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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Sumário
PORTUGUÊS .............................................................................................................................. 4
Ortografia................................................................................................................................................................ 4
Palavras com S .................................................................................................................................................. 4
Palavras com SS ............................................................................................................................................... 4
Palavras com Ç ................................................................................................................................................. 5
Palavras com Z.................................................................................................................................................. 5
Palavras com X ................................................................................................................................................. 6
Palavras com CH .............................................................................................................................................. 6
Palavras com G ................................................................................................................................................. 7
Palavras com J................................................................................................................................................... 7
Palavras com E .................................................................................................................................................. 8
Palavras com I ................................................................................................................................................... 8
Palavras com H ................................................................................................................................................. 9
Expressões Recorrentes em Provas de Concurso................................................................................ 9
O Uso das Letras Maiúsculas e Minúsculas ......................................................................................... 12
Acentuação........................................................................................................................................................... 13
Proparoxítonas ............................................................................................................................................... 13
Paroxítonas ...................................................................................................................................................... 13
Oxítonas ............................................................................................................................................................ 14
Monossílabas Tônicas .................................................................................................................................. 14
Acentos Diferenciais ..................................................................................................................................... 15
Regra dos Hiatos I/U .................................................................................................................................... 15
Regra dos Hiatos OO e EEM ..................................................................................................................... 16
Regra dos Ditongos Abertos ÉI, ÉU, ÓI ................................................................................................. 16
Trema ................................................................................................................................................................. 16
Uso do Hífen ................................................................................................................................................... 16
Formação das Palavras..................................................................................................................................... 22
Noção de Estrutura das Palavras ............................................................................................................. 22
Formação das Palavras ................................................................................................................................ 23
Classes de Palavras ............................................................................................................................................ 26
Artigo ................................................................................................................................................................. 26
Substantivo ...................................................................................................................................................... 28

1
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Classificação dos Substantivos ................................................................................................................. 29


Adjetivo ............................................................................................................................................................. 32
Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos Modos e Tempos Verbais .................................. 35
Breve Introdução ........................................................................................................................................... 35
Modos e Tempos Verbais........................................................................................................................... 36
Correlação Verbal .......................................................................................................................................... 44
Pronome ........................................................................................................................................................... 47
Advérbio ........................................................................................................................................................... 55
Numeral ............................................................................................................................................................ 57
Preposição........................................................................................................................................................ 59
Conjunção ........................................................................................................................................................ 64
Pontuação ........................................................................................................................................................ 70
Sintaxe do Período Simples e do Período Composto .......................................................................... 78
Estudo do Sujeito .......................................................................................................................................... 78
Tipos de Predicado ....................................................................................................................................... 94
Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos .................................................................................... 100
Pontuação ..................................................................................................................................................... 106
Concordância Verbal e Nominal ........................................................................................................... 116
Compreensão e Interpretação de Textos Com Eficiência ........................................................... 132
Pontos Importantes Para Uma Boa Compreensão/ Interpretação Textual .......................... 133
Erros Comuns Que Contaminam a Compreensão e a Interpretação ..................................... 136
Operadores Argumentativos ...................................................................................................................... 138
Dicas Rápidas Que Otimizam a Resolução de Questões ................................................................. 139
RACIOCÍNIO LÓGICO ............................................................................................................ 141
Introdução ......................................................................................................................................................... 141
Análise Pela Tabela Verdade e Métodos Dela Derivados ........................................................... 141
Análise de Argumentos Pela Tabela Verdade ................................................................................. 147
Proposições: Definição, Reconhecimento, Princípios Lógicos................................................... 196
Proposição: Enunciado Que Pode Ser Julgado Em V Ou F ......................................................... 196
Conectivos. Representação simbólica de proposições. Diferença entre proposições simples
e compostas ...................................................................................................................................................... 200
Conjunção (e) ............................................................................................................................................... 202
Disjunção inclusiva (ou) ........................................................................................................................... 202
Condicional ("se...então") ........................................................................................................................ 203

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Disjunção exclusiva (ou...ou) .................................................................................................................. 204


Bicondicional (se e somente se)............................................................................................................ 204
Palavras Contrárias..................................................................................................................................... 208
Outras Palavras Que Simbolizam Negação ...................................................................................... 209
Polêmica Sobre Proposições Simples Versus Compostas .......................................................... 210
Ordem de Precedência Entre os Conectivos .................................................................................... 223
Condição Necessária e Suficiente ........................................................................................................ 224
Tautologia, Contradição e Contingência................................................................................................ 226
Equivalências Lógicas .................................................................................................................................... 228
Principais Equivalências............................................................................................................................ 228
INFORMÁTICA ...................................................................................................................... 235
Conceitos Gerais de Informática e Introdução .................................................................................... 235
Hardware ............................................................................................................................................................ 239
Processador (CPU) e Arquitetura de Computador ............................................................................. 239
Processador .................................................................................................................................................. 241
Memória (RAM, ROM, CACHE, HD etc.) ................................................................................................. 242
Memória Secundária ................................................................................................................................. 244
Outros Conceitos de Memória .............................................................................................................. 246
Memória Virtual .......................................................................................................................................... 246
Barramentos, Placa Mãe e BIOS ................................................................................................................ 246
Periféricos (Dispositivos de Entrada e Saída): ...................................................................................... 247
Windows ............................................................................................................................................................. 248
Windows 7 .................................................................................................................................................... 248
Windows 10 .................................................................................................................................................. 270
Linux e Unix ....................................................................................................................................................... 287
Distribuição Linux ....................................................................................................................................... 288
Arquivos e Diretórios ................................................................................................................................ 289
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. ..................................................................... 291
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. .................................................................... 318
LEI Nº 1.118 – DE 01 DE SETEMBRO DE 1971 .................................................................... 322

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PORTUGUÊS
Ortografia
Palavras com S
Palavras correspondentes a verbos terminados em "verter", "andir", "pelir", "ender" →
converter/conversão, expandir /expansão, repelir/repulsão, suspender/suspensão,
compreender/compreensão.

I Palavras que derivam de verbos com radical terminado em: D, ND, RT, PEL, RG e CORR.
• (D) colidir/colisão, aludir/alusão, persuadir/ persuasão.
• (ND) ascender/ascensão, compreender/compreensão (regra do "ender"),
suspender/ suspenso (regra do "ender").
• (RT) divertir/diversão, inverter/inversão (regra do "verter").
• (PEL) expelir/expulsão (regra do "pelir").
• (RG) emergir/emersão, imergir/imersão.
• (CORR) discorrer/discurso, concorrer/concurso.
II Sufixos "ês", "esa", "isa" indicando título, profissão ou origem: burguês/burguesa,
marquês/marquesa, poetisa, japonês/japonesa, francesa, inglesa.
III Sufixos OSO e OSA: gostoso, formoso, apetitosa, vaidosa, amistoso, bondosa, brilhoso.
Atenção! "Gozo" e derivados são palavras grafadas com Z (gozar, gozado).
IV Palavras terminadas em "ase", "ese", "ise", "ose": frase, osmose, crise, síntese,
catequese, sacarose, apoteose.

Atenção! "Gaze" e "deslize" são grafadas com Z.

V Após ditongo (com som de Z): coisa, pausa, deusa, lousa, aplauso, maisena.

Atenção! Ditongo é o encontro de dois sons vocálicos (vogais) numa mesma sílaba.

VI Conjugação dos verbos "querer" e "pôr" (e derivados): quisera, quis, quiseram, pus,
pusera, propusera.

Atenção! "Requerer" não é derivado do verbo "querer".

Atentem para estas palavras, pois são muito recorrentes nas provas de concursos e NÃO SÃO
GRAFADAS COM X: estendido, esplêndido, esterno (osso).

Externo = algo que está fora, que vem de fora e Esterno = osso do corpo humano.

Palavras com SS
Substantivos derivados de verbos terminados em: ceder, primir, meter, cutir, gredir, mitir.
(ceder) - retroceder/retrocesso, conceder/concessão, exceder/excesso.
Atenção! A palavra "exceção" não é grafada com ss.
(primir) - imprimir/impressão, deprimir/depressão.
(meter) - intrometer/intromissão, prometer/promessa.
(cutir) - repercutir/repercussão.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

(gredir) - agredir/agressão.
(mitir) - demitir/demissão.
Palavras em que o prefixo termina em vogal e a palavra é iniciada por S: ressurgir (re +
surgir), assimétrico (a + simétrico), pressentimento (pré + sentimento), minissaia (mini +
saia).

Palavras com Ç
I Não se usa Ç antes de E e I, apenas existindo: ÇA, ÇO, ÇU.
II Palavras de origem árabe, africana, indígena, italiana: cachaça, açúcar, açaí, babaçu,
Iguaçu, Moçambique, caçula, açoite, muçarela, maçom, muçum.
III Palavras que derivam de outras com "to" no radical: atento/atenção, correto/correção,
exceto/exceção, direto/direção, isento/isenção.
IV Palavras que derivam do verbo "ter": abster/abstenção, reter/retenção, ater/atenção,
conter/contenção.
V Palavras que derivam de substantivos terminados em "tor": produtor/ produção,
trator/tração, infrator/infração, redator/redação.
VI Palavras que derivam do verbo torcer: torcer/torção, distorcer/distorção.
Atenção! Para melhor fixação, é interessante que o aluno elabore frases empregando palavras
cuja ortografia gera dúvida para ele. Lembrando que não vale só criar, tem que fixar a escrita
das palavras mais complicadas!

Exemplos:

Ele era a exceção e tudo que falava tinha repercussão, atingindo a classe burguesa.

A abstenção do voto pode acarretar o fracasso da democracia.

Contenção de despesas para que haja um equilíbrio econômico familiar.

Há perigo de recessão?

Palavras com Z
I Substantivos abstratos que derivam de adjetivos, com sufixo "EZ" ou "EZA”: gentil
(adjetivo)/gentileza, límpido (adjetivo)/limpidez, tímido (adjetivo)/timidez, ácido
(adjetivo)/acidez, pobre (adjetivo)/pobreza, triste (adjetivo)/tristeza,
frio(adjetivo)/frieza.
II Palavras que derivam de outras com Z no radical: revezar/revezamento,
deslizar/deslize, cruzar/cruzamento, paz/apaziguar.
III Verbos terminados em "izar" que derivam de palavra sem S no radical:
hospital/hospitalizar (hospitalização), ameno/amenizar (amenização),
concreto/concretizar (concretização), útil/utilizar (utilização), legal/legalizar
(legalização).
IV Boa parte dos verbos terminados em "ir", "er" e "uzir": fazer, cozer (sentido de
cozinhar), reproduzir, abduzir, jazer, deduzir, conduzir, luzir.

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V Atenção! As palavras coser (sentido de costurar) e transir (sentido de arrepiar) são


grafadas com s.
VI Palavras terminadas em "zal", "zeiro", "zinho(a)", "zito", "zado(a)" que derivam de
palavras com Z no radical ou que não tenham S no radical: bambu (não tem "S" no
radical) /bambuzal, café (não tem "s" no radical)/cafezal, baliza (tem "Z" no
radical)/abalizada, botão (não tem "S" no radical)/botãozinho, cão (não tem "S" no
radical)/cãozito.

Atenção! Quando a palavra tiver sufixo "inho (a)" e derivar de alguma outra que tenha S no
radical: a grafia deve ser feita com S!

Exemplos: lápis (tem S no radical) /lapisinho, mesa (tem S no radical) / mesinha, parafuso (tem
S no radical) / parafusinho, casa (tem S no radical) / casinha.

Palavras com X
Geralmente após ditongo: feixe, caixa, frouxo, seixo, eixo, baixo. Exceções: recauchutar,
guache.

I Em boa parte das palavras, após a sílaba "EN": enxame, enxugar, enxoval, enxada,
enxofre, desenxabido. Exceções: preencher/encher/enchente (derivam de cheio),
encharcar, enchova (também chamada de anchova), enchumaçar (deriva de
enchumaço).
II Após a sílaba "ME": mexerico, mexicano, mexilhão, mexer.
III Exceções: mecha (de cabelo).
IV Após as sílabas "GRA", "BRU", "LA", "LI", "LU": graxa, bruxa, laxante, lixa, lixo, luxo,
luxação.
V Algumas palavras de origem africana, indígena, árabe, etc.: xampu, Xangai, abacaxi,
xadrez, oxalá, xarope, enxoval, xaveco, xeque-mate, xerife, xucro, xingar.

Dica! Atentem para estas palavras, pois são muito recorrentes nas provas de concursos e
NÃO SÃO GRAFADAS COM X: estendido, esplêndido, esterno (osso). Não
confundir! Externo = algo que está fora, que vem de fora / Esterno = osso do corpo
humano.

Palavras com CH
I Palavras começadas com "CHAM" e "CHO": chocalho, chocolate, choupana, chaminé,
champanha, chamuscado, chope. Exceção: xampu.
II Palavras derivadas de cognatas (que tem radical idêntico) com CH: chinelo/chinelada,
chifre/chifrada, chave/chaveiro, charco/encharcar, piche/pichação, encher/enchente.
III Palavras com o sufixo "ACHO", "ICHO", "UCHO", "ACHÃO": gaúcha, riacho, gorducho,
barbicha, bonachão, esguicho. Atenção! Taxar: sentido de atribuir taxa, imposto.

Exemplo: A taxa de juros aumentou 10% neste mês. / Tachar: sentido de censurar, expor
defeito, acusar, atribuir "tacha". Exemplo: Maria tachou João de mentiroso.

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É interessante que o aluno tenha em mente a grafia das seguintes palavras: bochecha,
cheque, inchado, chacina, chuchu, chantagem, chimpanzé, cochilo, deboche, salsicha,
chácara, cachimbo, charque, charuto, pechincha.

Palavras com G
I Palavras terminadas em "AGEM", "IGEM", "UGEM", "EGE", "OGE": paisagem, garagem,
vertigem, fuligem, ferrugem, herege, bege, paragoge, doge. Exceções: pajem,
lambujem, laje (lajem).
Cuidado!!! Viagem (substantivo) é grafada com G (exemplo: Fiz uma excelente viagem
no verão.) / Viajem (verbo) é grafado com J (exemplo: É preciso que elas viajem hoje).
II Palavras terminadas em "ÁGIO", "ÉGIO", "ÍGIO", "ÓGIO", "ÚGIO": sufrágio, naufrágio,
adágio, colégio, egrégio, litígio, vestígio, relógio, refúgio, subterfúgio.
III Boa parte das palavras iniciadas por "A": ágil, agiota, agouro, agente (!!!), agitar, agir.
Exceções: palavras que derivam de outras com J no radical → ajeitar (vem da palavra
"jeito", grafada com J), ajuizar (vem da palavra "juízo", grafada com J).
Cuidado! A palavra "agente" tem sentido de pessoa que desempenha função ou
cargo (pode associar ao "agente secreto") - Exemplo: O agente fiscalizou o setor
ontem.
IV A expressão "a gente" é de uso cotidiano e tem sentido de plural (nós) - Exemplo: A
gente quer tomar sorvete amanhã!
V Verbos terminados em "GER" ou "GIR": eleger, convergir, fingir, constranger, aspergir,
fugir, infringir (transgredir, violar), infligir (aplicar pena, castigo).
VI Nas palavras "gestão", "gerir" e as que daí derivarem: gestor, digestão, ingestão,
sugerir, sugestão, indigestão.
VII Palavras que derivam de outras com G no radical: tingir/tingido, gelo/gelado,
rígido/rigidez.

Palavras com J
I Palavras que derivam de outras com J no radical: granja/granjeiro,
lisonja/lisonjeiro/lisonjeado, jeito/ajeitar, gorja/gorjeta, canja/canjica, laje/lajedo,
loja/lojista, anjo/anjinho. Cuidado com a palavra "angélico", que deriva de anjo,
mas é grafada com G!
II Palavras de origem indígena, africana, árabe: jirau, jiboia, jerimum, manjericão, alforje,
jequitibá, beiju.
III Verbos que terminam em "JAR" e em "JEAR": arranjar, viajar, despejar, despejei, viajei,
bocejei, bocejar, granjeio, granjeias, granjear, granjeiam.

É importante que o aluno tenha em mente a grafia das seguintes palavras: azulejo, projétil,
ojeriza, manjedoura, gorjear, trejeito, enjeitado, cervejeiro, caranguejo, caranguejeira,
jejum, berinjela.

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Palavras com E
I Palavras com o prefixo "ante" (indicando anterioridade): antessala, antebraço,
antevéspera, antedata, anteontem. Cuidado! Não confundir com o prefixo "anti" (com
"i") que indica contrariedade! Abordaremos esta situação no tópico "Palavras com i".
II Na conjugação dos verbos, no presente do Indicativo e do Subjuntivo: (macete do
MARIO).
M A R I O: MEDIAR - ANSIAR - REMEDIAR - INCENDIAR - ODIAR
Ao conjugar algum desses verbos: acrescer a letra E antes do I em todas as formas,
exceto nas pessoas "NÓS" e "VÓS"!
O ideal é seguir a conjugação do verbo ODIAR: Eu odeio, Tu Odeias, Ele Odeia, Nós
Odiamos (sem a letra E), Vós Odiais (sem a letra E), Eles Odeiam.
III Alguns verbos, no presente do Indicativo, terminados em "IR" (pessoas que recebem a
vogal "e": TU, ELE, ELES):
Exemplo: Partir → Eu parto, Tu partes, Ele parte, Nós partimos, Vós partis, Eles partem.
Exemplo: Dormir → Eu durmo, Tu dormes, Ele dorme, Nós dormimos, Vós dormis, Eles
dormem.
IV Verbos terminados em "OAR" ou em "UAR", conjugados no presente do Subjuntivo
(todas as pessoas recebem a vogal "e"):
Exemplo: Magoar → Que eu magoe, Que tu magoes, Que ele magoe, Que nós
magoemos, Que vós magoeis, Que eles magoem.
Exemplo: Pontuar → Que eu pontue, Que tu pontues, Que ele pontue, Que nós
pontuemos, Que vós pontueis, Que eles pontuem.
V Em palavras com ditongos nasais: "ÃE(s)" ou "ÕE(s)": mães, anões, capitães, vilões,
aldeães.

Palavras com I
I Palavras com o prefixo "anti" (sentido de contrariedade, de oposição): anticristo,
antipatia, antirrábico, antídoto, antissepsia.
II Verbos terminados em "AIR", "OER" ou "UIR", conjugados no presente do Indicativo
(pessoas que recebem a vogal "i": TU e ELE):
Exemplo: Atrair → Tu atrais, Ele atrai. Exemplo: Roer → Tu róis, Ele rói. Exemplo:
Possuir → Tu possuis, Ele possui.
III Quando acrescentamos o sufixo "DADE" a uma palavra terminada em "EO", trocamos
a vogal "O" pela vogal "I":
Exemplos: espontâneo/ espontaneidade, instantâneo/ instantaneidade, idôneo/
idoneidade.
IV Em verbos terminados em "EAR", no modo Imperativo, no presente do Indicativo e no
presente do Subjuntivo, acrescentamos a letra "I" depois da letra "E", exceto nas
pessoas "NÓS" e "VÓS".
Exemplo: Pentear → Eu penteio, Tu penteias, Ele penteia, Nós penteamos, Vós
penteais, Eles penteiam

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Recear → Eu receio, Tu receias, Ele receia, Nós receamos, Vós receais, Eles
receiam.

Palavras com H
Vale destacar que a letra H, por não reproduzir som, pode gerar algumas dúvidas quanto ao
seu uso na escrita de certas palavras. Assim, vamos dar algumas regras que facilitarão a vida
do concurseiro neste quesito!

I - Em todas as conjugações do verbo haver: houve, hei, haveria, haveis, hemos, haverão,
hão, havia.

II - Após o hífen, quando o segundo elemento começa com H: super-homem, pré-


histórico, anti-higiênico, giga-hertz.

III - No substantivo Bahia, mas as palavras que dele derivam não seguem a grafia com H,
vejamos: baiano, baiana, baianidade.

IV - Na formação de dígrafos (duas letras com apenas um som/fonema) representados


por LH, CH, NH: folha, chave, manhã, ilha, chuva, ninho.

V - No início ou fim de algumas interjeições (classe gramatical que exprime emoção): Há!
Ah!, Heim?, Hum!, Hehehe...

VI - No início de certas palavras por questões etimológicas (origem das palavras): hoje
(origem latina, hodie), hesitar, horizonte, hebraico, hábil, habitar, hipótese.

Cuidado!!!! A palavra "harmonia" é grafada com H, entretanto o mesmo não ocorre com
"desarmonia" (prefixo des). O mesmo ocorre com os prefixos "ex", "sub", "re", "in", "cos", que
dispensam tanto o hífen, quanto a letra H na formação das palavras, vejamos: haver/reaver,
herdeiro/coerdeiro, humana/subumana (sub-humana).

Por fim, é interessante ter em mente a grafia das seguintes palavras: homilia, hóquei,
hortênsia, hediondo, haxixe, híbrido, homérico.

Expressões Recorrentes em Provas de Concurso


Mau X Mal
A palavra mau com U deve ser empregada quando tiver sentido oposto ao de bom.

A palavra mal com L deve ser empregada quando tiver o sentido oposto ao de bem.

O mau aluno não é aprovado. / O bom aluno não é aprovado.

O bem vence o mal.

Porque X Por Que X Porquê X Por Quê


Porque: equivalente a "pois", "uma vez que".

Exemplo: Não fui à escola porque estava doente.

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Por que: equivalente a "por que motivo", "por qual razão". Pode também significar "pelo qual"
e ainda ser empregado em frases interrogativas diretas. Exemplo: Por que você faltou à aula?
(frase interrogativa direta)

Exemplo: Não sei por que você age assim. (por qual motivo)

Exemplo: A situação difícil por que passamos será resolvida. (pela qual) Porquê: representa

um substantivo e é equivalente a "motivo", "causa", "razão".

Exemplo: Ela não sabe o porquê do comportamento do filho.

Por quê: empregado no final de frases e antecedido por ponto final, de exclamação, de
interrogação.

Exemplo: Ela não sabe por quê!

Exemplo: Não fui aprovado. Por quê?

Onde X Aonde
Onde: indica localização com ideia estática. Pode ser advérbio ou pronome relativo (pode ser
substituído por "em que").

Exemplo: Onde guardei meu livro?

Exemplo: Mora na rua onde fica o teatro municipal.

Aonde: é advérbio e indica localização com ideia de movimento, de deslocamento.

Exemplo: Aonde você vai?

Exemplo: Aonde estamos indo?

Ao Encontro de X De Encontro a
Ao encontro de: ideia de concordância, ser favorável. Dica! Lembrar de "A" de "a favor".

Exemplo: As ideias dos alunos vão ao encontro da pretensão do colégio.

De encontro a: oposição, ideia contrária. Dica! Lembrar de "D" de "do contra".

Exemplo: As opiniões dela vão de encontro às minhas.

Agente X A Gente
Agente: pessoa que atua, opera ou faz algo. Dica! Lembrem do 007 (agente secreto) e do
agente de saúde.

