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Sumário
SUMÁRIO 2
INTRODUÇÃO. 3
CAPÍTULO I – DA MOEDA FALSA (ARTS. 289 A 292). 5
Da moeda falsa (art. 289, CP). 5
Crimes assimilados ao de moeda falsa (art. 290, CP). 9
Petrechos para falsificação de moeda (art. 291, CP). 11
CAPÍTULO II – DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS (ARTS. 293 A 295). 13
Falsificação de papéis públicos. 13
Petrechos de falsificação. 16
CAPÍTULO III – DA FALSIDADE DOCUMENTAL (ARTS. 296 A 305). 17
Falsificação de selo ou sinal público. 17
Falsificação de documento público. (art. 297, CP) 18
Falsificação de documento particular (art. 298, CP). 22
Falsidade ideológica (art. 299, CP). 23
Falso reconhecimento de firma ou letra (art. 300, CP) 25
Certidão ou atestado ideologicamente falso (art. 301). 27
Falsidade de atestado médico (art. 302) 27
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica (art. 302). 28
Uso de documento falso (art. 304, CP). 29
Supressão de documento público (art. 305, CP). 31
CAPÍTULO IV – DE OUTRAS FALSIDADES (ARTS. 306 A 311-A) 33
Falsa identidade (arts. 307 e 308) 33
CAPÍTULO V – DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO. 35
Fraudes em certames de interesse público (art. 311-A). 35
LISTA DE QUESTÕES. 54
GABARITO. 63
RESUMO DIRECIONADO. 64
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O Código Penal, depois de tutelar o ser humano e, também, o seu patrimônio sob diversos aspectos, reserva
para o penúltimo título da Parte Especial, a exposição dos crimes contra a fé pública. Atualmente, o estatuto
repressivo dispõe acerca das infrações penais que violam a correta crença coletiva que recai sobre a veracidade e
a autenticidade dos documentos. Em outras palavras: os estudiosos do direito penal e, também, o próprio
ordenamento jurídico, acabaram por reconhecer um fenômeno autônomo, inerente à ida da coletividade.
Nelson Hungria define a fé pública com uma realidade coletiva, um fenômeno social, provocada pelo curso
normal dos negócios1.
Pois bem, meu amigo(a), feitos esses breves comentários, é necessário construirmos uma base com os
requisitos essenciais para a existência dos crimes contra a fé pública. Vamos lá?!
Postos tais requisitos, quero que você tenha em mente que os requisitos da immutatio veritatis e da immitatio
veritatis correspondem aos verbos nucleares falsificar e alterar, e que serão analisados pormenorizadamente
quando estudarmos cada um dos crimes individualmente.
A immutatio veritatis representa ponto chave na estrutura do crime, tendo em vista que o falsário
modifica/altera a verdade exposta em um documento que represente um fato ou uma relação jurídica. Outra
curiosidade importante acerca do tema é que a alteração da verdade atua de forma diferente a depender da
natureza do documento, público ou particular. Quanto aos documentos particulares, é necessário verificar dentro
do caso concreto se o documento possui algum valor probante. Quanto aos documentos públicos, por estarem
diretamente ligados à atividade estatal, caso ocorra o crime, a figura da immutatio veritatis é presumida.
1
HUNGRIA, Nelson. Comentários ao código penal, v. IX, p.188.
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Já a immitatio veritatis é o meio executório pelo qual se vale o falsário para iludir terceiros. Para tanto, a
falsificação deve ser apta a reproduzir, com alguma fidelidade, o documento original.
Também, é preciso que você saiba que os crimes contra a fé pública estão inseridos na categoria dos crimes
formais, razão pela qual, eles não dependem da produção de dano efetivo para sua consumação.
Então, para fecharmos nossa introdução, o título X do CP é dividido em cinco capítulos, veja só:
Assim, meu amigo(a), dentro desse emaranhado de crimes, vamos nos deter naqueles que mais possuem
incidência em concurso.
Vamos começar?!
Venha comigo!
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Seja muito bem-vindo ao nosso primeiro capítulo de estudo em nossa aula de número 06.
Nessa aula, seguiremos o padrão de capítulos disposto pelo próprio Código Penal, dando ênfase para os
crimes que mais tem incidência nas provas.
Então, dessa forma, agora que você já está familiarizado com a metodologia do nosso curso, iniciaremos
nosso estudo a partir do crime de moeda falsa.
Vejamos:
Moeda Falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
país ou no estrangeiro:
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende,
troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente,
ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:
I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;
II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda
autorizada.
Agora que realizamos nossa leitura concentrada do art. 289 do Código Penal, vamos aos comentários acerca
do crime em análise.
O crime de moeda falsa protege a crença de veracidade e autenticidade das moedas em curso no território
nacional.
O crime de moeda falsa tem como verbos nucleares a conduta de falsificar, seja fabricando moeda falsa
(formando cédula ou moeda metálica inexistente) ou alterando moeda verdadeira (modificando seu conteúdo,
p.ex.).
Veja:
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Quanto ao meio executório, o crime é de ação livre, admitindo qualquer forma de falsificação, pouco
importando o processo utilizado.
A figura em análise é considerada crime comum (que eu já sei que você está craque em saber), não se
exigindo qualquer qualidade especial do agente. O sujeito passivo é a coletividade.
Conforme estampado no tipo, o objeto material do crime é a moeda metálica ou papel – moeda, de curso
legal no Brasil ou no exterior. A moeda consiste numa peça de metal (sendo indiferente o material do qual é
composta, seja ouro ou ferro), com determinado peso, dimensões e valor atribuído pelo Estado. Já o papel-moeda,
é materializado pela cédula de circulação compulsória, que contém valor monetário atribuído pelo Conselho
Monetário Nacional. Por fim, é exigido que a moeda esteja em curso legal no país.
“Na hipótese de o valorímetro não mais encontrar-se em circulação (p.ex., cédulas do Império ou
moedas do período colonial) e for objeto de falsificação, haverá delito de estelionato (CP, art. 171).
Imagine-se, por exemplo, a pessoa que falsifica cédula monetária do Império, visando a ludibriar o
colecionador (ou numismata). A doutrina, nesse passo, destaca a diversidade de tratamento jurídico
dada a falsificação de determinados documentos colecionáveis, notadamente a de selos e a de
moedas. Isso porque, no primeiro caso, a conduta é punida no art. 39 da Lei n. 6.538/78 (reprodução
ou adulteração de selo ou peça filatélica) e, no segundo caso, o fato não se insere dentre os delitos
contra a fé pública (embora, como se anotou, possa se subsumir a crime patrimonial) (pg. 422)
Quero que você se atente para o fato de que indivíduo que “recusa-se a receber pelo seu valor, moeda de
curso legal no País”, incorre nas sanções do art. 43 da Lei de Contravenções Penais.
Ademais, a conduta perpetrada pelo agente falsário deve visar maior valor ao objeto, sob pena de não existir
o crime. Em outras palavras, meu amigo(a), de nada adianta a falsificação dos objetos materiais se a conduta do
agente tem como finalidade uma desvalorização, consubstanciado no fato de não obter absolutamente nenhuma
vantagem.
Também, a falsificação não precisa ser perfeita, mas deve ser capaz de enganar o indivíduo de mediana
prudência e discernimento (vulgarmente conhecido como “homem médio”). Desse modo, caso a falsificação seja
2
ESTEFAM, André. Direito penal, vol. 03, Saraiva: 2019.
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grosseira, deixa de existir lesão a fé pública e, assim, surge o crime de estelionato (art. 171, CP). Ocorrendo a
incidência do tipo penal patrimonial (por nós já estudado), é de se lembrar que a competência para processar e
julgar a referida infração será da Justiça Estadual.
No âmbito dos Tribunais Superiores, tanto STJ como o STF já se têm decidido que é inaplicável o princípio
da insignificância ao crime de falsificação de moeda, ainda que de pequeno valor, pois o fim visado com a punição
não é evitar prejuízos patrimoniais, mas manter a crença da população na veracidade e autenticidade da moeda.
Veja:
“O crime de moeda falsa (CP, art. 289, caput, e §1º do Código Penal) é formal e de perigo abstrato,
tendo em vista que a mera execução da conduta típica presume absolutamente o perigo ao bem
jurídico tutelado, sendo prescindível a obtenção de vantagem ou prejuízo a terceiros para a
consumação. Ainda, trata-se de crime pluridimensional, pois, além de proteger preponderantemente
a fé pública, de forma mediata, assegura o patrimônio particular e a celeridade das relações
empresariais e civis. Por conseguinte, a quantidade de notas falsificadas e o valor do negócio jurídico
celebrado são fatores coadjuvantes da tutela penal do tipo, não havendo falar, pois, em ausência de
periculosidade social da ação, diante da pluriofensividade do crime (STJ: HC 210.764/SP, Rel. Min.
