Você está na página 1de 83

Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.

954-70

SUMÁRIO
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................... 6
Introdução ...................................................................................................................... 6
Estado .............................................................................................................................. 6
Conceito ...................................................................................................................... 6
Elementos..................................................................................................................... 6
Governo .......................................................................................................................... 7
Conceito ...................................................................................................................... 7
Administração Pública .................................................................................................. 8
Conceito ...................................................................................................................... 8
Sentido: Amplo ou Restrito ......................................................................................... 8
Sentido: Formal, Subjetivo ou Orgânico ................................................................... 9
Sentido: Material, Objetivo ou Funcional ................................................................. 9
Sentido: Introverso e Extroverso .............................................................................. 10
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ..................................................................... 11
Regime Jurídico-Administrativo .................................................................................. 11
Conceito .................................................................................................................... 11
Princípio da Supremacia do Interesse Público ......................................................... 11
Conceito .................................................................................................................... 11
Interesse Público: Primário e Secundário ............................................................... 12
Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público ................................................. 12
Conceito .................................................................................................................... 12
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS .................................................................... 13
Introdução .................................................................................................................... 13
Princípio da Legalidade .............................................................................................. 13
Conceito .................................................................................................................... 13
Princípio da Impessoalidade ...................................................................................... 14
Conceito .................................................................................................................... 14
Princípio da Moralidade .............................................................................................. 15
Conceito .................................................................................................................... 15
Condição de Validade da Atuação Administrativa ............................................ 16
Princípio da Publicidade ............................................................................................. 17
Conceito .................................................................................................................... 17
Subprincípios ............................................................................................................. 19
Exceções ao Princípio da Publicidade................................................................... 19
Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/11) ..................................................... 19

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

1
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Princípio da Eficiência ................................................................................................. 20


Conceito .................................................................................................................... 20
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ................................................................................... 21
Introdução .................................................................................................................... 21
Conceito .................................................................................................................... 21
Técnicas ..................................................................................................................... 21
DESCONCENTRAÇÃO ...................................................................................................... 21
Conceito ....................................................................................................................... 21
Características ............................................................................................................. 22
ÓRGÃO PÚBLICO ............................................................................................................. 22
Conceito ....................................................................................................................... 22
Teorias da Manifestação de Vontade ....................................................................... 25
Classificação ................................................................................................................ 26
Posição Hierárquica ................................................................................................. 26
Estrutura ..................................................................................................................... 28
Atuação Funcional ................................................................................................... 28
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA ............................................................................................. 30
CONCEITO ..................................................................................................................... 30
Descentralização ......................................................................................................... 30
Conceito .................................................................................................................... 30
Distinção: Desconcentração x Descentralização ................................................. 31
Espécies ..................................................................................................................... 31
Entidades ...................................................................................................................... 32
Conceito .................................................................................................................... 32
Espécies ..................................................................................................................... 32
Natureza Jurídica ...................................................................................................... 33
Características Comuns ........................................................................................... 35
AUTARQUIAS ..................................................................................................................... 37
Conceito ....................................................................................................................... 37
Características ............................................................................................................. 37
Espécies ......................................................................................................................... 39
Autarquias Territoriais ............................................................................................... 39
Agências Executivas ................................................................................................. 39
Agências Reguladoras ............................................................................................. 40
FUNDAÇÕES PÚBLICAS .................................................................................................... 42
Conceito ....................................................................................................................... 42
Características ............................................................................................................. 42
EMPRESAS ESTATAIS .......................................................................................................... 44

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

2
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Conceito ....................................................................................................................... 44
Características ............................................................................................................. 44
Finalidade .................................................................................................................. 46
Espécies ......................................................................................................................... 46
Empresas Públicas ..................................................................................................... 46
Sociedades de Economia Mista .............................................................................. 48
Distinção .................................................................................................................... 49
Empresas Subsidiárias .................................................................................................. 50
Conceito .................................................................................................................... 50
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................... 51
Introdução .................................................................................................................... 51
ABUSO DE PODER ............................................................................................................. 51
Conceito ....................................................................................................................... 51
Ato Comissivo ou Omissivo .......................................................................................... 51
Modalidades: Desvio e Excesso de Poder ................................................................. 52
PODER: VINCULADO E DISCRICIONÁRIO ....................................................................... 53
Poder Vinculado .......................................................................................................... 53
Conceito .................................................................................................................... 53
Poder Discricionário ..................................................................................................... 53
Conceito .................................................................................................................... 53
Fundamentos da Discricionariedade ..................................................................... 54
PODER HIERÁRQUICO ...................................................................................................... 54
Conceito ....................................................................................................................... 54
Delegação .................................................................................................................... 55
Conceito .................................................................................................................... 55
Características .......................................................................................................... 56
Avocação ..................................................................................................................... 57
Conceito .................................................................................................................... 57
Características .......................................................................................................... 57
Comparativo ................................................................................................................ 57
PODER NORMATIVO ......................................................................................................... 59
Conceito ....................................................................................................................... 59
Poder Regulamentar .................................................................................................... 59
Conceito .................................................................................................................... 59
Regulamentos ............................................................................................................... 61
Espécies ..................................................................................................................... 61
Decreto Autônomo ................................................................................................... 62
PODER DISCIPLINAR ......................................................................................................... 63

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

3
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 63
Conceito .................................................................................................................... 63
Sujeito Passivo ........................................................................................................... 63
Características ............................................................................................................. 63
Discricionariedade ....................................................................................................... 64
PODER DE POLÍCIA .......................................................................................................... 65
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 65
Conceito .................................................................................................................... 65
Conceito Legal ......................................................................................................... 65
Sentido: Amplo e Restrito ......................................................................................... 65
Polícia Administrativa x Polícia Judiciária ................................................................. 66
Poder de Polícia x Poder Disciplinar .......................................................................... 67
Características ............................................................................................................. 68
Atributos ........................................................................................................................ 68
Ciclos de Polícia ........................................................................................................... 69
Delegação do Poder de Polícia ................................................................................. 70
Classificação ............................................................................................................. 70
Delegabilidade ......................................................................................................... 71
ATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................................. 72
Introdução .................................................................................................................... 72
Conceito .................................................................................................................... 72
Competência ............................................................................................................ 72
Atos da Administração ............................................................................................. 72
Fato Administrativo ................................................................................................... 73
Silêncio Administrativo ............................................................................................. 74
Classificação dos Atos Administrativos...................................................................... 74
Atos: Vinculados e Discricionários .......................................................................... 74
Atos: Simples, Compostos e Complexos ................................................................. 74
Atos: Império e Gestão ............................................................................................ 76
Atos: Abstratos e Concretos .................................................................................... 76
Atos: Gerais, Coletivos e Individuais ....................................................................... 77
Atos: Internos e Externos .......................................................................................... 77
ATOS ADMINISTRATIVOS .................................................................................................. 78
Introdução .................................................................................................................... 78
Atos Normativos ........................................................................................................... 78
Conceito .................................................................................................................... 78
Espécies ..................................................................................................................... 78
Atos Ordinatórios .......................................................................................................... 79

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

4
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Conceito .................................................................................................................... 79
Espécies ..................................................................................................................... 79
Atos Negociais .............................................................................................................. 80
Conceito .................................................................................................................... 80
Espécies ..................................................................................................................... 80
Atos Enunciativos ......................................................................................................... 81
Conceito .................................................................................................................... 81
Espécies ..................................................................................................................... 82
Responsabilidade do Parecerista ........................................................................... 83
Atos Punitivos ................................................................................................................ 83
Conceito .................................................................................................................... 83

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

5
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

INTRODUÇÃO
A introdução ao estudo do Direito Administrativo pressupõe o prévio conhecimento
dos conceitos de: Estado, Governo e Administração Pública.