Exemplo: O agente atuou com base nos requisitos legais.

A gente: expressão coloquial que faz referência a um conjunto de pessoas.

Exemplo: Amanhã, a gente vai ao circo.

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A Fim X Afim
A fim: ideia de finalidade, objetivo.

Exemplo: Foi à praia a fim de relaxar.

Afim: indica semelhança, afinidade.

Exemplo: Elas possuem ideias afins.

Mas X Mais
Mas: conjunção que indica contrariedade, oposição.

Exemplo: Comprei o livro, mas não li.

Mais: advérbio de intensidade ou pronome indefinido.

Exemplo: Ela era mais bonita que a irmã.

Na Medida em Que X À Medida Que


Na medida em que: indica causa, consequência, efeito. Equivale a "visto que", "porque", "já
que".

Exemplo: Na medida em que fazíamos uma dieta rígida, perdíamos peso rapidamente.

À medida que: indica proporção.

Exemplo: À medida que enricou, tornou-se mais prepotente.

Há X A
Há: quando empregado com sentido de existir ou de tempo decorrido.

Exemplo: Há uma pessoa procurando por você.

Exemplo: Há dez anos almoço naquele restaurante aos domingos.

A: nas demais situações. Isso mesmo, não sendo caso de emprego do "Ha", utilizamos o "A".
Pode, inclusive, indicar tempo futuro ou distância.

Exemplo: Ela mora a alguns quilômetros da minha casa.

Exemplo: Daqui a pouco irei à academia.

Ao Nível de X Em Nível de
Ao nível de: sentido de "à mesma altura".

Exemplo: Aquela atriz não está ao nível de Fernanda Montenegro.

Em nível de: sentido de hierarquia, de "âmbito".

Exemplo: A questão deve ser tratada em nível de governo federal.

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A Fora x Afora
A fora (separado): → locução adverbial empregada em conjunto com a expressão "a dentro",
opondo-se a ela.

Exemplo: Chapeuzinho procurou a vovó de dentro a fora da casa.

Afora (junto): → pode ser advérbio ou preposição. Se for advérbio, terá sentido de "ao longo
de", "para o lado de fora". Se for preposição, terá sentido de "à exceção de". Exemplo: Pela
estrada afora, eu vou bem sozinha, levar esses doces para a vovozinha (advérbio).

Exemplo: Afora o lobo, todos eram personagens do bem (preposição).

O Uso das Letras Maiúsculas e Minúsculas


Letras Minúsculas
• Na maioria dos vocábulos, desde que não haja obrigatoriedade de uso da inicial
maiúscula.
• Nos nomes de meses, dias da semana, estações do ano.

Exemplos: verão, primavera, outubro, fevereiro, sexta-feira.

• Nas palavras que indicam nacionalidade.

Exemplos: brasileiro, francês, peruano.

• Nas palavras que designam os pontos cardeais. Exemplos: norte, sul, nordeste. - Nas
palavras monossílabas que ligam títulos de obras, congressos, conferências.

Exemplo: Congresso de Direitos da Mulher.

• Nos títulos e outras formas de tratamento.

Exemplos: doutor João, mestre Pedro.

Letras Maiúsculas
• No início de frases, de períodos, de citações diretas.

Exemplo: O dia amanheceu chuvoso.

• Após o ponto final.

Exemplo: O dia amanheceu chuvoso. Ela não escondia a preguiça de levantar.

• Nos substantivos próprios.

Exemplos: Joana, Londres, Brasil, Marte, Mar Vermelho, Mickey Mouse, Nação, Pátria,
Estado, Igreja Católica. Saturno.

• As palavras "Estado", "Pátria", "Nação" só são grafadas com inicial maiúscula quando
empregadas com sentido de entidade.

Exemplo: Combater a miséria é função do Estado.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Em nomes de festividades.

Exemplos: Natal, Páscoa, Carnaval.

• Em nomes de jornais e periódicos (revistas, etc.).

Exemplos: Folha de São Paulo, O Globo, Veja.

• Em nomes de decretos, leis, atos oficiais.

Exemplos: Decreto Federal nº 35.576, Lei Maria da Penha, Portaria nº 1543.

• Em nomes de instituições acadêmicas.

Exemplos: Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Pernambuco.

Os nomes que designam cursos e disciplinas podem ser escritos ou não com inicial maiúscula.
Vejamos alguns exemplos: Letras (letras), Língua Portuguesa (língua portuguesa), Biologia
(biologia).

Acentuação
Proparoxítonas
As palavras proparoxítonas são aquelas cuja sílaba forte é a antepenúltima. A regra é simples:
se é proparoxítona, é acentuada!

Exemplos: parábola (pa-rá-bo-la), gramática (gra-má-ti-ca), proparoxítona (propa-ro-xí-to-


na), médico (mé-di-co), hóspede (hós-pe-de), romântico (ro-mân-tico).

Perceberam que é simples? Basta identificar a sílaba tônica, se ela coincidir com a
antepenúltima da palavra: acento nela!

Paroxítonas
As palavras paroxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima. Agora a decoreba vai
começar (é o jeito! rs...), pois não acentuamos todas as palavras paroxítonas. Vamos às
regrinhas!

• N RLX (a dica que ajuda na fixação é: não relaxe = N RLX)


As palavras paroxítonas terminadas em N R L X são acentuadas. Vejamos:
Exemplos: útil, ônix, hífen, elétron, éter, cadáver, pólen.

• ÃO, ÃOS
As palavras paroxítonas terminadas em ÃO, ÃOS são acentuadas. Vejamos:
Exemplos: órgão, órgãos, órfão, bênção, bênçãos.

• ON(s)
As palavras paroxítonas terminadas em ON(s) são acentuadas!
Exemplos: elétron, elétrons, próton, prótons.
• UM/UNS
Também acentuamos as palavras paroxítonas terminadas em UM/UNS. Vejamos:
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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplos: álbum, álbuns

• PS
As palavras paroxítonas terminadas em PS são acentuadas!
Exemplos: fórceps, bíceps, tríceps, quadríceps. (*Dica: lembrem de músculos ou de
academia.)

• U(s), I(s)
As palavras paroxítonas terminadas em U(s) ou I(s) são acentuadas.
Exemplos: júri, júris, vírus, lápis, táxi.

• Ditongo oral
As palavras paroxítonas terminadas em ditongo oral (som oral, pronunciado apenas
pela boca) devem ser acentuadas. Vejamos:
Exemplos: história, imóveis, jóquei, túneis.

As palavras paroxítonas terminadas em ENS não são acentuadas: hifens, polens, abdomens.
As palavras item e itens não são acentuadas!!!!
Prefixos paroxítonos terminados em R ou I não são acentuados: super, mini, anti, inter. Vale
destacar que, se esses prefixos forem transformados em substantivos, o acento deverá ser
empregado: a míni, o hiper, a máxi.

Oxítonas
As palavras oxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a última. Acentuamos as oxítonas
terminadas em: A(s), E(s), O(s), EM (ens). Vejamos:

Exemplos: português, picolé, maracujá, armazém, parabéns, Pará, paletó, mocotó,


aliás.

Monossílabas Tônicas
As palavras formadas por uma única sílaba (tônica) são acentuadas quando terminadas em:
A(s), E(s) ou O(s). Exemplos: pó, pá, só, pé, má, mês.

Atenção!!! As formas verbais tônicas e monossilábicas terminadas em "A", "E" ou "O" seguidas
de "lo(s)" ou "la(s)" são acentuadas!

Exemplo: dá-lo (verbo dar), pô-lo (verbo pôr), fê-lo (verbo fazer).

Os monossílabos tônicos terminados em "A(s), E(s), O(s)" são acentuados, mas isto não quer
dizer que só os monossílabos acentuados são tônicos. Vejamos: dor, mal e trem são palavras
monossilábicas e também tônicas, entretanto, não levam acento por terminarem com R, L e
M.
São monossílabos tônicos: substantivos (fé, dor, trem, sol), adjetivos (só, má), advérbio (mal,
já, bem), pronomes (eu, tu, ele, mim, ti, nós, vós, meu , teu), verbos (dá, pôr), numerais (três).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Acentos Diferenciais
Algumas palavras são acentuadas para que sejam diferenciadas de outras e isto acontece com
a terceira pessoa do plural dos verbos TER e VIR. Vejamos:

►Ele vem, eles vêm

►Ela tem, elas têm

Percebam que, neste caso, a acentuação visa distinguir a terceira pessoa do singular (ELE/ELA
sem acento) da terceira pessoa do plural (ELES/ELAS com acento).

Cuidado com os verbos:


DETER: Ele detém / Eles detêm

CONVIR: Ele convém / Eles convêm

INTERVIR: Ele intervém / Eles intervêm

MANTER: Ele mantém/ Eles mantêm

Regrinha: agudo no singular, circunflexo no plural.

A forma verbal PÔDE (pretérito perfeito do Indicativo) é acentuada para ser diferenciada de
PODE (presente do Indicativo). Vejamos:

Exemplo: Ele pôde fazer a prova tranquilamente ontem (passado).

Exemplo: Ela pode fazer a prova tranquilamente hoje (presente).

A conjugação do verbo "PODER" no pretérito perfeito do Indicativo é muito diferente:

Eu pude
Tu pudeste
Ele pôde
Nós pudemos
Vós pudestes
Eles puderam
A forma verbal PÔR é acentuada para não ser confundida com a preposição POR, vejamos:

Exemplo: Pare de pôr refrigerante na mesa, já temos o suficiente (verbo).

Exemplo: Maricota estudou por três livros diferentes (preposição).

Regra dos Hiatos I/U


Palavra com vogal I ou vogal U tônica, isolada ou seguida de S na mesma sílaba, formando
hiato = acento agudo.

Atenção! A vogal tônica deve ser a segunda do hiato (ocorre hiato quando temos duas vogais
juntas, mas em sílabas diferentes).

Exemplos: saída (sa-í-da), saúde (sa-ú-de), heroína (he-ro-í-na), açaí (a-ça-í).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Assim, palavras como: raiz (ra-iz), juiz (ju-iz), cair (ca-ir) não são acentuadas, pois a vogal (i ou
u) não está sozinha na sílaba, nem acompanhada pelo S, mas por outra consoante.

Quando o hiato for seguido de NH na sílaba seguinte, não deve ser acentuado! Exemplo:
rainha, (ra-i-nha), campainha (cam-pa-i-nha), moinho (moi-nho).
Quando o hiato (i/u) for formado por vogais iguais, não deve ser acentuado! Exemplo: xiita
(xi-i-ta), vadiice (va-di-i-ce).

Com o advento do Novo Acordo Ortográfico: paroxítona com ditongo decrescente seguido
de hiato (i ou u) = sem acento! Exemplo: feiura, baiuca, bocaiuva. Quando o ditongo for
crescente o acento permanece!

Exemplo: Guaíra.

Regra dos Hiatos OO e EEM


Segundo o Novo Acordo Ortográfico, os hiatos OO e EEM (nos verbos "CRÊ-DÊLÊ-VÊ": crer,
dar, ler, ver e derivados) não são mais acentuados. Vejamos:

Exemplos: voo, creem, veem, enjoo, abençoo, leem, deem.

Regra dos Ditongos Abertos ÉI, ÉU, ÓI


Os monossílabos e as oxítonas com ditongo aberto são acentuados!

Exemplos: réis, herói, papéis, chapéus, rói, céu, troféus.


O Novo Acordo Ortográfico retirou a acentuação dos ditongos abertos ÉI e ÓI em palavras
paroxítonas!!

Exemplo: ideia, plateia, paranoia, estreia, jiboia, geleia, epopeia, heroico (lembrando que
"herói" continua acentuado por ser oxítona terminada em ditongo aberto).

Exceção: destróier (paroxítona terminada em R)

Trema
Mantido apenas na escrita de nomes próprios estrangeiros e de adjetivos derivados de nomes
estrangeiros (Müller, "obra mülleriana"), o trema foi abolido da escrita das demais palavras.
Vejamos:

Exemplos: linguiça, frequente, cinquenta, sagui, consequência, quinquênio.

Uso do Hífen
Quando o segundo termo começar com H, USE HÍFEN. Exemplos: anti-higiênico, super-
homem, semi-hospitalar, extra-humano, sobrehumano, sub-hepático.

1. Quando o prefixo terminar com a MESMA LETRA que inicia a palavra, USE HÍFEN.
Exemplos: sub-base, anti-inflamatório, micro-ondas, micro-organismo, autoobservação,
contra-ataque, super-resistente, inter-regional.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

DICA! Separe os iguais.

Algumas palavras formadas pelos prefixos "DES" e "IN" perderam o H: desumano (des +
humano), inábil (in + hábil).
No caso dos prefixos PRE - PRO – CO – RE (todos sem acento), sempre haverá aglutinação
com o segundo elemento, mesmo que o prefixo termine com a mesma letra que inicia a
palavra seguinte.

Exemplos: proativo, reeleição, preencher, predeterminado, coobrigação, coautor.

3. Nas formações que envolvem PRÉ, PÓS, PRÓ, RECÉM, BEM, EX, SEM, ALÉM, AQUÉM,
SOTA/SOTO, VICE/VIZO, USE HÍFEN:

Exemplos: além-mar, aquém-mar, além-Atlântico, pró-reitor, sem-teto, semcerimônia, ex-


diretor, ex-marido, bem-vindo, recém-nascido, vizo-rei, semvergonha, soto-mestre, pré-
escolar, pós-graduação.

1. Com o prefixo "MAL", se o segundo termo começar com VOGAL, H ou L, USE HÍFEN:

Exemplos: mal-amado, mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo, mal-estar.

2. Com os prefixos HIPER, INTER E SUPER, se o segundo elemento começa com H ou R,


USE O HÍFEN:

Exemplos: super-homem, hiperinflação, inter-humano, interclasse, inter-racial, hiper-


radioativo.

3. Com os prefixos CIRCUM e PAN, se o segundo elemento começa com VOGAL, H, M


ou N, USE O HÍFEN:

Exemplos: circum-meridiano, pan-americano, pan-harmônico, circumnavegação, circum-


escolar, circum-oral, circum-hospitalar, pan-negritude, panmágico.

4. Quando o prefixo TERMINA COM VOGAL e o elemento seguinte começa com R ou S,


DOBRE A CONSOANTE e NÃO USE O HÍFEN:

Exemplos: autorretrato (auto + retrato), ultrassonografia (ultra + sonografia), contrarregra


(contra + regra), contrarrazões (contra+ razões), antirreligioso (anti + religioso), corresponsável
(co + responsável), antessala (ante + sala).

Porta-retrato é uma palavra escrita com hífen porque “porta” não é prefixo, mas uma forma
do verbo “portar”.

5. Quando o prefixo TERMINA com uma VOGAL e o segundo termo começa com VOGAL
DIFERENTE, NÃO USE O HÍFEN:

Exemplos: autoescola, autoafirmação, extraoficial, semiaberto,


autoaprendizagem.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Crase
Regra Geral
Sem dúvida, um dos assuntos mais perguntados em sala de aula é a crase. Muitas dúvidas são
levantadas pelos alunos, que consideram esse tópico bastante difícil. O que quero mostrar a
vocês é que a crase é um fenômeno linguístico que pode ser facilmente identificado.
Apresento, a seguir, um quadro resumo que consegue sintetizar muito bem esse meu
raciocínio. Vejamos:
• À = A + A
Preposição Artigo

• ÀS = A + AS
Preposição Artigo

• ÀQUELE(S) AQUELE(S)
• ÀQUELA(S) A + AQUELA(S)
• ÀQUILO Preposição AQUILO

Veja bem, para haver crase, é necessário fazer uma soma: soma-se a preposição “a” -
solicitada pela regência de um verbo ou de um nome - com o artigo definido “a” ou “as” -
solicitado por uma palavra feminina.

Se um desses elementos estiver ausente, não faz sentido falar em crase.

Veja também o terceiro exemplo, em que ocorre a fusão da preposição “a” com o “a” inicial
dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo.

Observe a frase:

Fomos à piscina.

A forma verbal “fomos” solicita a regência da preposição “a” – fomos a algum lugar. Além
disso, o substantivo feminino “piscina” solicita o artigo definido “a”. A soma da preposição “a”
com o artigo “a” resulta na forma “à”.

O acento indicador de crase chama-se acento grave.

Para termos certeza de que ocorre a crase, podemos nos utilizar de alguns artifícios:

>> Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer a forma “ao”
ou “aos” diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.

Temos amor à arte.

Temos amor ao estudo.

Respondi às perguntas.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Respondi aos questionário.

>> Substituir a preposição “a” por “para”. Se aparecer “para a”, ocorre a crase:

Contarei uma estória a você.

Contarei uma estória para você.

Fui à Holanda.

Fui para a Holanda.

>> Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão “voltar da”,
é porque ocorre a crase.

Iremos a Curitiba.

Voltaremos de Curitiba.

Iremos à Bahia.

Voltaremos da Bahia.

2) Não ocorre crase

Conforme foi explicado, se não houver a preposição “a” ou o artigo “a”, não ocorrerá crase.
Veja que tudo não passa de consequência do quadro resumo. Diante disso, podemos concluir
que não há crase: a) antes de verbo

Voltamos a contemplar a lua.

b) antes de palavras masculinas Gosto muito de andar a pé.

Passeamos a cavalo.

c) antes de pronomes de tratamento, exceção


feita a senhora, senhorita e dona:

Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza.

Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

Entenda porque senhora, senhorita e dona aceitam crase. Observemos a frase “Entregaram
o convite à senhora”. Se substituirmos “senhora” por “senhor”, teremos “Entregaram o convite
ao senhor”. Dessa forma, se “senhor” solicita artigo definido, “senhora” também o deverá
solicitar. O artigo solicitado por senhora se contrai com a preposição
solicitada pela forma verbal Entregaram, resultando na forma “à” d) antes
de pronomes em geral:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Não vou a qualquer parte.

Fiz alusão a esta aluna.

e) em expressões formadas por palavras repetidas: Estamos frente a

frente Estamos cara a cara.

f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:

Não falo a pessoas estranhas.

Restrição ao crédito causa o temor a empresários.

Muito cuidado com construções do tipo:

Referi-me à cenas de terror (ERRADO).

O que está errado nessa frase, professor? Prestem atenção! Temos a preposição “a”, solicitada
pela regência da forma verbal “Referi-me” (quem se refere, se refere a algo). Porém, não temos
a presença do artigo “a”, uma vez que o substantivo feminino “cenas” é plural. Se este solicitar
artigo, solicitará o definido plural “as”.

Corrigindo, teremos duas possibilidades de redação:

Referi-me a cenas de terror (CERTO).

Referi-me às cenas de terror (CERTO).

Imaginemos um enunciado da CESPE assim redigido: “As duas frases acima estão corretas do
ponto de vista gramatical e mantêm o mesmo sentido”. E aí, CERTO ou ERRADO?

Olhem só: corretas do ponto de vista gramatical elas estão, mas não possuem o mesmo
sentido, não. Na construção “Referi-me a cenas de terror”, a ausência do artigo “as” (a forma
“a” é apenas preposição) dá a entender que se trata de cenas de terror quaisquer. Já na
construção “Referi-me às cenas de terror”, a presença do artigo definido “as” especifica as
cenas de terror, dando a entender que não se trata de quaisquer cenas.

A crase é facultativa

a) Antes de nome próprio feminino:

Refiro-me à (a) Juliana.

b) Antes de pronome possessivo feminino:

Dirija-se à (a) sua fazenda.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

c) Depois da preposição até:

Dirija-se até à (a) porta.

Casos Especiais

a) Crase diante de casa e terra.

Quando a palavra “casa” é empregada no sentido de “lar” e não vem especificada, não ocorre
a crase. Se, por sua vez, houver especificação da casa, haverá crase.

O mesmo ocorre com a palavra “terra”, no sentido de “terra firme”. Só haverá crase se vier
especificada.

Regressaram a casa para almoçar.

Regressaram à casa de seus pais.

Regressaram a terra depois de muitos dias.

Regressaram à terra natal.

Ocorre também a crase:

b) Na indicação do número de horas:

Chegamos às nove horas.

c) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:

Usam sapatos à (moda de) Luís XV.

d) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:

Chegou à tarde (tempo).

Falou à vontade (modo).

Escreveu a caneta sua redação (instrumento).

e) Nas locuções conjuntivas e prepositivas: à medida que, à força de...

Fique atento às frases a seguir:

i) Está é a nação a que me refiro.

Não há crase diante do pronome relativo “que”. Para se certificar disso, substitua “nação” por
“país”. Teremos a construção “Este é o país a que me refiro”. Veja que não houve alteração da
forma “a que”. É sinal de que não há crase. ii) Esta é a nação à qual me refiro.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Substituindo “nação” por “país”, teremos a construção “Este é o país ao qual me refiro.”. O
fato de aparecer a forma “ao qual” é sinal de que ocorre crase, resultado da contração da
preposição “a” com o pronome relativo “a qual”.

iii) Houve uma sugestão anterior à que você deu.

Substituindo “sugestão” por “palpite”, teremos a construção “Houve um palpite anterior ao


que você me deu”. O fato de aparecer a forma “ao que” é sinal de que ocorre crase, resultado
da contração da preposição “a” com o pronome demonstrativo “a” (= aquela).

Há - indica tempo passado. Moramos aqui


há seis anos

A - indica tempo futuro e distância.


Daqui a dois meses irei à fazenda.
Moro a três quarteirões da escola.

Formação das Palavras


Noção de Estrutura das Palavras
MORFEMA: é a menor parte significativa de uma palavra, é um pedaço que a compõe.

RADICAL: também é conhecido como morfema lexical, é responsável pelo significado da


palavra. Vejamos:

LIVR - O POBR - E ALUN - O DIGN - A


radical radical radical radical
As palavras cognatas são aquelas que possuem o mesmo radical. Exemplos: terra, terreiro,
terrestre, terráqueo, terraço, enterrar.

AFIXOS: aparecem antes ou depois do radical, alterando sua composição. São os prefixos e
sufixos.

PREFIXOS: aparecem antes do radical. Exemplos: IN-DIGNO, A- MORAL, DES- LEAL.

SUFIXOS: aparecem depois do radical. Exemplos: MORAL -MENTE, LEAL- DADE.

DESINÊNCIA: indica como a palavra está flexionada, pode ser nominal ou verbal.

DESINÊNCIA NOMINAL: revela se a palavra é do gênero masculino ou feminino, se é singular


ou plural.

-O ALUN - O (indica que o gênero é masculino)

-A ALUN - A (indica que o gênero é feminino)

-S ALUNO - S (indica que, além de masculina, a palavra é plural)

DESINÊNCIA VERBAL: revela a pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), o tempo (presente, pretérito...), o modo
(Indicativo, Subjuntivo, Imperativo) e número (singular ou plural).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: compr- o (a desinência deste verbo nos permite afirmar que ele está conjugado na
primeira pessoa do singular, no presente do Indicativo).

Exemplo: compra-se (a desinência deste verbo nos permite afirmar que está conjugado no
pretérito imperfeito do Subjuntivo e no singular, mas a pessoa deve ser identificada pelo
contexto, pois pode ser primeira ou terceira: eu comprasse ou ele/ela comprasse.

