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SOC 1126 – Movimentos sociais urbanos

Power in Movement – Sidney Tarrow

Introdução – pontos principais

1- Confronto político e movimentos sociais: nos últimos 40 anos, vários movimentos


sociais surgiram (direitos civis, pacifistas, ambientalistas, feministas, revoltas contra o
autoritarismo) levando massas de pessoas às ruas exigindo mudança;
2- Confronto político: desencadeado quando oportunidades políticas em mudança criam
incentivos para atores sociais que não têm recursos próprios. Utilizam-se de repertórios
de confronto conhecidos e inovando-os, produzindo interação sustentada com
opositores, apoiados por densas redes sociais e estimulado por símbolos vibrantes que
orientam a ação. O resultado é um movimento social. Para Tarrow, movimento social
precisa de redes sociais de apoio e esquemas de ação coletiva e ser capaz de manter
provocações sustentadas contra opositores. Pode surgir dentro das instituições ou se
expandir até uma revolução.
3- Abordagem: quer oferecer um quadro teórico para analisar o confronto político e a
política em geral: a) ação coletiva > torna-se de confronto quando é organizada por
pessoas que não têm acesso regular às instituições e que agem em torno de demandas
novas. É a base do movimento social. Forma organizações, elaboram ideologias e
mobilizam seus membros e se relacionam com autoridades de maneira conflitiva.
Constroem poder e produzem solidariedade; b) processo: preparação de desafios
coletivos > construir redes sociais > objetivos e quadros culturais > construção da
solidariedade para manter a ação coletiva.
4- Propriedades básicas dos movimentos: pretende ver os movimentos como protesto
coletivo, com objetivo comum, solidariedade social e interação sustentada. Autor
ressalta que há mais interesse na análise dos movimentos “civilizatórios” ao invés dos
de extremismo (milícias nos EUA) ou violência (contra imigrantes, Balcãs). Tem quatro
propriedades empíricas: protesto coletivo, objetivo comum, solidariedade social e
interação sustentada.
5- Desafio coletivo: ação disruptiva contra autoridades, códigos culturais e outros grupos
com afirmação coletiva de novos valores. Ação contenciosa na construção de consenso
e no desafio aos códigos culturais. Lideranças são hábeis em combinar protestos com
interação com instituições. Usam o confronto no desafio coletivo para se tornarem
conhecidos e angariarem apoiadores.
6- Propósito comum: reivindicações comuns aos opositores, autoridades ou elites. Nascem
de interesses e valores comuns > base de suas ações comuns. Cálculo de riscos
7- Solidariedade e identidade coletiva: movimentos sociais têm por base o “interesse”,
com o reconhecimento dos participantes de seus interesses comuns; mobilizam
consensos; liberam sentimentos de solidariedade ou identidade Incidente isolado não é
movimento social, mas podem ser indicação de movimento em processo de formação
(ou resposta já organizada, diria eu, como o black lives matter).
8- Sustentando o confronto político: somente quando a ação coletiva torna-se sustentada
é que um confronto pode ser chamado de movimento social.

Tese do autor: Mudanças nas oportunidades políticas criam incentivos mais importantes para
iniciar novas fases de confronto.

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