ESTADO
CONCEITO
Segundo Matheus Carvalho1, o Estado é uma instituição organizada política, social e
juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de Direito Público, submetida às
normas estipuladas pela Constituição e dirigida por um governo que possui soberania
reconhecida tanto interna como externamente.

O Estado em Rede é uma forma de atuação administrativa, caracterizada pelo


compartilhamento da autoridade com diversas instituições, instâncias e organizações.

Dessa forma, permite-se uma maior aproximação da Administração Pública com a


sociedade.

ELEMENTOS
A doutrina majoritária reconhece 03 (três) elementos essenciais do Estado: povo,
território e governo.

Nesse sentido:

1. POVO – É a dimensão pessoal do Estado, caracterizado pelos indivíduos que


lhe compõe;

2. TERRITÓRIO - É a dimensão espacial do Estado, limite territorial de sua


soberania;

3. GOVERNO – É o elemento condutor do Estado;

De forma esquematizada:

1 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 32

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

6
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

GOVERNO
CONCEITO
O Governo é o elemento condutor do Estado e sua definição irá depender do sentido
a ser adotado.

Assim, no sentido subjetivo, Governo é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela


condução dos interesses estatais.

Por outro lado, no sentido objetivo (ou material), Governo é a atividade diretiva do
Estado.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

7
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza2, Administração Pública é o conjunto de órgãos e agentes
estatais no exercício da função administrativa, independentemente de serem
pertencentes ao Poder Executivo, ao Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro
organismo estatal.

SENTIDO: AMPLO OU RESTRITO


A Administração Pública em sentido amplo engloba tanto os órgãos de governo
(dotados de função política) quanto os órgãos administrativos (que desempenham
funções meramente administrativas).

Por outro lado, em sentido restrito, a Administração Pública se limita aos órgãos
administrativos, que desempenham as atividades administrativas, ou seja, executam as
decisões políticas dos órgãos de governo.

De forma esquematizada:

2 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 58

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

8
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

SENTIDO: FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO


A Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou orgânico, é o conjunto de
órgãos, pessoas jurídicas e agentes que exercem a função administrativa.

Por exemplo, a ANVISA, uma autarquia federal, é classificada como Administração


Pública em sentido formal, exercendo a função de entidade responsável pela vigilância
sanitária (função administrativa).

SENTIDO: MATERIAL, OBJETIVO OU FUNCIONAL


Por outro lado, a Administração Pública em sentido material, objetivo ou funcional, é
a própria função administrativa, ou seja, a atividade estatal no sentido de atender o
interesse público.

Por exemplo, o exercício do poder de polícia pela entidade sanitária é Administração


Pública em sentido material.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

9
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

SENTIDO: INTROVERSO E EXTROVERSO


A Administração Pública introversa é o conjunto de relações existente entre o Poder
Público e seus agentes, ou seja, relacionada à atividade-meio. Por exemplo, normativos
direcionados ao pessoal interno, bens públicos, etc.

Por outro lado, a Administração Pública extroversa é o complexo de vínculos entre a


Administração e os particulares, ou seja, relacionada à sua atividade-fim, que é o
atendimento do interesse público.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

10
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza3, o regime jurídico-administrativo é “o conjunto formado
por todos os princípios e regras pertencentes ao Direito Administrativo”.

Nesse sentido, o estudo dos princípios do Direito Administrativo envolve a análise do


chamado regime jurídico-administrativo que tem como objetivo alcançar o interesse
público.

PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO


CONCEITO
A supremacia do interesse público, princípio implícito, significa que o interesse
público prevalece sobre o interesse particular.

É exatamente a posição de superioridade do Poder Público que justifica a existência


de prerrogativas (privilégios) em seu favor, se comparado aos particulares.

Por exemplo, a Defesa Civil pode determinar a desocupação de áreas de risco em


prol da segurança da coletividade.

De forma esquematizada:

3 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 58
4 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 32

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

11
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

INTERESSE PÚBLICO: PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO


A doutrina faz distinção entre interesse público primário e secundário.

Nesse sentido, o interesse público primário está relacionado ao interesse do povo, ao


passo que o interesse público secundário, do Estado, como sujeito de direitos e obrigações.

Por exemplo, o interesse público primário pode ser observado quando se obedece à
regra do concurso público, que busca selecionar o indivíduo mais apto a preencher o
cargo público, já que, em tese, prestará um serviço com maior qualidade.

Por outro lado, o interesse público secundário ocorre, por exemplo, quando o Estado
busca aumentar seu patrimônio por meio de cobrança de juros em empréstimos
fornecidos pelos bancos estatais.

De forma esquematizada:

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza5, o princípio da indisponibilidade do interesse público
preceitua que os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido.

Como consequência desse princípio, não é possível que os agentes públicos


renunciem às suas atribuições e poderes conferidos pelo Estado.

5 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 116

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

12
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXPLÍCITOS


INTRODUÇÃO
A Constituição Federal apresenta um rol de princípios relacionados ao Direito
Administrativo, previsto no art. 37, caput.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: (...)

Por óbvio, são princípios explícitos, mas não são os únicos descritos na CF/88, sendo,
portanto, um rol exemplificativo.

Há um método mnemônico muito utilizado para recordar os princípios descritos no


dispositivo constitucional.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
CONCEITO
O princípio da legalidade afirma que a Administração Pública só deve atuar quando
a lei a autorizar.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

13
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Segundo o princípio da juridicidade, a Administração Pública deve obediência a


todo ordenamento jurídico e não apenas à lei.

Dessa forma, é possível dizer que a juridicidade é uma ampliação do conteúdo


tradicional de lei, conforme lição de Alexandre Mazza6.

PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
CONCEITO
O princípio da impessoalidade apresenta 02 (dois) sentidos distintos: a)
imparcialidade na atuação da Administração Pública; b) a atuação do agente público é
imputada à Administração Pública.

De forma esquematizada:

No primeiro sentido, o princípio da impessoalidade está associado à finalidade


pública, que é a satisfação do interesse coletivo.

Dessa forma, impede-se que o agente público atue conforme seus interesses
particulares ou de terceiros.

6 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 127

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

14
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Por exemplo, a exigência de concurso público para o provimento de cargos expressa


o princípio da impessoalidade, pois será aprovado o candidato mais apto, segundo o
critério da prova realizada, evitando-se, assim, o “apadrinhamento” no serviço público.

Por outro lado, o segundo sentido do princípio da impessoalidade busca impedir a


autopromoção do agente público.

Destaca-se a redação do art. 2º, parágrafo único, III, da Lei nº 9.784/99.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão


observados, entre outros, os critérios de:
(...)
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes ou autoridades;

Assim, é vedada a associação direta da atuação da Administração Pública com a


imagem do administrador. Como exemplo, uma obra pública não foi realizada pelo
Prefeito, mas pela Municipalidade.

O desrespeito ao princípio da impessoalidade pode configurar, inclusive, ato de


improbidade administrativa.

PRINCÍPIO DA MORALIDADE
CONCEITO
Segundo Matheus Carvalho7, o princípio da moralidade é a exigência da
honestidade, lealdade, boa-fé de conduta no exercício da função administrativa.

7 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 72

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

15
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

O art. 2º, parágrafo único, IV, da Lei nº 9.784/99, apresenta um conceito legal da
atuação segundo o princípio da moralidade.

Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão


observados, entre outros, os critérios de:
(...)
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
boa-fé;

CONDIÇÃO DE VALIDADE DA ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA


Como visto anteriormente, o princípio da legalidade exerce um importante papel
limitador da atuação da Administração Pública.

Nesse sentido, ao realizar o controle externo, o Poder Judiciário pode anular os atos
administrativos contrários à lei (controle de legalidade).

Contudo, é possível imaginar situações em que, dentro do âmbito do mérito


administrativo (discricionariedade), a atuação do agente público é legal, mas demonstra,
claramente, uma má administração da coisa pública.

