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Universidade Federal de Uberlândia

Instituto de Química
Bacharelado em Química Industrial

Disciplina: Análise Instrumental Experimental

RELATÓRIO DA PRÁTICA 3: Absorbância de soluções de Cr(VI)


em diferentes concentrações

Bryan Thales Rafael da Silva 11611QID039


Igor Gustavo de Andrade 11711QID043
Karine Alves de Almeida 11711QID034
Milena Lima Segismundo 11711QID027
Paulo Henrique Horta Nunes 11711QID001

Prof. Alex Domingues Batista

Uberlândia - MG
Abril/2019
1. Introdução

O elemento cromo é considerado de grande importância ambiental e


geológica, ocorrendo na natureza principalmente na forma de cromo (III) ou
cromo (VI). As funções bioquímicas e os efeitos do cromo são dependentes de
seu estado de oxidação, pois enquanto o cromo (VI) é tóxico por ser um agente
carcinogênico, o cromo (III) é considerado um nutriente essencial para os
humanos. As maiores fontes de cromo (VI) são causadas pela ação do ser
humano, contrapondo-se às ações naturais no planeta, originando-se
principalmente de indústrias têxteis, de refinarias de petróleo e de galvanizações,
e este é transferido ao ambiente por meio de emissões pelo ar ou pela água. Já
o cromo (III) aparece difundido em pequenos níveis na natureza na maioria dos
alimentos, pode-se encontrar Cr III em baixas concentrações. Dentre os
alimentos mais ricos estão o peixe, o frango e no levedo de cerveja. Nestas
matrizes, o teor máximo permitido pela legislação nacional é de 1,0 µg.mL -1 para
Cr+3 e 0,05 µg.mL-1 para Cr+6.
O Cr+3 apresenta atividade biológica relevante na interação com a
insulina; como receptor celular através da formação do complexo dinicotinado de
cromo-glutationa, comumente chamado de fator de tolerância à glicose. Por
outro lado, a sua deficiência pode provocar neuropatia periférica, perda de peso
e disfunção do metabolismo da glicose, hiperglicemia, níveis elevados de
colesterol, aterosclerose, opacidade da córnea, dentre outras moléstias.
Devido ao fato de que os cromatos são amplamente empregados no
tratamento de águas e que o cromo (VI) apresenta uma toxicidade muito maior
que a do cromo (III), o maior interesse na especiação de cromo é focado na
determinação de cromo (VI). A determinação direta de cromo em baixas
concentrações não é possível de ser efetuada com sensibilidade suficiente, para
espectrofotometria.
Espectrofotometria é um método amplamente utilizado para a
determinação da concentração de compostos cromogêneros presentes em uma
solução, por meio da transmissão ou absorção de luz. Em seus estudos, Lambert
notou uma relação interessante que é a transmissão e a espessura da camada
do meio absorvente e postulou a lei que ficou conhecida pelo seu nome: “A
intensidade da luz emitida decresce exponencialmente à absorvente aumenta
aritmeticamente”.
É de grande interesse montar uma curva de concentração por
absorbância de soluções com concentrações diferentes e conhecidas para que
a concentração de uma amostra desconhecida possa ser determinada.
Utilizando-se da lei de Beer, é possível linearizar a curva dentro de uma
concentração aceitável. Conhecendo-se os o caminho ótico, absorbância e
coeficiente de absortividade molar que pode ser facilmente determinado pela
inclinação (coeficiente angular) da curva de calibração.

2. Objetivos
Construir uma curva padrão para as soluções de Cr (VI) e verificar os desvios
da Lei de Beer.

3. Parte Experimental

3.1 Materiais e equipamentos


• Espectrofotômetro UV-Vis
• Balão volumétrico de 50,0 mL
• Solução de H2SO4 1,0 mol L-1
• Solução estoque de Cr (VI) 100 ppm
• Pipeta graduada de 25 mL
• Béquer de 500 mL

3.2 Procedimento

A partir de uma solução estoque de Cr(VI) 100 mg L -1,preparou-se


soluções com as seguintes concentrações de Cr(VI): 50,0; 25,0; 10,0 e 5,0 mg
L-1, completando o balão com solução de H2SO4 1,0 mol L-1.
A partir da mesma solução estoque de 100 mg L -1 de Cr(VI) preparou-se
as mesmas soluções citadas acima, porém completando o balão apenas com
água.
A leitura de absorbância destas soluções foi feita em 348, 372 e 446 nm,
utilizando como um “branco” de reagentes com referência.
4. Resultados e Discussões

Os valores de absorbância de cada uma das diferentes concentrações de


solução de Cr (VI) com água e com ácido em 348nm estão apresentados na
Tabela 1.

