MEDEIROS, João Bosco. Como Escrever Textos: Generos e Sequencias Textuais.
In: COMO ESCREVER Textos: Sequencia Textual Argumentativa. [S. l.]: Editora Atlas S.A, 2017. cap. Capitulo 2, p. 76-108.
3.3 Sequência Textual Argumentativa
A sequência argumentativa se discute um tema polêmico e se defende ou refuta uma tese, preocupa-se em explicar e avaliar a realidade do mundo em si, na qual se caracteriza pela progressão lógica de ideias e requer uma linguagem mais sóbria e objetiva. Em leitura observa-se várias estratégias que são usadas com formas de argumentação que incluem: a escolha lexical, expressões de valor fixo, ironia, paródia, citações e argumentos de autoridades e alusão( uma referência direta ou indireta ). Fiorin e Savioli (1999) evidenciam a existência de um " argumento da competência linguística", em que a sua utilização pode proporcionar confiabilidade ao que se diz. Em sequência, eles explanam acerca de estratégias que o enunciador pode utilizar para persuadir o interlocutor, destacando: 1. Estratégias baseada no emissor; 2. Estratégias baseada no receptor; 3. Estratégias baseada na mensagem; 4. Estratégias baseada na referência; 5. Estratégias baseada no código. Em contrapartida o autor descreve a estrutura das sequências argumentativas sendo compostas por: A. Posição - apresentação do ponto de vista; B. Justificação/explicação - Explicitação das causas e razões da posição defendida; C. Especificação - aspectos particulares; Sustentação - que é a exemplificação; D. Conclusão - confirmação da posição defendida.
3.3.1 A retórica aristotélica
A importância da retórica na interpretação de Aristóteles consiste na capacidade de persuadir o ouvinte, fazendo com que Ele formou um juízo sobre a situação que a ele apresenta. Segundo Aristóteles, argumentação para ser correta e válida, necessita em apoiar-se na lógica formal (analítica). Sendo assim, para o filósofo, uma sequência narrativa é composta de quatro partes: exórdio ou introdução, narração ou argumentação, provas e peroração ou conclusão.
3.3.2 Novas abordagens da retórica.
Para Parelman e Olbrechts - Tyteca (1996), a argumentação tem um único objetivo, que é de provocar ou aumentar a Adesão às teses, tais veem como um processo que viabiliza criar ou acarretar adesão de um interlocutor. Os Escritores definem as estratégias e técnicas argumentativas em três partes: ● Argumentos quase lógicos: esses são movidos pela ambiguidade da linguagem, nas quais compreemdem. Uma das característica é o esforço para introduzir o formal e o quantitativo, onde predomina o qualitativo da linguagem natural .Além desses argumentos quase lógicos, tem aqueles que apelam para as estruturas lógicas, e embora esses argumentos sejam semelhantes aos raciocinios lógicos, eles não tem o mesmo rigor. ● Argumentos baseados na estrutura do real : " [...] Estes argumentos não constroem realidade, mas apenas relacionam elementos da realidade (WACHOWICZ, 2010, p. 112) [...] ". Estes argumentos baseados na estrutura do real procuram estabelecer uma ligação entre o que é admitido pelo auditório e aquilo que o orador almeja promover. ● Ligações que fundamentam a estrutura real : Os argumentos que fundam a estrutura do real, como: o modelo, o exemplo, ilustração e a analogia, caracterizam-se por generalizar o que é aceito em um caso particular (ser, acontecimento, relação), bem como, transpor o que é admitido de um domínio específico para outro (PERELMAN, 1987).