lst Mi11lroro. ,\itrfot1(1 Grmulis A rtd Ptmfa Ar1111,omr t•,:.
Ht-nriqut Pl.'iSOii dilS Sant;,s.
Lili1111 &>mrí: 1•..-nuwfo Zakl,m
8 Parede Celular .......................................................... 157
19 Frutificação e Amadurecimento _ _ _.._341
Mmwi S. Bur.uridgt, Alin.: ..\mtn;fo Ca,·,1lcir;,
Giovmmt1 Bt::.:rr,1 da Sih·11. A.drimm Crmtdis Gilb<·rto 8. K,·rbíu,y

9 Auxlnas ....................................................................... 175 20 G<>rminação..................................._ .....-......- ........ 359


VictLJr Jm.: .\fl"11dês C.mfo,o

10 Citocininas ______ .............................. 199 21 Tuberização _ ____............__........_ ._ 307


Etllson P,mlo Clw . .\fiJrilfo Gasp.it.
RiM d.- Grssia Lron..-Figw:1f"Nl) •R1b<m>
11 Giberelinas ................................................................ 221
Índke Alfabético - - - - ·..·········............__...._.399
Relações Hídricas
José Antonio Pimenta

Introdução s.uperfü:ic 1crre.s1re qu.-.nto a produtividade ;1g,icola '-.W w n


,roladas principalmente- pela d isponibihd.adc de .agua.
,\ água é um.a das mais i mp<>rlante$ subst.'t1td :is do pl:lneta A absorção de: águ.i pelas células g<ra, no mtmor destas.
e o solvente ideal p;ua a ocorrê nci.'I dos pr()CtSS<>S bioquiml• uma força conhccíd:l comn turgor."' (acilid.1de de aprc,;cntar
cos. Foi cm um sistema aquoso que a vid.a (\·0luiu, En1re OS grindes pressões hidrosuilicas in1ernas cm raz.ki das p.1redc<1
primeiros organismos de qu..- se tem registro fós.iil, «tão ;1,5 celulares. Na ;1usê-ncia de qu;11Jqucr lt"ddo dt' sustrn1.içlo. .u
pl:ancas \•asculares, aproximadamcncc 450 milh(>(:s de anos plan1as, para pcrmanec,erem eret-as, n<CC.SS11:am manter a tur•
a1ri$, o q ue corresponde a apcn:is to% da idade do planeta gidet. A pre$$30 de m rgor é essenci31 també1n par::. muito~
Terra. Prowivelme1ue, a demora na conqui.s1a do ambicnlc processos fisiológicos. como o ;1long.imento celubt, a.s tr0<,..s
terrestre .se deu pel11 dificuldade na obtenção de água cm um g.uosas nas folhas e o transporte no tloema. A petd.:t do rurgor
ambiente inerentemen1e k C:O, O desenvolvlm emQ de raítes em dc-corrfocia do t"strc-s.s< hídrico prO\-oc;a o fcdt.:tmt'nto es•
e um sistem;a v.ascul.i.r ;&\'ançado foram ntC:e$SáriO$ pará :ab• tom51ico. a reduç5o d.a ÍótOSSinh:-s.: < d.a rc:spiraçjo ta interfe•
sor\1er e t ransportar água. e epiderme e os a tõmatos para rêncb em muilos ptoctssos meu1bóli<os W.s1cos.
conscr\•ã-la. A ãgua e imprescindível como rt.::agen1eou .sub.st~todt' lm •
Em tecidos metaboliamente ativos de pllntas em c:resci- portantt"S proct.:SSOs como .:a fot ossíntese (vet Capitulo 5) e a
men10. a água cons1i1uí 80 a 9$% da m:ass;i., enqu:uuo em te~ hidrólise do amido cm açllcar (ver Capín,ilo i) cm s.:mc-nt.:s
cidos lenhosos, :aJeru1ç.a de 35 a 7596. Embora certas plantas germinando. A .igua foi cs.senci3l para o surg.lmento.: a C'\"Olu-
tolcnntc-s à dc-ssccação contenham somente 20% de ãgua e s.t· ç;io dos organismos acróbios. os mais t\'()luídos sobre a. T<rra.
mentes secas possam 1er de S a l5%, ambas, nessas co,,d lÇÕC$, A partu do $urg.imcnto da fo1oss1ntese M. cerca de ?,,;i bilhO<s
estão metabolkamente ina1iv11se n?:'1$$umem atividl'lde apenas de anos em organismos semelhantes as ':l1Uais d 3nobac1éna:..
após a at»orç-Ao de uma consfder.ível quantidade de água. tt.:ve ii,k io a conctnt.raç--3.o de oxigtnio na. a1mosíetá, ;antc:s
A Jgua ê :ab.sorvida do solo. mo\imrnta-se ~111 planta e bo:i inexis1en1e e que foi aumentando 11C os 21ei;. com os qu.a» s.e
parte $(' perde para a atmosfrrn na forma de vapor, píOC('SSo convive hoje. resultantes da quebra d.l molécufa de :igu~ (do-
este conhecido como uanspiraçào. Apro;dmadamentc 4Mf. da adora de elétrons) cm u· e o.. possibilitando um:i eno,me
pre<:lplrnçâo que cal sobre a supcrfkic da Terra retorna pira diversificaç!o de formas de \'icb no planet3.
a atmosfera via transpiração ( lkrry t!l 111., 1010), Sob o calor Outras imp0t1antes funçõei; da igua estio us.o.:.;a(bs a.o
de I dia ensol:nr.ido, a (olha pode trocar l 00% de seu comeú• movimemo de nutrientc-s minerais 1anio Oll solo qu:.1n10 n;a.s
do de águi em apenas l h. Para cada '2 g de matêrla orgânica plam:'ls., ao movimento de produ1os org:lni~os da ío1ouin1&.":>e,
produz.ida pela planta, aproximadamente l t de âgua eabsor• ~ locomoç:3o de !,'ilmetas no mbo polfoko p:ir.l a f« undaç:io
~ ao 1~nsportc: na disscminaç-.'io de espo,os.. fru1os t ~ mentes
vido pelas raíieJ, transportado pdo corpo da pia.ma e pé!rdido
para m uilas csp(cic.-s.
para 11 atmosfera. Em plantas mesófilas {plantas adaptadas a
Nas Uhimas dêcadlS. os ~ rudos de rdaçõd hidn.:as 1(m
ambien1es com re,Jativa di&ponibi1idnde de águ.:1) en1. um solo
pl'Ogredido rapidnmen1e em \"irtude d.1 utiliuç-jo dos concc-1•
Umido e atmosfera com bal.xa umidade rd ali\•a (UR). cerca de
l0$ da knnodin.\mk a, que permitiram um mc:lhor .:n k n Jj.
82'fr. da !igua absorvida é transpirada e 18% arma.unada. Jã
mento do movimento d.1. 5gua nas plantas e: .:m outros ~ ~I<•
em plantas xerófHss (,plantas adaptadas a ambientes s«os) su- ma.s biolôgicos. Como cons<qul.'nda. c.ss<s cstud0$ ong.m.1•
culentas, apenas 50% d.a água absorvida é 1ra1upirada. A âgutt ram conceitos .: anális<s na rc.laç-Jo ,lsua- pbnta intint.1.mcnlc:
nascéluJas é arm.:i.zenada nos vacúolos e no protopl::isma {90 a relacionados com as leis da tcrmodin:imiCl, scnJo ncce~ rtoS
9596) e 1Hl$ paredes (S a 10%). alguns conhecimentos bisicos de$Sa Ji$dplina para enti;nJtr
A hnportã.ncia do estudo d.ls relações hldrica,S c:in plant11s 0$ pcincipios do movimel'lfl'l d.a .igua.
resulrn da d iversidade de funçõc:s lisiológic.-.s e ecológicas da Toda a impon.'anci:i J::1 :igua no $IS1<m;1; solo-pb.nt.1-.1t•
água. Entre os recursos de que a planta necessita p~ra Crt$ • mosfora t.'St:i diretam~nte ligada às C;1r.1c1eris.1k.u quimic.is J :a
cer e fun cionar, a .igua eo mais abundante<, também, ornai$ moll?cufa, qu~ lhc:confcrcm proprkJ-ad~ 1Tu1.:o •ttuJmi.:.is Un •
limitante. Logo, tanto a distribuição da \'egtt:açào sobre a guiares. Nc-,)tc: capítulo. serão nborJaJo.s a ~ trutur1 qu1mka <
2 Fislologla Ve-getal

tlS rropricd.1Jt'!> fü,co•qulmka~,b :ÍJ:uii. os prin<ir M's do seu dipolo. A s\cr1rnção de c-,,11rga~ pos11i,·a<t: fü'l_tati,·a, tter:i um1
mo,·imt"nlo, o r <>tt·ncfal químlro t: o Cl.)nC:<"ilo Je potend.d da :atução dkrk a mllh1a 1mtrr molé'cul1.~ pol:m-s. qm· po-.sibilita
:l~ua. !;~sei; i.'.ilnhN"1mc111os são bbk0$ ral'il o t:t1tcndimcnto a í<Hnlaçdodepontcs dc hidrog<ni1> ( Hgura 1.1 L\),
d:a :a!'lordagem polõlcrlor sobre o mO\i menlo d.a :igu:i. n.as pl.an• OI; hidrogé'nios posili\•amc111e carregados da molé<ula de
l~lõ e rnln- as planias t: o 11mbicn1c. ãgua s:lo t·letros1:a1ica.mentt atr1idos pdo oxig~nlo oegativa.
mente <aTrtg1do dr du.as CH,11r:is moJéculal vizinhas. Isso lt va
Estrutura e propriedades à formaçAo de ponlt's de hidrogênio <ntre .'IS molé-cula.s. com
físico-químicas da ~gua uma energia dr cer-ca dl- 20 kJ mol·1, C-ida mo!Ccula de água
pode estabclec.:-T pontes dr hidrog( nio com outr.,s q ua1ro. As
A ãgua arr<sent.i ,·:Irias prflpril."dadc.s fls,c;as <' quimkas di• pontes de hidrogénio s:ão bcm mais íracai. que as ligações Có·
fcrmdad.is tm comparação a 001r.u mol,kul:is de tamanhos \•alentes ou tônk as., que normalmente têm umn energia de •100
similarts. Eu.as proprkdadrs capacitam :i :igu:i II agir como kJ mol+', 1111s ma.is for1cs que as :unções momenlitnea.s conhe•
"sol,'tnlt: unlvmal'" t: $1.'r prOntamcnte transpor1ad11 pela pla.n• ddM cc,mo (orça de ,·,m de-r Wnnls, que apre~ ntam ccmt de
12. Nenhuma ootr::i subs1!nd 1 conhC<"ida tc-m mais proprieda•
◄ kJ mol· •
1

dts in.:omuns qur a igua. A& ligações cov1lerttes são fortt'S, mas poden, ser rompidas
dun nlC as reações químicas.. As forças in1ermolecul:.tres de van
Estrutura da molécula dt água der W:ia.ls ou de London e as pontes de hidrogtnio possibili•
A$ propriedades físico•quimia~ d2 água e$1"30 inli.m;unt:nte Iam intrraçõcs cntrt nlOlk u\:1s adjacentrs e aíctnm o compor.
rel::ac:ionadu com a sua cst.rutura eletrónk1, ou seja, derlV2m tamcnto de g.»1:3 e llquldos. Por cxemp)~ o que caracterii1 a
primarfamenl<' cb cstrutur.a polar d;i mol&ub. dr água.. Para gnnde diíerenç1 nll.S proprirdades físic.is t ntre o metano e a
ilwtr.ll', n.i Tabda l, I .são aprt'Senl.ados os elc,·ados pontos dc 5gu:a {Tabela 1.1) rrsidcno foto de que o primeiro n.ioaprcsenta
flmo r d>ul1~.âo d2 água, quando comparados com os de sul»• cfrilo dr dipolo permanente, porque su-1 molécula n!o apresen-
tãnciu de ntroru.1'3.S similares. o que Indica ;a sua alu força ta distribuiçW &$$ímétrlc:a de eletrons. e, consequentemente,
mtennoJe.::ular. O aumento da tcm~ratura. não rompe facil• nenhuma earg:i parcial que possibilile a formação de pontes d e
rnen1e as ligações âgua- âgw. hldro~nio. No rntanto. mesmo .» moléwl:ls neut.ras podcm
As fortes ligações cntrc as molêcula.s de água rC"S-u ham d.as apresentar, momcnt;ine;imet1te, carac.terfs.ik1s dipolares, cau•
formações de pontes dc h.idrogênfo como eon.s.equl1"l1 da es• sa.ndo as intenções chamadas força de \'an dc.r Waals.
tnnura d• molêc:ufa (Figura 1.1 A). N;a :igua, o oxigénio se unt As forças produz.idas pda distribuição assimétrica de cargas
CO\'a!entemcntt a dois âtomos de hidrogénio com distã.ncias d:i llk)lk ula de d.gua são rrsponsávcis pda estrutura simétrica
de 0,099 nm e um ângulo de 1os•.O .i1omo de oxigênio é mais cristalina do grlo. Quuido a água no estado sólido derrete a
elelronegath"O que o hidrogê"n.io. fazendo com qur na ligação 0°C, com a .absor,.ão de tntrgia na faix~ de 6 kJ mol" , .iproxi•
covalente o oxigénio tenda 2 atrair os elétrons.. os qu:iis ficam mad;imente IS9- das pon1es de hldrog!nlo são quebradás. No
mais afastados dos átomos de hidrogênio. Como re$uhado, o e$tado Uquklo a 2SºC, aproximadamentr 80% das pomes de
átomo de ox:igên10 na molécula de água apre-knla cargas par• hldrog.}nio são mantidas intactu (estrutura scmicrista.lina.).
dais ncpth~s (6·), enquan10 cada hidrog~nlo cem carga par• Um.a considcrivcl quantidade de enc-rgi;i. cerca de 32 kf mo1· 1
cfa.l posith~ (6·). A$ c::irga.s parei.ais são correspondentes, de (igual a n ~ doGalor l.ate111e de ,·1poriuç.ão). é requerida para
modo que a moJkul-a de água não apresenca ncnhum:i carga romper fflU pon1es durante a e,•:iporaç!o (Figura 1.2). As•
liquida (c.letrícamenic neutra). Entretanto. es.sa disttibuiçâo sim., a (órmula química da água poderia ser expres.s., co mo
assimétrica de e1étroiu faz da água uma molécula polar. um (HP )•• cm que o n diminui com o aumen10 d a 1emperatw a.

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Rguu, 1.1 A. Rep,e~nl.\çao eSQ\lem.f.tia d.a mole<vla de âgua.As dun ligaçóts lnuamolccvlar!sdos h.idrog~nlos cetn o oxlg~nk> fo,ma,n um
angulode IW .As c.argn pareiais oposl.\s 1&· e fi·) rewtum ~a fo,nuçã.o de pomes de hldroC)én,o comouua.5 molérulas de água; as setas indi·
um .a posição dtls.as pontes. e. bquema mosv•ndoas d1sunclls d•s l!gaçõe-s de .atom~s de hldrogNllo e~nlo intra e lnmmolecula,es. As
li~6es covalente:s (inuamot.ecul,r11) sJo rep,esent.&s em azul e as ponto de hidr09tnlo (ln1e1molecularts) PQf' linhas l)Otltilhadas.
SubJ1.§ntl11 Fó1mul11 Ou•ntld.!dl!' de H Ponlod• Í\l~O Calo, d1r f111do P'onlod" 1tbullç.lo I Calo• d1t 1t,tpo,l1<1(ão

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Alêm das lnteraçôcs C'ntre u.s moJéculas de 4.gua, :i.s llgaçt,es A água tem a apacidade de neutralizar c.i.rga, de KIO!- w
de hklro~nio são importantes ~ra .1tr.11çõef enue :t :igu-a e macromoléculilS, circundando-as de fonna orient.t<b com
01.11r.11s mol«ul:t.s ou supC'rficics com ;homo, eletronegati• Ufflil ou m.ab cam:id:is, íormaodo a chama~ , aptJ de molfu,.

\'O$ (O ou N). Por aC'fflplo. as ligaçõe$ de hidrog~nlo sio a lns de tfgun ou cam"dn d~ solvataçâo. ~ ~ P-' de h1drat.1~.io
base das ap:tS de hidralação que se formam na superfkie dC' reduz. as probabilidades de recombin.açõi:s c:-ntri: os íon.s e .i.s
molkul:as biologicamente import:mte$, como proteJn:is, ici- interações enlre :as m:t-eromoliculas, funcionando como um
dos nucleicos e cartoidratos, Tc:nMe es1im:1.do que a capn de isolante elélric:o (Figura 1.3). A eÍt>tiv1dadc da água como ,so-
hldra1açào pode corresponder a 3-0% da maS$a hidratada de lante elêtrico diminui com ::a conunrraçâo do soluto.
uma proieina, undo muito importante p.1ra a 1!$t.lbilida.de da A água ti:ndc:- tambêm a se ligar íortemi:nti: 3 superftcie
mol,cula. de particuJas do solo, como argila, sihe e areia. bem como
à ct>lulost> e a muitas outras subs1~ndas. Essa caracteristlca
Propriedades físicas e químicas da água de adsorçào te-m grande importincia na relação solo- plan,~
A polaridade da molécula de água e a extenf iw qua.nridade A polaridade da molécula de ~gua pode: S<r mN!1da por
de pontes de hidrogênio aprnen1ada no estado liquido con- uma gr.tndez:a conhtcida como co,uta11t.e ditlétrica. A Jgua.
tribuem p.ra as propriedades r3raS ou singulares e biologica- apresenta um:i d:t.s maiort>s coruuntes ditlêtricas de que se
menti: importo1ntes cb ~gua. tem conhecimento en1re os solventes (TabeJ2 1.2). Em r.azio
dessa carac1erística, a água s.e ::apresenta como um e,:ulente
Propriedade de solvente soh ente para ions e moléculas canegadas. diferentt>mente do
1

Por ser um solvente de largo espectro ("solvente unl,,ersaJ"), benzeno t do huano.


a ~a dissol,·e a maior quan1idade e ,•ariedade de substàn·
d:tt que quàlqu.tt outro soJ,·ente conhe<:ldo. Eu:t e:xce:lente Propriedades térmicas
proptltdade de solvtntt da :igwa se de,·e à sua naturm polar Em (unção da conslderivel quan1kbde d.e tnt'rgia requeri•
e ao it\l pequeno 1amanho. posslbUirnndo qut comprttnda da p:tir:t romper a forre atração in1ermol«ula.r causada pda.s
um bom sol,•en1e para subst!nclu '6nleas e para moléculas pontes de hidrogênk).. a âgw. apresenta propriedadn tirmic.u
que contenham re,Jduos polares, como ...QH ou ... NH,.~omu- atípiais e biologicamcnri: muito importantes, como ,?le,•:ldos
mente encontradas em açúeares e protelnas. Como M>lvente, valores de ponto de fi1S4l.o e de lbull{dO, de calor lare"lc de f u•
a igu-:i i qulmlamente inerte:. atuando como um meio idc-.aJ sdo e de mpori.:açdO e de calor tsp«ijiro, Essu proprtedadc:s
pira a difusão e as lnter.1çõts químicas de outras substànci:u.. s4o extremamc-nte importantes. possibilitando qut" a :igua se

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4 Fisiologia Vegeu11

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flgur• 1.J A. OriNitaçM> das rnol~ul;,s de â,g\13 na supt'fficlt de um fon. e. Orientação das molecu&.s de .;g,.,., em supC!ffkif-1, dl! m11c romolfwlas
(,lltrl?g<ld.S.

mantenh11 no ~udo líquido a temptr1,t·u.ras compath'eif, com O calor esptdflco refere-se- li qu111uldt1de de cne rgi.'I ca•
a ,ida. lórica requertd.a por um.a subs1incia para que 0<otr.1 u m
D< modo gtr.tl. quanto m<nor uma molécufa, menOrts se• dado aumento de tempera1ura. O c.tlor especifico da águ:i ~
r•o k us pontos de fusão e ebuUção. Dess:< ponto de vista, en, de I ca/ori~ por grama por grau ccn1igrodo, corrcsponde,He
tcmpe:nruras 1crr0ltn"s, a ãgua estaria n:a forma de wpor. En• a 4, 184 Jg-1•c•.maior que qu.ilquer outr.a substância, com ex-
trttanto, isso n&o ()COm cm r.1zio de sua grande o pacidade ctç5.o da amônia líquid;i,, que é cerc.1 de 13% maior. Uma c.ilo•
ck formar pontes de hldrog.C'ni~ por S<'r dipofar, 3presen111ndo ria êdefinld:3 pda qu11n1id:llde de calor nece$$.\ria. para a<1u<'cer
pontos de fu.são e ebulição bem supmort$ aos de out.nu mo• cm 1•c I m ( de igua, mscondições norm:al.s-de tempcr:11ura e
lk':ufas simiJV"C"s(,"(r Tabcla I.J). prcuão. Quando a temperatura da água é aumentad:1, as mo•
A energfa requerida para separar moléculas de um líquido léculas víbram r.ipidamcnte, e grande qlla.11tidade de cnergl:i é
e mo\'tr ~ um3 f.tse de \'apor adjacente, sem uma mudança requerida pelo $lstem11 par.a quebr.i.r as pontC's de hidrogênio.
de 1cmpt'rafUr.1, C ch3Jl111da de calor latente de ,·aporiução. Ess,ealtocalorcs.pecitko ponlbilila que a água funcionC' como
Já a energia exigida P2f'll con,~rter uma $ubstánd;1 do esla• um tampão de tempe.-..turo par':!. os organismos. Assim • .1$
do $C>lido pan o liquido e conhecida como calor f:uen1e de «:lulas das plan1as podem trocar grande quan1ld.-ide de calor
fusào. As pontes de hidrogênio aumen1am a quantidade de com o ambiente $em que ocorram variações consideráveis 11;,
tnC'rgb rcquC'rida pana âgu,1 <',·aporar. nC'cessitando dC' 2.452 tempenl'urll in1em3 do çélula.
1 de energia ~ra <om"C'rter I g de ái,'1.li líquida em ,•apor (4-4 O alto calor «pedficc> da água l(nde a estabilizar a tem•
kJ mol·•). Trat:1·$e do maior ,-alor de calor l:3teme de vaporl• per.1tura c t refletido. sob condições naturais, na tempera•
z.aç.ão conhecido tntre os líquidos. Assim como as pontes de lura rel.1tivamente uniforme encontrada em ilhas d(' terras
hidrogênio a.umentam a energia requerida para a evapora~(), próximas a grandes corpos dc água. Isso é imporrnntc tanto
t.ambém aumentam a energ:i,1 necessária para <> gelo derreier, para a agricuhura quanto para a "t:getação n:uurnl. A águ:i é
fu.endo com que ;1 água tenha um calor laten1e de (u$âo me• 1ambem e-xt.remamente bc>11 condutor.a de ca.lor, comp:irada
nor somtnle que o da amónia (,·er Tabela l.l ), A água RC'Ce$• com out.rM liquidas e sólldos n.ão mt'tâlicos. embora pobre
siu. de ))5 J de e-netgl:3 pu-a. converter I g de gelo em I g de em comp-iraç.io aos melais. Essa :ilia çomluli11idt1dt térmica
Liqu.ido a OºC (6 kl mol·1). do dgeta liquida lambtm resulta de $ua tstrulura. nllamcnle
A imponi nd~ dessas propriC'd-i<ks para. a \'ida das plantas ordeJ1.11da. A combinação do :aho ulor especifico com a alto
rti.ide no fato de QU<', uma vn btm hidra.ta.das.as planlH, p..ira condutividade 1éunica capa.dia a água a absorn.-r e redistri•
sc:>frertm oom:, queda cb iemper:nura, precisam perder gran• buir muila energia calórica sem ha\'er um corresponden1c
de qu:uulda.de- de- ulor. Contudo, ptla nc«,,Sid;i,de de absor• aumento da 1empera1ura.
t•e-r grande qu,a.ntidade de- en«gia c.alória de regiões vi.tinhas, OuLr~ propriedade lmpo,t,mte para as plantas é o fato de a
o alto calor de v.1poriução da água le,n a um resfriamC'nto água liquida ser quase incolor. A b03 ltansmissãodc lu:... visivcl
aiooci.ldo i C"\'11poração. pos~bilila que as plantas aquJticas ÍQl(>SSintelium n profun-
didade.s considet:Í\'els..

T,1.bt-1.a 1.1Comuntt1 dielêutu,s de alguns solvtnlH a l:S"C. Propriedades de coesão e adesão

.... A$ propricd~des de <Oi!f.llo t mlesdo da água es1:\o também re•

"'"
........
Eu.no!
3),6
24.]
'3clonod:i5 com a forie atração enirt $Uas moléculas<' <ntrc
cs1a.s e superfkies carregod:;u, res.pccti"a.men1e.
A a.t.ração intermoleculir que ocorre com :is 111o!Cculas de
..._. u água resuh.1ndo na formação d::is pontes de hidrogi!nio dã
orlge111 à propriedade conhecida como coesão. Como con~-
l'k:ano 1,9
qu~ncfa deiSa. aha ÍOl'("a CO(':si,•a intc-rna entre as moléc ul.as, .'l
Capilulo 1 .,. Relações Hidncas S

águ.- aprclicnt:l 1.1mbém comidcrii"'I tenQo supcrÍlciJtl. lw, Processos do movimento da água
tica ~ idenlt na cnmparAç.io entre a .àgu.1 e o 11.r, porque 11.s
N:a~ pl.1n1a, :i água e M m luto,; cs1!io cm cooi.lJ.nlc m1.wimcn•
moléculH ~água Uo mais for1cmc:nte.1tMldas pelas molécu•
to dcn1ro d~s c(fola\.. de çélula p.ar,1 ((lula, d(' l«ido p.1r,1 tc<1·
las vil.inhas que: pela (nse gasosa do oulro lado da super(idc.
do. do solo p:ira a~ raiics, de$.i:U p-.ara :u ínih,u. da.s folh,u p,1n
O termo ltnsdn f11perficial refere-se à condiçlo que existe na a i1tmo,;fer.a. togo, qu;indo SC' cscud.am .u reb.ç(l,('s hidrius, é
Interface. F..ntrt1an10. a melhor manclNi de definir lenlifo su• impor1antc conhecer o que gO\·crna o mov,mc:nlo d'1 .igui1.
pcrficial i con1ider.li•la a qu:intldadedeenergta requerida para Tanto nos.sis1cma~ v,vosqu:an1n no munJ () :ib1ót1co. os mo•
cxp.indir a supcrfidc por unidade de :lre.1, (J ,n•l), A :lgu:a tem vimcntos da.s molécuJas "ião gM•crnados por dois proccs~
uma tensão superficial m.aiof que qualquer outro líquido. com o fl11xo cm mossa e a difusão. No caso da 1igua. de,·c 1.1m~m
e-xceç.lo do mercúrio. ser considcr..do um lipo c,p«ial de mov1men10 conh-ccKlo
Como rcs,111:ido dess::i alia tens.lo supu6cfal, a água apre- comO l»rnMC, Esse-s movlmenror, obedecem a leis íisius. O
senta dificuldadcs de $e e$f>:tlhar e- penetrar nos e5paços de gradiente de potencial de pres.~o(ou prc:ssâo hidrostática)~-
uma 5upcrftdc. l"o tiçae\•idente na forrruiç:do de gotlcufa.5 n:as ralmcntc cons:titui a força que dirige o movimcnlo de ffu.xo cm
(olh:is e no fato de n água njo entrar nos esp:iços intel'Celul:lrts massa: e, desde que nenh uma ooira força ~ ttja :ig,n,kt ..obre
das (olh:LS pelos estômatos abertos.. A alta tensão $Upt'l'litial é a as molku~s. ou1ro 1ipo de- g~d'"'te. o de conccntr,;1ç.\o-. n tâ
r:iião 1nmbém de a água suportar o peso de pequenos insetos. relaciQn:ado com o mOYimento por di(uslo.
Certos solutos.. como sacarose e KCI, não 5e concentn.m
prcícrtnc:i.ilmente na in1críacc ar-liquido e, consequcnlc• Fluxo em massa
mente, têm pau'° efeito $0brt :a tcnsllo superfidal de: uma O mo\•imento de grupos de molêcul.a.s por ffuxo cm ma,s:S,t
solução aqUOUi. Contudo, ácidos grax()S e ee-rtos llpfdlos po- ocorre quando forças externas são .iplicad.as. como prm.io
dc:m concc:ntrar•sc na supcrficic (interface) e reduzir muilo a produz.ida por alguma compm$ão m;:cinit.a ou a própria
tensão 5uperfid al. São moliculas denominadas surfactantcs, gravidade: assim. tod:LS as mo!Kul:u 1cndcm a se fnO\•er n;a
com reg'6es polares (hidroliJicas) e apolarn (hidrofóbicas), mesma direçdo em massa, cnquan10 a difusão resulta do mo-
eonheddas como molécuJas anfipitkas ou anfiíilicns.. e frt:• vimmto ao a.caso de molêcul.is individuais.. Podc•SC' então
qucntemente adicionadas aos íunglcida.s e herbicidas nas dt:linir fluxo cm massa como o movimento conjunto de par·
pulvcrizaÇõcs, visa.ndo. com :a quebra da tensão superliclal, tfculas dt um lluido em respos1a a um gradiente de presÃO:
a uma di.stribuição mais uniforme dt.Stt$ n:,s superfícies fo. tl'313•Se da forma mais simples de- movimc:nto fl uido, Excm•
li.arc:s. pios comuns de iluxo em massa são o mo,imento da águ.a. cm
A coesão das moli culas de- igua é tambem responsivd pela um tio e a chu,•a - am.bo.s s!o rts~as à pr~ h1drostâtica
alta força tbu.ll (força de 1ens!o), definida como a capaeidadt e5la~l~dda pela gravidOOC.
d• r,eils tlr 11 1,1m:a forç:a d• arru.t•, OI.I, ainda, çorno :,, tens3o Água e solutos movem-se por meio do xilema por fluxo
máxima qut uma coluna ininterrupta de qualquer material em maua. E.s.sc movimento i causado ptb tcns5o ou pres.sio
pode suportar sem qucbnr. Nio ê comum Pffi5ar cm liquido$ negativa tksem'Olvid.a nas superfide-s tnnsplrantes. a qual i
dotados de força tênsil. por esta ser uma proprltdade típic.a. transmitida l seiva do xilema da p.ltle aérea para as niíia..
dos metais; no entanto. uma coluna de água 1ambém consegue conforme sera \'isto adiante. No interior das plantas. pode
supor1ar tensões bulante: ahas, na ordem de 30 mcgapascal haver também o Ruxo cm massa pelas pa.ttd.C$ das dlulas. e
(MP.I) (1 MP3. = 10 b.,r a: 9.87 alm). Jsso t'acillta o arta.$1:e de a próprb clclosc (movime-nlo do hi.llopb.sma ou clt0sol nas
cituJas) pode str consicknda um flu.'to cm massa. Pode ainda
uma coluna de água cm wn tubo capUar sem que nta se rom-
pa.. No xilcma, o rompimento tb coluna contínua de ãgua tem ocorrer ffuxo em ma.s.sa. de ãgua e outras sub5.tlnc:lu no kllo.
e deste pua as plantas.
efeito dev:uaador sobre o tr1nsportc da seiva bruta, principal•
mente cm .lr\'OCCS. Difusão
As mesmas focças que ,nracm as moléculas de ógua (coe•
Conforme mencionado anteriormente-, .w contrário do Ouxo
s~) sdo aquelas que atraem as molécuJas de âgua às supc:ríi-
tm ma.ss.a. a difusão eMoh·e movlmenlo nponlinto de pa.r•
des sólidas. uma propr~ ade conheckta como adesão. Essas
tCcula.s individua.is.. Ddine•u o fenômeno de difusão como o
interações: atrativ:is ~o importanlcs para a subida cb. Agua cm
movimento. ao ac~ de p:ardc:ulas (molécuW e íons). causa•
tubos de pequenos diàmetros.
do por sua própria cnttgla dnética, d,e uma região para oulra
As propriooades de coesão. tc:n.são superficial, força têns11
adja«nte. cm que a mesma subsdncia Nlá cm menor con-
e adesão, juntas, ajudam a explicar o fenómeno conhtcido
ceru.ração ou menor potencial quimiro. Assim. a difusão é um
como capilaridadt, o movimento ascendente da água em tu· pn>Cts$0 pelo qual as pa.rtkulas k mis:tunm como rtsul1ado
bos de pcqumos diâmetros tanto de vidro (a à,gw. sobe. cm de su:a. agitação ao aaso. Por uemplo. as partícula$ que rons•
um tubo de vidro de 0.03 mm de dlimelr~ até uma altura de tltucm um sis:tcm:i. cstlo cm continua mo\'imcen1:açâo (mtwf•
aproximadamente 120 cm) quanlo no próprio xUema. Essas mento ttrmoc.aótico) cm 1od.is as dittçôe$. colidindo unw
propriedades '3.o Importante$ par.,, cxplkar tamblm a teoria com as outns e trocando energia cinética. Se houver inicia.J•
da coesão e- tensão ou lcoria de Oixon a respeito do movimen• mente uma distribuiç:io desunlformc ~ moléculas ou Klru de
to asccndtnte de- .\gua no xlltma. que scri. aborcJado poste• dcicrminada subslincia, o movimento continuo ckstcs 1cendc
riormcnte-. a dis1ribui•los unifonne~nte por 1000 o tsJNÇO disponível -
6 Fisiologia ¼-getal

ou .stja, ro,no el'i.sit' um m:riior númt'ro de p.1rlk uJ1LS na n."g.ião água do local ondc tln 1c enconlri pum p.,ra o lad1l conten-
mab roncentrada, e, portanto, com maior potr11rlt1I q1,ímlro, do a S())uçlo dc sacarose. Esse maior movlmcnhl ll.l ãgua l)Cla
ha\ffl também Íor1t' tendl-nda de as p.irtkul.as ~ mm't'rem ftl('mbrinast'mipem1d,'t'I f chnm11do de o-smose. As membra•
cm direçào à rtglno de menor concen1.f"JIÇão, U-to i, com me~ nas « lulal't'$ de todos os org;11nismos são S('mipermc-.iv-cis. ou
nor pott.,1rinl q,;imico d ;, substlncia (Figura 1.-1). $tja. permitem qut a í gua e ()Ultas pcqu('nas partk ula.s sem
Qutndo um soluto (a(úcar-, sal ctc.) é colocado em um rt>· arpas alr.lvt:»t'm mais prontamentt que solutos grandes ou
ciplt'ntr (()ln água ($01Ytnte). à medida quc s,c dissocia. sun.s carregados cle1rican,t':flle.
pu tí.:.ulu st diíundirào em din-çlo ao $õl\<tntc. mquanto as Our.mlt multo tempo, acrcdi1ou•se que :i osmos.e, d ifusão
molh,i.Jas de:ste o farão em dit'C'Ção opoS1a. ls.so ocom: até que a du 1r1olk ubs de tgua pela bicamada lipidka das membra.nas,
soluçio &( misturt' uniformctnt!nlc. Va1e insistir que tanto a dl· foss.e a única fonn.i dc entrada de dgua nas células vcgw1ls e
fusão do 50lu10 quanto a do sol,."('ote st dtr.un, exdu.sivllmcn1e. animais. EnttttanlO, há algum tempo ttm sido ob.ser\'ado que
em ruào da prôpria. energia dm~tica de ~ $ particul,1,s, sem a nes~ mc,,..imento estd en\'olvido também um lluxo C'm mas-
partidpaçio de quaisqut"r ootm íorças. Uma vei ala n(:.Tlda a ,a por mkrocanais de protclnas, oonhtddas como :iquapori-
distnDui.çio uniforme das moliculas ou ions, é estabelecido um na.s, pre:sentes de forma abuncbn1e n:is lll('mbra.nas vcgeiais
tqUibbrio na $0l~o. rtfktido peta cess.1ção dos movimentos e comuns cm mierorganb ,nos e animais. As aquaporina.s .sllo
dt' difus4,o das p3.t1ículàS do siJtcma. proteínas lninsmem.bra.nas ou prottinas i.nlrlllsccas da mcm-
A difusão faz pattt da r()tlna diárii das pess~s. talvn até br.ana (MlP), com massa molecular de 26 a 34 quilodaltons,
mt:Smo sem qot a perctba.m, como o açúnr adicionado ao ptrttncentcs à principal família de pro,eín:is constituintes das
copo dt água. a ín.grãnda emanada de um Íra$CO dt pcrfumc mcmbr.1nas celulares, que <ont"d am ambas as supt""rfides.
ou de Rores enoon1ndas a distà.nd.1. o coranle colocado em Com a idcntificaç.ão das aquaporinas. fic<>u claro quC" a e n-
um u,nque com igu2 e1~ Pan as plm tas. a difusão tem um trada dt água nas c.élulas resulta da con1blnaçllo d:i difusão
monne s.ignificado funcional, $ej:a no $010 atuando no mo• de moléC\llas dt 5gU2 por meio da bicamada lipidica e do
\'imento dt água t' nutrit:ntcs ate as raitts, seja na :atmos.ftr:1 Ruxo em massa por meio das aqu;i,porinas. que íaicm parte
influenciando. atcnsuncntc, ,1,s tuas dt transpiração t' a cap- da mtmbran,1; plas:mátiea (Figur:a 1.S). Seja. como for, :l forç.,
tação de CO. na fotoss{rucse. motritde ambos os processos é o gradiente de potcndaJ quí-
A difus!o·de solu1os a longas distancias é muho ltnta. Es1l- mico da tgua (no prôx:imo itcm, será abordado o conceito dc
mou,st um ptriodo de 8 anos para que uma pcqu..-na molécu- potencial químico).
b com coeficimtt dt difusão de t0· 1 cm: s· 1 $t difundisse I m Ava.riaçio t':l'ltrl."oestadoaberto t fechado das aquaporinas,
m igua, mas somente 0,6 s para difundir 5 p.m, uma di$lin• qut ditará a cap:l<idadc das cClulas da.s planta.s cm modific.ar
cia tipica dt cilulas da folha (Nobel, 2009), lsso sugl."rl." qut o a perme.1bilidadc à água, é regul3da. por gndiente de pressll.o,
mO\imt:nto ,1, longas distânciu nu planias. como no xikma. ht'leromertt3Çlo, fosíorilaçio de residuos de se-tina. mudan-
não oc:cntt por d iíu.'10. ..U a1Mtinci.u q ue ieo molll@m no Oti:vo <•< ti.,, pM 'J"'" l<"Vllm :a pmtom,çãn de u11,ídun.t dt! hi~ id im,
tmupiratórSo da planta (longa distãncia) o faum principal•
mmlt' por fluxo e:m massa..

Osmose
Imagine um rtdpit ott' scpando em duas p;1;rtt'S por uma
membrana com pcrmtabUicbde St'lctiva (semipermcâvd),
tttido ck um lado igua pura e, do outro, uma soluçio de açl.Í•
cu. Sob tai, condições, ocomrá um maior movimtnlo de

Equitlrio

~ .. '
• ,• ~, •-+-+
·•i
• "' •
A, '
• • • •··=
.
••
--+-+ • •·
A,

.. ....., .... ......... ...


•• •• .,•• • • • •• ••••
• •••••
•• , '
' ►

,, •
• •.- ..--
,. . • • • •• •• • • • • • Bicamada

'
• 1'
- 8
••
flt un 1A Movimtnto lé1mouôtlco de partkuf;1;s qve leva li di(uSlo,
podendo Ofhtret com llquidos. sôlldos ou ~~. A. Compartimt'nto
Aquapotlna

Clloplwna
MoléoJla
de 4gua

llpldica

Figura 1.5 M!wirnento da • ., pel• membrana plasmâtica dils phm·


com ddt1~1\tfl COf'ICe,r1ua,.;~. 8. Compartimento apôs o equilibtio di· 1,n.A. lndividualmet1tt. l)Of difosio peta bicamada Upidica. B. Pof flu ·
namiul. lm,opia de R2 > R1 no inicio, tet'ldfflc:ia de R2 se desorg,nlzar xo em m1u.., pelos mlctocanal, de proteínas Integrais da m~mbtana,
a1fA1 •111. det1omln• du aqu•poril'las.
Capítulo 1 ❖ Relações Hídricas 7

e concentração de cálcio. No entanto, o total entendimento solução no tubo e, em parte, pela pressão hidrostática exercida
dessa regulação carece de evidências experimentais, porque pelo aumento do volume de água no interior do osmômetro.
ainda não está claro o papel desses mecanismos na estrutura Tanto a diluição quanto a pressão hidrostática contribuem
do poro. Embora não mude a direção do movimento nem a para o aumento do potencial químico da água no tubo, dimi-
força que o dirige, toda essa regulação pode alterar a taxa de nuindo em consequência o gradiente. O equilíbrio é estabele-
movimento de água em resposta a estresse hídrico, salinidade, cido quando a pressão hidrostática neutraliza o efeito da pre-
ritmo circadiano e resfriamento. sença da sacarose, fazendo com que o gradiente de potencial
A primeira vez em que se demonstrou a função das aqua- químico da água desapareça.
porinas em vegetais foi com o isolamento de uma proteína No osmômetro, demonstra-se que a osmose não é dirigida
de Arapdopsis thaliana (L.) Heynh . (Maurel e/ ai., 1993). somente pela concentração de soluto dissolvido, mas também
Hoje se sabe que as diversas aquaporinas de plantas não por pressões que se estabelecem no seu interior. Assim, a so-
transportam somente água, mas também outras moléculas lução do tubo pode ser pressionada, possibilitando medir a
não carregadas eletricamente de pequena massa, como gli- força necessária para impedir qualquer aumento no volume
cerol, ácido salicilico, ácido bórico, dióxido de carbono, óxi- do tubo (Figura 1.6 B). Essa força, medida em unidades de
do nítrico, peróxido de hidrogênio, ureia, arsenito e amônia pressão (força por unidade de área), é igual à pressão osmótica
(Gaspar, 2011). No entanto, estudos indicam que todas as exercida pela solução de açúcar.
aquaporinas são permeáveis aos gases dióxido de carbono e Não sendo colocada em um osmômetro, uma solução,
óxido nítrico, porém moléculas maiores são transportadas isoladamente, não apresenta pressão osmótica (p) , mas tão
somente por isoformas específicas. Assim como a entrada de somente o potencial para manifestar essa pressão. Por isso,
água ocorre a favor de um gradiente de potencial químico da diz-se que as soluções têm potencial osmótico, uma de suas
água, a de outras moléculas obedece ao gradiente de concen- propriedades, cujo valor é o mesmo da pressão osmótica,
tração; logo, são transportes considerados passivos. Além de mas com sinal negativo, pois apresentam forças iguais, porém
facilitarem o transporte de água e solutos, presume-se que opostas. Ainda neste capítulo, será abordado mais detalhada-
as aquaporinas poderiam atuar como sensores de potencial mente o potencial osmótico.
osmótico e de pressão de turgor. Análogo ao osmômetro é o comportamento das células das
A osmose pode ser demonstrada por um dispositivo co- plantas. Quando células flácidas , ou seja, com babca pressão
nhecido como osmômetro, que compreende o fechamento de de turgor, são colocadas em água pura, no início a absorção é
uma das extremidades de um tubo contendo uma solução de rápida (Figura 1.6 A e C), diminuindo lentamente até chegar
sacarose com uma membrana semipermeável (Figura 1.6 A). ao equilíbrio dinâmico, cessando a absorção líquida de água
Quando o conjunto é colocado dentro da água pura, há um (Figura 1.6 B e D). Nesse ponto, a energia livre da água fora
aumento do volume de solução no tubo em decorrência da e dentro da célula é a mesma. Embora haja uma maior con-
maior passagem de água do recipiente para o tubo, que é a os- centração de água livre do lado de fora da célula, o aumen-
mose. Isso ocorre porque o potencial químico da água na so- to da pressão de turgor no interior da célula balanceará essa
lução é menor que o da água pura. O movimento de água pela diferença, possibilitando o equilíbrio da célula vegetal com
membrana diminui gradualmente, em parte, pela diluição da a água pura. O estado de energia livre da água representa o

A
o
Flgun1 1.6 Representação do osmômetro e de uma célula vegetal, utilizados para demonstrar a osmose. Movimento da água pela men_1brana
semipermeável do osmômetro e da célula em resposta ao gradiente de potencial químico da água. Início da osmose após imersão do osmometro
{A) e de uma célula vegetal flácida (0 em um recipiente com água pura. Pressão aplicada acelerando o equilíbrio dinãmico entre o osmómetro
e a água pura (8) e equilíbrio natural entre a célula e a água pura em decorrência da pressão de turgor dese nvolvida no interior da célLila pela
absorção de água {D) {movimentos pela membrana em ambas as direções se igualam).
s Aslologia vege t,11

~u J~OC~ d.al quinuco, qut é. na ,·tn.la,k, :i for(.i que d1rig..- t1 r•:qu<'l\(I, sob ,:Qndiçõts idênliCll~. Assim, G1hh~ clt'o1;erwolvcu
mom ntntC) da igu" n:is r l:1n1.ls. Es,.11 Íó f\.i ê .:ompo~;1. J'C>i,., um CllDCdlo que combina C"nctgi:a lh·r< \'-0111 :1 qu:intid.idt' da
como ,isll'I. a nsmosr é diriitid.i por &r;J.(lit"llll' dt ('()nc-<nlrn• subslâ.tKia, ch:un;uto M potcnd al químic().. sunboliz.;,do pela
,:ao. ('(lnlO li di.fu.!lã.o. (' por groldknlt de r~(àO, COOIO o llu, ll'1r.t gtCg;& n1i (µ ), A ,1u:1ntidadC' dchmcl.a é (1 mol, peso mo.
xo cm mas(:\, Por is$0. n11 prilk .i, ~ for\ o ~ tJ('J'rf".$.Sa oomo l« uhir ('ltt g:mmas. Logo. o pt:ne-ncfal quirn11.0 dl." uma subs•
t~IC'nlC' d<' l'OIC'ncial quimko ou. m.1is ('(lnmmtnlt, pel0$ tânci,1 é a energia lh·re ,,arei.ai mnlal de Gibb:S-. ó m<smo que
lisiolOf_is:t:u d<' planlas. cl)mOgr;1ditntc dt· rotcnd:1.1 de i g,ui. en<"rgia nwl·\ de~a substãoci:i dentro da solução, Esse poten-
cial écomiderado., força moufi para o rcali1.ação de trabnlho.
Potencial quimico P()de-sc definir 1>otcnci;1I qulmk o da água (µ...) como a
sua energia lh•re pua rc-alizar ll'J b:llho em um sistema aquo•
P..1r.i melhor conhN'tr ó potcndal qu(mko. ji m1md on1do so. por mol dr ~11a. Como qualquer outra substância, 11 água
nos i1tns sobrc- d ifus.\ o e osmosc. $.\ O impoctan1es alguma, mM'c.'•Se de uma regiio de nu ior para uma d<' m<'nor po trn•
coruidcr.1ções a resrcho de energia li\'tt. Afinal. pote-nânt qui• dai quimico.
miro ê definido C<lmo a quantidade deencrgi,1 livrc.- por mol de
qualqutr subs1à.ncfa.
,e
Ni o tem como c.ikuLir um valor absoluto pa ra o po•
t(nd al químico, visto qU(' é defi nido a partir da en<'rgia liwc.-
Energia IÍ\Tt" e :i enc-rsia de um ~ls1ema quilquer que esti de Gíbbt.. que tem no seu concc.'ito as tambêm incalcul:h •eis
dlsponh't'I pan re:iliu.r trabalho o 1emper;i1ur.i e pressão c.-nergia interna. (tnti)pia) e e-ntropia. como dc,cr-ito nn1erlor-
constantes. Esse oon<c-i10. criado por Josiah Will;ard Gibbs mcn1e. Mas, também nes~ caso. pode-se cakular a varfaç!io
e colaboradores enirc 1S76 e 1678. ê muito import"antr p;1r;1 do potC'ncial químico de um sistem;i cm relação a outro, IOr•
:iplk ação dos conhedmC"ntos dt termodin! mica nos U1ud0$ nando•st es.se potc.-ncial uma grandeta rela1i\'a,
de relação :igua-pl:una e f);l.fil u rcaçõe.s mecabóJ.c:1-5, A$ «·
lul:1.$ e. consequememcntc, as plantas usam •energl:l 11\•n( ,,o
Potencial de ~gua
seu íundonamen10. E.ssi e nergia, conhedd3 como energia li•
\ Te dt G1bbs (G), define,, c pda S<guinte cquaçio: Mais (acilmtnte quantihd,\·d ( Omo u n1a medida relativa, o
potencial químico é C'XpTe$SO como a diferença entre o JXl·
(1.1)
tend al quimk o de uma substância e:m um dado estado e
Einque: o pOlend al quimico da mc.-sma substância ~m um estado•
padrã0; no c.i.so da âgua. fi~ sendo a di(C"rrnç.a. entre o po •
• E.: c-nc-rgi.a interna, correspondtndo à energia potencial as- tend al quimico da igua em determinada condição (µ...) e:
sociada à c.apadd.adc de um sistema re;ali.ur lnbalho. tam•
o polc.-ndal químico da água pun (µ "..J. ou seja, µ,., - µ. ••.
bém conhtcida como entalpia, uma importante parte da
Aind• qur o ,·ilor dt µ_ • µ •.,.u;a mai$ fa cilmen1c medido.
mergia livre t1i füiologi,tu de pl:ant:is slmplificaram 11loda mais. lotrôdu•
PV: o produlo da pressão (P) muJlipliC2da pelo \'Olwne ( V)
d ndo o conceito de potenci11J dc.- água, simbofüado pela letr:a
TS: produto da tcmpcntura absoluu C n multiplic.ad.a pda grega psi cm maiUsculo. fl'.
entropia (S). Entropia diz. respeito i desorganiuição do Us• O potencial de it,.'Ua (\t) define-se como a diÍC'rença do
1ema, que sempre au.ment,1 para o universo como um todo, potencia) (j\ljmico <b ág\l;a ('m uma condição qualquer (µ. ,)
sendo infl uenciada pela tempmtuf"3. d.,quele da iigu:a liquida pura cm C$tadc>•p:id~o. sob pre$$!iO
Na c.-quação W.sica de G (equaç-ão l.2), a energia intmt.a to• atmosférica e mesma temptrilu ta (µ ·J, dividido pelo volu•
1,lf (E). a temp<ralura e pre:ssão c.onSU1t\les, é subtr;aída pd o me molal parcial ( VJ. que é 18 cm) ou I mol de ;i.gua (l8 cm'
fator dt entropi,1 CTS). No entanto. c.-x«10 pa.ra um sistema no moJ·1 ou 18 :,e 10" m' mol' 1) , considerado un1a con.s1an1c e:m
uro absoluto (O J( ou - 273ºC), condjçl() em qut a entropia é faixas bioJ6gicasdc temptr.atura c.- concentraçllo, ou seja:
considerada zero (~i,suma 1ocalmen1e organizado), não t xls •
tem maneiras de Wcular valores ;absólutos para a cntrópia (S}
~- r,,_-.·J
e pana entrg,.a interna (E). Contudo. podt•S(' calcular a va•
v.
riaç.Jo da entropia (.).$) e da energia interna (óJI) que ocorrt Consider:tndo que o p<>c<"nda.l quimico e definido a partir
em um sisiema cm rela~<> aos seus circunvizinhos. em ra.do da. energia livre de Gibbs, tambfm se pode- considerar o po·
de ,•~ri0$ processos quín1icos e füicos. Desse modo. a equação trnciaJ dt ãgua como a <"ncrgia livre e.m 18 cm' di! dgua e:m
1.l pôde ser $.lmplificada para.: um sistema qualquer ffl<"nos a c.-nc.-rgia liwe em 18 cm' da dgua
(1,2) pura, rm cstado•padrào. Dt'Ssc modo, o pót<"nci:d de água,
Stndo uma grande-ia relativ.a, exprtS$ari a capacidade de um
F.m que .:1G, .:1H e AS d .o. rt:$.-pe<livamC'nte, as \'ariaçôC's di sis:itma aquoso (p. ex., uma soluç;Jio aquosa) re:aJizar trabalho
energia Un e, d:a cnc,gja ln1cma ov entalpia e da entropia. r ( em t0mp.araçâo 3 C3picidade de um mesmo volume de água
1cmpcratura abso1uta. pura, em c$1ado•padrào.
Par.a <Sl'udat a qu.1.ntidade de rm:rgia Bwe que um sistem;a A unidad<" de pól<"nci3l químico, energia livte por mol,
qualquer tem para ,eaJiur 1raNlho. é con,·enientc.- consi(fo. l lt\.Cónvmiente t m discussões de: rtl:aç.lo .igua-cêlula f
nu a t'ne,gja lh'le da substincia que constitui O s.istc~.1., <'~ ãgu:a•pla.nta. f: n1:1is com-tnknte usut unidades dC" energia
rcb çlo a alguma unidade quantita1lva da substlnc,a, pois po~ unldadt-s de volume. Essas medidas são compatíveis com
wn gruidr \'Olume de: águ.a lffl1 mais energia li\•re qut um unidades de pressão (muito com•enit"ntcs) e fora m obcidas a
Capítulo 1 ❖ Relações Hídricas 9

partir da definição do potencial de água quando se dividiu J,Lw Potencial de pressão


1
- J,L \ , (erg mol- ) por V.., (cm 3 mol- 1), pois 10 6 erg cm- 3 = 1 bar O potencial de pressão (1{1) representa a pressão hidrostática
5
= 10 Pa = 0987 atm. Bar, pascal e atmosfera são unidades de que difere da pressão atm~sférica do ambiente, ou seja, uma
pressão. A unidade mais usada para expressar o potencial de vez que o 1/' de referência (água pura) é considerado em pres -
água é megapascal (como definido anteriormente, 1 MPa = 10 são atmosférica, por definição, nessas condições, o 1/lpé igual a
bar= 9,87 atm). Na prática, é bem mais fácil medir mudanças zero. A pressão positiva aumenta o 1{I e a negativa, o reduz. N~
de pressão que medir a energia requerida para movim entar a que se refere à pressão hidrostática dentro das celulas, º. ~ P e
água. em geral chamado de pressão de turgor e tem valor pos1tivo.
Por definição, o 1{I da água pura é zero, uma vez que o nu - A pressão de turgor resulta da água que chega ao protoplasto,
merador da equação 1.3 JL., - J,L ~ ... é igual a zero. As medidas do pressionando-o contra a parede celular, que resiste à expan -
v,
potencial de água são sempre comparadas a esse igual a zero, são, e pode assumir valores semelhantes aos da pressão utili -
que é o da água líquida e livre, à pressão atmosférica, à mes- zada na calibragem dos pneus de um carro (aprox. 0,2 MPa)
ma temperatura do sistema sendo medido e a um nível zero e também em encanamentos domésticos (0,2 a 0,3 MPa). Cé-
para o componente gravitacional. Isso não quer dizer que a lulas com pressão de turgor são ditas túrgidas, e sem turgor,
atividade química da água nessas condições seja também zero; flácidas. A pressão de turgor é muito importante para a ex-
diferentemente, ela é bastante alta, pois, quando pura, a água pansão celular, pois em órgãos com crescimento determinado,
tem grande capacidade de reação. Tendo a água livre um 1{I = O, como folha, flor e fruto, é sabido que o tamanho das células
usado como referência, na maioria dos casos o 1{I dentro das pode ser dezenas ou centenas de vezes superior ao tam anho
células das plantas é negativo, assim como em qualquer outra inicial. Além disso, o aumento da pressão de turgor provoca
solução aquosa. abertura floral e estomática e o seu decréscimo causa murcha-
O 1/1 indica o quanto a energia livre de um sistema difere mento foliar e floral. Em plantas herbáceas, a pressão de tur-
daquela do estado de referência. Essa diferença é a soma das gor tem grande importância na manutenção do hábito ereto.
forças do soluto (-11 = 1/1), pressão (P = 1{I) e gravidade ( 1{18 ) Essa pressão é importante também no movimento das seivas
agindo sobre a água, ou seja, os principais fatores que interfe- tanto do xilema, como será visto ainda neste capítulo, quanto
rem no 1/1 das plantas são a concentração, a pressão e a gravi- do floema (ver Capítulo 6).
dade, conhecidos, respectivamente, como potencial de soluto O 1/1 pode assumir valores negativos (conhecidos como ten-
(1/1) ou potencial osmótico ( 1{I-rr) , potencial de pressão ( 1/fp) e são) q~ando a pressão está abaLxo da atmosférica. Isso ocorre
potencial gravitacional (1/f ), denominados conjuntamente de com frequência em elementos de vaso do xilema de plantas
componentes do potenciaf de água: transpirando. Essas pressões negativas são muito importantes
(/1=1/1,, +l/l.+ l/lg (1.4) no movimento da água a longas distâncias pela planta, o que
será visto mais adiante.
Por consequência, a água caminha em qualquer sistema, in-
clusive no sistema solo- planta-atmosfera, a favor de um gra- Potencial osmótico
diente de potencial de água, ou seja, do maior para o menor Como já mencionado, o potencial osmótico é uma proprieda-
1/1 (Figura 1.7). Esse processo é marcado pela diminuição da de das soluções; portanto, prefere-se seu uso em co mparação
energia livre, logo, é espontâneo. ao termo pressão osmótica. O potencial os mótico (1/',) diz res -
peito ao efeito do soluto dissolvido sobre o 1{1; quando diluídos
Componentes do potencial de água
em água, os solutos reduzem a energia livre do sistema, ou
No item anterior, foi definido o potencial de água e menciona - seja, aumenta a desordem ou entropia do sistema. Em qual-
dos três dos seus componentes: o potencial de pressão ( 1/fP), o quer condição que não haja soluto, como água pura, o V,,, é
potencial osmótico (1{1-rr) e o potencial gravitacional (1/f/ Esses máximo e igual a zero; isso significa que a prese nça de solutos
componentes indicam os efeitos de pressão, solutos e gravida - reduzirá o 1/',,, que assumirá valores negativos.
de, respectivamente, sobre a energi a livre da água. Sendo o componente produzido pelas substâncias dis-
solvidas nas célul as, o v," é uma resposta principalmente ao
conteúdo dos vacúolos, característicos da maiori a das célltlas
Água pura ____. O vegetais e que geralmente apresentam valores na faLxa de - 0, l
a - 0,3 MPa. Para soluções "idea is" ou diluídas de substâncias
Solução ➔ _1
dilu lda não dissociáveis, o 1/'.. pode ser estimado pela equação de Van't
Hoff:
ro -2
t/J =-RTc ( 1.5)
a..
~
Tr '

$, -3 Em que R é a constante dos gases (8,3 14 J K- T é a


111 0 1- 1 1),

temperatura absoluta (em K) e e, a co ncentração do soluto na


Solução solução, expressa como osmolarid ade (mols totais de soluto
concentrada ➔ -4
dissolvido por lit ro de água, mol L-1) . O sinal negativo ind i-
ca que os solutos reduzem o 1/' da solução. Co mo exe mplo,
Figura 1.7 Movimento (ind icado pela seta dlagonal)_de moléculas de
água obedecendo a um gradiente de potencial de agua (i/J) . De - 0,7 utilizando-se dessa equação, para uma solução de saca rose de
MPa para - 3,7 MPa, aproximadamente. 0,1 M a 20ºC, o v,,, = - 0,244 MPa. Para solutos iô nicos que se
10 Fhlologi.a Vt'gl"tal

diJsodam em J u11~ ou mais ,~rlkufas, 3 c, J c\';: sc-r multii,li• Scmelfl:m1e ao de111on~r.1dC> com ó ()$.mómctro. os mc,,,j.
a d• pt·I<> nüm-cro de pankulas diSM)daJ ;is. Geralmente cm mrnh)f, de en1rad:i. edcsakla de água das céfol:l< ocorrem 1>or
estudos C"n,'Oh-enJo células "ctctai.s.. <'On!iidcr~•sc que cst:u s.c o~most. O comportamento ot.mó4ico das céhd:H, pod~ ser fa.
comrort:un ( Orno soluções ldc:iis. cilm.ente visuall:r..1do com a imtrsão de uma celul;i. vegetal em
soluções com diforc-ntcs potenciais da água. Em um recipien-
Potend al gravitacional te com âgua pura ou com $Oluçdo aberta para a atmosfera, a
PJ.ra o f• a cont nbui\io do campo gr:wiladom1I t dada pelo pres5lo hldmstálica daágua é a mesma da prtssâó atmosférica
f f que d~nde d-e p.,sl1, cm que p_ = densidade d11 ãgua. g (y,, = OMPa). No caso da água pura. o V. • OMP<1. logo o \I' =
= acckraçio pela gr.a,idadc eh • altura. N:IO ha\'cndo fon;a OMP, (~: l', + ~ ) (Figu" 1,3 B).
qut a or onh11. a grc1Nidade possibilita que a ilgua se mo\'a Quando uma el ula \'t'gttal é colocada em ãgua pur-.l, a :igua
pua baixo. se move.ri p11N1 dentro da céluJa. ;1té o.- da célula se igualar a
O•, tem sido quue sempre dcsprc:r..1do. A sua importância uro (Figura 1.8 A e 8). Ne.s.sa cond){do de equillbrio. a ctlu-
l insignificante dentro das r.a.ízes ou folhas. mas ele se toma la atinge o turgor tocai. Se um,1 c~lul:t com f = -0,8 MP:i for
slgnificatl\'o para movimentos de 3gu.:i cm ãr\'Orts altas. O imersa em uma solução de sacarose a 0,1 M com y, = • 0,2
m0\'imrn10 a.sccndcn1c em u.m tronco de án •ore deve \'Cncer MP.a, ocorrerá também abso".io de 3gua até o f d.t1 ctlula
uma força. gravit:idonaJ de aproxim :1da.mcntc 0,0 1 MPa m·•. atingir -0.2 MP.a, ou seja, st igual:ir no da soluç:\o (Figu~ 1.8 C).
No entanto, ncsst ponto a c8ula nSo a1inglrà o turgor tótal.
Potencial mátrico ou matricial Nc.s.sas condiç~.s de <'quilíbri(), o y,1 (0.S rvt Pa) da cetul:i será
Sóbd0$ ou substineias in.solU,·eis em cont.ito com ~gua pura m<"nor "cm módulo" que o seu Y~ (-0,7 MP..t). Logo, o y, da
ou soluçio aquosa atraem moleculas de água e diminuem O f'. célula, assim como o d3 soluç:llo. seri nega1ivo, ambos com
Esse componente é denominado pt>ltnâal mdtrico, que pode ,•11lor Igual a -0.2 MPa. Diferente disso eo que ocorre com a
ser u ro ou aprcsc:ntar \'alores negllliW>s, wna ,·ei
que dimjnu.i cilula em equilíbrio com a água pura, cm que o v. (-0,7 MPa)
aenergia 11\nda ãgua. Em discussões de solos secos.sementes se igum ao f", (0.7 MP.a) •cm m6dulo" e o v,da cêlu)a atinge o
e paredes «tula.res, frequentemente- se encontram reíerfncia.s "aloc zero (Figura 1.8 8 e C).
a mais esse componente- do f , O potencial mãtrico (Y,,.) ê pir• Mesmo um ligeiro aumen10 no volume causa uma consi-
ticubrmente lmporante em estágios iniciais de absorç!o de derív,J elevação da prmio hidrostâlies. dentro das células
água pcl.u semcntci secas (cmbcbição) e quando u considera vegetais, em virtud, das p1r~descelul11re.s relath•amen1e rlgi,
a igua rclic:b no solo. Existe tambêm o componente matricial das. Na Figura 1.8 Be C, o v, (0,1 e 0,5 MPa, respectivamen•
nas Ululas (mot&ulas higrótilas; p. ex., pmteinas). embora te) da ctlula em equilíbrio com o meio e sempre maior que
sua contnl>uiç!o pan o potencial de 3gi.t!I seja relativamente aquele da ct lula (O MPa) antts da imersão ( Figura t.8 A). A
pequeru compara.da â do Y'~· parede celular resiste ao aumento da pre.s.são interna exer•
N1Q Ob$t~ te •• .:onJld er•çôu. feh .u, li eq,uçio eomp k ta ttndn uma preuin M ntd ria ~nh,,,. 1' t'Aula. A~<.im , ~ t' n tr1ub
induindo todos os componentes que podem infl uenciar na de âgua n.a célula pr()V()(a um aumento da press.io hidros-
quantidade de en-crgia livre da água. ou u ja. no ty, é: t31ica ou pressão de turgor (\Y,), aumentando consequente•
mente o y,. Considerando que u célul:is \'tge1ais apresentam
pu edC's cdulares bastante: rigidas. condul-se que pouca água
d<'vt entrar. Pode•$<' <"ntão supor que o ir., da célula varia
Movimento da água entre células e tecidos pouco durame o prôeesso até o cquilibrio. As relações e nt.rc:
y,1 Y,.. e yrde uma céluta i$0l,1dil imersa cm água pura são
Os espaços dentro du células (citoplasma e vacUOIO$) sllo cha- ilustradas na Figura 1.9.
mados de simplasto, c-nquanto os externos â membrana pl:as• O form2to a.ato d as cur,·:is da Figura 1.9 depende da rigi•
m.iúca, de apoplasto. Quando a ctlu.Ja se cncontr.'I em equi• dez da parede ctfo.lar. Se a parede for muito rigida, uma pe•
Llô ri" o '/' f. o momo no vacúolo, no citoplasma. e na parede qucna mudança no volume causa uma grande mudança na
celular. Entrcu nto, os componentes do y, podem diferir mar• presslo de turgor (\)'.). A rigidez da pari:de pode ser m« Hda
a.d.unente entre essas partC'$. Pan a água no \·a.cúolo e d to- pdo oocticicntt de d'astkidade, $Ímboli:zado por e (letra grega
plasms. (ãgua no simpluto), os componentes dominantes são epsi10n), A prOpritd.adc de elasllddadt da parede Cd ada pda
em gual o• e v.,- com o V',, tendo qu.asc !ioC'mpre valor pos-iti• mudança na pressão hidrostillca (A\"p) dividida pela mudan•
\'O. No apopÍasto que incluí a âgua nas paredes e no lume das Ç'a relativa 110 \'Olumt (6 vlv):
,·aso.
dlul-u mortas, como elementos de
o componente dominante é o "r com 'I.. e,.
tnquefdes e fibras,
contribu.indo
para(),, sobretudo na rcg.iS.O imediatamente adjacente â .su•
(1.8)

pnfide cirrr gada das paredes. Portanto, qu2ndo se estuda o O coefi ciente de ela5,ticidade, t., ê a inclinação da cur,•a dó
1r2nspor1.e de ãgua nas d-lulas ,•tgel.us, , t qu~çâo 1.10 é é'm 'P, n:i figura 1.9, logo eip,csso em unidades de pressão, com
geral $hnpfífi cada para: valo, típko na ordem de 10 MPa. Valores altos de t Indicam
pa,tdc.s rígidas rela.tlv.uncntc pouco elásticas., enquinto pe•
tP•tP. +111. (1.7)
q11tnos n lom apontam paredes mai.s dá.stic:i.s.
Sffldo o componente gra\itaciona.1 e,) ignorado para dls• Retirando -se a ciJula cm equUíbrio com a solução de saca•
tinci.u. ,fflicais menores que 5 m. roff 0,1 M (Figura 1.3 C) e Imergindo-a em uma solução de
Capítu lo 1 ~ ~ 1.tÇ.ôes Hldrlc.as 11

s~rc~ O.J l\l , porianto (0111 um ,•al,)r J.: y, mcno, (m:,i, de estrC'\<.<' Sõ1hoo QU d(' âgu:a, r;1r.1s na n:11urt7.a. lndepend1m•
neg:;,1ivo), il águ.a .s,c moverá par"' ÍOl':i d:, célul~~m re!ipo<;ta ao h:mc:n1c da tihta(;\O aptt~nt1MJ" na Fígur.i 1.8. nr, cqu1Hhrlo
gradienle d(' y,. No c,quilíbrio, a ctlul:a lie 1<1rn:mí ílõlcida. e o t', o movimento de âgua para dentro e para forJ é lgu.-1. eo fluxo
será uro, diminuindo as.sim o volume<' o y, Ja <'élul:i (FigurA liquiOO é 1.ero.
1.8 D). O ponto em que o protopl.isto di.'lxa de pressionar "' O ponln comum de todo~ ()$ exemple>~ .apre"C'n1ad<» n.ii fi•
~rede celular, (y;" = Oe Y,. = f), c-h;im:,ado de plasmólise in• gur.t I.R ttslde no (1110 d(' que o movim-tnto da água é pa,,iVó.
cipkntc-. Pla.smóliS(' reforc•seà condlç:locm que o protoplal.lO A água movt'•SC', cm r~posta,. íorç.a.s füka.s, dc urna rq?ào de
S(' desprende da p.arede celular, essencfalmenle um fen6n1eno maior p:ira outra de menor pcnen<ial de !igu:1ou energia livre.
de l.aboratório. com possíveis exceções cm condições extremas Assim 1amb'm é o movlm-tnto por simplt$ difu,:lo que ()('(me

Ct-lufa Hcida
•,=O
•'1. = -0.8 MPct
A •tr • -0,8 MPa
--
Núcleo

Hi~lasma
M@mbfena plasmãtic.a
Parede c;el._..,

Agua,.... S..-0.I M
'I', = o

O .,,,. o

º
"'• •O .,,_. -o,2MPa
_ ll"_ • O "'- • ~ MPa

C.IIM em eqllllbio Cêlula em equillbio


com água pura comsacarose o,t M
-,,, • 0,7MPo .,,,. ... 0,5 Ml"'9
'fl'~=-0,7 MPa '1i'0 ,.-0,7 MPit
8 -,, •O e .,., ■ -o,2MPa

sacaroee0..3 M
~, •o
~. - -o.aUPa
-,, = -0.8MPII
-- -
C6llfa em ec,Jtibl'b
eomMCWOM0,3M
.,,,=O
"'• • -0,8 MP•
D 'l#l•-0.8MPa

Agur• 1.1 Motwimentos da água de célula Imersa em d iftrw:nte-:s meios para lk.rutilr os conc:citos dt potffl<NI de jg111 e wus cotnpoMntts.. A.
c-.ula vtgtCal fU<ida 1ntts da lmfflio wm ,.p, • O. 1, Célul.l Imersa em igu• pur11 abSOf'Yerá água, \/Isto que seu pot-tncial <J. .igw ,t menor. Após

l
certo periodo. ocorrerá o equllibrio dln&mlco. em que os l'l'IOYifnN'ltc» dt á9...a em .mbas as dirt(õt!S se igwlam (~ t o do 1'., 1urgo, to~ e a
ullM a1ingiri tp =O (\li. = tp, em ,nódulo). C. Após imerMo • equillbrio com soll.,c;ao dt uc•rosc O. 1M, • c;ttut,, ,1p,n~ menor ... • tll ~~ MI
8 {f: < f em módulo), nm atingir o turgOf total. D. Em equll!brlo com soluçào de s.carose C).3 M, a <~lula voltiir.i a ter i;,. =a Oe dlmlnuh .111nda
ma1to tfc~lula IUdda). No equllibriQ.o potencial de Agua fot1 (t) sempre ê Igual aode denua da ctlula(i,) u., =f, -li,• O),
12 Fisiologia Vegetal

Célula Oéclda
Pressão de turgor = O MPa

Célula erri equlllbrio


1,2 P'ressão de tufgor = 0,8 MPa

ro
Q.
0,8
~
ro
·o
e:
Q)

õ
Q.
0,4

1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5

Volume da célula
Figura 1.9 Aumento no potencial de água em uma célula flácida até o equilíbrio, após ser colocada em água pura. Notar que, para o potencia l
osmótico e o de água, os valores são negativos, e, para o potencial de pressão, positivos, Adaptada de Hõfler (1920) .

entre células conectadas por plasmodesmos. Consequente- volume, de área da membrana, de tempo e de gradiente de
mente, dentro de um grupo estruturalmente homogêneo de potencial de água (p. ex., m 3 m -2 s- 1 MPa- 1 ou m s- 1 MPa- 1) .
células, como o parênquima, células individuais podem ter Quanto maior a condutividade hidráulica, maior será a taxa
d iferentes valores de V'.,,, mas, quando o tecido está em equilí- do flm::o. O fluxo (/v) é o volume de água atravessando amem-
brio, o valor de 1/' é o mesmo para todas as células. brana por unidade de área de membrana por unidade de tem-
Como visto, a força que dirige o movimento da água é o po (m 3 m -2 s- 1 ou m s- 1) . Quando o movimento de água for de
gradiente de potencial de água (t..v,), mas o que determina célula para célula pelos plasmodesmos, a orientação é dada
a taxa em que a água se move depende, além do Õ.1/' entre apenas pelo ti. 1/'·
a célula e o ambiente que a envolve, da permeabilidade da Além da essencialidade do conceito de potencial de água
membrana à água, uma propriedade conhecida como con - como fator que governa o transporte da água no sistema so-
dutividade hidráulica (Lp) da membrana. A força que dirige lo-planta-atmosfera, é importante como medida do estado de
o movimento (6.1/') , a permeabilidade da membrana (Lp) e hidratação das plantas. Esse estado pode variar tanto entre es-
a taxa em que o fluxo ocorre Uv) estão relacionadas pela se- pécies de diferentes extratos em uma formação vegetal quanto
guinte equação: para as mesmas espécies em diferentes estações (Figura 1.1 O).
Uma deficiência de água no solo e, em consequência, na planta
Jv = Lp (t:..IJi) (1.9)
inibe o crescimento por afetar processos de fotossíntese, aber-
A conduti\ridade hidráulica expressa a capacidade da tura estomática, síntese proteica, síntese de parede, expansão
água de mover-se pela membrana, envolvendo unidades de celular, entre outros.

Estrato Estação
Herbáceo Arbustivo Arbó reo Chuvosa Seca
o -+-----~----,----!----,----,---' 0 -r--------1._______ _J

-0,5

-1,0

-1,5

A -1,8 · -- - - --- - B - 2,0

Figura 1.1o Potencial de água de nove espécies de plantas pertencentes a um cerradão do município de São Carlos (Brasil). A. Valores médios
obtidos para espécies pertencentes a diferentes estratos, B, Valores médios obtidos para as nove espécies nas estações seca e chuvosa, Adaptada
de Perez e Moraes (1991 ).
Capítulo 1 -o Rel.tt~ Mldric.a~ 1)

Agua no solo
Tanto a água u1ll11.:ula pdM pla,ua\ na\ \ u:t~ (unçl,~ vitais
01Jotnl!ttO cS. INftl<vl.t
fml'TII
IÃrP,l WPl"•ficltl pOI"
CV-.!>tN lm'I
quanto aquda perdida par.a a «\tmodcra por transpiração pro- ()..1.10,0'j .. , • ,o
vim do solo, As plant;n abson•cm água do w lo pela~ r.1lu\
t)J)S ,10,002 10,1 100
e 1r.,nslo~m ,ué as folhas, onde~ ptrdid:1 par.a a atmMÍcra.
,. 0,001 I Q0,11000
est.iibelecendo uma coluna continu.1i de igua no sist<"ma .s-olo-
pl:anta-atmosfera, ob<"dtccndo a um gr.-dicntc dt'Crtsceruc Je
y, ( Figura UI ). E: importante i»,r3 O enu:ndimento de todo Qu:ind~ um solo re«bc grande quant,CUde de ,1gua, por
esS4.' movimento da Jgu11 uma -'bordagem sucinta a respeito da chuva ou irrig.içáo arilficlal, os poro\ ficam satu~dos, dimi•
natur(ta dos .solos. uma vu que o conteúdo de âgu,1 e a taxa nuindo parcial ou 1ntalmen1e CK o pa,çO\ ~reos. O e,:c;;c:ssrJ de
do movimento da àgua no solo dependem do Lipo de s()!oeJe água é drenado livremente por g~vidadc. e o rcs1ante pen na•
sua CSlrutur:t. necerá tetldo na5 camitd-as superfk i:aU: do ~oio. O contc-Udo d!!
O solo é um sistcm:a complexo constituido dt três fases: só~ água do solo que pcrmanete retido por c.apib.ridade ~pós o
lida, Hquid,1 e gasou. A fase sólida (matriz} compõe•.st pelas excesso de âgua ter sid(I drenado livremente édc-nominado ca•
í~õC$ mineral e orgânica. A íraç;io m ineral rtSUlta. da ação patid"de de campo (CC). expre5sa c-m s,.amas de água por 100
degrndadota (intempcrismo) de na.ture:za füica. quimica e m f de solo. Sob condiçôts natuiais, podem ser ncce$$âl'lo, 2
biológica sobre as rochas, originando partícul;:is de diferentes a J dias para um solo a_rgiJOSoC) retornar i CC após um pc-dodo
tam.anhos (Tabela U) que constiluirão a estn llura do solo. de muita chuva,
A íraç:\o orgânica, mais c-0nhccida como m:uéri:t orginka do Pelo fato de o wlo :itgll050 apresent:ir maior quantida•
solo ou humus, rt'$\lha da detomposiçào biológica. de animais, de de poros menores, ele tem maior capacidade de estocar
microrganismos e principalmente V'<'gctais. Em cquilíbtlo com água, ou scj11. maior CC que o solo a renoso. Assim, o w lo
a fase sólida, cncont~•se a f.asc líquida do solo. formada por arenoso apresenta baixa capacidade de campo e é bem aeni•
uma solução aquos.1 diluída. A rase gasosa ge~lmente ntà cm do. enqwmto o argiloso tem alta CC. embora menos a.erado.
equilíbrio com a atmosfera. O ideal para o deM:nvolvimentO da.s plantas é uma esltutun
A esuutura do solo afeta a porosidde. que C$d1ligada d i• de solo qut' represente um balinceamento entrt retendo de
retamente à retenção da água e à atDç:ão. Solos arenosos têm âgua e acr.içâo.
rei.ativamente balJca área $Upetfic.ial por grama de sol~ com Assim COtn() na$ c:élulas, pode--se conslder:i.r o potencb.J de
espaços relativamente grandes. ou canais entre as pardculo.s, âg1,1a ( f'} da $Oluç$0 do solo tendo dois oomponenteS. o pote-o•
ex:itamen1e o oposto de um solo argiJoso. Portanto, solos ar• cial osm6t.ico (f') e o pc:,tend aJ de preuio (t,)•Quan10 mais
gilosos que apresentam mkroporos ou poros capUaret rctcr;to seco estl\'er o solo, menor será o $t"U , . Na maioria dos solos,
mais ág1,1a. que sotos artn0$0S, que apresentam poros de maior em razão dea (a.se liquida ser bu:t:inte diluída. o y,~ da $0luçào
,.HA.m,:t.rt.1
t genlmeme desprnfVd, aprollmandO•se de uro. algo ('ffl
torno de --0,02 MPa. Pon:into, e.xceto cm solos salinos.. n()S
Atrno6'en eit1ema quais o lf. pode atingir valores a.ti m<'.$.mO menore,, que ..o.?
• • -94
MPa folhas
MPa, o f do solo i determinado principalmente pdo pottn•
'1':-1 MPa
dai de pressão negati,-o (-•)·
Para solos um.idos, o -,, encontra-se próXlfll() a uro. no
entanto. à medida que ãgua i evaporada e nio rtpOS,l:a. o .-,
dimjnui, reduzindo consequentemente o ,. Alguns tt.xtos
atribuem essa diminuiç&o do li' ao potcncia.1 mitrico ( ...,. e
não ao lf, negativo. Mas o v,. do solo dtriva primarfamcntc
da preuão local, causada pela capilaridade e pd.a int(raçio d.a
água com as. superficles $Õlklas do solo. Neste capitulo. scri
comiderado o 'I' o componen1e principal rcspoosi\'d pd.a di-
minuição do , do solo.
A ocorr~nd.a do pottnda.1 de pl'f:s.sâo negativo ( --,) oo solo
~à lig;i;da ao &to dt a :ig\g apr~ntar alta tensão supc-.rlicfal
A água :u;borvida pdo solo na CC ou ab:iim desse pooto C
encontnda (m cana.is capilares ou espaços intersticiais entre:
panículas de solo. À medida que o solo ,'lli secando. a âgua
é lnkialmcnte rc:movida dos espaço,s maiores entre :li parti•
culas. Neuas condi,çõe$. a igu.1 forma uma 6na. cam:.Ja (fiJ.
me) cnvolwndo :i. superfkk das partículas. Coníonnc 4 :igua.
evapora eles.se filme, ou l .ahsorvidai pcla.s raízes. :i. interface
Fll"nl 1,11 Variaçio doi v,tlorts dt•tntt10 solo.asraltts.•s folhas e a.r-águ:i. retrai ~ os pequenos npaços entre as pattku•
a 11mosf.cra. A'9,.a se mow e,,pooi.neamente do solo pa,a a atmos,, las do $0lo. Isso crb. meniscos microscópic:0$ oom supctfl•
fer•. ~uando pela p&,nta a favo, de um graditn(e dt 1J1. ci.es muito pequenas e curvas. O raio dos mcniKos diminui
14 Fisiologia Vegetal
- - - - - -- - -- - --------
progressivamente, e a tensão superficial na interface ar-água submetidas à deficiência hídrica, que apresentarão si na is de
promove um a crescente pressão negativa (- y, ). Consequen - estresse hídrico e redução no crescimento antes de o Y, do solo
temente, o conteúdo de água no solo, na ou Pabaixo da CC, chegar ao PMP. Assi m como a retenção, a faixa de disponibili-
estará sob tensão (- y,r), e o potencial de água será negativo. dade de água para as plantas é maior nos solos argilosos (com
O potencial de pressão negativo desenvolvido nas pequenas maior superfície) que nos arenosos.
superfícies curvas pode ser estimado pela fórmula :
- 2T Absorção e movimento radial
t/J = - - (1 .10)
P r de água nas raízes
em que T é a tensão superficial da água (7,28 x 10-s MPa m-1) Nas plantas, o sistema de raízes é tão complexo quanto a parte
e ré o raio de curvatura do menisco. Quando esse raio for bem aérea em sua diversidade, apresentando muitas interações com
pequeno, como ocorre nos solos secos, o valor do v, será mui - a matriz do solo e com a grande quantidade de organismos
to negativo. Logo, a força com a qual a água do sc:io é retida que o circundam. O sistema de raízes exerce várias funções
aumenta consideravelmente à medida que, durante a secagem, importantes, como sustentação da planta, armazenamento de
os poros de maior diâmetro são esvaziados e a água permane- reservas, síntese de substâncias importantes e absorção de nu-
ce apenas nos poros mais finos. trientes. Além disso, a maior parte da água que as plantas ad-
Quando a água é removida pelas raízes do solo próximo a quirem é absorvida pelas raízes. Toda absorção da água ocorre
elas, na rizosfera, pode ocorrer uma tensão (-y,) diminuin- em virtude de um gradiente decrescente de y, entre o meio em
do o 1/' dessa região, o que facilita o movimento'° da água em que as raízes se encontram e o xilema destas. O gradiente pode
direção às raízes. A taxa desse movimento de água no solo ser menor ou maior, dependendo da taxa de transpiração da
dependerá da magnitude do gradiente de pressão e da condu- planta. As principais forças envolvidas na absorção de água
tividade hidráulica do solo. Essa condutividade é uma medida pelas raízes podem ser descritas como:
da facilidade com que a água se move pelo solo. Solo argiloso
(t/Jp + t/1.)_ -(t/Jp + tfJ.),aà
apresenta baixa condutividade hidráulica em razão dos seus Absorção (1.11)
pequenos espaços; o contrário é válido para o solo arenoso. ,_+ rra1,
A absorção de água pelas plantas só ocorre se houver um Em que y,P e 1/'.,, são os potenciais de pressão e osmótico e r a
gradiente favorável de v, entre o solo e as raízes (ver Figu- resistência ao fluxo (segundos cm- 1), respectivamente.
ra 1.11). Em um solo perdendo água permanentemente por A água é principalmente absorvida pelas raízes mais finas,
evapotranspiração durante o dia, as plantas terão dificulda- que se encontram em íntimo contato com um maior volume
des crescentes de retirar água para balancear a perdida por de solo por unidade de volume de raiz. Nessas raízes finas, a
transpiração, levando a uma perda de pressão de turgor ou zona de maior absorção de água está situada na porção suba-
murchamento. No entanto, com a quase total interrupção da picai, entre o meristema e a região de cutinização e suberiza-
transpiração à noite, o turgor das plantas poderá ser recu- ção; são regiões que podem distar 0,5 cm da ponta das raízes
perado. e se estender até 10 cm. Essa zona geralmente corresponde à
Eventualmente, o potencial de água no solo pode chegar a região de maturação celular, isto é, onde os tecidos vasculares,
um nível tão baixo ( V, do solo se torna inferior ou igual ao em particular o xilema, têm iniciado a diferenciação.
v, das raízes), que, mesmo impedindo totalmente a perda de A zona de mais rápida e maior absorção de água coinci-
água, a planta não consegue recuperar a pressão de turgor. de com a região de maior incidência de pelos absorventes nas
Esse nível é chamado de ponto de murchamento permanente raízes (Figura 1.12). Os pelos são extensões rnícroscópicas
(PMP). No PMP, as plantas permanecem murchas, com pres- das células epidérmicas, que aumentam muito a área super-
são de turgor nula mesmo à noite, e o turgor só poderá ser ficial das raízes em contato intimo com os filmes de água que
recuperado se mais água for adicionada ao solo.
O valor real do PMP é relativamente baixo para solo are-
noso (1 a 2%) e alto para solo argiloso (20 a 30%). Entretanto,
independentemente do tipo de solo, o V, no PMP apresenta
(0
certa uniformidade. Na agricultura e na ciência dos solos, um 'C o
v,do solo de -1,5 MPa é considerado norma para.o PMP. Para -8·~
::, ...
;,::O
outras espécies de interesse ecológico, o V, do solo no PMP e:
ci.C
1/)

(0 (0
pode variar entre -4 e -1 MPa. Desse modo, lembrando que o ~
v,"' das células varia entre as espécies de plantas, diferentemen-
te da CC, o PMP não deve ser considerado uma propriedade
exclusiva do solo.
De maneira aproximada, estabeleceu-se que a disponibili-
dade de água do solo para as plantas está compreendida entre
a CC e o PMP. Mas nem toda água nessa faixa está unifor-
memente disponível, pois a retirada de água se torna pro- Raiz
gressivamente mais difícil à medida que o 1/' do solo diminui Figura 1.12 Variação da quantidade de água absorvida nas diferentes
em direção ao PMP. Isso é facilmente observado em plantas regiões das raízes.
Capítulo 1 ❖ Relações Hídricas 15

circundam as partículas do solo (Figura 1.13). Isso aumenta apreciável transferência de água de um para o outro quando
muito a capacidade de absorção de água e nutrientes do solo, esta cruza o córtex da raiz. Na realidade, a água do apoplas-
pois os pelos absorventes podem constituir mais de 60% da to está em constante equilíbrio com a água do simplasto e do
área superficial das regiões apicais das raízes. Com o cresci- vacúolo.
mento, ocorre progressivamente a substituição dos pelos ab- Nas regiões mais jovens próximas ao ápice das raízes, a água
sorventes que funcionam por apenas alguns dias, de modo fluirá diretamente do córtex para dentro do xilema em desen-
que, permanentemente, a zona pilosa das raízes está em con- volvimento, encontrando relativamente pouca resistência ao
tato com novas regiões do solo. longo do caminho. Os vasos do xilema localizam-se no centro
As regiões mais maduras das raízes podem dispor de ca- das raízes, em uma região conhecida como esteio. Nas regiões
madas externas de tecidos com paredes celulares contendo mais maduras, circundando o esteio encontra-se uma camada
materiais hidrofóbicos que dificultam a absorção de água. No de células conhecida como endoderme (Figura 1.1 3).
entanto, para espécies arbóreas, especialmente durante os pe- Na raízes, a parede das células da endoderme apresenta um
ríodos de dorméncia, as regiões mais velhas das raízes conse- espessamento característico, chamado de estrias de Caspary.
guem absorver quantidade significativa de água. Essas estrias são principalmente compostas de suberina, urna
Após a água ter sido absorvida nos pelos ou nas células mistura complexa de substâncias hidrofóbicas, ácidos graxos
da epiderme da raiz, ela precisa se movimentar radialmente de cadeia longa e alcoóis, que ocupam os espaços entre as mi-
atravessando o córtex para chegar aos elementos do xilema crofibrilas de celulose e os espaços intercelulares. Com isso, na
localizados no centro do órgão (Figura 1.13). Existem três ca- endoderme, as estrias de Caspary apresentam -se como uma
minhos possíveis para o movimento da água da epiderme até a barreira física efetiva ao movimento radial de água pelo apo-
endoderme das raízes: a via do apoplasto, a da transmembrana plasto. O resultado é que a água se move para dentro e para
e a do sirnplasto (Figura 1.13). A via apoplasto verifica-se por fora do esteio somente passando pelas membranas das células
um caminho contínuo representado pelas paredes celulares e da endoderme, ou seja, a endoderme é que oferece a maior
os espaços intercelulares; nela, portanto, a água não atravessa resistência ao movimento de água pela raiz.
nenhuma membrana. Nas raízes com crescimento secundário, geralmente a en-
Tanto na via transmembrana quanto pelo simplasto, a água doderme é eliminada com o córtex. Naquelas regiões mais
necessita atravessar membranas. No caso do caminho trans- velhas que permanecem com crescimento primário, frequen-
membrana, há passagem de água por meio de várias mem- temente se desenvolvem paredes secundárias espessas. A for-
branas, entrando em uma célula de um lado e saindo do outro mação dessas paredes pode não ocorrer em algumas células da
para entrar em outra célula. A água atravessa pelo menos duas endoderme opostas aos polos do xilema, que retêm as estrias
membranas de cada célula, isso quando o tonoplasto não está de Caspary e não sofrem espessamentos adicionais. Essas cé-
envolvido. lulas denominam-se células de passagem e, nesses casos, são
O sirnplasto consiste no espaço ocupado por citoplasmas importantes para a passagem de água, bem como de minerais,
de células interconectadas por plasmodesmas (microporos), pela endoderme em direção ao xilema.
pelos quais a água caminha de uma célula para outra. A im- Após atravessar a endoderme, já dentro do esteio, a água
portância relativa das vias apoplasto, transmembrana e sim- encontra resistências semelhantes àquelas do córtex, podendo
plasto ainda não está claramente estabelecida. Esses caminhos voltar a se mover nas paredes celulares (apoplasto) e, a parti r
não são, necessariamente, mutuamente excludentes, existindo de então, chegar ao lume dos elementos de vaso e traqueídes.

Via do simplasto e
da transmembrana

Estria de
Caspary
Agua
XUema
.' .

-
>.
-- I
J

Esteio
)___...
1'. - ,
~ .. ' / ,•

Endoderme

Córtex

Figura 1.13 Seção trans11ersal d e uma raiz com diferentes t ecidos, que vão desde a epiderme (mais ex tern amente) até o xi lema (m ais in ternamen·
te); os pelos absor11entes estão em Intimo contato com film es d e água que circund am as part íc ulas de solo.
16 Fisiologia Vegetal

Assim como na absorção, independentemente do caminho água mais eficientes que os traqueídes; no entanto, as bolhas
do movimento radial, o fluxo de água dependerá do gradiente de ar que podem ser formadas no interior dos vasos causam,
decrescente de potencial de água entre o xilema e a solução
em geral, maior obstrução ao fluxo de água nos primeiros que
do solo em contato com a superfície das raízes. Esse gradien - nos últimos.
te aumenta com o estabelecimento de uma pressão negativa
Diferentemente do movimento radial na raiz, a resistência
(tensão) dentro do xilema, em decorrência da evaporação de
ao fluxo de água no xilema é relativamente menor, dada a au -
água nas folhas (transpiração} .
sência de citoplasma. Além disso, as placas de perfuração dos
elementos de vaso permitem que a água se mova livremente.
Movimento ascendente de água no xilema O movimento de água no xilema é um fluxo em massa gerado
O principal tecido condutor de água nas plantas é o xilema, por um gradiente de potencial de pressão (tll/!p) entre as extre-
responsável também pela condução de minerais, de algumas midades do sistema condutor.
pequenas moléculas orgânicas e por sua sustentação. Compa- Quando soluções marcadas com corantes, solutos radioati-
rado com a complexidade do movimento radial, no xilema 0 vos ou água contendo 3 H ou 18 0 são administrados à planta,
caminho da água é mais simples, apresentando baixa resistên- os pulsos radioativos são rapidamente detectados nos vasos
cia. Com o floema, o xilema se constitui de um sistema con- e traqueídes, de modo a possibilitar o acompanhamento do
tínuo de tecido vascular que se estende pelo corpo da planta movimento da seiva. A velocidade do movimento pode variar
(Figura 1.14 A) . As células condutoras no xilema têm anato- de I m h- 1 (0,3 mm s- 1) até, em casos extremos, 45 m h- 1 ( 13
mia especializada que as capacita a transportar grandes quan- mm s- 1). Tem-se estimado que, para o movimento de água em
tidades de água com muita eficiência. um vaso do xilema de 80 µm de diâmetro a uma velocidade
Existem dois tipos básicos de células condutoras no xilema, de 4 mm s- 1, seja necessário um 111/f = 0,02 MPa m - 1• Esse va-
os traqueídes e os elementos de vaso, ambos mortos. Consti- lor é extremamente inferior ao gradiente de potencial de água
tuem -se de células alongadas com paredes secundárias nas (111/f) exigido para a água se movimentar radialmente nas ra-
quais ocorrem as pontoações (Figura 1.14 B). As pontoações ízes, que é estimado em 2 x 108 MPa nr 1•
dos traqueídes pontiagudos concentram-se nas extremida- Considera-se que o tll/!p = 0,02 MPa m - 1 é necessário para
des, conectando-os com o traqueíde vizinho. Os elementos vencer as resistências do movimento de água inerentes à es-
de vaso, além das pontoações, apresentam perfurações áreas trutura dos tecidos condutores, como superfícies irregulares
destituídas de paredes primária e secundária. As perfurações nas paredes, perfurações etc. No entanto, somada a essas resis-
podem ocorrer lateralmente, mas geralmente surgem nas pa-
redes terminais (placa de perfuração), de modo que os ele-
tências existe a força da gravidade, que é de 0,01 MPa m - 1• Se
forem consideradas árvores de grande porte como a sequoia
1
mentos de vaso são unidos por placas de perfuração consti- (Sequoia sempervirens), cujo movimento de água das raízes
tuindo colunas contínuas e longas, chamadas de vasos. até as folhas pode envolver distâncias de cerca de 100 m, esti-
O traqueíde, considerado evolutivamente mais primitivo ma-se a necessidade de um t:.1/!P= 3 MPa (0,02 + 0,01 = 0,03
que o elemento de vaso, é o único tipo de célula condutora de MPa m -1 x 100 m = 3 MPa), ou seja, 29,6 atrn para vencer o
água nas gimnospermas. O xilema da grande maioria das an- somatório de todas as resistências.
giospermas é formado predominantemente por elementos de Nesse contexto, o que sempre interessou muito aos fi-
vaso. Acredita-se que os elementos de vaso são condutores de siologistas de plantas foi entender como o '11/fP é gerado.

.i
1,
1 -, - Córtex
/ Placa de
Placa de
V perfuração
composta

Endoderme
slmt
perfuração
g
o o
o
~o


~~ o o

~ r~
qf~J ~
\ ) Pootoaç<>,s
.i

A
• 1

B
V
Traqueides Elementos de vaso
Figura 1.14 A. Seção transversal de tecido vascular de raízes Jovens, com destaque para os grandes vasos do xilema. e. Estrutura de traquefdes e
elementos de vaso envolvidos no transporte de água pelo xilema.
Capitulo 1 <- Relações Hidricas 17

0:1':1mcntt\ salw -i-e que difacntes fon;ns podem pro\'ornr o potcncinl de . gua ( ) dn sei, do xile.ma. Essa redução do
1110nmc-nto Je • gun no xilcma. como n prc. ão positi\. dt\ , gcrn um movimento de águn pnss.1 ndo d.is células corticais
rni z e a \'.'llpil ,ridoJe. Entn:t. nto, n teoria consillernJn mnis pnrn o e. tclo ,1trnn~ssando as membranas das caulas da endo-
!llllpkt,, parn e~1,licnr os movimrntos n mniorcs distimcias é dcrmc (ver nbord.1gem anterior sobre ab orção e mmirnento
o t ria d., coesão e ten, iio. qul' comhinn n trnnspir.,çüo com n r.,dinl de água nas raízes), originando então uma pressão hi-
aho fon,-a de COõ iio entre ns molé ulns de ngun porn cx-plicnr drostt\ticn posith'U no xilcma. 1 esse caso, as raizes podem sa
ll fom1n io Jo .iv'r· comparadas n um simples osmômetro em que a end derme
constitui n membrana semipermcivel, os ians acumulados no
Pr s ão positiva da raiz xilemn representam o soluto dissolvido e os \"asas do xilema
orno já mcnci nndo. a ÍOJ\·n motriz que dirige o mo\'imcnto compreendem o tubo vertical (ver Figura 1.6).
dn i:un peln miz t: rcpn•, entadn pcln difc.rençu de potcncinl A pressão positiva da raiz é maior em plantas bem hidratn -
de ógun entre n solução do . oi nn supcrficie da raiz e n scivn dns, sob condições de alta umidade relativa do ar, acarretando.
Jo xllcmn. potencial ru móti o ( contribui relntivamcnte nessa situação, pouca transpiração. e de solos com boas con-
pou pnra o potencial de ngun no x.ilcma em plnntns com alta dições de umidade. Em plantas com alta taxa lranspiratória, a
trnnspirnt rin. mas i: importante n l nb.-ns \'docidades de absorção. o transporte e a perda de água para a atmosfera são
tmnspirn : o, lc\undo ao de. envol\'imento de um fenômeno tão r.ipidos que a pressão positiva no xilema nunca se dese.n-
nh ido como pressão pos itiv:i da raiz. O y,..,, nessa situação, \'Ol\'e. Nesses casos, ocorre na realidade o estabelecimento de
atlngt• o seus nh'cis mais baixos cm plantas dt•sfolhadns cm uma pressão negativa. Por causa das variações das condições
que o trnn pirnção t: zero. ambientais, a pressão positiva da raiz varia continuamente du-
A pre -o po itivn dn rniz t: facilmente \'isunlizndn quando rante o dia e entre as estações do ano. fa:istem também gran-
o c.-iulc de umn plnnta hcrb:kcn é cortndo acima dn linho do des diferenças entre espéàes, ,-ariando de 0,05 a 0,5 ~lPa.
olo; nc a ondiçüo, o seirn do x.ilcma exsudani na superficie Considerando que a pressão positiva da raiz não é um fe-
rtadn por ,-:trins horas. Essn pressão pode ser medida a par- nõmcno observado em todas as espécies, que no xilema de
tir do acopl. mcnto de um manômetro à e..,1remidadc cortada plant:is sob elevada taxa transpiratória ocorre tensão (pressão
(Figuro 1.15). A pre ,-ão da raiz pode ser interpretada como negativ.1) e que a pressão medida é muito menor que aquela
uma pre ão hidrostóticn no xilema. entretanto cln leva esse necessária pam vencer o somatório das resistências para che-
nome porque n força que cau a o movimento da seiva que ex- gar ao topo de uma ir,·ore de 100 m, por exemplo (3 MPa),
uda se origino nn rnii.. fica claro que esse fenômeno não é o responsável pela ascensão
Como e de envolve o pressão positi,':l da raiz? Da solução da sch'a cm todos os casos.
diluída do solo, ns raius nb orvem íon , que são transportados A ma.is óbvio e,1dência da existência de urna pressão positi-
pJrn o e relo e depositados ntivnmentc no xilema. O acúmulo \'3 nns mízes é a ocorrêncfa de un, fenômeno conhecido como

Jr fons diminui o potencial osmótico e, consequentemente, gutaçtlo (Figura 1.16), que consiste na eliminaçiio de liquido

r Men=üno

de n111nõm Iro. dl positivo ull· Figura 1.16 Folh \ de mu 1 , ri/ara apr ~ t n


r lz. A p, ~ ~ o I de ~e,
obt ida manh . Obser "' s r i\o d 9011 ulas de água pel
s b o,ç o de !]Uil I s 1.ilz,s e t o I alluidos n<1 s rnal!J ns dos ltmbos das falh
Klnupp.
18 Fi5iologl.tVtgetal

pdas fofüu. JVlm JiidatM1(1S.. 0:- hida1t'ldi(l) slo ("01'\ll- ~ mr• roos dt•nwn1~1,: 1.lr va.so. Niu r.111.cs, 11 111c1wr p•otcnc:lal de :igu,
lhantti :ins õ1{1m:11os. "'aliudos 11obrc hJ'-'ÇN, inttt\"<'lufam (nuis 1'1f't:J\i,'l1) d.- sch•a dl1 >ilkma fará a tigu., se mm·er en,
Ja çJWidt>rnlt" dss folhis. Ab:tlxo í.l<!i!>l'S roros. <'Xht<' um t«ido dif(\'Ao a~ clcmMIIOS condu101-cs, , ,ind"' d;a solu-;âo do 5Qlo,
(rouxo 11dj.1t'l'nlc e nn ronu.to dir..-10 rom a.,\ 1crminaçõd do .11rnw.ss,1ndo o cMll'X t" a cndodc.'rmt, A tc-ori.a Ja COes:à() e
x:iknu. chamado rpitcma. A gu1:ição (' mal.i: J'í."n."tpti,·d qu:1n, t\"lu:io (mklamcnt:Me ma cxislt'ncia de um,, <olun:1 COntinu,
do a trnnsplni('Ao é wprimida e :i umidade n'-t:uiw1 do ;art do de água indo 1.fa pon1.a das rai;:.c:,S.. 1>assando 1\(IO c,,ul(', a1ê as
solo# ah 11. o que g<'ralrnrnt<' C'lC'(lrrt dur.mtt 3 m)i'!e. Tut:t·st ,,1uL1s do mcsofilo das folha.s.
dr um ÍfflÕm<'OO muilo fn"qm.•ntt ('m pl.1ntas dr llores.c:u plu• ~ na su1>trficic Ja.5 pan-de$ cclul,m.':\ d:1s folhas que ~ (k.
,iai$ tropkai.s.. romo a florcs111 arn:aiônic.1. No <'nla.nlo, ex..-m. se,woh-t a prc55:l0 ncg.ativa que causa. o movlm<"nto asc('c,.
rios coniquciros s.lo as sous dt" igua robl'<' a lilmina foliar de dente cb sci\'B no xilrma, A água. nos rspaços lntcrcelularts
snunlnr.3s; e ao IM(!<> da m:.l(Sí."nl de folhas dr algumas C$Jl'('• do t11esofilo ($1:i sujcit.i às mesmas forças de 1ensão su~rfi.
dc:s d~ plantas he1'bk<'as. pda manhã. dai cncon1rada..s oos poros c:apilal'<'s do solo (\'c r item Agun
no solo), A igua en,'óh't II supcrfici<' d.is cêlulas do mesofilo
Capilaridade como uma fina pt'licufo, aderida ã.s microfibril:1.s de celulose 1
St' um tubo c.apiJar de vidro ab<'rto nas <'Xtremidadc-s for in• r ou1r.is sup«r1ci($ hidrofilicas.. As células do mesofilo C$4io
(:11'1 ron1ato dir((O com a atmosfera por um extenso sis1eina
strido ,~rtk.a.lmcn1t" cm urn \'Olumc de âgu:t. o liquido subiri
pelo tubo acima da surerficic ~ âgua, Esse- fcnómmo ê cha- dt" c,sp:l(OS in1e1ttlulares. lnicialmen1t, C\':tiJXlra•S<' a igua do
ma.do de capilaridade t" 5t di pd.a intl-r.&Çâo de fotçu como <klg,,do filme qi,e m'nlr ('.$$e$ es1>aços. Corno a água é per.
dida par111 stmosíera, a in1erí11ce ar-liquido recrai-s,c 110$ in-
adl'.Sâo, coaõo e te,1s,lo tupN"fei•d da água com a /or(tt ,Ia
1erstídos da p.imlc: celubr (Figura 1. 17). Isso cria mrnlscos
gr,wulade agindo sobre a M1un3 dt ólgua. A for(.a de adcs.io ~
miaoscópicos cun'OS na suprrfici<' ar-águ;1.
gmad2 pela arnção entre a$ moléculas de água (dipolo) eo _u,.
À ltl(J)(b que aumenta a n·,1por.1çlo da :igua da par4:de. a
pttfidc interna do h1bo, quc-r stj3 o tubo de ,,Miro, qt>tt sejam
interfatt ar-ãgua d"em·olv< nw:niscos de raios cada Vtt me•
(lcmentos traqueaii; do xi.lema. A mc-dida que ocont o fluxo
norcs. e a tensão supcrf,cial lle$$11 Interface promow: progres.
ck .ágw ao longo da parede do 1ubo. as íorças dt C()C$5o tnlrt"
si,•amcnte uma píl.'$s.lo Qda ,-ei mais ne&3tlva (,·cr cquaçio
u molérula.s d< água agem ·puxando"' o "oiume de ãgua no 1.10), a qlAI tende a desk>car mais liquido em dlr~io a tSSl
int<'rior do tubo. Essa wbida da ~t,.'Ua rontitlu11 atê es.sas forças
superfide, Em tal.iode a coluna dt- água ser continua, esse po-
scn:m balanc<ada.s pela íorça da gr.nidadc
1et1Clal ~ pmsão ocg.ali~ ou lcn$âO. é lransmilido por tO(i,
Quanto mais tslft'ito o tub~ m:iis alto a :igua subirà, cm
a coluna atê o solo ad;actnle à r.1iz, Como rtsuhado. a igua i
, irltid(' cb.s forçu atr.iti\'llS da supcrlicit, que$~ mtlom cm literalmente •ammda" pela plan1a. da$ raízes até a supt"rRdt
rdaçio à da gra,idide. ou stja., a subida da água cm um tubo d.:tS cilulas do mesotilo n35 folhas. Assim., .seg~1ndo ena hipô•
c.apil.lr é inw:rUmen1e proporcional ao raio do 1ubo. Em dr· tek, a (Orça moub. que dlri~ o trinspnr1e no :dlema é gtrada
mentos traquca.is d( 50 µm dt> diim<"tro, a água sobe a uma aJ. na inu,rf.ic;, :ar-:igu:i. d~ntro du íolh :H, pro\.lOC:ando qu•dà do
tura de cerca de 0.6 m; Já tm elementos de ,,a,so tom diám<'tro V', e, ronseque:ntemente, do f'.
dt 400 j.Lffl, subi.ri apC'nU 0,08 m. Com base lle$Sel'i m.imero:s. E\'idinctls indiretas lêm corrobOJado a teoria da coesão t
o m()1.'1mtnto ascendtnte da água por c.pilaridade no xilcma tensão, por indic.al't'm qU< a água no x.ikma dt plantas trans•
pode: w eonsidt"rado importante somc:nle par.i plan1as ,·as• pirando apr<Senta significativa tC'n$ãO, Por exemplo, com o
culues <k pequeno porte. Logo. a capilaridade é lnsuftci<'nlr rófnpimc:nto da ooluna oon1inua (etl\'itação). a água r«ua
par,1 c:xplicar o me<:anismo geral de asc<'nsio da seM no xi• rip1damen1e, produzindo vibrações que podem ser ouvidas a
lt"ma partir dt' 11mplificaçõt$ ult....wónicas, Além disso. se o rom•
pime-nto d:a coluna for (eito a partir do corte do cauJt abalxo
Teoria da coesão e tensão de uma superíidc com soluç3ó colorida. fa cilmente é visual!•
Nas plantas ,·ascuJares. a água chcg.;1 alt as (olhas por meio r.ada a ripida. 11bsorçào da solução p.ara dentro dos d<'mentos
do x.ilema. qu< aprtsent.a muitas ramifKações, formando unu lr;iqueais. Acolor:l(lo ar1if,cial ili: llorcs baseia-se cx.atamcnlt
intrincada rede de ,·.uos no limbo foliar. Em ,<irtud(' d,1 lr,ms• llCSSC' princípio..
piraçio qut as plantas g,ralmc-ntc: aptõCntam, é muito impo~- Ou1ras t'l'idlncl:is cn\'olvcm medidas da espessura do cauk
u.nte que a águ.a perdida seja rapidamtntt rq>0$t/l. Para expl1• e avaliação dirt~ da lcruâo nos ,•asos do xilem:i. Por inttmit•
e.ar a aJCmsão da $tiva no 1. 1Jema, a 1roria m.ais a.,nplan)Cfttt dio ~ medida$ stn~h~is com dendrógrafos, usados JXlr.l me•
aceita t .ida coesão e 1en.sâo. dtlalhada inkialmenlt por H. H. dir pequena$ mudanças no dlimelro de 01ules, tem sido ob·
Di.lon,cm 1914. serv:ido drcriscimo na espC'SSura dos caules durante per,odos
A rq:,os:ição da âgu.a nas folha r1.•suh.a de uma diminuição de lt:111$pér~<lo ativa e retorno quando a ir.inspiração declina.
no rotencial d(' á1,ru.a causada pela t,·a.pon.ç.;l.o nc-ss_cs órg~os, Alêm dls~ foi poss.íwJ íaur medidas diretas da tensão nos
qut pro,roari o cam:amtnto dt" água dos terminais do XJI('• W50$ do xilrm.1 com a bomba de pl'C'ssão, técnic.a dcse1wolvi•
ma. Do xiJtma. a ãgua , "'puxada'" jun10 às paredes celulares da por P, F. Scholander (Scholandt'.'r ti nl., 1965). CortandO·$C
pu~ dt"n1r<> das ,,lulas da (olha. Com<> resultadó d-1 rcmo<'lo um11 folha ou wn ramo da pl.1nta dur.ante a 1ranspir3çio, as
dt água do li)('rna, a~"ª fica sob ten!loão (ptcssào llC'~Liva), colunas de ág11a recuam abrup1amente para o interior Jo te•
lraru.miltda para as rtglôcs iJl(rrioles da. pbnla att as. raizts, cldo. abaixo Ja ,uperíície cortad11, por causa da tensão. A co-
prlas roluna.s contínuas de: água cxi.Stcntçs n()S 1r.1quetdes ou luna <1t Agua pode ,c.r fo~da para o ~minho contririo :ilé a
Capitulo 1 o, Relaç()M Hld11Gn Iq

( T'TT'T'

Evil()(lr;...;~

lnterlaoo
ar-liQmdo

Figur.a 1. 17 Actr,1ç_.iod.1 interfa<:e a,-Jiquldo nosln1en.1itio~ d,1p,a1t'dec:elularorlginando t~ôes ou p,e ~ n~t1Vo11Sn.M foltl<K.A ~•l»'.t(Jo
.. ocorre nt1 ln1('1fo(~.,,-~u11 do ~ltnede clguaaue cobre il potre:de«lul.,, da, céfulasdo mesolilo. Com o•urMnlo d,1 evo1 pora(Ão.dnenvolvem-st
meniscos de ralos mitros(ópico.\ c;tda w,t Menores. A 1enslo superlicM-1(JUW p1t".siio ;iegatlva l\il ft1se llquldal

supcrffoic çor1:1d:a, pOI' um aumento de prcssjo induzido t'm Puu1lmt1Ué, 1ambém ê impor1,1.n1c como evidind.1 o Í:31ode-
um:l d 1m1r:a onde a p:artcda plan1:1 cst:i insc-rida (Figura 1, 18). O potencial Je ãgua ( tp) n,1 b~ de uma planl..l kr menos ne-
A m.-ignitude da pressão n«~ria ~r.i o recomo da ãgua :\ g3ti\'Q que o 1f no 1opo. prindpalmcnh~ em razão de diíerençu
sup<"rflck cortada é aprolUm.1d:1men1e igual ?1tensão que exis• do componenle potencial de pressão. As evidinetJ.~ 1ndk-am
tia m.'l xiJema. Com esse dl.spos.lllvo, tt!m•se m1..-dido tensões com darel.l que a colun.l de :i,gu.a do xilema e liter,1Jmcnte pu•
no xllem:a d:i ordem de --0.S :t - 2,S MP:t em pbntas sob alta x:ida p:tr.1 2 parle superior de uma pl::l.nt:i \'UCUbr e-m rcspO$U
12.xa 1r:1nsplratóri3. 3 transpirllçlo.
A teori::t Cchanuda de coddo e t.:nsào porque: requer que :i.-s
.,.. propriedades coesivas d3 igu~ coo.s1g:im .supcirl:u h:ns.io da
"' coluna de 1.lgua do :dkm,:i, ou seja., ~ mu110 1.mportanle que: a
coluna continua de ãgua St"J:l m::unid:t.. ~ n«®n o ltmbr.ir.
lambem. que ,1 adesio das molkula.s de igua is paredts dos
traqucid,:s e \'.tSOS do d lem:i i: ~.s p:ued<S d:a.s cnul.as d.u folh~
,: r.aius ê tão impor1:i,ue pa~ a ;uccnsio d.a sciw, quanto :a
tensão e a coesão.
A manu1cnç..\o da in1egridadc: da coluna de JS'J.l ou 1 resi.s•
té-nci:i ã rupt1.1r,1 dew:m•~ ;i força tfosil da .lgua. que i :tlt;i t-m
virtude das íorç:LS CO<siva.s C'Olrt J.S molc<ul.Js d..- igu.l. Eu=-
forç:i tênsil Jeptndc do Jiimt'tro e d.is c3r.,,c1crisdc.u ili p:ate~
dt' do condu10. no caso o .x.ilema, e tambim dos g;a.~ (' w lutos
d issolvidos. A forç3 tênsil é um:i mtdida da tc:Mlo mh.iltwl
que determinado ma1eri:il pode suporlar S(m S< qu(bru. lip1•
C1meol( uma propried:ide de sólid0$.
TtnMe de-monstr:tdo que gcr.tlmt>nl(' ~ âgu:.a pura. Li,'r< de
g;a.s('S dissoMdos. écapa.td( rcsis,ir ,1 um.a 1en.são da ordem d'"
- 25 a -30 t-,!Pa ;a 20ºC. Lsso t: aprox:ima-d.imente lfl da ÍOf'Çl
Cilndro de tênsil do cobre c 10 n."tes maior que a pres.s:lo (subatmnsfiri•
gás comprimido ca) neg:,ui"a ou tensio de -3 MP..1 (~\V = J ~1Pa. Jcfüudo .11\.•
Fi9ur1 1.11 Bomba de p,esW<> uwda para medir a ti!'nWO ou p,ess.)o teriorm<nlc) r~uerida para d<'slOi.. .r ~ma coluna Jc: igua alé
nega1iva da jgua t10»1ema.. ConandcHe uM rilmo dl."' uma plillua que o Lopo de.- um3 irvorc de.- 100 m. sem que.- St'J.l 1ntcrrompid.L.
eitcio 1,an$pi1.inda, a coluna liiquid.1 no interiot do xile-ma 1ttua pa,a D1..~ modo, e<m:1ickr.a•S(' que :a forç.:a 1tru:iJ d.l .it,'Ua I su1lc1cn•
o Interior dov.»o. em dec-orréndia da tMS.io a que ela ntav<1 subme- lc p.ira e\'itar a sC'paraç.io das molii-rula.s sob tl"nslo. ll«(':S.5Ula
tida. A pre-s~a necessãrla para que a seiv.i posw emefgif na ex11c:mi•
dade cortada do ramo é ~uivalente • tensão que ei1is1i.1 na Sg...a p,e- pa.r-.l 1 ascensão dJ igua no xil('ma J(' gr:tnJes .irw1res.
St'nt e na JCilema. AquantHica,çAo dessa Pf~Si.io pode ser feita a p;u-tir Ap(Sar disso, :t gr.lnJ< l(IU.i.o que S< J..-.senvoh·e no :Oli:•
da medição d11 pre$Wo injiet.td11 n.a càm!ll"a da bomba. ma J a.s i r\'orc:s e <m outras pi.antas poJe cri.ar prublt:m:L>.
20 fhlologll Vegetal

Com o aumen10 da u~n5lo da igua, uli te uma tt'ndtncia dt' as JMrtdcs f<mc-in (racu.s. T~m-.sc (lbscrv:.ulo que plantas que
ar ser puudo pelos mkn>pc>ros du partdes celular" do xi• ap~ntam gnindes lensOO noxilcma tendem a .iprescnl~r as
lema. Altm d iss~ a água no :rUema contém dl~l'$C)$ gast$ p11redes dos elementos 1raqot"ili.S mais espessadas.
d iuohidcn. como dióxido de carbono. oxigfoio e nlt rog~- Como~<>. s!io bem estabelecidos os mecanismos que ex.
nlo. e, quando• ooluna dt' âgui está $0b tensão, o.s gases fi. plicam a absorçlo de água do solo pelas ral?.es das 1>lantas e
cam propensos• st: separar da soluçio. Con,o oonsequência, SC'U mc:wimcnlo asoendente no ,cllcma. No cn1an10. detcrmi.
furmam •U inicialmente bolhu mkroscópkas na lnteríace nadas es.pécks têm a capacidade dt absorver Agua J)Clas (o.
Agua-parede dos dcmentos tnqutais. Essas pequenas bo· lhas, 1r:uuporli -la vill xilema até as raizes onde são exsudadas,
lhas podem ~NIC'$Ct'r e cxpandlr.sc ~pidamentt' ocupando um~e«ndo O solo. Para m e 1ransporte, é neccss:lirio mai(>r
todo o condu10 do xilema,. O processo de rápida formação ,nas folh as que no solo.o que ocorre com frequência c m am.
dt' bolhu no xilema é <.hamado ca,•itaçõo, resullando na for• bkn1es ricos cm neblina. onde :1, atmosfcr.a é muilo l'1mida. A
maçlo de bolhas de ar que pro\"OGam obstrução do conduto. águi da névoa se difunde por meio das cutícul/1$ das folh:i.s,
chamada; embolia, A embolia no x:llema queb~ 11. continuida- que em ambiente Umido $0Írtm rtarranjos e .se tornam mais
de da; coluna de 6.gua. interrompendo o transporte de igua.. pcrmeíveis. e pode contribuir com att 42% do h."ór de água
O rompimento nas colunas de água do xllema não I muilo
f~ucnte; enttetanto. quando ocorre, se nio for reparado,
e,
foliar (Eller al., 2013). Como consequência. ocorre inversão
no fluxo da água, no sC'nlido atmosfor.1- planta- solo.
pode st:r p~judkiaJ i.s plantas. A ln~rsão no curso d11 âgua já foi observ.1da e m várias e$·
A apansão di cavitação no xilema pode ser impedida pécies de plintas na Cosia Ric.t. Sugeriu-se que a captação de
porque os ga.sa nio atravc:ss..m f-acilmente os pequenos po· igua da neblina pcl:as árvores pode contribuir com até 30')(,
ros d.u pont~QÕCS dos elementos de vaso e traquridcs. um do \'Olumc do$ rlc» de uma ~guio (Goldsmith cf ai,, 2013).
cídto 1ambém aU$adO peb, alta lens:io superficial da água, Em ftortGl3$ de sequoias localiudas en, rcgiôe$ com baixa
Con.ddera.ndo que osc.apllattS do ld.lcma do inttre0ooctados. prtdpltação, irvores com ati 11S melros de altura p11t:1m de
a bolha de ar não para completamente o fluxo de âgua, uma tnnspirar e absorvt"m igua pelas folhas da neblin:a vind:, do
ff1 que esta pode dcsviar do ponlo bloqueado para o condulo mar. O baixo 'f no interior do tronco cria uma força capaz de
vizinho (figun. 1.19). Ocs:sc modo. a.s pont~çõea nas ~rtdcs puxar água da atmosfera snra baixo, até a àt\·ore se rddra1ar
do xUemi auxiliam no isolamento da bolha de ar cm um Uni• (BurgC$$ e Oawson, 2004). No Brasil. C$.S.1 inversão no mo•
co tnque,dc ou demento de \ '3.$0, restringindo a cavitação. vimento da água tambê-m tem sido observada em espécies
Além disso, muitas planta.e; têm crescimento ,secundário. cm como Drimys brasiliensis,. Myrsine umbelfata e Ercmanthu.s
que um DO\'O xilem.a l formado a cada ano. Além da embolia,. erythropappv.s, abundantts em Ooresta tropical monta.na ne•
a água sob te::nr.âo desenvolve uma força interna dentro dos bular da Sma da; Mantiqueira (Eller ct ai., 2013; EUer ct at.,
~cmcnt01 tn.qucais do xilcma, pro\'OCUldOuma tendi!:ncia ao 2016).
colapso. No entanto. esses clement0$ somente colapsariam $C
Transpiração
A perda de água; pelas planta$ na forma de vapor é conhecida

ss o : ~ ....AwUI . .
como transpiração. E.S$t prOCt:$$0 pode ser C:On$idtrado do mi•
nante na rdaçlo âgu:a-planta. A cvaporaç!o da água produz o
gradiente~ !f, a a11$1 prlncip:1il do movimento da água pelo
rj)cma., controlando • tau de 1bsorçlo e 3$Ccn.slo d:a seiva.
Cerca de 95% de toda âgua absorvida pclu plantu é per•
dkla pela transpiração. sendo o rcs1an1e (ou menc,$) usado
......... o
o
o
no metabolismo e crescimento. As planta.s de maior Interesse
do ponto de vista de produçio agr,c:ola são a.s que aprcsen•
tam nuiores tuas de 1ransplraçlo. Frequenlcmcnte, muitas
«ntenas de litros de âgua do requeridu para produtir cada
quiJogn.ma de massa seca; trans.piração excessiva pode levar
a significativa redução na produtividade. Um ponto de dls·
cus.são ainda é se a lranspiraçio apresenta alguma vantagem
às plantas, uma vtt que a perda intensa de água 1em pro·
fundas impliaç6e$ para o crcscimen10. S<m a transpiração.
uma única chuva ou irrig,açio poderia prover àgua su.fidcnlt
para o cres.ci.menlo de algumas espécies de pla.nlas, conside•
rando que a cobertura vtgttal tenha impedMo a evaporaçlo
do $0lo.
A 1rarupiração pode ocorrer em quaJqucr parte do org-a•
Rgura 1.1, For~~ grand,e:s, ~ s dt ,r no inteoof doxílem._
n4mo vtgetal acima do solo; no entanto, apesar de uma pc·
dwnada ernbc:lk como rewltfdo da cav~. ~vio do tll.f.lO d~ quena quantidade <k àgua ser perdida por meio de peque~
~!.li para 'f;\SOS ~ J ~tt'\ ffll mio cb embolia. aberturas da c.uca de caules e ramos jovens (Jcnticdas).. a
Capituto 1 ♦ Re!la~ót-s Hklri(,s 21

maior proporç~n ,,cone nas folh;1,s (mais de 90%). l.s.so to..-nn Agua cv.1pore eh superfície inlerna da, células do me$0filo que
a u:msplraçlo ln1lmamc111c ligada à anatomh1 da folha (figu• ro<k111m M espaços de ar su~stomàdcos.
ra 1.20). A muhicam:Kla de cera'\ conhccid:;i oomo cutkul-a. O C.1minho pelo qual o vapor de água escapa após a ("Vil•
que cobre a epiderme das folha$, (undona como uma barrclra por.ição (esp:.ço subestomátko) f m acivamente simples. F.le
bastante c(e1iw à saída de :igua. tanto líquida quanto na forma $C' difunde por meio dos espaços intcrce.lularn e pa.~ fon,
de vapor, protegendo as c8uJas de uma eventual dc:s1«açJO pek>s estômatos. Ena difusão f conhedd:a como lmnJpira,ção
letal, ~ proteção é v;uiJ vd entre as cspédes de~ndendo cstomdlica. mponsáwl por 90 a 9S9' da água ptrdida pelas
da cspeMUta da cucleula (Figura 1.2 1 8). No encanto, a coo• foJhu. ou seja, existe uma altii correfaçlo entre a «>ndutàn•
tlnuldade da epiderme lm~1a pela cutfcula é interrompida da estomâtka e a lr.tinspiraçiO. Para Do.lbtrgia mlscok,blum ,
por pequenos poros que faum parte do complexo cstom6.tic~ ob.snvou-se um <»eficiente de correlação de 0 .91 enttt õWS
Cada poro é circundado por duas ~êlulas especialiiadas, 3.:$ do&$ par3metl'O$ (SusakJ et al., l 997). A difusão de Vipor de
célulns•guardns. que funcionam como v.\lvulas, operadas pela 4gua pode ocorrtt também pda.s efl uiu da c-pidcrme e da
turgesdncia, que c.ontrolam o tamanho da abertura do poro cutJcuJa (lranspirllf6o c-utkular), um caminho com rnlsttnd a
(Figura 1.21). aha e wriâ~I entre as c,.pécies. dependendo da espdfura da
O interior da folha é composto por céfuJas do mesofilo fo. aiticula, Além di.uo, em ambientes multo úmidos, a cuticuJa
l0$$intélico aprestntando um sistema intc.rcooectado de es• pode sofrer reamnjos e se tomar mal,; pcnnriwl. como mm•
paços intercelulares. que pode atingir até 709(. do volume cbs cSon3ido anteriormente. t n«e:ssário dest.lcar a irnpor1:incia
(olha$. em alguns casos ocupados por superíicles úmJd3.1,, de da dif'usio como proctsSO que controla a transpira'?(), visto
oode a água evaponii, e por ar. Geralmente, os estómatos são que o movimento ê dirigido pelo gradknle de concentnÇiO
mais abuodantC$ na superficie inferior d:is- (olha$. Soc:aUzan- de vapor de água ou gracUente de ptes.sio de vapor entrt u
do,se de modo que, qu:indo :a.bercos. a rota para as trocas ga- superficies onde a água C$d. evaporando e a atmosíent.
sosas (principalmente dlóxido de carbono. oxigfnjo e v.apor
de .tgua) enltt os espaços internos das folhas e a at:mo.sfera Força que dirige a transpiração
circundante .seja facilitada. Por causa dessa n:laçãO, esse espa.. A difuSão i muito mal$ râplda em um ps que em um líqui-
ço é referido como UJHlíO s.ubest0ffl41ito. do. o que torna C$$C processo adequado para m0vtr vapor de
Na transpiraçiO CSlàO envolvida., a ewporaç&o de água das •gu• pela fase gasosa da folha. Embora ttnha tldo es<abel«ldo
paredes 4mJdas das célulu para o ar circundante do.s espaços qu.e o movimento de água no sistema soJo-pbtna-aunosíen
lnl.eKielulatts e a pwagem do.s espaços subestomático.s para é determinado por um gradiente de potendaJ de 4gua,. para
a atmosfera externa da folha. AaMita-se qu.e grande parte da a transpiração. em qu.e OCOITC difusão na forma de vapor, é

Partnquirna
espo,;cso

Rp,a 1.20 R.epre~.n1~ dol mbo folar em HÇlo lrans'ltfsal Nottr il cutkul~ cobmdo as supe,ffdH exurnn. as frilttndas 1 ~ da agua
(resistência estomat1ca e da umadl de a, llmrttof,e) e o tJC.t'tnso esp'<C) lnttralular com 1Cfl50 ao II do ambiente pelos est4matos. ObMrvar
wmbfm III cOf'litllbfs plasmodresm.itlcas enttt a, c41ulas da fS!idttme • as cflulas c1o5 p,rfflQulnwas (Jquelas dispostM entre .u panes superior •
lnffllot da epkttrfme) • a ausincla de doroplastos nas c•lul~s da epiderme.
2> Fisiologia Vegetal

Figura 1.21 Vista frontal d.) ~piderme da r.,i;e inferiof de fOl!M de Hc(iocmpus amukol'WS(A) e Htvea btosiff«lsis (B).ce: cétula da epiderme: e
cvticula: cs:célula subSidiiri,1,;c9:cétula-guo1rd« pe;po,o MIOl'N'OCQ.lm1i1Jensctdid11, p011 C.M. Plsicchio~M.. E. Medri.

melhor pensar e,u gradicntt de con«11tmçdo de vnpor' de dg1"' gr.inde :1rea de superficic de- cxµos~o pira .- (',·apor.1ç;\o da
(.iCwr) oo gradiente de prrnão de wipor (4c), que são f'quh-:i• ãgua. Conrudo. a atmosfor;a que circunda a folh;11 dihd lmen1c
lenlts. A pressão de ,'3pOr da água M ê medida em quilopas• csti saturada de ãgua; ao coo1r:irio. frequentemente tem um
c.11 (KP;a) e i: propordon;il à concentração de V;tp<>r de âgu,1 contcUdo dt' igua muito bab:o. Logo. e-ss:1i diferenç:a na conccn•
(ú·a), que pode ser expr~ em mol m·•. traç.io de \'tpor deãgU2 tntrt os <'spaços de ar internos d., folha
A prtSSlo dr vapor da :igua é aquda c:xerdda pelas mo!ê- e o 3f que a circunda é a força que dirige a tran.spiração.
cul.u de água na forma de \'3por contra a superfície do fluido i·anto a pressão de vap<>r de água quanto a concentração dt
que NÚ e,·aporMKlo e $0bn:' a parede da d.mara onde a ev:i- v;&pOr são fortemente dependente$ d3 umidade rtltJtiva (UR)
poraçio eSt5 O<Orrendo. O ,·apor de água difundiri de um:a e <Ira tempt.mtura. A umid3de rel-3tiva pnde s.er defini d.a Gomo
regl!ao de maior pressão de v.tpór ou de maior concentração a conccniração ~ \'apor dt ãgua (Cva) expressa como uma
pan outra de menor. fraçlo da concentração máxima dt vapor de água (satur:içllc>,.
A mnspiraç:3.o D3$ folhas dependeri do gradiente de prts• Ci•a....,1) . A por«ntagcm, comumentc usada para exprcsur a
s!o de\'aporou de concentnçio de ,,:aporde!gua en1reoses- uml<bde rcla1i\',, (I.\Jl.ndo :itinge ~ pór definição t('m a me•
po.ço:s de a.r do. (olhc0 e o Of" c;1."1cmo, bem como dM rci;ütênc:io.s iode do. concc-nuaçôa de w por de,,.,.,. q u ç te-rifl se ~ l ivc.'$$~·
a
(r) difusão durante o percurso. Esse conceito de t.ranspiração saturada de vapor.
i: análogo ao fl uxo de di:trons em um cin;uilO éléltiOO. ou seja, A umid:,de rdativa pode ser dt-6.nida também como a r-.:i:r.ão
anâlogo à lei d<' Ohm, em que a.s resist~ncl:as es1~ :associa<bs entre :i quanlidade mUi.ma d(' vapor de água que pode $('f
a Qda parte' do a.min.ho (\'er Figura J.20). retido ptlo at a uma dada 1emperatura. ~gundo essa defini·
U na e,·apora?o, o C$Cape do wpor de água é controlado ção.a umidade relati\'s einfluenciada pela temperatura., e. em
simplC'SmC'nle por um:& resistência chamada de usis1lntia do consequt:nCi.1, a ptcssãode vapor e a concentr.1ç3o de vapor da
camada de ar adjou nre ou camada de ar fimítrofcâ StJperf,cie ãgu:a também. ls:.so porque a capad d;ide de retenç!lo dt :igua
<'\'3poranie (m): no caso da 1ran.spinç3o. somam-se a esta as aumen1a bss:1amc com a temperatura - por exemplo, a JO'C
resis,ê,iâas da própria folha (rf). Entre :a.s rJ. a principaJ ta rc- a concentração de vapor de-água cm ar saturado é O,S22 mol
sisrtnda dos poros estomá.ritOJ (n). que e variá\'cl, uma vti que m·•, a 20°C C0,961 mol m·• e a J0ºCt 1,28 mol m·•. A umid:a•
o estôms10 pod(' t'star totalmente aberto, parcialmente abet1O de e a 1cmper.atura podem. en1io. modi6cur a m:agnitude do
<>u fechado. Assim, 1nnspit:tç:lo (T) express:1i em mol m·' .f'1 grndien1e de concenlraçfo de "apor de âguu en1rc a folha e a
podt ser relacionada oom as rnislêndas (r) expressas em s atmosfera, Influenciando a ta.xa de tru.nspirnç:ão.
m·1 pda SC'guintc equação. considera11do nesse caso o 6Cvo Alem da umld,de rdutiva eda tc-mpera1ura, um tcrceiro fa.
e.xprQSo cm mol m·,: lor impot13nte que interfere na taxa de 1rnnspiração i: o ve1110,
c...a_, -cwi., que (.Slâ diret:unentc relaciol'lado com a resistlnda da cam:id,
U .12) dear limítrofe (,a), Essa reslsiênda ocorre em razão d11 cam11•
T= tf+ro
da Irrestrita de ar úmido adjacente à superfície d:'l folh a, que.
E:.m que c~-a 1 i: a c~.mcentração de vapor de águ.a dl'fllro com o aumento de sua espessura. modífie.'l a exten:s.fio deti\':.i
,.,
da foHu:1e Cl'a ""'; conecntraçlo de v,por de .igu.a no ar fora do caminho d11 dlfllSào do vapor de água para a atrnosfer.i. A
da folha. maior txtensâo do caminho da diíuSão diminuir.\ .l 1n.xa dt
Em principio. supõe-se que, na transpir.afJ.O. o ~ço de 11r difusão e., "" se c.\Só. a 1r.uupiraç:iio.
subdtomático da foU1a seja normalmcnle •aturado ou muito , Acspe$$urad:acmiada de ar Jimltrofo é determinada prim:1•
pró.orno da ~ turação de ,•ap(>f dt" igua. Isso porque as célula.<. ria.mente ~ la vdoddade do \'Cnto. Quando Oar que circund~
do ~ tio que circundam os esp;&ÇO$ de :u apr~-smwi1 uma :t folha.esta pirado, a cspeS:Sura da camada de ar Jimilrofe pod(
Capítulo 1 ❖ Relações Hídricas 23

aumentar, elevando a rcsi tência e diminuindo a transpirnç:io. Em si tuação de estresse hídrico moderado, a abertura
'e sa condição, me mo se os estômatos estiverem com boa cstom.ítica será a máxi ma possível, sem que haja uma de-
abertura, a transpiração será prejudi cada. om u aumento dn sidratação lei a! da planta, mas aind:i capaz de fixa~ dióxi~o
velocidade do vento, a espessa ca mndn é retirada, favorecendo de carbono. Se o es tresse persistir, a planta mantera os esto-
a ,i m a tran piração, cm vi rtude do decrésci mo da resistência, mat o fechado s. Com o fechamento estomático, as plantas
ou seja, do camin ho a ser percorrido na difus.io. pod em mnnt er ce rto turgor (maior potencia · 1de agua
· ), o q ue.
(· urna importanle característica de tolerâ ncia à seca. Isso ~01
Por que a transpiração? observado em e tudos com Vigna 1111guiculata (feijão-ca upt ),
Argumenta- e que a transpiração e benéfica ,\s plnntns porque espécie cultivada cm regiões secas do Brasil ( Pimentel e Hé-
ca:sn o resfriamento das folhas, a nscensão da sein e o nu- bert, 1999).
mcnto na absorção de nutrient es. Embora o resfriamento seja A capacidade da planta de limitar a perda de água e, ao
benéfico, folhas sob ·oi pleno raramente s:io lesadas por tem - mesmo tempo, permitir suficiente ab orção de dióxido de car-
peratura elevada quando a transpiração é reduzida, situação bono pode ser expressa pela ~ficiência 110 uso da água. Esse pa-
que pode ocorrer por murchamento temporário, provocando rámetro é definido como a quantidade de dióxido de ca rbono
o fechamento dos estômatos. (CO,) assimi lado pela fotossíntese, dividido pela quantidade
A transpi ração aumen ta a wlocidade do movi mento da sei- de .ígua transpirada pela plant a (mols de C0 1 fixado/mo! de
, ,:i no xilema, mas experimentos têm mostrado que é imprová- .ígua tra nspirada).
wl que i so seja essencial. A tran pi ração meramen te aumenta Considerando os três tipos de plantas quanto ao metabo -
a ,·elocidade e a quantidade de água em movimento até o alto lismo fotossi ntético (ver Capítulo 5), as plantas CJ têm uma
de uma planta, mas não exL tem evidéncias de que essa maior eficiência no uso da água cm torn o de 0,002, as C, de 0,004 e as
taxa seja benéfica. plantas MAC (também denominadas de CAM, crass11/acean
Ab orção e translocação de nutrientes são provavelmen te acid 111etabolis111) de 0,02 . Neste último grupo, encontram-se
aumentadas por taxa de transpiração elevada; todavia, muitas as plantas mais adaptadas à condição de seca, fixando CO 2
plmtas se dcsenYolvem bem na sombra e em habitais úmidos, predominantemente à noite.
onde a transpiração é baLxa. Além disso, em experimentos
utilizando-se elementos marcados com radioatiYidade, tem -se Fisiologia dos estômatos
mostrado que os nutrientes continuam circulando na pl anta, Na equação 1.12, o numerador (Cva 1r.,th,J - Cw\,,) e a resistên-
mesmo na ausência da tran spiração. ci:i da camada de ar limítrofe (m) são parâmetros controlados
Somando-se a impossibilidade de entender claramente os fisicamente, sem nenhum envolvimento biológico, enquanto
beneficies da transpiração, com frequ ência esse processo re- a resistência da folha (r}), decorrente principalmente do mo-
uha em e tresse de água e lesões por dessecação. Isso ocorre vimen to de abertura e fechamento dos poros estomáticos, é
especialmente sob condições de elevada temperatura e baixa controlada biologicamente. A rf regula ,1 saída de água e a en -
umid:ide Jo ar e do solo. Aparentemente, a evolução da estru - trada de CO , para a fotossíntese, dependendo da resposta do
tura das folhas pareci.' tl'r favorecido o processamento interno movimento ~stornático a diferentes fatores bióticos e abióti -
da fotos ín tese, possibilitando a l'n trada e a difusão rápida de cos. Logo, a taxa fotossintética e, como consequência, o cresci-
dióxido de carbono pelos estómatos abertos, em detrimento mento e desenvolvimento vegetativo e reprodutivo das plantas
de uma diminuição da taxa transpira tória. Exceção deve ser são dependcnles dos movimentos de abertura e fechame nto
lembrada para plantas de habitat muito seco. Assim, a alta taxa dos estômatos. É importante, então, um conhecimento mais
de transpiração é o resultado ineviláYel da evolução dos estô- detalhado das características <los estômatos e dos mecanismos
matos e, con equenlémente, das fol has, para absorção de dió- de conlrole da abertura e fechamento a partir dos movimentos
xido de carbono para a fo tossínte e. Os estóma tos permitem das células-guardas.
que dióxido de ca rbono da atmosfera se difunda para dentro
dos espaços intercelulares dos tecidos fotossin téticos, on de se Caracterização gera l dos estômatos
dissolve na fa e aquosa, possibi litando que ocorra a redução Os estômatos são encontrados em angiospermas, gimnosper-
fotoss1ntética. mas, ptcridólitas e briólitas. Nas angiospermas e gimnosper-
Nesse sentido, as plantas terrestres estão adaptadas a absor- mas, podem se r observados em caul es ve reies, flores e frutos.
ver o máximo possível de dióxido de ca rbono da atmos fera e A maioria dos estôma tos encontra-se nas fol has, com alta
limitar também ao máxi mo a perda de água. Não há 01110 as funcionalidade. A frequ ência e a distrib uição dos e~tômato
plantas excluírem a perda de água sem, simultaneamcntl', difi- dependem principa lm ente da espécie, posição da fo lha e con -
cultarem a entrada de dióxido de carbono na fo lha. A solução dições de crescimen to. Normalmen te, as fo lhas apre entam de
de se dilema para as plantas é a regulação temporal da aber tu - 30 a 400 estômatos por 111111 2 de superi'ície, mas existem espfries
1il cstornática, fechando-a à noite quando não fotossin tctizam , com até mais de 1.000 mm ! _ Nicoti,111a taliaa:11111 (fumo), por
evitando perda desnecessá ria de água . Pela manhã, desde gue exemplo, pode apresen ta r alé 1.200 mm 2•
não haja limitações de água para a planta, é vantajoso para ela Com exceção principalme nt e das monocotiledõneas herbá-
abrir o~ estômatos e permi tir a entrada de di óxido de ca rbo - ce,1s, que ,1prese n1am aproximada mente a mesma quantid,1de
no, mesmo quo.: isso envolva perda d~ água por tr:inspiração de eslômatos na fa ce abaxia l (i nferior) e ,ltfaxia l (s uperior) d,1
estomática. fo lha, na mai oria das espécies os estômatos encontram -se cm
24 Fisiologii. Vegetal

m.1ior quantidade na (,a~•(' .l~:'l~i:,al (dk('llllcdbnc11s hrtb:iC't'as) t)~. ll\l 11hliljU:lll1Cllll" ;l(l cb.o J., 1i.ircllC l~~,I('<;
(',tÓ lll.ll C» d írlk

ou nl("t;nw 1:~dusi,·.lml~n1(' lr,c-'IU:a,fa nc,s;i foçc (dko1ilt'<l{~.. ~;wlll nJS t·;1,lf<'mid .,,lts d.,s célul:i.s-g1111rtfac;. nu c.ic;c, tio lipo
n(';u knhoq,), Em pl11nta~ ;1qu3ti,·as com íolh~ llutu.mte.s.. os g fllmin.k-:(1 U:igur:1 1.21). F<S/15 ,.uac1cric;lic,1s .rc~uh,rn, c-rn
t-stõm111oi:: l' ll<'(mlt;11m ·5<' apenas na face adi,i11l. uma cun ':Ll\lra das célul"s,gu.uJ as ~1u11ndo lurg1das, levando
A ;ihl"nu~ dM \~16m:.HO$ t cxerd,l.l rc.,r mudllnç/1$ n.1 ibr• l abcr1ura ~ tom:hi.:a.
rn;i de um p11r d.- céful,u , as dlulas•su:m)/1$.. que lllllíb,"CL1m t'IS O 1)()rn de um es1ômató 1fpko tt1talmentc aberto med e ccr.
poros. Em mui1as plan1;1!,.. as cêh1l.u-gu.artl:i$ sio dr.:undad.as c::;1 de S a JSµ..111 de l.trgur,1, porct'rca dt 20 µ m de comprimcn.
ro1 células dilt'rtnd 11da~ <las células Ja cpidcrn1e d;i folha; as 1(). O som:11óri<> d.ts áre-.-s dos port-.S quando aher10~ pcrf:iir.

dlulas subsidiárias.. que 11u.~ili-am 2.s cê-lul.ts-,:u11ribs l'I() con• ctrc11 de 0..5 a 2" d11 .irtn 101111dn folha.
1mlc do poro c-stom,r nco ( ,·eT 1:iguf'll 1.2 1 A).~\s CCfalll5•guar• Qu.tindo :is c.?Julas•g\1ard11s se dt·sc-nvolvenl, <,fowm s s1,i,e.s.
dll.S. cilulil>SUb~idiâri,u e o poros.ão oolc:1i,·.1mcnte chamados tomáti(aJ 011 <twidndn subts.ton1lilir,u (o~m11m-se no mcsofilo
de ,omplt.w, ~ tomrJ11ct' ou apnrd/10 estomdtko. foliar ..Jjac:cnte ao complexo cstomá1ico. Essas cârm1ras agem
A principal car.1ctcris1ic:i q1,1c distingue o oomplrxo <'SIO· como resen\ltôrios de g2scs que~ C'Stendem no interio r do
rnâtioo t <> p.,r dt cflulas-gu11rd3$ que fundo1,a c0mo uma mesotílo (wr 1-i gura 1.20), maximii.indo assim a difusão de
d .h'\lla opct'3dll hidraulicamente-, A mudança dt for1n11 dis CO, para tccidos fo1()$$lntk icos, aumentando ao mc-~mo tem .
ct:lullls•gu:trdas como conscquê-nda d.1 absorção e perd11 de po Õcaminho de- dlíusão do vapor de 5gui do mesofilo para 0
água l<-,11 a altera\Õei M t;una.nho do poro. Quando as cêtu - poro t':S10Jnáli('I(). OcMe modo. a câmara subesio1u5tic,:i reduz
llls~guardas estio 1llrglda.s, os cstõm:i1os encontrmi•se •bt'r• a perda de ígm do.s ttddos Í()l(».$.in1é1ko.s.
tos. e. quando ilâcid:u.. O$ estóm.atos estio ftchlld0$. 01,1tr:'I arac1eri.stk.1 in1ere$San1e do comp!t)((> cstonti-
O maior interesst': no m(wimento cstom.itico deve-se à re• lico é que ndc não S<' observam plasmodesrnas e ntre as
gula\io d;is trocas gasosas e 110 t':Ol'lSC'q ucnte efeito sobre a fo- ct lufas•guardas e as dlul11s d11 tpidcrm..- e do mes-oíilo (v<-r
loSSÍl11C'-S( e produtMd4óde. Ma.is de 90% do COi e do , -apor de Figura 1.20). Plasmodt$ma.s são ligações (pontes) choplas•
igu.:i trocados enlrt' a planta e o ambiente ocorrem p<>r mdo mâLicas micr0Kópka1., inttrconcctando ci-lulas adjacentt's.
dos es1óma10$. funcionindo como um c.tminho para transpo rtes e ntre as
Existem dois tipos básicos de cêJulas-guarda..s.. O mais co• cilul:t.s. Essas cst.rutuns são ('-Omuns entre o mcsofilo e o
mum ê o ripo elfpzieo. ren.iíorrm. e o outro é do tipo gmmi- tecido epidérmico. A ausência dessa$ ewutur.is indica for •
mkto. restrito a espécies de gramíneas <' outr.s monocotilc--- temt'nl<' que ;:i ~ssagem de metabólicos dis céll1las-guard:u
dõnt'3S, como as palmeiru. Nesse $tgundo grupO, o par de para a$ cf!lulas do mesofilo ou da epiderme pode 1,.lo ser di•
cêlulu•g_U3rdas tem formato dt haltere (Figura 1.22). Uma CUs rela, e vict•\'Cl"$a.
ar:1.oeristius mai$ prepondtrantes da organluçio dess11s cé~ Aniliu-s das cilula.s~guarda.s cvid<-nci:lm também que das
lulas esti na esmnura d~ parede ceJular. A porção da P3rede diferem d.s outru dtulas d.a epid erme na abundância dt or•
qut circunda o poro (parede wntral) é ..-spcssada, podendo gandas. Adifc-rcnça nuúevidcntc t'm uma angiosptrma típi.
atingir até S p.m de espessura, diftrentemente das cilul.s IÍ• c:i é~. enquanto as cHul.as da cpidt"rmt' são desprovidas ou
picas da <'piderme, que apresentam paredes d( 1 a 2 µ..m. A 1ln, pouco$ cloropl.a$IOS. :is d lu'3s-gu:irdas são dotadas d es.sJ
part"d<" dorsal. que t"Stã <"m contato c.om as <:élul3.S subsldlàrfos, org:inel:i em maior qull.ntld:ide (ver Figura 1.20), embora scj.a
, ma.is fina (Figura 1.22). Aswciado ao espessamento pardal inferior à encontr:ida na.s ct lu.la.s do inesofilo, Os plastídios
da part"dt .• cnconlta•.s< o aHnh:unento de suas microlibrila.s d.u cC'Julas-guardas são ricos <-m gr:los de amido~ entretan-
de ttlulosc, t'stas dispostas radi,lmtnte aos poros no caso dos to, S( uma c.ompara~o for feita enue lndusó<s d e amido d as

Célula wblicllária CéMa.guarda Célul• &ubs.idiâria

Mictof+btlla CIO çclulose M,c(Ofib 08 Cclllose


C..pt1ulo l ♦ Rela(ôt-s Hldric,u 2S

cih,1.,.-..Jtu,ml,l~ t-111 <''-li,mJto<. m11nH,lo, n<, d,m, í.1h('rlfl\) e d.a~ c(lul.i~ ~egun<ltl a h,p~e~ do .tm1do- JçUur, ,1 hidróltst
nne\CUro ((C('.h,ld11,;,), \C.'r:í ob~cn•,1Jnquc ,•.,m1do <.e acumul,, <ln ,1mido em .a(uC.arl'1 ~•,hl\·t1<t fo,. c:nm \lUe o~. J;11 çC'lu
no e1curo e dimlnm 11,1 lu, - o con1r.ãnro do que roco,rc cm 1.:i, gu.-rda'> ~e tnrnc ma,~ nci;at1w,. dim,nuind" n potencial Je
l«tdos fo1ossi1uétko, perh:nc<"nlc.-. ., o n'k:.-.ntíl<,, como p;1rCn• águ;a ('f'J; com iwl,. e11a~ .::dul11\ ah~mvem .lgu:a pat Mmo,e,
i1uml.l paliç.idko e e,;pn11j<>s.n (,·er Hgur ,1 1.20). tflrn.&m 1t' 11írg1da, e 01 e'ilÕfTt.lt01 ~ ;1br<'l'n
Nas ct'lulas-gu.1rdas, ;1~ mill)C•)ndm.-. .-..io b<"m dcs-cnvolvi- A hipótese dn .amidrr ;içUcJ.r foi .1mpbmcn1e ,cc11,1 J.tf
d.-s e em maior numero que ll:.\~ (élul;~\ dó 1rn:~oíilo. Q\1J11Ulú 19·13. <luanJ,• S. fam amurn vcrílicnu :1 cu'"1Cn<1a de um ílu•
os estômatos se acham .lbertos, as célula.~ gu:ircb " :1pre1cn1:'lm ,:o de po!li.(;(1() na~ ctlub.s•guJtd;i"' o que (oi ?"'"lcnormente
intensa cidose. indicando inten.,11 :uiv,d.ade re<.1>ira1órl-t1. Em co,,íirmado cm estudos envnlvendo t('cnku maJs refinada• d.e:
rclaç:io às ct'lulas epidérmicas.. outras d iferenças caracteristi• quan1ificação dc»e c5t1M. A p11r11r de cnlão, tem sido con•
cas das células-guardas s..io a presença de Inclusões de óleo e a sistentemenlc mais auilo que 01 ion~ i crfam 0t pnnC'ipatS
ausência de cristais e de pigmen1os.. como :uuoci:anina, abun- responsável~ pela osmorr<'gul.aç.ão da.s ctlu.lJ.S•g.u11rd,u. 1o1:1,,
dan1es nas cêlulas epidérmicas de algum;as esp«ies.. breludo o pol;lssio. diminuindn a 1mport.iocia antcriormt"nte
O conhecimen10 d-as carac1eris1kas do complexo estomã- credi1.1da ã hipótese amido~açúc:ir.
tko e. p:1rtkul:1rmen1e. das âlula.s.-guarda.s é e.ssencial para o Segundo c$$a 1e()ri.1, a o~morregulaçlo d11~ cClul;as-guard.as
entendimento do funcionamento dos estômatos. Muit.tis das se origínari:a da cntrad,1 de ions potássio (K') e domo (C1·)
hipó1esc:s para explicar o comportaml'nto cstomâtko l(m sido e da slntt'S(' de m.alatfY· denlro d("S.5.S cklu1as. cons,der.tdM
baseadas na obser,•ação estrutural das cClulas-gu.i.rdas. As importantes solutos osmo1iamcn1e .aliV\>.-. nas cclulas-gu.it•
ctlul:u,guardas podem .ser consideradas "'Uhas metabólicas" das (Figur.as 1.2) ,: 1.24). O conmido de K· t dCVM!ó n~
sem conex:io direta (i. , .. plnsmo,lcs11111.s) com os l«idos ,1dja• célul3$•guard:u, quando os estõma1os es.tio abertos. e d1m1•
ccntes. Desse modo, qu.tilqu<-r resposta estomática rápida deve nui quando fechados: a magnitude da elcv.tç:io v;ufa entre"''
originaNc do próprio metabolismo das céfub.s•gu;i.rda$ trn e.spedes (Figura 1.25). Ourante a ab<rtur.a. qu:i.ntidadts d e K·
resposta ao ambiente próximo a cl.,,s, c:u.1s:indo .,,heraQOe$ de mowm-se das c(luJa.s subsidiárias e epidérmic:u pan dt"ntro
turge.scência e mcwime111cn de aber1ur:1 ou fec:hamenr(). das c(lula.s-guardas.
O ffu.xo de K· p:trn o interior du d lulu-g~rdas ( poui•
Mecanismos reguladores do movimento estomiitico bUi1ado pela ::itiVllção, com gasto de ATP, de utn.i bomba dt
prótons H'-ATP;ase localizada na membraro plasmitica (F,.
A ab<"rtur.i dos estómalos se d.i em dcoorrênci.ti da absorç.ão
gura l.24). Essa afirmação 1em sido evidenciacb pelo U$O dt
osmótica de ;lgu:i pelasctluln •guardas. tr:izendo c-0mo con5e-
íuskod na (uma toxina pmdlllida por um fungo p;,.rnita). co-
quênda um aumcnlo da pr<"ssão de turgor (potencial de prcs•
nhecida por <stim ular a c:mu.são de prômns pela bomb:L. que
s;io,. it)· Em \'iSta das propriedade<S cláslica.s de suas paredes, esHmuJ;a a .lbntun ntom.i1ica. As plamas in(ecu<bs morrem
as célufas ,guardafi podem, de modo rcversívd , aumentar seu
p<>r de$.idr:11:aç,ão, Além disso. vanad,uo, que inibe :a bomba de
vc>lum • d ♦ ,10 ~ 1 ~, de.-,..nd tmd o da t t1pé<:i1:. A dt'fotma.ção
prótons, lnibe a iberlura estomitica.
d:t pM-ede das células-·gua,das imposta pelo aumento de vo-
A extru$ào de prótons qu< ocorre peb Juvid::adt d)
lume represe1ua <> aSp(-CIOcentral do movimento cstomâ1ko.
H'•ATPase leva a uma difcrcnça de pocencW dt'lrico por meio
O fec:hamemo t$IOmâ1ioo ocorre cm respost:i. à said:t de água
da membrana pl:1$n,á1ica d.s C'âulu-guanb.s. essa di(ert:nÇa
d3$ célulu-gu:ardas. com diminuição da pressão de tu.rgor e o
pode atingir até 64 mV. O,m a saída de prótons.. hã t:tmbt-m um
consequente rdaxamen10 de suas paredes..
g.radien1e de pH de cerca de 0.5 a l unidade. Acredi1Hc que :i
P:lt:1 en1ender melhor o que controla a abertura e o fecha•
hiperpol.arização da membr.tna plasmâtka d.tis ufub.s•gmnbs
mento d0$ estómat()J.. é nttessirio conhecer o que reguJa as
i,rtrada pda bombJ de próloru é o que possibilin .i .ibsot('.io d<
propriedade$ 0$m61i~s das ,,lulas-guardas. Ao longo dos íon.s potâssio. por C:SU$.lr a .ab.:rtura de canais de em:r.u,fa desst
an◊s, "ários m«ani:smO;S tCm sido propos1os pua txplk ar a~
íon regulados por voltagtm (Figura 1.14).
mudanças no potencial osmótico ( y,. ) das céfuJas•guardns.. No Além do K', o CJ· t O m.ilato!• aumentam na$célul.tJ.guat •
s«ulo 20. esses mecanismos (oram relativamente bem cstu• das iluminadas, contribuindo para a abt"rtur1 ,tos ts-fôm:.1•
dados, indicando que vi rias 5.rta.$ d.a cifocia de planl3$ est.io 1011. e diminuem com os « tõmato.s f«fo.dos (f igur-u l.l-1 e
en,,0Md115. como a íotobiolog.ia, relações iõnius das ( élula.s e 1.26). E.ss~s ânlons contribuem p.ara a nc1.11nli.l:ade détrica
1ntcanism()$ hormonais. das cClulas•gu:ard.1.s.. vislo o acumulo de K· (e.1rg;a positw.i)
Já l'lll l 856,, o botânico H. von ~fohl propôs que a mu• nessas células. O balance,uuentQ et'St:ibl:ltcido p;an:1almt".ntc
dança de turgor das células-guardas stria respons5.vel pt los tanto pela i:ntrada de ions CI· qu:lnio pda proJuç-lo. no c:1-
moví.men1os dos N-tôm::uos, Em 1903, E. Uoyd sugeriu qu..- a tosol d~$ ctlula.s-guardas, de :!nions org:ln1<:0$ corno o mal:a-
mudança de tuq,>or dcs.sas cé-tulas seri:i. dependente da inttr• to?• eon1 dois grupos COO·. A con1ribuiçio r<lat1,.a do CI· e
conveni o de amido em aç-Ucare:s solUvels, conhed cb como ;,i do maiato:• para o bal:::in.:tt.1nen11, de airga.s ~ v-,.ui;awl entre
hipótest amldo•:açúcar do f'I\O'Vimento cstomitico. uespk-ics.
Conforme já descrito, C>.S doroplastos das células•guardas De modo semelh:1..n1c :i.o que ocorrt ;.-om o X·. o 0-- e J.b-
dispõem de grõos de amido que diminuem sua quantidade sOr\'ido ptlu ct"lula.s•guardas durante a •h<r1ura c.sc.omática
duranle a abertura e a aument11m durJnle o fo-chamen10 «· te ,cxpd idl) J ur.1,nte o fcdumcnto. O m.t.lato1• e s-inteonJo no
1onti lico. O amido ~ um polímero d..- glicos.e, 1.nsolún.-J ..-m citopk1sma Jas cClula.s-gua.rd:u., em uma via mttabôlio ql.W
água, de alia massa molt.-cular, que n:io contribui para o ~. usa ..-squtlc-tos dc ca1bono geradlli na hiJrúlist: do mudo
26 fisiologia Vegttal

CH.oplasmt
CIOtopll1to

- .-------.._
CO, 'uOP Fn.,,6.,P - GIU-"P- ( Ajklo 1
Ciclodo
C.iMn
O
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~
t
Glu - MalloSe

3 PGA/

Flgu,-. 1.21 AcUmulo. no vacüolo, de potbsio, cl0teto, maiato e sac.aros,e,, molêcvl11~ que provocam quec:f• no p01end al osmótico d,n célu-
las-gua,on. u vsando abso,ç.lo de águ,1 pot essas célulu e, coMequentemente, abertur., e:stomi1iea (osm0fregut.ç3o), b iitem 11Cs umlnhos
osmorregulatórios dis.tin1os nas ttlul.n•guardas.: l >abSOf(do de pot,bsio e e1ore10 dependente da • tiva(,ilo de uma bomba de prótons (ATPo1se)
da m embrana e sintHe de m aiato a partir da quebra do amido; l ) sinteiede111carMtapanlr<N quebr• do amido; 3) s(n 1es.e de saca,o-se .t partir
da fi•~.io do C01 ~la foto-ss.lntese.. RuBP: tíbu11Me--1·5 ·bil'o$fa10: Fru-6·P: ftu10\~•Mosfato; OHAP: <1-hldf'QlliJCCl'l on.l·Hoúato; l·PGA: l·fosfog!i-
cerato; <ih.e glicose:-Glu~P: g li~fo~ato; Glu, 1•P: glicos.e,1.fost.11o; PEP: (wfO(lnol•pin,vato. Adaptada de Talbott e Zeiger ( 199$),

úpc,ctro e1etrom11gnttico etnitido pelo $OI


Comf)flmeMO
de ond.a. >. (nm)
1Ql 10' 101 10' 10" 10" 10"

1
1 1Pro4eina 14-3-3--H'-ATPa$u ilivilda ) Amido
~

Abteeal\êll& Ativa simporlie


de inftullOK• Cl·-H'

:...____T,ª~_1
1----·1 .Gp _,_·....~,_.._·1_1_,..~;-1•--G;J
~ I====::-::':--'

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H,0 9 11"'90' 1

Ag..n 1 .2 4 E.-sqltfflla representativo da ~ da abeflur• em1,nà1ie.t indllz;ita peb, Ju1. tma,geos de e, M, Plskchlo.
(~-c.·r l'iJturn,; 1.23 t· 1.2•1). Tem udo ob-.eri.r.idn. cm c,16nul<X mc-mbr,m:, pla,m:ilica de 1r.in,J)('lrl:1d11rc:,; simpr>rte (,·t'r c.,ps.
aher111,;, <IU<" <'~ ni\'ci\ dC' m.lfalo1 na-: d·l11la, g11;1rd,l,; pndcm tulo 2). e n;in por 11h<r1ur,1 de CJnJi1(w:r hgur:i 1.2•0.
1mmcn1ar até (.Cf\ w-:,e-:, A d1minuiçilo J o Cflnlc,ido de m ;1l,1 F.m r«umo.... :1d1muln 11e K·, CI e mab1o' no\ vacôolos
hY dessas cC.lul.ls dur:i111e () foch..imcnlo C',;tomlilico po,;sivel• das crlulM•gu;1rdas lorna o y,. 1n:1i, ntg:,1ivtt, dimlnumJn o
mcnl c 5<' devC' i su:a co,wc~o em amidn, ;i l•lilir.uçiio dC$..\C' 'f, 1\ con~<1uc:ntc :ab\(uç..lo de: i gu.1 .aumenta ,, 1urgor (!f,)
ânion org;'rnko como subslrato p:ar.1 a rtl1>irt1ç.io cfou :i lthc dcs,:as .::élul:1-t e ocorre a abcrlur.1 dn,c <'!lf1mal0\ fvtr F1g:ur:1,
ração p:1ra o :11,oplMtO, 1.23 e 1.24).
Assim como o K', o fl uKO de CI· dépéndc indiret.iimc-nlc- da Con.sider.1ndo a\ hipófC'.)e'I aprc'ICntada.s. no l.a •sc ,,ue ,1
bomba dC' prôtons H'•ATll-,1se. Par-.1 es..se :l11i()n. :1(u:di1:,,3,e :.ibcr1ur;1 C'S10má1ica reprC"lcmt.i um prôC("I.Sn qu<' dc-m;iinda
que :a bomb.t de prólons í:adlitC' sua :ab:mrçfo pelll cn1r:ada gasto de energia. As presC'nças de dompla.s-10~ mllocóndriu.
comparlilhad a d os íons C1·11·. cm v irludc- d a alivaçlo n:a cni.imas r<'spir.1tóri.as e pro!CÍn,1,s.cin,1,sc- ,u,s cétul:i."'gu;mLn


Fftuni 1,25 COntC'udo de poc.inio l'fflcêlul,n-gu.irct.s die n tõmiitoi abc!rtos ~ fech.ldos de (ommeHnocomvn,,s (A) e VJdo lobo (.8). Ad.tp~ ~
MacRobbie (1987).

~ 1 10.""1 hldria>)
1ciloplasma
t e.a" no
1

~ e.anais
l
de e"-txo
I
ln-.,. H'-ATPase
de a · em-..~· alivacla pel/1 IUl aDi

L------ 1 Oespotârü:O ou não 1


po"""' • rm•""·
1 1
Abf9 canais de e".utodG K' Inibe simpone c 1·-11· Inibe canais de in6Jxo de I(•

Eslllm:ilO õ1ber10

Flg u,• 1.26 E ~m11 r41p,~sentariYo da regu1acao do Í('(hameruo es.tomâtlco induzido pelo dél'lc:it hidrico e 1)8) J.v~to do ASA e de> co,.
lm•gens de C. M. Pls.kc.hlo.
indiC3m a nc-rc~1dat-lt dt' r r(t(h1çlo de- ATP nt'!<MS C\'lulis. inclui a :1hc-r1ura de: (':mais J e ,\nicm<i 11m' lltrmilu i:, :, s.1íJa
1\~.;íh,;c-_~ !<Obr;: a i_t<'m~(1 dt' cnt-rt,i.- pd:as « lulo\S•f!.UMJ.\!< de CJ· l ' m:11:!11)1. F,.s~:a rt•n:1.1 d..- :inion~ favon•ct•ri.1 .1 dc<-po •
endcnc1~m .qut' t.~'1as s.\('I dN:tdas de- 10111I c:ip:w:id-'<l<' de- JH\l• l.iri~(:i~ J:i m(1'1hr,1n.l, .ihrindn can,, is d e (ailt,l d e K· da(
duu.r. pnnc1palmcn1c_1'd,1 rc..,;11iraç.l<', mas tamb,érn rel.1 fo. Ct~ul.:as,g,u.ir<l.,i., ;\ perdi de-.s.sei. S(llutos pd,,s c(h1l:1<i g uardas
tos!<1n1c,1t::, l<'d:1 én<"rpa nc.-cc-sdria p111~ a 11bert11r.1 t:stomJtic:.a ,v.
k\·.tria ao.,umento do e, cortS<'ql1cn1emcnte, do '+'• foni11do
(A"'m:1nn e- Zti~tr. l 9íli). mm que l."la 1mca ~gu:1. diminuindo o tvrgor e fechand o 0$
Apc$ar dt::, na.s Ultimas décadas, ler h;wiJo J:.mndc êní.1se ci.tôm.:a.tos (vtor Figura 1.26).
pan o r:arcl do K·. CI ~ malah) 1• n,1 o.Mn()rl"t'g~lação d:i.s cl• A (od orila\:\O de pro1einas d~mpenh.i um imrortante
lulaS•J?U:lrd:ts, m-'iS rectnt('mente ,tm sendo rettm1,1 dosos ~ - p:ai>cl na modula\:\o d.:1. :,1Mdade d0$ can.iis de en1rad:.1 d e K·
tud(1s sobre o p.1.pd d11 s:u:arOS<. Es1udos de acomp:mh.lmento nasctlulas-guardJS-0 C.:ai• pode interímr n;, atividade des.sC's
diário do mo,·imento t"Slomât ko tm folh:ai. in1:ictas de Viâa canais, indire1ame-111e. como a1i,,ador de proteínas fosíat,uc-s
fabn tC'ln n10~1r.1do qut' o <"On1eUd(I de K' n:1s célul.as•gu.ardas que inib1:n1a ativididedos c.inais. Tra1amento com inlbidori:-s
aumenta ('m paralelo com ., abertura no amanhecer. mas (k. de uma proteína fosfotase de-pendente de Ca:• rnnnteve a :uivi-
cresc<' no início d.:a tarde, quando a abc-rt·ur.1 continu3 ;a óCór• dade de canais de potâni~ mesmo com dC'"ado nivcl de- C., t•
rcr. O conteôdo de sacarose das cétulas-gu:1rd:1s aumtn1.a oo cilopbsma de célubs-guarda.~ de Vicia fnlm (l.u:tn ~, ai..
lentam<"-nt<" durante a manhã, tornando•.sr, no inicio da 1ar• 1993). As.1im, os ions Ca1• podem 5)rovocar o ícch:uncnto es-
de. um soluto osmotk amente ativo importante par-a a m-anu• tomitko ou inibir a aber1ur.1, tanto p<la inibi\ãó da abenura
1enção da abenura (,-e-r Figura 1.24}, bem como importante dc- canais deeílw:odt' CI· e m11l:1to1 • e inativação da bomba de
fonte de energia p.:a..ra a produção de ATP na respiração. Além prÓC01\S H'•ATPase quanto peb, inibiç.ão indireta d os canais
dii.so. o fe<:hamento ei.tomáitico no fim do dia ocorre simult.:a- d<' entrada dt> K·. vfa atinção de íosfatai.es (ver Figur.i 1.26).
ne:tmtnte com um dec~imo no conteúdo de sacarose das
célulu-guard:u (T:ilbon e Zeiger, 1998). A sacarose pode vir Controle do movimento estomático
umbém de fora d:is cilulas-gu.irda.s e contribuir parn a qued,1
Fatores ambic-nt.:a.is, como nh>tl de água, tc mpet;uura, qua,
do potencial osmótico. A importância da ex:ls.tlnd a de fakS
Udade e intensidade de lute concenln'IǼo intracelular dc-
osmorregubtórias din intas. uma dominada pelo K· (:tbettura
dlóiddo dt carbono. controlam O movimento dC' abertu ra e
pc-la manhà) e outn pda sacarose (abertura ã tarde). nilo é
íechsme-,uo dos estômatos. Es.s<s fo1ores fu ncionam como
ainda bem COmpretnd ida.
sinais que s1o percebidos pd:i.s células-guardas e- integrados
Também existem evidências de que acumulo de sacafO!(' no
dentro de uma respOSla estomã1ica bem defin ida. Se folhas
espaço apoplâstico. em tomo das células-guardas., desempe-•
rmntidas no escuro $10 iluminadas, a lut percebida pelas
nha um papel importante d urante o fochamen1odos estômatos
c-Clulas-gu.ardas dcsencadeia uma strie de respostas. resul•
(Kang e.t ai.• 2007). No entanto. dt modo geral. o focham«-nto
tando na abertura do poro estomâtko tornando pouivel a
tstomático não tem despertado a mesma a1endo que o movi•
entrada do CO1 e a rcallzaçao da fotossintcsc. Quando o ni•
memo de abertura, embora ~ralmente se considere que os('$.
\'t'I de dióxido de carbono no interior da folha for' alto, os
16m:uos ~o lev3dos ao fechamento por um proc<'sso invcrS<>
est6matos .se fecham parcialmente, pre:.servando assim o ni•
ao da abertura. O<orre perda de solutos pelas célubs,guardas.
vel de :igua e permitindo a reaHuç5o d.l fotossí ntese. Um
resultando em um aumento do V',. (menos nCgilth'<I), ~z.en·
dos prindpais fatortt límilantN para<> empr<'go da chamada
do com que ~ia água des.sss céfufas e diminua a prtSS!o de
"adubação com CO:" deve•sc justamente ao fechamento es•
1u11,'0r. Em razão de ;1 ,·eloddade do fechamento ~oin:illco
S<'r alta, suger iu-se que outras bombas m<"tabólicas especifi•
1omátko indu:zido pdo aumento da concentraç~o desse g3.s
imposto artificfalmcnle ao ambien1e.
cas St-riam responsáveis pela ex1rusã.o ati"a de i<ms durante o
fechamen10 (MacRobbie. 1987), o que tem sido corroborado Agua e temperatura
pelas obsen·ações do envoMmen10 de prolc-ínas,d n3.$C na rt•
gulaç!o do trânsito de- ions na membrana. plasmi1loi, assim Visto que :1. abettura t-Slomâtica só acontece qu:\1ld0 as cê•
como na abertura estom:àtka. lufa.s-guard:i,5 se c-ncontr•m tôrgid.as, qu.llqu<'r alteração na
Há cuca de 30 anos.. 1em-se r&onhecido que ions de c:il• hidr.naÇ'io das plantas aíe1:ar3 o movimento dos estômatos.
cio (Ca?·) podem (,o ntrolar a abenura do poro e.uomâtko. Quando acontece de as cêluJas-guardas ptrderem mais .\gu:a
A adição de Cat• a soluç6es cm que se encontnm lncub::idos pari a atmosfera do que sua c:ipacidade d e absorver das d :•
fragmen1os de epiderme isolados de folhas pode dtln,ular o l'ul3' vibnhas, há um dec.~sdmo na turglde-, dtssas c(lulu,
fechamento c,u inibir sua abertura (M:insfidd ri oi,. 1990). A provocando o fechamento es.1omíitk o; é o chamado fedw mc11•
prc:scnça do Ca'' inibe a 1urgescê-ncla induz.ida p<lo K', CI· to hidropasst110,
e m::iJato:• cm protoplastos de ciluJas•·guard.is (células cuju Além disso, as cêlulas-guard:1.s podem pcrcebe:r cerla d cfi·
paredes foram removidas). E\•ldéncias cx~rimenlai.s têm in, ciênda de ãgu.a do mesofilo, antes mesmo d e ocorrer alguma
d icado que C<'rLos ~nais para o foch:amemo estomiltic~ como diminuição de sua lutgidt"Z, e fechar os estômatos, meainismo
o hormônio vegetaJ ácido absdslco (ABA) (,-er CapituJo 12), esse mt'diado pelo ADA. Ess:a resposta ao estresse hídrico I
es:UmuJam a absorç.ão de Ca'' p11ra dentro do citoplasma. d,a,s chamada de /cch(lmtr1to Mdroatlvo. O csiresse moder.1do de
célu.las-guarda& (ver figura 1.26), água n.:as íolhas leva â s.lntese de- ABA, 0 qual, chegando i s
1
Postula-.s(.' que, cs1imuJada pd o ABA. a entrada de Ca • nas c:élu.las-gu.:a.rda.s, sinaliza a ocorrfo cia de um estrtsse h ídticO
células-guardas pr()VC)Caria uma cadeia de e\'t"nlos na quaJ se nas proxlmid.idt$, indulindo o fethamento dos estômatos.
Capitulo 1 -> RftaçÔ(!-S Hk.M c.,s 29

Alg1111, minuto.. .l! WJ'I o 1nino do fcch.uncmo, ., ~ínlt''>C Je cClutn-gu.irJ.1,; poJC" s('r .tlnbuillo ,1r, ;a..:umulo de CO: reip1•
AHA t,unbém ;1umt•n1;1 n,,., cél11l,H (tU,ml,u,. T.,I \in:11!,.,çJio r.11ór10 denlm d.1 folh.11.
pdo AUA pc•dé oriF,in.ar-sc n.a'i pri'1priJ,; r.aftc-~. " h,fn rnMndn'" F..umloc; de,;c,w...lvidos com l.'\ti>mJtn1 t'm cpidtrmt1 d('\,
,;obre., exls1focia de um C(lrí•)o'ie h,drico no ,;olo. rncad.as, mantidas cm Jmb1ente1 com concrniraçlo de CO.
O inicio d .t resposta do ftch..amt'nlo hidrollli\'l), :11>;ircnlt'• con~tJnlc, l(m mQ'itr:,llo um.a r~ pos1;1 c1prcltica dos cstô:
mcnlc, é mt'di,1do pnr A H;\, oriundo do mc,;ofil1, ot• <lc ou• m..tn,; li hu C,)in b:,~ cm 11n.UJ,;~ focob,ôlica~ e mct.ibóltc.:is,
tr:,s p.irtc-s da pl:uua. C()tnQ as rJi1.~-s. adianr.ando :1<<1m umJ tem•k obc:erv11J ,111uc a rc,;posla il lu~ é ,1 cxpr~1lo 1ntrgr11J,.
redução na perda de :igt1.'I, EntrctJnlo, o (cch:1mcn10 piolrin- de doi.s si,;tcm.1s de focorrectplfire~ disllntos. um dcp..-ndcndo
gado podcrâ ser sust,:nt.ido pela manuten-çào d;a .sínt.:$c dns,: da fõ(ossinte.sc nasc(lul.11•gu:ttda.s co outro di.rig,Jn por um.i
hormónlo nis dlulas-guardM em rc.spos111 :aoc:.1rl.'$.SC Jc água rt'spo~ta cspec11ic.1~ lut a-.ml (\·cr Figura l.?4)
(,•er Flgur:, 1.26). A rc~J>l))l:1 da abetlura estomâli<a l lut branca ê pa.rci.11•
A ttmpcn1tura inílucnd :t inditel:trnent(' <> mo,•imt'nto t'S· ,ne,ue inibida por DCMU (didoroíen,ldimctdureia), um
tom:ílko. Isso ocorre porque 13I ,n<>vimento se t"ncontra aco• inibidor do 1ra,nsportc de el é1rons da fo1ossintc.sc. E~:; rc•
piado ao metabolismo das célul;i.s,guardas: qualquer fator s.uh.ido$ indic.am q\at a fotosdntt'se nas c(lulu-guardas ~ um
que a(ctc o me1ab(ill.smo aíel:ui também o movimento dos caminho osrm)rrtgul:ador import.antc por pn>duiir sacarm
t'Slóm:110.s.. Sabe-se qu,: a elt\·;ação da tempcr,1tura aumenta ,1 (wr Figura 1.2,1). No cntantOlo ;a observação de 11ue a in1blção
a.llvld:.dc de qu:ilqoer Gélul;a atê um ponto ótimo. após o qual e pard:31 sugere um componcn1e n:io fo1ossm1étko en\•oMdo
ocorre urn dedínio, O ;mmento d.i temperatura resull.i t'm au• com a rc-sposta cstom;Íti<a à lu2-
rnento da rtspir.açlo cm maior grau que a fotossín1cs«<. Essa Uma ('vid<O<ia ,1,ufkien1ementc.- consistente de que a hn tt'm
resposta pod<" IC'\'Ur a um aumento concomitante da concen• um eí,eil (I direi(> e lndependc.-ntc d.1 (otos.sintc-se sobre- o movi•
mentoestomâ1ko foi obtida com experimentos cm que u uti,
traçiio intracdufar de CO:. e este dcscncade.ar o fechamt'nto
lizou luz \'Crmdha :ité a .satur.ição da rcs~:i fo1oss1ntéhc.a.
e.stom:ítico. O papel do CO: no movimento l"S-tomi tico scr.i
discutido a seguir. Após css.,i s.itura,ç.fo. b.i.utos fluxos de lu.z :aiul (oram adicklna•
dO$ qu11ndo $t ob$cr\'(l,u substancial incremento na abertura
Dióxido de carbono e luz dos estómmos. Alêm disso. estudos com protopla.stos i.solados
de.- ct'.lulas•guardas têm mostrado que ates S< tomun 1urg1~
A lu~ ê o sin.il ambiental mais procmincntc no controle
dos cm n:sposta ;i luz n u), indicando que cs....e tlpc) de luz e
dos movimentos cstom.iticos. Os ct(ilos da luz: e do CO,
percebido dentro das 1>róprlai ctlula.s-guardas:. A 1mporllncia
estão intimamente ligados, porque a concentr;aç:ão de co:
d3 h•i azul na estimulaçio d3 11bertur::i cstom.âtia (01 cvidt'n•
se alter.. como uma funçlo da tua fo tossintC1ica. O rl'".ii
d ada em pl:t1U3S de orquldea do gênero Papl1io~ditum. cujas
mecanismo pelo qual o COi regula o movimento estorná•
c~lulas-guarda.s são dcstituidas de doropl;asms. portanto n.io
tico não C totalmente entendido. E\•idências experimentais
l't'Spondem à abcrtun. depcndc-nte da fotossintc.-se.
ri-m indk:ul:o q ur oc; "~1im11Jo., rio ÍMhamrntn l'!lfn m:it ko
/1. res.posta dos escóm.ito.s ã hn vcnndha c pronvdmcn•
provocados pelo CO, resultam do aumento da S<nsibili• te Indireta, 1nediid11 pelos não mult0$ doroplõLStos das c.élu,-
dadc dos meca nismos de fechamento estomãtico ao ca:•
las-guardas, onde ocorre a fotossinttSe:. A respos12 ao e:spearo
intracelular. O fech amento cstomâtko induzido por COl ê de ação da Ju-z azul ê direta. Em plantas.. têm sido idenuficado.s
fortemente inibido cm condiÇÕt'S que prc\•inem elevações
três tipos de fotomxeptorcs de luz az.ut: as prou-ín:a.~cnpto•
na conccntraçiio de Ca~· nas células•guardas. ( Hubbard er cromos. e fototrOpina.s e o pigmcn10 carotc.-noidc tea.xantina.
ai., 20 12) - comportamento scmclhanlc.- ao papel do A BA Os crip1ocr0mos e as fotolropinas estão en\'oMdo.s na. im•
nesse proces.so ( \'et Figura 1.26). biç/io do a\ongament(> c:.iulinar e no fotoc.rop,smo. re1peçti•
,\ import;\nda de estudos en\'olvendo o CO, pode ser vi• vamcntc. Ji 3 zeaxdretina <t que fu11c'ion.1 como pig.tn('nto r-e,.
sualizadô'I, por exemplo, na neces5id:tde de um# a'll'llfaç:lo do ceptor da luz azul nas cê-lul:u•gu:trd:1$. pro\'OC11ndo abr:rhir.a
impacto do aumento globo! da concen1taçll.o desse g;is na ai• cstomátka. Evidências importantes sobre isso sll.o: o es~uro
mosfcr.1. sobre as plantas na T<rr.a. M3..nsódd et ai. ( 1990) pro- dt" .i,;-.ão da lu-z azul para a • bcrtura es1omi tk~ <t muito semt:"-
pt1S,Cr;am que as célul.is•gua.rd:i.s rl!llpondcm ao C02 de duas lhante ao esp«tro dc absorção de hu da zca.unrina: a inibiçio
maneir.as diretamente opos1:1.s.: por diliotr.eilol (DlT). bloquc-.ador da sinto:sc d~ zca.,mtina,,
As células-guardas podem ficar m;ab 1úrgidn.s GOm o .iu• inibe a aber1ura estom.iti~ cstimu1ada pela luz azul Além da
mcnto da concen1ração dt C02, porque c-.s.sc gás favorece a zea:<antina, tem s.ido <>bser'~-ado que as fototropinas funcion.un
formação de mal;uo como recep1or de lut 3Zul n:i.s ..:élulas,guanlas c <StOO cm·ol•
• Mcélulas•guardas podem diminuir o turgor com o :tumen• vidas n::i abertura estomâllca (w:r Figur) 1.24; S10<lde d ,zJ.,
2003: Marten t!í ,d., 2007).
to da. concen1N1çâo de COi- Isso pode e,woker ;a modula•
A lul nul controla :l atividade da bomba de próco1\S
ç!o da fotofosfonlaç;lo e/ou fosforil.lçio ox.idaLiva nas cé:lu,
H'•ATP.ise, por um caminho en\'ol\•cndo a zt:1X:tnt1na ou as
las.guardas pelo C01, c.onhedda como hipótõe de Zeigtr
fototropinas. ~ s moléculas abSOl'\'tm luz :11ul. pn:,-.•o,::anJo.
(Zeigcr i:1 oi., 1987).
possi•;clnwntc, unu c:.tdeiJ. de cn:ntos que tcv.1 1'. li&"~io dt
" O que se.! tem no1:tdo ( que :L$ respostas ao CO: slo vari.i• protei.nas J4. 3.3 (fumíliJ. de protcinas qut> se lisa :is protei.nas
veis e p:treccm rdacionar-se com a história da pl;1.n111 e, tam• s.inaliiador.is, p. ex.• H'•ATP.u~ o nome l•l-l•J Ji.z respe,10
bém, as cOl\dlç~s do ambien1e. No escuro, o fechamcnt<> d/l.$ :io paJ rlo de migl":lçl0Jcs.s3s pm1cin.1.S em sd Jc dctr.Jíoresc)
30 Flsiok>gl,l VcgC'Utl

Jircl:unc1llt;" li l)('lmha d1• 1,n,)ions l·I '. "'TI' a$(', allvall<


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A r<'sposta à lut a1.ul cm condiçôl'.S ll,lturais é impor1:ml(' l~r w.\t tt upl.lkt ç.&p.1(11)' and ani.sohrdoc bthavior ar(' mort
par,1 ;i ab('f1t1r:i dos cs16ma1os anh.~ do amanhtter. frequcn• vulncruMc to dm•.1sJtt and cfim:ilt changr. Ntw Phr1ologi.s t
l<'mrntc sc obser,';I aberturJl estomãtica .intes do nasc.-r do 2016-21l :◄.!19· 501 .
sol. q~an do a radiação f b.-m lll<'nor qut a requerida pda Eltn CEI. Llnu AL OJi,"'rirn RS. Foll.lr uP4al:C'i.lffog watc mnd lra,u.
~otossmtcsc. De. um. ponto de vlst.i ecofüiiológico, a r~pos1.i pon bdO"' gmund aDc,'btC'$ ~.hought C'1Ttns i11 chc ck1ud fmc«
a luz azul antc-c·, paria a necN.Sidadr de CO. atmosíêrk(X fo. tu.' Clptdts, Drimys, br.isilieni:i~ (\\'in1rr11U.'lt'). New Ph}'1ologist.
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fo1os.sin1ese ath·a. Ga!ip;it M. A<1uapori1w: de c:.inai.$ de ~gu:, ;a l r.msportadorn
Ex-istem e,•idl:nci:u de qu..- a inibição da ab,ercura rstomãti• muldfundono.ls <m pbnt~. Rc\'i "o. llra.sllt ir.i. de 0olànio .
2011:l◄ :481-91.
'3 induzid.1 pdo 3umento de c a:• no citopl:mna, pro,·ocado
Goldsmi1h CR. Mault NI, D.i-wson TE, 11.c inddcnçc and implica•
pelo ABA, (: maior c-m estômatos irradiados com luiaz.ul, não üonsofdo~ for doud (orct-t plant watct rt-laticms.. E,;olo gy l.tt•
aprcsen1a.ndo nenhum e íeito sobre 3 :ibrrtun estimulad.i pela ICf~ 2013:16:)0i·H .
tu.t ,-enndha (Parvathi t Raghavendr;i, 1997). Tal COI\St:llação Hõlltr K. Ein Schtma fiir dit osmorisctiC' Leistung d<'r Pilanztn-iellc.
está de acordo com as: observações de que, além das abem.i• Jbid. 1920-.38:288·98.
ras de <'.anais de S3.ida de CI·. malaio:• e K· das membr:ina.s Hublwd KE. Sicgtl RS. V.1.ICrio G, Br.1.ndt B.. S<'hrotdct J1. Ab$cis.c
d.as células-guardM, mencionadas anteriormente, o ABA. por acid and CO; sigttaUing ,ia t:ik ium sen~itMty priming ln guard
m eio do aum.-nto nas conc<-ntrações de ea:•citosólko. in• ctllS. n<'I'-' COPK mut311t phcOOC)l)t':S 11.M a mc•hod for impro,'N
1esolu1,iuin oí stomal.al ~imulus•respon.sc analyst'S. Annals o( 801·
terfcre n:1. :uividade das bombas de prótons Hº-A'rPasr, que :&.li)', 2012;109::S· l 7.
é um.11 respos1a ligada ao papel da lut aiul (ver Figura J.26 .- Kang ~•. Outfaw WH rr. Anckrs«1 PC, Ft0rt CB. Guard•cdl ,1poplu•
Qpítulo 12). lk SU(rose concc-.nlnli()n .. a link btewcen lc-.1( pho1osynthC'.sis
O~~ modn. o A HA r,.r1,. unrl'I inlblr a o.be-rhu·.i. q u ~nto ond «om,ul ~tnun: $ba: ln che ,opopb~tic pblo•m loader Vi<oa
pro,·Oc:"M o íccham.-nto cstomãtico. Qu.11ndo, índirctamen• íab.i L Pb nt, ~ll & EmironmC'nl. 2001;30:SS l •8.
te, tsse hormônio ptO\·oca a inibição da bomba de próton.s Kinoshha T. Shlm:uakl K-1. Bluc light acliv;atcs 1hc pla.sm:l m<"m•
H·.ATPa$e e dificulta a hiperpo13ri7.ação da membran:a, Isso bn11,e tt·•ATPut by pho.sphotytallon o( lht C tcrmim,i5 in SIO·
faz com que não haja aberturas de canais de influxo de K• e mat!I guard cclls. EMBO Joum~. 1999:18:55-t&-58.
Luan S. ti W, Ru.sn.ak F, Asstnann SM, Schrc:ibtr SL lmmunosup•
inibe a abertura cstom.ãtica. Quando. indiretamente, promove prcs.santSimplint.t protrin phosphata..sc rtgulation o( K· channds
a ativação de cana.is de saida de CI· e maiato' ·• que lr,•a à drs• in gu.ird edis, Procctdings of lhC' Nalional Aco.demy of Seitnus.
polari.t3ção da membran:t t: il ativação de canais dr ríluxo de 199k90:2202,6.
K ·, provoca o fechamento estom.ãtico (,·cr f igura 1.26). MacRobblc EAC. Jo11ic rda1ions of guard edis. ln: ZC'igo:r E. F;ar~1u•
Em sintese, pauc:indo•se nos resultados<' sugMões m..-n. liu CD. C,,.·u Ut cdlt0ts. St-Omal~I funcdo". S1.3nford: S1.3nford
rion:tdl)S pC>de•se h,íerlr, com td ath>a segurança. que K·, CI·, Unlvmi1y Pr\'SS; 1987. p. 12S-.62.
malato1• esacarose escáo envolvidos na rcduçlodo y,das célu• Manstidd TA, Hnherint;ton A.M, Atklnson CJ. Som<" cum:-nt aspccu
las-guardas, favorec.endo, por conseguinte, a turge.sc:tncia des• of UWnal.1.1 physioJogy. Annual RC'\'l<"w o( Pl;ant l'hysiology and
Plant Mofocul:tr Biolog)'. 1990;4 l:SS•7S.
tu. O K·, o CI· r o malat0 1• acumulam-se nas c(Jul,1S•guá.rd.1s
Muten H, Hcdrkh ll, RQd!s,cma t.lRC. Bluc ligh1Jnhibils gu:ml ccll
estimulados p<la luz a.zul. No entanto, o acúmulo dt.$$atSubs~ plas:ma n-.rmbra.nt anion dianntls in ;a phototropfn-dcpt:n6en1
tineias pode dt'ix.at dt' ocorrer se hou,·..-r um au.men10 no níw:I manner. 1hc Plan1Journal 2007:S0:29·39.
de A.BA. que se dâ cm si1uaç!o de eSlr..-s.st' d<' igua, Con1udo, M"urd C, Rclzer J,$çhrotdct JI, Chrispcel.s MJ. 'íhc Y.itCuolar mtfl'I·
a sacarose aumenta seus nh'ds nas citulas-guardas tsdrnulada bnnt protrin r ·1'1P crcatc.s w:11cr .spedíl.' channcls in X<nopuJ
J><la lw: wrmtlha, a partir da fixação do CO~ fo1ossint~lico OOC)1N. EMBO JoumaL 1993;12:2241 •7.
t" U'.llponada do :apoplasto. nio aprest:ntando s~nsíbílidade ao Nobel PS. Phy1-ioochcmical and etlV'iromncmal planl physiology. 4.
ABA. Mas caso ocorra um estresse hidrico, os t.Stôrnatos de• ed. Ncw Ywk: Acadcn1ic Prtss. 2009.
\'er.lo fedlar•k 1,ard:slmentc. dificultando a <'ntr.1da de CO,. P.uV'Jlhi K, llaÇl:1,·,:nd1a AS. 6lu<" 11s h1,promotcd s1oma1a.l pt'nuig
O bloqueio â c.n1rad.11 dt C01 limitatâ a taxa ÍOló$$int(tica, ln al>-1:0:tl cpldermis o( Co1nmchn11 b<nghakruls in m:iximul at
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t rcprOduHvu da.s pl:tn1a.s e, consequt:ntt'ml.'nlt', .'.l produçlo
du1ânm eston~1n e po(cnci;aJ osm61io00:m <'Spédt:sdos l.'$-lr.tlOS
agrleofa e a manuknçlo d:t qualiJ3dt de mujtos ccossi~cma.s arb6tto, aritwtivo e J,n-1,,k~ dt um cerr.adão. RC\'Jsta Bnisilei.r,
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Nutrição Mineral
Arnoldo Rocha Façanha • Luciano Pasqualoto Canellas •
Leonardo Barros Dobbss

lntroduç~o O Humismo. como fÍCQU conh«:íd:t essn teoria vualisu. pn.-via


1ambl m um.l'I cone,clo espiritual entre os bendkiosdo húmus
A nutrição de pta,uas ou, prim.1riamC'ntc, qu<'stõc-s sobre qu:11
,10 solo. is pfan1as e ao próprio ser humano. Cun(K;amen1e.
seria o alimento das plam:as e como elas o ;adquirem lêm per•
o lermo .. hômus" na ;antiga Grécia er:i u~ do para designar a
mC'ado tod.l a história d:i humanidade, remontando ao ;:iban-
1erra fért il, mas também significa~ homem. Esse vinculo mis-
dono do nomadismo e ao e·m1beledmemo d:L$ primdr:tS civi •
tico da antiguidade perdurou durante todo o periodo mc-dje.
litó'IÇ<Õ<s. ConhC'dmcntos acumulados após mUh.: u~ de :,.nó$ vai. por st'r fiJ'"ofic:amente alinhado à doutrina vi1ali!l:a que
de o-bs(n•aç:ão culmin.uam na seleç-.ão < no cuJth·o de certa$
fu ndamer,13\·a a ~ 1ru1ura hegemt,níc;a de poder do deto e da
e$péeiéS ,•egetais que pa.ssaram a pro,•cr um sistema estável aristocracia íeudal. De (:uo. 11té a época dos Ultimos defenso•
e conttolado pan a s~•hsistfoda hum.ina, d<scncadeando .l
res do principio vital g.er.:,I denominado ~ílogistico" (\·cr phki-
primeira tev()luçAo tec.nológic:.a d.a história, O dc,('nvoMmcn• gisum; Georg Stahl, 1660• 1734), impc:rOu um:a idci:a ~Unlc
to da agricultura permlllu o apareei111en10 de nov.as ordens coníusa e mística sobre a nutrição daJ planta$.
socioculturais íundadas, em sua origem. ,,aescolhl'l de :fre.,s O e:tpcrim<'nto de Jan Baptist \"ffl Hdmont (ISS0-16-14),
ma.is férh:is, levando, <ntre o 4º e o J.11 milênio antes de Cristo, ri:ali:tado n:a década. de 1650. rt'prcs('ntou um muco <k transi-
ao ap.ir«imcnlo quak' simultâneo das primeir:,..s civilizações çllo entre o mundo espiritu.tl mediev.il e <> mundo m«an..kuta
às margr-ns dos grandes rios: rio Amarelo na Chin:i, rio Indo da Renucença. Durante S :inos. o tstuJioS() 1«1mpanhou o
n,1 lndi.i. rio Nilo no Egito, rio Jordão na Palcs1ina r rios Tigre crescimento de um salgueiro plantado em um gr:t.nd,: \':LSO, i:,
e Eufrates na Mesopotàmia (atuil Iraque). Esses PO\'OS logo hi.lvendo medido o peso do ''3SO, da terra e da muda. lmpu•
apr11ncl11ra1n :i .\$$O<i a.r a Íllrtilid:iJ~ dl!ffaJ tenu ao h úmu!l', 1ou o incrcmcn10 de maua da planta a agua da 1mgaç.ao. No
produto d~ m:atétl11 orgânica em d«ompóSição depositada no entanto, como seus con1empor.lih:0$. v:an Hdmont tambtm
solo, darnndo de 4000 11.C. os pr'ime-ir0$ indícios da ;i,dubaç;io era defensor convicto do princípio \•Irai. o que dc certa íorm:.a
com o uso de estercos e outros resíduos or~nk0$. explica os problemas d<' seu dt"St"nho cxper!mcn1~ quc n;io
Como as pl:antas constltuir:un a base da :illmentaçllo, d0$ previa a nectssidade de anol.içõcs ou me:smo e:stim:uivu do
remédi0$, do vestu-ã.rio e da moradi:a. o entendimento de suas peso d,a igua adidon,d:i.. Décadas dt'pois. John Woodw-.ud
necessidades para uma crescente produtividade :ur:iiu o ln• ( 166S· 1728) verificou que a 3gua COnlendo partículas de solo
teres.se de eminentes peru.adores da hum3nidade, desde os ou detritos orgânicos era nuis eficiente na promoç:io do crcs•
antigos- lilósofos chineses e gregos prê-socrâtkos do século S cimento vcgçtal que a água da chuva. .:oncluindo qu< a agua
a.C. atê laureados do Prêm io Nobe'l 1uualmen1e. Demócrito de cerla a h.inç;lo de a.m:.lr çlcmento.s do solo para 1 pi.anta. M.1.s
Abde~ (460 3 360 a.C.), fi lósofo grego que cunhou a p;ilavr.i foi somente no sé<ulo IS, após a institucion:illzaçio d3 Cili?n•
"~tomo" para descre,•er a menor parte da m:uêri,a. enunclo1.e d.a e: a ampla difusão do Mé1odo Ckntifi,o Cmtsi-a.no,, '{Ui! os
"A terra màe quando íer1Uiz.ada pel:a chuva dá ,ida :\.s plantas cientistilS renascentistas p:u.i:>.r.am a des<n\·olYcr experimc1l·
que alimentam homens e bestu. Ma.s aquilo que ,•elo da terra tos criteriosamente controladOi e. m~mo ,onta.ndo somente
11 da deve retorn.u. assim (.orno o que veio do a.r ao ar \'Oha• com a preciria b.-se t«nológica da Jpou, d uddan.m o papd
rã. Pois a morte não destrói .i nu.ttria, ma.s somente quebra central dos minc:ra.is. da .igua, dos gases e da tu1 no <nscimen•
a união de seus elementos, os quais voltam a~ r«ombina.r Lo vtgecal.
em outra$ forma.s': Esse conceito primordia.1 de cidagem da O pr<>c:c.s:.so fotos.sintético começou :l scr d~nd.-do
nlllléria orgân ica foi consolid:ado somente 1.800 anos depois. a partir dos 1nb.llhos indepcndC'ntcs de Joseph PnQ.lly
por e$tudos empíricos de Berrtard Palissy (ISIO-IS89), o q~al ( l i .U •ISO<&). J.an lng,:n, Housz ( 1730- 1799) e Jean S&:-ncbt('r
,onduiu que a íeMilidade dt' solos suplementados com cm• ( 1741· 1S09), 0$ quais em conjunto Jemonstraram qu.:!, n:.\ Je.
zas de vegetais Ll,clnerados dt'corria da repo.siçllo da matérfa pend(ncia de: tu~. os t«idos verdes das plantas incorp.,~01 o
que do $0l0 ha\'la sido removida pelas plantas (Browne, 19-1.3). gá.s: carbóni;.."O (CO!) e ptoJui;em ou1ro gá.s. o oxigênio (01).
Mas a primeira teoria amplamente difundid.i sobre a nutrição Nkolas•Theodore de Saus.sutc tl767• 184S) induiu a ãgua n()
de plantas não tratava da matéria. e .sim d.l ex.istê~cia_dc- uma pro.:tSi0 fazendo uso brllh~ntc tia Lc-i de Conservaçio das
forç.n \'ital presente no húmus a qual urla. transfenda a planta. r-.1:issa.s, que havia .siJo publicada pcla prime1r.1 \ '1!7 e:m 1760,
)4 Flsioklgia Vegetal

.-m l•m cno;.:ilo de M1l:h.1il I Om('lnoso,· flill , lit-!-). m.l1- QUl' J.,. c&.-ni,:-,1, ,k hibnJu~1ção, iu1cm,1 m,·l-ml1.,,.,o ~· .1phl,1~.lo de
somcnll' 1·1ano~ dq ,o,.., S<' t('lrn-0u mlm,li.llm<'nlc rn 'Nlhl' (kb l'l':>lkttfa \ f fortih~ llll.'S,1i1iimn~.
,:~1~1 l~!> trab.,lhc" ~ t' Anioinc Law,i~i(•r (l i◄,1 -179-tl, S:iu~u• ~\ut m, ru l'Íl'lh'~dd\'i~ric,,,s lkS5.' ;1g1kuhu, a imhi..trtal \O·
n: ,...:il\u~m• que., w ma d.1 m:i~ de CO: inco-rpor.,<l:i só Sl' bn" o ambicnl\' ~ :i sa\1dt humana ti·m !('\':Ido :lo rt<gatc de
0

corrclac1on;wa c~ni o aumc-nto da binm.a~a d:i rt.mta. con• rr.i.1iws:.ln.:c.,,1r:ils, como a fcrtilita,ão org..ini<;;1, ~1ue t n1 plcn()
siderando o O: hbl"r.1do. 5-e a mas~a Ja .\gu:i (0$SI." incluída n;i :<&ulo 21 H'n-'S.:CCN»o um:t prj ti(a m:.iis :.lde(1u.ida aos prin
.:quação d.l fotos.s1nt('S('. Ma1i, t;mie, JuliuJ. Maytr ( IS l~· ISiS) d pfos l.'mcrgcrues de produçlo suslcntáv("I t <ons<'rvação am.
:i~lkou r rincipios h'rmodin!unkoS-'O pn., aSSI\ pr<'''t'ndo que bic·n t:il. A atu.11pesquis:1 cientifica nessa liuh:i tem re"clado as
nao somcnt(' .l mass:i era cons('n-ada. mai, a cnt-rgia tamMm, haSt'scstrutur.1i$ e funcionais da ação das suhstãnci.is hllmic:is
rostu.l.lndo q~c :i c-ne~gia da lui $e-rfa C('lm•..-rtid.1 i."11'1 cncrglil sobrl.' os pla1ua.s. que par«e mais relacionada com regulado-
qu,m,c;i conoda na biomassa '°tg<'taL O 1rat-1do de S..ussurt m dt• cmd mert10 pr<'scntes em sua macroestrutura Ql•,c cosn
sob~ a quu·ruca d<., d<'st1wohime,uo d.1s planl:tS (<l<' Saussure, os-cu conte(,do nu1ricion(ll (Canella.s cl "'·• 2006). ~m outra
1800. além de ;a,spcc1os re-1.-cion.:idos com :1 tix-:1Ç'jo de ,:.arbo• COnt'lllé, seguemosar.iutos da nova era da biotecnolog,a que-,
n(), pre.:oni7.3\':.l ql1c dturminados min..-r:iis enc()1Ur,1Jos nas J):'lr-:'ld<»:almente, também buscam a libcrcação dos msumos
cinus das plantas kôam elementos e$stnciai.s.. e n3() ingre• químicos, nm por outros meios. pcl:t trnnsformaç..~o genética
d ientes addenuis ,1,bsor\'idM da solução do solo, aind:i que das espedes, ,·isando adcqu,-las esp«ifirnmcnte a c-;ida desa-
det«tado.s. cm qusntidadcs dimim1tas. fio imposlo pelo a.mbi.:111e e às exigências de pr()dutivid,, dc e
E,·idências o:~rim~ntais qur permitiram a compro~ão e qualidad,c crcsw11e&
a ampliação das dcM'.obertas de S:ms.surt foram obtld:'1$ poste• Atualrn,cntc, a pesqul.s:l e o dese1wohfo1 cnto no <:;,impo J ;a
rionnentt' por uma série de pl-squisadotes, com destaque pat:1 Nutri,.ilo Miner:il de Pl:antascon.s.lituem uma :irca de dominlc>
as obr.is de k an•ll.aptis.1e Bous.,ingault ( 1802•I887), sobre as es.sc1)(ialmet11e tnm disciplin.lr cm continua cxpans;\o.. trans•
bak':S J:i fen.ili:uç.io org.inka, Carl Sprengel ( 17$7•1859), idea• cendendo os limite:sda lisiologlil ' 'C!,'<'tal e da quimica do solo,
li.udor da té<>ria qu<' serou a ~mosa Lt'i do Mínimo. e Jus1u.s tomando,se a1ua)mrntc um ponto d..- oonv('rgênda para C'SlU·
\'On Liebig ()840· 1855). o eminente quimioo alcm;io que com- dosd,cnti6cos e biotccnol6gioos qu<" 1(m suscitado imporian-
pilou (IS prindp.ais dados existentes ate então para forjar as ba- 1,cs dbcvs:1õcs sobr<' bioécica, segur:inça alin11:n1ar e equilíbrio
sei ela teoria moderna da Nutrição Mineral de Plantas. teoria teológico ql>t fogem :te) e$OOpo de$te c:iphulo.
esta que obtivera gr:1.nde p.-u-t<' de seu suporte e::tperime.,nal
pclas mãos de outro eminen1e p,esqvisador al-cmão, Julius von
Critérios de essencialidade
Sadu ( 1832-189 7), o qu:il aprimorou o mêtodo de cultura de
plantas proposto inicialmente por Woodw,ard, desm,'Oh-,cndo A poderOtSa teoria da Í()r(-3 vical do hümus perdurou ainda por
a primeira solução nutricional compos1a que permitiu ;a.s pri• u~ déc:idas após a publlca.ç3o do 11"11\ldo de SauiSSurc, .st'ndo
m-ciras compM·açõcs de essencialidade de certos nutrientes 300.ndonad:a somente: após :i complbç:lo científica ftita por von
(Sadu <' Knop. 1860: 1865). Sobre essas fundaçõ-cs, crgu,cu•-5(' a LJcb1g, A partir de entao,. o proce:s.<;o de 1ransforrn:1.~o <:los ele'•
no,-a Ciênda do Solo que .st' concrctiz;a com ½ssili O<>l..'\ltchaie,· mentos presrnt" nos minerais e na matéria orgftn ka do solo
( 1$4). J903). mentor da filosofia que tinalmen1e conectou den• para a fwma de íons inorg.inicos passou a ser amplamente re•
rilicame.n1t o .solo às i.n úmtr:1$ e dinâmicas rdaç~s e:xistentcs conhecido (()(1\0 a príneip31 fonte- dos nuu icnte:s essenciais às
entre roch:1$.. águas, d lma, flora e fauna, <' ,cspedalm..-nlt ao ho• plantas. Essa noçlo timbém ajudou a pôr fi m â acirrada discus-
mt:m.. são "ig.cn1e na época sobre a naiurtza dos dc-mcntos ess-cnci:üs,
Oisdpulos desses emin-cnln ptsqujsad()J'es dese1n-oh•er-am a se orgânica (como tf!Orizado por Boussingau)t) ou inorgânica
t«:nologia dos fen ilb:antcs, e a ger:iç,lo seguinte aprimorou a (<Omo d..-fmdido por ,·on Lirbig). O estabelecimento d0$ pro•
técnica de hibridização produzindo , ,ariedades aptas a produ.tir cedimentos Nsicos da ex~rimema.ç:lo tm nutti~o mineral
mais ,e cm r,cgiõcs antes inexploradas pda agricuJ1ura.. ~01· pl'O\-eu e,•idincias contundentes sobte a naturtz:a inorginica
1ando a explosão dcmogrifica e dcm~ indo os Umhes previstos dos elementQS ~enda.is e possibilitou a iden1ifica(',llo da com-
por Thomas Mahhus ()?66-18 34), Em 19i0, o Prêmio NOO<':I posição b3Sk:a dos ftrtilizante:s • NPK': Es$es primeiros efemcn•
d, P~ fora coneedido a Nonnan Borbug (nascido t'm 1914: los foram identificados como nutrle1nN essenciais em ensaios
cm 20()i, ;aos 93, pe-rmanec,c um atÍ\'O e rcquisilado oonfi:rtn• t'm que sa.is ~ l(wt-is ck a da elemento eram fornecidos às
cista) por w :1. comribuição no combate â fomt~ ao fornecer as plantas em concentr.içõcs crescemtS, seguindo-se medidas d<
bases cientificas do dcs-c-n"olvbnento de oo,'OS cuJth•a.res com crescimento e: produthida.dc: ou. ainda, quando~ <xduli um
aJta re.sis.êncfa e produtivíd:ide, fundando a chamada ..Rc\'O• desses sais de um mrio de culll\'Ocomposto e obscrvav.mM<
luçi,o Verde': A partir de-ssa época, surgiu um nO\v paradigma 0$ sintomas dess;a c.arênd a. Tais c.xperimcnros seminai.s. fun •
n.a nuuição de plMtas, s.egundo o qual, para ali m das wplc• dam..-nlaram :i Lei do Minlm~ a qual, na sua versão original
mentaç~.s do solo, passou-~ a persl"!>ruir a tran$fotmaç:lo da enunci.-da por Sprtngd , prtvf que o crescimento de umn plar)ti
própria planta em u.m organismo mais ap(O :i explorar 0$ te• c.:ssa M' um dO$ dementos esscndais tGliVtr abaixo d :a quand·
cu™>s d.isponiw:iJ sob as difrremes condições ambientais. Tal dadt c-xigida pela naturez.:,, da cspéd~ ou na vt'rsão m:'IÍS agro-
u,'<)luçi~ apoiada nos conhedmcntó$ acumulados sobr.: as 1l6mia de:senvol\ ida por Licbig: "'O lim ite de prod utividad,c t
1

~ químicas e bkilogicas dos componenl<'S rd ac:ionad05 com estabelecido pelo nh'd do dcmtt11ocuja carind:o é ma nifcs.ud:i
a nurr;ç-ão , •ci,oetal. possibiU1ou uma descomunal e.xpansão das pl'imciro''. Atualmente.a Lcido Mínimo ê, por mérito, ctc<litad3
áre.u cuhivadas e do potencial produtivo das cuhura.-s. por mrio a ambos. Spreni,>d e Licbig.
Caphulo 2.,. Nutn(.\c:, Mine,,~J JS

Tal prim;ipio 1111pulsionou o d~<·m·oh·,mcnto d .1<. primei• íodJv13, ,1 \uh-.1,1111~.,o de um dcmcnlo e,-.enCMI por out ro
r ,H ~ •luçúe, nu1ri11v,1\ cnn<;.iJcr,lda\ e<,mpkt,,~. d.1d.1 \U,l cfot1 ..,m,1.ir \Cmpre lev.a .a JJnos mct,1b6licu1. º"
qu.1n. no t.a<u
viJ,t<ll" m1 c,,lt 1\·11 controlado Jc, pla.n1.1,; ( ,\tr)l)n e \ 1n111, l'JJCJ: cl.i \Ub~111u1(lo do K' p<'ll) Na·, cm1\ti1ut'm ,1 b.uc do c<trcs•
1lo.iglancl e ,\1 nem. 1950), A formu1Jç.1o udti \'l"7 ma,~ prcci,:1 ,;e ,:,lin<>. F..xl\lc .imda n "'"' ele algun, mtlJi\ trad1nonal•
dc<.sa<. .\Oluç(,c<; dccom:u dn :1pcrfdço.1mtn10 d.1<. 1écnk.11\ d< meme wn\ider.1do\ tr'1Jdc:r,\, ma\ par., os qua1.5 t:.imb(m \('
remoçlo Je «uuarninante'S d,,s snluções nutrili\';l< e mrnou 1l m acumulado cvidênc:la< de e\send.alidaJ c ou bcncíicio
po<.Si\•tl :t d:t ~~if1c.1ç:i◊ de cad,1 nutnenle de acordo com os a\ plant.u. O N,. por l!'Xemplo, foto clcmen10 ma1\ r«ence •
critctins de ess.endalid:.ulc cs.Mbdec:idos. lxsde então...ão mcntc incorpor:ido "'' mi J os nutriente< t'\<enciJis <Brown
considerados elemen10~ essend:iis ;iquele~· ri t1I•• 1987),C()m :t elucidaçjo, n:a Ji!cad..- de- 19i0. d.a pan i•
cipaç:io dcs~ elemtnto na ,en11ma urc.asc. rc-spon.sitvel pela
Cuja defid(nd ;1 impede c1uc a pl.,nta compltte o seu ddo
hidróhse da urt>ia. ger,mdo NH, · e COi. Ena mct:aloC'niim;a
de vida
de~ndeme de Ni e íund:tmt>nt:11 p-.ir.i a planla poder u.s:ar ;a
Ql•e não podt·m .ser ,1,ubstituidos por outro com airactcris•
urda (endógena w exógena) como fonte de mtrogtn,o. E
11c:-.,s <1uímic:as similares como desprt':t..ir a imp0r1:incia do ,\1 para .at pl.1111,1.s cvolutl•
Ql•e partic:ip;im direta.nm11e do metabolismo d;i pl;int.i.
vamrnte .ida piadas aos solos Jcidos. como alguma< c~ptc1e1
tfojc-. c-:üs-tc uma ampla concordância .sobre quais são os nu- nati\'il!> do tcrr:1do brasileiro qut acumulam concen1raç,õet
trientts tssenciai.s (Tabd;a 2. 1), ma$ ainda perdur.t a cor1lro• c:<trcm.imente ele\':tdtis dcss.: mC't31 em ~euJ tttldos? D:tdru:
\'ér3i;a sobre a indu.s.\o ou n:io de tlcmentos :ididon:.ai-5 nt$Se dem()11$tl':Hn que mesmo para pl:an11s cuhiv:adas, e-m geral
sele10 rol. coMldetadas suscc-th·ci.s ao eslr4ie por AI. ve,Hka-se e\li•
Tl.'tl coiuro\'érsl:'1 lt\'OU a uma novil dtlssificaçào para mulo Jo c1esdmento vcge1;il em concentr.lÇÕt'S sub1óx1e.as
:ibrig.u elementos que parecem ser essenciais apcnu para d.:ssc metal, o tC'rcciro t>lemt>nto mai.s abundanlt' d,1 cros1a
um número limitado de cspkies, como o sôdio (Na) para 1cnes1r.:( Malkan1hi d al.. 1995). As.sim. i possh·d que ,u ba•
pl;mlas halófit;,,s (c.spkics «>m adapl:tç~o cvolu1iv:1 a am• .5es do benelTcio ou esunci:tlidade de outros elementos sur•
bierucs salino.$) e o silfcto (SI) para gramíneas (p. ex., arro1 J:tm com as novas tccnologi,1_,. c..id.a \'t"t mab sensíveis no e~
e aina-de•tiçúcu). Para dl(erend:i-los dos nutrientes con• tudo do dtscn,-olvimcnto vcgc1,1I e com a di!$Cnç:io de nov-.u
sider:idos essenciais a todas as csP<'cits. foram dassiftc.ados enzima_,. e rolas metabóli('.'I.S qut $t ~condem no conjunto de
como benéficos.. Dada a similaridade de r.tio atômico e/ou genes aind.a de íunção dts(onhecld~. re<êm•descoberto$ no\
earg:i iónica. :1lguns clemenl()$ benéficos podem sub.slíh,ir genomM de planrn$ Ji St>quenciados..
um elcmcn10 esstndal em situ:,çõts esped ficas. 1$$0 oeor• Cl.aiskamen1e. os nutrientes t!m sido d3..'i!ilfica-dos de
re, por exemplo, com os íons Na·, que podem ser 1r:1nspor• acordo com a quan1ldnde uigida pt>las plantas.. Os macronu•
cados por alguns canais e transpor1adort's de K' e se ligar tritntts .são aqucles exigidos c.m grandes qtl.lntid.idcs (N, P,
em r.n 7.ima!l eom d tin.\ liz;anl~ d..-<.~ dtinn mnncw.ilr,ur K, <::l, Me r S), .- o< m krnnn 1ri rn1M. ( R.. C'.l, 1.u, Fr, Mn. 7n

T:tbt-la 2. 1 E.lementOS essenciais ;is plantas.


Clll'mt-nlo ICl:m1fm1ç!o
l
O,•mc»·utr111çào d/1 OJHn(!~lld,1dt Con<t'{ll~O riwd1<J 1 ~orçbo
~~ • )

ca,bono (C) M.ac:,onuuitnces dt> Sauswre 11904) ,o,


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Olli9énio (O)
Hidrogatiio iHI
de S.wuure (t804)
deSJ.u\\Utt-(18()4) ..'"' º·
HCO1·.HtO
Nillogfflio INJ
P<>c.i.ssio 1)()
Cjkio (CJ )
de »ussur• (181)1)
SacM • Knop (1860; 1165)
So1ctu e Knop(1860; 1865)
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fóslom(P) VIIIU860t 2 f oü.11os lHfO., HJ'O,. HPO;', POtl
M.agnfdo (Mgl S.ac;hs e Knop ( lll60: 18651 2 ,ldg"
[l\)l(lfft'IS) S.Cl'ls e Knop t l860: 186S1 S0,1•• SO,
Ck><O ICI) M,cronutrlieMn 8f'OY'tf t l af,U9S4) 100 o
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M.a-U (191S)
W.Mingl0n( l92l) ,.,. lon1ouauel<11oi
ÃcktO bofícoou b<lrõltos
Zítlco lZnl Sommcr • Uc,m,1n 1192o,.) lon.s ou Qutf.uos
r,11o(Ft) So1ch1 e Knop( l86(1; 180,$) 10 lons ou quMos
Niquel!Nil Brown fot or.(199'1 loRS ou ~&to,
Cobie(Cu)
Mol!bdênlo (Mo)
lipmo1n•MclGnncy 11931)
Amon II St~ttl939bl

0,1
fo,u ou Q~tOs
6ons ou Qut>,lat°'
Ad•P~ 11e OKhem t' N6Chti1J;ill (}006).
36 Rsiolo9i,1 Vegttal

1'1o t' N,) i.'m ~uamiJadc~ '-lin11n\1tas. r or su11 rnn<rn1r,1ç.i.<) no equilíbrio ,linl mkc, n m1 as p.,rtk ufas ,h, solo e ,;,uá i:vcntt~I
solo. os nutncntc\ r odem ain,111 ser d3~~ilic.~dos como 11\11• ,tbsor,;;W pd as plllnt~s.
crot'knl('n\O!>. ,uj;i t'(ln,cen1rnçll, é m Jit11• , ur 10 " nwl L '. e
1
microckmenl(JS.. menor qut" 1O" mol 1. '. Dt ssa forma, 0 p ,t Elementos da relação solo - plant a
con~idcr:1do um macn:,nutrientc por St'r rcqu..-1'1,lo l:lll ir,.1n•
de q uamld:tdr pda ,, iama e um mkroelcmt'nlO por sua baba Em ambie.11tes n:itur111~. as pl;uu as r,'1ir.un a maior p ôlrtl' dos
concen1raçào na solu ção do solo, '"·nquamo O Ft' e um miml• íoru nccffl~tlo.s par.'! e> seu c-rc,s.clmento da solução do solo.
nutriente e um miC'rod cme-nto. As rc:i,;õcs g«>lógk:is de decoo1r osi('ão das rochas, chamad~
Do ron10 de ,"iita füiológico. omra d assitic11,;-:io tem sido ~ nerkamenledc intemperismo, têm como pro<lulo o próprio
l'rop.os1a por i\leng<"l e Klrkbr (2001), o5 qu.,is 3 grurar.1m os $010 ~ a libcniÇl'IO de Klns que se diiundcm na ãgu:'I lntersti•
nutncnlN c m qu:uro grupo$, O primeiro grupo seria formtdo ci11l. Os minerais 1>rimãriM, os que rcsuham dire1:1mc,u e do
por C. O. li. N t' S- os maiot'C'$ con.n itutmcs dos compostos ma1tti11l originário d11 ação do imemperis mc>. C.(UHmu:am a St'
orginicos.. O ~ u ndo. formado por P e B, que pockm rstcriti• decompor quimia mente e dão origem :aos minerais secundâ.
car g.rupamcntos O H é p.u1kip11r do mt'tab olls mo tncrgétko rios e às formas iOOicas. que podem str ;,bsorvidas e utih:u,.
da planla. O terceirQ grupo se-rfa form.ido pelos d.tic>ns I{·, d.u ptlas plantas e pór ou1ms organismos. Os mincrnis mai.s
i\lg!·, Ca:• e Mn~· c pelo ànion CI·, 0$ quais exercem papt.l comuns nos solos e o r(Sumo das principais 1ransformaçõn
import.sntc na. rq;uJaçfo c>smótica, n:i s.iMliz.açio celular, no na minera.logla da Ír.1Çôc> argila do solo ~1o .1prescntados ru
b:alance:1men10 de cargas e ,,a ma.nutençilo do poctnci.il elCtri• Tabela 2.2.
co das membranas.. Jâ o qu:uic> grupo s.erfo cons1l1uído pcló$ Tai.s tr.u,s.f(>tm11ções são «>nhed d:1s como ti1ágios de in •
mel:li.s Fe. Cu. Zn, Mo e Ni. :absc>n·idos, principalmen1e., n:i temperismo de J11c.kson t' Slw-nnan {l95-3), d assific,;idos em
forrn:i de quefatos e incorporsdos em grupos pros.1t'1kos de trê, nívt'is: inid 11), inlt'rmediirtO e _.,·an('-ado, O cst.igio ini•
tl'\t imas e/c>u em núcleos tctrapirrólicos dt <itocromos. onde ci.il é reconhecido pda importância. de sulfatos, carbonatos
p:1.r1icipam do 1t:1.n.s,i,<>rtc de clt'u ons pela ll'()Ca de valência. e silkatos prhni rlos (cxccco quart:lc> e muscovita) na ír.1ção
Ums discuss:lo mais dp.xi6c.i sobre o papel dos nuttlentes argila do solo. E,s.<;es minerais persislcm no solo somente <'m
n:a planta e re1om:ida m3.is .idiantc. Segue-se a apresentação c.ondiÇQe.S extremas de secura. umidade ou de baixas tempen•
de :alguns elementos d:i rtl-l'l~O $c>IO.planta, necessária para turas, is.10 é, quando são bloque.idos os intercâmbios de :igua.
a compreensão do comport:amenl(> d<» íon;s em $0lução. seu energia 1tr1nic:a t> ar, que caracterizam os si.stemas abettos m

T"bt b. 2.2 Min~,a~ m11i1 comuns no iolo.


tmponindl
C•rbonl10 mais abundante
..,,.
ô lclta Mlnffli.s primj1los
"'º·
CaS0 , •2 Hp AJ)unclanteem rt'gJOtS "'oas
Olivif'\f fMgl~):Si(), ln(tll'IJ)friz.iwf
f ac;llmt,1~

Ma K,Al,0 1(Si,OJ 1Al.toH), Fonte d'e K n,1 mJi01ia dos 1,0los 1.e-mpe,r,1dos

K,Al,0i(Si;OJ iJt.lgh).(OKJ,
~ ldSl)tllO \Nl,K}Al()lLSO} ,
C».\ 0 .,IS10 ) 1

.....
ZircJo

E,)idoto
ZrSIO,
T,O,
éa,tAl,Ft!I,IOH)Si10 ,,
All,1!nN'llt' 1csf$1tt11ts ao lmeml)trismo: usados como "min,trak
incke' eni fll!Jdcn p~lógkos

Turmtlina Nallig,Al•8~ 0 ,,10 H.fJ,


Bimeui t.a {Na,C,JMn,0 ,, ·2,8H10 O.ido de Mn mal, .1bun~tt

bmectiLI Mine<~ M CSi.AOP,lle,Mg),O:.,IOHJ., etntiut f-Onm de d tioM 11oâvfls no solo


~ 1,,1nd.iii0$ M': otlon n.interoMada
VermiclMI• C•rgilM Silica-i,d,U:J
c1om,
Caolinitl Si,Al,O,._(OH), Abundall(e flTI a,gu»como p,odutosdo lntefflC)C1lsmo
Alofa11a Mincrais Si1Al,0,1 • nH,0 Abuncl,1ntes flTI SOios defi11adosde Cif\Lli 11Uldniu\
iKundárlo~
1mogo111a (~();!Ódos1 Sl,Al,0.. · 5H10

GlbbSiU Al!OH)1 Abundante eM k!IO\ HxM.ios


GôtthiU feO(OHI Oxido de fe Mais •bundante
H~ f e ,o . Ab...ndante em 1egl6es (lvt'ntts
ftt1id1lt.t fo..0 ,.·9H10 Abl#ldantt- cm horilonw, or9k'liccn

-
C.ipilulo 2 o- Nutri(~ M!ner.ll )7

n:uun"7:t. O ,·<1;\J!io intcrmcd1:lnn ,lc inlC'mpcn\mQ apre\C'nU de aluminio ( l·ig.urJ 2.1 ). Ncs.st''i mincrni\ e no-. 61/tlo-.. hidró •
o c1u.irt1n,. ., mu<(ovit.l e ;1luminM<1lica1os <t, uml.iun\ c,,mn xidos e nxi-hidróx.idm (rt"un,d,,,; 1.'.0tll a dcnomin,1('jo genén •
m incr,,i\ pmcmtntnlt'S 11,1 fração ar15,ilJ. T:u< mlncr.11.. pc-131< e.a dt "J,xiJos") JC' ferr•) e .-luminio. o fcnómcnQ d.a sub.!oliloi-
1cm t m condiçl',cs :111u)dc-r.1<l,1.s de li.lCiviaç.i,, fllux() hldr1<{) Ç,ifJ •.,,unt,,fica é J esprc,ívd e,. c.irg;,i Je..1:n m mtr,1l,; Jeriv..
de arra.slo da soluçàn do ~ lo), <ili(' n~o c:11:uorcm a silic,. e o< d.l ptewnç,1 de grupos oxidribts m» b1ml1)-. do-. mincraJ,; ex•
macroclcmcnlos e que nlo re-<11h:11n n;,1 oxid:,çJo complel.a do pow,s ~ soluçlo dci s,oln, Oc ,u:ordo com J re,1çfo Jo solo.. ..-s-
focto ftrroso I Fc' · J. incorpor.ulo nas 1li1;<15 e e<me<:1it;as, O e"• ~,; grupamentos foncmnah de superfk1c- proj,:1:iJo.. j \(\lucio
t:lglo :1v.\nç.ado de inlempcrismo, por -.u-a vc;,,, cncomta•~ a<• do solo podem ser prmonado,; ou de.,pr,,tun.aJos. ,1\suminJ o
i.ockldo ;,1 lixi\1ia~o inte-nsa e fortes condições de oxiJaçl o, de c:1rga po,11iva ou neg;uiv,1. re,p..-c1iv-,1mcntc, cm íunçlo do pM
modo que sómt·nte o;d,hidróxidos de aluminio. de fcrro -Íér• d.a soluçlo. Essas CMgilS ,ão. por1anto. dependentes Jo pH d.11
rico IFe(lll)J e til.\nio pcuistcm. .soluç.io do solo. o qua.l vari:1 dras1iCJment..- n.11 n1,Q$Íera, :1 ,í,e.l
Os nu1rlen1cs miner:1is São íons rc.:sull.inll"$ d.a prOgrt'SSi\•;a de solo m;11s ;ulj:iccn1e i'l raiz e que está sob fone 1nllufoc1a da
hidtólise desses minerais compoSt0$. l) Ul', se niio s:to rnpfd.a• pl:1111.a, comf.t det:1lhado poslt'rinrmen1e. (}( nu1ricn1c-. c.:itió•
mente abson·ldos pel.u pl:m1as e mlc.rorgani~mos do solo, po· nkos retido$ nos coloides do solo podem s.e, substituldos por
dem sofrer lixivh'1ção. sendo removidos do solo pela pcrcola- ou1rosc.itionscm soluçãn. As p:mlculas do solo.cm gc~I, tfm
ção da :igua d.l chuva.. En1rctan10, porçcks signihc;ati\•asdess('S carg:,1 liquida nt"galiva, sendo capazes de reter ions pO.!>tlhVs
ions fi cam retidils na sup('ríide d;1s parlk ulas das argilas. um e.: p,ermul.Í•IO.S por quan1idades l-S.tequiomêtriC.11~ ~uiv.al<nlt-$
processo ampl.im.:nte r«onhecido como de impor1ãnda fu n• de ou1rM d tlons ( Figura 2.2).
d"'rnenial p;ir.a $ustent:a~lo d:1\•ida no pfo,,eta. Solos em estã· Em meio fortemente .ic:ido.. 0$ grupamcntM funcionais
glo inicial de intemperlsmo aprcsent.lm uma grJnde quanti• inorg.inicos ;1,ssumem Qrga positiva, fie.ando .a supcrfkt< com
d ade de nulrientes ainda retidos nos nüner.ais ptimáriM e na c.1paddade de rett r !1nions. e, c-m mdo moderadamente :kido
solução do sol~ e nquanto no estágio a\•;m çado a ooncen1raç.io ou alcalino, a superficie adquire c.1rga liquid., ncgativ.i. dotan•
de nutrientes é pequena em soluç:lo. esrn1,do es-tes mais- as.so- do-3 de caP3d dadc de retcnç.io de cltíons. A c apadd-ade d<
ci"'dos à$ cargis da..s superfkles dos miner.ii.s da fração argila. troca catiõnka {CTC) pode k -r defin ídtl ent:lo co,no a quami•
As ,ugila.s do tipo 2: 1 apresen1am dois planos de tetraedros d.ade.: de snob de carga positiva capaz de ser rr:tida por unid.adc
de silido e um plano de octaedros de alumín io entre :iscam.a• de m:L$$a das :argd:u.. As ,ugila.s do 1ipo 2..: 1. por aprescnt.uem
d.as tetraédricas. Na formação das argilas tipo 2:1, é comum a carg:i estrutural permanente m;1is u carg.as de supt"rfkk de-
Sl•bnituiç.,io de um íon de ralo semelh3nte por outro de me- pendentes de pH. apres(nlam CTC maior que 2S :argi1:is do
nor v.il~ncia. (Figura 2.1). Esse fenómeno ger.1 uma carga l'S· tipo 1:1 e Óltidos, que, ao st enc:-ontrare-m no final da. Urit de
trutural neg:u iw no mineral e e conhecido co mo substituição intcmperi.smo.. têm CTC muilO baix:a. NcSSC'$ $Olos. a maior
isomórfica. Essa carga Líquida negativ.i ( respons~vd pda re~ p.1r1e das carg.,s em su:i.s pat1icubs é ge~da peb dis.«>ciaç.lo
tenc-ão dos íons po,iti\•os (cálions) na 5uptrficie do mineral e. dos g,rup,3men1os íuncionai.s pr~ ntes nn ma1trfa ors,inka.
p0r1an10. pre\•ine 3$ perdas de lons por lbchiaçdo. Nos mine• A ma1êria orginicn do solo e o produ10 do conjunto dos
rals- de :argila do 1ipo 1: 1. ocorre.' dcsgns.tc, pt:lo intemperismo, rcsiduos de pi.antas. anim.ais e microrganismos que se acumu-
de uma limina de tetraedros.. ficando o mineral formado por lam na ca.mad:i superficial do .solo. p;t.$$;1ndO por ,iriO:s (.Sl:Í•
uma lâmina de tetraedros de silício e uma l:àmiria de oc1aedrC>$ glos- de de.:ompos.lçll.o. Nos- solos bem lntemptrb.:ad0$ e sitm

Tetraeclode Si Lam~a teeraédtic:8

oetae«o de AI Ljmina dit)Qaôdôca

U m.na 2:1
Figu,~ 2.1 A,cp1tsef'l1ação e$q-u-erMtlcados tetra~ desilicio• oct11~ros dealuminiõe as respK1lvas«ganiz:aç~ MI lãm!nas tec1;i.td,1u s e
octaédrie.as. Os mincraiS de arg!la do tipo \ :1t.ao consdtuktos de uma làm!na de 1•1r,.1~ ros dt Si e umll llmina de octMdu)i dt-AI. Os mlinerals do
tipa 2:1 compõem-se porduas 13mlnas tetrafdric,Hdt Si intercaladas por uma làmlna de(l(\,J~ de AI.
38 Flslologla Vegetal

No· Zn1' K·
\ t •1
\ 1 e, K·
• j
.. \
\
Matéria,
(Xg~nlca

- . ...- C3')~Cidade
lamponante 1
li
u
NQ). AI''
' \
NO,·
t
NH,·
j
Fe-1•
•1
AI)'

Figur~ 2.2 Dis:uibi.,iç.\o esquemática de c,u91s nas pa,,tic~~ do solo. Tanto a frac;kl or~lca q111mto a fraç.k> mlne1al apresen1am mal\ c1r9a\
nevawas que positivas. Entrec-1nio, a frnc;io orgt.nka ti:m cargil liqulda mais ne,gativa que a f1açiomin.era~ e a primeira também 11prcsenta U•
pacldade tamponar11e, imponante p11n o controle do pHda ~ç.k>do SOio. lotu,com ca,91 semelh,a,,\te ~ c;11r911 pu!~n1c em uma dada região
d.1 panícula S!o rc~lidos. enquanto ions com cargn opostas sao a1ra,kf,o\,fic.,ndo adwrvidos l\il pankul,), bs-t bilfonc;odc o rga!o. assim como
il •uooaçio e dissociaç.O dos ion~ depende do pH do solo.

problt"mas de drcnage-m, os rcsidu();S, órginkos s:\o iransfor- O crescimento das plan1as em íunçdo d;a quantidade de
mados pda açlo da mk.robiota até a matéria org,·inic.1 coloidal nutrientes apUcad<:>$ ao solo a.presenta geralmente uin pa-
e amorfa qut comprtcnd<' as substàncias hô.micas, nome que drào ba!itamec:ornum. A curw1 preta da Figura 2.3 mostra um
dc:fin<' genericamente os produtos da tr,nsform3ç!O do ma- comportam('nto 1ipico de quantidade de ndubo fnorgãnico
ltri.al orgânico no .solo. A matérfa org:1nica apresenta de 100 aplicado 1•crs1u sua resposta em tc-rmos de crcsdme1\lO, No•
a l .000 ,·c us mais carga negath•a que a parte mineral, mas 1a-se um aumtnlo c.res<ente n;a produção con, o incremento
sua carg2 liquida é influenciada pelo pH de> sol~ o qu<1l, por da dose aplla da ate deie-rmlnádO pon10. a partir d o qual '-
sua \'U, e influenciado pela for('.a tamponante exercida pela obsm'ado dedinio da produção. Com 2 aplicação d e ma1éria
matéria or-g.inica (,•er Figura 2.2). Par:i OS SOló.$ mais intempc- org.lnk a (cul'V'il ,·trmelha, Figura 2.3), o crescim ento é esti•
rb.a.dos, a.s sul».tàncias hUmkas representam a maior fonte de mulado e geralmente não .se obser\•a declfai o da produç&o,
cargas neg.ath·a.s. pois, em nulo do grau elew1do de d«ompo• mesmo cm qw.ntidades elevadas. Um comporta.tnenlo inte r-
s1çJo d()$ minerais, os mcta.i.s alcaUnos terrosos são lixMados, •nE-,:Hirki t.e' ~rifica com a :iplinçio d e Íc rtillzilrH~$ o r g.in i
cos solúveis (curv:a ,•e-rd~~ Figura 2.3). Os cfoi1os :ldic:ionais
ficando como remanescentes óx.ldos de íerro e de alumínio
observados pd a inatêria. orgtnica são gcraJmcnte descritos
quase sem cargas. Nessa condição, a matéria orginica é que
como decom·ntcs do aumento da solubilidade d e complexos
condkiona a. CTC pela d issodaç5o dos grupos COOH e OH, orgànkos formados principalmente com micronutrientes. Po·
determinando a carga liquida da intcrfac<' entre o, meios SÓ· rém, 131 dékmpt nho tambem dew resultár da capaddade d e
lido e aquoso do wlo. Se a fait aqu~ se tornar mu.ito ácida, as substãndu húmias exercerem a1Mdades semelhantes âs
a carga liquida da interface se tornará posiliva. Porim_, na ma• dr alguns füormónl0$, e-stimuJando processos bioquimicos e
téria orgània a istC'm grupos :i.cldos suficientes para garantir
a CTC. mesmo em pH entre 4 t 5, comun.S aos solos ácidos.
Substãndas hUmicas cons.tiluem ainda a principal íont<' de
íons oriunda da oiddaç!o en2.imâtica de compoflOS orgânicos
que- gera produtos, como os ions NO,·, SO/", H:PO/. A bio-
di\'er.s.idade e a cxuberánda da \'tgetaç.ão da Mata Ad,\niica e
da ílores1a a.matóni~ s.ão sustentada$ pela efidénci.l no pro-
ce-s.so de decomposição dos re1íduos orgânicos e 3Mimilaç.ão
desses produtos. uma \'ti que essas formaç6tS. em sua maior
parte, encontram-se sob solos altamen1e intemperiudos com
J
predominância de argiJH do tipo l :1 e óxidos na sua com-
posição iniMralógi~ e, portanto. apresentam baixa CTC. A
simpli.6caÇ3o dos sistemas naturais para adoç5o de monocul• Ov-aNld3de de t«tiliunte
turas quebra o equilibrlo dos processos de transfonnação da
- - Maléna orgânica
matéria org.inia. re!iultando. cm ger.1I, na queda de c:onteUdo
- Fettli:i:antes 01gànioos soh.iveis
e qualidade da matCria orgânica e neCe$sldade de inlerwn,ção - Ad!A)o lnotgànioo
constante e cn$ctntc pa.ra manu1enç:ão dos nÍ\'C'iS de produ-
Flgu,1 2.J Cut'la. genérica de encitncia da utiliz.M;io de nutrientes (fu•
tM dade. ra.n!e a ft:rtJi?ac;ioOl'g6nka ou ino,gtlnie,a,
C,1pítvlo 2 .o, NutJ"t(bO M!""ri)I 39

lll<'l,1lwili('o\ C.''-'-l'lld,w;. ,l ,1h,;,,r,;,\11 1le nolric.•111(',; e .10 cnn1rolc de '"n~111um1c-, Jo mio, (;oloc,,ndri em k.•lução \1u1111tidadc.s
dn crc,;dnw1111, d,, rl.1111:i ((..1ncllo\~ cf 11I, 2(ltl<,). O ._,fr,to de .iprcd.1,•ci, Je c.ilinn,, prmc,palmente ferro e Jlurnm,o (em
c~tabiliz.tçiio da Clu v.1 d11<c: ,~...,pn~tJ i: Jt('Ulmcnic .11r,buillO,\ \Olm .lc1drK). resultanle~ d.e tr(lc.l 1ónic;1, de dl-.<-0luçjo de
clt·,,;id,1 c.1pacid,1dl·•t.amp;1<1J a m.'lléria org:11uc.1, um;i de \ u.as oxl•h1dtri'o dQ, e/nu arg,la<. , ,hc.1t.all,n A ..-:nncenlraçfo 1Clluu
p rincip.1i~ or,ict('rl\liU\, a qual define ;1 r~,.,11:nci,1 c1ue n ,;j,;. J~-..1 -.oluçlo ,·.,i Jument,1nJo (om 1) mf'lv1menttt Jesl;a, pdtl
IClll:'I a1lte5t1ll:l à ,•ari;iç;io dn pi 1. \olo, :111.! um ponto no qu.11 º' hm,lei do prOOu10 de ~,lutuli•
Nos solos das reguies ~rtllas, c()m prccipitaçÕ<s pluvio- J ade de uma v.1ricdad(' d( (nmpt)~to,. de P ..,io ultr.1p,1'1,;,,d%
mê-lric:a.s :anuais inferiores a 350 mm, :1 tlut1111ul.1dc de b;i\("• c.111<.:mdo ~u.a conSt"quente ph-<1p,1;u;fo. Esu, reaçQC', .Kon•
troc-.lvci~ é gcralmcnle .1lta cm virtude da pouca ltxlvlaçlo Jc, u.•cem cm uma (aix.a de pouco,-. mlhme1tO'- do luiar tk ,1plica.-
sola. Nessas <cir<:un,s.1~nei.1s. gesso.. carbon.oos e sulfatos se ç.i ó d() grànulo. Jc-crc¾'.emlo de 1nttn,ldade com o ,1umc-n10
(orm.im. T()davi:l, com o aumento d.i pre6pil.i('.lo. .itinge-se d:, di-.,ln(1;1(le.:;te. Em ,1.lg:um ponto llt-.st \iitem,1. J.S rcaçl)('s
um ponto no qual a velocidade de remoç-lo da~ basts exce• de dim,h1ç.io ( de ptcc1p1taç,iQ dtuc~c...m <le inten-.idade e ;1
de a velocidade de libm1ção de fornm n.io 1roc.iveis. Assim, adsorção pa~s;i :1 J.\\umit m.til'.lr 1mpor1!í,,c1,1. As re<1ÇÚt'\ de
os solos d.as regiões Umida.s dos trópicos aprcscntam-.sc, em adsorção c.-n\'Olvcm lig11ç6e-. quimk,1\ ( 1roe.1 dl:' liga.ntt'-J de
gc.· ral, b.ast.1inte ácidi)s cm t(H.fa, a e,ct<ns.io do perfil t' w m P com a superíick do·" minera.is do wlo. pr1nc1p;1lmcnt< us
bai)('0$ 1eores de Ça 1· , r-.1g:·, K· e Na· ttOd\·ei~. F,ssa ad dct
oxi•hidróx1dos dt" ferro e aluminio. Tai.s ít'JÇÕO de ,1.ds,c1rçio
e..\ti nssocl-ada a presença de aluminio e hidrogênio trocãveis. desempenham p.apcl impor1.inle n,1 tetcnç.ão dc P. me.smo na•
Portanto. a distribuiçlo de .solos ,kidos. s.ilinos e alcalinos
qucfa.s tegiôes concenlradas. onde ocom·m precip1ta,ç.io/di.s•
está intimamente rdaci<>nada com() elima, mas tamMm <le•
soluçâo. A lixaç!ao ou retenção de P i, gernlmenie-. entend,d.a
pende dos tip<>s de rochas otlgln.lis e dos demais elemen1os
C()m() a tranifotmtição de formas soluvcis de P paa formas d(
de formação dos solos. A concentração de prótons cm um
sistema (acidez) a umenta quando determimulo processo li• i;olubilid:ade rtduzld3 t , portanto, de mt"nor d1sponibilid.ade
ber.a ãnions sem uma eompensaÇio equívalen1e de cl1ícu,s pata as pfan1.as. Os sol<» iddos. particufarmente o~ s1tu,1dos
()u, e,u llo, remove mais câ1ions que ánions. O bal.mço de car• na.s regiões de d ima tropical<- subttoplc:ll. onde pte-dom1•
ga dewrã ser mantido e, no caso do déficit de c.:irga positiva, nam Lalossolos e Argi.s3olos. ambos com 1corcs elt-v:ado-. ck
compensado por prólOnS, O de$tnve)lvimento da acld<', ~. oxi•hidró:<idos de (erro t' aluminio e, tamb<m. de cauhmt.1,
porlant(), um p,ncesso nalutal e estã Intimamente associa• fi.x:am etevadasqU:3nlidadcs de P (JOO a iOO mg P kg'"'). A tm·
do ã. solubilidade e ã conccntraçlo dos elementos nutrith·os térll'l otg!tnia exerce podl?t atenuante nn ílu1uaçôes de pH
na solução do solo. Nos solos nos quais e:<iste uma cid agcm e no diminuiç:ão da energi.'I de lig:.1çllo do P nas supcrfic,es
clev.1.da de matéria OQ,.lõinic.i. eomo .iqucles sob ílort'sta.s. as minerais.
rt'açõcs ácido- b:ist d.'I fr:iç3o húmica apresentam hnp(1rt;in• A maior parte do nittogénio (N) cncomr-ado n(I solo õ:ti
d a capital na din:funic.::i do pH da solução do solo. O proce™' em molé<:ulas org.\nicas. um:a \"f:''.I. que híi poucos minrnis
pode ser lrndu.Udo pcla equaçãcv. conteml<> N. A$ rorm:1$ <>rg,inic;u de N c-0nstituem um grupo
25Hh, + Cat(,-;11-= s,Cat,),t + 2H"~
complexo de oomprutos que." precisam ser mineraliudos .:itc
N01• ou NH; por microrg;ini.smos p:a.r.1 qut- s~J3m 3-Uimila •
Em que SH designa a concentmçiio de substflnd:is húmi• dos pelas plantas. A principal entrad:i de N' no si.s:tema,wlo é
cu; C:u , o câlion proveniente." da dissoluçlo de minerais; H•, pefa decom1>C).Siçâ<> d()S re;s.iduos orgi nicos.. por isso su..1 dini•
o próton result.1ntc da dissod .tçlo de grupamentos funcionais miC.1..C<>mp.anha a dinâmica da m::itiria org:lnica no \OI(). Ou·
addicos das .sub$t.âncfas hum icas. tro importante ptoccs.~o co1u is1e na fi.taçio do N•.atmo.sférko
Essa inter•rd ação que envol"e um efeito-tampão de asso• porbactirias dhu.01tóliC3$. Por fim, o po1ãssio(K) iot ltmen•
d .ação t diuoela~o de H· repr($tnla um equilíbrio dinàmico ti) de dd<> m:al$ simples nos sistemas n:u uraas. qu~ resunu•
que pocJe ser in1errompido com 3 <>xldaç.io da matéria ori;ã•
damente compreende sua liber:tç;io dos min1..'r.lis pnmirios e
nica pcl<> <:ulllvo huen.,sl\'O. altcr-.1ndo a capacidade de tampo"
sccundirios sob m udo ptl:is rt:.M;ões de hidróLis.e. Em soluçlo.
name nt<> do $l&1em11.. Por exemplo. a l'lpli"'ç5o de (()$~1()$ SO•
<> i<>n K· pode ser ab$0r\'iJo, retido pdas e1rg:u neg:a1iv-.l$ J:u
lú,•<is produt$Oluçõts altamente concen1r:idas de P em 1omo
;,rgi.las ou, ainda, ser li:<i\tiado com 3 5gua de pcrcol,1çlo.
do gr.inulo de íer1iliiante. Dependendo d.i na.wrei.1 do íerti•
As planias desên,·<>l\'er;am um intrinc.:ido mcc3ni.c.mo pau
lizanh:, ._"$$;a conc:<nlra~<> de P pode vatfar desde 1.S mol t ·•
(KHl0 4) até 6 mol t· 1 (l<:HPO) , ao passo que a <:on«ntr.,,• k ;1daptar ls dtamâtk.is Autuações d< c.:m,p0siçlio d:.1 .u>lu\:10
ç;\o do cátion acompa.nhanle pode c:hc:-g,u a v.alores de 10 a l2 do solo que ocortem n:a1urahn<nt.:- p<.lo movun cnto das .iguas.
mol L· '. Os valores de pH dessas.soluções podem \'ariar de 1 a re-.aÇ'Õ<$ de: intemperismo. decomposiçio da ffl:.llérl:l orglnka
e a1ividade biológica. O ,-olume do U>lo .úctado peta ptc5ença
J O. No C:35(1 de superfosfatos, os seguinles e\·entos acontecem:
da.s. raÍ.?1:$. 11 riióst( ,a, tcm su.:,. cl.lmposlç:io de1ennin3J:t pt.la
Ca(H,P041iH,0111+ H,0-= CaHPO, 2 H.10,.,. + Hl ô on exsudaçio de substind ,t\ , u,a id.:ntidadt b1oqwnu..'.I d.:pcn•
A reação de pto1ólise é bastante complexa e pode conti• d< tanto d< ~ tor<"S endóg<"nos iner~ntes .i csp1kie/ cuhi\'at ou
n uar a1é a formaçio de fosJ11to dicãlcico anidro (C.lHP0 1) . à idade da planta quanto d3.$ <:<>nJ,.;õc-1 ambk nl'J..is. A com•
A soluç!<> emtrgindo do grlnulo apresenta pH en1rc I e l.S posl<.io d:a solução da rizl.l$.!Cra. portanto, dikre d~ solução
e concentr.içio de câkio em torno de t.S nlol t ·•. Esse novo do solo.< ouistem;is Je 1r-.uuport( de membran..u da> cilula.s
ambiente químico provoro, consetJucntemente. a dl$$()1uç:.o r-,1dkulares uerc<"m um papd funJmtcntal ni:ssa dinâmica.
40 Fisiologia Vege1a1

Sistemas de t ransporte d e nutrientes wloz dJ.5. 1m•1111m111as (- 10" íon.s/s). 1\ll protd n;,1, ct1nah nuii
d as células de plantas hnpC1ria11tes p:u~ a m 11tlçii('I mineral ~iio ('15 pnai,;, í<'i nico1
tsp«íli,os quC' mmspOl'l:'lln 1m1titn1es catiõnicn!> ou .1niõ
O lr:1MJ'Orte de 11u1rkntes r das memhr:in:u .:-é'lul.tr<'$ f um nicos. T1,1I \"<lociífadc só I: ,,ossivd porque os canal~ reali1~,rn
pro.x~~o rx1rcm:1.men1e din!mico e auullif,1tori:1.I n,j :i ~-om• tr;irupol'lt pa~h-.).•1 favor de um gt:idltntc de (Oncen&ra.
pr~t>nS..10 d~~ende 1_wi111ariamé'nte do rnnht"(imrnto dai; prn• çiio. $('ndo o llu,:o dr mas.Sol a. forç:i 11101r1t qu<' impele ai
pncdadrs l1s"·o-qu1ml<'as t' bk1q u imk.a:; das mol-Cculas tr;1n.s, molfrulas :ura,'ts do canal, sem quC" haj.i compro mctlrncnto
portadas. da própri:a membrJna e de $Uas pro1tín;1s 1ranspor• dC' mud MIÇ:'IS conform,acion;1\s complcus. Como a 111aioria
l3doras. Um;1 wz lixado e-S;S( conhcd m<"nto. sedo ,:,on.slcler11• dos nulrientes sr encontra em concentr-açõcs mullo inforio.
d:ts ai; ,·irias rd.i(Õt'S de l?Slrutur., e fu nção rxistentcs entre
res nos solc>S em rdaçio â sua concentração cltopl.-lsmã1ica,
M componrntes do sis1cma. de lr.insponr tr..a.nsmembrana.r e
espera-se que canais mio sejam os siS-1emaS- prcponder:mtes
os ,'ários fot or\'1 cndôg<nos e txógenos qu.e influ<'nciilm a <"X· na cap1açio de,scs nutritnles. OC' fot o, g r.indc parte dos sis.
ptt'SS.i O<' o íundonamcnto dt$$<'$ c<"lmpont mes. 1e,nas de 1r:anspor1c das membranas d3s c<'lulas epid ér mic3;s
A pol:il'idade, Otamanho da m~Jé-cula. <' a pri!'$tn(a d.e car• r:1.dlcul:lres compreende cantadores que rraliz..,m 1ransp()rlC"
sas <'Ons1iluem fa1<m:.:s impor1:in1es pilra en1r-nder os seus
alivo. ou seja, enV(>h'tndo gaslO de energia. Tod :wia, vário$
mc-c.1ni.s1nos .de transpot1e, trJnsl0<ação e acumula.ção nas
canak estão pr<'stn1es n,as cndomC"mbrnn:,s d essas células ~
r l:1111:u. Mo1ecul:as de p<qucno diâmeiro ;1polart'$.. como O.,
nas membranas de céhll:ts quC" compõem os lecidos inlcrnos
ou pol3rt"S.. como CO;t H:0 • podem :i1r:a,•c'Ssar u mC"mbra·•
da planla, onde os m11ricntes já SC' enconlram <'111 concentra.
n:as celufares por difus.?io simples ( Figura 2.4). En1rc1an1°'- n
ç,õe, que possibilitam O 1ransporte passi\·o. Porém, mt'smo
m3iori3 dos nutriente$ es.stncfais dC"rivados do solo lic11 dis•
no&ctlul:ts tpidé-rmica,5, J>tincip3lmente nos pelos radícula.
ponivel na solução interstlebl sob a forma iônic.1. Pa.ra essas
rC'$ (céfulas epidcrmic;lS absortlv11s., que soírem crtscimenio
molCculas pobres. clctrlcame-nu: carregadas, a dupla camada
polnrb ado). hã unais espedfico.s que utlll1..:un o potencial
de ãcidos graxos :apoiares, que compô<' o intC'rior da m:atri.i
d(1rico d:t mtmbrana p.ara tran.spott:tr cl1ion$ importantes.
lipidka das mC"mbranas impõe uma fone barrtir:i termodi•
nimic.1 à difusão simplt'S. Por isso, o 1nnspo.-1e- desses íoru-
e de outras molkulas polares maiores (como açllca.res. :uni•
noácidos, ácidos orginkos e atê mesmo alguns litormônios)
ê mediado por protC'Ínas in tegrais com um canal intC"rno
hidroffiico. o qu3l atra,·cssa 3 barreira hidrofóbica da mem-
ca"----•
brana (Figura 2A). Tais protcinas t.ransportadora.s. cm geral, PO,_.F~
apresentam especificidade e alinidadc dC"finidu, ou sej-a, .do H'
scleti\·as para determinado ion ou molku~. cujo transporte
depende não só da concentração <'m que tSte$ st encontram \ H'
no mC"io. mas tambem do sC"u diàmeuo inoltcular, de sua
densidade de carga e de sua camada de soh·ataçâo.
Esses sistemas dC" transporlC' conferem às membrana&sua
permC"abilidade sele-ti"ª• propriedade- fund onaJ que permi1e
-' regulação quantitath·a, qualitativa e direciona) do 1r:ins•
porte dt nutrientes C' outras fubstâncias pela membrana
'
Na·
H'

plasmática (plasmaJcm:a), d.l membrana ,•ac:uolar (tono•


plasto) e da.s de-mais cndomC'mbr.tn3s que delimham :as or•
g.intlas lnincelulares. Existem 1ransportadores especilicos
att mesmo par:i o transporte d:a Jgua, a qu.tl ( requerida em
quamld:1.d«: qut supe-ram <'m multo a sua diJU5ibilidadC" na
membrana, stndo transportada por protdnu canais dtno•
minadas aquaporin:as ( Figura 2.◄; \'tr tam~in o Capitulo
1), que aumtnta.m em milhares dt ,·eus o nuxo tran.smC"m•
branar da molêcula H.O. so; . PO•. Ca1'
As proteínas tnnsJ)or1ador.1s d:as mrmbran:1.$ biológicas
Apoplasto ou Bicamada Citoplasma
s3o agrupadas cm trê&cfasses principais: ca11ai&, carr.tadores 1..non de o,ganelas fpídica
e bombas. Os canais são protd nas com sítios de rcconhe•
cimento e 1r2nslocação para ions tspe-cilicos, os quais fun- figura 2A lr•nspone de nvtlitntes por mefo da bicamada Uptdiea (ff
membranas celularcJ. As estruturas cor•de-,osa ,eprcsent.lm <,1n:,,is
cionam c.omo poros de ab<nura con1tolada que attll\'t.s.s:am tum u~ de c~io acima e uma aqu.sporina abaixo>. As e-strutu,.,
as membranas, Em geral, as prottína.s canais funclon:am Wfd(') wo carrHdOles do dposimpo«e e a,uipOrte, Em azul est6 ,e--
Osdl:tndo basicamenlC' cntrt dois estados conformaclonai$,
um abtrto e outro ícchado. Quando aberta, uma pro-teína ~:e
prese~!:'ª a bomba de prótons da membrana plasmâti<a ·As set.U
s 1" dbm a u p, cidad~ de difusão simples pela bicama.d•
•P •c..dos gaSeso,.co, eN,.c da âgua.btm como a impossibilidadf
••;.,~,"'•º
canal possibilit.i o transportt" p:assi,,o de um grande núme• mcsmoc()fflos nutr'tenlcs iõnlcos, os quais dependem dt
ro dt' molCculas, consistindo no sistt'ma de transporte mais """' s e transporte especi~s.
ú pltu1o 2 <> Nutri(.)oMine-r.ll 41

comu o C., 1• <' o K'. 1\ 111cmbr.1na pl.1,m!i1u:.1 d.-s célul.i,s coctg111 p:1r;a o 1ran..-portc .aovo <lc1<:C" 1<m. ls.w implka qu( o
vcgc1:1I<. <(.c:m11rt· ~e maniém p11l:1n,ad.a, com ,1 Í:.CC' 11111:rn.- transporte ihnko medi:u,lo p<>r c1...a.s enl.ima.s envolve muJ.1n
ncg.1tiva e a C'X lcrn;1p-ositiva, o que f,wurl'CC' tc-rmoJm:11n1C.11· ç;11 c:onfo, mac,..-,n,111 ma11 complt'xa1 c1ue a~ cJ:ptnmentaJ.ts
mente a <lifu\lo íadl,1;id;1 de cãtions por pr◊tci n J" can;w,. f. por ou1to.. i,,1n\portadorcs. e ;a._,,m .1 'Nloc1d.1dt d( tr.msportt
import,m tc s.dicnl:lr q ut, no lr.insportc de ..ubs1:ln<i:1~u rre~ ('m ger.11 é muito inferir,r ;\ i:.)(trntadJ por cAnai.5 e carre:1tlorts.
g;idM dctricamcn1e, o CllU11íbr1<1 1ermodini11ntco é ó\tinghl<> Porém, em ra1..io d.1 u p.tddadt dt ger.ir, Jt forma 1ndtpt n•
Mio <11..1.ando ..as concentrações do elemcnt() s< <'quip.iram cm J e-ntt de outros .\ istemas, a cnerg1:1 ne<e.s.si,ria.:. su;a .itiv1d.,<k
ó\mbos O~ laclos d:i membr;rna, mas quando h ;i () <'<1uilibrio de tnnsport(', ts~, bomb:1-\ con~tituem os prindpa.,s 1ls1em,1,
entre os po1e11cl:iis químico {efeito Ja conccntr.açio do itm) primário~ de 1r,m<por1t dt íons da c(lul.i ve-geh11I. Os urrca-.ado•
<' d ttrico (deito da carg:i e-.s.pecílic,1 do ion). rt>.$ que dt pt nde-m d~ gradienld t lt1toquimkos gerados por
As prolcinas carrcadoras 5-'io lr.\n.sportad<>r<'S que pod('m essas boml»s eletrogênka, ,lo dassi6c-.1do, comO S1\ttm~,
medi.ir t;mto o transporte alh·o quanto o passl\'O p,el:is mcm• st'cundários de tr-,nsponc. Assim, tc:rmodin:1m1came-nl<'. .is
br:in:.,s. Os carreadorcs rcconhccC'm e ligam um soluto (mo• bombas sâo en:dm.1s 1tJrupor1ad<1r-:as responsávtis pd a encr-
lécula OU íon) em um lado d.i membrana (' soír.:m uma sCrie gizaçlo e- pelo controle do 1r11nsporte- Jt' nulnent<.s por IOJ -'~
de modific:açóes coníormacicu,ai$. líbtr:ind()•C) M oulro lado as mcmbr;an;as da c:tlul:i ~ get..il. Es'ludos deii<>6su:,lóg!c:oi;
d.a membrana, aument,mdo :a sua permeabllld:ttde n a m:iiriz {princípal,nentt anâfüts de patc/1 clamp) 1ê-m de-monstra.do
lipídica cm um fator de JOJ a 10' \'C'lCS. Porém, tais mud:anças qut a impon.incia des.sas bombas nio se hmita ã. t"ne1g.iu ção
conform:icionais comprometem a \'docidade do tr;m.spor• dos 3istemas secundá.rios de 1ranspont, m;as também ao oon•
1e, que i: da ordem ele tOl' fons por segu,,do, ou seja, cerca de lf'()lc da abettut:i e (e,ch.imento dt" canais st'nsfrcis l!' v:1riaç.ó<$
1.000 vezes inferior â de um c-,maJ. Enuctanto,diftrcntemcnte do pocend .1J de mt'mbrana.
doscanais,os carrcador.:s podem utilil;ar a energia .icumul.lda Nas memb,;anas plasm,iticu d:ts células dt plantas. en•
no gradiente eletroquimlco es1t1beleddo n:i membranti p;ar:i con1r11nM e- pdndpalmente- H' -ATPas.:-s do tipo P. J.SSim
realizar o transporte a1h>o de nutrien1es em concenmaçõcs di• dassitic:ad;as por as.sumirem uma ,onform.:açi o inierme-d1.i•
minuta.s no $Olo. Por i.$$0, esses são os principais si31C'mas di- rfa fosforilada (E,. csc.ido c:oníormadon.al t m que- a enzim.11
retamente resporu.6\•eis pela absorç-Jode nutrlencesdas célul:is sofre um:1 íosíorllttç!o revcrslvtl). Essas bombas de prótons
cpidCrmkas absorliv:as da raiz. utilizam :a energia da hid.rólis< do ATP p.ara t.n.nsp,orc.ar
As bombllS iônica.s. assim (()mó os a.n:iis e ca.rrC'.ldOres, ions H· p.-ra o :ipopl~ 10. :acidilk :1nJo o espaço lnrerc:clu.
também são proteín:is inttgrais tra.nsmembrana, mtlS se dl• lar. Nas r:aizes. o funcionamento continuo Jas H'•ATPl.SCs
ferenciam desses por serem ativadas por energia quimic:a nn das membranas plasmii1kas das ci:lubs c:pidtrmicas gera um
forma de subslratos fosfatu.do.s: adcnosin.1 5' trifosf.lto {ATP) g.ntdicnte elelroquimico de- íons B· n;a mt'mbrana. dissipa•
ou plrofosf.uo Inorgânico ( PP,), ou u ):l. além do sítio dt li• do pelos ~ rre:idore$ do sis1em:a de tr:msporte secundário..
gaç.do do ion a s(r transportado, c:ws pro1cinas apresen1:am os quais utilizam .11 ('ntrada 1e-rmodinamicamen1e Ílvotâ.Vt'I
um sitio catalítico q\1t lip cs-pccifü;amente um dC".s.ses substra• de W para transportar outro ion contra um gradiente dc-
tos fosfa1.ados, os quais sofrem hidrólise ent.lm3t1a Ubt~ndo concentr:ição {Figu r.as 2.4 e l . S). As H· -ATP.lscs tipo P são
H"

0000
0000 e,-
Pf'I nH·

2P

Voo.iot;, H"
pH3.0 a 6,0
2Hº

ATP

2H' ATP +P

Unjporte S.mpone Antiporte


fltura 2.5 Pnncipais lipos de slnem.as de 1r.vispone poo'lãtlos e sec.undârlos pttsentes NS membranas pl,1sm1ocas e v~uola1@$ de cetuQ.s oe
plantas. envofvidc» no processo de abSOfçâodc nul(tentes e no c:on1role de was c:onctnuaçóes ln1racelul~s. Em dest~ na mffl\b1bn!I P',u•
màli<.a, a H"•ATPasedo tipo P. Aemutura em rosa na m~bunJ v.l(\JC)f.à11eprHen1.1 a H··ATPase do tipo V~e, em '!f'rde-~w:u,a.a l1'•p1rofosf;1u,i,e
vacuo&lr.
42 fololo9i;, Vegetal

.,~ pro1c1n,1.) mau: 3bun,fanh~.. da nwm~rMu p!:mn,uka lk !_tCr.kfo rí'I-'~ h,1111Ni- til· H'. 1\ltulo., J11-:. 11rm.:i1~•fr" i..:,urea
cdut:,... ,1,, cp1Jcrmt"' rnd1t'ular. 011Jl• k wn1k:i 1:1ml•(1m uma lfo«'._ rt•~p~m_sj,,•l'IS !'l'l.l l ,ll'lilÇ,i t • l k ll lll l l t' llll"( ._,\\ I °'j ql'l113 \
m.-im atl\id.adt• J c:-..~s l-(unt-;u (Fi.,.ur,
,;, . .., o). ",..,. qu.u,.
, ,ali m )-imp<,•W H'/,'mion. k1c..1li1..,,lo~ n., nw111br.m:, pl:1,1n,1lka, e
d.t· :uuarc-n-. n:, :.1bsor\'~O Jc nulru.•ntc-s. inllul· ndam 11 pH do que 1r.1ns1)ottam r ró11ms ,on1m11:im<'ntc a :i11i111,., IMr,1 u i 111c-
c11oplasma. ,la pan-,h' cdular t• Ja ri1o~fcr.\. Como Ji.s<uliJo ritir ,1_. ('('lula. Ca,read,1r<.·s :ulliporh: M'/C,ition loc.1li1,1do,; n.a
,11nh•r1nnnc-n1c-, ,1 modula(j('I ,li1 pH d.a ri:toSÍl·r,1 ext•r.:..• forll' nk·mhc'an11 pla.sm..i1k a 1r.-n~ponam 11rt,1ons par,,•' cito1,l:l>ima
mflut'nc1a na Jinâmka Jos 1ons aclson·ido~ n.-s p,Mlkula.s J:1.) .i,1 me..,mo trmpo qtieocorre .- saida dt· <á11on11; r :1r.1 •' t~xt<.·rio,
arg1la.s e- n.- llhtr.1ção dt- nutric-1,tl•~ e ('Ulros fatores de cre$<'i• da cêlub. F.~le último procrsl-0 é p.utk ul,11mente 1111por1an1e
mentn pr('scnt.-s n.,s suh~t:incfas humic.1s. para :. <'Xdus3o dl• íons 1óxkos.
Outra.e. bomb,:.,,s de1rog('nk.1s ""-lft"m.-menlt· important,:,s Fisiolo~i(",une111c, o co11anspor1t· de e,pêdcs iónica" é rar
1,,_,..,. o pnx-csso da nu1ri~o da dlulô'I ,·<'semi s..'io a.s fi•.,\TP:.1• 1c intc~ranle do mtcanismo de controle, do l)OICn(1;,I tran~.
srs do _tiro\' e :,i; H'-PP1:.1scs present<"s no 10110pl,1sll1 que memb~na, fo ncinnando de forma ncorlad:., ao ~rodknte ele•
hombc,am H· do citopl:.1sma para dtt1lrt1 dos ,-., d,6los (v~r troquimk o g<'r:.clo pelas bomb.u. no sentido da 111anu1cnc;lo
Figura 2.5). A conipartimt'm:.u;.io de muhos solutos e o oon• de um cquilibrió de cargas nos dois 1-ados das mcmbran-1s. ,\
1rolc tino da e&ln<'1•n1raçlo Jr nutrientes no dtóplasma encon- entrada de um.i c-,1rga posi1iva de,·e str acom1>:.1nhad.- da said;i
1mm•S<" primari:imentt' acoplados;! <'Xistl'nd:i do gradient..- dC' de uma c:1rga t11mbtm posili\'\l mantendo assim o pot..-nci,11
H· mantido no 1onorlasto por e$Sas enzim.is 1rt1nsport.1doras. 1r:m.smembr.ana, ,·ia anliporte Hº/CÓ.lion. No caso de se con-
siderar um ânion, c,te pode entrar com uma c;irg.:i 1>()~11h·a
Controle de fl uxo dos n utrientes (prómn) sem compromtti:1 Oequilibriodc cargas n:.1 men1bra•
Q\.1:.101(> :io ffu_;,.o de nutrien1es. óS sistemas de trans1X>rh: P'O · n3, ,,ia .slmpoth" H'/ànkm , Póde oconcr t.1mbCm um simpor•
dc-m ser d :i.$$iÍIQdos t'm uuipOr'IC, tJmportr e a111ipo11e. O 1is• 1e H'/substâ.nda nio orrtg.id.:i elt."lrkamen1e. como~ .sac3 ,
tema ur1iporte r..-fcrc•SC' ao tran.SJ)Orl..- de um Unico demento n»-e' (en1re outros llk'tab6lit0$ impor1:1n1es). Nesses casos, há
C"m dtttm1m:.1do sentido, com ou 5tm ga$to de energia. As um shnultilnto bombeamento de prótons p:irn fora d,1 cilul;a,
boml»is de prÓlOns descritas an1erlorm,en1e sdo si~1emis de con.ser,'3ndo o potmci-al constanlC', Vale re:ss.illar que os difc.
tr.ansporte alivo do Lipo uniportc. assim corno os can,1is iôni• rt'mes lipos de s.is1en13,s de transporte .: s..-us mecanismos de
rosque rta.lb.:am o transporte de um ion sem gasto deenergl-ti. 11çào 1uendonados antcriormc-nle ocorrem simult.,ncamentt
p(ltS ambo.s óS sistem;as operam promo\'endo um fl uxo unidi- em nh·ef cefubr. intrrJgindo <'nlrc si de forma coordeoada.
rt <-ionil de um ô.nico demento atraYis das mrmbranas. pari a absorçàoe translocação das diversas subs1ândas., e não
Os dois outros sist<"mas refercm•se ao cotransporte simul• i.soladamenli:, conf(>rme apresen1t1do aqui $0mente para fins
tãnro de duas mo}CCulu distinlas, cm que os simportcs trans• did:11icos..
portam dois tipos de moléculas cm um mesmo sentido e 05 O tr·JnsporlC' ;ifü·o de íons e moléculas orgânicas também
anupont'S trans-ponam duas mol&ulas cm s<nt1<h.'JS Cóntr:I.· está soba rcgulaçaodi: fatorc>$amb1tnt.ils r cndogcnos. como
rios. Nas células de plant,u.. cncontra•SC' uma miriade de ar• exemplo, podc•U' comentar a r.:-gulação do transporte de K-.
readores que realizam o transporte dos principais nutrirntt'S o cátion majs abund,ante nas plantas, tendo um papel im,
minerais acoplitdos à dissipação dó grt1diente eletroquímico porlanlt nos processos de aJongamcnto ccluk1r, mo,,irne nto

Fi91,1ra 2.6 Ens~uo h;S1oquimko pala deJ ~º d~ atividbde e,spe(íflc.a da H'·ATP~i, da mernt,ro1n;i plum61ica. reali.t~da em sec(ócs t,ansversaiS
de ,ai? dc milho(ho moJ) L). A, A reaç.ao foi ,eahzada n• p,~Mça d~O. I mM deonovanad,10. un1il'libidor Clhsicodas ATPases do tipo P. B. N•
aus.êncla do inibido,, verifiQ~ o fori~ a(úmulo de P,Klp!t.1dodt fosfatodedlumbo, qvelndica II preponderância da atlvaçao da H' ATPa d•
mem.br:ana pl,umâtic;a nas cêtul.u e,pldf i mkas d.t ,.m
Cind~das pelas setas). hpcrlmento ,e11lizado no L.tbofa1ório de Biologia Celula;& Tec~~ual
diUE,NF.
C•pltul o 2 ., Nutnç.io Mi nerdl •IJ

f1,l1.1r, 1r1,p i, 111n.,, hon u:,1<11,l \<' 11w1,d,ú l1e:,, ~<'tm,n.tçJo, o\ <,1r.1Clt•r11.1,lo,; ,11c- " m" mo:nto 1r:m<fl(lr1Jm m.1crun111ncnl('\.,
m n , ft't:ul:t\.lO, c-,1,,:,\t.', ,.,lino \' h11lt1l11,: cunlrulc (lo mOlil º" 11u.;u,; ~ .ao::umub m ('nl .ihJ s conçcn11:u;,," n.at •}l,1111.1<. ;\

mcnh, C'~tom.iti, u. Na, n 11ul,H rs.1on1.\t11. ,I' , m. (,uui~ \ll' K mduç.in dc.S.\Ci 1r..impnr1.id1m:, 1.1,nb,.;m tem ,-,J o rel,1cion.1J.t
<(,i o control,1dos llitcl,uth'lll(' pd..i lu,. pelo Jcidu ,ll...,<i" ( " cnm .1 nulriç,iQ Je pl;anl,I( ,;,)b inllu(nct..i d(' mt,:r.t.;tks s1m b 1•
(eslrcs.s< hhlrk o) t' por çonccn1r,1çf1\"\ dn l.O. ,1tmo~(C'rlw . illi(:I\ Por ~·x(UIJ)lo, pl.1111.a~ m1corril.ida 1 ,1.p n""C'tll,1111 mJ u.
A lu1 e o bal,mço hormonal 1:,mhém Cúntrol;am o fu ncinnJ• ('.10 J c .1lg11n\ 1r-.1n~por1Jdorc< de fn,;(,110 llc b.m.,1 .tf1n1d.1Jc
nll'nto d;1isc1form:1 da 11' •A I Pasc prcs,:.·nto: lll'11"1.:1\ ccll11l,H, Em nM 1«1dos internos e r('primcm <1u1r<~ dt' .1'1.1 alin,ll.1dc n.u
(1lti111;1 mq,lnci.a, :.i All\'3,;io coord,:n;hl,1 Jc<(sti ~luem,u .tu cdulas ,:pidtrmic.is d.;1 r.111. (Jrwot , , 11L 200i), Ft<t- dado C
mtnta O flu xo 1le K· p:ir.t O interior Jo v.1cúolo, in<lu1.inJo" consi~tcnte com t i (.111, J..- .a .absorç.io J e V~ • <.11lo «r rC".ili,
ca1>1açl o de :igu:i via :iqu:iporin:,.s, promo,•cndo 3 turgescCn• 1.ad..1 pela,; hifa, do fu ngo micorrtnco, 11 qu,,1 .1p,t-~n1a ,~u,
c,a dt>ss:i.s cflulas e a aber111,a 1lú t".$ll)m:11(), T:11 ( ,mtrulc <O· 5ir6pr1c>t 1r,1n(1,or1.1Jores de :ih,Hirna .1füuJ .1Je par;, IO<IÍ.110.
ordenado de si.stcm:ts prim:irios e sccundirios ,lc u·a n.sporte Po, sua \'eZ, a m111or çap1.1ç.io d< P pel,,., mkotnl,,ls prO\'O<'.J
iónico dct,:rmina o gr,1u de abcrtur,1 dos e-stõmaio.s em o J a um aumcn10 de Jem,m da n<> .s,~u ·m:i de trJn<locaç.lo 1tHcma
siwaç.ão fisiológicJ ou de estresse e excr<:I.' um papel fu nJ.3. da planta. suprid.1 pc:la mduç,l-0 dos tr.uu por1.tJ orcs de b,uxa
ment..il nó íluxo de CO~p;ir;i ;a foto~ ínte.se. no llu.xo de água Jfinidade. t imporl;mtc r<",,ç.altar que slo v.lrioso-1; lr.m.,porta•
nl.l 1ran.sp1ra(:;io e n.i 1r:111slo,::,ç::io de nu1ritntl'1 pdos fcix<s dores J.: fosfa10 de aha e b:1iu o1finida<le Já 1dt'nti.lic.1d0$ nos
\';ISCul:lres (,·er C.-ipí1ulo 1). tlifcrente8 geMmas J e pl.1ntas scqu.:nci..lJos.. .alguns Jos quais
Em lermos de rcgulaçlo da cxpress.1o da protcin.1 trans• con:,IÍIUIIV()s, l)UlfOS indu1.idos (' OUlrtJS que :iomcllle k' eJl•
por1:1dor,1, os sistemas de .ibsorç.io de ions podc-m ser cons- pressarlo espcdfic.:imcnle em ceru, condições. (Omo dt.manh:
tituti,•o .s ou induth·os. F'.1:u:m p,u te do sistcm:i de tr..insportc .i micorrizaçio (lovot l'l íll ., 2007).
Cc,)n$1ÍhllÍVO ..lllUC'le& 1t:.nspor1:1d()re$ c11j;1 exp~o ,! COIIIÍ•
nu:l ao longo do cido de vida da pla nta, predeterminada pelo Dinâmica da absorção de nutrientes
programa de drsenvol\'imcnto de c,1da espe<io: t+cgetal. O sis•
pelas plantas
tema de tranJSpOr1e indutivo compl"<'o:nd,: tr;m..sporl;:,doro:s cuja
cxpre$.$ào é indui iJ:i k g11indo $inalizaÇóetõ c-5,p«ífi<:a$. come, A c.1pacidad.: d< ..absorção de c;d:a m,1l.ri<111e: v:ari:a de: .i<ordt\
as desencadead:u por diversas inter.tçóes bióticas ou 2bló1icas com<> :ambiente,: o e5t~gio de de$ê'nvoh•1mcn10 Jo vegetal, <.
d a planla com o seu ecossistema. como M.scrit(> an1etiormen1.:. sua J 15ponlb1lldade i um Jn<i
O s sistemas de tr..insporte de: nutrknles são geralmente principais fato res que regul.im ,U tuas de .1bSQrçl o e a11, ·id:'I•
modulados pel11 disponibllld:ide do ion n:t soluç-.'ao do $4.>IO, de dos diferentes sistem.1s de transporte. Verificou -se que .i
tnqu:uno outros $10 sensí\·els à <:onctntr.aç.i o do ion no d · absorçfo de ions segue o mesmo compc>rl:tmiento ~ t.lbc-leci•
toplasm-a. Esses transportadores podem $er cbssifi callos. do por Michad is e !o.·lcmen p.u:i 3 c1nétlca eni1m:i1k .1 (Ep$•
quanto à sensibilidade ao íon a ser 1r.1nsporh1do. como de tcin, l972).. ou seja, a dnê1ica de uarupom~ 1em du:lS Í.'1$<$:.
alta ou b;u.xa afinidade. Os truns-portadorcs de alta atimdadc, uma lnlct;il, n.1qual cm batxas conct-nuações a \'C'IOCidac!t do
cm geral, podem t~nspor1:ar íons que se cncontr;:,m cm con- transporte aumenta rapidamente a c.1da increme:nlo na ql.!.ln~
centrações minim:u, na íalx.11 do n,momol:ar l'IO mi<:romofar. 1idade d:a mólécula .a ser transponad:J; e outr-.1 rd 1cion:1d.1
Granel,: parle dos transponadores de 1111a afinidade es1:i loca• com .\Salta.$ oom;enlr.ições, quando o tr,m spone 1ende a um!I
liza.da nas cé-lulas epidh mkli das r,l..izc-s, rspedalmente nos velocidade tnbima (V,,,...). sinalizando a saturação dos s.itios
pelos radicular,:$. Os genes que codificam os transportado - transponadores. T:il <111:11 na catálise <'R:timi tk :i. 1ambt>n\ w
res de :ilia 0-finid:idt par.1 a a.bsorção de: íons fosfato e sulfato pode dctermint1r a COMl3,.111t de Michaelis (K,.). dd inid.3. pda
s:lo índuildos em respos1a à defici~nci;a de fósforo e cn.xofr,:, concentração na qu:il S< :uinge ;a metade d.l vdocid3dc m.u:I•
respc<tivamen1e. Isso consiste em , una adaptação evolutiva ma de transpone, e consider.ida uma e.1racteristica e$pttifi(:i
que c:1padtou u pl:mtas a aumentar seu po1e11ci,1I de absor• de cad.a transporudor. A$Sim, o valor de V OÍ<"r«e: um:.l ~ ·
çiio cm função J o baixa d isponibilidade dei$t'S 1lutrit11le$ no limaliva da qu1nfübde de protdn-'S u an.~';>rt:tdot:iS Jc um
11.mbientc. Por sua va. :1 expressão dos genes l1ue codifi<:am íon cm fundonamemo ,,., membr.tnJ., enqu.1mo K. dcrfo~
o transporte do ion NO> l induzid;1 pel:a prese,,ça de nilra, qual a afinidJde do slstem:i. dr:: lr.msporte o~ rvaJ o.
tos. Isso exemplific:1 outro tipo de t1dap1:'lç:\o que também A absorção de nutrient~·s em b.ii.'(as concen1r.içôes. pouco
tem na nu1rição as bases da pressão evotu1IV;'l que., fo rjou. maior...s que a .::o nce,l!,r.tç!IO núnim.1 rcqueriJ.i par-.:a o 1r-.1.ns•
A nutrição mineral nitrogenad..l depende d:i dlsponibilid11de porte (C,.,.), requer um si.w :ma com pequeno K..,, c-.ir:a.cttflS·
d e ions NO; ou NH 1• • e o b11l.an-;o desses fons 0$Cil:t com o tic.-i de 1r.1nspor1.iJocl.."S de alta allnidadt', enquanto inn.~ dLS·
pH do solo, ou seJ..i, e.spéd e.s que desenvolV<rarn .1 <apól(i(la• ponivei.s em :ih:ts oonci:ntr.açócs cm ger.11 sâo ah-os Jt> 1r.aru•
de de in dução dos 1r:inspot1;,1,dores espe<ífi.cos p.tra <"ad;a um pott.ldores Jetle,~.ado K.. (Jc bai.'(a afiniJ.ide). L'm 1!.icemplo p
dcsus íons <m rtSpO$l;a ?a sua dispOnibiliJ:ide sobn.:vh•eram dl.icutiJ o ;.ulteriormente< odo ion K·. cujo si.srema de .1h:i .ui,
à sd,:çfo natural. nidad.:- ( atribuiJo .,o transporto: :1ti\'O VI; sunpoc1i.·, t0\10:an10
Tl':msportadon.--s de baix.ti afinidade .se express.1m priuci• o Sistema do: baixa alinid1dc é a1ribuido .1 .::1.nab. Entw;intó.
p;ilrnente nas membranas plasmáticas de células dos tedd0$ ( import31ue d~-stacJ.r que uni mesmo tr;an.,.porl.1Jor podo: s.o,.
inlemos t nas endomembran:3s. onde a conccntraçlo dos frcr regubç-.io por famre.i enJógenos ou aógcao.i, e ..iumc:11•
ions podi:: atingir a fotxa mlcromolir/submilimolar. Como tar ou diminuir sua ;)fü\ld:1d~ pdo ion ClVl°"lrico. IDO implic-.i
espemdo, os princip;iis tr,msportadores ,le b:lix:i afinidade •1ue 115 difen:t~ n..i l:1.X1 dt ,1hi.orçi o Jo: um nutriente poJcm
44 Fisiologia Veget.11

ocor"'r nlo Sll Nu n i\'rl lr.,an~rrid,m:il (rC'g,ul:,.;fo Ji,i- niwis Aeração


\lt e~prtsd,, da rro,teinal, lll.b l.1m~111 no nh·tl p6s,tr.1ns,Ti• .a~~lmil.lÇâo ;11h·:i ik ckmcnll)<: pd..-.; pfanl;,:-. é ilcpcndcn
1\
dfln;i), qu:indCt :i modul:i(ão ,;:i• d.i \l1r('IJnwnlt sobrC' i'I ali\i•
,1:idr dl, 1r:an•rortadnr. h' M cn<'rgi:i me1abólica, l' m '':\J)('('.i~I $(.~b :, ft1rm:i d4.•, A.Tí'
sin1cti1.ad:i 1inncip:ilmrnh· p,..la r,-s1,1r.1ç;lu celular ..ierob,ca
F.ntre os rrincirai( fator('S ,·xoS<'no.s qu,· intlu('ndam a QuM)tfo a ae1,1,;ãO ronwç.u ;1 ,iiminuir, a asl-imil;u;Jo dos ion\
absorção dt· nutrif-nt<'S pclas plan1as. \'Sião a 1tmperntur,1, a requeridos cm maior proporç:lo pda planta, como o po1â~\io
umidade. :a .JC'raç.\,"). o pt-1. a.s intcruç(\~•~ iónica$ í.' a~ intci,ç()('s e o fosfato. 1.imb~m diminui, sendo a redu(ão pmpordonal .ao
5imt-iôtic,,s com outros C1rsanb.mos do st,ltl.
,t«rtscin\O na ccns?io Jo O, nos 1edd~
Temperatura Ascondiçõcs ótimas de aer.i~o do .solos.ão atingidas quan-
llo as trocas de gaJes entre o ar do sol-O e :. :u mosfor" s..i o su.
M ,·ari.açOO de 1emptr,uura rod<'m at'e1:sr a pern\.l"abihdadc fiden1c-mente rJpidas para evitar a dcficitnci., de oxigênio
do solo C' das cflula.s, 11 n:lodd:idC' dos procmos de 1ra1\sfe• consumido e a to.dcld:ade do C01 produzido pela iltividadc
rincfa. r a oconl?ncia de rC':tÇÕC'$ esp,cdhcas. A alteração d:s biológica \lo solo. m;antendo os ni,·eis f('CIU('ridos par., o de-
rernu~al.iilid3de Jo solo rs1:i assodad.l bas-ic.imC'nl<' a altera• senvohimento non n:.tl das mb:cs r- dos microrg.mismos ac-
çõéS- das c3r.1ctrrí.stk .1.s do fluido pC'rme:tnt(', O v.alor do [1(.$0 róbi<os. Assim, ., aeraç!o 1ambém cxc.'rcc um efeito indireto
t's['('d ll"o da igua podC' ser considerado C'()1'l.s.1,111h· com a lt>m• sobre' a absorção. uma ,,c,. que aumenta .a disponibilidade dos
rl.'~turn, •mquanto a , ·iscruid.ldr- dr-cresce C(Un o aumento d.:i nutricntr-s no $010 em ,•lrtude da 1ransformaç.âo d ,\ matêrfa
tempcrJWr.:a. O decrC.~dmo da ,iscosidadC' implica o aumt n• org.'mica (mincralita(dc>). Um agravante decorrr do íatC) de a
10 d.:, pt'rm('abilidadr <'. CC)rlS(qucn1r me01e, da. ,·'Cloddadc de deromp0siç-J.o :inaeróblcada matéria ofs,inirn sc:r inccimJ>lc1a,
prr.:olaç.io dos ions, cesuhandu cm um maior llu..xo da solução formando produ1os lntermcdi.\rios, como :ícidos orgãnlcC)s,
do solo cm ccmpcratur:t.S elev.adas.. que, em situações extremas, podt'm acumul.:,r.se cm concen,
Kos processos fülcC)S do solo. a ccoca de cltions adsorvi- !rações tôxica.s.
d<>s no esP3ço livre e muilo pouco afetada pela temprr.1tura. Quando a dlsponibiHdadc de O: ê id('al, observa-sr um
Entreunto. reações- quimk.is e bioquimicas são muito mais efeito indireto sobre a .assimilação de nutrient('S, como a oxi•
dcpendemes da cemJ)t'r.itur.a. A iníluênd.a cérmiQ .sobrt' ;i daç.lo de ek m('ntos romO do íon NH◄• a NO,. (por bactérias
p(rmeabilid.1de das células pode deriV3r da.s trn.nsiçõcs do Nitrowm11nas e Nirrol'N.IC'ICT) e do S. a SO :. (fótma de tn.xoírc
estado da biC.utUlda lipídica das membrana$. que 1>od<'m ,·a• absorvida pt-13$ ra.íus). Entre13n10:3 :1.U::ção pode, ein alguns
riar de um estado d(' grand<' fluidci até C) de gel-cri,Slalino. sob c:isos. rtdu~.lr a disponlbili<Ude de Fe e Mn por c:ius;1 da. in-
extremos de temperatura, ou da.~ mudança$ pM·ocadas n.is sofubílidade de SU3S forlll3s axidad:tS, sob condições- alt.'lli,,..:is.
enzimas e proteínas mmspon.ador3s. Portanto,. um bal:1.nçoequilibrado entre o pH do solo e :t 3era-
Ei-pt'rimt-nt3lmente. em baixas 1emperatut'3S, tanto :a absor• çlo f impon:1.ntc para dctt'rminar as condiçõrs de excesso ou
(?o J e iun~ LjUantu u proce:.:.u tk rn-pinu;;!u celuhsr tll'Cllem e.renc1a dGS«.'S elem('ntos.
r:i.pilbn1'ttlte en, plant35 sensi,-eis ao resfriamento. Nessss con•
dtÇôes, 2 ~riçâo da absorção de ions pode e.uar relacionada pH
u ,nto com a redu,ç-lo d:i Ouidet da membrana quan1ocom a ina- Oscilações no pH do solo e.' princip.almc-nte da rizosfora cxer-
1iv~ d.a H•,ATP.ase da membr:i.na plasmãtica, a qual depcn• c.'em inílul:'.1M:i1 s-obrc a disponibilid.adt' de \'ário.s nutricnl~'$
de de um a.por1(' continuo de ATP oriundo da rc.'spiração. Con- eutnd ais, assim «lmO a de alguns dt"mcnlos que podem
tudo, cm tcmpcratur.» supraótimas, a respiração aumenta t' a exercer füotox:icíd:ade. Os d;JnOS ad\'indos de variações brus·
absorçlo diminui, indicil!ldOu,n a possh-d descst.abili~ão dos cas no pH do soloafecam a.~plantas, quc:r dirt1;un en1e, em de•
lipídios da mc:mbcan.a plasmática, além da consr-quenté perda corrê-nclil da ação d3 concentraç:lo dc>s íons hidrogi!nio, qutr
d.a permeabilid.tck sclcti"a. O aumento da fiuidn da fose lipidi, indiri:tamente. por dellciênda de nutriente-& ou por 1oxid dade
Q da membrana oc:ort(' b<rn aiues da tcmpeniturn n«es;s!cla i quimka. Nessc contexto. t impot1a,11e relembrar (lut ;a n\3tê•
desnatur.:,çâo protcic.a. qu.indo. :iJem dos tr.n.sportadores. todo ria CKginica t('m poder tampon2n1e e promove a es-cabilliaçlo
o metabolismo cclular pusa a ~ deteriora.r. do pH do .solo.
O eíeí10 primário do pH refene--sie à oompetiç.ão en1rc os
Umidade lons H· e os óutros câ1ioru (J)H baixoláddo.s), e do OH· com
A ~gua rt'pres('nt<1 o \'tfculo principal que (az os íons s.:rem os outrO;S 1nions (pH altoJalailinos). Como a ad d~ predo•
absorvidos pd .s plantas. Um baixo contei.ido de á!,.'Uª no s-olo mina n:i 1n11ioria dos solos, o efeito do N· tl'm maior rdeván•
induz inl.'.xora,•d mentc à dd icitncia mineral. Um C?ICmplo eia. Quando a conccntr.aç:ki de H· .:,umenta (reduçiio do pH),
clássico e a dc6ciénda de câlcio na plant3, caructeriuda pela a absorção dt K· diminui dra.s1icamcnte, principalmente ,,a
morte apical {podridão apical), dislú.rbio. 'í~ic? da .de-i:M:ii:n, ausMCla dt Y 1•• quando ooorre indusi"e o efluxo de K· . A
c.':Ja de.' água. quando o desloc.amc.ntO do calcto t' prtJud,cado. adição de Ca1• rcdul o C'lluxo de.' K·, Induzido pelo txccsso
causando problemas nas membranas e na pMede de ,ctlulllS de H', u,n refia.o do efeito protccor e regulatório c1ue o Ca:•
em dh•i.do - ou seja. n.lo basta que os c/emento,s; c.\ttJam ria exerce sobre a estru1ura e a função da mt'mbrana plasm átic.a,
proporção adtqU:3da à nuiriçio da planta'. c:0100. 1:1mbfm ~ Todavia, OC'xcc.s.so de íons H' l3mbém ;i(da adversamente o
fund3memal que o fluxo de água no soJo seJa sufic:.enie para a m«anismo dt' transportl.' de íons por diminuir a eficiência d,
w luhilíiaçio e o t.ranspor1e dC'"4.:$ nutriente~ (vt'r Capítulo 1), H·•ATP.as.e, redu1.ind<1 otílu.xodc i'J• paro o cx1et1or celular e,

-
Co'lpltulo 2 ~ Nutrição Miner,11 4$

c11n-.ec.1ucntcmcnle. ri p111cnc1al d<·lm<p1imico c1uc enrrgo.t" cl-r t1hV)rç,,,) ele nu111cntt'i. d" c.nfo pAS\:1,1 d(pt'nller do-e H\lc
,;1,;tem:. ~cundirin de tmmp,.rtc 1t111ko. mt1, de 1r-.1n.c.:pr1-t1e d.is hi(:u fün~icJ\, O 111,~menio J., nutri•
,\ acidc1 tln 1,oln aum('nt.- gr.1du,1lmcn1c, na m~h~l.a cm c1u< ç.io foc.ÍJl3da é n prindp.tl bcnefk,o que.- .t pl,ullJ obtém Jc~.a
c.ikin e.· n1:1~né:oo 1,;io perdido\ por li,(iviaç,10. F.m 'i.olo1, dc re mlt•,aç:io, O fungo. por 1,u;a vet... ,lb~.,,w: os fo10.i.1"m ilaJc1<1 d;a
g1(M.!~ 1Íf11icl.l.., M corrrl:,çjr, pcrfcil:m~nte d1r.l r mrc o pM e pbn1;a, ind1.11i11<10 um drcn,, ba.1.1.intc elcv.1du de u.:,1to~ J,1
as qu:mtidacJcs dc,'i.<.é!'S doic. comp(lncnll~ prc-.entes ,;oba íor• parle :1étc;t par;1 a.\ r:1l1ec..
nH11rOC:â\'el. Prevalecem as ml'$ffill < com: l:1ç6t's g('r,1h <1u.in10 A coloni1..1ç.\o d.,1,s r;uus pclo<i fun~os m,..:orriLicO\ ii cc.11-
às regiões :iridas,cxccto no.sca.sosem que é~d\Qrvid:J ;ipr'-"Ci:i• mulad.a pela libcraç.ão de sub~l;incin.s org.inic.a~ (>(l:1\ ,aí, e, e
\'ti quantidade de .sódio. por microrganismos do solo. Re(cn1cmcn11:, ec.1rlngoJacton,H
Em rolos ãcidos, qu:mtidadcs apredâvei.s de AI e micronu• ex.sue.fadas ptl.:is r.aí1n for.i,m 1den11fiud.1s como principais
trientes como fc. M n, Oo t Mo C31âo sob :a forma de CSJ)ê· molê<ul.1s .sinallzadoras do prO(('(.~O de rtconh<"dmt:nto para
dcs soll1\'ciS. e p<>dem tornar~$é e:<tremamcnle IÓxicos para o (':slabekcimento da cnlonrtaçlo m1corrizka. Ocpendcn
a m.1iori;a d:1 pla1Ul'l$ c:uhl\'ad:as. E.n1re1:uuo, ao a1111)tnlar o do d,1 tspédc de fungo mlcorrizko, csl<' pode (J~n.u de 10
pt-t. CSSç5 elememosndqulrem fotm.ls insolúveis e precipitam, a 45% dos fotoassim,lados 1r:insforidos p.ar.1 a!l r,1í1l'1.. ,\\..,m.
1on13ndo •Sé! cada vei. m~notes as proporções desses lon$ na os bcnefi(i()$ pa~ a plant:a dependem de um balanço pos11i•
solução, atê que, cm solo nC'utro ou akaJino, certos wgcuis vo enlte t1 pe-rd.l de açúc.ir para o fu ngo e a co1pacidade dC'Ste
poderão sofrer falt.1 de Mn e fc- assimil;\v(is, ·rodavi,1, cm l,'t'· de promover modific.1çOO que f;;i,,c,rccem o ctes.cimento da
ral, a disponibilidade d0$ m.:ii::ronu1ril:nle$ é m.1.t,im.:i n.a fa ixa planta. AJCrn do aumen10 na :área superficial e da eficiência
de pH entre 6 e 7, n.ti qu3I não seob$erv11m grandes llmhações dos nk:e.i.nismo.s de absorç.-\o de ág:u:a e SJj~ minc~is. o fun.
para 05 mkronutricn1es. go p(>de Sl!Ctttar (os.fot.ases e outras cnzirn.1.s h1drolí1ica.s que
:aumenlam a disponibilid:idc de CC'rtos nutric.'ntn n<> solo. O
Interações iónicas :aumento na cfidtnda dos mcç.anismos de absorção de P do
Na solução do solo1 tanto os c.itions quanto os .inion.s estão sistema simbiótico 5(' tr.adin cm aum.:n10 de V_, e diminui•
presentes em conGentraçõcs e fonnas diferentes, pod<"ndo in• (:ão de K,. e de C,.... A$ l':llze,; micorri7.::tda.s aprC'entam m;uo-
ler.agir dur:une 311a ~bsQrç:to por sinerglsmo ou in ibiça<>,. O rcs valores de v..,.. (': muito mais OOixos wlores de K.. (': dcC_,
sinc.rglsmo oc:orre quando a nbsorçdo de um elemento é e.s• indi~ndo um:a maior c6dCnd a na absorção de P do qu(' .as
limulada pela presenÇ';I de outro, Um exemplo de sin<"rgismo não mkon izada.s.
é o wlmulo à absorç-lo de c:itions e lnions n-n prest'nça de
baixas conc~ntraçõ,:s de cálcio. O magnésio pode aumentar t1 Função dos ions e sintomas de excesso
absorção do fó3foro. tnquan10 baixas concen1r.1çõe, de iinco e de carência
também podem induúr o m(':smo efeito.
A i..níbição ocorre qu::i.ndo há reduç;io na taxa de abso,çlo 0$ nutrientes C$5Cnciais são uigidos pelos vegetais em quan•
de det(':rm1.nado demento cm V1t1ude da presença de outro, A 1lcJ.id~ de,ermlnadai;, que \'arlam de acordo com a t'Sptctc.
inibição pode se, compttiti"a ou não competitiva. A primeira o estágio de de$envolvimtnto e a <'Xposiç.io a estresses .am•
ocorr(': quando os dc.mentos competem pelo mesmo $Ítio ati• bientais ou interações <<:ológi0$. Com c:<ccção do carbono.
\'O do tra.nsp0rtador. Esse é o caso, poc CX(':mplo. da inibiç:ioda hidrog<:nio e oxigênio a1mo.sJéricos. o.s prlnci~3 dcm(':nlos
absorção de K', wriflcada durante o eslrtm 3,-lino. quando os essmdai.s cn(ontram-sc no.s .solos em C(lmbinaçõ(s. quírnic.u
M>ns Na' compctcm pdos mesmo.s sítios de v.irios tran.spatta• difef('ntes, sendo absorvidos somente quando sob :tlgu,rw.
dores de K·. Nesse tipodecompetiçlo. a inibição imposta pelo forma3 espe<:ítica.s. Esses dcmcntos sio imprtKlndi\'ci$ par.a
ion inibidor pod(': ser anul:ada pelo aumento n.:i conc.entr.iç5o q ue a planta poss:i ~.ilizar várias t:: importanrt:1 funções (Ta~
do demen10. l',,1.;i inibição não competitiva, o ion inibidor a(e- ~ la 2.3). A carência e o txcnso estão rebdon3dos com 3m•
t3 o tr.an.s:porte ao se lig:ir não no sítio ativo. ma.s cm outra tomas. vi.si\'c.ls ligad0$ à sua /u11{iio e à su3 mob1lufack. Plantas
região qualquer da prouina 1r:aruportt1dor.a capai. de induz.ir deficientes cm nutrlen1~ mó\'ei.s. (Omo N. P. K. Mg, S t O .
uma conformação qu(': diminua a afinidade ou prejudique de aptCS(':ntarn os respec:tlvos si.ntonus de dcfidênctl.1 em ôrg;los
:alguma forma o tr.insportc de seu ion es~d 6co. Ncs.s.e aso. mais maduros, como nas (olh:1$ basais.. J.i plama.~dclidtnt~
o ertito do inibidor não pode ser revertido com o aumento na cm nutrientes com mobilidade il'Htrmcdiãria ( Fe, Zn. CU. B t
con<entraç;;o do ion. Mo) e mobilidade baiX:l (Ca , Mn) são afctada.s inici:almentc
nos t«idos ma.is jO\~n.s.. N1 Figurn l .7. são ap~ntaJo.s ai•
Micorrização gum; dos pri.ncipais sintom:as de J efid.:ncia p.ra os macronu•
Um impor1an1c (enómeno ecológico que rt1noflla aos primór• trien tes e alguns micronutrientes tm folhu ck cafoeiro (G>ffea
dios da primeini invasilo cbs letras continentai.s pdas planla:s ambirn).
coMIS!e na ln1eraçto tlmbiótica tnlrê plantas e fung0$ micor• 0c maneira gc..ffl, os sintorms de di:6d «ldilS nutriôonais
rbJcos. Mai.s de 8096 das e,pkies de: plantas podem cstabde• somente se tornam visivcis datam.ente quanJo a dc:6ciêncfa
cer esse tipo de interaç.ão <', de-fato, na naturCU1, a maior parte jâ está cm um estágio avançado e 0$ níviei.s de produção das
das raízes encontr.i•sc colontz.ada por funt,>os mkonii.icos, culturas foram grnnd~mente '3ftt:a.d~. Sintom3S de dc:6dénda
sendo chamadas mkorrizas. A absorção ck nutrien tes pdas nutridon:al manifestam-se prínci~1)tntc na.s f~has. Sl.".ndo a
mkorrius segu(': os mesmos pri.ndpios b:isk05 de transporte dofos(': (anurded mento) e a ní."Crosc c·rit~rios p.i.r.a a dhgnose
descritos anteriorm(':nte, porêm a maior parte dos processos vis.uai. Comumente, ru s1moina.s de d<fi.ci(ncta se expressam
46 Fis.iologia Vegetal

• Cltmel\lO MIIV1U!,'1l(p ~ nuck:-o(lc,õos,~il')fOOsl IIM\ll'!~W:lllk tll('lgla 1,'TP. PPl, NAOl'Hf'tC.I, l'ltmtnlo rc-gul11d0t ~
fosfonl,l(.\o t dclos,onl:.(:OOdC' tn:imM

' Rt,gu!J(.)Q o,n'6tlo. homqostilSt i6nic._ ,...1.,çõc, hiidi'iOl. mo\ifflf'ntOestomJtle:"-.1long.Jmcn10 <dul.Jr. iltiv~.k> de c-nt,fl'IM, Sif'!te1,t
d~ P,Oltín:.s, f(l(O~)in.1~ lt/11\\pcllt(' de 11(\iUttS no ftOffll,\, mOWT'INII°' r.u pf:.n1ilS
e, l~trut\lta d:. P.Jiedt c;qlula,. homtcxl~t(,nl~ lnitgrid.llft cth.1I.J1, scgundomrntllgffto íund1u·ner.1.JI ti S-n.aolil<l(dO c~ll/lr
Mg Cor.Stitvinl(' OSIN\U!!JI da dorelit... cor,foimiiçJo de prot~..as. .Jt/w';'l(,fo dt enlfm~ (rut,lsco t PEP 01bc»if-Mt). IJ1'ndertl\Cia de
tnetgt,, .o (Offlp(lf os sob~1:.tos ATP,.l,!9 t Pf'i.M9
s Corutitulntt do 9tue>O funcioNI de v:ilias enlift'IM e de .Jgtnll'\ 1e~1orts. de~ntOllk'..l(lo dt Mttais pewdos,, COM~nte emvtui•I
(aminoAcidos, POli)\i'!Urldio$ Wlf<J1,1dosJ


CI
Est,utur,1 do1 p11redt celvi.r, n'lttat:,olbmo drfffl6is., , ~la,çl0dou11n\porltdl',nain.1.~iv11do1da l?rlll~ fosforiase do :.mido
Fotólii.l" d,) .Jgua. 1~l.1çlo (lo MOYimtn'!o dm, Mtómlll(I\, fl\O(h)lol(,10 do p(llentliil dl' meMbl'il"II
Cu Estl\/1u1a 0C CltOCrOmlld. e Nuimu Qvt ,eagffll com oocigénlo:controle dt espkl(,ue111ivas dt odgênlo
Cul?,._SOO bupcrÓ!lido dismut,uc-)
Estf\ltur11 de ti1oc,omcx. atuilntt na\ tNÇÔO:-S de lt,M\~rn& dt elkrons dur.-i~ il kltossínt~ controle dC' e11)tcles 1e-ativ,1s dt
01(,gi-r,lo V>/1 Ft-·SOO (WptrQ)ido dlsmutase)
Mn Conuole de espéci1!$ rl"al.N<IS dt odg~IO vil "'1~500 (svperô~cb dhmut11seJ: C011$lilllinte do complrxo potinutk.u do fotO'-\i\ttm,
li; lltiv11do1 cfit ffletillOen~milS
Mo Transfe-iê"ci:. de: elet.rons (nitJato 1C'dut11~ek • tu,"° processo de fle".J(~ lio'ógit.-i de nitrogênio (nltrogen.Jse bacttriann)
N; Mobitiuçio de: nltrog,t,n.o i l)aorlir da ureia v~ 1.11ease-!IT'lt'li!Ot'nl>IN ikpt-ndc-ntt de Nil: controle de espêcles rea1iv11~ de ol(lgénio ,,..