Ribeiro Dantas, DJe 28/06/2016).
O STJ3 também firmou o entendimento de que o instituto do arrependimento posterior (aquele mesmo, do
artigo 16 do CP, que estudamos em nossa aula de penal geral) é inaplicável ao crime de moeda falsa, pois a
relevância não está no prejuízo patrimonial, mas na fragilização da confiança que deve ser depositada no sistema
monetário.
O elemento subjetivo é o dolo, não se exigindo nenhuma finalidade especial por parte do agente.
E, para fecharmos o estudo do caput, reforço o que já analisamos na introdução: os crimes contra a fé pública
são formais, se consumando, portanto, no momento da falsificação, independente da sua colocação em
circulação, desde que tenha potencial para iludir o homem de mediana prudência e discernimento.
3
(REsp 1.242.294/PR, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz, DJe 03/02/2015).
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Em crimes de moeda falsa, a jurisprudência predominante do STF é no sentido de reconhecer como bem penal
tutelado não somente o valor correspondente à expressão monetária contida nas cédulas ou moedas falsas, mas
a fé pública, a qual pode ser definida como bem intangível, que corresponde, exatamente, à confiança que a
população deposita em sua moeda.
( ) Certo
( )Errado
Resolução: e agora, meu amigo(a), o que você acha? A partir do conteúdo que visualizamos até aqui, podemos
concluir que o ponto chave da fé pública é justamente a confiança que a coletividade deposita na moeda em curso
no território nacional.
Gabarito: CERTO.
Nesse caso, meu amigo(a), o parágrafo primeiro nos traz a figura equiparada para o fato de quem, por conta
própria ou alheia, importa (insere em nosso país), exporta (remete para fora do país), adquire (obtém de forma
onerosa ou gratuita), vende (transfere a título oneroso), troca (entrega com o recebimento de algo em troca), cede
(transfere a título gratuito), empresta (deixa para receber posteriormente), guarda (preserva), introduz em
circulação (fazer com que a moeda circule como se fosse legítima) moeda falsa.
A figura equiparada em estudo, somente terá incidência para o agente que não concorreu, de qualquer
modo, para a falsificação (pois do contrário, estaremos diante do post factum impunível).
Por fim, perceba que o crime é de tipo misto alternativo, razão pela qual, caso o agente criminoso pratique
mais de uma conduta nuclear, no mesmo contexto fático, responderá por crime único.
Já o §2 está redigido com a figura do crime de moeda falsa privilegiada. Nesse caso, trata-se da hipótese do
indivíduo que, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui a circulação, depois
de conhecer a falsidade. É importante assinalar que o dolo do agente deve ser subsequente ao recebimento, mas
antecedente à devolução do dinheiro falso à circulação.
Então, caminhando para o final do estudo do nosso primeiro crime, é necessário estudarmos a figura da
falsificação funcional do §3 e seus incisos.
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Aqui, o crime não se trata de circunstância qualificadora das condutas anteriores, mas de figura delituosa
diversa, sendo em questão, crime próprio, pois somente o indivíduo que ostenta a condição de funcionário público
(aquele descrito no art.327 do CP, que já foi por nós estudado) pode incidir nas penas aqui cominadas.
O inciso I diz respeito a moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei. Nesse caso, meu amigo(a),
o crime ocorre quando o funcionário público deixa de observar a proporção ou teor da liga metálica que integra a
matéria-prima da moeda.
O inciso II, é o caso de o funcionário público que exagera na produção da moeda papel anteriormente
autorizada.
E desse modo, para fecharmos o estudo do crime em análise, o §4 prevê a figura do desvio e circulação
antecipada. Aqui, meu amigo(a), houve apenas a autorização para emitir a moeda, mas não a sua circulação, que
depende da análise de fatores econômicos. Diferentemente do que ocorre no parágrafo terceiro, o crime aqui é
comum.
No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória da contrafação, tem-se caracterizada sua
consumação.
( ) Certo
( ) Errado
Gabarito: ERRADO.
A partir desse tópico, estudaremos a figura dos crimes assimilados ao de moeda falsa.
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Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas
ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à
circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais
condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por
funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em
razão do cargo.
Feita a nossa leitura atenciosa o texto legal, é chegado o momento em que faremos nossos comentários
acerca do crime.
Vamos adiante!
A lei penal, ao tratar dos crimes assemelhados ao de moeda falsa, visa proteger, assim como o do art. 289,
a fé pública.
O crime do artigo 290 está inserido dentro da categoria dos crimes comuns.
O tipo penal prevê pelo menos três ações delituosas, razão pela qual, passaremos à análise de cada uma
delas:
O elemento subjetivo do tipo penal é o dolo, então, nesse caso, meu amigo(a), o falsário deve ter a
consciência de realizar as características objetivas do tipo. Ocorre que, na segunda figura (suprimir sinal indicativo
da inutilização de nota, cédula ou bilhete recolhidos), há um elemento subjetivo específico, qual seja, ter como
objetivo a restituição dos objetos materiais à circulação (“para o fim de restituí-los à circulação”).
Os objetos materiais são as cédulas, a nota ou bilhete representativo de moeda, não se incluindo na
incriminação a moeda metálica (cuja falsificação tipifica o delito do art. 289 do CP – estudada anteriormente).
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Há, também, que falarmos do momento consumativo do crime, assim, nas duas primeiras figuras o fato se
consuma com a formação da cédula, nota ou bilhete ou com a supressão do sinal indicativo da inutilização, visando
restituí-la à circulação, razão pela qual, são crimes formais. Por fim, na terceira hipótese, dá-se por consumado o
crime quando o objeto volta à circulação e, portanto, o crime é material, exigindo-se a produção do resultado.
Caminhando para o final, a figura qualificada do parágrafo primeiro pune o agente criminoso quando as
condutas são praticadas por funcionário público que trabalha na repartição onde o dinheiro estava recolhido, ou
que tem fácil acesso a ele em razão do cargo.
Assim, meu parceiro(a), encerramos o estudo completo do crime de moeda falsa e seus assimilados.
Aguardo você!
Energia renovada?
É um prazer estar na sua presença!
A partir de agora, vamos analisar o crime de petrechos para falsificação de moeda, previsto no art. 291 do
Código Penal e, como você já sabe, caminhemos para a leitura do texto legal!
Agora que acabamos de fazer nossa leitura, vamos estudar pormenorizadamente tudo o que compõe a
respectiva figura típica!
Como bem juridicamente tutelado do crime em análise, o legislador resolve antecipar a tutela penal,
protegendo assim, a crença na autenticidade e veracidade das moedas de curso obrigatório (fé pública) e sua
regular circulação no meio econômico.
Meu amigo(a), você lembra quando estudamos o iter criminis? O caminho do crime é composto de
quatro elementos: cogitação – preparação – execução e consumação. A regra do nosso ordenamento jurídico
é a de que o crime só pode ser punido a partir da realização de atos executórios, porém, em alguns casos, o
legislador resolveu antecipar a proteção penal para punir atos preparatórios, como é o caso do crime que
estamos estudando. Dessa forma, caso o agente criminoso tenha os referidos petrechos, responderá pelo
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crime do artigo 291. Agora, caso já tenha fabricado a moeda falsa, será responsabilizado pelo artigo 289 do
CP.
Os verbos do núcleo do tipo são: fabricar (criar), adquirir (obter a título gratuito ou oneroso), fornecer (ceder
a outrem), possuir (ter a posse), guardar (ter sob sua vigilância).
Assim sendo, trata-se de tipo misto alternativo, no qual o cometimento de mais de uma conduta, pelo
mesmo agente, havendo entre elas relação causal, importa ocorrência de crime único.
Como o crime do artigo 291 do CP trata dos petrechos, é indispensável que estudemos os objetos materiais,
que são maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de
moeda, p.ex. moldes, formas, substâncias químicas e etc.
O crime do artigo 291 é punido somente a título de dolo, consistente na vontade e consciência de realizar as
condutas descritas no caput da disposição, ciente de que os objetos se destinam à falsificação de moeda.
O momento consumativo do crime varia de acordo com o verbo nuclear realizado. O importante é sabermos
que nos verbos possuir ou guardar o crime é permanente. Já quanto aos demais o crime é formal.
