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Servir ao Povo de Todo Coração

Blog marxista-leninista-maoista, principalmente maoista (Brasil)

Linha do blog

1. SITUAÇÃO NACIONAL

I. FORMAÇÃO HISTÓRICA, SOCIAL E ECONÔMICA

Questão chave de uma Revolução é caracterizar adequadamente o país, do ponto de vista social e econômico –
caracterização profunda e científica que só pode extrair-se do marxismo-leninismo-maoismo. Quando se fala
em semifeudalidade e semicolonialidade, é preciso compreender que o modo adequado de caracterizar o Brasil
é como um país semicolonial, onde se desenvolve um capitalismo burocrático, de relativa industrialização que
mantém subjacentes relações de tipo semifeudal.

Observa-se que nosso processo de formação econômico-social pode ser dividido em três: a) o primeiro, que se
inicia com a chegada dos portugueses e o consequente estabelecimento do sistema de feitoria, que vai durar de
1500 até 1570 e é caracterizado pela extração de pau-brasil – etapa cuja base originária é de cunho feudal
introduzido pelo colonialismo; b) o segundo, que vai de 1570 a 1888, que inicia-se com o sistema de sismarias e
a introdução do trabalho escravo de africanos para extração de ouro, plantio da cana-de-açúcar, produção de
açúcar através dos engenhos estabelecidos nas fazendas, e posteriormente, com o café, produção toda esta
sempre destinada à metrópole portuguesa (colonial) e paralelo à exploração das massas camponesas pelo
latifúndio; e c) o terceiro, iniciado com a independência ou separação de reinos até a II Guerra Mundial,
passando do domínio colonial português para o semicolonial inglês, período marcado pela abolição oficial do
trabalho escravo e da monarquia, iniciando a fase republicana na qual evoluem-se relações de tipo semifeudais,
relações assalariadas capitalistas, numa longa transição ao capitalismo burocrático, que se consolida e se
impulsiona com a ascensão de uma fração burocrática à hegemonia no velho Estado, com o Getúlio Vargas
(1930), já sob domínio principalmente ianque, que se consolida pós-II Guerra Mundial.

Desse desenvolvimento derivou o capitalismo burocrático, como nos brinda o maoismo. O capitalismo
burocrático é, em síntese, o capitalismo impulsionado a partir da ação do capital financeiro (imperialismo)
sobre os capitais de origem feudal e comprador nos países coloniais e semicoloniais – quando o capitalismo
passou à sua fase monopolista.. É o capitalismo que se desenvolve nos países coloniais e semicoloniais
engendrado pelo imperialismo. Sua particularidade ao confrontá-lo com o capitalismo dos países imperialistas é
que, ao contrário do capitalismo surgido na Europa, Estados Unidos e posteriormente Japão – cujo impulso
resultou das revoluções democráticas (século XVIII) dirigida pela burguesia, destruindo toda a base de relações
feudais, varrendo todas suas instituições e estabelecendo uma outra e completamente nova ordem – o
capitalismo burocrático se alimenta da base podre de tipo feudal e é impulsionado a partir dessas bases.

Portanto, questão chave do capitalismo burocrático é a questão agrária. Para começar, é preciso esclarecer que,
ao contrário do que tagarelam revisionistas e todo tipo de ilusionistas, a composição demográfica do campo é
maior do que se imagina. Sérgio Paganini Martins, Secretário-adjunto do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável, afirma que as estatísticas oficiais referentes à distribuição da população
brasileira, segundo as quais somente 19% da população estaria no campo não correspondem à realidade.

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Segundo ele a metodologia utilizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é resultante de
um decreto de 1938, do Estado Novo de Getúlio Vargas e portanto “anacrônica e obsoleta”. A metodologia
adotada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), considera espaço urbano
a concentração com o mínimo de 150 habitantes por quilômetros quadrados. De acordo com essa metodologia,
a população rural do país representa na verdade 49% — 73,5 milhões de brasileiros. Isto significa que dos 5.507
municípios somente 411 podem ser considerados espaços urbanos.

Paganini conclui que “isto resulta dos interesses políticos que conformam um lobby de prefeituras pela
manutenção dos critérios, que com a caracterização de ‘urbano’, é fonte de impostos municipais como o IPTU”.
Em última instância, diríamos, são os interesses das oligarquias latifundiárias aliadas de forma indissolúvel e
historicamente aos da grande burguesia e do capital financeiro internacional que os impõem.

Agora, as relações de produção e de propriedade no agrário se dão baseadas no monopólio e concentração da


propriedade no latifúndio, cujas relações de produção predominantes são entre latifundiários e camponeses –
relações de tipo semifeudal – e são, por sua vez, a base sobre a qual se assenta e desenvolve as relações
capitalistas impulsionadas pelo imperialismo. Assim, o capitalismo burocrático se desenvolve, inclusive no
campo, evoluindo as formas semifeudais, mas não o conteúdo das relações de produção que têm, na sua base,
relações de superexploração de um numeroso campesinato por um punhado de latifundiários.

Tais fenômenos são resultantes da passagem do capitalismo à sua fase monopolista – contexto dentro do qual o
Brasil manteve-se submetido às potências estrangeiras e, portanto, não pôde desenvolver-se independentemente.
As três de suas características essenciais do imperialismo – hegemonia do capital financeiro, exportação de
capitais e política colonial – moldam sua ação sobre os países atrasados numa relação de dominação, o que
implica que o imperialismo apoia-se nessa base de relações pré-capitalistas (escravistas, semiescravistas,
feudais, semifeudais) e impulsiona os capitais originados destas relações, evoluindo-as, mas não negando-as.
Isto leva a manter e aprofundar tanto aquelas relações arcaicas determinando um tipo particular de
desenvolvimento capitalista (o burocrático), quanto o submetimento à sua dominação mais completa,
impedindo que a formação da nação se complete e esta se desenvolva de forma independente. Conformam-se
assim, numa “associação” terrível de três forças reacionárias: imperialistas, grandes burgueses e latifundiários,
na qual, os dois últimos são controlados e servem aos primeiros, e juntos oprimem o proletariado, o
campesinato, a pequena e média burguesias.

II. FOMENTO E CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO BUROCRÁTICO

Assim, o Brasil durante todo seu período colonial serviu à acumulação capitalista da Europa, para logo que se
desenvolve o capitalismo – e com a conseqüente criação do mercado mundial capitalista –, ingressar nele
conservando sua condição de subordinado. Nesse contexto, o país não obteve verdadeira e substancial
independência. Os brotos de capitalismo que vão surgindo ao longo do século XIX, resultantes da inserção do
país no mercado mundial – inserção na condição colonial do país –, dão origem a uma crescente classe de
comerciantes. Esta classe, com a passagem do capitalismo à sua fase monopolista imperialista (ao final do
século XIX), não são mais que seus prepostos e agentes serviçais, servindo de elo entre as oligarquias
latifundiárias e o imperialismo, principalmente inglês, até os anos 20 deste século. Isto resulta no surgimento de
um capital comprador originado na feudalidade e nas relações subordinadas ao capital financeiro imperialista a
que serve.

Tendo essa formação econômica e histórica como base, entendemos que todos os intentos de desenvolvimento
econômico nacional foram exterminados, tanto pelas políticas econômicas e militares colonialistas de Portugal e
sobretudo da Inglaterra, que inundou o incipiente mercado nacional com suas manufaturas, que soterravam dia
a dia a nascente indústria nacional, além de manter o país subordinado à condição de fornecedor de matérias-
primas. Assim, a única burguesia que pôde desenvolver-se o fez por meio de seu laço de subordinação à
condição semicolonial do país, isto é, uma classe burguesa de tipo compradora, serviçal e lacaia,
umbilicalmente ligada às redes de dominação imperialista e ao latifúndio – base do desenvolvimento do
capitalismo burocrático. Naturalmente, no aspecto político, sob a direção dessa burguesia, a luta republicana no

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fim do século XIX só poderia se dar numa forma oca, desprovida de conteúdo democrático real e, logo,
irreversivelmente oposto a uma luta de fato democrática que levaria à revolução democrática (ou burguesa).