,. Ni•SOD (superól(ido dlvnut11~)



OotniniOs zm, lilltJN para lig,,,ç-Jo de pm1eln11s ONA; .ativ.iç.io ct, fflt!I.JIOE'nlfma.: slNliuç.io vi:. 11wcãioK; cof'!troie de eSJ)HiN
re:11tiv.s de o»géniO Cw'Zr.•SOO {SuptrdNch>dismv~)

mai.s espe<lfic,unc-nll! qut' os de to.x:iddadc-. a rüo ser quando algumas plantas, como as ltguminosas, podem su1>rir a dt,
;i,1orlcidade ge-~d;a por de-ttmllnado tltmento hldtrt a dlfflci• lll,lnda por N pdadiJuSiosimples do N : nas cf lulas, por nw
ência de Oulro. do prooe$S0 de ti,aç!o biológica do nitt0g~nio (ver Cnp!ttdo
A pá.n:ir de agora, ser:i apresentado um resumo das princi• J). Etn aJguns-e:aso.s. a presença não detect::ida de b.-ctêri.utn•
pais c:'lr2c1erfstl~s 1ipias dt dthdéncia.s nutrki<mais. t;ri1~ - dOftucas t um fator que confunde a correta mtcrpre1:1.ç;lo cm
t:in10. é imponsme informar que essas c1irac1tri'.s.1ias foram o:p«imcnlos de privaç.ão de N.
derl\'ad:is dt exptrim~ntos agronômicos oom es.pécies culti•
vadas. Um espectro muito ma.is amplo e comple.xo de sinto• Deficiência de fósfo ro
m3s dtve existir n:1 diversidade dt espécies wgctais sifrts1rcs. O fósforo Cabsor\'ido principalmente na fo rma de ions fos.í-ato
AICm disso. muitos dos sin1om-ss foliam; dt defic:ii,~d a s5o (Hfú,• ou HPO;), mas internamen te na plantn tambCm st
similares e fo cilmc:nte confundidos com siJuoma.s a usados mO\'t na forma de fosforikohna, distribuindo-se fa cilmenlt
por cstreSSts fisicos. pr.igas ou docnç.a.s, pelofl()(ma.

Deficiência de nitrogénio CH> O


A principaJ forma em que o nilrogênio se t nOOl'llta na atmos• 1 1
/osfarikoli11a:ÇH,-N-CH>- CH:-CHJ - 0-P=O
fera ( N,) não p0de ser di.retamtnll· uliliiada ptb célula wgt•
12I (\ '('r CilphuJo 3). Assim, para a absorção dos ions nitrato 1 1
CH, R
(NO; ) (' .vnónio (NH, ·), asdua.s formas pl'lndpais de nitrogê•
nlo prd<ntd no solo. as pla,uas dispõe-m de 1ransportadom Des~ forma, este se acumuf:3 em folh:3s m:1is no\•as, flores t
específicos nas cê:lulas das rab:es. Tod.avi:a, nem sempre ambas sementes t m drsenvotvimento. Em geral. os sintom.i.s de- SUi
u formas estão presenlt'S nos solos cm con«ntraçõcs em que dclid!I\Cla ap,n«em em folhas inais velhas, com mand 1~sdt
podem ser c.ap1ados por esses tran.spott:1.dorts. Quando isso coloraç~ tipk amentt arroxe-adas,. causadas pelo acúmulo dt
ocorrc, os sintomas mais comuns de detidéncfa de N indut'm, antod:infoas. A exp.lllSàó foliar é compro111c-1ida, há dccrtSO"
além da prrda acentuada de vioo0r, visualinda pela diminui• m,o no número de flore, e atraso na inicfaçâo íloral, culminan-
~o k'nsh-d do c rescimento d:, p.arte :11étt:1 <' prl~ form:,çlo do em uma OOixa produção t, em casos de priwção condm1.L
de folhas(' Oord, o amareledmen10 generalizado dos tecidos na morte da plant;a.
clorofilados e a formaçãó de ãrr:.1s púrpur.as ~m dccorri:nci:l
do acUmuJo dr ;uuodaninas. Nas folhas, o sintoma típico de Deficiência de potássio
dr:fidê.ncia dt nitrogénio é ::i d orose (:anm eltcimcnto), acom• O K· é um ion de alt.i n,obilidadt , sendo rapidamente 1r.a1W
pa.nhada da sc-n(:$(.lncia precoc< das (olhas \'d lus. C",antudo, locado das folhas mais velhos pata folha.s m a is novas e rtgiõti
(.:tph ulo2 '> Nulrlç.)oMiner.:tl 47

Controle -N -P

- Mg
-•

-Zn - Mb - Fe

Flgur~ 2 ,7 Algum do~ principais Mntom;Jl de delidiêncla mineral em felhas de a fê (Colff<.J orobko). l!'Nge-ru 9cn1ilmente cedidas pelo lntem..-
tlonal Pl.ani Ntltrltlon lnstitute IIPNl - 8r;ui(J.

mcrish:má1irn, com o cons~1ucn1~ sul'gime1no Je $.inlom:i.s Deficiência de enxofre


J.: Jtfid énd:t nas primeiras.. De modo geral-, sob Jc6df!nds Absoo1do pcincipalmcnlc n.1 forin;,i de so.:-, o Cll.WiR: pode
po1.is.sicn, a d ntcsc d.: parl!'t.lc celular<' a turg~.?-nci;a, <"tlular Stt metabólit.1do na.s raizcs em umn p<"qu..-na C."Cl(nsâo. <on•
sio prejudicadas, prt'di.spondo as pl::antas ao tomb.imento por íotmt :as n1."<.:i$iJ;)d(s dcss1.-s órglo.s.; ,\.UJrn, a m:aior sr,utt. do
wnlo ou chuv,1,. Nas folhas mais velhas, os sintomas visuais t
SO .ibsorvida ,e tr-.mslo,;adn p:u--.a :t p:ini: J,êr.,-..1. o~ $intoma.$
de ddid.?-nda grave "-:.uactcri:iani.sc por ne<rose e dorus.t. A de dctkl~n,:1.:1 Jt" enxofre .:onsisltm ~rn doru.>é: gentr.1hz::id:a
nbsorç;lo de :igua pch parte aérea, vi:a transpir.:ição c prc.ss.io em todn a suptrfki< i~iar, c..sUSJJa pt.l.1 J eiidtn,:13 ,1.:. dot0•
radicular, ê rt'duzid:i, acarret:lndo murch.m1.:-n10 d.ali planta$ fil:l, Em mu1la$ ti;pédcs, o l.'11:'<0Ítt n.io J fuciln1,:nt~ 11."distri•
com relativa fadlld;ule. A formação e OCl'C$Chne1110 de Sl.!lll:li buído .t partir Jos t«idos m.1Jurn:;. ú'lf\$~utn1-:m.:nte, 1.'SS1.-S
p0dcm ser inibidos p<la priva,1io prolongaJa dc.-ssc nutriente. $i,nomas ~o ,:m g,:-r.al obser\'.l.Jos t.m íolh.1S mai.s ~·c:ns.
48 FislologiaVegetal

Ú)nludo. cm cen:i., cspêd<·!>, a cton,se ;ap:,r« l· ~imuhant.t· l~t ft:tge rom grn11os 0 11 , pr<"cip1tanJo•St' ll:l forma de Óti
mt ntc 1anto cm 1t'llh11~\'Clh.ts qli;mto nas llllli!il n <Wa$. .IM me1Mico.s l1idr-.11:i~los.. Diícren1t•s c~pí.'Cics tl t' plantas d,
stn\·oh·cram dif<w 111es es1r.utgi:is p:im solubili1.:i,· e absonr-.
Deficiência de magnésio F1.'. Gr;iminta.s. poc Cl(í.' 111111<>. l'.'i.sudJm fitoss idcrMoro~ ( i), t't _
A 11b~ r1,-.io do Mg pd as planta!il t for1emcntc mod1Llad11 pd:.a \111:iOO "'~nko, ~d do mu~ênico). que s.ão ácido$ hninocarho.
conccntrn,ão de outros dcmentClló l'$$1!'ncfais. podendo alu.tr i.ílicosquc compkx.;1m o 1~·111, por meio de seus :!tomos dt(J
dt.> forma sinêr1;tica ou a n1a!,'Ônk11 sobre osim·ma de lrail5p()r• e N; o complexo como ull'l iodo é absor"ido. o Fe é librradot
1e de Mg. Por exemplo. d e,·ad1LS concentraçõt-s de NH • e K' utill1.11do peb 1>1:tnta. enquanto o filossidcróforo de\'t srr mt
conscguc-m imbir a abscm;l o do r-.1t·. enquanto a dis~ nibi• 1:tbolizado ou llbt'r.ado p:.t3 o solo. onde no\'amentc atu~ri.
lid.1dc de concrnl~çõcs adequadas de P potencializa a absor• Qu1ra e3tr.1tégla, presente em d icotilcdõnt3S, e em :ilgult'lt
çiio do ~·l i\ e \"ÍCC•\'Cr:sa. O magnt's i<> l altamentt mé"'cl no monoco!ikdõncas, em•otve um transportndor d(> tipo AS(
ílotma e. por1an10, na sua au.sfod a. sin1oma.s ck d<"liô ê11ci11 (AJ·p. í,indiifg auselle), uma rcdutasc indulivel e a, lib<r~l·
m:11li(e.(;tam-sc. sobretudo nas folhas mais velhas, formando de agentes quclantcs. 1w>rm:ilmcn1e compostos fonólic<>:s, qtt
áre:as dorôricas tipicamente intcmcrvais.. sr lig;im ~o ft-+111 n.i riios(era e mon:m-se :i membran'll,onGt
o F,c é redU1.ido antes de ser absorvido.
Deficiência de câlcio Um:i vn que l rel:ulvamcnte imówl no ílocma, a d or011
A :ibsorçio do e.a:• depende t.1nto de seu suprimento na so• lnte-mcrval típica d:t deficiê-nda de Fe manifost:'1·$<', inid al
luçllo do solo quanto d:u 1:ax11s de transpiraç.ão. pos,10 que esse mente, nas folh:is nais jO\'tnS, Subse<1ucntemcnte, :l clorOSc
íon i transponado pas.~h-smentc na corrcnl<' transpir.it6ria. O pode atingir 1amhtm as ncr\'Uras.. ,ué a folha. ficar. e-orno ll.lt
cã.Jdo não r carregado nos eJement()S de tubo criv;ido e, romo todo. ama,elada. Em ,·ãriosca,0$,a folh:i pode tornar-se br~fl.
consequfocia. sintomas de sua dclldl!ncfa apsreccm mais for. ca com :ireas nccr6ticas, em ratão da Inibição da sinicsc dt
teme-nte rm folhas mais jo"ens, com de1erioraçio nas ponlas cl()tofibs..
e nas mugens. Zonas meristcmáticas. apic.ais oo laterais, cm
procC$$O ;ati\'O de dhisii.o cdufar, são ahamentc suscctÍ\'dS, Deficiêincia de manganês
na nwdid.i cm que o cálcio é requerido para a formação das No solo. o Mn ocorre sob tr<s t$1;idos de o~d:1çâ<> (Mnl•. Mn'
e.struturn péctiQ.S da n()\'a parede u lular que surge entre as e
e Mn'·). como óx:ido.s insolú,·elsou quel:l1()s. larg.imcn1ub
d-JuJas reúm•formadas. Dado o papel importante desse câ• sonido na forma r,,1._n:• 'llpós- llbttaç~o de uma molécul.a qut>
tion como mens:igeiro secundirio dos s.in.a.is primàrios rcgu• 1.a.nte ou apó$ a reduçlo de óxjdos de valências superiores. A
ladores de dri0$ aspectos do desenvolvimento das plantas, dc6ci(ncia de i\fo é Incomum em ambientes n:itur;1i.s., mu
su:, c.õnetntr-açào ê m:anlida bastante tstãvcl no int('ri<>r d3$ nos ex:perime:nto.s de privação de Mn. observ.a-sc uma desor,
c:Bu.Jas, em geral. wrfando enw JOO e 200 nM. ganiuiçlo das membranas dos tilacoides e dorosr internem
nas íolhas m:1is jo\'cns..
Deficiência de boro
Deficiência de cobre
O boro é absorvido n:i form:1 de âcido bórico nAo dlssoci:t•
do e. cm pH fisiológico, enconlra-sc sob a mesma forma na O cobre estâ fortemente ligado â matêria orgànica ou a com
planta. Ocfi<:iênd a de boro pro\'oca uma redução na sintcse de postos .soJúv<":is na solução do solo. E.m solos bem a.rcj~d°'
citocin.in.as e no transporte de algumas au.xinas, que pa.ssam a ê absorvido principalmente como Cu:· e, em solos úmldos(
aeumu.Jar•se, nes.,;a condição, nos meristemas onde sio $i111e• cncharados. wmo Cu·. Esse elrmento move-se oom reJatm
lizad~. Dada a balxa mobilidade. os sintomas de dt6dê00:i facilidade na forma de complexos .1niõnicos, das folhas n:.il
st manifC$UJJl mais exprc.ss:h,amen1e nas rtgiÕ<'S jovens em ,-clhas par, as mais nons. Sob drfid <nci.1, a mobilidade A
crcseimen10. O :icúmulo de ÍC"nóis 1.ambêm ê frequente e pode cob,e é muilo b,,ixa.. Dt modo geral, apesar dt a deticiêncil
esu.r iWOc:iado a necrosn folial'C$. A incorporaçào de residu• de oobrc St"r rara, quando ocorre, resuJ1a cm fochamento tS
os de gl.ioose em polissacaridios. assim como o conteúdo total tom5tico. mun:hamcnto pela lignjfic.aç.ão reduz.ida d as p3tt-
de u lu)()St d., p11.rcde celulat, é intmsamtnle reduzida. f',,'las des c.:cJubrts e formação de grãos de pólen não vi!,'Cis. T:ii
niizes, defid!ncfa de S induz Jncrcmc-ntos m atividade deoxi• s.iniomu (.Sião associados parcialmenle so estresse energc-1.:r
dues do k ido indolacétic.:o (AIA), a ,uaxina mais abundante deCOfrcnte da deplcção do ATP cil<>pla$mãtico. posto qutf
n.a plantas. Como consequ,nda, ddici(.nc.ia de Dreduz a rrsis• oobrr partid~ de grupos pr'()$té1joos dos citocromos da CJ
ténd a mCQJlica de cauJes e peciolos, a<:arreia uma drt«ior.i- deia de transporte de elécrons milocondrial.
ção n;u buti das folhas novas, reduz o eriescimento radicular
e pode levar indusivt' â mon.e dr raítcs. espcdalmrntc nos Deficiência de zinco
ápices mc-ris1emá1kos. O ilnoo ê absorvido l'.la fonna divalente e não sofre oxida~~
ou reduçã0i comQ ororre com outros metais de transição. Sd
Oefic.iéncia de ferro def-.ciéncia de linoo. normalmente M uma redução n;a taJI
ru; alividadts quimicas dt'S.S<' demento. tanto na forma furosa de alongamento do caule, <> qut se c.xpllca por uma possl1v
(f:c. 11) quanto na firrlca (Fe-111). são muito babr:as na soJuçào exigência de Zo para a slntcsc de auxinas. Outros sinto,nt
do solo, indcpcnden1emrntt" do stu conteúdo 101al no solo. maniíest.am-.k nas partes mais novas dá plan13, com o e-1l<UI
$0bretudo quando de um pH maior que 5,0, Nessa oondiçào, Lamento dos m lrtnós, d orose bnmd.1 das folh.is. rcduçio i
t:imanho e dcfonn:1ç.lo da~ íolh,H. F.1cc..,<.0 de c.alrigcm , eleva. fl.rnit l~ 11 Mnlyh•.bn ,lls K.1t:ilyq1t1, bC1 der binlogiv-Mn ~11cks1nff.
do i11<l1ee de lixivlaçlo e alta conccntr:içM, de (6~foro no ,w)lo bindung. Arduv fü r M1kmbinl<1gie. 1930:1:JJl 42.
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flmwne <:A. A <;,nu rçc t,.,.,k Q( .i.grkultur.iJ diem1 ~1,y. Chro.iic:t ff.o.
Deficiência de molibdénio
t:1nica. l')U:fl(IJ: I 290.
O molibdênio fa1. p1H1Cd.as enzimas nitratll tC<h1tase e dn ni• Rr~r TC. ~ ,100 AB. Jflhn~ C.\1', St()ll1t P R. C hlmfoe: 3 m i•
trOb>tnase (esta última n4o é um,1 enzima de plan1as, m;as de c:ron111rient cf.tmcn1 fnr higher plant,. Pl:1111 Physiology. 19s-t;
2?(6):526, )2.
microrganismos fixadores de N associados a d as). Os sinto•
C.nclJas l, P. 7.aMMadi OB. Ollv.,1cs H .. F.-ç.-infl.1 AR. Efr1t~ li
mas de defici(ncia de molibdênio upressarn•M" cm condiçõei siológicos de ";ibsdnçia, h,i mica, 1,l.'lllímull') .il H '·ATPàsc:s. ln::
de c:iténc:ia de nitrogênio,. 11prescntando um ;1,mardccimcnto f crn.11Mk, MS, editur. Nutrição tninet'.al de pt.n1u , Vicou: Sociit•
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Fixação do Nitrogênio
Halley Caixeta Oliveira

Ciclo do nit rogênio A :umosfer.i (l)nSlilui um 1mpor12nte reservatório de ni1m -


gênio. e uma de 78% do Sc.'U \'olume corr~ponck .ao N1. ;\pe•
O nitrogênio (N) é o nuttie,ue oblld<> do $-OIO ne«ss:lri<> em Ar dc-$$.1 ele\·:ida ;,abundfinc:ia, o N, nio o.1j disponível par:1
maiores quantidades para as plMl:1$, 1>arrk i~ndo da compo• as plantas. em vinude da alta tstabilidadc da ligação 1ripla
s ição de biomolêculas como proteínas, do,ofilH e nudwtl• cov.alenle entrC" os dois átomos de nitrogtnio. A$5im, p;ir.a que
dios. O nitrogênio tem sido reconhecido como um imponM- os nitrog.!nios do N, possam ser utili1..11dos no metabolismo
te recurso que.' iníluend:a o desempenho e a dis1ribuição de veget.111, essa ligaç.ão precisa ser quebrad;i. A lrJ.nSÍórm..ção do
espêck.s \1egctais em ecossistemas naturais. Além disso. geral• N1 cm compostos ni1rogenados mais r~th·os (NOJ ou NH,)
mente C um dos nuuicntts que mais 1imi1<1m o crescimento e é con h«id.i como fuaç.ão do nil rogênio. que pode ocorrtr por
a produtMdadc de plantas cultivadas em sistc-mas agricolas. proc:tssos natur:tls e Industriais (Figura 3.2).
O nitrogênio c.stá pres<ntc nos di\'Cí'SOS comp;irtimcntos da A fix..aç-3o induslrtal do nitrogénio .se d.í pdo procC$$0 de
biosfera, podendo ocorrer em form.is como nitrogênio mole, Haber-Bosch, no qual ah:i.s tcmperatur:u (acima de -ioo~q.
cular (N1), nitrato (NO,·). nitrito (NO~·), amônia (NH) , Óxi• elevadas prrss~s (acima de 200 atm) e um c..~iS.ldor mecã-
dos de nilrogênio (NOx: NO, NO. e N,0) e compOS1()$ orgi, Hco (geralmente :i bue de ítrro) são necesdrios para a sint~
niCt>$ nilrogenad0$ (aminoâcido$:b1u:~S nitrogenadtis eic.}. O de NH> a partir dr N: t' h.idrogênio molt'C'ula.r (H1) ffigur.a
<0njun10 de ln1ercon\'ersões dess:as forma.s nllrogenada.s por 3,2). Esse processo, que é a base pa.n a pr<>dução de í<:rtili~n..
meio de pr<>cessM IT$ico-químieos e biológicos compõe o d· tei :igricolas nitrogenados, implica elevado gasto de <:ne-rgia,
do biogeoquímlco do nitro~nlo (Figura 3.1). :ilé m d os CU!ólOS ambie-ntals a.s.<iocfad0$ ã e-mísdo de co:·

Figura s.1 Esquema slmplil\cado do cklo b~ulmlco do nltrogbwQ. com di!Staque para as mais k'nporw~iu rl1~ n'Yffl6ti do _n ittog~ no
solo e na atmosfera. A. Fkaçio otrnosféfka do nltrogtnlO. 1. Flxaçio lndustrlll do nltrogénlO. C. Flxaçao blol6gka do ~ nla. por mao,g,n1vnoi
slmbll>(icos e de vld;, livre. O. AbSOt(lo de (ons nltr;,to , amõnlo pela.s ralm. E. Amon~io. F: NitJil\caçao. G. ~ H. ()l(ld~ ..,.,.rôtJil: do
am6nlo e dontutto (anamoJl.}. I. OesnhrilícaÇJ6.J,Vola~de 1mOnla e ó..ldos denttrogf:n10pc:Llt,~ as.K. L1 ~ d e~ pela arlwã•
de vuldnlca. L. l ibetaçào de ..-nõnla e 61tldos de ~ p5 qucl~ de ccrnbusd'fflS fôsseis. M. ~ de nkra<o e arnõf"liO pela dluva.
52 Fls.lolog,a Vtg,eta1

( NH, )
cfüsoMdo na soluç:lo do solo, sendo f:i <:tlmcnle ca,·re:ido pa1
lixM.i,ção par:. 0 le,,çol frd 1k o. . .
Dh'Cl'$OS proel"Ssos resulti1m m, lt;msferêncrn de nhro,
T'""°"''""' e gO:-nio do soJo para a 01inosfera (,·cr Figura 3.1), O NH; t

I
Pre$6ê0 ~Wldil$
0 NO~ pode,n i;er o.xidados anaeroblameme por .bactêria1,
H,
Catalisador
ITIOl~lico lc\'ando i formação dt Ni• no procc-sso conhec1do como
anamo:c, O N01• do solo lambém pode- sc-r. ~erdido pa.ra •
N : = :N atmo3fera. por dC$nhrificaçào. na qu:al bac1erias anaerôbial
reduzem O NO; a N1 e NO~. to nitrogênio retorna ã a.\,
mo~íera. As pl:m1as 1ambtm podem pC'rdc-r NH, e NOx para
Ni ~ H'
ITOQet'18Se,~
a aunosfeu por volaUliiação, especialmente apó.s o solo 1e1
sido (er1ilitado com ahos níveis de nitrogCnio. Além d isso, 1
• atMdade vulcânica resuha na liberaçlo dt' NH, na atmo.sft,
1 .... 1 ra, assim como a queima de combusth•eis fôsseii; libua NH,
eNOx. OsNOx (com'erlidost'm HN'O,) e:a NHJna atmosft.
f',guq J.2 Pnxessos de fu1.tÇ.io atmosfériea (A esquefda), blológka (i ra retornam ao solo pc-la chu\'a.
di,~ta) e mdustrial l~ima) do nltrog~nio. Nas últim:'1$ dêcadas, a 1gricul1ura in1ensh·a, a queima dt
combu$tÍ\'tJ$ fósseis e ou1ra.s allvidadt$ anlr<>pogênlcas tfo,
lev.ado a a.Iterações no cido blo~oqulmico do nitrogênio. Er.,
O nitrogênio pode kr fixado natura.lme-n1e nit atmosfera panicula.r, tem-se obsc:rndo um grande aumento da disponl,
pela ação de rtll mpagos. Nesse caso. a energia das dC'.starga.s bilidade de nitrogênio re.Ui\10 na biosfe ra, o que pode provo,
elttric~ pe:rmi1e a con\'ersão de N ,, o~rúo mol«ub.r (0.) car sério$ impae1os ambientais (Fowler c-t nl., 2013). Alêm dti
e ,·apor de água a ácido nitrico (HNO,), que ta forma proc~- poful.ções atmosfêrica e aquática e suas conse:quênclll.$ para 1
nada do NO,; (w.r Figura 3.2), O nitrogênio tambêm pode ser sal.ide huma,na;, a deposiçio de nitrogénio reati\'O cm ~is•
fixado a HNO, na atmosfera pelas reaç~s fotoquímicu entre temas 1c:rrt'slres cst~ relacionada com uma acidificação dOl
o óxido nítrico (NO) e o ozônio (O,}. Em ambos os processos, .solos e uma rtduçlo da blodivtrs.idade ,,ege1al, e$ptcialment(
o HNO1 produzido na atmosfera precipita-se sobre a Terra em ratào da perda de espedes adaptadas a ambten1es pobrtJ
com a chuva. em nitrogênio.
No entanto. a maior parte do nitrogênio fu:ado nat-uralmen•
te resulta da aç.ão de certos microrganismos procariotos que Fixação biológica do nitrog ên io
apresentam o complexo enzimi1ico da nitrogenasc. A nitroge•
Gr2nde parte do nitrogênio reativo introdut.ldo nos ecos•
nue a1j]jsa a co,wers!o de N, e íons hidrogênio (H'} a NH••
sistemas resulta da açao de microrganismos procariotos dos
em uma re.ação que- de:manda cle,•3.do aporte de ATP e fontt'
dominios Bactt'ria e Archaea. Estima-se que 90% do nitro•
de elêtrons (,·c-r Figura 3.2), A NHJ, um gis que, em meio
gênio fixa.do naturalmenle decorra do processo de fixação
aquoso e pH lntraceluJar, W" protona formando o fon amónio
biológica, Os microrganitmos capazes d<' fixar nitrogtnio
CNH;). A fixação biológica do nitrogênio pode se.r rta.lluda (denominados dl.aU>tróficos) apresentam o complexo en•
por microrganismos procariotos de ,ida livre ou que esLabtle• t.imãtico da nitrogena.se, que catalisa. a com e:rsão de: Nt t'I»
1

cem interações simbió1ica.s com outros s.eres vivos. principal• NHJ. Os microrganismos dlJU>tr66co$ podt'm $er de vid,
mente com algumu esp~es de pi.antas. lh•rt', se.odo encon1rtdos no solo~ em ambienlt'$ aquáticos.
Todos os proct"SSOS de fixação do nitrotcnlo permitem a sem se associarem diretamen1e com outros organismos-. Ou·
enuada de nitrogênio rea.t.ivo (NO; e NH;} no $010- E$$C$ tros e.stabe.lecem associaç6e$ $imbiólica.s com outros seres
ions podtm então $er absorvidos pefa.s r.aizes da.s plan1as e vivos, principalmente com algumas t'spécies \'egetais. NC$St
utilizados para. a síntese de compostos orgànlcos nitroge:na.- e.aso, os microrganismos fornetem o nitrogênio fixado dirt·
dos. os quais são transferidos aos animais ao lMgo da cadeia tamente para a plan11 h0$ptdeira t'm lroca de íotoassimib·
alimenlar. Por sua ,,ez.. os compostos org.inicos nitr0genados dos.. A associação normalmentt' não é obrlg-:itórla, de modo
presenlt's em resíduos ou matéria morta de animais e plantas que muitos microrgani.smos simblóllcos podem ser encon·
são decompoitos por fungos e bactCrias. levando à formação trados cm vida livre. Similarmente. a planta hosp<'dein podt
de água, CO. e: NH. ·, no proet'$$0 denominado a.monificação se desenvotver na ausê-.ocia dos mkrorganismos simbióticos.
(ver Figura i 1). , , principalmente se os nlveJs de nitrogênio disponlvel no solo
Na maioria. dos solos bem aerados. o NH/ e oxidado a forem adequados.
NO · por bactérias nittificadoru (\-tr Figura 3,1), Nene pro· 1-ü uma. \'ariedade dt assod aç:0e$ s-imbióticas c-.ntre pla.nt.as
e ~. chunado de nitrifiaçJo, o NH; é oxidado inicialmt.nte e mkrorganjsmos díarotrótlCO$, algumas das quaJs exempli·
a NO; por Nit rou>mas spp., t' posteriormente o NO/ C oxi• ficadas 11-1 Tabela 3.1. Pode ocorrer também a simbí0$t' enttt
dado~ NO; por Nitrobacter spp..A nJtri6caçio é inibld~ em microrganismos diuotróficos e outros tipos de orga.nJsroc»
solos pob,n em OJ. àcidos ou frios, promovendo o acumu• alt m de plantu, como as que 3COntecem emre clanobactérias
lo de NH4 • ne:ssas condiçõe:s. Enquanto o NH; encontr2-se e diatomicea.s em ecossistemas m-arinho.s e entre: cianobsel~·
adsorvido nas panículas do solo, o NO; 1ende a permanecer rias e fu ngos em líquen$.
C.11phulo l ~ Futa,ç,;o do Nilrogf.nMJ S3

Grupo ta1r0nõmlco Pl•nla hospdeltl


Anglo\pcrm.u l e!9um!fl01,1t\ RllOtllOS<.AIOlhllOblum. lrodyrh11obil.Nf?. Nódi,iio1, em ,aíz~ ÍrN!s ff('OUfl'lltl
Mtsorllft0b,lum, Ah/.robW.m • SintNhilObJtlffl. º" <4111~
f'!lr(! OlllfOS9t nt1od

PGro1pon(n , pp. fllliOb los (81o(;lyrll.!to6,\im, M"orhirobfvn'I. Nóoolcn • m taln.,


1/i'!ltob/llffl t Sfnorhlr ot(umJ
E.spêclts .Kl.r'IOttll>'c.is (9tne1os ..J,ws. A(tlnobklf~ ffqH1t"')
Myrk o, Co-worlno, Rubus etc.)
CicJMtr(t spp, Cilnobk.lf~ (NOUO() Glal'IClulu no ( tlUlf
Glmno!4)('1m111 Clu dàctu R11lt1 <.Cr~
P1er!dõfl1•s Atolfo spp. Ca ~ s ,w,i to11,~
8"'6fit.u Anthoc.e,ophyta C..vfd.tdes IIO talo do 91mttóflto

A simbiose mais comum consiste na a.uocfação ('ntrc cspé• Alguns rixóbios tambêm podem est;ibelecer simbio~ com
cks da famíl i.1 Fabaccae O('gumfoosas) e protcobacttrias co• as .irvorcs não lt"gumínO$.\$ do gênero Para.spoma (familia
nheddas como rizôbios (incluindo os gfo('ros Awrl1izobi1m1, Cann;ibaccae). Além di.sso, actínobacrttias (tambêm cc>nb<·
Brodyrhizobium. Mesorhizobi11m, Rhizobi1m1eSinorhizobium, ddas como actinomic,ctos) do gtnero Frankia podem se .tis•
e.ntre outros; ver Tabela 3.1). NeS!e cas~ a infecção com os sociar simbioticam('nte com ('tpécie.s ub6rcas ou arbwtiv.u
riz.óbios leva ao desenvolvimento de estrutu.ras especializadas não leguminosas. como A/nus robm (.timi('iro) e Myrica gal'-'
denominadas nódulos. os quais abrigam o tecido infectado (murta; \'er Tabela 3.1 ). Em ambos os casos. a assocfaçâo com
pelos mkrorganismos (Figura 3.J). Os nódulos fornecem um rizóbios ou Fronkia induz a formação de nódulos nas raíw .
ambiente que favorece os processos de fixação do nitrogênio e São conhecidas mais de 200 espêcies de planta$ (ch:unadu
troc.i de nutricnt('S ('ntre os rizóbios e a planta. Quase sempre de actinorrh:lcas). de oito f::tmJUas de a.ngtospçrm,u. que in•
os nódulos são formados nas raízes. No ('.n.tant~ txistem ex• teragem com Frankia., ,ao passo que 1odu as cinco espécies do
<eções em que se formam nódulos caulinare.s, como ocorre na gfnero Parosponia podem e$1ab<l«er simbiose com ri:t.ôbios.
associação entre Azorhiiobium caulinodans e Sesba,iia rostm• Cianobactérias diaU>tróficas. em especiaJ as prrtencemes
ra, legu.mln0$a típica de ambientes alagados. São conhecidas ao género Ncmoc, podem estabelecer interaçôt"S simbiódc:u
mais de ) mU espécies de leguminosas (principalmente das com ('Spécies vegeta.is de diferente$ grupos t:ixonômicos (ver
subfamOJas Faboideac e Mimosoideac) que apresentam $im• Tabela J.l). Em contra.si.e com as associações ent« planl3.S e
biose com r1zóbios. rizóbios ou ae1inob,e1êrias. nas interações plinta·ci.lnobac•
têria não se tormam nódulos, e a estrutura \'egetal coloniud::a
pelos microrganismos $t desem "Olvc.' independentemente Ja
infecção. D~ taca-se a associação obrigatória entre :a pC'quc•
na p1e.ridótita aqu:àlica Azolla spp. e a e:iano~ctéria Nostoc
azollne (também dt nominada .4.nabatnQ ~ollae). que se- aco•
moda em ca.vidades especializadas das folh3.S da planta ho.spc~
deirn. Ernre as gimnospermas, as cicadácca.s intcrn.gem com
cianoNctérta.s, localizadas no i.nterior de nüe.s cor.i!Otd(S d:l
plan1a hosp~eira. • Ji entre as briófitas. a maioria das Antho•
ctrophyta e poucas hepâticas abrigam d anobactêrias simbió•
Uca.s cm cavidades no 11.Jo do game1óli10, enquanto em aiguru
musgos Se.' observam cianob3c1trias epifitic:.u. Ourro exemplo
ê a simbiose entre angiospenu.ls do gCOero Gur1ntta e ci.,no•
bactirla.s quê entram por gl:lndulas especiaU~J~ do ~ule e
se alojam no interior de ,tlula.s corticais. .\s gllndufas s.lo for-
mad.u c:m condiçôl"S de bai.u disponlbilid:ade dC' nitrogVlio
n<> solo, mesmo na a'1S(ncia de ci.a.nob:lctérias.
Além das 1.nier.açÕ<$ simbió1ic:u antc:riormente d~.scri1as.
têm .sido rela1.1das associ:içóes de: b;actérili diazotrótic~ com
outras angios-permas. princip:.almcn1c gnmineas. Essas ba,.
tértu podem ser endofítka.s. alojando-se t'IO ~popl~.s10 de te·
cidos \'egetais.. ou .usodati\'as. cotoniunJo a rizo~fora ou o

• RJ.iut <or.aloldcs df dQo;lk ,m $lc, nizn .a.Jo-oreitid1e, q~ .:m,cc:m p,n.


cirn~ f 5t l lJl\iÕ."'Am pl'W.lmo .i li!pfrlkk Jú ~ l fl"K!'W-.k• form.a k'-
111<-lhlnk i ~ un, <or.lJ.
54 Fi~iologia Vegetal

l'iwpbno • fla c1fria.s it1;1:rn1róti.c,H, l.'omo G/uro,mfft()b.tN,·r J,: 1r.1nscriçlo. lis-'mto-sc :i teg_i(M.'-s cmut'n·:u.la, do DN~
din:Q1rt:1phirnJ. C' Hrr,,mpirllr11m S<'rop,•..t,m,, íornm idtntifi- ('Onhccid;is ~orno 11{t(/l)(I,\ ' e Induzindo :1 exp,e~~~~, de outr0i
c:llla.s no apopla~to ,1~· t<'ddos ,lo c.iuk dt S",, lwrim, o.Oi• g,:1w1 no.·/ do ri,;óhlo. •
, it1t1rum (cana-de-a(ú,~ar). atuando como r ndofilk:is ,w·ssa :\ 1r11n.scri(:lo do.s gt nes 11CHl le\";1 fl produçao de C'n?im~
espkie ,•4:gctal. Es1udos sugerem que eh.as bocttrias possam ;iss()d.1da.s {I biossintc~ dos fa1ore-s Nod. que s..i o ohgos$a<~
con1ribuir com uma porc<'magl'm considtr:h'<'I do nilro~• rldios de llpoquithu com função sinaliuidora (Figura 3Aj
nio demandado ptla cana-dc•:l(ÚC";'l r (Oli\'C'ir2 n ai., 2002). Ulda fator Nod :iprcsc-nta 11m esqueleto d<' 3 a 6 unid..,de.s di
Além disso. a assoda(àO d<' plantas de milho (Zt-11 ,,wys), 1,, •..,,e1i1-0-glic<>$amina com llgaçõcs beta-(1-•1), carac1er"'
trigo (Tr1tirum tJt'#frurn) t :.rnn (Ory:a .satirn) com b.lcté• tk o da quitina, e,n cuja t'Alremidadc- não redutora se enconlr;
rias d1.itotrófiNi$.. <"orno Awspirillum brasifhut, ger11lmentt lig.ido um àcid<> graxo. Os gene-s nod comun.s (rro,U , ,rodB 1
«-.suh.11 cm uma promoção do cres<imento "CSCtal (Santi rt nódC), tncontr:id().S cm todos os riióbios, codilicam <'nlirtU&
rd.. 20 13). Tod11,•i11. nào cs.tá claro a1é qut ponto me t ÍC'ito ass<>c.fadas a sín1ei-t da cstru1urn bdsica dos oligou :icarldio.
dcrh·a de uma tra.nsfot!nci.a dir<'lõl do nitrogtnio fixado par3 de Upoquitina. Já os gtn<'s nod hospedeiro-e.specHiros (,1odt
a planta ou d<' outro.s mtc11ni$mOS, como a ahtrnçào doba• nodF, nodG t'tC,}, cuja pr<'stnça varill entre as esptcii..'·s de n,
lan\o hormonal, a solubiliuç./io de fosfoto <' a produção de 1.óbio, codificam enzimas cm·o-Mda5c n11 modlfica.ç-.io do ácido
,·!laminas pelas bac1trias. gr:u:o e na adiç5o de grupóS la1et:1ls aos fa1 ores Nod. COtll(i
sulfa10 ou açúcares. A cstruturn qufmka do$ fator<'s Nod 1
fo rmação do nódulo em leguminosas crucial para o reconhecimento entre o rfzóbio C' .a planta h01,
Sem dú,ida. a as.,;odaçào enlrC' rizóbios e l<"guminosas C a ptd.<'ira. adicionando especificidade :\ hueração .simblólica,
ilém da composição dos cxsud:110$ d~s r11b,tt.
mais estudada da.s simbioses entre pl.a.n1as e microrganismos
di:u.otrófi cos. lnicialm<'nte-, acreditava-se que os nódulos de Os fatOttS Nod produzidos peios riióblos se ligam a proteini!
lcguminos.s d«orriam dC' uma doença.. Apenas no fi m do sé• rc«ptoras da lf8UJllinosa.. nu.1i111s \'t'leS encon1r11das nos pelo!
cuJo 19. a função dos n6duJos na fixação de nitrogênio foi su• d:is raius. Cada cspldt de leguminosa hospedeira r<'spondt
gerida por Hellrlegel e WilM h. que obsetvaram que plantas 11 um futoc Nod cspccifko. Assim. espécies de- riióbios c0e:1
de íeijlo com t3Íu>s nocfolada.s pode-riam crescer na auso!nda uma fai.xa ampla dC' plantas hos.pedeiras produiem difcreni.a
de ftn.i.liuntes nitrogen ados. Desde então, , 'arios pesquisado- tipos de fatores Nod, em co,u l'llpotiçàoàquelas que apr4:SC'nt3.1:I
res têm in\'cs1igado o mecanismo d<' fonnaç.ão de' nódulos em maior csptd6ddade. Alt ,n dQ.S futores Nod., a especificidade 6
lcguminosas. associação simbiótica en,'Ol\'e a interação entre lectina.s do pcb
Os rizóbio.s pod<'m viv<'r lh'f<'S no solo e crescer heterotro• radkial com polimcaridM>s da super6de da bac1éria. como ti-
6c.amcntC' na pr<'s<'nç-a de comp0$.IOS orglnlcos. Da mesma popoliss.carídios e p<>ltssacarídi0$ ertr.icelulares.• •
forma. as l<'gwninosu podem se desen\'oh-er sem sc associar Os fatores Nod induzein ,,ár1a.s respostll$ na rait da plin-
<Om 0$ ri.~bio,. ra.ro que o ,sJn,b io:ic :ic c!lta bt".leç.a. 4 ru,c•U• ta hosptdtin ffit un 3.4). as q_u11.l5 podem ser medfadas Pf}a
d rio haver uma troc:s d e sinais e um mútuo re<onhedmento e:tpr<'ssâode gen« dt noduUn2s prt-coces da pl:in1a. Dois pro,
entre o riióbio e a planta hospC'dein., o que garante <'Speci• ccssos coord<'nados ocorrem slmult2neameote: a infecção do
fi cidade à interação. Essa troca de sinais normalmente é fa . pdo pd a bactéria e :i organogênese do nódulo. Apó$ a adt.$i~
\'Oredda em solos com baixa dit ponibilidadc de nitrogên io. do rizóbio. fat0res Nod indutem um11 reorganização do cilo-
possibililando maior form aç$o de- nódulos ( fi.xaçlo slmbió• <'.squdeto e um pronunciado enrolamento do pelo, en\'Ol\'tft•
tiu do nitrogênio nessa condição. Os proceMs de- rcconhc- do os microrganismos (Figura 3.5). Nt55a região, ocorre u1111
cimC'nto planta-rizóbio, i.nfttçâo da raiz e desenvolvimento d<'grad3'.iO localizada da partde cd ular do pelo, de modo QUt
do n6du.Jo c-m'olvem um grupo de genes espccificos do rizó• os rizóbios t'ntram cm conta.to com a mC'mbrana plasm.itiO
bio (genes rrod) e da p11nta hospedei~ (genes que codificam wgetal.
nodulinas). Em stguida, forma•st o canal ou corddo d e Infecção, unu
Primeiro, o riióbio necessita multiplicar-se próximo â su• estrutura tubular composlll pefa invaginaçio da membr-.uv
ptrfide da n,iz antes de k' aderir a c-5S<' 6,gJo. Substãncias plas.mática eda paredec.elular do pdo da raiz. em cujo interkf
asudadas pelas ~lzes podt'm estimuJar a multiplicação do 5e localiuun os rizóbJos cm proliferação (Figuras 3.5 <' 3,6)
ritóbio e i ua mjgração cm direção à riz.osfera da planta hos• O canal de inftcçio crc-sce cm direçdo ã base d a célufa pd,
pedeira (Figura 3.4). Entre as principais molicula.s sinaliza• fuS:lo de ,-eskulas stcrttoras derivadas do complexo de Colgi
dor-2s liberad.as pelas raízes das l<'guminosas, encontram-se envoh-endo a incorporação de mtmbranas e a fonn:açlo dt
alguns íl:wonoides. qu<" são compO$tOS fenólic:os prove- uma parede sC'mtlhante- à pattde celular do pelo. Após atin·
nientes do mernbolismo secundário , ,egctal. Flavonoides glr a base do pelo, o canal de lnfecç.ão pode u ramilicar pebl
específi cos são reconhecidos pela proteina NodO, expres.si d·lulas corticais (Figura 3.S). [)(ssa forma , o Cllnal de inf«çàa
constitutivamente p,clo ri.tóbio. Após a lig,açio com os fia . permite a condução d0$ rizóbios 11te o cór1ex da 11Jz. onde tst.l
vonoldes. a pro1eJna NodD é ativada e atua e-orno utn fator .stndo formado o primórdio nodular.

• A ri:tadcD E, 1q.:1ioudo tolo qut ~ofrt ln.flurfnci;J ~ f>lil. rl)(IUUIIOO rlz:o, · • A~l«l:ina• '60 glicop,Ukfnl$dc o,ii;r m "tt"ul np.i.us de 5t lig.1r ~ carl,d
plane> co~rc,en& • h~Jl<'rfkit d& 11-11 r ;u, r•nklllu do Kalo f m111Uia dr.itol ~~p«fti((I,,
or~nia 11.Jt.ndn a dar.
Capítulo) '> F,xaç.ão do Ntttog.,,nlo SS

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Indução ele n~!in;as
Alteraç,3o cio baloooo h0m'lon111 ... ..... ... .... . ... ... .. .... .. ... ... .. ....
.. .. ...NOd
... .... ...... .F#t0rcs w
....... ..·.
lnduç.Ao de divis6es cehAares

o-SO,H
HO /
o
NH
1
~ _,~º. . . . ~º4º,
HO ~ OH
co NH
1 co 1
C -H 1 co
9' CH,
H - C 1
(CH-1)~ • CH,
CH
l
CH
(CH1J,
CH,
.. ................................................................................... .'
Flguril 3,4 r,O(a de sin4is dur.,n1e o enabeledme-n10 da simbiose 1?:ntte legumlnosas e rizObiOs. Ar;,,iz d-1 leguminosa ~uda tlavonoidet. qu~
podem ser 1ttonhecidos pela p,01e+na NodD do fiióbio. Ú$.ll proteína, após sua a1ivaç.iopelo RavonOICte. s,e, liga à reg..io promo1or.1 dos QPt/Otli
ncd, que apteM!nl;lm s-equfncl.u conse,vadHconhccidas como ttrOdbox.COmisso,. h6 a t'Xprtss.áo de ouuosgenf'i nod, oiq1His estiioet1Yolvtdos
na slnlew;i dos fa1oresNod pelo ,itóbio. b s.» moléculas sfnallzadoras 540ollgossac;t.ridlotde llpOQuilit\a a p.s:ttdt lndunr<J'tve«as respou:.s ""
r.aiz d• lt9umlnosa. levat1do aos processos de lnfecçM> e deset1-.dvimen10 do nódulo.

Em :io menos 2S% dos gênel'Q$ de leguminosas. n iníeq·lo um subsequente acúmulode.sse honnóniocm cilul.u com~
dos rlióbios .se dá pda im·asão intet..:tlular, não ocorrendo in- e$p(CÍfica.s. Au.x.in.is e d 1ocm inas <Rimul.un os pro.:cssos de
íecç:Ao vl:a pefo das raízes ou fo rm:aç3o do c.inal de infocçlo deidiferc.:ndaçlo e Jivisão J c.: ciêlul!b. lc\-ando i ,-,rganugtncs..-
{lbanti d ,d., 2017). Nrue caso, as bac1ér~s pódcm penetrar do nôduJo. Conludo. a produç-lo lo...ilinJa. dt' l"tilcno blo-
por entre as c,tulas epidérmicas. com<> observado cm Mimos.t l)uria a Jh,i.s.iode c~lubs pró:dn,.u ao ~ma d.1 raiz. dt" modo
scabrd(a (bracalinga). A pcnetroç¼o pode k dar também por que o prhnórdio nodular l form:1do em posição opo.s:1a ,l Jos;
ruJ)turas da epiderme e do cór1ex provocadas pda emergtncia polos do pro1ox.i.!<111;i.
das raftes li tcrai.s ou ferimentos, c<>mo ()('()W: cm Amcliis li)'· 0$ rlzóblos são Hb<rados no cnlbOI das cdul•:; do pnmôr-
pogacn {amtndoim). dio nodul:u, perm.;in«endo no interior J c \-CSK'Ul;ij Jcri\"J.db
Em paralelo à infecção. ocorre a (ormaçâo do primôrdio d:t m~mbr.a.n-:i plum:íJka d;i i.'.êlufa hosp,:J.:ir,1. (figura J.5). As
nodular na região conica.l d:a raiz (Figura J.,5). Em resposta b,,ctêrias podem St' multiplicar :tnt~i e .após .,ua Uh<-r~lo Jo
aos fatores Nod, hã uma :alteraç;\o do b."lfan~·o hormonal n3s e.anal de iníee<:\o, A p.irm Jc um sin..d J:.t pl:uu.i. ;,as ba,1Cn.u
células da raiz, o que inclui um aumento dá prOduç-.io e d:1 param de st d1v1dir < füfrcm rr-ansform>\Õl:S moriulóg1a.s
sensibilidade âs ci1od ninas. Essas moléculas. por su;a \'(Z, gc• (aumento de t:una.nho < moJ.ihC'l'lç:.\o J a fornu) e 6.uol<>gtca.s
rom uma inibição localiu.d:3 do h'3MpCI"< p<>l;ar dt aw:ina e (indução dos geil<i r<k1don,1dos .:on, a lh:,1,\°lO d,, nitrogmii>),
S6 Fisiologia Vegetal

rtribactcroide-. qu<' J)Ctmitcm a troca 1-tc n1e:1.1h•Jh1u.!> 1-·ntre O\


bac1croktc$ e o c1h)sol d;i d lula inÍe<1:'lda. A uudl•lma IMd ia
m~is ab11nd,mtc é a lcg,hemogl<>blna (pode c<>rre~po nder a
m,1i.s de20%das protrinasdo nódulo). que apresenla cor aver,
mclhô\da e tem ;1 (un,çã<> de carrear o 0 1 para -' rtspiraç:lo dos
Wcteroidrs. P-Ortanto. o nódulo fu ncional apreS<-nta o 1ecido
infectado com coloraç.ào rosada ou awrmd hada contra.slô\ndo
com a ausência iJcssa color:iç-ão dos tecidos rC"Slantes, visíveis
a olho nu (Figura J,$). O nódulo não funcional e fucllmente
reconhecíttl pelo fato de seu interior ;1pr~n1ar coloração es.
branquiçada cm "ir1ude dos baixos níveis da lr-g•hcmoglob ina
Rfura 3.5 Principais C"l.ap;» da inftt-(,io da rail. de um;, l~uminos~ poc
rilóbios. A. Hipe,rrroN e enrota""'"ro do pelo. 8. E ~nto dos (f.igur:l 3.$).
~ ~ pelo e degradàÇ.io toc.alizada d.l pa~ «tl,lla,, do pelo,
C. f.orm.-ç-.ao (' oesdrnento do c-.anal de iM«ç.io c m <Jreçào à wse Tiposde nódulos de leguminosas
do pelo. O. ~mfficaçao do çanal de inf~ pqt.s cêU.S cordeais.
L Ubffllç.io dos rilóbio~ no citosol de (f!ulu cortbls, envoMdos por Hl dois 1ipo5 principais de nódulos que podem srr encontra•
utna membrana d"""'1dl da membtal\i plMm.itb de célula da pla,Ma d0$ em leguminosas: de1enninados ou inde1crminados. Os
hosptodeir"a. F. Concom1Qnteml!'n1f! à in~io, N a desdlíe~iaçao e primeiros caracteri.r:am•se por apresentar um tecido m('ris•
dMloio de- CiHu!H corticais. lt"Yando à fom,~ do primódo l'IOdUla,. te-mitko que pennanece ativo mesmo no nódulo maduro, o
que pt>rmilc seu conm.nte crescimento (Figura 3.9). Algumas
passando a sr.r denominadas bacteroidrs (Figura 3.7). Os ba(• cclulas (chamodas inters1ici.ús) não são infectadas, e os nódu-
t(roidC$ são (D\-'Ohidos ~la membn.na peribacteroidr, cons• los resultanlt$ apre~n1am forma alongada e ciHndrica (Figu-
lituindo o si.mbiossomo. A região do simbiossomo entre os ras 3,9 e 3. 10). Alt.m disso. distintas zonas de células podem
bacteroidcs e a membrana p(ribactero;de é chamada de espa- ser observadas em nódulos indeterminadC>S, incluindo células
Ç() ptribaeteroide. Dessa íorm.a., os simbiossomos são organr• merlstem:iticas em rápida divisão no Aplce do nódulo. células
las endossimbion1es.. no interior das quais os b.act«oidts ,u. maduras contendo bae1er0idN ath-os (mais avermelhadas) e
li-um a tixaç!o do nlnogt nio. Um simbi0S10mo pode con1er ct.lulas se.nrscentes (menos avermelhadas) na base, próximo à
apenas um ou vários bacteroides, dependendo da espécie de inserção n• rai.t (Figura 3.l0).
leguminosa. Jã uma cé.lula inÍC"Ctada pode aprCSC'ntar rm sw Os nódulos determinados são normalmente esíéric:os, sem
interior de ce.n1enas a milhares de simbios.somos (Figura 3.7), aprne.nta.r uma ~!o meri.s1emitica típic:a quando maduros
Com a formação dos simbiossomos. há a indução da ex• (Fi.gu~ s 3.3, 3.6 e 3.9). Dessa forma, eles $t desenvolvem ali
pressão de genes da planta que coclificmi nodullnas !ardias., cer10 t~ nho e., depois, não crescem mal.$, Os ritóbios são
assoei.adas ao funcionamento do nódulo. As nodulinas tat• liberad0$ em cilu.Jas do cón ex externo, as quais se dividem e
dias incluem enzimas assodad.as ao rnec.abolismo de carbo· formam o tecido infectado., obscrvando•se um grupo homo•
no no nódulo e à assimilaçiio da NH, produzida na fü:açlo. ~nto de células. Por sua \'CZ, nos nódulos Indeterminados.
ilêm de protC'lna.s de 1.ransporte localizadas na membra.na as divisões cd ula.rcs ~ iniciam no córtex interno. Em ambos

f"tgur• 3,6 COfle de vm pek> dt f.lll de ()uno,phOJtdw J0tgt.i StfldO Fl9~r• J.7 Célula_s lntemdas de Ttpuono ttpu. bc: ble1eroldr.
infectado po, ,izôbios. Os rizóblos sio a.s <llulu mais dH1sas e estio ~· membtana pe-nb+cterOldt; p: pared~ da célula vegetal lnfectadJ:
loc-,liudas denuo do unal 6t Infecção. Imagem gH1t:i'nente cedida s: 5imblossomo. lmagetn cedida pel& Profa, Ora. Uza,a COfdeiro (Vnl-
Pt:IO O,. Sérgio Mlana de Fatia (Embrapa Ag,obidogfaJ. venldlde Estadual PMstaJRio Claro).
C.tphulo J -, Fi,;,ç.)O do Nllrogénlo Si

Bioquímica da fixação do nitrogê nio

o
Em lodos o, microrganismos dia101tólico,;• .1 fiucão de N: é


o Smm
u tafü:ld,1 pelo complexo da cnn nu nittogen,1sc. conforme a
re-.1ç.lo a seguir:
M +8 H" +8e .. 16AlP -2 1'1H, •H, • 16AOP -+ 16P,
1
No procc~w de tiuçlo, .-. lig.,ç:io ttipla do N 1 6 n)mp.Ja.
C:iida :i1omo de nilri)gênio se hga a lrb io ns H" c rt<:-c-be trfs
elttron.s, formando no rotai d uas m-0lkul.ls de NH,. Adkio--
n;almcn1e, dois ion!i 11· s;ãn red uzidos, f11rmando uma molécu-
la de H•. Altm de fontcs de eléu on!i. todo Oprocet..ffl J emanda
Fl g1>ra 3,8 Corte de nQ<.fukn de pl,mta\ de seja cublvadas com dife•
,e-ntes níveis de n!tr09énio- O nódulo 11 esque1d11 foi COietado da tail a energi;a pro,·enien1c da hidrólise de 16 m()lkula.~ de ATP a
de uma plan1a cultivada rw ausênN de nl1roginiodisponível (fli1ra10 cada duas molé(;ula.s de NM, formadas.
ou ;,mónio).Observar a colora<M>ave,mel~ de seu interior, indic.l- O complexo da enzima nitrogena.w i form,1do por duaJ
tlva de altos nivei~de leg•ht'l'l"loglobina e da elevada arividade do nô-
du4o, O nódulo à dirc:il" foi colt'1àdo da raiz de uma plilnta cultivad;, na
prote-lna.s( Figura 3.l l),codi6cadas por gent"S rtifdo microrga-
r::><eset\Ça de altos níveis de nit,.-.10.Verilíl:.ar nesse caso Q!Je acolora<âo nismo.. A Fe-protd na l composta por du-ati subunidades 1dln•
in1ert1a ebem malsdilra, in(li(;;anc;lo baixo~niwisde leg-hemogloblna ti(:\$ (homocUmero). codificadas pelo S"ne nifH, aprie.sent:ando
e redutida atlllidilde do nódulo. Notar i.mbêm o mttlõt' 1ama11ho do
gn.ip()S ferro-enxofre. lá a Mo-Fe-p1oteina aprescnl~ <1u;atro
nódulo-' d i,rita. lMagem de Ms-c.Marlana Ftrn;mde, HN"tel l\Jl'liwrsi-
d,.1de bt.duaJde LOMril'lil), .subunid;ades codificadas por dt.iis genes nif distintos (rrifD e
t1ift,.'). O he,crote1ràmero dispõe ele dois ce-nuos c.1tali1kos. os
os tipOs de nódulos. a p resença de tecidos vascufares bem qu;ais apresentam grupos ferro-enxoíri: e o cof.·uor ferro-mo-
desenvolvidos e de sum a importância para a e-xpor1açlo dos libdfoio. AmbaJ as pm1cinas só aprescnt~ ;i1ividade oitalhla
compostos nitrogenados p:in. ou1ras partes da plantti e para a quando S(' a.s.soc;iillll, formando o complexo da cnlirm nitragt:•
provisão de fotoa,sim ilados p:lr.l os bacttroidcs. nase. Uma caractc-ristie'.a imponante da nitrogt"na.se é que ta.1Ho
O 1ip<> de nódulo é uma caracterLStka dt cad;a es:péde de ll Ff:♦prottina q uan10 a r-.-fo-Fc•pmtrin:t s.ão ripida e lt«"m i•
leguminosa. ,\fimosa bimuc.romua (espir,ho ,de-m:uicà), J,011 • vtlmente inativadas pdo Ol" Des.sa forma. :a :u.ivilbde nilfOS"•
cl1ocarpus mu~l1lbc,gi'anu.s (embira-de-sapo) e Pi.sum .u uiwm nsse é Inibida pt":lo O1, dcpcndendo de condiçOO anaeróbias ou
(ervilha) são extmplos de e$pécles com nódulos indetcrmi• mieroaeróbiu pa~ q~ ocorra a fuca~o do nitroginio.
nados. Por su11 ,-ei, nódulos determinados cstdo prcsc-nlC$ em Nos nódu)O$ de leguminosas. o ATP e os clitrons ncccs.d-
Dalbergia nigra (jaca~ndã-da•baía). PJias~us vulgar# (fei- rios par.a a fucaç:lo do nilrogi!nlo $lo provt"nientes da. oxida•
jão) e CJy<ine 11141;,r (~j;t), ç.õo d o. u,çaroiu; fornec.ido. pd<> 114)4."mO. d11 pia.n ua hru;pcdciN

Figuta 3.9 C0tte lon,gitudin11I do nódulo indeterminado de toochocorpus (fVCon/huJ (A) e dt:ecrmin.ido de Ootbrrgia nigto {9). Obi.er~ o b +
moto alongado do nódulo lndeten ninado. no qual hà cfluta.s lnterslk:lals (~ Is clam> e,m mf'Q 1s cllul11s lnft"CtilGls (m,16 e,.cum\. O nóeNk>
determln• do ten, ro,ma,o esférico. ap-es.entando uma mu~a ~ nea de tecido Infectado. s.em d lula.s linttrslld;ab. Outra dãfmnç.i ~.wet
t a presença de merhtema apicai apenas n o ~ indcnermin..ido. e eó,te-11; d:d lul.lS inlea.ada~ d: células lnre~il: fv: feo.e vas.cul,r: m:
meri.s1ema apicai; ti: teddo iníect,idG. lmage,m da Ptofa.. Ora..Uu r.i Cord,eiro tUnNN'11dJdc b t.tdu.,,t Po1ulh1;u'RioCl,1ro).
S8 Fisiologia Vt-gl}l,)I

A (rrmtn,10:1 :1111a ,:omo o rrinl.'/1};.1! lloatkir ~lt· t-lê-tr,uu


par., a nitr(tt:,cna.sr nos nôJ ulos (Figura 3.11 ), :\ F('•1m,tdn11
rccd,..- 0$ c~trnns ll.l forrcdoxh13 l'l>du1.id11. lig:1ntlo•!.<' e,n Sé•
gui,;l;i ao ATP. o que a 1orn:i 11m rc."dutor fo rte. A 1:c,proteína
tr.uufcre t nl;\O ()S tlétro,,~ pana a Mo~f.e,proteina, com sub-
sequente hldróh$C do ATP :a ADP e P,. Já a Mo-fc -protcina
( ómpkta 111r,1n.sfertnd.1 de e1é1rons redulindo o N\ e íons 1-1·
com a produção de NH, e 11:. A Mo•Fe-protcin:i 1)()de reduzir
ou1r<» su~ 1r.1tos, :l)')("S,lr de 3 redução de NJ e H' ser a lmica
a ocorn-r natul'aln\Cnte. l\)r e)(emplo, a reduçllo do acrtileno
(pro\'ido exogenamenlc.") a etileno pode ser u1ili1..1da para cs.
limar a alh'ldade dn nitroi;enisc, A atividade da nitrogcn~
pode ser 1ambém de1crminad;a pel11 dosagrm do Hi llberado.
um mitodo que fornece d.1dOS, quantitali\'OS mali confüh•eis
que a reduçl.o do act>tileno.
A NHi formada por ação da nitroge:na.se é rapidamrnte
protonada er1, me-io :iqu0$0 sob o pH intracelular, form:a ndo
N H,· (Figura 3.11). Esse d 1lon e1ran.sport•do 1>:ara o citosol
da célula w:getal infectada, pelos can;ais presenlc."s na mem•
brana perib11cterolde. Em r.uio de sua toxicidade, () NH/
ê logo in<:orporado â molkula de slutamato na célula ve-,
getal. íorm:ando glu111min:a, em 1.1111:a reaç:io catalisada pela
Figur• l.10 Raíze) do Mimo.sobm'IIK.fonoro apn•,sentando n6dulos in, entima ghitamina sintetaSc." do nódulo. Após a formação <.k
dctcmiin~os.. a rKteriuldos pelo seu fo,tnato ak>ngado. Na imag,cm glu1amin.a,o des1inodo ,, itrogCoi<.> fix ;ado depe-nde dos com•
superior, observa-se a d tStribulç~ dos nódulos no si1,1em11 ndici-,1d<1 postos utiliiados para o trinspone de nitrogênio na s.c:ivi
leguminosa. enquanto a imagem do meio aptCM!nt• nódulos em dife- do xllema da pl11m:1 hospedelr11. Em alguma$ leguminosas.
1Mtes esugios dl" dest>nvolvirnen10. Na imagem de b,illo, no1am•Jt
os n6dulo1 sr«ion.,dos longi1udin.a!men1t, cvidc nt iM\do•$e ;1 co- prindpalmt"nte ('S-pê<:ks de clima temper,,do, o nitrogênio ê
lotJ,Ç.io inttma ~ rmelhada d4?conente d• p1ese n(<1 da leg•hemo- e,i:por1:ado vl:'I xllem11 p11ra ou1r:is p.irtes d:1 pl:ant:t na forma
globlf\a, Vale obs.NVai q ue a colo,açao intema apresenta a zona~o de amldas (glutamina e asp:tragina). Por sua ve1., legumino•
ca,acte:ristk a de nódulos indeterminados, l!f'l"I que a porçAo apitai (cé· sas tropicais geraJmc:ntc C'x ponam O nitrogênio na forma d~
lul.a.\ infoC'l.ad,u mais jown\ e a tiva\) tem um vermelho mais Imenso
quo • porç-,io ~sal (cilul;tJ .stntsccnte \ e met'IOS a tivai). Escala: 2 cm. urddos (p. ex.• :ilaiuoína e ácido afantolco), CQmpostos que
lm;tgens cedidas Dela ~ O,,, úmil,1 Maism, Pat,e-tt IUniverSídade apresentam uma razão C:N muito baixa. No caso dessas es-
Feoet"al do Estado do Rio de Janeiro). pCdes. a dosagem de ure-idos n:a seiva do xilrm;,; pode ser
utiliiad:r. como um bom indicativo do grau de fixação de ni•
trogCnlo no nódulo. As rriçõ~ de assimilação do NH/ e o
( Figur:t 3.11 ). Ainda nas cêJulas da ra.i:i d:t planta hospedeira, transporte de ni1rog( nio n:, $tiva do xi lema knio apr('St.1U11•
a .sacarose e mctaboli.zada a ácidos dlc:ttboxilicos. principal• dos com mais deulhes no Capitulo 4.
mente." malaio, os q uais üo os prlndpafa substr.at(>.S t~rufori• Além da NH), outro produto da nitrogenase é o t-1:, for•
dM para os bacteroides. Em seguida. c."sst'S compostos são ox.i• m11do a partir da reduç.ão d< dois íons H·. A formação de H:
dados no d do dos .ácidos trlcuboxilicos (ciclo de." Krebs) do compete com o próprio N: J>e-10 retd>ime-nto de." tlétrol'IS pro•
bacteroidr. levando à líber:iç!o dt' C0 1 e à tedução de: t.raJl$• wnir-ntrs da Mo-Fe-proteína, diminuindo as.sim a eficll:nela
portadores de dê'trons, ,omo o NADH. PQt sua vez. os trans• do procé$S0 de fucação de nitrogénio. Entretanto, alguns rlzó•
portadores de dt't.róll$ podem rrdutir :1. forreduxin ;a, a qual bios e- outros mkrorganismos dia1.otróficos apre.scn lam a hi•
fom«e os elétrons p.&ta a reação C'atalisada pefa nitrogenase.' drogt11a5e (Figura 3.11). Essa c-nz.ima dlvi o 111 antc."S que ele
Além disso, os transportadores de elétrons podem ser oxi• .se difunda para fora do simbiossomo. te-gtnc-rando elétrons
dados pda cadeia ,espiratória do bac1eroide, em uin processo que podem ser utilizados na produç;J.o de: ATP pefa cadeia
no qual se forma a maior p3rte do ATP utiliud.a r1a fixação do respir:i1ória do bacteroide. Ocssa íorm;:i., a rxprcss:io da hldro•
nhiogênio (Figur.i 3.11). Como os tl1.óbios são .nic.~rga~i~• i:,-<nase cm rizóbios rstâ associada a uma maior cficl~nci.a da
mos <1('rôbios. 0 a«ptot fi nal dr elf1rons da cadela re.\p1ratona focaç!lo de ni1rogênio e, por conseguinl<', a nível$ aumrntados
é o O •• fomt'ddo pela leg-hcmoglobina. A kg•hemoglobiJ,a de nitrog..!nio nos 1eddos da plan1a hospedeira (Baginsk)' ti
con ~ assim prover o 0 1 para a respir.aç.10 do b3ctrroidc. •I., lOOS).
:1.0 mesmo tempo que mantêm b:iíxíssimos níveis de.m· gás li•
\'rt' no nódulo, prc:vt"nindo a ina1h'ação da nilrogenasr. Mais
Fatores que afetam a fixação do nitrogênio
d<'talhes sobre os papéis da lcg-hcmoglobina na fi xação do ni•
trogênio .se-rio dmutidos na próxim.a seção. Oxigénio
O 0 1 tenl um tfeit<.> paradoxal sobre a li.xa-ç3o d<' nitrogénio.
• ,.,. ltn *um l" 11tn:a pl'Ol.d11,;1 k 111).tn.wírr q11f lrnc.rmtdti, 1nnsktt11cti~ Apesar de o Ot e a respira-ção estarem geralmente envolvi•
d r ck1n}(l) l"ll'I vln.u rn(ón t.JlCuból.r.i,) (vc.1 ~pitWO S). dos no suprimrnto dos altos nh·eis de ATI' requeridos par.l
CO,•

o;
Figura 3.11 Pr0Cl!UOS bioquímicos envolvfdos na fill~tlo do nhrog!nlo no nódulo dl! un,a &tgumlnow, A ru~ s , e n.tJi rN)f'l'Wnc.Mtl prl'l.li
duH proteínas - ferro·protcína U:e -PROT) e moUbdfnlo-feno-proteína IMo-Fe•PROTI -. nas formas o ~ (O'IJ e rtdw:~tr'l'd).CAT· d do dos
Atidos lriairboJCllitos.; e ·: cléttons; l b: leg.hemoglobil\a; Fd....: renedo.dna rH!uzida; fd_.: teuf'CIOJ:it\a 01ida~.

a fix.ição do nitrogênio. a nitrogcn3.S(' i: rápida e irtC'\l\"rsi\•tl• que rtduum oi nn'cis dcs.st gis no m1crounblnnc d;a rut~
mente inativada pdo O,. Que cstnltégias foram dcs<"nvolvid.ts gcna.sc. Membros da (amilU Azot0Nctm.1c.ae .tpran1um
pelos mkrorgani.smos d iatotróficos simbióticos ou de vida lj. um sistema de mcmbnnu inlncdu.l,uo; que form.un ruchos
vre que lhes permttem m::inter a nltrogenase íundonal cm um nos quais a nitrogcn-U( tia loal.wda. prolt"S)~ do O r Ou-
pi.a.neta coberto por 21,r. de O. $cm comprorru:ccr o aporte de 1.ro mcca.nismo apresentado. cm pmicubr por 1'-:otoboc-rtr. ê
cnergl11 necessário ~t:l 2 fü,açjo do nilrog~nlo? .a protcçio rcspiratórfa. que: coruisle ru m;anut.tnção de b.11•
A estr:uégfa mais õbvi2 i: a aprcsn,tada por microrg.snl~mos xas rens6c$ de O. por meio de uma dt:V.tcb b..U l'CSpln.tón.L
diazotróficos aoocrôbios de vida livre. como RhodospiriUmn Alt'm dWo. eir,kle.,i; de A:otobaac.r pod~m pmd1.n:b gr:uwJ~
e Clostridim11, já que eles não dependem do OJ pan. produz.ir q uantidades de poliw.a.rid,os ut"'cduLucs. que limnam ,1
ATP. Eles são cncontr.tdos somente cm ambicnlcs anaeróbios, difusão do O: pan. dtnuo cb dlub (Figun J. ll),
sc-m haver o contato da nitrogc-na.5( com o O,. Outras bactérias Ji a.scianobactt'rfas, 3.1.tm de u mn aeróbi4'. Lbcnm O . du-
s.3o anaeróbias facultativas.. normalmente ítxando o njtrogênio rante a íotos.sintcsc. Em a!gun.s d õ1c:s m.icroqprusmos. ~
.ipcnas quando se encontram cm ambi<n1es sem OJ. os do gênero Cya.nolh«e, esse pmbk:mJi é ~,-ido pda SC'p-1·
Por sua vez. microrganism0$ aeróbios nc:<1:$$ari-:uncntc de• r.ição temporal entre ,. W ção d.e nitn)g<nio e .1 fotossintot.
pendem do 0 1 pm obctr energia, aptdénta.ndo es1ra1égia.s Em o utraJ cianoNctên ;u. como No.sr.ot spp.. ,. nit.rogcn~ w.-

pO,-=- 2.5% pO, • ""'

••
~ Mernbl'ôll\il Cd.llar
• - I
----
o,s ~
A \
C:wnada frOllU d• ~esc,e5,1,3 e00fflpxUde
poli~c:Mdlos exltaQllulafes

Flfu,- J,12 Míc.1ograft.a eletrõnlca de célula) de AzorobocrttWNkmdii cuttmdu tm n'(io com 2.SIIII ~ ) e »'I i.9 ) ~O,, ~ ~'\00 :o-.
de o •l céluLu apr~cn1am um, cam.lda espciW t('Offlp,Kta de poUuacaridlOs ~ r u . Que llmrt.l • ~ d e o , p,;ara dentro Gil alulil.
Sob baixos nf~b dt O a c.1m.id.1 de poliu.K;.ttidios ê m.vs froi.w. Poli· bc-w•hldroidbutir.llto IPHB) ê.»cumuudo~ ~ C M ' ~ o, O
como form.» dt atmazln,1mento de ca,bono e ene,gia. A&pudl de Saba n ol.(20001, '
60 fld ologia Vege la1

loc.11111..1 t'm ct'lul11$ <'Sptd.aJi1.11das cham.1d,as de ht tcrodslo!>. do o. 0 que lhe permite t'lltfcgar com eficiência o 0 1 pa13 1
q~e ª?"'J.entam um.1 p:trt'dt ctlular ts1~ da. res1tingíndo a citoc~u1 coxi,lased11 c.1dcla respirJtória do bactcroidc.
d1fusao do O: ( F1gur11 3. 13), Além disso. os h,cterodstos 1t m O 1en:dro ,nccanbmo é Justamcnlc a rcspiraçlln do bactc.
arena:,. o fotossistc.:ma 1, quC' produz ATP ~'lôr r('açõC1 lumino• roidc. que con.stítui um important<' dreno para o O, (Figu,1
sas sem a libtraç:Ao de 0:{,·er Capitule> 5), 3. 1-1). A citocromo e oxlcbse do bactcroidc apresenta urn1
Em aSSC)(iaçõcs simbiótkas, o ambirine mi<ro:icróbl<> é afinid:idc e:,:trtma1ne1ue aha ao O: (K,.. de aproxirm1damen.
gerado ptlll intcr.1ç:Ao <'ntre o micN)rganismo t a pla.nta hos• t<' 7 nM), ptrmilindo seu fundonamc:ntó mesmo sob baixas
pedt'ira. Considerando os nódulos de l<'gumln◊$aS. três me• ten$6e!i desse g!s.
c-.1nhmos permilcm. cm conjunto. a m:mutcnçdo d" b:ii~os Semdhantemen1e âs k gumin<>sas. nódulos de plan1as 11,11.
níVt"h d<' O! (abaixo de ◄O nM, C\·rc.i de 10 mil \'CUS menor norrizKas podem apresentar htmogiobinas simbiótic.1.s e ull\l
qut a roncentraç.,() d<' equilíbrio na água; Figu1,13. 14). ba.rrcira à difusAo de gast:s. Além di.sso. t m Fr,mkin, t.'lnto cn,
Primeiro. caract<'risticas <'Struturnis do nódulo, esp<'• vida livre quan10 em algumas simbioses• ., nitrogcnaS,c e en-
d alment<' ligadas 110 córtex, como ctlulas <'Sderoides com contrada no interior de vtsk:ulas esped ::i,li-,.~das cnvolvida.s
parede espessada e inelusõcs de glicoproteínas nos espaços por um csptssotn\-e.lopt llpldlco.o que llmila a difusão do o,
intercdulare$. atuam como um:i barreira à difusão de gases atê o siliodo complexo enzimático.
(Figura 3.14). No en1an10, a pcrme.abilidade do córt<'X ao
O: pode ser regul,1da em rttposta a diversos fatores., como Nitrato
o suprimenlo de NO,· e O: no solo. Por exemplo, baixas A linçio$imbiótica de nitro8f!:nlo l um proCt;sso que deman.
oonc<'nt.raçõc-s exógenas de O. promovem um aum('nto da da alto gasto de energia pela planta hosp,edcir::i,. Alêm dos fo,
permeabilidad<' do nódulo â difus5o de gases, a fim de t\'Í• toassimil:1.dos destinados para a produção de ATP <' rcduç,io
tar uma diminujçio n:i ttnslio de O. nas células infcctadu da ferr~ox:ina dirttam('nte utilizados pela ni1rogena.se, hã um
qu<' inibiria a r<'Spir.içào do bact<'roidc e, por conseguinte, in\'eSlimcnto de energia e C$(!.udetos carbónicos para o pr~
a fixação de nitrogfoio. A regufaç.ão da permeabilidade da cesso de lnfccçlo e desenvoMmen10 do nódulo. Estim;Hc
barreira á difusão d<' Ot e nvolve o llu.xo de potãsslo entre que os custos para a fixação do nittoglnlo possam cheg:ir a
a região central e o córtex do nódulo, o que ah<'ra a quan• 25,. do lota1 de c.irboidratos produzidos pela ÍOIOSS'Ínl<'Se da
tidade de água ou ar que ocupa os espaços entre as c( lulas pl~la hospedeira por dia (Rylc er ai.. l985). Comparada à fi.
corticais (W<"i e La,•ull, 2006). xação de nltrog~nlo. a redução do NO; a NH/ pda planta ê
Um segundo mecanismo consiste na presença da lcg-hemo• nuis barata cncrgtticamente (ver Capitulo 4). Otssa forma,
globina no d tosol das célul3.$ infectadas {Figura 3.14), intima• cm .solos com a1ta disponibilidade de NO,· , é mai5 vantajoso
mente associada aos simblossomos. Conforme dis«itido ante• para ~ planta reduz.ir t5sc i.nion que manter a $imbiosc com
rionncntc, essa protcina confere a cnr rosada ou avermeU1:ida microrganismos diuotróf,cos.
do:s n6dulos ath'OS. A Jcg-hcmoglobina se liga ao 0 1 com ele- 1#' (iirn, fnm'lll< , nn,bln...-lu d.e nitrogênio ( princip~mon l •
vida afinidade (K. de cerca d<' 10 nM), mantendo ni\•cis mui• o NO,·) conS(guem inibir a fi.x:aç!<> do nit.rogênio em lcgumi•
10 baixos de 0 1 li~ no t«:ido inf« tado <' a$$im pr01cgcndo a nosas, apesar de cxc;:rções já !trem sido descrllll$ em algumas
nltrogrnaS<' contn a inativaçãõ. Ao mesmo tempo, a leg~hcmo--
globin:. apresenta um:i t:uc:i relath-amcnte rãpida dedi..uociação

Cilocromoc
oxld~ cem ata Barreira é
•idac1eao01 difus.ào do O,
Lvg-hemoglol:w!a
F"~ 3.14 ~presentaçio de m«onismos dos n6duk)$ d~ legumi-
nom, que permh:etn II tllistê~ de um mic,o,mblente com baixos
níveis de O, paraprQllege, a nitrogel\ise c:ontra a lna1iva(io sem com·
Prõmt ltf • ptoduç.ioae,~de ATP pe-lo bac1eroide, No côrtex. hâa
barreira ã difu1oio de g•~s, qu.e c<lMIOla a permeabilldade do n6dul0
aoOr No ci1osoldas células Infectada$, a leg-hemoglobina se liga ao
0 1 e oli~ci l)af'j a res,Jira(ão do bacterolde. No Ncterolde, a cltoc,o•
moe oxidase com elevada afinidade ao o auxilla na manu tcn(.\O <li
bàuoos níveis dttse gas no sítio da niL,.~Me.
~ pk ics (Camargus e Sollt k, 2010J. O efoil1) neg.u,vn do NO eJCCe\"VI' de nt'l,Julo~, furm.ado n;, r.117. pode ha\'er um eÍei•
ocorre em d iforcnlC'i cc:11)-'\ do procM<;<1, c;r,mo na mícc,ção, n~ lo nega11vo no cre,;cimento vegc-ta11vo e na produtividade da
dcl\envolvimento do nódul(I e na ÍIX.lÇM1 de ni1rogfoto em ~i, plan1a hospcdeir.1. As lcgum1m},;a~ aprt'~n1:1m um mtt.ani'i•
A<.sim. quando hi NO, n() solo. o nllmer<>. a mas\a e a a1iv1• mrt conhecido comt1 :m1,,Hegulaç,lo da nodul.açlo. que lhes
dade dos nódulos são tedundos (\·er Figura :MI), permite controlar o numero de nódulos pela supressão do de•
Diversos mecanismo<; 1êm ~ido propostM para explicar o 'i,en,•ofvimento de novos nódulos E.,;se mec.aru~mo cmvolvc .a
4-:(ello do NO~ sobre a fix aÇio de nitrogênio cm leguminQ• 1roca de m-0llculll'i "n11h,:adora<. enlre J. rali: e.t parte .Jlert:a d:t
$a$. O NO) pode reprimir :i expressão de genes relacionados J~'l.lminosa, como peptídios sinafi.udores e ci1ocinin.u (Nd •
co,n a b!O$.Sln1cse de 0avonoidcs. suprimindo a liberação des• son c:~dowsky, 201 5), Aheraçõe1 na c,;<.ud;a,çió de fl:1vonQ4•
~s inolêcul:1$ slnaliu,dor:is pelas raí7.C'S e, por co,,scguinte, a des pela ral1 (como Qbscr,ndo na 1n1b1çlo da Mdulaç:\o pelo
infecção pelo$ rb,óbios (Coronado d ai.. 199S). Além di.s.,o. NO,) e n.a sin.1liuç.io dos fa1ores Nod (como a degradaçfo
o NO; n,odula a barreira ;i difusão de gases do nódulo. limi, dcss~ fa tore$ por quilinases) parecem est;ir cn\'olvid:is n.a :.u•
tando a pttmeabilidade ao O, e a produção aeróbia de ATP pres.~o d:a nodulaç:to.
(Kaiser ,, '11., 1997). A nilrob>cn.isc e a leg-hcmoglobim. Lam•
bém podem .kr inibidas por molêculas dcriv.idas do NO,. Importância ecológica e agronômica
como NO,· e NO. Ouuos mecanismos propostos cnvolvem n da fixação biológica do nitrogénio
comp<ciçào por catOOidral0Stntre a fixação do nitrogfoio e a
A luação biológ,ica do ní11ogi!n10 é o prin<ip;il procc,i,tJ que
redução do NO,· (\·erCapi1ulo 4) e a inibição do metabolismo
permite a enrrada de nitrog!nio rea.tivo{'.'IH0 • e NO,-) n;a bu>!I•
do nódulo por compos.1os nltrogenado.s que se acumufam por
fera. Ainda. boa p.a.rtc do nj1roginio 6ndo biologic.1mt'nte e
c.1usa d11 a.s.slmllaçAo do nltr<>~nlo do NO,·.
encontrad.:i em simbiOSe$ çn1re mic:rorg.,nismós d1a·r.(>Crólic:os
e pl:inras, entre a.\ quajs se destaca a assocfaçlo entre ri-zób\ol\
Fatores de estresse a bióticos
e leguminosas. Apesar dos custos cnvoMdo.s na manutenção
Fatores .'lmbien1ais que 1>ro\·oc11m estresse podem ~etar ne• do $imbionte e do próprio procuso de fut~io do nilrogtnio,
gativ11men1e a lixaçlo de nitrog!nio por microrganismos a simbiose com mlcrotg::i.nismos dluouóficos pode ser b:ls·
sfmhlótlcos e de vida livre, uma \'t'l que cons.eguem preJudl• lante \'Mlajosa para a planta hospedeira. uma •.-n que pcrmilc
car a sobrc\ivência de microrganismos diazotrólicos no solo, o .seu crt-scimento e dcsenvolv1mcnto K m dcpcndu do nitro•
a formação e o funcionamento dos nódulos e o metabolismo g~nlo dlsponf\·el (p. ex., N01- e NH/) no 2.mbitn1t (Figura
da planta hospedeira. Por exemplo. a exsudação dt' compostos 3. 15). Dessa forma, a planta hospedeira pode ocupar ambien-
pelas raízes C menos efetiva cm solos âcidos, afetando o reco-- tes onde a disponibilidade dt' nitrogtnio é baixa. apreuntan•
nhccimcnto e a i.nft'cção de leguminosas por ri-zóbios. Ambos do grande vantagc-m compctitiva nessas condições.. Um bom
os processos também podem ser compromt'tidos por altas exemplo ê o c:iso das espkie$ ac1inorriz1cu, pl1.nt3l pioneiras
tf'mp;tratur:u, b~m como a fuc:r.,.50 do nitrog,nio ~ a a.Ki.mi)a 8,Cla l111t'.Ult'. t'.lk.Ullllal.lllli t'.111 M>lu> i.Jcfic:it'.nto <m llllt"'8êniu.
çio de NH 1• nos nódulos. Já o alagamento do solo resulta cm
u,n rápido de<ré$clmo d3 atividade da ni1rogenue. decorren•
ceda ln.sufid!nda de O. par.'l mancer o me1»oli:i:mo aeróbio
do rliôblo e da planta hÕ.spedelr'a (Jusdno e Sode~ 2013). No
caso da seca, :'l fixaç;\o do nitrog~nlo em nódulos de legumi•
nosas pode ser comprome1ld.i pot mudanç.,,s na barreiri i
difusão de O, (como obser\'ado na lnlblç:lo da fixaç:lo pelo
NO; ). Além ·disso. a ua e qualquer outro f.ltot de estreu.e
que prejudique a ÍOIO$$íntese, como o sombre:11nen10. tedu•
zem o forned men10 de carboidri1os 30 nódulo ~la piam-a
hospedeira, prejudkindo a fua(ão do ni1rog~nio.
O desenvolvimento de li.nhagens de ritóbios e cultivares de
leguminosas mais tolera.ntt'S a fatores de t:3tf('S.Se abiótic0& 1em
contribuído para olimiia.r a fixação de nitrogênio e a produ•
ção ngrícol3 em ambientes desfavorãveis.. O mant'jo adequado
do solo tambêm pode beneficiar a lixaçàodo nitrogênio.como
é o e:i:i:o da calagtm de solos ácidos e o plantio direto. t&ni•
ca na qual a manutenção de restos ,·ege1als de ou1~s cuhuras
aumcn1a a umidade e reduz a tcmperatur,1, do solo {Hungri-a Figura 3.1 S PIMtas de sojaC'Ultivadas em wbma.10 wm fomes dt ni-
1rogfniod.isponlVt>I lHO; ou NH;J. A planta à: esqueroa fot lnocui.di
e Vargas, 2000). com B,odymizobiumdiruotltfcimt, ~nqwn10 a da dl~1a foi cuhlv.kia
na auslncla de rizôbk>S. Ob~~ que .i pl,,a,ntJ não nodulada apr@,'óef\,
Autorregulação pela planta hospedeira tou Claros sintomas de deficiéncia de nrtroglnlo. como dol0$e toliar e
redu(PIO doCIHClmen10. Ess~ SIOI0misnJo s.ioobW<VaóOS N plane.a
A simbiose entre riióblos e leguminosas tem o potencial de se nodu&.dil, um.l ~z qu~ a filla.("jo do nitrogHlk> pelo ,tzóblo foi cap.,..:
tormu desvantajosa par.i a pla.n1a, uma wi: que o nódulo é um de suprir a demand:i dl pl.1.n1.1 por ~ue nut.nen1e. tmagelf\ cedida
dreno c:onsiderdivel de fotoassin1ilados. Quando um niunero pN Dta. Marlangela Huf'9N fEmbf~pa Soi,al.
62 Rsiologia V~e1a1

A •ca1,.addadl" de P,mi$r. Clllla


.
sp11• e :1lj•,,,,, .. · 1,, ,
• o .,.), i,;um111ou.s 1>m. No ~i~tcnl;& J e rol:a\lo de ~ulluras, o nitrc,gênio residual
nt'll'l'I$ es-tal>elt"Ccrcm $1mb1osc com rizôh'oos ,, 1. A. .t .,
'llhxcm,; C'O ll,U • p itw{·nil•n1c ,lt leguminl1s:1s sirnbiólicas pode ft1,"1u-eccr cuhu.
d~da l•ma c-.antnc-dstica imrortant(' para que ('$$.IS esp&lt>S ras ~ubsequ<-nll'$, Outr:'I estr,iitég,:i. consiste na chamad:1 adu.
a~bore~s .º.curem ãT~a.s: d(' inicio de suc.:-s i..'io t çológk .1 ondt' 1 ba(:io w·rck. cm que lcguminoS:l5 $imbi611C:'I.S sio c-ulliw1das
dupon1bd1d:ule J e nlln:>!:,'<ni<.'l f baixa. e·m consórcio ou em mtaç:iocom ., cultut,1 de interrs.se «on(I.
O nitrog~mo fü,'.t1do simbioticamemt· 1:untxm pock con, mico.aumC"ntando a disponibilidade ele nitrogênio e a reckl,a.
lnb11lr p.i~ o nilr(>.,_'-ê-nio rc.1th'\J acumul:i.do no solo e nl'I gt>m de nulrientd 1.0 solo. CrotfllttrirJ j1m (('t1 (cro, ahiri.1.), Co.
comunid.1d(' vcg.:-tal. al'eundo :1 ckl/\g<.'1n d('ssc nutriente no famu cajan (gu;m<l\l) e Cm1<wafifl e11siformis (foijâo•dt-porco)
CCOSSÍSl('nt3. A dt"('Omposiç3o de órg-5os da planu hospcdtir:i .são eXl'lTiplos de k gumlnous utilizadas p.1ra a adubação ,·erdt
(folhas. g::alho.s.. raizes C' nódulos stncsccntcs) forn('cc nitro• (EspindoJa cr nl.. 200S).
gênio org'!tnko ao solo, o qu;al podC" ser minera.lii., do a NH • Dessa íorm.a, a fbc:açào biológica de nitrogénio IC'm crucial
e NO,· p<'la ação de microrganismos e. então. absorvido p~r importância em tCO$$ls1emas agricolas, ~rmltinc.lo uma me.
plantas ,i z:inhas. Há fortes e,idlncias de que o 11itrogénlo fi. noraplicaç.ãode ft>r1illun1cs nilrogenados. Além da reduç:lo
xado cm pl:uu:is simbió1i, .1s pode- ser 1ransforldo para outras de cu,10$, e.$.Se fato tem grande rcleváncia ambiental. O uS;O
espécies \'i!'g<tais (Thilakar.tthna ct aL, 2016). Além de S,tr libe-, indiscriminndo de íettili1.an1e.s cstà assocl:1do à con1a rnina.
n do pC'fa decomposição de tecidos. o nitrogtnio fixado pode ção do lençol frritk oede rios. lagos e oceanos com comp01,.
ser lnnsforido p.-~ plantas ,•ii inhas por intermédio de mkor- tos nllro~nados (principalmente NO,}, podendo a1inglt
rlz..s ou pela U-$udação de compost<>s nitrogenados pcl:'IS raj. niveis tõxicos :i fauna aquãtka t à saUdc hum;ma. Adicio•
1.cs da plama hospedelr:t. Dessa forma, o plantio de mudas de nalmtnlt, a produção de (ertUiuintes promove u ma grandt
leguminosas arbõreas Simbiõtkas cm reílorestamentos J)()dc quantid.1de de gases rt l.icionados com o aquecimento global
fa\'OrtcC"r o cnriquedmC"nto de nitrogênio reati\'O no solo e o Assim, tecnologias que permitam ma."(.imiz.ar a contribuiçio
estabelecimento de no,·a.s e$pécks vegetais, acelerando a re• d1 fixaç:ã o biol6gic.a do nitrog(nio cm ecos.sistemas agricolas
cuperação de !rcas degr3dadas com baixa dj$ponibilidade de s3o esttndais par.1 o de$em·oMmento de uma ngric ultun
nitrogênio. susttnti,-el.
A fu:aç.ão biolõgica de nitrogênio 1ambém apresenta gran•
de relt'\•.incia e.m t<:OUif temas aquátlc0$. Alguns autorl!S estl• Referências bibliográficas
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llr,pk, n,. WC,, llunt1 :,.;p,\ ln1tO(h1<h<1n t" plJ.111 ptwu"l"S!V 1 ,•.!
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Metabolismo do
Nitrogênio
Ladaslav Sodek

Int rodução tem a \'antagem sobre o ;..'0, por ser pouco lixh·iaJo e. por•
1:,1110, 1er pt-quen:i perda e, con.«"quenltmcnrc. nào poluir o
O ni1rogênio (N) figl1 ra entre os d<"mt nlOS mi ner.ais m ais
lençol frcã1ico. A c.apacidadt de 1roc:a c.a1i6ntc~ do so4o f.az
abundantes n:u pl:l.n1:u e i , í rrque,u eme,ue, um dos princi- com que o NH; lcnh:i pouca mobilidade no perfil do solo.
t
pais fatores limilantes p:u a seu crescimento. encont rado ;,o con1rário do NO; . Ot' qualquer forma, no solo o NH; i
em mo!Ccul.as importantes, como protdn.as <" ácidos nudei• tr:ms(ormado cm NO ,· pdo processo de n11rifinçlo. TJjs ca-
cos.. RNA e DN'A, Plantas, ao cónlr:Írio de :1nhn:1i$, 1êm a rach:-risticas tornam o NO,· :i forma predominanlt de N para
Cllp.-ddade de assimilar o N lnorg!nlco do ambiente e sin• muil;is plan1:is.
m ltar todos os 20 aminoãcidos enco ntr:ido.s cm proteínas, Apôs sua absorção pda planla, o N in(1rgànko pr«W ser
bem como todos os out ros composlos orgânicos nilrogena• incorporodo, ou "'.assimilado·: na form:i. orginica. Depois dessa
dos utilizados por elas. a.»imil~J.c). o N é u1í111,2do principalmcntc- nos chamados sítios
O N inorgânico disponivel no meio nmbiente inclui o N do de co,1s11mo da plan1a, ou St"ja, nos tcc;idos em riptdo CrC$C1men •
ár e O N mineral, este Ultimo representado pelo nit ralo e pd;a to (folh;is cm expansão. mcristenus, pon1:u d~ t':ll.Z) ~ 'l.!TnaU·
amôni-a presrn1es no solo, O N do ar nioé apro,·eitado direta• namcnto dt r('$('rY"-S (sementes). A :wimilação de ~ inorgâruco
mente pela plant3, mas incorporado com aJud:i de mkrorga• cm form;a orginic;a, $U!l subsequente distribuição pela pbnta e a
nismos, por meio de um proccHo $hnbíótlco (ver C:ipitulo 3). 1.1ti.lit.1Çào no.s sitlos de consumo corutituc:m procc:ssos intc:gr;a•
Tanto o nilrato (NO; ) qu:into a amônia (prtstntc tm so• dos. Uma visão global desses processos~ mostn~ na figun 4.2.
l1.1ção na form:i do ion amônio. NH;)são prontamente utili•
udos pel:i planta. tmbora, na maioria dos $OIOS, o NH,· sej:i
rnpidamtntc oxid.ado a NO,· por bac.1érfa.s nltrltic.:idoras. O
NH.. prcvaJtc~ cm $0105 .\cldos ou em irta.s com vegetação
cujas ra.ÍZC$ exsudam inibidores do processo de nitrificação.
como pl:miciet de gramineas e florestas de confferas, A nitrl•
fie.ação lllmbém i prejudicada cm solos com~c1ados ou al:i•
gados. pela baL<ta d isponibilidade de oxig~nio. A Figura 4.1
resume t1 in1cr-rtlação ent.rt .is princi.pals fontes de N para as
plan1as. São duas as fontes de NH •• no solo: a ti.x.açâo (não
slmbiótico) do N atmosféric.o e a dtgrad:ição da matCria org.i•
niC:1'1 , resultante.- principalmente d:i incorpor.1ç.\o da vegetação
morta. Ambas envolvem a a~o de microrganismos do solo,
porém são processos lentos. pri,,clpalmentc a primcir.a. A in•
corporação de matêria orgânica no solo euma prâtica comum
na agricultura. A chamada :idubaç;\o verde refere-se à prática
pd a qual uma leguminosa t cuhivada para realizar a incorpo•
raç.ão de grandes quantidades de N atmosférico pelo processo
de fixação simbiótk a de N e, cm \'e-t de ser colhida, ê incorpo•
r.ida ao solo para que 1 matéri.1 orgânica seja dl-gradada e o N
Wlll$ÍOrmado em NH; . Como a maior parte do N presente na Figuni 4, l lnte,.ttlilç~o d.!1 p-iindpah b\m de Npari plaintai. ,epre,,
le-gumlno~ foi tirada da atmosfera, e não do solo, o ganho en, sc-ntadu por uma gramlne.J e __,,.. l,eg~inosa nodubda. 1. Fl1açáo
N no solo 3du00do dt&$õl m:ineir.1 é maior. nio simbiôdca. do Na1~erioo lbactfnu do solo!. 2. Niu-iic~lo lbac·
Entretant~ para o crcscimcn10 de culturas melhoradas p,in, têflas do solo), l. Absof(.lo do NO; pela planta (normakntl'llt .a prtdo·
miNnte}. 4. Absorçiodie NH, • pela planta tl)ledomlna apenas emcon•
alta produtividade, o :igricuhor comumente usa a adubação diçõn np«íftt'.as). s. Fbcaçio slmbir:41o do N ,H.moúetiCO (bacte,1.u
mineral, com a aplicação de ah.:is doses de sais de NH, · ou p,esMtes em nõdvk>sl. 6. lncorpo,-~ de l'Ntêrn1orglniu lO idcl.
mesmo NO; . O NH; (p. ex., na forma de sulfa10 de amónio) 7. Otgradaçao de compos10 initrogMados (mierorgan~
66 Fislologia Vt9ctal

úhin\oll\ ~•1>1rm:1, (Km par., NO, 7 tlM) i.· 1,.m1q11utivo, en


quru,11, 0001n, (Km par.1 NO, ~ 15 a J•I p.r-.1) é ind,,tido pelo
NO, . A 1nduç.lo r!Ottc .sc:r dcmonstratb t;,,pcrimcnt.-lmcn1t'.
ba.sta.n,lo simplef.mcntc medir a :ibsorç;io em baixa,; ._onccn.
tr:i,;õts dl.' NO, .1p(1$ prt ,•ia 1.'Jposição 1k1s raizc,; por tempo
e ronc<'nlr:,çõcs cn•scent\.'S do ion. As r'aizes indu1..id:,.s dru:i
mancirn ~ssam a abson·.:rb:alxM• concentr.tçõcs de NO, com
m;ai()r ,'t"locid<1de cm co111paração ?is plantas não indu;,:ida.s
O $lgnific.ado des.<;t1 tris mrcanismos distintos de abSC>rção
rtforr•sc à a,la1,taçlo dá planta par.a ambientes pobres e ricos
cm NO; . i10is C.itd.a sb-tema cntrarâ t m aç.ão conforme a con.
ccntr.,1Çà() de NO)· encontrada ll◊ solo. É comum na n:uure,:.a,
enoontrar um;1 v.aria~iio grande de concentração de i',.'O, a1r
mesmo com a formação de- pequenos bolsões de NO, :'li) re.
dor do ,rw:smo sis1cma radicular. Qu.1n10 ;io niec-ani.smo dt
NO, ..., NH;
;absorção do NO) , al(in de str <1tivo, sabe-se q ue ;a entrada do
i ic,n NO, dentro da célub t acomp.1nht1da por dois (ou mais)
prótons, fornec:idos por um;1 ATPa.se bomba de pr'6tons loca-
Figur• 4 .2 lntet•relaçao d0$ p rocessos de u simllll(ãoe transporte de
N na planta. ObS-ef\lc • transferência dt o1minoicldos do llilt>ma para lizada na membrana (Figurn 4.)).
o~~ e a con$C'CIUC'nte rec.iclag~m de amlnoicldos enue e ,aiz e a O de$1ino do NO) , após sua absorçfto pela raiz. está csque-.
p,r.e•~e.1. ,natb~do n;i Figura 4.) .

Absorção do N inorgânico do solo Redução do NO •


O NH,· é :1bsorvido pdas raizcs por processo ativo. quando Os principais locais na planta para a redução do NO · ~o fo.
:1 concemt1çlo e.x1ema é baixa. e por processo p;assl\·o, cm
lhas e raiies. Todas as es~ciN j.i estudadas aprcsc,~tam aU-
ah:t$ conce,nlr:açô,es. O próGe.sso alivo t mediado por protd• ,·ld11de da en1.ima red111asr ,lo nitrato (RN) na.s folhas. Entre.
n3s 1.ranspo,udor-as t"Specífieas localitad.a.s na membrana tanto. a importãncia rtlati\·a d.1 r-ab. e folha n:1 a.ssimiJação do
<:>:terna (plasmalrma). Como a planta dificiJrnen1c enoon1r:'I NO) depende de dois fatores: a atl\'idade da RN na raiz e a
concentrações de,·adas de NH.· na nature~. o pl'Ocesso ativo disponibilidade de NO; no melo. Espécies com capacidade
figura como o mais importante. Após a. absorçlo, o lon é rapi• muito baixa em 3$Slmllaro NO; nas raízes (p. ex., espécic:-s de
damente assimilado na forma OrJ?!anka, que niio deixa de ser GO$typiurn, Xiwthium e Cuwmis) enviam todo o lon absor•
\1do (\'la x.llcma) para a.sstmllaç.ao nas folhas. Espécies com
um processo de destoxi.fic;aç,ã o, 1endo em ,•i.sta que o acúmulo
alta capaddide cm as.similu o NO)· na.s raizes (p. ex., I.upl,ws
de NH; pode prejudicar a plania. De fato, o cullivo com ah2
concentração de Nli. · pode le\'ar 3 morte da planla. porém as spp.) dilidlmm te têm essa capacidade superada pdo NO • ab•
concentrações toleradas variam de espCd e para 1!$.pêde.
.som'do, t , con.scquentemen1e, a importância da folha •e pt-·
quena.. Comudo. a 1naiorla da$ esp~cies é intcnnediãria. em
O NO,·. ao contrário do NH.·, é absor\'ldo pelas raf1.Napc•
1ermos de capacidade de- asshnil.:ir () NO,· nas raíus. Nesses
nas por processo ativo. A cinética de absorç5.o do KO) apre•
e.asas, a folh-a torna-se importante apenas quando o NO · no
senta uma curva de satur.açllo do tipo ti.iiehaeJis e Mcnten. . .
meto esm·er em concentração suficiente para superar a 0 .
'
descrita para enzimas. já que o processo é mediado por uma
pacidade de redução da raiL No e,uant<>, há exceções a css3
protein:1 transportadora loc.i.lluda na memb~na. Essa pro1eí•
na liga•se ao KO/ do meio ex1e.rno formando um complexo,
da mesma fornu que uma enzima se lig.'1 ao substrato, e, em
seguida, la,, ça o ion para o lado interno da mtmbra,,a, um Xlema
proceuo análogo ao da íormaç!o do produto da r<-açâo enzi• Raiz &,
mática.. Portanto. existe um Km para o processo de .absorção
◄ · .. NO•'
do fon com o mesmo significado do Km de um subs1ra10 dt
uma reação enzimática, ou seja. quanto mais ahoo Km, maior ''f.L !No,·)
Ptas,tld10 AA
a concentração de íons (ou subsuato) ne<:ewiria para sa1ur:ar
o sistema.
A ciné'!ia de absorção do NO; em Ct\',1d.a sugcrt a exls·
~ NO,-> NO, ➔N!..
tfoda dt tr~s sistemas dis1ln1os, cada um oom seu Km. Um
sistema, aparemementc con.stituti\'C>, é de bai.xa afinidade (Km
ATP 11 8 S mMJ ® Vacôolo

aho), 1ambém co,,hcddo como LATS (low•oDinity lnmsporl ~ ' N Õ ; l l20a


4 ADP ~ 70 mM)
system), o qual (u,,ciona apenas cm concentrações dev.ad.is
de NO,·. o~ outros dois s-ão de alta :1íinidade (ou HATS -
Jiiglt.uffir1i1y tramport system) e operam com didfnda qua.n•
do a conce-mraçlo u tern.a de NO, é baixa. Um destes dois
capítulo 4 ❖ Mel.lbolismo do Ni11ogénio 67

Alt>m d<) :,,lO , . ,, I\N pmle ltJ.ll.SÍOrmar odorato cm cloreto.


rcgr.1. 1\pci;:1r de 11.u,1 c,11,acid;;ul...- ra10:h·d pa r..i .1 a<.simiL,çJo
b.1s1,.1n1e 16iüc<1 p:.r.- .1s planta~ E,,a car;1cter1~1,c:i é e>:plc>ra~fa
do NO, 11:1 r:1i1.. nlgt1111as legumin11~ s 1r.in<.1)or1<1m p:irle ~ig•
,u íic.niv:1 do NO, pa r., :1 folh;,, mesmo quand(, a c.ipacidaJe cm herbicida<. .:-i bas<' de d ot,lto.
d:i nait não é su1>cradll. Regulação da enlima
A reduçlo com1)le1a do NO , :uê N I 1, • requer oito clé1ro,,~
em.-az.10 da ,mportând.i e,ua1égic.i da RiN no mc:1.iOOlismo
J c N cm pl:intas (poi~ constilui a prim.:1pal porta de entrada
do N no met.ibollsmo da pl,1111:i). ê natural que existam ,·4rios
Na c:llula. a reduçl o ocorre cm duas erap:a.s, cada uma en• nu:!:canismO( de controle da sua ativid.-dc. Q( d1)111 pnndpais
,·oln:ndo doadores de eléuons especilicos: pontos de rcgulaç~O -:e dão no nível d:l 1rnnscriçâo (indução) e
da pó~•lraduç~ó. ;\ primeira é m 11111 lenta (leva algum:1s horas)
6 F<J'fl NAOPH ( • H'} é é rcspons.-ivel por ulgum-:i.s das mudanças Ji;\rl:,5de atividade
(6 e-) j6 Fd' /3 NADP' J - por exemplo. o aumento na atividade d urante as primdr.is
horas d e luz do d ia. quando o fluxo trnnspiratório leva ó -~◊_;
.ilé a folha. rc.suhando na induçlo (sintcse de novo) du enzima.
O termo mduçâo tem sido u.s:ido indiscrimin:tdamente na li•
tera.tur;1 p:ira qualquer aumento de ativid::ide da en-z.ima. ma.s
O prlmciró passo é cataJis;,tdo pd a en1.ima RN. localizada nc:m sempre a im/u~Ao da e nzima foi comprovada por mdo da
no dtoplasmn, e nquanto a ,.ed11tnsc do nitrito (RNi). $iluada demonstração d:i sua sintesc de 11ovo ou de um aumento do
no d orc>plasto (1« idos ,·erdcs) ou nos plas«fdi os (tecidos não RNAm csped lico.
\'crdes). ca1alisa o segundo. Outro importante mecanismo de controle ocorre tm nivel
Na msioria dM espC'des estudad.1$.. a enz.im:i R.N tem NA OH de pós-rm dução. Esse proces.c.o de ativação/dc:s.itivaç.\o é bem
como doador específico de d é1rons. Entrc1anto. cm .algumas m:ii$ r:ipido (leva algu1,s minutos) e pode ser i.mp(lrtár11e. por
esptcic:$ a enz.ima utiJiza 1:uuo NADH q uanto NADPH. Essa txemplo. para · dcsllgar'" a enz.ima quando a pl:m rn passa da
entim:a biespecifica pode ocorrer iS(lladamcnte ou junto à en •
luz para o cscurt'.>. pc,is. ha\'endo falla de ferredo:dna reduz.ida,
zlma monoespt'cífic3. Na. soja. $110 conhcc-id:a5 1rês isoformas.
evita •S<' o acú mulo d e nitrito. q ue é tó:d«> às planta$.
um:i lndu.zid:l pelo NO>- e esp«ifica p;ua NADH e d~•áS for• O prC>CéSS-0 de :itivaçiio/desativação e n\'oh·e a 1ransíorma •
mas cons1ltutiva.s. uma especifica para NAOH e ou1ra bits•
ção da enzima de u ma forma inath•a para ;u iv., (e \·Ice-versa)
pecífica. A c:u n uura molcculat d:, RN é bastarHe complexa,
por mt'canismo de fosforilação e desfosfo riJaçâo (Flgu"' 4,S).
sendo a eniim:i consti1ujda de d uas subunidades ldl nticas de
A luz influi h,dlretamen1e na ath'ldade da ltN na folha. pro~
110 a 115 k.Da. Cada subunidade é comp0s1a por regiões dis•
voc..a.ndC> mud:i1lÇ1$ em uma série de ions e mc:-tabólitos en•
tintas, en"oMdas 1,:a transforência d é eléirons do NADH até o
NO~· (Figura 4.-1).
"olvido.s nesse mecanismo de regulação. Com a fo tossin tes<',
A presença de molibdênio n:i protdna como cofotor é i.nte•
ressante pelo fa10 de a RN ser uma das pouCõls proteínas co• Hexos&-P
nhcc-idas em plantas que contêm esse íon. N.l defi.cleoc-1:l d e
mollbdênio, a nti\'idadc de RN ÍlC.l b-:i5tante redut ída.
J.
Tri0$e•P
ATP P,

P ch,x;n..o
FAOH~FMNHt
.:
~ 01
... AOP
T
NAOHF . 0_ Fe
-Mo-
0• • ( NO;
ca~· r-'-R
-N
- . -,..,.
---',
P,

~~
FAO - .(H (SER)
NAO' eme) NO -
' p
. Fe e· (NO;
FAO 8
NAOH F
, --+ {Heme) - - +Mo ➔
NAO·

:
Fe1(CN).~
•;
cit C
Nô t
,----,- ' - -~
RN lnativa
F"t9un1 4A Mode-lo es,quemallzado da tniima red ·
;os1rando•s duas su~mldades, (.lld., uma compost~~~~ 1~:s ;~::::
e-s com cofatores distintos: uma Ravop,ott ína (FAO), um citocr
: r ~~me !
H ) um Ncomplexo protein&~molibdêniO. O Ruxo de elét=
• 1,.. o 0 · v1a FAD grupo Hem.e e ol'bd'
1 .
atividade fislotó • 1 da ,' m ...mo rep1•1tnta a
lógl ( • •g,ca enzima. Ou11.u reações u tali$adas, N o Mia· Figur• 4,5 Regula,ção pôs•traduç3o da enzima redutase do nitrato.
lécu~~ pôis nCJo ocorrem na ci61ula), envolvem .apenas parte da mo• Proteina•(ina.s~ es1itnulada po, Ca' º; inibida po, .w .icares fosíorilados
(ítocr~!~S::mf:; ~t: ns de NA?H illê ferrldancto via FAO, e att (obs.: teores aumentados pe&a luz via foton in1esel, ProcNt111 iosl.it-'j,e:
violo -ln. 9 po Hcme; passagem de e-té11ons de met'I In ib ida po, fosfa10 inorgAnlco. A pro1efna 14>)·3 e o Mg)· ligam-se à
bd . ~ E•o (MV - um doador de eléctons artificial) • tê O NO • via rTIQI'' forma fosforilada da RN. 1c-sut1ando na ina11vaç,io fobs.: ao contt.irio
cmo. ssas teações pardais sJo frequentem • ,~ dt outro'IS enzimas que sofrem ,11ivaçáo e deS.tdvaç,>O pelo mc<-anls•
ws pa.ra determtnar quais regiões da enzima ! ~te0
usadas em ~ui• mo de fosforllaçl o/deslosfo,ilaçâo, as duas fo,masde AN. fosforllada e
pres.ença de inibidores da eniima. comp(ome11das na desfoslofilad,1. Jbo ali\las). Ad.tptada de Kaiser e Hubo!t (2001).
68 Asiologta. Vegetal

o,corttm aumento no leor de aç~ícares fosforilados (com(! fixação do gis , arb6nico, No c1<1roplaslo. isso nem scmprt
triOS,t•P) t qutda cm fosfato inorgânl«i (p. C):. , c,n fonção do acontece, pois os seis cl~tr<ms utilitados na redução do nitrito
aumcnlo em adcnosim1 lrifosfat(l (ATP)J, proporck,nando podem ser fomccidos diretamenle pi:.las reações fo1oquimi-
conditôtt fa,,ori,-cls 1,ara 2 :niva<,ão d.a RN {,·« Figura 4.S). cas. sem que haja cotnpe1lçào com a fixação do gás carb6ni.
A luz também es1ã t 1w0Mda na regulaçãQ da RN no que co. Pelo men0$ Isso é possível sob alia intensidade luminosa.,
st rc-fett à transcrição (,ia fitocromo). A osc:ilaç.\o diária de quando há exces.w de energia fotoquímica e a assimilaç:\o do
athidadc entre os pc-riodos de luz t c-KUro continua quando carbono satura fadlmtntc. Em algumas plantas C 1, nas quais a
a planta t tr.lnsftrkta pa~ luz co1ulnua, comprovando que a u turaç.ão da fotossintcse pda lu-i é mais diftcil, a competição
en1.ima obtd.xe a um ritmo dl"l:'.adiano. Outros fatores que enlrt a assimilação do NO; e do g.ás carbônico pela energia
infl uem na sintae da tnz:ima são o g.is carbõnko. a sacaro• íotoqu.ímic.t é c,•itada de outra mancir.a, As enzimas da as•
se e alg1ms mc1ab6lhos nhrogenad()S, estando o NOi· entre slmllaç.iQ do NO>· e$tlo localizadas nas dlulas do mesofilo,
os m.1is lmponantcs. O NOl• tem uma íorte influência sobre prindpal local das reaç6es fo1oqui'miç.1s,. enquanto o ciclo de
todos os componentes da assimilação de NO)·. AICm da pró• Calvin está restrito ãs cClulas da bainh11 ,·a.scular, onde a re-
pria R,'l', ek regula ;1$ pr<>tcínu de transporte (absorção de duzida atividade do fotoss:istcma li llmll.1 o fiuxo de elétrons
NO; ; ver Figurs ◄ .3). t u enzimas RN1, GS e GOGAT(Fd) não cíclico e, consequenlemente, prtjudka o forne<imtnlo
(,•er adiante). No e.aso da folha, e importante fri~r que não é dt ferredox.ina red1.1iid3. O mesmo argumento é. vâlldo para
o t«ir de 1'0 ,· ai prescnle que importa na indução da entima, a redução do NO; e,n nitrito, que utiliz.a NADH gerado pelo
mas a quantidade tmida pelo 0uxo transpiratório. metabolismo res:plratório. Na folha, os mctabólitos envolvidos
A K-gunda e:nilm2 do prQCtSS0 de assimilaç-io do NO; , a es:tlo diretamente associados às reaçÕ<'s fotoquímicas vi::i um
rcdu1:i.s.e do nitrito (RN'i), t localizada nos cloroplast0$, nas mccanismo de lançadeiras, que não dependem da assimilação
(olhas e em plastid.ios, na rai1.. A en1.ima do dompla.sto foi do carbono e, portanto, mio competem com ela (Figur.a 4.6).
mais estudada e suas propriedades .são mais conhecidas. E.la
tem a fcrrtdoxina como c.ofator e. portanlo, os elétrons são Assimilação de NH4 • e o ciclo da
fornecidos pelas reações fotoquímiC:1$. Sua esatrutu.ra é constl·
1:uíd11 por um único polipeptidlo de 60 a 70 kDa, que contém
sintase do glutamato
um grupo Sir1rHeme (1etra-h.idropor6rina contendo ferro) A naturtta prej1.Jdici3.J do NH 4• exlgt a sua ~pida assimilação,
e um agrupamento 4Fe-4S no centro ativo, responsá\'ei.s pda cvi12ndo $tu acúmulo nos teddos. Para esse fim, os 1eddos
trans:ferellcia de seis dêtrons da fcrrcdoxina ao njtrito, ati! a dispõem de um eficiente sistema de asslmllaçllo que funciona
sua redução cm NH;. Nc-ssa redução, não hâ formação de em baixas concentraçót$ de NH~·· A enilm a responsâ\·tl é a
intermediários: U\'TCS. Apesar de localizada no cloropb.$10, há 1,i11tttasedaglutamlna (GS), que ea1aU$:'l :a u1dão do NH 1• com
e\idências de que a codificação genécJca da RNI ttja nuclear o 5ddo gJu1timlco para formar glulamlna:
e, p0rt.anlOi. a sua bioss-íntett ocorl'll no clloplasm.1. Um pepti-
dio em tn.nsitO na tcglto N•1erm1.na1 da enzima determina o coo,, OOHH,
Ull.nspone p::ira dentro do d oroplasto, onde e posteriormente 1 1
e><, ATP AOP CH,
rtmo\tido. A enzim::i da raiz i menos conhecida. Apa.rtnte-
mcn.te, recebe elétrons de uma proteina semelhante à ferredo•
""·
1
• CH,
1
\ /, 1
CH,
1
. H,O
xina, que. por sua \'CZ, e reduzida por NAOPH gerado na \'Ía
(Nl1.') CHHH1 CHNHi
das pc-ruoses-fosfato. 1 1
Embora as vias dt absorção. assimilação <' transpórte de N COOH COOH
tm plintas lenham sido clud dadas em c-studos com pJarHO$
cullJvadas, os poucos trabalhos realizados com cspk;e$ sei• ~ GS ~
vage,ns, naturais de ambientes divcr.sos. suge~m a inuislên•
d:i dt grandt-S diírrrnças entre espécirs. Variações podem Reação catalisada pela enzima sime1.ast da g1utamina (GSI, en·
conuada na maioria dos 1ecldos dêlS plantas, embora com grande
ocorrer em \·irtude da disponibilidade de nutrientes, quando variaç.ão de atividade. Em nível subcelular, ocorre tanlo ,,o chot,01
3 impord,ncia rdativa dos proc<ssos pode mudar bastanle. quanto em planldios. Constituída de oito subu nidade,s. t ttn massi
Embora todas as esp«ie~ estudadas apresrntem alguma ca- molecular de 300 a 370 k:D~ dependendo da espécie. São enco,..
pacidade de reduz.ir o NOl•• muitas, L::ilvez a maioria, vivem tradasduaslsoformas: aGS,, locali'Zêlda no â tosol e a forma prtdo-
em 2mbicntr1 onde a disponibilidade do NO>· é multo baixa. mlname na~ ra~ ; t GS,. situada no cloropJas10 e a fo,11nêl predo•
F..w.s podem fazer uso de fontes :nm05(t rlca$ 1raildas pelas minante nas íolhas, As subunidade, de GS e GS s.ão sintetizadas
a pal'tir de genes distintos. Nis folhas. a GS' é a ~ior respons.àvel
chu,·as {amônia, prindpalmenle), ou mN.mo do N da matéria pela assimilação de NH. •• tanto provenienie da teduç~o de NO,·
orginica em decomposição. quantoda fo1orrespiraçio.
Fotossintese e a assimilação de NO; A efidfocia desse processo~ muilo sup~rior à. taxo de pro-
A eficifocfa do processo dt asslmiJaçi o do NO; é maior na dução de NH; formada prindpal111en1e pela rl-dução de NO 1•
folha. Na raiz ou tm ou1ros ttcidos não verdes. a reduçlo do e, nas folh:is de pl:m las C,, p<l:i fo1orrcspirn~ o. cuja taxa Jt'
N0 1• e a assimil::içào de NH; dependem da energia quimica produç.io pode s-uper.u a reduçfo Jo NQi· em IOve--1:éS. DeSSJ
do Jnt"Labolis:mo d~ foloassimilados fomed dos pela$ fol has, forma, cm cond ições norm:<1is, o NH 1• é mantido em conCt"tl'
Dessa formo, eonwm<'m energi:i íotoquJmica u1ilizada na trações baixas nos h.'(ldos v<'ge1;1is,
úpitulo, + Met,1bollsmo do Nitrogfnlo 69

e, 1w 1w e,

~º~~ ~~~
3PGA_\,__"-/.., f , _.p OAA~' MAL

I 7-""tl ~ l l
3PGA M0$41-P OAAn r .lAL
NA()t,I NAO· NAQM NA() •

HO,-UNo; NO,-UNo,
f l9un11 •.6 fonte de poder rtdUIOf P-l'".ti <l redvt.lse do nit.r.titoem folhils.. EM piam.tis CJ' i:rlflror,i gerados n~ rtKôn fo10QUlml<.-s WO trMlsffri.
do, do cloropl,Hfo par.i o <itosol. prlncll)ilmente via J.foúe>9lil';crntollriosit•P. Em plant.-s C, em q ue a redl,ç,\o do nnntot restrit., .S <fh.ilM do
me'°lwo..o ox~tc;J,lo/m.tilatodeseml?eflh,) o mesmo~pel, embora o \Is tema J,fosf09'<er.11o/1rio*P t4'!'1Wm P<>l,s.t f\.tlcJott.tr t m s»ratelO.

Embora o papel de a.ulmll:ir NH 1• tenh:i $ktO alribuído ã GS. fornecidos pd:i ferredoxina (i.soforma locJlizad~ no doropl,1,;.
da não é a Unka enzima c.apu de caht.li.sar a incorpornçl o de to) ou NADH (isoíorma de l«tdos nlo \'Crdes}'.
N H1 ' cm form.a orgânica. A desht10gem1se do gl1danra10 {GOH)
catai.isa um.:i reação {re\'Crsivel) entre 2-oxogluiarato, NH/ e COOM CONHt COOH COOH
NAOH, formando assim o aminoácido ácido g.lutã.mioo: 1 1 1 1
CH, CH, 2e· (FC/NAOH) Cki O<,
COOH COOH 1 1 1
CH, CH, - -- -"--- CH, CH,
1 1 1 1 1 1
CHi NAOH NAQ· CH1
c=o CHNM, CHNH, CONH,
1
CH, \ I , CM,
1 1
COOH COOM
1
COOf-1
1
COOH
1 1
NH, .. c = o
1
CM NHJ
1
• H>O 12-00) ~ GOOAT i,;., J ' Clu 1
(NH.") COOM COOH
pee, ~n:,,m,. • m id.ai~nff..,iu.• d• glvum,,i.i,:
R1>A(Ãn l"ArAli\ Arl.\
{2-00) GDH
~ 2•oxogtutarato (GOGAll. $.\o conhecid.a$ (tu:1$ ''°"nz1ma$ de
GôGAT com d1ftrentn e-spe,clfic1dades peta doador de etttron-.:
~;,çio catalisada pela !flllma de'Sidrogenase do glut.,rnato (GOH). a enzima do do1op las10 ut1lizt.1 ,1 tN1edoX1na (fdl, enc;uanto a en•
A emimo é encontr..cla em dtvenos tecidos das plan.ta~ m.ts prin- 2ima encontrada e,m 1eddos n.io ve,de$ t npe<1fiu p;,rac 11lAOH.
d palmen1e, etr1 mitO(ônd~s de folh-H. sugerindo que ~soa 1e, 31- As duas s.ao Aavoproteina s com um ce-nt10 Fe,•S; 11 deptnd~te de
gum papel na assimila,ç.ao do N~ 1• p,oduzido na fotorresplra,çao. o NAOH êcompos1a por um:a subun..dade em 10,1\0 ce 230 k.Oa.
•swnto ê. porên\, bastanteconuove,so. AGDH~ ~6vada por e.a:• e
induzid., por HH.' . A esttutwa molecLQ1da ef'llima 6 (On$ti1uida de É impom.n1c observar que do Íôrm.uJ;udu.-s molcculJs ck
seis subunid.-dn tom M, de 42.,S kOa e 43 tOa. ácido glu1im1co. Um.ii das molécul1.~ de :k1do glulimKo pod.:
ser consumida na form.açJo dt outros :1mino,k11J™- .,,,. tnn
Eniret:lllte), a GOH não( muilo ehdente na direção d e :LSSi• saminaçio. c:a outl"!I re,urn:.ar para -'Ssc:gumr a contenU!lç.io ,b
milaç1o., pois o Km par.- NH,· é .iho, o que significa que :i re- atividad e da GS. E.ssa im er•rd..içâo cnlrt a GS, .l GOGAT e .l
ação ne$Sll direção .só é d icii:111e c11.1ando de concentrações /!'le. aminotransfc-r.a.)c (conhl"(Jda como o c,,:lo da ;;,ntas.- ,i., glum•
v:idas desse íon. Aptsar di$S<h dur..anlc muito ttmpo se pensou mMo) .:s1ã rtpr~nt;ad.Ji no es,luem.- :i wg\Ur e mostr.i. o llu..'\'.o
que a GDH. < não II GS. désempenh:l\'a a fonçiio de assinukir deN :,a p.a.rt1rdo NH,· Jtc"' tOrm..:i,;J.(IJe.muno.a.:,dos.
NH 1• 0.3$ planl;)$,. ~i111plc::;1nen1e pon:1ue nlo cr.- conht:dd11 no:•
nhurna reaçâe) que puddSC: dar pru:;:;cguimc:nto .\ assimilaçlo
do N vi.a glu1.imina, O fodo g.lu1.im1(() proJ uz.ido na reaçlo 2~oglutr.ito "\ • Aff'W'IOaOOOI
é. por su;a Vt'l, pr0t11amc:n1e ut11iz=1do n:1 form:içiio de todos os
Outros aminoâdd0$. l C..,tamalo v ~\ 2.oa:o.kldo
Esse dogma mudou quando ,1()1:, 1)e.squ1s.:id1.m:s bri1iinicos,
1 •GS :? : GOGAT
Pckr Lca e Uen1an11n Maílm, Jl-scobrir.un , ,:m 1>l,mt;1s, umJ
enljma c.apaz de tr,m,fen t 1) N ~ glutamin.l p11r:i 2 oxoglu• N:t) folh.u., l"'):S( pro.:~ o,:om:Jcn1m do d oropl,b10,ondl"
1aralC>. formando o :í<:adu glutãmko. Es:.a no,-., emuu a foi de • -' t:n1.1m"' GOGAT < l"'iJ)l',._1ri.;J p.ua 1err<Joum, ,;l>mo JoaJor
nominaJ.a a,nmcur,m,>fcrnso! 11,· s1"t1m,in,1:1•1>xogfu111r,llo ou d(' dtth.111.1-. Emb,lr"' -'tl\'1J.l,lt: llC CS wr.i t.;unb<rn .:n... on1r.1d.1
GOGAT (conhccid:i 1:unbJm como sm/i,s..• ,fo g/w.um11v). A for..1 dl'> d◊ropbsh> (G:S, l, d,1. ~ muato b"'1x.1..-m ~omp,ir.i.t.i.u .l
ce:içào c.uali.s=--<l.1 p~n cw cn:t.i1n:i 1w·çc:i;~it;1 de do1i. d.,l1ron1- cnwn.i. JI) ~11.m.>pl.tSh>IG:S :)..\ '>IOll"lC Jc mu1IO.\ .lmuw.1c1Jo,
70 Fisiologia Vegetal

~~~
$(' complt'ta no doropla,to. cmbo,a :i in1ercom'cl"Üo e a sin•
tesc d<' aminoícidos também acont«am fota dc-ssa organda.
Es-t:ihclrdd:t a tmror1ànda do sistcm:i GS/GOGAT na as,
simila(ão do NH;. fie.a :t pergunta: qui l. tntio. .i funçlo da
GDH? Embon. não de5i..õ\rtada o. possibilid:ide de un1a fun~j(i
assimilat·ôria. tm C<'nd)Çôc$ muilo csptdai.s. nas quais a m:i bai•
n afü1idadc- p,:lo NH; poss:a ser S.Upt'rad:i, a GDH «r1amtntC'
dl.'SCmpenha um:i fun<¼o n:i degradação de amino:icidos.. Dois Portanto. o sistema GS/GOGAT tem duas finalldad-rs prin,
moth'M apontam para isso: cm primeiro lug:ir, :i rea(ão catalisa• d pais nos tecidos de as,lmilação prim.iria: fornecer o N pan
da por C$j;,'l enzin1a l pltnam(ntc «,·crsh-cl-: cm segundo. a su:i 1'l fornuçào de 1odos o.s aminoãcidos neceu:ários para a síritese
ath·idadc costuma .i<r ma.is alta em tecidos stflC'$Ctntts. <'ffl que de pm(dna no próprio tecido, suprindo :w.im a demanda loc:il
:1 mobill7.aÇOO de procefnas o«lrrt por meio da degradação de
e produz.ir glutamato e aspar1ato para a formação das :unkb s
•minoàddos. lxss:i forma. o N do!. amlnoâcidos liberados das n(Ctssâ.ri.as para o tran.spotte de N :ité outros tecidos (drcnos).
pl"C)tclnas :i12cad2s por en?.irnas prot<'Olitkas e, depois. 1rans.fe•
rido para o glutaniato. ,;a aminotra.nsferascs. é finalmente li- Transporte do N
bcr:ido como NH; peb GOH. ~ NH; fica disponível p:ira
transfocmaçâo cm compostos de uanspor1e de N, como gluta• O trani,pol'le do N pela planta ê um importan1e cio <'ntre os
mina e aspmgioa. que compkt-am o processo de moblllia.ç.\Q sitias de assimilação e os drenos. Esse trsnsporte a long.a dj$.
de N de tecidos senescentes para te-cidos em desen"oMmento. 1Anda e.n\'oh•e tanto o xilema quanto o tlocma. O tran.sp<>rtt
Entrrtanto, não são apenas os tecidos St'ntSCtntes que expor• pdo xilema basia.mente faz. a ligação entre a r:iii e a folha,
um o N pm 001r2s par1ef; da plant:i na forma de glutamin.a pois de.pende da transpiração. sendo assim re.sponslivel p(:lo
e asparagina.. Os principai1, locais de redução e :1.,;slm ll:içào de cscoamcnto dos produtos da mimil.aç.àO na rait (incluindo()$
NO; . as r2íu:s e as folhas, 1:m1bém o fatem e cm grande quan• nódul0$, 110 caso de leguminosas noduladas), bem como pelo
rid2de. NCSSl situação. nem toda a glutamina íorm-ada vb GS u~nsporte do excesso de NO/ absof'•ido pdas rai:us até a.s
StgU<' pcb GOGAT, podendo ser aportada como composto dr folhas, ou1r<> sítio imporu,n1ede auimilaçào do NO,·.
1r2rupone ou ser primeiro trinsformad.3 em asp,aragi.n:i. 1,ar2 O transporte de N na planta cnvoll/t' compostos específicos
depois ser transponada nessa forma. E.ssa assimilação de N di• e caracteristicos da cspkie, No geral, predominam os princi•
redooad:i ao l.nnSpOrle funciona pa.r.ddamen1e ,o f is1ema GSJ pais produtos d:i wJmU.tçlo do N, como glutamina e as~ri•
GOGAT Jã descrito. É evidente que a simples assimilação do gioa. Í caractcristica das leguminosas a predominância de :'IS·
NH, · em glutamina para tins de transporte acabaria cm pouco paragina, com a gfut.mina frequentemen te cm segundo lugar.
1empo com o ácido glutàm.ico endógeno. E,urecanto, par.t cada Amb0$ são pl'Odutos primários d0$ prOCe$SOS de assimiJaçã~
NH; ass-imUado par:l tran.s.pone na forma de glutamina, há tanto do NO) quanto da fixação simbiâllca do N. N:u gn•
outro assimilado pelo s-isuma GSIGOGAT para rt'J)Ot o ácido mincas, pf<'domina a glutamina, enquanto a asparagina c.uá
glutâmico usado na geração de g.lutamina pan transporte-: pr'escnte em quantidadts mfnjmas, No entanto. o número d,
es-péd es es1udada.s i relalivamen1e pequeno para gener:iliuir,
(~ quadro que pode mudar no fu turo.
Slio conheddos alguns casos especiais, ou seja, e.spêcid

~A~ que fogem a essa r'egra. O mais bem documentado ê o a.so


d3s leguminosas d:i 1rlbo PhasC'Oleae (p. ex., soja, feijão, fei•
jão--de-corda), nas quais predomtna.m os ur<'idos, .sendo r'CS·
( Transpo,le ) +---------§J) ponsáveis por 60 a 90% do N tran.spor'lado no xilema. Os urei•
Nessa situação, o.s dois sistemas devem funcionar simulta• dos alanloína e ácido alantoico são produ1os qua,SC esp('dficos
neameme. Quando h:i formação de aspar.agin:i, a reação en- da fixaç5o simbiócica de N nessas espécies, de modo que :i su:i
voh~ a g.lutamina e o ácido aspãttico, catalis3da pela $Ültttase preGe.,,ça ê mínim;a no sistema de t1'1nSpOrte d..- plan1as nlO
d" aspar"gina (AS): noduladas, cullivad:is com NO.;. Em r:i.zão dessa especif1d·
dade, o 111n.sporte de ureídos no xilema pod..- ser usado comi>
COHH, PP, COOH indicador do grau de fixação do N nessas: espécies.
1 1
CH, COOH ATP AMP CH1 CONH1 O H
1 1
CH, • CH, - '-~-/~ -, !,., 1
CH,
H)'I
0-6
°'c /N\
~ C• O
1 1 1 1
'N/ H ' N /
CHNH, CHNH1 Ct<NH, CH,
1 1 H H
COOH COOH
1 Gln ) !Asp )
AS
1
'
COOH COOH
~ , .... 1
Neut" caso, mais uma \'ei o funcionamento em paralelo do Os urefdos at.antoína e âcldo alantO.Co são formlldos no nódulo viJ
sistenu GS/COGAT asse.gur,1 a produção de ãcido :upârtico catabohSffl() de.- porlnas. O teor de N (4N :◄C) na molê<ula e nwiiJ
alto que tt'l'I ovuos compostos d,e transpo,te, como a .ispara9in1
consumido neua reaçlo: t2N~◄C) e a glutamlna (2N;5C).
C11>í1ulo 4 -> Mc1,.1boflsmo do Nitro9!nlo 71

Mesmo ncas leguminosas que apresentam o mct.ibolismodc dependendo do compl<'mtnto de enr.lm.is prc:senles nos rcs•
N baseado cm ureídos.. o amino;ic!d() a$1»ragim1 gcr.1lmcntc peçfi\·M f«id<JS. Por o:cmplo, no fru10 d.t soj.t, O\ urt"idoc s.\o
aparece tm segundo lugar e predomina no xilem,1 nas planu1.1 101aJmcntc md.tboliz.adt:tt ;1p~s o dõt.1rrcg:1rntnlo do floe1na
não noduladas. no tegumentQ, ct-ndo ,1 g.lutamina o princ1p.al produll• dn,e
São conhtcidas ou1r:is formas car.a:ctcrísllas de , r, n\pc,rte mc1abolismo e. potranto. respondvt:I por crampot1.ar o N ate
de N na plan1a - por exemplo, a citrulina (inclusive produto o «:>tílCdone. Comp:11lve.l com C''!>C proc<'SMI, um coulEdone
da fixação de N,) cm Afnus e C"s1mri1111 e a arginina cm mui- i.sol:ado e colocado t:m melo de cultura, l<'ndo gJut:imina come,
tas árvores. l?..sscs dois amil\o,;\Cidos se c.ir.icttrizam pela ah.a Unic,a fonte de N. cresce t produz lodos o.s ammoá<id0$ nt•
rcl.ição N:C (citrulina, 3:6. e arginina, 4:6), cess.Arios p ;1r11 :l síncesc de p101eín:a.s de rts.nva. Por sw \'e'l, o
Uma parte bastante significatlv:i do N lransportado \·la x1• co1i1C'donc tem b:,lxa c.apac1d.ade par:a metabolizar os u~idos.
lema n;iO alcanç.a a folha, uma vn que, durinte o percurso. Ouuos compos105 de transporte, , nmo a .u-parag:ina, podem
é con51ante a transfer(nd .a de aminoâcidos para o noema. ser parcialmente metaboli:udos duranlc C')$4: ~~cu~ pdo le•
Ocorre um proceuo .seletivo ncss;1 tran.s-fcrCnd.a, pois os gumento. O caminho me1.abófico dos compo,;tos de lrans-por•
:lminoâddos básicos (arginiru1, lisin,1 e«c,) .sã<> 1r.msferidos te, usando como exemplo a \oja. ,;egue n.stncialmtnlc ,1 vfa
com maior facilidade, os neulrQ.S (aspar:igjna, glu1amina CS/GOGAT, embora partes desse conjunto de re:içÕf'S po»am
etc..) c.om fa cilid.idc menor, enquan10 os aminoâddos àci• estar ~p.,radas enlre o tcgumcnro e o coolédon~ conform<' ,1t
dos $li.Omais diflcei.s de tran.s ferir, O N01• • .iniõnico como o.s atividadC'S en1:im;ilicas dos 1ccid0\.
aminoâcidos ãcidos, é 101~lmen1e eiccluid<> da trnnsfer!ncfa
e, por essa razão, serve p.;ara di(erenci:'1r a seiv:1do xilema da
T~nspo11e
seiva do noema.
Ure(d05 Asn Gln
Apesar da selecMdade na lram ferincia de amino3cid()$
do x.ilcm.a para o noema. o contei.ido do nocfl'l3 nlo aprc:stn•
U1 uma :ibund:lncia de ;aminoácidos básicos. Pelo contrário.
os mesmos aminoiddos abund:in1es no xilem:i (geraline,ue
asparagino. e/ou glutamina) são os principais aminoã<idos
cnconirados no floe,na. A e,cplica,.ão está na maior con«n•
lraçjo no xilema, que compensa a.s testr)ÇOO de 1rinsferi ,,c1a.
Por $Ua vez. os aminoácidos bá.sicos norm.:.lmcntc estão em O transporte de N para os frutos é important<' pata forne•
baixíssima co,,cen1raç:ío no xikma (c:.xccto arginin.1 (m algu- ccr os aminoácidos nectssârios pan a sinlese de pro1eina.s de
m.as ár\-ora), reserva armazcnada.s m, sc:mente, par.l uso como íontc de ;",,/
Como o 1r:-..nsporte no nocm,1 s( dá nosdois.senlidos, parle durante a serminaçâo. Muit.ls cspédcs culthJdl.S pat3 .1 prn•
Ju N l1amí.:1i,Jo ló! ,Jevolvi,Ja ~r.. a r.ib;, q nde IM>lk ~r me• dução de grãos contêm quanlldadcs dev:adS$ de proteuus n:i
1abolluda ou ~tomado. para o x.ilcma. Essa reciclagem de N
S<m(nl<', podendo-se destacar a .Wj:3. cujo 1i:or de proc,:m.a no
pode ter um impor111nte papel ritgula16rio nos procc-.s.so.s de
grão pode a1ingir c.erc:i de 50"- do peso. O tr.an.sportc-de:,.: <Vi•
assimilação, .servindo como indicador do estado nu1rkion111
dentemente C imenso par.a o fruto, ma:, não é forne,1da uma
da planta em t,:rmosd,: N, Al(-mda lran.sf,:r(nciade N do x.ile•
rniM:ur.i de amino.iddos n::1 pr(lpOrç.io e<rla par.a ;a s1nt~ das
ma parn o noema, :imh,oJc.ldos produzidos na assimilaç~o do
prOtein.,s, <' sim algumas subsUnC1as e>pccdiu,s. Conscqu<'n•
NO; nas folhas são carregados no ílotma para transporte. No
hmtl do ciclo da planta, na fase r~j>roduliva, há mobilização de cemcntt, ocorre imen$O metab<>h)mo de,,.s.:is substinc1.1s nos
frl1tos. p.;ara. assegurar a )Ínlc~c de coclos os ,1m1no,k1dM nt•
grande quan1ldade de N, ,u . í0tma de amlno-'rnlos, das folhas
e do caule para os frutos cm desenvolvimento, que represen• cess;í.ri~ pilra a. formação das proteinu.
Iam os dreno.s mais forto ru:ss.i fas,:, O trun~portc de N para
os frutos envolve princi1,almen1e o floem3, poi.s ~ frutQSe, cm Utilizaçã o do N transportado nos
parlicuJar, as semcmei tém poucas ligações com o xilema ou sitios de consumo
nenhuma, Conludo, pelo menos cm algumas csp&:ics, existe
uma co,\Centra,:ie) dt cedd~ ts1>edalh:ados n;a. 1ransfcrênçi.., A di.stnbuiç.lo das sub>lind.udo lr3n)portcdo N via tlO<"ma e
do N do xlltmá 1>al"ll o noema na regilo do pedllnculo. No Ítu• :t.ik-m.l p.u.tos sí1ios J<' consumo (,lrcnos) 1mph,.a o seu pron-
10 de uma leguminosa, as ramificações do il-oema pcrm<'iarn to metabolismo. O m(CabolisnlO dc N nus )lt1os Je .;onsumo
os 1egumen1os (casc,1 da 1o<1m:n1,e). t ll<Sk 1>01110 que õb !>Ub5• cn"olve, pnnc1p.ilmcnte •.a tran,lorm.a,;.io Jo ':'J Jc><:.arrcg,u.!o
1ãnc1as cr.amportad;t.;i, pelo íloem;i, compostos mtrogen:idos J.1-1 ,•ias de- tl":'ln~rone cm outro> .anuno.adJos e .t su.a 1ncor•
ind usl,,e, 510 lle),carrcga.das do IH.lema por mec.lnismo aU\'O pOrJçio cm protcina.s,. São .1borJada!> aqui ,ts ttC, 1orm.u Jo
(depcndcn1c do ATP), entrando nos c«IJos Jo tt>gunwnto e tran;i.J'Orte de N Or!!::am.;o J,hta,.,aJ.as ne>t4-' .:J.p111.1lu 1,gluu.1m•
a1ravcssando-os, inic1:1lmen1e por vi.1. )impUstica e, dl-pois. ,u, ,hpJr,1gm:i e urc1JosJ.
pelo apopl-.iMo, Fi11alme1ue, acabam ~endo ~.:il'13,l.ho <nlr..- q O mctabolbn\.l,l J.;i glu1,.1m11u nc.h MIIO> Je .:01bum<> '>i't;:Ul"
1t:gumen10 e os co1il&-lonl~. <111,in.lo slo abl>Orvid,)s por cSS<s um i.;uninho mu110 prox:inw ,H,tuo:lc en.:oniuJo no~ \llllh
l('cidos, prnva\·clmente 1N.1r mdode mcc.ln1M1l() .1t1\0, Dur,.1n, J~ ,1).;S1mil.-,;fo. .-\ gluta.nwu ~ primeiro mc1a.b,1liud,1 \ 1J.
1,e todo <'SSC- pcrcur~ enm~ o 1l..w1n:i e o;i. co1ikdollCs, a;i. ),ubs· GOGA r. ,om .1. forn1.11,.10J..- Ju,b mol~"\:UIJ> Jc glut,ulutu. Ao
tl11..,i:1;i. ,1,· 1r.1n;,1)0rte \'l>t;io Ml)í'ttas a !>Ch'III m,:tabohuJ.u.. ú1ntr,.1nl.) Jo pro,.:._..._"'11.) Je J>>1lllilJ,.10. .amb;i;, ;u. mull"-Ul.1!1. J<!
72 Flsiolog ia Vegetal

g.Jut:im:u o panicipam na 1ransaminação, n.a quilo N t usado lndcpenden1e~n1e d., fofflU'l inici.il do metabolismo de a1.
na formaç!o de ®ln:>$ aminoácidos. paragina, o N do grupo amlda acaba sendo liberado na for~
de NH~· , A partir desse ponto, o mecabolism(J $égvc a "'ª
Gs,i
~ GOGAT,
)-+~y ~
r~Y~~
1 Traospc<1e

1,~,- ~ ~ Á ~ ~~Á~
!~ciclo ) ~ I Cido de Kr• b& 1 No caso d<» ureJdos, os qua1ro átomos de N contid0$ Ili
molCcula são lib«ados um por um na forma de NH;:
Oc-ssa form.a, uma mol&ula de g.lutamJn.a assegura a reci-
clagem de uma molécula de o.xoglutar.ato n«cssãrlo para a ( AJjloina )
re:iç.\o da GOGAT, e o outro oxoglutarato, produto da lran-
umirução do sc-gundo glutamato. sobra p:ira OOnlribuir com
o metabolismo de: carbono. Neue cas~ a enzima GOGAT en-
i'
!Ad0o•..••~I \lu";'°""''·•I ""'"12""' 1
\'(lhid:t. ia (orm:i dependenle de NAOH como doador de elé-
trons. tendo em \iSla a sua distribuição em tecidos não verde,.
lco, •NH,I I NH, 1 ' "'" · • co,]
1Gli())ilato J
No caso de asparagina, a forma. Inicial do seu meuboHs•
mo varia de acordo com (l 1ecido. Duas "ias são conh«id,a,s, O destino metabólico do NH,• a.s.-s.lm formado segue o mei,
uma en\-olvendo .1 en.tima aS'p,(Jraginase e outra a enz.i.ma nmi- mo caminho da :wlmUaçiio de NH. • descrito para o met.abo.
norransferast da asparagino. A primtira é encontrada em u- !Is.mo de asparag.ina.
rn(nln imaruru e folhas na fase Inicial dt expansão. A reação
catalisada le•: a à hidrólise do grupo amid.a_, líbera.ndo NH~ ·:
'
Aminotransferases
COOH ApÓ$ pi1$$3 r pelo sistema GS/GOGAT, o N segue o seu c:am!,
f"'"'
CH,
1
ôH1
nho na formação de outros aminoácidos, via rraç.ões de tr,lll•
sa..minação. As enzimas cnvoMdas, as amJnotransferases {o;
1 • H) o - 1 • NH, (N H., º)
C HNH, C HNH1 ttansaminaSC$), catalisam a re:iç.'lo geral entre um amU,o.icLdo
1 1 e um 2>(1:s:0id d<>. sendo normalmen1e reversivel:
Coo+< COOH

(AMi l ASN~s• 1Asp 1 R'


1
n.•
1
n.•
1
"'
1
CHNH, • C=O . _ . CHNHt • C = O
A $.Cgunda via. envolvendo a amino1ransfcrasc da as~ra- 1 1 1 1
gin.a. i encontrada princl~lmcote t'l1l fofüas t tecidos verdes. COOH COOH COOH COOH
úsa entima é tambCm conhecida como aminotransferas.c dr ( AA•I 1 (2.0,..,1) IAA-11] 1?-OA·I 1
serin.a:glioxilalO. envolvida na formaçSo de glkina durante o
processo de fotorrespiração. Essa confüsão na nomendatun As duas am.inotransfcrascs mais bem estudadas cm pl.A1\US
decorre do fato de que a enzima 1em baixa especifi cidade pelo são a aminotra11sfer,ut do asparlolo (AspAT) e a ami,rotm,uft-
substrato, utiliundo lan10 scrina qua.n10 alanina ou aspar'lgi- rasc do ofanina (AlaAT). Justamente pela reversibilidade dessa!
na oomo doadores do grupo amino. Com a uparagina como reações, as duas eniiJn.s tamb(m são conhecidas, resp«1h,.
~ubstrato, o pr0du10 e o ácido l •OJCossuccinãmico, o qual so- mente, cOmO 1.ransamina.sc de glutama10:oxaloace1a10 (GOT)t
fre, em seguida, a de,samínaçio e a redução. não neccssaria• Lr.msaminase de glutam.ato:pimvato (GPT). A maloti:a dos l<*
mente nes~ ordem (vias I e 11): cidos veget.ais aprek'nta aha a1ividade dessas enzimas. As ainl·
notransft-rascs teri-am o papt:I de dar sequencia ao sistema G,S!
GOGAT, tMdo cm vista que o glula.mato e substrato de AspA1
""""""'
,2~•K
e AlaA1: Tambêm desempenham um p:ipcl impommtc n:as ío·
Vlafl
lhas de plantas com algu11s dos tipos de mecanismo e•.
1G!y 1 2'°-"ossuocina.1o Apesar de essas duas aminotransferaS('s apresentart m b;ai·
NAOH u especificidade peJo substrato, são enzimas distinrns.. Não i
NA[)'
conhecida nenhuma aminotrarlSfcrasc para a trueroonversl~
direta de aspartalo e alanina, apenas aspart.ato e gluta.1m100•
2-hldr0iltiswoc:i!\810 alanin.a t glutam,uo. Otssa forma, pa.r:i o N de aspartalo .st1
NA~~ lnnsfcrido para alanin.a (ou \•ice•vtrsa), é 11ecdsido p:issJJ
N
:.:=:i pelo g.lutama.10. Na maioria d0$ c-asos, os demais aminoá.ci<lOt
re<:1.-bcm
. M!U N via tru.nsaminaçãoou diretamente do gll1tallll'
1MAlato 1 10 oo de alanina e aspatta10,.
Ca pítulo 4 4-' Metabolismo do Nitrogênio 7)

Outras aminotransíen1ses car:ic1erb:ad11s são as duas em•ol· Biossíntese de aminoácidos


vidas no proces.so de íotorruplraçlo (folhaJ de plantas C,). Dirrta ou lnd irttamente. a t.r.ansamlnaç.ão I mponsávtl pela
Uma dcl:11, a :iminotransferMc de strina:gliox:ifato, c:a13füa formaçio do grupo 2•amlno de todos os aminoâcidos. O es•
reaç3o lrrevcr$fvtl: queletode carbono~ formado ;i partir de pr«ursorc, t n<ontrn~
CH,OH CHiOH dos na gllcófi!.t, na v'fa d:as pcnloSd--ÍoÚlllo e no d d o dt Kscbs.
1 1 Uma vi.s$0 global CU origem do csqudeco dt carbono dos 20
CHNH, • CHO - , . CHNH, + C= O
.1mlnoid dos proteicos i d.1da no ~ucm ;1 da f igura 4..7,
1 1 1 1 Eoonvenicnle dividir a biossíntt$e do, 20 aminoácidos pto·
COOH COOH COOH COOH
lserh\81 1Glio.Slelo j lo11e1n.al IHldroidplruvalo ) 1rico.s em grupos ou "famílias· de a,ordo com os C;tm.lnh<>s
metabólicos qut se inici;,m com dettrmjnados pr~ur~ re.s
E a ou1ra. a aminotrnnsferase de g.lut-am.ato:glioxib.to, rc-a• comuns. Essa. associaçlo pode su facllmrnte ~ riticada na
ç:lo re\'ersl\'el: Figura 4.7. Os pr«ursorts cm c-omum ~o ~ p:1rtato. pm.zva•
to. cri trose• ◄ •ÍOs íato. gJuta.mato c fosfogliccn,to. A regulação
COOH COOH d<':ssa.s ví3.S em•oh·t mecanismos de retroinibição de enzimas
1 1 alostérica.s em pomos•chave da -.·ia biOS$ÍJ\téliea, gera.lmt'nte
(CH,)i (CH,),
1 1 no primtiro pa$$0 e nos pontos de bifurt.ç..io,
CHNH, • CHO . _ . . CHNH, . c=o
6ooH !o°" 6ooH !ooH Família do a spartato ITreonina, lisina, metio nina,
iso leucina e asparag ina
1GMamalO 11"º""""' 1 ! l 2•00 1
Glici,,•
A fonnação da a.sparagina e do asp-Mtato ( inll.mamcntt' relacio-
A aminotransftrase de scrlna:glloxil:ito é a mesma enzima nada çOm o me1abolismo dt: carbono. dcta.lhado n:a Figun it i.
que catalisa a transaminação tntre uparagina c glioxilat~ já O C'.1.m.Ulho bi()ffll'ltético dos demais ffll inoãddos de$sa famí•
mend onad.a. Au im como AspAT e AlaAT. essas ootra.s am.i• lia, trconina, Usina. mctionim e isoleuC'U'o., QC:ii repr~ntado na
notransfera.ses não apresentam alta cspcçific;idade pdos subs• Figura 4.8. Ot'Ulhes dos passos enln' lre'oniN e isolt"llcina. .são
tratos, parecendo ser esta uma característica desse tipo dt apresentados adiante. junto à fanúli.a do piruvato.
eniima, Por cxt-mplo, a aminouansfer:i$C d,a serln:i:gUox.llato Em folhas, essa via biossimi tica estã sirusda no doroplll.StO,
pode usar ainda sc-rina t piru,,ato como substratos, e a localiiaç;\o subctlulv tm outros tecidos t dtseonht'cida.
•o
74 Fhiologia Vegetal

A regul11ç~u) dessa via é complex;i tm virtude do mimtro de da dcsidrogcnU<' d., homossc:-rina (ln$en.sfrel à trconina) -'SSt-
:uninoiddos produzidoS! cada amino.i<:ido rrgula a sua pró· gun, que a trronina n;io prejudique a sínt~ de meti(mina. A
pria biossintc:-.s.c 1)0r rttroinibiçio. e o prhntiro passo c11talisa- li.s.ina Inibe a sJn1,ue do di-hidropicoli11ato, a prhnelrn tnzi~
do pd;1 c.inase do a_(partMo .; tambCm um po,u o de controle da ramificação que leva à $-Ua síntese. O primeiro passo c0 •
(figura 4.9), 1m11n pa~ todos e,sc:-s ,uni,,oáddos, mediado pela d nase do
Ots$a íornu. cada .imino:icldo inllx a primcir., enzima asinrt:ua. é regul.:tdo pela lisina ( ptl11 treonina, São conl-.t.
da ramlf'icaÇilo esp~ifia da sua produção. A isOIC'ucin:i ini• ddas trC':S isoem.imas.. duas inibid.1s pela Usina e a ou!~ ptb
be a desidraraM da tl"C'onin,r, a metionin::i (ou !eu deriv:ido lreonina. Embora esse mecanismo de controle pcla a.span•1o
imediato, a S·-'dtMSil•metionina) age como repressor da cina.se evite que nem a lisina nem a 1reonina prejudiquem 1
cistatio11i11a-gamn-sl,1tnst ta treonina inibe uma das duas iso• -sín tese da outra, é c,'idcnte que :l$ duas juntas prejudicam 1
eniimas da dcsidrogenast dn homosserina. A ou1ra lsoenthna sín1ese de metióninll.. IMO é bem conhecido em plantas. poi$o

Piruvalo
Asparta10 semialdefdo

Piperi(fna dicaibo:dato
i
l
l
L,L-2.Wamh:ipimefalo
J
( 1'1'1$S0-2,$-di,minopimelato )
1
Figura 4 ..8 BiOssíntesede lisin,,, 11~ . iSOleuclna e medonln._

,,__
•••. · · · ····· · ···,, 1A! !'ºI ·····,...
18

,./ 1 A$p;l11Uto senialdeldo 1 ·· · •••.


; ..····.. ····,.1 2A] ··! \• , ..........
:
: )
.
Homossenna 1 \
··.
',,\

...... / \, . ...., \ iÍ
. .-,,r..,.,,na) ·····... ~-~ /.··
/ • I···.. \ \ 1Ulina (''
/ / .: 1 Metionin, :

,•
, .....ucl.. )-- ••• • •
S-edenosil-meóorina )
Figura 4,9 Regula,ç.ào da blonlnu~-se dos amlnoãddos d• fitmilia do 11spaita10. E:ru:imas-Chive: l :<in,ue do a~rmo (] isoenrim.is: A. s,enSi\~
à tttonlna.; 6 e e - sensiveisâ hsina}: 2: desldrogl:!\aSe da homosserlna 12 lsoenzimas: A - sensivel à ueonlna, 8 • ,esisltnte â ueonln.a); 3: >int#
do d1.flicl1opi(olil\lto: •: d,esidr,11ase da treonln.: S: ci,u1-fionina-9ama-Sintase. Obi.: as ls.oenlir'l'las cinase do aspanato-A OAJ e de-sidrogcf\lst
da homossenna,1;, 12113 são um M> poliPl'Plidio bifu,xlon~ ou seja, com dois domínios. um para ;urvid.cle de Cil\oJc do aspa,tato e outro e,;
a1Md~ de des.drogenan da homossenn11, sendo ambas as a1Nidades inibida.s po, treonina.
C.apítulo4 ♦ MetaiboUsmodONlltogfnlo 7S

cultivo de calos de arroiou plintulas de ccv•da i11 vitro oom partir de fenilafanlna. princlpalmenle). os quilb se .ic:umul.im
Usina e treonina jun1:u. no meio de c.uhivo leva à forte inibi· nos tecidos das plantas MM,.1$ condiç1~s.
ção do crcscimcnto. A lndu.do de mc-lionina no meio ellmfn,i
completamente essa inibição. Família do glutamato I Prolina, arglnlna e ghJtamlna
A biossintt'SC' de isoleucin:t stt:i 1r111adaJun10 à leudna, 1en• A (orm,1ç:lo de glutamina :, partir do glutamato faz parte ,io
do c-m vista que seus pas.sos mdabôUcos slo !Mn1icos. procC"-SSO de assimllaç-.io ck NJ-1 1· , já deulhado.
A prolina pode ser sinltli't..ida a partir ~ glutilm;ito por du.as
Familia dos aminoácidos arom~ticos I Fenilalanina, vias pamlrias. uma dirrt.1 e a oul.ra via ornitin.1 (Figura 4.11). A
tirosina e triptofano principal diferença m tu as du.,.s VW ~â na ,m:tilaçio dos in-
Os aminofcid()S "aromáticos" fenilalanina, tirosina e 1ripcof:a• tenned.iários de um~ delas. Pela ..u di.rctl• .após a formJÇio Jit
no $àO sintetizados a partir de f~focnolpiruvato (PEP) e e-ri• glutam~to $itmiakleído. a molkub .k' 1raruíorma em uma cstru-
crose•4·fosfato, lntermedi:1.rios, resp«1iwunente, d11 glicôlise turu CKlia (d'-pirolin:a-S'-c.arboxil:uo), pttcunora da prolina. A
e do ciclo de Calvin e da vb. das pcntos~•fosfato. O caminho cstru1ura ddka é íonnad.1 pda reação intramokcuJM (não enrl-
e bastante longo e apenas alguns in1ermcdi:ãrios-cha\·e a 1ão mátla) dos gn1pos :unino e a.ldeldo do glul:.a.tN.to san~do.
incluídos no esquema (Figura 4.10). N:t via dos derh·ados act1ibdos, a pmtnÇ3 do grupo a«11I lipdo
A rcgulaÇ'lo da via biossintétiça cm plant-:is n.\o ê btm a.o grupo ?,amino impnli: es...u te-'Ção intt'fN. e uma c,trutu-
conhecida. A primelr:a enilm.a. a slntase do J-desoxj.a1abi- ra abcr1a, a om itina. é íormada. A omitiN pode .iind.a l,t\-at à
no,.l1tpt11losonato (sintase do DHAP). aparentemente u:m form~ da tstrutuni ddka da proUn.i após a perda do grupo
duas L$0for~s, uma inibida pelo prcfcn.ito e outra pelo aro· ;imlno por transamir'la?Q. A o mitina tambêm t prt(Uf'S()r.'l da
gena10. os precursorti da feniJafanina e da 1ll'O$lna. Apesar de a.rginina. f~d:a após a introdução de: mais doLJ grupos an,u,o.
ha,·cr d uas rotas metabólicas para a formaçio de Í<"nila..lanina um a partir de carbamil fosfato eo ou.iro do .u~nam.
e tirosina a partir do pr<"Í<"nato, o caminho via arog<nato pa• A rtgula.ç:ão da sintesc do.s :amlno:iddos dC1u família (oi
rece ser o mais lmpottante para ,•árias plant:as na formação de pouco estudadil. Sabe-se que a prime-ir:. enzima da vfa da ilR •
tirosina e fcnila..lanina, ondt' inclusive fflt".S doi..s aminoácidos tese da prolina, .a sim ctasit dt pirroliria-S-ú1.rbox1l'110. uma en•
regulam $ua própria biossíntC"$C, Oe,SSa fonna, a regulação no zima bifuncional com :u ividadc de ânast d~ gama-glutamil e
início da ,ia pelos dois amlnokJdos ocortt de forma lndire1a, desi,lrogt,wsit tio gl11tama10 stmialdi'ido, ê inibida pC"la prolin.a.
via arogena.to. A ação do triptofano nesse mecanismo ê m<"nos A a.rginin.a inibe fortemente a primeira enzima. da sua Slnlcse,
conhecida. Sabe•se que a1ua como inibidor da cnzJma si11tau: a dnasc do N•t1cetil-gl11tamato.
do omronllato, ~ primeira en,zima da ramific~á<> que- le,,a à A sintese de prolina tem uma importinda t'Spec:ial em plan-
sua síntese. A primtira en.tlma da via, sintase do DHAP (além tas. pois está estreitamente rdadonada com o potc:nciJ.l hklnco
de outras CU via), é induzida por diversos C1trcucs.como lesão dos tecidos. Planus em condi,çOO de~('($$(' hidrico ou salino
e infecç6es por patôatn0$. e-m ratão da imJ>Ortància de$$e- a.• aprestntam de-vados ltOl'es de prolin.a em C.OmP:lr.'C.\o i,qu<las
minho m-ctabólko na produção de metabólitos ~cundãrios (a cm condições normais. E.sse fenómeno ~tt<t e$-l.ir rtbczonado
com um mccanismo de proteç:lo comr.a a fu.ln de igua. pol$ a
prolln:11 ajuda a diminuir o potencial Mdtico dos tedd0$ e, as•
sim, reter a dguá, ~~o é por acaso que a solubilidade- da proli•
na é muito superior (l6l g/100 mi) l dos outros ..unu,ooddO!io
protcicos (na faix:l de < 1 a2>g/l00 mt). Embor.1 asdua.s,laS
de s.in1esc de prolina sejam igualmente impor1.;i,n1..-s cm condi-
ções normais, a.s c\·idências Í:.t\'Or<Ctm a via dircta do sfu1amato
(sem ncctil~i<>) em condiçlks de tSlrh.\.C h.idrico.
H;\ outras tbrm.u de t'$1.ressc assod.1d:1.i :a muJ.an\~l> no me•
1Acido d'liquimiXI 1 1.abQlismo de J~inoJddos dessa famma. ~ o .::IM> da hipOJd...
l e comum o acumulo de :kiJo ga.ma-aminobu1ír1co (G..1ba).
1 resultado da dcsc.irbox:11:u;:lo de glut,1.m.uo. Is~ o.::otre, por
i:S('mpllll. em campos alagados. onde o sistema r1J1cul.Jr ou
~ ----- ---- !_ ate_a pl;i.nia int~lra fü:a <"n.:harc.iJ"' ou submersa, o que Jimi•
;' -~ --·--< ': nut a d1sponibilidJ.:k de o.'Ogo!mo. Como u pH J;i ...-Clula Wminu,
nessas .:ondiçõcs. a 1r-.1ruform.1.;l.;, J< glutam,uo {.1-c1Jo ) em
,./ Prefenato •/ \ G;i.00 (nt.>utl\)) pode t~r :tlgum p.ipd ''"' rl.:gul ..,;lo do pH.
: - 'I' : -'
COOH COOH
/ ! ! / ; 1 1
/ l : 11.._.,., t -- - (CH:h
1
(CNJt
1
: l I : i CHNM, - -
1 -
~ - ., , CH1NH1
·.--1 "º'°'""º 1 -.1''"'"""""1 "'r"-_.........,I
'
i "
COOH •co,
Agura -1.10 Biosslntese 00 uiptofal'IO, da fet'IH.Manlna e d,> tirosin.'I
(amlnoâddos . ,om!tkosl,, ~ [Gaoa!
76 Aslologia Vegetal

CHO
1
CH,
1
CH, H,C-CH, H,C - CH 1
1 1 1 1 1
CHN:H, HC CH - COOH Hi'\_ f H - COOH
ATP, NAOH booH '\N/ NADPH NH

~~
r~r •(··~•~······· ·'.~: ~~•) ···· · ·· · ···· · · ~····· i
N-ac.lil-Olu
Glu semlaldeldo H,O

N-aoe1il•Gl1J $etmiafdeldo
ó,' .plrrolina..S'-csrboxltato \

N-aeet!l~lllna
1 1Proina 1

©
Omlllna

ATP, NADH •
1NH,CO·OI' )

Glutamina • CO1• Hr0 • 2 ATP ~ Carbam'I fos"8to

•••
•••.··.j Arglnh>1 1 , / Argirl0$$ucc:inato ◄•-?~-~..,_ Citrullna
Fumara,o PPi •AMP ATP
fl9 ura 4, 11 8ionintese: dt profina e argininl, 1, Oriase de_~ama-glutamil. l . DHidrogtn1St do glu1.11m,1110 semi,1ldt ldo. 3. Redu1,1t4 do PSC.
4, Clnast do N-act'til•glutaf!'Mlto. s. Amlnotransftra.seda omnina.

Um fenómeno semelhante ocorre na defidência ~ K·. Nesse Família do piruvato I Leuclna, vali na e alanina
ca$0, os amlno5d d<» omítlna e arglnina são descarboxilados, A formação de alanina a partir de piruvato ocorre dhtlatn(nlc
lc-,·ando à fo~çio de grande quantidade de putresdna e ag- pela transaminação.jâ abordada. Assim como o Gaba, a alanina.
mati.n.i. Essas duas diaminas, por sua natureza básica, ajudam é prodU%ida em quantidades elevadas em condições de hipoxiJ..
a comba.ttt a actdifiação do citosol provocada pela falta de K·. A biossínlest de leuc:ina e \•allna lnkb-se com pl.ruwuo e il?gut
pua C'Quilibnr as careas dos kldos or2lnicos. Embora a pu- lll~w1:, . , ~ cLL1 oomwn .un~ da bifw,..ç.o qvc lcv• }. (om,,1.•
tttscina e a a.gmJtina derivem da ornJtina e da arginina, a pu • çào dos dois aminoãddos (Figun 4.12). Na figun 4. 12, também
trcsdna pode u.mbém $Cr formada a partir da descarboxilação
está reptesentado o caminho bioss:intttico da isoleud na, qut,
da citrulina ou. ainda, via a;gmadna:
embora pertença â familia do aspa.nato. é trntada aqui porqt)t
NH, NH, os passos metabólicos. a p.u1ir do 2-oxogutatalO, não são apenu
1 1 ldêntlc.os aos da \·alina.. mas catalisados pelas mesmas enzimas. A
NH, C= O C=NH
n-gulaçào dC.$$a via metabólica l complexa e não (oi totalm<nlt
1 1 1
elucidada. A desidrata.se da treoni.na é inibida pela isoleucina. A
NH) c=o NH NH
1 1 1 1 kucina inibe a primeira enzima envolvida na sua biossíntese:, a
(CHih OP (CH1), (CH,), sintase do 2-lsopropilmalata. Tanto a leucina q~1an10 a v.aUna ini·
1 \. 1 1
CHNH 1 --',__-+I CKNH, - - - + CHNHt ~ m a primeinl enz.irna da sequência de reações cm comum. sut•
1 1 1 tase do acttofadato (~igura 4.12 A): porêm, na presença dc:» dois
COOH COOH COOH aminNd dos. OCMe um efeilo sinergístko, no qual a inib içlo l

~ f.:.
OmiCif\f maior que a soma de cada um isoladamente.
-K·
Familia do 3-fosfoglicerato I Serina, g licin a e cisteina
co,
O agrupamento de serlna, gUcina. e d sttina é (âciJ de justificar
NH, Nlit
cm razão da proximidade metabólica de$$Cs aminoácidos, po-
1 1
c= o C = NH rém a definiçio do pre<:urSOr é difícil, pois conforme o tecido
1 1 da planta, oesqudeto de carbono pode ser dtrivado de 3-fosio·
NH 1 NH NH
gticcrato (3 PGA) ou óbu.lose bis-fosfato (RuBP) (Figura 4 .13),
(!H,h +-- -- (68 1), +-- - - (!H>, 1
Família da ribose-S-fosfato I Histidina
1 1 1
CH/4H1 CH1NHi CH1NH,
A histidina é um caso à pane pelo fato de seu metabolismo scc
1Pulrescina I( N-carbamH-pvtttwna 11 Agmalina 1 isolado dos demais amlnok idos e nlo prrtenctr a n cnhu ntJ
Capitulo 4 ., Mcm1bolismo do Nitrogf ni,o 77

"faml1ia~ A histidlna f o aminotddo que menos chamou a 11 abordagem da suai assim,faç.io nes1e caipitufo. Alt:m dhso. a
atcmçào dos pesquisadores e, portanlo. sdo poucos os 1raba- usimllaçio do enxofre segue um caminho muno pnrtddo .-o
lhos a respeito da biossíntese desse aminoácido em plantas. De d aquele do NO 1••
qualquer forma, já é conhecido que a biossín1ese da histidina A plantai retira o enxofre do ambiente na forma de sulfa10
se inicia a partir de ribos.t-S·P, conforme indiudo na Figura (SO/· ). Esse ion é absorvido pela ralt por transporte ativo
4-,7. e segue uma sequlncia longa envolvendo nove endmas. O mediado por uma prottina tnnsportadoca, e o procc.no en•
primeiro passo, catalisado pela ri/Jou •/01/ato difosfo-clruJSt, é o volve o cotransporte de tr!s prótons pa.ra cadai mulécufa de
ponto de controle da via. pois ê inibld3 pela histidina. SOt. Sua redução e aul.milaçJo ocorrem nos plastfdiO$ da
rah: e nos cloroplastos da folh.a, após transporte via xilemil.
Assimilação do enxofre alé .a parte aérea. Dentro da organd a, o SO." é reduzido para
, ulfeto (S1·) em uma sequ~nci.a de rc.1içôes envolvendo ATP.
O metabolismo do enxofre em plantas tem os aminoâcldos glut.ttiona (GSH) e fertedoxina (Fd) (Figur-ai 4.14). A kqutn-
cisteina e metionlna como peças fundamentais, o que justific:i cia se inicia com a ·a1ivaç.10· do SO/· por ATP. formando

~1 ----
NH..•


@es-:,ratase da !recnina )

~~~
,,.- >·····I
R·~~- _i__... . ... ... ... . A
Z-oxobu1arato

Pirvva-10
:

! (""""jst"'~ 1 A.çe1o-tiidroJi:ibut;ir.ito

.f .J KAOPH
i; NA()P• •••••••••••• ••• ••••• e HADPH
NADP-·

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2,:kli.flidroxl-i:so't'ale,alo
.. . .•• .•• •••• ....... e
2.3-<ll--hidro.ximetilvaletato
' ' H,O
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Leucina 1
• 2-0G
Vallna l
. isoleueina J•....••·•··,
.
·····...... ........ ......... .,
Fltu ra 4.12 8ioníntese de vallna. leuclna e i.so)eucina. A, en:ómasdas reaçõH A.s O S.O as mesrnu para os dolsc.am.-.hcx tiioss,ntêucos.

,--'-S~IA!eto
~ • 1P-HidrOIÕ,pin,walo ~ I P•Senna ) Setina

• CO:•Ni-4,'

1Hlat0xl•plruva10 1 Gliâna

f::_•2-0G

~ ~•~•rl--- 1f.Gl~~,,~-~;~~1--- ·~"'"


-l~•~-0~,... 1

Flgun14.1l81ouintu4 de gllcln~. s.erina ~ cnui,n•.



18 Aslologia Vegetal

lso:·) ♦ @-------.;,;"'--='-'• E)
{AMP]

~
s . OH
~
~~ .........
o

-
1 1 1
CoA CH, CH, CH,
1 1 - 1
CHNH, CHNH1 CHNH,
1 1 1
COOH COOH COOH
1 Seril\il 1 jQ.Aoo...,;na) { Cls<elna ]

Figura ◄ ,14 AsWl'IH~o do enxotr. em plantas vuculatts..

APS (adenosina S'.fosfosu.lfalo). Em s.eguida, o SO/° de APS lrtland R. Amino add and uuidt biosynthtsls.. ln; OtnnJ~ OT, Tur•
1 redu:tido por elétrons retirados da ghuation:i e liberado
pin OH, t dilotS.. Plant phy.s.iology biochtmislry .and molc:cu!M
biology. london: Longnun; 1990. p. ◄07.:?l .
como sulfito (S0,"). O so,:- livre ê reduzido as:- pela en• Kabt.r WM. f-lu.ber se. Po~•lramla1ional rtg:ul:u.lOll of nhratr rcdtK·
zima rttlutost do sulfito com a participação de ferredoxina tuc: m«h;u1ism. ph)·s.lologlcal mtvance ind t1wironmmtal lrig•
como doador de détr0n1. iers. J Exp Botlny, lOOl:52:1981 •9.
Fin~ltrul'nt~ o s:• ju.nt:i.-~ com um11 mt\li-ru l,i d,- urina Kr.ipp A, Plant nitrogcn usimibtiOn at1d its .-qulatlon.: a compk:t
pui.:tle with mi~ing pi«-ts. <.:urrtnt op1n1ons 10 t'lant lj1(.ll0gy.
(,ia o-acctilscrina) para formar cistdna. Normalmente, não 201S: 2S: JIS·22.
há acúm ulo de cistdna, pois ela ê rapidamente utilizada na Lta PI. lrdand R,. r,;itrogen m~abolism in higbtr pia.nu.. ln: Singli
biossíntese de me1ionina ou transformada em glut.ationa (um BK. edi1w. Plant a.m.ino adds biochtmisu y and bl(l(tdtnologJ
New York: t.Un:d Drkktr; 1999. p. l-41.
tripeptidio composto por gluta.roato + cisteina + gUci.oa). 1.r.t PJ. Nltrogrn mc1abolism. ln: Lta PJ, t«good RC, c:dlto11,. PIMlt bio·
chtmistr)• and mokaibr hiology. 0.khol.tr: Wiley; 1993. p. 1SS·SO.
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Buchltlan 8 8, Grisun W, Jond R.L tditoN, BiQcl~mistr'~· and mo• Schuber1 KR. Pt odu,m of blologkal nllrogtn fucatlon lo hitbti
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synthffl, and aceumuJaüon in plVlU, Annu.al Rt vitw oíPlanl 8i• highcr pi.a.oi$ c:omp.a.r1-tivt physio&ogy and tcolog.icuJ ,o,ut·
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bdand R.. Lea PJ. Tht tnt)'mts oi glutamine, ~ulamatr, a~ragint , T•k•hashi H, Koprin S, GiorJano M, Sai10 K. Htll R. Sulíur llS•
and aspanatt mtt.::ibolism. ln: Slngh BK, «lilor. Plant a.mino ac• $i.mH~lion in pho1c»p1lhc:1K organisms: mole<ul,1r (unc1i011s ur.J
id$ bi<,IC.Mmistl')' aod bi(l(cdir,olog)'. N1;,w York: M .im f Dc:klm; n:gul:ations oí lr,u»p(lf'lc:11, and ;usimil.1101y t1lZy1fü'S. Annu.:d Rt·
1999.p.49-109. ,•icwc,l Pbnt 6iology. 2011:62: IS?-84.
Fotossíntese
Nidia Maj erowícz

O que move a vida? LUZ


Ili
A fonte universal de e-ncrgia da biosfer.a e o sol. Com e-xce• c10,of\1a
~o d;i$ b.ic;t(rias quimioautocróficas, toda a ,•ida no plantt.1
Terra depende direta ou lndirttamcntc d;a fotossintc,c dos Por meio do lluxo de energi.l sol.ir, c.inalizado pela foto~-
orgtinlsmos dol'()filados. Atê mesmo .is fontes de entrgfa que síntc.st. vompos1os com baixo nível de encrgi-1 são con\·crcidos
movimentam :as máquinas do co1idiano, c()mo o petróleo.. o em compostos orgânicos ricos cm energia. como os carboi-
gás natura) t' o carvão miner:1.I, s4<> produtó$ d.a fotossíntese dratos. A energi-1 earmaunad• n;a.s ligaçôe'squím1ca~ d;i\ mo-
rea.lh:ada por organi$m0$ que ,•ivcram milhões de onos atds. lf?Culas dos carboid.r.atos.
0 $ org:11,ismos vivos são sistemas org.aniz:idos.. e-m per• Nos doropl~1os. prcscn1es em 1od:as :u d lul,u fotoS5mtc•
liianlC'$ eue:irló1icas. a enttg.ia r1di2nre 2b~rv1d.1 pitlos p1g-
rnanente estado de não cquilibrio termodl,,.lmico. A mama•
me,uo.s fo1ossinté1icos é utilizad:1 parn con\·tner CO, e .igU<1
tenção dessa condlçdo. ou seja, da vida, exige ,1 entrada de
em c1rt>oidra1os e outras molCCub.s orgfoicas. A ÍotÕSiint~
um ílu.xo contínuo de energia livre, Em geral. os processos
transforma moléculas oxidadas. com baixo cometido dt- e-ner-
natuniis são e,pontãncos. De acordo com :i segund:i lei dn
gia, ('m moléculas com ('leYado poder redu1or e comeUdo de
Termodinâmica, os processos espo,uine()S rendem a ir de
energl3.. Nesse processo. a luz. impulsiona clé-tron.s patl n1•
uma condição de aha tnergi,1 para uma condiç.ão de baixa vtl$ rn.1is tlt, 'ldos de t'ncrg:ia. o que c.1rJcteriza um prou..~
energia, d issipando energia tCrmica durante o proceuo, :ué t«modh1:lmlco não e:s.pont;inco. O oxigênio liberado p:irl l
alcançar uma condição de equfübrio. AMim, 1odos os sis• atmosfera n:tda mai$ , qut um subproduto das rcaçffl fo.
ll!m ~, tf'nd r m ro ~~ <i~sorg-at1~111r. a t~ 1,0,rn:,u· c:id111 \/<"X m 111i.~ tú:oi.intf:til <1l>. Ai. mih)i.:c)m.lrias, presentes cm iodas as celullS
caóticos. Isso sig.nific.a que a degr;adação e a desorganizaç-ão eucariótic-as, degradam os e:ttbo1dr.i1os. trJ.ns(cnndo a ener-
são próet$$0S espontâneos nas ctlu1as. nos ecos5i.s1emt1$.. no gia 1,ueriormcnte ormaun-ada nas lig:iç6<s de urhono para
Universo, e que a organl<?aç!o dos sls1e,nas biológicos S< en- molêcul:1$ de ::idcnosina trifosfa10 (ATP). O proce-s.:so deres-
contra permanentemente ame.a~da. A manutenção da or- piração celulat C01hOme oxigfoio c, ao proJuiir CO; < Jgu.-.
gn,,li.,ç;io, o crescimento e a cons1ruçiio de estrutur.is co1n• complct:t o cido. Compostos ricos cm cnetgi:i d:!o ong('m J
plcus só podem ocorrer à .::usta de um Influxo connant.: de n101<culas com OOixo c()nt<údo de energia.. A r~pit'tlç:lo e. a:,•
cncrgl11 a p artir do m<io ;unhh:ntc. sim, urn processo termodm:i.micamcntc espontin~. Em .:.1.!11
Os organismos não fotossintetiumcs (hctcrocróficos). (l'an.sfotma~o. parte d,1 e,ltl'gra ( dissipada par1 o .1mbitn1..-
como onlmi.\is, fungos e b/lCh~rias, s:1o depe,,denits de molC- na forma de (odor. Assim. o !luxo de encrgii biolog1.:.11em um
culas orgânicas prê-fornuda.s, obtidis por meio da alimenta• sentido linko, só podendo (i'r .:on1mu1dadc se homer intlu.-co
ção ou absorç:.\(). p;,ta o .suprlmi'nro de suas dem:uubs perma• pt:'nnanentc Je entrgia solar (Figura 5.1).
neo1ts Je energia,: dc mat~riai.,prima~. A <.kgradaçâo dt' mo-
léculas orgflllk:l..$ tlc.lS em cnergi:a, por meio da fonncntaçiio FCllossintew Resp,raçao
ou r«piraçâ.o aeróbia, <rcsponsâwl ptl:a hber-'ç;l,O da <n<rgia ""º•
utilizada p()r tsses O•'g:anismos {Figura S.I).
A at i\'id.ide ÍOlossintt'tiC'a das pl:inta$, d:is alg..1s e de :il•
gu mas bactérias promo\'e -a conversão 1.' o armatcn,m1i:nto
d:i c-nergia solar cm molkula.s Ofgln ka.s rkas cm energia,
o pa1•tir' de molkulas i11orglnic.u simpll·S• .:omo o CO: e :i
H ,O. Somcnle esses org;ml.smos conS<guem lr.ini.lormar
e ,;ergi.l lununosa tm enl"fSi,1 químic:i •.mmcntando. .l.S$il1l,
a c-nergia livrl" Jisponivd rar:i os seres \'WOS c(um, mn 10,lo. .r
A re.\~;l(> global J.1 fotoss,nles..- (c-.:..-ecuanJo-sc .is bJctiria.s •
8a.>o
fotossi11tctizantcs an,wróbi.b) polk .-.c-r 1cptl'St'1HaJa J ,1 Sl"· Fig1,.1ni S. I Rô!Sp,r,1çJO e foto\,lnlf'S~ s,k) P•oc•ssos b1olog1c01 de COf'I·
gmnlc 111.i n ,·ir.l; ~ , ~de e.ic.-191J com,,e,ore!'S te,modmsmw;.1men1e,o,pos1os.
80 Asiologia Vegetal

Fotossíntese I Um processo de um procmo de fotoxidaç.ão. Entretanto. 11.s bactérias íotossln.


oxidação-redução tetitantn primith•a.s. anaeróbias utilizam vários outros corri.
p0$tOs como fontes de elétrons (HJ, H 1t moléculas orgãn~
A $1mpllddadc d:i. equação globaJ d:i. fot0$s(ntc-.sc ( 1) não re• etc.) pa.B a rcttaurnç!lo da neutralidade da clorofila espe~1
ílete a grande complexid:tde do processo fo1ossintétieo que
dos CR, e não a i gua. conforme cx.tmpHticado na Figura S.2,
envolve numerosas reações de conversão de energl:t e bio•
m1 seguinte: equação:
químiCi.s. Tanto a fotossinte:se quanto a rt'spiraçâo celular
são eonnit'uídas por um conjunto de ttaÇôt$ dt rc-duçâo c- l uz
oxldaç!o stqueneiais ... reações rcdox. A reduçllo é o, tra.n$:Ít • H,S - ½S+2 H'+2e·
Bactedoclorolila
r~ncia de um elétron (e·) ou de um elétron junto a um pró-
ton ( H' ) de uma molécula doadora (O) para uma molécula As bactéria.s que utílli.tm o HtS como fonte redulora produ.
receptora ( R). Diz-se que a molkul:i. doadora foi oxidada e iem o enxoftt elementar como produ10 da fo1osslntesc. Já~
que a molécula receptora foi reduz.ida, o que pode ser repre• organh,mos que u1illum a âgua como fonte redutora gc-ram 0
sentado por: Ot' que é liberado para a atmosfera:
O ♦ R-O• + ft [2) luz
R ♦ H♦♦ e· -RH [3) Clo,ofila
As reações de oxidação e redução são de fundamental im• Com a ox:idaçllo d:i. água. promovida pela luz, além da lil,t.
portânda para comprttnder os mCQrusmos fotossintétiCO$. ração de 0 1 e de elétrons. hã um acúmulo da H· no interlc.
A reação primária da fotossíntC$t, por exemplo, é uma rea• dos doroplastos.. Conforme- será visto adiante. o gradiente de
ção de transfettncfa de elétrons entre um.a forma especial de concentração de- H· formado no interior de doropla.s1os eons,
dorofila e uma molécula rt'ceptora especifica (Figura 5.2). Ao titui a força motriz pva a sCntese das llg:içóe.s de alta energit
tt«:bercm luz. os dc!:trons das mC))kulu de clorofila do exd• doATP.
tados.. Dt modo C$pedfico. u molécuJas especiais de d oro6-
Ja, loa.liudas no coração do processo fotossintc!:tico (untros Fotossíntese I Um processo em duas etapas
de reaçdo - CR). ejetam elétrons ao serem excitadas pela lui .
Tomam-se, assim. oxidadas. e a.s moléculas re<:eptoras ficam Jã no início do $éculo 20, ma.Is precisamen1e em L905, um
reduzidas. Na sequência, os elétr0ns s4o transferidos para os pesquisador ingl!s chamado Blackrnan, interpretando 01
arreadores do processo fotoqu.únJco, gtrando energia quí.mi• seus resultad0$ experlmentais, condu.iu que a fotcwinttS( i
ca. l: importante desucar que as moléculas de cloro6Ja dos CR um processo que $C d& cm duas etapas interdependrntes. /u
oDdadas pela luz sio imediata.mente: reduzidas, tendo a i ua reações re$ponsávcis pela transformação da energia solar ca
neutraUdade restaurada e permitindo que o procC$:SO se repita energia química in1egrim a etapa fotO<Jufmica da fotossintcK.
de modo cídioo. Na matona dos orpmsmos fOtQU.lntetlz.a.n• wul.,6u .;(1.:11:i«.il,U oomo ,~_.~ dc~11dc11tr:J de luz. D u.ruk
tcs (daoob.aetêrla.s.. algas e plantas), a moltcula doadora de a etapa fotoquímica, a energia lumlnos:i. absorvida pelos pii·
elhrons para a clorofila espcdaJ do CR é a água, por meio de mcntos fotossintético.s é com·ertlda em ATP e NADPH (podtr

FolOS.!llntese gerador.t dt Oi F ~&lnt.clM nlo geradora de OJ


Centro O. reaç:io cen1to de re.açao

1ATP eNAOf>H 1

Carre&do(es
de elé.trons

2H· ♦ 'l,S1 H,S

Fo•cudda,çêO da H,O Foeoxidação da H,s


Clanobad êrias. algfS, pl&MM B~rlas to1onintcliz.anl.o$ S4.llfvrosas
Rgur• S,2 A reaç.a,o prlmârla da fotouintese fuma ,eaç.lo de o.xlutduç3o ff\lJe mOloéculas especiah d~ clotolita o (CLJ ou bauerioclOfoN, 1
(BCt) e l'f'ldkulas rt<tpt0<as de elétrons (RJ que, na sequtnciõ, tra.nsfetem os elétrons exc~dos para ouuos caueddores. Nos Of'!)anis,nos f-otcl
slntetiuntH gcr•dOfu de Ot (ci.1nobactMas. .1lg,1s e plani.s). • mcMcull doadora de elétrons para a ,~ 1a1Paçâo da M\llfa1idade das clo«o~II&
esc,eciais f a iguil. úintudo. f\ilS bKtéria~íotosslntetiian1es ana,e,ób&as. os doado,e~ de elétron, podem ser dJe,entes moléculas 0 ,gankas (IJ
lnorg.init.M, COMO OH~ .
C,pflu.., S ♦ fotossfntese 81

redutor). A etap.a seguinte compreende as rtaÇ6,cs l"ftx.imâlkas A íoton (nra.e, " m processo es.scncbl inr:i 3 vld:1 no pl:a•
de linçào do CO, e sinltse de carboidratos (etnpn bioqulm;. nci.a, p•r.a a sobrevivfflda e qualidade de vkb humana, IC'm
cn). A erap# bíoqulmica da (o<Offlntese t movida pelo ATP e desafiado a. d lnd a. e origin.1do miJham de l~Nlhos cie-nti6-
pdo poder redutor gtrados durante o processo (01oqufmi<o cos. O volume: de informaÇÕC's e " CómprtttUào do pr~so
(Figura S.3). foto.s,inttlico vbn cttscendo vclcnmente:. O caminho trilhado
Os diferente, carboidratos ge:rados na ío<cwinle:se, com pela ciincb p:i.ra compreC'nckr a fotossíntfU, em toda$ .u suas
NO;, NH 1' e oulr.» sais inorg.ãnicos absorvkios do solo. sio dim-eruóes. 1cm sido ponruado por lncmr w . polimlca.s. pro•
matérias-prima$ para a biossíntese: de uma gama enom,e de bl,emas ticnkos. hipóteses e ,~tias cqulvoc.ada.J. como ocor~
moliculu orginkas etsenciais (aminoácidos. lipídios, pig• em todss as ârea.s do conhed mrnto hum:ino. M:u t.:imbbn
me.ntos. celulose, proteínas, 'e.idos nudttkos, hormõnk>s etc.). vem produz.indo fa.boJ0105 salto, no conh«imn uo. t pr«J.so.
que comporio a e.strutura e o metabolismo. tt:sultando no portanto, rmalla r qur os conce:itos e modelos sobtt 3 fotos•
crescimento e no desenvolvimento dos organismos fotossin - síntese serão apr-~ ntadM ne:ste tato de: uma maneira objttl·•
retliantes (Figura 5,4). va, didJtia , sc:m destaque par.a as contradiçôts. os esforço• e
Convém deslacar que u denominações •inções n~ de• as dinculdadu encontrados .10 longo do caminho.
pe.ndttntes de luZ- ou -..eações no esC\lro" para a ebpa bioquí• &,e capítulo está subdividido mi quatro grandes seções: a
mica da fotossíntese, ftt:quet1temente encootr.adas em muitos prlme:ira dttscr~••«á a e.strulura ana1ômia e estrutun.l da (o-
1ex.1os. $10 muito mais uma decorrlncla do ln tamento expe- tossíntese; a segunda abordari a conversão da energia da luz
rime:ntal d.ido à (otossúuese que uma tt:alkb de blológka. Em em energia qulmia (Napa fotoquimia); :a t«cnra ltata.ri do
çondiçôes naturais. n!o há e:bpa bioquímica da fotossintcsc. me~boli$m0 fotos.sintético do carbono (ciclos e).' C 1 e MAC):
ou se:;,, aS1imilaçio de COt' sem htt. Além da n«midade de e: a última ::abordar.i os principais a.sptctos ccofuiológ!cas u •
ATP e NADPH para a realização du 1tações entlmitk a.s. a socilldos no processo fotos.sintético.
lui, fundamental para a atlv..çàc) de enzimas centrais do ciclo
de: re:dução do CO •. Estrutura da máquina fotossintética
A fotossintese sê proce$$a sunull\lneamente em inúme:ros
n.fvels de organização. abran~ndo des~ a planla como um Os comp0ntn1es tse:rulu rais da fotou ln1ese form.un unu hie•
lodo (p. e:x.• 1.rea IOlal ~ intCfCc-pt~ão cb luz solar) :a tvtntos rarqufa com dlfettnte:s nlvel$ ~ 0rga..nizaçio. de dimensões
que ocorrem em uma t"Kal:a de nanõmrtros (1 O.. m: p. e:x•• e complexidade djferentts.. que funcionam ck modo coope-
membr.an3$ dos docoplastos); de eventos que $Urgem em uma nuivo ,e integrado oo meio ambie:nu- (Figur-3 S.S). Nesp dis-
escala de tempo compm:nsi\·d para os sen11do$ hu~t\OS (p. CUUào. este c.:1pítulo se: limitar.i a examinar alguns JSp«tos
ex., acúmulo de biomassa) a process01 que ocorll':m t m bi- esa:rutur-3is re-levante.s p.ara a comprttru:ão d:1. dln! mka da fo.
Lion.és.lmos de segundo (fluxo fo1oi.s.lntt1ko de eléirons). A toss.intese nu pl:ant:1.$,, bem como a sua in1traç:lo com ~10r't'$
COmJ)femsão do proc:mo íotossintético depende. portanto. ambientais impon :1.nres. Um breve comentá.rio sed feito sobre
de pesqu~s que focalium dlfett:ntes nh·eis de organização a es.1rutura foliar, sob o ponio dt vista íundon.al, e sobrt- ai·
da.s planta.s, do molecu1ar ao organjsmo como um todo e da guns aspectos uhraC$trutunlis dos doroplu 10,..
intetraçio entre: pesquWdom dt diferen1c-.s á.ll':.as da Biolog.ia.
Fi.ska, Quúnic.i, M.atemâtic.t e da Engenharia.. Folhas
As células das alg.u e b;actéria.s fot:ossime1izan1u rc.tli.um 10-
d:is as funçõ.:5 6siológkas indisp<n.si vei.s par.la m:.anuren~ e
o crescimento do organismo. Vivendo cm ambi<ntc :aquoso ou
úmid~ a~m da fo1o.s:.súl1cs<, essas ctlul~ Wsorv<m nulrien-
tes. l'C'alitam troc:lS g3$ô$a.S e con1rolam o próprio equiJihfio
Mdrico. Ao invadirem e coloni.t.1r<m o ambic:n1e ltrrCS!rc:. 0$
o, NJP• A organismos fo1ossin1<titames pluricdul.lre:s for.un p«-.S.SIO•

-t
-lca ! ATP

NAllf'H

NADP-
Etopa
bloqulmica

t
n.Ados a desem•olver <strutunis e: ôrpos dii<rentcs q~ pos~
sibl.lit:l$.$cm enfrentar os nO\·os d<SltioS imp~os J)Jlta ;1 su.&
sobtevi\'lntia, .:orno:
1. A absor~ão ck .igua e nutrientes do resc:MtÓrio Jo solo.
2. A in1ercep13<ão de lut e 1roc-.u gasosas didc:nru rom .i .11•
mosi<r;a, principalmente PJ!ra a aquisi,1\o do cor
3. Um sistema d< 1ranspor1< que p..-rnullf.k .1 cir.:ul.11,.io d.11
~gu., e dos nulrient1.'S :tbsof\·iJos J1> solo. b<m .:omo ;a t:)( •
por1:.1ç.io< a drcul~:io J.u mol«ula.s org.inw.:u geraJ~ n;a
(omssínt<$C no org..snts1no .:omll um 1oJo.
Rgu~ S.3 A fotos,intese ê um proctt»o conJCJltw qu~ ocoue M'I
du;u 4!t.tpu intc1ckpendtntl"$. Na et.a~ fo1oqulmi<:a. a energia OOS -1. A .:ons-.-l"V'.11\J._, J.1 .igUJ no interior Jru leciJlkS por meio Ja
fótons de luz é t1•n1-fo1m;,da em ATP e NADPH nas metnbra!\lS OOS imp<rmeJbi!Wçãó d< sua.s sup.:rtkie:s vc1emõlll.
tilacoidos. Esws molku&aJ ricas em e-Mrgi.a s.\o nec:~sMls par.a colo-
car ttm mO'lflmen10 u rt•~ôt!s bioqulmlcils que ltilMformam o C0, em o Pfll.:N.So l'\'Olurm, das foih;&.), <i'.OIU',) órgios fot().)Sinlt'll·
ca1boidra1os no esuom.i dos dofoplastos. .:os. lllim li< in.:orpot.ir ,u tuo,l)c's ,lc:s.:nras n,)s ,1c:ns :? e J.
82 Fislok>gia Vegetal

Qesdmento e
+--------~1c:1esenvolvimento
~
( Bioqolm.a !

._...
dorollas.. carotenoides
[ Pod4r redutor
(Fenedoxlna. NA0tt. NAOPH)
~

Cetboldratos

Transferftnc:ia de energia
de ewtação ele1rtinica

r.;:;:õP7 ~
~ '-------' ... -
NAOPH

Ff9ura SA Princ.ipais eta~~ da focossíntne e sua reCaçl o com a promoçao de biomass• Vf9et.JI. O esquema aractM1~ de modo slmplifkado t
gMérico,a Comotrsào ~ c-nttgi.J lumlno~em energia eletroquk'nica, a inter11~io entre as eupas fotoqu(mlu e bioqulmka, bem como,1 rela(àO
entre a fotossint~. o metabollsmo e o creKimMto das plantas. Adaptada de L-lor (19871.

te\'e de contemplar, neccsdri3 e slmult2ne:1men1e, inecanjs- âgua (Figura S.6). Os tedd~$ fo1ossimé1icóS locaJizam-se tn·
mos r6d entts de conservação da ãgua nos tecidos foliares ire as duas cam11da$ epidérmlca.s. podendo organizar-se em
(it<'m 4). A ág:ua i o principal componrnle de todas a.s cé• e.amadas colunares, geralmente íonnadas por uma ;1 três c.i·
lulas, preenchendo os espaços in1erulul.ares e c.apll2res d11.s mad.as de células, <knomh,adas parb,quima paliçtidico. e cfl1
puedes c:ir.lulard. A evolução e o funcionamento foliar sem• camad3$ de cilulas, com íorm;ato irregufar, que se disp()('1'!l
prc es1lvenm, p,c>r1an10, p re.s.sionados por duas dtmandH deixando cnonnes t"S~ÇO$ aétl'()S entre si, denominadas pd'
«sendais e comraditôrias: a muimitaç;io d:a c:ap:acld:adt de rb1411im1J locum>so. O ~rC:nquim, paliçãd lco. l(l(ali:udo
absorver Juz e o C01 a parLir da atino.síera, e a capacidade dc junto à supetfk ic superior das folha.s, geralmente :'IJ)ro.'senLl
consc-rvar água no.s tecidos em uma atmosfera e-xlrcinamt n • e/lulas com malm númer'() de doropla.«os qoe as cêlulas Jo
1.edcssecante. pari nquima lacunoso.
Uma folha LÍpic:.a de um.:. d icotiJedó1\ea é recobcrla CCHn Grande parte do dilema entre a ma.ximizaçâo J 3 aqu1si·
um ::1 tprdermt: superior e ouu a inferior, lmp,trmc,1biliuida.s em ç.ão de C01 e a minit'n ilaçào d.a pcrd:i de águ:i p<los 1~-cidOS
suas í:aces etlernas pela c111ieula, o que minim iu a prrda de fali.ares ron\tttglu para a evoluç-Jo de mir1l1.scul3s ~ 1m1urJS
Capitulo S • Fotoulnte1e 83

porosas deno minada, c.11ômaIos (Flgur.i 5.7). E.~tts ii:himos


Molecular conlêm porl'.I~ qut: permilcm a comunic;,ção cnlre O\ t5p:tç(li
Enziml'ls, pigmentos, oofalorea
aéreos intr.afofü.res e a .1tmo.sícr.l t'Ãlerna. As supt"rfide11: íolla•
rt:s, tt1pcci;1lmcnle a t pidcrmc infcr'ior. slo dot:u,fas de n11l_h;a.
Supr;,olecular rC'.S de cstómato.s c:uj'u distríbuiç.fio e quan11dadc dcpenJt"M d.a
Complexos proteicos, mel11z. espécie t: d:t.S coodlç~s •mbit:ntai.s.
fpidlca das membranas
Os cst6matos 1êm um• alia c•padd.ldt difu.si~. () q ue- pos.,
~lbilita uma intensa t1oca de g.a..sn: enlrt' os C'~paços .ltm,s
intrafoUares t' o mdo ambitnl(, O gr.1u de abertura do$ cs-
tõmal()S, entre1.into. canctcriz.a.-se por um,1 cxlrn0rdim1.r,a
versa1illdade e por um fino controle em virtud, d.is c<.mdiçõts
hídricas d• planta. de fatores internos t' ambienta.is. O poro
Citulas fotosslntttk:as t'slOm:itico é m:ugeado por um par dt' cêlul,1s ~c:c,ais deno-
minadas cllufas-g1mrda ( Figurn 5.7), N,1 m.tiior p.artt' dos ca-
$0S, as ctlul:\S•gu.uda são circundadas por ctlula.t: t'pidfrm1c:.u
Tecidos
F>arênqlMna lacuno&O • pailiçàdieo t"Spcd aliuidas ( diférenciadas chamad.1s ci.l11/as subrid1úm,s.
O poro t'Stom;itico. com as d lulas-gu.tird.ti e as d-lulas subsi•
di:iria.s.. é conhecido como complexo t'Slomá.riw. As cétufas•
gut1tda funcionam como válvulas hidr.iulie.tis. AJ vaoaçõe$ no
seu \'Olume são rtspons,kel.s peJo controlt" do gr:tu de abtr•
turn dos ostiolos. O gr.iu de nbcnuni. por $ U:& ,.,a, 1nftut'nc11
Dossel dll planta dcdsiv;imcnte a cUfu.são do co, para o 1nterinr dos ~paços
Eslf\ltura da P81'te aêrea ciu• iltffl'fere na
in1..-çcc,t.içlio do. klz: depende da morlologia,. :,éreos foliares e a perda de :igu,1. na forma dt vapor. para a 31·
da lloc.nia e do ànglAo d• inS(lrç._,0 dllS fOllas, mosícr-a ((cnómc.:no da transpiração). Urn:a pt:rda de igll3 por
do5 r.,mos e da rase do desenvoMmeMO
da cada e:5J)6cit 1r11nspiraçjo maior q ue 1 capacidade: de .ibsarçlo pefas r-aizt:s
dâ origem a um proct:sso de dt"sidr.,taÇjo (estrtss:e hídrico}.
1 normalmente controlado pela i mé:di:u-a ~uç.5o do grau de
1Comunidade v~tal ) abertura dos cstõmal0$.
F1gura S.S Os componentM esuutu,aisda fotosslnte:se 0tg;tinirMn•~ A arquitetura e o ã.ngulo d( inscrç:ãc) das folh:l..\ n1\ pbntlS
e m difc-ren ues. nlYt'is. A (O(ouintese envolve desde e:sm.rtvtfl e p,o· \'asculares são cs-p<ci.t.lmcnt(' :adcqu-ad0$ pat'1 o t imi.ur a inttt
cieuos. de dimc-m5o molecular (t'IUitnaS. complexos proteico~ <1té .,
p l1t.nt11 individual inttgradJil de-t@1Minadacomunlc»deveget.il llntltf• Cl'Ptaç:io de lu-z.. A d e\·ad:i ~ea , upcr6c1al por unidlde dt" vo-
~ 111ç1io d.t u,dibtio fotos.sinmicatnente ativa). lume, i.neren1c à sua fina es1ru1ura bmiruit, l:l..mbém contn bui

Xilt!m:i
84 Fisiologia Vegetal

'.)

Í'-,..t".-, 1 • • _. • _. - ~
Célula-
) ._, .
guarda
B
Figura 5.7 A. Epiderme de Catharathus roseus mostrando vários estômatos (lOx). B. Detalhe de um estômato evidenciand~ a ~resença ~~ cl~ro-
plastos nas células-guarda (20x). Imagens cedidas pelo Departamento de Botânica da UFRRJ. e. Epiderme abaxial de Gom1des1a spectab1l,s, vista
em microscopia eletrônica de varredura, com estômatos em destaque (2.000x). Imagem cedida pela Profa. Daria M. 5. Gomes.

para o aumento da absorção de CO 2 • As propriedades ópticas constitui-se por uma dupla membrana, que circunda um
das folhas são extraordinárias: normalmente, as células epi- complexo sistema interno de membranas, e por uma matriz
dérmicas focalizam a luz; as células paliçádicas canalizam a fluida, que preenche os espaços internos dos cloroplastos, de-
luz; e os espaços intercelulares do parênquima lacunoso dis- nominada estroma. A membrana mais externa do envelope,
persam intensamente a luz, o que aumenta a probabilidade de em contato com o citoplasma, permite a passagem livre de
absorção da luz interceptada. Novas e sofisticadas técnicas ex- muitos substratos, enquanto a membrana mais interna, em
perimentais possibilitam, agora, examinar como as variações contato com o estroma, é extremamente seletiva, permitindo
na anatomia foliar podem aumentar a performance fotossin- o transporte de alguns solutos por meio de um sistema espe•
tética de uma grande variedade de espécies e em diferentes eia! de proteínas denominadas transportadoras. De modo ge-
condições ambientais (Vogelman et ai., 1996). ral, o sistema interno de membranas divide-se em duas áreas:
A estrutura, o formato e a distribuição das células nas folhas a de membranas duplas com formato de vesículas achatadas
são características geneticamente determinadas, mas, dentro e empilhadas, denominadas ti/acoides dos grana, e outra
de limites, podem ocorrer variações que representam ajus- constituída de membranas duplas simples que fazem múlti-
tes ao meio ambiente. O grau de plasticidade desses ajustes plas conexões entre os grana, chamadas tilacoides do estroma
varia de espécie para espécie, compreendendo adaptações de (Figura 5.8 B). Um conjunto de tilacoides empilhados recebe
longo e curto prazos. Para exemplificar, pode-se destacar que o nome de granum (plural: grana). As vesículas dos tilacoi-
existem diferenças anatômicas, ultraestruturais e bioquímicas des dos grana são sacos empilhados que se comunicam por
entre as folhas de uma mesma espécie crescidas sob sol pleno meio de conexões com outras membranas. Em seu conjunto,
e sob intenso sombreamento. Anatomicamente, as folhas cres- o complexo de membranas dos tilacoides parece constituir
cidas sob iluminação intensa são mais grossas, geralmente têm um sistema único interconectado por um lúmen contínuo,
uma área superficial menor, apresentam células paliçádicas uma característica importante para o transporte de elétrons
mais longas e camadas adicionais de células de parênquima e para a síntese de ATP. O estroma abriga as enzimas, os co-
paliçádico. fatores e os substratos da etapa bioquímica da fotossíntese e
de inúmeras outras vias metabólicas que operam no interior
Cloroplastos dos cloroplastos.
Os cloroplastos são organelas que se autoduplicam, contendo A intensidade luminosa do ambiente afeta a ultraestrutura
genoma próprio que codifica parte de suas proteínas especí- dos cloroplastos. O grau de empilhamento aumenta a quan·
ficas. São organelas que se diferenciam a partir de pequenos tidade de membranas de tilacoides em um dado volume do
proplastidios presentes nas células meristemáticas. Nas plantas cloroplasto. As folhas de plantas mantidas sob sombreamento
vasculares, a diferenciação de cloroplastos, a partir dos pro- intenso têm mais tilacoides empilhados, ou seja, um conjunto
plastídios, somente acontece quando há luz. Os genes que con- de grana maior e mais desenvolvido que as folhas crescidas
trolam o desenvolvimento e o funcionamento dos cloroplastos sob sol pleno.
localizam -se não só no interior do cloroplasto, mas também
no núcleo. Assim, a expressão dos genes dos cloroplastos pre- Conversão da luz em energia química
cisa ser coordenada com a expressão dos genes nucleares em
todas as fases do crescimento e desenvolvimento, fazendo par- Luz I Energ ia que impulsiona a fotossíntese
te do processo global de desenvolvimento da planta regulado A energia solar contempla duas necessidades importantes
pela luz. dos seres vivos: energia e informação. A necessidade ener·
A microscopia eletrônica revelou a estrutura fina dos clo- gética é suprida pela fotossíntese. As plantas, sendo orga·
roplastos com um nível máximo de resolução de 0,2 nm (Fi- nismos sésseis, desenvolveram a capacidade de monitorar
gura 5.8 A). O envelope que define os limites do cloroplasto as mudanças ambientais e de ajustar o seu metabolismo e 0
C.pftulo S • Foto»íntf:se 8S

Fls,ur,i SA A. Esquema e» ultraest,urura de um cloroplMto mostrando a Cf'9l~O do seu sistema de membnnn. As nvmbrlN1. Internas s.io
denomlNdas tllacoldes, a~tandc> ttgi64!'s empill~, (ti,leoidei dos gn,,,ol e nao emplhadas (tll«.oldn do ts-'IJ'Offla). 1, ElfflOmi(rogrnfia
de tl'Mlsmfssk> de doro.,&istos e~nóal'k:k> a sw ~ 1,utu,a (37.SOOX). lmage-m cedida pela Profa. Maria Emília M. Esteflita,

seu desenvolvimento ao ambiente em continua modificação. comprtende. J>Of13nto. os compriment0$ de onda do ~1.ro
A radiação. principilmente a luz. fornece informações críli• decromagnt"tlco capues de ~nsibiUut os pigmentos visual$
as sobre o melo ambiente. Por meio de dife~nl('S seruorn humanos. Como toda onda elettoma-gnt"tica. a luz ttm um
(moléculas especiais denomjnadas pigmen1os). 35 pl3nta$ sào comportamento duplo. assumindo propriecbdi:s ondulatô•
c:tpaies de perceber a qualidade e a quanlidade da radiação. rbs. M) se propig~ no .:spaço. e. um comportwnento de par•
ticul-as dlscretu. ao ser emitida ou absorvida por um corpo.
Natureza física da luz
O sol emite continuamente para o espaço radi.-çdo decromag• Luz como um fenomenoondulotor,o
nêtka. A lu-: corresponde a uma pequem faW de energia do Quando s,e propaga no ($paço. a e:ne.rgia radiante tem ar.lC•
es;,<ctro elttromngnético con1inuo da radi:açào solar, rtspOn• tcristicns ondulatóriu. aprese:nlando mudanças ttpetidas e.
~vtl pdo fenômeno fisiológico da v;sdo (Figura 5.9). A lut r<gulares em suas propriedades e:ICtric.u e magnitica\. Cada
tipo de radiação pode. se a.r.acteriur pelo comprimtnlo dt
onda - dis1;incia e.ntre dois piCO$ .suefflivos de uma mnma
k{nm) onda - ou pela /rtquir1cia - número de vacs que a mesma
.'.' 1
(ou ou ddo p:iss:a por um ponto no e$p~O por segundo (ve:r
ancaa, OJrtas Figura 5.9). O comprimento de onda é rtprtkntado pela letra
Ra'losX grega lambda (>..). Normalmente. .l (.ii.x:! d,e comprimentos de:
u V 'º' onda d,e interesse biológko é expressa em unid~es de na.nô •
400
u,...
violei&
l ,.. mecro ( 1 nm = 10·~m). A freqU!!ncia i re:prek'ntada P<bi lelr.i
grega ni (v). tc-ndo uma relaç-lo invers.J. com o comprímcn10
de onda, que pode- ser represent~da da s1..-guinte forma:
(61
500 ! Luz Yis.'vel
10' Em qu~ , éa wlodd.lJ< da luz (l x 10• m s '),constante.para
todls as onda;s e:letromagnitkas que .st prop,1pm no ,·1kuo.
600
,.. fun um t.X.lrtmo do esp«lro ele1romagné1ico, encontram•
se os r.aios g.am:a < os raios X. que 1êm comprimc:n1os Je onda
muito cur1os (lnftrkm:s a 10 " m), e, no ootr~ .as onJais lon-
700
V
lntravermelno
,. &~, .:omo 35 dt? rádi~ -1ue do Ja ordem Je 1 ;a 10• ,:m (,·er
Flgurn 5.9). Os ú)mp ri~mo,s Je onJa Je maior 1mpor1ànd a
par.a os pcoccs:.os ío1obiológinu s11u.un -se em trt:, banJ~d.S•

,..
Ondas longas tinus, il'lltrme:Ji.lrbs, denomin.iJ::is ufrn.iviof..,cr, (VV), v&S-1wl
../'../'../' (luz) e í,,fr,wmnd/w (T;ib<l.a 5.1 ).
O fisico ingll!'~ ls,t.,h: Ne\"'ton ( 16-12•17!.7) Jemoostrou que: ,1
Figura 5,9 Espe<t,o eletromagnEcico. AradiJ(lO vlSWfl (l~z,) rt'PtC:\~
ta um.a fro,çio muito pe(I\Jena do espectro tlelrom.agnetko emitido luz poJt: ser ,le.:omposu em um esp« tro Je ( O k:>, .lémelh.an•
petosol, te .10 J o J tCU •1ris, .10 ,11u,·e-S:.,,ir um po sm.a. A por;;:lu \'1Sl\'d Jo
86 Rsiotogia v~e taJ
-
T,bt-11 S. l Prin(ipaii radia(õts ~ in1~e~M! biológico ~conteúdo de en('fgN de seus fó-toos.A d~ ni(iOde determinad,1 (Or associadll a uma
bc1ndo1 de cofflf)rimentoóe qnda ~tt'l1tiv1mente ,11rbi1r.lria e d<-:pMdedoh:l'Mduo.
eo, ~ Compnmrnto dt- ond11 {n'l'I) Comp11me-nto dr olld• '1'p1uent11l1\'0 (nm) [!'erg,11 (IIJ mol ')
,,.
......
..-itll\.o•eu 100 > >.>400
"'
..,,,
v....,
,4()0a 425

425 1 ◄90

4901 $60
...
410 292
,.,,
..,,,,.., 560a S&S "º
570
230
210

........
YrJn,i,c 5851640
640a740
6!0
660
193
176
~ ~lho
fon1t.: Nobfl (1991).
> 740 1.400
••
t'sp«lro VMi a do \i olcta (380 nm) ao vermclho•extrem o (740 energético. Ao serem absorvidos, alteram t!o somente a e-ner.
nm). Além dCSSC's limites.. a radiaÇão é in,i dvel para os seres gia d nctica d~s moléculas como um todo. o que promove uma
humanos. podtndo. cntret~u o, afetar \'ários processos fisioló- elevação de tempera1ura. Já0$ íó1ons na (al)ca do visivcl apre,.
gicos das plantas, prind palmcnte como sinais ambientais. 1550 sentam um nível energétk o $Ufi cltnte para excitar elétroru
sign~ca que as plantas são Qpucs de dcteclaT e transformar entre os orbilaif, cle«rónlcQS d3$ molêculas que os absorvem,
em iníom1aç::io bioquímica radiações não \'i$ívcis. Contudo, podendo, assim. promovtr reações quimicas (reações fotoqui•
.algumas ~ctériu ÍOt0$Sinteti.zantes primitlV.tS. anaeróbias, mia s). Ao ser 1bsoni d.a por moléculas especiais (fotorrtctp-
ct>nStgUem apear radiações não ,isi,•eis na banda do infra- tores ou pig,nen1os). a rmrgin dos/61011s de luz.é transformada
\'ttmelho (i◄O a Si Onm) e rnliza.r a fotossínleietm uma con- e.m trrergia dt exâ tOfd.o dt1rônica, que pode, c-nião, ser (M ali,
diç:lo que. para 0$ humanos. ê de <'Sc:urid-ão. iada ~ ,e-ações bioquímicas.
Em $'.ÍnlC'$e, a radiaç.ão UV promove a lonluiç;Jo de mo!Ku•
Luz como umo c0<1tntede pottículo.s las. Dependendo do comprimento dc.> onda. da. qwuuid::ide de
Ao inu:ragir com a mattrb (por emisSão ou por absorção), a íótons e do tempo de exposição. a radiação UV pode mata,,
luz 5t compona como ie a sua <'Mrgia foss<" constituída J>Or lc.sat ou promover mu1ações nos org.anhmos vivos. Radiações
paeota disattos. apresentando propri<"dadesque só puderam na banda do vi.sl\"d sdo responúveis peJa maior parte dos fe,
su ap!ic:adu a partir da Te,orla Quântica enunciada por Max nõmenos íotobiolôgkos em pl3nla$ e animais. Já os comprl•
Planck ( l90CI), p,oc:tHW'lrm~nt~ ampli:;i.da por Ei.ns1oin, 1t1n men1os de onda na í:ii:irn rio in(uv~,m~lho si.o impo rt11ntPc
1905. Unidades ou pacou.s de energia da luz são denomina- por aquecerem a supcrficie d~ terra. A tc.>mpera1ura iníluc.>n•
dos fôto,u. A emergi.a c.arrega.da por um fóton é. chamada de eia profundamente 3 velod dade dos processos bioquimicos e,
quantum (pluraJ • quanta). consequentemente. a vdocid3de do crc-scimento e desenvolvi•
Planck demonstrou que a energia contida em um íóton. memo dos sere,: vi\'OS,
ou ~;a. a energia quin1ica {Eq), «i~rdacionada com o com •
primcnto de onda e a frequ fod a de acordo com a seguir)1e Luz e pigmentos IAbsorção e destino da
equação: energia de excitação eletrónica
Eq =hc/Ã • hv (7) A aç:lo foroquimica e fotoblológica da luz. obedecê a doh
principios íund11men1ai.s. O primeiro, conhecido como prin•
Em qut h ê uma con.stante de proporcionaUd:i.de, chama.da dpio de Got1/1aus-Draptr, afirma que a luz só tl.'m atividade
constam<" de Planck. O valor de i,l 6,62 x 10 .M J s. TaJ rela.- íocoquímiea se for absorvíd11. Assim, codo procl."sso íotobio·
çio implica que a cmrgia quâ.mic.a de uma dada r.~diação e lógico envolvt, nc-cessariamen1e, moléculas especiais de-no·
in,•er, amente proporcion.11ao seu comprimc-nto de onda e di- minadas (Q1orre(eptores o u pigmc-ntos., responsáveis pela
reta.mente proporcional à sua frt qut'ncfa. A equação (71poui• absorção de determinados comprimen1os de onda d.a luz.
biJita o clkuJo d~ <'nttgia do íó1on ~e qualquer comprimento Os pigmentos podem, portamo, fu ncionar como sensorcl
dr onda (\'er Tabela. 5.1). O simbolo hv tem sido u1lliudo para ou como mol&:uJas 1ransdu10,as de energia. como ocorre n~
represtnt.::ir o íólon em figur.s e es.qutmas. ío1ossf1nc&e, .servindo de po111e entrc.> a tnergia. do fó1on e a
E~ coneei1os füiws p(rmitem comprcC"ndrr o efeito d:1.S enu gia química.
r:l.diaçôes sobrt os org.1,nism~ vivos. ComprimC"ntos de onda O segundo princípio. denominado lei da eq11il't1fê11da foto•
muüo cunos..comoos con1jdos nas band:a.s UV-Ce uv.n, são qufmka dr fhlstelt1•Swrk, estabe-le<e CJUC um fólon pode e~·
cx1rcmame-me prejudiciais aos stri:$ vivos. A energia dos seus cirnr #p<nas um dttron. A interação fótón-elétr'On dtpéndi:-
fó1on, f tão deva.da qut , a.o adngirem as moléculll.s orgànica1 da energfa d() fóton incidente e do nivcl de energia. do orb•ta.l
das dluJas, arrancam elé1rons de sua e-stru1ura, Joniz.tndo~as ocupado pelo cltcron, constiluindo um cvcn10 do 1ipo ..,udo
e. consequcntememe, compromelendo, de modo ineven iwl, ou n.ada': ou sej3, se o nl\·tl de e,1ergia. do í6lon de dclcrmin:i·
a sua estrutura e função. Os íótons dt comprimentos de ooda do comJ>r'in.ento de onda e compa1ívc-l con, o do elétron, lu
mais longos, na faixa do mfravermdho. têm um Nixo nivd a udtação e, posslvl.'lmerHe, uma re:içlio fo10,1uimic;1; ,1,e n.'iO
Capítuk> s + Fotonlntese 87

o for, nada ocorre, significando que ;aqude comprimento de que signi6c:a ..1bsmçJo de Ju·,~ po<kr•~ •i;a dilt'r que~ lrat;a de
onda não pode $Cí absorvido e, conseqt)t'f\ltmcnte, não ucrcc um proccuo uhrarrápklo de acitaç:iQ de1rõnio o<:a.sion-aJc,
u ma açjo biológica por meio daquele plgmtnt(). pelos fó1on.s de lui. F..s.s< ft nómeno ocottc: em uma c:w..11.i de
Uma c3r:icttdstic~ gcner.t li:uida d:as moléculas de pigme.n• fcn1ossegundo ( 10'º s ).
tos consiste n.-. e:d.s-1ência de muitas ligarões conjugados (liga• Os ~lados c.xc11:1dos d.1 d orofib têm um u:mpo d..- n.i,ifn.
ç6es stmples e d upla$ allern.-.das). Isso ;1carrela a existCndi d a uhrabrevt, da ordem de 10 1' (picos.segundos) a 10 4 .wgun•
de muitos elétrons deslocados nos Ol'bilai.s miis u1crnos, em dos (miJiisegundos), Nessa brl"'o<c fr:1ção de tc-rnpt.>. M tfêtron~
!'essonànda, denominados elt.tro,u 11', os quais partkipam da retorn.:im ao cstado ba.~al dhs1p;1ndo .a encrg~a absorviJ.a. A
absorção de luz. As clorofilas. principais pigmentos fotossin• em:rgi;1 de cxci1..ç.io elcuõnica pode ser dWipad,1 de vános
têticos, apresent;1m muitos elétrons cm rcssonànda no anel modos. processo est,: denomin..do d<•CJUltr,çlJo eleuônka. A
de porfüina (elétrons 1'), Estn últimos podem absorver f6- 1r;1nsição S - S é ,:xtrc-m:amcnte ripid:a (,. lO ,: s). sendo .i
tons com d iferentes con1eúd0$ de energia. o~• seja, diferentes energii'I de :xcita~lo dlSSipacb n;a íorm.a de caki,. fà a dissipa-
comprimentos de onda (Figura 5.10 A). No caso da doroli• ção de cntrgia entre os orbit.ais dctrônicos: S 1 - s, (• 10• , )
la, os fôtons de luz absorvidos mais cfickntcmente são os de tem du.~çã<> suficiente para permitir outros tipos de convct•
comprimento de onda nas band;as do azul e do vermelho, não slo de encrgla (Nobel. 1991 ). Alêm da hberaçâc, de ('n('rgia
;1bsorvendo qu;1se ru1da n, band,11 do venk- (Nobel, 1991). na forma de calor, essa dissip3ç;lo de- c:ncrg,a pode se d.11 d.as
seguintes form2s:
O que acontece quando os pigmentos absorvem luz?
Imagina-se que mo1é<ulas dt c:l◊rolila mantidas no escuro 1. Di.ssipaçlo de energla por c-mis.sjo de luz. f,:nômel'.li) CO•
sejam iluminadas com feixes de lu:r. monocrom:il1ca de com• nhecido como fluun stincia. Em se tral;ando das dorofilas.
primentos de onda. ni'I faixa do azul ou do vtrmdho. Esses (ô. o pico de emissão de lu-i iluort:SCentt s1tua•.sc na banda do
10,~s de lui lmpul$.iOnam 0$ t l~trons r. p.a.ri orbi1atscom níveis w-rmriho, independcn1emente do comprimento de onda
de energia mais elevados no in1erlor da molécula de clorofila que tenha t.xcitado aJ molkubs de d orolifa. Os prOGC'SSo.s.
(r. - ...-•). Diz-se que os elCtrons 1r da d orofila for;1m t-.tci• de absorção de lui e emissão d~ tluoresct'ncia ocotfcm em
ttldos pd0$ quanta da lui ;i.-w] ou \·trmelha. A absorção de na.nossegundos (10 .. s). Qua.ndo os pigmentos focof..Sintl·
fótons de luz vermelha remete os elttrons do estsdo OOnl (S.,) licos são cxtr.aídos da.s folha.s < .sotub,liudos em sol,·tnt,,
ao estado c-xcit,1do S1, chamado primeiro si11g(eto (figur;1 5. 11). ,1polarcs (aceton... êt<r). a cmw.io de iluorc)o(ênc1J ,: <'.X •
Jâ os fótQns de lui azul, dotados de maior energia quàntica, trem;amc:nt< t le,,acLa. podtndo ser \Uualiz.ida ,1 olho nu.
impuJslonnm os elé1r0ns ~ra um orbil.'11 ele1r6nico cujo ní• Entttta.nto. nos cloroplastos imac10.s. .a cm,.s.sâo d,: ftuores•
vel de energia é ainda mais ele\"lldo, denominado Sijimdo s/11- CCnda i minima, uma vez que os procõSCts 1 e .3 (a ~1:gu1r)
gltto (S:>· Se fosse necessãdo ddinir, tm poucas palavras. o competem de modo e1Íclen1e peb c-nc:rg.1:a de 4 ( 11~.;!lô

Clororuas e e o

H,C ~

i
•oo 500 600 700


Figu ra 5.10 A. EUI\I IUfJ d ~s Clorofilud~lilCi1ndo;1,,l(gJ(Õ~(Ol\jU9ildaSdO.loMI de po1f\nn..lcont,.,.t\douma mol~(ul,1 df'MC).Aalli!tn.)t'l(Jil i!n1re
, , ligaçóes slmpkos e dupl.is no anel d~ po,fmna ger.,i niu+tos i-létroos n di!sloudo,, o, <N..l•S p,r11cip.wn d..l abso,çl o d-1 luz. o 4n,d ~ P<l'n,..,4
llga,se a uma cõde.l de tito~_.pO&a,. ,esponUVel pelo ancor.1m~n1Oda 1nolécul,1 d..-clotolila aoHompl,:"l.01 p101l"t<O) embebidos N m.un: 1pd•·
ca dll\ me mbr,masdos 11lac:Otdndosdofopl.1s1os.. 8.E.spectro df' .tbso,ç:\o dJ, dorofit.as .J i! o. CL: tlo1oplas1O.
88 FisiologiaVt-getal

Compk!l(O antena NAOPH

calor
-tkltoqulmicas
~ -~---~-'1,. ,-.,--:~'

e • dt m:ttaç:k> el~
+ Fluoresc;tncia

·-·
Fifu,11 s.11 Modelo esquemlitic::o. simplificido, dos niveis dt energia da clorofila excitada pelil abso,çao de luz: monocrom.itic,1(~ o dttt~nº .i
. A energia de l"JC<itilç:io elctrônici pode ser dissipada de quaa1ro fotmu: a lor, l!'mlss.lo de 1w: uor~c. ~c,.-
1::::maa dt energia de oc:ltaç.lo elétr~i!tron (rcrs$0r\àncla Indutiva) nos (.Offlplt xo, ant~ e rtaçÕf"s tfdo.Kna, membrln,u dos l!làeo,des,
ge~ndo ATP • pod,er reduto, (NADPH e, ferr~ina reduzida),

eJetrônia.. NQcntan10. q\lando a.s plantas sofrem di.fercn 4


Pigmentos fotossintêticos
t~ tipos de est:reut que afetam a fotossintcse, a emissão de
As cloro61as (' os carotcr1oidts ('ncontnm st densa e rigorosa,
4 4

fluorescência n35 folhas tende 1 aumentar. o que pode ser


mente organizados nas mC'mbrn.nas dos doroplastos. As mo,
dt"lrctado no laboratório ou no ampo por meio da utmu 4

lê<ul.as dos pigmentos. nas membr.ina.s dos tUacoidcs, estão


çã.ode um equipamento scru:ivel denomln11do csp«:trômt 4

cstrutuntdas de modo a otimizar a abso,ção de luz e a Lrans•


uo de Ouoresci:Dd.a.
ferência da tne-rgia de exdu~o eletl'Ónica pa.ra 0$ centros de
1. Trans.fcrfocb da cnergi1: d,e excitação para outras molb:u•
.eaç.ão da focossinttse (CR).
Las de c.arotcnotdts e clorofila permitindo uma ripida mi 4

A$ moléw.las de dorolila são constituidas por um anel de por-


gn.µ0 di energia entre os pigmentos dens:unente cmpa-
firiria ao qua.l se lig:i um hidroarbont'lo de 20 carbonos denomi 4

coudos ftai membmi.u dos tila<oidts (complexos de cap•


oadofitol (\'er Figura S. 10 A). A doroftlaa é cnoontrada em todos
tação ck luz ou <0mplexos antena), A energia ê transferida
os eucarionlcs foto.ssintttiunlts. íaundo parte dos complexos
por res.sonâ.ncia indutiva, sendo extremamente importante
antena e, princlpalmmtc, dos «ntros de reação. A dislribuiç.O
p,ara um:a a ptação de luz cbcieme. Nesse proctsso. a encr•
de uma segunda dorofila (b, cou d) pode ter um significado e,,o.
gi2 de excitação do dhron dt" uma molécula é lr.an.Sf(rida
Juti\'O e taxonómico, prtnd pa.lm<nlt entre os d.ifefflltes tipos de
para o elétron da molécula ,itinha, t assim sucessh•amen -
algas. A dotofila bé encon1rada nas planlaS, algas wrdes e eugle•
te. Os complaos anterui (CA) O'II c.omplexos de captação
de luz (CCL: do indês Ughr 1,a~ ting Mrnplt!X - l.HC:) dn nótitas.. A dorotila b difere da clorofila a apenas pela subsdtuiç-lo
c1o grupo n,ewa (- CHJ. ligado ao anct li da porfuina desta Ulli•
cstrututusupramolecu4res, associadas :is membranas dos
ma, pdo grupo íormíl:a (-OIO; \'('r Figura S.10 A),
1U:icoi.dcl. constituidas por proteínas e pigmentos, tendo a
Ocpois das dorofilas, os carotenoid<'S são o segundo grupo
função de captar a luz utilizada no próce.$.SO fotossintéliCX>,
Por meio dos CCL a energia lumin<>sa ê efid enteme,ue de pigmentos mais abundantes do plantta. Os caro1enoides
abson,ida e transformada t m imergia de excitação d ctrô 4
têm <omo estrul'ura básica esquelecos de carbono cQm 40 .il<>·
nka, 11 qual é canalizada ~r:a os cenlros de reaçjo. Os CCL mos dt <a.rbono, unidos simetrk amen1e por ligações duplas
comêm moléculas de d oro61a a, de dorofifa b e de caro1e- alternadas (Figura 5.12 A), Na fotossímese, os cnro1e1~Qldes
noidd (,·tr Figur:a 5. 11 ), podem desempenhar duas funções distintas. Parliclpam da
3. D1ufpaÇ1o da energia em reaçõts na$ quais o t"létron cx 4
absorç,io d~ luz nos complex<>s de capcaç;l<> de luz :atuondo
citado ê doado a uma molkula rtctptora,, dc.scncadeando como pigmentos acessórios (ver Figura 5.11) e dtscmpenham
reaç4ks de oxlrreduÇ1o. Es.se processo ocorre a pariir d#$ um papel essencial na/otapro1tçdodoapara10 fotoquímico. As
molrculas de clorofila espedais dos centros dt rcaç.io (di• membranu fot()Uintétkas podem str facilmente d:a1lificod:1s
meros de d orofila a). Diz se que a d orolila foifotoxidada
4
quando parte da energia absorvida pdas d orofifas oJ<> pode
e que a moJfruJa receptora foi reduz.ida. Esse proctsso dt ser armazenada no processo fotoquímko. Isso pode acontc<er
s.eparaç;io de cargas, induzido JM:la luz, con,rllui o C\'tnlo com grande frequê1lda cm ambierHes iniensamcnte iJumina•
fotoquímico prjmúio da fo1ossínteu (ver Figura 5.2), A dos, As d orotilas cxdtadas podem rt agir 00111 o oxJgénio mo·
parrir des~ pon10.1em início o fluxo focossintêti<o de elf • lecufar formando espécies ati\'as de- oxigfoio (radicais livre$)
trons atê a reduç!o do NAOP- a NADPH (wr Figura 5. 11). comgrande ação des1ruidora sobre muitos oomponenlc:s celu·
lar«, e-~p« ialmente <>.S lipídios das membranas.
Apesar de a luz azuJ te.r uma energia quàntlca maio, que A fotoprotcçâo envolve a canalizaç.âo da energia dt exdl!I•
2 lui na banda do ,·ermclho, os eftitos de a.mbos: 0$ compri• çAo eletrónica cm exceM para fora das dorofilas, bem como
menLO.s de onda sobrC' a fotossíntese são rquivalemes. Par1e da :i deu1h·ação de radicais liwes. Caroccnoides excitados mio
e-nergia da luz ai.ui é dissipada na forma de e2lor (S: - S1) , A 1hn tne,gia sufickn1e para formar radie.ais liwt.>$ de oxlgl oio.
cnrrgia de et<itaç.lo t letrónlca é can.3'ízada para a fotossín• di.u ipando a energia de excit;içiio t lctrónlca como calQr. Tal
tese a p~rlír do (':$Lado <XCíLado c.o11e~pondcnte ao primeiro imp0,1lncia é evidenciada pel.a n111un.-za lct:al d..is murnç(ks
sfngleto (S, ). qut afr1am a sintese de tarolenoides, i\fo1:intes deficientes em
300 400 700

• Compnmenio de onda {nm)

Agun 5.12 A. Eu n.rtvt• dec.,oLenoecles. Xilntofil,1s<onthm g, upo\hidtoxlla ligado\ .S u dN ca1bóni<.1 con\utulda d.e 40 u,oonoi. e. Úl>Ktro
de a bs,orçaód1tdoi\( illOtt'flOS latia e beta),

<aro1enoidcs não sobn:viv.:m .:m .lnlb-icmcs bem iluminados, lununosa p.1111•.::i.• '>cr o nl<"SlllO. ~t\)le~ul'" de .:11.)wllla .t, c:-m um
O núm.:ro de molk'ul;1s d.: c.arotenoides P°' molê<ula ~I,: d<>· :imbkut,•pr-.>1cirn <'~pc:'ç1.6,;o J e um co:mro .lo: tl"':l\,l\l lCR). -.i11
rofila , mais elevado (m folh;a:. expos1:a.s ao sol qu,: .:111 folh:u e!l!n1.1d.as.1um C'sl.\Jl) ~mglct<, pr1n.:1p,almcnto.' p,ir 1r:in,rút11·
n1an1idas à sombra. c:':.pc:'c-i;almt nic n.i. íraçl o çorr<-s1,ond.-m,: d.1 J~ c1k:rgi.1 J,: C..'(C\1.iit.i" d ctrÓüh,.1 Jos .:omr lc:\!l.h .ll\l&!'1U.
:\s xantofil.1s (D\'nmm1g-Ad;,1111s t t td .. 1996). PoJ cm 1:imb~m St:'r J1r.?t,1m cn1c &!'httJJas por 11'11oi1> 1.t>m
i:0111pn mcn10, Jc onJ.1 t')r <~•li.:o). Nu <~t.1J o )tngl...1c ,1.,. .:X·
Fluxo fotossintético de elétrons • IIJ\lo, .;i dorohl., d1.> C R ,: u m r~-Jutut imuto tonc.: 1r.1ru1ccc
e fotoxidação da água ., d.-1wn pJr-' unu m()lci:uJ" rc,~-p!Or-', 11 ,1m· r,"l.ult.1, pmpn.1•
Em lodos o i. 01~;.1ubm~1$ 1ows:.int..-lil :intt\ dor...iilJdus, o tlK't\l t', 0:111 U ni rNi'.t'"-~ I Jt: l>o.'1'.tra, i1) J<.' ...ug_;b, .\ p.irtt! J,1
prmcipió ger:il do m<'oni.rnul d\' arm.1un.a1fü•ntó ,b l'ncri;i-' inolc.:ub r,•u·plt.)fJ. ccJ u.-:1J,1, tt.'111 m,.:10 um 1luxo J,: dcnons.
90 Fisiologi;, Vegetal

cm'Ql\'rndo di\'t'l'50lt carrcadc.ircs.. Em última in$1ànd a, l"$.SCS que os tlétrons nuam d a água até o NAOPH. geran do simuJ.
ddrons p:irticiJWn da rt'Juçi<> do NAOP' :i NAOPH. 0 es• tane.-mente uma ÍOt(::'I ptó1on-motriz. que promove a sinlese
lado oxidado da doro6Ja a do CR promo,-c a fotnxidação da de ATP.
igua e a libcraçin de Oi. Acoplado ao tluxo de elê1rons dos Os fotossistemas J e li são grandes complexos supramole-
doroplas1os, o ATP t formado por meio d() pro<('$$() conheci• culares con.stltuldos por móltiplas :mbunidades de prol<'Ína.s/
do como fotofM/orilnçdll. pigmentos, Cada um dos fotossistcmM tem um centro de rea-
Nu plantas. alga.s e cbnobac1~ri~ o proccs.c;o de ann~ ção e -Se liga a um complexo de c.aptaÇ°A<> de luz (complexo
namtnlO fotoSo.'Qntético de ffll'rgia se d& com a pamclpaçào de antena). O CR do FSII é denominado P680 {pigmento cQm
quatro romplcxos protci~difcrrotcs, que aru.vn de modo inte- absorção md.xlma em 680 nm). e o do FSI é chamado d e P700
grado. ~ complexns proteicos cncontnm•$C embebidos n.u (pigmento com pico de absorçjo cm 700 nm). Os CR são~-
membranas dos tibooides. Os oomplcxos wpmnolccularc..c; que lrul'uras complexas que 11.prn<'ntam uma con6gura.ção d upla
par1.idp3.m d.t fotossínt(S( são o fotossistema 1(FST),o fotoS$.isle• e simétrica.
ma n(FSll), o complcxodtocromobJ(Cit f1) e o complexo ATP Os fotossistemas operam de modo simullâm:o e em série
.sintaSC. A in1ertãpçãoentre ns complexos fotM.c;intét:iCO$en"olvt- durante o processo fotossintéiico (Figura 5.14). A conedo en-
dos no ftwco de décrons ê mcdi003 por arreadores mó-\•eis que tre os dois focossistemas é feita pelo complexo citocromo bf t
circulam nO interior da JNtri~ lipidk:l.. como a plastoquinona por dois carreadores móveis: a. plasioquinnna {FSJI - • PQ -"'
(PQ); no interiOf" dós tilacoides, como a pla.stoâa.nina (PC): ou Cil b/) e uma proteln3 que contém cobre. denominada plaslo•
no tstromi, como a íerrcdo.dna (Fd). O 0uxo foco.uintético de eia.nina {Cit bf- PC - FSI).
clelrons cntn: os foto!o3istemas gera um gradiente de prôtons(H·) Quandn o fluxo fotns.s.intético de elétrons é representado
por meio das membranas dos tilacoidcs. Esse gradiente de H· em função do potencial rtdox de cada uma das molécuJas que
impulsiona a s.in!CSC de: ATP. Em outras pala"ras, o gradiente de o integra. surge um dfagrama denominado t"Squema Z (Figura
prótons acopla a ATP si.nwt ao processo de armaz.enamcnto de S.JS). Por muito tempo. a compreensão sobre as reações de
energia. durante o ftuxo fotossintfflOO de elétrons (Figura 5.13). u ansferência de elétrons na fotossintnc cste\'e b:iu ad::,; ,,o tS•
Considerando o 0uxo fotossintétko de elétrons de um quem a Z. modelo originalmente proposto por Hill e Bendall
modo gloml e simpU6eado. pode-se di.tcr que a luz íu com cm 1960,

E"'°"'a NAOP H'

Luz
H·. NADU
·G- ,••
Citoçromo bJ

--é

---. 0
H,0 1/20, • 2 H· 2 H'

Figu,a s.1 J Oia,grama do> ,ompleicos proteicos,. esl.futurados nl!~ mt-mbill\3S dos lilltoldt-1,. respons,h e;s pelo u.inspo,tc de eloéc,cms e ~
conse,va,ç.io d• en,t>tgia dos fôeons em ATPe 14.Al>PH, Ae-1\efgla d0'$ fócons l! translorm* emnuxode etéu oos 1'M\~S COf'l\C)le)(()S proteicos eem
91adien1ede prôtoM ent,e oewoma e o lúm,rn dos tllacoides.. Adapt.tdll dt- &.dlal\3n ero/, ílOOOJ,
C.pltuk, s ♦ Fotossíntese 91

"')

2H'' 1120 ,
2r , F:o11~O~~
□ o
1""' 2r
NAOP • •2H•

ll'I
At,11r• S.14 Re-presentaç.k, h a, do m 1nsoo,1, de elétf'Otls pelos (OfflpfitJOOS lol0$$1ntieicM supr.tfflO&e-c:ul~ n~ rntmtnn.s dos 1il«oidn.
Adlptact. de Hopkins ( 1998).

1-)
o.s -
...
o.•-
0.2-
0.0- 2~ > 680nm
0.2 -
o.•- P700
•A-
o.e-
<•> 1,0-

Oil'9Çk> do nl.CI(() de eléltons


,.,_.. s .1 s O tr.tdldonal ~ue-ma Z res:>t"Ktntando o AullO íoto$Slntêtico du,lécrcns. Eut di;agtf~ as.soda os cam,adOffl de clêtrcns do sbi""
ma fotoqutmlco aos seus f'f'Sptttn,OS potenciais mbr c niveis de ene,gia.

Fotossistema li é entio liberada dtntro do pool da rntmbrana (conjunto nu•


O FSII é constltuJdo pot um cnm.plexo trantmemhnm:i, fn... meroso ~ molê.:ulas de plastoqu.inona). Na SC'<luênd.a. POH1
mado por cerca de 22 protrinas. Funck>nalmcntt', o complexo tr:ms:íere el(tron.s ao compkxo citocromo bJ. enqwinto os
proteko do CR do FSH é muito k'melhante ao das OOctiria:s prótCIC\$ (H•) s.io lançados para o interior do !Umen dos 1i.La,
fotosslntéticas pô.rpuras w aeróbias n.io sulfurosas., cuja es.tru• coides, comríbuindo parn :a g('r:açào do gradiente lnl'l.$.mem•
tu.ra cristalina (oi determin2d:l. em nlvtl 3.100\ico dt resolu· br.ma enue o lô.men e o cs1roma Jos doroplas1os. PQ \'olta :1
Ção. por cristalogn6a de rai0$ X. O núclto do FSn é formado ocupar os sítios Q.,. e Q 11, dando continuid.ade ao ftw:o laal
de eltuon.s c:ntre a feofüin.a reduzida e o compkxo d1oaomo
pdas subunidades proteicas 0 1 e 0 1 que atr.avcss:un as Ql('ffl •
oxicbdo pelo CRdo FSI ( P700"; ver Figur.11 5.13).
bran3$ dos lilacoidcs. Os poBpeptídtos D I e Dt contêm o CR
P680 (dimero de dorofil,1 a), a ,nolkula rtctptor.a prlmârla de Fotoxidação da água
t 1'1.rons (feofiti,u,) t sítios de ligação ~ra a ancoragem dé mo-
lécu las carttg.adoras de elêtrons móveis denomina<b.s plasto• A excitação do CR do FSII (P6SO•) g L"r.l um oxidan1e fortt"
(P680 ·). que re1oma .10 seu e-$l-ado de equilíbrio (neutralkla-
qulnon.as (Q" e Q1 ; Figura 5,l6). O FSII tn1er-.a~ dirrt3mt:nte
d() t"m picos.segundos ( lQ•u $), tomando-k apco 1,1. s«'r nova•
com o complexo proteico que catalisa .a fotó.xidaç.lo da ãgua, <>
men1,e 6cil'ado. E$k ('\·roto :,,e d;í por mt?\o ..b cxtraçio J.e
co,nplt'.xo de evolução dt O. (P-.lk.ras.i, L995).
e-l~rons da :igua, com a cons~u.:-nt«' iomuçllo J< O •. O PfO•
O FSII promO\'e a 1ransf;rinci.l de elt tro,,s, induzida pt-Ja
..:es:.so dt ÍOloxidação da ât,'U.1 i ..:a1;alisa.Jo (' ini.:rm.:•c,h~o pelo
luz.. da agua p.1ra;, pl,1SICN1ulno,,a. Hawndo cxciu1i".\o elenô-- comptex.;, de ('\-OluçlC> J.e o:ógtnio (CEO). O CEO lo.;.i.1i2.1-u
nica, os elétrons do Clt do FSH ÃO ejeiados 11 partir de dímc-- no lado d.ls n'<mbronas dos cibcl,)ldes voh..1do par.a o IUm('n
ros de d oro61a a (P6So) e r«ebidos p<l:i /i:ojiti,m (molê1."Ul.1 (wr Figur.u 5.13 e 5.16). Ap<nas um CR Jo FSII e um CEO
recq>tora primária), que, imi:dL1t.amen1e, 05 tr.lnsfere p:'lt:t a «'S:l3o t."1woM,lo$ na lib-er.i,;-ão J~ um.a moll."1.-ub Je oxig~nio
plastoquinona. Es:se rectptor de ek'1ro1u $«und.irio asSt'me• (O:). Wo ,..n,'Qlve a oxkl..1\°30 J e J ua.s mok~ulas Je .lgua oom
lha-se à uht<1uinona, um compone,ue da cadcia d(' tt:tns:portr a liber.a,ção de qu:atro prtltons e qu.1tro dl."trons. AU,im. ~t:L
de elétrons das mitocóodrias. A pb.seoquinona .,..,.ri.a inmc:1.- cada O: libt."r,1Jo, o Clt P680 prnis.i ),:r acitaJo ,1ua1ro \ 'o."l..-S..
ladamente de uma fonna oxid:ida (PQ) a urna forma rt'Juzid;, ou seja, :.absof\'o.'r-' \'nergia J(' -1,u.atro 10h.ms. CaJ:1 CEO .1brig..i
(PQH1• pfa>toqulnol). um grupo Jt." -1,ua.1ro ions nung;an~ ,1u< .uu.un como ,1.,;umu•
PQ llg;.a-sc aos sllios ~ e Q, do fS II <, ao rl'ceb.:r ,:l,é~rons, la,101'('$ d«' ..:.ugJS j)Qiiliv-.ls. CaJ.1101on .absorviJo ~ n\O\'í.' um
forma PQH: (Figur.a 5.17). A fonna rcdu:t.i& ~la pl:uu,qumo,u 1.-létrM ,lo CR l'6.'l0, o -1.ual é imeJia1;'1m,:n1t' r1.1'(>S.h..1 por um
92 fülologla Vegetal

11proximadamente 8,,0, enqu:mto o pH do lúmen :uinge \'alo.


res em torno de 5,0. Em rC$umo. la.nto a fotoxldação da ágtQ
quanto O Ruxo de elétrons vfa plastoquinona contribuem par,
a geração do gradic-nte de prótons entre o mroma e o lúme11
dos ti.lacoldes durante o nuxo fotossfntttko de elé1rons,

Fotossistema 1
Alé o momento, fotam identi.ficadu 13 proteínas no complttQ
ttansmcmbrana do FSI. O CR (P700) apresenta, tipicamen,
te, recepcores terminais de elêtrons contendo ctniroi de fn-
ro-,nxofrt. Essa caractcrislica é importante do ponto de visia
e\-olutivo. porque guarda semelhança com os complexos do
CR de bactérias \'Crdes s.ulfurosas. Cabe aqui destacar que as
bactérias fo1ossin1e1itan1es anaeróbias ttn, um ónfco fotos.,
sistema... que pode ser similar ao FSII ou :ao FSI. Os estud°'
des.ses organismos primitivo.s têm fornecido informaçõC$ fuo•
damen1ais para a compr«nsão da evolução. da estrutura e do
funcionmiento do processo fo1oquimico nos demais org:anb,
mos foto$$.inteti:tantes. ( Pakrasi, 1995).
21¼0 CEO 0 1 • 4 H' O ooraçlo do FSI é um dimcro de proteínas semelhantes,
ptoYa\'t'lmcnte oriundas da duplicação de um gtne anctstral,
<knominadu psaA e pR.8 (d,o ingl!s photosysttn1, dorofila o),
Figure S.16 Oia,gfatna esquemãtkO do complexo FSII na membran;11 Da mes:ma forma que no FSII, ao receber energia de excit:açào
do\ til&coides. s.io momadas as protel'nas .-.ttgrals das membr.1,...s eletrónica das antenas (CCLI ou LHCI) ou absorver fótons di•
e~iad ao hw\(ioNmHltO do FSII 10 , e o;i. As Stta:S Indicam a dl• rrtamentc. o CR do FSI (P700•) doa clCtrons para uma mol('-
~ o do l\ixo fotmsin.tftko dos tlftrOns impul~ados pela tu:z. As
~ CP47 e CP43 S6Ó pn,tel'nas do comple110antena do FSI as•
cu1a reccpcora A• (pro,•avdmente, wna molécuJa de dorofib
t«iadas l ttansfe.fflcia de elfttons pa,,-a o centto de rea(lo P680. OS modi6cada), formando o par P700·/A;. A molé<:u1a rtduz.i4'
Mttons slo tnnsfHidos de P680 para• feol\tin.t (Fl!o) ._ a st!guir, pan A0 • é o mais poderoso agente redutor j4 encontrado em siste-
di.r.b molfculas ck plastnquinoN (O~ e o_J. O ccmpk!:110 proteico de· mas biológicos (potencial rtdox E0 ' = - J,l V). Quase lnstarit1.•
nomin.tdo ccmplt:lO de ~li,çio de 0 1 (CEO) catalisa a íotoiddaçjo
d;a jgia,. rcJpon~V!I pela ttduçio do P680 oxidado pela luz: (P680·). neamen1e (lO•U s), P?OO' cap1ura um elétron da plastoclanlna
O ao abriga um grupo cool'denaido de moléculas de mangants em retornando a P700, podendo asslm participar de um RO\'O ci-
sua fflMVra. Adaptidil de 8UCN~n ttd . (2000). clo de excitação. O eletron de A0 • é tra.ns(erido para A1, uma
quinona (vitamjna K1) e daí para Fx, um aglomerado de frr-
détron extraido do aglomerado de ions ming:affêS do CEO. ro--enxofre(4fe-◄ S). Depois depassarem por uma prOtefnadc:
A perda succss:i,•a de quatro dêtrons fu o centro m.anginico ferro..e.nxof« (PsaC), os clCtrons do finalmente transferidos
salr do estado S' pua s•·, que I o componen1e ox1dan1e que par:a a /medoxina, uma protelna hklro.ssolúvd que também
re.age com a igua, rC$1aun.ndo, as.sim, o estado de oxidação do contim um aglomerado de forro-enxofre. Ena reaçlo ocor·
centro mang4.nlco pana condição~ re oo lado da membrana do lifacolde vohada para o es1rom;;1
(Figura 5.13).
18)
A ferredoJCina é uma molécula redutora csiãvel que p0dt
Considerando-se que os fotoss:istemas I e li <>penm dr partici~r de Inúmeras reações no interior do es1 roma dm
modo stmuhâ.neo e em 5'rie, são necessários. no minim~ oito doroplastos (redução do NO,· e de SO, , assimilação de NH,·
fó1ons para cada 0 1 lib«ado durante o pro~ íot()S.$ititédco. etc.). No en1a.nto, do ponto de vista quantilati\·o. o prh,cil)ll
Finalmente. c.abc destacar que os prôtons gerados pela fo. destino dos seus elétrons é a redução do NADP· :a NADPtl
toxidação da água se acumulam no interior do lúmen dos ti• Essa reação ocorre no tS'trOma e ê catalisada pela enzima
lacoides, o que contribui para o aumen.to do graditnt~ 1k p,6. /rrmJoxina:NADP· oxidorrrdurase (FNR), uma ílavoproteina
tons entre o cstroma e o lúmen dos tilacoides.. Durante o fluxo que tem um FAD como grupo p1ostt1ico. A caplação de ull'I
fotossintético de déttons, o pH do eS1roma a1lnge val0res de próton durantra redução do NADP· 1ambêm contribui pata o

o
°"
H,C - ( )
HlC V ( C H , - CH -
_ r• •2&,+2H' H , C ~
C-CH1),H -2e...2H· H,Cv (CH,- CH = ~ - CH,),H
CH,

O POA OH P0AH1

figu ra S.17 fnru1111a da plas:1oqulnona - ÍOfma oxidada ~ forma rtduzld.t,


Capftufo S " Fo(ossintese 93

gradiente de- prótons pdn membranas dos til:,coi~ O NA-


DPH forma.do é utilizado em larga ncala na reduç.ao do C01
dur:an1e a etapa bioquímica da íotcmintes(.

Fotofosfotllação
A síntese de ATP nos cloropl:lstos, promovida peb luz. i cha-
mada de Joto/"1/orilarõo. O m«anismo bá.sl<o da sintt".Sf' ~
ATP nosdoroplastos se UKmclha muito ao das mitoc6ndrfas,
$C'ndo impul.sion:ado pela força próton-motrit. ~rada dun.nte
o fluxo fotosslntét.ico de elétrons. l.sso significa que a hlpólcw
quimiosm61ica de Mitdiell pan a síntnc de ATP tamWm w
aplica aos doropla.s.tos..
As membrana$ cetu.t.a«s s;lo muito pouco permcivtis .tos
ions H·. Os pró1ons. enlTet-a.nto. podem fluir de modo c;on-
trolado p0r intermidio do complexo enzimátko ATP sinla$C',
que atr.wesn a matriz lipídica das me-mbramu atrnvk da su-
bunidadt CF, e- projeta-se no esuoma com a subunidade CF1
(Figur:a. S.19).0 íluxode H· atra\·étdocomplexo ATP sinnse,
a favor do gradiente de H*, é res-ponsâ\·cl pd:u: mudanças ,u
configur:tÇ:lo da subunidade CFI ne-ctUâriu pua a sintcsc de
ATP (Buchanan et ai., 2000). Substàncias aplieadu aos doro-
plastos que aumentam a permeabilidade das membranas ao
H' (p. ex., detergentes. ionóforos-H·, amônia), ao desfazerem
Agur• s.11 Modtb nqutmitlco do comple,io do FSI na membrana
dos tilacoide1.. As prin(ip,is protefnas Integrais üo deslgnadis peks o gradiente de pH. podem desacoplu o fluxo de dtlrons da
le-trH mliúKUIU (A t 8) e abrigam P700 t os atTNdOl'tS dt eMuoM síntese de ATP. luoqucr diur que, nessas circu.nstincia.s. pode
~ A, e Fx.A proceína C esti assodada aosaceptettS Mais de elétrons h:iver fluxo foc:ossintétko de elétrons se:m a formaç-io de ATP.
F"' F,., dois gt\lpos41-e-4S. As StQS l~ielm a dl,tçlo dotlwr:ofotc>-
químico dt eWuons lrnpolSiof'I~ pcw fóu>ns de h,u. Fdx:: fcrredoxln,: Coniudo, em condições expe-rimen1llis.. pode: haver sinttst
PC: p&utoclanlna. A proteina denomin• E csU •nvolvida no 11-.,xo de: ATP em tllacokles intactos mantidos no escuro desde que
delito de tlfflons. Adaptada 6t 8uchanan er oL (2000). se estabeleça artificialmente um gr2di.en1e de pH (ó pH • 3)

2 H'
880MI Ull

=
du FSo
rc.:, ª"''
H,O H' • 1120, €1
2H'

H' H'
H'

--
pHS.O
l.úmen

ATP lfntaM

pli8,0 e.uoma

AOP•Pi ATP

Flgur• s. 19 ModelO esq.ue«1âtlco di1$ mernbr•.Ms doi 111.KOldies mom;,ndo o acop&,,mento fl"itft' o tr;1n spor1, foios.smttuco a,e elt1roru t> a
lotofosforila;t;io. A , nc1g1a armazel"ildil no 91•d1H1t@ di! p161ons,gerildo pelo ilwlo fotoss.intttt(Odt , 1,tron\,. ♦ \IUlitldl pela ATP
lormat;io dt> ATP • p;w-Ur dt ADP ~ PI (fosfa.10 inorg.lnico). \inias.e para a
94 Fisiologia Vegetal

pelas membranas dos tilacoides, ou seja, em condições de la - Em condições de laboratório, iluminando -se cloroplastos
boratório, pode h aver fosforilação nos tilacoides, sem fluxo de com feixes de luz de comprimentos de onda superiores a 680
elétron s, desde que existam ADP, fosfato inorgânico, cofatores nm, obtém -se o funcionamento apenas do FSI, por meio do
e um gradiente de H• suficiente. fluxo cíclico de elétrons. Nessas condições, ocorre tão somente
O ATP sin teti zado durante o processo fotoquímico, além de a fotofosforilação cíclica, sem que haja a fotoridação da água
sustentar a fixação do CO 2, é utilizado em inúmeras vias meta- e a liberação de 0 2• Os fótons com comprimentos de onda
bólica no Lnterior dos cloroplastos. A título de exemplo, cabe maiores que 680 nm não são capazes de excitar nem as antenas
destacar que grande parte da assLmilação de NO -, NH • e da nem os CR do FSII (P680).
biossíntese de aminoácidos se dá no interior dos ~loropiastos, Em condições normais, in vivo, a fotofosforilação cícli-
utilizando o poder redutor e o ATP gerados durante a etapa ca e a acíclica coexistem. Evidências experimentais indi-
fotoq uímica. ca m que as duas formas de fotofosforilação podem atuar
de modo cooperativo no sentido de manter o equilíbrio
Fotofosforilação não cíclica, cíclica e pseudocíclica do siste ma fotoquímico. Quando há excesso de energia ra-
Quando a sín tese de ATP se encontra acoplada ao fluxo de diante, o fluxo cíclico de elétrons se intensifica. Acredita-se
elétrons por meio dos dois fotossistemas, ou seja, da água até que a fotofosforilação cíclica contribua para a dissipação do
o NADPH (ver Figura 5.13), a fotofosforilação é denominada excesso de energia de excitação eletrônica do sistema foto-
não cíclica ou acíclica. Isso porque a síntese de ATP está asso- químico em ambientes intensamente iluminados. O fluxo
ciada a um transporte de elétrons não cíclico. Nesse ponto, é cíclico de elétrons também pode ser intensificado quando
importante lembrar que os dois fotossistemas não são fisica - há falta de CO 2 no meso filo foliar e muita radiação solar,
mente ligados no interior das membranas, mas sim segregados situação comumente vivida pelas plantas nos dias quentes
em diferentes regiões dos tilacoides (Figura 5.13). Conforme e ensolarados.
visto anteriormente, o FSI e o FSII são interligados por carre- Nessas condições ambientais, normalmente as plantas ex-
adores de elétrons móveis. Uma consequência importante da perimentam um estresse hídrico, ou seja, perdem mais água
distribujção heterogênea dos fotossistemas nas membranas é do que podem absorver. Para manterem o necessário equill-
que o FSI pode transportar elétrons de modo independente brio hídrico, as plantas tendem a diminuir progressivamente
do FSII, em um processo conhecido como transporte cíclico de a perda de água por meio da dLminuição do grau de abertura
elétrons (Figura 5.20). A síntese de ATP acoplada a esse fluxo dos estômatos. Isso afeta substancialmente a entrada de C0 2
cíclico de elétrons é conhecida como fotofosforilação cíclica. no interior das folhas. Como grande parte do NADPH gera-
Elétrons do FSI, pela ferredoxina, retornam para a plastoqui- do no processo fotoquímico é consumido na fixação do C01,
nona via citocromo b6 (cit b6 ), proteína integrante do comple- começam a acumular NADPH e ferredorina reduzida no es-
xo Cit bJ. O citocromo b6 tem um potencial redox de -0,18 V troma e a faltar o receptor final de elétrons, que é o NADP'.
e doa elétrons para a plastoquinona, a qual tem potencial em Nessas circunstâncias, o flm:o cíclico de elétrons é o cammho
torno de zero. O acoplamento desse fluxo cíclico de elétrons mais provável dos elétrons excitados do P700. Esse aumento
com a síntese de ATP está vinculado à transferência de H +, do fluxo cíclico de elétrons promove a síntese de ATP e adis-
através da plastoquinona, do estroma para o interior do lúmen sipação de uma parte da energia de excitação eletrônica do
dos tilacoides. sistema fotoquímico.

Estrema - - - - - -@ - - -- --,

Lúmen

Figura 5.20 Modelo de transporte cíclico de elétrons nas_membranas do~ t!lacoides. O transporte cíclico de elétrons envolve o FSI, a enzima
ferredoxina -plastoquinona oxidorredutase_e o complexo c1tocromo b• f. O unice produto dessa via é o ATP sintetizado utilizando o gradiente de
prótons gerado pela oxidação da plastoqu1nona reduzida PQHr Adaptada de Buchanan et ai. (2000).
CapltuJo s • Fotossrntt'le 95

Ao meimo temp~ quando hã um lluxo dt clfüons mullo Tranliporte de elétrons e herbicidas


intenso (elevada taxa de tluCncia de íó1ons) ou a d isponlbili• O 1r:1n~porlc fo1ossin1étlco de c"lrons pode SC'r V1ifi<ialmen•
d:ide de CO, e muito baixa, parte dos elétrons <li ftrrtdoxin:1 1c bloque-;ado p<>r com pos1os <1uc removem elttro n.s ~t d1fe-
pc,dt ser doa.da pa.ra o oxigênio molecular, que atua, c-ntâo. rel'ltê\ ponlos do sistem:i ou por compostos ani Jogos nao fun ·
como receptor terminal dt elétrons. ES$c íluxodr d Ctrons c-n• cic>nals de molfc ulas c<>Mtilulivu da c.idel:I tr.in.sportad?r.i
vol\'e O$ dOI$ íotossistemas e leva 2 form aç;io de radicais livrt-s de elétrons. Muifo-c; herbicidas de amplo npectro. comcro'-1•
$uperóxido CO:·). A s intrse de ATP que ~.suh.a do lluxo de mente dispo nivcis.. utu;arn d.e modo letal sobre a.s plantas por
eli tron.s da água para o 0 2ech-amnd-a de /Qto/osforíln(tio pu u• interferirem no íluxo foto,<;.-c;intético de elttronJ. Dua.s cattgo·
dodc.fi<a. Esse fenômeno ( im portante porque. além do radi· ria$ quimic.as de herbicida$ bloquefam a p;a.ssagem de clétroM
C$1) liwc superóxido. hà a formação de peróxido de hldro~ nio do sitio Q do FSII para. a pb.stoquinona. 1n1errompcndo o
(H:O:>• cm uma. reação denominada reação de Mehler: fl uxo (otos; in1é1ko de d ( I ron.s: são denvados da u1c1~. coroo
19) o monouron e o dii;ron. e derivados da t1iaziM (Figu~ S,2l).
Fd""' +Ot· +2H+- Fd.,+ H1O1 (10)
Ews su~!ind:as 1êm $ido utiliud;i..$ em experimento, de l;;a.
boratório par.a o es1udo do fu ncionamento do-s fotoui-stema.s
Peróxido de hidrogênio e OJ• ~igem formando outro ra• isoladimente. Js.-c;o se torna possível desde que uda fotomstc•
dica) livre muito ,e.u ivo. o fon hidrc>xila (·OH). .'\ destn 1iç-J,o ma seja suprido com doadores e rec('plOrcs .11ülictais de eli•
do radical livre superóxldo ê reaUu.da pela eniima s11ptró.tfdo trons d<>tõ'ldos de potenci.ií.s t~dox adequado,.. O u1ra utegona
dismuuue (SO O). J:i a eliminação do peróxido de hidrogênio é d(' herbid d.as con t-sponde aos cora111ts v1ologinio b,pmdifiu.,n
efetuada pela enzima <ntnla-sc: - diquat e pnraq1wl (F~gura 5.21), que ;atu:am 1n1t-rt"ep1ando
utalase eletrons do lado rtd1.11or do FSI. AJêm de mtcrferm:m no
(1 1J
flu.xo fotos.-c;intético de elérron.s. os deriv..dos do b1pind1lium
.Euas duas enzima&. SOO e atai ase. com os c;arotenoides. transferem d f trons diretamente para o oxigCnio, atalisan•
do extremamente impor1ante$ como deít$a$ orgânica$ COl'I· do a form.iç.5o dt r:hlka,s superóxido. Uma vez absorvidos.
tra os radie.ais livres altamente re-ati\'OS deriv-.ados do oxigC· os herbicidas b1pirldUium matam npid.amenle a.s planta.s cm
nio. Estes l1.ltim0$, uma wz acumulados.. de1uoem a.s mem• prese-nça de Iuz..
bra na.s e 3$ própri;i.s molC'Cula$ de clorofila. DiV(r'$0.S estudos
têm demonstrado q ue plan1as. alga$ e microrganismo$ l'llu•
Complexos supramoleculares nas membranas
lantes, deficientes em SOO ou ca1ala.se ou caro1enoides. sio d o s tifacoides I Est rutura e regulação
destruídos quando expostos à radiação solar. ls.s.o confi rma a Ot- acordo com modelos r«cntcs. ~ membranas do.s 111.l•
importância deu as m oléculas pari a defesa d.&s plantas con• coidcs podem ser divididas em t1k dominios: as lamd.1.~ do
t ra a fotoxtdação. ~trama. as margens dos gnznn e ;a pane intem.t dos .~rat1il

e, o
A
CI -·n
\ , JH
N-!-N(Oti
CH,
DCMU, 1t111:idot do F$t1

CH 1 O

eH1 ):cH ~ 1 1 a,
Sr CH1
o
DBMIB. in+b(óOt óooomptQX.O CIIO(tOR'IC) Crt 0,1

CH,- N
:}O·-cH, ]2Cr
[MelhlOIOgénlO. ll'l+l>idor <10 FSI
Pan,quul

H,0

Figur a s .21 A. Ewutu,a <tulmlc.1 d!I' uls he1b1ctdds QUe ill!J<lffl .n,blndo O Au:.o fotOiSlnll'll(~ de ~l<'ilOl'IS. 0 O(MU l·\l ..1 1,bOOU)le-n11'· 1,f dt·
a.
m eUlwe.i; 08MI6 2.5· d1b,Omo•3 me41l·6·iSQPfOp1I p~I\ZOQU•l'IOl\o)' oporoqu.;ir lm-etil v,ologen10). S.uo Ül .iç.:lo 00\ he-1b,Callib .,,b,dOl<e'\ do
tr•nspOt"te f01ouinté1lco de etettoM. A 1tdu(ilO do paraqr.,m te-sutw l\ol fom~ao de r.)d1t.111 s1.1~él:,,1do e 01.111-1s .,.,pecies ,eatrv;h dt o.o ,qtnlO
(11,!e de-s1toem mombr..in.-s, clo, ofil.ts e pro1.-h.as. AQ.,p~de8ucl\,ll\oln .,, ai. 120001.
96 Fisiologia Vegetal

(m(mbramas empilhadas). E.1;!:rs domínios apn-srn1am com• clorofila b. luo explica um fenómeno já h.i ,~mito conhecido
posição quimka r funçôt'S diftrend.:.das (Figura S.22). O pelos fisiologistas: o de que as folhas dr pfantas sombread:as
transporl(' linNr de elrtrom: (não cídico) ocorre no in1erior têm um conteúdo rtlaliwmente mais d r, ado de clorofil-a b
1

dos grana, enquanto o transporte deliro S(' encontra restrito que as plantas crcscida.s ao sol. Um complexo antena ampliada
às lamelas do eslroma (AlbcrtJ:S-On, 199S). em razão da adição de um maior m.imero de CCLll aument11
O(" fato. os complexos sup ramoltcula.«-$ fotoss-imCticos 3 ('.apaddadr de in1erccp1açJo de luz e a atividade do FSII sob
ap~ntam uma distribuição di(crend:1da. e h('lerog<nea nas b-aixa irradiância.. As (olha.s- ao sol, por sua vez.. tendo a maior
mc:mbranas dos tibcoides (Figurn S.22). As rtgiõcs empilhada d1$poníbilidade de lu1., investem menos recursos na forma,.
e não empilhada das- membranas dos tilaooktts difcrtm quan• ç!o de oomplcxos ante-na (têm menor quantidade de CCUI)
to à composi~o dos complexos .s-upramoleculares int<"grant<"s e aumentam os ní\'cis de trampor1adores de elétrons (Clt bf,
do proces!õl.l fotoquímico. O complexo FSI, o CCLJ e a ATP pJas-1oquinona, plistocianina, forrtdoxina) e de complc.xos
sintasc localiz.am•SC', quase exclusivamente. n:.s regiõe$ não ATPase por unidade d(" clorofil a.
t mpilhadas. em contato com o cstroma, enquanto o FSII e o As adapcaçOes às condiçõts de iluminaçlo do ambien1e que
CCLII eilâO prc$tnlcs na.s rq;iõcs empilhadas. O complexo ("m-olvem mudanças ultracstruturais e bioquimicas, como as
Cit 1,J 1em dis1t1buiçâo 1.miforme pelas m('mbrana..s dos tlla• já dC$Critas aqui, e tambfm na anatomia foliar, podem ser
coides. Dura.nu• o Ou.xo fotoquimi(o de elétrons, a conexão consid("radas adaptaçõet a longo praz.o. Entretanto, co1idia-
funciorud entre os complexos., espadalmcnte $-Cpa.rados no namente, as pl-an1as estllo sujci1.u a Rutuações extremamen-
interior das membra.nu dos tilacoides, é efetuada pelos carre• te r.\pidas nas 1a.xas de fluência de íótons e na qualidade di
adores de dCtroru mO\,cis. 11.11. Nebulosidade Yariâi.--el durante um curto espaço de tempo
O griu de empilhamento das membranas dos tilacoid("s e rápida osei.laçlo da posição de feixes de lui no interior do
no interior d0$ cloroplaistos, bem como a proporção rtlati• dosul da coinunidadt Vt'gc1al são exemplos de v:1.riô'IÇÕt'S ins-
,-a dos complexo.s FSI e FSII. pode ,·ariar cn1re espécies e tantâneas na taxa de Ru(nd a de." fótons. ls.so exige mecanismos
de acordo com as condições de luz. do ambientt. Conforme dt adaptação r:ipldO$ a essaseoormrsosdlaçôes na dlsponibi-
já mencionado (,·er tópico Cloroplistos), o grau de empl• Bdadt quantitati\'3 e qualilativa de f6tons. A e6d ência do pro-
Uwnento das membranas tlb:coides aumenta a medida que ccs:so fotos.sintêtico. por sua , ,ei, exige uma distribuição equl•
a. intensidade luminosa diminui, e reduz.•$(' à medida que :l líbrada da energia de excitação entre os fotossistemas I e li,
intensldad<' lwninosa aomenta. luo promo,-e mudmças não só alêm de um suprimento suficiente e estável de AT P e NADPH
na propor~o rclaü,-a. dos fotossistemu 1 e li, oomo também para uma ótima redução d(" COr Mudan,;2s rápidas no fl uxo
n.a proporçlo rda.ti\'a dos seus respectivos compJexos d<' cap• de fótons poderiam causar dcscquilibrios no fluxo fotossin•
lação de luz (CCLI t CCLII). O a.umen10 do empilha,mr nto tétko de elétrons entre os (O(ossistemas, caso não ex.isti.sse-m
é acompanhado de um aumt-nto quan1l1111lvo no númtro dr mecanfamos de ajus1e no aporte dr energia de exeltaÇão entre
eomplr.xos do FSIJ e de CCLIL os fotossistemas. Assim, quando a ('ncrgia lumlno.sa é absor•
O CCLII t urna :un cna maior e, pro,•avelmente, mais im • \ 1d;1, dt modo d1ferenc1ado pelos 101ossistcmas, hâ u,n:., redis·
1

pon.:.11t(' qur a anten:a 3.$$óciadi ao FSJ (CCLJ). Hoje se sabe lribuição d.1 energia de exci13ç3o en1re dt'S. Tal redlmibuiç?io
que a major pane da dorofila tó1.al das plantas estã associa• parece envol\'C-r o movimento fhko. ou sej.1, o deslocamemo
da ao CCUI - cerca de me1ade da dorolila a e quase toda a do CCUI entre os fotos.sistemas I e 11.

-• •• ..
E&.1roma

• • 1 T• • T T • • _,
Lamelas dQS 9r.mit
(mernt>tanas empilhadas ) ~
• •

• •••• ••• •
1•1 • 1•1 • 1•1
...,
.,
e
L/,men
Es trom,

-.;

Membranas nao
~•d3$ dc>$ lllacoioe&
•1 · • '

..'
Fol0$S41Cm;a 1 (F5')
' 8

CompjellO an!ena (FSII)


Fotossistema u (FSJI)
e\
Et;1toma

• MembNln;,s
n&oern,p,;lhaóa:s
(lamet.t, 00 estroma)

8 Comple.1to otoetomo bJ
' ATP;)$C
Rgur• S.12 Oisu!buiç.io do> c.ompltxos wpramolt<ula1es d.o proc:eno íotoquimlco f\iS nW!mb111n,>:s dos til,x:oides. As unidade~ do FSII estão
butizõd.lsnas regiões empilhadas das m.-mbt•n.. l dos til.tto•~c->.enq\lanto.-s unidades do FSlediA1P sintaseshu,,m•se nas ,egiôes do:s tit.ac.OI•
des em conmo com o e:sttoma (regiões nao empl1Ndas dos tilac:oldes e tilacOide, do e:suoma). O compleM citocrom<> I! os C,>HeadOfes mQWis
de déuon~ plastoqu,oona e plaStocia.nin-, l:fl(Ontram-se u1\ifon11t-rt'W!ntc: distribuldos ao longo de todo o \iHema ~ mE"l'nbfa,,,11, Adap1,1d., de
8tKh11n.,n t'I oi. (2000).
Capítulo S ♦ Fot01slntc-~ 97

O n,e,anismo de ,ontrole do drsloca1ncn10 do CCI.II. por 1ilacoide cnriquc<id:as com o FSI {rcgivN nâo cmpilhild.ts do(
sua vti, p.,re,e depender do estado de fosíorilaçio do conjun, X"JIIª e 1ilacoidr:s do õtrom.i). A fo~forU,a çlo :uu.iri.'I . a~slm,
to de CCU I. Cabe aqui destacar qur a ío.sf<>tílação e a desfos- como um mrcanism1) rcvc-nívcl do l1po hga•desllg:a: n,\1,1 f05--
forila~o rtvtrslw!ls de protein.'15 rC"prrS<"n1.am um mrc-.anismo foril.1do, o CCUI t'Stari.:i lig.a,do ao FSII: a ÍO<JÍoriladr, promo,.
de modulação da atividade dC" enzimas amplamente dissrmi• veria o desligamt'nto do CCLII dfJ FSI I e sua lig..çio ao FSI. O
nado no meraboll.smo ,•egtta.l. fxpcndrndo do tipo dt' enzi- deslocamr.nlo modul,1dodo CCLI I cnv e os íotos.sistcmas pro-
ma, o grau de fosforUação d.is proteínas pode aumentar ou di• move.ria uma dl~triboiçlo ,:qullibr,1d.a de energia de e.xcitaçil o
minuir a :atividade da enzima. No caso C".spcdfico, o ex«.s$Odc entre os íotossistcm-as. garan1indo o C'q uilíbuo do 1luxo linc-u
enetgla de excitação no FSII em relaç.ãoao FSI rrsuh.11 oo acô• de elétrons. ísse processo de dL'$-ligamento de uma par le da.~
mulo de plasto,quinona reduikla. Ac:rcdita•SC' que o acúmulo an1e,1:as do FSII (CCUI) dos sitios do FSII tambC'm par«t' ser
de poder redutor junto aos ,a.rre:idores promo,·,1 um aumento impor1an1c p;ira ,1 red11ç:Jo do aporte de energi.ai de acitaçlo
no es1ado dr fosforiJaçio do CCUf (f igura ilJ). Essa fosfori- nas membranas dos tibcoldes du~ntc períodos de t levada 1t•

e
k,ção promo1,1:ria o desloc-.amento doCCUI para as rrgiÕC'$ do radiância (Grossman t t ui.. 1995).

Metabolismo do carbono na fotossíntese

E)
.....
a..a,e(•Pi)
Fo;fQrilaM (- ~J
• CCI.II p • fFs u 1
A foto.ssintt'SC' ocorre e1n escJfa giga.nt~ :1 no pl:anct.a. P:lt2 ter
uma ideia da ordem de grandeza do pr~ w íotoo1ntét1co..
estima-se que 2 x l0 11 toneladas de matina orgàn1'-1 KJam
produzidas anualmente (Lawlot. 1987). A produção drs.<•a
'"'
1FSII )
POH,

l
PQ
1-~ l
da<:lnas:
PQH,

!
PQ
§)

FlguH 5.23 Afosfonlaçao revetSfvel do complem dH,d,J)lil{.io de klz


7 enorme quantidade de c:ornposto.s otginicos resulta do mr•
tabolismo fot(Wintttico de ca,lxmo. sustentado p-elo ATP e o
NADPH gerados dur.ante a et.apa iotoquímic:J da íotos.smtese
(Figur.t 5.24).
A formação de moléculas orgânicas lem inicio .:om a rt1çlo
do FSII <CCUI) regul.a o fluxo de eJeuoo.s entre 0$ totoni,tffllll\ li e 1,
Excesso de energia de m~lo nofSH,esulta no .tcurnufo de pl;n10- de fixação do COt, ca1ali.sada por um::i ('nzima Jenom,n:adJ r,'.
qui.non, redvzlda (PQHJ. A elevada conunv;,,ç.iode PQH,,.tiv.a ooi11 bidose bisfc,sfiiro carboxifase/oxig('niJJt (r:1Q1.$(.o). A rub,~o e a
p,01eiN·cinase Q\le fosfcda o CCll. A,tduçiio d., con«'nlr.ição de <'nzima central para a tiqui.slçâo de carbono pelos orpnamos
PQH a, POf sua vez, desativa as protei,...s-cin11w:. O ((UI é então desfos-
v i\'OS. Aocat:1.lisa.r ;a fixação do C0 atmosfirico. .) rubisco di:·
foril;ldo pela ~o dt> fosfonlaM:lJ. /v:> $4!1 desfosfcwlllldo, o ((lll se liga 1
noYamenteao FSII, aurr1M1.a,ndo de novo o flvicode elêuons para esse .senc:idefa uma rede de rc-a.ções bioquimiC3.S que ger,un o~car-
fo1ossktema. Adllp l..,d.i ~ Hopkins(1998). boidra1os, u proteínas e os Bpidios que s~1c:-n1am .a.s plantas

TIIIICOides
Luz

Hexose-
PP~)._,§ Calvin
fosfm

A1'>do--+-<~ PiTriose.s! fosfatr ~~ . ._..,.


co,
• Triou.s fosfaI0
j
0

P,

l SaawosjfQsrato

S ~IOMI

1
Úl)Ollaçâo
do dl• no;
Flgv r• 5.24 O clclofotossintetJCO redutivo é r~sponsãvel prl.1fi.uç.k>do(O, ~pela PrOrllO(,.Oóe CJ1bQ101,HO\ n,1 íotOS\1nie\ê t<•do de c..1,·,n®
cldo ( ). S~u fu ndonamN'ltO de-pende do ATPt do NAOPH911,ado\ N IIUJM ÍOIOQu+n-.c.a da ÍO(Oi\lnlc>Se .>.~ tuose,•k>ú ,11ofo11t1j(j.1\ I\OCKk>C
PO<~ ~cr aloud11s j)J.t.S p1odl.l(.&o de Jmldo no 11\!e,,lot do'S<toiol)Qnos OU sei .l•-l1\\P01t11das p,.r.i o citoplJsma. N\"Hf ult,mo comp.a,rumc-nrO:
ocoue., S-ntese d<'.' s..c:J1o~. p,incipat ca1bold,.110 r~portado pe1.,1e,ttul,,u foloss1n1rt1cJs

-
98 Fisiologia Vegetal

<' os demais $('fl'$. \'iw,s. indus:h-t .1os próprios sem humanos e forrcdl,:cina ttduiiJ:1) pmdui.idos M íluxo fotossintl1lco de
(Mann, 1999}. NN'l"™riamt'nte. quase lodo e, ~rbono orgâ• elétrons ( Figura S.26}.
nko e-xi.stcntc na biosfera, cm ais.um momento. trarn:itou pclo A cficiCnda da n.ssimilaçào de CO: (fotossíntese liquida)
iitio ati\'Ode- um;i cntim:i rubiSCC), de1>endl", portanto, das taX.1$ rel.ati,•as dos ciclos CJ e C1, c-m
A rubisco, no enl3JllO. tem a p«uliaridade dl" ser um,3 en• grande parle espêdcs ,·i:gc1ais. Resumidamente, pode•sc: di-
1.im:i bifuncion;a,I, ou seja. de apn-$('ntar simuttm,eanu-.111e duas zer que o metabolismo do carbonO nos orga.nl$mos fotossln-
fu r~s: c:italisa tanto a mrl,oxilO{âo quanto II o.~·~cria(tlo do tcti.zanti:s depende do balanço integrado dr dois ciclos que se
seu substr:tto. a pcntOS<' ribulose-l.S•biefosfa10 (RuBP; figur.1 opõem mu1uamentc. As taxas rclath·n.s entre a via C, e a via CJ,
5.2:>), Os g;,.sC$ CO .r O, comptttm n1r~ .d ptlo m C$.1110 ${tio atfro por sua \'t1., dependem dos fatores qur influenciam a « .mccn.
da ml,;sro, rQgindÕcorn o mesmo subs.tr..lO (RuBP). f..nqu.anto tr-ação rt1111lva entre CO: e 0 1 no interior do mcsofilo foliar e,
:i carboxila('ão resu\1-., S()meme ni form11~0 de duas moléculas mai$ prec~mcn1e. no in1erior do estrom.i d0$ doropfast<>s,
de um ácido orginico de tris carbonos - o J-fosfoslictroto-, a local onde 111ua a rnblsco.
o:cigenaçio da RuBP cóndui à produção de uma moli-cula dr Ao klngo do processo e\·oluth'O. os organismos íotossi.nle•
3-fosíoglkcrato <' oolrt1 de 1-fosfog{irornto (Figura 5.25). li7.a.ntes desen\"Qlven1m ,,:irias es1ra1égias para minimiuir ou
Putindo do composto rtsuJtantt da carboxilaç.âo, o 3-(os• mesmo suprimir o íu,,clon..1me:i,10 da vi:t fotorrespiratórb
fogliccrato.. ttm inido um cido de rcaçôts bioquimkas que (C.). As es1r-itéglas hoje conhec.id11.s íundamcntam•M' na e\'()•
origina virios carboidratos c quc, simultaneamente, regenera. luç°ão de mtt:anismos eonu n1radores de CO, junto ao sitio de
a pentosc bisfosfalo qur reage com o C01• a RuBP. Conhedda ou boxilaç!o da rubl.sco. 1$$0 significa que a18uns organism()s
como <iclo de C0Mn-Bcnsor1 ou <ido fotossinrttico redutí1'0 CJ' (01ossin1e1iun1es eo,, seguem m11nipulllr a concentração rela.
ou simplesm<'nte ciclo C1 (figura S.26), e.ss3 ,ia metabólica ê tiva de CO: e O: no huerlor de suas células e, assim, moduh.r
rcsponsâ,·<'I pda. sc-r.ição dos carboidratos precursores de to- as taxas rcl:ath•as de carbodl:lç:lo e oxigenação d:t rubi.sco. Em
du as moléculas orgãnkas e.Dstentes nos org.ani$moS foto.s- algas adaptadas a condições limitantes de CO:, ttm sido en,
sintetiunlcs <' hcterotrôficos. O ddo C1 tem sido a base da contrados mecanismos de concentraçlo do carbono lnorg'Ani•
.aulotrohi dr carbono por meio de todo o pro«sso evolutivo, co no intrrior das cClulas (Moroney e Somanchi, 1999). Já en•
su.s.tc:ntando, .assim, a ,i da na Tem. trc as plantas vasculares, são conhtt:idos dots mecanismos de
O fMfoglii:olitO, por sua vc:~ gerado cxdush·amente pela concentração de C01: o metabolismo C, e o meUI.bolismo ácido
funçio o,c:ig:e n~ da rubisco. não pod<' s<'r utilizado no ciclo das cmss«láceas (MAC}. Ambos os mecanismos concentr:am
de C:tMn-Benson. O seu proci:ssarnC'nto e <'Í<'tuado por uma CO, no sítio ativo da rubisco por meio de um "'bóm beamt,ito·
,•ia metabólica conhecida como ,ia e, ou via fotorrespir111óri11. bioquímic.o de COt (Lttgood. 1993}.
O me1~bólismo do 2.fosfoglkolato pela \'ia e. se d:.â com o Nesta seção, serlo estudadas as b3sei bioqufrnic-.,s t' <tlru•
consumo de O: e com a perda de CO! j3 fixadO: Dependendo turais dos principais mecanismos íotossJn1é1icos de assimila•
das condiçües ambitnt..i.s, cn-ca de 20 a 50% do carbono jd ção do CO,. Suas implicações ccolislolótkas ma.is amplas e o
fwdo peb fo1oss.intt"sc pode se-r perdido na fo1orresplração impacto $Obre a produtividade das pl.an(aS serão tratados n:i
(l\.tann, 1999). O <:idoC1 promove ganho de carbono reduzido seção scguin1e.
(a.rboidratos) .i ~ rlir da fixação do cor e o ciclo C! a perda
de carbono redutido a pvtir da 6.nçio do 0 2• Os dois ciclos Rubisco
op<ram, ponamo, l!"m ~ ntidos opostos. A velocidade refatlva A enzima. rubísco existe em d evada qu.rmtidade nos 1tcidos
desses dois ciclos dc:termina o g.anho liquido de c:irboldt:uos ío1osslmé1lc0$ das pl:rn111s v..seulares. sendo pro,•avdmc-ntc
a cada momenio em plantas com a fotossinte:se CJ. Os dois c.l· a proteina mais :ibundan1e na superfid e da Tc-rra. Nas p/1111•
d~ são .su.~teniados pelo ATP e pelo poder redut0r (NADPH tas CJ, cetca de mernde d:n protdna solú\·êl das folhas podt

o,ugenase Carboiótaso

CH,OPO, CH,OPO,
o, 1 co, 1
C= O H-C-OH
._J 1
H- C -OH
L. 1
COO·
1
H- C-OH
1
CHtOP0 1
coo coo
1 Ru8P 1
H- C-OH H-C - OH
1 1
CH-,.OPOl CH10P0 1
f 2-losfoghcola,to e J.'°61opleerato J 13-fosrog1ic.-a10 )
Capítulo 5 ❖ Fotossíntese 99

Ciclo C3 (ciclo de Calvin-Benson)


A elucidação da via metabólica por meio da qual os vegetais
fixam o CO 2 e produzem os carboidratos é um marco histó ri -
co no desenvolvimento das ciências biológicas. Foi a primeira
via metabólica inteiramente descoberta com o uso do isótopo
radioativo do carbono, o 14C. A partir de meados da década
de 1940, Calvin, Benson, Bassham e uma equipe de colabora-
dores utilizaram o 1•1CO 2 em experimentos com algas verdes
dos gêneros Chlorc/ln e Sccnedesmus. Associaram ao traçador
radioativo uma ferramenta analítica eficaz, a cromatografia
bidimensional em papel, uma técnica bioquímica então re-
centemente desenvolvida. A técnica de cromatografia permite
separar e identificar pequenas moléculas orgânicas presentes
[ Atmosfera j em uma mistura complexa, como aquela derivada de um ex-
trato de células vegetais.
Figura 5.26 Esquema relacionando os ciclos fotossintéticos redutivo
Suspensões uniformes de algas verdes eram expostas a
(C3 ) e fotossintético oxidativo (C,). A rubisco inicia o ciclo C3 e o ciclo
e, (fotorrespiração), dependendo do gás atmosférico que reage com a condições constantes de luz e CO,, de modo que a fo tossín-
RuBP. Adaptada de Buchanan et ai. (2000). tese atingisse um estado estacion Ú io. Por um breve período,
o HCO, era fornecido às algas com o objetivo de marcar ra-
corresponder à enzim a rubisco. Ac redita -se que o maciço in - dioativ~mente os diversos intermediários do ciclo. As análises
vestimento que as plantas fazem para produzir essa enorme bioquímicas eram efetuadas em amostras de algas coletadas
quantidade de rubisco e, assim, garantir uma fixação de carbo- em álcool fervente, em diferentes momentos, a partir do su-
no suficiente compreende uma resposta compensatória à bai - prin1ento do 1•1COi- Procedia-se, então, à separação croma-
xa eficiência da reação de carboxilação por ela catalisada. Nas tográfica e identificação dos compostos orgânicos presentes
plantas vasculares, enquanto as taxas das reações enzim áticas nos extratos das algas. As regiões do papel de cromatografia
são normalmente da ordem de 25 mil reações por segundo, a marcadas com radioatividade podiam ser detectadas colocan -
velocidade de reação da rubisco é de cerca de três reações por do -se o papel do cromatograma em contato com uma folha de
segundo (Mann, I 999). Essa ineficiência da rubisco tem im - filme de raios X, técnica esta con hecida como au torradiogra-
plicações nutricionais importantes para os herbívoros e para fia. Expondo as algas ao 1~co, por intervalos de tempo cada
os próprios vegetais. Em se tratando dos herbívoros, grande vez mais breves (até 2 s), a equipe de Calvin conseguiu identi-
parte da proteína consumida na forma de biomassa verde é ficar o primeiro produto estável da fotossí ntese, um ácido or-
representada pela rubisco. Para as plantas, produzir taman ha gânico de três rnrbo110s, o ác ido 3-fosfoglicérico. Verificaram
quantidade de rubisco impõe a necessidade de adquirir urna também a sequência dos demais intermediários por meio do
enorme quantidade de nitrogênio a partir do solo. deslocamento da radioatividade en tre os diferentes compostos
A rubisco é uma proteína de elevado peso molecular e cons- ex istentes nos autorradiogram as dos extratos obtidos em vá-
tituída por dois tipos de subunidades: uma subunidade grande rios períodos após o suprimento do 1·1CO ,. Depois de mais de
(L) e outra pequena (S). Cada uma dessas subunidades é codi- uma década de trabalho intenso, quando-foram identificados
ficada por genes localizados em compartimentos celulares dife- os diferentes compostos orgânicos intermediários e caracte-
rentes. A subunidade m aior (L) é sintetizada nos cloroplastos. rizadas as enzimas envolvidas, Calvin, Benson e sua equipe
Já a subunidade menor (S) é sintetizada no citoplasma, a partir estabeleceram a rota que conduz à sín tese de carboidratos a
de um RNAm transcrito no núcleo celular. A proteína precur- partir do CO 2• A via metabólica então desvendada envolve 13
sora da subunidade S, após ser transportada para o interior dos reações organizadas de um modo cíclico.
cloroplastos e sofrer modificações, liga-se à subunidade L, ge- O ciclo redutivo do carbono (ciclo C) é o responsável pela
rando a enzin1a em sua forma funcional. A rubisco é, portanto, assimilação de ca rbono em todos os orga nismos, à exceção de
resultado de um processo coordenado de expressão de genes algum as espécies de bactérias fo tossi nteti za ntes primitivas. As
nucleares (rbcS) e de genes dos cloroplastos (rbcL).
plantas C 3 compreen dem 85% das angiospermas, a maioria
Até o momento, foram identificadas duas for mas de ru -
das gimnospermas e pteridófitas, todas as briófitas e algas.
bisco na natureza . A forma mais simples, enco ntrada em al-
guma bac térias fotossintetizantes, cons titui -se apenas por Etapas do ciclo C3
~ubunidades grandes (L), sendo denomin ada fo rma II. Por
sua vez, a enzima ativa, presente na maior pa rt e dos o rga- O ciclo C 3 pode ser dividido em três fases: a carboxi lativa, a
nismos fotossin tetizantes, é formada por oito subunidades L redutiva e a regenera ti va (Figura 5.27). Ocorre no estroma dos
e oito subunidades S (L. S. ), sendo denominada for ma I. O cloropla tos, onde estão loca lizadas as enzimas que o movi-
sítio ativo da enzima situa-se na subunidade L. Ao es tudar as mentam . As três fas es do cicl o pod em ser brevem ente caracte-
propriedad es cinéticas da rubi sco (Km(CO ), Km(O 2 ) , v"'.. ) rizadas da seguinte forma :
proveniente de diferentes espécies de plant a C,, verifi ca-se 1. A ji,se carboxi/11tiw1 comprecndc a rca\·fo catali sada pela
a existência de diferenças pequ enas, porém sig nifi cativas rubisco. ada molé ·ula de O, lixad a pela rubisco dá
(Woodrow e lkrry, 1988) . origem a duas mol~cu las de 3: fo sfogliccrnto (3 PGA) ,
100 Fisiologia Vegetal

3. A /a$t n:gcncrtlliV(t st proceu.a a partir da formação do


(3 ,e) 3 PGald, um monossacarídio re\'ersive.J,uente convcru.
do em dl•hidroxiacetona-fosfoto (DHAP) pór meio da
en1,ima rriose-fosfalo isome-rase (Figura 5.29). Os dois
açúcares fosfato. corutituídos de 1rés carbonos. são de-
nominados trioscs1osfato (Jriose•P). Uma si:ric de rea.
çõcs enzimáticas intertonverte açUc.atts- íosfato de lrl.s.

(-
quatro, cinco, seis e sete." átomos de carbono, e rcgenem a
3-Fosl091,oera10(6 •) molécula receptora primâria do COl. a ribulose-1.S,bis.
fosfato (RuBP). Oito entlmas diforente.s catalisam as 10

--
reações que intt"gram a etapa regenerativa do ciclo ~
Calvin-Ben.son (Figura 5.)0),

~
(hl
Ciclo autocatalítico

·-•-·
A fixação inint«rupia dc C01 durante a fotoss intese rcquCJ
que a RuBP stja con1inusmen1e regenerada. isso ê gar:antldo
------...---,waio! pel.t oper.tçào autocatalírica do ciclo C, ou sej:a, o ciclo Cl st
:aut()SSustenta e. qu.:anto maior a velocidade de íormaçio dai
Sacaf'OH, amido RuBP, m111or a sua capacidade de fixaÇão de C01• A "elocida-
Figwa S.27 O ddo de Calvin pode ser dividido M'l t~Htapas: c.attJo. de de aMimUaç!o de CO! depe.nde, assim, da taxa de guaç.ão
lÓlativa, rN!utiva e 1t,geflera1iva. dos ~rboidratos intermediirios que conduzem à formação de
mok!<ulas de RuBP. Por e.xcmp~ a fixação de trCs molCculas
de CO: produz. S<'is moli:culas de triose-P. Cinco moléculas
primciro composto cstivcl do cklo Ci. O intermediãrio de
de t riose-P (5 x 3C) de~m. necessariamente, regener:ar ires
seis cvbonos que se forma no começo ê instável. lnidal•
n,e:n1e. o CO: reage c.om o átomo de carbono na posição 2 molkulu de RuSP (3 x. SC), enquanto a sexta molécula de
(C·2) cb nôu'°se bl!i.foúa10, f()n'Tl.andO uma moléc:ufa instá• triose•P representa o produto liquido do processo. Isso stg-
,-d, de seis carbonos, que pt:nnanec.e Ugacb à enti.ma. A st• nifiea que a formação de uma triose exige 1rés vohas no ciclo
gub, C$$a mol«ub i: hid.rolisada, formando duas inolécuJa.s C,. A formação de uma hexose exige sels \'OItas no eiclo, tendo
es1!v~is de ácido 3-fosíoglicCrico (3 PGA; Figura S.28). como saldo duas molêcubs de lriose•P, retornando ao ciclo o
2. Na~ tedUJiva. o 3 PGA i: convt:nido a gllceraldrido•3· equh•alente a J0 moléculu de trió.sc•P (10 x JC) regeneradas
fosfato (3 PGald) pot' meio de dtw reaçôts que utilizam o na forma de seis molt<:ulas de Ru8P (6 x SC). e wlm sucessi•
/\TP e o NADPH pmdutidos na rupa f(l(oquím1ca da fir va.mcntc . A p1rtir ds, m-ot4,c..,Ja, de trioi;c P, QII prll'lc ip• I&pro
t0ssiotesc. O 3 PGald ê o primeiro carboidrato gerado no dutos da focos.s:lntese, o amido e a sa.catose., podem ,SCr en1ào
ddo C,. A$ duas reações sequenciais, aprt$tntada$ a se- sintcli7.ados, conforme se verá adiante.
guir, são atal!S3d11$ pelu tnzimu /os/alo giicerato driase e
Balanço energético do ciclo e,
NADP:glia.'taldt.ldt>-;.Josfmo desidrogrnrut, rcspcctivamtntt:
Do ponto de visu energêtico, a fixação de uma molécula ck
3PGA+ATP- GliCtt'ltO· l,3•bisfosfato-+ ADP 1121
CO1 exige tr~ moléculas de ATP e duas de NADPH. Duas
GliCE-rJI0·1.3·biJÍOS:falo + NADPH - 3 f>Ga1d + NADP·: Pi (131 molêculas de ATP e duas de NAOPH .s.!o neccssârias p.ar.1.

IC•-<' 0 1

·co, "•º
---'-- --,.

r°'
H- 'C- OH
1
2-carbó-xi-3-GelOarabinitol· 1,5,bl~los-fato "CH,.O PO~,.
f RibulOse•1,5-bisfosfalO J (~ inslável, l!'l!ermediã(.o da •nzlma) { 3-fosloglioerato )
Fi9w. S.28 Reaçi odc c.• •boJUlaçao da nbulo~ 1.S·bislosfato,c.ataliscldt pN rvbiM:o.A moléculll de J PGA. SUi>trlo.:
átomo de carbono recêm-lnc.orporado. indicado c.om a~wisto. Adaptada de Talz e t.a19e1 (1991). . no e-\quema, contém o nov<J

..
Capítulo S ❖ Fotossíntese 101

H carac teriza -se por um baixo nível de atividade da rubisco e


exige uma elevada concentração de CO 2 para crescer (Woo -

-
H-.. . . b,..,- oH
drow e Berry, 1988).
H-C = O
1
o processo ele ativação é reversível e compreende, inicial -
1
1 mente, a formação de um complexo ternario enzi ma-CO 2-Mg •
e ao qual se liga, cm segu ida, a RuBP. As moléculas de CO 2 que
H/ j '-.. p
H participam do processo de ativação são distintas daquelas que
atuam como substrato (Figura 5.31 A). A reação de ativação pelo
[ DHAP l CO , denom inada carbamilação, produz mudanças na confor-
ma;ão estrutural, au mentando a atividade cat~lítica da ~nzi ma:
A enzima rubisco ativase remove ribulose b1sfosfato ligada a
Figura 5.29 Reação de conversão e estrutura das trioses-fosfato - gll- rubisco inativa, em uma reação dependente de ATP. A rubisco
ceraldeído-3-fosfato (3 PGald) e di-hidroxiacetona -fosfato (DHAP). A
interconversão entre 3 PGald e DHAP é catalisada pela enzima trlose -
livre pode então reagir com o CO 2 e o Mg2 • (Figura 5.3 1 B). Em
fosfato isomerase. estudos recentes, tem-se verificado que a própria rubisco ativase
é uma enzima fortemente regulada que responde a sinai orga-
no-específicos, à luz e ao relógio circadiano das plantas.
movimentar a fase redutiva do ciclo (equações [12] e [13]). O extrato de algumas espécies (Phaseo/11s v11/garis, Sola,wm
Uma terceira molécula de ATP é exigida na fase final da eta- tuberosum) pode conter um potente inibidor da rubisco deno -
pa regenerativa do ciclo C 3, quando a ribulose fosfato (RuP) é minado 2-carboxiarabinitol-1 -fosfato (CA- 1- P). Geralmente,
transformada em RuBP. Assim, a produção de uma molécula esse composto encontra-se presente naquelas espécies com
de triose-P exige nove moléculas de ATP e seis moléculas de variações diurnas na atividade da rubisco. O CA- 1- P acumu-
NADPH (Figura 5.30). la-se no escuro ou sob baLxa intensidade luminosa, li gando-se
à forma ativa da rubisco (Guttcridge e Gatenby, 1995).
Regulação do ciclo C3
O ciclo de Calvin opera na interface entre o transporte de elé- Regulação das enzimas da fase regenerat iva do oclo C
trons e o conjunto de carboidratos que se origina, sendo, por- O mecanismo ele ativação elas quatro e nzimas d a fase re -
tanto, regulado por fatores que afetam o processo fotoquímico generativa do ciclo C 3 (ver tópico Regulação cio cicl o C ,)
e por fatores que interferem na demanda do organismo por pela luz é diferente daquele da rubisco. A s ua ativação en -
compostos orgânicos (Lawlor, 1987). Além disso, são funda- volve a participação da ferredoxina cios cloroplastos e de
mentais concentrações adequadas de açúcares-P intermediá- uma proteína denominada tiorredoxina (Buchana n , 1992) .
rios para garantir a alta eficiência energética apresentada pelo As tiorrecloxinas são proteínas de fe rro -enxofre d e baix o
ciclo C . Essa condição é garantida pela fina regulação desse peso molecular, amplamente distribuída s no rei nos ani -
ciclo. Como nas demais vias metabólicas, os pontos críticos mal e vegetal e entre as bactérias, que dese mpe nham vá rias
de tal regulação são essencialmente as reações irreversíveis. No funções celulares, inclusive a de regulação. As tio rredoxi -
ciclo C1, as etapas reguladoras críticas compreendem a r~a- nas sofrem processos reversíveis ele redução e oxidação em
ção de carboxi/ação catalisada pela rubisco e as quatro reaçoes dois resíduos de cisteína próximos, formand o grupam entos
da etapa regenerativa catalisadas pelas enzimas: gliceraldeí- sulfidrila, quando reduzidas (-SH HS -), e pontes di ssu lfeto,
do-3-fosfato desidrogenase, frutose -1,6-bisfosfa tase (FBPase), quando oxidadas (-S-S -).
a sedo-heptu-lose-1,7-bisfosfatase (SBPase) e a ribulose-5-fos- O sistema Jerredoxina/ tiorredoxina, formado pela ferrc -
fato cinase (Figura 5.30). doxina, pela Jerredoxina -tiorredoxi11a redutase (FTR) e pela
Sabe-se que a atividade enzimática pode ser afetada pela tiorredoxina, faz parte de um mecanismo geral de regulação
quantidade de cada enzima e por mecanismos que modulam enzimática mediado pela luz (Figura 5.32). Nos cloroplas tos
a atividade das enzimas já existentes no estroma do cloroplas- iluminados, a ferredoxina recebe elétrons diretamente do fo -
to. A regulação da expressão de genes do núcleo e d~s cloro- tossistema I e, em seguida, reduz as tio rredoxinas. Esta última
plastos afeta a quantidade das enzimas. Entretanto, d1f~rentes reação é mediada pela enzi ma ferrecloxina- tiorredoxina re-
mecanismos que atuam a curto prazo (segundos o_u m1~~tos) dutase. Na sequência, as tiorredoxinas reduzem grupamentos
podem aumentar ou diminuir a atividade das enzimas Jª for- clissulfeto das enzimas-alvo, que passam, então, para um es-
madas. o ciclo C é regulado pela luz, sendo plenamente ativo tado ativado. No escuro, por meio de um mecanism o ainda
3
quando há luz e inativo no escuro. desconhecido, essas enzimas voltam ao estado oxidado, tor-
nando -se novamente inativas (Buchanan, 1992).
Regulação da rubisco
A ativação da rubisco pela luz se dá por meio de um me - Fotorrespiração e ciclo C2
canismo complexo, que envolve sirnulta~ean~ente o fl~xo Até o início da década de 1970, alguns fenômenos fotos inté-
de Mg2• dos tilacoides para o estroma e at1vaçao da enz11~1a ticos representavam verdadeiros en igmas:
pelo CQ e Mg 2 • , 0 aumento do pI-1 do es_troma_e a açao
2
de uma proteína ativadora denominada rulnsco ativase (Bu - 1. Desde 1920, a partir dos experimento de Otto Warburg, a-
chanan et ai., 2000). Qua ndo há luz, um mutante de Am - bia-sc que a assi milação fotossintética de CO 2 é inibida pelo
bidopsis tha/iana, deficiente na proteína rubisco atlvase, 0 (efeito Warlmrg). Como se pode observar na figura 5.33,
2
102 Fisiologia Vegetal
quanto maior a quantidade de OJ no mc-io :imbicnte. me. ,w iguala à taxa Jc lib~-r.tçlo de COJ ~da r~•ir.ição e ÍO·
11()r a taxa de fotossíntese de pfanl:i.~ oom me111b0Usmo C. torrt".spiraçln. Occ:kcr acompanhou a l1bcraç,1;0 Je C01• na
As t:i.xas fotoss intêticas s:\o medidas pelocon.s.umodc co'. tran.s.içlo luz-escuro. \'erificandf> que, nos primriros :Z rnm
Vcrificou•se, ainda, que o efeito inib116rio do O. podia r.:r de ~curo. havia um aumento brusco na liberaçJ.o dt CO:
atenuado. ou mesmo eliminado. elevando-r.c :i C<H1<:cntra• r.eguido de um declínio até v:,lores constantes e que .serl:lm
çâo de CO, da atmosfe ra. notmalmenfc c-.,peradot. cm condiçõc-.s de e;((uro em ra.1,ii.o
2. J. P. Deckcr ( 1955). ao estudar a Ío«()$SÍntcsc de (olha.s de da rcspir,1çJ() cdular. F..ua liberaç.ãO cran.-.itória e in1rn~
1abaco (planta CJ. m:intidas t'm uma câmara selada, ob• dt COl' pós•ituminaç;to, foi inh:rpretada como dtpen•
stl"\'(MJ um aumento n:i taxa de libera,çáodc C01 imt(füU:i• dente da luz.. Daí a origem do termo /01orrespmn;1io, que,
mente após de51igar a Iluminação incidente sobre as folhas. d<» pontos de vista bioquími«. e fisiológico. n.ad.a tem :i
Nesse experimento, as folhas eram nuntldas iluminadas ,·et com a res.piraç!io celular propriamenle dita. Os ÚnKo.s
até que a conccntrnção de COJ llO intcriot da c:\mara 5e cs• pontos comuns entre o.s dois processos é que ambos con -
tabilizassc cm um v-alor conhecido como pomo dl! a,mptn• somem O, e dão origem à hber.:1çlo de CO:.
saçdo de COr Essa concenttaçáo de C01 se cst:ibelece no .l A origem ·bioquimica do gllcolato gcr.id<, durante a ÍOICK-•
momento em qut' a taxa dt tinçlo deCO: pela fotos.síntese s.in1ese.

~~►f Roo11soo 1
NH,' 2H' HH NH,'
1 1
co, coo-

luz H' Es1rom1t pH = a.o


H' pH= S,0
lumen

Inativa Ativa

~ -l"c$"~ J.~ l ~ I
~ L~ ~ 1
NH; NHt NH C00-
1
e coo-
Fl9u, a S,l 1 M<>de4o de regulaç.\o da rubl.sco. A. A ,nfYaç.io da rubisco é cat11li»d11 pela rubisco ativ.se e favorec.ld,1 pelo aumen,o do pH do
estrom a e da concemra,ç:io de Mgt• deconen1e.s do ~xo fotc»\intélko de ~ u ons nos do10f)&a\l OS llum~dos. a. A rubi.seo 411-nK' ttniO\fe ;a
ribulose-1,S-bkfosfato ligad,J ,\ rubisco inativa edesu1bamil,1d;,, cm um11 re.a,çiodepende ,ite de ATP. A 1ubiuo lwie pode 1:nt.io ser aiiv~a P0f
u,ba milolç~o .)() \4l lig,1, aoCO, •· • seguir, ao Mf·. AdaptackdeHopkin.$(1998).