Vejamos, então, uma questão sobre o tema:
A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado a falsificação de moeda constitui crime punido com
pena de reclusão.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução: para matarmos essa charada, meu amigo(a) é de suma importância lembrarmos sobre a antecipação
da tutela penal proposta por nosso legislador. Desse modo, qualquer objeto destinado à falsificação de moeda já
é apto à incriminação pelo crime do artigo 291 do estatuto repressivo
Gabarito: CERTO.
Que maravilha, meu(a) jovem! Assim encerramos o estudo de mais uma figura típica!
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Nesse momento, vamos inaugurar mais um capítulo dentro do grande título dos crimes contra a fé pública.
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§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio
irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em
residências.
Também, estamos diante de um crime comum, ou seja, é aquele tipo penal que pode ser praticado por
qualquer pessoa. Porém, quero que você fique atendo ao fato de que, caso o sujeito ativo seja funcionário público,
a pena será majorada, conforme dispõe o artigo 295 do CP4.
O sujeito passivo do crime será o Estado e, de forma secundária, eventual lesado pela conduta do agente
criminoso.
Vamos diante!
A conduta nuclear do crime consiste em falsificar (contrafazer), fabricando (criando objeto) ou alterando
(modificando objeto já existente):
1. selo destinado a controle tributário (esse é o selo adesivado que se destina à comprovação de
tributos), papel selado (aquele adquirido nas repartições tributárias) ou qualquer papel de emissão
legal destinado à arrecadação de tributo (aqui, meu amigo(a), a legislação adotou uma fórmula
genérica, prevendo qualquer outro papel de emissão legal que seja destinado a arrecadar tributos);
2. papel de crédito público que não seja moeda de curso legal. Trata-se aqui, na verdade, dos títulos da
dívida pública, como, por exemplo apólices e obrigações do Tesouro, emitidas pelos entes
federativos);
3. vale postal – trata-se de inciso revogado tacitamente por conta do artigo 36 da Lei 3.538/78, que pune
de forma especial o crime de falsificação do vale postal;
5. talão (trata-se do documento que quitação, aquele que possui canhoto fixo), recibo (documento
destinado a comprovar pagamento), guia (documento oficial destinado à arrecadação), alvará ou
4
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
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qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por
que o poder público seja responsável.
6. bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou
por Município
É importante que você se lembre que o documento falsificado deve ser apto a iludir, pois, do contrário, caso
a falsificação seja grosseira, não haverá o crime em análise. Assim, é necessária a realização de exame pericial nos
documentos falsificados ou adulterados.
O tipo penal que estamos estudando somente pode ser punido a título de dolo.
Também, a consumação do crime restará configurada no momento da falsificação, razão pela qual, trata-
se de crime formal, pouco importando a ocorrência de eventual prejuízo ou não.
O §1º, por sua vez, nos traz algumas figuras equiparadas, então, vejamos cada uma delas:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo: fique atento
aos verbos nucleares “guardar”, “possuir” e “deter”, que são formas permanentes do crime. Outro ponto
importante é que, somente quem não concorreu na falsificação dos papéis referidos no caput poderá responder
por essa figura (do contrário, a ação subsequente será considerada post factum impunível).
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação
selo falsificado destinado a controle tributário: a “guarda” do material falsificado se trata de modalidade de
crime permanente.
III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede,
empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:
a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado: nesse caso, meu amigo(a),
diferente da figura do caput, aqui o crime é próprio, podendo ser praticado somente por comerciante ou
industriário.
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação:
esse é o típico exemplo do agente criminoso que pratica uma das condutas descritas acima, utilizando, por
exemplo, bebidas alcoólicas e cigarros.
O §2º visa coibir a conduta do agente criminoso que suprime, em qualquer dos papéis previstos no
dispositivo, quando legítimos com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua
inutilização. Porém, nesse caso, há a presença de elemento subjetivo específico, eis que o agente, com o intuito
de reutilizar papéis já recolhidos elimina sina que identifica a retirada. A conduta pode se dar de inúmeras formas,
como, p.ex. agentes químicos e etc.
Já o §3º pune a conduta de quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo
anterior, cominando a mesma pena deste.
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Por fim, o §4º traz outra figura criminosa, incriminando a ação de quem usa ou restitui à circulação, embora
recebido de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que se referem este artigo e o se §2º, depois de
conhecer a falsidade ou alteração.
Vamos em frente!
Petrechos de falsificação.
Você já conhece muito bem nossa sistemática de aula, não é mesmo?!
Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação
de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Você lembra o que conversamos em nossa aula sobre o crime do artigo 294?
Caso você não se recorde ou, ainda, não tenha assistido nossa aula, quando lecionei sobre o crime do artigo
294 do CP, falei sobre a antecipação da tutela penal. Ou seja, meu amigo(a), no crime em análise, o legislador
resolveu antecipar a tutela penal e punir aqueles que possuem maquinários destinados a falsificar qualquer dos
papéis referidos no artigo 293.
Caso você não tenha assistido as aulas, fica minha dica: assista, caríssimo(a)! Desse modo, você poderá casar
informações da aula com as lecionadas aqui, ficando com seu estudo completo.
Assim como nos demais crimes já estudados por aqui, a infração do artigo 294 tutela a fé pública.
O crime também é comum. Porém, lembre-se: se o agente for funcionário público, a pena será majorada
conforme o artigo 295.
A conduta nuclear do tipo penal é de fabricar (criar, manufaturar), adquirir (obter), fornecer (proporcionar,
entregar), possuir (ter a posse ou propriedade) ou guardar (conservar) objeto especialmente destinado à
falsificação de qualquer dos papéis referidos no art. 293.
O elemento subjetivo é o dolo, dispensando-se finalidade especial do agente.
O crime é formal, consumando-se com a ocorrência de qualquer uma das condutas. Porém, no verbo nuclear
“guardar” e “possuir” o crime é permanente.
Voltando a falar da antecipação da tutela penal, o crime do artigo 294 ficará absorvido pelo artigo 293, caso
o agente, ao adquirir o objeto destinado a falsificar, efetivamente opere a contrafação de algum dos papéis de que
trata o artigo anterior.
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Realizada uma leitura atenta do dispositivo legal, vamos aos nossos comentários.
O bem juridicamente tutelado da figura em tela é a fé pública.
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município – esse objeto
material, meu amigo(a), é o selo público utilizado pelos entes federativos, com características próprias destes
entes, reservados a reconhecer como verdadeiros os atos dele emanados.
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião -
aqui, três são os objetos materiais:
selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público: leia-se pessoas jurídicas de direito público,
abrangendo autarquias e fundações.
Selo ou sinal atribuído por lei a autoridade: a autoridade na qual a lei faz menção é aquela que
autentica documentos utilizando selos ou sinais.
Sinal público de tabelião: é o escrito que integra sua assinatura, que se destina a comprovar a
veracidade do seu ato ao atestar determinado documento.
O crime é formal, consumando-se no momento em que é praticada qualquer das condutas típicas.
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II – quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio
ou alheio: nesse caso, o dolo do agente deve ser específico e voltando para proveito próprio ou prejuízo alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos
utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública
Por fim, o §2º prevê uma majorante para o caso do indivíduo que é funcionário público e comete o crime
prevalecendo-se do cargo.
O crime em tela visa proteger a fé pública, assim como os demais já estudados até aqui.
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O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo, nesse caso, é o Estado e,
de forma secundária, eventual particular lesado com a conduta do agente.
A conduta nuclear do tipo penal em análise consiste em falsificar, documento público ou alterar (modificar)
documento público verdadeiro.
Nesse caso, caríssimo(a), a falsificação pode ser total ou parcial. No caso da falsidade total, o documento é
inteiramente criado, ao passo que, na falsificação parcial, o falsário adiciona novos elementos nos espaços em
branco do documento.
No tocante a conduta de alterar, o agente criminoso modifica documento público existente (e verdadeiro),
substituindo ou introduzindo informações inerentes a própria essência do documento.
Saiba que o objeto material do crime é o documento público, que a doutrina penalista resolveu dividir em
dois grupos, vejamos:
Esse é o lavrado por agente público no exercício de Nesse caso, o interesse é essencialmente privado,
suas funções e o seu conteúdo corresponde a mas o documento é emanado de entes públicos.
questões inerentes ao interesse público. (atos (escritura pública de compra e venda de imóvel,
legislativos, executivos e judiciários, p.ex.) lavrada no tabelionato de notas, p.ex.)