VOGAL TEMÁTICA: aparece após o radical ligando-o aos sufixos ou à desinência. Pode ser
nominal ou verbal.

DOS NOMES: A E O, quando as palavras terminarem em vogais átonas finais. Quando as


palavras terminam em vogais tônicas, dizemos que elas são atemáticas: palavras sem vogal
temática. DOS VERBOS: A E I

Quando o verbo tem vogal temática A - dizemos ser de 1ª conjugação (amAr, cantAr, pulAr)

Quando o verbo tem vogal temática E - dizemos ser de 2ª conjugação (vivEr, esquecEr, bebEr)

Quando o verbo tem vogal temática I - dizemos ser de 3ª conjugação (partIr, sorrIr, aplaudIr)

LETRA OU CONSOANTE DE LIGAÇÃO: aparece na palavra por motivos

"eufônicos", para facilitar/viabilizar/embelezar a pronúncia.

Na prática:

(QUESTÃO DA BANCA NUCEPE - 2016) Na palavra "cafezinho" temos os seguintes


elementos mórficos:

RESPOSTA: radical, consoante de ligação e sufixo.

CAFE -Z- INHO

radical consoante de ligação sufixo que indica diminutivo

A palavra café termina com vogal tônica, por isso ela é atemática: sem vogal temática.

Formação das Palavras


Apresentaremos agora os pontos que mais caem na prova.

Derivação: PREFIXAL, SUFIXAL, PREFIXAL E SUFIXAL, PARASSINTÉTICA, REGRESSIVA,


IMPRÓPRIA

DERIVAÇÃO PREFIXAL: ocorre com a adição de prefixo à palavra primitiva.

Exemplos: incapaz, desleal, anormal, bicampeão, prever.

DERIVAÇÃO SUFIXAL: ocorre com a adição de sufixo à palavra primitiva.

Exemplos: felizmente, mortal, brasileiro, livraria, chuvoso.

Atenção! O sufixo "mente", na maioria dos casos, indica que a palavra é advérbio de modo.

DERIVAÇÃO PREFIXAL E SUFIXAL: ocorre com a adição de prefixo + sufixo.

23
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Atenção! Podemos retirar apenas o prefixo ou apenas o sufixo, a palavra continuará existindo
na Língua Portuguesa.

Exemplo: infelizmente (in + feliz + mente).

• Podemos retirar apenas o prefixo "in" e a palavra "felizmente" continua existindo em


nossa língua.
• Também podemos retirar apenas o sufixo "mente" e a palavra "infeliz" continua
existindo em nossa língua.

DERIVAÇÃO PARASSINTÉTICA: ocorre com a adição simultânea de prefixo + sufixo.

Atenção! Não podemos retirar só o sufixo ou só o prefixo. Ou empregamos ambos ou


retiramos ambos.

Exemplos: abençoar (a + bênção + ar), emagrecer (e + magro+ ecer), desalmado (des +


alma + ado).

• Percebam que não existe "abenço", nem "bençoar", a mesma situação é verificada nos
outros exemplos.

DERIVAÇÃO REGRESSIVA: ocorre quando palavra é formada por redução, e não por
acréscimo.

Exemplos: comprar → compra, beijar → beijo, pescar → pesca, fugir → fuga, dançar→ dança

Fique de olho! Em regra, quando o substantivo expressar ação (compra, pesca, beijo, fuga,
dança), ele será palavra derivada e o verbo será a palavra primitiva, como mostram os exemplos
acima.

Fique de olho! Quando o substantivo for concreto e representar objeto/coisa/substância,


o verbo que derivará dele, vejamos: âncora → ancorar (ancorar deriva de "âncora" por

sufixação). arquivo → arquivar (arquivar deriva de "arquivo" por sufixação). telefone → telefonar

(telefonar deriva de "telefone" por sufixação). Em suma:

24
Apostila Pré-Edital: SEMSA

DERIVAÇÃO IMPRÓPRIA: a palavra em si não sofre alteração, o que muda é sua classificação
morfológica e seu sentido, ou seja, para constatarmos este tipo de derivação precisamos
analisar a palavra em cada contexto. Vejamos:

Ele não foi ao parque porque estava cansado (conjunção).

Ele não foi ao parque, mas não sei o porquê (substantivo).

Tenho treze sapatos de festa (numeral).

O treze é um número de sorte (substantivo).

Tenho medo de fantasma (substantivo).

Descobriram um funcionário fantasma naquele órgão (adjetivo).

Atenção!!! As bancas geralmente trabalham o tema derivação imprópria por meio de


exemplos de substantivação (transformação de uma palavra de outra classe gramatical em
substantivo). Revisando as possibilidades de DERIVAÇÃO:

Composição: POR JUSTAPOSIÇÃO, POR AGLUTINAÇÃO.

COMPOSIÇÃO POR JUSTAPOSIÇÃO: ocorre quando unimos duas palavras ou radicais, sem
alteração fonética.

Exemplos: girassol, abelha-rainha, couve-flor, sexta-feira, passatempo.

COMPOSIÇÃO POR AGLUTINAÇÃO: ocorre com perda/alteração de elementos das palavras


aglutinadas, nunca empregamos hífen.

Exemplos: lobisomem (lobo + homem), embora (em + boa + hora), planalto (plano + alto),
fidalgo (filho + de + algo).

Redução/Abreviação: Ocorre quando algumas palavras, no dia-a-dia, passam a ser


empregadas também em forma reduzida, vejamos:

televisão → tevê botequim →


boteco cinema → cine
automóvel → auto
Onomatopeia: Ocorre quando as palavras tentam imitar sons.

Exemplos: zum-zum, miar, rugir, blá-blá-blá, zumbir, piar.

25
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Hibridismo: Ocorre quando as palavras são formadas por elementos de línguas diferentes,
vejamos:

Exemplos: sociologia (socio/latim + logia/grego), automóvel (auto/grego + móvel/latim).

Estrangeirismo: Ocorre quando utilizamos palavras de outros idiomas (com manutenção ou


não da pronúncia e da ortografia originais).

Exemplos: black friday, lounge, shopping, blog, estresse (adaptado de stress).

Classes de Palavras
Artigo
O ARTIGO é empregado, principalmente, para determinar ou individualizar um nome. Assim,
podemos afirmar com quase certeza que após um artigo teremos um substantivo. O artigo
ainda serve para identificar o gênero (masculino ou feminino) e o número (singular ou plural)
dos substantivos.

Os artigos dividem-se em: definidos e indefinidos.

Artigos Definidos: a, as, o, os.

Artigos Indefinidos: uma, umas, um, uns.

O aluno foi ao shopping (artigo definido, o autor sabe qual aluno foi ao shopping).

Um aluno foi ao shopping (artigo indefinido, o autor não sabe qual aluno foi ao shopping).

Os artigos podem ser combinados com as preposições: a, de, por, em. preposição

A + artigo O = AO preposição DE + artigo A/O = DA, DO preposição EM+ artigo

A/O = NA, NO preposição EM+ artigo UM/UMA = NUM, NUMA preposição POR

+ artigo A/O = PELA, PELO

Podem também transformar uma palavra de outra classe em substantivo (chamamos de


"substantivação"), vejamos:

O preguiçoso não foi aprovado (transformação do adjetivo "preguiçoso" em substantivo).

O andar dela é gracioso (transformação do verbo "andar" em substantivo).

Os dois foram aprovados com louvor (transformação do numeral "dois" em substantivo).

O "beijinho no ombro" estava na boca do povo (transformação da frase "beijinho no ombro"


em substantivo).

Cuidado para não confundir artigo com pronome oblíquo. O pronome oblíquo substitui
objetos diretos e acompanha um verbo. O artigo acompanha substantivos! Vejamos:

Alguém levou as meninas ao circo (artigo acompanha o substantivo "meninas").

Alguém as levou ao circo (pronome oblíquo substituindo o substantivo "meninas").

26
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Cuidado para não confundir o artigo indefinido "um" com o numeral "um":

Um livro estava guardado na estante (artigo indefinido, ideia de "um livro qualquer").

Apenas um livro estava guardado na estante (numeral, ideia de quantidade).

Percebam que se a oração apresentar apenas a palavra "um", sem especificações,


entenderemos que se trata de artigo indefinido, entretanto, no segundo exemplo, ficou claro
pelo contexto que o "um" é numeral.

Uso do Artigo Definido


I) Indicando totalidade:

Exemplo: O homem é egoísta por natureza (sentido de toda a humanidade).

II) Acompanhando pronome possessivo que substitui um substantivo:


(obrigatoriamente).

Exemplo: Comprei dois sapatos. O seu é o preto, o meu é o vermelho.

Atenção! Quando o pronome demonstrativo apenas acompanha um substantivo, o uso de


artigo é facultativo. Vejamos:

Exemplo: O meu sapato é vermelho (correto com artigo).

Exemplo: Seu sapato é preto (correto sem artigo).

III) Antecedendo dias da semana e estações do ano:

Exemplo: Fui ao teatro na terça (na =em + a).

Exemplo: Hoje começa a primavera.

IV) Antecedendo datas festivas:

Exemplo: O Natal está próximo.

Exemplo: Ele gosta do Carnaval.

Atenção! O artigo é dispensado em locuções adjetivas: primeiro dia de Carnaval.

V) Sucedendo o pronome indefinido "todos", quando seguido de substantivo


explícito:

Exemplo: Todos os alunos do TEC foram aprovados (substantivo "alunos" explícito).

Exemplo: Aprovamos todos com louvor (sem substantivo explícito).

VI) Indicando valor (boas qualidades) de algo:

Exemplo: Ele é o cara (sentido de "ele é muito bom").

Exemplo: O TEC Concursos é o site (sentido de "é um excelente site")!

27
Apostila Pré-Edital: SEMSA

NÃO USAMOS O ARTIGO DEFINIDO


I) Após o pronome CUJO/CUJA:

Exemplo: Esta é a professora cujo livro foi bem vendido. ► Exemplo: Esta

é a professora cujo o livro foi bem vendido. X II) Antecedendo datas do

mês:

Exemplo: O atentado de 11 de setembro marcou a história mundial.

III) Quando o substantivo é empregado genericamente:

Exemplo: Ela não frequenta festas por causa da religião que segue.

Exemplo: Ele não financia eventos no mês de julho.

Uso do Artigo Indefinido


I) Indicando generalização ou desconhecimento:

Exemplo: Uma aluna foi aprovada.

Exemplo: Umas crianças foram vacinadas ontem.

II) Indicando ideia de aproximação:

Exemplo: A casa tem uns quinze metros de largura.

Exemplo: Ele pesa uns cem quilos.

III) Designando obras artísticas:

Exemplo: Ter um Salvador Dalí em casa não é para qualquer pessoa (ideia de "ter um quadro
de").

IV) Indicando uma espécie inteira:

Exemplo: Um macaco pode ser mais inteligente que muitos homens.

Em regra, não empregamos o artigo indefinido em apostos explicativos. Vejamos:

Luiz Gonzaga, grande cantor e compositor nordestino, nasceu em Exu, em 13 de dezembro


de 1912 (não precisamos escrever "um grande cantor..."; a maior parte dos gramáticos
recomenda a omissão do artigo).

Substantivo
O SUBSTANTIVO é uma das classes mais importantes para a construção de orações
(juntamente com o verbo) e tem por função nomear os seres: pessoas, objetos, animais,
lugares, fenômenos, sentimentos, personagens da ficção.

Os substantivos variam em gênero (masculino ou feminino), número (singular ou plural) e grau


(diminutivo, superlativo).

28
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Além do vastíssimo número de substantivos existentes em nossa língua, a maioria das palavras
de outras classes gramaticais também podem se tornar substantivos! O "fenômeno" é
chamado de substantivação:

Exemplo: O olhar dela fascina a todos (normalmente, a palavra "olhar" é classificada como
verbo, entretanto, no exemplo, funciona como substantivo).

Exemplo: O invejoso não gosta de elogiar outras pessoas (a palavra "invejoso" geralmente é
classificada como adjetivo, entretanto, no exemplo, funciona como substantivo).

Exemplo: O três é um número ímpar (a palavra "três", normalmente, é classificada como


numeral, mas no exemplo funciona como substantivo).

Classificação dos Substantivos


Substantivos Comuns e Próprios
Substantivos Comuns: servem para designar seres de uma mesma espécie, de forma genérica.

Exemplos: país, homem, casa, criança, gato.

Substantivos Próprios: servem para designar seres específicos de uma espécie.

Exemplos: Brasil, João, Recife, Pedrinho, Garfield.

Substantivos Coletivos
Servem para designar grupos de uma mesma espécie, vejamos alguns:

Alcateia - de lobos

Arquipélago - de ilhas

Arsenal - de armas

Cacho - de bananas, de uvas

Cáfila - de camelos

Cardume - de peixes

Constelação - de estrelas

Corja - de ladrões, de tratantes

Enxame - de abelhas

Elenco - de atores

Esquadra - navios de guerra

Esquadrilha - de aviões de guerra, de navios de guerra

Feixe - de lenha

Frota - de navios

29
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Manada - de búfalos, de elefantes, de bois

Matilha - de cães

Nuvem - de insetos, gafanhotos

Ramalhete - de flores

Réstia - de cebolas, de alhos

Vara - de porcos

Substantivos Abstratos e Concretos


Substantivos Abstratos: servem para designar emoções, ações, qualidades, sentimentos.

Exemplos: paz, amor, abraço, beijo, fé, incredulidade, esperança,


responsabilidade.

Substantivos Concretos: servem para designar todos os substantivos que não forem ações,
qualidades, emoções, sentimentos.

Exemplos: fada, pedra, floresta, Deus, alma, estrela, céu, cadeira, luz, estrada, Saci.

Substantivos Primitivos e Derivados


Substantivos Primitivos: são aqueles que não apresentam afixos.

Exemplos: folha, livro, café, manhã.

Substantivos Derivados: apresentam afixos. Exemplos: folhagem, livraria, cafeteria,


amanhecer.

Atenção!!! Os afixos são morfemas (pequenas partículas) que transformam palavras primitivas
em derivadas, podendo ser: prefixo (adicionado no início da palavra - Exemplo: ilegal), sufixo
(adicionado no final da palavra - Exemplo: pedreira).

Substantivos Simples e Compostos


Substantivos Simples: formados por apenas um radical.

Exemplos: sol, cor, beijo, flor.

Substantivos Compostos: formados por dois ou mais radicais.

Exemplos: beija-flor, girassol.

Plural dos Substantivos Compostos


Se tivermos que escolher apenas um assunto para "focar" sobre o tema "substantivos", este é
o ponto!

1. Flexionam-se os dois elementos, quando:

Substantivo + Substantivo: couve-flor/ couves-flores.

Substantivo + Adjetivo: cachorro-quente/ cachorros-quentes

30
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Adjetivo + Substantivo: mau-caráter/ maus-caracteres

Numeral + Substantivo: quarta-feira/ quartas-feiras Adjetivo +

Adjetivo: surdo-mudo/ surdos-mudos

2. Mantidos invariáveis os seguintes elementos:

Verbo: beija-flor/ beija-flores, guarda-roupa/ guarda-roupas.

Advérbio:abaixo-assinado/ abaixo-assinados, além-mar/ além-mares.

Substantivos invariáveis: lápis (é invariável quando for palavra simples e quando for parte de
palavra composta), o porta-lápis/ os porta-lápis.

Pronomes invariáveis: ninguém (é invariável quando for palavra simples e quando for parte
de palavra composta), a maria-ninguém / as marias-ninguém.

Quando a palavra "guarda" (verbo) é acrescida de substantivo = só o segundo elemento varia!


Exemplo: Os guarda-roupas estão em promoção.

Entretanto, quando a palavra " guarda" (substantivo) é acrescida de adjetivo = ambos os


elementos variam! Exemplo: Os guardas-noturnos chegaram ao parque às 19 horas.

3. Apenas o primeiro elemento varia:

Substantivo + preposição + substantivo: pé de moleque/ pés de moleque, calcanhar de


Aquiles/ calcanhares de Aquiles, pôr do sol/ pores do sol.

4. Apenas o segundo elemento varia:

Substantivo que indica origem: afro-brasileiro, afro-brasileiros, angloamericano/anglo-


americanos.

Substantivo formado por onomatopeia: reco-reco/reco-recos, tiquetaque/tique-


taques.

Substantivo formado por abreviações: grão-mestre/grão-mestres, sãobernardo/são-


bernardos.

Substantivo formado por verbos iguais: corre-corre/corre-corres (*correscorres está correto,


mas raramente é aceito pelas bancas).

Dica que Resolve Boa Parte das Questões de Plural dos Substantivos
Substantivo

Adjetivo VARIAM

Numeral

Essas são as classes que variam, ou seja, flexionam quando aparecem em substantivos
compostos pluralizados: Couve-flor → Couves-flores

S S
31
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Como a palavra "couve-flor" é composta por dois substantivos (S de SAN), ambos variam
quando a palavra é pluralizada.

Primeiro-ministro → Primeiros-ministros

N S

Como a palavra "primeiro ministro" é composta por "primeiro" (numeral - N de SAN) e por
"ministro" (substantivo - S de SAN), ambos variam quando a palavra é pluralizada.

Amor-perfeito → Amores-perfeitos

S A

Como a palavra "amor-perfeito" é composta por "amor" (substantivo- S de SAN) e por


"perfeito" (adjetivo- A de SAN), ambos variam quando a palavra é pluralizada.

Beija-flor → Beija-flores verbo S

"Beija" é verbo (não está dentro do grupo SAN), logo não varia.

"Flor" é substantivo (S de SAN), logo varia. Por isso: beija-flores.

Adjetivo
Quando precisamos descrever um objeto, uma pessoa, um local, com certeza, empregamos
algum adjetivo. Assim, se quisermos definir essa classe gramatical com apenas uma palavra, a
mais ideal será "caracterizador", pois o adjetivo tem por função principal exatamente isto:
atribuir características aos seres.
Os adjetivos podem modificar substantivos (a maioria), numerais, pronomes e orações
completas.

As meninas estudiosas foram aprovadas ("estudiosas" altera o substantivo "meninas").

As duas estudiosas foram aprovadas ("estudiosas" altera o numeral "duas").

Elas são estudiosas ("estudiosas" altera o pronome "elas").

É maravilhoso que as meninas sejam estudiosas ("maravilhoso" altera a oração "que as


meninas sejam estudiosas").

É preciso guardar a situação do adjetivo qualificando uma oração inteira, pois é recorrente
em provas de concurso. Assim, vamos dar mais exemplos:

É necessário que os alunos guardem a regra do adjetivo.

É lindo presenciar o carinho entre irmãos.

É salutar que as discussões ocorram pacificamente.

O que podemos perceber com os exemplos acima? Observem os adjetivos destacados. Eles
permanecem invariáveis!!!!

32
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Assim, quando o adjetivo qualifica/caracteriza/modifica uma oração inteira, ele simplesmente


NÃO VARIA, NÃO FLEXIONA.

Adjetivação
A palavra "adjetivação" pode fazer referência a uma técnica estilística empregada por alguns
autores (uso de adjetivos em excesso para enfatizar algo) ou à transformação de substantivos
em adjetivos (mais importante para as provas de concurso).

Vejamos dar agora alguns exemplos de transformação de substantivos em adjetivos:

Exemplo: Ela vestia uma calça laranja.

A palavra "laranja" normalmente faz menção à fruta (substantivo), mas no exemplo acima, foi
empregada como adjetivo que modifica o substantivo "calça". Exemplo: João tem um jeito
moleque de andar.

Na frase acima, a palavra "moleque" é um adjetivo que caracteriza o "jeito" de andar do João,
qualificando o substantivo "jeito". Entretanto, normalmente, "moleque" é uma palavra
empregada como substantivo.

Exemplo: A parede em tom pastel é tendência para o verão de 2016.

Na frase acima, a palavra "pastel", normalmente empregada como substantivo, é adjetivo que
caracteriza o tom da parede.

Locuções Adjetivas
A locução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com valor de um adjetivo, vamos aos
exemplos:

carne de porco - carne suína espetáculo de circo -

espetáculo circense águas da chuva - águas pluviais

dor de abdômen - dor abdominal casa de campo -

casa campestre dose de cavalo - dose cavalar

tratamento de face - tratamento facial faixa de

idade - faixa etária risco de vida - risco vital amor

de mãe - amor materno história da Idade Média -

história medieval carinho de irmão - carinho

fraterno rosto de anjo - rosto angelical problemas

da cidade - problemas urbanos

Percebam que boa parte das locuções adjetivas podem ser substituídas por um único adjetivo.
Entretanto, o fato de algumas não poderem ser convertidas em adjetivo, não tira delas a
classificação de "locução adjetiva".

33
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vejam só algumas locuções que não podem ser convertidas em um único adjetivo: caixa de
papelão, pessoa sem caráter, palhaço sem graça, ideia sem pé nem cabeça, chão de
cimento.

Plural dos Adjetivos


Adjetivos Simples
Os adjetivos simples flexionam em número (singular ou plural) de acordo com o termo a que
se referem. Vejamos:

Exemplo: Prédios magníficos foram construídos em 2014 (o adjetivo "magníficos" está no


plural - e no masculino - para concordar com "prédios").

Exemplo: A preocupação com questões simplórias deve ser evitada (o adjetivo "simplórias"
está no plural - e no feminino - para concordar com "questões").

Exemplo: Ele é um bom menino (o adjetivo "bom" está no singular - e no masculino - para
concordar com "menino").

Adjetivos Compostos
Os adjetivos compostos flexionam com base em algumas regras:

Em regra, flexiona-se o último termo.

Exemplo: Os livros verde-escuros são mais caros.

Exemplo: As cantoras norte-americanas ganharam muitos prêmios.

São invariáveis os adjetivos compostos em que um dos termos é substantivo.

Exemplo: A blusa dela era amarelo-ouro.

Exemplo: Tinha dois batons vermelho-paixão.

São invariáveis os adjetivos compostos com a seguinte fórmula: cor + de + substantivo.

Exemplo: Eram roupas cor-de-rosa.

Variam-se os dois termos do adjetivo "surdo-mudo".

Exemplo: Alguns surdos-mudos fizeram uma linda apresentação teatral ontem.

A Posição dos Adjetivos e as Variações de Sentido


A alteração da ordem de palavras pode, muitas vezes, mudar também o sentido da oração. O
adjetivo, por exemplo, é capaz de apresentar diferentes significados de acordo com a posição
em que é empregado. Vejamos:

O falso profeta gritava para a multidão (o adjetivo "falso" foi empregado com sentido de
impostor).

O profeta falso gritava para a multidão (o adjetivo "falso" com sentido de desleal, mentiroso).

Joana é uma nova pessoa (o adjetivo "nova" foi empregado com sentido de renovada).
34
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Joana é uma pessoa nova (o adjetivo "nova" foi empregado com sentido de jovem, de pouca
idade).

Ele era um senhor delegado (o adjetivo "senhor" foi empregado com sentido de excelente,
ótimo).

