Você está na página 1de 6

Resumo dirigido 1 CEARÁ II

Aluno: Renan Viana Almeida Paixão

Título: O PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO DE FORTALEZA


Autor: Raimundo Nonato Nogueira de Oliveira
Tema: O presente texto vai nos apresentar o começo da modernização da cidade de
Fortaleza, contemplando um período que vai do final do século XIX até o começo do
século XX, explicando como se deu a formação da cidade, a oligarquia que a dominou
por bastante tempo, as reformas e o levantamento de diversos edifícios e espaços
famosos na capital, e ainda nos explica como viviam as populações da capital e a
segregação entre os mais ricos e os mais pobres.

Perspectiva Teórica: História Social

Fontes Utilizadas:
Fontes escritas:

NOGUEIRA, João. Fortaleza velha. 2ª ed. Fortaleza: UFC/PMF, 1980.

SOUZA, Maria Salete de. Fortaleza – Uma Análise da Estrutura Urbana. In: 3º
Encontro Nacional de Geógrafos – UFC, Fortaleza, 1978.

THEOPHILO, Rodolpho. A Libertação do Ceará (A Queda da Oligarchia Accioly).


Lisboa: Typ. Editora Limitada, 1914.

____________________. A Sedição do Joaseiro. São Paulo: Ed. Reviista do Brasil,


1922.