Essa burguesia de tipo compradora, que depois se desenvolverá como grande burguesia, distingue-se da
burguesia genuinamente nacional (que se desenvolvera como média burguesia). A burguesia genuinamente
nacional, ou média burguesia, se opõe ao capitalismo burocrático e ao imperialismo, pois são um empecilho
para seus interesses econômicos e políticos; mas ao mesmo tempo, desde a Revolução bolchevique na Rússia,
teme por demais o proletariado e a revolução proletária, se tornando assim, além de uma classe
economicamente débil e fraca, também vacilante e incapaz politicamente de dirigir uma revolução democrática,
além de contrarrevolucionária pelo temor que tem ao proletariado. Do ponto de vista econômico, está debilitada
e em constante desmonte, refletindo em seu peso político na vida nacional.

O chamado Tenentismo, de 1920, é resultante disto e é a expressão das aspirações democrático-burguesas da


sociedade, sustentadas por uma débil, frágil, nascente pequena e média burguesias nacionais, que não
conseguem levar a termo a luta democrática. Estão em choque com o bloco de classes poderosas herdeiras do
sistema colonial, mas iludem-se com a possibilidade de apenas mudar os políticos na cúpula do poder estatal.

Em 1920 até 1930, uma profunda crise abala a política nacional, especialmente marcada por escândalos de
corrupção e dominação descarada das oligarquias latifundiárias, especialmente vinculadas ao café. No campo
política, prevalece na hegemonia do velho Estado a fração compradora da grande burguesia, ou seja, aquela que
nasce e é parte das oligarquias. Além da crise, há uma imensa agitação revolucionária impulsionada pelo
tenentismo, pela Coluna Prestes e outros movimentos democráticos. Nesse contexto triunfa o golpe militar de
Vargas, que conduz ao controle do poder de Estado a fração emergente da burguesia – burguesia burocrática –
impulsionada pelo capital financeiro internacional. Através de empalmar o aparelho de Estado, com Getúlio
Vargas à cabeça, irá alavancar o desenvolvimento do capitalismo burocrático, sob controle e a serviço do
imperialismo, principalmente ianque, particularmente, após a II Grande Guerra Mundial. Tal movimento – ao
contrário de uma “revolução democrática” – tratou-se de apenas uma reestruturação do Estado, visando
corresponder à hegemonia desta burguesia burocrática sobre as oligarquias semifeudais e sua filha legítima, a
burguesia compradora, num deslocamento de forças no interior do bloco de classes dominantes.

A burguesia burocrática se impulsiona ligada umbilicalmente ao Estado, utilizando-se principalmente dele e


sendo dele dependente (principalmente) para impulsionar seu capital. Ela é absolutamente atada ao
imperialismo, pois serve-se das oligarquias financeiras – capital financeiro imperialista – para aprofundar seus
negócios monopolistas, aprofundando também o capitalismo burocrático, a dominação do país pelo
imperialismo, a santa aliança com o latifúndio e a condição da Nação de semicolônia.

a) Semifeudalidade e capitalismo burocrático no campo

Ainda sobre a questão agrária, questão mais importante para compreender o capitalismo burocrático, é preciso
aprofundar-se. Lenin, ao estudar o processo do desenvolvimento do capitalismo no campo da Rússia, observou
que este tinha duas vias básicas: a norte-americana (via na qual “a revolução varre a propriedade agrária
latifundiária” e, portanto, “o agricultor livre na terra livre, isto é, limpa de todos os rastros medievais, se
converte na base da agricultura capitalista”, gerando “o mais rápido desenvolvimento das forças produtivas nas
condições mais favoráveis para a massa do povo dentro dos marcos do capitalismo – Lenin) e a prussiana (via
reformista na qual “os latifúndios subsistem e se convertem paulatinamente na base da exploração capitalista da
terra; o Junker é o dono da situação e se mantêm durante decênios seu predomínio político e a opressão, a
humilhação, a miséria e a ignorância do campesinato”; por esta via, “o desenvolvimento das forças produtivas
avança com grande lentidão” – Lenin). Lenin estudava isso para apontar que o caminho da revolução russa, nos
fins do século XIX, era o proletariado, por meio do seu Partido, dirigir o movimento camponês democrático e
impulsionar a via norte-americana para preparar as condições para a revolução socialista, pois a burguesia não a
levaria a cabo, por temor ao proletariado, optando pela via prussiana.

A questão é semelhante aos países de capitalismo burocrático, com uma diferença substancial: aqui não há

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independência nacional como nos países onde logrou-se desenvolver um capitalismo independente pela via
prussiana e, portanto, essa via de desenvolvimento praticamente estagna-se, não pode mais que reproduzir as
relações semifeudais, ainda que subjacentes, por uma necessidade do imperialismo para acumulação mais
sistemática e brutal de capital, superexplorando, com relações pré-capitalistas, um vasto campesinato.

Importante documento para estudar essa questão é A mistificação burguesa no campo e a atualidade da
Revolução Agrária, do AND.

A conclusão que neste estudo chega-se é que, no Brasil, por exemplo, desenvolve-se uma via prussiana
relativamente estagnada de desenvolvimento capitalista no campo. Ao longo do século XX, principalmente, se
processa de forma lenta e gradual transformações muito mais quantitativas que de qualidade nas relações que se
dão no interior do latifúndio. Em parte das grandes propriedades agrárias, passa-se de latifúndio semifeudal a
latifúndio capitalista no qual de forma subjacentes seguem as relações servis, em parte surge a grande
propriedade capitalista agrícola, em parte surge a pequena exploração camponesa. Essa evolução das formas
semifeudais se dá por meio da inversão de capital imperialista e da grande burguesia, cuja toda produção visa
não a autossuficiência alimentícia, por exemplo, ou atender o mercado interno para o desenvolvimento de um
capitalismo independente, mas para produção de commodities previamente ordenadas pelo mercado mundial –
leia-se imperialismo – por um baixíssimo preço definido pelas oligarquias financeiras, em última instância, isto
é, para reforçar os laços da semicolonialidade. Portanto, o desenvolvimento capitalista burocrático no campo
vai gerando também uma massa de milhões de camponeses pobres que encarregam-se de produzir bens de
subsistência para o proletariado urbano em uma economia arruinada e baseada na chamada “agricultura
familiar”, reproduzindo subjacentes relações semifeudais das quais servem-se os monopólios. Já a aplicação da
política de “reforma agrária” do Estado reacionário, baseada na desapropriação do latifúndio “improdutivo”
para “projetos de assentamento” e seus programas de “créditos” e outros serve para, em essência: 1) capitalizar
latifundiários; 2) fornecer e disponibilizar aos latifundiários, na região dos “projetos de assentamentos”, força
de trabalho farta e, portanto, barata; 3) atar o campesinato ao latifúndio através da dívida e ruína inevitável; 4)
despovoar as áreas rurais através da repressão sistemática do Estado. Agrega-se a isto toda a ação da
organização dos latifundiários no sentido de alargar ainda mais seu espaço e restringir o do movimento
camponês.

A existência da grande propriedade latifundiária capitalista (chamado “agronegócio”), sustentada no poder


político de Estado, tem se viabilizado economicamente ao longo dos anos, se apoiando, entre outras bases,
exatamente na existência de uma economia camponesa (“agricultura familiar”). Existem não simplesmente em
paralelo uma à outra, senão que atadas numa relação em que a grande produção capitalista serve-se da pequena,
e a pequena produção é explorada pela grande e por todo o capital. Nenhum dos dois serve verdadeiramente ao
desenvolvimento da Nação e das massas camponesas.

Para esse capitalismo burocrático se revelou de extrema importância a existência de uma economia camponesa
permanentemente arruinada e submetida por completo à industria e à cidade, como elemento chave para manter
no mais elevado possível a taxa de lucro e o controle da classe operária. Esse superlucro e controle se dão:
primeiro, barateando os preços da cesta básica que permite os mais baixos salários em toda a esfera de
exploração capitalista; segundo, fornecendo matéria prima a preços irrisórios e força de trabalho barata e
abundante à indústria. Constitui-se assim, esse desenvolvimento no campo, uma reserva sem fim do capitalismo
burocrático. Segue pendente, para o desenvolvimento da nação e das dezenas de milhões de massas
camponesas, a total e completa liquidação do latifúndio, seja agora, de velho ou de novo cunho, através da
nacionalização das terras nas grandes propriedades capitalistas e da destruição dos demais latifúndios com a sua
distribuição aos camponeses pobres sem terra e com pouca terra, de parcelas privadas em formas associativas,
em transição para sua também nacionalização com a revolução socialista.