Ele era delegado senhor (o adjetivo "senhor" foi empregado com sentido de pessoa de meia-
idade).

A mulher pobre vestia azul (o adjetivo "pobre" foi empregado com sentido de pessoa com
pouco dinheiro).

A pobre mulher vestia azul (o adjetivo "pobre" foi empregado com sentido de coitada, digna
de pena).

Conjugação. Reconhecimento e Emprego dos


Modos e Tempos Verbais
Breve Introdução
O verbo é palavra que indica ação, estado, fenômeno da natureza.

AÇÃO: indica movimentação física, gasto de energia mental, o desenvolvimento de um


processo. Exemplo: pensar, caminhar.

ESTADO: verbos mais "fracos" semanticamente. Representados, normalmente, por verbos de


ligação. Exemplo: estar, ser, parecer.

FENÔMENO DA NATUREZA: o próprio nome define do que trata. Exemplo: chover, trovejar,
amanhecer, escurecer.

Vale destacar que os verbos que indicam ação e fenômeno da natureza, normalmente, ocupam
função de núcleo de predicado verbal ou de predicado verbo-nominal.

Flexão Verbal: ocorre em número, pessoa, tempo, modo.

Locução Verbal: dois ou mais verbos com sentido de um.

Exemplo: Ia andando, está chorando, vai fugir, comecei a ler (sim, pode haver uma preposição
entre o verbo auxiliar e o verbo principal).

Maria chegou à festa sozinha (verbo indicando ação).

Ele está cantando todas as sextas (locução verbal com sentido de "continuidade da ação de
cantar").

Choveu forte ontem à noite (verbo indicando fenômeno da natureza).

Maria parecia cansada (verbo de ligação indicando estado).

O verbo "andar" pode indicar ação ou estado, dependendo do contexto. Vejamos:

35
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ando meio desligado, eu nem sinto meus pés no chão... (indica estado do sujeito).

Ando devagar, porque já tive pressa e levo esse sorriso, porque já chorei demais... (indica ação
de andar do sujeito).

Mais um Detalhe Importante


Quantos verbos temos neste trecho? Eu tenho cabelos loiros; minha irmã, castanhos.

Um? Dois? Resposta: DOIS! Estamos diante de um recurso linguístico chamado "zeugma". É a
omissão de um termo, já mencionado, para evitar repetições cansativas e desnecessárias.

Facilmente identificamos o verbo "tenho" no primeiro trecho, mas no segundo trecho, o verbo
"ter" aparece de forma implícita (zeugma).

Assim, não podemos enxergar o verbo "ter" no segundo trecho, mas "sentimos" que ele está
lá pelo contexto. Vejamos:

Eu tenho cabelos loiros; minha irmã, castanhos.

Eu tenho cabelos loiros; minha irmã tem cabelos castanhos.

Terminações Verbais:
AR - verbos de primeira conjugação.

Exemplos: cantar, estudar, amar.

ER - Verbos de segunda conjugação.

Exemplos: viver, morrer, saber.

IR - verbos de terceira conjugação.

Exemplos: partir, fugir, sorrir.

Modos e Tempos Verbais


A) Indicativo

É o modo verbal que exprime ação que provavelmente ocorrerá ou ocorreu. Ao empregá-lo, o
autor trabalha com palpáveis possibilidades de materialização da ação verbal.

• Presente: pode exprimir fato que ocorre no momento da fala, fato habitual, verdade
absoluta, fato atemporal, fato iniciado e que perdura até o momento da fala.

Exemplo: Josefina dança todos os dias (fato habitual).

Exemplo: Vejo uma luz forte no céu (fato que ocorre no momento da fala).

Exemplo: Tropas militares buscam vítimas do desastre desde ontem à noite (fato iniciado e
que perdura até o momento da fala).

Exemplo: Um terço das mulheres sofre violência doméstica no mundo (verdade absoluta).

36
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Pretérito Perfeito: pode exprimir fato ocorrido e terminado antes do momento da


fala, fato habitual/atemporal, fato passado cujos efeitos perduram até o momento da
fala.

Exemplo: Ele partiu ontem à noite (fato ocorrido e concluído antes do momento da fala).

Exemplo: Quem nasceu para ser pobre, o ouro se torna em cobre (fato atemporal, comum em
ditados populares).

Exemplo: Aprendi a diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma (fato passado, cujos
efeitos perduram até o presente).

• Pretérito Imperfeito: pode exprimir fato habitual/repetitivo, fato passado em curso


(simultâneo a outro fato), fato passado não concluído, fato passado de certa duração.

Exemplo: Marina chorava atrás da mãe (fato habitual, repetitivo).

Exemplo: Eu estudava na sala, quando a vizinha chegou (fato passado simultâneo a outro
fato).

Exemplo: Quando a professora entrou na sala estávamos brincando com bolinhas de papel
(fato passado não concluído, expresso por locução verbal).

• Pretérito Mais-Que-Perfeito: pode exprimir fato passado anterior a outro fato


passado, fato passado vago. Pode ainda indicar desejo, vontade. Exemplo: Quisera eu
ir à Europa nas próximas férias! (desejo, vontade)

Exemplo: Quando o juiz apitou, a bola já entrara na rede. (fato passado anterior a outro fato
passado)

• Futuro do Presente: exprime fato certo futuro, posterior ao momento da fala. Pode
ainda indicar futuro incerto, quando empregado em questionamentos.

Exemplo: O padre irá ao retiro de Carnaval. (futuro certo)

Exemplo: Estaremos livres do preconceito? (futuro incerto, inserido em questionamento)

• Futuro do Pretérito: pode indicar fato posterior (hipótese) a um fato passado,


consequência imaginada ligada a uma condição que não ocorreu.

Exemplo: Cantaria melhor, se tivesse estudado a música (consequência provável dependente


de uma condição não ocorrida).

Exemplo: A professora disse que seríamos aprovados (fato posterior hipotético a outro
passado).

Esclarecendo mais! Na frase acima, a professora "disse" (fato passado) que seríamos
aprovados (fato hipotético posterior à ação de "dizer").

B) Subjuntivo

37
Apostila Pré-Edital: SEMSA

É o modo verbal que expressa dúvida, incerteza. O autor trabalha com chances mais remotas
de concretização das ações verbais.

• Presente: pode indicar desejo, conselho, possibilidade, suposição.

Exemplo: É preciso que estudes todo o capítulo (conselho).

Exemplo: É possível que você passe na prova (possibilidade).

Exemplo: Desejo que você seja feliz (desejo).

• Pretérito Imperfeito: expressa hipótese, condição, desejos. Pode ainda formar orações
subordinadas condicionais com o verbo da oração principal no futuro do pretérito.

Exemplo: Não queria que ela fizesse confusão (desejo).

Exemplo: Duvidaram que ela se casasse de vermelho (possibilidade).

Exemplo: Se as crianças pudessem, brincariam a tarde toda (formação de oração subordinada


condicional com verbo "brincariam"- futuro do pretérito - na oração principal).

• Futuro: indica fato futuro possível, provável.

Exemplo: Quando fores à feira, compra umas batatas (futuro possível).

Exemplo: Se João estudar, será aprovado (hipótese, probabilidade).

C) Imperativo

É o modo verbal empregado para exprimir ordem, pedido, sugestão. Temos o Imperativo
afirmativo e o Imperativo negativo.

Exemplo: Faz o teu trabalho! (ordem) → Imperativo afirmativo.

Exemplo: Não guardes rancor. (conselho) → Imperativo negativo.

Exemplo: Por favor, pegue aquela caneta. (pedido) → Imperativo afirmativo.

Formas Nominais dos Verbos

Falamos sobre os modos verbais (Indicativo, Subjuntivo e Imperativo), mas ainda temos as
FORMAS NOMINAIS que exercem função de nomes (substantivo, adjetivo, advérbio) em
alguns contextos.

A) Infinitivo -AR, -ER, -IR (cantar, vender, partir)

É a forma nominal que expressa o significado geral (vago, indefinido) de um verbo, geralmente
com comportamento de substantivo.

Exemplo: Viver é melhor que sonhar.

Percebam que na frase acima o sentido é o de: "A vida é melhor que o sonho". Assim, os verbos
no infinitivo comportam-se como substantivos.

38
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: É fundamental combater a corrupção (sentido de "o combate" - comportamento de


substantivo).

Infinitivo é diferente de Futuro do Subjuntivo!

Futuro do Subjuntivo: compõe orações iniciadas por "quando" (sentido temporal) ou "se"
(sentido condicional).

Exemplo: Quando ela chegar, pedirá presentes.

Infinitivo: compõe orações normalmente iniciadas por preposição (de, para, a) com sentido
de declaração.

Exemplo: Ao chegar, pedirá presentes.

B) Gerúndio -NDO (cantando, vendendo, partindo)

Empregado em tempos compostos, em locuções verbais, o gerúndio ainda pode desempenhar


função de advérbio ou de adjetivo. Outras possibilidades de emprego do gerúndio são:
expressar ação em curso, expressar ação anterior/simultânea/posterior a outra.

Exemplo: Pedro está dançando (ação em curso).

Exemplo: Passando no concurso, comprarei um carro zero (ação anterior a outra: primeiro,
passa no concurso, depois, compra o carro).

Exemplo: Estava ouvindo a música que você fez para mim (compondo locução verbal).

O chamado "gerundismo" é condenado pelas bancas, então, não usem expressões como:

Vou estar enviando os documentos sexta à tarde. NÃO USEM! NÃO USEM!!

O orçamento vai estar sendo providenciado. PERIGO, PONTOS IMPORTANTES PODEM SER
PERDIDOS POR CAUSA DO GERUNDISMO!!

A construção ideal é:

Enviarei os documentos sexta à tarde. MUITO BEM!! PODEM USAR!!

O orçamento será providenciado. BOA PONTUAÇÃO ATRIBUÍDA PARA QUEM ESCREVE


SEM GERUNDISMOS!!!

C) Particípio -DO* (cantado, vendido, partido)

Muitas vezes, esta forma nominal se parece com um adjetivo. Ocorre nas locuções verbais da
voz passiva, de tempos compostos e nas orações reduzidas.

Exemplo: Você foi o aluno escolhido para a homenagem (sentido de "que foi escolhido", pode
ser considerado adjetivo ou verbo no particípio).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Se ela tivesse financiado teríamos construído uma linda casa (locução verbal de
tempo composto).

Exemplo: Finalizados os trabalhos, deveremos ir embora (oração reduzida).

*Atenção! Nem todos os verbos têm o particípio terminado em -DO e alguns verbos têm duas
formas corretas de particípio. Vejamos:

DUAS FORMAS CORRETAS


→ entregar - entregado - entregue
→ benzer - benzido - bento
→ completar - completado - completo
→ corrigir - corrigido - correto
→ aceitar - aceitado - aceito
→ soltar - soltado - solto
→ distinguir - distinguido - distinto
→ eleger - elegido - eleito
→ omitir - omitido - omisso
→ enxugar - enxugado – enxuto

APENAS UMA FORMA CORRETA DIFERENTE DE -DO


→ abrir - aberto
→ fazer - feito
→ escrever - escrito
→ dizer - dito
→ ver – visto
4) Classificação dos Verbos

A) Regulares

São aqueles que seguem um padrão (modelo) regular: radical e desinência não sofrem
alteração. A maior parte dos verbos enquadra-se nesta classificação, vejamos:

CANTAR VENDER PARTIR


Eu canto Eu vendo Eu parto

Tu cantas Tu vendes Tu partes

Ele canta Ele vende Ele parte


Nós cantamos Nós vendemos Nós partimos
Vós cantais Vós vendeis Vós partis

Eles cantam Eles vendem Eles partem

Perceberam que há um padrão em todas as pessoas do singular e do plural? Por isso são
chamados de regulares.

40
Apostila Pré-Edital: SEMSA

B) Irregulares

São aqueles que não seguem um modelo, havendo alteração do radical ou das desinências.
Vejamos:
REQUERER CABER MEDIR

Eu requeiro Eu caibo Eu meço

Tu requeres Tu cabes Tu medes

Ele requer Ele cabe Ele mede

Nós requeremos Nós cabemos Nós medimos

Vós requereis Vós cabeis Vós medis

Eles requerem Eles cabem Eles medem

C) Anômalos

São verbos que apresentam mais de um radical diferente.

Ir: vou, vais, ides, fui, foste...

Ser: sou, és, fui, foste, seja...

Pôr: ponho, punha, pus, pôs...

D) Defectivos

Não apresentam conjugação completa, percebendo-se no presente do Indicativo, no presente


do Subjuntivo e no Imperativo.

ABOLIR
PRESENTE INDICATIVO PRESENTE SUBJUNTIVO

Eu ------------------------------- Eu ----------------------------------

Tu ------------------------------- Tu ----------------------------------
Ele ------------------------------ Ele ---------------------------------

Nós abolimos Nós --------------------------------


Vós abolis Vós --------------------------------
Eles ----------------------------- Eles -------------------------------

Percebam que o verbo abolir é conjugado apenas na primeira e na segunda pessoa do plural
e que não há conjugação para o presente do Subjuntivo. Vejamos outro

41
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: EXAURIR

PRESENTE INDICATIVO PRESENTE SUBJUNTIVO


Eu ------------------------------- Eu ----------------------------------
Tu ------------------------------- Tu ----------------------------------

Ele ------------------------------ Ele ---------------------------------


Nós exaurimos Nós --------------------------------
Vós exauris Vós --------------------------------
Eles ---------------------------- Eles -------------------------------

5) Verbos Importantes

A) Intermediar Indicativo:

Presente: Eu intermedeio, Tu intermedeias, Ele intermedeia, Nós intermediamos, Vós


intermediais, Eles intermedeiam

Pretérito Perfeito: Eu intermediei, Tu intermediaste, Ele intermediou, Nós intermediamos, Vós


intermediastes, Eles intermediaram

Pretérito Imperfeito: Eu intermediava, Tu intermediavas, Ele intermediava, Nós


intermediávamos, Vós intermediáveis, Eles intermediavam

Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu intermediara, Tu intermediaras, Ele intermediara, Nós


intermediáramos, Vós Intermediáreis, Eles Intermediaram

Futuro do Presente: Eu intermediarei, Tu intermediarás, Ele intermediará, Nós


intermediaremos, Vós intermediareis, Eles intermediarão

Futuro do Pretérito: Eu intermediaria, Tu intermediarias, Ele intermediaria, Nós


intermediaríamos, Vós intermediaríeis, Eles intermediariam Subjuntivo:

Presente: Eu intermedeie, Tu intermedeies, Ele intermedeie, Nós intermediemos, Vós


intermedieis, Eles intermedeiem

Pretérito Imperfeito: Eu intermediasse, Tu intermediasses, Ele intermediasse, Nós


intermediássemos, Vós intermediásseis, Eles intermediassem

Futuro: Eu intermediar, Tu intermediares, Ele intermediar, Nós intermediarmos, Vós


intermediardes, Eles intermediarem Imperativo:

Afirmativo: intermedeia tu, intermedeie ele, intermediemos nós, intermediai vós,


intermedeiem eles.

Negativo: não intermedeies tu, não intermedeie ele, não intermediemos nós, não intermedieis
vós, não intermedeiem eles.

42
Apostila Pré-Edital: SEMSA

B) Ver

Indicativo:

Presente: Eu vejo, Tu vês, Ele vê, Nós vemos, Vós vedes, Eles veem

Pretérito Perfeito: Eu vi, Tu viste, Ele viu, Nós vimos, Vós vistes, Eles viram

Pretérito Imperfeito: Eu via, Tu vias, Ele via, Nós víamos, Vós víeis, Eles viam

Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu vira, Tu viras, Ele vira, Nós víramos, Vós víreis, Eles viram

Futuro do Presente: Eu verei, Tu verás, Ele verá, Nós veremos, Vós vereis, Eles verão

Futuro do Pretérito: Eu veria, Tu verias, Ele veria, Nós veríamos, Vós veríeis, Eles veriam
Subjuntivo:

Presente: Eu veja, Tu vejas, Ele veja, Nós vejamos, Vós vejais, Eles vejam

Pretérito Imperfeito: Eu visse, Tu visses, Ele visse, Nós víssemos, Vós vísseis, Eles vissem

Futuro: Eu vir, Tu vires, Ele vir, Nós virmos, Vós virdes, Eles virem Imperativo:

Afirmativo: vê tu, veja ele, vejamos nós, vede vós, vejam eles

Negativo: não vejas tu, não veja ele, não vejamos nós, não vejais vós, não vejam eles

C) Vir

Indicativo:

Presente: Eu venho, Tu vens, Ele vem, Nós vimos, Vós vindes, Eles vêm

Pretérito Perfeito: Eu vim, tu vieste, Ele veio, Nós viemos, Vós viestes, Eles vieram

Pretérito Imperfeito: Eu vinha, Tu vinhas, Ele vinha, Nós vínhamos, Vós vínheis, Eles vinham

Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu viera, Tu vieras, Ele viera, Nós viéramos, Vós viéreis, Eles
vieram

Futuro do Presente: Eu virei, Tu virás, Ele virá, Nós viremos, Vós vireis, Eles virão

Futuro do Pretérito: Eu viria, Tu virias, Ele viria, Nós viríamos, Vós viríeis, Eles viriam
Subjuntivo:

Presente: Eu venha, Tu venhas, Ele venha, Nós venhamos, Vós venhais, Eles venham

Pretérito Imperfeito: Eu viesse, Tu viesses, Ele viesse, Nós viéssemos, Vós viésseis, Eles
viessem

Futuro: Eu vier, Tu vieres, Ele vier, Nós viermos, Vós vierdes, Eles vierem Imperativo:

Afirmativo: vem tu, venha ele, venhamos nós, vinde vós. venham eles

Negativo: não venhas tu, não venha ele, não venhamos nós, não venhais vós, não venham eles
D) Pôr

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Indicativo

Presente: Eu ponho, Tu pões, Ele põe, Nós pomos, Vós pondes, Eles põem

Pretérito Perfeito: Eu pus, Tu puseste, Ele pôs, Nós pusemos, Vós pusestes, Eles puseram

Pretérito Imperfeito: Eu punha, Tu punhas, Ele punha, Nós púnhamos, Vós púnheis, Eles
punham

Pretérito Mais-Que-Perfeito: Eu pusera, Tu puseras, Ele pusera, Nós puséramos, Vós puséreis,
Eles puseram

Futuro do Presente: Eu porei, Tu porás, Ele porá, Nós poremos, Vós poreis, Eles porão

Futuro do Pretérito: Eu poria, Tu porias, Ele poria, Nós poríamos, Vós poríeis, Eles poriam

Subjuntivo:

Presente: Eu ponha, Tu ponhas, Ele ponha, Nós ponhamos, Vós ponhais, Eles ponham

Pretérito Imperfeito: Eu pusesse, Tu pusesses, Ele pusesse, Nós puséssemos, Vós pusésseis,
Eles pusessem

Futuro: Eu puser, Tu puseres, Ele puser, Nós pusermos, Vós puserdes, Eles puserem

Imperativo:

Afirmativo: põe tu, ponha ele, ponhamos nós, ponde vós, ponham eles.

Negativo: não ponhas tu, não ponha ele, não ponhamos nós, não ponhais vós, não ponham
eles.

Correlação Verbal
Correlação verbal é uma forma de dizer que os verbos devem estar harmônicos no período
(e no texto também).

Ao empregarmos verbos em um período composto, eles precisam fazer sentido dentro do


contexto, ter nexo, ter harmonia. Vejamos na prática:

Se eu tivesse dinheiro, comprei uma Ferrari. ERRADO

Dá para sentir que a frase está sem lógica? A pessoa, afinal, tem dinheiro ou não? Comprou a
Ferrari e não tem dinheiro? Como assim? O verbo "tivesse" está conjugado no pretérito
imperfeito do Subjuntivo (indica hipótese/possibilidade) e o verbo "comprei" no pretérito
perfeito do Indicativo (indica fato passado certo). Por isso, o emprego desses tempos e modos
verbais em um mesmo período provocam uma "confusão semântica".

Como consertar a frase acima?

Se eu tivesse dinheiro, compraria uma Ferrari. CORRETO

O verbo "compraria" (futuro do pretérito do Indicativo) indica, neste caso, fato que poderia
ocorrer, dependendo de certa condição: ter dinheiro.

44
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Essa "dupla" de verbos funciona muito bem na construção de períodos compostos e sempre
aparece em provas de concurso: pretérito imperfeito do Subjuntivo + futuro do pretérito
do Indicativo.

Vejamos outra situação:

Girafales bebeu o café que Dona Florinda ofereceu. CORRETO

Tanto o verbo "bebeu" quanto o verbo "ofereceu" estão no pretérito perfeito do Indicativo e,
obviamente, combinam: as duas ações (beber o café e oferecer o café) ocorreram no passado.

A lógica nos diz que primeiro Dona Florinda ofereceu e depois Girafales bebeu, mas para que
isso fique claro, a construção ideal é:

Girafales bebeu o café que Dona Florinda oferecera. CORRETO

Pret. Perf. Indicativo Pret. Mais-que-perfeito

O pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo, em regra, expressa ação passada que ocorreu


antes de outra também passada e é exatamente esta a situação. Vejamos:

A ação de oferecer o café ocorreu no passado ANTES da ação de beber, que também
aconteceu no passado.

Essa frase poderia ser escrita de mais alguma forma? Sim, olhem só:

Girafales bebeu o café que Dona Florinda havia oferecido. CORRETO

Pret. Perf. Indicativo Pret. Mais-que-perfeito Composto

O pretérito Mais-que-perfeito composto é formado pela locução: ter ou haver no pretérito


imperfeito do Indicativo + particípio do verbo principal.

Oferecera = Havia Oferecido = Tinha Oferecido

Em suma, para acertar questões de correlação verbal, é necessário:

• Conhecer os tempos e modos verbais.


• Conhecer os principais sentidos que cada um desses tempos e modos expressam
(falamos sobre isso no módulo sobre Verbos).
• Interpretar/entender a lógica da frase para analisar quais os verbos são viáveis para ela.

Vejamos outras combinações que podem aparecer na prova:

Exemplo: Eu espero que você me ame.

Presente do Indicativo + Presente do Subjuntivo: Presente do Indicativo + Futuro do


Presente do Indicativo.

Exemplo: Nós sabemos que João ganhará um presente amanhã.

Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo.

Exemplo: Agora sei que fui feliz.

45
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito Composto do Indicativo.

Exemplo: Maria entende que tenho vivido para ela.

Presente do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo.

Exemplo: Agora o médico vê que a paciente tinha chance.

Presente do Indicativo + Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo.

Exemplo: Hoje o treinador percebe que o time tivera chance.

Presente do Indicativo + Futuro do Pretérito do Indicativo.

Exemplo: Ele sabe que ela dançaria a noite toda.

Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

Exemplo: Solicitei que ela dançasse mais uma vez.

Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo.

Exemplo: Vi que ela ia me abraçar.

Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo.

Exemplo: Ele viu que ela dançara com um estranho.

Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

Exemplo: Queria que você passasse na prova.

Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

Exemplo: Pedira que você falasse mais baixo.

Futuro do Presente do Indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo.

Exemplo: Cantaremos o que nos pediram.

Futuro do Pretérito + Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

Exemplo: Pediria que você estudasse mais.

Futuro do Pretérito Composto + Pretérito Mais-que-Perfeito Composto do Subjuntivo.

Exemplo: Teríamos feito todo o trabalho se tivéssemos tido tempo.

Atenção! Como já abordamos, verbos no mesmo tempo e modo verbal, obviamente,


combinam e podem ser empregados no mesmo período. Assim, está correta a combinação
dessas "duplas" (e de outras do gênero):

Presente do Indicativo + Presente do Indicativo.

Exemplo: Eu sei que consigo passar na prova.

Pretérito Perfeito do Indicativo + Pretérito Perfeito do Indicativo.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Cantei, mas ninguém ouviu.

Pretérito Imperfeito do Indicativo + Pretérito Imperfeito do Indicativo.

Exemplo: Dançava bem, mas ninguém aplaudia.

Mais importante do que decorar as "duplas" que apresentamos acima, é captar a essência da
correlação verbal: harmonia semântica, período com sentido lógico, sem incoerências.

Pronome
Breve Introdução
Os pronomes são palavras que funcionam como um nome e podem ser empregados para
indicar posse, para substituir ou fazer referência a um nome, para indicar indefinição ou
aproximação, para demarcar as pessoas do discurso, entre muitas outras funções.
Temos dois tipos de pronome:
Pronome substantivo: substitui um substantivo.
Exemplo: Ele comprou uma casa (o pronome "ele" substitui o nome que identifica o
comprador da casa - o sujeito).
Pronome adjetivo: acompanha um substantivo.
Exemplo: João comprou esta casa (o pronome "esta" acompanha o substantivo
"casa").

Pronomes Pessoais Retos


Substituem substantivos, demarcando as pessoas do discurso:
• Quem fala: identificado pelos pronomes "eu", "nós".
• Para quem fala: identificado pelos pronomes "tu", "vós".
• Sobre quem fala: identificado pelos pronomes "ele(s)", "ela(s)".
Frase que resume o emprego dos pronomes pessoais: Eu disse que ela era complicada, mas
não ouviste (tu).
Eu: quem fala
Ela: sobre quem fala
Ouviste: para quem fala (segunda pessoa do singular - tu).
Eu
Tu
Ele/Ela
Nós
Vós
Eles/Elas
• Os pronomes retos, na maioria das vezes, têm função de sujeito.
• Vale destacar que estes pronomes não devem exercer a função de complemento
verbal. Vejamos:

47
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Beija ele, pega ele, leva ele. X X X

Embora muito comum, a construção acima está ERRADA. Os pronomes retos não devem
exercer a função de objeto direto ou indireto.

Beija-o, pega-o, leva-o. ►►►

Na linguagem coloquial empregamos a construção acima com certa raridade, entretanto, na


hora da prova, ela é a forma CORRETA.

Atenção!!! Especialmente para prova escrita: evite o uso do pronome "EU", pois ele transmite
uma forte ideia de subjetividade, de arrogância (eu sei, eu recomendo, eu afirmo) e retira do
texto o caráter de impessoalidade, importante para dissertações.

A construção ideal é: sabemos, recomendamos, afirmamos.

O pronome "vós" praticamente não é mais usado em nossa língua (ressalvandose registros
muito formais). Foi substituído por "vocês" (pronome de tratamento).

Quando empregarmos a expressão "a gente" (forma coloquial), o verbo deve ser conjugado
na terceira pessoa do singular.

A gente dançou muito ontem. ►►► CORRETO A gente

dançamos muito ontem. XXX ERRADO

Não empregamos pronomes retos com preposição:

Não aconteceu nada entre mim e ti. ►►► CORRETO

Não aconteceu nada entre eu e tu. XXX ERRADO

Pronomes Pessoais Oblíquos


Diferentemente do que ocorre com os pronomes retos, os pronomes oblíquos são aqueles que
funcionam como complemento verbal, podendo ser tônicos ou átonos.

A) Pronomes oblíquos tônicos

Estes pronomes aparecem acompanhados de preposição.

1ª pessoa do singular mim, comigo

2ª pessoa do singular ti, contigo

3ª pessoa do singular ele, ela

1ª pessoa do plural nós, conosco

2ª pessoa do plural vós, convosco

3ª pessoa do plural eles, elas

Exemplos:

Não aconteceu nada entre mim e ti.


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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Não fale isso contra mim.

Sem mim, nada podeis fazer.

B) Pronomes oblíquos átonos

Estes pronomes não são acompanhados de preposição.

1ª pessoa do singular me

2ª pessoa do singular te

3ª pessoa do singular o, a, lhe, se

1ª pessoa do plural nos

2ª pessoa do plural vos

3ª pessoa do plural os, as, lhes, se

Os pronomes o(s), a(s) ocupam função de objeto direto.

Exemplo: Nós o ajudaríamos se fosse possível.

O verbo "ajudar" é transitivo direto (quem ajuda, ajuda alguém), assim o pronome "o" funciona
como objeto direto.

Os pronomes lhe(s) ocupam função de objeto indireto.

Exemplo: Enviei-lhe flores.

O verbo "enviar", nesta oração, é transitivo direto e indireto (quem envia, envia algo a alguém).
"Flores" é objeto direto, "lhe" é objeto indireto.

Os pronomes me, te, se, vos, nos podem ocupar função de objeto direto ou de objeto
indireto.

Exemplo: Sempre me pedem paciência.

O verbo "pedir", nesta oração, é transitivo direto e indireto (quem pede, pede algo a alguém).
"Paciência" é o objeto direto e "me" é objeto indireto.

Exemplo: Ele não me chamou para a festa.

O verbo "chamar", nesta oração, é transitivo direto (quem chama, chama alguém). O "me"
funciona, portanto, como objeto direto.

Em regra, não devemos empregar pronomes retos quando acompanhados por preposição.
Entretanto, quando o pronome tiver função de sujeito, então faremos uso dele. Vejamos:
Exemplo: Esta viagem é para eu aproveitar. (Percebam que "eu" é sujeito do verbo
"aproveitar", assim, devemos empregar o pronome reto de acordo com o padrão culto
escrito.) Não devemos usar→ Esta viagem é para mim aproveitar.

49
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Ela deu o presente para eu desembrulhar. (Percebam que "eu" é sujeito do verbo
"desembrulhar", assim devemos empregar o pronome reto de acordo com o padrão culto
escrito.) Não devemos usar → Ela deu o presente para mim desembrulhar.

Exemplo: É importante para mim estar com você.

Percebam que o pronome "mim" não é sujeito da frase, tanto que pode ser deslocado: Estar
com você é importante para mim.

Assim, a dica é esta: se o pronome puder ser deslocado ou suprimido, sem problemas,
dentro da oração é porque ele não funciona como sujeito!

Não sendo sujeito: o " mim" deve ser empregado.

Quando exercer função de sujeito: o "mim" não pode ser utilizado.

Assim, não devemos usar → É importante para eu estar com você.

→ Quando os pronomes oblíquos "a(s), o(s)" acompanharem verbos terminados em R, S ou Z,


serão transformados em: -la(s) - lo(s), vejamos:

Exemplo: Vamos pôr o vaso na mesa. / Vamos pô-lo na mesa.

Exemplo: Fiz o curso por amor. / Fi-lo por amor.

→ Quando os pronomes oblíquos "a(s), o(s)" acompanharem verbos terminados em som nasal
(am, em, ão, õe), serão transformados em: na(s), no(s), vejamos:

Exemplo: Cantaram todas as músicas. / Cantaram-nas todas.

Exemplo: A rotina será mais fácil quando colocarem o garoto na escola. / A rotina será mais
fácil quando colocarem-no na escola.

Pronomes de Tratamento
São pronomes empregados diante de certa formalidade no discurso (tratamento cortês),
representando a segunda ou a terceira pessoa, mas sempre flexionando em terceira pessoa.

Vossa Alteza V. A. príncipes, duques


Vossa Eminência V. Em.ª (s) cardeais
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades, juízes, promotores
Vossa Santidade V.S. papa
Vossa Senhoria V.S.ª tratamento cortês/cerimonioso
Vossa Onipotência V.O. Deus
Vossa Reverendíssima V.Rev.mª sacerdotes, bispos
Vossa Magnificência V. Mag. ª reitores de universidades
Vossa Majestade V.M. reis, rainhas, imperadores
Vossa Paternidade V.P. abades, superiores de conventos

Atenção! Empregamos "Vossa" quando falamos diretamente com a autoridade e "Sua"


quando falamos sobre a autoridade. Vejamos:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Vossa Alteza está satisfeita? (Falando diretamente com a princesa).

Exemplo: Vocês perceberam se Sua Alteza ficou satisfeita? (Falando sobre a princesa com
outras pessoas).

Pronomes Possessivos
São aqueles que restabelecem relação de posse entre seres e pessoas do discurso.

1ª pessoa meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s)

2ª pessoa teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)

3ª pessoa seu(s), sua(s)

Atenção! O emprego de pronomes possessivos de terceira pessoa pode gerar ambiguidade,


vejamos:

Exemplo: Maria encontrou Joana em sua casa (na casa de Maria ou na casa de Joana?)

Exemplo: Pedro marcou um encontrou com José em seu restaurante (no restaurante de
quem?).

Pronomes Indefinidos
Fazem referência aos seres de modo indefinido, vago, impreciso.

VARIÁVEIS INVARIÁVEIS
algum, alguma, alguns, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, tudo, nada, ninguém,
todo(s), toda(s), bastante, bastantes, pouco(s), pouca(s), alguém, algo, outrem,
qualquer, quaisquer, qual, quais, um, uns, uma, umas, certo(s), quem,
certa(s)

Atenção! A palavra "bastante" pode ser classificada como advérbio (invariável) ou como
pronome indefinido (variável). Vejamos: A casa estava bastante depreciada. (Advérbio)
As casas estavam bastante depreciadas. (Advérbio)
Fizemos bastantes festas este ano. (Pronome indefinido)
Uma dica para identificar quando a palavra "bastante" é pronome indefinido: substitua
a palavra por "muito(a)" e veja se ela precisa ser flexionada; se precisar, é porque é pronome!
Vejamos:

As casas estavam bastante depreciadas. → trocar "bastante" por "muito" → As casas estavam
muito depreciadas.

Percebam que a palavra "muito" permanece no singular, assim, temos advérbio


(invariável).

Fizemos bastantes festas este ano. → trocar "bastante" por "muito" → Fizemos muitas festas
este ano.

51
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Percebam que a palavra "muito" flexionou no feminino plural, assim, estamos diante de um
pronome indefinido.

Pronomes Interrogativos
São aqueles empregados na formulação de questionamentos diretos (com ponto de
interrogação) ou indiretos. São eles: quem, qual, que, quanto.

Quem é você? (pergunta direta)

Gostaria de saber quem é você. (pergunta indireta)

Qual o nome do restaurante? (pergunta direta)

Gostaria de saber qual o nome do restaurante. (pergunta indireta)

Que fazes aqui? (pergunta direta)

Quero saber que fazes aqui. (pergunta indireta)

Quanto custa uma viagem para Miami? (pergunta direta)

Quero saber quanto custa uma viagem para Miami (pergunta indireta).

Pronomes Demonstrativos
São aqueles que indicam a posição (temporal ou espacial) dos seres num discurso.

1ª pessoa este, esta, isto


2ª pessoa esse, essa, isso
3ª pessoa aquele, aquela, aquilo

Atenção! Pronomes demonstrativos podem unir-se a preposições (contração):

Exemplos: em + isto = nisto a + aquilo = àquilo em + essa = nessa Pronomes


demonstrativos no espaço:

→ Este, esta e isto: referem-se a seres próximos da pessoa que fala.

Exemplo: Este livro está muito velho (o livro está próximo do falante).

→ Esse, essa, isso: referem-se a seres próximos da pessoa que escuta ou a seres um pouco
distantes.

Exemplo: Essa menina deve estar doente (a menina está mais próxima do ouvinte).

→ Aquele, aquela, aquilo: referem-se a seres distantes da pessoa que fala e da pessoa para
quem se fala.

Exemplo: Aquele cachorro me mordeu (o cachorro está distante das pessoas do discurso).

52
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Pronomes demonstrativos no tempo:

→ Este, esta e isto: presente, passado próximo, futuro (dentro de um espaço determinado de
tempo).
Exemplo: Este é o momento mais importante. (presente)

Exemplo: Este sábado foi incrível. (passado próximo)

Exemplo: Esta semana iremos ao shopping (futuro em determinado espaço de tempo).

→ Esse, essa, isso: passado recente, futuro.

Exemplo: Essa festa ficou na memória. (passado recente) Exemplo: Esses dias

irei à igreja (futuro).

→ Aquele, aquela, aquilo: tempo distante, passado.

Exemplo: Aquela época não sai da minha cabeça. (passado)

Exemplo: Naquele tempo, todos andavam à noite nas tranquilas ruas (tempo distante).

Pronomes Relativos
Após abordarmos diversos tipos de pronome, chegamos ao mais importante (no sentido de
"despencar" em provas de concurso). Assim, toda atenção aos pronomes relativos!

São aqueles que retomam um termo antecedente (é o que chamamos de propriedade


anafórica), substituindo-o para evitar repetições cansativas e desnecessárias.

Atenção! Quando um verbo ou um nome de uma oração subordinada adjetiva exigir


preposição → preposição antes do pronome relativo!

Exemplo: Este é o conselho de que precisávamos.

Percebam que o verbo "precisar" pede a preposição "de". Assim, ela deve ser empregada antes
do pronome relativo. Sabendo disso, a construção "Este é o conselho que precisávamos" está
incorreta. A) O uso do QUE:

Pode ser substituído por "qual" e faz referência a pessoas ou a coisas.

É o pronome relativo mais utilizado. O emprego em excesso prejudica a fluidez do texto,


devendo ser evitado.

Exemplo: O homem que ganhou na Mega-Sena está em Dubai (...o qual ganhou...).

Exemplo: A maçã que compraram no supermercado sábado apodreceu (...a qual compraram).

Atenção! O pronome relativo "que" só deve ser antecedido por preposição monossilábica,
vejamos:

O autor sobre o qual vocês falaram morreu. ►►► CORRETO

O autor sobre o que vocês falaram morreu. XXX ERRADO

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Percebam que a preposição "sobre" tem mais de uma sílaba, assim não devemos empregar o
pronome "que" diante dela, mas o pronome "qual". B) O uso de QUEM:

Empregado para fazer referência a pessoas, é um pronome invariável.

Geralmente antecedido pela preposição "a", exceto quando o verbo ou um nome exigir outra.

Exemplo: A médica a quem devo minha vida estava aqui ontem.

Exemplo: O garoto por quem me apaixonei era mais velho que eu (preposição "por" exigida
pelo termo "apaixonei"). C) O uso do CUJO:

Empregado para indicar noção de posse, geralmente entre dois de nomes: antecedente
(possuidor) e consequente (possuído).

É um pronome variável: cujo, cujos, cuja, cujas.

Outro detalhe: esse pronome concorda com o termo "possuído", ou seja, com o termo
consequente!!

Exemplo: João Pessoa, cujas praias são lindas, é um ótimo destino de férias (no plural para
concordar com "praias").

Exemplo: Maria, cuja filha passou no concurso, está feliz (no singular para concordar com
"filha").

Exemplo: Ele parabenizou o professor cujo livro vendeu milhares de cópias (no singular para
concordar com "livro").

O "cujo" não deve ser substituído por outro pronome relativo, pois só ele tem esse sentido
possessivo. Se trocarmos o "cujo" por outro pronome "dará errado", vejamos:
Exemplo: Ele é o homem cujo filho morreu.

Exemplo: Ele é o homem que o filho morreu. ERRADO!

Exemplo: Ele é o homem o qual o filho morreu. ERRADO!

Portanto, substituir o "cujo" por outro pronome não dá certo.

D) O uso de ONDE:

Pronome invariável, empregado para indicar lugar real ou virtual.

Pode ser substituído por "em que" ou por "no qual".

O pronome "onde" deve ser empregado para indicar lugar (repetindo, pois é comum erro
neste aspecto!), assim as construções abaixo estão ERRADAS:
Exemplo 1: Estamos vivendo um momento onde as pessoas não pensam umas nas outras".
ERRADO!

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

"Momento" não é uma palavra que indica lugar. Assim, o ideal é: Estamos vivendo um
momento NO QUAL as pessoas não pensam umas nas outras. Exemplo 2: Essa é uma situação
onde precisamos ter cautela. ERRADÍSSIMO!

"Situação" não é lugar! A construção correta é: Essa é uma situação EM QUE precisamos ter
cautela.

Vamos ver alguns exemplos de emprego correto do pronome "onde":

Exemplo: O país onde morei ano passado é muito frio.

Exemplo: A escola onde estudei na infância foi reformada.

Exemplo: O céu é um lugar onde os anjos dizem amém!

Cuidado para não se confundir no uso de ONDE e do AONDE. Vejamos as diferenças entre
estas palavras:

ONDE: ideia de lugar fixo, estado, permanência.

Exemplo: Onde moras?

Exemplo: Ela sabe onde estou?

AONDE: ideia de movimento Exemplo: Aonde

vais?

Exemplo: Aonde elas foram ontem?

E) O uso do QUANTO:

Pronome variável (quanto, quantos, quanta, quantas), geralmente empregado após "tudo",
"todo" e "tanto".

Exemplo: Irei ao médico tantas vezes quantas forem necessárias.

Exemplo: Tudo quanto pedirdes, crendo, recebereis. F) O uso do

COMO:

Pronome invariável, geralmente tem sentido de "pelo qual".

Exemplo: O modo como você me olhou ficou em minha mente.

Exemplo: A maneira como ela dançava encantava a todos.

Advérbio

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Breve Introdução
Quando falamos em advérbio, a palavra que devemos ter em mente é CIRCUNSTÂNCIA. Esta
classe gramatical tem por função, especialmente, expressar algum aspecto (modo, intensidade,
causa, finalidade, tempo, dúvida) que amplia ou modifica o sentido das palavras.

Um detalhe importante: advérbio não flexiona em gênero, nem em número. Vejamos:

A sala tinha menas pessoas. X ERRADO

A sala tinha menos pessoas. ►CERTO A caixa

estava meia cheia. X ERRADO

A caixa estava meio cheia. ► CERTO

Vale enfatizar que os advérbios podem ser satélite (modificar/ampliar o sentido) de:

• Verbo (a maioria)
• Outro advérbio
• Adjetivo
• Uma oração inteira

Por fim, sintaticamente os advérbios exercem, na maioria das vezes, função de ADJUNTO
ADVERBIAL!

Circunstâncias Expressas Pelos Advérbios


A) Modo

Mal, bem, depressa, devagar, pior, melhor, outrossim (sentido de "do mesmo modo"), à
vontade, ao contrário, especialmente, generosamente, igualmente e muitos outros advérbios
terminados em "mente".

Exemplo: Ela dirige mal.

Exemplo: "Ando devagar porque já tive pressa..." Exemplo: Estou

especialmente feliz.

B) Intensidade

Bastante, mais, meio, nada, todo, tanto, muito, demasiadamente, totalmente, quase.

Exemplo: Maria estava bastante chateada.

Exemplo: O homem é demasiadamente incrédulo.

Exemplo: A professora estava meio cansada.

Cuidado! Não existe "meia cansada"! Advérbio não flexiona, lembram?

C) Afirmação

Com certeza, sim, certo, certamente, indiscutivelmente, sem dúvida, realmente, positivamente.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Certamente passaremos no concurso!

Exemplo: Joana é, sem dúvida, uma das melhores médicas da cidade.

D) Negação

Não, nem, absolutamente, de modo algum, nenhum, de modo nenhum.

Exemplo: De modo algum irei à festa.

Exemplo: Não estudarei no domingo à tarde.E) Lugar

Ali, acolá, aqui, dentro, fora, atrás, proximamente, à direita, à esquerda.

Exemplo: As crianças brincavam ali.

Exemplo: O restaurante está localizado dentro do shopping.

F) Tempo

Agora, amanhã, ontem, antes, depois, entrementes (sentido de "enquanto isso"), jamais, breve,
à noite, à tarde, de manhã, imediatamente, atualmente, geralmente, semanalmente,
esporadicamente, de vez em quando.

Exemplo: Pedro faz prova de inglês semanalmente.

Exemplo: Ela vai à igreja esporadicamente.

G) Dúvida

Talvez, acaso, porventura, provavelmente, quiçá.

Exemplo: Talvez este seja o melhor ano de nossas vidas!

Exemplo: Amanhã, provavelmente, iremos à praia.

H) Mais algumas circunstâncias

• Instrumento: Ele mantou a vizinha a tiros. /Ele batia pregos com o martelo do avô.
• Ordem: Primeiro, vamos estudar!
• Preço: A bolsa vermelha custou caro.
• Medida: A parede tem três metros.

Numeral
É a classe gramatical que confere aspecto numérico aos seres, seja de quantidade, seja de
posição (ordem numa sequência).

Classificação
Cardinais: Indicam quantidade, medida, contagem de algo.

Exemplos: um, dois, vinte, cem, dois mil.

Ordinais: Indicam a posição de um ser numa sequência.

57
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplos: primeiro, segundo, terceiro, décimo.

Multiplicativos: Indicam a multiplicação de seres.

Exemplos: dobro, triplo, quádruplo.

Fracionários: Indicam a divisão dos seres (parte de um todo).

Exemplos: meio, terço, um terço, dois terços.

Atenção! Existem ainda os chamados "numerais coletivos", que indicam um determinado


número de seres. Exemplos: dúzia, milheiro, década.

Flexão dos Numerais


A flexão dos numerais não é baseada numa regra geral. O que temos é o seguinte:

• Entre os numerais cardinais, flexionam em gênero apenas → um/uma, dois/duas,


duzentos/duzentas (e todos que indicam centenas).
• Entre os numerais cardinais, flexionam em número apenas → milhão/milhões,
trilhão/trilhões.
• O "resto" dos numerais cardinais são invariáveis!
• Os números fracionários flexionam em gênero e em número: um terço, uma terça parte.

Atenção!! Os numerais multiplicativos são, em regra, invariáveis. Entretanto quando têm


função adjetiva, flexionam em gênero e número, vejamos:

Ele comprou o dobro de garrafas.

Ele tomou doses duplas de whisky.

Embora não haja menção à flexão de grau dos numerais, na linguagem coloquial podemos
encontrar o seguinte: segundona, umazinha, trintão. Vejamos:

Vamos tomar umazinha depois do trabalho?

Ele me emprestou trintão para comprar umas coisas.

O time do meu amigo está, novamente, na segundona (referência à segunda divisão do


campeonato).

O Emprego dos Numerais


A) Para designar reis, papas, séculos, partes em que se dividem obras: ordinais até o
décimo e a partir daí números cardinais. Vejamos:

Papa João Paulo II (lê-se "segundo").