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Lu!
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Figu,. S,32 Rt:9ulaç:.o da a1Md,Jde d.e E'f\llfN\ pelO SISl ('n\J k'11eóolill'li1/t.tOlfed0..1n,1. Ak)uM,l", ctlll!n\a\ do ( i(IO e, SJO ,lhV,ld,n pef,11\ll po,
melo desse 1,i\tema. Adaptada de Hopkins ( l998).
1 104 Asiol<)gl•Vegetal

60
~ - - - -- - - - , CH,OH - COOH
g1ico&ato - CHO -COOH
grtoxilato 114)

1
ô 50
COH-COOH
glioxi1ato
-,.
CHJNH1 - COOH
gliclna
( li )
u 0,027!>% de CO,

l 'º O peró):ido d<" hidrogênio (HP:> g<"rado na re.1ç;\o de for.


maçllo do gllo>:ilato ê decomposto nos próprios ptro:dssom0s
1!l 30 pela cniima cat:al.ase. A glicina é tnnsíerida para as mitocõn.
•; drias. onde du:is moléculas d<" gliC'ina (quatro carbonos) !.lo

••i. 20 convertidas em uma molécula doami~cldo strlua (1r(s cnr•


bonos) e em uma molécula de C01• Portanto. a fonte im<"dlo11:i
do CO, libc-rado n1.1 íotorrespiraçâo ( a molécula de glicin:i.
~ ,o NormalmC'ntc, as tms de liberação de COJ pela fotorr1?$pira,
ção são aproximada..men1e cinco veus maiores do que as taxas
o l--l.- -1-- - ' - -' - - ' - - '
20 40 60 80 100 do cido de Krtbs (Lttgood tt ai., 199S).
Conocn1r11çioóe 0 1 (%)
A formaçlo de scrina, a par1lr de duas moléculas de glkin:a,
se dá por meio de umo. série con,plexa de reações que se pro-
F"t9ura S.33 lnibit;10 d a fotossíntese liq!Jida em plantas de soja ((,1
pelo Oy Eise tt'tito inibitório do o, sobre a fotosslntes.e foi obsefvado
«ssi.m cm duas etapas. lniciaJmcn1e, uma molkula dc glicin:a
pcb primeira vn ~ 1920, conhKido come> e-feito Yladlurg. Aatm0s.- é desc:arboidlado. ptla entima glici11a tiurarboxilau, gerand(i
fer11 atual cont&n 20,9%deO, e0.03M6d@COJ. Adaptada de Salisbury CO: e am6nia (NHJ.). com a simultânc.i 1ransferfocia de um
e Rou (199ll. grupo metílico para uma molécula intermediária denominada
lttl'aldM/"1ato. Na segunda c1,1,pa. o grupamento C. do meli•
Tod0$ ($$e$ fenômenos txp<"rimcnlais, apat("ntC'mente in• len01etr:aidrofol:ato é tr.a.n,sferido para uma segunda mol(cula
dependentes. pw3.r.1.m II ser compreendidos e integrados a de glldn:a, formando uma molC'cula de serinn, em uma rta•
putir do mom<'nto em q ue \\~L Ogren e G. Bowes. C"m l97J, çio catalisada peb. enzima sc-ri11n 1ra11.sidroximclifnse. A scrina
demon$.1.n.ram que a rubisco tam~m tem função oxigenasc produiida nas milocóndrias é então uportada para os pero•
e que o glk.olato é formado a p,artir dessa reação (vtr Figura xissom0$, onde t submetida a uma reação de transaminação
5.25). Ati aqueJc ano. só se conhcda a funçllo c:a,bo.xiJa.sc da formando o Mdroxipirumto. Estc último, pelll aç!o da cntinu
rubbco. Ormonstrou-$t, então, que o CO}e o o , molecuJa,e, hidrorlpirumlo rcdutase, ê reduzido 1 glice:rat().
competem pdo sitio ativo da rubisco e pdo mesmo substta10 A úhima reação do dclo C1 di-se com 3 entrada do glicerJ.•
(KUHI',. tm C()odiçÕC$ aunosfêricu normais (0.0),69' de col 10 no interior dos doroplastos, por meio de um cotran.sporu..
e 21~ de O~) t $0b ttmpuaturas moderadas (20 a 25"C), a dor da membrana interna dos d oroplastos que foz a troca do
pr<>J>Orçio cnw as fun.ções carboxilase/oxlgcnase é de cerca gUcerato pdo glkolato. O gllccr:110 é fosforilado 1 3 PGA ptu
dt 3:1. ou seja, de cada qu:nro reações da rubts.co, trb são de gllurato cinase, scndo en13o incorporado 10 ciclo CJ.. Assim,
carboxifaç4.o e uma de oxigenase A diminuição da conce.nt.ra• a cada duas mol&ulas de gli«tlnto geradas pela rubisc~ t~s
çio do 0 1 ou 1umtn1u da conct11tr.1~0 de COt junto ao sitio carbonos retornam ao ciclo e, na form:a de 3 PGA, enqu,mto
ath'o da rubisco podtm reduzir a ÍOforres.piração em \'irtudc um C'arbono já redutido é efolivamenu; pt"rdido na fonn:a d,
do aumento d.i função carboxilast em detrimento da funÇl,o C01• Isso significa que 75% do carbono originalmen te íncor·
OKigenaSC", Essa compe1içio entre O~e CO: t'J:plka a inibição porado ao 2 P-glioolato é recu1>erado pela via C, por meio d:i
da fo1ossín1esc das pl:anras C, sob baixas concentrações de rtintcgração do 3 PGA ao ddo C). •
Co, ou $(lb :1.hu concentraç6e,s dt: O: (eftil o Warburg). Algumas aJgas e bactêóa.s foloss.intell-r.antes ..-xcn'1.nm qu,11l·
tidades mac1<as de glicolato para o mtio externo quando a d~·
CidoCr
ponibiJid:ade de CO~é for1cme11te limitada ou a conctntr.i\.10
O 2•fosfogllcolato (2 P•glkol11110). gerado pela função oxige• de oxi~nio repcmiriamrnte ele,•ada. Tal ftnúmcoo indica qut
nase da rubisco. constitui um ponto de partida da via bio• esses organismos 1~m uma baixa ca1>.1cidadc de metabolit.Jr o
quimica C_., qut' em·oln· en1.imas localizadas cm 1ris organe- glicolalO, Experinicn1alme11tc, por n,t'fo do estudo de 1111.11:unêS
Jas: cloroplastos, prroxis.so,nos t mitocôndri3$ (Figura 5.34). e d() uso de inibidor(':s d.a via fotorr(':spir:uória, já se comptO\\'ltl
Uma ,·n íormad~ o 2 P-gllcolato é rapidamtntc hidrolisado qut o acumulo de 2 P-glicolato ou de glicolato é fr1il.11tório paJ'
no estroma do~ doroplas10$ por uma fosfatase específica de• t1 3$.1imilação fotosslntC'tica do COJ. O a.:lllnulo de glicolau:i.
noml.nada fosfoglico/010 /osjarosr. O glicol:110 (' 1ransportado glioxiJa10 ou glkina em plantas mutante$, ddicientes c111 eniw
pan fora do doroplasto por meio de um C'ancador especift.
mas do d<lo C,, :acarreta a diminuição do cs1ado de at1\'a(ãOdJ
co, loc::a!Jz.ado na membrana inicrna, cm 1roca com o glicc- rubi.sco, PfO'l'oc.ando o de<réschno da fo1ossín1esc e da pró1nw
ra10, Ji no imerior dos peroxissomos, o glicola10 é oxidado fo1orr..-spita1j:lo. De modo geral. mu1:.aç~ na via fo101,-esp1r,11ó-
a glioxilato e, ern M:guida, submttido a uma rL'2ÇAo de- 1ra.n• ri.a são letais (lorimerc AndH•ws. 198 1).
saminaçdo que o con\'trtc rio aminoicido glicimi, conforme
Cabe air1da desiacar que a liber:.a ção de co,. dur:intc :l con·
represenrado a srguir:
vcrs.:ão de glicin.:i cm serma, ê acom1>anh:i(b d:'I libet,uj.\Od.-
Cipltu1o S o Fotos.slmese IOS

.-- - f"'°®
c=o 1 Rulliseo
1 2. G!iceralJo cin.istt
HCOH
1 Clo<opl- J . 2-tosfogllt.ol:lto rost.am11
HCOH "· Ollcd.ato oúlase
5, Glutamato: glloiotat,o ~an.srerne
1 6. Serina: 911oxq10 ;,minOttansferMO
CHP{V 7. Gllclna de&c.Jrbo:dase
8. Setina lidroximelil uan5ferase
9, NAO· hilfroxiplf1J'iac0 rQCfutase

fH
,~"1"t,i~,.,-,---,
HCOH '$!$tema
1 GSIGOGAT
COO- CH,O.lp\
3-fosfoglíc•rato I 'V
AOP COO-
®

2.fos foglicolato
ATP

•CH,OH
CH.pH 1
1 coo-
HCOH
1
coo- '°"""'" 1 e NH,
1
Glioer&10
NAO' •
®
NAO'

NADH
j® CH,ôM
1
c=o
1
coo-

Mltoe6nd rla

Ag ur• S.34 Esquí!m.l d-, ~ bloqulmka do gicol;uo (cidc> C:l, rtspOn~el pttl fotoness::u,a,çJio. A via<:: .?nvol~ trei or9~.1i.: (lo,opl•s10.
Pe-to),1nomos e mitO(óndrias. Adapuda de 9ucha~n f( or. (2000). ·GS: glut.im..-.. slnmase,; GOGAT: 9lutamin.a (X1(0C)lutar110 .1m.notr,1nsferase.

quanlidad~.s ..-quiv:ilent,:$ do: mtrog(nio 1l:i íomu de amônia. .as uu.as dt> ÍC>1om•spir.1,;lo são r.izlo COJO. e .1 10:mpêrlt\J(,1
Como a NNJ e tóxica para os ttddos n:gtl:'li$, as íolha.s dis- foliar. Conforme jJ m.-n,::ion.:iJo. :'l chciCn~1.a io1o»ul!Clt(;1 Ja.~
põem de um efickn1c mecanismo que p<rmile a sua inwJi:ua pl:antal C, ( $ignirk:11h'.lCllcme .1ict,ul.i po:b locorrcspir.u;-lo.
r«uper.aç.ão. Nos d oto1>bs1Q5., o NHJ. é rapiJ;uno:nte rdncor• N~s condições :um<:»íccicas Mrm.:iis - o.OJ6, Je CO, .. ~ 14b
porado cm molécul:is org;\nic:is ,)()r ,ncio de um ~is1em.1 tn• dí- O: · · .a iOtorrespua.;lo p<.>Jc oos1on.1r unu Junmu.1\.\o,) 11.1
zim:i1ko constituído por dua.s cnuma.s: :i g(uwmiua ~it,td,ISi ;»:umilaçlo liqu1J.a Jc .:.l1blmo de ~O .a 50'"11, Jo:p,:nJcnJo J.:a
e a glutammo sl11Ws('. l<mp<r.:itur.a.
As l..l.'tl'Li d,: ii.>1orrt·spua.;lo .1umcn1.1m J mo:J11h que ,l in•
Fatores que afetam as taxas de foto1respiração l('nsid.aJt> humrwsa I.' .1. 11.'lllf'l.'f.\lur.:i se ..,lcv.am••"\ tOhl rrãptr.l•
As l3xas ~li.' fotorrcspiraçll'• s:IO tlo Jmlnuc:u qua1110 .t$ l.lll'.JS ,;lo t i'.ih>rc"CiJ.a pdn .1u.1ut'mo J.a ten,p..-r.uuu ll)h,,1,r porque
de fotossin1cse, sofren(IO.ihet.açõcs com a luz, con,c'nlr,l\lo .1 Sl)lub1füJ.1Jé J o CO: no ll\c'10 .1-tu,)~ tcnJI." ,1 Jnmmar m.m,
de COl e lemp.:-r.lluta. Os p, lndpai.s f.ito,<s qut" inllU<'nd.im r.ap1d.1mo:11k -iu..- .1 ,lo O, .1 m._-J,,L, qu..- .1 t,anp(ratur.:i 10h.1r
106 Fisie>logla Vegetal

aumm la (T;l\)el:l S.2). As mud;inças na r:n,-!io O::CO, aher,1111 à via C, por Intermédio do glicerato gerado pela via CJ (ver
a.s taxas de li.xnçào de C0 1 e as taxas de ÍOlorrtspira\°iO cm Flg\lf'1 S.34).
dt<orrência do ,ar:\1er competitivo desses dois substratos Alguns <'!ipccialista$ atribuem à fotorrespiraç-Jo um pape)
t:itlo sitio ati\'O da rubisco. Em \'ir1ude de seus efeilos sobre importante 1111 proteção das pb ntas contra a fotoinibição da
as 111.xas dos ciclos C~e C,. as a.ltençôn na.s concentrações fotossíntese. A fotorrc.spiração representarr/1 um dre no consu.
relati\'as dos gasu Ó,:CO: pC>dem repercutir significati\'a• mldc>rdocxoesso de ATPe NADPH (ou fc nedoxina redutida)
mente sobre as taxais de crescimento de um.t planta, confor• produzidos quando os níveis de radlição üo excesslva.mentt
nu~iluslra a Tabela 5,3. elevados. Funcionaria~ portanto. c-0mo uma '\•álvuhi de csca,
pe" para a dissipaç.iio da energia me1.abólica excedente. Eu.e
Pape-t da fotorrespiraç<lo exc<'sso normalmente ocorre em d ias ensolarados, durantt
Se a fotorrC"Spiraç.ão pode ter repercU$$ÕeS tão neg,ati\•as para períodos de s«a. Ncssa.scondlções, o CO: nl'to pode entrar no
grande parte das espécies ,·egctal.$, por que persiste nas espé• mesofilo foliar em decorrênd:a do f«hamento dos estômatos,
des \"q;(t.iis con1e1npor:lneas? Por que nio foi eliminada por limitando o ciclo redutivo C,. principal processo consumi~
mdo d(' prcssO,es de St:ltç!o no curso da evoluç!o? A ío-tor· da energia fotoqujmica. Na ausência da fotorrespirnção, o
r<'spir-aç.iO f um processo essencial. inevitãwl ou ambos? M acúmulo ex.igcrado de energia (otoquimica pode resultar ern
rl!$pOStas :a tais questões ainda são polêmicas <' inddinida.s. rcaç-Õ<'<S d(' dissipação de energi:a danosas à estrutura fo toqu[,
mas um fato incont<'Slã\'d é que a íotorrespir.ç.ão decorre de miai, ou seja, pode ocorrer a íotoxidação de fotossistemas e
um "'d efeito" da rubisco: a presença da função oxigtnase, ori· anlenas. Essa hipótese é embasada pela perda de capacidade
gcm do glico1alo. Muitos pesquisadores defendem a hipótese ÍOIO$Sintética (denominada íotoinibiç.ão) que pode ser obm•
d<' que a ati,·idadc c>xigtna$C i uma consequénda inevitãvcl do vada quando pbntu são iluminadas na au.sênda simuhànei
m«:anismo de reaç¼o da prôpria catboxilação. de O. e de CO•. Além disso. cálculos 1!$tequiométricos sobrt
Nlo se pode esquecer que, no período inida.l da hi$tórla o cofts-umo de .~TP e NAOPH durante a operação combinada
da Ttna. a atmosfera er~ ria em CO: e muito pobre em 0 1 d0$ ciclos C/ C1 indicam que o con.sumo de energia aumenta
(0.02'9), Â medicb que a concentração do 0 1 atmosférico foi na medida em que a conc<'ntração de CO: da almosfen, cir•
aumentando, pela própria .atividade dos organismos Í0-1Min• cundante diminui <' -se aproxima do ponto de compensaçto
tetiz.anles. a competição do O~ pc-Jo $Ítio ativo da rubls;co (oi de cor NesSt' momento,. para cada CO: fixado, o consumo
se tomando ada ,-e, mais lmpon3.0te. Como a ameaça re• de energia fotoquimic~ pelos tidos CJC1 f aproximadamtn•
prest"ntada pela dt'\'llçio crescente do Ol atmosférico não foi te trés \'etcs maior qu<' o consumo do ciclo C) is0J.1;d:1.1nentt
acompanhada por modificações no funcionamento da rubis- (l orimer e Andrews. 198l). O aumento das taxas do ciclo dt
co. como oxigena.se, m<'canismos adequados de climinaÇão do <; cle\•a o consumo de en<'rgia para a fixação d<' CO~. Oura.ntt
glicoJa.10 1omanm•k nccQSários. Muitos organismos aquá• periodos de deficiê-nd a hídrica, o ponto de compcnsa~o dt
dcos desíosforUam o 2-(osfoglicol1uo e excretam o gticola10. COl pod<' U't rapidamente.' atingido no interior dos espaces
Nas p)antas vasculares, por sua \'tt, a via e, permite a rccu• aéreos do me.sotilo foliar. enqu.anto a concentração de O : tcn•
pe-r.ç.io da maior pane do carbono d<'S\iado do cido C, pda de a permanecer estabiBzada em torno do valor atmosférko
funÇio oxigena.se da rubisco. Conforme ji S<' "iu, 75% do car• de2 l'6.
bono dmiiado do ddo C? na forma de gHoolato, l reintegrado
Mecanismos fotossintéticos de concent ração de CO,
T•bell S.2 Solubilid.ldt do 01d9~ e dQ dióxido dt c• rbono n• '9ua Em algumas tsp(:cics de planta.s, a fotorrespiração é 1ão b:il:n
~m e,q1,1ilibrio com dife.rent~ tempemurn do.,.
que não pode: ser delectada. Isso não se deve a J>topriedadcs
Soluti.11d.Jde (1, M l diferenciadas da rubisco. mas sim a mecanismos espedais de
Templ!QIIIU,J/'<1 111,;,,,o, acumul;t~o de C01 nas vizinhanças da tnzima. Na presen(a
..... de coocen1.raçôe1 sutkienrementc elevadas de CO., a reaçiO
!O
,., " "'·'
.
ll 23 de oxigenas<' esuprimida. Em plantas vasculares, s:\Ô conheci·
,.'º • 25,5
dos dois mecanismos CMctntradores de CO, no sí1io de car·
"º , boxjJação da rublS<o, os quais serão a,lalisados a sl-guir.
◄O
f Ctll.t. l.ngood (l 99Jt.
'" • Mecanismo C,.
O mecanismo c.onc<"ntrador de COi das 1,lantas e, baseia·St
T• bela S.l Eft-ito de dife1et1tescooctr1tr~ôt$ rel111ivu de oxig~nio e
dlôxldo de carbono $Obrt o c,eseimemo de l&mu(vJ cordinafn. uma tm um cido de carboxilaç!o e descart>oxilação que se dls.tri·
planta e ,. hui entrt dois tipos diferenciados de células fotossirué1icas: a>
cê-lulas do mcsofilo e asdlulas da l>ainh.-i peri\'aScula.r (Figun
5.35). As ct lul:u do mc:1ohlo e d.l bainh:i pcriwscular i ptt-
senum no15\'els diferenças em i,:uas ~)róp.ried:idts bioquin,i·
110 10 I SO
cas, ti.siológicas e: ulttaestn.1turais. A bioqulmica d a \ 'Iª C 1 t,
t016
""
6◄0
S6S
60◄ 1.144
portan10, fo,tementc in1egiada a :idaptaçôes anotõmic:u cs·
pedais, conhccid:is em sc:u conjunto corno anatc>rnia do 1ipo
íonit: l.N'9ood llfflJ. Kra11t (lermo :iltm~o q ut' significa coroa: Figu1,1 5.36). Ej.)J
C•Pft-ulo s • Fot01sln1m J07

de CO na, dlufas d:1 !ninha peri~~cular poCk atingir \!alor"


'
10 vncs superK)rc.~ aos vaJo~s normalment.c encontraJos na
a1mosíera (Furb1nk e 'faylor, 1995).
As espéciN e. s!o predominantcmCT'lte 1ropicais e subtropl•
Hcp,• cais, encontrada.sem 18 familia! de pl:i.n1a~ ,·ucularcs (Smi1h.

~e,
1998). Estu incluem cul1ur.1$ lmportinl«. como o milho. o
C6!_...do sorgo e a ca.n;a,de•açllcar, a1sim como 8 das 10 ptorn ervu
meso6IO daninhas do mundo. A tiririca (Cyptrus rowndUJ). o capim•
e, -colchão (Dig itarlr, hori::.onroUs) e o capim•llrtO'L(Echirio<l1Joa
Cido colom,,n) .são demplos de plnn1as da.ninhas com met:abolluno
e, C . Menos de 19' das angiospermas ~o plantas C,. e .i miiorb.i


d~s espC'cies ê monocotilcdónen., principalmente g.r:,.minns e
dptrác.e.1s. En1retanto, mai$ de 300 espécie,; C 1 são dkottled(,-
C61ul3$ m:a.s. Pelo menos 11 g(neros lncfucm espéd cs C, e õ pêdes C,
dabelnha (L,,;good. 1991).
perivasQJfar
co, 5'1pôe•St" que :u princip:ai.1 (orças ~ ·°'utiv:tS qut" conduii•
R<AIP...-1- C, ram :io surgimento d:a.s p1antas C, tenham sido a progres.1iva
0iclo de
redução da concC"nlr.içâo Jo CO: atmosférico em combinaçio
CIIMn com o estresS< hidri<:C> e altas temp<r.itura.~. Es..us condl~lid
• limitam extrtmame-nte :i aquisiçlo de CO, em plantas c.om
(CH10 ltl ÍOIO$$Ínlese Ct> ~\·o-tecendo .-o mix.imo a fÕcorrespir.lçdo. As
RguH S..lS O <ido e . de asSiMilaç.iO (MOUinlétic.a do G6(bon0 en.vol• plan1:1s C, s!o t"Spednlmente bem adapt:adai a condiçõe:c; am•
ve di'visao de ta,et.u entre dois tipoi. de cfb.11.JS (células do mesoiilo bie,uals nas quais a irradiâ.ncia < a temperatur:i d o tlt'V".lda.\.
e células d.a bainha ~ffY.ucula.t) • q1.11troetap;,s,: (1) c.,11,oxilaçjo do apreu-n1ando ainda uma boo 1oler.\ne:b ao esucss.:: hidnco
lcido fosfoenolpinivico (PEP) Qt;1lis,d, pel;i PEP c;vboKil,w, form11n•
do um Atido o,gãnicode quatro carbonos nascellJl.is do me1-ofilcd2)
(lawlor, 1987).
transporte! do composto de quatro carbonos para as célul.is d.i bainN O surgimC"nlo da via C, é um cvcnro relitlvamente te-<en,
pNiv.Jscular; (3) descarbollilaçao do composto de quatro carbonos c,e· te na C\'Oluç;\o do ~ ii,o \'tgetal. Se o tempo de c\·oluç-lo da
,ando (01 e uma mdkula o.glnia de três caibonos; (4) uanspone fot0$$Í1Uese geradorn de O. fos.1e projerado em um lnmv.l..lo
do âddo o,g.ànko df tJis urbonos dtt V(ltta às células do mesoftlo e
regene,açJo do PEP. Fonte:leegood (199)), de 14 h, a fo1ossin1ese C1 1f!ri,1 surgido Junnl< os \Íh1m()$ 30
mln. A descoberni de espécies ln1en~1edlir1u C,~c. confirma
a hipótese de uma e\'oluç'.lo gradual a partir de .-nccs1r:u$ C,.
an~uomia foliar diferenciada 1em duas cons..-qu~ndas lisioló• Outro asp«:to impona111e reftre-se ao fato dt- qut" a fo1os.1in•
g1C:t1$ pamcularmente imp,ortames. A pnmetra e que o CO:
le$< do tipo e. se distribui "ntre diferentes grupos de pl;1m;1..,
pode ser concen1rado nas cêlul:li d3 bainhn periv.ascular com
não rtladon:1d()$ fi)og('n..'ticamcntc. Por esse mocwo. ::i.:e11a -~
r«luzid1'1$ pcrda.s por diíus.ão. As pal'C'd(s d(ssas d lufas d o
a hlpOles.c de q_ue esk m«anismo tenha e\ oluido de modo1

espi:ssas e apre$( nlam um-a baixa pcrm(;lbihdade :.os. gases. A


independente dive~$ ''(US. Isso 1alve1 permit3 expliur il$
s.egundn e que a maioria da.s c(lulas do 1nesotilo se situa ime•
v,uiaçôcs bioquimi<as que rc:suharam ('ffl diferi:n1es upos de
di:u:mu:nte ndjacenle :i célul.1s da bainha periVllSCular, S(ndo
m«a.nhmo e.. F..ss.is diíerenc-.as .s.io obser\'adas no proce.s.so
conec1adas por numerosos plasmodesmas. Isso pOSSJbilita
de dNCiirbóxiftaç,fo, .:onformi' se ver.i mais adlantc➔
um a cooperação dhl.\mica e etideme entre 05 dois 1ipo.s celu-
lares ao desempenharem :is suas 1:arda.s fotossin1éticascspcd· Ciclobioqu(ml(oc.
tic;as. Medidas txperiment:li$ dcmonstr.im que :i concen1r.ação
t•fa di:C,\,L, Jç 1960, l\ormhach. m, t lJ\';u, e H.m:.h e Sl;ick. n;i
Aumill:1, es1uJa,,am J rix..tç.lo de CO: em milho.. gra.mmea..s
lropkilis e ..-m c.1r13~Jc~aç\Kar u1iliu nJo iOlh,b tu wda.s .:om
• 11
CO}, em expcrimtnlos similares .1,;» rc.1huJ o:. pdo grupo
do Dr. CaMn. n is inw\lo«ig.1çô.:s. r.:w l..anm que, nc:l!>;l.) é)pl"·
Ci<S, O primciro proJutu <llta,·d d..l 10111.Smlc)< <r.a unu mo•
lku!J. J..- qu,1lro carbonos (,J.x,1IOA.:cuto < m;al,.110). :\ r.:-.1.;.io
de cnrboxil.1,·:\o inicial J J.S pl.u1t,b C, teu J~.:-ob<n::i logo cm
:.cguiJ-'. A cn1.irn.1 PEP Cd.fh->.ul;i ~ • lPEPúts<'I .:'.,l UII.S.l .l , ar•
bo~1l;1,-lo 1rrc,·ehlw·I J" ..1, 1,fo j lhf<'-'1101 p 1ru\tu1 tPEP l. tendo
.:omo p10Jut" o 1ml'."J1.1h) dâ ,fo ll.t,,AA,, cl,,.:, (:\ O.,\ J. ,oniormê
1nJkado -' , ~gu1r:
( 161
f lgu,a 5.36 C0tle ((,)MY(>tWI d~ u111a folh.1 de plJl'llit <, (milho). (,)• Con h·m \lc)IJ~Jf ~ \I ( J Pl:P.:.1i.i: UliliZ-' .:.u bon-0 AJ. formJ.
raqefil..ind o 11 anaiomia Kr<MI., Em des111que, u cl!lulilS W bainlw
perivascul.ar, envolW!ndo os. fe~s v.t.Scul.lu:" <ontt'odo doropiastcx J c b1.:.arb,,n.110 tMLO, 1, c"U~u.mto"' rnb111,:o u.s.1o ,:arbon,:, n.1
(10x.l. Imagem cedida pi!k> oepan-'m"'tode Botân.r,)d,1 VfAAJ. 101111,1 Jd.:O .. !'>,) ptl J m, d111Jo:. ~d ulJrc~ 11 CO. J1111ol, 1J o
108 Fl~ogia Vegetal

sob a fom1a ck ácido carbônico diS$0Cía•k , formando predo• da.s células da bainha periv:iscular por meio da e11z.ima málit#
min.mtementc o lon bicarbonato (HCO; ). No enlanto. adis• dependente de NADP (equação (171). Já t:m Amaranthm sp. e
ponibilidade de CO~ para a rubisco ê guanlida pelt atMdade t:m Pat1irnm milindum (milheto), a enzima descarboxJlado.
da tnz.ima anidrnsc carbônico, que atua deslocando a ~aç.lo ra dominante é a enzima málica dcpe.r1dt11te de NAD (equa.
no $tntido d=- formação de col. ção ll8)), localiuda n3$ mitocôndrias.. No 1ereelro grupo, no
o d d o C◄ pode ser conVC'nientementc dividido cm três qual ,e encontrim plantas do gtnero Spartina sp. e o Panicum
fases: uma arboxi1ativa, uma descarboxilativ:a e. finalmente. maxim11m, a desa:rboxilaç.ão ê cataHsada por uma enilma ci,
uma regenerativa (Figura S.37). O C01 atm osférico e fu:ado loplasmàtica denominada PEP carboxicinase (equação (19))
no citoplasma das células do mcso61o por meio da reação (Leegood, 1993). Todas as desca.rboxllases catalisam re.aÇôts
catalis.ada peh PEPcasc lfo.K carbo.rila1iva). Dentro das cl- re\•e.rsivei.s, conforme 3$ seguinte$ equações:
lulas do mc$0filc,., o ácido oxaloacétlco produ.1ido pda ação
MALATO + NADP•-PIRUVATO + CO1 +NAOPH 117)
PEPcasc pode &C.'f metaboliuido de duas maneiras (Figura
5.38). Uma em·olve a reduç5o do cetoãcido a hidrox.idoâd• MALA.TO + NAD· - PIRUVATO + co, + NAOH (IS)
do. que ocorre nos doroplastos e ê catali.$ida pela cmim:1
NADP-mala10 dt$idro~na,c (NADP-MDHasc). A outra ,•la AOA + ATP-PEP+C01 +AOP (1~
se dá por me-lo de uma reação citoplumáliea mediada por
urna asparrato aminorumsferast. Após a sua formação. ma• Nos doroplastos das c(lul:is da balnha v:a$Culir, as moltcu.
b ,to ou aspuuto (quatro carbonos) $3.0 exportados para as 18$ de CO: geradas pelas reaçóeJ de descarboxU:aç.lo são incor-
células da bainha perivascular, onde se S\lbmetem a reações poradas ,o ddo de CaMn-Btnson (ciclo C>). O produto de
de dt$Carboxilação. t:r& carbonos rtsultante tttoma às células do mesofilo, onde
Embora a fC'.ação de carboxilaçlo seja comum a tod-as as se.ri utilizado p.ira rrge.,1erar a molêcula prlm,ria que rcagt
planlas e., \•ariaçõcs bioquímicas são encontradas na fase de com o CO1 atmosférico, o PEP.
desetlrboxilOfào, Tn.ta-se da bau: da divlslo das plantas C1 em Em todot os três subgrupos de plant~s C4, a regenm,çdo do
três subgrupos. de acordo com a enzima que catalisa a rea- PEP. a partir do piruvit~ acontece nos cloroplascos das células
ção de descatboxllação (Figura S.39). Plantas como o m.Uho,. do meso61o, por meio de uma tfaçio catalisa.d.a pela tniima
o sorgo. a cana~de•àÇÚClr e a plmta daninha Dlgitar1'a san- piruwitofosfato dlânasc:
guinalis dcscarboxilam o mal.ato no interior dos cloroplastos PIRUVATO + Pi ♦ ATP- PEP +AMP + PPi + H• 12-01

co,
Cflulu do mesofUo

Anidraw
awbõnlca
NAOP•
® coo-
AMP• PPi

Phivalo tosra10
CH,
li
c-®
1
HCC>t·

\,, I
PEPease '
1
CH,
1
\_H
Maiato
J 1
coo-
1
CH,

<ioilase coo- c=o desidrogenase H-C - OH


1 1
Pil'IIYa:10
jPEP ) coo- coo-
IAOA) Maiato

c,1utH d e bainhe perfv.sçullr

Figure S.l7 A via fotoss.lntêtlca C, ê ,c•spons6vef pelo ~bo~ amemo• bloquftnlco do co, dil atmosft ra par.i o ciclo de C.;,lvln, que opc1a nos
doropl.;,stos das «lulu d ll balnha ptrivascular. A regenera~•o de U d<l molkvlll de P(.P, a i,an lr do plruvato, e C,1,1allsada pet.a plruvaio fo,t,,10
dicN se e ~J(ige o gasro de duas moléculu de ATP.

...
C.,pltulo S ♦ Fotoss.íntese 109

""°°"
1
fH, 1M.alWlo } -.. j Bainha peri'la5Ct.llllf1
NAOP" CHOH
NAOr f 1
~ " COOH
''CO()H - - - - -- - -- ,

re®-==--''~-+• f"•c=o lo,aro.....oo(AOAJ)


H"CO;
1 1 NAOP' Malalo <1esldrogtn<1M

1 PEPcase \ 1
COOH Pi COOH , - - - - - - - - - , - - ,
1 F06foen°"lruva1o j • À.~ 81't.ato a,,._,otransferase 1
CH·. ~ ' 'COOH
1' 1
HC -NHl CH, CH,
1
~OOH i HNH1 • c =o
1 1
Nanln.a ) COOH COOH

,..;,., _,.,,,. 13
Piruvato

Figura 5.38 Oáddo ouloaci!tieo. formado n, tt.1çâodec~cataliSad11 pel.l PEPcur, pode k'f reduz:ido a mal•to ou sofre, uma u1nsa-
minaçâo, dando OriQM'l 110,up,artato.

Essa reação é forçada a ocorrer na direção da fín1es.e de PEP mecanismo controlado pelos ni,·di de: Ai P, Pi (fosforibç:io)
em virtude da hidrólise do PPi (piroíosí:ito} por urna pirofos• t de AMP, PPi (desfosíorilaç.\o). A PEP carboxil:1.~< ~ uma
fntase dos doroplastos: enzima rcg1dnda ,doutric.an11:nt4: que responde- i tt2M1Çio da,
PPi +H10+2Pi (211 ro/esc.uro (L«good, 1993). As propricd.ides l'f'.8Ulador:a.s d :i
Pf.Jbse Str;j.o .abordad,as mtiis adiante.
Conforme k pode observar n,a eqll-'çao 1101, a regenrraç.\o
do PEP, a p;ut ir do pinwato, consome duas ligações fosfato Mecanismo MAC (metabolismo ácido das crassulãceasl
do ATP. A manutenção do ciclo C, exige. portanto. um gasto A ,,ta MAC (CAM. do ingl!s Cro.u-ulaat.in aâd m..:taholisnr)
adicional de duas moléculas de ATP por molécula de CO: fi. é um mecanismo fo1ossin1é1ico concentrador do! CO. S<lé•
xada.. Portanto. nas 1>1:uuas C,. o custo energético local de cada cionado em rt$po$1;a à aridez de ambiemes 1errestrd ~ .- h•
molêcufa. de CO, tixada, pela aç3o ronjunia do.sdd~ C) e e,. mhaç5o n;1 disponibilidade de CO! em ambiem~ aqujoros
é de S A'fp e 2 N.ADPH, Cons<-quen1emen1e, a fi.xaç1iodeCO1 (Kecly. 1998). Períodos de sea podem ocorr<r ~m r:i.t;io de
em pl,mlas C 1 .'lpre-s<nta uma exigência qu1in1lca (número de um1 condiç.io dim:itl~ (de.senos. semiâridos). J.- 1neon$.tln•
(ó1o ns) m310r que a de uma planta<;, em condiç:lo a1mosÍé• da n(>.suprimcn10 de :igua ou, mtMmo. da s.lhnidad.t aus.sw:1
rica normal. em dt 1erm.inado habilm, Ji-' limil:i,çio de CO,. em .,1,mb1tn•
tcs aqui1lcos, devi:-se :t .:-lcvaJa ri:s1)tên,u JifuSl\".l da .1gUl
Regulação do ciclo e, ao CO! (10' v<ies nul1lr que a Ja atmosfeu) e l compc11çio
A operaç!o do ciclo <:1 exige uma complexa rq;uJ:l\"lo. Além diurna pe-lo CO! disponívi:I emre os org.imsmos (0.0.'3-mtL"'II •
de c:nvolver vários compost(IS intermediJ.ri()S que Lr,.uuitam unces aqu:i1lc:0$.
entre os dois t lp0$ de c(lulas fo1ossin1écia.s, o fundonnmcnto AI~ o mom.:nt~ lA ,ia MAC foi .:n,ontrlJ.i em 26 1am1h:Js
do ciclo C 1 precisa Kr coordtnado com o cido C,. dt: .:ingiospcrm-as. em 3S <~IJ<des J< ptc:nJofil:is ,u.:iu:ii!.:.is
Da m es1na forma q ue o ciclo C , certas enz.im.u-ctuvc do p..:1tencen1cs JO g(ncro lil>,.'tN (l)"C(>ph}1.il), em Ju.l.'i ...-s.pt•úcs
'
ciclo e. São reguladas peb luz. Além de induzir a ~ipr.:ss.:io
.
d.: pl<cidófüa.s tem:strc.s (e,p1füas) e ~m uin.i. fam11u J... gim•
de genes envoMdo.s no ddo e,. a lut prn•nlO\'e alter..çôl'S noSp<rma. P...-.s.quisa.s em CUl"$0 i.ndi..::.1m que todas .1.~ ..-spedcs
na estrutura das proteínas já 5intetiudas. modihcamkt a iuJ .aqu:.i11ca.s do ~n...n, I.AA•r...s scri,un ~L-\C. Assim• ..-.s111na•S<'
:lli\tidade ca1alí1ic.a. A enz.irna mlilka <kptndenle ,Ice> NADP qu,: 6~ ~la tlon. aqulti,.-,a e 8' Jas o.-sp<'o. k!> 1cm.-stt0 aprtscn•
(tquaç,1io ( 17)) 1.'Sl:i sujeita ao co111rol'-" mfo:t ,)elo Si)ltmá lior• tem m._..;sbohsmo '.\1AC (Ked~y. l')'llS),
redoxin::i. M'ndo in:Ui\";'I no escuro. A piruvito fosíalo dkirus.: Phwawl111cn1e. 10.~,:; .LS ..:sp....::h.'S J..- t.:a1.La.:e.1s e Je a.isso•
(cqua(:'lo (201) I: r~cul:id:1 1,or um m,..,:;1111.)mo de foslofil.J.. l.ace,1s .ipr..-s..-n1.un md..i001ismu M.!\Ç, <:1:dus1\1amcme. Na:.
ç3o/det.fosfotil:ic;5o çatalbad-0 por um.a timca pro1dna rtgU· o.utras !J.nuli.a~• .slo cnuuur.,.J.,~ csp,c..:1,:1, C,••\t\C obr1g;11ó•
!adora, A fosforilaç.io rt•,luz a :ali\•idatle d:1 ,,.111.im-,1, .ié'n,lo o n.u e 1.a.:ulEJtn.1s.. As pl.intas MAC r'l .:ull:.twas ilo -'-tudJ.)
l 1O Fisiologia VegNal

Cilula do mesoflto Bainha perfvascular

Cloroplaato
AOA ~ AOA. - - , .
Cloroplasto Maiato ---~---➔ M lll'ato

Hc o ,· { "' 2AOP•2Pi 2ATP•Pi

PEP. . - . P E P ~ PINYato - - -....- -- - PiNYa1o


<D~=~ co,'--- -''-- :,-

Tr1oses-®

Cttopla.sma Citoplasma

(D En.i:i~ màlic:a depende de NADP

~ -
1:
~
PEP
p
I
""
("N H.:)

~
Asoa"°IO _;._____. A$po. . 1:
Mltoe6ndrta NHi
ADA'Ç.N=•
Maiato
Piruvato+-1,@
t ! co,
PEP Alon;n, Abn;n, ~ - "8!0
}-- 2AOP • 2Pi
t,..._ 2ATP • 2Pi Trios•® ~
Piruvato - - - - - -- Piruva10
Ctoroplasto

@ Enz:ma màlica depende de NAD

Pirwato . - Piruvalo

@ F0$1oenofplruvatoeartio1dcinase

flgun S,39 Esquema da.s ttk viasdtdesca~o de molécu&a$C. nucêlulasdabainha J)trivascular. Oco, liberado é imedia1amef\1e fueado
pela rubisco.

que apresentam o me1:abc)lismo MAC em determinadas con• v;o bioqufmko MAC


djçôcs ambientais. Em condjç-OCS fa\•Or.freis, as MAC facul-
A$ plantas MAC se caracceritam pela lixação maciça d~ CO,
cath,as apret.e.ntam metabolismo do tipo CJ. Bromdiic~as no período noturno, O mt.>(:mismo MAC fun damenta-se tt11
e orqujdáceas epíJitas de «:os.sistemas ãridos ou de ílort'st:u um pro<t.$.SO de mrboxilnçár> (noturna) Sl-guido de uma (lflf'1
tropicais apresentam num~ro¾ls rtprtsen1an1es com met:abo, de de$Carboxifação (diurna), e$1a Ultima r<'sponsável pelo )li·
llsmo MAC, Cerca de 5096 das plantas MAC conhccidas são primemo de CO, p:ani o ciclo C,. As e.s.p êdcs .~·1AC 1em:stf<S
t pífitas. O abac.a.x.i (bromdjfcea) e o ag:a\-e são exe-mplos de abrem os e.s16m.atosdurante a nOit<'cos man1em fe, hados du·
pl:anl:ll cuJdvadas com me1abolismo MAC. A :impla distribuí• ranh• o dia, con1rariamen1(' ao que ocorre com,. ,n.uori~ d:iS
ção taxonómica t ecológ;ca da.s plantas MAC sugtrt' qut t'SS<' plantas t<"rrcstres.
mecanismo 1ambém tt'ria surgjdo mujlas vt1~ no curso da A faação no1urna do CO, também I: carnlisada por 11111'
evoJl»Ç'ão (Lttgood, 1993). isoforma da PEPcase. O C01 lixad1> f acun,ulado nos v.,et'1ol0i
C•pltulo S • foto-sslnt~ 11 t

na forma de maJ:110 (Figura 5A0). Por cue moll\'0, durante a mudanças nai condiç6e$ :imbitnl.a i~. Um cenãno d<' s«a ou
noite, a acidez celular aumenta progressivamente. Our;1nte 0 o :u,men10 da salin idade Induzem O metabolismo MAC cm
dia. os eslômalôS se fecham, mas o t o: para o ddo e, passa muilas e"jpéd es facultariv.u.
a ser fo rnecido pela descarboxi.lação do malato. Ao longo do A <ontinuidade d;a seca por um tempo profongado pode lt•
dia, por causa do consumo do maiato, o pH dos vacúolos d:u va, :i. um fechamtnlOcomplc.-to doos C$tôm:atos. Nessa situação
célula.s íotoS,.Sintétic25 numenta progressframentc. A noite, o extrema, c,mbora as plltnla.s nlo apre!ientem nenhum.i t.roca
amido é hidrolis:ado pan a geração de PEP, acumulando,se gasosa com a atmosíem, o seu çonteUJo de ácidos orgâ.nicol,
durante o dia con,o produto da fotoss.lntesc e da descarboxi• continua a ílutoar ao longo do d ia. li.w reflc:tt :a r«id•gc-m
lação do mahuo. intc.-rna do CO gtr:i.do pda rt"'>pir:içlo e a fotorr('Spiraç:ão. Tal
Oeve,se ress,11Jt3r que o mecanismo bioquímico de carbc>- recid age:m deCo:, além de garantir a sobr~ivê°'ia em con-
xilação das plantas MAC e e, e o mesmo, difercnd ando--.st diÇõC$ extrem:i.mente s«as, eV11a a fo1oinibição t permite- que
quanto à Su3 regulação. Nas pl-an1as e., há uma separaç:Jo a planla responda imrdi;1tame.n1e ao rc.-torno d.ti disponibiJj(la.•
espacial (anatómica) entre.- a carboxJlaç;}() pd a PEPcase e o de de água (Lttgood, 1993).
ciclo CJ, prOGt:SS()S que transcorrem slmultaneamcnte. íã nas Já entre as plantas aqu4it1cas,, o mecamsmo MAC pos,1billt:a
plantas MAC. a separação drues cvtnl()$ é apenas temporal, :a sobre-vivência cm ambientes densa.mente ocupado$ por tilo-
ocorrendo n:'l mesma. célula fotossintetica. A fixa~ do CO1 plâncton, aJgas ou ourr:is plant.lS aqu~IÍC:t$, Ne.s.~ :i.mbienlcs
atmosférico pela PEPcase .se processa à noite, enqu11n10 a fixa- aquJ1icos, a dbponibilidade de C0 1é extrem:i.mente lim1tan1c:
ção de C0 1 pclo ciclo de Cise dá durante o dia. dutante o período diu.rno. A grande vantagem d.--u pl:i.nra., do,.
tndas de mecanismo MAC f sua cap3Cidade de u tlliur o COJ
Mecanismo MAC e sobtevivlncio das plantas liberado pda respiração noturna de outru pl:an1as e anim:ai.s
O mecanis mo MAC 11umen1a e.x-traordinariamen1e n eftcl· que ocupam o seu habitat,
i nda de uso da dgua (EUA), send◊ encontr.1do cm plantas Algumas espécie$ anfibl:a$ con$eguem exibir merabc>li3mo
.tdaptad.'IS a .lmbientc.-s ãridos ou sujel10$ :i.o $Uprimento de MAC enquanto o desenvolvimento se d:à $0b 11 5gua. No en-
âgun ape nas periódico. A 6xaçlo no1urna de CO, u:m como t.tnt~ diante da exposição ao ambiente aereo. os t«1dos fo.
resultado a dlmtnui çà◊ da perda de água porque ·a diferença lossintéticos, cm conlato com a atmosfer-2, pa.wm :1 aprc:sc:n-
de pressão de \·apor de água entre as folhas e a a1mosfera tar, exclusivamente, a vi:, e,. A mesma planta pode, p0r1anto.
atinge valores minimos dur11n1e a noite. Em regiões dcst"r• :i.ptesentar simuh:anea.mentc as ,•ias MAC e C,. Em ou1m ($•
tic-as, as diferenças e n1re as temper31Ur:L$: diurnas e notur- pêdcs, os metabolismos e, e MAC St> sucedem ao longo do
nas s5o enormes, podendo atingir 2<rC. Ao mesmo tempo. ciclo de vida da planta (K«ley, l998).
elevadas concentrações de C01 no mesofilo íoH:i.r de plantas
MAC. dura nte uma parte.- do periodo diurno (1%), ,nlnimi• PEP carboxil,se
1.am II fotnrrJ?>(plr.<i<iO. A PEP c,:,.rb-oitU.-:-;e C umo cnlilina cilo>Õlk~ qu,. ,..._ Jht11l,u1
Outra caractcrí$1ica imprtssionante das plantas MAC universalmente em todas as. células ,;egetai.s. Portm. nas pl:an-
consl$1e em sua extrema flexíbUid.1de metabólica. Em várias tas C 1 e ~'1AC. :i PEPcase ass.umc um papel des1acado ,e cs•
e.sp&:les. a íotossintese Ci ou MAC pode ser indux.ida por p<cial na fotosslnte.k. Nu folhas das plantas Cl, .:t atividade

,,--,,,.,,..® 1
P~va!o •

M3la10 Ctoropl..t o
i- c o , ~-
"""'º
l
Ácloo mâliço Áodo màl1co
\S)
Cl~ optuco
V11c U010 Vac:UO,o
l \ 2 Fisio&ogl.a Veg~tal

da PEPcaSf pode alingJr vaJorts centenas dr t,"(.XS maiores que é, portanto, a sensibilidade ao malaio; é controlado pelo rit-
aquele,; c."nconlrados na~ folh,a,s das plantas e, ou nos drmais mo circadiano endôgeno das pl::mtas, e não pela luz. Estudos
ted dos da própri.t planla e•. Como várias outra,; entim11$, a sobtt a ,·arl:iç!o da atMdade diária da PEPcase, extraída da
PEPa.se se dã sob a forma de." , 'irias isnen1.imas. cadi uma de• planta MAC Bryophyllmn, mostraram que a PEPcase t. 10
las oodi.licada por um gene difc.'rentc.' e sujc."ita a uma regulaç-Ao vtte$ mi\is scns-ível 10 maiato durante o período luminoso
difertndada (Lttgood. 1993). que quando extraída d:is plantas d urante o período escura..
Uma can.cteristica crucial da PEPcase. quando compar.:i• Vcri6cou-se., ainda, que, ao contrl.rlo das planta$ C,, a form,
da à rublsco, rtíert-se ao fato de que essa eniimi atua apenas noturna era fosforilada e que a diurna era dtsfosforilad,1 (Fi,
como catboxihsc. Altm dl$.~(),, a :ilinid.:ide da PEPcase pdo gura 5.41: Nimmo c-1 ai.• 1995).
HCO; l mais elevad3 que a afinidade d:i rubiseo pelo COr De modo gc-:oenlii:1do. enquanto a íosforilação revc."rsíwt
Enquanto o Km(CO:) da rubl.sco das plamas C, se situa na de protC'lnas é catalisada por vârios tipos de proteina~cinut,
íain de 15 a 25 µM, o Km(HCO;) da PE.Pcase situa•:$C em a dcsfosíorilação o é por fosfntasa. O estado de fosforilaçio
tomo de 8 µ M (Moroney e Somanchl, 1999). ou seja, a PEP· de uma prOtt{na fo ,•ivo depende, 3$$.lm. do balanço entrc- u
case é uma e.niima carboxilariw mais elidente que a rubisco, atividades de cinases e.' fosfatases, podendo ser r(8ulado POI
podendo cuhoxilar :ainda que.' a disponibilidade de CO. seja mud1inças na atividade de amb.ls as enzimas ou na atividadt
multo baixa. o que não acontece com a rubisco. • apenas de uma delas (cinasc ou Í<>-sJ:uase). Em 8ryopl1yll101,.
o principal fator dctcrminan1e do es1ado de fosforilaç:ão ~
Regutaçóo do PEP<os~ PEPcase é a "ari.1çio da atividade de uma dnase t'"$pt d fic,,
A PE.Pease é uma enzima alostérica sujeita a tUiw:1çdo pel:'l Nma planta MAC, tanto a lU? quanto temperaturas de\•adlJ
g.lioose-6-fosíato. pelas triost:s•P. e a i,iibiçõo pelo L-nu.!ato. promovem o de.up:ired mento da PEP cinau, resultando na
Essas características indicam que flutuações na concentra• redução da athidadc." da PEPcase no período diurno (Ninuno
ção dnses compostos no dtoplurna rcgubm ,1 ,1tivid,1dt da d ai., 1995).
PEPcasc. Nas planlu C,, a PEPc:a.se também é regulada pela
ln..nsiçào lui.-tSCuro. O mecanis mo de modulação da PEP· Destino dos ptodutos da fo tossíntese
case pela lw. envolve.' modificações da.s cnz.ima.s que afetam, Em 1odu as plantas, a maior pane do carbono fixado na focos-
principalmente-. as suas propriedades alo3lé:ricaJ. Quando há sintt:se t utilizada para a formação de carboidratos, principal,
lu.7,, a PEPa.se das pb.nus C~ é fosforilada pela açlo catalJII• mcnl<' sacarose e amido, os produtos mais estáveis do proce$$0
ca de uma enzima cfoase soluvtl. A íosforilação toma a PEPcase focos:s:inlhico (\•er figura 5.24).
menos sensível ao eíei10 inibitôrio do maiato e, portanto, Os c.uboidratos são mol&ul.u extremamente importantes
mais alh·a du~ntc o período diurno (Cholct e-1 al.. 1996). para as plantas. Além de fornece.rem energia p~ra o processo
No caso du plantu ~(AC. o gnu de fosíorilação da PE.Pc.ase respiratório e esquele10$ de carbono p.,ra a sfnlm da.s dem..tis

Proteina

1 ua (C,l ~----~~---?
titosólica

Noil& (MA.C}

Eswro (C,.)ou
<h(MAC)

SéR ATP A0P SER•®

( PE~ ) , ) <•, 1
PEPcase

~Mai&
-&ensh>d
- -.-o--'-~
1 PI H,Ot
"r-~Meno;~MmatYot
~-----
maiato ao mitta&o
Menos SM$lvel 80 G~ Mais senslvel 80 G-6~-
Met'I06 ativa 9$Cl.lrl>'(CA) e dia (MAC) Mal6 ativa lu,-{C4) e ffCUfO (MAC)

flgu,• S.41 ModHode mecanlsmomolecula, p,oponopara • regulaçáodaativf&de da PEPc,t-rbo.ldlase c-m plan1.1sC (diuma) e MM:. (notuin.il
A luz em plMt.1sC. e um sin• I notumo ainda desconheédoemj)Cantas MAC ativam um• cin,se da PEP c.a,bo.lcil11M-, (s~ clnas.e, ;,ofosfoii14, a p(1
e,
catboxilase., aumenta a wa auvid.ot', Adaptada de Chol~ of, (1996).
Capitulo 5 ❖ Fotossíntese 113

biomoléculas, os carboidratos constituem um importante a Fru-6-F em glicose-6-fosfato (Gli -6-F), e esta última, em
componente estrutural do organismo das plantas. A maior glicose- 1-fosfato (Gli-1-F) , molécula precursora da síntese do
parte da matéria seca das plantas é formada por constituintes amido (Figura 5.43).
da parede celular, majoritariamente formada, por sua vez, por Fru-6-F - Gll-6-F [22]
celulose, um polímero de glicose. Entretanto, é importante
destacar que wna parte da energia luminosa absorvida pelos Gli-6-F - Gll-1-F [23]
cloroplastos é diretamente utilizada em outros processos bio -
químicos, como a assimilação de NoJ- e S0 4- e a biossíntese de Nas células fotossintéticas, a rota predominante na sínte-
aminoácidos (ver Figura 5.4). se de amido é a constituída pela via que utiliza a ADP-glicose
Parte dos carboidratos gerados na fotossíntese (fotoassimi- (ADPG/i), proveniente da Gli - 1-F. A via de síntese de amido
lados) é utilizada para satisfazer às necessidades biossintéticas envolve três reações enzimáticas, catalisadas pela ADP-glicose
das células foliares, fluindo para o metabolismo respiratório, pirofosforilase (equação [24]) (também chamada de ADP-gli-
para o metabolismo do nitrogênio e outras biossínteses. A cose sintase), pela amido sintase (equação [25]) e uma pirofos-
parcela excedente de carboidratos pode ser exportada das cé- forilase (equação (26]), conforme indicado a seguir, respecti-
lulas fotossintéticas na forma de sacarose ou armazenada no vamente:
próprio cloroplasto na forma de amido (Figura 5.42). O desti- Gli-1-F + ATP <-+ ADPGli + PPi (24]
no do carbono nos tecidos fotossintéticos depende, portanto,
do estágio de desenvolvimento foliar. Folhas imaturas retêm ADPGli + (alfaglucano)n-+ ADP + (alfaglucano)n,i (25]
grande parte dos fotoassimilados para a síntese de seus cons-
PPI + Hp-+ 2 Pi (26]
tituintes celulares (lipídios, ácidos nucleicos, aminoácidos,
proteínas, celulose etc.), podendo inclusive importar fotoas- A ADP-glicose pirofosforilase (equação [24]) catalisa a
similados de outras partes da planta. Em folhas maduras, ao síntese de ADPGli e PPi a partir da Gli - 1-F e ATP. Estudos
contrário, grande parte dos fotoassimilados é exportada pelo conduzidos em diferentes espécies revelam que a ADP-glicose
floema para outras regiões da planta (fontes). pirofosforilase é uma enzima reguladora chave da sí ntese de
Durante o período luminoso, o amido acumula-se no es- amido, sendo alostericamente ativada pelo ácido 3-fosfogli -
troma dos cloroplastos na forma de grânulos, ao passo que, cérico (3 PGA) e inibida pelo fosfato inorgânico (Pi). Depen-
durante a noite, o amido é remobilizado e consumido na res- dendo da espécie e do pH, o 3 PGA pode aumentar a atividade
piração. Na maioria das plantas, a sacarose é a principal for- da ADP-glicose pirofosforilase entre 5 e 100 vezes. Uma taxa
ma de transporte e distribuição dos fotoassimilados para as de fotossíntese intensa eleva os níveis de 3 PGA e diminui as
regiões conswnidoras (drenos), representadas pelas raízes, concentrações de Pi nos cloroplastos em virtude da fotofosfo -
pelos ápices caulinares, pelas folhas imaturas e pelos órgãos de rilação. Assim, a elevação da razão 3 PGA/ Pi, nos momentos
reserva em formação (frutos, sementes, tubérculos). A sacaro- de intensa fotossíntese, ativa a ADP-glicose pirofosforilase, ca-
se é sintetizada no citosol das células fotossintéticas . Algumas nalizando os crescentes níveis de açúcares-fosfa to em direção
plantas, como a soja, o espinafre e o tabaco, armazenam o ex- à síntese de amido. A pirofosforilase (equação [26]) favo rece a
cesso de fotoassimilados como amido nos cloroplastos. Con - síntese de amido porque desloca o equilíbrio da reação catali-
tudo, plantas como o milho, a aveia e a cevada armazenam, sada pela ADP-glicose pirofosforilase no sentido da si ntese de
temporariamente, grande parte dos carboidratos excedentes ADPGli . Em resumo, o metabolismo do amido é governado
no interior dos vacúolos na forma de sacarose, acumulando pelas concentrações de metabólitos no interior dos cloroplas-
pouco amido. Na cana-de-açúcar e na beterraba, a sacarose tos (níveis de 3 PGA e Pi), sendo, assim , diretamente depen -
constitui uma reserva a longo prazo. dente das ta..xas de fotossíntese.

Síntese de amido nos cloroplastos Sfntese de sacarose no citoplasma


O amido é o principal carboidrato de reserva das plantas vas- A sacarose é um dissacarídio co nstituído por um resíd uo
culares, existindo em duas formas - amilose e amilopectina de glicose e um resíduo de frutose (ligação alfa- 1,2; Figu-
(Figura 5.42 A) . A amilose é um polímero linear da glicose ra 5.42 8). Nos tecidos fotossintéticos, a sacarose deriva das
gerado pela ligação entre o primeiro e o quarto carbonos de trioses-fosfato sintetizadas no ciclo CJ e exportadas do cloro-
duas moléculas de glicose (ligação a-1,4). A a111ilopecti11a é plasto para o citoplasma por um transportador de Pi/triose-P
semelhante à amilose, mas apresenta ligações do tipo a-1,6 a (ver Figuras 5.24 e 5.43). No citoplasma, as trioses-P (di- hi-
cada 24 a 30 resíduos de glicose, o que origina uma molécula droxiacetona - DHAP e gliceraldeído-3 -fosfato - 3 PGald) são
ramificada. convertidas em frutose- 1,6-bisfosfato (Fru -1,6 P,) pela ação da
A acumulação de amido nas folhas é um processo dinâmi - Fru- l,6F 2 aldolase (equação [27]). Na sequência-, a Fru - l ,6P , é
co. Quando a velocidade de síntese de açúcares-fosfato, nos hidrolisada pela enzima frutose -1,6-bisfosfalnse (equação [28])
cloroplastos, excede a sua capacidade de exportação para o (FBPase), originando a Jrutose-6-P (Frn-6P) . Es ta última mo-
citoplasma, a síntese do amido se intensifica. A frutose-6-fos - lécula pode ser convertida em glicose-6-fosfato (Gli-6P) por
fato (Fru-6-F) é o composto intermediário do ciclo C 3 que dá uma Josfoglicoisom erase (equação [29)) e, a seguir, em glico -
início à síntese de amido nas células fotossintéticas . Atuando se- 1-fosfato (Gli- 1P) por umafosfoglico11111tns e (equação [30]).
sucessivamente, as enzimas glicose-6-fosfato isomerase (equa- A glicose- IP é utilizada para formar UDP-glicose (equação
ção [22]) e fosfoglicomutase (equação [23]) interconverlem [31 )). A síntese de sacarose-fosfato, por sua vez, e catalisada
114 Ftsiologia Vegetal


Amilou

AmUop<tCtlna

F
~ º ~º
0
\ 1 ~ º\)·
o
H OH H OH H OH l H
Liga,çlo a1ra ( 1 - 4}

CH,OH
• H OH~ O--------H
Ho
V OH

H
oKH tt0A
saea,ose
H

HO
Saea,ou
~
OH H
CH,OH
UDP

Dlfo4fato
de uridln.a

bsfalo sl'n tase

JH
,O
H\H
C
H,i<.:O::J'
t t b ~- UDP H ~ CH~H
H H0 OH H
UDP-glieoM Fnrtose

Fi<fura S.Al Ew utvra da molécula do amido (A) e d,1 sacaras~ (8),


c.a.,ttufo s • Fot01slnt~e 11 s

1e...., 1
1saco,.,. l·······•lfran_,,.]

t ······►0
1saca.:-1
@,•

IR......-,
Agu.-. S,43 Oiagram.a do fluxo deu,bononas células t<Mossin.teticas. As Unhas sôlicias indicam as reaçôes Que ocorrtm no período lu~ e
as linhas pontilht'lcb$. a;,QI.M!l.ts que ,KQnU:«m pr~ a n temeti,e no esc.uro.. A.s linh.as lliJcejadas indic.am os processos q~ ocorrem ,10 longo
de 24 h. 1. AOP•çilicose p!rofosfofii.se. 2. Frutos"°t.6-bi:s;Jo\fllt.t~e. 3. Saca,oselosfatos!ntase (SPS).

pela entlma sacarost+josfato sintase (SPS), tcndó como subs• de sa<:1rost' exct-dcssc a taxa de assimilação de CO.. o (ón•
ti.atos a UDP-glicose e t Fru-6P (t-quação (32)). Ao .str for• sumo de 1riosts•P reduzirb. a disponibiJidade de c~mpostos
mada. a s3car()S(•ÍO.Sf:uo l hidrollsada pt-la sa<aros.e-fasfa10 ínttrmediârios no ciclo e,. Tal simação poderia compromcttr
fosfcume. gernndo sacarM<' e Pi (cqu~i-0 l331). A sacarose i a capacidade de regt-neraçlo da RuBP, inibindo kn:tmcnt.e
e ntão transferida para o lloema e transportada das folhas para a ío1ossímese. Diver$0$ mtcantsmos regulador~ da sintc,e
os órgãos-drt-no ( Matíei, 1999). de sacaR)S,é são conhecido,. atu.mdo principalmen1c sobre a
FBPase (equa~o 1281) e sobre .a $PS (equação 1311).
A FBPase cirosólic.a c.italisa a primeira re.lç.io i.rrevc-rst•
0 HAP+3PGald -fn>-l.6P, (21)
\-ti da V'ia de síntese da SJ.carosc. sendo intens:imenie ínibi-
Fru-1.6P,+H,O-ku-6P •Pi 128) da por um:a molécula. sinalizador:1 tsp,ecífic:a denom1n:idl
fru1ou-2,6·bísfosja10. um :tnilogc, do seu su~lr.ilo ~,ur:il,-'
f ru-6P - Gli"6P 1291 fnitOSH,6-bisfosfato. A FBPa.se e:c<rC< um papd iunJanwn•
1:/11 oo conlrok da alo,caçio de nrbooo entre .i s;K;uoS< < o
Gll-6P-Gli•1P 130) amido. «>nforme se \'cr-.i :11dlan1e.
A SPS d<lermina. a C3pacl(bde rni.' tinu de sint1.'So!' de .s.1c.i•
Gil- IP+ UTP -UOP•91icose ,;.PPI (31) r<>S< nas c<luJas fotos.sin1~1ic:as. A ,1ti\•i-daJe dcs.'\a enzim.a esta
$ujei1.1 ;l um mecanismo .:le controle "fino" e .1. um me,anis-
UOP-glkose + Fru-6P-SACAROSE..$! + UTP (32) mó .k controle "g.ros.'\eiN>': O controle fino é COtlillluido pda
m<xluJ..ç:iu a.lMtêricJ. execulada por ~{etOr.'$ 1net..1boltcos ~uc
SACAROSE-P + H10 - SACAROSE + Pi Ull
111od11íca.m :.t.s proprie,lad<"t cinêtkJ..~ J.1 c-ni m,:,,. Enqu..1nto a
A síntese de s3cnmsc ê controlada de modó mais ind.:S'k'•'· glicose 6P a.li\'a a. SPS.o í<»f.i10 i.norgfo,,o (P,) ah1.1 ..01110 in1•
dente das tax;,is fo1ossln1é1icas que :i sintC'S(' ,lo ;amido. Dife· bidor. O controle grosuuo J.l SPS Je.corre J< um m«:,,1usmo
remes estudos tém most~do qut· a :s.intcS(' de :unido pCKk Je fosfonl;l\Jo/dcsfosfon.1:.1-Ç'.io d.1 SPS c1,.111Ju.tiJo por ema.ses
ser aíet:.ida por alternç<ks na sinlt'St' ,le s.wuosc, enquanto e íosí:n.asn.. A fosforila\:l1,.1da SPS reJu,:,, .altvidaJe d.1 <n1.tm.i
O inverso não é nc,ce,.ssari:unen\e \Wdildtirn. A r,:gubçlo d.1 pot 1orni•l:a m;ais Sl·n~i\d :w de110 ln1b1tór1u Jo Pi.
.síntese de s:icaros.c: ll0$ 1ec.idos fotóSSinté-li\ôS<k-n: w, sincro• V.irk..-.s Í:lh)r~ .a.rnbien1.11s e meutk)l,cv.,. mduc:n,ci:un a :Ul\'1•
niz.1d.a com a p<rrnant·nlc, nus \'an:\wl. eip<>rtJaçiio de assi• d,11.le ,1..1 SPS. J<sta.c.1.nJo,~..- ,1 luz• .a. Ju.p,m,bihJ.-.Je Jc CO,. a.
mllado$. Entretanto. o controle ,l-<l sínteíÕt.' d< s;.a,ar..1Sc t:unbêm nutriçii_o nhn,~na,J;i ..- o .1.. umulu Je .. a1b..lhlr.uo;\, O l"º'~S·
é essc,,cial par., 3 manutt.'nç.\o da rróiwia eii<:iêncfa ímossin• so dt." tosl\lnl.l,.tl))dl-sfo>IOrd,1ç,lU J.1 SPS < rcspon,,,,1\el pda
1é1irn. Se. cm 1":'11.âv ,las dt."m;andas dó cri.•sç11'1\l'1\IO. :1 sitlll'St.' moduJ.i.;jo ,Ll t'nLmw n.1 tr.1ns1.;lo daml<s.:uru e: dur.al'ltt o
11 6 Fisiologia Vegetal

processo de coordenação entre o metabolismo do carbono e utilização dos carboidratos para extração de energia metabó.
do nitrogênio. A SPS é um ponto de controle importante na lica e geração de novos compostos orgânicos para blossínteses
alocação de ca rbono entre a síntese de sacarose (metabolismo é encontrada no Capitulo 7.
do c;i rbono) e a síntese de aminoácidos (metabolismo do ni -
trogênio; Foyer ct ai., 1995). Aspectos ecofisiológicos associados
Controle da alocação de carbono entre sacarose e amido
à fotossíntese
Vivendo cm co munidades, frequentemente as plantas são le-
A regulação da FBPase representa um fator crítico na aloca-
vadas a competir entre si por recursos essenciais, como luz,
ção de carbono entre sacarose e amido, apresentando aspectos
água e nutrientes minerais. Ao mesmo tempo, precisam oti-
bastante peculiares. Enquanto a Fru- l ,6P, substrato da FBPa -
miza r o uso dos recursos disponíveis, muitas vezes limitados e
se, ocorre em concentrações celulares que variam entre 1 e 10
mM, a Fru-2,6P, molécula reguladora, não supera 10 µM . A va riáveis quanto à sua disponibilidade.
Os mecanismos fotossintéticos C 3, C◄ e MAC estão asso-
Fru -2,6P é um potente inibidor da FBPase. Isso significa que
ciados a características fisiológicas que repercutem não so-
pequenas oscilações na concentração da Fru-2,6P têm reper-
mente sobre a eficiência fotossintética, mas também sobre 0
cussões significativas sobre a atividade da FBPasc e, conse -
desempenho das plantas em diferentes condições ambientais.
quentemente, sobre o fluxo de carbono cm direção à síntese
de sacarose (Maffei, 1999). Cada um desses mecanismos fotossintéticos tem implicações
A concentração da Fru -2,6P é dependente da ação de uma ecológicas significativas e foi selecionado, ao longo do proces-
cinasc e de uma fosfatase específicas. A cinasc fosforila a so evolutivo, por conferir vantagens adaptativas especiais em
Fru -6P na posição 2, enquanto a fosfotasc catalisa a remoção condições ambientais diversas.
do grupo fosfato da posição 2, gerando novamente Fru -6P A maioria das espécies C4 tem o seu centro de origem na
(ver Figura 5.42). A cinasc é intensamente ativada pelo Pi e zona tropical, sendo mais abundantes em ambientes quentes,
pela Fru -6P e fortemente inibida pela di-hidroxiacetona e pelo secos e bem iluminados. Grande parte das plantas invasoras
3 PGA. Os mesmos ativadores da cin;isc são polentes inibidores mais agressivas apresenta metabolismo C◄• Já as espécies e,
da fosfatase. A intensa atividade do transportador Pi/triose-P, tendem a predominar nas zonas temperadas, em regiões mais
decorrente de uma elevada taxa de assimilação de C0 2, eleva frias, bem como cm comunidades vegetais onde existe autos-
a concentração de trioses-P e diminui a concentração de Pi no sombreamento (p. ex., florestas tropicais). Isso significa que,
citoplasma. Tal condição inibe a cinase e favorece a ação da cm uma sucessão ecológica, as espécies C◄ tendem a ocorrer
fosfatasc que atua sobre a Fru-2,6P, diminuindo a sua concen- com grande frequência durante as etapas iniciais (espécies
tração e, assi m , aumentando a atividade da FBPase. De modo pioneiras), sendo paulatinamente substituídas por espécies C1
inverso, quando a taxa de fotossíntese d iminui, os níveis ci- à medida que os níveis de sombreamento da comunidade ve-
toplasmáticos de trioscs-P se reduzem, enquanto os níveis de getal aumentam.
Pi se elevam, promovendo a síntese de Fru-2,6P e a inibição As respostas diferenciadas das plantas e,, C◄ e MAC à va-
da FBPasc, tendo como resultado a diminuição da síntese de riação da intensidade luminosa, à variação da concentração
sacarose. Nas células fotoss intéticas, o controle do fluxo de intrafoliar de C0 2, à temperatura e à disponibilidade de água
trioses-P e Pi entre os cloroplastos e o citoplasma desempenha e nitrogênio permitem compreender, parcialmente, o sucesso
um papel fundamental sobre a regulação do fluxo de carbono de cada tipo fotossintético em situações ambientais diversas
em direção à sacarose ou amido. (Lawlor, 1987). Contudo, ao estudar o efeito de fatores am-
Sabe-se que a remoção de drcnos (frutos, flores, tubérculos) bientais sobre a fotossíntese, é preciso ter em mente que a fo-
reduz a demanda por fotoassimilados e resulta na acumulação tossíntese foliar depende das taxas de:
de ami do nas folhas. Por sua vez, a diminuição da intensidade
1. Suprimento de CO, ao sítio ativo da rubisco.
luminosa reduz a taxa de exportação de sacarose das células
2. Síntese de NADPH-e de ATP (função das reações fotoquí-
fotossintéticas, levando à acumulação de compostos interme-
micas e da disponibilidade de luz).
diários nos cloroplastos, como a Fru-6P e trioscs-P. A acumu -
3. Carboxilação da RuBP, dependente das taxas rdativas entre
lação de açúcares-fosfato é acompanhada de uma redução da
a atividade carboxilase e a atividade oxigenase da rubisco.
concentração de Pi no interior dos cloroplastos. A elevação da
4. Síntese de RuBP, controlada pelo ciclo C •
concentração de intermediários do ciclo e, e a redução dos 3

níveis de Pi no interior dos cloroplastos contribuem para a Nesta seção, será analisada a variação quantitativa da fotos-
ativação da ADP-glicose pirofosforilase (equação (241) . Todos slnt_csc e~ plantas C 3, C◄ e MAC em razão de algumas vari-
esses dados indicam que a síntese de amido nos cloroplastos, a áveis ambientais e fisiológicas importantes, bem como o seu
exportação de trioscs-P dos cloroplastos e a síntese de sacarose significado ccofisiológico. Serão comentadas, brevemente, as
no citoplasma se encontram cm delicado equilíbrio. Tal equi- i'.lt~rações da fotossíntese e de outros processos com a produ-
líbrio é modulado por mudanças sutis nos níveis de trioscs-P tividade de comunidades vegetais.
e Pi e pela precisa regulação de enzimas-chave, dependendo
da estreita comunicação entre os cloroplastos e o citoplasma. Fotossíntese liquida (F L)
Informações complementares sobre o transporte de fotoas- Medidas da ~bsorção de C0 2 em folhas, plantas ou comuni-
similados no floema, a partir das células fotossintélicas, para dades vegetais _fo~n_ecem informações diretas e precisas sobre
as diferentes partes da planta são encontradas no Capítulo 6. A as taxas fotossmteticas de assimilação de co • Essas medidas
2
Capítulo 5 ❖ Fotossíntese 117

também são frequentemente denominadas fotossíntese lí- A fotossíntese bruta (F BR) corresponde à capacidade carbo-
qujda (F L). A major parte das medidas de trocas de C0 2 é xilativa total das folhas em determinada condição, sendo res-
desenvolvida em ambientes fechados, ou seja, folhas, plantas ponsável pela retirada de C0 2 do ar e pela_fo~~ação do~ ~ar-
ou grupo de plantas são estudados em câmaras transparentes, boidratos (ciclo CJ Em condições fotossmtet1cas estabiliza-
fechadas e com atmosfera controlada e monitorada. As taxas das e em atmosfera normal (presença de 12 C0 2), a FBR pode ser
4
de fotossíntese líquida do material em estudo são determi- estimada por meio da determinação da assimilação de ' C0 2
nadas pela medida das mudanças na concentração de C0 1 durante os primeiros segundos de uma exposição das folhas
do ar que circula, em fluxo forçado, pela câmara transparente ao radiotraçador (Lawlor, 1987). Os processos de respiração e
(Figura 5.44). O aparelho que detecta continuamente as va- a fotorrespiração das células fotossintéticas, por sua vez, libe-
riações da concentração do C0 2 do ar que flui pela câmara é ram CO para o ambiente. Portanto, a FL corresponde à taxa de
conhecido como IRGA (do inglês, infrarred gas analyser, ou assimila~ão de C0 2 que pode ser diretamente medida a p~rtir
analisador de infravermelho em fase gasosa). A determinação de um ambiente controlado e é o resultado das taxas relativas
quantitativa de C0 1 pela análise da absorção do infraverme- de F0R (carboxilação), respiração e fotorrespiração (liberação
lho é o método contemporâneo mrus utilizado para determi- deCO/
nar as taxas fotossintéticas e respiratórias de plantas (Long e Em n;sumo, concentrações de C0 2 que sustentam uma ve-
Hálgren, 1993). locidade de carboxilação apenas igual às perdas de C0 2 por
Se, por exemplo, a folha ou planta em estudo estiver fazen- respiração e fotorrespiração produzem uma FL igual a zero
do fotossíntese, a concentração de CO, do sistema diminuirá. (equação [34)). Essas concentrações de C0 2 que geram FL
Caso não haja reposição de C0 2 abso~do, sua concentração igual a zero, denominadas ponto de compensação de C0 2, va-
continuará declinando até atingir o ponto de compensação de riam conforme o tipo fotossintético, a espécie e as condições
CO, da fotossíntese (T). Quando essa concentração de C0 2 é ambientais a que as plantas se encontram submetidas.
al~çada, a taxa de fotossíntese bruta (F BR) se iguala à taxa de
respiração (R) somada à taxa de fotorrespiração (FR). Portan- Fotossíntese líquida e disponibilidade de CO 2
to, o ponto de compensação de C0 2 (T) é atíngido no momen-
A disponibilidade de CO, para a fotossíntese depende da sua
to em que a fotossíntese liquida (FL) é igual a zero:
difusão da atmosfera pa~a o interior dos espaços aéreos d o
[34] mesofilo foliar. A partir da atmosfera intrafoliar, ocorrem a
dissolução e a difusão do CO , na fase líquida d as células,
até que o CO, encontre as en{imas de carboxilação. Nesse
intercâmbio, os estômatos constituem o principal ponto de
Fonte de luz controle da entrada do C0 2 e, simultaneamente, o principal
ponto de controle da perda de água pelas plantas (ver Figu ra
5.6) . À medida que a fotossíntese se desenvolve, o CO , con-
sumido da atmosfera intrafoliar é reposto pelo CO , atmos-
férico por difusão. No entanto, quando as plantas c~meçam
a perder mais água do que podem abso rver, tendem a dirru-
nuir o grau de abertura dos estôm atos, para reduzir a perda
de água e manter o seu equil íbrio h ídrico. Quanto maior a
d efi ciência hídrica, menor será o grau d e abertu ra dos ostío-
los e, consequentem ente, maior será a resistência à entrada
Medidor do CO, atmosférico. Portanto, durante os m omentos diurnos
de fluxo de defi~iência hídrica, as conce ntrações intrafoliares d e CO ,
tendem a diminuir drastica m ente. -
A variação da concentração de CO , prod uz respos tas fo-
tossintéticas substancialmente di fere n tes em plantas C J e C 4•
A fo toss íntese d as plan tas c., já se encon tra saturada com
cerca d e 100 µe- 1 de CO, nos espaços i11tercelulares do meso -
filo fo li ar, enqu anto, na; plantas C 3, a saturação é alcançada
com 250 µ C· 1 de C0 2 (Figura 5.45). Isso resulta da elevada
efi ciência de carbox ilação da PEPcase, combinada com a ini -
Ar - .
bição da fo torresp iração pro mov ida pelo m eca nis m o C, de
concentração d e CO , junt o ao sítio ativo da rnbisco. Esses
Figura 5.44 Esquema de dispositivo para a medida das trocas de CO dados quant itat ivos i xp li ca m po r que a ass im ilação de C0 1
real izadas por folhas Ilum inadas. O fluxo de ar pela câmara transparen'. em fo lh as d e pl antas C 4 já está saturada na atm os fera nor-
te é controlado e monitorado. O IRGA compreende um equ ipamento
que permite quantificar a concentração de COl' Avariação da concen- mal (0,036% CO , o u 360 µ€' 1 e 2 l % de O ,) e não é afetada
tração do co, do ar que ent ra e deixa a câmara onde a folha realiza quan do se im põe· uma va riação na co nce niração ex terna do
suas atividades metabólicas possi bil ita estimar a ta xa de foto ssíntese O?. Em simul ações experimentais, entretanto, a taxas de a -
líquida. Adaptada de Nobel (1991 ).
sim il ação de 0 1 de plan tas c, aument am à med ida que a
118 Fisiologia Vegetal
------
con centração de C0 2 externa . upern a concentração atmos- EUA = fJ.mol CO, fixado m·l s-'/µmol
férica (Figura 5.4 5). H o transpirada m-2 s- 1
l
Em plantas C 3, o Y é fortemente intluencindo pelos fatores
ou
que nlternm a fotorrcspirnçào. Nas plnntas C 3 , o Y normolmen -
te é atingido quando as concentrações intrafoliares de C0 se EUA== massa seca produzida (g)/kg de água transpirada
2
situam entre 40 e 100 µ f · 1• Já nas plantas Ci, o ponto de com - Nas plantas C , a eficiência de uso da água varia entre I e 3
pensação de C0 1 é inferior a 5 (- 1 (Figura 5.45). A redução da 3
g CO,/kg 1-1 0 , enquanto, nas plantas C 4 , assume valores entre
concentraçào de 0 2 do ar para 2% faz com que o valor do de r 2 e 5 ·g CO/kg
2
1-1p e, nas plantas MAC, entre ~-e 3.0 g CO/
plantas C 3 caia a ponto de se aproximar dos valores do ponto kg H Q (Larcher, 2000). Tais diferenças na efic1en_c1a de uso
de compensação de C0 2 das plantas C,r Na atmosfera normal, 2
da água estão relacionadas diretamen~e com o f~nc1~namento
o ponto de compensação de C0 2 das plantas C 3 varia em razão diferenciado dos estômatos nos três tipos fotoss111tét1cos.
da temperntura foliar. A elevação da temperatura foliar em lo- o baixo ponto de compensação de C0 2 das plantas e.
cais intensamente iluminados, ao favorecer a fotorrespirnção, (< 5 c-1) demonstra que elas são capazes d~ r~alizar a fotos-
promove o aumento do valor do T nas plantas C 3 (Leegood, síntese positiva com uma baixa co~centraç~~ mtercelular <le
1993). CO . Assim , ainda que a condutância estomat1ca de uma plan-
Nas plantas MAC, o valor do T oscila entre valores extre -
mamente baixos (próximos a zero), durante a fixação noturna
tae seja muito reduzida, a assimilação de C0 1 pode prosse-
guir \atisfatoriamente, permitindo que as ~lantas C,1 realizem
de CO ,, a valores elevados, em torno de 50 µ, ( - 1, durante a fase a fotossíntese com um mínimo de perda de agua. As plantas Ci,
final do período diurno. Tal elevação do T se dá quando as diferentemente, têm a sua fotossíntese prontamente limitada à
taxas de fixação de C0 2 superam as ta..xas de descarbox.ilação medida que a resistência estomática aumenta (fotossíntese,posi-
do maiato, diminuindo assim a concentração interna de C0 2 tiva acima de 40 e 100 µ,eCO/ de ar). Visto que a fotossmtese
e, consequentemente, favorecendo a fotorrespiração. C exige uma condutância estomática mais elevad_a (i_n_aior gra_u
3
de abertura dos ostíolos) para manter taxas fotossmteticas posi-
Fotossíntese e efi ciê ncia no uso da ág ua tivas, a perda de água pela transpiração tende a ser bem maior
Tendo em vista a djscussão precedente, pode-se concluir que que nas plantas com a via C 4 •
a fotossíntese é frequentemente limitada pela disponibilidade Entre as plantas com fotossíntese MAC, os elevados valores
de água e de C0 2 e que esses dois fatores são interligados. Em da eficiência de uso da água também estão associados à regu-
comparação com as plantas C 3, os mecanismos concentrado- lação da abertura estomática e ao mecanismo concentrador
res de C0 2 aumentam significativamente a eficiência de uso de CO . A abertura estomática noturna minimiza as perdas de
da água das plantas C 4 e MAC. A eficiência de uso da água água p~r transpiração em virtude do baixo gradiente de pres-
corresponde à razão entre a quantidade de C0 2 assimilada e a são de vapor entre o mesofüo foliar e a atmosfera. Ao mesmo
quantidade de água transpirada pela planta: tempo, a elevada atividade da PEP carboxilase noturna garan-
te a fixação do CO, atmosférico, armazenado sob a forma de
ácidos orgânicos. Ãssim, o ciclo Ci pode funcionar nas plantas
60 MAC, no período luminoso, tendo como substrato o C0 2 li-
berado internamente pela descarboxilação de ácidos orgâni-
50 cos, apesar de os estômatos estarem fechados.
Plantas com fotossintese MAC e C~ são, portanto, mais adap-
1/)
tadas a ambientes com limitações em relação à disponibilidade
E 40 de água. Isso é possível porque plantas desses grupos fotossin-
ô téticos podem assimilar C0 2, em condições hídricas adversas,
u
o controlando de modo específico a abertura estomática.
E 30
2:
ro
'O
·5
Respostas fotossintéticas à luz
g 20 As medidas da assimilação de C0 2 em razão da ta..xa de fluên -
Ql
V)
Ql
cia de fótons (medida da intensidade luminosa) permitem a
e 10 elaboração de curvas de dose-resposta típicas para plantas
üi
C ) e C 4 (Figura 5.46 A). No escuro, as trocas líquidas de col
V)
o
õ
u. assumem valores negativos, visto que as trocas gasosas entre
o a folha e o ambiente são determinadas, exclusivamente, pela
respiração celular. Na transição gradual entre escuro e claro,
- 10 na medida em que aumenta a intensidade luminosa, a taxa de
100 200 300 400 500 600
liberação de C0 2 foliar diminui por causa da crescente fotos-
Concentraçao Intercelular de C02(C,) µC-' síntese bruta (F uR). As ta..xas de FBR aumentam proporcional-
- - c3 --e, mente ao aumento da disponibilidade de fótons . No momento
em que a taxa de fluência de fótons proporciona um valor de
Figura 5.45 variação da fotossíntese líquida, em função da concentra-
ção de co intrafollar, em plantas ( 1 e e,. Adaptada de Leegood (1993). fotossíntese líquida ( FL) igual a zero, diz-se que foi atingido
1
Capítulo 5 ~ Fotossíntese 119

32
e,

._.,
í,, 25 50 28
~
Limitação
pela luz Limitação pelo CO2
õ 20 40 24
ü
õ C3 adaptada ao sol
E
2; 15 35 18
O)
"O
·5
g 10 20 12
Q)
U)
Q)
e 5 10 C3 adaptada à sombra
iii 6
U)
o
õ
u. o o o
-4 .___.....,___ __._ _ ~-~-~~~
-5 400 800 1.200 1.600 2.000
200 400 600 800 1.000 200 400 600 800 1.000 1.200 1.400 1.800
A B C
Radiação fotossinteticamente ativa lrradiãncia (µmal m- 2 s- 1)

Figura 5.46 Resposta da foto ssíntese líquida à va riação da intensidade de rad iação fot oss inteticamente ativa (n úmero de fótons de RFA em
µ.mal m- 2 s-'). A. Fotossíntese líquida em planta ( 3 em d iferentes int ensidades luminosas. B. Fotossíntese líquida em plantas C3 e e,
em vi rt ude da
intensi dad e lumi nosa. C. Compa ração da fotossínt ese líquida de plant as C3 adaptadas ao sol e à sombra em inten sidades luminosas crescentes.
Adaptada de Larcher (2000).

o ponto de compensação de luz (PCL; ver equação [34]). Esse até cerca de 500 a 1.000 µ mol fótons m-2 s· 1 (cerca de 1/4 a 1/2
parâmetro representa, portanto, um valor de intensidade lu- da radiação solar máxim a) . A partir desse ponto, a fotossíntese
minosa no qual a taxa de consumo de CO 2 pela F13 R se iguala das plantas C3 permanece constante. Diz-se que a fo tossíntese
à taxa de liberação de CO 2 por meio da respiração somada à alcançou a saturação luminosa. O valor da intensidade lumino-
fo torrespiração. sa a partir do qual a fotossíntese permanece estável é conhecido
Na faixa de baixa intensidade luminosa, a fo torrespiração como ponto de saturação de luz (PSL). A fotossíntese das plan-
ainda é muito baixa. Com a continuidade do aumento da taxa tas C4, ao contrário, não satura com o aumento da intensidade
de fluência de fótons , a FBR passa a se elevar muito mais ra- luminosa, podendo assumir valores crescentes até as taxas má-
pidamente que a respiração e a fotorrespiração, aumentando ximas de fluência de fóto ns existentes sobre a superfície da terra
progressivamente a FL" As taxas de assimilação de CO 2 apre- (2.000 µ mol fótons mT 2 s· 1 ou mais).
sentam, assim, um aumento linear em virtude da intensidade Entretanto, sob elevada intensidade luminosa, as plantas C3
luminosa. Essa fase linear da curva corresponde à etapa em podem vir a apresentar um desempenho fotossintético seme-
que a fo tossíntese é limitada pela luz. A qua ntidade de fótons lhante ao das plantas C4 se a atmosfera contiver uma reduzi-
determina os níveis ATP e NADPH disponíveis para a assimi- da concent ração de 0 2 (2%) ou com elevada concentração de
lação de CO,. CO 2 (0,07%). Tal observação experimental indica que a limita-
Embora a· fotossíntese das plantas C3 e C4 tenha um com- ção da fotossíntese C3, sob elevada intensidade luminosa, está
portamento semelhante na fase linear da curva de resposta à relacionada com as lim itações do metabolismo do carbono
luz, as plantas C3 destacam-se por sua maior eficiên cia quân- (ciclos C2 e CJ Resumidamente, pode-se concluir que, sob
tica quando de temperaturas inferiores a 30ºC. A eficiência elevadas intens idades luminosas, a fotossíntese das plantas C3
quânt ica relaciona a quantidade de CO 2 assimilada com a é limitada de modo substan cial pela fotorrespiração.
quan tidade de fótons absorvida (número de mols de CO 2 fi -
xado/número de mols de fótons absorvido), fornece ndo urna Plantas de sol e de sombra
medida direta da energia exigida para a fixação de CO 2• As- As plantas C3 apresentam grande diversidade de respostas fo-
sin1, sob baixas intensidades luminosas e abaixo de 30ºC, a tossintéticas a variações ambientais, principalmente em relação
fotossín tese das plantas C 3 é mais eficiente que a fotossíntese à luz. Plantas adaptadas ao sol apresentam elevadas taxas fo tos-
das plantas C4 • Isso ocorre porque a fixação de CO 2 pela via sintéticas e de crescimento sob iluminação intensa. Contudo,
C, tem um custo energético superior ao da via C 3 (ver tópico apresentam fotossíntese ineficiente e dificuldades de sobrevi-
Balanço energético do ciclo CJ ver quando crescem sob baixa intensidade luminosa (sombra
Sob elevadas intensidades luminosas, entretanto, as curvas ou interiores de construções). As plan tas de sol e de sombra
de assimilação de CO, das plantas C3 e C4 se diferenciam desta- obrigatórias não conseguem se aj ustar a condições extremas de
cadamente (ver Figur; 5.46 B). Quando a intensidade luminosa iluminação. Entretanto, muitas espécies apresentam grande fle-
supera 200 µm ol fótons m-2 s- 1 (1 0% da radiação solar plena) , xibilidade de resposta à intensidade luminosa. São plantas de
o aumento da intensidade lum inosa não acarreta mais um in- sol e sombra faw ltativas, capazes de crescer em ambientes com
cremento proporcional nas taxas de fotossí ntese em plantas C3 di fe rentes intensidades luminosas.
120 Asiologia Ve9"tà1

Plantas dr ~ <' d t sombra ('ar.ict« ium-u- por d iforcnç.1s A scn.sibifüb dc da,s plan1:i.s e. a t,..b:as te1,,pera1uras é um
m;lJ'('.':;lntes em seu.s valoru d(' PCL. PSLe n :u ;: \'doe.idades má- futo bem <onhl-<ido. A e.spt<ir Zt·a mays (mi.lho), por exrrn,
ximas dt fu.ossinttse qu:indo ('m oondil;õe$ :uubi('nta is ó ti• pio.. não C'rts« em temper:uuras inferiores a 12 :i 1;•e, Uni
mu (wr Figura S.46 C). O PCL. p.ua a maiorfa das plantas de d os fatOrt.$ limilant<".$ ao Cte$d mcnto p:m:ce u r a ('nzima p;.
sol, situa-se na fui.u de 10 a 40 µmol m·: s:1. o que ('q_uh·:ik n rw.uo fi»fmo ditinase (PFdC). a qual perde substancialmcn1<:
à in1ensidadt lum in~ d t wn ambicn tt interno b<m ilumi• a sua alMd.idC" abaixo de 12•c. AdiôM almt-nlt, a tr-mper.atu.
nado (Hopkins. 1995). Et\t.l"(lanlo. cm plan1as C, ad;ipt;adas â ra ótima da PEPQS( é d t 30 a Js•C.
50mhra. o PCL ê mais Ntxo. vari.mdo entre I e S µmol m..: s~1 A m:Uor efic:itn<la fotOS,SintNka das plan1as C, sob IC'mpt.
(Tait r Zcis:er. 199)}. A$ rc-J,u.id.s ta.u s respir,uórias. obsr r• raturas n, ais ba.ins 1-ambêm t demon.strnd:1 ao se es1udar a
,-adts nas plantu dr s,,mbr-1.. contribuem i.ignific;ti,-.unente e6d~nd 11 qu¼ntka d-:1 íotossintese cm fu,,ç:lo da 1empcr.itu-
p,.r.t a diminuiçio d-o it"U PCL (cqua,ão (3-t}). Em plantas de r1 (Figura S.'4$). A eficiência quãnlica das planl:lS CJ dim inui
somhn. as tan.s fo1ossiniêt:ieas miximas.. bc.m con,o o pon- continuamenlt à medida que a t<"mptrahu·a aumen1a, m.s
10 de, $.lturaçâo dr luz. d3 fotoolntcsc, assumem ,·ilor« bem pcrman.xc constan.1c nas plan1as e•. em um-:1 ampla (3.1,u
inferiom aos obS<!'\-ados tm pluuas de sot Tais OU"3cttrini• de temperatura. Em tomo de 30-C, 3 eficilnci:a quântica das
as fotossinthi.:.u rdkttm a esrra1ég:i-a de sobrt'\fo!ncb de- plantas C, r C, é scmdhanlt, ind icando que o.s custos energt.
sewohida pdu plantas .1d.:lp1:1.d.u à limitação de luz: t lt,11d-:1 1icos d0$ ddos C/ C: t do ddo e. u tquiparam nrsse ponto.
t:6dfflcfa de apução r uso ~ llll d l.iponh-tl e baixas taxas de Em :unbos os as0$, t.sst compon-amcnto da fo1ossin1ese. cm
ancimcnto. função da lrmpt:ratur.a. esta ttbcionad o com os nivC'is de Ío•
torrcspiração c-m c-cda um dos tipos focossintéticos. A fotor,
Resposta fotossintêtica à temperatura folia r ~-pira~o é pratiC'.lltlrnte inc.tls1ente nas plantas C 1• Porem,
Em condi,;ôes :umosfêric:u nomuls. a fo1outntC$C de pl.mtas nas ptantu C,. u IUJS de fotorrespi.raç!o aun,cntam com l
e.
C_. e aprõtt1ta difttt.nças nur.:antes em vinude da 1empt• trmpera1ura r:m ,inudt do aumt:nlo da a1Mdade oxlgtnak
r-uu.r. (Figura 5.47). ~ ormalmr:ntr, tr:mpr r.tur.u folial'l"S altas da rubisco. Con,·(m dcst.c.ir, ainda. que os custos energi1ko.
têm uma corrdaçlo direta com de,-.dos nfrt'is dr irradiá.oda. da fuc:ição de CO; pelas plan1as e. se clc,·am à medida qut
.\s pl~tu C, tendem a apr~nt:i..r tempcr.uun.s ótimas para au.mr:ntam as t..axas do ciclo C, (\·tr tópico Papd da fotorrcs.
a íotossi.ntes.t mllis dC'\-ada.s que a.s plui1as e_.. Em folhas d(' pinçlo). Em uma atmosft:ra Com 2'4 de O. ou enrique<icb
p}mtas e,.
a. assim.ilação dr CO: atinge valort':S marimos na com CO:, a fotorrr:spiração t suprimida nas Plantas C,. NtU3S
fu.xa de 20 a 3-0-C. Ji as pl.nta.s e. apresentam temperaturas eondiçôe:s, 2 e6dfoda qu.intica das plantas C) a tinge niwis
Oti.onu na fain de 30 2 4o•c. .EntreU.nt~ em temper•l~ in• supt:riores aos das plamas C,. Isso se d('vr ao custo adicional
ferio!"d. a WC. o d.ts.emptnho f01ossin1Hico <Us plantas C) permanente da tinç:lod t CO: pel,1 ,ia C. (5 ATP e2 NADPH)
r.i..pen o desemptnho dti planw C,. Ab3.ixo de 10°'C. u taxas rm comparação com o ciclo C, (3 ATP e 2 NADPH).
f«os:sintéticas d.as plantas e. são muito inftriort':S às das plan• E.m r~wno, a fotossin1ese das plan1as e. é substilllciaJmen-
tM e,. Por Na ~~ ,r:rn tt,mp=tun!- ~p,f'riOtH a 30 a JS"C, (~ m,fç ~6dente quf' a du pla.ntu e, 4tn\ ::in,bi•nt•t qu4tl'IIU f
a u:similação de CO: de pla..rn.u C) decresce rapidamente, em
contr.t.Ste com u plantas C,. que podem s.uporu r tt:mperaru• 0.08
ns dt' ali 45 a 5-0-C sem apre:stntar danos ã (01ossinttst':. Alt'nOsfera normal

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'º Teml)ll:fatura da ro1na c•C)
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--- e. -- e, Fi911ra 5,48 E~nc~~ q\lâ.Mk• de pllntiu e e e, em funç.)o d11 t~ ·
Figur a SA1 Etei1oda tt-mpera1urc1 foliar sobre 11, taxas de fotO)UntMe peratura foliar.Aefttirncla Qu&ntlu é um lndfc~que relacion:i nún,e!O
liQulda de plcmtas com mtt•boliSITI0 fotossintfllco ' • e C,. Adapt,Kl11 de mols de CO1 filado peb númc-,o de f()((l(ls abs ld Ad11"'ad.l
de Lttgood (1993). de l tf'good!199l). orv O), "'
Capítulo 5 ❖ Fotossíntese 121

intensamente iluminados. As base fisiológicas ce ntrai s dessa Nos ecossistemas naturais, a produtividade líquida (maté-
adaptação são o mecanismo concentrador de C0 1 presente na ria seca acumulada) difere grandeme nte em razão de fatores
fotossintese 4• inibidor da fotorrespiração, as temperaturas climáticos e edáficos. Em tundras e desertos, onde os fatores
ótimas mais elevadas de suas principais enzimas. limitantes principais são, respectivame nte, a temperatura e a
água, a produtividade é baixa, atingindo valores em torno de
Eficiência de uso do nitrogêni o 100 a 200 g de matéria seca por m-2 por ano. Já nas florestas
2
A capacidade foto intética das plantas, de modo geral, é de - tropicai s, a produtividade líquida é de cerca de 5.000 g 111·
pende muito da disponibilidade de nitrogênio. O nitrogênio ano (Chrispecls e Saciava, 1996). Contudo, tendo como base a
é nece sário para garantir a integridade estrutural e funcio - unidade de área, a produtividade terrestre é ci nco vezes maior
nal da foto intese por fazer parte das proteínas e clorofilas. A que a dos oceanos. Tal diferença resulta parcialmente de dife-
quantidade de matéria seca produzida por unidade de nitro - renças no suprimento de nutrientes minerais. Na maior parte
gênio presente nos tecidos da planta constitui um parâmetro dos oceanos, organismos mortos e detritos orgânicos afun -
denominado eficiência de 11s0 do nitrogênio (EUN). dam carregando os nutrientes para fora da área superficia l na
EUN = mg N nos tecidos/g massa seca da planta qual a fotossíntese pode se desenvolver.

As plantas C◄ e MAC precisam destinar menos nitrogénio Fotossíntese por unidade de área foliar (FJ e
para a foto intese que as plantas CJ" A rubisco corresponde produtividade
a 50% da proteína foliar solúvel em folhas C 3, enquanto, nas Conforme se viu ao longo da seção "Metabolismo do carbono
plantas C 4 e MAC, a sua quantidade é reduzida a 25% da pro- na fotossíntese•: as taxas de foto ssí ntese liquida (F 1 ) dependem
teína foliar solúvel. Ao mesmo tempo, a PEPcase corresponde da via de fixação de CO 2 de cada espécie (C 3, C 1, MAC). A
a 10% da proteína foliar solúvel nas plantas C_1 e MAC. Desse via de fixação de CO , de uma planta é um fator genético que
modo, o aporte total em nitrogênio para as enzimas de car- determina o seu pole-ncial de assi milação de CO 2 , bem como
boxilação é sensivelmente menor nas plantas C_1 e MAC (Le- a interação da sua fotossíntese com fatores am bientais critico
egood, 1993). Nas plantas C 4 e nas plantas MAC, a EUN é, (luz, disponibilidade de CO,, temperatura e disponibilidade
portanto, maior que nas plantas C 3• Isso significa que as plan- de água e nutrientes). A FLé, portanto, uma propriedade foliar
ta C 4 são capazes de produzir maior quantidade de moléculas que determina o potencial de geração de carboidratos de uma
orgânicas com menor quantidade de nitrogénio, competindo planta, sendo expressa em termos de µmols de CO , assimila -
vantajosamente com as plantas C 3 em solos pobres em nitro- do por unidade de área foliar por unidade de temp;.
génio (Oaks, 1994).
Taxas de respiração celular e produtividade
Fotossíntese e produtividade
Depois da assimilação do CO 2, a respiração celular é o princi -
em comunidades vegetais pal processo que determina o acúmulo de matéria seca. Con-
O crescimento e a produtividade das plantas são promovidos sequentemente, a produtividade das planta também é depen -
pela fotossíntese. En tretanto, não existe uma correlação direta dente das perdas respiratórias ao longo do período de cresci-
entre as taxas de fotossíntese por unidade de área foliar (F J e mento. Estima-se que 20 a 40% de tudo o que é produzido pela
a produção de biomassa em determinado intervalo de tempo planta seja consumido na respiração celular do organismo. A
(Lawlor, 1987). As taxa de acú mulo de biornas a observadas tempera tura é um fator que afeta decisivamente as ta.,as respi -
em uma planta, ao longo de um período definido (d ias, me- ratórias. As veloc id ades da fotossíntese e da respiração variam
ses). dependem de uma interação complexa entre fatores am- de modo diferenciado em virtude da temperatura (Figura
bientais e genéticos que influenciam: 5.49). Acima de 30ºC, a fotossíntese liquida das plantas C 3 co-
meça a diminuir, enquanto as taxas de respiração a umentam
1. As taxas de fo tossín tese por unidade de área foliar (F 1 ).
(C hri speels e Sadava, 1996) .
2. As taxas de respiração celular.
A respiração fornece energia e substratos para todos os pro -
3. O taman ho e a orientação espacial da área verde de inter-
cessos bioquímicos de manutenção das estruturas já exi tentes
ceptação de luz, ou seja, arquitetura do dossel.
(respiração de manutenção) e de formação de nova - estrutu -
4. A duração da área foliar fotossint eticame nle ativa .
ras e componentes celulares (re piração de crescime nto). Tal
A produtividade e o crescim ento vegetal são normalmente concepção facilita compreender por que a taxas de respiração
quantificados, tendo como base o acúmulo de massa seca (ou podem va ri ar de acordo com a fase de de envolvimento de
matéria seca) por um órgão, um organismo ou uma população uma planta ou um órgão e com as taxas de cre imenlo de
em um intervalo de tempo. A massa eca é determinada me - cad a espécie vegetal. Durante a fase de crl.'scimcnto vegetativo
diante a dessecação de órgãos ou plantas em est ufa (60 a 70ºC) intenso, plantas ou órgãos vegetais tcntkm a apresentar t,L,as
até a remoção de toda a água livre presente nos tecidos. Os ele- de respiração mais elevadas que no período de maturidade,
mentos inorgânicos, indi pensáveis ao metaboli smo vege tal, em vir tude das cxigên i,1 biossintéticas. o mesmo tempo, a
representam menos de 10% da matéria se a total , send o, no taxas de re -pirac;ão celula r tendem a ' L'r mais h.iixa cm espé-
entanto, a similados e m o u o da energia fotossintét ica. Mai s cies de crcs imento lento omo aquelas ,Hlaptada à somb ra .
de 90% da mas ·a seca correspond e a molécul as orgànicas de - Co ntudo, existelll cvidên ias co ncre ta eh.- que e possívd
rivadas da Ílxação de , pela via C 1, podendo ter fu11çõe obter plantas mais produtivas ombinando- e b,li. as taxa · de
e~truturais, metabóli a 01~ de reserva . n.:s pir,1çào colll elevada taxa de fotos síntese, em uma enorme
122 F'isiologiaV~tt&l

gama ck condí(~ :1mbirn1ais (Ulwlor, 1987). Em um estudo Vt'gciaçiio e do Angulo existc-nte entre a folha c- :i radiação in.
com culti,·m.$ de um.a e$pêc.ic de graminc-a ptrcne (l.0Uwt1 cidentc (l.:irchc-r, 2000), O au1ossombrc3,.mento intenso rcdut
prn:mtt). foi pcmh-d idl'n1ifü::ir gcnólipos com uma $.lgnifi• a ctid«lda global de inlerctpt:içAo de luz.. reduiiJ,dc> o ganho
~tl\':'I nria.bi1id:ide nas ta>:as resplntória.s (2 mg col g· 1h·1a de carbono l'I longo prazo. Folhas que nào podem contribuir
3,5 mg C01 g-1 h· 1). ~ sdc<:ào foi bak.ida nas taxas de respi• para a fotossínte.sc por limilaç:\o de luz. !"(presentam u m dreno
ração dr folhas maduras a lS"C (respiração de manutençào). de carb<)no em razão de su.u perdas rcsplrat6ria.s. Os v:ilores
Os resultadM obtidos pe-mlitiram e-Slabdcccr uma corrdaçio do lAF em e<ossislemas agrícolas produtivos situam-se na fal.
n(tDiíwi enm a rcspir.lçàO e as taxas <k crCKimento (Figur:i xa entre 3 e S ( Lawlor, 1987).
S.$0). ou stja, as matOm tu~ de crescimc-nto foram encon • O dM.Sd de um:i pl:i111a ou comunidade \'tgetal constitui-se
ttadas nos genó1ipos que aprescn12\•am as menores tuas de por toda$ as esaruturas d2 parte a(rea que interferem na inter.
respiração. Isso significa que a manlpul-o.çào genética das taxas ceptaçiio da IU1 Incidente. Folhas. pc<Kllos e ramos existentes
de respi.raçào basal pode contribuir para() aumento da produ- no dosscl interferem na pt"nt'lração d:i luz no intc-rior de uma
ti\·idadc de plantas culti\'adas {Wi!son, l9S2). comunidade ' 't"gctal A arquileil.lNI do dosscl influencia a cfi-
ciênd a de utilização da luz. porque a pcnetraçio de luz pelo
Produtividade e arquitetura do dossel do,sd de uma plan11 depende de sua org.Jniwçào e es1ruturL
A produthidade de uma comunidade vegetal f intensamente A estrutura do doss.el, por su1 \'ct, Cdcterminad:i por elemen-
(kpendente da intcrccptaçlo de luz. e, por conscqUffld a. da tos como composição e1ãria das folhas e morfologia, rnmanho,
irt:1. fol iar. A interccpu('.io de luz cm uma cx,mw,idadc ,•cgc• ângulo de in.scrção. orientação. di$1riboiçio e espaçamemo
tal aumenta quUC' linearmente con, e> aumento da d,-01 fofíor de folha.s indMduais e ramos. A arquiletura do dosscl varia
por unidade (lJ!, SIIJM!,jldt do solo (indice dt ãreo foliar ou lAF) substancialmente com a espêc.ie vcgct.il e dunmtc o curso do
até o ponto em que o sombreamento foliar mútuo passe a ser desen\'olvimento de cad.i planta.
llmlt~ntt:. O Li\F representa um índice que quantifica a rat,jo O IAF ótimo para determi.nida populaÇ5o de plantas depen•
cnue a área foliar total (m•:) e :a área de solo (m·)). O lAF de do 1nguJo de inserção du folhas cm relação 10 caule, sendo
é u.nu medida adimcnsional da cobertura Vl!gctal Com um 1ambt:m lnftuendado pelo tamanho e pela forma das folhas. Es·
ind,u de área foliar iguaJ a 4, a supcrfide do solo es1ari,a C0• tudos a campo e simulações com modelos computadorizados
btrta quatro ,,cus pt":b mesma área com fofü:» ordcn2da$ em indicam que dosséis oom folhas tipicamen1e hori2on1a..is apre•
Q mada.s de açordo c<>m a C$1>éde (L:a.rchtr, 2000). fflll:un IAF ó1imo em 1omo de 2. enqu::mto d0$$éi.s constitu•
w = ~ma de todl a w ~rficit foi.a, (m·')/ârea do solo (m·') idos de folhas com inscrçiio vertical suportam valores de IAf
ótimos entre 3 e 7. Plantas com folhas mais eretas permitem um
A alenuaç.io da nidiaçào na cobei-1ura veget:1.I depende da plantk> mais adensado (menor t'spaçamento entre plantas). A
deAsidade da folhagem, do ananjo da.s folhas no interior da distribuição de luz mais uniformt' pelo dcwd tende a aumentar
a c6cimtia d:a in1er«pc:aç:io cb hn e, conscquentemt'nte, a c6•
eiênd a de asslmUaçlo de arbol'\C) pela comunidade.
- - Fol0$$1ntne bruta De modo geraJ. os maiores suctsSO$ obcidos na tentatiw
- F06o$$inl$59 liqvidai de aumcn1ar a e6ciênda fo1ossint1?1ic1 d:as plantas culti,.....idas
- - Aesplraçao têm en\-olvido mudanç;as na ãrea de in1erctpláÇâC> de lui. 1u
calrutura do dó$Sd <' na duração da fase ío1ossin1e1ic.,mtrlU
a1fra das folhas. fü;-pé<ks cuhi"adas. principalmente cere-2is.

36
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ta. rcspka,ç.ao e fotos~ tese liquida. A fotosSM'ltese l!quid~ é dtterm~_- o 8 12
Ndil pdadiferenç.i tntJC" a fotoss"'te,.~bruta e• ,~ pir~o k>fnilda a 'º
faixa <>e orc&Cl"nt!nto
14 16 18

foto.r,,-spraçào. A fotoss#nese t,wta aumcnt.a atê qut: a 1empe1,.1tura da CUl!ura lg ffl 1 POf dia· •)
comrce a ser inibitória~ deconên(ia de f,io,es como desnatur••
(Ao M?imàtia e fechamento c~t0n'lã1ico. A,e-spi,aç.\o aumenta IM· Figu,• S..SO Co,relilçao N'ltrto t.uas respir•t6'1,,i~e tax;,s de c,t'scimf'II•
Ul~nte com a tMiper;,tuta, tendo t~mpera1u1a O(Jffla maiS elevad.t to d~ pl,)111.lS ~_dife u:ntê'\ ge l\Ótif)O\ de LO(ium ~ fflné'. A). l;)ll.tS de
Que a foto~~ínteW! bruta, mas d~ hna ,apidamen1t- ;,.cima de SO"C em uesomentosao tn~•~mef\te co,,elJ(l()(l,,ldas com il \ 1,111as de ,esp
virtude d• inaw..aç.\ode el'\Zimas. rac;io basal dos tecidos folla,-es. Ad+plid11 de Wilson Cl 982).
Capitvk, s • Fotosslntese 123

com (olhas mais eretas exibem maiores ta.xas de ro1ossin1c~ e f:m grandC' parte das árca.s cuhrnda~ tio pl.tMta. o ~nJj.
tendem a apresentar maior produtivid#dc cconómia:. mcnlo dai cultura., lcnde a ser mt"nor c1u< o potenciaJ gcnêtko
da1 c~pfries e cuflivarcs cm decon éncfa dC' &fidfncias nuiri•
Fotossíntese e produtividade econômica das culturas cionais. M(:a, s:11inid;1d.:. pr:1g:t1 c ~ nç.ts. Melhor.ir .a e6c~n-
A fotossíntese e o rtndimento económico de uma c.uhura tam- ci.1 du pl:1nt:ucullivada.s cm relaç.fo a ,~i, hmil.:içOO coruLSlt
bém são processos: indireta.mente rel:adQnados. O rtndhnemo cm c,u1ro enorme desafio par:t o aumt"nlo do rt ndim<nto <" d.-
corresponde :i fração da matéria seca que se acumul~ nas p.u- produç:5o de alimentos.
tcs da planta utilizadas no c.o nsumo humano (p. VI., frutos,
sementes, tubérculos). O rendimenio pode ser aw.li:1do por Agradecímentos
meio da razão entre a ma.ssa seca da par1e colhida e a matt•
ria seca 101.11produ:iida ptla planta. Essa ralào i denominada Agr:ideço :a colabor.1ç.ão. na encuçlo das 6gur.as. de Rodrigo
indicc de coleta (IC). Isso slgnifia que os processos mctabó• dos Rei.s SaUes.
licos envolvidos no controle da parttÇ:lo da massa scc.a entre
as fontes c os drenos da plant;a têm um papel lmpottante no Referên<ias bibliográficas
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vare,. br1111nic0$ de trigo ploiAd0S. cle ,,cotdocon,o o11iodt 1nuodu,çJo h.'1r NorJ..nk.unp1 HR. l.,·•·~•~J k C. L,,ng :)I' • .:Jlll~~ vti,1tn,~ n -
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lt\ltn~vo. Adat,li'ldíl de Giffotd 4'1oJ.(191:UI. l1bvrJt(l1\ m~m1JI l ,>i~n. Lho1rm,u1.'.li: 11.1II. l'rlJ r 1!•J-ti:"

124 FiSM>logia Vegetal

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.,
Transporte no Floema
Manlio Silvest re Fernandes • Sonia Regina de Souza •
Cass ia Pereira Coelho Bucher • Leandro Azevedo Santos

Visão geral do sistema de transporte no floema por isso sendo chamadas de placas crivada:. ~ssi:11 , amb~s os
tipos difere m entre si pelo grau de espec1ahzaçao ~as areas
O transporte e a distribuição de elementos nutr itivos, pri nci- crivadas e pela dist ribuição destas na s paredes das celulas. O
palmente açúcares. desde as áreas de síntese, que são as folhas ter mo "crivado" refe re-se, portanto, aos poros por meio dos
fo tossintetican1ente ativas, ou a partir de órgãos de reserva, até quais os protoplastos de elementos crivados adjacentes (lon -
as áreas de consumo, como folhas, flores e frutos novos, são gitud inal e lateralmente) estão interconectados. Cerca de 80%
feitos pelo jloema. Tal como o xilema das regiões caulinares e do carbono assimilado na fo tossíntese é translocado das folhas
radiculares novas em crescimento longitudinal (estrutura pri- para atende r ao metabolismo de células nã? fotos!intét_ica_s.
mária), o floema primário também se origina do procâmbio, Tal movimento depende, notadamente, da mteraçao fis1olo-
fo rmando o protofloema e o metafloema, bem como do câm- gica entre os EC e certas células parenquimáticas altamente
bio vascular quando em crescimento secundário (lateral); nes- especializadas próximas a eles, as CC.
se caso, originando o floema secu ndário (Figura 6.1). Trata-se, Uma visão de conjunto do sistema de transporte nas plan-
portanto, também de um tecido complexo de condução cons- tas é descrita na Figura 6.2 . Água e nutrientes, principalmente
tituído por diferentes tipos de células, tais quais os elementos íons inorgân icos, deslocam-se desde as raízes até a pa rte aérea,
crivados (EC), as células companheiras (CC), as células do pelo xilema, graças às pressões que se desenvolvem no interior
parênquima vascular (PV) e as célul as de sustentação, como desses vasos. Por sua vez, açúcares, íons inorgâ nicos e outros
fibras e esclereídeos. Porém , diferentemente dos elementos de solutos deslocam-se por toda a planta pelo floema. As células
condução do xilema, os vasos condutores do floema - os ele- componentes dos EC por onde esse transporte é fei to estão in-
mentos crivados - são vivos, embora dest ituídos de núcleos timame nte ligadas às outras células (não crivadas) pelos múl-
e membranas do vacúolo (tonoplasto). Os EC podem ser de tiplos poros: são as CC. Por essa conexão tão íntima, os EC e
dois tipos: células crivadas e elementos de tubo crivado. Essen- as CC for mam de fato um conj unto que pode ser chamado de
cialmente, as primeiras são encontradas nas gimnospermas e complexo EC!CC (elementos crivados/células companheiras).
em plantas vasculares sem sementes (samambaias e out;as), As CC, por sua vez, podem manter ligações com outras células
e não apresentam placas crivadas (ver adiante), apenas nreas do PV, podendo formar um co ntínuo que as liga às células do
crivadas localizadas nas paredes laterais. Os elementos de tubo mesofilo, onde ocorrem a fo tossíntese e a fo rmação de esque-
crivado são células muito mais especializadas, que, un idos letos de carbono.
longitudinalmente, formam os tubos crivados. ~sses el~mentos É interessante ainda observar, na Figura 6.2, que a água que
se ligam lateralmente, entre si, por meio das ª:ea~ cnv_adas, e se desloca para a parte superior do feixe vasc ul ar pode deslo-
longitudinalmente, pelas placas crivada_s term1~ais, CUJOS _P?- car-se desde o xilema até o flo ema. Inversamen te, a água pode
ros têm maior calibre que aqueles das areas crivadas late1 ais, também se deslocar do floem a para o xil ema e do apoplasto
para as CC, e vice-versa. Embora os dois sistemas de vasos
condutores difiram quanto a sua fun ção e estrutura, em ambos
podem dese nvolver-se grandes pressões internas, tanto posi-
tivas quanto negativas, que afetam o deslocamento da água e
dos solutos.
Apesar de não estar indi cado na Figura 6.2, o deslocamento
da água desde o ap oplasto para dentro das células do compk-
Câmbio
vascu lar xo EC/CC é fe ito co m a intermediação de proteínas de trans -
porte (aquaporinas) localizadas na membrana plasm;ítica
(plasma lema) das células cio sistema . O dese nvolvimento do
sistema EC/CC é bem ca racterístico das angiospermas, mas
não se dá do mes mo modo nas gimnospennas.
A uti lização de cora ntes lluorescentes mostra qu e o siste-
Figura 6. 1 Corte transversal de caule mostrando o câmbio vascular e
a diferenciação en tre floema (para o exterior) e xilema (para o Interior) . ma EC/CC está isolado das out ras células. Entretanto, ocorre
126 Fisiologia Ve9tta1
- - -- -
e,_...
çrivado6dc>
H,O floema Cél>I•
1oomplldlheira
Carregamento ativo dos
l\lbos ettvados .lMJmenta e
prv$$3o 0$mOllca e a enb.lda
de Agua. re&Uftendo em
ab l)reSS~ de 1Uf'90' ..
..
H,O
......
.. .. ..
e e ..s
. .. H,0 s.......
1-- --11-- - ColnJnle
transpira16ri.l, . .. P ressão dirfglda pelo
fluxo de é1111a e
.. .. pelos SOIIIIOS

H,ô
s s
H,0

.. .... .. ..
Descartegameni.o atlYo do
floema <liim\'\ul e p,essão
osmOlica. aumentai & salda
de égw. e resu!la etn
..
diminuiç6o na prffsac>
dew>90<

H,0
H,O
, . . _ 6.l OQ,gra.m11 ~ quemitico do modelo de fluxo de pr(ls~ entre cêlulas-fonte e cfluln·dtf'no por meio do xilema e do Roem;,. Adal)(,d•
de TiiZ e ZeigN (20031.

1ambém o uanspone l:i1eral de fotoassimilados. o qual tam• alguns plastldios. () ~ •kulo f"nrlnpl11stnátko l.i,o e, ehro, o q u~
bt:m ie dá por meio da membrana plasmá1ica das CC. por um é fündamcntaJ para as íunçÕ('s que desempenham, a mem•
sistema de bombc.amento. bni.na plasmátlca, qu< formarâ um e<mti11mm1 com outras c(•
O ílotma não éuniforme. d lruturalmcnte, em todas as par• lulas adjacenies ao Sistema criv3dO, Entretanto, as pro1einas
les da planta. Nas nervuras íoliare$, por C"Xempl0\. as cilulas filamentosas (proreínas-P) persistem. O re1kulo endoplasml•
cri\'3das são bem menores que as do parênquima \'ascular. tico ê- modificado, íonnando uma rt dc de mlcro1úbulos e d s•
temas conhecida como rdicuf() do w,so crl wulo (RVC).
Constituição dos elementos crivados Esse RVC, com as mitocóndrias. as p,<>teinas•P e os pbsll•
e células companheiras dios, forma um sistema ch:amado camada parie1al ou lámin1
parietal. Essa lâmina parieial forma uma cam3d, que revcsl~
Elementos crívados (ECJ a partde intnio-r das ct'lufa$ dos EC, re$tando l•m grande es•
A cstru1ur:a dos EC foi descrita inicialmente por Hartig, em paço centt:11 que dá origem ao lúrurn do sistema de EC. Há
r860. Ele$ São formados por céfuJas extensamente modifiadas; extensões macromolecu13.rC's de aproximadamente 7 11m qul'
quando o ~istema está compJe-tamente desenvolvido (as d lul;u prendem o retículo end0plasmático, as mi1oc61ldrias e óS
do ílO<ma estio m:aduras), tl3Sp:1ss3m porgr.1ndes alterações. plas1íd1os enlre si e os :1ncor:un na membrana plasmática (,~J.n
Ourante o processo de diferenci:açio, i s células dos EC $ó· Bel e.t ai,, 2002).
frcm um processo dr autôlise incomplrta. Células do llot-ma 0 $ciloptasmas da$ CC sã<> enriquecidos das ol'ganelis que
geralmente perdem o nlld eo e o lonoplasto seguidos pda faliam às cttul3s dos EC. Ou1ra c.1rac1eristic3 d;is cê-lulai, dos
per~ dos ribossomos e do cc>mpftxc> de Golgi. Nesse e\'tnto EC residl' no Í:110 de' que 3 membrana plasm~1ica de uma â ·
incomum de autólb.c-, as clfobs dos EC perdem a capacidade Jula form:3 um co111i11ww1 com a membra11a p1asmá1ica dJ.S
de transcrição e tr3dução gt'nica. de modo que- a síntese de células adjacenlC's. Esse processo de d iferenciação independi:
proufnai, de que ne-<:c::ssí1am J>.lSS3 a ser (eira pelas CC. As• da prcsc-nça das CC, \'1Sto que ocottt no pro1olloema d;-i rJ.it.,
sim, t fas n.ão podem execurar algumas dH íunçOO ~encials onde as CC não se descnvoh·tm.
cbs cê-lulas vegetais. Entrt'lanio. man1êm suas mitocônd rias, A caracttrí.i,1ica principal das cé-lulas d,)s EC <óni,tStf> nJ
quC" podem apre$entv c.aractt'riSlic.as d,fel'enies daqudas dl' exislCOcia de poros n35 .Suas p3redes lransve,sais const,tuin·
outras cifulas \'C"getais. As céfuJa~ dos EC mantêm tambêm do 2 pfaca crivada (Figuro 6.l). fusc:. por~ na 1,arcde celular,
Capítulo 6 ❖ Transporte no Floema 127

com diâmetros que variam entre 1 e 15 µm , permitem formar são sempre necessárias, tanto que não existem no protofloem a
conexões entre as células do sistema. Esses poros têm origem das raízes e no sistema EC de folhas de gramíneas com pare-
nas passagens dos plasmodesmos entre as células. Ocorre um des celulares espessas.
alargamento gradual dessas passagens, até que os poros se for- As CC e os EC têm, por meio das paredes celulares, um siste-
mam. A celulose e outros elementos típicos da parede celular ma ramificado de comunicações, denominado plasmodemata,
são substituídos por calose. A calose aos poucos vai sendo eli- que permite uma intensa comunicação e a troca de substâncias
min ada, dando lugar aos poros das placas crivadas. entre elas (ver Figura 6.3) . O arranjo é bem funcional, pois, en-
Os EC apresen tam, em geral, curta vida útil. Ao longo do quanto as CC ricas cm organclas podem sintetizar uma série
tempo, são bloqueados pelo acúmulo de calose. A med ida que de substâncias e compostos de alta energia como o ATP, passí-
as células dos EC vão sendo assim destruídas, outras células veis de transferência rápida pelo plas modcsmo para as células
são di fe renciadas, de modo que o transporte não sofre des- dos EC, estas, por sua vez, concentram o seu metabolismo nas
continuidade. Deve-se ressaltar, entretanto, que, embora a atividades essenciais ao transporte de fo tossintatos ou fo toas-
vida curta seja uma regra geral, já se observaram, em dicoti- similados. A maior parte da atividade metabólica do elemento
ledóneas, EC que permaneceram funcionais por períodos de crivado é feita pelas CC. Entretanto, é preciso ressaltar que, ao
até 10 anos. contrário do que ocorre com as células do xilema, as células dos
A diferenciação dos EC ocorre desde o início da diferencia- elementos crivados são vivas e suas paredes celulares não são
ção dos tecidos abaLxo do meristema apical. Esses elementos, lignificadas.
no início da diferenciação, são conhecidos como protofloemas, As CC têm sido classificadas, historicamente, de acordo com
os quais, embora ainda em fase inicial de diferenciação, já po - seus mecanismos de captura de nutrientes em três tipos: célu -
dem ser usados intensivamente pelas plantas no transporte de las companheiras ordinárias, células de transferência e células
nutrientes para os tecidos vegetais em desenvolvimento. intermediárias (Slewinski e/ ai., 2013; Heo e/ a/., 20 14; Otero e
Helariutta, 2017). Além dessa classificação, existem CC envol-
Células companheiras (CC) vidas no carregamento passivo de açúcares por difusão, que não
Cada uma das células dos elementos crivados está conecta- recebem nomes específicos, mas apresentam diversos plas mo-
da a uma ou mais células companheiras (ver Figura 6.3). As desmos simetricamente ramificados (Otero e Helariutta, 2017).
CC, ao contrário das células crivadas, são ricas em organelas, Células companheiras ordinárias apresentam uma parede
principalmente das organelas ausentes naquelas. São também celular com superfícies internas lisas e número de plasmo-
carac terísticas das CC a ausência de amido e uma elevada ati- desmos variável (Taiz et ai., 2017). Estão associadas ao car-
vidade das fosfatases. :É interessante notar que, embora com regamento do floema via apoplasma por meio da at uação de
características tão diversas, ambos (EC e CC) são originários bombas de prótons, que geram um gradie nte eletroquímico
da divisão de um a mesma célula-m ãe. Apesar disso, as CC não que possibilita a atuação de proteínas de membrana transpor-
tadoras de sacarose SUTl (s11erose trcmsporters 1).
As paredes das células companheiras de transferência têm
invaginações ou reentrâncias que aumentam a superfície da
membrana e, portanto, a superfície de absorção. Em Vicia
Proteína-P
Jabn, essas invaginações aumentam em 209% a superfície total
citoplasmática da membrana (Giaquinta, 1983). Esse aumento de superfíc ie
das células de transferência também aponta para as CC como
o sítio primário de carrega mento do íloe ma, quando o deslo-
ti: Retículo camento de açúcares, desde as áreas de produção, é feito pelo
Plastidio endoplasmático
modificado
apoplasto.
As CC intermediárias são maiores que as células ordi nárias,
Plasmodesmo têm um grande número de plasmodesmos conec tados a cé-
ram ificado lulas da bainha do feixe vascular e estão associadas ao carre-
Membrana gamento via simplasma do floema , explicado pelo m odelo de
plasmátic Vacúolo aprisionamento de polímeros (Otero e Helariutta, 20 l 7).
As CC apresentam proteínas exclusivas ou predominante -
Célula
~ companheira m ente presentes. Os genes específicos de CC, em sua maio-
ria, codifica m para proteí nas relacion adas com o transporte,
incluindo H ' -ATPases, com o a isoforma 3 (AHA3) de Arn -
bidopsis, que atua na formação do gradiente eletroquímico
Núcleo n ecessário para a absorção de aç úcares pelos tran portadore
específicos e na manutenção do balanço os mótico e químico
da célula (DeWitt e/ ai., 199 1; DeWitt e Suss m an, 1995; Ote -
ro e Helariutta, 201 7). Além dessa 1-1 '- ATP,n:, es tão incluí -
Mitocôndria da s outras proteí nas específicas de C, como a piro fos fatase
Figura 6.3 Constituição dos elementos crivados e das células compa - vac uolar de Arabidopsis tipo 1 (AVP 1) (Paez-Vale ncia et ai.,
nheiras. Adaptada de Ta lz e Zelger (2003). 20 11 ), um ca rreador de acarose de nominado ·u 2 (.rn rose
128 Fisiologia Vegetal

transponcr 1) (Trun-nit t S3ucr, 1995}, transponaoo«-s dt' sul. form.idos de celulose ,e htmi<clulose) gera uma SuJ)(rÍÍcie dr
fatoSULTRl,3 (Yoshimoto rt ai.•2003) e SULTRl•l (Zhnngct c11rg.aii 6xa.s que form;'lm o ap<t,<4' livre de Dom1a11.
ai.• 2008).
Enquanto Agua e ions circulam livrcmtnte no espaço li, re 1

de água, no es~('O li,•rc de Donn:in apenas água e s:iairost


Vias apoplilstica e simplástica circulam U\'rtmentc, enquanlo âniOll$ e citions 1ém seus mo--
Pen. ent~ndl•r melhor o procnso J c dc-slocamento dr nulrif:-n. viment0$ rtSlritos. de-pendendo do $lnal do poro e dos ions
tcs nas plantas. ê n«"essário conhc-ttr, ante$. o caminho que (:t) e d:i inleMidade da carg;a:.
este~ percorrem antes de chegarem à ârca \'a,scular, ou seja. Açllcares como a sacarose, produtldos nas células do
1ntc:s dt fflttilttm na corrcnt-.. do xilrma e no sislcma crivado mesotilo. deslocam-se para foca de&-1a aLravessnndo a membra-
dt 1r2ns],one do ílocma. na plasm~ltca <" circulando no espaço lh•re (3poplasma). Esse
T.tn10 nas ra.iin quanto na pan e aérea, nutrientes e ãgoo movimento no a.poplasma pode ocorrer de$de :lS células do
podem dC'$Joar•sc desde a parte mais <">:tema (epidcm1c) até mesotilo :11té as d ·lulas com~nhciras ou as células do elemen,
o partnquüna \11.SC.Ul:tr, 1anto via :apoplástica qu.1.nto ,'la sim• to ai\'a.dO. Esse- serb um movimento totalmenle ,1poplâstico.
plistica (Figura 6.-1).
Simplasma e plasmodesmo
Apoplasma Outra f0nn:a de deslocamen10 de nutrientes C a que ocor1t
O apopLuma comprttnde a goma dos espaços interctlulares e célula a célula. por melo de conexôN enl.rt os procoplastos,
Ci-paços formados por macro e miaoporos d:a parede celula r. chamadas de plasmodc-s:mos (Figu.na 6.6). Nesse caso. ttuno
Esst csp,3ço pode re<eber nomes diferentes conforme a área de os açúc:art.$ quan10 os nutrien tes miner:ais como o K· podC'm
estudo: apoplasma na fisiologia vcgctaJ e ~paço livre apartt,te deslocar•Se )M"('_mente sem qut haja tnleraÇões do tipo d:is
(Flgun 6.5) na nutrição minet'31. qu<" ocorttm no CSJnÇO livre de Donnan.
Em pane dcs.<;e espaço, como nas ire:a.s intcrcelulatts, o Pl.asmodesm0$ do pequenos p0f0$. com diâmetros em !or-
dt$k)Qm(nto de solutos com carga de qualquer sinal ou de no de 20 :a 60 11m, m·cstkl05 por uma membrana plasmática~
solutos eletriamente OC\lt.ro.s, como a ucarose, é lh•rc. Esse que conttm um tubo central, denominado d-esmotúbok>. um:i
eipaço é chamado de espaço lh•rt de âgua. Nos poros d.1 pa• oontinuaç.io do rrticulo endoplasmático.
rtde celul:a.r, entretfflto. o depósito de i d d-Os orgânicos (poU· A comunic:.ç:lo ,,fa plasmodesmosentre os EC e as CC é di-
plac1urónicos) sobre o, íeb:es de mkrofibrilas (baslc:amen1t ferente d:aquela rea.liuda por outros pla.s:modesmo.s, pois eles

G>coso HJ ?H
~
o
1

F'rvlose
H01
!
/ CH,OH
,--
OH
Fl9ur_a .M Variedade dt' ,1çúc.lrt.s t>ncontr.ados na s.elva do ftoerna: monon.c.a,ídios (gat.Ktose., gllcose e f,utosel, diswca,KJlo b.K.arose?), ohgos•
sac.r1d1os (raflnos.e eesuqu;ose).
Ca pítulo 6 ❖ Transporte no Floema 129

Córtex Gama lei et ai. (199 1) propõ em, para pl ant as di co tiledóneas,
uma divisão em quatro catego ria , de aco rdo com a frequência
das ligações via plasmodesmos entre as células do complexo
crivado e as células adjacentes:
Simplasma
• Células do tipo 1: exibem urna gra nde quantidade de co-
Apoplasma Feixes nexões
condutores
• Célu las do tipo 2: exibem uma quantidade moderada de
Pelo absorvente
conexões
• Células do tipo 2a: ex ibem ligações esporádica en tre cé-
Epiderme Endoderme lulas
• Células do tipo 2b: não ex ibem, prati came nte, contato ent re
Figura 6.5 Corte radicu lar tran sversal mostrando o apoplasm a e o
simplasma pel as células do córtex e da endoderm e.
célu las do EC/CC e células adjacentes .

A freq uência de contatos via pl as modes m os ent re cada ca -


tegoria pode variar em torno de I O vezes, o que pode resu ltar
formam um can al tipo poro do lado do EC e múltiplos canais
em variações de até 1.000 vezes na frequência de ligações plas -
de menor diâmetro do lado d a CC (Ayre e/ a/., 2003).
modés micas entre famílias de dicoti ledó neas.
A conexão célula a célula via plasmodesmos possibilita o
As carac terísti cas das CC também mudam de acordo com o
transporte por meio dos protoplastos, denominado via sim -
tipo de tra nsporte - si mplástico ou apoplá ti co - que as plan-
plástica (Figura 6.6). É necessário, portanto, que as CC tenham
tas fa zem .
ligações em quant idade suficiente com as outras células ao
A estru tura e o fu ncionamento metabólico das células
longo da via de transporte, ou seja, a viabilidade do transporte
via simplástica depende da intensidade das conexões via plas- compa nheiras são determinan tes do tipo de ca rregamento do
modesmos entre as superfícies de células adjacentes ao longo floema (simplástico ou apoplástico).
do continuum mesofilo - sis tem a crivado. Presume-se que, Pelo menos dois tipos de estruturas estão bem caracterizados:
quanto maior o número de co nexões plasmodésmicas entre • Estrutura 1: as células companheiras não têm cloroplastos
as células, maior será o potencial de tran sporte na interface. e apresentam uma extensa rede de retículo endoplasmático
Sobre o plas modesmo, Gunning (1976) observou: "o plas - • Estrutura 2: as células companheiras são men ores e con têm
modesmo eleva a planta da condição de simples coleção de cé- vacúolos e cloroplastos. Esse grupo pod e ap resentar uma
lulas individuai s para uma comunidade de protoplas tos vivos variante q ue se caracteriza por uma abundância de invagi-
e interconectados''. nações na parede celular.
A frequência dos pl as m odesm os nas células que executam
transporte simplástico está em torn o de 15 por micrômetro Em geral, as CC com a estrutura I estão envolvida em
quadrado (µm ") de superfície celular. transporte via simplástica. Já as CC de es trutura 2 estão envol -
Em células do m esofilo em Oenotlzernw, calculou-se que o vidas em transporte via apoplástica.
plasmodesmo ocupa 0,38% d as paredes celulares adjacentes. Familias que apresen tam estrutura 1 transportam açúcares
A magnitude do flu.xo de açúcares pelo plasmodesm o, em po - via simplástica na form a de oligossacarídios, principalmente
ros com comprimento de 0,5 e 20 rim de diâmetro, seria então rafinose, enquanto as de estrutura 2 o fazem via apopl ás tica
de 3,8 x 10-~1 mol/s- 1• Na planta com fo toss íntese C 1 Salsa/a sob a forma de sacarose.
ali, O, 1% da superfície da parede celular é ocupada com os ca-
nais dos plas modesmos. Transporte intermediário
Plantas como Vicia, beterraba e milho ap resentam pouca Pod e ta mbém ocorrer um tipo intermed iário de deslocamen-
Ligação dire ta entre as células do mesofi lo e as células do com - to em que os nutri entes percorrem parte do trajeto en tre o
plexo EC/CC via plasmodesmo, enquanto em ou tras pl antas, mesofilo e as células crivadas via simplás tica e parte do trajeto
como Curcubita pepo, h á m aior número de conexões en tre es - via apoplástica, sa indo do siste ma de transporte célula a célul a
sas células. em, algum p onto, a ntes de chegarem às células companheiras
Entretanto, essa divisão d as plantas entre as que têm mui - o u crivadas. Tanto nesse caso quanto no de transporte total -
ta e as que têm poucas conexões entre as célul as do mesofil o m ente via apoplástica, os nutrientes precisam volt ar ao inte-
e o complexo EC/CC não é um parâme tro absoluto porque rior das células (compan heiras ou ele mentos crivados) para
pode have r continuidade de ligações e ntre esses dois ex trem os seguirem então se desloca ndo via si m plásti ca até chegare m ao
(mesofil o e EC/CC) e as célul as do pa rênquima vasc ular e do fl ocema .
parênquim a do floem a e mesofi.lo.
O que se verifica é que a freq uência de conexões entre o Carregamento e descarregamento do floema
complexo crivado e as célul as adjacentes pode variar muito.
Em algumas espécies, ex.i Le uma frequ ência muit o gra nde de Entende-se por rnrregnllle11 to do Jloe /1/ a todo o traj eto que
plasmode mos fazendo a ligação célul a-célul a, enqu anto, em os solutos faze m desde as cé/1tlas do 111esojilo até o sistema
outras, essa frequ ência poJ e ser muit o pequena o u m es m o de elelllentos crimdos. Quando se fala em carreg,1111e11to dos
nu la. e/eme11tos crivados, faz-se refe rê ncia , exclus iva me nte, ao

130 Fisiologia Vegetal

Parede cellJla,

a h.Aa8

,......,.,.,,------'====- -
Parede eeh,llar
Espa:;o
~

K'

NI<.'

~
H'
Sacarose
saca,

1 Mittot)OJO
Membrana
Simpll'l$m;t

- - - - -- - - - - - - - - -- -- - - -- - ' pl~smbdca
Apoplasma

Figwa 6.6 R~prcnn~çio do UMplasma Oimitado pela membrana plasmática) e do apo,:,f,asnM d.s células wgec;lis forfl\ado pelos espaço.\ lnttf'
Ufu&lre-s e pek>conjunio de macio e micropo,os da parede celular. Ada~ de Feo'làndes e Souza (2006J.

cam:gamcnto de fo1oassimilados no sistema de EC, que cóm• O cam:gamcnto do $.istema de EC pode .s<r foi10 de d11M
preende o conjunto EC/CC. m:incfou. Um:i ddas e por rncio do de.sloc:imtnto dt solut.:,i
Não edne um Uníoo llpo dt' carregamento do í)O('ma, o desde a.$ células que d rcundam o siscema vascuk1t tllt a.s cl-
qual varia de 3cordo com as dh·tr1as fom ilias \·tgernls. podcn• lulas companheiras, e das céJulas co111panheiris até ~s cil11!Jt
do str apoplâstico, simplánico ou intermediário. combinando c:rivad,s pelos plismodesrnos. Ne:sse caso. ex-is1e llllHI cot1ti·
mas du.as e$1ratégias. A \'l\tfaçáo do c:arregamcnlo do l!oem:i JlUidadc entre essas células. COn>lituín do 3 \'ia simplá>1k :i dt
1em cr-r1amen1e um significado ttprcssi\'O do pomo dr \•ista carreg:11nent0 do ílot'm:a.
ecofi.sioJógico. S('ndo import:um· pana :1 pmduçâo \'C'gtlal. O A diíu.slo de açúc:ires de céfol:is do mesolilo para EC po1
u~o de uma ou outra t>>1t:uégia dt< cattegamen10, ou da com• pl~smode.smos C(ml.i~teem um tranlipon e sdecivo para ce1t0i
binação dr amba$, r-eflcu as condições ambie1uais cm que os açucar<s, o qu< e compro\·ado pelo f:uo de e:.pCdc.'1 q ut' lll"
diverS,Q$ grupos de plant,u .,-e dest'm'Oktr.un. litt1m :a rnu slmpl:ls1ica transporrnrcm t1>taquu)Sc; e raiinOS'
C•pítulo 6 ♦ Tra.nsporte no Floema 131

além de sacarose, o que ocorre contra um gradítnle de con• difc<ionamento via aplopl:tsto. os i.çticare.s s.io absorvidos no
centrnçiio. pois o conteúdo osmôlko cm CC t EC é anais complcxn F,C/CC por meio da aç.io dl:' lr-.1nsportidores loc.1.11.
elevado que c m célullls do mcsofilo (T:ii:t ti d!,. 2017). Eue :,;1do,s nas membtanas, hpo ,;impOrlt' H•/s.acaroS< dt'nomina-
1rans.por1e se.letivo, e contra um gradiente de con«ntrnçiio, dos Slff fsucrost tro nsporrer) (LaJonde ti "L. 2004).
sem o envolvimento de carregadores ativos no complexo F.C./ A Figur-, 6.9 mostr:a, esqucmati(.amente. os dois sistemas de
CC é explicado ptlo modelo de 41príJ.iomm,tnro ,te polfmtros tr-.ansportc de solu1os ecarrtg.amenlO do Roema. As stta~ com
(figura 6.7), no qu;1J a sacarose diíunde-se d1&s cé:lulu dopa• traço forte no inlerior d:t.i c4:fulas m~ lr-am o caminho que os
rênquima vascuJar para ascélulas inte-nnediâri:is vi,1 simplas10 solutos podem petcorrer desde" a 6rell de jintõe", ondt ocorre
e a fa\•or de um gradiente de conctntraçlo, que é mantido ptla a redução fo1055in1élic.a do C0 1 (ctluf.as â esqut'rd.1. t m :i:..ul),
polimerização da sacarose, formando oligossac:irídios como até a árt"a vascul.:ir (cêlula.s à dirc1ia. cm lar;,i,nja).
rafinosc e estaquiosc nas ctlul:is intermediárias. A r.16nôSe e a Açú~rl:S e outros nutriente$ deslocam-se d.1s céluJ;a.s do
cs.taquiose apresentam \•olume ~ior que o d:i sacarose e não m(.s-061o, onde ocorre a reduç.io dcCO:" para a_,; outrascêlulas
conseguem se difun dir de volta para as céM:is do mesofilo. vi;a pla.s.modcsmo. Em um d<>s casos (set.1s m.ais largas), o dt''I•
pois os plasmodesmos emrt :1$ células da bJinha do feixe v:1s• l<>Camen10 ê todo fei10 vi.2 simplistica. Outra possibilid.1de,
cular são mais estreitos que os existentes entrt' as CC e os EC. enlrelllnt~~ de que, em algum ponto do percurso (a cêlul:1do
Assim, os oligossacaridios flc:im re1idos na3 cêfalas interme• parênquima do íl0tmt1 Indicada na Figura 6.9), ;i..çuC"art's pos·
did.rias, pOdendo somente ser direcionados para os EC. e o sam sair do interior das células para o apopb...srna. Posterior•
gr:idiente de sacarose é mantido, posslblll1ando o iransporte mente, esSt'S .solutos. que agora S< desloe1m Via apopbstica.
contra um gr.idiente de concentração de açúcare,, nus a favor podem retornar a.o intc-rior d(: oul.r'aS células para o CJHC"gi·
de um gradiente de concentração de sacarose. m€nlo do iloema. E.»a <nlr:id:a de $Olums a p:inir do :apoplas•
Outra estraté-gi:i de carregam<:nto do sistema de elementos ma podt', cm alguma.s espécies vegetais.. st-r ft11a pda. pluma.
crivados é a apoplâstka. ( Figura 6.8). em qut óS solutos são lema dl:' uma CC, enqu:imo. em outras cspidcs, t"Ss.l p:issagt-m
liberados das células do mesofilo ou da;s cllula$ do par'f'n• para o 1n1etlor ocorre direta.menti:' n.as célufas crivadas.
quima do íloema. e se deslocam no apoplasma (espaço livre) Quando. entretanto, se faz rt'Ít"rCncia a<1 transporte de fo-
para postt"rior entrad:i em um;a CC ou dirttamcnte cm EC. to;wimilados em todo o sistema (d,:sdc o mesotilo). o e.arre•
Ponamo, para que ocorra o carregamento via ap<>plásltca, é gamen10 do llocma só pode ser consic.!er;,;do Mmpl~strco se
necessãria a atuaçjo de protdnasde uanspotte k>c:1.llu.d:is nu houver llg:iç:1o (cominuid:tde) de iodo o $1mpb~ma.. d..:sde
membranas par:1. que o eOuxo de açtkares a p:1.n:ir de cilulas :is celul;is do mc.sofilo ate as CC. No caso de n5o e.-cis11r ~
do me$0tilo ou p:irénquhna do Rocm.i e o posterior inílu.xo continuid.adc, o sistema de ca.rreg3.men10 econs1der.1do :ip{I•
dessas mol«:lllas cm CC e EC plÃsti<:o. E possível qut', c-m determinado sistema. pane do
Transportadores de açúcares do tipo unlpone denomina• percurso d0$ fo1oass-imilado.s S<ja ft'ita \'ia s1mplãnica.. mu
dos SWEET (s11gar.t wJIJ r.w•,ellmlly l7t' rxpnnnl trnnyw,rt,•rd t'nl ::1lgum r,nn1n li~ Cl)n~xô~ vi11 p l:.asmod.<smos J<"j:.am u111tr-
parecem facilitar a d ifus3o de aç,icares pelas n~mbranas pias• rompida.s e os fotoa.s.simil .:idos de$C:'lm~g;idos no i:spaço hv1t
mâtka.s e fun cionar como transportadores de efluxo em cé- tip:.u'él'lle e. depois, r<carrcgados em ou1r:1 cilula de: onde pas•
lulas do partnquima do Roema durante o cam:g:,mcnto \Í/1 sam \•ia simplis1k:i para as CC. Nesse caso. o c.1rrtg:1n,enl(, dó
apoplãs1lc.. (Chen ct aJ., 201l; Chen, 2014), Após o d h1xo e íl0<ma CtambCm conslc.!er.ulo apoplá.nko. O ca.rreg3menro so

C"11l;i5
C&!Wsd:, 1ntermeo,ària'S
Células do
meso!ilO
Ct)Jlas 00
m..ofilQ
,....
bainha óo

t
t

Pl;,asn10tleSll'IO PtaSMôelhmO
r
Pl.1smooesmo

• Gat;içbonal e saearose

Fl9un1 6 .7 Modelo de ;ipns1on;)mtn1odé' pohmetO). A saCilfOSf sm1~11.:.id.1n:o c,:lu!JsdomeS<lfilod1íun(l,;he p,1Q ,U tdul,1s 1ntl!fmed,,)uaspor
m~lo d os p',lsmochtsmos. Nasceh,1IM in1t'11'fledl~iJ1. lua Sll'ltesede rJ!ino\.l'J p.irnrdC! SJ<.l'Ow t 9.11,Ktinol.,\ ,..,noost 10,m.,(I.) n.>0J>Odereror
nar p.,r;, ª\<e4ul.i, da balnhadoftilll?('M vi11udedc M!U n\JIOt\'QIUmc! c!lll r~J(.lo .10 l.Jm,lflhO do, pl.!imo.:leMnQS Pl,\;Smodf:smos MillOfes WS
ttn1e,er11re <étulas <omi>anhelrase~m~1os<rivJdos permhqm .tdifus!iodJ ,.-fino\,:, p.u;i os eleil'lc!n!OSC11v"'dos ;\d.lpl.1d.1de raiz d o.J 1201 11
1 32 füiologia Vegct.,1

e ronsid..-ro1do n.'.'llmmtc- ,,fa :iim1,lás1ica qu3.ndo todo o p~•r• Nt•n·uras do tipo 1: onde as c~lulns comp.,nhciras 1êm unia
curso t.-stà <'On«"tad4) 1,elo r lasmodc~mo. Essa difcrencinçâo gr.mdc su1>€rf'idc di.> rctfculo cndoplasmálico, não npresen.
dl·,·i: ser fo.11,1 por<1ue. tm algumas plan1:1.s.. o 1r.rnspor1c de so- 1am doropl:is1os e os plastidios estão .-.usentcs ou cm pr.
Ju1~ rrt:i.s células EC/CC ~ foi10 vit1 simphbtk3, cnquan!Q o qucna qu3,uidadc
c.urtgamc.nto Jo llot.'llla se di \'fa ;,pl'plás1iC3. Ncr,'\1N1s do tipó 2a: onde as cClu1as compnnhciras são mt,
O carregamento de nçUcarcJ no llocm:1 h: m lug,n b:isi(.-.. norcs. contêm ,·ários ptque.nos "ncúolos e tCm cloroplaslos
menlt· nas pc-qucnas nrn'Uras d;is folhas, que. às ,•cze•J , 3nas- Ncf\•uras do tipo 2b: onde as cê-lulas companheiras csp«ii-
tom~m. íom1ando um:i r4."dc <'apilBr. Ess::i.s n..-n·uras podem lii adas cm transporte (células de transferência) geralmcntt
~r da$Sificad:u rm: desc,woh·cm invaginaç-õet d:i p:m:dc celular.

.........
C~lubs do

Fl9ur• 6.8 cauegomc-nto apoplhtko do floeMa. M.tplada der Chen (2014)..

8 e
El•m(tl!IQ
°¾. CtivaiclO
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,.,... Glicose
Frutose
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f19 ura 6.9 (sq1,1ema gcr,1' do uue9amen10" descaue,g.1mento do noema: fonte (AI; c;('l1,1la <Otl"IPill'lhc-i,a (B); ~ mênto cnvacio d o Oot-nw (Ct
d1t'flo(Dl. A04prôd.1 ~ Lalondt l'I oi.11999J,
Capítulo 6 ♦ TrJnsporte no Floemil 133

r\ s ncrvum$ de)$ lipos 1. 2a e 2b lcrl:un surgido cm seciuên• mo..1t;im fone prt"juho de cre.scimenlo, cloro-S4! íoHa.r, inJ•
eia, .'10 longo de, proGesso evoluli\-o. Pequena$ án"'JS (:iréolu) bilid:tdt" dt" transporl;ar -.acaro~ m;,rc.:ad.t r.ad1oalu'.UnCnt..-
são dcrn:irc:idM por essa rede de nervuras. F.$se .1,istema i ,1. em (olhas-fonlt' e .acúmulo de s;tCa rMc e ;1m1do nas folhas
tamente l!'ÍIC::icntc na coleta de foto.assimilados produúdos nr, (Slewinski el "'•• 2i)OC)). Além dh'(O. l".Studos dt' loc;aliJ:aç;io ce•
mc.sofilo foliar, Geiger ( 1980) observo,u que a betcrr~ba açu• lufar e subcdular 1U1l51r.uam que o ZmSU'fJ c:'(f;Í l(J(.il1.u do
careira tem 70 cm dessa rede capilar por cm 1 de lãmina (o- n:, membran!'I pf1t\mdtica d.i$ CC (B.1kcr ct ai., 2016),
liar. Esse .iutor também obsen·ou que 33 )lm lineares d.1 rede E.xl$1em cinco genes SV'f no genoma dr arrot (Or~ t1 sai;.
c:.pilar podem coletar os íotoassimilados prod111.idos por 29 m). Ent rC' eles, apena$ ., C'lCp(eisln do gene o,sun ÍOt C.tpat.
células do mesofi lo. de.- rtst:aurar o (en61ipo de plan1a.s mu1,.ml<<; de Art1btdo-p111
As configurações das pec1uen:u nervuras. que determinam 11,alian" {Atmc1), indicando que <;0mtnlc o 1r:1nspo11ador
o mod o de carrega,nento do Roema, apanxem prcíerencial• OsSU1"1 h.mc,ona para o c.au cg:imen10 .1poplá.stico do fl~ma
mente em dctermin.idas w nas climi 1lcu. De modo geral, o em;arroz,
c.irregamen10 do íloe,,,a via apoplistk::1 pn.:domina nas regi• 0111ras ,e\•idências tamb, m suporiam .1 h1pole'SC' de que
ôe$ de clima 1emper:ufo e em dima.s !irid0$, O carrC"gilmen• o arro1. usa um meonismo de carregamento .1popl,htico,
10 do fl oema \ffa slmpl:bUc.i predomina n:as 1\1:•ôcs tropicilis com a locaJiz:ição da H·-PP.uc e saurosc sinta.se (SUS) no ,
l1m id3s. (ri.xes v.iscul.ird . A se,aç!io da fo rça-prólon. motnz (FPM)
A m3iori3 das plant:as herbá.ce.is, que se origin:iram em rt• p.1ra 0 transp-0r1c de sacarose pod<' str fa,·orc:c1d;a pd .1ado
giões de clima ccmperado, per1e,1cc .10 grupo que transporta da e,, zlm:a SUS que clh·a a sacaroJe t'ffl íru10, e é UDP, gh
.solutos para o sistema EOCC via apopl.istic.1, Nessa refação. cose. t esses açucares podem ser usados pau pm duç.1o de,
cncont~•k a maioria das plantas culti\l'l\d.\$, nas quais os.1çit• ATP. 8s< A1'P é c,11:,bc>llzado pela H"•ATPJ.s.e t1ut gt~ .,
e.'lres p,cxlem entr.u no sistema cri\ ado dlre:12men1e dó apo•
1
f PM nccess5ria ao u :i.n.spone de 5.'lc,uosr. Em Arab,dopfü.
pla..,.m3. H·-PPa$t5 txptess:is na. membrana pl;1.sm.a11ca d ;u cd ulas
A nnãlise molecul:1r m<>s-1rou que, no caso dns pfanlas que do sistema EOCC (Regmi e1 nl.. 20 16} podem fonc, onar
apresentam transporte apopl-!istlco. a aÇio do gene SV'tl (s11- como sintases p.ir.a ger,u pirofosfo10 t'::.tamuJando o cata•
crose lrmuportl!r l}, que codifica o trarupomdor de $aC3.rosc bolismo de sacaroS< ,: a re-.suh:1nli,~ produ( á0 ,!e ATP para
na membr.'lnô'I plasmática, apam:c diretamente n:a membrana sus1cn1ar :i FPM (Gax1ola o!t ,li., 2012). A l<>'3hZ:t(!iO das
plasmà1ica da$ células do EC, Contudo, no caso de <'Sl)Cdes H'•Al'Pa..ses em CC,: ECstg:uc 1endênci.tumielhát1!1!' i d,-...
com sis1ema de 1ranspor1e via s.implástica. os transportador('$ transport.idores de s.acarose.
de sncarosc (SUC2: sucrc>se) ~ão a.s.1oci.adóS â enzima in"er• Nas. csp«lC':s que transport.lm l\ÕC.lt~ \'1.1 s,mpbule..,
l:\Se (<1uc hidrolisn a sacarose em glicose e ítu1ose) e localiti• (ujM H·-ATPM<s estão locali1.adas na pb.sma.ltml das. CC. h.t
dos nas CC. mas n.'io nas cetub.s do EC. um 1ranspot1e in1enso de çltaquiose e ratinosc, pnnc1pa.lmen•
As pro1eín:1!l St rr !lin t mn~ nrt;ufnr,~ ..importo" H"/<:!'11"':iro- Ir ro!'l \ l'h rtm rtfbc; r ,{fulrt~ u•ueroi,.-dii.ri,u (CI),
$4.•, que u1\llzan, a forç.. H"-motrii presente pda membrana Sug.:-r~se que 1anto o RNAm quanto a prote,n:a SL:'íl pos•
pl.\snuítica dos EC/CC para ~rrtgar $.\C-~R)S,e no floem:i con• s:im Sé mo,·er no dc:smotúbulo do plasmo,k,mo \1ue lig;a .as
t ~ o s~u gradienlc de conce,u mç:lo (Chandrnn li til., 2003) CC ao EC.
(ver Figl•r.i 6,8). Mui1os gc-nc.s SUT jâ (oram identifkados no No c;iso do 1t.1nspotte s1mpla.slico.. .a sac.:iro,.! entt1 tt.l,) CC
~enoma de di\'c-rsa.s espécies com cam-g.atn<nto :ipopll~tiCó ;a p.,rtir d.1s cdulas do f,:b:e , .-scuJar. t:m.s \ eL no ,ni.:rmr JJ;,
i." simplãs1tco do lloc:-ma. 1\nã.lises lilog<"n(tic, s kle111!1karam CC, há a íormai;fo c m oligou.1.::and1os da fam ilia d:i. r,mnos.c
cinco grupos distintos de protdnas SUT (Bra1111 I!' Slewinski. (r.stinose, eMaqmo:<}, Ess1.-s polima o., ~o muito g:rand1.~ e
2009). O gnipo I cónsi~t" .:m Sotql•~n, 1:u. SUT smncntc de nfo pawri:im pelos poros do pllsm,)<!l!\'í mõ. o que ,mpcdin :i
monocotiled,\né.tS; o grupo ?. :.,)en~s de SUT dC' eudicoli• seu retorno ., o sistema tr:i.n~porcador. ,U~un, o tr.arup,111e Je
lc1l(\nc-as, v!irio$ dos .,111ais rts1)ons;iwis pelo carreg:rnw-1110 JÇúcar,;;") no s1mpbsm.s sena unidir1.-.:1on.1.I cm.-~orilo - ~0111
apo1>lá$tko de S-'ICM(•Sé, como o StSUTI de b.itata (Solmmm pkxo crh .1,lo) < .:onera o St'ld1tn1< J e ..:on.::entr-.1,;.1v ll1UI J.-
1ubero,m 111) e o A1SUC? Je Ambisopsis llwlu11111 (Sth•J.Sla\';i N :içú.:arcs {wt Flgur:1 6,9). De~ moJo, .s polimd12.,,;lo 1un•
(1/., 2008). O grupo 3 contem SUT tanto d< m(mo.:01ik Jóne.u ciona como um.a .ll'lllá1hlh.1 par.;i .t.;uc..ne:;. tJUe rr1<:m 1h roli.,.
c.)Uamo Jc- c-udico1ile1lôntas ..- fun\ÕCS :imda n¼o conh«id:i.s, $.u'.,mdioi, n,b CC i'Onlt:t um graJientl!' d.-.:,m~c:ntraçj,,, tl .:iuc
O s rur,o -1 tamlwrn apn.-s.:n1:1. SUT 1.u1tu ~1... monocohl.:Jónc:.t.$ IOtllJ o ,':;lrregamento Jo rloemJ m,·no .. .-ll..:1ir:ntc- nas planl,b
t)Uamo J..- eu,licotil.:,lône-:is. com alguns membM k>.:ahtados. 11uc 1r-.snspot1Jm us focoJ.SS1m1l.ados ,·l,1 .,1mrl.1.)1tc.1, Em .:on •
no tonoplashl con, uma 1,,ov.wd função 1!.:- faic-r o clh1X1l ,!e :,c,1UCncil , o tlhlO.:Jlll( lllOJo .:.Hb..llh) por untd,h!..- Je m.b~,,
iac-aro.k do vad1olo pata o cih1sol (Rtinders 1•t (lf., 2012). O ,1,b f1Jolh..1s e nl.litlr n..b ~r«il's 'lu"" t 'l:1bcm .:l rr,-s:im.-11111 ,ltl
gnipo S consis1e ;,pen.'ls ern SU'l' ,k m-0noc,*k-Jõnc-.1s, cuj,,s 110,•mJ \',.1 apur l:istkl.
íunçó.:s são 3i11d:a d..-)COnhedd.tS.. \'etih.:.1•$c>, .-n1rel.tn10, -iue ,1 n,uur.-1:i J11 ..:a.rr,:g,rnk1U,l Jo
Ú milho cz..-,1 !Wl)'S) tem sitio. h,1 muilo 1,:,mp,1, J pbnt.1 tlo,•mJ n.\1l J ,·l'·n,k J~•..-n.ss .1., <:' \l>l~n.:u \lll n.io J 1: liS.l.;'Ót.':'l
modelo ,,ara o ,'stmlo ,1..- 1r.ms-pv,1e ntl ll,,çnu . .:.1r-J~l1!'1 tiJJo .1bunJ.tntes pdos r l.h 1110Jclnhh, O tipo ,1.- rne1.1bl.11i..smo JJ.,
como unm t.'$llt'.><:,e tk ,.,n,-g.smçn10 .1por1J-,1iw. (-\Jt lllt"io ,1.\· CC .- J ;i:; •l·lul.11> JJ1,1.:l!'1fü•, e lun.l.,mcntJI ne...-.c: pro,e..so l'..m
estudo:. mole.:ularL".:1 e h11K1uimiN:h tl ZmSl.f l'l h'n\ ,; ttfo mJ, umJ ,•s.:J..1,1 d..-1!',,,tu,j\\ o 1111.k.lv tk , .1rrcg.un,•n111 \t,1, 1mpl,h
caJo .:omo tl 1,·an..sr1Qt1.,,IM cm·..,l, ido "ºIli tl ,·,m~ ~ll\'t~lu .('.c ti.:.l (' O rtl.lLS Jlll1$'9, t,•nJo <Ili •¾ltro" lol~l \'11\,b c\,).Ju,Jll l"'"U·
sa.:ams..: no lloe ma e111 folh.i:;. l'lanu s J ,:t,-.:tt\·a., n,1 Zn1~V 11 normenh•,
1J• As.iologia Vegetal

Embora alguns e11udos cQm marcadores íluorcm:-nlt"$ .i:c- • R: con51an1c dos ga,SCS
j:tm oonsistcntcll CQm o dC'S(arrcs.\mcnto ~popl:istko do íloe• • T: tempera1ura absolula
ma nos caules. oi. transport.tdorl".s que fadlilam .a Jibcr:'l,àO • C,: C01Kecntraçâo inlcrna
d:l sacarose- no aropl11wna dos. EC ainda nl"Crssii-am dr uma • Ct: con<'cn tr:açào externa.
e,
car-Actc-riza,.ão mais detalhada (lulius nl.• 2017). Entrelan-
to. #ic..rrdita-~ que os trnnspor1adoT'C$ di famílfa SWEET de- Para o transporte de- glicose <'Ontr.a um grndicnlc de 1:10, a
llt"ffll'lt?nham tssa função (Vtr Fisuni 6.8). Acredita-se que os vari3.çào de energia llvre $C,i:i:
SWEET M-;am transportadores unipor1c que realizam o efluxo
AG = 1,98X'293x ln ~
pa!!Si\'O dt 3aCM()St t /ou hexoi.Cl 3, fa,·or de srus gradientes de [0,01[
conctnlraçiio ptla membrana (Latorraca l!t nl.• 2017). Análise
4.G ■ 1,34 •c.tVMOI
filogcnétk.a dma familia g.!nka cm pi.amas mostrou quatro
grupos dil.1intos. Os grupos 1, li e IV 1ranspor1am prcdomi• Para um.a relação de conccn1raçâo de
n:mtcmcntc hcxoscs, e o grupo Ili sacarose:, embora algumu t:100 .l.G ■ 2,68 kcaVmol
exceções se;am conhecidas (Lc Hir ct nl.• 2015). Os transpor•
t :1.000âG = ◄,02 kcal/mol
13.dcn-es SWEET do grupo Ili têm sido idcnti6c:ados como
candidatos a facilitadores da difusào de sacarose para o apo• ValclcmbrarqucahidrólLSCdc I molde ATP(,\TP+ HOH-.
plasto em mui1os tecidos (Chtn tt ai.., 2012). Gents SWEET ADP + Pi) pmdu, 7,)k,:al,
do grupo IV podem tambim ei.tar IO<'ili7.ados no tonoplasto A absorção de sacarose pdas células do complexo l:CICC
(Ch:ttdon tr at, 2013). segue o modelo de Mkhaelis•Mcn1en, isto i:, apre5enta cl·
Em sorgo granífero (So,gllum bitolar)., o gene SWBET do nCtica de saturação. MOS!ra também um sistema dual de ab-
grupo Ili. SbSlVEETJJa. i: altamenle expresso em folhas e sorção, e o componen1c de #illa a.finidade mostra cinética de
e,
caules (Makit:a ai., l015). De form2 análoga.o gene SvSWE- Ãturaçio, enquanto o componente de batxa afinidade aparcn-
ETlJbde Setario viridis apresentou elevacb exprcs.<.ão em teci- 1ementc n-âo é sat·uJi~I. O primeiro comPQnente Optr.a cm
dos maduros.. sugerindo um descarregaruento apopl:btico de concentrações baixas de sacarose, provavelmente Igual$ às qt.tt
SIQl'Ost' (Martin tl ai.• 2016). Além do seu prov.i,-el papel no ocorrem normalmente no apoplasma. O segundo componen-
desem-eg.amcnto do Roema. os transportad<>res SWEET po• te opera nas concentrações mais clcvadas. Em am bos os casos,
dtm tst:u localizados na membrana plas.mitlca da.s ci:lulas de 0$ dados indicam uma absorção via simportc (sacarose-ptô•
armaienlml:nto do parênquima e promo,~r a saída de sac3ro• ton). No caso do s.istema de aha afinidade. a estequiometria
S(' para O apoplasto em C3ules maduros. (sacaroseprôton) do siSlcm-a seria de 2:1 (cm concent.raç-õc$
Como grande parte da saC3rose dtscartC'gada do Ooema en- menort$ que 5 mols m·'). No .segundo ca$0 (oonccntraÇóes
lra nas cflulas do parênquima sem ser cli\'ada pelas lnw:rtase.s entre 5 e IS rnob m·'), a relação muda para 6: 1.
do\ p.. ("J(" 1.duliu (C\Ví N - celt wa/J im-<rf(lsr), os transporia• t iu h:·u.':'li.an tc ressaltar que todos os tr-ansportadores dt ~-
dores SlJT localit:td0$ d.:, membrana pla.sini tica são candid-a- car0$,e identificados até .iqui são cou.ansport-adores (sacarost/
tos promissores para absorção & sacarose nos caules. Tanto H'). O K., aparente para sacarose nesses 1ransportadorcs e.s1d
o genoma do sorgo sacarino quanto do granifero contêm seis na f.iiica de I mM.eaestcquiometria doc01ransportcéde 1:1.
genes SbSUT, codos com athidade de transporte (inOuico) de Não cstã esdareddo .iinda se ss células crivada.$ 1êm ou não
ilC:IJ"O!o<, quando expressos de forma he1eróloga em levedura bombas iônicas de extru.s.io d.e H' na membrana pJ3smã1icA-
(Bihmidinc tt ai., 2015). O conjunto de genes SUT expressos No caso da.s CC. ("ntreta,n~ já foi loc.alii:ado um gene qut
nos tntrenós do sorgo varia de a<lordo com o cultivar (fNuk. oodiftca para H"·ATPascs (bomb.s de prótons). Entrctan tO, ê
grou.rid tcnitk.o) e o e.stãgio de dest-n\'olvimcnto do caule (Ju• bom rt$Saltar que a concentração de ATP (Sl•bstralo p.ira a~
lius l!t a/., 2017). H"-ATPas,es) no sistema <riv~do é bem d c\+ad:1, geralmenl.:
cm tomo de I mM,
Transporte de sacarose
Bombas de prótons
O transpone de 53c.amse desde o :1.poplasma para () interior
As bomb.s de prót00$ são tra1\Spor1adorcs de f<,ns específicos
das. GtJu.1.ts companhcims ou dos elementos crh-ados é feilo
par.a próton$., funcion3ndo com energia metabólica da hidró·
~>n.tra wn gradiente de concentração. Para que rle ocorra, é
li~ de ATP. Ela.s podem str dcsetítas CQmo pró1on-ATPases
nece.súrio um gaslo de energia, ou ~;a. é um si.stcma de tr.tns•
(H"-ATPa.se.s). O 1ra.nspor1:td0r, cs.1irnulado pt"la prtSença ck
porte :l lÍ vo.
H· no me-io interno. u$1 ;i energia gerad.t pela hidrólise do ATf'
No Ca.$0 de moléculas que nio tim carga elétrica. com() é()
para mudar de estado tnerJ,,t1ico, liga-se ao H· e O bombei•
cuo da ~carose ou da glicose, o câlculo da ener'g.ia neces$áría
pana o meio cxtct,1<>,. indcpendcnttmeme da 1roca por m11tO
para ex«utar esse tipo d e trabalho e obtido pela equação de clhOr'l (do mC'io txterno). ·rr:ua,sc. porta.111~ de um sis1cma. de
Ntrns1.
transpone unidiu.:cion.al chamado uniporie (Fernandes e Sou·
7.ll, 2006).
~G : RTx lnJ2.
IC) Um.i transíertncfa unidimu)nal de c:1.rgas prom(iv.:- elc1ro•
Em que:: 11ega1iv'idade (pois não ocom, transporte s1mult;in('o de 001ro
c:i.1I?~ de fora para d<ntro, dt modo qu~ a ,liierenç.i de carga
6 G: \'ariação de energia livre do shttma pos11wa pudesse- St'r compcru.td~ no inlerior lll-g:irivo). lk>S.St'
Cap0uk>6 ~ Transpo,tenoFIOt.>m, 135

modÕ) qu.-ndo um microelc-1mdo fot inserido na ctlula, ra. E":' altalinl1,,~:kl (0,6 a ll,9 unid.ade dt pH) é tempor.iri:a,
1.cndo conexão com o melo cxlerno. apJr«e uma corrtnle. Ao rttornando-st ao pi'! original cm torno dt' 30 a 60 min .1p<¼
potencial que é gerado entre o ln1erior e o n lerio, da c8u. o inkio do procn~o. De ririas soluçOO dC' açúcan:~ ftst.id:a..s
la, pela plasmalC"ma, ch111na•$C prire.ncia( da memb,.ar,n (,~). o nesses e.xpl.'rimcntM dt pcrfusà<> {sauroi1C', manilol. g.bco~ .
bombea mento de prótons por esse ,istcm:a gera, do inlerior fruto~c e g_3lacto~ ). apenas a Jae.'I~ m O'ICOU ""'°
tftito ~o-
p3ra o exterior da célul:a, uma fo~ prócon-lónica. brt a n rl~âo do pi 1.
A força próton-iônica podeM"r cakuladu partir da eq,1aç;i<v. Os cuslos C'n<rgétic~ do ltinsportt Jc ~ C..UOS(' pod<m str
eslilm do~ ;a p,1,rtir d a rtlaçâo J ,\TP/$:tc.arosC'. Estim:HC' que
i1p e 11' - 2,303 )( [ATI x âpH
(),31!1i do ATP dt rivado dos Í◊IO~uim ilados pode ~ r us.tdo
IFJ
ntssc processo. Entretanlo. cllculos (eito~ 3 put ir do con~u•
O po1enel:a.l eletroquímico para prótons (áµ.H·) e íunçli<t
mo d< O, no pro«!;SO de absorção indic:.im uma t"Sttq1.1 1ome•
da diferen~ de pH (~pH) e do potencial pela m.embrana ((f). lria d<" 1.1 a J,◄ ATP/sacatoSC".
Assim, a mbos. L\pH e~. são capa7,e5 de energttar o transpor•
te. Entreu.nto. o transporte é otiml:tado em ambltnte ácido,
Visão geral do carregamento e
Colllo o pH do apop'3.sma é geralmente ácido (S.0 a 6,0), e
o K. para H ' b:llxo, a protonação do car~or difi<ilmen1e descarregamento do floema
$eria um fator limitan1e do transporte. No concci10 inicial sobre tran,pone no íloema proposto por
Cãlions podem ser absorvidos, ,,ia 1ransporta.dore$ de í<ms, Münch cm 1930, os tubos er1v:ados são vt.stos como l"Strutul'.\s
a fa,,or de um gradic-nte de potencial cletroquimko. Enir~an• l<>ngitvdin.ais impermeivC'is. form.id.u por .s<quênci;as unidas
10, ãnions, áminoácidos e açlicarcs .s4o absorvidos contra um de cétul:ts dos EC. onde ocorre" um prOC:C$$0 de /114.To de ma.»a
gradiente de potencial eletroqu.ímko ou contra um g~diente de sol1dos. Esse Roxo C dirigido por vm gr.1d1en1e de prns.io
de c.onccntração. que ,·.ii da3 rq;iõts de maior <ónetnr~çAo de solu1os (fontes)
São os g.radicn1es prócon-iónk0$ que permitt'm o tnuupor• para :a.s de men()r concentração de solutos (dreno.s): entretan•
te (simportc) d<" sacarose e dt> mono$SaCaridios w ntra ek,·a• to, os tubos crivados não são herme1icamcnte Ítch:idM. m:u
dos gradientes dé conct'ntr;aç.áo. sim canais porosos. com entrad.a e saida continua de solutos
O transportador de s;1carose (SUTI , mtrost tramporter J) (Thomp$0n, 2006).
jâ foi localizado ao longo de todo o Ooem;a.. desde a.s reg.iõcs• A absorç-lo de sacaro$e pelos dtment()S cm-.,d0$ ger.i um
fonte até as regiões-dreno. Do mesmo modo. )5 íoi loaliz;a,d;a gOOiente de pressão hidros1ã1ka enttt ss áre:13 de Q.m:p~
no Ooema uma isoforma da H'·A1'1~se espedfia da mem• mc-nto e ;as áre.is de dcsc.arrtg:unento do lloc:m.a, ou ~ a. cnlrc
bran::1 plaSrnática. a fon1e t () dreno.
A sacarose é tr.,,nsport;ad:i par.i d,mtro d;as CC por co• O aumemo .-ta presSão hidro.st.ãtk.-. nu :in-::u.-fonte i t:im
transporte com prótons ($imp()r1e). O ttal\$J)Orlc de ~ c:uo- bêm resultado da ativida.dc de: outro tipo de protcina d.e erans•
k neu as circunstâncias mostra cinética de s:uunç:\o com o por1e, ;as aq1tapori11tts (\·er C::ipítulo 1). Estas permitem que
:iunu.:nto da concentraçlo de .sacarose. Foi obscrnido um K., a. águ.11 qu.e Cir.::ula na pb.nt.i via :ulc:m,;a scj;a absorvid.-. pdo
apa ten1e para sacarose de I mM, enqu.intoo K.., a.p;arcnte p.ara tlocma. Outt:a.s $ubstâncias. como amlno:it,dos e princ,pal-
H ' é apenas de0.7 µM. mcntc K·. tambCm con1ribuc:m par:i 3 íormaçio d('S.SC gra•
Existe espedficid.ade de 1r,,n.spor1e ~r11 a sacarose. O tr:at\S• dientc: de pr('ssão.
porte de sacar0$t é um co1ra,,$porte, mesmo sendo a s..1carosc O enund;1d() de ~fünch 1em l<"ado à supos,çlo, «!UI\'()
uma molêculn neutra. A e,t!dêncfa mais notá\·<I do cotmns- c.id;a, de qut o 1l0<m.1 fum ionari3 como um,1 "'mangu<u·:i .!e
porte de H' e s-a.carns.e é a indução por esta da entr.ida de.: H· jardim~ com a preSS,5() di.suibuindo solutos igualm<ntc: ll)
no noema. O transporte (influxo) de n· via cotr:in$porte (H'/ IOf'lgO do .sistema. Em reunto, como obsc"rvado por lhom!Xon
sac11rose) causa uma. despolari:uç3o n.as mc.:mbr:mas das cêlu- (2006), o lloc:m;a .,; mais pa.1«ido com um '"c,.1pilar':c ,1 pr..-s.~o
las do fl ocma e, como consc..'quênd i,occure um efluxo de ions d..- turgor 1 long.1distànda nio pode ser usJJ,1 pua. o controle
K·. c ujos teores são normalm..-nt..- cle,•a.d-0$ no tloema. do llu.to no 1)0.ema.
H ;S u ma substancia.! reduç..io no carregamento de .saaróS.e O tr;ansporte de l()nga Jislinc,a no 1locm,1 e51.1lig.a.Jo a uma
no íl<M:ma quando o apoplasto sofre uina variação (aun1<1UO) (amiha de: prold.nJ.S Cllnh« tda com() tr.-nsporudora Jc: ;iiçuc;a
de 5>H. l:m bcterrab:l•açuca.rcira, foi observ,1,d:i uma rtduçlo res... :\n:ílisc":t da .ithi d..h!c' do gene SUTJ ($111.'11.>X rr,uuporr~r l).
de cerca de <&0% no c:irrega.mcnto dó lloema. quando o pH tX · que codifica J)-\r:I traru-pon:ldor de s.lC-l rQ~c cm planr~dc fümo
terno variou de $,O para 8,0. I.' bata1a-ingle:s.1, m();)tr.uam qi1< o c.irr'lé'iµmcnto do tlocm.1.
Vários pesquis.ldores obscf\•:u·,un que ,:1 .1dlçào de sa.c.aro- O<órrt "ia traruporit de n.-s..-n·.ls Ju .lpopl.t-.111.1 par.los EC pt:ir
sc aos cotilédones d,;: Rid,ws pro\'O<Ou um auroento <k pH m.-10 <l.l pl.i~mJ.11.'m.l, rnm meJia,;;1.Q J...-s~ 1r.arupurt.idor..-s.
do meio externo de 0, 1 a 0,2 unidó\,le de pi l. O pH \-olt:i .ios O ú ~ lfole:\O EC/CC. CUfn :» CC n ..a:. cm .:-11upl:»mJ. e otg.l·
\'alorcs origmais c.:(rc.i de :JOmin após a r..-hr.\,l..l d:i s:i,".i,os..- nelas. e o 101:.ll J., C'-.ureg.mlt"nlo Jo 11.xm.l. Pe....:i,111.h\s .:-om .:J.r•
do meio. bono marcado ("C) mostrM.llll qu.: .1 ~m<CJ.:.- Jc lp-:.m:-.-..m..-n10
A cste<1uio111('tria dó pw.::esso de .:-01r.an~pofh•, obs.en•JW dé- ial.',1ro..v: m.1n:-'IJJ n;h CCc 1,IO:,n11.:J. J ,.mC11.:J. ,!e c:xpurt~.&0
co, Uid 1m5, fo i d..- 3 11'/~c:amsc. d.1 SJ .."'.11\))•• 11'1» EC. Co,uuJ~ J ..nn.:l·ntm\lo ck\'J.d,1 de)ª""'
Quando é foit.- t\ perfusão do sh h:m.1 \",1,)(u lu .:um s.,,a,o~•· rosc •~ rnmplc.,11ECiO.:, .,.m hlfno Jc O,J .1 o.s .\1. .1.p,,nta 'l<r
(2S mM), oc.:o rn:- um au111..-1uo J~11,H ,1., .wlu,;l u (pcrfu)ato). ~ · ) l) l l'nlJ. 0 (l\)llln .k,' cntt:&JJ. J c .11,:U.:.1rc,. n,l .:du..lJ..
136 füiologia Vege1al

O sistema l!C/CC aprt::S:t.'1u:1 uma. grandc ~upcrfldc de A $;.IC·.arose t 11intç1i1;:ida exdusi\13mcn1c no citoplasnrn d.h
mcmbran:r., que r()$~ibilita o oim-ga.mt'lltO do ílO<'ma.. Ein fo. céfulis do m(.sofilo pela. sin1etase de sncarose-fosfoto.
lhas de bctcrraba-:içucardr-3. o fl u.xo de ai;ú<:U't'S p.,r,.1, dt'nlro A transíi::rtnci3 dessa. sa.carosc f Ícila da seguinte maneira:
do siSl(nH1 foi cakulado cm 16 pmol cm·; r '. o que permite os
Entre <êlulas do mesotilo
ltuxos pelo sistema dl• 3.2 qmol de $;.'l<"aroSI.' por cm 1 por min
• Das cê-lulas do mesofilo par.'I a proximidade das nervur:i.s
(3.2 rimol <m•: s- )1
• Das proximidades da nen•ur:i para as células do floema.
Na Figura 6.9, é m~r,1do um tl>qul"m.:i, t,-tr.il do cam-gam('n •
to e dcscarreg:imento do Roema. Todo o proces.'>o tem inicio A Figura. 6. 10 d:ã lnfasc â ideia de que as pressões que st
natUl'\llmentC' com a fixação de CO. no dorop13-Stó das cdulas descm-olvem entre a fonte e o dreno, embora cxtrcm:11ncn,
do mcsofilo. Dt li. 1ri0Sts•ÍO~í:110 deslocam-se para o citosol, h· import:mtcs para o transporte de solutos no llocm;1. não
onde ocom•a síntl~de sa(':&ró...l;(. A sa<arosc prcsemt> nochosol siio. necessariamente, suficientes para explicar o fonómenodo
pooc ser deslocada para o ,·acliolo. onde t :acumulada. tmnsporte na sua totalidadr.
A ei,ergla para N-"e processo origin~•Se do gr.idil"nte de H' O fluxo no florma ê- muilo inll\lenei.'ldo pelo$ m«.tnismos
que ( criado entre o v:icúolo e o citosol, que acion.11 o si!-lema dt carga e dcscuga de solutos e pelo influxo de água 11:is cê-11,1.
de 1ransporte tipo antiporte (Figura 6. 10 A). las do sistema cri\·ado. hso põe em e,<iMnda os mttanismos
A s.acarose livre no d tosol das '"ulas do mesolilo dcslo- geradores de gradientes prc>toni6nkos. cm conscqu~ncia d,
a.-~ para o apopl:.lSIO. dl." onde pode S<'r absorvida pelas CC forç:l ptóton-motrii ao longo de iodo o si.stcm:i de 1r.1,1spont
por um Si.ncm:i tr.ansport.ador via simpone. N<W2mente, são no floema. Asintcse e a mhidade das pro1tinas de trnnsportet
a disponibilidade de energia são fundamentais nc-s.se processo.
os gr.adjcntes de H· enlre o apoplasto e as CC que geram a
O fluxo de sacarose a partir do complexo l:.C/CC atê- o :apo-
encrg.ia para esse tra.nsponc. Obser\'a•S( ainda quC'. na figur;a
pl:tsn,a pode se dar por simples difusão, a favor de um gn.
6.10, cs.1.ã lndk3da a poss1bilidade de .absorçlo da sacarose do
dicn1e de cQncen1raç:lo, i.s.10 é, alta conci::ntraç.'io no sistem~
ap<>pl-UlO dir<tamen1e para as células crivadas. A sacarose :is•
EC/CC e menor concentrnç:lo no apo1)lasto.
sim abson-ida desloca-se ao longo do sistema crivado, poden• Ao longo do ílocma, t possivcl ha\'er deslocamento !ater.ai
do e,-cntualmente passar de novo p;trá o apopl:u10 n.1.s áreas de Sólutos em d ireção aos drenos axiais. A distribuição de SO•
próximas aos tecidos-drenC).gr2ç:as aos côns:iderávcis gradicn• lutos emreo sis1em.1 ECICC< o parênquima v.ucuJar dependt
tt"f. de S2Carose íorm:idos cnlre o lloema e o apoplasto nes•
do potencial de membra1\a por meio da membrana plasm:ilin
~ 5rea, como j~ d~rito. M cêlu.Jas da regi-ão-dreno podem de cada um desses sistemas (Figura. 6.1l).
entio 3bson·er diretamente a sacarose: que foi deslocada para Os fotoassimitados que se lllOVirncntam no tlocma podem
o apopla.s.10. ,ia s.lmpon e, ou é possl\'d haver a hidrôlise do Air do complexo EC/CC e circular pelo apoplasma, de onde
d.iss.arfdio com a formaçio de glicose e fru tost, que podem podem se·r tr.m.sportados de ,,0J1a ao sistema EC/CC ou p,.r:i
igualmente '4:r :ibsonida.s pelas ctlul~•dreno por co1rans1>0r· o huerlor das célul;as do PV. Em um experimento com plan•
te com um próton. tas nas quais os solu1os se deslocam prindp.tlmenie via apo-
As trocu entre d1osol e \':ICÚolo nas células dos teddos-dre• plâs1ka como cm Vicia t Sofmwm, ou com 1>1:IIU:lt em qi.x
no i.cgucm o mesmo es,qut-ma, inclus.i,•e cnergêtico. descrito 03 solu1os S< desloam ptedomin.anh: mcnte \•ia $implds1ia,
para as cê-lulas d-0 me"$olilo. como em C"rn,bita e Oâum, Haflc.e fl ai. (2OOS) ob$erv.uarn

A 8 e
,...... ,

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' 1111
+
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aici;il
PV PV o PV

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Dreno 11=1,nu'\al
•'
"gura 6, 10 Mode-Jo h,po-1ét1codo lmpac,oqve • di(e,e,nç.i da força ptÓIOO moua (.l( = ~4', i«c - .11)"') un11e ô \ célutJs dOC<.>"'ptel«) EC/CC ttl<'
mmtos c11v.,dos/cflulascompa11ht,-1asJ e as<êtulas do p;,,fn~~ima vascular (PV► e.xetce n• p.,11lç.k>d0$ foto,1sS1mil.,dos em pl.im(I$ qve fatt111 º
tran5pone v.a simpl.S\tl(.a {Af 8) ou apopf.istiu (CJ , Nôs espeoes cm que as dfuf.\s docomple)X)[C/CC s&o caneq.ldas via ai,oplámca Ode~to
c.imento de fo1oass,mlfados pa,a os d,~ 1ermlna1s l?mi'li\ e&Jente {C►. enquanto nas0t11ra1 ~ pêdesnas quittS há o ca11 tgamento u,;,1,t,istico
do l'loema ocouem ~rd3~m3'011!-1: para os d1enos axiais (A e 8J, Ad.apiada de Ha(liHI oJ.(X>OS).
Capftulo 6 <> Transporte noFloema 137

que a partiç.i o do5 solutos do apoplasma enire ECICCe py st ltoe-m.:a d:a m.211orla du pl.1nlll,\ fi(.) <m 1ornode IZe 120 mgdr
correlacionou fortemente c-om a força pró1on•motri1. <k tad.1 aç\1<:at por m i de seiva.
um de»es g rupos de céluJas. O componente principal d11 for.
ça ptó lon•motrli nC$.Se caso to p()ltnci-.11da mt mbr.ina ('!'). Outros elementos transportados
As.sim, qutrndo a diferença do potencial d-a membr.ana entre os O nilrog!nlo (N) 1 transport.tdo no !l()(m ;t. predomina111e-
dois grupos de cllulas é maior que 1(dEC- COdPV> 1), dtvc mente sob a forma de arninoi<idos e .amldu. 01 amino.kld1>~
ocorrc-r uma intensa reassimilação dos solutos do apoplasma. usados nesse transp(H'te slo princip;alrnt"nte o .ic1do J.Sp:irrlco.
Todavia, quando a rdaçloê menor que 1 (dEC- COdPV < t ), o .icido g!ut.i.mico e as su.u amid:u :1.,p:i.r-.igina e glutamina.
o a cúmulo de $0lutos pela$ células do parênquima ,,ascular C re$ptcliv.imentie. A <:oncenlnç.io de aminoiddos na S<iva do
predominante. íloem3 pode w ri.ar de acordo com a êpoca do cido de dc.s<n•
&se$ resultados indicam que o dnlocamenro de fo1oau imi• voMmento da planta e a du p<>nlb1lidade de nutncnles. Criado
lados em dircçãoaosdrenos 1erminais (frutos, flores. rattein<..) et ai. (20 17) vc-rificaram altt'raçOO no p<rfil de •rrunoáctdos
é f:wortcido em plantas nas quais o 1ransporte via :ipopliitlca é transportados ,:ia llocm11 em pl.1nta.s. d<' Ctv'.ad.i. em ~~posta
dominante. A Figura 6.11 exemplllica e-ssa silooção. a condições de w lllvo com baixa $Upkment~:i0 de ÍÓ$ÍOf'Q.
Além da$ formas orglnius. fo1 verificado em pt::squl.11:1, r('•
O que é transportado cen1es o transporte.' do N-NO, via lloema.11endo os seguln•
tes transponadores de ni1ra10 das famil iu N PFfNRT envol•
Açúcares vidos nesse Jlu.xo: NPFI.I (NRTl.12). NPFl.2 (NRTl.l 1).
Embora no es1udo do transporte.' de açllares pela membra• NPF2.9 (NRTl.9), NPF2. 13 (NRTl.7). NRT ZA e NRT23
na plasmática de célul-as vtgetais seja dada ênfose aos dlm• (Figura 6.13: O'Bricn d ai.. 2016). Em plantas fixadoras dt"
caridfos, ocorre também o transporte de monossacarídios nitrogénio, em p,11ticular nas varic:,~du u opicai.s, ó miro.-
(glicost, frutose, manose e r!bose). O primeiro gene d onado gênio pode tamlxm ser transporiado s.ob as formu de .acido
que codifica par.a transportador de hexose foi o HUPJ (}1t .'<()• alontoico ou afantoínL
se trmrsporter). Como j5 corru:ntado, para qut um sistema de O pocis.~lo, queê transportado no xilcma com o nitrato (K·/
cransporte de hexoses tenha signi.licado biológico, ê necessá- NO ·), pode 1ambl!m srr transporudo no floem.1. gt'r.llmenrt
rio que $e fo rmem, simultanea.me-nte, lnvett3$t'$ que tran.5for• juni'o, àddos orgânicos (R-COO·). princtp:almecnt~ :io m.al.a~
mam sacaro$e tm glicose e fru tose. to. Oulros nurrientrs, como o cilcio. o enxofre ( o Í(rTO. qu~
Quando se coletam e.,r;sudados do tloem.1, cncontr.1m•sc são 1ransportados pal'3 3 parte -aêre:i d:is pl:ant.as, ~·i.1 :tilema..
\lirios açúcares, tanto monossacarldlos (gUrost. galact~. t,1,mbém o são no llocma. O calcio e o ferro são nutrknl.CS de:
frutose) quanto dissacarídios (sacarose) e oligoss:acaridio, baixa mobilld:ide ni pb.n1~. Isso signifiç;a que. uma \'t"l loc.J·
(rafinose, e$-!aquio.s,c). i ambtm são cncontr.1dos açúcares li'l:ldOS cm alguma pane do tecido ,-eget:tl. rúo são remobtli·
modificados.. como o sorbitol e o manitol, que são derivados zados P3nt outr.u pan es ou tecidos. Smlomill de dcóc1ê-nda
alcoólicos (Figura 6.12). de ferm. <:o,no a rtorost de topo. ou S'J.l, a c!oro~e qu(' o,..orre
As sub.s1àncias trans.portad-as em maior quantidade no
floema são os :içúea.rcs não rcdu1ores do grupo dil rafinosc
(sacarose. rafinose. e.s1aquiose e verbasoose). Oes:.,e grupo, a
sac3rost é o .içUca.r t ranspom,do em maior quan1ld-ade, em•
bor3 ouctos açúcares tambt.'m cs1ejam pusentes. Rafinosc e
estaquiose, por c:-.xemplo, são comumc."ntc.' tltl.llsportados no
tloe ma. O manllol 1:imb<m é encontrado com fm1u<ncia no
íloe rna. Os açôca.fes tedu!Ol'tS, como :a glicose-, :a frutosc e :i
manose, quase nunca slo encoml'3dos no tlOc.'ma.
A sacar0$e é o açllcar tr.tnsportado c-m maior volume no
llotma, pod endo atingir concenuaçôcs qU< v.a_ri;un dê 0.3
a 0,9 M. Em 1ermo:s gerai~, a ooncentraç-Jo de s:a<:arosc no

CH,OH CM,OH
1 1
HCOH HOCl-l
1 1
HOCM HOCl-l
1 1
HCOH HCOH
1 1
HCOH HCOH
o,eno
1 1
CH,OH CHpH

1Sorbno1 I Figu, .. 6..12 Modelo l">quel'!\élhCO ÍQf\h?- dr~ . ,olh,h m,111 V('lh,I\
1""""' 1 ( 01.ll,I\ ~ s S.)() IOnt~ p,lrJ O dtst'f\\·oh,1«1e,t\lO d,c flort1 e ÍI\IIOS.
Flg u.~ 6 , 11 AçUca,ei•,J,l(Q&i: $O(bl1ol e ffl.Mli(Ol (<f,~0,1.
138 Rsiologia Vegetal

.........._

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K' _/-TP H~ f'&Á.ATP
w w::eç H· ~
AAP6 H' AOP•Pi H' AOP-Pi
• •
-2.11 ~
NRT2.$ AMT1.1 AJ,ITl.3 P-H·.ATPaw v.tt•-ATP';l$O
NPF2,9
NPF7.2
AA

...
NR.T2.2 ?
NRT2.A ~ 1 N""2.3:Q: •
:n:! Tran&pon,acto, NR.T2 ou NPF

AAP1
AAP$
.
NH;

1 ··-· ~
• Prot.ína regula,16ria NAR2. 1
CompleKO NRT2 e NAR2. 1

um NO) ~ T,ansportadlOr ae l!fÀIKO d, N0 1

~ T,an&po,tad'Ot ó& elt!JKO de aminoflicid0$

....T2 Floema
LHT6 NPF$,3 NPF-4.6 NPF2.7

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Agur.a 6. 1s v,são geral das p,oteinas de v ,1n,,po,te envolvid.» n.i .lb~ç.lc>e 11aMloc.aç.\o de formaso,glnitas e it1Qi'gâni<.as de N,
Capítulo 6 ❖ Transporte no Floema 139

nas folhas mais jovens ou folhas em desenvolvimento, resultam As proteínas podem ser transportadas também no floema.
dessa imobilidade. Como há uma movimentação de nutrientes O movimento das protelnas- P na direção fonte- dreno indica
no sentido fonte- dreno, e como esses elementos ficam retidos que, ao contrário do que se supunha, elas não ficam imobili-
nos locais-fonte, a sua deficiência se faz sentir nos locais- dreno, zadas na camada parietal das células dos elementos crivados,
onde existe uma demanda maior desses nutrientes para o meta- onde formariam agregados, e existem evidências de que pos-
bolismo dos tecidos jovens. sam ser translocadas para outras partes da planta. Essas prote-
O nitrogênio e o fósforo, por sua vez, compreendem nutrien- ínas têm peso molecular entre 20 e 60 kDa e são transferidas
tes de grande mobilidade na planta. Quando de uma deficiência das CC para os EC via plasmodes mos. A velocidade de deslo-
de P ou N no solo, a planta remobiliza o nitrogênio e o fósforo camento dessas proteínas nos EC chega a 40 cm h-'.
que estavam nos tecidos-fonte e os desloca, via floema, para os O transporte de proteínas ocorre também pelo plasmodes-
tecidos-dreno. Esses elementos deslocam-se no floema como mo. Pelo menos, esse movimento já foi observado nas células
compostos orgânicos (p. ex., aminoácidos). Por isso, em caso de próximas do complexo EC/CC. Para que isso aconteça, entre-
defici ência de N, observa-se uma clorose nas folhas mais velhas tanto, é preciso que haja uma modificação nos plasmodesmos
(folhas-fonte), ao contrário da deficiência de Fe, que provoca a fim de superar o limite de exclusão desse sistema condutor,
uma clorose nas folhas jovens (folhas-dreno). que, na maioria das vezes, situa-se em torno de l kDa. Expe-
Sob condições de estresse, há um aumento da concentração riências feitas com Curcubita max ima mostram a existência
de diversas moléculas na seiva do floema, o que está relacio- de transporte nos plasmodesmos de células do mesofilo de
nado com a necessidade de transporte de longa distância de proteínas na faixa de 1Oa 200 kDa. Estima-se que existam em
moléculas sinaHzadoras, muitas das quais incluindo fotossin - torno de 200 proteínas solúveis no floema , embora nem todas
tatos, fitormônios, microRNA (miRNA) e Pi (Lin et ai., 2013). tenham sido identificadas.
Estudos de transcriptômica mostram que milhares de molé- Todo esse material se desloca no floema em solução, o que
culas de RNAm se movem, a longa distância, de órgãos-fonte significa que, embora a sacarose seja referida como a substân-
para tecidos-dreno meristemáticos. cia encontrada em maior quantidade no floema, fala-se de so-
Análises quantitativas da população de RNAm no floema lutos. Em termos absolutos, a substância deslocada em maior
mostraram que muitos transcritos são altamente enriqueci- volume no floema é realmente a água.
dos, em comparação ao tecido vascular adjacente. Em virtude Além dessas substâncias referidas, deslocadas no fl oema
de os EC maduros não terem núcleo e, portanto, não produ- em maior volume, circulam por esses vasos os hormônios ve-
zirem RNAm, o modelo proposto é que os RNAm presentes getais, como as auxinas, as giberelinas, a citocinina e o ácido
nessas células se originem das CC adjacentes. Um mecanismo abscísico (ABA).
seletivo precisa operar para permitir o tráfico desses RNAm O RNA também circula via si mplástica e en tra na co rre n-
para o interior dos EC, possivelmente por meio de nanoca-
te de transporte do íloema. Ruiz-Medrano et ai. ( 1999) apre-
nais citoplasmáticos dentro dos plasmodesmos (Ham e Lu-
sentaram evidências de que plantas vasculares têm um me-
cas, 2016). Complexos de ribonucleoproteínas desempenham
canismo que permite a translocação seletiva de mol éc ulas de
papel central como sistema estável de liberação de RNA para
RNAm para transporte de longa distâ ncia via floema e suge-
essa translocação. Análise da ontogenia dos RNAm (genes)
riram um papel dessas moléculas na si nali zação, por meio de
presentes no floema de muitas espécies de plantas indica que
estudos com o RNAm denominado CmNACP, que é transpo r-
esses transcritos são abundantes para processos associados a
tado para tecidos apicais via floema e pertence à família NAC.
funções celulares, metabolismo, desenvolvi mento, sinalização
RNA de vírus também circulam pelas plantas via floema. Já foi
e estresse biótico e abiótico (Zhang et ai., 2016).
observado o transporte de RNA virai patogênico com capaci-
Os pequenos RNA (sRNA - snw/1 RNA) também são en -
dade de codificar proteínas, e com genoma da ordem de 250 a
contrados nos vasos do floema, e experimentos têm estabe-
350 nucleotídios.
lecido que o sinal para o silenciamento gênico se move pelo
sistema vascular das plantas. Análises do RNA extraído de
vasos do floema já mostraram que os RNA pertencentes às Saída da sacarose
classes de pequenos RNA interferentes (s iRNA) e miRNA, O escoamento da sacarose das células do mesofilo para o espa -
ambos envolvidos em rot as de silenciamento gênico em nível ço livre foi estimado em 120 pmol de sacarose por cm 1 min-1•
transcricional e pós -tran scricional, estão presentes no floema. Esse valor é muito maior que o espe rado em um sistema ele
Diversos miRNA são transportados pelo floema no sentido escoa mento passivo. A conclusão é de que deve hawr a inter-
parle aérea -raiz, em resposta a condições de cultivo sob "fome" medi ação de um sistema de transporte por difusão facilitada.
de fosfato, incluindo miR827, miR21 l la e miR399d (Huen e/ A saída de açúcares para o espaço livre e .iumentada pd,1 pre-
ai., 20 17). O miRNA 399 é um si nal de longa distância asso- sença de K·, o que pode indic.ir um mecanismo de cotrans-
ciado à regulação da homeostase de fosfato inorgânico em porte K' /aç úca res.
plantas, uma vez que regula pós-transcricionalmente o gene O descarregamento do floema e ex tremamentl' importa.11tc:
PH02, que, por sua vez, regul a negativa mente os transpo rt a- para a agric ultu ra . Patrick ( 1997) o onside rn um dos demen -
dores PHOSPHATEI (PJ-1O1 ), cm associação ao car regamen- tos -chavc na determina üo ela prudutivicbdl'.
to de Pi para o xi lema, e o PHT 1, responsável por absorção de Foto.issimilndos chq;am .'Is regiões subapi<:,IÍ · da · extrc:-
Pi. Os níveis do miRNA 399 na seiva do lloema são for1 e111ente mid adc · das raízes, vi., desr,1rreg,11ncnto, pelo prototloema.
elevados em plantas ob defici<?ncia de Pi (Pa11t et oi., 2008). Isso signi fica que tambl'! m na rc:gi,io men tt'ndtic,1 do .ípice
140 FisiologiaVegetal

radlcul-.ir existem conexões pelos plasmodesmos que ligam .as Chon.lon F, lk du ,\1, Cak ngc 1:, Kln 1m'IS PAW. Spinner L, GlllcsC.tt
cc!-lu.Jas dc,..q regi3o is dlufas do sistt>mn CTi\ ado. 1 ai. t.caífructosc a'llnlc,u isdWl.trollN by 1he \•acuolar 1r.ainspor1t,
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Chet1 L-~Qu X-Q, Hou H•li,Soss1> O.Os1>riO S. Ftrnir AR, e1 aJ.5-i
mais nO\'OS podt s« Interrompida. Nessrs sistemas, é n«M• cnuc-eflhu ,ntdiat<"d b)•SWEET pN'lCcina as a kcy stcp for phloc171
rio ha\.,:,r um dt$Cart1,"g-.imen10 de solutos no :ipoplaama para tr.inqi,oct, Scicn(t:. 2012-:335:.201· 11.
pmterior reain-ega.mento na.s células mais jov.:ns. Ch('Tl L-Q, SWEET suS,11r Ull11.$pOr1«s ÍQII' ph!oem lr.m~pon lnl
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Cri"® MV, \fcfü. CG, Roben$ IN, Cnputo C. Phl()em 1ra~$pon d
c:i.me.nto de solutos p:arn 0$ drcnos ainda não esteja complt•
amino adds is dUfrrtnlia.lly ahettd by phosphorvs deliorncy a,.
tamente c-.sdar«ido, uma regra geral já. pode S(!f tstabclcdda: cording to lhe nitrogtt1 av.1.il.lbility ln young batlcy planu. PbtJ
o dcsarrcgamcnto de solutos no flocma para o apoplasm11 Growth Rcgula1ion. 20J7;81:ISI.
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Botany. 2016:11 1:257·68. 6d ,\IE, lhcrmoJynam.te batlle for photosynUl.lte ac~uo1t100 bc·
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phloem kiadlng but not in IQng,d Ut:mce wuuporL Pbnt Phrs1ol• n,ln~ ~OOJ.
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St.ruwid: PE. Pr(foten<lal los., of a.1, 11bund;.l.n1 ~or:ii;.c protnn Ímm e1 .li. A ncw subf,.1.1mly ot s:1...a.ru:1< 11Jns:purur, SUT. IO\lh 1,-)w
Soyb.-an pod3 durlng sced dc\·clorm.-nL PI.ln• Ph,-sio~•. .J'ti11i1ylh!ih .:-;i(!J.:")' lo..~huJ m cnu..:l<'J.I~ ..1.-,e ckments t>l
l 9$9':4JO:l 252•S, r i.um. Pl.t111 Cd L .'.!000:1.'.!:IJ.aS-Só.
Respiração
Marcos S. Buckeridge • Marco Aurélio Silva Tiné •
Miguel José Minhoto • Adriana Grandis

Introdução prccisvn ser armazenados por dc:cc:rminado 1empo e distnbt1I•


dos de forma eficiente para tod.as as demais cilula.s viv.as.. o
A re$piraçii.o e a fotossíntese são dois pro«$$0$ fundamentais tempo todo e na mtdida c::crti (ver Clpitulo 6),
para a vida no planeta Terra. A maioria dos organismos vi-
Como dito anteriormente, o processo respiralóno aeróbico
vos precisa ab$0rvtr o.x.igCnio molecul:1r (Ot) e ser capa~ de (que nrcessita de oxigênio) se di cm qu3...« te)d0$ ~ organis-
algum modo, de fragmentar compostos de carbono (carbol• m0$ euca.rió1icos. em todas as cit'lulas viv.3.$, rtin1<, em anim:ds
dratos, lipidios e proteínas) e uti.Hur a ent rg.fa contida nes..<;es quan10 nos ,•egetais.. porém com algumas dlsrlnçõell para as
compostos para o desenvolvún<nto e a manutenção de seus plantas. Esse processo aconte<e em org:tnelas tsped:tis. cha•
corpos. Em geral, os carboidratos s:10 os compostos nos quais mada.s de mitocõndri.a.s. que íundon:::im como usinas de pro-
a energia é armazenada. De forma slmples, o processo ~ ira.• Ct SS:un(nlO e produçio de compos1os cntrgêlicos (Figura
tório pode ser descrito da segufote maneira:
7.1). Altm de representar uma impor1an1c etapa na gcraç.io
C.H,>0• + 60, -6CO, +6Hp + energia de c-nugia. vãrios compostos int<'rmediários da respiração
podem se-r desviados para outra.s rocas lll('ta.bóha.s. como cm
Basicamente:, a íotcmlntese consiste em caplu CO. e lu1,
viu de bi()S.$in1e,:c, $t:rvlndo de esqucle1()$ a.r~n1cos pa.ra
.solar e sintclizar os açucares, sendo às \'eitS definida cômo o
invt!r$0 da respiração (1,•er Capitulo S). polls.~acarldios, :icidos nucle:ico,., an,jnoácidos e proteínas e
O proefflO como um todo pode ser vi$IO como: compostos do metabolismo Sttund.irio (Figura 7.2).
Ba.sia.mente,compostos de: carbono (p. e:x., ~ar(>~ ta.mi•
FotOHin ttne do) são os 3ubslr:itos reduridos que serio inickllmeme- '"d~·
energl.a solar • 6C01 + 12Hio-c.t1,p. +O~-. 6C01 + 12H10 + montados~ no d 1oplasma «'lufar <' seus produ1os de dt-gra.da-
energia quimic.a çdo (glic~s) dirccion:td0$ :1.$ mitOQôndrias que, pda ox,d;a•
Respiração ç:lo desses frugmentos. produ2Jtlo um Unko tipo dccompos•
to energé1ko, o ATP (adenosina 1riíosía10). Es.se compo:sto,:
Pode-st \·er pdo esquema anter'io, que ~ dOO ptOCe:<iS08, utilizado pelas cilulas em lodos os proa...sos dê' constru(iO
fotossintese e- respiração, são complement:urs: o primeiro de moléculas. de:sd<' c.ompOS'IOS fcnólicos ,111: lS pro1einas <' o
prove enetgfa a partir d.a sinte:se de carboidratos e o outro
utili:ta esses açücan.-s par.a gerar energia quimka (n.i forma
de ATP) p:ir:a O íund on.unento dos <km.tis tecidos , ,.:g..:tais.
O metabolismo das pi.antas requer qui: .:sses dois pr«essos
Ocorr;im conjuntam(nte e em harmonia, poi$. par, f:rze,t fo-
lOssintt:M:, as pla,u H pr..:cisam r..:spirar, e, para ttspirn.r, neces•
sltam de energia a p;u tir dóS açúcares armazenados oriundos
da fotosslntcse.
Um dos princip:'lis problemas a sere,n resolvidos pelas plnn•
tas rcíere-sc- :io fü10 de que nem 10<bs u partes vivas dcM:.i.s
podem f:,zer fotOS,,S,Ílllest (p. ex.., ra(zes). poctm todas .as par•
tes ,•iv:i.s nc-cessilam respirar. Com iMO. Oi 1'ÇUCMes 1~m ,,,~ ser
transportados de .s.ew pontos princlp,3is de produção(as folhas)
para toda ;a planta, onde M, dtubs vi'l".is, pa.rc1 que es,~s cons:i• Figur• 1.1 Fotomletog,afu momando ctru&as de 1raruferénc,a e,tl"I
colilêdo"'s de l41p11·)u1 anguwfoln:d. Nttw: momento. os c:otil,Klones
gam se dC'S<nvolver e efe1u11r su.a própri:i manuten(~ " t!lo mob•liundo ,eserv.-s e 1\.1 um.s gr.inde p,oduçJo dê s.ac.a,ose
H.ti ainda outra complicador: a (ocossintc:'$( depend<' da luz ~ •minoflcldos:. Esses compostos prec•s.im ser traruportJdO\ p.ira. a
e o periodo d e luz é llmll:tdo ao dia para :a m~lotia J as pl:.in• pl.intula em creS<.iml"fuo, POcS o coc1kldone u1ra .;,po, 11 mobJ1:.1ç.!lo
1:i.s, enquanlo todas a.s células vi\'as de um v-eg<'l31 n~'(<S:,.11:tm de ioda a ,ese-rv11. "-' « lulas de u.1nsfe,enca.i .1p,f'scnt.>m ,u1111d.1doé
mewbóllca u1,wn.1n"!nte alta~ umg,aoo..- numt:,o de m.1ocôndn,u.
respirar o 1empo todo. indush·e .i noilc, :,inda que C(nn ,·.uil• cw: parede celul111: m.1· m1tocóodr'-!. A. seta indtc:-1 ~ tet•,111 de iran1fe·
ÇÔ<s dt' inlen~idade. Desse modo.()~ 111odutos da ÍC>ll)S.Sintek' tet'lcla. 1~mdé M,1rcos S. Bu~11dge ~ .lol\n S.Grant Re,d,
144 Fisiologia Vegetal

(~=1 Amido 1 Celulose

/
ATP
N)P
NAI)
NAl)P
CoA
Cilloc;irw\a$
Via das
pento;es
' +-i
1l
Sacaro.e

l
Glicose • ·•

l
)

>(D>hlc>ooda'"4ona •J
( Gllcetaldeldo &,P) 1
l Gbrolfosfa1o

T-i-
Alc;i1oides
Fbvonoides
Lignin.1
AJA

Pro1elnas Lipídios

l -·"~~~-- lsoprenoides
r,......
Giberollnas
ASA

lsocilrSIO I lsoeiltato
.. co,

'"""'"'°
~
~
co, (r-A,-m-,,.,..
..- ó-•-••- ,
Clorofila& )
,11oc...,,.
f°19ura 7.l Re&aç~ en1n• o p(O(t',SSO ,e.spir.!ltõõo e outrn -Aas do metabolismo de carbono na1 v119,et.1ls,As princip;til sulmlnclas da met.abO·
lismo fftâo llgad.as direta ou indiretamente bO metabolismo resp(atôrlo. Todos esses compoua1 predum ser p,aduzidos em maior ou menor
intenskiade du,ante o di.i, a dia d. pt.nta. As;.si"" em u da célula da planta, o nUJ(O pode 1er •umentadoou diminuídoconfOfme a n«essldadt,
ús.e «,uilibrio. que é djf\imko, faz parte d• homeoscctSeda planta como um todo.

DNA. No totanto. para o desenvolvimento de um org:u,is• resulta cm um org:inismo que precisa estar apco a rcspondl•f
mo vfro, n.io basta somente conslruir nov/1$ moléculas, mas adequad;uncntc iLs mudanças no ambiente, não só físicas.. n»s
wnl>t:m qur haj.1 uma manutenção de 1od:a essa maquinaria 1ambém de C3r.itcr biôtico. € tsscnd:al, por1an10, q ue 1odos
cclul.:ir qur gera ttsa rnc-rg.ia, para que u cons1ruam eslrulU• cs.ses nivds de orga.nfa.ição, que vão da cf:lula ao .1mbiente,
ras nuiis comple.x.as. como as própriaS milocóndrias. Para isso, passando pelo indivíduo,. se mantenham em cons1ante ~oomu·
as c8ula.s 1.unbém prcdsam gastar rnrrgia, o u seja, consumfr 11ieaç:lo". Isso tudo u igt gasto cons.1:inte de energia p<>r 1od11s
ATP. C.Orno se sabe, o procn.so não para por ai, pois as <>tga· as células, de 1od0$0S tcddos em tod0$ os organismos vegetais
ncfas predsam te.r certa organizaç.io dentro das c"uJas, q ue, vivos na biosfera.
por sua vet , dr\'tm mamcr uma comunicação com os ltd· Es1c capitulo trata do processo de rcs1>iração e a abordagem
dos<' órglo.s. a fim dt pre:servar o cquiJíbd o, a manuttnç::lo e, será a dr mostrar os eventos mais refevan1es rel:ic::ionndos com
ao mesmo tC"mpo, man.tcr o dcSC'm·oh'1me.n10 do organismo esse ptOC(-$$0 nos difi:rcutes níveis de org:inb.nç:lo,. co mc:ç.111·
como um iodo. do no nívtl ce-/ular e ltrminando na relação das planlal> com
Todos os níveis mtncionados (a.um p11r1c de um processo o ambiente biótico e abiólko. ASp,t'ctos bioquim lcoi; d:,s di·
cx-trem.imenie complexo dt dtsenvolvimt nto das pl;ullaS que \·crsas p.ar1e-s do 1>ro«ss.o t('Spir.uório podem $.:r obtidos e-Ol
C.iP4tulo 7 -> Re5plraç.Jo 145

livros:te~to de bioquímica. ~ssim, neste eapílulo, 05 aspecios Glícólíse


bloqmm1cos e cclul:'1res sc-rao exposto.s tm conjunto com os
Gc-ralmentt, 1oma-.se corno inicio J o pro«,;~o rdpiratório ,t
asp«IOS fisiológicos, para permiliro uso du lníorm:.çõr3 bio-
íoiíoril:içlo d;i huoSC' (c.om írcqulnc.i.a glicose) no cito~I. A
químicas e celulares na apreciação da rC'.spir.ição integrada nos
origem d cs~ htx<KC p()de varia.r Jt tecido para ittklo. mas
órgãos, da planta inteira e tm nivel dC' «ossb1cma.
isso está díret:amenle rcl;adonsado com a alocaç.io de rttul"$()s
(' balanç-0 de c:::itbono, aspecto abord.Jda adi:;intC'. Na fase cilo•
Fluxo de carbono na célula sôlka da rt"spir:iç.'io. dcnominnJa g.licófü,e•.a g.licost' é parcial•
A usina que processa os a,çúaires nas ci lu13.S ''<'gelais ta mi- m(nlt' dcgr.idada :a piruvato (Quadro 7. 1). F..ss.l degr.adação
1ocôndria, uma organcla encontrada em difem,te.s qu.1n1t(J;i.• parei.ai pode oc:orrL-r tanto pcfa vi:a gbcolílío quan10 pda vfa
des no i nterior das célul:is, dependendo da taxa respiratória das prntoscs (ver Flgun 7.2), sendo o baJanço fin.iJ. em am•
do tecido (ver Figura 7. 1), O processo respiratório compldo é bos oscnso.s. de duas moléculas de piruv.ito para c;ub gll~ .
normalmente dividido com base na localitação intracelul:ir. A Embora os dois p r(l('e$.'WS possam ocorrtr t"m ~r.tk lo. :a via
primeira et:ipa ~ a glicólisr, que ocone no d tosol a segund11 é glicolilka está dirt"la.menre ligad.a à produção de energia, k R•
o tido dos dddos tricarboxílicos (ou ciclo ,/e Krcln) , na matrli doos seus pontos de controle aJt:amc-nte regulados pOr índiC'.I·
mitoc:ondrfol, e a lC'rcdra e última e1asxa c:orrnponde à cadtin dores do ($(ado cncrgéllc.o d.t ciluJa. como a rnio ADP/ A'rp
tlt: ua,isportt: de t:létro,is ou cadeia respiratória, nas cristas mi• (Quadro 7. 1). A via da5 penlost'.s (,·er Figura 7.2). por sua va..
t0<ondrJa.is (Figur.a 7.3). está mais associada à produçJo de compostos inlcrmcdiirios
Além d a funÇão básic.1 dr ger-.tçio de energia. a rnpiraçio como o ribost par.a 0$ nud-eotidio.s e 2 redução de NADP, que"
dã origem a esqutlelos carbônicos para dlvetSO$ ()ulro$ pro- ser.i utilizado t"m processos dt' bio$$ín1ese. 30 contririo do
cessos bioquimic:os (Figuras 7.2 e 7.4). Es~ lmer::iç?io rom NAO rtduzido n;as dtmais e1apas da respiraç3o. cuja 6n.ilid.1•
outros proces.sos metabólicos faz a ri:spiração sei considerada de Cmcncia1mtn1e produrir r nerg.ia.
um dos processos centrai$ do metabolismo. Na Figura 7.$, é mQ,StraWI a .scquC:-ncia de reaçõe$ da glkólt.k
oom u rtspettivas est.rutum qui.mic:a.s d0-1 compos1t't5 pa,m c,.
JXU\ttS. Obsef\•n•se qut" a glkóli.SC' (glico - açúcar; IW - qud>r.1)

=ff
Lipldios
e, esstndaJmen1e. um proce5$0 gradath·o de <kg.r.Kbç3o da gli-
~ cose. O processo trm inicio com uma mol<CuJa de.: sei, carbo~
u
:! z e atinge um t'Stâgio i.nlcrmcdiirio C'm qut" são form.1da& du.a.s
E 8
molfkubu de uis C'.llbonos (o gli<craJdc-ido-3-fosfato). Ncs.q
l ia faS(', são ~si.is duas mot<c-ula.s de ATP qlJC' têm a função dc-

X: '
~ l!
li -~ 1 Acem-O>A 1
!!
>~
..
fom«cr os íosíat0$.. os quais.. no fim do proc:csso. acaOOm St"ndo
di.slribuí<k>s $imttric;,u11~ntc na mol('(ula de frutOISC.' 1,6-bisfos-
fato. F.s.<;::i molécub $.ÍO'li trk :a, ao $C'r íragmcntadl-. produz duas
molttulas iguais de gliccrnldthlo J •fosfato.

'"t• ~~
A pa.nir dme pomo. o pr OC<$$O consistt" .:m transfe rir
os fosfatos dt' "°''ª para o ADP. forrn.ando no"amt"nlc ATP.

.
li
-
~
º'"''ª~e;.,.,

~s
f 11
Mas o prot.:$SO dá lucro, pois. alem d()S l ATP produzidos, a.
primeira reação (formação do l.3·biSÍ()$foghct'r.alo) p,:rm1t<

~io •
!'
'--.. --r
j co, º•
1'8
0 0

ºª
B~
a incorporação d,: 111:.ii,s um fosfaro e a rc--c:h~o dt" um NAO
(formação de NADH+H·).
lnd('pt"ndtniemenre do c.aminho p,er.::()crklo pda h<xo.s<.
dua.s molêculas de ATP ÂO oonsumid:u ~ ,1u..1lru proJuzi-

co,
da.s, <k modo qur, apes:i.r ,le apr('knta.r um bai.xo n:ndimt'n•
to energé1ieo (um saldo liquido d,: .apt"n.u 1 ATP)• .1 glicóli.:.c:
(e1.::ipa cttosólica) pode rcpr..-sentar uma imp,,n ante font,: ~
energia cm algum:'!$ $ituações.
O Ultimo composto form;iJo no c11opla.sma e o pinw:.10.
qut" será <xp,maJ o par.t a mit01:õnJri,1.
tn,nsporte
deel&IIOI\S Ciclo dos ácidos tricarboxílicos (CAT)
H,0 ou ciclo de Krebs
Pi • AOP AOP O piru,·a10 imponado 1>.1r.1 a mi1,~VnJna e nw1:ibvh.cJ.Jo no
CAT. h,1,·t"nJo. subsc,1uc111.:mc-nu· ., fo~fonJa.;lo o:uda1tv.1,
1SIO ~. ,r-.11,., ,...,)rtc J ,· dCtmlb .1.;opl..Jo .i :.mt,:s,: J c ATP. rõ ·
pú·ti\'JJllcntc.
As 111i1oc-.>nJri,1s J ,h plJntJ.S "-'\> org,md,h muill) St.'m<•
lh:mk) 1s ,lc t>Ulr1.» 1.1rg.an1.>llll).) , ,,, O:), El,lS ,1pr,'S<nl:aru u m .1
mc-mbr,1na ,lupl.i, c-m ,1u< .a p.1r1,.- t>l.lcrn.1 ,.- ,·omposu p.n
146 fisiologia Vegetal

Cielo do àeldo
co, tricafbox.1lico
(rect.Jçlo de NA.O)
Ceóei,a de 1tan&p011e Ptote.lMS
H, O
de elétrons Acido$ nix:lti00$
(Oiddaç.ao de NAO na Upidios
memt>rana interna) Compos:tos sec:!Jndârios

MaATPa.se) (ATP)
A.iui de elétrons Energia
a ta"'°' do grsdlenle (calor)

Rffplnçlo lnsens.i~I ao tiaf'lieto

n..,... 7,4 ~l1çõe, entre ;,, re~o. a fotosintoe e os CYentos lig11dos à m1nutençio, .o c.resdmento. Embora o <<ubono entre na plilnH
exclusiviltr1ente pela fot0uln1ew.-, ntm todos os ttó6os $iO foto»ln1éticos. f'Of isso. há I necessld1de de .c-6mulo de r1Me1va e de ~ nf.Smoi dt
mot1~• G,.......wt.-ç-l,o,.,~aç.io) qu• ,:,onlbilitClff\ a !'flplraçio ♦m t♦cidol r.io focoulnt,kkoc,. fui.Mo com qu• haj~ um flu)(O con tlnuodf
ho:oses no Sistema re-spira1órioem toda a pl1nt~ Ti l conbMlid.ck êvit1I pa,11 m1nuten{-'oe funeionatn~to CC'lul1,.

Owidro 7.1 lnf:;nr oCL•e~ mpot!dnle, p~r~ soMp«..,.rd,·r ., uma membra.na cóntínua C' outra loolitad.a na região inm·
b,IY,,,_, "''~" d<! •eiç ,~;;...o na da org.inda q ue é altamente invaginada, formando o qut
se denominam cristas. As cristas re&uham rm u m aumet1to
da $uperfíck. possibilitando qut' majs da metade de todas 31
proteinas mitocondriai.s C'stejam localizadas nessa membr:i•
na ( Figura 7,6).
No CAT, enco n1rado na mairl:i mitocondrial. o piruvaw t
oxicbdo complt'tamen1e a CO1 ( J:igur.a 7.7). Após a sua hn·
portaçâo, o piru\·at0$0frt' descarboxilaçâo (pNda de ÇO }, g('"
1
rando um radical acetil ll~do à coeni.ima A (acciil-CoA), ESS'
composto, que apr't-knta dol$ carbonos, une-se a uma molCcub
de oxaJ~cttato (de quatro <arbonos), formando t itr'.'110 (sdl
airbonos). Ao passar pelo CAT, dois c:ui>onos são perdidó5 na
2. O ATP ~~ina trifo~anol, quando ltlirmdo como fónte de energia forma de C01, regenerando ,,O\'am e ntC' o oxaloace1a10 e assml
9«• Al)P (ldenosil'\i difosfiltOJ e tosfiltOlno.ganieo (Pi}. C<N'ltudo, o fechando o CAT. OC'.ssa forma, grande parte da ent'rgin c1uimtf'J
ATP pode s.er p,od!Jlido pt'!I ,ea,c.k) inversa, por meio dl fosforlllç,k>
do ADP. desde que lwJil um1 fonte de energll::
que ntava annav:nada no carboidrato é transferida para mo·
A.TP- AOP ♦ Pi ♦ tn!rgil
léculas de ATP. NAD e FAD Cílavina adenina dinudeo1íJio),
sendo as duas últimas reduz.idas no processo a NADH t Hº r
l. A razJo AOf/A.TP i iff'lpom,nte potqve fvndon• (OfflO um lndke FADlit• respectivamt-nlé (ver Figur,1 7.S),
de dlsponi>lliida(le de ~ I • 111 cfh,,111, C,,~ haja um, g,•nde
disponlbiid,,de CS. ATP ,.. e ~ 1 1.1111 r~•t6r'8 diminui e O CAT tem pelo menos duas íun~ões imi>0rtantes na ctl1.1 •
0$ in1tfmedarios d, vil 9(kolitiu i.io dHlli.idos p.aril 'liils de ta. A primeira I: produzir energia c:/ou compostos redutou•t
1rm12enilffll!':ntQ, como • sfntew df amido <>V de lipídios
para a adcla de transporie de elétrons, e a segunda comistc
Capítulo 7 ♦ Re-spir,>ç:Jo 147

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lf.:H•H'
1J.ôsblo1icef111.0 Pl -0-CH1•~►• -00 "'Pi ·º
AfP OH

fig ur~ 7.s Via gticoli1ic• d.i respir.i(iio em plant.as. Tra~ •sedeum conjuModt ,ea(OriQu'l!ocon~ nootosol. Ao l.ido dos nomesdr)s compostos.
,iioaf)festf\tad,n su,u respecdv•s '6,tmul,n. Note que essa via coMi\ti! cm fritl)t!W!ntar :i glcos~óe modo a produzir compos1os de J <•rbon01.
No fin• I. o pi1V11;:Ho entra na mltocôndri,1, onde ~i!rà utllil<1docomowb1.oa10 pa,11 o <idodo jcido tnearboiulico. Na fa,tta de °"igfnlo. o P•"'"'"'º
POde ser reduzido a l.icta10 ou en1M> desca1bollil.Wo, produondo et..nol. Euc p1o<C"\SO ê c.h.lmado de fe,m,:m~.tlo,

em produz.ir est)ueleLos de c.irbono para o m.:fabohsmo celu- ;&) C1todninas. que aerc,:m p..ipd ctut.:1,11 no J,:.)o(molum~nto
lar em geral. wgeul (,•,:r C:1pitulo 10).
A l~igura 7.2 descreve algumas Ja) ligaçõ.:s do CAT ú'>nl o ,\ i,..-Lil-CoA iw:rw Jc Ns..- r,1r.a J SU\lt'l>I.' Je lip,JiOl> (' p.1r-.1
metabolismo de compos.1os c~cndals p.1ra a.s d lu.bs, como .as ,üs J(' bi°"inh"5,.. ,!e i.sopr..-1M1J,:_.,.,. tcrpC'nos, o:iuc. por i.u.1
os .iddo.s nuddcos. os lipídios, .,s protdn.a) e os co111pos1o.s w-1.. serY1r.io rc:i,p('ctivarn..-nte J..- cs,1udé'h1:,; b,1,u,;o) pJr-:i .t srn
secundários. teso: dos hotmóru'» w-gcu,.~g1bC'rdin.ls,: J.:tJo .tbi..:is1co ( h'f
l\ •la vlá da.s pentoses. são produitd:i.s mol(..:ubs .k· 3\U· Cipitulo:i. 11 e 11).
car1.-s de d ncó camonos. como ribosc ..- ,alrut'. A pnmo:u•.a 1t M.iis l fr;:-n1<. no CAT, o .ali;aú'1t,glu1;lr.ato i,c-nc ..:omo b,1SI."
fund am('ntal 1,ara a ~Ínlc.w tlt' ONA <' RN;\, e a sq;unJ :a pJ.rn r.lr.a a $.inlt'l>I' J.- J1vcrwi, .tmmo.a.:iJol>.. ho:111 ,;omu Je ,:Mjudc:·
poll.si,.1caridios J c gr-'nde impor11lncb n0$ 1e<:idos \';&)O.ui.\· h)$ b!I~...:~ p.lr.a .1 Mntl':i-1." de .:,\mpo~tos vi1.11!> r.t,.i ls pla.n1a.-..
rc~ Jas pla111;1_.., os ltil,mos, E \l,:;.S-l ,•lJ qm.· su~m umb,;m .:on\O .is doro,il.l.) I' o hhk.fOOh).
148 Fisiologia Veger at

H' H' H'

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Crista NAOH•W.•: • •
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- -~ -Membran;a intema •
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FA0H1 FAC ½O, .. 2tf•
-.........,. Hp ◄ ,...,...·
Hº ~ AOP+Pi
ATP
L Membrana exierna
A

FifWa 7.6 Cadeia de tr~nsporte e elétJOtU ( B). ~ «>mpostc>s redutorn produzidos nos out.rc>s passos da respiração lglicólise e Ciclo dos jcidos
tritarboiílicos) ~ utllizadc>s por complC".lCO~ p,oteicos que trandC"ff?ffl os elétrons atl- a re<fu~io do ~ r.lo e a formação de 6gua. Es1-tt pri>
cesso ocone na membrana ir.terna da mitocôndria (~. Em pl11-n~s. há uma via alte.-nativa (AOX) o.a qual a trar.slec-~l\c.la de elétton:s e • r ed\llçAo
do oi lgénio p:;,c;km '°"fC"itu dire~mente.. s.em a p.;u.s11gc:m po, dois dos complexos e: com con~1.Ntnt1t produ(.k> de <.alo, (1). Q: coenzfma O;
Cit e citocromo e.

i
O
COA NAO· NAH•

~ CH,~ ~•;,:;;.5.:C
OH
oA COA r·
1 '
"é' - e - coo· 000•
1 C<» 1 1
- 1 1
C=O I~' ~ ~
1'
CH, 1
CH, ltrato H- C1-
CCOO· coo·
co, Pi~ lo
1 HO- C-H

Or.i<;'i~to 1: 01\:
0 - NAO•
NAOH'
co,
NAOº COO·
1
CH,
1
f"'
C=O
1
coo~ coo·

HO-i~. :to, All•~ :.•lo


M;al;alo ~ ·COO·
iH
00

H,O
f'~~" /
coo~
~ f CoA
rCH, ·
C O O ~ CH,
f 1
CH,
Funwirato FADH, CHr AOP , Pi 1
FAo boo· ATP i- S+c oA
Succin:tto
o
Suecinil,CoA

figu,a 7.7C1Clo dos Acido~ 1,ie.art>oitmc.os (oudclo de Krebs),bsa~rea,çóes OCOfft m n•~lltril da milc:xóndi iae ~.ioimpo1tan1es p;.1,a a prod1,1çao
de C.Otl\pos.os reduto,n Qllt ,1,tu•rio na cadeia de ltM\Sporte de t>161rons e na produç;,o de ltSquek!tos de co1tbooo p;,,a • slniese ele d wer~
CO"'POStos«-lula.res., Os carbonos em vermclhõ s.Ao pro..,.niente-s do M.tcil·CoA.
C.pituk> 7 • Resplraçlo 149

Outra p,arte dos ami.no.icidos deriva do ()Jl:aloacetnto, 0 ácido 1ricatboxilico e 2 ATP p<>r e.ada FADH~, poii .1 oxkl;1çio
qual, corn o fosfoenolpiru,•alo, servt de base para a chama• deMe Ullim() l ligrirJm<"ntc diferente. No li.nal. o rendim,n10
da via do ácido chiquími,a, da qual se Origi~ m os alcaloides, geral de produç.io c.lc A'f P pel-a mito<õnd.ri.a ê de 12 n li A'íP
flavonoides C' ligninas. Tambtm nessa vfa f produzido o âci<fo por molécula de plruvato (ou 2◄ ;a J◄ A rP por molécul:1 de
indolll 3-acêtko (A[A), lilormónio com papel proeminente glicose).
no desenvolvimento das plantas (,·er Capítulo 9). Na Tabela 7.1, mostrJ•K o b.llanço go:r.iJ com valores apto-
No que concerne à íunção ener~tica do CAT, é importante ximados c.le produção de ATP nas diferenteJ ct::i~as do pr~~-
salientar que alguns aspect<» morfológicos das mlloc0ndrias so respiratótlo. Vale a pen.a rt-ssahar que a c:adc'." ~~uatona
s-ão essenciais para entender sua p1rtk ip.1ç.io e stu :i(()J>la• produt «rca dt' 90% do ATP do processo res~1ntono ~omo
mcnto com o processo de 1ran.sportc de clt trons. o pa$S0 fi. um todo. Por .sua vez, .a partt dl) procesw que n.ao ntctss1ta de
nal que produzir:\_, proporcionalmente, a maior quan1!d.1de de oxlgfnio (a glicóllsc) produz $0m<"nte 2 A'f P. ou seja.. apt'n~
energia para a célula. S% cb cncrpa do proctsSo.
Pelo fato de a mitocôndria ter duas m<"mbran.ls (,·cr Figur.a
7.6), isso posslblll1a a exist~ncla de um compartimento cntrt Via da ubiquinona ou via alternativa
d as (espaço in1ermembranas). Nesses e-$paços, os prótonuão de transporte de elétrons
bombeados e isso, como serã visto adiante, é e$Seneial ~r.i a As miloc:óndrias e.las plantas 1<-m pcculiuidades que n!o s:MJ
produção de ATP. O NA0H+H' to FADH1, produzidos ptla comun.s em outros orga.nismos. Uma propried;1de: 1mport.:inte
oxidação do piruvato (ou s.cja, do CAT), doam seus détrons dtlas e a pí<'sença de uma rota :'llternativa doe trtinspo,,tc de
para um conjunto dt complt'xos prott'icos presentt'.s na mtm• dêtrons (,>tr figura i .6 B).
brana in1erna da mitocôndria. l('V',lndo io tercriro ( último A C'J.dela de transporte de elCtrons pode ser lnterrompid.a
pa$$0 da respiraç!o, conhecido como cade-la d( 1ransporte de por certos compostos químicos. como o c1;1nt10. o monóx1<lo
elétrons. de carbono e a rotcnona. O cianeto.. por exemplo. i bem co-
nhecido como um p,otemoe e p<'rigoso a.goente que pode ICV3t
Ca deia de t ransporte de elétrons animais à morte rnpid.amC'ntC'. No oen1-:ir110. essa inih,çio n.lo
A e nt'tgin potencial armazenadu em moléculas de NAD e FAD é 130 evide-nte em plantas. As mitocóndriu da.s cilula;s vcge•
reduzidos (ou seja NADH+H' e FADH}} produ-,;idas nas eta• 1ai.s apresenlam uma protdn.1 a m,us na adei::i dt tunsportt
pa$ an teriores (glic6lisc e ciclo de Krebs) secl utiliiad"! para :a de <litrons (çh;anuda de desidrogena.se aherna.1i,'3. AOX na
prod uç!o de ATP no passo final d::i re$p1f':iç:lo, chamada ca- Figura 7.6 8), que p,ermhe que o tr:lnsporte de elétrons ocor•
tleia de transporte de elirrons ou cadeia rtspiratória. Esse pro• ra sern a necess-ida.de de uso de todos os complexos proteicos
('('$$O ocorre nas cristas das mhocóndri-ls (\'e r Figura 7.6 A), presentes n.a c::idcla roespira.1ória. Além dWO. esse s1s1eml ic.1-
Ne»(' proce.s.so, os clCuons siio transferidos par.a compi<x():S paz de cfctuar a redução do oxigênio. lim dos resultados dtssl
proteic:<is com potencial de ox.idorrC'dução cada vei mais bai- via ahcrnativa é a produção de ct.lor. Quando os elétrons p3s•
xos. Associado a essa transkrência. de ( lé'lf'()fU,, ha um fluxo de s:im :1trnvé$ d.a via alternativa. dois dos compltxos pr0-1eicos
prótons (H") da. n, :urii para o es.pa~ enrte ns membranas da de 1ransporie s:\o evil-;,dos e não há .l fonnaç.lo de ATP. Com
inilocôndrin (ver Figura 7.6 8). Ao final dessa cadeia de tnn.$• isso. a t"ncrgia. que RéSSe$ dób passos St"ria armaunada no
pone de e!Ctrons, cada par de elCtrons ( do.ado para um ox.i• ATP. é lib<'rada na forma de c:ilor.
g~nlo (½Ol) junto a dois prôtons (I(•), fonna1,do moki.(ubs Alguns estudos t~m mostrndoquc, cm c<rtos C.\SOS. 3.S plant.a.s
dt' ãgua. O gradknte dt' pH ,usim g,endo no espaço entre as podem u1\liur ~»e ·artiticioAde produç-l o de C.llor para obter
membrnnM c na matriz da mitocôndria constitui uma rtstr• vantascns «ofisiológic.u. Por txempl<>.. 3 gcr.aç-lo Je ..-.t.lor p<ir
va dc energia potencial detroquínllca. Ali m dess.as proteínas co:rtas llorcs consegue é:l'timular a \'ola1lh:ai,;:ão de ,ompo:,.to:-
imvo)vida.s no 1rarupórt< de elétrons, a mC"mbr.ina interna da
mitocôndria apréstnt.i um comple.xoen:1.im~1ico por rMiodos Tbbd a 7. 1 ~lan(O com vak>tes aptOllJmadoSóe p,od\l(Jo d;.o ATP N
quais os prót01\S pódém voltar a matriz a fa\'0r do graJie11té ,espi,,a,ç.k>..
de conccmrnç:3o. Ao deixar p.ass.ir os pc-ótons. cssc cOcllpfe~ Ci.to, o l ~ndim""nto h11i,11
xo I.LS;i a energia liberada. para fosíoril,u o ADP. produi lndo 2ATI> Gllc~
Al'P. Estudos recenies com algumas dpkies hcnup:itasit.tsdo
gênero Viscum ê"Vldenciaram, curiOS,3mente, ql1e pam· dest,..
2NAOH+W
ro~ dO(ilOMII
•' GlicO--w

sistê"m;i de fosfod l.1çiio oxidativ.a q1,1e trnrufor,: "l\!1roru parn


a ublquinona foi suprimido: nâó Sé sabe amd-;\ ao certo qu:tl
'
MltG<OMn a
k ria o motivo deSS3 delcção em alguns dos tmrupor1.idorcs
dt elétrons e modilicaçõcs \'enfkadas n.i. ,mzima ATP sim.i.se &NAl)H • H'
m
dessas C"~1>édcs. lfAOH, "' m
A cadda respiratória rcpr.,..sem.a .a p1 mdpal fom..- J,.- ATP lATP c,r
das células. Embora seja difícil píl'('is.ir o r... 1w.lunento llo pro• lot.al ÕII Ol1)Jn,1,l,l 30
ctsso, cerca d,: dois ou n(i. pl'ó ton:s ~o bombe:tdos J o ~p.1(0
entre as ,uembrana.s p.i.r.'I c:u:I.\ ~.'l étl'Oll qu..- flui pd o sist..-nt.,1
(c..'lda NA D1-1-tl l' oxidado se torna NAU·). h)() corro:sponJ,: TOlÁdJ t~P.,11(.)0 ,.
ã for maç-âo de J A1'P 1,af.& .:-ada NAU 1,..Jum lo no cidu llu cn c111H'>1111or "'"">DO•t,:,.,. fl•1,on1, '"' ..-.1o ó:1, .14!IJl)i u,u,0uu"'"
1so FiSlologia Vegetal

f que ~'\~o ~rn 11inaliur sua prtscnça e posição parn polini• órgão. :alguns produtos podem $t apn:s,entar cm maior q uan.
zadores. ~ ,nodo, a respiração está sendo usada como rndo 1id3de em um dado momento. A Figura ?.4 mostra todo o
~ romunkuç.ão ear-re ct111s pbn1as t animais. proccs.10 e .suas principais huerligaçõe,s, desln~ndo principal.
mcn1e o papd fundamental d:is hexose:s.
Ferme.ntação A$ hexoses entram no sistema por meio da fotossintese ou
Em siluaçôes nas qu:'liS a disponibilidade de ox:~nio Cb3ixa, pela mobilltaÇ'lo de rtserva$, e, a par1ir do uso de sua. energia,
a célula nõo pod<' completar as t-rês f.iiies da respiração, pois é poSS'ívtl preservar a manutenç.~o e o crescimento dos tecidos
a fo1t:i. de oxigênio imp<"dc a axidaçào do citocromo (ver Fi• vegeta.is. Assim , dtpendendo do lipo de cstínmlo ambiental.
gur.ri 7.6 B). bloqueando lodu a$ elapas anteriores d.a cadeia a planla pode rtsponder de forma diferente. Um exemplo são
d<' transponc de elé1ron$. Tal impcdimcn10 é crucial para a plantas em situação de hipox-la ou o.noxia (falta de oxig~nio),
produç.iO de energia. pois, conforme descrho anteriormente, Para r«pirir e manter o metabolismo cm detrrmlnado órgão,
a cadcia de transporte d<' dttrons é a parte tC$ponsá\'d pela efa.s precisam fazer ferment.iç.ão. O utros exemplos são o uso
produção da maior quantid.3de de ATP (,·er Tabela 7.l). da vi,1; alternativa insensíVf:I ao d .anttO para a produção de e.,..
Essa situação pode se dar e.m raím, cm R'giÕ<'s onde o solo lor ou, ainda, a produção de gra.ndes quan1ld-::ides de c;oirboi-
t afag-3do. como na ,'li.rua Anm:ônica. As plantas dl.spõem de dratos e proteínas, caso esteja ocorrendo arm:.zenamento de
mtaanb:mos ndaputivos para sobrtvh-cr a esse estresse. Ncs• re.scrvas e.m sementes.
$C$ 1K:ido,, o fluxo de c:ubono é desviado no final da \ia gli• O sistem:a met:abólko da planta pode, cm um dado mo•
coliliea e e> pU'\J\·::itc> é redutido pela enzima lactato desidroge• meoto. estar vohado para a produção de compostos do me•
nase. prodU2.indc> l.acu1c> (Figura 7.5). Esse est::ido metabóli~ tabolis:mo sccundirio, pc,,r exemplo, no caso de ataque de um
no en1an10. não pode ser mantido dr modo prolong::ido. poi$ patôgen~ como para o arm.aun:imento de grandes quantlda,
o ae,)mulo de b.ru1c> l~ à addifi~ção do dtosol e, eventual• desde carboidratos (amido e saarose}, caso o ambiente sej:i
mente. à morte d::i «tula, Pan cvitar essa situação, o piruvatc> fa,·orâvcl para isso.
pode ser diesarboxibdo a actta1drido e este reduz.ido a etanol Essa Rcxibilidade de resposu :ao ambiente Interno e externo
(Figura 7.5). Os problema$ causados pelo acumulo de etanol é fundamental para a sobrevivlnda d.a planu, sendo o con•
são inferiores àqueles orlgln::idos do :acúmulo do lactato, des• trole homeostático do metabolismo extrema.mente complexo.
de que não haja acúmulo de acetaldeído. oom mecanismos de controle de diversos lipos. O co,wole de
f,c)i ,--cri.ficado na ervilha, por exemplo, que ::i coru::entr.&çio det<"rminada ,•ia pode .ser feito dlrt1amente por inibiç;io ou
de etan()l na se:i,·a do xilcma em solos inundados pode chega.r :ati~o de uma enzima por um cofator, pelo próprio subs·
a 90 1nM. Caso a planta seja ruhivad-::i em l.abora1ório em wn trato da enzima ou complexo enzimático ou. a.inda, pda ação
subslnuo com etanol, a concc-ntração de dano) da selva podt de fitormônios que podem levar a aheraçõet na transcriç.io
cheg.ar a 970 mM. Os problr mas prcn-ocados pela fermema• de gena que alttram as dem.andas de compostos por deter•
C'lo. portanto. rs1ão m.ats reladon,1dos com baixa producão de minada via.
ATP e sua.s conscquéocias metabólicas, um,11 vci. que. sem a e importante salientar que o pro«sso respir:atório como
cackia de t.ransporte de elétrons, apenas as duas molécuJas de um tcxlo não apresenta um único ponlo de controle. A in•
ATP produ.tidas na ,ia glkoUtka s!o ger::ida.s para cada glko- tegr::içâo dils outras vias me1abólicas com n resplr:içlo com•
~. contra ce,ca de 38 produUdas qusndo h:i oxigi!'nio. preende um grande númtro de pontos de co,urole rnela•
Em plantllS que se desenvoh-cm em solos perm.anememen• bóllcos que 1rabalham de maneira integr:ada e equilibrada.
te afagados.. no en1an10, adaplaçÕt's morfológicas especifica.$ Por exemplo, um dos controles d.i via gllcofüica é a reação
como pneum.a1óforos.. por tx('mplo. são ncces~rias para e,·i• de fosforlJ:aÇio do substr:uo frutose-6-íosfo10 para fornl:tr
1v a c.ondição permanen1e de hipoxi.a (baixa conc<"ntraçâo de fru1osc•l,6•bísfosf.lto (ver Figura ?.S}. O substrato ê fo s•
ox.igênfo) e permi1i.r o desenvoM mtnto, Em ouc.r.is planlas. a forilado pela enzima fos foírutocin:ise e transformado em
adaplaçâ.o pode resuJta.r n.a form.aç.io dr aer(nquima nH rai• írutose• l,6•bifosfato. O ponto de controle d ess:i pa.nc Jo
us, dur:ante o alagamen10, c:ont.ribuindo para maior didtncia metabolismo n:side no f:110 de que :i enzima fosfofrutociJ1ase
no transpor!(' dc ga.sn. tanto para acra.r os tec:id05 da$ raízes I controlada pela conce,'!ração de ATP. que regula a enz1m.t
(oxigénio) quanto p.ara facilitara d iminação do etanol produ• alostericamente, Quan10 mais ATP. menor será a velocid;ade
zido durant(' es.s.t processo. da reaçdo, regulando. assim, esse pon10 espedlico do mrta•
bolismo. Essr e apenas um exemplo do quan to é organizado
Variação do fluxo respiratório de acordo e bem con1rolado todo o pnx:esso respiratório. Embor:i s~
com o estado fisiológico da célu la 1enh:a um conhtcimen10 razo.in:I sobre o fu nciom,mcnto
Pelo que foi vi~10 ate agora, as difrrente:s fases da respiração d,1s vias melabôlicas que formam o processo rcspi1·:i1ódo d:u
podem dar uma idefa de que o íluxo do ear bo,,o e a energfa plantas, as formas de integração com ou1 ros processo~ aind.l
nc> pmc,uso .sejam cons1an1es e.m todas as cflulas t, por1an10, são pouco conhecidas r dever;i~ em pan e, ser elucidadas por
também a dis1ríbul~o dos produtos da glic61i.S<, o CAT e o meio de estudos mais aprofondadoi com abordagens ,,cuaíS
transport.: de elétron~ (produtos inrermedi:irios. cncrgia cm di: perfis mel3bólicos., model.igem dr processos e simulaçód
forma de ATP e C'alor). No entanto. o prousso como um lodo compulacionais com algoritmos n1atemá1ico3•
é C':Xlrtmamtnte dinâmico e interligado por dh•tf$:lS ,•ias de Pode-se concluir, a p:iriir do l:fquema da Figur.1 7.2, cp1e
modo que, dependendo da íunçJo da célul.i em dc1tm1inado o pr()Cesso rcspira1ório é ccmr:il p.ir:i tod.;1 a célula, t.'$1:tnJo
"9ftu4o 7 ♦ Rtspiraçáo 1Sl

rdacionido direta ou Indiretamente com todo o mttabolismo RaJu.s aqu4licu apresenta.m um tipo ck partnqulma ad:ap•
celular. tado à função de reserva de ar - o flt rlnq uimo -, que. albn dt
Há. porim, outro nível de integração que ainda não íol con- ajudar na llutu~ão da planta, retém oxiginl~ para o ~roe.~"º
templado: a integração entre d ·lulas e órgãos. A seguJr, serão rnpirató,k> (p. ex., Ludwigia sp.).. A fonnaç::,ao de aacnqwma
descritas as caracterfstka.s do proceuo de respiração nos dlíe- nas r.ab:es pode st>r induzida t>m aJgumas planw em respos•
rtnte-& ôrglos das plantas, procurando mourar que o processo li .a condtÇões de anoxla ocasionada pekt al.agamauo. Ne.su.•
respiratório é dinàmico tambim no nfvtl dos órgSos vegecais, situações. entlmas hidrolfticas modificam dou degr:a.dam a
parede cclul.ar em rtgjõd específicas do tt>ddo_ radicular. ~
Resplraçlo nos tecidos e órgãos modo que aumentem os espaços internos do tecido que proYe
o oliglnio.
Quando se considera a respinç.ão na planta, geralmente st re•
fere is trocas gasosas (absorç!o de 0 1 ou emissão de COJ rn• Caule
lizadas pelos órgãos. e não ao processo molecular de oxldaç3o Os caules vt1du, suculentos. que aprt>5entam csi;rutura primá•
da glicose. A taxa respiratória varb de aeordo com o tipo de ria, (azem trocas gw>sas com o meio peta epiderme, enquant0\.
órgão. a Idade, o ambiente, a escaç.\O C'lc. Cada órgão vtgm:I naqueles com cre$dme-nto secund4rio. geralmente o 0 1 i pro•
respira de modo independente e recebe, em geral, carboidra- vtniente das folhas. Nesses caules. a respiração é rmis inten,a
tos (geralmente sacarose) para •queimar~ no proctSSo deres- na região do cl.mblo vascular e íelogênlo. ondt> 00V1,S d lulu
piraç5o celular. A .seguir, serio apresentadas as c:aractffl$1.lcu est3o ~ formando, crescendo e se difucnel2ndo. As troas p·
do proces.so respiratório em cada órgão d. planta. $0$31 nos auJcs com CttSCimento serundârlo são muito ba.i-
,w e, por iss0\. o O: se difunde pelas células ~ ulina.res. Alguns
Raízes tipos de caule podem apresenta, estruturas conheddas como
As raíie& são órgãos que ret piram muito e interuffl\Cnle, visto /~.r1rkdm (Figura 7.8}, que facilitam :lS trocas gasosas oom o
que, para assimilar nutrientes, ê necessário um grande esfor• meio. Em cacdccas. porém , as trous p.sosas só ocorrem à
ço e-n ergitko, levando a planta muitas vezes a re.alocar o nu• noite, com a abertura dos estômatos (vtr Capitulo S}.
triente Já assimUa.do para rtduiir os custos de assimilação e Em caules subterràneos. o 0 1 se difunde dt> célula. a. c8uJa,
importa,ç5o para outras partes da plant2. Um extmplo disso é como no caso de Allium « pa (aJho) e S,olanum t u~l"01US (ba·
a. mobUluçio de nitrogênio de folhas senesttntes para outra.s tata}. Os cau1c:s aquilicos a.presentam g.randi: quantidade dt"
em desem•olvimento. O substrato utilizado na. respira,ç.io das aerênquima, que, alé'm da ílutuaç:lo. a.cumuJa O: para facilitar
rai.us ê constltuldo por carboidratos vindos da parte aérea via a respiraçl o (p. ex.• Nymphu,a, Victoria ama:onica).
Ooem-a, a partir das folhas, ou dt reservas arm,m:nadu t1TI
céJulas vizinhas que um dia também se originaram da íocos• Folhas
slmese ( vc-r CapituJos o e '1. 1), lx todo$ osórglQS veget:lis.. u folhas são as que mais re:1.lium
A energia liberada pe.la mpiração radicular ê utiliz.ada u ocucon1 o ambiente Os estôma.tos ( Figun 7.9) sã.o as estru•
para a sintese dos componentn celulares, para a formaçio 1uras res.ponsi\'eiS pela. maior parte d,s trocas &1.$0$l$ l"dliu•
das estruturas m.undárl:3$ (quando hooV('r) t nos proctSSO$ <.Us pelo ôrg¼o. A llber1çllo de CO~ptlu f~hu é dttt>rminada
de abso~ão e acúmulo de nutriemes mineto.is e, t-:imbém, de pela razio CO.lcm' da, irea. foliar~ Em folhas de fciJ.àO. 3 wa.
re-serva, Raízes primárias e rafzes jovens respiram multo mais ra.plmôria ch~ga a s.er dei wus ma.is alta no período inicbJ
inie nsamente que aquela.s com crescimento secund!rio. A ex• de desenvolvimento. diminuindo drastic.uncnte conforme .u
plkação para tal fenómeno ésimples: raítes prlmãriase jovens folhu upandem. Ao miesmo t(mpo, .a taxa rc:spir.uôria. rei.a•
têm m erlstemas cm contínuo processo de alongamento e dl· danada com o cresdmen10 tem um pico duran1t> o intervalo
feren cfação. o q ue é disptndioso do ponto de vista. t>ncr~ tl· de t2:<n.s mixim:u dt up;ansão foliar, voltando gr2d.niva.mc:n•
co. Raízes em cresclme,uo secundário 1ambêm 11!,m a.s ctlula.s te aos p:uomare-s lnk.1:1.ls. Em alguns \"t"SC:tai$. quando .! folha
meristemáticas do dmbio e :is a.nu.as qut ~um in1ens:a• esti próxima da tlbscis.lo, há um a.umc:mo c:<pritUiv<> na. t.u:.1
mente. respir.1tôria, que diminui algum tempo anteS de .! folha .:.llr.
Nas raizt>S, o oxlg~nlo nect>ssárkl para o processo rts.pira• Es.se fenômeno est:i pouivdmt>ntc rel:ldonaJ.o tom a. rcab$0r•
tó r-io advém principalme,ue do próprio solo. R'-LS t3tllbêm di çào de compostos (lon3- m,.inoâcidi», nutricntd e .açúc:uu).
parte :iérca. No pr imeiro caso, o solo precisa apresentar boa sendo armazenados como rt>sen •a pa.r:i pi:ri<>Jos <m que hi
aeração, o q ue facilita as trocas gasosas com a raii. Quando a. variações sai.oruis, como OCOfff cm biom:a) d<' rq,'lôcs tem·
a1lvidade respiratória é in1ensa, o O>'.igtnio pode vir também perad:u. Nc-sSt"s amblemn. onde hi períoJ O$ <m qu< ,1 plant,.
da pa.rte aérea. A proporçi,o entrt> uma fonte ou outr.1 deptndt csli sujcila a mudanças txtrcm.u n() duna., m«amsmos como
exdu,Sh•amen1e de cada espécie veg:t"tat Plant:is dt> mangu~-- scnt"scêndi d.1 folh.. fatiem com qu,e <ss:as rcscn~.As sc)a.m mo•
zals ou de pànlanos rttlt':lm oxigtnio do ar, p01 « usa da ba1• biliud.as p;ara outl'.lS p:irt<:s Ji ptuuJ e <)toc.tJn.s..
xa quanlidadt dt oxiginio dls.solvidQ na água ou pr~clllt no f sscs mecanismos de $Cnc-scênc,.a < .ibsdsjo foli.1t c)tâo
solo. Para t:into, desenvolveram uma estrutun>.<'sptd.ll p:iro as assod:idos à Jti\'id;u.Je d.: uma. s.eri< di: hormônios \·t>gctais,
lroca.s gasosas deiwrnin:id.a pne,mmt6foro (p. u .• ,., viwiil, ni• como JS dlo,;inina.s.. .LS :au:un..1s e o .k,Jo absdsico, (!UI.', Jirt.'U
tld" e Rhitopl1om 111ti11.efe). Outras pl:intos pod<m apri:Stmar ou indire1;1mi:nte, proml)\'<m um .lUl'fk:nto da 1a..\'.a respirato•
respira,çào an:aerôbica (p, tx., Nupl1ur). ri,. n:l3cion.a.Ja .:om o Ctl!'SO:imcnto .ut,. qui:J.1 íoli.a.r.
152 Fisiologia Vegecal

Figura 7.8 Lenticela.s (.sttol nos c.a.ulf-5 ~ mataJ)Mto (Senno ftfi<ufoto) IA e: Bcom e sem alagamento. 1espeoivamM1e) e sabugueiro (Sombuws
sp.J (C). As ,~ a , fadTit-am a c:nu-.cla e a cons,equente Cheg.tda do oxigénio M celula.sdodmbiova!-C'ula, (CV), que se dividem intc:nwmentt
d,.ontt o (r"1<imtnto Sf'Cundârio. Na pan:e em ve,m!tho à direita. a ;ibertu,a central (St-lO) é tida como um lcx;• I de entrada de oxigfnlo. focos:
W.ngc Mluoni-\l\1o,elí0$ l,sabugueiro): A.drillnaGt-.andis e Bruna C. Arenque-Musa (rnata•pas;to).

Quando a exp.tnsão foliar aling<' o máximo, taxas elevadas muilo importante quando a foih.a alingc cxpan5ão miÍ.XilN,
de: uslmilação de CO, (íotoss{ntese) ÂO limbt'm atingidas.. pois se trata de uma via essenda) para a. sintcse de ácidos nu•
A libenÇio de CO, (' inantida consu1nte em \'irlude da taxa dcicos e carboidr.1105, Es:sa via, além dr produz.Ir CO:, rege,.
respir:nóri-2 dt manutenção da focosslnte$e, de modo qU(", cm ncra alguns carboidratos que podem vol1a.r à glicólisc e postc-
gera!, só hâ docré$cimo da respiraçlo quando a folh a já ê$tá tiormtme k r degradados no cido de Krd>s. A pcn105e.fosfato
pn,liwnmtc moM..3. (rlhose•S•fóSfoto) ainda pode dar origem a ou1ro açúc:11·, ,:i eri-
A ina.nutençio da taxa respira16ri2 ne.«:u '""nrliçôM pMP ttO$C•-4~fo~,fat~ qu< nio pl\'IJut C01, ,mo v rigln a plgrm,:nw,
K'r explka.da peJa degradação de ou1ras subs1âncias. como as pré:$,entes cm p<'talas e fnm». colorindo-O$.
proteinas. AJim di.sso. hi a via d.as penlo5es (wr Figu.1,1 7.2),
Flores e frutos
Normalme11le, o processo de ftoraçlo em•olvc umn grond,c de-•
manda ,upiratória cm plantas. Além da ncces.1idade de cons·
lruir os tecidos florais, após o dest,wolvimcnto da llor, h.\ <li•
vCl10$ processos reladonados com a polinl2ação que cm·olvem,
cm muitos casos. a ·comunicaÇio" com animais p,olini2,1.dores.
Em muhas npêcits, em virtude da cSlratégia ecológica df
produçllo de um grande número de flore$, a dcm:mda <"ntr•
girica é ele,•ada. Nesse ca.so, ~r«c h:wtr, durante O petiodo
reprodutil'o, um:1 prioriuçi<> da entrgfa 1>ara l"S.SC proctssó
e-m detrimento de outros pr<>ccs.\()$ de desenvolvimenlO,
Em geral, a fecundação bem•$uccdlda resulta na forn1:lÇ'M
de ftu1os, Estl"S apresenlam uma aha taxa tt$pira1órla l<>go ,,o
início da sua forma(.10. ou mesm(> anil'$ de 5trcm formidos.
Ainda duran1e a formação do tubo polínico, hâ um :1umr1110
nos teores de AIA no ovário da flor. Ccmcumitantcml.'ntc. a
Figur• 7.9 M1C10itopi•~ luz mowando a superfíci,r aW,1d.tl 1We,ior) taxa rcspira16ria se eleva, o que ..-st:\ possin-fmentc reladon.l·
~ uma folha de jatoba tHymeNJe(JCWfbOf1f}.. Em amatelo. são as c'"° do com a in1ensilic.ação da atividade metabólica 110 ov:irio,
lulas da t'piderme e, em and•flturo, .asctlvl11s·9u.)1da dos l"st6'na1os, Ap6s a fecundação, toma-se- neeess:'ifia a tran$IOCa,;ão de nu·
tendo .o lado deo e.adi vma cêMas levemente eswrde.idas cham11d.lls
cêlulas companheiras. Nas folhas, as lrO(a,; gasosas ocorrem ptedo• trlenics das folhas vizinhas par_. o ovãrlo, 0 tiuc e,wolvc ,1111
minantemt:nte pelei e~1ômatoi. f:oto: P<1ula f . Costf... Soúlnge Mauo• gaslo energético com ider:ivd, Uma vei ,1ue O fruto ei.t.\ for·
nt-Vlw-i,os e Marcos S. 8ucb!ri<f9i,. ,nado, este apre$entar~ umn tax-a n.-spiratória mai.s baixa.
Opltulo 7 ♦ Re<plraç,o 153

No procc.,;so dcamadureclmt'ntodeccrtos frutos, hà um au- 3 $M:nro,e t C)soUgos,aearklio, dn ttrie rafinósl<a ((rijao. kn•
mento rápido e in1enso da taxa respiratória, íaundo com que tilha t ervilha}. F.stcs p s4o ~ocadM durante .i m:11uraçâo
o fruto amadureça rapidamente, &se processolcarac:eerlstlco da srmente, sendo degud:ados, dur.inte a gc-rm~;lc). rapi-
de frutos dimatirios , NN$e tipo de fruto sucult'nto (ahac3.le, damente, à medld:t que a lll.ll.1 respiratória ;aumen1·; . A van-
mamão. banana ete.), há a produçào de elileno, um hormônio tng_l'111 par.a aJ se-menl(':S t-m armazenarem e.sws <ompo510s é
vc-ge1al que acele-ra o amadurecimento (hidrólise de amido. o aceno ripido. uma ~1, que !lo solúwb e c:s1io prt'scntrs
síntC"SC de plgmen1os. amaciamento de parcck:s, liber3çio de nocitopl.asma e disponivcis para uso imedfato. Com isso, Jogo
substâncias voláteis etc.) (ver Capítulo 19). Trat:uMntos com após a (':mbf:bi,ç.âo, a semente perde m.ass;a, libtt.a CO, produ•
etileno eltvam a respiraçio e a<:denim o amadurecimento de zindo a e-nc-rgia nctC$Sári-a para o de-senvolvfmmto inicfal d.a
frutos climatéricos, sendo este procedimento comumt'ntc uti• nova planta. Essa resnw inicial é crud;al para a germin:içlo e,
lizado para fins comercia.is. Nos fru tos não climatéricos, a taxa dependendo da eslrarég,ia de cstabtJtdment4) d:. pUntul:3., O:I
metabóliai. é menos elevada e o amadurecimento é mais de- cocíll dones podem .ainda :aprcscnt:ar gr;andn quatiridad« de
morado. Nes.ses frutos, mesmo adicionando-se rtileno. a vt;IO- rt.SCMS de c.arbono que serlo utilizadas t.amlxm n.:i produção
ddade de matura~o nào se ahera. [sso pode ser observado em de tnerg.la pel:a via rcsplratóri:a.
laranja, abacul, uva ele. Alguns rJpos de sementes germinam com pou<o ou mesmo
O cfeilo da lempc:ratura. sobre a taxa respiratória dos frutos na ;iu.$1:ncia de oxigfoio dlsponi,•cl. como i o c.uo do chama-
também pode K'1' facilmente observado. i.sao é. lxllx::is tcmpe• do anoi de vir.zca, cujas condições de ~rminação No prati•
raturas retardam o amadum:imento dos frutos., f.ttendo com camtnle :anaeróbica.s e a obtenção de e-nergia k' dá por meio
que a taxa respiratória se mantenha baln. Contudo. tempe• do ptOCesso de ftrmen1:1.ç~o. Sementes de plantas de mangue•
raturas elevndas, principalmente à noite, aumentam a 1axa tais utililam a fermentação parn a germinação, proces.so a.na•
r«piratória e aceleram o amadurtelmento de frutos. BalX3S etóbko que- representa a única alternativa que ~sumente,
concentrações de O,, sob reduç!o da temperatura ::i.mbJente, t.!m para libtrar H· d0$ NADH+H· acumufados.
podem estJmuJar a iesplraç!o anaeróbka, mllls prtds:unente
a fe rmentação. enquanto altas concem~ôe, de COt inibem Controle da respiração nas plantas
a produção de etileno pelo fruto. retardando o am:idurtei• por fatores Internos
mcnto. Na estocagem de íru1os (pós-coleta), combinam-se a
rcduçio da temper:i.tura e de O, e um aumtnto na conccnlnl• Disponibilidade de substrato
ção de CO?. Os tres fatores atÚando juntos mnnttm :is tu:u Os principais substratos do proGesso re1pintório slo or•
respiratória$ do fruto cm nívets sufick:nremente baixos.. retu• boidratos e lipidios. origin.indo•St', direta ou indirecamcn•
d.indo, assim, o amadurcci.mento. Sob cond~ões fuvorá,'ti.s te, do procmo fo1ossi.ntêtico (ver Capítulo j ). Apt'$,lr de ;i;s
de armazenamento. frutos dt maç~ colhidos em março e abril ta.tas respiratórias cm difercntt's órgãos e cm Í1oSC$ diastint3.s
(no tsras!IJ pOdem manter suas pt'Opried2de.s maltera.<1.-s por de dcscn"olvimento poderem ''O.fiar dentro de determinados
até- 1 ano. limites, lod::is ;'IS célulM prt'ci.s:a.m m;inter a tu:a respir.atóri•
A classificação dos frutos i!'m climatêrlcos e não d imatéri• de manutenção tonsta.ntc. Qualquer f.uor que influencie na
cos não é r(gida. pois muitos frutos aprtitnlam libmiç-io irre-· diminuição das quantidades dC$S<'S substratos e C'm s.ua pro•
guiar d e COl' como a jnca (Artocc1,pu1 lllt!!grifoUa) e o jambo duçâo 0<.1$.io-na.ri uma diminuição d.t. t.un. respir·,uórfa do
(IZuge,iia malc-ct',isis). órgSo ou mesmo da pla.nta inteira. Portanto, a ta:u mpirn.tô•
ria nlo pode ~;ar dir<t.imcnte ligada i fotossinie,e, pois css.:-
Sementes processo é extrem:i.m.:-nte v.1riâvtl e depe™Unte de condições
Durante o prOC('.$50 de gcrmin~3o. com o aumtnto da enlta• :imbienta.is cidicas (lui t' tcmpcr.1turn). Nesu .\t'nti.Jo. a solu•
da de água por emlX'biçâo, o mi!'1abolismo celuJar i reati,•adó. çio p:arcbl pat',1 o problc-ma d.1 disponibUldsdc .:ominu..1. de
E'-Sa re.ali\'ação me1abôlic.a pro,·oa uma sitie de mudnnçns substrsto to armatcnamt'nto de aç-Uca.res de rescrv-.t par..1 que
fisiológicas (wr Capitulo 20). Uma das conSi!'qutncias cOnSis• seja possh'el sua u1Uii açã(i Jurnnre o pcríod-0 cm que :a fo1os•
te no aumento d.a 1axa respiratória, :a..ssod.1.do à n«rss.id.Lde sintesc não estâ ,u i,·:i.. N;as folh.lS.. n..s pl~nta..s .um.,unam amiJo
da utilização d.:l$ reSi!'rV\l.i energitia.s ex.lstentd no endosper• durnnte o pedodo f(>tOs.sintCtico e o mobihz:.un p:an pro..:tssos
ma ou nos cotilé-doncs. Nesse periodo. ococttm a hidrólise respiratórios. de mo1.IO q_ut' ,•a.ri,1çõü mu,10 inleruJis nas. la.x.JS
de óleos por bctao,:idaç.ão e a produção de açticnres.. füOt"mO• re.s.pirn1õrias possam ser minimiz,1J:u. E$..c .am,Jo <: <h:anudo
nlo.s e divers.1..S enzimas hidrolilicas (protea.scs. bet-ngabCIO· de amkio transitório. Ncss.:- caso. a re:,cn.·:. pode ~.:-r , ooslde•
sidases. alfa-amilase-$, bctagluc-.,n..'ISl"S. nucle:iscs e1c.). Como ra<b :a curto pruo, pois O processo lnlttro lc\'.l um uni(O J ia.
con~iuênda, o -:uuldo ou outros poliss:&(aridios de rcsc:rva, M.i ootr.1s form.1s Je armuenamcnto Jc rcs.:-rva por um
proteínas e an,inoáddos ~o utilizados cm 1"3rtc n;a respir.l(:àO. pr,.1.10 m;ii.s longo par,1 mant.:r o pro.:-tS)Q r.:sp1r.atóm, par-.1 o
cuja taxa elevada se dew a.o crcsdmen10 Jo eixo c:mbrionJrlo dcsl!nvoh•imi:nto d.a pl.in1:a, São cxl'mpl~ ~ :o,.:-m.:-nto ,111< .ir•
e à divi.sllo cdular. maun.am gr.and.:s o.)Uõlt111J,1Ji:1 Jc am1Jo. P" lissa..:anJioi: de
Para que O proct"sso rc~pil':'ltório o,mra. há 3 neüi;sSid..ule l"t'$Cr..-.a J.:- parcJc cdu1.i,· ou 1iptJios. T.u11 ..-umpw;IO., 1l.:.1m
de 0 1 disponivel no solo, já qu.e a maillfi3 d.1s snn~ntd g.l·r• .uma·un:idos ..ksJc o tin.al Ja fru1iri.::J,;ào .11~ que ,1 M:nlt'.fl·
mina em boos condlç!ks neróbicas.. Ourante a g..:rmina~o, ~s t.: s.: enc1Jnln- .:m u ma suu-a,.io fa,·or,1,.,tl p.lrJ. gl·nnm;u. Os
sementes ulili~"'lm como font.:- inid nl de'c;ubono ru rdptr.açao 0:()lllJ'lbl OS .!-1! rl!11.:-rr.a J k)ng., pr..u.o s;\o Jc-gr.irJ:aJo> ,1pl\S a
154 Flsk)logia Vegetal

germinação. fomccC"ndo energia e m;atéria para o cresdmcnto como a aliilldade da c-ni ima é muito maior que a conccn1ra.
da pli ntula e seu cstabdedmento no ambiente, çào atmosférica de 0 1• seria posslve.l supor que a respiração
Em \i rtude de seus produtos de dcgradaçio promovcrcm não "presentasse dependência da ooncentraçJo de oxigênio
composios distintos (s:acat'Qsc no caso de (";lrboidr.itos, ami- aimosférico.
noácidos- no caso das pro1cfna.s e acetil-CoA no caso dos lipí- Noenlanto, ~ outro problema. Ao entrar no tecido vegetal.
dios), a existênci:i de resp;raç.ão ligada à mobilit.,ção de diíe- o oxigeftio p:usa de uma &se gasosa p3ta uma fase liquida, ern
ttntcs ('Ompoi.tos de reser\'a pode ser observada por meio do
que a sua laxa de difusão é ctrca de de~ mil vezes menor que
quociente ltSJ)ir:t.tório (Quadro 7.2).
no ar. Nesse caso, a taxa de difusão pode ser um problem;i.,
Em sement«. a degradação das reserv~s C râpida, o que au-
pois se s3be que tensões de oldg,nio mc-nore, que 596 podem
menta,, de maneira tnnsilória. a dlsponibiUdade de substrato
para a respinçlo. Isso pmnitc um m.aior consumo de eMrgia
ser limitantes para a respiração.
durante o desenvolvimento inicial da plântula. Um procCSS,(l Aparentemente, a.s pl.anla.s $Olucionaram esse problema de-
gmilar pode ocorrtr em plantas hcrl:>áceas do cerrado. que senvolvtndo rotas gasosas de difusão por espaços intercclula-
aprcscnlam órgãos wblerráneos de rtscrva. Em plantas da rts, Nesse caso. a Umltaçlo de difusão deixa de ser lmport;antt
famílfa da.s asteri«u. por cxcmp1o, os órgãos subc.erri.neos e permite que o oxigênio se difunda pelos espaços i.ntercelul:a.
podem armazenar quantidades sub.st:1.rtcia.is de frulMos (po- rcs dos tecidos \'cgctais, garanlindo que ele chegue em abun-
lissacaridios compostos princip.alme:nte de frutose}. Plantas dância ao seu local de consumo.
que adotam essa CSI.Talégia. de cstabeiedmcnto e adaptação De modo gtral, :is pl1nta.s nio são 1ão atiws quanto os anl•
podem perdtr a parte aérea durante o in\•e:rno, quando hâ baJ. mais, "tlsfatendo -se oom baixas concentrações de oxlgê.nio.
:u disponibilidade de ígu;a no cerrado. Na prtmavtra, ocorre ent.rc J e ?9i.. .su6cientes para a manutenção das taxas respira•
a degradação do poll.$$acuídio produzindo frut0$t livre, que tóri;as do vegetal. A conce:nt:r.aç!o de OJ na atmosfera. C estâvd
acaba sendo metaboli:r.a.da a sacarose. a qual C tr.t.ni:p,ort;i,da e, portanto. não compree:nde a causa teSpoosável pelas varia-
pan. os órgãos em crescimento que utilium os açúcares n-0 ções na taxa respfr:itória, No entanto, essu vari.ações O<Om:m
proteSSO respiratório. com taxas mais elcvada.s c-m decorrt.n- em virtude da disponibUidadt de oxigênio para as células. Du•
da do pt()CC$$0 de descn\-olvimento em curso. rante as hora$ de exposição à luz. tccidos fotossintêticos pro-
duum O: e, ao mesmo tempo. consome:m psrtc dele na rcs•
Quantidade de oxigénio pir3çi.o, À noite, não hã produçlo de O,, ma.s este é difundido
A concentnção de O, no ar (21~) ide aproximadamente 265 no interior da planta pelos espaços interêclulares. Mesmo eom
~ t Por sua \"t:Z. a K,._· da enz.ima que usa o oxigênio, a oxi- os estômatos fe<hados, o 0 1 se difunde para o interior do vc•
da.se do citocromo e. i de aprox:imadam.entc 1 µM. Portanto, ~tal pela cutícula, que não é totalmente lmpermeáve.J ao gás t
cuja reslité:ncta à sua cntracb ecompen.sada pela concentraçio
na alm()Síera deº~· que é mu.lto m.:iior que dentro do vcgecaL
A disponibilidade d<' oxJgiênio é mais critica para as rllizes.
OuodMtt ~tório~ ta ,mçao entre a q!Jbndd1de de molêculas pol$ o 0 1 disponivtl no solo é utilizado também por íungos,
de gis atbOnlc:o 11,etado pet. o:ddaçio dt' um substr-ato no l)tO«SSO b;i,c:térias. proto1.0árl0$ e .inimais que ali vivem, Ourante t
~ ó r i o t • quantldadt c:lt l'l'IOléculis c:lt ocigfflio coml#niclu ~ra
~ t:f.~ sul>sW!o. PCf ~ a ~ a c:ltgr~.ao c:lt uma após as chuvas. o ar do .solo C substlluído pd a água, momcn·
mof«ula dt gllooM no p,octsso ttSpirat6rio e ~ ~ molf<:utas to no quaJ a quantidade de oidgénio .se torna b:11.xa, poden•
de 0 1 t Mberi seis molécula, de CO,. A niDO tnt ~ o CO, libtfido t oo,
comumicfo, o Ofl Cnoasa. QA = 1 para I glkcm-). lno KOMtc• po,q~ do causar hipoxJa ou atingir a anoxia da raiz, Muit;i.s r.,í1.cs
n.t tnOf«ul.1 de g5c~ o n.:ilN!fQ dt áitomos dt OluQf,niO f igual ao dt e semente.$ conseguem sobrevi\'er por algum tempo â cus1a
J,t0tn0$ dt cadlono
ape,,u da respiração anaeróbica. Porém, e;sta não é suticicnfe
C.H,.,.0, +601 -6C01 +6H,0+ tnt'rgi"a p,ara manter o c.resdmentoe, S<' o período de ano,cia for muito
011 • _ __,
600, longo. certamente niu.ito.s indivlduos morrerão.
60, Um exemplo de pl;u,ta que pode cres«r por um longo pe·
~ o s.ibwlto o'fgradKlo 1p,t1oent1 um numero de acOMOS dt riodo oom baiu disponibilidade de o,cigénio é o arro1.. Tu•
,tornos de ufbono. o resultado do QR
o:ciginlo Werior ~ nUme,o de btrculos, como os dt b11u1;1, ou raízes tuberosas, como a da
w,a um._..~
menor qv! como oc~ no caso do uso de lip~ou
pt'OltÍ!'l.iS N~.Como
1.
okidc>
tll'.tmplo. Utf f l - tste.\(ICO:
cenoura, nio aprescniam dtsem·olvimenio sa1isfatório na au·
$ência dt respiração ou mesmo $0b baixas taxas de respiração
C.,H,.0 1 • 2601 -.18(0 1 + 18H,0 • enewgia
anacróbica. ~ãmbi0$ \'ilSCul:'lres de tronco$, cm gemi, podem
,eco, apresentar h1poxfa, e n tretaJltO muhas âfVQrcs cont~m lentice•
Oll • - - • 0,69
''°, las (\·er figura 7.9), que ptrmitem trocas g.as()Sas e difusiio de
OJ por uma quantidade nia.ior de csp11ços inicrcdulares.
OUMldo o QA I mNOt q.,e 1, ou o 1,ubmato f (,coem oxigMio (jódo
OOC-'lico • X,11,0. • Qfl • 4) ou ~.,a oc:ouie:ndo rtspl~ an.MróblQ. -"
qut em •natrobiost o COMumo de ~nlo f nuto Temperatura
A temper;atura rtprescnt:i outro fator de no1ada infl uência n3
respiração. principalmentt d uran1e ru eshigios iniciais de de
• Conu1nrtdt Mlc.hadi). q,ut ,ntdr • alim,dadr dr uma mdm• p<,,r ~ 111b~· st"nvolvimrnto da J>lanl;a, A parle airea, trn quaJquer cs1:ígio
1r110 ~ q11an&o rncoor a K.,. r'llaj(lt 1 .1;fi11ldack, de desenvolvimento, em um perfoJo de 24 h, e~lá suj<·•t:l :i
c:.pkulo 7 • Respraç.io 155

grandes e bruscas mudança$ de tcmptr.ituu , o que nilo mm• para a fdpi raçao. O quock .nte t(:l;piratórlo (rviio enln' C01
tece n.a mesma pmporç!o com as rattes. libcrildO e O coru;umido - wr Quadro 7.2) pode st'r usado
Na maioria dos tecidos, um aumento de IO'C, n:a íaixa m ire como um bom ' índkador do t ipo de submato prcdomin.inte•
S e 25°C, aumenta cm dobro a taxa ~píratória em virtude mente cmprcp.do. A vu iaçào da disponibtlicbde de w.bstrato
da elevação da alividack eni lm;hkn.. Abal.xo de S-C, ;i lua permite e,ntmder a maneira pel:.1 qual .a «spir~ mpondc à
rc-.splratória é muito baixa. sendo apenas para a manutenção dc:manda de energia mctabólia (utllW,Çio de ATP). No cn4an•
do indM duo, enquan10 30 redor de 30-C ocorre um aumento to. ainda não se sabe ao certc>se a oscilaçio d;a rapiraçlo de um
considerável. Tal resultado é interpre1ado como decorrência dnôo ótglo I a UJa ou conxqucnda da oscUaç.\o panlell da
do foto d e o O: não se difundir com elidência nie.ss11 1empe• disponibilidade de subst~to, presenlC$, Olwbmmtc, aistem
r2tu.ra. Tempcratura.s iguais ou superiores a 40"C diminuem a muitas situações nas quai5 certo, composto~ produzidos como
eficiência da respiração por cau.sa do compromC'timento ou de agt:nlcs de proltçlo contra organiJmo5 externos sio tambim
danos à maquinaria nuim.itk a ou em eoofflJUência do l'Om• inibidores ou des.Kopladorts da cadtia dr transporlt' de e.li•
pimento das membranas de Ol"g:lnelas. dcg1'11dando também lron.s t. portan10. afrt~m indirdamcntt a mpiração do tecido.
proteínas e cn.z.imas. Qu:tndo se pensa em controle da rnpiração. ~ idrias dt
& lxa.s temperaturas d o utllti.1das no armazenamento de demanda de energia, dbponibilkbde de substntO t tau re,..
frutos e tubérculos a fim de dlml.nuir a tu a respiratória e con• ,e
pirat6ria sobrepõem. Sob b:alxos ni••'ri$ de substrato (c:ar•
servar o alimento. Reduzindo a tempera1un, con&cqum tcrncn• boid~ 1os e âddos o,pnic:0$), a atividad<: respiratória pode
te se reduz o consumo de carboldratos,consernndo a estrutura es1.ar Umilada por esse difidt. Quando o, nívris dc subflrato
e a composição do material cole1ado. Quando batatas ,àO man- aumen1am, a rcspina~o pode excedtr a demanda por energia;
tidas abaixo de S°C. as tuas de brotação e resplraçlo slo ttdu• me1abôlica. Nessas condições, .1 atMcbde d:t rota aJtnnativa
zid.u.; porém, nessa lcmperatura o amido idcgradado a sac3J'O• do mccabofi.smo respiratório (c:i.1.neto•mis1ente) i :aumt11ta•
,e. conferindo um pa)adar dcsagrad.h 't':I. Contud~ descobriu-~ da. Como visto anteriormcnte, tsS# via alternativa pemute
a oxid-'Çào dos substratos t a reduç.\o dos agentes rcdutOttS
que a temperatura entre 7 e 9°C impede a dq;racbção dc111mido
e a broc.açàõ. aumentando a dur.ibUi<bdt das batalas. Assim. a (NADIPI H. FADH:l "1TI, no entttn10. produzir grandes qu.:.tn•
reb.ç!o entre 1empe~tura e respiração lnttríere nu. n trutura tidades dt ATP.
e no paladar dos allmtntos. € por IS$0 que a conserv:açlto dos Consldenndo a planta como um todo, ,1 t:u:i de re.pinçio
alimentos em geladefra redut a taxa respiratória e con~uen1e- depende de três processos principais q Ut rtqUC'rrm c-ncrg;ia:
mcnte awncnta a durabilidade dos ,-e~tais. manutenção da biomass.a. acscimcnto e transporh: ck KKlS {\ff
Figura 7.4). Estirm-se que o custo para a mpiffl(ôo de manu•
Feriment os e lesões ltnf,W$Cja de 10 a 60'1) dos fotousi.miJa.dos produzidos por dia.
Qualquer dano mec:-.\nko ou ataque de mktt)ll'g:tnismos em sendo a maior parte dessa C'll<'rgi.l dirtcionada para a rtnov.1 •
um~ r l:an1:a r ror\'KWe um àumento d.1 s t1:1 1111n N"qiir-Miwb, çio de protcinas e para a manutenção do gradkntc de ion.s J)('la
principalmente no tecido atacido. Esse :aumento pode rcsul• mcmbraN. A rtSpirO{ilo dC' CttUimtnto tsd1 rtlackma~ com o~
tar da atividade par;t a clcauba,çOO do loc.al ou da produ~ de pro«&'SOS biossintêticos (produçio de biom:u.sa•c:n:sdmtnto).
substâncias de deíes., da planta parn atKar o paióg(no. Nesse Esse tipo dt respiraç.3o miucr g:ranJe consumo Je w~dr.a~
sentido, o t«:ldo expo$10 pceds:u:i produzir M>St~ndas do para gerar energia (ATP e NADIPJH) e esquelttos d< carbono
metabolismo secundá.ri() rtfad onadas com a dcfe-sa e tambcm para compor a bionussa .:acumulada. Em tcddo.s h.eterotróliau..
sintetizar macronio"culu as.,;ociadas à corutruçAo dos novos a produção de cnergfa dep<:ndc c.xclusivamente cb tdpi DÇ:io.
tecidos dur:uu e a ckatrizaçOO. Os meambmos de cootunicaçio enquanto. C'm tecidos fotoul nre-tizantcs. tais compostl)('I podem
interna que levam â res;po.s!a dos tecidos à l<"$.\o envolvem uim srr obtidos dirtlamt'nte da (()IIOSJintC$C. Alguns trabalhos de--
re-.içio inicia l de hlpersenslbilicbde, sei;uida peu produç-lo de monstr-;ar-am que 3 r($piração <k Ctt$Cimcnlo sofre um Jttnlso.
substâncias qut alterado o metabolismo dos tecidos:idj;attnla. mo signific:Ui\'o ao longo do cklo ~ , kla das plantas. 1.."llquanto
1

a rcspiraçio de manutcnçio se maniém const:.mtc. finalmcnle.


o frtms.p<mc dt k»IS i! moliruLu pela n,('mbr.t.n:,, pod(' .k dM
Respiração na p lanta inteira por c:inai.s ou cam:·.-Jores, e <~s proce.50s t.&mb.:n, r~ucr('1'1'1
As alterações no me1abolismo ~ ira1ório de uma pl.:.tnta po• e~u..-gla mtt:ibólia. oriunda d3 ft$pir.-çlo. Assim, 3 planta pre•
dem ocorrer dladanumte (sob rondlçóes de ('~tessc de t.:,n• cisa lançar mAo do si.seema f.:$f)iratôtio para .lb~·i:r ~ maao
peratura, umidade, lumlno.sidack, o.taque de pa1ógcnos, entre <' micronutri..-nte$ fünJamenral$ p;.1n a consm~lo J..- Séll<ô cor•
outros), ao longo de su3 ontogenia (&triuinação, tlorcsdmen• pos. O.:idoi sob~ttnl que 3006 d0$ (WCos rt.-spir.1tórios ~ 1.lo cn•
to, frutilic.ição) ou ,azon:i.lmentt.•(muda.nça.s diees1.:açõ~). T:ais \"'Oh'iJó.f com .:i a.ssimilaç-.io Je iocb,, ffl'l.u.:i.tllO apl."nas ~ dos
mudanças na taxa rcspiralória podem srr obs.:r,•adas n;a plin• cusios s..\o p.:ir:a a prnJu\""lO J..- r.lUC'i j0\'('11.'1,. Alem Jb.~o. Jpó>
la como um todo, mas princii>:tlrll('nle naqudcs ótgâOIS ,na.is a cons1ruçAo J:u molt!\'.ulas funJ..untnt.1.is 4uc com()\'>c.'ffl o.sd
expos1os ás variações, com<> 110 si.s.tcma r.Wk:u1ar cm condi• coq,os (.l\'ÚC:m.'ll..1ipiJws, protdn..lS (' .ki.Jos ul.Kkteos), ;,i.s c<lu·
Çôes de solo al:igado, folhas alaca.Ja.s ,,or füngos ou ín1rns du• bs ptteis.lm se ma.ntcr cm .:o,~nt-.-"ú'lmunk.-ç:i,o'" pdl.l u,1ns~
ra nte o climartrio. porte de ~UC:U-l"li (prindp.1l1'1,ntc .:i s;a.:,mhc) e OOrmónioi
l~ 1uisa.s tfm nl0$1t".ulo ((UI.' as oscil.:açõ..-3 IU t:a;\a rl'spirJ• \'l1,"<~J1S. 1\JOO b.il.l f~ p,utc Jo Sbtcm;i ~ ga.,,tos <nc:rghlcos
tôri:i de de-1erminado órg..io podt.'m e$tar rtladon~.as c~m r,1..-rll.k~ !la mtroJUÇ.k>. como J() ihc.:m.:i Jt .:omumca,,;:\o in•
a quan tidade, bem clullo com o 1ipo J..- substr.ato ,hsJ>Ont\"tl tt:rn,, JJS pt..m1a,i,. V.ata compnxnJ('r 1ndtwr () íundOn.u\ll'nto
156 Fislologia Vegetal

(lesses slstcrms de comunicaçà~ f importante conhecer c,s mt-- No contexto «ofisiológico, t in1portante contrastar a in,.
eani.s.mos de- $.inalitação disparados pela luz.. pcla temperatura e portància da rcspiraçlo com a da fotoss.Cntese ern relaç:Ao ao
por hormônio~ tipo de planta. Um fator~chave p.ua qualquer planta é a m;ii.
AJtm dos fatoR"s limitantes para rt'spiraçfic, jj comentados nutenção de sua 111.xa de crtscimento. A ideia de que essa taxa
3nte.riormentc. existem outras situações de esttl'sse (biódcas e csttja diretamente relacionada com a taxa de fotossíntese t
ablôtic.u) capazes de c::ausar altt-rações nas taxas respiritôrias tentadora~ mo.s h5 evid~clas de que isso não ocorra sempre e
e. consequentemente, afetar o Cl"t$Cimento d:i pl11nta. Em ge~ cm todo, os casos. ê ttrto que parte do carbono assimilado é
ral. u condições de estresse levim a uma ele\'açio inkfal na tranúormado em carboidta.tos e servlrí como substrato para
rcsplraçio em , irtudc de um aumento na demanda por ener• a resplr.ição, mas i.sso ,•aria, por exemplo, conforme a capaci-
gia (c>u maior disponlblUdadt de substra.to temporariamente) dade máxima de ne:s(imenlo de cada espécie. Plantas de cres-
ou pda atl~ç.lod:i rota altem aliv.a (cianeto-resistente). A lon• cimento rápido (pioneiras) a.s:s.lmilam mal.$ do que respiram,
go prazo. pode ha,"tr qu~a no processo respiratório em razão enquanto nas de at$Cimento lento (sccundAria.s ou dimax)
de menores tua.s de assimilação de carbono e no metaboHs• essa diferença t bem menor. Em âreas degradadll.$ onde hã re.
mo cm geral. Todos essei fatores. associado,;, promovem um generaçio natural, prtdomina o crescimento d e espkies pio-
crescimtnto mais lento dos organismos. Isso pode ocorrer em neiras que coloniiam o ambiente rapidamente. pois suportam
caso, nos quais u p1ant:LS sào expostas ao estresse salino, ao muita luz e têm um balanço de carbono positivo e ripldo, ou
df6ci1hídrico e ao ataque de pat6gcnos. stja, maior acúmulo de biomassa im-crsamc-nte pr0porclonal à
tua de respiração. Apc:w de a respiração poder ser maior nas
Ecofisiologia e respiração espkits pioneiras comparadas ã.s espécies secundárias,, a relo.•
çlo el'llre acúmulo de carbono e a te"Spiro.ção (taxa de fotoss(n.
A «ofuiologia pode ser de.finkb como uma ciCllcia experl• te.se líquida) faz com que u pionri~s sejam mais et'iclentt'$ no
mental que visa a estudar e descmu os m(CaJ].ismos fisioló- investimento a curto praio.
gicos que dc.1:mninam o que ~ observa na ocoJogio1. Por isso, ê interessante observar ainda que a situação é diferente
compttender as consequé:ncias da.~ altera.ç6es. o controle e os em cada tipo de ambiente, e os faton~s limitantes ou csti•
aspectos fuiol6gkos da respiração em plantas 1em grande rd~ mulatórios do prOccsso r1!$piratório em diferentes partes de
vinda para a «ofisKllogi.a ,-cgetal. f>'Ma compreender melhor as cada planta do dl.slintos. Apesar de toda essa complexida•
co~ ubleias «ológic:u do que foi aposto até aqui, ê ~ .
de, é possivc.l obser\•ar padr6e$ na maioria das espécies. Tal
rio rcfk.tir sobre como o pr0Ce$$0 respiratório ocorre na planto consmaçio sugere que o processo respira.tório cm plant.is é
intcin.. considerando ainda su1 i.n.se.rçio no ecoss.istcma. e\'Olutivamente conservado e confirma que a função prind •
Como mencionado anteriormente. um dos fatores que in• paJ do processo rC$:J>iratório i mesmo a de capacitar as plan·
flue:nà am a rtspiraçio na planta inteira é a idade. Plantas jo- tas a obter energia, seja para a produção d e ATP. seja p.ara a
vms e p::i.rtes noviS dr plantas adultas apiuentam taxas rcspi• produção de calor.
ratór1as devidas em rda.çao, respecuvamente. ~ plantas mais
,-dhu e partes mai$ \"elhas.. Em plantas jottns,. a rt.$plnção
Bibliografia
reb.cionada com os 1ecidos cm descnvoMmento ê de 3 a 10
vetes m.aior que a taxa teS:pi.r.atória associada â manutenção. U~nan 8B. Grubse-m W, Joncs RL Bk>c.htmh.try and mol«ulu
Com isso, é possfrd inferir que a$ 1uas respiratórias do con• bic,loay o( pbnu. Marytand: American SoclC"IY o( J>lant Phy,1,.iol·
ogy and Molecular Riology; 2000. 1367 p.
junto de plantas t-m um dado biama (OorMa, cerrado ctc.) Lambcn H. Chapl.n Ili FS, Pons TL Plant physiologycal ccology.
em regeneraçã o aprcsenttm uma taxa ttscpiratória mais aJta New W1rk: Springer: 1998.
como um todo. Pu-a que o saldo ~;a positivo e o baJa.nço de Nd:son DL.. Cox MM. 2000, Lchningher principais o( biochemi$1ry.
New Yort.: Worth; 2000.
massas do sistema se torne fa\'OnivtJ durante o proct$$(1 de
suuulo ecológica, as taxas respiratórias mais altas dettm Rocha HP. Frri1~ M, Rosolem R. JuàrC".i RIN, Tannus RN, Ligo MA.
e1 1.I, Mruurements of CO! C"xchan~ O\'tr o1 woodl:wd !la vaona
~r compensadas por ians fo1oss.in1ttkas ainda mais ahas. (Car.ado Sensu slrktu) in Southn$t Brazil. 6iota N«.11c,pka.
MettoroJogist:a.s aJcuJaram que no Cerrado. por uemplo. o 2002;20).
conjunto de plantas apresentou, durante I ano, um saldo de ~ lbbu'}' FB, Ros.sCW. Plant pli)'!óio&ogy. Sdmom: \V-,1(1s,,...,rth; 1991.
apenu 0,1 toneJada de carbono lixado por hectare cm relação Xnlder J, Rugen N, Eubd li, licgt-m1ant1 J, Br.i,un HP, A~m;e o(
c_omplu l implkatcs l'Cafrallgen)tnl of th" respirnt(1ry chain in
â.s tilimali\·as de respi.raçi0,. Js:so explica o lento crescimento f.urvpc-vi mJ"lf'IOe. Q 11r Bic•,L 2018;28!1606,I).
ob$crvado, em conjunto, du plantas neu e bioma. Taí:r l , 2eigcr E. Pb.n1 p.l1piolot:y. Sundtrb nd: Sin.11uc-r; 1998.
Parede Celular
Marcos S. Buckeridge • Aline Andréia Cavalari •
Giovanna Bezerra da Silva • Adriana Grandls

Introdução (composição), Depois, serão dls.cutidos os modl'los que ttn•


tam explicar como os polimeros se arnnj.am, gerando as pro-
Quando Pedro Álvares C3bral chegou ao Brasil em 1500. uma priedades emergentes que formam o que hoj-e: s.e chama de a,.
das primeiras providlncbs tomadas pelos portugueses foi man• qultl't\lra dn pa.ttde u lular vegetal (es1rutun), A compn:mJão
dar escrever uma cruu pari o Reino de Portugal. aviSU'ldo o rei da <omposição e estrutura dos compontnte:s e de como cstt'S
sobre o que tinha enoontrado. Na car1a, escrita rm PlilJ>C~ Ptro do arranjados no complexo de pO!ímeros que forma a pMtdt
Vude Caminha descreve a nova terra, salientando.entreoulm permite inferir suas funções principals na planta, ajudando a
coisa$. o valor de suas plantas. Algo que nem Cabr~ nem Cami• explicar os proeessos de crescimento e dmnvolvimento.. que
nha podl.am saber na tpoca é que tudo mo só foi possível graças constituem a essência da fisiologia vtgetal.
à parede celular das plantas. AJ íamosas cmvda.s que os crou·
Por último, há uma breve exposiç.io sobre al'gwn:as du
xeram haviam tido construídas em madeira e sua.s vt:133 mm principais apUcações da parede cclular em biotec:nologfa vtge•
feitas de pano. cornpos:tu princ:ipalmente pelu paredes cetula-
tal. bem como o uu papel rui ques1:io ambiental cm rdaçâo ao
rn das fibras e d0$ 1eddos vaKWam de pbn.1as. As roup;u dos sequtstro de carbono diante d-u mudanças dinúticas gJobais
tripu.Jantes eram todas feilas de celuJose, a comida de origtm cm cuno no plante:..
"'~1 trazida a bordo foi a fonte de 6bras qut íei os intestinos
das trlpulaçOts íuncion.rtm durante a viagem e, finalmente, a
cana de Ca.minha foi escril.t sobrt a oelulose.
Estrutura e localização da parede celular
O exemplo da descoberta do Brasil dtnoca o fato de que i Você já pensou cm por que uma plania pllll em pi? Árvo-
muno dU'icll escapar do envolvimento da pueck cetuJar dos res aung.uam tamanhos e alrum ( h:a sequolu no henusfeno
~get::al.s em qualquer evtnto, pauado ou moderno. Lsso por- norte com quase lOO metros de alrura) que. meimo depoi$
que todas as «lulas veg,etai.s são tn\'Olvidas por uma matri~de de milhões de anos de evolução, animais ja~s consquiram
polimeros cham;;ida parede celular. e, ao US3r qualquer produ• ~tingir.
to de origem ,·eget;d, direta ou indiretamente, emprcgam-.se as As plintas t(m estruturas que podem S<r consid<radas ~i•
proprledade-s rLSkas e químicas da paffi:ie cdular, lops aos ossos, isso porque. em 1e<idos vcgcta.i.s.. cada «lula é
Da mesma forma qut rui hi.scórb. e no dia n dia. na fisiolo· envolvid-:i por uma estrutura chamada de p;ucde celular (Fi•
gia vegetal também se pode a6mur que a parede «lufar es1d gura 8.1). Ela é um complexo dt polllm:ro.s que 6ca do bdo de
rclaclonada com a maioria dos e"en1os biológicos, Há alguns for:i d-as membranas celulares. o chamado apo~ro.
poucos proct"SSOs fisiológicos cm que a parede é determlnan• Os 6sk)logistas chanuun d< apoplasto o espaço c:ústc-ntc
te direto, como o 1ransporte de 6.gua a k>ng:as distândlls n:is entrt as células Ycge1ais. Eua é uma ca.r.1cteristk.1 mar,:.mtc
plantas pelo xUem::a e pela abertura dos e-:iloot.iltos. Porém, em das pbnta.s.. pois o apopla.s:10 forma um esp:1,;o continuo que
qualquer íenómeoo fis iológico nos vegetais, a parede ter.\ umn liga o ex1,rior d,1 planb , qualqu"°r célula no ttddo \'cgctaJ.
participa~o. $tja na gttrnlnaçã~ pllSSllndo pelo creschnenio O apopbSto pcrmci..:t toda a plania e sô e interrompido p<:·
até o dese,wolvimento de (olhas. flore$ e frutos.. las "estrias de Caspari" lo~indas na ..-ndodern,e t'J.dicular.
Como a parede c:stá envoMda cm todos os procd.-sa>S fisloló• ls.so quer dltcr que, se u.ma mol.:Cub do? .i~ g1nh-ar o ('$paço
gicos. com maior ou mi:-nor iauensidadt, n:loi possl\'d ,nendo- .apopUstko. ao cheg.;ir 3 endodcrmt da raiz. da m'i abrig;t•
nar e discutir ol'Stc cap;tulo 1Q<los os papéis biológicos que l"3 tori.lmente que p;.1ssar pelo simpla.sto, ou .k'Jll.. por Jentro da
d1!$émpcnha 1t11s plantas. bem como p«m.:o-.lr lodosos c:iptulos c,Hula. O tran1p-.lrtc de :igw dl!'scu,-e ~ pro.:euo e a efü.: 1-
deste li\'ro coloc.ando a partde ,,os difererues conl(Kt0$. Nes• ência desse lr-Jn~portC". Nos ,;asos J o xiltn,a. fiei daro o papel
se sentido, os kitores slll co1widll<los a usar os ooc1hédme-ntos cb p;atl'de celular, no qu.d 3.11 .:clul.ls pttd.s.lm ~uporur .:nor•
adquiridos ne.ste capftu)o e:, ao le-retn os o.11ros, p.:iguotar .1 si mcs forçJs de C<nslo (fori;:.i.nJo .a separ-..1,;W .:ntr,: u celula.s) e
mesmos como ;, parede podt es1ar cmx,lvi,-la nus difo~nt<s coe-são (mantendo JS cclul:u 1u11tJpost;U) p.1ra \{UO: o prous.w
processos lisiológkos abordados. • . de transporte Jt> .l~ua se-j.l .:omplcto. JesJt' .i <ntrad,1 de- Jgu.i
Nes1e capítulo, s.:-rlio primtiro mostrlld:is JSClltac1.:nst1.:.ls "ia pelos rJJicul.J.rl,"$ (plJf capd;inJade) at"° .a ,)\.la saída pelos
quimlcas e fisk;,s ,1-:i p.m-Je, qul' !oi d.:linem ..-s1tuiuraln1ente dtÕm.ltOS,
1.S8 fisiologi~ Vtgttal

o ap<,plasto pode ser definido como um e$1'><1ço d,cio d~ pouco mais $Obre quem são eles. N1'1 T.,bek1 8.1, são d 11das
ãgu2 e w luh», em qu~ e~tão di"\'t~OS compoStos que a 1,lanta algumas inÍOmHIÇÕC$ imprulantC$ sobre a estruturo quh,1ica
sin1et i:.a e (r.mspotta. como aç,í~rc-s. aminokidos. e ~ompos• desses .,,,·1<:ateS.
10s do mc'l'aholismo s<"nu,d~rio. Ê..sses «>mpostos s.i o d ..·no• A paretle ce-luJar vcgelal di\lidc•sr em !rês domínios, sendo
minados roleti\'amente- m atrii cxtrat"dular regct,11 (MEV). A um domínio mkrofil>ríl.1Tenvolto por ou1ro domínio d cno•
p,irrdr c<"lub.t f:11. par1e dJ l\l EV e. jus'lapm la ;\ parede, l.'$1~ a mim1do m.'ltri:t. Podc~sc fo:t.er uma analogi3 com o co ncre10:o
lamela. mtdia (figura 8.1). qu(' ..d mcnta- as c,tufas cn1rc sL A domínio mk rolibrilar uria como o ferro e o da matriz ~ riam
lamria ml'dia é formad3 por p«tin35 t ~ prrmcivtl a \'á.rios a areia e as pe:dras. O domínio mlcro6brilar é :il1amcn1e e-ris.
compo~nos dt balX"o I\C:S0 molccul:tr. talino e homogêneo, constituido basicamente por ctlulose e
hc-miceluloses e confcrr rc:sistê-ncia e rigidez à parede celul-'r.
Química e bioquímica da parede celular A m:urli , n:i qu,a) o domínio celulose-hemicclulosc se inse-
re, C fornt-'da por subst.ind,,s 1>k l iCII.$. A p:uede é um com-
Para comprtender a a.rqu.itctura d3. parede celular ,·tgetal e
partimen10 dhli mioo das células \'egt(31S em que ahcrnçõrs
sua. composiçio nos difcren1C$ tttidos. é impor1ante entender
ocorrem a todo momento. AS$ím, íatcm parte do parede vá.
as propriedades químicas e 1Tsicas dos polímeros. Em inNlia, rias prolcinns (entre elas. i>rMeíoas estruturais e enzimas) que
909o d2 parede celular é composta por i!IÇUa.r(1.. Se forem con• operam sobre os polimeros de açúures - este é ch amado dt'
sidc~du loda.s as possibilidades de lig.,çõcs cntTe ()$ açúcares domínio proteico.
cm pare-d.."$ cclu1ar<"S dr plantas. o nômcro de combinaçôl"S
pos.sfrcis passa de l.S bilhão. No c.ntanto. destes, apenas algu• Celulose
mas dcunas ocorrem. Acelulose é conside1ada um glucano. ou seja, um poliss.lcaridió
Conslder:ando que a maior parte da p:irede cc.lular e com• formado por unidades de glkose. A cduJosc aprescn10 long:&$
l')()11a por arOOidralos, torna•sr fund:unen1aJ entender um cadeias line:ires (ou .seja, SC'm ramificações) de glicose unidas

F19uni 8 .1 fotonWC.ogr;)Ílil de ctlulas d(' íolhà, de Hym~ cOUf•


oontL fJa,iob~) ,nour;indo delalhes da p.,r~ celula, pnm.átla cuma
célula pahçJd1ca) fA)e dil pa1edecelul,11 secundâria fllb,as do s,stema
vaS<'ul,!11)18~. PC: Piltede Celi.é,r: ML: &ameia mêdi,\;V: vacUDIQ: A: gfâ
nulo di: ,1m1do; SI, Sl. S1: umada, da parf'de St"Cundària das libtas
com d@posiç~o de celulo!.i: em diíc1entel sen1idos. Ess•s cetutas têm
parede pómárla (PPt, Que cons1itu('m uma Ma car'll8<.f..i de 1orn c1M..I
mais e~UIO !ponta da 1ct1•J, Imagens di: Ma1celo Machàdo (' Ma,cos
8~Ckt'ndg! (2007). C. Se~çJo oans~1s.tlde urna ,ai2 de fNjà,o vista em
m ttf0$COp1i1 dt nuo,t-w:enda. 0\ vaSO!. do lfilC'ma são vi11os ;)O ce11va
e o b<ilho <'U-' tt"l11c,onmcom a p,ew,onça de ligrnna. o ar'le-1,_o ,edor
dofetn vascula, é •endodem'(!, e os pontos claros hctaJ a, ctrnia$ de
Ca~p-3,y. Imagem cedida 11t:toOeparrame-n1odc- 801,; n,cil do lnsihuto
de e~ncias da Uniw.,~ dede SJoPaulo uo VSP).
Capftulo8 • ParedeCtfular 159

Ta bela 8,.1 Químk.l doHarboldtatos.