Portanto, tal como conclui o Movimento Popular Peru (Comitê de Reorganização) – organismo gerado do
Partido Comunista do Peru para o trabalho internacional –, ao estudar o problema agrário nos países onde
demanda Revolução de Nova Democracia: “Enquanto não culminarmos a revolução democrática mediante a
guerra popular com a tomada do Poder em todo o país, esse caminho de evolução lenta se manterá

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indefinidamente, não culminará como na Alemanha, porque nos encontramos na época do imperialismo”. “Mas,
o principal para nós é que o capitalismo burocrático amadurece as condições para a revolução e, o que se
necessita é Partido Comunista marxista-leninista-maoista para iniciar e desenvolver a guerra popular para
desenvolver e culminar a revolução democrática”.

III. TAREFAS DOS COMUNISTAS E DA REVOLUÇÃO BRASILEIRA

A tarefa do proletariado e dos comunistas em países de capitalismo burocrático como o Brasil, é assumir e levar
a cabo uma dupla missão histórica: primeiro, a destruição do latifúndio e da grande burguesia para expulsar o
imperialismo através da revolução democrática, por meio da guerra popular que desata-se como guerra
camponesa pela conquista da terra; e a realização da revolução proletária e da construção socialista para destruir
o capitalismo de todo tipo. Os camponeses, pequena-burguesia urbana e setores da média burguesia (ou
burguesia genuinamente nacional) têm contradições com o atual sistema, e embora não sejam capaz de dirigir a
revolução democrática, hão de se unir, sob a direção do proletariado, para construir uma nação verdadeiramente
democrática numa Frente Única Revolucionária. Ao proletariado, cabe manter a sua hegemonia na revolução
democrática (consolidada com o Partido Comunista marxista-leninista-maoista) e, assim que concluída
fundamentalmente com a tomada de Poder em todo o país, marchar para o socialismo, com sucessivas
revoluções culturais no rumo do luminoso comunismo.

Para tanto, é preciso reconstituir o Partido Comunista do Brasil, sem o qual o proletariado efetivamente não
dirige a revolução. A defesa histórica da necessidade do Partido e da sua reconstituição – e mais, a sua objetiva
reconstituição – é o problema chave da revolução no Brasil e em qualquer país do mundo que não disponha do
partido revolucionário proletário.

A história do P.C.B., que necessita levar a termo sua reconstituição, pode ser dividida, portanto, em três etapas,
cuja terceira etapa é dividida em duas fases. Partimos da tese estabelecida pelo Núcleo de Estudos do
Marxismo-leninismo-maoismo, em seu trabalho Problemas da história do Partido Comunista do Brasil,
onde se expõe as três etapas:

“A primeira etapa que vai de seu surgimento em 1922 até o início dos anos de 1930, percorre de 10 a 12
anos, em que são realizados seus três primeiros congressos. É a etapa de sua infância marcada pelo
desconhecimento do marxismo-leninismo e pela influência de concepções obreiristas e pequeno-burguesas.
A segunda etapa vai do início dos anos de 1930 até 1960, período em que são realizados o IV e V
Congressos. Esta etapa se inicia com a decisão do partido de por em prática a luta pelo poder, mas que
com sua derrota é levado para o caminho do reformismo que posteriormente recebe toda uma
fundamentação teórica com o revisionismo moderno. A terceira etapa é marcadamente a da luta contra o
revisionismo e o oportunismo, iniciada com a cisão entre marxistas-leninistas e revisionistas com a
Reconstrução de 1962 da luta por sua constituição enquanto partido comunista marxista-leninista-
maoísta”. E prossegue: “Esta terceira etapa se divide em duas fases distintas: a primeira vai de 1962 com
sua constituição como partido comunista marxista-leninista aos fins da década de 1970 com a reviravolta
revisionista liquidacionista completa na direção. A segunda fase, que parte dos anos de 1980 e início dos
de 1990, auge e colapso do revisionismo soviético no movimento comunista internacional e ascensão do
oportunismo trotskista-petista no país, com a retomada da luta contra o revisionismo, segue ainda em
curso. Sua culminação irá representar exatamente a reconstituição do Partido Comunista do Brasil, com o
assumimento teórico e prático do maoísmo, enquanto verdadeiro partido comunista marxista-leninista-
maoísta”.

Também consideramos adequado estabelecer que culminando a segunda fase da terceira etapa da história do
P.C.B., uma nova etapa, a quarta da história do mesmo, se abrirá. Segue o Núcleo:

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“Com isto, ao mesmo tempo que encerra a terceira etapa, abrirá uma nova e quarta etapa em sua história,
a do desencadeamento da guerra popular prolongada sob a direção do Partido Comunista do Brasil
reconstituído, confrontando radicalmente dois caminhos, varrendo de forma cabal o revisionismo e todo
oportunismo”.

Essas três fases e seu quase centenário podem ser sintetizadas num breve parágrafo:

Nos primeiros anos de vida, na década de 1920, teve que se confrontar com o economicismo e o obreirismo da
herança anarco-sindicalista e o sectarismo próprio de sua frágil origem. Nos anos de 1930, ainda muito débil,
propôs-se a assaltar o poder. Derrotado, esfacelou-se e ao reorganizar-se caiu nas garras do reformismo, nos
anos de 1940. Nos anos de 1950, combateu por superar o reformismo na busca da linha revolucionária, deu
passos importantes na superação de velhas heranças negativas, mas não conseguiu o objetivo e afundou-se no
revisionismo moderno que se apoderara de grande parte do movimento comunista internacional. Nos anos de
1960 reconstruiu-se dando grande salto em direção à meta de constituir-se verdadeiro Partido Comunista. No
entanto, ainda revelando insuficiências importantes, nos anos de 1970, uma vez mais foi derrotado e com a
derrota volta ao pântano do revisionismo, abrindo um longo período de crise para o movimento revolucionário
no país. Eis a história que confronta o marxismo e o revisionismo, as duas linhas no seio do Partido Comunista
do Brasil.

Ainda que muitas vezes não se delineava de forma clara, a luta de duas linhas percorreu toda a história do
P.C.B. e seguirá percorrendo, quando retomada. Percorreu e interviu determinantemente em todo o curso do seu
desenvolvimento e nessa luta, na maioria das vezes, o proletariado revolucionário foi derrotado pela prevalência
de uma ideologia e linha a ele alheias.

Para isso, os comunistas precisam levar a temo a reconstituição do P.C.B. (Partido Comunista do Brasil),
Partido legítimo e único do proletariado, que esteja livre do cretinismo parlamentar e da ilusão da farsa
eleitoral, para levar a cabo a mobilização, organização e politização das amplas massas do nosso povo rumo à
revolução completa e cabal. Não obstante, reconstitui-lo como Partido marxista-leninista-maoista, logo, como
estabelece o Presidente Mao, como partido clandestino e, mais ainda: militarizado!, para corresponder às
condições atuais onde o imperialismo impulsiona a militarização e encontra-se num nível de reacionarização
sem precedentes – “violência e reação em toda linha”. Militarização do Partido compreendida como disciplina e
organização militarizada, partido de chefes, de quadros proletários que apliquem a dureza e subordinação
proletária à ideologia e à direção, e, por fim, partido que atua por dentro do Exército Popular e da Frente Única
Revolucionária para dirigi-los onimodamente, construindo-os concentricamente. Isso significa, um partido
marxista-leninista-maoista de novo tipo, clandestino e militarizado – como elaboram os grandes chefes
proletários – que assuma também os aportes de validez universal do pensamento gonzalo, forjado na aplicação
do maoismo às realidade concreta do Peru – aplicação que muitas lições legou (abordaremos adiante).

2. SITUAÇÃO INTERNACIONAL

I. IMPERIALISMO, OPRESSÃO NACIONAL E GUERRAS DE RESISTÊNCIA

Tal como no Brasil, o sistema colonialista, procedido pelo imperialismo, dividiu o mundo em dois polos: um
punhado de nações opressoras e uma multidão de nações oprimidas. Aquelas geraram nessas um capitalismo de
tipo burocrático assentado nas bases semifeudais e evolucionando suas formas, onde segue pendente revoluções
democráticas a desencadear-se, via de regra, como guerra camponesa pela conquista da terra. Tal como no
Brasil, a direção dessas revoluções não passa por outro lugar que não o proletariado, por meio de seu Partido
Comunista marxista-leninista-maoista.