Tabela 1: Absorbância para diferentes concentrações de Cr (VI) em 348nm.

Concentração (mg L-1) Absorbância com água Absorbância com ácido


5 0,298 0,114
10 0,795 0,227
25 - 0,572
50 - 1,256

Através dos valores da Tabela 1, foi possível construir a curva de calibração.

Sem ácido
Com ácido
1,4

1,2

1,0
Absorbância

0,8

0,6

0,4

0,2

0,0
0 10 20 30 40 50
Concentração mg/L

Figura 1: Curva de calibração Cr (VI) com 5, 10, 25 e 50 de concentração em 348nm.


Os valores de absorbância de cada uma das diferentes concentrações de
solução de Cr (VI) com água e com ácido em 372nm estão apresentados na
Tabela 2.

Tabela 2: Absorbância para diferentes concentrações de Cr (VI) em 372nm.

Concentração (mg L-1) Absorbância com água Absorbância com ácido


5 0,344 0,074
10 0,888 0,145
25 - 0,366
50 - 0,789

Através dos valores da Tabela 2, foi possível construir a curva de


calibração.

Sem ácido
Comácido
1,0

0,8

0,6
Absorbância

0,4

0,2

0,0
0 10 20 30 40 50
Concentração mg/L

Figura 2: Curva de calibração Cr (VI) com 5, 10, 25 e 50 de concentração em 372nm.


Os valores de absorbância de cada uma das diferentes concentrações de
solução de Cr (VI) com água e com ácido em 446nm estão apresentados na
Tabela 3.

Tabela 3: Absorbância para diferentes concentrações de Cr (VI) em 446nm.

Concentração (mg L-1) Absorbância com água Absorbância com ácido


5 0,011 0,019
10 0,024 0,037
25 0,051 0,092
50 0,097 0,190

Através dos valores da Tabela 3, foi possível construir a curva de


calibração.

Sem ácido
Com ácido
0,20

0,18

0,16

0,14
Absorbância

0,12

0,10

0,08

0,06

0,04

0,02

0,00
0 10 20 30 40 50
Concentração mg/L

Figura 3: Curva de calibração Cr (VI) com 5, 10, 25 e 50 de concentração em 446nm.


Nas Figuras 1 e 2 podemos perceber uma menor quantidade de pontos
nas curvas sem a presença de ácido, isso se deve ao fato de que o equipamento
utilizado não consegue medir acima de 3.

Com base nas Figuras 1,2 e 3, podemos dizer que o método é linear, já
que o coeficiente de correlação linear da curva de calibração construída é
próximo de 1. Com relação à sensibilidade, podemos dizer que a sensibilidade é
mediana devido a inclinação da reta. Uma pequena variação na concentração
da amostra gera uma alteração visível no sinal de absorbância. Nas Figuras 1 e
2 observamos que a curva sem o ácido é mais sensível.

5. Conclusão

Com a realização do experimento foi possível construir as curvas padrão


relativas às soluções de Cr (VI), no entanto, apenas em valores que se
encontravam dentro do limite de medição do aparelho. Em determinadas
porções das curvas os valores medidos extrapolavam o limite do aparelho
utilizado para a medição, fazendo com que os valores medidos a partir desse
limite não se comportem linearmente, impossibilitando assim o uso da Lei de
Beer a partir desses valores, pois essa Lei não pode ser aplicar em intervalos
não lineares da curva padrão, impossibilitando a quantificação da amostra
nesses intervalos.

6. Referências Bibliográficas
• SKOOG, A. D.; HOLLER, F. J.; NIEMAN, T. A. Princípios da análise
instrumental; trad. Ignez Caracelli. - 5.ed. – Bookman – 2002
• SHRIVER, Duward F.; ATKINS, Peter William; LANGFORD, Cooper
H. Química inorgânica. -3. Ed. - Bookman, 1998

• https://www1.univap.br/spilling/FQE2/FQE2_EXP10_Espectrofotometria.
pdf. Acesso em 1/4/2019
• http://www.ufjf.br/nupis/files/2010/10/aula-5-UV-VIS.pdf. Acesso em
1/4/2019

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