Cita-se como exemplo preenchimento de cargos comissionados que, em tese, são


de livre nomeação do administrador. Assim, do ponto de vista da legalidade, o nepotismo
não seria ilegal, apesar de imoral.

Por óbvio, o nepotismo é vedado no Brasil e é por meio do princípio da moralidade


que se torna possível o desfazimento de nomeação de parentes em cargos comissionados
pelo Poder Judiciário, ou seja, para o ato administrativo, não basta ser legal, tem que ser,
também, moral.

Não por outro motivo foi editada a Súmula Vinculante nº 13:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

16
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

A resposta é, em regra, NÃO8.

Segundo o STF, a Súmula Vinculante nº 13 não se aplica aos cargos de natureza


política.

Contudo, o Tribunal ressalva algumas hipóteses em que é possível considerar a


nomeação ilícita.

PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza9, o princípio da publicidade é o dever de divulgação
oficial dos atos administrativos.

Trata-se, inclusive, de direito fundamental previsto no art. 5º, XXXIII, da CF/88.

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo

8
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os
cargos de Secretário Estadual e Municipal. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/815074618f19008da3c78b95a2f5b964>. Acesso em: 17/11/2021
9 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 144

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

17
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de


responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Aliás, o habeas data, remédio constitucional, tem a função de garantir o acesso às


informações pessoais do impetrante, quando estas lhe forem negadas por entidades
governamentais ou de caráter público.

Art. 5º, LXXII - conceder-se-á habeas data:


a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de
dados de entidades governamentais ou de caráter público;

A resposta é NÃO.

Segundo o STF, a divulgação dos vencimentos dos servidores públicos é informação


de interesse público.

Nesse sentido:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

18
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

SUBPRINCÍPIOS
A doutrina enxerga 02 sentidos (ou subprincípios) à publicidade administrativa: a)
transparência; b) divulgação oficial.

A transparência está associada ao controle da sociedade dos atos praticados pela


a Administração Pública, sendo, inclusive, um instrumento da concretização do princípio
da moralidade.

Por outro lado, a divulgação oficial dos atos administrativos é condição de eficácia
do ato, conforme doutrina majoritária.

De forma esquematizada:

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE


Apesar de muito importante, o princípio da publicidade não é absoluto, com
exceções previstas no próprio texto constitucional.

Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Dessa forma, é possível a decretação de sigilo à informação nas hipóteses de


segurança da sociedade e do Estado, bem como haja a necessidade da preservação da
intimidade (informações de cunho pessoal).

LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO (LEI Nº 12.527/11)


Com o objetivo de regulamentar o art. 5º, XXXIII, da CF/88, foi editada a Lei de Acesso
à Informação, que estabelece requisitos mínimos para a divulgação de informações
públicas e procedimentos para o acesso por qualquer pessoa, a fim de favorecer o
controle social e a melhoria na gestão pública10.

10 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 148.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

19
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Caso o a informação seja negada, há possibilidade de interposição de recurso da


decisão no prazo de 10 dias, que será endereçada ao superior hierárquico do agente que
indeferiu o pedido.

Por fim, é importante destacar a classificação referente à sensibilidade da


informação em: ultrassecreta, secreta ou reservada.

Nesse sentido:

Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públicas,


observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada
como ultrassecreta, secreta ou reservada.

§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação,


conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da
data de sua produção e são os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
CONCEITO
O princípio da eficiência foi incluído no art. 37, caput, da CF/88, com a Emenda
Constitucional nº 19/98, no contexto da Reforma Administrativa, que implementou o
modelo gerencial na Administração Pública.

Não há como deixar de associar o princípio da eficiência com a economicidade,


que significa a redução de custo na prestação do serviço público, ou seja, evita-se o
desperdício de recursos.

Dessa forma, não basta que haja apenas boa qualidade no serviço público, pois se
houve um gasto excessivo em sua prestação, não foi atendido o princípio da eficiência.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

20
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

INTRODUÇÃO
CONCEITO
A organização administrativa é a forma de estruturação da Administração Pública,
seja por meio de divisão interna (órgãos públicos), seja por meio de outras pessoas jurídicas
(entidades).

TÉCNICAS
Segundo a doutrina, a organização administrativa se implementa por 02 técnicas:
desconcentração e descentralização.

Dada a relevância do tema, tais técnicas serão abordadas, separadamente, nos


próximos tópicos.

DESCONCENTRAÇÃO
CONCEITO
A desconcentração consiste em distribuir as competências administrativas dentro da
estrutura do ente político ou da entidade, por meio da criação de órgãos públicos.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

21
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Por exemplo, ocorre a desconcentração administrativa com a criação do


Departamento de Policia Federal, que é um órgão público subordinado ao Ministério da
Justiça.

CARACTERÍSTICAS
A desconcentração é caracterizada pela divisão de competência sem a criação de
nova pessoa jurídica.

Como consequência, há vínculo hierárquico (subordinação) entre os órgãos públicos


que compõem a mesma estrutura do ente político/entidade.

De forma esquematizada:

ÓRGÃO PÚBLICO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza11, órgão público é “um núcleo de competências estatais
sem personalidade jurídica”.

O art. 1°, §2°, I, da Lei n° 9.784/99, apresenta a seguinte definição:

Art. 1°, § 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

11 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 287

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

22
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Para melhor ilustrar o órgão público, segue o esquema abaixo.

Percebe-se que o órgão público é “parte” do “corpo” ente político/entidade.

A resposta é SIM.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

23
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

A desconcentração é um fenômeno que ocorre, também, na Administração Indireta


(descentralização), pois nada impede que a entidade distribua sua competência em
órgãos públicos.

Por exemplo, o INSS possui diversos órgãos internos para a execução de suas
atividades (setor de perícia, análise documental, etc.).

A resposta é, em regra, NÃO.

Diante da ausência de personalidade jurídica, os órgãos públicos não podem


demandar ou serem demandados judicialmente.

Por exemplo, se uma viatura da PRF (órgão público) colide com o carro de um
particular, a ação de indenização deverá ser ajuizada contra a União (ente político).

Excepcionalmente, determinados órgãos públicos (independentes e autônomos)


têm capacidade processual ativa (personalidade judiciária), ou seja, podem postular
judicialmente, desde que a ação esteja relacionada aos interesses e às prerrogativas
institucionais do órgão.

Nesse sentido:

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

24
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

TEORIAS DA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE


A doutrina apresenta algumas teorias acerca da atuação do agente público e sua
relação com a Administração.

1. TEORIA DA IDENTIDADE – Segundo Alexandre Mazza12, o agente e o órgão público


formam uma unidade inseparável. Contudo, por essa teoria, a morte do agente
resultaria na extinção do órgão público;

2. TEORIA DO MANDATO – A relação entre o agente e a Administração Pública é um


vínculo contratual, uma espécie de mandato. O equívoco dessa teoria reside em não
ser possível apontar o momento em que o agente obteve o mandato para representar
a Administração;

3. TEORIA DA REPRESENTAÇÃO – O Estado é equiparado ao incapaz (Direito Civil), dessa


forma, o agente atuaria como um curador da Administração Pública. A teoria falha
em explicar como o Estado, sendo incapaz, poderia nomear o agente público como
seu representante;

4. TEORIA DO ÓRGÃO (IMPUTAÇÃO VOLITIVA) – Segundo Matheus Carvalho13, “pode se


dizer que as pessoas físicas integram órgãos públicos e a manifestação destes órgãos
apresenta a vontade da pessoa jurídica”;

12 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 197
13 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 175

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

25
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

No Brasil, é adotada a teoria do órgão, que foi desenvolvida por Otto Friedrich von
Gierke. Dessa forma, a atuação do agente público é imputada ao próprio Estado.

De forma esquematizada:

CLASSIFICAÇÃO
A doutrina apresenta diversas classificações de órgãos públicos, a depender do
critério adotado.