Entretanto, há que considerar profundamente a luta das nações oprimidas por sua libertação. Conforme destaca
Lenin e o Presidente Mao, a contradição nações oprimidas versus imperialismo integram e é a base da
Revolução Proletária Mundial.

O imperialismo oprime essas nações. Há duas formas básicas de submetê-las: primeiro, por meios indiretos,

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através da economia, política e cultura, e segundo, por meios diretos, ou seja, por meio da agressão militar com
tropas, invasão e ocupação. O Presidente Mao destaca que quando utilizam os meios indiretos, as classes
dominantes das nações oprimidas – grande burguesia e latifúndio, via de regra – capitulam e formam uma
aliança reacionária, submetendo as massas populares. Mas, quando o imperialismo utiliza meios militares
diretamente, com invasão e ocupação com suas tropas, toda a nação tende a se unir para combater o invasor.

Isso é a aplicação da tese leninista, segundo a qual o movimento de libertação nacional é a base da Revolução
Proletária Mundial, e o movimento proletário é a diretriz (dirigente) da mesma. Isto porque a opressão colonial
de uma nação pela outra é um dos eixos do imperialismo e, por sua vez, estas nações oprimidas só terão sua
emancipação com o fim do imperialismo – o que demanda, objetivamente, o fim do capitalismo e sua
substituição pelo comunismo.

As guerras no Iraque, Síria, Afeganistão, nações da África como Mali e países limítrofes etc. experimentam
hoje esse fenômeno, onde as massas populares, com as armas e ideologia que têm ao alcance – muitas vezes
ideologias feudais, sectárias, baseadas no islã – dão combate armado ao invasor imperialista. A tarefa, conforme
destacam os maoistas, é converter essa guerra de resistência em guerra popular, o que demanda que sejam
constituídos ou reconstituídos Partidos maoistas.

Estas guerras de agressão, além disso, geram uma enorme massa de imigrantes que destinam-se aos países
avançados (imperialistas) que, uma vez ingressos nas engrenagens destas nações, são submetidos a uma enorme
carga de exploração e opressão, vitimados pelo racismo e chauvinismo imperialistas. Esse fluxo intenso de
imigrantes, fruto da guerra imperialista nos países dominados, leva à agudização da contradição burguesia-
proletariado nos países imperialistas, sendo os imigrantes o setor mais fundo e combativo do proletariado nestes
países. Não raramente, imigrantes e elementos empobrecidos do proletariado promovem ações armadas e atos
de guerra – os chamados “atentados terroristas” – como um grito de protesto à guerra imperialista e ao nível
exorbitante de exploração e opressão que sofrem. Isto prova, ademais, que as condições objetivas para a
revolução socialista – mediante a guerra popular – estão colocadas nos países imperialistas e, portanto, aos
comunistas incumbe restabelecer seus partidos comunistas guiados pelo marxismo-leninismo-maoismo e
organizar a luta das massas, especialmente o proletariado mais fundo e profundo, e levá-los ao mais alto nível
da luta de classes – a guerra popular – pela conquista do Poder e fim de toda a opressão e exploração.

II. REVOLUÇÃO PROLETÁRIA MUNDIAL

Entre o fim do século XIX e o início do século XX, o proletariado iniciava uma luta de morte contra a burguesia
pelo Poder na Europa. A primeira etapa dessa luta pela Revolução Proletária Mundial é a consolidação do
marxismo como a ideologia do proletariado em dura luta contra doutrinas pequeno-burguesas no interior do
movimento operário – oportunismo, tais como o bakuninismo, proudhonismo e outras variantes –, luta iniciada
em 1948 com o Manifesto do Partido Comunista e consolidada em 1871, com a Comuna de Paris. A Comuna
foi a primeira tentativa vitoriosa, ainda que temporariamente, do proletariado de assaltar os céus. Dali tirou
importantes lições, condensadas por Marx e, posteriormente, por Lenin.

A Comuna e a Grande Revolução Socialista de Outubro, primeira revolução proletária triunfante por contar
com um partido comunista em sua cabeça, abriram a era da Revolução Proletária Mundial com a Primeira
Onda da mesma. Ali, inicia-se o estágio de defensiva estratégica.

É importante pontuar que foi justamente a partir da Grande Revolução Socialista de Outubro que a burguesia
passou totalmente para o campo da contrarrevolução. A partir dali, estava encerrada a revolução burguesa
mundial e as revoluções democráticas não poderiam mais ser levadas a cabo sob sua direção.

Precisamente nela, o proletariado empreende uma luta de morte contra a burguesia e instaura o primeiro e maior
Estado proletário a se consolidar. E a partir da experiência da revolução russa é que surgem novas questões que
Marx e Engels não puderam resolver por ainda não terem sido postas: feita a revolução proletária, o que fazer?.

De fato, o camarada Lenin e o camarada Stalin desempenharam um papel criador, sobretudo o primeiro, que

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solucionou a questão do Estado operário e aplicou o marxismo de maneira tão criadora, que deveio
em marxismo-leninismo como estágio superior e segundo do marxismo. Quem soube reconhecer tal feito,
sobretudo, foi o camarada Stalin, que não somente compreendeu muito bem o leninismo e o impôs como novo
estágio do marxismo para a época, como soube combater o revisionismo dentro do PCUS, principalmente em
sua forma trotskysta e variantes na década de 20 e 30 do século XX.

A Revolução bolchevique na Rússia emprestou ao proletariado internacional o entusiasmo e a esperança de


consolidar a ditadura do proletariado em todo o globo, e Lenin, combatendo o oportunismo social-chauvinista
de Kautsky e Bernstein no advento da I Guerra Mundial Imperialista, ergueu do espírito resplandente a III
Internacional – ou Internacional Comunista. Daí, surgem Partidos Comunistas por todo globo, inclusive aqui no
Brasil e em quase toda a América Latina já na década de 20, como Partido Comunista – Seção Brasileira da
Internacional Comunista. Isso significou uma ofensiva do proletariado contra o imperialismo e a burguesia,
principalmente nos países do terceiro mundo em forma de movimentos de libertação nacional.

III. EQUILÍBRIO ESTRATÉGICO DA REVOLUÇÃO MUNDIAL

Explode a II Guerra Mundial resultando num conflito pela repartilha do mundo entre as potências imperialistas
conformadas em dois blocos, os aliados e o eixo, compostos respectivamente por USA, Inglaterra, França X
Alemanha nazista, Itália e Japão fascistas.

Com a pugna entre as potências imperialistas, o proletariado avançou sua tática ofensiva nos países dominados,
sendo que, no fim da guerra interimperialista, o proletariado já havia libertado um terço do mundo, dirigindo
países como China, parte norte da Coreia, Vietnã, Albânia e toda a Europa oriental.

O fim da II Guerra Mundial Imperialista foi desastroso para o imperialismo mundial que engendra sua própria
destruição, gera a própria fera que vai matá-lo. De fato, a guerra interimperialista se mostrou um péssimo
negócio para a burguesia dum modo geral: com o fim da I Guerra Mundial Imperialista, o proletariado russo se
libertou e levou consigo uma gama considerável de países próximos, formando a URSS; com o fim da II Guerra
Mundial Imperialista, 1/3 da Terra já era território livre do imperialismo. E, também verdadeiro, é que essas
guerras são absolutamente inevitáveis, já que as potências imperialistas, monopolistas como tais, só existem na
condição de pugnar violentamente entre si por dominar o maior número de colônias e arrebatá-las de suas
oponentes imperialistas.

Este um terço significava, nada menos, do que uma mudança na correlação de forças entre socialismo e
imperialismo, entre proletariado e burguesia; o proletariado deixava de ser, naquele instante, uma classe que
possuía uma ilha isolada num mar de países hostis e imperialistas, para se tornar uma classe poderosíssima do
ponto de vista tático, que possuía nada menos que um terço da população mundial com grandes tradições de
luta e indomável espírito de rebeldia. O imperialismo passava por maus tempos e longas e duras tempestades,
enquanto o proletariado avançava tática e estrategicamente para a libertação.

IV. DERROTAS TEMPORÁRIAS

Com o equilíbrio estratégico de forças, o imperialismo mundial aposta na guerra ideológica e concentra nela
uma contraofensiva contra o proletariado a nível mundial.

A partir daqui, é preciso compreender algumas questões e tirar ensinamentos das experiências do proletariado
no exercício de sua ditadura, para compreendermos no que consistiu essas derrotas temporárias, porém duras.