Uma informação valiosa para seu estudo é que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), possui entendimento no
sentido de que haverá o crime do art. 297 caso o documento seja originário de outro país.
Não se esqueça, meu amigo(a), a falsificação do documento deve ser apta a iludir aquele que o visualiza. Se
o documento for grosseiramente falso, podemos estar diante do crime de estelionato.
No parágrafo primeiro temos uma causa de aumento que corresponderá a um acréscimo de sexta parte caso
tenha sido praticado por funcionário público.
Já quanto ao parágrafo segundo, o art. 297 traz as figuras de equiparação. Vejamos cada uma delas:
O título ao portador ou transmissível por endosso Aqui, meu(a) caro(a) colega, estamos tratando do
cheque, nota promissória, letra de câmbio e etc.
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O crime em estudo somente é punido a título de dolo (genérico), não havendo que se falar em elemento
subjetivo específico ou figura culposa.
O momento consumativo do crime ocorre no momento em que o falsário pratica uma das condutas
nucleares prevista no tipo (falsificação ou alteração). Lembre-se, meu amigo(a), é irrelevante que o falsário faça
o uso do documento que produziu ou alterou. Porém, caso faça o uso (artigo 304 do CP - que veremos adiante),
a conduta será considerada post factum impunível.
Caminhando para o final do estudo do nosso e crime e, aí partirmos para a resolução de algumas questões,
o parágrafo terceiro traz as figuras de equiparação.
As equiparações correspondem à falsificação de documento público realizado a partir de documentos
previdenciários. Nesse caso, a falsidade não é a material, mas, sim a ideológica (uma mentira reduzida a termo)
pois, embora o documento previdenciário seja formalmente verdadeiro, seu conteúdo é viciado.
Finalmente, meu amigo(a), o parágrafo quarto prevê a punição do agente que omite, nos documentos
dispostos no parágrafo terceiro (que acabamos de estudar), o nome do segurado e seus dados pessoais, bem como
a remuneração e a vigência do contrato de trabalho ou prestação de serviço. Desse modo, podemos concluir que
essa modalidade só poderá ser praticada por omissão e, também ser crime unisubssistente, não admitindo a
tentativa.
Vamos as questões??
Crime de falsificação de documento público, quando cometido por funcionário público, admite a modalidade
culposa, hipótese em que a pena é reduzida.
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( ) CERTO
( ) ERRADO
Resolução: perceba, meu amigo(a), como a leitura do texto legal é de suma importância para sua aprovação. Aos
nos depararmos com a redação do artigo 297 do CP, é possível verificarmos que não há previsão culposa para o
crime.
Gabarito: ERRADO.
Julgue o item seguinte, relativos a institutos complementares do direito empresarial, teoria geral dos títulos de
crédito, responsabilidade dos sócios, falência e recuperação empresarial.
Os livros comerciais, os títulos ao portador e os transmissíveis por endosso equiparam-se, para fins penais, a
documento público, sendo a sua falsificação tipificada como crime.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução: veja, meu amigo(a), o enunciado da questão nos traz a figura criminosa prevista no artigo 297, §2, do
CP. Desse modo, a questão é cópia integral da literalidade do CP.
Gabarito: CORRETO.
E, fechando por completo o estudo do crime em tela, quero deixar registrado para você algumas súmulas do
STJ.
107, STJ – Compete à justiça comum estadual processar e julgar crime de estelionato praticado
mediante a falsificação das guias de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não ocorrente
lesão a autarquia federal.
104, STJ – Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de
documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
62, STJ – Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na CTPS, atribuído à
empresa privada.
17, STJ – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Até lá!
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Conforme mencionei a você no início do nosso estudo, seguiremos a ordem do Código Penal em consonância
com aqueles delitos mais cobrados em prova.
Também, o crime é comum, tendo como autor da infração, qualquer pessoa. A vítima inicial é o Estado e,
logo em seguida, terceiro prejudicado com a ajuda do falsário.
A conduta nuclear do tipo penal consiste em falsificar (contrafazer), no todo ou em parte, documento
particular ou alterar (modificar) documento particular verdadeiro.
Meu amigo(a), preste bem atenção! Ambas as condutas nucleares do art.298 são idênticas àquelas do
art.297, aplicando-se aqui, os mesmos comentários que fizemos no tópico anterior. A única diferença reside no
fato de que aqui, o objeto material do crime é o documento particular.
O nosso elemento subjetivo é o dolo (genérico), não havendo modalidade culposa do artigo 298.
Assim como os outros crimes já estudados até o momento, o do artigo 298 também é um crime formal e,
desse modo, tem sua consumação antecipada para o momento em que realizada a conduta, sendo dispensável a
produção de qualquer resultado. Porém, é necessário que a falsificação seja apta a iludir, comprovada através de
perícia técnica.
Note, meu(a) caro(a) colega, que o parágrafo único equiparou a documento particular o cartão de débito
ou crédito.
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D) falsidade ideológica.
Resolução: analisando o teor do parágrafo único do art. 298 do CP, podemos concluir, sem sombra de dúvida, que
a falsificação do cartão de débito ou de crédito configura o crime de falsificação de documento particular.
Gabarito: Letra C.
Tenha a certeza de que tudo que visualizamos até esse momento é amplamente seguro para você enfrentar
qualquer questão envolvendo o tema.
Porém, nossa aula ainda não acabou! Para tanto, aguardo você no próximo tópico, onde vamos dar início ao
crime de falsidade ideológica.
Até lá!
Chegou o momento de tratarmos do crime de falsidade ideológica, então, não percamos tempo!
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos,
e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de
1984)
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se
a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Agora que pudemos analisar o texto legal exposto pelo código penal, é necessário que passemos a
desmembrar o crime de falsidade ideológica.
Avante, guerreiro(a)!
Outrossim, o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa e terá como vítima inicial, o Estado
e, de forma secundária, a pessoa prejudicada pela conduta do falsário.
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Nesse caso, meu(a) jovem, o tipo penal pune a conduta do agente criminoso que omite, em documento
público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante.
INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE Aqui, o criminoso substitui o conteúdo verdadeiro por
DEVERIA SER ESCRITA outro que, embora contenha informações diversas,
tem a mesma natureza
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA Nesse caso, a falsidade é mediata, tendo em vista que
o falsário induz terceiro a inserir informação falsa no
documento. É claro que o terceiro não responderá
pelo crime, a menos que tenha consciência de estar
praticando a falsificação.
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE O agente induz um terceiro a substituir uma
DEVIA CONSTAR informação verdadeira por outra.
Por fim, meu amigo(a), fique atento ao fato de que, conforme o entendimento
lançado pelo STJ no RHC 81.451/RJ, de relatoria da Ministra Maria Thereza de
Assis Moura, julgado em 22/08/2017, noticiado no informativo nº 610, não se
configura o crime de falsidade ideológica a inserção de informações falsas
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em currículo “lattes”, uma vez que não se pode ser considerado documento
eletrônico e, também, por se tratar de informações passíveis de verificação.
Avançando, o elemento subjetivo do tipo penal é o dolo, entretanto, exige-se também, o elemento
subjetivo específico do tipo, consistente no propósito de lesar direito, criar obrigação ou alterar a veracidade sobre
fato juridicamente relevante.
Assim, o crime estará consumado com a prática de qualquer conduta nuclear, independentemente do
resultado que possa advir da conduta e, por isso, o crime de falsidade ideológica é considerado crime formal.
O §1º traz uma causa de aumento de pena de sexta parte se o agente criminoso for funcionário público e
utiliza-se do seu cargo para a pratica do crime
Venha comigo!
Ano: 2012 Banca: ESAF Órgão: Receita Federal Prova: ESAF - 2012 - Receita Federal - Auditor Fiscal da Receita
Federal - Prova 1 - Gabarito 1
Sebastião, condutor e proprietário de veículo automotor, recebe multa do órgão de trânsito estadual (DETRAN)
cometida por ele. No entanto, ao preencher o documento, indica que o condutor era Manuel. Manuel acaba
recebendo três pontos na carteira em razão do preenchimento incorreto de documento oficial do DETRAN. Com
base nessa informação e na legislação penal, é correto afirmar que há crime de
A) falsidade ideológica.
Resolução: analisando a situação hipotética proposta na questão, conseguimos verificar que a conduta de
Sebastião é uma “mentira reduzida a termo”, razão pela qual, o crime é o de falsidade ideológica.