Papa João XXIII (lê-se "vinte e três").

Século XXI (lê-se "vinte e um").

B) Para designar decretos, leis, portarias e outros textos legais: ordinais até o nono e, a
partir daí, números cardinais. Vejamos:

58
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Artigo 3º (artigo terceiro).

Artigo 21 (artigo vinte e um).

C) Para designar o primeiro dia do mês: numeral ordinal, vejamos:

Primeiro de abril é o dia da mentira.

1º de abril é o dia da mentira.


Preposição
As preposições, em regra, não possuem sentido sozinhas, mas apenas quando
inseridas num contexto. Destacamos que, algumas vezes, a preposição tem apenas
função conectora.

São invariáveis (não sofrem flexão de gênero, número ou grau), mas podem unirse a
outras palavras (contração), estabelecendo com elas relação de concordância em
número e/ou em gênero.

Exemplos de Contração
de + a = da em + uma =
numa por + a = pela em + o
= no em + aquele = naquele
em + isto = nisto a + aquele
= àquele a + aquela = àquela
de + uma = duma
a + a = à (crase: preposição "a" + artigo "a")

Classificação
As preposições podem ser classificadas em essenciais ou acidentais. Vejamos como estas
nomenclaturas funcionam:

A) Essenciais: Englobam as preposições propriamente ditas, que pertencem a esta classe

gramatical, independentemente de contexto. a, após, contra, desde, em, para, por, perante,

sem, sobre, até, com, de, entre, sob.

Exemplos: Ele foi ao parque.

Pedro lutou contra a maioria.

Mariana enganou a mãe até não poder mais.

As crianças correram para o recreio.

Estudo desde o início do ano.

59
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A professora falou com você.

B) Acidentais: Palavras que pertencem a outras classes gramaticais, mas classificadas como

preposições por causa do contexto em que estão inseridas. mediante, como, durante, visto,
inclusive, mesmo, que.

Exemplos: Ela só sairá de sala mediante autorização (sentido de meio).

Temos como princípios administrativos: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade,


eficiência (sentido de "na qualidade de").

Durante o verão, é difícil estudar (sentido de tempo).

Mesmo confiante, errou uma questão da prova por nervosismo (sentido concessivo, oposição).

As funções do A:

O "a" pode exercer função de artigo, de preposição ou de pronome pessoal oblíquo.

Vejamos:

O "a" com função de artigo:

Quando o "a" for empregado para determinar um substantivo (indicando o gênero feminino),
terá função de artigo. Vejamos:

Exemplo: A garota tinha cabelos longos.

Exemplo: Estou empolgado para conhecer a casa nova dos meus avós.

Exemplo: Ele contou a história em voz alta.

O "a" com função de pronome oblíquo:

Quando o "a" for empregado para substituir um substantivo anteposto (já mencionado), terá
função de pronome oblíquo. Vejamos:

Exemplo: A criança brincava feliz. Todos a viram no parque (o "a" substitui o termo "criança.)

Exemplo: A caixa estava na calçada e sumiu. Acho que alguém a pegou (o "a" substitui o termo
"caixa").

O "a" com função de preposição:

Quando o "a" for invariável e estabelecer relação de subordinação entre termos, terá função
de preposição. Vejamos:

60
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Joana não vai a festas.

Percebam que o "a" está no singular - invariável - diante da palavra "festas" (plural), logo fica
fácil concluir que não se trata de artigo.

Exemplo: Eles foram para a escola a pé.

Percebam que o "a" está no feminino diante de uma palavra masculina (pé), assim, por não
haver concordância, fica simples concluir que se trata de uma preposição.

Locuções Prepositivas

As locuções prepositivas são um conjunto de duas ou mais palavras com valor de preposição,
terminadas em preposição essencial.

Exemplos:

Tempo: antes de, depois de, a partir de, ao longo de.

Lugar: dentro de, em cima de, defronte de, em frente a, em torno de.

Modo: à maneira de, à guisa de.

Oposição: de encontro a, ao invés de.

Não confundir as expressões "de encontro a" (sentido de oposição) e "ao encontro de"
(sentido de estar de acordo).

Exemplo: Aquela manifestação racista vai de encontro ao princípio constitucional da


igualdade (oposição, ser contrário).

Exemplo: As ideias de João vão ao encontro das defendidas pelo grupo (estar de acordo,
favorável a).

Atribuição: na qualidade de, a título de.

Exclusão: à exceção de, com exceção de.

Concessão: a despeito de, apesar de. Meio:


através de, por intermédio de.

O Valor das Preposições

As preposições podem apresentar sentidos diferentes de acordo com o contexto em que estão
inseridas. Apresentaremos agora uma lista de valores que podem ser atribuídos a preposições
essenciais.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

A:

Valor de tempo: Estes fatos ocorrerão daqui a trinta anos.

Valor de lugar: Queria ir a sua casa.

Valor de modo: Pedimos bife à parmegiana.

DE:

Valor de tempo: De terça para cá, muita coisa mudou.

Valor de lugar: Viajei de João Pessoa para Fortaleza.

Valor de assunto: Não fale de algo que você desconhece.

Valor de meio: Eu viajei de navio à Europa.

COM:

Valor de tempo: Com o fim da reunião, todos foram para casa.

Valor de companhia: Vou com as meninas ao shopping.

Valor de modo: Ele falou com jeitinho e convenceu.

Valor de Afirmação: Com certeza, irei à festa.

Valor de instrumento: O idoso atingiu o ladrão com uma bengala.

ATÉ:

Valor de tempo: Até o fim da minha vida vou te amar.

Valor de lugar: A criança correu até o fim da rua.

EM:

Valor de lugar: Em Recife, o frevo é animado.

Valor de tempo: O clima esquenta em janeiro.

Valor de meio: João comprou tudo em dinheiro.

Valor de especialidade: Ele é mestre em Letras.

PARA:

Valor de tempo: A prova foi adiada para a próxima semana.

Valor de direção/destino: Para o infinito, eu vou.

Valor de finalidade: Nasci para ser feliz.

POR:

Valor de tempo: Amei João por um breve momento.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Valor de lugar: Por onde andei, enxergava beleza.

Valor de causa: Foi acusado por ter as mãos sujas de sangue.

SOB:

Valor de tempo: Tudo era mais difícil sob o domínio daquele ditador Valor de lugar:

Ela foi encontrada dormindo sob a árvore.

A preposição "para" é classicamente utilizada para indicar finalidade. Finalidade é o


mesmo que objetivo! Vejamos:

Nasci para ser feliz.

Veja se a pergunta encaixa na frase: nasci para quê? Nasci com que objetivo? Nasci com que
finalidade? Para ser feliz!! Assim, a preposição "para", nessa frase, tem sentido de FINALIDADE.

Algumas vezes, entretanto, a preposição "para" pode assumir outro sentido (direção e tempo,
por exemplo), como dissemos acima.

Provavelmente, na maioria das assertivas desta questão, a preposição "para" terá sentido de
finalidade e apenas uma trará um sentido diferente. Vejamos: Alternativa "B": “Cada saída é a
entrada para algum outro lugar.” (Tom Stoppard) SENTIDO: direção.

Alternativa "A": “Você tem que parar para mudar de direção.” (Erich Fromm) SENTIDO:

finalidade.

TESTANDO: Parar para quê? Parar com que finalidade? Com que objetivo? Parar para mudar
de direção!

As perguntas "com que finalidade?", "com que objetivo?" não se encaixam neste caso.
Percebam que a preposição "para" é utilizada para indicar a direção: para algum outro lugar!
Alternativa "C": “O sol nasce para todos serem felizes, mas a maioria prefere dormir um pouco
mais.” (E. T. Wanke)

SENTIDO: finalidade

TESTANDO: Qual a finalidade do "nascer do sol"? O sol nasce com que objetivo? Para todos
serem felizes!

Alternativa "D": “Se o que você está fazendo for engraçado, não há necessidade de ser
engraçado para fazê-lo.” (Charles Chaplin)

SENTIDO: finalidade

TESTANDO: Não há necessidade de ser engraçado para quê? Qual a finalidade? Qual o
objetivo? Para fazê-lo!

Alternativa "E": “Se não podemos encerrar nossas diferenças, pelo menos podemos ajudar a
tornar o mundo seguro para assegurar a diversidade.” (John Kennedy)

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

SENTIDO: finalidade

TESTANDO: Tornar o mundo seguro para quê? Qual o objetivo? Qual a finalidade? Para
assegurar a diversidade!

Assim, a letra "B" é a CORRETA, pois apenas nela a preposição "para" tem sentido de
direção/destino.

Conjunção
Breve Introdução
Conjunção é, basicamente, um conectivo que liga orações, estabelecendo uma relação
(adversativa, explicativa, concessiva, alternativa) entre elas. Vale destacar que quase todas as
conjunções possuem sentido próprio, exceto as chamadas "conjunções integrantes".

As conjunções podem ser coordenativas ou subordinativas.

Coordenativas: ligam orações independentes entre si.

Subordinativas: ligam orações dependentes entre si.

Conjunções Coordenativas
A) Aditivas

Como o próprio nome já diz, são aquelas que, em regra, indicam ideia de adição, de soma.
Vejamos:

E, NEM, NÃO SÓ...COMO TAMBÉM, NÃO SÓ...COMO AINDA, BEM COMO, NEM...NEM,
TAMPOUCO, NÃO SOMENTE...SENÃO AINDA.

Exemplo: Josefina dança e atua.

Exemplo: Josefina não só dança como também atua.

Exemplo: Josefina nem dança nem atua.

Exemplo: Josefina não somente dança senão ainda atua.

Mais importante do que ter todas as conjunções aditivas em mente, é observar o sentido das
orações. Vejamos:
Exemplo: Nadou, nadou, e morreu na praia. / Nadou, nadou, mas morreu na praia.

Percebam que o período acima traz ideia adversativa, pois quando pensamos em alguém
nadando, morrer na praia não é o resultado esperado. Há, então, uma quebra de expectativa.
Assim, não basta identificar a função padrão da conjunção e marcar "cegamente" a assertiva,
é preciso atenção ao contexto.

B) Adversativas

São conjunções que estabelecem relação de oposição de ideias, quebra de expectativa,


contradição. São elas:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

MAS, PORÉM, CONTUDO, TODAVIA, ENTRETANTO, NO ENTANTO, NÃO OBSTANTE, AINDA


ASSIM.

Exemplo: Estava chovendo, mas ela foi à praia.

Exemplo: Pedro estudou, porém não foi aprovado.

Exemplo: A vida é difícil, no entanto cheia de beleza.

Exemplo: Estava doente, ainda assim foi à academia.

C) Alternativas

São aquelas que expressam ideia de alternância ou de exclusão. Vejamos:

OU, OU...OU, ORA...ORA, JÁ...JÁ, TALVEZ...TALVEZ.

Exemplo: Miguel irá ao parque ou ao circo.

Exemplo: Talvez chova, talvez faça sol, vamos aguardar.

Exemplo: Ora estuda, ora trabalha.

D) Explicativas

São conjunções que expressam sentido de justificativa, de explicação. Vejamos:

PORQUE, PORQUANTO, QUE, POIS (antes do verbo).

Exemplo: Marília estudou bastante, pois foi aprovada.

Exemplo: Ele parecia feliz, porquanto não parava de sorrir.

Exemplo: Carlos deve estar comendo mais, pois engordou.

E) Conclusivas

São aquelas que exprimem ideia de conclusão ou consequência. São elas:

POIS (depois do verbo), LOGO, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISSO, ASSIM.

Exemplo: Estava doente, logo fui ao médico.

Exemplo: Ela está ocupada, assim não a perturbem.

Exemplo: Queria ser aprovada; estudou, pois.

Não confundir estas conjunções:


Portanto: conclusiva e Porquanto: explicativa

Conjunções Subordinativas
A) Integrantes

São aquelas que introduzem orações subordinadas substantivas, não tendo valor semântico
próprio.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Como descobrimos que uma conjunção é integrante? Basta tentarmos substituir a oração
iniciada pela conjunção (que achamos ser integrante) por "isto". Se funcionar, ela é integrante.
Vejamos: Exemplo: Ela avisou que faltará amanhã.

Percebam que é possível substituir "que faltará amanhã" por "isto": Ela avisou isto. Assim, "que"
é conjunção integrante.

A partir daqui estudaremos conjunções que introduzem orações subordinadas adverbiais.

B) Causais

São conjunções que indicam causa, efeito. Vejamos:

PORQUE, VISTO QUE, QUE, JÁ QUE, POIS, PORQUANTO, UMA VEZ QUE, COMO.

Exemplo: Maria não jantou porque está de dieta.

Exemplo: Como ninguém se interessou pelo filme, o cinema tirou-o de cartaz.

Exemplo: Não terminei a pesquisa, porque não tive recursos.

C) Concessivas

São conjunções que exprimem ideia de contrariedade/oposição a uma ideia, sem impedir a
sua realização. São elas:

EMBORA, MESMO QUE, AINDA QUE, CONQUANTO, APESAR DE QUE.

Exemplo: Ainda que eu ande no vale da sombra da morte, não temerei.

Exemplo: Embora estivesse frio, saiu de casa sem casaco.

D) Comparativas

São conjunções que indicam analogia, comparação. Vejamos:

TAL QUAL, COMO, ASSIM COMO, QUAL, TAL E QUAL, TANTO... COMO, COMO SE, QUAL.
Exemplo: Amou daquela vez como se fosse a última.

Exemplo: Ele gritava qual um louco.

E) Conformativas

São conjunções que expressam a conformidade de um fato com outro. Expressam maneira,
acordo. Vejamos:

COMO, CONFORME, SEGUNDO, CONSOANTE.

Exemplo: Conforme nos foi dito, amanhã não haverá aula.

Exemplo: Ele agiu segundo crenças pessoais.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

F) Condicionais

São conjunções que introduzem uma hipótese ou condição para ocorrência da ideia
apresentada pela oração principal. São elas:

SE, CASO, SALVO SE, CONTANTO QUE, A NÃO SER QUE, DESDE QUE, EXCETO SE, A
MENOS QUE.

Exemplo: Se você parar de estudar, não será aprovado no concurso.

Exemplo: Não irei à praia neste domingo, a não ser que faça um sol muito bonito.

G) Consecutivas

São aquelas que indicam consequência, efeito. Vejamos:

DE FORMA QUE, TÃO...QUE, TANTO...QUE, TAL...QUE, A TAL PONTO...QUE, DE MANEIRA QUE.

Exemplo: Ele estudou tanto que acabou sendo aprovado.

Exemplo: João chorou a tal ponto que todos tiveram pena.

H) Proporcionais

São aquelas que expressam ideia de proporcionalidade, simultaneidade. Vejamos:

À MEDIDA QUE, AO PASSO QUE, À PROPORÇÃO QUE, QUANTO MAIS...MAIS, QUANTO


MENOS...MENOS, QUANTO MAIOR...MAIOR, QUANTO
MENOR...MENOR, QUANTO PIOR...PIOR, QUANTO MELHOR...MELHOR.

Exemplo: Quanto mais ela estuda, mais confiante na aprovação fica.

Exemplo: A pobreza diminui à medida que o investimento em educação aumenta.

I) Finais

São aquelas que exprimem finalidade, objetivo, propósito. São elas:

A FIM DE QUE, PARA QUE, PORQUE (com sentido de para que).

Exemplo: Ele estuda diariamente para que a aprovação ocorra.

Exemplo: Ele estudou diariamente a fim de que não reprovasse.

J) Temporais

São aquelas que exprimem ideia de tempo. Vejamos:

QUANDO, ASSIM QUE, ANTES QUE, ENQUANTO, CADA VEZ QUE, LOGO QUE, AGORA QUE,
SEMPRE QUE, MAL (com sentido de "logo que").

Exemplo: Mal chegou à festa, brigou com uma convidada.

Exemplo: Cada vez que vou ao shopping, gasto mais do que devo.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Interjeição
Interjeição: classe gramatical invariável que expressa emoções, sensações. Muitas vezes, o
autor prefere o uso de interjeições, para expressar sentido exclamativo ou apelativo, ao
emprego de estruturas mais elaboradas. Exemplos: ai, aff, bis, ui, droga, hum, psiu, puxa.

Vejamos o poema abaixo:

Festa das Interjeições


Existiram dores e emoções... Na festa das interjeições! O Ah! de alegria... Dançou com
harmonia!

O Oh! de espanto... Se comportou como um santo! O Ih! de pessimismo e medo, pensou que
a cachaça era um brinquedo!

O Uh! que só gostava de valsa e de cereja... Vaiou o brigadeiro e a música sertaneja! O


Puxa! achou uma maravilha... A doce torta de baunilha!

O Ai! teve um dedo pisado... Num rock agitado! O Opa! esbarrou no bolo... E se misturou
num rolo!

O Bis! com o jeito que sempre quis... Pediu mais uma música feliz! O Hip, Hip, Urra... Levou
uma surra!

Pois, ele esbarrou no Ui! mal-humorado, que, por sorte, não estava armado! O Poxa! ficou
assustado ... E saiu da festa calado!

Existiram dores e emoções ... Na festa das interjeições.

Luciana do Rocio Mallon

O poema emprega muitas interjeições, não é? Quando olhamos rapidamente, afirmamos que
sim, o poema parece estar repleto de interjeições. Entretanto, o que temos é o emprego de
palavras originalmente classificadas como interjeição, com função de substantivo:
SUBSTANTIVAÇÃO DAS INTERJEIÇÕES. Percebam que antes de cada "interjeição" temos
artigos definidos que transformam em substantivo palavras de outras classes gramaticais.
Vejamos:

"O Ah! de alegria" - O artigo definido "o" substantivou a interjeição "Ah!".

"O Opa! esbarrou no bolo..." - O artigo definido "o" substantivou a interjeição "Opa!".

Na verdade, a autora, ao falar sobre as interjeições, empregou-as como se fossem personagens


de uma história e, para isso, substantivou cada uma.

Parecia "na cara" a resposta, não é? Cuidado! As bancas adoram induzir os candidatos ao erro.

O Valor da Interjeição:
As interjeições podem ser empregadas para expressar diversos sentidos. Vejamos:
Medo: OH! Uh! Cruzes! Ui!

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo: Ui! acho que vi um fantasma! (A interjeição "ui" tem sentido de "que medo").
Alegria: Oba! Iupi! Viva!
Exemplo: Vamos viajar nas férias, viva! (Percebam que a interjeição "viva" tem sentido de "que
bom").

Contrariedade: Puxa! Raios! Ora! Hum! (A interjeição "puxa" tem sentido de "estou
contrariado" ou de "estou chateado").
Dor: Ai! Ui!
Exemplo: Ai! minhas costas! (A interjeição "ai" tem sentido de "que dor").

Silêncio: Psiu! Xiu!

Exemplo: Psiu! nada de contar a ela sobre a festa! (A interjeição "psiu" tem sentido de "fique
calado").

Aplauso: Bis! Bravo! Boa!

Exemplo: Muito bom o discurso. Bravo! (A interjeição "bravo" tem sentido de "muito bem",
"apoiado").

Advertência: Cuidado! Calma! Atenção!

Exemplo: Cuidado! Pista escorregadia. (A interjeição "cuidado" tem sentido de "tenha


cuidado", "preste atenção", "seja cauteloso").

Assim, após a apresentação dos exemplos, podemos concluir que as interjeições são
empregadas com sentido apelativo ou exclamativo e substituem construções linguísticas mais
complexas.

Vale destacar que a interjeição é uma classe gramatical invariável em gênero, em número e
em grau, entretanto não é difícil, especialmente em diálogos que refletem a linguagem
coloquial, lermos: xauzinho, oizinho, bravíssimo, obrigadinho.

Quando empregamos a interjeição exclamativa e o restante da frase também é exclamativa,


após o ponto de exclamação devemos usar letra minúscula, vejamos: Ai! minhas costas!

Locução Interjetiva
A locução interjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras com sentido de interjeição.
Vejamos: Ave Maria! Meu Deus! Ora bolas! Ai de mim! Que pena! Que alívio! É isso aí!

Exemplo: Ave Maria! Não para de chover...

Exemplo: Ora bolas, ele nunca me ligou e ainda diz que eu sumi.

Alguns detalhes sobre as interjeições

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

A) A interjeição, muitas vezes, funciona como uma frase, pois sozinha expressa sentido
completo. Vejamos:

Exemplo: Silêncio!

Exemplo: Socorro!

B) Algumas interjeições podem exprimir ruídos e vozes (onomatopeias). Vejamos:

Exemplo: Ele caiu... ploft!

Exemplo: Tique-taque! O relógio atormentava o tempo inteiro.

Exemplo: Atchim! Ela estava muito gripada...

c) Palavras, originalmente de outras classes gramaticais, podem funcionar como interjeição de


acordo com o contexto, devendo ter tom exclamativo ou apelativo, vejamos:

Exemplo: Basta! Vamos encerrar a discussão. (O "basta" normalmente é forma verbal de


"bastar").

Exemplo: Ajudem! O prédio está em chamas. (A palavra "ajudem" normalmente é forma verbal
de "ajudar").

Pontuação
Questão de Pontuação

Todo mundo aceita que ao homem cabe pontuar a própria vida: que
viva em ponto de exclamação
(dizem: tem alma dionisíaca); viva em ponto de interrogação
(foi filosofia, ora é poesia); viva equilibrando-se entre vírgulas e sem
pontuação (na política): o homem só não aceita do homem que use
a só pontuação fatal:
que use, na frase que ele vive o inevitável ponto final.
João Cabral de Melo Neto
O emprego correto dos sinais de pontuação garante que a mensagem chegue ao destinatário
(o leitor) do exato modo que o interlocutor pretende que ela chegue. Assim, um sinal errado
pode gerar grande confusão.

Um doce pedido pode se tornar uma ordem grosseira:

"João, pegue aquele livro para mim."

"João, pegue aquele livro para mim!" (Ordem grosseira definida pelo ponto de

exclamação).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Como não temos o recurso da entonação na escrita, devemos tomar cuidado ao empregar
sinais de pontuação para que as mensagens transmitam com veracidade aquilo que queremos.

Muitos não gostam de estudar pontuação e, principalmente, as regras de emprego da vírgula,


mas esses temas, além de serem cobrados diretamente em questões objetivas, são primordiais
para um bom desempenho em provas dissertativas.

Começaremos a abordar os sinais mais simples (e menos cobrados pelas bancas) e


encerraremos esse módulo esmiuçando o tema mais importante: a vírgula.
Ponto
Esse sinal de pontuação serve basicamente para isto: indicar o fim de uma frase declarativa.

Exemplo: Fui à feira.

Exemplo: Estudei muito, mas não tirei boas notas.

O ponto também é utilizado em abreviações: adj. (adjetivo), març. (março), etc. (et cetera).

Não devemos utilizar reticências após "etc.". Vejamos:

Está ERRADO: Ela comprou tomate, alface, cenoura, pepino, etc....

Está CERTO: Ela comprou tomate, alface, cenoura, pepino, etc.

Ponto de Interrogação
O ponto de interrogação, como o próprio nome diz, indica um questionamento.