Sabemos que uma vez no socialismo, a luta de classes tal como conhecemos hoje sob a sociedade da burguesia,
expressa pelo antagonismo e cuja resolução passa pela guerra como continuação da política, muda para – em
condições normais – não-antagônica, isto é, passa a desenvolver-se como luta ideológica e cuja solução é, via
de regra, a persuasão, crítica e autocrítica, exceto aos elementos hostis que antagonizam com o regime
proletário, aos quais se aplica a ditadura aberta e dura, a privação da palavra e de organização – e, no caso
destes restaurarem seu velho Poder, deve-se combatê-los com a guerra popular.

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Mas, em condições regulares, durante a ditadura do proletariado a luta de classes se concentra em luta
ideológico-política. A burguesia passa a buscar derrubar a vigilância do proletariado no campo ideológico
para abrir alas à implementação de políticas que impulsionem a tomada do Poder. A força ideológica da
burguesia dentro do socialismo é principalmente o revisionismo. Considerando que no socialismo o Partido do
proletariado passa a ser o corpo de maior expressão de Poder como Estado-maior da classe, então a luta de
classes passa a se dar principalmente na direção do Partido e do Estado através de luta ideológica, entre o
marxismo – ideologia do proletariado – e o revisionismo – ideologia da burguesia. Formula-se aí, então, o
problema da luta de duas linhas no interior do Partido Comunista e dos organismos semelhantes – duas linhas,
uma burguesia e outra proletária, como reflexo, no seio do Partido, das contradições de classe da sociedade, tese
que é válida universalmente.

O Presidente Mao magistralmente compreendeu esse problema da luta de classes no socialismo.

“A sociedade socialista emerge do seio da velha sociedade. Não é fácil liquidar a ideia da propriedade
privada formada durante milhares de anos da sociedade de classes, nem a força do costume nem a
influência ideológica e cultural das classes exploradoras associadas à propriedade privada. As forças
espontâneas da pequena burguesia da cidade e do campo engendram constantemente novos elementos
burgueses. À medida que as fileiras dos operários crescem em número e amplitude, infiltram-se alguns
elementos impuros. E, depois de conquistado o Poder e vivendo em um ambiente de paz, certo número de
pessoas nas fileiras dos quadros do Partido e dos organismos estatais degenera. Ao mesmo tempo, no plano
internacional, o imperialismo, encabeçado pelo USA e os reacionários dos diversos países se esforçam por
eliminar-nos empregando a dupla tática contrarrevolucionária: ameaças de guerra e ‘evolução pacífica’. O
grupo revisionista contemporâneo, com a direção do Partido Comunista da União Soviética como seu
centro, também procura derrotar-nos por todos os meios possíveis. Se nestas circunstâncias esquecêssemos
a luta de classes e abandonássemos nossa vigilância, correríamos o perigo de perder o Poder e de deixar
que o capitalismo se restaure”, analisou durante a GRCP.

Sobre a luta de duas linhas, foi sintetizando a longa experiência do proletariado revolucionário na luta de
classes, que o Presidente Mao a desenvolveu. Ele partiu da concepção materialista dialética do mundo, segundo
a qual a matéria, bem como suas manifestações diretas e indiretas (a natureza, a sociedade e o pensamento),
estão regidos pela lei da contradição, ou seja, que tudo no universo, no mundo, cada coisa, cada fenômeno é
contradição, que tudo se divide em dois. Sendo assim, o Partido Comunista, como um fenômeno histórico da
sociedade humana e, mais especificamente, da sociedade moderna, é também uma contradição, onde refletem as
contradições existentes na sociedade. Ele formou que no Partido Comunista, no seu seio, em sua direção de
forma especial, refletem-se as contradições da sociedade, a luta de classes, a luta entre revolução e
contrarrevolução, a luta entre o novo e o velho, entre burguesia e proletariado, na forma de luta entre marxismo
e sua falsificação – revisionismo. Ao longo dos anos, ainda que os comunistas não compreendessem ou se
dessem conta da transcendência da luta de duas linhas, ela se processou, bem ou mal, impôs-se de uma forma
ou de outra e determinou o avanço ou atraso dos diferentes partidos comunistas e os processos revolucionários
que conduziam. Naturalmente, a luta de duas linhas percorre o Partido Comunista também antes da revolução.

Assim sintetizou o Presidente Mao, analisando a história das lutas de duas linhas no PCCh, na década de 70:

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“A luta de classes na sociedade inevitavelmente se reflete dentro do Partido e se manifesta de maneira


concentrada na forma da luta entre duas linhas dentro do Partido. Esta também é uma lei objetiva. Não
resta dúvida alguma de que a luta de classes na sociedade se reflete no Partido porque nosso Partido não
vive no vazio senão numa sociedade em que existem classes, e a ideologia burguesa, a força do costume e
das correntes internacionais do pensamento revisionista podem influir e envenenar o organismo partidário.
Além do mais, o imperialismo e o social-imperialismo aproveitam toda oportunidade possível em suas
tentativas de derrubar nosso Estado de ditadura do proletariado e por fim, pretendem por todos os meios
possíveis meter ou encontrar agentes dentro de nosso Partido. É constante a possibilidade de que militantes
de nosso Partido se deixem degenerar a tal grau que se convertam em agentes do inimigo de classe. As dez
grandes lutas de duas linhas que nosso Partido experimentou nos 50 anos de sua história eram todas
reflexos dentro do Partido da luta de classes ao nível nacional e internacional”.

Contrarrevolução na URSS

Desse modo, a burguesia subsistente no seio do socialismo impôs importantes derrotas ao proletariado, embora
nenhuma definitiva.

Em 1953, com a morte do camarada Stalin, a contrarrevolução – que já vinha galgando importantes posições no
Partido, Exército e Estado proletários – impõe uma ofensiva e acaba com a vitória, por meio da linha
revisionista encabeçada por Nikita Kruschov. Este impulsiona a contrarrevolução na URSS e a nível mundial,
com teorias revisionistas, além do ataque aberto e frontal ao camarada Stalin, ao qual atribuem a alcunha
de “inimigo do movimento operário” quando ele era inimigo de morte da burguesia.

É preciso deixar claro a questão do ataque ao camarada Stalin, sob o pretexto de combater o “culto à
personalidade”. Quando diziam combater Stalin estavam precisamente combatendo toda a linha revolucionária
e bolchevique que este representava, como maior dirigente do proletariado soviético no momento. Atacar a
cabeça é atacar o Partido, é atacar a classe e deixá-la sob baixa guarda dos ataques da burguesia.

No mais, Kruschov também propôs um punhados de teorias completamente revisionistas, a seguir: “Estado de
todo o povo” e “Partido de todo o povo”, que insistia que na URSS já não existia mais burguesia e que a
ditadura do proletariado não era mais necessária, assim, o Partido Comunista e o Estado soviéticos não eram
mais só do proletariado, mas de todo o povo – e, com isso, abriu-se alas para o crescimento da burguesia no
Partido e para a contrarrevolução, formulando políticas que impulsionassem a propriedade privada dos meios de
produção, a extração de mais-valia das massas, a superexploração do campesinato e a volta ao capitalismo. Já
no campo internacional, formulou as teses de “Coexistência pacífica”, “Emulação pacífica” e “Transição
pacífica” que pregavam a coexistência pacífica entre o socialismo e o imperialismo e afirmava que o socialismo
deveria ser instaurado não mais mediante a luta armada revolucionária, mas através das eleições burguesas
(algo que era oposto ao marxismo, que afirmava que “a violência revolucionária é o método universal para a
derrubada da burguesia”), instaurando dentro do Movimento Comunista Internacional o cretinismo parlamentar
e abrindo alas para o predomínio do oportunismo de direita; e, por fim, a emulação pacífica que afirmava que os
êxitos do socialismo por si só convenceriam a humanidade, independente das classes, a transitar ao comunismo.

Assim, os revisionistas soviéticos transformaram a URSS em um Estado capitalista, dirigido pela nova
burguesia que tomara o Poder por dentro do Partido; essa burguesia era de Estado e burocrática, ou seja,
explorava os trabalhadores e lhes extraia a mais-valia através de empresas estatais num primeiro momento, para
depois relegar até mesmo essa forma estatal de propriedade privada. Para além, os revisionistas soviéticos
transformaram a URSS em Estado social-imperialista (social-imperialismo, “social” porque se
reivindica “socialista”), que exportava capital, explorando e dominando os países que tinham relações,
convertendo-as em semicolônias e países submetidos a sua zona de influência.

