1- Confronto político e movimentos sociais: nos últimos 40 anos, vários movimentos
sociais surgiram (direitos civis, pacifistas, ambientalistas, feministas, revoltas contra o autoritarismo) levando massas de pessoas às ruas exigindo mudança; 2- Confronto político: desencadeado quando oportunidades políticas em mudança criam incentivos para atores sociais que não têm recursos próprios. Utilizam-se de repertórios de confronto conhecidos e inovando-os, produzindo interação sustentada com opositores, apoiados por densas redes sociais e estimulado por símbolos vibrantes que orientam a ação. O resultado é um movimento social. Para Tarrow, movimento social precisa de redes sociais de apoio e esquemas de ação coletiva e ser capaz de manter provocações sustentadas contra opositores. Pode surgir dentro das instituições ou se expandir até uma revolução. 3- Abordagem: quer oferecer um quadro teórico para analisar o confronto político e a política em geral: a) ação coletiva > torna-se de confronto quando é organizada por pessoas que não têm acesso regular às instituições e que agem em torno de demandas novas. É a base do movimento social. Forma organizações, elaboram ideologias e mobilizam seus membros e se relacionam com autoridades de maneira conflitiva. Constroem poder e produzem solidariedade; b) processo: preparação de desafios coletivos > construir redes sociais > objetivos e quadros culturais > construção da solidariedade para manter a ação coletiva. 4- Propriedades básicas dos movimentos: pretende ver os movimentos como protesto coletivo, com objetivo comum, solidariedade social e interação sustentada. Autor ressalta que há mais interesse na análise dos movimentos “civilizatórios” ao invés dos de extremismo (milícias nos EUA) ou violência (contra imigrantes, Balcãs). Tem quatro propriedades empíricas: protesto coletivo, objetivo comum, solidariedade social e interação sustentada. 5- Desafio coletivo: ação disruptiva contra autoridades, códigos culturais e outros grupos com afirmação coletiva de novos valores. Ação contenciosa na construção de consenso e no desafio aos códigos culturais. Lideranças são hábeis em combinar protestos com interação com instituições. Usam o confronto no desafio coletivo para se tornarem conhecidos e angariarem apoiadores. 6- Propósito comum: reivindicações comuns aos opositores, autoridades ou elites. Nascem de interesses e valores comuns > base de suas ações comuns. Cálculo de riscos 7- Solidariedade e identidade coletiva: movimentos sociais têm por base o “interesse”, com o reconhecimento dos participantes de seus interesses comuns; mobilizam consensos; liberam sentimentos de solidariedade ou identidade Incidente isolado não é movimento social, mas podem ser indicação de movimento em processo de formação (ou resposta já organizada, diria eu, como o black lives matter). 8- Sustentando o confronto político: somente quando a ação coletiva torna-se sustentada é que um confronto pode ser chamado de movimento social.
Tese do autor: Mudanças nas oportunidades políticas criam incentivos mais importantes para iniciar novas fases de confronto.