Poll•hidro,claldefdo: no1eqve no H OtlH ôHH ,'çl)carl?\ ou t.11boldr,11,CX WOde-finldm COfflO ~
<.11rbono 1 (últlmoà •squCfda. em '- 1 1 1 1 hl(J,a,l,11deídos e ~ 1 defivae:los. Eles • ~ t a m v.t,10'1
vermelho) h6 um ,1,1(Seído ,.; c-c-c - c-c-CH,at grupemeMOS hkf,odi t um g rupa""'nto .lfdédo ou tl!tl)l'l,t
0 :,,- 1 I 1 1 ffll suas molk.1,11:n.. ,'q1,1tl"" <Offl 9rup,tment0l Mdeid0 \IO
HOMHOO
c ~dm . ~ e osdo r!po"1~ \40 •' c ~.0-\ooll•
Poli•hidro•l<eton.: note que nesse 0 lf Olt H hldro,laldtldos t ,11\ pcli-hldrcndtt"'"' » ~ .is un ~ , bi'loCII\
r;ASOhâ IM"lla ( tl Ol"til (no <,arbono 2. do\ ca1boldr~o'I. Svbstanoas com IIS c.aracterhtiu, ci~, t,.\o
,~undo dll e,sque1d;i p,1,-,1, tl direlt11J HC><,C-~-b-b-
1 1 1 1
!-c.'°" dff'Om!nado119en~•~•rN)f'IO'IWUridic1

lfOlt HOH

HeJCoses: s.io m<>no1;\.l<aricfi0s Os monO\~(arldóoSJiod.tti l ~ confcrmeo ~ de


que <ontkn st>iScarbonos no total &tomos ~ (atbono d.l ~ wndo o 91ic:tr.11d!lóo e •
efo,m.,,n um a11el piranosldko dt-hidro,k.1ton.t O\ !'fltflore, mol'ICX~ridlln c.on~
(lw!x.\f'l'lero),Exemplos WOa um,1 vnque ap ~t•m . i ~.s ~ ,bomos de Qrbot\o.
glu<ose:. m<lt\Off e g* tose. Esta
Ultlm, tambfm pode fo,mar aM'is
' o r,urne'JO dt ,tomoi de urbono .,.,,,,. entre ttfS • Oito e°'
nomes dlldot, a e-.~ lflOl'I01,S.KJrid!Ol ~~n.lldos po,
íur.11no,íd ~ COtno a fruto~ °"
l)lffwS c.onfo,mt este nú~ro. WJ,ll, tr~ lf'lra. pent. lY"N
cmutura bQ lll<IOt, hrx• (Yfr tW1Jt1,1ra ao a.do}.~ tOCU•
.ctes<ldos sempre do '"'™º
os.e. Msll'fl., ~ w ~W,,.,r •
gli<~ e a fr111ose (Omo ~ J>OiS •mb-''ó rtm s.eh ,tomo\
de Ufbol'IOtffl WIIS molkulu , Allm de \e distinguirtffl ~
i:,,eWf!ç, <fie grup,,mer,tos ••<1itldo ou c.etoN t pe60 ~ óe
itomM de u ,bono. Ol ,IIIÇU(UK dife,el'I\ (l\l,lltltO I posiç.kl Ó-'S
hidroxii.s ~ moMcWs. Mt1mo a Qll(OM • • m.tnOlC l•ldow\
t h e11oses> diferem tntre Si Qu,1,t1.10 1 po~ dt tlidl'Q(Wlt, do
urbono 1. fisa difMn,ç-.11 di • cada moH<v&a CMQP,le<lades
llslets e QUfmlos diwrWi.. ~ posSil)ol/t,,llm a wa denominaç,k>
po1nonM'\ e~os. Nu p l,1n1.a1.os monou.te.vido, tTWG
<om11ns er1trtas per1tost1 s.io .i dHOJtJrriboi.e •• t i ~
kOffll)OtltnttS do ONA.ecfo RNA. f~UY• me-nteJ•• , I l i ' ~
e.11 xilose (compo.,en(e, óa l)lltfdtc tl""rJ, Entre as ht:i,ost1,.
desl,ll(,1m-se • glltose, .i m,now. •g•l.tct0$e (todJS •ldowlJ".,
fflltOH ÍUfflll U l 01oe)

Pet\1oses: üo monoss«a"dlos Normãr~nte, hium•1HÇJo w,.11Hna nu tnOU<uUis dos


<om df\CO ca.botlo" Exffl\Pkls WO 1n0nossacari61os., ou seja. o git,.io,J/1\entO ••atldc> (l'IO urfXlr'IO 11
11 rlbose, 11 arabinose e a Jdlo~ A ou o 1)1VP<1mento <etol\ól !no <-llbono 2) ~ COffl um
fruto,e 1.1omb~m forma um anel óe g,1,11)M'Mnto hidrodl de ÇfÕpr1a molKW !lffl gotr.111
<lnco<arbon()', mas coniêm ,eis pertM(ente~o,bonO S) e forma um i,net urllctl'tinico..
carbonos no ,01.. e é. l)Ottant<>. Em ru.\o d.1 proidml(I~• do atomo dt ~it)tn>O. o ca,conc> 1
uma h60Se (\lff iUltlfiormenttl, se torr111 maii rutivo oue o, dtmais, POdtndo rt~r (Om as
Tal ~el é fo,mad<>. pois a frut01.e f hldtOOlilU de OUIIU tn06e<'ulls dt mOF\OI.S&(Jlldios. Ouo1ndo
umaet-10\e duJsmolkulu d1 monossao,,dios se Ul'leM f~lldO uma
mo\kula maio,. t11a ♦ d~om,r,;,d.i d!Ul(..llrb,o, e a t,g~
esca.beltcl'd,:, lflt1e •s dl>lS lev• o l'IOlf'>C" de 1 ~gllcO\é.u .
Os OligoUbUorõclio, sio JÇIK.lrts (OMl)OSt::>1 oo, Ou.li • de:::
moltcu&ls f!'IOl'IOSS.11(.àf'idl(.U UllldJI por lóg,ll(õei g!i((»l(ll(,)S.
seo l'VUme-t0de monosS.11(.àfboS é rNoiof quede:, o
atbot<lrato é der,omin.tdo pol,su,can<1io. A ligll(ao 9hco,1c1~
f lOJmJd.i ~ e pelo (~ibono 1 de tll'NO.lS, ~ul»dO
monossao,idio com qu,lquer •tomo dl' c.trbono de 011 u .i
motê<ul.i, e.«.t'IO oca,bono S (ri.is not)OStd, 1)1),S este l!Stll
iMl)Nido dit, 1t.aglr p,o, l'llle.- parte ~ llg~lo qiiit ( ~ o .,,,..,

de hit)Ose, Ass,m. c.»0 de cws molttul!s Ól' gkos-t, -
tipos difettntts óe lil)aC~..,, glicoud1<u ~ pos~,s
ligação 911cosid1c~ o urbono 1 Obviaml'n1t, onvmerode nuutw,tS p,oss1ve,sno caso
1(1) de um<k)s rnoncns«.widio\ dos oligossaca,kfios ♦ mu110 .,._.*· Eue numtro .wmlf'l'ltll
1e 11s>aaou1bono ◄ tC4)deouo o nwi.s iW!da, po,s podem ..:uun llg,:,(oes ente e dite,enle\
monossacarídio. A llgaçao é fel1;:1 monossac.~1ícl10,. Connido. t,u,1 dlvl'rtld.1de IÚQ ,t l~O gnnoe
por m~o da re~-io enlft-du.n n.;, 1Ulu1eu, qwn10 oodet1a, P<l•Sa m.oui, cus "m•NfH
hidrOiola'- demoooque uma poUNeis slmpleffl'lf'!lt l"lbOOCOIT,t, NQ uso oos POIIU.Colt1d101,,
mole(ula de .igu11 env11 para calii .1 m.i.orli CU molécul.u c-onl'le<id•.S Jptew-n.1.1 1,1n1cl~dtS
re~o re ali211d.t e ..-n11 molécub IY\Ofl01.)JUfldl(UfeS1)«bu, de 11m1,1l'll(O l po OU d l' ÓOI.S d
de i9u. \lll~al',(JO .t rt4<;Jo t ttfl 1lpos<liftrentfl
quebr.Kta. D111 ~em o noMe /'Jktrót,s(.. A e$m,m.-.i ..cim11 e 11ma <l'lobiose. p;ua,
que iign!f\c.a qi.icl'>to pelo oguo
e:oemp liflcar ,11 llg,1ç-io 9tl<Osk.!1u. Eue
disuca11dloc0Miste emd11J1 rnO!kulas
de gtucost liga~ M IH' \i por 1/g.c;lo
gllco\idiU bttil,( 1.-l) e c~ru:dt11i à bJSt !»
motecul.i d.e ctt.,IQ,,
160 Fisiologia Vt,getal

por ligaç.)es glicos.idkas do lipo lx-ta•( 1.4). N:lo ses.1bc ao ctrco de hidr:i1açAo d:as hidroxilas e, com isso. durante a formaÇ'ilo
qual o 1~n anho mb:imo que um3 molfruJa de cchllose pode da mlcrofibrili • .11)('n11s um mínimo de água permanece no
31ingi.r. mas t po..(:S.h~Ique um.1 única mol&ula c-oruiga d,n toda cristal. O r"'1hado é urna eswuturn crislalina cxtremam<'ntt
a ,'l"llta.. oo mt"Smo algum:is voh;,s complct:lS. oo n~or da rt'lula. conip.lcl'ne desidratada, levando a urna consequê1lCfa re.lew1n.
Na cadeia centra) da C'tlulosc. cadJ moltcula de glicose fic:i te p:ir,1 as plantu . poil/., em vinudc do enorme número de Ug:i.
dispoiaa cm uma r<'t.,çào de ISir cm rdai;do à n1olfrula ad, çõcs de pon1es de hidrogi!nlo entre as glicoscs das moltculas
ja«ntc (Figura 8.2 A). Sabe-se que 36 cadd as de cclulose se de cl.'lulMe, as microfibrilas rtslste111 ., grandes ÍOr( as de lcn.
unem formando um complexo cristalino denominado mlcro- são. Al~m disso. o fato de serem drsidracadas dificulta o :ua,
fibrifa. l.sso o..·orrt porque uma molkula de celulose ê dispos- que de enzimas à cdulns.c. a não ser cm casos muito espccb.1$.
ta c.m rela~o i molécula adjacente de man("ira an1ip;1ralcla lm ocorre porque, par:i que se quebre um:a lig11Ç'Jio glicru;fdici
( Fi1t>uras 8.2 .'\ e S.3). A dlsposiçâo das hidroxilas d:i$ motf. (um processo ch11mado de hidrólist), é ne<:C"SSário haver .igua.
cuJas dC' glicose. quando arranjados desse modo. íonna um Outro pon10 impor1anle rtf<'re•Sc ao falo de que as ligai;Õfs
grande número de ligaç-ô('S de po1ue, de hidrogtnio ent.rc cs- glicosfdicas do tipo b<'ta, existentes en tre as glicoses 1la celu.
$SS cadeias ( Figura 3.2 A). Essas pontes compecem com a água
1~. ncccu itam de mais energia para serem q uebradas que as

A Ponte de H Lig.içlo glicosldica beta•(t,4)


Cipítulo 8 • P<lrcde Celular 16 l

ligaÇÕ('S alfa exlslenlcs no .'l mido. H;fi, pori,mto, uma gl';lvc li• de .iíntcse de celulost' (as rosct.as). utili1.anJo s:muosc p JJ11
mitação de ~cesso à celulose, tanto por Mdra1açáoq1.11in1o por produzir o nudcotidto aç1íc,u ba~e p-ara a ifntHC ~ cdul?se.
açdo de enzimas. Toda.s essas caracteríslic.as no1á\·ei, il'"tmm a urídina,J ifn4:1to•glicosc (UOPG). A lr,11\,ferlnc1.a dc ghco-
por q~1e-' Gelulose. entre toda.s as outrM possibilidades de for• .se a partir da UDPG para uma odeia de: gluc.in~ formarâ .as
maç:ão de crislais de polímeros d(' açôcaru, foi s~edon:.ch molicul.a.s W\icas c1uc inreragfrã.o íorm.1.ndo ;1( m1crofibnlas.
durnntc 1l evolução e é t ncontrada desde algu vtrdt's até as ;\ celulost sofre pouc..as moJific.1çOO durante 11 vida d,1
pta,uas ma.ls derivadas do planeta.. plan,a, sendo degradada $Omtntc: em casos ~pedais. corno a
M m icrotibrila.s de celulose R o sime1i.ud:u em compfex-()5 :absciS:10 foliar, o amadurecimento de frut,:,s e :a íormaçlo de
proteicos, denominlldos rose1a.s., que alr.t'lt'S.~:1.m ;i membrnn11 aerinquíma. Conludo. muitos mlc.rorg.anismc)4 aprcsc:nl.-m
plasm:itica. Enqu11nto 3.$ cadeias de glicose são formadas, elas celul:ises que agem diret.:1mente na degradaç:lo de celuk>st
s:1.o depositadas na parte exterior da membrana. prttnchen• par.1 ob1er energia. E.ssie é um dos principais m«:al'llim0$ poc
do o apopl11sto. A celulose é o Unico polissacarldio de parl!de u fis d:1 d«omposiçjo de biom•"ª nu ilortsta.s.
sintetit.'ldo na membrana ptas:mática. uma ,·ei que os demais
o são no complexo de Golgl, ainda den1ro 00 citoplasma d:1. Hemiceluloses
c.élula, Os polissacaridios não cduJósicos d o transpon:idos Um:1 d:,s principais hcmiululoSC".s enc:(lntrad.u na n.ah.lraa é
pda.s vesk uJas de rede ll'al'\S•Golgi e s.ecre1ados para o apo• o xifogJuamo (XG) (Figura 8.J 8), <1uc consiste em um.a ca-
plasto. Lá, alguns deles lnter.'lgjrão entre si e com a ctluJosc. dci:a deglk oscs unidas t:n1te si por ligaÇÔtS do tipo !><1-,11-( I.◄).
formando uma estrutura alta.mente organlzad:i. denominada id(ntias il celulose. Porem. o XG ;,ipr~nta r.1mific.açõts em
tédigo glicômico. pontos ~pecífiCCt$ com xilose.s ligadas 11lfa• ( 1.6). as qu-,11is po·
A p.i.rtir da década de 1990, for•m idr ntilic:ad~ em plania.s dem m ramllic.:ições com galaCIOS('S llgJ.das beta•( 1.2). AJgu•
vascull'lrts OS membros da primeira. familia gfoia que codl• mas unid.ades de gal:icto.se p<idc:m aprt1.c ntar r.1mdicação com
lica para enzimas dt sinte.se de ceful0$,e, E.ssa famili a foi c.ha• moléculas de ÍUC0.5': por meio de ligações glko.sidic.as do tipo
mada de CesA (Celulose sytrthau: A). Quando novos genl'S .alfa.(1.2). Acrc:dil'a•sc que as l":lmilic.:içâõ com fucok u,.1m
foram descobertos, notou •st que muitos mtmbros da (amili.i os prindprai.s indu1ores de mudanças conform.tcion:,is n;a C.l·
CesA faz.iam parte, na rt'il!idadc. de outr::1 &milia. (denomi• deia prindp11I do XG. a.Ít tando dire1:1men1e sua c.1p:ictd.:idc: de
nada. Csl - do inglês Q!U11lose symhau like). respons:ivd pela intcração com a ctluJ~ .
sintese das hemiceluloses e d.'ls pectinu. Mais r«en1emen1e. S:ibe•se desde- 1960 que as ramificações com :ulose sfio te•
com o sequenciamento dos genomas dr v.iri.u ts-pfrics. as fo. gu!-:'lres, e, na n,:ii()ri;a dos XG, um• em cada quatro ou cmco
milias de CesA de pl:uu.as-inoddo (p, r.x., Ambidopis, milho gllcoses n:1.o ::ipresen1a qu•lquer nm,ficaçio. Es.<.es slo os um•
e outras) foram des\'endad11s e mape:idas. H~ "árias isofo,. cos pontos dt acesso à c-.,dei.i principal do XG por cn:um::is
mas de pro1eínas de UsA e Csl. sendo estas responsávds por hidrolílic.u.
diferentes ÍUn(:flée; nrK prnr, ._~ ,. .-1, <.inr~ .-1~ ulul"'u- 1> , , .,. [,i;/11' r..i.mih,:,;a,çôtt d;1 c:lldei.~ prln dp;J c;~lulósk,1 Jas XC: ...1
hemlceluJoses. 1eu m o àngulo d,! ligação l.'ntre \l$ ghcosc,; de l&r pa,.l ure2
Dur.'lntc a slnlt$é d.'I telulost na inrmbrana citoplasmática.. de Slº. Essa aherlç-lo f:u com que a íorç;i d< i.nteraç.io entre
uma enzima cham11da $1'1C3ró.S<•sintuc par1idpa Jo complexo 35 <adcia$ principais de m<>l«:ul.u de x,!oglucano. 1dCn1i<as .i

Aç.lo<Je XlM
•celulas!S
B
162 Flsiologia Vc-gt t.:,1

<clul05(', S<'j:a bem menor, dl.' mc,do que 05 XG não formam mi• com nmd:mçss fonotfpkas de tan,anho, des<obert:a r«C11(e
çrofibrila.s. :\Inda .\U:im• .,. rl\)x:lmidadc<'strutural entre os XG t em um mutantt delk ltntc em XG cm Arabidopsis. Dois outrOJ
a celulruc faz <'Om que o pdm(iro ,S(';a C3J»1. de intcr.1gir com a polimeros hemicd ulósioos p:1recem exercer papéis an âlogoi
5C':S'U1da de maú-dra t6ckntc, mas de form;, l"('vml\'cl. ao do xiloglucano, os glumr0noorabi11o.xilanos (GAX) e osglu.
A rcgul.aridadc das r.unificaçõcs dos XG cstil rel:t1cionada romammos (GMN).
com a o:istí-nda de rep.iõcs molcculare~~com diferentes gnius 0$ GAX são polimcros ácidos com uma <~dela de xilosts
d<' Interação <'nt«' si e com a celulose, o que ilus1ra o fato de unidas por ligações do lipo bcia-(1.4) (Figura 8.4). A sd ~ào
qut, cC1mo o ONA e ai. pr()teln;,s. os poli~ac:1irídios lambem natura). portanto, le\'ou ao apare<:imento, em alguns grup(ls
podem apresentar domínios funcionais cm su.as molCcul:15 de p1an1as. de um polímero que tem uma cadeia principal
(figura S.3 L\). O XG t. portanto. consider.\dO um poli.ssacarl• sim ilar à celulose, porém com algum.M diferenças. Como os
dio com eslrlllura t,.t<nnicamentc codiiicada. XG. os GA.X são ramificados e codific.ad0$, ma.s com arabino-
lxpl-odendo das rami6c-c1çõts e do 1:1,m.anho da molécul3 sc t' com ãcido galacturônico. Os GAX são caracterlslicos de
de xi1óg.lucano (qu<"l muito menor que a <elulosc), a intera~o al~'\lns grupos de monocotilcdônc-as t' ocorrem também COll\o
será mais fone ou mais fraca. Quanto mais ramificado. prin- a principal hcmicd ulosc na maioria das p::.redes s«undâria~
cipalmente com gafactosc e fucose, mais frac.'l S4:râ a interação (fibras dos t«idos \'ascularC$).
com as mic:r0f1brilas.. acontecendo o mesmo qU.tndo de uma Já()$ GMN são hcmicdull),S('s que apresenrnm umi cadela
molmlla de XG gnnde. prlndpal de manoses t glic-osts unidas por ligaçõe$ glico•
Outro papd do XG na parede celular refere•st à orienta- sidicas do tipo beta,(1,4). üse tipo de llgl'lç!o produi uma •
ção du mkr<>librilas de ct'lulosc na parede. Acredita-se que as cadeia linear que, quando em ilner:1ç.'lo em uma disposição
microfibrllas de «-tulosc t'm t'udkoti1edôneas sejam inteira- anliparalcla, forma compósitQS multo resisten1es. Em alguns
1ne-n1e cobe:nas por uma a.ma.da de xiloglucano. Ê lmpor1ante caws. a hemicdulo.se pode ur formada apen as por unididn
notar que. nu reg.iôet. nH:nos ramificadas. a..s moll"cula.s de XG de manose, chamando-se numnno (MN). Os MN formam
interag<"m entre sL Como as ramilic.ações podt'm variar cm uma classe de po-limtros qut compreendem os mn11anos p1t•
uma mesma molécula. qu:into n,ais ram ificado um segmen- ros, o.sGMN eosgalattoma1umo1(GM) (Figura 8,5), T«idos
to de xiloglucano, mais solLivd cle serã na ãgu::i prcstnte no \'t'getais <om cilulas contendo paredes repletas de MN a1>rt•
apopla.sto t' mt'nos interatl\'o com a <eJulose. Por sua vti, um sentam grande r<"SistCncia mecânica. Um dos exemplos i o
segmen10 da mesma molécu)a que tenha baixa ramificação da semente da palmeira Pl10<11ix, usada d urante muito tem•
com fucose e gabc1ose seri fortemente interativo com celu- po para a confecção de botôt'S de roupas. No caso do café,
loses t' ouu·as moléculas de XG pouco ramificadas. Oc:ss:a for- grande p~t1e da massa sólida insolúvel chamada de bom
m.a, aaedita•seque o XG tenha a capa<idade de formar pontes é composta por MN e celulose, que são insolth·cis. A p311t
mol«ubres t'ntre as mkrolibrllu de celulOSt', aumentando s,ohivel do cafe compreende prlnci1,almentc peclinas (discu•
:unda majs a rcsislCncia da parede como um 1od-0 às forcas tidas a segufr) t' algum GM. Uma varl.açlo d::& estrutura dos
de 1ens:\o pr(M>Cadas pdo aumt"nto no turgor <elular durante MN s:lo os GGM, que apresentam ahern6ncl:1 de glicose,~
o crõdmemo. As ln1e~ç1ks entre as moltculas de XG e de manoscs na cadei:l principal. Essn polimcros podem .st' tor•
celulose indicam que essas interaÇôC$ existam pan auxiliar n.a nar mais sohivt'is se aprese,,rnrem ramificações com radicais
ex~nsão ct'lular. Outro papel do XG pode es1ar relacionado aceti)a.

Glucu.onoa1ab.f1oxilano (GAX)

8etagtuc.ano ou gh,caoo <Je lígaçao ll'l!St&


F1gur• l.4 Htm,ceMoses 1ipic.as de monocotiledóneas. XJ.l.: xilo$t; AGL: á<AA,9Jicu1ônec:o; ARA: arabinose: GLC: glM:ose
Capitulo 8 ❖ Parede Celular 163

Manano puro (MN)

Galactomanano (GM)

Flgur.11 8.S Hemiceluloses do g rupo dos mananos. MAN: manose; GAL: galactose; GLC: glicose.

De maneira análoga ao XG e ao GAX, quando ocorrem ra- cadeia central das pectinas é formada por ácido galacturônico
mificações com radicais acetila ou com galactose, a solubilida- (uma versão ácida da galactose) unido por ligações do tipo
de em água do GGM ou dos GM aumenta e a força de intera- alfa -( 1,4). Essa cadeia pode ser interrompida por unidades de
ção com celulose diminui. Os MN e suas variações em GGM ramnose, a qual apresenta ramificações longas com polímeros
e os GM também interagem com a celulose de forma eficiente de galactanos e arabinanos.
e dependente das ramificações. Não há estudos acurados, mas Quando não ramificados, os polímeros com cadeias con-
acredita-se que GAX, GMN e os MN em geral tenham função tendo somente ácido galacturônico são denominados homo-
similar à dos XG, participando da organização das microfibri - galacturonanos (HG), e, quando ram ificados, levam o nome
las de celulose na parede celular. de ramnogalacturonanos (RG) (Figuras 8.6 e 8.7). Os HG
Os XG, GAX e MN podem ocorrer ao mesmo tempo em conseguem formar complexos com cálcio e magnésio. Na Fi-
um dado tecido, mas geralmente um deles domina. De manei- gura 8.6 B, é mostrado como a conformação molecular leva à
ra geral, suas funções parecem estar relacionadas com o equi- formação de complexos com esses cátions. Esse estado con -
líbrio das forças de tensão das paredes celulares e o controle formacio nal dos HG em interação com o cálcio é chamado de
do crescimento celular. Outra função importante dos XG e caixas de ovos. Cálcio e magnésio ão cátions que tem bai.xa
dos GM refere-se ao fato de servirem como reserva de carbo- mobilidade nas plantas em deco rrência da baixa solubi lidade.
no em cndospermas ou cotil édones de semen tes. A vantagem A interação com as pectinas faz co m que estoques desses íons
em ter tais compostos como reserva de carbono é que o nú- envolvam cada uma das células vegetais, os quais podem ser
mero de espécies capazes de produzir enzimas que ataquem acessados de modo rápido e eficiente, bastando uma alteração
esses polímeros é limitado e, com isso, há uma proteção contra do pl-1 do apoplasto. Ê possível, portanto, que a evolução das
herbivoria e ataque de microrganismos. pectinas esteja diretamente relacionada com a conquista do
Outra hemicelulose encontrada principalmente em gra - ambien te terrestre pelas plantas e a possib ilidade de cresci-
míneas (cana-de-açúca r, milho, sorgo) é o glucano de ligação mento, atingindo grande porte.
mista (beta (1,3) -(1,4)), também conhecido como betagluca- Na ausência do cálcio, os HG são bastante solúveis em
no, detectado sobretudo em tecidos em crescimento, quando água por causa das ligações alfa entre as unidades de ác id o
boa parte é degradada ao longo do desenvolvi mento. Ao con- galacturônico. Na presença de íons cálcio e magnés io, os 1-IG
trá rio das ou tras hemiceluloses, o betagl ucano interage pouco formam um gel. O grau de hidratação desse gel depende de
com os demais polissacarídios na parede celular. Há evidên- outra carac terística estrutural. As pectinas podem aprese nt ar
cias de que o betaglucano de espécies como trigo, cevada e diferentes graus de ester ili cação, ou seja, a fo rmação de radical
cana-de-açúcar tenha fun ção de rese rva tanto em foU1as quan - 0 -R, em qu e R pode ser um radical metila (C H) ou acetila
to em sementes. (COCH 3), o qual se liga a uma hidroxila do anel do açúcar
pelo oxigénio de uma dessas hid roxi la . Quanto mai s meti -
Pectinas lado o HG. menos solúveis em ,-ígua, pois a metilação confe -
As pcctinas são polissaca rfdios ác idos que se ac redi ta não re um caráter mais hidrofóbico ao poli sacarídio. O grau de
e~tarcm cova lentemen te ligadas à celulose ou às hemice- esterificação com metila e o pH determinam as propriedades
luloscs (ver adiante o item sobre os modelos de parede). A de formação de gel da s pectinas. Em pi-! àcido, pcctin.1s com
16~ Flskllogia Vtgetal

Caixa de ovos
lons dival&Mes, principalmente
eák:io e magnésio, indt1Zem • ro,maçao
de gel em regil)os nlo meliladas do
hOmoga!acruronano. lol\S mooovatentes,
oomo SOdlo, nao têm o mesmo ef9ilo.


Ftgura 1,6 Pecti~s. A, Estrutufa do hOf'l'logalaa\UONno. Forma-se uma cade-ia lineat d~ ácicSos 911.Kturõnkos (AGA,} q u~. qu,1ndo me-titados.
tornam o pollssacarid!o ~ e l em água. Na au sênóf de metll-esterifica,ções. a cenlorm~io molcwlar do homo9<1locturonano interage e~
W)C"l.s diva!Mtes(Mg > ca >Sr > Ba), formomdo um comple:icoconhe<ido como clliu dt OYO$ (B}. Ness,e caso. forma•se um gel 1

ba.ix.a e$1eri6ca.;:ào com metila gdificam na presença de for\$ Hí ainda out.ro tipo de pectin:i, que consiste nos ramnog.t•
dh-alentes. formando as ca.Ws de ovos. No enlanto, se o grau lacto(()nanos IJ ( RGJI), Esses polímeros são encontrados ffll
de tsteri6cação for maior que SO,., hi alguma intenção com pequtns pr<>porção n;a parede e têm algumas caractcristicas
d.Ido, nw não se forma gel. Porta.mo. o grau de esterificaçio das pcctinas. Eles s!o considerados provavelmente os polis•
oom mttila das p«tinas determina qua.oto de cálcio e mag• sacarídios mais complexos da 11a1ureia. Sua 1..-strutura qui•
rtt$io fievn armuenados no apoplas10 e, 1amb6n, a força de mica não S<râ discutida aq1,1I, m.as é irnporlante saber que St
co~n entre as célul.is n.i lamtla mêdi:a. Na parede celular, a acredila que o RGJI tenha a funçlo de complexar o boro t 1
p«tirut consis1e na região mais hidratada, quando comp;arada m:1n1l•lo no a.poplisto. fator muito import:tnte, pois, como o
.\ ..:du.Jv)('. .: a> IKtnlcdul~,a. hltm disso, o rtfVel de hld.r.Ua• cálcio, o boro é povco mó\'d nas plantu e emnel:ll para d1•
ção da parede pode stt comr<>lado por enz.imas. as melflestc· versas reações n,ss célul.as vegetais. Mutantes de Ambidop,is
raus, que retiram os radicais metlb das pcctinas, tornando-as que não contêm, ou con1ém muito pouco RCH. apresentam 1
mais snfú\·tis e capturando o c:i:ld o por mtio da formação de sérios problt'mas de cresdme,uo, os quais são c:ira.ctt'risticos
caixas de ovos. de deficléncia de boro.
Na lamela média, os chamados pectatos de cákio e mag•
né$jo, ou stja. as c:1.l.n s de O\'OS formadas pelos HG e os íons, Proteínas
esuo entre as prindpajs for~s que mint<m as cefuJas vege1ais Ap~r de &erem encon1r:idas em menor p1opor(á<> (cerc.i de
jus1.ipostas t dão suS1en1.11çfo aos tecidos \'t"getais. Em frutos 10%), \'ârias protdnas fazem parte da parede celular wgt1Jl
dul'3nle o am.tduredmento, a solubfJização d.i pectina da la• H.i duas d asses prind p.iis: as pr<>teínas cs1r1,11~1rais e as enzi·
mel.a mtdia faz o t«ido perder cons:lsté1"la, 1orn.1ndo mais mas. As primeiras são geralmente proteinas ricas em glicinll
diíidl estourar ,u c(JuJas e obttr o liquido lniracelular durante ou hldroiiprolina e- aprestntam sequências rept1hlvas que
a masligaçjo. Em pêSS<'gos armazenados a baixa 1empera11,1ra, lembram as proteínas ts1tutur;:iis de anim:iis, com(> o colig<·
me fenómeno pode acontecer, dando uma con.sis1énda desa• no. Em de.:orréncia de as p101ein11ses1ruturais J 3 p.-.redc celu·
gmd~vc-J durante o consumo. O mesmo ocorre com as ch:snrn• lar serem muito pouco soh'tve,s, ho1.we um gmnde .,,.,:i.s.o nos
das ·maçãs farinhentas~ l!'Studosde suas es1ru1uras. Qu;mdo 1!1Sas proteínas foram d<S·
Na pcctina d.a parede celular, a.s ramificaçõcs com g.alaCla• cober1as, :1cr<dilava-se que cs1avam relacionad:u com o pn>·
nos e arabinanos, que se ligam ãs unidadc-sdc- ramnosc-que in• cc-sso de tJCttnsão celular, mo1h•o pdo qual foram (ham:tdai
1errompem :i c:ideill de HG, cnmprundem galactanos de doi.s de cx1cnsin:is, Po~tcriormente st verificou que das nlo 1tr11
dpos: os be,a•CJ,4} lig11dos e os beta•(l,3)·(1,6) ligados, este e~M" papd, mas mesmo auim o nome persiste, 0<$Se m<>dt>.
último um dos princip;ds compo~os do c:i(t . Os arabinanos. ainda não se comprc:t'ndt.> bem 3S íunç6b dc-ssas pro1d n;1s t1J
que podem estar isolados ou Hgados aos g:ilac1:inos, s.io gc-• paredt cd ular.
mimente do lipo alía-(1 ,5) (Figura 8,i). Tra1:1 -.se de polimeros h'-a d~C"ada de 1990.' O grupo de 0.:mit.>I Cosgrvv(•, nos EUA,
n('utros que pare-um d:ir est:ibilidade aoi. gr~mdes complc-xos desc::obn u uma pro1c1na que tem :i fun çl(> d-.- c(lntrol.u ,1 tl·
pécticos da ~redê' celular. Uma das suas funç6<s par«e estar p3ndo e a ex1e,1i.ão u lular. n que se d-.-u o nome Je ex/"m;I·
relacionada com o grau de pót0)1dade d:i pured< ctlular. ,w. 1'r:.ita•.s.e de: uma pro1dna C()rn carae1crhtic.lS l,n,c:is. pois

.
Capitulo& ♦ ParedeCelulAr 16S

Alfa-( 1,4)

Agur• 8.7 Prlnc.ipals componentes do ramnog-.a,lêtcM0t1at10 ~ um dos pl'ineii:,ais el~ntos das pec1itlas f\a pare-de celular de P,,.nta:s. Acade,a
!)rindpa,1ê form;kja po, unidades de âddo galacturOnico(AGA) e ,amnose tJIAM). A\ ,amnose-:s podeM aprese-ntar ram,lkações com arab,nogr
l«t.inos do tipo 1(1,l·l,6 lig.ldos) e/ou do 1ipo 1111.4 lgado\)e/ou .;r.ibin11n0$ ll.Slig.ido\). GAL:g,alat101.~ ARA: a , abinos.e.

consegue quebrar as pontes de hidrogênio en1rc a ceful()Sc e a molécula a eb lig;id,1 pua oulr.1 molêcub de XC solú\'cl :\
as hcmicelulosts, de.sfa.zcndo ::i interaç!o enue eles. A ~1ru• desC()bcrrn d, família das XfT rC"soh·cu uma questão que es•
l'ura de algumas expa.nsina.s lembra a de um::i cdubst, com t:l\'a sem re-spostn sobre 11 ,:xpan~ o celular: como as ,éiu!as i,t--
um domínio de ligação;\ ctlulose. mas sem um sitio catalitico. getais podtm alongar e/ou expanrlir Stm Mdrólue s,gn,fi••u1v'1
I,;~ 1ia,nif'ic:a que a cxpan 5ln111 nll() é 1.un111 cru:im• , nus u •" • (l;: ul11l<m: ,; d;: XC? Hojt" cm di.., ji .,-e coohc-coem ,·,1nu:io li!)V.>
proceína capa?. de causar distUtbios conformacioMis n<l6 po+ de XET, atua.lmen1e chamadas de XTH (xiloglucano m .nsgh•
liu acatidios e alterar suas interações. cosila.sc hidrolnse.s).
J~ no caso das enzimas, há um grande número de d h.idos
$Obre suas eslrutu.ras e funções, além de 1ere1n sido clonados Compostos fenôlicos
diversos genes que codiiicrun para vã.rias hidrolasts de polis• Além de carboidratos(' proteina.s. há composros fenolkos n.1
sacaridlos da paredt celular. partdc celular que int<'r.agcm com os poliss.:acanJios !ôrman•
A parede é cx1re,namC"nte dinâmica, com ,•5ri()S .:ompo- do uma rede de inieraÇõC$ que conft re ngtJ <'t aos tecidos \ ' C•
ncntes sendo renovados d lariamtnlt:, m<>1i,•o pelo qual, a todo geia.is (Figura &9). como o oso dos tron<Ol> d<" .irvores- (' d.u
momento. um grande número de entim:LS p«mcia o apopbs• Mstes do b1unbu.
IO. prornovcnd<> modificações comodcsramifica~$ dt" hcmi• Alignina, depc».s da cC"lulose, i <> segundo b,opol1mtrO m.,ui,
cd uloses e pectinas, metil~cstcrilicaçl o de pcctinas, lt3nsgli• abundante na Terrn., sendo rcspons:hd por 30-. J o urbono
cosilação etc. N:ão é possiwl. n~tC" capilulo, discutir todas as orgânico do plan<'ta. alem de um.:i .iJ.:iptaçio C\OluuvJ im•
enzimas import:uues n<>s processos de 1nodlfk3çâo da parede portante para que :u plantas h \'(':,.:sem suce~o na. conquUu Jo
celular, mas algumas delas serJ.o ab<>rdad:is a seguir, ao 1ra1:ar ambk nic tenestre.
sobre os papéis lisiológicos da p:irede. A ligmmt ( compos1a por iddo~ fc:ruhcoi.. ak o~)•~ \11up1·
Um:'I cnz.inH1 de parede com c:anctcrútic.1:i n!o usu.1is é a licos, coniferillco.s e cum.in<o:s, que (M)Jem St'f encon1r-Jdos
xUog(1m 1110 emlólramglicosilase (XE.T), Efo foi deS('obetta 11') na.s paredes de du:is form.-s distmlas. Um:1 dd;is e .t form.1ç.io
Japão por Kazuhiko Nishitani e na Esc:óda, ao m~ m(I tt mpo. Jos .:ham.1J<>.s ..nc,s d1ftrúlicos, "'~ron.s.wc1~pur hg.acóo cu
nos laboratórios de Slcphen fry e J<>hn Grant kc,d. Usando \·;d. entes t'ntre J<>i.s poUw,-,mJ1os, \ 1,1 lig_.1çlo ~.\ter entre :i.,
$i.s.temas biológicos J 1fem iles. os irê.s cheg,ir.un a rcsuh~,los l>UJS r,1,nuficaçôe'S, , h,im;a.J ,lS p(.mUs d,fc-ruli<dS I F1guu S.91
que mos1ra,•am que o XG, quando cm prc:sença d.1 XET, pode /\crieJu:i•~ quccl>St"Súlmpos1os ~,r.a\'em• .l p,l~Ccimpi:,;a.m
sofrer um processo ch.lmado de tr:m~llcos-ilaç;i.Q. Se duas modificações pO'il<rion.-j. Com pos1<h rcooliúh ,e l1g;,un Jm
1n<>lé<:ulas de XG s.i o incubadas ,omx~n: fragment~ de
p0Un1<N)> de parcJc <du!J.r J.,. mon1>, ot1lcJônca.i. (p.irc,lé<,
ambas podem ser 1r0Gado~ sc1u que os pt'SOS mol« 1.1l2~ das ,k, tipo 11, wp ~ l>,-gu1r), l,ucnJo \011\ -1u< J.) p.a.rc-Jes JeM,.b
duas mol& ulô'ls se ahercm (F1gu1a 8,8), Descobciu•M' po;,lc- pbnt,15 .iprese111em JUtoduür(')ç.:n..:i.s (\cr F1gur.13. 1 Cl. Um
riClrmt'ntCque á X ET se liSá coval<ntc:mentc aó XG e tr:111s(cre pos)i\·d •\.ird bu.ilóg1w Jt·i.SI', ,Hleb d1tcruhc,:,:,. n,h p.ue"Lle,
, 66 Fisk>togia Vegetal
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A Alaques da XTH e e)Q)8nsina B Relig;lçlio do XG pela XTH e lntusw;çepção

Fi,gu,. 1-8 Mecanismos molt-cufare-s e®olvidos nos proc.essos dee)f,tensJo da parede e inrussuscepçlo denoYQ$ pol'issac.ar"11os na parWeCO'n
o 11u~nto da tur-gesc-Nlda celular, há uma pressao positiva que for(a a cêlul11 a t Kpandir. A parede, apesar de ter cert11 c:CastiC:idade, ê reslsttn,
te i expa,..t,io. Muitas cêlula.s ~ etais al)fes.entam mtcani5mos bioQvlmicos qve p~rmitem o af.utame-nto das mlcrofibrilas e .t coloca(.1odt
ma•s m1teri.at pos~bilit;mdo o c eKimento por pl.luicid,:100, Em A, as exp,:1n.sin,:1s desat.tm os Kilogluc.looS da wperlkle das mkrotibfilitl k,
mesmo tempo. mo&ewl•s de XTH a~c~ o xilog!uu no. principalmente em regiões destacad•s. A XTH fica lig.loda covalen1eme-n1e ) molecuk
de ~c.aoo até qve encontre outra cadria de Xilogluc.ano, à qval a cadela carregada pela l(TH ê ref19ad• . Em 8, i mowada uma sh~ao
posttfíOt. Uma nova microfibríla e novas molé<utas de •iloglucano (larat\ja) í« am it'llroduzidas por lntuswscepç.\o entre ;,s du.ófs mic:rotibftl!~ 1
• n~erio.'mtt1te m nentes. Note que a e.pansw Mo estti mais p1estf\te e a XTH estA religando as cadeias de Xiloglucano, reconstruindo o domirio
a lulo~·hemicelulost.

de inooocotiledóneas poderia ser a fihraçllo da lu2. uhm•H)~ como o \'ldro, 1l.lOapresen1.'lm ,un 1xmto de fus:lo, ma$ umJ
ltta. ji que grande pane das especies dess.e grupo. como as íase m:lis longa e mais lenta de mudança de f-ase chanu1da dt
gninfoeu.. CTC'$CC cm alta intensidade luminosa. tnmsição vi/rco . A parede ctfular das plan1as, sendo compos1J
~ u pattdcs StWndiri.lS do sistcm,:1 vascular das plantas. a). por \'ários polímeros com estruturs$ dlferen1es, .-ipres.enta e.-.
coóis .sin3.paicos e coniíeríUCC)S se condensam f()ffllando uma racteristicas c-0mpa1íveis com as de um cris1:1I líquido em qut 1
~ e qut" ··inva" e ~enrijece" 3 parede consi ituJda de gr;i.,,00 J)f'()• alguns polímeros podem apresentar um rt31 pon10 de fusJo
pof'ÇÕe$ de rnicro6brila.s dt celulose cobertas por uma camada (p. ex.•2 celulose). enquanto ou1ros 1ransiç:lo ,'ltrea (p. <JC,. o
6na de hemlcelulw (n~ caso. o Jtilmo. um polimero qUC' só XG}. Assim, enquanio a cd ulosr forma um verdadeiro cnsuL
apresenta a cadeia principal d06 GAX). t essa rede de composcos
feriólkos inkrlipdos a que st di o nome de lignína (Figura 8.9).
A propc)l'Çi(I entre lignina e celulose muda as propriedades me-
cánicas dos 1eddos \'tgletaiS. Ramos de pbntascom patedcs ricas
cm lignina aprese-ru.am-se quebradiços, enquanto aqueles com
maior proporção de celul0$C são mais fltxÍ\'tÍS.

Propriedades físicas da parede celular e sua


relação com funções e papéis b iológicos
A parrde cclul3r é composu1 por uma mistura dt p<>li~saca-
ridios complexos que hlttragem entre si fonnando llln com•
pó.Silo {material (eito d~ ,·:irias subst:indas difere.n1«) com
propried.ades simifares is de um ctls1al liquido. Em um crl&ial
liquido, as molé-culas podem 1et diferem~ &l'llus de Bbtrdade
de movimento. lsw J>tO\'OCa uma siluaç.Ao 1al que um crisial
líquido pode ex:ibít p1opriedade.s de: sólidos e Hquidos ao ,nes•
mo cempo. E,lquanto aJguma~ molé( ula.s st apre.se111am no
estado liquído, no ~ mo comp6sít~ outras se apre1.tr11arão
como se fossi:m cris1ais.
Flgu~ 8. 9 As pon1es dil('njlicas foruJ.d11ro) s.io compom .s por .i(idllS
M uhas &.ubst:ind as aprescnLam uma propriedade chamada 0tg,i~ 1COS que fo, mam a llgac;io entre os pollssacaiid,os e ô 1i9111nl
pon10 dr fusão e, se aquecidas. mudam de fase (p. !!"X., de MI~ E.si• ultima é utn compkollo de compos10s fenólicos 1,g;wos e(lt ff tt
lido para liquido) abruptamente e:m uma J ada 1emperntura. s,m,ilares aos de-senhados cm a:tul e1a,o. A dcpos.ç.1o de ,ompo~io>
ícnóbcos n., parede cetu&a, e c.&raC1e,istlca de pa,edcs S('cundáu..S t
A água pu~ . por c-xrmplo, desde- qu..- em uma prtlís:io de 1 de paredes do li~o u. Auedi,,. se que a dt:i)osiç,i,o desses composim
atmosfera, tem um ponio de fu s3o dt <rC. O utras s.ut>s1ândas, 11.ave- • p,utde e 1mpe,cõ a t ont1nu.dae1e do c,~Klmenio.
CapltuloB ♦ Parede(efular 167

que é sólido, as hemiccluloscs têm propriedades de maleriai\ modcfo para n arr.anjo de polímero, n.i paredr u lular (Figura
amorfos e apresentam transiç.io vi1rc.1. Ao compreender e:c;. 8. 10), no q1JaJ a c.elutn,e intcragccl')m .lS hcmicrlulo\t:\ (o .1,Jn.
sas pro priedades,, possível inferir que ti~te um alto nívd de gh,cano, no c:110 do pJjtano). Ncs» prnpo,u. as m1ero6.br1l.1.1
complexld:.tde relacionado com as propried:i.dcs emcrgcn1es dt celulose são cobt-rla\ com hcmicdulosc t hgJJa1: J t>llt'n•
da parede celular com lodos os .seus polí,ncros. Há também sina (prOlrína) p<>r mtio de polrmtros dr ~ ctm:ii. F~'•" 1Jn,1
um alto nível de complexidade em como as forças de 1ensão Houxc um:i nO\':'I dimt'n.são par:i a intcrprt'laçlo do que ~erl:11 a
e ,oes.-\o entre os polímeros k dis1ribuem no compósito,~- p,1redc cclulilr. Em ,,cido conctilú qu:l.SC' eseri1.imc-n1e foc,.do
n ndo propriedades meclnicas cmerg<"ntcs que pcrmiltm que na cdulok', que .idvém mJ.is da, p:1redcs «fo \1~ttm,:i ""'~ulo1r
células delicadas mantenham a sua forma e função sob o peso (Figura &1 R), o grupo dt Alber!thc:im :abriu o cammho p.ir.a
de várias toneladas. nO\':'IS i<kias, e.xlr.ap<>l.ando a importância das lig;.icócs quími•
O equilíbrioe-ntrc as forças de tensão e coesão e a.1- proprit'da• cas e coloando tm evidência as ,nttraçõc-s (l'llreos polímeros.
desde cristal liquido d-n pared<" ê fundamental para a planta, Ao Esses p~qui.s.1doressugc-nr:1m que t'SSC'I polimrrus ltnam p.1~
mesmo tempo que certos tecidos "tf:ttais pttcisiun ser t:t"lre• pd fund.amt nlal n()S proctssos biológicos rdacionadi:K com
mame.ntc delicad0$. dt modo que c8ulas na polpa de wn fru- a ~rtdC' a lul:ar. No moddo proposto. a parede- \C' 10."1.e-nt.in.a
to estourem e deixem o conteúdo intracclular à disposição dos m.ajoritariamcntc: por ligações ccwalcnle:\ t'nlte os pol1mc-ro'i.
animais, oul1'0$ suportam pr~sões gigantescas, como as «Jul.u Em CM.lttas ptilavrns.dtvc-ri.a haver ligaçÕC's cova.lc-nt.l.°'\ cntrt Ct·
d-n base de uma grande ân.'Ort. E.S$;u células precisam suportar luloS<' e hcmicelulost. <ntre hemiceluJose e :l.\ pe<11n:1s C' t'n1r1:
o peso de toda a án'Ore, que pode stt de rirfa.~toneladas. Jii na.s :as peelin:1$ e as proteina.s.
Por quase 20 anos, grupo.s de pesquh.a Por toclo o mundo
raí:zes. as célu.las da epiderme, q~ ~tão em contato C()lll o solo,
buscaram as ligações covalentes pre,·1$13S pelo grupo de- AI
ao crescerem . .sofrem atrito e fi(am diretamente expostas a()$
bcrsheim. Apesar de- tcrtm t"ncontrado tvid(ncias aqui e .ai,.
microrganismos. Por isso. as paredd c;dularcs da epidttme têm nl o foi obserw.do um padrão uni"crs.al que .susun1.:..i,~ o mo,.
diferentes composições e. arranjos que íazcm com que. ao mes.• ddodc 1973.
mo tempo qve a planta consiga ab.sor\·tr nulricntts. também se Em 1991. {\•faurecn McCann e Keilh Robi:rts. Jo John lnnts
dcícnda do ata.qve de patóg.e.nos. Ji n0$ ttcidos internos da raiz. lrutitutc. na Jnglatena., cmprtgllr.un O cermo arqt11Utma, ,om
<1$ células apresentam ffll'Uturas delka<bs que .se-lecionam íons
um fim funcionaJ. para definir 3 parede cd ul.1t. A arqui1ttur.1
e deixam passar água. pode ser dcfinhfa como a arte e a , iênd.a de: desenhar cons•
Na maioria das sementes, as paredes celulares podem con- truçÕC'.S. Eb en\'Olve o posicionamento dM elem.:nrns con·
íerlr grande resi5Lência aos tecidos, pata e\ i1ar ou diÍlcullar
1
s:idtra.ndo forrn.a , lui e sombra. volume. textur.:i. ma1enal.$ e
a prcdação. A$ paredes cdufarcs da C35Ca das sementes t:im• elementos de custo e 1ecnol<,gi:i.. A finalidade da arqu1lclUt'l
~ m aptcsen1t1m c:ar.acterí.sticas que evi1am a cntrad.1. de ãgua stri.l atingir formas cstctica.s, ,uti.slicas e funciona.is.
e controlam o pl'(l('tSSO de cmbcbição e germinação. O termo ar,J11iutum é b.\slantc aclc:quado p.ua abotd.u a p.:t·
TOO-" .. Jin ::r~iJadc: «.k proprl<"d.ades ílsko-químla.s e blo- ttde cielubr, 1>0lS em·olve a dcicrm1naç10 de tunçõo por m;it<•
lógims das paredes c:elularC'S de difwmtcs tecidos pode ser riais dispostos cm posições que: promovt•m mom'Os .1nilogos
uplic:ida pelo fato de stTem tneontr.idas d1fercnu:s combina• ao volume e à 1e.x1ur.1, o.s quais Jjud.lm II dtfimr o ltrmo. Pata
('ôcs de compostos n:is p,uedt:$ c:dulare, de uma Unia pbnta, definir a parede celular. os. aut0res sugeriram q ue :i e.:ust.!nc,.i.d&!
conforme o tecido analisado. Ass:in), as proprled11des fi.sius ligações CO\'illemes enttt" lodos os polim.:ros de parcJc cdufa.r
de cada pô'lrede dependem da combinação de polimcros nela p<i<leri:, nâós\Cr tão imponan1e quanto se ach.l,~:i. CX pol1m1."ro:,
exiMentes, que são ent quanlldade b11stantc rcstrit;a, co01>idc• poderiam intcrngir por mct0 de forças rna.1.s ira.e-as (p. e.\:•• pon•
rondo o grande número de possibilidades. 1es de hld~~nio) e fornut C(>mpkto.s de polimeros ul.kp<n
dcnki.. promovendo, as.slm, diferentes. moll\'Q.) arqui1e1ón1co....
Modelos da pared e celular vegetal Dt fa10. o no,.·o moJelo do! par1.-de celular propo....10 por
McC:rnn e Robcrts ( Flg1,1r.i 8.11) Cl'"l fortemente Ni.e.:iJll n.t
Por voha de l 970. j::\ 5c: conhtcia a estrutura quimica de muitos propruu Je 197), diferindo pt1o fato dtt qu< .1b,1nJon,w;a J
dos co111postos da p:m.:dc cefol:ar. Em outras palavras, ãquclil ideia .bs lig;..çõcs covalenccs cn1re os pohmc-ro.s e propunh.1.1
altura sabia-se como .1.s glicos~ se lig11m enlfe Me qu11is os coexutCnd,1 do que ,(' cham ,1r;)m Jominill, J .1 p;al('Je ~clul.u
principais tipos de lig.içâ<s glk()5.idias exi1to.:111es n;as hem1 Tt'.lla•se de um moJelo de'-Cunonuo J.1 p,m:Je .:dubr ( Figu•
celuloses e nas f>l'(':tinas. Um grupo de pcsq1.1isa., lkierado por r.lsS.L I e S. I~) em que: os lrl'11fominios ku.uw
Petcr Albcrs.heim, na UnivcrSÍl)' of Gcorgi:a, nos EUA. vinhJ
1. C~lulosc h1:mkduloi.1!,
trabalhando com cClufas em susp.:ns.io do pl:i1.1no (Mt>t ps,w•
l. V«lina.s.
dáplatmrns). Ao separarem os p()limerM d.1 parcd< c..-f.ul.u e
l. Protein-lS,
determinarem as su3s cstrutur-.1,) quimk 11s, esses pcsqu,s;aJo•
res não utilizaram 3pen3s as 1trr:uuen1.-s quimkJ.) par.a son No moJt"lo dô~on11nuo. ,. Jom1n,,1 p.lrJ..:n..1J.hnu ...d ulu·
d:ir a ts'lru1ura da pautk , ,:01no er.1 fcilO:ut 1.•n1ào,
. m.1s 1:,m• s.e-hem1cdulo~c. -l»im .. 1,rno o J,,munio ptu1.-1~,~ t'>lJ.nJ cm
~ m um C0(1uetel de enzima.),, obser,•a.mlo que:- :ip,m;as alguns bebt,lo cm um.1 mJ1n, P<!.'.111.'..i lft~r.i S. I J), fase moJ,..lo ,e
PQncos da 1>ar1..-de eram .u,,c:idos. . . a,!~quúu muito bem .li. i.l.:t.1.i cm '"S~ º" J,:,,._.J,. Jt· 1990 e
l!,m uma S<ric de três tr.'lt,;1lhos \l\'t° se tvtiu.ram d.bsico~ a1uJJ J t·xpl1, .1.r llllll lO) ..-, entoi. hMtlloJg1'<h, .il~m ,1.: r.:rmmr
da fisiologia "..-g..-tal. 0 grupo de t\lb,nsheinl (um ,fo~ •IU~•i. n;pli....1.;Õ<) r.lto.ih·1, ,obre ..,. propr,e,bJ~-... lb1~u ,11111U1lb
citado~ a seguir como K1..-<gs1c,11.·t 111., 197}) propói. " P'1111~' 1t\'l JJ p.i.i.-..lt• ~d11l.1r
168 fisiologia Vegtt.,I

MiCtOlibrlla de cek.llose

111 111 111 11 1 li 1 1


/ Ramnogaleclurol\clno 1
-:- ~ - -- --..,--- - --+,...+
JL._,--i...--1_.;--- Pon'O em que IOi proposta lig,ação
oova!eMe entre extensina • pottina

◊ . . _ Extenslna com tetrassiK:3ridiOs


de arabinose (lo;angos)

: •- A,ablnoge~c<""°
'
' .'
Il i Ili I l i Pooto em que foi proposta li98ÇIO
c;:ovalente enlre i1.!loglic.ano e pealna

11 1 11 1 111 111 1< - x;1ogruceoo


A91,1r11 1.10 Modt'lo de parede celular proposto em 1973 por Pettr AJOOst.eim et oi.. em que as lig.tÇôH <ov.-,tentes (exemplos clrcunditdOSI
s.eriarn a princi~l fQffna de tnil\te, os difCf<'ntes pollsuca.ridios em int•r•çio, Note, pocém, que a inwa,çio não covalet11e et11re iilogfuanoe
celuW j,j, l\ivia sido proposta neu~ modelo.

La,mela média

('-._ ) · 1 '
.,..,....,..
Pcc!inn - - - - -

erabinogal~
/~
,:;:-.•... ·••··
•• : · --~-~ ' ,•·. 0.

/

-·· ... '

••••
·,.__""' Llg,iina

Mietofibrilas
HemicelllOses
deoelulose
Xiloglue<1no, •r.ttmoxil;mo
e/ou bt,!aglueano c-.,,,do
Membrana pl•;máli'c.a

Rguu a.11 Rep,esenta~o do modelo descondn1>0 d• parede <elvlfr bne.00 em Mau,~n Mceann e K.eith Aoticm (1!>91). A p,m::de ceh,d11
loollz...se "° lado clrltlfno da mtmbfana j)&asmàitica (verde), contendo uma lamela ~ .é<b.a com a funçao de tru,nie, unldas !Oda$ ,.s ctlulU
por meio de, W.$ Pftedes, A intet•çio enlf~ 11 hemieeluloses (ve,melho) e ct'Julose (c,l,ndros azul-d,:110) foi con~ad.,t fo,mando dominlo
O
celulos~•hemlcelulose, ptopol\do-s.e que as pectin•s (nuv~ a:rul·Cl610) int~ajamcom _ai ht:mlcelulo\~S e celvlost', f0rrnando uma maitil pecliCI
í•••binanos e arabinogclactanos) que consti1ul wn domínio 1ndtj)Cndtn11t. Em Yt'fdt', 1.110 '<'Pfe"SM!~s as lll)tWNt~ que •ma11.,m ioda a esi11,111111
da paredé Cf'IUl,Jt,
Capituto8 ♦ P.1redeCeMar 169

O terceiro salto na model3.gcm da parede ce/1,11.ar (oi rtllba, ht'mlcelulo~ é O gJucurono:a.rabino.:til:ano C'm sub)1huk~o o10
do pelos fisiologista.,; \'egetáis N"KhOl;t$ Carpita e Da,•id Gi'btaait. xiloglucano. F.sla.s. pc..1r ~ua ~z. s:in p:m:dC's Ctl~ p~OporçÔt'-'
da Purdue Universíty, nos EUA. Em 199], tlt.s publkaum rclalivamt'nte menores de pt'Clina, em compar.açao ª" du tipo
uma rtvi.são em que sep.iru am as plr~cs c.:-lul.arts cm doi~ 1e .Wo cantetcrislkaJ de monocotiledónea.s. Outra, duas dis•
tipos, com base na composiç.~o dos dominios. Os dois lipos.. linçõe.s impor1an1e, rJb-c;crvud.as pelos .iutores rcícr('m•'f .ao
portanlo, aprettntariam dlfe,ent.:li arquiltlur:i,. As partdcs fato de que as gr.amine-ls (na rC':11idadc iodo ó grupo de n pé•
do t ipo 1 (Figura 8.13) seriam aquelas que tf'm como princi~I eles de PoalaJ apre$t"nlam, cnire as hcmic<lulO«'~. o< gfuca•
hcm icclulose o xiloglucano. As pec.1lna11, nas partdcs do lipo nos de ligaçlio mltca.t' CM3.S ~r«lr-s aprnent:1m grande,1u.t.n•
1, se apresentam, em média, como 309. do IOfal de pollmi:ros 1idaJe Je compostos frnólico\ que fluort'S(em intcnsamcnlr
da parede e são c..,racttrLSticas da.s eudicotitedôneas e pa11e sob luz ultraviokt~.
das monocolilcd6neas. Carpita e Gíbi:lut car:icltrizamm :i,s O mais no\-O moddo de pan-dc (lip<> lfl) foi propoqo cm
paredes do tipo li (Figur.a 8. 13) como aquelas cuj.1 prindpa.l 2011 pdo grupo de Marcos BuckC'ridge para samamlxuu c

·-
licofüas. Nas ~redts do tipo Ili, ;1 m:iior pmporçlo d..l ht'ml~
celulose é dt' mananos com uma p<quena quaniidade de RGI
CehJios.t.hernícelulose Protelnas (Figura 8. 1)).
~ No prcscnlc cstdgio do conhcdmen10 sobre a p<1rcdc ce•
@
• <t .. lulu. a.inda d.o pouco conhecidas as prôsóes ,clct1~s que

1
f.evaram ;.I() aparecim1:n10 dos subgrupos o11uais c-m cudkoti•
.'!J
@
l('dónt"as, monoco1iledônc:is e samambai.õLS, Suspe1t.1•k' que
camctt'rísticu lig.adas is diÍC'rt'nld es1n1égJ:is de :adaplaçâo
:, asSóCiadas .10 ambicnlc, crt'sC'i mm10 e desen\'C>IV1:menro do-c;
vegetais 1enham rt$ul1ado na díveNldade de esirutur.a...~ t"ncon•
tradas MS paredes celulatl':'i das pl:1n1as.
• Uma das ideias ma.is f<"Ccntcs para abordar a parede celular C
a de que a arquiletura da paírot' U'ja umJ ~rutura codJ6cada,
<k-nominada cód.igo glieõm,co. N~q h:ona. cacb um dos po--
lissaic.lrídios.scria codificado par-3 prom(l\'i!'r inti:r.içócs mU.ruas.
d3ndo or'igtm a compós.itos organiZ:ld()S. De .icordo com as
canlbiMÇÔf'II dO$ difcrcn1cs códigos dos pólim<ros da partde,
uma diversidade consider.\vel dt" arquitctur:t~ d!M.inta.> determ1•
na diftrenlcs rcl;11çõe.s íorma•fu1~0 nos 1ecidos veg<t.11.s.
Flg1,1r.a 1.12 Modelo de\continl,o da parede cell&f, noqu,11 .a pa~ ê
mostraCMt em ·corte trans~rsal" ao eiJco dumkroliblN~.Em Yt:( de se
sustef'lt.ar porllga,çól!'l cov,1lentes. a parede celular primifia écompos• Funções e papéis biológicos da pared e c.elular
ta por tr!s domít1i0$ independentes: pe"in:n, c~lo~e-hemictii,lose
e pro1elno1s. Os tnh c<>eidstem detnantir., independr.ntt', ou s, ja, sem Uliliundo o conceito Je funçlo < papd bil.llógieo propos•
ligac;ões quimkill covalentes, m.u por int"'1c;ões fracas(pon1n de hi- 10 por Ernst Mayr. a parede cdubr ,·1:gctal poJe-n.1 Vl)ta -1~,
drogfnio), como com duas funçÕ<':s:

Tipo l


• .• .

• • •
• • • ..
• •
• o • Hem1ct1u1oses lonenie~ o Hi!l'l'lioelul0$n tracatnMte • MicroflbnlaS d!.' celUlose • • Ptote<tlall
adendas à celulose ac,e,ld;rs â Celulose O Poctmas - Comooll.los fenoioos
figut111 .1 3 Arqulte1ur11 d<1s iwedc, ct'fulJltsdos tipos! e li, seg~do;is idet.U<le Ni<k C.irp,ta e O;ivd (j.b..Ju1 (19911, e 1-'l>O 111, de .aco,docom
Sil.,~ Carpo.a e 8ud;tfldge (20! l). l",l p,irede do tipo\ o dormnioct!ul0$e•hemiCelulo~ e<()(I\C)OSI~ por ,uiogl\fUno\ <om o,f•rentes 100\ <1e-
ram1ficà(Oe, que Ih~ conferem d,ferentoi nM'is de ..idtsào â-s rn,~rollb•ibs (t?"s de IJtanJ.t). 4.l prooo,çoti enlfe ceh.ilo,,.,-, ~ 1" ~ " . , . pc<-11nJ,
S.ioeq1.1ihb1,ldas. N;) J)ilrededo liJ)O 11. 11 prmelpal ~ e tu~.-0 41Jb,no~,lar,o l~ulJ. Ac, M 11~ se Qut, qwndo o <11.rb,no.ubno t ,.,ntcU.tJ<lo, .H
r<1rn1fic.)çOc-s com Mabinose silo ft>tlradilSno parede. Opofirnffo mer.os ,~u.ficadoadere for i.-mc:nte ,h m.ctonbr1l.1i t.i.:ul cta,01, tnquat1io 0 m..1,\
ramificado adere: r,.icamente (a?ul~S<UroJ. Oiferenctmente dos do9l1.1canos.. ~ .-.,ablno)i!Jno, p,m,c~ '" llg:w «'I ue ,, PQr COml)0)10, fenólico\,
Que sao n1o11is abuOOat11es n,n p.)iedes celuta,es do tipo li Nl',,as p,:,redes. J pr090,çJO de P<'Cli~ em..-.,..,, <iue de Ct>lulose,.. h•m<dulo~. NJ
PJ1~ do tlporn, e-ncontr,v\.e comohetnk••!ulos,emJlS<1bi1NIJ11teom.,ruino 110,"dt(llllil} PJr..-c.f,es do 1,PQ 1u \.tOotr.tonu.)(la~ .,.m sam.i.mb,1,,,u.
170 Fisiolog\a Vegeta1

1. De1ermina~o da forma <' dl'stribu~o de for\:u nis <élulas A.s.<sim, CQm um aumento do iníluxo de ãgua na planta prlt
etC'dd~. al:>er1ura dos ~6matos, bem como a síntese e o tra,upone po.
l. Manutcn,ão d<' ,:.á1ions :110 rtdor das « lulas. lu de auxina, a expansão cdufar em tecidos em crescimento rt.
prcscnla um proctsso que necessita, ao mrsmo tempo. de atM.
A rrimcira run, to C'-5lá. d irelamcnte relacionada com a C:t.•
dades de degradação ou rearranjo de polCmems e de biOS$.ln1ese
p:acidade que cada combinação de polime.ros tem no (Ontrolc
de poliss.iearidios c-0m deposição na parede pr«xistente. Na
d11 extensão e/ou da exp.,nsão celular C'. também, na cstabili-
cana-<le-açúcar, foi observada expressão de gene',$ relacion11d0s
zaçào das fo"as de tens.lo e roe-5ào nas células e tecidos ,~ge•
com a degradação e a bios.,;inlesc simul1ane:1mcnte em toda a
tai!.. Durante a dh;são celular, forma-se o fngmoplasto. um
planla. Em Arabidop$is, o grupo de S.c,·e K:i.y, nos EUA, mos,
conjunto de mkroh.ibulos.. mic:ro61amentos e retículo cndo-
troo que os genes rtladonados com a biossíntese dC' poli~ .
pl11s.m3tico qu<' serw como andaime pana iniciaç.ão de uma
ridlos de inrede celular ap«s<'ntam um pico no fim do período
no,·11 parede cdula.r, durante o processo de divisão celular em
noturno. enquanto aqueles associado.s à expan s.ina e ao ataque a
wgeta~ Antes da dh'i..são. há um pcriodo de extensão e/ou
p('(tinas tiveram um pko no fim do dia. Nesse C'IS<l, os produtos
expansão c.?lular. caracterizado pelo afroux:imctHo da parede
dos g<'n es (as enzimas) e stUs tfeilos oc~ri:un dura.Jue o dia.e
cm ,·ir1ude dr mudan,.:u na imernç:!o ent.rt hcmicelulose e
a nOitc, respectivamente. Assim, pelo menos para Ambitlopsis. o
cclulOSC', t nos niw-ls de rnmlfi caç.lo das pcctinas. Em eudlco•
afrouxamento da parede parece ocorrer durante o período rt(I•
tilcdôneas.. a cxparu:ina 1em papel importante nesse ptQCes.so,
turno, enquanto a deposição dos produtos de sínlese, ou stja, a
poiscla age sobre o x.iloglucan<>. permitindo que n.s mlcrofibri- lntussusccpção. apattntemente ocorre durante o dia. Jsso de-
b.s se afastem umas das outns. abrindo espaço pua a acUção n()la o fato de que as paredes cclularts não são estruturas .sin•
de no,·as microfibrilu. Panlelamente. a XTH quebra e refaz. tetb:adas uma única ,·cz na vida da planta. mas constantemcn1t
ligaçe>(s internas das moléculas dt xiloglue:ano, e\•ítando que re:arranJadas, respondendo aos padrões de fluxos de carbono t
as mkrolibrifas percam sua orientaç-lo geral. ~r«e: ser du- âgua na planl:i e integn.da.s ao sru metabolismo (Fi~'Ura 8,)4).
rante esse período que o xikiglucano perde pard almc-ntt sua t interessante reuahar que a força motriz do processo é a
interação com a celulose e que novas mkrofibri135, hcmicc-- entrada de ãgua nQS tecidM, o que exigt a abertura dos es-
tulosc e pcctinas são colocadas nos esp11ços r«ém-íormados tômal0$ que con«tam o sistema solo•,águ:a•atm osíe.ra. Como
entre ;u moléculas. Quando rnicrofibribs de cefu..lost são co- <:Onkquência, hã a entrada de CO~. que permite o funciona•
loçadas<rn uma parede prtt:ristente. o processo é chamado de memo da fotossíntese. fornecendo o carbono e a energia para
in1uSS1,1$CepçiO (,·er Figura 8.8). o crescimento, que se dar.i principaJmcntc durante o período
A forç-a fisica que conduz. o process<> de expansão celular noturno (Figura 3.14).
e :iumenta a tendcncia dt afastamen10 du mic:rolibrilas e a Ourante o desenvolvimen1<>,, um tecido \'tgetal precisa. llln•
turg.csdn.eb da célula. dada pela pressão ln1ern11 exercida pela çar mão de dois processos.: um deles é a di"isão cdular e Qou-
água. Esu preuão faz. a célula expandir, o que provoca o afas• tro i a eitpatlgb(c:no.vim,,ntn i<Mi:im,c.rk o) '° 0-:1.lon~m li"nlll
tamento das mk ro.fibrilas, já que a ação d11 expanslna icaba celular (crescimento longitudinal). Nas plMtas, um terccir<l
por destacar o xílogluc3.no da superficit das microfibrilas de processo i: crucial p:m1 a formação do xilema e dos frulos: 11
ce:lulosc { \'Ct Figura 8.8). Acredita-se qut a ação conjunta da morte celular programada.
expansina e da XTH pouíbi.llle um afastamento controlado Ger11Jrnente, os tecidos de fru1os passam por u m período
das microfibriJas durante o creschnen10. Se as mk.rofibrilas de divisão celular bem no início do prOCe$SOdt: crescimento t.
esih-tr:i.m cm deposição ao acaso, 2 célulll se e)(pandirâ isodia- postcriormc-nte, crescem somrntc por expans.'io, A c.apacidadt
metriUm""1ltc (como uma esfera), mas., se hou\'er dep0sição de expansão celular compreende uma característica no1órfa dt
organiiada (ou orientada) das mic.rofibrilas.. surg.ir!Q sentidos \'ârios 1edd0$ "egciais. Em um íruto de mamãe,. (l período d<
cspec:ificos pa.ra a expansã~ e a esse fcnômt no se dâ o nome di\'isão se dâ até o p,onló cm que ele a.tinge S a 10 cm de iama•
de alo11gamcn10 ulular (,'t'r Figura 8.8). Uma vez que o tspaço nh(). Dai cm diante. o crescimento se d.i apenas por e xpansão,
entre as mkrofibriJas se forma. novas mkrolibrilas dt cclu]OS(' :ueque as paredes sejam novamente aheradu. impedindo qut
e molécul.as de XG são secretadas para o espaço ex"lracduJar a expansão continue (Figura 8. 15).
e a XTH NCO$lura• a no\'a rede de moli:culas ("cr Figur.i 8,8). Podi:-sc deduz.ir, J>Ortanto, que a captiddade de c-xpandi.r t
Com isso, durante a expansão, normalmente a C'Speuura da crud 11I para o crcscimer11Qe o desenvolvimento dos ,,i:getais.
parede se manti::m, o que sugere que, ao mesmo lempo que processo no qual ;al paredes celulares são os ptincipab ;,uore.s.
ocorre inlussu.scepção, nov3s camadas de pu.:de são deposJ- A upansão celular sc dá. em lodos os sen1ldos i: é í:icil ,:k
Lad:u sobre a parede preel'.is1ente. dedu1,ir como is.so aco,11ece tm um tec.ido cm ')l•t a.s célulis
Todo e.sse prOGe$SO e5.1~ 3SSOciado ã ação das auxinas em 1e- ,e
.slo lsodl-amétricas. No emanto. ao obsi:rV'..uem as formas
cidos "tgerais (\•t r Capitulo 9), Durame o cre-scimcnt<>. o 3pice cclulares tm um:i folh;a, o atranjo nào t tão simples. As célu·
caulinar e .ai folhas da planta produr..em o hormónio, que é las epidérmicas são ach:11adas e :1lgum11.s dela.s se trnnsforrn:.un
ir.ansponado para todos 01 tecidoi c-m c.rescimenlo. A auxl• cm <stômatos. A camada paliç:id,ca a1>resen1a c"ulas alo1,ga•
na, além de promover uma acidilicaç.io d.a parede cd ulair ao das <m um d<>$ d xoi e as d<> p:trlnqulma lacunoso poJ~111
entrar nas cS uJas, (adlirando a quebra de li~çõcs dr pon1es ap1ese111ar, em alguns ca.sos. formas estrdadas que produun1
de hidrogénio en tre o xjJogluC.11l() e a cd uloic, índuz a trans• um g..ande espaço intercelular que possibilha ao CO, íluir ,m·
criç;lo de ,•ários grncs rd acionado.s com rnumas d11 parcde- ire :is células e atingir o m:b:írno p0$$i\'tl de supc-rfiéle cdulJ.r
celular, como hidrola.scs e mctiles1rra~s de pt cünas. naquele tecido.
Capft-ulo8 ♦ ParedeCeluldr 171

i l

Flgur• e. 14 Roda do creS<imeMo. A parede celUMI es1, <litet.1mcn1e relacionad11 com o c,escim.ento d.n ~n,".s. poi5. .-;xh .t divi\.\o. cl.i-w o
processo de expM.sào e/oo alonganwn10 celula,. Nu folhu e no ât)lce de pl.1nt.n t-m crtS(ifflMt0, ocorrem a produ,ç.lo e o transootte de au111na
Pela manM, Ce>n(omltantemente com o inicio do itlftullO de tigllil e nutrientes peta a.Wnu,• e"omAlica. At>nt,ada de .igua proMOVe um.a ores~
positiva (turgorl sobre as células cuju paredt!s j.i solre,a,n afrouJ1amen10 ~ante ,1 noite ;,mtc-riof. Enrre •s mklOObfi&u qu@ seabstaram wn ~
COuência do ;:,frouxamento (W!r a Figuu 8.8h m:iii.m.'l!!Yl.'11de pa,-edeê depoSit~o.Nes~momitnto. li ciful.1 se torna m:11:s rn 1uen1e ~ itllp,i,nWO,
e II força de turgo, comt,ç.a a au~ nu r. No mrio do dia,<om os estõmatos abenos e a fotoss.intt~ funcion,l.ndo. .1s cf'11al.:as foliilles ,1rrn;i,ztf'l.)ffl
o,nil,h.>. No nm oo o.r.a. ocOfre 11 t llp1ess.10 dos gMn 1e11100naoos C()t'l'I a eiipansaoc~r e. ao mttmo tempo. comeu a moomn,ç.10 oo •m,oo,
q~, transformado em s.au,ose, ê tta,1'1$ftrido ~,. o\ t« idos com potencial de crescimento. A no.te. ex~ns,na e X™. p,odlJ.z»d.n a ~mr &
t!xpre-ss.io gênka, começam a 09tW o processo ele afrouxamento da p.:irede.Este êseguldo pl?Q expresOO dos genes de s1n1e,sede con-pouos
de paredt.O d elo 6 fe(h.todo com o reinicio do tfJl'l5.porte pot;w de iw:in.l.

Flgu.,. e, 1 s Expansão celular em rrutos de mam.j,o. co,tes u an.we.-sa,sdomese<Mpodt' frutos de n"'m.10 .-os S tA) e 1So dias !l i ,1pcs.,, .-f\te~e.
Nio1a•se um aumento de ceru de lx no110rumcu•lul.)I ao longo do PE-nodo \'c1,1 i.wnbem ~ <10s 5 d1,n, l\a vau.i~ cc-lulas ~ <S,v1~ h t>i.Ul.
enquamo aos ISO sô ha e•p~s,10, PC: p;11ede cclula1.
172 Asiologia Ve9eu1I

Já no cauk, o nh'l'I de complextdade dos. pNXe$.$().S dc-difcn-n• comerdahncnte p.i nt 3 fabric:ição de manufaturas têxteis, 6.
d ação rode ser bem mais alto, com cétubs que- $C' alongam e se bra.s como algodão, lin~ aditivos de alimentos, ra~I. ía,.
dividem em diforente5 sent;dos. Do ponto de vista. funcional. a macos, cos:métkos. Uma das aplicações mais antiga$ e im.
partdt ceh.ilar ainda. can."(e de observações e exp,eri.n1l'1'Jtos, mas portanlc:s da aplkaç!o das parcdc-s celulares é na produçâodt
p se $a\)t que a deposição das miao6.brib.~ de «:lulose nas fibras energia. Quelnut m::i,delni comprC'e-ndeu um dos primeill>i 1

do C'JUle tem papel fundamenta) no rquillbrio de forças que fa. processos dNenvoMdos pelo homem. Acredita-se que foi Stt·
um a l'l'\adcira ter caractC'l"Íl,"llc.as tão importantes, como no caso ç.as ao uso do fogo para o coiime.nto de alimentos que o ct.rc-
do Roema e do :O)enu. cm que algum.as células apresentam pc-r- bro humano desc-nvotveu um11 capacidade dis1int-a dos Oulros
furaçôrs que deixam passar os nutrientes e-os fotoassimil~ O$. animais. Isso porque o cotimento possibilita maior acesso aos
Todos C$Sts pro<NSOS CC)nstiruem a ~o orquestrada por p3.• conteUd0$ cdulares {,'ltaminM, açücarc:-s, amfno.iddos etc.),
drôes de- C'xp~o gt?nica que produzem 3$ prótd nas atuantes uma \'ei quc- o cozimenlo modifica a parede celul:ir, extrain-
durante- o desem-oMmento das paredes cehllart$, gerando as do pollssac::i,rídios que íundonam como tibi-s a.llmenlares t
rel.açõe$ morfofundonais que fazem com que o vegttal funcio- aumentam a eflci~ncla do tr.lnsito inteslinal e a.b$C)rç.ão dos
~ e sohn:,fo1 no ambiente natura) ou em condições de cultivo. alimentos.
F.m todos os casos anteri(lrmtntc- mencionados, os prOct'$• O interesse na lmport;\nda da parede celular e de seu$Com.
MJS de dMSõc:$ assimetrias e posterior c-xpansão celular cons• ponen1cs para os allme-ntos wm crescendo senstvehnen1e oos
troem t«id<» com diferentes papeis bkllógicos, d«orrente$ últimos anos. Esse aumento de: interesse rcsull11 prlndpalmm-
da íunçio de determinação da forma e dJstribulç3o das forças te da importância que: as fibras nliment:ucs adquiriram no fi. 1
nas cilulas e nos t«idos. nal do século 20,
As n.ite$. por apresemartm tecld0$ similvt"s ao.s do caule. Na alimentação huma,,a, os pollssacaridios de parede: ceh,,
têm muhti Ululas com funções como tran$J>orte de ãgua e lar são genericamente chamados de fibras ou gomas, de acor•
de nutriente$ e o armazenamento de compostos de reserva. A do com a sua solubilidade: cm ãgua e da quantidade ulilitada.
função primária da rait coruistc na absorç.ão e no transpor• Entre as fibras, podr--sc: incluir a importante cl."1$$C do$ carboi,
cc- de :igua e nutrientes para 3 planta. A parede celuJa.r. nesse dra1osc:omple.xosdeorigcm vege1al l'.llod ígerldos no intestino
caso, trm um papel importante na captação e distribuição de humano. As fibras desse tipo são grandes fragmentos de part•
cltioru diva.JentC$. Esses tOns (cl.k io, magnkjo e boro) ficam de celular com ,târios polissacaridios insolú\'ciS associa.dos. AJ
armuenados. os dois primeiros nas calx.:is de O\'OS e o boro gomas s.io poli.ssacaridio.s mais solU.vcis c- que promO\'t1n SO·
no RGIJ, ambos pertencc-ntC"s ao domínio pk:tico da parc:de. luçOes mais ,•lscosas. Em gtral, sâo bas1ante entlqued doscom
Em outr0$ órgã0$, as pectina.s exercem pape-) na sinalização um polissacarldio es,p~ifico (p. ex.., goma-guM, um GM). Tais
celular rtfadona.do com o auquede mierorg,:,.,n.ismos. Quando soluções viscosas de polis.s.acaridios s!o amplamente utiliz.l,•
um fungo U),·ade wna planta e ataca a celula ,·c:getaJ com en• das como 1!$pt'SSantes em alimentos, sem promover alteração
rimas que digerem a p,i.mk. os fr.agmentos (oligossacarinas) $.ignificativa no teor calórico.
de ~rti.no. produzid os pelo oç&o cn zlmó.tko ( n<>rmelm~ntc
As fi brss aJimentatC$ apresen1am funçõts impor1:in1es niO
endopoligal.acturona.sfs que atacam o HG} disparam um sinal
apen11s na formação do bolo allmem.u, ma.s também na n)()·
imracelul:ar que f-a.i a célula a1-:ic:ida emi1ir sinais para as célu• dulação da absorção dos nutric:ntes e como elemento adsor•
la.s •dj•cenlcs. Esse processo induz â produção de füoaJexinas, , •c:.nte par.,. re-ter compostos nocivos. Esses compostos não slo
compostos do metabolismo s<cundário que funçionam como
absorvidos pelo orgalllsmo e tamb~m .S< corrdacionam com a
defesa ,nr.1 a plama,
redução na inddtnd a dc-c!tncetde inlt$1ino e com o con1ro!t
Muitas semc:ntes podem armaunar compostos de parede
do diabete$ em pacientc:s não dependerHe-s de insulina.
u lular oomo rner,•a, como as de Ltguminosae. Elas podem
Na.s :iplicaçõei biot<eno16gicas em ag,rlc:uhura t produção
apresentar um endospenna quando maduras, acumulando
de alimentos, ~1udos $Obre- fru tos se conctml':'lram princip.11·
grande$ qWtntjdades de gal-actomanano (hc:-mictlulosc).. en•
m~ntl' no processo de amadur«imento. um esrãgio cm qi,t
quanLo se-mentes cuja usc:rva dr ~rbono fica nos cotilêdones
se obsen•am claramente aher:ições na textura q ue. tim s.ido
podem apresentar g:r•nde quaniidades de x.iJoglua.no (hem~•
Mribufdas às modi.licaçõcs na paredt" celular. Eu e processo
ccluJost) ou g.alactano (p«1ina). Em palmeiras (p. ex., palm1•
10) e Rubiauae ( p. ex., ca(t), mananos puros s!o arm-aunados começa com a f~,11,dação do óvulo, quando do dispa.fo Jo
programa de des.envoMmento. Pane desse programa tn,·ol·
n.iis semenies. Esse tipo de armaunamento pode cónstiluir
ve o des-c-nvoMmento do fru to. quando hâ a montagem dos
uma vantagem, pois esses poJimt'rO$ não são faciJmeme de-
iecidos, N~'SSa t"tapa, os ptinc:ipai,s ('\'en1os mecabólicos ci.110
gnd.ados por predadores (ou o número de organismos apa•
relácionados oorn a ifü•isão celul;n e bi(>SSíntesc e a degrJdl·
ies de fa1.t-lo t menor), e\'itando ht'r'bh·oria e- aumenUJldo a
ç.\o de compontntes da. parede celular. A compreensão de.sses
probabilidade de dei,car um maior número de descendc-n1es
processos tem constqu~ndas cco,iômicas irnportanti:s, pais'
;o,·<n.s.. Os mt(.anismO$ de sintc:se e deg..adação dos pofissaca•
prcscr\'ação dos frutos por mais tempo ahe.-a a qualid,1de J,s•
rídios de resen ·a de- strne-,ucs são essencialmente- os mesmos
les como produtos e pode promo\'c-r lucro par.las mdi1stnas.
l'DCOntrado.s nal p.a,t"dts prim:irias.. Em ,•is:la dtssts fotos, ser.i de gr.inde i111pon;\n('i;1no fut ul'I) J
capa.ciJ;.ide de modific:-ar ••composição llt certas lll>,·:i~ iu p1,,,ii.1
Parede celular e b iotecnologia ou me1mo in1rodu1.irce1t0$ tipos de film,s cm planl.lS j.i dl"11..)(l
A paredt' C('lular h:m gr:1nde import:'rncia como um produ· con.sagl':'ld-O n:i aJimentaçâo humana, mas que não ili.spóem J~...
10n;u-ural cm bio1ecnologla. Seu~ compon('ntt'S $Ao usados las em quantidade ou com elótrulur;i <'(Hlvtnicntc.
Capitulo& • PJr~eCelulllr tn

No momento nlual. cm q ue o planeta Terra pasMI po, uma (Vt'!l:iOda 2' edição). M;ucos Buc:kcridgc ag.radcc;t'o inccntwo
situação inusit:id:i em que a emiss:lo de combustíveis fmseb e a (Onliança do Prof. Gilberto Kt'tlxmy, q ue inccnuva. com
es1á aquecendo a atmosfera de modo anormal, os procc$SM as oportunid.-d~~ dadas e nossa.s dt«us\r)e$ \Obre a.J ttucs1,·.t1
ligados à formação da parede cdular e w a manutenção têm fundamentais da fidologia vegetal. nov.u ideias.
imporlânc.ia vital. Isso porque. na maioria dO! tecidos ,·e~•
lais. o teor de carbono , da ordem de 40 a 50')(,, e a mal0r Bibliografia
parte do carbono d:i biosfera está na parede celular ,·ege1al Se
fk1ckcridgc: MS. JmplkariQM of ('ffl('r~I\Cc. d(1!a!C~ 1t.-.d_ ~cdu~-
forem consideradas, a inda, q1.1e são as ãrvores as responsAveis dancy for 1hc modcling r,( 1he pbnt ccll wa.ll ln: H.-y_a,h, r. t<b
pelo m:ilor e$toquc de carbono cm seres vivos do planeia cqve 111,. 1hc sdcncc ,1nd thc lote oí Ih.e pl.J"t tdl Wllil: b•(>f)'fllhe.':_'-
.apre.sentam a maioria d esse carbono arm.ncnad11 em fibr:is structurt and íur,çlion. 8ôU luton: 8rownW'.illl«'r: 20()6. P· "' ·'•
mo rtas do xilema. desvendar os mtc:anismos de biossíntese Buckcridgt MS, Ça\,·abli AA. Silva CO. _Tiné ).l,\S, Rclffl.l)('ia dos
dos polímeros d e p.irede to rna-se fundamental para aju<br a proccs.sos de biou.inles< d«' pohi53C.Wd ..n J, parede, cdul..ir p;.tr.l
, biot« nologia de fn.11os. ln: Ujolo Ftvl . Mcl\Ctc" E:\!', cdrtbf~
resolver as principais questões ambientais do SCCulo 21. C,rt,i,hidnlM en alimentos ttgion.ak:1 ,b(,n,;HrlC'n c ~ Sic>
Atualmente, tem -se inrenslticado o emprego da biomassa Paul<t: F.du)V, 2006. p. 149•69. •
vegctal como uma das alternativas energéticas rcoov3\-eis ~ rn 8uckt,idgt- MS. ,\lorwi LC, ~íachJdo Mlt R<"~:u. fif.iolôgJcu de
a geraçlo d e eletricidade (queima) e de bioctano! (fermt:nta• plantas às mOOlin,ças dinútlcas: .ahcr.146c:s nn bafar.ço de cvtxino
~o) em substituição ao uso do petróleo. P,,m is~ estudos Vffll nas pl.ant.JS podtm .i.fc:tar o (CO'WSttnu? ln: Rt!O G,\ I. Nc~cll(
RRB, Murdlato LPC. Fcnolog:ia: í«r.amtnl:.t para COll\Crnç;tO e
avançando no sentido de compreender mc:animlos de .sinte• 1mntjc) dt r«u.rsos ,·egct:us vbórc:os (Ed11ortt Tkn•C<XI. Co-
se e degradação da parede celular :1, fim de en1endC'1' difcre:nte.s lombo. PR: Embrapa Fll>rõ tas: 2007.
estratégias d t: como desmontar a parede para <»'ler a tn(tgia Buckttidgc: MS. SantM HP. Tini MAS. Mobilis.aoon oi srong.t cdl
armazenada na forma de açôcares. O maior gargalo ronslsae w.ill putpactharidcs ln s«ds. Pla.nl Miys1oiogy .and 810C.htmu1ry
no desen"olvime n10 de técnicas de prê•tratamcnto d:i biom:is• 2000:31kl'41·56,
Carphil NC. G1ba111 O~L Strun u1-a.l moJd.s oí pnm:iry cdl walb
sa par.a remover a llgnin3 e ootros compostos que dificultam in flotr.'t'rilllj pl:mt.s:: CC'M'ISlstenc-y o( mol«ul.ar .«ruetwe w1t.h tbc
a fermentação par.1 gera.r e1::inol a partir d-a paredt cdu.Jar, No physical ptop« tks of thc "'-;alls durin5 iVOW1h.. Pl..ant Journal
BrasiJ, o maior alvo para a geração de bioele1riddade e aaool 199).3:l •JO.
de sq;und:1. gero1Ç'âo (biomassa) ê a cnna-de-3Çôcar (pattde do l)(' P:-lula ACCFF. S<1uJ.1 RV, Fis ue-~ttdo-Rlbc-1ro RCL Bockcndgc
tipo 11), vis10 que se trata de uma plant:i produzida cm Larga MS. Hyposl}X'tn·uc auMry oi polysacdundc ír.acnons .;onu1n•
lAg S•glooins from t~lrn-u o( Rhynchdytrum rtpen, (Willd.J
cscnla pdo pais, e muitost temestudadosobrtosseusaspec1~ C.E. Hubb. l\).J(«'~ Bu:rili..an Journ;i.l o( ,\k.flQII .and BtologicJJ
fisiológicos, qulmk0$ e bi()tcc;nológ.icos, Hoje. a maior parle do ~ tirch lOOS:38:1185..93.
etanol .advém da ferment~Çio da _çaca,ose (e1anol dt: primeira Oií:10,h $MC. F'ii;ueirn:lc>-R,brn·o RCL Chu EP. &ckcn-d;t ~15..
geração), retirada por esmagamento da cana-de-açúcar em Os ~\lc/lm das l'IOSS,,lS plani;u. Cibt<,a e Cuhun (SBPC).
~ nd:.u n~ 1.1Sina!:, e boa parte do bQgaço {c:ompoe.to pór pa· 198&:i(l9):•ll•8.
l(;:e!;S(ta K. Taln,11dse K. Bau1cr WO, Albrrshttm P. Slrucrurc oi thc-
rede celular) é queim.ad.i par.i b'('r;ar eletricidade ou, ertt3o, des• plMit çdl ....~us. Pbnl PhystOlo};}' 1913:>I :188, 96,.
Q!tada. O que se pretende é uli.lit:.ir essa blom:usa p3!o gerar o H:tm~ r SL Hng,rn,esc:h IS. Str.aumc: M. Chans HS, H:m R. Lhu T, ~
etanol de segunda geração ou etanol celulósico. li exhtcm duas ai. Ord~·;SltatcJ U-anst'ripl,on of kcy pJthw~ys ,n ArJ.btJop1,I§. b)
usinas que uli.litam essa nova tecnologia. !;(rando ct:'ltlol a pu• thc drcadUn clock. S<:1«1ce 2000-.19<►.l 110-.).
tir d,1 parede celular. mas nmilo ainda deve .ser ptsquis:ido p;.i.ra Um11 OU. Cha,-a Rô. Buckcndgc )\S. S-ttd i.tc.,ng,c hc:m1<cllulosn
~ wc:t-c:nd Jddlovcs in piptrm.i.kuig. C.uboh)dnu Pdvm;:n
melhorar o processo pródulivu. Novas vadcdades de pl;mt-as. 2003:52:367-7).
que podem servir como fonte de blQt'nc-rgia,., t<'m Sido destn• Lima OU S3.1'1101 HP. Tmc: MA, Molk FD, Bu.:kcnd~ ~b. ?311.C'rn.,
\'OMdas para aumemar n produüvidadc, o teor de sacarose t' r,i Q:prCSS$0n ofcC'll "'._,n rd.11~ i;c:n,-i, u\ ~ui;:;ir anc, Cc:nc11,'...'i ,ai>J
a 1>0rccn1agem de biomassa. tanto cm c:$C-o1la de mnt<'ria-prima Mók,;ub.r Slology 2001 ;1-1: J9 1•$..
q uan10 pesquisas na ân:a indw.trial n:i melhoro de processos. Mirqucs MR. BuckriJ se ~IS.. Bra-s,i .\IR, 0 1eu1t.h S.\ IC. Ch..a~
tt:ri.u tion ()( J.n Utr.w:dtulu cnJopolygal:u:ruronlk irom wp
Proc«sos e m veg.:t,1is que enVOh'i!m biotccnologl:i a 6m
robt Mucor nma,i,;sunus ~mulSc:ntsch .md 11:1 M.'UOO .u 111~•
de produzir corn1>0s1os d.: interesse ecooômko dewm andar gcr oí Jc:ftl\Sl\'e rüp,1n~ 1t1 1.rup,.:;i.l pl.ani.,.. ~tr.:op.uholog:'I.,\
junto¼ f1siologfa vege1al. LeV3r em cons-i~r.ação qut' a pare• !006:162:ll7, 46,,
d e cclul::ir ~ uma cstn11ur.1 :altamente co,npku e d.:sempcnha ~1,C11nn MC, Rd!<fL> K. Mclu1«1urc oi th< p-r1m;a.l)• ,cU '-J.IJ. ha..
UH'I papel fundamen1nl não sô na vid2 d.1 pl.int:l, como tam• Uo)·J CW, ;:d11ors. 11._. çy1osl.d«1.ll b~i;. 01 phn1 gr,:,tr.1h J.nJ
btm na dQ ser humano. resulta na !lecessid:i<le de m.iiQrcs ln• fo11u. LonJon. ,\c:iJc:ntk: 1991, p. 109•1-l.
MJ)"T E, ~ •• <:it:n,u l.inKa: rctl<:t()o ,obn:- i .1u1un,1rm..1 J,.. 11m.1.
\'estinwntos eni .::;tudos ,1uc ro,uemplcm " tem.itiC'a, d~ ipluw c1cn11ti,,:,1. ~" Paulo: Comp~h,.a J:i~ l.c,rb.1005.
Trn... ~1'\S, S..l,J. CO. l.unJ UU, C,.1,rp1u S C, Sud,;mJgc \1:,. fu'lc
Agradecimentos ,uutluu ,11" rnu.-J·oltgonwr i.co,r~gt" -"lloslu,,:.Ul 1mm u<nli ~••
t-lfnk'1u.tJ..,ffl.lrti.u,I C.ubohyJr-.at<! l'(il..-1nco 11)()('1;t,6H~· H.
Os autores agt.adec.:m ;,s valiosas .s.u.gé$1ÔCS e ,'C'>n1cnl!irios Jos \\'rani;han R. Pc:g..itlJu tui;o. \un1u ,ol.1nh.ar 1\Q, tom"u hum.i.1\\h,
cok"gas Lcila ,\foflarl, Miguel fosi!- t,.linh(l(O e Simo11c Go,I<» R..odc J,uw,ro: l,1rg,e Z-Alur, ~010.
Auxinas
Helenice Mercier

Introdução O 1ermo •auxina'" (do grego o u.utrt, crescer ou aumenl.u')


foi proposto por Fritt. Wtnt, que demonstrou, em 1916. apre,
A auxina foi o primeiro füormónlo descober10, e os primei• scoça de uma subs1ânc1a ativ:a na promoç;io do cresdm-enw1
ros eslUdos 6siolôgicos acerca do mecanismo de expando isto é. um composto caus.-dor da curva1ur:a dos coleôptil0$
celuhu \·egeta.l enfatizaram a ação dtss.t hormônio. Todas as de graimíne::is em direção à luz, desenvolvendo 1a.m~m um::i
evldênc-lilS sugerem que as auxinas e.xercc-m um.t importan• técnica para quantificâ,lo. A maior írnpottlnc,a da pesquisa
te função nl'l regulação do crescimc-nlo e- desenvolvimento de Wcnt rcsidju na demon.suaçjo de que a "influência. trans•
vl."getal. missi\'el~ assim chamada por Darwin. poderia. djfundir-sc do
As auxinas e as dtocinina.s 1ém sido consideradas füormó• tecido ,·ege1~1 par::i um bloco de 5g::ir (gelatina.). Pequenas por•
nios vitais à.s plantas, tanto que nenhum mutante Vt'rdadei~ çOes desse bloco poderiam, ent!o. ser us.idas p.tira lestar sua
isto é, sem um dos dois hormônios, foi atê hoje mcontr.d~ cap::iddade dt' tC$-l.1ura.r O crescimento dos coleóptilos d«a•
sugerindo que mu111çôes q~1e elimintm to1:almente a c:ipacfda· pitados. A$Sim. C$Se pequeno bloco de âgar. ao ser colocado
de de produção de auxln:is ou d todnln:a.s-.sio leiais. En1retan• :isslmetriamentc sobre um coleóptilo deopi1.ido. indu:da .ti
to. J:5, foram isolados mutantes üawtin1Mebcion.ldos': os qu.;ais su::i cun•::i.1ura para o lado opoi.to ao contato C:(lm o bloco, em
têm poss-ibililado avanços c-0n.siderãv<is quanto ao modo de virtude do .aum<nlo na c:onctntr.af?O de ::iuxm1 que e$timulou
ação das auxlnas ern vários nivtü. o alongamento c:dular do 1:.ado .tibai;to do bloco. lk~ au~va
Este capítulo se i,nicia oom um bre,'t his1ót1co sobre ades- um crescirntnto dift-rencial entre os dl)iS lad()S do coleóp,tiJ<>.
coberta das auxinas. seguido por uml'l descrição de suas estru• resultando em uma curv.aturta (Figura 9.2). Went 1r:ab:llhou
turas químicas. sendo abordados mais à frtnte o mct.abolismo com plântulns de aveia (Awna satiYa). demonstrnndo que a
lndolllactuco (AIA), Si:r:lc.> lambém
c:- v u a 11$p<Jrtc: do ácido
C'UJ\'alura era proporcional â quantidade da substância pro•
disc:utidos 3Jguns aspe:Ct0$ dM efd 1os fislológ.lcos das auxinas. 11\()IOr:l do crescLlnenlO prt3ente no âgar, sendo até hOJ< uob-
mec:,,nismos de ação e aplle2çóe:c; comerciais.
zado o conhecido "tt'Slt de curv.1tura du colOOptilo de a,·e1a'"
pam estim.ir a quantidade de awdna em uma .tim(l~trai (Figur.1
Histórico da descoberta 9.2). ESSa foi .ti primeira \·a que se e,nprtgtm um btO<ru.310,
No lin:il do sc."culo 19, as obs.er,•açõe.s de Ch:irl;."$ 0;1twin, (a. isto t. um teste pár.l det<rminar o efeito de uma substlnda
m oso por seus ntudos de evolução a,cerca dos movimen tos biologk::imente :uiva i:m urn material vcg.:tal. visando ,l quan•
d :is plantas, C0nlribuiram d«idid~meme p:ir:1 a dcscob<rla tific.ai;Jio de um hormónio.
da.s auxinas. Um dos fenómeoos do ctcscimenlo \'tgttal por Os resuh:.adus das pl-squisas de Went ;1brir.iim (';lmmho.:s
ele estudados íoi () d-' curv.'lou·a de plintula.s dt gra.mine:is cm parn os es.1udos que Se seguiriam 03 tcntallva <li: bolar e hl(n•
rl."sposta à ilumin:ição unll:itl>fal, fenômeno ronhttido como tificar quimkamentt :ll> au:ôna.s. culminando no ,..olami:nto
fototropismo (\'er Capitulo 16). Dar~'in observou quccol<ÓP"' do :kid<> indoHl-3-ac~IK'.() (ALA) cm 1946, ex1f'1iJo de grãos
tilos d e aJpiste (Pl1cdm·is cww.ri,ms.is) respondiam à iJumi,1:açlo Je m ilho imaturos. A p.1r1ir de <ntâo, a.s pcsquis::i.s ,•.'.-m Je-
lateral cresc<ndo em direção à fonte de tuz. Entr.:1;.uuo, ::i rcs• monstrando que o AlA é a prin..-1pal au:un.1 cn.:omr:ida n.l.)
pos1a de curvatura de toda a o:1en$:1.o do colcóp1ilo não ocor- plantas vasculares.


ria s< o ã1>ke desi.e órgão Í0$5e removido ou. ainda, se i()S$e
lu,
coberto por uma barreira de modo a nâó rlé!tmitir a pa.)$:igem
da lui {f igur.t 9.J). Darwin concluiu que o ápk< <r:I o ponto
sens()r da luz e que de"e-ria hil\'Cr ,-lgum sinal, chant.1do por
efo de "influência 1mnsmis.siwt': produzido pO!!tSWclm<nle ,w
â1>kc, q~ie S<ria transmitido~ rl!SiÓ<S infi:tlor~-s da plà1uula, Coleq)bfO Coleóphlo com
decapitado apice col>MC>
quando iluminad,1 unil;itcr.almente, c,,u,sa,,do. cnt;\O, .l .:ur,·:i.
lura. Após a publicaç-lo de su.,s idci;1s no li\'r(I 7lr<' f(111'<r •IJ Fig w a 9.1 b.pewnento, fotou oolcos rc.1kudos PO• Diuw1n no sec1,1·
k> 19 <om cdeopt,IOs dí! ,1olp,ste. Con<lut1.1 ~e que \1111 d11mul0 pa,a o
movcmcllt ;,, plmit~. em 1881. yJric,~ (MJIM pl"S\lui.sadvte.s \'i• u.:-sc,mic-n10 e,c1 P•odiwdo no .:ip,c... do cok!-optdo, \rndo 1t;i,n,n11uoo
1 iam a conhrmM os rcsul1.1dos 1>ot ek obtu:los. ;1ié11l Je tcr<m JMfol ,Iion,1 de CtitSCinwnro: qu,>1,do o 4p,ce ..,,,. <:Oll.ldo 01.1 cob.,1tO.
aprofundado suas obscrvaçô,:!11. n.:io h,lN (lltvatura.
176 Fi~ologia Vegelal

Atualrmn1c:, o "auxinaM tem sido sendo emprtg.ido genC"ri , En1re as auxin:is sin1c.'1 ic:1s (l:igura 9..t). bto é. aquelas &in.
camentc para dcs.c.re\'er lanlo as substàncias naturais quanto f('liuadas cm labor:i1órios e que c.3usnm muita$ das respos.ia.s
:is sintétic.u que cslimulam o akmgamc-nto dos colcóptllos. 6siológlcM comuns ao AIA. cncon1r.1m •se o ácido alfanafia.
como ser:i ,isto mo,is à frcntc, clas regulam também o crC'SCi• lenoad1ico (a:-ANA), o ãcido 2.4-d lclorofcnoxlac.ético (2.,4-D).
mcnto e o dcsen,'Ohimcn10 ''('t,'C'tal
o ácido 2,4,5, triclorofenoxi:icél ico (2, 4,S· T), o ácido 2 • metoxi-
3,6-didorobenzoico (dicamba) e o ácido 4,amino•l.S,S· lri•
Auxinas naturais e sintéticas
doropicolinico (picloram). Grande parle das auxinas sintê'li.
De- modo seral. a auxina natur:11 mais abundante ê o A/A En• c.u ê empregada na agricultura como hcrbicid:i. $-Cndo as m:iis
trl'tanto. dependendo da esptcie, da idade da planta•, d11 cs, frequ~nlcmcntc.- usadas o 2.4-0, ó picloram e o dicamba (,-rr
tação do ano e das condições sob as quai.s a planta se descn• "Ação hc.-rbicida de auxlnas s:intêticas"),
,-oh-c. outras auxinas n:uurais podem $Cr cncontr:idas, como De modo geral, as a'1x.inas sintêticas sã<> denominadas
um anâlogo dorado do AIA, o ácido 4-<loroindolil-3-11cétlco substt1ncitU rtgufndorns do creuif'lu:nto vtgttnl, cnquan10 o
(4-doro•.\U), o ácido fc:nilacêtko e o âcklo indolil-3-butírico
termo honnónio ou fitormó11io 1cm ficado restri10 às auxinas
(Al B: Figun 9.3}, ainda que f.lhem infórmaçõcs mais precisas
naturais. Quimicamente:. a característica que 1,11\ltic:i cocl.u as
a respeito da fisiologia e bioquímica dos últimos três compos•
tos. exls1indo cena contf'O\-érsia se realmente atuariam como moléculas que expressam :atividade auxinka é a cxis.tência de
hormóni0$ nas plantas. Normalmente em bioensaios. en:i.s uma cadeia literal :kida. a qu:al deve estar ligada a um anti
1u.xina& No aliva.s cm concentrações bem ma.is clevad-as que ó a.rom.ilico. Uma comparação entre \'ârios compostos com ati•
AlA, e suas funções no crcscimemo ,"egetal permanecem dcs• vklade nuxinica mostrou que, em pH neutro, clc-s têm unu
conhecidas. Pesquisas rttentes 1em demonstrado que o A.IB.. forte ca'l? negati\'a, re:s-ultante: da dissociação do próton do
alt:m de agir como audna, pode ser ele próprio un\a forma grupo a,rboxi1ko. se-parada por uma distância de ce:rca de O,S
de armattnamemo de AIA, já que, por um mec.1nismo de nm, dt um;i, carga positiva (rac:a proveniente do :anel (Figuni
oxidação que ocorre nos pcroltissomos, esse con\p0$.tO pode 9.S). Essa sepanção de carg.u é considerada uma caractcrisli•
converter-~ em AIA livre, ca c.-sse-ndal pan que um composto tenha a1ivid.ade aux.inka.

Elt0'$mldaóes iSoladas
dos <:oleópdos. $Obre
blocodeâgar
8foço de ágar cortaoo
em unidades mMorts $0ble um dos aaoos
do o::ileóptilQ
.........
Blooo de Agar cortado CuNM~ (lo OOleól)lilo

O gr3u dt Çl.l'\'&tura
poctese,,m~o
F19u,.. 9.l: bpt'rimentos. rit•lit,ldOS por Wen1, em 1926, com coleóptil0$ de ;,veJc1, em que se demonn,ou il P,t!uinç• de uma )ubstànci11 p ,ome>·
tOr,l do crescimen10. • cw•I elõl d.lfusí11el em blocos de jga, 4! induz~• curva1u1c1 dos coleópt.io1 propo1clonalm(ttl1e.) sua concentr;)(iio. Esk'
bloensaio ~ conhecidocomo"les.1e de curvatura doc-6ptilo de aveia~

()c(CH,-COOH
1
H H
Áoclo lndolM+oélieo (AIA) Acido 4---dotoinclo61•3-acélico (4-doto-AIA)

r;rCH,-COOH
ÁQdolcniNdtico Acioo incloli-3•1xillrico (AIBJ
úpf1uto 9 ,o, Auwinas 177

CI
Acido 2.• -diclO<deno•lacetco Acido alfanaft.ilcno.1'0êc.eo
(2.4-0) (n,ANA)

O CH1 - COOH
CI ~ COOH OC!i,
CI X í CCOH
1/' I 1 .
~ h
CI a e,
NH, CI
Acido 2•me101d-3,6-dic:loro- Ácido 4•amino-3,S,S.tiidon,, /v.m 2.4.S-lti~
benz.oico (diC2'1Mb."l) pieolfnloo (totllon ou pioloram) fe:nowi.,UllOO (2,4,S.T)
Fl91o1ra 9.A Ewutura C)Jímiea d~algumas aulÕf'las SinteUC.,u ..

Metabolismo do AIA sinteti:t:ado em duas ctap~s. inici.inJo-~ pd.1 conv..-No Jo


tripto(ano ('m AIP po-r mdo da açio das a.minotr.1nsfer.ises
Biossíntese do AIA dt , ,iptofan0 do: at11bidopsis ( TAA). O M."Sundo puso t re.1•
Em ge rnl, a biossíntese do AIA tsti ::issod11<b II locais de d1- füado pelo grupo eruim.itko das tl..ivina mono-o:ngc-na.sotS
\'1.são celvlar rápida. cspecfalmen1e ,,o metlstema aplal e.tu· (conhcddJs pela sisJa YUCCA), produzindo o AI.A. Estudos
linu , nás folhas jovens, nos fru tos em dC'.sen\-olvimC'nlOe t 1n
seme.ntes. Esses locois são COrt$.iderados os c,ntro.s primJrios - o.S nM -
de produçdo do AIA, embora, cm níveis inferiores. C'$$I ;11,1.x.i• ;,
J ~
na possa ser 1.'lmbêm produz.ida em folhas madur.as e mesmo o
nos .'lpices radkubrcs. \ >--.. C Ht - e
o
Gm prim órdios foliares de Ambidopsis 11,aliana, a au.,in, <
ii.ntctiiada preforcndatmente n-0 :ipk ~. No entanto. duunle o ½ N AJA
desenvolvimento deSS:1$ folha$.. hi un"t\ mudanç.a gradu,d Jo tt o
local d-: síntese, ,lassando ;i rcgi;i,o m.\r&irul e, depois, à central
das l!uninas. E$$.'I progrl"Mi\'aaltl.'r~âo nos locais~ prod~.ão
corrtlacion.:'l•SI.' com a Sl"qUfocia b.a.sív-:t:.a de marurnçâo foliar
;
- CH: ~ C
o

e de difcrencfação ws.:ular.
Nas pi.antas \'ascul:.ues, as tot:u, bioquimic:u que l('V;lm ã Ácido fenil.adtico
bio.sslnh:sc do AIA rn'lo t'lilâO 101almentl.' ddinid~s. e mui-
h) me nos as Sl•M vias dl.' rcgula('-50. Enmtanlo. sabe-se quc o
cxi.s1cm duas rotas principais: a dcpcn,lentc de tript<.>faoo <' a
não dependl.'nlc. A aplli:ação Jt.> isôtopo$ t11dioali\'óS, aoopb · o
da com tecnicas pr\'ciS;i$ JI!' quantitic.lç-Jo do A IA, <onto as
cromatogratias liquida <' g.1s~.a a.s.io.:iaJ:i.s :ao imunol!'n.~aio
ou à cspecl roml.'tria llc massa. al<m das di.,pooibiliJades de
plantas mulantt.>S e linhagens 1r,msg,h1icas cvm aJter.a\ô~ no o
me1.ibolismo desse hormônio, tem J>O~ibiht-;1,lo um :n .1n\o o
con~iilt râvcl no ccmlwdm(1110 das vias biossinti1k ..u. e, o
Exl$k m fortes cvi,lO:ncias ,lê' quo..' v AlA ; s.uu,:fü:ido a
partir do amifül:k ido triph1Íi1nQ, pi,55wdn1('nh: poc .1lgmn..u
r~)1a$ de com-er:;:lo, 110 l' IU ,lllhJ o,.";i,IU1fos r<"(cOt<'., in,lk,1111 qu.:
.i via til) âcido iudolil-.l•r 1tllvko (AIP) , <11npr,•L"1idi.· .a ptin-
- o.snn,
figura 9.S ÍOtntj, d liSOCiild4S d(' ,JU). 111,h ttiO\UJol\do i1 ~>p.)1~0 <;11:
•~I.' .,.111 pl:ult.\S, s<n.lo ,1 ,ink a 11,1,1 ,1u,· ,·.\JJ
c1p 3) n:i bios.sí11 t~
O,S n n\ é.'nlr ~ l C11r9 ..1 n,:iJJlNa do g rupo CJlbm..h(O e .l c.:119.:i or»•tlv,1
pas~o cn z.im;Í l ico j.i foi idcntitii..1,f o (f ,gur.t, 9.6). 1i,1,..._ v.a do anel. E.ssa k'p.11..1(,10 de- <<119..1 ~ 11 f'SSN1C1otl P-M"il que utn compon o
rias cspfric;>, induindo 1ln1l,ilfop,i$. niilh,) e •11 ,-.w. 1' AIA ,: t <"f J l l~idadé,> /IU:>.IIIIU,
178 AslologiaVegeta1

gcnétkos e bioquímicos sut,-trem quC" as famílias génicas TA A r nconln.t•Sc na form:i conjul,'<'da. Ne.s:.w caso. a .'luxi,,a ttm 0
e l'UC e,.erccm função crucial na hiossintt'$(' do AIA. :uuando g.rupo carbo,dlico da forma livre combinada covalén1cmrn1t
scquencia.hnentc na mesma rola. O AIA pode ser produzido com outras mo1Ccu1as. Vãrios conjugados do AIA são conht.
mnbCm de modo indcptndentedcssc amino.i cido, no cnt::uHo cidos, como AlA-glicw. AIA-inosilol e AIA•aspartato (figu.
n!o St-ria a rota. preferencial de sintese desse hormónlo 1'1-0S ra 9.8). No primeiro exemplo, o AIA conjuga-se com um. açu.
\'egetair.. E.xperlmcntos com planlas mutantes de milho e Ara• ur Oigação és1er) e, no último. com um aminoácido (ligaçiui
bidopsis para uma cntlma que catali.sa a etapa fi nal da biossín - amida).
tese do lriptofano mostraram que elas necessitam d-a 2dlçào d e Em gc.nl, as plan1a.s podem re\-ertcr as formas conjugad.1s
triptof.a.no par:, wbrcvi,1er. cm formas li\'TC$, por meio da a('lo de enzim as h ld,olilkas.,
As plantas 3-.presentam m«ani.s:mos de controle do nl\'el cc• Um sistema bem in\'estig.ado éó d,(' grãos de m ilho (Zt" ma,'J)
lular de AL\ li\Te, regulando a taxa de sintese ou controlando C'm gt>nninaçâ.o. Vc.rificou-se que o conjugado mais abund;,.n.
a transformaçlo do AIA C"m formas conjugadas.. as quais ~o te encontrado no cndospcrma de Zta mays é O AIA•i nosilol,
considen.da..s formas lemporariamcnte inativas. Além desses O qual reprtsenta uma importanle fonte de AIA livrr par., o
m«anismo.s.. existe o pro(C$$0 irreversível de degradação. A crescimento do eixo ciulinar da plântula cm formação, Além
compirtimcntalitação n0$ cforoplastos e o transporte Iam• da Funç.10 de armaieniimcruo de AIA no grão, o AlA•inositol
Wm dC'\'Cm 5tT ~onsidcrados formas de rtgub ç.ão dos nh1ds compreende a forma de transporte do f."ndosperma parJ a
dt" AIA 1in t em dt'1.tnnlnada. ci:lula (Figura 9.7). plântula. No ápice do colcóptilo, o AIA•inosilol é hidrolis,1do,
sendo a forma li~ transportõlda para 25 rcgiõc.s mais ban is
Conjugação do AIA do eb:o caulin~r do vc;gecal '°"'
nesdmento.
Embon o AV. lh'rc $CJ-a a forma biologicamente ativa, a
maio, par1c do conm.ido de auxina.s pr~nte em um veget:11
10,.i-1

l•-•l~®ZT
NH,

~'y-{~-O H
. li '\ i1r,.,,....
,-..,_ /--.. / o Cl'1>l 1 eo,,,,,..,,_,,.,;,...., ) ( O• deç,o J
v N
H
Flgun 9 ,7 Mecanismos reguladores dos niv~ \ de AtA. livn: n.n cilul.is
Amlnob'al'\$181'8ses <le ltiptofano vegetais.
de Anlbidop$is (ATA)
•1

Acido hdol,1-J.piN-ko
(tPA)

~
~):(C
L 1 1
H
,-C-O
)-1),_OH
OH

K oo Ho',j
Flavine mono-oxlgenase
" ,H/'
O
H
(YUCCA) '
O
H ·N
1
H AIA..,ositot
1 COOH

Ácklo lnc:Jol,1•3-aoético O CH,


(ATAJ 1

( r. .1 r/fH
f CH,-C-:-100H
~' H
H 1
H AJA•aspanato
Figuni 9.6Pmcipal ,~ biossintécka de AJA 6t>Pt"ndent~ d€! 1tlp1ofa •
no em Arot,JdopJls. figun 9.8 b u u1u,,1 qulmlca di: uês auirlna~con,u9.)das.
Gtpitulo 9 • Au,cinas 179

Os conjugados de AIA são biológicnmente ativos quando OegradaçAo do AIA


empregados cm c ultura de lttidos CK1 l"11l biocn.saios, sugerin-
O AIA, quando cm solução aquo~a (/ri vilru), t Jcgradad<, por
do quie m a :u lvldade t steja direLamcnle c<>rrelacionada com
um3 v:iriedade de agc-nres. que induem a luz v'hlivcl. .ieid~
a quantidade de AIA livre liberad-a :após a hidrólise da forma radl,ç~es uht'aviolera e !onizan l<. No prim<iro c.a..so, a foto-
conji1gadi no tecido vegetal. Em planta., cultivadas fn vitro, de.s1rulçlo pode ser :iumentada pel.1 prtscnça de pigrnenlos
por cJCcmplo. observou-se que certos conjugados facilitam o ve~t:ils como 3 ribollavina.
crescimcnlo da par1e aérea, mas n:lo o de rafzu, enquanto ou- N~ teddos \·egct.1i.s,. o A IA; inativ-ado imcdi.at.amcnte ~pós
tros têm e feito oposto. Tal fato resulta da capa-cidade de for• ou cc.mcomilan1emenle à açio promotor.a do cr~imento, Sua
mação de AIA-livre por meio de cm:ima.$ Mdrolitic.as, as quais deg,ad-'flo se faz. por melo da oxid3ç.io. que pode ocor~r
t~m especificidade. alividadc e ioealizaçlo diferenciais nos 1.an10 na c:tdt i:a lateral ((Om descarboxllaçjo) q~to oo .tr.el
tecidos vegetais. A atividade biológica cm s.i re$uha da porção lndóllcc, (sem desc.lrbo:cílaçlo: Figura 9.9). Somcnle um;a pt·
correspondente à molécula de AIA. e n:1o do Lipodc molécula quena r,....ção das auxinas existe n;, form.- livre e ;ativa p;u;a os
conjugada. Assim, a regulação t:anro da fonnaç:io de conJu· tventos de sinaHuçio.
g.ados q uanto de sua hidrólise ê uma importante ferramenta A descarboxil.1ç.io oxld:uiva do AU. i c:i!alisad.a por C"n•
no controle dos nivtis de A(A livre presentes na.s- planm . Se,. :tim:u do tipo peroxi~&e' (via d:u pcrnxid.tsc-.s: Flgur.a 9.9 A),
mam•sc a isso outras fu nções, como a e.stocagem e a prOC~.io também chamadas de AIA-oxida~. as qu.iu c;ustc-m cm
contra a degradaçao. numcros;as form11s 1.s-Oenzimitic:::.L$ nas p1a.nt;,s. Entretanto. o
lnveMignçóes mais recentes sobre a conjugação do AIA com signili-tado li$iológlco dessa \·ia n1o St' enconlra .a1nd;a bem
am inoácidos revelaram que há um:1 gr.iindt f-amilfa d<<nximas es111beJ«ldo. Cer1as plantas trnnsgl-niC.l.S com supc-rexprcss.io
com atf\,•id:.ded cconjugação do AIA (GHJ - Gre1chen Hagcn 3), de genes p:ua. a. sintcse de pcro:dda.ses n.io aprcscnl.ar.im .iltt·
as qual$ ca1alisam essa tmnsform:içAo com « r1a e"P«i&cida• l",)Çôts significafü\'IS nos nível$ de AlA. Nem mesmo mul.tn•
de tecldua.l ou com íunções em decernlin:wJa., í;ises do dcscn• tcs com diminujçJo de até 10 \'eZes na ;atividade pcroxidis1..:a
\·0M men10. As conjug.aç6e$ com leucina (A.lA•Leu) oo alani• aprest"nt;aram .:altec-aç6és no contei.ido de AIA.
na ( AlA•Ala) são facilmente hldrolid~-els. sugerindo qu< essa A$ ll11l'. it12s .s,in1é1icas eas formas conjugadas de AIA não~
forma d < conjugação con1rlbui para o poo1 d< auxinas Uví\'$ e desativada..s pelas peroxid.ut"s, pc-rsistindo por mais tempo nas
ath•as. No enlanto. outros cc,njugados po,dtm ,e:r ou1r2is íun• pl.lntns, em comparação com o AJA. Por esse moti\·o. rambrm
ç« s. como participar do cata.bolls-mo do AlA. H:i evld~ncl:as se atribui à conju~çjo do ALA .i fun~o de proteção contra J
de que as conjugações do AlA com aspar1.alo (AlA•ASp) ou dcgr.adaçiio.
com glutamato (AlA•Glu) escão rn.1is relac:iooMJa.s com a de· A o,:idat~O do :mel indólko ~ um st'gundo caminho de de-
gradaç:\o da aux.in.a que C()lll o seu annai enamn110. gradaçiio do AU., .s.endo considcr.ada a rot2 mais importante

A \lia das l)el'O)id/lses {com d8$Ut00ltaç30I

~ C
OOH P<ro, ••,. (UC
H
,
H H O
Ácido lndolit-3-aC$1ioo 3-mewenolUl'ldot

o
~ ~panato

H l '""º'""°'"ª'P"""º
o
' CO()H

l C- H
N
i~ O
N
o
A$Po1rt3IO

Aoclo 01ti!IOl-3-.1c6lic:o H

fl9u f'ill 9. 9 Rotas de dl!(jlo1d,~lo do AJA: 'í'U das pl!l'C(l;ld,11~ ou dl:\lill bo:,,IIJUV,) tAl: ~ nao dh CJo! bol,i&.)11113 18) Es tJ ulnm,> <! 11\Jl \ r,tqll(l:nur n.t\
PliUll .l.$.
180 Flsk,logla Vegetal

dt dq;radaJ~º do AI~ (\~a não dcscarlx>xllativ.l: ver Figura Transporte polar das auxinas
9.9 B). A 3h\idadc cnz;1m:atlea envolvida nesse proc('$$C) é ain-
da pouco conhecida. O produto final do c:it:abotismo do Au ~ O tra.nspor1e de :,.udnas tem uma importância fu ndamental
o ácido o>::indol-.\::1.cêtic:o (AlA~Ox). A inativaç..\o do AIA por no (:r('SCime-nto e desenvoMmtnlo dos vegetais. igindo como
essa via i lrrevcri;wcl, Estudos com aplicaçlo de AlA mostra• um fator detcrmima.nle nos pr()(essos de cxpansão/along-1.
ram um rápido acümuJo de ácido ox:lndol-3-acttko (AIAOx) mcnto cdular, nos movirnentos trópicos, ni divisão das ~rt11•
nos tteidos.. Indicando qur a oxidaÇl'lo do AIA tem uma im• las. na diferenciação \'3$(Ular. na dominâ ncia apical, na $Cnes.
portante fonçãio M regulação dos nl\'Cis de auxina.s ath-as nas cê-ncia e abscisão. Cada um desses tópicos .scrj dlsculldo maii
pl_antas. Foi_dtmonstrado par~ viriis plantas que, portssa via, adiante neste capítulo,
ha a nec0$1dadt de ocorrer primelro a convers.\o do AIA cm As auxinas são os úniCO$ fitonnõnios transportados polu.
sua forma conjugada com o aminolicido aspartato (AlA-as- mente, isto é, o nuxo de auxinas aco1uece dircc:ionaJmcntt,
partato) para. então, dt$Cncadcar o proccs.~o irrevtrsívcl de $Cndo do ipi« para a base d.as plantas a direção mais comum.
catabolismo não dcscarboxila.tivo. Assim. o AlA-aspartato No entanto, existe também um cnnsporte apoiar pelo íloema,
p:ir«C tc.r uma função especifica de marcar o AJA disponivc.l
como acon1ec:e em folhas maduras. no qu:,J a mnior parle do
par::i. a degradação. AJA sinte1b:ado pode se.r transportada para as demaL~ paria
Um esquema simplificado das poMh•cis rotas de síntCM:, da planta.
conjugação e degradação do AlA é apresentado na F\gura Nos estudos para quantifü:.ar o transporte polar das auxi-
9.10, na qual estão indicadas a síntese dl: novo pelas vias de• n~s. empregou-se o método dos blocos de ãga.r doador e re.
pendente e independente de tripto&no (indol), a oxidação do cepcor, conforme indicado na Figura 9.11. Um bloc-0 de ãgu
contendo a.uxina marcada. r:1.diootivamente (bloco doador) é
AIB e a hidrólise de formas conjugadas, aumentando o nível
colocado em uma das extremidades de um .segmento caulin,1.r
de AIA livre e a degradação do AV.. por Qxidação. As sintcses
ou de hipoOOtilo, e um bloc-0 rcceptur na exlremldade OPQSla.
de conjugados hidrolisáveis e de AJB podem também contri-
A efetividade do movimento da awdna pelo tecido \'egeta.l en,
buir para a reduçio dos níveis de AlA. as.sim como a o:údação.
direção ao bloco re.<eptar pode ser de1erminoda por meio do
tempo, mcdjndo-sc a radioatividade preSc.'nte neSM" bloco re•
1 AIA co,l)U9SdO 1 ccp,or. A partir de virios cns.tios usando esse l.ipó dt métod<>.
.as propriedades do ,ranspotte poJa.r das auxinas puderam ser

~~,--
~ u
... ,
estabd«idas. Em coleôptilos e. em ramos \'~t.t1th•os, o u ans•
p0t1e basíptto predomina (Figura 9.11 ). O principal local pôr
onde .se dá o transporte basípcto em caules e folhas é o parên•
quima vascular.
Na.s raiz.cs, o transpone. da ba.st para. o ápice (movimento
;,,:,ópçtv) yu.Jc :.e J a, ydu partnq uhn.a )(llcm ~tlco, pdc,, pr•
~ rlc~ e pelo tecido Ooemátko. Um:a pequen a quantidade da
~ 9 .1 OEsciuema simplificado d.i,\ posUYCl"$ ro~$ ~ sintese. con• awt1na que :alcança o ápice da raiz ê redis1rlbuída pal'a as cttu•
1U911ç-io e degrada~o do AJA. las do córtex e da epiderme. sendo assim 1rnnspor1t1dt1 dcvol1:1.

BIOoo dO;aoot de éga,


C:Onlendo aiu:Ma ma1cada

(Ooaelot)
A

Extremidade
apitai B

Hipocõlilo ~=
,_...:;=e:....--'
8
--- ---1 1
i
TIOn$pol'te pard º
,..........
bloco
receP'()r 6 eletivo

,~... I
r
(Doado,)

(Rccep101)

T ranspo,,1e pa,3 0 blôco


rttcepto, o bloqueado
" ~ em <:ilull? JOYC:11l.
Figura t . 11 bqutmo do 4rmai0 dos blocos de ,gôl' doado, e: u:a-ptor para quantifica, o o an~porie pol.i,1 da aulo'J,..,
Cai,'tulo 9 • Au>1il'l3.S 181

à região basal ( movimento ba.sípcto radicular) atê a 'lM íl de A 5a_jffil do AJA· t (avorirdda pelo po(end•I de mcmbr.u,a
alongam ento. onde o AIA, em mtx:is concen1~ões, rtgub 0 normal (lado de for.a positivo) pot meio d(I membrana pfa,.
alonga mento das células radicularts (Figura 9. 12). mJtica, alc.ançando, crnfo. a parede c.elular. onde o A IA t 120•
O movimento polar da au.xina ocorre célula a célula, em v:i.mcntc pro1onado. íormandn AIA-H. ÜY forma d,funJ~ se
\'t'.Z de se valer dos pla.smodesma!i, ou .kja, do slmplasto ce• pcl~ espaços da parede ulub r. t ntr;a.ndo n.a célula subJaC~r.1te
lular. An im , o AlA deixa a célula pela mcmbran1 plas.rn.itica onde !it' difu nde, ou é c.1rteg.adh pda «irrtntc CllrJPl~~ma11a
de uma célula, d ifundindo-se para. as parede$ primáriu pró• p.tra a porção basal cc.lulaat. A tt0rfa quimiosmóttea prevta. J
ximas e passando destas para a célulo imtdia1amente abaixo, possibilidade de h.a,·er 1rnn1por1adore1 de saída dt" AIA . os
pela me mbr.rna plasm .itic.a. quais se localiu.riam e.sp«ificamenle n:i regi.ão ba.s.aJ, Dessa
De acordo com a teoria mais an1iga sobre o ttansporte de forma, ha,·e1fa um movimento t»sipt10 preferencial por uma
auxinas, eslas u· mo\'eriam no d roplasm;a celular, onde seriam coluna de céluJu (Figura 9. 13),
s«.re1adns ntivamcnte por meio de carregadores presentes no Oombn de prótons (ATPa~). loc.al,1,.1.da!i na membrana
lado basal de cada célula. N-a década de l970, um novo mode• plasm.ÍliC:a. operam no s.entido Jc, pn.-venir a acumul.a,-ão d('
lo sobre o 1ranspor1e polar das auxin.as foi proposto, conh« i• ions n- no d1oplasma. mantendo rn.nto c:en o grau de acidez.
do como 1rnnspol'te quimlosmótk o da awdn.a, no apoplasto quanlO um poeendaJ de membrana favorivd
(Figura 9.1 3).
Foi confirmado muito tempo depois que existem trh prin•
Teoria q uimiosmótica cipais familias de proteínas transmembr.lnlca!i que transpor•
De acordo com essa 1eorla, 1:intoa entrada de AIA nas células tam auxina pela membrana plasmátic;a. confirmando a pre•
quanto a sua !iaida seriam processos passivos. dependentes visão da ciislênd a de transponadort:$ de AIA proposta pt'b
de um gradiente cle1roquimico (awmivel encontrado c-ntre teoria qulmiosmótic.a, Ta1110 a e ntrada dt AIA•H qtnnto a
o apo plasm a (parede celular) e o citoplasma celular (Figura sakfa de AIA" são mediad:u por prOltina\ transportadoras.
9.J3). O AIA se ca racteriza por ser um ácido fraco, lipofilico. P<>nanto. atualmen1e. s.:ibt'•S< que a au:xin:::i pode cnlrar nas
Conforme o pH do meio, o AIA pódc e:dslir sob duas for• cClubs a partir de qualquer dirc:ção por meio de doLS mt'C-.1·
mas: a protonada (AL>\•H) e a anl6nlc:1, es1:1, portanto.disso• nismos: (1) difusão pa.s.si"a da forma pm1onada (AIA•H); t'
d ada ( ALA· ). O apopl:lsto é moderadamente 3Cido, com pt-1 (l) por pro1e-inas tran!iporladOr.1$ d.l forma protonada (AL'X)
em torno de S. Nessa condição. a forma ALA-U predomina. que utili:tam um m« anismo de cou.insportc do 11po s1mporle
Essa for ma é mais lipossoltíw l que a forma aniónica, pene• de H··ALUI. Qu.:uuo à ~ída de AIA. a forma dissociada njo
trando m ais facilmente pd a membrana plasmi1ica., Assim. o constguc passar pel::a membr.tna pb.smitica. n«css1tando ser
AlA•H p rese nte nos t"Spaços d.a p;u cdc ceful3t diíundir•se•ã transportad:i atl\'amenie por prott'inas tril.ll1pomdoras ( PIN
a favor de seu gradlen1e de concen1mçào, entrando na cilula, e ABCB). As pmteinas PIN (do inglês pin-shapcd mflornun•
Uma VC't no citoplasma. o nd e o pH se encontra em IQfno tts) e ABCB ftambêm conhcc:idas por glicopro1cina.s•P com
de 7, o AIA•H se dissocia râ e m AIA' e H·. A diferença de loc.alizaç;io niio pol.u) inh:ragcm. podendo funcionar t.anlO
pH verificada entre o apoplasto e o citoplu ma serve par3 de modo independente quJ.nt(> in1erdtp~nden1e nó con1rol.:
mal'\tcr o gradiente de oonc(nlraç3C> de AIA•H. estimul;andC> do tr:uu.porte pobr d.u au.x.in:is (Figura 9.1,1). Em pam,ubt,
a entr.,da continua de AIA•H n:1. ctlula. A forma J íuod.a• PIN/A8C8 formam complexos pto(eicos ~ti\'t:"1~. A Ílmtlfa.
da acumula-se intracelubrmeme. ji que nã() $t difunde de PIN div'idt •$t ç>n, ~ubfam1li.lS. As do upo l ~st;io !o.:;ifü.a.d.lS
modo (âcil pda membrana. ptincipalmeme n:l membranJ pla.smitk.i (PIN I. PIS!, Pl!\13,

/ ,
d . ...... .
fi9 u r;11 9 , 12 Chegada de AIA. ,w ui: pelo c1li1'1<ko VIIS(u&M' (lJ.lf'ISPOll~~IOPelOI * Suil redim bwç,10 j)Jl(l.11 P*'º cón~, * pe-lil e<l)idtN (nê 1traM
POI 1(1 ba~i!'M:!10). i1 M9if'ld0 il fE'C)lllO de c1lorigJmit1tlO 1Jdlcula,
182 Fi}iologla Vegetal

PJN4. PIN 6c PINi), enquanto .u do tipo li ( PINS e PINS) Si• Demonstrou-se que as prolrinas PIN. embora cstã,•cis,
tu,un•SC' no rc-Lí-culo endopl;asmialico. N.u dlu.las. as pro1einas n:io permanecem fixas na membrana plasmática. Na rc:alj.
PlN do tipo I t(m un,a kl<'alização pol:ar, corrclacion:indo-sc dadc. sui\ localização é dinâmica. podendo rcmodtfor o po.
dirttamcnt(' com a di~ão do fluxo de auxinas. Dessa mo.nC'i- sicionamrnto cm ruão do dcscnvolvlmcnto da planta ou de
D, no tran11portr basal dc auxin:u,, por exemplo. :a dil"C'çlo do fa1orcs ambien1ais.
mo,·imcnto l dada pdo posicionamento bJsal da$ PIN nas As prote:inM PIN podem dclar rapidamente para um «>m-
dtulas (Fip:ura 9. 14). A rcpctiç.\o da absor~o da auxina n.-i partlme.nto intracelulu (cndossomo). voltando depois para
porç-lo apica1 de uma célula com fua libc-raç.ão na região b:l.s:'11 1'I membrana plasmática. ES$e movimento cidico é dirigido
c$1a\)elixe um rontinmm1 no ,·egt1al, originando o efeito do por um d toe$Qutltto de acth·u, que controla o transporte das
tr:insporte polar da auxina (TPA) como um todo. prolein:u PIN, loa.lizando a fuaçllo transitória e assim~trica
dessas pr0tcinas na ml"mbrana (Figura 9.15). Por meio desse
mecanismo. esses traruponadores dt saída p:ua um novo J>O·
sicionamcnto na membra.na podem ser redisl rlbuídos qu.-.ndo
o transpo«e polar da auxlna íoralterado por alg\JnS es1Cmulos,
como pela lui ou gravidade. <» quais causam um crtscimen10
difercn<ial: fo1otropls.mo e gravilropismo. rõ'Jlectivamente.
E.ua alta adap1abUidade da ntaqulnaria de lransporte de
auxinas em resposu a \'ariaçôes do desem•olvimcnto ou am,
bientaJ està reladon:r.da n:lo somente com mudanças gen(I,
micas, mu tambên, com um controle pós-traducional do,
transportadores. Entre a.s modificações pós-traducional~. a
fosforilação rstã dire1amen1e Implicada na localb.ação dos
t ransportadorcsdesaida dcSs auxin-:is. As proteínas PIN, quan•
do fosforiladas por ml"io da atividade de em.im as do 1ipo d-
nase. $ão pcn:idonadas na pute apicaJ da célula; já quando
desJosforUa~s peb ação de fosfata.ses, são direcionadas para
, _ - AJAH•
=rl- -::;
pH,-5".0;;-- a base (Figur:i 9.1S).
O transporte polar da ,>\Wna pode ser interrompido pdo
cmprego de certas substãnd;1s inibidoras desse 1r.1nsponc.
como o ãcido n.aftílfrnlà.miCó (c.onhc-ddo como NPA) e o ãd-
AIAH do tri-iodobcnzoico (conhecido como ·rmA). Esses compos-
to., inibem o lranJCpot1.t pol,u ·, bk,qve,mJ u a :.aitl.u <le a1.U.i.UJ;)
das dfuJas, ligando-.se aos 1ran.s.por1;1dorC"S de salda (comple-
xo pro1eico PJN). Foi demonstr:ido e-xperim entalmentc qu<.
Figiura t.13 lf'ip61c~ q1,1imlosmõdca para o u-a.Mpo,te polar d.tau• qu:ando segmenlós caulinarts ou de hipocó1ilos são incubados
xlna (TPA). cm soluções que contenham um de$$C$ inibidores, somados à

Ápioo

Oireçao do
"'°ov.•lna
<1a """""'


Base
Fig urJ 9.14 Meunlsmo celular de m1n.spot1t d~ auiin1.. Note qve o 11at1Sponador dt' s ~ de AJA· (Plt-0 tt>m loc:ali1:ação l>ola r, confeulldO a
dJteçAo do mo~ento de audnas.
Capítulo 9 ❖ Auxinas 183

l ,l_----=l)
j
t t l
Fósforo-+-----,-:e---\+-_-~~P
~ l~ -i 1-·-11 1 Membraaa plasmauca
Parede celular • G ·. Núcleo
p l 1
º9'
} ) 1
1
'I I Endossemo

Veslcula secretora
Filamento de actina --,-~,-----f
~- -.
-+---+,j,-----':.JJ.I• • \
-
/ \
''! I 1

JJ
!
1
Protelna que interage
com o citoesqueleto

l
1-.:J- -'- 1/ PIN
-
i i

í
------<

(i.-:::=====~
Figura 9.15 Movimento das proteínas transportadoras de saída de AIA (PIN) por meio de filam_entos de a~tin~ que direcion_a m O transport~ d:
vesiculas secretoras até a membrana plasmática a partir de um compartimento interno e, tambem, no sentido inverso. A afinidade das proteina
PIN pela membrana plasmática (apical ou basal) é modificada pelo estado de fosforilação.

am.ina marcada radioativamente ("'C-AIA), há um acúmulo auxinas e as citocininas, estimulam a proliferação da grande
desse hormônio intracelularmente, sugerindo que a entrada maioria de tipos de células. Muitos tecidos, como os de fo-
de AIA não é afetada, mas somente a sua saída. lha, raiz ou caule, ao serem cultivados in vilro, na presença
desses dois hormônios em concentrações apropriadas, podem
Efeitos fisiológicos das auxinas formar massas celulares, chamadas de calos, gemas ou raízes.
A necessidade de uma auxina e uma citocinina na indução e
Divisão, crescimento e diferenciação celular manutenção da divisão celular é conhecida há muito tempo
Divisão celular (ver Capítulo 10). Mas em que nível da regulação do ciclo ce-
lular esses fitormônios agem? Progressos obtidos com o cul-
O estabelecimento da arquitetura da planta e das diferentes
tivo i11 vitro de células de medula de tabaco mostraram que
funções das células vegetais depende da capacidade da célu-
a auxina, quando presente isoladamente no meio de cultura,
la de se dividir e diferenciar. A maior parte da atividade de
aumentava o nível de uma proteína-cinase dependente de ci-
divisão celular nas plantas está localizada em pequenos gru-
clina. A adição de citocinina era necessária, entretanto, para a
pos de células, que formam os meristemas. Esses tecidos já
ativação dessa cinase. Mais recentemente, determinou-se que,
estão presentes no embrião e são ativos, ou potencialmente
na transição de G 1 para S, a auxina aumenta o conteúdo da ci-
ativos, durante a maior parte da vida das plantas. A "decisão"
nase dependente de ciclina do tipo a (CDK/a), a qual, por sua
de uma célula individual de se dividir (entrar no ciclo celu-
vez, precisa ser ativada por uma ciclina específica, a do tipo D 3
lar), permanecer em repouso (G 0 ) ou, então, se diferenciar
(CYC/D 3, do inglês cyc/in DJ Por sua vez, o nível da ciclina
depende da presença e da capacidade de percepção a vários
D 3 é modulado por citocinina. Somente a partir da formação
si nai s, como níveis hormonais, nutrientes, luz, temperatura
do complexo ativo CDK/a-CYC/D 3, a célula adquire capacida-
etc. (Figura 9.16 A) .
de para progredir no ciclo, passando para a fase seguinte, isto
O ciclo de divisão celular consiste em uma série de alter-
é, a iniciação da síntese de DNA (Figura 9. 16 B). As plantas
nância de fases, como a replicação do DNA (fase S), a separa-
também apresentam proteínas capazes de inibir o complexo
ção cromossômica (fase M ou mitose), intercaladas por inter-
CDK/a-CYC/D 3• Em resposta a uma variação ambiental que
valos entre Me S (G 1) e entre Se M (G). Pontos importantes provoque um estresse nas plantas, mediado pela sinalização
de controle operam nas transições de G 1 para Se de G2 para do ácido abscísico (ABA), essas proteínas inibidoras têm sua
M, os quais são exercidos primariamente pela regulação da síntese aumentada, interrompendo o ciclo celular na passa-
atividade de certas proteínas, particularmente das cinases de- gem de G 1 para S (Figura 9. 16 B).
pendentes de ciclina (CDK, do inglês cyc/in -dependent protei11 Além das cinasl's cio tipo n, as plantas têm outra ela e de
kinascs; Figura 9.16 B) . Apenas para efeito didático, é conve- CD K, co nhecida por CDK/b, que se ac umula na transição de G~
nil'nte lembrar que as cinases são enzimas responsáve is pl'la para M e é essencial à regulação dessa transição. Nota-se que a
fosforilação (adição de fósforo) de moléc ulas biologicamen - classe CDK/a L'xerce seu papel de controle do ciclo em amb, as
te importantes, Nos vegetais, doi s grupos de hormônios, as transições G/S e G/ M. A progressão da fase de S para a mitose
184 Fisiologia Vege1al
------
Pl"ogr.t,,'Tltl<S de
d8Senvolvímenlo
.......
CilOC:inlna
T ~rura ( Eslres.se)

Pl'O!J,e$$30
d8 G, para M / '• ,--...._
1C0Kalb-CYCl8 I 1
lco, .C/0,1
G, 1 r.;;:,
• ~
Aliva~o ~ ;~~la,çlo lnalivaÇlo

A Nutrientes Hotmõnios Citodnlna


8
fitura 9, 16 A. Vias de ~nalID(:iio qve ;J<Oplam a pe,cq,çio do meio ambiente com o COl\uole da divi1.iocelul,l,r, pc,mitindo qu,t d .fulas em,,,
pouso (GJ progridam no ciclo para G, ou para G,. B. HormõnlCM vege1a.is ,1fetõlm essa progr~sio no cido c~lul,1r c-m pontos específicos.. A au.itffil
ffl\ ton;un.10 com a citocinina, ê respons:Awl pc(a formaç:ào do complc"o 111!..-oCOIUa-CYC/D• no intttV,1110 G,•S: a cltodnlna é responsavet pdi
dM:fo$foril~io d,11 cin,11ses. ativando os comp&c:xos Co«.atb·CYC/6 no inten,alo GiM; e o Acido ,11bKisico (A8A) pode rntetromper a prog,e-uiio no
ado na trans,íç,io de G1 para 5, em dKorrtndl do surgimento de um estresse.

proprbm~ntc dita (fase M) depende 1ambêm do aparecimento propriedades d2 ~rtdt celular. O controle d.t1 upa.nsão ce•
de um:add1na 1C$pc:dfica, a do ripo B (CYC/8). Ainda, para que !ular t essend al pira ós proc<'SSOs morfogené1iCO$ nos v<g<-
os complexos CDKa/b.CYC/0.. típicos de GJ M,$éj;un ativados, tai.s. jã que a motfologia de um órgão ê decerminada pdo ta·
1,1,ma fosfatast (enzima responsá"d pela retirada de fósforo de manho. pel2 form;a t pelo número de céhda.s, Os padrões de
moléculu), induti\'d por d tocininas, dC'V<' dcsfosforí:lar es:sas di\'i.sâo celula.r, iniciados no embrião e M s meris.te111as. são
cin:ases (COK~; Figura 9.16 8).
$Ubsequentemen1e amplificados e modifi cados pda expansão
ccluJa.r, produiindo como consequCncia ôrgãos com form;is e
Expansão/alongamento celular dimcm l'les caracterlstku.
O crescimento em 1amWo da célula ,~ 121 nio mnistemálica Para que as células s.e expandam, a parede celular, q ue é ri•
se arati(ri:u por um aumenlo irrl'\'<'rsive-.1 de seu volu me. o '1" ~1 gidll. dte\,. ,,.,. afrowc.,da de aJg.,.ma 1n11nclrol. 01:' il(01 Jo ,;om
pode OCOtm por expansão. isto ~. um aummto de l3manho em a liipórese do crcsâm~mo ââdo, esse nfrou.xamento .sc:ria indu•
dua.s ou três dimensões. ou por aloogvnento. que rcpresc:ntati.1 zido pela acidifKa,Çdo da parede celul:ir, resultante da extrus:1o
um lipo dt exp:Lll$io q\l(' ocorre u.clU5iv'Jmmlecm uma diuçào, dt pró(oM pela membrana pl;1smi 1kll. Esse nfrouxamenlo l
por exemplo, ~nsâo em comprimemo. A$ células de caules e
raf1e$ k a pwdt:m qu.1$( in1dramen1e por a.Jong..1mm1o; seus
csseocial, ,,ois uma ctlul2 \ "(&<'lnl em cre-scimen to, sob conJi•
çôes hídrl~s satisfatôri:is., lt m seu l'Ul'g<>r (pressfo hidros1i1ic:i
diâmetros, normalmente, aurnent.un mtnosde 5%. posi1lva do protoplastoc0t1lra a pal'ede circundante:) e o seu po•
As células \'cgetais.. a.ores de alcançarem a matur;dade. po•
1end:II hídrico rcdulido,s. p<rmi1lndo a absorção de âgua e. eTll
dem aumeru.11 $CUS \"Olumes de 10 a 100 veus: em casos el:•
consequência. a expa.nsãotalongamtnto celular. Sem a ocorr~n-
iremos, esse aumento do \'Olume celular pode chegar a 10 mil
cia do afrooxamc-nto. a sínt1.-se de nwa p.in:dc somente causa,iJ
veu,, como .acont«e no 3fonga.mento d◊$ eltrm:ntos de v,aso
um es:pts.samcnto, e ,~o um3 expans4o.
do xi.lema. Essa expansão ocoue sem a perda da intcgrida·
de mccinia e, gt'ralm<"nte. sem aller:aç:\o de espessura. Esse Hipótese do aesc,mento ácido
aumento de ,·oJumt' é sempre acompanhado pcl.i entrada de
água. com refativamentr pouco aumento n~ quantidade de d· Em 1970, íoi propos.ia uma 1eoria pa,-.. explicar co111 o a au.>:1·
toplasma. já que S< Lrata de um processo regulado pelo vacúo-• na causaria um aumen10 na exti:nslbilidade d a parede cd11l,1r.
lo (\'t'r CapituJo 1). Em trrmos energéticos e Je in\'eslimento TaJ hipóltk propõe qu< a :111xin3 acidifi ca a reglio da 1>3re.:k
de inaLerial, ~ e é um processo económico de crc-scimento. cdufar por c-~timul:,r a célula compc-tente a excr..-tar pró1011s.
permitindo qut cC"rlas plamas, como 2s sequoias. alcancem O a.baixounento do pN ativa uma ou mai~ enzimas, ,om pH
dim<nsõts rt'aJmentt fsmãstica.s. ó1imo ácido, que causariam o ::iírouxam..-1110 da J>:i,·ede cd ul.ir.
Muitos fatores intluencfarn a 1axa de tXJ)ansão/alongamcn• Há evidfncias m<»trando qul.' a aux:ina aumcma a t;i;,,;a de ex·
10 da parede celular. alguns de na1ureta lnirin.seca, como o trusiio de pró1ons, cs1ímulando dois possíwis processos:
tipo de céluJa, sua idadt' ç as pr~nç-as de au.dna e giberelina, 1. A :uivaçio de Jil-ATP:ises pr,.,-cxislt ntcs na mcmbrJ n:i
e ouiros de n:nureu .:-xtrinsC"ca (ambk11tal), e,omo a disponi- pl;a.Smática.
biJidade de :igu~. Jw.~ 1empc:ratura e gra,·idadt. Esses (atores 2, A sint1.'Se de 111)v;1s H• ATPaS4:S de nwmbr.:ina pl.1srn.11i,•.1
in ternos e exr<rnos agt"m, pro,·a,-efmente, moditic-ando cenas ffisura 9.17).
úpftulo 9 • Aw:inas 18$

De modo previslvel. o estímulo para o cr('S(in,cnto dado IO mln .somenlc. [5i.C é c011sidcr,do o tempo mínimo neces•
pela auxina é dependente de energia; infüidorcs metabólicos drio para q ue a a 1,.xlna u\lJe um.1 hipierpofarl7~lo da mem•
de sln1ese proteica e de RNA rapidamente bloqueiam essa r~• buna « lular, induiindo um aumento O-li t.1u de C1esc:Jmento,
posta de crescimento. A parede ê a principal resis«fnci:a â e:11pan~o celular: en •
Quando seções de caule ou do colcóptilosãoifôladasecoJo* tcetanto, ,e.s'i,C mecani.sm(I depc:ndentt' do pH dt' JUmt'nl-..r
aidas em contato com uma solução deauxlna., há um aumenlo a t'JCtensibilidadt', denomin:tdo crtJcimt'" 'º Jcido, re,ulta
na t ax:i de crescimento após um curto period<x em torno de no desli1..amento entre si do,, sc-u.s polímer«>5 con.s«i1ulntn
(poU.s.saçarldiM). aumentando, a.s1im, a :\t~ SU?(rficial d.1
parede (figura 9.18). Qu:tndo p:ircdt's sãn u·:uada.s pr~ia•
mente com calor, protcases ou ouiro~ agentc.s que dt"Sn::ilu•
ram protdnas, cla.s perdem essa c.ipac1dade de d~Liiamcn-
10, Esses r~ultados demonstnim que <> crescimt"nlo kido
não rtsulla simple,mente de aheuções füko-quimicu da
pare-de, mas é catalis.ido por proteina.s de parede, chama•
das de c;xpanslna.s. fata.S ousam o aftouxamt"nlo di p;aredc
por atuarem sobrt' as ligações do tipO pontc.s de hjdrogênio.
existentes entre a.s microlibri.las de.' cch1lose e as hemkclulo-
s~ (polissacarídlos da m;it rfa). O aumento subu-quente dJ.
extensão é oblido por meio da ativid-:i.de de h1drOl:1$C$ e.spe•
cilic.1s ativadas em pH :ic.ido. como celulast':S. hc.'micelul:lSC'S,.
gluc:mases e pc.'CHnascs ( Figura 9. l8). Ao mesmo tempo que-
ocorre o afrouxamento d:t parede e<lular, h:.i absorção de
:igu:1 pd o protoplasma, :1 qual e induz.ida pelas rcduç6~ do
turgor celular e. conscquentcmcntt', do potencial hidnc.o.
que, assim. se- torna mais neg:nh·o. permitindo a c-ntuda de
âgua e a expansão.

Contim.t;dode do cresc.imen ro

í
flgur. ,.17 Modelo de acidik.açilo da parede celular lnOUlldi.l por
AIA, por melo da ativ.1çic;> de ATP:is.e" pr~im!ntes na membr••
A au.x.ina. a.lém de induzir ::t acidific-.1~0 d::t parcd~ tdufar e o
consequente aíroux:uncnto, prOmóvc outros prO<le:ss<>S impor
lantes qut pr<>poreiooam a c<>nlinuid;ade do crescimen10 da
céh1b, C<>rM 0$ :1utnc:n1os na absorção de solutos osmóticos
na pl.,.smãtlca (hipótese 4,, • tfY.::,çjo) e/OAJ (1N sitltese dt no~ de (p. ex.• po«is.s-io) e n.1 atividade die cenas enzima.~ rd..1cionJdas
ATPa$es lncorpo1.1d•$~ rnembr•na l,hipóttte c:t., sintt>Sel. C(lfn t1 b i().S.1Ínté$t de poB3S.lcaridios de parede.

---
Extenslbllic.lade

I I l
+- lu,go1 -

1

o:: ·-
'•
,,
,,

Gluc.anase-s ou M,erollbnla<s
A • XTH (-►) do coelulOH
F,gur• 9.11 Es.quema dll paiede pmn!11ia tnQ\\f.)f'ldo ., press3o dt 1u19<>1 den1,o da tilul,1 <11119,d.1 ,obr@ a p.ir!Nk' cdulM /.AI_,. <n ponlO!ó oe
;11u,,1ç,\o de algum,.,; f!ntin~s qve~ m no p,ot~UO de .-1,ouumtnto d11 i>a1ede du1a1.lll! o creSC-nc'fllO(I }. A Jwun.t ~\lJ en11olvtdi1 como 10,~
pimento d.is lig.-.çõl!'\ d,, hcmicelulose, perml(WldO q\Je ..-. n11crofllxll.tS de celvlose d\!'Sh:tm v~s W>bu11 .lS OU!Qi e. t.lln~m. Se di\Lanucm um.U
dal <M.1t1,1s,
186 A5io'ogia Vegeuil

Alguns 1,roccss0$ bioquimkos devem ocorrer !'l as c8u1as frnção hemictluJó-$ica da p.artde primirb e a XTH promo,·e a
cm <"Xp.tni.ào para C<lmprnsar a dihJi~o do conte-lido ,·acuo- quebra entre as ligações da celulose com o xJloglucano. cau.
lar ~~sado pC'la entrada de água.. lrv.i.ndo a um ajustamc,nto sanJo o afrou,rnnH~nlo da parede. Assim. em u ma aç.lo coor-
05mouco ou à osmorregulação para manutrnçAo do turgor c1:• denadíl entre ex-paminas r XTH. a expansão/alollgamento ce-
lufar. Um mec.inismo de osmnr~ul:t~;\o indutido pda açii.o lular pode ocorrtr (vr.r Capí1ulo 8).
da aux:ina fo i ob$crvado cm cêtub.s do coleópcilo de milho A apa.nsão e/ou o alongamento celular, durante o cres.
em processo de alongamento. na.s quais a a.plknção de aw;ina cimento \'egrtal. são prOctSSO$ lrre\'r rsívcis que requerC'm.
(ANA) aumcnta,·a o número de can;i,is de entrad.a de pot-Assio como ji mencionado, a absorçllo de àgua (cerca dr 70 :1 95%
na membrana plasmitka. Isso resultou da r<:gul;i,ção da ex• da massa das células tin c:resdmento i co mposta por ãgua).
press.io gênica cau.\ada pcfa auxina, 1$to ê, o nl\·N dr transcri• bem como a adiç.30 de p.1rede ao redor dr cada cêlula. A con-
çii.o do g<"nt zmkl, que codifica a proteína de can21I de K· cm th,uid:ide do cres<imento é. então, dependente da sintese e da
Zen nu,)'$. foi aumentado de S :ai \'CUS, tripli~ndo o número secreção de poliss:icarídios e pro1einns necessárias ao aumen-
dr c:an;i..Ls ath-os de K' porcClub . to da part<le. além de materiais impresdndfrris ao próprio
Outro 3.SJ)tcto interessante acerca do Ctt$Cimcnto é que a aumento da membrana plasmâtka.
;11uxin:i pode induzir a síntese dr outl'O$ horm6n10$. como a do O crcsô mcnlo termina durante a maturação da célufa,
i ddo giberéllco {AG 1) . que 1ambém 1em rfcito sobre o alon- processo acompanhado pcló aumento d;.1; rigidez da paredt
gamento celub r. A indução d.a biossíntese de AG, por AIA foi celular. Reduçlo n2 capacidade de afrouxamento da p.aredt
descoberta duranic ;i inV(':stig'3ÇiO para saber pór que a dcca• acontece rm consequtnd:i de alterações estruturn.ls e em sua
pitação do caule de enilha climina,·a sua capacid:ide de sinle• composiç.3~ tornando-a mais rigida e menos suscctivel :10 re•
tizar AG, a partir de $CU precursor AG,. (Figura 9.19). Como laxamento - pOr cxempl~ altcr.ições sofridas pelas hemicclu•
o âddo giberêlico é conhecido por sua aç.ão sobre o alMgil• losc,, que se tornam menos ramiíic.:&da,S,, formando c:ompluos
mento cdular, fica en15o caracterizada uma ação sinerg:istica mais compactos com a celulose e ou.iros polirnel'OS d e p:irede.
entre a auxina e a gibere.lina n:i expansão celular. P.,.ra alguns Além diS$0. ocorre wn;11 troução na expressão dos genes c.odl•
\-cg<lai.S. s.abc•se que a gibereUn, parlidpa da promoç-lo da 6cadores das upansinas e/ou a p.atC'de se torna menos vulnc•
sinies;e da enzima xiloglucano u-ansgl.ic0$ida.sc hidrolasc, co- nvel à açlo dessas enzimas.
nhecida por XTH. responsável peJa modificação do arranjo
dos xiloglucanos na pa.«:de celular primária (Figura 9.18). Em Diferenciação celular
eudicotilrdônus, o nloglueano é o principal componente da AJém do controle exercido pelas auxinas no crescimento ce•
lular, Cónforme visto antes., ebs. ~ ão em·oJvidas no controle
da di(erenc:laçio cd ular. Um exemplo disso é a diít renc:laçdo
"a.scularque ocorre nos eixos caulinares em virtude dos nivcis
de al.lAin;11 produz.icb nas foJh as jo\·ens cm processo de descn·
\'Olvimento. Em Coli:us, a form.aç!io de xiJcma {xilogênesé) ,u
base do pcdolo é diretamente proporcional ao íluxo d ifu.sh·eJ
de AIA que se move no $entido limbo-pecíolo. O desfolha•
mento do epic6tiJo dess:a pla111;11 reduziu intensamente a xiJO·
gênese. Entre,amo, esse efolto póde ser rr\·rrtido com a .apli•
QÇâo de quantidade equivalen1e de :auxina.
A continuidade do 1ecido xilemitlc:o .io longo do vegetal
resulta do 1r:1nspor1e pola.r de aux-ina fll'Ovt nienh~ d o :ipict,
mo\'endo-se para as rafaes.. O nível endógeno desse hormó·
nio controla o Inicio da diferenciação de elementos \•ascub·
res. Em 1eôdos lesados mec.anlc::imcnte, a red i(etenciaçJ o J r
céJulas do pa.rênquim:i tm cleme,1tos condu1orcs cambém (
induz.ida por au.xina. Normalmente, c1uan do hó a in1er1 up •
ção de um frixe \'aKular em consei1uência de um fe rimento,
ocoue a re\•as<ulariução da região próxima. d..- 1al modo
que as células ,,jz.inhas do ferimento~ desdifo renciom, for·
mand~ pos1eriormen1e, nO\'OS elt'mentos "ascular<-s (,cilc111a
ou Roema). Essc-s elementos podem restabdt'<'<-r ., con1i•
nuidade do feixe original, Uma das 1eori.is propos1:is p.ara
explicar a r.:difcrtnciação é a ch;unada hipótt:M' d.t can:1li•
taç.io do slnaJ, segundo a qual a caualiz,,1çào do llu~o de :iu·
xina por drtel'minadas cllulas ~..-ria o fator J ei,;;:nninantl.' n.i
formaçio de nO\'ós elementos dt• transporte. A Figur,1 !U O
mostr.l q1J1:, inicialrncn1e, Iodai. a.s ctlufa.s ao r,:.-dor J o (ei)I."
vascula1 les:i<l1> teriam o mtsma cap,,1d dadc- J e 1r.ll1spm1ar
au.idna; todavia, gradualmente, cert.1s células se lorn.Hi:1111
C.prt\lk> 9 ♦ AuxlMS 18?

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flg1.lni 9.20 Hipótese da c..analil.açdo do sirwil. A es.que,d,, células adj,centc~ 110 elem.ento d~ trai-1sl)Orte rompido (V) têm capa,c.odiKle slmH.i,
de tr.insport e de 3u11in,1 (c;irculo). Ao centro, um., cêhJa n,a po'llcão terminal do c:temN'ltO Injuriado to,1'1,),-St m.1i, e-Miente p.ua o ttat1spone de
auldna lpequen.is ban as ve«kalst A<iteita, melho~ célt.üs trilf'lsponadoras de auxin11 ~ diferenciam N'l'I tec.ldo v;,.sa.11at.

mais compe lentes para esse transporte. aumrntando o {h.txó mesmos processos ..-c:rltlC:ados in vfro. llO$ c1u::aas cllulas mn'is--
de auxin.'l tran.sport;ada, basipetamcntr, as qu.ai.s se diítrtn• 1emá.lk:u apia.i.s originam .as céfuJ.as procambiais. e c:"Slas. por
dariam , cnt!o, cm 1ecido va.uula.r. su:a ,·ez.. tr.uufürmam-sc dirc1amen1e cm e!eme-ntos lr.:,qut"ai.s.
Um model(1 de e$1udo mui10 inlemsMIC ~ rediíettncia• Atualmr nte, tsSt modelo vem sendo empregado em pcsquisu
ção foi cstabelcddo a pan lr de célulu lsol~ :is do mesofilo dr .sobre a cxpres.1ão gênk.i especifica rd acionad.1 com a dift"rtn•
Zim,ia eltgnns cultivadas in vi.tro. Ess:as <élul:1.S, em resposta à daç:lo xilemãtka. A dife-renci.ição dos elementos Iraque.ai~
aplieaç~o dr au.xina, transformam-se cm elementos tr,l(lllt11Í$. constitui um cxem pl◊ típico de moru ulular progn,madn tm
Nesse caso. a presença de citod nin.a também st mostrou "eces• wgr lais. aind;,, em um estãgio b.u1an1c precoce do descn,·ol-
s.úia, aumentando, 1alvt-~ a stn-Sl'bUtd:ide deSS3S célul:i.s â ação vim<"ntó, 0$ elementos 1r.1queais maturam. após a pc-rda dos
da au.x:i.na. Todo o processo de rtdlíettnd açio pode se.r acom- conttúdo.s citoplasmático e nudcar. por meio da .:,çio de en;u .
panhado cm uma li.nica cclula. como mostrado na Ngur,1, 9.21. m:i.~ hidroli1icas, com<> ONa~s. lu'fasc-:s e prole.ases. Por meio
Nesse exemplo, .a rcdif«enda,ção é i.nkiada <»m o prociesso de da digt$lâo pard :il chs paredes primárias. poros se: ;abt('m n:a
desdiferenctlçã~ seguida por wn,11 nov:i dlfe:renci:içio cdul:u. extremidade de cad.1 elemento de \'3.SO,. os quais c:stã<> longilu
Assim, a céluln do mC$0fiJO perde sua capadd:idt íotossintê1.ka dinalmel'llt :tlinhados. formando um longo tubo de concluç.io.
e seu Cónteudo criuJar, ao mesmo 1empo que se alonJ?t: produz O processo de mor1r cdula.r acontec,I:' simuhan~enle l for ·
a parede secundária. EM<:s e,·cntos partcem cor1espond« aos mação das p.1rtdes s«undiria.s.

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Fig\ln, 9 .21 Aedtferenoa(aod-c: u,Tia celuLI i,01ad11 doniesofilo ~ /,(V110 em tlernen10 1,;iqut"JI: q1.1.:ando nol.ioa !AI; d•~i(erer1ca-kJ;:1 pd.:a J(Jo
da auxir\11 tB); celu&.:a alon911<N precursor11 do el,e,11"1Cnto o~<Jt fCk ilnlcio d11 de,posl(~ dt' p.111:d~ ~und.10,) no dem.,nto 1,.ique:.:d ,.,,,.11.11o e
a~U mulo ot enzimas hld,Ql.uc.1, no v.:acvolo {P);fit'11Wn10 1uque.:a1 .-,n m,)(~,~~ 11pos o 1omp11n~n1odo V.)(UOIO. J)0\1.ibihi.)ndo" <1(.1o d.u HI
z.m;is ti.c:trol/ticasCEkelemeni o1til(lue.ll m!lduro. con,penM 1ot.,1do con1cudc.>c1.>1,,1.,, !1-).CP: do!op,isto; CT·et10J>l,bm.a_ NC;nuc~; PP: p;ir~
1)1lmJ1i-': PS: PMtde stcund.i144;\IC: v';lcllolO.
188 Flsiologla Vegetal

Desenvolvimento do eixo caulinar de <rtSClmcnto. Assim, o termo "dominância apfc:al'~ quando


Quebr-a da dominância apical a.pllca.do às árvores, rcfcrt--$t ao controlt do jplce dt u m galho
e crescimento da gema axilar individual sobre o crescimento das gemas laterais d cs.sc ramo
durante a estação de crescimento em curso.
Com a contlnuJdadc do C1"C$Cimcnto do ápice n:getath'O e a O mecanismo da dominlnela apitai representa particular.
formaç.\o de novos primórdios foliares, pequenos grupos de mente o processo fisiológico envolvido na impo5ição e quf'.
céfuJa, posicionad()S na instrç:ão do primórdio foliar no caule bra da dominància. Uma da.s hipótCSC$ aventadas há bastanit
(região axilar) lsola.m•se do rmristerna apicaJ e con.sUtucm-st tempo pressupõe que a conc(ntr.ição Ideal d e auxina para es.
cm uma ~ma u:llu ou lateral. lxpendcndo da espécie. a rc• timuJar o Cl'C.' scimcnto da gema axilar .seria inuito mais bil.
gjão axilar pode conter uma ou mal$ gemas, todas cla.s com
a que o teor de aux.ina nccmirio ao crescimento do ápice
potencial suficien1c de se d escn\-"olver cm no\'OS ramos; to• caulinar. Assim, o fluxo de auxina provtnicnte do ápice e que
da\ia. apesar disso, a maioria delas pe,rmanecc dormtntc por
segue para a região bas.al da planta poderia inibir o desen\'OI•
todo n ciclo de \irul da planta,
vimento da gema ui.lar p0r esta.r cm uma concentração aci-
A ttmoç,ão do Api~ caulinar induz a retomada de cresci• ma da kteal. A remoção da fonte de produção desse hormô-
mento da gema la1cm. fazendo dessa prátiQ, conhccid::i. por nio (decapitação) redui o forneGlmento de auxina na região
dcspontamento ou d«apitaçl~ uma técnica comum entre os da gema lateral, liberando·• da Inibição. Outros hormôni().S,
honicultorcs para obtenção de plantas ramlfieada.s. cm form::i. principalmente citodnin:is, es1rlgolac1onas e ácido absdsico
de touccira ou, ainda. cm minlatuni. como o bonsai. A inibi- (ABA), podem tambcm estar en\'olvidos com o mecanismo
ção do crescimento da gema arjlu pela apical, l.s10 é. o con• da dominância, Atualmente, acredita-se que a exporlaÇ'io de
trole exercido pelo ápice \tegetattvo sobre o desenvolvimento auxinas a partir da gema l;1tcral se correlaciona com o inicio
da gema lateral, é conhecido como dominã11cia apical, inibição de seu crescimento; portanto. para a atiwção de seu desen-
corrtlatfra ou paradormência.. Y0lvimcnto, elas pl'Kisam es:tabcl«er um fluxo de au.xina (hi•
Nos dia.se tema.nu subsequente$ à remoção do âpke, 1$10 é, póle$C da canalização do AIA) que $é&'Uiria para a rtgiâo do
depois da quebra da dominância. pode-se quantificar o aJQn• caule onde o transporte polar aconte<e baslpctarnente. hn
gamen10 da gema lateral. observando o desenvolvimento de estabelecer esse Ru.x.o. proteínas PIN devem ser slntetb.ad:u,
um nO\'O r:1.mo. possjbilitando esse transporte de AIA da gema lateral para
O grau de lmpos.ição da i.o.ibição pode ..,3rlar butantc cn• o cauJe,. aiando, assim. o .s:.istema viscular que ligará o novo
tre as plantas herbácns. indo da quase i.nexistinda. .. .siluaç.ão ramo ao caule. As cstrigolactonas, entretanto, in ibem a quebra
na qual a gema lateral crcsu mesmo na preseoça do ápice. da dominincia apical por afetar neg;nivamcntc a slntesc du
como acontece na bromélia epifita Tillattdsia rteurvata, cuj-a proteinas PIN. dificultando a can:iHuç3o do sina) do AlA a
domlninda é. portanto, fraca-, passando pela lmp0$ição da partir das gemas later.US.
inibição intermediária ou parcial - caso em que a aema lateral As dtocininas. no en1i1nt,, pndrm ,nt,g.t)nl7~r ., ,.(,-itn
cresce até certo ponto, mesmo sem haver a decapitação-, até a Inibitório das auxinas e e$1rigolactonas. Em muitas espCcid.
dominlnc:ta apicaJ dita forte. isto é, a imposição da inibição é a apllcaçJo de citocininas no ápice caulinar ou diretamente
comple1.a. como acontece cm plantas de girassol, tradescância .sobrt a gema Wlar a Wxra da lníbiÇão. Tomateiros mu1an-
e Jpomoea, Ncuas úJtima.s pla.nUis. a quebra da dominância 1es expressando uma forte domin:\ncia apical contêm baixa.s
.somente ororre após a decapitação. quantidades de citoclninas tndógenas em relação àqueles com
A quebra da dominância apicaJ pode ser induzida pela apli• dominincia normal (\'eT CapituJo IO).
ciçio direta de dtodnina .sobre a gema lateraf ou. de modo Tan10 u dtocininas quanto as es1rigolaC:1ona.s são sinte·
contnrio. ser ft\'Crtida pdo tratamento com auxlna no âpf• füadas principalmcntt na.s ra.izcs; a auxlm1 1>rovenlen1e do
c:e decapitado. Logo apó.s a perda da doml.n:\nda, lnlcia•.st o TPA cs.timul.a a produção de estrigolactonas, enqu;i.n10 ini~
crcscimemo da gtma lateral. que começa a produz.ir sua pró• a de citocininas. Assim, os 1eores de auxina, M íi_nál, regulam
pria au.xina. aumentando seu alongamento. r1egativamcn1e o <rtscimemo das gemas laterais, mantendo
Para as planw arbóreu. pre.íert--$C o u.so do termo controle conteúdos elevados dt c.s1rlgolactonas e b,.'liX()S d e citoc-ini•
apiul ao de domjnând a, já que seria um conceito mais amplo nu. Ambos são sinais móveis transportados :ieropet;)nu:ntc
que indui o c.ont.roJe do ápice .sobre a orientação dos ramos la- pelo d lema e que álcançam as l)~mas laterais (Figura 9.22),
ttrais e folhas, dando <Jrigem 1 arqult.ttura da copa da ir\'Ott, Lâ, agem de modo anlagônico por meio d:i regula~o de um
Para as coniíeras, oomo o pinheiro de Natal, um único ramo fator d~ tra.nscrição conhecido por URCI (do inglês, bra11dred
ccntr.i.l u-m um forte con11oJe apicaJ sobre os demais. Se o pi• 1), o qual Inibe a quebra da dominância. Em plantas de cn'i·
nhclro for despontado. tntào um dos ramos mais pr6xím0$ ao lha., por exemplo, viu•k que a expre.ssão do gene J>s8RCI SC"
ápice toma seu lugar. curvando•St vcrtical.mente e assumhido a dá nas g<-mas lau:,ais e foi estimulada pela aplicação de uma
domjnã.ncia sobre os df:majs, Jâ para as arbóreu sem um r:a.mo estrlgolactona sintéLica (GR24), t:nquanto o tratamt'nto com
líder e com írlW.> cont.role a.picai (exato qua.ndo muito jo,,..:ru:), citocJnina.s inibiu ;i uprt.$S.io, permitindo o dc-senvolvirncnto
os ramos laterais suJ)é'rarn em crcsdmc.nto o eixo central ori• do no,-Q n..mo.
ginal. dando a forma arredondada à irvorc. Ao se coogdcm Há ainda evidências de que as plantas concrolnm a <1u:in1i•
individualmente cada ramo, t.-stc u:m forte dominànda apic.aJ dadc de novos ram~ (ramifi cações). rtgl•lando O contcú•lo
sobrt u gemas lale-ral..s contidas nde pr6prio, infüindo o seu de açUc.ar lransportado para a gema axilar, A sacarose pare•
crescinw:nto a1é a pritnaVt'.ra seguinte ou a próx.ima t!)lilÇãO ce estar envolvida com essa regulaçllo, fornecendo carbono ~
C.pltulo9 -!> Awin,n 189

Gema lateral º""•


lateral #licla
inibida ocrescsnento
\

' ..
t:
...
'"
......
♦::

"'
: :1 "'' ,",'
'"
e \.l' e\+.
1Aullina - .. u•♦ Estrigolactona ------+ Citocinina ---• -• + lnduç.ão - - -1
Flgur• 9,2J btág.ios do de:senvohlimet110 da domin.$nc.i.J .Jplc.al anm e depois d.J decapít~ do .ipke GauliMr, Ac. lmPQloi(.io da irubiç,io d() de·
$envolvlmento da gema la 1tt-il (dominõnc.i.J ~.a(l,Após adeopita(ilo (qutbra da domln&nc.lil ;,piQI), tem--;eo inklodo c.rntimtntod• 911nw
aidlar no segme-n10 indvi ido (8) e o subsequente desenYC>Mmento de vm no-.o ramo (CI. O AIA proch.aldo no .\pke c.aul!Mr f tfjnsPQJUdo t(TI
di rtc;io • rait,onde regula posltlvameniea síntMe de~lrigol;,cton.,,s(ES) e neg,,Wammte a de citodnlnas (CT), O. ES e CT s.\o u;,nsporudilHm
di,ec;io ao ápke caullnar, agindo di1e1amenttt na gem;t I.Jternl e sobre seu desenYOMmento po, meio da ,~ul~ d o f,1110, de ttanwl(,10 BRCI.
Note Q\,le os tipos da.s sei.as indica • qu;tn~ reliltlva dos hormónlos nos c.aules e ra'zes.

induiindo o tnnsporte e a canalização do sinal do AIA, for- que emprega antkorpos dirigido$ contra õsas proteinas.. (01
mando o sistema vascular do no,·o ramo. proposto um modelo que explica a regulação da (ormaçlo d~
Estudos têm mostrado uma correlação entre a inibição do primórdios foliares <a f1fotaxl:L De acordo com t'.Ssa htpôte•
crescimento da gema axilar e o teor de ABA na gema. Em se, as aiuinas são 1r.1insponada.~ priu célub.s epidêrmtcas cm
feijoeiro deea.pitado. por exemplo. a conu ntraçâo de ABA direção llO MAC (semido basc:-ápicd, rcsult~do cm um pon-
nô'I gema foi inferior à do controle intacto. Jâ a aplicação de to de com•crgênda dos fluxos de awtina, o qu.al dct,:munad
au.rjn a no ápice cortado substitui o efei10 do ãpke, prcvtnin- o local da formação do primórdio fol iar ( Figur.a 9.25). tim~
do a d imh,uição do conteúdo de ABA. As.sim, as abord.1gtns \"t"Z: este estabefccido. o AIA passa a ser transportado no S<n•
hormonais sobre dominância apkal devem sempre conside- tido ba.sípc:10 (ápice-base) ptlos tt<1d()S internos im a tu rQJ, do
rar o balanço endógeno entre auxin.ts/citocininas e de ácido pfimôtdlo, onde gr:idu11lmeme lndut a fo rm1çào do$ tecido$
abS<:isko/ciloclninas. suas concentracõõ rel.ltivas no ce<ido vasculares. is.to r.c.t.lulas com um aumento no tlu.xo de .1u:x1n1
\'egetal, visando a uma melhor comprce-nsão da fun~o.
A c-ulturn de lecidos vegetais utiliia-se-, frcql.l(n1e1neme. da
prâtica da quebra da domimi.ncia v~s.ando à obtet1ç!o de no,·as
plantas. Essa técniai de mkropropagaç;J.o isola para o cuhi\'O
porções caulinares diminutas, ronte-ndo a gema later.tl, qut,
apó.s alguns dias ou seman;1s, se- dekt'l\'Qlve em vma pb n1a
comple1a. (eixo c.1ulina.r e- rab:e-s), T;il pr{)Cedimcnto ,·cm k l'l ·
do emprega.do, amplamente, para a d onaçâo in 11iln:> de pbn-
tas comercialmente importantes. co,no eo caso, por eumplo,
do ab:ica.xiu lro ( Figur.i 9.23),

Formação dos primórdiosfolia,ese fi1otaxia


O poslcion.uuento da.s folh;as em 1omo do c:iule ve-gct;al é co-
nhecide> como filota.'ti;a, podendo :iprcse-nt:ir difw:ntes pa·
drões. Os mais comun~ na natureza são a fil()l3.'tii <m e-.spir.:il
(uma folha 1>0r nó formando <nlrt' elu ã.ngulosdc .tpr()xirna-
d amentc 13?,5º), a alti:rn;adi (com .ingulos de JSjf dt! dh'<r•
gência) e- n dtcussada ou opos1a cnn ad:a (du.i.s folhas opos1-:is
por nó, formando ângulos Je W cnlrt os pares: Figura 9.H).
Sugere,s..-, aw::ilmentc, que- o tf'.1nspor1 e e o a... úmulo d, AU Fig1.111 9 .2J Obten(JO de mud .1, dt ab.K<l10: ~ po, mf,!QdQW!ll\o
no mcristcma a.picai cauliu.u (~1AC} ,lefi n:un o paJr:io ,le fi. 11t v1uo de segmentos nod.t1.\. P.m1 f~illtar l cbtc-nc.JO dos t)P',lnt~\
lcua.xia wge1at. cauliNres comH!do a 9..-m,1, l,1,1• r,11t a plan t.1 d.,. ,1ruc.;m2♦110. ru,o
EstratCgi:l$ 111te-rc:s:1.1ntes for,u n ,hlo1aJas p,u a ,·,su.iliz:,u ~i; caule e mu,to redutido (AJ, e wbmeuda i:11ewm14ntt a um potfodo
e-scuro p.:1r.:1 Qllle o Cilule ie j,long11e (PfOC~.w> de •1~mit1110, 8) ~.
ro1as de t ro nsi>orh.·do AIA<·s..-us p,1,lfÔt•i. ~lt> .lcUmulo. Por me-10 c.omo<ons~~ au,nent~ .1 dm,:,n(1.t <'flllc, o, sws nos Stgmc-n·
do mouitornmento d:i lo..-:ali:i.,,10 sub.:elulJr dls ,,to1t·ma.s tos nod,M 4t .ap11».1m11.Jiinwnte I cm sao co11.1dos (CI e (\llt udo\
PIN no MAC, hto t. uuliu nOO ,1 , ,..' (11 i.,-..l Jc imunoloa liu ,lo por l m,u-es ,11,t o desen~o,~,mffllO de ul'l'l11 nav.a pl.:int,:, tDI
190 Fisiok,gla Vegetal

l Ponto de
- :c ~ ~~'"°"-eonverg6ncia dos
fluxos de auxlna

, ,,__ .,.... r eeldo eplderm.il


l
♦ R•ode
-',----\,"?'.___diforet!C~O dos
\
♦ tecidos vaswia,..s

• 8 e -. ••
~ 9.24 P.td1i>N de filotaxia: espiral - 3ngulo$ de aproximad.t-
m~te 137.S- ( A); alternildi - uma folha po, nó <:om àngulo de di~r•
! l,
~ de 180"' (B);decussada ou oposta uuma - duas folt,,.,~ opos•
m por n6c.om ingukn de 90" cntrct0$ p,ares (Q. '/ •i \
• t
f
~ diferenciam cm xilrma e Roema {hipótese da canalização). MAC
Obstn•ou-~ que as proteínas PlN esdo localitada.s na face
Figura 9.U Diferentes direções qtJe o fluxo dt .-vxin.a pod• .aswmlr
:ipkal das cé!ul:u cpidtrmias, Isto ê, em direção ao ponto e a loc.aliza,çio do apa.recimento dos prlmóroios foli.ares. Nas célu!ai
de con\'ttg.ênci:i; jâ nas subepidérmie.is. estão na face basal. epidérmicas do MAC. os ftl.OCOS de auxina vio em dM'e çJo acrópeta 1~
Postula.-~ que a. região intcrM central do primórdio drena• bfse para o ápice) e. en!Jo. em di ~o bailpeta, detennfnando o loc~
de form,IIÇAo do novo ptimôrdio foliN (PJ. A partir do Pv a awtina f
rla grande pu1c do AIA. resultando cm uma diminuição de ttaMponada baSipetak'neme pelos tecidos in1e,nos, onde eue hOt·
sua concentração nOS tecidos adjacenll:$. Um no\'0 local de m(Wo lhdut gradualMente. a fo.ma(60 das nervuras. O primórdio P,
acumulo somen1c surge a certa distância do primórdfo prt•· drena a awcll\a dai &reas &cunvizinh:», transport.ando·., no ~ntido
exisu•11te, pc:rmili.ndo que o padrão de filotaxfa se estabdeça. basípeiopelo Sistema vauular t"m difercocia,çio,
Concomi1antcmcnte ao crescimento da lâmina folfar, hi 3 for•
m:1ção da nen-un principal, que cst.â assocfada, portanto, ao das cClulas do córtex, fa\'orKendo o ffu.xo da auxina par:i a.s
pontQ de oonvugênda do transporte dt auxina nas célula.s da c8ubs da região interna do gancho. Um efeilo do tipo retro•
,(Md-tf'm~ d:. m:irgeom do p rimórdio (Figur2 !)•.lS). ..Lu,n~fl ltl~O p u~th'<l l)<ll.tlll\'..t IIIIIIIUl~nçiv «lo ganc.h u (f'lgu·
ra 9.U). Mais recentemenlr, obstr\'ou-se que as gibtrellnas
Formação do gancho apical
re:guJam também :i atMdadr das PJN, 1orn:1ndo•a.s mais :1ti•
Dura.me Ode&é:nvohi.mento do eixo cau.linar de plântula$ de di• vas no lado inierno do g:ineho, por meio de $U:'1 fosforllaçdo.
cotíled(>neas, fonna-~ uma curvatu..ra logo abaixo do ápice cau- Assim, parece muito pro,•ávcl que as glberelina.s iambém
Jinar, .:i qu.al é conhrdda por gancho apiall ou gancho plt,mulal'. ajudem a m:1n1er a :i.s:s.imelria da distribuição da auxina nó
Sua pm:cnça (aciUta a pass:igem d:1 plà.ntufa pelo solo a1l $1.13 gancho. Junto ao e1ileno.
eme-.rgênda, protegendo o metis1em:i :ipic:il de possíveis k:sõcs Entre1an10, quando a plântula rompe a barreira do solo
mccinkas dur::une o seu crescimei110. e encontm 3 lu1., es1a inibe a manutenção do gan cho apkal,
Ess:t curvatura tem sua origrm rm um crescimento dife• permitindo que o cault adquira seu crescimento fototrópico
rencl.aJ tnlre o lado interno do gancho (face cõnc.a,·a) to lado normal. O gradiente de auxina r.stabelecido durante a la$t de
cxtemo (fact com•e,r..:i), o qual cresce mai.s rapidamr nte. Na formação do gancho dts3parecr duran1e a sua aber1ura.
formação do gancho r m plântufas de feijoeiro. drmonstrou-
k que a distribuição desigual do AIA 1em um p:1pel muito Desenvolvimento radicular
importante', jã que esse hormônio e transportado assimelri• O conteúdo de auxina da rafa. primária 1em origem princip:11•
c:1mentr do 2plce para o híp0<:61ilo, s.endo cntio tnoontrado menlt no tta,lsp,ortc polar desst hormônio da 1>-.·11·te aérea: 10•
em maior proporção no lado interno do gancho. A ati,•idade d:1via., existe 1:1mbém em esala rdalivamcnte menor a sint(St'
du protdna.s 1ranspot1ador.as PIN resulta em um 1ransportr de 11()\/0 no próprio ápice d:1 til.iZ, O nívd de au.xina result:1n1c
prcíerendsl da auxina do lado t'Xttrno do g:1ncho para o 13do dessa$ duas ,•í:1s é, rntão. a.dtquado par;:i proporcion3r O erd·
in1emo. ondr ~rri.a :1cumul.ada. Esse acúmulo de AIA induz d mer110 das eé-luJas nadkulares rm um proctllso de descil\'ol·
a símese de ou1ro hormónio., o e1ileno. cuja conefmr:tç:ão é \'imento normal.
também m:iior nesse mesmo lado, inibindo a ia.xa dr alM&3· A.~ raÍZN lalerais .sio normaJmentc formad:1s acima (10·
mento d,u células d~sa região. AJé,n disso. o ted do do lado ma.ndo-se o ãpice radicular como refor!ncin) d:is rt'1:1iões dt
interno Emais rcsponsi\•o :10 c-tilcno. O t-lilt-no, por sua vez, oJongame,no e de m3tu.-aç.io (por{ão onde apar«em os P"'
modi6a o transp,ot1t polar simétflco do AIA, p0r meio da los radkulare;s) na .-aft primária. Certas eélufas da camada .,10
locaJiiação prefrrcnda.1 das proteínas PIN rla paredr l:iteral petldclo, respomh•as à auxina, ink1am o proi:t:llso de div1s~o


Capítulo 9 • Au11.1na1 191

Hipoçólilo
Tegt.meMO
0
daSemet'lte

ta~ . 0
V r;:;,;i
AC<:~

~,,
1::.:ACC
...
Alongamel'IIO
Cetlial inibido Etileno

A

F1gura 9.26 A. Plántv~ de feljo~rocom fo,maçao de gancho 11pic-,I. a. bqucm;,, indic<11iv0 dos fato,e,s hQrmonais envotvid°' n11 lor!NC,\o do
911ncho a picai. Uma dlsttibuiç3odeSiguill de AIA ~rotn<Wt" nivei, ind1.11ores dil sin.tt)ct de tcilenode um dos lados do h,pocóuk>. uus,1ndo • •""-
biçJo do along<1tnen10 das células dtssa. rtgi.io. O AIA il9t positw-,menie sotire a regulação do nwel da enllfl'lil sin1.,W! do ACC. Que c•tal!s. u""'
ttaPf limit,,nte da s.int~e do etileno. AdoMcc: ade~donln.,:- ACC: ácido ca,boxílico ,lfflinocklop,opano.

celular, for mando o primórdio da raiz lateral. Este se desen• (v;acúolos pequenos, citoplasm;,, dtnS() e muitos nbos.somos) e
\'Olvc atravessando radialmentc o córtex e cmt'.rgindo ntra\is na capacidade dc se diV'ldirem. Elas slo consideradas campe•
do epiderme (Figura 9.27). A OO\'a rai~ lateral se aJonga e 3c tentes ,1 formaç.io de raíie$ la1erals. :-.-elas. forma•S-t um ma•
desenvolve, conectando •u com os recldo.s ,•ascul:ut$ da l'ait ,11,imo de concentração dé aux,na. rõultante da cxprNSlo au•
primária. Aindn não se te-m explicnçdo para o fato de apenu rnen1;idt1 de tr2n.sportadore.i de entrada (AUX) nessas cclufa~
algumas células do pcriciclo conseguirem responder ã nw:ina do periciclo que ct1ptar:i AIA pro,•e niente do .ipkc caulinat.
e iniciar .- formaç.ão de raius laterais. O que 3e obsc.:rva Cque movcndo-sc em direção ao apite radicuJat. Alem disso, essas
$Onlente as dlulas aptas a intcrprctar o sinal indutor d.1do pda células pat«cm conseguir manter csu- mã.ximo de conccn•
auxina inic-1:im a formação de no,'()s primórdios r.idicubrt.s.. t~Çilo de :iuxin.1, ;1tiv.mdo a cxprc.ssio do gent de s1.n1ese
<', tah•ez, tS$3 c:ipac-ldade seja fruto de um estado de apcid:io de AIA (YUCCA). N;1$ cdut_.s da endodermc-, .tdj.1cen1rs ls
estabelecido muito cedo no desenvolvimento radicul,u, ou cêtu)a.s do pcriciclo e iniciador:».$ do pri.mOrdio rad1cul.i.r. h:a
seja, em células deri\'adas do mcristema que farão par1c d;a aumento das protcinas PIN3 localludas n:i mc:mbran.1 pi:,,$•
camada do perkido. Conforme a tsp&k, a3 raítes !ater.tis de• ,ná1ica \'Ol1ad;1 ao pcriddo, transporundo .tuun.a pua a\
riv,1m das células do p<ricido adj;:lcc:ntc:$ às células do polo cetufas dl-sse tecido formador de raius lateratS ( Figur, 9.:!8).
x.ilemótico, corno em Ambfrlopsú, R"pliarruss,~ri,•1u (rnb:lnctc) Esse rápido incrcmtnm no teor dc AIA cstimub ,l d1n.tio
e Helia1111,s a11111111s (girassol). Ess:1s célula., são ditas "scmime• cdular <m ct'.:lulas rcsponsi\'aS :ao ,.\IA do pcriódo e. consc•
rlstemâticas", com base n:i cata-c1eri1~çào de sua uhr:ic:-8trutur2 queniemenie, :i formação do prin1(1rdio raJicufar aJjace-n1c
aos \'.lSOS de pro10,dJtm,1 em di(eren.;,aç-lo. Por sua \'CZ.. ;b
citocinina.s. que inibem " in1daçjo de raite) l.11er.a1i-, or1g1·
n:'ln\ •3< na coifa e mo\'em•sc: em direçlo :10 J J)IC< -..\uluur
pd.u cêlulas Jo Cllindro V,U(ular raJiculat ( Figurl \) :!S). :\
distlncia entre o ap,uc:,amcnto d.l r;ali later.l.l e o .1p1.:.: r:idi•
cul;,iri regufaJ:i pd-' concentra,;:lo J,;,: ..uocminai-. O llto ll-Or
º"
Jt..s.se h()rmõmo coif.l ant.:igomu .\ .içio Jo AlA. inibmJo
a formação J.:i r,1,1i l;i,tcr.d n.1 proxim1J.i.de Jo Jp1,c r.t,h ..·ul.:ir.
•.\C1m.1 Ja zona de aklns.lm..-n10. onJe " .. 1111.. ,:nlr.l~:io Je .. ,.
tod nina.s diminui, o pnmorJ11l r.-.c.licuJ.tr ,.,. 1orm,1,,
As r.uw,; ad\·enttd,..,_ por su.l w:. )o(" J l".'lcnH)h<!n, " p:itur
Regil\o do pefleiCk> de lHg.ios ur<'Qi, (c-.lule.s.lll.>lh.LS). puJc"nJo onguut-,.: JI." gru•
pos J c cClul.ts llláduras Je \·.lo~ 1e..:idoi-, ..onh• Jll pen.:1do,
d.ts ..:dul,1,s PJ.íl."A'l_UlfllJlte.l:. Jo '\denu e 1locm.1 ou Je cduLh
do ...imb,o interf~1úd.1.r. l'.intv em 1fümo ..oulcJón1.".li- qu.an•
ep,c11mne h) .-m ,.,u,li..vttleJõn,...1.... ,t,:. r,liu, ,lJ\CIUld,i.) roJem ,1p.u~-..d
n.uur.ihnenl,: em n-S('thl,t, .a muJ,111,;:b .1mb1.:ntJ1i- (p. ex,, n:i
f lgur• 9.l7 Con t lon9hud1n111 de 1iii1 pr,m.inJ de fxtihom,,.i ,r1os conJi.;.io Je JIJg.am<ntOI •lU.arurl.. 1,1lmc1111." <m rc,pl.>)IJ .1 1.,..
ira~o o dc:M?rwolvlmento de u,na fillt l,lletill. AJgtlflus céh_.,.,\ do
pericklo, compe1et'ltes a lnlNr dNisoes celula1e\ ll'ld1,mdn por AJA s.'>t·i- noi- t"-"=tJu.1 \)U.t .1pl1 ...J,lo Je rc:gul.tJl1re, .!,: ,.r.:i,.. Ufü'llh'.l.
fo,mam o plimórd10 dii ,a.ii IJter,,I, E:,,J;, ..c:lul.ai- entrJm no d..!11 .. dul.ir, reh,lnlJ11J11 .1 ""P-'~ r,iJJe
192 Flslolog:la Vegetal

ntacas são enra.lz:id:u cm soluç,ão de :-.uxina concentrada ao


i:m uma prep~r11ção a sexo frita com 111ko como agen1e wic1,1.
1, dor do regulador de crescimento. A auxina pen etra na tsia.
ca, predominantemente, pelo corte e. um.-i \'t t nb5()rvida pclu
células, pode soíttr co1wcrsõts. O AIA e, em menor grau, 0
AIB podem s.er lna1tvados irreversivelmenle por oxidaçio, en.
quanto o ANA é menos susccth-d a esse processo. Entretanto.,
eua.s três auxinas sofrem conjugação; assim, somente uma pe.
quena parti: (menos de 19') da auxina absorvida pelo l« ido
permanecerá na forma livre ativa. O pr<>ct.$.SO de e nr aiumcn.

,>....__,.,3 l
~~~menio
da raiz lateral
10 requer quantidades diferenciais de auxina, dependendo d.1
fase organogenêtica. No inki~ a fase de induç.ão requer uma
concentr:iç:ão de auxin.i relativilntnte e.levada. em compa.ra,
ção i &se de crescimento. Na induçio. a aux.in a age como o
sinal para a inlclalii.1ção da divisã.o celular e a formaçio do
novo meri.ste1T12. Apôs a formação do primórdio radicular, ,
coneentraç.ão d«- auxina, in icialmente (aVQrável à sua induçlo,
tom a-se inibit6ri.i ao alongamento da raiz. Assim, o nívd d(
aux.ina adequado à indução é supraótimo para a fase seguinte
de crescimento. P:lra o enraiumento i11 vitro d e microestacas
cauUnares de mad eir:a, observou-se que a concentração de
AIA no mrio de cultur.i se reduz subs1anc:ialmente. a par1ir do
Sf dia. em razio da aç.io da «-nzima AIA•oxldau. Assim, nos
primd ros dias de cultiv~ o nfrd de AlA encontra-se rdatin•
-+-l-- -- Periclcio mente ele,•ad~ indutindo a formação do primórdio radie ui.ar.
Yôt$0$ de Nos dills $ubsequentes, essa conce1nração diminui no melo,
p,oto:idlema e,m acarretando um nível mais baixo de A(A. Entret<mto, essa re•
di~nciaçao duçào traz o nh d de AIA pm • faixa de conceotração nece-r
1

sária ao alonpmento do prlmórdio, apôs sua emergenda do


caule. Outras aux.inas estudad2.s. como o AIB e o ANA. por
serem mais es-tá\'efs, promo\'eram concentrações supl'3ôtimu .
Afu,1i 9.la Modelo de ti!gulação ~ f0tmaç-.lo de raí2~ f,11er,1i$ me• Inibindo o crescimento das raízes de madeiras.
$-.do ~ ,N,Üt. .). o uoni pone po1a, oo A1A lSe.1b.S p~1s) ocorre
por a4~ do slsttrna v.ucul.-. óle,-endando os elementos de vaso Mudança.sna arquitetura radicular
f~ e m venntlho,o g~ Ie:spessatMnlo da ~ rede sec~• aumentam a eficl~nd a nuttidonal
ria) e mantffldo a icfen1ic:I~ meristetna1ia dMc.élulas do perlcldo.
~ • cr,e..@nciaçào dos VlSOS Jilem!licos. h j a«imulo de AIA a O volume total de solo explorado pelas plan1as, con'I cons~
CM.a d ~ do iipice, c-.wsado po, um transporte • umentado de quente absorç:io de nutrletUc:s, é aJtamtnle determinado pcli
AIA ~~ as dJuln a,rnpe1.entN à formação da Mura ratl. la1eral. O disposição espacial. peJo tamanho e pelo nômi:ro de raius.
a~rnen10 da ccncentriç.k> df' AIA induz• di'lisão cekilar e o su,gimtn·
to do 1kim6rdlo r;,dieul.i,. M <.itoc;inlnn fsetas cínu ). ttansponadas Porlant~ a arquilecura radicufar, jsto é, a configuração tridi·
CU Ullfa tm dlreçlo aaóp(-Y. Jnibem a lnlciaç.k> d e raitts llltffli, em mensioruiJ do sistema radicular das planl3$, cem extrema im·
regiõt-\ pr®mas a,ojpice r.tc:lkulat. portánd11 pa.r,1 o aumento da e6dlncia nutrlcfonal. As plantas
podem aumeni:ir a absorção de nutrientn modulando o cres•
cimento radicular e sua 11rquitctura. O stat us nulricional d;)
de Sf' dividicffl\, foraw,do, assim, um meri.s1ema radkular de pla.nta os sinais detec:tados peJas próprias raiies no local onde
tna.nf'1.ra anãlog.a à formação das rafacs Jaterais. Em hortiClll• se encontn.m acabam por desencadear alleriçôes morfológi•
lura, Otfcito indulOr da au.x.ina tem sido muito utiUzado na cas no sistema radicular como um todo. A dis:ponibilidade di:
propag.ação \'egtWÍv.i de plantas por cstiquia. Folhas ou nta• nutrientes.. ptincipalmemc a do nitrogfoi o (N) no solo, é o
qs cau.li.nucs ~ \irias plantas. quando colocadas em água ou principal fator dectrminanLe do crescimento e da produtMda•
em utn ,ubstrat0 úinido. norm.aJmentt formam raizes ad, e-n- 1
de vegetal A eficiência na absorç-.ão desse nutriente deptJtde
1(caa.,,, próximas i região do cone. O enra.izamenlo aconlt«' da atividade di: tro.nsport.adortS- localiza.dos nas membranas
e,n dccorrlnci:a do acúmuJo de AIA rui porção imedfa.t.amenle pla.smática.s e da arquitetura radicular, As moditicaçÕí.-s do
superior .ao coru:, ;, que o transpone poJar de auxina é inter• crescl.men10 das raJies sob detici~nc:-ia de N c<irrelacionam•st'
rompido nessa rtgi3o. We e(eilO pode ser imensi6cado ao se com a fntensidade des:sa limitação, O comprimento da r:iiz
tratar a superífoc do cone com uma $olução de auxfaa. fu~ primária e d:ls laterais ê, normalment..-. aum.:lllado sob e.se.as•
pode $t.r aplicada por lJgUJ'lS dilU ou semanas em conccnlr.l• sn de N (Flgun 9.29). No enlanto, ~ a detid i!ncia for muito
Çõcs baixa$ (na íaix:a de m.ic,omul.ar), ou por alguns segundos grave, o dese-nvolvimento do sistema rndicul:ir atrasa, rcisul•
ou minurosem nivd~ m.c1is d evados (na f:tlu de mUimolarJ. A tando e-ni uma rafa primá1i.a, curta e com númo:ro reduzido
o:posiçJo râpid.1 é foit• no cuo de mac.ropropagaçio. quando de '2ÍU$ l110:rals, J.cnndo em conta que o.s solos geralmente
Capitulo9 • Auxlnas 191

Em bolõ" flor:il1 de Ci,cuniis. em e,táglo blucxuaJ, a


aplk:açlo de ;r.uxin:i leva à for maçlo de ílore.s femininas,
enqu:anlOa aplicação de g.iberelina rcsuJ1a na (or,naçâo de

...__ Pouca
deN
,.,,...
flore., masculina, . Contudo, tambim ne!St(.tSO. existem cvi.
dlnd as de-que :i auxina age por me-ioda pmduç;lo de e1iJeno.
Apesar disso, é de aceilaÇ.liO ger~ que a .auxin" promove "'
fem inilizaçlo em Ro,e.s.
Normalmente, a polimuçâo e a fer1íliuçlo das Jlort1 qo
e,·entos necessârios para ín1ciar o de.~nvoMmnuo do fruto
(ou início do descm'Olvimento do ovino), A presença dt ÕVU•
11.1P8f11clals los fertilizados g_am1te o descn,"Olvimento do ovário em frut<t.
Foi observado que grios de pólen repre-~cntam uma fonte rica
Rattes cm awlina e g,iberelln-a., e que o cttratO de pólen o timul.l o
ptOfundas
desen,-olvímen10 de frutos cm pl:in1as d.t f.amíl1a Solan.-ccae
nlo poUnfz:i.da.,. O fenômeno do dc.,envolvimc-nto do fruto
n':l auslnda de poliniução é (()nhtddo como partcn(X(,rpia,
Figura 9 .29 Arquitetura radicular tm lf'SPQSli à balxa disponibildade e os frutos assim formados n:lo 1fm 54:me-ntes. Fnm» parte-•
de nltrogfnlo ou fósforo no solo,
nocátpicos são c-ncon1r.11dos freque ntemente em plantá.., me•
lhoradas; nC"$$Cçaso,. p<>dem ter um controle gent1lco ou str
induzidos artifidalmente pela aplica,.ão de reguladorcJ J,:
são ambientes heterogi!neos.. caso a raiz encontre uma reglào
crescimento. H:i evidtncias de uma correbçJo positiva tnt~e o
(pm, h) com disponibilidade dt N (prlnclp:&lmenu: na fonm
aumento dos ni,'tis dc .tuxina e giberellna no ovino. antes d.a
de 1d trato), novas raí1.es lllterais $ão produzid.a,s, explorando fcrtiJilaç-ã~ ..- o dcsem'Olvimcnto de frutos partenocárp1co,.
aquele local de maior disponibilidade e aumrntando a :ibsor• Obser,·0\••Se que, tm ()rirlos de uma linhagem dt 1onutt1•
ção do N. Hoje se sabe que a absorção de nitn to e o 1ranspor1e ro panenoclrplco. os niveis endôgtnos dt aUXJnas e gi~rt•
de aux.iru. apresentam mecanismos de perc.:pção coinciden• linas eram maiore.s que os conteúdos encontrados na hnh••
tes, Jcv.indo a alter::1Çôes r.ípid.s na arquitetura radicular. gcm normal, iSlo é. com produção de .s<mcnlcs. Além diS-10.
Alêm do N, o fósforo (P) é ge,.almente consid«ado um a apli<:a~ o dt awtinU sobrt a parte e.xtcrna do ováno. antes
dos 1n auonutrienies 1n ais limitante:, do cr.:scim.:n10 ,·egtl'al da ft rlili~~o. em pl.:int.\$ ~ s f.unih.1s Solan•.:-<"ae. Cucurbt·
Por sua baixa mobilidade no solo, a absorçio desse nutriente taceae e em Cimo. gerahnenrt resulta no dese-m·oMmcnto de
depende m1.1ito da exploração do solo pelas t':IÍUS. Sob ddi• frutos partcnoc:irpicos. tc.-,'llndo em conta e:$$;&$ oN('r\·açõd.
ciência d e P. mnrlifi c~i;õ~t n :a u q uil~lu r:i ~ d k,,br do am. h :1 fortes ~vidê nd:u d~ q ue ll fY,'tl tcnoc::.i.rpi:>. r,,,µJt;, d• \l,m;l r•
piamente relat3d3$, Respostas de muitas espéc"ies. incluindo gulaç~o 1empor.1I C/W (Spacial im:orrt1a da sinrese de iu,-una..
A,abidopsis, arroz e milho, ã escassez de fõsforo são caract.:ri• Assim, uma açlo seque:nd.al e cooperativa cmrt gibetehn.1 t
udas pela indução da íormaç;10 de raius l:uer:i.ls cobe-rt3S por auxina fat partt da cadei:a de tra.ns.dução de sinal que leva JO
muitos pelos r:idicularcs e mais próx.irms à superíkie do solo, .:s1:ib( l,:ci.Jn(nto da formação do frulO,: .i subsequente JU~-
jã quC' r.sse nutriente é pouco móvtl. fonnando um $iSte1n2 ç!o da divls;lo ctlular (,·cr C.ipitulos 18 e l9),
radicufor pouco profundo (vi:-r Figur.l 9.29). No descn\'oh1men10 norm.ll de frutos, ~ genlm,:nh: a<e-110
o fato d.: que o dcscnvoMmtnto da semente (ou d(> cmbn:\.ol
Desenvolvimento d~ flores e frutos co111r0Ja a l~,;a < a m.anu1enç:io J:a d1,i~o .:dul.ar no tí."'C1do
A formação de flores e (rutM é um ,:ven10 imp01tan1,: para do fru10. Se álguns óvulos njo k J<scn\'Ol\'em cm de1crm1•
nada pute- do fnuo, ..-..st,: se toma dcfd11.10$0 (Figura 9..30).
o dest'nvolvimen10 reprodutivo das plantas. Acé o mom.:nto,
Um.a condaç¼o positw'l 1ambCm existe entr< o num<"to d.: se•
não se conhece ao certo o p;i.pel cbs au.xinis r» formaç.ão J,:
me,ues e a m.inut.:nçâo do cre-~.;:tmcnto do 1ru10. O t.am.inho
t1ores; na maioria dos casos cstud.tdos. a :aplicação de :iw:ina
hnal do íruw ê, ern p.artc, resultante do nUmero .krin1d1l Je
inibiu a produção de ílorts sob condiçô~'S indut!\'3s. Enln:c:t,n• divi.sô<i. .:-elul.ares que O«>rrem no fruto cm dcM:nvotnmemo
to, essa iniblç;\o par.:ce ser um cftito secundàrió. resuhant.: da depois J.i. ícrlihuçâo. Som:im-si: :t is...~1 o numero lnKi.t.1 Je
produção de etileno Induzida pela auxina. Membro$ dl fami- célulu do o,....i,lo ant-:1 d:i Ítrt1li.uç:io.. o numero J(' l(rtdi.ta
lia Bromeliace11e apresentam uma resposta Jt> floração itu..-ns.i. çõcs bcm-su, i:diJas e o grau de e,pa.nsio .:dular. D<p'.>h ,lo
quando tratados com au.xina (ANA), E.ssc <t(il<>. 1od;i\·ia. hoj,t p.:1ío,!o ,1( Ji\'ll>.io. o .:re~..:1menhl Jo fruto e rõuh.tnte, prtn•
se sabe, deriva do ~til.:no, cuji forntaçlo éestinml:ida pcU au· dpalmcme, do aumento n-, ,·olunw .:dul.1.r. Na. m;uon,1 Joi,
xfoa. Em outros casos. a tiplica,.io de bai."<3$ con<'.:nuaçi><s <k frutos, o incrcmcnio de \"Olunu .:onsmu1o pnfü1p,al fa,tor Jc·
au.xlna p romove a formaç;\o de llord ; entrct:ioio, o )"ignifk-~ o l<rmilunt.: J o seu u m;inh\l 6n.1l. A <xpa.nsfo .:clul,ir p,1J.: .iu·
1\slológico d esst resultado é ainda desconh.:cido. S posswd mem.1, o u.manhó ink1.1I Jo ova.ri,l .:111 .:er.:a ,le IOUou m;i1i,
que as au.x.inas tenham alguma função em c.:rtos prott>ssos \'('U S. As au.l.in.u sJo r<)pOOS,1\(1) p-elll .hllllClllO llj e.xpa.ni.fo
associados â evocaçio floral, isto é. a processos que o«>trtm celul.ir em tedJus Je frul1.>l, cmb11r.a, n,1 nu1nf1a Jal ,e.te.-), ,1
no meri.stema c;i,uUnar dur,m1e a tr.anstÇio pira o estágiO ,e-- con.:emr.açiio J.: :1u.,in.J M.•j.a m.uor n.1 i,emem.: que nl~ ..:flu•
produth•o, l;i.sdo fru10 ao r<"Jor d~l.t.. Ai. au:on,b. prt>,'J.\cl1fü•n1c, .:aus;im
194 Fisiologia Vegttal

um 1nime.n10 na extensibilidade das pan-dei. « h.ilarcs. culmi• no inido doest.lbclcdmento Jo fruto. há o aume,uo da :1bsci,
nando cm uma maior absor('ào e rclc-nção dl' õlgua e w lutos. são deste ainda bem jovem. Esse efeito resulta do aumenta d,1
Enttt1:mto, 1 rossfrel qu<' a scrncnlc em desen\'OMmc-nto e/ sintrse de etileno. Um dos molivos para essa prática, conh« i-
ou o cmbri;i,o produ1.:u n ou1ra molb:ula sim,liudora, .ilém da da 1>0r Mlcio, con$istc em reduzir ó n1'lmcro de frutos por .tr.
au.xin.a. qu<' regul:t1.rfa :a exp:inslo e a .itivid.adc de drtno das VC>rt. pcnnilindo que os rtmant$Centes cresçam mais (Figura
cê-lulas da fruto circunvi1.inh~s âs scmcntc-s.. A açào conjunta 9.31). Oiforcntemcnte, fa1.e11do a aspersão mais t:1rdfamentt,
de ambas as molCculas induziria o aumtnto de \'-Olumc, qu.ando o fruto jã está na fase de maturaçlo, a 3plkação de
A auxlna sintCtka ANA Ccamumcmc usada na agricultura 11.uxina tem efeito opos-10, isto é, previne a queda prematura do
para rarear ârvorcs com frut·os cm inicio de dcscm•oMmçnto fruto e o m:an1ém na árvore :1tCseu completo dcscnvoMmcn•
e, 1ambtm. para pl"C'\·t nir a queda prcco.:-c dei!:$ cm maclci~s to. es1ando, :assim, pron10 para 3 coleta.
e pereiras. Esses cfdtos, aparentemente opostos, são depen-
dcntc.s da apU<açào de auxi.na cm fases deccrmin.adas do de~ Abscisão foliar
scm-oMmento do fru10. Procedcndo•se à asptNâ0 de auxina Durante o desenvolvimento normal, as plantas perdem folhas.
órgãos &ra.is (pe-tal:u. sêpalas e estame.s) e frutos por mrio
de um processo conhecido por abscisão. Esse mecanismo f
importante para a planta remover órg.\os scncscentcs, ou fo.
sados, ou, ainda. como um3 estratégia para liberar os frutos
quando amadurecidos.
A absd são ocorre, na m:t1ioria dos ca.,:;os, em uma uma-
da de cClulas ana1omicamen1e distinta d enominada ion.a dt
absdsão. Por exemplo, em folhas, essa 1.ona esti l0<.1iliiada m
bil$C' do peciolo, isto C. entre o õrgão a ser removido e o corpo
A DHenvõtv.nenlo 8 Arquên"io$ e Arquênios removidos da planta. E.ssa camada e originada, geralmente, durante o iní•
º"""'' ren"IO',lldos
......
mai$ aplicaç.ao cse

R9un 9,30 A.. R.eceptãculo d~ MOtafl90 (p,.~dolruto). cujo cre:sd-


do do descm'Olvimc-nto do órgão associado. A iom1de absci-
s:lo vari.a quanto à sua tsptssu.ra, podendo ser cons.tiluíd.a por
pouca.s a1~ muitas e.amadas dt cêlulas. E.ss::ts $ão normalmen-
mentoi rt9Ulaldo pela awtina produtida ~°' iuqufnios (peQuenos te car:ac1erit.ad:1s como uma banda de célulis pequena$, com
frutcn sf'COSl, B. Re<:eptaa,to cujOS arqu~ l foQ.m removidos No se
óesefWOM'. e. Contudo,. ie fof pulYC!rii-oldo com uma soluç.k> de AIA, den.$0 conteúdo citoplasm:itico. Sob condjções apropri..das
do meio ambiente ou do dcsenvolvhncnto, células da zon.i di

Rgur• 9.3 1 Pr.S.1<-1 do ra.lHO da cutt111a da madelfa por melo da pul~rizai;i o de awtlna ,eali1..ida na [U,l)Çao b p~rimental de S.io Joaqu1!1'1
(EPAGllfJ de s..,..ta Catarina. A., F,u1illc•~ o eít uv•: e-!ei1oda aplica,çAo da aullN AHA, redu1indoonúm1:10 de Ít1J1os em dc-w-nvolvim,cnto. 8 e (.
AapJlcaçio do AHA (10 mg1t>fol feita de Sa 10 dia s apôs a plena no,;:,,çio. D, M.Kiet,a que sofreu o raleio, J)ef'manecendo SOO'l,cnie um huto pOI'
cacho flOf"al.
Cap"uk) 9 • Au111in;n 19S

abscisão comtÇam a .se expandir e, en1ão. inkli-se a dis..,;olu- A :1grkultur.i moderna manipula o pmus~ de abKWo
ç:\o d a lamela média, resultando no aparccimento de um pl:i• obtendo v:intagt"n-' económiu• quanto ao rendimento na pro•
no de fratura e, con.s.equentcmcnre. na qued.a do órgão. Um dução e e.s.tocagem pós•col(1;a, Exlste um tomatdm mu1'i\J1te.
t«ldo de <:icatriiaç.fo suberifü:ado surge no corpo da pJanta, por exemplo. em que a muiaç:lo (joi,itlnJ) eliminou 11 amada
no local onde houve a absdsão do órgão (Figura 9.31). de absci»o da flor, produzindo um fru10 que Pfrman«e Up·
Estudos realizados com folhas pcciol:1.das de feijoeiro, isto do ao caule. b.so ~u:z a queda do fruto e fai com que o tom.a•
f, ron1endo a zona de abscisdo, mostraram que o etileno e a te seja c:olhido sem o pedúnculo e as sé~Jas. essa, estrulur.as
auxina conrrolam o processo da abscisdo. Verificou,se ~ o Indesejadas na produ.ç.i<l do molho de 1omate-. Oiferenremenlt
etileno representava o sinal primário que dirigia e.sse proce~- desse exemplo, alguma~ vezes acelerar a absci~o f in1er~an•
so, enquanto a au.xlna reduz.ia a sensibilidade das céluJa,s da te, como induzir o desíofümenlO de plantas de algod.io (por
zona de absdsão ao etilen~ pte\'enindo ou rctardando a ab.s-- meio da .iplicaç.ão de herbicida - ver pró:timo ,rem des:re C:J~
cisão. Os níveis endógenos de auxina eram mais eJe,•adQS em pítulo) antes da colera meclnica • .iumcnlandcl, ,;1gnlfle31i\'a•
folhas jO\·ens, de<rcsctndo progressiVll1ntnte nas madurilS, :ué mente. ;a eficiência desse processo.
praticamente des.1parecerem mu folMs senesccntes.
A aplicação de AIA em cstâgios inidaJs da. ibscisâo foliar Ação herbicida de 3U)linas sintéticas
ger.a,lmente atra.sa a queda da folrul; tod:1;via. quando é feita cm As :iu.únas sintéticas, como o 2,4•0, o dkamba e o pidoram
est~gios mais avançados do desenvolvimenl<>, ela actlera c~e (ver Figura 9.4), quando em concentraçôc.s adcqu1das, .apre•
processo. prova\'elmente pela indução da slntcst de e1ikno. senl:lm :11ivid.ade herbicida, s.endo amplamente empreg:idas
Há indicios de que :l.S folhas j\Wen-s são menos mp()fl$fv:Ls para esse fim. Em Ni.x.a, concentr:içõc.s, induz.em ttSpo.st:i., de
ao etileno que as mais velhas; além disso, teores dev-.ados de crndmt'nto , omp;ir:h•ei.s ao AJA E.ssn (omp<>Uos tio comu•
au.x.ina nas folhas jo,•ens reduum a .sensibilidade da zona de m(oteempregados no(ontrolc de c:n ·.a..s d:inlnh1s (eudico11le•
abiei.sã..o ao et ileno ( Figura 9.33). dóne:i.s) em pl.intações de gramfn~. A utilizaçlo ampll dts·
Além da partkipaç.ão dos hormônios auxlna (rtgulador ne• ses ht'rbicidas decorre do alto grau de filo1oxicid.lde. do nmo
ga.tivo) e etileno (estimulador da absci..são). atualmente, previ• rrlativ.unente ~ixo e de s:uas propriedades seletl\•a.s..
$C a e.xisrência de outro componente da rede de siiulizaçâo Essas au.dnas au.s:tm epin3.Stia d:is folhas. pa.n.da. do cres•
da abscisão. Por meio de estudos com órgãos fl.c>r.Us dt An,. cimento cauliruu e radicular e aumento da t':tpansâo radfal
bidopslt, u.m pequeno peptídio (IDA, do lnglh: lnflorn«na Apôs algun.s dias, podem surgjr tumores. seguidos por um
deficient ln abuissio11) possi\'clmente t s«retado, ligando-~ a .unol«imtnto e colapso do tecido. Tanto a t'pinasha quanto
um complex.o de receptores (tipo RLK - r«tptor-likt ki11ases) o .aumento da espessura dos aault"S slo cf<itos ciracteristicos
prtsC'nte nas membrana..s plasmá1icas, os qu..iis são ativados, do hormônio e1llen0; a.ss.im, e$pera•se que a su1tese de erilcno..
passando então a transmitir o .sinal de ativaç;io d.a ab$clSào induzida por essas au.'tinu. sej:t o f:11or rnpons,vd por <SSN
por melo de um:1; case/lia de MAP d n.a..~ F.s.<.a.'i. por sua vti. efeit~. O <'0l,:-no. por i ul. vcJ:, c,;timulll:. b,°"inl - do ;iç,do
ativam fatore-.s de traMcrlçdo (1ipo KNOX) que, finalmente, abscbico (ABA). que se acumula primeiro na íoUu. ,e, depois.
induzem a 1ranscrição de genes relacionados com modi6a,. i 1ransporudo pua 1od:i ;i, planta. O ABA imbc o cr~1mento
ções da parede celular, envoh·endo enzim.1s de degrad:içlio
responsáveis pel~ separ.aç;ã,o da.:s c(lula.s n;1 iona de absclsâo e
queda do órgão.

A1A ·Folhajo\lfffi .....,;,,


• S!nt.eM e. oM.OOna

) l
Zona ele aiOso~o pouco
)

- rtSpotlSNII :10 e tileno

1
)

Effl
• fcthas.~e
~ • Slntese de 11ux1na
·X b~Qlfa
• Sln1ese de •no
estirl'lutaaa
Pt.lnt& Planl/1

Figu ,., 9.32 ReprM-t•n1,11~,t0 esquemfltk.i dos evl!f'ltos ,>s\o<iados j


.!lbs(is.ào de um 6 1gão.. (i1(ulos verdes r~1mr1tJtn celub\ tü lo:""
j
Zona c1e Bt111(1~0
de •bsds3o; ( ir(ulos azuis repri:i~tam (~las g1.andes. <0m va,cuo resc,00111q .o eoreno
los. do tecido maduro· ftgur,1s ovais vermtlhM 1tp,1~n1Jn1 celulas
bpandkl,M que se recÍile-rl'oci,)ffl (11ansd1fc1tnc~jo) em J)<l'f1derme Flguu 9,Jl Esque1'!1,) fl;IQ(~o!'f\Ll!M) dos efcruos 1n<lul1dO\ p~I:, Mnl·
Sube,ific.td,1 (can,11d11 dé! CiCatfl1,1ç3oJ. nJ e ~ t llleno l)l'<t'\t'l'llf S em lolh,)SJO~em (AI ê \en~ctn1• II J
196 fülologia Ve9e1al
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por melo do fechamento estomitko. limitando. portanto, a Difcrcn1emen1c Joque se podc,in Imaginar. a maior parte da
as$.imUaçio do carbono e, consequentemente, a produção A8Pl W locafüada no tttkulo eodoplu m:itico (RE), e não
de biorn..usa. Além dis.,o. esse hormónjo tcm efeilo lnibitó• na memtm,,a pta.sm,hlca, apal'<'ctl'ldo também no complexo de
rio sob~ a dhüio e o alongamento cdular. Ao fina) , o ADA, Golgi (CG). UmaconseqUfflcia dessa distribuição~ que um nú.
en, conjun10 com o etileno. promove a senescinc:ia e a mor• mero pequeno de rtttpcom na. supcrfic:ie celular necessita de
1e da folha e, po.sierionncntc, do vegetal como um 1odo. Em wna menor quantidade de auúna para interagir C<>m todos eles,
experimentos nos quais se empregaram inibidores da sínttse permitindo à cClula ser mais $tOSi\-cl a balxo.s níveis hormonais.
de etileno em virias eudicotiledõne-as Qu se utUitaram mutan• As proteinas ABPI k>c::aliz:id-as no RE e no CG, ao rectbcrtm a
tcs fn.$('ns:ivtis ao etileno de tomateiro e Arabidopsis thaliana, auxlna, lntmgem com protrin.as integrais de membran :1 dessas
,fflficou•.w que o efei10 herbicida de ao.xi.nas «a muito redu• organelas, poss.l\'elmente causando a rtgulação da secreção de
z.ido ou mesmo auscnte nessas condições. componentes de parede (poUssacaridios e gllcoproteinas) ne.
O mecanismo de ação dos h«bicidas não esti totalmente ces.,ários à cétula cm cxpans4o (Figur.1 9 .34).
dm'ffldado, mas $:lbe•seque, sob :11çâo do l.4-0, por extmplo. Foram obtidas plat11as 1ransgênicas de tabaco com supero:.
o ciloesquelt'lo de actina ê sen:ramtnte modlfi~do. afetando premo cons1llutlva do gen4.' abpJ. Nesse m:aterial, obsnvou•
2 mobilidade das organclas. principalmente dos peroxl.oo- se que o tamanho das cêlulas foliam era tripliCildo, e mbora o
mos, os qu:ais tlm a funç!o de rt:mo\'er 3.S espécies reati"as de fenótipo da planta como um iodo perman«:cssc in alterado.,
oxigtnio (ERO) do ambiente celular. Ass:im, o s.ls1ema antiO• Indicando, :w.im, que a ABPI tem sua fun ção relacionada com
xldante 6ca Limitado. causando um estresse oxidativo muito o controle do alongamento celular. ln\'e$ligaç!o recente rcvc•
forte, o que leva ã destruiçlo das membran3.$ plasmitica.s e à lou que a Al3PI está tambitm cm'Oh-ida no controle d o ddo
conf.tquentt morte celular. Os herbicidas aumentam a atlvida• celular. provavelmente medi-ando a ação da awtina. A in a1iva,
de: de genes de biossíntese de ABA e etilmo. acarrctando um ção fu.ndon:tl da ABPI resultou na parada do ciclo e.m cCluJas
&igrufialivo aumento da prOduçio de ERO. cultivadas in vitrode tab.ioo. Há e,•idêncla.s de que a ABPJ tem
um:t função erf1ic:a, agindo tanto na JnSsagem G/S qua.n10 tu
Mecanismo de ação G/ M do ddo C(':lular. As.sim, e pro,tâvcl que a ABPI esteja
Conforme ,is,o aie agora, a auxina exerce um papel funda• rclacion<1da com dois procmos,ctt.a,,e do descn\·olvimento
mental cm uma vasta gama de processos de crescimento e ,-egt1al: crudmento mocl:tdo a dlvis!o e ex)»1,sllo celular.
dc:sm\-ohimcnto. No nível celular, esse titormõnio age como Mais r«enteme.nte, foi proposta outra função para A BP 1 11&3·
sinal pua a dMsio. o aJongamen10 e 3 diferenciação durante da ao t'$1.abelecimcnto d<1 poluidade c<fuJar. Js.so cnvoh•eria a
o cur$0 nornul do ciclo vegetal. Tomando•.se a plat\la como ati"aç:ão de certos tipos de GTPases que afetam a organi-zação
um todo, a au:dna tem uma funçio lmpon.:t.nte na formação do d 1oesquefe10.
de níus. na dominância apical, no tropismo, na sen-escincia,
entre outros processos. A questão crudal ê saber c-0mo uma
moliêcula $Í.mples, como o AIA, rq,,>ula essa considerivd diver•
sida.de de rt>SpOS1as de um conjunto de d luJas, tecidos ou de
órg:ios. A resposta a essa dUvfda requer conhedme:ntos sobre
como esse hormônio e percebido. como ocorre a transduçjo
do stu sinal e como se processa a regulaçjo dos genes rcspon•
sl\"os à auxi.n<1.

Percepção _ _ Parede cetular


Pe~u.ius apontam para a txJsténcia de duas prott"Ínas can• 1
djdatu " ser receptoras de auxina: a ABJ)J (do inglês. uuxin
- - - Membrana
bindlng protein 1) e a proteína T IRI (do inglês. trrmsporl inhl• ptwsmâlle8
birion m ponse). A ABPI foi c<1racttrizada e clonada a partir
de piam.as de milho, sendo po:neríormen1e: encon1rada tam•
bitm cm viri0$ oulJ'Os n::get.ais. A proteina ABP J não tem t<'•
giões hidrofóbicas típicas de proteínas de membrana; assim,
a ABPI deve prova"elmente .associar-se a uma ou1.ra. proteína
da membrana plasmática (prote.ína integral de membrana),
propagando o sinal hormonal para o interior da c(.lula (Figura
9.34), A auxina, quando lígid.J à ABPI, indut uma mudan•
ça conJormacional nesta, permJtlndo a intcnç-ão do conjunto
11.uim formado (auxin:i + proteína receptora) com a proteina
de membrana, a quaJ, tntâo, Lra.Mmite o sinaJ da awdna para (
o interior da célula, causando, por exemplo, a hiperpolariz.a•
\.ão da membrana ccluJar. t possh·d também que a própria Flgur• 9.l• Modelo 1e,>rtM.'n1atlvo das possl~is locati:u,t;óes do rt ·
A BPJ ligada â auxi.Jla lme11Ja dlte1amente corn caMis iónicos cep1or de aolMI A8PI na célula ~ 9eu,1 e os efeito~ associ~Oi à si·
da membrana. nafil-1(.\0doAIA.
C.apftulo 9 • Auidnas 197

Dois grupos de pesquis:idoc~ l<ltnlificaram ouho rt«plor de auxina. iniciando uma aucata de rc.içóc\ de fosforil:içiio.
de a.ux.103, denominado TIRI. O gtne tirl foi clonad<>, inicial• Altm diuo. \.abe•.se que a ;au;cln.a inrtlcipa d;i 1c-gul.ação do
mente, e m plantas de Ambidopsis 1olern.n1es a inibidores d( ddo «lutar, ptim.uiamcnlt cslimulando. :a \:n~ew de um.a
tr.'l1,sporte de aux.l,,a, como o ácido naftilftalãmko (NPA}, as,, cinue dependenle de d clina, a CDKl.a, CUJ;&at1V1d,1<le f ta.m•
pecto do qual vem sua denominaçlo "resposta de inibição de Wm ,egulida por fosforibçâo. Ouiro exemplo Jc tnaruduçâo
1rnnsporte" (TI R). Entretanto, kigo se \'trificou que a proteína <k sinal da au.xini ê o da rc-gulaçâo d.a d1tgrad.aç.iu proteiu.
TIRI (per1encenle à família de protcín:1$ f,box de A.nthidopsü Dtpoi, que a auxina se acopla :ao reGcptor TIRI (Flgur.a
que tem cerca de 700 membros) não tstava cnvoMda com o 9,35), dcsenc:.adela•St a alivaç.\o dt 1,una vi.a de d~dação
transporte, m:tS sim com o mecanl3mo de ação de auxina. De- proteka mediada por ubiquilina, um-l via ((11-:'um ,l todas as
monstrou,se que TIRl tem afinidade e csped fiddade para au• céfuU$ euc:arlótlcas. E.ssc si.stema de degradaç.o Gumpr«nde
xina, diferindo da ABP I por .ser uma proteína solúvel de loca• um tipo dt maraiçlo da proteína a :s<r de:nrulda. a qu,.I k'
Liza.ção nuclear, ponanto iniciando resposias â au.xina lnlf\l«'• conju~ a pequenas p,ou:inas cham:adas de ubiqu1tin.a. E.ua
lular. A família proteica TlRl foi a conexão dima c111tt auxina conju~o ~uer ATP e é realiud.a por meio dt uma via
e controle da eicprtssio de genes respoosivos a t"SSC hormônjo. multienzimática. Uma \-C:l marcada, a proleina a: ser de$lru-
Transdução ida vai JMtll O protco.ssomo nudc-.ar (complexo proteico oh•
gomérico exucmamente gnnde, com tn2$Sõl molccula.r ~
Após a interaç!o com o receptor,031.n:tJ hormona] dC"Vt sc,rcon- 1orno de 1.5 meg2daJton). Um imponantc exemplo dma Vla
duzido d entro da c~lula. por meio de uma das numerosas \'ia.s de degr;adação con!iste n;1 des1ru1ç.io de f.ltorcs de transcri•
ahcrnativu, sendo a resposta final dcptndentt de um caminho ç~ conhecidos por i\UX/A[A {w:r "'Expr~() ~nka'"), qU<
ou de uma combinação de vãri:as l'()tat. Em ,-etde ~ tct UIN via sio r.1,pid:amcnte degradados no proteossomo (figura 9.35).
simples e linear de transduçâodc sinal, 3.$ moléallas .sinaliz.ido• A destruição de AUX/AJA leva à d~repre$$.lo de gentt de
ras íonnam redes eompkxas de rotas lntenx>oecladis.
resposta primária à auxina, ;n que esse Íitor de t.ranscriç.io
O cálcio parece ser um mensageiro sccundirlo lmponanre
bloqutia a região promocora dessies ~O($ (ver · Expre.s.s.ão gi•
na ttansdução de sinal de quue todos os hormónio.s; contudo,
nka·). A di~rsidade e a cspcdficJdad~ teddu.:il dos f.iitOrt$ d,
a sua função na intermediação da ação da auxina ainda n:io
1r:u,scrlçio do 1ipo AUXJAIA podem e.:cplic.a.r. t m parte-, as
fo i determinada. Há fon« e,•idê'nd as experimentais dt que a
múltiplas respos1a.s auxina-cspecific.as.
aUXina afeta ó n ivel de cák lo livre intr:i«lular, aumentando-o.
AJêm disso, observou-se que a inltr-açio do ci.kio c-0m a pro• f)Cpressâo gênica
tdn.a citosólica calmodullna ~â dirccamen1c env<livida <»m
a transdução de sinal da :uu:ln2 f'W) proc:euo dt a!()tlg.:tmento lndtptndentcmcnte de quais forem os recep1ore$ e 3$ roc;,.s
celular. Da mesma forma. o potãssio esii imimamentt liwido de transdução de sinal. a :1pticaç3o de 3.u.,un;i pode~ r:ípida e
à expansão das- células mediada por auxina. esp«thcamente, alferar 3 txpre$$:io de determinados gcntl
Há ainda evidf-neias de que protd na.s•G (pertencwtes à em di(crent~ tecidos e órgãos. Rcspost:,.s de mod11iaçio d:i
superíamllia de GTP,ascs) d;i membram pbsmAtka panJ• 6ptessio podetn ser dtl«tadas tm que.silo de minutos 01.1
cip~m da 1ransdução de sinal d2 2@na. Foi observado, em cm pouc:is horas :ipós a ;apli~ç.lo de :iux1ns.. o~ genes auvados
coleóplilos de nn o1,, que o trat2men10 com au.xina dobrava a ou inibidos nCMe curto espaço de tempo são conhecidos por
quantid;ide dess;i protcina em sus forma ativa, islo e. lig2da geoes de resp~la prim.iria (do lngli:s, carly genes ou pnmary
a GTP, passando, t ntão. a induz.ir positi\'ament< Oulr.lS eni.i• n:.spon.s, gtna): ,·ários ddes j.i for.am identi6c1dns. e eir.1él<•
mas. COO\() a fosfolipa.st C. nmk». A expressão dcsstl &t"nt.s ( induz.ida pt:l:a .111,...,..io de
No processo de divi.s.io cdular, a auxina 1:imbC"m parece f.atori:s de trnf\S('riçio (proteín;as que se- ligam:\ rr:g,ão promo-
agir pela alh•ação de 1>rOh:ina$•G, 011r.11n1c esse ~·entó, pode tora dog,nc, facililandotu:a transcriçio) Jô1 prc:stnle.s na cilub
ocorrer o envolvimento de cinases do 1ipo MAPK (do in• no IT\-Om<nlo da exposição à auxina.. IJSO 1mplka que 10J.l.~

glê.s, m itogt!,N J<tivatetf pr1>td11 kfotut), acfradas ptcS<"n~ as proteínas lkccWriss :\ induç.lo d.1 , xpccssão doi. gencs de

Proteo.s~
198 Flslologia Vtgttal

r('sposta primária es,tj:\m pJ"C'st·ntcs na célula, razão pd:1 qua.1 do nível dr auxin:t. E.s.sa regi.lo contém uma ~ulncia C$pe•
a cxpmsio acon1ttt em um curto intrr,..alo de tempo. cifica de seis pares dt bases. TGl'CTC, .conhecida pela ~cno~
Dt modo geral. os gr-nes de tt$posta primârla tlm tfCs fun- minação de elemento de resposta à au.xma (Au~, do m~b
ções prind p:iis: ,mxi,1 mponse eli!mtnt). Quando a con_centraçao de aux1~a
Çodi6car pro1cín:tS que controlam a tr:1.nscrição de genes se encontra b:lixa nas célu~s. as protemas AUX/AlA cstao
de resposta secundária (do ing)k, lmc ge-11u C>u secondary cstâvtis, formando um hctcrodlmerO com o ARF na rrgiio
rcsponst g~>ncs). i.sto é, CSS:'1$ proleinas são fatores de tnns- promotora, bloqueando, cm última ln.stitncla, a transcrlÇ'ão
criçào de gent's cuja express!o é modificada pel:1 au.xini cm gê-nica. Um corrcpressor denominado toplt.$$ (TPL) atua cm
in1tr\'a.lo dr trmpo maior. comp:1.ratframcnte ao.s genes pri• conjunto com AUXJ AIA nc~ função rrprcssora. Quando os
mârios
ni\'ciS de awdna aomcntam, as protch,as AUX/AlA de.se1tabi•
• Codificar prutdnas que atuam na comunicação intcrcc.lular lium-u e são degradadas pelo processo dr ubiqultlnaçdo, que
• Codificar proteínas que aluam na adaptaç:lo :1.0 estresse. culmina na aç.i,o de pr<Htast:s. A rtdução na qu11n1ld:tdc de
pro1einas AUX/AIA permite que a.s proteínas ARF se dintcri•
Fo~m descritas ao menos cinco cbsses de g,e:n($dc resposta um, ativando n cxpressio dos gc.nt1 regulados poslllv:1.mente
prlmiria: as famíli;as gênicas nux/oin, s,.wr. gh3, 0$ g,e:n($ que por au.x:inu. Observou-sr que os genes de resposta prlmiria
codificam a s.Ultasr do ACC (enzima-chave para a blouinlest podem ser rapidamente ativados cm 2 a 5 min apôs a aplica-
do rtikno) e genes que codificam glutationa S-transferasrs. Os ção de auxina.
grncs da família aux/aia codificam fatores de tnnscrição de Dessa maneira. geneJ de resposta primária s-ão transcri1os.
curta dur::i.ç:\o. com localização nuclear, que tlm a funç:lo de incluindo os genes aw:/o.iQ, introduzindo um controle por
a.th<ar ou reprimir genes dr resposta secundària à auxina. Os re1roalimcn1aç!o nt'gali\'a ao sistema. Isso acarreta uma ati•
genes das familias sourc gliJ C'$lão relacionados com tropismos vação transitória dma genH, que voltam a u-r bloqueados
e com rC'SpoStas da awdna regul3das por lut, resptctivamt n1e. depois de cmo tempo, quando, provaw:tmcntr, os ní,.·eis dr
Os gcnN que codificam S•transfera.ses da glutationa e s:intasr au.x.ina 1amWm se redozem. Entretanto, se, por mt io de unu
do ACC estão relacionados com a adaptaçlo ao cst-rcssc. aplicação de auxina, os tcOtC$ desse hormônio p,ern1.a11r<erem
Com base cm algumas evidências ex-perlmental.s.. foi pro- t'lr\'ados, a ativaçlo da transcrição dos genes de respos1a pri•
posto um modelo sobre a regulação da uprr.ssão gênica por mária pode durar longos perlodO,S: (horas).
11.ux:lna.. ."i. Figura 9.36 mostra a participação d a auldna no Ahemati\'llmentc. o.s ARF poderiam tambêm atuar como
controle da ativação d-1 tnn.s,cr)Çio de um gene dr resposta repressores dr genes responsivos à auxina. os quais são retu•
prlmir'ia i aUXll'l,a (p. ex.• aux.laia) por dois tipos de fatores de lados neg:ati\'amtntr por altas concentrações de awtina. NC'$$C
1ranscriçào: AUX/AlA (29 proteinas cm A.rabidop#s) e ARF caso, a prcsrnça de um homodimcro dr ARF na rcgiâó AuxRE
(23 proteínas cm A.rabidopsis), isto~. por um &tor de resposta do gene não permitiria $ua lran.s<:rição.
à auxina (ARF. do ing.l~ aw:in respo,ue factor). Segundo esse Cer1amen1c, a eludda.çlo das funeõe$ de c;1do 1.nn dos g,...
modelo. as AKt- ocupam permancntc-mrntr a região promoto• nes (e rcspttti\'as proteínas), relacionando~os coin :1. fisiologia
ra dr genes dt resposta primiria à auxina. Independentemente celular, auxiJiari a comprttndcr como as células se comuni•
cam e cooperam ao longo do crescimento e desenvol\'imrnlO

~
\'Cgrtal.

Agradecimentos
[AAFI ~
e-. hlxAE ~
Gene de ,esposta primãriil à
Ag.ndtço a colaboração na execução das figuras à Ora. Cís·
$ia A)'\lmi Takahashl, à Ora. Catarina C:1.rvalh(> Nievola t' ao
Dr. P.lulo Marcelo Rayner Oliveira. assim corno ;a p,ermi.ss®
aWOOêl dewtivado (p. ell., aux!ài•)
do uso das fotografias à Profa. On. N-anuu Luiu de Mrne•
~ - Oegr,i1d~ induzida
:,,es ( Figura 9.27), ao Dr. AdUson José Per'eir.a ( Pigura 9.31),

e-
---, ~ '"-. f AR.F J
l)O<AIA
Re:1toattnentaçlo negatNa
ao Pro(. Or. Gregório C. T. Ctccanüni ( Figura 9.1 2} e à Ori.
Beatri:t Mai.t Souui (J:igura 9.23).

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Figura 9.36 Modelo d~1tguf.aç.iod• uanscr~iodc genl"~ de,espoiu Ccll. 2009:136:l~ -16.
prfmAl'lil A a ukina po, dois tipcn de fatort-~ de tramul{áo: p,ote(nai 'JCkhm:u'UI T, Muhr M. Shapping pl;ui1 arctih~'t"lu rç, Frc,nll.,.h ill
AUX/AIA e por fatorn de ,esposta i au,dna (ARF). PlaneSck-n.;c, 201S;6 atlid c 233.
Citocininas
Lázaro E. P. Peres • Gilberto 8. Kerbauy

Introdução pata citodnin;is foi proposta por H:ill ~1973) ..como ~ub,.riin•
cbsque promovem ocrec;dmc-nlo e a d1forcncia~o cm cultu•
Nenhuma outra classe hormonal parece estar 1lo de per10 li•
ra de calo (aglomerado de cilul.u).
gada à biotecnologia de plantas como II d::is d1o,cininu (Ck). Como se ,-t, a presença de ;i1ivldadc de c11()(.inin.1S .em ~m
Procc.ssos biotec.nológicos como :i ripida obtençâó de plan~s extrato ,·<gc:cal, ou a designaç:Jo de um composto s1ntc-11co
homoz.lg<>tas a partir da produção de haploides i11 v 1tro, a ob• como mna d1o,cinin.1, rcfef( •$é 30 CtC'$Cimento produrido cm
tenção de híbridos en1re espêc.le.$ incompa1ivtis por meio d;i, um pedaço de tecido ou c:,1Jo(uhivado em um mdo otimizado
fusão de protoplastos e a própria produç:kl de pl:.m1:as tr.a,u.gê• (Ontendo auxin.a. Isso post0. 3 dJS$ilicaçlo de um composto
nicas cém em comum a neces..~kladc <k con11ol.ir :i dMs:ioe a como uma dtO('imn.a b:lsei.i•sc no seu eíei10 f1S1ológ1co. ( n.io
diforen c.iaç~o celular;,. vitro, pl'OCt$.$0$ es1es <lcpendet11es do <m um critfrio químico.
emprego de citocininas. Certll.meme, para a maiorl:l da popu• € intetes~nte notar que. cmbot'3 .t dcscobcna e: a con•
lação. o ltldo mai.s visivel da biotecnologb vegNal e represto• ceilu:açâo dt' cilocmina tenh:am acontecido a pvtir de" urna
tado pe.la clonação ili vitro e seus produ1os get3doS. os auim substãncia artificial descoberu na década d( 1950. ,1 primet•
denominad()$ .._plantas de proveta.': r..i c;itocinina 1latutal em plantas só foi isolad.i 20 anos m;us
Ourante :t década de 1950. a equipe do Dr. Folkc Skoog. da 1ardt, por Da\'id Lctham, cm cxlr.ato de nulh(M'trdc: {Zta
Unh·crsity of Wlsconsin-Madison ( EUA), estnv-,1 ã procur.a d(' r,W)1), denominando-a .:<atina (Lctham. 19iJ). A io11na
uma substância q ue fosse (('Sponsivri pda divisão celular t m i . na verdade. um compO~to conhecido corno 6·{gam:a-me•
veget.1js, u!lll1..'l.ndo nt'SSa aborda~m. como modt'lo c::cperi• 1il•}·•hid10:dmet1l:t1llamino)•purin::t, St'ndo, portamo. de-rl\•l·
ment:il. n ruhlvo de m..-dub1de t;ib..co iH .,;,....,. Nes:,:1, >r"r:1. do de uma ba.-c.: pUric;,, (ad cnin,1 ). como ~.unb<Cm O: o c.uo d.:.
já ~ conhedn o ácido indolil.J-ackko (AIA). um:.a 1u:cina cinctina (6-furfurilaminopurin.a). Um:1 das explic:tçõcs para
Isolada e m 193•1. A equipe: já sabia, por e:w:c:mplo. que. quan• a hbeu~o de dnecina a p;irtir d.: csp<rma d< arc-nqu< e o
do o AIA e ra utilizado em meios m1tnlivos com constituintes f.110 de esse materiaJ ser rico em ONA, impor1antc font.: de
complexos, como e.xtta10 de kveduta e ig~ de coco. ororda bases nitrogenadas. Desse modo. o 1etmo , ,ro, 11nnas indu1 .1
uma intens\'I protiícraç!o das céh1bs da medul.a, oqt.tt kw1u .l <:inclina (KIN) ou 6•Íl.1rfuril,1minopuruu; a 6-ben:ul.1m1no~
admitir n exis'lência, neu:as subst:ind:a.s. de algo 1:ut1bem cs• 1>ut ina (BAP) ou 6-benilldenina; :a isopi:ntt:mladcnina (iP)
sendal â divisão cdul:tr. Es.~a subs1.lnci.l foi fin;a.ltnenle isol;id.\ ou 6-(g-;ama._g-.i.ma-dimetiblilamlno),punru: a i.catin.a (2) oo
por Carlos Miller cm l95S, um colaborador de Fol.l:c Skoog. e: 6-(ganu•mcol•y-hu:lroxam<tilalil:tmmo)•punna e ...:U'> J,:n•
dcnorninod:t cinctina (Miller i'l ,1l, 1955). A cinetioa era for• v-.ados. Comudo, o termo e1to~111im, njo se lim1u :apo:1l.D ,lOi
mada a partir d.as bases nilrogenadas pr<"..-.en1es no espcrnu de do:rivados d< adcnin;i com subi,t1h1içâo n.i pos1,;lo Jo .:;ubo-
11r('nquc, sendo libc-rada imedida qu( d lê e1welhec1a, proces• nó 6 d.1 molkula (6•ltUbstiluiJos), p<.>1$ .llgumas ti:mlurcm.
S4) que podia k r .acd crado quando d.A submiss.io dó matcri;al como o thidi;izuron. 1:imbclm .apr(.scma.m Jl1,,1J~dc: c11u.. 11u·
ft aut(>cfave. O grupo do Dr. Skoog oonsutou q\1< nwJula d< ni~ (ThOmJ.$( K:.ittcmun. 19$6), As cstnnurJs d.1, p rt nC.1P31i
tabaco, quando subrn<tida apcn:is a 2 mg/t de AIA, apr<)Cn• dw.:1run.,s 1la.1ur-.'l1i; e: ~m,~tkas s:\o ,1prc-so:nt.tJ.1.S n;is Fig:uns
13\'3, Í\lndameolalm<nlt, cxp;a.n-,;io das c~lu\as é um pcqu..-no 10.1 <' IO.!. N:t nomell.:b1ur,1 propo,;u piJr L<tham e Paln,
aumcmo do pQ-0.. TOO;wia. 5u.'IS célul:is mo:.tr.l\'.UtM< inc., p3· {l 9$J). ,:,,u~ lt<rJ emprl1,.1d;i no:) I( c;,ipitulo. o,, \Ubltt1tu m1,..,. Jo
ze-s de entrar e m dh,bão «.-dul.u, a olo ser que a cinctnla fo:sS< Jnd purutko sló tclH~cn1.iJo) com .:,, khctes, .:omil !9RIZ.
ad1ciooada ao meio de- C\1ltur:1. Embora :i .,d1ção ,!< 100 µ'lfl u qua.l rc:prc5cntJ um~ t.eJltn;a ..:om utu.1 m,.i,lo..,..ul~ J,· nbolto:
de cinctina promove,:~$( õl!JéO;'tS um J)\',1ue,ll0 aum•.•mo do p,-so n:i p,lsl.;lo 9 ,lo .111,:I purini.:ú. lx modo ~~mi>lh.in1C', o, ,ubv
t'm rt'la~ão ao coo1role, er., $u6cic-ntc p:H,1 J\11\l..-nt,1r c.:rca d,· tituinl(.S Ja cadt·tJ IJ1cr.1l ~o repr~"<ntJJos mm p.itêo1c~).
3-0 \·c-ies o níunem 111! célul.1s. A d<m)minJ'IJ1l "cin,:tnl:l.. d( J'l•r <1,.cmplt,, (J,H)Z. \j UI' llJ,l;a m.iis e -1ur um;a u;aun.\ ..:0111 ,1
correu do foto de ess;a )Ub)l.inda atu.1r :subtc o píoccsw Je caJ('i.l l.at«.tl rcJui.1,b lp,,rJ.i J:i d11rla•li$:i,.101
c1tod nl·se. Em sesm,la. Skoog.., ar. pwpusc-rJ111 o t<m1u.~ci- Çqmo ;.,• wr-,\ J Ji.intc, ,h ...ttuünin.1:1 ,.j.o .:ompo,1u., .:iuc.
tQcinma" 1>;'tr;1 contpos1os com .m,·iJ.,1lt' bi,11ógtea •gu..ll J J.\ Jkm Jc cs)(·nd,1u ., ~ 1toctnc)I.', rrnm\), cm .litcr;a,;óo.'S n,t t;ax.a
d nct i,l.i, ou sc:j.1. ~,qui·k$ ,:.,r,w:) Jl' prnmoh"t J dtoc11.1ei,.: cm mcCJ.boh,J, Jt1\'l,l.1Jt: e1u1111;a11.:;a, 111,h1,,\\) Jc torm;a\loJ.: or·
células ,·cgc1als (Skoo,g ,., ,1( •• 1965). l:ina 1,lclini,(11) equ1",,knte 11,lolt, \jUebr.i Jt· Jonun.ir1.,·1a Jr1,.,1. ntt>b1ht,l,iO JI.' nutno:m~~
200 Fis.lologia Vegetal

H
CH, Adenina
1 CH,

óêJ'oo
1
NHCH,cHp,tCH,OH

HOC~ ,
" N

I;
7
+--"-'"°-"-'.ª.:."'-º- -
CCJ N N
H

~ 1~slcteo (diH)z

OH 00 j
(9<I (Ol h),
Fir,ur. 10.1 Estnttur• d•$ princip,fi$õtoónlnas qi,e ocorrem Nturatmente tlOS tecidos vegetais. Todas as âtoâninas n.itur3i$ dcriv.:,m de adeniiw,
lsopentenil~nina - iP, rrons•ttatina - t·Z e dl-hldroleatlna - (d/1-QZ s3o consider-adas formas u·v,es dieu~ hormônios.. Zcatin;Ji e di•hidroit:41ina
\do g«m$ poc modifiuç6es N cadeia lateral, envolvendo reações de hldroxilaç.k> e ,eduçJo. rtsptetiv4mcnte. As três formas podem se lieja,
a um açUa(. a ribose (ribosllaç.lo). formando,. respeaivaMMte, isopentMiladermina - (9ftr,iP, t.ram·zc.1tir-.. ribosídeo - t-l9R)Z e dl-hldrozea1in.1
rihos.idto- 19ffifdiHlZ. cuJa estrutura esú reou~sentada M Aoixa.

são sintetizadas em determinado 1«ido ou órgão. onde elis


podem atuar diretamente ou ser 1ransportadas para oulrJS
parles dat plantas. Nestas últimas, as cilOcininas podem m
inaliYadas por conjugoção e/ou oxjdaç:lo ou produzir um e(ti•
to fuiológico dctermh"ólé,

Dinâmica das citocininas na célula e no vegetal


como um todo
KJN
H ...,, É bem conhocido o rato de que, para o dcsc.nvolvirnento int('o
gr;1do e harmonioso das plantas. hà a nece.s.s:idade imperiosa d,
que óS nh'eis de seus hormónios sejam controh1dos rigorosa•
mente, conforme as ne<e,;sktades ao longo d:t1 sua ontog.éné'St•
A IU't dos rontw:dmentos hoje disponÍV\"is., seria inim:agin3,-d
,•lsuaJiwr o de$<'.n,'Olvimemo S<'m .s.e c-00sider,m:m os mi:c.i·
Figun 10.2 Estnttura du ptlndpais Citocininas slntiHius. A cinetlna nismos u1ili1.ados pelas plamas para n.~•,dar us tc.'Ores de seus
(KIN) e a benzil1-m1t10purin• {8AP) 1fm um anel de purina f•dt'ninaJ harmónios. modll'icando+os de acordo com :.i natur..-za e o es·
Igual ao d•s dtodnlnas naturaJs (wr ~1,,1ra 10.1). O thktlazuron (TOZ) tágio de dese:n\'olvimento do órgão e as condiçõc.-s ambientais.
é um,1 cltocinin.a do tipo re:nifuteia que difere bast,mte da estrutura
d..s dtocinir-..s natur•ls pe«a ...,sfncl• da bise níuogeri•da (adeninaJ. O nivd endógeno das cltocinin:as é reguJado pl.'la taxa de biOS·
sfotese e por reaçõC':'í metabôlicas, como a redução da cadeiJ
l:ateral, a conjugação, a hidrólise e a oxidação da cadeia l'tltcl'.ll
orgânicos e inorgânicos. retardamento d.a senesc<ncia de lc• As conjugações podem ser r..-afo.adas. pela Jig:.ição de g.JicoSt a
cido.s e órgãos e formação de doropla~1os. Contudo. a111es de um nhrogénio do anel de adcnina (N•glicosílai;ão) ou ao o:d·
enfocar os ~feitos das cllodninas, faz.se n«:ess.irio conhecer gê-nio da cadeia lateral de cir:rta.~ Citocininas (O-glicos113çJo),
a d inâmica dess.ts cornpóStóS na céfuJa ,•egcuJ, ou seja. como Entre todas: a.~ reações jí dncri1as aqui, as modificai;õ.:s nl:.ad
-------- Capftufo 10 • CitO(lnlna,: 201

imp0rtantts parecem M?f as que .5urgt:m na cadeia latcr.al. pois b,'l(téria.5, e NO em plantas.. O gtne /PT ou TMR no T-ONA
pequemu su bstituições pro,•oam grnndcs alternçõe.s na 31m. de Agrob«1trium lumtfaâ~ru p,oduz l9R·S'PJiP pela rc.içio J:í
d.1de das citocinfnas. Contudo, a CQOV('rdo d.Is bafes cm nu• dcmila aqui. A, citO<"inlmu zeatina e :,.ealina ribosiJ.eo :w-riam
d~ídJos (lnser('ão de uma ribose) e nodeolidios (i11$tt(.io (orm:MJn , ub5equenteme11te. a partl.r dt l9R-S'PliP. por uma
de rib0$e ntais fosfato} comprwlde um met.1boltSmo comum ~ o dcnominad;t 1nns-hidro11ilação.
de purinas e parece n~o ser cspecí6co de Ck. sendo. po,tanto. Oulra altcrnallva para biOMintf$t de- d tocinina, <'m pl.in•
menos importante na dinãmka das citocininas na célula e no 111s setí:i o RNA c,a.n~portad« (tRNA). A tt:rmiltilç.io 3· Jc,
,-e~at como um todo. A seguir, são conSi<tmda, as principais antkódon do tRNA apresenta Ck. o que levou. inclusive. :\
reaç6es metabólic.as que contribuem para a regulação do conte• hipótese de que õs.u Ck (1.tatí.lm tm'Otvid~ no cóntrole da
údo e ndógeno de citocinlnas aliV:tS nos ''<gttals, bios.sinte,se de proce(nas. No cnlanto.. .i maior parte das Ck
biologicammte ativas nl et é encontrada no t~'IA. No tRNA
Biossíntese prt'domina a (om,a cis~Z. e náo tmns-Z. A l1ber;1:Çiõ de âs•Z.
Conforme indicado anterionncnte, a hbcória da descobma d:is a IN,tlir de tRNA, e pos,1trior conversão pa~ trun,•Z. pode kf
citoci.nimas está lig2da Intimamente ao próprio estabelecimento uma via indireta dt produçlo de Ck. mas n4o a prlncipaJ. pois
da 1,cnica da cultura de cC'l ulas, tecidos e órgãos vegetais in v;. ted dos 31,lXOlr'Ólicos p;tt'.l Ck apresentam, obviamente, l~~r\.
tro. C uriosamente, o primciro su0$SO no rultivo de um órgão Desde o isolamento e sequenciamento do gene IPTde l\grv•
vegetai isolado in vltro foi obtido com riii (Whit~ 1934), mts• baa e.ri11m, houve vâria.s tentativas no sn-irido de encontra;
mo antes da descoberta da primeira dtOcinina. cerca de d.ia, eventuais stqOCnd a.s de ONA de plantas com homologia com
de?cadas e meia mais 13.rde. Sabe-se, atualmente-. que uma das esse gene. As tentati\·.as f~tt:1d:l$ ln'llr.un ali mesmo :i con,
passiveis eau.sas do SUCe$$0 na manutençJo dessa., raízes isola• side~ç.io de que as choc,lnin":tS presentes nos tecidos vegetai$
das e vivas no meio de cuJ1ura teri.ai sido o Í:tto de elas sertm os seriam ptOduzlJ:i.5 por mlc.rorg:anismos simbiontn ~ plan•
principais centros produtot't$ de c:itocininas nas pla.nw. OuLras tas, e não peJas próprias plantas. Propôs•.st'• atC m"smo. qU<"
evidências de que esse.s órg.ios funcionariam corno um impor• a autot:rotia pu.1citocininas. lJmb-ém c,emh«ida como auto-
t:tntc sítio d e slntesc de dlocinJnu \1ler.im da constatação dt nomia ou }gbi1uação. que às vrt<:S- ocorre cm alos cultwados
que a senescéncia de folhas isoladas poderb .str re1ardada u.nto ln vltn,, poderia decorrer de contaminações imperctptÍV'tis.
pela apUcaçio de dnetin.i quanto pt"la form3Çlo de n í~ nos Ess.1s con1aminaçóes seriam cau.s.:idas por ce:rr~ ba.c1éri.:as..
pecíolos. Contudo, é necess;irio considerar qUt" ou1tos ttt:ldos como as "mctilotrô6cas facultativas de colot.1,;ão ro5.3.J:1~ n;io
meristemâtlc»s, como os :ipictS caulinares. 1ambtm po<k-m pusíveis de , em<>ção durante a dN.infest.1Çào dos 1tddos p:1.r,
produz.ir citocinina.s. conf0tme evidenciado cm plantas pr.iti• cultura ;,, vitro,
camente sem raíus. como no Cll$0de Wlondlitl m:urm.ra, uma Contrariando, tod:ivb , 1 ~ « ativa teoria .interiotme111e O·
brom8ia e-pi fita (PttC'$ ct ai., 1997). 1W, a 6nalix.açoo do .stquend:imento do gt"noma de Arabu-lopui
O e$CUdo da blos.síntese de Ck cnfrmta comidt:r.l\-ris limita• rl1Nfr2tta- (AI) pos-sibilitou a idientilia,;.\o de OO'l'C' homól01,.u do
çõcs. principalmente pelo fato de kU nÍ\'<'Icn&ígc:no. nos tecidos gene !PTde Agrohl1cruium, cksign:ados AtlPTI :,. AJIPT9. Anâli-
~ is, ser extremamente balxo. fazendo com que u dosagens ses filogtnitic:as i.ndkar.lm que AtlPTl e Ar IPT9 ,oJfflC:Lm pos-
dcues compostos sepm um t2n10 t•toosas. Tambêm o p:ipel sívffl enzimas IPT envoMd:u 1la $Ult(':S(' das d tocininas present~
centrnJ dos precursores de d todninas (nuckoddios e isopcntc• em tR.NA. enquanto os outros se.e ..\tiPT WO mais homologos :.o
nilpiroíosfuto) no 1nt1-1bolismo celulnr tem-se moslr.ldo um pro• gene OOCttriano I PT'/TMR. A o:pr ~ de kie dcss<:s genes .-m
blema pir.a o estudo da biossinl~e dessa d:w('hotn)()ln;A). A~lm, Esd1trricl1iir coli ttSUltou R.I ki.'T('Ção dt iP t Z. c»nfinnando o cn•
em e,studos utiliznndQ prec:urSOrt$ marcados r:idll)(lliwmen~. a ,'0Mm,tn1oddc:3 na biossintesedt Ck (T.U.ri tt ,il.. ~ la). Além
principal po~.ão dos sumtr.11os radl<x,1;1iw,s .supridos einoorpot.l· disso. :1 supercxp.-ts.são do gene AtlPT~ l.'1ll calos &- 1,.11»(0. tn•
da a mctabólhos comuns de purina, sendo apenas uma p.:quen:1 duzida por mt"io J l fut,jo desse glone com wn promot0r banan·
fraçdc, incorporad.l propri:untntt em d todnin:is. AIEm dluo. tt forte (35S) i:soi..do 1 p:t.r11r Jo virus do mo~o da .:ouw•dor
«>mo as Ck a.prC$<'nbm numerosas alividad<-s ..:ompltx:is n- (C:i.\lV), resultou n;a ttgtntta(::io J~ t,'f:m:LS oubnal'd.. momo
stnd:1.ls para o (l\'$Cimen10 e o dcscn\'olvim~ o da pl:inta, uro:i na :wS(ncia de Ck no meio Jc .::uJru1,1. o mc:m'O n.io o.orrroJo
abordigem gen, 1ka (bastada N obtC"nÇ30 Jt mutnntcs) edif-.cll qu.uidó SI! utilizou o gt,,,: AIJPT2 ~ a.s uans.h:Wm:...;Õ<:> g,eni:•
de akn.1lçar. Desse modo, mulillllt.s <l(f« tl,us para .L sf,1eew d;: lkas (K:tkin'IQtO. 2001). Surpr« ndenttmtntc. de mi>J.,--, J11trtnte
citoeininas (auxocrótieo5) pôllnn $iel' lellli:s; contudo. ~o:istir da.enzima IPT de b:io."téria.ia l-nzlma !ltlYf'-' uldirou .\TP e ADP
majs de uma vi.:a biossintk i..:;a p;.ira d tocinin.is,. ;:n,'Oh'tndo. por pttfrttn<i;.t.lmm1coo Al\ lP .:orno su&t.ralo ( K.akmlllfu. .?00 l ). Os
isso. mal.$ de um gen~ com funções semclhól11ti'$. o qut, d.: algu• produtos ~ rtJÇ\ks par«c:m i,c:r isop,:ntc:nibJt~1tt1•>',tri•
ma forma, acab3 g3r:1.,uh-.do a pn:u:luçlo Jffie hormónM> nk"Smo fosfato t isopnutnll:i.knosin.1•5·•diiOsfa.11.) l Figura l 03). 1~n•
quando um desses geoes el0:1.liv--'do por ,mtt:i~ão. Joser. ~ qurotc-,nem.:. u mwniJos l'ffl u .- 1tu\3.
Até 2001, o modefo corrente par.i. a biossint~ de Ck pn:.\'l:i AdtSrobl.'na J.1 partkip,,1,ç.io dt n1,,1,i.s JI." um gene: na rc:J\,10
a adiç-ão d:t. c:adc:-ia latcr.ll, reprcsn1tada pdo ÍSllpcnt.:nilpimlos• de biossi'nksl.' Jc: Ck .:m pl.mu11 c::-.:ph.:.J;, Jili.:ulJaJc: \'o:nfk--a•
í:u o (1.\1-iPP), à posição N' da ;'ld.;nos.ina mooofo)f:Llll (A~IP), \l;,i 3h~ t 1uào ,:m isol..u mutame:,, ddeimo11 p.ua l~.l ,.,..-'.;lo.
re-.ação <-Sta ca1.1lisa~L, pd.A ,:11.-,hn';'l isop,:114ffiil t11ms(~rJ.s.: (JP_T). lkssl.' modo. :i ín.ath~.a.;lo J o: ~,m Jo:,, gl'1ll..,, A.tlPf i,c:na <1.mt•
produzindo .:a cilocinina nlx,1ídl'O W ~2•iso1>ente1ul:i.J4~1M1Stn.l po:nu\l;,i reto Íun<t0n~111c:mo 1.I\J11 J..-m.aa. O Uni.:0 mu1.11111?
lhOJlofos íato f91t•S'l>jiP (Figur.1 10.3). Os prl111dros sc:nd .:o• úlnhcdJo p.1r.1 .1. bwssilllôl.' Jc: Lk c:rJ o i1111pl (,1/ter."'t m,ms•
dificadores d .1 t.>mdm:1 IPT for;11n isolJ<l.l,s i11i.:Ul111'-"lll.' cm fl•m p,vsr.1111) Jc ~lr11h1,fopsi~ tl1,1li.ma. ContuJu, <hl .:omr.arw
202 Fi.siologia Vegetal

Pla nta Agrobacterl11m

écJ c1:cJ
®®®-ocO ®-rj •® N N

Ou
® - cH,
A'•iPP
/ ~ CH,
CH,

OH OH OH OH
ATP/AOP AMP

il r<_CH, ~1 r <CH,

~ J CH,

N N
&~
®®®- o c ~
~
®-ocHO
OH OH OH OH
(9R·5'PPP)iP/(9R,S'PPfP 190.S'PjP
Figur1 10 ,3 8Jossíntes.e de cl1odninas.. Aenzima isope-ntenil tr11nsre,ase (IPT)êcodifluda pelo gene AtlPT4 emArabldopsJ.s rholiano(verde)e pelo
g,eM IPT em Ag,orbactt'flllm rumdocicris (vtrmefho), Da'e:rentemente de ul'N bacterll. a ef\lima IPT de pl,antas u1iliui prcfcrc nçi;,lmc ntc ATP ou
AOP tm vt:l d~ AMP.

dn qur v pt'ltlrrisi "'"J'W'"Nlr. p hn1:1..- nm lllnlr<. rnr1:i1tfnn1.<t tlM.<tr


gene drfec1h-o aprts.emam nh•cis de\'ados de citocininas. O
__/CM,
isolamento do gene de(ec1h"O ampl mostrou que seu aJdo
funcional (..J,MPI) codifi ca uma carbox:ipep1ida.sc do gluta•
' ; - \ CH
mato similar às (.ntimas e,nvol\'idas na dh•agrm e na ativa.
/ CH,
ção dC' pC'qu(nos prptídios sinaJiuadores, como o ENOD40, a _ _ JCH,OR,
s:istemina e o CLAVA'/i\J. ~ resul1ado suge.re que uma das
íunç.õcs do ptptidio a.til-ado pd a enzima codificada por '1111pl
seria inibir a biossintesr dr Ck, o que c-~pUuria como a perda
"ett/ - \ 01
de função do gene mutante ampl Jc,·a a um acúmulo dt Ck. / ,
_ _ JCl l,OR1
Conjugação e hidrólise
Dtsdt qut se isolou o primeiro gene de biossíntese de d1ocl- rn /_\
n1nas em Agr<H,ac,el'ium wmefa<ims, ele tem sido 1.1tiliiadQ.
extcn.siv:1mente, pua ptoduúr plantas 1ransgénicas com elt • /
CH
. CH,

vada ca~cidade de sin1e1iiar substàncfas de.ss.a d.asse- horm<>•


nal. Contudo, quando k de1ermina o <01ueUdo endógeno de
ci1ocininas dessas pia.mas. a ,n:iiot parte encontra-~ na forma
conjugada com molécu1as de açúaar. As rnoltcufas C-Onjuga•
das dt ciLodnln:ts são tidas corno 6siol<>glcam<"nlr inativas.
E~s resuhad<>) w gerem que as p1:inla!> mantCm um COnlrolc A
<"SI rito do$ nívds .:ndóge11os dr citocinina& íund on;,iis, M"ndo
a conjug.ação um do!> mecanismos u1ili.udos para eMt' con-
trole. Elti.str uma serie de 1>0siçód ,ias mvlkula.s de Ck, na.s
quais podem .se ligar a açúca,es, como glicose e ribos..- (figu-
ra 10,4 e Tabela 10. 1). Em c,,s.(ls nuos, lt\ Ck também p<>Jem
Capítvlo 10 * CitoclnlnH 203

. i.•-
T,bc:I,, 10. 1Prineipais tipos de cltocinln,s e wus conj1>9ados..

H ,
l
l ..• H"•l 1-kope.ntcn1'.tdenos1rM
N"·4'+boprntcnl,1d,nc>1it1••5.ffl0nolcxf,1~0
\911j,P
ll)jl•S'PJiP
17G!if'
's G
G N"-"1-1-Sol)ef'ltelllf.adenin,1,7•9lic0\~
,,,._4,.1'°Pf"tllnír.1delWl.t•9-g!lcosldlo l?G!iP

• H H U(711Nti!ln, Zour•Z
1



..• G
H

H
H
U(tt'!NtMiN f!boii'deo

floru•tt.ttin1 ribosicteo-S-mo,1ofo,f•to
umu·N<Min.a-7·glic01idio
""''
(9fl,S'PIZ
V GIZ
10 G H rmnJ>mdn.a,9-cJlico,,klio (9GIZ
li A olefdo l..,.:,lnico (9Al,a}Z
1l li G G rn11'11-m11n.a•1l•9llcosldio•O-gri(osfdlo !9GJ!OG!Z
ll H G trOnf·leilt ln.a-0,9llcosfdlo (OG)Z

.,•
14 G rl'Qnt-ieat in.a 1ibosídto-0-9licosidio (9AJ{OGJ:Z
IS G 19RJ!9 G>-S'•Monofosí;:,to (91H 'P}{OGIZ
16 H X fl'(lnt•Zeiltil'lil•(),l(!IQ$Íd lo IOX)Z
17 R X trOnHUtinil f,t,osldto•O•xil01.idio (9RJ(OX)l
18 H H di•hidtOlU!inil (t:ftl'Z

1• R H di-llidfOlutln;:, ribosldto {9Rl(diH}Z


20
ll G
•• H
H
di.fll!):01utln.i nbosldto•S..-nordos:f;:,to
di.tlietOlHl!n:i•l·glito,idio
19R·S--P!(diH'.IZ
(3GJldiH)Z
., G H dl-hlcl'wc.ilin:i· 7·9!ico1idio (7G!(cfiH\Z
2l H dl"IO.Olt/llln:i-9·glko,idio \9Gl(Q.H)Z
,. " G
H G d1><hldf01c:iún:,-0-91ico,id10 <OG)!dlHlZ

,.
2S R
RP
G
G
cfi.hldfOltatn.l ríbosidto-Oi)liCOSidiO
!Wll(OCi!(diH)Z-S'•MOf'lofosJ,no
' iA!.<OGAd•HlZ
t9fl•S·P)t0Gl{diHlZ
l7 ~t.drOzt.1ti~ 0•:111IOSkl•O 10Xl!d,H1Z
,. •
H X
X dl'hdl'Ott.aelN dbosfdeo O,x,losld.o 19íl~OXJ(d,H!l
,z
"

IV H
G
d$-tt.MI~
(l$•ZüliN-9-cjlic01.ldio l9G:c•Z:
H; Nd•01Jê11lo: A: J\bo~i; RP: •ibotl'·S•-onoro,1-.G- gllCOlof, X: •IIG,ir. A·•""~
t~Ol.. f\ POil(Ól't dot 1;JdlC.lh iJIO fl'IO\ IWl(I\ 11.l R911•~ 10 4

conjugar•se 1.-om aminOOddos. Um comp~o conhcddo ncs- por b-etagh,:<»id~s. possibili1;anJ o :i rttonuJa J.1 .uh·iJJJc.-
k caso é o .\ciJo lupínico,, um mctab61il0 de zcatina form.1,do d 1odninica d'3 molc'<ul:1dc:s.:oojuga.Ja.
ptla 11dição de- .llanina (19A1aJZ), 0c modo g<'ral. a iunç1c, ,los me1abohtos J c Ck ainJa e: obi.·
Como as d toclnín:i~ são dttlvados de nud1:0tidios e nu• (\lr,l. Conto.lo. .1 ocorrênd.;a ,lé c-1uima:s ,'3pa.zo Jc 'iu..-brar .b

dcosidio$ (\'cr Figura t0.3). suhst.\ncias qlk" :qmscnLam nbo• ligações glko.s.idl,-.-.-s n.l caJc1a b 1tt1l (O •gh,w,nlt,H) ra.z .:om
se como J)11rtc integrante da mol«ula, nãQse costuma con• qu<' esses conjugados stpm Conliidcr.tJOi fr,mus J ,· 1.-:.rn-1u.:,
siderar as formas ribosídkas conjug;,llos wrda<léiros, mas Contudo, a <$l:rb11idadc consiJ,..r..-,cl d~ N-gh,:o,.JJ11,1i, ,us.:ri:
somente as glk(>,}id,c;:is. Cónfornlt' mostrado n.1 Figuu I0A qUC" d i-s S<'riam produtoi, Jc ·dcs11J.(iti..::i~1,.t !~)rtn:i,I.>.. qu.mJo
e na Tab<la 10. 1, -' ghcosila,;.!o de Ck po<k ocorrer ta.1110 nu () mvcl de Ck .:omt'\'.'l .l :ik ..u1\u ,-aloo:1. ek,-aJos.. sendo a,·M·
áncl purimco. fonnandQ hg:içõc$ N-glicosfdios (r.Ldu;:us. Rl' n.tdo um mccanu.mo, ind ust,e, 14.u.111Jo .,-,),,} -..1.i))e honno,ul,:
R, <' R), i111anto na codei;a latcml, Ot'iginando ;b formas O-gh• .1rli.:;aJ,1na.> pl,11u,1s ou ..m p..:J.1\\'.l:. ..:-uh1,•:iJ1h III nfro.
cosidios (radlc.11 R.•.). Os N-gli..:o..J.tlos slo pw)1Wii. n.1s poS-1· Como.Ls.:1rn,1nirta.s nbo)1d1.:.h ,ll.J tr<ql.l<'nlc:mc:111,:,:n,rn1·
ÇÕI?-~ 3. ?, 9 e p;\1 t"<em rc:1,reseniat um:1 fotma irt<''••rsiwl J c.- tr.,J.li, 111.J x.ikma. \'l.is 1Jn, ,iJo .:on-.1Ji:r,1-l..'I~ !ôru1.1,, Ji: tr.ms•
conjt1g.1ç;\I). Com\l os O-glicosidk,l> i,;\tt tstcr<) fouu,,.Jo:s no p,l rt\•. As b..\sis h, reli' ri-rrt'i.~1u.i.,l:i,, rl)r iP. L e tJ1HlL )t'flam,
i;rul-.o O H d;, ,:adda la1cra.l. <)S< t1fx1 ,k conJus.11ç.io i.v o! rO)• ror ..011....-gumtc:, JS hltm.1s Jll\.lt>, 1.Ju \~·1.1, l.":.p«tc, mu!~.:u •
síwl <'m citodniu;,~ dc:ri\';u.lJit- ,1..- 1.c.,tin.l, C:X O •gliú)lôi,lioHlt> l..)ft'S C.lP,.llCS d..-....- l1g.u ,l rc,cp1ori:1 (' .Jci.Clk,lJC.\t UIUJ íC)
menos csti vds qu.:.- \)) N •gl1.:os1Jiui, •• podi:m ,,..r hiJr"'bad\lS ik.>.•U 1i,wl1.Jg1-:a l\Cí ..),le.1ntc UC)I<: ~.11'1tulo1 IOJ .1,:-, ,b outr-.i:.
204 fisiologia Vegetal

fonn:is de\·cm M'r hidmlisadas J'Cinldf'1) .lnlL'S dt< si: ligamn ao (ZOXI) foi isol:ldo por tiornologia (93% no nível de DNA) ern
m:ep1or. o ql.)(' ndo é po!-Sl\'tl par-,1 ó~ ronjug.1dos 7 t 9-gli('()Sil P. ,,11fs,nris (Mok tt ,d., 2000). A cn-tlma ,odllica~a por ZOX1
e- 9-alanil, muito rouco ativos l'm hi<x·nsai()$;. Como 3 s fonn.ls conjuga 7.l'atina l"Qm UDP-xilosc. T:anto UDP-glicose quanto
glkosidi,~ 530 m3is ~olitwis. c-fas pQdtriam ser acumulad.is UDP-xilose s~o substratos p:m, ZOG 1, mas ., afinidade por
oos , -ari.'10!0.s dl· cêlul.\S madura5. LX' fo10. ji st propô$ q11c- a UDP-g.lkose é maior (Mok ti t1I.. 2000). Quanto ~ enz.ima
cap;addade-J e gli<osiJaçào é maklr c-m leddtM m:aduros. Por sua WXJ, C$la só :tceita UDP-xilosc coino substrato, Amba.s a'\
l"("l. lt"ddos mt'ristemáticos teriam mais dtocininas na forma enzimas podem glkosilar ,.z ( Figura 10.S), mas, a principio,
liw•e e. pon:uno. ati\'a, o que propordonaria a dMsào «tul.ar. n~o glico$l1:lm (diH)Z, c-Zou j9R)Z. Os genes ZOG I e ZOXJ
Somando-se todas ~s poulbilid.ldes de ,·ariaçõts dtt<>r• apre$tntam pronunciada expressão em sementes ima1ur.as,
rentes da.s modificaç6ts na cadela lateral ou no anel purínic.o, mas b:iixa expressão c-m lecidos maduros.
u~m•sr que o número possivcl de d todnin:is é rdalivamente Um gtllC' codilicindo uma cnz.ima capaz. de quebrar liga-
clc,-ado, Algumas delas estão resumidas n11 Figura 10.4 e na ções 0-glkosídkM de d tocininas foi i$0lado cm milho (Ztit
Tabela 10.1. J! intercssa.1ue mencionar ainda que, :m;almentc. mays). Tal gene, denominado zM.P6().I. codifica para um,1
tanto d ~tin-=i quanto bent ilaminopurina (BAP) e st\1$ me1:i• betaglicosido.se, en'7.lma capaz de hidrolisar glkosídios na po•
bólitos t~m ~ido considerados também Ck de ocorri?ncfa na• .slç3o 3 do anel P\lrinico (NJ-glicóSfdlos) e da cadeia lateral
tunal, pois ambas já foram iS(lladas de tecidos ,·.:getais. Alguns (0-glicosidios), mas não nas ptMiçOO 7 e 9 do aneJ purínko
mct.ab61itos n.iturais de BAP São suas formas hidro.x:iladas dc- (N7 e N9-glkosídios). Esse tipo de reação equivale a uma rc-a-
nomin;1das meta e ortopolinas. Con1udo. embora 3 d ifenilu• livação de citodnin.LSanteriormente in:;u ivadas por g.licoslla.
r<-ia ( DPU) já lenha sido errone::unentc idcntific3da como um ç:J.o (Figura 10.S),aiuando.:assim, como um importante mea-
,onstituinte d.i igua de coco. estudos recentes indicaram qut nismo u111iudo pebs plantas para modular seus nfreis de O
Ck do tipo Í(niJurdas não surgem 1\:11turalmcnlc cm plantas ativas. Curiosamente, a presença no l«-ido vegetal da forma
(Mók e Mok. l001), conjugada e inativa.da de awdna com glicose (AIA•gllc0$C)
Nos últi.mos anos. importantes dL"SCobertas foram feit:is inibe a athidade do gtne Zl1f•Pti0.J. Em lermos de ativida-
sobre a base geoilica e1wolvida na conjugaç'lo e na hidrôllse de tiormonal, ambas as siluações indicariam u ma tcndênch
de cilodninas. Desse modo, um cDNA • codificando a cnz,i. ã rtdução das formas fisiologicamente ativas das duas e.lasses
ma u:uina-0-glico.slh1'3nsferase (ZOGJ). o qual conjuga u - hormonai.s simultaneamente. o que poderia representar um
atina com UDP-glicose., fo i Isolado em PhQ.1.e()/11.s lw,ntu$. O pMsível me('anismo de mru,utenção de determinado balanço
cDNA correspondente i em.ima uatina-0-xjJos:iltransferase auxina/d todnlna nos tecidos vegernls.

CH10H
/
~

CH,
HN CH,

N' - N
I
HN CH1
N N
H j
z ZOGr
zox, r r N
N

OH
OH

H
H (OXtZ

°'
Figura 10.s Conjug~o de ci1.cx.ininas po, g licosililçio, CJMM ZOG.1 e ZOXJ (odfficatl\,rt-\pettlvatnent(', para sll'ur"oe d~ 0--9hcosil11ans:fer.1s.t
e O.xilosiltransfer;nc. Essas enzim<li t~m espec.r6c.4dade ~, llum·:tHtina CZJ <~ subs1,a:o e n.k>coosegvem con,vgar (d1H)Z. c•Z ou 19RIZ. 0$
COMPQ1tos(OG)Z e (OXIZ ,el)fesen1.1m molétul,,s de zeallnaconjug,>c.t.s comgfic~ lazul)eiulrose-(vtrmelho), \('ndo. po,tanto, flsiologican1('n1e
11\ilivos,
C1pitulo 10 ~ cirocinlnas lOS

Por fim, c5pecula-sc que o gene ROl,C de ,tg,Mx,cterillm .w~tu,10 par.a a CKO C..l 1~pentcm!J1denina e. c-m mienor g~u.
rJ,izogcm:s codifique uma enilma capa~ de hidrofüar glicO:Sí• a zc.ilina, rmdcndo ;1 rr..ção J-mefil,2,hutr n.tl e .1J.tmna tFlgu-
d ios naJ posições N7 e N9 do :anel purínico, liberando ~ssim ) :,ntudo,(hícrcntc,;c11ncinin~. como f9 R)t'.. l9RliP. {9
t,1 10.7). C
citocininas .'llh•as. como mostrado na Figura 10.6. Embora GJZ. 17 GIZ e j9AJalZ, também d o qudm1d11s ptb CKO. b\O
planh1s supcrc:cpressando ROLC tenham alguns sintomas tipi• indica <fllt' modifiaç()('s Jo anel p\1rinic1> oãr, .afetam ,1 .ativida•
cos de exctsSO de citocininas, como a bai.xa domlnânda apical de d.a c-m:im:i. Por sua \'t'"l. rn<K!jfKa,ç{,,e_-. da c.Klt'lõl la!t r:al ('(lmtt
e a redução do crescimento, elas t·ambl!m :i.prtMntam sinlo· aqud.is encontr:id;as em 6AP. (diH)Z. <1netina ,e O,gl.i~~•hiçio..
m:t.S sem conexão com excesso de cilocinin.,s, ou mesmo mal.s produ:,.em Ck rcsi.SIL>nlts à o-,;;d:a.~ d,e o tr,,cinln.a. Ali m di5so. J
assC>Ci:tdos à fah:i desse hormônio. como rtduç3o do conteúdo CKO parece nfo atuar ~no nuckolldios (form~ contendo lós-
de pigmentos na.s folhas., reduç!o da fertilidade m'llsculina e íoro)como substralo. Cutío~mcnte. BAP e cim:11na adicion.tc:1.l,
femin ina. aumento do sistema radicular, cas rnt1.~ transgéni- aos 1cddos \"egE"tais podem s,rr que'bnd:u de- modo cm;un,u lco.
cas isolad:l.S conseguem crescer continuamente em meio sem sugtrindo a exbtênci.1 de ouitas enzim:tS ::itu.aodo alt;n J.i CKO
hormónlo(F3iSS.:l ,d., 1996). Em tecidos (()m elevada a1Mdade de o:dda.sc dc- c11óeinm.i.
a (diH)Z costmn:t wr a principal cil0( 1n111.1 presc-ntc. confir-
Oxidação mando sc lnl:a.r de uma forma mais rd 1\len1c à açi o dCS,5..1
Ou1ro importante mecanismo de controle do nívet endógeno enzima. Oc modo bem djfcrcntr. em csp(ci~ com bauí».ima
de Ck a1iv;i.s utiliz.ado pelas pl3ntas refere-~ â quebra da e.ideia :uividade dC" CKO (1>. ex.. rabanete). a N-glicosllaçfo dt."\'(' ~ ,
latem), sendo a OXidase de citocinina (CKO) a enzima responsâ• o principaJ m.:ainl.s.mo dt" inatl\':açlo de' Ck.
vd. A nuioria das CKO. mas nem todas ebs.. compreende gfi• Um g<'nC' corre-spondcn1c à ~:<ld:ut." de' c-11oc1n1n:1 fru ,w.,-
coproteJnas com pH Ólimo ,·aliando entre 6,0 e 9,0. O principal lado C'm milho. Como c-xistcm o:cldase-s de' c1toc1n1n.; u que"

CH,0

HN- CH, CH,


l
NÍ 6 5 , - -7 N
2
3
41
9
a
' N N

N

H
(OG)Z
l O~{"UH
h º"
OH
HO \1

CH,

CH,

MN CM, CM,

CH,
N1 6 5 1N
2 3
H
' 9
N

Ct-• OH
, o-,
MO
~
c--l ""
OM
17Gl1P 19GW
Fi9uu1 10 ,6 Hld róli~ de citoCil'llr'l.lS. A c:ntm'lil coclllica<ll ptlo 9-'Ae lM·l'oO.. I ~ c,ip.i: de hid10li\.l1 (}gll(0-.1010-. d,e teôhl'IJ. e N-glico~,oi <ltl
h ~ t e nil.lde ,'lin a e lNlin.l (1.) poslçJc, l,ti.as n;lof'lilSJ)O\i<6es 7 e9. c:11~ DOl1 ullfflio}. PQfl.ll'IIO, tul'l(IQl'lilndo como l)OS\i~e" ro,nus d<: ,n,1
IIY<l<fi.o. D~tla il !Í!W!t'Sibilid,,d e pela ildO N'llim.itiu.osO-ghcoSt<l•O} ,tt.U91lco\ld10, podfm \el IOtrn.:isde .}rm.,.:.l\,Wl\el'llO. E\Ptc\11.1 Sit qi.>t o
gene ROtCde A91obrKtt'IIUmtl1tl09irtf}(Od16Q.u..- ull\a Cl\:tl1l.l Cil~: d~ h 1d1ul~J19'1KoMCS.os !\ili~•<~ N7 e' N'.}
206 fisiologia Vegetal

CH, que a cilocinina, .to ser aplicada a um tt."<"idó vegetal, poder,i


ser mctaboli:u1da, e a resposta i.e dará c m razão d a c:apaci.
dade met111bólica do trcido em questão. Alé m disso, algumas
dií.:-rcnças na a1ividade rxibida pelos vários tipos de Ck po.
drm ser altibulda.s à rdath•a ts1t1t,illdadc desses compostos.
A$$im, a (diH)Z pode ser mais ativa que a Z em alguns casos,
em virtude da içlio da citocinina oxldase, a qual lim ila o ni.
vel de Z. mas não o de (diH)Z. Não obSCô'lnle, a (diH}Z pode
ser lna1lvada por glicosilação (ver Tab(lô'I 10. J ), e, c m tecidos
com tal capacidade, outras citoeininas podem se r as nuii
:ativas. De modo semelhante, a constatação de que o Toz,
um inibidor d:a ox.idase de dtocinina, aliada ao fato de, pro,
vavtlmcnte, não haver um sistema e nz,i mático pnra sua ina•
tivaçã~ explica, pelo menos em parte. a supt!riorldade de-.ss.1
cilocinina na maioria das aplicaçô<'s biotecnológlc;as,

Transporte
NH, 1
Conforme mencionado anteriormente, o principal sino de
r={_ CH, biossi'.nt"e d<' Ck nas plantas é reprrsentado pel:is raízes. Esu
H~ ' CH~ localiiaç:.io sugere que as citodninas podem ser transpott.1•
das p:ara a parle área pelo x.ilcma. Oe fato, a aná.11.se da sei\'1
o bruta em rirl~s plan1as 1em demonstrado a presen ça des1u
rm boas quantidades, com des1aque para a zeatinn riboskteo
3-metil-2-bute.nal Desse modo, trm-se como noç:lo geral que as citocininas sio
Figur,1 10.7 Dr-gr•d~iio de i:sopentenHadenina GP) pdl o.xid.ne de tNIO.Spõrtada.s principalmente pe-lo x.ilem:i sob a forma de ri•
Citoeinina (OCO). com a partklpaçao da ftavina adenin.J dinucleoddlo bosfd«l$.
(FAO) e de outra substanda comoac~p10,es dc:1 elétrons 11\,.), como o As citoclninu também f.io rncontradas no noema, sobretu•
cOO't' íCvl•).
do durante a tnnsfocaç3-0 de assimjlados de folhas scncscentts
(fontes) para as pal'lu jO\·""s da planta (drcnos). Enquanto is
são glicopro1eínas e outras que não s.io, podem existir ou• formas ribosidkas slo uansportô'lda.s pelo xilem a. o 1r.1nsportc
tros tipos de genes codificando essas <'nzimas. A partir do de citocininas pelo Roema st dá principalmente sob a form.a &
Isolamento do gen<' pan CKO, foi possiv<'i deternunar que glõeotíd i<». Vmo d u funçõc~ do •o;t'.unulv JçSSç:, i,li<.V~íJ,o., -
sua maior expressão (produção de RNAm corrnpondenl<'} inld:1.lmente nos vacUolos de folhas s,ene;S(enle$, sendo depois
S<" encontra no grão de milho. o que sug('re que a enzima de• t.ransloc:ado,s par,1 as gemas que dever:\o enir.-r em donnénd;i,
semp<nhe um papel impon antc na defesa contra fungos 6- prind~ lmence durante o inverno - serra su1>rir as cl1ocininu
1opatogênicos que produzem Ck. Outra possivcl função para necessárias â rel()inada de crescimento n:i prírn:wera. Essa ob·
a CKO poderia ser o controle do cido celular por meio d:a: sen·ação implica reconhecrr que um dos primeiros ewntos
degradação de Ck. Uma dimlnulçlo do nh'el de Ck inativa• dcs.:-ncadeadorcs da quebra dr dormtncia dC$$/1$ gemas srrl:l a.
ria as proteínas r.:-sponsáveis pela progress!o do d d o celular, hidrólis<" das ci1ocinlnas glicosidiCcls arm:1ze.-rnd:1s, com a coo•
ou seja., as cidinas. sequer11e libe~âo du ba$es livres :ativas..
Muhos estudos têm mostrado que Ck do lip<:> (enilureia,
como o thidiazuron (TOZ) e a difrnilureia ( DPU), s:\o fones Modo de ação das citocininas
inibidores da a1ividade da CKO. Anãlises re<e1Ue$ da chlétlca O modo de ~do de qualquer hormônio vegetul t'm•Oh't' ut$
da protcina codi6cida pelo gene de CKO in<Hcanm que a.s etapu princip:iis: a percepção do sinal: a 1nansduç,â o do ~in.d
(enílureias a1u1im com-0 mfbidorcs compctiti\'0$ de Ck para o percebido; e os atvos primários da ação hormonnl. A primtir.l
s11io ati\'(l da rt'fcrida enzima. delas, ou seja, 11 pt-rcepçào, é rraliuida por meio da liga(lí>
Um:a <Onsequência pr~lica e de amplo alcance, decom:nte do hormônio a um r('cepcor çspecílico. necei>tores. nornul·
dos estudos do metabolismo de cilodninas, S<"ria ccr1amrnte mente-, sio proteínas localizadas n:a membrana celulM ou 1W
um a rndhor compreensão dos rt"$ultados advindos da apli• citoplasma, que $t ligam com mensageiros <iuímicos d.:- forml
caçllo desse$ compos1os, tanto cm c.$1udos bã.sicos quanto espe<ílk.i ..- reVt'11h-t•I. De modo difetenle das e niima.s, .1s pn.>·
cm .iplicaç6es bio1ccnolôgkas. Ainda, um manuseio mai.s 1efna$ qu<' constituem os receptores não .iltcr,1111 os rncnsat;l'I·
adequado de urto.s fatores en\·oMdos nes.~ metabolismo ros químicos. Ap6$ a lig:.i(ão. 1odavia, 0 rcc~ptor pode solt<f
permitir-ia aumenta, ou r«hu,ir os nívti$ t ndógenos, dire• mudança confonnadonal, akança11do unt l-St:isio a1iv;1Jo. 0
donando-os para propósito~ 1,táiicos. i,.:-m pttdsar recorrer qual, por su:a ve-z, de5enc.ideia uo1a casc.u:i de cwntos l11111,u-
a tratamentos com conccnt.rações estranha$ :\ J>lama coro cos intracdulares que lc-v,1 a uma rt·sposla c.araC1crist1ca. l)rs~,
consequêndas gl:nico-lisiológicas desa.strola.s. <oníotme \'<'• modo, ai, p,oteínils receptoras aluam tanio na dcll'c~•:)o qu.lll'
ri6~do em .aJgun) cai,os aplicados. 1: precho ter em con1a to n-a l r:insdu(llQ do sinal Outr.as molécul:1s (mc11~.1geit0.S
úpítuJo 10 4' Citocininds :Z07

secu~dárfos) podem estar tnvolvidas na tr:insdu(lo do sinal, As evid('nc1as dor qu(' .u d todnin~• hnham uina 1.u,Jfü_aç;\o
~rnphfi~n.ndo-o. Por fi m. o .sinal pcrc('bido e ampllficado deve segundo um $Í~lt m:t de di,i.s comp011ent6 sutgit'Jln qu.indo ~
ml~r~erir em mecanism.os ~elulares bisico.s, como a ('Xpans;\o, isolou o gt>nc CRF.J e se (On~.i1ou c1oe cl<".:od1fiov,1 um ttC('p•
a d 1v1sào ou a dlítrC"nc1aç.ao. os quais s3o os i l~s primários 101 do tipo hiS.lldina cin:i~. F.s.\C g.:ne foi 001:JOO por meio do
íundnmentais t cujo somatório de efC"itos so? traduz n:a me>· t'Seudc, do mu1an1c- CRE t (cytok.i11/r1 raponsc J) de Arnbitl<tl"ú,
dlficação do vegeta) como um todo. Esses meca11i.smos aprt• o qual mosimva Nix.i sen.\ibilid;i,de âs Ck. Outra hhtiduu cina•
stnl3m especificidade para cada das.,c hormonal. A seguir, St (CKII) cn,·olvida n:t s inafü:açào de CJc Ji havi• sido 1!õ4)l,~
.stri discutido o que $t conhece, até o momtt110, cm rcb.ç.ão t:m Arnbidopsis. Contud~ c-ra n~rio <kmoru:tr.ar que tab
~s citoclnina$.. reccptotcs con5tguem SC' Ugn.r à dt°'min:a e dOt'ncadear u~
respoSla hormon:il. b.so í<>i obtido de modo dcgantc: púf Lnouc
Percepção e transdução de sinal n nl. (2001), tr:ib,dhando c.om um muunlc de IC'·cdur.a que: n.lu
Po.stul.a-se, ntunlmen1c, que a sinaliia,:10 de citocin inas en• apr(Senlav:i um receptor do tipo his1idina dn.a.sc. E.8$.'1 mu1.:içlo
\·olveria o chnmndo sistema rcgula1ório de dois componentes é lecal na.~ levedur.as. mas :a lmlidaclc ua supflmldn quõllldo .a:s
(two•compo11e11t reg11lt1tory systtm), inldalme111c dcacrito cm leveduru p,waram :a expressar O gene r(sporuJ,·d Pf"la rõposla
bsctérias. Esse $1.Stem a. comum em procario10$. eu~riocos :\s d tocininas (CR.Et) na pr(Sença de c1t(l(1nina.s advindas do
simples e plantas, consiste em uma enzina dMse do tipo hi$- m(io de c~1llut:1. Dtsk' modo. 3 complnne-ntaç-lo de lc:,·cdura.s
t idina (componente 1) que percebe a cntr~dn do sin::il, e t m mutanltS por mt"io da tr:insíorma,ç:iO com o gene CREI. alfm
um regulador de resposta (componente 2), que medci.a n snida de con6m1.1r que sua proccin.a correspondt'nle é um rc<tpiór
do sinaJ. A via de sinalizaç3o se inid:a quando a c;inasc é aliv•- de Ck, acabou mot.tr.indo•St' um ót imo ens.uo parn conhecer a.~
d:a por citoc:inina e fosforila sw próprio reslduo d( his1ldin:i, forma.s de Clt "'-'lmentc ath·:as. Fazendo is.~ lnoue é'í ai. (2001)
transJerlndo esse fosfato, por 6m, p-,ara o regulador de respo.sta cons~rnram qut' o TDZ age como c11oc:imru ,·~rd:idrira. (' nlO
(ARR). No caso de citocininas, existem transferidores de fos. somt:ntc romo um inibld0< da enurrua OJC1da.w de c1toomna.
fato (AHP) q ue agem enue o sensor (r.:ceptor) e o r.:gulWor conforme anu:-riormente propoi.to. Alim dis.,;o. nesse s1s1c-ma.
de respOSta (Figura 10.8). ., tra,u-1,e:11lmi m0Slro1.Mc: atw:1. ma.,; o u.õmcro eis n;io ffi•
gurn 10.9). Esses rc:sult;i.d0$ c.on6rm.un prcdiçõts anlenore.s
KgundO as c1uai$ :a modelagem C$padil do r('(lcptor de c11oc1
niná$ sugeria que tanto Ck do lipo aJc-nui:a quanto ore,1:a thn

OMSO

~®-• 1 1 1
ARR1, 2, 10

00 ~ 1
,P

BA
IARR4, S, 6 , 7j "

AIA

Fl g ur ,1 10.a Transduç.\o do sinal de citocinir'las.. A lig;iç:.o de c11ocint- A8A


l'l.t$ao 1ecep10, CREI , loc.1tiz.)do lla memb1i1N pf.a,\1n61JCa, fa: com
que ~,te atue como uma hh1idif\21 dna-se. .t qwl Inkit ut'N Wiie de
fosfo,ilações que des.enc.l(X';i,rioa a11v.1Ç.Ode regulJd0te$de r~l)C)S-'
1,1s CARRJ. A pnmel,a dessas foslofitaçóes coMiste na tr..-.derêl'l(iJ de
UM fôu'Olo do aMlno<leido hlstecfio,.I O·O ~rói un, ,nlduo de gfullllN·
to iO) no pn)p,io 1e(epto1 tau1ofc»fo1ilaçãol. Depois cisso. o fó1klr()
é passado pa,a .-is p1ott!ioas de fos:fou a!\Sfl!fM(iil d.r hiSIJdiN i.AHP),
as q uai~ po, w11 ~:. to,fo,ilan1 as p,otelnJs ARII do ~ip() 8 IARfl l, 2.
10), A, proteínas ARR do tipo Bsao f,1101es de- t,anscri("° que. qu.)(I•
do afrvooos P0' foWorll,1çiio. M'! ligam .i,o ONA e! promovem, JtlVJ(tro
de gi:nes I\RR do tipo A (AAA.f, s. 6-. 7). A .)(IYJ(,\O dt ,egulM!o,es de
IC~Sl il do 1lpo A. pode d~1c-11(.)(iear a a(JO de cdn,U, ( ~ffll) (d(l
~ CycdJ, o q ue expl1Carla um dos pnnnp.MS p;ip.'IS d.is dtocmmJS. ou
~Ja. • regu&.i,ao <I0<1clo cel11ffl1.
208 Fisiologia Vegetal

ronform.tçôL-s cap.-zes dr se lig:ir à mesma protcina reccp((l(;L-. 1$


E iotrl't'-Ss.'lflh!' notar que os r«c-ptol'C$ conlk-cidm ck <'lilcno
(ETRI cm Ambfrlopsis e Ne11"r ripe ('lll toma.1dro) também i:.'lO
ch\ai.es do tipo histidin<1.
,. \lém de CREI, 11 protcfoa codificada pelo gene- CKIJ parece
ser um rC\'.'eptor de- Ck. <> qual teria unu rcgul-a('.ão diferente
de CREJ. Com<> se pode- obse.n·ar, M uma rcdundi nd a c-m

receptores c- regtdadol'('s de resposta. o que e:.:plica. a dilicuJd.i•
de cm boi.ir mutantes baseados cm triagem de- fenó1ipos Sl·m
respoi:ta a citocininas.
Embora o mu1antc- crd tenha uin desenvolvimento normal
dos c3uJe.,. formados na germinaç.~o de semmtes, ele falh.1 cm
formar gcm11, cm cuhura de calos itr ,,irro, Lsso sugtrc que a
protdna CREI funci onal é um r«eptor presente em calos e o...u- ~
Coottole ,.za,ina BA iP
que outros reo:ptore-s que agem na planta, como um tod~ n:io
agem cm calos. Alél\\ de se el'.pressar em calos, a anâlisc de Flgur,1 10.10 En,.»C) de expressão translente em ~rotoplas~o d~ ~ro•
expressão do gene CREJ indica que d e é predominantemente bidopsis a,ntendo o promoior de utn gene ind uzido po1 c,1oc,n1nas
apresso n:is r.iíus (lnoue ct ,J/., 2001). A o:pressão prc<fo• (ARR6) l9éldo ao gene repórter~ be-taglucuronid.o5e (GVS> ou luc.ife•
min:mle de CR.EJ em rai7.e$ parece corroborar a dc-,cobcrta "'M:i
(WC), Nola, que, sotnN'IIC b111es liwe$ (BA. iP e ZJ mostraram •li·
11idade nesse- bioensaio, sugc:rindo que mesmo as formas ribosidic..l.
de que o mu(;i.nte ~rc l i alélico à mutaçlo 11'00dtn lt,g { wo!), a <omo(9R)Z, l\i0Mo<i1ocinin;,.s reahenteativas. Adapt:ada d~Hwo1ng
qual e:ausa defei to na divislio ccluJat e no desenvoMmento de e Sheen 12001).
t«ido ,·a.seu.lar de raiL
Alguns reguladores de re-sposta (ARR) envolvidos na si•
na:Ji~('.ão de Ck (,•er Figura J0.8) j:i tiveram seus gentS cor• de plantas 1ran.sg~nic;15 com superexpreuão de ClrCD3 em
rcspoDdentes isolados. Os rq;uladores de respost:a do tipo B todas as céluJa.s.. n:1o dependem de Ck c,cógenos parn fornur
e.aios esverdeados i11 vilro (Riou•KJ1amlichi f!.t (l f., 1999). Ots•
(ARRI. 2. 10) são fatores de tra.nscriç!io atfrados porcitocini•
$C modo. CYCOJ parece ser um d0$ genes primários indu•
nas, E.ss<s fatores de transcrição, por sua vez. ath,am a tra.1\S•
iido.s por Ck. Outro gene prim ariameo1e indu:iido por Ck i
crição de genes de reguladores de resposta do tipo A (ARR4 ,
O CDCZ, uma d na.s,e envolvida na tr.tnsiçã<> d a fase na qu.t.l
s. 6. 7). Como CónS<quC:-nda, a regUlo promotora dos gene,; os- m1deos já sofreram duplkaçáo do DNA (fase G2) para a
de rcgul.3dores de resposta do tipo A responde diretamente às
entrada na mitose (M) propriami:nte dita. No caso da cina&t
Ck. Tomando \'antagcm dessa carac1erfs-1lca, Hwang e Sheen codificada pelo e:enc CDCl. já se evitl~ndnu qur n hnnnónio
(2001) fund iram o promotor de AHJ<6 coin O gene ttpórter auxina, ncct:s.sãrlo p,,ra a sinte.se dessa pro1eínu e <1m:- tis cito•
da lucife~se de vaga-lume {LUC), rcspons:h'C'I pela $Íntesc da
cininas são nec.e~ãri:u 1>ara sua ativação por rneio de dcsÍO$·
ludferasc. a subsc.inda Juminosa desse inseto, e fiitram ;a CÃ.· forilaçio (Zha.ng ti al.. 1996).
pressão t ranslente cm protopla.stos de Arabidopsis. UtiUtando
tal siSlema. 6CC)u dtmonstrado que apenas bases li\'tes (8A, Diferenciação celular
iP e Z) ativar2m o promotor de ARR6 e, consequentemente.
Alt m da divisão celular, as citocinin:is est:ló intimame11tc lig3·
pro"ocaram a atividade d.i entima ludfcrasc dc1ectoda pda
da.s à diícrencíação das céhilas, sobretudo no 1>ro<:esso de- for•
lurninescêncfa. De modo c-0ntr.iri~ a form.i ribosidka, (9R)
rnaç-ão de gem:is C;1ulinares. P.,m1 esse tipo de :'IÇ;\o, possíwis
Z, mostrou-se ina1iw1 (Figur.& 10.10), Tal constu1aç.ão sugcft',
a,
foncm,mtc, que me.snlo forma$ rib<»fdicas de ci1ocinin.1s
candid111os seriam genes regul.titórios, prindp::ilmcnte aqui!'·
les com d0mínio hoineótico.· como k,rotletl I (KNI) e sl,oo,
não são .itivas per U!, 1ornando,se necesdria a perd3 d a tibMe meristtmle.u (STM). lss.o ( evidenciado pelo fato de plJnl.\S
pua :ni"â-1:as. Como dlscurido antedornwme, as formas ri• tmnsgênkas expressando os genes IPT t KNJ apri:senta1ern
bosidic.15 são consideradas formas de 1tansporte e, apesar de
fonótipos semelhantes. Tanto planrns 1ransgfoicas de Au1l11•
krem 1r.1nsportad:u em células mortas C,dJcma). parece ser dupsir supertxprcssando IIY'f' quanto o m u1an1e ompl, o qiul
lrnponante pua a plruu:i que efas estejam inativ.ida.s.. lcrll 11Í\·cis elev;ados de cilodninas., mostr::ir:im um aumento
na expressão dos genl'S KNATJ (um homólogo de k,wtfr'd /)(
Alvos primârios das citocinin as
STM (lwpp ct ai.• 1999}. Es.s...s planrn.s tam bCm aprl'S<"lllar.1111
Divisão celular folhilS serrilhadas pau.-cidas com aquel,:is dt· plantas superd·
Como o próprio 1\0ltlt i 1\d1u. um dos princip.1is ("\'C'nlos con• pressando KNATI. Ck~~ mod~ os au1ores propu$c,:nun qul'
troladoii pdas d u.w:,nln.:is é a d 1ocinne ou divh;lio ce~ular. .1s O. cs1d-0 a montante (11p st1L·•m11) desst$ gc.:nes horncó1icos,
Hoje. sabc-St' que as d tocininas atuam em e1apa.s t'Sp('Clticas o que Mgnif)(a dizer que .lS dcodninas podem loJu:dt .,u~
do ciclo t.c:luJar, regufando a ath·idadl." de dclinas, proteinas
que con1rolam a divisão o:lubr. O gene C l'COJ codHic;1 uma • Oomin.la hc,m«114<o (A111111o"",n) <'111t11:,r,.•cnJ,: uma ,.1.rMkri~"°,1 ik i;""''
cklina em-Qlvida na p.1ssag1:m da fase C I p.ir;a :, fase d~ sín- m•'Ohldll, rm m u1.1çót$ hu,n,,611~.u. ()u ,,:j.a, mui.,,~·~ qu< ,,c,.,u,:,1111 .1
1
tt$c d;: DNA (S) do cido cclul:1r. Um Íill0 uueressante e que h.1n~r,n.l(.iu dt 111111 . . or,n 111.iltl). Q J'íl !IWUI) J;l-'IW hn,mN'ICt"l Jt,....)
btnr, ·" ..,. 1111t,1fMY~, \fU!.' P,f( I\\')('.. 1 fu111wç.,... J,· 1><n1.a, ,.., 1,.....,1 ,-v,Jt
tecidos ..-xpress:11ndo CYCD3 consti1u1h-amcnle. isto t. teddos dMru-., ío.11111•.., Jt1t,:n11, 11.1 " "'''" Dux"fll11I,,.
C.,pítulo 10 ♦ Citocinin:n 209

expre.ssiio. Con1ud~ plantas lr:msitinlcas Jupcrexprcssin- despei1oda.s qu.inlididt'I prcstnles de açUcJt ts. A dcg,adac~o
do o gene knoued 11prese1,1:im níveis elevados de dtodninas das proteín:u leva a um acúmulo de aniino,icldos e amid,u nrt
( H~,vel1 ~' ,11.,. 2000), sugerindo que ascllocininas também po. interior da folh.i. 15 <1uc esl.u n;in podiam ser cnn.spor1ad3$
denam ,,,~ a J~:s:.inle (do,vu stnnm) da expressão desses gene.1. conforme acont«c nas íolhJ.S pre'l:1, .i pl:tnl.a. TaJ corulM;iç~
Uma expl1caçao para Isso seria :.admitir que o efeilodr k,iotttd kvou ) inte-rptt'laç.10 de qur a diminuição n;, sínte~e pro1rio
na produção de citoe:ininas i indireto, por meio do estimulo njo podia ser ;uribuida à fall.i de matêri;,-prilmi. ou S<JIL dt-
â formação de tecidos mcri.stemitic~. 0$ qu.iis slo font~ dr ~min-05C'idi:t,. De f:uo. por meio de amino5c,dos ra.di~tiva-
citocininas. inenle marados. já se .sabia d:a ocorrência de uma .-cent-u:td.1
reduç:IQna sinlese- protdc-.1 em folh,u dest;u:ad~.f. c:m processo
Estabe lecimento de d renas
d< enwlhed mt nlo.
Para que gemas sejam formadas, torna-se n« rss.irio tamWm Pt>lo menos dt:sdt: 1964, \abia-.sc que: :i 1.aJta dev.1cbi da dc-
um ~porie de nutrientes, poi.s 0$ nO\IOS brotos funcionam gr.id~ão pr-01e1ea, em folhas desr.-~dllS e com \Cus pedolt»
como drenos. Coincidcnteme.n1e, as dtodninas também es1:'lo merg\1lhad-0s tm :igua. era fortemcn1,e Inibida qu.tindo taiu"
envolvidas no estabdecimcn1ode drcnos (Figura 10, 1l), :uuan- ndventkfas se formavam n..i base des1es; alim disso. a longn-1-
do de modo direto em, pelo me1,<>l, duas pmte.lnas (im·ertase dade foli.u aumentava dC' fonna pr~mine-nle (figura l0. 12).
e transponador de hcxoscs). neceMária.s para o descarrega- Estava assim demonstrnda um.11 rd.ição C'nlrC' o ret:trdamcnlo
mento apoplistico do íloema. A enzim:.a invtrt~ diminui o do <"m·elhe<:imcnlo da folha e a e:xistfoci.i de r,1_í:i:t'S creKe-ndo
potencial quimico da $:IC;aro.sc na regi/lo do dt'3carregamen10, ali\•amenle; postulou-se-. nJ. ocasião. c1uc: .L$ rnítcS devcn.:un
Ía\·orec.endo uma cheg:ada eontínu.a desse n111ric:-ntc. Ao mes• ptodulir :ilgum "fator" neccss:.ino à manutd\~-0 d:i síntc-.s<
mo te mJX), C> transportador de h(ZOS(' é nccesstitk} parn que os protc-ka no limbo foliar< ao rturdamtnlo do envelhtdmc-n-
açticarcs entttm nas céluJas do dreno. tO, Descobriu-se-. mais larde, que 3 ::iplioçãode cmetlna $Obre
folhM de.s.t~c-ad-as r:ambém prevenia a senesclnci:a. manicndo
Re tardamento da senescéncia foliar a coloração w rde tipic.-i desses órgãos. Todavia. em cerro mo•
O processo de cnvdhed 1nen1<> de uma fo!h::.t ê :.celerado qu;rn- mcnto. o que mais dcspenou a a1cnçlo dos pcsquwdorcs foi
do ena é de.st.icada da pl:anta e mantida sob cond~õe:i1 que a ec:>ns1t11ac.io de que-. quando ..i c11oci.nina era aplic.1da em pe
minimizem o rnun:hamcnto. D:i mesma form., qu('ocorre na.s quenas áreas dQlimbo. ;,pi:n:u eSlólS .s.t: mantinham \·crdcs. t-n·
folha$ Ligadas â plao1a, dá•st' inkioaoap:itecimen10 Jossin.ai,s quanto. em todo o re:st:1.me da folha, o prOCC'SSO de senesci:nci:t
inconíundh eis de senesdncia, como o surgimento e :i pro•
1
se mantinha (figura 10. 13). F.s1:wa, p(lrtanlo. compto\•ado
gressdo crescente do :1.mardecimento caractc-ristico. processo qut, no ca.so das folhas cnuizad3$, o ~f.:uor" produzido p,el.1..~
ru ultante da degradação da clorofi.l.a (doroS<). Ao mesmo raizes em uma citOeinina endógena 1r::i_n~portad.a ;it( o Bmbo.
tempo que Isso ocorre, no nivcl 1issubt 1em início \lrna r.ipi• !Zstudos viri:im também indicar que 35 d 1<>emmas cau.sa\·.am
da e áCCntu:1.da dlminui(,lio d'" trn,..~ dt> r rt,1t>in11<,. RNA.-' uma rápid:a aceleração d~ 1:111:a.~ ,lt- ~inli-4->,f;:- R,.'1,\ <t prot.nnu
após cera de 70 h da :1.plic:1.ç.io.
Além da W'.imulaçio da sinresi: Jc protcin:1. e de R.\JA, o rc-
Eiememodo rard.imcnlo da se.ne$Cincia foli.lr pd:a ~plic.J.çio de ...i101.-1run,1$
tubo crivado
em·n!Yé :a 1nobilinção Jt metabôlitos no interior JeSk órgà.O,
Quando goru dt: um:1. solu"10 de d 1ocm1~ eram depos.,u-
SAC
das c-m .àrcas defin/Jas de folh:ai. sC"ne-s.:enritS, vcrifi,.1vJ.-se nos

°""º

Fru1ose}
• 1
Glloo.se

Figu,., 10.11 Esquema 1t-p1esen1a1Ã'Odo~ efeitos 6.1 ci1oc1n11Wi not-\·


tabe4ecirnenio de d1(1(W)~. po, me.o dil <l(.io sobre,) trilima lnvtflJM! l"
um transpo,1ado, ele heJCose, A1n'ft':1tasedinwt'lul opo1et1cial Qllfm1co
da WC".flrose na ,eglào do desunt911111ef\10. l.wore-c~do um,) chegJ•
da contlnw desse f\utriente Ao meuoo 1enlf!O, o v~n~or d~
h,rxose t necess~uo p,u., qUi!·osaçu<o1rt!S envem nu cilul.:,s do drfflo.
SAC: sac-,rose; TP: tr.>nspo11..wm,. AdilpUd.l de RmtSCht'Ulntbt2000).
210 Asiologi&Vege1.al

dt gr mas caulinares, o dcscstiolamen10. a qucbr:i da dom j.


nAncfa a.picai, 11 hliblçiio da s<nescénda e a in1eração pl:tin,
ta-patógcno, Conforme st·r.\ visto :idi:111te, alguns trabalhot
Arws trM;1<Sas tém associ.1do. ainda., as Ck à indução no ra 1. Comudo, como
a floração c1wnlve processos dependentes de divisão celular,
e? COtl\ cilOciniiwl
es1abcledmento de drc-nos etc., são indu1.idos por ci1oci-
ninas.. e muito prodvd que estas desempenht-m u m paprl
indir<'to, não sr ndo o hormônio indutor drs..c.c processo pro.
priamr-n te dito..• Em Merwra fis amw a - u ma F.upliorblaua,
dioitn -. a 1-ieatina ê abundante cm plantas fem ininas. tn.
quanto o IP é p1tdominantt nas plantas m:.1sculinas (Durand
e Durand. 1991). O tratamtnto de plan1as masculinas com
t-zcatina resultou na formação dC" llorcs fem inina$, mostran-
Fig:urt 10.13 Efeito da iniblçlo IO<"•lizada da sc-ntseência de folhas de do um cítito do tipo dr d tocinina na determ in aç-Ao sexual
tabaco trinbd.u com uma S01uç,kl ded tocinN ,
de$$.a espécie~
Embora a.s d 1odnin1s tcnh:.\m efeitos :tpô'l.rentemcnie dt·
pontos tr.uados o acúmulo de :iminoácidos rndioalh-os aplic.l• vtrsos e desconexos. alguns ddts, como a formaç.ão de gemas
dos cm outra pane da ío!ha e de outras substânciss, 1ambém caulinart'S, podem t'Star integrados dt formn r;,1ioa, elmentc 1

indkando que a choeinina transformavi a área tratada em um coe~me. conforme se procura evidenciar na Figura I O, 14.
dreno para esses compostos. O efeito inibitório da d tocinln:. Outro fato reJevante da aç;\o honnonal é que, alem de umJ
endógena sobre o em·clhedmcnto foliar pt'Qmovido pelo au• d ask' hormonal pode:r influenciar dlíerenté:$ processos fisio•
mento dos oh-eis de etileno é mostr, do na Flgurn I O.lO. lógicos. a redproca lambem e -verdadt-ira, ou seja, um mes•
mo proceuo fisiológico pode ser influt nciado por diícrentes
Fotomorfogénese d assc.s homlonais. OE:sse mod(),. antei de se discutirem outros
Outro e,'Cnto marcan1e controlado pelas citocininas consiste eíeitosdascitocininas.s.cráconside.-ada, brevemente, a intera•
na fo1omorfogênese, o que sugere que o folOrrtceptor mvol• ç;\o de5ses hormônios com outras classes hormon-'iS.
,ido nesse processo, o fitocromo, tambêm seja um alvo pri•
mário dffla cfassc hormonal. Rcce-n1emente, corut.:u ou•seque Interação com outras classes hormonais
um dos reguladores de resposta da via de slnalluçlo d~ ei· Entre os fitor-mõnios. a auxina e, de longe, ., classe hormo•
IOC:ioinas, ARR4. impediria a reversão d.a forma ath•a do tito• nal com maior inreríace com as citocininas. Trábalhos dú·
cron~ B (Phy8}, ou seja. a forma que absorve luz na faixa do sicos, rcafü.ados no latw>r:uório do Dr. Folke Skoog. vlrl:.m
vcrm c lho-çxl rc-n io, pan. a fo rma inath -a, a q uaJ a b11orvc lu:,; no a ré\•eb.r. ain d:i n nC( :'lnn, 19$0. q u <:' t anto 2 2uxin2 qu2nto .1

faixa do , 't'rmdho. Oe-Ssc modo. podc•S<-diur que a.s citocini• cl1ocinlna sio necessár ias para es1imul.ir a divisão de c4!1u•
nas man1t'm Ph)•8 na fo nna ativ.1; e que alguns do$ eíeitos das las maduras, ()u $ej~. a rttomada dt"s.se processo em cC:lubs
Ck. sobrtludo no desestiolamento (iníbição do <tesclmento qut não mai~se d ividiriam (Das e.l ai., 1956). Todavia, ~pt·
no escuro} e na di.írrcndaç.ão de clor0plas1(>S,, sej:t.m medi:l.dos .sar de a auxina :uuar e,n sinergismo com :i ci1ocinim1 pau
pd o fitocromo 8 (Fankhauser, 2002}. estimular a divisão ceJular, essas classes hormonais atuam de
O soma1ório da ação das citoc1nlnu no ni\ d cdular, sobre•
1 modo anta-gonístico no con1rolc da iniciação de ramos C' r.a·
tudo nos procc.ssos de divisio e diferenciação celular, contri• ites t-m cuhur:i de tecido (Skoog e Milh.•r, J9S7), bem como
bui pan os chamados efeito$ d.as citodninas na planta como no estabelecimento da dominAncia apic.ul. Cultivando me-•
um todo, os quais s.cr.io discu1idos :a seguir. d ula de tabaco etn mC'ios de cultura cm que se adicion:,u.un
diferentes proporçõt-s de auxlna t citocinina, Skoog e M1llu
(1957} t$labclcce,am que balanços hormon:1is com dC"v,ub
Efeit os das dtocin inas
proporç.io de citochlina íavortCC"ram a d ifere nciação dC" gr·
Um aspcc10 importantt- relacionado oom o efeito dos hor• mas c.aulinares e que, dt modo inwrso, elevada pro~lOrçiio
mõnios vegetais: reside no fato de que uma únka classt' rel:lliva de auxin:. induziu a diferenciaç.iio d e ,•aizes nos te-ci•
hormonal pode ínffuend ar cvtntos fisiológicos dc divcr• dos parenquimãticos da medula (Figurn 10.JS). No casv de
sas natureus. Nem poderia ser d iftren1e:, .se consideradi a balanços hormonais inlcrmediá.rios. houve o fovorecimtnto
exis1ência apenas de dnco dass<s hormonais principais e o d.a divido t: da cxpa,u.io celular, form3 ntfo um t«:i,lo dt' •l O •
nUrncro elevado de eventos bioquimlco-fisio16gioos contrO• m~nado caJ~ sem a indução de difcrenci:.:u;.io tlt- r.'IIHOl> ou
lados pelos fitormónios. Conforme ,•isto antcrionne,u e, as ran.es ( Figura l0.1S}. Esse$ resultados ..:vid..-nciaram, pel,1,
citocininas iníluenci:un a divisão e diforcnciaç-:lo ctfu lar, o primC"ira vei.. que n:lo hi propriamcn1e u m.i classe hormonJI
C"st:lbclecímento dr drenos e a d iferenciação Je cl<>ropfai,.
tos. deito~ quc< podt"1ll ser alribuídos, respcctivameme, :'l
ação das citocininal> dc< modo inu:diato sobre cidinas, genes
homeó1íco~ invertases e: fil<Jcrornos. Alem disso. outro~ im•
portan1{ssimos efeitos d:i.) ci1ocimnas pod.:riam ainda ser
mencionados, como a g.:rmlnação de sem.:ntes, a formação
C...pftulo 10 ♦ Gto<in,nas 2ll

( ( AJ,o, ,..,.,., J [ EreJlot _,.,.,. )

Jr
KNOTTED ~• o,rerenciat;Ao

1,-1'----"'Cc::;:_J
Cictnas )+ DMs.50 cellbr
~ -~ l
Cltoclninas .
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1::~~ Jnveri8SH

Phy8
)+

•·
Es1;'1tlelecimen10 de dreno$

Fonnaç:3(> do cl0«lpf,asto5 Formaçlo de gemas


cauliMt"es

Figur-a 10 .14 ln1egr.,ç-io prewmlvelde alguns dm~1sos cftittndas(itO(inm,H. Aa1uaç.iodas Citocitl.i~~ tm •lvos primJr~,._ como os.gtn~
homeótkos (knoued), cld1l\ils,lnve,ta.stse fitocromo, proOIOC;lriufeitosímed!atos n, dir@ftnc.ie1ç~ diviOOcel'Wre1c..os qua11- põl' sua Y't'Z e dt
modo conjunto. promo~ ri.).m ef'°itos secvndátlos emac,oscót)icos,como a formação de g«nas c.aulin,n~.

respon$.<\vel pela formação de cada 1ipo de órgão, e sim um efeito inibi1ódo I: mt'di~da pela induçlo d.a produçio de
controle da formação d~tcs por meio das proporções reJali• etileno desencadc.>3da pela enzima slnta..~c do ACC (ver C•-
vas e ntre diferentes classes hormonais. pítulo 13). No ca..so específico das c11ocininas. cs1.u parecem
Pouco se conhece. a1ê o momento, sobre 05 mec;mismos ser uma das prinçip:11s causas da forte inibição prOVo<-ada
moleculares dn interaçào aux.in.a• Cilocinina. Acn:dil,Mt por essa d.asse hormonal sobre o 3long.amc-nto r.adicular.
que um dos possi\'eis pontos de hHeraç~o poderia ser en• Dessc.> modo,. cm raiies de Am bidopsu. o t'ÍtllOde tratamen-
con1rado no próprio mc.>tabolismo de ambos os hormônios. tos com bt11iil:1denina (8A) é rewrtido pda .iiphcaç-,10 dc
c.> uma de$$aS classes hormonais influenciaria a atividade de aminoeto:dvinil glicina (AVG) l' ions de prata (1\ g·) (Cary
enzimas em·olvida$ na biossintcsc ou n,1 inatfraç-àoda outr:L, .:1ai., 1995), inibidorC'S da biossinte.se e da <1oçio de: ehleno.
Ei'nbora as evlMncfas diretas para tal mecanismo ain<b se- respectivamente. Contudo. nem todo o de-ato do BA pode:
jam incipientes, resultados ln1eressante-.s foram ob!idos em ser .atribuído ao es1imulo na produçio de: c:ttleno, pois "
cxpc.>rlmentos com plantas 1ransgênkas. Ycri6cou-sc que aplicaç5o de BA pode inibir mais o alonpmcnlo radicular
planta.s tr.11nsg:ênicas de tabaco superexpressando o gene ipt que a simples aplic:.1çiio de etileno. cm conctntn21ç~ nas
p:.r.1 bios.sintese de citocinina costumam ser mt'n05 sensJ\'eis quah ambos os trat.amt"ntos induzem .ii mc"Sm;a quan11Jadc
B aplicação d e au.xina (U cl "I,, 1994), <nquri.nto, de modo de etileno endógeno, al(m dc o BA não mud.a.r J St"ns1b1lida
inwrso, aqudas superexpressando o gene para ina1iv;ação de de .10 ..:1ile110. À lu:i d C$,U$ resuh.tdó$. pod..:r•S..:•1.1 d1ur q,:e
Citocinin:,15 (ZOX l) mostrara.m•st- mais scnsi\'ds fl au.xina d 1oclnln~s e etileno 3gem Je ,nodo smergJ.s11co ou .adtl l\'O
(Werncr et ai.. 2001). na inibição do along.tml'nto caulinar. Contudo. 4S:U J u.lli
t dt amplo C01)hcd mt"nto que t;mto :is áuxln:u quan10 as classc:s hormonais .são consideradas aniagoni.mcas qu.inio
d tocininas., quando áplicad.lS em t:()1,an1r;açõcs supr:ióli• "'º efeil<> na 1:enescênc:1a. sendo as c1todmn,1s um fonC" in1•
m~.s, aprtS<ntam tfoito marc.lntc na inibiç.io do c·r.:$dmen• bidor e o etileno um efident< promotor desse impona.ntc
to de órg!os vcge1ais. Em ambos os ca.sos. b().'I r>3nc d~-ssc evento fisiol ógk o (\·t r C.lp1tulo 13).

• C11oc1nina

Figura 10.1 s h\lt."rn<;jo env, o.MIXin.\ e c•touruna n.1 h'ldv(M>de ,a,us tl 1, c.110, OI • oultt tll. \oc'gundo o modeto p,op,hlO PO• ':i"->Og e M ie,
t 19571 Cada reltm,gulo ,ep,ewnu un, eipl,1ntecomun1 lullil(Oai.JM•'-11<11oc,nmJ 4-ndoq.enoe\i)c'ctfM:o. o qu.11C05h.m1J w·, o,eílot.\Od.li qu,1t1t1
di10e-, de hormOnios <ld1clon,)(tc.,,\ ,,o rne•o dt>culuvo.
212 Fislologla Vegetal

Al(m d:, auxina e do etiJcno.. o .iddo abscisico (ABA) pode diferencial de auxin.is e citocininas nn indu('iiO de caules e llJ.
in1cragir com as citodninas. ncssc n so dc forma. indirtta. tt'S é im1,ort:mle parn o desc:nvolvhnento integrado do vtge1,1.
Oc,·1:-sc considerar que. como o tr;insportc da.s d t0<:inir'LM Oc.s:s( modo, as d todni1l:U produi idas nas rnius podem indu.
produzld:is nas rnir.cs para os caules depende da 1a.xa 1ran.s, z.ir a formaçAo d-e ramos cujos ápice$ s3o centl'()S prod utores
pin tória (\-ia xilcma). o A6A J>Ode influencfar os nhrels de de aux.ina, a qual, por sua vei. ê necessária à fo m,ação de mais
citocininas na porte acre-a. jâ que se trat:1 de um dos princi• r.1Íll'$ (Flgu.r:) 10. 16). Jsso posto, não seria exagero dizer que a
pais t'l."fl,lJl:tdores do fech:unento estomi tko. A ocom!nda de arquilNuri final da ptanta depende, em boa parte, da I nteraç.ão
uma internç!o ntais direta c-ntrc ess:a.s duas classes hormonais entre os sistemas caulinares e radiculares, e que a Interação c-n,
é sugerida pelo fo to de o ABA ser um inibidor de regiões de trc a citodnin:i e a auxina ocup.i uma posiç."lo destacada nt.ur
repli~ç!o de DNA d urante a mitose, tendo as dtocinin.as jus• processo. O crescimento integrado e equilibrado entre caul-rs e
tamen1e um cfeito contrirlo. raizC'S tem i.m('nRi importflnd:i, pois esses órgãos apresen1am
funções complcmen1ares para a sobrc\i vência do vege1aJ.
Balanço aux.ina/citocinina Embora a.s primtira$ t\<idénd-as de que o bZllanço auxina/
e desenvolvimento vegetal citocinina controJava o desenvoh•lmento \'egetal 1en ham sur-
Uma du principais a n cterí.sticas do dC$Cnvoh-imento d/1$ gido a partir de t'Studos com hormônios exógenos, ou seja,
plantas vasculares. e que 3.$ distingue dos animais, e o fato de aplicados a tecido medula.r de taule de tabac-o (Skoog e Md.
C:SSC dcscn,·ohim-cnto ocorm predominantemente cm um e.s- ler, 1957). de modo geral a correta inlerpreta.ção desse tipo de
tãgio pós-ffllbrion:irio. ou stja, a maior ~rte do dcscn\'olvi- abordagem experimental ou pr~lica $0íre urna série de limir:a.
mento ontogenétko se d.â ao longo da ,ida da planta, com a çiões. Algum3.S dessas Umitaçõe$ são., faha d e conhecim ento
formação continua e repetitiva de órgãos, como ra.mos. nú.zts, quanto à c.ipacidade de absorç~o., ao transporte e à inath'll.ç!o
folha.s. flores e frutos. A org11.nógênese continuada das pla11la$ pelo 1eddo 1\0 qual o hormônio foi 3plic.ado. .1lém das ahera-
e o resultado da manutenç3io. mesmo na Ías<' adulta, de tecidos ções que o hormônio exógeno pode provocar no nh cl hormo- 1

embrion::irios denominados meristcmas caulinar e radicular. nal endógeno. Atualme,ue, duas abordagens 1em sido cmprc--
Pouco depois da descoberta da awdn.:i (19>4) e das dtocininru g:,das P3J'\1 sobrepor essas limltações. Uma delas consiste nJ
( L955), postulou-se que ess:a.s du:as d 3J.Scs hormon;1.is, agindo dosagem do comei.ido hnrmon:il endógeoo nos te<idC>S (Pt"rcs
conjunwnente, conttolariam o desenvoMmento "(SetaJ atuan- et oi.• 1997), e a outra é pnr melo do uso de plaruas 1ransgêni•
do diretamente na detinlç!o dQS: merlstemas e, por1anto, no cas n;1.s quais st introduzem genes que a.Ileram o mernbolismo
tipo de õrgâo - caule ou n it - a se-r formado (Skoog e Mmer, ou a sensibilidade hormonal. Como os hormônios \'egeuts
1957). Di.fe:rtn1emente das awúnas. normalmente associ::idas à são mensa~iros químicos presentes em conu ntrações muilo
indução dt ra.hes. um balanço awdna/cltocinina favorivtl às reduzidas nos tecidos (em gtral. 10·" mol/g de tecido fr~$CO),
citodni.nas lndut a formação de gemas cauHnare.s ta.mo in vim, rua quantificação torna-se depe1ldente do domínio de lêcnl•
q u..um.) i:.i.· ,...•u,:,, /,. p i"(lp,ô~ho, COO\ ,cl"~'-' • o cfd10 modogc.né· ce-, • nalític:_.,, m uito >en dvclJ., ,;(>on Q _. .;1·(nn,Hot,1.-f,,;, Jo 1lpo
tico desse balanÇo, , m..i~er enfatizar que. sob condiçâ(:s nor• HPLC (high ~rformanct liq11ld d iromntogmpl,y) e o uso de
mais.. a concener-ação absoluta da citocinina, imprcscindívd à anticorpos c-m ensaio do tipo ELISA (c11iymc link.e1t i 1mmm o
formaçl,o das gemas. nió preci.sa ser necessariamente superior w rbe-111 as.sny), aUm de cspec1rome1ria de massas (MS) aco•
à da aulcina. Existem oonsiderávtis evidências dr que esse efeito piada à cromiiltografia gasosa (GC) ou aó H PLC.

As,u ~ 10.16 A e B. C,es.c.lmtn10 in1e9rfdo entre C,1U1t-\ e raiu>s promovido r:,E,IO\ meunlsmo1, de p,od uçio,. 1,an )po1te e efeito das ciioc1ninas
(Ckl , iiluiw'la (AIA).A1,Ck p,oduzid,u ne>s âpic.H 1adlcut,1e,.~ 11ans~tadas peloxilema indu.ctm a fowm.:ic;iockl ,ame>s. O\ n(,)'llop,1mOS sáo romes
de, AJA qu~. por w., v,e.z, euimutam a P'oduçâode noll'as ra12t"~ N11 1mil9~ê poss#l,,el ob~ r11ar um.t raiz de 1.y<op,e,sicQt1 hi,suwm, a qual formou
gema1, cautlna,es quando iil pJrh? ;w,,;, ro. removida. No~ qu, 01, novos r•mos siP í0tn"1i11am apôs o E!'\t,1beleeim('nto de um th e ilO (lniu.m<SC•·
men10) na raii.
Capitulo 10 o Citocinlnas 211

A despeito de os cs1udos ulili~a ndo dt'tcrmln.1çlo do qui i~se verificou es1a occ>rrCRcfa, comi'> foi o caso da• folh;" ,
conteúdo hormonal endógeno terem permitido um av.1nço houve .1cumul:aç!o J,x.il e rtslrit:1 de d 1ocininas. e, que culmi-
subsla ncia.l, deve•se considerar que clcs 1.1mbém estão su• nou n.a íormll4-fo dt' gem:L, u uJlnart!I t'm ponllH J1feren1cs na
jl!'lt0$ a lim itações. Uma delas f não se S.lbcr se o hormónlo pr6pri:i llmlna folia r. E$se f< n;m'ltno, conhtddo como epiti•
quan1lfic:.ldo se encontrava alivo ou ln.1ti\-o. Outra Jimit~ç:l<, lia, acon1eu na1ur.almcnle tm folhu de fortuna (BrJ'(lpltifum)
refe re-se à perda de info rmação quanto ã computimen1al1- e J("/arithoe. Curiowmenle. qua rKlo a acumulaç.io d, C1toei-
zação interna (celular e tissular). jâ que, mesmo S<' ulilir.a<las nin.1s se deu na planta cnmo um todo, n.c.o hou,·e oc:or~nclil
am ostras m uito pequena$ de t«idos (mg), companimen1os de epifiJia. A const.1taçào de qui: o acúmulo tn.nsitórit.t de Ck
heterogéneos sã o misturados durante os proc~-ssos de extr:i, não tem o me._<;mocíeito que o .1cúmulo com:tantt. e de qm: h!
ção. Desse modo. eilocininas inativas presentes nos vacllolos diferenças 1.1mbém quan10 â acumul.1çào loca.J ou na pb.n1a
d os tecidos d osados podem es1ar sendo c-0ntabilttad-:is como como um todo. sugere que a aç:in hormonal. sob,etudo ocfci-
ativas. Po r sua v~ os estudos envol\·endo produção de plan• 10 do b:al:anço auxina/dtocinina no dc5envolvimtnto. depcn•
ias transgl!nicas requerem que os gem:s a strem introdutl· de do e:\tabeled menlo de gradienltt c5p:.LCiais e lcmpor.i,,. Os
dos estejam previamente lsofados e clonados cm ,·ecores de prlncipa..is respon.s:i,•ti, pdu e$l:tbcl«1mento dcsse1 gr1dk:n•
t~nsíormaçào (plt1smídios muili plicados cm Escherid,ia r.oli 1es .seriam :u pe<uli:tridadt:S dt1 síntese e do tr.nsp0rte, .a)fm
e/ou Agrobncterlttm ). Além d isso, sislcmas para in1rodu,çiio das cn1.im•s de lnativ.1ç:io J c: citodninu. discutida$ no tt'lÍ<U)
desses genes nas ph1ntM ne<e.ssi1am ser otimizados. A seguir, deste c.apítulo.
serão apresenrndos al_guns extmplos de planlas transg<:nicas Os primeiros genes rcsponsâvcis ~ a inati~<> de cito•
nas quais se ln1 rodui.ir.1m gl!'nes que aheram a sensibilidade cininu foram isolados em 1999 (Houba-Herin i:t ai., 1999;
ou o metabolismo de c:i1oeininas (' $W'IS consequências sobre Mar1in , r ai.• 1999a: i 999b). possibilitando a ah etáÇJ<> do
o desenvolvimento do vegernl. conteúdo endógeno de citocin1n:11s d e um modo uwerso ~
As primeiras plantas tr:ln.s.gt!nlcas com 2herações no N- queµ ha\·ia sido feiro utiliz.mdo•se o gene JPT. Ncs.se ~mi
lanço a uxina/cilocinina resuharam da imrodu,çiio do ~ ne do, 1abaco 1r.tnsgênico sup<;"re~press.1ndo o gene- pa~ "'011•
1PT de Agrobacttrium tumefaâms. Esse gene foi introdu1.ido dase de dtadnina mom ou, pd a primeira vct. o íeno1,po de
utilliando-se diforcntcs promotores (seqUCncia respons,frel plantas com nh•cis reduzidos de Ck. Es.s< incd111srno resulta
pela induçào d .'I tr.1nscrição do gene cm estudo), o que cau• do foto de que. dife renu:mente de outros hormônios. nlo
sou certa varla~ o no renótipodl!' cad::t tipo de 1rans~nk o. As l':<istcm comp~O$ quimicos que poss.im S<r u11.hudos como
Cáracteristicas mais. comumen1e encon1rt1d:as cm tais plantis inibidor~ efetivos da bios.sintesc- ou aç;iio de Ck. A$ rtfer1d:is
íoram a inibição da formação de rafies e a ptrd:i de dominl n• pli nr;i.s. mos1raram-se anãs como conscqut'nc1i1 dt um tetit•
eia apic-al. c m virtude do de.senvoMmento de ~~mils caulina• d:tmen10 grave do dcsenvoh'imento dos ramo~ 1nclumdo :a
res ttxifares. A não formação de l'.lizes em pbntas tr,.nsg~.nl~$ presenç.,1 de entrcnos curtos, folha.s lanccot-adas < cpinisrk:t~ e
ex-press.":l.nd o o ern ,. IPT'. (f'lhr1"t11rl.{'I ruq1M'b '- é!m qu~es..<;e gene ttduclo dil donunânci:1 ;ipu:aJ ( t'Sti:' úhm,o ilcm sed .aborda•
foi ligado a um promotor forte (JSS de CaMV), obriga"º a en• do m.'l1S .'ldi:.u·u e). Em con1rapanida, ocrH,C1menro do ~,~etn..1
icertia das pl:'1 1lla.s tr.'lnsg.ênica,ssobre pbn111s normais, visando tt1dl.:ular e o nômcro de r.iizes lau~r:us e a,h.en1ic1.lS .1umcn•
ii. .sobrcvivênci:i das primeiras. Em ou1ros estudos.. o gen( WT 1aram, o illongamento da.s raizcs prim:in.u io1 m.iis upido e
foi fu ndido com promo1ores induzidos para que a.s i:11oclninas primôrdios de raius latcr.ah (oram notados pmximo do lp1ce
pasS3$$Cm a ser produzida$ somente quando <k um eslimu1o, radicub r (\\'ernc:r .:111I,. ?001). Outr,1 manma Je Ji.minuir o
Nesses estudos. plan1as transg~nicas <r.:scendo sem ter o d • conteúdo endógeno de .:-,1odnin,1,s una por mt>io da super~•
tímulo 1>ára expn-ss.lO de IPT aprcsenta,:im (ettó1ipo normal, p~.ssio de gcnes parJ as en2.1n1~ que conjugam .:1to.:inmas
n~o nccessic,1n do mais ser enxertadas p:ir;1 que tiwss.:,u um .1tiv,1>,. Isso foi J cmonstrJdo com plant-:is 1ran.sg(n1cas de tab.1
sistema radicular, Um dt>sse1 prómOh)teS, indu1ido 1)or , ho- co supettxprt:5$:inJ o o gene ZOGI. J.$ qn:'lb iOrm;uam r,11,~
que térmico, ou lu:at slaock (HS). foi utiliudo 1>=1r-.l prOOuur ª"
:iJre.is nos <'.3ules J uránlc priml.'tl'lS 2 kn1..10;1~. ~ ~tndo
pl::an1as transgl:nic.-s de Ar11buio,nii. Nessas pl:in1:ise:<pr~S;\1\• sob JltJ umidaJ e. AIJm Jt»o, e:.~ pllm.is .1pre,cn1:iram re•
do(> geme H S·IPT. a a.plic.iç.\o de choques térmicos (e;,;pO$IÇ.io du1idadominJ.ncia, .1ptc.1l ecntf(no:. curtos (.\ lok &'f dl., :!000).
á 40ºC por I h, todos os Jí:is) mduziu .'l!lerilçóc.s f.:001ipica.s Unu car.l(lt:rhlic-,1 que ,ham .1 J atençio em toJo.s ,u
(p. eic., pcrd.i d:i doinin:lnd :i apical) njo ;ipreS<ntaJ.lS por um exemplos de pb n1a:i. tr.insgênic.u .:om .:,lkra.;õc:. no ,ont<·
único tra1amcn10 ,,rolong:tdo. Esses ri:sultado:. sugc«"m quê', úllOJ c- ci1odnmas C'. con:.<quc111enun1i: . no b.ala.n,;o a.u.•un.l/
ern lllgu ns efoitos f'isiolõgkos, as Ck 3Si.'ftl 00111<> um m,sa::uo. citoc-inm.\ t' 0 i;ito Je IJ llt(l pl;m(;t.) IrJn,g<111\!:1.:, (\lffi <X,.<S'-l•
regulando a intensidade de um sin.al, e n.io '"'"°uni ,nutrup• (M~totJ er d(,. 19&9: Rupp ,:t ,d., 1999) ,iuJnlt, ,.um iál1.t
tor d o tipo lig_aldl--s.liga (llupp .-, ,11.• l 999). · Rcsult.allos sus~ · (Mok i't dl.. 1000: Wcrncr .:l ,d. ~001) Jc Ck .iprc~c>nL\r<m
li\'os rnnibé-111 for,1m cncontr.1dos qua.nJuo gen(' IPTloi k,'-:l• ,hminuiç,lo J.l Jomi,,.h1,.i.1 .1p1.:.1I. A 1ntcrprc1.1;,:fo .:otrclJ Jc
do ô'I SI.' m.-niÍl:slar ap..-n,1s em dt>lcrn1i11.,,las p,1111.".i .te r l.l111.1s t,1,i, rc~u h:i.lo.) txige um t:'1:.lnlt 11u1., Jet.llhJJo Jo prn,,..~,.0
tra nsgênlcõ'ls de tab.lco ( fü;t11.11:h 1•t ,d.. 1991). Em 1.-..:i.:10.s 110'$ ,le Jomm.111.:1.1 .1p1.;.ll.
No J'Ni:c»o Jé' Jomm,ln,.,.:, .1111,.,1! 11r1~(\ v .ap1.. c c-m ,rc:,
,.uuc'nfo .t,.- um ,.1ule 10,h..- u .;r~.... m,.:-,m) Jh Sl.'m.1.. bftl'l1:.
e. •n:
• Q H'<)U;\11,1 t•,Ol'>ôUll~l\tC. 11111.l ,..,,.i.•,i.;1.1 .lr \ Wr >MrUWI <111~ J.,i, 1 n.~ m_cMl\J pl.mt:i ,\ ..-xph ...1~,10 m,u., ,lth1nJ1,b p,1r;1 .1 ,!1>1ni•
IC'-> uhhud.& j'l,11,1 ,.,.,,, (11,,r .1 m1,•,~ l"-lr 1k um1, ""' '"-'" ,·IJteo.:• N~ 11Jno.1 .q•,c.d rctl.'f,: ,~· J h1po1.:,c J.1 m1b1,,'io pdJ .iu~ma.. sc-
•·~,:mp._,., i.l< rc..,bt<b ,,. t,,,t~- J,: \_.ut~ ,li» fJJ"~' Jj'1,1,•[h.,, J,; 1 \
.in,;~~. gun,lo .a -tu,ll me honnô1uu. 11rvJu.l1Jo 1111 ,1pi,;e. :.e mu\.:-n.l
2 14 Fisk>k>gia Vegeull

b;ai,lpctaml'ntc (do alto p;'lra b..1ixQ) para as scm3s fa1('n,is ( M l'$Cun11cnde 3 milm'1iiar o efeito da lu.t m1 1>romoção d,
imblria s~u cll'Sciménto. Unu d:1s (,idtnci;as p.irn ct-~a llii,ó• ab1."11ur:1 eex~n.sãodos cotll&lonese n.i inibiç.iio da cxp.1n5lo
tese constste 03 de1,1onstr:ição de que a i>erda da dominância c-tlul~t e;cagcr.1da dos caules, conhecida como estiol:unenio.
apica\ promo,·ida pda d«apil,1ç~o do iplce ($Uprc.s.s.\o da sín• Coo1udo, ê interessante notar que, em planla.s de Catasetum
1<'$C' de :iu>.ina) l· rt",upc-rada pelo trnlamento da 1,12tna dcca• fiml•,'iatum (Orchidaceae) w1.nsíeridas 1X1ra o escuro. a reto-
pilada com auxina. Contudo. essa explica;,,':io nAo 00111empla mada da atividade dos mcristem:is aplcals e láterais. os qua.is
a C-011$1:'ll;'IÇ:'io de que o efeito inibilório da. auxlni ,•ind.i do posteriormente originam nunOS estkll.1dos (Figura 10. J7). c:oin.
ápice. ou quan do aplicada, pode ser revertido peb. aplicação cide com uma elcv-.açio rápida de ctr(a. de Oito vezes da con.
de dtocinina..'- dirc1amente sobrt as gemas b 1erais. J530 sugere cen1raçdo de citodninas endógenas (Suzuki ct ai.• 200◄) . No
que a dominind:1 apical é uma tipica respost:.t ao balanço au• rcforido experimento, a clevaçlo tr.\nsiente do nivel e ndógeno
:dna/dtocinina, :\S$im como outros processos do desenvolvi• de citocinina pa.rece estar associada à quebra da domin:lncia
mento wgeul. Otss< mod~ houve um melhor entendimento do pseudobulbo. um órgão de reserva cm orquide3s, e .io con.
da dominincia a.picai qu:ando se constatou que, em plantas In- sequente es-tabe:lc-cimcnto de no,·os drenos ncccss;\rios ao de,
tactas. :.i.s cilocinina.s originadas da$ r.1ius 1endem a se acumu- $énVólvimento dM gemas c.iulinares, as quais, na aukncia, de
lar nos :ipkes produtorc-s de au)!Jna. promo"endo um balanço lut. posteriormente Cr<'Sttm de modo estiolado.
auxin3/citodnina íavorá,·cl ao $cu desenvolvimento. Coin ;1
rl'moção do ãpk< c.iulinar, ::is <:ilocininas passam n se acumu• Nutrientes mi"erais
lar nas gen-ias fat<rais. prc,n,01,•<ndo seu d('S(m·0Mmen10. Há Um dos prin-cipais nu1rien1es oom os quais as citoclninas ln-
su~'J)t'ilas d< que a própria au.x:ina produtida no ópke c:iuJin;1r lcragem é o nitrogénio. Coinddentcmcnte, a dorok, bem
contro)c- o contclldo de citocinina.s que chegam a1e 3$ gem;1s como tt aceleração da se-ne$Ci!nda das folhas em \'lrtude d11
axilares. Em pl:!.n1:1.s intactas crescendo ativ.amenie, o ac:úmulo dcliciênci.i de N, lembra os aspec1os adquiridos por tecidos
de auxin:'.l e dtocininas na gema a picai poderia lewr ao seu de- oom baixos niveis de citocinina.s. )3 foi sugerido que, como
se,wol\'imcnto simpJesmente promo,·<ndo divisão e expansão 3$ cltoch,inu são compostos nilrogenados (:.denina), a defi,
celular, além do c-stabele<:Jmtnto de wn dreno Oe$S.:l'I região em dêncl3 de nilrogi:nio poderia ler reílexo direto na biossin1cse
detrimento das gem a.s later,1.is. Tanto a retirada do ~pice quan- desse hormônio. Lev.ando-se e-m conla que o nltl'()gênio nor•
to a aplicação de d tocininas nas gemas laterais deslocariam o malmente equh•ale a 1.51' da. matéria s«a das plantas. e quc
dreno e ::i dominância seria qucbrad::i. De fguaJ modo, a apH- a pommtagem de citodnlnas nos tCC'idos wge1ais nio chega à
caçio de au.x.ina na ponta de plantas decapitad~s manteria o rnilion(:sima parte desse valor, ê pouco pro, âvd que uma defi•
1

drcno e a domin:1nda. Por CSS<' m<-c.mism~ ''ê•sc que a domi• d~ncia de nitrogênio possa \'Ír ;1 limitar a biossíntese dcs.se fi.
n.incia aplcal depende da formação de gradientes internos de 1ormónio. Tal consta1ação leva â posiufa ção de que a intcr.-.ção
aux:ina e dtocininas para que os drenos sejam es1abelecid05;. A
aus~ncfa desses gradientes em plantas tran~nicas. por causa
da <'lli'.pressão con1inuada do.s genes de blossin1ese ou lna1lva•
çio de citodninas na planta como um 1od(). explic.1ria a redo•
iida domi1~1ncia apical vi:rifi cada tanto em plantas oorn níveis
d ev:adoi quanto com nh•eis baixos dessi: hormônj().

Citodninas na interação entre os


vegetais e o a mbiente
Conforme \'isto no ilem nntcrior, a citocinina - OU, mais pre•
cis.amen1e, o ba.lançoauxU~a/citocinina -é essrnciaJ parti ode-
se,woMmento pós-<mbrionário dos \'egctais. &se- 1ipó de de•
knvolvunento em·ol\'endo a formação de órgãos ao kmgo de
lodo o cido de vida, por si só, já cons1j1ui uma resposta às ,·a•
riaçôcs do ambiénte. Dessa forma , os wgetais, embora sejam
organismo~ sé~sc-is. interagrm in1ensamente co.u o ambiente
por meio d.a indução ou repressão dos proussos que levam ã
fonnação de novos 1e<idos e órgãos. de modo n garantir sua
sobrcvh•énda e reprodução. As citocinin.,1,s esliio em 0Mdas 1

intensamem e na resposta da~ pla111:u a. pelo ,nenos, qualro


<stlmul<J$ t,;11:rnm: Jut . temperatura, nutrienl~-$ e lnicr-.aç5o
com outros organismos.
Flgvr• 10.17 forma<;iode ,amos la1e,ais eHiolc1dos (est ru1ur.is briln•
Luz _em pseudobutbo de ( (Jf<rJerum fi.mb1io1um (Orc.hidouMe), ap<n
C:à\ )
Com relação à lu1.. são conheddc» os eft-it0S das citocininas 20 d1:» ~a t1an1-fe1fncia do f,as.co do crc1,o para o es.curo. Oo~gef'IS
das c11c:>c:w,.,.s e~ nas m01,11a,am uma pronurM:i.'ld,1 elt!vaçâo n~
na diferi:ndação dt proplas1ídios em cloroplasto5 e bios.sfotl."se seus ieort s em c:ompara(.\Qis plamas mantid.>s no claro. lm,>gem do
de clornlila. A aplicaçiio d e ci1ocminas \' nl pl:intulas man1idas Ot, RogéflO M. Sutuk1.
C.,pHulo 10 • Orocinin,n 2: 15

ent
• rc c.ssas duas substâncias deve ·se dar, pon , nto. em nutro prescnç:1de TOZ. uma polenle citoc,ninú sintêllca (Ferreira
nt\·d, certamente mais complexo, , t ai., 2006). RcforÇ,1.ndo ainJ;a o efeHD promocor Je lt,lla•
~mn interação possível poderia dar•se pela rc-gulíllÇâO das o,
menl0 termr,pcriódico sobre níved endógenos de citocini•
cn:umas do metabolismo de nitrogênio. Nesse sentido. exis- na, pl:anlas de PJ1alticnop,i1 (OrchiJ;1c~.1d subme1IJM .t tem,
tt m evidência..-. de que MC-itocinin.as são ati~dous d:1 eniima 1>cratura$ cfevad,1,$ aprcscnl.H'llm uma diminuiç.11) no< leom
rcdut~se do nitrato.' Alêm disso, Já se conslatou, em pl:,nta_, Je5s:as lub1,t,incin paraJel.arMnte à Inibição d.1 llnraç.iu (ver
de ,m ilho. que a apllCl'lç:1.o de nilr.ato lcv,.1 1empomriamente .io Capílulo 18).
acu•~ulo d e Ck primeiro nas railes. depois na soluçlo xile- Apesat do efeito promotor da.s (1tocimn-u endógcn:1$ e
mát1ca e. finalmente, nas folhas (Takei e, ai., 2001b). Estudos ex6~n.a.s n.a IJor.1.ç;\o du plantas orquid;ice:as .anteriormenle
subsequentes d esse grupo de pesquisador~ com pbn1as de A. mencionadas. os rt"Sultados disponíttis .irê o momento não
tJwlimw (Takei tl oi., 2004) vicr.im m0$tr:.ir que a presença slo aind.1 consl\lenlts o bastanle para¾' inferir ~bre ;r, .itU<l•
do ion NO/ cstimula\'a, signlficativam('ntc, ;:i cxprtss:io do ção eÍC'li\'a dfflt grupo de hormônios na p:wagem dr.tmitica
gene AtlPT, o qual, conforme Já mencionado antcriormen• do estado Y'tgt-tativo p:ir:t o l'Sl.idn Ror:aL Os estudos indk-,1m
te. é responsávd pda codificaç.io da cnrima-cha\'c na síntese SOITl(nte que as citocininas partlcip.am de a.lguma form;a do
desenvolvimento de gemas, est~ já no ~ 1aOO 0onil (por l~•
de citocinina.s: a isopcntcnil trans.ícrasc. Enrre os vàrio.s gc•
10, j5 induzidas), ptO\'avclmente pcl.a re1omad-, 00 d1vtsó<s
ncs c-studados dessa familia, o AtlPTJ foi o que se mostrou
t tlul:arcs dC' ,S,é;'UaS meristC'mas. O(s) iinal(:1.is) rnpon:di,·el(,eu)
mais responsivo ao NO,·, enquanto o AIIPTS cr.a mais eítll•
pela induç.ão ílor:al propriamente: díta perm-,nc<c(m) ainda
\'O em tratamentC>$ pro:longados tan10 com NO; quan10 com
NH, •• 15$0 suge.e que as plantllS dcvari.im a con« n1raÇio de desconhcddo(s).
Ck n;u raíus em resposta ao nitr.1to e ao amónio, S(ndo e$$a Interação com microrganismos
clásst hormonal posteriormente transportada par:i os c:iul\!S.
Q~nto 3 intenção das plantas com ou1ros organismos. e
Assim, a.s Ck podem te-presentar um sinal de longa dkitànd a
b:astante conhecido que ;:i formnçlo dC' galha$ provocadas por
indic:a.ndo a djsponibilidadt de nitrogCnioda ra.i.i par:aocauJe,
l3rvas d~ inse1os. fung0$ t; b:ictirfa.s (p. ~x., .-tgrobacrcrmm)
possi\·elmente pana coordenar o dcsenvoMm<ntO dts$.\S du..u
tn\'0ivta produç-áodc d!ocininas. Enquanto ctrtos m1Cro~-
par1es complementares no \'egct-.il. E.s3a constarn~o estã de
ni~mos e larv.as de inS('IOS produz,:rn ,: excretam citocin1nu,
acordo Gom o amplo efeito que a adub.iç-.io nilrogenada pode
em t\grabacurlum hã a pmago:m de- um gtnc: de produçio
apresentar sobre as planta.s.. sob a forma de inaiorvfgor. esvtr•
de cl1odnina1, OPn p.arn o teddo infcct.ido, mo<hfic::ando-o
deamento foliar e iniciação de novas gem...sc:aullnarcsc ramos
g,er,etk:unenlt. Outr;1 infecç.lo dtlctêri3 3 planta hóSi><d<1r:t
(quebra da dominância apical).
ia formação dcston11ulada de ramos laterais (f;u(1aç~o), n:as
Tempe ra tura ch:am;ad.AS v:assou~~·dt•bnu:a, ptO\'o udas por fung05 pro•
d1.1tores Jt citocininas (Figura 10, 19). Altm d3s fls.:iaçórs.
Hii bo,\J. <:"iJ~u\i ,o Jhvu11h ·d1, J(I çí,:i1Q J ,t tcmp,;nuuro. ~ - os íungos produtore.s de eitoom na.s podem indui:11 a rocm.t•
brc o ttQr d.as cilocininas cndóg<na$. Es1udos rcaliuld0$ ( 0l'n ç.io d.Is conhecidas Milh:lS vtrdes· (Figur:a 10.19) nos toc.;iis
;iJgumas espkies de orquide;i.s 1ropic:1i1, 1tm e\'icknd;ado um infeat1do1,. A inibi(lo da scncscênda e o i:1t.ab.:l«imcn10 d,:
efeito pfQm0l0r de 1em1,<r:atur:as bal.xas na floraçf,0 dtssas drcnos CAractc-ristico1, das Milhas verdes-: a&1m como J. pro-
pl;intas (ven'l.;'lliíaç.i.o). b<m con'I0, p:ara.ldamcntc, nos 1corc1, moçllo da orp11ogo?11<$é n-as galh,.s e fa>e1aÇót'S. slo c.onhtCJ·
endógenos de $U.IS citO<inll'las. Assim, pl,,nt:» híbrid.u de ,;los efeilos d.ls c1tocininas e, ob,•bm~nte, Íl\Ot.:ccm o .i.potte
Dcmlrobium nobilc ap~,s.e111:ir..un um inw:m(nto gl".idu.tl nos
níveis de z.e;.11in;, n;as gemas !:itera.is cncontr.,1das :'I0 longo do
Pk udobulbo, -' r>:ir1ir de fevereiro (v(rlo) ;,até junho (i1wcrno - 250
região Sude$te do Br:lSil), coinddindo o \'1J1imo mrs ,:onl o
Goma.s
início J o desenvolvi111en10 das gemas ílór:1l~. Cocrobór.1.nJo 200
o efeito da diminua~<> da tempcr,uur;,a n.:i elevaçjo J<>S teores ~
Foll,u

de citodnlnas c:ndógen:u ao longo d( \'jrlo1, meses. ~tudos s 150


i
c1\\'olvcndo 1r;i1:imen1o.s termopcriódi('().) m.li1, ,:u1f0$, de 1! h
( 10-C luzt2S•c e~tno). :iplkados m;~s 1ncsmas pbm,1,s .w f
~ 100
longo d e 30 ;Ji,1.), rcsuh:u-., m em um..-i dt\',l1i' io ,1,h.,mcnt\' ;,ig· •<
n 1hcativa de: Citocinm;&i, i>rincipalmentc J,11, formas li\•rci <! l
N 50
ribosidic.-a.s lle t(atíná e isopcnt,:1111.1., ltmn.:i, t,uuo n,b gcnl.t.>
la1crais quanto n..lS (olh:as dessa or.1u1Jc.1, tc;'n.lo. n,::,,~ 0:.1.so. o
ll C-Onccntr.,~ão d.: i,,;.1.111\:'l ak;mç.t.d(> \'.t.lor<".> t'Xpr(>,;n~.1.mcnte e. IS 22 :,o Co ,s l2 JO
superiores :10$ :,eu;-, niwis ini<i;u, (Figl1r:i 10.18). A ,lplk:1 l • mpo oe 111(\j0.lç.\o 1ma:11
ç3o d e benz1ladc11111.1 em planl,h ,k l),:mfn,(,ium . bem , 011t11
l'm outro:-. g~nenl~ de on1uíd1,";Ji. ln.>J)l<l if>. t,;tm f>l' 111wo.1.Jo f i9u,.-10.18 V.l11.ti;~doi teo,h ..odogeflQSOi! zt.lllflaem9 m.u
la:e,,a,1, e (olhas Oi! P',,ni,n oe ~ÚIO°"-im ·s«ono U\~e ·1orcn•O.)(~~
dlc1,mte n.1 llor.,çlo. ~k ~nu) pl-qu,:nas put,;õcs , .mltnJJ,:) ~ll(ubMl.ls a IO'C l~-..:urol t 15-C fda101. d\.lt.)n(f }O tJ,u. \1f l'Nll'tM
Jc plant,l.S hlbn\l.l) tk V. ,wlnfr, ,1111dJ no ~)IJ.d~, _1u,·..-1ul, po· , esca. Co. (Otl!JOIC \.:ti°! lll(Vb.)(. ~ b.tn.!I\ ,nd,(.lm O e,110,.p,l(l(,Í,Od.\\
dcm ~~ r inJuzitJ.\s ,1 ll~•h••ú•r 111 \'t lfl►, ,1uJnJo 11\\'.ub..tdJ., 1,.l n~IJS... Fonte. (.)(l'lp,:i, ~ lú-11),1vy1200.a1.
216 Fisjologia Vegeta l

f"tguno 10.19 Papel das Cilocininu na intcro,çio pfanta-micro,g• nlsmo. A. Formação de "Ilhas vMles· nos bt•i.s onde há lesões pro...0t:.adas por
fungos em folha de tn.sngu,eira l,Mongiftro indi'co). 8. Obs~~se a chamada vas.soura-de•bruxa do u ,ç.a-..eiro(Theob<otno <«ao), a qu;d c;on s!ste
flgu@ira (CEHAIUSP).
o,,
em uma intensa brot~<lo. rela<.ionada c;om a produ,çi o de dtocinin.a\ ptlo fungo C,itwpdfit Pffl!icJ050. 1rnagern cedida pe lo Pro f. An tónio

de nuuicnlts para os organismos qut' se instalam nos tecidos endofitkos, como vírus, ba<1érias e fungos, q ue cauSám sériós
\'egtca.is. Há, todavia, ln1eraçôtl que result.11.m 1\0 estabcle• preJult.0$ ao crescimento e à produção das plant:as infeet::idu.
cimento de simbioses benéficas. confo rme ocorre em rai:zes Nesse çaso. obtêm-se plantas sadias pelo Isolam ento e pitlo
dt' plantas: leguminosas e Rltizobium sp.• bactéria fixador-a de cultivo de ápices cauJinares muito reduz.idos, Já que (1$ me•
nitrogénio. New: caso. quando já no in1erior do p,u tnquima ristcmas ger:almc-ntt' são livres dessits contaminante-s. ~ qua•
radicular, as citodninas produildas pela bactéria lc\'am à. re• se certo que :a ba1a1inha e os mor:angos encontrndos hoje cm
tom:tda das divisões celulares, dando inicio à formaçl o do nó• mercados<' feiras tenham sido produ:tido.s por plantas que.
dulo radicular (ver Capítulo 3). por sua ve-i, foram geradas ,1 partir de m31ri.us c-lonadas em
um labora1ório comcrdal de biotecnologia. Tals laborn1órlos
Cjtocininas e biotecnologia são grandes Importadores de c.itocininas. pod endo -se dizer
que it$$as subs1d1ld:as - cujo$ preç-0.s podem varl:lr, em d ólar
Ao longo dtste capitulo, foi possh•eJ perceber que as cito• americano. dt'sde USS 15,00 o gram:;a ( OAP) até USS 3.00 o
dninas compreendem uma das.se hormonal ln1ens3mente
miligrama (uatina) - faum pane dos custos de 1>roduç3o de
ligada à biotecnologia d e plantas, jã que são pré-requisl10 muitos alimentos consumidos ho;e.
indispcns.ável para :i divis1o celular, poulbllilando a mui• A aplicação de cilodnina.s \' Ili an1eras imaturns cul1h .1• 1

tiplkação de ci lulas com a formaç1o de ted dos e órg:los das in vitro pode alterar .'I via norm;al de d c.•scnvolvi111.:n10
m vim,. Entre os processos biotecnológicos depe1~den1e$
dos seus micró~poros. os qu:ais normaltnenll." d aria m origem
da cuhura in 11itro, pode•se d estacar a clonaçJo de pl:in1a$ aos grd0$ de pólen, induzindo a form::i(ão de p lantas haploi•
(micropropag.tç-ão), a obtenção de p);mta$ haploides, o cul• dcs. Um11 das vam.1gc-ns das planlas h:t.ploidcs f que, .io se
li\•o e a fusão de proiopla.stos (céluJa.s destiluídas de parede restituir o conjun10 complen1en1ar de <romossomos nessci.
celular), a pro-duç.Jo de substâncias comercialmente impor, htdivíduos, por melo de 1ra1amcn10 «im u ma substância
tanics, a partir do cuhh•o d e et!-lulas e órgãos, e a produção denominad11 cokhid na, as plantas re.sultantts ser.lo 100%
de plantas 1ransgênic.as, homoz.igotas. At, st'menies produz.id11s em plantas homozi•
Por meio da micropr<>pag;i,ç!o, um elc\·ado núme-ro de mu• go1as gerarão outra~ plantas idCn1icas à pklnrn -mãe, te1ldo
d.as de espkiei. frulifora.s, ornamenta.is ou horticolas pc>de '4:r as mesmas v-,rniagcns da propag11ção donal co1wcncion,1I ou
produz.Ido;,. vitro a partir de célula$, tecidos r órgios de uma por mkroprop11gaç.ão.
planta doadora {m31ti2). Normalmenie, a planli doado~ é 'Jà nto a fusão de prolopl3Slos qu,1nto a proJuçlo de plan•
urn exemplar portador de ca.rach:risticas \•;lliosas, prtvi.amen• ias trans.gi?-nicas São e.s.1ratC'gias utlliza.da.s p;ar.i a inlr01.luç:lo
1e .scl«ionad.3.S, e )ua mkrnpropagaç1o possibm1a a obtenç:lo de genes de intea"Sse em cs~cics cuhivadas, fisSt.') do11> mé·
de um grande número de rnudas grnetic3mente idt'1uicas e-m 1odos pos.,,;ibililarr1 a passagem de g..-nt"S tntrc- c.•spécie$ ,1ue
um tempo e í:)p.1ço r'-'du.udos. Por melo ainda da micropro~ n:io poderi:m1 ser intercruzadas. Em amb,u;) o.s 1,roces1>0:S-. o
pagação. / perfei1amemc.- viável a diminação dt· paiógenos evento oconc no niwl oclular e, port,1 ntv, hâ a ,wcl.'s;)itl:i.1.lc
Capitu1o 10 ♦ Cílocininas 217

de oblenç:to de uma planla lntdr.t a ~ rtir d,1 r('Ítrida cllul;a. ,_____ E_S)
l
A regeneração de uma nova plan1a a panir de uma cêlul:i en• Senesünci3
\'Olve dMsJ o e difere nciação ín vitro, sendo os doi.s process()S
dependentes do t mprego de citocininas.
O efeito marcante das citocfnina.s no estabcl« imento de c________..
.
drenos e na inibição da sencscênda lam~ m sugen.- impor•
tantes aplicações biotecnol6gk:i.s.. Em ambien1es natur;ai.s. a
senescênc ia dos órg3os veget.al.s tem uma imporLind:t eco•
lógica d ara ao se considerar que, por exemplo. qu:tn10 mais
tempo vlw: r uma folha, maior Sfrâ sua exposição a fatores que
lim itarão sua fotou[ntese, como a, intempéries, QS p;:i16gcnos
e as praga.~. J:l no ambiente agrlc<>l,1, oo qual ~sns limitações
1cndem a ser minimizada.s com o u.so do culti\-O prott"gido (es•
tufas .'lgrícolas) e a aplk aç-ão de inserlddas e fungid <Us, pode
S(r compensatório Inibir a s.enescénda e estender o pctíodo
produtivo d e órgãos fotossintédcos. u~ das maneirn.s de
conseguir isso poderias.era produção de plantas transgénk as
com superprodução de d tod nin.11s. Contudo, como o excesso
de dtoclninas pode afetar negalh,aJTl(ntc outros processos do
desenvolvim e-nto, serl.a neoesririo que o sistema fosse au1or•
regulado de lal modo n nâo pcrmjtir o acúmulo excessivo de
d 1ocln inas e a inibir somen1e a sene-,SCência. TaJ especificidade
fol obtida cm um sis1ema n<> qual o g,cne IPTfoi liga.do ao pro--
mo1or SAG (se,iesceHte-,i.,wc.1·n1ed !,ç-11r.s). o qual, conforme in•
dicado pe-lo próprio nome. é indutido pela scncscênda (Can e
Am:asU10, 1995). Dessa form;:i, no r(Ít"rido sistenu, o inicio da
senescênda induz o promotor SAG. o qual ativa o gene IP'f,
dese1tcade-ando a produçio dt citocinina.s e, pór conseguinte-.
a Inibição da senesc.éncia e a produção em e-xce-sso da.s pró•
prlas citodninas (Figur.- 10,20). A$ plantis transg(ni~s ex•
Figura 10.lO A. Sii1ema JoU10trt91,1l.cto. p;:i,a !n,btç~o de .s,el"lfS(.b'\-
prm ando esse sistema apr('SCntam folhas que permanecem cia e-m k>ltl.u de t,>J»c;o, ,,p,esentado pela lioac~ dO oromocor 5A.G
fu nc.iomus na realíUÇãO d.a IOtossintC3< por um peri()(I() pro• ~etccn« ouociorfO' 9end ao gene U'T, respon.sti~I pe-la \int~ da
lo ngado, aumen1:011,d(\ :1.s:sim, ;a produçãO de matéri:i seca da cnzim:i iWpentenil cr.,nsfera.se. Nesse sistema. o imc10 d.t ~ n -
planta c.omo um todo. d 11 desenudc-i:i ,a prodt,Çiio de otoc,nina.\, a.s qu.Jc1\ WO 1n1b,ctons de
M!ne\oCêoc~ ~. POI" isso. previnem sw própri., proclll(<lo em ~esse
e de am plo conhedme1110 que<> aumertta da prodi,çiio d-e (leedb«t n,:gatwo), As setas ind1u.m .atrv.1(.io; u b;ura.s.. ~ o .
matéria seca (MS) ern $i não significa aumento d-e produli• Ad.ipt,1d.a de G,>,n e Amasino ll99S). I. fMOt.lPO d;a pl,lt\t.l dot ta~o
vid:ide. a menos que esk' aumento se,a na p.trte colhida d.a g m f'!icMnMCit modilicaóa (lado eiquc-rdol e da planta no,mal 11.MSC>
direito). R(:pro d ~,com aut0tb:~.!io. de~ e Amasino (lffll.
plant.'l, o que afern posi1iv;unen1e () ch:unado indict' de colct.a
( relação entre :a MS d:1 parte c<>lhida e a MS toul). Oe modo
.semelhante ao ststema discutido :aqui, 11 ligaçio do g<n..: IPTn
pro motores q ue s.: txpr<SS:im na$ pan es colhidas Ja.s pl:ama.s
Conclusões e perspectivas
cuhivad3$ 1>(1deria dcllilocar a produção de d todnin.\S e,~- N«tl.' c.1p1tulo, pto.:urou•SI.' desuc:ir, logo de inicio. .:orno
se,)uentemente, o cslabt:ledm..:1110 de dreno.s par.l<.SS:.S paítes. um.- única pcrgun u sobrt' qual s-er~ o -fator" rcsporu..wd pd.a
Um exemplo disso foi a produç,ão de plant3S tr.insgi1\lcas de di1•isâo cdu!J.t .ic:ibou culmirundo l'l.1 promoção de roJo um
toma1eiro expressando o gt'm: /PT lig3do a um pto1no1or que' corpo de conhcdmemus\ que p..-rnute, ho1e, n.io i,,• enienJer
só se exprl.'ssa ..-111 1ed do de oritlo (M'lrtincau el 11l, 1995). mdh()r í> J csl.'n\·olvimen10 1('gi.·uJ. C()m l) l.ambcm 1.iur nu•
Nt'ssa.ç plantas, o 3c\lmulo de' citodnlnas nos O\':ÍOOi :iumt'n• nipulaç,\éi, biot«nolôgic.LS que tim revl)fu,.ionado .a .tgn.:ul•
lou a força do dreno. fozcnJ o coo, que os fru t()S form.-dos tura. Cetu m,:,ntt', o rcsponsavd por tod1> <:Sl>I.' pro.:csso foi o
acumulass..-m lll'lis fotoossimibdos, o qu..- S< lr.aJuriu em um bciltume d<ot,-,t.a Or. Folke Sko\los (1~9 :!000, o Ji:s.:obn•
au mento do ch:un ':'ldo Brix, inclk< que indiC,l o trorJc sôliJo~ Jor J.as dto.:inut.1.$.. .:ujo in1.h~.. utiwl m~·r1h1 il'.H ll.'r ..-labor.ido
solúveis. princl1lahnente açUc:ir~-:s. No rcfrriJo <'.l(pl'Cin1<nh1. uma grJnJt' p~·rgun1.a e dl'Sco,ol\'!Jo um b.)m nwJdo <.'(P<'
não houve um a11meolü no 1am.auh0 Jo fru10.j.iQUl' as rl,uuas nmental p.ir.i rl".spunJ<:, 1.a. luo IXl:,h.X ..- J1llp<t1,l,,\, d ro:sah.-r J
transgi'nicas 1e11d~ram .a produi1r um nt,üor ntim..-ro ,1..- frutos un1N>rl';\n(lJ J.i, p,:~u1~.1 b.i:sa.:.l l¼r:1 pcrm111r um ,.i.ho qu;ah
por plam:l, em r.l~t) d..- um m;:ifor"'pfg:am,~nw# J.: '"'ltto.s fc. t.i.tlvü e ú,11.:-<1tu.1l no Jcll<'ll\',.ll\ UU<'nto Jc nd, .li. te, nolog1.1,.
cu ndaJos. Contutlo, um dos p.-~melro> ,1ue 111.ais se bus.:.un ComuJu, l<!'m )iJ,.-, lr~-qucnte .a .. 111htJ.t,1\ji> J..- qu,· J,.in
na produção d e IOlll/llC ..-outro,) Íful OHl ju SIJ.IUéllh' ,, JUllk'll lO \OS h.•;;nolog,1.:.1> Llmb<m pvJcm p1<1111..ncr nOH\ !tt .. onh,·.. ,
do llrix. llh'(llOS b.a:s1,:oi,. o. . ,)(' 11\o..lo, ..omorme 11)10 OC)k ,.ap11111,,.
2 t8 Aslologla Vegetal

a ob1enç.ão de pJanta.s transgênk:a.s <' a d bponibilld:ide das Lctha,n US. P.Jlnl MS. l he blosynthcsis • nd mctabollsm nl <)1okj.
scqul!ncias de gen om•s inteiros t~m po1e,,cfali1.ado ~$ 1,es- nins. Am\u RC'\' Pla.nl Ph)'Siol. l 983;l•l:163-97,
li Y, Shl X. Slr.ibala TJ. Hagtn G, Gonfoylt Tf. Transgenlc lobac<o
quisas sobre o m ct:ibolbmo e o modo de aç:iio das d 1od-
pt,m, 1hat C)'l-t:tproducc t)'1oklnlru ,hO\'I. in~r~scd toltr.\ll(f
nin:1$. Nesse sentido, uma abordagem promissora deverá to exo&rnous 11wcin and auxln transpc)lt mh,b1tors, Pl:an1 Se,.
consistir na obtençdo de novos m u1an1es e planlM transgéni- 1994:100:9-14,
cas correspondentes aos m ilhares de gc-nes de funções ainda Martin RC. Mok MC, Mo,k DWS. A grnccncodil\S cy,okinin cneymc:
desconhecidas no genoma de algumas plantas-modelo. Tal ~in o,xyl01yl1ran1fcu sc oí Ph23t01us \'\1lg:11is. Plant Ph)'$iol.
abordag:<"m genética, aliada ~ estudos bioquimico$ envolvtn. l999a;l20:SS3•7.
113.ttin RC. Mok MC, Mok DWS. Jsolation oi a cy,o kinin gc,w,
do principalmente a determlnaç.io do conteúdo endógtno e ZOGl. cncoding ~tin 0 -glucos)'ltti.nsfcrasc íroin Phu('()Jus
da dinámica (biouíntes.c, transporte e lnath•açio) hormonal, lunalus. Proc Natl Acad Sei USA, l999b.-%:234•9,
deverá aumentar considera\'elmente os conhecimentos sobre Marlineau 8, S1unmrrftlt KR, Adams Df:, Octtrna J\\', Prod1.1t,
at cltocininas e o próprio controle d o desenvoMmento vege- lion of hlgh solid'S tomatoa 1h1ough n,oltwl.u modificatlo n of
tal nos próximos a.nos. lc,"ds of tllc plant 5mY11h rtgul:uC>I' cytoklnln. Bi<>technology.
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old probkm.saind JlC'W toolS;. Trt nds Pl:int Sei.. 1997:2:351•6. 1999. 86'1 p.

·-
Giberelinas
Miguel Pedro Guerra • Maria Aurineide Rodrigues

Introdução Histórico e ocorrência


As gibtrtlinas «instituem uma da.55(' de hormõnios <a~t de: As.sim <omo,n t1U)[lnu e-as ciloc.inin.as. ~ g:1berdin~ rcprC'S<'n•
modular ó desenvolvimento dur.inte todo o cido de ,,11,fa da 111m uma das princ1psis das.stS dC" hormCinios vegeta.is; no en•
planta. Apesar da sua importância indiscutivd no desenvol• tanto. :a sua descoben:i não :;.e deu em planta.,. mas. em fungos.
vimcnto das planta.s vasculares. t'SS< grupo de .substâncias foi As pesquisas com giberdinas tiveram inioo na dicad~ dC"
descoberto de maneira curiosa. a p;iirtir de pc,q ui.53$ com O 1920, quando agricuhotl'S j.apc>n~ rdat:u·im II existência de
fungo Gibbtrdla fujilwroi (renomeado Fu.s"rium fujíkitrol), uma doem~ qut CK.Uiona'V.1 O crescimento aru>tmal e:m plan•
demonstran do que da.s não $Urgem exdusi,·amen1e em pl11.n- 111s d(' :arrot (Oryta satfra), .lc:lrteta.ndo pn~JUÍtOS à prodoçlo
1as. A denomin.&çjo g('ntraJizada ~gibtrtli~': na te11lldt1de, se de semente$. Os sintomas des..~ dMnça. ch.un.1d:a de baka,uu
refere a um grupo num(roSO de mai.s de 120 subscà.ncias já ("doença da plan1.a-boba"': cm japonês). c.amct<OZl'l'im•~ ptlo
ldenllfiC:i'ld:.,s em plant;i.s, fun~s e/ou bac,Mas, que têm em dC"$cnvolvimemode plant:a.s ôtlong:td.i.~. com folh.u esgv1õlJ c«>-
comum a estru1ur;i qufmiea biticll. Enire essa diversidade dC' 1<:>raç.'io amarela•pâUda (por c:iu.\;). da inibição d.a produção Je
formas distintas de glberelin:u., someme um p1..-queno nUmero clorofifa) e raizes auo6adas. N~ êpoc:i. füopatologui;is ~po•
d elas é bioativo. neses detec1aram qu( e$$(' (Tt;S(imemo anormal e:ra pro\-oca.dO
A bioatividade das gibcretinas depende de su;i cstrulU.r.a por um fungo inf«lanle Fusarium fi,jikuro;, o qual C'.'(C'M-1\.I
qulmicn e é definld.t1 com b.\se em sua biossíntese, met.1boli!- um composto que causav.l a doC'n"' bakariat". Dur,me a Jiclda
mo e controle de inath-ação. Resultados de pcsquis:1 ob1idas de 1930-, os pcsquisadot("S japon,:i,c, 4,olar.un :l .S.ubstã.nda pro•
com a induç.ão e seleção de plantas mutantes para á biossimese duzi-da pdo fungo, denominando,a ..gibtrel1na-: Em ~•.la.
( ;a mmsduçJo de sinais de gtbcrcltnas n:suh;mun cm l.ontri· ~iuJJ. uu J<1p.W, f(ll'J.m vb~W..:» Cn1>tJ.b 1inp,,u(II) J,; (,u lffi':I Jo1.1
buiç(n:-s cxprnsi\•as para um:i mdhoc cornprttl\s5o sobrt ,1 componentes com ;itua,ç:lo no crdeimcn10 \'ég_,:tal a par11t de F.
import.incia, o metabolismo e os mtc.anis1nos de ação dessa fiqik11rt)I', 0$ qu.ti$ íor,un denominados g,b<ri:l1na A e g1b<rtluu
classe de hormõnios no crescimento t ,,o desem-olvirnento 8. Noe,u:uuo. em \'Írtud~ d-::a unpur,eu das .11110strn• .:SkS p.:.~-
das pl:uuas, l)UiS11dores nlo th-er:tm sue,esso n:a dtf.erm1n.'lç.\O d.1 c,.trurur:'I
O primeiro <Í<ito dete~tado d-as glberelinas n:as pl;a.ntas foi quimka da forma aliv-.a da giberel.in~
o estímulo dó ;1long;u11c11to caullnar. l<lnto que manipuls• Somente." na dêc.:ida de l 950. :1pói, o ti:rmin<> d;a S"&unda
çõcs genétiCá.S lcv;mdo ;a mudanç.\S significativ-.LS nas ro1:is de Gucrr.a Mundial. a enrurur:i quun11.."a J;a gLbcn:lin-' nA fol'ml
biossimeSé ç/ou JS.inaliza,âo de gibcrdin:as pcopordonara.m a .,ti,•a f<>1 ducidad.l, de mand~ ,on..-01n11:.i.nte, p(lt Jo1~ gl'upch
introduçâo d;a c-,,u;ach.:ristica semfanâ c-m gdos com ek'\•ada de pC3qui:sa: um na lngl..uerra (lmp.:nJI Chem1\.--:al lndU-<ilr1<!., -
produ1h-l,l:1de (luranl,: ;a re,•oluçiio verde. Posterlormcnt(', J.S ICI),: OUlrO nos EUA (Dep.1t1:t.1ne1UollC' Agncul!ur.1 • CSDA).
gibcr1?1iná$ si: rtvd;uam 1mportanl(1 cm Jh-erso.s procc:sw$ Amos1t:1s ((w.1.m lrocaJas t'ntr,: ~i~ ,lo" grupo.> e .L~ Ju.li
cssendaii, llgados a.o ,1es.em•ol\'inw-nto. como g..:nnin,1,ç:ló. )Ubsi:\nd..1s r'or.un identiri~ada.s como um.- g.ibcreluu .1!1\':l rnm
difcrenc1açiio fóli;ar, conttole do nw·ristcina 11pical ç;iulin~i. propricdaJei qmnu~s e tisi-1.-as idtn11..":l.~. i<nJo .1..,,:110 pur .1m•
t ransiç:lo d.i fase Ju,·enn i>ar.t madur:a. ,!eurminação ,\c'll:u-al. bos os grupos o n0tt1< -.acido giber.eh,o.. rJ.r.1Ji:i-1gn:t.•b. Ne:,,•
inki::aç:lo i: d.:i.c-nvvlv1men10 floral. inid:.çiio e de~.wol\'i• sa Rl("SJll.\ ipoca, 1l.1 Umn:n,iJa.Je Je T,i-1ut0, for:ini ,wlaJ.1s..
mcnt(> de frulos, entre ou1ros.. O n\oOd() pelo qual as g,ber..-li• ~ p.1rtir Ja giberdina A. trê-:s nO\.as g1b,:r~hn..h: :\ , .\ .- :\ . J.
nas i nlh1.:ncia111 cad:1 um desSl'S .:wntos str.i abonb.Jo lll'Stc- l1him.- tl:-nJo l>C' mos1r:\Jl"'1 ,equt\'~lcme .to .1.:1Ju g.1bc"rd1úl.
capitl1lo. As 1)rimc-ir;a) e,iJên.:1.1i, n.1 htcr:itura de' -iu,e .h g1b.:rdtn,b
Di-:int.: da inllu(n<:i,1 notável J i:s~ hormôfüo sobre oi; eram subíi1:ln..i.1s d,: o~orr.}n,.1:i na.1uu.l .-m pt.uu.1.1, ' ';b.:uL.uo
.:vemos Je d\')CO\Ol\'uU('llto (' (l't'.)<.Ír\lClllU ,l.1.> rlal\l,\l>, nlo só lp.lrc.:..•r.tm ,:m mea.Jo~ J.1 J.:,.-.1.J.1 J,· t~5l}; .1-0 kmgu Jo)
surprl·t'1u.le o fato Jc ,1,i, gibcrdmAi. l\'p !1:l>t'llf3-h'n1 um foco .k- .lnos 1960,-tu.rndo o numero Jo:g1bcrdinJ.S l)l►l.1,l.1.~ ,!e iung,h
grandc: inlNl"SSC 11:1 p,:S'lmsa fo111bm,•nt.1 I. com rc-tl,•xos po• <lou \<'!tt'tJ.i.s sup,:r1c,rt') .1.unw,u,)11 r-'p1J;uncm.:, wnli,;ou ,-e
k nci:li.i. n:.1da dc-.:.p1...-i;iwis 11,1 .u;.>l ,;onwrd,\I < .1gron,1nuca.. O •luilo numerow era .-,i,e grupt> ..te ,uth1ãnd.b. ix)i.J form.l.
Alguma> d.i) aph,a,;õ..-.s ,l,1s ~,h,· rdm,1,, 1w1i.,· .:.tmpu S<rlo ~·~u b..·1.-.:.:u ,e um ,11:urJQ Jc ,1uc M,1.ii- .u g1b<-rdi11,b J..:,,:
também :1prc-sc-111.1d.1s .10 fm,11 do ,;;ip1tulo. n.1m i-cr 1.l<')1gn.1,l,b pur numcrn:.. 'lu~ ~~um,1m a urJ.:111 ,t..-
222 fisiologia Vegetal

dn:cobc-"a c identlfic:ição.. d<' man<'ira ind<"pC"ndent<' da ori• oca.sklnalmentc, aprewnt:ar consider.ivtl aci1mulo cm alguns Óf.
S(ffl (p. ex.•st"gUindo a dassificaç!0; AG 1, AG1, AG,. ..., AG ). gAos rcproduti\'os, (()JOO :mtcras e sementes cm desenvolvimtn.
Ao longo dos Uhln,os 20 anos, com a utllizaç.ão de técnkas to. A localiuição das molkulas de RNAm dos genes de bioss.in.
:malftkas cada ,~z m.1.is aprlmor:ldas. um número iubstandal !e.sede AG indka um padrão comple,co que varia de acordo com
dt" gibcrd inas vem sendo identi6cado. Hoje. já são conb« idas o cs1égio de dtsenvoMmento cm muitas es:pédcs.
mli.s de 120 formas dif<'rtn1es. Ma.s. apesar do grande número. A sua distribuição nu raius não é uniforme, sendo os te.
poucas gibcrclinas s5o tjd3$ como :Uivas, dC$1acando-sc o k i• cidos jovens os m11Js eíc1ivos na sua biosshuese. Assim, por
do glberélico (AGJ como o principia) componente bio11ti\'O na. exemplo. e1n d;pkC$ radicul-arcs e raízes lalerais de ervilha (P,.
maioria das pfant3S. Grande parte das forma.s ji iden11Ji.:ada.s sum slllfv11m), os teores de AG são relativamente mais ele\'a.
(cerca de 8096) se d' exdu.sh 'alllen1e em pfan1:as vasculart$, oer- dos que nas partc.s mais maduras.. Connatou-se tamb~m que a
ca d<' 10% são cnoontrad-u somen1e cm fungou outras J096 em c.xpresslo dos genes promotores da biossíntese de giberelinai
ambos os org_2nlsmos. Algumas poucas formas foram i:ambém se clã em maior grau nos âpkcs radicularcs e caulinares cm
identificadas cm bactérias. relação aos demais tecidos de- plântulas..
A maioria das plantas 3prcsenta lO ou mais gibcrtlinas di• As sementes cm dcs-envolvimcnto são fontes ricas de cn-
fcrcntC'S, cujas variações ocorrem frequentemente nos tipos t imas bio.ssintéticas de AG, de transcritos corrcspondemcs a
prc:domina.ntcs dessas $\.lbstâncfas tnlrt' as esP':cics \'tgetal'- C$$aS eniimas e de gibcrdinas propriamente ditas. Foram cs•
f.m tecidos infectados pelo fungo, material no qual foram ini• sas caraetetf$ticais, presentes nas sementes imaturas de feijão
cWmmte idcnti6c:idas. a sua produção f multo mais elevada (Ph.aseoJus vulgarls), que possíbilitaram a utilitação dess(' ma-
quando companda aos troces médios cncontrad0$ nos tecidos terial para o isolamento da primeira gl~tellna em plantas V8$ •
\'egetais. No entanto. c-:m fungos, :i.s gjbcrdinu do produtos do cularC'$. Posteriormente. as sementes d e abóbora, (Cuwrbira
mecabollsmo s«undário, e sua função no mecaboUsmo dcSS(:s ma.rima) cm dC;S(-nvol••imento foram introduzidas como im•
organismos, se existen te. ainda n.lio é conhecida. ponante moddo de estudos para desvendar muitos dos pas-
Nestc- capítulo, adotou-se a sigla AG como designati~ de sos hoje conhecidos da biossíntese de gibereHnas cm plamas
gibcrdinas, cm referência ao dcido giberelico em língua por- vasculares, jã que e5"s se1ncn1es também oferecem uma fome
tuguesa. com-cnicnte de purificação de enzimas biossinté-licas, assim
como de clonagem de seus respectivos ge1ies.
Biossíntese Alguns s.inais ambientais, como a lu1. e a tempenitur.i, pó•
dem alleru QS sitios de sua biosslntc-se em sementes, a qual.
O entendimento acerca da regulação da homeosuse das gi· cm geral, ocorte em duas fases principais. A primeira se d.i
berclinas (AG) no crcsd.men10 e no desenvolvimento vtgct·al imediatamente apó$ 3 ;in1ese e parece estar relacionada com o
vem sendo aprofundado nos ú.Jtimos anos graças aos resulta• CJ"('.scimento do fruto. A segunda ocorre quando as sementes
dos obtidos com pesquisas tanto das vias de biossintC'St quan• em m;itunção estão aumemando de 1amanho e-: resulta c-:m um
to da sin.a.htaçao dessa classe hormonal. Um conhC'(ime:nto grande acúmulo de gibcrdinas no se1.1 interior. 'No e ntanto. as
ruo;h'C) sobre a ,;a bios.sintética de gibtrelinu foi inicialmen• concen1raçóes de AG não pcrmanC<"em elevadas a té o fim do
te obtido com estudos utilizando-se o fungo F. fujikuroi. desenvolvlmcn10 das sementes, e os teores e ndógenos de gibe·
A \'Ía biossintetica de AC nas plantas, por sua vei, vem scn• rclinas tendem :a decUnar no final da sua maturaç.io.
do elucidada pela combinação de abordagenS bioquímicas e A maior pirte d0$ es1udos de biossintcse de giberelim,s cm•
genltkas. Os genes que codi6cam algumas entimas..chave da prtg.a como est:ratêgla experimental os chamados sis1emas de
biossint~ de gibertHnu Jâ foram identificados em várias es• célu.Jas livres (ul/-fne sy,.rtm) obtjdos de panes d;1s sementes.
péc:ies, auxiliando, dessa forma, na ampliação do oonhedmen• c0mo do endospcrm2 e de coUJédones. Esse llpo de sistema é
10 sobre <is fatores que regufam o metabolismo dessa clasiC muito utilizado como uma ferramenta i,1 vltro pa.ra estudos de
hormonal Essc-:s avanços tê-m coniribuido. por exemplo. para reaçõe.s biológicas no in1erlor das ctlulas. com menor interfe•
o c.onh«imcnto de que a sua bioss(n1ese Cregulada por fa tores rlnda dos oomponcntes celulares vizinhos. O emprego dos sis•
ambientais, como fotoperiodo e temperatura, os quajs podem temas dccélul.ls livres., portanto, reduz os problemas associados
ahe.rar os teores de gfber-,eJinas ativu por afetarem passos es- 110 aceno ao sub~t.rato no tecido e. além disso. perm ite avanç-:,..r
pecíficos da .sua rota biosslntética.. nos es1udos: das proprie-d:ades bioquimlcis das cnzjmas associa•
A dcspcho dt as ,,ias de biossíntese de AG serem ooiulde• das. E~ trabalho árduo em-olvido na elucidação d os intcrme·
ravelmcnte complexas, strio abordadas a seguir aJgumas d.as diãrios biossi.Jnéticos e em geral realizado com n utillr.nção Je
características mais relt'vantes desse e,·en10 em plantas, in• jsôtopos nurcados, os quais são a1>1icados a org:tinlsmos in1ac•
cluindo os prindpai.i locais dr produção, a.s vias biossiméd· tos ou aos ex1ratos de células livres, e, finalmente, o.s prod u10s
c:1..s com seus comp,onen1cs e-: prc-c~•r'sores, btrn como algumas d.u reações s:\o identificados peta técnica denominada a o rna•
subs1ind:t.s c:apaus de i.nlbir a sua blossfot<se. togralia gasosa Ug_uda a es1,ectrometri:l de massa (CG-/1.JS).

Sítios de biossintese Estrutura química e precursores


Nas plantas vasculart'S, os prindpais sflios de biossínt<'$tdcgibc• Diíerememcnte dos outros hormónios \·ege1ais, as gibl'rdinas
relina.s são Sc:mt'"ntc.s frutos em dei.e-1w0Mmento e t~cldos vrgc• são definkta.s mais por sua estrutura qulmica que por sua 011,·1•
1.iti\'os em rápido cr~imc-nto. Em gc-ral, os tecidos ,-egeca1i,·os d3de bloJógka, sendo a car:iclcrlfüca comum enire a.s ,.lif,m:n·
têm tC'Qres endógenos reduzidOi de AG, ao p:isso qut podem, tes formas d.: AG o foto de todas deri\'lll't rn do :;ioel .:111. ~;,ur.:-110
Capitulo 11 • Gibtrellnas 223

(Flgur3 l l. l ). Os eleme.nlos pertenctntcs a esse gt1.1po de hor• <omum dos di1etprnol<lt1 (p. ex., gibtrrhna.s C' c:.ulria fitol lb
mônios são classificados como diterpr ooid4!s 1ccra< iclicos. con,. d o,ofila) e dos 1euatrrpenos, como é o c.:1.so do, carotenoidts
tituídos por qualro unidadC$ de isoprrnoi<le.s. com O arranjo (ver Caphulo 12).
estrutural ent-giberelano (Figura 11.1). As giberd inas podem
ser di\lididas em dols grupo.s cm rrl.lção !I sua estrutura quími• Etapas da via blossintétic.a
ca: AG·C:,, (giberelLl,as que contml 20 i1omos de <arbono) e N:a maioria d:is tspki<"S vege1ai.s. a via blomntécie, de SJ'bel'f'li•
AG•C.. (gil>e-rtlinas que perderam o C:.o ou $tja, o carbono na nas i dividida em 1rb partes. separada\ com base n.a comp)lri•
posição 20, e apresentam um anel gam:Í-lactona; Figura 11.1), men1ação 5ubceJuJar dos componen1cs tnvolV1dos, como sub5•
Os primeiros passos da sua bioulntese ts.1lo .issodados i 1ratos e en1.lm:t.S. Em Arabídopsis e arroz. as c-nzima_,; catalisado..
formação da unidade bioiôgica isopreno, o isopentenildi(os&to ru ~s primeiras etapas rua biossín1tst de AG slo cod.Uicadas
(IPP), adicionado ao dimctilalil difosía10 (DMAPP) sucessi\':l• p0r apenu um ou dois gtnes. sendo qut' os rnuunte:s defre1h·o,
menu: para formar os intcrmediirios ger.inil difosfa10 (C1J. o nessas enzima.s lipicamt"nle aprt:$enlam nani, mo gra\'e,
farnes-il difosfato (C1J e o grranilgeranil difosfoto (C1J pda \'ia Na primttla etapa, prefert'n<iJlmente nos pl~1ídios. b~ o
dos terpcnoides no interior dos pla.stidios (Figura 11.2). t'm1>lvimet1to d.i cic.li~çio de GGOP a e,it-co~lil difos6iro.
Al~ pouoo tempo atrás,. acredi!ava•s-t que o áddo meval6'- cOn\-trtido em e-nr,e:aurt"no, e cujas ~ôes são ç;il;,ll1~d:i~ ptl~
nlco era o íinico precursor imediato do IPP na bios:síniese de e.ntlmas solúvtis sin1asc do e-nr-copalll difoshto (CPS) t sint.lS.e
todos os 1erpeMldes. Conn1do, demonsttOU·$t rttentemrntt do imHaureno (Figur.1 l l.3). Estudos rc,,-clanm que tss.uduas
a exjs1ência de duas rotas de blo.ssintese de terpenoides: uma t'nzimas igem nos proplastídios dos mms:ie-mas apicais cauh•
dependente e outra independente do âcido mrvalõnico. A pri• nareS, m,as não nos doropl;i.stos maduros d:u folhas.
meira oc-0rrc no citosol e a segunda nos cloroplitUO$ (Figura A identi6c.-~o e as aniHses dos mutantts gtJl•J c-m Amb,.
11.2). A rota bio-ss-inléti~ de terpenoidts que l't$,uha na sinte• dopUs thaliamJ (com defidf:nci.a no gene CAI. codi.fic.inte para
se do precursor IPP nas planias ~rece ocorrer, preferencial• CPS) eh em cf\ilha (com dcliciênda na atividade de CPS) rn·"'°"
mente, pda vin independentt do ácido meva)õni~ a qual se laram que a enuma CPS seria um import;mtc ponio de controlt'
d3 a partir da rtaç:ão entre gliceraldc:íd0•J •ÍOSÍ3t0 e plruvato. no flu.xo de metabólitos na \'UI biossintetJc.'I de g1bertlina.s. Um
No entanto, em aJguns casos.como noendosperma de semrn• e:<empfo disso ê o fato de a expr~o de lS p:m1cipar do con•
tes de abóbora. o IPP pode ser formado também no cit()S()I :i tro!e do tamanho caulinar de plan1a.s de erviUw. por mno da
parllr do ácido mcv.1lõnico. deri~do de ac:eol•CoA. rcgula,ç:/io dos teores cndógcn0$ de giberclin;u biooth"J.S.
Após a (orm açllo da mol écul a gennilgrranil difosfato O segundo cstigio da via bio.s.s.intética ocorrt' no rttkulo
(GCDP). a rota meta.bólic:i pode serdire<ionada paro biossín- endoplasm:ilico. onde o a11-cau.reno t oxidJdo ao precur•
tese das giberellnas. sendo o GGDP utilizado como pr« ursor sor AG1 i•aldeído. Esse processo conra com il pamcipaçio

-
[
'
-"
r- ,··
; ~ CH>

✓ ·-~ " -\
ent-ca...-eno wit.glbefelano
12 12
" 11

2
u/ \" 17
CH,
16
3

CO,H cs, CO,H


7 7
18
Gibe<eloWl;t C~(AO-C))> Gb.-111\il e,. (AC-C,,1
f'igura, 11, 1 A"an,OemvliJf•ldoMr•c.lllrtno.doenr 9!beiel11no.dt1JmJ91tM-,ellna dollpoAG C 19,~1c-t1nasq1.1tconr..-1n 20Jiomos dec.t.1t»-
?O(C,. 11fd1caoo tm J.lu•J~comum •ntt 9am.) 1,,c:ol'IJ
no)~ de uma glbe.-ellna do 1+po AG-C,.(91l)(o1ellNS ql,11;! perde,am o uibonc;, n,1 posiç.io
lap11r~ntado eiTI venneltlo)I
224 Fisio,ogia Vegetal

Acido mevalõniOO AclMil-CoA


=-- -~
Via dopendeme do
Acido tnC'Yalõnico

V'-1 k'ldependerte do
o
écido mevalõnico ,)l.._COOH
PiruvalO

o o
 /'.. li
.- I ~o- P- o
OH
o1
O~cera1deldo 3.josíalO

,,__,0cH,
OPP ~
µy _., Giberellnas

m..çaurtf'lo

"'"-'"-..,,'"'"-'"'-"'" ~,,,.,,,,.,_,,,--, _,.,, ~ Btasslnosleroides


" E;qv.>leno
2

,,_,,_,,,.._,,,-~~-"----·"-
F"oeno
Ftg...,a 11 .2 Via biossin1étic.a dos 1e,penoldes. mosuando a origem de IPP l!sopMtMldifoW,no) d.l IM <:k>penden1e e indcrpcndenu: do Mldo
mtvalónlco {sela mais grou., indica via pt"e(e.-eneial>,bemcOf'r'lo aortgem em comumdosprecu,souts das vias biossintêtkasdeglberellnas, ãe:ldo
absc.isic::o e br,nsinostt'foide. OMAPP: dlmetilalU d!Íõifato.

das enzimas mono-ox.igrnau-s P-450, denominadas, na o r• do tipo di<>x.igena.ses, dcpcndent('s de 2-oxoglu1ar.,10.1ambim


dem de atuação na via biossintétic:i~ oxidas.e do mt-caure• conhedda.ss.impltsmentr por'Oxidascs do AG (ou oxid3sc-,) dr
no. 7•be1.a-hidrox.iJase do ácido enH:~urenoico e sintas.: do giberdin:1$). Nessa í::ise, ocotre a com1e, s~o de: AG,:•afdddo
AC1: •aldcido (Figura I l.3). ern difercn1es tipos de gibcrelinas (Figura 11.3), p(H.kndo o
O mulante gaJ dc- J\rabidopm apresenla detid(n<ia na :ui.,.I• mrtabolismo subsequente v-,uiar c:m tcrm(>S de- posições e.' SI.'·
dade da ('nzima oxida~ do cnr,cau,eno, codificada pelo gene quê-nc'ias de t'\'tntos oxjdativ0$ enlrc diíerenlt."S c:spé-cks \'ege•
GAJ, re~uJta.ndo em fe nótipos an~s. Em pl;uHas de ervilh:a. 1als e até me.sino <nlre órgãos de urna m esm:1planta,
os mutantes homo1.igo10s d<nomlnados ,ia11a (em que Na Co De,;so forma, a conversão do AG •3ldddo aos \•Srios tiJ)">
:aJdo selv1,gem ) aprese num o ítnô1ipo super':inãocm ra~ão do de gibeno:lm;is pod.: seguir por du~•!,fas difowiles. A primei•
bloqueio lotai da sinh.~ dr giberelina~ nO$ passos c.1tal1~dos ra deb.s erl\'olvt hidroxilaçio inicial do C d:i molé..:ula J,
pc-la ox:ldase do mr-caureno, AG 11-aldeido (conhecida como "vi.ida hi:t'roxil.iç:io 13 1ni•
A 1ercdn1 e ühima et.ipa do \'ia de biossíntrse de g.lbet.:li• cl:11'"), a qu::il Origin::i, por ucn1plo, AC e AG . Na ~esunJa
na.s st Já no ci1osol ré catalisada por c-oi!.imas m uhl(undo nais \'ia , O AG 1,•a.ldcido é inidalmcnte con~~rlhlO ~m AG 1 : i,enl
C..tpítulo 11 ~ Glbe,elln,n 225

Etapa 2

Mt-caureno

~ º-"
C01H 00/1
AG,,
Citop1u ma
Etapa 3
Viada
Via da nao
hclroinl.i"'° ~ hi(l'fox11~ 13
"""°" ~- R

00~ : :.:
~ AGuiR = H)

~
~ - 2 0 - oidéase
.. ~
~
:i• º"~ - ·- -
~ 20>(1xKIIW!
dKfl·
3-oxid:l,ff 3~
Côl H Cô:H doAG CôlH 00-fi <IOAG CO:H do AG HO COtH
A G,, - OLiR= H) AG:-. (R=H) AG,(R = H) AG, (l:t • H)
AG•• -OL (R = OH) AG .• (R= OH) A.Ga(R= 0!-1) AG,(R =OH)
2,oAICl;ue
2~.ue

• "''º
1 tl0 AG
1
HO R
. "º~ ~ -
C0:"4
~ ,{R = H)
~~~
AG>- tR ~ Hl
A.G.-,tR- OHI AG,~R =OH1
226 Fisio&ogic1 Vege«al