Gabarito: Letra A.
Agora que encerramos o crime de falsidade ideológica, passemos a análise do próximo tipo penal.
Sem mais tempo a perder, vamos direto para a análise do texto legal!
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O bem jurídico que a norma penal visa proteger, meu amigo(a), é a fé pública, conforme exaustivamente já
visualizamos ao longo do curso.
Trata-se de crime próprio, caríssimo, podendo ser praticado somente por quem exerce função pública, com
poderes para o reconhecimento de firma ou letra. Nesse caso, estão inseridos os tabeliães de notas, oficiais de
registro civil, cônsules e etc. Já o sujeito passivo será o Estado e, ao seu lado, eventual particular prejudicado pela
conduta do criminoso.
A conduta punida pelo tipo penal é a de reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma
ou letra que não o seja.
Então, imagine a situação em que Austin, tabelião de notas, reconhece em uma procuração, uma assinatura
sabidamente falsa como se verdadeira fosse. Nesse caso, podemos concluir, sem maiores problemas, que estamos
diante do crime do art. 300 do CP.
A pena imposta para o crime varia de acordo com a natureza do objeto material (documento público ou
particular). Caso se trate de documento particular, a pena varia de 1 a 3 anos e multa. Sendo o documento público,
a pena é maior, sendo de 1 a 5 anos e multa.
O crime do art. 3oo do CP só é punido a título de dolo, não se exigindo qualquer finalidade especial por parte
do agente.
O crime tem o seu momento consumativo quando o agente efetua o reconhecimento irregular.
Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento
consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso.
Gabarito: Letra A.
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Forte abraço!
Vamos adiante!
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite
alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado
verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus
ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa.
Nesse caso, meu amigo(a), diferentemente do que estudamos até agora (salvo algumas exceções) o crime
aqui é próprio, podendo ser cometido somente por quem ocupa função pública.
Aqui, pune-se a conduta do funcionário público que, no desempenho de sua função, afirma oficialmente
(atesta) ou afirma a certeza (certifica) falsamente, fato ou circunstancia que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem.
Nesse caso, caríssimo(a), imagine a situação do Oficial de Justiça, que certifique falsamente que
seu amigo (réu em processo criminal) está em local incerto e não sabido, somente para que este
seja beneficiado por uma citação por edital e tenha seu processo suspenso.
O elemento subjetivo é o dolo, porém, havendo o intuito de lucro, a pena será cumulada com multa (§2º).
Falsidade material de atestado ou certidão (§1º): a figura do §1º traz um crime autônomo.
Essa figura do §1º, conforme entendimento jurisprudencial e doutrina majoritária, é considerada crime
comum.
Não esqueça que, caso o crime seja praticado com o fim de lucrativo, aplica-se, também, a pena de multa
(§2º).
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Assim como analisamos na figura do caput do artigo anterior, o crime aqui, também é próprio pois só pode
ser praticado por médico. Se o crime for praticado por dentista, veterinário, enfermeiro e etc., o crime será o do
artigo 299 do CP.
A conduta nuclear consubstancia-se em dar o médico, no exercício regular da profissão, atestado falso, ou
seja, concurseiro(a), escrever informações total ou parcialmente inverídicas, entregando, em seguida, o
documento ideologicamente falso ao interessado.
O elemento subjetivo é o dolo, dispensando-se qualquer finalidade especial por parte do agente. Porém, o
parágrafo único, determinar que se o crime for praticado com o fim de lucro, aplica-se, também, a multa.
O crime também é formal, consumando-se no momento em que o médico fornece o atestado falso,
independentemente de ulteriores consequências.
Avante!
Meu amigo(a), o presente tipo penal foi substituído pelo art. 39 da Lei 6.538/78, preservando a redação do
preceito primário (reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica de valor para coleção, salvo quando a reprodução ou
alteração estiver visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça), reduzindo-se a pena máxima para 2
(dois) anos, tornando a infração de menor potencial ofensivo. Os comentários que farei serão com base no tipo
previsto na Lei Especial (art. 39).
A conduta consiste em reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
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Já estamos caminhando para o final de mais uma aula aqui em nossa plataforma.
A primeira informação necessária para o nosso estudo diz respeito ao bem jurídico protegido que, nesse
caso, trata-se da fé pública.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa e, no tocante ao sujeito passivo, o Estado e, secundariamente
eventual lesado pelo uso do documento.
A conduta nuclear do crime em análise é a de fazer o uso de quaisquer dos papéis falsificados ou adulterados
a que se referem os artigos 297 a 302, já estudados.
O elemento subjetivo do tipo penal é dolo, consistente na vontade deliberada de fazer o uso do documento
falso.
Nesse caso, o crime é de ação livre, tendo em vista que o uso pode se dar de qualquer forma (judicial ou
extrajudicial).
É importante registrarmos que a fotocópia simples (que não possua autenticação) não se considera
documento, razão pela qual, o xérox falsificado não é crime.
Os Tribunais Superiores também vêm entendendo ser inaplicável o princípio da insignificância aos crimes
contra a fé pública.
“Certo. Mas, Arpini, como fica a punição do indivíduo que falsifica o documento e logo em seguida o utiliza. Há
um concurso de crimes?”
Nesse caso, meu amigo(a), não há que falarmos em concurso de crimes, mas de post factum impunível.
Assim, conforme o entendimento dos Tribunais Superiores, o crime de falsificação (art.297), prevalece sobre o uso
(art. 304). De acordo com o STF: “O uso dos papéis falsificados, quando praticado pelo próprio autor da falsificação,
configura post factum não punível, mero exaurimento do crimen falsi, respondendo o falsário, em tal hipótese, pelo
delito de falsificação de documento público (art. 297). (HCC 84.533, rel. Min. Celso de Mello, 30.06.2006)
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Ainda, é importante que você tenha conhecimento acerca da súmula 546 do STJ, veja só:
Súmula 546 - A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão
da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão
expedidor. (Súmula 546, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 19/10/2015) (DIREITO PROCESSUAL
PENAL - COMPETÊNCIA)
Austin e Caracas por diversas vezes haviam realizado o teste de motorista para tirar sua CNH, porém, nunca
passavam. Assim, ambos decidiram comprar de El Paso, (falsário conhecidíssimo) um CNH falsificada, uma para
cada.
Passado um tempo, Austin, em uma blitz de rotina apresentou ao agente de trânsito municipal sua CNH
falsa. O agente, percebendo a falsidade, alerta um Policial Militar e, ato contínuo, Austin é preso em flagrante pelo
uso de documento falso. Desse modo, meu amigo(a), de quem será a competência para processar e julgar o crime?
Nesse caso, a competência será da Justiça Estadual, tendo em vista que o uso do documento falso
teve a intenção de ludibriar o serviço de segurança realizado pelo Município. Logo, não há nenhum
interesse federal no crime.
Passado um tempo da aquisição da CNH falsa, Caracas, ao realizar uma viagem para o litoral se depara com
uma blitz da Polícia Rodoviária Federal. Na ocasião, Caracas apresenta aos agentes da PRF sua CNH. Os agentes,
ao consultarem o sistema do DENATRAN, verificaram que não havia registro do referido documento, percebendo
assim, que tratava-se de documento falso, razão pela qual, prenderam Caracas em flagrante pelo crime de uso de
documento falso. E agora, meu amigo(a), de quem é a competência nesse caso?
Nessa hipótese, a competência para o julgamento será da Justiça Federal, tendo em vista a natureza
federal do órgão em que o documento fora apresentado.
Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de
Polícia
Considere a seguinte situação hipotética. Celso, maior, capaz, quando trafegava com seu veículo em via pública,
foi abordado por policiais militares, que lhe exigiram a apresentação dos documentos do veículo e da carteira de
habilitação. Celso, então, apresentou habilitação falsa. Nessa situação, a conduta de Celso é considerada atípica,
visto que a apresentação do documento falso decorreu de circunstância alheia à sua vontade.
( ) Certo
( ) Errado
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Resolução: nesse caso, a conduta de Celso é típica, caracterizando o uso de documento falso. Aqui, não podemos
imputar a falsificação a Celso, tendo em vista que não há nenhuma informação nesse sentido. Desse modo, resta
configurado o crime do art. 304 do CP.
Gabarito: ERRADO
Aguardo você no próximo tópico para finalizarmos nosso estudo em mais uma aula.
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e
multa, se o documento é particular.
Ao nos depararmos com os verbos nucleares apresentados pelo tipo penal, podemos concluir que estamos
diante de um crime de tipo misto alternativo.