De fato, no interior do PCUS houve sempre uma luta de duas linhas. Especialmente após a Grande Guerra
Patriótica que esmagou o nazismo em sua cidadela, onde morreram os melhores quadros do Partido em
memoráveis exemplos de desprendimento e desinteresse em benefício do Estado proletário e contra a besta

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hitleriana, a direita alterou a correlação de forças e uma linha política e organizativa revisionista escalou
posições na direção do Partido. O camarada Stalin observou o aumento de posições oportunistas, a que deu
importantes combates ideológico-políticos, mas não soube reverter corretamente o quadro da correlação de
forças. Quem descobriu este modo foi, mais tarde, o Presidente Mao.

V. GRANDE CONTRIBUIÇÃO DO PRESIDENTE MAO

Em 1956, durante o curso da contrarrevolução na URSS, o Partido Comunista da China (principalmente),


encabeçado pelo Presidente Mao, inicia um Grande Debate com o Partido Comunista União Soviética, dirigido
pelo revisionista Kruschov, apontando os desvios anticomunistas presentes nas teses já citadas, seguindo o
princípio revolucionário e proletário de crítica e autocrítica, dando a ele a oportunidade de retificar seus erros e
objetivando que as posições proletárias veiculadas pelo PCCh repercutissem na luta de duas linhas no interior
do PCUS, fortalecendo e atiçando no interior do mesmo uma linha bolchevique, de esquerda. No entanto, o
golpe de Estado de Kruschov estava consumado: antes, centenas de quadros foram expulsos do Partido, alguns
outros morreram, e a posição de Kruschov não enfrentara grande resistência no interior da direção. Desse
Grande Debate, surge mais adiante a divisão o Movimento Comunista Internacional.

Com isso, através da experiência da URSS e da contrarrevolução lá instaurada, o Presidente Mao tira
importantes e completamente transcendentais lições amargas, mas que serviram para avançar e muito a
consciência do proletariado sobre a realidade. Os ensinamentos, a seguir:

a) que a burguesia (que existe nos planos econômico, político e ideológico) subsiste na sociedade socialista por
meio da ideologia, isto é, cultura, costumes, valores etc. que correspondem às velhas sociedade e relações de
produção, assim, corrompendo os indivíduos (inclusive em posição de autoridade) mais vacilantes e o coração
das massas; b) que a sociedade socialista em construção e consolidação continua a engendrar espontaneamente
elementos burgueses na sociedade, graças à pequena produção e pequeno comércio privado e a existência do
“direito burguês”, tal como a diferença entre trabalho manual e intelectual, entre campo e cidade e entre
operários e camponeses, além da própria existência de países imperialistas ao redor do mundo; e que esses
elementos burgueses gerados espontaneamente – inclusive o vasto campesinato, em gradual transformação –
constituem a nova base social da burguesia, que buscará resistir e lutar pela reconquista do Poder, e; c) que o
fato de uma única fábrica ser administrada por um indivíduo que não aplique constante e integralmente a linha
proletária do Partido, já é um fator político que cria, gera e movimenta constantemente a nova burguesia e a
restauração do capitalismo.

Ante a este colossal problema, o Presidente Mao desenvolve a prática mais avançada da ditadura do
proletariado, a Grande Revolução Cultural Proletária – resolvendo o problema de inverter a correlação de forças
a favor da esquerda, do proletariado, na luta ideológico-política no seio do Partido, do Exército e do Estado
proletários.

A GRCP, dando correta solução ao problema da luta ideológica na sociedade proletária e como continuação da
luta de classes nessa, mobilizou as amplas massas do proletariado chinês à vigilância contra a restauração do
capitalismo. As amplas massas abraçar consciente e resolutamente a linha proletária do Presidente Mao e
aplastaram, tanto a velha cultura, costumes, ideias e toda a superestrutura correspondentes à velha sociedade e
que não correspondiam à nova, como também os indivíduos revisionistas que gozavam, em posto de autoridade,
de privilégios e buscavam a restauração do capitalismo. Deste modo, as amplas massas impediram o
crescimento dessa nova burguesia que se engendra espontaneamente e, inclusive, impôs a essa nova burguesia
refluxo nas suas forças.

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“A Revolução Cultural atual é a primeira do gênero. De futuro, tais revoluções ocorrerão necessariamente
por várias vezes. A questão de saber o resultado da Revolução — quem acabará por vencer — requer um
período muito longo. Se não for conduzida com êxito, a restauração do capitalismo continuará possível.
Todos os membros do Partido e o povo de todo o país devem evitar acreditar que poderão dormir
tranquilamente e que tudo correrá bem depois de uma, duas, três ou quatro grandes revoluções culturais.
Temos agora de manter uma atenção muito especial e não abrandar em nada nossa vigilância” (Presidente
Mao, Pequim Informa – 05/07/1967 – n.º 20)

Deste modo, os estudantes, organizados em Guardas Vermelhas, iniciaram um grande movimento de massas
dentro da sociedade chinesa, mobilizaram um contingente imenso de massas proletárias e camponesas,
desmascarando os revisionistas como agentes da burguesia, destituíram prefeitos e todo tipo de autoridade
oportunistas e, inclusive, derrubaram indivíduos do alto-escalão do Partido que levantavam propostas e teses
revisionistas (a exemplo de Liu Siao-chi, o “Kruschov chinês”, como foi apelidado pelas massas na Revolução
Cultural).

Até 1969, quando se põe fim prático à GRCP, as massas de operários e camponeses já eram a principal base
social da Revolução Cultural; se produziu novos órgãos de Poder das massas, os chamados “Comitês
Revolucionários”, onde as massas tomavam os assuntos da classe e do Estado operário em vossas mãos e
fiscalizavam tudo, sob a direção revolucionária do Partido Comunista e sob chefatura do Presidente Mao. As
fábricas e o Exército tornaram-se espaços amplamente democráticos, donde os operários participavam da
administração e da gerência e os administradores e gerentes participavam da produção, e no Exército, onde
oficiais trocavam de funções com os soldados rasos e vice-versa; ou no campo dos costumes e hábitos, como,
por exemplo, os operários de Pequim que, após o dia de serviço, sentavam juntos em locais públicos para
discutir o dia de trabalho e questões administrativas, tanto quanto para ler e compreender a linha proletária do
Presidente Mao.

“Ante tal poderio dos revisionistas, os ‘Comitês Revolucionários’ representaram um avanço sem precedente
para derrotar a nova burguesia, para colocar o proletariado a ‘dirigir a tudo’. No princípio os ‘Comitês
Revolucionários’ foram órgãos dum novo poder para substituir os organismos do Partido e da
Administração corrompido pelo revisionismo a nível municipal e provincial, depois se estendeu a outros
níveis, derrotando aos revisionistas também na direção das fábricas, das comunas, das universidades,
etc.” (“El Marxismo-Leninismo-Maoísmo; Ciencia de la revolución proletaria”, cap.“O Maoismo: fruto
da luta contra o revisionismo moderno”, de Jaime Rangel)

A Grande Revolução Cultural Proletária foi um marco fenomenal da história da humanidade, um daqueles
saltos magistrais dirigidos por grandes gênios. O Presidente Mao, munido do marxismo-leninismo, impôs, com
isso, uma verdadeira evolução na concepção do proletariado sobre si mesmo e sobre sua ditadura, o que veio a
devenir-se no que hoje conhecemos como marxismo-leninismo-maoismo.

No decorrer da Revolução Cultural, a linha proletária do PCCh compreende mais profundamente o papel da
Grande Revolução Cultural Proletária na luta de classes do socialismo. Compreende a Revolução Cultural como
um grande movimento onde as massas abrem todos os poros de toda a superestrutura da sociedade socialista e
que o proletariado deve transformar tudo e, sob a consigna de “o proletariado deve dirigir tudo”, compreende
a ditadura do proletariado em seu grau mais avançado como “ditadura universal do proletariado”, que como
diz a própria consigna, significa colocar tudo, absolutamente tudo!, sob comando da linha ideológica
revolucionária marxista-leninista-maoista sob supervisão das amplas massas revolucionárias! De tal modo, se a
burguesia é gerada e se movimenta a cada hora, a cada dia pela restauração do capitalismo, então o proletariado
não pode abrandar um segundo sequer, como deve estar todo o momento aprofundando sua ditadura.