ocorrC'r a hidroxilação da molCcula no C ("vi:l da não hidro- altura das plantas, resultando cm planta$ a nãs. Em plantas dt
1
x-llação )3"), originand~ subsequcnt<'mt1~t<', AG., e AG., enlrc ervilha. o gene iY$ponsávd 1>cl3 expre.ssão da 3-ox-ida.se d(l
outras gibcrt-linas ~1enos fr~ucn1es nas plantas (\"tr Figuro\ AG ê chamado de Le, e os mutantes de le. Os mutantes le, por
J 1.3). A "lá prt~o~11n:in1C' nos tecidos "<'gc1:1is podC'wrl~r. no aprNentarem a atMdade dessa entima defecth•a, não sao ca.
enta?to, n.a ma,on a.d~s. tspkies já cs1udadas predomina a vi:a patN de converter AG» em AG.- No C'n tanto, se planlas supe.
da h'.dronlação 13 m1c1a.l. Contudo.. cm AmbidOJJ$ÍS, a planta ranis mwa (orem enxertada.s 110s mulantcs a nões le, pode-se
c?ns1de-~da. mod~lo de estudo entl"( os vegetais. predomina a ,'C'ri6car a ""tomada de crescimento ca.ullna.r desses Ultim05.
,,a d.a nao h1droxdação 13. Em algumas espécies, como J>litJst,- mesmo se tratando de dois mulantes com teores reduzidos de
0/1,s (O(tin(us. pod<'m ser observadas :irimbas as \'ias Operando.
g.ibcrdinast'm virtude das de6clénd as na sua biossin1es.-e. Isso
O controk: p~iso exercido sobre C'SS3 e-1ap.1 biossintétk.1 é es• pode ser explicado pelo fato de que e ozlmas 3-oxidaS(' do AG
send al p.1ra o a.ius1e fino dos lrorcs e tipos de gfbcrdinas durante
não deft-etl,·a$ provenientes do mutante 110 ,w po.ssibilltam a
1odos os estágios do drscnvohimmto \X"gctal Uma pareda con•
convel'$õliO do AG,. presen1e no mutante le cm AG 1 bio<11tiva
sidenl\-d dessccontl"())(' é cxcrdcb por eniirnas-cha,-edenomina-
(Figura 11 .4). Informações adicionais: sobre a imp,orti nda do
das 20-oxidasc do AG e 3-0Xldase do AG. as quais participam da
gene le nos co1uext()$ hl.stórlco e fisiológico scrâo abordadiis
última etapa da bios.~intese de giberelinas tanto 11a \-ia da hidroxi-
no item ~cTC'.scimento caulinar e .'llongamento celular".
lação 13 inicial quanto na. via da não Mdro:dlação 13 (\'tr Figura
11.3). Ao contr.uio das enzimas catalisado.as das primeiras et:a•
Substâncias inibitórias da biossintese
pa.s na !'013 biossintétka de AG, tanto 20-oxidase do AG quanto
3-ondast do AG ~ oodificad35 por família.~ mu.ltlgénka.s, e os São conhecidos ,'li.rios inibidores da biossintese de giberdina.s,
mutantes defectivos em ape.nas uma isoforma dessa.s enwnas os quais aruam em dlíerentes estágios da rota biossinlftka. AI•
apresentam nanismo mod<:rado. Uma Wls formas de controle guns inibidol't'$. como o AM0, 16 I 8 e o C)'COccl. bloqueiam a
nesse ponto da via biossintéda ~ exercida pela. regulação nega• sintese de et11-<aurt>"o logo n:1 primeira e1apa. da biossín tese dt
th-a da transeriçio dos genes que codilic.am essas e.nlimas pelo AG. Emcon1rapartkta, os iníbklorts a.m:imidol, tttracidasc, pa•
aumento dOIS teores de gibcrd.in:u nas células. dobutnuol e unkonuol bloqueiam a rOla em um estágio pos•
A enz.ima 3-oxidase do AG (tambcm conhecida po. 3.tx,. terior, associado à otldação do e11t•cau.ren~ impedindo o fun•
ta•hidroxilase) catalisa, e$pecificamrnte, as reações de 3b-hl• cion.amento ad~ uado das mono•oxigenaSC'-S p.450 na segunda
droxilação de AG:o ou AG.(dependendo da via), sintetizando as e1apa bioss.intétka. dt AG. O aspecto mocfológko de plantas
g.iben:linas bioaüvas AG1 ou AG•• ~pectl~mente (vtr Figura submetidas ao tratamento com tai.ssuhstâncias frequentemente
J l .3). Esse passo biossintêtico crucial e controlado no n.i,•et de se assemelha a.oobsen·adoem mutantes com defi ciência em gc•
transcrição do gene para 3-oxidasc do AG por fatores ligados nes que codificam en:Wnu biossimeticas de g'ibc.relinas ou, ain•
ao deS<"n\"0Mmen10 vegctal, à luz e aos mecanismos se.nsiveis da. aqueles com a própria atividade cnz.imãrka defectiva. Por
à auxina. A imponà.nda do controle preciso dessa fase se dá eicemplo, a aplicaÇi(l d.a sub.stãncia LABI 50978 em plântula.s de
pelo fato de que a presença de um grupo l-bcta•hidro.ldla na abóbor:t causa a inibiçio da enz.ima oxidase do ent•caureno e
molkula de giM reUna e requisito para a bioatividade de AG, redutdrapicamentco acsd mentocaullnar ( Ffgur:i J I .S).
como observado, por exemplo, em AG1 e AG.(n:r Figura 11.3). Nos úlcimos anos, desenvolveu-se uma série de compos•
Mutantes de en<ilha e milho com deficiência na ativlda• tos biscados nO adlcido-hexadlone, c·uja a~o sé d.\ nos C1 •
de da 3-oxida.st do AG apresentam uma redução dr:1stlca na 1ág1os finais da rota biossintétlca, 110s quais as re.ações são

elvaeem
.,,, Su~rana
Enxeno
(nMa
(Na e) (Na te) (nat'MI te) Le,. Jt)

Oxidase do en1-uunmo ✓ ✓ • ✓

3-oxklH• dO AG ✓ • ✓ ✓

AO,, ✓ ✓ • ✓
Ana
AG, ✓ • • ✓ (Na /e)

Fig ura 11.• bpc:rirnento utll!Undo mU1an1e1o de HV1fha com dcflcif ncias c-m passos espf'(ifi(os d& vi,> b6ossintêtka de gíbe,elinas: mut,>,t\lt
nono (dtficitm~ nos p.S\ CX catafooados p('la OJtld,uie do Mr-caureno) ~ muuintt ft (de6c.~ntt na alivid,ldt da l •oiddase do AG), verifique que 01
mui•ntes aJ\Oe'S ,e retomarilm º '' " cimento cavllna1após a enxtfl.if de plantas svpe,~n.ai nOJKI, que ap,r,.t:n1.c1m en,im,> 3-oJUdase do AG com
atividade normal Essa MZ.if'NI sr tia r~~ponsáYef prlaconveudOde AG,, (Mo atlvo)t-m AG, ◄bioa 1ivo).
Capítulo 11 o Glbert linM 227

Transporte
Pcsqul1a.s r«tnles propõem qu, :a~ gibcnlin,,s $tjam produ•
rida., cm locais. prô:timos. ou no próprio Jocal de -1ua ,1<licJ. S o
cn1.an10. ou1ro grupo de t vidências sug:t're .a pot.s1blhd2de dr
m«anl\mM dt tr.inspor1e dt giberelin.u e.xistire:m dentro de
diícrcnte.s 1eddos ,·egelal~.
Uma evidtncia fortt cm favor da cxistfncia do 1r:insportc
de g:iberelina.s entre tcd dos resultou de ntud<is Jo perfil de
exprruão temporal e tSpa.cia.1dos gent's dt" bicmfnte~ de AG
durnn1c a b'<'rmina.çãC> de semc-nt($ de Art1hidopJiS. Verlfi c:óu•
~ que diferentes fa-.s~ da biossfn1csc Jt" gíbcrdll\2.J <Xom .1m

'----•-º_·_., ~ l::J ---'_'l°A89_,_e~•AG,


em loc.ais distintos dentro do embrl-áo. A loaiJi:uçic> d<>J par•
Licipantes inici;us d:i. via biossun~rlca de AG. Jl'dui:id:a ~la
presença do RNAm do g.:ne CPSI (codifica " enzima CPS
• ver Figur.l 11 .J), predominava no tecido provascular. F.m
Flgu~ 1 1.S Experimento com a apli(.açiQ do Inibidor de b!Msinle•
se de AG LA9 I 50978 de maneir• isolada ou combinada ao AG, (um:i conttapartl<b. 3Jguns parlid pames d..i ,•ia. blouinte1ic.t 1:ar•
gíberellna bloa1iva) e-m plànwlas de abóbota. LA.8150978 uus, a lnt, dl:t.. incluindo gibcrclinu bi03th•a.s e molécul:lS de R!'-i'Am di1
blçao da MZima oxid•se do tf'lt-taureno e ~:r dras.ti(;>m"1te o aes- 3-o.ddasc do AC (c.italisa ;a síntes< de AGi t AG, - \'tr Figur.t
dmen to cavlina~. podendo seu efeito s.er PMtialmerete revertido pela 11.3), acumula\'am -.se no cóncx e na cndoderme da nu. Es-
•plitaçio de vma 9íbe1elina bio.,,tiY;,, Noca, que nessa rase da vida das
plilntulas de abóbo,a, a 3plica,ç.io de AG, de m1ne1ra iso!Mfa ptOfl'M>- ses dados rcprc:kntar.tm fortes indícios de que cíctivame-nle
"'IN um acentuado cresdmento uullna, em ~ a o (OntJole. ocorra 1~nsponc inrcrcelular dentro d<> embrião de u..m inter•
mcdlir'IO d.t ,•la biossintClk.i de AG (pro\':l\'cfmenlc trfl·C3U·
rcno) p3r-,1 produzir gibcrelina.s b1c,111h'",ts..
cataboliz.adas por diox.igcnases dependentes de 2-oxogluia.rn- Estudos realitadO;S <:Om pl:lnrul.a.s de enilh.1 tambi m corro-
to. BX- l 1Z, ou seu ácido livre pró-hexa.dlone, e l,:\8198999 borar;im a cxislênd a de lr.lnspone de giberetin.u e.ntre os te--
são os compostos mais usad0$ e, em baixas «>ncenlr.a(-Oes. cidos v~e1:1is. Foi verificada. a. sua presença prefcrencia.Jmenre
age1n como inibidores competitiVO;S do 2-o~o&Juta.rato. em cnucnós imaturos. gemas t folha.s jo,"t'ns. Com base no
foto de que a primeira et::ipa d.a biossinte,sc de AC (\'e r Figu•
Conjugação e degradação ra I U ) não acon1ece cm doroplasios maduros. deduz-se que
a produção de gibcrdinas não .s<ja obscm1d• nas cdulas do
Junto à$ formas livres de gibtrtlinas btOati\•as ou lna1h-ss. as
mesofilo foliar. Adicionalmente. c:sse t<cido apre'sen1a cap.tci•
pbnt:t.8 a.pte$ Cnl.-:r.tn ,u u it11a fomu., coajuga<lllo) (k AC. }:o ,;n
da.de de permitir a.s reaçóe.s da sua t.ilt1ma <t:ipa biossmtctic.
tanto. a.inda. nllo se conhece a idc-ntidadedc gen(scodihcJd0n!$
Essas diferenças sugerem que iniermtdiinos da b10$.$intc.s<
du enzimas envolvidas na formação de AG conjugadas. Ung
dé AG po~m s<r transportados dos 1e<1dO$ meristemincos
dll.$ principais forma..s de conJu&'ç:lo. prlndpalmenlt (m se-
mente$, São as glbereli.nas glic:o:silild;J,S, fornuda..~ por lig.ição
<ovalem.: entre giberelina e um monoss..carídio. O principa1
açllcar é a. glicose, que se liga. à giberelina por meio do grupo
carboxila, formando glberelin:'1 gllcosll11cb, ou \ia grupO hidto•
xlfai, formando glbereli.n;a glicosi.l é$ter. Quando as si1>erd.lt1a:s
$ão uog<-m1.menl<- .-.plicadas is plantas, umi pane dclas S< torn:i
glicosilada, o que pode represent:u outra fonna de in.uivaç-.ió.
Contudo, <m alguns C;'lSO$. qua,,do glicosidios s:lo lplk3dos.
sdo detectadas gib(~lina.s Li\'r<'S, Msim, os glicoi.idt05 1ambêm
podem ser uma forma de a.rmaunam(nlOde gib~'tdin:is.
Ao lin:ll do ciclo, :l.igiberel!n:1s bioali\·as s:lo dcs.ati\'3,1:U por
2-beta•hidroxil;tç;lo pda ent1m;a 2-oxidasc do AG, .1 qual <'313· lrdl1ç.Oo
li$;a o <a.tnbolismo e a inativaç.lo do> AG bioJth-OS e srus pre-- c.atabõlco
cursorcs. As.sim • AG 1 é convertido ,1 AG.., e AC ; t convertido Fl.g uu 11.6 Pfocessos <1ssoc1.ados ao ...~1-Kk) de equ11ib110 doe 91be·
3 AGk (, ·er Figura 11.3), A re:iç¼o cau,\isád/1 por :?•O:<IJasc do ,ci.,...s .tl;fY,u. As1n1ese de 91betel.r\ils lf<lfm.:is l,vres). como o AC. e
AG reprcscma ó modo de inath•a(io de AG mais bi:rn ca.tade• promovid:i IXM" f•1~ an1bk!n1~. como o fno to, dias longo,~"). 0..-
form,, inv,c:rs.,.,, •s g1berellnas pc,dem 1n1b1r sua p,oc:ma bto\wn.le\lt' v1.t
rh:ado até o momento. cujos rc~pe'(tivos gciws rnron1ranH < iniblç.io por tttro.:ihrnenu çlotb). A 1~lo nos nA1l"11 d«: 91b~l!nn
sob regulação trnnscnd Qn,:ll lanto ~l:i ell.'va.;-Jo da ~in..aliu.çlo blo..ltiv,n pod• oconef t::,elo CJi~bollsmo !CI ou po, con1u9.a,,r;Jio com
llc g1berelinns qua1110 pór 11,uamrnto .:om AG. J{l,/CJ ln (á!. (Qntudo. 91bc!t~hnas blo.tUVii POdc,m \4f gtr;:,d,u l)fb
l1bl!14ç!iod.1 fo,m.:i C~,ug.M:b. f1nall'l~nt•. o uan~re dt 91bt1tl!N,
Um rt:sumo .:xplicalh'O dos pnx-esws que ,."()ntribul'tn !)'t -' M ou dl' k'U\ p!tcUISOl,M.., P.lrll.t d~,ou t:)J.ra délt-fm~o ltc•do.
O estado de <"<IUilibrio 110:s nh·ei.s de gibcreluu.s bi().lti\·.1s < u mb.-m podl' .tf~"' o ht.Wo de equ,L.bno .ie um.- 91btttl!n,1 t>oo.at•·
.iiprcse nt:ldo na Figuta 11 .6. YJ.i\&ptad.1d<' lJiz t ll'l'íJoe• 11'>91'1.
228 Flslok,gla Vtgetal

caulln3res
• .arkais
. para as folh:i""" ond, -""· ·
..--..~~-r1,1m ser CQ1wtr- c01n1>le1amc-ntc insc-nsh-cis às glbcrdinM (Figura 11.7). De
t1dos. cm s:ibcrchn:tS ~.. .,, ,., d
ativas • liâ ._ mandra distinla dos r«t']>tores prcvinmc-nlc caracleriz.ado\
. .,6~ ....,. t' qu(' o transpor1c
J;.> s:ibC"rel,ms a ~arcir de folhas jovt•n~ não cm'(lh"a tc-cidos para os füormônlos etileno (ver Capitulo 13), brassinoste.
,11i:culares. mai: sm, o o:ôn cx <' a medula. roidcs (wr Capítulo 14) e citocinln:tS (\'er Capitulo 10), n re.
ccptor de gibC'rtlin:u aprcse-nta um me<anismo de slnalb.:1ção
Mecanismos e modo d e ação comparável ao modo de aç.io das auxJnas (\'er C;ipítulo 9),
Além ~:a impon ância da cQn« ntraçà<l e-ndóg~-na. um:a q1.1e5i;io Em geraJ, a sinalluçào de gibertlin.'IS opem por 1'l'lcio de um
e~~o a1 para a ~n'ida ~mpl'(cnsão do papd de qualqu« tw,r- siw:1n:i de de.s.repressiio da upressão de ge1,es de rcspos1as 1
~ ~mo '""gc-t.i.l_ diz respcno ao modo de tlÇtio dessas subs.tãndas, AG, o qual é dependcn1e d:a ligação da molécula de gibcrt lina
mt1mamC"nlc ligado ao local de pc-rccpção desse sln.\l nas cêlu- no receptor GIDI e t modulado por men,bros da familia de
1~.s. Em uma ~·lôil. de sinallzaç.ão honnon:11com-cndonal. a Jiga. proteinas nucleares denominadas pr01cínas DELLA. Assim.
çao do honnorno ao seu rtcep1or dcscnod<"ia WM c:ii.cal~ de as reposhu apropriadas ã.s giberdina.s nC"CC'-SSitam da inath'.t·
su~à~as intcrmcdiãrl3$ e mensageiros seC'und.irios que leva ção de protcinas DELLA. a qual ocorrC" majorita riamente por
a dc1ennuud;a r('$J)Osta ce-lu.lar (\"er adi.ame). Ape$ar de estudos meio da proleólisc.
rcC(r\les .-.presentarem um número crcscc-ntc de p0$$íveis fato-
Proteínas OELLA e o mecanismo repressor
res que aíeum as rcspost:lS is gibcrclln~s. neste capitulo ser.io
apreseruad0$ e- abordados apenas alguns dos principais partld• de respostas às giberelinas
p-an1es cn,•o,Mdos nessa sinallia~ As pro1eínas DELLA $ão rtguladores de tr.\nsc.rição nucle3r,
atuando como repressores da sinalização de glberelinas. o
Percepção do sinal mecanismo molecular pelo qual essas protcinas reprimem .i.s
A identi6c-.ação do re<ep1or de- giberclinas em a.rrot. chamado respostas de- AG ocorre por melo da sua interação com uma
GID I (do inglês, GA INSENSITTVE DWARFJ), por UC"gucbi- ampla gama de classes proteicas. e a nature:ta regulatóri;>. de
Ta.naka cr ai. (2005) propiciou um a\'"Mlço subscancfal no en• tal associação dependC" do tipo de proteina com a qual cada
tendimcnto da cascata de sinalliação de$$<' hormônio. Essa DEl LA interage. No entanto. :icredil:'1·$4! que a inaliv;1ç-âo e
desc:obc-rta grrou informações robUSla.s S-Obre os ~ntos mo• a degradação de proteina.s DE!.lA sejam eventos-chave pan
lecu.l.arc-s relacionados â pttccpção e à tr:1.n.sduç:io do sinaJ das desencadear II m:1.lorla das respos1as às gibcrelinas.
gfberdinas, principa1mcnle cm pesquisas reali.zadas com ar• As protcín.as DEU.A, bem como seu pape l na slnaliiaç.lo
de AG, s!Q :ihamtrHe conscrv.idas nas plantas. Um (mico
ro2 e Art,bidopsis.
gene p.ara a pro,efn a OELLA foi idc-ntificado nos genom.as de
O gene GJDI codifica uma protcina homôlog.a às lipascs
knsh·eis a hormônios nos animais, e os mutantn gidl são ;arro~ e '~"ada, denominado. respectlv.-imen1e. Sleuder Rlcel
(SLRI) e Sle,iderl (SlNJ). o qual age na repressão de 1od-1s
11.í respodu ili 5 ibctr~lin,s n•ii::i..i du.'I& ~ p lcic.-s. O..- m:a.n.iln
surpreendc:nte. cinco genes para proteína DELI. A - GA•h••
stmiliw (CA I), R.tprtsw r ofgaJ.J (RGtl), RCA-likeI (RGLI ),
AGA-likr2 (RCiL2) e RGA-likt3 (RGW) - foram identifi cados
1\Q genoma de Arnbitlopsis, sendo c>s genes RGA e CAI os
majs efcti\•os na repre$.Sio durante do crescimento \'C"gctati•
,·o (p. ex.• along.J.mento caulinar).: na induç.ão íloral. Ern gc•
ral, o gene R.GLJ atua durante a germin:i~o. e nqua n10 RGA,
RCLJ e RGL2 :aluam, conjunrnm c,ue, 1l O dese1woh•imc1110
flor.ai.
De acordo com o modelo geral de sinoliz.ação de gibereli•
nas atualmen1e proposto, a Ug:1ç.io de- AC ao rt•ccp t(u' GJOI
lc,".1 ã sua imer:iç:llo com a proteína DELLA. Es~a i111er.-1ç5o.
por su.a ,,ez, es1imufa a ligação da pro1eí11.a DELLA J um
complexo proteico denominado SCFt.•u:. Após tS$a Ullirn,.1
lig11çio, a pro1cina DEI.LA é des1inrida â ubiqu11lnação (pw·

11
cesso que ma1·ca as proteína.) para dt.•gradoçiio). com a su:i
consequente degradiç.ào pelo pr<>1eossomo 26S. A medidJ
~ue- a degradação d:is proteinas DELLA ocorre, a.s pro1cin.as
3$ quais cla.s cstaY.1111 ligadas são liberatfas d :i rc-prci;sio e,
pc>r1ao10, podem cumprir seus papeis sinali1..3dore:; mas rt'S·
Set11;19c1r1 gidl•AG po$tas a$ giberelin:is (Figura 11 ,3).
Fig1Jra 11.7 Aspe,cto morfolôg1<0 dos mvumtes 9,dl em pUntvlas A perd:1de.- funçll<> de prou:ína.s UE.l.L.A le,·_, ri:~1,osla) :iJt,...
de auoz com Intensa itubiçio do creK 111ler'IIO u ulinar. Mv,.,n1e1. gldl r-.tdas :h gibcrdin2s <'m mull:a) e:;ptdc-:. \·cgcl~•i), Assim, ror
apresentamdef\ôkl(.ia qvanto ape,cepçtio do ~ , de AIJ pef,o u:~eS?· ~xcm1~0. plantas mu1:i,1tN g11i, J de- AmM,iups,s, c-o111 a prot,..·
lôt GIOI; d C$W, ío,rm.,, ~ se ap,é'stl'ltamcomple1.amtr'lte "'1e-rtSlvt'I\
.; ap6icll{<lo de gi bet"el!'N bioal!V'a c1Có9eni, Adaptada d~ ueguchl-Ta- ma Dl: t LA defoc1iva. apr t'llCnlam um ícn6tipo .x.·mdhantl." ,.10
nak, e, ot. (2007J. de mulant~':', dt"ficic111~ na bio:.sint~.s.e dt· gibcrdin:i) (p),ull.1)
Capítulo 11 <J> Gibe,etin;)S 229

Ba,õtos ieores Mos ieore,


de gibetelinas de g1berelin.Js
iAG' AG AG
fAÕ AG 1
AG AG AG

AO AG
AG
AG

Reoressilo de
ffiPo:sta& is
giberemlls
( 1>
_,l .
Ali'l'a,ç3o da.'1

g+t>Hehn.;,s

Agiu,~ 11.8 Componentes-<l\aye na per«-pi;.iO do Wlal d~ giberelin"" ,m ar101. Oesquetna mostr• -4 nqurtda uma co~Jcio u ·h,.11;,t em que
OS teio, ~ endógenos de AG ~ ~uzi6os CO\ gene, d1t ttSl)O\ttlS bgibcrclina\ hlio ,epritnidos f)Of ~âoda p1otf'i"ª SL.Rl (DE.u.AJ. A dlre,fa.
wrítk.a•Mt • condlç3oeMque os ttorn endõgtnos degibert lin.1$Soe tllConW1m elevado~ permilit'ldo1 ltitel,1(•l0 de AG com o recep1or GfOI (1>.
o q ue lc v• .l lfgaç.\o de SlAl ao<omplcxo SCf{,,01 ~ a ubiquitin.içâo 12), Em ~ id11,;, pro1erna SLRI i degr;1d~ P«-k> proic-ouomo 16S llJ,
libe-rando, Portanto, as rC\PQ5tllS à$ gib~lin.tt dl repre»io,

anãs, folh as com <oloraç;i,o V(rdc--e,cura e ílora~ tardia), no StCund:irlos, como o Ca?I d tosólico. fosforibsc.s.. protctn.is G,
e-nt3 nto, esses mut:uues mostraram•st iruensiw:i.s) aplicaçlo c1na.ses. íosí:u:ises, emrtt ouiros. Essas substincw participam
de AG (Figura 11.9). A mut3ç:lo gni-1 t$t:i pceunte no do- de respostas iempor.irias e espec:i.ficas. tanto d-e origcm gcnõ--
mínio de reg,1lac;.io d a protcina OEUA. ou 1tja. tr.ata-.sc dt mk a (passando por regulação da 1r.ansc:riçio gênio) quanto
u ma nu1di6r!l(.l,:. q ue M ul:,1, :i s,:nsibiládr.tde d :,1, rrot("Ínll M>AG. n kl 81'"ômi<n. E~tcu l't-:ipu d ;,, tt:..n.tdu.çio do sin.U d,: gibc-t<:•
Impedindo, dessa forma, a ooorrênela da des:repcess:lodas rcs• li na$ urlo apresentada$ a stguir, ulili~nd<i-sc como i:-xcmplo
pos.tas is g1berdinns.. De F.:ito. 3S protcina.s DELLA modub m o modtJo mais bem estudldo 3té hOJe sobre tssc .usunlo: a ç;,a.
respostas integradas nos progr.amas de dcSt'm'Qlvimef'lt(t por mada <k akuron.i e a mobilização de re:ser,·:as Jo c-nd~-pc:-rnu
mdo de sua interação com divcrló.$ faiores de 1ranscriçl o par• de semi:ntd dt i:erc.1is induzidas .i sermin.1(.io.
tidpantes d.a5 vias sinali7.adoras d'3d.\ peb luz e outras d aSSc-$
hormonais. Sementes de cereais como modelo de estudo da
Alén1 dis.,;o, ,·ale ressah,u 11 e.x.ist(n,;Q de :alguns m«anis• transduçlo do sinal de giberelinas
mos ah ern;ilivos l>-'rá a sinali.iaç3<> de AG, nos qu.ii3 o $in:.al Asgiberellná$ dc.emp,mh.un um p.spd c:ruciaJ n.i g.c--munaçio c
d.adi) pelas gibccdinas l transduz.ido sem ., dtsuuiç:io de sua iunção nesse prO-C<»o ttm siJo c.'\:tenS1\ .smc:nlc mvc-..ug.1J.a
DELI. A. Assim, as via.s de transduçâo do sinal de AC t;im• ulili:.rando-.sc sementes de .:c:rc:ai.s como mo.Mo J.: ~h:Jo.
bém C()nlam <Om uma SC"ric- de inh:rn,t'(llirios c mensageiros O t-ndos1,i:rm;a d3S semen1i:s Jc: ccreais e ,omposto pêlo ...-n-
dosptmu a.milkeo < por unw ca.nuda Jc cdulas que o mcu1l ·
,.b ('l(tcrnamcmc-. dc1W)n11n.ad.a C"".lmJJ.\ J< akuron..a. ESSJ. .:.un.i-
Ja de c<:lula.s coruêm nuni<w.so.s .:-or-pus pn14ç1,;o.s. b,i;m <ümo
oleossomo,i (wskulas ann.tu1u..bs Jc lipiJu'>;i), < ,u:a fun,.'io
d~-stin.a-s..- i sinttK < .i s«rc,-lo ,l.l~ enlim.ü h1Jroh11.:,L,. Os
-.:ompo~10$ Jc resef\'J d.\ *mc:me sln nwl.tboli1..a.los por dS.1S
«11.ima.'> h1d1ulitk :i.s J ur..lnte o processo J< gi:nmn;t{ão. ong1•
n.mJo ~ÕC.ltl.".S.. amino.1od Jru e- ou1ro:s proJullh '{Ui:- ,jo tr.t.n)
p\Jfl.,,l.1$ ;ao c:mbri.lo. Emrc: a:, ..-nz1m.1.., rrOOu21Ja:.., J.-,.1:11....,m-,.-
Selvi!gem .1\Í.J,: bc1run1b.-..·, ,AS ,1uJis .ltu.u11 M>btt .1,li:gr.aJ,1.;:..io Jo .1.1mJo;
a primrir-.1 proJuz ohg..,,-.:,.1..:Jtk11m, "llk' !,j•l, i:nt;io. Jcgr.,1,J.,.JO$
Flg u,. 11.9 Plantas mutantes gai-1 de ;1,a~s•s. to,l'I., proi("il\J 1~b :..: gun.l.1, ~ultJ.UJu n~• J1sl>,K.lm,ho m.aho.,,.-, •l'b!: i:. lin..11·
{)(llA deíectw.i. ai,tes.entam um fe-1,ó,tipo M"n~l~ce .aos ~uLM,tes m....rue. co,wertiJo .-111 gb,:-o:,,,:, pd.i, ....-11:wn..1 m.t.lt.be.
~ficiemes n., b1osSan1ese de AG. no e111.in10, eiSilS plan~s ""º
a~•
N.l dc:...1-i... ,!.,.. l if(,(), fo1 (")i.)i\d ,onnrm.u .1 ob~..-n ..:i,;.\o ori
\E'ntam t1 ,e1omada do etesclmen10 qi.ia,t1do 11.)!Jd,1\ e011, ,e, t i l *
1\1\ indi(al)do que sao lnsensl~et\ ll~gibeffinJS. suul Jo tlu.uro: boc.im.;o ,1ll'm,'io C. H..1b('rl,1nJ, ti: 11.1 c:m 1:ilJO,
230 Flslolo9ia Vegetal

sri;undo a qual a secrtção de- enzimas dlgestoras de amido dt pirirnldinas (sequ! nda.s-alY'() de rcgulaçao génka), pare.
pe-b ~mad:i d~ aleurona de ce'\·ada dependia da pre.M!'n(a do «m ,,ecelísárias pana 3 resposta ao AG e- são conheddas como
embnao . .sugenndo a existência de um.."'l sub$1;i.nda difush-el compk>:o de resposca à giberellna (CRG). supondo-se- a ex.is.
produzida P<'lo embrião, a qual estimu)aria a produção de 1lncfa de uma interação de íacores dc,o transcri~o do C RG no
alfa-amilase- pda camada de a.leurona. Passado mais de um Box TATA (laoobsen f't ai., 199S).
st'culo. compro,-ou•$t que as giberelinas e-r.un sin1edi,1das e Vtrifico1,Me. posteriormente, que a aç:ão das giberelinai
liberadas pelo C'mbrião e lrnnsport:idas ao endosperma du• sobre a lnduçdo da rxpreu!o da alfa-amilase é exercida por
rame a. germ.i.maçã~ mostrando que o embrido de- Sfmcn1es melo d:1 eliminação dos efeitos inibitórios da germina.çlo
e-mbtbidas dos cerc-ais regula a mobilítaç.ão de suas rc:scrY.u promovidos pdas proteínas DELLA. Segundo o modelo
pda s«reçlo de g:ibcrclinas que estimuk,m a função dlgesliva de sinalização proposto, a presença de gibe-relinas promo-
na camada de aleurona (Figura 11, 10~ Lenton ct ai.• 1994). ve- uma rápida dtgt:1dação das proccínas SLN I de cevada e
As evidências de- que o AG poderia aumen1;1r a produção SLRJ de arrot (ambas pertencente$ à família das proteinas
de alfa-amila.se no nfrc-1de transcriç~o foram reforçadas pelos DELLA), assim <omo também da prolefna OELLA de Ambi-
estudos com isótopos radio:nh'Os- que re...-C'laram que a ali• dopsis (RGL2), a qual desempenha ~•m iluporn:mle papel na
\·idade da aJfa.amilast, estimulada pelas gibereJinas, ocorria inibição da germinação (,·er item a,uerlor parn de1alhes da
prioritariamente pela $Ínte.sc de 110~-o da entima, e que esse proteólisc de DELLA).
cstúnu.lo poderia ser bloquc-.ado por inibidores cb 1ranscriçâo Dessa form:1., a degradação das protdnas DELLA nos
e da lradução. núcleos das cilulas de aleurona permite a ativação de um
Estudos com promo1ores de alfa-amila.se em cevada rt\·e• importante componente de f<'.$p0Sta às gibere linas c hama•
laram que as sequências associadas à e.xpr«são gênica para a do AG· MYS. AG, MYB é um (a1or de transc riçio induzido
alfa,11.milase c-m resposta às gíbtrclinas estão t-ntrt 200 e- 300 por gibere.linas que desencadeia a expressão de a lfa-am ilase
pares de ~ses antes do inicio da região codificadora (Figura e outra.s hidrolases e protuses, possibilitan do a mobilizaçlo
11.11 ). Uma. stquC'nda espedfic:1 (TAACAAA), chamada de de nu1rientes armnenados no endospc-rma. O intervalo de
sequênda de resposta à gibercl.ina. consegue induzir a capa• 1 h entre a degrad:1ç!o de proteínas DELLA t a induç.1o de
cidade de respo$ta ao AG. Contudo. a alte-raçJo de uma sequ, AG-M\'B sugere que esse fator de transcrlç!o poderia n:lo
éncia especifica pode resultar na perda da expressão induzida ttr um a)vo dirc,oto das proteinas DELLA; no entanto. esse
peJo AGi. Oe1erm.ln,das sequênciu, conhc-cida.s como Box passo da uansduç:do do sinaJ de giberdinas ainda não é bem
entc,ondido (Figura 11.1 2).
A ati\·açlo da rcspos1a. primária do gene AG•MYB erwoh·t
Coleoptilo J»,3$05 intermediários rctadonados com a llgaç:)o d:1 molécula

ADN

Camada de

Enóospenna
amíljoeo
111euroN1

..,..
pwimldina ' •,
' ',,

®0
imas"-
drotiticas
Con1'llexo
<1e fe$po~ta
à gibcrehna
[ TAACAAA
8ox
TATOCAC
/
BOJC ••,.,


A' .,.,../
,
)!
.1....,• ,
\


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'-
Eto.11141.n!O
de respos1a à

.'. .'.'
;' :· giberellna (GARE)
SOIU'tos no
endosporm
.... ...
' •,
•,
'•
\
.

lnloo da 1,11t1licnçao -►:'


TAT~- '
'' .
:'
/ :' Gene para
Figur1 , , .1 o ~p,es.entaçáo ,)quemitic• da ~menlt dl_cevMSa ~ / ,: .alf.a-am1las.
germinac;io , na e~11u1u,a fun,c_ional de sev) puncíp,als t«•d~. OI _
G•·
beretinu Wo slnieuuda\ pelo coleópo lo e pt'IO escutelo do emOOio /
e difund.ldas ao endosperm• aMilkeo e à c1m.,wja de aleurona (1), •
qu,tl é 11\dutida a p,oduzlr e lotO'etar ♦lía•am!la~ e ouuas hldrotases Figuu 11.11 Aep,-est'n1• çao da regiao promotOlil do g,ene p,,,ia.,
no endõip('tlnl • milkeo (3), qve é então desdob,uido e_m pequenas atra-amilal-t mofüindo o complexo de ,espost.t 00 AG, 0 oox TATA
molku&as (◄). ts> Os solutos do endospem'\o\ sao ab iorvidos pelo es• (tlamln,..,1denlN> e o síti0 de Inicio de 1111n s.<rlçao. Adaptada de
<uttto e transportados10 emblláo ,m germinação, JMC>b,.tn et ot.1199S).
Capítulo 11 ♦ G1befelfn,u 2)1

C6lula da camada 1
daaleumn,i · ····· ······ · · ► '0
j! GTP
!
T,..n$C)Jçào . , • TrarrsduÇ,O de sinal
de síial dependento •••- - - - ~ lndepet1dente 09 e.,.
dt ca1• • catmodl.llha 1
Repressor
inal>VO GI01

C,ompte~o ele Golgi


-----·
-----·-----·
----------------
- ----- -
---·
-- t
©
AE

~ ',...,- .. ---------------·--
-·--------------
---------------- rugoso

• ~ • • L . Vesic:u1as ueretor~
~• • r Contcnao alla-.amlase
@
• • • • •••
• • • • •• • L _ __
• • • • • • • r--""
•••••••
Figur-• 11 , 1 2 Modelo propos10 pafu slntese de aría...,mft,ut i~u:ida p$ ~relin11 N t<lmada de alf'UfON da c.evad.11.11) t.eg.1çlo do AG df'ri-
vado do emb,iioa um suposto ,ec.eptor de tY1embral\i\dewnc.adt:.1ndodu,1sudNs d• 1ransduçao de sinais. (21 o cofll4)~o AG,,r.c,ptor h.,po·
tetlcamet11e in111rage Con"I IM'níl p,01elna heteroo,ériea G.dando inir;io adu~i c.M1t..1sde ua,nsduçaodC' sinais. uMa del)fflct.nu~ • o,ma ,nc;e~n•
dente de ca 1•• .-mbas podt'f'ldo p.àrl.icip.s,r do coouoleda e)pre»ioginiu ..-en:ido pelo AG. A bg11ç.iode AG ao 1«~p1or G1D1 leva a 1naCNaçao
da P.-oteCna rePJessora de tr.ul$c1iç:io ginic.ll SLNl denuodo 1\1Ucl110 ll), bsa in11tiv.1çJo permite a c--:pressao do gt'floe AG•MY8 l-4). r>eM c0tno de
ou1ros ger,n reprimido\,ocorrq(ldO a tr11nmiçioea trad~Jo 1$). No I\Uclto-. • prcxe'na AG-MVB llg••se ao promo1or dog-ene para a.fa..,wr11lase.
ativando a sua uans.c,iç:io (~).As proteiNs, <!C'poisde S1t1tetlud;isno,t1icvlo tndopl.smatJCorugoso(71. S.)o sec,ttadas v,a ap.au10 dt-Golg, 18).
A rQla di: secteç.\o pode ser também •stimvlad11 pelo .t.Gpor melo d• um• rot,1 d• transdu(.lodo sinais depfflden1e de Cál(10-,.1lmoclulin.t !9J.
Ad;iptad., de Tait i: ltigef (1998).

de gibetelina ao rece1,1or de mcmbl'3n.t. fons J< c:\klo sio câkio, enqu.mto o estimulo J.:iJo pelas g:1bcrc:hn.t.,. p,lr.1 .l õ:·
<:on.sidcrad()S mens:igeiro.s s«:und.i.rios p,u:i \';i,oos hormô• p<<1>sio do senc J.a .iJfa •.:unil.ase sufJ.1 por um11 rou mJepen•
nios, h: ndo sido obscr\'ado. em protopl:i.sws di: al.:urOn.l Je deme d< d kio (\·er Figura l l.l?}.
CC\'ad:i, um aumento na conctn1ra,ç:io Jt: Cu:• no útosol em Aitilises d.1 tr-an.sdu.;:io Jo sin.11 J.,s s1bc:rd1n.1., em 1,dubs
resposta às gibcrclin:is. E.~se :iumento ocorreu enlre I e 4 h ,!..- .1kuron.a te\·d.ir,1.111 -4u..- ,b pm1.:m.1s ht1c:m1runt, , ...l.i G
3pós O tralarn.:nlo com o AC(º pr«t:,lêu a s-inte.seJc alfa•.uni• po,.km ê'.it u .asso..:i.t,Ll$ ,1os <Wntlli mh,'lJb J c su.t s.,n.-hu
lasc. A~ i•n. suge,c: .)-( que gibt:rdh,as ~t1mulc:m a st:.:-r<\".Ã\l ,k ~..,io. Assim, uiu moddu J,· su.1. .1,;ão to, rrupo)IO, ,om b.L.>c>
alfo,amUa1>e e outtJ.s hiJrol.-st:s por um., rot.a d(1><'n.ltmt: ,k ll,l ht;.t,.in Jo AG ., um CCt.Cf'l OC 1-,...;ifi.zaJ o I\J. l°lo.C IOh:'rlU J:a
232 fisiologia Ve9l'tal

membr,ma. ~eguldo ptl3 interação do complexo AG·r«e-ptor Quebra de dormência em sementes e germinação
a uma protema ht1crotrlméricá G. No ('nlant<>. l"$$3 1,roposta
As gibertlina$ são conhecld:u por an1agonizar os efeitos pro.
foi d< cc-rta forma prc-judkada após a descobtna do reup1or
m<>1oret do ácido absdsic:o sobl'C' a dormência de sementes
GJDI. de n.atureza únka <m cel"(ais e localizaçào prcdomi•
nantemt>nte nuclear. podendo esta,- prcstntc cm menor grau (,·er Capilulo 12), bem como por promover a germin;,ção ,m
no d topl~n,.,. Essas obsc~çõcs le,•,mt:,,r.im qucstôe$ intri• viri::is espécies.. Tem sido propo.slo que a.s gibcrelinas não esta,
gantei. sobre., ('(lmplex.idade qu(' em'(lk«ia o cruzamentod;1s riam dirc1:unen1e e.n\'olvidas no controle da dormência. e sim
\ iai. ?e transdu('lo de $in a1 de gibcrelinas pa~ rt$poi.tas gt·
0 1,a pro,noção da ~rminação. AMim , elas agiriam depois da
nónucas (cnw,Jvem transcrição gênia) e não ~nõmkas ($tm .su1>era('lo da Inibição m<diada pelo icido absdsico (Figura
11.14). Asglbtrelinas. em combin.a~o com as citocinlna.s, po.
transcriç~o ~t~ica). Ainda que não btm cs1abe.lecido, suge-
re-se a cnstcnw1 dc receptores de gibcre.lh,as com localliaçio dem .subs1ituir a necessidade-de vários sillals ambientais para
citosôlka ou ligados à membrana pl.asmãtica que pan icip,em prom()Ver 2. germinação. minimizando 0$ cíeilos inibitórios
na afü-ação dos intermt'diiri<>s cito!ióUcos na cadeia de trans- do ABA. Em .s.emen1es de algumas espk ie.s. os nÍ\'C"is de gi-
duçio do sinal de glbcrd ina5 em cêlulas de aJeurona. bereJin.as .aumentam em resposta a um c-slímulo externo. mas
IJm modelo esquemático dos fatores bioqu.imicos e gené- não há evidências de que essa clc,,ação seja importanle para a
ticos em'Oh-idos com a sintese e secreção da alfa-amll:l.$t no quebra da dormência.
modelo de células de alcu.rona estJ resumido na f igura 11.1 2. Em Arabidopsis. obli\'er.tm•sc indícios da biossíntese dt
novodegibcrelinas durante a germinação. por meio da aplica.
Efeitos no crescimento e ção de substâncias inibidoras de sua síntese, uma vez. que CSk
lratamento bloquC'Ou a germinação das sementes. Verificou-se
desenvolvimento vegetal que 0$ embriÕ<'S de aJgumas e:spécks têm potencial para ger•
As gibc.rclina5 desempenham papéis importantes no contro• minar s.em .a nett$5.i~de de biossíntese ou sinalização de g:I•
lc de todos os estágios do desenvoMmc-nto das planta$, e .:i berdinas: no entánt<>, AG se m~rou necessá.rio para super;ar
sua ação freque ntemente ocorre de maneira integrada a ou• a resistência m«:\nle:.a CU$ es1ruturas da semente que circun•
tros hormônios vtgc1ai.s. A Figura l 1.1 3 apre$enta uma visão damo embrião durante a germlnaçlio.
geral dos seus efeitos. com os das demais dasses hormona.is, Dc-ssa forma. propõem-se dL1as funções ptincip.1is das gi•
nos principais e\'entos do desenvolvimento durante o ciclo b.ertlinas durante a germinação. A primeira é q ue cfas Slo
de ,·ida de plantas vasculares. A maneira pela qual as gibere- ncc:tssárbs pua a super.tçlo da barre.ir-a mecânica eoníerlda
linas atuam sobre cada um desses pro«ssos scrâ detalhada ptl:as eam:ad-as da casca da semente, por e.,,Jraqucciine,uo dos
a seguir. tecidos ao redor da radiada. Durante a germh, :'l ç!IO de se-
mentes de Arabidopsis, verilicou-se. por exemplo. que o papel
das g.ibereUnas na penetração da radicula através da testa da
semente es1e,·e reladonado com a indução da expressão de
@ gene$ promotores do alongamento celular, como as expansi•
✓ Etileno
nas.e de genes de modllicaç.io da parede celular, como o caso
-AG "- da protcin:a bcta•glicosldase. cuja atividade seria importante
CKs ......_ Aullina Aw:ina
para., necc-i.-sâria perda da estrutura da parede celul::ir e, con·
AG ABA2:J ..,,,-AG j
s.tque,11emente, par.. o alongamento celular (ver Capitulo 8).
A s.tgunda função sugerida para as gibcrelinas na germl•
naçllo e$taria ligada ao aumen10 do potencial de c rescim<n•
to do embrii<>. ind uindo o controle do cresclmen10 do eú.o
embrlon:irio e de tecidos cm desenvolvimen10 (C..'lulin:ues e
) radiculare.s). E.sseefeito pareetS<rexercldo i>0r meio da dimi•
nuição da expressão de gtnts re.sponslvos ao ácido abscisic<>.
bem como peli indução de outros relt1cionados com o c:1ik 110

l
::::::Atf'\8 AG ASA CKs-......., e a auxina e, portanto, envolvidos no c:rescimento da plân1ul.i.
Esses d:ados sugerem que Aú pooa promover a extrusão da

® ' ~ c;R.,;·~/ r.1dicula por mC'io de interações com outro$ horrnónios. De•
~-se ressaltar ainda o ('Í<ito do AG na indução das enzimas
que degradam o amido no cndosperma dá.S ~emc:ntd ... como
-"'Tu
Flt ur,11 11 .13 A.s glbefelilWI~ interagem positiva e neg.ui~Mnen1e com
dcscri10 anteriormente neste capítulo.
O modo de ação centniJ pelo qual as giberclinus promowm a
outros hormónios vege«..is ao longo de todo o <Ido de vida da ,>!anta. gc-tmfos\~O. tainbfm di.scutldú anteriormente, dá-se por meio
Alguns dos efl!'ito~ d!ises hormônios estio indiUdos toma,~ como do an1agonismo cxt-rcido por e~ cl:iissc hormon:'1 1 5obr< o~
c-ernplo o ciclo de v;da de AlobidopSls tholiono: 11) 9e,mina(.IO; (2) efeitos inibitórios das p,otcJn:1.s DEU.A n3 &ermin.u;ãv. O mu
crescimwto dos ótgâos v~Hawos da pl.intu1.t; UJ ~ nu1~ •0 ~ lante g,e:1~ de Arabidopsis (defl<icnte p.am uma proteína OF.LJ,A)
<ltividMk do fl'ol,fiStema apitai caullt\ar: ,,., aloogam(!nto do eu,~~ uh·
nar: (S) lnduç.;.o Roral: e (6)d~nvotvim~n1odo fMo. CkS: cltoc1n1n11~ camctem:a•se por u1na scmibilidadt diminuída 30 AC t m r~~-
AG:9ibeu:lin11 ~. Adaptada de Wetss 1: Orl (20071, lação 3 hbcrnç.ãoda tlosmfoda e g,:rmin:ição. NeSM'S mul:alltt'S,
C•pllulo 1 1 ~ Giberefloai lll

Eventos primt,rios Eventos seeut1cf.tt10!I R._.,.


Ouetwa cJa donnênda
Manuteni;oo (modlllad.J po, AG?)
Percepção e transdução <I.J dOmlêt!Ci:i MetatiolismO induzSdo Pen,a dit 1)$1'edtt
de slnal de quebra {c:ontn:llad'.J pelO ABA?) c.ltJl:it e extens3o
de dotmência Reprenlo do da radlCILlla
Aír~ xtml!nto das
metabolismo escrututas que dtwnd;lm
o embtlêo (qvando pri:st!l'l!el

1 Metabolsmo da gClfflllnSIÇao l)(ossegue, como em M menlestembriões n3o dotmen!ei;. 1

não íoi \'Crificada uma 1a.x~ signilicali"a de gern,lruição no es, sobrt a manutenç:io d.asdh·1sôe.~ celul ares,: a inlblçlo Ja d,f,.
curo: somente a combinação de Juz com frio ou deu«aç;ioc• u• rend.)Çlio dcniro do MAC (\·er Capitulo 9 ). Anih~ do pnhl
sou a liberação da dormênci.a e a germina,çlio d;a.s kmtntcs. A de cx-pres~o gêniC:'l mostra.r.am que o tratamento de plântu•
germinação d as sem(ntt's de aJgumu espécie$, principalmente las de Arnbidopsi1 com d1odninas inibia a apres.sio d0$ gr•
não domestic:idas, depende da luz ou de bWs ICmpt"raluras. nrs que codificam pat2 enzimu bi(>$.Simé1ica..'i de g1brre!foa.s
cujos eíellos podem ser substituídos pelo AG e-x6g(no. (20-oxidasc do AG e ),oxid:u.c do AG). bem como promcw1.1
Um exemplo pr.itico do efeito promotor d.u gibtrdi.n:u a expressão dos genc.s RGA e GAi (rc:1p(ln<:h·,:1s pefa transcn-
exôgena$ sobre a germinação foi obrldo rom o tr.\tamento ç3o das protein.is do tipO DEI.LA, rcpre.uora.s de re\t)os.l"u ao
de sementes da lav.anda (Lawmdula angW1ifal-i1J MdJer) com AG~Fit.•1.U\l 11. 15). E.s.ses rl!'$ul13dos indicam qu< a.s c11ocinina.s
AGr Es~s Sémt'ntes for.im embebidas por 18 h tm S()!ução 1:1mbém podem regul.ar neg,uivamente as respostas .is g1bcre•
de 200 mg/t de AG e apres<ntar:un um indice de ~rminaçlo tinas dentro do MAC.
de 89,9% em um tempo rnrdio de 10.S dias:, em comp:m1çào O bal.inço entre giber<lin.a.s e c:110<-ininas no MAC tamb<m
à 1ax.a de germina~o de 22,6'6 para o controle com :igua de.s- é assegurado por um m«anismo r<gufafóno qu<- conta <:Om J
lilad;a, Nesse Cl'I.SO, o tempo mtdio de gcrmin.)Çâo foi de 18,7 participação do fator de transcnç-ão lrnottl!dl -1,kc homrobo:c
di:is. Assim. esse$ resuhados mostraram que o AC, aumentou (Kl\'OX). A expressão de K~OX dentro do MAC au.x1h1 na
slgnilicativamen1e ;a porcentagem de gcrminação nes~ espé- m.inutenç.3o d.&s .:-aracteris1kas meris1rm.i11clS d.:is âlulu
cie, ;ilém de acelerar tal proce,s.so. dentro do meris1ema c.Julinar. pelo fato de indw1r a ~xpre.~s.10
de genN de biossintese de d1odninas. as.sim como promM<r
Controle do mQristema apical caulinar o ac-Omu.lo dcs.s.c hormõnlo no meristema.. é>tu4os b1oqu1m1•
e iniciação de folhas ros e de hibridização ill situ em folh~ J.: Arobut,,psr.s e tJ.buo
Na regliío central do meris1em;a apical ( aulinar (~lAC), e,,. mostrara.m que as pro1ein.as KNOX C3mbC'm (Ontrolam ncg.i•
COntra•k' um grupo de céful:1.$ qut s.e dMde lemamente, as tiv.imenle 0$ toorcs de g.ibetelinas n(> ~IAC por ligarem•se .io
quais s!o fonte de todas 3$ cê.J\113$ meris1em:i.1ka.s e, conse• promotor do gene rt'spon.s.lwl p.:1-a sint('$(' da ,:nzima 10-ox.1•
quentementc, de lodos os órg:\0$ caulinares. A regifo cennal <L,se do AG, reprimindo dlret.2111.:ntc a ~ua tr.lnscriçjo. tx
fo rnece regularmente novas células ao corpo do mcristema. niodo oomplcmen1u. tanio KNOX quanto a.s citocm1n.l.~ s.io
no qual se obS<rva.m intensa mMdade milótica ebai:.o gr.m de indu:iidos p,:la 1:xprculo do S,c'n< que codifica pau.\ cnzun.1
difer.:nciat;ào c<lul:.u. N.:i região pt>riférica do mc-riS1c-1n:i, p<>r 2-oxld::ase do AG na b1se do .\1..\C (en:âm.l que do1ti,.1 AG).
su:i vez, encontram-se âtufas que participar.lo d,; ink:bçâo de 1ahez p-.tr:i blóquca.r os GA b1ologkamcm.: Jt1\'0!i, pernrnm•
novos órg:\(>$, como primórdios foliar'-'S. do, assim, que S<u.s teOti.'S ~rmancf,1,m rcduz.1do-<i no uU<rlc>r
A,s giberelin;is participam no controle d;ai. p<>1>Ulações Je do r,.l,,\Ç (Figura Ll.15).
células dentro do MAC. auxili..tndo na sina.liia~o llU~Jctinini Enquanto J a1h·idaJe e :i ntJ,nu1en,;.io Jo MAC necc:,.,1.
tl-Sl)Ostas qu<- \'.lriario entre a permanência do cadter mcris• tam do: u•ores rdath•Jmeni~ d<,·;aJos Jc d10.:1n1n.1:,, < b.wi,h
tem.itico tias cêlulas c n cspecificat;ão de uin dcs1ino de J ifo- Jc sib.:tdin:is.. nos ci.tJgios sub:,,.:quen1cs de .)lnng:unenlo,:
renciação. Nesses processos, cl.ts atu.irn cm COOJUOIO. p,oí('m maturaçjo .:elubr ,<nfica•s.: utn )inergismo op. .hto., •)U ,.:,.-,
de 111anelra antagónic.11 em rda,ão ài. dtO<inlnas. M~rou•.se teor<) rd.1ti\'.'lmo:nt<-b.ti.xos Jc l.!ito.:1nin.1s e dcv.aJo) de:" ,.\G.
a existi-nela de interações reciproc-,1i. .:nHo: ttSses d,,ij honnó• O<b,l form.l, veriti.:.1,$(' um :i.:umulo Jc i::.1b1."r,:1111;1,) n.1 ro:•
nios• .:m que us d1odninai inibem ;1produ4"..iode g1bo:rdln.1s, gi.â<.> .:oi1mden1c C(11" .1 intdJ,;Jo Jo prim;..d11,) 1oli;ir, o ~111,11
:ao 1>asso que AC inibem as rcspo~t.1s d,: dtoonin.a,~ No im,:- p romo,,· J Jc:l<tmin.1,,~Jo JJs .:dul.1, ..u prc,cnh.•, p..ua ,1 .11
rior do l-.lAC. o ba.1.mço entre ~~s~ dois llOrmôntos cara..:tt·ri• terend.,.;:i., f<.>für tfigur.1 11.15). O llll-..:ani.smo que prQpOr
ta•s~ llOI' baixos teores de g1bcrdin-as associJo1.fo.\ a .:onn•ntr.i• don,1 .l tlt.•vJ,.io Jc g1b..-relin.1i. ern um,1 ~•lir,·.10 J<1i1u,l.1 ,b
Çôes elev-ad-a;s de citocinin.1~, e,: odo .:onto 111e•r~ui$111, J>-ll'".1 prrtlcrfa Jl) ~1:\C: J111J.1 n.io e ,nu1h.> b..-m ,:,,..:l.1r.:.,;11,l11, ~ú
3 fu1lt;âo nunn.11 do meri$h:lll.a api<al .:.1,1ltn:ir. ,mtJnto. ~,1~,:-,..- ,1.1 rr,:,H•n,.1 J,:i !0•,1üJ,1),: .11) AC. 1i..>, rn•
A 111,rnutent;ão dCS!>C b.1l.1n(O f.u-or.iwl l!> .:111)~11,mJ.S ,w ni«>rJto) tol1,1r,:s. m,11.;.mJ,) :.,: trJIJ.r ,1,: 111,pon;uu..-\ ..i11,h Jc
MAC g,ua1uc a prc,lo111i11ânc,:i doi. i.,'\" elê it'" ~11mulitori1J$ b11,1~w11<,e J,: :\G.
234 Fisiologia Vegeta l

O Região ele along8il'l'le-n4Q e cliferonciaÇ,ao ~ 11.Mt


(CQncentraçao e.levada dq AG)
• Regi&o de lniciaçao do primeiro loli;lr
(ooncen1mçao ekv.M:la de AG) .,
Reg.ao de divisão ceUar no meris~ ma
(00nCentr.llç:ao Wix:a oe AG)
Zona ten\tal do meristema

., 20-0:Xidase doAG

1
AG

••
Figura 11.1 S lntet"açôes entregibere:lina.s (AG)e citm;inin.as (Cksl na regulaçJQ d.1 f1N1,çk>do meristema apic.al caulinar (MAC). As setas ct as b.«u
,pcnt.im r~ ulaçio positiva ercgu&açki negativa, respectivamente. PI, Pl c P3ridkam os primõn:li<M foliares na ordem de forma,çio. A protelna
K.NOX awa junto ãs Cks e 110 AG denuodo MAC d,c maneira a estabelettr um balanço eflUedtOienn.ls e giberriin..,$ f~ á ~ ,'Is cit0<ininas. Na
reglao dos primórdio~foUares. \'erifica-se a prtdominãnelade giberriinas. O t onirole dos teo,M endógr-00$ dos horm6nios é exercido, prlnd pal•
m~ te, pel.i regul.-ç.lo blosslntétic-a.

Crescimento caulinar e alongamento celular de roseta Cc-om en1rrnós ba.sume c::urros). A maioria das dko--
F.nut os muilos efeilos das giberelinas n-0 desenvoMmen- cíledónt a.s e algumas monocodJedõneM e con íferas crescem
tO w:getal, um dos ma.is proeminentes é ce11amente w brc o mais rápido quando tratadas com determ inadas gibt"rdin.is.
c.resd mento c.iulinar (Figura 11.16). Essa elas.se de hormó1lios Em Pinaceae, por exemplo. algumas espécies respondem pou·
tem a capacidade única c-ntrc os de-mais hormônios \'egetais co ao AG,. mas crescrm em rtSP\»ta a uma m istura de AG1 t
em esu.mula.r o crescimento cm plantas intactas. especialmen• AG •• P01 ~u.i vc4 C'-"J,'6:.ie:. e.um crc--$('.lnu:mo em roseta po d em
te pl:im:i.s de hibilo nanitante ou pi.antas bianu.ais em est;ígio alca'nç.ar a1é 2 metrosdealtu~ e fl orescerem resposta à. áplka•
çlo de AG,, enquanto as pfanra.s não tratadas perman«enl no
esr3glo de roseta, E.spécies de cucurbitáccas alongam -se com
1m lor rapidez tm rt'Sposta ã a1>licaç.ão de gib..-rdinas q ue ni o
aprese,uarn o grupo hidroxll3 no carbono 13 (form ad .is peb
via biossintétin da não hidrodlação 13).
A "difeten~ de tamanho do c.aule'" cm plantas d..- c rvilh,
foi uma das sete carae1erlsrlc.as estudadas por Grcgor Mendd
em seu.s experimentos din icos de hibridação vegetal, ao d.:•
mon$ttar que os indi\tiduos alto.s crnm dom inantes em rclaçjo
aos aoõe$. A simbologia adótada pat:.l os ~leios dess:11 car.1C1<•
ristlca foi Lt ..- le, baseando-se na palavra "altu ra" (do inglls,
ler1gtl1). Vc:rificou-se, posteriormente. qu..- o tro11un t'1u o d.u
pfllm:li anãs com diferent..-s giberelinas caus.iva resposrns dl'
crescimtnto caulinar dislintas. Por exe mplo, quando plantas
anãs foram tratad:as com AG,. (uma form:l ín.uiva d e AG).
nao foi obs..-rwd:a mudança no tam anho caulinar; no ent.into.
quando os mul31llt'$ for.1m 1ra1ados corn AG1 (principal formJ
de AG .ativa cm er,•1lha}. o c.rcscimentó .,-111 alturn foi rcwmado
fl,gun 11.16 útl'l'IP'o de planta de: tomateiro <.om_a muw;io g,t, ,1/ (F1g1.1 ra 11.1 7). Postcriol'mentc, dc:;cobriu-se l1ue o p,u de alt•
9ib, • qual ocasiona• Ptfda d t> funçio .da ~nzlmi ':"ntase do AG,,•• I• 10$ l.ecorrcspondi:i aog.ent que cod1ficaVJ um.1 euzim;1-.:hJ\'I.'
dt'ido, p,oporcionando deficrênc.ia na v111 b,oss«'lté11c• de ~1be,rellnas. da biossíntese de t;ibcl'elírm.
Dessa to,m.1, as plantas gib·2/91b, quilhdo <.omparaclon aositlcfivfduo.s A t D"t.ima codificada pelo gene lc ..-m en•ilhas é:., 3-o,:id.-k'
s.em taJ rni.ttaçio (simboh:tada po, ../ • >. aprt~tam wm11nho ,e<tut.1•
do. Imagem cedJcla pelo o,.uza,o E. P. Peres (ESA.LO·USP). do AC (ou 3-be1a ludrox1l;u.c do AG). cuja :it i,•idJd.: é l'e~,01\•
s:ivel pt>la co1wersâo de ,\ C~ n:1 form;i bioat iv,1 AG • 1)..-~J
1
C•pllulo 1 l • Glbe,efin,n 2JS

cstolc• or1('n1.-d.a~ 1rans,•cr,.1lmc:nre. Sob • influt nd a dó ,,e.


C'S~a ork nl-1çóio 1ransvtr.sa I! mantida por um.a disl.i.nda con•
sidtr.ivcl, a mpliando ;u.sim a J.O~ de along.amcnio do órg.,io.
Por .sua \ 't'l., .1u.xinaJ prorno,,c-m a rcorient:iç.O da d~,ç~o
d.a~ mkrollbrilas de Gd ulosc, da p~ içio obHqu-1/longiludinal
p.tr• a posl~t> 1r,nSV't'rsal. lev.indo .io alongamento d.u cê•
lul.is que p;,raram Jc ct('S(cr. (»o podctfa u plk ar por que a

Setvagem· ,. ,. . açlo do AC ooorre prcforeoclalmentc- cm rcg!ó~ Jovens. na.~


qu~lls promove o .alongamento, cnqu:mlo .is auxln:.~ podem
AG,, promo\·cr a expansão Je célula!! mal$ velha~ (,·t'r C,1,p1h1Jo 9).
No entanto,. esludos r«entts r(V(l,1t:am que as aliv1dadcs
flgun1 11.17 Expe,im~nto com plantas mu1...-,tesde e1vi!hadeticien• de gib( r~lin:as e auxinas K sobrepõem n:i regulação di Upa.ln•
tes no aitlo l.e, 1espon~vel pela 1r11n$Crição da J.ox~c do Nj, O
tratamento da.s plantas aniis c.om AG,, (uma to,m.a in;,tiv., de AG)
perm1Uu aumento no t-1manho uulif'\111; no tntilnto. o iratamento
* ÃO ccJuJar e diferenciação tecidu.aL YeriticotHe qix ~u.xln:as
afolam a sinaliuç1o de AG, :l.S.(im como a su.a blos~ínte.~.
<om AG, (principal fonna de AG ativ,1 em ervilhaJ proYOCou a ,etom.., Seb•1.mdo esses J ad(>S. ~s au.xmas regula.m posilivarne-nit a CX·
d11 do cresdmento das pf.antas ~m ahura, Esse e~ nto ifus.lril o pressão de genes biO$~lnté1kos dt." gíbcrclin~n . e o AIA (uma
pa-sso em q ue a l •oxidll~ do AG illua na via b~Sintêt~de gibefel► imponantt aw:in.1} promove a produção dc AC , ••la aumrnto
nils, ou seja. na con"'e<s.lode AG>t f'\11 fo1m11 bio,tivaAG.,
da transc.riç.'io da 3-olida.s.e do AG e diminuiçlo d,1 tran.scri•
ç-lo de 2-oxidasedo AG (vtr C.1pitulo 9), Alem dLuo, a :mxfoa
forma, as plantas de ervilha 2n! s ini<:i.almcnte dcS<rita.s por promO\'c a dcgradaçjo J e DELLA . rcsuhand() n.1 Jc,~rcpres.~o
Mendel (homozigotas le} (oram rt laciOnóldas rom a ddidfo • da.s rtlpostas às g.ibt-rdin.1$.
da desse passo biossintétko de giberdin:as, o qual :ac-ar1ttoo
teores endóge nos de AG:o altam('ntc dcv.idos (' conc-C'ntraçÕl's c ,escimento por divisão celular
de AG1 muito inferiores nos caules d.as pl;a,n tas mutantes cm Pl:in1as de arro:,. submetidas a inundaç.io frcqutntc h.!'m sido
refação .ios d e plant:u altas. A apli<:açiiodc gibcrelinas permite empregadas como modelo de c.-s1udos para o csum ulo da divi•
tam bém que plantas mu1a.ntes de milho anão com dcfü:i<nda são celular medl:ulo pelas gibetdinas. Em condições de 1nun•
na biossíntese de AG cresçam tanloquanto as ,•ark da-dcs nor• daç¼o, e-ssa.s planla~ aumentam rapidamente a. t ax.l d l.' .:ttsd·
mais. Es'ludos revelaram que somente o AG, controla o alon• menro. a qual ocorre principalmenie no meri.s.rem3 1nrer,1lar
gamt nto do colmo de milho e que todos os muu ntes an(l('s de c111renós m:ais jow:n.s. Em re<idos <ncharcados. h:i um JU•
não produzem a entima 3•oxidasc do AC. a qu.11 C\lt.11isa :a mct1t() n., síntese de e11lénO. tl:$ult:ando çm uma d1minu1ç.iio
conversão de AG:o em AGr Assim como observado cm milho ,,os ,, ivels de ABA, que, por ~u:a , ·cz. ,1ge como ilntagonu.ta
e c, vUha, o AG1 é a principal gtbcrchna 3SSOClada ao alonp• os g1betehnli. t.m de(Orrtnd:. ,1il>SO. o t«ido torn:a•sc- mais
mento caulin3r de vári.is outras cspê<i<-s. como n.1b~ tom.1tc, responsivo ao AG endógeno.
arroz e trigo. 5.lutcr e Kcndc ( 199.?) ,'$1uJ.ar.1m o efoito do AG ,;obrt/' o
H:1 fo rtes evldên(i;is experimentais de que as giberehn~. ciclo celular cm núd eo.s de c~lufas J o mtnstcm:a 1n1er..:abr,
com :1s au.xinas, promovam a elt"pansâo/.ik>nganwntOcelular os quais tiveram seu ONA quanllfü:.:ido ptl.a têcnka Je <1·
por exl'rc1.'rcm t:ftitos sob1t a parede celular, A r<laç5o ~n•re tomctria d< fluxo. A quan1i,l:11.k de ONA em um nlldeo h.a•
esses dois ho1·n1ônios ~1uanto a esse fenômeno .ainda é COl'lltO· plohlc foi cnibd cd da como IC: nlldcos nl í.tse G 1 ,: Gl JQ
,·crsa , No cman10, a hipótese mai.s accila atua.lme111é sugere ciclo cd ul:ar aprcsentar.1.m qu.int,J a,les J c DNA de 2C e -&C.
que ai. gibeteliua.s sc-jam promotor:is do along;uncnio celubr rt)p;,o,c1h·;amcntc, e nUdeos n:a fase S .1prC'SC01.atilm ,~.itorei.
preíer1.'n d:llmc:nk cm cClula.s jowns. c as,1u:ünas, por sua w 2. in1t'rm~dtários Jc ONA. Logo após a aplkaçl<> .,1.,. AG <to
i.cjam .-is pfi11dpa.is promoton s d l c1tpansão c<lul:ir cm tcgiôl'S geno, SJ'-;i dos núcleos cn.:ontr.w.im•.s.e nl 1:4e G I Jo ..,do
cm matura('.'io (w r Capitulo9). \IC'rificoo-sc, p<>r e,(emplo.quc ,:clul.u. enqu,rntv 10 e;, JO$ nud,·os ,-sta, ..un nl.$ t.l.Ks S,:
cm e,urenós de .weia o alongamento decorre 111.ils do cresci• G 2, respectivamente lFigur.1 11. 18), N.1s pnme1r.1) <I h .ap,_h
mento d .1!> cêlufas j,.wens duu~.,&:is do mcrbicm3 lnwr,:alar e o lrJtamcnlo ..:orl\ AG, obser,•.arJm•S<" unu reJ u.,..aQ n.a pw
menos como rcsulta,lo ,la di,·1$:!o celular. O :al<mg.uncnto l'm por,;io Jc nUdeos ll,b ia.Sl-S G2 e Sl e um .:m tuenh,) n.i pr,, .
re)pos1a ao AG, foi 15 ' '~td ~~1perior .lo n e1dm~n10 observa• ror\·âo de nudeo~ ém G 1.
do nos tratamentos ~cm AG,. E.»e lnaemcnto 11.i pllstkiJ.J,· C<>m base nos r~)ul!.1Jos ob11J1.» e ,:onMJ er.amlo .i ..inc:
d;a parede celul.ar 1nt·diado pd.a$ gibcrclin.1S foi 1:1mbê"111 ob• 1k a ,1.,. Crr$.:imemo e .a Jinlmk.l J" ..:,do .:d ubr, n~ ,rntorc,
str\'ado cm segmentos dt' hipocótllo de .,lfo,c.: em hir o.:óta• pl'o puiier:1111 4uc o cfc110 pnm.it11) \I~ g1bcrd1n.h -< rd.a.. m •
los intachu d..- pt·pino. IM .:om .l inJ u\âO do .1l.mi;.1mcn10 ..:dul.ar n,) 111,:n,km.1
Uma CXJ>hca\·áo para c-ssd <,·cnli\S refere •~"' ao fat" ,1.: •llit/' intcr.:JI.H, pro.:-(')l>I.J St'Suid o ror .:!...los Jc Jt\hú<, ..dul.11.,.~
uma d as pr~•ConJiçõi-s pJr,l ll l.ll<>ns,m1cnto ~·elular s~· rel.,.:,o• que ocorrem. mi.:1.alm~nt.:, J r.arut J.a~ ..:d ul.u ,1u,: 1werem
11a com as nncrohbril., s ,1,·cdulo~. as,1u,11.:. ,!..-w-111 oo,•ntar•sc- ¾'~• UNA Juph.:., Jo e -tu(·, t/'1n ..:on~,:,1u~n..: 1.i• .:~1.i.11 n., J,h.-
l)l."rp,m~hcular111..-ntc ,i dirl,·áo do .:r."Sdme,,w. ,\ nl,lu,çâo ,!" G.! ,lo d .,lo ..:<lul.ar. Ocro1s J .,. - h Jü cr..u~ml'llh> ..:.lm ,\ G,
alo11gament-.> cdular pd .i,i, glbL'fdin,u 1>1lill• <~.lr limi1Jd:, obscr\'J•,)<.' um JUII\CIIIU no llU lll éfU J.., 1...oful,b 'lUC ~·)l ,h > n.:i
ili, ,,lula:. nwristcm.atii.:as ,. j,l\'cll:. por,ptt' .su.L• n1krolibnl,h IJ ).- G!, ,1.> pl'1.h1 ,1ue 111d1,.,1um ~·~tunulo g<r.al p.ir.l .:i J 1, 1:.lo
236 fisioJogia Vegetal

30 Maose csterifübde da parte m:i$;;:ulina das Oore.,;. Contudo. a aplica.


90
çào de gíberdim1s ou a , opere:..prtss.lo de genes da 5ua bios-
sh11csc provocam o aJia.111:lmento da. íloração nes:5.41.S plantas..
As gibcrclinas c:,;ógenas 1ambem podem substituir a induç:Jo
z fotopcriódica da Rora(50 em plantas ern roseta. Um exemplo
Slnt.ese 80 f comum dessa ação de AG são as plantas cm roseta induzid.u
~ ONA § ) floração em condições de dias longos; no c111anto. a :i.plic.a-
çiio de gibt-relinas cm planlM cultivadas sob dias curtos induz
o florescimento (Figura 11.19). Nessas planlas. n flol.'ção ê
acomp.'lnhada pelo alongamento do caule. evcnlos estes con.
G, sidet:ido5 Independentes. Tambem a aplicação de glbe:rclinas
pode promover a flor:içdo c.m algumas plantas de dia cur10 cm
condições não induli\'a.s. bem como pode substituir 1>arcial ou
o+--- ~- - , - -~ -- ~--+~ lotalmentc os efeitos desencadeados pelas baixas temperatu.
O 5 10 15 20 25 rasem plantas com necessidade de frio para a íloraç~o (ver
Trot3mento oom AG (horM) Ç;1pí1·uJo l8).
f~u,. 11 .11 Alteraçóes no d clo C4:lular de nUcleos do me1is1ema O comprímcn10 do dia exerce cfeilos no mctobolismo das
intercalar de entrenôs de arroz ~m resposta ao tr.atamen10 rom AG. giberelina.s, corno é o (3-SO do espinafre (Spi,wcin oleratc-a),
ObM:n'1: ,u •~~se escala-s do eid o celular na p11rte superiO,. Adaptada planta de dias longos. Em dia$ curtos, os seus 1c:orcs são b:ii-
de~uteteKende(1992).
xos e a planta se m.1n1tm nl'I forma de rose11. Em GOndições de
dias longos, obscn·a-sc um aumento nos seus teorts da via d:i
hidtoxllação 13 inicial. O aumento de cinco ve1.e5 nos níveis
cdular. O fato d e h3\'i!'r uma diminuiç:3o no nô.mcro de cê:•
de uma des5as giberelina.s (especialmente a forma blo.11i\·a
lulas cm G2 depol$ de 4 h do tr:itamen10 com AG sugere
AG,) caUS.\ o alons.3men10 do c:aule que anlcccdc a Roraç;to
que esse hormônio regul.a o ciclo cdul3r na lr.ansiçio <'ntre a (,'C'r Ca.pílulo 18).
mitose e a fa~e G2.
Em plan1as monoicas (produ10,as d e llores masiculinas
A transiç!o enl« as difer<'nte-s fases do dclo celula.r é J<'· e femi ninas ou hermafroditas), as giberelinas têm efei10 SO•
gulad.a por pro1einas dnut"S dep<'ndcn1es de cldln:l$ (CDK),
brc a determinaç¼o do st>:ô, evento gcnecicam ente ,egulado.
As medid3$ dos níveis de transcrição de dois gtnes que codi•
mas tambCm influenciado por outros fiuores, no1:1.dameme
6C3m para CDK cm arroz inundado revelllram um aumento ambicn1ais. Em milho, por eicemplo, dias curtos e noites friu
nos nh•d..s de expressão de um desses genes em respos1a ao prom<wcm um aumento de cerca de 100 VC'lcs nos níveis de
AG <x6geno. Esse aumento correspondeu â expres.são de dois AG no pendão, aumentando a proJ)()rç:.ào de flores fe mininas.
gc-1)<;) <l>WdaJ ui, ã J .ivi.Wu u:luhu, aumentanJu ui, 11iV1:h de
E~ efeJto I: 1ambém obS<'rv.tdo como res~•hado d,1 .aplic.i.ç:to
uma proteina-cinase espe<ifica do ciclo celular (Cdc2). bem de giberelina.s. Em milho. for.im i.sol3dos lllUl.l11li!'S com pa•
como de cidinas M necessárias para a entrada cm mitose (ver drões alterados de de1erminaçlo de sexo. Mu1açóes em gcnrs
Capitulo 9). que afetam a biossintese de AG n:-suh:lmm na supre-~ão do
desenvolviJTl(nto de es1:'lmt$. nas flores dn e.,;pigo. Em algu·
Mudança de fase juvenil para madura, mas dlco1lledônt"as. como C11c111nis s11tivus. Spi11nâa olrmu.i
indução da floral e determinação do sexo e Cmmabls smfra, o AG e-xógeno cxc,cc efeitos con1nirios,
A incapacidade das plantas tm fl orescer antes de atingirtm
dc1erminado estágio é associada à juvenilidade. Plantas jun:•
ni.s C' aduhai, ,·egctativas e reprodu1iva.s podem apr<-.stntar as•
pcc1os morfológicos diferenciados, como a forma das folhas.
Dependendo da espfrk. a aplica,.10 de gibcrclinas póde re•
guiar a ju\·,milidade em am bos O$ struidos. Assim, cm Ht·
dtra lirlix o AG pode causar ;a re,·ers1io de maturidadt p:i..a
jm•tnilidade, e~qu:lnto, cm algumas conifcras, O ilWl'l'S-0
pode ocorrer coino resultado do 1rata111ento com AG~+ AG.,
A .iplic.açio de AG ttógeno com essa finalidade , ,em sendo
1e.stada ern program:H de melhoramtn10 gcnt'tico d~ v~rla.s
espt'dr$ de Euralypws, As gibcrdin.1.s podem .s-ubs111u1r os
efeitos mediados pdo fotopcriodo,: pelas baixas lernpetalu·
ra.s na mdução floral de .aJgurnas planta$, sugerindo $et es.sc
hormônio um dos compontnies para o estimulo dessa lndu•
(.ão (\·tr Capitulo 18). O,a curto • AG
A panicipaçâo das gilxrdi,,a~ e dt"ci.siV:1 no pr(Jcesso Je
Fi9u,• 11.19 AltJumas pl.lnlcls em roseta $iíO lndu1id,1~ lJ flo,aç.'lo en,
flora~o. 1an10 que plant;:i~ de Arabidopsis ddiC:1i'lltéS _cn~ concfjç<ié\ de dias Jongos: M c-ntanto, ~ ,1plic,ic;iio de 9Jberef1nas em
AG apresentam am1.so no lt"111po de flot:1ção e tend[·ncia a !)!anta 1. wluvadas WbdiaSúi1tos pode ltlldu.rit o tlo,es.c,,nemo.
Capitulo 11 ,> G1betel1MS 237

obscrvando•sc a fo nnação de florC's ctilamin:idas, NC'ss:is ~v íruto, Anilhes de mutanlc.s de 4inlt:\t' w pcrupçiio dt gibcrt•
pédes, 1ra1nmen1os com clileno no c:\t.igiode ílo~ bissexual~ Un:1.s cvldenda.m a pamdpaç:io d~\"l:1.$ M Ctl-SCimc-nlo J e fru•
indutem -' formação de flores femininas, sugtrlndo uma inte• 10$, Plantas mutan1c-1ga/ •J dC' Afilbirlops,s n3o formam frutos
ração das giberdinas com outros honnónioi. na rcgubçâo da 3pós 2 poJiniz.1ç.ão cm virtude J:1 dcfi<1Enda gr.a\·c na ~intt1t'
determinação do i;exo. de gibtrclinas causad:1peta mutaçlo do gene Ci;, I, cod1fican1e
Demonstrou-se que o AG, pul,-tri-1.ado em plantas de aba• J>2f',l a cniim~ CPS. Em conll':lparlid.1. e, J esenvO,v1mcnlo do
cMeiro n:l (ase de Roração altera a fonologia e II morfologi.i d:i frulo ocorre em ouiros m~11antes que apre~cnlam leorts ligci•
ínlloresc~ncia.. Aplicações (citas antes d.a forrnaç.ão dos eixos ramtnte mais clcv.1Jos de gíberdin.i.s bioativ.1s: no C"nlanto, o
secund!rios da inílores.cência reduz.iram a lntenS:id.-de dr 110 • :1Jong.ame-n10 cclul:1r e anormal.
ração. Aplic.açôes feitas em eslágios posteriores resuhamm no O desenvolvimento inicia.! dos frutos é <lÍC"tado cm mo•
desenvolvimento de brotos vtgctativos com hábho indetrrmj. lantes gfli, instmivcis às giberdm.-i. GAi. como .l'IS111.1I.-J o
nado do ápic4.' de inffort.SCCncias, Assjm, ou~ do AG3 em ni• antc-riorrneme. ,ê u m a dali proteínas DÉLl,A de ,Valr,dopsu
veis e cslág.ios adequad0$ pode permitir regub1rl z.ar i prOdu• envoMJa n:a foh a de- crtsdmcnlo na aus(nd.i deu.e horm(,.
lividadc do abacateiro afelada pda alternâncfo de produç5o. ,do. Isso st deve ao fa ro de os mu111n1csg.ai lc-rem uma ~ru,.
bilid:ade rcdu:d d;a às g'iberclinas, causando um desequilíbrio
Estabelecimento e desenvolvimento de frutos nas rcspo.st:is. ainda que n;J pre.scnç-.- de teores clt~dos de
O cstabeled mento do fruto. ou seja, o momento de ded$ào g.ibert lin;a$. N3o por outr.a ro.l.io, ,u pl2n1a.s gai ;aprcscnl.t.m
se o ovãrio se desen\·olvcrá cm fruto (fmit stt) depende de um fenótipo similar aos mutantes com delici~nci;:i par:.t a sin •
$inais positivos de crescimc-nlo dados a p.irtir da. pofiniuçio, 1ese desse hormônio.
d:a ferliliz.ação e do desen,·olvimento do c-mbrião. Ape311r de Um e-feito sine"r-giscico e ntre giberd inas, au;cma e c11ocm1 •
se tra1ar de um evento crucial para :. obtenção de procfotos nas foi observado sobre o crc.scimen10 de- frutos putc-no<irp1•
agricol:l,S e á sobrc\•h'ência das espécies w get:iis., :iind':l mui• ros de Ambidopsi.1, \'isto que o tamanho c-qu1valt'nh: .ao~ fru10~
to pouco e COllhecido .sobre- os seus mC'canismos rcgul,11ôrios com sementes (ovirios ferr1Uudos) era obtido apen;is cm tta•
(,·er Capítulo 19). tamentos com g1berelina e cicocinina ou g,1betel1na I.' .iux,na.
S.1be •k que as atividades das giberelinas e das :.uxlnas re• Ess~s resultados i.ugcrcm um ronjunl(> <omplno de 1ntcf'.:s•
presentam 0$ cstimulos principais na indução do cstilbd ed• çõcs hormonais que oc-orTe dur.uu e o desem'Olv1mento nor•
mento do fruto. Os teores endógenos de ambos os hormônios mal do fruto (\'er C:1pí1ulo 19). Vale sJJientar, contudo. que.
aumentam nos ovários após a fertlliuçAo, e o emprego de t n:i• ao observato crescimento de frutos pancno.:ârpicos 1ra1ado<.
tamentos c-.x.ógcnos ou por 1ransfürmaç:lo genética que pro* ísoladaine-nte, com um desses rcguladortt de- crrsdmtnfo.
porcionain o i1Umrn10 endógeno desses hocmónios lt'va, t'm apenas as giberdinas conscguir.am promo1rer um cre1cimcnto
muilas espécies. ao desem•o!vilnC'nto de ír1.11os par1ernodr• mais próximo .ao Je frutos poli.nb;;ados (Figur.1 11.20).
pie()$ ( frut~ formodM s.em pollnlzo~o e, pan o.nto, :'l<'m se Chm '"~P"'h"' li qu,:,,lfl t1,;:-~,u,,:,J':l de frutot n(l\'l)J 2rti"'" ro~
mentes). Alé-m disso, os ceores desses honnónios $ão elevados linizaçiio, C1Se C\'Cnlo dclctCrio em pfan135 <:uhn'3dá5 pOlle <er
nos ovários de muitos mutantes t m qu.c- o fni1 0 se estahf:le<:e minin1h;ado por mdo da .iplic.1çio de au.,:in:u. que e.uimubm
mesmo na aus~ncla da poliniuç:11). a fuaçdo e o cresdmen10 do.i, frutos 00\'0S (,·t'r C:ip11ulo 9).
Diferente-mente d:isauxin:is..que parccc-m ter um pnp<-1 fu n• Contudo. nem todas JS espéde$ rel:lpondem (a,\'Or;&\·dmcn•
darncntal na organii:u;io inicial do gin«<u, as g1berdin:is são 1,e às au,:1n.a.s, m;u a aplicações de g1b,erelina. Em nu<tc:ira
necessárias cm uma et;ap;a pos.1eri-or, dur'3meocrcscimenlu Jo (M,1/us comestit'a), p~,r t'X<mplo. a .aphc:içlo COflJ U1U:1 de urnt1

Nêo pol.nll3ao lllàopohm:ta<IO N:io PQliniz:ooo


• -0, 1,..MAG1 • 111,,.\I AG 1 • 10.1MAG,
238 Fisiologia Vegetal

gib(rtUn:'l C' uma citodninAprom<ircu t:unbém maior crcsd• 1erm0$ con1trdais e induswiai.s. a aplicação do AC, pt'rrni1e
mem o Jongiludinal dos frutos. melhorando a form.i destes t 0 o pro(ci.samcnto da frula em um pe:riodo m.iis longo. já que
seu ,•,dor comereial.
o ll'fllJ>O de coleta pode ser expandido. Alêm d isso, na indüs-
-~utm <'Xt'mplo int~r~ nie ocorre com Vilis ,,ilJifrrtJ, c, •. tria ci1ricola, mujtas desordens podem ser corrigidas com 3
ltaha, na qual a pulvcn1.1ç;ao do$ cachos cm pós.floraç.do c:-om apli~.'J.o de glberelinas, como manch:l.S e ícrrugcm, porqut
l~ou 20 mgt( de A_G,1 ,permite o :ilong11.mt'ntoda râquis <'ora- es.i:as indutem umA tcxtur.i maiS comp:icta do a lbedo, além de
loo d<' fru105, poSS1b1l1tando a oblt nç:io de cachos mais saJjos poderem corrigir p.rcialmcnle o enrugamento do exocar:po.
<' com b.igas mai.s uniformes (Guerra ri aL, 1981). Allm disso. Para a limeira ácida TahitL pl'lncipAI variedade que substitui ~
obser,·ou-se que N$e 1ratamcn10 induz a apircnfa pard al ou fünõcs •V(rd.ideiros no Brasil, a manutcnç.ão da cor verde ê atri•
toli l (íru1c:» com poucas$em cnta ou nenhuma). atribulo ~ te buto hn~'IOflante p:u-:1o mel'Clldo e consumo. Contudo, a dcgt:l.
ddej,h-el em u,·as de mCA. dação da dorotila e a s.intese de carotpcnoidcs cvolucm durante
a comcrcialiwção e culminam no dcs\·crd«-imcnto da fruta. A
Superação da dormência em embriões aplicação de AG cm pó.s•colcta nas conccnlrações de 10 a 160
somáticos e gemas mg/(, associada â apli ~ de cena, foi cficie n1c p..,r a manter a
Na cultur.:, de tecidos ,'('gelais, a roca embriogênica somfiti• corve:rde da casca. dos frutos ar111:nenados por 4S d ias a 2S..,C,
ca fr('(juentemente gera embriões somãtko.s que aprcsenum Aplicações de produtos comerciais á base de gíberelinas P<>·
baixa tua de gcrminaç5o, para os quais o empret,.'O de AG no dem estender o pcriodo de produção. possibililando "'ºS produ.
md<> de cuhura pode promover c:ix;is adequadas de con!•er• tores pn:,gramar a coleta t' obtt'r melhores J>f('ÇOS. Assim, e$tudos
s.io em plântulas. Esst é o caso da frutífera goiabelra,serrana dos efeito.\ doAG,.\Obre 3 maturação dos frutos das tangcrlneiras
(Acu sclfowia,ra), mln3cta nath-a dos c;i.mpos de altitude do Poncã (Otriu t'l.'l'ia1J11ta) e Monten~rhla {Citrus ,lelício.sa) evi.
sul do Br.uil e que se enconlra c.m pr<>ctSS<> de domes1icaç!o. dcndarm1 qUC' aplicações de 20 a 00 mg/f de AG, no início da
Embriões somãticos CMl b.W::a llll'I de gtnninação foram mud:3nç:a de cor dos frutos pcm1itiran1 mantê-los verdes por um
inoculados em meio de cultura contendo 2 µM dt AGJ e mos• pcriodo mak,r, sem alteTar as car..clerísticas fisico~quim lC:t.$ do
Iraram 100% de g.ermin3çàO tm comparação 3 valore$ de 50% $UOO, Na ,tidri.ra. a aplicação do AG, com <> andamento dos 1"2·

de g<-rminaç.ão obser,•adO$ para embriõts somáticos cultiva• mos, promO\'tu aumento no peso, no compl'iJnento e na largun
e,
dos na ausência do AG, (Guerra ai., 1997). Os efcilos d-as d:i.s bagas do cuJtiv:u da u,'3 de mesa Maria.
gíberdinas na superação da dorn,ência de gemas de csp&:ics
com exigência de frio também têm sido rtl:mdos, Pla..111.is de Referências bibliográficas
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.ip.:nas com dgua, demotar-,m 60 dfas para quebraT essa dor• ,:~ e a fl!SOf('lo dt Acido gibe1ilico por fru1as de IAtanja cv.
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mu Ooni-' (oi d iH),9 1 c n, 1to, ~po,1:a ilO AC,.. 1tm ..:omp:ar:aç:lo Gucrn MP. lb.rcdb FM, KoUcr OC. lníluCnCU do ãcido g,'bcrél.ko. aph•
,ado cm 1.Jonç-Jo í> põs·lklOÇM) $Obre as característi<'M do c:icM da
com o incremento médio de 0,32 cm para o controle. Assim, vidrin füifü (Vilã$ ,iniím L). ln: Anaill d(, 6. CoogA'$SO Bra.siJciro
essa g.iberelin:a foi efetiva em ::i.umentar 3 taxa de crescimento dr Fr111kuh,\lf'l; 1981: Rttife. Rcciíc-:SBF; 1981. v. ◄ . p. 1279,86.
das g<mas flor3i5 e antecipar 3 floração. induzindo a a.ntcse 10 Gutrr• MP. J>cstadc111 R, D.il VC$CO Ll, Nod:ari RO, Ducroquet JR ln
dias ames du pl:uu3$ não tr:atadas. vitrc, morphogcnc-sls ln Frijo:1i1cllowiana: soma1k ,:mbrr<>t,"éneus
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A duração e.m pós+coleta de foJ:hagens ornamentais conslilui ,nimting ctre.:ak ln: Oa\Y$ PJ. tdiitir. Pl:m1 hotmon('S,: pf1yslology,
atributo imponante para o mercado de plantas ornamenlais. biodll.'nm1ry Mid mokaala, bil>k,g)I. Boston.: KluWt.T; l 91JS. p. 1A6·71.
Em muitos casos., a aplicação dc AG em plantas foU1osas létn LC'nton JR., Appkford NEJ, Croker SJ. C ibbcrdlln .:and u •:u uil3Sc g<•"'
(l:pr.-~ i<in in germlnatmg ~·hrat gtams. l>lilnl Grow1h ltcgula•
permitido aumenrnr, consideravdmente. o tempo C'm que :t$ lkm. 199--f;IS:261·10,
folhas m:iml m a colotaçio verde após o corte. folhas de Za11• NaJ:aj_ini,a M, Shimada A, ·r~kashl Y, Kirn YC. Pad: SM. Uegu·
ttdesdiia aethlopíco cortadas e imC'rSa.s em uma solu-;io de 1 ch1-Tanaka M. c1 ;il, JdcntllM'ati(lfl and charnc,,..riution o( Ar.1b1•
mM de AG) p0r l4 h apresen1ar,1m ,1ma longevidade média dc~is g,i~rdlln ttt~plQfS. Pl.u11 Journ.il. 2006:46:880•9.
dt' 39 dias cm com~.r.içào :i duraç.io de 29 dias inra :as Ío• Siuter M, Kt,kk H. Cibbcrcllin-induced growth and fl-SUl:uion úÍ
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resuh<>u cm uma vida média de pôs•COkta dC' ape,,as 17 dfas. bayashi M. <!"! aJ. GIBHERELUN INSENSI rl V E DWARFI l'fl·
tC'mpo cslC' infericir ãqudC' obser":ado parn as folhas•controlC'. e* a, &olublc rc.«<ptot foc gibbcrtl/in, NJlu1<., . :?<IOS:4J7:6'J3,S.
Ucg~~~,.'llm:ib WM. N:ihjima .\1, K.t1oh f, Ohmlya H, As.lno 1',
O AG apHcado em frutas de: Jarnnja ( \', Valên<'ill retC.m a co~ 5:ip S, ct aJ. ~fol« ~lat 11~lt"r.,c-1ioos (-i .l .sóluhl,: giblxrdhn ll.""•'P
lor.iÇio ,~rdt da c..a5,ea. O pJ f J,0 d:i solução foi o que ptomo• tor, GIUI, wuh a,..,,: OELLA rro1d11, SLRI . ,md gib,bcrdlio, 'llw.-
,•eu a maior re'ltnpo da oolor.ação \>erdt• 11a.s frurns. ind~c.indo l>lnni Cdl 2007:19·2M0 -SS,
assim que pH ma,~ ácidos favotC'Cé'lll a absorção do AG pd~ Vh·ia,1•S11~ith A. Koltunow AM. G..:,1t•1k ao;aly&,s of grow1h r..-g
ut,110r•uldu o:«! p,.11th..,flOCJ1JI)' in Arab,Joi)~b. PIJiU Ph ).S1nl
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Ácido Abscísico
Eliane Stacciarini-Seraphin • Luciano Freschi

Introdução de crescimento e promotor de dormCTIClll de gem:u.. Atu:il•


mente. sabe-se que o ABA. com os dcm:>,i.$ hom~ónios ~ -
O ácido absd sico (ABA)~ um hormônio ,,egetal que rtgufa lais. desempenha nui.hipl;u funções dur.i,nte o ciclo de V'id.a
\'ários processos no <lclo de vi~ das pbntas. En,•oMdo na.s das plantas. Desde a sua ddCobcrta. p~qul~s revda.m que o
respostas a cstresset :11nbicntais, como a baixa disponibiUda- ABA destmpenha papel de J est.aquc n.2$ resposlM CU~ pl.a~tar.
de de água, a tem~ratu~ rtdutid:a e ;a alta salinidade, esse a es•~es ambientais. transformando em respostas b1ol6gtc.u
hormônio também desempenha uma função import;mle no de proteção os efeitos t:cercidos pdo ambie~te. especialmente
desenvolvimento e na germ!naçllo das sementes. a baixa disponibilidade hidrica. .a ah:i s.1J1nid.1dc <' as lempe•
Sob condiç-Ocs ambientais des:filvorá,'t'IS, o ABA regula o raturu mJui ida.s.
grau de abertura dos estômatos, rtduzindo a pt:rda de águ:i PCf Antes da de-cada de 19.JO. já er.am conhecidos os cfdtos dos
tran.spiração. Nas semente:'$, CSS<' hormõnio promcv.-eo acitmuJo extr.uo.s vegecais na promoç;io d:i dormência cm gt-m.u <' se•
de proteínas e lipídios de rescM, a aquisiç.ão de tolerância à
mentes. Em a.nos subsequentes. estudos dcmoru:lrar.un que ex•
dessec.1çã~ alem de inibir a gtrmin.loÇàO pre(()Ct do emMlo tr,1tos oblidos:. partir de di\'ersos tecidos e c-spêc1<s de plantas
em frutos ainda conectados 3 planta-mie (vivi[XJridBde). Essas
con1inh.\m uma sub.s.lãncia cap.11: de inibtr o ctesc1mento \Y•
respostas em vá.rios processos (pkiotrópims) slo, cm gt"ra.l, ~ -
gtlal Qualquer uma d ~ p<'squis25 poderia tc-r «induzido
fletidas cm padl'Õt"$ diferenciais ck expressão gênica.
il purilkaç.ão e ii identificação do ácido ab.scisk o. enlrelanto.
Es-le capitulo ,,:10 pretende esgocar o assunto rtftrenu: ao somente tris dda.s re.suhar.un no isolvncnto e na identificação
ácido ábsdsico. mos sim enf:uii.1r 0$ ptirw:ipab aspectos lisio• deu.e h0tmónlC). Essas péSquU35 Í(>r.tim pubhQcbs no miao d:a
lógicos, bioquímicos e jl.CnCtico.s desse hormôntO wgm.L d «.'id a d..- 1960,.. t..,;tdo d C$Ct'it.u rc:;1.u,, i~1;:1\fll' ll s,.:-g1,ur.
Nos l:.UA, os trabalhos de Addicon ~t al. re:sulurám no
Histórico e descoberta iS()lament() e n.1 cristalização de uma substânctl pmmoco-
O hormônio vegetal .'iciJo ibsdsico (Figur:i 12.1), descoberto ra da abscislo de fru1os jovens de- algodão. Por se tratar de
na d tcad;a de l 960, foi inicfalmen1e considerado um inibidor UIT\,l substinda at.,; então com propn r:d.ade.,. fisteas e quim,c.u

CH, CH 1 CH) CH,


Qi1 CH,
· ,/ 5 1, ,,,,, /
,,,,~, ~
5' •• , ,/ •
I_
.....,,OH
I' ......OH

3· ✓, "'-t· COO< COOH


o 4' 1 o CH1
CH1

( • )-0,-ABA F>-CJ$.-A8A
(forma illiva ~ abundante na nMureza) liom~ .thv;t • abundante nas ,$&posias rAp11tasl

CH1 CH,

l COO< COOH
240 Fisiok)gia Ve9e1at

dcsronhrdd:u. da foi denomin.1da absdsina li. cm rt-eonhe,- d..- ~ficil hídtioo. 0 papel fisiológico do âddo nbsc:isico na
clmcnto ao seu cfoho promotor na alm:isão. Na mesma ,poca. proteç.ioa cssc 1ipo de cslrcsse se dá principahn~nle p,or meio
Wan:-ing t·t ai.. na foglattrra, corl"t'ladonaram a donnê-nda de da promoção do f«huncnto estonl.\lko. reduzindo a perdi
gcm:is na planta lenhosa A rcr p1,r11dnplt1tm11t1 (bordo) com as
de :igua. •
:shcr~çc.it"Ssazonai.Se l\0$ nh-.:is dí.' inibidore.s.. cham,ando o com• Ourante O dese1wolvimento de 5ementcs. a con~en1r11çao
posto responsân.'.1 por t'sse c-fci10 de dormina. O isolamento e endógena dr ABA nesses órgãos é gt•ra.lmente supenor àquela
3 i'.Nt-alita~o da d onnina c,·idencfaram propriedades íisicas
rncontrada cm tecidos ,,egetatl\'O.S., atingindo valores da or-
e quimi<,as idC-n1kas às da absdsina JI. Um 1ercciro grupo de
dem de microgramas por gra.ma de ma..1;53 fresca, O ABA cs1á
pe.squisadol"t's. lidet'3do por Van Stc,·tninck. nn Nova Ztlân-
cnvoMdo oo acúmulo de proteinas e lipídios de r-eserva. na
dfa e, ~ tcriormcnle. na lngla1erra, ,-erificou que frut0$ em
11quisição de tolerância à dtsse<ação.•na_inib~ç3o ~a gem, ina•
dcsem-ol"imcnto de- L11phrus lutclls (tremoço) produz.iam a).
ç/J,o pl"t'coce e na imposição de dorn1( nC1a primária.
goma subst.i ncia respons3\'d pela absci$ào de florn e frutos
Vârios mutante.s. deficie-ntes ou inS('nsívcis ao ABA foram
jcwens locafü.ados cm posição apic.al na inOore,:cê-nd a. Essa
identi6cados em pfantas , 3.Kulllres com anom.1,1i.1s no dcse-n•
1
substância era apa.z. de inibir o CT<'scimento de colcóptilos e,
,'OMmento ou n0 c.ompor1a.mento fisiológko, como n vlvipa•
por seu isolame1'!0 t' purl6cação. os autores novamc-nte obser-
wir.1m proprie-dadcs idên1ias às da abscl$ina li. rid.3de e a ausência de dormência e murchamento, mt$mo sob
Abscisina ll, donnina é acelerador de ab.scisão rcprescn• estrust hídrko moderado. Enquan10 nos muta1ues deficien.
u,-am um me.smo composto. se.ndo neces:s.iria um11 deno• te.sem ABA rssas anomalias podem s.er revertidas .io tipo nor-
min::iç:lo comum para tal subst:inda. Em 1967, os grupos dt' m.al (selvagem) após 1r.uamen10 com .\d do abscis~co. a apli~:i-
pesqui~dort s cn\'oh-idos nas im"tStigações: estabcla:eram o çàodme hormônio n!o tem efcilo nos mutantes m.'>ensíve1sa
termo "ácido abscisico": além de ABA como sua abreviaç:Jo. d e próprio. Esses mutantc.s têm contribuido significath•a.mrn•
A1u.almente, alsuns 6slologistas consideram esse nome inade- tr para o progresso das pdquisas envolvendo cran$duç.ã o dt
quado. cspccialmen1e porque o ABA não é tão ath'o na pro• sinais. biossíntC'$c e- efeitos biológi<os do ARA. Revisões sobrt
m()Ç'lo da abscisão como se pensava lnic:ia1mente. Entretanto. mutantes deficienlt"Sou insensil'eis ao ABA podem -St'r t'ncon•
o nome "'âcido abscítlco.. t'sti conssgrado pelo uso. tradas em Tll)'lor ( 1991), Thomas er ai. ( 1997), Lcung.: Girau•
Desde sua descoberta até hoje, foram editados pelo menos dai ( 1998), Finktlstt'in ti oi. {2002) e Hum plík cr nl. (2017).
três 1il'ros cspedlicos sobre o ãddo absclsioo (Addicou. 1983;
Oa,in e Jones. 199 J; Zhang, 201-1), e há urn::i. Crescente publ.i• Estrutura, principais formas e atividade
cação de capilu1os e artigos de revi.sllo e/ou in"estigação em O ácido abscisko é um composto com 15 carbonos.. penen•
torno do assunto. cente à classt dos terpernoidr;s, cuja molécula :apresenta ah:i
semelhança rstrutur:,,I com a porção termin11I da.s xan1ol'i las.
Ocorrência. nas plantas O ABA pode op,~s,e,11u-M: na con6guro1,;.i o •#~ v u lumS, d e·
O .íddo absd~lco é encon1rado em todas as plantas ,•a.seu.lares. ptndendo da orien1aç.iodogrupo carOO:ôl.- ligado ao carbono
mas tambem em alg\lns musgos, algas "erdes e fongos. Esse 2 di: sua c.adeia l11er.1L O isômero âS•A6A é a única for ma
hormônio foi ldentili<:.1,do em a.Jguns manú(e.ros, tendo s.ido,. que aprcsrnta a1ividadc biológlc11 e corresponde à quase to•
entretanto. a1ribuído !i 11.Umtntação dos anin,aitl, e não à sinte• talidade do ARA produzido pelos tecidos vegetais. O isômcro
k nesses orga.nismos. Jrans•ABA , por sua ''Cl, ê hlafh•o, mils pode ser convertido na
Prescme em pra1icamente codis as céfo las \ 'Í\'IIS do \'egeta_l. forma eis (:ith·a) por isomerit.aç.ão 1.'Spont;\nea quó'lndo hi luz
o ABA pode k r encontrado dtsdc o ápice caulinar a1é o rad1• (,•er Figur:i 12. 1).
cular assim corno nas seh-as do xilema e do llocma e cxsudato A.Mm disso, o ABA llprcstnLa um carbono assimêtrko nil
de n;ctârlos. Em nfrd celular, o ácido abscisico também é am• posiç.\o I ' do ancl, conferindo fale:. dt' simctri:i mokcular ~ g11•
plam«-me distribuído, eSlando prt$en1e no ci1osol. no cloro~ r:m1indo sua a1Mdadi: óp1ka. Isco e, a capad<fade de des,•1ar o
pia.no. no vacúolo<' no apoplaSt(). . . . , plano de uma lui polarizada. A form:l n:lwr.il do hormônio ?
A c.xemplo do qur ocorrt' com outros hormonios \·egeta1s, a positiva{+), porqut< o de$vk) do lui se d;i no sentido horário.
conct'ntração t<ndógt<na de ácido abscísic~ ê: gr_raltnt'nte, ~a$• Os doisenanlióme.ros, (1 )-ABA (natural) e (- ) · ARA (sinli•
tante balx.i e determinada pdo b,lanço dmam1co cntrc b,os• tico), :lprtkntam diferenças m.arcantí.'S em cen nos dt atividll·
síntese, inalivaç.ão, degradaçã~ transporte t' comparthnc-nta• de blológic.a, taxas de c.uabolismo e produtos dt' degradaç30.
çio. Esses processos. por liUa ,•cz.. s!o regulados. pela fos.,e de O (+)•AOA, por txrmplo, ~a tinica forma atiV:l em respó$t.ts
dtsc1wol"1mento da plan1a, por fatores ambit<nta,.s e 1>ela 111te• de curta duraçào. como o fod, arnt"nto cs1om;hico. Contudo.
Dç.ão com outros hormónios \'egtt:tis. • t'lll resposias dt' longa duraç:to, como na maturação t i l" s<"·
Emretanto, uma t'levação consideniwl na con~emraçao c~- mentes. ambos os en1111tiómeros slo .at1,·os. De modo sc.•r.11, -'
dógrna de ABA é obsu,•ada em tc<idos ''t'geiallvos submrll• foram ( - )·AO,\ aprt'Senta lllt'notL'S laicas de dc;:grad.içlo. i><"r•
dos a alguns estrt15c'.:s ambientais, a.s.sim corno 1'ª liem.ente du- rna.nocendo na pfanta por periodos mais prolongaJos. Apesar
r:'lnte a maturaç.ào. Sobcondiçõd 11.nbic-ntai~ fa,'Or:Í\'ei.s.a con- de :s inlerconw>rS'.io J o.s cnantiômeros ( - )· A HA e (◄ ) -AIJA
cenlração de ABA n:u folhas i: rah-..es t de alguns nanogr.ama~ apil.l-C-ntemcme não ocorrer n;1s planrn.s, cstudvs indli:am t1U<
por "r.tma de ffill.$Sa fresca, sendo substandalment<' dt,·011Ja (- )•AUA ê C'.\pai de indui.ir a síme~..- de ( + )-AUA nos 1ed~los
quando• ali plamas $!o submt'U'da$ a l'Slr(,,ses• l-SPl'<'ialmente \'tgt>tais. Pe$<1uisas t(ccme$ tambL1m 1'e,•elaram quL" ;ilguu.s.
Capftuk> 12 ♦ AddoAIMclsko 2dl

mas não lodos os receptores de AHA. são cap;1z.es de intrr:igir que a ,egund.ii rot,1, da.s-iilicada com<1 vi,1 mdiret.1. envolve a
com ambos os cnan liómeros. dnte~ d1) compoito ln!ermrdiário xantnxin;1., Atu,fmt'ntt'.
Dlíerenicmcnl~ das gibcrclinas e citoclninas, ,1uc :ipuscn• u he•$e que a via d ircu de biouint~ J e ABA ê observ..1da
Iam um grande numc-ro de compostos natur:iiscom :atividade cm :alguns fungos, rn<1uanlo ;a produção Jt'~~ hormónm nM
biológicu, a dassc hormonal do ácido .1bscisko ( compos, plint.a.s ocorre preft:rcndllmente vfa indiret.t,
l:l. bl\Sk :un cntc por um único composto ativo de ocorrefteb Vâriu linh:is dr ('v1dêi,cias contirm.im ;,i predominAncia
nalural, o eis-ABA. Alguns produ1os da dcgradaç.io do ABJ\, da vi11 indirtt:11 de biossínlf!1"t' de ABA n:as pl.1n1as, E111re d .as.
como o âcido (aseico (PA) e o 7'-hidmxi ABA, 1.1mbêm ap~• pode-se dt':.tae.at os t'Sludo~ com d iversos mut:tnlt'S v1vipa•
SC!nlam a1lvid.ade biológica; contudo. aind;a não é clara :arda• ros (vp) de milho, cujas primdras c-1.1pa.s da bws~ínlese de
ção en1 re a síntese dt55C$ compostos e is rcspostJs observ.idas caroccnoidcs sà() bloquead:1s. resultando na inc.ap.icid.ide de
nos vegeu.is. 5fn1eti:ur o ácido ahscí.sico. ln,bidorC'.S ~1uimicos da sin1ese
Estudos têm demonstrado que modificações cstruturals na de camtenoidcs. como a Jluridona e norílurnona, t:ambi m
molécula de ABA norm.ilmente resuham n.1 redução ou perda re5Ull:am cm um menor acúmulo de r\ BA (Figura 12.. .?).
de s ua atividade. O és1er me1ilkodo ABA, por exemplo, e h12• Além di.s.so, rxpenr,,cnto.s de incorporação de ...Oi na mcM-
tivo nas resp0$t:as de curta duração, e-0mo nos bioensaios de cul:a do ABA confirmaram a $Ínldt' d t'SM horn1ónlo pda v,.i
inibição de crescimento e fechamento c-stomátko. Pori'm, nas indirt'la, ao mos1r.uem que o isó1opo m.1r(.1Jo fo1 inst'rldo
resposlas de longa duração, e.s.1c comp0sto pode .:ipreS<ntar no grupo carboxílico da c.1d<la lateral (CI) t'm vez d-1 posi•
atividade, possh•elmente rm r:uão da hber.-ção do ABA livre-. ção 1· do i nd , como ocorre' n05 fungos que produum ABA
pda via direta,
Biossíntese e inativação Oid:atk ;amente. podr •&< dh·idir :t via mdlret-a de b1ossin1c.se
do ABA em ir~ etapas:
locais de biossíntese
A distribuição e .'I abundância das moléculas de ABA .slo alta• J. Sintesc d0$( aro1enoides nào o x1gen:1do.s nos pl.1s1idioll.
mente variâveis, deptndendo do estãgio de dtsl•m·olvimcnto 2. Síntese-< eli\'agem d.u xantofiJ.kS nos ptastidios.
e das condiç,ôr$ ambien1ais. Da mC$JTa formi, a conLribuiçjo J, Sincesede ABA no citosoL
relativa da síntnc local e da tr:1.nslocaç:io de ABA a partir de
outr.as célul:l.$, tecidos r õrgãos 1:unbém pode \•ariar dr.asti•
Síntese dos carotenoides não ox,genados
camente, de acordo com o C\'tnto 6siológ.ico e as condições Os c-,uotenoides. como os demais isoprenoidcs, 5:io sinteuz:e-
ambientais circundantes. PO$tula•,SC qur o ABA podr ser sin• dos nos pla.stidi-Os ;a p.arlirde um precursor de o ncnc:1.rbo1,os_
tetiuido em pra1icamen1e tod0$ os 1«idos \'ivos cb pl:in1;1, Os o isop1:nteuiJpir(J(osf;,10 (1PP). Originado pefa Vl:I. dl-p.tncknte
precursores n«ess:irios à biooín1ese do ABA cscio presentes ()U hldependen1<" do ácido me\•alõnico, o IPP sofre conde1,~:i.-

nos cloropl:tstos ln<aliudn~ r m '""~n,; f.,,,M~intrti111nt"'c;, ções sucessiv-as com outras unidJ.de.s de isopl't'no. orijtlnando
assim como nos cromoplastos. lcucoplast0$ e propl~idios o g,eranil pirofosfato (C 10) , o farncsiJ pirofosfa10 (C1,) C". por
diMribuídos em frutos. embriões de sen,c,ues. rafaes e ou1ros fim,oger.anilgtr.anil pirofosfalo (GCPP. C.>. Por pcrt..:ncerc:-m
órg:;ios da planta. Ali'm disso. os metabólitos do ABA foram à Y'ia do$ IC'fJ>Cnl01des. essas <1.ip.as .sio comuns .\ bios.s.i mtst'
identificados em píóltica.mentc todos os órgãos das pl;u1ta$, 1n• d:as g1bereliru:is ( wr Capí1ulo 1 1),
duindo folhn.s, caules. r:,íies. sementes t frui()$. Tod:wia., anã• Em Sl'gUida, molkulJs de GGPP produt1<U$ pela via dos
11.se..s do padrão espacial de expresslo de genes que c.oditicam terpenoid<.s sào desviad.u para .a Via de d nt* dus airott'•
enzimas rcs1,ons:ivds pda biossin1csc de ABA sugerem que noides n!o oxigenaJos. a qual também ocorre nos pb_u1d1o~.
uma p.1rcda consiJ ..:rJvd da biossíntese di$5e hormônio ocor• Como Uus11",1do n:1. F1gur.t 12.2• .a primeir.a eu p:i J4t1 rou
re nos t« idos \'a$Cularts, í:$péci.ilnw:l'\le nas ci'lula.s comp:..• c.ons.istc nJ converslo Je lluas mol<culu de GGPP em ÔIC)l>·
nheir.i.s do tloen1a e nas células par...nquim.itia.s do :c..ilem:i. As no (C.O>)) p<la <nzima sinta.se do fil o<no ( PSY). O fülk'no so-
cClulas-guatd;i dos l'Stómatos 1.:imbi'm ~inpenha,n papel fre dess:11ur-'Ç'lO (.1umcnto d.l strie d< lig~çóes duplas <'l'llrc
de dtsla.quc como k,c;al de $-intd..: de- ABA, particul.i.rmrnt..: os carbonos), sendc, convertWo em u 1.1earo1eno ™ rc-.:ição
sub condições de baixa disponlbmJade hidrk.1, Em oon1,-., . catalisada pela ..:nzima dl."~ lurase J o füoê'no (POS), O w.a-
partid:1, n;as Sl.'mcntt'.S, 2p;.1reniemente todos OS tédJos ~-s1jo c:.irot.,~nc, fonn:ir.a o lk op.:no, qu<, por sua 'fé~ d.1r.1 o,1g.,-n,
a.tiv.lm cme (twoMdos na produç5o de ABA. ao b~'IJC-Jroteno, ~ .ls rcJÇÔi.'S form.1rn o cromo(oro J Ch c.1m•
t.:noKk•s e, porta1fü>. lrn.nsfonnam o rih,<no m~olor cm h.:o•
Eta pas da biossíntese ptnó. •IU< .1pr~-s<n1,.1 c.ofor ,l\-lo cos.1. Os mu1,m1..-:1 \·i\•1paros J,.-
A combinação de abordagcni ii~iológtea.s. bioqul111k :1s e g..:• m,lh,, ,·pl, vpS. ,,pi e t>p9 IOrJ.m p.i.rt1,ub.rnh:llh.• 1mporl.tll(('$
nC1i~ s 1cm peru1iticlo ;,iv,mçosco1uiJer.l\·eis l'l .1 etud d,1ç,\o d.\ nJ d uciJ.1Çl (1J e:..;1 rot,. pois s.J.o 1.kfi..:ienl~-s n.t pto,lu1,~o J.-
via biosi1in1é1lca dl) ABA nas ptlnt.as, Os compostos ult<fnltt· dif<.-.-ntl'1 <nz.im,1s l.'1Wok1Ja.s ll.l S11\tc'.-.c: J I.' carn,1cnd1J cs. tF1•
d i.\rios clt~ via j .'i l'Sllo bem c.1rnc1eth:ados c d nas enzima.s g ur.i l2. .!).
c ncon1rnn1•s.: iden1ilicada:,.,
A .);Íntcsc cl.: AllA pode o..:om•r ror 1111:,0 de ,111.b rot,1s J i~- Smte-s.e e clrvagem das ~nconl,h
t1111a.s 1lc~l1.'ndc1hln do org:mi)mOc1>11siJc-rndo. N.i, prinw~r.1, AmJ.:i nos ploü11J 11:,i;, o be1..~.arotcll\) ,.:r.a r r1.·,ursor ,.!.A teJ·
cla:,,.sific:id:1como vi:i Jiret;a., o t<·rp~•now.k de 15 c,ubono.s t.1r• unlln,1, e. J pamr J L<;,IJ, 11Uu .l111 ~<' ,1 \ lll l ~ < ,1 d n "Jgcm
ocsll 1, irofosfo1() (f.VP) otigina o ARA dirct:uu~•ntc . ..o p.s$sO J ,ls Jtm.11., \JntolilJ) (F1gur-,1 1 ~.)) \ pnmc,r-,1 .. up,.1 J ,1

-
242 Fl.sk>fogla V~el,11

z.
1
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GGPP
1, . . . . .
~·;®
,l .______ -l-~l- ~-.,,L----""-,,-,,,,_,,,_,,_,,,,
Filoono
Fturidon.a, nofluruon.a--i l POS ~ vp2, vpS (mHhO)

ZDS ~ "P9 (milho)

Licopeno
~ vp7(milho)

Bel;aÇ;JrQleno

Atun 1 U Prlndpais l"Laf)a~da biossintesedoscarotenOides nJomd9M1do~ 11 p!lffll' do 9ftaníl9eranH pirofosfato (GGPPJ. dnt.a<.andoa p,.irtici•
pa~o das en1imas sintase do fiio.no i,5:Y), dessaturase do fttoeno fPOS>. d~wtvr•se do tetacarott'flo (ZDSI e delase do licopcno (LCY•BJ, Alguns
mutanto vivip,aros(IIJ))dl" milho, dehCientts NI ~intnede c;11rotenoide:s e A9A,esãoindicad()s n,u ~.apas emqt,t são bloque,ados. Os Inibidores
químicos ~ ona e norllu.ratona i~ em a d~»;)tvração dofitoeno e, portanto. bloqueiam a sin1~ de UfO(E'f'IOldes.

bi0$$inlc.k do ABA, a putU da.s xantofiliu, C a convcnSo de Síntes,e ',lo A6A I IU«.itO)UI
7~.X.antina a anteraxantina e, desta, a tranS•\1iolax.t1ntina, por As úllimas e1apas da síntese do ABA, a p.,ttir da .xan10,cin:1,
meio de duas reaçôts com incorporação de oxiglnio aos anéis ocorrem no cilOSQI, utiliz;:indo prcdominan1emente uma via
epóxidos (cpoxid.ação) c:ualis;adas pela enzima epoxlda.se da qur lrm o ABA-aldeJdo C()lnO intr rmrdiãrio. Nessa viu prin•
uuantioa (ZEP). (i~I, a entim;a drsid.rogen,asefred1.11asc de cadcfo curta (SDR)
Em seguida, a tran$•violaxa.inin3 é c,on\•el'lida em rrans-neo- promove a ((lnV('í$1o da .xantoxlna .a ABA-aldC'ido, q\k', por
xantina, e est.,1 em 9'-ci,,neox.antina. A tn)ns-vlola.xantlna sua vez. será oxidado a A8A. Esta úlllm:i reação é ~i:ilisad.i
lambé,n pod.: formar a 9-cis-vfola.x;mlin3~ e es1.:a origina, pda r nzima oxjd.ase do A8A-aldcido (AO), que t:xlge um co•
a 9'·dl•neoxantina (Hgura 12. 3): contudo, e$$a \•ia parece fator dt' molibdênio (Figura 12.J).
ser pouco importante nas planlas. A clivagem oxidaliva da Em i lgun.s mutantes. como fl"cca (jlc) de 1orn:ueiro, "l,.rJ
9'·âs•nt"Oxantin:a e/ou 9-âs-violaxantina, catalisada. pela dio· de AralJJdop#,. ,,bt,J de 1ab:ico. a s íntl'S(' de AHA n partir Jo
xigcna~ do 9-ds·epoxlcarotenoide (NCfO), forma a ,rnnt()• ABA-aldeldo l bloqueada cm r;ttão da inatividade da AO 1)0t
xina, um epóxid-0 de IS cMbonos S4:md hantt ao ABA, além ckfidCOcia na sJn1ese do cofatot. Nesses mutan1es, n xan1oxin.i
de um subproduto de 25 e.i.rt>onos (Figura 12.3). f..studos têm ê conw·rtida em ABA por uma via aht'rna tiva envolvendo ;a
demonstrado que, sob eslr<'Sl>e hídrico, a 9' -âs-neonntina é o f0rmaçlo de ABA-álcool (Figura 12,3). Aparcn1cmenh:, l'S.S:a
principal .substrato utilindo pda NCED pata o aumento na rorn alte-maliva tem fH)uca impon~ncia nns plantas com nín•1s
produção d<' ABA. normais de atMdade d:i OA.
Os mut.antts ,,p14 de milho e ,iot~bil,s de tomate .são defi- Uma 1erceira vi:.l aJternati\·a parn :i formação do ABA u1ili1.3
cie11le& cm ABA, pois nio realizam a dlvagem oxidativa nc• oãcido xantóxiço como lnte,mt-di:itio na conversão da .x:inlO·
cessária pJ'lra formar a tilJUOxina, por causa do bloqueio da xina t'm AIJA (Figura 12.3). A imporlãnda llsiolõgica dts\SJ
NCfD. Es," cn.1.ima é considerad.3 fundamtr)1al na regulação vi:i nas plantas 1)4!rn1atk-ct \linda pouco t'slabdccida.
da biossíntcst' do ABA nas plan1as vascuJart'$. Oe modo geral,
os teores de transcritos e alividade da KCêD aumentam ra- Conjugação
pidamente em COlldições de estrt:SSt hidrk~ f>fOnlOvt"ndo o As pi.antas apresentam u f11;a c.npacidadc ele\'ada tlc mct.abol•·
acúmulo de ABA e, G(u,sequentenu:,ue, indui.indo as féspos- ,.:u o AljA, cspeclalm.:ntequ.mdo não exp1)1;t:h ;1.:Mresscs Jnl·
cas de prot~O â kca~ hie,uai.S. A1;sim comQ obsctv;ado para as :lUli111a~. ~il1)cimna.) <
úpítulo 12 • Acido Absclsico 243

"

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,2. ···""'°''"'" 'º\ "
Clwagem~

o~
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HO., ' OH
PlaslldiO
NCEDt- f )
Cllosol

Hgu~ 12.3 8iosslntese do ã<ado absdsko (ABA) a partir d•s lfMlto61as. Nos pt,nídios. o ~tacarott'ftO e c0twe,ddo f!m 1c>.,unt1n11 e>, l ~m,
de\t,, lnid11m,sea si!'ltese e a cliv.\C)eMd~derNi\ .-.ntot'llas.Aclhr.gemoxldatN•d.ti 9"•c•s ntoll.M\bl'toa e/ou ~âs:•v,ol.11Can11na fol'l"N • .:,,nto,1na.
a q ual ê libefada pa,a o dto!o0~Mde0riglnarj ABA•aldeldoc>. cn1Jo.ABA.A<0nve,WOda itanto--.ina em ABA wmbêffl pO<k- aicOl'ltKef oo,i ,oc,.s
aJtt'fnativ,is que envotYem os in1trmediarJOSA8A•illcMleâcldoxan10XICo, porem esws was são menos f,equ~ntes n,s planr,lS, "1<)Ut"S mu1~1~s.
d~ficlem,s na sU11~se (l,ç A8A. •stJo indieados n;n et11pas NS ~.11s s.lO bkXlueados. ZEP zeaunt!na epoxid.i.se N(EC> d10:119enase d<> 9<d ~
lucatotto0lde; SOR; desid,ogen.w/1edu1ase de c.,,de-acur1a("()A: crodase do A8A...ilde,do: Moco:cola1or de mollbdMIIO.

gi~relin-:u, :.a inati\'a,ção do ABA pode ocorr<-r 11nto por ...-on• ,ar-.-ctcn.st,.:as quLmk.u da nwlc..:ula, .:,>m.:, .:i pol..1r11!.ult, -'
jugaçào quan10 por d~grJd.içã-0 "'outro.,, compostó6 (FisurJ conjug;i.,;lo :i.lt.:r;1 :1 J1$Uibui,;lo .:duJ.1r Jo . \8..\. F..n-11.UntO ,1
12.4). A prcforên~1:1c"nlr< ess.1s d u.1s vi~s de in.1ti\':içjo p,m:.:e- tOrmJ fü,tt Jo honnõni9 :,1tu,1-s~ pru,.. 1p.tlmcnic no -i:no!tol. o
dcptnder da csp&ie, do 1ipo J~ tc... ido ~ do .:s:1:\gio J.; dí.-scn• ,.\8..-\·GE k,cahu,sc nos ,-;i.:uok,s e no .1p,,pl.htu.
\'Ql vim ~nio llO \·,:gctal. . A1u.1lmcnt~, s:ib.: ~ que ,>S 1«1,lo!t \',-ge-1.th ú uh,-gu~m
Em algu1u 1~~1.tos, ;1conjug.a(lO do AUA com mono)S:i.:Jtt· .:011,·i:-rt,:r .1s 1orm.u~,:m1ug.1J.1s cm .\ 8:\ tu rc por mcil'>J.1 JU·
Jios p.arec'-' S('t o pl'lodp,11caminho de i.nJliv.:içlo Jc:,)I!' hormó \'a.bJ c ~ b~1.1gl1,o,.J,.as,-s lfü.1hi.1J.LS nu n:•11, UW cnJopb~
niQ. A form;i m:.\iscomum ,1<- ABA .:onjug.:ido \' 11 t.sur gliú'lllú, mJlk(.I. A,)ilTI, .. ~Oll/Ug.\\,\,.) Jo ARA rcprnl!'IUJ UIUJ h)flll,l
,lo ABA (AllA•GE). no , 1u..il l) grupv .:Jrbo).1h,o (Ct) x- ~• Jé mltuJ\l-1.1 rc,.:r:,1,,:I. po,l.:nJ,) ú )1hl1l u1r um imrt•ttJlltt'
.:ontra l!s--,lu (O\',lleiiMncnlc a um.1 nwlh·ulJ de gl...-...~c lfi• moJo Jc: <~tü.:.1i:,cm c r~gul.-,;.1u ,lo~ 111\' ch .:n,logc:n0$ ,k...,c
gura 12 4). Al..!m d,• m(Kti.li1..1r a ,1li\•i,~d1.· bi1,Mgk.a.: .itsum.a., 11tlrmõ1110.
244 Fisiologia Vegetal

Rgun. l 2., Prlndpais rotas d,e i~tivaçao do ABA nos teddos llt'geCóHS. A. lna1iv~o do ABA pode O(Otret por meio de hidro1dt.,ções n,n posições
1; a· ou 9' do anel (il')diO dJ.~ em Yffl'flelho). A princlpaf entre esw.s roias de deg,adaçâo ê • hidrõmç.io na posiçi o 8: q u~ lev,1 b formação 8'•hl-
dro:d ABA. o qual ê oxidado• âc.ldo fasric;o (PAI e, postf'riormente, âddo di•hidrofaH ico.CQntudo. o ASA tambêm pode ser lnativado d e forma
rt'Y,:f'Si~ I pch1 conjugação con, ouw.n molê-culas. A prinópal molécula u1iliz11dJ. n,:, (QnÍUÇla<io do ASA ê a gr.cose (w\dluda em azul). d ando
Otlçiemao ê-ner g lkólico do ASA CASA•GE).

Além disso, as formas conjvgada.s do ABA parecem tslar Alguns produtos imermediários da degradação do ABA,
cm'Ohida.s no lnnsporte desse hormônio. Em algumas plan- como o 8·'-hklroxl ABA_. o 9'•hidroxi ABA e o ácido faseico,
tas. como o gín$sol, o lransporte de ABA pelo :dJema ocorre c,xercem ati\'idade semelhan1e à do ABA em aJgu ns bte>en•
prindpalmenie n:i forma d e glicosidios como o ABA·GF- Ao saios.. Outros catabôlitos.. como o OPA e o neol'A, ger.ilmenre
a.lingir seus locais de des1lno, o A8A·GE é lran.sportado para nio apresrntam atividade mensurá\'cl. A maio ria d os c.arnbó·
o inlcrior das células, onde pode ~ r estocado no wcôolo ou lh<>S de A BA lambêm pode sofrer conjugaçãC> com monossa-
no,·unc n1c co" vct1iJo 11,a fo 1111• lin e Ju l1v1111-0uiu. .r:1rl(ll-,t
Estudos indicam qur as taxas absolutas de c:11:1.boll.smo do
Degradação ABA podem ser con!ideraVt"lmentc alias. Em folhas d e m i•
lho, por exemplo, « lima•$(' qut" a meia-vida das molCculas de
Ao contrârio da conjug::içlo. o ABA pode ser lnath :1.do p,erm.3•
1

A6A stja de menos de I h. Portanto, a manutenção de ni\'cis


ncnlemente por meio de h idrox.ilaçõe.s em diVt'rsa.s posiç~s
adequados de ABA nas células \ egrtais pa rece depender de
1

do anel O princip.l modo de inati\'açã<> ca1::ibólic.a do ABA


um equilíbrio bastante delic::ido entre os procl.".ssos de sin1esc.
ocorrt' vfa hidrorll:1.ç.to na podção 8' do anel. form ando um 1ransporte-, conjugação e degr:1daç.io desse hormônio.
in1cnne<Uãrio instãn:t o 8'•hidroxi A.8A. Esse compos10 dá
origem ao primeiro catabólilO cs1ável do hormônio. o âcido Transport e
ÍaaSCico (PA}, que, quando oxidado, forma o ácid<> di•hidro•
Íastieó (OPA). ~ s dois âd dos foram iden1ificados c-m um O ácido 1bscísico r íacilmenle lrans-porcado 1>elo lloema. pelo
grande número de npkie.s e reptl!'Untam os princ:ip.iis 1,ro, .idlcma e pef11s células parenquimâticas, havendo lotcrcãmbio
dutos do c.a1abolismo do ABA. entre folhas ::iduJtas. folhas jovens e roízes. Unl mímero cres•
A <nzima 8'•hidrox.ilase do ABA, r~ponsãvd pela forma • cente de cvfdéncias confitma a existência de 1r.rnsporte do
Ção do 8'•hidrox.i ABA, é oonslderada um clc,nento•ch:wc no ABA de uma folha p.tta outra, das folhas para as ,·:1í2.u. de
órg.ios Vt"get::ili\'0S para sementes, e de 1«idos mattrn:iis pMa
controle da degradaç!Q do ADA, .sendo fortemt'nlc indu:d da
QS t«id0$ zigó1icos {i:mbrUlo e cndosp,en na) na sçmente.
pcla rcidraui.ção dos tecidos apÓ$ períodos de s«a. Além dis-
All:m do traiuporte pelos feixes V3SCularc.s, a d1s1r1buiçlo
s~ o bloqueio da atividade dessa enzima por meio de mula•
do ABA i afetada por sua compa,·timeutação tecidual e in•
ÇÕC$ r«suJu em um gt:rndc acômulo de ADA na.) plantas.
1racefula.r. Postula-se, atua/111cntc. que a cnlrada e a $aída ,lo
A hidroxilaçâo da moltcub do ABA na posição 7' do an«I. AUA nas cilulu vegc:1ai.s podem oco1·rer 1anto de forma p,u si•
fonnando o 7'.hidro.u AHA, t con~idetada uma \'i;1de degra• v;a quamo por meio da ação de tronsp(lrladorcs.
dação do ABA pouco fr1.-qucnte na maior,a das plantas ana • A en1rad:1p;assiva do ABA nas células wgctai.s obcllc-,e ao
Usadas. Con1udo, a impord,ncia da degflldação do AHA por concC'i10 de aprisio1111me,m, de ônim•~ em mdo akalilhl e se
meio da formaç.ão do 9'-hidrOXJ ABA e do 5ddo ncoíaseico baseia no d~locamento de e(1uilibrlo (tllre as forma~ 1>rol0·
(ncoPA) ainda não ê bem ~tabelccida (\•er 1:igura 12.4). nad:1 (AUAH) C' dcsprolonad.:1 {ADA) Jc:ssc hormônio ena
C,pftulo 12 ♦ J..cldo Absdsico 24S

(u,,çãn de mudanças no p H do apoplas10. A molk ul:i não protcin;1 A6CG40 é re5pon.dV'CI ptl:i C'Jportaç.io Je,;~ hc,r.
dissociadn lipo filic.n do ARA (ABAH) a11u ~ a livremenic a mlloio a partir J M fdJle.J v:i.w:ul;ircs. .io J)ll.SSO que- 11 lr;in,por-
membt3na plasmática d.:t5Gf lulas. Após sun difu.slo,oAOA H tador Al3CG2S :aluaria nn inllu,o dt" ARA nas c~lul,u•gunJ<.b
se d isSCX-i3 como .\nion (ABA·), o qual a1ravc.ssa a m(mbr.i• dos estômar()S. Protd nas A IJC dbtin1as f;i_mWm fomn re-
n3 plasmática menos facilmen1e e, por1:1n10. s~ acumul.a no cenlcmcnte :a\..\0Ciada1 :10 transporte de A BA do cndo,pc,ma
melo mais alcalino do cl1osol. Em plantas sob boas condi• pa,a o embrlilo, contribuindo. dt.~sa fürma. pa ra iJ )'Uprt'(são
çõcs de hidmtaçfo. o Ruido do apopluto apres.enta pM em da gtrminaç:io pr«oce da semente.
torno de 6.3. favorecendo a ocom!nci,1 da forma protonada
ABAH. Co nu quentc mcnle, ass,une-se que grande p,utt' do Mecanismo de ação
hormônio prese nte na seiva do xilt-ma s~ja ::ibsorvida e me• O ãcido abschico. como os outros hormônio<e vegt1a.is.. r.xttce
u 1bolizada pelas célula.se do rntsolilo foliu. Como rc-.suhado, \'àtios efeilos fülológ;ico5, possi\·elmen1e por meio de mru•
pouco ARA ailnglrá as d lulas-guarda siluadas na cpidt"rme nismos de ~Ç'lo diferentes ~m c:ad;i 11po de 1e<1do vtgrta1.
(Figuro 12.S). l>t' acordo com o tempo n((t-Môlr io p.ar;a (lue ocorr.1.m u
Em c:o ntfl'lpattida, 50b cond ições de défi<i1 hídrico. a seiva respostas füiológ,cas .ló :iumcnló endógeno de .kido .ibscis.1•
do xileiua e o íluido do apoplas:to tonum•.St miis alcalinos co. M dois tipos de cl;as~lticaçlo:
(pH em tomo dt 7,2), favorece ndo a forma dt$pn>t<>n.1da
ABA· e d iminui ndo o g.radiente de pH pela membrana J>las• Rc,po~1n de curta dur.1çlo que envolvem pnndpalmente
m~tlca. Com Isso. uma menor quantidade de ABA penecra n:as alteraçõe$ no ílu.xo d.: lons e no balanço hídrico. c.ompk •
células d o Ole$0fi!0 e. consequentemente. um m;aior mi.~ro ta.ndo•se a.pós alguns minutos do aumento no conteúdo tn•
de mo1écul:>.S dC$SC: hormônio atinge as ccfulas-guarda por dógeno dt ABA. com<> e o caso do fechamt nlo ;::stom.itic:o
meio do íluxo de transpiraÇ'ào (Fibl'\lra 125). Cabe ress:altar Respostas de longa dur.ação que en\'o,l\'e.m :ahtraçót:$ ma.l_,,
que durante esse processo II quan1idadc total d( ABA,~ foU,a profundas na expressão gênica. demorando algumu hot/1$
nilo .! aíctada, pois apenas h2 uma redlmibulçAo dó hormônio ou dias ~ra se man ifestarem. como I o caso d.; m:itu~c.io
d isponf\·el. de sementes {Figura J 2..6).
Contudo, o transporte ativo do ABA nas cê-lulils e tecidos
vegetais d epende de tr;insportadore3 de inílw.o e ( lluAO.. ó$ Percepção e transdução de sinal
quáiS foram re<ente1nen1e idcn1ifi eadó$. Entre os 1t'l'lnsp0tta· Em uma via de sinaliz.lção hormon:il 1fpic.:i• .:a ligação do hor•
dorC$ transmembrana de ABA já Identificados, as proteínas mónio ao seu r« cp1or desen~deni. uma cascata de mensa.~1-
do t lI>0 A.8C (do inglh , ATP-bfndí,rg cnssdft>) merecem des• ros secundários que, por fim, r~ ulta t m um:a resposu ccluJar.
taque. Evidfocias gcnCticas indicam que muJtiplos membros Após 1ere1n i,u rigado 0$ fisiologista.~,,cgeta.i.s por muuos .tn<Js.
da familia multigfoka ABC coop<'ram na ffltrnd;a e na saída os me<anismos dt percepçio desse ha rmónio pebs cilull.S \'e•
celular d o ABA. Por exemp)(>. esh1dos dem(>O.Slt:im que a gct:ais fin.ilmente começaram 3 ser mais be-m rs.:l.:irec1dos.

Epódo<
mo•-\!~::;'../:r,.~~"7~ ~~7'.::L-=ç--f~ ~?~.=-/C~;..Á,;;;,,-.)
supetlof-
1 1

1 11
Parênquima 1 1
pahçãdlco

P arênqlMINI
lacunoso

Celutas,guiMtla

Fig uu 1 2. S R('(I IStrlt)lilÇitO do AIIA em 1ecidos foliillfS w ,.mte li :ttcallnitit(tiO do 6popl,mo Pó!to ♦SU..-h,e h,Oll(o Ourante c!'l,·fn1os (l,f SK<i,.)
sew,1 do xilema iorn~se m,u, .ik:MIN. f.wOfe<♦ndoa fo,rn.a d,ssoc,ada do ASA V,BA 1, ,1 Q\1.)1 atrJvtssa menos ~ilmeme .-h mffflbf'a.nas.. Como
thu!tado, s.ob condi,r;oes dit esoe-ss.e hltili<Q. um.1l'!leno, qu111,11dade de ASA e absorv1dJ l)el.l, <itlul,h do meso,,to e. co,,,c:que,,,.ten,enie. f'N•S
ABA a1inge as células,9ua1c,t.,,.
246 Fisiologia Vegetal

O modclo atu ;il de pc-rcC'P('ào e sinalila\~O do ABA ba• perdendo a n ~,:,,ddadc- de ÍO$Íorilar os fatores de transcriç:lo e
sci;i-se na int<"raçlo entre rttcplares, prolcln;is fosÍilll'l$C$ e canai.s d~ transporte de íons rN.ponsi.,.os ao ABA.
proteínas d na5('s ( Figura 12.7). De acordo com me modck>. Em contrap.1t1ida, com o aumenlo na concenlraçào de J\BA
n., auséncia dC' ADA. is protcfnas-dn::ases do tipa SnRK (do nas células ,,:,.gtt,111$. molécul:is do hormônio se lig.l1'n aos re-.
inglês. sumtsc 11011-fermrnlingl•r('lated subfnmfly) são desfo$• CC'pton:s PYR/RCAR (do inglês. pyrnb(lct/u rtsls1n11cdr-tg1'1a.
forilada.s/inatfradas peln, pmttfnas rosíatasct do tipo PP2C, 10,y compcnt11t o/ ABA re.ceptors), os quais sofrem alterações
e.strulurais e pa.s.1;11m a interngir com as proteín as PP'2C. in 1 .
e s ~ espec1r1CO, th•ando-as. As pcotdnas•dna.ses SnRK são então liberadas da
Est!muio,
do de-scnllOIVimento ambieMais repressão pdas Pi>2C.soíre1'l dO autofosforilação e., $ubscqutn•
temcn1e, regulando a ;11Mdade de $eU5 3lvos via e\•cntos de
fosíorilaçâo (Figura 12.7), Os al\'OS de íosíorlfaç;\o das SnR.K
lnch.1em canais iônicos loaliudos 1ll'IS membranas celulares,
1Elevaçtk) [ABA) endõgeno ) bem como f,uorr, de transcriç;io 1ipiC-'mtn1e responsivos ao
i ABA. oomo as pcotd n,115 AREB e ABF,
Pernepçao do Sinal Além das protelnas fóSfatases do tipo PPC2 e cinases do tipo
pelao6Ua SnRK, a tran$duç.~o de sin,111 do ABA durante ccr1os processos
6siológicos: pode e1w~>l\'tr outros mcn.$.'lgc-iros sccundãrios, in•
• duindo radkals llvte$, íonf. (Od-(OhlOSitídios, entre outros. Ten-
Re$1)0$taS de R~P0$•asde do cm ,is.ta que grande p:trte do co1'lhec:imen10 átual acerca da
cuu dur.,çào longa duraçlo 1.ransdução do sinal do ABA se baseia no com role do fechamen•
to estomático,. nc,ta seção s.trâo discutidas as principais etapas
Fluxo de lons Expressão en\'oMd:1.$ n,11 sinafü:açio dme processo.
Balanço hídrico de genes Como dl.s.cutldo no Capítulo J , o mecan ismo de abenur:i
! e fechamento es1omálico depcnd(' de alterações na turge.s•
cênc:ia d;11s cClulas-guarda, :l$ qua.is são responsâv<'Ls p<lo
~-'-~
--·""'
_;.,_'°_~I ,l _º_~_s:_~
_,.._•_im
_
,:s_"_'°~ grau de abertura do poro ou ostiolo. A turgescência dc-ssas
célulasc, por s.ua V<'Z., ( regulada por meio do íluxo de íons
~ 12.6 Represen1aç.ao ~utmftic:ôJ do mec:.anfsmo de aç.k> e dos pela membrana plasmática e p(!o tonoplasto, especialmen1e
efeitos fisiológicos do jôdo abscisko nas plantas. o cá1ion potiHio (K·) tos ânions cloro (CI·) e mal:uo?• (vtr

e,1xa concentraçto de ABA Alta conc:•ntraÇlo de ABA


M c;,mt,,_ plaVl'êb ,..,_, ..,..111~ pl~!lffi81k:ll

Citosol

AAES
A8F Canais
iõnieos

~ úcleo
A\ A\ A\ \\ A\ \\
Genes ,csponsivos
aoABA

Figun1 12,7 Rc-p1nent.,çio e~ut-mAtica do meunhmo de pe,ce~lo e 11,1n,-duç,ao de iinal cio ABA. N.\ ausM<iil de mot.eculas de ABA. os
rectptOrh P'VR/RCAA perm;u'lotc:em 1no:11ivos. perm111ndo, d~\\,1 f01m11. que,.,. fosla1a1e-s Pfl2C intb.,m a a1ivldade ,..,9111ato,ia dai cin.ase,- Snl!K
sobre fatotesde 1ranscnçlo e unais tQnic:os re-sponswos c10A8A. C~n1udo, ao se liga1em.0ABA, as p,oteinas P'YRffi.CAA sAo .,,iv,>t;l,n e panam a
interagir c:om as fO'ilataltS wic, consequentHnel'lte libt1<1ndoa~ c:•nises SnAK para fosforila,em ~ us sulmrato> Enueo), subm atos fo,-fo,11:idos
pelas SnR~ mNe(em dest~uc- os Uf\al$ aônic:o\ p,esen1e,- nM membranM celul111t\. bem como os fatores de t,ansc,içio AnEB e A6F, 0,. quais
reg14am a 11.in.sc:nç,io de d•\'l!fSOS genfi ,esponwvos ao AfJA.
C.apl"t'ulo 12 ♦ Acido Ab,d sko l47

C.1pltulo 1). G.sse controle do fl uxo de ions dul'llnlc o f«ha• principai, form;u de AOS que atuam cm»o mensa~irus Sito·
mcnlo estomillco é regulado, entre outr0$ fo1orcs, pela us• cundiriOi dn ABA duri1nlc: u í«hamento ~omâuco sio o
cata de trnnsmissão do sinal do ABA, a qual cnvol,·c diver- peróxido de hidrogê-niO (HPi e o 4nion w~ról.ido (O;}.
sas. elapas ( Figura 12.8). A Jil>er.iç.iodo Oa 1' dos estoques intrxtlulin=,;. por sua vn.
A cascata de sinalização do AUA n:1$ cl!-lulas-guarda tem é disp:11ada por m<"io d.a clcvaç;i() n.os ltore, dc outro• mtn•
início com a ligação do ABA aos r«eptorc.s PYR/RCAR, dc- 11age.iros S<"cund:irios do ABA. como o inosi1011 ,4.S-crifo~f-:ico
u ncadeando a inlcração entre esses receptores e :u. proteinas (1P,). o óxido nflrico (NO). a adcno•in:i difos.f.ito ,ibn~ ddi-
fosfata.ses PP2C. Eventos de íosforilação subsequcn1cs regu· ca (cA0PR), ou, ::ainda. pelo próprio aumcnro no< nlvirb de
Iam lransport3dores de lnílux:o e cfl u.xodc tons ancot2d0$ tan- Ca'' cltos61ico.
to na membrana plasmática quanto no tonopl:ts10. Ao me$m() O resultado Imediato da entra~ de ion.s Ca> no <ito,o,J
tempo, d iversos outros mensageiros secundirios ~rtklpam consiste cm um:a dcspofarizaç.io trnn.~itóri.:I d.- mcmbr.tn.1
d:i casOlta de sinalização do ABA nas celulu-guarda, amplifi- plasm.ãtic.a, ou ~ja, uma perdJi tc-mporiria da difercn~ de
c.'lndo as respostas e ;tjustando outros processos relaclon:idos cargas détriC3$ entre os dois lados da membr.anõL Essa ckspo-
com os movimentos cstomáticos. lari1.aç,io temporiria njc, é suficiente para ativar os on.us de
.[$tudos realizados em divems espécies lndkam que n per• efluxo de K·, os quais requt-rem da.pol:::i.riZJ,ÇÕõ ck longa du-
cepçdo do ABA nas células~gu:arda ltva um râpido 1.1umento ração. Con1udo, a clcv;'lçj,o nos teorC$ cltosôlkos de u·
.iilia~
na concentração de d.leio citosólico ((Ca1'l.,,), rcsuh::inte do da à dcspc:tl:itiiaç-lo transilória da membrana ativam os çana1.s
Influxo desse ion a panir do apoplasto.. bem como de sua libe- dt' dluto de ilnions, f.izendo com que grnndn qu.anfübdn de
ração a partir de cs1oques intracelulares, como o \'llcllolo e o CI· e m:.lato'"" sejam lab,e:radas par.a ó ;1poplasto. a favor dc ~s
retkulo endoplasmãtko. gr.-dientes eletroq~•imkos. Es.s< efluxo de i n1ons é mantido
O influxo de c a:• extracdu.lar C estimulado por cspécle, a1i\'o proloogadamienre-. oca.siona.ndn uma dcspol.innç-lo d.1
r('ativas de oxigênio (ROS. do inglês rca<tfrc o.iygcn spuJes) mcmbr;'lna pl:i.sm:l1lca de longa dur3Çào. a qua.J. por sua ,·C't..
produz.Idas logo ap6'$ a ligação do ABA ao seu receptor. As :itiva os can.ii$ de dlu.xo d<' K·.

v.ic~lo

R • reoeplOr ~:::::::::::::::::::::::::::::::::
A· = éfVOn& (CI· e malald'")
Figura 12.8 Rc:p,esen1açào ctSql.li!rn.àlJCado modo c1eaç.;q do bcido.ibsc,s,coern celulas-gw,da. 1. As molecu~.n de ABA s•hg.im~s ,ecepto,e,
PYRJRCA.~ c;:,usando a lnawaçàQ dllS protelflil\ loda~n PP2C. 2. A pe,ce~ do AflA ~ lo complellO PYRIACAR PP2C es1111\uU ,l l)fOOUÇ.k>
de tspéc,C!s rea11vas de Olligênlo (ROS), 1no-s1tol 1.4..5•t11f0$f;>to l!P),~oosln.i d,fosfa10 nbo1C" c•cllca (c.AOPR)" o ..do 1110,co (NO,, bcin como o
aumeóto na concenlr,,çlo de caloo cf1osóko ({Co1'·1,..>ern vn1udê d,) .ibem.1,a de canah; d(' C~·· preS<!'i,tf:'\ !'\o) membun., pl.i,m..mc,1 e! ouuos
<Qmp11rtlme,n10, cc:lu141cs. l . Alibera(.lo do Ca1'" p,111i, de e-stoqud il\tr.)(t>lvlares tairnbt-m Cl numuUd.- pirlo p,op,io> lumwio .,... conctntr.i,r,Jo
·t.
C'IIOSól!ca deae t()n 4 , Ac:lcv.t(JO no (C.a1 bloqu~.l ~ un!JS de! inllullO de K·' s. o Jutn9n(O no !Cl•·1. • .)Uva O\ CJ,l\,'11, d• er\u,o de dnlOf\i
(A,), causando a despolill\UÇ.lo dil membuna. 6.A o1!~111tnilJ(,>0 do(IIIOSOI e o aumen10 "º (C.lJ•i" ,ndl\Wdos Pelo .\SA bloqueiam a bom~ d.-
p161ons d.1 membf"ana. acentll~ndc) sua clc\l>Olam11ç.M>. 7. A6e~l1ir1U1ÇllO d.l mc'mb,.ui-, .1t1v.l 01, c.sn.i,s ú,;:o ..-tlu-.o 4f K e. A,uts oe se,ern
oanspo1!.)dos para oapopla-no.o, ca!lons K· e .'rn1onsCI em.li.tio \JOkber<1do, dov.lcuolo p.ira oc1to)~ At,.,rd,1 desses u)ns p,a,:i o.1poplds10
é acompanhada d.l s111CU de ag,u. d~ cel~·9uard.l. 1~uwldo su,a tu,9-esctklc,;i .-, c~m,~quef\lem...n1-. d~o?nc.1d,e,1ndo o le<l\ado ,..,1on,at•Cll-
~ara ' "~•lha, a compret!r,sao, a regulJ(~dosc.)fl->rS lomcos vi.i e,•1:t1to<. de fo,t,o,d.s,ç.i.o n.io se ,...,,ot11r,1 ,ep,,..,~nt.ioa n,.-s~,.. l"\qutmo. 1As ~~~s
1"dtC.tm a1iv11çlo, e .t\ b.sn bS .n.t:M(.\o).
248 Fi~ogi3 Vegetal

Apesar do papel Cl"nlra.l do Ca?· d 1osólko no controle da cootr,1 as INOO causadas por condições adversas. Êntre el,cs.
;,berluN d lomâtica, t'$1udos 1~m demonS1r:11Jo que o ft-eha• (1('${aca_rn,sc os hormõnios "ege1ais., os quais atuam de forma
menlo t!!IOmMico lamWm podt' ur induz.ido J'.l(lo ABA por integrada em processos bash'l.nte complexos, para acelerar, re.
meio de uma rol'a ind...-pt'ndtntc de.m lon. Nt:'$$li ,i :i alltr• J uilrou nl.lntera atividade fislológka nos diferentes órgãoS,, 1e.
n:itiv,1. o ADA d('St'ncadefa uma ak:1linizaçio do d tOS()I da ddos e células. O ácido abscísico. por exemplo. exerce múltiplos
célula.guarda, ,1 qual inibe li atMdade das bombas de pró• eídlos nas plantas. gcr;almcnte rdacion.ados com a ati\'ldadr
tons (H·-ATPasc) d.\ nu!mbrana plasmátic.a. A inibição do dos outros harmónios, especialmente giberelinas.. Citocininas,
bombeamento de H ' par.a fora da céJul~ intensitlC;,1 a despol:i• etiJeno e bnminosteroidC$.
rizaç.'io da membrana pla.sm:ilic.i, ati\'ando os canais de efluxo A combinação de difertntes procedimentos experimentais
dt Kº. Sc-mdhante inibição da H·•ATP3.S(' t-ambêm t c;ausada tcm permitido uma mtlhor c,0mprccns/io d os efeitos exerci,
pelo acúmulo de Ca~· no citoliol, evidend;mdo. porian10, um dos por c.ssc hormônio. Ei:nrc as principais ,1bordagcns utiliza.
ponto de con\'ergt'nda entre as vias de1>endente e indcprn• d-3S no cs1udoda influência do ABA sobre e\'Cntos fisiológicos.
dente dc ea~· (,·cr Figura 12.8). destacam-se: os 1ratamc1UO$ com ABA exógeno, a correlação
O rc'SUltado final da transduçio do sinal do ABA nas ttlu- entre a induçllo de respostas fisiológicas e os nivtis endógenos
lar.•guarda t uma líber.,ção massiva dos ions K', CI· t mabu(r· dc ABA; a rtduçAo ou remoção do ABA endógeno por meio
do ,·ac:úolo JY.ltll o d tosol e. po$te-riormeme, do citosol p.41r.i de inibidores de sinlese decarotenoides ou de procedimentos
o apoplasto. A perda desses íons para o meio cxtractlular é genéticos utiJizando mutantcs com alterações em pontos e$•
aoompanhad.a dc uma saida d e água da célula-guarda, redu- pedficos do metabolismo, pcrccpção ou tramduç~o de sin:il
tindo sua turgtscê.ncia e. consequcntemen1e, dNt"ocadeando des.1e hormônio.
o fechamento cstomât:ico. Apesar de o A 8A ler sido inici;,Jmcnte identificado como
um promotor da absdsllo, "be•se a1ualmente que seu efeito t
Expressão génica indireto. ocorrendo pelo aumen10 na s-íntm de etileno, o qu1I
AJim de d~ncadear respostas fisiológicas por meio do con 4 i de fato o honnõnio responsãvd por esse processo. Por suJ.
trole do fluxo de íons e balanço hidrico, o ABA está en\'ol• ,,ez, um número CrC$iCente de cvidências confirma :t 1>arlici-
\i do na regulaç!o de um,1 grande dh'ersidade de ge-nes rda• pação do ácido absdslco nas respostas de proteção .ao esiressc
cionados com o deu,wolvimento de sementes e reSpo$tas de hídric~ des-envoM.mento de sementes, dormência de gemas e
dcfc:sa a es1resses ambient,1is.. E. além de alleraçóes nas taxa.s pro«eç:Jo contra lesões..
de transcriçlo, a $inali.iação do ABA interfere no processá•
mento e na cstabilidadc de muitos transcrflos. E.stímativ:is
Proteção ao estresse hídrico
indic.:im que quase 10% dos genes de Arabidopsls sào regu 4 Em um e-siudo pioneiro, Wrlght e Hiron, cm 1969, verificaram
lados pelo ABA. o aumento no nívd endógeno de ácido ,1bsdsico cm folhas de
Muhos genes associados a respostas de de(csa a estre-.sses trigo dest.aadas e submetidas a dCfid1hídrico. PO$ttriormen•
abiôtic0$, como o frio e o estresse hidrko. são cxpressos so- te. observações condutidas por , ãrios grupos de pesquisado•
1

me-me quando os tcorcs de ABA são elevados - ABA~exigen- rts indk.aram que dlver$aS respostas tisiológk:tS ao es1rcsse
tes.. Contudo, \fârios genc-s induzidos por estresses ambientais J)odcm ser de.s<"ncadead:l.$ ptlo tratamento dos tecidos vege•
são indifer('ntcs ao 1.ra.1amen10 com ABA exógeno - ABA-in • 1ais com ABA cx6gcno. dest.ac:indo-sc a redução da condutân·
scnsiveis - . indicando .a exis1ênda de, pclo menos, dois cami• da cs1omà1ica e a inibição na gero1inação de semcntes.
nhos dt' expressão gênica e-m resposta ao esuesse: um dcpen• Estudos realit ados no inicio da década de 1980 sugedr':'lm
dente e outro independen1e do ABA. que as raius conseguiriam perceber a rc-duçâo na d isponlbi•
A a.nilise dos promo1ores para identificação dos elementos Jidade dc água no solo. Esses órg'âos t:nviariam para a partc
eis e fram mediadores da 1r:ins.criç.io mos1rou ,•ârios clrmen• aérea algum sinal (,PO$ilh·o, negativo i:/óu cumulativo) que
tos t is cm·oh•idos na expressão de genes induzida pelo ABA. :i1u.tria sobre o mecanismo C"Slomático, regulando .is 1rocas
Esses demenios.. deMrnin:idos ABRE (do inglês, ABA ri,-spo11. gasosa.$ e cvi1ando 3/reraçôi.'S no balanço h ídrico foliar. O si•
st dcme111S), (ora.m identHic:~dos pefa prime-ira ,,ez. cm gcncs nal positi"o da raiz para a parle :iérea envolv1..•ria a promoção
das protefn.3s a.bund:unc:s da embdogênts(' tardia (do ing)(s da sintl'$e e/ou do forn ecimento de $ubstàncias l'isiologica•
l EA, la1e-eml,ry()gmnis•ubimdat11), de planla.s dr ;uroi; e dt mcntc .ath•:is, as quais, em condições uormais, n:io .são sinl<•
trigo. Eles oornp,1rtiJham uma ~u~nci:i dc 8 a 10 pare$ de lizadas ou, quindo sin1e1h:adas, ocorre m cm pequena qu.m·
base-~ com o CC'rne do tipo G-box ACG1: Entrr os fatore-s de tidade. O sinal nt'gativo, por .su:-. vti. consis1iria na inibiç.lo
tr:inKriç!o que reconhecem tais $equ~ncias de parts de bases. da .síntese e/ou do forn«imi:1110 de substóndas normalmen•
des1acam •.\< ,1s protdnas ARE6 (do ingJl-s, ABRE-bimli'ngpro· •e Sintcli.z:idas e/ou expor1ndas pda raiz não estressada. O
teius) c A8f (do inglês, ABRE•bi,idmg fn rton). sin:il cumulath·o corre$pOnde ao acúmulo d e subs1ãnci,1> n;,
p:1,·1e .1~rca, em \'irtude do bloqueio de seu 1taosporh.' e da
expor1a,·ão para as raizes.
Principa is funções
Pouc05 anos depois. estudos l1di:rados po,· \\~J. O:wic;), n.l
Difcrenteme,ne dos anima.is. as plantai. sr.o indMduos ~ssci.;. lngl:uen:1, c, idenciaram que. em plan1as submtlld:ls a ~s•
1

sendo ,1 sc-men1e ,1 únk.a fase rnóvel capaz de conquislar m)\'óS trcsst hídrico, o ãc,do ahscísico :itu;a como um ,1,111.ll positl\'.,_
ambientes. Suj<llasàs \'an aÇõ~ ambit-ntais. as plantas de-strwol• .St'~do tra1lspor1ado da raii par;a a JMrlc aêrc-:i pdo ,:ill·ma. ,\ s
verarn, dura.nk o proc<Si.o <,·olulivo. m<,;:imsmo~ de- pról('Çàl) r,ut.c$ Jocah,:;)J as na~ camadas $t1f)t'rlicia1~ do i.olo seriam J S
úpituJo 12 ~ Ãddo Absc.ísko 149

responsáveis
. pela percepção do déficil hid,',co, O qu;11emmu
· 1.a Desenvolvimento da iemente
a sintcsé de ABA nessC"S órgãos. Como resultado, mais ABA t
O ARA lt'!m sido con<Klt'mfo u m 1mp0rtantt rqçuLicJi,, Jt" ,-~.
tra~portado para a p.1rtc aérea pela oorrenle lranspirntótli nm pro<n'O< que ocorrem du~ote os dob úlumos ot.lgjt'.l!J dt
do xdema, provocando o fechamento cstoo1:i1ico c reduzin, dc«-nvolvimt"nlo d.- SC"mtnlt►. a UJ1in1::i mott..,lk J.i cmbriogê'nc,.
do a perda de água por transpi~ção. Enquanto isso, as raí).N
$CC o lnkio da mJ lurnção. N,1m;ajoria das <'spédt~ mas Juu
mais proíundns c em con t:ito com reglóts ainda Umkfa,5 do ci.tpM Jo d1."$tnVOl\•i.n1t>nlo
. J.i K mt'nlt Ho .1companh.adas dt
solo man1ém a absorç;\o de água. preservando, dessa forma, 11
ctc,·.açôõ pronunciada$ n:1 concen1r:ição cn.J~m dt' ABA.
turgem?ncia cclul.ar.
N.1 u-mcnte em fonnaç.-0, o A.OA podt> !('f prodw.ldo ~ n10
Enlretanto, a imposição de estrtssc hidrko n:lo multa scm-
pdo l'fflbri.io quanlO pdo trc:ido matcmO. f_~tooo\!I ~éticos rt-·
pre em u m aumen10 r:ipldo no teor de ABA no sistema r.a•
aliv.aJos c.om mut.mld de Ambu/opJis ddiC'iiMUd rm ABA t't'W'·
dic-ulM. O estresse pode ll'Sultar cm uma m:iior semibilid;idc laram qucts..~'I.~ dws fontec do horrnónio atuam cn mofflf'ntci, e
dos 1ecidos ao ABA r/ou cm uma redistribuição ou síntrsi: do proccssos d1stlntO!I durante :a íonnaç-lo& sc-mmtt' (Figur.1 12.9).
hormô~io nas folhas.. O aumento de ABA na,5 foUus i gc-tal•
Ourantt a úhima mctad.t: d.1 cmbriogênt':SC. obk-rva.-SC'
mcntc mde~ndente. pelo menos no inki() do t'slmsc, dc sua
Oprimeito e principal pico de produçio do áddo absdsico,
conccntração na seiva do xilema.
k ndo estt hormônio produzido exdus,vam~nte ~los tcddo!I
O ABA cxercc u m efeito d líe,encial $0brt o CleKi.nM:nlo
matC'rOOS. Justamcnlé nes.~ (ase do de~nvolvimenio cb ~ -
da raiz. c da parte aérea em planta$ submetid.u .ao t'Slrme
menlt, cessam as diviWCS celulares no corpo do tmbn.io.. o
hídrico. Enquanto o .-iumento n:.i ..:oncentraÇ'ào dem hormó•
qu;il p;).S.Sa:, crescer apc:-na-5 por t:xpans.io cdub.r. ParaM.untn•
nio mantêm o c rescimento do si.stema r:adiculat, pern,illndo
te, inid3•$é o acllmulo dc substlncia.s de re:serv:i na snncnt..-.
:i. explor,1ção de um m:aior volume de S())o j»ta absorção de
água, O ABA inibe o a.long.amen10 do c.1uk Em consonância, como próteín;i.<;, lipidios t ç;,art'H)idratos (\·t'r Capitulo 20).
O ABA produzido pelos tl"<idos m,ucrnos n~,;c pcrícxlo e
observa,se que o cr<"SCimcnto do .sistrm;a radicular de mut:an-
tcs d e At'ab itloj»is dcficicntt"s (abol) ou in.scrui\~is ("bi/) .ao
considerado fu.ncbmenwl para inibir a vivi~nd.ldt. ou sqa. a
grrminaç~o pa"(c)Ce do embrião <m frutos .1lnd.1 conectM:tos l
~~A genl_m~n1c nao é estimul.ado por reduç.ões n.a di,5ponl•
blltdade h1dr1a. Oivcr$0S pr'OCC'$SOS relacio«ados CC)m o de• planla-m,ic(figura 11.10). Um mcç,mismo possivcl par-2 a .lÇM)
senvolvimento radlcul:.it sào influenclad0$ peb sin::ilizaçãodo do AHA nocontrOlê' da ,•iviparidadc parece ser .a $1.Q Qp.tiCldi..k
ABA, ineluindo ::a atividade do centro quiesct.ntc no mc-1istc• dc inibir asdMs6e$ ctlul:lre:\ no corpo do t"mbrcio. Sabc•«, por
ma aplcaJ radkular, a formação de raízes Jatenis, a formaçlo t>.xcmplo, que o ABA é cip::iz de induzir .:i exprrsslo ck um m.ibt-
dos pelos rndicularcs e as re.spos1a.s trópicas da.s miti:s. dor d;is d~cs dcpcnd<nld dc c1d111a. mamendo. pon.anro. .a.-t
Os deilot do ABA na proteção ao cstn.:sse hldrko .são ctlulas n.a uan.siç.ão de G1 para S do c1do cdul=ir,
exercidos principalmente pd.a indução d~ expressão de gc• Estudos rt"alh,1dos .:-m pl;mt-1.s de Amb11Jo-pm revdara.m que
nc$ quç çodilic.a;m ,\ $Í1Uc:~c: Jc: p t.:>td n .u com !unç-.\o Jc çvi• 11 p,oduçio de biore,; de tr.arucri,çio ,nibi1Óno1 i vw,ra.r1d)..
lar 3$ perdas de âgu3 e re-,siaura.r os d;ino.s celul;u-,:s. Enire de, como fusca J o:uSJ) e lcaf cotilt'don 1 (LECI). coinod<
essas, incluem-se a.s protcinas envolvidas no ml.!1:1bofümodn trmpor.ilmc-nt.:- com o aumcnto na produção do A8J\ pdos
sac.iros.c e da prolina - solu1os o.smo1ic:unente ath·os -; as tecidos matcmO;S. Oc modo corrente-, Jurante a ulum,1 (:u,r:
pro1eínas de l r.ansporte. como os ea~ls de ions.. c as pr0leÍ· da cmbriogênc~. o fa1or de- transcriçlo FUSJ o:11mub o con•
nas erwoh•ida~ e m deg,ad:1Ç'ôes e- cm proccl:SOS de reparo. temi? de ABA c rcprimc os n,vcis dt: g1bt:rd1nas;, u qual$ do
como as protea.ses. cOn$1de1:1d:lfS pcomotor,1,s da g:..-rm1na.ç:io (vt'r F,gur., 12.'I).

F-.• final da embrioginese

r
..l
FVS3 - - ~ FUS3
1.EC1 LECl i
--i
.....
250 H~oJogta Vegetal

con1rol:1,d a pda inttraçdo de fatores de tranScriç~o. sendo pro.


movida, por exemplo, pelo 1:u s) e pelo LECI.
Alêm d.a $Lia funç.ãO na embriot,~nese e maturação dn semen.
te, o ABA ê considerado importante par.J indu1,.lr :i d ormência.
Adormi nda primária. indutlda por ABA, ~ imposta à semente
ainda cootctad.a à planta-m~. A Imposição d e d ormência pode
euar rebdonada com o conteúdo endógeno de A DA e 111.mbtm
com a semlbllldadc da semente ao hormônio. A manuie nçãoda
dorin~nd a nem sempre ê depC'ndenle d a presença d o horm(J.
nio, pois. durante a nlltu raçâo, os !cores de ABA reduzem -se a
valores baixos ou mesmo nulos. Entretanto, e m algumas plan-
tas, o teor desse hormônio se mantém elevado. inclusive na
semente madura. Em Arnl,idopsi.s.. por <'Xcmplo. o ARA inibe
a germinação, e os 1nu1an1es insensiw is ao hormónfo (abil a
abiS) n:lo apresentam dormência, sendo c.1p:1.1.es de germ inar
Fl911ra 12. l OGf!-rminaç3o Pf@coce do mt1tat11c norab/Ns de tomat 11:, o
qual ê deficiente na sintMe de A.8A. em vif'lude d.l lncapadd-'dc: de mesmo n:1. pre$cnça de 3 a 10 µ1\,1 de ABA.
rN lilir a clivagemoxid.ativa ne ceS.Uria par;,• fofmaç.a,o da xbntoxina, Nas sementes de cereais, enquan10 as giberelln:'1.$ exercem
o,.
Imagem ctdidll ptlQ Uzaro E. P. PNes <t.SALQ.USP). um efeito promo1or na germinação. o ABA atua no stnlido
oposto. inibindo a sintese de enzimas hidrolftk as, espcda.l•
mente de alfa -amilast na camada de aleurona. Recenterm:-nte.
E\id<Pcias diretas da part:íeipa,;.ão do ABA endógeno na vc:rificou-.sc que o ABA inibe a exprt'ssão d o G A-M Y8, o qual
supresslo da germinação precoce também foram oblidas por constitui um importante fator de transcrição que co ntrola a
mutantes de milho defi den1t$ na sinle.se desst hormônio ( ,,p2. ex.pressão da alfa-amilase induzida pelas gibcrellnas (vei- Ca-
"PS, vp7. vp9, vp 14). cujas altas taxns de ,•h·iparidadc podem pilulo 11).
ser m •e.rticbs com o aplicação de ABA exõgeno. Além d isso, lnform3ções adicionais sobr(' as bases genéticas da for •
R bc:•se que, coquanto embrióe$ lsolados e cultivados cm meio maç:lo da semente e do procCMO de germ inação podem ser
de culrura são c.apucs de germinar, em presença de ABA esse encomf3da.s em Kermode (2005), Zhang (2014) e Nonogaki
prousso nio é observado. (2017).
Ainda durante a llhim~ me1ade da embrlogénet(, o ABA
produzido pelos tecidos matunos parece influenciar também Dormência das gemas
o acumulo de reserv.l$ na $4:me,ne. Mu1:uues deficien1es ou A lnibiç/io do crc:sdmcnto vcgcta1ivo provocada f)elo ácido
in~ nsh·eis ao ABA norm:a.Jmen1e aprcscnlam uma redução na ab$CISICOcompreende um dos elt'ilos m3ls cc:m1t11\S desse hor•
síntese e nó acúm ulo de protd nas nos 1ecidós de rese,,•a de mónlo. Em plantas lenhosas de regiões cempt radis. o Ilível
su.u sementes. Além disso. em muitas espécies. o tratamento de ABA gt-r.ilme·nte se d eva em respos1a is oondições d e d ias
de embriões isolados com ABA exógeno também resulta no curtos, quando o cres.cim(nto ê rtduiido e a dormênClô'l das
aument() da cstoagem de pro1eína$ de resen•a. gemas é imposta. As folhas são as te$1)()nSiw:is pda pt rc:epç;\o
Portanto, o ABA produzido d urante a úhima me1ade da do es1ímulo a.mbkntal, sintefizando o ABA, <1t11: ê transp,Orla•
embrfog<n('$(' teria d uas funções princip,ais sobre o dcserwol- do pifa as g,emas, onde provoca t1 dormência.
A aplicaÇ',lo de ABA cm gemas não dormentes taml>tm
vimento da semente: inibir a viviparidade e csHmufar o ac:U•
pode lndut ir a dormência. Emretanto, cm algumas csp{-cit'S,
mui() de substâncias de reserva.
o ir:msporte dr ABA no Início da dormência é ballC"o, e nem
Após() 1érm ino da cmbriogir\t$<', duranle a etapa de malu•
sempre condições de dias cun os cau~am aumento do AHA cn•
raç.io da semente, obser\'a,se um segundo pie<> de produção
dó1,itno na.s g<mas.
de ABA. Essa produção mais tard ia do hormônio se deve ao
próprio embrião e ê com iderada crflica para a Si11alitaç1o de Senescência
pr0<:cssos carac:1erís1k os des~ fase, como a illdução da sinte.s,e
A partlclpaç:ã<> do âd do abscisico n:i M:nc-sci'ncia oind.a o3o
de pr<>1ci'nas LEA, a aquisiçlo dr 1oler:'lncia à dessN:aç.iO e a estAbem C'$1abd ecida, t-Specialmentc no que ta nge a intet.i•
in1bição da genmnaçio. çio desse füormónio com outras classes hormonais, como as
Nal sementes em formação, a aquisí('Jo de 1oletl n<ia â des• citocininas e o l"lileno. Enquanto alguns rt suhados lndic;un
sec.çlio estâ associada à exprei.são de conjunt~ espe<íftcos de um efd to promotúr do ARA na scnescência, outros não ;,1prt'•
RNAm. Transcritos codificando u protdnas LEA, provavd- M"ntam com:faç/io dirct:l entre o hormónio e C$SC proct"S$0.
meme en\'oMdas na pmtcção dos tecidos conlra a de.sidr3• fusas con1rovê,si.as podem resull:lr do balanço vari:iwl cn1ft"
taç.ão, podem sitt precoccm<:ntc induzidos n<>s embriões em subst:i.ncias promotoras e inibitórias d:l scn.:sct'nci;1 nos tt•ci·
cuhura por meio do lnitamen10 com ARA exógeno. De for• dos, cm diferentes estágios de dl·M"1wolvimcnto. Po r ext"rnplo,
ma condiunie, m1.1tan1es de Amb1Jo1uú insem.ívels IH) ABA apesar de o teor de ABA ser maiur cm folhas jow:ns, csl,,1$ 1>0
(abiJ, abi4, abi5) aprt-senlam 1,una m«-nor elC"prtuio de certas dcm con1c-r t~unbém Conceniraç(ks mab clc\'ad:lS de subs1:\11•
proteinas LEA. A ~intcs«- deuas próteínss Llii\ é forn:mente cia.s ln lb11ó ri~ d ;a \.entscência.
úp(tulo 12 • AcidoAb\ds-Jco 251

Proteção contra lesões .ilivos s:io ,eduzid.11'1. F.ntr1:1:1nto. for:1m obriJ••1 Ct>m~cn,
f erimentos causados por herbivori:i ou lcsã<t mec:inic.a cau, análogos <Om um urbono adid••n.al ligido il posjç.\o g• da
s:im danos 30 reves1imento cite.mo dC' pr(l(CÇ"jt) da plan1a, mollicub do ABA, f.s_<;a composios. o 1f-:ice'fiJ('no•A6A e o
criando Ulllô'I \'ia de C'n lrada para inú.mtto5 patógcnos. Em 8º•md ikn.,.ARA (Figura 12.1 J), 1ên, vida mNfü. rn111t long.,
rcspo., 1a nos fcrimC'nlos. o padrl\(t dC' cxptessão gtnk a I: subs• e cnrum títitos semelhantes ao do ABA n.a protcçln .-o cs•
tam::ialmentc alterado, induilrMIOa sintt"Se <lC' grup0$ de pro• tresst', n~ dormfocfa e n.i gcrn11nação de ~C'mtnl('J, O a· mrti •
teínas envolvidas n3 dc:attluf?o C' n.a prev-enção 3 in\'asào p()f len<t•AB:\ e m;ais .ath,o quc o pr6prio ABA ltJ lmtHç.io cb ~t•
patógC'n (>.S. A resposta de dC'fC'sa é sisct!tnica, pois, enquanto minaçfio Jo agri;ãn e do cmbn ln i$Gl.ado de 1rigo, n.1 suprns:io
alguns gC'nes s;lo expressos localmente. outros são ali\'OS e,n do CrC$(imento dt c(lul;i~ de milho em cuhu~ e n:a tt"duç.io
órgãos não danificados. J:t tr.lnspir;aç.:io rm pllntubs de trigo.
A familia de genes inibidores de protd n.-srs li (pinZ} A viabilidade do uso n:i agricultur:a d~ compO;S.1(1'1 .in.i\Q.
ldenlificada cm bnlnta e lom:ue i um <los u:cmpk,s mais gos ao ABAC'stá ~ ndo tc:«.ada <-xperimcntalmf'nft. h.·ndo sido
bem caractC'rizados de c.xpress:lo gênica nas respostas aos ob1idos resull:idos safüfa16rlo"i na proccç:.lo dt pl.i,nl.lS Jc- .1bo-
fe rimentos. Vários estudos indicam o C'R\'01\•imcnlo do ABA bora e tom.itc à babt:a 1cmpcratur-a e dispombthd:u.lc: redund.i
na induçio da expressão dos genes pfoZ, Os mu1;1nlcs clroopy de ágU.1 no solo. e nJ. m;mutençio da dormência d<' !,'t'mascm
dC' balnta e sitiem de tomate são deticleni" em ABA c nio tubérculos arma-r,en:u:los de b.il~l-a..
aprc-Scnt,1m ,1c.úmulo de RNAm dos genes p,'111, ob3i:rvido Expel'imentos rC".1hz.1dos a partir d.a déc.ida de 1980 tem
apenas após t r111amC'nto com o hormônio, alcançando 1e<tres instigado p<s<1uis:i.s sobre o po1enc1al biottcnológ1co d.a
~ 1n elh;in1es .'IOS \'erifindos nas plantas sd Vll.gens submeti•
ma,1/pul.açlo do.s nívC'is <ndógenos do ABA cnmo C"Str,uC,
das a lesl\o.
gia ~ ra auntenr:ar a efi ciCncia no uso da âgu.a pdas planus
.sem compromC'tcr o cre$dmento e a produtivid.adc \·egct.1I.
Aplicações práticas Em um desses cxperimc-nto.s. p.:trti: das raiu,,; de um:a me$•
Muitas a pllc;iiçôe$ comercia.is para os hormónios \'egt'tais ou mo plaJlla dt milho cresceu em um recipil'nle conl('ndo solo
$CUS :má.logos shul1icos já f<>ram enconlrada.s. n~s. no con- com b:th:a disponibilidadl' hídnca. cnquanlo ó rC$lan!e da.,
1exto d a produção agricola mundl-til, a conulbulçào desses raíie$ crtsccu cm um te-dp1e-nie con1endo wlo norm;llmi"ntt
com postos, <'nl l<'rmos econômk os. permanece pequena. ,\ irrigado. Vc-rilicou-.sc que- as plantas ocsciJa.s sob lais ,on•
auxina 1e1n Sido utiliz;ada n,1 propagação de planta.s, no c--0n• dições apresclll.l\'Jm um'1 r1.-duçáo n3 abertur3 ~ioma11e.:.1
trolc da expressão $CXUal <' como h<"rbicida sdC'th·o: a gibc,c• t, con.s<'quentcmcnte, uma redução na pC'rd.1 de :igu.A por
Una, aplicada n<> prOCC'$SO dC' m;1lt;1gcm da C"<'V".kia e no dtsen• tnn.spir.1ção. sem que i$$0 compr<>m<lC'SS< .u la.us de crcs
voMm<'nto de uw.1.s; a citocinin.i. utilh:ada na nlanlpul3,Ção do cimento. Desde tntão.. um nUmero crdc.cn1t Je peSqu 1ut
cresdml"nln ,f,- pl:tnlM (ltl'l$.M('f'l l3ii( I' if'lihi('ln ,b ( 1•nMr;..,.
tt'm buscado regular os nwe,.i eruJõgC'no.> ou ,1 sinahuçlo do
eia, e nquanto o etileno é utili.l:'ldo no con1rok <la produ.;:do
ABA por mtío da gtr..ição de plantai. 1r.1ni.gll!n1~ çom .lhe
de liteic e modificação das caractcristicas pós.çole1.a (it frutos
e Oures. Eo1rt"tanlo. as aplicações do áddó ;ib$dsko patl'Um r;i,;óes em componentes.-.:h:we das rotas dC' b,o.uintc:<c, per•
limitadas. :'llé o momcnto,<1pt'S.1t dodire.::lcmamcmo dC'\'árias ccp~o e trans.Juçlo d,: "mal des.sc hormônio. Muita., JC1,w,s
pcs.c.)Uisas. p~uisa.s rl'!iuh;ar.un cm J..lle1"3,;Õ<" ,ons1derlVC'1s em .unhu•
O Succuo n:l u1ilizaç:10 comcrd al da auxina se dtve. 1>ro• 10$ agronomk;i.mcntc reli:\·:tnlc:s., como 1olcr.111c,a ,1 s~"<ª ou
\';t.\•elmt nte, as huese de an:ilogos com .ih.a ;atividade blológk:.l ao frio, germina,;::'io das scmcni..-.s, crcs..:,mcmo \'ege1am•;1 <
e boa esta.bilidadc, tanlo na planta quanlOno .ambicnl<'. Por sencs..:incfa, lanto em espccic-s-moJdo c:omo ,.\r11bul/JpSi.$,
a1Hcsem;ir rápido mccabolismo e íotodtsirulç-lo. o A6A tem ,111:11110 cm <'SP'Cd~-s cuhivaJas ct:11111, arrnz. milho, 1r1go. )11, .i,
sua utill~ção c-omo produto conk:rCbl aincb limitada. Como l!'nlrc ouu.Li. En\bor.1 eSSlº" n:suhadoi .11nJ,1 nlo pussam s<r
várias air.1ctcrí:s.1icas da mol('(ulil do ABA são d~nc1ais i su.i e:urapobJO$ p.ir.i con,liçõ~-s. J..- ..:.unpo. a..:rcJ1t.1•,,: qu< o 1u
ati\'idade biológica, as possibilidades dC' proJut.1r .ln.ilogos 1uro ;1cj~ promi.üor.

~
CH, CH,
/CH, /'"·
/ /
OH
000H °" coe,;
o o CH,
CH,
11'.«VliiW»"-ABA &' INOll:IIIOoAffA
2s2 fülologiaVege1al

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1 Etileno
Sandra Colli • Eduardo Purgano

Histórico da descoberta Entre 19 17 e 1937, (o~m rcaliudos viriQS ("o(udn~ 'Obre-o


efeito dú e1ilcno no ;arn~durccim<nto de frulo~. Em 19)), S.r
O e1ileno (Cll 1) , um hidrocarboneto ln;Salur...Jo guo.s01 rc- tjcs observou quc () etileno liberado por m~<. rn~u~ prn-
prtsenta uma das moléculas orgfml~s mais simples c-0m u.ti• voc.1v-.a t'pin~tia foli:lr (wr vahu":\ para b,uxo) em plJntul.l<. ~
\'idade biológica cn 1rc :'IS centenas <k compostos votitcis pro• tomatc < ahcraçôes no dcs.:nvn lvimcnto de ou~ c,;11abd<n
duz.idos pelas plantas. dc ( rvilhu. G.-nc. um cicn1isu inglês. i pr~ n1ou. cm 1935.
Os es1ímulos ã biCl'$$inte$t de ('lilcno ou à e~posiçio d.ts
plantas a concenirações biologkam<ntc eficazes dfflt' g;is
pf'0\'3$ químicas dc- que o etlleno cr.i proJuz1do po:
pbn!J.1.
Fln:alme-ntc. os pc!>qmsadoces Cro1:1er. H11chock e Z1mmer•
foram (c continuam sendo) empregados na m11nipt1laç:io de man (1935) sut,-trir.i.m que- o etileno s(n:a um tl"Sufa.dor end,>-
Wrias c uhur:1$ e l'l:l$ pritic.is de pós-coleta. Um dos c.xcmplos, gcno dc<rt$Cnnt n10. e poderia ser con.,1dét3dO um hormõn10
mais antigos, a prá1ica d<' íaur incisões cm frutos d..- figo (Fi- do am2d11rt-dmcn10.
ws sycomurus) p.1n estimular o .amadurecimento.dita do inÍ• A p3rlir dil metadt' da de'Qdá d< 1930 :ut: o hn.1J do~ a.nos
cio da civilliaç/lo egípcia. S;ibc-sc. hoj<. que .:SSC's ícrimc:ntos 19SO. a intcrt'ssc: dos fisiolog.1~1.:is de plantas peloeukno d1m1•
s..io indutores d a sínttk d( ctikno, nuiu, cm , •irtude lia ine,ci(lênCl:'l de 1ecnicas prcciu.~ de- a.nah-
Em 1893, verificou-se nos Açorcs que a fum:1ç:a produ1.l- ~.,.. de"$Si! gis e .:la descobe-rta de no,·os hormõn1os. Em 1959. o
da pcki q ueim;i de serragem de madeira promovia a flo,~ào inttreiSe pelo etileno fo i 1men.silk:ido qu:\ndo o~ norte•.lme•
em pl::intas de abacaxi cuhi~ das cm casa de \'Cgct;aç;i(>. Qua· ricanos lh1rge Smlwijk e osausttaliano.s Huel1n e Kenr,Cfl de•
n:nta anos 01ai!l tarde, produtores dc:m fruta cm Por10 Rico moni.trar:im as potcncfalidadcs d.a cromatog.rarla g.uosa como
passaram :l induúr a floração, expondo as pl:1n1:is à fun1aça uma tk"ni<a anaJi11c.i p.ar;i a ,ua qu..intdic.acâo, possibihtanJo
duran te 12 h.
N o sCculo 19. usav;:i.se o g,ls com<> fonte de lluminaç.io.
F:ihncsto<k ( 1$58) ot>S<r,•ou qU< cssc g:l.s d:.a,uftcou uma co•
leção de plantas mantidas cm e.isa dc \'t~t:açio n;i Fil..\Jdha.
causando k ntsç(ncia <' abscisão da:. fo,lh:i.s. Após :ilguns ;m0l>.
e m 186,,. d:1110.s cm i n-ores prôxim.,s a ,•:i1.amcntos dc:,l< gás
foram rel:i1::1Jo~ por Cirardin, quc "l...ntilkou o clik no como
uni dos St\lS componentes.
A dcscob..-rta do etileno como um componente biologica• e
mente :llivo do g.is de iluminaçlo foi ie11:a por Uim11ty Niko•

7
layevich Ndjubow, um jowm 1!$lud.tnie russo Jo lris1huto Jc
1\otin k;i Ja Uniwrsid.iJ c ,le S.io l¾"h.:rsbu~'O. Em 1901. Nclju
J
bow \'erilicou que a aplk:1,;lo de 0.(16 ,..11 • de ctik110 l'fll pl,m
las de ervilha qui.' acs,er.1m no t<i-:uro proJuii.i tn"S rc~ l-b
no C;'lu)e: inibiç-lo do a1ong.m1cnt1.1, ;i1111wnlo r.-Ji.ll (1otumc~•·
lll('IU()) e Ulll l 0 1 i,' lll;'h j',I() horizonl:il ,l~ i.t· órg,,M (figur.i. 13.1).
fc:nómeno cunhad() po~1ctH>rifü-nl.: Jl' uspwt,r mpln-c. ,
A primeira ind 1,.,,~:io dl' quc o ,-.ilenoJ , o mp1w,"l1,1. um
produto ll:'ll(u-,11 ,h.1) i.:..:hlo.s w ~<.•t:i1s foi ri:~1..'llr,1,l.1 pf•t Coo•
sins. <Ili I y I o. t.:.M' p<~, 1m.,,,,, Jooug,.-riu ao t;on.'n".nfa l.1nu1
ca <J U\'.' ú ain;1Jurco;i1111:ot11 prcnt:.ttuto ,1.-, l):.nJn.,~po,kn., " '1 1,.
evitad o s,e ~n;.b frut~s 11,\\) li.lS)t'fll :HTllJlt.'llJJ.,~ úlfll lJr,m,.b.
As liran1:1~. •' l''-')J.r (k nlo prl"lu.tir.:in 1.111t1 1 ,·ukno ,pb.Ullll
flgv,.. 1), 1 R~s..-nwç.10 •hq\l<:'lll,H1~,l ~ pl.intul,h <:'UIOIJ.US .ie
OUI 1'0 ) frutu:1-. po,lcn..ml 1.'l>IJ.f 1111l''1.ld,1., .,,.,, P,•,u,tllmm. O lflk'
ef\•,111.) • ( l i pljmula <.'m .1gw, \:!• ~mui,, 1r.11,1da com et1l,:n.o, J.Clol~
;ac.1rrc 1a.ri.1 c 1 ,lm,ud~l 1lllcnh1 ~· ,1 ,\h~,1,Jo ,ll' ln1t,,1>, ú1nt,,rnk· i,t>l\l.)t!ÜO li\'.) ltp'Ot•IO ,1 n,,b,{J<J Uo ,l1M.µm.,n10 DI Jufll'l'mO<lat f(
<)bst>n'a,lu ,·m limt.1d10 por lh.,lc. ,·m l'J,11). ,:,aniJ,,;l 1.'IJ1J1; ,1 OfloM.IJl..lll ho1,ionw11.1..-, ,.,~,m.t>I\IO.
2S4 füiologiaVegetal

inúmeros esh•dos com ('SS<' honnónlo. Alu11lm~•n1c, 0 :; c:.1u- e as ~giôes nodais gcralmt'nte aprt."Senlam uma produção
do.s dt'ssc gás 1c:-m sido f\ ti.n11dos pda :.diç.io de- tktl"<'tOI\'$ de
0
clcw1d:1 de~ gis, taml~m obscr~d::i. durnntc a abs.cl.são de
fotoioniuç:ã,, C' ÍOloocúslictlS, fa\•Of'«('ndo a qu:tllllifi<açlo ck (olh:.s, a l>encscfocia dt fi-Or~ e o am:iduredmcnto de frutos
IN'.lm b.astantc baixos de ,•lilt'nO, (> 1 nf gmf ·• h ·'). Or1,endendo dos teores de etileno produ-
zido duranlc esse Ultimo processo, os frutos sdo d ivididos em
Ocorrência do etileno d imatfricos (com produç!o de teores e1ev:idos de etileno),
O <d.lena cm atmosfera natural não potuida é encontrado e-rn como a maçã, a banami, o tomate, o abaC.áte e :i manga. e não
concen1ra.çõcs de 0,001 a 0.005 µ ( 1·1• A$ plan1u norm.1lmcn1e d inutfriros (com produção de baixos teores de etiltno), como
n.ão produzem e1ilcnó suficiente parn :ahcrar os- níveis no am• a laranja.o limão e a uva (\'Cr Capitulo l9). N:i g('rminaç-ão, h:i
um :iu,nento n:i 1axa de produção de etileno J ura nte n pro•
biente ao seu redor. Em locais fechodos. ele pode $('r acumula•
uu!lão d":'l radícula e o dcscnvoMm<'nló da plântula. Plantas
do em maiores conccmtraçcM's, produ2fodo efeitos fisiológicos
nas pl~nta$ e causando perdas t<:onômlcas. submetidas II es1rcsscs rlSicos ou biológicos. como fer-imcntos.
alagamento. docnç-.is, 1cmpcra1ur<lS inadequadas ou períodos
Em ambiente urb.no. o nfrd pode ser de 10 a 100 \'t«'S
de .sC'ca, geralmente clc,·a.m a. produç.'io de etileno.
maior que o detectado no c:unpo. conforme registrado na y .
lifómia (0.5 µ( 1· 1) , na Alemanha (0,2 µ ( )·'). na fndia (0,1
µ l 1·1) C' cm No\"a York (0.03 µ( t·1), princip.almC'ntc em dias Biossíntese e inativação
nublados e sem ,-cnto. As principais fonle$ nC$lles locais s:lo os O etilcno ( um composto simélrico de dois carbonos com
:1.utomôn:-is. o fogo e a indústria. uma lig:iç.io dupla <' quatro hidr<>g(nios.. peso molec ular de
O etilt'no pode ser produz.ido por ,'lirios organismos.. des- 28,05, densidade rebtl\'a no ar de 0,978, inllarn;\vel. incolor.
de bactérias., fung0$, algas e musgos até as pl~intaS va.scularcs. com odor adocicado similar ao éter:
como samamb3ias, glmn<>SJ)(nnas <' angiosperinas.
H ...,_ ,..-H
Apesar de a.s badérlas produzirem etileno, po,1co é conhe•
H,..-
e-e '-H
cido sobre o papel de$$C g;is na fisiologia desses organismos.
Algumas Nc1êrl:1.$, como a 1\1yc.obartcrfom paraffirilnm1, oon• Alguma.s .subs1ãncias oom atividade biológica similar à do
w,rtem o etileno do solo cm óxido dC' etileno. man1endo o nf• erilmo, como o proplleno e o aceciJeno. sjo cón.sidt"radas anã•
,·el desse ~5 em concentrações apropriadas. jã que elt' é mais Jogas a rue gãs. sendo moléculas preíere1~cialmente pe-<1uenas
(adlmente acurnufado no solo que no ar. As bactérias produ• e com ligiçôC"S duplas (cadeios longas de arbono conlelldO
tor.as de etileno promo,•em a sent'Seência das plantas. faci li• liga.çõC"S triplas t<m menor atividade biológica).
lando a inf«ção por microrganismos. Pst1tdomo11as solana• A via biossint.tlica do d ilcno ( Figura 13.2) n3s plantas
aarum, por exemplo, é respons:i\'tJ pcla produçiio de etileno. ,·asculares é hoje bem conhecida, tendo sido elucidada por
que causa o amadurecimento prematuro de bananas. Adams e Yang (1979). que verifi c:ara m , mm n 11-:n tlr- r.i rlwmo
Uma grande quantld.ade de fungos , como Pe,1icillit1m di• marcad~ a conversão da L•mt:liOnina <m s -ndenosilmctio•
gitatum, P. c,dopium, P. ve.lwitium, Mucor lliemalis. Agariws nina (AdoMet ou SAM) t desta "OS produ1os: ácido 1-aml•
bisporus, Fu$ari'um o,:yspomm, Asp('rgillus clavatus <' A. fl" · nociclopropano-1-carboxilico (ACC), 59-metiltio.idc:noslna
viu, produi e1ileno; toda\•la, sua (unção ainda é dc.sconhc- (MTA), 59,mctiltiórribosc e e1ileno. A ftlt'tionina é conwr•
cida. Aparen1emcntc, a produç!o de etileno não aumC'nta a lida em AdoMe, 1>efa en:dmo AdoMet sintetase. A conve.-são
patoge1,ia do fungo. prO\·()("ando indiretamente a sC'ncS(:(n• do AdoMec em ACC e M'J'A, catalisada J>ela ACC sintaSl\
eia d:1. planta. corresponde à re11ç:!io,dul\'c da via blossiluélica do ellleno. O
As :i)gas 01lorelln e Atl"lab11lnrit.t mt!ditemmea lambém pO- AdoMet tambê-m ~nldpa da síntese de pollaminas, podt'ndó
dC'm J)roduz.i.r dileno: n-ta última, p0$sh·elmcntc, pda me.sina ha\'cr competiçlo por esse substrato enlfe es.sa via nw1abólica
via bios.sintCtica das plantas ,·ascuJares. Con1udo. a produç.ão C' a dr etileno. O ACC é convertido em e1ileno pela ACC ox.i•
de c1ileno nas plantas não vascula.r<S oc-0rre por ou Ira via me• dascou a N-malonil ACC (MACC) por aç-!io da nmlonil 1rans•
tabólica, pois a aplicação de ACC (precursor do ctilt•no. ver fera.se. O MACC t uma forma conjugada. 11ão , olátil, que M' 1

adfal'lh:) não 3unH•n1ou 3 produção dt"Mt gis cm Mard1a111u1 acumula nos tecidos, represrntando .una c:tapa rl•gul.i1óda J ,1,
polymorplia, Fu11nrln polymorpl1a, Splwg,wm wspidlltum, Si• inllli\'a(âô do ACC. Um 5tgundo co1lJugado de ACC, o l ·(g.i•
lagindla wildtntml, Lyco-podium pl1legmarla, Equisetum llyt• ma•t •glutamil-amino)cidopropano~l ,catbo:<ilico (GACC).
mah•, 'frid1oma11c:$ t{1t:,I0$11m, Ophioglossum retirnllll&UII, $(ri• 1ambém foi r«cn1emen1e idcntiíic::i.do.
vi11ia ra amns e Awllr, rarulmfmia. A possibilid:1.de da ex.isténcia A S'•metiltioadeno,ina (MTA), pela MTA nudeosidase. (
de uma ,ia primitiva dt' ~Ính:Se de.s.sc g.is. mdepe.ndentemt'ntc conver1ida em S9-me1ihiorribose (MTR), e \~s1a em 5'. ,ne•
de ACC, necessita ainda dr mais e-sludos. Em Pteridium aq11i- 1llrior..iboM:•l•fosfa10 (MTR-1 -P), pda aç~o Ja MTR cin;U('.
li1111111, Millteucâa stn1/Moptl1tris e Polytll<lmm ,,111t1itum, A MTR, J-P gero, por ox.idaçlo. o 2-ce10•4 •111ccihiob1nira10
entretanto., a simer.c de etileno ~ed-:i feita peta mesma via das (KMR), pos~iwlmeme por dcsldrogenas<'s. O KMU ,.: con,·.:r•
plantas vuculare-.s, pois a sua produç.io foi pmmovida pdo 1ido em mclionina por uma 1r:i11$aminas(' ..-spedlic;i. ,)-1.'l lJu .a
ACC e inibida pelo fon cob3Jto. r..-glu1amina odoodor mais c6ci,c:nh' Je amin:.,. fss:1 S-C'\IUi.-11c1a
O~tilcno eprodu7ido por todas as parits das 1>1an1as ,•ascu- de- re-.aç-õe~ a parlir Ja M 'l'A 1cm a iinahJadl' dl' r,"t'.kfar :l nw·
larcs, .';('ndo a 1ax.:i de produção Jçpcndenlt' d1J t ipo de tecido llonina e: oc:n:<ofrl.' par:i o n.•-apl'◊n:it,llllt:nto ,lo grupl> 1111:1ilt1l>
e do estágio d"° dô<m'Ul\'1mentu. Os ll-Cido) meristcmá1icos (CH ,·S) e a manutenç!io da proJuçiül ,ll' l'lilt.-nn.
C,.,pítulo 13 • E1íleno l55

CH,
1
s
1
CH, O, 2,HPO;
1 .,,.-0 OPO,H° ~ •

CH,
AOP i;'H )--'>::s.....~
s HO OH et~, s CH> CH, - CO COO-
-ffletlltlorrlbose, 1.P Áclo ai,..cwto-cp,n.-metlftJobUt.irko
CH,

l/ 0' OH H
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0 A,(( PQde se, (Ol'IJUg,,do tOrn'l.lndoO ~ m.,!on,I ACC OU(Ol"'lt'ft!dO em e11letto. As ,ub,un(,,U AfJA !M:.•do Jn\il'IOO"il(@lltOJ ~ AVG ,,1m,noet0·
•••1mll(JJic11\ê1) Wo inobdot4'\ da slnlt'\t.> do t lik>OO,Ad ~l,)told,J d.- YJl'IQ 1191111 e Yunq l(af. tt 98~l
25 6 Fisiologia Vegetal

Estudar a biossfntese cio etileno com as principais enzimas A atividade da /\CC síntase é o ponto rcgulatórío mais im-
envolvidas nesse processo é importante para compreender a portante na produção de etileno, sendo os teores dessa enzi ma
regulação desse hormônio. afetados por mudanças ambientais, hormonais e por diversos
A ACC sintase, responsável pela conversão de AcloMet em eventos lisiológicos. O aumento na produção ele etileno veri-
ACC e MTA, é uma enzima citosólica presente em várias plan - ficado cm certas fases do desenvolvimento, como germinação,
tas. Em razão de sua baixa disponibilidade e labilidade (p. ex., amadurecimento ele frutos e senescência, ou em resposta a es-
em tomate, sua meia -vida é de apenas 58 min), a ACC sintase tresses, entre os quais ferimentos mecânicos, seca, alagamen-
permanece parcialmente purificada. A atividade dessa enzima to, geadas, infecções e agentes tóxicos, é acompanhado por
é dependente de piridoxal 5-fosfato, e inibidores como o AVG uma elevação na sfntese ou na ativação da ACC sintase.
(aminoetoxivinilglicina) e o AOA (ácido amino -oxiacético) A conversão de ACC em etileno é produzida por uma en-
bloqueiam a conversão de AdoMet em ACC. zima oxidativa, mais recentemente conhecida como ACC oxi-
Vários laboratórios têm clonado genes da ACC sintase de vá- dase (ACO), anteriormente denominada enzima formadora
rias plantas, como arroz, soja e tabaco, e de frutos de tomates de etileno (EFE) . Essa enzima parece estar associada à mem-
e maçãs. A sequência de aminoácidos mostra elevado grau de brana plasmática ou presente no apoplasto, como evidenciado
similaridade com as aminotransferases. Os resultados indicam pela técnica de imunolocalização.
a existência de isoformas derivadas de uma família multigênica, A ACC oxidase também é codificada por uma familia mul-
cada uma codificada por um gene diferente. Em tomateiros, há tigênica, havendo similaridade entre as enzimas em frutos de
pelo menos nove genes para a ACC sintase, expressos de ma- abacate, maçã, pêssego e tomate. Neste último, as enzimas in-
neira distinta nos tecidos, dependendo do desenvolvimento das duzidas pelos genes plom 13 e ptomS apresentam 88% de si-
plantas ou em respostas aos fatores ambientais. milaridade.
Uma forma da ACC sintase em tomateiro, ACS2, tem sido A ACC oxidasc purificada de maçãs é um monômero com
implicada como uma das principais responsáveis pela sínte- peso molecular de 35 kDa e uma enzima instável (meia-vida
se autocatalítica do hormônio durante o amadurecimento do de 2 h). Essa enzima necessita de ferro, ascorbato e C0 2 para
fruto. Estudos recentes indicam que essa isoforma (e possi- a sua atividade, sendo a conversão de ACC em etileno inibida
velmente outras) seja regulada por um mecanismo de fosfo- por benzoato de sódio, altas temperaturas, baixa oxigenação e
rilação em uma região bem definida da proteína. A princípio, íons cobalto (Co2 ► ).
imaginou-se que essa modificação tornaria a enzima ativa, Produção
aumentando a síntese do etileno nos frutos do tomateiro, du- de etileno
rante o amadurecimento. No entanto, foi observado em experi- ACS2 +++
mentos in vitro, com a proteína ACS2 isolada, que, fosforilada (ativa)
ou não, a enzima mantinha o mesmo nível de atividade. Nesse
caso, concluiu-se que a fosforilação seria parte de um mecanis-
mo regulatório que só exerceria alguma função in vivo, pois se- ++++++
ria dependente da existência de outros componentes celulares.
O papel da fosforilação da ACS2 foi identificado graças a
um mutante de A. tlwliana denominado superprodutor de eti-
leno J (etol - ethylene over-producer 1), que, como o próprio ACS2
(ativa)
nome indica, produz altos níveis do hormônio e apresenta um
fenótipo de resposta tríplice constitutiva. A mutação etol foi
caracterizada como uma deficiência na produção de uma pro-
teína capaz de se ligar na região carboxiterminal de várias for- ACS2 +++
mas da ACC sintase. A proteína ETOl, quando ligada à ACC (ativa)
sintase, marca essa enzima e permite, assim, seu reconhec~-
mento pelo sistema de ubiquitinação da célula. Uma vez ub1-
quitinada, a enzima é degradada pelo complexo de proteases ACS2
(ativa?) +++ (?)
que compõe o proteossomo 26S. . _
No modelo proposto na Figura 13.3 A, a fosfo~•!açao da

porção carboxiterminal da ACS2 au~enta estab1hdade_~ª
enzima, por impedir a ligação da protema E rol ness~ regrno. B Degradação +
Desse modo a meia-vida da enzima aumenta em relaçao à sua
Figura 13.3 Modelo de regulação da ACC sintase 2 (ACS2). Uma região
versão não fosforiladn, e a produção de etileno é mantida em
da porç:io carboxltermlnal da proteína é fosforilada por uma cinase
níveis elevados. Somente após a ação de uma fosfotase (ainda (ainda n1\o ldentllici!dil). Com Isso, a enzima ganha maior estabilidade,
não identificada, Figura 13.3 B), a proteína A_CS2 é _des~osfo- e a produç1\o de etileno é aumentada (A). Sob a ação de uma fosfatase,
rilada na porção e -terminal, permitindo assim a hgaçao ~a o grupo fosfato é removido, permitindo a ligação da proteína El01 .
Ainda n1\o há um consenso sobre a diminuição da atividade da ACS2
proteína ETO 1 e marcando a proteína ACS2 para degradaçao mediada por essa proteína, porém, demonstrou-se que a enzlmil, liga-
pelo sistema ubiquilina/proteossomo 26S. Dessa forma, os nl- da à ETOl, é reconhecida pelo sistema ublquitina/proteossomo 26S e
veis de ACS2 são reduzidos, o mesmo ocorrendo com a pro- é degradada, provocando, assim, a diminuição dos níveis de etileno
no tecido (B).
dução de etileno.
Capitulo 13 ~ Etilrmo 257

J\s aplicaçõi:s de a lgumis subst:incfas têm nu,iiliado l'IOs es- (ndtptndcntc-mcntt da Jiv~rndi1de Jt C'ÍC'ilos Jo cl!ltnu
tudos do etileno em diferentes proces.,;os biológicos na1 pla.n- no de.se~IVímc-n10 vt"gcul. seu mecani\mo de aç.kl crwolvt'.
tas. lons de praia (Ag·), por exemplo. mosuar:am•M! como im• em um primeiro momento. a lig;,clo a um ~up1nr ~r«1fi.
bidores potenles e especllicos da aÇ'io do etileno, tendo como co, jeguido da :ili\•açdo d~ um;a ou mai.J vi,,, de traruduçjo Jt·
fontes principais nitrato e 1ioss-ulfa1 ode prata. Ou1r.1s.substiln• dn:111. d~ cnc.ideandn então ,1 respo,1a cdulu.
elas. ,omo o 2,5-narbornndieno (NBD). o diaiociclopcnradle.• Um fen6r,po ah.1me111e reprodu1ivC'I cncon1t.1do cm plin•
no ( DACP) e o l•mctikiclopropeno (1-MCP), 1ambrm apre- 1ul:u cstiolad.a, expostas .ao ('tileno. Jcnnminado rapocu,
sentam esse efeito inibitório. Esses comp0$los txercem seu 1ríp(kç, 1em sido a b:iSc dt muil.:11 Jo, av.1nÇO\ no entendi•
efeito por meio da ll~ç.io com os receptores, bloqueando-os men1o da percepç!io e da lt:insduç~ de sinal d() erllt"no. T.al
e Impedindo a ligação do etileno. A prata, por sua vez, altera a fenótipo compreende o lntum('Scimc-nto radbJ do hipo.:ócilo.
opacidade dos receptores e.m 1ransdu:ú r o sin:d para os com• seu cncurtamenro e a eJCagerada curvJlut.l do g:;irKho ,,picai,
pontntes seguintes da cadela de sinalização (w-r "Mttanlsmo ,\ re$pOStJ triplice te-m sido u~i11ia na dctecç,\o de mulanln de
de ação do etileno~ mais adiante). pbnt;as qut :ipresenlam re.çpo~tas anormai.s quando expo.;1.at
Como agente de processos fisiológicos impor1;in1cs do desen• ao etileno. fu.s'l'S mul:tnlcs h?m sido divididos em drn:s. tipo~.
voM mento vegetal. o edleoo exerce vários rfcilos comerci:tlmcn• mut;11\lt,; insensivcis l'IQ elileno e: mu1ant("$ qu~ .apreMenl.lm .a
te interessantes na :igrlcuhura. Entrttanlo. como se trnt:i de um rcspost.., tripllu. mesmo na all.Senc1,1 do hormônio (r('sp{.Kl.a
hormónio ga.,;oso, su:a apli<aç.io sob condições decampoidifkil
triplice constihlli\'a). Muitos biologi.s.tl-S h!'m uhhz.ido b1bho•
de realizar, sendo utllli:1do no seu lugar o âcido 2-doroctilfos•
iecas de mutantes da pl:anl3,•mode!C) ltrnb,dop.sis 1Jwl1ana, <m
fónico (CEPA), também conhecido como ELhephon ou F..thrd.
grandes projetos de rastrc2men10 par.a identifiC.lr ah'l'tJÇôn
F.M-1 substância, descoberta em 1960. ê inC'rtt sab pH inítrior :i
◄ ,O; cod:i.via, quando miituracb em !igu:i e abSi()n·ida pela pbnc~.
que pos.sam le\•ar l idcnüficaç.io dos elementos qu(' compóe.-m
libera ecllenoem pH fufolôgico (Figum 13A). as viu d<' p<'rcepç;io t 1ransduçâo d(' sinal do etileno.
A soluç¼o aquosa de l!:thrtl i faci lmente puh-trimL,1 na.s Até o momen10. pode~~e dizer que, C'nlre ();S, hormónt0s ""·
plantas. sendo absorvida e transportada p,1r,1 m l<'ci-dos \'t~• gelais, o e11leno é aqude com a \'la de sin;1Jj1,,1çio m.us b..-m
tal$. rcprcsc:n tando um mecinismo ('Íteitnle de apUca,çAo de dt'scrit,1, p0i.s. alfm dos r«('ptores, v.i.rios outro.s compor.cm~
etileno. Pode sc.-r u~da para tSlimular o :umduredmento de já foram id<'nliilC'ados.
frutos de tomate e maçã. bem como na sincronização da flora•
Ç;io cm Bromeliaceac, dcscac.ando+sc o abaa..l.iuiro (Anar,a.s Receptores de etileno
Cómosu.s; ver Capitulo LS). Em g<"r.il. u m hormônio. p:ir.t $('t' 'l5.~1m cl1.tii!ÍcaJ o. Jcw ne•
cessari.&nt<'Ol<' interagir com um.a molkub qu< fundc,n;ir.,
Transporte como rec<'ptora do sin.il que clt- ml-dcia.. A locali:uçio e a e~•
irutura J m, 1nq,1u10 huunun.sb 110:r. urg.11161110,. plK.ktn ~..-r
Ao co ntrário dos demais hormônios vt,gcr:it:s_ o inuupone do
as mais di\•ers:is. 0$ reapt0r~ de <tlltno con.s.1.1tuem JS mo!'°•
etileno independe de 1ecidos w1sculares e de outras células.
Como u m gâs, difunde-se f:id lmtme no interior dos teddas. cuias de ptrcep~o hormon.:il cm plantas .:UJO entendimento
pelos espaços intcrcdulnre.s.. podendo ser p<rdid<) pa..ra o am• mais ;n~nç-0u na última dcc.:ada. Sua e.~muur:i gu.1rda ,1m1•
biente. A 1lgu.i e os solutos do citoplasma dlfi.cuham o nW.m• larid.1<le com os reccp10rcs de dois .-omponent.::s e at1\·hl,1J.c
mento do etileno. cujo cocikknre de difuslo nesses m.elo.s .! d< hi.stidina cintit." encomraJos <m bach.:rias, tenJo siJo ob•
ccrc;i de 10 mil vtie$ infe rlor :'10 do ar. Por ~ .afiidd:idt com scr\'ad:t u mbcm no rt.:tptor Je citodnin:u l\'tt' C.:ap1tulo 10).
lipidios ( 14 vt."zes mais solúvel do que n,1 ~gua), o etileno éc:i• Tra1:i•Sl' J,.. um homod1mero, isto e, unu proh:ln.t lorm.sJ.i
p,n. d e st difundir com rei.uiva f.icilidaJ t p..-J:i casca <.k :ilguns por d,us Sl1b11111J-;iJes idênticas• .:u,.15 tr:1çÕ\-s monomi.:n,;.as
frutos. cc:uno a maç.3 (prl'S<'nça de cc-r.lS). cs,:10 inf('rhg:iJa.s por pontes d1ssulieto qu..- coorJcn.i.m .i .u•
$UC"i;aç;l.o de um 10 11 dt." cobre (F1gur,1 13.5). Es..,.~ H)l'1 p.u.:<:t wr

Mecanismo de ação <s:sencial t.anto p.1.r.1 a hga-çJo do <till'no qu.1111<1 p.ar.i. .1 trJ.lh
duç-lo Jo seu sm,al. Tr.11,H,..- po:sswdrni.:-ntc Jo ml-..:.1n1!>R10
Os hormônios aprcst."ntam, frequl.'1\lcm<nh:, um d(°ito pléio• pelo qu.il o ion pt-:11:. (,\g·), .s.:tbiJ.imc:nlt." .:onhcd.to pM 1mb1r
trópico. ou sej.'I. diforente~ tipos de c<"lul;tJ•:iko re~r onJem .10 .is respostas :io tlll('no. ,k\·e extrcer :o,UJ .i,;fo. O illR pr.1t.1 ,:
mesmo conjunto ,1< sin;us por nwio 4: mcc.i.ni,Mnos simiLm.-~
.:ap.1z J(' .:ooc.!en.1r a liga,ç.io J.:, ctilenô. p,1ri.:m n.i•• W•h~su..-
Jc perct."pç3o e 1rans.duçJo. porêm :teW progr:imJ..S mOll."l.ub•
inJ u.zir .ss .thi:r.açõcs n.:a úlnfomt.s.;.fo J l• rc,.<phlr Jo mc)mo
res sio <listin1os..
moJo ~ue o 11,)n cobre e. J.·~c m..:klo, i: m •.ap..u JI." 1rarum111r
o si1ul no momento J.i hg;.a\.âo .to i:11!,.,no. Pl.i.nml:t:. 1r.11;i.J.u
o .:Oin Ag· mimetium u 1<11ofrpu cn,.ontr.ido ~m pl.lntu1.u Jt."
li mut.Sllll', ll\ltC1bl\'l'iS ,h•<t1Jeno. ou }("!,l. n.i.o .tph",c'lll.un .1 r~·~-
CI- CH,-Ci.(, - P - OH • 00 " CH,=CHt · H,PO, •CI
pruu 111plke. nwsmo 11.1, rrcH'll".1 Jo ho, 1u.>n11). l:m.1, 1mpnr•
1 t.im.: en.h.:.1çl\l Jo P-ll'd iunJ.1m,:111aJ ,lo i.1n ~obre n.1 li,.~.1,.i11
o
Acido 2 •CIOtoet,lloS,0r.oo Etli!t'IO
,!o eol,:no 10, obliJ.l p<l,1 Jn.tli.c Jo mu1..m1e \lt< \ . 1J,,iJ;,m,l
(Elhepno,, ou El hfel) J~nom111.aJ1,1 r,1111. •lUl• rcm um 1r.ubp.1rtJ1.l->r J..- ~obre njl1
Fl~u,a 11.4 RNç.ílo delob(>r.1çlo doC'l~f\O •' l),M1+rdO Elhfql. lun.:1\lcu l l' .IJ>l"\':,.:nt,1 ge.&\,: m~1b1b1lhi.1,lc ,..., .:11!1."1\\\
258 Flsiologi.a Vegetal

R909p10M 44 e61ono
ETR.1 ERS1 ETA:2 ERS2

D1~Í"'t~
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e.