As condutas perpetradas pelo agente criminoso são destruir (eliminar), suprimir (extinguir) ou ocultar
(esconder), em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. A forma como o documento chegou ao
agente não tem relevância para o crime ora narrado, importando somente a conduta de destruição, supressão ou
a ocultação.
O elemento subjetivo do crime é dolo. Porém, atenção, meu amigo(a), o autor do crime deve agir com
finalidade específica de executar o crime em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio. Do contrário,
não havendo essa finalidade, não restará configurado o crime.
Quanto ao momento consumativo, o art. 305 está inserido na categoria dos crimes formais e, desse modo,
alcança a consumação com a realização da conduta típica, não exigindo a produção do resultado.
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Ano: 2013 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-BA Provas: CESPE / CEBRASPE - 2013 - PC-BA - Investigador de
Polícia
Julgue o próximo item, relativo a crimes contra a fé pública.
Considere que Silas, maior, capaz, ao examinar os autos do inquérito policial no qual figure como investigado pela
prática de estelionato, encontre os documentos originais colhidos pela autoridade, nos quais seja demonstrada a
materialidade do delito investigado, e os destrua. Nessa situação, em razão desse ato, Silas responderá pelo crime
de supressão de documento
( ) Certo
( ) Errado
Resolução: veja, caríssimo(a), no momento em que Silas destrói os documentos que atestam a materialidade e
autoria do seu estelionato, sua conduta se amolda perfeitamente ao crime do art. 305 do CP.
Gabarito: CERTO
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Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou
alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento
de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de
terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.
Como bem juridicamente tutelado, a figura do artigo 307 do CP visa proteger a fé-pública.
O crime é comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa. Já no tocante ao sujeito passivo, será o
Estado o lesado pela falsa identidade.
A conduta consiste em atribuir-se (imputar-se) ou atribuir a terceiro, falsa identidade para obter vantagem,
em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem.
Ainda, para a maioria da doutrina penalistas, a elementar “identidade” é tomada no seu sentido amplo, razão
pela qual, envolve o nome, a idade, o estado civil, o sexo e etc.
“Certo, professor! Mas digamos que o réu acabe por atribuir-se falsa identidade para afastar de si a
responsabilidade por eventual prática criminosa, qual crime ele comete?”
STF STJ
“O plenário do STF no RE 640.139 – com Repercussão Súmula 522 – A conduta de atribuir-se falsa
Geral, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, reafirmou identidade perante a autoridade policial é típica,
a jurisprudência da Corte no sentido de que ‘o ainda que em situação de alegada autodefesa”.
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Outra informação importante é que o crime em estudo é subsidiário, só ocorrendo na hipótese em que a falsa
identidade não configure crime mais grave. Se a intenção do agente for praticar crime de estelionato, sua eventual
identificação mentirosa constitui meio para a prática do crime do art. 171, razão pela qual, o art. 307 restará
absorvido pelo crime contra o patrimônio.
Como é crime contra a fé pública, a conduta do agente deve ser apta a iludir terceiros.
O elemento subjetivo é o dolo, sendo imprescindível que o agente pratique a ação visando obter vantagem
(de qualquer natureza), em proveito próprio ou alheio, ou causar dano a outrem.
A consumação ocorre no momento em que o agente atribui falsa identidade a si ou a outrem, desse modo,
não é necessário que o criminoso consiga alcançar a vantagem visada ou causa efetivo dano, razão pela qual,
estamos diante de crime formal.
A conduta criminosa consiste em usar (utilizar) como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de
reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder (entregar) a outrem, para que dele se utilize,
documento dessa natureza, próprio ou de terceiro.
a) Passaporte;
b) Título de eleitor;
c) Caderneta de reservista;
d) Qualquer outro documento de identidade.
Nesse caso, meu amigo(a), você deve ficar atento ao fato de que todos os documentos acima mencionados,
devem ser verdadeiros, pois, caso sejam falsos, o crime será o do artigo 304 do CP (uso de documento falso).
Assim como o artigo 307, o crime do artigo 308 também é subsidiário, tendo em vista que, caso o uso de
identidade alheia ocorrer como elementar de outro crime, será punido por este o agente).
O elemento subjetivo é o dolo (genérico). Aqui, não se exige finalidade específica do agente criminoso.
Por fim, a consumação ocorre no momento em que o agente se utiliza do escrito, razão pela qual, trata-se
de crime unissubssistente.
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Portanto, para encerrarmos com chave de ouro, vamos estudar o crime do artigo 311-A do CP.
Veja só:
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O bem juridicamente tutelado do artigo em tela, trata-se da lisura, transparência, legalidade, moralidade
dos certames públicos.
O crime é comum.
O sujeito passivo, nesse caso, primeiramente é o Estado e, logo em seguida, todas aquelas pessoas que
foram prejudicadas por conta da conduta criminosa do agente.
É punida a conduta de quem utiliza (emprega, aplica) ou divulga (efeito de tornar público), indevidamente,
com o fim de beneficiar a si mesmo ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso
de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos;
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; (p.ex. vestibulares e ENEM) ou
Forma equiparada (§1º): nas mesmas penas incorre o criminoso que permite o facilita, por qualquer meio,
o acesso de pessoas não autorizadas as informações mencionadas no caput.
Qualificadora (§2º): o crime será qualificado se da ação ou omissão resultar dano à Administração Pública.
Espero que tenha deixado tudo muito claro para você! Saiba que estou amplamente ao seu dispor em minhas
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Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal
conduta.
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Resolução: analisando a conduta de Pedro e, levando em conta os objetos materiais que o agente criminoso
detinha, é claro concluirmos que se trata do crime de petrechos para falsificação de moeda, o qual o legislador
decidiu antecipar a tutela penal.
Gabarito: Letra A.
A) Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime diverso daquele que insere
ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita naqueles documentos e demais condições.
B) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito pratica o crime de falsificação de
documento público.
C) A pena prevista para aquele que destrói documento público é a mesma prevista para aquele que destrói
documento particular de que não podia dispor, desde que ambas sejam praticadas em benefício próprio ou de
outrem, ou em prejuízo alheio.
D) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, testamento particular pratica o crime de falsificação de documento
particular.
E) Aquele que apenas cede moedas falsas incorre nas mesmas penas previstas para aquele que as falsifica,
fabricando-as ou alterando-as.
Resolução:
a) a assertiva está tentando lhe confundir, meu amigo(a). Nesse caso, todas as condutas ali descritas configuram,
única e tão somente, o crime de falsidade ideológica.
b) aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito, comete o crime de falsificação de
documento particular.
c) nesse caso, as penas são diversas, conforme o artigo 306, parágrafo único do CP. Caso o documento seja público
a pena é de reclusão de dois a seis anos, e multa. Se for particular a pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa.
d) nesse caso, o indivíduo comete falsificação de documento público.
e) a assertiva é cópia integral do art. 289, §1, do CP e, nesse caso, nas mesmas penas (reclusão, de três a doze anos,
e multa) incorrerá quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Gabarito: Letra E.
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“X”, valendo-se de um documento de identidade falsificado, consegue abrir uma conta corrente no Banco do Brasil
com a finalidade de lavar dinheiro. O bem jurídico tutelado no crime praticado por “X” é(são)
A) o patrimônio.
B) a administração da justiça.
C) a administração pública.
D) a fé pública.
E) as finanças públicas.
Resolução: ao se utilizar de um documento de identidade falso, o criminoso “x” violou a fé pública, bem
juridicamente tutelado pelos crimes elencados no título X.
Gabarito: Letra D.
Resolução: dada todas as informações que visualizamos até o momento, podemos concluir que o momento
consumativo do crime se dá no momento em que é realizado o reconhecimento por parte do agente criminoso.
Gabarito: Letra A.
A) ou faz inserir, na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova
perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório.
B) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, ou omite, em documento
público ou particular, declaração que dele devia constar.
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C) ou falsifica talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável.
D) ou altera selo, ou peça filatélica, que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
E) ou importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
falsificado destinado a controle tributário.
Resolução: veja, meu amigo(a), para que possamos responder à questão proposta pela banca, é necessário que
tenhamos o pleno conhecimento do artigo 297 do CP e, para tanto, vamos analisá-lo minuciosamente:
Desse modo, meu amigo(a), a questão está nos indagando acerca das figuras de equiparação, mais
especificamente aquelas previstas nos incisos I, II e III, do §3º. Portanto, através da análise do inciso I, do §3º, do
art. 297, podemos concluir que a única assertiva que se amolda a redação referida é a de letra A.