Exemplo: Você quer ir ao circo? (Frase interrogativa direta).

Exemplo: Você foi mesmo aprovado no concurso?! (Pergunta com sentido de admiração).

Exemplo: Pedro bebeu muito, poderia dirigir daquele modo? (Pergunta retórica: o interlocutor
elabora um questionamento já sabendo a resposta ideal).

Ponto de Exclamação
O ponto de exclamação é utilizado para denotar admiração, surpresa, empolgação.

Exemplo: Eita! O jogo é hoje!

Exemplo: João foi aprovado no concurso!!

Dois Pontos
O sinal de dois pontos pode ser utilizado para:

Exemplo: Eis as cores da bandeira: verde, amarelo, azul e branco.

Indicar enumeração, anteceder uma explicação.

Exemplo: Ela só queria isto: ser aprovada no concurso.

Anteceder uma citação.

Exemplo: Dizia o sábio: "Conhece-te a ti mesmo".

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Indicar fala de personagens.

Exemplo: A menina gritou: - Saia daqui!

Travessão
O travessão é um sinal frequentemente utilizado em narrações, descrições e em diálogos.

Vejamos alguns casos de seu uso:

Indicar a fala de personagem, mudança de interlocutor (discurso direto).

Exemplo: - Você é boba, Rose! Por que você fez isso? (Jack Falando)

- Se você pula, eu pulo... Lembra? (Rose falando)

Para separar palavras, expressões ou frases explicativas intercaladas.

Exemplo: A imagem de minha avó – mulher honesta, trabalhadora – não sai da minha cabeça.

Parênteses
Os parênteses são utilizados para:

Destacar certas palavras, expressões ou orações.

Exemplo: A China (país mais populoso do mundo) foi o destino escolhido para nossa próxima
viagem. Incluir dados bibliográficos.

Exemplo: “Agora eu quero contar as histórias da beira do cais da Bahia.” (Jorge Amado, Mar
Morto, 1936).

Aspas
Com frequência, empregamos as aspas em citações, mas existem outras ocasiões em que elas
podem ser usadas. Vejamos:

Para indicar citações.

Exemplo: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." (Antoine de Saint
Exupéry)

Para indicar o uso de palavras estrangeiras.

Exemplo: Aquela menina é viciada no "Facebook".

Para indicar o uso de gírias, expressões populares.

Exemplo: Ele gostar de dar um "rolé" aos sábados.

Para indicar nomes de sites, livros, jornais.

Exemplo: A entrevista foi concedida ao jornal "O Globo".

Para indicar ironia.

Exemplo: Percebendo a "beleza" do quadro, escolheu outro.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Para relativizar o significado de uma palavra ou expressão.

Exemplo tirado de prova da FUNDEP/2016: Nada mais ofensivo para o velho do que dizer
que ele tem “cabeça de jovem”.

As aspas empregadas para destacar a expressão "cabeça de jovem" relativizam o significado


dela que, neste contexto, assume característica pejorativa/negativa. Assim, o significado
habitual da expressão é relativizado no contexto da frase e isto é demarcado pelo emprego
das aspas.

Reticências
As reticências marcam a suspensão lógica de um enunciado, vejamos algumas situações de
uso desse sinal de pontuação:

Para indicar interrupção do pensamento.

Exemplo: - Gostaria de dizer que...

- Cale-se, Jussara!

Para sugerir uma hesitação normal da fala.

Exemplo: Eu gostaria de... conversar com você agora.

Para indicar continuidade de ação ou fato.

Exemplo: O tempo voa...

Para deixar o sentido da frase incompleto (permite interpretação pessoal do leitor).

Exemplo: Se você não atender o telefone...

Ponto e Vírgula
O ponto e vírgula é um sinal que indica uma pausa maior que a pausa da vírgula e serve para:

Separar orações coordenadas que guardam relação semântica não unidas por
conjunção.

Exemplo: A seca castiga o sertanejo; a lavoura clama por água.

Separar itens de uma enumeração ou incisos de um artigo de lei.

Exemplo: Na educação pública encontramos alguns problemas:

poucos professores; falta de material escolar;

instalações físicas precárias.

Separar orações coordenadas que já possuem vírgula em seu interior.

Exemplo: Pacificamente, os empregados pleiteavam alguns direitos; o patrão, todavia, de


forma alguma, cedeu.

73
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vírgula
Agora falaremos sobre a indispensável vírgula!

Não podemos usar a vírgula:


Apresentaremos, primeiramente, os casos de proibição do uso da vírgula. Sabendo disso, o
candidato "desenrolará" boa parte das questões que envolvem o tema.
1) Se ela separar sujeito de verbo

Não devemos separar o sujeito do verbo.

Está ERRADO: A fábrica alemã de calçados de couro legítimo, fechou as portas ontem.

sujeito verbo

Está CERTO: A fábrica alemã de calçados de couro legítimo fechou as portas ontem.

2) Se ela separar verbo de predicativo do sujeito

Está ERRADO: As meninas ficaram, felizes.

verbo predicativo

Está CERTO: As meninas ficaram felizes.

3) Se ela separar verbo de complemento

Está ERRADO: Maurício pacientemente comprou, alguns livros.

VTD O.D

Está CERTO: Maurício pacientemente comprou alguns livros.

4) Se ela separar adjunto adnominal (A.A.) do substantivo correspondente Está

ERRADO: A querida, professora fará aniversário amanhã.

A.A. substantivo (nome)

Está CERTO: Nossa querida professora fará aniversário amanhã.

5) Se ela separar complemento nominal (C.N.) de


substantivo correspondente

Está ERRADO: José tem orgulho, do filho.


Subst. C.N.

Está CERTO: José tem orgulho do filho.

6) Se ela separar locução verbal de voz passiva do agente da passiva Está ERRADO:

A paciente foi atendida, por um cardiologista.

74
Apostila Pré-Edital: SEMSA

locução verbal agente da passiva Está CERTO: A

paciente foi atendida por um cardiologista.

7) Se a oração coordenada sindética aditiva estiver ligada por "e" ou por "nem"

Está ERRADO: Ela não foi à aula, nem justificou a falta.

Está CERTO: Ela não foi à aula nem justificou a falta.

Antes de apresentarmos os casos de emprego da vírgula, precisamos ter em mente a "ordem


normal" básica de uma oração:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO + A (Adjunto adverbial, Agente da passiva)

Entendendo que a estrutura acima é a "normal", qualquer termo que aparecer no meio dela
causando interrupção, em regra, será demarcado por vírgulas. Também demarcaremos com
vírgula termos que aparecerem em posições "anormais" (deslocados).

Exemplo: João, filho do professor, cantava hino no coral.

sujeito VTD O.D adjunto adverbial

No exemplo acima, "filho do professor" é um aposto explicativo que "surgiu" entre o sujeito e
o verbo, interrompendo a ordem normal da oração e, por isso, isolado por vírgulas.

Exemplo: No coral, João, filho do professor, cantava hinos.

adjunto adverbial

Agora temos o adjunto adverbial "no coral" em uma posição "atípica", perceberam? Na
primeira frase ele apareceu no final (posição ideal) e agora aparece antecipado. Quando esse
tipo de deslocamento ocorrer, poderemos (ou deveremos) empregar a vírgula. No caso de
adjuntos adverbiais longos (três palavras ou mais) a vírgula é obrigatória, quando os adjuntos
adverbiais forem curtos (exemplo em análise), a vírgula é facultativa.

Entendendo a estrutura básica da oração e tendo noção sobre o deslocamento de termos


dentro dela, fica mais fácil assimilar os casos de emprego da vírgula. Vejamos:

Usamos a vírgula:
1) Para separar apostos e vocativos. Exemplo: Amor, estou muito cansada.

vocativo

Exemplo: Lili, irmã de João, está doente.

Aposto
2) Para separar termos de uma enumeração (os termos possuem mesma função
sintática).

Exemplo: Chiquinha, Seu Madruga, Quico e Dona Florinda são meus personagens favoritos da
turma do Chaves.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

3) Para isolar predicativo do sujeito deslocado.

Exemplo: Conformada, a dançarina aceitou o troféu de terceiro lugar.

predicativo do sujeito

4) Para separar termos repetidos.

Exemplo: A aluna estava cansada, cansada.

5) Para separar expressões retificativas, exemplificativas, explicativas.

Exemplo: Eu queria passar no concurso, ou melhor, eu passarei!

Exemplo: O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil
compreensão. (Exemplo retirado do Manual de Redação da Presidência da República)

6) Para isolar adjuntos adverbiais deslocados.

Adjunto longo (três palavras ou mais) - vírgula obrigatória

Adjunto curto - vírgula facultativa

Como explicamos no início desse tópico, o adjunto adverbial normalmente aparece no final da
oração, assim, o deslocamento dele pode (ou deve) ser marcado por vírgula. Vejamos:

Exemplo: No parque, as crianças corriam. → Vírgula facultativa Adjunto

adverbial

Exemplo: Na reunião de ontem, os empresários resolveram alguns problemas.


→ Vírgula obrigatória

Adjunto adverbial

7) Para indicar elipse (omissão) de um verbo.

Exemplo: Eu estudo francês; ela, inglês.

A vírgula empregada após o pronome "ela" indica elipse (omissão) do verbo "estudar", pois
a frase tem o seguinte sentido: Eu estudo francês, ela estuda inglês.

8) Para separar orações coordenadas assindéticas (sem conjunção).

Exemplo: Acordava às sete horas da manhã, tomava um banho demorado, estudava por três
horas.

9) Quando a conjunção "e" tiver sentido adversativo.

Exemplo: Nadou tanto, e morreu na praia. (sentido de → Nadou tanto, mas morreu na praia.)

Exemplo: Correu muito, e não alcançou o ônibus. (sentido de → Correu muito, mas não
alcançou o ônibus.)

10) Para separar orações coordenadas sindéticas adversativas.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

(mas, porém, contudo, todavia, entretanto, não obstante...)

Exemplo: Queria tomar sorvete, mas comi uma barrinha de cereais.

11) Para separar orações coordenadas sindéticas explicativas.

(pois, porque, porquanto)

Exemplo: Precisamos trabalhar muito, pois a vida não é fácil.

12) Para separar orações coordenadas sindéticas conclusivas.

(portanto, por isso, logo, assim, pois (depois do verbo) Exemplo: Aquele

colar é ouro; não enferruja, pois.

Exemplo: A chuva era muito forte, logo não saí de casa.

13) Para separar orações coordenadas sindéticas alternativas.

(ou...ou, ora...ora, já...já)

Exemplo: Ou escolho agora, ou fico sem presente.

14) Para separar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo: O Brasil, que é um país tropical, é procurado por turistas do mundo inteiro.
or. adj. explicativa

15) Para separar orações subordinadas adverbiais (especialmente antecipadas ou


intercaladas).

Exemplo: Quando ela chegou, João brincava no parque.

or. adv. temporal

Exemplo: Se a chuva diminuir, irei ao centro da cidade.

or. adv. Condicional

Quando a oração subordinada adverbial aparece na ordem "normal" (fim do período), a


vírgula é facultativa. Vejamos:

Exemplo: João brincava no parque, quando ela chegou. CERTO

Exemplo: João brincava no parque quando ela chegou. CERTO

16) Para isolar o lugar (topônimo) nas datas.

Exemplo: João Pessoa, 20 de março de 2015.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Sintaxe do Período Simples e do Período


Composto
Estudo do Sujeito
Sujeito e predicado são termos essenciais de uma oração, ou seja, toda oração deve possuir
esses termos. Veremos logo que há uma categoria de orações que não possuem sujeito,
apenas predicado.
Vamos às tentativas de definir o que vem a ser sujeito e o que vem a ser predicado:
Sujeito é o termo do qual se declara algo em uma oração.
Predicado é o que se declara sobre o sujeito.
Exemplos:
Os homens trabalhavam.
Sujeito Predicado
O Rio de Janeiro fica a cinco horas daqui.
Sujeito Predicado
Preciso ir embora cedo.
Predicado
Trabalha-se demais naquela região do país.
Predicado
Veja que essas definições são corretas, porém muito pouco precisas. Como se trata de termos
complementares (o que não é sujeito é predicado e vice-versa), é melhor entendê-los
caracterizando-os do que tentando buscar uma definição precisa (algo infrutífero). Dessa
forma, vamos entender o que é sujeito entendendo como ele se apresenta.

Classificação do Sujeito

O sujeito pode apresentar as seguintes classificações:

a) Sujeito Determinado
Se, numa oração, é possível apontar para um termo (palavra ou expressão) que funcione como
sujeito da forma verbal, dizemos que o sujeito é determinado.

Exemplo:
Alguém esteve aqui a nossa procura.

O termo “Alguém” é apontado na frase como sujeito da forma verbal “esteve”.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Muitos poderiam pensar que o sujeito fosse indeterminado, pelo fato de “Alguém” não
identificar com precisão a identidade da pessoa. Não confunda as coisas. Como não sabemos
a identidade da pessoa, elegemos ser sujeito da oração um pronome indefinido. É o pronome
indefinido “Alguém” o termo que desempenha o papel de sujeito. Não devemos, dessa forma,
pensar o sujeito como sendo uma pessoa, um objeto, mas sim um termo.

O sujeito determinado pode se apresentar da seguinte forma:


Sujeito Simples: é o sujeito determinado que apresenta um único núcleo (palavra principal).
Exemplo:
Nós vimos as crianças.
O termo “nós” é apontado como sujeito da forma verbal “vimos”.
Trata-se de um sujeito determinado simples, pois há somente um núcleo: a palavra “Nós”.

Sujeito Composto: é o sujeito determinado que apresenta mais de um núcleo.


Exemplo:
Eu e você vimos as crianças.
O termo “Eu e você” é apontado como sujeito da forma verbal “vimos”.
Trata-se de um sujeito determinado composto, pois há mais de uma palavra no núcleo – no
caso, “Eu” e “você”.
Esteja atento à diferença:
Nós vimos as crianças > sujeito determinado simples
Eu e você vimos as crianças > sujeito determinado composto

Sujeito Oculto: é o sujeito que não está explícito na frase, mas pode ser determinado (pela
desinência verbal ou pelo contexto)
Exemplo:
Corri como um louco (sujeito oculto: eu).
Carla e Maria estão doentes. Entretanto, insistiram em vir à aula (sujeito oculto: Carla e
Maria).

b) Sujeito Indeterminado:
Se, numa oração, NÃO é possível apontar um termo que funcione como sujeito, dizemos que
se trata de um sujeito indeterminado.
É muito importante que destaquemos os casos de indeterminação do sujeito, a saber:
1º caso - Com verbo na terceira pessoa do plural (desde que o sujeito não tenha sido
especificado anteriormente):
Exemplos:
Bateram à porta.
Roubaram meu carro!
Quando, de forma genérica, proferimos frases como as acima, estamos indeterminando o
nosso sujeito. Não é possível afirmar quem bateu à porta ou quem, exatamente, roubou o
carro. Alguns até poderiam questionar: não seria possível afirmar que o sujeito é “eles”, já que
o verbo está flexionado na 3ª pessoa do plural (“Eles bateram à porta” e “Eles roubaram meu

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

carro”)? Veja bem: é possível mesmo assegurar que o sujeito seja uma terceira pessoa do
plural? A resposta é não. O agente da ação poderia muito bem ser uma terceira pessoa do
singular, por que não?

O emprego do verbo na 3ª pessoa do plural é, portanto, uma estratégia para não tornar
possível a identificação do agente da ação verbal. Isso pode se dar por não conhecermos
propriamente o agente ou, então, por não desejarmos explicitá-lo. Na frase “Falaram mal de
mim!”, você até pode saber quem é(são) a(s) pessoa(s) que está(ão) fofocando sobre você,
mas você preferiu não identificar logo de cara o sujeito da ação verbal, criando suspense e
gerando desconforto na(s) pessoa(s) fofoqueira(s).

Só tomem cuidado para não tirar conclusões precipitadas. Mesmo o verbo estando na 3ª
pessoa do plural, muitas vezes é possível determinar o sujeito. Veja um exemplo:

“Ganso e Jadson foram decisivos na vitória do São Paulo sobre o Vasco da Gama. Muito
acionados durante toda a partida, deram importantes passes e fizeram desarmes precisos.”

Observe que, pelo contexto, é possível identificar os sujeitos das formas verbais “deram” e
“fizeram” – Ganso e Jadson. Dessa foram, temos um sujeito determinado composto.

2º caso - Com verbo na terceira pessoa do singular + “se”:


Exemplos:
Precisa-se de apoio.
Vive-se bem naquela cidade.
Desconfia-se do técnico.
Algumas observações são muito importantes aqui. Perceba que a construção do 2º caso de
indeterminação do sujeito é típica de verbos que não apresentam complemento direto. Essa
construção ocorre com verbos intransitivos, transitivos indiretos ou, mais raramente,
verbos de ligação. O “se”, nesses casos, é chamado de índice de indeterminação do sujeito.

Não podemos confundir o 2º caso de indeterminação com as construções em voz passiva


sintética. Nestas, os verbos possuem complemento direto (verbo transitivo direto ou transitivo
direto e indireto).

Exemplos:
Discutiu-se o fato.
> verbo “discutir” é transitivo direto > voz passiva sintética > sujeito paciente: “o fato”.
> “se” partícula apassivadora > equivale à construção “Foi discutido o fato”.
Desconfiou-se do fato.
> verbo “desconfiar” é transitivo indireto > sujeito indeterminado (2º caso) > “se” índice de
indeterminação.
Observe o que ocorre quando se emprega o plural “fatos”:
Discutiram-se os fatos.
> verbo concorda com o sujeito paciente “os fatos” – Foram discutidos os fatos.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Desconfiou-se dos fatos.


> verbo permanece invariável, fixado na 3ª pessoa do singular.
c) Sujeito Inexistente
A oração sem sujeito ocorre a partir de um verbo impessoal, em que a flexão de pessoa é
ausente. Se não há pessoa, não há também sujeito. Portanto, estudar a inexistência do sujeito
se resume a identificar quais os verbos impessoais, como o faremos já na sequência.

Além disso, como não há pessoa, o jeito é impor uma pessoa ao verbo. E a escolhida foi, mais
uma vez, a 3ª pessoa do singular!

Vamos, então, listar os verbos impessoais:

1) Verbos que denotam fenômenos da natureza:


Amanheceu repentinamente.
verbo “amanhecer” indicando fenômeno natural > verbo impessoal > oração sem sujeito >
flexionado na 3ª pessoa do singular.
Choveu todo o dia.
verbo “chover” indicando fenômeno natural > verbo impessoal > oração sem sujeito >
flexionado na 3ª pessoa do singular.
Verbos que indicam fenômeno natural, muitas vezes, são empregados em sentido conotativo.
Nesse caso, não serão impessoais, apresentando, assim, sujeitos.
Exemplo:
Choveram reclamações a respeito do professor.
> verbo “chover” no sentido conotativo (figurado) > verbo pessoal > concorda com o sujeito
“reclamações”.
2) Verbo haver no sentido de existir:

É mais um daqueles tópicos que insistem em cair nas provas de concurso.


Exemplos:
Havia bons motivos para que nos separássemos.
O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é flexionado apenas na 3ª pessoa do singular. Isso
se dá pelo fato de ele ser impessoal.
Porém, o verbo “existir” sempre possuirá sujeito, concordando em número e pessoa com este.
São muito comuns questões solicitando a troca de um verbo por outro, com as devidas
alterações.
Assim,
Havia bons motivos para que nos separássemos.
(Oração sem Sujeito – Verbo na 3ª pessoa do singular) = Existiam bons motivos para que
nos separássemos.
Sujeito: bons motivos.
c.3) Verbos ser, estar, fazer, haver, indicando tempo meteorológico ou cronológico:
Exemplos:
Faz frio nessa época do ano.
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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Há tempos que não o vejo. Faz meses


que não a vejo.
É cedo. Está tarde.
São três horas.
O verbo impessoal “ser”, na indicação de data ou hora, concorda com o numeral. É impessoal,
não possuindo, portanto, sujeito.
Exemplos:
São 10h.
São 15 de setembro
No caso de datas, também é correta a construção “É 15 de setembro”.
Quando um verbo é impessoal, ele transforma o seu auxiliar em verbo impessoal também (o
auxiliar seria, em linguagem popular, um “Maria vai com as outras”). Portanto, o auxiliar que
acompanha os verbos HAVER e FAZER, são conjugados invariavelmente na 3ª pessoa do
singular.
Exemplos:
“Deve fazer dez anos que não o vejo”. (CERTO)
“Devem fazer dez anos que não o vejo.” (ERRADO)
”Deve haver quadros na parede”.(CERTO)
“Devem haver quadros na parede.” (ERRADO)
Termos Associados ao Verbo

Complementos Verbais (OD e OI)

Necessitam de complemento os verbos que indicam ação (verbos significativos ou nocionais).


Esses verbos fazem parte de predicados verbais ou verbonominais. Já os verbos de ligação
não necessitam de complemento, pois servem apenas para ligar o predicativo ao sujeito.

Chama-se transitividade a relação que se estabelece entre os verbos e seus complementos.


Os complementos verbais são chamados objetos. a) Verbos Transitivos Diretos (VTD)

São aqueles cujo sentido requer um objeto direto.

Objeto Direto (OD) é o complemento que se liga diretamente (sem preposição) a um verbo
transitivo.

Exemplos:
Amo minha namorada.
VTD OD
(quem ama, ama alguém).
Ela viu-me triste.
VTD OD (quem vê, vê alguém)

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) Verbos Transitivos Indiretos (VTI)


São aqueles cujo sentido requer um objeto indireto.
Objeto Indireto (OI) é o complemento que se liga indiretamente (através de preposição) a um
verbo transitivo.
Exemplos:
Preciso de ajuda.
VTI OI
(quem precisa, precisa de algo).

Falei com ela.


VTI OI
(quem fala, fala com alguém)

c) Verbos Transitivos Diretos e Indiretos (VTDI)


São aqueles cujo sentido requer um objeto direto e um objeto indireto.
Exemplos:
Pedi ajuda a meu colega.
VTDI OD OI
(quem pede, pede algo a alguém)
Disse-lhe tudo.
VTDI OI OD
(quem diz, diz algo a alguém) d) Verbos
Intransitivos (VI)
São aqueles cujo sentido não necessita de um objeto.
Exemplos:
Os preços subiram.
Sujeito VI
Ocorreu um acidente.
VI Sujeito
Observações

i) Método prático para determinação do objeto

Pergunte ao verbo transitivo direto: “(verbo) o quê?’” ou “(verbo) quem?”

83
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplos:

Ela bebeu muita água.

Bebeu o quê? muita água = OD

Pergunte ao verbo transitivo indireto: “(verbo + prep.) o quê?” ou “(verbo + prep.) quem?”

Exemplos:

Gostei daquela festa.

Gostei de quê? daquela festa = OI Outro

Exemplo:

Entregamos o trabalho ao professor.

Entregamos o quê? o trabalho = OD Entregamos a quem? ao professor = OI

ii) Transitividades Diferentes

Um mesmo verbo pode ter transitividades diferentes em diferentes frases.