Bibliografia:
ADERALDO, Mozart Soriano. História abreviada de Fortaleza e Crônicas sobre a
cidade amada. 2.ed. Fortaleza; Programa Editorial da Casa de José Alencar, 1998.
AMORA, Zenilde Baima. Aspectos Históricos da Industrialização no Ceará. In:
SOUZA, Simone de. (Coord.) História do Ceará. 4ed. Fortaleza: Fundação Demócrito
Rocha, 1995.
CORDEIRO, Celeste. O Ceará na Segunda metade do século XIX. In: SOUSA,
Simone de; GONÇALVES, Adelaide... {et al}. Uma nova história do Ceará. 4ª ed. rev.
e atual. - Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2007.
FILHO, José Ernesto Pimentel. Urbanidade e Cultura Política: a cidade de Fortaleza
e o liberalismo Cearense no século XIX. Fortaleza: UFC/ Cada de José de Alencar
Programa Editorial, 1998.
RESUMO
No presente texto o autor vai nos relatar como se deu um dos principais
processos de mudança da capital do estado do Ceará, processo esse que veio a partir
de uma modernização na virada do século XIX para o século XX, inspirados na
arquitetura, na cultura e em diversos aspectos do estilo de vida europeu, sobretudo o
francês.
O começo desta modernização se deu a partir de uma época em que apareceu
alguns dos personagens mais famosos da história cearense, um desses nomes era o
de Nogueira Accioly, político cearense que teria ganhado prestígio e certa quantia de
poder ainda na época da monarquia, mas que teve sua ascensão no final do século
XIX e começo do XX, quando se tornou o primeiro governante civil do estado. É
praticamente impossível falarmos de Nogueira Accioly sem citar a sua oligarquia, que
dominou o estado durante muito tempo, e um dos nomes que vieram da oligarquia
Accioly foi o coronel Guilherme Rocha, que enquanto intendente da capital, foi um
dos que mais trabalhou pela melhora e embelezamento de Fortaleza, baseando-se
no estilo europeu, Guilherme Rocha construiu diversos prédios, mercados, praças,
lojas, clubes entre diversos outros espaços públicos, deixando a cidade com uma
arquitetura padronizada, seguindo as características e as mudanças de estilo dos
países da europa, fato este que representou uma mudança não somente na parte
física da cidade, mas também na moral e nas maneiras de se comportar da
população.
Com a crescente modernização e urbanização da cidade de Fortaleza começa
agora um aumento no fluxo de pessoas que chegam e circulam na capital, como
empresários, grandes negociantes, profissionais e trabalhadores de diversas áreas
do estado e do país, além da elite agroexportadora que já vivia aqui. Com esse
aumento de pessoas morando e circulando na cidade foram estabelecidos novos
estilos de vida e comportamento para a população, sobretudo a mais pobre, que
durante o governo de Ildefonso Albano e apoiado pelas elites mais ricas, eram
instigados a não permanecer muito tempo no ambiente das ruas de Fortaleza,
recomendando-se que fossem do trabalho diretamente para a sua casa e vice-versa,
evitando ambientes como bares e bordéis, e proibindo até algumas formas de
comércios de rua, usando a desculpa de que Fortaleza teria que ser uma cidade
limpa, e sem nenhuma ameaça para a saúde dos seus habitantes. O governo de
Ildefonso Albano também ficou famoso por trazer algumas melhorias para a cidade,
uma delas na questão de mobilidade, onde melhorou a qualidade das vias, tanto em
pavimentação como em um aumento no seu tamanho, motivado pela chegada dos
primeiros veículos e dos bondes, que poderiam ser usados tanto pelos indivíduos
pertencentes a elite da capital quanto pelos trabalhadores.
A cultura europeia começa agora a influenciar não somente a arquitetura ou o
estilo de vida da cidade e seus habitantes, mas agora o estilo europeu serve de
inspiração para a classe trabalhadora cearense, que influenciados por algumas
mudanças que estavam acontecendo no velho continente, sobretudo a revolução
bolchevique em 1917, passa agora a criar uma maior consciência de classe e dos
problemas que circulam no ambiente do proletariado, e foi durante este período que
começaram algumas greves e criações de movimentos e partidos que lutavam pela
causa do trabalhador, acontecimentos estes que geraram algumas mudanças no
estado, uma delas a deposição de alguns nomes importantes, como o próprio
Nogueira Accioly, que junto com a repercussão da primeira guerra mundial, marcaram
o começo do fim do estilo de vida eufórico da capital, que era amplamente conhecida
por todos como “belos tempos”.
Com o número de habitantes crescendo de maneira acelerada devido ao
crescimento das indústrias e dos comércios, a cidade agora começa a ficar mais
divididas, os locais que a população trabalhadora frequentam e residem passa a ficar
mais longe dos grandes centros, e consequentemente começa uma segregação entre
os mais pobres e a elite de Fortaleza, ocorrendo assim um desequilíbrio na parte física
da cidade, onde alguns locais são reconhecido por seu charme, glamour, serviços de
qualidade e outros não possuem serviços básicos como saneamento, acarretando
assim em um maior isolamento de algumas classes sociais diante das outras. E assim
foram começando a se criar os bairros da elite, como a Jacarecanga, o Benfica,
Aldeota, Farias Brito e etc. enquanto a população mais pobre começa a se formar nas
favelas da capital. É nesse momento que Fortaleza começa a receber vários
investimentos, pois com a população crescendo devido a seca de 1932, que trouxe
muita gente do interior para a capital e a chegada dos norte-americano no período da
segunda guerra mundial, Fortaleza precisa agora de mais projetos de urbanização e
de melhora, na parte de infraestrutura, mobilidade, comércio entre outros aspectos do
cotidiano.
Resumo dirigido 1 CEARÁ II
Aluno: Renan Viana Almeida Paixão
Título: A CIDADE DE FORTALEZA EM TEMPOS DE LIMPEZA: O TRABALHO
INFORMAL ENTRE O SANEAMENTO URBANO, POLÍTICAS PÚBLICAS E A
FILOSOFIA (1880-1910)
Autor: Daniel Camurça Correia
Tema: Neste texto, o autor nos apresentará a questão da chegada de vários
indivíduos de outras regiões do estado para a capital, e como esses retirantes que
fugiam da seca, junto com outros moradores de Fortaleza conseguiam sobreviver a
difícil vida urbana, tendo que arranjar sustento através de trabalhos informais, onde
além de prestarem serviços difíceis para qualquer pessoa, ainda tinham que conviver
com o preconceito e segregação de uma elite local.

Perspectiva Teórica: História Social


Fontes Utilizadas:
CAMINHA, Adolfo. A normalista. São Paulo: Três Editoras, 1973 (Col. Obras
Imortais de Nossa Literatura, 9).

MENEZES, Raimundo de. Coisas que o tempo levou... (Crônicas históricas da


Fortaleza antiga). Fortaleza: Edésio Editor, 1938

THEOPHILO, Rodolpho. Varíola e vacinação no Ceará. – Ed. Fac-sim. Fortaleza:


Fundação Waldemar Alcântara, 1997.