Gabarito: Letra A.
A) o cartão de crédito, embora possua natureza de documento particular, é equiparado, para tipificação penal, a
documento público.
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D) o crime de Falsidade de Atestado Médico pode ser praticado por qualquer pessoa, ainda que sem o concurso
necessário de um médico.
E) para os efeitos penais, as ações de sociedade comercial são consideradas documentos particulares.
Resolução:
a) nesse caso, conforme o artigo 298, parágrafo único do CP, o cartão de crédito é considerado documento
particular.
b) o crime do art. 304 do CP, que trata do uso de documento falso não admite modalidade culposa.
d) nesse caso, o crime é próprio, somente podendo ser praticado por médico.
e) pelo contrário, meu amigo(a), nesse caso, as ações de sociedade comercial são consideradas documentos
públicos.
Gabarito: Letra C.
Resolução: veja, meu amigo(a), a questão está tentado induzi-lo em erro. Você ficar atento ao fato de que o agente
desconhece a falsidade. Portanto, caso o agente tenha recebido de boa-fé, moeda falsa ou adulterada e restituí
à circulação, sem ter o conhecimento da falsidade, o fato é atípico.
Gabarito: Letra E.
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No tocante às infrações previstas nos artigos 307, 308 e 311-A, do Código Penal, assinale a alternativa correta.
A) A conduta de atribuir a terceiro falsa identidade é penalmente atípica, sendo crime apenas atribuir a si próprio
identidade falsa.
B) O crime de fraude em certames de interesse público configura-se pela divulgação de conteúdo de certame,
ainda que não sigiloso.
C) O crime de fraude em certames de interesse público prevê a figura qualificada, se dele resulta dano à
administração pública.
D) A conduta de ceder o documento de identidade a terceiro, para que dele se utilize, é penalmente atípica, sendo
crime apenas o uso, como próprio, de documento alheio.
E) O crime de fraude em certames de interesse público é próprio de funcionário público.
Resolução:
a) conforme o artigo 307 do CP, tanto a conduta de atribuir a si próprio a identidade falsa ou a terceiro, são
consideradas criminosos.
b) pelo contrário, meu amigo(a). Conforme o artigo 311-A do CP, somente ocorrer o crime em análise caso o
conteúdo do certame seja sigiloso.
c) conforme o artigo 311-A, §2º, do CP, a pena do crime será de 2 a 6 anos de reclusão e multa, o que está apto a
caracterizá-la como qualificadora, tendo em vista a pena prevista para a figura simples.
d) nesse caso, a conduta é considerada criminoso.
e) o crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. A condição de funcionário público servirá como
causa de aumento de pena, conforme o artigo 311-A, §3º.
Gabarito: Letra C.
A) A falsificação de livros mercantis caracteriza o crime de falsificação de documento particular (art. 298 do CP).
B) O crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP), em documento público, é próprio de funcionário público.
C) No crime de falsidade de atestado médico (art. 302 do CP), independentemente da finalidade de lucro do
agente, além da pena privativa de liberdade, aplica-se multa.
D) O crime de supressão de documento (art. 305 do CP), para se caracterizar, exige que o documento seja
verdadeiro.
E) O crime de falsificação de documento público (art. 297 do CP) é próprio de funcionário público.
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Resolução:
a) nesse caso, meu amigo(a), caso os documentos falsificados sejam livros mercantis, estaremos diante de uma
falsificação de documento público, conforme o artigo 297 do CP.
c) no crime de falsidade de atestado médico, a pena de multa só será aplicada se houver a finalidade lucrativa (art.
302, p.ú., do CP.
d) conforme o artigo 305 do Código Penal, para que efetivamente haja a caracterização do crime de supressão de
documento público, é essencial que este seja verdadeiro.
e) o crime de falsificação de documento público é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Gabarito: Letra D.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-
se a pena de sexta parte.
Gabarito: Letra E.
B) a pena é exatamente a mesma, tanto com relação ao documento público como com relação ao documento
particular.
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C) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “destruir documento".
D) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “ocultar documento".
Resolução: para resolvermos a presente questão, precisamos nos socorrer do teor legal do artigo 305 do CP. Veja
só:
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio,
documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos,
e multa, se o documento é particular.
Então, meu amigo(a), a partir da leitura atenta do dispositivo legal, bem como, dos pontos por nós destacado,
podemos concluir que o crime só se configura se o agente criminoso não podia dispor do documento.
Gabarito: Letra A.
D) é fato atípico.
Resolução: conforme a redação do artigo 298, parágrafo único, do CP, a falsificação de cartão de crédito ou débito,
equipara-se à falsificação de documento particular.
Gabarito: Letra E.
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Resolução: conforme o teor do artigo 299, parágrafo único do CP, o crime de falsidade ideológica tem sua pena
aumentada de sexta parte se o agente criminoso é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo.
Gabarito: Letra D.
A) produção e confecção
B) contrafação e conspurcação
C) fabricação e alteração.
D) adulteração e corrupção
E) corrupção e produção.
Resolução: conforme o teor do artigo 293, caput, do CP, as condutas previstas no tipo penal são especificamente
fabricação e alteração.
Gabarito: Letra C.
C) Adulteração de Selo.
D) Petrechos de Falsificação.
E) Falsidade Ideológica.
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Resolução: veja, meu amigo(a), o teor da questão é uma cópia literal e integral do artigo 299 do Código Penal.
Desse modo, estamos diante do crime de falsidade ideológica.
Gabarito: Letra E.
C) Supressão de Documento.
D) Falsa Identidade.
Resolução: meu amigo(a), o Código Penal denomina de falsa identidade (art. 307) a conduta do indivíduo que
atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem.
Gabarito: Letra D.
Resolução: conforme visualizamos em questões anteriores, a conduta de divulgar conteúdo sigiloso de processo
seletivo configura o crime do artigo 311-A do CP, razão pela qual, mediante a redação do referido dispositivo, trata-
se de infração penal apenada com reclusão.
Gabarito: Letra A.
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A) Moeda Falsa
C) Falsidade Ideológica
Gabarito: meu amigo(a), conforme o parágrafo único, do artigo 298 do CP, aquele que confecciona um cartão de
crédito falso comete o crime de falsificação de documento particular.
Gabarito: Letra D.
C) comete crime punível com detenção de seis meses a dois anos, e multa.
D) não merece ser punido pois, afinal de contas, agiu de boa-fé ao receber a moeda falsa.
Resolução: perceba, concurseiro(a), diferentemente do que visualizamos na questão passada, aqui, o agente
conhece a falsidade e, sabendo dessa condição, restitui a moeda e circulação. Portanto, dessa forma, o indivíduo
incorrerá nas sanções do artigo 289, §2º, do CP, sendo punido com uma pena de detenção de seis meses a dois
anos e, multa.
Gabarito: Letra C.
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A ação incriminada no art. 293 do Código Penal é a de falsificar papéis públicos. Diante dessa afirmativa, pergunta-
se: como, nos termos da lei, essa falsificação pode ser feita?
A) A falsificação somente pode ser feita tendo como objeto os papéis públicos, uma vez que tanto no art. 293 do
CP quanto em qualquer outro artigo de lei que trate sobre a matéria, não há previsão legal para a hipótese de
falsificação de documento particular.
Resolução: conforme o teor do artigo 293, caput, do CP, os verbos nucleares que inauguram a figura criminosa são
a fabricação e a alteração.
Gabarito: Letra B.
Resolução: nesse caso, meu amigo(a), estaremos diante do crime de petrechos para falsificação de moeda falsa,
pois, nessa ocasião, legislador resolveu antecipar a tutela penal e decidiu punir os atos preparatórios ao crime de
moeda falsa.
Gabarito: Letra A.
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Resolução: para que possamos responder à questão proposta pela banca, é de suma importância que você
relembre do artigo 298, do Código Penal.
Veja só:
Desse modo, funcionário público (ou não), caso cometa o crime em tela, incorrerá em uma pena de reclusão de 1
a 5 anos, e multa.
Gabarito: Letra C.
A) III.
B) II e III.
C) II.
D) I e II.
E) I.
Resolução:
I – pelo contrário, meu amigo(a), pois a falsificação pode se dar de forma parcial.
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Gabarito: Letra B.
O crime de “petrechos de falsificação” (CP, art. 294), por expressa disposição do art. 295 do CP, tem a pena
aumentada de sexta parte se o agente
A) é funcionário público.