Por fim, a Revolução Cultural não somente evitou a completa restauração do capitalismo na China, mas
também avançou na ditadura do proletariado e fez recuar a restauração do capitalismo, justamente porque desde
a década de 50 os direitistas chineses já logravam postos de autoridade e locais estratégicos no governo,
Exército e sociedade chinesa e inclusive já haviam tomado parcialmente o Poder posterior ao Grande Salto

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Adiante. A Revolução Cultural, por fim, foi uma dádiva do proletariado chinês para a humanidade.

VI. A RESTAURAÇÃO NA CHINA

A Grande Revolução Cultural Proletária implicou duros golpes na nova burguesia e nas velhas classes
derrubadas dentre 1966 até 1969, tendo sido justamente o auge da ditadura do proletariado na China, que teve
seu reflexo no IX Congresso Nacional do PCCh onde uma ampla maioria da direção se constitui de
revolucionários maoistas.

No entanto, as complexas condições internacionais de predomínio do revisionismo tinha importante peso na


luta de duas linhas no interior do PCCh. Entre 1970 até 1976, a direita segue retomando posições, após uma
acachapante derrota no IX Congresso.

Compartilhamos da posição dos Partidos e Organizações Marxistas-leninistas-maoistas da América Latina, no


documento Celebrar os 50 anos da GRCP com guerra popular até o comunismo, sobre os problemas que
resultaram na restauração capitalista na China.

“Alguns dos problemas desta luta de duas linhas que se desenvolveu no seio do Partido Comunista da
China e na sociedade chinesa foram: o manejo da luta de duas linhas mesma; o deficiente tratamento dos
dois tipos de contradições – entre nós e o inimigo e no seio do povo – que deixou campo aberto aos
revisionistas; ausência de um novo e firme impulso à GRCP após a tentativa do golpe de Lin Piao, os
“ventos desviacionistas de direita” e os distúrbios semeados por Teng Siao-ping em 1975 e 1976 durante os
funerais de Chu En-lai, etc.. A linha revisionista teve amplo campo para desenvolver-se”.

Sobre o manejo da luta de duas linhas e a correta caracterização das contradições, basta ver que a esquerda, já
com o Presidente Mao debilitado, não soube tratar corretamente a questão do Chu En-lai. En-lai sempre foi um
quadro fiel à chefatura do Presidente Mao, apesar de divergir em questões importantes e de sustentar posições
centristas quando demandava avançar rapidamente. Chu En-lai defendeu Teng Siao-ping quando este ficou às
bordas da expulsão, após o X Congresso, por suas práticas divisionistas. No entanto, ele era um quadro veterano
e muito respeitado dentro do Partido e nas massas. Com a sua morte, a esquerda rechaçou Chu En-lai, jogando
seu legado e respeito no colo da direita, para que esta se aproveitasse disso e acusasse a esquerda de serem
elementos hostis ao Partido.

A esquerda, nesse momento sobretudo, ignorou o que o Presidente Mao ensina: em condições normais, o
Partido desenvolve-se em três campos: esquerda, direita e centro (sendo o centro produto da luta entre esquerda
e direita). Ele diz: a esquerda é maior que a direita, no entanto, o centro é maior que todas. Ignorando o peso
que Chu En-lai tinha como quadro respeitado pelos elementos de centro do Partido, a esquerda jogou um amplo
espectro do centro à direita. Não a toa, quem comanda o golpe de Estado revisionista em 1976 é Hua Kuo-feng,
que é notoriamente um quadro intermediário, de centro, mas que até então posicionava-se de acordo com a
chefatura do Presidente Mao.

Há, além desse, outros problemas. Os Partidos e Organizações maoistas da América Latina, no documento
citado, destacam:

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“A luta de duas linhas teve avanços importantes, porém revisionistas renomados como Teng Siao-ping e
sua camarilha encontraram o momento propicio para acirrar as contradições no seio do povo e tomar o
Poder mediante um golpe de Estado fascista, deixando em evidência problemas não resolvidos pela
revolução. Uma das questões principais é a insuficiente aplicação da linha militar proletária com relação à
questão do mar armado de massas, que veio expressar-se na passagem de maiores atribuições às milícias
populares, como maior controle sobre o EPL, pois era relativamente fácil de usurpar devido a sua
centralização. O Presidente Gonzalo, compreendendo a questão e aportando à linha militar proletária –
isto é, à guerra popular – planteou a necessidade da construção concêntrica dos três instrumentos da
revolução e a necessidade de integrar a milícia popular ao exército revolucionário com a finalidade de
conjurar a restauração capitalista, apontando com isto ao mar armado de massas”.”Contudo, para
avançar à sociedade sem classes não eram suficientes uma, duas ou três revoluções. Senão muito mais.
Durante a GRCP, a luta de duas linhas no seio do Partido Comunista da China alcançou níveis nunca antes
vistos, entregando enormes lições às gerações revolucionárias posteriores”.

O golpe de Estado, que eliminou fisicamente mais de 300 mil maoistas, se tornou aplicável com essas
dificuldades expressas pela esquerda.

Primeiro, a direita do PCCh usa o centrista Jua Kuo-feng para aplicar o golpe de Estado, aniquilando a esquerda
dentro e fora do Partido, e depois o Poder passa para Teng Siao-ping, que aplica uma política social-imperialista
das “quatro modernizações” visando a expansão da economia chinesa.

Após ou antes da China, os demais países socialistas ou de democracia popular como Vietnã, Laos, Camboja (a
alinhada ao social-imperialismo soviético, e não a dirigida pelo chamado “Khmer Vermelho”) e demais na Ásia,
assim como os países do Leste da Europa, incluindo a Albânia, caíram nas mãos dos revisionistas.

No caso especial da Albânia, o dogmato-revisionismo e a negação das contribuições do pensamento mao


tsetung (maoismo à época) para a continuação da luta de classes sob a ditadura do proletariado por parte de
Enver Hoxha o fez cair no revisionismo. Em 1978, que na Albânia não existia classes antagônicas (negação da
luta de classes).

“Há alguns que acreditam, por exemplo, que a Albânia é [socialista]. Eu diria para aqueles que acreditam
que a Albânia é socialista que estudem bem, por exemplo, o VIII Congresso do Partido do Trabalho da
Albânia, seria bom, ali se diz que o centro da reação mundial é o imperialismo norte-americano; mas e o
soviético? Onde está lá que são dois inimigos que se deve combater? Sempre foram palavras; o próprio
Hoxha ficou só nas palavras, porque sempre dedicou mais parágrafos a combater o imperialismo ianque do
que o social-imperialismo. Ele também disse neste mesmo Congresso que a humanidade nunca esteve tão
próxima de seu extermínio. Repete igual aos outros [revisionistas], o qual não é mera coincidência; mas o
que ele nos propõe fazer? Especificamente desmascarar. Essa não é a solução, desmascarar não vai frear
uma guerra mundial; a solução é desenvolver a revolução mediante à Guerra Popular. E se você olhar bem
sobre o que está dito ali, sobre os sérios problemas econômicos que eles têm, às claras se vê qual é o
caminho que a Albânia tem entrado; mas não foi Ramiz Alía, seu atual dirigente, que tomou este caminho,
mas o mesmo Hoxha, no ano 78, em um discurso ante o eleitorado, afirmou que na Albânia não havia
classes antagônicas. Sabemos muito bem o que isto implica pois a questão foi muito bem ilustrada pelo
Presidente Mao Tsetung; e se acrescentarmos os seus ataques astutos ao presidente Mao, [que foi quem
proporcionou…] o desenvolvimento do marxismo, o que ele [Hoxha] é? Um revisionista.” (Presidente
Gonzalo, em entrevista ao ‘El Diario’ conhecida como Entrevista do Século, 1989).

VII. O PROBLEMA DA RESTAURAÇÃO E CONTRARRESTAURAÇÃO

Sobre as restaurações, é correto afirmar: não foi outra a causa da derrota da linha proletária no PCUS (1956) e
no PCCh (1976), bem como nos demais partidos dos países socialistas – onde converteram-se de comunistas em
revisionistas, restaurando o capitalismo nos respectivos países. Em última instância e de um modo geral, isto se
deveu ao manejo incorreto da luta de duas linhas pela esquerda proletária na luta de classes nas condições da

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sociedade socialista em construção, somadas a determinadas dificuldades no processo de construção do


socialismo e da confrontação com o imperialismo na nova situação mundial do pós-guerra.