POSIÇÃO HIERÁRQUICA
Sem dúvidas, é a classificação mais exigida nos concursos públicos e se divide em:
independentes, autônomos, superiores e subalternos.

Vale registrar que as espécies acima estão na ordem decrescente de posição


hierárquica.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

26
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Os órgãos independentes correspondem à cúpula dos Poderes, sendo, portanto,


previstos na Constituição Federal e não são subordinados a nenhum outro órgão. São
exemplos: Presidência da República, Casas Legislativas e Tribunais.

Por outro lado, os órgãos autônomos encontram-se, imediatamente, abaixo dos


órgãos independentes e possuem autonomia administrativa, financeira e técnica. São
exemplos: Ministérios e Secretarias.

Segundo Alexandre Mazza14, os órgãos superiores “possuem competências diretivas


e decisórias, mas se encontram subordinados a uma chefia superior. Não tem autonomia
administrativa e financeira. Exemplos: Gabinetes, Secretarias-Gerais, (...)”.

Por fim, os órgãos subalternos detêm apenas competências executórias. São


exemplos: Delegacias.

De forma esquematizada:

14 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 197

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

27
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ESTRUTURA
Segundo Matheus Carvalho15, órgão simples (unitário) é aquele que “possui uma
estrutura formada por única unidade orgânica, possui um só centro de competência”. É o
caso da Presidência da República.

Por outro lado, órgão composto “reúne outros órgãos ligados à sua estrutura,
ensejando umas desconcentração e divisão de atividades”. Como exemplo, o autor cita
o Congresso Nacional, que é formado pelo Senado Federal e a Câmara dos Deputados.

De forma esquematizada:

ATUAÇÃO FUNCIONAL
O órgão singular é aquele que atua mediante a manifestação de vontade de apenas
um único agente público, como exemplo, a Presidência da República.

Por outro lado, o órgão colegiado atua mediante a decisão de um colegiado (grupo)
de agentes, por exemplo, as Assembleias Legislativas.

De forma esquematizada:

15 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 173

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

28
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

29
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza16, a Administração Indireta é “composta por pessoas
jurídicas autônomas com natureza de direito público ou de direito privado”.

DESCENTRALIZAÇÃO
CONCEITO
A Administração Indireta está diretamente relacionada à descentralização
administrativa.

A descentralização pode ser conceituada como a transferência da competência


administrativa para outra pessoa jurídica.

Dessa forma, o ente político, detentor da competência administrativa, transfere a


execução/prestação da atividade a terceiro (entidade ou particular).

16 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 305

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

30
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

DISTINÇÃO: DESCONCENTRAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO


Um tema bastante exigido nos concursos públicos é a distinção entre os institutos da
descentralização e da desconcentração.

De forma esquematizada:

ESPÉCIES
A descentralização pode ser realizada de 02 (duas) formas:

5. Outorga (Descentralização por serviço ou funcional) – Além da atividade


administrativa, há transferência de sua titularidade, ou seja, transfere-se a própria
competência à entidade;

6. Delegação (Descentralização por colaboração) – Apenas a execução da atividade


administrativa é transferida, sendo que a titularidade permanece com o ente político;

Para a doutrina majoritária, a outorga é admitida apenas para entidades de direito


público, como exemplo, uma autarquia.

Por outro lado, a delegação é realizada para particulares, por meio de contratos
administrativos, ou para entidades de direito privado, como exemplo, uma sociedade de
economia mista.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

31
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

17

ENTIDADES
CONCEITO
Entidades são pessoas jurídicas criadas ou autorizadas sua criação por meio de lei
específica e que integram a Administração Indireta.

ESPÉCIES
As espécies de entidades estão previstas no Decreto-Lei nº 200/67.

Art. 4° A Administração Federal compreende:


(...)
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes
categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista.
d) fundações públicas.

17 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 168

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

32
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

A associação pública é uma figura criada pela Lei nº 11.107/05, que instituiu os
chamados consórcios públicos.

Nesse sentido, quando o consórcio público for implementado por meio de uma
pessoa jurídica de direito público, tal entidade será denominada de associação pública,
que terá natureza jurídica de uma autarquia.

Portanto, não se trata de uma nova modalidade de entidade da Administração


Indireta.

De forma esquematizada:

NATUREZA JURÍDICA
A natureza jurídica da entidade da Administração Indireta é que definirá todas as
suas características.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

33
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Nesse sentido, é bastante importante reconhecer se a entidade terá natureza jurídica


de direito público ou de direito privado.

Por exemplo, a autarquia é uma entidade de natureza pública, assim, será submetida
ao chamado regime jurídico administrativo, com necessidade de obedecer a todos os
regramentos impostos à Administração Direta.

Por outro lado, uma sociedade de economia mista é uma entidade de natureza
privada, de forma que será submetida, em regra, à mesma disciplina conferida às
empresas privadas.

Dessa forma:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

34
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

CARACTERÍSTICAS COMUNS
Como dito anteriormente, as entidades da Administração Indireta possuem suas
especificidades, contudo, algumas características lhes são comuns e é bastante
importante identificá-las.

1. Personalidade jurídica – a existência de personalidade jurídica é a principal distinção


entre a entidade e um órgão público. Dessa forma, as entidades são detentoras de
direitos e deveres na ordem jurídica, bem como possuem patrimônio próprio e
autonomia administrativa-organizacional;

2. Ausência de hierarquia ou subordinação – não há relação de hierarquia ou


subordinação entre a Administração Direta e as entidades da Administração Indireta.
Assim, a doutrina aponta que entre elas há, apenas, a vinculação (tutela
administrativa), também conhecida como controle finalístico;

3. Finalidade específica – toda entidade é criada com um propósito específico, tenha


ela natureza jurídica de direito público ou privado;

O controle finalístico, como o próprio nome sugere, é uma supervisão exercida pela
Administração Direta, de forma limitada, e visa, apenas, verificar se a entidade está
cumprindo sua finalidade.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

35
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

A supervisão ministerial está prevista no art. 19 do Decreto-Lei nº 200/67, nos seguintes


termos:

Art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta


ou indireta, está sujeito à supervisão do Ministro de Estado
competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados
no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do
Presidente da República.

Assim, no âmbito da União, as entidades federais e os órgãos públicos da


Administração Direta federal estão sujeitos à supervisão do Ministério correspondente.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

36
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

AUTARQUIAS

CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza18, as autarquias “são pessoas jurídicas de direito interno,
pertencentes à Administração Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício
de atividades típicas da Administração Pública”.

São exemplos de autarquias: INSS, ICMBio e Universidades Federais.

O conceito legal da autarquia encontra-se no art. 5º, I, do Decreto-Lei nº 200/67, nos


seguintes termos:

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:


I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para
executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada.

CARACTERÍSTICAS
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por meio de lei
específica, para o desenvolvimento de atividade típica de Estado.

18 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 206

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

37
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

Diante disso, é possível observar que:

4. Pessoal – Seu quadro é composto por servidores públicos, ou seja, a relação é


estatutária e é exigido o regime jurídico único;

5. Responsabilidade civil – a responsabilidade civil da autarquia é objetiva, assim, aplica-


se o art. 37, §6º, da Constituição Federal. Dessa forma, não se discute dolo ou culpa na
chamada teoria do risco administrativo;

6. Bens públicos – os bens das autarquias são impenhoráveis e não são sujeitos à
usucapião. Ademais, seus débitos são pagos por meio de precatórios;

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

38
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ESPÉCIES
AUTARQUIAS TERRITORIAIS
As autarquias territoriais é denominação dada aos chamados Territórios, que estão
previstos no art. 33 da Constituição Federal.

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e


judiciária dos Territórios.
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais
se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

Para a doutrina19, a criação de territórios pelos entes políticos é espécie de


descentralização política, não integrando a Administração Indireta (descentralização
administrativa).