Bibliografia:
BARBOSA, Marta Emisia Jacinto. Cidade na contramão: Fortaleza nas primeiras
décadas do século XX. Dissertação de Mestrado: PUC/SP, 1996.
VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault – Filosofia e política. Rio de Janeiro: Autêntica,
2011.
NEVES, Frederico de Castro. A multidão e a história: saques e outras ações de
massas no Ceará. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000
RIOS, Kênia Sousa. Isolamento e poder: Fortaleza e os campos de concentração
na seca de 1932. Dissertação de Mestrado em História Social. São Paulo: PUC/SP,
1998
Resumo

Com o advento da modernização que ocorreu em Fortaleza no final do século


XIX era inevitável que a população continuasse a mesma de antes, agora o numero
de habitantes da capital passa a ser bem maior que na época da monarquia, e boa
parte destes habitantes chegaram na capital por diversos motivos, mas um dos
principais que poderemos citar é o da crescente urbanização que a cidade estava
passando, onde estava tendo um maior investimento em alguns setores da economia,
algo que chama a atenção de quem está fora da capital. O crescimento da população
de uma cidade vem acompanhado com algumas coisas ruins, como desigualdade,
segregação, pobreza entre outros fatores maléficos para uma sociedade, e Fortaleza
não foi diferente, segundo o autor deste texto, devido ao numero de pessoas, algumas
epidemias e surtos se tornaram comuns, atingindo na maior parte das vezes a
população mais pobre da cidade, e com o aumento cada vez maior da população era
extremamente difícil controlar a disseminação dessas doenças, pois além da cidade
não conseguir dar o suporte necessário a essas pessoas por falta de verba, os
profissionais da saúde ainda tinham que lidar com uma grande parcela da sociedade
que não estava vacinada, que era mais ou menos 40%, e aquelas que se negavam a
receber o medicamento. Este fator fez com que aumentasse a preocupação das
autoridades a respeito da saúde e higienização urbana de Fortaleza, foi ai que
começou uma luta por parte do estado para manter as ruas limpas, espaços públicos
com higiene, uma maior fiscalização na procedência dos alimentos que chegavam ou
eram produzidos na cidade, além de uma mudança de hábitos e comportamentos por
parte da sociedade, tudo isso para que ocorresse um embelezamento da cidade.
Apesar da crescente urbanização que Fortaleza estava passando no final do
século XIX, uma outra coisa preocupava as autoridades da cidade, a seca. Por conta
da seca que castigava algumas cidades do Ceará muita gente teve que se deslocar
do interior para a capital cearense, gerando assim um aumento expressivo na
população que vivia na cidade, aumentando o número de pessoas que viviam de
forma marginal e dependentes de empregos informais, vivendo com enormes
dificuldades impostas pela vida urbana. E isso trouxe diversa preocupações para a
elite local, que estava lutando a cada dia para “embelezar” e “civilizar” a cidade, e
agora se viam a uma multidão de trabalhadores de rua, como vendedores
ambulantes, recolhedores, carregadores de corpos doentes e etc. Com isso foram
criadas algumas leis para começar a retirar esses trabalhadores da rua, leis essas
que não fizeram essas pessoas desaparecerem, mas sim se adaptarem a outro tipos
de empregos informais, como trabalhos domésticos e até mesmo como pedintes,
aumentando assim, cada vez mais a pobreza e situação de miséria na cidade de
Fortaleza.
Como citado anteriormente, tanto os governantes, quanto os membros da elite
Fortalezense estavam em uma incansável luta para um embelezamento e assepsia
da cidade, e com a vinda de muitos retirantes e do número de trabalhador informais
nas ruas começou uma fiscalização maior, onde eram criadas leis para retirarem essa
população das ruas, começando de certa forma uma maior dificuldade em reconhecer
essas pessoas como trabalhadoras, havendo muito preconceito e descriminação a
respeito do papel em que prestam para a cidade, sendo taxado de “sujos”,
“atrasados”, que carregavam doenças e etc. Gerando assim diversos confrontos entre
estes trabalhadores e a policia local, esse segundo grupo, cumprindo ordens de uma
elite que não queria a presença de pessoas mais pobres na cidade, que tentava
segregar cada vez mais os retirantes, os trabalhadores informais, os moradores de
periferias e os que passavam fome e não tinham abrigo.

Você também pode gostar