1
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Fi9ur• 11.5 Rt<cptores de etileno. Em Arobidop1is rhaNono, for.tm identlfludas CWO proteina$ que .itwm como recept0tes de etilt?no. Os rt •
c~orn fTR1 e ERS 1 (subfam'1ia 1) aprfft-nta m trk do«linios transmembtaBa, tkn 11tiwdlde de Hrs (ln.ase e forma.m homodimctt'O$. Conforme
estudo de fradonaMMto celular, olMt-MX.l•Se queorl"Uptor ETRl está loca~ nJ mtmbr<1r.adoretkulo endoplastnâtico.Os recel){Orei ETR:t
EIN◄ e ERS2 (wbfamíli,; U) apresent;,.m qw trodominio\ lr;:insmembt<lna e não di$põem de<lmtno.kidos essenc.i11b p,1m, • ;nividade de His<.inase,
Apa1en1emente, nio formam dim<":ros. Todos os receptores têm ao menos um $tomo de cobre ligàdo a um dos dominios uansme-m.brana, um
metal n«<":s.s.irio para a ligaçio com o etllel\O.Ad3ptada de\Vang « ol.(2002).

Os rc(Cplores de' etileno do classificados em duas grandes coleta. o íru10 expressa V.trios 1ipos de receptores de etilcno
famillu. Os receptores da famiUa 1 (ETRI t ERSJ) apresen• de ambas as famílias. Nessa fase. a banana é pouco sensktf
tam as caracteristicas de histidin3.$ cinases c-m suas cstruturas.. a<> c-tilen~ sendo inc:1.pai de 3m adureccr, mesmo com a apll•
ou seja. pro1eín~s capaz.cs de transferir grup~ ÍO$.Í.,to do ATP caç;tio do hormónio. Após a coleta e- o inicio d o amadureci-
para residuos de hislidina em ouiras proteínas e. assim. pro- mento, o fruto se torna muito sensivd ao hormónio, <' n apli-
mo\'er :a ativação ou desativação des1as Ultimas. E.sse processo caç:'lo de ptquena.s quan1idades de etileno é suficiente para
de ati\'açio ou desativação por fosforilaçio cnmpretnde uma acelerar o :imaduredmcnto. Esse (aco é .-c<>mpanhado de um
carac1eris1ica parti<ula.r de cada proteina. Os recep1ores da aumento na e.x-pr~o do recc:ptor ETR I e d e urn d ecréscimo
família 11 (ETIU, ERS2, .EJN'4) na.o apresentam a11v1dade de na t'xpressão de rKeptores da familia li, porém sem mudan•
histidina cinue. ça aparente no nivel global dos r«eptorcs.
As ~ uéncias primárla.s de aminoácidos dos \'ários recep- PJra buscar uma possfrel explkaç.ão para obscr\ açõts dl'S·
1

1orie-s de Clilcno aponiam para a ocorrência de ao menos tri's se tipo, a capacidade cm "re1er'" o hormônio foi corrdac,io,u,da
do1ninios tra.nsmembran:1 nas suas es1rutur:1s. ii,dk:ando que com os niveis de e.xprtssão génica dt cinco recl!'pt<>re$ ldtnti•
estes d<":\'Cm estar ancorados em membranas celulares. Ao l'ic.ados cm tomate, a fim de \•erificar se h:ivtria alguma diíí."·
menos um. o receptor ETR J, foi efetivamente localizado n:i rença de- afinidade entre cada rc<ep1or e o hormônio. F.m caso
membrana do retículo endoplasmático cm celulas de folhas posiliv<>. a diforença de S<'nsibilid:ade do órg!o ou 1ecido ro•
de A. rl1aliwm, Embora essa localização nãoSC'ja tão usual para dtrl.a .kr atribuida aos níveis de um ou OUlr'O 1ipo de recepcor,
wn receptor, p.ara o e1Uc-no não constitui nenhum 0~1áculo. Os resultados não indi<aram diforenç:.lS slgoilfo:uivas <1uan•
dad.i a aha difüsibiJidadc do hormônio t.into e-m meio aquoso to á capacidade dr retenção do c:tilcno. porém alguns tipos Jt
quamo lipídico. o que permite- seu :ICC'$SO ao sí1io de lig;i.ç;io receptores aprescntar.im variaçõ.:s signlfic:i1lv:,s dos ni\·eis dt
em qualquer oompartimento cefubr. transcrição dur;antc o amadurecimento do íru10. Es1mbndo
Ate o final da dé~da de 1990, muitos estudos indicavam mutantes defectivos em um dos receptore$, (oi pos.síni·I obkr•
que a ocorrência dt diforen1es ceceptorcs cm uma mesma varo aumento no nível de 1ranscriç:lo dos recep1ord rema•
cClula kria unicamt111e uma função compensatória. sendo nescen1e~ corroborando a existência do mecanismo d< com·
rcdundan1es em sua ação. como no caso dos mut;mt<'S de A. pensação para a folta dt.> um r«cptor. Nesse mesmo e~tmfo,
1f1a/iana uempliticados :uueriormente. A moJul.'lçàO da t.:S· plan1as mu1an1cs de- .-\. 1hafu111t1 1ambén, foram :inalil,adJS <
posta ao rtileno seria, desse modo. obtid.:i pe.la célula \'tgcul oblivcrarn ,se ri:sul1:idos semclhames, Porém, :1lguns dl."JSt,;
ern \'irtudt" da quamidadc de reccptorts qut esta expres.$a. rnuta.n1e-s :tpn:,S('nl:l\'am d('foilos tle dc..' kiwoh•i1neoto, como
No entamo, i.s;so parecia in~uli<1en1e p:ira explicar por que lllna expressi"a díminuiç:il) do h'lmanh<> ,las lâmin:'ls foliJre"S-
as piam as ou O) órgãol> \'egt'tab, e-,n cetl:15 situaçfü•s. aumen- Visto que as plantas mu1an1ts tinh:-.m a mri.m:i ,.1paddJM
tam a ex-pressão de um tipo l.'.)pt:cífico de rl-ceptor, diminuin- de ..ligar" o e11lcno, por que tias niiv r.:spvndiarn tia nu•)ma
do a cx-press.io de ouuo) e:. com isso, apre-sentam maior i.rn• form:i ao hormônio?;\ conch111ão. nl'i.Sc cai.o. imllc,w:i (JUt':.
sibilidade ao dilcno. Um c:xemplo dt-))3 )ihla\~C) reíc:r\'•k diminuição de um lipo <Spl'<ifko de ,·eceptor poderia indunr
ao amadute<imento dos írutc)i. da banan.:ir;1, P()uco antt:s da diforcnça.) t'Sp<-cilic.as na ll'"SJ)().i,la ao hormómo.
Capi11.1lo 13 • Etilt-no 2S9

Port,'nlo. outra explicação residiria na capa.d,bdc dr cad;1 nt'll<' úhimo. atlv-.ando•O e prom,wt'ndo wa ~1ui1ç.io sobrt"
~ceptor cm transml~ir .º sinal p3ra o interior da célula. apõ, :a os demt'nlO.S qut se t'n(nntrJm cm 'it'qU(nd.1 na c.asula 1.t. c
lig.'lçào com o hormon10. A$slm, os e.s.tudos fornm dir«ion:i• ~inalizaçio hormonal. !(V'.lndo à m.lnifc:"Sl41Ç,1(1 J .1.1 te<ipom.s
dos par., os elemrntos subsequrnlrs na casc11111 de lrJnsduç:io intracdulartt.
de sinal do e tileno. principalmen1e a proteina CTRI. F.studoi Con1udo. cm um ml"J(lelo de regufaç.io nf'g.tliv.a. n.::i ,l U·
demonstrnram que e.ada receptor apresenta diferentes graus S(nda do hormônio. a pr~ein..i ou o cnmpkxo prote-ko quc
de afinidade pe.la proteina CTRI e, com isso,, transmite o sinal form• o r«cp1or csti iriv,tmtnle 111ib1mlo ot rlcmenlo< <"ffl
envia.do pelo ctiJcno de modo difcre-nciado. Lsso significa que $t'quência na casula dt' sinali:r.~Jo. Con~uenlemcntt'. llt'•
:,s difore-nça.s de sensibilidade dos diíerent(S ótglos e células nhum.1 n:SPQ$t.:I auodida ao horrn1-\nto i ob1t'rv,1,da. A liga•
ao etileno. cm diferentes momen1os do dtscn\-oMmrmo ,,e. ç.ão do h0tm1, nio ao rcccpcor desa11va ~< úhim<1. libe-r.1ndo
getal, podem ser ;Jlribuídas à upressfo de diftrr ntes conjun• os elementos da c.1dc1a de sinalização, que. por seu turno. in•
cos d e receptOre-$ de etileno. dutem o :aparecimrn1-., d:1$ rcspos1a.\ cclubircs (F,gur-a l.l6).
Nesse modelo. o mecanismo de aç.io envolverl:::i a capa-d•
Proteína CTR 1 d.ide de a CTRI inleraglr com Odominio de hl,1IJina cm:m-
O gene ctr I codifica pl'lra uma pro1rina similar l'I intm• dos reccptorN de: t'lllcno. O moddo m:us aceito sup~ qut
bros da fam ilia das Raf serina/trconina cin:::ise.s., mais e,;- a prolrín.a CTR I deve intt'r;1gJr com os rl!'cep1orc-.s. pv.- (lUt'
peciílcamrnte uma MA PKKK (do ing!Cs, mitoge11-actil't1ted sua a1h ·idade de cina.s< s(j.1 efeti\·a t', Jei-'a ío,mJ.. fosfo ri•
protci,i kimue ki11ase klnase). O nome ctrl dcti\•a de um Ir subSlrálOS na st"quCn<ia da cadeia di: rn1n~uçáo dt' sinal
mutante de A tl1aliana que apre-&<nt;avi ;a rt'spo.s:t;1 lriplict' (FlguNI 13.7). Uma vez que o ctil(nO se líg3 .ios tt'Ct'ptort'.s.
independentemente da pre$ença de etileno (c.trl ... t()11s1i. mudanças conform;icion:üs promovc:ri:am o dt"shgamento da
wtive ttipfe rcspome 1). E.uc compotlamcmo ll'ldlcou que ptotein,1 crR1. pr(H"()c::indo a imbiç:lo de sua alivid:.adt' e. ilS·
a protclna (CTR I), codificada p<"la forma dominnnte desse sim. liber.ando a via de tra.nsdução e permitindo .&s rrspo,i,,s
gtne (CTRJ), provavclmcnlr srri;1 um regul:idor negativo ao t:iileno.
di resposrn 110 etileno. As obstf\•açõ<s que: poss1b1ht:1ram .l proposiç-âo dt"sse mo-
De maneira gctal, em um modelo ~ rt$p(),Sla po.s.illva delo ,•icram principalmente de <'.',;tudos que v1.s.ara.m a ,sofar o
(Figura lJ,6). a via dr sinali.1.aç.iio enconua-sc de5alivada na r«<ptor ETR I e, 1n~pcrndamc-ntc. 1solu:1m timb<m J pro•
auS<ncfa. do hormônio. No momento t'm que ocorr( a lig.1 • reína CTRI llg.ad.l a t'Ste, indicando a intc:racio c:ntrc: ~" Ju.is
ç:lo do hormônio com o rtc<ptOr, sã<> pr'1\'0('ad\J.$ ;il1e,açót! prott'inas. Adictonalmentc:. obs-crvou-)o( que: um:a rc:gilo d.-

1 Regul~o positiva )

Ugaç!o do hel'mõn(I UQ&Ç,30<10 tiotm6mo


Reoepeor alivo ~pior 1n-,11Yo

. •
'r ' J ) )

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ln.11,çàooa
1
• ll:llf)O$!~

•1
* •
*
• l
l
*
X
• •1 •
Resl)0$!..1
X in&aoeluklr X
Figura 13 .6 Regu&a(M> posl1lv., to negauv.1 l'lil re)C)Ostil hotmon.'lt No mO?clo ?'·1•s <<>mul'l'leme •nco.ur~o - a 'oN1"'1.l\.'IO po,nw.- ~-o tt<tpcor
ho,mo"a.l e1,.1i in,uwo. assim como os elt'flti!I\IOS d;i <JS<JtJ de S!Nli:,,çJO, n.10 h.iv~do l\!'Sl)0\1.- 1n11ac.-lul;w. Com .a ii,ga(Jo do hOtlTIOIIIO no
º'
11:<epto.-, sJio de\.eOC.adeadas muda"(.ios 11es1e uhJt110. tomJl'ldo o ,11!\'0. O '"""'P1 P•1~~J a ,uiva, o, ~m.-ntos á., casc,na, e ,,10 obM:n.r..ias .u
tt:$l)OSl,h inUMt!l ula1es. No mQ(ldoóe t N)Ul.)\.iO r'IE'9.)UVa,O l e(('plOI e,icontr J•W JIIVO N ilu~nci., CIO l'lormol\11) e ,u,I .)l!~~dlt tl'ltt)(' 0$ com
p0n(>"lc?, d ,1 (.t~,11.'I de Sat\cllltiu,:ro.A hg.,ç..k) d o ho1mcnl()11~1NJ O1t-cf1ll'Ot ht,,e,,.,,,do ., (J'l<.)ta d~ Slll.)hl-.1(;),0 ... dttw, í'I\Odo. \,lQ Qt'OITiQ\!ÓiS
<1$ ,es p o\111\ ctlul.ut!s.
260 foiologia Vegetal

prot('Ín/1 CTRI, <'O\'Okida 11;1 lig:.ção com o fl."<<'Jllor. ( CAp.,1. A s:imilaritl~,lc entre :i proteina Cl'R1 e .'IS MA 1>cinascs Jr
de in1..-ragir rom o dominlo de scr ina/1n:onin3 cinnse da pró• mimiftros indicóu o possivd envolvimento dl" u ma cascai.a
pri.i CTR 1, és.se part.•c<' ser o mlX'U.nismo pelo qual n lll'Olcina dess.'IS pl'()h•ln:as n:i sinalh•.:1ção do etileno. F.m marnifcros.
CTR I é inibida, :após <'Sl:ir dc.!ilig.1.d3 d o rcc<'plor, por causa da essa$ proteínM :atuam mditando fosforilaçôes succ.ssiv:is.
presença do c1ileno (Figura 13.i),
uma MAPKKK íos(oril:indo e alh•ando uma MAPKK. F.s1a.,
.A. anili.se mais dclalh:ida d:a t-s'lrutura d:a protcina nos mu• por sua vez.. fosforila um:1 MAPK: esta d nase. assim :iliva,
1:int~ arl dt' A . tlra/ia,u, indicou que cst:i t incap111, de intc• da, (osforih, um:i prolcina pela qual tem cspecifiddadt'. A
ra,gir com o l'\"<'('plor e, por Isso. esses nunantl"S :1.prt:s<'nl:im nalun.· u dcs1a última proteína é \'ariãvel, pois depende da
um fenólip(I de respostas no etileno.. mesmo na sua ausCOcia. \i a de sin:aUução na qunl as MAP cin.'ISCS est~o C"m'oh•idu.
Por sua ,·ct, cert as mutaç~ nos re~cplol't$ mos1r11m um fo. Existem der.enas de d iferentes MAP cinascs e <'Stas eMio li,
nôtipo dt' in~ nsibllidade :io hormónio. uma ''<'Z que o etileno gad:as às m;ai.s diversas formas d e sinalização intr:icelulu cni
nio con~e se ligar ao receptor e dcsJigar a proteína Cl'RI m:amíf(r().$,
(Figur.i 13.7).
Em A, ll1alfrmt1 e Mctlia,go tnm rati,fo, foram identifica.
dos membros da.s MAP cinu.scs ;atuando,. subsequentemente
Demais componentes na via de sinalização à CTRI. na via de sinalh:açlo do etileno ( Figura 13.8). As
Embora ,,..irios genes: e as proteínas por eles codificadas te• pro1eínasSIMKK (.urro i11d11c-c-d MAP ki11ase ki1111se). MAPK6
nham sido identificadas como comJ)<)ncntes na cadeia de si• (:i.,nbas ('m A. tl1t11iam1) e MAPKJJ (l.'m M. trrmcat11la) foram
naliz:ação dn etileno, aind:a não se sabe <omo ocorrem as in • idenlifi<:adas por mc-io de ensaios de ati"id.ide de pm1ein~s ci-
1er.1ções <'ntre tMes di,·erso$ clememos. O que se conht'cc é na.s.es <>u pOr inibição de sua expressão gi!nic.,.
a sequ~nda em que ess:as proteínas :uu~m para promOVC'r a Outro demento da ,·iil de sinalização de etileno é codi6-
sin:tli1.2ção e induzir as respostas ao e1ile.no. cado pelo gene t'i112 (elh)'lwe i11sc,u.itiw 2) e é consider:ido

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RcsposliH .io Clileno 1

Fi9ur• n .7 Modelo~ lnte,.,çi,oenueêl p,ottw CTR1 ~.o.re<t"pto, ITRl.N,1 ;iulotnc.ia dohormOr'lio tA), o 1ecep10, e•nconua-se ltgildo ,\ p,01e!nJ
CTA 1, fat•. PQf me;o de sw a11vid,),lje de Cil'lase, e.«rc• wwb,çao sobre out,01, elemen1os "" eade.a de v •nsduçio de SiMI d o eiileno. nao h.w~di>
res~u1 ao hofmOOIO. 1;. hgaçio do ~~o com o ,~,;cpto, ETRl ◄B! p,~., mod1ÍICô(6cs na sua <'~Ntur,1 que lev•m ao des.ac.oplamertlO d.)
p,oteln, CTAI. Porções do domfnio N•1e,mlfl.al d• CTRI ,on~guM'I H\let'.lgir '.º~ o seu Jl'~prlo dom1n10 cin,ne e pode,,n co,unbu1' p,,rn a ,edl'·
ça<>dts~ ati'hdide na p,oteína, Af.ém di1.1,0, -.em 1nw;)(Jn com o ,ecep1or,a a ,,vidt1dedec.vi•sede CTRI é multo ,edvlld a. com MO, a ,~1,rusao
~ elementos da co~ata de tratndvçio de sinal do C'ik'no ~ rt"f'l'lovida e as,e\pO$-tM ao h«mot110oconem,Mutaçoes na p,otemJI crR1 ICJ q\llt'
IMPl!(•m sua inui,a,çâocom o ,ec.tl)IOI k:vam a vm f~ipoóe resposta co11,\1~1.ut111a, meuno f\a_au'lotnci-, de <'t•k•no, Po, SUII VN, mu1,11(ões no
,ect'ptor tDJ que im~oil'I a 1,gaçào do t111en<>fev•m., um ftf\01,pode lnsens1b1hdadeeà 6usén<~dc:o ,esi>oua,s. 11..,smo 1, , 1 ,,,<'~~" do ho111·10·
nio, Adaptad,1 de Chen t'I oL (200St
-
Gtpítulo TJ • Etileno 261

' I
y
1

i
1 CRT1 ll'l;iiihva

CRTt

lnativa,ção d.s via


de ;inati.aç.ao - l.
l
s.mrespos;!as
SIMKK (?} o 1
A!ivJJÇ,;io d:t Y'!.'I
de S,l'\a'tUtÇ.10
aoea cno

MAPK6.'MAPK13 (") o
CINZ

TtatlSCrlçêo ► ERf 1
EINJ.'El.s •

X)(,'ro;XX,'IXXXXXJ(X,"ID

•••
( Resposta$ aG ~no )
Flgur• 1) ,8 Mode lo d a via de lfattScluc;Jo Ót" suuldoet,! ~ Na ,1,11$E'n(i;>dC' <'1*no l.)esqve,dl~ OSte(\Õl)I01flSWllo'l..i9,:m COM !Jlll.1 p,01....,..,.do
tip o Raf-onil \(' ~ncwninW ClRI, (sw 1ntetaçioa11va a proteina (TRI, f.1:t11do e~ que o:>sta 1t'91Jle n~.1tiv-,mo!f\1 .. !PQt fosio111.)(;.iool campo
l'\Cf11es u 11.1..dos abai~ na c.isc.ata de tr.insduc;.io de suul Ei1t,eos po,\wt'ls. ~l,;o,, l·• fot.1m 11Jel\1tfK.kMs. "'m "'"blWrJ\+J ihal'!H•J, protC'i,u, d.1
família d .u MAP (11\àk!-..Ot!\.St> modo. n5oh<I fe,\p(IS-IJSf('bCIOn..,d,n com Oec,lt'no. A IICJ,)(.>Q(ll) hC1mót11Q <ltJ ft'("f)IOr !-lOo1e,t:.1,nd11.: mud,Vl~.U
confoona,cionali l'ldltl \llhmo, desavwmdo J prote,rw, CTRI Oes~ lo,m,;a, .i cas,catJ ~ MAP <11'-lsc, fi(J 1,~,.- ~ 1rt,b1.,J0. p,ern'lot•odoq,u~ 0 ~
l'hento ,egulado, EIN2: ...l\.llil~ pOStllV,tnlrl\t tp,llbOS l;itOfl'SdeOMIS<"llçdod.l filll'l+li.i EINl E,:ei. Jl<)t \l,J.I ..,!,:, .ih-.,)lll J ll.lni,(1<(.lOdo\ fatotc!'\ flv
que P,<>mO\'ffl'l a, u .rm Kuç:ia d~ gl'f'les ~lw,9,ct.1tmen1t-.itw<ll.lo\ pt,k> l't+lenolJ). ,:,~. 9,m~d.~, betil· l. 19'\l(.ln.tw)I ~ qu~me<J,.),ao,u l<"'\po\tJ\
h\iCllócJl(il\ Ufil(h 'fnuca~ iwan~ pdOhOltllOIViO Aftap1,1d.1d<tW<llll) t'f !)/, I.ZOOll
262 fi.s.iologia Vegeial

centn.l n:i sin:iliL'l(';io do hormônio. \'is10 que mu1antC$ para plantas i conhtcida h:i muito tempo. 1>ort!-m, s<1mcnte os avan.
..-s.u: gr nt aprl'1...nta.m fcn ôtipos gra"cs de insen$ibilidadl\ rom ços tCCnkos registrados nas úhimn.s dé-c.idas ptrm iliram obter
consC"quêncfas que afct:lm a plaiua durant..- todo OSl.'U ciclo de uma \•isão m ait deu1lh11da sobre 0$ mecanismos moleculares
vida, ~s e-,,íd~ncia)( sugerem q uto o p.cne â ,i2 codifi ca para uma t n\'OMdO;S nessas ln1eraçõcs.
prott'ma que att1a como um regulador positivo csstncfal para Ot modo geral. um hormônio ~de afetar as rcspost.as de
a sina..liiaç.io do etileno. outro hermônio de ires modos: interferindo nos níveis do ou-
O d emento EIN2 foi idcntilicado como uma pru.cin;i, de tro hormônio por meio dt alterações de sua biossín1e-se, de•
membrana cujo domínio N-tenn inal hidrofóbico se liSCmt• gr:idaç:lo, tr:insporlt ou conjugação; modill~ ndo .sua respos-
lh:i aos membros da familia NRAMP de proteínas integrais ta aos estimu10$ ambien1:ib ou do desenvolvimento; ahernndo
dt inembranai., a qual inclui \ ários tN1nspor1adorcs de melai$,
1
os nh•eis t/ou athidade dt elementos de sua vi.a de transdu('ão
O elemt nto Identifi cado como substquente ?i protcina EIN2 de sinal.
n:i cadeia de sinaliuaç-.io do etileno é a proteína ElN3. Viuios As interaçõe.s t ntre o etileno com outras classes hormonais
mutantes defttth-os pa.r,1 essa protehla apresentam cxprt$S1io não indk.am um modo preferencial par.a u m d os trl!"s nh•ei.s
reduzida de genes tipicamente e-1Ueno-dtpende-ntcs. Ou1ra.s descritos. A interação mais notad.ime nte d éK rita na liter.atur;a
proteínas similares foram identi6C'ldas cm ,·irias espécies vege-- ocorre rom auxin.as e jasmonatos, pO~m h á vário! relatos de
tais, sendo cknominadn.s EIL (E/ NJ~/Jkc). Dois membros dessa in1en çOe.s do elUeno com Ol1tras dasses hormonais.
hlmílfa, Elll e EJLI, são capazes de resgatar o fenótipo norm:111
de respos:la ao etileno em mutantes que têm o gene ei113 dcíci- Auxin as
tuoso. Já a supcreq>ressão desses dois 1,~ ocs leva no fenótipo de O e(clto Indutor no. sinte,e de tti1eno promo\'i<lo por a.wdnas
respo.su c(lnstitutiva ao hormônio, i.ndic.ando queesseselemcn • f conhecido h á muitos anos, a.ss-im oomo o efeilo d o etileno
10$ $.lo iv:guJadoi-es positivo.,; da resp0$la ao etileno. .sobre o transponc dt au.xin:as (ver C:ipftulo 9).
As pr<>u:ínas dé'Ssa familia desempenham íunçóes de fatores No primt'iro cas~ vá.rios estudos d emons1rar.un que as au•
de transcrição, ligando•sc a elementos reguladores d:i expre,. x.inas $lo ca1>0.i« dt" aumentar a ex-pressão d o gene de u ina ou
são prC"Sentc:s nos promotores de genes rt$:J>onsi\'os ao t1lleno mais isoíormas d:i ACC $intase, Em A. 1/mlimw, a isoío rma
e promo,·endo a transcrição d o R.NA mensageiro desses genes ACS4 estádiretamen1e rtfad o,,ad:i coro a indu.;.ão po r .iuxina.
(,'t'r Pigura 13.8). Particul.armeine, genes denominados fato• O papel desempenhado ptlo aumen10 de cüleno dependen1e
res dc resposta ao etileno (ERF - tthylenc rc.spo11se f nm,rs) são de auxin, ainda não é claro. porém cstudos sugerem unt:'I li•
os a),·os das proteinas ETN3 e ElL gação en1re o along:imento caulinar e esses dois hormônios,
No último ni\'el da sin.ilitaçio do etilen~ cncontram•se os A chave para a hipó1cse provem de vários mutan1es com res•
fatores de tra.n.serição ERF e EDF (,:1hyle11c respome DNA bi11- posta.s alteradas tanto p:ira um qu.anto para outro hormónió-
ding fac1011). Trat.a•st de protd nas de baixo peso molecular Ernbor,1, al1>•tm.s estudos 1enham demonStrado que o tntu•
c o m « pe(.i.fü:id.idc 'J1.1,u 1lv d J;~,;.iv cu1 yium v tU.c~ J c icu~~ m e.c.:inu1n t<> r,dfa.l do hipocôt ilo cm p lA1)lu l111, d e /\, tlealim1,1
rt!'gUladO$ por etileno, As regiões do ON A às quais as protd • e nos entrenós de hdipas seja mediado por nivels e.lev11dos de
nas ERF e EDF se ligam fo ram denomin.adas GCC•hox. cin etileno, um mutan1e de1lOminado hipocô1ilo lo ngo refad on:1•
razio das «'petições de guanina e citosin ;a encontDd:t$ nessas do a ACC-J (ACC.re/nted fong liypocotyl I - a/li 1) aprcscn1ou
sequê-ncias. A exprcssão de um membro dessa íamílii, ERFI. aumento oo comprimento do hl1>0<:ó1ilo quan do c rescido sob
encontrado cm A. thnUo,u,. parece regular a tr:'IMCriç!o de \'á• luz. em meio sem iHiJeno. A análise rnais dC"talhad.i da natu·
rios gen('$., ,i sto que sua superexpres.s.io t capaz de produ1.ir, reza dessa mut:içllo idenHhcou que essis pl;an1as r)r(>(luzrm
de modo sig.nificali\'(>, um fenótipo de te$r>0s1a constitu1iv;) altas quantidades de et ileno, o que estaria lig:)d(I :io (e nótip<>
ao etilr no. de hipocótiJo alongado. Coincidentcmenre, observou -se que
Um.i grande w rit dade de genes aprcsenlOU moth•os CCC. essas pfantas tambê-m a.ptekntavam d.:ícito.s no tr:insporlc" d..-
bo,: em i;eus promotores, porim mui1os de$$t's genes não são au.xina no hl1>ocótilo e, deua fornua, o fenó1íp<1 e ncon1r-:1Jo
cxd u~i\·amente regul3dos por etileno, apresentando vãrios nas plan1as mu,a.ntt-s scri:i deri"ado ta n10 dos e(ellos Ja S\I•
out.ros motivos regu1:uórios ligados, p0r exempl~ a ft"SJ>OS· pcrprodução de e1iJcno quanto das con.scquêncla..s d esta sobr,
O lransporle de 11uxin;as,
tas a ('Slresses ibióticos ((rio, s«a, salino), lesões mrcânic.is
ou danos por 1>a1óge-1\0S, Como cxcmpl()S de ~nes regulados Outros mulantes de A tlwfu11m defcccivos no 1r.1m1>or•
por etileno. (o~m ide!Uificados aqueles que codHic.im p.ara te de :iuxina, como auxJ e eirl . cujas mutações ocorrem clll
i.s.oformas dt quítmases, filoeno sintaM-, betaJ,J .glucana.ses. genes que codificam para pro1eínas envoh•idos no intlu~o ~
algumas protdnas reladO!ladas com patógenos ( PKP), algu· no d luxo dess.e hormónio, também apresentam lnsensibilida·
mas isoíonnas de r xpaMinas e as cn:i1m11.s de biossin1ese do de ao t'tilcno. Todavia, no mutan1e com altn rnxa d e respo)ll
próprio e1ih:n-0, ACC s.intase e ACC oxidase. e ntre- O-Utr(tS. ao e1ileno, rrrl (C!fl1yltJ1e eulaa,1ce,J n•s1xmsc /), (oi obser\'.lt.l.l
maior tua de 1ran.spo11e basipcltll de auxina. T:iis n.•sult;,tdúS
são e\·ldênd;as darn.s da existência ,!e uma inter-relação cnltt'
Interação com outros h ormônios a sinaliz:içllo do t.'tileno e auxina no CtJntro/c dl~1)rocessos ( t'•
Vã.rios sinais ec>n1n buem p3ra coordenar os procruos necd• lul.arcs ligados ao de.scnvolvlm.:1110 v\-gecal.
sârios .ao desenvolv11nen1oeá manu1enção da homl'OStas.e no,.s Oulr.as evidê-nc-ias qu.,- \'C m M' torn:111Jo m :'liS co n s i:,1enll'S
dh•ersos te<idos vcge1al.s. A rd.a('ilo e ntre niwis de" dois ou ,,~ ôhimosanosd11,em rc:1pd 10 .io am adurl·cimenlll d..- ÍfUIIJ),
mais horm6ní0$ du rante as di\'tr:,~ fase:, do ddo J e .,.Ido das pro(eS~) t)C) qual o etileno ~cmprç foi tido como o princ1pJI
ú pitu1o 1l ♦ Etileno 263

hormônio rcgul3dor. Embora oefolto inibidor das au,i:ina~ , 0 •


GibereUnas
bre o am.idur« inu:-nto de fru tos s.cja conhecido M décadas.
As inlcraçóc~ entre o etileno e .a, gibc-n:-l!n,L'> lêm lmplic\lJo
não existiam evid~ncfa s mole<ulares rcferen1cs :i tsse proct's•
tais hormônios n:, ,rgulaç.io Jo( pr0<C"\.~'>" de .illlng;i.mt'nt<,
so. Com a descobe rta dos fat ores de trnnscriç4o rcl.ad,on.1dm
celular e também n;a lnduç.io lloral. O principal pnnro de CO•
com auxina.s (ARF - ,mxi,r rnpome /nt ton }, obsctvô iM r que
ncxâo cnlr< c~s<-. dois hormônios rcíetC•\oC à t''<t:,bUIJadc- d.i.1i:
v--'rios deles têm a cxprt:ss3o aumemada ern 1onu 1es r ouiro,
proteína.s DEI.LA. Tal,; elementos ,;fo rcprc\'()re,; nuck.in:~
frutos tratados com ellleno.
das respostas à-. g1betellnas rd.K'ionada.s com o .1IMg.tmt'nlo
Estudos d .\ssicos condu1!idos por Nllsch n.t dfo1da de 1950 celular. O nomt' DEU.A dcriv;i d:. sigla dos c-in('O prim~troi,
demonstraram que, p:ira o amadurecimcn10 do recepiâ<ulo aminoãd dos dc um 101111 de 17 J,1 porç.io N-ttrmin:1) d.- pn,.
no morango. é necessário que haja a diminuiÇ'ào d~ produç-.io trina. c:11r.tC1cri1.and<J um domínio muilt> conscrv.,do dt'S$<'
de auxina pelo aquCnio. Até recentememe. acredirn,·a-sc que tipo dr protcina rt'pre$50ra.
esse evcnlo fosse o principal coorden:idor do :1madur«imcn• Embora não ~ll!Jll lOlalmcnl<' claro o mec.-nismo pdo qu.al
10 nesse fru10; porém, ao tratar moran~'OS com o l •mcHk klo• cua.s proteínas atuam. dcmons1,n,u-~ que .» g.1bcrdin;as,
propeno, urn potente antasonLs:1a do etileno. obstrvou-sc que quando cm afi as quan1id:1dcs nc, 1e<ido \'cgt't;al, inlll.l(nc-i,im
eles não perdiam fi rmn.a durante o am:1dured mento e lam- a dcgrad~ fo J :1$ protcinas OELLA por meio do )tStcm.a ub1-
bém não desem·olviam o arCKna típico do fru10 m.a,duro, indi• quitfoa/p101eossomo 26S. As gibc:rdina.s, pela atiY.1ç.io de um
eando q ue, além da auxin.a, o etileno exerce tamWm um papel mecanismo de íosíorilaçâo das prote-1m1s OELL.A. tornaJti.r1as
no amaduredm en10 do morango. Frut()$ como este, dt'nomi- :111\·os .suscedwis :i interaçlo com proteínas csp«1fic-.is e J sub•
n3dos pela fisiologi.a p0$-coleta com,o não climatéricos, eram sequen1e ubiquitinação/dcg.n,daçJo.
tidQ.S, até pouco tempo, como Independentes de etileno parn Contudo.observou-se qut" pl:iintul,,s de A. llu,liami Irar.idas.
amnd1.1r« e r. AJCm do morango, outros ínitos dcmonsu:11:un com etileno ,ucnuam os <Ít'il(>S d:u. g1~-rel1nas. promO\·cndo a
ter proctssos dependentes de e1ileno para o amadurecimento maior estabilidade- na.s pro1efo ;,s DEl.LA. que. por su.t \·c-z.,. m1•
normal, como uws, frucss cíu ic::i.s e ctrejas. bem proocssos nC>.s qu:us o 3lon~ mento celular e n1."Ct".ss.it10,
Outro processo que suger'e ; intc-r-rd a~ entre os niwis como a íorinaÇ3o do gancho :ipical.
de etileno e au.xinas, no c:aso o ácido indol-3-ac.:iico {AlA), Em rtk,ç:lo :i. induçfo ílor.:il. estudos demons1r11t.tm que o
Implica o processo de abscisão de folhas (descrito cm maio!'('$ etileno é capal de :1tr,l,S;lt o tempo de ffouç.10 por fflt'I O de
de1alhcs no tC>pico "Abscisãoi. um mecanismo que 1ambCm envolw .t manutcnçlo dos n1\d.~
dls protcina.s DÊLLA. O tr.11.1men10 de pl.lnr;\$ de A,. thalúrmJ
Citocini nas com etileno promO\'tu ;1 diminuição dos ni\·t1s de: g1b<rttm.l.\.
Um aume nto de 2 a 4 ,·e-ie, na produçlo de ~ikno tem sido diminuindo a f.L'(a de dcgradaç.5o desu.s pror~in.1:., Al.;m ,1~,-
reg1s1rado em plantas tralilda.s com d todnln:is, ronfom1..- ob• $0, ncS,$,e s4h:m;a foi obscr,•ado o maior acúmulo ,lc p1oe<1nJ.S
servádo cm scgmen1os de rolhí1$de milho, alfoce, arroz..-uigo. DEU.A ,,or mn me-cani.smo dt'Pendem..- do futor de: tnn"n
de hipocótilo de soj:i e em raíz.e$ isolad1is de milho .1pós6 a 9 h çào EINl. sugerindo um papel mais din.-10 do t'li!C"nO na <X•
d:i a.plic:1ção hormona1. Em ;,ilguns casos, a produçlo desse pr\"Ssiio dews pro1einas. A,> proteínas OELL•..\ inJui.u.l.b por
g:is c hegou 3 aumc-ntar até 50 vetes. como em folha.s de al- ctile-no sâ01 as.sim. tid11s com., rôpons~\\·1..-,s pda rcprc»lo Jc:
god oeiro. gc-nes ligados Jo dt'S('n,•0Mmtn10 floral, .:omo o 1~4,. (LF't') e:
A aplicaç.Jo de citodninas < de au.dn:i~ resuha cm 1.1 ma o JJ1pp11'.SS01 ofO\'t·rcxpr.-Mio11 ofco,1,t,ms l (SOCl).
produçâo dt< <tikno muito nnior que qu.ando c.s.ses hormO• Ou1r;i evhlo:!n<ia 1.li:-ssc mccani, mo foi ob11J.1 por nu10 Ju
nios siio aplicados isolad:amcnte. Esse eíe,10 sinCrgic~ asso• mutante ctrl J e .-\, 1fol/w1111, que 3pr(.!tcnt;i icnóripodc r<,poi·
d ado a uma m:iior ativid,ule da ACC s1n1asc e, conseque11• t:1 coru.1itu1h·.t .to ,mie-no. Es.sc mut.1.fllc: JprCS<nt.t tempo Jc
teme1ne, 11 produç;lo de ACC. foi observado em se-m<nh!$ J t íloraç.lo tardio. mesm() qu,mJo expos-to .a fo1op,crio,k,sJcJ1a.s
pepino, segm<:nló,> J e- folhas tle trigo e- d3li1, e e-nt pl;l,ntub s lon~ O tr.11.;micnto .:om JdJo g,b,..rd1..o fo1C.l?JZ Jc .lbobr
estioladas de ervilha. ocieiloJa mut.-ção no gene- CTRI. promo\ cmJo a dor.tç.io no
Dois muta nh.'S J c A. tl111l1mta, denominados im~~íwl IÃ m ut.&lltt" n() r1w.i.1110 tempo •lUt" pl,tnt:li n1)tn\,US.

â toci11imr 5 {cytoki,iiu imc•,isitiw 5 - ch15) e supt•r~ro•lu~or


d i: etllc,io 2 {c1l1yle-11e oi•e-rprotf1ue-r 2 - t•to1), ~or.:im 1Jer11.'fi.
Acido abscísico
cados como aid os para :.1 isoform.- S da ACC sm1.ise (ACSS). E1u1,:. C).),CÜltoli rcl;.illJ,lS ., obre .l im.:r-J'ij,o ,.:om o .i..:,Jo .lb,..1·
A mutaç~o c-ncontr.-ida em .:tol foi identific.i,lacomo a perJa sko (:\8...\)," mai:; ,.:onh,'\:1,lo e o o:1.:.11u promotor n.1 ,uu,:.""
da maior parte da porçâu c:uboxit(rmin.il da ACSS. rt-sul• do ,'1ileno após .1 .1pl1,.:,1ç.io J c \ISA. ob.~n,1,Ju prm.:1p.!lnMl·
tando t m aumc,uo d.1 me-i.-•\'id:1 de-,)sa protdnl. E1>):I. nlUt.l te <'111 frutos. indultlJo m~ng.1. ,1b,1.:Jtc, m,1,,;is e pct.b.. T.1.m•
Ç~o leva ô pr't.>iluç:'io de- altos nh•e b ,k ACC ,:, .:-on)('.:iuo:ill\'• Wm i<' n:rili,;ou qm.• frutos im1<.•1uam .-\8.-\ nu'> cs1..1g10;. m.i.1s
mente-, d e etilc-no. ln1éri.>.s.s.1nt,: notar 1111c o iratam~,u~ com .l\ J l1\":.lJ \I"~ Jo ,1,m,1J urc.. 1mc-111u.

d tocminas tJmb..:m cons-egue- prnlllO\'t'r maior e~1.lbd1,l.hl..- A 111Ju,;ln 11.- )llfü'SC de (tlkno pronto\ 1J.1 r or ,\DA l,..:or
1la 11ro1tdn;i ACSS, o q11c sug..-iL' ~Ut' 1ncc,u ._.
• ,:•mu>· 1,(1$ Ir-'· r,· prin.:ip.dm,..nh· 1-or m,'11) ,lo c,1,mulo n.1 c..\rrc,....i\) Jc- l)ll
duçao • l)0dcm st•r os r,•sp111bJ\'"'., 1• pç1o Jun, t•1110 de- eokno . IÔrtn,b J.., ACC ,,,.1,Ll)('. R<.'u:n1cm..-nh.•, Jci..:rcwu ~ ,1uo: ,:m

med,acll) por ci1odnmai,. (\ ct nw,1t'1o .•11,1l,,,orn1t·nte- dt>!t(t110 m:i\,h'> lr.at. une-iuo ._,.,111 AUA 11.u .:ar,u J..., promu,cr .uuu,•111u
cm "l{1oiiSinh.'SI.'.: 11\Jli\'J\;'\O"). .,.. lr'J.1h.. 11.,.111 ~,.., f.\'ll< J,• um.& \\IIIOrnl.l J.1 \ Ct: Slllt,hi:.
264 Físiologia Vegetal

Embora o ABA \'enha Stndo coosider.11do um hormônio Estudos postc-riorcs iden1ificararn o fa tor de lransc-rição
li~ado :10 amaduredmt·nto dos ímtos. seu ex-ato p:ipd nem ERFl como o ponto comum de l"('gufaçâo de .-.mbos os hor-
proc:cs.so e as rcspMtas n pedfi cas 11lroiad:1J pclo hormônio mônios sobre o gene. A supercxpl"C'ssào de ERFI induziu 3
ainda não foram to1alml·ntcescla.reddt,s. No en1amo. t1lgum:u c-xpn:-s.,ão OOl'l.$1ilutiv:i do g<ne PDF1 ♦2, mesmo tm plantas
dcss:.u rL"Sp~stas começaram :i ser ldentificad:tS.. Em exptri• insensívti.s a elllc-no ou jasmonatos. Esse.s resultados suger('n,
mr-ntoi- l"('ahz.ados com laranjcfr:is mutantes da cultiv-,ar Na- que o falor ERFI pode ser o componente de sinalização nect'$-
,·Uatc, dctickntl"S parti a produç.âo de ABA r- que não dc.sen• drio para a Integração das ~$postas de- defesa mc-diadas. pelo
,-olv<'m coloração carnctcrístic.'I no frui() maduro. o fenótipo etileno cm conjun10 com os jasmon31os. O apoio n essa hipó-
$th11S,cm foi rrnaurado quando do fruto tratado com ABA. 1escwm da recen1c obsen•ação tm folhas de- A. tltaliam, sobri:
Curiosamente, o ínuo sd,·agcm, quando tr:itado com tnibido- o gene de uma quitinasc b.isic.,. ent lm :1 cipicamence ligad11 ,1
rcsdc ação do etiJcno., destn\'ol~u o mesmo fenótipo do fruto processos de defesa nas plantas, cuja expressão 1ambém de,
mutante. Os l"('Sultados sugerem uma poss:lvel correlação etit~ pende do fator ERfl e- é induzido c;;onjun1amcn1e por etileno
os nfrcis dos dois hormônios pan o dc-sen\'OMmcnto da cor c jasmonnlos.
nessa , .i,riedadc de lar,.tnJas.
Obsen~çÕ<'s adicional.s no mutante citrl de A. tlia/iaua in• Fatores bióticos e abióticos
dkam que ctiJeno e AD.a\ de,·em compartilhar componcntcs
cm rua.s ,·ias de s.in aliz.açio. Nesse mut3nt<-, cm em3ios ~ ger• Temperatura
minaç.ão. foi obsen'ada, além d.a inscns:ibi.Udadc ao<'tilc.no que A ten,pcratur:i ólima par:,. a produção de etileno é dt' cerca
o ca.raCt<rit.1, uma hipersens1billdade ao ABA. Por suo vez. cm de 30"C, havendo u m :1 diminuição n3 su3 $incese sob tempe-
c-nsa.ios para. aJongamen to de rahes, esse rnu1ante demonstrou raturas mais elcv-ad:1.S, 3tl? um "ator máximo 1>róxl1no., -1o•c.
a.h.1 resistfoda ao Al3A. Assim, cm maç.ãs.. ocoIT(' um 3umento linear na produção
de etileno enlrc 25 e 30ºC, dcdinando linearmente- entre 30
Etileno e 40ºC. Sob 1emper;i1uras de,,ada.s, a ACC oxidas.e é inati\"l•
Dependendo do 1ecido , ,c-g<tal, a aplicação de eLiltno pode da, pos.sh'elmcme por $U3 locali:iação nas membranas ou no
induz.ir 3 t1utoca1ilise ou a autoinibição dcs.se hormônio. Ou- apoplasto. Entr<'tanto, 3 atividade d:l ACC sin1as-e n;\O é pre•
rante o amaduredme,uo de frutos. a aplicação de etileno ln• judicada pór temperaturas clcv:ida.s, acumul:'lndo•.se ACC
duz sua autoc:nílise (re1roaUme,ntação ou f«dltack positivo. Temper.u uris extremas, tanto baixas (geadas) quanto ele•
processo pdo q ual a presença do produto rcaJimcnta sua sín• vadas (-40'"C), podem promover estr('ssc, Jcvnndo â sintesc- de
t~). prom()',-endo a C:O0\-ersão de ACC a etilcno. Contudo, no etileno. Planias 1rople3is e subtropicais são mais sensivcis à
processo de :iutoinibiçào. h:1 um bloqueio na síntese de ACC geada,, c-nquanto as de di.m:i temperado sc mostram mais tO-
por meio de uma dimlnulç!o na a1ividade da ACC $ln1att (ver lera.ntes, Plantas menos tolennle$ subrnetid.is a b.ai.x.as tempe•
C:ipitulo 19). mturu . qu.indó nov.11mt'n1.- ,,..ll'IN<i:a~ ~ ten,p('r:111.rnu n,r,.
dcradas. pusam a produzjr etileno em rt$post:i :io estresS<,
Jasmonatos resultando. por exemplo, na abscisão prematura de fru10s.
Tanto o e1ilenQ quan10 os J.:ismo1l3tos, principalm<'nle o âcido
fLStnónko e o me1íljasmona10 ( \'e t Ç3pitulo 14). são harmónios Luz
qu< desempenham importantes papéis na modulação das T('S • Os efeitos da luz. n11 produção de e1lleno são depend en1r-s da
postas de de(CS3 d:1.S plantas ao ataque de patógmos. Já foram quaJidadc e quan1idade luminosa e dos tecidos vegetai.s cn\ 01· 1

descritas virias interações positivas e ncg.ali\';aS entrt: :,mbos. e vidos, podi:ndo haver promoção, inibi~o ou nenhumn r<S·
vin0s mutan.tes inscnsi\'tis tanto a um quanto a Ot1tro hQrmó• posta $Obre a sintc-sc de$se hormónio. A lu:t iníbe a produç!o
nio tê:m maior suscetibilidade ao ataque de patóg.enos. de etileno em lc:cidos verde-$, conforme obser\'ado cm plan1a.s
Um dos cx<'mplos mais claros dessa huernçâo e. possi\'CI+ inlacta.s de soja submc1idas ou não a estresses, em segmentos
me,ue, da interação do etileno com ou1 ro hormónio diz. res ♦ de tomate, soja cem girassol e folhas J e trigo. :i,·roi e t:.lbaco. A
pd10 à regulação do gene POFI-1. O pmduto codificado por manutc-nçlo d:a clorofila cm folhas destacadas de :irroz. d ecor•
t°SSC gene ptrtcncc à fam ilia d.u defensin:1.S, pequenas pr(l(tÍ • re prindpalmen1e da inibiçio da sin1ese de etileno pro\'o.::iJJ
nas corn a capacidade- dei.< ligar à pare-d!.' cclula.r dr fong0s e pehlu:t.
baclé-ri:as promo,·cndo a ab<rtur:i de poros e ocasio1,:rndo a Em :lm<ndoim rasteiro, as gemas crescem hori1,(11ualrn e1U<
mortt-do mkrorganhmo, Tais pte>tclnas são CJH:Of'llrti da.s I am ♦ qu:indo h:í luz.. e qu3se .,'<'rtic:ilmentf.' quando no escu to, qu.1n•
bt m f.'m m.:uníforos e ini.etos. do a produção de ehleno é cerca de 1t~s vc-tc;-s m.iis elc-vaJ.a,
O gene POFl-2 é inclui.ido 1anlo por etileno quanto por fases ritsullt1dos sugt,em o Cll\'olvime,no do etikno, di:' algu•
jasmonatos, Porfm, m u1:i1ues instnsí,·d s ao etileno,. quan • ma (onna, na ork nla\.ão dl) cre.sdmen10 c.iulinar Je pl.ml.lS
do tr.itados com met1J1asmonato. não :i1>rcsc-n1;un indução r.astdra.s.
da tr.,nscriçlo de~e ge,u•. Da m.:snu forma. 111u1a11te$ in- B;,ixas intensidades lumin(>.S;ls podem <stimular :i si111esc
sensíveis a 1asmon:no)., q uando 1ra1:1dos com etileno, não de t1ileno e ind1,1rir 3 absd.s:.'io (oJi3r ém plantas $C:'11Sivc1i. j
3presen1am acútn1,1lo do nNAm d< PDFl-1, ind1c-:indo que i: sombra. como em algu11~ cullwares de pimenta. Sub :1ha 111•
n«essário que as vi3$ de sinaliuiçio df.' ambo~ os hormónios tc-nsid3de luminosa natur.al, ob~rvou•:>,: um aumento J<-• 2 .1
estc-jam c-m funcionamemo para que haja a1,1rncn10 na tr.1ns• 100 \'l"I.CS na pmdução de elilénO llur;'lnlc- o lk"Si:'11\'0lvinto.'ll
crição dessf.' gene-. li) de inílore-1<.:"nda dai. orquít1t'as Cmasdtmt e Cyc,wclt,•i,
Capitulo 13 • Et1lt no 26S

coincidindo com uma maior formaç.lo de flores fcml nin;1s..


$cmdhan1cmen1e ao que já 1inhi1 .s.ldo verificado cm Cuc-ur•
bil3ce.-e. o etileno pode atuar como urn '1ormônio dr fom i•
nilização também cm algumas orquidcas. Ainda, a luz pode
causar u m aumento na produção dt etileno cm bromillas, cs•
timulando a floração em Aedim.t.a victoriana.

Oxigênio o
ACC {nmol O ')
Tit""?O tho,M)

,.
Conllol€!'

O))

••
{td- (!\ ' g ' h ' J
Al•q,1~

O))

l,OS
~ n11o,l~~

O.IS

o,, s
...
0,16
9~~- -

O oxigênio é neccss~rio para a produção de elilc:no nas


plantas. u ma vez q ue a conversão do ACC em etileno de•
pende da atividade de um:i OJtidase: a ACCoxidasc. Em íru• "n o.o 2.9$ 0»7 ....
o.o 1,SS 0))1 ,.os
tos clima1éricos, como maçãs, baninas e pc1;1s, assim como
em flores de c ravos e orquídeas, a produção de etileno pode
ser inibida por baixas conetntraçõe-s de Oz> rudo 1,ela quil
baiJto5 1eorcs de O, $.1\0 usadoi; cm dmuas de atmosíu:1
Seca
con1ro1:lda para nrrÕazenamen10 de frutos por longos peri•
odos (ver Capitulo 19). Algumil.S esP'de.s ''tgt'tai.s.. tecidos de folha$ ou íruros. qu3ndo
destacados e submetidos â seea., .iprcsentam l<orU m:.u.s ele•
co, ,·adw de etileno que aquclt's dt pl:mt~~ int:KtJ~ ~ bmrtidas _i
seca $0b condiçlo n:atural. As ahcr.açô-es lislolog1c.lS. b,oqm•
O-s e(eltos do CO: na sínte.se de etileno são dependentes do
micaJ e mokcuJ:ires obsen:ada.s nC$.Sn ca.S05 pareum ~ar
lccido vegetal. A ação antagônica do CO~cm rtlação ao eti•
leno possibililn o armazenamento de frutos climatfrkos cm associadas 3.0 aum<nro e 3 redistribuição do .icido ahsmko.
câmaras com co,,ccntraç:ão elev..da de gis carbônico. Quando principal hormônio em-oMdo com e.sse cipo dt' t'.Slresse (vie-r
ú pílulo 12).
frutos de pêssego e maçã são tr:ansferidos paro um ambientt'
cnriq~1eddo de CO, (40%}, nio $e obsen'a i produção dr cti•
lcno, sendo n 1ax:i. respiratória rc-duilda a cerca~ mdadr (vrr Substà ncias quím ica s
Capflulo )9). Entretanto, plantas de milho e íolha3 de .wcia, A produçlo de eclleno pode ser C$limulada pOr ,~.inos m<la.1.s
tabnco e arroz expostas n concemraçoe, t l(Vadas de COi li• fitotóXKOS, como c.ádmio. cobre, forro. lítio. prata e nnco;
verarn a produção de etileno aumentada. fC'$U.h;m1e de uma oompostos inorgânicos. como amônia. bissulfüo. ozônio t ~ -
maior ativid:ide ou sintese da ACC oxidase. licilat~ e orgânicos. como ácido ,1scórbico: herbu:1dáS.. como
t ndo<al, pnaplat <glifosato; desfolhantes, como o th1d,azuron
Alagame1llo e d inetó de potwio~r pt'Stidd;is, como mi:tolm1l.
O alagamento C um estrts:ic provocado por água no $()10 :ad •
ma de su;i capacidade de campo. A .ligua .:sn ucesso pode Ferimento s m ecànicos
asfixiar as raius das plantas terrirol.as. em ,•ir1ude de uma A sintese de e1ile1m poJ e s.:r promo,·,d:i por e:sumulos m..-•
redução ou elimln:iaç;lo do ox.igênio do solo, Impedindo as c.inicos, como o d~;i.::im.:nto e:: a ír.agmcnt.1ção J e MgJos.
1roeas gasosas entre 3.S r.aíns, a riiosfer.l e o :ambiente: atreo. a incisão ou a prtW(), ~ ndo sua produção Jep..-ndcntC" J,1
Entre os cinco horn1ônios d 5ssicos, o etileno tem -sido :is• imr-nsid.-dc do (eruncnlO. A elt\':&\lO do tt'O t J ,: .:111.:M foi
saciado ~s respostas d:is pl;intas sob condição de alag:imen•
rrgistrad,1; cm ba1a1;1•dOC<. nos (ru1o.s J e nu çl, .1b.ac-.11e .: lo•
to. Esse hormônio éSt.\ prc."Sc-ntc em toores mais dcv:a(!.os nas
m.1tcs.. cm folho.is Je fdj.io, toma1e, <S-pinafre <! nulho < cJulc
pl;intas alagad;is, pro"ocando a redução do w :scunento de
d< P}1arbiliJ nil. Enquanto cm (olh-1s ma.chu..-:.1Ja~ Jc 1C'1j.io .a
folhas, caul~s e ,•:ifze.s, a epinasti-;i (curvatu~ para Mixo), a S<•
smt<)( de ACC ocott.:u após 10 n1in. rm 1tu10~Jr moranga
ne-sc\'ncia e a abS<is~o foliar, o ;'l mnento d;i, ,:spess1m da ba~.: (Cu1"1.lfb11,i 1m1xim,1 Duch.> ess.c efeito foi ob~c;>r,~.iJo em um
c:aulinnr, a forma,ão dr r.afa(';S advtntkias e de .l~t (nq1,mna, inkrva)o J .: 10 a 25 h, .:-oinddt'nttm.:nt.: com uma m,uOf pro•
bem como a hip<rtrofia de len1icebs de caules e nau:.:), . . duç;'io Ja :\CC 1in1JS.: .: .lo etileno (TjbclJ Ll.:).
O prtcursor ACC ê acunn1lado na r1i2 quand~ sob_hipox,a
e transpon:ado pelo ltilcma parn :a p.trtr ;iJn.•.1 ma1, Qx1grn.ub,
lnfecçiio por patogenos
onde é oxidado a etileno, acarr<?tando uma ckv:i~:la n.1 cm.1•
n.içio desse gás. O teor de ACC no c-.aule .iunl.:nt.a sub~Ul'll:t:il• A inf«ç:io por nrus, b.ae1cri.1s.: iunso~ ~-..u:-.J Jllljrd«1m.:n·
meme e m l'é~posta ao alilgamemo após 2-1 h, e a pro,lu\lo Jo co, epm.h lla.: absn sàlJ J,u folh-;i,. Eu..-, i;mtom.1:., 11p1i.O$ Jo
e11lcno ocorr..- a partir (I(' 48 h (Tab..-1:i 13. ll. • ccilcno, podem scr ob.lCrYJJ11.i. <m 1olh.1,.., J c 1e11,h), 1:ib.1 -..0,
Em plantas d(' arroz. (OryM mt11YJ}, Jois · sc-nc~ ~·od1t1..:ar.lo• p..-pino e .le 1om.1tc 1nf.:..-:1.aJ J.S p.1r \·1rlli, J H1m ..:omo <!m \ 't
rcs d;i ACC ~inlase, um J d l'S ,111v:1,1o n.a l>.lrte aJrca (áh1.:sl)
__._, ôd/;ivu in1e.:1JJ .1 pdj b.1.;1cn.1 nc,Jul.t,lur.a ~/11::<Jbmm {~,,
. 1ndllXtltos ,fl1')f
e O outro nas r.ii t es (4)S.J1.:sJ), s;aO . J.nll' n.>111\'.I~. n1111os1mm1. Unu gr,1,nJ e , ..,1,11.:J.i.l.: J c tungo:-., entre 1h l.(Ulh
Em folhas de tomai.:. o gcm.• pwmJJ .:odºfi-,1 111 um pohperu• D,pl,.nl,,, 11.it1d,•11;b, Po:-11111{/;rw, .:.,11.111sw11, Ao1n 10 dt10:-1t',1 e
. . 1 r ' · e .aunwnta,1J
1110 co111pone111e da ACC: ox1d:i.se. n J" .a " 11.wJ,. .-llru11,1r111 .itri. 1:11111),..m po,lc .:.Lu,.ar o .aumento n.1 proJu•
após 6 a 12 h "ºmid o tio ,1l.1g:im<nto. \ ão ,lt' ct1kno l'm lruh,:, Jc b.111,1,n.1, m.1ni;a e ma..;l.
2~ fisioJogi-.a Vegeull

To11belo 13.2 Efeitos de ferimen10 dur;,nie 2S h n,a prodU(,\o da ACC rc3uh.1rl" da n-moçiio do efd to inibitório do merlstcma apiol

-
1,inras.e (nmof 9·' h·' >. ACC lnmotg ') e e1iltno (nmotg ' h•') l!fl' discos $Obre .\S gcrms l.,1er:.is, cuja dormfocin é cont rc,fad a 1>or "à·
de mesocarpo de C11<uroir<1 mdrimo,
rios honnõnios, podendo o etileno modular a atividade dctsei

41:1::·
IBfi:lf.fr
%i1
■llallllll
ttr..
·
hormônios (,·erCapitulos 9e 10). A brotação de bromeliáce,as.
ronnos de gJadiolos e tubérculos de batalas pode str &tiniu.
lad:a, experimentoJmente, por etilc-no, estando associada. pelo
o o o o menos no Uhimo c;aso, ao aumento d a taxa respiratória e .i
5
10
15
125
,
110
.. 61.9S
l41.S9
,.,
6.12
mobilizaçio de carboidratos.

Crescimento e diferenciação da parte aérea

20
25
20
10
701,96
902,65
920,l S
....
7,Sl

2:Z:,$9
Crescimento
A inibiç.ão da divisão e do alongame,,10 cth1hu-es pelo etilc-no in-
ílu<rK;ia, marcantemente. o ere.sdmento das pfan1a.s WS,Culares.
Ad.lPll>Cla * H,Wo tT or. (1999).
interpre1adocomocons.eq~ncfa de alterações no transporte ou
da oçAo de substlnd 3.S promotoras desses e\'entos celul:tres.
Principais funções nos vegetais Em coules e raius, a inibição do crescimento é dpida, porim
rtver$i\-cl. tanto C'm pi.antas intactas quanto em segfnentos 1$0·
Divisão e expansão celular
lad0$. Enlretanto, em plantas aquálicas. o crescimento de a u.
A reduç:lo de crescimento prov~da pcfo C'tileno em pl,ntas les. pedolo$ e pedllnculos de fn110$ é estimulado pela elev.aç:i.o
intacta.s esd gt~mcntc assocind:t .'10 retardamento (ou mes, do teor de etileno. o qual resulta, simultane;<1men1e. do aume,nto
mo inibiÇão} da divislo celular, em \'irtudC' de' um.a maior d u- na síntese do ACC(prccursor químico) e da redução na dit'usão
ração das fa.scs G 1, G2 ou s. de$te e de out.ros pses. <k acordo com o obserwdo, por C'.Xem-
Tratamentos com etileno promo\·em a l't'org_.ani.zação dos plo. em artol. Peclolos de vári;as plantas de hábito aq1.J.Ílko,.
microtúbulos e das microtibriJas de celulose da parede' celular, como Rammc11Jus sctlerar11s. Rumex pal,atris, Rum cx c.risp,tS.
de um.a posição normalmente trans\·e.tAJ para outra longitu- Nymphoides pdtata, Callitrid 1e platy<arpa e raquis d e Reg,1ifU•
dinal. p mmow.ndo. em consequência. uma reduçlo acC'ntuada d lum dipJty{lum (samarnb.aia}, podem 1ambéin ler o crescimen-
do alongamento longíl'udinil C' um incremento na expansão to f:woreddo por etileno. Esses efeitos estimul:uótlos pod(m
lateral da$ cêluJas. faz.endo c<1m que' o caule fique ao mesmo ser resultantes da interação do etileno com outros hormónlC)S.
tempo ma.is curto C' espesso. Esses efeitos são facilmente ob- como um oumento na síntese de .ícido gibcl"Clico (AG} Qu um3
u-n-ados cm ervilhas.. assim como em plantas alagadas, como dimjnuição no teor do ácido abscisico (ADA}, alterando o.ssim.
\"trificado C'm árvores de Pel1J1ophontm di,bium (Figura 13.9). fo\-or:welmcnte. o balanço emre as substâncias promotora e ini-
bidora do c:rt.seimento (Figura 13. 101.
Dormência Penurbaçõe$ mec.i.nicas no caule caos.i das pe-lo vento po,
A habilidade de mui1:u plan1:u de se descnvoh'C'n'm em esta• dt"m C'Stimulnr a produçlo de Nileno e alterar o c:rescime,uo
Çôt:'s do ano ou regiões ad\·ers.:as depende da capacidade que e o dcsC"nvolvimenio das plantas, modificando sua es1:11ur.l e
.ipr~ntam de restringir o desenvolvimento sob condiçôt's
desfal'ori\'tis e rc'lomã-lo em oondiç.ôei apropriadas. Os mt'• 1,8
canis.mos de reatil'aç:âo do crt:sdmento e desem·olvimento
ainda não são totalmen1e compret'ndidos, podendo haver al-
guma pa..nicipaçJo do etileno nesses processos. §'
1,6

'·'
1,2
J
O em"Oh1lroento do etileno na promoção da germiMç.ão
foi ob$tt\·ado, inidalmt:'nte, na dé<:ada de 1920 cm algumis l
espédes de mono C' dkotiledõnt'aS, SementC's dormente$ de !•o r-:f

r
0,8
pêskgo. por txemplo, apresentam uma produção rcdu7.ida de' 0,6
etileno no eixo embrionát io, podendo kr sua germinação pro- ~
ffl O\ida por meio de trat.1mento com Ethrd . Em carrapichos, < OA
~ sementes não dormentes produttm até quatro "e~s e> 1eor
de etileno verificado nas st"mentes dormentes, cujos 1ecidos
acumulam ACC e aprtsen1am baixa atMdade da ACC oxida-
0,2
o ri
Conuote Con11olç Alagado
• e1,1eno
se. Em sementes dt' alface< de Xarit/Jium fmmsylvanicum, a
utiliuÇão dt" inib1dort"S da sintesc de etileno, como AVG e ions Flgur• ll,9 Ã.r<,a f'néd..a de ctlu&as da b,n.e caullna, de p&:,n1as de
hfrhophorvm dubi(Jm. Con1role - pl.intas d reMd,n,: controle .. eulit·
cobalto, reduz a 1ua de getminaç.ão, efei!o ren:rtido. por sua no - plan1as drel\adas e tratada~com 240 mg ( • de Ethrel: .itag.;,do •
v~ com a aplicaç.ão dei;se gi,. plantas ..tagadas; alagado + etileno .. plan1as al.r,g:tdas e 11.'lladu
I
O efeito do etileno na promoçlo do dt;"~nvohtimt"nto dt' c~m 240 mg I de ELl\,el. tJm aumento simil.ar das ãreas d-'' cêlul~S
brotos laterais em plam as lenho)aS ê conht'( ido dC'sde a dt'- fat veuficado 1~10 e.n plantiu drenadas tra1adas com E1h rel quanto
naquelas submetidl!~ao al~amento, As ma.iores ~,eas celularftt sJ,o
cada de 1910, apc-sar dt" nJo .se saber ainda, ao certo, como Ob\C'IVadai e.n PMntas .,Ja9.)do1s Hêltàd,)~ com E1h,el. Adaptada dt
atuar ia nesse processo. O de!>crn-olvimc-n10 dos ramos Ja1crais M~llt>loJ. (1998).
C.tphulo 13 ♦ Etlfe.no 267
-

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Nh,eldeégua

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± "'""••- Ni,.I de SOio

[ i>Jaga"""to! • ~ ~• [ r c,....,,.nro>,temo 1

Flgur• 13.1 O Cre-scimento c.aulinar dt plilntas de 111roz cultlvadas sob alàgamento. Kessa condl~o, ,:,,; plantas ~prn rr,tAil'I\ tt«tt ~ddM de
etileno. o q ue ac.1rreca uma d iminulçàoda concentraç.iodoAc:idoMnc.íMCO (A8A). um hofrl'IÕf'liO inibídOf' doutwmento tum Jumtnto no ttor
de á<ldo glberêtico IAG) • um hormônio prcmotorde crescimento -, oque promove o Clf'scimento do cauf,e,

formalo. Em hipocótilo de pepino, a produ~-âo de d ikno foi processo apop16tico é definido com bôlk ~m cntirklt C1lO•
duplicada após 4 h da perturbação meclni(;l, c.1usando a cur• lógicos dtrivados de c,·entos como ,ond,m~çjo d:a caroma,
vatu.ra da plântula. em direção ao estimulo, pro«.»o obscrv.i• 1ina, fo1g.mcnt.ição do DNA, redução do volumt citosóllco
do e m cerca de SO espfrks de 20 famílias diíeren1e3, e formaçjo dos c;otpos apopt6ticio5 (fr:agmento, nude:.res
Em plantas jovens de ervilha e estolões de morango, a prc-• misturados a m:uerl:al celular e <ircundados por fr,1gme-nt os
.s.enç:3 de etileno promoveu uma cur\ a1ur,1 de 90" na orlen•
1 da memb~n::l pl3sm3ric:a). E~tes últimos. uma ,·e-z formados.
taçdo do crescimento d a porçio aérc-.t. O mutante dfa.gco• são fagoc:hados pelas célul.u ,,,i i,nh:u. outro cvcmo c.1r.1C1e•
trópico d e lomatc.' (dgt). cuac.1eritado pd o crc.'scimcnto ho• rlslico da apoptos(',
rizontal 13nto dos caules qu3nl0 da$ raíz:($. bem romo pela Entrt' C'$$es prOCt.S-5()5.. :t condens.tçio d.:i crom.11in.1. .l frag-
pouca sensibilidade à au.'tina. quando 1r313do com e1llell0, men1aç:ío do ONA e 3 diminuição no ,·olume citosólico ,a r0•
mostrou-se c3pat de retornar, mesmo que p.ard.almente, ao l".lm obscn'3das em plantas, assim como ou1ros .assoclildos à
crescimento vertical. :ipop«ose cm cClufas animais. como a a1i,-ação por p"róx:ido <k
hklrogfflio ou c.ilciO < o aumento n.i <'.:tprt'!,,.Uo de tipos espc--
Senescéncia e mor,e celvtar programada (MCP) diicos de chleína protc.15C! que atuam no procC:SSO d" mon('
A u neseência ou o envelhectmento 1\3S phu'll3S v:uculMes, c:elul:ar. Porém, dois t\'tnt(>S import:in1es como ,1 fragm('nl~·
d iferentemente do que gcralmeme se supõe, não de'\'tm ser ção cie-lubr (com form:ição do$ corpos apop1ó1ic~) e ,1 fago•
ViílOS com() ptCXdSO!: d e d eter-io raç3.o. mas como p .:irl'° inl<1- cit~ <' "une.\ foum ob~i:rv,.\do,; -,m vvgo11a,c. P<itrat'lt(),, J;,.J_. ,.
grante de.' u m progriun:i de dC$<n\'0Mmcnló. auknci:a deSSéS <''<'nlos (pt'lo menos .lti o momento não J.:,.
Nesse ponto. cabe concci1u;ar os 1ttrtlOS x>.neJdnâa e morli! tcctados), cl:isslficanMe C<r1os processos de ,\ICP em pl.lni..u
ttlular programada, frequentemen1e encontrados cm texlOS como lipo ,1pop1õricos, e ..:-onsidt"ra•S<' o termo 11poptose• .:om ,1
que abord!'Hn ,1 morte em ,·cge1aií e: que nlo dc,·cm S;tr tr3· m..-sma :ic.<pç-.io u.ud,1 p.ira ..:-êlulas :.1u~is. in.:idcquado p.l.!a
lados como sinônimos. tmbora h:aj;l cC'fl.a a>n1ro,•ers:ia entre o uso em pbm3s.
os pesquis:ido1·es quanto ao uSó dos 1ermos. a da.ss-ific-~o A scnescfnda pode ocom:r no organis.m,"l 1n1cuu (Figura
propo.st.a por Thom:<1s .:t t1I. em 2003 vem ganh~ndo maior 1).11) ou SOnk'nl<' c.'m pano? d<k . .No pnme,.ro Cl50. ~n,on-
aceitação, Para esses aurores, a sem·sâncfo lt um .:onjunto dt tr,1.m•st as pl:i.nt35 mcm«cirpk·dJ, que frullricam uma umca ,·ci
processos que lc.'va õ morte e que pode ur \'bualttado ~ ólho par;:i morr<'f logo em seguida. m('S.mo quanJo J;S .:ondiçócs ,1m•
nu. Dessa for ma. o termo S('lltsrit1â11 só íat S(nlid<> quando bi~111:ai~ ~e in,1nt(m f.:w ork<b ao dl'Sl"n\-olv1mcnl1J. (Qm() e o
aplicado a órg5os ou plantas inltiras.. Jã a m~ut,: ,·.t Mar pro• caso do nulllo. picio. alfac<. SOJ.a.. tabaco e1c. Ses.se grupo. nio
grt1,il(ldt1 (MCP), como o próprio nome dii, éS.laria re~tnl:I h se <'IM:ontr.am apen.u plantas hctb.ao.c:i1$. m.lli mu11.is. e:spcocs
c'1ulas. Proce$SOS como o ,nurdcdment() de folh:ii podem ,!< .tg:t\'h (Figura l.l.11:) < !OUCt'ir,1s Jt' b.1mbu. a$ quai.s puJt'm
ser vistos como 1ipic:11n eme rcbdonadru com a StnescCnc,a, demorar a1i d,n.:n.,1$ de a.nos par.a llorl-s.:er e frutifk~r. p<ncn\,
Jâ ;a formação do 3erenquima ou dos elc:men1os de ,.iw são quando o i JL('Ol, morrem r;i.piJ.:im<ntc (Figuu 13.11 A). Nos
proc«s0$ ligados a r-.1cP. \'tg.C13.iS mol'locirpicos. port;into, p.m.-cc c.ustit utn.l 10n e rc •
Con1udo, vários ptoCl'$SOS associa<l()S ~ St"nescência tt'1n l;içjo entre .& (ru11fi.:=i.;-.io e o ôf;&bek.:im.:1110 J~ c\cnlo, Ja
Origem c m eventos de morte ceJub.r. que, a p.irlir de cert3 cJ:• ~í.'n'-'Scên.:i:,.. Acr«tiu •k', h.1 b-'SlltU.: tempo. i;iue ., .:.iuu~l.111 Jo-.
tens3o, pas.s3m a apn:sen1ar sinah \'isi,'<i.S., olho nu. como <> numcmc:s J.11>poui\'ei..s scn .l uma J ,1.:1 ~.&ui,as ,kxn..:-.:iJcJJor;b
cnvclh(!cinu?,uo ,: a moi-1c Jos órgios 1lor.&is. Com is~o. po• J .1 í,\'n~c,?nd.,1 e ~b m~,: J;:»3~ pl;,1,nu.-.. Oot ,~10. iot" \)j br1t,io
de-se admitir que em certos c.1sos h:i uma )()b(epo~i\locntr<!' Jlor"Jis Jc um.1 pl.lnt.i. Ol(lu..xarp1..:-.1 lu«m )Uu".\,.",l\,ln\<.'lll C di-
a sencscéncia e a MCP, mas, :unda a;.tim, tl.u píl,klll ~r to• 11111\,1,kios à nk'JiJ,1 que '5<' form..un (J rcnn,J, a 1cnoânt:1.l poJ.:,
lllad~5 como distint.,s. s..- Je,\l,la cm cou,idt·r~lo .& ú)ll<.'.citu· :-.cr rc1.i.rJJJl fl')r um bom perio,ki.
Em .1lguma.) pbnt.1~• .:tp,cn.111 .& p.1rte ~crca ,.en.!,.~c. P<flU.l·
ª<"ão de ·1hom:i~ er "'·
Cabe ainda ,liíe,·end.\r outto lt'1·nw ,k-sigo.1.J o plu mo nen:nJo 1nr.1~1.1., .1s ra.rt.e• e unu r~ucn.1 rol\'jo J;,1, bJ.:.c cJu•
llpo de MCI, cncun1rad,.1 cm c,;llul,LS l1limtnS; •1"ri,ptit.,.•, O luur, J.1 quJI $ç ll.1tm.1m fltl\O~ bu•lu«. "1U..milo ,i,. ,.011,11\ÓC)
268 Fisiologia Vegetal

8 e o
Figura ll. l 1 !'pos p,incJp.,~sde senescênci.a em plantas vaSC\.ltares,coma. morte d• pl.tnt•lnteh(Ar, •penas• parte •êf-e.1 (8); p,ogressi\famcntt
das folha-s matt ~-eft-.u i:m dire,çao às m,Js novas (C); $imultanearnM.tc cm todas as íolhu(O);e panes norals (E),

.imardo-avcrmdhada da.s folhas senescentcs resulta d.a prC'•


knça de carotmoidcs, antes masca.r.tdo!i pela dorofili.\. A $<"•
Ot$Cê-ncia foliar progride com a redução do volume cltoplas,
m:ilico, o númC'ro de ribossomos etc. A dcspci10 de.ss:is pro-
fu ndas modili<:.ações, o núdeo permanece estrutural e fundo•
nalmenll?' lm:1c10 até 0$ c&1fígios finais da senescênda foliar.
As Oorcs podem 1amt>én1 ser mencionadas como órgãos dt
senC'scincia simullãne:a, prl11efpal,nente suas pétalas, sép.ilu
e est,uncs (,·tr Figura I l .11 F.). o que é íaciJmcn1e visível, por
exC'mplo, nos ipi:s e jacarandàs-mimosos br.'lsileiro.s, ambO$
da família Bignoneace:ae. Quando não Í«-undadas, as ílom
in1ei.ru ca.:-m,
O 1empo de \•ida das ílores é espedfico para c.,da esJ>éd t t
Ji11~mc:111c: regulado C'm vtnude de sua necessid:icle ecc,lóg:ICJ;,
Em prlmtiro lugar, as florts represl?'nlam lmpor1antC$ dren0$
de energia e mant( •las por longos periC)dc,s, .tléin do tcmpO
Figura 1 J, 12 Agave. Planta r00noc!1pica que, após uma única nora•
çio. senesce e moue. Imagem cedida po, lia Chaer. necessário, 2carreca um alto custo para :l$ pl:uuas. Em sc-gun•
do lugar, esses ÓrgiQ,S podtm represeni;lr \' Í.'1$ d e emrad.i dt
organismos ~ 1og(nicos no siscema v:ascu1ar, através do l"ilig•
ambiemaj!i se 1orn:un f.wor:h-cls à retomada do crc,cimC'n lo ma. Em ltrcelto lugar, a remoção das ílores após á polinização
(ver f'i~'Ura 13.11 B). A Sl?'nescênda pode ocom:r .ipenas n:is diminui a concorrfocia com as demais ptla atençõlo dos poli•
folhas mais ,-elha!i, progredindo cm direção às mais no,,as (ver nhador.:-s, aume.mando as chances de fecundação na espkie.
Figura 13.11 C). Ncs!ie caso, a causa do amart leclmento ini• Assim, sejam as llorts polinl,uda.s ou não, as pl:11H3s d~·
dai e d.1 mortt que se ~ ue pode su enco,urnda na traruJo• SC'm'oh·eram uma série de t"!itra1égi;as bioquímicas pa~ linu•
cação dos nutrientes dessas folhas pal"a a!i regiões mais ativas lar o ltmpo de \'ida delas, e os fi lormônios dcsem1k!nha.m
do crescimento, A ddiciC'neia de oiuogénio é tida como uma pap<l-dm•e na cegulação desses l-VC'ntos.
das mais fortd aui.as dess.i resposta (ver Capitulo 2), A U • O dilC'no é um dos rc-guladores mais no1adamcn1e e,wol•
nescinda foli2r pode ser desencadeada também por (-atores vidos na sl.'nescfncia dos órgãos florais. Em multas cspéck.s.
ambientais, como o c-ncunamento dos dias e a diminuição obsC"n·a-se uma tl.:-vação na sua sln1ese stguid:1 pela polini•
das temperaturas outon:1is, conforme" íadlmen1e obsc-rvado i 11ç.ão, descnc:ideada no t5ligma da 11or pda auxina pr<Sen!t
em angiospcrmas arbóreas dt rtgiio de clima ltmpC'rado, na.s nos gr.iosde pólen. O ACC é sin1etizado e tr:mspor1ado 1>:1.1:i
quais a sentscê-nd3 atinge todas as folhas simuhane-ame-nte, pétala'>. sCpala5 .: es1am«, onde é' oxidado a c1il.:no, J,u,do
tornando-~ amarcJo-avermdhada!i (vtr Pigur:i 13. 11 D). Inicio ã scnl?'sdncia. Tal qual nos frutos dima1éricos, a s.cnsi·
A sent$Cência cnvolvC' 1:uno ewntos d10lógicos quanto bllidade ao clileno modiftca ã mçdida que a flor se ddenvol·
bioquímiCO$. (h doroplastos do mesof,to são as primeira'> ve, sendo mais in1tns:i nas Oor.:-,1, plcn:uneni.: <le.scrwOl\'idJ>
organtl:u a entrar no processo dt de1erloração e dt )<'llt'.$• que- na.s Rotes ima1ut:as, Em rnuilas l."Ji~)éCies, após ., lc;inç.1,dJ
céncia foliar, de)tnc:adeado por hidról1sl?' dai. pro1eínas w1H· a ma11.1 ridade, a.s tlorl.".S passan1 a sinh.•lit.ar etileno, acder:in·
titu1iv.1s dos 1iJaooides, do ~troin:i (cm:imas), degradação do m:iis a senescêncla.: a abscisão, índc.'pcndt•n1c-111cn1c.· J:i
da clorofi la I?' con~equenh• perd;l da cor "erde. A coloração polinitaçâo.
C.pftulo l l ~ Etiitno 269

O tmlamcnto de ílore$ com Inibidores da ação do eilkn~ t tllTWI 1,e<'lin:11-ce1ilt':'t('r.1~,e. T,,ic;; en'.lim.11c J ~tm dtkmpe
..:01uo o 1-metlkid opropeno (MCP), ou inib!do-res de sua nh:1r ~ u p:lpel na\ ahcraçõtc da pamlc (chila, ""~octad.is .,
sin1e.se, como a nminO<.'toxMnilgllcina (AVC) e íons c<>b.ilto, :aberu.11a da wrola e, po\ltriormente. .ao enrofamt nlo dc!la n.a
:ttr..ua a scncscéncia das ílores. Da ml?$ma form.t, os mutan-
tes ein2, ei11J, tlrl e ers2 de A. tlu1fiam1, in.sen~í~-cis 00 e1íleno,
(;1\e ~ guin1e (e.\lág.io 4, figur.:i 1).1 J,.
O, gcm"' de .1lguma<
dsltín:1pro1ca~< tamb(m aum-.-nt"'m w a e;.;pre<~o na.s fas<s
apre.sentam atraso na abscisio íloraL lntetais d.t StnC$Cência daJ pt 1.1l.u . corrd-'<'.-ion"'J.ac c:om o au•
Embora ta.L-. obstrvaçôe$ aponte1n para um papel rtl("Vante menlo ger:11 d.1 .1tividad( pro1eoli1ica. ProCC'a3<3 dcna cl;u.<t'
do etileno n:i sencscênc.i:1 e na morte das ílmcs. em algumas do :i.s n,111s itpkamt"ntc aJ.,od adas â morle c:elul.ir prognm.1•
esp&:ies. como Hemerocallis e Alstrotmerla, e.s.-.cs evmlos pa• da, 1an10 e,m plantJ.S quanto em animais.
re<cm progredir na :lt1Sfoda dmc hormónio. indicando. prc•
sumivelmentc, o envolvimento de outros reguladore$. Abertura do gancho suba pie.ai
Embora a scne$Cênda envol\•a processos de degrad;i.,ção de O gm,<110 Stlbapiwl, também c:onh«ido por g"nrho apm,I ou
1..-struturas e desativação de funções, paradoxalmente a ocor- gan<.110 pl11r,t11ldr, ê cncon1r.1do na m.aiona d.u d 1coolcdónt.is
r<'nda desm eventos ca111bólicos depen<lt da sint<'Se Je "º''O muito jovtns, atu:ando na proreçlo do mm stcm-a .1,pw;al du•
de cnzjmas hidrolíticas, corno protea.ses.. lip;ascs e ribonudea• r.tntc o crcsdmcnlo d~ pl:\n1ulas. ainda quando .sob o s,olo.
sc-.s ( FiguNi 13. 13). Um exemplo que ihlSslra de forma dara tais UJN m;,,ior produeâ() de etileno foi \'t.'nfic..:ida n.i regi:io tn•
eventos bioquímicos e encontrado cm v-.ir'la.s c:$pêcic.s do gê• 1ern:l do gancho subapica.l de feijão (m co1npa.raç.io l porçlo
nero lpomoea. As ílores dessa,.s plantas :i.presenlam um ciclo externa - nesse caso, a aplica~o do i.n1bldor de etileno AVC
de vida de ? dias, e, no mesmo di;a em que ocorrea Cómpkta resultou na abcnura do gancho.
aber-tura flornl, começam a aparec~r os sintomas de s.enesc.?n• Plantas crt'.scidas no es,uro -.-. porl.lnto, 1..':\tiolad.a.s apttSi'n
eia. princip3Jmente nas pêtalu . 1am uma produção elew1da de etileno. reduzida com .l e.xpo-
As ílorcs das lpomOM são panicula.nnentc k'nsiw:isaoC(iJcno: s.lçlo à luz. Aparenicmenie-. o fitocromo 3tu,;i intermediando
trn.1:1mentos com eMe hormónio acdmm, subst.mci.tllnC'nle. a essas resposta.s; enqu.:into a luz no compn m-.-nto de ooJ.1
S('Oesdncia. Logo apôs :l completa aMnura, as flOrt$ con)tÇ.Un vtrmdho (660 nm) inibe a produçio de ClllC'no. o w :mdho•
a produilr e emitir niveiscrescentes do hormônio (Figur.a 13.13}, exlremo (730 nm) produz o cid10 contr.irio ( \ ·C't ú p11ulo 15).
qu.e. por sua \.'tZ. sinali:t.::1 para a in<l\.llÇ.ào ~ di,~rsos gt'IX'.S asso- A lux \'trme-lha, inibindo :i produção J o c11!eno. causa um
ciados à senescência (SAC - .set1tsen1u ~iatcdgcnt'S), tfeito promotor na abertura do g;i.neho sub:iplC.II cm crvdha.
A lguns desses genes foram caracterizados como res1>0n• trigo. arroz, wja e cevada. A diminuiç:lo da sinlts< dOM" hor•
sãveis pela codilkaç.ào de enzimas ligadas ao meiabolis.mo môni() r(Sulta d.a diminuiç.io dos teores d~ ACC dispon1v~is
da partdt cdular. entre as qllilis uma cxtcnsina. uma Cll· em funç~ da siti1ese .aumentada de .sua íorm.a m,uwa: o tn.ll ·
froil-3-0 , metiltran.sfer.is,e (tntim;a ligada â s:int~(' d(' lig.nina) lonil ACC (mrdilda peb m:alonil ACC tr.tnsfeN.s;e).

EstiglOS
2 3 ' •

FoiíolpidiOs óe memor.tna

C4te1na proteases
Be!&ç;;il;M;IOStõ.u.t

s •
270 Fisiologia Vegetal

Expansão e epinastia de folhas a c~1p1açào do od#nio, qut' se difunde d :1 parle aérea parn ai
A exrans!o das folh~s.dc plantas dl· batata. h\baco, gir3.S$01e.· r;,fa.t.s submtl13$ ~ob hipox.ia,
snm1lneas pode $('-r uubida pela aplkaçãl, de t~ti!en~ cm vir-
tude. ap.,.rcn1cmentC", da dhninuii;-ão na taxa de dMÂocd ular. Indução floral e expressão sexual
A epinastfa, i$1() é, a .:urvatur:i. paro N b:o da folha dccor• A promoç.to do Rorcscimcnto pelo etileno. <>bRrvada ini,
~n~e do .maior_alo,,g.amcmo das celulas da parte Miperior do ci:i.lmentc cm abacax.izciro e mangueira por meio d a íuma,
poc1ol~ <' considerada por alguns :iutores um efeito d ireto do ça de madeira, t limitada a um pequeno número dc r.spêck s.
e1ilen~ c-nquanto par.a outr0$ d«orrtria de uma redistribui• dcstac.ando-sc as dt BromeUaceac. Em plantas de abacaxi, 11
çâo e do acumulo de aux.ina na p.;me suixrior do p«iolo. fn• ô'lplicação dr Ethrd ou de au_xlnas que induu m a produção de
duzidas por l"SSC hormônio. ctUtno sincronita a re$.J>0$1ll de floração e. portanto, a coleta
A aplk~ç.ão de Ethrtl <'m plantas ainda pequenas de Croto11 dos fru1os, representando uma imporlantc prática hor1icuhu-
1mmmma, uma Euphorbiaccae lenhosa brasileira, promo- raL A ,~posta ao eli\.eno depende da presença de pelo menos
\'C uma maior cun-atura epinástle:i nas folhas tratad;,s com um.a folha com grau minimo dr maturidade. Enquanto o Ira•
oon«ntr3(Ô<'S mais devada-s d~ substânda (Figura 13.14), lam<nto de 6 h com etileno St' mostrou sufici.<'ntr para pro-
Entn:tan10, a cun·atura d:l.$ folhas em resposta ao tratamento ino\·« após ◄ dia.s a indução ílórnl em ab:u:·axi, o tratamento
com e.iíkno não foi n•rificida com a mesma intensidade cm com AVG em a.lgumas espécies <>mamcnt~is d e Bromdiaccae
OUln.$ pl;,ntaS. atrasou a formação de flores (ver Capítulo 18).
Planl:1.$ submetidas ao al:!.g:i.mento gtnlmente apresentam A aplicação de etileno em bulbos de gl:idiolos, narciso e iris
tpii,asda. como observado em tOmatdros. Nelas. a cpinastia aumentou a formação dr hastes ílorais. Em Narciso tazetta,
resulta de um aumento tanto na síntese da entlma ACC sin• a :ipllaç!o dcs.sc g~s aumentou a taxa de floração cm 70% e
ta.se qu:i.nto n .'I produção de ACC 1\() sislt'ma radlculár. Essa rt'duziu em 20 dia$ o periodo de juveniHdadc.
subs1.ã.ncia. quando transportada pelo >:ilema para a parte aé• Tratamentos com etileno podem promover a fe1l1inlUia(ãO
rea. n,a presença de O: é com·enida em etilen<> J}<'la ACC oxi• na alga marinha Dictiostclium ,m,coroides e na briófita Selagi•
dast', resultando em um rápido mabdocimen10 da epinasti.a rielfa, assim como em pla..ntas nscu.lart's (p. <X., as Cucurbitaccae).
foliar. Esse proce~o podt ser resultante da indução de um meristr•
ma tl()r.,J feminino ou da ação letal do etileno na gametoglnese
Lenticelas hipertrofladas masculina. Em Gramineae, esp<cialmente em trigo, 89% das
O eti1cno t'St :i assod3do â hlperirofü1de Jentk:el:as ~ulinarcs, pl.tntas tratadas com esse fi tormónio apTl!'scntaram csteriJidadl'
a qual resul1a do aumento de tam:.a.nho de célufas parenqui• masrolina. Por sua vez. a apUCáÇâo dc ctilt'no <m Cucwbita•
matosas encontradas com seus poros. Em plan1as de Croton ceae, Morus. Rici,rus communls (,n amona) e Sphwcfrl induilu
umC'Unma mantidas sob condições de capacidade de campo e a formaçlQ de flores f<mininas. O tratamen10 com glberdina
t ra~;i.d u com Ethrel, ob$tr.•ou $e q ue o n Umero d t len tkefo:i o:crcc um efeito contririo .10 ctilcno. favorecendo a produ, ão
aumenta"ª com o aumento da concentração dessa substãm;ia de ílor<"S masculinas, o que tambfm (' Vl.'rificado com a apliC".I·
liberador.i de <tiJeno (Tabda 13.3). Essa h.ipertroíia tem sido çllo 1,an10 de inibidore.s da s.lntese de tlile110 (AVG) tl UMIO dt
observada na base de cauJes e t"m n.íus de plant3..$ sujeitas ao suaação(íoMpr:ita) (,·erCapitulo 11).
aJag:i.men10, representando C'$tru1ura.s Importantes para a cli• Tecidos secretores
minação de compos.1os 1óxkos. como o etanol, e também p.1n
Algumas plan1as apresentam le<idos secrclorcs, como os duc•
tos de resina em Pi.naceae e os d uetos gomiforos em Prunoi-
35 deae, Citrus e Acac-ia. O etileno 1em sido associado à induçlo
dessas estrutur.u secretoras, n~ladonadas geralmente com a
1 30 defesa contra insccos e organismos causadores d t• d oença$. A
~ :iplicaç!o de Elhrt'I es1lmulou a formaç.io d e r<sinas e ducl0$
~
• 25
r<sinifom.s em Pi,ms, além da form:iç:\o d t gom,1s ern Citru s
-;;;
, 20 ~x,kamc-rirma , mangu<"ir:i e ctrcjeira. Es.1ressts, como o alag.t·

.9 15 ment~ induzem a produção dt• etileno t a formaç!io dc-.>Ses
duetos resinffcros.
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J 5 T&beb 1U Nvtnero m~iode ,enl;icelas tipe,11olicldas encontr.tdas em


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utl'lil .1.!t-Ade 0.2S !»se caulil\ilt de pl.mUts de C10l0tl uf/JCU(OM
o 11at11d11~ tQ'n l SO ~ 300 mg r·• de Eitvel. Médias seguid.)~ de lelfas l9ua1s
30 n.iodiferem esl.lfo-tic..,met'ltt pelo 1es1~de Tukey (P < O.OS).
o 10 20
ftlwe-1 (mg , ')
Tempo (dias}

--· --1so - - 300


Flgu,a 13.14 Curv1111,11,l\ (g,aus>d•~ (olhilS de 1>lilt1tas de Ct OIOl'I Ul'IJ-
CIJror,o p,ovoc.adu pe'o U•liilf'IE'nto corn l SO t' lOO m,g '' dQ' Edwel,
dv.rante 30 dias. fonte:CoUi {1998).
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..,29•
Capitulo 1J • Etileno 271

Em Hc1•t11 bm$illcmis (seringueira), a apUcaçlo de ,\CC é a q11aJ. por sua VC't, podia M"t relarJ ada «' fosse :aplicada pu.
cap.u de desencadear um aumento na produção e lluxo Je l:i• 1a de lanolina contendo J e 0,1 .1 10 mgg ' de AIA. Ttal.1.mt'n•
IC.'<, uma técnica utilit.'lda na produç'lo comerd:11 da borr.Kha, te» com do~es d evJdu de .iu,1dna, podem ter efeitos opo,.
los, no!IC'S c,uoi contribuindo para a Jcelerapo d.a ,1b«i!lào,
Amadurecimento de frutos conforme tem \ido verifica do em folhaJ de vJrlas e1pécies de
Um d os processos em que o papel do etileno é m:1is 1111ensa- angiospcrma.s. Experimentos tim rnos1raJ o. em virios lipos
mente envoMdo e conhecido consiste no ;11nadured mtnto dC" de 1ecldos. que tcotd elevados de ;,u,:jna estimul.1m a ~,nte•
frutos climatéricos. tanto que por muilos anos e ainda hoj<" se de etilem:i; traia-se de um efoilo b,utante conhecido da.,
este é referido como "hormônio do anu dur«imenio~ auxlnas. O emprego de au.xina.s ilntihc.i.s como ;igente.t des-
folhanlt"S é conhecido hi tempo,. destac.ando-se enue el,1,
Abscisão
o dcido 2.4.5-1ricloroíeno:uacé1ico (2•.&.;-T), componente
Ao lo ngo do d escm•olviment~ as plantas Y'U(ularcs podem alh'o do "agente laranja", e:x-ien.s.amente utilizado na gu('rrJ
liberar folhas. flores, partes das peças florais efrutos, E.ssc eo do Vit'tnã.
processo de abscisão. geraJmente rel:ad on11do rom frutos ma• Do ponto de vista es:rritamc:nte mccJnico, a .ibscisâo de-
duros, órgãos senescentes ou danitkados. A abscuão ocorre corre do (Slabelecimento de uma lin.i e.ama.d• tr:in,ç,.•ett.al de
na camada ou zona de: t1bsâsão, um conjunto de cê-fulas dife- cilul.uao órgão, CUJOS ligações de p.atedcs. inicialmente fones.
renciadas tanto morfológica quanto fisiologicamente, As w - 10,n:11tllm•se enfraqu ecidas por causa d:a.s a1ivid:ades de enzi.
nas de absci.silo localii.am-sc entre o órglo e o ramo da pb nt.a mas digestOraS de parede com,, celulases e poligalacturomues
e se estabelecem, precocemente, durante o dt$envolvime1110
ou pectin.1se (ver Caphulo 8).
doórgiio.
Conforme csquematiudo na Figura 13. 1S. as Gtful.ls da
Com base em evidências exp<rimentais disponíveis, 1em-
z~ de abscisâo ,fo relati\•amentc: pcquen:u. S~s.:i condtcJo,
$t" sugerido q ue n absci~o seria controlada principalmente
:a folha mantém-se ligad.a à planta g:raç:u .1 um gr;a;dkntedeau•
pel:l ação de dois honn6nió$: etileno e •uxin.-. O primeiro
xinas que flui do limbo <m direção áocault. tornando lS cdu
terfa um p.apel de.sencadeador d.a abseisão, enquanto a au-
xina t$1:.\ria envolvida em uma rcduçio da. sentibilidade d.1s las de$.$a amad3 pouco sensh·c-is ao etileno ( Figur.a IJ. IS A).
A diminuição do gradlénte de alL'<ina e.s1i :a.~sociad11 tru11ut1 •
células ao etileno, prevenindo ou retard.tndo a qued.1 d0$
órgãos (ver C,1pítulo 9). De fat o, a apficaçdo de ~ ileno esti• dade folfar, <StrCS5t' ou âddo .ibscí~icó. qut" efe'\·a substanc1al-
mula a al>sclsâo após as celulas da camad11 de abscisão terem mentt'asensibilidadcdCSS3scClubsaoeciJeno(Figuu 13.1 5 B).
alcançado o neCCMário grau de competência para 1anto. De de modo que me:smo um p«Juen o aumt"nto desk úhimo
modo gemi, órgãos ainda bastante jovens não respondem .io i .suficiente pa.ra ~stimufar a formaç-Jo de enzim:a.s como JS
etileno. O efeito do eHleno tem sido satisfatoriamente re,·er• cd ulascs, que hidmlisam a parede edular, C'.lu.sando sua rup•
t.iJu pc:la a pllcaçào de subs1.lm.:1as 1mbuón.1s da.i.itttese ou da hl1'<11 ( rigur<11 13. l !i C). C01)Í(u111ç .UuJ.a IUU.)U J.Ju 11.1 figurJ
aç.ão d o etileno (anieriorménlé mencionadas). As e\•idência.s IJ ,IS,:is l't'lulai, rmus ex lemas (do lado c:iulil'l.1t), m~mo apó.s
d isponíveis indicam q ue C) efeitQda :tuxina, nesse caso, ocor• a abs<:~o. continuam a aumenrar de t.am.t.nho: qwndo e.sse
reria. sob um rigido con1rnle de su.l concentração endógena proc~-sso St' encerra. el.li se encontram suberili,aJ.u ~ mt>rt.1.,,
no órgão. Experimentos nos quais foram rctir.1dóSóS limbos con1ribuindo :lS.'iim p.i.rn a iormaçlo de unt';'I e:un.1da Jc prole•
das folhas m0$1raram qu-.- os ped olos logo sofri;un abKis.¼o. çiioexterna (F1gur.a 13.lS C).

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272 Rslologla V~~tal

A al>~fs.lo de~ende ~a a~h-aç.lo de determinados genes aloi1~rne1110 qu.1n10 cm outras partes de raízes d e ervilh:1, fei-
que coddicam enzimas h1dml1tkas das paredes C<'lularcs. Tem jão. alface. miU10 e orquideas, pode ser promovida pela de\'a,
sido obsen·:ido que SC'nc-s qu<' çodit'icam para a celul.asç, como çlo do leor de eliltno.
a b(la•IA•glucanasc. silo induzidos prefertncfalmente nis cf-
lula~ da ion:a de abscisão. E.m tomlllc, foram detec-1ad~ sete Raizes adventicias
gencs (t:d l a cc/7) codlfica.ntes para k te diferentes lsocnz.imas.. A formaçdo de ralies ad, entícias em e.stacas tem sido rcli-
1

Na scpara('iio do pedúnculo, o m:1;lor nivel de cxpresitão foi


donada 1anto ( Om a exlstt!ncia de auxina quanto de elileno..
encontrado nos genes ctll, ce12 e ccf5.
Nesse e-as~ postula-se que o etileno dt$empenhe um pap(I
A poligafacturonase,ou peclinast,ntã t:tmbêm relacionada
específico, aum<'ntando a sensibilidáde dos tecidos à ação du
com a S<paração de células tanto n:3 abKisio de folh:t$ qu 311to
:iwclnas, estas sim os agentes controladores do processo de
de fiore.s e frutos. Conforme já mencfon:ido, a sinte.st dessa
formação de raius ad,•c-nlicias (ver Capitulo 9). Um aumen-
enzima depende da presença d<' etileno, sendo três isoíormas
to no teor de elileno resulta em um incremen10 no número
associadas â absci.s~o d(' tom:itc (1~PGJ. TAPG2 e T.~PG4).
de raius ad\'en11Clas formad:is. porém es1as :iprtscntam me-
Crescimento e dife renciação de raizes nor comprimen10, <ooform<' observado em estacas de Vigna
radiara 1rat:1d11s ( Om ACC (Figura 13, 16). Veriticou•S< qut
Cresdmento estacas c:aulinarn d<' plan1.s mutanlc.s do tomate Ne\'er ripe
A.s raizes costumam responder de forma accn1u:ada ao etile- (Nr), deficientes p.ira receptores de etileno e, port:rnto. com
no. o qu.al pode S(' acumular na atm o$fera do solo em con• baixa sens.ibílidade a esse hormõnio, apresent.:m1m, em rdaçlo
Cl!'nltaÇÕ<'S rdath"aJTlente mais cle,,adas qu<' no ar el:tcrno. às plantas $Cl\'3t<'ns, uma diminuição acentuada n:i ~pacidade
O crC$Cimento das ralus é promovido por concentraÇôcs de formaçào de r.&Ítt'S ad"rotkias. mesmo quando 1r:i1:1das com
baixas dl!' etileno e inibido $Ob concen1rações mais elevadas auxina (AIB). E~ diminuição na capacidade d e formação de
desse gás. raiu:s a.d,-tn1Jd~ foi observada também em estacas dl!' P.:wnia
O elUcno parece est.a.r em·oMdo na penetnçio das rafae$ mutante det'idenle para a .sensibilidade. ao etUe,,o. O,n1rari;1.
no sofo: raízes de plantas de tomate cuhh•ad.:is ;,, vitro não mente, em es.acas do mutante tpi (superprodutor de etiJc-no). a
oonscguiam crescer no 3g:tr qu;1ndo tratadas com ti<>ssulfato formação de rait.es laterais aumentava signit'iculvamente.
de prata. uma substãnd:i lníbidora da ação e1ilénlai. A sobrevlvi!nda de virias espécies de mono e dicotiledó-
Raízes submetidas a barreiras mccãnicas, como solos com- neas subme1idu ao afagam<'nto c.sti em parte :i.ssoclada à
pact;1dos, apresentam um aumento no d iâmetro e uma dJml· capacid2de de formarl!'m raius a.dven1lei.Is. getalmente com
nuição no a.longame.1uo, tornando-se mais cunas e grossas. O aertnquim:a, qU( substiluem as raius morias ou prtjudic.idas
crescimento radial da r.aii principal sob impedimento med.- pelos teores ba.i.xos de Ot no solo (acidose e acúmulo de et:t·
nico pare<e resuhar de wna maior produção de etileno. De nol). A maior concentração de etileno \'trificada <'m plan1:is
fc1.1u, 1..U1.n c.J~ Vinw c.:rC"sçldH ~b c-0nd1çoes de estresse mee11• submeddu :10 .alagamento aumenlaria a sensibilidade dos
nico apre.semar.am um aum ento de cera de seis vaes no teor tecidos ã au:dn:a disponivtl, promovendo o dcs.envolvimen10
de etileno em relação às planlas~conlrOle. das raízes ad,,entkias. Por1an10. o lransportc b.asipcto da au-
xina atua como um prC-requisllo pára a formação de r:ifzts,
formação de pelos absorventes conforme obsl!'rvado em R1m1t.r P"lustris. A formação desses
Os pelos ab$on·entes. alfm de atuarem como uma espécie órgãos pode ser mais intensa em planlas encontradns t'm solos
de incora junto às raízes,. têm a função de facilitar a absor- úmidos que em solos mais se<os, como verificado c111 \'ári.as
ção de ãgua e nulrl<'ntes, fa\•Orccida pelo aumento da área da e.spédes de Rumrx <'ncontrad.as nas margens do fio R<'nO na
supcrfide epidfonka. A formaçio de pe-Jos, tanto na zona de Holanda (Figura 13.17).

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nmoJ-ACC nmol-ACC
f-l91m1 13 16 Efeitos da a pl!c.,çio de- N:.C al)iK 72 h ~m Mt,a.c.as de vJgM todJOIO. O e••leno f)fomow a fo,ma(do de um m.,,or n Umcro de ,a,~s
adventida~ (A), porém inibe O ues,cim ttiUO longitud inal dt-~t,h (8). Adaptada dê Riov n Yan(J (1989).
ú pit ulo 13 • Etíltno 273

Aerênquima O acúmulo de eeikno dc'S(nc:.ukia J morte ,~as cii-lul;u.. k•


A anatomia das rall.cs pode ser profu ndamente :alterada em v.;mdoâ (orm.1ç.H) de um :i,erênquim:1 1,sígtno. muhantt' J,e um
plantas sub metidas ao alagamento; nesses casos, d('S('nV(,I. ;tutnenlo do contc,ido de t'ni;im,u;. como a <dul.i.se e .. JJloglu -
\'em•sc rai7.es tttrtr1quimatosas, cuja ptin(;ipal função efõKili- c.ano trnn.'Sfkos.il.He hid mb se (XTH). qut .-froux.a :as p;arrJa
tar a .11eração ( Figura 13.18). O aerCnquima podC' ser íorm.ido ctlub res. A <~lufa~ pro\'Oea a degr.1daç.io d~J p,11tdC''I cduJa
tanto pelo afas!:imento de células (aerênquímu ~qui:tógcno) rts. a qu.11. junto à d~tntação de)( mkrorubulos. 1a.mbt'm
qua nto por meto da 11st C-flular (acri'nquim.i lisígeno). O 3u. lndut lda pelo eiileno, resufl.a na mortt d.ls ciflul.u do córtex
mento na d ifusão do ar promovido pd o aerênquim.i poS$1bi• das raizcs. focmando e-~ t ipo dt :M:rêntlmm:1 rF,gura U.19).
lita a sínte5e de AT P, mesmo qu:indo as rafies « tncon1ram Um bom exemplo da imporl.incia do ttikno n.- formaç;io do
submer$a$ em ambiente$ hipõxkos, como oo caso de plant.as acrênquimn füi1,.rtno foi obwrvado cm l':liu~ dt' milho: nt$t;aJ..
de arroz.. enqu:1nto inibidorõ d.ai sfot(.S(' ou d.1 aç,jo do t'tilcno 1mbi,1,m a
O acrinquhn a resulta de células COt'licais csped fic.is 1001.li• form~ão do atrênqulma cm planta, .sob condjç..o M hiJ>(m.a.
zad:as entte a cndodermc e a epiderme; são células programa• na.s pli ntas sob at'robio.sc.- fr.lltimentos com ecik-no rcq,i,jtJv.m
das geneticamente p.lra morrer (mocte celular progr;imada}. no de.senvolvfmtmo de :.1tlinqu1ma li\ige110.

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Espécies de Rumei
Fl9u.r• 13, 17 M.asw seca(g)das ,aile, advtntlci,sdeserwolvlooem es,:,éc:lesde RwneitcrH<.idu em um gtad,et1te dtambtffltes s«O'S • vtnldos
nas ma,gens do rio Reno fHolandal. o, ,...,in,~,orr~pnndHl'I .\ mMi- d• u6( 11mnu ,11,M Af\lArll! de Vo.-s• n• ~ a va.. o.," - o 99-tl

A 8 100 ,,m

Fig ura 13.1 8 Câmaras ae,enQuim.lt~as (<) em cones tr...-i,w..i.)isde r.ilm s«u~r-as de ~rocua,ompan,.•kuo. A. Pl•nu~ Mi \060dienado.
B. Plantas t'ffl solo al.ag.)00. Adapt.idtl dr Mtdn e C0Heat198SJ.
274 Fisiologia Vegetal

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')'lenr prodi>«ion .nd l •aminotydoprupane•l•car1xucylk ad d ~rry flavoo rcompounds. l f..xp Hnt. 2002:SJ:2121 °9.
S)T1du~ i n IUC$0Cllrp tii.,;ue o{Cucu,bha max.ima. 1n: Clijsters H, Whitt PJ. Rtttnt adV'.111Ct$ in frui! dewló1m\c111 :md ript"nlng; an
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Brassinosteroides,
Jasmonatos, Ácido
Salicílico e Poliaminas
Adaucto B. Pereira-Neno

Introdução Brassinosteroides
Nas últimas décadas, íoi identificada uma ,·ariedade de (()n,. Os es1croidrs slo rco:onhecidos ct'>mo honnóni0$ em .anun,us
postos orgân icos de ocorrência naru~l. de abundância men0t h:i muito tempo. TO<bvi:l. em plan1as. a alMd;ade hnrmn,ul ck
que as vitaminas (cofatorcs cnzimãticas), potém coo1 habili• l'Slcroidcs só foi descoberta há Cittc.l de 30 anos. quandon ;UI•
dade de influenciar processos fisiológicos importantes, como \·idade t$li.mul:ldora do cres.cimento do cxtr:110 de pbn1,u dt
os de ex1» nSlo, divisão(' difcrcnc~ç.io cc'lular, cootrolados. canola (Brassi<a ,,apus) foi :arribuid.1 a um esr.er01de. c.ham.--
cm geral. por dnco filormônios dáuicos(a\Wnas, gib<rdinas, dn de br.usinolidco. cm virtude do nome ciendlioo da canol::i.
eitocininas., etileno e :icid-0 :1l>$<í$kO), No e1'llan10, a OCC>rtln• Desd-c c-ntão. dttel'l.1$ de ..-steroidC"S com C$lrutut'";) quimica _.
da de alguns deles em conce.ntr:içôe:ii rel:ulvamentc cln-ad:is atividade biológica .semelhantes ao brusinolidt'O for:,m idt'n•
nas plantas vai de encontro a um dos quesitos definidores de tilicados e cl:usiticndos como br.usmoste-roi.d~ (RR).
horm6nios em plantas e animais. Em geral, os tr(s primeirM Do ponto de vista decstrutur.i <tuhnien (Figur.1 1,1.1 ).os BR
mencionados no titulo do capitulo lêm sido os que m;ii;<; de s:lo scmdha.ntcs aos esteroides de origem ~nimal, .a cx~mplo
perto atendem à ckfinição hormon;il S1ric10 u mu. dos horm(lnios que 1$limulam a tr(>C:a do 1!$,quelcto e-xrt-rno

1..... _ _ ,

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Campeslerol
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6-oe,oxo,,easte,ona 1 1 Teas18f'Ol\8

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276 R~iologia Veget~ I

dos in.sc-los. Nas Uhimas dkad:u. avanços prind jMlmente em idenlificaç!o de rec('ptore:s (pro1efnas que se ligam aos HR e
tk.nkas dl' cmmarogr.,fia gaso~ assoc.i;ada a espectrometria possibilitam que e~tcs fun cionem) e de g<'nes cuja expressão
de miw.as têm pennilido a identificaç:\o e a quantifi cação de é regulada por BR.
um grande número de BR. O mecanismo de ação dos BR se inicia coin 3 llgiç:ào dirtla
dessas moléculas a tim re<eptor conhecido como 8Rl 1 (8 R-in-
Via biossintética
sc11sith'e 1), Joca1iudo ni $Uptrfide celular (Figul'a 14.2). A
A principal "ia de bi0$síntese de BR se inida com o e$lerOide ligação do BR a BRI l facilita a ligaçlo de urn correceptor, CC>·
c:ampC"Sl('rol. Por d iversas rCJiç:õe.s. o eampesterol é convertido nheddo como DAK 1 (8RJ l kinase i11semitfrc 1), A essa ligação.
em campcstanol. o qual. em seguida, por d uas ,ias paraJeJas, segue-se a fosforilação das proteíl\l'IS conhecidas como BSKI
chamadas de vias de oxidaç/1.o precoce e tardia do carbono 6 (brassi'no.steroid-signaling kinas,c /) e COG 1 (c.on.~titutivt df/Jt•
(assinalado <'m Yermelho n.a Figura 14.1), e convertido em re,itiaJg,ow1J1 J). CDGI então fosforila um:. proteíni conhed -
castasterona. A cas.ia.sterona t, ent'3o, convertid.a em brassino• di como BSU J (BRJI suppnssor 1), que 5uprime a atividade da
lidoo, na Ultima reaç:.ão da vi:. biossintética d0$ BR. Toda,tia, protelna 8tN2 (t,ms,.,',,osteroid it1sensiti\~ 2). Em seguida, os re-
os u.ltimos esrud(» a respe.i10 da bioss(nteS(' do b~ssinoUdeo pressores dt tnnscrlçào BZR 1(bra.ssinazolc rcsista11t I) e BZR2
revelaram que as "ias d<' oxidação precoce e tardia do a.rbono (brM.Sina::olt n:sislanr 2. 1ambém conhecido como BESI) sfo
6 slo coneaad.as. em din•.rsos passos e tamMm est.\o ligadas desíosJorilndos peJo. proteÚ'la PP2A e a<um ulados no núcleo.
i via pr«oce de oxidação do carbono 22 (assinalado em ver- onde regulam a express3o de genes que respondem aos BR.
melho na Figura 14,1), sugerindo que os BR são sintetil3dos O controle d.a expando celular por DR, por exemplo, de-
por meio de UJna malha metabólica, e não $0men te por vfas pende de um grande nlJmero de mecanismos que envoh•en, a
ramlficadn par-aldas e lineares. Tal qual os tilormõnios clãs• regulação da expreu!o de entlmas localizadas na parede celu•
siws, a ln.ath·a(ilo dos BR se d:i por reações de conjugação, lar<' de proteínas do tipo dclinas.. associadas à divisão ce.lula.r,
hidroxíl:ição e de degradação da c:ideia l•teraL como as ddinas do tipo O, além da regulação da atividade de
enz.imu como aquaporinas.. que facilitam a <'ntrada de ãgua
Mecanismo de ação ,,as d hilu. Enzimas localizad.s na parede celular, cujos genes
AnâliS('s bioquímla.s e de geoética molecular de mu1antes têm su:i e:cpre5$;io regu)adi por BR. atuam na montagem e na
de6ciente:s na sínlt$t e/ou na perc('pção de BR têm auxilia· desmontagem da parede, a exemplo da glucanase e da xilog.Ju•
do, significatjvame.nte, na compreensão do metabolismo e da cano 1ransglkosll2se hidrolak (XTH).
regulação dcssts hormônios. asstm como no entendimento Embora se desconheça transpor1e de longa d istân cia de BR.
do mecanismo de sinall.uçiJ.o de$sts compostos, ioduindo a a aplicação desses compoS10$ em plantas resulta em aher=ações

Ret-en~no
citopla$tnôl

14-3-3

li
( 8ZA1/2 1 p8ZA112

L.~ Exp,es.5ào g,ené-tlca


regulada por 8A
6
ô•
, '
oeg,ao.içaio pelos
P,Ol@OS$OmOS


Respostas dê
c,ti!ICirnenlO
C..pltulo 14 <; Br,minoster0idie1. Ja1mona1os. Acklo Sdlic11i<o e Poli.Jminn '77

significativas cm diversos proc:euos fisiológicos. a e.xemplo de tecidos jovens. Apliu çôe1 de: IJR f'm b.aiuS conanttaçôcs
do aumento de toledncia contt3 vários 1lpos de ~,re»c--, e~1imulim o alongamenlo de 1,1jz.e1 primi rl.n e .11 íonruitJo
a.mbientais, como baixa di.sponíbilidade de- água, eX1rtmóS de rnl1,es secuntUtla•. enquanto, em conct•ntr.içôes dtv:idu.
de temperatura. presença de melai~ pesados e eMrcsse salino. inibem o alongamento de r,.ize, primárias e .a formação dt
Esse aumento de toleránd:a se mostra associado a au.mento na raíus secundârias. DR 1ambém C;\limulam :a upan~o foliu e
atividade de enlim:l.S em·otvida.s com o meanismo de prole• o a'ang:imtt1to de pecíolos.. c:fei1os dependentes da ex.pan..•~
ção contra a produção de radicais livres. a e.xemplo de pero• celular indui.ida pelos UR.
xldascs, catalases, ascorbate peroxidascs, glutationa redulast.s Do ponto de VUta do crcsc:i.mento e do dt'S('nvolvimento
e supetóxido di.smu111.ses. No caso de plantas 1r:a11das com BR reprodutivo, os BR estimulam o desenvolvimento de grlos
submetidas a temperaturas clevadu. obsen·ou,se tamWm um de pólen e dt .st"mentts. Euc cíe1to estimul.atório foi demOOJ•
aumento na sintese e na acumul:açJ,o de proteínas produz.idas 1r.1do rcccn1emente cm pl:antas de arroi. como result.ado de
um aumento da expressdo do htor Je transcrição conh«i•
durante um choque de c.:llor {littAt shock prOlcim). Rdaçâo
do oomo ctArbon s1ar.,td antl1e.r, que dcscmpenh.a p:apel fun-
inversa ent.re eMimulaç.ão do CTC'5cimento induzida por SR e
damen1al no con1rolc do dlreciona.mf'nto de açUca.rcs pira o
suscetibilidade de plantas a invasão por p:uógenos também liquido eon1ldo na.s antera.s. um direcionamento ncc«sirio
tem sido obser.•ada. Em plantas de arroz e tabaco, por exem• para o desenvolvimenlo dos gr.\os de póle-n. E.sse .aumento no
pio, a aplicação de BR resulta em aumento de rts.isténda con• descnvoMmento dr g,iO! de pólen e de semcnlcs rrsulta no
tra fu ngos e bactérias patogênicas.. aumento do rendimen1o das l.i\'OUl':l$.. Ainc.b do ponto de Yis1a
reprodutivo. os BR também s:lo importanirs para o aummto
Interações dos b rassinosteroides do comprimento do cubo polinieo. f.uor decorrente da c::,1t,
com outros hormônios vegetais mulaçlo do along.u'l"lento cdular.
Os SR apresentam interações expressivas coli'I OUl l'0$ litor• Os BR aceleram o amadurecimento de frutos clim;atmcos
mónios. por meio d.as quais rtgul.un o çres<:imtnto e o de- coino os. de tomate, e n:io clitn.11érkos como~ U\-U. iccle•
senvolvim ento \'c-gdal Em pl;1nt.s jow:n.s de A1t1bldopsis. por rando. por exemplo, a degradação de cloroti.la e o 1cúmu!o
exemplo (a p1anta mais mudada do pon10 de vist:a fi.sio!óg.ko, de 1çúcares.. BR aument.:1.m o volume e a mUS3 de frutos. cm
genético e bioquímico}, a aplic'ação simult:lnea de BR e gibcre• razão da acumulação de aÇÚC.lrCS e igu:i, bem como da CX·
li nas, ou auxinas, re,uha em aumcnto<:omp!tmenu r do alon• pansào celular induiid:1 pdos BR. Essc:s horm0mos t1mbcm
gamcnto d o hip<>cótilo. Com o icldo absdsico, por sua vez. M ,aument;am o numero dt frutos produzidos. em função do seu
uma interação anto,g6nica com os BR, prevenindo, nesst caso, efeito es.1imuJador sobre o crescimento e o de.senvolvim<mo
os e(eltos indui idos pdos últim0$. reprodutiv~ discutido :tnteriormente. Esse aumento no nu,
mero, no volume e na ma.ss.J. de frutos mdui1do por BR resuJ•
Efeitos no crescimento e no 111 no aumento de rendimento de pom1ri'S tr.itados com cs.sc
horm~n lo. O s cf~i10:1 d os BR n \\ m;>.tu.raçdo d~ fruto~ 1.aml,.,m
desenvolvimento das plantas
incluem o aumento n.i concenlraçio de compo$10S promo10-
Entre os mais de 70 0R de oc01rência na1ur.1l ide1\lllicados res da ~Ude hum'ln:a, a e.u mplo dos anrioxid:.m t1.-s Jn1oc1an1•
em plantas. o brassinolideo e a c:masterona (,·er Figura 14.1} na.se vit;imin:i C, além da induç.ão da parten0<::arp1a. pro,~uo
são considerado.s os mais impor11mtcs. fisiologic:imentt, 1anlo de formação de fru1os sem sementes (ver C.lpirulo 19}.
por sua ampl;, distribuiç!o quanto por ,ua pocentt ilividade Os BR a.umcnt;un a roistl!'n.:u ta.nlo a cstrcss,cs b10Li.:O~
biológicti; a casiasu:rona ger3lmrnte apresem:i somente 10% como o a1.iquc dr fungos, bac1en~ e \'lrUS,, quanio :ib1ór1coi.
d;, alividnde biológica do briss.inolideo, Os BR são hormónlos como detici<ncia hidrka. salinidade. to:dcid:idc J e mc:1.11.s pcS.1•
eu enciais para o creS<:lmen10 e o desen\'olvimrnto normal d.u dos e. p311icuLttmeme, ex1umos Jç tc.:mpcr•tun, Rc«nlttnc:-n•
plantas e m rai.lo do seu efeilo regulatórlo sobre um11 gr3ndt te. h:m•k m~tr.ado que os BR conmbuem pat"l .1 Jesinto.'Ci(J.·
,•;ar kd;:ide .;le prO<e$SOS fislológkos impQl'tantcs. como i ex• çlo de pl.m1.ls trJ.ud.ls .:om f)<)t~idas por mno J a produ<ri;lO
pansão e :i divis:lo cth11ar. Acxpansãoetlular induzlda por 8ft d< ptró.'tído de hidroginio (H.0 .), que ~ lunul.i J o p~\,,lo J e
e$1á assoclad;i, ;i() aumen10 da ath·id:;,,de de e-nitm-as, cn\·ol\·i• genes :issociados aos. 1n«-...nisrTloS de J.ctC'iJ e ,.1pl~1d.ldi: ,muo •
d as na diminuift".iO da res1s1ência 11\tdnka da 1):irtdc cdubr. xiJ:u,h:, romo tamb<m pdo :1.umct1to J;i .&ltvtJ.i.Jc Jc cnum.u
n ucm1>lo do que.: re.llizam as expaMinas, .lS glucanase-s ~ a rnvoMda.s , om a r~u.;5o d<' raJk.t.is livres, .:onh«tdos .:omo
xilogluca,,o tr.msglicosilise llidrol:.1se - XTM(w r Capitulo 8). cspki~s. ~ -ltW.lS de o:oginio. .:u,1 prc.:~Th;.I poJc rt)ull:lr cm
Certamen1e, o increme,uo da aln'ill..tdc de- c.:M.imaJ romo as dJnos cm estrutur.l.~ celul~res. ,orno muu .;ód
AT l'ase$ v;i,cuolard pel().S BR. rcwlu no amnento n.l :ibsorçlo À vis.u dé seu <limo csumubhmo :.obre o .:rcs..:1m,n10 e: ll
de ions e a.;úc;m:i., tc.:ndo como consequfoc111 a n:JU(Ao no pó· d<i.em·ohfo1e-nto rcpr~u1wo, i ,ompu~n.,1\·d qu~ mull.nt<S
itnci:ll hídrico das células. lt\'.lnd0·BS J ab!iorwr mais .igua e, p0ru Jorcs Jt de-lll:iênclJ.> p.1r.1 ,1 '>lllltSI." ou pc:-rupçlo Jt SR
com isso, :.iumcnlM a expansão celubr (\'er Ci1pí1u!o 1), Além .1presentcm f~1,ót1p~ b.asuni..• :ih,n.Jos, .:Onlll o n:i.nhml.\
do aumenló na atWt(l::ide de ATP,lses ,·.tcuol;ues, J. cicp.insâo ,au.s=.iJo.s porahcrn.;.:,o;") ~<ns1,·cb no., pro..<)'>OSJcJi\•LSlo e: uu
ct lular inllut id;i, por RR cslJ assocüd;i. :10 Jumento d<' ~1.Md-'• .1longJ111cnto .:,tub r ( Figura 14.3). nla.> r.uo .1,omr,1nh.1J os
de de :lt)uaporinõ'IS. p1'01d n:is intrrmi:ntbran:iisqu<' ía~111~-'m li também J~ rna.,.ho•<)t1."nh,l.1Jc, fl."n.>meno rroH>~~Jo pdo
entr.:ida di.- âMua. n:u â lul,1), BR tanlbcm ac-d<-rJnt J dtltrcn• Jc~1wohi m tnto .1norma) Jo r.1pc•tw11, pd.l teJu.;:Jo n.l t,JU.Jn •
cl:'1ção de i,:ilcnu \! lloe-mi, pro,c,.,os dcdl'SCll\'0Mn1<ilh.) fun- t1ll.1d1." d, grl o) Je roten < por J c:-1.:110 n.l hber.1ç,10 J e~C<') .ltlih
damentais p.1 1,1 o '1C'~·ml~nw !ongituJin.11. pcin(1pllnwn1.- J J t>1)dt1.:1.J. •
278 Fisiologla Vt<getal

rom p05tOS $:lO importunlcs pnrn o controle <los me,c.anismos


de ,Jcfmt das plantas contra o ataque de in"'to s e i níecçôc$
por fungos r bactérias. Em phm1a.s sofre ndo herbivoria ou
i,,rrcç6cs, os JA ahcram O$ p3drõ(S de exp rc-ssão genétlc.t
de maneira a retardar o crescimento e redirecionar o me-
tabolis mo para n pcoduçilo de compos tos d e defesa e para a
rcparaçlo de lesões. Os )A l3mbém conferen, tolerância aos
estresses nbiôtk os. como ozônio, radiaçlo uhravioletn, ahas
tempccaturu, deficiência hídria1, salinidade., lesões mec:\ni•
case congd amrnto, além de regularem diversos p rocessos
de de,cnvolvimen10, incluindo o alongamento d o sis1ema
radic.ula.r, a germinação de sementes, o desc nvolv·imc n10 dr
estames e t ricomas, o ílorescimento, a acumulação de an -
tod:i.nlnll.$ e a sene$Cincl:l das folhu. Nos ú ltimos JO a nós,
houve um aumento coruidcr.iwl no conhec imento a res peito
desses hormónios vegeiais., especialmente no que diz. rcspe1,
Figura 10 Fenôtipo ôt um mutante duplo rttctiSivo do tomate M.,
crotom (wrf_J/~rlJJ pa~ BR. IC'$p0nsâvel pela c;odificaç3od! rcc:•P10t lo-ao mecanismo de ação r t ra.n sporte.
d! BR - . ~)a ,n~sibdidade resulta em m nismo, folh.u retorcidas
Ccurlyt e b.lnra fert,íld;,,de. lmagem cN:tidas pelo Dr. Uuro E. P. Peres. Via biossintética
Os JA .s.ão sintet izados a partir do ãcido a lfal inolênico. libe•
rado a partir de gabctolipídios das membranas dos cloro•
lmportãncia e-con6mica plastc>s. Conforme mostrado na Figura 14.4, nos pla.stídios
Dh·crsa.s têm sido as possibilld.:ades: de aplicação dos BR na o ácido linoll.nico é uq_uendilmente con\•ertido em ácido
agricultura, Todavia. o cus10 ainda ele~do de sua produção (l3S).hidropr roxioctadeca1rienoico. ácido l 2, 13(S)•epo•
\·cm dificultando. sobre maneira, uma maior abrangência de tioctadccalricnoico e âcido (9S, 13S)- 12-oxo-litoditnoico
su:i uliliução comcrcial. Apesar disso, o aumento na dis• (OPDA) por meio das açõcs da 13-lipo•oxigenase, da a le no
ponibiHdade de formulações comudal.s de BR com preços óxido sint3S(' e d2 aleno óddo ciclasc, rc-spcctivam cnte (ver
ac,ush'cis, produzidas nos Ultimos anos no Japão, o:a Rússia, figura 14.3). O PDA é transportado para os ~rox.issomos.
na 8idorrússi3. n:a C hina e na fndia., tem elevado a pO$$:I• onde é reduzido a âddo 3·c>X0•2· (ds-l'•penttnil), ciclopen•
bilidade do uso comercial desses es1eroides. As.sim, BR 1lm uno • l •Octanoico (OPC •8:0) pela Q PDA redutase. Q PC -8:0
t ido usados com sucnso para elevar, signi6cath,amrnte, o é em!o ath•ado ~ O PC8:0 CoA pela OPC-8:0 CoA l igasc. e
rendiml'nl n d,. u m, :am rb ,,,n,.,1,,,1,. (1,. l:1v,11mu; " " er,in. subsequentemen1eencurtado a âcido jasmônico por meio de
de importância econômica, como trigo. arroz.. milho, aJgo• três reações dr btuoxld:aç3o ca1a.lisadas pela acil-CoA O:<idi.l·
dão, lomate e can a-de-açôcar, Esse- aumento no rendJmento se-, proteína multifundonal e 3·cetoacil -CoA t iolase. O .icido
es:t! associado à cstimulaç.ão do crc.sdmen10 \'egelali\'O, ao jasmOnk o i então exportado para o citoplasma, onde é con•
aumento n;a tolerância a e.xtrcmos de temperat ura e a seca, jugado com isoleucina par., formar o (+)·?· iso •JA•lle bioa•
além d( aum(nto na rn is tência contra doenças. O uso mais tivo, que pode ser it1a1ivad~ ao formar 11-hidroxl•JA•llc, ou
amplo de BR na agricultura deverá contribuir detivamcntc rnctaboJiz.ado a ou1ras formas inalivas via me1llaç.'.io, glicosl·
pan o aumento na disponibilidade de alimentos e, conse• lação ou sulfa1aç.âo.
queniel1ltnte, para a redução da fome, o que é de in1eresse No moment~ são conhecida.s 12 vias me1abôlicas que co11•
especialmente para O$ paíse.s subdesenvolvidos e c-m deseo• vertem o ácido j.1smõnico em compostos olivos e i nath·os:
volvimtnto. algumas dews reações envolvidas origina m compos1os llue
Vale mencionar que. difer-en1t mcnte dos demols titorm6• atua.m cm re:ições especificas de respostas a cs1ress.c ..- ao dc-
nios. esses « leroides \'tge12is tambem aprt se,uam potencial se,wolvimento.
de utilização n::i Arca médica, em razão de sua 3tividode anti• M ecanismos d e a çã o
c:a.nccrigen::i, ant Mral e anti-inílomatória.
Tendo em vista que os rfeítos dos JA pc>dem ser d e-scnca •
deados por diforentes t ipos de estre»es ( me<"ãnico s e bio·
Jasmonatos lógicos). seus mecanismos de ação são relativa nH' 111c corn·
Os ; ssmona.1os (JA), que incluem o ácido ja.smônico e S(US plexo~ Nllo por outra raião, e mboro Stl•S e feitos n.1.s plan•
deriv:adc.~. são hormônio~ vegern.i.s derivados de lipídios c n• tas srJam co11ht<cido$ hi d&ada.s, somente nos l,hlmos 10
contra.dos cm todas as piamos terrícolai, O mrtiljumonato anos foram des<:obcr1os ct<rtos dt'talhes fondam entais sobre
foi inic.i:aJmcnte identificado a partir dl) óleo de pl.11llas dr o funcioname1110 desse grupo de moléculas. En1r..- eles, piu
Jasmim U",mi11um sp.). o que resultou no nome pelo qual .º
cxrmplo, ~~ qut o ãcldo jas mónko n:lo k lig.1 .iv .-..-ccptor
o composto I conhecido, O odor c.ar:ic1eríst ioo das ílorC1 d.: p_ara dar 11uc10 ao seu mecan ismo de ação, nl<h .-o .uninO-'·
jasmim provi m, pnnclp:ilmcn1c. do mi:tilj:asmonato, qut< cid~ conjugado ( + )•7-isojasmonoil•l •iS-Oleuci, 1;,a (J:\ •l k ) o u
funciona como atrativú para poliniu dort'.S, 0-s ,A ~ó en• derivados es1ruturalnientc s.emdhantlºS a JA· llc. A»im, nlo
contrados em todos os órg5os vegetais com pla.s1ídios, F.ss.cs foi Surpre.s;i 3 descoberta de <1uc a JA-llc seja o Jl Smo,utO
Capítuto 1, ,, 8r,u~n~tcrolde-s, Ja1mon.atos. Ácido SJ llc.ílk o e Poll.aminas 279

(,1tores de 1r.1n~crlção como M YC (mydorylo muttt.si.s). A fo,.


Membrana
lfiJ;illll1l®1,ftm m:iç.ão do complt"io JAZ·COl l lev:a fl ubiqu11 ini1.;1çlo das pro-
tefn.u JAZ (modifiuç.io da prottfna por mekt de u deills de
!I """ 1 ubiquilina), <1ue é stgoid;a ptla cl<gr.td.içÃO de JAZ p<lo!I pro-
1eossom01. A degradação de IAZ leva l de:srrpressão J c faiott:s
e:::::::::::COOH de 1ranKfi.ção. que. por sua vw:i.. é ~guid;a pd.a rrprogr.un;iç:âo
Acido eiY.a~·l'd«lco de 1r.anscriÇ'll'J genética. No ,.iso dt lesdo mt'Cli.n1c-.i t' ataque
ooP::c,=~=,-:.._-.-....-i de p.it6gcnos, :i reprogr.amação de cran.scriçlo gtnttiCJ k' Jj
poc mtio de du:i.s ramific.açÕ<'5 de ativadores de tranl<'riç:io.
Em um.1i das t:1mific.1ç~;õ. :1 plant.a rt"\po nde :1 ltsão m«.i.niC.1
ou 3oala<1ut de ht rbfvoros indu1.1ndo a produçlode prutrinas
~ COOH de dd c:sa a.,mo as VSP ( ••rgctatiw storogt pro1r111), v1:;1 f,.to•
Acido 13(S},flidra;,orodin~énioo resd.t 1rnnscriçiio MYC. Na ()ulra r.11mific.1çJo, t'm planl.lS ~

0
!1 Alel'IO o:.ido sinla:s• 1 ;:itaque dt patógcnos ntcrotrôficos, o ,asmoNto age Slntrgjs·
tic.amtnte com () ellll..no. induz.indr, , produç;ão de pro1einas
de defesa. como :i PDF 1.2 (plm1t defi"11sjn 1.2}. via famfüa de
~ COOH ra1orudc tr.'lnscriç:io ,\P2/ERF (11prr,úa2JERF).
ÃQdo 12.13(S)-tpo.ilhallnic::o Al(m da.s duas ramific.-çôn de ativ.adorts Je tran.scriçio
! 1Aleno O.lido dcla5' 1 mencion~d:is. a ligaç;lo de JA•llt ,1 COII p<><1sib1li1a ,1 inte•
r.ição dt JAZ com ou1ros fa1ores dt transcrição, o que pt'r•
,nlle aos JA destmpenha.r p:apéi.s mUh iplos na rcgula("Jo e na
~ COOH integração d e d iversos (",'en1os dt' de,sen volvimen to v<geul.
Acido (9S.13S)-12~10, l~ íllodienoioo (OPOAl alfm das respostas dis plantas a mud:anç.t.s no Jmb1en1t: fi~•
O 11 OflOA tl!dul119e co. Esilm:a-se qu~ ,•árias cent(nas ou algun.s mLlh:ue1 d,.. ge·
,,es 1fm su.i <irpreuão modificad:1 em plantas qu< sofrtr:1m
lesão m« ânic:i, sendo esta moJificaç.io. em mais d.a mc.'t.sJ.e
~ COOH dtss<, genes, :uribuída l atu:içlo de JA. Em pla.n111.s n:1<> $Ub·
Ácielo ~2-{cis•2'-pMtenil),dclopen~l-oeçinoloo (OPC,8.-0 CoA) m(tid:'1$ a es1ttsse. qut' ger:almenle .iprescn1.11m níveis qU1.~t'
11OPCM e..,....) indete<Ci\·tis de JA-11<. as pn) u:inas J:\2 repnm('m as rt(
po.s1as :10s IA.

~ ~ - S - c.A
Efeitos no crescimento e no desenvolvimento
3-oio-2-($-2' .ptMOllll),oclOpe,1'1181'10-l«-.anolOO CoA 0 dcst:n\·olvim('nto dl!' ~ Iam!;'$ J éSSçnctál p.:in a fcrtilidaJ<
l das pi.tinias. ~lulánlei dê pb.n1.1s como Arobulopsis d('fe,C\10•
~ Be1aoiiielaçAo ,. 3 sos n.a biossintde dt IA. o u que supe-rc.:<presum gcnN .a»O•
1
(hidiulse dO j"'5/l'OnOM:oAI d:1Jos :io ,:i1abolismo de JA. ou, aind.1. mulant<.S ddt'1tuO.>(h
o • no mecanismo de aç-.io d(' JA são ma-.'.ho•es1tr(1s .:-m tu.io
J-Y"'--"'- do bloqudo do J <S<nvolvim(nlo do (.lolame du~te a ..n1cs1:.
' l..,.. ..-cooH Ess...s mu1:1ntts ;1prê'$.Cntam fila mcnlOli ;;ur1os, .mlctils 1ndc1s•
Mlli!'S t gr.ios d1: pólen iMl::t\·ds.. :\plic.1çilks i:k fA cm mu•
tantcs Jtfccli\•o.s na s1n1tsc Jews :,ubs!ln..:1.1.> toum .:.lp.H<,.
Flgu,a 14,4 CXagrama d8 via de biot-\intese do àddo ~mõnico, lf'I· Jc rei;taur.u <> d(:,(m·oMment" no,m.tl Jos estam~ embor.1.
cluindo e~trutur,u qyjmi<as e en,.-nu~nvoMdas.
compré,..n$lwlmc,11e. n.io l<nh.im tiJ o (IUJJ-iu<r <l~1h1 n<)1,
nu.11.tntcs Jdkicnt1.'S no lfü-C.anismo Jc pc;-r..:1.-p,;.io Jç IA,
6slologicame1He m:iis ativo., e que :a sua sí111ese, pór meio Os lrkom,1,s pr1.-scn1cs n.1 <p11.!,..rn,,... Jt' .::.iuk> t' fo&h.1., p<0·
da t ni ima JA•lle sin1e1:ue, teprdente o pa.sso uucfal par;i J. lcg<m a,) plan1as contra h1:rbhor1.1, .igmJo .:om,:, ,c'1l~Ol'tS ou
pe rcepção dos JA. ba.rreir.:is. hbotr:inJ o ~·ompo.>>lO> vol.itcu. Em pl.lJ\1.1.> Jc ~lr,d,,.
Plant::is submttid:l.S :t e.strc.s.st'.S reipon<l<m r.tpid:unentr :ios ,lopsis lcsaJ;is mc.::inkJnlc'nl(, os ffi1.'(;lll\SnlOS J(' btO)SllllOC:
JA em quest3o de mimuos. por meio J;1 slnl('S<' de IA•lk. e uu Jc .a,;\() Jc: IA slo prejuJ 1.:.1J~ l<\,1nJo ,1 um blo-iu..-1,l n ..
(\'E'ntualmen1e por detivadus .....mutur,.lmcnl( scrnelh:intes fl1tma.;lo ,lt 11i.:on,_.li i\)liJ.re:..:: .:.tubn.ir,...,..
( F•gur.1 1·1.S). Esses JA e.stimul:lnt dir,..rnn1tnl,.. .. ugaç-l-0 ffilr.: A t'orm..1çfo Jo g.m~h.., c;iultn..r em pl.1111ul..1.~ cSt10LlJ:t)
proteínas do 1i~)(I IAZ (ja.smo11111t :im•domw11) c;.is M.:~plo• ('r()Oi,ld:'l~ 11'\l (")(:UJO p rot.::ge o.> .1p1.:e tellh) Jo .u, ,1,) .iih.'10 ,: J J
rcs COI 1 (coto,mlmi• i,ui•11tiliw J), resultamli) Tl..l to,m.1,,10 ,1,.. noi,o .:.ius.1J1> ~K>r r,1r11.:ul.:i:. J o -.viu. :\ in1b11,'.'m J.1 fo,m.a\lll
corrtceptores que se loC"..alb.::un n<> núdt'O, As prot~irt..l> JAZ Jo gJ.1Kho .:.aulin.Lr pell,1 IA po.>.ic ~,g1u11~Jr ..a '\UJ p r<~lk,J c'nl
são repressores Je tr,ms.:n,;lo qu..-, com ;a wpr~s - um com•• b.u~{~ mw1i, n(li1>,1.,. pl.u1u.....
prl.'SS(lr {1Ut' se lig,1 :i pr.:>ttin_.s JAZ d1MJ ou in,hre,,.m..-111,..., JA <')timubm o .:il11ng.in11.•nt.• ,t._ tibr.si, Jl· .1lgoJ.l.>. () m.tt<·
por m~io dt' um:i pwcdn:i ,1d.11puJor:a conh,...:1Ja ..w10 NINJA ci ..l nul.) 11U('>l.lrtJ.llle p ..r.1.a mJu~1r1.1 ll.'\til. O taw r d< 1r.an1,
(1101•d mtcmc·tor d,: JAZ) -. bloqu,..1:1111 J ali\'l,IJJ.t· 1.k OUln.lS .:r.,;fo GbTLP e-.t uuul.1 ,l b111~i,u1tne J"' IA,: .11,u .1 o:''l:l'h'""""
280 f isiologl.1 Vegetal

Niv.i1 basais de Jasmonatos

~/,e~- -,
, ~ TOPlESS

JA ..
lnlblçao

MYC2 /
tr.11\$(:rieional
lle

G-box
~-- --- 1Gtn.s q.,. nt;pondom aos Jasmona1os
Alivaç.Ao da ~
sint1liz.aç.Ao de
jasmon~t0$
- N INJA _ ,,..,.,,...,. TOPLESS ~
~
pro,.,..,.,.,.
~ 265
u
u '-.__.-,1'
Utiiquiblnaçêo u Degradação
JA ~ u
u
JA
JA u.
JA ,.
JA

.. 9 u
SCF MED2S Mediaclot Alivação
lran&criclonal
JA

JA
JA .... ••
JA

JA
MYC2

Gobox
RNA
Pom

1Genes que respondem a05 jasmonatos


JA

Figura 14.5 Oiagwna s,impllficado do mecat1i:Smo de .çiodos jasmonatos.

de gtnes r<"qu<"ridos para o alongamento de libras e pal'll o o alongamt'nlo de rail:es laicrais, Já com relação n mízcs ;1.d.
controle da qua1idadc destas. \'<'nlícias. os JA Inibem a formação des1as em Ambldopsis, em•
JA <1 tiY.ü11 tt·•AÍPa.¾~ além J e iuJu.ci1cm u eRu.M1 J c H· bora esumulem a formaçao desse upo de raite.s t m tsl;,u;as de
e CI·, ◊ intlw:o de Ca:• e a ath-aç.ão de canais de e.xtrusão de petúnia, irWkando que os JA regulam de maneira diferencia·
K•, resuhando na p<rda de turgor das cêlulas•guarda. com O da a riwgênesc cm di(eren1es espt cics. JA exógenos também
consequente Í<"chamcnto dos <"Stómatos, inibem a ('Xpans:lo dt ootilt'done.s por mtlo da iniblç.lo da
Em irHeraç.õt-s do tipo planta•patógeno, ()$ JA desempe• atividade da ddina CycBl;.2. l~ndo à inibição das d ivisões
nham papel importan te nos m('(anisrnos de ln(ecção. Por celulares, $em afet,u o volume celular. Toda\'ia, inibição da t)!·
exemplo, a bactéria patogênica Puudomm1as s,·ri11gat produ:t 1>ans:lo Ct'lular induzida por fA contribui para a obten~o dc
um m ím íoo do jasmomllo fA, Jle. Esse mimico. conhecido bonsais, plan1as arbórta.s com tamanhos reduz.idos, gl•ralmen-
como coronatina, ali\';1. de manei~ mui10 d icicntc. o me• te alcanç:adQ$ por meio de podas da parte nérea e 1-adicular 01.1
eanismo de> aç--lio dos JA, rt"prírnlndo a acumulaç~o de kldo de 1oquet repetitivos. Em plantas de Ambulopsis. a aplicação
salicilko e comprometendo o sls1ema imunológico da 1>1an1a.
de JA inibe o alongamc-1110 do coleóptiJo e reduz a altura linal
Traba1hos cieruifiros publicados recentemente de1uonstraram
de planlas como de arroz., altm de estimufar ., senescéncia,
que a estra1ég.ia empregada pela P. syrilrgar não é restrila àque•
inibir o llotescimento e te1a.rdar o eíeito inibitório promovido
l:a e~ptde de bactéria, urna ,·e1. que din:nos ptuógenosSC' mos~
n11 gtrmina,ão de semt nles pM ácido nbscisico..
1rar.1m cap:ait$ de 1,rodu1,lr análogos dt JA como t'stratégi;i
para suprimir o s,s1em.a de defesa dos hO$pedeiros. Transporte
A aplicaç:lo de JA Inibe a c.x-pm,são de gene~ tin'(llvldos
com a fotossiniese e com a inibição d:a expr('ssão d:LS pro1eim1s O ge,lt },4TJ codifica para urna proteína da sup<rfa nu li.a
correspondemes, resultando. ao fina l, na diminuição da capa• lrans.portadora ABC, jã C(mhcdda no 1ran.spon e d e auxin:I.S,
cidad(• desse proc:esftO. Jà o tratamento pós-role1a de diversos cilocininas., iddo absds,co c es-1n çofacl(Hl3, cujo papd Í~)i rc •
frutos., como manga. abac.a.x.i t' pê-$.s.tgo, com j11smona~o res1.1lta C('ntem<:me demonstrado 1ambém para us JA. fasa proteín:i
em a1enu.1ção de J~âo por rcsfriarnento. o que 1cm ~•do asso• íu,,dona como u11'1 upor1:ador de dupk1 fun\.ió, Ul• i,cja, e,:•
ciado ao aumen1o da relação <ntfe âcidos gra.xos insaturados/ por1:mdo JA do citosol p.ara o apoplasto. como 1a mb('111 ~10
s.a1urados, Aplicações de JA 1am~m inibem vario~ 1>roC,l'SS~ cilosol para o intc-riordo núdé'O, neste caso o (+ ) •7•1sojas111c)·
envolvido~ no crescimento de 1>lân1Ul.11,, induindo o along:•• noil•l •isole1.1dna (JA, llt'), :a forma ~1uc inkl:i O rm.•cani:.ino d<'
mento de raízes primárias e do hipoco11lu, cmbom t'Stim1.1lem :ação dos JA.
CapíMo 14 ~ Br,n s.1n01ttfOlde-s. J;Mmonatos. Acido S.tncilk o e PoliamJn•s 28'

Impor tância econômica Via bios~intética


Os jasmonatos. com os micronutrientes, s;lo u1ili1:1dos em A produção do AS se inkfa com u,m moJkul~ conhcdd.a CMW'I
produtos come-reiais dr-s1inados a aumtntar a tolerãncia ao corlwna10. por mf.io de J u.1s Yi;;as met;iból)('-,, Jl51lnt.a.c. .t via
calor <' à sec3, estimular o fl orescimento e a formaçifo de fru. do i.sncntí.smal fl (IC) ('" via d.1 íeniJal~nina amõni;;a-li« (FAI.)
tos. além de incremen1ar a absorção de nutriente, em plin1.as (Figura 14.6), A via FA L ut,li7.a ftniJalanína como substr:uo.
cultivadas. ma.( a sua contribt1l<;lío pa~ :1 S.nh.'$t' dC' AS t: r~btiv,mc>ntc>
pequena. cerca de S,t. do 101:1I produ:7.ido: a m.th}( ~ rle. C('tc:;.i
Ácido salicillco de9$,-. orlund, da via IC. f ~pond.,c>I pel.i produçlo Jc (rf.
c:i de 95'.'fi do 101,11dt AS produzido pela.'\ planlÃ'- Na vsa f'AL
Traia-se de um composto fcnólico de pequeno tamanho mo- C$$a tm:im:i C()f'lvtrlt a fond.aJ:i.nina cm .idd o tmru-ciNmico, o
lecular. que dcS<mpenha import.antes funções no slMema de qu;;al. por mt"i0 (lo,;: inttrmffl iid0( :icido QrttJ•Cum.mco ou kJ.
deÍestl das plan1as 30 ataque de um:1 grande ,·arkd;ade dt do benzoico, origina o AS. N.a v,a IC. o comm:uv ecom•tttido
p111ógenos, e nos mecanismos de respostas das plantas aos em isocori.sm,110, que, por sua , .c."L. i com·ertido 1:m AS.
est resses ambientai$. A de$ignaç.io dd do s.nlicnlco (AS) tem
origem no nome cientillco do salgutlro branco. Salix alba, Modo de ação
no q ual o composto foi identllie., do. No caro específico d3.S A proccfo:i NPRI (nori -cxprdWf o/ pathQgenal.l-nWr.-d gt,us
rl-Spostas das plantas contr;a patógenos, o AS ~â enW>M• /} é o receptor para o ,\ S, Em pi.antas nio sub~ ld~ a e,.
do cm múhlplos procc:-.ssos.. incluindo mecanisn,os de defesa lrt:$St - por1an10. não produz,ndo qu•nt1dad<s s,gnih~ 11v.a..(
geneticamente controlados e reslst~ncl:a t is1êmica adquirida de AS - . o domínio tcrmin.1J C de u ~nsah\•;aç;io da NPRI i
(RSA). Além de seus papéis bem conhecidos como molécuLi rtpri.mido ptlo dominio t('rmi nal N BTBJPOZ (brOOII rom-
reguladora de respostas de plantas cm mecanismos de defe- pl~:r. m,m 1mck. bric-a-brn</ POX v1,1d and :inc fingrr). o
sa, o AS desempenha p.ipé-is fundamentais cm diversos pro• que> m:in1ém NPRI em ('.Stado i.natm) (rosa. na Figura H;).
ets.sos fis iológiC:0$, como o alongamento caulin:ar e a aberto• Dois mod tl0$ .ahcm ali\'OS para o m « am,\ntO de ~te<pc.iv
r;a dos estômatos. de AS surgiram recentemente-. No pn m<1ro. do,~ homologoi;

COOH ºXºH 0 OH

e½y ' oÁ
~
cooH-
CM
HOOC X ' ( 'COOH

1y 1~
º
- L
CO,
NH,

- PAL

OH
Acido ai,ismico j OH I Acioo p,eíéntCO II L-6en1lala1W1a 1 1 ÁQdo "'"-""'° 1
/
/ 0
I OH

o H

OH

Acido iscxorismloo kaclo otfO<umano

IPL? AAO •

COOH COOH COOH

l OH BA.2H? OH
l f - - --•
Ácido $.'.lliçlliço Áodo bonzooc:, ( Ácido sa11C1l1CO
282 Fisio logia Vegetal

de NPRl localir~dos no núcleo, NPR3 e NPR4, rtrccbcm AS .sl$1cmas de dcícsa da planla. Pc>r exemplo, como menciona.
e ft'gul:i n, a aeumulação da prol<'ina NPRI. NPIU e NPR4 do .'lntfflormc-nte par.'I o ácido jasmônkf.'t) a coron:itinô'l, um.a
mare:un NPR I p.a.ra degradaçlo \ia $ISlema ubiquitina, res- subst!n<ia pl'<)duz.ida por Pse11domo11m S)•ri11gne. é capai de
p<'Cli\'amcntt, sob alta'-' baixa <Onccnl ra(.lo de AS, Quando a ath'ar a bi0$$lntese de JA e assim suprimir a acu mulação e o
concen1raçio dt AS ê intermcdl!ria, hâ ::icumulaç-.iio de NPRI, m«anismo de :içfto do AS, levando num Incremento na viru-
o qu<' resuha na n:programaç:i<> de t ranscrição controlada por l~nd a do patógeno. Tod:ivia, enquanto patógenos podtm usar
AS. A síntest de AS em concentr.lçõe$ int<'rml!'diâri.u.. que se composlos químicos p:ira anular o sistema de ddcs.a das pla.n-
segue à i.nf«ção por patógcnc,s, resulta na es111biliz.açâo de tas para O seu próprio beneficio, as p13n1as hospedeirns tam-
NPRl.oque le,·a ó acumu1ação da protefn.a.c-m grandes quan- bém podem rtconhtctrNsescompostos e posteric,rmente ali•
t.idad<'S nas proximidades do local de inftcção na folha. No vu rcsposta.sdedcíesa ma.Is fortes para co111ba1er os invasor~
segundo modelo, NPRI percebe AS ,ia cisteina 521/529, por Essas respostas incluem um:i acumu)aç.ão mais r~pida de A~
mcio do me-tal cobre de transiç.\o, o que lnduz. uma :i.lter,.ç.io o que leva ao aumento da rcsish~ncia a doenças. Aplicaçôt$ de
conformacional em NPRI. Essa alteração conform:i donal re- AS afotam não somente a resistlncln ao estrc-s.se biótico (:l$$0-
sulla na des.repre$$3o do dominío de transativação e ath•a~o ciado a patógcno), mas t.un~m a tolerând;i a d iversos 1ip0$
de NPRI ("erde. na fi&'Ura 14.7). A ativaçlo de NPRI at1va a de c,t~.s.scs abióticos. como sec.1, resfriamen10, calor, melais
tr:aru.crição regulada pdo AS. pesados, r.idiaç.iio uhnvioh:1a, salinld:ide e estresse osm61lco.
O AS atua em e,·ent<>s im po.-1antes e d ivc.-sificados do
Importância do ácido salicílico para as plantas des.envoMmcn10 das p1amas. Tra1:unemos com AS mos1ra-
O sistema de deí~ da.s pla ntas pode ser neutralizado por ram-se eíed,·os na t$1imulaçào do along:imcnto caulinar e do
muitos patôg.enos c:iu~dores de doenças. le,•ando-as a uma f1orescimen10, bem como no recardamento do scnesci:ncia e
maior su..\Cetibilidade 110 ataque destes. Fungos e bactérias do fochamento cs1omá1ko. A aplicação de AS, cm altas con•
liberam proteinas n::i.s células hospedeinlS que afetam o me- ccntraçÕC's (1 a 5 mM), resulta na redução da ta.'\:a de íotos-
labolis.mo. o mecanlsn"' de ação do AS, como também u sinte,e, n;a .ilh'idade de rubi.sco e no conteúdo de clorofi.la. J6
inttrações entre o AS e QS JA. AJé:m dessas protcinu, os pató• a a1,lic11ç:io de AS em c-Onc<'ntraçõcs baixas ( 10 µ,M) lev:i ::io
gtnos podem liberar subs1indas que mim<'lizam compostos aumento ,,a 1ax11 de fo1ossín1ese, n.a efi ciência. d e c.1tbOldlação
produzidos pela planta hospedeira de manei~ a intC'rÍerir nos e no con1cúdo de clorc>lila.

A
ST8'
POZ

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POZ

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0/"7'\
~

COnc;enlfaÇâo de AS


Rgur• 14.7 Diigrama ,ep,-es,en1,11ivo ela perc;ep(-'Ode ~S, A. Cmp&ent,u nao sub~c •.id,s a est,~se- po,tanto, Nlo P'oduz.11\do Quantid11des SIIJ•
nlificativa-\ de AS - 0 dor,\inlo 1e1minal C de v anutivaçaodo ,e,éf>!O( NPRI é ,epumido pelo domínio 1e,mina1 N8T8/P02'. o que man1~m NFRI
em e.u.,do in;i tWo 'r,oo..,). NPRI perc.e-l>E AS vi.i ch1eil\a 521/S29, ~ meio do fl?N~c.obre de tranloiç.io, o que lndv.i uma aher-)(,\.0 coofo ,macional
e m NPR1. a qu.l ,,wtu, na desrepnrnã<>dodominio de 1'!n,,,INaÇ-'<>. t na õlNilçao d~NPR1 (Ye,de). B.Oois homólogos de NPR I tocahz;,doS n~
nUclto NPA:3 e NPR4 ~beMAS C rc.-gulam"' ll(uMula,ç•o d 11 p,ottll\a NPfll. NPR) ~ Nf'R" ma,um HPR1 f)ilr,t de9,ad~ç.io vi;, ~i\tema u blqu•·
tin.a,,e~lv;,,ment; , s.ob &ft.a e t,aiQ c.on,enu•çJo cle ~S.Owndo a concentração de A.Sé i11tNmedit.1i,, h.i-'CumulaçAo d,c NPRl,o q ~ ,eS&JtM
n,1 ,ep,ogr,l,/Yla.(.10 de (~KUÇ.\O m edi&dõ f)Ot AS.
Capítulo 14 '> a,assinosteroklt$, JMmrx'l<ltO\. Ácido Sall<íllco e Pol.amfnas 28J

Oivcrsns plan1:1s.. como a nola e cevad.i. qu:mcfo lrJl.tid,u ::i form:.çài:l dos ~rnbrifK.s. VÍ5fn c1ue m ut nntt 11 Sf'Oé'tk ~ ck,-
com AS e posltriormentt submelldas a b11txas 1cmpe1:11urni, fc1lu~M pam a, $1111~ bit~•int(";K1 n.io pmdu:tcm en1bri~,
apresentnr-:im, e,n refação às pl~nlas-con1,olc, mai0<:1tivid~e vi~1/Ci'I, cnq u.anlo t'~ptr min.a I! tcrmoc-spcmu0l1 t'Sláo :as~ia -
de c ni,imas antioxidan1es como supcr6xidodl.~mu1asc e pero• das j tegulaç-l o de respo~ca, ao 0 1rc•<1ic- r: ao Jcwn\'Olvirn~nlo.
xidase. Esse /l\1mento na atividade de em:imas antioxidan1es re'I-J>eCtivamt nrc.
indica que o tratam ento com AS ante$ da exposição J11 pl:.inla Embora n.\ pofü,mina.s. como os hormi,nt()-( vt~.ait.. ~
a b.1i_xa temperatura podt ttr :uenuado os efeitos noci\'OS de .scmpt'f'lhem fonç.-ies rcgula1órl.u wbf"~ o etdeimcnlo t o de
espécies de ox.igi:nio rl!:ltivll.$ (ROS), gend:as duranlc a exposi• stnvolvlmtnlo vtgci.:J, c.s~ coni pr~IOS s.io mcontt".Klos nr-,
ção das plantas a baixas temperaturas. (,rgJn$ vtg:e1·.1i'I- cm concmlf:IÇÔd m uilo w ptriore:c ~que-la.) de
hi)r,n()n tlls 'lt"!,~l:11$. E..~sc aspt-c:to, além do falo de iLS poll:amm:a.s
Importância econõmica w cm fisiologicamt111e afr•'l.." ~ menu: e-m co n«ntDÇões ckva,
<l.\s e 11prt'S('ntarem mccani,;m,o de ação J ifcrt"nlc dí.1'" hormt,.
O emprego de pesticidas sin1é1k o, tem possibililado aumen•
tos considcrãvcis no rendimento e n.a qualidade da.s cole1.as.. ni~ , •cgecais. dt.SCa.rac1erit,'I ~sts compnstos corno horn)Õn10$
Todavia, t?$$e$ compostos gc:r.dmcn1c apresenrnm elev:'lda ,·cgt>t.lis típicos. sendo .as poliamin<LS conside~JM po r ., Jguns
toxicidade, e seu uso pode uc<":»ivo resultar no 11ume1110 da ~uisadores mtn.sagciro<1 hom,ona.&S s«Uncbnos-
resistência do patóg<":no ao pestk ida. Na ag.ricultur11, ahéma• Via biossintétka
tl vam en tc, t.ralamcntos de planras com conetntr:1ÇõeS eleva•
Pu1.rcsdna, ;a p<iliamina mais simples. i sintet"i:7..ad.t ditttamcntc
d::ls dé compostos sintéticos ÍUI\Cio11almtn1c stmd han1es ao
11 partir (b dt;scatboxilaç.io Jo amino.icido omitin.1 ~fa enz1ma
AS, como o ácido 2,6•dldotoi.so11icociniro., ( d( subslin<i:AS
omitina descarboxil.lS( ou indirctamenle. como acoolccc n.u
que estimulam o funclo~rmnto do AS.como o probcnatola.
pl:uuas. por \'\Íri3S etap.lS que e1m,lvt-n1 a dcsca..rbcwbçio do
oontr-ibuem parn o melhoramento do si.$tcm., de def(3:1 d:u
:tmlno3ddo a.rginim, pela enzima arg,.nina de:scarbox.ibsc (fi.
plantas. lornando•as mais efK:itntes contra o 111;,qi>e Je um
gu.rn 14.8). 1\j p<.,liamin:LS ma.is complexas espc-mudina e esprr•
patógc-no. Outr:i ;'lplic:aç;io de import1iru:i-, «.onõmk:a do AS
mim $:io sin1e1l,-.1das a partir da pu1ti:sc1n.1. por mno J.i adi,ç,io
é o tratamento de flore$ de tOrt( com o :'íc:idó. o que multa
~ ncial de grupamentos anun-0prop1I originados ,1 partir dc-
em prolongamento $ignific:ativo no tempo de vida des:s:1.1. Tal
S-;'ldeoos.ilmctionina de.K-.i.rlxuibda. inicL.l.lmc-ntc ~ csprt·
e feito estã relacionado com:
midina e cm St"g\li<b J)ll"/I. es:pcrmin:a. em rrações a.taliz.,clas.
1. lniblçllo da síntese do ctikno. por meio da inibiÇ:io d11 1"($pt:ciin mm 1e, pebs enzimas espermidina simase- é cspmru•
ntlvidade das duas enz.im.ts•chave na biossíntese deste. a na isi.ntast. s.,.,<iel'I06tlmNionin:l deso.rbo.."<ibda e produnda. pda
sintast do ácido l •c:ubox.ilko~l •aminoó dopropano e 11 S,adenos;llmedonin::i de:sc.uboltib.se. cnrim:,H:ha\'t" na biossintt •
oxldase do mesmo :icido (Vt"r Capitulo 13). .se de t"Spennidina e «-Spcnnin.l, J. partir d.J S..tdcnoinlmc1,on1,u.
l. Au m <; nto da uu1bilid.ldc: d;iJ mcmb-tan..!> tdul111~. ,\ S ,,d~o.wUm,rtionin;i d~ a.sat ta.n,b.-m ~ -ub _. proJu
3. E.l ev:.ç;io da atividade d.is t n1.imas calalast e s-uperó,ddo ç:i<>de ecileno p(H" Srtl d~íto :K>br..· a J1spombiJid.t.:k d< S..iclcno-
d ii;mul.'ISt', q ue se constituem cm um dó$ sis1em11s m.1is silmetiooim . pnxursor do -'dclé) 1 a.nltnOCIClopropo.n<>-1 tazbo-
eficientes de protc,ção da.s Cl~Ubs conlr-' e$pédes reativas xilko (ACC}. ,1uc, por sua \'e7~ i o precursor i111i:d~to do <llkno
de Q.dgi nio ( ROS). como 11:0 :> gcr.kl:1$ em g:raOOes quan• (\·cr Capítulo 13), Essa interação mostr-J a ,m~r-r·tfaç:io L'fltn.- o
tidade-s durante a SCl'll'SCCncia da.s Roru. meiabolismo da..~ poU:.unina:s é Jo l1.ikno.
4, Rroução na peroxidaç-.\o de lipidi0$.
Modo de ação
t\s poliaminas J C'kmptnham um pJpd .imbiguu n:» pi.ln•
Poliaminas
1:is, -kj:1atuando ..:omo sequo:--,t raJor Jc radi..:.11s 11\'rcs no nú•
As poli antinas s3o molkulasorgãnica.s pólic:itiônk as de b:1t\':'I cleo, s.::ja como fo nte J c rJ.Ji..:::'ll.s livrcs no apopl.1sto. ToJa,·i..1.
mas..sa molNular com doi.s ou mois srup:une,nto.s ..unin~. F.s• .llê-m do seu p.ipd J u<to como .1.1111011.1\lantc, a.s poliammai.
s.as mol&u las e$1.iO pu:se,ues em todoi. ()$ org;mi:sml'.l$ vivos. agem i;-omo mol«ula.s de: .,in;alil.J \ju. Por -,u.1 n.uureu ..:.it1\).
destmpenh:.mdo pa.pd impol'lllntc na cs111bilida<k de :iddos llk "/1 , d as poJ<m SI." ligar a \lliU$ m-gltiVlll\1.'.'lll( ~;irr~.1J o.\
nucldcos e mcmbr.ma,S, nll l't'gul.lç.\o do 11long11m('ntO. no Jc. J e moll!-culas, únno ad J os nudekos, phl h >lll ob e: lip,,ltos.
se,wolvimento e cm r('$p()$1:t.S o cstinu.11().Sbiótkus< abtótkos. C'.llllSJ.ndo t.1.1110 1 cs1.1b11ita\.io -1u .1n10 ,1 J \'Sc:s1.:ib1h1.,1.;lo Jo
de acordo co,n o número e a. posi~ o Jc»grupamé'1UosJn1ina. DNA. do R.NA. J.:i <rn1u .11m,1 e J,: pro,dn.1s. fu.5J.S intt"tJ.\Ó<S
EMa <lasse dé composto;».. ên,ontrad:, em todo$ l1S ..:o mp.ir• e.xplk.im oséf,•111):; das polt.1111,u.:is n.l rcgu\.1\loJ dt" pro..:<ss.»
tluu.-ntos das c.:-lulas vég<tais. inclui putrcscin:i. c."$J}\'nm,hn.l. ..om1.> J1\'1são, exran~10 < J 1f~·r.:n~i .1\.io .:dul.t,, n-.1 <,t.1bih·
e.spcr min.a. outr,u ;unin:as, :ilém d< v~tlos J,:m•,1.los.. l'ritrdâ• l..'1\ lo d~ m,:mbranJs e .,1n,1lu.J,•Jo ,ctul.:it, n.1 1n.1r1..- ~clutir
1m, cspc:rmMim, e t'S/1C"rt11im1 siio 3~p()}i.lmin.,s m.i.ii- cClmuns rrov.r.1~1., Ja•• ,i.-r,. do p.1p.:I J,•, :-,1)1. 111,11.-cufa) n.l rl-gul.1\lo.l
n.1s piailias \'as.culJrt·s. p1),lcmto i.<t t'n,-on1r.aJ ;i,s sob .1 1orm.1 d.1.ah\ 1d-.1Je J c e111.un.1;:. e n., ;,,lllll"SC L' t un,.lo Jc ,K1Jíh nu
livre, conjug;id:i sohh·d,: l·onjug:i,b insoli,wl. pc1n.'1palnw11 d ckos e pt1tec111.a.s 0:1gur.a l-1.9>.
te em techlos com n.::-.:1mc1110 inr..-nso ou sob n)nJi\Õ\'~ J ,· O ml!Jo , 1,: l un.:lQl'Wftk nto ,b.~ poliamul.u. e, u •rl.un cn
<:11-1ressei.. Al~rn ,k) S....l> poh:imin.,~ lllJ i~ •' llllllUIS, lt'fllk>Cl>per• 1~. J,fl'1cni.- J.1t.tuck d,h h->1111oimo:. -.:gct-'tS. No .:.lMl J t)l.11.'!i,
m ina, u m 1:-õmcru da l'Spcrminll. ll·m :unpl;, distnbuu;l" 1w o , ,st\"n-U ul\1-1u11111.1,pr1>1c,~ ,>111,._ -1uc rcsul.1 qu,b.: h'kl•h ~
rei110 vcge1a1. Polh~Cln.1 e l~lwfm 11.l uu s.111 1·)1.scn,·u u JorJnh· ~·H'llh!l> .1..- ~rcS~lllh'll11.) I.' ..i~-.Cl\\\)l\'lllk:1111), J li;r..Ja 1'Nh.'lll.l.\
284 Aslologia V'9e1al

H,N
''
' ' NH~
ARGAti1
ARGAtf2
P\ltrc$Cina

H
AC01
AC02 I
1 ..,,..... Omi'lina
'
: oco
''
•'

"
NH,

"
H,N '- N' NLP1
1 Agma1ina 1 AJH 1 1 Carb;M'l'IOI Putrescina
f E&permidlna J ~~•~"'~'~""cc..'•-•_, S POS1,2

~
H
H,N
' ' N
N
" '--..,, N --..,

"
NH,

Espe,rmlna
J Espermina
A

Agun 1.":8 D iag ram.- mos.ttcu'ldo u estruturas química, (A) e a via de biouinteH de poli,aminas em pl,mt.u (8). Enlimas: ARGAH. argin.ue,;
ACO, a r91n1,,. descarboJCSla.s~ AIH, agma1in;,, delmlnas.e; NPl.1. N•ca.rbaMOi!put1HCina hidrolase: OCO. omitina descarboxila.se; SPOS 1. sintase dtt
espermkflna,: SPMS, sinta~ deespermif\11.

repressor.as das vias de slruUi.1.ç:lo dQS hormônios (como u


proteinas DEU.A, repre$S01'3S da via de slnalluçiio dn.s gl'be•
rdin.as), pcmibiUta,ldo 3 rt$poSta fisiológic:i carac1etiS,1IC3 do
hormónio. Jã no caso das poU-:imlnas, o sistema ublquh In3 • pto•
H' leossomo. em ve.z de aruat como um si.s1em a d e d1?5repressao,

e •
r.:gula os ni\•ei.s de poliamln:a rui célul3, por meio da degrndação
de proceínas como a espermidln3/e11>ermint1 3ce1lltr:lnsferase.
cnmMda no cuabolismo de poliamlnas.
GJ No caso do sis1ernt1 de defesa oontr.a patógenos, a esperml•
na dl-sempenha pt1pel de mediador na sinalização de defesa.
Essa via de sinaJiuç!o de espermina em oh-c a acumulaç!o
1

de cspcrmlna no apoplt1ttO, a esumulaçao da exprcss~o de


subgrupos c:speciticos de gene-$ associados ao mecanismo de
defesa. como os genes que codfftcam para proteina.s de defesa
cont.r.i p.itógcnos e pro1eí1laS do tipo cinase controladoras de
milosc:-, alt-m de um lipo e5J>«ifico de morte cdulnr progr:'l•
mad.i, conhecido como resposta hi persensit iva➔ E.ssa r<"s.pos1:a
hiptrM:nsiti\'a Cd ispt1radt1 por I IPi produlido cm função da
1
,11th•idadc da poliamina oiddase, locali:tada no apoplas10.

~-..□·•'
1Vac:uolo 1
A presença de poll3minas em as.soclação ao (o1o ssist('ma
PA li, m.ais esped6camc1ue ao complexo coltlOr de luz. é im·
1Cilosol 1 pc>rtant(' tilnto para o ts1abdc:dment(> d.i « trutur.a quanlO
para o funcionamento adequado do a parelho fot ossin1é1ico
dur:u1te a fotoadaptaç.ão e a fo1opro1eç.ão contra o ultri\'io-
Fi9t,ra ,•.9 Diagram a s.mplificado do modelo para o funoonamento Jeta •Beo1.ónio.
de poíiimmn {P-'J ,n M>Ciàdo li reSistfncla contr• o est,ess.e sahno. Em
sltu-(lo ôt! alt• nbn,d.Oc-. o ,fq~tro de Na' p11ta ovacúok> ê crhi•
e.o p,11,a o enabelecimento d11 toler~.nc:ia à salinidade. Eue p,ocesw tmportância fisiológica
requ11 aumento na at1v,dade de con11111,ansporte Na'/ H· de ptO(e l,
As poliaminas d<sempenh;am fun çô('S rcgul:'llória$ em vários
n.t~ de contrattansporte d e cãtlon-H· INMXJ e d1minuiçlo no vau•
ml!flto dt> Na· por meeio d~ una,s de c.i1ions lentos (SV) e r.1pidos proccssos de d(';\('.n\'oMmento, como i1uebrt1 d e dorml'11ci.1
(FVI nao ei~ilít os As PA bloque,am fv e 1ep11me m fo,temente SV. e sencscênd:a, ( mbriogénese, formação de raízes, ;,11n::idu1..:·
A klt)l'1c-1Cpre-ssiode uoudo,t:! de c.âtion ..,.,, uotõr•H· (CAXl t.unb~,11 cimento de frulos, es-1:,biliiaçrio de membranas, sinallz.iç~o
ê <auHda pela .n,blç.áo da s.inte \e de espermina. Entáo. PA e t!lcio
vai:-uola, podem agi, COMO ,egutadores alternawosdos can•~ dC" d · cdular, rnultiplicação celufar, regulação J e cxprcs~u gC:nic.1,
1ion v.c:t10la,. o funoona1nen10 conlinuo de u n.,i~ sele1!V<n pa1o1 K· morte cdulat J)rogramt1da, cs1ruturaç:lio das p::ired cs ceh1lan:~
(VK). pouco u:nsi~ i, .i PA, aument• a e,:t,usào de H', que ~11mula • dos grãos de pólen, além de serem «.>.S.S.C nciais 1>:'ll':a o tksçn\'lll·
abso,çao a1 iv;, deu.•. conmb111ndo p.,,,.
a fecupc:r,,(lO d a ~ • de
vimento de ~ rios e llt' íruhJS cm pl;mtas como t;'lb::ico t 10•
po1âuio induzida pelo csucis~ sal.no (sue esu~ a a e;,.p,es1,ao de
e.anais antiporte úoon-H', que pOdem ,~dum a a11111dode de Fv e SV n.1:1tc. As tctm-Oe-,\f)crm1n;as são fondt1mcnt::iis ~•:ira o d escnvol•
pelo aumen to dO Uloodo C1t0$0I. vuncnto vascular e a forma~o dt célufas ele xilema, t!\'('IIIO)
C,pituto 14 .-, 8Ntulnoueroides, Ja.;mo,Mtos. Acido Sdlldílco e Poliamln,ls 285

críticos para o t1longamcn10. além dt' serem importantt's p:ir:1 Bibliografia


3 prevenção de amadurC<imento precoce t' morlt' de demen•
Ottn,ps,ty DA. Kl"'sig Of. Howd~ thc m1.1hi(1ettcJ ~~t hormimc
tos de vaso do xilcm3. Como vl$.IO an1criormen1e, a:S poli:imi• ~3lkyllc JCtd cQmb:u d1k;i,c u, pJnnu .md !~_, ,mibr m«hJ.
n.'1$ também regulam l'<'spos1as de pl:int:is a C$tft'~es abiôtk os nb11u 1.11ill,cd in hum:in,? BMC B ~ 201,,1., 2)
como seca, Sl'lllnidadc, toxicid.idc de melais ptSados. ~1res.~e Hu3.ng H. l,lu B. 1iu 1.. Song S. J~ \1nOMI<' ª"'°n ln pl.1nt growch
oxidativo. lesão por r~íriamento. ah,1 lcmperatura. cs1rcsse am! dt".,.cf.o,pmt'nL Jour.nal n! E.cp(rlm,rnul Bota.nv lllli.611.,
osm ôtic~ ozônio, radiação uhravioleti e alagamento. 1344)·>9.
Kim TW. WJng ZY, flf'wino<t(roid 1ig1'1.1I 1nn"lf~1100 frf,m R'CC'p•
tor kin.i.s« to 1,.in K11ption (xt.orli plane horlT!Of\õ. A.1111\W Rc•
Importância econômica potencial
'l'icw oí Pl:tnt Bk,logJ. 1010:61.681·104
Em escala global, es1im.11ivas de perdas de cerca de 120 bdh(XS Koo AJ. MetabolMm of the pl»i! l1(1trt\OI\C J;l\mono1itc: , Stflllt:cl (o,
de dólares na igrieultura são atribuld.lsa causas abiôtlca$, SN'I• 1is.~ut Junagc a.nd mastcr rcgul~rot o( SHt''-" 1t->po11k'. Pk)·to•
do uma das m.ais $ig,nilicativ-as o es.1.ressc Mdrico a usa.do tanro d ~ 1nlsU')' R~t"Wt.. l O17; I •)1)
M.uson PH. T,1kalu.\hi T, R,ccard,n A. Molcc\lbr m«han~s 1.100it'r•
pelo excesso quanto pela faha de ~gua. Assim. o destnvoM• l)in!: polyamin<' fun.c1ions i n pb1nu.. fN,)flun• 111 Plu1 Scimo·.
men10 de lavouras mais resis1en1es aos estrc:3scs abióricos. poc 20Ji;8:l•.t
melo, pot exemplo, de cs.1rattgia:s blO<e<:nológic.u, se con~itui• Rh•as•Sln Viccntr M. rbw:rKU 1. S.a.!KflW: .1c.d b~'Orld ckít"ncr· ,u
ria em uma forma elidente de contornar o problema du pm lis role in pllnt grt:IWlh Jtld (kvdopmcnt. Jntima.l ai f-Apt'flmmt.J
c11.usad:t.S por esse tipo de estresse. De fato, o recooht-cim(nlOd,1. 801.iny. 201 1:62:JJ Z1•)3
T\lhhashi T, K:il:t:hl li. Polp m1nô: 11biq1.111ow. pol'\'C.lti<Ot'I.S w,th
impon:\nd a das poliaminas na regula,ç:io de dlWl'$OS pr(I~•
11.niq11t mkJ in growth and i-1,cs.s tC"'pon.sn. Ann.1h aí ik:oiw.
sos lisiológlc0$ le\'OU diversos pesquisadores o manipub re-m as ~I0:105:1·6.
vias mclabólkn.s e de sina1rtaçlo de poliaminas, o que resultou \\'a.stm1.&dt C. Song S lu monitd: bk:ls)'nthot:S.. mc1..bol1sm.. .wJ
em aplkaçô(:s prâtkllS com<> a , cc:lernção do crt.scimcnto e: o sisnJJing by protein.s :ac11,.-a,1ng and rqro..,,ng u ·:1.n.,u1pt100.
::iume-nto da tolerância de plantas a ~ tresscs 11.mblen1als. Tad.t- Jou.mal olE.tp(nm<'nl~I Souny. lOI';,68·1301· 21.
\\\J V. Zhaog O. Chu JY. Bo~k P, \\'ang Y. 8nndlt JO, ,1 Jl Tht Aubt•
vin, a.s :lplicaçõc-s prátic.1s jiob1idns p.1r.i polirunin11.saindaest:io
dopsis N PRI ptot,:u, 1S a tcctp1or for tht pi.mi ddtn1.t' hormont
longe de atingir o potencial prC'<;sto para o uso dessas mol('(;u. ,1lic)·lic K id. C~\I R~poru. l01l. l.6J9·,G.
lólS. a exemplo da mai<>r t<>lerJ.ncia de plant-:is con1ra t.SlrtSStS Zhang K. H3.liu..:hkc-c R. Y1n;1 C, Ln1b CJ. CJ n ~S. )Jltc,.lic A(1J
ll$$0Ciados a mudanças d lmã1k 11.s. ~ produção de plantllS com l·hrd1ox)'IUc regul-110 Anb1dopiü !cai long.cv1cv bv medi
maior capacidade de produção de alimentos, princip.ilmcntc J ung $alicylk :11: u l u1a.boln m. Pmctt'Jmgi ,;,{ thc S.at1C111.il
cm i reas de produ,.ão localiuda.s fora das áreas tt'.\did on:il- Ac-J4cm}' o( )o'.:it net<.s oi eh, Un11eJ S1:uit.., (lj ..\mcno. !013:
mcnte ocup.-d.as pela agriculturJ, do aumcn10 da longe\•ldade, 110:1.iso:. 12.
Zh.a.ng 1.. Zhans F. ~ldotto ~l. Y:10 J. t-le ;!)\'. J.urnor.ltt '-•g:nlhng 1nJ
d::a redução no conteúdo de lignina e1n i n •ores:, o que seria d.: nu nipul111ion bJ pJ lhogtns :u,cl 1.nkt'ts. JournJI oi Ex;l(nmt'nl.i.l
grande interesse para a lndúsuill d(' p.1pd e cdulosc, .a.lérn do 801.i.ny. 20 1i :68:IJH •fS.5.
,1umc-1'1Q do. ptodu~3.o de biom.u.,o. coo, «ni<u:rls1tco.li de::.-j.i Zhu Z. t-".v-r• R. J..-,mvn•I\·:,. bk>utJ1.mg dn.,.,Jt. Jounnl 111 b;,n-1·
V'('is para a produção de biocombusth~is. menta l Rc,,t.iny. l01';.68.1l99•302..

-
Fotomorfogênese
em Plantas
Nidia Majerowia • Lázaro E. P. Peres •
Rogério Falleiros Carvalho

Introdução (mo,'lment<> de organcla.~ c órgllos) e o d~envolvimenlo das


plant;i.s.. des1acandC>•Sc, por exemplo:
A percepç.io de mudanças na radiação ambiental 1em enorme
relevãnda para a maioria dos otganismos procarioto.s a el>CII· 1. OirtçãO (wr CapÍlulos 9 t' L6).
riotos superlotes. Entret:i.nto, ffl3 capu·Jcbde de ptrccbcr era- 2. (ntensidadt (qu:antidade de fótons p0r unidade de Jirc:a ou
ponder à luz é especialmente importante para o,ganlsmos sts- µ.mol fótons m •t).
$eis como as plantas. Para tias, a luz é um recurso o1mblen1al cri- 3. Qualid:ldc (comprimentos de: onda con.s:t1tut1,·os da ra•
tico que provl energia psra a blo.s..~intest de todas ,n moléculas dfaçào).
orgânkis. A limitação de lux oo in1erior de uma comuni<bde ◄ . Pcriodie'id.:ide (fotopcriodo).
vegetal pode acarretar redução do c«-.scimeJUOe da reprodução.
Isso significa que os conltúdos informativos pres<ntcs na
As presSÕt's de scleção impostas pcl.t n«.(s,id:ide das pbntas de
luz podem ser utiJizados ptl:u pl3nlas de muit:a-.s m:arum•,s.
se adaptarem com suce$$0 à luz nmbiental conduz.iram:\ evolu-
lt,·:indo a mudanças de crescimento. forma e reproduç.if). A
ção de mecanismos de fotopcrcep~ nom-elmenteso6sticados.
informação de1ec1ad:t Cutilizada para ot1m1~r o ,rcsdmtn•
(Smith e Whitdam, 1990: Nagy e Schãf,::r. 2002).
10 em "lrtude da luz ambiente. p<rmi1índo que a <Strutura
A luz, como onda ele1rom:ignética, tem ;i 1U-' energia (E)
~xpreu~ p•l::i. fórmul::i, 6 - hd )., lnwn:,~nt< l'f0(-'1(11'(1,l\n,I :io fo1os.sintêtic.i fun cione tficien1e1nen1e .10 longo do cltsen•
comprimento de ond:i. (X) e dire1:imentc a vdocid:,de da lui "olvimen10 (Chory. 1997). A luz u.<rcc <feitos dnm~W:0$
(e = 3 x 101 m s '). cm que l1é a oons1:in1e de Pbnd:. (6,63 x na morfoginc-St' de plántuJas na tr.msiç;io gi:rr111n-ati\":'l o:n•
tO•.M Js); geralmeme, aenerginêt:(pc,:s.sa em nanômclros (nm). tre o de-$tm'Okimen10 he1ero1rófi.co (vida sob o solo) < o
Dessa form.\, se conslder:ida :, luz. do .i.1nb!entt, os $Cr<$ desenvolvimento autotrófico (Figur.1 15.3), .u.sim .:omo n;i
vivos S.10 aptos a p<rceb~-fa 1an10 q,u,ntit3ti\r:L qu.nto qu.i• g<rminação de C<rtos t ipos d< sement<S, no ílor<.sc1111e1U() e
lirntiv.im cnte, desencadeando, em conscqui:nda, umil sêrk n-a formnçdo de õrgios de reserv.l (Chory. t99i : KenJm .k c-
de proc«s0s biológicos., pro1agonh;:ulo1, pd.a. íai;ca do e1p«· Kronenberg, L994).
lro lumlooso <om11ree11dldo entre os comprimcnlOlo de onda A prr<~pç::lo do sin:al lummoso requer qu..: i luz. $<'1;a ;ib•
correspondentes à lui :i.iul, mais energé1lca. e ao ver1nelho, so n '1<l.a < se tome focoquimkamcnie :uiva, o (,\Uo: é ctem:iJo
menos energética. Entrctilnto. i:omprimentOS de ond:i muito pelos / otof'r'«~pror4 o u pigm.:11101, cspeci.1lizaJo.s.. A J bsor~lo
c urtos. co1no do UV, ou muilo longos,coinodo wrmelhó,,lis• i<leliv-.a. Jos J iicrcntes comptu)l,:n tin de ond;a fat. .;:om que o
lante, descnc.1dci.1m impoctantcs resposus biológicas.. CorM fo1orrecep1or ~lei.a" o conteUdo infonnativo .::om!Jo n.1 luz e
cxempl~ na Figur.1 1S.I silo moslr:idos alguns dos t\'(ntos o tr,1,r uform..- cm unu .,,;io pnm .ma no m1erK'lr Jas o.:elul.u.
controlados pela qualidade lumlnos.1. a qual é per.:ebid..a por A,-. 1omar•k 1b10,1u1micam..-n1c .111, 0. () fo1orrecep,ior dt'.W'n•
vários foto rr<o.<ptores das plantas. C,Hl.:i.1 um..1 .:JSl.'.J ta de i \'<'llh)s bioquunkos. .1 JcnominaJ a ,·•a
Oess.i forma, .-s pfanu s pod<m perceber pc,qucri.1s \ ,U i .l• de transJ u\lo (lrJ1bm1ss.io> J~ ~1n..us qu<. em ult1m:a m~:!n•
ç/ies na qu:intid.,dc de lut (gradi<ntes lunm'1osos). bem como d .1, k\ 3 ;!$ re.s-pllSt..lS nlil:'lbolt,as (' J c déSimOh 1m,:I\I().
J iforcnças su1is n.1 composição csp..-ctrJ\. e :issim dcto:.:1.1r se A nu ior p.H1< da$ rx-~pos14 it,1omorfo~êni.:a.s J;b pl.1nt!b
estão $-Ombceadas, sob luz sol::ir into:ri.)a oo,<nllo.op<no,h-.J o ,·JSCul,m:ll> p.1re~.: ser ú)11trol..1d,.1 por mo:,o ,!e -tu,uro .:la,..,dJ,:
d io, ~e manhã ou 1:u-Jt. A lut J:, porl:rn10. um >lfl1d ,1111fno:111.il, io1om:.:t'p1ore.s (N,1gy <' S.:h.110:r, 1002):
c u1.1 percepção des-cn~.t,lci,1 mud.1nç.1, no mo:ubolismo o: 1)0
d t.s..-,wol\'lmcnto das pb1u:is, J\ Fisur.,1 15. .? trJ\J um ,11udro Filí>O:-r1.Hnos: ..1bs,,n l'1U pnn~1p,1hni:nt< o .. ompr1111.•n111 Jt-
Jas .,çôe" bloh)Sk.is da lu1.can pb.nl3.s, sem 1nduir $e11> o:fr~1~ lut wnndho 11:1;0 a t,SU nm) e J c \Ctmdho·.:·rn,~,n.-. t'.' 10
sobre~, fotv.s,sí,uese. l'r.itk a.nk'll!t 1od11i as \~.,1r.t.:tcrot1.:as hst• •' :'-10 um>, roJcnJ o, ni..:lusl\~, .,h~un<r .i. llLl .azul (-l.!5 .1
cas d ,1 , ,1d1.i,ãv arnbk n1,1l pod,•m 1\)0,htk..1r 1,1 .:,:,mp1.1rt.u11emo •l',lOmnl.
288 Fisiologia Vegetal

2. riptocromos: têm pico máxi mos de absorção no azul das folhas primárias, desenvolvimento radicular, atividade da
(425 a 490 n111) e na banda do UVA - ultravioleta A (ce rca gema apical e dos meri ste mas intercalares (p. ex., milho), di-
de 320 a 400 nm) . fe renciação dos cloroplastos, síntese de proteínas e pigmentos
3. U\' rcsistcncc lorns 8 (UVR8): fotorreceplores de lu z na fotossintéticos, biossíntese de compostos do metabolismo e-
banda do VVI3 (280 a 3 15 11111) . cundário co mo antocia ninas e moléculas precursoras da sín-
4. Fotolropinas: absorvem principalmente luz azul (400 a 500 te e de ligninas, necessárias à formação dos vasos do xilerna ?
11111) - são associadas ao foto tropismo. das fibras , ambos indispe nsáve is à sustentação.
O processo pelo qual o escuro controla o crescimento e
O fito cro111os e os criptocromos são os principai s respon -
sáveis pela maior pa rte dos processos fotomorfogênicos nas o desenvolvimento das plantas é denomin ado escotornor-
plantas. Na Fi gura 15.3 , é mostrada a multiplicidad e de res- fogê nese, durante o qual as plântulas se tornam estioladas,
postas controladas pela luz durante o estabeleci mento das aprese ntando, em geral, caul es muito alongados e fracos,
plántulas. O alongamento do hipocótilo e do coleóptilo é rá- ausência de clorofila, folhas e cotilédones não expandidos,
pido no escuro e praticamente inibido pela luz. Também na e manutenção do gancho apical fechado nas dicotiledôneas
luz, há abertura do ga ncho apical , expan ão dos cotilédones e (Figura 15.3) . Também, são designadas estioladas as plantas

PHY

º c·····-·- ,m 800
~
i······ ►[ phyA
phyB
) PHY
Gem11nação de sementes

Inibição do alongamento
\. [
i
phyC
phyD
CRY do hl pocólllo

l phyE
]!rt --'---P'--'-HY'---► Resposlas ao sombreamen10
i

!
1

l
t[~~1
FKF2
[cry1
PHY, ZTL
CRY
L Florescimento

!
..
cry2
[phot1 r?u PHOT
Fototropismo
phol2 _ [ _~PHY
Acurnulo t..· coripc.•s:c:,
- UVRS
- 280 nm feno11to,

Figura 15.1 Controle da luz sobre as respostas de desenvolvimento das plantas. Os fotorreceptores permitem que as plantas percebam a quali-
dade da luz desde os comprimentos de onda mais curtos até os mais longos do espectro luminoso. Para tanto, dispõem de um aparato de dife-
rentes tipos de receptores não clorofillanos, como os fitocromos (Phy, mais conhecidos), os crlptocromos (cry), as fototropinas (phot) e os até agora
chamados de zelclupes (ZLTI, ainda pouco conhecidos e representativos de uma família de moléculas que podem perceber a luz ultravioleta - UVB
(UVRB). Adaptada de Fankhauser (s.d.).

Luz

Desenvolvimento Não desenvolvimento Desenvolvimento Desenvolvimento

[Fototropismo J Fotonastlas ) [ Fotomorfogênese ) [ Fotoperiodismo J


Figura 15,2 ~ários fenómenos fisiológ icos da~ plantas são controlados pela luz. Muitos deles dependem das ro riedades físicas da luz incidenl"-
como a direçao, a qualidade espectral e a periodicidade. P P
C•pftu1o 1S ., Fo1omo,fogêrteSot" , m Pl.tnt.ts 289

Figu,~ 15.3 Pltm1ul.H de pt<pino(Cui:INIM1tinYVs;A e Bl e demillo tlNmayJ; Ce OI Sd,as apõ,, 1nic10 da gc,m~ ao ttMbd>içào l As p&ir1t1.11is
â 11":SQUl!rd,1 (A e CI for11m m;Jlllid.» nQll"\CLWO..t as da dl1e11a (Be O) critKtr,tm em presença dt< kll. Oe modo gf'fõlt plilt11ults c~wdas /'IOest:uro,
dtnominad.ls es1iolOO.s. s.io esbr.lnquiçadu l!oemdoron\H), •lon~!Hs (cresómemo longitlldinat acelerJdol e fragi'ls ln.io formam ilbrnl. ap,e•
sentando siSINn,1 r,1d1w&ar reduzido em comp.11.s(Jo com as pl~tu&.s m,)l'ltldas sob ilum,n,1,çjo_ 0.fe.e-ntcmenu.• d~ pl!in1v1.ts d;e tn1iho !mono•
cotilC<I011ea,) crescidas nocta,o. qtJan6o no escuro elas apresemam mesocot,k>ecoleóplilQ,t,long~do" ~ ntet'\do ,n folhas prim011,1,, ~tvoud.o,
no intetiOf do cOleópcib. Pl.itllulas de pe,:,lno (dKotiledooea) manudasno escu,ro ap,e-sm1.vn hipocô11lo ~ do. g.:,11cho olumul~, ft<:h.)do ;r
folh,1s p,im,iflas n.ioexp.,ndidas e,n coouaue com_., pllntulas cres<ldasem amblt1\lt iluminado.

crtscldas cm anibk nl<S con1 Junitaçio J< lul, 35 q uais ori• a d.:\'iJ.i lt<.'11\?o Jos .:h'.tlh~t.LS, n1,11s n01 -:iJ ,1111(n lc: ,lc H,m c
gina.n1 caules mais longos< menos r.lmifi cados q ue q u.ando ,\lcAli.:-tc:r, Ambo~ for,1m ,,:,;, prim.:uu:, ,1 J tmon}tr-.u quc ~..-
<rcscida.s sob luz solar d ireta. nw1lll'li J,: .allJ.:o: (Lu 11,m .:,uw11 ._..., C r,m,l R1ipt,b.) g.:rnun.a.
\dlll bcm m.1h -1uan.lo 1rr.:iJ1.l,f.h .:om !ui \',:nnd h.t (\'), ,1u.:
Fitocromo e controle do desenvolvimento •111..1nJo n.a r r1.-s~n,.1 J..- lu.c \ crnwlh,1-cxu..-m.1 l \'EI. :-.ub .l -!u.i.l
J gcrmin.1, Jo c:ra 1n1b1J.:i.
Descoben a do fitocroino .r\ comprl·..-11~.io J<> r .ird J .1 luz 11<1 J ..-wnH1l\lm..-nt11 ,ti~
Amd:i q ue os l•f..-11os bcnilkos 1.IJ. h 1i S(ltm:o .:t ..-1'in1<nlo J.i~ pi.HILi~ r roi;rcJm, r.1r1J .1m,:111t·, .i pJ.rllr J,1 J l.'d,l .1 Jc" l'iSCI
planrni. fos).t:lll ~ coulwrnlos d es1.k o s1.~ ul,o JS, foi. rw çn• ú >1ll o~..-\luJo:, pu.in.:1w;; .:1111J uz1J11) r etu h,)liluco H..\ . Bot
131110, na d t,;:ad a 1.ll' t 9JIJ q ul· 1.-si.t: ;1..sunto 11J.i.,;ou .a r..-.:..-1>..-r ,1
th,, 1,L, ltlt<.t l ~ Ulllll ~II ~.13. t-l1;"nJ t1~ l.:~ ,t .,,1,, \\X_\f"\' 0 1> clc!IOS
290 Fisiologia Vegetal

de diíer-entl'S comprimentos de onda. do ('Spectro luminoso v..-rmdho-cxtremo (730 nm), qu;mdo o fit oe:ro mo for-ma VE
sobfl' fenómenos fisiológicos - C'Sptttn, de llç,10 -. como a ger- ( F~"t"). fun língua inglesa, a fonni Fv do füocromo é abre\'ia-
minaçâ('I de l-C'mcntes fotobl:istkas positivas de alface, o alo 1, . da pa.r.t Pr (mi pl,ytocl1mme), e a forma Fve par~ Pír (/~r-,ro
sarnento caulinar de trvilha e o controle fotoptrlódico do Ro- pl1ytod1rome). A parlir dos seus r-esul1ados- expenmenta1.s, cs•
rcsdmento. Por meio do espectro dC' ação. pode•St aquilatar ses autores propuseram tambêm que o fitocromo de,·cria ser
como cada comprimento dC' onda aíe1a, qunntilatl\'amcnte, sintctiz.ado no escuro n3 forma Fv. A forma fislologic.amn 11,
tsscs t\·C'ntos fotobiológicos. Esse estudo íoi possível graças ativn do fitocromo $<'Ti3 a forma Fvc, quimicamente mui10
ao cmpl"<'go de um cspec1rógr-.afo. um ~quipamcn10 que pro• instávd, a qual, no escurOi. reverteria para a forma F\' por ren.
jet:w:1 cm uma grande d mara escur.i um csp1..-ctro lu,ninoso ções bioquimicas independentes de luz ( Figura 15.S).
dt 1 m, comprtendendo a banda COIT('spondente à luz vlole--
1a (comprimentos de onda curtos) até a luz vtrmelha-1.'>:trtm.'I Fitocromo I Uma familia gênica
(comprimentos de onda longos: Lllb<>uriau, 1983).
Até recentemente. o 6t<>cmmo era considerado u m fotom:•
Graças à pr«isão oforedda por cs.sa condição txpc-rimental, cep1or ôn leo. com propriedades rclnti\'nmente parecidas- cm
foi possí\·d observar que o espectro de ação era o mesmo para todas as- p,tantas e s-ob toda.s ai; condições. Contudo, sabt-M
os trk eventos tisiolôgicos « tudados, com pkos no \'érmdho
hoje que as plan1as V3$Cu1ar('s, assim como as plantas iníerio-
(V) - comprimento de ond.a de 660 nm .. e no vermelho,.ex-
res, incluindo as alga$, apresentam \'ários genes para esse tipo
1remo. também chamado de ,·c-rmelho•dlstante (VE) - com•
de fotorreceptor. Es1udos moleculares têm demonstrado que
primento de onda de 730 nm, Ver a seguir. 0$ rl'$uhados iné• -a w a parte polipep(idica (proteica) i codificada por uma fa.
ditos cnt.io obtidos IM•nran, Borthwick e Hendricks a propor milia de genes. Em Arabidopsis thQ/iamr, foram identificados
que~ trk importante$ e- diferentes fenômenos fisiológicos dnco gc-ne.s, designados por PlayA., P/ryB. Pl,yC, Pl,yD e PhyE.
seriam controlados por um único pigmento ío1orrecep1or. Pesquisas com mutan1cs fotomoríogénicC>S e pl:i.ntas tr.msgê•
Não apenas isso. Esses nutort$ constatariam ainda outro nicas têm indicado que os ,milciplos tipos de fitoct0mos po,
evento extraordinário controlado pela luz \·ermd ha: a /o• dem apresenur funções íou)ssensorlals e- lislológkas dls1intas.
torrevi:°rsibilidadc, ou seja, os e.íeltos desenco.deados pela luz De acordo com esses estudos, o titocromo A (phyA), de modo
\'crmdh:a podiam ser rc,·e-rtidos pel3 irradiação com vtnne- caracteristico. acumula no escuro e desaparece, rapidamente,
lho-<>.tre-mo e, vice-versa, prc,·aJecendo, em qunlquer um:i no daro: alem disso, parece ter como pape) primário :i foto•
das respostas estudadas. aquela desencadeada pelo último percepÇão em plintulu n<w.1s e ainda estiola.das, que crescem
comprimento de onda aplicado. íal fenômeno jamais havia em co1nunidades vegeuis sombreadas, ondt prtdomina o
sido descrito na biologia. vermelho•eX1rtrno. O fitocromo ph yA é tipicamente instà\'d
Os dados apresentados na 1à bda 15.1 e na Figura 15.4 ilus• na presença de hn. p<>dendo sua prote-in,1 ser deg.r:id3da, ra•
tramo m«anismo de controle da fotorrtversibilidade. Na Fi· pidamen1e, por um pulso de lui saturnnte (figura 15.6). Os
gun. J S.4, as sementes de- alface foram embebtdu no escuro niv('i~ dt> ph)' B E, p or :a,o vez., $lo extN!mamcnlc t cd,.n;idc>l
duranle 3 h antes de serem submt1idas a uma exposição de I tanto no claro quanto no escuro, a ponto de difi cultar o s eslu•
min â irradiação com luz , ~rmclh a e 4 min com luz n:rme• dos C$pt(troscópicose imunoquimicos in vivo. O fitocromo O
lho--extttma, ou altcrnànci.á$ sucessivas e imediatas com V e (ph)•O) pare« exerc(r um papel fotossensoria l na inicil'lçlo do
VE; depois disso, as stmenle$ for:1m recondu:tidas ao escuro. deses1iolame1no t rri condição luminosa, be m como na ind u·
Apó$ 48 h, o número dt seme-mes germinadas de- cada gr.upo çào de respostas de tS~p< (estiolamento) ao sombreamc:1110
ÍQ! contado. Conforme $t obse-n ·a na f igura I S.4 , a germma• em plantas (Quail, 1994; Nagy e Sch ãfer, 2002).
çio f promo,'lda pela lui V e inibida p('la lui VE.
O conjunto desse$ resultados condu:i:iu Borthwick e He-n· Propriedades físico-químicas
dricks a proporem a tx.ist~ncia de um pigmento até então des-
conhecido, ao qual denominaram fitocromo. Esse pigmcnt~
Amolécula do fitocromo
até e11tão hipotético. deveria existir e fu ncionar sob duas for- Os f:ilocromos .são protefo as plgnu:ntadas e solú\"Cis, ~orn
ma.s: uma com pico de absorção no \·ermdho (660 nm), quan• .:tprox.irn:idamentc- 12S kD (kHodihons). Em soluções co n, en •
do o fitocromo form a V (Fv). e Ol11ta com píoo drabsorçilo no 1r·adas desse Í◊I Orrccep1or, a forma f v tem uma coloraç.io azu·
fada, enquan10 a forma Fve se aprtscnla rswrd..-ada. As molé-·
cuias de titoc.roino são dimeros proteico s ( Figura 15.7). Cad.1
Tabei,a 1 s 1 Fotou eve,slbelld;Kh~V•Vf. d.t9ermanc1c;i o dt> sementn de subunidade comém um a omóforo, que st' lig,1 cov~J(-,ucmente
a!f"ce. à pro1d nn Phy (apoprotef,,a ), O cromóforo C um 1e-1rapinvl
'it> GcrrníRlçlo (20-C) de cadeia aberta de1)0fninado fitocromobilina (f.igur.'I 15.S).
V
,. Juntos, a apopro1eina e ~u crornôforo form.uu a l,oloprotti·
11t1 {Chorr, 1997). Em Amhidopsir, t..lnto as apoprotd nas Ph)'
V, VE
V, VE,V
•,. A·Equanto o respeclivo cromóforo são codificados p(ll' g.:nts
nuclearts, sendo rste iintcliudo em uma via mc1.1bólka dos
V, VE,V, VE
V, VE, V,Vt V ,.

,,
dol'o ptas1ó.s (l:igura 15.9).
As proprie.;ladcs luliQs das n1olkulas <lc Íl1tlcrcum1 n:sul·
tam da inter:-i\Iao compfo:;a C'nlrt O cromóforo e .i ,1popro1d·
V. VE., V, Vl V. VE
ronu,-llo01hwlc.kN ot.ll~•J na. A fotoco.nver,1,,iio l'llt1e as fo,•n1;1s fv e Fve eslâ ,1,1,,soc1.t,la
Capítulo JS ,o fotomorfogéneSI! fm Plantifs 29 J

Figura 1 S,4 Sementes f()(oblãsti<as poii!;-.~ g"minllm .ipô\ mebertm um pulso (1 mln) dt lul dt comprimtt'ltO de ond., veffl'l~ho (VI, lnt
t ftito pode ser 11!\tt rtidost, tm seguida, ,n mtsm.Js semtntes k:lrt m l11;1di11d.~ •lgunsmlnutos CQffl luz de comp,il'Mfttodt onda vtr!'Mlhc>~
Iremo (VE). Qua ndo tr.at11m~tos 111tem.1dos de lutV t VE são c1plbdos sobre .n ~mentes,-1 re1pos1a obWf'Yilda ~rà dettrmln,>d.t peolo últimO
comprim1tnto dt ondc1 irrc1dl.1do sob(e u sementes. As emuturas branc--,s obS4!rv11d:n nas lo1ogt1fün s.io rab:~ formadas t m dt<o«ênci., do
processo de gtrmlnaç3o tm cuno após lrr~.ao c«I\ lul v.

Respostas de
cese n-.clvimen10

Figur<l 1 S.5 As duas formas fotorrfYersiw:i\ do fitOCIOmo. fv e fvct. sio correlac:ionadas com a induço\O de respems merabohc-1s e de desenvo111..
mento. A totoconvmâo da for~ do fitocromo fll a f w é lnduzks. po1compfimento de onda no vermelho (VI e por luz azul. ta r~rsão de f \/E'
a fv ê fnduzid• por comprimento de- onda noWtMeltlo~emo lvtl t 1.wnbém pelo esev<o.

Gemwiaçao óe sementes
A. v. VE - lnduçtocle noresomento
Oesen11otwvneMO de do(ootastos

'---.__.,,/ l ~ cresc1meniooolli~

""'"'º
no t!'SO.lro ()estruiÇêo

A, V G.!1m1n.i~o oe semetttl!eS

VE
,,.. N.:.deo--• Expansao c1-e c:oütoon.is
Oes.:cnvol1;1men10 de doroc,l.lSIOS

l'---.__.,,/ Re11etsao
1nduçJO de 11oresorn.n10
Cresc.n:en'.o do h11>0colilo

Geur11t1açao no escuro
de semont.es
292 Fisiologia Vegetal

N a mudanças conformacionais na estrutura do crom ,foro


(Chory, 1997). Após absorção de luz, o cromóforo Fv passa
por isomerização cis-trnns na dupla-ligação entre os carbono!
~ 15 e 16 e uma rotação da ligação simples Cl4-CI S. As mu.
o
?q;. danças conformacionais do cromóforo, promovidas pela luz
g_ '
o 1 alteram a conformação da proteína Phy e, ao mesmo temp;
modificam as propriedades espectrofotométricas da molécula
) do fitocromo.

Propriedades espectrorrad iom étricas


( Quando na ausência de luz, os tecidos sintetizam fit ocromos
1 na forma Fv. Enquanto a forma Fv tem pico de absorção má-
\ xima em 660 nm , a forma Fve o faz em 730 nm (Figura 15.10).
ln vivo ou in vitro, ao ser irradiada com luz vermelha (660
nm), a maior parte das moléculas do fitocromo é convertida
c c em forma Fve (ver Figuras 15.5 e 15.1O) . No entanto, como
Figura 15.7 Estrutura do fitocromo formado por um dfmero proteico. as moléculas de Fve são capazes também de absorver, ainda
Cada subun idade proteica se liga a um cromóforo. que com menor eficiência, a luz vermelha, parte delas retorna
para a forma Fv (Figura 15.11 ). Por esse motivo, em presença
de luz vermelha saturante, a forma Fve compreende, no máxi-
mo, 85% do total das moléculas de fitocromo. Contudo, após
serem irradiadas com vermelho-extremo saturante (730 nm),
moléculas de fitocromo na forma Fve são convertidas na for-
ma Fv. O fotoequilíbrio estabelecido, entretanto, é de 97% de
moléculas na forma Fv e 3% na Fve. Isso porque Fv também
pode absorver comprimentos de onda VE e ser convertida na
forma Fve (Labouriau, 1983). Nota-se que Fv absorve pouco
a radiação VE (Figura 15.11). Em síntese, as reações rever-
Figu ra 15.8 O cromóforo do fitocromo é uma cadeia tetrapirróllca síveis promovidas pelos comprimentos de onda V/VE geram
aberta. dois grupos de fitocromos distintos em suas propriedades es-
pectrofotométricas e fisiológicas: um grupo é sintetizado no
escuro na forma Fv, enquanto o outro (Fve) depende das ca-
Núcleo racterísticas da radiação ambiental.
Citoplasma

I
Genes cromóforos - o.,. :.,.- - - - - ~
Plaslldlo

Genes
fitomóforo 0,8

-~ 0,6
e
,ro

Apoprotelna D Cromóforo e-o


(/)

~ 0,4
~
(9 ~ 0,2
VE
FV

400 soo 600 700 800


Comprimento de onda (nm)
Respostas
Figura 15.1 O Espectros de absorção do fitocromo phyA nas formas
Figura 15.9 As subunidades proteicas dos fi tocromos (apoprotefnas) Fv e Fve. A forma Fv tem pico em luz V (660 nm) e a Fve em luz VE
são codificadas por genes nucleares e sintetizadas no citoplasma. O (730 nm). Aforma Fv também absorve um pouco na faixa do VE, e Fve
cromóforo é sintetizado no Interior dos cloroplastos e transportado absorve significativamente na faixa do V. Note que, além da faixa do
para o citoplasma. A ligação entre as apoprotefnas e o cromóforo for- vermelho, as formas de fitocromo tem picos de absorção na faixa do
ma moléculas ativas de fitocromos (holoprotefnas). azul (320 a 400 nm) e ultravioleta (280 nm).
úpltuto 1S ,o. F'otomorfogfMW em Pt,n11s 193

~ --·-····--•,,i

l
1 _... 1
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oi ,,,,.,. 1 , ..,,,.,, 1, ,.,,,..,.,
1S% j◄,.....................{ ~ C!!D ---··- ·•up
~ 1"""" 1
Rgu~ 1 $.11 lnttt"a(lo tntrt nufnót e comp,lmento de onda da lonte h.iminow n.,s mpost.11s ao flltoaomo. Em p&an~ (tt'Kídas wb ha - a
lttad1ação .witur.1nte com luzV-. a forrN Fv do frtoc:,omo trc,o 8 lphyev> abSOtV'fQ lw Ve se co1Wfftfrj na fo,,na .cha (phyft\l'->. ComudO. a ~
phyttlle (Fve) t.Mnbbn abSOtYe um pouco de lutV ('.ltr figurt IS.9►, converttndo-se nov.tmMtt em phy8v. Ho equilibtiO fotoe-:st.KioniriO. \Ob luz
V, 85' de phyB es1arao na form. atN1, o que f wl\cientt p..-. in&ltir ttil)Ostas de blixa fluitl'Klil {119f). Oo mesmo modO, em pl,\nt\bs Ctt1<id.s
no escuro. ap<rs sati.:t<io comVE. phyA nt.-rli cem 9Ndt su» molkuras na forma Ndva fv(phyA11> e somente 3"' na foftti.a atM F~ lpt,.y;iYf).
COtltudO. tsw quanbdad;e de phyA athio t mais qt,at $!Ade'"- para indl.llit resposta de fluincil muito b,hca (RFMB).

Localização e expres.são dos fitocromos na planta de O°'ncia• muito baixa (RFMB), rt$poSta.\ de oo.ixa Ouê'nci:a
(RBF) e rcsposlasdc irr3diinda.1l1a (RIA). Du:udclas, RFMB
Estudos ln vivo sobre a k>c:alização dos füoc:rotn~ em plan•
e RIA, sio mediadas por phyA. Entretanto. RBF ~ mediada
las tra.ns~nlas por indo de 1knlcu de esptt1rofotomrtria.
por phyB e. em muitos casos. por outros filocromos difcrt"ntes
imunocitoquímka e h1$toquJmlca regi.suaram sua maior
dtphyA.
oco.rrên da nas regiões apicais de crtScimento ittvO. como os A RFMB inieiaemO, l nmoLm·st e satura em SO tunoLm•:.
mer-lttemas e as regiões suba.picais (tOOil de ak>ngamento) dt:
Es.,a pequena quantidade de 11.a V converte r:nen<>s que 0.021'
caules e raízes.
do fitoc:romo total (phyA) em fV<". Como visto .1n1enormen•
A don.agem dos genes Phy tem pos.síbilltado um maior
te. em virtude do fato de a forma i.nativ.ti do fi1ocroo,o (Fv)
entendimento a respeito de sua expreulo lndividual em dife-
tambf'm .1bsor\·er um pouco de VE e se tornar ativa. mts•
rentes tecidos. Somer, e Qual! ( 1995) estudaram o pa,dl"ào dt ,no~ wtur•,;.lo de VC, h•~r,i .)'6- de Fn-. ~ • pc"lucn.
expressão temporal e e$pad:tl dos genes PhyA e Phy8 em pb.n·
qu:intid:M:ie de lilocromo ativo i bem maior que os 0.02" ne•
tas transgênicas de. Arabidopsis, desde o estAglo de semente
cessirtos pua induz.ir RFMB. t jw.tamen1e por isso que, ao
att a planta e.m fase rcproduth•a. As pbnu.s foram transfor•
contiirlo de RBF. ~ R.FMB não .ip~nta a c.lâssica rn·t'T'Sio
madas com 1,~cs modificados que continham os pr0m0tom
porVE(\'e.rFigura IS.li).
de PhyA e PhyB associados ao gtn,e-rtpôrtcr GVS. Esse g,tne.
A RBF é a resposta dásslc:a d.e füocromo ind1.1%ida por V e
artificial somente se upress:1 qUffldo os promotores de PhyA
~rtlcb por VE. como ocorre na germln:tç.lo dt' $emtnlt$ de
e. PhyB s.ão :uivados por sinais ambientai! ou endôgcnos con•
:ilfxe. ~ tipo de ~Sta. rcquc.-r um minimo de tluhida ~ t
troladorcs da exprm!o dt ambos, A proteina. codificada pe4o
f.1-~I m •: e satura a 1.000 1,41nol m •:, Desse modo. sob exposição
gene GUS, a enzima beug.lucuronida$t, apns a adJç:lo dt: um
C()ll(inua ao V ou pulsos dt V, uma grandt proporção de: moltcu•
subst~to npcdfico. gorra um pr«ipllado com coloraçlo ai.ui l:is de phyB con,~rtt-k n.. Íomt.l ativa (\'tt Figw.a 15,11).
in siru. A presença, a distribuiç;\o e :i intensidade da cok,riç3o
P~r 6.m, RIA tt.quer ex.posição prolonga<IJ ou exp®ç;)o
:azul nos difr-r<"ntes tecidos pennil<"m \tiw,allzar o padrlo dt con~nua à lui ~ 1rr.adUncia :ali-a. ou stj.a, a ~po$,ta t pro•
expresslo dos b'fflCS cm es1udo. Vcrificou•st que 1:11110 PltyA
porc,onal à irnJ1ânda ou w-' de: tlul!nd.i de (ócons. É 1·us•
quan10 Pliy8 se cxpressaV'.an\ na maioria dos tcdd0$ oo kmgo ta.ment<' ~r •wo que <'1.1 e' dcoomin.ada RIA, < não rcspos1a
de toda :l \•ida da pl..n1a., sendo sua neguJaçlo conuol.t,i,la oo
dt llu~nc,a alta (RfA). N.:$$< caso, RIA n.io ' '"°"ponJc i l('i
nlvcl tra1\S<r-i<ion;al, pe'° estãgio do desenvolvimento e peb da rectptoclJaJe:· ou ~ja. ~:<po.siçlo co,uínu;i .a luz fr:ao
lut. Assim, os autorN conduiran\ que a.s fo1ormpO>lSS dife-
renciadas atribuíd:as a c:1.da um dos 6to<;romos de~nd'-'1Nim
da aheração d:1. quantidad<" rel:ul\'a de ambos o.s fi.tocron,os;
das propried:ades btoquimicM lntrín$ecas dife.rMCiaJu e Jc
\'ias de lronsduçio de sinais lnJcpendtntd,

Respostas ao fttocromo também dependem


da quantidade de luz
0$ füoc:romos podem ntu:ir Je tr<t; modos J.iforentes, (()níor•
me a qu1'llldade, a intcnsii.bll< < a dur.lÇ:lo d.i lu1:: resposl,u
294 Flslolog!a Veg~lal

ou ..-.xposiç.io rãrkfa a luz muito bnlhanlc n.\o induzem RI,\. planta, mesmo sob luz branca. indicam ddidênda d e füo .
Além dt' RIA preds.11 dt' ílul:nda m~1ito aha para s.-turar, da cromo. Nesses dois .nutanlcs t'lll questão, todos os IÍJ>Os de
não i fotorn:, 't'rsfrd (\1/VE). Esst' tipo dt' res1>0fla ~ mcdi11do litocromo c:stão em b.,lxas quantidades, indicando que a defi.
por phfA e :só ocorre sob VE contínuo, e nfosob pulsos de VE dC.nc:ia ~ na síntest do cromófor(). Como visto anteriorrnenlr,
ou mesmo V. Um típico ex\·mplo de RlA refere-se â $fotC$C dt' embora existam diferentes tipos de apoprotcinas, o c rom6foro
an1odanin:1s cm :i.lgum :u espécies dt dico1llc-dõnr-as. e o mesmo para toda.s d as. Desse modo. a dc ficiC'ncia na sin.
Os tr.:S tipos dc- respoi;t"' (RBF. RFMB e RlA) podem estar tescdocromóforo acarreta lim itnçáo quanlilativa cm todos os
r nvol"idos t'm um nu::smo e,'tnto fisiológico (Figura 15.12), tipMde 6tocrom0$. A defieiéncla também pode ser ob$ervad,1
Na inibição do crc.,;dmento do hipocóli_lo, cm plarnas previa• durante a germinação.
mente crCKidas no escu~ o ph)'A que se acumula nm.as con- Ou1ras mul~Ç.ÕC$ e1woh·e.ndo dd iciéncia na pcrccpçAo da
d içõc:-$ pode inibir o estiolamento 1.1nto por RFMB sob pulsos lw: podem ser ainda observadas cm Lycopcnirnm cs.rnteritum.
de VE quanio por RLA sob VE contínuo. Contudo. t'm planta$ O mulante /ri (/ar mi imrmi1i1't') apar«e em plantas in.sen-
prev,amente crescida.s no claro e manridas sob v. a inibição do sivtis ao comprimento de onda do vtmlelho -ex1rcmo. Os
crescimento do hipocôlilo é tndurida por phyB iruando cm mu1an1es /ri .ipre.scntam ahcraçõts ,u1apoproteína de ph}'A,
R.BF. No caso d11 germinação de semente$, a luz VE continua O acumulo do füoeromo tipo A (phyA) cm plantas S<"lvagens
e-m RIA ou pulsos de VE cm RBF inibirão e-sse processo. No que crescem sob VE cs1i associado :i inibição do alongamen•
primciro e~ a inibiç.'io da gcrmin.'l~âo é mediad.a por phyA 10 do hipocôtilo durante o cslio1amenlo. A dcfi ciênda no
<, no ~nclo. por phrB, Contudo, .sementes podem ser in• acúmulo de phrA sob VE, ;após o ptríodo de g<rminaç.io no
duzidu a genninar .sob VE., desde que t-Slc atue cm ftufocia eJ.Curo. causa um es1iol-3mento proeminente 1le$$eS mutantes
mu.ito baixa ( RFMB), sendo essa resposta mediada por phyA. (figura IS.14 A). Porém, quando crescido sob luz branca. o
~posição com luz V norm.almtnte induz germinação de sc- (cnóliJ>O de / ri é qua.se indi.stinguivd do tipo sclv.igem (van
mcnt«, sendo est-1 a d ãssica RBF mc-diada por phyB. Tuincn et ai., l 99Sa).
Plantas temporariamente de6den1es- na ~rcepç~o dó eom-
Mutações fotomorfogénicas prfmen10 de ond.a do vermelho, mutantes lri ( tempomry• nd
Mutantes fotomorfogénicos s5.o muito importantes J>Gt3 o iuse,uitiw), também foram encontradas e m tomateiro. O 6-
C'.$tudo de fotorr«eptores. O efeito da mutação C a e.xprcs• tocromo tipo B (phyB) está envolvldo na percepção d;i lui V.
$10 defeítu0$il ou alterada de um gene. MulaÇ6t$ cm gcne.s causando inibição do alongamento do hipocótilo. Mutan1es
es-pecifieos da bioS!intesc ou da via de tr-amduçiio de sfnal do de tomateiro que es1iol-am sob tsse comprimento de o nda são
fit()('rOmo permitem anaJisar as diferentes funções fulológl• deficientes cm phyB (Fisura 15. 14 6). Um atraso temporário
ca.s desses fotorreeeptore.s. Em tomateiro (Lycoptrskou rscu• dt aprox:imadamentc 2 dias na Inibição do .aJongamen10 do
lentum), mutantes com alteração na sinte.s< ou e_xpressão do hlpocólllo pode kT0bscrvado após a tran.síer~nda de mutan•
fitocromo j:á foram isolado$. Os mu1antes,Ytllow rrtt.r1•2 (J'f•2) tcs trido escuro para a radfaç.ão com V (van Tuincn t'f oi,,
e nurea (au) de tomateiro n:\o respondem â luz branca do me$• 1995b).
mo modo que as plantas selvagens (Figura 15.13; Kendrict. e Os mu1antes /ri e lri apre.sentam :iherações na sinle$e das
Georghiou, 1991). O hipocótilo desses mulan.les apresenta•se subunidades procelc:1.$ do fitocromo, ou seja, 1la codificação
alongado e com pouco acôm ukt de anto<ia.ninas. O aspt(tO d.ai apopro1cínas phyA e phy81. rt'spectivamen1e. Além da
doró11c(I (amardecido) das plan tas dá a impressão de que cs•
tejam c·resundo na usência da luz. F..s.~as caractcristicas da

lnlblÇêO do alongamento do hipooótilo ,~t~ '

GD-+~
GD--~
ITJ-~
RFMB

RIA

R8F
T--r
GD-+~ RFMB
GD--~I
ITJ-~
}-< RIA

RSF
. •---~
Flgur• 1s.12 Modos de a,ç.ao dof11ouon'IO du!'Vlle a inibi(ao do a1on·
gamitnto do hipcx6Mo e a ,egul•çio da ge,minaçiió de s.emenuu .
RFMB ê medi,lda P<>f phyA sob VE. R8f I medtêlclf po1 phy8 sob luz Figu r.a 1S.13 fen6tipo do ITl\llõl'lte Quteo (QiJ, do liltim ourum : o uro)
V. RIA ê medi.adt po, phyA wb expos,,çio ,1,0 verme-t~•e:ac~remo con d~ lOtMtei,o. A pl,).flli d4 '1Que1di) é stf~gem, (: _, d .. dueit~ ê do
tinuo (Vfc).Obs.erve qve a ge-,mina(~O de ~mMtes e- 1n.1b1da po, \/(e mu1,1,nte ou. Nocc o aspe-c:-1O estiol,tdo d&$ p lilllt.l\ e O bai•o .-cumulo
tm RIA OU po, pulsos de V{ e,m RBf (nlio MOSH4d0 ôQUI) Adiiptada de de dorofila. P,Nllle<endo os ca,ocenoides (a,n.>,elo), qve confe,em a
CasaJ e S-anchet 11998). colori(ilO dom~ das pl;in1.tt. Ada1J1,tda de Carvalho et oi. (20 11).
Capitulo tS., F'otomorfogénesel?m f>l an1,n 29S

V 1
1
phyA

A

Fl9ura 1$, 14 Mutantes deficientes t\Ol'l(UmulodephyA ap,eseniMnum es1;otamenioproel'l\lnente ..pós a uansf~ritKia do e-s,curo p.,r~ oVC (A) ,
Sob V, mu1an1es del\cien1e1 no~Umulodephy8:e11i0!am por um Ptritxlod~aproãn1damente 2 dias apôi a transftrfnci.tdOC!S<:uro 0.."1 o'/ ti l.

participação conjunta de phyA e phyBn3 inibição do alonga• mponSá\'el pdos movimentos de fcch.1menm e .:ibertura. O
mcnto do hipocôtilo, outras r~postas íotomorf<>g(nic.as p..i• pulvino c<mtrol3 o movimento da.s folhas <m d«orrtnci.i ck
rccem en,,.olver ambos os fitocromos dur.tnte o <;iclo de ,·ida m11da11(a$ no volume de$uas celulas supe-n orcs e inferior~ A
da planta. entrnd:i e n saidJ. de água resuham da a.bsorçio e cLl perda de
ions (,·tr Capltulos l e 2). No caso dos puh·1n0$. o mci,•1memo
Mecan ismos de ação dos fitocromos dt ãgua d«orrt da ~plda redistnbuiç-.ã.o. via membran.1 plas-
A presença de F\'e desencadeia vias de transduç3o de sinaise.s• m;itica.dos ions K·. CI· e maiato. princ1palmcnt~ Wudo~ tim
pedficas para cada tipo cdular, podendo promover módilica• mostr..LJoque~m ,ercos órglos o fitocromo GOntrob 3 entrada
çõr-s intensas M metabolismo e nas rotas de desem-oMmento. de K', em respos1a comp..-nsarona à sa1d..a a11va Jc 1(>1u H·. a
A comprl'Cnsão desses ,neca.nismos de açâ<> tem av-.anç:ldo nt· qu:il, por sinal ê promo,ida pdo iilocromo (F'"e). fu~ J~spo--
pidamcntc com n utmiaç!o de técnkns molecul:ircs e bioquí- l:lrilnção inst3ntânca da membr.ana promovcna a .1bí:rtura de
mic.as.. assim como com o estudo de mutantes fotomorfogê-ni- c-.inais dc K· (l lopkins.. 1993).
cos e plan1a.s transg~niC/1$. Essns fer!'l'lmentns 1tm elucidado Estudos 1êm indicado que o Ca:• ta.mbtm pode <lotar en•
mecanism os linos de oon1tole do cres.cirncnto e dtscn\'olvi• ,·olvido nos m(n'lm,:-ntos nicnisticos.. Rápidas mudanç:l.\ n.u
me,uo vegetal pelos fitocromos.. inchiindo o conh«ime1\IO w ncientraçõts c1t0plasm5w:.as de ca:•. após un.d1..ic"lo. .s.ug('•
d:t Interação neg:uivn ou posi1i,•:t dcsS<"s 101om:cq>1()res com n:111 :, part id paç:iu d ~ i()n ,:rn ,-Jrl-..,., rol:&-.) <k tr.an¾luc-ao dt:
ou1ra.s moléculas. como hormônios. Entretanl(). :'IS prilTl('i• sinais.
ras evidências da ação dos fitocromo.s fornrn observadas nas
membr:mas celularl'S. Fatores de interação com litocromos (PIF}
Vm do~ mecanismos mais cxprc.,:;sh-os pefo, q u.l1!i (l~ riio,ro-
Modificaç~o d a permeabilidade da~membranas mos modul:1m .l ÍO.ómorfogênc-se n.u pl.inrn.; d.1•.Y! por m..-10
r..-1uita$ das respostas rápidas ,k> es1imulo lumi1)C)SO p:irecc-m da imer.!çio nega1h'3 co,n oi. chamados /mor.:s tlc~ 111ur11f,U>
es1ar relacionadas com mudan.;as na. atMd:.adC' <bs membr.i- rom fiwm:m1os oo PI F, ptrtc:nc-cnte.s a uma famtiia Jc tillO·
n:i.s bioló&ic.as. levando a varíll'lôes nos pot<nt1nis biodctrkos r-cs Je Ir.inscrição (bHLH - ba,i:1.; l1t"li..l•l,;J(Jp-lrrli.~ fam,ly). A
ou no fluxo Jc: íons. í>rOp&.110. \':tk mcnduna.r quê füi fatores de tr.ms.:-n.,-io s.io
Um dos primeiros inJ iclos da intlu(ncfa do füocromo nns prn~c-.in-ns que k ligam ;1 g.:nl's ei.p«,ricos ( DNA), rcgul.lnJo.
llróprie,lad.:s d ttricai. JóS 1ecidos foi obc,do por T. Tnn.tdJ.,em pos1m·11 ou neg.111~mcntc, .1 c.tp:1-c1JaJc J-c c~IC"S ft".llrlarcm
1968. ao dluJar .-a carga :.uritrtidal Je s~mentos de pon1isdc tr'.lnscnçio gênic:i. ~lo~trou-si: cm ..\rJbutap~,s que o.s PIF, C:)
raíies dt c<-vada. Ele: o~r,,ou que, <1u,u,do est:is cr,-se1am no pcci..ihtk't1l< PlFl, PIFJ. Plf.4 e PIFS. slu J,:~r;1i;I.Jdo$ na prc·
escuro. flutuavam livrc:mtnte no interior de UIO recipknt< de ~c:"nÇl d-a lui. m.is ~ .:icumul.im no es.:-un),, qu.u1J<> m~luum .1
vidro com paredes carr.:-~dns neg;.a1h•nment.:. EtureiantO, 30 s ex-pres.s.lo Jé ge'nd rcprc:bllíi') Ja fotomorfoge'1l~-.c. m,hmJo.
após uma br('W .:xposi~;l,(l i luz. ,·ermelh.-, foi suticit11te par.i .assim, 1..-s.se impott.-ntc: cwmo li,11)log1..:o l,er Figur.1 tS.1·1).
qu..- suas pontas pass:i,,sem a ad<rir il.s p:,.rtdes. Contud~ um CunluJo. qu.1nJo h.1 hu. os tiro, romo:. n.t tonn.- .:am•.1 m1•
lratamc:nto com wrmdh<>•extrc:mo ..\S hbl'ra,-.1 ,1:i.~ p.ucJc'S.. gr,ul\ ,lo C1t~ol rar,1 ,l in1<rior Jo nudeo. onJc in1cr.1gcm
Mostrárant com isi..., qt1,• o pote1.ci:il dilrko tn nsnwmhr:i• "_»nos PIF. hhfunlanJ,H,.,••,l.:m J~ prc:Jbpô.lo:. .l Jl'SfaJ..a
na p(ldia ser modific;ulo pd.., r'itocromo. A corrdaç-lu entre çao pdo ,-omr,1.:"'<.> protctú> p11,M,• ,1i.sonu lo::, Com 1.s..\O. 1h
O fit u<romo e o mo,,imi.>nto de ioru foi dcmorutrad.-i no mo J;\'OC) ,k rc:prcs).iO J J l1JC,)lll\)rflJg<nc:)c nJo ,.au mJwrJo,, e:
vimento noturno d..- re,h.unc-1\10 Jc t'oUui- e foholos °'' 111
•·
a~ re:.p,,.,u, ,\ lui poJcrn ,:ntlu ),t' m.1111IC)t.-r. En1r.:t,m111, .tlo:m
,lo~ PI~. ou1r.a, mulc:..:ul.a:. 1.11cm p,trl< J j ..:ompk.,.1, l.l Jc , 1•
""Sim (wr Capitulv 16), l' (lual ,. mm10 c0f11um cm r!Jill.ls
lt.>gummos:is. Pt,1111,1., qu<.• lpfl-S,:ntam ,..ss,• 1,.1,mrort,lmento r1.,1hQ\.IO J.1 rcpre-.~u Jc ix--.,,u,tai. ~ lu,.
aprcsenlam n;i b.1~,· ,bs f<>lha.s (ulmJ>íl:.l,b).: Je .,;id,1 um ,lc SJbc w hu1c que ().1, me,.-m~n1..:,:. pd1h ,111J1:, U) tno.:rumo-.
seus h)liolo~ um,1 ô l n 1111 r,1 bulbO).l ch,u11,lJ;1 i)u}, ino. ,·ste m1.:r.-i:;,·m .:om o~ l'li,; r,.1,l,:111 )ér t.ambcm 1n1luen,iJJv) p,1r
296 F'ls.iologiJ Vl!'getal

hornu\nlos ,~ge111is como M g.ibcrdlnas. Collfornw m()Slrado ativar molfrulas dt criptocromo por {()sforilaçdo explicaria,
n:a Fisura JS.IS. quando plan1as jO\-cns s.io m:uilidas duran1c cm parle, o efeito conjunto de phyA e Cl'lptocromo na respo.s .
.xno tempo no escuro. comum durante a l,O.C-nnln:ição, acu ♦ ta à tui u ul. Por fi m. existem dois ge1, e$ cuja expressão l re.
mul:i•$e PIF. <> quc- faz com que adq1Jiram um fc nó1ipo iipico guiada pelo fitocromo: um deles rodifica u,ua subunid:idc tll
da es.ootomorfogéru.-sc. com() aquele mostrado na Figura JS.3. rnbis<o (RBCS). enqu-:m10 o outro codifica a protcina que $t
Entretanlo. quando na presença de bah:as concc,uraçõcs de llga à dorofila a/b do complexo antena (LHCB ou CA B). Esta
gib(n.:finu endógenas. os PIF são degradados pelas prQtéinas úllima cons1111ação refo,ça a ideia de que a fotomorfogênese e
DEUA. estat intimamente ligadas à repressão dos genes re,.• a fotos.s.inte$e t$1ariam intimamente associadas.
ponsh·os a esse grupo de hormônios. Pór sua ,·cio a presença Pesquisas com plantas mutanlcs que apr1.-scntam fenót ipo
de nh'eis mais clevadQS de giberelinas conduz.à degtad:3Çâo de dtststiolndo no escuro tamb<'m têm truido contribulçôts im.
DELL-\, libcrando as l'CSp0$las is giberclin:15 (Figura 15.16). portan1es. As plantas mutanlt'$ desse tipo, que cresceram no
Porménórts da ação das gilxrdinas sobre as pn>ltina.s OELLA escuro, apresentam o fenótipo scmdhante ao das pkuua, sei•
sio mos1nidos na Figura 11.$ (ver Capitulo 11). Segundo Oh agens c.x-pos1as à luz. Os mutan1es de Arabidopsis., conh« idos
, 1
et ai. (200i ). 0$ n,tcanismos pelos quais os hormônios Intera. como co11s1i111tivr pl1otomorplaogtnic 1 (ropl) e deerloltitrd 1
gtm com os PI F slo ainda pouco conhecidos.
( dtJI), sio deficientes cm uma proteína rtguladot'a que, pro•
Regulaç.âo da expressão g~nica vavehnentc, reprime os genes responsáveis pelas resposh'IIS fo.
1omorfo~nlc11s q~ndo as 1>l11n1as crescem no c-scuro. A»im,
A funç-io molecular primária dos fitocromos ainda C pouco
em plantas sclw1.g.ens ilumln11das. o filocromo (fvc) prov:lvel.
conhecida. As ath;dades dos füoc:romos como ho.Joprotcinas
mente ativa mecanismos que rcmo\'em ess:r1 pro1eína represso•
n:gufadom da transcrição gênica ou receptores de n,embra•
ra das regiões que rcgulrun a expressão dos genes envolvidos
na s!<> p:arcialrnentt aceitas. Nesse sentido. jâ se evidendou
que, em células iJumin.idu com pulsos de lut V ou exposição
nas rtspostas fotomorfog<nicas. No escuro. e.~ses genes ficam
reprimid0$(Quail, 1994).
continua a VE, 0$ fit 0<romos phyU ou ph)•A, respeetivamen•
te. migram do ciloSQI para o interior do nUdco. Conhecem-se
Luz em ambientes naturais
,1tê o momento duas protein:as nudearet que interagem com a
forma F,·cde phyB+Acredi ta.♦seque as 1>ro1rioas nucleares que Em condições naturais. a lut sofre variações considerâ\'els M
se associam com phyB ath·o sejam fatores de transcrição. Tal intensidade (taxa de fluência de fó1o ns) e na qualidade (com♦
hipótese sugere que fitocromos ativados, transportados para posição cspcctraJ) ao longo do dl11 e no inter-ior de comunida•
() nUclto, exerçam um controle sobrt a t ranscrição de genes dcs vegetais. Ao longo do an<>. 11 $ua dur.i,ção d iária (fotopcrio•
controJados pela luz. do) pode variar de mane-ira expteMiva dep<"ndcndo da latitude
Já foram identHic.adas algumas proteínas fóSforüadas pel:!11 (Smith, 1982; Smith e Whitclam, 1990),
atividade Clnase do fitocromo. Unu delas, o próprio cripto- Ao amanhecer, quando o sol se e.1, corHr.1 acima de 104 no
cromo, o qual. como já mencionado, representa um tipo dis ♦ horlt0n1e, () e,pcclro da radiação ê rtl:uiv;uncnte conslan •
tinto de fo1orrteep1or. A cons1:uaçJo de que phyA C ap.iz de 1e, recebtndo a denominação de lut do dia. No crcpU.sculo.

Citosoa

Fv ,,.
Fv

11 CD
Protensoina

~ s

Figura 15 15 Mod-1:lo ~mpti6cado da li(~ cf.1 luz ~ bre a in1e1i(.k> entre fitoc1omos e Plf. No escu,o. essas p1otein<1) raz:eo, com que os gcMs
rep,e,ssore'.i. da rotomorf~ e !.E man tenham reprimidos. i.lO passo que no dc110, e,:n vittvde da pres.enç., dos füO(tOfnOs n;, forma ai,va, el.is
são degr.tdadas pelo complexo proteico proteas:.oma 265.. V: W!rmclho; YE: veimell,o•1::iwemo; fv: fotma ina1lva dos fitoc 1omos; r ve: fo11n,r, ativa
dos fi1oc,omos; P: roo.fo,ila,çJo. Adap111d.a de os11Uon "' oi. (2007),
Capitulo 1S -> FotomorfogM!it t m Plantas 191

1-GA )

DEI.LA
OEUA

OELLA
OEl.LA
- GA GI01

"'' PIF
~
DELLA
t-!LH DEllA

DfLlA

PIF PIF
PIF PIF
~

~ DELLA PIF
OELLA
PIF PIF

G·BOX

Figu,~ 15,16 Papel dos teo,es end6genos de gibtrelinas n11tiY.idJde dos Ptf. Na auSE'IKN do hottnOnio (- GAl, o acúmulo ele OELLA 1n1w,., os
PIF, ~ o permitindo, por c:x" mpfo. que esses litOl'e:S de w nscriçio indwam o alo~memo do hipocótilo. P'o, ouuo lado, na presen<.t de G.-.
tsse hormônio indu:,; ll de9rada,çãode OELLA e conseque,itemente o;,climlAo de PIF,os(l\lars <1901;, podem 1Mtera9ir (Offl éleMf-ntosG-BOX no1
p,omotores de genes ligados .\ indU(Jo do alongamHltOhipocofllaf. Adaptad11 de O.Vi~,e tf ot. t2008l,

cntret::uno. quando o sol declina abaixo de 10•, ocorre um i'IU· Tabel• 1S.2 V•lotts de tttll (0 e m ambientes <1 btrtos, w.bdouéis dr
mcnto no lr.ajcto d a lui. pela atmosfera, atemundo a r.a,diaçâ<) yegetaç.Ao e [,\j(,l de fluinci.,de l6tons total (4-00 a 800nm).
solar d iret:i e incrementando. simult-aneamcntc, a ;absorçi<>e o
espalhamento, lev-ando, ao final. ao cnriqu« imcnto do es1>tC· LIS • 1,25
,.,
Luz cio dia 1 ,00
tro com luz ::iiul e vermdho-<:mcmo (Smith. 1!)82).
Ao atravessar o d()$.Stl de mna c0munidade vegct:d, alim
d.:i ~Mn uaçllo qm ~I. a lu-& iol:i.r l<>fr• profund.;u m ud:a~ •
Auror,Jcre-pU~culo
Sob S mm dt $OIO
Sob dossel de cultvr• de tt,OO
....
0,6.S .1,IS

0.2a0..S
a6

na composiç.ão e.spcciral. As d orofi.13..s e os c.u'O<C11()ides dss


folhas abw m:m grande parte dos fótons dt comprimen10 Sob dossel de cutN~ de btttfti b• 0.11 •0.4S
de Ondil na fai:ca do vermelho e do ;nu! (ver Capitulo 5}. <O• Sob dosstl de floreua uoplcoll o.u.o.Jo
quanlo o vermelho-extremo atra,·esu com fadlid.ade esses Sob dom!I d~ flottU ól dt u rvalho o.s ,)0,75
órg_los. Ao filtrarem .s.eled,•amentc a radiação .sc>lat, as folhas fOMt HOl!l1fll (l9')_;\ S/l!lll'l t lHl).
modilic:'tm a proporção entre íOlons de Ju:,,. nas bandas do ,·er•
melho e d o "ermclho-extrcmo. de ,oodo que, i m.:d1d:1 que
o au1ossonlbrtó\mento ilum<nta em uma comunidade wg<tal.
a.s fonn"s F,·e e F,• n:lS Ci!lu1:a.s d a> pl..mta>, A razio entr< .i
corw;cnlr•ç-lo de F,·c <' o comcUdo 101:11Jo rilo~ rvmv (F, c:, F,·1
a radiação nmblen1:i1 ,·ai se mm:indo, ~r.ad:i!IVll.mentc, mais
terle1e, pon.tnro, :i q u.1.lida-dc: ~ radfaçlu que 11\.:1J(" ,-0b,.,. ;'b
t>mpobrc:cida de fótons correspondtnle$ ao \'ermdh<> e ;110
pbnt,b . Esu. razio esimb<:>ht.aJa pcl.1 lctr" sr,:g3 ri - d. (Smith
a zul e, ao mi:smo tempo. mais t nnquoKid:i com fótoru de lui
e Whildam. 1990).
vermdho~extrcma. De c:sptd al interesse é :t m?doent~.a l á.(:I
tlué ncia de fóions d< h1:,,. ,·ermelha (V; 660 nm) e "taxa de 4' = lfvel/lfv•FveJ o u ih : (Fv~Jl{F._J
flu ência de fôtOn$ de luz w nndho,c.,1rema{VE; 730 nm) pre• Os , •,dor,-s J t ri. n.as cd ul..\s conirol-'m inumt'to> pro.:esso,
sentes no ambiente no quaJ cr<Scenl a.s plan1:is. A r:tlló V/\IE mol« ular,-s <' ..:clubt~$ qu,· rc-suh.i.m ... m muJ.m,.J, n..► ~r.:,
C t<presc:ntada pela ld ról gr<g:i :teta (U A Tabela 15.2 mostr.a
cin\.é'tl!\) e d~ ,:m·oMmcnu , d:h plant.u.. Pl.uu.-u 1lunun.-id.l~
os v;1lo res que i<ta adqui1e em difcrc11tessi111.1çMs J.lllbtCnr:us <om lu1. sob..r. nc.l l.'fll fótons Jc \: .1pr<~cn1.1m um dC\·.aJo
(Smith, 1981). ,~.ai,'.' J -:i r.al.io ri, c:nqu.-in10 .u ~vmbr,·.,Jl., lpl'ê~ntJ.m \ .tlort,
A lu:,,. solar tem maior proporção ,le (ótons \' que de ÍÓ· Je h menores. QuanttJ maior o num..-ro J< foltui. .ltrJ.,,.._,_,J.,blrt
tons VE, ao passo que, no huerior ,1..- comunid:.J<:S de- •)LtntJS pd:i luz (rm·d d<>Ombt..mlento), m,rnM .1 r.ulo leu Ja. ra.J1.1•
cu hiv:h l:\1, e; fl or,:~t:.lS, :i l',l<li,l(lO ambic:ntal i enn,1ued,IJ. ,·,:nu .;i o e. \'Oruo:-qu~1u~n1ent<. menu,._... ~rlo tb ,,.!,)r~ ,1< 11,
fótoui, d e luz VE. O rito~1umo J.,.>cmp..-nh.1 um p.ird 1rnpl,)rta.m..- n.l tmom.o•
J uJ.i,;.io de um.a grJ.nJe "-tncJ,l,lc Jç n.-spu,IJ., J ..- Jc>en\oln
Importância e cofisiolôgica dos fitocromos 11\t.'nto. E.st..b, ~r , u .1 \'.:1., IC'm crwrm..- repc.·r.:uU-'O .1J.. p1.111,·.1
Os \'Jlt1ce1, d ~ ,.-1:a J;i. r,1.:ll.l\lo :uubicnul ,;j (> pen;-cl>1,fos < «olog...-.a r,ara .b r l.m1.1>. A... h1111i·i.klrt \'\.t.1li~1oloi;i,b que 0
p,:lo titocmmo. promo\endu :1ltcr.1çl,o n,1 1>ror úr.;lo entre mo.:romo ,k.,tmp<nh.a i.J1>:
298 Fisiolo9i11 Vegetal

Controle J3 germinaçào de st'menlcs ímob1:istius Da mesma fortna, pl:mlas ad.tplndas a :unbknles sombre-ados
Oes«1.iol:l1nen1e> de pl!in1uJas l't'cé-m •scrminada.s: pen:ebcm os diferentes ni\'dS d e somhreame~u~~ a1>resc~ta~-
M()(iula~o do crcscim en10 e da íonna de 1>la013s ilum in.1da:s do l\"$J)O$tas de dcsen\'olvimento que poss1b1htam allng u,
Dt·tet.'.(àC> da aurora e do ~pllsculo c-0m rapid~. a radiaçiio solar dlrc-la.
Sincr(inb..tçiio do rdógie> biolõgíco As respos.tas dos vtgciais à qu:uuidnde de luz. d o a mbiente
• J)('r«J)Ç,o (o1operiódica,
\tariam m uito entre as espécies. A maioria d:is planlas adap•
tad/1$ ~ sombra (umbrófüas) n1o responde à diminuição d:i
Controle da germinação de sementes fotoblâsticas rau\o 6, promo,,id:i pela redução da r:11Ao uu,, o u sej a. pelo
Em seral. sementes pequenas e com poucas rei.er\':i.s, bem enriquecimento de lui VE (Figur3 15.17). Contudo. as plantas
como aquelas de es)>écics arbóreu pioneiras pcrtence-ntes aos adap1adas ao sol, intolerantes à limitação de lu1.., ttm mec:a.
utratos superiore$ de uma tlorcsta, apresenta m /otod(Jrmf,a. ntsm0$ cficiet11es para evitar a Sombra, Qu.:'lndo submetida$ à
<'io. Tais semente$ ttndem a ser fotobl:hticas positivas. No Sómbra, essas plantas alocam suas reservas para o aumento do
in1erior de florestas. permanecem fotodormentcs na $uper• alongam~nto dos entrcnós, acelerando o crc-sc.imento longitu•
fície do solo. enquanto a co m unidade \'egetal es th-cr ln1:ic1a dinal do caule. O preço pago por esse gasto extra de reser\':l.S
(Nb:a ratlo t<"t:1). Entrcianto, a fotodormência i: quebrad:i costum a ser a diminuição da :irea foliar e d o s istem a radicular,
quando há a abertura de um.11 ela.reira ou quindo as scmen1es e a inibiç:lododesenvoMmento das gem as laterais (menor ra•
são tr.msportadas para fora d3 ílorcsta. Sementes iluminadas mifi cação latt'ral).
com luz. solar d ire-ta (elcwda rnão zeta) do estimuladas a As difel'('ntes respostas dt'scncade.id:as por phyA e phyB às
~rmjnar cm virtude do aumento da forma Fve do 6tocro- luzes YE e V continuas, rcspectivamcnle, fornecem à p1an1a
mo (ele\'açio da razão t), A dormCncia du sementn foto-
a capacidade de inibir o estiolamen to. A luz V continua i: ab•
blásticas posith-as sob o dossel proporcion3 a formação de
sorvida por phy B. esdmul3ndo o descstiolamento em vlrtu•
um banco de sementes no inl<rior da floresta, permitindo a
de da manu1ençllo de elewdos níveis d3 forma Fve de phy8
regeneração natural da mata quando de aberturas de darei•
(FveB). A lua VE contínua, :ab$orvlda por phyB, :nu:a Je m odo
ras. ?\esse caso, t bem Uus t rativa a germjn ação de semen1es
oposto. mantendo o estiolam ento. em ratão da redução dos
da embaú~ (Cttropia) e m clareiras abertas no interior das
nfvei.$ de fitocromo fve8, Entret;into, a. fotomorfogfo«e t'm
matas brasílcir3S. O mecanismo da fotodorm(ncia permite,
ambientes sombreados depende das quantidades relativas de
ainWI. a expansão dos limites d.a comunidade vegetal pela
phyA eph)'8, bc-mcomodasproporções entre V e V E doam•
dispcJ'Wo e germinação das sementes em l~is descampados
biente (,'C'r f iguras 15.14 e 15.18). Ao ser absorvida por ph)'A,
nas bordas das matas.
a luz VE continu:1. ~ •lmul.t o desestiolamento, enquanto :i luz
PJan1as im·a.soras (daninhas) tamb6n costumam apresen•
V comlnu:1. absorvld3 pelo mesmo ph)•A atua de m odo opOS-·
tar sementes fotoblâsticas positivas. Tais semente.s podem
10, Inibindo o destSliolrunenlo, Obser\'lMe que ph)'A e ph)1 B
permanecer enterradas no solo por longo5 períodos :ué Que
opcraçõe$ agrícolas remlvam o solo. expondo,as ?i l u 1. SQlar
por um bre\·e ptrfodo. Esse estimulo lumin0$0 ~ percebido
pelo 6tocromo. podendo a germinação ser uma resposta de j
baixa ílu~nd a (RBF) ou de fluência muilo ~ ixa (RFMB).
J.sso ~lica o motivo pelo qual. em área$ reclm •capin.adas,
i
$
0,08

ê comum o aparedmemo de populações de plantas daninhas


cuja prese,,ça não era :antes detectada. No plan1io direto. o ~.·
» 0,06
solo perma.11ece !'('Coberto com palha. proporcionando uma
li Plantas de sombr.ii
reduçào significath>2 das populações de plan1as inva~r~s. ~m
pane. 10.I 1Uct$$0 no co1u role quantitalivo dessas espe<1e.$ 111 •
j 0 ,04

dcsejávei.s .k deve ;\ reduç5.o da freq u.?ncfa de germinaç:io de


sWts seme111e.s t'm , •ir1ude d:t manu1en~ o das semt'nles em
condiç.ào de- fotodorm.?ncl:1. (ver Capíh1lo 28).
i11
0,02
L -_.1.,__ , . __ _,__ _.__ _
Oesestíolamento de plãntulas recém-germinadas o.o
A lui. comrofa o de.se1wolvime1110 dun.nle 3 emt'rgC"ncia das ••• 0,6 0,8

plin1u)a.s a partir do solo. Todú o compJe,.o pro_ccsso de tran• FveJF.,..


siç.to entre condição hetcrol1ófica (pfânhlla es11olad.1) e con• Figur• 1s.11 Pl'ant.as 11d,tptadas IIQ sol e a w mt:,,., respondem de
diçâo a utotrófi ca é controlado pela luz (\'er Figur.a 15.3). mQdQ diíe1ente às mud, nças na qualldadt- da luz. A mediei., q ue au•
mtnt11 • p10t)Ofç.l0rel11tlva da r• diaçtio V {elevaç-ilo da , azao zcta), há
Modulação do crescimento e da forma um malof ~úMulo d,s fof,nas • Uvas dos filociomo (Fv">, aum,:nt,J,lt'
doa 1•do fl (f vt"/Fv • Fve}. A ~vaçAqp,ogriMiv-..- (1-, razjo inibeP,<>·
de plantas iluminadas porcloMIMente o nlvel dt! crno&a"1otn1oem p&.,ntas adaptad• s ao sol
Pl:iinta.s cresddas sob luz solar sllo capazes Jc pt'rceber a pro • Nasp&ani.asdf' somb,a,t-mbo,a a rfz.io fl dos fitocromos seja .11ter.,.da
do 11-.esmo modo, est6\ nio re\PQl'lde,'n com u,'!\ couespol'ldeme cs•
.xhnidade de pl.a11tu vizinha:i., levando a respostas de e\'itaçio 1i0tamen10 ou deses11ot.mento, PodtH(' conje(-tw.,, qvc ~sas plan·
de- sombl'3 (aumento do crc:scunento Jongi1ud ,nal do c.ault ), I-'\ .1pre~nwm a!ter,ic;~s na vi11 de 11nnsduç.io de sl/\al do '11oc1omo.
Capitulo 1S ~ Fotomorfogên-e~ em PI.antas 299

21), No fotopc,iocfümo, o fitocromo inttra~ com o rtlógMl


loz biológic:o da$ p!Jnt~. ,inali7..indo ,15 C'Sh1çM Jo .ano. A intt•
continua ração t'nlu: o füocrotno e o relógio biológico I! um prou:tSO
complexo e ainda conl.r()VttsO.
V VE
A pem:pç.jO do fotoperlodo pela~ pl.ml;JJ J1nali1J m\idan-
ças no padr.io dt de.w-nvolvimenlo. definindo J cpoc:J cm 404:
decerminildos eventos importantes, como o nor~1mt"ntca.
ocorrer-lo (v<r Capilulo 18), ou 5C'Ja, o sinal fotopcnódko
promo11e O ajuste (sincroní1,:1ção) das diftrl•nlt's folS<', do o•
do de vida de uma espécie às v-.Jriações siu:on.us do ambien•
1e. Isso adquire uma import:lncia vital Rti rt"g.iócs dt' clima
temperado. onde as e-suçôe's do ano ~o b:lSt;ante d1fen-nltS e
definidas. Por sua vez. cm rcgíhõ cropicais c.>u subtropk.ais, í.t
lloresdmento in duiido por fo.1operíod~ C$$a v,u iaç:lo. ainda
que pequena. p0dt guantir um:1 sincronia com a dispomb,.
lid,1de de âgua, polinizadores ou ausência de ou1ras d.(l'edes
competidoras dur:anle a germin:içâo subsequcnie d.is semen•
tes formadas.
Agura 1S.18 Efeitos de phyA~ ptlyfl n., evit.çio â sombta, Planc.s
crn cendo em clareiras (ambiente rico em luz V) acumufam p,eíertn•
clal m,e,nte ph)'B. Pla.nt.i$ em condi,çóts sombreadas (.am~nte lieo Controle do desenvolvimento pela luz azul
em ha VE) aa,mulam phyA. Como ptlyA. 1 inuAvel, o10 w degrol(Ja•
do.~ p~tcriormente substituído po, ptlyB. A<faptadade T.ai, e lfiger Tanto 1 lu:t .-wl quanto a uhr.ivioleta b3nda A (UVA). nio
(200.21,. diri:cion.1d:is. promovem ,•irias rc-:.posus ll3.\ pbntas. como :a
inibição do alongamento do caule e do hipocótilo. a t:xplruJo
foliar, o tlomcimento fotoperiódico, ;2 lnu-r-:i.ç.io com o rdóglo
tém atuações antagónicas no controle do dcscstiolamcnto. ..o
biológico. a estimulação da síntese declorofibs e c.uo1eno1de-..
detectarem VE e V contínuas. rcspcctivamC'nte. N.a abcrtur.a
il sinlcsc de antocianinas. o 1novlment<> e.s1om:i1ico e o com ro-
de urna clareira cm uma vegetação. o sol pcnctr.a dirctilmentc
leda expriC"MõlO génlca. A uliliZ:'lçio da 1êcnica mo le-cular de
com lu1. rica em V. Nesse caso. a inibiçlo do estiolamento é
-an:Uik de m1croarr:ulj0$" indicou que um tel'(:o dos gcnt$
0

mediada por phyB. O efeito de phyA 01 Inibição do cstiob• de Ambfr.fupsis apresen1avam mudanç.u no p3dclo de: c:icp~$•
memo se dã se o comprimtnto de oncb predomln.2me for VE s:loem resposta .i luz ,11ul (Lin e Shafüin. 2003).
continuo. o que ocorre aptn:i$ em locais $Otnbreados. Sendo No en1ant~ quando esses dois 1ipos de luzes s:1o dir«10-
p hyA U.bil e in1e,,;hun çf1tc J i:151.iJ.Jo vd-' lui, .l ~p<Mt/1 de
nados. unibt<'r.umi:nte. promowm .l expansão :a~imttrte:a
piam.is intoler:lnltS l condição de sombreame-n10 (maior pro- do caule-. ltv:mdo ~ curvatura fo101rópkl cm direç.lo .l fon1e-
porç.io de fóton s V€) passa a .ser .mumid:i por phyB, prrmi• luminosa (wr Capi1ulo 16). Analises s~nCticls de muun1cs
lindo a ace1eraç-ào da 11u:a de alongamento do Cô\ule, resposla fo1omor(ogênkos indic.irain que :is rl.":Sposta.s :a luz .uul po·
lipica de evilação de sombra (C:as.d, 2013). <liam ser mediadas por ,•:irios f04orr('("<'PIOrC's d1forC'nrcs. Os
rnu1:antt$ l1)':J ~ bf11 J, 2 e J de ..\,,1f,,.topsi.s não ,a;p~u,-..m
Detecção da aurora e do CJepUsculo e inibição do alon,jpmcnto do hipocó11l;J iC"m ptC'kn-ç.1 Ja lu.t
sincronização do relógio biolôgico azul, embora mamiw;iStm ,1 .::urva.tur-.l 10104róp1(.1 1. 1m1far .t\)
O enriquecimento da radiação ;imbiem:al com VE n,o inkio e genótipo selvagem cm respoi.1.1 ~ i1um1n,1.,.ll) umJm:.:1on~L
ao final do di;i é percebido pdo füo~'lomo. Com isso. 1nomow liwerS3tnentt>, outros dois mu1,1ntes diforc-mc:s ,h.,-;.,.1 pllnu
a sincronh;;,,ç:io do oscilador cndôge1.0 (relóg.io biológico) aos mostr~r.m1-~..- ins,nskt"is l lm: J.,tul Jü«101ul 1lu ~tl, nfo
ciclos naturais de claro e escuro dura.n1e 2·1 h (\'<r Capitulo manifo)t,u;un ..:uNllur.i iOtocrópk:'l, m,1s ,1presen1.l,'lm l 101•
17). NO$ rilmos cir.:adianos, a opc-ra~ão Jo oscilador eodóg,:• biÇ'ã(> 11pic., Ju ,1long.tm.:11to Jo .:.:iule <m reS('O)l.1 .1 luz ,11.ul
no ajusta eventos hsio1ógkos e-bioquimicos p.tr.l qu,: ocorr-.im nlo ,llre, iônal. Esi.:is obser\'.J\Õl"S pcím111rJm .:on..:tu1r ~U('
cm certas horas do dia. Um únko osci.1.ldor pode i:star ;i,:o. existem f01orr«t'plor<) Jis1in1,~ pJr.l :i p-era~.io Jo \lllJI d~
piado a m(1ltiplos ritmos circad1a,w:is. qul' r o,1c-m o,()frer cm lut :w1J Jir«mnll e n.io d1rt\.'i.>n.1I (Qu.-il. 1->9-tJ.
\·ários monwnh'.IS. dtferen1es do cido de 2-l h. O., cnpm.. rvmus nwJe1.1m .a p,:r.:t>p.,fo J;i luz .uuJ nlo Jtr(:'•
cfon:il Plam.1, Jc-lidcntcs "°lll ..:nptllo."ro1n-, Jpus,:111-'m h1po•
Percepção fotoperiodica .:ô1ik, ,1.l,.mg.1Jo i'lll r •<i.l."n\l Je 1ut ,1z11L Ot·,J.e O isolamento
fl-lui1-:i,s cspl"dcs dt> p1an1.1s 1~m \'.irias \"1:.tp:is Jo seu d.:lo Je
vida Com mlad:\S fW!'IO fo1op,:ri()I.II,). Os lirncron«>S l'Stjl) t•~l\.ol•
\'Idos 1ta pcue 1,,;:;1o llo (omp..-rfod1l. Dl•renJemlo d.1 <~~<te e
do monu:nto 110 ciclo de \'kb. a ~,~1"1:Cp\JO ÍOlóJ>rril1,1i,.1 rod,·
dtsenc.adc.u O início Jo dc~·m·oh'im,nt(• ~,,.. gt•m:is llor.\l,)
frcr Cap11ulo 18). d,1 donn~nda ou Ja !Om1J\lo ,1,ofglo> de
rl~-Wrva como tub,J,"uloi., rnit,·i. 1ubewi,lS, bulho~ - Car1111!ü
300 Fisiologia Vt-getal

do pri"':,iro criptocromo <'m A mbidopsis (CRYI), cm 1993,


clt tem ..,do t noontrado C'm 1odis ll$ c8ufas tucarióticas C-S·
1ud.adas,
. Ne-si:a...:
. plan1as. fonm idcntifi=d~ .... - dois · gC'nes que
codLti<üm <nptoc:romo$ (CRY I <' CRY2) e. no tom:uciro. três
gcnes(CRY
. l.1.CRYlbC'CRY">) ~ •
Qulm,·c,n,•
• .. n te, os cr,ptocro•

,varrãa protc·,...
mos SJO íla\'Oproteinas cui· a """" ~ , apn-scma Slm1
• .1a-
rldade e-strutura.l
. com
• as p,•,,,,
fiorolias.cs - •
... 1.... em proc.1notos
e eucanotos. Fotohascs são proteínas repira.do~s de ONA
a1Jvadas pela radlaçto UV. Acredita-se que :is fotoll;lS(s ·
. d ~Jnm
pm:ursoras e,-o1utwas os Criptocromos. Esses ÍOIOr!"<'cepto•
l"<'S são protelnis nucleares que p.\rticipam de e,·e:ntos como
o c-ont::rok do a.longame-mo do aulc, a expa.n.são (ollaT, 0 con•
trolt foc~pc~iódico e o relógio biológico circadfano. Estudos
recentct md1cam q ue os eriptocromos podem ~r (osfori1ados
Flgur• 1S.19 Manipulaç.10 da lvz na agrlcul1ura por melo de-: (A)
pela luz aroJ. lcvando a mudanças na sua oonformaç5o estru• modlticaç.ao motec.u1ar. 1a1 COf'l"IO uso de mutantes e planta.s uam•
tu~al._n~ interações Intermoleculares e, por 6m. na atividade gt nlc.as para fot oneceptores ~ al1e,açao na quanti dade e qu.iti•
fu,olog;ica das plantas (Lin e Shalitin, 2003), dàde da luz:; (1) rcíltxiio da luz cm cobe11t.n ~s colo ,id as d e solo;
A 1~ :izuJ d irecionil aprcsen1-:i um pico de absorção em J70
(C) tranuniti ncia d;1 hn a panlr d o vso de cobercu r• J colo rid as em
cu1tivos protegidos; 10) uso de ~mp;ld;is coloridas adicionais em cuJ.
nm (UVA) e ir~ picos dife-renies no azul (400 a 500 nm). Os tivo, pro,tegidos.
í0torreceptorcs ttsponsãvejs pela resposta fototrôpica foram
denominados foiorropimu. Até o momt n10 form1 encontra-
de solo ou de casa de vege1.1çâo devem se adeq uar às c.ar.ic-
d.os dois genct que cod~lica m para fototroplnas em Arabidop•
su (Phot l e Phot.1). As totorropinas são proteínas cuja metade lerislicu fisiológicas das espécles cultivadas, bem como da
regl6o de cuJtfro,
C-tc-rminal, isto ê, a terminação polipeptidica em c::iri>oxila, ê
No que d i2 resptilo ao empl"<'go de técnicas moleculart$, a
uma d nase serina/treonina. A metide N-tcrminal da proteína
supercxprcssão do füocromo A ,, as gram(neas Agmstls stoloni•
(terminação polipeptidia e-.m grupo ainino) liga•se a mono•
/em e Zoys;a japõnka que crescem de modo adens3do reduziu
nudeotídios d e flavina (FMN). Da.dos experimentais indlaim
a síndrome da '"e,itaç.;,o· da .sombra (Ganes.an rt ai., 2012). Em
que as fotatropina.s se autoío.sfori1am ao absorverem luz azul.
tomateiro, mutações dos fitocromos- tipo B (phy BI e phyB2)
resultaram em plantas 1olera,ue.s aos- ~ tresses abiótioos. como
Fotomorfogênese na agricul tura o dl fic:il hídric-0, a salinidade. metais pesados. temperatura
t comprcensivel que- a fotossln1ese conslitua o principal even• e UVB. indicando que esses fotorr«eptorts são parte imp0r•
to pelo qual a luz. promo,'e o desenvoh'in1ento dos vegetais Lant<" da slnalJzaçao de resposta .ao estresse. Embora .as- C$1r:m• •
(,·er Capítulo 5). Não ã toa. a manipulação desse importante gia.s u1ílhadas pdos mutantes pl,yR em tomateiro p0$$3Jl'I ser
e\·tnto fuiológko é d e suma importància para o melhor.amt:n• por melo do aumento na bios.sintese de moléculas associada.;
to vegetal. A sinalização d a luz por meio de fotorreuptores â.s respostas a tstres.ses, c0m0 acúmulo de prolina e antoc:lani•
não fotossintétkos tem sido objeto de interesse c:resceme na nas, os mc:c.anfamos moleculart$ pelos quais a tolerância ocorre
ciência vegetaJ, seja pelo emprego de planta$ n)u1antes e u-ans• ainda d o J>OUC:O elucidados (Gavass-1 e, "'·• 20 17). E.1urttanto.
g.!niQS, seja por meio de modificaçõe-$ d a ln1ensid11de e da os mecanismos J>eJos qu.ais os fitocromos modulam o tstresse
qu.alidadc luminosa pelo uso de cober-rur.is coloridas de casas parce<m depender da espécie. Em Arabidopsis, mu1antes pl1)'8
de vegetação e do solo, além do uso d e fonte adicionaJ de luz moslr'l.r.3m•SC' menos 1oleran1es ao déficit hidrico que o con1ro•
anific ial (figura 15.19). A rd lc-xão da luz obtida pdo ('mprego le (Bocctbn~to d ai., 2012), ao pa.sso que O ge ne q ut' oodifi c-.a
de film« plá.sticos de color.iç.ão verme.lha ou a:r.ul como cober• par~ a protetna sair rolcra11c.t (STO), p;artc das respóSlaS à ah3
turas do solo tem aprt5('nt.ado resultados po~ilivos, 1anto no 5alinidad('. foi indwlda ,,o mutante pJ,y8 (1uando cre-.sceu ntSS3
incremento do crtscimtnto \·eget:uivo em si (.alface, cenoura) condição (lndorf , , ai., 2007). Dessa íarrn:i, n~o ser.\ surp,esa
quanto na produção de frutos, como tom~te e morani,-uinho da~ui para a fr~rlle se muilos gt>nes de respoSl3$ ao estre.s.s('S
(l"><couau rt ai., 1989; Oecoteau. 1990; A,uonious e Kasper• C'SIJ\"ért>m asson:idos aos titocro-mos ou. 1u é mesmo. aos c,iptO·
bauer 2002; Loug.hTi1, e Kaspcrbauer 2002). AICm d,1 m1.1 dança crom0$. Dt íat<» os recepton:s de l~1t a:,;ul também têm mos1r:1•
qualitati\•a d11 luz, a u1iliução de cober1ur:1s coloridas em cu!• do um papel hnpot1ante nas respostas a ('Sltc."SSc.'S- como dtf,ci1
ti"os protegidos 1>ode vir acompanhada, fa,·or;1Velmen1e, do hklrico (Sharma rr "'·• 20 14). ·
controle da 1empe-ratura, fa\·or.:<:endo a produçio \'rgc1aL O
c.rescimen10 de cafeeiros ainda nO\'OS foi incrementado quan• Referências bibliográficas
do culú"ados sob tela ,•c rmdha, o mesmo tendo sido observa•
do par2 lómau·iro e pt:pintiro (IIIC t'I af., 2012; Ncnnqueet al..
201 1: llié e Fallik, 2017),
Vale mencióna.rque, embora w nha se inten.sifk :indo a uiih •
u ~ode 1ttnlo.s de produção bastadas n,1 modifkaç.io da luz,
é importam e con.sldemr que as «ires u1ili1:.1das em cobenuras
Capíwlo JS ~ Fotomorfogên~\.e ern Pfan11s 301

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planas. 2. t'd,, Oordn:cht; Kki"-"'r r\c-.ld,:nuc P\ibfülwn: l99'1. P, SSO. n".MÍOgffl~. 3. td. Pono Ak·grc:: Arunc:J; ~oo.t. p -1~9 -1'"
Movimentos em Plantas
Arthur G, Fett-Neto • Alfredo Gui Ferreira

Introdução porem tal nilo acontecia se ,1 ponta fo.s,e scccionad.a ou rt•


coberta por um anteparo opaco. Q1J.,1ndo o r«obrimt"nto tra
A capacidade das plantas fanerQg.lmlc:a.s de movlme,nar-se I! fd lo :ibalxo da ponta, o fototropb1no ainda tra obSfrv.ido
pequena e, c m gen,I, passiva, como em multa.$ pfa.ruas aqui• (figut:i 16.1). No c:nt:uuo. uma ,·.:-i aumentJdJ a 1nlC'nSJd.adc
tkas ílutuantes não fixas. Os mQ\'lmentos., quando existentes, lumlnos:i. a pt'rc~ç,Jo tambl'm ocom 3 for.1 do .ipkc, ou s~a.
restringem-se a õrgãos como ramos, raízes. Bores ou folhas. t.ste Ultimo l' mais sensl\'cl, rC'.spondendo mtSmo em 1ntcnsci•
As respostas podem ser orientadas ou não em refação .io d-:idt luminos;i batu ..
cstímul~ denominadas. rcspecti\'amcntc, tropismos e na.stis• l.sso rcmt lé à ques1:io de rdaç:io erure dost: e rtspost.i. Jph•
mos. Pode h aver crescimento, ou seja, aumento de tamanho candO·st' a ltl da rrciproc1dadc.. .segundo ,1 qual a n-.spost.1 <
e/ou número de cêlulas, sendo nesse caso irre\'(nívd, ()11 11pe• propordo,, al 3 duração d;a expos1ç:lo t ã. energia ou ao fluÃo
nns vari;i.ção de turgor, quando é rcw~r'$frtl. Em um mesmo focônlco (taxa de íluênc-i:a). Entfo, o ílu.'(o (' a duraçjo çnmi
organismo, podem ocórrt"r rcsp():Stas 1rópicas e/oo ninic:is um:i reciprocidade entre si; um aumentando. o outro pode di-
independentes ou Msociadas (Tàbeill 16.1). minuir. Isso par««: ser viet.:bdeiro para a tnpo.st,1 d,: p-nm<1r.1
As plantas recebem est.Írlwlos do ambienlt e são illduzidrJS a
ordem (resposr:i inici:il, mais efCmera). dentro de cerl<K lim1•
respostas por meio de receptornou stnsora que $0Írtm ahet:1• lC'S. As rtspOStas de curwtura dt st:gunda ordrm (que: $urgtm
çôes t conduu m a mud:mças mrcabôlkas. Assim. u~s eiapas após exp0siçõ,es m:iis prolong:idas) ~o m.t.is dunJouns, de
dos movimentos podem ser esiabd eddas: pendem da d ur:.1~0 t da ta.x.l de ilufocfa dC" forma çumul.illv-.a.
• Percepção: de1ecçào de e$.tlmulo ambientaJ. Por t.Xemplo, Esse padrão gera uma curva car.Ktcri..stica d\• rcsp~~ (curv.i•
Qual pigmento aMOrve :i hu: que e-eusa o fotOlrop,s.mo. ou o lura) fototrópfoa cm rdaç.ã.o à elpos1ç:io luminosa d1rê'C.1c>n::&I
q ue, nas cfful:lS ou nos l«:idos, pt"rceb,: ;a gr:i,•l<hde? Por 'A:'· cm cokópHIO$ de ;iV<ia (Figura 16.2).
zes, esi;cs tipos de pergunta sio de J11Tcil elucidaçlo, porque Qu:ise simuh-:ine#imí:nte, CholoJny, com ap1us de taizcs.
ó rgllos, como folhas, raí:u:1 I! c;aules, conscgu.:-m rl!Spo1,der e Wem, com ápices Je c.oleôp11los.. cons1:at.lram que essas
a m:ils de um tipo d,: cs1ímulo regiões mtris1cmi1ica.s .:ifem':'.lm a ni..:uuÍe$13,;:lo íotcwropi<,1
' L'ransd u~:to: como o e.$1ímulo migra por den1m da célula? que ocorri.i na rtglio posttrioc de a!onganu·nro. lkss.i for•
Q ual simd é envi;ado? Qu:iis siioas nmd:inç,..as bioquimic:.i.se m;i, :a h1pó1es,: Jc Cholodn)'• Wenl postufa que l i.lununaç.10
biofiskas que ocorrem em resposta .10 e$timulo? 1'kn.sagd· unll:ueraJ Induz;, r<Jbtribui,;io da aux.in1 cndôgena nas pro
rOS quimko.s e mudanças de poll!rl<!L-,1 eli trico são 1n1egl'.ln• ximidad,-s do .\pkt. ~:i a.»,mdria n.i dislrlbuiç.io J;i .au.u•
1« plausl\'ei.s nas respost.:is a ,~sas perguntas ™e mamida, llCS,S.,lS cond1('1.k:.. ru:, trcruponc !»s1pe10 ,!e~
Respostas: como a pl:m1a tl!age .110 estimulor O que real• füonnônio. obs.cn~a Jo n.1 regL\o dr alongamcnro, A., ,;dul~,
mente aco,uece dur:mte o nH.Wimcnto? Muil.LS cxplic-~ÇÕ'-'$ do lado sombreai.lo rcccbena.m m.us .au.una.. otunul.1n,lo o
p:ira o movimenlo d:u pbnt;as, que pan:C1:un cocr,:n1es M l.'.rt.s.:imcmo 1u p.1rt~ al!Te,1 e l.'.J.us.indo ,-u.,1; 1mbtçlu n:i.$ ta,us.
d k.idas. hoje siio contest;ubs, e-.s.pccialmentc em ní,·d cclu• presumiwlmente em v1r1uJc Je d1iuenç11, Je i,O:nMb11iJJJ ..-
1:ir e molecular. (disponiblliJ.aJe de rn::.:-plurti, Jc ,lU:tina.. rnn,o TIR1 - w r
C\pitulo 9) ..iesl>1.~ orglo.s :io litonnónio. Al!,:rn.im.:imentc,
Tropismos propôs-se qut-, 110 bdll ma.i:. '1ununaJo.. h.1,ecu m.11or Jc:.
truii;lo das aux.in.i, por AlA•oxiJ-¼<i, que serum fo10Jep.:n
Fototropismo J,:nt,-s. Um.i s,~unJ.1 h1pu1e~e .iltern.&ll\a io, .aquela sugcnd.t
A lu:,r; determina :.'I dir,-çâu do nt0\"1í1lento, Como J..s planl,b, por A. R. Bl:i.auw, rrnpi,n..lo que .l proJu,lo ou hbcr;a,;ju Jc
cm s ua mail)ria, reagem à lu:t., o f0tonopu.1no [: !.arg:i~lent< um inibi,lor J~· ~·resdmento 111, bJo mJ.1:. lh11mn.1J,, lmulMl.1
distribuidll no reino n:gc1:il. fo.S< (,·nônwno tr.i ,1...nomm,.aJo ou imp,-J1ri.1 o .:rC"...i.:unentll .:dulJr. C..11Kcb1J,.1 m.o11s ou me•
amtriormente hdio1ropi,)nll1, n,-s1,ost.l;): lut pro,'ul<l.l ,lu Sol. 1 ~ n.1111,•, 111;1\'po.:-.1 J .1 le\)Cl.l ,.i,.. Cholodn) · \\'cn1, ~ \1.1 lllnnu

Charles D.irwin (ISSO). o 1m:smo 11u,• fo,mulou :i h•Ofi..a h1potcs,: ~,•ú-b.-u ,1p1>10 Je l'l>Ul.'.O:. .1Jc1•1us. :"fo lln,11Ja. ,k,aJ:.
da cvoluçJo d.u cir,~ n'li. o~l"f\OO qw:, .:m JIJ'hh· (P/111!,ms J,· l 9SO, 101 retom.1dJ por -'lgun.s .1utore11• o:-. "1Ull:. ~u:.tent.&m
w111.1ri.:mu), o cokóp1ilo (folh.a pnmocJ1:il 11.l> gr.ammt~~) st· h.\,,:c 11111 11,r..\Jicm~· eutre .1 1u,r1c 1hu,11naJ.:i e .1 mcno:-. 1lun11
oric1U:1V,.1, em rd,1~,11 , :i um .-s1imulo ,,.m1inu,1,loJ,., luzJ11uw. 1MJJ, <om m,1Mr ,·on~<-'111r.1,l11 ~i..• m1b1tl11reli J ,• ,r~'li,un,:ntu
304 Fls'°'ogta Vegetiil

Gara<1et1$Ut11s
Trol)ISMOS.: f'l'IOv1mconto 01K'nt11do à dlr~jo do i'1h mulo "~ plbnt,1
Fotouopismo Rtil)ost.i <lt' aescl~nto <lir~erv;i-,l a e:stiMulo de hu. fornecido unldlrecion,lmente. Pode sei positivo OY negativo
bc01orrOPUmo
OriMl"'(.IO de crescimento em dire<ao ao !.do menos n~ado (sombre.ado)
GiW'ruopiimo (9f'Otn;,plsMO)
Ofi1:n1açiod,e crescimento ffl\tespos111 ti força d11g,avldade 1e,re.stre.Podt s.er positivo ou neg ativo
Dlagnvitl'Of)bmo
Onenta,;~ da rl:'sposta de cre~nto""' JngulO de 90- em relac;io .o H timulO
Pl,aglog~vitroplsmo
Otient11,;jo <la mposta de creseir'nento ffn JngtAo > o- e < 9!Y" cm 1el1çio ao H tlmulo
T,gtnOtJOplimo
Ae:spom ele ctctKIMN!to difertflcial orl(!n~ ~o contato fisico
Hidro11opismo
Re-spom de CrtKimen10 Ot!H'ltada em r e ~ ao 9r,ditnte de umldide
Qu,miotropismo
Respost11 de cresóml!fltO em relac;iio ao 9,11ditnte de .tgum.a substin,cla Qulmlca
Autot10plimo Aesposu, p,op,iocep1iva d,e c,e-sclmento iereto dos ~ •es
Fo~opismo
Aespon• d,e crescimento de 1,1i1 ,n em d!re(.io a um11 foMe sonor-•
N.utismo,: movtmllf'!tOdt rea.çio n.SOoritntado.>oulJmulo
Epln.tstill C,Hcim,ento maior na p,aine su~rlo, do ótgio, pf'OYOUondo vm.a CUIVllura p,ara, baiJoo
Hipon.astlll C1esc:imen10 maior na ~ inl'C!rlor do 6tg~Q. Pl'O\IOUnclo cvrvittK.a pari <ín\l
Termonas.1ra Movimento em llt$l)OStll a, variaçõu de teml)t1i!IWr1
Hkkonutia Enrolllmtnto de órgjos ,em re~u.i à f11lt11 de àgua
Nlctinilnl,1

ngmonntill
...........
~spostas de vari;J,çàc) de tu,gor rm rcnPQSU • trinsiçõc,s de ..,z,c,sc,.,to. q~ provocam tncurv•mento das fott\lls.

Rcspom • um e-i:timulo mednlco de modo IWO orit-nt;Jdo

(p. ex., ãddo absdsico, cís•xantoxina) no lado m3..is Uumin•do Oemons:iraram, ainda, que a Uuminação na faixa do compri•
em espécie$ como gin.s.so) e rabanete. Em cuidadosos experi • mcn.to de onda az.uJ. a ma.is e6denlc para as respostas fotocró--
me:ntos. Briggs et ai. mostraram, rtpelindo aJguns enudos de pka.s. podrria ser compel'.lsada pela 0oJocaç.ão de um bloco de
Went, que. em coleóptiJos de milho, aconteciam dois fenôme- Agar com au.xin.a do lado não llumim1do (Figur.1 16.4).
nos na dl.s.tríbuiçãO da awtina: Os (01ortecep1ores rcsponsã\'eis pela percepção de lut n2
JQYU)ha fotouUp ie11 ~o ;a/j fototroplnas. Essas lla\'opn.ndm1)
Ha,·ia distribuição assimétrica do fitormônio, se o ãpice não
ÍO$$e l0ta.lmcnte isolado
são serina/trronina cinases fotorrectptoras assC>Ciada.s :i mem•
brana pla.sm:ilica.. T(m como característica es1ru1urnl princl·
A quantidade 101al de fitormônio no fado mais iluminado.
pai a pre.s.tnça de dois domínios proteicos denominados LOV
comparada com a da pa.r1e men()S iluminada, e.ta a mesma,
(mOti\'Oproteico comum em 1uo1einas reguladas por hn., CW·
se o ápice (oue 101::tlmente fendido (Figura 16.3).
glnlo ,e \'-Oh agem), os q u ais se ligam ;\ ílavina mononudeocí•
dio (FMN). Pot1:11'110, cada molé-cula de fo101ro1>i1l :'I apri:unta
doi:scromóforos igu:i.l.s de FMN. A faüc a 1>rlndpal de absorção
de luz pelas fototropi1las ê o azul/ UVA (320 a 500 n m). Cad.a
domínio LOV de$empenha furtÇóe-s distintas na r..-gulaçiio d.:1
~ ativaçlo do (ocorreceptor.

Primeira
eurva1ura Segunda

·,
po$i!iv;1 CUIVôiltl,ll.t
positiva

'-
Alta 11uens!dade
Batxa lntansicf-1óe de fluênc,a ~
de Rutncla IOOQOtempo
A 8 e o _,.,.
Figura 16.1 Fotouopismo em colc,õptilos de 11wia desenvol'lidos no Cl,ll'Vatura ne &tiva
ew:ufo e depoh iluminados l111er11tmt-nte, confo,mt- a seta. As pi.mi.a~ Energia de luz. anil
cQm ãpiee c:ortado ou c.obtr10 18 e C) ptrm11net1Hi!lm 1et11s, e aqutl.t~
man11du in~C1~s (A) ou com seus $piCE-S e•poslos (O) curv•r•m s.e Flgur• 16.2 Curv111ic).c.a de rh po~1• a ílul?ncla !)ara o ro1011opiSmo
em direçio• luz. ecm coleôpcil0$ de aveia ilumil\lldos 111\lla!('r,limertte co1'l'I luz azul.
c~pftulo 16 + Mo\/imentO\ em Pt.)nras J OS

Figur, 16.3 Oi.Sttiboiç,l,o animétrica da auidn;i dlfusívet ~ Api(('s decoleóptitos ellci~do~ dt milho•pós a t"sllmvl,,ç.\O fotott®icit A ! a . Apl•
cts - con troles lnta<tos. C. Aplct" par(i.,ente fendido. isol,1do porl.1tnh\ot de vidro. no qv,1t •~.,.,n multo prtbimo .,o Jpit, h11Yli1 1ido mantid•
a continuid11dc do t«-ido. O. Ápice totalmente rendido e lsoladope,la i»rtt:ir, . Os nümt"ros lnd,cam • qua111tdad~ ,,1.niva de -1u:on, coftt.J& nos
blocos de âgar depois de l h. com ~se no bloensalO de gr;:iu de C\lrvaMa do ápice de ,1Vt'i11.

A Indução de a1ivid:adt de fo1otropina dn:ise pelo domínio 2007). foro,mpina I ainda es1.i C'nvolvid:a na inibição do crer
LOV2 se d .\ po, melo de modihcaçõcses1ru1urJisacionadas por cimt'nto do hipocótilo <' na dcst>SlabiJiz.1ç-jo de •.igun, RNAm
luz. as quais envolvem uma aJfo.hélice c:onstrvada. d<'nomina• induz.idos por luz. F0101ropina 2 parlicipa da H'1p0$l3 de c-m•
da Jn. A autofosforiktç.io de foto1ropi11as ocorri: em múltiplos pilhamcnto de doroplastM p:an <'vit.ar d~no fo1oxidat1vo em
resíduos aminoocidko.s de serina de modo RuCnda,ckpendcn• mzão de ah;i irr.sdiância. De m.'lnt-11.1 geral. as fototropin.s
te. Essa fosforilaçiio p:ir«e dC$Clllp(nhar papel n.a sinalir.açlo, têm o imporl:1n1e papel dcconlrol:ar di\·cts.as funçõe., que oti•
na d essensiriza,;Ao ou n.'I rtlocalizaçâo do fotorreceptor. ml7.am as rC$p();S.1~$ íotossintéticas da~ plantas.
O mecanismo da resposta fototrópic.i parece envolver uma Embora as n.:sposus fotouópic:u d:;i p:irie airr.a W'j.1m ~ -
sequ~ncla que st inici;i com a absorção de luz. principaJmen• mclhantcs t'ntre gra1nind.S e virias dicocilt:dóne.i~ olxc-rvou•
1e pel:1 FMN d o domínio LOV2, seguida de um rearr.anjo d.i sc que. em pepino, ha\ 13 respostas quando irr.ad1~d1) <om !ui
0

hélice Ja. e d3 ,niv.ição do domínio cina.se C•terminal. o que wrmelha, su~>trindo um~ mw.iaç.io. nesse c.a.so, pdo hloçromo.
condu-i à a.ul()fosforilaç.io do fotorreuptor e. possivclmtn!e, Ern Ar(lbidopsis. ti1oer(>1nos 1ambem pal't'CC'm intl~nciar a cur•
â fosíorila.ção de Oulros aubstrato(s) proteico(s). Em st'guida, \'atura fototrópic.a. E intete$53nle obSt"rvat que na p1C't1dófir.1
ocor,erb a ,ui\·ação dC' canais de c.ikio(Stodzk tt aJ.. 2003) <' t\dim,111111 (;ivtnea) ex.isi< um pigme-mo fotorreceptor ffil$.IO,
modifiO'l~O do ci10C'.squdeto, resultando na rdoc.ilizaç:io d<' denominado neó<romo, que tetlne um cmmóíoro litocromo-
1ranspor13dores dC' efluxo de auxina do tipo PIN (Blakcsl('e er bili~ e dóis Fr,..tN, aJbn de do,,,ínio N•rl-rmln:al íot0ssen.sor ~·
al., 2004). E.s.s., situação conduziria a um maior a.cumulo de mibr ao füocromo e C-1erm1nal com don,inio senn3/1r~mm
auxina na p:me sornbtC'ada. do cauJe. resulta.ndo <'m um cres• C-in..-ist $emelhantc .10 das fot01ropm3S (Chnst1e~ 2007).
cime.nh> d ifC'rcncial em direção â luz. Um diag:r:una do mcc.a• Caldas er 111, (1997). no Brasil, estudaram a pos1ç5o dos fo..
nismo hipo1ético da resposta fototrópica está rcprtSC'nlado na líolos da Fab:iccae Pt<"rodo1t pubcs.etis cm rcl1çio J luz sobr.
Figura 16.5. Verilicar:un qut. em ambiente de ccrraJo da r~iio tropical.
Há duas fototropinas tm ArabhUJpsis tha.liam, <' ambas ;Uu· ondt h.i forlt .:,~tressc pela aJla insollçio.. os foliolu$ ,issum1:::im
am na rt:Sposta. fototrópica. AJêm desse tipo de n:Sp0$1a, as urna posição parJ.Íolotrópica (posiç.5o paralel.l :. ra.d1:,~ot.
fotatropimu particip.1m da regulação de abertura esto,nãtica dhnhmi,,do. :i~~im, os efeitos da ahl irt".Jd1ac;lo. fu.s<, movi•
por luz azul, da cxpanslo dc cotili-dont:$ e folh.1s, d0$ roovl- minto e1wotw: a \·ari;içio de turgo, J:15 cJll,1b , nuJCOr;b na
mcntos de cloroplas10s (espalhamento horizontal pi!r:i ()timi- b;\sedos pedolos (/()u foliolos. O parafo1otrop,~mo n;'io e nor•
zar inttrceptação dl.' luz sob baL<ta irradi.incia)e, possivtlmen- malrnen1e obsen·:ado .:m plam.:as Cll.UO .&lgodão. .so,a. .alfaia e
tl.', movimcn1os de orientação foliar em r<SpOSlá :\ luz azul.
pcll'én1 não rclacionado.s com controle cin:;a.d1ano (Christit .
l■I
Cresc,men:10 deferencial
e c;uNaOJra em
d~!lu:

At1vat.OO de O@fle5
regulados IXl" ;lll,i)Q,'l,êl

Allvaç,lo do Acumule de auiuna
A ean:ld do çslelo na Part• s,omo,eaoa
Flgur• 16.4 üpeomentos de f. wem.A.As ,:x11em.d,,)cl('s doscoleóp l
11101, fora,n ,emovidas e colocad,n po, 1 h iób1e blocO\ de ~r. Afk11$tr1~ de
Aller-a,çõe!s CM
8, l\pós ., reto.ida dos Jpicts de colt'ophlOs. o J(J.lf foi cori.,dó ~ 1 C!IDC$(1Uele«>
1--- - ., lntMPQl'laoo«!S
pequenos ped,aços e colocado .1uhnelnc,,n1é!f'ltl' sob1e o col,eqpu1o de, au)ljfl3 PtNl
niio 11\du.tido. e. ü irv,IIIM.l do ,)pi(~ p;,,a o lado O~lQ J O pedil(O<k
&gar. Os expet1ment01 foram col'ldui,doS ooe1cu10. e a cu1v.ltur,1 do
COl~pllkl dec111>ilM'JO deu.se .l 'let'l'll.'lh,.111(.) dilqllt'li'S !ntMICIS lhJffll
n11d01 l.11cr,3lmenie. Conelustio • que Wen• d ~; t•il Qum,1to o fa •
10 , q u e p,ovoc.ava o encU(V.u11e,,i10 que se acu1nulav,1 no ladoqposto
ao iluminado.
JOij Rslologla Vtgetal

mah"3. nas qu:ii~ as iolh;.-s se Oric-nt.lm r m rdnçãn ao sol d~• Al) contrário da ccmpcr.atur:i, dos vento$ e da qu:1111idadt
rn:tneir,1 di:lf.-.tolrópica.. ficando orh)g..mais::. fontt hnnino.sn de insolaçi~ a força da. gr.widade ê' conslll.nlc cm um m~.
(Figur.i 16.6). Est(' Uhimo nuwimcnto ê' tambrm conh«ido mo local Assim, 1r:i1.Me de um baliz:idor n\uito r<'gular do
como hdilltropisnw (refcridll fr<-qucmcmcnte como Mlm· tm - dcscn\'oh<imcnto. e as pla.ntas cn( Olll mm-sc bem adaptadas a
rl.' i11s, na literatura ('m inglês). perceber e reagir a esse eslímuln.
Ou1ro inte:r~ s,mtc tropismo, obscr\'ado em plantas j<wens
de "1m1surn gij:m1te.a. planla h('micpifit-1 do Interior dt ma.. Raízes
ias.. Jnid a.lmentC"," pane afre3 apresenta orirn1ação cm dlre• Percepção
ç:lo ao loc:11 mC"no.~ iluminado.. norma.lmrnte cm "irtude do
Os es1atólil0$, descrllos inicialmc-nte para os crus1,keos. Í()-.
sombre:amen10 d<' um tronco rróximo. Isso a.partntcmente é
um fo101ropismo neg,1tivo. qur dc-.sap3re(t" qua.ndo a planta ji ram iden1lfic:1dos em pl::mtas como g~os d e a.mído cm ami-
cn:sccu o suficiente p.it;11 tc-r inicio o apoio sobre o tronco. Daí lopl:tS1os na coifa junto ao ãpkc meris.lenlálico da.s r.ií~es. Os
cm diinu.·, há uma espécie de rl!\·crsão. e a partt 2êrea de M. grãos scdimenrn.rfa.m com as m.emb~nas no l~do u~Í('nor das
células (cst:itôcitos), e t'SS(' S<"na o smal gr.w,rnétrico para o
gigm1tcíl assumt o fo1otropismo po:sitivo usual n:i pa.rte ;aérea
desem'Olvimcnto. Lsso explicaria as obser\'ações feitas .in tt-•
d,u planta.s-suportc. Esse comportamento I tambCm denomi•
riormcntr por Darwin de que rafa.e,, coin pont."$ seccionad:1.5
nado e.scototropismo (do grego skoros, penumbra: tro~. dire•
cionamrnto). não respondiam à for-Ça d.1 gri\•idadc. Essa teoria íoi contc~ta•
da mais rnrde. pois. cm plant:t.S deixadas no escu ro. nas quatso
Gravitropismo amido era consumido, :i!nda :is.sim ocorri::u n reações gra.\•ilrô-
picas. Ê.m mutantts de Arabidopsis dcfkicn1cs na formação dr
Tra.ta•S<: d.1 resposta de crt'$Cim<'nto na qual a planta se orie,,. 8,ri0$ de amido, observaram-se rtaçÕ<'s â força da gravidade,
t;, cm n:lação ao vetor gra1•ltliult· (anteriormente denominad.i
embora e-m int.:nsidade menor, gmças. ao mo"im<'nto dos cio•
g(Oln,pi.smo).
roplastos.
Em ger«ol, as rai.1.cs orientam•S<' positivamente tm relação A estimulação gmi taclonal é o produto da iluensidadc do
ao tstimulo grav,dade, permitindo a ancoragem da planta .io eftÍmulo pdo tempo de aplicação:
$Olo e facilitando a absorção dé água e sais minerais. A parte
a.tr<'a r<'sponde negativamente ao estímulo, tornando possivel O= t xa
a c.ptura de energia r.idi:mte de íorma mais c6c:irnte, impor• Em que:
ta.nte para a fotossíntese- r o controle dt outros proc.:("$$(.)s de
descnvolvimenm. D: estimulo gr3.vhadooal ou dose
Hã órdos como es1olôe5., rlt-0mll.$ e galhM 1ater2is que c;rC$• t: tempo <'m stgundos
cem cm ângulo rt10 â força da gr:wldade, sendo de,,omiMdos a: aultração da massi1 pdll grnvldadc tm g.r:am á.S,
d iasravi1rópko !i ( Figur11 16.?). Ó rgAor. que c~csccn, c m ô.., ,~-u A Jo, c li miu d,;pend< J• 1cmpc !'óa1V1 ... Jc;,»<1 fui 111,1, •).11/1
los diferentes dr 00 ou 900. como muitas tatus secundan as. coleóptil0$ de ;aveia, a dose a 2?ºC é de 120 g.s., tnquan•
são chamados pl:1giogr,w ·i1rôpicos (Figura 16.8). to, à ttmpemur.l de llºC. é dt 240 g.s. Ou1 ros parimttrm

Entardocer
Capí1ulo 16 ,,, Movimtntos em Planla, )07

Ao"'
(011~r.,-.,t,ól)l(.o
-----W
nc91"1YO}

o,a,grawsópxx, _ _ _ __,.