Por exemplo, o atual Estado do Acre foi criado como território federal no ano de 1904.

AGÊNCIAS EXECUTIVAS
As agências executivas são autarquias ou fundações públicas que celebram
contrato de gestão com o Ministério Supervisor. Por exemplo, o Inmetro é uma autarquia
classificada como agência executiva.

Assim, não se trata de uma nova espécie de entidade, mas um status conferido à
autarquia, que ganha maior autonomia e orçamento, conforme consta no art. 37, §8º, da
Constituição Federal.

Art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira


dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a
fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos,
obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
III - a remuneração do pessoal.

19 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo – 8ª ed. rev. ampl. E atual – JusPODIVM, 2021, pág. 193

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

39
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

AGÊNCIAS REGULADORAS
As agências reguladoras são autarquias criadas em regime especial para fiscalizar,
regular e normatizar a prestação de serviços públicos por particulares20.

Tais entidades tiveram seu surgimento no Programa Nacional de Desestatização, que


representou a política de transferir a prestação de serviços públicos para o setor privado,
desonerando seu custo elevado e oferecendo maior eficiência em sua execução.

Dessa forma, cabe às agências reguladoras garantir que os serviços públicos


desestatizados mantenham padrões de qualidade e modicidade nas tarifas de forma a
atender o interesse público.

São exemplos de agências reguladoras a ANATEL (Agência Nacional de


Telecomunicações) e a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

20 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo – 8ª ed. rev. ampl. E atual – JusPODIVM, 2021, pág. 194

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

40
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

41
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

CONCEITO
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo 21, as fundações públicas são
patrimônio público personificado em que a figura do instituidor é uma pessoa política e o
seu objeto é uma atividade de interesse social.

São exemplos de fundações públicas: FUNAI e FUNASA.

O conceito legal da fundação pública encontra-se no art. 5º, IV, do Decreto-Lei nº


200/67, nos seguintes termos:

Art. 5º, IV - Fundação Pública - a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos,
criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da
União e de outras fontes.

De forma esquematizada:

CARACTERÍSTICAS
A natureza jurídica das fundações públicas é um tema bastante polêmico na
doutrina.

Segundo a redação dada pelo art. 5°, IV, do Decreto-Lei n° 200/67, a fundação
pública tem personalidade jurídica de direito privado.

Ocorre que, ao longo do tempo, foram criadas diversas fundações públicas que
gozavam de características muito semelhantes às autarquias, isso com o objetivo de fugir
do controle mais rigoroso dado às últimas.

21 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

42
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Em resumo, optava-se pela criação de fundações públicas para evitar o controle


público exercido sobre as pessoas de direito público.
Atualmente, para evitar mencionada manobra política, a corrente doutrinária
majoritária aponta que a natureza jurídica da fundação pública deverá observar a forma
de criação da fundação pública.

Assim, se a lei específica autoriza a criação da fundação pública, sua natureza


jurídica será de direito privado. Contudo, se a própria lei criar a fundação pública, sua
natureza será de direito público.

De forma esquematizada:

É importante destacar que a fundação pública de direito público terá as mesmas


prerrogativas e características da autarquia.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

43
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

EMPRESAS ESTATAIS

CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza22, as empresas estatais são pessoas jurídicas de direito
privado não fundacionais pertencentes à Administração Indireta, a saber: empresas
públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias.

Coube à Lei n° 13.303/2016 disciplinar o estatuto jurídico das empresas públicas e das
sociedades de economia mista no âmbito de todos os entes políticos.

Inclusive, a lei mencionada apresentou a definição legal de tais entidades.

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade


jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios.

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta.

Mais adiante, analisaremos as distinções entre as duas espécies.

CARACTERÍSTICAS
As empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado cuja a criação depende
de autorização legal.

Dessa forma, suas principais características vão ser bem diversas em relação à
Administração Direta e às autarquias.

22 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 235

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

44
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Nesse sentido, é possível ressaltar as seguintes características:

1. Criação – Não é a lei específica que cria a empresa pública ou a sociedade


de economia mista, mas o registro dos atos constitutivos no órgão
competente, por exemplo, Junta Comercial;

2. Benefícios fiscais – Por exercerem atividades econômicas em


concorrência com empresas particulares, não é possível conceder
benefícios fiscais às empresas estatais, sob pena de afetar a livre
concorrência;

3. Pessoal – As empresas públicas e sociedades de economia mista


preenchem seus quadros com empregados públicos, sendo submetidos
às leis trabalhistas. É importante destacar que mesmo submetidos à CLT,
os empregados públicos são admitidos mediante prévia aprovação em
concurso público;

4. Responsabilidade civil – A responsabilidade civil das empresas estatais


vai depender se a entidade exerce atividade econômica ou se presta
serviços públicos. Na primeira hipótese, a responsabilidade será
subjetiva, de forma idêntica às empresas privadas. Por outro lado, na
segunda hipótese, a responsabilidade será objetiva, de acordo com a
teoria do risco administrativo;

5. Bens – Apesar da polêmica que envolve o tema, prevalece o


entendimento de que os bens das empresas públicas e das sociedades
de economia mista não são bens públicos. Destaca-se que os bens das
empresas estatais que estejam diretamente relacionados à prestação
de serviços públicos são dotados de prerrogativas como
impenhorabilidade e impossibilidade de usucapião;

6. Licitação – As empresas estatais são obrigadas a licitar, devendo observar os


procedimentos adotados na Lei n° 13.303/16;

7. Teto Remuneratório e Acumulação – Não é possível a acumulação de cargos,


empregos e funções públicas (exceto as autorizadas). Por outro lado, os

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

45
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

empregados públicos das empresas estatais não se submetem ao teto


remuneratório, a menos que recebam verbas do Poder Público para
pagamento de pessoal;

FINALIDADE
As empresas públicas e sociedades de economia mista foram criadas para a
exploração de atividades econômicas.

No entanto, verifica-se, também, a existência de empresas estatais cuja a finalidade


é a prestação de serviços públicos, como ocorre com a ECT (Correios).

De forma esquematizada:

ESPÉCIES
EMPRESAS PÚBLICAS
Segundo Alexandre Mazza23, empresas públicas são pessoas jurídicas de direito
privado, criadas por autorização legislativa, com totalidade de capital público e regime
organizacional livre.

São exemplos de empresas públicas: Caixa Econômica Federal e ECT (Correios).

Como mencionado anteriormente, o conceito legal pode ser extraído do art. 3° da


Lei n° 13.303/16.

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade


jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com
patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido
pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.

23 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 236

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

46
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Por outro lado, conforme art. 109, I, da Constituição Federal, a competência para
julgar as causas da empresa pública federal é da Justiça Federal.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho;

A resposta é SIM.

Nos termos do parágrafo único do art. 3° da Lei n° 13.303/16, é possível a participação


de entes políticos e da Administração Indireta (incluindo, portanto, sociedades de
economia mista) no capital social de empresas públicas.

Art. 3°, Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante


permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito
Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

47
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito


público interno, bem como de entidades da administração
indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA


Segundo Alexandre Mazza24, sociedades de economia mista são pessoas jurídicas
de direito privado, criadas mediante autorização legislativa, com maioria de capital
público e organizadas obrigatoriamente como sociedades anônimas.

São exemplos de sociedade de economia mista: Banco do Brasil, Petrobrás, etc.

Como mencionado anteriormente, o conceito legal pode ser extraído do art. 4° da


Lei n° 13.303/16.

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de


personalidade jurídica de direito privado, com criação
autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta.

Como há participação de capital privado, a lei exige forma específica para


constituição do capital social das sociedades de economia mista: sociedade anônima.

Por outro lado, por ausência de previsão constitucional, mesmo que a sociedade de
economia mista seja federal, a competência para julgar as ações será da justiça estadual.