E, com a queda dos últimos países socialistas e o desencadear da ofensiva contrarrevolucionária geral do
imperialismo convergente com o revisionismo, a burguesia aprofunda sua guerra ideológica, afirmando
contundentemente que o comunismo é impraticável e a prova está na sua “falência” frente ao sistema capitalista
mundial.

Por fim, criam e incentivam as “teorias ‘modernas’ para compreender o mundo atual” e superar o arcaico
marxismo-leninismo, que, óbvio, para os acadêmicos do imperialismo, não é mais capaz de confrontar os
problemas centrais da atualidade. Nisso, tem um papel grotesco os partidos revisionistas e outros que de tão
degenerados nem sequer podem ser chamados de revisionistas, porque não se assumem sequer comunistas – no
Brasil, sua expressão mais alta está no PT e seus satélites.

De fato, o proletariado foi ali derrotado. Mas isso significa precisamente o quê? Nada além de lições, lições
aprendidas com sangue pelo proletariado internacional e que devem servir para aperfeiçoar nossa ideologia – e
serviu, daí trouxe-nos o maoismo e mesmo os aportes de validez universal do pensamento gonzalo – e o futuro
exercício de sua ditadura; isso significa, não revisar o marxismo-leninismo ou buscar outras formas
de “transformação da realidade” (que é o que faz os pós-modernos, expressão do oportunismo). Significa
avançar a ideologia científica do proletariado assumindo o maoismo, levantando alto seus princípios
revolucionários e nunca olvidar a necessidade da sua ditadura, da sua revolução baseando-se na violência
revolucionária e o princípio de confiar nas massas.

E essas derrotas que sofremos, nós, proletariado e os comunistas, são contratempos, nada a mais; contratempos
porque enquanto existir imperialismo e burguesia, continua a engendrar a revolução proletária mundial e a
vitória da nossa classe é inevitável.

É preciso que entendemos que nenhuma classe tomou o Poder de uma vez. E isso o Presidente Gonzalo,
chefatura do Partido Comunista do Peru, que se encontra preso e incomunicável desde 1992, estabeleceu muito
bem:

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“Assim como a nenhuma classe no mundo coube tomar o Poder de uma só vez, mas através de um processo
de restaurações e contrarrestaurações, quando o proletariado toma o poder e estabelece sua ditadura, se
potencializam as ânsias da burguesia por restaurar o capitalismo e se abre um processo histórico de luta
entre o proletariado por manter e defender sua ditadura e conjurar a restauração capitalista e a burguesia
que quer recuperar o poder. Esta luta entre restauração e contrarrestauração é uma lei histórica inegável
até que se instaure em definitivo a ditadura do proletariado. Na história mundial, quando a classe feudal
era avançada na China demorou 250 anos para destruir em definitivo a restauração do escravismo;
quando a burguesia no ocidente lutou contra a feudalidade para destruir os intentos de restauração ou as
restaurações da feudalidade, lhe demandou 300 anos para instaurar-se em definitivo no Poder; e, tratando
da revolução na que o proletariado definitivamente se instaura no Poder, a luta entre restauração e
contrarrestauração é sumamente aguda e amarga e lhe demandará aproximadamente uns 200 anos,
começando pela Comuna de Paris, em 1871. As experiências da restauração na URSS e na China nos
deixam grandes lições, tanto positivas quando negativas; especialmente, destacar os passos gigantescos
que demos na consolidação do novo Estado e como a Grande Revolução Cultural Proletária é a solução
para conjurar a restauração.” (Partido Comunista do Peru, “Linha Internacional”, 1988)

“Tudo o que faz refletir seriamente e entender o problema da restauração e contrarrestauração, não é
problema de lamentação nem queixas como alguns tratam de difundir; o problema é enfrentar a realidade e
compreendê-la, e a compreendemos e tomamos a questão da restauração e contrarrestauração que o
próprio Lenin já levantara e que o Presidente Mao magistralmente desenvolveu. Nenhuma classe nova na
história se assentou de uma só vez no Poder; o conquistou e o perdeu, o recuperou e voltou a perdê-lo até
que, em meio de grandes lutas e contendas, lograva afirmar-se no Poder. Coisa igual se passa com o
proletariado, porém grandes lições nos têm deixado, inclusive na construção socialista, portanto é uma
grandiosa experiência. Ao fim e ao cabo é o processo da história e o que deve preocupar-nos é como
prevenir a restauração do capitalismo, e toda revolução que está em marcha deve pensar, como nos
ensinou, nos longos anos por diante, nos longos anos por vir e estar seguros de que o processo de
desenvolvimento do proletariado na conquista do Poder, no estabelecimento da ditadura do proletariado,
em sua defesa e condução da revolução já estão definidos, que já há grandes marcos históricos e que, em
consequência, a perspectiva é que a classe, tirando lições, vai conquistar o Poder, estabelecer a ditadura
do proletariado em todo o globo; e que o proletariado já não será derrotado e sim que prosseguirá seu
caminho de transformação até que se extinga o Estado quando nos adentremos ao
comunismo.” (Presidente Gonzalo, em entrevista ao ‘El Diario’ conhecida como Entrevista do Século,
1989).

VIII. OFENSIVA ESTRATÉGICA

Atualmente, nos encontramos na Segunda Grande Onda da Revolução Proletária Mundial, que se
caracteriza pelas guerras populares no Peru, Turquia, Índia, Filipinas, para além das guerras imperialistas no
Iraque, Síria, Líbia, etc. e as agudas lutas de resistência nacional nas semicolônias ou colônias agredidas. Essa
Segunda Grande Onda muda a correlação de forças no mundo, no qual o proletariado está na ofensiva
estratégica e a burguesia e o imperialismo está na defensiva; nos encontramos na era da Revolução Proletária
Mundial e na era qual o imperialismo será varrido da face da Terra nos próximos 50-100 anos, como planteou o
Presidente Mao e reafirmou contundentemente o Presidente Gonzalo.

Devemos, por isso mesmo, desenvolver a contraofensiva revolucionária geral em oposição à ofensiva
contrarrevolucionária geral – e isso só pode fazer-se com guerra popular mundial. A isso soma-se a importante
compreensão dos comunistas da necessidade da Internacional Comunista marxista-leninista-maoista, cuja
reconstituição é chave para determinar se, tomando em perspectiva, haverá ou não um salto de qualidade na luta
do proletariado e do maoismo por comandar a nova grande onda da Revolução Proletária Mundial. Sem o
Partido Mundial do Proletariado, a Internacional Comunista marxista-leninista-maoista, a Revolução Mundial
não triunfará.

É preciso ver que as condições objetivas para a revolução, já apontava o camarada Lenin na caracterização do

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imperialismo, estão maduras e prontas a todo momento; o que nos falta são as condições subjetivas, que só
depende de nós mesmos, que é o manejo correto da ideologia do proletariado, atualmente, marxismo-leninismo-
maoismo e os aportes de validez universal do pensamento gonzalo, sua correta aplicação em cada realidade,
forjando pensamentos-guias que é a aplicação criadora da verdade universal para cada país; assim como
reconstituir verdadeiros Partidos Comunistas de novo tipo, conduzindo a luta de duas linhas em suas fileiras,
prevenindo o partido do revisionismo, varrendo constantemente todo o montão colossal de lixo, o oportunismo
e todos os desvios característicos da burguesia e pequena-burguesia no movimento operário e popular, tratando
o revisionismo como principal perigo para a revolução; e, por fim, traçar firmes laços com as amplas massas,
mobilizando, politizando e organizando-as pelo luminoso sendeiro da revolução, com a teoria militar do
proletariado que é a Guerra Popular, servindo à reconstituição da Internacional Comunista marxista-leninista-
maoista e à revolução proletária mundial!

As condições subjetivas, reafirmando, são essas e são as únicas questões pendentes para o deslanche da
Revolução em cada país e pelo estabelecimento da ditadura do proletariado a nível internacional, em trânsito ao
luminoso Comunismo.

VIVA O MARXISMO-LENINISMO-MAOISMO, E OS APORTES DE VALIDEZ UNIVERSAL DO


PENSAMENTO GONZALO!
VIVA A NOVA GRANDE ONDA DA REVOLUÇÃO PROLETÁRIA MUNDIAL!
VIVA O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL!
ABAIXO A GUERRA IMPERIALISTA! VIVA A INVENCÍVEL GUERRA POPULAR!

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