Gabarito: Letra B.
Resolução: conforme o artigo 297, §2º, do CP, tanto o título ao portador como o testamento particular são
considerados documentos públicos.
Gabarito: Letra A.
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Nos termos do quanto determina o art. 293 do Código Penal, aquele que recebe de boa-fé selo destinado a
controle tributário, descobre que se trata de papel falso e o restitui à circulação
A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
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b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação.
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis,
carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo
anterior.
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou
alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração,
incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular
ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências.
I – o crime em análise não se trata de falsidade ideológica, visto que este se encontra previsto no art. 299 do CP.
II – pelo contrário, meu amigo(a), veja o destaque acima. Nas condições apresentadas pela assertiva II, a figura
será privilegiada.
III – a única que se encontra correta, tendo em vista que se trata de crime contra a fé pública.
Gabarito: Letra C.
Resolução: aposto que você já matou essa, não é mesmo?! A resposta é um crime bem explorado por nos ao longo
da nossa aula. É, isso mesmo, meu amigo(a), o crime é o de falsidade ideológica (art. 299 do CP).
Gabarito: Letra C.
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Resolução: você se lembra do artigo 311-A, do CP, não é mesmo? Pois bem, no momento em que Paulo, vaza para
sua sobrinha o tema da redação do ENEM, estará incorrendo na figura do artigo 311-A, II, do CP.
Gabarito: Letra D.
Gabarito: conforme o artigo 299, parágrafo único, do CP, a falsidade ideológica terá sua pena aumenta se o agente
criminoso for funcionário público e cometer o crime prevalecendo-se do cargo. Viu só como a VUNESP gosta de
cobrar o crime do art. 299 do CP? Fique atento ao texto legal!
Gabarito: Letra E.
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Resolução: essa você já deve estar careca de saber, não é mesmo? Conforme o artigo 298 do CP, falsificar cartão
de crédito ou débito é considerada falsidade de documento particular.
Gabarito: Letra A.
Lista de questões.
1) Ano: 2014 Banca: VUNESP
Imagine que Pedro, ilicitamente, guarda consigo tintas, papéis e um aparelho capaz de fabricar moeda falsa. Tal
conduta.
A) Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito,
criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime diverso daquele que insere
ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita naqueles documentos e demais condições.
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B) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, cartão de crédito ou débito pratica o crime de falsificação de
documento público.
C) A pena prevista para aquele que destrói documento público é a mesma prevista para aquele que destrói
documento particular de que não podia dispor, desde que ambas sejam praticadas em benefício próprio ou de
outrem, ou em prejuízo alheio.
D) Aquele que falsifica, no todo ou em parte, testamento particular pratica o crime de falsificação de documento
particular.
E) Aquele que apenas cede moedas falsas incorre nas mesmas penas previstas para aquele que as falsifica,
fabricando-as ou alterando-as.
A) o patrimônio.
B) a administração da justiça.
C) a administração pública.
D) a fé pública.
E) as finanças públicas.
B) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, ou omite, em documento
público ou particular, declaração que dele devia constar.
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C) ou falsifica talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas
ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável.
D) ou altera selo, ou peça filatélica, que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
E) ou importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo
falsificado destinado a controle tributário.
A) o cartão de crédito, embora possua natureza de documento particular, é equiparado, para tipificação penal, a
documento público.
C) pratica crime apenas se for funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão.
A) A conduta de atribuir a terceiro falsa identidade é penalmente atípica, sendo crime apenas atribuir a si próprio
identidade falsa.
B) O crime de fraude em certames de interesse público configura-se pela divulgação de conteúdo de certame,
ainda que não sigiloso.
C) O crime de fraude em certames de interesse público prevê a figura qualificada, se dele resulta dano à
administração pública.
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D) A conduta de ceder o documento de identidade a terceiro, para que dele se utilize, é penalmente atípica, sendo
crime apenas o uso, como próprio, de documento alheio.
A) A falsificação de livros mercantis caracteriza o crime de falsificação de documento particular (art. 298 do CP).
B) O crime de falsidade ideológica (art. 299 do CP), em documento público, é próprio de funcionário público.
C) No crime de falsidade de atestado médico (art. 302 do CP), independentemente da finalidade de lucro do
agente, além da pena privativa de liberdade, aplica-se multa.
D) O crime de supressão de documento (art. 305 do CP), para se caracterizar, exige que o documento seja
verdadeiro.
E) O crime de falsificação de documento público (art. 297 do CP) é próprio de funcionário público.
B) a pena é exatamente a mesma, tanto com relação ao documento público como com relação ao documento
particular.
C) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “destruir documento".
D) o tipo penal pune a conduta de “suprimir documento", mas não a de “ocultar documento".
E) é punida com pena privativa de liberdade, na modalidade detenção, e multa.
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D) é fato atípico.
C) fabricação e alteração.
D) adulteração e corrupção
E) corrupção e produção.
A) Falsidade Material.
B) Falsificação de Papéis Públicos.
C) Adulteração de Selo.
D) Petrechos de Falsificação.
E) Falsidade Ideológica.
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“Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para
causar dano a outrem”. A conduta ora descrita, expressamente prevista no Código Penal, é denominada
C) Supressão de Documento.
D) Falsa Identidade.
C) Falsidade Ideológica
C) comete crime punível com detenção de seis meses a dois anos, e multa.
D) não merece ser punido pois, afinal de contas, agiu de boa-fé ao receber a moeda falsa.
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A) A falsificação somente pode ser feita tendo como objeto os papéis públicos, uma vez que tanto no art. 293 do
CP quanto em qualquer outro artigo de lei que trate sobre a matéria, não há previsão legal para a hipótese de
falsificação de documento particular.
B) Pela fabricação ou alteração do papel público.
I. configura-se apenas se a falsificação é total, ou seja, a mera alteração de documento público verdadeiro não
constitui crime;
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A) III.
B) II e III.
C) II.
D) I e II.
E) I.
O crime de “petrechos de falsificação” (CP, art. 294), por expressa disposição do art. 295 do CP, tem a pena
aumentada de sexta parte se o agente
A) é funcionário público.
B) é funcionário público, e comete o crime, prevalecendo-se do cargo.
C) tem intuito de lucro.
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A) I, apenas.
B) II, apenas.
C) III, apenas.
D) II e III, apenas.
E) I, II e III.
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Gabarito.
1. A
2. E
3. D
4. A
5. A
6. C
7. E
8. C
9. D
10. E
11. A
12. E
13. D
14. C
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15. E
16. D
17. A
18. D
19. C
20. B
21. A
22. C
23. B
24. B
25. A
26. C
27. C
28. D
29. E
30. A
Resumo direcionado.
Agora, meu amigo(a), diferentemente do que ocorreu em aulas anteriores, trarei a você um panorama geral
do que você gravar com mais frequência para a sua prova.
Vamos lá!
Os requisitos da immutatio veritatis e da immitatio veritatis correspondem aos verbos nucleares falsificar e
alterar.
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Nos crimes assimilados ao de moeda falsa, é necessário que você saiba o conteúdo dessa tabela:
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Esse é o lavrado por agente público no exercício de Nesse caso, o interesse é essencialmente privado,
suas funções e o seu conteúdo corresponde a mas o documento é emanado de entes públicos.
questões inerentes ao interesse público. (atos (escritura pública de compra e venda de imóvel,
legislativos, executivos e judiciários, p.ex.) lavrada no tabelionato de notas, p.ex.)
O título ao portador ou transmissível por endosso Aqui, meu(a) caro(a) colega, estamos tratando do
cheque, nota promissória, letra de câmbio e etc.
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104, STJ – Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de
documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino.
62, STJ – Compete a Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na CTPS, atribuído à
empresa privada.
17, STJ – Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.
INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE Aqui, o criminoso substitui o conteúdo verdadeiro por
DEVERIA SER ESCRITA outro que, embora contenha informações diversas,
tem a mesma natureza
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO FALSA Nesse caso, a falsidade é mediata, tendo em vista que
o falsário induz terceiro a inserir informação falsa no
documento. É claro que o terceiro não responderá
pelo crime, a menos que tenha consciência de estar
praticando a falsificação.
FAZER INSERIR DECLARAÇÃO DIVERSA DA QUE O agente induz um terceiro a substituir uma
DEVIA CONSTAR informação verdadeira por outra.
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(a consumação ocorre de forma instantânea, sem se prolongar no tempo) e unissubssistente (eis que o agente usa
o documento e o crime está consumado, ou não usa e não há crime).
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