Da mesma forma, o crime cometido contra a sociedade de economia mista federal


será apurado pela Polícia Civil.

24 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 238

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

48
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

DISTINÇÃO
Apesar das características bastante similares entre as empresas estatais, para fins de
concurso público, é muito importante destacar suas diferenças.

Assim:

1. Capital – Trata-se da principal distinção entre as empresas públicas e


sociedades de economia mista, pois aquelas têm capital
exclusivamente público, ao passo que estas possuem capital misto, ou
seja, parte pública e parte privada;

2. Forma societária – As empresas públicas podem assumir qualquer forma


societária admitida no Direito. Por exemplo, pode ser constituída,
inclusive, como uma sociedade unipessoal. Por outro lado, as
sociedades de economia mista admitem apenas a constituição por
meio de sociedade anônima;

3. Competência – Diante da redação do art. 109, I, da CF/88, as ações em


face de empresas públicas federais serão de competência federal,
inclusive, os crimes praticados contra tais entidades. Por outro lado, em
relação às sociedades de economia mista federais, a competência será
sempre da justiça estadual;

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

49
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

EMPRESAS SUBSIDIÁRIAS
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza25, empresas subsidiárias são pessoas jurídicas de direito
privado pertencentes à Administração indireta, criadas para integrar um grupo empresarial
encabeçado por uma holding estatal.

Por exemplo, a Petrobrás possui empresas subsidiárias, tais como Transpetro e


Petrobrás Distribuidora, etc.

A resposta é NÃO.

Segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, basta que a lei que autorizou a
criação da empresa estatal tenha previsão para de criação de empresas subsidiárias.

A resposta é NÃO.

Nesse sentido:

25 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 242

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

50
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

INTRODUÇÃO
Os poderes da Administração são competências concedidas à Administração
Pública para garantir o cumprimento de suas atribuições.

A doutrina denomina de Poderes-deveres, tendo em vista seu caráter instrumental,


ou seja, só existem com a finalidade de permitir a execução das funções públicas pela
Administração.

ABUSO DE PODER

CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza26, o abuso de poder é um vício que torna o ato
administrativo nulo sempre que o agente exercer indevidamente determinada
competência administrativa.

ATO COMISSIVO OU OMISSIVO


É importante destacar que o abuso de poder decorre tanto de um ato comissivo,
quanto de um ato omissivo.

Assim, há abuso de poder quando o agente pratica um ato fora dos limites legais ou
deixa de agir quando deveria.

De forma esquematizada:

26 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 371

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

51
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

MODALIDADES: DESVIO E EXCESSO DE PODER


O abuso de poder é um gênero que admite duas espécies: desvio e excesso de
poder.

O excesso de poder ocorre quando o agente público age além dos limites de suas
atribuições, ou seja, excede sua competência. Por exemplo, Secretário-Municipal assina
decreto que seria de competência do Prefeito.

A doutrina majoritária entende que o vício de competência, em regra, é sujeito à


convalidação.

O desvio de poder ocorre quando o agente público, embora competente, age sem
atender à finalidade pública. Por exemplo, o superior hierárquico que remove um
subordinado para lotação de difícil provimento apenas por inimizade.

Ao contrário do excesso de poder, o desvio de poder não admite convalidação, pois


afeta o elemento “finalidade” do ato administrativo.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

52
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODER: VINCULADO E DISCRICIONÁRIO


PODER VINCULADO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza27, o poder vinculado (ou regrado) ocorre quando a lei
atribui determinada competência definindo todos os aspectos da conduta a ser adotada,
sem atribuir margem de liberdade para o agente público escolher a melhor forma de agir.

Como exemplo, a licença para dirigir deve ser concedida ao condutor que
preencher os requisitos legais.

PODER DISCRICIONÁRIO
CONCEITO
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo28, poder discricionário é aquele em
que o agente administrativo dispõe de razoável liberdade de atuação, podendo valorar a
oportunidade e conveniência da prática do ato, quanto ao seu motivo, e, sendo o caso,
escolher, dentro dos limites legais, o seu conteúdo.

Como exemplo, a nomeação em cargo comissionado é de livre escolha da


autoridade competente.

De forma esquematizada:

27 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 377
28 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 233

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

53
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

FUNDAMENTOS DA DISCRICIONARIEDADE
A doutrina aponta os fundamentos da discricionariedade:

1. Expresso em lei – há discricionariedade quando a lei autoriza ao Administrador


agir com margem de liberdade;

2. Conceitos jurídicos indeterminados – diante da impossibilidade de o legislador


definir alguns conceitos/institutos de forma exauriente, cabe ao agente público
interpretá-los com certa discricionariedade;

De forma esquematizada:

PODER HIERÁRQUICO
CONCEITO
Segundo José dos Santos Carvalho Filho29, o poder hierárquico é o escalonamento
no plano vertical dos órgãos e agentes da Administração que tem como objetivo a
organização da função administrativa.

Como visto anteriormente, a hierarquia pressupõe relação de subordinação dentro


de uma mesma pessoa jurídica, daí dizer que não há poder hierárquico entre órgão
central e Administração Indireta.

29 Carvalho Filho, José dos Santos – Manual de Direito Administrativo. Ed. Lumen Juris, 23ª ed. 2012

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

54
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

DELEGAÇÃO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza30, a delegação é a transferência temporária de
competência administrativa de seu titular a outro órgão ou agente público subordinado à
autoridade delegante (delegação vertical) ou fora da linha hierárquica (delegação
horizontal).

De forma esquematizada:

30 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 385

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

55
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Há previsão legal da delegação na Lei nº 9.784/99.

Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não


houver impedimento legal, delegar parte da sua competência
a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em
razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica,
jurídica ou territorial.

CARACTERÍSTICAS
A delegação não pode ser genérica, devendo especificar os poderes concedidos
ao delegado.

Art. 14, § 1o O ato de delegação especificará as matérias e


poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada.

No dispositivo legal acima, fica evidente que o ato de delação tem prazo
determinado.

Por fim, a delegação é admita de forma ampla, com exceções previstas em lei.

Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:


I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
autoridade.
Assim:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

56
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

AVOCAÇÃO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza31, a avocação é medida excepcional e temporária pela
qual determinada competência administrativa é convocada pela autoridade superior.

Da mesma forma que ocorre com a delegação, a Lei nº 9.784/99 apresenta a


definição legal da avocação.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos


relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

CARACTERÍSTICAS
Ao contrário da delegação, a avocação exige relação hierárquica, já que o superior
traz para si a competência do subordinado.

Por outro lado, a avocação é medida excepcional que exige motivos relevantes
para sua aplicação, além de ser por prazo determinado.

De forma esquematizada:

COMPARATIVO
Por ser bastante exigido em concursos públicos, segue abaixo um quadro
comparativo entre os dois institutos.

31 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 386

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

57
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

58
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODER NORMATIVO

CONCEITO
Segundo Matheus Carvalho32, o poder normativo é aquele conferido à
Administração Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos administrativos gerais e
abstratos com efeito erga omnes.

Nesse sentido:

PODER REGULAMENTAR
CONCEITO
O poder regulamentar é a competência dada ao Chefe do Poder Executivo de
expedir atos normativos com o fim de dar fiel execução à lei.

32 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 127

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

59
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

O Poder Regulamentar tem seu fundamento no texto constitucional.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

Portanto:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

60
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

A resposta é SIM.

Segundo a doutrina majoritária, apesar do texto constitucional mencionar apenas o


Presidente da República, por simetria, o Poder Regulamentar se estende aos Chefes do
Poder Executivo Estadual e Municipal.

REGULAMENTOS
ESPÉCIES
A doutrina classifica os regulamentos em 02 espécies: executivos e autônomos33.