/
Rizoma =diagrwvi11ópco

A.iiii: $OCUndària - -- -)~


ou terdãria,
(IJÍ,clgiog,a,wrópiea
ou 119r;witróplca
Âpl08<1a ri.ltl
(ortogr.-vi1rópieo - -- - -f
Fl9ura 16.7 Atoucorio on911.sr;(ofi'o no sul do 8tMi~ n11 qual se pode posl11vo)
observar o diagravit,opismo dos galtos. lma,gem cedid11 l)01R. Zaf\.
davam. FlfU'ª 16.a Tipo\ de ,espon~s gqVf\.lop1t,H ffl'I plàl\ca.s.

interessantes q uando se deli nem gra\•icstímulc» $)O 1empo de


aprescntaç.\o, tempo de reação e intctuidade limbr. bdo superior da taiz 1n1.:ic1a. dc-rois <l< ,1 pl.mt.1 p.:-rmanec{"r
A duração mlnima do estimulo par,.1 11lduzir a curv,.1lul':l C('J1() tttnpo na posição horizonla.l. e JM.IS ;ic1do que o bdo
consmc no tempo de aprcscntaçao. O te-1npo d.e aprn.:nr;i~iu i1)Í,:rt,:,r, e: ,-.tbc·x 'luç o <1;:rç)<im..:111t• J.c p11tcd.:s Jcpc:nJc> de>
lombém é funçio da tcmpcralUr.1. pois a 30"C é mui10 mais mn:-. maior addL~l. na qual t51:i e1wolviJo o cfc110 Ja au.una
curto que a l0ºC. l:m tcmp.:-r.itura$ mais bai., as, a ,•iscos.da• em ,:onc('ntr.1ç1XS <)l1n,ubu,ri.1S. Hl 1,1mtkm c:,,idêncu.s Jc:
de do protoplasma é maiór, dilicuhando a .scdirnentaçiio dos que na po~o inftriot sm·ies1imul.Jda das r.uzcs. con.:.Cnln•
e-siatólltos. Não deV(' S('r confundida com o tempo de re;,aç!lo, ,-01:s mais t:lt\',ldas de .:iuxin,1 estio associaJ,b l ..1!c:1lu\ttJÇlo
pois, :u é h,wcr a transdu,ão da scqut nda de s.lll3iS. pode ocor• do apopbst~ contnbuin<lo par.1 m,:nor ( r,:~1m.:rt1u (H.1.rmc-r
rcr um tempo lxm m.1ior. Pata o colcóp11lode milho, o 1cmpo e Brooks, !018).
mínimo de apr<scntaç.io foi de 9 s, ma.s o inicio ,•isivel d.a cur• Alêm Jo gl'),1ien1e d1fl'tcndal de au.'<"in.l.. C.-!• pam:c l"Star
vatura só Sé iniciou após 210 s. A intensidade limiar V.lria Jt em·0l\'ido 11as respostas gra\'itri>pk.u. Cs.tndo C.:i'· r.1J10.-t1,\1.,
pl:i.nta pa.-:i pl;mt"' e(!{' órgão para ó,g?io. As r.iius siio cerca de l,'\•idend,'M.l•Sc que h.,,;a mJior .::onc..-ntra.,"ão dc:.:o.s< J(III no l.a,l,-.
10 vezes mais senskth que a p,ule airl!'.1. 1nfc-rior. e. além Jisl>O. ;1 aJi,çlo Jc: EDTA (cd1Jll'11c' J1,mm1.-1e•
mrd<l't)\' ,,ci,l:, c1n por1ugu.'.-~ .l~ido c11l,:no-J1.11111no !dl'l·J.o.:l'1i•
rto,uduçcio e resposw co). qut k'l}U..-.stt:'l io,n1- D:•. nul1ri.:a .1 tL~P.).'í.U gr:wuropi.:.t. 0-.l
Foi 1>roposlo que o gra"it ro1lismo póiilivo .1prescnlado pda lll!:)ln,l form,1 que os ol~os mm a~na .:olO\:JJos .lii1mctri,.1.
rnaioria das raizcs l'SIÓ. vinculado i Ji.stribuiÇ:'lo d(' tun inibi• mcmc substituem .l ponta ,la raiz S1.'t'<10o..tJ.:., JSat ..:om 1on-~ J.:
dor, o qual s..- 1orna mais concen1r.i(lodo b J<> infcriOC' 1.fa r.li1.. C 1•· f'Ol,lc J'M'0~.1r O 111<,m1.> cfoh,,. A ~-.rb.:.1\.io rror1):,,l.1,: .k-
\jUc'O) ~~"1..111,hhü Jl1'1>Sll.\,l,AA iObr-: a., m,:,mbr.in.1-). ,l'Mnú .u Jo
Dois fiturmõnios ocupam papel 1.k d1..-s1aqm.• no)a propó31.l:
r\•11.:ulotn..lopl J.SJn.ihC(t. .t pl..tMllJ.lh::l,: m,....mú .b J,n \'.UÜOl(n.
AIA e AllA. Embora AUA possa inibir o cresdn1..-n10 J.ü r-11•
zes, a (onCl'llt raç:\o nl'<'.l!',►s.iti.l l'nro,1tra~ l'~pcnm.:-n1.1lmC'nlc ..·..111S.1riam um rc:,ur.:injl.l J., "llOC)quclcw e" .1.b..'11ur3 Jc .:;m:ib
foi d e 100 a t .000 vcu.•i, ouior i1ui.- aqud.i. nas ..-.1il(') •IU'-' ,e:,,• Jc ukw no 1011,11•!.i ,11.> ,: rio rco~ufo cnJ()pl..ti.nlJ.11, o. .;,\th,Ul1.lo
pondem ,1 fon;a 1.la gr.wid-11.k·. Outroi, 1Jcsqu~..1Jor..·.s ~i;,:,rl'~l .1 cutr.i.d.\ ,te sr.in.k ,1u.m11J.1J.: ,k,..;: hJO nv ~110,•I.L,m.L O l,11·
ª"
uma l1fü•raçJo entre AIA l' A IU. Potém, l'•ml~)(t.-i, ma,s ~,\l 1\0Jl•Jia compkx,u,.,,.- .1 .:.lfm<.)t.l11l11u,: .111,· r.u .1 .1t1\ ,,LiJc ,lc
,,n,bc,,: 1,1,fat.1>,:-.. .1!..:-m de .:,nb.lr rl-J1.>rnb,u,.,,>J.: 1t.1ruror
fones apon1.1m para ,\IA, tlUt', na.s 1.1.i.tt'l>, Ímk.'.1onan.l .:-01110
inibidor Ju ,:rc~irnc1110 ,lo l.1dn inii.-tior. A wm1,;.io d.i. ro,u.i. t:i,1,,ui.J..· l'1fu~o Jc .111.,ul.l. 1,,.., r•mo.:,tn.a um m.11ur .:umuln
da r.1i1., <.:om colo<.i.(.\O ,lc 111u bl\K'.I) J.,, .1~M .;011ten1.l<J AI:\ d,: JIL\111.t n.1 ~--or,li) tllll'llllt JJ. r"'LI., 11roinownJo .. \ Uf\.llUt.l
nu bdo IIIÍl!.'rior J,, ra11. po~idon,1,l.i h1.M"1wnt.1.lm,•nlt', I''°""''"'
J.i. 1'\llll,1 ,1., r.lu l'-'r"' b.i.L\ll P"l• .., c..... mi..·1110 m1tnJo 11.1 ()Jrte
CllCUr\'aOh' IIIII ;,.·mdh,1nh;' .11.1 J.;1 t.lif. iiua, ll (F11:,ur.. ló.~). () mh'II\I(. m.i.i. ruu 11.1 p.1.r1.: "'ur.:r...,r.
308 FrSiologia Vtgetal

{ºS)
li
e- ~
DCJ
li2 e- li 2 ê
"
• li3
e
~- o 3
D
~
FtVu.ra 1 ~·9 A: Ápice de ,.,1~ int.act<l de uma pl~ntul.- em poSiçlo normal ~rti(;il e. Cotouda na posição horiront11I. quando in1ac1a, aprt$cnu
gravitrop,smo,qutl.ndo seccionada, nlo o aprese-nta. C1. Raíz(':$ coma pon1.11 lCN:<ionada na qual se adidonou um bloco de ,jg.:,r <omAIA, Cl. Aga,
sem AJA. O •.Bloco sem AIA <olocado no lado de cima. 0 1.Com o tempo. ocof'l'ecurvatu,a da raiz. apHar de seccionada, pela adição asslrnéuica
do bloco de agar <Om AIA, Dl e Ol. N) o foi observada nenhuma re,1ç,i1o,

Caules e coleoptilos nesse lado. à slmllarldade do modelo de Cholodny•Wl'nt.


Arresmtam. cm genl, gr,witropismo nega1h-o. Essa manifes- Porém, hà crhkos a t$$.'I in1erprernç3o. j:i que :is res1>0$•
tação de g:ravitropismo •wgath·o pode ser fa cilmt nt<" verUk:a- tas siio mullo ripid;,s para ha\•er tempo par:i -' m ig ra~ão
da, colocando•se na horitontal uma pl:anta cnwsada. D<"\'C•sc do fitorm ônio. e nem sempre p.irec<" que st es1abel«eri;11n
r('alizar esse c.xperime.n10 no escuro, a fim de e\'ltar o rna.sca- gradienle-$ e1u re a parte superior e a inferior. Uma das ex•
ramcnto dos r('suhadQ$ por influências foh'>trópicas. Após 24 o plic:ações encontradu ~ de que o gradiente u cs1abelcceria
48 h, i: possivd obser.,.ar o cauJc assumindo uma posição creia nos tecidos epidérmicos, mais sensíveis às auxinas, pouco
a partir d<.' uma porção mediana ( Figura 16.1 O). inOulndo os 1ecidos da,s camadas mais internas, o que difl -
cultuia a detecç.io do$ gradientes. Outra coincidência <m
:>frce~õo fo vor da$ auxinas reside no fato de que, usnndo-se inibi-
Nos caules, os lados de percepção e resposta s!o os mesmos. dores de rransporte de auxinas, o crescimcn10 foi inibido
Isso é w-rdadeir<> par.a coleóptilos, Mpocó1jJos e caules adul• e não houvt respo$tas gra\•itrópicas. Hi ('Yidências de que
10s. rnt$JJ\O qu•ndo da remoção do âpicc. De fato. no ledd() Outros íltormônios. como glberelln3$ e etilen(), pod..-rfom
~renqujmitico peri\'ascula.r encontram-se grãos de amido e$lar envoh-idos no processo. Assim, 1ecidos 1r:it:idos com
que desemptnham um papel de: estatóli1os. sendo cê-lulas des- AVG (amino~etoxivinilgllcin:i), inibidor d e produção d<"
~ tecido 0$ C$1c1ód10& do ;d$.t e-,u ■• No u,d d () per'l v■;;c1.1 l •r Jc» ctllcn(), n io o.p r~,,:nt,1,r;im ,c~po~t,1,4 &r'-'vit,·óph:,u n ,:gati •
colcópülos e dos hipocótllos. também podem ser encon1rados ~ $.. No entanto, r..-spos1:1s ao etileno não S•i <> ger:ils e não
eSSt."S cstatôcitos. puderam ser evidenci:idas em hi1>oc:ó1ilos dé 1001,ue-lro.
H~ t\•klfodas <'Xptrimentals de que r>(l(h:ri;1 h:wer mai$
7,o.,sd:;(óo e re,spos:os sensíbilidade ou maior quan1ldadt de receptores c:.1pa1...-s Je
Auxinas se moveriam para a parte inferior do eault rolo• ligar' auxina na parte inferior do c::.mlt di:itado que na pari<'
cado na posição hor izontal. promov1:ndo o cresdmcn10 superior; além disso. Cat• seria mais abundante na parle su•
pedor, onde inibiria o c.resd,rn:1110. Um mec.nnismo similar
ao descrito para o gn:w11ropismo de rnizes, cnvolvcmlo de•
posiç:to de estat6li1os.. rea,·ranjo de ci1cxsquele10. abcrtur:i de
caoiis de c.álcio. atividade de cinascs e fosfarnses, 1'l-<listribui•
ç:io de 1rnnspor1adores d< cflu.xo de :1uxini e actí rnulo dt'st.-
''ª 1>ar1e inferior, operaria na Jl.'spos1.a g,r;,\•ilrÓpic.- d e c.lUles.
PMém, pOSSivdmcnte por diferenças <k sensibilidadé à :11U.1·
na e,u re ('.;:mies e nlÍli.'i, as res1)c)Sl.1s gra\•i1rópicas nl.'g'!'l!i\·as
t.>m um caul< acontecem por um maior crcscimcnlo das cêh1·
las oo fado inferior, em razão d,1 maior addlticaç:io loc:il Jo
3pc>plaitO, enquanh) a$ do kldo superior 11;\o c 1•.:scc m ou .-ti
mcsnlQ llàO moldadas pela disteusão c mud;111 ._;, do: <,lirl'(.iO J o
c:rcsdrnc,111) do C'.aule. Em c:au!(S lcnhl)1,11~. ~lllt' 1( 111 1·..-s1riçl>N
de cn.•sceJ" p()r i longa,ncnto, ~ riticou-~ qu..- a rcdi:.tribui\ lo
de aux!n31imbém ê •~ pons:ivl.'I pdas t t:,!,Jk)SIILS grav11rõpk :is.
a~ qua,s panx..-m dc1>c11dtr de crcs.cim.:nlo radi:1l .1ssi111l'tric:u
n gur• 16. t OGri'lllfOplsmo em pltu\ lVlaSde milho ClfO muyS) COloc<l· par,1 o caule s..- mo\'cJ' con1ra .i gr.l\'hl;idt• {l l.1rml•r ,. Ou>~1ks,
das. aos 4 dias de idade, na posiçAo h011ron111I p,or 3 h, N11 p,i,rt e. aérea. 2018). Um r~ urno do poi,.i,.Ívt l ml-C::uui.mo gr,ivitróp1w e
Obkrva•se o g,avit,op,s,'nO ne9a1,vo, enqv~ •o. na 1a11, é p:X,t,vo, aprC';\<nta<lo na Figur.a 16 ,11.
Capítulo 16 ♦ Mov1ment01 ttm Pl,1111.as )09

EsUmulo gravhadonal ( Ctesc:lmentod1ferencla11


oricnlarí..im a deposição diferenc-J:.11 Jc m1<n)6brilas de ceJuJo.
se. O tstimulo inccânko 1.ambêm ~ria cap111 de lnJ um t1pê
eles tea1iva, ~ o:rigtnio junto â pctifcri.a da célula (por :.ç,t11
Oeposic3o de Alwação de genes Jc NAD(P)H oxid:i.«"S acionadas pc!f protcinas G), b<m como
amilopla:stos re,gtJaOOs por :,uUI;, aumento no conlrúdf1 de açUc;1rt, solÚ\'d\ A'\C~Odados. t ' ~
C'V<'ntos lc\•;irlam aouc~dmt'nto em voltJ dn ,upoflc.
• A base cdular do tigtn()ttopi.smo J e pvinh.11, JcpcnJr dt'
R~.-çao do Rtdistnbulçao de lita$ ou d lindro\ de fibms c.spcdaliz:idas, u d~ uma dib quais
CitoesquelelO e abootn iransportadores contendo uma p;arcde celular interna gdatinos.t, rica cm mi•
de canais de çjlcio de awci'la
crotibrila$ lo ngitudinai, de cd ulo<;e, bem C(n'nO ;1r.ab1n.,,g.ilK·
Figu ra 16 .1 1 Sequéncla slmpllficadapro11ávelde twf'ltos do g,avitrc>- 1.an.isc p«1ina.~ assoei.ilia.~ (fibra,: GI. A pan:Je: e,nc-ma Je,Q.s
pfsmo em pl-,nt,J-S. ctlub .s lisnifiu progn""iv:imrnle com o crt:K1men1n hrlk:01-
d:al. F.sse tipo de fibra j.i íoi c..uac1cri1ado cm 1-cnho de tensão.
Outros tropismos em que sua contl"-'çâo serve para rC"Onll'nt,1t \'C'rtic.11mt"n1c C'
d ev:H r:amos cm ctcscimcn10. Em g;a\·inhJ.S de pep,no. a.s fi.
Tigmottopismo bras G se org.:inizam como um.l bicamada de cilul.1s. com .l
São rtspoSt:1$ de cresdmento orientadas pelo contai~ cspc• a maJa mais próJima ao limiu: cónca•.-o ml<mO J;a \·olt:i J,1
clalmenu: C\'iden1es em gavlnh:tS de chuchu e outr,u cuc u rbi, h<li«- d:i ga\'inh.a stndo mais fortementll' BgnifiC';id,1. E«.1 ~"I•
t3cea.s c,u de videiras ( Flgurn 16.1 2). No lado tocado, o c:rt.scl• t1u1ura possibilita con1r.ição diftn:·nd.al dc:s.\a btc:m1.aW n:1
men10 é rcdu1Jdo, mas continua do lado oposto. fo :t<"ndo com form:iç:io da gavinha, uma \'C"L que a cam.lda com J.s cilula\
q ue a gavinha se enrote em torno do suporte. t possfrel que a Ug.nilicada.s intcm a.s seria mais comprtt,iwl e c.ap;az <k ,n.
rcaç.ão tambem en\'olva au..,in;as e Ca:•, Estudos usando plan- colher m:ais que a C'.1mada cxtcrn~. possivelmente" por perda
tas de er\'llha e Bryonia dioict1 com aplkaçào deauxinas, ilgt'l'I• difc-11:ncial de ilgu.i (Smyth. 2016). 01::»a forma.. .l g;wmha cn•
t e$ modificadores de microh'it>1,1I~ e ionôfocos. bem como cun-:itl~ e. na scqm?n(1a, enrola.ri:,.
envoh·endo an;íli.ses de au:dn,s endógenas, IC"Var,u11;\ prapo•
siç.ão de um mec.lnismo pa.ra o tigmotropismo (Engt>lbenh, Hidrouopismo
2003). Segundo esse model01. o estímulo meclnko do cont.110 Resposta a g.radii:-nll" de- agua o~r\'a\'d cm ~1io.-s, patticu•
com o suporte causaria uma dcfonn.,ç.1-0 da pucdc cduJa, e fam,en1e de plant.-s lenhosas arbóre.u. as qualS in\'esum m:us
do CilOé:squdcto, conduzindo ;1 u,rui despolariz;iç:io de mem• füom:wa no crcscimcn10 de raíie:s loca.liu<U.s c:-m ttg.ilks do
brana, m tdiada por 111icrot(1bul()$ via intt'rfocc mi(roi\lbu· 5010 no qual o potcnd:il hidrtco ~ menos n(l?lU1', ou !>t>1.1.
los-membra,,;, pl:i.s,mhica. Subsequt'nlC'm(nt..:-• .a hberaçio de onde i: mais f.kil a ;ibsot(lo dl' .lgua para iun,1~.m:ime.uo d.:i
.:.Ud v pa 1a u d t'Jpla~ma, ..-m o.u ujuu tv ,;-0.n u.m ;lo\.ltn,;ntó ri()
pl.lnta, rC':,.pon<ltndo às perdas hidri-7a.s (•ter Clp1tulo 1). Em•
teor de au.,inas ati\'as. promo'l(ria a expansão cdubr, Os mi• boca o 1r,.1,nsporte laM'·.al de ilu..".in.l possa faur pari~ J .1 r~•
crotúbulos, por intcrnção com o complexo da cdulose sintasc. p<»ta hidr0<rópic.1 em .liguma.s pl:mta..s. cm oulr.l), mduinJo
Ambidopsa; 1Jwlia,w, ..-:sse t'l'l\'ol,•1mcnto não e .1p01.1JQ pot
c.,.idi 1ld.1s sóliJ.lS.. L'm .i particip..1ção rdcv;11nt< de: ABA no
pf'(l(ess.o 1em sida rd ,ua.da. uma \'CZ qul' ..:ompunc:-ntc:-) Jt" >t·
n:ifüaçiio de.s.sc 6tormó nio i,ão n«c:-:,..\,.Utoi, par.a h,Jnnrup,s•
mo nacmal. Esse pro,c:-sso 1mplk.aria ,1 promo1i':iu IU J1, i.;,10 t
expamâo cclul.u dl' tc..::1J oi, .:ortic.11s n.a wn,.1, Jç .,longJmcnto
da rai:t~'°3Ua).-,1.a por b.-U,;1$ ,on.:cntrJi.;Õ<l> Jc ;\ J\A 1H.1tmcr e
tJfooki,, 20 Hi).

Qu.miotrop1smo
facmplo 11pico e o .::rci,dml'mo Jo tubo pul11l1.:-o .:m 1,hrt'1,.lo
.10 61:ulu n.1s llor<i,, pro.:cl>SO 1nJuw.lo pot u a.b 1t1l)g.;lla.:tanv•,,
g.lK.;1p:roll'm,1.s c hpopro1cm,b. alem Jl' um P')ll"l'lci,d dt"lrO
qu 1111tú) r 1llJu 1iJu P" ' \Ulh t,.:· l' JJ PJ!th.'.tp,1,;.io Jt' sr.idtc"I\•
t.:s de oxiJo ni1n.:-(I..: ca:•. A rc.t.l n,.uurc:-i.i Jl'MC' qmm1ollm·
.:-ion.aml'nto .l p.utir Jo lh°.ir-10 .unJa e ,;untrn\·l'rs.a. m.ai, -.<"rl.l·
nwnt..- c,)('n-.1..11 rarJ u t\_· n,lm.:01M ,b t..-r1i.l1.t.\,;.i,,

AutOttOpl)mO
Pl.llllJ) .:uru,cy.ucm p.:orlcb<r .1 Jcl,}fmJ,.M .ll· 111•g.1w, lC .llll'rar
•1..'U • r.-., m1<:<nt\_1 •• tim Jc r.:, upt ru l) .:tl'l>, 1m.cn1c, t!clu. Dur:m
f-igu,a 16 , l l Gavin~s dl" Curnm11 -Ol'IIJWio. A cu,~J-1\.11• f<J• cJvSJdJ t,: , , l(lll1ll\)1'1)111•> uu grJ\ tl!V\'1\111+.). ,l 1.."Uf\ JIU!.l ,.,,~ui J\1 k1n
PO( d ifc1en1e-s lclllaS de (lt"\Cimemo e,(l(f(' os IMiOS ln.ttll-0 ~ tllh'IIW)
da 9,<1v1nha. !>f'OVOCilndo o êl'IIOl,)m<.'1\10 do o,g.,o. f.O Jc t1..\l.l,1 •-' •>~,1,1!! ,c~11iJ,.1, Jc um rcn,xlu Jc n:,1lmh,1mc11111
3 1O FlsJofogla Vegetal

wr1kal ba1,írl·10, de- 111(.'ldo qur fl dcsrn-curvamcnto ocortt IXlf• gr.wiJ ;id~-. cpinastias são prov:.vdmc1~1c ,a.usada.s por um,11u-
1indo do :ípkt· f.' a .:un·a1ura ac:iba por p(rmant«r somtn1c xo desigual de auxin:i pela parte su1:,,cn orc 1,, rerlor do p«-.olo.
na b.,sl.' do órgão. 8.-se m<nimtnto podi:- $1.'f qua!ihc,;idll oomo A respost2 e1>in-:h1ica pode $(r indut.idn por altas conc~n.tr~-
propriocepri\'O. ou 5-tja, qul' l.'n\'ulve a pcrccpç-.)o ou scnsíbtli• (ÔCS de auxin:i ou porecilcno. E.s1udos com mui antes cp1nas11,
Jade da posição. do fX."W e d :.l distribuiç.ão do corpo da p•lanta <"os de tomateiro sugerem que a indução dccpinastia por nuxi.
e dt"" suas pan..s. Es1udos cnvoh-cnd() auxina r.-di(latlvam('nle na pode depender da síntese de etileno (1;1lvez via induç:1o da
nu.m1d:i u,dic-.tnm que fl autotropi$mo n5o depende de uma sintai.e do :iddo amino-ciclópro1>ano carboxílico - ACC - por
ttdi.s1ribui~O lateral de auxin a. A ('Ur\'31\lr.t local pam.:c ser am:foa; ver Capitulo 9). Epinaslia é bas1nnte comum c m p13n-
percebida por um m«anismo deptndente de actinomios:ina. la$ subme1idas ao estresse de ali1gamtnto; nessa si1unçJ0,, há
pn.-:rumivdmente em fibra.s longas do xilema que apJ'C:S<'nLam acl1mulo de ACC nas l'.'IÍteS (onde a tensão dt oxigênio é bai•
hfamcntos de ae1in2 distribuidos ao longo de sel.1$ eix0$. de xi), o qual ê tnm.sporlado par.\ a parte aêrea (onde condições
modo a ath..-ir c2nais iônicos meca.nossensi\•ds que le\'ariam no aeróbicas são normai.s) e conn:-rtido em etileno pela oxida$('
cm<imen10 d iíérto<fal ( Harmer <' Brooks, 2018). do ACC. O e1ileno produzido na parte :.ére~ contribui p.'lr,1
epina.stit1 de folhas e pecíolos (,·cr Capítulo 13). A resposta re•
Fonouopismo
\'Ctsa ã epln341h1, a hlpon2stia (i. e., curvatura de órgãos para
Corres-ponde ao ncsdmen10 df.' raízes n:a direção de um,1 fonte cima em ,•lrtude de uma 12xa mnior de crescimento na parte
sonora. Hi poucos dados sobr< CS$C tipo de tropismo, mas um inferior do órg;io), ocorre com menos frequência e pode ser
estudo cm ArabidopsJ11Jwlfrma descreveu as etapas lniciai.sdo induzida por gjbtrelin.:as.
fenómeno com algunl delalhamcnto. Ex-posição das plantas a
ond,s $01,oras (200 Ht) por 2 scma,u s induziu crescimento Termonastia
de r.&ÍU$ tm dire~o à fontf.' sonora. Em poucos minutos. as Traia.se de um mo\imento repetitivo acionado por diferenças
ondas sonoras ca1.1Saram um aumen to de ea:-citosólico, pro- de 1emper.iturn. Esst' tipo dt' nastismo. embora repetitivo, tem
duç.ão de- ~péci<"S reativas de oxigênio (EROS) e efluxo de K' ea,J1er p..-nnanentc e ft'suha da altemãncia de cre.scimen10
(Rodrigo-Moft'no t'I a/., 2017). O \'alor 2dapt.1tivo desse pro- difen:ncial nas duas supf.'r(icies dos órgãos envot"idO$. Ter•
cfflo aind.1 i incerto, mas propôs-se que pode CSlar envolvido mon.:istia pode srr ob.scnada na abcrlura e no fecharne,uo de
cm detecção<' aproveitamento de fontes de ãgu2 disiantes (p, flores de cc-r1as espécfos, como .i tulipa. r os órg;ios e,wolvidos
ex•• riachos e cachoeiras) e talvez contribuir na dln.hmica de
do o.s componente$ dó peri.anto. A reduç.ão de temperatura
arquit..-tur.i do sistema radical, uma vez que ápices de rafz.es de acelera o crescimento da fa<"e inferior da tépafo, e o crescimcn-
milho emitem estalos regulares durante o crescimento. 10 da füce S1Jperior não se altera, ocasionando o fechamento
da llor. Co1n o aumento de temperatur.i, .i situação st hwerce,
Nastismos causando 2ber1ura íloral Tern1on.13tfa pode: tam ~m $t'r ob•
Nutism-os ou nastias s.io mo,•ímen1os ,-tge1ai$ desenudeados se.n•ada em folha5 de algum.as espécies p<renes, como é o oiso
por es1ín·u.1Jo,s ambientais (inuil:1$ vetes iiueraglndo com o do enrolamento foliar induzido pór baixas tcrnperaturns em
relógio dtcadi:ano). nos quais a direç!o do estímulo não dr• Rl1odode11dro11 spp., uma pc>ssíw:I "antagem pana fotoprotl'ÇlO
termina :a direç.io do 11lo,i men10. A direção do movimento .sob t'.ssas condições amble111:1is (Die el nl.• 2017). Os movi•
i de1ermiiuda principalmente pela anatomia das partes que mentos de abertura e (e<:h:lme-nto de aJgumas flores parccc:111
se mo,•em. e n!o 1,ela na1ureza e pela direção do estírnul,o. Os ser dcscncadeados por :iherações n:i disponibilid:ule dí." luz,
nastismos podem envoker mudanças d ãstic.1s ou plistk2s nas sendo tambêm conht'cidos como fotónas1ias. As Oorl."s da ' 'i·
paredes cclula.tts dos tecidos em mo,·imento. Mudanças plis- tória•r<gia (Victoria rmU1Zi)11 fca) 2brcm•Se à noite e voltam a
ticas con.ujtucm crcscime.1110 difer.:ncial (irrevmfrel) .,. St'rio se fechar ao amanhecer, posslveln1ente por um mecanismo de
consideradas sud nlamt'ntt' neste c.ipítulo. Mudanças dâ-stiCa$ Cf($('ime1110 diferencial. Nastlsrnos r.:suhantes de crc:scimentO
oonsfale.m em aheraçõcs re,·ersi\·ris de 1urgor cm céluln.s e.spe• diferencial, ma3 de carâ1er repe11th•o,. como ab<rtur.i e rl."ch;1•
daliudas, como :LS cfJulas motoras que (oonam os puMnQ.S. me.uo de Jlores. podem ser u us:idos não sô por fo tord ex1..-r·
AJtm de serem subdi,•1didc>s em mo\'imcnt0$ 1>Qr cresci• nos, mas; também por inl1uênci;a do rdôgio drcadiano e nd6·
me.,no difcr.:nd,1) ou p0r "ariaçõrs de lurgor, os nastismos geno. Os nas.tismos obserwdos na abertura e no fochamcnto
podem se d a~sifie.,r quanto à naturc.-1.a do es1imulo dcscn(~· de ílore.s po$slwlmcnlt' de5empenham papel adaplah\'() na
dc-ador. Ot. pnndpai) 1ipos de nastismo'> causados por CrtSC::. · presct\'açâo de estruturas íloral.s <' na cfidcin de polinii.Jçào.
111ento diíe,enc,al .slo t-pinas1ia, hipon:is.11a e termonas1ia. Oi
pnn<ipais 1jpos de 11:is-ti.smos causados por \'ariações de 1urgor Hidronastia
são nicünastia, hidron.1s-tia e tigmonastia. C..orresponde ~o dobramenlo ou enrol:111wn10 de iOlh:ls em
t\•spos1a à folia de água (cs1resse hidflco). l!s.se nastismo eb:i.s•
Epinastia e hiponastia t;ante comum emei,pfrit'sde Kf'Jmineai:, ~ rt•scendo \'Ili :unbkn•
Epinastia corresponde ao mo"i111e,uo dt' cur~tur:i dc um Ó•· te'> .iberto.s e tem a importante funç:iio d..- minimizar ,.1 1r.111S·
gâo pua b.ixo, causado por uma 1ua df.' cl'e sdmc-ntO maior pir:t(àfJ foliar. rcdu;,Jn~lo a supert'kie de cxposiç..io ao til' .si:co
em seu l,11do supt'rior que no fado inÍC'nút. Ceralmen1.r. ob- e ã insobç:io, complem('11tando o pai;>el do foch:inien10 dos
.s-en•.a•se :i .:-pinal-tia cm pedolo5 c foJha.s cuja'> c"XtfenudaJe~ estômatos. F~se movimento{: tambfm lml)Uriantc na r\>.c.luçlo
Sé: cur"am p;ua o solo. Embora não ~e' 1talt' .:Jc: urna r..-~pe»!a a da fotoinibiçâo d.a ÍOlOS'>intcsc cau.5ada por aha inl('lll>l,la,k
úipitulo 16 • Movimentos em Plant,u 311

luminosa (p. ex., íotoxidaçiio de :1ntt1m foto\$in1é1kas). o a mcnwraç.iO fotl)pt riÕl.liCd do tt'mpo nie<c-1t.'Yrio par:i ílorir.
mecanismo do movimento hidron::\s1k o comis1e na ptrda di• M!i l•mbl m ;a ~ugtstl o de qu<'. cnc1u:.1nto J sx•,)Ç.io foliar Jiur
fcrC"ncfal de .\gua em células folia res espC'Ciais dt1t;1du d~ pa• na ma:omr,.a cxposiç.do • lu,:, J po~1çlo noturn.a mirumit.ari.a
redC'S celulares mats tinas, as células buliformes, Essas Cl:fula~ a perda de: c,,kir.
geralmente se localiiam na epidenne adaxfal (.wpcrior),oikie A observ,1ç..io <' o <"$1iJdO dos movim, n10, 11k1inl~11co, ,i;Jo
se 3prc$enlam uniformemC'nte distribuid.1s ou pn:dominJndo ~s.1.inic- an1igos, tcndQ sido rcgh lrJdo, por P1inki n.a ,in11p
-10 longo do eixo centr,1) das folhas (flgurn 16, I}). Gréda, IJnt:u e O,u w,n. F.m (OndiçÕC"\ ,on~1.uuc< dt lu1 e
Como :is células buliformes tCm p:iredes pooco cspt5sas e ,~mperatur.i. movinM:nlCK nic1,n-â\llCM fornc...t-r,1m ..._, pttmt'-i•
cu1lculas fina.s, perdem água por crnns.pir:iç;lo mais rapidamen• ra~ c\'idências da é;t.Í.<;;1ência Jr um relógio c,rc.1J i.lno toJ~-
lí: que as ou lf:t.S céluln.s cpi<Urm icas. A medida qtl(' a prcsslo de no nos org.ani~mos, com os regi\fros di:- De M:ur.an, MC11Kt":1u
1urgor d iminui nas célul:is buliformes, a. manutenção da prc.si-.io eCandoUc no., ~'(ulm l i t 111, Q, 1r.1b.lhM d.\1sJCO~ de Bi:in•
de turgor nas d lulas da. face ab:tJCfal (lnferlOr) da folha causa o ning n.as dê<.ad:i.~ de 1920c 19)0 utili7;imn movimtn10, nim•
enrolamento ou dobramento foliar (Figma 16. 13), n~icos de feijoeiro pua ~ IIJJ ar o rdóg1() drc.xli;ioo lftgur;i.
16.14 C), O m<'CJnismo bJ.slco dt'S-.k':- mtW1men10,;;, no cnt;in-
Nictinastia 10. W foi csda1«i<lo print'ipalmt'nle nJ dtc.ad.1 de 1980, frndo
A nlc1ina1uia (do grego 11yktos, noite: mistos, fccMmcn10). $ido ftt:<aminado m.11$ re<enlcmcnte por J i\·crm< .1u1ortl>.
um dos nanismos mais bC'm estudados, rc-fcrc-sc a foltlas que Todos os monment()\ nictina.st1cos ocorrem cm ,.;u.1,o de
:assumem uma posição noturna diferente daquda apmcn• mud:anças revers.Í\'C'i Sde 1urgor no., pufrmos f l.sh1maru .ri ai..
!ada dur.intc O dia (movimenlóS de "sono"). t'm resposta ~ 2012). PuMnos s:\o bn.srs l'SJ>C''-s-1~!:ts da, folhas. g:a :dm<"nle
luz.. Em geral. d \Jr.an1e o dia. as fol~s ou folío!os es1ão em cilíndriOOl n.., forma. com supcrr'Tc~ entugJd.L< e gr;indc qu.m-
poslçllo hotliontal ou '"aber1:a" e, à noite, :am,mem uma po· lid:ide de par~nquim.l, que. pOr v.irlaçóes de turgor <m c<lufas
sição próxima da vcrrical ou "fechada''. Esse ícnómt'no pode de faces opost.1s (adaxial c- ab:1:uaJ), ptrm11cm o dobramct110 e
S<r facilmente observado cm algumas espécks com folhas o consequente movirncnlO íolillf (Figura 16.14 6). Êm iolh.;is
compos.tas. e-Orno Leurne11a Iwc« tp}u11'1 {lcucena), Sc:m111 composta.s d.: Lc:gurnh\C>S:,le•.ilêm do puMno princ1pal n:a bJ.S('
m aua11tlt,:rn (ma.nduirana), Albi:.; itJ j11fibri..si11 ~ Samm1ta do p« í<ilo, há pulvinulos ou puhinos s,:cund:i.nos n.1 ba.sé dos
samm1. A$ dm\5 últimas espêdc.s 1l ,n sido modelos expcri• folíolos. Os puhinos aprest-ntam lC'CtJo \-a.s<ular central. com
mentais bastante e!>tudados. Outto modelo cxpcrimc-ntal no xilema e tlocm.1 cir,:-undados por t'SClt-r(nquima.. O l«:do vJJ
enudo da nictinn.s1ia muito famili:lr CPJumolus \'11~ 1ri.s (fd • cula.r no pulvino .1ssumt• ;u r.m10 comp:icto .: hrn.~r. fl()\..U,.-t:I
joeiro), c ujas folhas prim.'írias exibem m.m::ados m0\'in\Cnl0$ mente Jumtntando a llc.~ibihd.dc d., re:giJo. Em \'Olta do 1«1Jo
dc "'.s-01, 0" (Fi gura 16.14 A). ,·ascular ((ntral, t~tá o panfnqu1m:i. ,:-uµ.s cdubs maü, atana.s
O sig,,ific;11do adaptath1' d0$ m<wimtntos nk1inils1icos 1~ n pare<ks el:4tic:s) fit\3$. senJo cap;u:~ Jc: ~,fn:r grandc,..c.ai
não é daro, m:is pode estar rel:1e:ion11ili> com a minimiuçâo ltniçôcs quanto a íorm:i e 111111:,nhc,,, pos..1b1ht:mdo o mm,m<n
d:a percepção de e\'e1u u11is es1fmulos. luminosos noturnos to foliar. tssas cdul.i.s s.'lo chamadis 1.-rl11!.ts motun;is,
(p. e~•• a luz rctletid3: pela lu:a chcfa),os qu.1.is podem p<rlurbar As ,.:lulas mo1ora.s dividem-se émjluoras.: Q:ttnJ<Jras. As
d lul;i.s ?Xtensor.as $lo aquelas que g.inh.1m 1urgor Jur.in1i:- .t
:tbcnuri (po-,;iç-.\o diurna) r: o perdem dur:.i.ni.: -0 Í<Chamen10
das folha..s (posi\ào \lê ~sono.. ou nomrna.). fa J) tdul:, h 1lexo·
ras pt-rdr:m turgor Jut:1.nh: .i .lbcttu ra e o g.lnha1n Jur:inll! o
fo~ rnento das folhas.. A f'O-:.içjo a<ll:tial ou l bá.'<tll ,I,: .:.du•
las l\exor:s ,: .:.xtcnsora.s \ar1.1 (onformc .t.S tolh.,b; n.a P"''u;io
no1urn.1 te.:had-' ( l '<'ftl.:al), mo,·em -.s< p.irl , ,nu (p o:it., pul•

A --------
- - --Epide,me
_::::;,
vin~$ .sc~unJarios J c: Cm111) ou p.ar,1 b..iixo lP• e:< .. puh'1n,h
J e k 1Joe1ro). Nes1e uhuno .:.-iso (íolh;i.s tt".:h.-im m,)\tflJ('l•k
p:ira. babo), .as .:dul:'ls 11,:xoc;u, ~o .1JniJ1s 1pa.rre ...u~nor
J o pul\'11\U), < as cdul.u e"teruous. .ib..&.u.u) tpa.nc uuc-nur Jo
ad~.i~ pulvino).
,.::::__E11111erm~ O .moddo J t1 mc.:;i.1usmo J.: i;i.nho ,: pcrJ.a Jc .ig:u.1 ~·
tl~K!SI
la,, i.-tlulas motor.i:. e .x:mclhan1r: .1.t J.l-) .:clulas-gu.irJ.i noi,
e,1óina.h)S. A11 cdub:. motor-.ls .1um..-n1.\1u Jr: turg.n (IUln.lo
Célul/lS pr,a,cons >:1.t) b.,mb.:,1Jo., para hlr.a J.b .:dul.:i,- (.tpopla.fü>I pl1r
tu11ormn
proion-Al P'™:'·'• , n .1nJo um s.rJ.J1eme J .: proto1b e um J,:,
reciao n o ,I\> pot.:n.:ul J ,.. mcmbr.i.n.i 1,,1ra ,;ilor.:, mais nc~a1 1,,h
e Vl,1$Cllaf \hin.•r1
1
,.. lvl'm ,.i.\·.io)· 111,\> 1.iz~"m "lU< )C ,3b1.un ,.t.11.11) •Jc <n
1rJ.J.1 de K·, r <lo:. ~U.\h c»e 11,n .:1ur.1 n.ii, ~du1.b, lnd~L"•' J;.•
fig ura 16.13 H!d ronas1!a em f ()lh.) de g,,1nwt1N A. P<>s,,çâo dób1ac» c1· pJr.,\ ..:umrc-n11J.\.iu Je t.-.ltg..a ta111b.:m ,e J.1 ÇII\ Ul.&V du
(c-élu&a\ bullfo,mes ,»urcl\asl. s. ~.ç.10 c•pind1d;) tc!?h,1b\ bul,for g1J1hcnl<Je .:un~.:nlfJ\.il1 Jc 1-1 C.Ji,1,1rcJu,.1,, J\> p,,tl·n~iJI
mes türg1das). e. Eiquemil de conct uilf'lwtn.il de kilhil mowando• lu,ltk'.üJ.,, ,dul.t) 111\lh>r.:i '< 011 un.,,11,,Io .aum,ntu Jc )\>luto~
P0Mtão das c#tvl;is bulifom1es com d1,11ib~j,O nil $idernW' adl.wl
ao longo do C?nro c:erw,JJ do 6-'gJo. ll MUl.'ltll.'..tml.'nt.: .all\ '" Jcmr.> Jcl, .•
, l>, v1.-11rr.: ,:nlr.t,L1 J,: ,1gu.1.:
312 Flslologla Vtgetal

I !l!~
Cékllas Epiderme
flexoras ª""ª
reglslradora
Tec;:ido
co..,.. vasci.tar
8 ;wb., nte rixo à neNura
A extensoras Cf!f'ltral follar e à
B barra regisltadora

F19 ura ~ 6. l 4 !~kc~stia em folhas prímjri.» ~ lc-ijoelro. A, Positio foliar ho,ii ontal diurn;, e vc-rt ical noturna. 8. PuMnos na base dos peeiolos.
~ puf\t,nos sao os or~~os resf)OMâ:veis pelo movimento foli.Dr.Corte transverul esquemá.ric:o ~ um pulvino fOliar mosua.ndo a localita(.io das
cétvlas motOf,lS e do c1l 1nd~ va.scu111,. C. Clnóg.lafo: apa~ lho com tambor rotatório acq:i&ado a um relógio me-c:bnil;o p /lta ,c,gistro de m ovimento\
for.ares sob control~do reloglO ei,c.,dlano Mi condi(6es ;i.mblentais const.lntes (de curso llwe., w r( apltvlo 11). foi us;,do por Erwin Bünning. n.
Al~manha. nas dW d.i-sde 1920 e 1930.

as cilulas mo1or:is 1orna.m-se !Urgidas. A perda de turgor pelas do relógio circadian-0 no 111ovlmen10 nlctln:is1lco dá-se pro\'a•
cê-lulas motor:as rtsuha da libe-r.ição para o apopla1,10 de K· e \'Cimente como regulador da e:ipac:idade de percepção da luz.
Cl', com simu.ltâm:a captaç:lo d(' tt·. A aberlura dos canai$ de pc:Jos folorreceptores, controlando quando ,: ou não permhi•
e.xtrusão de K· parece St1' causada por captação de o:• 1:/ ou do perccb.:r a luz. com dicic?ncia máxima (ver Capilulo 17).
extrusão de CI·. que promO\'('nt despol.ariu ção da membrana, Ou1ra forma de controle do rd6gio circ.idiano no movimt'nlo
bem como por aç¼o de algumas c:inases. nictinâstico parece ser a e,cpress!o clrc<1di:<11l:'I e tegulada por
Os MO\imento.s nictinãsticos ocorrem em rcspo$t3 a varia• l1.1t dos gena codifi cadores de canais de potássio em células
ções dt' luz e por infiuênci3 do relógio circadia.no. Como se dos puM1l(),S (Moshdion tt ai., 2002).
dá o acoplamento desses estimuJos ao mo\'lmcnto de íorLS e
à consequente mudança de l'urgor nas células motoras? Estu•
dm, com di(e:renté$ quálidad('Sde luz indicam que os cQmpri•
memos de onda relt\'antcs para o movim ento nic1lnás1lco são H·
aqutles na fab;.1 do \'Crmdho, \'CrmcJho•<'xtremo e nzul. Isso o
Apopl&SIO
sugere o <'n\•olvimento d os fotorreceptores fitoe romo e/ ou
criptocromo no proce.uo. E Importante noiar q,1e o efeito da '
luz p:tre« se díftrenciar em células Oexor:as e extensoras; por
''
Qlel,lrt\plo, ., t r.,m1iç.5.o luie C'S('Uro a tiva a bom ba d<!' prÓCOf'I.$ e ADr> • N ~
a consequente captaç.ão de potãssio cm â.Jula.s fiexora.s (que
dt\'('ffl fi car tU.rgidas para foc.ha.nlenlo foliar noturno), en•
ATP ...AJ
quanto a mesma transição in:uh-a n bomba de prótons em Men'tlfanai
plasmàtlca
cClulas e.xtenwras (que devem ficar llãcidas para Ít'ch .im.:1110
foliar n01umo). Por $ua \'t'Z, em puMnos inteiros dt' Sa1mmca.
demonstrou-~ que um bre\'t p1.1 lso de luz br.inca au.sa u.m
j
aumento na concentração de inosilol fosf:uo. acompanhado
por um decrCscimo em fosfa1 idil inosí1ol. Es.~cs dados, em
conjunto com outras obscn ·açôc.s sobre e:iscatas de sin.iJiu•
ç.ão e de 1n\'eitígaçóes sobre mcc.anismo éStom:ilico, Je,·ar.1m
à propo.slç4o do modelo descrito a scgufr e esquematizado na
Atuam como
figu r2 16.15.
A luz seria p('rccbida por fitoc.romo e criptocromo. 1\ ;1b- Protell\as-c:in~ f
(Ca'·J
mcxllâdofeS d8
ali~ de canais
sor(:.io de luz pelo cromôforo c.ausaria uma muda1lça coníor- 0·0o"'é:m::P:):;:'._:=:ch:0Js0o01..;.i i6nicos e/ou bomba
._0(ad"--;0
mackmal na apopro1eina do fotorreceptor, a q1.1 al interagiria I de prótons
possi\'dmeme com prottfaas G (proteinas ligadoras de GTP).
Ai. proteinas G a1iv:idas es1imularianl a ação de fo.sfolipas... C. flgur.a 16, l S Mod~ do l'IW'ç;)Nsmo d<> movu»e-mo niç1in,h tico fo·
.:n:úm:1 qu< d.:gnda fosfatídil inosiwl bifosfato (PIP2). gc• llar. ganho de ~u• pela1 células ,noioras dos pulvinos. Sinaii lu.rw
rando inol>ilol 1rifo~fa1 0 (IP)) c diacilgliccrol (OAG). DAG t\OSOS se,iam ~,çebldos pelos ii:.1emas de pigmentos ntocromo
e/ou Cí~toc:,omo. O retóg.io clrcildi;ino con1,olaria a elkilnda m á>1irna
poderia aumentar a a1indade de proteí1l:.tS+cinasl.'$., as q1.1 ais, de Pf'.•Ce_P(âo de luz PNos sistemas íoto11«eptores. All?m disso, luz t!
por fosforilaç.ão (que geralme1ue promove mudanç:1.s confor- rel6c)io (1tc,,d,.no cont,o.ta,la,n • ellp11-uão de gc-n<>s codlfic;K101es d1:
maeionais), moduJariam a ;aih ldadl.' d~ unais iónicos ou da l ,mai~ d,e pol,\sslo. Um;) casc111a de 1,,1nsdu(.!io tuminosa, e,wohr~'ldO
prou:m.l~Gemetaboltsmod('fosfa1idit lnó\1101, ,ewltau& em at,Vol<;AO
próton-ATPa5e. IP) poderia 1:unbtm atuar como :agente mo• d lt PfOl('lrl;IS•CNS~... e au,n('lll O 1\11 (Ot\(N'llf,l(<IO cuoi ól.ic.-. de ca k io.
duJador dos can.:ii~ Iónicos ou da bomba de- prótons, promo• Es~~ dois í,atOre\, PO' sua vez. •nodvla,.am a ativll;t;)(le de bombas e
\'C"ndo a liberação de d leio do ,·;1cúolo para o citol>ol, O eíci10 una.s Iônicos. cavwndo moV1Men1O de água e ,ilter,)Ç.)o de t urgor.
C.-pitu1o 16 ♦ Movimenle>i em Plo,lnras ) 1)

A a n:llomia de puMnos de no\·e espé<lts de legumin<>sa, 1ub0$ de demcnlo crindo e p:11~nquima v.lc<1tl,u (d.lulu de
de cerrado, as quais aprC$entam moYimcntos n.islkos das- p11tfoqu ím:1 conec11das por pl.umoJnm:u} parecem íunCM'J~
5ificados corno r.\pidos ou lentos., foi cx-:iminad:a (Rodriguc\ n:ir com() c,,nduros de tnn1mi~do do tin.al. O apar(cim( nto
e M:'lc.hado, 2007). A presença de uma cndodermc dclimit;a. do polenci;II de ação 1.'$t,i corrdacion.ado com r.iplda c:apc;iç.'io
da ncss.is tslr-uturas apresen1ou difercn1e1 c.araclerls-lic,n cm de próton~ pda.ç ci lul.1,,. , ugcrindo i ua rõporu;abihd:idt pda
plantas com esses dois tipos d( respostas n:istica.s. Embora em <Jç~polari,..1ç!o d.as mcmbr:ina.~. Aw:d•t,1•~ que-, qu'-n.Jo o
todas as espécies tenham sido obscn•ados gr.\osde amido ncs- polc-ncial de ação .11lng.e os pulvlno\, hâ ripida 1,beraçJo de
s.1 regi~o dos pulvinos, somente na$ ('Spédcs de ffl()\'Íllw:ntos poi:is.~io e .-çúcarcs no apopfasto. cau.s;,ndo perda de "1t"'-' pc-•
lentos os puh•inos apresent:iram cristais de oxalato de c:ildo. 1:as célula, mo1oras e o ,011\e(luentc cnc-urv.1mcnto d.as íolhas.
Hi t.imbém fr3gment.1ção de filamenlos de .actin.11 aJtm J...~
Tigmonastia mudanças hidmtl-ãstic.u nos pulvinO!i duranlt O dOOrnmcnió
Trata•K de um movimento n:isllco em resposta a es.timulos do pedalo ( Volkov d ai.• 2010).
nwcãnicos, t:imbêm referido em alguns 1ex1os como sisnrq. O meca.ni.smoquimjco da ,~posta tigmonisllca d!!' Mimou,
uaslia. ~ baS:lante evidente em aJgum'IIS e1pé<ies de Lcgumi• p11dicu e de ou1r;:is pouta-S CS~CÍ("S dõ5e g<nc-ro t 1mpowuue
no.sac - Mimosoideac, muilas das ,)Uais: 1ambêm apresentam p;ira a transmiu!o do potencial de açlo de um '°' °'º
a ou1ro.
As primeir.&S evldênci:as para a e:rU:llnci.a d.: um componcnlt
nictinaslin.. O exemplo m3is conhecido Co da cspêcie 1ropical
M imosa pttdlw, a pl;mta sensitiva ou dormidcir:L Mediante químico na rcsposrn tigmonâstic:a for3m ob1id.is por li~o
C$tlmulo de toque. agitação, esllmulos eléttkos ou v:tremM Rlcc:1. no inicio do século 20. Ricca dtmons.crou que um cauJe
de temperatura, folhas e foliolos rapld;untn1e se íecham, Uma ror1:ado e reconectado por um tubo fino de- vidro com tigua
peculiaridade importante desse<:.LS() rtfere•sei rJ.pid~i deres• ptrmilla a transmissão da resposta 1igmon~tia .1 foli~ lo•
pósla e à cap3ddade de transmissão do estimulo por meio da a lJ:c.ad~ no lado oposto do tubo. As sub.stàncfas rnpon.sivcis
planta. Mesmo quando apenas um foliolo ( cstimul.tdo. ocorre pela tr.1n.smissiio siio hoje <onhtt1d:lS como turgorinu e po-
o foch:imen10 de folíolos não estimulados dirtl:.imente, Outr.i dem caus:ir respos1..1s dêtric~s <1uc- ~·l:aj-:im na sua frente, de um
peculfarld.-ide interessante(: que o fechamento das folhas ~l't('e folíolo a outto. em ctlLdu de part:nqu1m:a. Turgorin:u for.1m
ser uma resposta de "tudo ou nada~ ou seja. niio hi uma rtlação i.solad.13 de di\·t:rsa.s plantas que t'x.ibtm moYimt'ntos nk1in.is•
óbvi3 entre a intensidade do estímulo eaeficiciada resposta, O ticos e ligmonislicos.. e sua 3tMdade é lc:stacb em t»oens:aJO$
signlfic.ado adaptativo desse tipo de ~ t a niio ( bem conhe- com folh;LS dé M. pudica man1idas cm solução. As turgorina.s
cido, mas sugere.5e que o movimento das folhas espante insrtos cxtr.aktasde diversas plan135 e purificad.u ren·Luam str ghco-
herbí\·oros. Ou1ra proposição é de que o fech:imentodas folhas. s.idios de comp~o!l fe nólic0$, prine1pálml'nle de ic..ido gilico.
em rcsposta 3 \ entos de regiões áridas onde mulla.s dei.s.u plan-
1 As turgorinas mais ;ati\'.as $i() o bc1.a•D•ghcoddio-6-$ulf.uo
13$ habitam. e\•íte perda .:xces.siv.a de águ;a.. de' .'acido gãlico e o beta•D-glieosídio•},ô.dissulí.\lO de- :kido
O mecanismo de dobr;:umnto das folh;as e,wolw perda de gãlico. Sugeriu-se que as lurgonnas ;apr<S<nt;un ;a.lgumM ta·
água de célt,l;,s motoras nos puMnos em Jeronênciada said.1 rac1eristica.s de fitormónios que atu.1riam como controlado-
de po1âssio, à semelhança do que foi deurilo para a nictin;u.- res do turgor de c(lubs mo1ora:s dos puh•mos. As turgonn:u.
ti,1. A c:ipadd,1de de transmissão do es1ínlUlo tigmonilsti(O s;io .ativas tm concc-ntra.çÕC's bJSt.1nte bail.;tS ( 10·• a 10· • ).1),
em M. p,u/ica tem sido ba.st-anlc in'lt".Migad:i\. Dois nlCn nU.- podem ser tr.111.1>loc;a.Jas (pc-lo menos cm .alguns ca.sos) e e..u.~-
mos complemcnrnres 1êm sido propost()S 1>at11 explic:ir o fe· tem pó$.$iv<iS pro«eínas r«e~ora.s desses composms (p. e.x.,
nómen o: um elétrico e outro quimico. Ne$SC ca:so-. a.s células n.a fac< ('.Xt~rn.i, da plasmakma de .\ I. pi;dka). AJguns. autores
ex1ensoras são :is cfe1oras prlmiirias do dobramento dos 1>ul• sugerem urna a1,alogi.1 d.u turgonnas com o neurn1rans..mis•
vinos, Ncs.sá$ «'lulas, qu.ando as folhas $'lo mcc.ankame111e sor ;1,:-ç1ikolina. pqis .1mbo:s geram po1cnd.afa de .1\.30. .-\ ,111·
t:Slimu13d-:is, bombas de pró1ons pcrmit( m r:ipida aliv~ão Je \•idade \lé 1urgorm.&$ podtrfa ser con1tolaJ.1 por h1Jrôl1M: Ja
e.anais de e ílu.xo de K· e a ·,os quais, por su:a ve-,., causam mo• metade gllcosiJ,.:-', pois os pr0Ju1os Cl-SUlllnr~ s.io 1na1t,"n>
vimc mo osmôtico de iigua p;i.r.1 Í()ra da célul:I, Je modo que nob10Mit~.
hã perda de turgor. Vaniolos ricos cm t;amfl~ pccSc:nies na.s A5 piam.is l.'..ttnÍ\'Or~ J o:i, g<n..-ros Dnhéru e D1,.ma.-,1 (la ·
cClulas extensoras 2rmazenam c a:• par.t rcgubr o flw.ode K· mlJi:'I Droscr.-..:u~} repr01:11tJ.m exemplos,!.· ll\\>VlntCnlU:)<111
(Guoc-1 ,lf.• 10 15}. rdpo.«J acstunulo.s 1fü-ein1,;o.s usados n;i cipcur.1 Je ,n:i,('lth,:
O mec.-nismo détu(() .::voe.a ;a rnns:1.ata\lo da cxb1ência out~ pequeno$ a.nropoJ<!'.S p;i,ra suplem<nl.1~·Jo de nu1nt11
d\" u m po1c11cfol ílt· "Pio (i. e.• um;a modilic:içlo n.& ,,oh.&g<-m tcs como m1roi;.:-nio e fà.sforo, No ,.1sü J< OnJ$,tr,, . as folh;,._,
ô u d lfc:rt nç.1. de po1encial e&Mrico ~m fon.;:\o Jo ttmpo) n,1 ti-m num(rosos pdo.s sl,mJ11l.1rl'S mut11,d11l.;ar,:.-., n:L> c.,1r(m1
plnma d..- M. p u,/fr,1 l'1ti,11ub.1,fa. Oe foto, ts-1.i be"m csta~c- Jades dos •(1.1,U li e se.:rc1.1,lo um li-tutJo \' u,~ow ,;om cnuma!>
cido que praticamente qu;t\qucr 1>.tth· da planta t'lll qu,:-~ào J1.g~1\JS. 0 IOl..lUt' t' .1 mo, ÍIU<lllJ\.io ,k um l lh('lú na ~·-art•

pode perceber es1imulos.: 1r.11u11uti•ll1s "-' for111a Jc pulsus 111i~,1J..· d~ pcltli;, ror CX\'mrl'.). t.JiUWffi \1111.1 )(tic \lt· potcn
elétricos :'111~ pulvlnfts. Os pn1enci,1is .k· :.l{:\\1 d..· M. pu.f1o•t1 s.io cut.i Jl· a,.io qué ;,<' rrop.&i:;,m1 .10 fong,., ,1.,,.1,;,• , e.•10 aunsm:m
semdhantc~ ao.) cn.::ontrJtlOS cm lêhdJ.>lll'f,·owsJc .1nuna,}. l.S cdul.i.i, J.a ~Sl", , •.111~.,m o Johr:anwmo ,l1.h pdo:i,. Os pclo.!i
porêm mmto rn:11s let1l0$ (wlo<ida,lt•i, dl.' c.:r.:.1 Jl' :? ou r•>t J;1p.&rt,• rcnrcn.:.1 J,1 lolh.1 1cn.l,·111 ,1Jobr.1r ~ pua O lcruro
Jc,t,, ,l,lrl CJllJo \) 11\)CIO p,u,1 (1 lll<' U) JJ h1l h ;a, l,lm.i \'Cl p í(')II),
.). ,.-nquantu• .;m .:élul.1s nl.'1H>s.ll>, os JN ICnli.1i.s de J,\'jl1 prn•
pagam•.)..: .i dcunas dt· met h -S por Sc'gufülo). l:m ri.mil), \li, 11 Ub<'h> e J ,~~' mlt.1 e .abM•n hlO ,1,., lonb"> J..- \ ,&n<)i, Ji,b
314 Fisiologi-, Vegetal

Em Ditmm!a, :i. folha 1 111oditicada i.-m uma cs.1rutura bilo- Chri~ic JM. l'lM)(Otropln bluc-ligh1 m:cptors. Annual Review oi
bada, c:om Johos unidos pela vci:1 cc-nlr:il e munida de excrcs- l>l:inl Uiology. 1007:SS:21·45.
dndas se~ elhiuncs a espln,hos :a.o klngo das bordu. Quando Olc )V. Arori R. Rowb.nd LI Prol('()fflt'dynamla of cold-.iccllm:uint;
Rhododcndmn ,,,«lcscootrn.,tins ln thcir frc-cr.fog tolcr.incc and
pclos epidermlcos sensoriais 5ào t'$1imulados. os lobos folian:-s thrrm<'ln3Sl)' bchavlor. Pl.oS Ont. 2017:12.'t-0177389.
sr fc-d1am rapidamente (rm cerca de mrio s~undo), prtnden• Engc,Jbcnh f, M«hon05Cm.ing and sig1ul t ra1\sd uction in tcndrih
do o lnwio. Se hi movimento adlcionaJ, ()$ lobos (oU:in:-, se Ad\'.anccs in Spacc Rcstarxh, 2003:32: 1611·9.
aproximam ainda mais, e() i,nseto P,,,'5a a ser digerido por en- Cuo Q. O.1i E. HMI X, Xk S, Chao E. Chen Z. Eut nastk 0101ion of
zimas st-etttad::i.s pela folha. Ne.ssr proc«so de percepção de pl.lnlS and blolMpirtd slrndurcs. ((lurnoJ of Rof,11Soc::kty Jn1e,.
face. WlS:12:20150591\.
C$tlmulos subsequentes. fatores químicos chamados de TCF Ham,cr SL. Brooks CJ. Crowth-m<'diatt'd plcan1 mcM"nH:nu.: hid dt'n
(trap,tlo$.l'ng faç1ors. f.uores de fechamento de armadilha) se, io pl.lln slght. Currcnt Opinion in Plant Blology. 2018.:•I 1:89•94,
riam impor1;mtes, os quais parecem incluir Ja$.monatos e Po· Uhimaru Y, Ucda M, Hamamoto S. Uoi.umi N. lon channcl-rrbtc:-d
Jissac:arídios bioativos (Veda ct al., 2010). Jasmonatos também rtgubtory mt<hanlsmon pl11nt n)-ç-lina$1k m()\·e-mc-nt. l n: Volk<w
1Cm papel na secreção de enzimas digestiv:LS, oon-seguindo AG, <-ditor. Pllnl c:k«ropliysiolCJgf. Hcidrlberg;. Spfingcr; 2012.
p. 125•42.
produzir tsSC efeito m e$mo na ausência de estímulo mecãnl• Mruhdlon M, B«.kct O. Cttmpinski K, Muc-11cr• Roc-ber 8. An:ili
co. ABA e déficit hídrico. por sua vei. diminuem a sensibili- B, Mcdrkh R. ct ill. Di11mal :md drcadi;a.n rtgulátion o í putatke
dade da armadiJh:a (olJar a estimul0$ mecânicos (Guo rl ai.. pot:iuium ch:mnds in II lcllf movlng orga.n. Piam Ph)'Siology,
201S). Complciada a dige.stão d3 presa, a folha reabre (geral- 2002;128:63,H.2.
Rod.ri$0•Morcna A. &7.ih idru N, Au;ardlo E. MHi F., Tr.tn 0 ,
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sensori.iis e seguida pelo aparecimento de potenciais de ação k>wing $(.)IIT\od pcrctpeion in Ar;ibic!Qpsis rcx>ls. Pl;an1 S<icncc-.
que $C: propagam entre as células dos lobos foliares. 20l7.26f:9·15.
E,$$,1; 1igmonutia pode ser interpretada e descrita por um Rodrig"" TM, M.ach.ido SR. Thc pulvinus endodcrmal cells :l.M
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ink'rnas e externas nas q uais dJ(erenies prt$$Ões hidrostáticas S1odtle S, Kag11w:i T, W.ada M. Hc:-d.rich R, Dictrkh R Bluc llght ac•
podem se dCSC'm'olver. As cul'\•aturlLS princ:lpais natura.is '<'· th-atn caldum•pt.rtnuble cha.nneb in Anbid0p11is me:1ophrll
u lb ,,ia lhe pho1ocropin 1ignaling path.,.•ay. Procttdlngs of the
riam detcrmin3das ~lo estado hldráullco de duas a.madas Naúol\al A<:ademy of Sciences USA. 2003: 100: 14S6--6 I,
da planta. que. por sua \'ez.. s:\o definidas por sua.s diferentes Ueda M, Tokun.ig11 T. Okada M, Nakamura Y. T~kada N, Sutuki R.
pressões hidrOStátic.as. Essas duas c;a.madas 1:tidr.iulicas (inter• el ai. Tnp,cloP ng choemiçal ÍKtors ofthe Wnu..s Flytrap (Dl(ln:K':i
n::i. e merna) p0dcm mudar r.pidameatc em resposta à d • mus.dpu.Ua Ellis). Chem8io0i.cm.2010;11:2378-8) ,
Volkov AG, Fo,s1er JC. Baktr KD, Mafkin VS. Mechanieal :md eltt·
rimuJação dos pelos sensoriais. O cstimu.Jo mednioo acion.t u lcal aniS0lr0py in Mimo5,1 pudica pulv:inl. Plant SlgnaUng n.nd
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prom<1vendo o fl uxo de á1>"Ua entre as e.ama.das hidráulk3$.
Essa mudanç-;a rãpida associada ao transpor1e de igua entre as Bibliografia
am:idas parece tambêm ser mediada p(lr aquapor1n:u (canais
Oi.rístíe IM. Pholotrnfin bhr,c,Bght rc-cep1on. A rm u:11 Re,•kw oí
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RelQC.a,liT.iOO.n of lhr PINI aulUn efflux f11cili1ator plays a role in Tabda N, Kato E, \'a.irmmur.a S, Unb M. A novel lca͕11lO\'cn.c111
photoiropic rC'Spons«., Pl:inl Pbpiolog)', 2004; l:W:.28·31. it1hibi1or of a O}'Ctl.naUK wccd, Scsbani;a oalrn1a Co1}', d('signcd
Ca.ldas 1~ . Luf~~ U. Fn-nco AC, HarldaWl M. l.eafbel1ouopism in on a nacutally o,cçur,i.ni; ln f-opcniug , ubstanu :u,d 11.s .1pplic.-.
Ptl'rodcm pubc$UnS, a wo(ldy k·gum< from the 8ra1.llian ce-rr~lll. !ion I<, a pot(1lt1al. hig,hlys.cns.i1i,•,: hc rbicidc. Tctrahc-d ron l.cttt'N,
Rc-\'l~a Br:.siltir, dt Fi~ióloi;ia \'tgeu.l. 1997:9( 1):1•7, 2002:◄ l:76SS ,8.
Ritmos Circadianos
nas Plantas
Arthur G. Fett-Neto

Introdução Um i:xtmplo de como 3 :tn lC"CÍp:tçio metabólica < fuiológica


conferida ~lo relógio d rc.adbno f. vanla}Mõl corro:spondo:
Desde o início da história da vida na Terro. um dos fatorn am• ao ft'nómeno da abertu ra de e$1ÓmJ.tos e lr.uucrlção dt di•
bient:lis mais conMa.ntes te,n sido a sucfflào de dias e noilc:3 ,·crsos genes fotossinttticos (cuj:t exprC"s.s.ão f promm 1d.1 por
em cldos de l4 h. Praticamen1e todOJ: os org:mismos (de d a• fui) algumas horas an1e.s do am:inh«<"r, amda no escuro. F.s.$:i
nob.'lctéflis á humanos) txibem um ou nuls ritmos drcadia• rc&p0$1:t, c;1usad:t pelo relôgiO (ircadfano. tem a v:in1:igem d.:
nos. ou seja., oscilações biológic;t$ endógtnascom um período prOpid:i.r pronla ;i.s.slmilação dt carbono qu.anJo da disponi•
de nproxtmadamente 24 h (c,·rcn = ce:m1, ditS = dia). A pt"rsis• bílldadt de lui. 0t'.SS3 forma, as prime-ir» hor.l$ d., m.,nh.i.
tênci.a d ew:s ritmos 50b condições an1blen1ais constantcs de, n.u quais a d.:rn-anda transpir.uórla é m<'nor. s.i.o :,prove11:idu
mons tn con1role por um relógio clrcadiano endógeno. Parai de fotma m:iis elidente p;ar:,. a Í()IOSSintesc.
maioria dos organismos, o am:inhecer signitk.a alimento. seja
por fixação de carbom), seja por dlsponibiltda<k de: pn?sas. Terminologia e características
~ra os organismos predad()f;, por sua ,~z.. o mcuoo e,~nto
indica a necessidade de pre~l'3r defesas contr.a agressores. O de ritmos circadianos
aparedmen10 do so1também é acompanhado de: diversas al- Ao se estudarem ri1rnos drc.idianos. é prc:ci:so f-:i.m1li.lt1zar-s..-
terações de wrloh•eis ge<>flSi~ . como luz. temp.:ratur:i.. \'tnlo com os tcnnos usados p:i.r.1 d<'SCTC\'1:r e: c:ar.icrerrur t.us rit•
ele.. Os organism(>S contám o tempo com o rd ógio ffldóg<no mos. RilmOS drcadianos tC:m naturaa o:ndógena. ou sq:i.. p«·
dnr.r onbt11do por 11;i n:1.l11; ,utt "rnot, como 11.t "a,b ç-ót-< :amhi<!<n• ristem po.t Vl.'rin< d..-ln< <ioh c-nmliçr,...__, ctmst:tnh!S (geu Jmtnle
tais, principalmen1e as de luz e temperatura. de lu'l ()U escuro contínu0$), A rilmicidade .:xprtSSa sob essa.<
Em r:aião da pressão C\'olutiva ger.a.1c -:intlg:i das scqu(1i,cias condições(: dfüa ,k w rw livre e :1prc$enl:l um pcrioJo de apro-
de din.s e noit<'S, é provã,·d que rdógi()S drcadi.an06 1e.nh:1.m ximada1111:nre, mM mlo u m,1me,t1t, 2-1 h. O des-.io do ptnoJo
evoluido cedo na história da vid;a na Terra, e, segundo ,·iri.as d<' cur.s<> livre de ex:itam..-nit 2-1 h é considerado uma c,,,idêcn•
"'º
evidênci3S.. cltmC'ntos comun$ mecanismo fund2mcn1 ,1I do eia de que o ritmo biológico csli sob o conirol<' de um si,stcm:i
relógio circadiano part'Ct rn orot1et em OCt?nismo.s e•:oluti\'3• endógeno de medição dt" tempo. qu<' neces:-.ita kr .1Ju,>1:a.i()
mente d istantes, como fo ng<»: e m.1miíeros. A r"SulaçàO de por fator.:-s .unbkntai11 para :-.incroniur•llC (iOffi o tempo ~·
fun ções biológica.$ p<lo relógio d rcadi:ano tem a tinalid.ade de lar. P<rio,!() J O 1emp◊ nc:<essáno par:1 complet:i.r um ..,do e
otimita r processo.s celul;ares e lisiológicos em ant.:d pação a <gt r:ilmeme descrito como a ,~mpo ,!,: um p,,:o (p. d .• de
modilic:u;ões petiódíc,,1,s no ambknl< d< um organismo. W a a!lvidade 4.'n:úmilica) ,1 ou1ro. embon pl">~ kl' dclt"fminlJo
n:gul.nção d:tS fun çÕê'S biológicas no 1empo <' a ~ padWd.: Je com quaisquer doi.s pon1os c:qui\'altntcs o!nl d d ni ro:p,tndo<.,
ántecipação sl o esped:ilmentc imp011ant~'S 1:111 pl1Utt.as, poi.s. O pc:ríodo Je1ine Otipo J,: ri1mo que se estuda. Su.i J u.raç.W
como orsanisnlOS sêsseis, a.s plant:as precis:i111 mpon4:r de pc.'r'mile d as.sitic:1.r o mmo .:m cm;:,1,J.1Jno. uhradia..no (s1gmri
modo c:lica;,. às dlvers-as prcssõ..-s -:imbicnl;ai$ a qu< <,!l o su• .:.ui\1,1.nwntc menor que 2-1 h \)U com m.u11 Jc um udo .1 ,..,,L,
jtitas; á tron1 de ambiente nilo é um3 opi;~Ocomo noc:iso d< 24 h), inir.idiano b ignifu:Jli,.,rn1t"llt.: 11u1or qu(' .!•I h ou ..:.>m
anim-ais, m<'n(>,, Je um .:ido a c:.J .a ,!,I h l. sa1mul. .1nu.:1I .:1... AmpliwJ~
De fo1 0. as planrns são org:inisntos .:sscnciah1l~ntc ritml• J :i J il' rrenç11 entre o ll1-.'0 (w ,1, p.a.rtc m.1is b.ls,1.I, untb.:m .:h,1.•
CQ5. Elllr< os processos 1isi-0lógkos o: 1fü'l abólkos '"1,o:1tm J nuJ.1 J,: \~.ai<) e: o valor l\l,:'d10 ,la onJ.1 Jc: o.s..:dJ,j.io. Em onJa>
ritmos cir(;adianos, pOi.k $~ d1ar: 11lO\'i.nK1llúS foli..,m e de: ~1111~m--;as, .1.1111t>htud,: corrcsp.md,: 1 metaJ..- do , ~ .1lor ,l,11,u·
pétalas ( ni..:tin~sti;i, t' 1<rmonasl!3), fotossintcs,•, re-spir.-\-:i(>. u de os,dl.l.;.io (i. <., nwc..11.I.: J,1. .1.hur.1 ,I,) p1,;-,l l::m .;onJ1;,uei
laxa de CfL"Sl.' im,:1110, n nWUll('lllO ~(Oftl .Í.lko. li.x .a{lo.l J~ col. ,1m~tJ.11t,:;j, .1 ;impli1u,k J o n t mo J.: -.uru) lin.: ~o:r.\lultlll,:
exsud;ição rn,li~l1lar, 1lo i';l\.io. :.ithiJ .M.k ,k ,h\~rs,1s ,·Mmla..s, duninui p rogr~:,,~l\',Ul l<lll.: Jk Jc,ar.1rc.:cr. E.'""" tend1llt°1l\) e
íluxos iôn koi,, rnnccn1r.1,;,io d~c.a.kiod10$ôlko.<\ J)f••s)ll.,.,1~ , 1mh1•dJ ,..1 ,;omo d,111,pmg na lit.:r,1,h1r,1 mslo:SJ lt1mi>rr.•âmt·11
gc:1h.'S (ontrol.1dos pdo r,•kig11l ou g,•ncs l 1« .1Ji.u1os lmdu111• t,, , iu 1/,•,.1111,~ut,,}1: r,:iJ.- ,.,.e m1num,~Ju ,<', ..tpos ,di;un:,, 1·
l l (I J,,,.-r:,os i;..-n,·s ('fl\'Ol\'ldOS ou nlo (l.l ÍOI0):)11\1(~ úU f (l, .:l\l'S ,:m .:onJ1,;,,~, ,\nht,ullt>>, ,, ,mJ.J cxt..-nl,J ,1u.: ,in.;mmt.,1, .>
pir:1ç,'io, 8,..11,) ,k Jd-.,i,,1 t' f~-:,,K»l.'I a d.l h 'M.tS. ,:11tf,: ootwi,). nlm,J for ,l.1110 ror um 1,u Ju1:-. ..,..ln), r.:10,n.111.!11 ....-• .,, >L-guir.
3 16 Fl:s-iologia Vegetal

i s c~ndiçOO coni;tantcs. F'1$e corresponde a qualquer ponll.) Componentes e base molecular


no c~d o que podt> ser idcntUkado 1>or su:'I rdaçilo com O reslo
do c1d o. Por exemplo, ~ posição dos picos t gt-ralmentc usada do relógio circadiano
para rclaçõe~ de fasr. Diz-se, t'ntão, que()$ ritm()SC'Stâo!'mfasc O rcU,gio citC:'ldlano generaliz:1do compõe-se de trés panes:
quando 0$ p1<;0S se $Obrcpôt-m au que tantas unld;ades de tem-
RO(as de u,11n.sduç.to de sinais ambientais (Jnp1tr ou entrada
po c.st_ioforo defase quando os ploos não coincidem. Usam,sc
1ambem ós lermos fase ,Hi,ma e/ase 110111r11a. Avanços- ou re- de sinais ambientais para o gerador de ritmo)
tardos de fase (dcs,·ios de fase em n-faç.lo ao ritmo inicial ou • Gerador de ritmo (oscilador ou mecanismo do relógio)
~ont~ld pode_m ser causados por cs1fmu)os ambientais., e a • Rotas de transdução de sinais internos (output ou s:iída. de
101eru1dade .(numero de horas de deS\•io da ~1,· sina.is do gerl'ldor de rilmo para processos circadian os da
. rw .,.ao d os p,cos

antes do e.mmulo) e direção (a,•anço ou n-tardo) de uu eíeíto cllula).
dt"pende-rio do ttmpo circadl1no dt aplicaçlo do t'-Stimulo. Os rc16gios d rcadianos mais bem conhecidos são os da
~cmpo cin:adiano ~fere-se ao d do de curso livTc. ou seja, mosca Dro.sophiltt mela11ogMttr e do fongo Neurospora uassa,
pen odo de exposição a condições constantes. O lempo dr. modelos mais antigos no estudo d e relógios circ.adianos. Em
cadiano zero (TC O) corresponde ao momento do último es- plantas, a espécie mais conhecida c-m termos de íundonanlen-
timulo ambiental antes da entrada nas condiçôe$ constantes, to do refóg1o d readi ano é Arabidopsis tl"'ti"'"' (Figur.a 17.2).
por exemplo. a última transição cscuro~luz an1e1 de c-ntrar em As rotas de transduç.ão de sin;i.is ambientais ajustam a :ui-
lu:i cons tan.te. A partir de então, con1~-se o tempo circ.adia- vidade do gerador de ritmo endógeno e determinam 3 fase
no na unid3de de tempo usual, geralmente horas. TC 12. 1·c
do ritmo de curso lh•re. Os sinal$ ambientais são geralmente
24, TC <18 etc. Os enlntulos ambicnt21$ capazes de impor seu
transições lut- escuro/c-scuro• lute mudanças de temperatura.
período ao ritmo endógeno (sincronlzadorcs cxttrnos) s5o
Em plantas, dois tipos de foto,receptores cstão envolvldos na
chamados Zcitgc:brrs. do alemão "'aquele que- dâ ou impõe o
mediação de sinais ambientais luminosos que ajui;tam o 1cl6·
tempo"'. Estn são gc-ra1mcnte t ransições de luz e~ em alguns
gio drcadlano: fitocromo e crip1ocro1no (um d os rccepto,es
casos. de tempc.ratura..
de lut azul) (\'<r Capítulo IS).
A WC do ciclo de curso livre (condições consumes) que
Fitocromo ê uma cromoproteina soh.ivel. O cromóíorO (res·
corresponderia ao dia c-m um ambiente normal de lu2-- escu.ro
ponsã\•d pela absorção de luz) é um 1e1rapirml aberto. Ahera•
é chamada de dia wbjetfro, e a fase que conesponderi3 i noite
de noile subjdiwi. Normalmente-. os ritmos drcadianos. como os ções causadas peb absorç.io de lut no cromóíom s.to trnnsmi•
movimentos nictinâsticos das folhas do feijQ('iro, estão sinaoni- tidas à apoprotdna ligante.
udos ou acoplados ao cido solar de dias e noites. Essa s:inaoni- A protcina do fitocmmo é codifica da por uma familia génl·
z.ação dos ritmos drcadianos aos fatores ambientais ê chamada ca de cinco membros em Arabidopsis (PHYA,. PHYB, PHYC,
de cntnl.inmcnt ou ajwstc- e é- d3d~ por ~ai$ Zciri--cbc-n. co,,f~ PHYDe PHYEt Diferentes eventos de folotransdu<501>odem
já descrito. A Figura J7.1 ilustra alguns desses conctilos. ser medi~dos por diJcrtnte.s tipos de- füocromo. por e)('em•
O fenómeno da compem.a{âo de tcmpe.raturtt representa ou• pio, dependtndo das carac1eri~tlcas do ambiente (proporção
tro aspecto importante no esludo de rtlóglos drcadianos. E-sse- , •crmdho/vermdho•e)('ttemo), As d iíerenças e nue os fito·
termo rt<Ít"ft'·st ao fato de que o período dos ritmos d rcadianos cromos parecem ~ idir na porção N-term inal, onde estâ lo•
gera.lmc,nte não ~ afetado de '"odo significativo por n:duções calliado o cromóforo, O C~terminal é responsável pela ação
ou aumentos de temperan1ra 1l:s faixa fisioJógica, A 1mpUtude do fitocromo. Todos os tipos d e fil ocromo existe m em du3s
dos ritmos é ma.is afe1ada por tempe-ratura, mas nio o periodo. formas: f.v (ah.sorvi: no vermelho, 660 nm) e- Fvt (absorvt" no

Pc,iodo de Perlooo de
translç.êo <:Ul'50 IMc
C-'PÍ1ulo l 7 ~ Rilmos (ir(.l)(l1anos n.n Pfantas 317

Meçanismo central
ou0$Ci&(ll)((ES)

.....

Temperatura
!l
l «mOHenSOte9

Figura 17.l Componentes bá.sitos do rcl6gio tirt.idiano: vias de entr• mt<Anismo cenmll evin de saída. Os sinais ~ <t0nrzaoctes CW'ICl'Pals
sio luz (percebk:la pelos fot0tteceptores frtoc:romo e cr'cltoaomo) e temper,,u,11.1. Os rKeptores s!nalizam aomeun,smoccntral constituldo oo,
proteínas do tipo fatores de tranmlçao (upues dt M lig;,, ao DNAJ. Esst mec.,nlsmo<et\11al pode tt1YO-tver uffla ou ~Is p,otffl'\,u. Cl'llt podem
Interagir e sofrerd".r,,ersas modificações. Oscomponentndo mecanismocenual conseguem autorregular su.1 1ranscri(.aot~ no,. (:lrculos). O
tempo b«)qufmico ,esultante do con;unto de auto,r~ laçón • in:tf~ H!tre compontntes Cf'l\trais do relógio corre\pc)nOe a ceru de 24 h. EJ.~
ritmo ~ uarumi1ido a v-.SNQs grnes,que passam a sete)J)l't$SOsdefo1ma<i,cadlana medi•n1eaçiodasprote1na.scentr•ii. que s.o pnnc:!paffl'IH!te
fatores de uan K1iç,io. O period<>. 11 fase de ma!Ot a1Mdade e a amplitude dos ritmos poderiam variar com o caminho s,eguido etitre tntrada. ~·
cilado , e $•ida. entre os vários possiY11iu\quematiUdos. A$P1ada ele Mc.Clung 12001).

Vermelho
vermelho-extremo. 730 nm). A forma tinietl.zada em plantas 6õOnm
o ,...
~
cstiolad:i.s é F\•, mais e,t;ivd . As íotm:is siio in1crco,we,s.ívels
(Pi5U-r."I J?.:)), f. oi VCO.ÍO ,;QfUld-cr.:id-11 ,uh·a é o Fvc.
O criptocromo é também uma cromopro1eín:i. mas \llprc•
senla dois cromófo ros derivados da. ílavina por moléculi. Ê
cvolutiV'ó'lmtntc relncionado com .L$. íotolia.ses (cnú1mt.S de (o -
torrcpnro de DNA cm ~ctérbs) e absorvt na í:iin do azul
b l
'"º""
660nm'
730•/·
Vetmell\O-u11emo ~

e UVA. Ocor,e tm a.nin)~is, Incluindo humanos. Em pbn1;,.s.


ca,actcriz:i-se por um longo C-tcrminaL
Por meio d e rotas de tr:insduçio, os sina.is ambiemais afc•
M IRNAPolOIr-' • TF
Iam :l 1ransctição dos genes que consti1uem o gerador de TATA Transcnçso de genes
Gal.laG
ritmo. No caso da ptrcc-pÇ'lo de luz pdo si.uemn fü0<:ro1no, escolOITIOrlogéNC0$
di\·cuos nu:n$.ilgt"iros s<cu ndirios cMolvidos na 1r:i1,s.duçl o Hlicleo ONA
da informação .ambient:il do fotom:ceptor já for.im idrn1ifi• ln,oiÇaoda funçAo de PIF3 ..1.1 Fve
cados e indutm proteínas G, GMPc (guanosina monofosfaio (;m on;Jndo ""ªfosfonlaçJo e prcteolise)
a11va 9eties folomorfogénioos
cidico), canais de c.\kio e C;:a.a,\modulina, Sabe•.k' 1ambCm
que alguns membros da famíll-a dos fitocromos, como o li• Fig un 17.l Um~ mecainómos prapos:tos d• ~~ do fitoc,omo a
toctomo O (PBYB) e o füo.:romo A (PH\'A), i,:\o ,.apalQ l le ""•nvaÇ,)0 ~ e11prt$s.iO de <)t'nes ri,gul.idos POt h.r,z. f"\~OS qu.)1\ \ll
e ntrar no nlld co da c<lufa e lig.tr-.se l't'\·tniw:lmcnte (deptn• incluem ;19,lns compol\t'ntes do m«an•smo ce-ntrat do felOC)IO ma,·
diino, M°'!(ull b"trffnilmentewr1,,1t.i,. o fi1ocromo oocr,e. ~s auunw
dendo da forma cm <iue .se cnoo1uram, ,·etmd h.l - P660 ou confi.gu,~M> ,)tlv,) POt irradiaçJo com luz \<t1m~l\a• .-nu.l, no nuc!eo
verm elho•..:xtrema. - P730) .ios fotor.:s de tr:.ini-CtiçJv PIF (i;)«'.IIJ •lnter,)91r <OM íatO~\ÓI tr.inm,çaodo tipo Plfl \iltfYJdOfff
(fatores de rnh:r.iç:\o com fito.:romo, do i1,gl.!-.s pl•)·rcxl1roml' de genu escotomOriQ9éniCOS. O\J wia, que Se <o.,u"3poc:m :i toionior•
foqen.es~1 ~ando SUil <l,:cy.M»Ç,)O \1)10(«6\e,J •• .tSWff'I, !Mffflltl.,dO
i11lerne1i11g fiw1>ts). Ess.<s faiord (fHOlcinas) ~tl0 posido • a .it/1.'IIÇJO d~ genes reSPQl\ilVO\.) lut. A lf\kfoll(.lo c.om PIFJ t' IC'Wf\l\'el
nados nos prnmotorci, ($equ( nd.ls nudco1i~hi:.u rcgubtO· por llff.ldlllÇ~ (()ln vetmelhO~ lltfffflO. Dh\l" rnodo. lítoaornos l)ode-
rias) de.: gt"ncs qui:- ,muul'm a es.:-otomor(ogencS<, ou scj.l. o flllffl ,l f~I wmo (OMl)OOMltt +nttqt/llS de compl•.-os reqvladOfH de
fe nõtipo de: plantas qu.: se de-scn\'olvcm no c:,,.curo (p, t'!<., 1r.-MC11i;.1O d• 9"""'~' ,egul.:.do\ l)Ot luz. pllimmndo a perctPÇilO comi·
nw"' 1mé'dt. u,1 de aite.a,çó..-\ tm 11na1, h.•m1nosos. Que w,iam (J,,e1a➔
RGA e GAi, o~ quais imp-i:dem-' g.:rnun,.ç.io no ~i:uro t·m rné1fü• io!o1m.ll:L\\ • ~l)O~s no nutk:io. fATA boi,;:; dtll"lt-1\IO bc1_s.c:o
,1lgumas se,nc·nh·s fotobl.istk-'s). Oi, r l f i:s1inu,11lm a trJn)• di' piomot()(nditg~s ~c.w1Q.uco\. Tf· f~lores b,u,cos d..- tro11MCrl(".,l0.
c:riç:\o do~ i;cncs é).:Oiomorfog~okos. ~·0111uro11dll •M' l) AdJPtild.!i d.. M.i.nlfl•l Gill(IJ tf 1,1( \2000-I, Su e( JI. ,~ 1n
31 s Fisiologia vegtc.-,1

re.s.p ost.is fotomorfogfoh:as ( p. ex.. e,wcrdc<imcnto). N3 cir(':tdiano ou 1,ro1einas e1wl,Mdas no 1ranspor1e d e lons, im.
pr(sença dC" luz. ,·crmclha. o füoc ronto v·e rmclho-cxtrtmo primindo a 1!31CS o rilmo geradQ.
forma do, possivelmente por íosforilação e acion:imrnto de As rocas de 11-aiudução de slnc:1is internos (outp ut) ou saida
prottóliu- ~dl•ti~•a. d_e PJF (,tia dclo da uhiquilina-protcas~o- de sinais do gtrador de ritmo para processos c-ircadian os da
mo). causa ;, fn1b1ç.ao da tnans.crlç.;o dos RNA mensageiros célula 1r:msícrcm o ritmo getado pdo mecanismo central do
(RNAm) de genC"!t indu1or1.•s de C'SCotomorfog!nrse, favore• relógio para \'ãrios processos biológicos clrcadianos. incluin-
ctr'!do a expr,.-ssâo de g,mcs ati\'ados por lu1 (folomoríogê- do expressão de diversos genes, movimen10 de ions, movi-
nicO$). Ponanlo. a 1ut regula oe-gativamente a funçiio lh: PIF mentos nictinâstkos, abertura estomátít.'I, ;u ividadc de en1,i-
,ia filoeromos. ao menos na promoção da íotomorfogênesc m.as .:te. Nessas rotas dt transduçiio da iníormnção do gerador
(CastiUon c-1 ai., 2007: Su c-1 ai., 20 17). Embora tenh.a sido de ritmo pu a os pro«,SO$ clrcadianos, o cálcio parece desem-
usada antcriormen1e como cxemplo de uma parle da via de penhar um p;i.pcl ctntral como mensageiro $ecundârio. Di-
sinaliuçà.o d3 fo1o morfogêne.sc, mccanlsmos de 1ransdução versos fenômenos circadianos em plantas .s/'io regulado$ por
dessa naturcta também parecem ocorn:r na slnaliz.ação lu• cildo, incluindo 3 atividade de muitas c-lnascs de proteíoa.J
minosa ao rdôgio circadia.no. Em suas etapas finais, as rol:1$ (que podem alterar a atividade de fatores de transcrição re$•
de 1r:msdução de sin31$ ambienta.is po.reccm afe1ar a transcri- ponsávcis pda expressão de v.irios genes drcadianos) e pro•
ção dr- genes do ger.ador de ritme, (,·er f igura 17.3). cessos circadianos deptndentts de canais de potàssio ativ.1-
Assim como fitocromos. criptocromos (CRYJ e CRYl) dos por d ldo. como mo,•tmen1os foliares e abcrlura estom:ã-
podem locaJiz.ar-sc no núcleo cdular e interagir com oulra.s tica. Estudos não in\'a.siros ;,. vivo com planta.$ tr.rnsgê nicas
proteinu. Sabt!•se que eriptocromos ativados podem interagir de Arnbidopsisc tabaco, expressando a proteína h1ininesc,en1e
com fator dr repressão da fotomorfogt nese (COP J, corutitu- sensfrel a cálcio. a apoaequorina. cujo grau de luminesctncfa
tiw:ly pl101omorphoge11ic ou constltuli\';amente fotomorfog.:. ,•arl:i com a conce-mraç!o de d.Ido. revelaram oscilaçOO cir•
nico. que. quando muudo, f'11i eom que as plantas cresçam cadianas na concentração de cãlcio dtosólico e cloroplástico
nc, escuro con,o se esti\'CSSem na luz) e sua proteína par<ei.n (Johnson el ai., L995). Taisoscilações prOmovid.a.s pelo meca-
(SPA. SPATULA. tamlxm um rt'pressor de íotomoríogéne$t). nismo cen1r:il do relógio parecem controlar dlvers3s e nzimas
Quando no neuro. COP\ cm interação com SPA Impedem a e processos circadi:lnos. A Figura J7.4 esquematiza um mo-
delo geral muito simplificado de relógio d rcadiano, Ni rea•
ação de fatores de transcrição (p. ex., HYS e HFRI) que esti•
!idade. acredi1a-se que componente-$ do mec:onismo centr.il
mulam a tr:1nscrição de genes responslvos à Jui, rotula,, do·c>S
do relógio. frequentemente dotados das c:iracteristicas de au-
i degradaçào por ublquitinaç.ão e pro1eóllse. Sob fui azul. uma
corrcguJaç.io esboçadas, poderiam ln1eragir entre si (cm níVC'I
alteração conformacional, possi\'c.lmente en,'01\'cndo íosfori.
de controle lranscridona) mútuo. splici,,g d iferen cial de RNA.
lação, rcdu1 a concentração de COP) ati,·o no núcleo. cm p.u•
íOOorll:iç.to de proteínas, pr01e6lise sdctiva ou inltra~o fisi•
te por desfazer sua interação com SPA, estabilizando HY5 e
ca pr°'eina-proteína) p:ira. '1!tar C) ri11no c:irc:idi:'lll() ceniral <
H t-K 1. q ue deixam de ser degradados, podendo, dnsa forma, impô-lo a genes conlrol-ndos de modo drcadl:ino (ver csque•
ativar genes de re$pOsta à luz (Ji30 et nl.• 2007; Su ti ai.• 2017). ma do mecanismo central de Ambidopsis tlwlfrmo dc-scrito ,10
Os fil oc:romos também p:111icipam de um mecanismo sem<• final d3 seção).
lhante. atuando conjuntamente com os criptocromos, mas ati• A ex-pressão de genes de plan1as controlados pelo rdó•
v•dos pda luz \'ermdha. g_io circ;i,diano estâ amplamente docume,uada. A fcgulaç;lo
O füocromo B (ph)•B) parece ser crítico na determinação da de genes conu ol4dOs pelo relógio circadiano tem sido .;le•
fase drcadiana (periodo do dfa de maior a1M dade de um ril• monnrad:a em nfveJ de 1ran-Kriç-iio, uadução e modilicaç:io
mo drcadl:rnc,) medi.ada por luz branca. O ,n utanle oopl (ou 1 pós-tr.idoç.ão. Para \'ários genes cuj.a expr...-ssii.o é circadiana,
o/ phrue ou fora de rase) de Arabidopsjs, do1ado de de(eito no foram idt:nUfteadas scqurncias rtgl•latórias de DNA nos pro•
gene PHl~B, .1prc:senta um J)ÍCO de maior a1htidade para "ári-OS motores respc,n$â\•eis por mcdi:ar .sinais do gt'rador d e ritmo
rilmos d rcadfa,nos mais cedo i:iueo lipo sd"asem. mas sem :il• do relógio circadiano (sec1urnci.1s nudeo1ídicis esped6cus c,u
1eraçlo .signi6caLi\·a de p<ríodo dos ri1mos (1empo enlre doil: fator.:$ cis). Altm di~so, foram idc-ntilicad0$ fa10 ,·es de trans•
J>icos máximos de atividade) (Salomé ti t1I.. 2002). criç.iiC) (proteinas lig.idoras de ONA ou fatores 1m11s) cop-'ld
O gerador de ri1mo é o mee.inis,no cc-ntral do relógio circa• de pl'OlllO\'er a 1r:1ns.criç.io de g<nt's que respondem ao feló•
diano. O mode-lo mai.s simpl~ ,,ara o mecanismo do relógio gio drcadiano (J)Qr ligação nos fatores eis no~ promotor.:s dos
circadiano seria um sis1c-ma de retroalimentaç!io (fwllxuk) respectivos genes). Alguns dl"SSes fatores de tr.rnscrição fozcm
negativa de uma pro1e-Jna capa:t de autorregul.ar sua produ• parte do mecanismo cen1raJ do relógio d rcadiano em pl:mláS
ção. Em outr..s pa);l\'ra.s. o mecanismo do relógio e,woln:ria a (\·er 3 seguir).
transcrição no nUd<'<l,-0 processamento do RNAm, a tradu('./iO Diversos genes control:idos pdo relógio circadiano (GC/0
no cho~I. a modificação pós-tradução (p. ex.• fosíorilação) e codificam pto1ein::1$ e1wol\'hfas no proce11:1o fo1ossintCtico.
o transpon e p.1111 0 ntJdeo da pro1dna do relógio que autor• com<) 1.HCB (protclnas ligadoras de dol'uli);i" t' l,), subu 1li•
regularia negativamentc .i,ua prôpria produç:il). Ê nccess5rio dade pequena da rubisco, rubisco ativose e ,rnhl rise cal"bóm·
um 1empo de execução dos eventos bioquimicos menciona• ca. Vârios genes fo10Minté1icos comumenlc- apl'esen1:am 1)icos
dos, de 1aJ modo que seja promo\'ida uma p.:riodkidade 3~ · de exprcss.lo (em geral, meJidos como acUmulo d e RNAm)
tOSSUaSlcntada de cerca dé 24 h. A prolc'Íll3 do relógio 11fe1:ina, no lnicio da manhã .1.ubjcti\'!'l e.· um mininio de expres):lO
por exemplo, t1 expressão dr- genes co,urolados pelo rel6gio no mdo da noilé subjl'liV.l. Ou1ros cçn não 1.•m·olv1Jos 110
C,pfu.110 17 + Ritmos Cirudlanos njS Plantas J 19

prOCe$$0 fotossintético apresentam picos de exprcssào em 11pont11do$ comO cvldênda.s da C'Jistlncia de mai.s de um J;C'•
uma íast circadiana d i$tin1a da dos genes íotos.1intétko,. Por rador de ritmo nu cêlula.s de um or~nismo. senJo grupos
exemplo, o gene CATALASE 3 (C.A1'J ) deArabid'1psis tem um de ritmos controlados por Jiferen1cs gtro1dorcs de ritmo.
pico de expressão no inicio da noile subjetiv:1,. Es1udos cn• Ou1ra in1erpretaçio ta dt q11c existem vàrios gtradorn d('
,.-olvendo análise global de expressão gênica mostr.aram que ritmo ín1erconec1ados (ou stja. ririos sNemas de rttro~U-
cerca de um terço dos genes de plantas ( regulado de for• menlação neg:ulva de ptolcinas autorreg1.1ladas quC' inltra-
ma drcadiana, lnclulndo as mai.s divc-rsas categorias fundo· gem). sendo um dcle.s dominante (dtttrminari:a a r..~. ou
nal.s, como genes rcsponsh·os a fitormónios, os de re$~a a $e-ja, o ltmpo do &a ditado pc-lo relógio circ.idfano). C'n<1uan•
estresse e os de diversas vias biosslntéLicas. Nesses estudos. 10 os demais :seriam dC'penJenie:s o u "ocnvos~. D1ferentrs
h1mbém foram cmcontrados quatro elernen1m de promotores ritmos cs1ariam acoplado5 :io ger.ufor de ritmo donun,n'He
enriquecidos cm sequências rcgufatórias de genes com qua• em maior ou menor grau. 1\fais recen1ementc. há c,i dêncfa.s
lfO íases distintas de expressão (p. ex., elementos nud cotidi- de <1ue diferentes cêlulas, tecidos e órgjos podem ter di.fr.
<:os de promotores típicos de genes com pico ao amanhecer rentes relôgio:s circ:1.dianos. Em gNal. os tecidos cm que ~is
e outros típicos de g(lles com p1co ao :inolteccr), o que pode se expre$!i:tm genes do relógio são os vaJcul.artS. Nas folha.s.
contribuir para aheraç6es e:specJficas 1\a abundàncfa de trans• cêlufas-guarda. células epidérmicas e de mesofilo apreSC'n•
critos d($$($ genes cm diferentes hocirios do dia e da noi1e 1am diferentes ,etógios. R.aíus também 1i m seu própno tt·
(Covington tl ai., 2008). lógio,. o qual é bem mais simplificado qiu: aqueles presentes
Oiforcntes ritmos cm um mc:smo organismo podem aprt• nas parles aéreas. O relógio das r;iizes pode u r sincromza,.
u ntar pcriodos de curso livre distintos. Por exemplo, o mo- do pelo aporte de sacarose oriundo cb par1e :aért"a. Outros
vimento foliar do ícijoeiro aprestnla um período de cerca de exemplos de acopla.mc-nto de relógios mc-Juem tecido v.ascu•
27 h em condições condnuas.. enquamo o ritmo de abertura lar e mtsofilo. Ji a base e a pon1a de um:a folha geralmC'nlt'
estom:\tica sob as mesmas condições t de cerca de 24 h. Em n:io 11preun1am relógios :icoplados entre s,. O acoplamento
mu1ani« da alga uni«lufar Chtamyd'1tno11as rti111,a,rltii, o entre rdóglos drc.adianos de uma, pl;u,12 parece apresent.,,r
ritm o e m fowia.x.ia (migraçio d<» individuos em d1reç:lo â c:uac1etísticas de rede ccn1raliud,1 t.>U des<cnrralinda de
lu:t da superfície) par«e apresentar um p<ríodo disrinto do modo assimêtrico (Endo. 2016).
apresentado pelo RNAm dt anidrcut carbônica (Cr\H 1). Es- Em Arabidopsi.s thalimra, foi isola.do um mu1ante cu~•
ses ritmos de curso livre com ptriodos distintos 1ê-m .sido d ia.no ( tl>C l • I, timi11g of cab, o u t<mpo d~ ~xprmã,0 do gi:ne

FilQcromQ
Criplocromo

Casc.a'8 de RNAm
sina!iz.ação

T ratlSCrição
ativ~ Ritmos circadianos
porklz • Expr~ óe oca
• ' flu:,,.os IÕf'll(:0$

1!-;========~► •• Nas11smos
Gene do
relOgk, Te,oíe$ ce calao
l.MJ~ i1 ONA d• , AlrYláacle ~
p,omotorff c,e genes • At>enura es1oma,tlea
Modlflcaç3o conl101ado5 pelo retógiO • FlelfaÇ:llo
Transporte ao núcleo ou a11v.açao óe p,01elna-s
e lnalivaçAo <la 9ÕS-lfllduÇào
transponadoras <le klt!s
própria lr-,nsa içêo
Pl'Oleína,do
relõgio modificada
(p. ex., tosforiladll

n g1.1ra 17 .4 (squemil muito simpillCilclode rel09'(I c11cad1:1110 lictlc10 b,ueaóo tm umg,ene, ,luniJindoo pnnc1p10 b,u,co d<i.' tomo op~,a1111 um
m•rcad<X de iempo molc<ular e blo~IM'I\ICo.A luz percfbldll po, fo101,ecep1or•s lrotJ S d!! 1t.1nWU(-êl0 .,.,1!!fnJ1s, s1nc1on,: .1n,1 0 m.-c,in,,mo ge--
u1dor d~ 11tmo lclrculo)•o 11mblenlt', a1Jv.11'1do a 1,,.,1$C,1(.lodo9qnl!" doreloglo. Apos J u.mKf1<~ o l),oc,..~~mento ,.. a t1Jduç.io, .1 Pf0i~ do
1M 9io ~ na p(odu?lda e regulllrlil., l!"~prt \ÚO de 9«1escontrol,1dos pe,IO r.,!oglolGCR) e,01,1 • atMd.)0€ d.: p101e,n,u tr,1n\pon .ioof.1, d,el()tl\ ,fl.
i:-x.. cdlo ol, controlando v.\1ios ptoc.-,ws<ire~os (rotJ i dJ trJn idvÇJO lntern.,st. Aprolt'tn.i do fi!lo91Q, ..iposJicumu&.sMe \tit c~1t11 concentra•
~io, pod@ Set' modificado,, cmuar no nucteo I!" ,nlbir il 1.r.1n\C•<JO do Pl'OP" º genl!" do ,elogitó. O tffllPQ de bc<i.,ç110 de)s.l! .ll1erJ (OU mol«1oU1es i!
Woqu!mlcas e de ceru de 241\ 9e,,1ndo umil P"'iOOi<•d~ ~tMwn entJd,,,,_ ~ ss.. forn-.a. Com ·• .iufOlle<Ju1luo d.l P,0tl'tn,1do ,elog,a. fN:hJ•ie
o Cl(lo c1rc.id1c1no, o qu;JI enC:001"1 ..um lim no seu lnlno •
320 Fislologla Vegetal

da p~ufoa ligad(lra ~Ir <lorojira o1 e b) :.Iterado cm um i,~ne 0>1'11 b3Se ncms informa«,es moleculares e em uma \'3$1.1
quc mtr-gra o mr-ciuuirmo ccn1r;1I gerador de rilmo. O l.sola- g.,m11 d<- dados da litcrntura. foi propos:10 u m t'$Qucma simpli-
mento do mulante d rc.idh,no tl)c , . t .:nvolv.:u um <"squema fic.100 ,to mecanismo ct:ntral do relógio drcadiano em plan.
de selc-ção altamente engenhoso. d<'scn"oMdo por Stcvc A, tas. envolvendo um conjunto de rctroinlb ições int<"rconecta•
K:ay et ai, nos EUA. Plantas de Ambi11opsi5 for.am trtmsform:i• das, ronstiluklo de um anel oom quatro Inibidores que u1uam
d:is com um gene quimera composto do promotor do g<'nc tm duas interações diagonais. dcnomimtdo quadn)re5Sllnrlor
CAD (c.hlcirophyll A/B bi,idi11g protcin, ou protdna llgadora (Millar, 2016), S~'Undo ~ moddo, cada grupo de genes com-
de clorofila a e b, mais r('ccntemcnte refcrida como I.HCB), poneme$ $erÍ3 ~guiado por duas ou 1rês ln1erações inibitórias
cxprtHO dc forma drcadiana e fosionado à p:me codifican. entre o.s f.ttort$ de 1ranscriçâo pordes codlfiCtdos e as sequên-
t<" do gt-nc da lucifcrase, enz.ima C'l.paz de quebrar luciforin:a cias promO(oras ~nicas que estes m::onhccem. pos.sibilllando
gerando bioluminescência. Popufaçõcs mulagcnli.adas de controle separado dris fases de aumen10 e diminuição de ativi-
planla.S carregando essa quim<"ra foram ao.alisadas p.,ra pe• dade. O, gcn<"s diurnos LHY/CCAI e os genes noturnos PR.RS
riodicidade de biolumine$«ncia após aplicação de Jueiferi- e TOCI São inibidores múluosao longo de u ma diagonal. O EC
n.a. Um luminómctro indic~\'.I a variaç.ão na produção de lut (também nocurno) iníbtos PAA diurnos (PRR9 e PRR7) ao lon,
que p3SSOu a k dar de forma circadfana, pois o promotor da goda outra diagon2l. A riu1oinibição dos gen<"S noturnos (l'RRS,
qujmera gtnic:i se origina\'a de um gene control:1do pdo re• TOCJ <' êC) também contribuiria para a gc~ ção de tempo dr•
lógio dra:diano. O mutante roe J.J apresentava um p<riodo cadi.:mo. Os qualro injbidof<'s organiuidos em .intl no esquema
mais curto na txprtssão de CAB, medido como produç;io d<" ou os m()llvos pro{(iCOi inibidores de dois membros leriam na-
luz. em relação ao tipo selvagem em condições dC' curso lh'Tc. turalmente um equilíbrio do tipo ln1erruptor (lig_3/deslig3). ln•
AnilisC$ do mutanle toe J.J OH)$tr.aram que a mulação con• di,c:ando que esses tipos de intcr.i,ção combinados. assim como
fere ptriodo curto a ,·á.rios processos circadian0$, ind uindo as ln1er:i9ôe, assimétricas <"ntrc os inibidores, contribuem para
c.tpreisào de divtrws genes, movhuen10 <'$-lomãtko e foliar, promO\'ff aso$cllaç.ôe$ cireadianas (Figura 17.S).
além de afcur .i sensibilidade da fl onção ao comprimento do
di3 (ÍOtóptriodismo, v<'r adiante). O efeito da mutação nos Interação entre relógio circadiano
prOC:C$SO$ circadianos parece independer da entrada (i,ipur) e fotoperiodismo
de lut ao relógio d radiano, envolvendo uma possi\'cl ahe•
raç:lo no gerador de rilmo propriamente dilo ou cm uma O co,urole fo10periódico da flor.ação ê mediad o por um rit•
proteína que alu3 sobre tlc, A clonagem e o sequenciamento mo drcadi:ino de s.e11síbilidade à luz (v<"r Capitulo 18). O
do gene TOC J rcvdaram que de é r<"gulado de forma circa• controle fotoperiód ico da íloraçJo (indução flo ral em res~
diana, participa de um processo de relroinibição da própria posta ao comprimento dos dias e nohes) constitui um ela•
cxpres.s§o e codUlca para uma proteína de loc:aliução nucltar ro exemplo dt "alor adaptativo da an1edp-açllo a mud:inças
que atu3 como fotor de tra.n.scriçào. ambitmais; 1ax2s bem•$ucedid.as de reprodução serão mi •
O utros doi.s gen« conilderido.s par1e do me<ani.smo do xtmas cm condtçõc.s ra,,oriveís. /\ 1mportnncio desses s111a.1s
rdôg.io drcadi:ino em Ambidopsis são CCA J (associado ao
relôgio circ:adiano, do inglês ârcndia,1 clack assoâared) e lH)'
(hipocótilo de alongamento tardio, do inglt-s 1"1c elQ11gared
ltypor.oty{). Esses genes codificam fa1or<'S de transcrição do
1ipo r-.nra (membros de uma famíl ia dt pro1einas ligadoras
de D~A) c, quando supercxprcssos, c:.1ustun rirritmia (aboJ(m
ritme») cm mU.ltiplos processos c:i.rcadlanos, como movimen•
tos foliares< .ibundãncia dc RNA•men.s.ageiro de todos os ge•
nes CC>nlrolados p<lo r<"lógio 1ts1:ados ate o momen10. .alfm de
suprimir :, própria t.tpr~o. Os genes CCA I e lH l' puecem
ler funções pa,cialmen1e redundantes no mec.anismo do re•
lógio. A demonstração de fnicraçfü-s dt regul:ação r<"CÍproCa$ Figura 17.S Esquem.1 de estrutu,• bâslc.a simplificada do mec,1nisn\O
<ent,aldo 1t!lôgio circ.adlano dttArab/dopsis envotvendo quatro iníbido·
.:ntre TOC 1 e 0$ genes do 1ipo M\'8 CCA 111.HY indic:óu que rc:s (protc:fn111. ligadoras de DNA do 1ipo f,1tores oe 1,an 5criç.io); e su.n
essa ,cgulaç!o irHe1'3tlva faria par1< do me<anismo cen1ral do intcrr~QC's (q~Siador), Setas 1epreseruam cstimvlo e batr-1s,
relógio drcadi:ano em Arabidop,is (A13b3di t'f ai.. 2001). lnlbíç;j,o, 51glas MVOltas por cf,c.ulo, c.orrespondem a pr01rinas codt6,a•
das po, genes diu,no, W,lça dium•J; e as enVQfvldas pCM tetAn,gu IOs, pro-
Gc-nes PRR (ps<"udorrespo11sc r(g11lmors) codlhca~1 pro• leinas codifl<:~\ pqr 9eties mxurnos !.)Iça noturt'l.11). Am;1M)ri.., das ln·
leina~ com homologia ao domínio receptor de prole-mas de teta(6es el'IYOtYe o controle der transc:,iç,lo. en,t,o,,., ouuos me-cani$mos,
transferência de fósforo do 11p0 histidina•a$J>3rtalo de b3c• corno splking ah.ernatiYO d(' ANA, p,0teôlise via u:blquitina<-ao e fosfo1i•
lériu, porim sem aprcuntu o aspar1a10 aceptor de fósforo. l&çfio, 1Mnb6m podern O(.Oflf!f.Pcto manhi, ;» J)f"OleinlH d..i ..iS(~ d,urn~.
wPS genes WO a1ivados po, fQCorre<:eptores, 1ep,lmem os gene-s d.,
PRR sào protdna.s Hg.adoras de DNA. flVE (r,·willt) faz prirtc alça nocurna. Ouran1c- • tarde, as pro1t'fnas da • Iça dluma .auefeccm a
de uma famil ia gCnica dç fa1ore5 de tr~nscrição ~l:'mtJhantc$ ,ep,essao sobre os genes d.!I a,lç.a •'<>IYíf\êl e p,on,ove,n sua p,ogr('sS.·
âs prOfeinas MYB. EC (1'l'l'·ui,rg wm/11,x) com :)poodc a l11n va atlvaçAo. Du,~nte a noiti:. as p,ot~n.as du alç.a noiurn., rep,imem os
conjun10 dt protdnas coJihcadas p<)OS gend El.FJ (rm1)'fto• 9e11esda alça d.urna. M no fil\êll d• noite, as p,-otcin;as da alça no1urna
~~mem a u~wlçõodospr61>1ios 9mes(au1011epres~o), allvlandoa
,,,crfug 3), ELF4, LUX (lttx arliylhmo) e JJOA (b,otl1er of lux ,n,b,çao dos g.-n,es da alç-, dium._ rew.clando, dessa fCM ma O , Ido ci,ca•
arl1ytl111m, também conhecido cu1110 NOX) , di,mo CIUl<nWSle ~I. Adapt,1(1a de M.llar (20161. .
Capilulo 1? • Artmos Circ.Jdlanos nas Pl,mtn 321

fotopcriódicos não é rewlla a pl:rntas de clima ttmper.do. (fl<.vin himf, ,ig ktlcl, ttpl!tll ou prmd n;a llg.1Jor;1 d( IJavina
Mesmo em ílore.stas próxim;"15 do Equador, onde a ,•ariaç.ão com m~i,·o !cldt repetido. um unWr de hrt. azul aparentado
no comprimenlo total dos dias e noites é minhm, a vari:&• com as fotoc ropina.s ... ver Caphulo 16) se .1cumul;a .M> longo
ção n.l hora d e amanhecer e anolte<cr ao longo do ·ano eilá do dia, o mn mo ocorrt'ndo com a pm!t"Ína GIGANTEA (Çf.
fortemente cor relacionada com os period0$ de flor.-.çdo sin • um:1 proteína nuclear ~ pecítk:1 de plantas). de m(ldoquc .am•
crônica e bimodal observada em ririas espécies arbóreas bas alingem um pico de acúmulo ao fin:.d d.a tarde. FKFI e GI
( Borchert et ai .. 2005). O sincronismo de lloraçlo obser""'-dO formam o com1,lexo (FKFI-G I), que causa a dC'gr:id-'C"lO Je
dentro de-.ssas espécies é vital ao sucesro rcproduti\'O, p-irti• CDFI, inibidor de 1ranscriç.io Je CO. O g,ene CO é aproso
c ularmente consider.'lndo•se a grande dlstà.ncia física <"nlre ao 6m d-O dia. t' a proltin.1 CO 1.nduz a cxp~Qo d.: Fr . pro-
os indivíduos írcquentemente observada, fflOV('ndo progres., iV.1.mente o prOCC'SSO de lloraçilo Em Jii,1.$
Em cevada (llordeum vulgart cv. Wintex), uma planta de cur1os, não hil h(IC'as de luz suftcit"ntc:1 ~ ,..,. que o compk;"<o
dia longo íacultatiw, demon.strou-.se que. cm colldições de luz FKFI-GI se acumule: :wim, CDFI J>('tmanteie a1h•o. CO J)('f·
constante, houve uma. rHpOsta fotopc:riód'ica à suplf:mtntaçlo man«c rtprimido, não ocorrc induç!io de FT < a IJoraç.,i() é
com lui vermelho-extrema que variou de forma circadi.ana. inibida (Siwa ct ai., 2007; lmaizumi. 20 10),
A sensibilidade da promoção d.e &ração por suplementação NtiSe modefo. a luz não só f.aria o ajw1i: do relogto ctrca•
com lu:t •1ermtlho~extrcma e mais e menos pronunciada S<' diano, mas ta.mb( m a1uaria dirtu mrnte. proml)\'<ndi> .apto•
.1plic.ida, respectivamente, aproximadamente 6 h iln.tes e 6 h grcssiv• ..-xpressâo de ;alguns gcnt'! de controle da Jlor.ação.
depois do amanhccer subjetivo. Resposta butilnte simibr foi P.lra pl;antas de dia curlO(p, ex•. arroz. Oryt,a ~ Eiv11>. cm qu<
observada cm Arabidopsis 111aliana, e. em ambos osc:asos. nW a. (ase mais nitic:a para flora çio éa norum.i (número de horu
$e evidenciou efeito significa.ti,·o da fotouintcse no processo. d.e c-scuro). dt'$Crt\'tU·S< um;a vari:sç.ào dCSS< m«an,.\/1l0, O
Esses e outros resultados com diversas espk'it'.s. tanto de dl:l c<mtrole circadfano da express.io do gene CON~7ANS (()u de
longo quanto curto, sugerem que a mensur•çâO do compri• stu ()rlólogo HDI cm .1rroz) ocom :rb 1a.nm cm plan1a.s de Jja
mento do dfa é regulada, ao menos em parre, pelo relógio longo q~nto nas d.: di:a curto. Porem. a :a1w1d.1de da prote•
circ.ldi:u, o, o qual .11ua como um ,~ulndcr pmnissivo d.a lna CONSTANS (ou su:3 on ôloga HOI cm :1n o2) <Obre Ff
eficiência de elementos das rotas de fo1 01ra.nsdução (p, ex., .1 ou sçU ottólogo HDJA cin arroz seria no scnlldo d..- in1b1r a
for ma vermelho-extrema do filocromo). O rt'lôgiu cirgdia.no transcri("JO. t' não dt' prom0\·~-13. como i o cuo na.s pbn1.a..s
conlrola a t'ficiêncla de percepção de luz pelos fotóut cepmres de dia l,ongo. Portanto. cm pb.n1:u de dJa cu,10. somente cm
da planta. afetando. por conseguinte, a rcspos1, f~optriódica fotoperiodos pouco extensos (no11.:s l()ngai) HDJA podcna
da floração.
a.cumular tm quantidade adequada p,t13 mdu.nr a rlor.iç.io
A lnter.1ção do relógio circadiano com o fotop<riod ismo
(Ctcmer.: Coupland, 2003: Song il aL, 2015),
tem sido <:Onfümada com v.irias ev\db)das senétk as, pois
r'tluh1ntc~ dtçildi,1,11~ t.◊frn:, t,x: I " I ,: t"<Ul tçndo:,n 11 ,1,pre
sentar fenótipos íotóperiódicQS (sc:nsibilida.de alterada do Referências b ibliográficas
proce-sso de Ooraç:lo em relação a comp, i111.:nro dt' di.ls e nol• Alabadí O,0}71m.l T, Y;1no\""kl· ~ li. H.mnon FC. ~lu P. "-a)' S,,\, R~·
tcs). Análise\ de vãrios muunt<s d rca.dlanos de Arnlli,lopsis c1pro,:;il rtgubtWfl b..-tw,:,:n TOCJ .and LHYi'CC,\ I W\1.h,n thc
com fenótipos fotoperiódkos in,lícam qu< • integração d., Anbi~ iscm·adia.n cl()Ck.. S.:-1..'tl<!<'. : OO 1:19J1180·}
l~ <:11 R. Rttul<'I SR. Calk 2. N.1,•.ltMe 0. Trc A. G,1ut1rr t. ,:t
Informação lcmpor.11 fomcci d:1 pelo sis.tcm:a clrcadiano, com ai. Photopo:tioJ1,.' lnJu.::hon o( srnchronow. do\\ttang !k',u 1hç
di.scrimin:iç;10 de luz/escuro iniciada par fotorre,cpl()(ts cs• EqulltOf. N11tu.rr. ?OOX-1.U:62i-19.
pecíficos, d:i·se em ní,,el da. fu nção da. ptotci.na CO~STANS Clstilloo A. Shcn 1-1, Huq E. Ph)1.«h.h)MC' 1mcr.i,;ung IJl('fOf'\,. O:ffl
(CO), um impot1an1e ftuor ativ•dór Je tranm i(io, dccxprcs· trAI pl.,,)~r$ ,n ph110..:hromc mcdmr J ligh1 "'P"hng n<:f.,.w-l,.
s.ão regulad:.t de fom,a circadiana.. que acclt l".a a ilooç:lo sob Trt n,b in Plant Sd,:nu. 2007,12:Sl-t•?I.
Ç()rbôkr L V1no:..nt C, lang S. F°oJmlr.1 F, Fan J, S<;1tk 1, t1 .11. Fr
fotope ríodos indu1i\'OS, p, omó\·endo a atavldadc de gcnes-a.1-
prl)(..u'l tní)\'ç111rot .:onlnbuto to Jun.11,,J 1AUn..'.(' "l!luhng 1n tl.1r.1I
vo cnvoh,idos no estimulo ã llor.tç:io, ,orno FT - j10 1,w 11ig ,nJuc1.1onof Ar.lb,J,ap)Js.. S.:11:n, o:. : oo:-:JhdOJO,).
lorns I ou /orns de fl or:i~o T (cujo produto pro<~'1co J con- Ctwlngton MF, M.11001' 1:,,,,•, Sluumc ~I. K.w SA. H.u ma '>L C..k,b·
sld,m1dQ um impor1:i,11c sin.:il bioquimk o de longa dlstinda ai tn.n.,cnptumc .a.~lv-si~ f<\eJls .:,r..:JJiln l"l'jtUIJti.lf1 \IC. l,;,çy
da lnduçlio li)IOS>Cr'ÍÓd lc.1 n;is 1()11\as p.ir:i o mcriSlt nu .ipk :1I; pllll'-1.lp, 111 pb nt 1,mw1h .1n,I Jc,d,a,p«\cnt. Cnwcn,: S1ul~v
ver Corbesier í!l ai., 2007),: soe, .. suptNjl1J' o/ (l \'C'lt.(ptCS• ?l.)()g:9:RI JO.
Ct"ll('r F, CouplJnJ C. Ois11n, t plmtt)prnoJ1.. rõl'on~ ,U't" ,on•
sion of COI ou supressor ,l::i supcrc:\prcssãoJe CO!'lSTANS 1 t('m•,I hy th(' ,.1nw; gc11<11,: ~'Alh\\ .a\ in \r.i.b.,J,,p,LS _.nJ füt
(Suàret•Lopcz cl flL 2001). . Tr,:nJ > m Vl.ant S.:i<'ei..•,: ~OOJ;S.-103·:'.
Um nw·canisrno ~le w in,:i,l~nc-ia com o ;1mb1c11te t·xtc EnJ-, M. TIS-)ur i p,'\.1tic ,1r.:.1,l1-1n .:-lo,~ in p,IJnh C'urr('f!I Oprm,111
rlor, base;u.lo nu co,m olc circa.diano cn~lógtno ,!~ ni\·d~ •:.: UI Pl.int S11o&o~n- l\Jl<i.1-1: W 9
ltNA-mens.,gc 1ro do scnc CO a<opli1,IO .10 ""'n~mi,:n~l'.I ' " lm.ut:11tm T.•.\r.ib1J op111 , 1r,J.J1.1.n ~lod, ,111J ph"tdpc"noda...11l.
O!ll.. 1... tlunk .1b.iu1 ll\..'.Jl tOO. t:untm Úl'UIIUll UI Vl.uu l~1u!ug\
dia, parect' constituir a b:u.c m<.>l~'l.:ubr dJ r(gubçW ~ M llpü lüh);I l:IJ·'t
de Jl()r.,ção cm ,\r,,b11 Io[ms, uma pl.1,n:1de ,lia ll)llJ;O 1;1,:\UtJll ltJ0 \', l .iu fh, Oi:ng \ \\: l1t!ht f\•guJ,11,.J 1r.arh.:t1p11too,ll Rtl\\(1rl.,
. lnngo:. p,11 .1 Ilor,:f.Ctf
va ( ptefort' d1.lS • , ), Our.an1c a u lJh 'r 11 ,1tt,: m l11i;.l1<f l'llnh. ~.11ur.,• Rt'\·i<.,_, Gtn.:tlu :0u'.'.it ! 1'" )li
do di.'1, a con.:enuaçlo de CO em:uuiJ.1 ~,m;~. por .:.auSJ, J 3 lolul.wt'I ...:H, t,.,n,i,;hl .\IR. ):.,.,,J., r, \ll1wn I'. ~,:Jbr.,,11. 1, HJ!o:, .\
aç:lo do f:i1ot de lr.au,.:ri\·:io lnibu.lor .!<!' <.:O. ~OFI, qu(' ~k,- <t .11. C:1r.·:iJ1.a11 ,1),1UJtt1nh ,,, ~ \t.,..ill,..; JnJ , hl.,n,pl.a,11.. trn- ~.li·
• 1 1 •l)S ,.1 .vol('IO.l 1--Kfl ,lUil\ UI t•l.,,nt;.........fl,C' 1.:i>;>:.,!h')l;l:la ) ;
<.1uda o promoto1 ,k <,O. Em , 1,1:, ún~ · r
322 Ffslologia Vegetal

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Song YH. Shim JS. Kinmonih-Sd1uh1, lm11b.umi T. Photopedodic d yna miç cnviroomcnl. 2. cd. Meiddbcrg: Sptinger: 201S.
l}o...Tring: time m<'as:uttment rnedunJsms in lc:1\·~. Annual Rc• Marque11 N. Menna,Barrcto LS. Cronobiologla: princípios e aplia.
vk"'· in Pla.nt 8 inlogy. 201S:66:44 1,6-I, ções. Slio Paulo: F.diup/Fiocruz: 1997.
Su J. l,iu 8. Liao J, Yang Z.. Lln C. Oka Y. Coon:linadon ()f çrypto• Milla.r AJ, Th~intl":ICt!lulardyn:unlcs:oídrc.,dfan clocks í<'.ICh for lht
chrome and ph>ioc.hromt s1gn.ab in tht' r~ula.tion o( pbnt ligh1 ligh1 o( ccology and tvoh11Jon. Annual Rtvicw e,( Plant DioJogy.
r«poni:«. Asronomy (1'.lDPI). 2017;7:2.S. 2016.."67:S95·618.
Floração
Ana Paula Artimonte Vaz , Henrique Pessoa dos Santos •
Lilian Beatriz Penteado Zaidan

Introdução formadas es1ruturas t!!-produth•as, como as 11ó~ na~ ang10.,,


pcnnas, ou os com.'$. nas gimnospcrm.1~. E.s.$alõ c~m.1tura., .re~
Em razão de sun import:i.ncill econômica, a íloraç-5o tem !,,i,Jo tx,.,. produ1h•as. na verd:ide. são folhas mod1!kadas. 1de1:i. 1n1n;iJ.
tantc t'studada cm todo o mundo t' conS1ituindo objrto de inú• mente registr:ida nos t<-x1os Johann Wolf~ng von Goe1hc. cm
meras revisões que, de tempos em tempos. moslrnm 05 a\-~ 1190, e p0$ttriormcntc c-0rroborada com t~tudos morfolOg, -
do conhecimento cientilico sobrt o tcm:t. Ccrtatn(nlc, a COO\-t:r• cos, 6sioJ6gicos e gcnéti<os..
1\ 1ran.siç.fo da fase juvenil para a r~ J.dulta vegct.111-
.são do mcristcma cnulinar wg.ctn.11\'0 cm cstrulum reprodu1iv:a.~
representa um dos mais dramãticw e ainda cnigmátkos t\'entos \';i compreende geraln,entc um ptóCe-sso gradual e pode st'r
na vida das plantas vasculan.-s. Enquanto a Roração represt:nl.i o acompanhada por :alterações tm algunu$ ca.racteristic.u \'(1;"•
término do cklo de vida nas plantas an~s oo bianll/,\ls, nas plan• 1atiw.s. como 11 morfologi;i e: ,1 disposição (tiloLa.x:ia) d.is folha.$
t~ perenes marca o final de mais um cidó de crescimento. 00 a modlliuç.'lo na u p;addade dt enra.i.U1mento de- nmoç
Apesar de se conhecer M longo tempo 3 estrtita rcb~ en• ()li mesmo de folhas. Por sua vtz. a tr.ms~lo da fa.~e .iduha
tre 3 Oor3çàO e as estações d◊ an<>. t5,Se processo aind;a não é \'eget:ath-a p;ira :1 Í:l.St' :1.dult;i reprodu1wa, a r:tcle-rinndo J.
bem entendido pelos pesquis:idorei.. Uma melhor comprccn• prim(ir.1 e-1ap$ da reprodução ~~u:iJ:i, ~ ti .:woci.:ida a \".'mas
são de C(lmo as plantas respondem llOS fu.torts ambientais, mud.in~s fisiolõgicas nas planl~.S.
principalme1ue lui, 1emper.uura, disponibili<bde de nutricn• ,\ transição (local (n\'Oh't UJlla ~quincll de e-tapas .WO·
te,s e água. trouxe benefidos inca.kulivcis para a hortkultur;a ( d adas a intens.1.s muJançu nos p:i.drClt"s dt" morfogênl."SC' e
a 3gricultura em geral, permitindo a ~c<>lh:i da.~ t'pocas e d<'>$ d iftl'(nciaç,lo celul:ar do :ipicc meris1cnut1co uuhn.-r. ;i.p..:•I
locals dt plan1io mais adt-quados às cuhuras, OlimiiandO as ou axilar. resultando cm merist<-m:u reproJulivos, ~uhd..-nte·
coletas e disponibilizando produtos em ra.z.\o d;u n«ess:ida• mcnlC' aptos a produ:,,_ir íl(m:Sou inílo r«~n(1U.
des e demandas do mt'rcado. A$ planlJS e:ob~m um grad1en1e esp:1.cfal de JU\·en1hd1J.- no
Estud0$ sobrt a indui;W e o deum'Olvimen10 lloral. assim eixo caulinar. Enquamo .:is ci'luJas e d trutu.ras qu... ..:ar.Klcn-
c()mo abordagtns <kntifk a.s J a qualida<k e longf'vidade d;at tam a fase .iduha e reprodutiva S< cn,onuam n.1 rcg.i.io )Up<
ílore,$, são indlsptnsáveis p.tr.l o aprimot:imento das técnicas rio r e ptofêt1(';! do i pke mcn~tcm.it1co. o~ tc,;1Jc» c orgios
de c ultivo e comer,fafüaçâo. 1\ k smo assim, sramk parti.' do juvenis es1lo loc.ilizados ,u s regit,e~ inr'enore., do c.iulc.
que se conhc<e sobre f\.oraç3o ba.seia-sc cm mt• nt.imero ,c- Po r con,·<niênda, subd.i\'iJe•s~ o pmct-sw d..- 1lora.;.lo ..-m
lativanu:nte p1..-qucno de e.spéde.s. geralm<nle herbáceas e de t r~ {;,.~,: indu-ç;io, (\'OCação.,. desenvot•.imento 1loul
regiôe-$ t('mpcrad-,1s, sendo o e,ntendim<nlO sobrt' ;is planta.~
tropic:iis ;,iindJ mais mod~toe 1,em S<mpreconclll.!i\"O. Indução
Rcferc•St: l <M e,·cntos ,1 111! ~m:ihl.am J riama .1 altcr.1.;.lo Jo
Fases de desenvolvimento seu prOgr.&m.l de d.l-SC'O\'o l,•uo.:nlo. Como consequCnd,1. o
Ourante o ciclo de vida d,11, pbntas. as (élubs me1LS1e-m.llic-.is metl.u~m;a c.iulin.lr lt< r«strutul':'I p.1rJ proJuLtr um pnm11r•
alteram s uas vias de d~m·olvimentO, res.u.lt;iJ\Jo na pn)du• Jio lloral, l'lll w:t. J~ \1111 primorJ10 fi;,l1.1r. ,\ 1n,lu1,.\I) tfoul
~o d e no\1as cstmtur.:i.s. :\ 5 pi.antas \':tscul;.m:s :ipr:~111:un ui's o.:otr< prindpaJmcntc R.t.l (olhas. nus umb.-rn po,lc JM•i.e
fases de J ('S(1wolvimt•ntO celath·,unenlt' btm dduudtis l' -iu< em o,mos órg:11,)s. € 1mpor1.1n1..: )Jhcnur qu,· .1 .l~u1s..;.io Je
ocorrem .:m uma se<Ju!nci.l ob11g.i1oria: .i Í.\i< juw:ml," fase iJcntid1J,: ilorJ.I l)()r um nwn\{c'm~ r<pr<l>t.'tll.1 .1pcn.1i. um
adulta ~·eg.,·1ativ.1.: ,1 fá.se adull;i l'eprodutiva. i.ubprogr-.1111,1 n.:t .lc>cn\ oh im<nt" repro..lu11,o.
Oiforen1cnu:nle dos ,1nim;us, as mu,l,1nç;i.s d1." Í.l)< deJ.:si:n• O ei,11mufo 111<.lutor 11.-,uh.l t.lnh> J..- 1-;itof\'., en<.h..'g.:1\11,.
voh,imemo ll :,\$ plálU.lS i,j_() Ct!lltr,11i1.l1.la) nos 11\<;'l ll>l t'n USt:JU • (01110 O C)IJ,lo mun..ion.al. ll:, l('l'fC) hl>rnMl\.ll;i, !! I h l'lln\lh
linarcs. tipic.:il '-' axil.ltl'S, Os rn<-m-ttm.1S.:,11,il1n:m:s p<)(ktn Sl'f .:tr.:ad1a~ qu,11110 Jr IJIOrci, ,l.mb1..:nt.t.ii., J)l'lfl.ulhl ~:>.tcrn.,-' .l
v.,i;e1:.itivos ou llorai.s.. c:.tcs llhunos form,1,IM ..ar.:ius quJr1J1> pl.lma. cmre ele, o ..:omr, 1111.:1110 rd.atuo Jo> ,h.b l[o1oprrn.1~
á planta{: in,luzid;;i ;\ llor,1,,M).
,!,,), .a nr.1,li.in.:lJ.," ,~mpcr.uur.i e ,t Jupl)111b1hJ,1Jc Je .1gu.1,
,
/1 pn,u;1p;i J (I lt,l ll}Ç.lO ,1., t 1wnil .:lfJ.~<a,lu1t,1\<"•
• ..... ,,.: a f"·J·, A l.'\ofu.;Jo Je )IStt·nl,1.) de .:1lntrulc uucrno ((c~11l,1._,1,1 .m
. , u.,. lll'i.t I ulnnu. ,.:1,1m tJm 1n1.1, .. umo ol.i:.,:-n.1Jo <m .:uh".u1..~ j,: 1k1r:1,.111 rr,~o.:t·
i;c1:;111va ,..-sido: n ,1 po:ss1h1111.1-''1,· 1.1\''1 • •
ol• tnrdia d.a tr\·ilh;a. Püum satfrttm ) e eJCkrno (rq;ulaç:'lo llm• íoto1,eríodo .. eomprlmcnto relativo do dia e da noite - e foto•
bknta)) pC"rmitc- a sincroniz;ição do dt:J('m·oMmc-nto r<'pro- pcrkldlsmo .. ~lavn grega que as~ocia luz e duraç-5o do dia,
dutivo das plantas com o ambieritc- e-, portamo. uma regulação representando _.. habllldadc de um organismo, planta ou ani•
bU-1.tU'lle especifica da época d e ílorcscimento. mal em de1ec1;41r e responder às "ariações do c.omprfmtnto dos
Assim, parn que haja succ.si.o reproduth-c,. a ílor:ição Je\'C dias. Atu::ilmcnte, é ba.mintc acc-it:i a hipótese- do envolvimen10
ocomr quando houver disponibllidade de polinizadores e do ritmo clrca-diano na.s rcspos1as fo1opcri6dicas, como me-
cond.çô('S f:wori.,·cis para a disper$ão de frutos e sementes, canismo control:ador do lcmpo nect$sãrio para determinnr
alêm de temp('raturn, luminosid.ade e umid3de adequadas os ritmos diários de expressão gênlca e comportamento (ver
para a germinação d as S(memes e parn o cresdmenlo e eita• Capitulo 17).
bded me:nto da nova planta (,'('r Capitu.lo 20). Entre os processos do desenvoMmento vegetal regulados
pelo comprimento do dia, encont.r:un •se a tubcrizaçâo, a dor-
Fatores ambientais méncia e brotaçâo de gemas, a senescênc.ia, o enraizamcnto de
A sucess~o d:i.s ei13(Ô('S do ano - primavc-rn, ver-:io. outono t estacas e a lloração, $oC'ndo a última a mab c.~tudada.
im·crno .. ~ o fator ambienul mais constante do planeta, 1.11n a A respM ::i fo1operiódica de urna planta C determinada ge•
vez que dcp('ndc subs1anci:ilrnente d:i forma e i.nclinaçllo da ncticamente., e a sua d3.S:S-ilicaç3o se baseia na transição íloral.
Terr.1 e de seus movimentos de rotaç5o e d e trnnslação ao rt• Dessa maneira. distlnguenMc as plantas de dias curtos ( PDC)
dor do sol. ou de noitcs longas, que ílorl.'SCem quando mantidas em foto •
A nabUidade das plantas e animais de de1«1.u as varl:aÇões períodos inferiores a delcrminado valor criti«t (fotoperíodo
do ambknte, como o comprimento relativo d0$ dias e das noi• critico); e as plan1as dr dias longos ( PDL) ou de •~OIIC$ curtas,
tese as variações de temperatura, possibillla que decermin::ido as quais tt!m sua floraç3.o promo"1da quando o comprimen•
evento ocorra cm uma época panicufar do ano. constituindo. 10 do dia cxccde cena duração (fotoperiodo critico; Figura
port:mto, uma respC>.Sta sazonal. Como e,:emplo. podem ser 18.1 ). Assim. o fotoperíodo critko pode ser definido como o
citadas a queda de folhas em mui1as art>órtas. a formação e o comprimen10 do di:l em horas de lui. em um c:iclo de 24 h.,
brota~o de gem as, a alteração na plumagem e a migração de abaixo do qual na PDC ou acima do qu.al na POL a floração é
an:.s, as fases de desem·oMmento dos insetos, a hibern-ação illduiida. Existem tambC:m espécies que não têm a floração«'·
de mamíferos e1c. Sincroni:r.::indo O$ ciclos \·egctativo e rq,ro- guJada pelo fo1operiod~ as quais florescem aproximadamente
dutivo entre indMduos d.'l mesma espécie, o ~ontrole sazona) ao mesmo tempo sob vários comprimentos do d ia. ~o deno•
min::idas plantas neutras, indiferenle-$ ou autónomas ( PDN).
d3 reprodução favocece a fecundação cruzada e. portanto, a
recombinaç.ão gên ica, a)êm de permitir que a progénie se d e- Ou1ra.s espécies são chamadas plantas de dia Intermediário
( PDI), pois apenas florescem cm determin ado intervalo de
~ nvol".a em condiçôt's ambientais fa\·orivcis..
horas de 1oz. por exemplo ern fotopc- ríodos entre 12 e 16 h
J~ i bem conhecido que a floração de muitas espécies her• Cfia:ura 18,2).
biiccas e mesmo arbôreas esta substancialmente associada as E necessário um estudo amplo para estabele<:et a das.sitie.a•
estaçõc-s do ano. porem ainda não se compreende tocalmente ção correta de uma p13n1a, poi.s o \•alor do fo1operiodo crítico
como ocorrem a percepção e a uadução dos sinais ambientais ê bastante vari-ávd cntre M espécies e. muitas veu--s, extrema•
pdas plantas. Aparentemente, a percepção dos fatores am- mente prtci.so. como na PDC X,wthium stmmnri11m, t in que
bientais se di de manelta lntcgr:ada en1re as diferentn parte.s a ocorrência ou nllo da íloração pode ser defi nida em um in•
da planta, de tal son e que o con1role d3 floração consistiria e.m tcmalo de apcn,as IS min. Essa sensibilid::ide ao íotoperiodo
um conjunto de $inais dt n.atureu qulmka que seriam tr;m$• trnde a srr m.1is aguçada em algumas plantas da região equa·
port:ados pelo íloem:i cornos .'IMimllados. 1orfal, n::i.s qua.is as oscilações no comprimento dos dias são
As plantu podem apresentar respostas qualitativas ou obrl• pequenas entre as estações do ano.
g.:nóri:1$, isto f. quando há necessidade 3bsolut:a de um ou mais Podcm ser citados como cxemplos de POC o K"lt111d1ue
fah)re$ ~ b,cntm pua que a ílor.iç.'u) ocorra; c resposta$ qu.'ln• blou/tlrl1t111(1, o crisãnten1-0 e o bico-de-papagaio, plan1a.s in•
1ita1i\·as ou facuhati\·;u.. quando a íl<)r.iç!o é promovida pelo fll. duzid::is à noraç.io ($CUrecendo ,.se as estufa$ de produç:\o co·
tor ambknt;aJ, podendo ainda ocorrer na ausência des1e. merd al. \'is.ando a a1<nder à demanda de rnerc:ido em datas
As~, de as r..-giõc-s tropicais n:io 1erem como c:ir.1c1eri.s- esix-cifia.s.
tica v:,ria)ÕCS substanciais dr tc-mper::itura e fotoperfodo du- A cana-de-;açUcar t uma PDL. CUJ3 íloraç.ã o d eve ser evitada
ranie o i.n~ são encontrada) pJ;mla.$ sullcicntemente sensiveis nos cultivos comerciais. um.a vez que a saciUO$e é mobilizad,1
às pequenas mudanç.a.s no comprimento rd ati\'O do dia, na p-ara n.s iníloresc!n<ia.s,. diminuindo a concentr.1ção de- carboi-
irradiãncia (quantidade) c na c.omposição espe.:1r.il da lu:t. dratos nós colmos.
(qualidade), ou n3 temp..-ratura, Exemplos de PON s:1o a cc-bol.1 (Alli1m, c,•po), 0 am('ndoim
(Amd1is llypogea). o mel.ão (Cun;mis mel()), o p,çpino (Cuw·
Luz miss"ti1•1u), as.sim Cómo Pl,ms spp. e a videira (V11is 1d mfi·m).
O eíeilo do Gomprimenw d-» dias como f111or dch: rn1inamc Já o picão -do-cerrado (Bideus gaa/11cl'i) se comp0r1a .::01110
pa.t.1 a sawnalidadc da ílo,aç!o foi orig1nalmcn1c- proposto uma PDI, iloresc:endo c-m períodos de tu~ bas1:'lllh~especiíicos,
por Wlghtm an Camcr e H,1,rry Allard. tm 1920. ttab3lhan- r ntr(' 12 e- 16 h de lu:tdi~r-i;i. Ou1ros ("Xl:111plos d e PDI sM o
do com plantas de soja e com o mutante Marylaml Mmmr1u1h m.anjerlc:lo (Ocimw11 lmsiliwm) e a pimenta (G·1psicum 1W•
de iabaco. J~ ram ci;ses auw,e.s que in1t(.dul..ir.u11 os termos tU/11111).
C•pítulo 18 <1; Fk>faç.)o 32S

POC
(noit.e11 r.ur11")

24

Ulzbranca

~ 12 Foloperiodo
crilioo .
~

e"""'
o

,: POC
(noite$ longas)
ngura 1a.1 Controle fotoperiôdico da fk)t.:,çiia. POC (i>lo1nw de elas curtos e noi1es lor.gas) flo11:1cMi Quando submet1d,u • pe,M)(J~ de hR
Inferiores ~ fotoperlodo crítico. POL (plantas de di.is lon90' e noites curta1► ílotnctm quat1do culfrmdM sob períodos de luz 11Jpe1ior!S ao
fotopel'iodo c,íti(O. Os 1ra1amet11os fo(operlódicos evldenci.1m., impo,1Jncia da Wr.ic.O do período de euuro N dNerm1n~ do1 lklf~
auim como do tipo de h,1i: forn«id., h p&6ntu. A intttn,ll)Ç;fo do Jl'fl'o6o de escuro J)Of um puli.o de lui: br.inc• IL.8) prOIYIO'I! a ~ n,s P0l.
cinqu.1,nto es.se processo ê lnibidonas POC. Um pulsodel,rdecomprimtnto de of'ICI• vermelho(VI du1•n1e o periodode ~u,o 111\duz • 110taçjo
nas POL e seu efeito é revertido pela-.,, de comprimtntO de onda 11e,melho-tx11t!mo IVO, lndkando o @TWOlwnettto do fnoc.romo. N,u POC. un\
pufso de lur ~rmeJha inibe a tlo,açao, enquanto o opos.to ê obsetvado na prewnç• de lul' de ((lfflprimc:,n10 de onda vennelhõaotrtm0,

E.xprrimt ntos detalhados. modifiando,se II durnç-.io dos O controle do desé:ll\'1)lvlmento da pl.a.nta. pd.i lu:t ,e depcn•
períodos refati\ os de luz e ts<:uro, assim (()m() a interrupçào
1 dente dt1 detecção e da absorç!o do estimulo luminoso. Entre
da noile por uma brt\'t exposição à luz (tornando inelidc-nte tanto, a luz, por si só. nlo constitui a 1nformaç;lo morfogcne~
o período de escuro), ou a interrupç:\o do di.a com um 1>erl<>• tica. e o tnt$n,o pode ser dito cm rcl.ação aos r«cptórcs de lu2
do curto de escuro, evidencia.ra..in a importinda do p«iodo ru pl;anta. A rcs:pc»ta modogenêtkl resuha dos cfotos da luz
escuro como tator cenl rJ.I na induçoo tlor:il. Ot$Sl'I maneira, c.aptada ptlOS ro1orrécep1ore-s quando em céluJu sens1vrtt (IU
plantas de d ia curro necessJtam de noites longas para Oott.s«r, competC"ntc~ p;ara Seguir uma nov-.1 vi.a de desc-n\·oMmento.
enquanto 1U de dia longo lloccsccm quando ofetteidoi peflo• Essas resp0!-1.1$ marfogcnécie;:L,). nas piam as ~sdo :w.oci.ld.u
do.sde noites curtas (ver Figura lS.l). Pan 3S Ullimt1$, o perM>• à dciccçjo de cinco regiõei. do e$p«tro vish·d . por no m1n1n\O
do mais prolong11do de luz pode esrnr associado i !le(ffii~dc trb cla.sSC's de fotorrec<:plorcs.:
de acúmulo dos produtos fotoss.lnietkos para conlinuaç:\o
dos processos bioquimkos inid:idos no c-.o;curo. No entanto. Fotorrecepcor UV-B. tOrmado ~ )t umJ ou mau Rtb~tin 4

em condiçõts cxperimtnlais, a luz fom«ida pua prolongi r o d 11s sindt1 dcsconhe<:1das é c1ui= :tbson ·e a lu" n.a 1:uxa do
número de horas diárias de luz e de bai,u intcnsi<bde e, por• ultta\·iolern•B (enirt 2$0 e 320 nm)
tan10, inclideole p.1ra a fotossinkSI:,
Crlptocromo, c,lj., dcno1mn.ação aJvêm de sua impoctinct:1
n3S respo~1:i.1 mor1ê:,g,:-n.~t1c.1s d.u cnptõgamJ.s.: const1tui-~c
J>Or um conjunto d.: pigmentos :iind.1 nlo completamc-ntc
·-,··· ·.:·.·;:....
... c:itt1c1en1.ad<». o:,, quais Jbsorwm l luz na &1)1.l Ju nul e
a 'ºº
A
o
-· ..:•...: ,
Jo uhr.iV'ií)let:i•A (entre 320 c- •IOO nm. u h r.i\'1ol,:-1a longo)

~ 80 , Fi1ocromo. um conjun10 de p1gm.:nhh .. uJa .a~orç.ão .;e: Ja


princ,p.alm,:ntt' no comprimt"1UO de onJa wrmdho (660
•o 60 8 .. nm) é \'crmdho,,:x1rcmo (7)() nm).

Q
e
40 e ;
...,..
.. Os fohun-ceptorots. COOIN'.11.un \JflOi pro.:e,'4.), morlOgcnc-•
1 o:
:' :, ticos nas pl.intJ.), Jl~t! a s<rm,n,u;l.t ,: t) J c'!-c1wolnmcnto ,b
1l 20 • ·.
p&:11111.1,l.a :11( J form.u;lo Jc nov.t.i. llúr~, < wm<:ntc:-,. :--:~"itC' 1,,,1
pitulo, ~r.t .:nfatiuJo l"I fü,xrocno, o lc)lorrccep1or m;11:i b11.·m
o ,.quh,....-\J() n,h plantas\'~ ulJie'lo.
O ~ 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 2-'
finte J .~ Jc,.:..JJ.) J,., 1'1l0 e l'),li), Lcw15 Fhnt e Edward
Fo1Q9eriod0 (noras)
M.:Ahs1er l)bs,,•1\·.ir.in, .1 pn,m°'.11> ,l,1 g-crm,n~.11, Jc u•mc-n
Flgur• 18.l Tipos de ,espo\tilS oc flor~.10. A. Plan1o1 i!\d1ffiiH'lte .o 1..-:. Jc .ill.i..:c ~ub lut .:om .:ompmncnt.t Jc onJ;i \'l!rmdhu.
f~orer(odo. 8. Pl<M\lõ de d"1 cuno qu,.t.it1va c.Pi.nta dt dia inter
mt-diáflo. D. Plillllll de-dia longoqu,1ht;,tWil.
€nqu;ulll) .a u\1b1,.1,, Jc,i.< pru.. c,!>IJ )I.' J.i, :i 11.,1 prc,o:tk,3 Jc
326 Fisiologia Vegetal

\x-rmelho-o.1rt·mo. Em 1952, Harr)• Horth,\ic.k t·t oi. , ·r rilica• 1etf'.\pirrólico de t-ckia aberta. semdh,m h.· ao pigmento (o.
mm a rc,·rnão dos efeitos da lu1, com Cóm prlmt'nto ,k onda 1ossin1êtico ficobilina das algas vermelhas e cianobactérias.
,·ttmdho após aplicação dt' vffmd ho•cxtrcmo, e vicc•Ycr~a. Quando sob luz com c-0mprimcnto de onda vermelho, :i forma
Essa m"tl1-âo foi ob.Ç(-rv:ida , ·árias wu~. l'\'$\.lhando na lníbiçlo F\· é com'<'rtida cm f ,·r. h,wendo uma IS(lmeriz.,ç.io cis•lm11s
m1na promoç.'lo da germinação. derrnd('ntcdo li.Ilimo compri- na C"Strutura do cromóforo e resultan do t m allernçóes na por.
mento de onda ofenxido 4 scnw-ntC"s (Tabela IS. I ). ç3o proteica do titocromo (F{gura 18.3). Ess.i nH1danç.a cst n,i.
A participação do füoc.romo na llora.ção foi sugerida por rural é a r<"Sponsávcl pela alivld:ade fisiológica d o Fvc e pda
8onh\,ick ct nl.• cn1re os anos de 194S e 1948. RtaliZ:lndo ex• Inatividade do F\'.
perimentos dr interrupção do período de C"scuro com tui mo- N;s POC. um 1cor elevado de Fvc no inicio do período
nocmmãtica. cm w,1, dC" luz bl":'lnca. es:ses autores observaram nocurno é vantajoso para a flotaç!o e. cm alguns casos. rc•
quC", sob luz c.om comprimemo de onda vcrmelh~ ocorria a presen1a uma prccondição para a Indução fl oral Con1udo. na
iniblç.lo da floração na PDC Xnntl,iwn s1rimwri11m, enquanto maioria d.as POL, a Oo~o se di quando o teor de Fve é r lc•
a pro~ão dessc- processo en ,·erificada na POI., Hordeum \'ado n:a mr tadc do periodo noturno (Figura 18.4). Apesar de
migai'('. esse comportamr.nto rítmico 1ambém ser fo\'orávcl 11t1s PDL.
ScmdhantC"nwnte à germinação. rcproduziU•$e, na induç!o a.s rcsposcas dessas plaiitas s3o ap:nen1e111entc mais complexas
da 11ora(ilo C' em outros processos moríogt-nC1kos, a reversão e podrm estar assocfadas 1ambém aos criptocromos.
dos efeitos dos dois tipos de lut (w:rmelh~ , crmelho ~extre•
1
Em meados da década de 1980, alguns estudos evidencia•
mo), e o úhimo forn«ido à plan1a dc1erminan1. a ocor~nd a ra1n a localização do fitocromo no ni.idco e, principalmente,
ou não da floração (, ·e r Figura 18. 1). Na década de 1950, Har• no dtopfo.sma. Essn fotorrcceptort:i fo ram classificados cm
rr Borth,\ick e Stcrling Hendricb elaboraram a hipótes.e da dois grandes grup0$: os tito<:romos do tipo 1, tncontrados prc•
existê.nd a de um pigmento fotorren-rsívei, c uja absorção $é dominantcmente nu ~lus e pl:\n1uJas estioladas; e os filO<rt>•
da,-a nos comprime.n1os de onda do vermelho e do \'Crm e• mos do tipo li. presentes nas sementes e nas plantas cresdd:as
lho•cxtrcmo, hoje conhecido como füocromo. S<>b luz.. A m.aior proporção do 6tocromo do tipo I cm plantas
São encontradas duas formas de füocromo: füoeromo \·er• estioladas está possivdmC"nle associada à sua maior capad d.a•
melho ( Fv) e fü ocmmo , ·emle:lho-cxtrcm o (Fvt; Figura 18.J), de de detectar balxQSes1ímul0$ de luz. além d e sua degradaÇ".30
O F" ea forma fisiologicamente inati\'a. representando a U1,lea na prcs<"nç.a de luz.
produz.ida no escuro. Na pre.se-oça de luz.. principalmente sob Os dois lipos de fitocromo aprcsen1am propriedades espcc•
comprimemo d e onda ,·ermelho, o Fv ~ convertido cm Fvc, 1raisdistin1as. Por t>.emplo.cm a\·da, a forma Fv do 1ipo I tem
sendo a Uhlma :1 forma fisiologicamente ath·a. Essa fo1ocon• uma absorç3o ,n :lxima em 666 nm. enquan10, para a forma
versão Fv - F,•e é re\·ersiva e tem a me.sm.1 cinétic.a em ambas fv do tipo li, esse valor $é dá em 654 nm. As proteínas e os
at dlreç~s. O F,·e formado :a partir do é5tír.nuJo luminoso é o genes oodific.adorcs de ambos os lipos de füoeromo c:unbCm
tr.1du1or do sii,:al de lu~ para a célul:i .se,,slvel ou competente se diferenciam, Contudo. as d iferenças res1tfogem -se apcrw.s
cm responder a esse estimulo. A luz ou o Fve não t~m iníluên• à porção proteica, não tendo sido evidenciadas d iferenças no
da sobre a desem•oMmento dess.a competência. grupo cromóforo dos dois 1ípos de fitocromo.
Ambas as formas, F,•e F,·e, absorvem a Jui no eomprimen- Uma \'C'.t que a Ju1. e absor\'ida pelos fotorrcceplore-s, hâ
10 de onda do violeta e do a.rol. porém os resultados $õi O fi. a huerprc1açáo morfogcnética do e-$1Ímulo luminoso pela
sioJogicamcntc menos cfeti\'OS quando compmdos ao verme• pl-an1a. Conformt apresentado na Figura 18.$, <> füocromo t
lho e ao ,'t'ffllelho•c.xtremo. A luz. \·erde, p0r sua ,·e1., é pouco o fator-chave na cade:ii de rc:aç.iio e atua em coo1:iernção com
abSOn'lda pdo fitoc.romo, sendo utíHzad:a P3ta visualização no o..s d.:mai.s fotom.-ceptores. Considerando suas propriedades
acompanha.mC".nto dos cxperimC"ntos oom esses focorrcceptores. íisicas, o fit(>c;rorno k'ria insuficiC'nte para a\'aliar e absorver
Quilnica.mente, o titocromo é uma cromoprotrín.a fo rmada com eticãcla iodo o espectro \'(sh·él da radiação solar. A luz
por dois poliptp1ídios de 120 kDa idênticos, e dois cromó• absorvida pelos ou1ros fotorrecep1ores, o cr iptocro rno e o
foros ligadQs ao rtSiduo de dsteina de cada polipeplldio por fotorr~"Ceplor de UV•B. pode determinar a sc:-m;ibilid;,dc d:is
meio dt um â1omo de enxofre. O cromóforo c()rrcspondc ao plu11as :ló Fvc-, rompreend<ndo uma es.1ra1lgia sin1plt'$ oa q ual
$Ílio de absorção da luz no fitocromo, s.endo um composto um U1lk<>aliV".M.for (J\'C) sedasufKieme par.& controlara expres•
são gênk a e apa>: de fornecer umu infomi:ii;ão COlllJlkta do
espcctro solar, de1ermínando a i mplitudc d:;l Í(>l(mlorlogCr)('SC.
Tabela 18. 1 U emn da luz , om coml)(itl"lento ele onda vermelho (V) c- Atu.almc:ntr. são conhecidos dois 111ccanlsmos 1, i?los qu-ais
vermt'lho-e.iuemo( VE) sobre ,1 gcrmina(Aoo de $tmC'nlM de alface. ()$ ÍOlOtrtctplores podem dc.scnc.-id('ar os J>tocess,QS moríog<·
nê1icos nas planlas. O primeiro mecanismo é o r:i1>ido <Ídt<>
"'~·
V
V:VE
.....
S4
sobre a pcrmeabllidadr de mt"mbranas. cnt1u:u110 o sc~undo.
m.ais lento. modifi ca a fosforilação de Cl.'rt.is protcinas ._. a en·
trada e saída de Cat•, ltllt'rferindo na cascata <ll• trJns-du,;-;J.o
dos sjnajs cdul.:ir,~ e, co1w:que1llcmcnte, altcr.,ndo ;i expr.:S·
V : VE : V 100
., s;io !;(nica.
V : VE : V ; VE
V : VE : V : VE:V
f<lnet: &o,tn--. n ol 119S1J
.. Os fo1 orr~♦« ·ptores dc',CnQdei,1m 11111a C.l1>( , 1f;a (k ~iilJb. ,iu.:
inte1"Jgem com o rilllll) c:ircadr:ino. J)i.>i1ni1indl). Ji.> tulM fo11n,1
ainda não conhe<i\b, a meni.u rn1,".\o do t:.)ln1.>rirnento do dt:1(wr
c,pítulo t 8 • Flor;,ç.Jo 327

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o ºº ' • S,polil)e911dio
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Vermelho ,.,/ 10
coo coo-
vj
~ ► , Fv 1
~ • • forma Inativa • ·1
•..
..
',,

·,. •.. · ·• .. · · ··-!Reversão no escuro! ◄ ••·····;•• •• ;• ,....,...,......


Fig Ufill 18.3 Representa,ç.\o esquemâtfca da fotorreYersio enve ,s d11,1s f.ormas do fltocromo.. f,; e he, p,o'IOC.tda pt:la pre-sefl4,.a ~ luuom cor,,.
prímento de onda \'e-rmelho IV)OY vennelho-exttemo(VE).As linhas pontilhadas sallent.im • procfuç-~o. • dt-strui(-'O e a reve,1-io no neuro que
oconem. pfineiplllmente, com~ füouomosdo tipo 1. M ewu1ur.1s quimic;,1 srepresentam as fo,mas e-strutura-~ do grupo uomõforo do fltouomo
quandoc:ste s,c ('ncontr;:1 n.t forma fv(csqucrd,) ou !WI to,ma fve(dlteltil!.

CaP,tu]o 17). Possi\'dmentc, toda.sa.s ['(SpoSCasíoioperiódicasnas estímulo íotopcriódko. as folhas sofrem mud::an(.U merabó-
plan1as ulilium os mesmos fotor««prOttS, di.ím.nciando-sc. lic3.S. resuhando na pro.:luçlo indc~nJcntc- d< um.ti ou m.tis
posteriormente, por \'Ía$ especifiC-" de tmnsduçiodc sinais. subs1incias químicas 1ransmissl\·cis. col<t1,~.1men1t dt-nomi•
Além dos í01orreceptores mencionados. nas crudferu • nadllS sin;il ílotal. Este seria c-nt.io tr.insms1!do .10 mcris1em.a
um grupo de. plantas no qual St" inS('rcm u dittr~s varieda- <;aulin.11r que, qu:ando rcccpli\'O (compeunie), 1nicfa .:i 1r.1n.s1•
des e mutantes de ArabidopsiJ ba.uantc utiliz.idos em estudos ç;i.<> ílor.1il (f igura 18.6). E.ntrctanlo, curioi..1mente. t-m pl.int.l.~
moleculares, como serã visto adi.inte 1>es1e c:ipítulo -, for.iim ,,eutras - pon.anto, não s<nsÍ\'etS :ao focoperiodo - . .lS folhas
identificados outros pigmenlóS que abs°'wm, nJ fa~3 azuJ também são fund,une111:.ii.s par,1 a tlo1'3ç.io. poLS.. qwndo dcs-
d o .-1ipec:1ro. en1.r<: 4SS e SOO 1-m . Entr~aote>. ,_,.,, 11(11il<K J.io folh:id~t. 1\:}.(I <l'.ln~g11J>m rr".-lmir il"r"'<
difktis de explicar e alnd11 niio são 101almen1e conhecidos. O fato dt> a percepção íotopcriódica ocorrt'r n.u folhas en •
pois O füocromo também ap1tSt'nta pequena absorç.io ne-sse quanto ,1 lloraç-âo se dá no mcristcm;a c:aulinu ,ug,i::rc a n«d·
comprimento de onda. sidadc de lrammiss:io Jt um -ioin:al floral quim,co <ntr< etbcS
l! fato bem tstabdecidó. na liter:uura, que II percepção do dois órglos di.s1:imes n11 pl:in111, poSl.1vclnien1e U'!'H'lSporudo
comprimento dos di;r.s se dá prtdomin;1n1emcn1c nas folh:is, pdoílOC'ma.
e, em algun.s casos.. como nas POC CJ1enopodiu111 rubtum e A id.,dt <o d~em·ol\'imento da pianil imc-rí«.-m n.a )!."nst•
Plmrbitis t1il, Jii nos próprios coe1l!dones. Em resposta ao bilid11de ao compfime1110 Jo J.i;a, Assim. h.l um nUmc-ro mun
,no de folhn.s p..tra que algu,n:il pl:anta.s herb.ai:c::.ti re~ponJ:lm
ao <Stlmulo fo1opcriódko. As rtSpc)\tas fotopenoJJC\S 11m•
bém podem s.tr profundarncnt.- n1od1tic.1J..1,s por <>uth1"> ll!O·
POC re.s ambienuis. como a lcmp<ratur.1 e a 1rr:1J1ln.:u. J Ultima
cm·ol"enJo ;altcr,1çõo.-s n.:i upai:-idaJc- iotoss,nictkl.
A llor.11,"lo induziJ.a. fotoperi◊Jkamenle plrecc ci.tar ,'b
socfad:a à m0J ifica1,.ào no) leon-, J< c1hxinmJ.$, g1bccd1·
ru) ou na:. conccmroçM) Je a,U.:J.rl..._ Fn1r.:-1:mlo. em g<l'.ll.

POl

Tempo
Figu,a 1IA v,uwi~õe\ 1\il p,opo,(ao ck> li1oc1on',CJ he fil\ JlNt'lt:i\ de
d i,n k>ngo\ (POL) ti pl.sa:11as Ó(! (ias (UIIOS (POCl. Ufll,l n~• p,ol)Of(,k>
de F"e ,,o ioiciodo pl'flódo de t-m.lfo p,rom~,1 no,.1e;.1~nc1s: POC.
328 Fisiologi., Vegetal

Experimentos com reffrl;,mento localii.'ldo e enxer lia de ,


monst.raram que os rt"ctplOtt$ do trat;une1u o d e frio são os
tecidos com atividade mi161H'.11, cntrt" os quais os meristcm:'1$
o ulin.,m que sé tom;un oompetentc."$ par.- florescer. Entre,
tanto. variações de lemperatura também podem afolar a in,
dU(ãodas folha$ ou modificar outras etapas d:<1 re$pOsta nora!,
como a inld-açlo e o desen,•oMmcnlo d i\s gemas tlor.iis.
As temperatur.as ôtimas para a floração p<id enl ,•.-riar com
a idade e o cst:ido fisiolôgico da planta. Enquan10 alguma.s
Figu:,. t a.6 Experimento re-a!iz,1do com Ch,ysonthemum Mori/o(,'um, t$pécit:s rrspondem à vcrnalização em fases preooces d o de -
um., POC. O tratamento fotoperlódico de dia Jongo (OL> ou de dia
curto (00 fOi aplieado i:soladamet11e (as duas figuras 1 e1quetdal ou senvolvimento. ainda na fase de embrião ou no lnfeio d a ger•
simultane•m:cn 1~ ~s dtHs figu, 111 à direita) na:5 folhas e- no âplce tau• min:iç:lo, oomo em alguns cereais, ou1ra.s se torn3m sensíveis
linar vegetatl\'O, Os resultados <'Yidenciam • Importância das folh•~ apôs um cresdmen10 mínhno. Entretanto, 1empcra1ura.s fa.
mah que dos à pices wge~ tivos, na PN(-s>Çlo do sinal lotoperiôdi• vorã,•eis â indução de íloraç.~o podem c:iusar característio.s
co. As folhas ~ riam rt"SPQnsàveis pela p rodu~o do sinal no, ai, C? ~ u
transporte .a meristem,1 caulinat ocorreria pelo floema. menos atrath·as. como uma redução no numero e no !amanho
d as flores.
Posrul:1-se que a.s rC'$.pOStas às ,·ariaçõe$ de temperatura se•
riam parcialme-nte reguladas pot horm6,,los endógenos, ten-
aphcaçOO hormonais ou de carboidratos não subsliluc-m to•
do indusi\'C sido sugerida pelo alemão Georg Melcher$, em
talmente o tratamento fo1operiódlco na indução íloral. Em
193i, a existência de uma substância especifica, a vcrnalina;
;1lguma,s espé-des, c-0mo a PDC Kaland1oc blossftldlana, a Ro-
esta, todavia, até hoje não foi idtntific.ida, Na ctnoura, a apti•
raç.ão ocorre sob períodos btm cunos de luz, d a ordem de
cação de gíbertlina mlrnc1i1..1 oefei10 da \·erna.lí1..ição, c:nqua.n-
.alguns segundos, não envolvendo. portanto. a fotossJmese. 10 em plantas orquidãceas como Pl1e1lae11opsis e De.,id,.-oblum,
Essas e\;dencias indicam a e>:.!Sténcia de urna ou mais subs• aumr.nt0$ nos teores endógenos de citocinin as (ver C:ipítulo
tâncias mó,·eis, entre as partes da pl:inu . c.apav:s de induz.ir :i 10) e açucares (oram ~dados à diminuição da temperatu -
Ooração. O conhecimento da inílu!ncia da Juz. e do controk ra. Aumentos substanciais de citocinlna.s em pia nus d e outr.as
fotoixriódico da floração tem possíbllitado grandes avanços (:imíllas., quando m.antidas em tempcra1urns baixas, t~m sido
na comercialização de algumu espéc.ies ornamentais. como observados.
Chrysanthcm1m1 (POC) e Euphorbia puldttrrima (blco•de•pa- Do ponto de vi!.La cornerci3.l, é Nsl.anu.• conhecida a ind u-
pagaio. PDC). ção ílor.il por meio de choques térmicos de baixas temperaturas
em orqukleas c»mo Phalacriop$iS, Cymhldi11m e CHmfrobFmtt
Temperatura (Figura 18.?) e 1amWm em algumas variecbdes de C1,rysa11rlrc-
N~ ylauuu , a tcmpc:r.nur-a do .imbicmc uunt>êm t um lalur mum, quando sausfe.1tas suas necessidades de dia curto.
determinante de ::ilgumas ,espos1as saionals. No Inicio do se- Em milho, por exemplo, obs.erva,se de man eira incisi\'a o
eulo 20, J. Custa,, Gaunet obS,trvou a 1lecess.id11de de tc-mpc- efeito d.a 1empera1ura. do ar no ciclo e nas faS,($ (enológicas
r.,H un abaixo de de1em1inado valor para a formação de flores d as plantas. A tempera1ura do ar C percebida. e acumulada na
em certas espédes de regiôts 1emperadas. Nestas, a floração planta c-0mo uma soma térmica, expressando a quam idade de
()(.()rrc na primavera ou no início do \•e-r-.\o. após exposiç.io da ene,gio necC'S:Sária para atingir certo estágio de ma1uridadc:.
pl3.111a. durame certo nómero de d ias. âs baixas temperatura$ O co,,ht<:lmen10 da.s exigências 1érmicas cm nlgumas cuhu •
do in\'erno ( J a rc, acima, por1an10, do ponto de congela• ru contribui para a prc:visão da duração do ciclo da plan1:1
mento). Esse prO(C"$Só é denomiMdo vernalizaç.io e, multas cm função dos fatores :imbientnis, 1orn:H1do-se um p~rãrnet,o
vetes, está a.ssodado à neCC'$Sidade pos1erior de d ias longos, rdt',•anlc no.s processos de Otimil:ição e redução de r iscos dl•
corno ,,erilicado em algumas bulbosas como a tuJipa, no cen• má.tic0$ e-m pl.111tios comerciais.
1el-0 (Sttale a rcai-d e em diversas cullivates de pla,uas bia-
nuais, como be1ernN. rcpOI~ couve e aipo. As bia.nuais são Umldad•
pi.antas em roseta que necessitam completar dois períodos de Nas regiões tmJ>lcais e em regiões áridas ou sc:miárida.s, o pe•
crescimento antes da, íloraç.io. NtSsas plantas, a terminação riodo dr seca e o de disponibilidade de :igua são fatores dcd ·
ocorre na prima,·e,a, seguindO•.lt< o periodo de crescimento si"o.s para o cre.scime1110 e- a ílol'açãu de algumas espedes.. Nos
da pMte aérea durante o verão;. no outono. as folhas senescem 1rópioos do hemisffrlo sul. a (h<gada da e$tação das chu\":lS
e caem, mas a gema apical é protegíd.:'I pela lninh:i; na prima• coincide com o início da p·l"imaver:a, representado por J13s
vera seguinte, novas folhas são fonnadu e. dt'sde que lenha ll~ir:imente rnais long()S t tcmperatur:is m.iis dev,'.Hlas. c01l·
ocorrido eipos:ição apropriada ao frio rH) inverno anterior, h5 figurando sinais ambit'nlais pal':i a ri:lomad;a do crcsci111c:n1c>
um iipido aJongamento do pedUnculo fl oral. das plantas.
Em aJguma.s esptdcs. a desvernali7.aç.fo, ou seja. um 1rt1• E.ntr.: .is plan1:is dé intercs!t< comerdal que 1êm sua flora~áo
tame-nto de caJor (cm geral cntte 30 e 4ifC por :tlgun~ Ji:1sJ, aíe1acJ:1 J~ela umidadt, podc:-se <lcs1ac;ir com,, ext·mplo o c;i1m
pode eliminar, parcial ou IO!almenk , o c(tito promót(1r de e o ~(~iro. Noc.a.so_da.:. pfamas cittiC:1.) cuhlvad;as t'm rei;i1K'S
tempera1uras bai.x.u sobre a íloração. P.:11'3 ser t6caz, C-l>Sé tra• trop,u,s. o dêlíi::11 h1dtko pode subs11tuir o t fd lo de h.·1111)('•
lamento deve ser dado logo :ipós o perfrido de frio. ratU.r.ll> lnix.as no 1>rom0Çào tfa Jlor;i,;illJ, Ji a~ pk,111as Jc c., (i:
C,pítulo 18 ♦ Ho,açio J29

Flgurii 18,7 FIO<a(.10 de DMd.robium Sta,dust (A) e Otndrobíums«ond LoYe til. Jpós tratamento de fno UO"C no ~riodode ~u,o t 2S"C no
período luminosol, 14. qua.ntitic-6Çio dos hOl'l"I\Õnios endõgenos e'Videnciou M'els et,evo1dos de cltoc!nin.11 duta111e • •nduc;bo floral. lffl"9t'l'lS Ct·
didlls por KJ11ia O, Campos (18•USP. 2000).

de\'em s,er submc:tidas a ctrto CSlre$Se Mdrico para qucbt:tr 1 após sofrerem queima de kUS (•tgàos :tfo.-os. <"m um pro«tSO
dorm~neiá das gemas florais já forma.das, as quais S('dc:se1w<>I• ainda não comp!etamc-nte duc:idado.
vedo apenas npós o forne<imcnto d<' ~gu:i. por irrig_3ç-l() ou
chuva. &.ses dêtich$ hídricQ.S internos podem Yolriar de -0,3 Fatoresendôgenos
MP.a a - 2,6S MP:l em c;<1(etiros no HaV',1i. m,.1$, para o BrasiL Acredit:i-s.t que a p.w;ag<m para a f.1..~ ttprodutiv3 nna .1com
foi registrado um limiar d,e pocencial dt águ;i !'las folhas d< p.inh3da por modihcaçõ.:s profu.nd3$ n:u rcbç&-s iontc-- drc-
- 1.2 M Pa para a ocorrCm;ia d:. fl<>ração l'fll n:ipos.1.1 3 irrig;i• 1\0 d3s plnntas. representadas pda ~nJh2.1ç:10 de a:s.um!lados
Çào.. A sfocroniução da flor,,çjo enl mftt-iros ptla lmposiçlo p1r-.1 os mcristcmas, E.ssc-s t'\·c-ntos ocom::nam 3nll:'rtormcntc
de um défi cit hidrico, Sl'gUido dt irrig:iç-.io, a1ém de slncroni• ~ moriogênt'S<' e dcpc-n<lc:riam JinJ:a da h.ab1hd~dc dos t..-cidos
iar., produção. refie-te-se na qualidade da bl-bicb, mcristcmiticos de importar .a.s.stm1lados C-S.St'nci.o'US .as diH\ikf.
Em 3lgumas espécies, o fato de a remoç-lo ~S r:iitts pro· celulares<' l manutc-nçjo da ath·idaJe mttabolica.
mover a ílornçlo sugete que, alem dos es:iress<$ hidtko e nu• Sacarose-. e1tocinin:i.s < nutriC'ntC-S tê-m sido con,..1Jcr.i,los
triclona!, esses órgtos podcrfam st.'r mpOflsiweis peb produ- compoll<nlt'S importante) do ,-stímulo tloral ou sinal.iz.1Jore,
ção de um ou nrnis inibidord florais. Porém, as raizti 1ambê-Jn da OoraçJo, < :su.i. pr<S<n~~ em w nccntraçõcs ótun.u SC'na n.:
podc-111 produzir promotor<s 1lor1is, como ci1oônin1s e g.ibc• cc:s.sãri.1 .i .\IMd.,Jc gên1-.',l t')pc.:ifica Junto JO meristtm,;,; vc
,-elinas. getatfro.

Fogo Nuuiçâo
No ce,r.ado brasileiro. e comumcnlc obs.:n•.AJo o 6ti.muk> ou Ü$ m«.mismos J t .:ol'llrok J;a llora,;.io por nw,o JJ nu111,;.ill
induç.'tó da Rotação de muit:is <spé.:.k-s h<•bi.x.i) e sub,ubus• mincr.11 slll b..tst:tnh: vJn.h eis entre J.S c, pé.:-•<!., ou ~ncn.h c-
tivas apôs a l)1.ssagem do fogo. O efeito Jo IÕSo nem s,mpr.: ainJ;a pooco comprl"f'nJ ,,!o~, poJcnJo 1mem11:"J 1.H Jhl:'fl , ócs
rc.sulta do t'S-IÍmuló têrnuco, mas rt(crt'•S.: ~ cliniio.1çjv to1,1I nos tt'or<:-,, cndog.:oos Jç,s hvrmóni(h. '~&:Uh ,)u ,!m lll lôib ·
da parte :lér<a ti.as pfant,1s que: .,s fot tlor<_,..--er. :-,,im1l.aJ.;,s, A p.allt,;lo , k .:.1rb-,iJr-.11oi; < mtnl~l1110 n•h dtg.io:-,,
A res1><>sta fl oral ,\O fog-0 tem um p;ipd impor11nt.: n:i .sin• •'<" um.1 ,)1:1111.1 < intcn)J.m.:nt,: ..:ootrobJ.i e- 1n 1~ 1-.3,L1 d11rlnlc
cronb.áção da ílornçâo, \'i.1b1Uz..mdo .t J'Oluuu\·:io cruuJa. t v ~ u .:rcs.-:ul1.:11io <' J cs<'mül\1mcnh'>. p,.Jrn~l1) ~r 1ll0Jlri-
O ch101ado piroperiodismo. (lu a ~incronez:a.,-JA.> Jo prO.:bSO .;.&d,1 l-n1 Jrt,' rminaJv,) n1om.:11lv>-. ..()•lll>11 ,l:i 11,11J,.,o, ,1,i..,O·
pdo efdto do fogo. Na ,1u.s~nd.t ,l,1, ,1ueima. P"~k 11.'0 o.:on~r .., ~.1.1 ,1 u_m t'jt.&Jo m~t.1boh.:o ~· <Ol.' f!:jl.'11.:u -..Ji•·u J.: nu,ucr
J l o nu,1,,,;--.w C- O Jl.'),!ll \ ,,1\ 11111.'IUU Jc 11,lre .., l rnl o:-,, < •<OW I\I,".'>.
v flot('$cimcnto ou este se di ,le m,.1ncir.1 i'spor.1,bc.1.:t m l>-1•·
l".1r.& .1!gunu~ ~f't·, 1,'\, ,1, J ur.1.,.1,) Jo paeüd<.l ,u,·cml < m,U)
xa intensidade.
l.m1tt11111 J110llfl.'t·11ft·,uif ~ G 1l1•,1 i't1t11'1Ji" ''' slo .:.'<l' 1'1os ,lt'
111 lonJ;,l _sob "-mJ ,, l)c., pcunwtur.t., ,!e- crc,,4!111.·ut 0 , •t,;11n1"l. ,\
t'SJhick s de cert;tdo tlut' 1lvf.:s.:i:m J.pós ,1 .:iu\•unJd.a (Fi~urJ 1\or.u;.io n,1111.mt_:u,..w,1, pl)r cwmptv, ,'lt.1 .1i.M ....... 1.. ,1 Jmunu1
18.8), Pl.uu a,- d..- M•f't; (lmp,·rt11,1r,,,uifu,,u,~) tlot<1,·.:ul .q:l(IIJS ...... Jo ' r~•, Ull< ntO ' 'b<l,ll l\ , ., 10du11J,1 rct1, '"" c:m ..nnJ1.,1'11.'-.
330 FisiologiaVegetal

podem rcllt!irtm limh:içõt-s 1H1capacidade dó$ drcnos. Para


;algumas ts~cies. a 1tansição floral, assim como as demais
etapas do dcsem·oMmento rtproduti\'◊, é favorecida por u m
balanço carbono/nitrogênio (C/N) quanli!atl\'3mcnte íavo•
nh·d .ao primeiro, implicando, p0rtanto, urnô'I dlmlnl1ição da
adubação nitrogenada, Em algum/IS plantas • .i utilização de
nitnato foi associad,1 à h,lbição da floração, porém, pau Ou•
t.ru C'Sp~clC's, obsC"rvou-se o fayorcclmento desse proces.so.
Na produção de sementes hibridu de sorgo. a sincroniu-
ção da Ronçâo entrt os p:m?nt3is 0111<:ho e flmea pode ser
controlada por meio da. aplicação de adub:aç-.'io n i1rogenada,
um~ vei que esia resulta em uma :icd eraç.io do cr<Scimento
vegeutlvo e da emissão da panicula, com a antecipação do
Aorescimento.
De modo geral, a. adubação rica cm fósforo favorece a ílor:t•
çio. A limitaç!o desse nutriente pode interferir na form:iç.'lo
dos órgios reprodutivos, ocasionando um atraso na inicinção
f1oraJ. um decréscimo no numero de flores e. particularmente,
uma fC'Strição na formação de se-mentes.
Plantas d(' mostarda (Si11apis alba) induzidas à fl oração
apresentaram teores de,'.ldos de cákio no xilcma e nas
gemas ftorai.s. A1ribui•se ao ea:•uma fo nç.io de segundo
mensageiro na regulação de numerosos processos cclu}arcs
importantes, como a mitose, e na 1ransduç.io d e sinais C'n•
lrC' o ambiente e as pl:antas, muitos deles in1ermedi.1dos pelo
fitoc:romo. Na floração de Siuapis alba, esse d 1lon es1aria as•
sociado i divisão celular induzJda por cl!oclnl,,a. ou aiuaria
como substànc:i;,; sinaliz.adora do transporte d:l sacarose en•
ire o caule e a r.tiiz..

Açucares
A patt.idpa(do dos arhé-iidrn1~ n n rr1ntr('II(' (fa íl o r1t.;-{lo l('m
sido sugerida hã virias décadas, porêm su:i exata coniríbutç:do
nc.sse proceuo aind:a n/io es1á bem cs1abeleclda. Enqua,uo,
para mui1os pesquisadore$,. os açucares :uuam .apenas como
fonte cnergCtica dunnte., iniciação íloral, outros sugerem um
papel regulador no metabolismo cdul:ar, possivtlm<nte c m ni•
V'C'I de citprnsão génica ou como molêc1,1la m<nsagcira. Essas
S\lbst.ind as estariam e1h·OMdas em me<.1nismos espccilicos
de sinalização entre células, porém ainda são pouco conhC'ci·
dos os proces.1os de pere<pção e de lnmsdução d esses sinais.
Teores clc,•ad0$ de açucares es.1ariam e nvolvidos n:l tl':Ul •
Figu.r.a 11.8 EfMo do fogo n• tlo,-,1,çio. A. Aspecto de Uffi,11 queimad• sição do mcristema vegetativo para o reprodu1h·o, d<semJ>t'·
l"IO ct«,1,do. B. Planta de Coito cw,e,fo,l.iqfloreicendo apóa
p~)$Age:m
do fogo. e. Floração pós.fogo em Lomono mont~vidtnsJs.1ma9en1,c.e· nhando, portanto, um papel tstratCgko nçssc proct.'sso. Re·
d Idas po, Leopoldo Cw1inho. sultados consistentes na literatura sugerem que concen1r.1çõts
ótimas de :içUcare.s devem ser fornecidas a.o mer h;1enrn cm
inttrvalos de tempo ba.st:uitc definidos. an1criord aos ~ventos
de' clima :.ubtropic.1), pdo es.1.rtss.t hidrico tm clima tropi<.aJ e
bioquimkos e ce-lufarts que ocorrem d utanl< a difortnci.ilj;io
pda apliea~o d< pad<>butrazol, um inibido, da sÍntC'$(' de g.íbe· do mcristcma floraJ.
t'INinas, nos cuhi\Vi, oomerclais no S<rniál'ido brasil<iro.
Alguns trabalhos têm aponrndo :l s.1camse como u m doi.
A hipótese dt que os processos de desenvoMrnento \·cgc• componentes tsS<"nciais do slnal ílor:11. Aumentos pronuncia•
1a11vo e rt-produ1h"Q poderiam M"r anrngónicos em virtudt da dos nos leQrc.sdC'.sse aljúcar foram Qb5('rvad0$ nos mcrisklll:l.S
com1>c-lição pela par1ição d(' a~sfmilados é bastan1e antiga, apicais de 1>lantu de Si11t1pis r,/lm, Lolium 1,•nwle,i1w 11 Xau•
com base nas obse.r\'aÇÕC's de- redução na 1axa de crescimento ~hi"."'. eAwln~op~is""'lia11a induiidas à íloraç.:'io. pre,•i:i~wnh.>
<m algumas plantas induzidas 11 floração. a atw1Jade •llll Ólla , sugetmdo um p:ipd sinaliz..ld ór tl3 S;'lC.I
Tan10 a dC"ficiC-ncia qu.1;nló o exceuo de nutricn1es mint'rais rosc. Dul".lntç a ~nduçâo lloral em pl3nt,u de Simipis, t'l>SC açú~
fornecidos cm ccnos períodos criticos do dC"i.f1wolvime,110 car rnmbêni !>cn:i a1ivo ll() .sistema radicul:ir, dc~mJ)cnhando
Caph-ulo 18 + Floração .J) 1

um papel tão cr~ti~o quanto sua açáó no a ult, promO\'tndo posith·os dia 1raruiç.ão do mnis1~ma vege1ativo par.a o flor.ai,
o fluxo de ~llocininas ou de outras sub~.incias da raiz pau ou stj:i. d.i cvocaç.fo Boral uns~ J.tritto
o caule. Alem do íloema, ncs.,s.e caso, o xilcma seria cs.scnci:il
p.·u a a induç3o flo ral, estimulando a e-xporlação e o :ic·úmulo Au.rtOOf
desses hormônios no mcristcma, F.stfigios p.micul;ares da tlor:a,çlo tambtm podrri.im srr me•
A sacaros_e w1nspor1.ida ao meri$lcma durante a trnns~ão diados pelo, tl"C.>res endógenos d~ aux,n.a,. Porém. tanlo ~eus
flon;I por;:lcna resultar da mobiliiaç:3o dr carboidr:itoi de re• efeitos promocores quanto inib11órlos sobr< .a ,nJuçJc) flor.li
serva. En1ret.1n10, pouc:o-s e.studos lêm sido realliados sobn: a tl-m sido :1mpbmen1e rdau,fix n .i litel"'Jlura. Enquanto J 1m•
interação entre a íloração e o met3bolismo do amido. d aç.io das gemas 11orais e-m vârla.., cs~c•CS ,·tm <.endo .u,oc1a,.
Cootudo. a elewçfo 110$ teores dt açúcares no mcri~tema da , uma diminuiçlo nos teores Je icido in<UllacCncn IAIA)
caulinar por si só não é suficiente para a indução fl0t:il, indi- livre e a um aumenlo na conccntra~.io d.l, form;as cónJui?d.u.
cando a partk ipaçlo de ootros compos1os, de m:intir:i inte-• duranlC' a diferencfaç.30 Ooral obser,.·cMMe o oposto, ou seJa. a
grada e aditiva d urante e$$e proci:sso, hidrólis.c do hormônio conjugado. hbcr:md(> AIA livre.
Contudo, o b.,1.l.nço t nlre ;au.xln~\ t: cito<inlnu, e- n:lo so•
Hormônios vegetais mente stu..s teores absolutos. tem ~ momado ck import.ln•
Tem -se .sugerido o env0Mmen10 dos hormônios ,-eget11ls, eia fundamental cm di\·trsos proc~ lisiotôglcos. atuando
tanto quantilath•a quanto qualitativa.ment(', n:.a indu('lo llor:il, sobre o crescimento e a diferenciação celular. ~e:<se ~ntido,
atuando põSSivélmrntc vi;a regulaç-io da ex.prcssio g<nka. a relação entre esses dois hormônios podem l.lmbt-m e\1-ar
assoclad3 à íloraçio.
Cltocininos
Gibe1etinas
A promoção da íloraç.io após tr.at:untn1os com d1odnimu foi As g.ib,:rellnas tC'prcsrnum 3 cl:l.S.«' hormonaJ CUJOS <fe11os
obscrwd:a em \ ârias plantas. A b( ntibdenin:i (6-BA), umaci•
1
promOtores sobre a floração for:im ma.is bc-m <Stud.ldo., prsn
tocinina, tem sido aplic.ada no culti\'O dt plan1asorquidáctis. cipalm.:nte nas pbntasem rl).S,m1 (entrtnos curtos) ,r nu plan•
como Al'tmda, Oirmlrobium. Arrrnthi:rt1 e Onddi1m1, visando tas induild:lS i ílor.1,;.ão por bai;c:is ttmpet.lturas ou fotop,m-
ao controle e ?i sinc.ronita.ção da llo-ra~ o em produções co• od0$ long()S. Par.1 as últimas.. o comprimemo dos di,s induzi•
me reiais,. Eni rtt.into. as c.itocininas dt\·em ser emprcg;i<Usem ria um aumemo nos teores endó1,"t:nos de g,berC'lina.s ou uma
concentrações óümas, pois teores ,ele"\•ados t:xercc-m ef(.itos
maior sensibilidade J c.-sses hormón1os. Jtu..i.11do <m slnerg1.a
inibitórios sobre a flora-ção em algu~st~des. A concentr:i•
com ootros sinais flor:1i.s n3 promoção da tlor.ação. Entrr1an10.
ção ôtim:i va.ria conform( a (3$e <k desetwoMmento. a .s<nSi•
J a,ção d.1S g1berelin:l$ podena e.star mJis dirt:tam<nte .a.ssoc1;1 •
bilid::id e dos tecidos veget;1ise a presença deou1ros honnônios
da. 1 prOtn()Ç:lO d() al(mgamento do caule, importante par.a .a
e ndôgcnos e exógenos. sugerindo llOla ln1eraç3o com ourr:is ílorJ~O d.: algmn.a~ pl.1111~ .:111 ru:.cta, e n:íu n c~i:».i.1i.i.mcnu:
vias de slnalitação,
~ induç!o de.s.$e even10.
Diversos estud0$ aponl;am para o em'OMmento da.s citoci•
Apesa.- de :lS glbetelinas n;\o promo,crern .l 1lo1"3clo nl
ninas li\'res t conjugad:.\S como sinalh:3dor.is da llol':lo(.âo junto
m:aiod:1 d:a.s p1:tn1as de db curto. tN>r.:l> rn31S dev:ado,s Jt .t..:ido
às oélulns meristem:it kas (,·(r C\pitulo tO). Mod,tic:açôcs nos
glber,mco (AG) 1amb.?m ior.lrn óbsc:n~d~ dunnte a 1r:.n,i-
teores d esse$ hormônios na pl;uua, pelo aunw:nto na bioi;sin•
ç:1o floral de pl.a111:is de PJw,b,r,s t1il cult1V.1Ja.swbd1as ..ur1os,
te~ ou 1ltt 1axa de (XpOrtaçà<>. altcuriam S(us conteúdos no
in~~tore:s da. llora.-çio nes.sa ~.).pCC'l,r. sugenndo .i pa.r11c1p.i.ç.a1)
meris1cmtt C:tl•linar. Portanl<>. o rlu.xo c-ntre raiz C' caule, com
3d1e1onal desses hotm6111os nos pro,;essos .:on1robdo.s pdo
3 transfcr~1lCia d(' .sinai.s entre e.ues órgãos, e .l simd.: tft' ,101'0
fi.tocromo.
d ess..-s hormónios na pl;1111:1 ,lescmpenh;am papfo irnport3Jl·
No ..:-ntanto. a imponln..:1.1 c.!.,s g1bc-rdina.s no sas1c-m.,1. Je M·
1es na t1or:lç~o.
nali'L.1çjo c ..:ontrole d:s in1,i~.;:io llor,d JinJa e ditic1I Jc ""'
Um::i elev:ic;1o nos tcórd endógenos de dtoc1nínas foi ob•
<~.abel.:.:ida.. 1â que sua cti.:,l!no.1.1 depcnJentc- Ja c:.pc~,c. ,b
se,vada Ili)$ mcristC'mas ind,uidos de C,1,mopo,Uum mbnim e
<poo (~I! .1plk:1ç.lo e Jo tipo d~ g1bcrdin.1 (,er Clpuulo 11 ).
Cltr,aopodiu m 1mm1k, ai,sim como n:u cooc-en1r-.lçôcs M ln·
As g1berdin:i.:; t(m siJo ~ 1.:nsffamc-mc l ph.:.1Ja..i ru \'Ili•
tina (Z) nas rah:..-,. e de 1SOfle1Ucniladl-nin.1 (iP) n..b foJh3S e
cuhuu. mna '-~' '-(UC' promo,,..m o ..ibor1.1mc1110 Jc- J.!gumai,
no ápice c.iu)inar d.: pla111as de Simrp-ls d/bi.1 durante .,1. iilJuçâo
llores no intno ~O J(';)<molv1m,..n10 d;i in1lore!>.:'.in..:u.. Ji,.pcn-
foto pe rlóJka. Entretanto, o oposlO foi \-cnfi.::Jdo .:1n pla.111;11,
sanJo a ~raçJo d.: dob.ure, n.:,;cs.s,1ril p,1u ., ,)btcn,;fo Je
J~ tabac0-. ou s.:ja, uma d,minui<çàO no> tl'OtcS Je u tocinllus
l'a.,hos nn,t.s soltos, dc111,nJ:iJo,, pelo mcrc.iJ,l.
nos nw,,stemas c;mlin;a,res duran1e :a tr.insl,;lo tl()t,ll. cnqu:;Ul•
10 um aumento progressl\'o d<"~l>cs hontlóniv1> foi Jc11:,1JJo
d\lrame "' formação d0$ lltgã~ rcpro,:luti\'<»,. ,;u-:i.:1cnuJo,
por uma inhmi.a Jtl\'itla,lc 111itó1k:.:i e mdó 1i.::.1.
Apesar d,: serem nc,essân,1.> as .,1.hcrn-;6i'i, no rnntl•l'I,!,) en-
d ógeno ele d l(l(111mas pJr.1 .1 csti111ul~ào Je .li\'bõ.:s ~cluJ.i
,·ei. e co,llrol,: do ddo c.:-h1lar J urant< J l1q;anogrnl-SC', c-...sc1>
hormônios nlo sc-ri,uu i,uÍlck111es p.ar.a c:111ur .l inJIÃ-\.\o !lo·
ral, h,wcntlo ,und;i thh id,LS svb<e )Oa J~i> como r,:~ulJJorci-
332 Fisiologi-, Vegetal

por1anto.com uma maior força•dl"('n(). Tod:wia, os IV$l1lt.ldos A idei;i dC" ql1(' a iloraçiio est.1rla sob o conlrole de suhs1:in-
rd:itados n<l liter.1tura não s.,o suficirntcmc-ntc claros p:uu .,3 • d ;i5 produ,.ida.s nas (olhas foi inicialmente proposta por Julius
socfar CSM' hormônio à tlora1,,iio. ,,on Sachs en1 J86S, como r1.'$ultodo de st\l S trabalhos com
iro1'(1eolw1t maj11.s e lpomottt p11rp111wt.
Eriltno l\)rém, o u:-nnoj1orfg~uo rcpre$Cnl:'rndo uma st1bs-1úncia e;s.
Não ob$tantr o l'Lileno s.e-Ja lx-m conhecido e aplicado CQmu- ped.lic:a com função regulat6ria Indutora d.1 íloraç.fo. MI como
C'i:almcme. o f:uo de in duzir uma nirid;a fomlaç.'io de llores em um hormônio \'Cg,ttal universal ~ormador de tlore.s': foi el,1;.
bromêlias, como no 3~('.axjzelro (A,ra11as romc,sus) e em ou• borado por Mikhail Chailakhyan em 1936, com e.xperimentos
tr.as e~pécks orna.a11en1ai.s. (> dilcno exerce um efeito inibi1ório de enxertia entre es.pédes de Crassula<eae. Segundo o autor. a
sobre a tlor:t,;iio da maioria das ou1ras plantas. Roração de plantas fotop<"riOdk.1mentc d istintas ( PDC, POL.
O efeilo negativo do etileno na apal'lsão das pétalas- (e. PON ctc.), n!o indll1.idas e enxertadas <om ramos rtprodu-
portante>. na .,nlcse) tem sido observado cm vári-as espC'd es. ti\'OS de espécks ou gêner0$ próximos. J.ugeria a transmiss/io
Gr2nde p:ine dos t"studos referentes aos tícitos desse hormô- de sub.stãndas ou sinais ílorais por meio do ílc.wma., após a
nio sobre a floração ená associada à .s<ncscC'ncia da,s: fl.ore.s e conexão dos tecld0$ \-tge-1als. Portanto.. esse produto tinal da
dim:ionada para. a uliliução de subs1àncias bloqueadoras da induçllo fot<>pcriôdio seria fisiologk.,mente equl\•alentt nes•
blossinttse ou aç!o desse gãs, como o nitrato e o tiouulfato de $;1$ plantas.

prata e o pcrmangan110 de potâssio. Os c:studos de enx~rtla demonsw1ram que, quando a folh.i


de uma planta ql•C' es1j ílOl"('SCendo é en)(ertada cm uma plan •
1a nio induz.ido., Ccapaz de induz.i-la a Rorescer. Esse procc.>$$0
Hipóteses sobre a nature za do sinal floral
é denominado indução se<:u1,dárlt1. Se a folha de urna planta
A identificação dôi sinais florais repreknt.a uma das grandes <"m tlor de Xt111tlllum Slrlmmritm, (induz.ida por DC) for en-
questões da botânica. tendo ns pesquisas se pau1ado, cm gero.1. xe.nada em uma planla que estó em DL. portanto cm e.s1ado
n:i comparação dC" componentes endógenos de plantas lndu• vegetalh'O. c-.st,1; Ultima tambCm Roresceri. Uin:i nov.i folha
z.ida.s e não induzid:lS à Ooraçlo. Amostras do conteúdo do dC"ssa planta, agora em Ror, en_xer1.1da tm outra planta c:m OL
:ó'li:ma das raius e dos solutos do noema extraidos de (olhas promovcni. também a lloração di:st.a última. e assim succssi\'a•
madu~ e do ipice caulinar têm sido frequemememe u1ilit.1• mente, conforme ilustrado na Figura 18.9.
das nesses es1udos.. Alguns tr.abaJhos c:\'idenciaram que. dependendo do tr.a•
O estimuJo íloral seria :ip:1re1uemen1e 1.ransp0rtado \'ia tamento fotoperlódieo i: do tipo de re.sposto da plan1:i, as
Roema, $endo ,u taxas de transporte de solutos cm relação is folhas pode1n 1>roduzir canto promotoi-e$ quan10 inibidores
respostas flor-ais consis1en1es com a ex.is1~nda de uma mensa• de lloração. Assim, Hyosqa,,ws 11igcr < Nicotin11a SJ'iwstris,
a_em transmbsh·d de na1urez.a quimica. <' não simplcsmenle ;r,mbi,11 PDL, pod~m ílQr.tt~, r !lob DC q u ando da rc1irnd n
um fenómeno írsico, b:lS<'ado e,n alle~çôes no po1e1,d al ell- de suas folhas. Quando parte.s dessas pl:int.is foram c:11.:<er•
1rico de- m<mbranas. tadas em PDN e M3J11idas em di.a.s c-ur1os, as plantas neu·
Em term0$ fisiol6gjoos.. foram pr0J><»l0$ ilguni: modeJos Iras não consegultarn ílor«cer. Ponantó, t.·.ssas POL podtrn
objtth·ando explicar :i transição floraJ, dos quais se drs1.ac:am ter produzido alguma subsiáncis Inibidora de ílornção que
três: o do 0orígtno e as hipóli:'St.S nutricional e mulllfatorial. tambrm foi 1mnsmhid.a para as PON. Chailakhyan ch:;un ou

• •

Planla de XIMf/tJum 1t pon.a--en)(cf10 em DL 2 1 1)01'1.a•eti).f!rlo em Ol


3 1 portaremcorto em Ol
il"ldw:ida por DC induzido lncfüet111ne,1te Induzido iodi1otamen1c induzido mire1.amente
por enxertia de toei:ail por en)(~f11t1 de '°41'111$ POr cnxeoia dO folhas
dO 11 P0'ta·Mltef10
do 21 port;.1-en•ertQ
f.ig ur,1 18 .9 Experim e ntos d tl' em;erhi com Xon1IM!m wv.mw iw n demon-str~ndo • v anStni\ \AO do sinoJI dt flora(.io, POf induçlo md irc1is. Nnu
e,spêcie, a 1 folha s de planta$ induzid<1s M'I O< wnseg uem p,omover i flor;,ç,1,0em plantas mantida ~em DL Adaillada d~ lahg (I %SI
Capítulo 18 ❖ Floração 333

de antiflorígeno esta substância transmissível, inibitória da


floração, que interferiria sobre a síntese, transporte e ação Merlstema apical
Alvo/produção de sinal
do sinal floral.
Apesar do direcionamento de muitas pesquisas ao isola -
Nutrientes/sacarose/hormônios
mento e à identificação do florígeno e do antiflorígcno, até RNAm/proteinas
os primeiros anos do século 21 nenhuma molécula química
havia sido identificada com a característica de um hormônio
floral.
A não identificação do florígeno resultou na elaboração do
segundo modelo, centralizado no stntus nutricional da planta,
sugerido por Roy Sachs e Hackett, em 1969, e revisada poste-
riom1ente, em 1983. Os tratamentos indutores promoveriam Tecido vascular
Transporte de sinal Luz
alterações na partição de nutrientes entre órgãos-fonte e dre-
nos, responsáveis por uma disponibilidade maior de assimi-
lados no ápice caulinar durante a indução floral. De fato, foi
verificado experimentalmente que, após a indução floral, ha -
,ia um fluxo maior de carboidratos para o meristema apical.
No entanto, apenas um balanço favorável de carboidratos é
insuficiente para desencadear os processos morfogenéticos de
transição de um ápice vegetativo para o reprodutivo. A parti-
cipação de açúcares e compostos nitrogenados na floração, ou
seja, a relação C/N, já havia sido sugerida por Georg Klebs, em
1918, e por Anton Lang, em 1965.
A ideia de que os assimilados não seriam os únicos compo-
nentes importantes na transição floral foi proposta por Geor- figura 18.10 Modelo simplific~d? de algu~s po~siveis com~onen~es
da indução floral, segundo a h1potese multifatonal da floraça?. Alem
ges Bernier et ai., em 1981, que sugeriram que a floração estaria
de estímulos Internos intrínsecos à planta, as folhas e os menstemas
sob um controle multifatorial. Fatores químicos promotores e caulinares são responsáveis pela percepção do estimulo externo (luz e
inibitórios, entre os quais metabólitos e hormônios conheci - temperatura), promovendo a formação e a exportação via floema dos
dos, e até mesmo o transporte de RNA mensageiros (RN~m) sinais florais (p. ex., sacarose). Os sinais florais produzidos nas folhas
podem ser transportados diretamente para o meristema ca~l in_ar ou
específicos, seriam induzidos por uma ampla g~~a d: e~t1mu- induzir, nas raízes, a produção e o transporte de outras substancias (p.
los ambientais e atuariam em conjunto nos vanos orgaos da ex., citocininas e nutrientes). Quando o conjunto de sinais florais, tanto
planta (Figura 18.10). Independentemente da diversidade dos de folhas quanto de raízes, atinge o meristema caul inar de uma planta
processos indutores, a floração seria resultante de um bal~n_ço em um estágio competente à floração, inicia-se a transição floral.

entre essas substâncias promotoras e inibitórias, necessa nas


ao ápice caulinar no tempo e na concentração aprop~iado~,
Portanto, a evocação floral representa o momento em que o
e reguladas por diferentes mecanismos: condições amb1e~ta~s
meristema se reorganiza para a produção das flores, em vez
particulares, alterações na produção e no transp?rte dos sinais
das folhas. Apesar dos intensos esforços já efetuados, ainda
florais e modificações na sensibilidade do menstema. Sendo
não se conseguiu delinear um modelo no qual fosse possível
o sinal floral composto por várias substâncias, o coi:i~onen -
ser considerada uma descrição completa de todos os eventos
te limitante da floração poderia variar entre as especies, as-
moleculares, fisiológicos, anatômicos e morfológicos associa-
sim como ser substituído por outra substância disponível em
dos à conversão do meristema vegetativo em reprodutivo. Tal
maior concentração. . , situação torna a compreensão da evocação floral ainda mais
Apesar dos intensos estudos sobre a indução fl ora1 nos u1-
complexa que a da indução floral.
timos 100 anos, pouco se conhece sobre a cascata de ev~nt~s
Os estágios vegetativo, pré-floral e floral do meristema são
que conecta a percepçao ' 1o 1·ndutor à transm1ssao
- d o es t1mu .,
reconhecidos como fases de um processo único, contínuo e
do sinal floral produzido nas diferentes partes da planta ale
integrado. A principal distinção entre as fases juvenil e adul-
o meristema caulinar. Entretanto, ao mesmo tempo que se
. . - 1og1co-
, · b"10 qt11' 1n1·cas , houve um ta vegetativa consiste na competência do meristema caulinar
1unitaram as abordagens fi s10
para florescer, quando fornecido um estimulo indutor apro-
avanço importante nos estudos moleculares d~ floração.' tal
priado. A capacidade ou compe tência reprodutiva do meris-
como descrito mais adiante neste capítulo. Porem, defi nir as
. , . - contmu
· a a se r um dos grandes tema caulinar pode estar relacionada com a sua idade ou com
bases b1oqu11111cas da floraçao
o tamanho da planta, representando um ponto importante no
desafios da fisiologia vegetal.
con trole da taxa de crescime nto vegetativo (Tabela 18.2).
Enquanto diversas espécies de bambu e phmtas arbóreas
Evocação floral como a jabuticabeira necessitam de v,\rios anos para tlores-
Após a indução floraJ , os eventos loca lizados especificame1~te cer, plantas de Plwrbitis 11il e C/1 e11opodiu111 rubn1111 podem
no meri stema caulinar vegetativo que resultam na ~ormaçao ser induzida~ à floração ainda no e ·tágio de cotilédone e com
das flores são coletivamente denominados evocaçao floral. apenas um ciclo fotoindutor. Em outras espécies, a duração
334 fis.iologia vegetal

um aumento n:a taxa respiratóri:1. assim como a modificações


nasfotc.se llt RNA e proteinas.sugcrindo uma :tl1eraçào na cx-
~Jncmoi,:(~l 11 a JJ dia.s prc~o ~nica previamente ao t'$1ímulo das divisões celul:iires..
l«Hn1:rfJ (milho) so., 10 dia.s En1re1anio. n detecçl o de processos de rc:\•ersão floral ain•
~stolus wlgOffl (fciJiol 30 ., 60di.h da nos esdgios iniciais da evocação fl oral, com a formaçlto
OrylO Ulrll'O lanoil
de (olhas cons«"uliv.a.men1e is flores, indica ql•t os meris1e-
12()" lSOdin
Ro~s.p,p.1,oseir.ll
mas caulinarcs não são imversiwlmente determinados para
20a 30dias
o desenvolvimento rtprodulivo, Portanto, a nti\'ação de genes
PhafoMopsis (OrQuid~a) la)at\Os e proeessos cm•oMdos nn transii;âo 11or:il é necl.!$S3ria 1an10
V.'ru .spp. (vidtira) 1a 4 at1os para a inicinção qunnto para a manu1c:nção do desenvolv-ime1l•
M()l.l, spp. (m~deir,1) 4 a8arios to reproduth'O. A re\'etsão Oor.d c<Stá ger.almen1e associada ;a
Cir,c,s spp. (l.,t.1nJ,tlra, limoeiro) Sa8anos condições ambientais opostas àquelas indutoras da. floraÇ'.io
Ppv1pyrus {pereira) 7 • 12.ino$
e-, apesar dt compreender um evento incomum, em :tlgurnas
Co~io «l'lilrlorct (J)bU>t-sil) p.Janlas como em roseiras, alguns mutantes de Arabidop$h e
(ffl~Joodototo lcl"dro•row) """'
lO anos
Impotiens bal.samim1, e$Se processo é bastante observado. Nes-
sas últimas plantas, a produçllocontlnua de um slnnl floral mu
folhas(! critica para a m:anutenç.lo do e-.stado floral, $ugerindo
dn (ue juvenil aparcrnementc está aMQciada ã (orm;aç.ão de um controle ex-temo 110 meristema cnulinar e um comprome-
um numero mínimo de folhas, como no pie.ão Bide,,s pi/0$0 e timento d11 plnnta como um todo com a ,ria Ooral. Em espécies
cm Ste,·ia rebattdlaria, que Oorcsccm npenas com 3 e 4 folhas, de plantas menos suscetiveis à re, erdo floral, J)C)Slufa-se que
1

res.pe-ctiv:imentc. Mt$JUO plantas hcrbâceas, como cenas or• esses sina.is sc:jam cons1antes t que, quando ausentes. 1'1fiO im-
quidta$ epífüa$ (Calllqn. Lnelia, \fa,1da), podem demandar pedem a autonomia do meristema.
\':irlo$ ano$ de crescimento ,·cg<'lafü·o antes de $e tomarem Impedir a reversão Boral é particularmente impo.-1an1e n:1$
com1>etcntt$ à flora~o. plant;J.S anuais. tornando-$(' fundamental n distinção emre os
A produçio de mudas eru:ertadas. espccialmenie no caso de sinnis indutores apropriados daqueles ch amados ,.ruídos am•
írutiíer:» em que o material propagativo das culth'arcs-copa bientais': como ahc-r.açõe, repentinas dt temperatura que não
de interesse comercial - oriundo de pl;antas .adultas e compe• refleiem ern rnudan,ça.s sazonais reais.
1en1es à floração - é unido aos porta-enxertos. represtntou Uma vti que as células do mc:ristema c.1ulin::1r a1ingcm
um avanço importante na rtduç-.ão do tempo necessário paro um ponto sem t(torno no progrnma de desenvolvlnlento.
o flores('im-c-n10 e, portanto, para a coleta dos ír\ltOS. No C3$0 c:omprome1endo •$t" em definitivo com 11 (ormaç!lo das flores,
de espécies dtricas. por txemplo, enquanto pl;1.n1as en.xenadas dii-se que es1as se encontram determin.l'ldas para a ílof'3çâo,
florescem apM 2 ou) anos, as plantas de pt-franco nao en.xtt• :,;egulndc., r,n:,:C' novo proces.so, mesmo na ausência do eurmu•
ud.as florescem apenas aos 7 ou 8 anos de idade. lo indutor lnid.:il (Figura 18. 11).
A e-,.·ocaç.lo flo ral se d.á com n diferenciação morfológi c;a e Assim, n 1ransiç-ão do estágio vegetativo JXll';'l o flornl está
funcional de todas as células do meristcma. O ápice vege1a1h'o nssoclada Inicialmente à aquisição de com1:,.e1ênc:ia das cêfo-
como um todo en1ra em uma nova fase de desenv0Mmen10, 1:as merl$lemá1ic:i.s caulinarts. Pcl:3 ativaçào de vários gcnc-s
rcsuhando em alterações fisiológicas e histológicas graduais, assodndos à percepção do es1imulo indutor. h! a produção
interdependentes dos C\'en1os que ocorrem nn.s raízes, nas fo. e o 1ronspor1e de .sinais originados (ora do merish:ma. A Sl'll·
lhu e no caule. Vãrios estudos associam n 1.-ansiç.ão ílor.il a si'bílidade de$S~ rneristema .aos sinais florais c ulmina n:1 su.-

t
lt'lduçêolk>r.l,1
Aul6oom8
Ambiental

RaiU!S R31t&&
1 Caule 1 Caule
Foll\a.s Folhas
$mal t>otal S!n;,,t nor.il
(1pftulo 18 <' Aofaç)o )JS

determinaç.à o pMa uma nOV3 via de des<"nvo1vimenlo. com a fundamrntalmenl<', por um ramo com nós ( entrenós curtCKt
Iniciação e a form:nção dos órg3os florais. uma série dt aP'ndicts qut <io fofh,1.s m'ldihcadu,
(k maneira dl;.lint.l dos mtristcm.1~ vq;.etativos. o, meri5.
Desenvolvimento floral 1emas llorais são de1ermin~d(1<, ce,sando iua ,uivid.1de mcns•
1em:i1iu depois da produção do Ul1imo órg.lo ílor.,1.
O meristema inicinlmen1e ,·~ttalivo, uma vet d<"tcrmina•
do pnra a Ooraçào. segue e.ss<" novo programa dr dcsen\·ol•
\•imento, mesmo nn ausincia do e5tímulo indutor, culml• Aspectos moleculares
nando m, express:lo Oornl (Início <lil diferenciação do pri• O isolamento e a "1racttriuç.:.o de mut.an1e, cum rõpost.u
mórdio flora l), llor.iis dlitin1as têm se mrnado a pnndpaJ fonte de r('SUl~do,
A formação das fl ores é um proceMo que compr«ndc a e a\'3.llÇ()$ nos c:mKlos da floração. tspccialmcntetm tr;ibaJhos
J eriniç.lo da é poca adequada e do loc.al correto p,ua a ini• com a POL íacull.ati,,a Ar11bidofHi.1 thaliana. NntJ. plint:a. fo.
ciaÇ".10 do pri,nórdio fl oral, aJ(m d.a de1erminição do mrris• r.im iden1ificad.u até o momr-nto quauo viu promolol":I,; d;1
tema e o dt:s<nvolvimento dos ôrgãos florais. segundo um transição flor-,1: pot meio do fotopcriodo. da vt-rt1.1Jiz~(), Jas
padrão e.spedfico. gibcrclinas e pela regulaçâo :iutónom:.1 (f1guta 18.1•1).
Em termos morfológicos. o meristema reptodu1ivo ê fadl• Os m<cinismos de promoção direta da tkir~ão. 1nduzu:los
mente distinguh:cl do meristema vegetaiIvo pelo se., 1amanho pelo fotope:dodo e por gibC'relina. são ant.ag6nk<>s à .Ltivi<bdt
maior. Também se evidenciam duas eca.pas lisiologkamente de genes induddos pdo frio ou regulados pd;i Vlil autônoma.
distinta.s: a iniciaç3o e ode.senvoM1nen10 llo.-..1(Flgum 18..12). os quais promovem a flonç.1Q pela inibição do gene FLC ífl(),
A inici-ação fl oral est:i a$$0da.da :l() :mmemo da atividade wri11g locus C). um reprc~ r t1or\lJ ccntraJ. Os compont'ntcs
mit6tka nos limites da regUo mer1i;1em:ltica das gemas :lJ>i· da via au1õnoma aprt'S<"nt.l.m um p.tdrlodccxprcss:iob.l.st.antt
cais e/ou axilares, atingindo p0$1erl0tmen1e a zona centr.1I da amplo, sendo seus RNAm detect-::ados t'm pratkamcnle todos
célula.mãe, que se torna menor. apresen1ando pro1oplasma osótg:\os da planta, !\'ão h:.i <\'iMnd.1s dt' que stjJ.m r~-gulados
denso. Após ess.t evento, a atividade mitõtica to crcsd mento por focoperiodo. temp(r,,11u~ ou m~mo pelos própnos gen~
praticamente cessam, desenvotvendo•se um ttcido ~«"nq\1i• aurõnomos. A idcn1ifieaç.-\o dos sinais internos que ,c-gul.am J
ma1oso em-olto por cChdas mcristemá1k as. no qual. em um , ia autónoma pcrm.tncC< desconhcc1d.1.
segundo pico de atividade mitótie.1, serão form:ados os órg:io.s Trunbém for:un ,dtniificados ou1ro.s g,enrs repressores que
llorais - sépalas.. pétalas, estames e carpelos - , represen1ando pod<"m rtpte.stnllll' um mK:tnismo de imbtçi.o da tloraç.io cm
um n compltx;1 interação entre tstruturas funciOf\:.llmente ts• plant:i.s com 1.1manho ou idade niio ::adequados.. control.indo.
pecialiuid:as e c.ompletament<" distinlas d3 planta ,·e~1a1iva. pOrlantO. a duração da &se juvenil. .\iodilic.ações na me11b•
Em g.eral, a produção dos órgãos llorals se dã em posi,.5o ç!o do ONA parecem estar ::associJdas i clpr~o dos genes
" número pr"cl.$04, formando ()$ wnkiloc, que do :inéi" r,-rrl"<<;nr.,.,;, raltf',..Anrln" rnmp,•t,\nri.:. ,a/nu., 1l.-,"rm1n;1,;;wl dn
concêntricos ao redor do inetis1ema (Figura 18,1)), potém mtristema. Os genes FLC, ·r tu (umunal Jla.,.·a J) e E..\IF
algumas plantas, como as em mst"IJ não ~uêm esu- pa• (.:mbrro11k flo•~v:,) - este ul1imo idcnti6c.1do -.-m i~not1po).
drão. A1>tsar do numero qU3s-.- infinito de ,·irl:lções, ~ cstru• nwlan1ts que flOri:$<-.-111 im-.-d1alamen1c após a scrmanação ..
tur.1 bisica das tlorts ê rda.ti\·ameotc simples.. corutituída, tepre:i;entam m«ani~mos d~ contn:>1-.- ni:gah\-O da tlor:i('ào.
336 Fisiologia Vegetal

Figura ~~ 13 Represent~ç~ esquemâtka de uma flor de angiosperma.Oi órgOOS Rorals sao sequetldalmente produzidos pelo mi:ri.stema nora~
em ~ ,c,los suci:uivos, lnk ,ando pelas sEp-,l;n e prc:,gred1ndo. respectiv-.tmente, pata pétalas, Mtamese urpelos,ondeé formado oovârlo,com
a placent<1 contendo os óvulos.

0c cerla forma, os estu dos gênkt» rtalizadt» sustrntawrn API (ap,etaln I), que :uua 1an10 como um gene d e lde111idade
a hipótrs< multifatorial ~ fforação, u111.1 \'CZ que esta tsta.rla íloral do meristem.3 qu11nto como um gene de identidade d os
sob conlrole de \'ârios g('Oi:$. t-nvolvidos nos diferentts está ♦ órgãos ílorais. A at i\idade do gc-ne APJ econsiderada um bom
s ios dt'SSt' processo. aparentemente organizados de m aneira m:arcador da 1Xorri-ncia da floração.
hierárqui01, coordenada r sequencial. At( rccffllemenle. a O fato de o gene FT$er tX:plffiO 110$ 1ed dos vaseufares elas fo-
possibilid:ide de en\·olvimento dos genes florais na produção lhas, t'fll respost11 ao fotoptríodo. e sua pm1eína promover :i e,c-
ou respos.u a um;,, substância especifica. tal como um ílorlge- pl'C$$iio gênka no merisicma su~re a mxcssidade do transpon e.
no, h:avfa sido constantemente ignorada. via ~ . de um $inal floral. O mQ\i mcn10 de di\'C'rsas proteina.s
Entrct.a.n10, estudos recentes têm apontado ~ra a impor- no ílocma pode indk11t um p:ipel lmpol'111n1e dessas mol«'ulas ,,a
l:i.nc.1a da transcrição do gene FT (flowering /oeus 1) n:is folhas sinalizaçio de diferentes processos na.,; pl:1.0tas (ver' Capitulo 6}.
p:u~ a induçlio da íloração. Esse: gene i ativado pe-lo gene CO Com t$Se$ rC$Ultados. o conccito do íloríge no tem sido re•
(t0nSJa11s), sob dias longos, e tambem pela repressão do gene tom:1do apôs i 0 anos, se.ndo o gene FT um fo,te C.lndida10
FLC. sob baixas lempersturas. a essa subs1ãnci:i. Um11 vez produtido o RNAm do gene FT,
O gene 1-Tproduz uma pequena proteina que atuajunlo ao hã umfwiback au1orrcgulado que Induz su11 síntese contínua,
fator de tr,mscriç.ão do gene FD (floweri,rg locus O), este últi- mesmo sob condições não indutoras de fotoperiodo, sugerin•
mo expresso apenas no meristcma caulinar, ath ando Ogene 1 do car11cterís1lc:1$ au1oman1cnedoras do florigeno.

A Fotope1iOOO B Tempe,alunti

!
co
!
VRN

Genes de
tr.viisiç:3o floral
!
FT - - -- - - FLC - - - - --
! CRogul~o
au16nom:1

FO"i / TFL~ l
Genes de klentld:ade
floral 00 m0;riSleM8
CAUAP1 1 1 , LFY +-- - - -- -

Genes homeõlloos
de ldeMioadt doS
!
AP1IAP2
./"---...
AP3/PJ AG
ótg~O$ no,ais

órgãos flo,ais
~~/"--.
Stp.las P6-talas E&l&mes Cwpelos

Figura 18,14 Poss•~ intera(oes molf<ula,es t>nvotvld<1s ~11 floração <ki At~bidopsis, <uj_. trilnslção ~º'•"
é cootró&a~• por quauo vias gCnlc.ts
atl entio Kienu6c.adas. ~ A indução nor,d ,eat,uda por d•.n lof\90S e .mq,c,"11d,1 pt>lo g('ne CO. q~ induz a exf)f<'SS.tO do ge,,e n , .-1~almente
(onsiderado um pos\ivel p,oduio, do ílorígeno. A ;,çioconjun1,tdasprotefn<1s dosg('nes FT_ e FO;u,w1o gef'le API, s . O tra1.amentode fuo ,wva o
gene de W!m:Jita('lo VRN, ,nltkndo ., e:q,ressiiodo gene ,epresso, nc. C. V~rios~n~ da viêl aut6nom<1(fCA. f PA, FVt. LDfY,FlO e FU(J uml)é(n
prornove-m., noraçio d•mimundo a l?tpressãodot)et"IIC' ,cpresso, HC.o .A91~el,na e pr0Mocori1 d~ Aota<io ~obcondiçôC's<k d.;is (u,to~ po1l1n
l\do )Utxtlt uindo completamf!nte 0 tt•t.a.mento fo1openódico, a1u<1ndo f>O\SrvelMente na .PromO(<k>do gene LFY. A e:llpressao dos genes API e
l.FY confere a identdilde noral do me.,istem4 e ,e9ula a atlwcb cle deout,o) g~nM hOmé'ól1r;os (A.PJ, Pt,: AG>., ,esultaodo na fo,mil(ao (IOS ót(.tcl0S
florai~ Promoç.-0 - . ,~ 1e-ssao--.
Capftuk> 18 • Fba,ção )37

A hipótese original do ílorigcno pressupunha que esse sJn:i.l :wociJd:u a mut:içOO nQIS gene, hon1cócic01. A matf'lrb, d('S-
lloral seria transmissível e unh-ersal entre as planias, irwkpcn• sc1 genes nas pla.n1as pt"rten« à família MADS box ck falorc,
dentemente de suas respostas fotoperiódkas (POL, POC. PON tran.scricionais. F.$..«:1 fatores tnn«:ricion:i:I" Mo protdnai que
etc.), A identificação d0$ genes HDJA c HDI no arroz, um,1 con1rol:1m ,1 cxpresQO de gtnd de idcnlktildc dos órgJ01 llu-
PDC ortólogos aos gcncs f"f e CO em AroWdt,f$is, uma POI~ r.ai.s. sendo re:1ponsâv('1J pt"fa ativ:açJo com~el;a do progr:ama
sugere um mt('anismo de ação COFTni rcsposl:a Ror.ll baSl3JIIC géníco da ot.rutura d.1 llor e deter minando. cm UJtim, :.m..ílise,
çanscrvado em algumas esptde:5. E~se $is1enu de controle tam• • íorm:.ç:lo dos órg.'ios tlonih propri;imente dito,.
bém está ativo em plantas arbóreas. il!m de ticrbác(';tS, como Com b.ue nos es1udo!i com Arabidop$;, rJwlh»1a.u~ ~
tomate e Brassica 11ap1tS. O insucesso na indução ílor-JI oh.ser• homcótioos íoram distribuído, inld;almcnte cm t.rls d:lS'k's -
vado em alguns eicperimentosde enxertia poderia seratríbuldo A. Be C - com ativicbOO dUdntas, porim intcrlipd.u. :uso-
niio à idcntklade química do florigeno. no caso a proteúu piO• cla.da.s â produção de í:11or~ tr.ans.criclonais. O modrio ABC
duiida pelo gene FT e seus ortólog.os, mas sim fl sua produção de genes homeó1lcos. proposto ,:m 1991 por Elh04 Mc}-crowitz
insufi ciente. :t deficiências cm st"U transporte pc:lo flocm:i ou a e Enrico Cocn. íol revisad<i t alua!Jvdo no inicio d.i dtc.'lda
uma nplda degrad3Çào 00$ sítios de r«<pçào dessa ndccul,a. de 2000. com a indu.s3o de duas nova$ d:a...«.tS de p-nn: O,: E.
De maneir.1 gtr.1I, a Roração cn,'Olw: a atividade de trê$ g.ru• O modelo A8COE procura inlcrprctar O p:adr-lo de íorma,
pos de genes: o primeiro dtlcs seria rcpresenlado pe!Q.s genes ç:io d05 órgãos flor.ais.. As sép:11.as serfam d<11:rm1n1du pt'b
de transição floral, responsáveis pela mud,1.nça de í:lse do me• atividade do gcn< A no VC'rtidlo 1. enquanto as péu.J:u ne•
ristema vegetativo cm mcristenu rcproduli\'0. os qual$ Iam• cc5Sitarfam dos genes,\ e 8 atÍ\'OS no VC'rtkUo 2. 0$ CSl:ll.mcs
bé-m ativariam os genes do segundo grupo, CC$p01lsivcis pda rcsuhariam da a11vld1dc conjunta dos genes 8 e C no ~n.Kil-o
identidade floral do meristcma. Esses 1,•tncs, por $U:t. ,•e-4 de• J, enquanto os gé:nell C scrfam os respon.sá~b peta form~
1ermin.un como íloral a via de desenvolvimento a ser scguidi, dO$ carpelos no vtriki?o 4, As ativiJ.adt"S dos gl:'n('$ A e C sc--
leva.ndo à formação do meristcma flora], No terceiro grupo, ti:am mutuamenlc rcpressoru. A íunçio D <klcrmtn.a o c,k.
encontram-se os genes homcóticc» de iden!ldade dos ôrg.ãos senvotvimen10 dos óvulos.. enquanto os gene, E ~ ntu$.di•
florais, :'.LSSOCiados à fonnação dess:t$ tSlruturas. rios parJ a definição dos vtrddlos e o docnvolv1m('nlOdt- to-
As alteraç,ões observada.s..apenas n2 composição dos Vtttki• dos os órgãos florais (Figur.1 18.15). Odesitio agor:a reside nn
los florais e., pottanto. não en,·olvidai na iniciação Ooral cs1~0 comprttndcr como a expra(âo dos gcncs homeóticos alter:. :a

$1ht119ttn
~pala Pêtilla Estime caf)'.)elo
MutanteAPE'TAI.AZ
A Mm ativicbde dos 91MS do tipo A

• CarpelQ Est.ime Esbme c.v;ieto

e
D
E 1

l/e11idlo
°"'"'

e~ -
:~ - L,
2 3
VerllCllo
338 Fisiologia Vegetal

atividade dos <>u1ros genes Ot» ,'C.rlicUos em desen,·oMrnr-nto, a pcrs.ptttiva. molccubr. Tah·c-t, os rcsuhados futuros levem a
resultando na íorma('.lio de um órgAo íloral espl"Cifico. um conceito geral de um sinal floral transmissível e comum
Os gene,; hom<'ólicos AG (agamoi,s). PJ (pislillatn). API entre as pla.n1as, cuj11 síntese seria depen dente do oon1cxto fi.
(apctnla 1~. A~2 .<apr.tnln 2) e APJ (apclala J) 1~m padrôc$ siológko e de diferentes sistemas reguladores. estabelecidos
de expm~o distm tos. tanto es-p;icial quanto temporalmente. durante a proceuo evolutivo. Essa diversidade de controles
de$t'mpcnhMldo funções diferente:"$ no de.scnvõlvime:nto dos obscrvada na iniciação noral das angiospermas poderia resul•
órglos ílonis. A cxpres.s.\-0 do gffle API rtttringe•$C à fonna• lar do acionamento de pon1os de controle distintos ern pro•
çio de sépalas e pétalas; a expressão conJu,ua dosgt-nes APJ e
cessos comuns do desenV()lvimento.
PI é n«essária para o dcserwol\llmento de ~las e estames;
enquanto o gc:nc AG cstâ associado aos carpelos e estames (,-tt
F;sun 18. 14). Floração in vitro
A exp~o do gene de identidade ílor-al LFY (leafy), em O desetwolvi,me.nto de eslr:it~gl/1.$ visando à precocidade da
meristentas flonis jo,-cns. tem sido ob$er"ada em vã.rias C$• floração é considmdo bas1antt in1ereua.nte, median1e a pen•
pmes de angiospcrmas. Apesar de esse gtne tambtm ser de, pectiva de redução do lempo investido nos pmcc.~sos de mt-•
t«tado em tecidos ''q;etativos. sua ativid:ade é acentuada du• lhoramento e d().S custos de produções comerciais.
rante a transl~o flora]. Apa.ren1emente, os sinais oriundos de Os ewntos fisiológloos, bioqurn,lco.s e morfológlc.os, assim
difercn1es vias de indução (fotoperiodo. giberelina e regulação como os aspectos espedficos da íloraçào - induç!o e forma•
autônoma) apresentam efeitos interati\'Os sobre o promo1or Çio da gema adventícia, iniciação do boião íloraJ e se·u com•
desse gene, sendo nece&sirios para a $Ua mâxima expressão. plcto dcsem•olvimento a1t a ante.se - ou o processo repro<lu·
O gtne LFY atuaria, então. como um integrador central na tlvo como um todo, podem ser abordados sob condições ;,,
noração. vltro. Tanto plantas intriras quanto pequenos segmento$ de
O gene LFY produi um fator tnnscrlcl<>nal. apenas identt. regiões merl$temáticas caulinarcs podem ser utilizados nesses
6cado no reino veg,et.al, o qual tem como sítios receptores a.s estudos, permitindo abordagens do nível celular ao organismo
regiões regubtórias dos ge[I('$ homcóticos AP1. APJ e AG. Por completo.
sua vez.. o gene TFLI ~ um regulador negativo dos genes LFY. A floração in vitrn de ,·irias espécie:"$, entre as quais plantu
API e CAL (cauliflo-..,w). atuando como um inibidor Ror:iJ. O de tomate, ~ão, orquJdeas e Arabidopsis. foi obtida com su•
gene CAL tem $equC':ncia relacionada com a do gr-ne API, dl• cesso cm mdos adidon:1dos de 11.çóeares. indicando um papel
vidindo tambêm um padrão simila.r de expressão. menc;iaJ desse$ compostos na trans.lçllo ílor,1.l. Porém, em ai•
Ê interessante no1ar que o gene TFLI tem homologia com o gu.llS <:as0$. a SaCVOS(' estaria assodad:a apenas à promoção do
~ne FT, podendo ha\tc."r conversão enttc de$ com a modifica• descm-'Olvimento das gerou flora is, nlio apre.sentan do efeitos
ção de apenu um aminoácido: porém, até o momento não há sobre a iniciação Bocal.
cvidéncfa de uma mo1écula que atue como um inibidor fl oral A adiç.ão de citocininas ao meio de cultura tem também
tn,.n'-ffliS(liYd, próm<,,,ido • O°"'?o i,, vitro de IJ1b ,1co e de .._115u11nw, Ul\.(Ui•
Muü:as das obscn•ações clissiC3.S obtidas nos estudos 6sio• de3$, como lx.ndrobium e Psygmordiis (figura 18.16). En•
lógko-bioquimlc.os da flor11Ç$0 podem agot'3 ser avaliadas sob Lre1anto.. a presen~ dcsses horm(),, ios no meio pode afc-tar

F'9ur11 18.16 Aoraçio in vir,o de plant11o o.quldácea),


A. Á.pkit~ u,ulir1are,:s com ce-,c.a de 1,S cm df! comprl•
l'nf:OtOis,ol~os de planm aindl jOY(>n1 d4l Omdro•
btum Se<:ond Lovt cultivadas em ~ io de cultura
adition.ild0 df! thidluu,on (TOZ), um,) titódnlna $ir\·
tttita, lm.agt-m u:dida po, Wagner de Melo F«relra
(l8-VSP, 20041. a. Plant.i &dulta ~ Ps19nt0tchisp11sHJo.
Imagem c:edidõ po, AN P,MJlil Attlmonte vaz (18-USP.
J002J.
Capítulo 18 ❖ Floração 339

negativamente o desenvolvimento das hastes florais, assim e conduzem ao programa reprodutivo como um todo estão
como a qualidade das flores, causando o aborto das gemas sendo aos poucos desvendados.
florai s ou a retomada do desenvolvimento vegetativo. Várias Os avanços nos últimos 20 anos com a aplicação das técni -
anomalias no desenvolvimento íloral foram observadas em cas de biologia molecular têm permitido uma melhor com -
plantas de melão e em expiantes de tabaco e de soja cultivados preensão da floração, por meio da comparação das respostas
em meios adicionados de citocininas. Essas alterações pode- florais de variedades naturais e mutantes, principalmente de
riam estar associadas à influência desse hormônio sobre a ex- Arabidopsis tlzalia11a. Mutações que afetam a transição da fase
pressão de genes responsáveis pela identidade do meristema juvenil para a fase adulta, assim como aquelas que alteram a
ou dos órgãos florais (genes homeóticos) . formação dos órgãos florais, representam oportunidades para
Os resultados obtidos até o momento indicam uma grande o isolamento e a identificação de genes específicos reguladores
semelhança entre a floração in vitro e aquela observada em da juvenilidade, de genes envolvidos na produção, no trans-
cond ições naturais, viabilizando o emprego de culturas em porte e na sensibilidade ao sinal floral, e de genes mantenedo-
laboratório como modelos experimentais para esses estudos. res da via floral nos meristemas.
Apesar de a floração in vilro ter sido observada em várias es- As informações geradas pelos estudos fisiológico -bioquí-
pécies e sob condições nutricionais, hormonais e ambientais micos e moleculares da floração têm resultado em avanços
bastante controladas, o processo de floração continua ainda significativos na compreensão desse complexo processo.
pouco compreendido.
Bibliografia
Perspectivas no estudo da floração Bcrnier G, Havelangc A, Houssa C. Pctitjean A, Lejeune P. Phys iolog-
ical signs that induce flowering. Toe Plant Ccll. l 993:5: 11 47 11 55.
O momento preciso em que o meristema vegetativo altera sua
Levy YY, Dcan C. Toe tran sition to flowe ring. Toe Plant Ccll.
via de desenvolvimento para um programa floral é regulado 1998; 1O: 1973-89.
por vá rios fatores ambientais e endógenos, selecionados ao McDaniel CN, Singer SR, Smith SME. Deve lopmental states as -
longo do processo evolutivo nos diferentes grupos de plantas, sociated with the floral transition. Developmcntal Biology.
de formas potencialmente independentes. Além disso, a for- 1992; 153:59-69.
Scorza R. ln vitro flowcring. Horticulturae Review. 1982:4:106-27.
mação final das flores é resultado de uma série de processos de
Thomas B, Vince-Prue D. Toe physiology of photoperiod ic flora l in-
desenvolvimento sequenciais, paralelos e inter-relacionados. duction. ln: Thomas B, Vince-Prue D, edito rs. Photope riodism in
Os mecanismos moleculares que integram essas informações plants. San Diego: Academic Press; 1997. p. 143-79.
Frutificação e
Amadurecimento
Gilberto B. Kerbauy

Origem dos frutos face da Ttrra. O nome dtsU.S pla..ntu - angwj~rmo • advim
justamente do fato de suas sementes ~rem em·ohas por uma
Os frutos apareceram M ~stu.nte tempo, a partir do surgi• estrutun protetor.-. (do grego. angi'on, uma), o fru10. Com
mento do "hábito semlniferon, exibido. pela primeira ,·ez. o surgimen10 dos frutos, as semtntes antes cxpostu 1orn:i.-
pd H ptc:-ridospcrmas. cujas sementes, rnu.ito simples, er.tm r:am-.se estn1tur:as prottgi'das e, port~to. com nu..íOrt$dunc:es
envoltas por estruturas proietoras e se de~nvolviam sobre a de sucesso, Paralebmentc à proceção dos ~kts. difertncil•
planrn.•mãe (esporófito), da qual se d~prendlam quando to• ram-.se também :a partt m~ culina e os elementos de a1.nção.
taLnente formadas.. Eram, portanto. estruturas nu3$ formadu constituindo:a/lor(Figun 19.1). Um-a vt:u se:menle formada.
sobre folhas modifiad:u (megasporo6Jos) e. nessa c.ond)Çâ<>. tem inkio o amadurccim,mto do fruto. que pode ser carnoso
d iretamente expostas ao meio ambiente. Se-mentes como essas e com~stivel. ou seco e esderiticado.
podem ser encontradas ainda hoje nas gimnoSpermas viven• ktg.istn» fós.stis de a.ngiospermas primhivas mostram
tes (do grego gyrnnos. nu; sptrma, semente). como o popular que ()$ primeiros frutos eram do tipo kCO. constituidos por
pin hlo•do--paranâ (Ara«carin ongusrif-,lia). um único carpelo - frutos Qpo<árpico, e des1i1ujdc»,. ainda.
As primeiras plantas produtor:is de flores e fruto.s surgiram de estruturas relacionadas com a disptrsdo. Os fn11os com
no Cret.:iceo, perfodo corrc~pondente a 135 a 6S milhôd de carpelos fundidos - si,icãrpicos - apucceram mais t.ard:a•
anos- atrás, coincidindo com a e'rtinção d<» dlnoss3uros da mente n:i evolução. permitindo que adquuissem maiores.

Tut>0 polinieo

~-,------E&ogma

Fru«>
f igur.t , p, 1 Dia,g,ama f101al d~ aoglosJlnrYM rnom,111do os qu.ltrO\'f'ltl(ilo, fl?,.-1\ - s.tpal.t. Pfl.)la, ,mall\c • ca,pcelo - os te<1oca do (arpeio •
igual 11<.>de uMa fôthll ·, e o quce ( .ldil umorlC)Wlil em uni fModo upodrup, fp~\"'90. .-:e,ton.1f l C.I.
342 fll'oJogia Vegetal

1:i~anhos. Os ~rmos llucull•n1os - dn1po.s e bflgas _ surgiram


Desenvolvimento do fruto ou frutificação
::io hnal do penodo Crttáceo, ou inkio do Terd:lri~ M c1.·rca
de 70 milhões de :anos. O ripido " intenso incremen1o na Sob uma perspectiY.1 ontogenétka a frut ificação teria Inicio
,-aril"dade dl' fru1os ~mosos e de sementes tai:i corre.spon- com a recon,ad.a das di\'iSOes e expanSôes celulares: d o ov;hio,
dtncla com a di\'ersifü:.içio de mam ffcro.s e ª"C.I, os princi- seguindo-se :i poliniu~o e a fcrtilizaç,âo do.s ó,'lll05-
pais dlspersore.s d:is angiosp,ermas llluais.
0esenvolvimento do frut o
Origem evolutiva do ovário A / ridifknrâo envol\'e não apenas o de.senvolvimenlo do fru.
to per u , m.as tambêm o das stnumtes. A rede dl' interaç(>('s
O O\·ário é formado pelo carpelo. uma estrurura foli:t.r tal
mrutural, fi siológica, bioquímic.i, e genêtic.n que esses órglos
como as drmais p:U"1 t$ da flor, profundamrnte modifi~da.
mabcle<er;i,m entrt si durante a evolução rt'presenu ainda
Oiro iss~ uma questão que se coloc-.a de imrdfato é: de onde
dt'safios consideráveis à devid:i comprt'ensão do desenvolvi-
e como teriam surgi dos 0$ primei.tos carpelos? E\idi:nd os su, mento de ambos.
gerem que essa parte da flor tl'ria ~ originado de folh.is (me- En1re os frutos sucull'ntos, o tomate (So/m11m1 l)·copers;.
g:isporofilos) produtor:i$ de Ó\'UIO$ de preridosfJ<rmas, ptl'ri• cum syn. lyrop<'rsicon cse11lc,it1,m) tem s ido o mais estudado,
dófüas antig.as e l'xrintas produtor.ss de sementes cuJ:is folhas constitulndo•se, atu.almentc, como um modelo n"ÍCrcncial nas
jo\'ens t'tam enrol:t.das como nas atuais samamln.ias e Cycas, pesquisas de des.envol\•imento e mah1raç;io p;:.r;:. esse t ipo de
por cxl'mplo. De fino, registros fóssel.$ de folhas com ówlos da íruto. Com base nele, Glll:ispyet al. ( 1993) dividiram :i forma-
p1eridosperm-a arbórea Glossopteris sp. mostram Ó\'ulos p.ar• ção do fruto cm t rês faSl's distintas e consecuti\'as:
d ai mente en\'oltos pelo megasporofilo (figura 19.2). Segundo
se postula. 3 união cb$ mugens Bvres d0$ carpdos primiti\'Os • Fase 1 (tecnicaml'nte, denominada fritlt set): pollnli:iç-ão,
1eri2 origin3do o ow:frio, le,·ando a modificações acen1uadas fenlll1.ação e início do de.sem-oMmcnto do fruto proprfa•
em seu s istema \-:LSCular (Figura 19.3). Como consequência, 0$ mc-ntedito
Ó\'ulos, até ent!o expostos, tornaram-sees-trucuras internas ao fa.se li: retomada d.as dlvl~ôes ce.lul:ires do ov4irio e início
O\'ário. p:usando a estabelecer com t'Stl' interações funcionais: dest:'l.S no embrião
intditas atê então. Fase Ili: ex-p:1.ns:io da.s células e maturação do em brião.
Ainda que a n.a1urei.1 foliar das flores ttnha s ido proposta
cm l790 pelo eminen1e poc1a alemão Johann Wotfgang von
Goethe, também um refin ado naturalista, quase dois séculos
se passaram a1é que fouem oferecidas .u primeiras evidincias
gênkas d.a e\·oluç!o do$ carpelos. Enas surgiram com a dC$<:ó•
. Febt~ W!fltrais isol;:,dos

btrta de Coen e Meyerowitz ( 199 1) de t rês genes bomeóticos Óvulos


(genes•mt'St.res respon.sa\'e1s pela formaçao de orgaos) en\'Ol·
Carpeto aberto
,'ido~ n-1 idmtificação de carpl'!os, pétalas, sépalas t' t'stamcs..
constituindo o eh.amado modelo ABC, sendo a identificaçjó A Fotl(o d0t'$al
ca..rpel:ir d.ada pelo gen e C (Agamous; n:-r Capítulo 18), de q
modo que. a.inda nos estágios inicia.is da formaç.io das flores,
um minU$CUlo grupo de células do reupticulo é devidamtn•
k identitic.ado pe,lo gene Agamous, e as dMsOO celuJarcs que
se ~'Uem dtterminarão a formaç:\o do ov-.irio. Nos vegernis,
conforme visto nos Capilulos 9 e JO, enquanto a.s divisões <e·
lulares ~ão moduladas por balanços cndógemM :,.dequados de •
v c. . ., . . .
(,1r j
auxin:l.S (AJA) e dtocininas, a expansão (cre$Clmento) das pc•
<
qucnas células rccC:m-formadas mffliada por concrntraçôc$
apropri3da.s de AIA e/ou gibertlina,.

1~-- --- -,1 Mt!gasporofilO


e

o
Rgurà 19 .2 Esquema do me9a$l)01ollI0 dob1.1do 1e<:ob1indo os óvu·
losdt Gloucpuri sp., uma p1êr16ospermc1 ~,bó,ec1 fó$~ Adap1c1da dft
Gffo, d efom;, 1198-9).
Capitulo 19 + Frutiftcaç.io t Amadurecimento 343

Essa d ivls~o diz resptilo, essencialmente, :\ fru1i6caçio, de Embota 5eja c11Srume atrelar a põllnl%aç:i(, ape.nas .10 dts~n•
modo a não conlemplar o amadurecimento. Na f igura 19..4 \'Olvimento do odrio t: à ferdlizaç-io d"5 6vu.los, em muuu
s-ão mostrados os principais e-ven1os rtprcstnt:l.11'1()$ da íruti• plant.s. entretanto, outros ~ntos ma~antd lamWm :ico~•
fi cação e d a maturação de fru1os dr tom1tc durante 2 meses tec,m, como a mudanç:1dt p1gmen1aç:a0 da flor, ~ n~n<1•
após a antese. r1e de ""rl:antos N't;dstente (orquíde.u. cravos , 1c.) e dos
e~ r~ P d ~·
esrames. Fal.i,,e ne,,S,(' aso em s'"dromJJ do tst'-~ v1mtrllo
Fase I I Polinização, fertilização e inicio pôs•pol.inimf4o ( Figura 19.SJ. T-,t, modifkaç6e1 uo bastante
do desenvolvimento rápidas e cau~as pdo 1:1ileno. F.m orqui~.1: concenlraçõt<
de e1ileoo tão ~í,"tis como um.a parte por b,lh;ao ( 1.0 ppb) 1:l.o
Polinizoçóo
sufldentes pani p-ro,·oc.ar o murchilmtnt~ d~_fl?res. Es-u: eíri•
Trata•SC de um C'\'Cnto--chave no desem-oM.mento dos frutos. 10 do etileno envolvt con.stquências prr-Jud1c1ilJS no me1'ado
tantos os carnosos quan10 os secos. As primriru C"vidfoci.is
~ flor~ cortadas.
experimC"nto.is dos efeitos da polinização no drsrm'Olvimrolo Flo,es poliniu<.bs dt m1ttilo (Va.cl1.num rmg101,jof,urnJ e
de frutos foram obtidas hã cerca de um s«ulo por H. Fitting morango (1-'mguria sp. cv. Cavalier) pOJcm _h~m quatro .1
nn Alem anha, usando poUneas vivu e mortas de orquide,. r cinco ,~us mais eríleno que a$ flores não pohmud.as. A :u.u:1~
e.xt1"310S de ambas. Os efeitos observados eram t:xalalllC'ntc n.a dos grãos de pólen cstã intimamente ligada ao ilUmt:nto dos
os mesmos, ou seja, um rápido e intenso intume.scimrnto do teores de etiknO nas ílores polinizadas. Téores aumentados de
ovário, aco mpanhado ptlo murch:tmen10 de pttalas, ~ palas t: ~u:dn.i estimulam, consider:r.vtlmente. a sínt~ d, etdcno n.u
labelo (pe.rianto persistente). Segundo Fitting, essas ma.m.sdt: ílores por meio da ath.1ç.ão das t:nzima..s si,wue do ACC (ACS)
grãos de pólen conteriam algum tipo de substincia cstimub· e 3 oxjJase M ACC (ACO). conforme: rMsrrado em flores de
t6ria do crescimento do ov:irio. Apenas em 1933 foi dern()I\S"· Plaalaern>pJis {Orchidace2e) poli.ni~das ou rr.ua<fas com au•
trada a presença da au.xi,ia em polínea.s. o hormônio pf()IITIO- xina (ver Capitulo 13). Durante a mor1e ceful.ir de pc-rfanlos
tor dessas modificações. pers-isrentes e dos t$Lô'lmes. os nutriente:s ndd con1id~ ÃO~·
Cer1amen1e, a retomada do desem·0Mmer11odo ovirio de• 1ransportad~ p:ir.i o ov.irio em dc:,cn,·olvimento. A 1nduça,o
pende do s-ucesso d.a poliniiaç:io e di:a fertílb.açiio; na awên(ia da queda de frul0$ de maçã r«ém•form.ados por ~e,o da •P'-i~
<ks.sas, ocorrem o abo,1amentoe i:a queda CU 0or. A fertiliza.~ caçlo con1rolada de au.x.ina - raleio - dtcorre do mcn:mcnto
no seu primeiro momento depende da compatibilidadt gtné• na sllltese de c1ileno (,·er Capitulo 9). Por sua '-"t:'l.. apl1Qçõo
tica entre o pôlen e a planta poliniu da, Com a líberaçiio dos tardlas dtu.1 au.xi~. pr6:<.imu ã íase de matur.1ç.io. prcnncm
núcleos gamCtk os no saco embrionãrio. ocorre a jofm(l(ÕO do
a queda des.st:s frutos.
e mbrlllo e do endospcrma (tecido de restr'V:i d3 semente), A
partir de er11;10, o embrião e o óVÍ.ri0 pw:lm a se desenvoh•er Patten0<01po
hnrmo niosa e sincronic,a.mente, por meio de uma red~ com• Cntcndc·<K pot pa.r'I C:m)<'•rpi11 o ÍOff'nllÇAo de ÍnnM n :i .i~ n
plexa de sinais glntcos, bloqulmkos., hormonais e ambicn1ais,
ciil de poliniuç:lo t fenl huç!o, originando. ponanto. frutru.
& tudos indicam que, além da au.x.im, as gíbe-relinas e ilS ci•o•
stm semt?ntes. Essa intripnte desconexio entre o descnvoh'I·
cininas p;irlid pam do desenvolvimento inkLll do ovirio ou mento do fruto e a polinizaçlo/fcrtilização fu dos frutos par•
Jruit st!.
tcnocãrpiCóSum CX('<ltnte matcriõll par.1 o estudo d-1 iru11fi<2•
?() ~r u , bem como :'I pos.s1b1lldade TAi dé S< produu r írutos
comerciais s..-m s..-mentes. ,\ con\'en1.!-n-c1a de fru10-; paneno •
ci rpkos ( façilmente comprttnsivd, SCJ3 do pomo Je visu Jo
cOni,ul'l\O i11 11at1ua, s<j2 p;u,1 fins industriais - bananJ., U\'õl,
laranja e melancia são bons e.xc:mptos dis.so. Sob conJwõ~ Jc
c.unpo. <ks dUpcns;un iti turnm 3 n«~1Jadc dc agentes poh·
niiadores. lndep;:>ndcntcmcntc dr qu.1is se,am• .1.i,.,11U .:omo Je
condiçôrs clim.itk.ls apropnadu na. l1)0C.l d.l rtouçiu. entre
outus v;,.nt:tg«:0$.
A p..trtC"noc.irp\á poJc: S<r genet1elmcnk ..:ontrolada ou .1.r •
tihciillment< induzida peb aplk.-~o J e .:trlói hormóni().). Ela
p()J <' ocorrer:
1. NJ tliu .sbsofu1.a de pohntza,.i\).
1
Apo> p1>hniu.;lo ,le>J..:omp..:inhJJa Jc t(rt1l1z~.10, por
a 14 21 28 35 42 49 56 61 daa ú>nt.l J..\ mor1c Jo póle1l l)u por srJ.1h Je polcn Jc op('(1e:)
UlCOtTipJ(i\·ei.s..
- O.visão colvt.,, f~lerni(JespQÇ,!'10 - C.a,ol!f'\Oi<ICS
J. Apos tctlll1t:a,;;lo wgu1J.a Jc J.bõrta.mcnio J ,1,:mbn.1() (..:o•
- Exe>anslk> c.el1,1l;w - .Amoloomen10 mum ,:m h1btidJ.\ócs uucr..-~pc..:an ....1)l
Sob u,n.a p<npe..:uu hormo11,aJ, t>, .1r11.h n.k1 plll1n1.uJu),
pw,•m l4Jl.lJos ,.; 0 111 ,at.l.'(m,1:-., l:jlb.:rdm.b ou me-.im0 \'."IIO~lnl
na,., !'OJem ongm.u lrut(h J'<lrtcno~..ut-•teo.-. i\cr C-'pllulo 'il
3 44 Fisiologi.a Vegetal

A base gtnétlc:i da pa.rttnocarpia {oi demonstrada tanto


para frutos e.,,mosos quanto para 0$ secos, como os de Am•
bidop$il 11,nrfrma. Yao d ai. (2001) observaram, em uma va.
ried:ade de maçl (Malu.s domeJtica). que a pa.r'tenocarpia era
conferida por um único gene m~113ntc r«e$$ivo, homólogo
ao gene pistiflata (PI) de Ambidopsis 1/iaHana, pertencente
ao grupo 8 do mOdelo ABC{vcr Capítulo 18). fai;es resulta•
dos: Indicam qut, nas plant3S de ma~ nonn als (selvagens), o
gene MdPI (dominanle) atua como um regul3dor negati\l'O da
inkiaçào do frulo na ausência da polinização e fe-rtilizaç3o.
Esse efeito inibitório no dese1w0Mmcnto do fruto parece ser
i;uprlmido pda .auxina liber.id:a pelos grãos de pólen. De ma-
neira sim ilar, Goctt et al. (2006) obsen•aram cm plant:'IS par•
tenodrpkas de Arabidopsis 1halfr111a que a formação de fru tos
pan enocirpicos resultava da mu1aç!o de um ge.ne responsável
pefa codlfi ca.ç.io de um dos f-:uores de tr:Hl$crlçào da auxina
{auxln responsefattor (ARF81 - ver C1pítulo 9). F.ues estudos
mos.tram que 0$ genes mutanies mencionados aCArrttam o de-
sacoplamen10 en1re o desen\'oMme,uo do ov.frio e os eventos
de polinização e fttundaçdo.
Além de mu.taçOO rel:adon:adas com :a.s pro1e(n3s ARF
(Goctt tt nl., 2006), a formação de frutos sem se,nenu:s pode
ser promo,•ida pclo aumento da sintese de A IA e/ou gibereU-
na,. tanto que plantas de tabaco, berinjela e 1onH1te (so1an ácc•
a.s) geneticamente modificadas pcla introduçào do gene ia.r,M
(de b.icléria), responsâ\·cl pela sintese dci;se hormônl<» pas$.1•
rama produúr frutos parte-noc:ãrpicos. Como se vê. tr:lta•se
de uma Situaçio p(rfcitamente cm linha com os tr:itiinentos
com ;uni.na. Mutantes de tomate par'a o gene SUN, rcspon•
sâ\'d por aheraçÕC$ no formato dos fr1.1lô.$, podem levar ao
estabelecimento da partcnocarpi:a, em virtude de uma possivcl
,.J tt;l,;l"\,.jV UV) uÍYd> J.; uw.im,.

Afinal, ê a au.xin,1. a gfüereUna ou a.mbas as rcsponsávei.s


pda partcnoc.upia? Parece que amb:is são importantes em cs•
pk:ic.s difr-rcntes. Em algum3.i espécies, as auxinas são mais
c{etivas quc as gibc-rclinas, e \'lcé•\·.:-rsa... AICm disso. um desi;es
füormônios pode interferir na síntese do ou1 ro, cooforme ob·
scr\'ado no tomalc" n:1 ervilha (Sas1ry e :\.1uir,l963; Ozga e,
"'·• 2003).

Fase II I Divisão celula,, formação


da semente e do embrião
O Crtscimento das planl:i$ crn geral ~ promovido, muis in •
t(nsamtnte, pdo aume,no de 1amar1ho das células que J>elo
número di:stas. Excetuando-se as espêdes part.:-nócárpicas, -as
dMsôes cduf:ires .s:to bloquead,1$ duraole ou após a abertura
dos boiões ílor:1I$ (;mtcse), e ri:tomada,s após :1 J>Oliniiaç~o e a
Figura 19.S Síndiomt do dt-~nvolvimento pós..pollniz..,çio de uma íer1ili:ução. F,m ovirio Íe<undado de tom:ue. as d ivisões cell• ·
flor de Corr/tyo (Orchidace,1e). A. fio, nao polini7.)da. 8. 4$ h após a l:u·es podem ocorrer durante cerca de 8 dias, um petíodo r i: •
polinâaçao. e. 2 s.ernanas após a polin,aç.\o.tl'l\clg<ml cedidas po, lia la1iinnitnle brl"'<' se l,ev,1do em conta que o rnmanho rnj.icuu o
Chaer.
do fruto M"rá alcançado cerca d e 7 semanas d.:pois.
En~ ~~ã~iSl'S hi.s1ológi<".'ls d.:- fru tos de tomate e m es1:\gio>
Entretanto. a aplk.1ção combinada de~t<> e mai~tfeth•a d1) q~ie bem 1mcm1s da fase li (0,2 cm de tamauho), a ,u ividad c milô·
qu«ndo feita b,oJada.m<ntê, s.ugerindo com isso:, 1l<:C1.-ssid:ide lica era mais inkn~a •.la ~arte ('Xtern.a do méSOc;il'po {FigurJS
de um:a intt'graç-ão hormonal no cstabdtdnwnto 1:'Crcscimen• 19.6 A e 19.6 O), d1m1mundo grndati\•.lm\"nt(' {Figur'as 19.6 C
10 do fruto. Conhl-Ct'·S.C ainda ,elativ;unentc- po1,1co sobrc;- os é 1\.1.6:>· e11quan10 nas se,,1cnlL";\. em d.,-,1,l•m·oh,uncuto •1 pto•
m,:canismos hormonais i:-m·olvldos na fru1illcaç:io. J,fora(';10 cdular se concentrava mais 110 IL>yum('nto que nos
Cap(tulo 19 • Frutífi<açAo t Amadurtdmt nlo ) 4S

embriões. Uma elevada frequência de células cm divisão foi podem cxperimen1ar lncremencos d.a o rdem de 20 vc·us do
detectada ainda na colume.la e na placenta, du quais provawl• 1am11nho Inicial. No enianto, é nos fru101 d1u cucu rbil.ic:t:u:
nwue se o riginam os respecti\/0$ tecidos vasculuct (Figura (abóbora, melancia, mel.lo etc.) que se encon1 r:am os v11lorc,
19.6 A). mais formidivcls de expando ct lular. Em melancia lCitru-
Além da polinização em si, tem sido reiteridamente de• (111 v11lgi1ris). por exemplo. a.s cilulaJ podtm aumcnt,u cerca
mons1t.<1d:. a impor1ãncla das sementes em dtkm-olviment() de 350 mil \'t:tes de 1:1manho, 1ornando- se, às vtzcs, visweis
no co ntrole d a taxa de divisão e expansão cefulu nos fru1os. O a olho nu. Frutos maduros de abóbora com ,1ti 1.190 kg já
número de ôvulos ferliliiados exerce um papei imporlanl< na fora.m produzidos.
modulaç-ão da tu a de CTC'-scimcnto do fmto. Tanto assimque, A t;("pans!lo celular dos fru1os t modulad.a. not.adamen•
se por alguma razão os Ó\'Ulos de determinada região do fruto te, por fatorc-.s ge-nêticos e hormonais.. Entre os primeiro,.
n1o se d esenvoh.·ere m, esta apresentará deformação consJde• de.staca•S<' a duplic:1ç.ão rtpelith·a (endorl'f'duphcação) <b.s
r.f,vel. A di.sponibili.taÇão adequada de :1gcnte.s poliniz:idores crom:hide:s (filamenros cromossômicos), cc,m a con~ quente
que gara ntam a fecundação de um m:1ior nUmero de ÓY'\IJoS elevação do t1:or de DNA nuclear e: o aumento do t-ama_nho
rcsuha na produção de fru1o.s com maior valor d.: mercado. d11s células. .\icd idas dos t,:ord de ONA cm ÍtUIOS de torm11:
Como órgãos com cresdmen10 determinado, o 1a.manho mos1rar:am qut 0$ núdeos podem :1lcanç.ar valores tão deva•
6nnl dos frutos é lníluend ado pclo.s .scguintes fatom : dos como 256 C (C repreunta o nivcl de DNA d.u d :lufa.s ha-
ploides). Va.ledt':'S1a~r que a endorrcduplic.ição a<ont«t" Iam•
1, Número de células do ovãrio com potend a.l para se dividir. Mm nos embriõt"S,, 1:5pecialmcnte tia$ d lul:u do suspensor. no
2. Número de d M.sões celulares após II fercilitaç!lo dos óvulos. e-ndosperm11 e nos co1iledonts. Simulta.ne11mentc ao aumento
3. Núm ero de fo n iliuções bem-suctdldllS (número de óvu• de tam11nho. <'SSC processo g<nétiro 1em sido freque:ntcmcnt-.-
los). relxiona-do com a elev:açlo d.:i atMdade ceJul3r e :Ji 1olet lnc.a
◄ , Magnitude da expansão celul-:tr.
11s \'ariaçôcs ambien1ais, por ,:xcmplo.
As espécies domes1ic.1d.u de planta.s moderou compar•
Fase III I Expansão celular, crescimento
tilh;am cntn: si 3 produção de írulOS m:uor~ qul." os d.t$
do fruto e maturação do embtião
rt'sp«:livas e,p&ies seh·agens probénllOru. 15$0 tt"Sulta d.a
Po r certo, O tamanho dos frutos a.figura-se <'m um dos ::i1rl• .itivid11de hum:1na \'Oltada ao md hor11men10 e i so?!eçio. Os
butos mais ,•alorizados pdo ser humano. Entrt os órg::los frutos de tom'llt são bons exemplos disso. Enqu;into os i t l·
co m cresciJn ento definido nas angiospermas, os fturos sã.o w gens são arredondados e pequenos (c.ero de I cm), ?(:·
os q u~ apresenta m os \':tlores mais notôrios de up:ansiio sando alguns poucos gramas e cons111uidos pc>r dol.S carpe.ftH
celular. Em frutos d<' tomat<', por cxcmpl°" cerc11 de dois (bicarpdares) e dois lócufos ou comparrimentos (bilocullr~ ).
terços do crescimento é dado pd o :iumenro de ,amanho as \'ariedad<'.S domc.sti~ d:&$ S-50 ,:1'n g,:rtiJ ach,uad:Jis. mull1·
d ,. suai célu h:i, , :ie q u ai$. no m •$O~Hp,o a n::i pl,.e,:n l;a. ~,,..~ t"(lrpflam e ,m,/1iluc:ulu10 , puJcralu .ik :ani.--,u t S <.m J c J1·
jn,etro e pesar ari- 1 l..g (Figur:1 19.S .-\) • .-\ quo:stio que $e
coloca, pois. é saber quais tipos dl." gcnrs .:ontribuinm pau
mud.anç:u tio eloquentes.
Scg~indo Tank.$1(')' (2004). o lamanb o dos frutos de to•
1u111e selv11gem i .:ontrol;,do pda aç.io coop,:r;at\\-a de pdo
menos seis genes domin.lnh!S (htr.1.n~ qu.in1i1a11,·a). J e
modo quc mutaçôcs rtcessh'li des1es ~ uha.m cm mudJn•

.. e e
Ça$ forrnid.h ·iei.i d,: form,110 e umanho, tl!t Uh1m<> J..-cor•
ren1e. pan icubtmé1Ut, Jo JUmitnto do numero J,: lo..:ulos.
Pon.anto, nas espc1:fr-s seh·,1.g,:ns, o cres.::1men10 reJuu J o
dos fru1os <c.:onl(rido por um controle ncg.1u,·o cxerc1Jo
pc'IO.i genes Jonunanlcs (b ilo.:ul3r t b1.::.irP4-lat). N.1 F,g:ura
19.7. sfo indicados o, prind pais sc:ne~ <nvoh·1Jo) no J,:•
scm·oh·im( nto desses innos• .:omo o gene 1~•J,,:, um ,lo~
ptimdrns re..:-onh,:..:iJ os no .:on1rolc Jo 1am.rnho Jo, rrutos
e qut .atua no .:onirol..- J-a Ji,·1slo cd ul..u. ,unJ .l que nlo ~
u 1ba JOCc'rto sc J c iotm:'I Jirct.l ou m,lm: tJ.. ~cS!ic:S fruto>,
.ls J Msões .:elul.1rc'$ .ak.ln,.un () scu m.t.'C1n 11.1 no 40,, Ji.1 .'lpo,
,1 polimuç;io. Jc.:res~·enJo. gr.1J.m,•.lmente, .1tc' ~• l!:W"' J1.1,
i:iu.111Jo en1.\ o .:o:».1m.
A e.:q'l,lrulo .:elul.ir, por )IJ.l ,cl, tem m•~ ·,o por , ·oh,1 Jo 'i·
J1;1, m tt, rom1-<nJo ,u) t t J1.>rJu •l ! ~J 1.1, , >O:.b1,io cm ,:iuc o tru
to •J4u1re o u nunho m.l:\11110 ( F1gur-.1 I':>. l. 0 > gc no:)
4
,w, e
4>1•11!~ ),h>rc';1"'1rl$J.\.\'l.i pdo .:on1r-,lc J o .duns.im..·nto Jo m 1h),
)cnJ\J o uhuno u pnn.:1p;sl t1:)p,!)1h,1,d ro:1.i 1r.ubt,j.lo J o Mr
nuh'.l J.rto:J on,l.1Jo p.1, ;a \'.l .1l-011g.1Jo ( Figur;i 1-J ll E), t·nqu..uuo
346 Ftsio logio Vt?gt?tal

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Dias apõs • poliniza~
Figura 19.1 RelaÇô!s entre a.s atividades de alguns gen~ envolvid~ na determinaçiodo uirnanhoedt rorrrtiidt frutos de tomate,bemcomo oo
indke mitôtico (.•••), na expansão celular e no Increm ento de m,n.sa frese., duran1e 42 dias após a pollnlzaçA,o.f'Onte: Tankl>ley (2004),

os gcnei faMiare e locule number controlam o numero de Jócu• 19.9, cm um primeiro momen10, os maiores níveis desses
los (aumemo de tamanho) e o formato achatado (figura 19.8 ires hormOm0$ comc1dem com a fase de divisão cehil:'11'. f.
C). Na Figura 19.8, é mostrada a ampla variação de camanho e bem conhecido o papel conjunto das ciloclnl1lt1S e das auxi•
forma dos frutos de tomate. nas {sinergismo) nesse Importante c, ento celulor. Cessndas
1

N'o que tange aos hormônios, pode•Soe diur que não são as divisões, as cClulas recem-fonnadas t'ncon1rnm-se aptas a
aif)da suficicntem<'nle claros os m«anismos de interação e sofrtr etpansão causada prlo nfrovxam ento das par«l..-s ce•
controJeque ucrcem na frulificaç:ão, de modo geral Os níveis lulares, um processo modulado pela auxina <' pela gibertlina
e.ndógçnos de aux.ina, gibertlin:i e d tocinina experimentam (ve:r Caphulo 9). Ourante a fase de: ex1>.-nsiio celular, ou mais
aun1tn1os subst.inda.b apÓ$ a polinização (Figura J9.9). uma propriamente dila, do crescimento do fruto, urna qu.u" ida•
situaçJ.o. aliú. já an1eriormen1e assinalada também para os de t'xprcssiva de subs1àncias orgánicas é acumulada, muila~
frutos parlenodrpiGO$. Nos íru1os com semente$, os maiorci dH quais desdobradas, ent imatic.am en1e, duranlc ó es1:igio
nh ci.s de auxina são coincidentes com o período de de.s<n•
1 Je atnadurtcirnent~ conforme acon1ecc. p<,r exemplo, com
volvimemo dos óvulos íeriilizado.s, cnquan10 o de g.ibcreli• o arnido e os ácidos orgânicos.
na se dâ no ov:irio poJini1.ado e dunnt< a fase de upansi<>. t interessame assinalar que-, ..-nqunnco os níveis dt' .-uxina,
Conforme apon1ado anteriormente. as sln1escs de ambos giberclina e dtocinina_aument.un no estágio de /mil sc:t. os
no~ frutos suculem os e secos influenciam-se mutua.mente. de ácido abscislco (AUA) s;lo pralicnme11tt' ausentes, ji qut
Em Arabidopsis thafia,ra, as cvidCnda$ Indicam que a auxi• inibitórios da d ivl~o cclufar (Figura 19.9). Consistentcrnentc
n:i: sintetizada nos óvulos fo r1ilizados é transportada para o com isso, ,'<'rificou,se que 1.31 fenómeno coincidia. por um l:tdo.
pericarpo, onde ativa a biossímcse de gibcrdina, a qual. por com a rt'duçlo da atMdade de i:,renl-S envoh•idos 03 sintest' desse
sua ''t'l, dã inicio ao de~nvolvim(nlOdo fruto propriam..-nte hoimónio<", por ou1ro, com a dew1ção dá alividadc de genes rc •
dito (Zhao, 2010). !acionados com a sua dcg.radaç:io. No e,uanto, a slntl'SC dt' Al)A
Como mos1ra a Figura 19.9, os ,,atorts dtsses 1ri:-s hor• aumen111 ~ medid:'I quc o tmbriiio se desenvoh·e, i,1ibindo .:om
m6nios, assim como dos demais, v:irl:im confo,·mc a fa>c de isso a gennin~âo precoc..- J3s sementes. Como se s.abc, o A llA
desenvolvimen10, indacando a ocorrência de lntl'raçõc$ en• ~~e_rernfdar o~ inibir <'\'tn1os cdularts c bioquímicos.. co rno
Ire eles.. imprescindíveis â smc,oni1.açâo da~ lfocas Je sinais d1\·1s.a~ celular, smtese J)rotcica, laxa respiralól'l:'I, metJbohsinu
t'ntre a{s) sememe(s) cm drsenvolvimcnlO e os tccidos dos de açucares e-te, Tanto 11$Sim qm: semenks de J)l:tn1as rnutaOll'")
fru1os que as envoh•em. Como mostrado ainda na Figura dtft'Ctiva~ para a produç;lo de ADA podem g.:r11 1in;ir ,lind.a ou
Capftulo 19 ~ Frvti6c.1ÇM) e Am,1,dun!<1mtt1to J47

Figurõll 19,8 Imagens ilustra!ivas da ampla varlaçàode tam,mho e forrr,a em fn.itos de tom3!e causada por mucações. A.. fn.ito P«!Ut"nO de- l)'(O-
~ r,konpimMndfifQ!ivm, vm;i 1!'$pé<.iet.elvagem ltl esquerd;i). ,tru109i~n.1e obtkfo por rrotlhoramen10 g~nei,co(<I direrta). B. 01ferentes íorm,a,s.
uimanho e co,1, C. Cone uartSversal de um fruto rnul1ilocular mut..-ite p,lfa o gene ftnciOrtd, O. Con~to de m,nrfnmK ~olàe!CK (apocirpko1,J
orlglnadc» <te carpelos n:.Ofundldos. L fenótiPQ.ilongaóo causado Ptlc»genes mutantes sun e OWJrt, F, Fru1ode fomi• w,dnnqulMcom •p,r
ref\cia d~ plment:io. G. fen61iposuusados por mutaç-iodo geneo.-are. A lo1m11 quaarangula, dO lruto da chrerta seria CIH:orre-nte <M P,Mf'!"IC<l
do gene fsB.1. Fonre: l •nluley 12004),

interior do fruto - vfrlp.iritfmle-, confornlt mos1rndocm ftu· cClul.is. OC'pcnd,ndo da forma ..-om que os frutos carnosos
los de tomnte (vtr C-11pih11o 12). amadurc:ccm. dassificam-sc cm du.li ..-.:uegori.l!.: tli,,iat.!n•
cos e mio clmmténcos (do grt.'go klim11.k1u1kôs, qut ,1gn11io
Maturação pcri()do de tr:insforma~ôcs prot'undls J.l \'l<b). N,1, T:lbéll
19. 1, sio :apresen1;,dos alguns exemplos d~se\ 11pos Jé m uo.
Uma \'('Z ceu:idos o crc-$Cimt111odo fruto e o :im.idur«ifflénlO podendo-sot nornr que- lmbo.> ocorrtm em d1U!'tc1\t~'I, J;d\,e!l°'K
das Sl.'mentc-s (fru1 ilicação). tem inicio a míJtumf,io. Tr.'lt:i-se e 1."'SpCcics de dko1ileJônc:t.) e mono.:oulc-Jó11c:a.s. sugct1ndo,
de um proccs50 de dese1wolvimcn10 compk:tó ~ alt:un,:n1e com isso. uma origem <:\t)lutn·,1 indepen,lcnt~ c:m J1rttcntei
coordenado, 1;,ngido pór rnudança.s ti,sll)lógk.as. g,'11.ilk·.a>. mom<-ntos da C\'OluçJ.O.
bioquímicas c estrulun&i.s dr.imJ1k:is, as qu:iis. nO;S frums :su• Nos ftu1os dim..atcn..:os. t) .im.aJur,"<imcnl\) t pro1.agom•
c u lemos. são maniíesrnd:is pda.s~guintel> ruudanç.1,Ç: uJo, esse,1d.il111,en1c, por in'1tmcnto~ '.'>Ub,un..-.L,m e P1'-'ª·
1. Colol';'lc;ão, promovida peda slnieS< Je .:arolCJ)OtJcs (:ama• st.'iros (picos) n.1 sinu~~ ,!e w!m,., < 1u 1.1.0 tl':,p1r.uun ., 1Fi-
gur.1 l 9.LO). D.ai s.t ~hJn\jr css~ riturmõnl\). $<nen.:.1mentc,
rd;:i e \ ermelh;:i) e/(>U lla\-onoides (J\'ctmdh,1,fa), sin11,1lt1•
1
Jc ·honuômo Jo .1m:iJur,·,imcnt\)" ou JJ. · wne..cc:n..::i.a~ '.\"l
nean1Cn1e com a Jcgrad.1ç.io d:) dorolil.a.
f1gul":'I 19.11, c mustrlJ-0 '-> ct'c1h> J,> ctilcnt) n,1 n1.11ur-l,;-.\o
2. Tcxtur., (amolecimento), pc0\"0~'".td.a r or .d1ear-:1.;õe:s 110!i
pard.al de um h'ulo Jc tum,uc: a m..-1.1.J,: n,'u.> lm.1.JurcdJJ. ioi
componentes da parede c<lul..lr. ,.1uw,.J,1, P\1C lr.tlllll<'tlt., .:om ion,; J.- prJ(,l, unu ,ub!ollACl,l
.3, S.lbór, de<ol'rc,ue dt.' mu,1.inç.u 1)tofun.JJS t\Ch lipos d.- ,1111i.-11l~n1~.1,
açúcare$, k ido.» orgànkoi, <' ~11bstlnd .1s 1:ink,h, Os inuw nlo dLmJi.-11 .. us.. ,l,rcrcn1cm.:-n11:•.:.1r;i...:1ct1z.1m-w
<l. Aroma, cm virtmk d:i pro\luc,io ~k ~ub~t:indJ:s ,•o!Jt,,,.
p.» b.1tus \'00..:.:ncr.1,\)t.",-, 1.anto Jc culcno lfisura.s 1'1.11 .\ .1
Nos fru tos secos, por s-uJ wi. 0 ph1.:.:sso d.- m.11ur,1çjo •· (') q u .a1~111 ,l.a'.'> t.L'US rc)pir.Jtürt...._ .-\ Jt.'.'lopcito Jc ,unbo) ih h
be m dislinto d.i,,ude dos sm:11lt nh.1), úJo1i.,1S1inJ~ b.1.,1.:~mcn• pos Jc 1ru1us .. ,nnp.1r11lh.1r,· m u) mc;>~mo) c,c:nh.1s .Jc lllJhJr.l•
lç, ll,t lign1fi..::JÇ'à() d.h p.m·Jc• .:dul.ir,-s < 1u d..·n,lr.Uli,'J'-' .t~> ,·,"to tmuJ,1n1,.t) J~• ~,1r, lc\fur,1, ,jbi_1r o: .1ro m.1 l, "' ntC\..ani)m<h
3 48 Flslologia V~eta l

,._,,,, •••
Tamanho De vez Vermelho Vermelho
Estágio&.; Antese F$rtlllz..a,ç3o 0,8 çm 1 <:m 1,S cm 2 cm m;hõmo (Inicio) De vez Laranja firme Milduro

Crcsci'ne:Mo:
Fase 1:

ln lcit, do
desenVOfvlmemo
_1
- ________________ ______
Fase lk
OtYiSio celular
Fase m:
Oivi~o celllar

Filostefóis
..;..
Maturação

CairotetlOldes

Auxinas

Gibe-reli'las

Cltoc:Wnas

Etileno

Figur a lt.9 V1ri~õcs nos nilft'is endôgenos de auxinas, glberellnas. cftodnlnas, ãddo absdslco e etil~ l)Osangos bfancoS) du,ante o deSM·
voho1mento de frutos de tomate. /U cores aniarela, verde e vermelha indlcan, os ~ tágios de pc-f.fertmza~.io, cttiéi~to e am3duredmen10,
respectivanient~ Adapt.a<SA de GiUaspy er oi. ( 1993).

Tabela 19.1 Exemplos de frutos climatéricos e nâodlmatéricoscom4,unen1e utilizados n, aliment.içàohumana,


Nomf'ornt1fico I Nomf'hl comum!ns) f.lmíllC'I
Amnio dtJkioso Quiut ouivi !kiwi, kiwi fruír) Actinlacea CL
Anocardium 0<.ddMt~ Caju ((ctShewt Anaordlkea NC
AnonOJ CQll')()wS Aba c . M i ~) 8romriice1 NC
Mnono sqwmoso Fnr1~conde. plnti., ,u (Jugor•opp.lt) Anon,kH CL
Anixarpvs iitttfOPhytlt.,s Jaca (,iaet frWtJ Mor.ice;, CL
AVll!tthoo corombokl carambola (corombo(oJ o...alidke.a NC
Coricop(;p(Tf() Mam.1o fpopo)'O) (arldcea a
Ciuu, °"'""riloü~ lá'rla.11m,..d;a,,bi1, limao-9alego (/o'mf'I FIUUCH NC
Cirrus #ne.r,sis Uran,}I (Ql'ongt>) Ftu1~ce1 NC

"'°""'" -
EugMi<, 1111i,'Jo,o
FJrtJf «.fiCO
Caqui (on'.-.t>rorpersimmon)
Pitlng,a c,u,inom ciie1ry)
Flgo l.i9)
Ebtnácea
Mirtkot•
Mor5ttil
CL
NC
CL
Frogo"° (tllbtido) Mora,nguinho UUowbfttyJ flo1&cea NC
Urcfl/c~ sis Uchl1 !lyr.htt) S.a,Pindácea NC
Mof1ddomtJr.ico Ml~<l (opp(c-) Rosácea CL
Mong/ftJONldko Mlf'191 l/710fl9C>) At11c11dike,1 CL
MIJw sp. 8a111t1a, Cbonot1tt) Mus$cta CL
Pt>,sifl'o ro tdWls l fJoviCIJrJ)O M.!irK\lji-.marf'lo (yt«e>wpauiorlfruí(J P'assiAor6cca CL
PtfU"O <Nl'lltfiCIJflO Ah.e.ate (o.-ocode>J t..u,âce.s CL
Pr1Jr111$ f>tlJ.iUJ Nm-90 (ptac:h) Flosacea CL
Prur111J oomei1k.o Amei.a (p,\,m) Ae>sacea CL
Pruri11$ sp. Cm •;a tQlll'ftn Rosacea NC
~Sidium gu#j<,WJ Goiaba t91NJWJ) Mlrtacea a
Pyru1 COfflfflWli, Pt,1 ,1(,>Nl,t Ro-wcea CL
Solonwn Ít(.C(HT!,J<tJm Tomllt tromote>) Solanacea CL
Viris v.nl(t,O Uva(91op,) ½!.ice. NC
O.: o\mMf'liC.O; NC: na.o cl.-nMêliCO
Capitu1o 19 ., FrutifluçJo e Amaduredmento J-49

controladores do am adurecimento dos frutos nfo climattri- deítelivos pau a síntese de ABA amadurecem normalmen•
<OS são bem menos conhecidos. A vista d.a diminuiç.ão da~ te, Contudo, par.a embaçar um pou«i mili.s ;i compr«IISo da
<oncenlraçõesd e ABA duranle a m:aluraçiodem-., frulOs, «~e m11turação dm fruto~ nlo climolliricos. tem -1ido ob~rv:Jdo
fitormónio 1em sido considerado re\p()nsá,·el ptlo am:1durcci- que mui!~ ddcs parecem Jprcse-ntar ccrt.a depcnJiln<ia do
men10 deles ( Figura 19.1 3). No entanto, um ~udo compara- etileno par.a arMdur«e,rcm. Diante de,.se cenJno hormon.af.
livo entre frulos cllmJtérico (tomate) e nãodlmatérico (pcpi• as C\tidfodas dt.SJ>Onlvtb são ain<b 1n.sufidc-n10 p.r,ra um en•
no) mostrou que os teores de ABA em ambos etam elevados lt'ndimcnto maJs <onsistenlt' dJ m:alur~ d< fruto~ n,io di•
e que, igualmente, decresciam à medida que amadur«iam, mattricos.
n3o obstan te o nível de etileno aumentar nos de tomate (Lang
tr at., 2014}. Apesar da pres.ença e do en\'olvimento pres.umi-
\'d do ABA na matunção dos frutos d imatéricos (tomate) e
não dimat~rkos, vale deitaca.r que frutos de tomate mu.la.nl('&

2 14'1

1,6 120
100
1,2
80
0,8 60

0,4 'º
20
O O
O 2 3 4 S 6 7 8 9 10 11 12 13

- Etllef'lo
Figura 19.10 Pulsos da sintese de ~ileno e da 1.ix.-i ~pi,atOfia «n figllr.t 19. 11 Aç!O IOGa,lizada do elileno no o1m"6ur«1nwn10 d,e um
frutos de banana dun nle 12 d~ s •pós a colet,, lm,5ifffi gentilmente ffuto de totl\àle. A me-t.tde .lind.a wrde foi tru.ad;, com rio1w lf,1t:, de
cedida pelo Or, Eduardo Purgano (f~ldade de Ciências fa,macêud- pt,Uil - ArJ,S,OJ 1 - . que impt'Cle .as c&i.$ de rt1-oonderM1 ao l'IOr•
cas da USP). mónlo.

A 8 18
60 16

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35 'º "5 50 55 6D
Oli:1$ at,0$ ;a poll'lll ac'.lO
os 6t mel,lo (é'un.111M mtlo) <lin1,ue,icos ( •>e nlo cl!ma1e11cos( 4 1: A, Concentr~•o endogen11
Flgur~ 19.1 2 ParâmetroHomparauvo, envef,v~ ~e IACSl. c.Concenv~lod@ A.CC. O. Gt.w dot tirmeu.f<)fl1e Pltf,n d ol.1~21.
de ellleno h.1./ ' J. e. Atividade d:i et'ltlma slnt,ue
350 Fisiologla Vegetal

FrulOS dimet6rioos m.\rcado por nfrcis dMdos des.se hormõolo <' ntua nos frutos
TOmale, banana, çaq\li. mamão etç, em matur.lçio (Figura 19.14).

Regulação gênica da síntese de etileno


Etileno
e transição para a maturação
Conform(' mostrado n;,, Figura 13.3 (ver Capítulo 13), a sínte.
se de eti.leno tem como precun;:or bioquíinloo o a minoácido
Uva . cilrus, morarngulnho, kiwi etc, mctioninn, do qual é fonnad,1 3 S-ndenosilmctionfna (SAM },
r-- -"'-- - ~ que sob a nçiio da enzima sinla.se do ACC (ACS), I: transfor-
Fn.,lo s nao dimatéf'i00$
mada no ácido 1-aminociclopropano carboxílico ( ACC), o
fltun 19.1 l bquema rep~fffltatfvo dos teor'°' de etilMO e ABA no qual i: 1ransform:ido em ccileno pela ação da c,, d m:i oxidase
•!Nldureclmento de frutos c!lma1éd(os e n&o dimaté>,icos, re-s~cti- do ACC (ACO). Nos írut<» de tomate, e-.s:se prOCeSS(I f contro •
vamitn1t.
lado por qu.,tro gtnes, pelo me.nos tris dos quais relacionados
com a sínlesc de ACC (teACS) e um co m a oxidação deste
Nos frutos clim:llériCO;S, a percepção do e1Ueno por re~pto• (LeACO; Figura 19. 14).
re$ especílicos (, -cr Capitulo 13) reprCM:nta uma condlçào es• NO$ íru1os d imatérko.s.. o efeito do etileno varia subst:ln•
S('nei2I J»r:L .'I maturilção. Certamente-, a natureia gasosa desse cialmenie com o cicigio d< desc,wol'vimenco. A efetiva res,
hormônio ptrmilc- que a maturaçào dos frutos climatéricos se ponsMd-,de a d e ooom: após os frutos terem 11lc.1nç.1do o
dê de forma rápida e integrada. Q1n.nto ao pk o re$piratório (ver 1amanho máximo (mo111rc gn;tn). Anlt$ desse es1~gio, atva o
f igura 19.10), d e exerce um p3pel importante n:1liberação da sis1enu l, eujo ni\'d n:du;frlodt! e1ileno é m.i,ntido por re1roa•
energia, imprcscindi\'cl 3 resliução dos muitos e variadoscven• limemaçio negati\•a,, em que a prc«nç., desst hormônio inibe
tos que ocorrem, como :i quebr.t de substâncias :tcumuJad,as no a própria síntese. processo lidendo pelos gene$ leACSJA e
fruto ,·ercie(amido. ácidos org;lnkos, clorofila. compostos fen,6. LeACS6. E Interessante 3..$$.inal:ar qu<. embora a aplie.'lç.'io de
licos e1c.) e .'I biossíntese de no,...s substancias (pigmentos, aro- ccncno em frut os imaturos (slstema 1) de 1om:11e e b,;'l n:in:a
ma. :lÇUcares. lipídfos etc,). A despeito da importância eloquen- não cs1imule o am2duredmen10, a 1muuríd.ade fi$iOlógica d es•
1e do ellleno na m;,,tunção dos frutos climatéricos. hã indicios tcs, no en1anto. ê :1.ceJerada, reduzindo assim o 1empo p:1.ra a
do en\'Ohimen10 de outros hormônios. como o ácido ab.sdsic~ maturação. Isso lev:1 a entender, 1,or exemplo, por que c:ichos
o ácido indoliJ acêtico, as giberclinas e as citocininas. dessas duas frutas. quando expos1os aos gases etileno, :u:eli·
A açlo modulatória do etileno na coordenação do amadu• lcno ou propileno, apeur das diferenças de d('.ScnvoM me,uo
recimento en\'o ke a participação de dois sistemas disUntos, entre os frutos, am:1durecem simuhan('amentc. Ess.l 1éenica ê
mas integrados. denominados sistema J e sisU:ma 2. E1,qu.:'lll· muito u1mz:1da na pós•cole1a de fru1os climatfricos: pO$$l\'eJ•
to o primeiro i: protagonizado por bai,.·os ttorts de etileno e mente, a banana ou o caqui comprados no m('rc~do 1enham
atua nos frutos ainda w rdes, o segundo, cor11rarl11men1e. e sido assim tratados.

___ ..............................
Sistama 1
N.lveis babtos de etileno Translçio
Sistema 2
Niveis aflos de e61el'IC) Q Au1Qca.1j,\iff

l 1 5enSlbihdecte • 't f
-----,_;...;;_;.;;,;;,.;.___-+------L~::,~~J'- ,rr,- -,
!• ao"'''•"" ~ , ,) Manul• nçto]

[ l.oACS6 J Au110eatalise

~ eAC$4 i LeACS2 1
1LeACStA
l
(@)
l
@
C=====-- Recl~O de e:qwessl\O géntta desencadeada pelo sistema 2
Fig ura t 9. l • Modelo de s.inu~se deeulrf\opot ,e-tro.limMtaç.Sonéga1iva Ci' po~itiva na •1•n)l(~ dé frutOide 10ma1e Vff<k:-$ (uitem., 1> 1,;i,a ma•
duros (sistema 2J, levando-,~ êffl coma~ piHtlc.apaç~o d~ geMs t t>ACS envolwdos nol c.odJic.i<-M>da ~ i l sinf.)Se do ACC tACS) e 9enl?i te.ACO
itspoos.tve..s pela cod+ficaçiod11 enzima o;,:idase do AC( CACO).
c.tpftulo 19 ♦ Frut1'6c.1çJoeAmaduf!Cim~n10 JS I

. O início da transição par:i o ~madurccimento 1cm 3 pa!li• Mudança de cor


c1pação do gene l.eltCS4 (\•er Figura 19.14). Hi, atualmenie,
,\ mudanç,1 n.l coloraçlh d.1 c,uc., (epk .arpo ou pel<J i: d.i pol.
indícios .de_que o gene t:JOR (NON,RIPl:'NING) S(' configu•
p3 dos ÍrulM c:11noso, <•mtigura•\< no sintnm:1 vbu.al m.JU
re no prmc1pal rcsponsa\·el pefo início da síntcst de etileno
notório da malo1'3çlo. P.tra o, .-inim.ais frugJvo,os. t ia, (m.ali1..1
l:tnto assim q ue frutos de tomate por1idore.sda mutaçio no; c1uc o fruto M' tornou come·Ui\'d. pa,,.ando a atw .r na dis~, .
ou ri11 (ripe11ing inl,;bitor ) simplesmente nio amadurecem
siiodas sementes. Do ponio de vbt.1 <omtrd .11. a mud.ln(J d<
( Figura 19.15). De maneira oposla, os nívtb dC"VJ.dos de etí•
cor indica a époai m.11s proplci.t .i coli:tA, J qu.il k ~ fletirá n;a
leno do si.stcnw 2 em·olvem os genes LtACS2 e LeACO, cujas
qualidade i: na duraç:lo do fru10 n:t ~ ttMra.
atividades codificantes são mantidas por intermidto da rt•
A coloração ascrmelhada ou amarcl~d.a d M fru1osorn0'()5
troalime,itaçdo poJitiva (ver Figura 19.13). Na Figura 19.ll.
maduro\ ,esuha de dois evento\ dhUntM t geralmenl< opos.
obStrva•se que os teores elevados de etílcno do sis.ttma 2
tos, condotidcn por cadcus ~11ic~ e,p«ítios: qucbr.a d.a clo-
exercem u m efeito inibitório sobre o sistema 1, reduilnJo ;a...s
rofila acompanhada d.i sintne < d..i .tcumul.lçâo Je pigmento\
ath•idades de LtACSIA e LeACS6 (rtlroalimentafd0 11tgoli•
como antocim1i11as e carounoidtS.
•·a). Esses resuhndos mostcam que a produçllode edkm>quc
acompanha a m.1turação de tomate coincide com um. mu• Degradação da cJoronla
dança substandal na regulação de sua própria. sintnc. pas•
Na Figura 19. I~ ( apres.e111:1.do, de form3 simplilic:.ad:i, um
sa.ndo de um processo autoinibitôrio ($l$1ema 1) para outro
autocst imulatório (sis tema 2). t$Quero2 da deg:r:Ldaç:io (b cloroíil.J. f.bi vali: ~ qua1sqUC1
órgãos clorofüados.. O processo lnida•st' pela rcmoç.io da !on•
Uma vez Iniciada a produção deecileno nos frutóS d imaté•
ga c211dll füol (Cy,H" ) pcl..t cruima rlorofit.J.u, ongin.Jndo a
ricos. i: desencadeada uma colossal C:l.$C#!a g~njca ede~·entos
clQ,ojili</a, E.~t:a, com a n:m~o do ;,11omo de mJ.gnõ io. on-
fisiológicos lndiSpeosávtis às mudtnças dristkas de colora•
gim a fwj()fbida (aind.i verd e). ~ O 1~rceiro p;tuo. a ~n 21m.1
ção. amaciamento. sabor e arom a .
Além da ncct$$:idadc de teores. mais eleV"J.dos de e1lleno /tofo,blda-0Jtigo1ase rompe o anel p0rtinn1co. gerando c.itJ•
para 11 maturação de frutos d imattricos. tsse tven.10 fisio• bólit0$ incolores. Alguns dessC"S ca1..1bóli1os s.i o jfuorcsci:ntn
lógico depende d e mudanç,as impo11antcs na cap,acidadr de (FCC), 0t11ros n:io {NCC).
percepção {sensibilidade) desse hormônio, facultada pela
Antocianinas
presença de rw:plore5. N~ ausência. do ctikn~ os m::tptore$
suprimem a resposta. fazendo com qll( os ír1.1I0$ soe 1orncm Sio fla,-o,,.,i,IN colorid0$. ou k'Jill, uma d UK ck rnt111bôh1os.
ln sen!1ve1s
• · ( ollo responsi\'OS), etiquanto na sua pre$tnÇa :1 su• secundãrios bastante comum nos \'tgctais. As antoc1an1M ~slo
P~ssao é rcmo\•ida pela ligação e:nrre ambos. Ni!.~'tf ripe (Nr) pigmentos hidl'05solüwú que se acumul.tm nos \\Utiolos d.u ci•
fo~ um dos primeiros mutantes. conhecidos para rtecptOC' de lulas de frutos. m.iduros, como .açai. :w:erol.t. .1mora. btnn,eb .
etileno (ETR) n:1 mlltur~o ~ ÍrutM d e.- tonutt'. C"Onlt'rindo. jabu1ica?xl, mor.mgo. macil. mirtilo. p('SSego. piunir.a. u,., e1c..
ne.sse caso, in~nsibllid.ridc ;i matur.11ç:io. O mutanle N, ido conÍ<rindo•lhes,olor;ação \'<'rmdh.l.. .tl.iranjad.l. púrpur.i.. tOJU
amad_urecc, nle$mo que exp()$.t0 ;ao etil~1l0. aprese11tllndo um e azul. O gr.au de mctil;a~"io (CHJ <' hidrox1.bçio (OH) d ~
fenótipo Semelhante ao dos fn.nos rin, mo.urados na Figur;a pign~ntos iníluenc1.11 a )Yli <o&oraçio. lncn=memos no nUmero
19.15. São conhecidos M'te g,m~ par-.1 rtceptores de e11le1)() de grupos hidroxib tornam a coloração .uubd.t. enquanre> o
ern tomate, Sendo II e.xprmáo de llis deles (L.:ETRJ. Li!.ETR.,. de grupos mclib aumt'll13 .1 tnlcnsidJdc do \crmdho. A!~n d.1
Lt(f fR6) aumentada, signifteantcm<ntc, lió l()go 1e111 inicio a atração de m im.ais frug1voros., J $ .inlocianinas dcs..-m~nham
ma1uraç;io. uma tmporlant< função ,1Jllioxidanl(', comn buindll pln -' r.:•
du,;-.l,() de r.tdt<:liSlh·rC"S, Quanto mJ1,S <~uros forem l.'SkS rru•
IOS. !U:'liot ser:i 11 .11w1d.idc .vitiox:idant<.
Slo conheddlls dou tipos dc .1n10.:ia.111nas. rup.s Jcnomi•
na,õc, coslumJm dcti\'ar do nllmt' da plan1.:1 Jc onJc torJm
i)ób ,bi , como ci.inid in.:i. ~ largoniJ1n..1. p,:tunidina. Jd tini•
diila ~ m~Jvln,Jin.a ( Figur.i 19. 1;"'), A numr ..onccntraçlo Jc-
an10~1Jnm,1 no.s. frutos e cn.:on1r.:1Ja no p.:nl!:lrp., ("p,tlc"l,
scgu1Jo pcl;a polp.i. A .:bniJin.,1 ..- J. (omu lll.ll) ,;omomcn
t< ~n .:o n1r:id:1 no$ frutos., e---1ando pr<--cnte cm lll.ll ) J(' $?'-
J estc.s., o;ombora 111) morans-o 9i , J os: r •gmcmos int.1," ~<J.lm
~~prcscnuJos pd.t pd.ugon1Jm,1. .-\ culor.iç.h) · prc:1.1'" ,b
l.'á.St::'I de Ctr105 frutos rl'suh.1, cn, geral, ,l:i C.'<hli'n.:i:'I Jt 1....._>·
rts clev.tdo s J e Jnlo dJnuu QO J ..- iua ..xonO:n.:i.i Mniuluni:.1
comdoronla.
Fi9u ,~ 19, 1S fru tos W!11J-.., e madu,01 do totn,mi Ma:rolom - utll.J A b1oss11u~..- J aaS .i1u.>c1:tn1n.b e b.>111 .:onht~iJ;i. N.:i ~igu•
varied&de an3 - p1odu1id01. 1)1>1 um,> planl.l no,m11I Uil,).li);(I>._. pelo ra I\U !f.. ,. mostr·Jd .1, Cl.':.unuJ.,1mcm1,:.• ,•. ) ,,....,• \ IJ b ll )");.)tnl CUCJ,
·
m utanie rin (il(irna). Norn que o fruto mvtJnte n,>o.tp,es.nw nenhum 111, tum,!,) us g<n,-s ,: J., fl.')n.•, cw.u ~, llllntJ~ por t 1t :-. ~~hr1 •...1
d~ atributos de matu,.to('.Ao esperados p,111.1 es~ c-,pk10:. '11,>gen1<t · r '"
JJ.S. \ .UW:, f,UOfl"'/1 l"X IC(lh.):i, _ ~Olfü) lu·• I , C ,
~td~.s pelO Dr. uui,o Eu ~1flquio P.Ptres thcola 5',pe1!0Jdot Agrkul1u1.l . ., h<.) .lu.lnh' Jll..- .1 u I·
luiz~ Q\Hli,oz" - USPI. u:1,1.11d .1), bJL'\,1$ l.:m pctJIU í,1:,· ,c1 h -.1~n
. 1 .. 1J uc • n 11r,l gin1,> c
3S2 Fisiologia Vegetal

H,C . CH,
__:::!_
Clo rofilase
H
H

= oº
b..,

Clor061a

... H
1

- ... Me
KN Me
Q

~ Fcoforbida-olligenase

HN ... Me

' Me

o
o OMe

o~ OMe
OH Fooíortida
C,tab6lil0s de dorofila
(FCCs e NCCs>
F1g ura 19.16 Oegtad~.ào enzimá11o d~ molécula de dorofila.. Adaptada de Mi!II ile et Q/, f1996).

dtí,c:it hídrico • e in1ernos - como etlleno, teor dt sacarose Caro tenoides


etc. - intcrfert'm na síntese das antod:ininas, suguindo que Con1tu lame.nte !1.$ antocianinil.$, os caro1cnoides são pigrnen•
a expressão dos genes r~pon.s.áveis seja coordenada por \'á• tos lipossolúwiscorn coloração que v.iria do am ardo .io vernu.·•
rias protefoas reguladoras da tran.s.crição do DNA em RNA, lho. comumente comidos em cromopla.stos de frutos inaduíOs
os chamados jQt()t't S de tra,rscri(âO, estes rodificados por ge• como tom.ale, goialn, mdanda, mamão e pinwnlãC>. Nt$St'S
n~ esp(cífico~. Est1.1dos têm demoni,1rado que os genes Myl, frut os,<» cromoplas1os se originam da conversão controbda
podem ser ativados por fatOl'("S tão di.s1intos como luz, etiJcno de dol'()pl:1s1os - degradação da dorolila (ver Pisur:i 19.16),
e sacarose. Não â toa, a dim.inuição da ttprtlWO de Myb leva, membranH 1llacoidc.s. perd;i da capacidade foto.ssir11étic.1 c1c.
em geral, a um:1 redução na presença de ;uuoci.111in:1s. As cen· - e da sintcse e acumulação de limpem.>, Com exc~ão d o 11·
tenas de gene$ Aiyb codificante:$ para fatores de tn,nscriçâo se• cop(no, os frutos verd~ e maduros de 10 ,u.;H c têm os m\!smos
riam, tm princípio. fones candidatos a reguladorc-.s dos gene$ c:irl)lenoídC$ presentes nas folhas, ou sej:i, l'lot'laearntcno . lu•
envolvidos dfrctamc:n1e na sin1cse de antocfani na.s. apontad<» teína e viobuntin~. Tal <1ual n:is íolhas (ver C'lpitulo S). m>S
na Fig:un 19. 18. frutos ainda ,,e,des, essts carotcm.1/dc.s 1,odem a1uar 1:11110 n:,
Capitufo 19 o, f rutiiiu(JotAmadure<lmento JSl

Es1rututa Marca da snlOcianld!na

HO 7,P'
A
¾,._
s
OH
A.wonon<t$ )
l
Antoc:iankfnas hldrc»Jladas
OH OH F3H F1:1""""""'8 r,q,;,

()l~YõnÕIS
.a1e

-0-0H -0-0H ◊OH OFR O!'rt3ronõM:NI n"1ftmillM

Proentoc:iani6na

P"'latgonidina Cianldína
OH
Oe!linidim11
1.00X ~-:IA1'11r'.a5e

AnloóanicSnas
(escarta~e) (carmesim) (llZYl-it'llen90) UFGT UOP.çhc:cse fl,1-..,no,ce glico(,I~•~

Ag un 1t.11 Via bion,ntfflea df' •ntoc1.at11na em l'ruto\.. llotn ~ Jo.
1 Anloclanid.-1"5 melil;ldas lh.M. -'dicanclo ~ 9f'~S tf'IYCl'4'.dos direum1>!\!! (em Wi'df'I t ,JS ti'\•
OCHl OCH• ~ ivas et'lrlmas !e-m wrmtlhOI.

-0-0H -Q-OH .- OH 19. 19), c.xcr«ndo, d~~ iorm.a. um ~fd10 oposto .1od,1 sinlCS<"
de lkopc-no, N() mu.tanre rin. l cor amartl~\b do fruto resuJtJ

Peonidw,a
OH OH
l.lelvinichna
d11 prcscm;a dt arotcnoides, com t'~C('l?ô do lkoptno (-.yr
f ig\lf;i 19.15). o que 1,1.mbê-m po,I< 3<r obsuv.H!o iu Figuu
F'w:UJricliNI 19. 11, .:rn ulU3 fai.«,1. entre." a p;artc ,·<r,le < .a tn.Jduu do fru10.
(1i""rm,olho-rou1do) (púr,>...,.o) {lilfl1J

Figu,~ 19.17 Estruiur.t Wsk• de uma •ntoelalWI, (A)~ do anel 8 (la, Amolecimento dosfrutos
molé~ul• com diferentes graus de meul.a<lo (CH1)t hidroxi~.ao(OH).
A m;)i()r presel\(11 de hldroldlas coolere uma oolo,açàodt t0t1s al\lla•
QuaOOo os frutos camows .tlc;m\.1m o ,..stigm ~de ,.:2: < Je.
dos (pH ;Jlcalino),enqvanto a de gruposmet11.l,.de lOMd.verrnelhados senc.1dc.ldo junl<> :ióS Jem:1u eventos Je tn:ltUr-3.;.,lO o pro.:1..-'.'.i•
lpH ãcido), so de ;unc>ledmemo. De um ponto de W l!l prlt1.:o. o .1ml•
ci;ank'nlll reprtst'nta o.lo .lp,t'n.ls o cst.ig.io favor,nd .u, .:on-
:ibsor(à(> da lu't ;nul (pigmentos ,,,cssório:s) quanto~ iólo· S411no por animJis frug1'0r0$. mas t.unb..-m um 1mrorun1e
pr<>lc,çlQ do :ipar;ih) fotossinlC'tko. di~~ip;ukJo o c:tc\"SSO d~ parin...-tro ti,: ,~.11or ru ,;.,d.:i.i com<rcial, p.:klenJo mlluçn.;1ar.
energia gerado pel:'I dorofila n.-. iOnna M calor. Além disso. por c.x..-mpk>. .l fre<1ul:nd.1 de col~:is. J ,lur.açl-0 Jo) fruto) n,l~
os c2rotenoides atu':'lm <'Omo mol« ul:is pternrsoras da sintek' rontos Je w-00.u. ,1 dl1crior,1Çio ror nucrurs.1111.)mo.,,, .1, k>g,,.
de gib<rdina.s e ácido absdsiro (ver C:apilulos s. 11 e 12). Nas tk-.l de." trJ.nspon(' e .1rm,1icn.1men10 1..'1c.
dkt-as animal e hum.ma, o bl'1:1~";lro1cno ,1tu.1 como pre..:ur.s..w O ;unol«un,:nto Jo) Írnlo) r.:)U!t.a. tm u.lt1nu :1.n.1.lhe, ,b
da ' 'il:'l111in::i A, cuj,l dcfidêncfo podt' kV'.ar :i xeroltalmi:i• ..:e• Jig~ t-!11:, t111.inu1k.J dos pr111.:1pa1s ,omront·nrç:,, J,1s r,Hi.-J~
gutira e .ate' mc-~mo morte pre-nwlur;1, A síntt'SC &- lm.1,,.-110 ..:d ul.t.rcs como 1-c..:tin.:a. cdulo)l' e h.:m1,1."lulos(', faun.!,) .:11m
dur:in1e a rnatur;1ç.lo Jç 1omalt' pod.: r.:sufLJr tm Jumc11l(l~ da '1t.le es:1.ass,: torn,:m m\"n\,)S ni:tiJ.a.s.. Ol.115, h1Jr,1,1,1Jasc mtume:,,•
ordem de SOO veie~ contr.1 .1p<11.,$ S a 10% ,k b..-1J.C.aro1eno. cid.1$. E.sw.1.tul":'l)m.:111.:, .u: nu.:rolibnl.ls J., ..:dulo...,• e J"> hem,-
A bioSSÍrll(SC dt> lic<>p..-nó em 1'rutl,s ,!e rntnJl< lnki.a•M> ,·dul,1St"s e1KomrJm•se mcrgulluJ.l) cm unl.1 num, Ji: pK·
ptlo :iumento da .:x1wes~(> d.;> gcn<1 m1de.ares <omo o Psyl. tlna (wr C.1p11Ulo ~H. que." 1:.z pJ nt• t.ambcm J;i f.un.·l(l mc-,1,.,
coditi-c.:uue d.i t'nzim,1 firncno si111.is,: (PSYSl), ,1u,: ..::.iulis.a J (.1-0 n.1.11,mw1,oi. Jc.:.>pe:,...,ur.,) n.1 lorm.i. .i .. J-'":,t;ito Jc .:.1.!..10, .1
pr<>duç;lo J e Íll()l.'no. o prccuNor d:i bil,i.sintek' ll,: liú'l"'nl'l ,1u:il atu.a \·omo unu cspe.:,.: ,!,· -.unemo enlrl" .l) .:dul.u \<"b>.c:
(Figur,1 19. 19). A ;11ividadc." ,k"'se geni.· i fortt n1<1llt .:1.111thllJ• t.1is. nunltn.lo ~ 111nt:1s
da pdo e1il1."no, lnd1, :in,11) ..:mn isso um.t rdJ,;M> ,·>trdu c,a1r.:- Slo,·:iri.a.s b enzun.ll> .:iu.. r,1rt1..:1r.1111 ,l.1h1J n1h,.. J.1 p.ir~·Jc
c."»c hormônio e a llikr1cnd.açjo Jni. ..:roiu,,rt,ashia J ur;int<" J .:dul.1t, ,,,1., um., Jd,b ú1J,ll,.1.J.a ror $cn..-.. C)f"l'1.-1h~•h, ,\,
m:ituraçZio. Contudo. l·o,w,:m r,·s1s1ur ,1ue o ,:ul,·11,1 t\'1"1• >1111,. l'l'lr e\t>mplu. J hhln,lhe JJ..\ P"'IIRJ:, 1J,1 Sít'J,'d r.:J.t,>., -:
llle o !;(11(' L9• eo,lil\~.m!.: ,l.l ('llllf'llJ li.:01~1:n,1 h.:1,1,·i~ilS<, ~d1h..:.u) e ú.111Ju11J.a f'l'lf J'<'• tm,is,·) (b....1Jpl'lh$,1l.e..1uron..c.,:,. _
que ô'II U.l ll,l COll\dl>,lí) ,fo ,.._.,,,1o1•u(t cm h.:IJ.:-,1,ll)t('lll) tfigur.a l'<H,.. •'>'tolbh J.J mc"lllf'('.:un., lP~IE); .1 J" ~duto)..- ~ -1.b
354 Fisiologia Veget~I

""º "',
.,_ '-
GGOf' rei1pc,:11\·:unc-nte. Em termos fisiolôgicos, a perda de- firmeza
')
PSYf pelas frulos reprc,scnta um notâvel parlmctro de dii11lnçiio

l
2.
( Fito.no-Sinta.se J entre frutos d imatCricos e n-110 clim atéricos. F.nquan10 nos
prinlt'iros a produção de etiJeno leva a um3 rá1>ida e inte nsa
diminuição da fi mlr'Za.. nos lihimos a baixa conce ntraçã o ou
. ,__ __ ,
1 ,I,
"' '- ' -.... "t---..... .'f.,... FIIQeno mesmo a ausê-nd a desse honn61li() rrsulta em u m processo de
amo1etimento mais sutil e lenlO (\'tr Figura 19. 12 D). fat udos
""' •l ( Fltoeno-<1eua1urase ) comp.1ra1ivos com frutos de ameixa (Pn mus snli<i,u1) clima-
té-rlcos e não dimaté-ricos (mutanle natural) mostrara m que,
1
'- '- .................................... ')·"--·""'t~, ...... Filotlu,eno npesar de m cs ôhimos não produiirem e1lleno, apresen1a,·am
umo dlminuiç.ão da firmeza quando 1ro1:ados com tal hormó -
l nio. ainda que es1,1 fosse- mais lent~ que ,~os primeiros ( Minas
et ai., 20 1S). Segundo esses autores, a batxa efetividade do eti•

~ ' ' _ ~ ...._......,.'('.f ......_......,.. Zetac,,roteno


- , leno no :unaciamento/m.aturação dos frui(>$ n:)() clima1é-ricos
podcri-o ser C:On$Cquê-ncfa da baixa sensibilid;u.Je (disponibili-
1le,t.acarotenc>,d'iffsatixase) dade de recep1ores) :a e$St hormônio.
'"' ~~ ~ •1 Sabor-arom a
.__
" _J....._ ...._ .. Neurosi,o,eno
Sabor e arom11 5j(> ~tributos importantes d os fru tos. À me-

l dida que a nu 1ura~ão progride-. aumentam o s teores de


açôcues solú\'els e substànc:ias ar<>m~lieas. e diminuem
0$ daqueles causadores d11 acidei (ácidos org~nicos), sa•
bores amargos (alf.uom:nino), suhsti\ nc:ias adstringentes
(tanln<'.>$) C'le., contribuindo. ao l'ina l, ptira o Incre mento
I.Cy
l 1 lkopcno-be1adciase 1
da p:ilallbilid.ide. As substâncias respon.sá\'els por s11b()rts
t sen.s11ç6es de.ugradávC'i-s .110 paladar presentes nos frutos
Betacanxeno imaturos tanto desestimulam o interesse de an im :ais (rugi-
voros quanto os protegem do 111aque dC" microrga nismos. A
quasç ausência dcsu1s úhimas substân cias nos fr utos ma-
Figu ra 19.19 Principais pan oi d 11 biowintt!'$e dC' <.,,otenoides. in,
d uindo fflZim•l e 0$ respe«ivos genes codiftc:antes, a partir da con- duros estã relacionada com O 111.1mento da suscetibilidade
~s11,çio ôe dun moléculas de geranllgeranHdlfosfato (GGOP), com às baclêrias e fungos.
)0 t ~no, u d a um.a, ~•.a
91\1:iM a 6to....o ,;n,~"•
eodlfic;id.a p.,lo
9@ne Psy1, e a.s reaçâM de dflsaturaç.io ,eladonadas com a forma•
6.mb<>ra o& açúcart-:: e o:: ã d dc» orgi nko.s (d tri-c~ m álico
,etc.) k jam absolutam<'nte e.sscncfals à Séns.ição de sabo r, são
()o de liCOpfflo e dtni•is c:,1rotenoides cidicos. Adaptada de Bramley
{2002.. as subs1:lnclas voláteis, no entomo, que deh: rminam o sabor
único de cad:t íru1::a. Ap<-sa.r disso, p2radox."1lmentc, são Iam•
bém a.s menos es-1udad;a.s no processo de ll1."lluração.
celulascs (btu- 1 a 4 gJuc~nase$); e a da$ hemiceluloses, como
Em 1oma1e. íotam identifi cadas mais de <1uatro cenlcn:is
<>S i:iloglucanos, por enzimas como as x.iloglucano 1ransglico-
de subs1ândas volâ1e,is diferentes, ent~ as quais 20 a 30 des •
silasc hidrolases (XTH), bctagalac1osidase e belaglicosid:ide-. tacaw m-se pelo maior pr('$('nça t apacidadc de influend .ir
As expansinas atuam n:a q uc-bra das ligações entre as mic-r()• positiYamente o sl.s1em.a ólfatório. fün frutos de maçã, foram
fibrilas de hemíululOSé:'S e de celulose. Estud()S tém mostro• encon1rndas mais de 300 substiincla.s , olátcis. Essas subst:in•
1

do em frutos dr tomate qur a .ius(nc ia de expressão de genes cia.s constituem um grvpo di\'erso d,e compostos d e,'ivado d~
«.dificames para as enzimas poligalactur()na.st, be1agaJacto$i• molé-culas 1ão distlnins como aminoácidos, ll1>fdl(>S e carolt.'·
das.e~ ex~nsinas leva a uma reduç!o no amoJcd ment« não noidtli. No Figur.1 19.20, é apresentado um esquema d:. bios-
à toa, frutos dim:uêrk os de 1omatf defi den1c-s par:i $Íntese sintese a panir de li1>ídios, e,wolvcndo a 1>toduç.ão d e- ht>xtnt1I
de etileno, como os mutan te$ rin , não prrdem a consist( nci:a e hexonol (vol:ite-is). Em frut os de tom:11e, conhecem-se c in(()
fisk .a (\'er Figur:i 19.1 5). De modo oposto. é comum fru tas genes enmlvidos nessa via (Tómfo.x A a Tomlox E). coJitican•
d1ma1énw muHo maduras perderem o sabor (populaunente 1es par.1 0 ent irno lipo,oxigtna$C'. Pl~ntas de tom:u e tri nsgêni•
chamadas de '"frurns p3ssadas"'). cuja causa consiste na perda cas com h:ihca expressão do gene Tom lox C .-ipre.sent.r,11 baixos
da ligação fisic.1 e ntre ai. ~lulas cau.s.ada pela d ige~tão das pcc• 1~ti?$ d~ hc,c;an;al, hcxenal e J1exenol (Chen er ,d., 200-I).
lin.as da lamt'la ml:dio, faundo com que, quando ma~tigad.ts, S:ibe·st que .i sinlesé!' da maioria dos compostos volá1ds
d as deslizem e ntre i;J, dff1c:ulrnndo o rompimento e a liberação produz.ido$ pd o loma1t .1umen1a atC (> linal da maturai;ão.
dos conteúdos adocicados. M:lldO mediada por smais de ,le$CJW()l\'imc,u(> ,;; 1>-0r c1ile·
Por cem, , o :unolecimemo dos frut()S depcnde do g,,u de n() (Grifílh.s t'I ttl. 1999), sugctindo com iSli() tratar-5e d e unl
:uM dade dess.as enzimas. conforme se observ.a, por ex.em· pro«~ al1.amcme re" ulado .,. depe ndente d.i pa rticip:ii;,iu
pio, fm fru u,s de abae.11e. em que a atividade da cefulase se tcmpór:11 de genes c-0difiu dorcs para .1s difc:rt·ntcs c nzim.ts
mostrQu 160 e 770 ,•eu s i;uper1or às de phl>e&O e 101n:11c, rc~pon~ávcis.
Capítuk> 19 .o, Frutifi<.çAo e Amadoreomen10 iSS

~ ld!Os IOlúvel's e ÍMlolipfd,O,S


da rncmtnna <10 p1a,rkllo
Upase

v=v= F'f /' ,, co,H /


CO,H

kido linolênloo{18C) Ácido linoleteo ( 18C)

Upi»lgenase . - Tomto.,
OOH •
/

HidroperOXido do écldo Nênlco Hldrope,ótido do aodo Unole;co

Hidtopei61ticlo-lia$!

@ • ~ @
CO1H CHO
AOH OHC .....,..,
\,,=-,..vCHO / ./
\ i " V 'OH
1........ 1
1Hexenol (âlcool) 1

',
!A
CHO
j" ,, CO,H
1
1

OH
•\, OHC
1Hei enal (aklefdo) t 1Re&pos!a de defesa 1 1He,_ (..,eldo) 1

iligura .19.20 Via blossintêtlu simpifluda de substâncias lo'OIJteis QUe confe ~ a,oma. fl: f.lto1de i10menzaçio: íOMto.,c gfflt" cod1nGanttt o.ra
P<>-01ttg"fN,$otS, Aoaptadade HatolNkil (1993),

Açoc.ares prop:111u). um i1ul.,iJ v 1 J .a ••Vh) enUnu:.1. red1.11u:m. drllol>h('.1


mente, a pr~cn,.:i de-$$3 en11m3 e .i dig:estio do ;1m1Jo.
Os frutos acum ulam ;amido (um polímero de glicose insoll'I• ~uas tnzima.s 1om.1.m p.mc n.1 s1ntcsc dl!' u<;ar()~,: (g!kosc
vcl) :n é -1 fosc fin::'11 de cres.cinwnto, .:m <1u;a1\lld11d.:s que ,·a.ti.lm + rrutosc): a S.l.CJ.JOSC•fosf-atO•)IJ\la!>I! (SPS) e 3 M'-lto5t'·Stn •
de es1~k para espécie. Ceoc.1 de 20 a 259. do peso fresco d:. ta.se. Em frutos Ji: tnn:lna, a pn meit1 1cm se mostrado mJ1t
Pó!Pª do bána.n;M·crd<é dado pelo:i.mido.c;ipenas I a 2'9 por import:1n1e. Qu:lndo o s cnc d.:t cn.ztml SPS 1: 3uv.1do. o~ SS e
0Ç\lcar.:s soh'tvtis, d0$ ,1uais apen.as 0,2% e rcpcc~n!'l'ldo pd .1 desllgaJo. As inv,:rta.s<s <' ;a Sõl(J.JOS<'•sint;a~ ~i.o l~ Ju.u C'01.I·
sac'll'()S(', N ,1 m Jtur:tçào, tem inkio :a coo,•cr:sdóe1,tim.iti~ do
mas m:iis a1u.:i111,:s na cll\•ag,:m ,La .s.,ein~. EMl uhi.ma. ,omo
amido em uçUcar.:s solÕ\'Cis, como g.lk o~. fruto~.: ~acamsc.
já ineodonaJo. :llU:l tambCm n-' s.1nt1.."S<' Jc s..&c..:trosc. Portamo,
Alé-m do ::idoçanu:-nto cm :.i. ()$ :içUca.t<'S .)()lúvcis libtr.1Josa3ó .1s irwcnas.:s figur.un como os pnnop.us agcnht$ ropOMl\'('"
utlliiados na rtspiraç;lo, contribui1.Jo 1:amb(m par.1 o ;uuole• pd.1 m:mu1ençâo d:u ,on<<ntr.1\"Ó<') dl!' ghúh< ,: frutosc 1,.'ffl
cimentó e a ,om pos!ç:ão nutricional ,tos fru ros. frutos dé torn.ltc mJduro. os qu.us ..:io pobre, d..- u,aro.ce.
Es1udós com a ma1ur.1ç.'lo de banana (M1u,; ,u mni1u11r, C\' Em fru1~ n,i() d hn.At1,.•rkos. Jai<r<'ntcmcntc Jos d..111\o·m.· n•
Nanicão) C\'idcnd.1r,1m um;"t coin,nl~l)Ci" tenlpoul .:ntrc os .-os. os t ..-or.:-s d..- .unido sJo m uito b,I LXl». úU m,:,mo ,ncw,.
picos de etileno e respita1ôrio (,·.:-r Fisura 19.10) e o inicio da tente:,,. N;a b.r,m,a. por êX<mplo. 3 m;uot p.ine dos .:i.;-U,.ir<:,
degradação do amido e sint.:s..- dos ~ ,.ii:.1rcs -'"lúwi) (figur.& ~Joçantci. e transpon.,J.i J ~· ootr.i.s p.:t.r1,-s J.1 plani.&. ,,:ndn
19.21 ). Oiforcnlt"S enzimas parlidp;,u n do proccsw Jc .,Jor.a· 1rrdc\·;int,: .a ~mt("S(' to,.d Jci.tó J ur.ant< .1 mJtur.a,.11-. L'nu si•
mcnto do$ fru ios. Na b:iiuna, d .: tem inído com .l c.xp~i..io tuJ(lo p.ircdJ.1 pt>J..- ,-,,,.:orr,:r t.lntb..·m cm 1rut1h dun .11ctti:o,
dos g..-m.-s Ct'id1fiun1cs pa.r,1 a..s cn.zim,u 3Jfa.,unil:tS< ..- bt•tJmi• ,()lnou mamjo, (UJO tco.>r Je -..1,.,1r,,1sc n,1 pulp.1 pcnnan«I! dl.'·
lasc. Evid~ndas cic:pcrimcnt:lis in,dk:1m qu..- J hiJrôhllC' 00$ \ ;iJ o ~ .,'.OllSl.tllll.' J c...Ji: J. .lnt('")~ llt:' .1 111..llllrJ\--;iO -.omJllet.L 0
grãos de :uuidó d.: frn1os .ai1hl,1wrdd se int1:u p<b :11MJ.1J,: m1t.:1.o ,tal~i1!"-!l1i,c JJ s.s.:.-,o,..• .1,umubJ,.1 ,u11l.,'.1JI.' .:um u ~,,111
,la$ alfa.amilJi.cs. qm:, Jll 11)n1pt·r<m as lig:l\ÕC., 1.-1 (wr CJpi• r\·i.pir-.1tono. l\c,i.c lrnto, {'(lrunto, ,1 r,llaub1hJJ.Jc <' ,11...:ut\.1·
t ufo 8), gc:r:.im subi.tr:11<» par.a ;i .l(jo.,ubsc'(U._>lll('J:is b,•1.mu• ,b,,•i,~n..ulm,:ntc'i> t!r.a,.h.ad"" ..i!,,J, · • , J ,b l'•l h :-1.u:
- •• , •~1U1.tí<')
IILScs é '1llll':'l.1. :i,ml,ll>•-S.. (01110 slKol>iJ.&~~ ~ iosfoíllJ.$1.'l>. Scn.l,,
' "\"I
~ J .:on.si-qu.:m.- l,b.:,.,,.,lO Jib ,t~u..Jr~, .i..:umul.1J1h •
a b~rn:mJ um frut o ,.lml .itérko, "JU,.111,lo u.11.1Jo .:0111 e11kn01
ocorrem i1" 1,· 11i<"llh'.li. 11,1.,inl,"S,' dn.SJ.) .1111i\.,1M"S,: ,u h.Jl'\1k,c
do amido, cn qu.uu u 1t.lt.i.m,:ntos ~1,m 1-~ICI> (1-111,· 111 âd~
356 Fisiologia Vegetal

250 250 ,:om paf't'dt$ espessadas e 6nas. :unhas altamC'ntc cspttinlii,Ã.


das e topogra1i<arnente posicionadas.
j= 200 J D:ida a imporlil'l(i:i dos frulos secos na produção de grãos
• i
~ 150 pelo homem (p. ex., cm:iis). $\13 co,npretnsão tem despertado
"'o
I
~
100
150

100
fl Interesse cre.cente na ám, de mdhoramc-nlo \1Cge1al. Parado-
x:alnltnle, 1odavia, os a\'anços no entendimento da dciscéncia
tÇrn sido alcançados com uma pl:int.a sem nenhuma lmpor-
ir t~ncia comercial, a AmbldO[J$ÍS thaliana, pc-rtcncen1e à fam í-
g' 50 50 [
o lia 6rusic~~ (Crucífera}, Nessa familia de plan l:1$ (repolho.
o o c-0u,·c, brôcolis, agrião, rúcula e-te.). o ovârio ê consHtuido por
o 3
•o.as • 12
.ipós a cclheila
15 18 doi.ica.rpelos fusionados (va}\'as). Na Figura 19.22, s.io moslra-
das as características c-xtem:is e hisiológlcas dt"$S(' tipo de fruto
(fmándiz., 2002). Apôs a maturnção. à medida que ns células
--. Amido - . Açoceres dcsidr,1tam, ocorre a sep11r.1çào longitudinal das \'alvas em uma
Figut• 19.21 Degrad,;çio de amido e sinttse õe açúcares (sao.rosc árt-a bem definida e res1rl1a, a chamada w 11a de dciscbicla (ZO),
•fruto~+ glicoM:) em fruto-s d-e banana, v.ariffide Nanldo, dur•nte qu-c se localb.a entre as b0rdas das "a.lws c o replum, Dela to-
16 dia, apôl • coleta. Fonte: 01'.a, 8eatri't R. C-ordenunsi CF«utdlde de mam pan e a camada de uparoçiio (CS), comprttndlda entre o
Ciências Fwnac~utlus da VSP).
(c-ixe \'ascubr do rrplum e a camada de- cêlulas Ug11iji(:a1la.s (CL)
das borda.~ das v:alv:tS, :i qual percor re toda a margem inlern..i.
Acidos orgãnicos Ourante a desseaçlo do fru to, a cantada epidérmica {ena) se
desintegra {v:alv:a esquerda; Figura 19.22 C), as valvas $e de$•
A maior ou menor presen ça de :ieidos orgânicos nos va<ÚO· conectam do rtpl11m e o fru10 t< abre-. A camada de sepa.r:iç:1:o
los exerce profunda influência sobre a acidez dos fru10$, Em (CS) atua, assim. como uma supc-rfide de fratura.
banan:u. da ,·a.ritdadc nanica no t$tágio i:lc vez": íoram en• Os tecidos envol'vld0$ na abertura são estabcJeddos c m es-
contr:tdos aproximadamente 3S tipos diferentes de àddo,s Or• tigios btm precoces da formação do ovár io. Dos vârios genes
g.ãnico,. dos quais dois tinham p:ipel relevante na variação de a eles associados, serio relatad0$apenas três. As csp«ificações
pH: os :icidos mál.ico e dtrico. No aNC3.l(i e nos frutos cítricos, da ZD e da.s margens d:as v:tl\'aS são intensam ente- influencia-
a presença de ambos i altamente determinante dos elc\'ados das pelos gcnes: SHATTERPROOF (SHP) - shaucr, do inglês:
,'atores de acidez.
rompc-r -, afetando «pecia.lmente -a camada de separ.ição:
Em frutos d e abacaxi da ,,ariedade Smooth Caycnne, o FRUJTJFULl (FUL). que participa ati\'amente da formaçiio
iddo citrico C o mais abundante, e o maior grau de acidtt dá$ "ª'"as, aluando de maneira completar â dos gcnes SHP;
coincide com a maior atividade da eniim.:i sint.se do áddo e fNDEHJSClúVT(IND), q ue tstii<> l:'nvoh•ido$ na lisnific:açao
cítrico. Entre a 6' e a Is• seman:s após o íloresd mtnto, a acidez. das ct luJas da ZD e das ,•alvas. t interessante s;1lien1ar que
aumenta\ta de J,4 mEq/ 100 m ( para 9 mf_.q{J()() rn(, decaindo fru1os mutantes para qualquer um desses g.:'ncs não abre,n :t.S
par;i, 6 mEq/ 100 m i nas 2 semanas anteriores :'t C()ltta. Esse valvas, mC'smo quando de$idratados.
declínio coincidia com a d e\taçâo da atividade d:s eni.ima 3CO•
niuse, que atua sobre o ácido citrico (SaradhuJdhat e PauU, Armazenagem de frutos
2007). Nos frutos citricos, o ácido que leva esse nome reprt •
Uma \'tt completada a matur:iç:lo dos frutos carnosos, tem
sent:,., i!>Oladamentc. 90% do total dos ácidos orgânicos. Estu·
inkio, na1unlment<, um proces:;:o de deg.l':ld:lção, com rápida
d0$ comparativos de frutas citricas ãddas e não ácidas mos•
1r2ra.m que.-, nestas últimas, o tt'Or de ãcido cítrico tra inferior perda de sua.s 1>ropriedadcs íl's lco •quimicas específicas. A d<S•
peito da inexorabilidade da J)e rda dc atr-ibu1os irnpor1antcs,
ao de ácido mãlico, como na lima-da.pérsia..
Na matu.ração de Citrus dtmr,11im1 (uma 1:ingcrina}, obscr• como firmc2.a, cor, Silbor, valor 11u1ricional ctc., e-sses prous•
S()S podem ser rhinimizad()$ por rn<io do uso dc técnicas ad.:'•
VOU •k' quc a diminuição dos ttorcs de i ddo cítrico pC'la ação
da aconita.st" se encerrava com a transfonnação de :l.cido glutã- quadas de- pó$,ool<1a, prolong,rndo-sc- a vida Util dos fru1os.
mico cm âddo gama-aminobutíric:o (GABA}, em que prólons Adicionalmt11t.:, lt:m-se a minimiza.ção de outros parâmetros
er::un consumidos (H"), o qu.:', ~egundo Cercós et al (2006}. lmpor1an1es, como a perda de peso decQrre1u e da diminutção
explicaria a conspicua r.:'dução nos nivl"ls de âcido dtrlco e da da taxa 1ra.n,pira1ôria, de distútbiQS fisiológicos, como cs,c31·
acida do citoplasma. da.duras e- deg.:ncrcscênci:is. e dt.> podridõe.s provocadas por
mlcrorg,1nismos, estas d«orren1es de p.:rda!> das proprkJ.a·
Á(ido glud,mlco + H' - GABA • CO, dcs íungis1â1ic.as do fruto saudi vd, O controle da 1.1.x.a re.spir.l·
tórla por mi.>i<> do abain mcmo da tc mpcraturn e da produção
Deiscénda de frutos secos de- ecil.:no telll sido o proceduncnto pelo qual se procura n." •
A dels,c(ncfa (abc-nura) dos frutos seCO$ ou e.s.der1fic:idos - tardar os e.feitos dd e1(rios antniormcnie :lj>Onlados. Em Ííu•
que equivale â m:i.luraçiiú dos frutos c..11 nos.os : E uma ~~Ir.U é • tos de nnçii, obscrvou-sc que :i diminuiç:\o d:1 1emperntura de
gia de dispersão de kmtrlle-s. .:idolad.a por mu1t.as ~sp~~ de 2S"C para 5% rcsult:tV';I cm uma rcduç:\o d:i t;lx:1 i-espira.tóri:t
planla.). f:m sint..-.sc, sC'ria 1xissh·d d1:t.t1 que- a dc1.scc-nci,1 ~esul- cm m:,is de qualro wus• ..- com ela o co111oumo d< :u;Uc.ir\'S..
ta de ltnsões (isictis qu.: ~ íorm11.11l entre camad~s dt' cc-lula.s Alt m dl) resírlamcnio, a taxa rc~pir:uón;a plkl..- ~ r lluninuíJa
Capítulo 19 • Frut1fic.aç.i0 e Amadureci~nto l57

Rg ura 19.22 Oeisc~nda de fruto seco. A. Mic,ograli.l elett6nica dev,11mh.wa de ovário redM-poliniz;.ado de Arobidopf.ij: r/toNarlo. 1.Sf<.c.kt u,ns.-
versal de fruto .naruro. (, Oe,alhes histológicos d.1 por(.k>UW!alad, n.1 Fqura 8 (retin,gulot. As pa~<elui.m lignii'iadM for.tm O t s : ~
em <0r rosa. e a supe,fieie de fr.nura, por melo de 1,111,1 linha azul. ZO: zon11 de dels,cfflci,t; CS: aMad-1 de st1)aração; CL: céh,1i.s liqn11'1c.ad.M; l'fJO;
cêlulas mais extemas da cit.fflada .subepldérmka com p11rf!dl!S Mas e .lfongJdas; tnb: celulJ.s iigtliflcaCUs da Gamad.a mak inteffla da ~pide'rt'N'
Fonte: Ferr.Sndiz (2001).

tambêm por meio da n:dução d()S teores ck oxigffllo e aumcn• Agradecimentos


to nos de gás carbônico. Fru1os tropicais podem aprcscali.r Ao Dr. J. R. Pir,ml, peb. ajuda na 5r,ea l.:l.'<Onóm 1Q.. < l b16loga
sér ios disiúrbios, mes.mo quando armaunados a trmperatu· Li,1 Chacr, por .:1lgumils das i.lust r:ições..
ras s upcriore.s ao ponto d r congdamento. Dcg('nemctnc:iils
em fruto5 de h:m~na t mane,t ocorrem sob 1tmpc-rJ1ura., de
Referêncid~ bi blíogíáficas
10 a 13°C. enq m,nto, em mamão e ab.,,c:ul, tem tcmperatur.u
leve.mente inferiores a 8ºC. Ari;.t1U:.t LC. Fisiologi;i pói•colhe1ta: m;itul",A<"Jo.colh(1U. t' ;a.m-••ucnli·
~ do~ írut(M. ln: A cuh\l.f'.'I d;i m,,K'in. FlacunopoL:s: Ep;ag,n;
O coml'(lle simultânci> de baixas tcmper:uuras e das con-
?002. p. 691-i)?.
centrações adequadu de CO2 e O: IUOS'fOU: que 111.açãs arma• Sramky PM. Regub 1ion oí C'J,f'\'llt'no1<l ÍOftl"-l•OO Junng 1nm11to
icnadss $0b condições de b.ai.x.,1 1einpcri1ur.a em um.i i tmos• fruit rip,t1tini; ..ui.J Jt'\'dOpf'n ,;nt. 1 bp Bc.M.any. 2002:Sl(n. dpe·
fera arüliclál conslituida de 10% dt' CO,, lMfi d< O, eSO~ de cial}:2107- 1.l.
N apr<:scntavam um ,empo de constrY'a.Çio maM)r qÚe aqueb5 Cocn ES, ~lt'1~ ·1t, EM. 1M "'·.ar óÍ thc whoc'b: !;ffll'lk 1ntl"rn
ac-0ndldonadu sob 111 atmo.sfhk:o oom1a1 (0,0Jó~ de COJ, tio1u eootroUlng Oo"'-« Jo:,·t'fopmcot, :-Jatu.rc. l9'l 1.JSJ:l l •7
Ccr,:0$ M, Sc,kr G, lg.ksW DJ. Ga.:1<".t J, focmC'nt J, T.alón M. Glúbal
20,95% de O: e: 78,08% de N:Tabcla 19.2). Essa técnica p,S$Ou an~r:.is \IÍ 5('1lC npr.-~n J unng dt"\•dopn:K'nt 111:id npcn.111g m
a ser dcnomln~da atmos/i!m «m11olmfa (AC), podc-ndo e1wol- clm.1.s frun lksh. A propoS<d m«.hanis.m ío, , une .KIJ u.ulUJ.•
vc:r o controle da concrntrirM> de <tilcno e d.i u.mld..Kie rcb· 1ian. VI Mók..: Siol. ?006,62:.)l l -.?7,
li\'a do ar, a qual c.auisa desidrut-ação dos frut0$ arm.izc11:wlos. Oi,m G. H.Kkt'U R, \\'.alkcr 0. i J)lor A, Lm Z. Cnt'OOO. 0 . IJrn.
li~W>n o/ ~ ~pn;bl; 1rofonn oi tOO\:llO l1flt'X)'!lO:n.L.....- (Tom.li).'(
C) tlw~1h·<'d ift lhe gt'11oCr.1hun o( (,11ty x iJ..Jcn,~I !bv»r ,;(lm•
T,1be4a, 1g.2 Faixu de IN'lll)eli!Uf.. lC!Dll!'S df gh u,bórn(O f de: pc,unik Pbnt Physiol Z00-4:l .ló:.?o,U ·S L
Oiúginlo, tido\ como 0$ mais enci..,u!S no tempo de con.servaçio de Ft'rrinJ.iz C. Rq;ullltmn ;,( (ru11 Jo:his,,:(':f)\(' u1 At.1b1Jup~i. J E..:p
(lulltto vaftedad•s de m 11 produridas no 8r~Sil S..,uny. 100~.;S.)(n, ,;5pc,cl.J)~óJ1 S.
fr.uy A, Nobitt TC. Fnry ,\ . C:r.anJ1IJ0 S.. Kn.up E. c.:..,n~ B. i:t .J. fw
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f0f'l1~ At9tnu 11002)_
358 Fi$iologla Vegt lal

Griffühj A. Barrr C. Alru.cht-Soli~ AG. Crie\l"SN\ o. Ethrltne :uwl O1.s,'l IA, \'u J, RcilW.'Ck.c DM. f\lllin:11ion , <k,·c".1pmcn1. and ,pttifi<
Je,'<:lopmtnt.il slsnals rq:;ol.'11t nprçi;sk>I\ óÍ liptu,1:,cnast g_tn~-s rq;ubtion o( gihbcttltit1 Jb,hidn,xyla$t: gtnc cxpr.:$s\cln in pc;a
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Germinação
Victor José Mendes Cardoso

O que é germinação célu las: na extremidade micropilar ficam a oosfera (ga meta fe -
minino haploide) e duas sinérgidcs, cada qual com um núcleo;
Germinação é um conju nto de etapas e processos associados
na extremidade oposta ficam outras três células, denomina-
à fase inicial do desenvolvimento de uma estrutura reprodu ti-
das antípodas; restando uma gra nde célula cent ral contendo
va, seja uma semente, um esporo, seja até mesmo uma gema .
dois núcleos, chamados polares (Figura 20. 1). Já o ga metófito
De maneira tradicional, o termo é aplicado ao crescimento
masculino (microgarnetófito) maduro, também cha mado de
do embrião - particularmente do eixo radicular - em semen -
pólen, é composto por uma célula vegetativa maior e um a ge-
tes maduras de espermatófitas, embora possa ser estendido a
nerativa menor, cada qual com um núcleo. Apó a polin ização
outros eventos, como o crescimento do tubo polínico (grãos
- transferência do pólen da an te ra para o estigma (extremi -
de pólen), do rizoide (esporos de pteridófitas) ou de gemas
dade superior do ovário) - , o grão de pólen "germina·: for-
(cana-de-açúcar).
mando o tubo polínico. Os fatores e mecanismos envolvidos
na germinação do pólen no estigma ainda não são totalmente
Semente conhecidos, mas estudos i11 vilro mostram que o crescimento
Do ponto de vista biológico, a semente representa o resulta- do tubo polínico é favorecido pela adição de sacam e, cálcio e
do de uma tendência evolutiva à redução do gametófito, que boro ao m eio de cultura. O cresci mento do tubo envolve tam -
passa de organismo individualizado e autotrófico, como nas bém a participação de proteínas, como a PSiP (pro teína inali -
briófitas, a "parasito" do esporófito, como nas angiospermas, zadora do pólen), uma enzima. Além di o, cm pólen de arroz
nas quais o gametófito feminino, também chamado de saco (O ryza saliva) mostrou -se que o gene OsAP65, que codifica
cmbrio11ário ou megagametófito, é resultado do crescimento uma protease, é essencial para a germinação e o c re cimen to
de um esporo (megásporo 11) re tido dentro do megasporângio lo tubo. Durante o cresci mento do gametófito masculino pelo
(óvulo, 211 ). O megagametófito maduro é composto por sete tecido do ovário, a célula generativa sofre m itose, fo rmando

Núcleo da célula generativa

.J,, Núcleo da célula vegetativa

tl /~,:- --'-----.. ,

Flor
,-~ ----- Antipodas

Núcleos polares (n)

Oosfera (n)
Endosperma

Núcleos polares + célula generativa (3n)

Semente Zigoto (2n)


Esporófito
(2n) Embrião Embriogênese

Rg ura 20.1 Ciclo de desenvolvimento de uma angiosperma. Imagem meramen te Ilustrativa do esporófito. Adaptada d~ Jones ecai. (lO _
131
360 Fisiologia Vegetal

duas célul as espermáti cas, cada qual com um núcleo haploide. celular característicos dos diferentes taxa. No ca so do em•
No moment o da fertilização, quando o tubo polínico atinge brião de dicotiledôncas, seu desenvolvimento divid e-se cm
o saco embrionário na região da micrópila, uma das células diferentes estágios, de acordo com a forma aproximada qu e
espermáticas se funde com a oosfera , resultando no zigoto o embrião ass ume com o aumento do número de célul as: li-
(211 ), enquanto a outra se une à célula central , quando se fun - near; globular; trapezoidal ; cordiforme; torpedo; e embrião
dem os respectivos núcleos (doi s núcleos polares+ um núcleo maduro. Em monocotiledôneas, o desenvolvimento ini cia l
espermático), resultando em um único núcleo triploide (3n). do embrião é similar ao das dicotiledóneas, havendo nas
Esse núcleo 311 entrará em processo de contínua divisão, sem a etapas finai s algumas diferenças importantes: o par de co-
formação de paredes, originando inicialmente um endosper- tilédones reduz-se a um único cotilédone modificado, de-
ma nuclear ou cenocítico que resultará em endosperma celu- nominado eswtelo, que atua como tecido condutor entre o
lar graças à formação de microtúbulos radiais, deposição de endosperma e o embrião. Além disso, os primórdios da parte
cal ose e alveolação (formação de pequenas cavidades limita- aérea e da raiz são protegidos por tecídos especializados de-
das por paredes). As sinérgides e as antípodas são degradadas nominados, respectivamente, coleoptile e coleorriza. O em-
após a fertilização. O processo da dupla fertilização descrito brião maduro em geral é formado pelo eixo embrionário (ou
anteriormente é exclusivo das angiospermas. Nas gimnosper- eixo hipocótilo-radícula) , que apresenta em urna de suas ex-
mas, apenas w11 gameta participa da fertilização, e, na semen - tremidades o primórdio caulinar ou plúnrula, e um ou mais
te madura, o próprio gametófito feminino servirá como reser- cotilédones, e na outra extremidade o primórdio radicular.
va nutritiva ao embrião, cumprindo um papel semelhante ao Este pode ser uma raiz embrionária (radícula), enquanto o
do endosperma. primórdio caulinar pode ser um caule embrionário formado
O desenvolvimento do zigoto, formando o esporófito jo- por uma gema apical (phí11111/a) inserida no epicótilo (parte
vem de segunda geração (embrião), dá-se à custa do esporó - do caule acima da inserção dos cotilédones). A parte do eixo
fito anterior ou planta-miie. Nutrientes oriundos das fontes caulinar abaLxo dos cotilédones é chamada de hipocótilo (re-
na planta são descarregados no apoplasto (paredes celulares) gião de transição para a radícula).
dos tecidos adjacentes ao óvulo (p. ex., integumentos e cala- O endosperma, por sua vez, completa o desenvolvimento
za), ocorrendo então o influxo de nutrientes no embrião via geralmente antes do embrião, absorvendo material nutriti-
apoplasto e/ou simplasto (protoplasto). O conjunto formado vo depositado em outras partes do óvulo. Em dicotiledôneas
pelo embrião, pelo tecido de reserva e pelas estruturas que os (como no caso de sementes de feijão), o endosperma celular
envolvem é chamado de semente, o qual, dependendo da com- é consumido pelo embrião durante as etapas de maturação
plexidade das estruturas envolventes, constitui o diáspora ou a da semente, sendo os principais produtos de armazenamento
unidade de dispersão. Nas angiospermas, a semente madura é (lipídios e proteínas) acumulados nos cotilédones (estruturas
basicamente constituída por três estruturas distintas: foliares primárias do embrião), que exercem a função de nu-
trir o embrião na germinação. Em monocotiledõneas (como
• O embrião, que se desenvolve a partir do zigoto diploide
grãos de milho), o endosperma persiste após a celularização,
• O endosperma , geralmente triploide
acumulando principalmente amido e proteínas de reserva, en-
• O tegwnento ou testa (casca), formado a partir dos inte-
quanto o embrião permanece delgado no interior da semente
gumentos (geralmente dois) que envolvem o óvulo, sendo,
(Figura 20.2). O endosperma pode ser classificado como olea-
portanto, de origem materna.
ginoso (rico em gorduras), córneo (com paredes celulares es-
A semente madura de uma gimnosperma, exemplificada pessadas, de consistência dura), carnoso (rico em reservas ce-
pelo pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), apresenta lulósicas, menos compactas), mucilaginoso (com compostos
organização semelhante, exceto pelo fato de que o próprio ga- altamente higroscópicos) e amiláceo (constituído basicamente
metófito feminino serve como reserva nutritiva ao embrião de amido). Nesse últin10 caso, o endosperma apresenta uma
(Figura 20.2). camada mais externa, formada por células menores, chamada
As fases de desenvolvimento do embrião (embriogêne- ale11rona. Na fase de germinação da semente, o endosperma é
se) variam conforme os padrões de divisão e diferenciação totalmente consumido.

Endosperma Tegumento

Escutelo
Megagametófito
Coleóptilo
Embrião
Plúmula

Coleorriza

A B e
- t •s de sementes de· uma monocotiledônea (Chloris sp., Poaceae) (A); uma dicotíledônea (Phaseo/us vulgaris, Fabaceae)
Figura 20.2 Seçoes ransversa1 . . . .
• (A
) e uma g1mnosperma rau
(B; e-
ca,,·a angust/f,o/ia, Araucariaceae) ( imagem de Chlom cedida pela Prof. Ora. Vera Lucia Scatena).
Capítulo 20 ❖ Germinação 361

o reve timento ou a casca (seed-cont) inicia seu desenvol- Histodiferenciação e matura çã o


vimento com a fec undação do óvul o, sendo inteiramente fo r- A histodiferenciação o u embri ogênese é marcada por inten -
mado a partir de tecido diploide da planta-mãe. É constituído so processo de divi são e diferenciação celul ar, orig inando os
pelos tegumentos (testa e tégmen), pelos tecidos calazal era- teci dos do embrião e o endosperma. Também pode se r cha-
feal e, freque ntemente, pelo nucelo. De mo do gene ralizado, m ada de fase de divisão celul ar - ou sej a, na fase de hi stodi -
05 termos testn ou teg11111ento podem ser usados para desig-
ferenciação, co nstró i-se embrião. A suspen são da síntese de
nar o envoltório das sementes como um todo. A transforma-
DNA e da atividade mitó tica marca o fim dessa fa se e o início
ção da parede do ovário em envoltório se dá por intermédio
da maturação, confor me observado em se mentes d e tomate.
de divisões celulares periclinais (responsáveis pelo crescimento
Ce rca de 80% dos genes represe ntados no ge noma são trans-
em espessura) e anticlinais (responsáveis pelo crescimento em
critos nessa fase e na fase intermediária, coi ncidindo com
superfície), bem como por alongamento celular. As principais
uma maior porcentagem de eucro mati na (complexo proteí-
propriedades do revestimento da semente são dete rminadas
nas-DNA ativo). Essa proporção cai para algo em to rno de
duran te as fases de maturação e dessecamento. O tegumento
40 a 45% na fase de matu ração, quando ocorrem o aumento
representa uma via de troca de matéria entre os meios interno
da condensação da cromati na e a red ução do núcleo. Assim ,
e externo, mas ao longo do desenvolvimento pode Lignificar-se,
a regulação dos eventos na histodiferenciação se dá predo-
suberizar-se ou cutinizar-se, aumentando a resistência às trocas
minantemente no nível de transcrição, mediado por fatores
de gases, de água e de solutos entre a semente e o meio.
de transcrição (como LECl , leafy cotyledon 1) e por eventos
epigenéticos (não envolvem diretamente transcrição gênica) .
Desenvolvimento da semente As citocininas (ver Capítulo 10) desempenham importante
O desenvolvi mento da semente refere -se ao conjunto de mo- papel nessa fase.
dificações pelo qual ela passa durante sua retenção na plan - A fase de maturação da semente caracteriza-se pela expan-
ta-mãe. Nessa fase, o desenvolvimento é representado por são celular e alocação de substâncias, notadamente proteínas,
variações quantitativas (crescimento) e qualitativas (diferen- lipídios e/ou carboidratos, para os tecidos de reserva (os coti-
ciação), sendo dividido em três etapas ou fases: lédones ou o endosperma), resultando no aumento da matéria
seca na semente em desenvolvimento. Por esse motivo, a fase
• Embriogênese ou histodiferenciação
de maturação também é chamada de fase de armnzennmen-
• Maturação ou armazenamento
to, preenchimento ou enchimento. O crescimento do embrião
• Dessecação (Figura 20.3).
nessa fase ocorre por meio do alongamento celular, resultante
da captação de água e do acúmulo de reservas. Em geral, o
Fases de desenvolvimento da semente final da fase de maturação, quando a massa de matéria seca da
semente atinge o máximo, representa o ponto de maturidade
fisiológica.
Estudos realizados com sementes de leguminosas mostram
---+
que entre as fases de histodiferenciação e de maturação há uma
etapa intermediária ou de transição (Figura 20.4). Na transi-
ção, o embrião até então marcado pela atividade mitótica tor-
Histodlferenciação Maturação Dessecação
na-se diferenciado e acumulador de reservas, em decorrência
Proteínas de reserv~ de mudanças na expressão gênica que levam à operacionali-
Proteína--s-d-e-re_s_e_rv~ zação de vias de resposta a açúcares e hormônios. Uma carac-
terística da fase de transição consiste na mudança acentuada
~_ _ _ _ _A_B_A_ _ _~ da relação entre hexoses (monossacarídios) e sacarose (dissa-
carídio) no embrião. No início do desenvolvimento (fase de
~ divisão celular), há maior atividade da enzima invertase ácida,
ao passo que, na fase de maturação, aumenta-se a atividade da
sintase da sacarose, de modo que a relação hexoses:sacarose é
alta na fase de divisão e bai.,-,.:a na de maturação. Além da in -
Massa de matéria fresca
versão na relação hexose:sacarose, na fase de transição ocorre
Massa de matéria seca 1 a indução da expressão de genes associados ao acúmulo de
reservas, demonstrada pelo aumento nas taxas de acúmulo de
--== Conteúdo de água
nitrogênio e amido no embrião (Figura 20.4). Assim, enquan -

~
to na fase de divisão os fhtxos são dirigidos para a fornrn\·ão
de compostos celulares (dreno de utilização), na maturação
Figura 20.3 Progressão de alguns eventos citológicos e bioquímicos os metabólitos são direcionados para compostos ele reserva
observados durante a formação e o desenvolvlme~to da semen~e, (dreno de armazenamento). Finalmente, co.nsiderando-se que
mostrando as fases de hlstodlferenclação, maturaçao e dessecaçao a demanda en ergética na fas e de divisão é menor que na fase
dêU semen tes. Variações quantitativas são representadas pela espes-
de maturação, a quantidade de energia metabólica disponível
sura dos polígonos em verde. Adaptada de Kermode (1995) e Bradford
(1994). sob a forma de nucleotídios de arknina (ATP, ADP e AMP) é
362 Fis5ologla Vegetal
- - ---
Pré-ermazenamenlQ
(hi&lo:lif~nciaçao) Transiç;:io Mna.l:ooamento O pr«i:sso llc dcsittrataçiio n:1 fase fin:il da maturação é e:a-
(~bJraçJo)
rac1edstkc> das sementes d assi6cadas oomo ort0<loxru, capa-
zes d~serem armncnad-:is por pertOdos relativamente longos.
Em algumas espécies. como He~'fll fmui/ie.11sis (seringueira).
as ttmtnlC'$ não sofrem desidrata~o acen1uada ao fina l da
m:ilor.J<;kl, sendo dispersas ClOm cc,ntclldos de .\gua elC'vados
(da ordem de 30 a ◄0'6) e C$tando, dc.s.sa forma, sujeitas a n •
tressc.> hidrico e perda da \'i-:1bilid11dc. Tais scmen1es $.iO deno•
S&c3rose
minadas r«aldtm11ICJ.
Do p0n10 de vista fü:lológico. a fase de dessecaç:\o ê impor-
tante p:tta o em.brito tcilc.>rar níveis baixos de água (cerca dt
-150 Mpa) no período pós-dispersão e retomar o c rcsdme1no
Ni ênio durante a ~rminaçâo. Semente$ removidas da planto-mãe e
Amido iubmetidas à secagem antes de completnrcm M'U ciclo de de•
scnvolv1mento podem germinar se tiverem -1tingido a con•
dição de 1olc.>rãnda à dcssecação. adquJrid:a gradu:ahnente ao
longo do descn\'oh•imcnto e perdida n:.1 fase d e germinição.
A tolerância à dessecaç:10 pode ur definida como a capacl•
Fig,uni 20.4 V•riaçio rel.itiva do crescimtnto e doi nrYt":i, de nlt t • · dade do sistema vivo de sobtcvi\'er à dtsidratação cdular, ,ué
nio. amido, wcarose e hexoses no ernbriio de $ffflentes de Vicio fOWJ concentrações dt ãgua da ordem de O, 1 g por grarn:a de tCci•
n.u fasei de histodife,enti.açio (pri-.1rmazenam.en10) e maturaçlio
(ftffl~mffllO) Font~:~bef er oi. (2005). do (base massa s«a) <>o nlt'nO~. por perlodo relativamente
prolongado. Stmtntes de.> 1ómara encontradas em escavações
cm Lsrad germinaram após cerc.i dt 2 mil .inos.. No c.:iso da
baixa na f:J..S( de divisão e de\·ada na mn.turaçàQ. Em suma., na semente. a desidr:1.1:ação pode :a1canç:ir algo em torno d e 90%
fase de transiçãó. a passag<-m do crt'SCimento mitótko p:tt2 o do conteúdo de :igua inicialmc.>ntc presente nos ceddos.
crescimento por <-xpan.são cdular ê acompanhada de mudan• Ourante ma fase tardia da mator.ação, a seme111e vai ;id-
ças inlensa.s no metabolismo e na distribuição de melabôlitos qoirindo longevidade cada vet maior, que atinge o pico pou•
no embrião. A1ém disso, em seme.nt« de leguminosas, na fa.St" coantes do estado •seco'; que antecede a c.>lapa d a dispersão.
de.> transição o embrião toma•se verde e fotossinteticamen te Quando o contcôdo dt âgua na célula cai abaixo de 0, 1 g de
s1iw>. o que assegura suprimento extra de oxigênio ao embri;iO .igu.a por &rama de m:iss.a seca, o ciloplasm.i p.assa ao cl,;•11na•
em um ambiente hipôxico. do "estado \'Ílreo·: com viscosidade ex-itemamente e.levada
(da ordem de: 10u Pu·'). Nesse estado. a mobilidade mole•
Oenecação cular é se,,eramtnte reduii<la, assim como as taxas de dlfus.io.
Ao final da fase de maturação, hã um acentuado aumento na
tua de dcsidntaç.ão ta ruptura d.as conexões tróficas da se-
Otyzs satlvs (am:it}
mente com a planta, ocorrendo fone rtdução do mecabolismo
no embrião. Essa perda prog.ressh·a de água deve ser con trola• 2 Horfhwm 'W.dg;w (cevada)
da com preciüo, permitjndo à semente sobte\•l\'er no estado 3 Cvct.NY?J.s melo (melão)
desidratado após a dispersão. Ao final dC$$."I fase, chamada de
4 Glycim, ma• (soja)
dcss«açâo. as .se.mentes C'm ger3I 3lingC'm C> es1âgio ótimo inra
a Jjspersâo. ou para a cokta e o bc.>neficianw-nto pelo homem. 5 PhaseoJus WJ/garis (foijêo)
Na cw.pa de dessccaçã~ ocorre a ruplur.a en1rc o me1:ibofü1110 e O.,ucv$ carola (cenolM'&)
ditC"Cionado ao desen\'oMm,.-010 e aqudc vohado à germina•
ção. Enqu2mo a via p3ra o dcsenvolvimtnlo é predominanle• I•
w
1 RicJnus commums (mamona)
mente annl,6/íf.ll e 1n:1rcad.1 pdo acúmulo de cnergi:i potC'nci:il e TriticlHl1 aes.tivum (trigo)
nos tedd0$ de rd(rva d:i semente, n11 genninação predomin:im 9 C,apSieum <>MUUm (plmetitOO)
os proctSsos cawb6Uco.> e a mobíli1.açãó da energia ncumula•
da, reiomando•se o Cre$Cimcnto do embri~o. A í.ue de desse• 10 Gossypfi.m hk-Wlvm (algodlO)
cação normalmenh· (' rm1ís :icC'ntuada em frut0$ secos, como Arabktopsis lh.;tN.]na
cm Pliascolus vidgaris (fe,jlo), ma>tambêm pode $Ct observada "
12 SJnspi$ .wlta (most31da)
cm frulos carnosos, como Cutumis a,ig,iria (mat1xe), E,~,~~a
não haja consenso. 0 criléno mais :.impll~ l) 3.ra marcar ?.1mc~
,, Elra$sica o(tN;,cea (OOINO)
d:i fas.: de des.idra1:1ção 00 J tSSl-<açlo consiste n3 cst;,b,hr.:içao
d:i massa de.> ma1éria seca, qu-:lndo o embrião e/ou o e.n~~- 20 GO 100
penna param de :icumular rcsen•a.),, Com basl" MS5e crileno, TemPO «>WI de de.s~rnento d,1 semente (%)
observa-se que- 0 inicio da fase d,• de-siJr:lla(lO. cm rda,;./lo Ftgu,.i 10.S Our.i,çio ,el;niva d.» fase-s de emb,iOgêneie (barra~ hOrt·
ao tempo 101al de de-sem·olvimento J3 S<mentl", ~.u,a. b:t.)lanu· 2ontais r()Sad,»>. mm,raçtio {b.)ff8S l,11anJas) e desse-carne,uo (bau.,i
~,des).Adaf)(...S. de Lep,ince ~oi. (20161.
dependc.>ndo da espéd e, confofm c ilus1rado n:i l·1gufl'I 20 S.
C•pkulo 20 ♦ Ge,min,çiO 163

desfa\·orccC"ndo re:.açõcs qufmi~ dclethias e u usando hipo• Croma tina


biose, condiç~lO cm que as tro~s de matéria e , ncrgi:1 cn1re a Ouranlt' a dessecaçâo, hã act'n1u:Kl;1 rcduçlo do, núdros t'
semente c o melo ocorrem cm veloclda<lcsextremame111c N i• <ondcnsaç.io d.a cmm;,i,tin~. f~nómeno qut' mlo d<"Ve ser prm'tl•
xas. Há evidências, c.ontudo, da existência de ~iJhu" de m:.alo, cado Pf:la dcn«:iç.fo t'm si, m.as sim con1.rubdo pdo fator dc-
conctruração de .tgua localb.adas. pol' eKC'mplo. no in1erk>r da 1r1n5erlçJo A81J (Figura 20.6). Embora C'ss.1 •..:.omp.1ctacJo-
mitocóndria e dos plastklios. (s.so indkari.t um tnrio in1r1ce• do ONA n.fo impeça a transcriç:.io. a crom:111oa rondtrt"1d.a
lutar vi1r ro não homogéneo. com deruid.kic n riá,·d, com boi• pode pr<>teg,tr o gcn0m~ GOnlta danO\ ox.ld.ati~~ ou :aqudn
sões suliclentemcnlc fl uidos para pt'rmitir reaç~ qulmkas causados pcl2 r"diação à cstrt.nura da dupb-hêhcc-. útudos
cm tecidos com elevado grau de de$idrntaçlo e considerados mostram 1ambtm q0< modific.aç~s n,1 cromatin:, podc-m tC'•
tolerantes 30 des.secamcnto. gulat os nh't'b: de tran~ ríçào d~ genr.n~~i.adM a dormfooa
Entre os principais eventos fisiológicos e bioquimicos de SmltOlõ.
assocl.tdos â fase de desidratação. destac:am•.se: deg.r;id1ç;to
de pigmentos fotossintéticos: mudanç.s no conlc-údo e na Proteínas de choque térmico
composição de açúcal'CS solúveis; condensação do cromatina; O pn>gr1ma gené-lico na fa<e de de-Mc-c.1ção envolve tambfm
induç!o de proteínas de c,hoque 1ér1'1"dco (HSP); e :icúmulo de a indi>Ç:io de senes da síntttc de HSP (protd n;a,s dt choqu.c:
prOteína.s LEA (abundantes nas fases tardias da embt'log~nese; ttímic.o), as quais de\'tm dt.semptn~r algum p.apef protNor
Figura 20,6). na longtVldadc da. se.mente. A apres.sio dc."S5t'S gcncs t' indu-
zida por farorcs dt: choque tlrmico (HSF), que atuam na ,·,a de
Oegradaç~o d e pigmentos sinaJitaçâo dt HSP em situ.;aç.õcS de estrcw:. embora. no ca.JO
Uma das altcraçÕC$ mais visívtis 3$.~oc.fad.u â fase final da das sementes. o acimulo de HSP ocorr.11 ind~Pf-ndtn1cmtn-
maturação C a degradação dt pígmtn10$ fotossintt'tkos, JX&.r• lt' do n 1ressr. N.;a ma1uração. .a expressão das HSP t' regulada
ticularmcntc clorofila.s e c.1rotcnoides. As r:izões fisiológicas a monranie (:J.ntcs" d:i rtgião eodific:ador.1 do DNA, ou St'Jª·
disso ainda não são claras. acrcditand0•St que. no caso d.as cntré tss.l rtgi.ào t a exuemidade 5' da tita) por um fa1or CS·
clorofi.lns. sua. retenção possa ser p«-ju<liclal à ">nge.,.itb dc da ped fico de M"mcntes (HSfA9 - htat Jl1ock. t ro11.u-r1ption fator
semente, ou, então, que produtos da quebra da dorofilo J>O$• 9) expresso ('Xclusivamente- no final da. matur.açào. HSF,\9 f
sam ser usados como substrotos para a sfn1es.t de tocofcroiS.. 1-;,.nibf?'m conlrol:ada. pelos fatorcS ABl3 (11bscuic insotn.m,w J).
agentt antioxidante envoMdo na longcvída~. Em scmt'nll:$ ABIS e DOGI (Jtlay of gmmnnt/JJ,1 l: Figura 20.6).
de Ambidopsis, a degr,1,dação de dorolila t rtgulada pelo .ki•
do absd.slco (ABA). por meio do fator d(' tl'lnscrlçio ABIJ Ptoteínas LEA
(ácido ab$CíSico J), uma vei que stm('ntcs dê mu1antcs abiJ Fina.lmcnlc~o ;a,,;6mulo dr protdna.s LEA (la.u tmÓflO~r,QJI
permanecem w:rdts ao tina! da m:ituração. r\813 ~Ui\'a a <'X• ab11nd1mt) represema um marco do final d:t mJIUtaç.io. Em•
pressão de gene$ que codificarn en1.imas que <kg:tadlm a do• bou e»as pro1efaas ;ipa.r<'ç:im na last rinal do dcscn,·oh'1•
rofila, como NYCl (11011-ydlow tlJloting 1) (' NOL (1101"1 -J't"lfow mcnto, seus 1r1nscri1os ( R..".JAm) podem ser dt'tt'ctado-. 10 a
coloring , ,lik,:; f"igur.i 20,6). Ein St>IUC'ntts, ;21 degrndaç5o de 20 dias antes. indicando qu,: a r,:gulaçio dt s:ua quantid.adc
carotcnoldts é r<'gulada p<>r dloxig:,mascs, como a NCED ocorr:1 cm nivel pôs-tnnscriçtio (Figur., 20.6). TlU protcin.ls
(9•cis•epoxiearotenoidc dio:<.igen,ase). tambérn en\'olvida na podem esu r a.ssociadas ;i tolcr:ància d<> embnlo l dtsk'caç:io..
síntese d e ABA, verihc.1ndo+S< uma coin,;id<ncia ,:nlrt" ;, aquisiçlo ,lc tolcr;in•
d.1 ao dts:st'Cam<nto J uranle O dtsen\'ulvín,en10 de scmcntd
Açuca re~ e J sí.ntcsee o ac\1mulo\l~s pr0te1nas. fa tretnl ffll'fllc h1dro-
Alteraçõ.:s no conteúdo e na composi,;ãO dt ~ úcares solU- fibc~ e ltrn1001:l\·eiS;, aS; pto1cina.s LE.,\ podena.m a.rua.r como
\'<"i.s rnmbém são car.:icterhtic:\S da faS< de dcS$«-.-çâo. Um k \1ues11".1Jores de ions - .:omo Q F,::·, <a.1:ihsadot J a. proJu
exemplo consiste 110 de.s.apar« hncnto progre.ssi\'O Je htXOS<$ ('lO de i.Sf'«i~ r,Mlfr1u J,., o.tlJ.-lmo (ERO) - ou .:orno ..lg<nl~,
(glicose~ frutosc) -. monoSS.1.CatidKls q11e podem m gir com dê soh~..ua.;..lo de membr.m.u e outrlS ptote-u,.is, pr,fü-gC'ndo
.1minokidos e liberar moléculas tóxko1$, <omprométt:ndo a os componentes cclula.rc-s JO$ J aoo:. d,.'ú)tren1~ J:i falta Je
longevidade da sememe ,1rmaien.1di - acomp,m)l,;\dO do ,11,1· .igua. Embor-:1~ m;iiorfa dos genes l.EA ttnh,1 s1J,l iJen11h.:aJ.1.
mcmo de açtlcares nlo n."<.iutores (s,1can:ise. or.abi~ o:. g.ibc• cm so:111<n1,:-" Orlodóu.s.. portantú 1okr,1n1es J <) J~«am,:1110.
tose e rafinose). N?to se s:ibc ainda qu.11" íunçlo ,l.l s.KJMcc'e o:SS;,b ptmeinas. .1.~un .:::mno o hormõni.) ABA. umbrm p,...-
da rafinoso: n;i kmen1e seca, óll!redita.rwlo•sc ,1uc elu ~s:im .11:'m sc-r cncontrad.li t'nl ~,:-mentes rcc:iki1rantcs (:...-ns1,·t'•~ .!O
contribuir i>õ'1 1';A a fo1·maçâo Jv es.1,1J,., ~·im:o (sólid,1 a1110t'ÍO) Jesse.:.unc-mo). A pr,-se"'-' d< protelO~S LEA ness.3:> ._,:-mcn•
no dtoplas!'na. A <~•ablllttade ,l"'ss;is 111.uriz<:$ ,·ím:.u i111uce• t..-s p.,Jertj .:omribuir p.1t1 .1.umcntar, .1.111J ;i 'lu,: l.'m pcqu,mo
lulan:s se daria grn;'a.l> ?t intcraç-lo t.>lllf'('~.m·s.1\UC',Un e ptott'• gr.iu, M I .a tokr:'1nda j J cst,lr.1t.&f.l\J ~ .1.0 ldl.l. .\ t.rans, n\Ju Jç
ina.s LEA, 00111 ~ 1il;anwntos pn)tck os ;uu;in,lo.:omOék men mumçros S,'-'llt', l.EA J ura.111..- o J\·..cm·\Jl\'im..-nto e ,:n, pari<'
11) de refo r,;-ó ,J:i malri:i :unorfo de c,1rboidra10.1-, j ~m,d hJn,.·:, g..wcrn,u.lJ por utn., ,(J'-' ,le l..ih)rê, J,:-- 1r.1n>cno;--'o. in,lumJo
d ::i arm:idur., Je f,:rro no coo.reto l l'lll.11.lt,1. A ~ ulJ.;jo ~o ABIJ. Alil4, A815 t' DOG t.
conteúdo d,• r.ilim)\'l'S (RfO) ocon,: 1.0 nh·d ,lt.> trJ.n)O.· n.;,10 :\ lokdn,i.l JO ~»..•.:.1.m,:--nto Cll\l)l\1.:', jl\)rl,1,nlO. ,1h,'1'3,0I.'.) n.l
durante ,1 fal>,: lin;al d,• ma111rA.;lo.~n1ro,1La.b ••doshocnulm,,h ,:;,.r,,....,,i.. s.ê-tth._,1o:in 1un.,-.to Jo n1..1Jo ,1._. h1Jr.11a.,.,-;au ,l.:> tl-i:i.lll.
ã..-ido ahsd~1ço (ABA) e sib<'ft.>lin:a (AG). A untesc Je pl',ltrt m.b LE.\ , h,,•m ..:um1) ..k protcm," ,!e ~uc
J64 Fisiologia Ve-getal

r-----~,
Matu1'111çiO 10.ss.ceçlo J scmc--ntc m:.ulu ra. Exis1cm. cnl~ tan lO, Silu.'l~ôcs em que .i pe r-
d a de água n!to constitui pré-requisito para o es1abelecime-n -
HSFA9f-. ~ 10001 1 10 do mcu bolbmo germ inativo, como é o caso de e mbriões
imaturos de , rãrl.t1$ espécies. que adquire m a c3pacidadc de

---=---@
...
germinar, q ,1111\dO removidos da semente cm d c-senvolvimcn-
to e colocados em âgu.'I ou melo de cultur:a. Jsso sugere q ue
a competénci3 do embrião ~ ra ger'minar ,é adquirida já nas
• primeir:1.S etapas do desenvolvime nto, em geral após a fase de
S1 AçlJC&res histodi(erencla(i~ c- que fatores m.i1ernos e/ ou da própria k·
n~ redutores
mente control-l'lm o dc-$envoMmenlo do embrião e impedc-m
~ ···············•~ e• a gt>rminaçào da stmentc- na planta-mãe. A5sim, concomitan-
OHN temente à aquisição da c-pacidade de germinação, a semente
- - - -- - -> 1e.:;"°'
NYC1
-;:::,.,___ _ _ _ ___ deve criar me~nismos que impeçam o crc:-s cime n10 d o e m-
C)egrad&Ção oc pigmentos brião antes d:a dispersão, Essa germinação precoce, conh« ida
como vMpnridnde., aconteGc- quando tais mecanism os restriti-
fi,gur• 20.6 Prlneipais ~ ntos e a lguns elerntntos panidp;,.ntes no es- ' '0$ não estão presentes ou são ;atC"nuados. pc-rmitindo o cres-
,a~«il'Mnto da 1Qn9eVld&Oc durante as fase:s de IY'llltu~çiio e desse•
Q,Çio d(' um, semente d icotiled6ne-a. Ci.lÕ:as verdM 1cp,e:sen1am fato· cimento ininttrrupto do embrião com a semente aind a ligada
m de cranscri~ ou protctinas cujos mutantes tem longeyidade redu• â planla, Contud~ quando a ação dessc-s fatores restritivos da
t ida; cabe.as Citlt.a. fat«es cuja pani('ipaçào na longevidade I indireta o u germtnl'lÇiiOperdura após a semente rer ,uing ido sua completa
c;ar«tm de Ull.ldos; e caixas rosadas. compostos ou evt!mos cuja sln- maturidade, há uma semtnle dormente. A compreensão da
tese ou auvação é esta~lccid., ASI: ABA insensír/"'° (insensfvel ao ABA);
00G 1: dtJoy oi gwminotion 1 (retard,Xior da genninaçào 1k GOlS 1: cadeia de processos permissivos e res1rltlvos â germinação
g.aloaind tynrarcl (sintase do gal,Ktino O: H5FA9: hf'Ot rhock /oao, A9 durante o dcsem-ofvimcnto da semente ê de suma impor1ân •
{fa tor de <hoque tênnico A9}; HSP: hemshockprotr.itu (proteínas de dio- ela. particu!armen1e na árc::i dc- tecnologia de sementes. Em
Que téfmlco):' LEA: kJrtcvnbryogentsJt obundont (abundam~ I\IS f;»es mui1as \'\l.riedades de cereais (p. ex., trigo, sorgo e cevada),
tardias da el'tlbriog~): N0I.: NYCl -N/r.r bemelha,nres !i MÇ 1); N'(( 1:
,,cin yd{Ow coíQrin9I {coloraçik> N o amarela 1); 5NF4b: WCl'Ok" non-
;a dormência com~a a diminuir na fase fi nal da m.'lluraç:lo.
f~tin_,g svb!.M!l4b (subunid~ ct não fermentador• da ~ rose-4b); anles da coleta. Em outras ,·ariedadcs, en1retan10, a redução
SNRK2: wao.st nOt'IÍtrmmr.ing,rekned ki'no.st2 (cinasc não ®clonada à da dormência inicia-se logo após a maturidade fisiológica,
fermentaç.lo da ~,K,IIIOW2>. Adaptada de U!prince et ol (2016). como rui c:e\·ada, ou mesmo a nte-$, como cm certas variedad es
de sorgo. sujeitando a semente ;\ anomalia co nhecida como
brotame.mo p,J,co/4:ta (em inglês, PHS. pre-harvest s1,routl,ig).
térmi«\ pode 5ct influcnd:ub pelo ABA. conftrindo proceçà-0 Reconhecc-st, desse modo. qut a dormência é nccessãria
30 e-mbrião contra eventuais danos dccom:ntcs da deue<ação. contra o PHS, embora e$Sa caracteristica seja dcsvant.ijos.a na
~ h<>nnômo, quando aphcado txogtnamentc. restabelece a
pôs-colel3. Já a ausê-ncia total de dormt'ncia, exemplificad a
tolerância à dcsS<'cação em mutanres deliden1es ~ ABA. pdo (en6me1\0 da viviparidade, cmbor., V.'lnl3jOS.'l par:.1 :ilgu-
mas cspf!<ies s.cf't#gcn.s. e-Orno RhizopJ,ora mm1gle ( mangut),
Controle do desenvolvimento podc- representar sério problc-m.a para e.sp&ics agricolns p0r
O descm·0Jvimen 10 da sem ente representa um e\·ento Gom• permhír a genninaç.ão precoce. Diversos genes associados
ple>:o. com m1Jltiplos sistemas de regulaçdoe con1tolc, do q1.1al â dormlnda e à rt"Sistê-ncfa ao PHS têm sido identifi c:idos.
dependerá a capacidade germinaliva da semen1e em re$J>OStíl sendo alguns associados t;ambêm â coloraç.'io do ttgurncnto.
ao meio. C-Onforme os fatores e ndôgenos e/ou txternos, ao fi. Em o:-vada (Hordeum vu(f(nrt ) e lrigo (Ttiliw m aesti 1111m ),
naJ do desenvol,•imento tem-se uma scm-e-nlc nfio domrm te 0 11 OS genes MKKJ (mitoget1•attivatrd pro,ei,r kinase kiwi.se J) e
qui<'scerue, ou sej1, apta a germinar na maior ;1mplitude possi• ARGONAUTE 9 (um regulador da mctilação do DNA) c;,i,u-
,·el .. rc-speitando•se c,s lim11es lmJ>QSIOS por seu genóeipo - de Silm o bro1.:1mento pré-coleta ( PHS). Além desses, o gene M FT
condições ambiemais; ou uma se.mente dorme111e. que ne<ts• (molht r o/ FT n11d TFL I), c-xprc5S() 1lO t mbrião, foi idc111il'ic.1-
sit.acl de estimulos ambientais cspeci6cos para adquirir plena do oomo regulador do PliS em trigo. l'ep.imindo a gtnnina•
capacidade de gcrminaçlo. Este ilem tratará principalmente ção precoce.
de fatores e mecan ismos que atuam d~•~nle o desen,•<>M• A ,,iviparidade fornece bo.as evidências S-Obre o e,woM•
mc-nto da ~emente e s;ão detenmn:uues 1>ara sua competênd a me1uo de hormônios vegetais no controle d :1 germinação da
germinativa. Nest.t C-On1ex10, serfo abordados também alguns sérnt:nte. tstudos com mutantes de milho defi clcn1es '-' inst'n·
mc-c::ini.smos rcla1iWJS à indução da dormê-ncia, descrita com sívtis 3(> ABA (ver Capítulo 12) e c:0111 inibidores d a bios!>Ín·
mais detalhes no item "Dormê-ncia': 1esc de gíbertlina (AGJ demon.s1ram que este Uhimo C um te·
guiador pos.lti\•O da \'iviJ>aridadc-. Nàl) por acaso. a inibição da
Vivipa,idade biossíntese de AG .simula o efeito da aplka~;io de AIU, supri-
A existfocla do período de de.s.sccaçãocnt,e ai fast's dt dtsen- mindo a vi\•iparidade. Verifica -se lambem q~1e- o controle des-
\·olvimento (' gerr11im1ç-Jo sugere qut a dl'$.1dra1ação iníluenda se (en6meno parece es-.ar relacion.ido com 3 ra:,,.'iO AG:AHA, t'
a transu;ão do me1:1.bolismo c<lul,u do owdo prtdomlnante• não com a qu:1111idade absoluta do hormônio, sugtl'lndo ação
mente :inabôlico, característico das fases iniciais do dcsen,·ol· :uitagõnica de.s.,ei. hormônios dur.-.me o descn\'olvimt'nto Jo
vimc-nto, para O modo c:al:lbólico ou sermin;nivo, típico da i;rlo de milho. 1\ lgut1», experimentos sugtrt·m qul' cmbrit)d
C.apítuJo 20 4' Germin~o 16;.

de Rhiiopllorn m1111glt são rdali\•amcn1e lnmuivri, :ió ABA, aprcscnl• cíeltn ant,1.góni(t) ao do A B.A., ,nuJanto de.6cicn1ts
nl!<essit,u,do de concC"n trações relatlwimC"ntc dcv.1dasdo hor- cm ,\ G (como pi) .s.io inc.ap-ne• ~ gnm1n.-r n:1 awl-nda dt'
mõnlo para inibir seu Cte$Clmento. Outras eYid~ndas do en• gibtrehna exógena. Al(m dW.O, seme:nt~ dt' mut.intn dtfi,
,·olvimento do ABA na viviparidade ,·Cm do (ato de que mu• d enlts cm Gi\2 oxid.asc, (GA2ox). que in~tiv:un AG, t.t11M-m
cintes de milho viv-iparos contê:m menos ABA ou .üo menos reduzido nívd dtdorm(nd~. Com ba.s< tm c.uudos re,lilaJot
sensh·cis ao hormônio que 0$ tip0$ selvagens, além de es,;e tm .wmentrs Jc ..\mbittoJHiJ. obu:f'\'ntMt' qut a {l:lbt'rthN dt
hormônio inibir a germinação precoce de embriól"S lmamtos grada RCL2 (RGA-fikc 2). (,1.tor de u,ans<ric.W qut imbt a vi:li
em meio de cultura. DcssC" modo, a. manipulação da bios,sín• de sin:lliu.-ção dt1se honnl>nio (Vtt C.1pttulo 11). Em balXO'I
tese de A 8A pode fun cionar como íemimen1.:1 pari 11umen1ar nlveis de gibe1dln.:i, RGtl promO\t .a bic.K-,lnttst- dt AFIA. O
a dorm ência e .suprimir o PHS. Como exemplo, o au.menlo d:i QPOA (ácido 12•oxo-füodienoico) - prccurt0r do .Kido ,-~s-
expressão de NCED, que cO<JUica 1,un11 enilm;, envolvida na mõnko- age como repressor da germin~j0 em Arnb1Jopsu.
blos.síntC"se de ABA, tem sido usada par.. suprimir a germina• :iumentando a biossínlcSt C' a scn,ibilid3'de' ao ABA poc mt'10
ç~o de Ambidopsis. Lsso acarreta, por sua "ei.a necessid:MJe de da protdna MFr (moihtrof FT and TFll,.
1r:11:1mcntos cspedlicos, como o uso de antagontslas dó ABA, Entre 0$ gtn.cs qur-, a1ê o momrnto, tlm ,ado ;u~dos
J)3NI recuperar a capaddadC" germinatiVll des.sas semmtl"S hl• cxdu.siv;lmenle à regulaçfo d:a dormência e germiruçio ('fJ\
~ rdormentcs. S<'mcnlCS de J\ralndopsü. de\taom•St' DOGI (dttay o/gcrnti•
notion J) e RD05 (rt1luced dorman(J' $), esi.Jndo o prtmeur,
Indução da dormência cn,-oMdo na induç.io dt dormênci~ p0r 1rmperatur:a.s baws
Como mencionado a.ntC"riormente, a vMparid:idt ê resultado Jurante a fase de maturaç.lo. DOGJ codific.a uma pro1riru
da capacidadC" de cresci.mc-n10 do embrlio adquirid;i na matu• cuja fonçiio é a.inda desi:onhecid.a• .acredü.a.ndo•St' que die-v:.
ração. Entret;mto, inra que a semente cumpr~ ~u papd como atuar inibindo o enfraqutdm<n!0 do éndosp<rtn.1 Jurlnte :i
agente di~n,inador n:i ,nalorfa das esp«matôlitas, é nttts· embebiçfo e fa\·orectndo a dormência impmu pdos tteido\
sãrio prevenir n germln:içdo precoce C", ao mesm<> 1empo. pre• que eMolvcm o embrião. H5 forte corrC'l~J.n rntre os n1,·ru
parar o embrião para sobre,•iV('r cm ambientes des(a,'Ot:Í\'('iS d:is protcin2s RD05 e OOG I e a dorrn('nc1:1 em semtntes rc•
e pô'ln1 responder a e.stímulos fa,·oriveis ao crescimento (ger• cê:m•colhida.s dt Atabidopsis. sendo su.a :.atuaçio :ip:trtnlcmcn•
mlnaç.i o). AS$im, a induçãó de mecanlsmos muitivos dá ger• te independente do ABA. AICm disso. a funçlo de- OOGI pa·
minação é ()ar1e imegran1e do controle do dne11\'0Mmento e r«t restringi.r•.st i maturaç.lo. J:Í que sua e.<tp~o e- b~s1.in1e
da m:1turaçdo da sememe. O ABA sintetizado nos tecidos da reduzida durante 3 t mb<bi~O. pr1me1ra C'tapa do procie-».o Jt
própria scmence desempenh:i paptl fundamenrnl mantendo o germinaç.iõ. Curiosamente. demonstrou• seque a rcy.W J' do
me1;"1bolismo do embrião no "modo d<$e11,·0Mmcnto" até que \;(ne DOC l conttm promo1ot autônomo para ;i tran~r,ç-lo
o e mbrião tsteja apto para uma germinação bcm•$1,1Cedida. da de RNAm nio codilic::tntt aniissenso (asOOG t), que ttprimc
k mc n tc olf~ ,l J i~p,:;,~;10,. Cn< hMmônio, c"jO$ ni,~i.s nol U · il e:x-pr<'$dO J t DOG I thlf:tr'III' ~ m :.tuniç.\él• .itulndo. .usim,

mentc sã~ em ge.ral, relllllv:imcnte bai,óS ná hi.stodiferencla• como r<gubdor negafü-o da dormi:nc1a.
ção e altos na ma.tura,ção, atuaria como Inibidor d.a germina• Além d.a tempcr;nur.a, q1te 1nl!ue11da .l ~rcss.io de DOGI.
ção n:1 et:i.pa de exparulo cdu)ar. além de pron)()Ver aumento o nitra10 Cum elidente regubdor da apr1..-ssão giruQ dur:u1h? o
d;i síntese de proteinas de reserva. As.sim, o ABA teria íun• desemvh"imento da semcnl<. Nesse~ o mtralO.\tuaru 1\.-Ju•
ç:\o dupla durante o de.unvolvimenl~ lndui.indo pr«essos ~indo :l e.'(J)r..-sslo de NCE.D - diminuindo. 4.~un, .l bto,-,;mt~
biossfntétkos e, ao mesmo temp~ 1n.tntcndo O embrião em de ABA • < ;aum«11J.r1do .a aprt§Sào di: CYPiO;,V. gcn< tn•
es1ágio pré•gc-rminativo. por 11.eM) d.a inibtÇdo da m.1iqulna• ,·ol"ido no c.ullholtSft\O desse homlónio. Ocs.ii: modC\ o ni1.r.1to
ria respon.s~vtl ptl3 hidTÔU$e d:is resen·:is. Durante a i-'S< dC' CO•Uo.-"gUl' ttduzir os nll·risdc- ABA 1\.1 scmcnlc e prom~,., .. f;l't•
de-ss.:cação. em mullos asos, ocorTe decrCsciina :iccttluótdo miNção. p<>dcnJo 5~ usa~io J ur.uth,• a emb..-bt~, p;lt'Ji rewntr
na concentração de ABA endógeno, que atinge teor<$ 1nuito o e"'t..00 ,-te hiperdnrm.}ncb. O nk1:iboliMno Jo mir.110. pôf AU
baixos na s..-mcnte madura. O e1w0Mm<n1odo A8A na indu• \'a, tn.mb,:m pode \'Star <m·ohiJo na ,espo.,11.1 .i temp,:·r:itun.

Çâo da don11(nda, bc-m como no dcs..:n,-ol\imentll da scmeme- consid,er.1nJo-~ que, ..-m Ambi,l.opsi.s, tcmpi:r.1turu el'"',1.L.u.
como um todo, 1.ambl:m J dcmon.strado p('I0 uso de muta.ntt.s dur:inte o dcsenn,Mmenw l'St:10 ~mJ.i.s .io ,mmi:1110 J.1 ex•
com a capadd:id~ de biossinttlt< ou stn.sibífütade ao hormô• pccsslo dos g..-n('S NI.A 1 (reJu1.ise J o n11r.1101 e N"IR I veJut.&.><
nio afetadas (como abiJ, n<i:d3 e ab.tl). Tais mu1.1111c.s ápte• dó minto) ,:m 5~1\é'nfl"ol ma.Juras.. sug.,:nnJo qu,: :i tcmpt-ratur.1.
sent!'lni .:mbrifü-s imaturo$ ao íinal do ,lcs..-n\-olvinwnto, b:iiu poss.l ,1íetar il Jormén,:ü pór mcw J" mc-1.iboli:smo Ju mtot.>

..-xpress.lo do i;.:n..- lEA, b:iiu tolet.ind..1 tio d<.SSéCllmcnw t dur,1.ntco dcso:nvoh'tmento J .l :sem,:nt,: tF1g\1r,1 ~-1
b:.iixos nívei~ d,: proteínas J.,- :itmaz<nánl~'1t10 tm ~mtnlt>, Os e-1woltótu)s p:iu..:L·m J..-:;cmp..-nh.lr 1mp,>rllnli.' p;ipd oo
Entr<.•1.11110, ern gtr.11 nlo há oorrd.1ç:lotntrtos ni\dS Jc Atl.-\ con1role 00 d~'1cn,·olvimcn10 ,I< a.lgum,1s kmemcs n,1 J,1.)i' ,lc
e o grau de dormCocia 11,l setncntt nu ,lura, nláS sim ,,utt" J1,·1s.!o .:elul.1.r. F.m-..,ltorios jOWlb J,: \ 'i,1d J..ilM \ IJ\';I) ,: dYÍ ·
capac,daJc Jc- rcspo)l:1de .:mbdót·s bol.Wo~ .M) ABA exógeno lh:i .Kumul.lm .lmiJo e pl\)ICmJ.S, ..ant,:..\ J,: o ,:mbruo p.usa.r
< u s rau dl.' dorm~ncta d.l si:uw·nte, lembr:mdo<t"~'- r10 \·11sodl' a func101ur ~·om" org,i.o Je .um.1z..-n.:imcnto. Qu..dqucr nm•
Ambitfopsis, a ti.>ml'J>Çj_o dos c11\'0h,lti~ (IC)t,, t <mlo~p,·nu~) lói\.lO que .-icte l'SS,t .lll\1J..1Ji.> .HIU,lll'll.l,lor.i Jo) (fl\\ilhlrim

fov-on:cc tl cresd,ncntn ,lo l'lllbri~. Mut:ufü~ de 1\r.JÍniU)/'s-,s 1mpi:Ju.1 O ~r..-~m1cmo J ,1 embn.lll. E...,.1 pn•pn,:,IJ,lc Jo,
1!111f111m1 <' Nfrvtim,a pftmil1o1gmijvfor (fominhíl) J,:li, knt~ ,:nl ~~•.tr
c-11,'0ltoriO;S p.11x-.:.· rcb.:101uJ,1 ..:llm ,l ;i11, 1,.1.lJe 1.k ,:n•
A UA s3o incap.ncs d.: ,:ntt'o\r ,:nl ~torm(•n(LI. AC.. ror ,ul Wl, ,inl.J.i. ,·,11110 111\ertJ..'ie~ •· ~Htl.l.)(' J.1 }J~uus,•, e hl•rml'wuo1>.
366 Flslologta Ve9c1al

espccialmentt.• o ABA. Em Ambidopsi.s e tab.lCO. AllA sinleti• Em Oieuopodi'11111, por ex-cm pio.a dor1m.¼,cia depende da espcs•
zado nos tcs;umc-n10.s - tc-cido de origem matemn - é translo-
w rn do 1cgumento. que. por sua "cz. é aÍC1:'l tfa pel:is condiçc)es
cado p:im o embti;io, C\'itMdo o abort:unen10 e promo\·l•ndQ amhicn1ais dur.ant<• o drsen\'ol,..imento. Estudos cm Ambidopsis
seu (T(Sd1utn10 por imermêdio da rcgulaç-lo da importaç4o lll0$1J;1im a partici1>ação do gene FT (/loweri11g lorns) na rc-s•
de mt'13bólilos. O :mmento da a1Mdad(" de tn\'C113St$ asso-
pos1a à tcmpe.rawro. Nesse caso, semcntci nmt.1n1es fl exibem
cfadas à~ paredes do e.n,·ohório clevarfa a disponibilidade de
ele\·ad3 dormfocia quando m:i1uradas a 16~ ou 22°C. Quan.
he.xose.s p,.1ra o embrião, estimulando seu cresdmen1o por
do n m.,tura('lo se dá em 1empcn1urn mais elevadas (2rC). a
di,isão celular. O ABA conlr(llaria a ma1uração p,cla indução
protcin:i FT do fruto rcprimc a produ~o de 1:mloos, lc.'l mando
de inibidort:$ d:i in~rtase. que reduum os nh·cis de hexo- o 1egumcn10 da semente mais fino e pc-rmd \·cl, permitindo
sc-, cessando as dl\isões edu)art>.s e iniciando a etap.-, de di,
genninaç.ão mais rdi~,kta. Temperaturas mais baixas antes da
forr:nciaç.ão. Alêm di$$0. in\'cr1ases soh'1\'eis (INVV('.) parecem
nor.ição, ao contrdirio, ucarm:mto menor produção de FT, mais
des.ernpenh11r importante pape.! no decTCscimo n::a atMd3dc 1aninos.1egume,11os mais C"spe$SOS e me,,os penneá~is e, por•
de dreno da Stmcnte cm descm·olvim ento. Em siluações de tanto. germlna('ão mai.s lenta. Quan10 ao cfeilo da lu:t. baixas
rstrnsc, com redução de ath'id.:ade na fonte, uma maior pro- irradiâncfa.s durante a íase de maturação resultam cm scmcnlC$
duç!o de inibidort$ de INV,•c reduz o consumo de sacarose e, com m:tlor gr.1u de dormincia. enqunnto o comprimc-nto do
consequen1ementc, a demanda do dreno por esse metabólito. dia não tem C"Ícilo, no caso de Arabhfopsis. Razões cle\'adas \'ter•
1eodo como resultado a redução no tamanho e/ou no número melho-~rtmo:\'Cfmclho (VE:V) tambim produum seme1nes
de sementes. A própria sacarose, cuja concentraçjo ai.amen1:i mai.s dol'menlcs cm comp:traÇdo a sementes maturadas em bai•
unsh·clmtnte na fase d e tnnsição. parece induzir a expressão xas ra1.õci VE.:V. A Figura 20.7 ilustra a participação de alguu$
de gen es associados :io 3rmaz.cnamento e à e>."Pansão celular, fatore$ na i.nduçio da dormência durnnlc o descn\'olvlmento da
c:arnc.1eristials d:i fo.se de maturação. Nessa fase. o controle do semente ná planta-mãe.
metabolismo deixa de ser e.xerddo pda in\'e.n:ise - que conso- Como mtn-ciona.do anteriormente, a capacidade de germl•
me ATP e cle\·a a conce1urição de hc:i.:ose - e passa para a sin- nação é :adquirida antcs de a semente completar todo o seu
1as.e da s:icarose, que eJtv.i o teor do aç.ú~r e «onomi1.:1 ATP. ciclo de desen\'Olvimcnto na planta. Além do ABA, o poten•
Em Faba«n, a natureza. do 1egumento pode influendar a dai osmó1lco rela1h'am<nte baixo (causado por concentrações
capacidade de germinação da semente, limitando a absorç.io elevadas de solu1os) d0$ l«idos adj.accntes ao e mbrião, impe•
de água. A pernle3bilid:ide do t<gumento otSSas semenie-s tslá diodo o suprimento adequado de água a este, é fotor inibilôrio
rdadonad.) com 3 concentração de pigmentos, como taninos. da germinaçlo dur;inte o desenvolviment~ conforme obscr•
e se:ment<S mais d uas cm geral s!lo me,ios dormentes que as ,,ado cm frutos carnOS-Os como o tomate. O est.rC"SSC hidrico
mais escuru (com maior plgmenl:'lçâO). FatOR"S ambk ntais, causado pclo potencial osrn61ico mai.s baixo pode aumcntu
principalmeme a 1emper:i1un. podem iníluenôar o tcgumcnto. a concentração de ABA no embriio, embora isso nem sempre

Ma1uraçlo

Dorm6nci;1
Capítulo 20 ❖ Germinação 367

ocorra. Outras substâncias inibidoras - provavelmente alca- e o meio externo. No início da embebição, o componente
loides - no fruto, como as detectadas em algumas espécies de matricial ('11 m) da semente é o principal responsável pela di-
Psycl1otria (Rubiaceae), também podem restringir a germina- fusão da água para o seu interior, mas, com o aumento da
ção. Em muitas outras espécies - particularmente arbóreas disponibilidade de água livre e do metabolismo na semente,
tropicais -, é possível que outras substâncias (especialmente o componente osmótico ( 1/f-rr) aumenta sua participação no
compostos do metabolismo secundário) atuem durante a fase processo.
de desenvolvimento da semente. Em Myroxy/011 peruiferr11n Os valores de 1/-' em sementes secas são muito variáveis,
(cabreúva), por exemplo, detectou-se a presença de cumarina situando-se entre -50 MPa e -400 MPa, produzindo gradien-
no fruto e na semente, podendo essa substância estar envolvi- te de potencial hídrico relativamente elevado entre a semente
da na supressão da germinação precoce. e um solo com, por exemplo, -2 MPa (próximo ao ponto de
murcha permanente de diversas culturas, como a cana-de-açú-
Germinação car). Entretanto, para que ocorra a embebição, os tecidos que
envolvem o embrião precisam ser permeáveis à água. Consi-
Termi nologia e tipos derando as estruturas da semente e do fruto, existem sementes
A germinação inicia-se com a entrada de água na semente (em- com envoltórios impermeáveis (impedem a entrada de água
bebição) que ativará o metabolismo, culminando no crescimen- no interior da semente), parcialmente permeáveis (reduzem
to do eixo embrionário. De acordo com o critério fisiológico, a velocidade de embebição) ou totalmente permeáveis (não
a germinação se completa quando wna parte do embrião, em afetam a velocidade de embebição).
geral a raiz primária (chamada, nesse estágio, radícula), pene- Com base na cinética de absorção de água, as etapas da ger-
tra e trespassa os tecidos que o envolvem. Além desse, existem minação de uma semente não dormente ou com baixa dor-
outros critérios de germinação, como a curvatura gravitrópica mência formam uma curva trifásica: na fase I, que constitui a
da radícula ou a emergência da plântula através da superfície do embebição propriamente dita, o teor de água na semente au-
solo (critério agronômico ou tecnológico). menta rapidamente, seguido de estabilização na fase II, man -
Se, do ponto de vista fisiológico, a germinação se encerra tida até o início da germinação visível (prolrusão radicular),
com a protrusão radicular, em estudos de ecofisiologia, os quando se inicia a fase III, caracterizada por um segundo au-
atributos da plântula também devem ser levados em conside- mento na captação de água em decorrência do crescimento da
ração. A plântula é o resultado da germinação, mas até quando plântula (ver Figura 20. 10 mais adiante).
um individuo jovem pode ser considerado uma plântula ainda A rápida entrada de água na fase I causa alterações na per-
não está bem definido. Um critério morfológico estabelece o meabilidade das membranas resultadas da mudança do esta-
uso do termo "plãntula" até o surgimento do primeiro eófilo do gel (na semente seca) para o estado líquido-cristalino, ca-
(primeira folha após os cotilédones), quando então a planta racterístico das membranas normalmente hidratadas (Figura
entraria na fase juvenil. Outro critério, este de natureza fisio- 20.8). Essas alterações promovem o vazamento de metabólitos
lógica, considera plântula enquanto essa depender, predomi - de baLxo peso molecular e outros solutos para o meio, sen-
nantemente, das próprias reservas seminais. do essa perda reduzida com o retorno à configuração líqui-
No caso das dicotiledóneas, a classificação das plântulas em do-c ristalina. A pré-umidificação e o aquecimento da semente
geral leva em consideração o comprimento do hipocótilo (epf- não hidratada podem reduzir eventuais danos decorrentes da
geas ou hipógeas), a exposição dos cotilédones (criptocotiledo- embebição. Alguns carboidratos (especialmente a sacarose)
nar eJa,1crocotiledo11ar) e a natureza dos cotilédones (carnosos e fosfolipldios (como o N-acetilfosfatidiletanolamina). cuja
ou foliáceos). Na germinação cpfgea, o crescimento do hipo- concentração aumenta durante a embebição de sementes de
cótilo faz com que os cotilédones se elevem acima do solo (p. algodão, podem estar envolvidos na estabilização e no reparo
ex., feijão), enquanto na hipógea o hipocótilo é curto, de modo das membranas.
que os cotilédones permanecem no solo (p. ex., ervilha). Uma A fase II , ou fase estacionária, caracteriza-se pela estabili -
plântula é criptocotiledonar quando seus cotilédones perma- z~ç~o no conteúdo de água e pela ativação de processos meta-
necem envolvidos pelos tegumentos, como em Viro/a bicuhy- bohcos necessários para o início do crescimento do embrião.
ba, e Jan erocotiledo11ar quando estão livres, como em Trema A fase li termina com a protrusão da raiz primária através da
micr.11111,a (candiúva). Finalmente, cotilédones carnosos,
exemplificados cm Hymenaea co11rbaril (jatobá), apresentam
fun ção principalmente armazenadora de energia, enquanto Dessecaçao Embebição rápida

88888 l ~?nw l 88888


cotilédones foliáceos, como em Strypl111ode11dro11 adstri 11ge11S
(barbatimão), são predominantemente fotossintéticos, fazen -
do o papel de verdadeiras folhas.

Etapas ggggg- 6~88687 gg l


Embebição [ Liquido-cnstalino ] [ Gel ] / [ Liquido-cristalino ]
y
A c:mbebição (hidratação dos tecidos) é um processo fí si-
Saída de solutos
co, relacionado basicamente com as propriedades coloidais
e as diferenças de potencial hídrico(1/-'J tntrc a stmente Figura 20.8 Mudanças de fase das membranas du rante a desseca ção
e a embebição da semente. Adaptada de Oliver er ai. (1998).
368 Fi.sioiogia Vf'gl'tal

testa, A duração dessa fase<" a quamldadc de âgua absorvida comu,, lcaç-.\o ~1ufmica entre ele e o ('.ndosperma, m<'~ ia~,ª ~or
dq,e-ndem do polcncta.J h idrko do melo, da lemper:uurn e d:., horm6nios (GA e ABA). e- de aheraç,ões na cxprcss~o gc.:.111ca,
presença ou não de dormência.. Scmcnt($ dc,nnentC$ podem qut", por sua vez. l'C'S-pondcm a es1imulos amblenti,s ( Figurai
consen·ar-se na fase II durante mCSC$ ou anos, a1é a quebra da 20.9). o inicio da degradação de re$ervas requer prova\·el-
dormência. Nessa fase. o t.-mbrião ainda é capaz de suportar a mente O mo,•imcnto de GA do embrião para o endosp,erma~
desidratação. carac1eristie.1 pcrdid.a n:i fase 111, que rn.1.J'Ca o Iní-
não oco,·rtndo de nt-ancira autónoma.
cio do cn!'Kimcnto do eixo cmbrionirio e a retomada cb absor-
Além do enír:iquedmento d0$ em·ohõrios. a gcrminição
ção de iÍJ.'1.la, Nas d u:LS primeiras fases. o deS<"m'(llvimcnto se di
depende do potencial de crescimento do e mbrião. Dorante a
k'm dfrísão «:lu)ar, enquanto a fase Ili ~á assoei.ada ao crcs-
embebiçio, as ctlulas do embrl!o se expandC"m cm um proce$-
ci.mento da radkufa e ao inicio da divisão celular no embrido.
so que envolve ao mesmo 1empoaentrada de água do apoplasto
Crescimento radlcular eo enfraquecimento das paredes celulares. o qual, J>Or sua .vez,
Em semente$ de Arabidopsis, a protrusão radicular (apôs cerca cstfi ligado à quebra dt polissacaridios peta aç.io de protemas
CWRP (em ingl~.s-. cell waH remodeli,ig protcins, ou prote,.
de 32 h do Início da cmbtbição) decorrente do alongamento
do eh:o embrionário e 11'3.Spassam ento do endosperma pel.a nas remodel:ldora$ d:i pa~e. como cx-pansinas e g.lucan:ises),
radicula ê precedida de um.a primeiNi etapa reprcscn1ada pela sintetizadas no ápke do primórdio radicular ( Figura 20.9).
ruptura da testa, que ocorre aproximadamente após 25 a 28 h
da t>mbcbição. Nessa primeira etapa.. o crescimento das células
corticais d.a r3dicula é baixo, e a expansão O<'orre inicialmente Estimulo&amblencals

• ••
nas cêlul.as cpidérmic.as. movendo,sc progressh•amen1e para (luz, tgua, tcmperalura. minor;1is ~1c)
as camadas mais in1emu. A direção de crescimento do eb;o
do embrião é radial, prindpalmen1e na epiderme, e k' dâ nas
Cotil6dones
célulassubjacen1es à região na qual a te$t:a se romped. lnkial-
mente. n.sc crescimento r.adial limita-se à rJdícula e ã região
inft"rior do hipocõtilo; mas, na transição para a etapa de pro• Endosperma
1ruS10 ndicular. o crcsdmento se expande como uma onda,
Radlcula Hipooõlilo
ao longo do comprimento do eixo, para as regiões superiores
do h1pocótUo. Nessa fase. o crescimento da célula é prcdomi•
nantementt longitudinaJ, em particular nas ctfulas corticais da
regilo mediana do hipocótUo. Esse c:resd me-.nto longitudinal é
que da.ri origem à stgunda t"tapa do proce.sso germi.n:uivo ~e
AO

8a!anQO llOfmot181 E,cpress.ao gén,ca

Arabidopsú, ou $,tja, ,i ruptura do endosp,mn~ e a ~rotrusa~


radicular. O topo da n dícula, l'lO qual ocorre a mduç;io da pn • ABA - - L
mcira etapa da germinaç:io e o crescimento com~a. é o 11110
de onde se irradia a ex-pressão gênic.a reladon.ada com a pro-
moçio elo crescimento, A segunda etapa da germjnação, por
sua wi. i pre<e<Uda pda expressão gfoica na rcgi3o mediana
do hipoc6ti1o, destaca.ndO•$e EXPM3 (EXPA3), codifican1e
I / .
Pr~rama 08 erm;n

pan expa.nsina ( \-er Capitulo 8), e SUBTJLJSJN4.I I {S~T4.1I),


Te:sla,
que cod.ilic.a uma protea.se da parede celular. A parttr desse
sítio de indução, a atividade promotora desSC$ dois genes se L>1,11::. >,1 l)f'llt,
espalha pua rq;iões superiores do eUCo en,brion~rio antes.da n 1, ,i:,1•lvr~·~ ,1.1 p<.1tC,dt•
concluJio do proe,nw germinativo e da t>xpans.10 da reg1io
superior do hipocótilo (Figura 20.9).
O cresdmen10 d2 radícula pode resultar de:
GERM
Redução no potencia..! osmótico ("1. ) das células, e~ d~~r-
rt-ncia do acúmulo de solu1os, possh·dmen1e por h1drohse !
de polimeros .
• Aumento na extensibilidade das paredes celulares. por 1n• DORM
F a!Ofes resl)Ol'lslvos
1ermédio do rompimento e da rtconstituiçio das ligações eoASA . _ Hil)OCOllloJradkula
emrt moléculas de xiloglucano e mkrofibrítas de celulose
E.nfraqucdmento. por aç:Ao en:l':imâtica, dos u·d dos que re- flg uu 20 .9 Esquemo 1,impl16udol...atraMo a$etapas da comuta,çfio
cobrem o ápice radicuJu. do metabolismo 9ermina1h1o•m sementes de AtobkJopsis. SI.na is am•
blefll♦ls ~o percebidos em tc:ddos do embtlfio e endo~perma, cau•
No caso de Arnbidopsis, i resistência exercida ~~ en• sandoalteraç6esno ~lanço hormonal e n,a •)(preu.\o gênic:;t.,4'$ quais
\'oltórlos (testa e endosperm.a) ê o prind p.al fator hmit~nte colocario o prOCJ,ama de 9Hmlnat.io no modo "tig~do~ou ..deslig•dO":
• em bnonan
· · ·0, A capaic1da• No modo ·119ado: ocorrer.ia h:fi,çio de genes ,-,l•clonados com o
do inicio do creM:imeruo do eixo afrowcamento d11 p;uede celular, n,1 regiJo apicai d• radícula. Adap1•·
de de O embrllo superar ou nio c$S.a rcsisttncia deptnde da da de 8asset (2016)e Chahtane ~, ai, (2016),
Capitulo 20 '> Gttmfn.lção 369

Em scmen1es de lomale. a maior :111Mdade de enzimas como Entte0:1 pr()(mo~ lig;ad~ 3 rea1lv:i.çio do meiabolismo dJJr,t·
endo·bcla•mananase, c.xpansin.as, bcta- 1,l~glucanast", p(lliga• n do pela rmbebiç.ão. d~uc.tm..St" a sínt~ de mitocôindri•.
lacturonase ou ptClinase, quilinasc e arnhinosldase pode tSlar o rcpg,ro de ONA, a tnduç.io e/ou a dcgrad•ç:io de RNAm
envolvld.l na hidróUse pucial das paredes cdularcs do wdQ5• armazcnad«i. a 1ranKri~o e ;a 11:i.c:lução de RNAm novo e a
perma durante a germin:ição. New c,pb:it', endo-be1.:11-man•• mobilinç~ dr rescrvu. os quajs do acompanhado$ pcto .au•
nase e cxpan s-il,:iis- s-io exprt.s:sis tspcci/icamcnte na ttgiào do mcnlo d::i produç.i,o d.e apkks reath-:a, de o::ugtniu (ERO),
cndosperma que cobre o ápice radicular. No caso das enzimas princ:iy.almente Pfró~ido dt Mdrogtnio. A produção de .ERO
poligahacturonase e quilinasc, a transctiçâo ocorre tanlo no duranlt a mbt-biç.io contribui para .i moblll:1..,ç:io dt" rne-rv,u
endosperma qu.lnlo na ex1remid.lde da radlcul• Por sua vn, pOf inlermtdio de o~kb çJo Klttiv.a de pto1cinas < RNAm. t'
sementts dormen1es de 1omate não üo capaus de produzir pda ati~o de proteinas remc.>del,1dora~ da paicde, Por su.ii
enzimas que degradam a parede <:tlulu . \fl, :i regulação da C(>fK'.entra~o de ERO peb maqw.narb MI•
tic:>J.ídame da célula é íuodament.il para a.m•guru o lnl..&rt,ço
Metabolismo da semente germinante adequ::ido entre procwos o~ida1J',-os s,nalizadore, que &v..>rr •
DurMllt a embebiçâo, ocorre a reativação do met#bollsmo por cem a germina(-Jo e proce.\SOS oxidarivOS danoso, qur impe-•
in1ermédk> de substànclas e ts:1n.a1uras pttScrvadas ::ipôs :i íue dem ou re"lardam a germinação.
de des:s«ação, O aumen10 n:a atividade tespir.Ltôri::i pode ser Em Arobítl()psiJ, n.1 (a.sr I não 5t observ.1 a 1ran.scriçio de
de1ec1ado poucos mim11os após o i.nfclo d.lemhtbiçâoe, muitas gene$ qu< codific.am pro1cín~s dbossômk~'l$ (pro1rln.u-r).
vn.es, o pad~o de COl'l$UmOde oxigênio as.sernelha·st aodaen• sendo as resçôts atalb.ada.s por enzimas pl'eStrvad.a.s na S<·
trada de âgua, exibindo trls ÍaM?$. E.-.se padrão de consumo de menlt t ativ.idas pela hidrataçlo. Esg~a.men10 de substrato e
oxigênio apresenta uma f.ase de aumento rápido. com duraç:io s1.1bs11tuição do sistema milotondrial onglnalmente prc-~nle
variá,;d dependendo da .seme.nte; uma ÍiS( t".staãonirb, com M stmente sea por outro. estrutural < funcionalmente m:uJ
aumtnlo lenlo ou consumo de ox:ig<:nio e.sc:.ibiJiudo (algumas eficiente, poduiam S<r fatores r(Sp◊ns.iveis pela fa.~ esta,
st"mentes. como a Ct"\'ada, a mamona eo arro1., não 3J)ttSentam donári:a. A sinle:sc proteka de mwo !nicia•k' 1~ :ripós a hl•
essa fase); e uma 1erceira rase caracurizada por no\'o aumento drataçâo. a p.artir de substratos (enzimu, RNA1, ttbo.uomos.
na t.ixa respiratória, a,s.<;ocbdôà protrus.ão radicular. Pode ainda RNAm e1c.) presen1e:s na .kn1C'nte madura e re:ati\'ndos com
ser observada uma quarta fa.st" cm pU.ntulil$ ma.ntkbs oo eJcu- a embebiç:lo. Nessa fm, existe grande quanrldadc de RNAm
ro, na qu:\l a respiração diminui cm consequência da aausliO COJl$er\':ado. porém apen;:is parte dela será transcrita e ln•
d.as reservas cotíledonarei, O au.mento da rcsisttncA;) difusão <luzida cm prottfoas. De fato, enrre as proieina.s ~mteli-udas
de oxigCnio atnwé$ dos em-ollórlos, como obSt"n•ado ern B,u.. dt JtOl'O, ~t1e-l:l.$ en\'olvidas na 1r3duç.3o de R..~Am ( IO"í. do
chiaria dcnm1be11s (capim•brnquiirU) e 8. brizm11J1a (braquia- totaJ) são $lntc1iu d.s . .sc>mente a partir de 8 h d< <'mbtbi~o.
rão). t.lmbÇm determina a t"Stabiliza~ no C(lt'lsumodC'$SC' gás. indicando que :a niaqulnari.l tndudon.al armaun,1da Jj tst.l
além de ace.lemr :'I pfndu(:in de danol. :i(etando ru:p tiv:unente cm ali\•ic.bde n:li primcira.s bons de cmbebM;io. atnda qu(' .i
a q ualidade fisiológica dtl stn1tntt. Essa hipóc.e~ é corroboro• q~n1id11ik de protein.is sin1e1u acbs nesse prriodo (O a 8 h)
da por experimentos nos quais a l'(moçiO do 1egumen10 causa seja rd.iti.,.a.rm:nle bai.x:ri ( Figul':i 20.10).
un\a reduçâ.o da faseestadonária. A bair.i :ati\"ldade traducionaJ na.s pnmein-.1o hor-. u dC' em•
A curva de ATPdur.an1e a getmin-'ÇâO tambémexibt"asp«· bebiç!o poderi;a rcp~.lt<ntar u m mceana.smo d e ptO(eçio ao
lo trifulco: um rápido aumento durante as primeiras horu de embrião nas primeir:u e1apas da germi.naçlo, ou sc,ja, se o am•
embebição, prova\'dmc-nte por $lniese 1te tlOl'O ,,1a (osforila• bknte for e,·en1ullmeme desfo\·or,h-d à germinação < .W dU·
ção Oxidatiwa; urná fase esuei()nãri.i, com 1:uas cqui,•alen1ts belecimtnto da plântula, o progr.im:a m<1abt..'iUco dl fase rinal
de pmdução e consumo; e um no\V aume-nio no co111eúdo de da m;ahw.açio poderia s.er es1endldo. suspendi-ndo-~e aiilm ,1
ATP, .u.soei;ado ao crescimento do embrião. Ap<Sar dt II foslo· re101tuda. plena do me1abolismo sermina.ti\'o e mantendo .a
rilação oxidatwa $('r ccmsid1:rada 3 princip:al fonte de ATP no dOfmCm~i,i J.a scintntc.
i nicio do processo &t rmin:1ti\"O. no d«orm da e.1rahebi,çl o o En1rc :'IS proteínas simcuz.i.d:u. nas pc1m ('1r'.L$ S b apo,- o Ull·
embrião <exposto a anaerobiose p;i.«i:al. Prindpalmtnlt em do da emb<bi~ Je.1o1.,cam-.se .u protetnas LEA e R.<\8 18 (Jc1•
se111cntc.i grnndcs, a maklr rcsist~n<U fl difusão <l<' oxisCnio drinJ), an1has cm-oMJ:as na tolc:r.iru.:u ao Jcss«amcn10.. •(U<'
no Oudo liquido dafi cuh~ a pe1mraçâo do gis nóS ttd<l~ m.ils pem1item que o embN o suport1t J es1dntaç:ió .11.: .l protrus.io
internos, ocorre1Hlo a a1ivaç:io d:a fermcnta(-lo akoolica e o r.idicul.tr. ()u1ru prOt("ln.as obsen-adas nffia flsc ior.un: CR:\
estabelec uncnto de quocientes re-.spir,uóriOS (C0 / 0 :) m:.&iom (crucifotinJ). uma protdn.i de .ann.ucn.amcn10: ROC.:l. WTU
que 1. A m\"did;a qm· o ('mbdlo w:sce e as mitocón<lrl:u se iwmo!'raS< .:La f:'lmJi.& ,!;» .:klofilin.u. 1mport.1n1< <m m«..iil~ ·
tornam mais a1w:LS, hi 1n:aior dii,ponibilid.idc d< oxigCntO ,: 1nos d,: r<p.1,ro e r,nlOd~JSc>in; (' $BT1.-. uma pt()(1t.U.C .:mol•
quodent<-S rrspiratôrios mcnord sjo ()bscrv;ados. o.:orrendo ,,Ja 11., prn,lu,'io de: muc1'.Jg<m Jur.int,: ,a, <mbcb,,;Jo, proJuw
um aumento no suprinwn10 de A1'Pgraças ~ ativa\lodo,ido que au.'dlt.\ n.i m•.u1u1.:n\lo ,L, int~'Tld:tJc> du OI'\..\. Cut1fü,I,•
nk·nt,. muita.:, d:ii; prot<tn.ts obs<n ; J J.) na ll ) O: ( csllo woc1.1
de Krcbs e d:1 via oxid:ise do cito.:romo.
Dur;1n1e _. fase J d:a ,:mbd>1\lo, a ~•lir.i,"lo e 111:i.miJ.i gt.a• das j fa.S('Ô< mJIUr-"jlo ,la ) (' IDCf'IIC (f1g1.1 r:1:O.lOt
Çtl.S à J1~ponibiliJad(' d,: ~,çú-cat1•S, priri.:ipalme1ue ~.,.:,1ros,:, ,\ fas..• 11, 11tt1trn'.,·Jia n .1. pc>nWo J urJ.nlc' ,) 41ul J por..-cn•
rafinosc e t')taqui1,1S;ã-, ).'a q1h' a 1110bilila,l ('I 1,1:\sprindpai.s subs• \.tgem de hadrat;a\ao J .1 Kntcnt,: pc>rm.1.n c.:e m,us ou mcno.•
1t111cl:1~ de rcscr\'.l- ,uuido, protd 1uselip&di~ - o,.wr,: apó!<>
.:ou.,t.J.nt<, .:.a.r.1.~t1tn lJ.•~ pd.1. ., t\\ .., ,i.> Jc' mn.1. wnc J.: pro•
iníc:io do ~ 1-.:sdmc11 t1) Jo ,:mb1,ã~ n.. fa:>< Ili J,1 sl·nmila.;-.-o. .:-e»o) m,:1.1.bol,..-oi, rd:i ..11,n.1Joi, .:.lm .i proJ ui;.l.i J,: .:n.:rs•-' <
370 Fisiok,gia Vegetal

mobilit3~0 de n-Scrv:\$. Na~ fase. há um ace,uuado aumcn• ser decccuadas ji na fase 11, indicando que csi;e e\'cnto é nc-
10
• •
na e,,:pressiio

de proteinas-r e na atMd....d•" 11 · fa-
~b·~· "',num. cei;s:\rlo pa.1,1, rna.ntcr as ;,lias taxas de alongimcnto celular que
c~ltlando a s1nle;s('dt no1,v d~ pro~c'inas nt."<'C':SS.lrias à gcrmilt.'l• precedem a prolrusão radicular (Figura 20.10). A sinltsc de
çao. Nafn...~ll. que,em Ambu/op$1.Jcom,pondeaop ,., d
DNA ocorre apenas na fase de- crescimento do eixo embrio,
8 a 3'- 11 apóli <'1 1..n rCio
. d erl'UOO t
a em~bição. destac:m1-se as proteínas: nãrlo. quando se inicia m as divi.sões mitóticas. O aumento no
KAT2 (J-cc1oodl•CoA tiol.uc) ligada à oxid~ção de ~cidos con1eúdo de ONA, após o início d11 c-mbc-bição, resulta, prova-
gr:uos w1me-nte, do reparo e da rddrataç!o de moléculas prcexiMen-
1'1 IDAR6 (monodeidroasrorb.110 redutase), anlioxidante ces, bem como da sintcse de ONA mitocondrial.
CAT2 (cata!asc-), ligada à quebra do peróxido de hldrogtnlo
HSP (prolemas d..- choque Ltrmico). ligadas à prot<"ção da Controle
conformaç.i o pro1cka Em algum:1.$ $tmt'1lles. oomo Nrcoti'tma e Ambidopsis, a rup1u.
GLNl.3 (glu1amina sintetase). ligada à 3.Ssimil11ção e â rt- ra da tes111 e l'l do c-.ndospe-nn:a s3o eventos distintos e tempo,,
mobilitação de nitrogt".nio inorg;\nico ralmente separad()$. Enqul'mlo o primeiro é consequência do
MSTI (mercap1oplru, ,.10 sulfurtransfer,.se 1), envolvida intumescimento di'I $emente decorrente da cmbcbição ( mais
em meanismos de detoxi6cação especificamente, de ent~da. extra de ãgua ao linal da fase 2).
• TPPl (tripeplidil peptidase). uma prote-asc o segundo decorre da degra.daçio cnz.imâtica do endosperma
PABI, um a subunid:lde do proteossomo 20S, ligada â de,. mkropilar (parte do endo.sperma que cobre o topo da radi-
gradação de protcinas d e reserva cula). pro, ocando um "'buraco" no tccid~ a1ravés do qual a
1

ATMSI (cobal11mina•independen1e Met sintase). e nvolvid-, radkula e,nergc (Figura 20.11 ).


11-l'l síntese de metionina. Pesquis:is rea.J:izada.i em plant3$•modelo. como A.rabldopsú,
• PYK IO, prote-ín a do cuabolismo de glicosinol3,te>.s, cuja de- tomate e tabac~ m()t.1ram que o controle da germinação ocor-
gradação de\'C': rcprcsent:ir importante fon1e de enxofre e re por meio de interações en1.re o t"mbrião e o tecido que o
nitrogtnio. en,•ol\'e (endospcrma e tegumento), Essa interaçjO entre o
eixo emb rlo l'l!ri o e 0$ t« idos de reserva. envolve hom1ónios
Na (as(" I li, o csui.bdecime nto da plântula é preparado gra- vegetais, sendo a induç3o da síntese de alfa-amU:l.Se pelo âci•
ças à tradução de componentes do cltoesqudcto, como as pro- do gibcrélico (GA1 ) no <"ndosperma de cevada um exemplo
teinas ACT2 (ac1ina 2) e T U83 (1ubuUna 3). Entretanto. pro- desse meca..nismo. Estudos basc.1dos. na distribu ição de erans.•
1c-ín2s en\'olvldas 11a ttOrg.aniiação do citoesqudeto podem portadores de ABA n1QS1r:im que t$$C' hormônio é 1>roduzido

o o ..,,..,
Fase l Fase li Fase UI
P,og,ama de Con,o,maçao proieica. ~1.abol smo
matlnçio ~nçia Mob!liz::,ção CI~ N,S
.-O dOs.sec:3metl10 Me-can,smos anl,,()J(ll,13nWS
Remoclelagenv'reparo
Oetol<llica~o
CRA l,IOAA:6 GLNl.J
l.EA1 CAT2 TPP2
RAB16 MST1 PA81
IIOC1 KAT2 ATMSl
Absorçlo de égua

nles.e pr01elc8 a Nf1! de RNAm now


..··S1................ .
,• ., .
,.. ·,, T,11r1Slaç&o de RNA•n
..... ................
.........-
✓----,-'--- Sln1esc prot.elca ;t p3rrtir de RNAm Pfê!(!llJStetlte
_,L_ _,.,:,•:·..____ _ _ __ _ __ _~...w,,~-=="""
"."'~- - ----
•/ Síntese de rnitoo6ndtias
Res,:ilr

,.
·,

o • ..,,.,
24 32
•• ••
Figura 20. 1 o Pad.rio de variação do com etidode â9ua (linh• p,eta). u .adu, iio de ltNAm (lir1ha 1r,icc::j;:1da ~ ,d~) e alguns e-vemos fniológlco\ e
mttt•bóhco (linhn ~ rme-thas) assoc:1,dosâs uMfase>di capu,ç.;o de ág u.> pel.t se~ente du,antc-• germ11,a,.t0, As s,91.:u em (.(lluno1 s col0tk1,n
representa~ grupos de p,oteinas s,nt~ll.ddas dt!novo tw1ldiferen1es fases de embebi(.IO. com a de~crlçM>da\ rttSpectiva~ funções. Fonte: Bewlcy
1199n eGillind erot.(2013).
Capítvlo20 ♦ Gtrminaçlo 371

S.m♦nte
donnonte
,,,.,,......,.,
l{fi)
1 l
,e
• • 1
SOM i
·• 1
Se,mente
quies.c1111t1
1

Figura 20. 11 Aç,lo de filtoreumbitni.ais, hormOt'lios ef.,o,n de tr4tlSCriçA,o dur.intu n.insiçJo do estado de <1,onnen(l;l ducmc1nt'\ dt- ub.Mo,
para a g ~rmlnaç.ão,Ações reguliltõn.s poM'tivas(faYOtáYtls; gc1tnin11~ ->sioindic.,d.u po.- llnha.s ve-t"des. e açoe-s ntgiltrai$ (rf1)fffl.;o; 9@'·
mina,çiio: ➔) por Unhas w rmelhas. A8A: kido abscisico: AG: glbtrelina ativa; BAA: b~~ru»tcro,d~ ~ tll•Glu 1: btrA• IJ-glucaN~ clau• I; EA!:8,?:
ctr,yk•0t: tt:)pvmlw ~ ~"I l.iíncHny pu,l(,r,i,,, !iJfl:llf:ÍI\U de, 119f'Çio .:a t lCMCf'lt O $-Cl\$lv,el ~o ~il•-J: M.;O i p•"6o.ido d• l'l,drogér>10: SPT• i p:atul:a;
OAG 1: do! offecrhtg 9e,minati0tt I (dof lntlvenr;i.idorff da ge,min,ç.io 11: SOM: somnus; GA3ox: g;bbett#ffi AJ Ollldosit (oiudase da g..,ber~ Ali:
GA2ox: 9 fbbtft-llm A1 OxidcUI! (Ollidase da g!l>tfflina A21: PILS: Plf3•litc S(Seme4hante 11 PlFS: PIF lt; MFT: mothtt oi F1ar.d rn l (rn.\(' (.~ n e TFLH:
OPOA.: áckto 12·0XOfllodif'noiro; MVB96:MY8 domo,in PIOftill 96 (pro~a de domlnio M'l'8%: MY'8): ASA 1: rcgul.:ido, d.a vi.. de ff'\p0\tll do ABA.
A814•S: obsciSit acid insimitiw -«IS onse,n,-lvel.o icidoabsclslco41S). Ad!!)1ada de Kucer.1 tl ol.(2005),

no cndosperma < lransport-.adó p:it3 o tmbriãO. tmbor:i t'Stt Indução de genes que codi6cJ.m cnzim.;u qut rl."du.tc-m a í('•
tarnbfm o pl'(ldui;a, enquanto a gibcrd im,1 tsl.nltlizada r.otm• ,-lst~n..:t.l mednica dos c1wohón0$ :io c.rit.s(1m;:n10 J o o:m•
brião de k'mcn1cs germinantes dt: Arabido~st 1t3nsport;&J:"1 brllo e mobilium nutri,:ntts p~ra o <mbrilo
•)ara o endt'.>$pernu. Efeito dtr~,o ~brt o potencial d" crcsdmcnro do c-mbn.io.
mai.s propriamente a cJpaddadé J3 ..:c!lub d.e g;:l':tr poren•
Giberelina e ASA dai de pri:ssão imr.1, t:tubr ~ufki<nl< par;i \'c-n,cr ,1 rCl>h1.:'n•
Por meio do uso de linhagtn.s mutantes.. a.ssim como d,1 .lpli• da d,1 p.ltcdc e S.? é:Cpandu,
C:Açiio de honnónios ou sc\l.ll inibidord, a m.iiori:a dos ôtudos Em l>Clll<ntçs d.: ..\rdbidops1~, a mJu,-.io prc,o,e Jc i;o:ncs
sobre o pa1le1 dos hormó11ios no c0111role Ja germinaçlo con• li~Jos 11 bioi.s-intc-se Jit AG n.1 raJkula e a prcs.cnç,1 Jc-gt:n~
cemra.S< na AG, 110 ABA e Onoetik·no. A g.ibcrdln.a 01imul.l ,ap.azes Jc ro:-spofüier ~ g1b<rdiru em r.:dJ,._,, n,10 pn1Ju1M~
a scrmin.1ção d" scn.cntci. nkl dorm..-ntt·s. .1gin,lo umb<m J,-sse horm-.'>nu) sugerem que J AG cmbnõnic-,,1; s.c J1iund..-. 1.l
na libccaçào ,la dorm\'nC13. A pr<..sença ,to: inibiJotcs J:i 1:nos• n.u. pri.mdt,lS o:t.1p.i.s J a 1."mbo:b1,;.io, p.i.u o 1:ndospcrtn.1 m1
sinttllc dl.' glber.:lina impC1.lc a g..-ro1i11-'çiio Ji' ,·,lriJ.., (Sp(('io:$, (rl,pilar, 10rn:1nJo•o ,ompdcntc p.:ita tl rompunl.'nto Junmc
processo que ocorre cm mul.llllt"S ,tefidct1tcs n,::,...,. honúOOio a c1,.1.r:1 1\n.il J., scrnun:i,-.i1J (prot ru,.Jo raJ1,nl.1r). O ,1um<llhl
3pcnas quand._, hi arh,...,\lo de AG. uu ,w;mdo o tmbrijo i d< gib<r<lma,> ,uh .ls Jur-,mte J 1:,1:,.,. J,• rupmr.i J.t lt"SLJ ,e J.a.
is.oi.ido Jo l'c)l;anh• da scnt1.•1u,·. G1bo:rehnas pt'l>lllO\<m 3 icr- ~fJ\.1) ,w ,,1;umcntll ,l.1expn:.».\o Jc G~UU\ (\<!'r C:ip1tu!o 11 )
minaç.io atuand,l conK1 11wJi..l,l<.1ces ,:-1\lh' Ú !Otl.'l :imbkn1:·us. tJntú n-, cmbl\,10 (r.1,h..:ul.1 ~ -.c.ndcJ-.lno.!) -.tu.1nto nu t'mJo.,per•
como lut. t' tcmpt•r,11111•:i, e f.itM<'> uuctn,,i. rc:,.ltili"IS J ,1 i;cr • nu (mkrorll.tr e pcnicu..:o}, ,,1,u.s,:m,IQ .u.uncnto.l ll-.l lC'Or J . :- .\G
mmação, t um<>,) l"n,lo~pl'1Rl.l, Slo píOJ'l'.litos Jois n,,:•a~u.s• n«ei.s.irio ,.., .-111r.1quc..:111wnto .lo cnJoi.fk'nn1 m1,.cup1br. A
mos 1v.11.1 cxplic.i.r \) p,1p,cl d,1;\(i nu c041twl,· dA 11,<ítn111J\.1,1: J~r.1J,l\.\ü ,1,, cnJ.,,sr..-1m,,1;, pt1t1.1nhl. J..-p,...nJ ç Jc um ,,n,d
372 Fisiologia Vegetal

do cmbri.i(i. como em U-pidium u1tiv111,,, no quJ.I O enfraquc-- inu:rnwdinndo ~ a.;ão d11 luz e da temperatura (Vieira et rtl.,
drntn10 do c-ndospt't'ma requer que e$te es1tja cm <'Ontah> 2016), O ADA 1ambêm itua. restringindo .'I disponibilidadr
com o e1nbri-âo por pelo m.:nos l h . JX'lr., que o sinal químko de metabólitos. O fator de transcrição MYB96 (mydoblasco .
se mo,-:1 p:m, o cndos1>t1·ma <' desenc.idcle a germinação. Por sis domafo prot(/1196) - que parliclpa da via da sin:nlização dó
sua ,"ft. semcnlcs cuj:a gtrminaçlto não sofrt interftrfocfa por ABA - regu1:t poshiwmenlr t:uuo a rxpre$$.âo de genes da
parte da.s estruturas que en,·oh-em o embrião, como ê O caso biossintCM' de ABA quanto de A814, qut Inibe o c.atabolismo
da soja.. não dependem d.ti síntese de GA par:, gcnnl,i.:ir, de lipidios no embriã~ rcdutindo assim a dbponibiJidadc de
Sabe-se que GA atua na Jcgrad11çào de protcinn.s OEUA energia para o crcscimrnto da plântula e produzindo acúmulo
( RGL2 e RGLI. cm Arabidop,is) (ver Capitulo 11), as quais de triacilgliccr6is nos tecidos embrionários.
inibem a serminaçlo por meio de trh- vias: estimulo da bios-
sintes.c de ABA. ,ia ABA l; estímulo dt elementos da via si• Etileoo
naJi.u,.dora do ABA (ABIS); e inibiç.ão da e.xprtslíàO gê-nka de A aplicação de e1lleno estimula a germinação de algumas se•
proteínas de rcmoddação da parede celular. DELLA lambem mentes. como em Cucumis angurin (Cucurbitaceae), muitas
podt> regular positi\'amente a txpressão dt oxilipinas. como vetes cm intcraç.ão com a hii e outros honn ônios, co mo o
o icldo 12 oxo--füodienoko (OPDA), precul'$0r do áddo j .u• ABA, a d netin.:i r o áçido giberéllco. O etileno p:il'ece contra•
mônico. O OPDA, por sua \'et,. tambêm estlmula a produção por-se ao efello inibitório do ABA na germinaç:5o por lnterfe•
dt ABA por meio dos fatores MFT (molher of FT and TFLJ) e rWda na cadcia de transdução dr sinais do ABA. lsoladamen•
,.\.B.A l (, ·e r Figura 20.1 1). te, o etileno não é capaz de quebrar a dormência de semcn•
Se. no final da etapa de m-:uuração da semente, o programa tes de algumas e,pé(:its, embora estimule a germinaç.io de
metabólico ê. voltado para a lnatkação do ABA. na germinação sem entes não donnentes. 1:: o caso de algumas $tllle01e$ q ue
o prog:rama. ,'Olta-se para a .srm ese de novo de AG, por inter• requerem luz para germinar e cuja germinação é inibida apólí
médio d2 a1h'3ção de GA3oxll 2, que, como mrncionado a.n• 1ra1atnenlOcom inibidore, da biossintese ou ação do etileno,
lerior1~,en1e, desempe.nha 1:,.,peJ•chave no controle do proces• embora o lrttamen10 com etileno não promova a genninaçjo
so gernün:nivo, e cujos tn.nscri1os sl\o eneontr.ados apenas no no escuro. Sementes germinantes com bons índices de vigor
embri1o dt semen1es em germhuç!o. A lnduç!-0 de GA3ox é podem liberar qu.antid~des refativJ'unente eJe,,adas desse gâs, e
sensfrel :i ,·Aríos fa1ores ambien1.als. prindp:tlmen1e 1~ e 1em• a qua,uldade emanada de sementes dormentes tcndé a. ser me•
pen1ur.a, A wrad.ficação (e).'PQSição de sementes embebidas n nor que de S<'mcntcs quiescrntes, como ocorre t"m ;imendohn,
temperaturas da ordem de 5 a rC) tem efeito positi, 0 sobre 1 Em S('mentc-s embebidas de A,marnntlms uwdatus (amarnnto)
a expressão d, G,\Jox, pr0,·:welal)ente por intermédio do fator e Cuc.uinis m,guria, o etileno é de1ec1ado an1es da prot rusão
spatula (Sm. que codilka uma proteina repressora de GAJo.x, da radícula, ha\'endo um pico de produção associado à ger•
Tt"lllpi:-raturas el"-adas (na faixa de 22 a 32ºC). por s.ua vei_ lnl• minação ,ish'd. Na ,S('fflCntr, o sitio de produção de clileno
bem a gt"rminado de Arabidopsis. regulando neg;iitivamente localiz.a•&t" quase e.xdusivamente no ~uco embr-ion.\rio, par1i•
., e,:prtsSãó de GAJox, redu.iindo assim a bioss(niese de gibt-- cufannen1e n:ilí zonas de elong:aç:ão e dlferenclaç.'lo celul:lr na
relina, A comple-,c2 cadela regulatória da sfo1ese de AG conta r:idlcula. Primariamente, o etileno parece agir n:t promoção
ain<U com a açào dos f:uores A.813 ( ABA i,,sensitfre J), ABIS
0 do cr('S('in,ento nidial do Mpocótilo e no aumento da taxa de
UBA•lnsrnsirrvt S) - p,enencentcs à via fi.nalizadora do ABA respir.tçâO. Assim c(uno as glberelinas, acredita-51: qur o ctik•
- e DELLA, que uun Wm regulam neg:ulvamcn te GA3ox por no possa tambê.m cs1imular a sinte.s.e de enzimas na região do
meio~ ath'açào de so,mws (SOM) (ver Figura 20.l l), .iplce da radicula relacionadas com a dtgt.id.lc;-.io do endos•
Os escudos em Arabidopsis sugerem que a resposta da se• penna, entri: das a endo•bcta-mananase e a beta• l,3•glucaoJ•
mentt i giberelina seja dt>tenninad:a pela quantidade dr ácl• sr. O etili:no e$1A assocladó ainda ao aumento d:.1 respiraç:\o l'
do ibseísko (ABA) produz.ido na semen te dur.tme o dc-Sen• à redução do p01enclal hídrico na semente.
,·oMmento e/ou pelo grau de donnénda imposto pdo ABA,
Citocininas e auxinas
bem como pela quan1idade dt ABA prod112.ida durante a
cmbeblçào, p:micula.1·mentc em semcn1cs dormrntes. ABA e A gecminac;ão lambem pode ser promovida 1>el:'l apti,a,ç~o de
GA a1u:uu. po,,:anu>. de modo ím -ers.o no controle da síntc;Se chocininas, como cm Rume,: obtusifolius (língu.'l•de•v:'IC:t),
das enz.lmas em·oMdas na dcgrad:ição de paredes celulares porem os cfcitO;S do hormônio endógeno n~ proe<Sso :ii,, da
do end().Sptrma: e·nqu:uuo o primeiro hormônio inlbt: - ou são pouco <:Ot"1hecido:s, acredi1ando•se que ele poss.i d t.'11' en •
não c:ius2 efeito - robrc a expressão d0$ gcn<$, o segundo "oMdo e_,n p1'0(e$$0Santioxida1ivos. Assim como çm divç;> 1•sos
promo\·t 3 expte$SIQ. Experimen1os realit:tdos com scmt n1es ou1,w fenômenos, a ação d-:ls chocininas no co n1rol..- da ger•
de toma1e t caft, cuja germinaç.~o ê. inibida pd o ABA. mos• mínaç-ão e do, m~ncfa parece envolver a i1utrac;ão com outros
t~m que o efeito do ABA sr dá por interrnc.>dio da inibiçio de ho,mónios, como a inibição do ABA e o estimulo J o etileno.
endo-be1a•nH1nanases, en2.imas c-1wolvidu na hidrólise- de ga.• O papel da..sauxinas na induç!o da gern,inaçJ o é contro wl'·
lac1oman:anos (cal'boldratos de reserva J>tescn tes nas p11redcs so, sendo sua ação mais diretamente relacionada com o alon·
cduJare.s do endosperma). No café (Silva t i ai.• 2004), o con• gamc-nto do hipocócilo e o cresdrncmo da pl:iruul:l. O uso d e
trolc que o ABA uerce sobrr a germin.'lç:io parece- envoh•<r inibidor..-, de transpotte de auxinas (Tl8A, ãcido 2,3.S•tr iiO•
ln diretamtnte a iniblç:1.o do pott'ncl.::il de- crescimento do cm• dobe•~ioioo) afeta ~ega1ivamcnte a wJocidade de gerrninaçJo,
brião. Em C$pécies do gl nero V&fozitl , o ABA 1amlxm .p.art'«' , ugenndo a ne<c-.s&1d11de do tnmsporte de auxina.s 1,..1ra a s er•
desrmpen.h•u- impór1an1e papel ,~o con1mle d.:1 gt'nlunaç¼o, minaçdo. A e~prt''>s.io d11 pro1d11a trnn.l>portadora J\· .1uxina
C,pftulo 20 • Germinação )73

AVXI (,rnxin reslJlan ti) no ápice da rndkufa n~o l u.,cn<ial mos1r2 o grande número ~ Joc.i kJ,ent.if,c.,.Jo, .irf o pratn·
para a protrusão radicular, mas desempenha pgipd impor1.1nlc te momenro. ~ g,rnes, prK JUa vc. dett.rmin.un toda um..i
na ,·eloddadc de germin~ção por lnlmnédk> da ,ulv:iÇão de p.ma de (;lr.Kle:ret d.a Sotmcnfc. dndc n1orl'ológjc.m atf fuio,
genes CYCD (ciclinas tipo O), oonhtcidos por paflk ipu da lógicos. que :aíttario sua rt:fl)OSC:a .-os dM1'ftf Í:tlOttS da mf'i«A
germina~o regulando a divisão cclul:ir.
fatores que ínftuenciam a germina,çio
Srassinosteroides e âcido jasmônico CondtÇõee 11.mbicflt:als que propic;iam uma gmnina(:KI
A ação dos brassinosteroides (BR) na germinação alnd:a nio bcm-succ:did.2. em genl. rdktem a., condJÇÕC$ (tue a pl.i.otub
est.á bem esclarecida, mas pesquisas rettntt':s com Arabi~pr;, normalmen1e t ncontr2 cm sru arnbiffltc n;1tur.1J. Se fais condi-
sugerem que C$$I classe de hormônios estimule a gt-rminação ções permitirem que a pfanta j~m CRSÇ-il e se rqmxh.u..a. isso
e :intagonize o efeito do ABA na m.inurençlo da dormênd.a, :as••rari. o SUGt$SO do genótipo: port:anlo. :i .sobttvf';foda ,-m
possivelmente promO\!endo a síntese de gibcrclin.a. F.studos determinado amblcntc p;a.ssa pcb e.a padcbde ck rtspos1111 da SC·
realizados em sementes de tllmCO$Uf;etem que AC e BR agem mente oos diícrcnlts sin.ii.s do mrio. Nesia kçlo. sn-1 Jbcutid<>
em paraie-lo na promoção do alongamento celular e na germi• C()Jn,C) a.s stffl('ntes r~ndan :i 2lguns &tl1ft$ ambiental$ (lin..
n:iç!o, am bos se contrapondo ao efeito inibitório do ABA (vtt temperatura, potendaJ d.l água.. íatous quúnKos.. g;a.s,e, e &to-
Figura 20.11). O papel de BR na indução~ etileno em Ara• res blótkos) e a filt(l,tN endôgrnos (m0f'fo&og;,1i e vi.abdldadc:}. A
bidopsjs deve estar rdacionado com :i e1itablll.t:içJ,c) da en:dma d0rmt ncia será tral.id:a em um item à parte.
ACS (ACC sinta.se), envolvida na b10$S.intese do jci,d() l •aml•
nociclopropano~l-carbox:ilico. precursor do etlleoo. Estudos Luz
em Arabidopsis indlam qtW: BR regulam a OOfméncia, nlio só A lu2. é pcrccbid.a pela semente por meio do pigm<nto fitouo-
se opondo ao ABA, mas t:.mbtm :umen1ando a produ~o de mo, uma cromoproteína ,~ceai que aMQr;•c 1ut. vttmdha (V).
etileno, o que deve ocorrtr em &ementes de monocoli.ledõncu. vtrmdho-atrcmo (VE) e :nul F..s.sc pigmento i cncontr2do
Ácido JasmónJco, wna w bsWlci,1 isobd,1 de virias pattes na (mma Fv, com absorç¼o máxima em V (660 nm), e na for•
da pla..nta (incluindo sementes ima.tur.u), inibe a germlnaç:to ma Fw. considc-rada a1íva, com pico de absorç;io no V"E (1)0
de $tinentes, m.u lambém pode contribuir pano a quebra de nm). Em Arabidoplis. fonm idcnri6cados cinco gcrw:s codi#
dormência, como o~ rvado cm Acc:r spp. e trigo (ver C:,pitu• fie.adores da apoprOtc(na, dts1;:1Cando-SC' PN'íA. rcsponú ,·d
lo 14). Ncsse uso.$-Cmentes li'ffCS dopcricarpoeltat:idascom peJo 6tocromo A ... mais sen.sivd ã degradação pcla luz - , c
o honnônio requerem tempo menor de cstn.llfiaç3o (tn ta• PHYB. que codifica o fil ocromo B. um 1ipo fotocsti~-el Com-
mento de frio) para adquirir a ca~cidade de ge1mi.011r. Opa• primentos de onda. ricos cm VE 1endem a inibir :1 ~rmjnaçjo.
pel do meriljasmonato na redução da dormência de sementes cm virtude da fotocom•c:r'Ão do F\"C pa..r.i :i forma Fv. Do ffld·
d e trigo parece estar relacionado com mudanç:i.~ no contcU- mo mod~ a :ação da cobertura vcg«:1a.l e/ou dos tecidos que
do de ABA no tmbrh\o e n.i aprnsao <.k gene~ (NCEDI e cnvoh·c:m a km<nu: dur.mtc: $1J.J matunç.\o n;a pl•m1.1~mk
ABABOH 1) en\'olvido.s na bioss.intese de ARA. pode íaur com que o /ot~quiUbrio o u a lado jolO<Staaond•
rio do lilocrom<> (relação F,•c-:fitocromo tocai) no c.mbn~ kf:&
Interações entre ho,môniose ERO b.lilcó 30 fi n:il de .seu d acnvolvimcnto. Pottwto. uma scm(nl<
A rede de imeraçOO entre os hormOt'llos ABA-AGs•C:H• no amaJured da cm um ambiente rico t"m VE (c-omo wb dos.k'l,
controle da germinação ecompkxa, dest11C1ndo-sc 33 in1cr1• cuja l".IÜO V:VE 1endt ,1 .ser baixa) pode ter sua g,erm.inaçio
ções antagónicas entre o ABA e a.s giberdinas, o etileno e os lnibid:1 e apte$Cnlar m:lior donn~ncia.
brassinostcroide,,. e os josmonalos e as auxina.s. Associa.do a ~ modo get:'11, :is scmcntcs podem scr divididas cm três
esse fato,. ,·cm merecendo cada \'t't m:iis atenção o p:iptl d.u grupos. dependendo da. resposta goerminatin l hu brl.llC.l:
espécies reativados do oxigênio (E.RO) como agenres sina•
• Senm1te3 ufotobldsricas, cuj.i gcrnunaç,10 i indiic:rc:nl.: ) lu:t
lizadOrc:$ e reguladord da germina('ão, por m,:io J35 r«ks (cosno o feijão e .a m.Uorfa das hortaliç.as)
h(lrmona.is, es~cialmente ABA e AG. mos L;Unb,ém o etileno. St"mente-$ Jotublá.sli<i.u. que apr($(1ltam m.Uor gc:nnmablh•
Hormônios com papd mais all\•o no ptoccsso de germina~ dadc e/ou velocidade Jc gé'rnün.1ç.io cm lui. qlJ(' cm ~ u•
(AC e etilen(l) agem positinmente sobre a prodltÇ!o de ERO, ro. como Cun,pia g(aziovii (cinb.aUba). Plant~gc, tomcnl~
particularm,:nte H..O e t\Ullbtm sio intlucoci:.M!os posiliva- (tanc.hagcm) e Hyptis sun~-._,)lc-'1$
meme por t.'5lla moié~la. Ji (IU rdaç.iO ao ABA, su.1 biossin· Sementes fotobldsti<ou tt~ atn''-'S que germin:.un mdhor cm
tese e ação são af( tada.s ncg.111vamen1e pelo HP :- qut. por escuro que- em lu:,, COffill $,da rlwmbifol1a (gu.mnun:i),
s1,1,1 n-,;. tambtm ê inibido pdó ARA. O H,O: contribuap:iu Cad1arw1thus rokUS (vinca) e Ririmu l°Omums (mamon:i).
O eníraquecin\cnto do e,,dosptrnu C$llmula.11Jo - p<>r meio
da oxld.:iç;)o 1-,roi eia, J ;a a1iv~ào de cln.aS<'S e d.1s mudanç..1,s O focobl.lst1$mo n.\o ~ um ,:.;1rac1c-re abwluto. m.1.s Jcp,enJc
no polenc-i,1I rc,Jw: - a c.x,,tcssio de htJro!a.scs (Tabela 20.1).. J(' inUmc:ros Íah)r~ como: c.onJ.içô..-s ,k 1n.1turJçio; 1cmpo Jc:
Esta s..-ção tr.ll()u de alguns aspectos do controle J:a g,t"nm• ;irma:rc:n.1mcnto; in tq;riJ a,I,: dos tt.-gurnc:nh.l~ mtr.110: potc-n•
n-:t~ão. princip:ilmtn1e p0r intcnnCdio da ação d.- lwm1õniot clal. hiJrko Jo n,d o; e- tcmptr.11ur.1 J.,. ~crmmaçio. S.:m.:ntcs
vtgetais. AICm di,»:0, lrJ.b;ilhos com mul,mtt:< (p;,artkulanu,:nte m.11orC$ ou Ji: t·sp,écies l.'m ..~tigios ..u..~»)l)nais mais :l\'!IO·
· .-• :i dormi'nciJ
Ambi,lops-is) mostr,un qut :i &._.,um.a,.10 t' . •
Jé~·em ÇJ.J os ti'tKl,m1 J kr inJ1ferc11tes ou t<r a gcmunaçio imb1J a
!!';\lar suhrn<:till,lS a um coirtpk:m coittroli: S._.,i.!IICI,), conforme p,d.a lui. brJn~. c-n-tu.t.nhl .1.-t ...ememt!., 1~ ut:nJS ou J..- pla.11135
374 FlslologlaVe9eu,1

pioneira~ necei.sll;un de lut para germinar. A luz l'U trada l)Ck, 1érmko), das rondiçi>C$ de m:iturni;-ào e pós.dispersão, bem
d~sscl. r11: 3 em vtm1clho,extrcmo. atua inibindo 3 sermlna. como das condições do ensaio de gcmllnação. Assim, uma
çao cs~ialmente de csréd~ considerad,u pioneira.$ {Tabela mcsmn c.spédc pode aprtS(ntar os 1.-ês tipos de resposta à lu1.
~0.2). NC$$.C'S co.so.s. a lu~ pode, aluar como $inal que permite (RFB, RFMBc.- RAI).. como observado cm certas variedades de
a semente detectar d are,ras ou aberturas no dos:scl
caso das C"rnbaUba.s. · como no Uu:111ca satiW1 (alfacc): qua.ndoa semcn1e é pre-viamen1e traia•
da com temperatura alta, 3 resposta muda de RFB para RFMB;
_os 1:foito~ da 1~ ~a germinaç4o podem ser agrui>ad0$ cm ao p11Mo que exposiçÕ<'s prolongadas a im1id ll ncia$ acima de
lrl'S atcgon.as prmct~is.~
l OO µ.mol.m·1.$('g° 1 inibem a germinação.
Efeil0$ de e,:pMiçio cuna: a germinação ~ estimul:lda A conslatai;-l o de que o efeito promotor de periodo curto
ou lnibida e m uma dc,JUidade mínima de íluxo de (0ion dc lu1. vermelha (V) sobre a germinaç.ão no m-uro de semrn•
(ílutnd a) e.m torno de l µ.motm•: . ocorrendo a s:itu.raçA; tes íotoblãstkas de :il(:ace podia s.cr revertido por breve expo •
da rc:s:pos1a e m tluêndns relativamente b:iWs (ao redor de siç-ão ao vermelho-extremo (VE) levou à de$coberta da fo.
100 µmoJ.m •:). Portamo. m posu s desse tipo são classifica• torrevtrsibilidade do hlocromo. E.ssa resposta_. cuacietitada
das como dc baixa flu~11( ia (RBF) como R.Bi::, C regulada pclo litocromo 8. O füocromo A, por
Efoitos de exposição curti5Sima: a resposta das sementes sa• sua \'et, induz a gcrminação sob VE con1inuo ( reação de :aha
tu ra (ou seja, atinge $C'U máximo) em fluências d'&. ordem irradiâncla_, RAJ) ou sob irradiàndas muito baixas ( RFMB).
de O,l µ.mol.m•l. moth·o pelo qual esse tipo de rcsposta é Scmcn1cs de Arabtdopsl$ embebldu no cscur~ e cujo fitocro•
conhecido como defl11b 1cia m1üto bnú:a (RFMB) mo foi ativado por V, podem ter a germinação inibida por VE
Efeitos de õl)OS.li;-Jo longa: nesse caso, a rcsposu d a sr men - aplicado no inicio da emb..-biçâ0\. graças à rtversão d o fito-
te requer txJ)MiÇôt.s prolongadas e ahas irradiànclas (r ncr• cromo 8 da forma aliva Fve par.1 a inativa F\•. Entre tanto, um
gia ou íócons por unidade de ârea por unidade d e 1em po), segundo pulso de VE aplicado •18 h após o primeiro induzirá
sendo, pon.anto. classificada como rt.$poJta de ol!tl l'rradiân • a germinação por intermedio d'&. ativação do fitoc ro mo A.
eia (RAI). AJém da irradiãnci.s, a RAI d cpcnde da compo- Assim, no inicio da embcbiçlo, a resposta da semcn1e à luz
siçlo espectral da luz.. é controlada principalme111e pelo fit<>Cromo 8, localiudo no
c ndosperm:a. A lu1. vermelha ativa o füocromo 8, que causa•
A re$pos1a i irradiànc.ia depende. entre outros fatores, ~ a inativação do fa tor PILS (pliytodirome•intcrncti ng f ator
do lote de sementes, de pré-+tratamentos (p. ex...• t:ra1run en10 J•llke S) e. «>n.s.equcntemen1e, reduzirá os níveis d e ABA no

T•~• 20.1 Açaode gibetelinas (AGI e j cido abscisico (A.BA) na exp1@ssi0~ ge ne-:s de-ttt1bdo~ante, d.t prot.1VSioda radicu1.a. ~m ~entc-s de
tom,tr cmbcbidf$. Ti!im~m ~ ;Jpre$4lnUI o tcódonoqu;,I o ge ne é exprM,;o. sMdooendosptrma 11pic.al II regi.ia do r ndosPC!mi.t q ue r«obre
o âpice radkular.

Endo-bct-1-fflan~~ End~ ptrrna apiul. M do~ rm;, l,a,te r• ~tmbriio Sem efe ito Promove
Celul;,$41 End~~ffib..!piee radlcu1,, Sem r feito Promove
Pollg;,la<tvronue Endo,perma a pic.a~t pice r;,dlculo1r ~meffflo
Arabinos-dade
6et i1• l ,l

E.q)ans11\6
-glrucat1a-i.e
Endospe, ma õpkal.enóospetl'N latr r111
Endo~rma ape..l
Endo,pcrm11 api(al
...
SemdtilO
,
Sem efeito
"°""""
"'º""""
Promo._..
Qurt.,roa~ EnOOS~a apicat. .ipke r.)(HculM Sem eíe-.it.o Pro,rno~
H'•ATP.a~v.acuo.l&r EndosPtffNI ~piul. $piee ,~dlcular Inibe Promo111t
MI~ ck 8,.dtoid t1 oi, (20000

Cor~Q (JÇP(J,0 Nao 9trm.n01J Altf N~o germinou Muito b11l:.-; t


A!t.a N.aoogermioou
CIICt O/)IO obtvsiloJM:I Nl o germinou
Alt> ,.,... Muito b,allfol
Bai:.-,1
F/ICl.ls iflSl(>Jtle
J>l/}tfow hum
tü oge,minou
Nio gc-m'llno" ....
.,,..
N~O g,trtlWIOII Muito baouta
<roron floribU11d11i Altil" M1111.o bi!Qa
Altil Ah;_i• • AI!;,
MiCJ>r11or.hommots N ,)Q 9r1m1nov

No\o gMm•nou Muw1obo11u Niogermlnou .. N-,o ge.minou


Sorcmum9roolbomc;ri
'IINJ1mt clt ~Pl'l fWtf .iwn.nw dl-10 • ,O'(_
..,1um1n,(ilo 11u fffl W tb.1,u ..1ao v 'I()
A$pe.0• dtVuq11c,•Y.....-s .t. (1/ QOOO) 1 v,110 e Sw•fl• (1000
Capítulo 20 ♦ Gefm,ri.-çJo J7S

c ndosperm:1. An mesmo tempo. ,, vc,mclhoativa Ofítocmmo dcpcnden1c uniumt"nl<' do filocrumo A é d" 1ipo ·opk,,h·.1~
A (localiz:h'IOno embrião) e inibe J>ILS. camando Jeu.:-pres- ou ~ a. v cmbri.i.n I rasp.a,sa , testa Km <tUC ,,i.,. soír,1 rupt11r:1
são da ?AJ~x no cmbrlfo e o aumento de AG. a qual indul prfvi:a. jj que no ,:ndo'lp<rm.i ,1!nd.a prcdom,n_. .a inmnç.io
a gcrnunaçao (Figuti 20.12). A aplicação de VE logo ;após dq,cndt'nle do VE. O ~c,1ní"imo qu<' 1tv.1 .lO , nfr:1,1ue(i
a lui vermelh.\ <01werteri o íitocromo 8 n~ fo,ma Fv (con• mtnto - dt'pcndtntedo ttmpo de tnibd,içJo • da rtSf"'º" do
siderada inativa pa ra es.se tipo dc litocromo), de modo <iue embrião ao ABA do <ndo,;pcrm;a f .auu.l.1 doconl1«1dri. m~
PILS podcr:i agir livt(mente, eslimufando a. síntese de ABA obscrva.-st" que i cxp~"1o dCK ÍlllQC'ts ~C'..EDf,/9" Af.U315.
1lO endosperma (ver Figuras 20,11 e 20.12). Já O fitocromo rel:1don.ados com a btnMínte!tt'dt" ARA, dim1.riu1 com u lempo
A. mesmo na forma Fv, seguirá inibindo PIL5 e, portanto, Je embcbiç;io :ipó-. o prirn.euo pubo de VE.
liberan do a sintes.c de AG no i:mbrilo. Ncssc caso. entrctan• A percepç.J<, d3 tuz pd:1 scm~nte i. portanto, detcrmm;K!,.
to, o ABA do endosperma penetra no embrião e sobl't'puja o pela din.imia Jo fitonomo que, por iua vc-1:. t ulllucnci.td.-
efeito promotor do litocromo A sobrc a gibtrcliM, inibindo a peb in1cmidade e qua.Udadr CU lui. DlverSOi compomnlN do
germinação (Figura 20. 12). ine10 e da própna scmt"n~ ..6hrarn~ a luz que almge o cm•
Contudo, quando o Vf: C aplicado tardiamente durJnte a bri:lo, altcr.a.nJo a irr.adiincfa e a proporçJo dos romprimitn•
embebiç.ão no escuro (48 h após a primeira aplicação}. há um tos de ond::i ptrccbidm; pdo filocromo. conforme d1,1._q_ndo
enfraq ucdmento da R'sposta ao ABA cndospêrm.ico. o qual na Figur,1 20. 13. Como -exemplo. n;a f:.w:.1 de .1()() ., 800 nm,
é incapaz de inibir a ação d.a gibereJin.t no embrião, ocom:n• a lu:t <1ue alcança a profundidade dt'; mm cm wn -.ub..,1n10
do, porta.nt~ a. germinação (Figura 20.12), fusa germinaç:io de ;uria úmida é m:ib rica ~m comprimcnlos de ()nd3 k,o.
gos que curtos. ()U ~cja, contém m;iis ,·ermelho•cxlrm10 qu,
,·ermelho. A mesma 1endtncio1,: obkrvada cm tcg,un-enro, de
2lgumas S<:m<ntes. como matn:e (Cu,um1,1: angurua). ~lr-s;mo
.a scrnpilheir., (C:.lm.ada superficfal de m.atcn::1J orglmco "m
dccomp()$.1ç.\o. esp«ialmenle ~gct.iJ, em solo$ d,: ílnr~.uJ
pode modificar a proporçio Je wrmdho < '"'rmdho-t"xtre•
1fM), :tlim . é claio. d< reduz.ir a irr..Ji.ln~t.i $Obre o solo.
Em resumo. qu:u1do .:t rc:sposta e 1nedi.1~ lklo füoc.romo
8. a lu:t br.anc.1 (>li ,-ermd h;i inibe .i. $.intCS< de ABA no cndos•
pcm~. enquanto vcrmdho•extremo e escuro a promo-.·cm
Contudo. qu:indn a açio < mc:di:ida ~lo fitocromo :\ . unto
A O \'etmclho q uanto o vc:rn1c:lho-~x,~mo in1bt-m a sint~ J,

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pl;,nl,) modc::lo Aw~s. A t>SPU~ISJ do endo,-pertN fS(,l d'""p10-
po1c10N1I. p.uJ dfflO de •P'c'\et'ltJ(.io gtJfi<-.a, A. Sementv~ 1:m~ """""" •

das tfll ~curo • \ubl'l\,f'tld.is ., um puho de ._u: v~rneli.i, indu:1ndo•se
a germln,){âo, e . sen1en1c\ \ubfl'ICl!d.)S J uni f.l'IISO d~ lu: ~ur1e--
!ho.eiorem;i n n p111neil.JS ho,as dC" enlbtbi(:.o. ,111b1nd<H.- J 9t1• Fl9u1• 20.1) hq....:m~ S111\l)lint.11do Jo, punc1p.l<§ ,lttQ\' n.11111"" ~
mln.)(ao. e . ~mC"m t's wbrnctJd,n " utn ptjh.O de wmwlho-t'·Wet110 ,uo
lu,t Quo? J(ll'h;I<' O t!'mbr+,lo,). Oi I\U!n~O'\ lt:P•t\otntJm . . .~, :b (
a.pos48 hde embt-bl(~ compr0r1IO(Jod,1 go<'1l'IW1.J\,10. Adapt.k!J de v~•e 11"tes"' Jpó" .1l9uns nluo'- e-' <"'4)tuur.i oas WtJ\ ,nd,cJ J·,nJ.
d1,)n(I.\ rtlJ{!V,I,,
ôeWitU•IOI (l() l6).
376 fi.siologli Vegetal

ABA e estimuJam a de AG no embrião, promoYtndo a gcrmi• (Figura 20.14). Em estudos sobre a dependência térmi~ . da
oaçio. De acordo com o modelo proposto - com base cm es• ge:nnin~çio. também slocoru:ideradas as lemperaturas m1mma
tudos realizados com Arabidopsi.s -. o fitocromo ativado pela (T.) e mâximo. (T) teóricas de germin11ção, cujos valores $li~ C:S·
lut \-ermelha (F\'c) penttra no núcleo e inlbt o fator PlLS, que timados II partir de técnicas es1atf.s.tica.s. Em geral, usa.se o aJUS·
rcguJa negath-amente a gerrni.naçio por meio de uma via que te linear que melhor descn:,•e a relação entre velocidade de ger•
envolve tambêm a participação dos fatores SOM (somnus) e minaçlo (l/t, sendo to tempo necessário para a germinaçSo) e
ABfl/4/S (abscisic add ins.-nsitivc 3/4/S), além de proteínas tcmpertitun, tanto nos inlervalos infra quanto supraótimo. A
particip~tcs da cadcla s inaliudora do ABA e>tp reuu no em• partir das equações gerada.\ por tais ajustes, pod❖se estimar T"
briio e no endos.perma mic:ropUa.r. No escuro. PlLS estimula e T,, de modo que, para fins práticos, T.. (te:mperatura mínlma
a expmsão do repressor DELLA e., indireta.mente, aumenta. a teórica) pode ser considerada equivalente a T.,._ (temperatura
exprC$$1o de GA2ox (que lnativa AG) e d e genes da biossJn1ese mínima experimental de germlnaç.lo), assim como T, pode
de ABA. Assim, a participação da luz por meio de PlLS e SOM ser equivalente a T,.,. (Figura 20.14). 0$ paràmet ros T" e T, são
assegura que a sJntese de AG seja su6cientementc alta para utilizados em modelos que descrevem a rC$posta da semente
revffter o bloqueio à germinação imposto pela.s proteinu em ttlaçlo à temperatura, os quais bU,SQJll prever o compor-
DELLA (p. ex.. GAi, RGL2 e RGA). O vcrmdho-atremo ini• t amento germinativo de espécies e/ou lotes de semen1es em
bc a ~inação por melo do estimulo. via DELLA e NCEDI, diíeren1es cenúios de temperatura ambiental Por exempl~
da biossintese de ABA e do &tor de resposta ao ABA, ABl3. a diferença entn:: T .. e a 1emperatura real de germinação (T)
No escuro. o fitocro mo D permanece na forma inativa (Fv) permite a determiniçio do chamado "tempo térmico" de ge r•
no dtoso), de modo que o ABA endospénnico (estimulado minação C&eo medido em graus.dia ou graus.hora). A partir
por PlLS) se opõe â sJnllizaçio peJo phyA por io 1ermédio do dos parimet:ros Tb e &ç, pode4c então mimar o tempo real
fator de transcrição ABIS que. com o PILS, atua sobre: várlos de germinação('<:) cm uma temperatura infraótima qualquer
genes do embrião que regulam negati\'Ullente a gcrminaçlo (T), de acordo com a exprC$$ão:
(vcrFigura.s20.I I e20.12).
9~ • (T•Tb)tc_ - ~ • &c/(T·Tb)
A luz azul i absorvida principalmente por criptocro.
m<> (CRYI) e íotot:ropina.s (PHOT). CRYI reprime o fator MaJs que simples ferramentas estatísticas, Te e 8c 1ambérn
ABA8'0H•l, que rc:gu)a neg-ativameote a sintese de ABA, e podem reOetir tuacteri.sticas 6siológicas lndlvlduals da se•
estimula NCEDI, participante da via biossintêtica desse hor• mente, J' que esses pari.metros variam de.ntro das sementes
m6nio, causando l$$lm o bloqueio di germinação dependente de uma população. Assim, Tb e Te podem variar conforme
do ABA. a capacidade de germinação e/ou grau de dormência da $C•
mente. ou seja, o e$tado 6siolôgico da semen1e determlnari
Temperatura o tamanho (amplitude) da "janela térmica'· (dlferenç:1 entre
As flutuações t&m1c:u b q uai$ ai ~~n• ~ dn ctmlinuam~nl f!, Tb e Te de germJnaçâo de determinada populaç!o. Os hls to ·
expostas- coru:tifUCrn sinal importante do Mnbicntc no controle gramas pequenos no alto da Figura 20.14 mostram corno as
das dlíerentes ttapa.s do dese-nvoJvimen lo <W plantas. Na se- temperaturas mini.ma, ótima e mh.ima de germinação )>(Idem
mente. a temperatura attu tanto na indução t quebra da dor• variar enttt as espécies, exem plificadas por culturas agríco•
méncii quanto no crescimento embrionirio. A ação da tempc• las e âr,•01t.s.. Em geral, sob condições naturais, a semente està
ratura pode ocorttr já na (a.se de desenvolvimento. como em exposta a um ambiente no qual a lemperatura exibe variaçã o
A.mamnthus mrojluu.s (caruru), quando temperaturas ma.is ciclica. E.s.sa flutuação tem sido considerada, uslm oorno a
elevadas na maturação da semente na p1arua-mãe podem pro 4
luz.. importante fator ecológico p1.ra a percepção do mic.:cr<>ain-
movtr aumento na capacidade de germinaç.lo. Em algumas es• bitnte pela semente. A amplitude térmica (diferença enlre as
pédesde dimas temperados. tempcraturaS devada.s- na matura• temperaturas má.lima e minlma), por exemplo, pode .sinalizar
Çio tambbn podem induzir dormência na semente. ã semente enterrada a d lstància dela e m relação à s uper0cie
A germinaçf,o da s.emente não dormente ~ balttada peJ~s do solo, já que a amplitude térmica tende a diminuir com o
eh.amadas ttmp,eroturas cardeaú, ou seja. as lempe,racuras ma• aumento da profundJdade.
Dma (T...), mínjm1, (T.iJ e ótima (T..,.) pari que a gtTmlna• Na guminaçâo de sementes, os efeitos da ltmpe ra1ura es•
ção ocorra. As temperaturu cardeais $lo parãmet:ros fisioló· tão relacionados pfinclpalmcnte com dois proce$$0S:
gjcos caractuisticos de cada seme,nte ou população. A tempe• Tran.sconíormaçio de macromo!Ccufas, esp('cialmence pro•
ratun (ou faix.a térmica) ótima é aquela q ue resuJti no maior teinas
número de sementes germinadas em menor tempo, ou seja, a Regulaçio da expressão génica.
que produt. maior germinabilidade (capaddade de ge~mjn~•
çio. expr~ c-,m porccnt1.gem) e \-docidade de germmaçao A tran.sconform:ição - mudanç.a na configuração espacial
da estrutura molecular - pode signifi car, cm se w na ndo de
(Figura 20. I ◄) . . . uma enzima. uma ahe~ção em sua capacidade de cat~llse
Em genl, a velocidade de- gumü1açlo é maiS sens1vel :15 e, portanlo, na velocidade da.s ri:,ações quimica s na célula, O
variações de 1emperarura q ue a gcrmjnabllidade, sendo assam
usada para a d efinlçlo do intervalo infraótlmo entre T,.. e T..,,, modo como u eniimas respondem â temperatura pode str
no quaJ a velocidade awnenlll com a tem ptntura, e do lncer• quantita1ivamtnle descrito pela equ:ição:
valo supraótimo e,ntre T..,. e T....,, no qual a vdoddade djmlnui E.,_-. e_,.,- x
Co1pftulo l O • Ge-tmr111ç.lo ln

Em que: de,naturaç:io enttmi1fca e• .10 mesmo tempo. promove procev


.sos parclab an1ag6nkM â gcrmh,,çio. diminuindo V.
• E""'°-= fo rma ativi da c.niim.a
1\.fab que a naturm tisica dos eítitm cbi tempcn.1ur.1. bus-
• E.,.,,.. • forma inaliva da enzima c.a•se awalmente compretnde-r os mecanismos molec.ul11n e
• X = estado totalmente desnaturado da enzima. 6siológJcos a..ssociados à tolerãnda das se,mente.s :.o n tmse
A transição entre e_ e E.a- apresenta energia de ativação térmico, viw,do--t.e a e-ntender não ,ó a dbtribuiçio da, n,.
(E.a = barreira energética a ser transposta pan que a reação ptcles no Mnbientt naturaJ, ma\ ta.mbfm a criar variedade~
ocorra) menor que a transição E...... - X. é termodepcndente maJs resistc:ntes em um c.cn.irio de grandts mudaoçu cUmâ.11•
cas. Flutuações: tirmiai ac.entuadas (tempentur11 baiw ov
e apresenta uma con.scante de equillbrio (K.J dttcrminada por
i ltas) podem ativu ou rtprimir gcnd c,;p,e,cUic.os. .attenndo
mudança..s no síUo ativo da enzima. Isso s.lgnl6'a q1.te a relação o programa morfogenitico da Hfflfflte. A»im. por aem•
entre velocidad e de gt.rmln~o e temperatura pode stt expli• pio,. tempc:r.aturas altas ou bilias podt:m levar à aprmio de
cada em termos da distribuiçlo da.s formas ativa e inativa, bem proteCnu espedficu ( HSP) prov.avtlmtnte reJadonadas com
co mo das taxas dt desnaturação (tronslção e_ -x),das en• mecatlismos de proteçlo da d-lula em condlÇOO tirmlc.u d.u•
t imas cnvolvid3$ no pro«sso global de germinação. Na fam fivoráveis que envol-,~m. por exemplo, -a estabiliAÇ.\o da o•
tênn..ica infraótima - na qual a \'tlocidadc (V) aumenta c:om a trutura tridlffleruiona.J de ptofeínu. No Q.SO de arroz {(),y;o
temperatun (T) - , a dcvaç:lo ~ T favorece o estado ativo de sotiwz), :i.lim d~ HSP, gt-nt:S mic-iooados com a produção de
enzimas envolvidas em processos pardais promotores da ger• antioxidante$ e protrirw t.E.A do ttpress.os düercnd~mcntr
mim.ção. No intervalo $Upt3Õtimo. o aumetuo de T f.t,vortee a cm pWltv.l:as mantida.sem temperirwu ckvadu. Em .tlfac:C'.

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Tetnpt1ra111ra
Flguni 20 . 14 E.ftr1os da teml)t'raM• IOOre • <J,p.Kld•<k de geornlitlaç.)o (área m,r10f'l"I) e • w locld•dt de 9e,m1n..~'10 (.i,u ._.,dt) ele wmettltt ele
0,,,Jchos t>moru$,A,ela~ao enue .,.eloddaelt e t~p,utura i dttalta POt l'tUS. com as rtsç«ti'la ,rq1Miçoes \l aboun.11.1, 199J!, OI; h,m,gr.amas no
ahodô figura mcnHam as fr f'<l\ltl'lti,u dtdiu,u,ulçàodiS tempei•wrasyrd,ols Cl_, r_ e l,...) ~m ll'll•N•men1ofe+1ocom stffl4ntts ele rnOkles
•rboreas {~ u ~, ve1desl e c1.1ltur,J ,g,,cob:s (Nrr,n IJranjal, 1",on1e: Oun 4'toi.1201SI.
378 Fisiologia V~u,I

o ef<ito inibllt'trlo de .lh::\s temperaturas (apr():(. JSºC) sohre" que a lurg~-scfoda b't'rada pel:1 l.'mbeblçâo supere .i rc-sislênda
!,-t•rmin:içào é me,liado por com1\Jex.1s alterações no metabo- d:1 p.1.r·l-dc e aconteça o ,1)ong11mcnto ctlufar. .
lismo e na :.inalh:a\ãet hormonal. Observou~se, por CX<'mplo, A dcpendend.a da gcnnin~;lo cm rtl~ção ao poh~nc1::\I da
o aumento n11 exprc-!t!-âo do gene L.sNCf.f).t (quc: c-odll'ica uma igu;i (1/-' ) é simil.u ao efcilo da redução da tempernlura na
9-<is~C')'OriC'lmtenoide dloxigcna.se cnvol\'ida na bl0$Sin1c- ~ fxa htÍ;aótima.. A cmbcbir,iO depende da diferença entre o
" de ABA) cm genótipos 111ais scnsivcis 3 tcmpl.'r,ll\lr.1 ah;i, 111 dó mcio e O ,i, da S<"menle, ou seja, quanto mais negali•
sugerindo que a exprt's,do d<'ssc gene determine o limite 1ér• ,.,;o '11 da sement; em relação ao 1/1,. do md~ maiór st'r.i :i
mko superior (T_,J da gcnnina~o de alfuce. AIC'm disso. a cmbebiçâo. Portantil\ assim como a temperatura. a diminuição
u:pMSâo de LsGAJOx (gtnc envolvido na produç.ão de gibe- do '/' no meio pro\'Cica redução n;a ,·docidade de germinação
rclin;1,s a11\'as) é inibida e m st"mc,un te.rmossensi\'ds e pro- ou ~smo na genninabilidade. A Figu~ 20. 1S ilustra a relaç.io
mO\•lda em gcoótipos termot·olcrant\.-s em bebidos a JS"C. in- entre vdocidade de ~rminação (V) de stmenres de Eucalyptus
dicando a pankipação da g,ibcreJina. A expressão difercndal granr/is(cucalipto) e o potencial de água. A \'tloc.idade ê definida
do gene ERFI (<1hyicne rapouse factor J) em linhagt'ns ter• como o im"<'rso do tempo (t) necessário para a germln:)Ç',50 de
mo1olcn.ntes de Arabidopsis traudas cm temperaturas d eva- determinado nfuncro de sementes, exprcs.so em po1'cenl3gem.
das (30°C) sugere que C$SC' fator d3 via de transdução de sinais No exemplo, são mostrados os valorc'S de V corrcsponde1ues à.s
do etil\.'llO ta.mbêm aument<' o limite térmico $Uperior (T"'"). porcen1ag,en.sde 5,, 10, 20,40. 60 e 80%. Obse,·va•se que V din1i•
estimulando a biossln1ese de giberelinas. as q\lais an13goni- nui confonne o '11 S<" 1oma mais negnti\'O (cfrculos. na Flgur.1
1.am o efeito inibitório do ABA sobre a germinaÇ.10, Quanlo 20.15 A). sendo asiaxas de redução - determinadas a panlr da
:ao estresse pro,·OC\dO por tcmperaru~s bains. a prt.senÇ3 de inclinação das linhas de 1endMda - pr:ukamente idêntic:i..s par.a
ãcidos graxos insarurados e o aumemo d<' atividade antioxi• as diferentes frações pet'(entu:1is, ou seja, as reias que descrevem
dante. além da expressão diferencial de d('terminados genes, a refação entre V e '11.. são quase paralelas. A projeç.ão de cada
parecem cons.1huir importantes mecanismos de resist~ncia ao uma da.s linhas de t<'ndê-ncia no eixo X ('11.. do meio) permi•
frio, em pl.:rnta.s, Pesquisas recentes também mostram que o te estimar os potenciais hídricos limítrofes par.a a germlnaç~
gene DOGJ (dday ofgerminatio,, 1). txpresso principalmente denominados 11, base(%). N0ta,s.e que 'YI) \'3rl:t1 conforme :i
durante a fase de m:nuraçlo, regula o e nfr3queclmerHo ler- fração pcrccntua'Í considerada para o cákulo da velocidade; a~
modependen1,e do endospcrma de sementes de Ambldopsis. sementes que gcnninam mais rapidamente (no caso-. aquelas
interferindo no mctabo!Lc;mo de giberelinas. pertencentl:$ à frn<".ãO S'i-.. ou seja, as primeiras S% que germina-
ram) apresentam 1/11) ma.is neg.iitivo que as de germiru1ç-Jo mais
Potencial da âgua
1.ardla (p. ex., useinen1esde fr.t.<ão 60%, cuj.i gcrmin.ição ocorre
A água é o principa1 fator para o inicio da germinaç.ão, con• somentl.' após qunse (i()lffi das Sémen1es da amostra exptrimen•
siderando -se que o embrião não cnsce a menos que haja cn• tal terem germinado). Portanto, 'l'b é indicador da se.n$jb1Jida•
trad.3 sufid ente de :ie:ua nM 1ed dos. para pmmm•er pressão de W:' d;i. ~~nlt' llO potcnci;aJ h.id rico do m e io, o 2,; um~nlc.t de
turgtsc:Cncia à expansão cdular ( n: r Capítufo J), Além d.isso, um;i populaçãO apresentam diferentes graus de sensibilidade ao
como mencionado anteriormente, a retomada do me1abohsmo 11' , Esse as:poc10 é Uustrado na Figur.& 20.1 S 8, mostrando que,
n-a semente depe-nde do aumento da Mdratação dos 1ec:id0$. O qu';nto ma.iOf a diíere~a entre 11'., do meio (o ni"d de água no
aumento do \'ólume da céJul:i - condição n«c:ssãria para que a tambor) e '11>. maior a "pressão· ou \·eloddadc de germinnç:lo.
g(Tminação ocorra - i: b'-0\'("rnado basicamente pela pam:le ce• podmdo-sc obsC1VU ainda que, se o \/1... do meio for menor que
lular e pd-:! cap:tcidade de Mdratação dos 1edd0$. Assim, para o "1,, ., se1rn:11té $implesmmtc não ~rminará, pois O$ 1ecldos do
crescimen10 do embrião, não basta o afrounmento da pall'de, embrião rliO de$e:1h'()lverJ.o pressão de turge.sc~ncfa lntt'.lcdul..u
mas tambt'm qu( a céJul:i oonslg:i abson"<'r água s,afi<;lente para s1.1f1den1e ixara \-encer :i resi.sco!ncia da parede, ou sepl. não havcr.i

• •
g,g º·' ,.,, ,.,, 5%
0,4
"" ,.,_.• 20,.
,,,.. 10%
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Jio.3
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. / .60% lf'b 20%
,,,.,,,.. • 80%
:f~ 0,2
&
o.'

j ·.~ --- /

C.pltulo 20 • G<mlo,ç.lo n,
crescimento. Por .sua \'CZ, quanto mais o 'I' do meio nuder o ck!>C"nvolvímcnto pode lnlluc-ncio1.r o dn cmpcnho germinativo
\J'b. mai.s r5pida tendcrâ a ser a gcrmimção:" da SC'mente m:idura. A,slm, a adição dc- nutrlcnttt mincr.1i,
Mais que indicar a smsibilklWC da st:mcnte ao cstrme h(. (~rtk ulu menlc- o nio ogfnlu) à pbnta•mi<' pode ruull.ar
drk:o, o parlmecro '11b reflete a heterogeneldaik lisiológic.1 n.a em uma progfnl<' com menor gr.iu de dormfncia. O nitnta
população,. btm como a capa.cidade de respo.11a de c:id,1 Sf:mcn• indica a prc'ICOÇa de cbrrin s em uma norcsr.t. já qu,c, on.stS
te a fatores do ambiente fis.iro. Assim, por e.xffllplo. 1l'b pode mk roambkntn.. a di~ íb1lidadc- do ínn tc-odc- a sa m.aiot
variar conforme a temperatura (tanto na maturação quanto N t m virtude d,1 rnffl(l( absorçJo por sbtcmas radkuluo. O nj.
pós•dlsperslo e/ou g_ctminaçio) e o gniu de dormênda. Nc»c trato nJo só promov<' a germinaçio propl'Íll.1Mnte J1ta. como
último~ a redução da dormlnc:la est~ as.,odad.a â diminui• tamblm podc- int(rrompcr a dormmda, como obwrvado em
çãode 'l'b. ou seja.quanto menor o grau de dormênda.mcnom wmC'n lt'S de Brachlal'itJ briz.tntho - gnmínt:11 de orige-m aÍri·
(mais ncgath•os) os valores de "'1>. Alfm disso. dttnOfUlroU•K cana extensivamente us:i.d.t como (orragrini no Brasil - (' dc
tamWm que '/lb se correia.clona c»m a ,•ariação da.s tcmpe:ra1u- Ponicum maximum (apim-co'aniJo). Em gt:r.ü, a rnpt'lflo da
ras limítrofes superiores (T..,,.) de gttminaçio. suS"rindo que a scm<"nte ao nitrato ckpcnd<" da 11.1% e/ou d,1 temper.atun. 5eodo
resposta da semente aos estt'fflCS Mdrico e tênnico mvoh<c vias comum em semc-nld (otosse1uívds de P(antago lunuoluta e
comum de sinalização. Portanto. são mUltiplos OJ determinan· Sim1pi1 an,e.,u;s {mosrard:a) a $Ul»tituiçik> da ncçmkl.tdc- de
tes fisiológicos do 1Jlb na semente, podendo•se destacar aqueles luz pelo íon. t nquan10 cm SisymhriUJt1 offiâM~ os efeitos da
que Influenciam a resisttncia do, envoltórios aoeresdmen10 do lui e do ni1.ra10 são sint rgicos. O aum,c,nt.o cb 5fflSibilidadc du
embrião e o poc:encb.l de ~escimcnto due. como a a.iMd:ldt de S(ffl('ntC'S ao 6tocromo f\'e pelo nitra10 5e dJ por mdo de um
hldrol3.$e$ da pmdecelub r. rectptor proteico na ml!fflbran.a que aumt.'lllll a afinid.ide dn-
O fato de o \JI... do meloesur abaixo do '11b. ainda qut impt· sai prOtt ina pclo füocromo. A ligação rcceptor•litocromo. por
ça a conclusão do proces.1ogenninarivo(protruslo da rodícub .sua vtz, dõencadtará uma sê-rie ck ~ tm casc.1ta. ln-.n•
através d-a testa), não significa que, ntssascondiçõts, Dão h:ij:i do ao crescimento do C'mbri.ão. Em .sementes dt Ar11bidopsis,
algum progres.so ~tabólko em direção à germin3Ção. Osmo· o nitrato promOV<' a ~ rminaçio e rcd1,12 t do-rtnfflda. ..ceie•
condicionamento (priming) coo.sistc em embeber previamcn• nndo o dccriscimO de ABA Yi.a induçã,o Jo gtnc CYP707Al.
te a.s scmentC$ cm uma solução (como dt poUteil-tnoglicol ou rel11cionado com o ca1:abolis.mo dtssc hormóruo.. e i.nibtç;io de
manitol.) cujo potencial otmôlk o lmptça a g,rrminaç.io, ,\p6$ NCED (tti\'Olvido na biossín tese- de ABA).
esse tratamento. 'li$ sementes são dtsidratadu e embebidas Substâncias (>fg:inicas (como fcnilpro,p~ 01de:'l e deriva•
novamente em um pottndal dt água que permita a germina• dos do .icido benioko) liberadas por mouerial ,·~tal vivo ou
ção (1/1,. > %). a q1.12l ocotrerá mais rápida e uniformemcntt morto também podem influend ar a germ10aç~o no atnbin'ltt
em comparação a sementes colocadas djmamiente para ger• natural. A maior ~ m · dC's.s.as substindu (colech'1tnf:mt de•
minar, sem qualquer trat.unento prtvio. Além disso, semente, nominadas aidop!itka.s) atua inibindo a gcnninaçâo. embora
t nud:u. pndl!m u., ml'!nM icensfrei.s i temp«alun. e hlpoxia. ou tnu p~am r l'(lmnW-b. r-nmn" n.trigoL .,uMr.ànda enoon~
Por sua vti, sementes osmocondicionacb.s apreseruam menor tra.da no e:nucbto de raízes de SorrJrum hkolor ;: que- induz
longevidade no armatenamcnto. o que representa o principal a gennin-'Çào de uma mg.iosptrma p:lí'Uit:a.. Szriga IZ.llaticiol.
desafio desse tratamc.nto. Portan10.. mesmo quando 11'.. < 1/'b. São intimcra.s as espécies qU< produum substinda,; potcn•
as sementes são capazes de lniClar o met:iboli.sm() germinativo cialmente aJelopi ticu. como SoJlhwn llalq,t'nu (capam~nw-
é reter esse avanço durante a seagtm e rtidr.ataçào. O eícito sanibar.i}, C,•perus rot u11dus (tiririca), BnachlllriQ d«umbtns e
do osmocond icionamen10 é associado a alterações na uprc-.s.- Ocoltd odori/era (canel,Ma.ssafris). cnl.~ tantO atnd:i $lo pou•
s!lo ~nica e a di\'el'Sc» ouuos prooessos celulares, entre d c:s a ca.s as evid<ncias que demon~n:m St\l eirito S4>bte 1 ge-rm1na•
sintese de RNA t proteinas, o aumento da produção de etileno ç:l.o em condições rutuf3iS.
e o aumento da atividade da.s enzimas catalaM t su~ róxido Em 2004, puri6cou-sc:-, .1 partir da iumaça pro•.-;:nientt da
d ismutase, redu.2ind~ assim, processos oxid.111\'0$. oomb®io dt ma1er~ \·;:getal. o J •mttd•J: ff,foro (1.J•cl
plrano•2-um. Posterlorinente, v:irlos inilog0$ J ts5,.3. ,;ubs:tin•
Fato res químicos ci.a foram (ncontrados e coletivamente ~ nomLn..Jos carn(1•
Substâncias orgãnica.s (3.leloquímicos) e inorgink:u (ians) nas (ka"ikírrJ}. os quai.s dõtmP<nhmt importanle papel no
podem influenci ar a germinaç.io de semc.nld ,.o solo. Qw.n• controle da germln':l(!o. :ifttando dirctam<ntc: a ~prt~ão de
do em excesso.. os ions all<r:im ou inibem :l g,trmina~o. gc:-nes d;a. biO;S.Sintese J e hormônios v~tais. pankularmcnte
Por exem plo, ein $Oluçõts salinas, algumas sementd (como AG, ,\BA e at.tXin:u.
o rabanete) podem adquirir sensibilidade à luz. qut põls.ia a He,bid da.s. e potitk1ibs aplkados ao solo poJcm e~tunular
inibir a g<rmi1, açào. Normalmcnt<, pelo (;uo dt as semcn• ou n'(i,mo inibir ;a gcrmin.açlo. O ;?,4·0 (,'ic,do .?,t •J1iClorofC."•
tes $C apresti\tarem rclativ:imcnte bem sup,kfas de kms, sua noxbdtko), por .:xemplo. auml'ni.a ,1 Jorm~1~ci:1 de Ch.:110•
dependt r\cia de min<rais para a ge1minaÇ;\o não chega .1 ser podium ,dbum, enquan10 o glifos.u o es.11mula ,1 gcrmu,;,.,;i-0
muito grande, de acordo, ec:laro. com o cootcüdo de rcser,·;is d.e Am,mmtl1us rrln>Jlt!.'CUS.. O pH t:unbém p()Je inltu~nd.u .a
na semente madur.a. Uma txceçã,o t! o nitr.&10. que, lll( m de t,~rmin.1.,~ o ,l.: km<nl<$, prindp.it.11.:nh: (ln t:U).UOS de labo·
la rgamente usado oomo promotor J;i g<nnln:içlo <m inúmi.... rJtÔfio, nos quais se rt:-.om.:uJ.J o wo Je pH na fa1u J.: o.O )
ras cspt(il"S, pare<:c atuar, em conjunto ...-om a luz e a tempc:-• 7,5 - o qu,: pWc:- s.:r ub1iJo pt)r u:-.o Jc t.lmpões.
raturu, com<> sinal do ambti:,ue. Al~m disso. com u l<mp~r.1• Rd .1.ti\'alnl'IUt" poucos 1.-stuJos lral~n Jo cieito Jt atmos•
lura. ll ~inall1aç.\o pdo nitram n:i plant•;1-1uiic Jur:uue a l.lsc Ítl'J.S ,:nn qu,;-dJ.u .:om <.:O: J ul.\ntl' o Je:i..:1woh 1~n11, J.i
380 Flslofogia Vegeta l

$tfflC'nte n,i pl:anta-màc. Jobtt o comportim('nto da p ~n· afetado por f;atort$ gené11cos, fisiológicos e am bientais, não se
Os dados disponiveis mostram que o aumento d~ ronc~~ pmceu:indo de m11neira uniforme den lro de uma populaç3o,
craQl>es de C~: :Úetam ª. germina~o. embora C'$S4.' f!feito seja aind:1 que as plantn.s cresçam no mt$.mo ambiente.
altamffltC' espec1e-upec1fieo. De modo g('ral, a germinação e Quan10 ao tamanho, em muitos casos são descritas corre-
a ma.ss.a da k mttite respondnn positivamente a ntmos:fens lações positivas eotre a massa da semente e a. capacidade de
enriqued das com C01 dura.nte o dC$Cnvolvimento, indicando germin:1ç1lo, vigor e/ou .sobrevivência das plântulas. mas isso
que um even.rual efeito do C01 $Obre a capacid.1de gtnninati-
,·a m5 usoaado ao aumento da musa da sem4:"ntf!.
H•
está longe de oon$lil'uir regr:a geral. espécies, como flyptis
Sliat't'olens, nas quais sementes grandes apresentam germina-
Fa1ores bióticos bUidadf! maJs elevada que .sementes pequenas; espldes cuja
gtrminaçio de sementes pequenas tende a ser maior (p. ex.,
No ambi<:"nte natural, as sementes sofrem a lnffuênci3 de ou- Rumcx crispus); e espécies cuja capacidade de germinação é
tras pbntas C' animais., que interagem con1inuamente oom os lndepe:nde:nte do tamanho da semente (e.orno o milho). Em
(atores fuicos. modificando o microambiente em torn(I da se- sementes grandes de algumas espécies, um aho investimento
mente. Como excmpl0$ dessas ações. podem s.er destacadas: metabólico na produção de e1woltórios íai com que o desen-
Ixpleção de água e ioll$ da riiosfcra. pda ação do sistema volvimento posterior da plintula 0<orrn em taxas menores,
nadidal produz.Indo corrdaç.io negativa entre massa da semente e taxa
• l.ibcração de substdncia.s voláteis (como o octiltioc:ianato) de crescimento relativo.
por fungos presentes no $0lo, que t:!Stlmu.lam a germinação
Viabilidade
• Ação de lar"a.s de ln.setos que penetram na semente. po-
dendo causar <UJ,os ao tcgumento e/ou ao embrião, ncst.e A capacidade de a se.mente reter seu poteneiaJ germinativo
úJtlroo caso lnvi.ablliuuido a semente C denominada viabilidade, enquanto l<mgevidade refere-se ao
Des.locamtnto de frutos e: sementes - como a mamona t tempo du.ran1e o qu.tJ a vi.abilid.ade é mantida. Em termos eco-
a copai'ba (Copaifera la,rgsdorffii) - por formigas, que, ao lógicos, a viabilidade tem papel extremamente importante e m
tnnsportarcm o matC"rial vegetal para seus ninhos, podem espécies colonizadoras ou pioneiras, dispersas cm ambientes
levar a S<"mente: a microambitntes mal.s pr<>picios à sua ger - sujeitos a amplas oscUações em LermóS dt umidade e tempe•
minação e/ou conservação ratw.i. Associada a outros mecanismos. como a dormlncia, a
viabiUdade pode garantir o potencial germinativo (e:, portan-
Remoção do arilo (excrescência que se forn,a sobre a $1.J•
to. a sobrevivência d.11 progênic) ao lon1,t0 do tempo,
pe:rfici.c do ltgUmtnto de algumas semen1es) por formigas,
Condições ambientais dur.mtc o dcscm-olvimcnto da plan-
por ~emplo, promove a germinação de semente.s, como em
ta-mãt podem iníluenciu a longevidade da semente, mostr.sn-
Co.lathbl, sp. (Ma.ranuceae)
do que essa car«octeristica exibe alta plasticidade. Em um expe-
Microrg.anlsmo.s do solo, como A:otobacter chroococcum,
rimento (LePrinee et ai., 2016), plantas parentais de: P/a,1tngo
que inibem ou rcd uum • gcrmln.oçao.
cunninghamU cresceram em oondiç.ões sub6tima.s (frio-s«o
interações entre seme.ntN e fatores biólioos podem ser bas- ou quen tMlmido) e foram, entJo, transfe:ridas pari ambiente
tante complaas, como no caso de orquídeas e micorriz.as.. Ncs- ótimo. Quando a transferência das plantas é íella após a flo-
$C ca~ a semente não apresenta praticamente nenhuma subs-- ração, as previamente mantidas em ambiente quente-úmido
t.¼ncia de reserva.. e sua germinação depende da associação da produum sementes com longevidade duas ,•eus menor em
semente com o fung0 mkorr(1.ico. Tendo penetndo na s.e,nente comparação àqudas mantidas em ambiente frio e S<co. A
ou no prOto«mnO. o fungo absorve matCria orgânica (como a longevidade também pode st correlacionar negativamente
celulose) do meio externo, 1.r:ansformando-a em açúcares sim• eom o nfrd de dOf'mência, como cm Arabidopsls, (lu eorn a
pl.es. os qutiis sio tt:u,spon.ados para o interior das cl?luJas do presença de endosperma; nesse c«oso, sementes endospérmicn.s
embri!o por meio du hi(a.s da micorriza. Ao digerir enzimati• (p. ex., milho) são menos loog,e,•as que as não endospérmicas
camen1e as h.lfas. o embrião da orquidca obtém os produtos que (p. ex.., feijão). Outra questão refere-sr â maquinaria molecuJar
S(",io u1ill1.a.dos na su.1 germinação e crescimento, ao pa.$$() que que transmite e,timulos m:-ebidos pela planta-mãe à pmgênit-.
o fungo vai in\'adindo novas cêJuJas de seu hospedeiro. regulando a expte.$$;10 gink.a e vias bioquímicas relacionadas
Pode-se 1am~m con5ide:nar uma fntluéncia biótica () efeito, c.om a longevidade de sementes secas. Vm fortc-candidato a esse
$Obre a g.ermin.ação. do posicionamento da semente no ôrgão papt:!I. em Arobidopsis, é o gene DOCJ (dday ofgermi,iatio,i O,
ou em diferente.s partn da plant:1-mãe, particularmente em que com·c11e o sinal tCrmico durante a matu.raç.ão da scmc-n1e
relação â maior ou menor dis'lânda da fonte de nutrientes,() na pJ.mta•m.le em qu.antidade de proceína DOG J na semente
que afdaria a disponibilidade de e.nerg.ia p.an Oembrião. Em re<:é1lHlntaduredda.. Mutantes dogl- 1 exibem baixa longevid.a·
Bidem pilosa (pic-lo•preto), por exemplo, a d isposição do aqu• de f! baixa txpressão do$gems p11r-,1 as pmleinas LEA t' J ISP.
ênio no capitulo produ:t.dímortismo morfológico {os aqufoios Enquanto sementes de aJgumas espCcies sofrem aceniuada
centrais .são maiores que- os periftricos) e fisiológico no fruto, desidrat.aÇ'lo r adquirem 1olerâncli ao dessec:im cnto na fase
enquanio em CQmmelirio virginir.a (tnpoenba) o comporU• de m111uraçio. Oulras não aprescntun tais c:uact<rísticas (ou
menlo gemlln:uivo de §ementes ck flore$ casmog;)mlcas aére• as ap~esenta":' em grau bem menor). sendo dispc-rSilS com
as difere daquele de stmtntes de fl ore$ cltistogâmicas ~ub1er- conteudos de agua relahvameme ele\'ados. As pdmeiras siio co-
rinc-as. O htteromorfismo (litcral,nen1e, wri.iç-Jo d,1 fo1•ma) nh«1das como ortodoxas, por se comportarem de modo ,ela-
das kmcntcs resulta do fato de que seu de.senvolvimen10 ~ 1ivamente p,tvish-d durante; o armazen:'lmento, :lJ>rese,uando
Capftulo 20 • Gtrmln.1ção 111

maior lon~vidadc quando arm- -ada, , m amblente, com


'"""'" meil'.> com djsponibilidaM de fgua. tempc'r.a:lura adtq""'a e
u mld~de e temperatura. bain s.. Seu periodo de vbbiUdade cm Condiçõn: almosfm(~ norma.is, K ndO c.hanudaJ ~ 5C!fflenlts
cond,ç«s controladas pock ser prnisto. com maior ou me- dórnKnta. Uma dcfiniçAo propoita pt>t ~ n e Ra.1kfn (200-1)
no r precisão. de acordo com modtlos ma1em6tk os bastados C()lnSider.a dormente a Sffl)ffllC fncapat de ~ rtnln.ar ffll drttt•
cm alguns poucos parimttros aractcrh,1icos da u pk ie 00 minado intrrvalo Je tempo. 'l'l::indo uposu a condlçóts 11 m•
n~ lo~c ~ sementes. lnducm-sc nesse grupo as fflncnlcs das bicntais qut nnrma.lmcnlc: permitiriam <11 g,ttm1na(.kt$t't:s.Sa w-
pr1nc1pa1s culturas destinadas à produção dcgr3os, c sementes mcnte nàO cstM:Me dormente. Uma ckfü1Jcào basc1.nte .1br.m-
de esp~lcs pioneiras em geral. Por sua vei, sementes que não gcn1c de dôrm&Kh1f.cii proposta por Labourbu ( 1983>. s,,rgundo
passam pda fase de desidratação ráplcb durante Odõen\'OI• aquAI se tnta de uma aiInação m tri11v.a dll condições c:xigkbs
vimento são da5$16c:adas como ncaldtra11tn, por aprnentn• para a germinação, inchn:.da na ~ l t após c:xposiçjo a de-•
rem comport.1imcnto imprevisível durante O armazenamento. Je:rmin.ad~ cond~ ambirntals duranlt a nYluraç:So ou ~
São sensível$ à dessccaçâo e c.onstrvam O mm bolismo ªº"º a dispcrsi~ alteraçlo esta que só podt sn mnovida p(lf" trat>
mentos C5pCCífic:05, chamados de pôs-nutuaçio ou qucbr:1 de
apôs• disptnão e durante o 11rmaicnamcnto, diferentemente
das sementes ortodoxas. Assim, enquanto sem<-:ntcs ortodoxas dormênd a.. 1amWm de a ritn indutivo. Em suma. donnkl<b
tCm a longevidade prolonpda com nÍ\'i!is dc li' intcmo da poderia l\et detinkia como uma ~ erl'1ita da 1e:mmte qut
ordem de - 350 MP3, kmen1es r«aldtrantes dcixam dc ser determina as condjÇ'6ts requeridas rm a ~ rmi.n;JÇ1o.
viáveis com \/',,_ na (ilia de - 1,5 a -5,0 MPll. Oc modo gtrf.l. Port:into, a diferença bás.ica c:-,m e Sf'1nfflte dormcnle t não
scmcntes recak llrantes mantêm n~ fa dc\'ados de h.idraiação dormcnle I que na primc:ir.a uJRe .1lgum lipode bloqueio 1n•
e atividade mecabólle, durante toda a f.u e de maiu~ão e, tcmo à germinação que: limlu a cap.ad cbdc cb scmc-nlt cm
após a dispersa.o. parecem comutar precocemente ,eu md#· responder com plena po1end aJklack ã.s condiçõc, amblient.t.i._
bolismo para o •modo" germina~. Essa mobUlz:açllo precoce enquanto n.ti segunda a germiruçio é limitada ptb -.aw.tnda
de mctabólitos e n ativação da maquinaria metabólka de-vem ou insufKiê-ncla de um ou n:uiis fatOttS ertttnos nects..Sá.rios
pro\'Oeat uma demanda c~nlt por Agua, lew.ndon't'ntual- para que esse proc«so ocorra.
me.nte o embrião i condição dt estresse hídrico. Um modclo d,u rcla'6ts enttt induçio t qutbra de:- Jot.
O padrão ttcakitrantt é m afü•amente comum cm cspédes mência fisiológica (ver adi.ante). ba.sc:Jdo em n . l ~ rc:aliu•
não pioneiras de llorcsus tropicais. Trm-sc obscn r,w,So l.1m• dos c-0m Arabldopm. eaprt'SC':nt.ldo na. Figura 20.16.. A indu-
bém que espécia recalcitrantes parecem inveslir mais no acli• çio da dormência ocortt durante a matunçlo cb semente.
quando l inllUfflCiada pelos &tores ambic:nt:li.s a ~ rimm-
m ulo de energia p()(cncial (rnc:rv.u) que nos t nvol!órlo.s. dt
modo a produzir Kmentcs dc maior tamanho e tegwnentos Lados ptla planta-mãe (prlllcipalmentc luz. ttmpentuta t nJ·
perme;h·eis à água. Entre os métodos pe$quJsado.s visando à trato). A dormência é b:lilamente um mecanismo repra.,rvo..
conscrvaçàO u situ de sc:mtnlts reakhfll.fltes, eslâo a cultu- imptdindo nJo apen2S a germinação precoce (anla. da dlq,,tr•
ra de crnbrilM:1 in vi.tr<, e o crlopttserv.lçio ( p. clf.., ;1,rmau n;1,•
são), mas também evitando que: K'DlCntc:s dbpcr~ gi!'rminem
rápido demais no ambiente na1un.L E.Jsa maior distribuição
mento em nltrog~nlo liquido). Nem toda.1 as espécies d o lipl·
camente recald trnntes ou on odoxas, v«i6cando-sc a cxlstà\· dos tempos de germlnaç5o tem sentido c.."C"o lõgico. não ape--
M S n •itando C\'entu.tl competição dentro da progênte.. ma.s
eia de compon:unentO!i intctmcdiários. OC)m vub do.s graus
tamb( m rcduzindo a mOftalidadc: das plintub.s c.&\.Wd:a por
de sensibiJidndt :10 dessccamcn10. l'C$p0$13 à armnuno.scm
ftu1uaçOO ambientais ((.Sll~giens ou muJanÇ3.5 de 1empe:nru•
"úmida'" e tolerância ao rNfriamiento. Existem. por c~empk>.
ra). considerando-se que a pll ntub e muito m:ais r.ens1w:I a
stmentes quc tolemm desidrataçAo (-90 a - 250 nMh), mas
cst1t.s.ses que a scmcn1c. Como mencionado anteriormente. a
k tornam scnsívt'is .i.o frio neSüS condi,çõc,,
induçã.O da donn(ncia trm a participação do lK1do a~~,o
Entre os fatores que: contnbuem para a reduçào da longe-
(ABA)~ de gtnes ~p<dficos. como DOGI e ABIJ, Qile uJ.
vidade de uma ~ m<nte, inclue-m-se:. aumento l'\a pel'Ol.k1aç3o
timo pcrtcnccnrc à via J~ sinaliuç:So do ABA. A eq,l'fj$.io
de lipídios {oxidação de 6cldos g.r:u:os pd a entlioo pero:tidm·,
dc,s:ses &'(n<:s ( cootrolada. por mecanismos "f'f~Ynifko.s, qU<
às custas de pc:r6:tido dt hldrosênKJ) e aclimulo dc rudic:lis enroh-tm rtn1oJd ;a&'(m d-1 c-rom,uin.a por m<io de m1Xanu.,
li\'«'S, como O· e: OH·; deterioração da membrana <' r((htç:lo
mos como a mdita(do de hl31onas (proc.dn;u assoc1:ad.u ;10
na ati\'idade ck tntimas respons:ivtis pela dctox.ili.<:aç-lo. Em
DNA) e do prôprio DNA. Os efeitos in1bitoriõ:'.C d3 rm1\bçll"1
1<mc nt<"s como girassol e arroz. pOC' exemplo, ob&trv-.Me- re- ~uham da ligaç-lo d<" grupos mctila (CH,) ..1l', m.ut:rial gt:né~
d ução na a tividade da em.im..11r:uu:íer.1sc da glu1a1!00..., que tko. A Figura 20.16 ilustra o C'.ISO dt uma siementc colhiJa ou
cataliza a conjuga-ção d:.t glut.itiolla com in\'nntro6 subsuatos di~p..~sa com ni\'d rtb11v-.an1<nl.: ;tlto J.: Jormt:nd.a, que ,li•
c itotóx.kos, como os produt0$ dt proccs.10S OJCidati\'OS cau!I.&• mmm gr,M;lu;.1lmc:n1c J ur.mt.: o a.rmauna.in.:1110 ;1 s«o, c:-m um
dos por r:idic.iis hidroxilkos. Um .:x.:mplo dt."Sscs produ1os proctiroconh«ido como pós•matur-.i,"'lo. E.is.1 Jimmui\io ~
são os pcróxidos de ll1>kUos de membr.a.na.s. dormcncia i acomp..inhaJa Jo .a.umc-nto do lnretv.llo 1irmica

Dormência
,len1ro Jo qual a g1.· nn111.1,;Jo..; p,crmiliJa (ou ~,.i..iumcnlo
do intt.'rV".tlo entn:T_ ,.. T_ ). bem ,.•omóJc m,uor Clpa.d1.bJe
Uma senw,1tc não .:loni'(nte ê .i.qotla C'.IJ);l;l Je- gt"nnin..,r n.1 de r.:spO<Sl.a J.\ sement.: .10 poten..:1.11 hl,lrlco Jo rn~IQ ('l'h s,..
maior amplitude pc:iss.i,'t•I d.: fatom. Jo ;1mbi.:11tt 11~co. con- !Orná n,a_jj lll'S"Ü\'O).
siderando-se os limiles impostó.S 1>elo .'il.'U genótipo. Alguma.s Agua e 1empcratur.1 sã.o foton:s .:ntkos qu,: Jci<'rnunam a
scm<"ntcs, p(>f('m, não gc:rmina1111t\C'.sr110 quamlo rnlocaJ.;u<'m natur.:u J.as n.•.11,'Õd qul.' ~orrem dur.1111<' a pós-m.1lu~o.
r
J82 Fisiologia V~~tal

To,mpe,abJra
Nilr810

Alter1'QÕC:& na
cromatina
ITm;r.. J
Temper.JI~

l'l'b,~.., I
~
~
Tempe,arura
~
-cp•

Potencial tlidrieo Polenclal hldrlco

Fi,gun1 l0.16 Modelo mostrando a varla(do do grau de dormência durante a rnaturaçio e ., pôs-maturaç.10 de semen1es de Arobldopsis, em
funçio d.a vf.riaçjo da $enSibllidade a gi~relina (GA) e~ .C.ldo .ibsdsko (ABA). da eiq;,,cssio da p,otejl\êl 00G 1. A inl('nsidade de colo,açkl
~ ou .iftur.l das barras rel~ iona•se com a qtlllnridadefintens:ldade do fator ou e 11N1to. fato,es arnblentAiS. atuando por intermédkl de altera,çOes
"'' ,oxpr"-dO ~ • ~ ~int u & <t/ov fff'.sib ilid~d e;, hotmónlo::. modifíc.:iM p,o, iim -GtN>) fillolôglco, d<t scm,:,,t'I", ,_.µ,,iow11tc,,Ju,) fJUf 'l'b (ptKett ·
dai hidrico ffOOimo d-e ge<min;l(io). T_ (temperatura mínima de ge«ninaçáo) e r_ (temperatura m.1xim.l de: germinação), alterando a capad•
dad~ de a ~ente res,pondef à temperatvta lndlc.Kla pela amplitude (t1ilin9ulo roxoJ ou ao intervalo 1jrmic:o (ba11as verdes) de gé!'fmin.a(Ao.
Ad11pt1d• de Nêe tt ol (2017).

F..m stmentt"$ de Arabitlopsis, por exemplo. as rC'.aç.óes c.i1alí- de a srmen1e "se am:pcnder" e mantcr•se no modo dorm<'n•
rica.s só OCórrtm a par tir de 0,06 g Hp por grama de ma1éria eia. Occorridas :li prim<iras horas de emb,:biç.iio-, a "opção'" d:.1
seca. Ah:itxo desse limiar (p. ex., a.rmn e1lame.nto cm lllborató+ sen~ ntt' por um ou ou1ro progr3ma de desenvolvimento (g<:r•
rio), as re2ç(l,es do de n:uurn.a n!o e.niimátka (como proccs• mlnaçâo ou dormê-nda) desencadeará a tradução .sdcliv;i de
$Os oxidativos). Esp édes reativas de oxigtnio são produl.ida.s RNAm, dando con1inuidadi.' ao processo,
dl.lTante o armaunamemo a seco de s.cmcntes ortodoxas. cau• Condições ambicntais e-sp«iticas - corno 1empcra1ura, luz
sando reações ox:idativas em·olvcndo moJéeula.s de ll1)ídi0$, e nitrato - podem induzir lanto o cstabd N:imcnlo q ua1110 a
pro1d nas e RNAm. Embora "'passivas": 1ais reações oxid:uiv-.as quebra (intcrrup(:ão) da dormCnda, i111erferindo na t xpres•
par-eocm direcionadas a grupos espe<íficos de macromol«u • slo g("nica e nas reações m~iada.s por hormônios vcge1ais.
las reladonadas com o controle da dormência; essa oxidação Enqu:11110 o ADA , n«l"SS:itio para a lllduçáo da dorn1~1lcia
scletlw1 de protdnu e RNA que (l<:orrc durante o arrn,w,tna• dur:ullí.• a fase de maturação da scme111e, a gibcrdina ~ lm•
mcmo surUr.i efeito a pa r1ir do inicio da embt:biçJo, ati\·1u1d1> prt"KindfwJ par.a a lnid alizaç;\o do programa metabólico de
ou maniendo reprimido o J>rograma mc1abólico de b~rmina• germinação. .sendo o balanço entre esses dois hormônios ,k•
~.ão. Nas prin1ear~ h-0ras dec.mbcbição. obsen ·a•sc, porcxcm- lertninante da (ap.addadc ge1•n1ina1iva d a semente. ,\$$Ílll, .:a
plo, que a iden1idade das moléculas de RNAm que formam pós-ma.turaçiio ~ refadonada com a diminuição d a scn:Sibili•
polissomos apresema diferenças entre srmenti:s dormente$ t dade ao ABA e c::om o :iurnent~l J;i scnslbiliJadc ao AC, v (] U<'
não dormcmes. Alem disso, pro1clnas sintt'ti:r.:1d:u: n~<;e pi:· Signifi ca ahtraçôC'$ nas vias de sinaliz:içào dcsst-s hormônios.
riodo tslão relacionadas com :a fasr de ma1umçio,. k ndo o Noca.so, um maior v.1lor da rd:ição AG:A IJJ\ favon.-ceri:1.1 c.1.
programa grrminativo proptlamcnlc dito ,uh•ado poslcriot• deia de transdução de 1lnai.s dlsparad:'l pda giberclina. C.'l u•
mcn1e, entre 8 r 24 h de c-mbc-biç.i◊, .sugerindo que. lllC'.\mo s:mdo ampfl.:iç.ão da janela térmica e/ou r.:duç.io J o 1/'l>. Por
com o inicio da entr.ida de :igua na :,emente. ainda há tempo sua v~~. no c:aso Ja induçào da donnénda. um aumento da
Capitulo 20 • Germinaç.io 383

sinlcsc e na .scnsibiJidadc do lccido ao ABA, Msociado a um.-


m.llor drgrncl:1ção do AG, potendalbarfa as reações de wm.~-
duç-iio de $inais pdo ABA que elevariam 0$ ,·alorc, de •Jlb e
°"""" "'"""'
reduziriam a ampfüude térmica de gcrrninaçlo, permitindo,
d esse modo. que a g.crminaç3o ocorra apena.o; cm condiçõ~
am bientais muito rt'lltrit:u ou símplesme111e impossibiliL11n-
do a germinação cm qualquer condição (vtr fiJ,'tlt~ 20.16). A NIY94 CM ABA
proteína DOC 1, cuja quantidade se correlaciona com os ní• OOG1
veis de dorméncfa em kmcn.tes de Arahúk>psis. d("V(' pcrder
'813
sua atividade durante o arm:iu namento. A reest ruturação da
cr(un:u ln:i associada a ação de age111« módificadorc,s que in•
llucncl:1m a acetilação,. a metila~ ou a ubiquitimçãc> (lig.:,çio
de molé<ula de ubiquilina) de hls1ono$ (,pr()(cínas associadas
aos ácidos nudd cos. na crom:ulna) pode reprimir ou ativar
ABl2
.i t r.in scrição de genes relacicmndc» com a dorlmnda de se-
mentes, como DOGI. sugerindo que :i. 1r.anscrição desses gc· CYP'T07Al
ne$ seja r('gulada poc alterações n:i croma1ina.. Sensibilidade à luZ
Diferentemente do annaunamm to em laboratório, as$('•
mentes ln<orporadu ao chamado banco de SC'll\Cnl<"$ do solo
(semente$ dlspM~ no .ambiente 11a1ural e: qut Slt 11a1mu1tm figu,.. 20.17 P11drões de v~.;o ~ di do,rmenclit, ~ V-MI.IY'1'
tiSIOlógk;ls e d,1 expr~sac, 9êric.1 em ~ntet de Atobodopsu no
no solo) sujeitam-se is variaçótS dê umidade no ambiente, sob. em ~ de clima !Hnpefil,00,. A ~ ) t a ou a il'ltff'Sod.lde ele
alternando assim estndos de m:aior ou menOf hidrat.1ç:io. Por· coloraç.k> du b~.s ,riac,oMnHe com• qwnrid.kk 00 fatot. A!ll3/•I>
ta.nt~ nessas Sfmcntes ocorrem reaçõt:s mctabôlic..is. incluin• (('9uladores posl!lvos d.i vi., de slnahuc;;)C) do ABA; Dfl.l.k ~
do 1ra.nsc;riç.ão e tradução de RNAm, que não :acontecem cm neg.,1~ da ,na de SoNoliuçJo da gl~relina: A812: 1tguLldor tlf<J"lr#O
c:1.1 via de sina!iuçâo do ASA; CYP707A2: regul.ido, po-.itivo do <,),l:r
s.cmen1es arm.,zenadas a seoo. A dormêncb e a exprcssio de bolismo dt, ABA; GAlCO(l: ,egul.tdor l)OSitlvo d.J slntese de gi~ffln.,
g.cncs reladonad(ls cc>,n a dorm~nd a são ahamm tc .scnsí,·eü ;1tiv;,. Ad.,pl:.MD de Flnch-Sav.age f' footin 1201 n.
ao ambiente.\ e alterações na percepção e a paçidade dé res•
(>0$1.l a temperatura, luz e nitrato podem redund':lt em mu-
danç-.,s molC'Culares e 6siolôgica.s (como Stnslbllld:'ldc a hor• oprtss!o de G,\Jo.xl). mõUOr sens,b,Jid;we .-o niuau., e il 11,14
mónlos). a.s quais dete.rminarJ.C) 3 a padd:.lde gcrminaliv:i da e expressão de S<'nes relacionados com :1, repressão da \,a de
semente. Desse ,nodo. a scmen1e incorpocada aO$Olc> percebe:. sinalilaç;'io (AB/1) C' Qlaboli.smo (CYP707A2) do ASA. Por
1iór .-• .-mp ln. :t \•:tri ~ç\n 11'rmir:t f' :tjml:a .-e.eu ní,•el de dormin• !i\.l.l vci:. no ,·,;rio M lam~m úumcn10 Ja pr~otnç;a, J,.. O!;U.A
cb, !Ornando-se mais ou nw:nos apta a germinar em dettr• (regulador nc:ga1i,·o da vi;a de siruilização de AG) C' A814 (re·
minado inlervalo 1êrmico t:/ou condiç.'lo de luz. Em mui1os guiador p0$ih\'ó do ABA). Assim. cnquan10 ~ dorminci:.1 p ro--
casos.. CSS(' aju.sle es1:i relacionado com ,·ariaçúes s:.uonais, ou funda (no i,wern<>) é promo\•ida pdo Al3A. ,1 dormincu n;M)
seja, dependendo d3 estação do an<>, a semt:ntc ap[('Sc;n1:ir:\ profund.1 (prima,·e:r.Llwdo) i dl'1crmin.lt.U pe":l,t, rq,r.:.s...Jio <l.J
m:.tior ou menor gr.m de J(l(mlnda. resp«tiv-.am<nre. oo in• via J< $in:iliniç!o de AG. ÍildlmC"nle rc,,·ertiJ:.a por o:ro~i,-1o .l
vcrno e no ,·crão. Na fase de dormi'ncia ,mi$ profunda, a S<'• lut., p0r ~:ccmplo. S.C rtt.'SSC pt..'1iodo cm qu.: ~ km<nl~ .&p~n•
111e-n1c mo.sita baixa sensibilidade a faton.":'i imbK'n1ais, .sendo 1a ma,or capaddadt: de sermin.Jç..io (genmnabLl1da.le) .u , lln·
inc.1pa1. de germirtar. N.i f.ase di: nwoor dorm<ncia., a semente dlçõcs ambientais forem insufu:i<'lllC'$, a Joml<n(1:1 ,.._,,.iJual
torna-se mais scnsívd a lu:,,, 1empcratura e 0\11";\lO, pockndo (lndicaJa pela expressão de ;\.81.f) rC'\'<'rler:1 <m Jorm.1-n.:u
germinar se os nh·,:is ,lesses fatores fortm f.iVOfãwis. Conru• profund.l, iniciando um no,·o ciclo.
do, se as C(111di-çóeS :ambientais nW forem Ía\'o rj \•i:is na (:ueJe
baixa Jornh~nda, cnlâo o progr:unl'I de desC'1wolvunt:nto volta Classificação da dormência
.io modo "dormênd a profunda·: em um pmcesso conhc:dJo
Alim J.1 cLbsiika(fo quanto l orii:;<'m (rnm.mJ ou ...:,;:unda•
como ,tom1ê11fi« âtlita (Figura 20.17). Esse- tipo ,k dorm._\n.
ri:à). J dorn~nda poJc Sl:f JivWiJ.1 n.u d.u.s,-:s J. i<g\11r. ~om
ela induzido após a dispcrs.\o é d<11(nnln.1dodon11btâ fl So.'I.WI•
dárfo, ,..,,, (lpOS1;;-lO 3 dormb,c-i,, pfimâri,,, .:st:tMl«id.l a() final
b,1,SC' nos m«ani~mos (IWOIVl.los.
da m;i1t1r.l~() da semente, Oorménda 6siofo9ic.1
A Figuca 20.17 ilui.tr., :,lgumas v:uiáwis r,·bl'.1M.tda.s i:01~1
.i dormCnda ddk.1 <tu um b,mro de s,c.•mi:ntts Je llrt1lmlop$1S
Tr.1ta•SI.' J a modali.l.1\lc nu1.1, o tu,bJ..1 d..- ,!C11m.'.-o.:iJ. gr.1
nv .s.olo. em clim;a de tl'gi:io t,:mpcr,ada.. A Jormiu.. i.a lumC'nta (:lS, prinôp,1,lm,· ntl.'. j su.a O\'.orr.1-nd.i _.m s.cnwntcs .l,1, plan•
com ó ,ltcréticimo da tcmpda111r.a. coinci,hn..locom o .IAIIUí!"n• tJ modelo ,\mlml(lf'SU 1h;d1,J11.t. E ..-Jlb.lJJ p.,r mt•,:;,ummus
to tios nh-e,s de ADA< a e:<pt"cssl,1 ,k ~, n,-s como DOCJ e
4 inibllón~ c1woh·<ndo pro.:c:.sos m\•IJ~>l11:o:. e o ..ontrole ,lo
AlJ.IJ (rl'gUl.1,lo r pí-.:.11iw1,l;.1 .s.111..1.l iu(lo do Al3A), C' Je; 1rsct- .l,•-,c"1wol,•m1<11lo 11.i ~mc.·nk. Na Jornu:-"';;1 ,is,o&og~a (Of),
11a prima\·t·r,1,twrno. ,1u.1nd1l :is trnlpC'r.a111r-,1,s fü;.uu 111.us ek• t.llX-r.im Jl,·e1M1.1, 111...-...an1~mo,- l~.tl1uJt.)S n.io )O no é'mbrüo
v;i,l;is. Es:.:1 f~ ,lc donu~nda ,.,,luzida•• a,rompanh.iJJ ,l,: Jr➔ JHOllfiJnl('lltC ,liro, Ct.11110 lambem ll\)> tedJos,: 11.1, C>ltUtUr.LS
cro.'sd mo Jo ;\ I\A, :nun.•nhl \l.l ~intt~ d,: AG (in\li.:;1,lü pcl.t ..Jj.1,:c:111,-s.. C)p.x-1.ilnwnrr o ,·nJo:ip..:rnu,. (>(-~\ni--1.1, rlX-t.'lll<'>
384 Fisiologla Vegeial

sugerem q,u.• diw.1'$3S modalidades dc Dr- rcsuham da Intera• e>:cmplos de tspé<:ies com c-sst 1ipo de donn ência sf10 Viroln
ç:1.o cnl.rt C> r>otcnd al de crcsdme-n10 do cmbrUo e as mtri~ôcs .utri,111mc11sil {im)te d:i região tropical d3S Améric.1s) e llex
impostas pdos 1t'<id0$ que o ,~,wol\"<'m, Aheni~s n~c potcn• pamg11mie11$.i$ {C'r\'3•matc da rtgi~o Sul do Orasil).
d ai podem cm'Oh-cr mudanças na sensibilid:idc de 1« idos do
t·mbri!to a substincias inibidoras e/ou a atividade de enzimas Dormência morfofisiológica
capncs de- hidmlisar as p:u't'dcs ceh,farcs do ('ndosptnna. Nessa modalidade. a S,tfll<'nte apresenta ambas as c::lasscs de
Na DF. ...-osrum:a•sc d istinguir dois ní\·ds prlncipai.s.: ri ão dormência mencionadas nntcriormen1e. O embíião deve ai•
profwulc, ou de ('Urta duração e profimd(), No 1>rimciro., o cm• cançar deiermtn:ido 12m:mho crítico. e a DF de\'c s.c-r qu("br:t·
brião cresce c produz pU.ntulas norma.is qu:u,do isolado do da por cstr111ilic11ç!o ou outro tratamenro. Em algumas esp~·
rclil:mte da semente:. enquanto no segundo embrião nào se cies, a DF precisa ser quebrada anlet de o embrião retom:;"tr
d~n,·oh•e. mesmo quando isol:'ldO, A dorm(-ncia profun da. k u desenvolvimento. enquanto t m outt:ls ambos os processos
fT't'quC".n1emcn1e enc·<m1ra.d11 em csp&ies arbóreas de rcgiõc-s. (ql1( bra de dormência fis-io16gic.a e cresc.imento do embrião)
tcmpcrad.u. não responde a lr.itamc.n10 com AG e pode scr ocorrem ao mesmo tempo. Scme,ues de A,mmra cnusiflom
quebrada por longos períodos de estratifi cação (exposição :i (Rluini. 1973) prova\·elmentC' st cnquadrnm nessa categoria.
temper:uur:as baixa.s), No nível não profundo, ~ $emente re$ •
ponde ao AG e a 1.ratamen1os de eK".ar ificaçâo, armaz.cnamen. Dormência fís ica
to a seco e cstratilicaç.âo. Este tipo de dormlnda é causado pcla impermcabilitfadc dos
Muitas ,·czes. a dormência rdadonada com a luz é 1r.,1a.. envoltórios da semente e/ou do íruto. r('Slringindo 10 1a l ou
da CC)mo um 1ip<> panicular. já que a n1lo germinação rttuha parcialmente a difusão de água ao embrião. Epooível que le•
iniei.ilmcnt( de uma condição ambiemal inadequada a() Cr(:5· gume.ntos e cnvohórios da S(tn-tnlc 1ambém possam resirlngir
cim<"nto do embrião. EntrctanlC), cc,mo a 1~ atra\'és do filo~ a diíusão de oxigénio para o Interior da semente. como deve
cromo. pode causar alterações no J'('qU<"rim ento de condiç«s ser o caso de sementes de Sen11oa. rrpc,1s (uma palmeira) e
ambienuis e$pedfic::is ptla scrncnt<', esse finar pode ser rcs• BracMaria briumtha {C'.ipim•braquiarão), Em Fabac:eae. a te·
pon~ \'el pC>r um tipo de: dormência fisiológica. Um exemplo sis-téncla 3 entrada de ~gua é ronJerida ptla 1es1a, q ue apre•
do control<' da dormência pela lu1. é ,,erific:1do em scm('ntcs se.nta uma camada de célubs paU,;5dicas com paredcs secun•
de algumas plantas daninhas que, uma \-e:t enterradas, p("nna- dárias grossas e lignificadas {esderd deos). impregnadas com
neccm dormentes :m! re.c:eberem um bre\'e cstúnu)o luminoso. substâncias dC' nalut<'u hidrofóbica. como lipídios,. subcrina,
q uando en1ào perdem a dormi ncla e gC'rmi.nam cm condições cutina, subsi!ncias péc1ieas e lignina. O 1egumentC> pe>de l.\m•
bém con1er u,na mucilagem que se expande na presença d e
adequadas de âgua e temperatura. Sementes de Dat11ro ferox,
água, formando uma barreira ã dlfus3.o de ox:lgénlo e dlm i•
uma daninha de climas temperados c subtropicais da AmCrica
nuindo a ,·docidade de germinação.
do Su1, são produzidas no verão e no outono e permanecem
T~ta·SC' de uma das modalidades de dormência. mais CO·
darmc ntc:5 q u.a,\d() d cú-:•d~ $Obre a :;uper(idc ou cnlernida!ó,
mumen1e citadas em espécie$ trC>picais, como Scliiwlobium
ma$ adquirem a eapadd.:ide de gemllnar quando semen1es
paml1yba (guapuruvu), Eritlirilra sp«iO$tJ, Mimoso Stnbrella
emerradas São C'.xpOstas ;), lui. C> que normttlmentc ocorre no (bracatinJ,'il) e Se11110 mlfltij11ga (can111'is 1ula).
cultivo do solo, A.ssim, o so1erramen10 indui na semente uma
maior $C'nsibilidade a irndiã.ncias muito batxas. percebidas Dormên cia quím ica
pelo fitocromo A. Em espécies tropicais pioneira$, é comum a lnidalmenic, enquadrava-se ne.ua ela$$(' a dormCncia c11usad11
ocorrtnd a de dormtnda causada pela lu:t, como em Ce.cropia por in ibidores de crescim<>nto presentes no pericarpo. A deÍI•
glaziovii, Piper arielim1m <' Mico11ia dmram omifol,a, em ,<irtu• n.iç.ão foi posteriormente estendida para substâncias produzJ.
de dt' b3ixas ~1.ões V:VE no meio. d;t.S 1an10 no fruio quanto na própria semt n1e e que, cranslo•
cadas para o embrl~o. inibem seu cresclmen10. Aquêoios dt'
Dormência morfológica Bide,u pilo-sa (pkão-pre10). por exemplo, germimun melhor
Re.fere•St' .â :s<mente dispersa com o embrião não diferen• quando submetidos o laY"ttgem com âgua corRn1e, .sugerindo
dado (t's.tág10 dt' pré-cmblii o) ou n:to comp1etamC'nte de• a presença de: inibidores no aquênio. No caso do picão, en•
~em·ohido (es-tãgio de "torp("dC>" ou linear}. Desse modo, lrctant(h é pC>$$h•d que tais lníbidorc-s atuem redc..1ti1ldo, vi;,;
o embrião dC\'t'râ passar por um petiodo de maturaçàC> oxid.i.ç!<>, a disponibilidade de OlÔgl!'nio ao embrião. Inibido•
pós•dispe.rsão, ati a scmenlc estar .ipla a germinar. .Em t'$• te$ 1~m s.ido de1e-c1ados - prind palml'ntc pot intermédio de
pécics troplc2is, e.sse crescimento do embri;iO é praticanwnte biocnsaios - l:lnto no fruto quan10 na semen1e, embor.l seu
continuo no ambiente na1ural, ticando muilas \'e:tes difk il papel no controk endógeno da germinação ,·ar:11nen1e fique
sepuar os proce!tSOl> de quebr:t da dormênci.:i e de germ ina• c-stab<lecido. .Em lfo·s.a rugosa, a li,dvia de a,iut:nios dc.m
. nen·
ção propri1mente dita. fo,S,e desen\'olvimcnto pÓ$•dispcrsão tes mibe .i gtrminaçio de embfiõt"$ isolad0$ J.,. sementes
t afe12do p,elai. condiçÕI.") ;1n1b1en1ais, principalmente tt'mpe• donnenrt.s (domk'ncia füiol6gic•) dessa e.si>éde, ma$ não é
rarura, umidade e lu:t. ~paz de Inibir :a germinaçi(> d1.• embriõl.'s nlo ,lofmentcs, ou
H.:mclcum spl10,1dyllum (uma Qpéeie europeia), p0r exem• seja, Jl('.U(' caso a dormência c1uimka nHtniÍl'Sla•se ap1ma.s na
pio, requer um período de baixa~ temperaturas, cnquan10 prC5Cnça de dormhu:1a füiológ1ca. Por1.in10, .1 cxpft'SSfo "dor•
Elae,·s g"i,runm (dendeuiro, palmeira c>r1ginâria da Afri• m<ncia c1uímic.a" dc,·e ser 11plicad;"t ai,w:nas âs esp,~des cuj;"ts
ca) ncc:essila de temper:nuras na faixa dê )S a .a04C. Ou1ros M'menld não .aprc-scn1111n dorm~nda füic1lógi,.1.
C.apllulo 10 + Germínai;ão l8S

lnibidorrs químicos (c.spcd almC'nlc compo~O$ (móllcos) cc,mr.1 por .-vtt e m :1mifcr0" p,,, inlermédio d.a ing..-.qlo e r,1 i,
no pedClrpo, na le5ta ou no próprio embriiio fonm de1cc1.a• sagcm d.a ,emente pdo lr,l!O J ige1th'() dll ,111im.il, A <'huv.a.
dos, entre. •out ras, cm Clwri#,1 spttiaut (p.ainri,..,), Cop,lifcrn por su.a \'C"L. poJe .ijudu i rtmoirtr sub-Ulnci:u inib,dor•J Pft'
lm1gsdor011 (copaíha), M>•,ox,111111 pm1ifcrem1 (ci b rrov.a) e sentes nos tnvo1tór,os di K ffl<'f'l«', <on1ribu1ndo JS\iRI r•Lr.i ,1
Amb1m111a ceare11us (amburan:.1), quebta de dotinênci:a quím1<.1.
Tempcratur:.1 dt."Vada.s tJrnl>ém podem c1oebnir II Jormên•
Quebra artifidal da dormência d:1 em ambktUd SUJtilos a <11.kim.ad;u p<rió thciu. 0 (~ pode
Diferentes proctdimentos control:idos podem kr ulilh;,1,fo,ç cons1i1uir•sc em um 1mport.in1e t'11or de in1..-rropçlo J J dor•
para in1crrompcr a dormência das sementi:s t m cnsai05 de mfnci.1 cauwd.a por tcgumenlM rigidos. maS ç,c,u efe1(0 d~pen•
laboratório, destacando-se que uda t.spé<k :ipres-cnt.1 n«i:s• deri d,1 intt'n~idaJc t' d.a duraÇ'.W do ntimulo tbmi<o, poi~ tm
sldades esp(cífica.s conferidas por .s~s c..iracterísticas morfo• geral o contato dlrt10 <om a chama c.ausa .a morte d.. ~mt".nte.
lógicas t/ou fis iológicas. Um a~mplo S(lbtl!' a :iç.àodn fogo sobu .l germmaçio i em.on•
Alguns dos procedimentos comumente usados são meneio• irado cm stm c-nlC'$ de brac.atinga (,\fímosa KObrdliJ).
n::ados brevemente a seguir.
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eontrol:s l't'llbl'}'O 8ro,;.1h pol<'nt1:aJ .1nd ffld°'f'Un'I C.l(l ...~ .
c m tcmpcr:itur:u rdativ.imente clevada3, n;i foi.o de <10 a 1ni; J unng corfrc (Colfel :a.r:ib1.!'.a) ~«J gc-rtru.t\.luon. Pb.nt.l.
60"C. Algum3s e.s.pêdes requerem tu1amento cur10. de ~().l:llO:lSI ·61.
poucas hora.s.. em 1emptratuns dC\•udas (50 a iO"C) Oewht :..1, Gahi,, ,·e. fa.nkJ1.1u.m C. Ui;lu ll'lt'duit'd hofmc111;a.i r..-g,
• ·reatamento químico: consiste nu embtbiçio d-:. semcmc ul.a.tioin oi pfant g.N wlh .lOJ Jt,c-lopmc-nt. :\nnUJI Rt,·K'W Pl.ant
\"nl soh.1ç-.io d .e nituto ou liton\"s~•l:ld()r;><, rrtnri1i.dmr1UI' IS,ology.1016.l,i ;Sl).J:.
Donoh!X' 1-. S«d, .ind su\on,: 1ntnprt'ling i;amll\J.llon wn1ns 1n
gibcrclinas thc ridd. Sccd Sckn<~JnJ Rncmh.. ~S.1HiS.3i.
• E.sc.irific.açJo: usado prindp:1\menie nos casos de dorm~n• Uun C. Oickk JS. \'J.1\1; XV, ftrhchatd H\\~ R.i.l\st5 01 muut IC'ffl
cfa fíi.ka, consiste cm subme1er a s.tmffite a algum Ir.ata• p,tt.i1ure ,100 w;){(f pottnu.:aJ , ·,l)~ for thc- ~1n.11win 11,i f'P"lC\
1uento que fa cili1e a difusão de igua ou gascs p:11a o seu wor!dwuk: conm~oon 10 :, Sttd tr.ut J.J.u~\t, \ gfü .illur.il .&nJ
in1erior, A <Sc.arilkaç:lo pode ser feita por ab~s:\o (p. e.>:., FortSI Mt-1,:,1 mlo5r.10l3:100:122·J2.
F11\Ch·S3\.tSC\V. fooliu :i. s.:cJ Jort'l'l:incy ,.,-.hni;.&nd thc- r,:gub1t0n
liJCMnentO do tegumento duro), pcrfur~ :\<>. lmers.lo em o( b m.ln..,'m«hAni.sm.s to lll'lk' g'C'fnuna1.on 1n ,;Ln.il,k hd.l
subs1.inCió\S <OrN>SÍ\'J.S (como o jc,Jo sulfütlco concentra• cn\·uonnwnt'- f-c.M1rn.:r.l of Expcrimt'nc.il Sounr :O 1~.M$•U- 'ó.
LIO). im.;r:,:lo em solwntesorginiros e imersão em águ.. for. G.JlattJ M. Hug,hot1 R. Ar,. F..Cut1fG, Job O, R;u 1,>1.1 L Dvn.un11C rro·
\'euu.·. entr< outros lton\t;,"S cmph.i.siie; lhe unpór1.a.n,,.<' ui :-dt'\.h,.: mR:-..A tr·.an..,1.a.
11-,n .md frQ(Clll IU(OO'lt~r Junng At.1b,J,;,p,1, SffJ ';!,'C'm'IUU.1101\
Llxwi.1ç;.o: consis1e em manter :l) SéllWntes inM:rs;.t.) .:111 r<•
J-1.il,:~u!J.r& Cdlular P'n.>!t(lrnM, !iH-t, 1)11 ~_;~.,-s
d pknt< com :igu:a ou. o que t m:ils .:omum, cm .igua ~':()r· Jon<'S RL Ough,1n H, lli.Kllb 1-1, \\'J..:r.l.tnJ , .lht m ,,lt~u4r lllt OI
•<ntc:, lluranlt determinado ld llp<), \'.lriiwl Jt ;i<or<lo .:om J'l.mt ~ UOOvktn; \\'1k,-Bl.a...l.,,d: 21>1 J.
o m.al<ri"I. € um m..:to~lo r.:('(>n\.enJaclo p-,1r,1 C"aSOS Je Jor• K.:nnúl!e AR. Rt~ul.uory m«h.ut1)1ll."> m ih.- tr.&.'hotwa lll'llft ,,'l:J
nu'.:nd:i •1uín1ic:i. J<'<lo{•l'" (nt 1v gcnmn.ni,;in in1erJ, 1tion.. ""'"'"',:cn thr .-n1bnu
.inJ th..: w~·J ,'11\1to111n.:nt. ln: K,gtl J. (;,1.l1lt G. <'<1,101).. ~ Jc
Na n.tturcu, din'!rsO.S íator.:s, 1:into b.01kos qu.al\10 ,1blO• n-lupmcn1 Jn,1gtrni,n.,\hOn. ~e.,. YmL '.\t;ir.d 1'-ekk.<-r: l'Ni
1icos. podem {'Ontribulr p.1r.1 ;a qu,-br.a de dorm<ud .a '-'fll .s<· l,,,11,.:<".& tl. ú~m .\1...\, 1..-ubn,'f•'.\kltl,;'('r e.":. Pl.mt honminor 1nur.....
uon~ Jur1n~ >(tJ J..imun,\ l'\.-tc.bc ,1,11J !,''l'nmuti,,m. ,«-.1 ,,1
mentes.. Allct"'ôcs na cobertur:i wgctal, ror .:~..-mplo. podem cn;;cRt w.u,h. :OO.\;l'i·!:11 1.0~
modificar a llUahd.'1,le dl lur. (\'en111..tln11.•111..- ln·aOOo l qu~-br:i L,1i,..,,uu,1u L(i. ,\ $(·rTlltn.t,;,h\ J,b ,!ormtf\fL•',, 'C(((1.&ll,1 l:;tul ,b
d.- tlormt:ncia cJm,ada pela lu:r ..-m s.:-menl'-'l> ~kpos11JJJ.s i,obr..- OE.\ , Proi;.um,.& R~1,,n.1l ,k l\:w.-m<lh 1mel\h") (..11;n11h~,, .,. r.-~
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J c tlormt:nd:, fü1üU.gka ,11unto 11,1., rrop<i..-d.1.Jes fük.1s Jo ''""' J rnn~ w11h,•111 J,,n~ J,:,unul vi bJ-'(°nUlnu..J 8,1u.n,
!Olu..(l.t.1 ,
h.-gumcnto d t· ,,lgum,b ~i'mcnt<'~ d iminu1n.lo sua rot)t<.:n,1.1 :,:,.,.. e. '.\IJ.lti \' ~-rr.- "'"· lhe r.-k.a~;; <li ,l,,rm.m.,·, J \<,JM' -..p
~ difol>lO ,le 1luldos. EM'..1riti,.1,;l-O 11,11ur.tl tamb<m p,hl..- ~·r ,·.ili hM' ,.:.:J., "' ~cfl\un,11.- ~-,.,u~m úru,11>1\ m 1-'l.uu 8o1.oli-i;,
rc,lli:tada por 111.seto~.: 111kr,,rs.1nhn1o1,, presen1..-, 110 ,olu, bo;"nt :1>1~.n~ 1-1.
386 Asiologia Vegetal

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Tuberização
Edison Paulo Chu • Marília Gaspar •
Rita de Cássia Leone Figueiredo-Ribeiro

Introdução novo ptríodo de cr~dmcnto.. Assim, os órg-Jo:s subktr~M·


os espcs~dos ,o;âo import.1ntt$ na propa!Y)C;io Vcgt"t,1.11v-.l, po,..,
Alguns dos órgãos de numerosas espécies wgttais dtMm• protegem as g.:ma~ das condiçÜd ooiJ,·on,·ris is qua.1i •
penham mals de uma funç6o em de-1ermlnadas (:m·s de seu par1e :rirt'a está nu1s ~ujt'tta. Fatores ambtenta1s e cndltgcn~
ciGlo de vida. to co.so dt r3ÍZ($. caults ou folhns que. em dado con1rolam as várias et:rp:t.S druc pr(l(eSso.
momento do ddo dt dtsenvolvi.m(nlO das pl;uU35. reduzem O processo d< formaçlo de Óf~t)S de t ~ não (01 tola!
seu crt'sdmento em e.xtens.io e- p.s~m a .a<:umufar subs1:ãndas men1e elucidado ;atê<> mOO'l('nto; s.1bc-~ t-ntrttJ.nto. que oc:or,
de res.crva, geralmente de natu r<"Zil gbcídl(a. lm·et1do unu hi• r;:m alterações morfológias. bioquíml(;U e- mcilecularo dristi-
pertrofia radial do ôrgão. Dependendo de sua origem,o ôrgio cas n:u plantas a p:.azes de ini<W a formaç;i<> dtSS.l.\ estruturas.
de re~rva pode recebc-r de.sign.1çâ(,s diw:rs;iJ,. romc> lubêrcu• S. rubtrwum tem sid<> utlll.l.lda como mô<klo clissico pa~ o
lo, coemo. pseudobulbo, rizóforo e rizoma, quando origin3do ~ udo do proccsso de tuberização. em mlude dt- sua 1mpo,•
do caule, ou então bulbo e raiz tubcrosa, quando formado a 1;\nd a económica, undo a 1e:rctira cuJtun mlU consumida no
partir de uma estrutun de natureu foliar ou ra.dicul:ir, res• mundo. pr«tdida ;apeM~ por 1.rigo e armt.. RcCt.ln.htcem•s.c: trk
pectivamente. Hã tambCm os :it:ilopódi()S.. dt origem caulinar, t lapas no dl-sem'OMm;:n10 desses rubt"rculcn:
radicular e/ou misto., globosos ou sem í<>nna definida e com
numerosas ge1nas, ger:almente na suptrfíci< do órgão espessa• lnduçãó ,:b tuberiução. S<m modi.fiaçóes moriolõg1cu.
do, em·oMd::is ,la propagação wgctati"a. m.1s çom ativ-aç;lo de g.:n..-s e- ,dtcnçfü::s hc>rmona1.~ impor•
O tubérculo de tn1at.a•inglesa (Solamm, wbt1os1w1) e um t.1nt<"S
ç.u:mplo <.k <,:auk m o J il'ka\N. \.VI U uÚ), c,11,·cfü\~ e.' um cb.o lnida~ii<> Ja 1uMri:u.çio. muc,;1d;a pd.l r:,.ntl.- ,1.- ,·,-'""-- i •
mui10 curto e espessado, no qual se acumufa amido em pl.u.ti- lll(nló Jo e$10ll<> e intuml-scimcnto r.ad,~I da rtg~fo scbJ•
dios es.peclals, os :untlopl'l'lstos. Em tulipa (Tulipa sp.),o bulbo pica1 d.:su~. em decorr~nd-' do along;imcnto ~clubt e das
consim:em uma base nlio muito dt'scnvoMda e maciça. <knó• divis~1C$ ctJulues
minada prato, que 2presenta um boti-0 ,•egetatlvo, t' a taftlos. Aumento de n1'3SSJ do tubcrculo. comp(hlO cm iu.i grm•
q ue armazenam substinci.is nutritiv.1s e protegt'm a gcm;a e de ex1en$.lo por c,.:Julas parc-nquimJttru qui:- 1rm:ucnam
as rníies desenvolvidas na parte inferior dess-.. estrutura. Em grande \'1tled.1J c de- metabôli1os. prot<mõb e pr1ndp;.tlmcn ►
ou1rns espf<:ies. como Btg<mia ew.sfo'mt, SJm1ingi11 ,ilfogopf,ylla 1e1mldo.
e Solmwm tubt:r"sum, tis gemas a.xilaru p!esrntes cm ($tacas No bulbo d.a c~l-a (.J.flmm up,1}, Jpt:SJJ de ser ~mg,n:u!ca
com (olhas t:unbém podem tubcriz.u se íorem entcrr.ad:is, ~- .i p;irllr da, folháS.. o.:orrcm as mei.mi.~ l'1.lp.AS n.i ionnaçio Jo
produ:i:indó as pla111as de origem. órgJ.o de rl'Sc'n';'I e no acumulo Jc' outros ..:.irbo1Jr.i1(». Noto!'
A indução de tubcriiaç¼~ ..t inicla'"'o e o dcse11volv11nen• capitulo. s.:ra utlhudo lnJi.s.::rim1n:iJ:uncntc- o termo ·1uben•
to de órgãos ~~pl'$$.ados. seguidos d.: dormCnci;a e btot..tç:i.o. i:1ç:lo.. p:ar.-. Jtsisn.i.r ..t torm.\ç.lodos Jiic-rc-nt.:-s tipos Jc orglui
conslilucm 1:1apas do cido de ,•id;a dvteo Ja.s pl;.in1as com ôr• sublerrlnt-0s de rcs.:f\'3. EnuJos hiiolog,.:o~. b~,1u,m1,os t
g.ios tuberosos, os qu;,ii,s í."$.làO dirctamenh.' rdaclOn:tdos .:om moltcul:ll'tS dc1.1lh.1do.s r.:..tlizados n.\s uhuna..s Jcç,.J..h ..:om
a sobrcvivênd.1 e a repróduçlo \'t'!;<l:ltl\~.l das es(>«les qur os S.. tul,.:n>sum p..-nnitir..tm l iJcntihwçlO ..tos pnnc1pai) ~ho.ç
.ipn-sentam. Nesse particul:ar, " indução d.1 tub.:1itaçlo t' J..S mokcul.u.:s (gl·,ws l" protcln.isl p.lS)t,•c-is de utd12.1\il• n.l .:n•
demais etapas d.1 multiplicaç¼o \'tgtmi \':l companilh;un JS• g<-nha.ria gen<"tk.l dcss.:i tsp«1c-. fa),C .:onh«mwnto p,mn111n.
pc..'Clos comuns com ., r<produção sexuad.1• •,,1r1kul,mncn1.- ,.,..ltivar .a b.ltJt.l, por c:.cmplo-. sob .1mpl" g,1m,1 J.c ..:om.l1(\X$
com a hhluç3o d;i flor.-çio (Roumdi()olis ,:t ,1/. , 2011). ;1mbil•nt.lLl> que ho-je lln111;1m sul proJu1,.io. . orno :u muJ.in•
Pl:.mtaS CQul órglos d< res.en·a selo gt'ralnh!1Ut.· h<rb.íc.-;1s e v\l> .J1m.ati,;a~. t)P"''-7Jlmeme o J~UC'\.7ntcnto global,
pecents. e sua p.irte aêr<:i sen,'$C( ao fin,,il do pc-riW() 31\ual
de <.:re-s<irrn:nt().. i>erman.:i:endo .1p,rnu O órglo ~ubt.:cdnro Controle da iniciação da tuberiz.ação
l'Spessa~lo. Al'>ÓS um perk,,lo v:m:\w-1 ,1.: dorm.:•,1,~i.1. C)St'S oc•
glo.> p<hltm 1eb,ot;,ir p0r meio do ,lc1o.:m·oh'uncnto ,te ) li# O $Hu~·e»o Jc- tuberi1.1,;.io-,: 1n1lucn..:i.tJo poc fotorcl cndo•
gcmái e: u1ili1..1ç,\o Jas r.:sct,•J.) :icumullJ.1>. .iss.:guranJo unl s;<noi<!' d,1 :1111b1c-nh:, l:ntr.: U) \.ÍtlO) 1.atotc) ..tmb1cntJ1\ -im·
388 fisiologia Vege1al

af'C"U.m a tubc.ri1.:tÇ'1to, ck·$tact1111 -sC" o fo1op(riodo e a h•mpc• O contn>le íot0periódico da (ormação dt órgão:. de reserva
ratur::t, $C:ndo o Pf"OCt$i,;o Íll\'On:ddo por noil<'S loni;as (ÍOIO• englob:2 todos os :a,sp,ccto, do fo1opcriodismo, A folha é o sitio
períodos curtos). ternp•C"ratur:is baixa\\: e ní\'~is b.ib:os de ni • r«cptor. sendo um ou mais estímulos produ1..idos pelas folhas
trogénio (Figura 21. 1). Allas 1emperatur,3s são inlbitóri:u no tr.,nslocados p.•u;a as rtgiõcs de rtspos.111: o C'Omprimenlo da
i1~klo Ja t_ub_cri1,.1ç;i~ prindp;ilmemc porque afetam., parti• noite determina a resposta. e o fitocroino é o pigmento ÍOIOr•
çao de a551m1l3dO$, fa"orccenJo o d e$envolvinmuo JC" outras receptor (vtr Capítulo 17). A fo1orrcvcrsibl lldade \'ermelho-
p;trle$. d2 pfan1a. em di:trimtnto da (}Uantidade alocada l)/llõ'I vcrmelho •ex1remo tambfm foi compro,•a da e m S. 1ubtros111n,
o 1ubtrc:ulo. O srati,s de carboidratos e o balanç-o hormonal uma Vttque a interrupçâ(I do periodo escuro por Smin dt" luz
<St.io entre o.s fa1orcs cndóg(!nos csscnciais p."1.r.i o proçeSSQ de ,wmelha redut a 1ubt-rit:aç.io. enquanlo a luz. ,·rrmdho-ex1 re-
tubl.·ri1.a~o.
ma re\-ertc o efeito inibitório da luz vcrmelh<l.
Fatores ambie ntais Embora a naturtz.a preds,, do sfnal aindn não seja conhe•
tida, há fortts evidê-n<:ias de q\1e o fotorreceptor fitoc:romo D
Como tm ou1r0s proçe.s.."'0$ dC" organogfoese, a formaçào de (PHYB) esttja tn\'Olvido na rt.gulaç3o da c.xprcs.são do gene
tubér<ulos e dc outros órg!os de rescr,'-' pode ser controlada ronsltl11s (CO) n:as folhas, o qua.l codllica um fator de tnins.-
por fatores ambientais. co,no fotoperíod~ lu.1. e temper:n~in. criç.ão que regula ,,egalivame1ue a tuberi1.ação ( Figum 2 1. 1).
Garner t" Aliar-d (J92J) foram os primeiros a observar que Plantas transglnkas :uulssen.so de S. 111berosum spp. Andigt•
o fotopcriodo con1rol2 a formação de tubCrculos cm batata. 11a com níveis reduz.idos de PHYB s.e !ornaram inst-nsíveis :ao
Nessa esp,écie. ooi1C$ longas favorectm a induç¼o da tuberi• comprimento do dia, tendo sido a tuberização induzida 1an10
1,ação: port:uuo, ness( processo, a ba.t.ata ê considerada uma em d ias longos quanto nos cunos. O filocromo A, um fator
planta de di:as cur"tOS. Quando em oondiçõcs de fotoperiodo controlador do rilmo circadiano. lambem inibe a formação de
longo. o,corrt um a1raso na tubtrlução. havendo m:tior cres• tubérculos em ~l.ala.s tr.in.sgênia.s sob c-ondiç-ôes não indu-
cim ento das por(i>es aéreas e dos es1olõ-es d<'SS3 espéck. que toras. e,•idendando que :a ação conjunta do$ lilocromos A e
ficam mais numerosos e ramifiados. Experimentos com fo. DC'Slá cnvohida na represdo da 1uberi2,;1ç:lo. Co.uudo, a PrO•
toptriodo e C"nxcrtia. intraespecific:i em S. t 11btros11m $ugt,, 1efr111 SP6A (selfprimi,rg 6A) de ba!:'113, produzida nos feixes
riram que a indução da. tuberiuiç!o tstaria rdacionad.a com \'a.sculllres íolia.res e transportada ,,;a flOC" ma para o ápice do
um -estimulo produ:tido pelas (olh:1;s. Qu.indo folhas de uma í.'"Stolão, atua co,no promotor,1, de tuberizaçlo. Além de SP6A,
pi.anta doadora exposta a fo1operiodo curto eram -en.~ertadas for.im identificados ou1TO$ 1rh ge,,es ortólogos de FT (Jl<r,vt:•
em uma planta receptora, man1ida em íotoperíódo longo, uma rir,g locus T) em batata: SPS G, SPS G•fike e SPJD. Plan1:is de
condição nio indutiva, ocorria tuberiuç.ão. No proçe.sso de hillata tr.msformadas com o gene Hd3a, uin or1ólogo de FT
tuberização de b.l1:tlt1, ob.s.ervou•st que um grupo de folhas em arroi. aprestntam :a formaçlo de tubefculos mesmo quan•
jã t':xpandid:ts pode ser a fome de Indução para um grupo de do cultivadas em íotoptríodos lon~'OS. A enxertia de plantas
estolõcs. e estolôes em dive-rs;:u idades apr'esent:m dlíere,u es selvagens com folhas ou 1ubéreulos de plantas transformadas
nín·is de sensibilidade aos hormônios, concomitantes II diÍt · tambêm promoveu a tubt':rizaç!o em condições não indu1iv:i$.
rentes taxas de síntese de gibtrelinas, os quais são traduzidos rtforçando a import;incia de FT no con1role d:a tul>erliação.
como difort':ntes tempos de indução e desenvolvimento do tu- Ou1ros e.lemen1os m()\'c'is com polcndal aç:lo na regul:tção
br:rculo (Grc-gorr. 1956). Batutis e F.wing, <-m l982, lcstar.1m a da tuberi1.11çào em bita1a São os RNA BEI.S e mlR172. De•
hipóleS<" de que o fitocromo estaria envolvido na TC'gulação da monstrou•se que BELS regula centenas de genes mcdiadorts
tub-erização de batata. Posteriormente, foi demonstrado qut a de tub,eriz:açào, muitos deles e nvolvidós no cn-s<imcnlo çclu·
luz vermelha no ml.'io do periodo escuro redu-ii:a :a luberiza• la r, na tra.nsdução de sinal. na 1rao.scrição C' no nwlabolismo
Ç;ic,. diminuindo a produç.ão do fotorre<ep1or (filocromo B) hormo,, al.
acumulado nas folhas (Figura 2). 1) e e,wolvldo na percepção Além da b31at11, pla11111.s de Brgo11ia sp.• D<1lilit1 .sp., f·Mia,r-
d:a d uração do comprimrnto do dia (Du11 e/ ai.• 2017). 1/ms 1uberos11.s, l'haseofus 11111/tiflan,s. Phaieolus coa i11ius, Gf,1•
A tub<rização também~ « 1imul;id11 e m enxertias intert$· diolus sp., Oxnlis sp. e virias ou1ra.s espécies n;uiva.s ( Figuras
pccffi <a.s. Plamas de tabaco (Nico1ia11a tabawm), cuja nora• 21.2 e 21.3) 1êm a formação de tubCrculos es.11mulada por dias
,;ão é induzid<l por fotoperiodOH lll'tos, foram ulilir,.,das para curtos. Entreianto, exjstem espécies do género All11,m, como
comprov.1r o <fdto d a sinalização do fotoperíodo na tubl'ri• cebola, cebolinha e alho.que.acumulam rcsen •asem (01operío•
z-aç:lo de tO,':C"rlOs dt< ba1a rn (Sofamm, tuberowm). Quando dos longos.. Algumas-espt:cics $:\Oindifcren1es ()Uan10 ao fot o-
folhas de 1a.baco cuhh·ado em fotoperiodo c ur10 eram 1.'nxer• periodo para a íorn111ç,ão dos órgãos de reserva. ooino ocorre
tadas e,n b:atatas man1id3$ em condiçô1.'s não indutoras de t"m yt1C611 (Poly,imia soucl1ifolia = Smal,mrlws so,ultifolillS),
tuberiuçlio, ooorri:i induç!o do proc~o de tubcriz.ação nos <m que h;i o desc1w0Mn1<"nto da 1>arte aérea IXlr 6 a? meses,
1.'nx.ertos.. Em ou1r;:i varledsde de tabaco que requeria fo10• Jloraç,~o e inknsifi cação do crescimento da raiz tube1'<1sn com
períodos ll)1\gCJS para Oore~ccr (N,cotuma syfrestris) OCQtria acúmulo de lW1i;oss11carld1os Jcriv:idos da hidróh$e de fruta·
indução da tuberii.aç:lo em c nxer1os de b,uarn se ,U folhas d1.' nos ( FOS), segui11do-sc 11 .s.tnNCênc1a da p.lrh• aérea npós 10
1:abaco fossem expos1as II fotopl'ríodos longos. Corno rl-sul- 11 12 nwsc-s no ciclo anual de desenvolvimento ( Figur-.:i 2 J.4).
111do, enxertos de rnbaco cm condiÇÕt'S indutoras de íloraçio A tempt'ra1ura 1.llmbêm infl~1encia 100ososes1:igios da tube•
íor:am f,woróveis 3 indução de tuberi:,,ação cm b:i1111a, cl.ara• riz:,ção, OU S<'jil, a indução do lllbérculo, :.1.'Ucrescimento (,·1>·
memc inc.licando a presença de eslínmlo tran~loc.ãvd , o (}uai lume, nirrnero, tamanh,)) < rendimento lle: resl·rv,1s. Sol ,11111111
não é eS"pécie•<spcdfico. 11,berosw11 e Hdi'm11l111; rubt•ros111 (akachofra.,fo.jt·ru~altm)
Capítulo 21 • Tu~1in~ 389

A. INDUÇÃO
(iplce de e&ul.s
• tc,l,,;a$ novas)
300 aoo,m
Folope,lodo
(PHY B)
1 :in)'8
c,y e e,y2 1
=-;:::===='
s
S1 F'tiY B aliYo
(íol0r90eP'O' do
;--;::::====::!_--
lnihlç.'lodo sin.11
do tuboriuiç3o
I - -~
Rfldistlibu-...... de aMafflil&óols "W""'
Aurr>entD da eoncetltra,çilo oe ~ glbtrtlc,os
'--~''°'="'~"'°:.;:.8~)'-' N3o ln~ç.1o e não de-w,,.,ohftne,nto cio lubtn::IAo

Di.1$ <:Uftos Sinais de IUberiZaç/lo (molécules


(mel"IO$ cre SlPHY B
sinalizadoras lransbcadH
12 ti de luz}
inibido
via ftoema para o estot&o)

• St SP6A (li'l!Of de lrensctlçao>


• SlBEL-SRNA
• SlmiR 1n
• 8-ltesa de àddo O:beféllOO 20

T~nslocaçAo ~a noema

• e, ' ~

1
• Oeg~tlaçào do &oóo git>eféllco 20
• S1 miR 112
• SI RFlSRNA.
ô
,.,,, ,_~ .J.) ~
~~ · t
Parte sutY.Mâne~ • SLSPEA Pane sub:erràne.i

8 . INICIA ÇÃO DO TUBÉRCULO C. OESENVOLWIIENTO 00 T\JBf.RCULO
• Reguladores de c,HCmento (r~çao de gibereinas; • Regwclores de <:f'Hdmctnlo {aumenllO de au,Jnas,. aodo
aumonlo do o1U3mas e ciloei'linas> abscisico, állocirina. kido jasm6nloo e ~
• B;,ix~ lernper.wtur.i (> IS"C) redUÇ6o de 6ódo 91berf!Cico}
• 8alxa conoentraçao do nitrogMiO • Alllt llt.Xi:I de latouínlese e sinase de sac,IOSoe
• lndçao do çresomen10 do1 pane aerea • Temper.1b.m11 de-22 a 2.i.•c
• Sintese de RNAm de roe, o genes CONSTANS..-ll!llacionaóo6 • Slnlesct e axtlfcuAo de p-ole{nas, lodatase àoda.
• ln\biÇao de Plf3·ADN óo ~ e ptotelnas CONSTANS íl»tlltase ic:ida. íosfauM llpo 2A.. ROS tsuperõ.wo
• Sintos.o do ta1ores de lf8'1scriçao(FT, BEL1 e KNOX) dismutMO, a5CCfbato pero)QOaM • ca1.-..). pa ~
• Avme,n4o da mit$Sl:I. e do numero de OJbétO.llos imbidof do prote.nes. cina$n dk o 31penc!ontes.
• Outros genn envolvidos: M?IINIS do mttabo6smo de lillçattlM (sac»oM s-lb - .
(a) lnduçao de genes: StPOTH1, SIPO TM1. S,COF, ÍMOdnas,e • 11~s•) (..,..t F ~ 21.7l
SrPA2AC. sirus,g, Sl1VB1. SIASF?e SIAS~
(b) Repressãc', de genN: SIPHY8. srco,
s,svr4,
STSP5G e STRAPI
Eslol.\o
Condç.~o l!slOlógiea (Idada
• TullerOJIO'l
1 1n,ciaç~ do ~ Observll\<el 103 12<11l!L'S
- 1 n,iWn::ulD
1 ~.dv,meinto 00 org~
tnmsloe:açAo dti ue:woH
e 1amanho) e la1ores genéticos ac,osa,.,d~o e ;1a,au.ilo de amó0

Figu ra, 21.1 A, fatores ;,1..ti,biemai\.- nutnc,ona,IS,génet,cos f pouweisn'°'kuf..)s SltlJiz.kkH.)\ qu,t 1nd~t-m .11vbeo.:,)Ç.k> ll!ffl b,Uata .,n,b,ç,10<1.-
StPtff Bem dl<IS cunos), 8. f~..)()do u.iberculo(n'IOW«•l.1., \'.nllh:.Mkl1M para O estolllo,. bJl.1.nço de ,..:,gul.00,-es wgtM.:ws. fatOl!e:s amb,en1;;11,,
di5ponibilld,,,de de l'\Umemes e f,110,es d.- t1.)l"lsrnçao, sln1f'Sl'l1n+b1Ç.k> de p,ioce,n.u ou 9..-no:,t C. Oitsl!flvol-.,me,n10 do tuDc,cu.k> talQ ,n1,nu-
dõ>cte kJminosa, .,u,nemo da f010),i111ese ..- slnttSé de t 1\lU"llJ.\ es.pt>e,ficas para o C11i"\c1m..-1110 00 1vbotrC\lkl). A.13')1.àda dé Su.lld•Lopes !201lf
A.ksenova t'f ai, 120141 e Out! .-rol,(201n
390 Fls5ologla Veget.'11

do. e~-péde$ que ne-ccssitam de tempcr;i1ur.1s OOhcas para Ili• tem force lnílu~nd :i wbrc a tube.rilação. Me.11mo em espCcies
benZM. Em b:n:113, a. temperatura ót.ima de tuberiiaçõo, dc- tropkiis, como Pad1ynyws wbe.rosus, que tuberitam cm ÍO·
cerc.1 de I rc. C' lt.·mpera1uras superiores a 30"'C são inibi•
toperíodos curtos. regimes nhcrnados de altas tcmper:1tura5
hirial( de.\SC' processo. Em pa.rticufar, a lempcr:uura notuma em fotoperíodo indutivo (3CfC/25ºC) Inibem a íonnaçto de
riitts luberosas. Entn·1a.nto. temperaturas elevadas são favo.
ri,·eis à tubcrizaç.ão de algum/1$. espCcies que formam seus ór•
gà0$ tuberosos cm dias longos, como cebola. alho e cebolinha.
Os efeitos do fotopcriodo e da 1empcratura na induçJo da
tuberização dependem da irradi!nda sob a qual a planta está
crescc-ndo. Respostas inibitórias de tuberiitição em S. 111Wro-
Jum C'$timuladas por fotoperíodos longos e temperaturas altas
s:lo exacerbadas sob nivd s baixos de irr3di.\J~d .-. Estudos de,.
t:alh3dos sobre o efeito do íotopcriodo na tuberiiação de bat:a•
ta sugerem que o.s rc-.sultados convergem c-m algumô'I etapa do
desenvolvimento com aqudes controlados ptla lempcratur:t,
provavelmente afetando um ou mais componentes comuns.
Um terceiro fator ambiental importante que afeta .i indução
da tuberit.açllo reíere•SC' à quantidade de nitrogi!nio disponí\·d
para a planta. Se. por um l:ado. ni\-ets altos de ni1rogênjo no
solo reduum a tuberizaçlo. por outro. 1emper.atu~s baixas
podem inibir a abrorção de nitrogênio, promovendo lndire•
tamente a tuberização. Em solução hidropônka. mesmo sob
fotoperfodo curto.. 3 tuberiz.ação de S. tuberosum pode ser C'\i•
tada pdo suprimemo contínuo de amônia ou promovida .se o
suprimento de nitrogfolo for Interrompido (ver Capí1ulo 6).
Em Chrysolatna obo1•nt a ( Verno11ia 11erbncea), uma espécie de
Asterac~e do cerrô'ldo brasileiro (Figura 21.5). aplicaçê>(s de
Figura 21.2 ~ n~i tuberosa.s amlláceas subutifâada5 e com • lto po• nitrogênio estimularam a produção dos rizôforos no campo.
tMCiaf aJitnet1tk'.io e farm~ê-utico: b\llbilho aêreo de Okmoreo buJf>i.
f~ro (c.ari-do-~r) (A); tvbêrculo de D.loscorto olfetsiano (e.ará) oóginá • aumentando. coMequenttmtnte, o rendimento de inulina, o
rif d-e: Ma~ Atlántlca ( B): planta\ de Di0SC0M:I deJjCOfO (e.a r.\) da M.at11 polissacaridfo de reserva acuinul~do nC'$$é;:s órgãos subterrl•
Atlánt,ca lO. neos (Carvalho et ai., 2007).

Fig ur• l l ,3 ÔUlr,u planlas 1uberosas tr0Pic.lli amiUceas: f)ifle aê,ea de t.WOba, Xomflcm.ima sOl}ittifoNl.im(At; ó,~o sub ierrjneo d~ ,eserv• de
t11ioba. u1,lil.ado na altmenlaçAo (B); ariâ (Co/01M.1c, oflou10) e sws ,aízes 1uberos.a, (CJ.
(;tpilufo 21 4' Tobe:ritaçlo ]91

Fatores endógenos que promovem e\se prouuo u uJam dccf'õe1mo Je giht'rt•


Mullns das informações obtida.~ estud.ando,se a rclaçlo cnrre hn » !\OS CJtolón (vtr C..api1ulo 11 ). Ahu 1,mper-at.Ura!i e<li•
os fatores amble-ntais e a 1uberi1.açio evidenciam O C()nlrolç mul-am a p,oduçM> d<" giberdin;u em ~ ma.< c.tulina.tn m.11.1
hormonal dt.'$Se processo. Entre os honn<">nios veget.iis, as gí• t4ueem folhu. o que poderia esiar rt lJcion.1do com a inibi(lo
berdin~s 1êm sido implicadu ein \",irios :upeccos da formuç.ão de tuberi~OO e,,u..1,1dJ por 1empera1ura.s elt"Qda'l A refüad"
do tu,bc rculo de batata, stndo indicada$ como ret,'Ul:adore, da..1 gemn diminui o efoln i!'uhitório da tcnprratur.i ,dt.1 n"
negativos da luberiZ,;1ç;à~ uma ver, que c-0ndiçôes ambienl.li.i tuberiiaçáo,

Figura 21.4 Plantas de Smcalon1h111 JtJrt(.hi/olJus<,ocônl.comrafzes tubetosas rias em t, u10-oligossauridio, (FOS)<om prco,I ~ ~
cultvra cometdal emCilp3o Bonita/SP(A). e de1a!ht do sis1i,nasut:11etrt.neo tB).

A
Fig ur,1 2 1.s Pl,1,nlJS do cerr.1do b1,uilel,o 1ic.M em pól,me,os dt" "1.itost l)nullna!. l)tan~ dt V"9ultfo dl$co:or IAfOOmo d«olo,I) corn ,110~ t
,ab~s h•~ros.a~ (A) ,•eg("'l,111(10 em col'ld6çôe\ f\itu,.,ls 18l. com dt-St.)(lut PJra a .ntlo~scenoa .:imarel.:s lCl e para as ra1tu 11.1bcro,.i., lDI. ~n1.i. de
Chlysol(lenoOQo..ató(wmoriia l)fl'buC-tl:11 ron'l dll\!Jl'lut 1)61..i os 6rgl0s s1.1bten aneos de rese,vamzoi0ros1 tl).
392 Fisiologia Vegeta l

H.iis a ltr:i.di.ilncla «endc :i. inibir a luberltação e aumem.ir e51olão. na i11ki3ç:\o e no crescimento do 1ubérculo aindn n~o
a :i.tMdadc gibcrclinica em folhas, mesmo qunndo cs1as são s~o daras e ~l1uerem ml\is estudos.
a postas a foloperindos (urlos. Além de inlbin.•m 3 lubcri• O cultivo;,, 1.Jtro de diferentes culli\'are:s e linhagens trans•
zaçjo de b313ta. fo1opcriodos longo$, tcmp<'r,,turas ah as e gênicas de S. 11,be.ros1111t indicou que icldo indol•3·3céticn
irradiãncfa baixa produzem efeitos .sobre a morfologia J o (AIA) e d.necina ag(m de forma difortnelada - o primeiro
<::.1Ulc. os quais coincldtm com os cl'ei1os conh« idos das aumentando o 1amanho dos tubérculos e o sq;lmdó modifi•
giberelfnas. Qu3ndo ,·ist:l.S em conjunlo. características rt• e-ando seu ,,úmero. O grau de intensidade da rtsposla n es-
l:i.cionada~ com a ~cncscc'·. ncfa, como íolh,is m:ii$ largM e SC'S fitorm6nios é deptndente dos ni\'eis de sacarose no meio
íina5,, bo tn.es 1lor"'1s .1boru.dos. supres.são de crescimento de cullura e do genótipo do cuhh•3r em estudo. Ênqu:11110 a
do c.iuJt. inibição do crescimcn10 de ramos axilares, di- nccessld3de desses hormônios "etelals de crescimento para
ininuiç-lo dos nh'els dt cloroíil3, t anto<ianinas. sugerem promovtr a tuberização i11 ,,itro foi elal'3mente demonstrada
que a te-duç;lo dos nh·cis d e gibc-relinas pode ser a causa cm U lf11C11.S wbnosus, em Dioscorca delicata o proce$$(1 de tu•
das rcsposlas adap1a1h-as do crescimento de IUbfrculos cm bcri1.aç!o n.ão ocor~ i11 ,ritro. emborn o mel3bollsmo de e-ar•
plam as de batata. Aplicações de ácido glb('rdico (AG) são boidrat(>S .se-ja afr1a do pelos nh'(i.$ de citoclnlnas e de sacarose
cfcth•as na inibição da tuberizaçlo. m imetizando os efeitos do meio de cultura (Chu e Figueiredo,Ribefro.. 2002).
de condiçOO 31llbientais não induth·as. Os n iveis da gli• As citocininas estariam envolvidas n3 induçào de tubércu-
coproteina palatina. indkador bioquimlco da tuberitação, los atnwés do e1.tímulo das diviSõe$ eelul3res. que COll$1ituem
d iminuem e:m es13c.as tr.itadas com AG,, <' tra1amen1os com uma das prlmetra.s .1lteraçõe.s morfológlc3S do processo de
dore10 de 2•cloro<'lila tr-imelilamõnia (CCC). que bloqueia tuberizaç:ão. Con1udo. 3 p.1rad3 de d ivi$óe.s ce.lul:lres no me-
~ sintese: de: AC. e:s1imulam a for maç:ãn de tubérculos. ES$aS rist<'ma apical e poste.flor along3mento, divisão e depo$IÇ~O
inform;i,çóes le,·am à conclusão de que giberdin as sejam de de amjdo nns ci:lulcas do meristem::i subapical do cstolão n!o
fa10 inibidores de tuberiiaçào. tém sido relacionados com o efeito desse hormônio. Desfa-
Em S. t ubet'O$um spp. t111digc11a, plantas de lamanho nor• vorecem essa hipótcSt" observaçCl<'s de que os nÍ\'ds de cito•
mal n«-tuita.m de dias curtos p:ira 1llbtrizaçã~ enquanto d ninas 3umen1am no ápice dó estol;'io dunnlc a tuberização,
um mutante anão com bad:grou11d genético similar tuberiza embora tllSe aumen10 .seja pequeno e decline após 4 dias de
sob db.s longos. O pape) das gih<'relinas na tuberi-uiç!lo sob condições indu1oras (\'e.r Capítulo 10). Sob co1, dições favo•
influência do fotop('riodo e nanismo foi es1ud.'ldO por meio rávcis à indução de tubcri1.ação in vi'tro, a apliClçào exógena
de cilo<:inin.i resultou na formação de tubérculos cm plantas
do fornecimento de GA,i mam1da radioati\'amente com -◄e
inlactas de batata. No entanto. experimcn1os com plantas e
à parte aére.i de plantas normais e mutantes. As an:ã.lises mos•
gemas u.ilares de ba1ata transformadas com o gene lpl - que
traram uma redução na converslo de GA,: :i GA" nas plantas
codific:'I a principal enr,ima de biossíntese desse regulador
anis, puso lnldaJ da via de síntese de gibereU.nas, que pode hcu"n\()n QI , A$ q,1olt ;i.prC$(;11t•m nÍV\'.is c:kvado, d e: ç itoeinino
ter rdação com o fon ôtipo dessas planlas, Observóu•se que o
endógena, mostram result:ados contr.as1.1ntes. Enquanto, em
mutante con1inha me:nos GA 1ath-a. reforçando a idria de que plantas int:i.ctas 1ransformad11s com lpt, o inicio da tub-erl·u•
a tuberitaç.lo serfa in.lbid.a por gíbetelinas (van den lkrg rl ai.• çlo foi adiantado cm comparação âs plan1as-con1role, o efeito
1995; Davies 2009).
in\'crso, de inibição da tuberiiação, fo i obsetvado em gemas
Oi,•ersas em.ima.s que regulam a sinleS< de gíberellnas Jó ax.ilares lran.sformada.s com lpt (Cólis et ai., 1995).
foram caracteri~das em b31ata. A atividad<' da ('nthna de Al&urlS compostos fenólicos podem atuar como sinaliza•
biossíutes<' GA20 cudda~ 1 (GA20OX 1) e inibida dur.mte a dores da tubtrb;ação, des1ac-ando•S<' o glicosidio de :iddo IU·
tuberiuçãn. sendo a ('nzima GA2 OXI. do a.1::ibolismo desse berônico (GAT) e o ácido jasmónico (AI) e seus t-lcri\'ados.
hormónio, iJ,duz.ida nos estágios iniciais da formaç.'to do tu• O ácido jasmõnico, por extmplo, promo, e a 1uberi1.ação dt·
1

bé"rculo. Alé-m disso, .i sintese de gíberdinas (' rtgulad::i pelo batala qu-:u1do o prOCt$.S() é inibido por AG i11 ,,Jtro ou por
foloperiodo, jã tendo sido demóOS«r3do que a express:to do co11diçôcs fotopcriódicas lníbit6rias. Ácido octade<;1noico e
gene GA20()xl é controlada pdo fitocromo B (ph)'B). Segund1> derivados do ócido alfalino!elco. <'ntrc d cs o rnetllj3.smonató
a hipólnc: proposta pOr i\fattinei-Garda f/ " ' · (2002), a bata• e o ãcido jasmônico, estão e1w0Mdos no 11'.lllSJ>Ofle dos si•
ta tem duas vias principais de regul3çiio da tuberitação, uma nnis provcnicnlcs das folhas para os órgiios-ah·o.. :i1u;i,ndo nos
de giberelinas e a outra dcpc-ndcntt' do fotopcríodó. sendo as mcc.anismosdc defesa contra ht>rbivoros e patógenos, :.lli>m de
duas comunicantes t'ntre si. afc1ar a tuberiuição de S. tulttros,m, pot meio do n 1irnulo ô
Acido absdsico (ABA) normaJmente i: cons.iderado um :in • expan são radial. à formação de l«ido de susk ntação pc:riféri•
lagonis13 em processos promo,•idos pelas giberdiJ1as, sub'<'rin• coe à inib1('1ó do .ilongamento,
do -se, en110, que o ABA poderia ser o horrnónio promotor da Outra d ass-.: J e s:ubs1ãncias rdadonadis com o dcse1wolvi -
•~•berizaçâo em batata. O bal:rnço AHMAG em condições in• 01cnto de-1ubérculos de ba1.a1a .são as 1>oha111inas, que numen ·
dutoras não forn«e c,·idi-ncia~ dê' que essa h1pó1ese seja ver• tam o número de 1ubérculos t.: reduzem seu 1amanhn. afota11•
dade.ira p3ra 3 11.1betlzação. Entre cuhh•ares diploides de bita· do ;a J istribuiç.'lo dos carboid1~tO'.> nclti, armazenados.
13, enoontrOU·k' um mu13ntc: incapaz de con1rolar a transpira • l,ev3ndo•5<' em C'()nta que uf11 grafülc 1n'11ncro de genes l'st.i
ção cm decorrência d.i ddic-ifncla em A6A. F.ntre al> carac1e- (m-Ol\'ido no contmled;a tubett~ção, é prov,l\'d que as co11d1·
risticas obser\'adas p::ira esse mu1,m1e, es1.wa a 1ubc.·nuiçâo em ções indutoras do prolt'l>SO Jc1oe1Kadcie111, simultancarncnh:,
dias 101,gos. C:intudo.. as funçÕC's do AllA no alo,1g_am..-n10 do mudanças nas conccm1açfü-s ,li.' \';Írios C.)mpostO!> l)(lf sinle~i?
úpítulo 21 • Tuberiuçio 193

e degradação destes, e Q bal.ançr, enln.- ~~35 substâncias con• Cl,rysQlutn.a oboVllt,1, qot acumul11 u rbcudr.ilO" dtt lipo fru.
trotaria a tuberi;,-.ação, Além dos hormônios, ootros fofOrC'\ fa- t:mos em seu$ riz.óforó"' aprt.SC'nW um p.1Jr.io Ji: .1C'Umu.lo e
z.em p:-.rtc des.se 001.lnço. come> os níveis dC' c,ut,oid.rJIO!í 011 a mobili·,.1ç.ln de rcscrv.a~ no, órpos :r,ubttrrâneos sin11br "''' d.a
razão catbcnw/nilrogCnio. mandio,ca. No comccn Jo ln\'trnO, qu;1.ndo St' in,e1,1 u pcriudo
Como já mencion.ado para a batata. em mam.!ioca (Ma• dt dormência. ocom:m um aumtn!O na sinttw JC" frul-llntJ<I C'
nihot esc 11fo11ta) fa tores endógenos e ambitntais podem indu• a tx.p:in<.io dm rh:ófMO\. ,ndui:ido< por um ,nc-rtm<nto oos
zir a formação da rniz tuberos.a. No en1anto, os mecanismos ní,·eis de .auxinai. No inicio d.a brot.1çl,o, h.'i qu<d.a "º' 1«1n-t
en~olvidos nesse processo em mandioca e o.s de regulação do de ~ddo :1bscis1co I\OS rilóÍorMGOffl concom1t.1ntc t<1(mu!o à
.-cumulo de :imldo e do metabolismo de c.arboidritosdurnnte moblllr.llç.io das reserv.u (Rigu, tl al. 2015).
a tubC'rização podem diferir substa.ncio.lmC'nte dos da b:u.ata. O ttansportt dt fo1oa.ssim1'3do~ (princ1palmtn1t t:ae.it<>-
uma vez que os tu~rcul0$ d, batata st' origin:1m de um caule se) dos órpos aértos pan o Jptcc do ~l~ é con,kitr-.ado
.subterrâneo t a r.ali quC' armazena amido em m:1ndioa faz uma d:u forç;as promotor.a~ d:1 imciaçfo <' do Ctt'\C1mtruo do
par1e do .sistema radicular. Amilises protcómicas dur.i.nte o tubcrculo. e a diminuição do transporte de s;M:J ~ .tC.\r~la
acúmulo de amido cm raizcs tuherosas de m:andloca permi• a redução da formação e produ1iv,dadc ~ 1ub,rrcuJos. Outro
tiram detectar mais de 1.500 spots e iden1ificar por espectro• indício do paptl d.a sa-c:attX~ na form.;aç~ do( mbl-rculos ,,m
mctria de massas IS4 prouínas diftrendalmeme expressas d.1 supress5o d.a c,p~odo lr.1MpOrt1d(lr dt ~acar~ SUT.I
relacionadas com o metabolismo de c:1rboidra10.s. patticuh.r• rm plantas d t batara. rtrultando no .1u.mento da producio de
mcnle com amido e sacarose. Enrre a.s pro1einas induzidas. tu~rculos. mt"Sm-0 em condiçÕ<S nlo mdu1ora.s (d1:..s lonp>s).
foram identificadas três isoform-iis d.:i proccin:i 14.3.J, al(m Obsen·arrun•st nllS plantas 1r.1n.sg,ênic.1s um maior .1cumulo
de diversas pro1dnas de ligação ã )4.J.J, como AGPaJC'. de sacatose nas folh.1s no hn2l do pe.riodo l11m1noso. rnai.or
IFSA (um fator de inici:ição da trnduçio), MAOH Okool uansJoca~o de s:acamsc e, consequentemente. nulor acumu•
de.sidrogcnase mitocontrial), GS'í (glutaliona S•tr:msferase) lo de sac:irosl.' 1.' amido 1tos tubircul0$.
etc. A supc rcxprcssão de um g<'ne J4•J~J de m:11\dloca em A sacaro.sc ( degrad.tda por invcrt3.It>.S ( JS\') ou pcl;1 )in•
Ambitlopsis thalimu, confirmou que 3$ raius e folhas dtssas 1e1a..sc de sac;arose (SUSY > (n;a form2 te\'trsa) no v.1cUolo C>u
planrns iransgênicas continham 11:ores m"3ls elcw1do.s de ó\ÇÚ • no citoplasrn:t: a glicose e i fru1ose liberadas são ÍO\ioril.adA\
car e :imido que .r.s da planta se:l\'agem. Au.im, as prolcínas e eiportadas para os .amilop1as1os, iniciando ,1 form34fo Jo..,
J4.3.3 e suas e1, ilm.l'IS de ligiição podem dt'S4.'mpcnhar hn• gr:\nulos dt amido. A s1n1ese d i- anudo no, 1m1lopl.utos dos
portan tes funções no acllmuto de amido e n0 mel:lboU.Smo tub(rculos ( simibr â que ocorre nos dornpbstos. ,n,·olvC'n•
de carboidratos durinte a tube-rizaçâo d.1 raii de ,nandioca der. uma fosfoglucomu1a.st pla.stid1ak um complt'.xo prou·1•
(Wang et at., 20 16). co ADP•gllcosc pirofosforil.ti.S<'. en~1ma•chaw nJ s1ntrse do
:unido; a sinlctase de ,1mido. que promO\'t' o .tlong,ml(ntC>
M etabolismo do, corboidratos d.is cadeias do alfa•l ,4·)!1ucano: e cnum.ti.s r.sm1riudori~.
responsáveis pel:.t microcstrutura do grinulo de .lmido. A
em õrgãos tuberosos C()Mttsfo de .sacaro.s.c em amido ( d('p(ndcnu.· de ATP. Ú\
Além das diferenças obst"r\·adas no padr.lo de di"i3:io criullr. genes codilic.,1ndo as Jii<rente:. t-nzuna.s modiriuJo.r;a:. de
resultando .:-m modificiiçõe.s motfológic.is no<Slol!'to de S. ri, . a mido (r:tmiticadQrJJ,,, am1llStS. iosfonlascs) >.<gui:m um
berosm11, outras ahc:raçôts mensur.i\·ds podem ser detectada:. perril Je lnduçio dt expressão dut.1nl< o des<n,oh 1mcn10
após a induçâl) do prl)(essn dl.' tub.:-riza.ç.àO, como aum<"n•o da do tubCrculo, promo\·cndo o acumulo \lé .inuclo ( Kloostcr
fotossintt.-se, aumento no transporh: d< c-.irboi<lratos para os mJn < 6.tehcm. 2013),
tubé-rculos cm formação, dccr(sci1110 oo teor dt :i~úcares re- Os ni,·eis de ~,aros.e 1ambêm 3tu.am ,orno sm.ll.) Jc dreno
dutores e aunwmo de sacarO;Sc;' ( biossimc-sc de ,miJo. Esse:$ p.tu mobiliz.tçlo Jas rcsl.'r.~.3i, a.rma.un~J.,b n~h .:dufas pa.re-n•
proc<.•ssos aparcntcml.'ntc inJt pêndcnt\'S culminam na forma• quim.íti,as do> tub<rculo.s dr b.11a1.a, dl." .tú)rJo .:om .i Jcman
.;iodo órgão ,Jc rcsl."rvo\, da. Pl:tnta.. , Je ba1.11:a 1r:tn1,gfn11::t npttwnJo unu in\'çft.,1.~
O acúmulo e a móbili:,,açlo de C-'rboiJrato.s dur.unc .a tu• C1lOSOlic:1 d~ lcwJur.i O.\S 1.'.tlubs llOl'1TIJ,IKU ,1pr~<-nt:1.ram
beriz.-ção dilúcm .:-ntre a.s plantas, Em ba1Jt1, im...Ji.11,1m.:ntc unu J1minu,çlo Jr.i,stka nos ni,·\'1). de ,;a.;::iroso: n~ 1ubcr•
.,pós a indu-.:do de 111befl z:içã01 o dtolilo cdsa o ctt'$dm<-1uo cu.lo.. (m \'irtud( ,l:1 ;'Ih\ 1J,1,Jc da ll'l\'(rl.l.~. Em .:OLl$l'\\Uffl
cm exu:~nsõãv e: os fo1oa.s.~im ibdoi; ~o preí..-rcnclalm.:111< traiu,• l.'. 1:1., hou,i'. uma J ,mmu,çl.i n..--. i:-re,.~ 'lmtm..--, i)l):i, brcMO> e um
loc.-.dos 1)ara a regilo subapkal, na qual lo(" inki.i l l J..-Stfl\'Ol\'i• c>1imulo p.tra l J\'gr.iJa\.io Jo .intiJo ,1m1.a1cn.iJo. L'nu \,:L
mcmo do tubi-ri.:ulo. Em P<1d1J'l'Ju:1u ,•rt1).11.>, ~-sp.kit>Jl únuh:i que a h1JrVhK Ja, ,;;a.:a.r.JM 1('\ i ,10 m<1.lb,,l1>ni.1 .l~d,:r.iJ o ,lt
Papiliono1,le.h\ n,1tiva Jo Méxko, o momo tMdrlo ê o~er• ho:-Xlh,'S, nfo io, possnt'I ,h~t1ngu1r ,,.. o~ i:1c11üs .--,b,;.•f\..JO"
vado com o acúmulo de c:uboidr,1,l01' no tub<r.:ulo . l ~ unu. rc.sult.3,-.3m Jos niwis Je :..ll.'.,lhht .:itJ J.:is hc.XO)c> ,ld.i J(u
fase de desc1wolvim.:-nh.> ali\'O. l:111 .ua11d1()('a, som<llh' .1poso l.1,I" ' · P:1r.,1, J<sl.'.JrtJ.r o ct<lh1 Ja> h<XO:i.d, pbm.u ,!< hJl.llJ
h)Un\ 1r.1ns1,Hm.1-bi. tum U ll\.l l)Unt,:Q,)(' J,: ,.1.1,..ll(h..: í)flUll
pleno d.:-:.l.'11\'0l\'irn,·nh• d.l p.u1< .ti'rN, to:nl ink.'l-0-' form.1, lo
dai. r.,iz,·~ tuberns,l,, por md,Hk> i.:r,•~ 11,wnlú l.ucr,1,I e ,c1t1rJ.l J.1 J e l:'ri.im.J rl1Jp,m11a t&rnkc .:t ,11., !OO!I, qu.:.:,uih:i-,1 J
Jc 1'aÍNS ,1d,·<11lil.'.1:u.. Com " ~-,m1.l{,'io do ,)(l!,lO ,!;.> ttscn,1, ,1.1nwr,.\1,1 r<'\Cl"U\'d JI." '"'"'ºIC p.lc,1 p.tb.ttn.:t-sl.', carbo,dr'ltO
segucm•w ., r"'rda ,k· foUu,.. ;1 scnei,eO:nd.i d..1 l.'.,11111.' <""' dút• n.io meub,)11:uJu 1'1:1.h .:clul,b ,ci;c."t,1is. '.\o>,1s pl..intn, em
111Cnci.,. J)l' l'milinJo ., ,\OhfC\'h•O:n\'.i,1 ; l.\1 rl ,llll ,IS l.'fll \Oll.hÇ3C'.S c.intri~tl.' i.:om l,lud.a., •llh' (,,,r(''l-,.&m ,1 m\o:ru.~c. nlü h"u
d ell>f.1.,·or.iwi..s. ,01110 t.1h.\ ,k .1gu,1 01.1 t,·m1'1."fJIUr,1, l.'l:trt•ma., ,i: ,t•n,i:r...i1.> J.:- ),J.:J.h>SI.' l'm h .. ,..,,,...,., t,:,nJü ,.J,1 ma.no,lu o
394 Fisiologia Vegetal

es1imuJo l'-'U'a hldn)Usc- de- amido. Essc-.s rcsuhn.dos sugerem O intetffl(' acadêmico no C§d:m"Cimcnlo completo do me-
for1emcr1tt que os nÍ\"tis de sacarose são rcsponsâ\'d s pela tabolismo da$acarosc nos óltimos anos t indiscutível. A Figu.
regulação dos pl'OC:($$4)$ metabólicos que ocorrem dur,an1e a ra. 21.6 c.squematix., as principais vias 111<1abólica.s
.. CO\'Olvcndo
transiçlo dos tubfn:uJos de Ófiâo•dreno (rase de n.iberiz.,çào) a sacarose e os polissncarídios de rtserva mais estudados. a.mi•
para ôrgão•fonlc (quebra de Jorm~1lci.1 e brot3Çào de ramos do e frutnnos.
aêtt<is). A sacarost 1;,1mbém lo carboidrato iniciador da biossíntc.
Fatores ambientai!\ e hormonais .tltc.r:un a tra.n.slocaç3o de se dos frut:ln0$, polímeros de fruto.se acwnulados em quan.
sae:irose. que corresponde a 80 a 859'. do conteúdo orgânico tidades a.1>reclávels oos vacúolos de cspécic-s pertcncenies a
do noema. Assim. ah.a tempentura. limi1ação da luz, C$1~s- familias consideradas mais derivadas, como as incluída$ na.s
sc hídrko e baixa conccntraçào de s:111.$ minerais rcduu m 0 ordens PoaJes e Asterales {Figura 21.7}. Esses polimcros po-
crescimento dos órgãos de ~$erva J)Qr meio de altcraç6C's M dem cs1ar enve>Mdos na crioprote(;\O e na regulação da pres-
transloc.ação da sacatose. são osmótica em plantas sob estfagcm, além de atuarem como

Ôf'gio fOCoHl.nt~iunte

CClula do 1
mt$Ofilo 1 sacarcse ) 1 Tninsportador de sacarose 1

1Transponlldor de wcarose , 1
Floema (c,lcmento crivado)
1
1 Membrana celular
l lnvMaSeA
Al)Opluto
1 Hexr~ )
~
MeMbrana cellâr

-
Cit0$ot

,---.1. S..Cilt OSO•P


Sacatosef0$firlo

1
1os1a1ase L
Pi

. '
1
Sacar058 1 ◄ - !
s.c.n...
l 1nver1asec l,we,tase e SFT SST
Sacaro$C sacarose sintase
,,
Gluc:0$0 •• _,,I
fosflat.o
si~" UOP UTP llI
1-{ UDP-glucose • PPi Jt; j
UOP9'Jc:ose
I Gtueos,e.-1-P 1
1°"'"''º 11 Frulosc J lc....-)
pirofosfcnlase
~ ATP
V ATP FFT t
~
fodO!ll XOOOase FrulOCinase
l50ffl'8 ADP , ,,.,,., 1CeSKNM)5e 1
FO&loghÇOm.iUlse •
1 G-•• Frulose-&•P 1

ATP -..,
Fosfoírulocinase
v'" 1 F11.1tis,ne.>o(f}.,., I •
FrulOSIH,6·
ADP ....... bilOSl3!3SC FEH

1Frv105e 1..& BP l
1 F,uc05e 1
1
1 Amido• PI
I
VacUolo
t AOP-gfUco,e
ff pir°'°5:lor~se
(r.....,.), •1 Triose.P • Pi 1
Amilopl&&to
•7
PI

C61ub de ôrgio d• re.-rva

Figu r.all .6 Es,queMage,a - • • •• deurboid1iitOS em pl,mlii.S ~,cr.npcrc:,rw:iHomótg.ic>\ derese,va. Ada pt.)da d(! Avi()<ld e Oey
oarm,:1:zc:n • """
( 1997) e Oennls e 81ikeley (20001.
'.
Capítulo21 • fvbert.u.ção 39S

re-str\'a de carboidt.1h)S(Cnrvalho e Figurirroo-Ribciro, 2001; Asttrace:ie do urr;idíl bmil<iro, comó Cl1rysolatna vbul•a.
Carvalho t t ai.• 2007; Living,,ton" ai., 2009}, O frnlano mais 1a; mab de ~ d~ tt'ptt~nt11ntn Jn.•;a famili-, awmuJ.tm
simples é um trissacarldlo, tendo sido isoJado.s 1rfs isõmeros c:'SffS polfme-rns nM llrgàM sv~t'rriMO\ de rncrva, .11i.11•
que compõe1n as séries homólogas de frutanoS! gindo quanlld.tdn w periorn il 70'\ da m-a(.J:1 ~ dl'SS«
• lnulina, que tem l •Cf'$1ose como base e ligaçõC$ btta-2,1 F, órgii0'. Em Aldnma Jiscolor ( Viguitra dh<olor), outra npt
com grau de polimerização (GP) miximode 35 e peso mo,. de do ccrradn. ,1 inulin:a 1em c.adci:i'l 2tt cincu vc-1:n m"UJ
lecular aproximado de 5 kD.i, enccmtrada em cspédes de longas qtie nas <km.1f( AsterJCC'.llt'

P~\"vº~
H~ O ...J ~ é H,OH
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1
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HO

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Figu, .. 21.? E.f üutu, a de comp<,stos.xuinulJdo\ !,os org!lo~ de tt-\ttVJ de p\.,n~s n.itw.ls e CullN.'ld,1 \: \JQIOW IA) e tuisac..ndios l8 a Ol ongt-
n.i,los das sé,it'i de pollrn,c,iosoe fn.ito-.e. P«flduhn.:i - .a,n11fungii,co de 0105corM dt,llcora !E). .i,lu lo1dt\ uoewnos \F, G) e ,,1po,11n.u u1terl)en1c.n
d,r, O.'o sc0tt0~oro IH)
396 Fislologi,) V"getal

l.eV"ano ou ílcan?". cc,m o pr«ursor 6·«-slose. Ji~ções As raízes e os tube'rculos de espécie$ :m dinas er:un 1>J'Cdo-
bc-ta•l,6 F. GP max1mo de 250 <' peso mol«ular ~ntrc se minantts na dieta durnntc o lmpério hlca. o que não surpre-
50 kOa, enrontrado5 princ:ipalmcn1.: 1.•m Poaceae. Com • ende, já, que os órgãos subterrlneos conslituem uma efic:ie n1e
phrm." mam>«phala. uma Am:iran th.accae do ccrndo. e G. eitratégia de sobrevl\,ência tm ambientes inóspitos. Além d is-
marsmata, dos camp0$ rupcstrrs, acumul:1.111 quantidades so, raíies e tubérculos produtem o mais elevado rendimento
aprcd~~·d~ dt ílcano nas rai1.cs tubcrosa.s (Vieira e Figuei• em calorias por área culth·ada. As espécies andinas mais lm-
redo•R1bc1ro. 1993: Joaquim et ai., 20l i )
portan1es na alime-ntação. .ll~m da balata, são uluco (Ulluc11s
SCric da nooct"Stose com 1ig-aç6e-~
-t bc1t1•2,6 G e GP enlr<' se 111berostt$ .. BasC'allaceac). produtora de vila,nh,a C e s;,poni•
10, comum cm Liliaceae. A primeirn etapa da sin1ese dos nas; Arrat'ln xm1thorrl1iu, (Umbelliferae), oca (Oxafis t11bcrost1 -
írutanos cm'Ot\'e a enzima s.acarosc:s.acaros.e fru tosil-1rans• Oxalidaceae). manchu.) (Tropowl11m tubtrosmn - Tropacola•
íerasC' (SST). que catalisa irrc\~rsh•elmcnte a tran$ferên• ce.ie) e ,-ocó,1(Smnllantlws SQ11chifolius - Astenceae). produ•
da da frutosi la da sacarose doadora à sacarose accptorn, tora de FOS, como já incnd onado antcrionnente, sendo con•
originando o 1rissacaridio l •CC$tose, que, por sua vez.. é 0 sumida como fruta, espedalmen1e por diabétic0$.
acep1or de outtas unidades de frutoiila, por meio de reação Ô rgãos subterrâneos de algumas espécies tuberosa.s nativas
<ataUsadJi pda frutano:fnn:tno frutosll-transíuasc (FFT), ou culiivadu no Brasil e potencialmente ú1eis podem S<r ob•
ptrmitindo o .lurncnto ou a ~dução da cadeia d o polime• servados n;1s Figuras 21.2 a 2l.5, e as C$truh11·a.s químicas dos
ro sem gastos de energia (Can•alho e Figueiredo-Ribeiro, principais compostos nelas tncon1rados estão representadas
2001; Car\'alho ct ai., 200i ). na Figura 21.?.
Além dos arboldratos jâ mendon;i,dos <' de out.ros polissa- Alêm da batata, ou1ras espécies ricas em carboidratos solú-
carídios $0lú,·ei$, como os g.lucomananos. outros compostos veis, como a cenoura (Da11ws carola) e a beterraba (Beta v11l-
$:lo :acumulados nos órgãos de reserva. Destacam-se as pro- garis), s!o consumidas mundi;1lmcntc e e..,emplific.a.m como a
tdnas de reserva armaunada..,; em corpos proteicos (patatina domcstka.ç!o pode aíelar as propriedades nulrlcionats das ra•
t ('$p0rami.na., rcsp«ti\'amen1e e m b:uata e batata-doce), os fies. Curiosamente. as variedades modernas de cenoura foram
gUcosídios danogénkos cm mandioca, as saponinas esterol- .sdecionada.s pdo alto contc:údo de b<taca.rotenos, a partir de
da.is (precursorn de hormônios s.exu.ajs e adrenocorticais) em variedades de cor branca ou púrpura, c-0m altos nh•eis de an-
C$pkies de Diosc.orca, os glicosídlos íenólicos e Jla\'onoides tocianinas. Igualmente. a beterraba,açucareir.a íoi seleclo1,:.1da
par.i altas concen1raçõcs de sacarose (2096 da ma.isa s«a), a
como antocianjdinas {respons:h•ejs pelas colorações rósea e
partir dt variedades que continham menos de 296 des.sc açúc:ar
,·ermd ha dos tubérculos) e copigmento$, as saponinas triter•
em su.as raízes 1uberous. A mandioca se destaca como uma
penicas de ginieng (Pamtx ginseng- Arafüiceae), os alaJoides
das mais importantes cuhura.s 1ropicais, acumulando ce~ de
tropanos (hioscianina e escopolami.na) em Ma"dragom officí-
,1alis (Solanaceae), e as naftoquinonas (antihiótkos e coran- 8096 de amido, sendo tolerante ã seca e fornecendo alimento
inra mais de: 600 miJhOO de pessoas no mundo.
lo ) cm L.it11osprr1mfl11 ~rythrorhi:011 ( Bor.\gin .acc.ac).
Entre as csP'des que contêm frutanos, Helfr1111l111s 111bc•
ros1d e Cid1orium i11tyb1.is (Aster.1c~ae) são cultivadas para 11
Importância econômíca dos órgãos tuberosos produção comercial de inuJina e, também, para o consumo
Conforme eníati:1.ado nos ilens an1eriorcs. além de ocupar posi- oomo legum~ (C:trvalho cl ai., 2001; flguciredo-Riheiro cl
ção cC'ntral no metabolismo e no controle do descn\"Olvi.mento ai., 2007). Sua produção, no tnlanto, é inferior ã da beterra•
das plantas, a sacarose tem destacada importância económica na ba-.açucarcira. A lccnologi:3 11grfeola uliltl':ada na cultur.i das
agricultura, pois é um dos principais alimentos da maioria dos duas espécies produtoras de inulin3 é a mesma já ap('rídçoada
organisnl0$ vivos. O intercue prático pelos es1udos do metabo• para ba.ta111. e be1erraba, o que íacililou sua pr'o dução t comer•
lismo de sac.arosc e dos c.arboidra1os de r'Cser\'a dela derivados d:allr.aç:5o. Entretanto, após a col1:1a dos tubér'culos. a lnulin.i
,'tm sendo ampliado de íorma ctesce-1ue nas Uhjmas Mcud;u, é rapid:amcn1e metabofü.ada, pr(ldutindo fru1ose t- FOS, es•
em \'lr'lude da p,ossibilidade de ctl.ação de plantas tnnsgênlc:as ped almente quando armazenad0$ sob temperaturas baix,1.s.
mais eflde1ues na sí,uese e no acümulo de i.acarose e na sua Asiim, o prOCe'$$amtnto dos tubél'culos deve ser realizado de
com·ers:io em bion,assa e energia, isto ê, na pr<>duç5o do bio• forl'lla l'ipida, ca.so O fntcrt'$$e seja a produção de inulina de
combustkel ern.nol após hidrólise das re,S,('rvas é: íerme-ntação. alto peso molecular. Por sua \'<'l, se o Interesse comercial con •
A região andina é reconhecida como u,n dos mais impor• sistc na produção de conce-ninidos de fr'l•tose de alla pure:....3
lantes centros mundiais de origem das espécies cuJth,ad11s, e ou de i::os, a labilidade dos frutanos duranie (> a.rma:tt·n,1men•
cerca de 25 culturas tubcrosa'> foram domesticadas nessa te • 10 é uma e,1.r;ac-1eflstica vanlilJO$a.
gilo, ind ujndo a batata. Um a'>pecto curioso é que <$$a grnn- ,\'luill)S órgàos subterrâneo$ consumidos como alunento
de d h·e™dade de culturas evoluiu em uma das rt gí6C's me• pe-lo homem também vi:rn sendo utilizados para w 11amento
nos apropri;idai. l'Mª .l ag.rlcuhuta, J>Or mdo de adaprnçõcs de vã.rias doenças. É o caso de raize.s tubcro~s cujas i>,op,fr•
a condlçôts :unb1t-n1ai5 exrn~mas.. Nos u ópicos ümidos. l'$$aS dack-s ~ão atribuídas às fo~nias humana,) que 11s apr'escn1am,
culturas 1ubéro.u s co1u .1i1uiram a linica fome de alime1110 de como a.s de gi,, st-ng (Pi1,1t1x g111$t·11g). da Chin.i, de pfiif,m (l'fi•·
ex.tensas populações : uucs da introduçlo dos cerl'ais. Hvjí.-, r.:-- ffi<1 pm1lc11fa111 e P. j ulN'lta) e de par.aludo (Gomphrmt1 1tlftao~
prescniam o iegundo mais importante conjunto de: culiuras cepliall1}, da familia Am:11.anthac~ae. amplan1cnte distribuídas
alimentares nos país~ cm d1.~ nn ,lwme-1no, antec-.:d1dos apc• nos cerrados brasileiros. o~ cíd to.s f1siológlcos lia utili1.1ç:lo
nil.S pelos c.crea.i.s . dessa'> espécies têm ba..s.c b1uquim1,.,,1 dctinida, n·~uh:indo
C•pítulo 21 o Tuberi:taçlo J97

provavelmente da presença de u pOf'l.irm lriterpenoid11ts ah..1• uma an,pb g:ama de condlçón .ambirn1,ds que hoje llmitam
ando como tonificantes e es:timulant,sdos mecanl$mQS dede• sua prôduç.ão. como tc:mpc~1um ;alt;u e fo1opcriod01 longo,.
fesa contra patógenos. Vár1:u (crr.amen1u bitJt«nológius ,: genômic.u Ji podem
Substàncla.s com atividade$ similares:, conslituindo a b.i..5e ser utiJi1;ida.s par.a manipulor a produçlo dr biomoltt\lb.s e
para a scmissintese de hormônios es:teroidais, ttm $endo ex• a rcgul;aç.io dos mec.aniJmo, molccula.re, envolvidos. com o
traídas de tubérculos de virias es~cies d, car.i (fumília Di<)S,, intuito de :iumtnlar a produtivld:ide das cul1ura, 1ubero,aJ.
coreace.ie), como aquelas d, origem africana e asiá1ica, Dias. par1icularmentc da batat.a, Atf O momento. já for.am tdt.nllfi•
corta sylvat'ica e D. deltoidta. Entre as espêcies braslleiris. O. cados 12 gcnt.s (StSP6A. $tTFLI, StPOTHt. StBELJ, milll ll,
delicata contêm essa.s substâncias e tamMm se mostrou e6cat POTMI. ~COF, S1PA1Ac, StTii819, SflU87, StAlJFZ t
como antibiótico, em virtude da presença de uma substán<ia 5tABF4), que r~ulam positivamcnlc O prOC.8S.O de tubtri:u•
do grupo fenantrcno. denominada pcnduli~. Ç'âo e cinco genes (StPHYB, SrCO. StSUT<,, StSPS G e S1RAPI)
(.()nsldtrados rtgufadore:s nepfr,m do proctJ..iO. Porunto. .a
Conclusões e perspectivas manipulação deun gmrs poderá ser u\iln.lcb íutunm-rntt
para aumentar a produ1lvicbdt de l»tal;a pOr melo da t ngt·
A formação e o cresc.imento de órgãos tuberosos são procies-
nharia ~nêtica (Outt ,, af., 2017).
sos complexos regul:ados por diferientc, sinais ambientais e
Renalta•se t.ambém a importlnci;a d.as planta., do cerrado
hormonais. As eta~5 Iniciais do procc,so de tubcriução não
br.uileiro. ricas tm polímttoS de (rutose, como a,qurlu Já n,
estão comple1amente efucid::ida.s, estando envolvidos os filo-
tudad:is e mtncion.adas Jnteriormentc neste capítul,o. ccwno
cromos A e 8 e a tr11nslocação de molécuJu sinali.1:3.do~ aos
fon1e alte,n:1.tiva p;ara a produção de biocornbwdvel. alem
órgãos-alvo, onde, pela aç;lo dos hormônios \'egt:tais. os pro-
dt s~ ulili:r.:aç.ão como a.hmen10 funcional (Ca~lho et al.
dutos da fotossintese s!lo redü e(lon:ido$ p:ir:i a rormaç!lo de
:ZOO!). Outros compostos de inttrcsw econõmiQ'.>. como os
polissacaridios. Numerosos trabalhos n:1. lite111.1ura desm•,·em
horinõnlos estcroida.is armuena«!os nos órg:ios rubtroM».
a importância de giberelinu, citocinln~s. âddo jasmónko e
siO eíetiw1mentc conhecidos e utiJiz.ados ati o mom.:nto. ~ -
compostos relacionados e de ãcido absdsko n:,, induçjo de
su substinci;as constitui!:m a base d» defesas químl<35 <' du
tuberizaç.ão. Embora os dados sejam muitas ,·czea cont~iló•
reservas cncrgétic.a.s d/1$ plantas contr;a hcrblvoros e p:1..1~-
rios, uma ob3-crvação dara tC$idC no fato de que os ni~ls de
nos, por meio de meants.mos nio toulmenrc de3,wndados.
glbtrtlina.s declinam dumitie o processo de cuberliaç:io.
con.sidcmido a sobrevh·ênda do individuo em .unbícntcs.
Estudos sobre caracltriiaçjo itnunocltoqulmka e mo•
compctitiVO! t com gr:lnde prcdaçio.
lccular do tlorfgtno (,·er Capitulo 18) em arroz (1'amaki c.r
O conhecimento bisico sobre o pmc:rsso de rubcrizaçjo e
ai., 2007) sugeriram que praticamente todas as rup~tas
mtt:ibolismo do.s compostos 11rm,azenados ntsses órgãos tu~
associadas à transição do descn,•olvimcnto vcg-ctativo (tu•
berizaçdo) pu a o rtprodutivo (floração) e indu.zid11s pelo b<rosos rcprcscn1:1, p<>.i:1n10. uma forma de amplW uu po,
rrnd:il c-i:onilmico e cl.e\~t :a proJucio igrkol,1 mu~.
fotope rCCKlo s:10 produzidas pela protcfna Hd)11! PT, .Jo\..ri·
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tsomcr pafatlt10~ ln 1.t.an~n1.: toh.,;o r,an1s )ttQng.4v 1mp11:-1
tttuar com<> repremres., e StSP6A. S1miRl72 e S18ELS :1..gem de,~l<lpm,m1 Pbnu,, .!OO!:l 1-l:l$6.6-l,
coino promotores de tubcrização e1n dias curtos. Contudo, (;irvalho ) IAM, Au-ga :\F. F1gunm!o•R1bt1to RCL fru..1.ws ,n
sob dias longos, StPHYB rcpnme a cxprcss;lo de SlSPóA t Aiti'r.ll!'ta<' írom IM lk.LJ.1lun cerrJJ"" ln. Sluo,ru X. Bcnkrbla.,,
StGA20oxJ, que codifica um;i ent.ima qu< ~ 1:1..lis:a a sinu:se N. OnoJcr,1.S. ;:J110,s. R«a11 J•h·.m.:c-< 1n iru-.toolig,os..,,hJ.ri.b
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CJ/"\·.alho :-.UM, Fig-.»t'1r«to-R.bc1ro RCL Frut.lllo~ ocomne1a. o·
er ai., 2017). 1rutun t' com~iç-lo, C<lm tnrasc em puni.u ,W c«raJo. ln.: l.l·
Contudo, ô'I compreensão cl:1.m das ,·ias de tr:iruduÇão d<" si• pOló fM,Slur::i•C.alltto F, Po:nn.1 E\\: )!t'flcu:. E\\, ..J.1loro.. Fibn.
nal de induçto do tubfo:ulo de bat:11i cootinu:i sitndo ih·o d,: ilictctkJ ,:1\ lbt"rw.in.-n.:x tc.,;nulo11-u v ...aluJ. :i.lc, Pauto: \ 'Jtd..a
relev;intes peS\)Ui$11s. rspcd;&lmcnt,: n:.i 1en1.ath•11 de d«ifr;1r 0$ EJ:1tou e ltHiltl3; .!001. p. ':i·81.
mecanismos molecularc:s que drscnc11dei.i.m 1111proce3)(). Ess:i Chu EP, Figuc-itt-:lo-Ri:b<1ro RCL CMboh~Jr,1.ldt ..h.wg.ti ,n ,hQOt
cultum of O,~.;urcJ if!tík'S JS tnll11cn~,:J b) pho•o~noJ .anJ
compr,:...:nsã<> t(wna•sc: ;iincb m;iis ttlt"•;i.111r di,i.nt,: d.is mu•
cxog..-nou, coo-.cn1rJt1,1,1>, oi <111,;~ .al\J. ..:-1uittnins Pl:im, Cdl
d;'lnças clun3tlc3s globais., cnmide1.An<lo .1 imp<>rtilncfa «o· OrgJ.I\ .a.lW T,~u< Cultun-. !00:?;-0.!-U . IJ
nómie:i dos ótgãos tubeíOsoS n.1 alimentaç,lo e ~s iexig<nd:.is O.a,•1.:$ Pl. Wh)' 00 pu(lllUt".> tul>t'uu! l\lUI OÇr,.,... ~r. !'009;!8:! 15.9
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Ab-,ciSàO fofür, 194, 271
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• Jeutb,;no ,i.:a cHub, 145 , fiMFt,m • .Ju <~ , mio ~Wo.. UM
402 índice A lfabético

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