1. Regulamentos Executivos – São aqueles editados para a fiel execução da lei. É


importante destacar que tal espécie de regulamento não pode inovar o
ordenamento jurídico;

2. Regulamentos Autônomos – São aqueles que não dependem da existência de lei,


assim, podem inovar o ordenamento jurídico, pois seu fundamento é a
Constituição;

33 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 128

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

61
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

DECRETO AUTÔNOMO
Apesar da divergência sobre o tema, o art. 84. VI, da Constituição Federal trouxe a
seguinte redação:

Art. 84, VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal,
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

Assim, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/2001, há previsão


expressa de decreto autônomo no Direito brasileiro.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

62
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODER DISCIPLINAR

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Matheus Carvalho34, o poder disciplinar é a possibilidade de aplicar sanções
e penalidades, apurando infrações dos servidores ou outros que são submetidos à
disciplina da Administração, ou seja, a todos aqueles que tenham vínculo de natureza
especial com o Estado.

SUJEITO PASSIVO
O poder disciplinar é aplicado em desfavor de agentes públicos, bem como aos
particulares que estejam vinculados à Administração Pública, como as concessionárias de
serviços públicos.

Dessa forma, o servidor público que deixa de observar regras de conduta ou a


prestadora de serviços públicos que descumpre cláusula do contrato administrativo serão
punidos com fundamento no poder disciplinar.

De forma esquematizada:

CARACTERÍSTICAS
A doutrina afirma que o poder disciplinar tem fundamento no poder hierárquico,
tendo em vista que é dever do superior aplicar a sanção disciplinar ao subordinado.

Como visto acima, trata-se de um poder da Administração de caráter interno, pois


irradia seus efeitos aos indivíduos sujeitos a vínculo especial com o Estado.

34 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 133

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

63
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

DISCRICIONARIEDADE
Prevalece na doutrina o caráter discricionário do poder disciplinar, contudo, é
importante destacar que a discricionariedade não incide sobre a escolha de punir ou não
o agente infrator.

Nesse sentido, uma vez verificada a falta funcional, a Administração Pública é


obrigada a apurar os fatos e, se confirmados, deverá aplicar a sanção disciplinar.

A discricionariedade reside na fixação da intensidade da pena, claro, desde que


respeitados os limites legais.

Como exemplo, “A” praticou conduta cuja pena corresponderia à suspensão de até
90 dias. A autoridade competente, após apreciar o PAD, impôs a suspensão de 30 dias.

Recentemente, o STJ editou súmula vedando a aplicação de sanção diversa da


demissão quando a conduta do agente público se amolda às hipóteses legais.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

64
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODER DE POLÍCIA

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Alexandre Mazza35, o poder de polícia é a atividade da Administração
Pública, baseada na lei e na supremacia geral, consistente no estabelecimento de
limitações à liberdade e propriedade dos particulares, regulando a prática de ato ou a
abstenção de fato, manifestando-se por meio de atos normativos ou concretos, em
benefício do interesse público.

De forma esquematizada:

CONCEITO LEGAL
É importante destacar que o poder de polícia possui um conceito legal, previsto no
art. 78 do Código Tributário Nacional.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da


administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato
Complementar nº 31, de 1966)

SENTIDO: AMPLO E RESTRITO


A doutrina costuma classificar o poder de polícia em sentido: amplo e estrito.

35 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 397

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

65
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

1. Sentido Estrito – É o poder de polícia que se manifesta por meio de limitações


administrativas à liberdade e propriedade dos indivíduos. Por exemplo, a
fiscalização da vigilância sanitária é poder de polícia em sentido estrito;

2. Sentido Amplo – Além das limitações administrativas, inclui restrições legislativas.


Dessa forma, o poder de polícia é exercido pelo Poder Legislativo ao invés da
Administração Pública;

De forma esquematizada:

POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA


Um tema bastante exigido nos concursos públicos é a distinção entre polícia
administrativa e polícia judiciária.

A polícia administrativa está associada à limitação de liberdades individuais e


propriedade particular com o intuito de preservar o interesse coletivo, seu exercício não é
exclusivo de um órgão público específico.

Ademais, incide sobre bens e direitos e, em regra, tem caráter preventivo.

Ao seu turno, a polícia judiciária está relacionada à persecução penal e é exercida


por órgãos especializados (Polícia Federal e Civis).

Por fim, a polícia judiciária recai sobre pessoas e tem caráter repressivo, com
aplicação de sanções penais.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

66
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

PODER DE POLÍCIA X PODER DISCIPLINAR


O poder de polícia, assim como o poder disciplinar, pode resultar em sanções aos
indivíduos. Contudo, seu fundamento é a supremacia do interesse coletivo em relação ao
interesse privado.

Como exemplo, um frigorífero recebe um ato de infração por não ter respeitado as
normas sanitárias, circunstância que poderia afetar a saúde da coletividade.

Novamente, o poder de polícia é dirigido, indistintamente, a todos os indivíduos, ao


contrário do poder disciplinar, que exige uma relação especial entre o sujeito e o Estado.

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

67
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

CARACTERÍSTICAS
Segundo a doutrina tradicional, o poder de polícia tem natureza discricionária,
cabendo ao Poder Público definir o momento mais adequado de atuação, claro, dentro
dos limites estabelecidos pela lei.

Por exemplo, o cronograma de fiscalização da vigilância sanitária ou os locais de


barreira das fiscalizações de “lei seca” são definidos conforme conveniência e
oportunidade dos órgãos competentes.

De forma esquematizada:

ATRIBUTOS
O poder de polícia apresenta determinados atributos:

Nesse sentido, segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo36:

36 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 262/264

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

68
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

1. Discricionariedade – significa que a Administração, quanto aos atos a ela


relacionados, regra geral, dispõe de razoável liberdade de atuação, podendo
valorar a oportunidade e conveniência de sua prática;

2. Autoexecutoriedade – significa a execução imediata do ato administrativo sem a


necessidade de prévia autorização judicial;

3. Coercibilidade – possibilidade de as medidas adotadas pela administração


pública serem impostas coercitivamente ao administrado, inclusive mediante o
emprego de força;

CICLOS DE POLÍCIA
A doutrina apresenta uma classificação em relação à organização sequencial do
poder de polícia. Denominada de ciclos de polícia.

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

69
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

37

DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA


CLASSIFICAÇÃO
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo38:

1. Poder de Polícia Originário – é aquele exercido pela administração direta, ou seja,


pelos órgãos integrantes da estrutura das diversas pessoas políticas da Federação
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios);

2. Poder de Polícia Delegado – é aquele executado pelas pessoas administrativas


do Estado, isto é, pelas entidades integrantes da administração indireta;

De forma esquematizada:

37 Tabela retirada do site Dizer o Direito.


38 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 260

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

70
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

DELEGABILIDADE
O poder de polícia admite a delegação às entidades de direito público da
Administração Indireta, dada suas características comuns ao ente político.

Por outro lado, em sede de Repercussão Geral, o STF firmou entendimento no sentido
de ser possível a delegação do poder de polícia às entidades de direito privado da
Administração Indireta, desde que o capital social seja majoritariamente público e que
prestem, exclusivamente, serviço público típico de Estado.

Nesse sentido:

De forma esquematizada:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

71
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS ADMINISTRATIVOS

INTRODUÇÃO
CONCEITO
Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino39, ato administrativo é a
manifestação ou declaração da Administração Pública, nesta qualidade ou de
particulares no exercício de prerrogativas públicas que tenham por fim imediato a
produção de efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público e
sob o regime predominantemente de direito público.

De forma esquematizada:

COMPETÊNCIA
A doutrina moderna aponta que os atos administrativos podem ser delegados aos
particulares, desde que no exercício da função administrativa. É o que ocorre, por
exemplo, com as concessionárias de serviços públicos.

Aliás, os atos administrativos não são exclusivos do Poder Executivo, cabendo aos
demais Poderes emaná-los quando exercem a função administrativa de forma atípica.

ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Os atos da Administração Pública não se limitam aos atos administrativos.

39 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 458

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

72
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Nesse sentido, os atos da Administração40 são atos jurídicos praticados pela


Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos administrativos, como
os atos legislativos expedidos no exercício da função atípica, os atos políticos definidos na
Constituição Federal, os atos regidos pelo direito privado e os atos meramente materiais.

De forma esquematizada:

FATO ADMINISTRATIVO
Segundo a doutrina majoritária, fato administrativo é toda atividade material no
exercício da função administrativa, ou seja, tudo aquilo que retrata alteração dinâmica
na Administração41.

Dessa forma, o ato administrativo é espécie de fato administrativo, que inclui


condutas administrativas (mudanças de sede, reorganização de repartição pública etc.)
e até fenômenos naturais (inundação de prédios públicos).

De forma esquematizada:

40 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 294
41 José dos Santos Carvalho Filho. Manual de direito administrativo, p. 91

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

73
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
É importante destacar que o silêncio administrativo não é espécie de ato
administrativo.

Segundo Alexandre Mazza42, o silêncio administrativo, em regra, não tem importância


jurídica, contudo pode ocorrer da lei atribuir algum significado específico.

Por fim, a doutrina classifica o silêncio administrativo como espécie de fato administrativo.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


ATOS: VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS
Essa classificação leva em consideração o grau de liberdade do administrador.

Os atos vinculados são aqueles em que a Administração Pública não tem margem
de liberdade, uma vez que a lei define todos os seus aspectos, por exemplo, a licença para
dirigir.

Por outro lado, os atos discricionários permitem que o administrador atue com
margem de liberdade, o que é chamado pela doutrina de mérito administrativo.

De forma esquematizada:

ATOS: SIMPLES, COMPOSTOS E COMPLEXOS


Esta classificação leva em consideração a formação do ato administrativo.

Segundo Alexandre Mazza43, os atos simples são aqueles que resultam da


manifestação de um único órgão. Como exemplo, o ato de remoção do servidor público.

42 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 327
43 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 296

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

74
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

Por outro lado, os atos compostos são aqueles praticados por único órgão, mas que
dependem da verificação/homologação de outro, como condição de exequibilidade
(complementar).

O doutrinador cita como exemplo de ato composto o auto de infração lavrado por
fiscal e aprovado pela chefia.

Por fim, os atos complexos são aqueles formados pela conjugação de vontades de
mais de um órgão ou agente. Como exemplo, a concessão de aposentadoria do servidor
público, que depende do órgão de origem e do Tribunal de Contas.

Cuidado para não confundir o ato composto e ato complexo.

Nesse sentido:

Agora, um comparativo entre as modalidades:

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

75
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS: IMPÉRIO E GESTÃO


Esta classificação leva em consideração o objeto do ato administrativo.

Segundo Alexandre Mazza44, os atos de império são aqueles “praticados pela


Administração em posição de superioridade diante do particular”, como exemplo, a
aplicação de multa.

Por outro lado, atos de gestão são aqueles “expedidos pela Administração em
posição de igualdade perante o particular, sem usar de sua supremacia e regidos pelo
direito privado”, como exemplo, a locação de um imóvel para a sede da repartição
pública.

De forma esquematizada:

ATOS: ABSTRATOS E CONCRETOS


Esta classificação leva em consideração a estrutura do ato administrativo.

Os atos abstratos são aqueles que regulam um número indefinido de situações


concretas, são também chamados de atos normativos. Por exemplo, um regulamento é
um ato abstrato.

Por outro lado, atos concretos são aplicados em um caso específico, esgotando-se
logo em seguida. Exemplo: a nomeação do aprovado em concurso público.

De forma esquematizada:

44 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 331

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

76
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS: GERAIS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS


Esta classificação leva em consideração o destinatário do ato administrativo.

Segundo Alexandre Mazza45, os atos gerais ou regulamentares são aqueles “dirigidos


a uma quantidade indeterminável de destinatários’, como exemplo, um edital de concurso
público.

Os atos coletivos ou plúrimos são aqueles “expedidos em função de grupo definido


de destinatários, como exemplo, alteração do horário de expediente de uma repartição
pública.

Por fim, atos individuais são “aqueles direcionados a um destinatário determinado”,


como exemplo, a nomeação de um aprovado em concurso público.

De forma esquematizada:

ATOS: INTERNOS E EXTERNOS


Esta classificação leva em consideração o efeito dentro da Administração do ato
administrativo.

Os atos internos têm efeito dentro da própria Administração.

Por outro lado, os atos externos produzem efeitos perante terceiros.

De forma esquematizada:

45 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 331

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

77
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS ADMINISTRATIVOS

INTRODUÇÃO
Os atos administrativos admitem 05 espécies distintas: normativos, ordinatórios,
negociais, enunciativos e punitivos.

ATOS NORMATIVOS
CONCEITO
Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino46, os atos normativos são aqueles
que contêm determinações gerais e abstratas.

É interessante observar que os atos normativos se assemelham às leis, pois não têm
destinatários determinados e incidem sobre todas as situações que se amoldam à sua
previsão.

ESPÉCIES
Segundo Matheus Carvalho47, os atos normativos são:

46
Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 506
47
Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 303

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

78
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS ORDINATÓRIOS
CONCEITO
Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino48, os atos ordinatórios são “atos
administrativos internos, endereçados aos servidores públicos, que veiculam
determinações concernentes ao adequado desempenho de suas funções”.

ESPÉCIES
Segundo Matheus Carvalho49, os atos ordinatórios são:

48 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 508
49 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 303

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

79
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS NEGOCIAIS
CONCEITO
Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino50, os atos negociais “são editados
em situações nas quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência
prévia da administração para realizar certa atividade privada de interesse dele ou exercer
determinado direito, ou, ainda, utilizar um bem público em condições especiais”.

ESPÉCIES
Segundo Matheus Carvalho51, os atos negociais são:

50 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 509
51 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 304

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

80
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ATOS ENUNCIATIVOS
CONCEITO
Segundo Matheus Carvalho52, os atos enunciativos são os “atos administrativos que
estabelecem opiniões e conclusões do ente estatal, por exemplo, os pareceres, sendo,
também, considerados enunciativos aqueles que verificam e atestam situação de fato
ocorrida que afeta a atuação estatal”.

De forma esquematizada:

52 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 308

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

81
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

ESPÉCIES
Segundo Matheus Carvalho53, os atos enunciativos são:

Em relação ao parecer, a doutrina aponta as seguintes espécies:

54,

53 Carvalho, Matheus. Manual de direito administrativo. 8 ed. JusPODIVM, 2021. Pág. 309
54 Mazza, Alexandre. Manual de direito administrativo. 11 ed. Saraiva Educação, 2021. Pág. 343

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

82
Licensed to Jeslye Samyde - jeslyesamydee@gmail.com - 070.921.954-70

De forma esquematizada:

RESPONSABILIDADE DO PARECERISTA
A jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que, em regra, é abusiva a
responsabilização do parecerista por dano ao erário em razão de sua opinião.

Contudo, em situações em que fique configurado o erro grosseiro ou culpa (e dolo),


o STF já decidiu pela possibilidade de responsabilização.

Nesse sentido:

ATOS PUNITIVOS
CONCEITO
Segundo Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino55, os atos punitivos são os meios
pelos quais a administração pode impor sanções diretamente aos seus servidores ou aos
administrados em geral.

Há diversas espécies de atos punitivos, tais como a demissão e suspensão de


servidores públicos, assim como a aplicação de multa ou rescisão de contrato com
concessionárias.

55 Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado – 29. Ed. – Método - 2021 Pág. 518

Proibida a reprodução não autorizada, sujeitando- se o aut or à responsabi lização civil e cri minal.

83

Você também pode gostar