Exemplos:

Ela cantou. (VI)

Ela cantou uma música bonita. (VTD)

Falei a verdade. (VTD)

Falei a verdade a meu pai. (VTDI) iii) Objeto

Direto Preposicionado

Algumas vezes, o objeto direto vem precedido de preposição. Isso ocorre em função de
recursos estilísticos ou para evitar ambiguidade e não por exigência do verbo.

Exemplos:
Não bebo dessa água.
VTD OD prep.
(quem bebe, bebe alguma coisa)
O filho o pai ofendeu.
VTD

> frase ambígua, pois não se sabe quem ofendeu quem.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Correções:
Ao filho o pai ofendeu.
OD prep.
ou
O filho ao pai ofendeu. OD
prep.

iv) Pronomes Pessoais Oblíquos

Os pronomes o, a, os, as, quando exercem função de objeto, são sempre objeto direto.

Os pronomes lhe, lhes, quando exercem função de objeto, são sempre objeto indireto.

Os demais pronomes pessoais oblíquos podem ser objetos diretos ou indiretos, de acordo
com a frase.

Exemplos:

Eu a encontrei na escola.

OD VTD

Pedi-lhe um minuto de atenção.

VTDI OI OD

Viu-me na reunião.

VTD OD

Adjunto Adverbial

Adjunto Adverbial é o termo que indica uma circunstância em que ocorre o processo verbal
ou o termo que intensifica o adjetivo, o verbo ou o advérbio. Trata-se de uma função adverbial,
isto é, desempenhada por advérbios (e locuções adverbiais).

Exemplos:

Eu gosto muito de você.

Ele é muito inteligente.

Eu cheguei muito tarde.

Nas frases anteriores, muito é adjunto adverbial, intensificando, respectivamente, a forma


verbal gosto, o adjetivo inteligente e o advérbio tarde.

Vejamos exemplos de circunstâncias expressas pelo adjunto adverbial:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Tempo: Amanhã eu falarei com ele.


• Modo: Marina pediu-me gentilmente que fosse vê-la.
• Lugar: Estão todos aqui?
• Intensidade: Ele falou muito.
• Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas morreram.
• Afirmação: Certamente atenderei ao pedido.
• Negação: Não podemos esquecer de nossas responsabilidades.
• Dúvida: Talvez haja alguns problemas.
• Finalidade: Convidei meus amigos para um passeio.
• Meio: Viajarei de ônibus.
• Companhia: Fui ao museu com meus amigos.
• Instrumento: Redações devem ser escritas a lápis.
• Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido.

Nem sempre é possível determinar precisamente a circunstância expressa pelo adjunto


adverbial.

Agente da Passiva

É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe


o ser que praticou a ação verbal.

A característica fundamental do agente da passiva é, pois, o fato de somente existir se a oração


estiver na voz passiva.

Exemplos:

O barulho acordou toda a vizinhança. [oração na voz ativa]

Toda a vizinhança foi acordada pelo barulho. [oração na voz passiva]

> pelo barulho = agente da passiva

Note que o agente da passiva é introduzido pela preposição “por”. No entanto, devemos
tomar o devido cuidado para não tirar conclusões precipitadas. Observe, por exemplo, a
seguinte frase:

O transporte foi feito pela Rodovia BR 116.

Muitas pessoas diriam que o termo “pela Rodovia BR 116” desempenha função sintática de
agente da passiva. Trata-se de uma conclusão precipitada, pois não é a Rodovia BR 116 que
faz a ação de transportar. Ela é, na verdade, a via pela qual se faz o transporte. Portanto, o
termo “pela Rodovia BR 116” é adjunto adverbial.

Já estamos adquirindo certo nível de maturidade na análise sintática do período simples.


Vejamos as etapas que devemos seguir, tomando como exemplo a frase:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Por excesso de velocidade, o veículo atropelou dois pedestres na calçada.

1ª etapa – Quem é o “dono” da oração?

Resposta: É o verbo “atropelar”.

2ª etapa – Quem é o sujeito do verbo “atropelar”? Em outras palavras, “quem atropelou?”

Resposta: O sujeito é o termo “o veículo”.

3ª etapa – Qual a transitividade de “atropelar”? Quem são seus objetos?

Resposta: Quem atropela, atropela alguém. Trata-se de um verbo transitivo direto, cujo objeto
direto é “dois pedestres”.

4ª etapa – Quais os adjuntos?

Resposta: Temos um adjunto adverbial de lugar - “na calçada” - e um de causa – “Por excesso
de velocidade”;

Termos Associados ao Nome

Os termos associados ao nome são:

I. Adjuntos Adnominais
II. Predicativos
III. Complementos Nominais
IV. Apostos
Trata-se de funções sintáticas que modificam termos tanto no sujeito quanto no predicado.

Adjunto Adnominal

Adjunto Adnominal é o termo que caracteriza um substantivo sem intermediação de um


verbo. Trata-se de uma função adjetiva, isto é, desempenhada por adjetivos e locuções
adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. Um substantivo
desempenhando qualquer função sintática pode ser caracterizado por adjuntos adnominais.
Exemplos:
A nova casa está pronta.
> Sujeito: A nova casa;
> Núcleo do Sujeito: casa;
> Adjuntos Adnominais: A, nova

Não gosto do seu tom de voz.


> OI: do seu tom de voz;

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

> Núcleo do OI: tom;


> Adjuntos Adnominais: o (do = de + o), seu, de voz

Nossa amizade vai superar todos os obstáculos.


> Sujeito: Nossa amizade;
> Núcleo do Sujeito: amizade;
> Adjuntos Adnominais: nossa

> OD: todos os obstáculos;


> Núcleo do OD: obstáculos;
> Adjuntos Adnominais: todos, os

Algumas características dos adjuntos adnominais:

Os adjuntos adnominais, de fato, fazem parte do mesmo termo sintático que tem o
substantivo como núcleo. Para confirmar isso, observe que, quando substituímos esse termo
por um pronome substantivo, tanto o núcleo quanto os adjuntos adnominais são substituídos.

Exemplo:
Nossa amizade vai superar todos os obstáculos.
= Ela vai superá-los.
Os pronomes pessoais oblíquos podem exercer função de adjunto adnominal, quando
substituem um pronome possessivo.
Observe:
Exemplo:
Ele roubou-me o relógio = Ela roubou o meu relógio.
> OD: o relógio;
> Núcleo do OD: relógio
> Adjuntos Adnominais: me (= meu), o

Predicativo
O predicativo pode ser do sujeito ou do objeto. Dizer de quem é o predicativo não é tão
complicado, pois basta verificar quem é modificado (se sujeito ou objeto). Difícil é afirmar
que é predicativo. Por isso, precisamos definir de uma forma muito precisa esse termo.
Podemos assim fazer definindo o predicativo como um termo que caracteriza um nome
(núcleo do sujeito ou do objeto) tendo um verbo como intermediário. Essa observação é muito
importante: há intermediação de verbo.

Exemplos:

Ela estava triste.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Observe que “triste” caracteriza “ela”, tendo o verbo “estar” como intermediário. O termo
“triste” é, portanto, um predicativo do sujeito “Ela”. Não se trata de uma característica
intrínseca e sim de um estado momentâneo.

As pessoas saíram perplexas da reunião.

Observe que “perplexas” caracteriza “pessoas”, tendo o verbo “sair” como intermediário. O
termo “perplexas” é, portanto, um predicativo do sujeito “As pessoas”. Não se trata de uma
característica intrínseca e sim de um estado circunstancial.

Observe agora as duas frases seguintes:

I – Resolvemos a questão difícil.

II – Consideramos a questão difícil.

Na frase I, o adjetivo “difícil” modifica diretamente o substantivo “questão”, sem


intermediação de um verbo. De fato, é uma característica intrínseca da questão ser difícil.
Trata-se de um adjunto adnominal.

Já na frase II, o adjetivo “difícil” também modifica o substantivo “questão”, mas intermediado
pelo verbo “considerar”. Veja bem, “difícil” não é uma característica intrínseca de “questão”. Ela
assim foi considerada. Trata-se, portanto, de um predicativo do objeto “questão”.

É muito comum haver uma confusão na diferenciação entre o predicativo e o adjunto


adnominal. Para diferenciá-los, basta verificar que o adjunto adnominal faz parte do sujeito
ou do objeto, enquanto o predicativo é uma qualidade dada ao sujeito ou objeto pelo verbo.

Observe:

Eu tenho um caderno bonito.

> VTD: tenho, OD: um caderno bonito,

> Núcleo do OD: caderno,

> Adjuntos Adnominais: um, bonito

Eu acho meu caderno bonito.

> VTD: acho,

> OD: meu caderno,

> Núcleo do OD: caderno,

> Adjuntos Adnominais: meu,

> Predicativo do Objeto: bonito

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Observe o que acontece quando substituímos o objeto por um pronome substantivo:

Eu tenho um caderno bonito. >> Eu o tenho.

VTD: tenho: OD: um caderno bonito VTD: tenho: OD: o

Eu acho meu caderno bonito. >> Eu o acho bonito.

VTD: acho; OD: meu caderno, VTD: acho; OD: o,

Predicativo do Objeto: bonito Predicativo do Objeto: bonito

Isso nos prova que o adjunto é intrínseco ao nome, ao contrário do predicativo, que se liga
ao nome por intermédio do verbo.

Observe os próximos dois exemplos:

I O comerciante preocupado entrou no banco.

II O comerciante entrou preocupado no banco.

Pergunta-se: qual comerciante teria mais chances de ter um ataque cardíaco?

A pergunta parece meio esquisita, mas faz todo sentido se analisarmos do ponto de vista
sintático.

Na frase I, o termo “preocupado” modifica diretamente o substantivo “comerciante”, sem a


intermediação de verbo, o que torna esse termo um adjunto adnominal. Trata-se de uma
característica intrínseca do “comerciante”.

Já na frase II, perceba a intermediação do verbo “entrar” entre “comerciante” e “preocupado”,


o que faz com que este seja um predicativo do sujeito. Note que não é sempre que o
comerciante está preocupado. Ele assim estava quando entrou no banco.

Logo, o comerciante da frase I tem mais chances de sofrer um ataque cardíaco, pois está
frequentemente preocupado.

Resumindo:

O adjunto adnominal modifica diretamente o nome, sem intermediação de verbo. Trata-se


de uma característica intrínseca do nome. Já o predicativo modifica o nome com intermédio
de um verbo. Trata-se de uma qualidade momentânea, circunstancial, atribuída ao nome.

Complemento Nominal

Complemento Nominal é o complemento exigido por alguns substantivos, adjetivos e


advérbios. Assim como os verbos, alguns nomes necessitam de complemento.

Observe:
Nós amamos nossa família.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

> Verbo (VTD): amamos


> Complemento Verbal (OD): nossa família.

Nós temos amor por nossa família.


> OD: amor por nossa família.
> Núcleo do OD: amor.
> Complemento Nominal: por nossa família.

Outros exemplos:

Interesse por problemas sociais é um bom indício de consciência.


> Sujeito: Interesse por problemas sociais.
> Núcleo do Sujeito: interesse.
> Complemento Nominal: por problemas sociais.

Seja sempre fiel a seus princípios.


> Predicativo do Sujeito: fiel a seus princípios.
> Núcleo do Predicativo: fiel.
> Complemento Nominal: a seus princípios.

Moro longe de sua casa.


> Adjunto Adverbial: longe de sua casa.
> Núcleo do Adjunto Adverbial: longe.
> Complemento Nominal: de sua casa.

Sonhamos com a realização de nossos sonhos.


> Objeto Indireto: com a realização de nossos sonhos.
> Núcleo do OI: realização.
> Adjunto Adnominal: a.
> Complemento Nominal: de nossos sonhos.
Observe, nas frases acima, que o complemento nominal modifica apenas nomes: amor,
interesse e realização são substantivos; fiel é adjetivo; longe é advérbio.

Observações:
i) Distinção entre Complemento Nominal e Adjunto Adnominal
> O adjunto adnominal sempre se refere a substantivos, enquanto o complemento nominal
pode referir-se a substantivos, adjetivos e advérbios.
> Quando o complemento nominal se refere a substantivos, geralmente são substantivos
abstratos.
> O complemento nominal sempre é um termo composto, iniciado por preposição. Assim,
adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e artigos não podem ser complementos
nominais.
> O adjunto adnominal dá a ideia de um termo ativo, enquanto o complemento nominal dá
a ideia de um termo passivo.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplos:
O respeito dos pais é importante.
> Adjunto Adnominal: dos pais.
O respeito aos pais é importante.
> Complemento Nominal: aos pais.
Observe que, na primeira frase, os pais respeitam (os pais são o agente da ação verbal) e, na
segunda, os pais são respeitados (os pais são o alvo da ação verbal). > Assim como o adjunto
adnominal, o complemento nominal também faz parte de outro termo sintático.
Exemplo:
Discutimos o investimento em saúde.
> OD: o investimento em saúde.
> Núcleo do OD: investimento.
> Complemento Nominal: em saúde.
> Adjunto Adnominal: o.
ii) O complemento nominal relaciona-se a nomes (substantivos, adjetivos, advérbios),
enquanto o objeto indireto (complemento verbal) relaciona-se a verbos. Observe:
Necessito de apoio.
> Verbo: necessito.
> OI: de apoio.
Tenho necessidade de apoio.
> Substantivo: necessidade.
>Complemento Nominal: de apoio.
A seguir, resumem-se as principais características do adjunto adnominal, complemento
nominal e objeto indireto.

Adjunto Adnominal
Termo simples ou composto
Modifica substantivos (concretos ou abstratos)
Agente da ação expressa pelo nome (Termo Ativo)
Complemento Nominal
Termo composto
Complementa substantivos abstratos, adjetivos e advérbios
Alvo da ação expressa pelo nome (Termo Passivo)
Objeto Indireto
Termo simples (pronome oblíquo) ou composto
Complementa verbos

Aposto
Aposto é o termo que retoma o termo anterior da frase, explicando-o, desenvolvendo-o ou
resumindo-o ou especificando-o.

Exemplo:
Castro Alves, o poeta dos escravos, é um grande representante do romantismo brasileiro.

92
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Na oração anterior, “o poeta dos escravos” exerce função de aposto, pois retoma o termo
anterior, Castro Alves, explicando-o.

Classificação do Aposto
O aposto é classificado de acordo com sua relação com o termo ao qual se refere. a)
Explicativo: explica o termo a que se refere.
Ontem, domingo, o comércio abriu excepcionalmente.
> Aposto: domingo.
Minha avó, senhora muito religiosa, vai sempre à missa.
> Aposto: senhora muito religiosa.

b) Enumerativo: efetua uma enumeração.


Tenho duas grandes aspirações: aprender e ensinar.
> Aposto: aprender e ensinar.
Havia várias pessoas presentes: meus pais, meus avós, meu irmão.
> Aposto: meus pais, meus avós, meu irmão.

c) Resumidor: resume os termos anteriores.


O sol, os pássaros, as árvores, tudo era alegria.
> Aposto: tudo.

d) Especificativo: especifica o termo anterior.


A presidente Dilma Roussef fez um pronunciamento sobre o desemprego.
> Aposto: Dilma Roussef.
O estado de São Paulo é o mais rico do Brasil.
> Aposto: de São Paulo.
O aposto especificativo normalmente é um substantivo próprio que individualiza um
substantivo comum, ao qual se liga diretamente ou através de preposição.

Observações
O termo ao qual o aposto se refere pode ter qualquer função sintática.
Exemplos:
O Brasil, maior país da América Latina, possui grandes fontes naturais.
> Núcleo do Sujeito: Brasil.
> Aposto: maior país da América Latina.

Ele deu-lhe um belo presente: um buquê de rosas.


> Objeto direto: um belo presente.
> Aposto: um buquê de rosas.
O aposto equivale sintaticamente ao termo ao qual ele se refere. Desta forma, é possível
substituir um termo por seu aposto.

93
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Observe:
Amamos o Brasil, nossa terra.
> OD: o Brasil.
> Aposto: nossa terra.

Amamos nossa terra.


> OD: nossa terra.

Observe a diferença:
A cidade de São Paulo concentra grande parte da atividade econômica brasileira
> Aposto: de São Paulo.

O clima de Fortaleza é muito agradável.


> Adjunto Adnominal: de Fortaleza.

Na primeira frase, pode-se substituir o núcleo do sujeito, “cidade”, por seu aposto,
“São Paulo”. Na segunda frase, entretanto, não se pode substituir “clima” por “Fortaleza”. O
termo “de Fortaleza”, nesse caso, não é aposto, mas adjunto adnominal.

• Com a exceção do aposto especificativo, os demais tipos de aposto sempre vêm


separados do restante da oração por vírgulas ou por dois pontos.
Tipos de Predicado
Predicado Verbal

Predicado verbal é aquele cujo núcleo significativo é um verbo. Para ser núcleo do predicado,
o verbo deve indicar uma ação. Verbos que indicam ações são ditos verbos significativos ou
verbos nocionais.

Exemplos:
Os homens trabalhavam muito.
Predicado Verbal
Chove muito nesta época do ano.
Predicado Verbal

Predicado Nominal
Predicado nominal é aquele cujo núcleo significativo é um nome (substantivo ou adjetivo).
Este nome atribui uma qualidade ou estado ao sujeito, sendo chamado de predicativo do
sujeito.

Exemplos:
Ela é muito bonita.
Predicado Nominal
Predicativo do Sujeito: muito bonita

Antônio é um bom aluno.


Predicado Nominal
Predicativo do Sujeito: um bom aluno

94
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ele estava triste.


Predicado Nominal
Predicativo do Sujeito: triste

Nos exemplos acima, observe que o verbo não indica uma ação, isto é, não é significativo. Sua
única função é ligar o sujeito à sua característica. Tais verbos são chamados verbos de ligação.
Principais verbos de ligação: ser, estar, permanecer, ficar, tornar-se, parecer, andar,
continuar, etc.

Predicado Verbo-Nominal

Predicado Verbo-Nominal é aquele que tem como núcleos significativos um nome e um


verbo. O nome é um predicativo e o verbo necessariamente indica ação.
Neste caso, o predicativo pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal (objeto), sendo,
respectivamente, predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.

Exemplos:
O dia amanheceu ensolarado.
Predicado Verbo-Nominal
Núcleo verbal: amanheceu (verbo que indica ação).
Núcleo nominal: ensolarado (predicativo do sujeito).

Eu estudei preocupado.
Predicado Verbo-Nominal
Núcleo verbal: estudei (verbo que indica ação).
Núcleo nominal: preocupado (predicativo do sujeito).

Os professores julgam os alunos inteligentes.


Predicado Verbo-Nominal
Núcleo verbal: julgam (verbo que indica ação).
Núcleo nominal: inteligentes (predicativo do objeto).
Objeto Direto: os alunos.

Vocativo
Vocativo é o termo utilizado para nomear o interlocutor a quem se dirige a palavra.
Exemplos:

“Emprestem-me seus ouvidos, amigos romanos conterrâneos.”


“Fora, mancha maldita!” (“Macbeth”, Shakespeare)
“Meu caro amigo, me perdoe por favor / Se eu não lhe faço uma visita.” (Chico
Buarque)
> O vocativo sempre vem separado por vírgulas do restante da frase.
> É importante observar que vocativo e sujeito são funções sintáticas diferentes. Note também
que, em frases no imperativo, o sujeito é oculto.
> O vocativo é o único termo sintático que não faz parte nem do sujeito, nem do predicado.

“Meu amor, hoje o sol não apareceu.”

95
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vocativo: meu amor.


Sujeito: o sol.

Meu amor, não me abandone.


Vocativo: Meu amor.
Sujeito: oculto (você).

“Meu canto de morte, guerreiros, ouvi.” (“I - Juca Pirama”, Gonçalves Dias) Vocativo:
guerreiros.
Sujeito: oculto (vós).

Relações de Coordenação e Subordinação

As orações que compõem o período composto podem relacionar-se por coordenação ou por
subordinação.
Ocorre coordenação quando as orações, chamadas de orações coordenadas, são
independentes sintaticamente. Mas, professor, o que quer dizer independentes
sintaticamente? Significa que uma oração não é função sintática de outra.

Exemplo:
Ele saiu / e voltou. > Período Composto por Coordenação
Coordenada Coordenada
Ocorre subordinação quando uma oração, chamada de oração subordinada, exerce uma
função sintática em outra oração, chamada de oração principal.

Exemplo:
Ela pediu / que eu fosse ao seu encontro. > Período Composto por Subordinação
Principal Subordinada
Note que a oração “que eu fosse ao seu encontro” é um objeto direto da oração principal “Ela
pediu”. Esta oração, portanto, é a principal, ao passo que a outra é a subordinada. Há períodos
compostos em que os dois processos se verificam.

Exemplo:
Eu soube / que ele viria / e arrumei a casa.
(1) (2) (3)
A oração (2) é subordinada à oração (1). A oração (1) e a oração (3) são coordenadas. Portanto,
o período é composto por coordenação e subordinação.
Oração Subordinada Substantiva
Orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem função sintática típica de
substantivo, isto é, função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto ou
complemento nominal.
As orações subordinadas substantivas desenvolvidas normalmente são introduzidas pelas
palavras que ou se, denominadas conjunções integrantes.

96
Apostila Pré-Edital: SEMSA

a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Oração subjetiva é aquela que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
Exemplo:
É necessária a sua presença.
Sujeito

É necessário / que você esteja presente. Or. Principal


Or. Sub. Subst. Subjetiva

Havendo oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal está


necessariamente na terceira pessoa do singular.
Há três estruturas típicas para a oração principal:
i) verbo de ligação + predicativo:
É impossível / fazer isso.
Parece certo / que choverá muito.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

ii) verbo na voz passiva (sintética ou analítica):


Sabe-se / que tudo foi em vão.
Foi anunciado / que haverá uma reforma política.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva
iii) verbos como acontecer, convir, constar, ocorrer, parecer, urgir:
Parece / que todos comparecerão à cerimônia.
Convém / que haja novas reformas.
Ocorre / que nem todos concordamos com isso.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Subjetiva

b) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta


Oração objetiva direta é aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração
principal.
Exemplos:
Não sei / se estarei aqui.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Objetiva Direta
Ela prometeu / que nos ajudaria.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Objetiva Direta

97
Apostila Pré-Edital: SEMSA

c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta


Oração objetiva indireta é aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração
principal.
Exemplos:
Lembre-se / de ir à farmácia.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Objetiva Indireta
Gosto / de viajar sem rumo.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Objetiva Indireta

d) Oração Subordinada Substantiva Predicativa


Oração predicativa é aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração
principal.
Exemplo:
A verdade é / que ninguém confia naquele deputado.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Predicativa
Observe que a oração principal, nesse caso, trará sempre um verbo de ligação: ser, estar,
parecer, ficar, etc.

e) Oração Subordinada Substantiva Apositiva


Oração apositiva é aquela que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
Exemplo:
Há uma única saída: / fugir.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Apositiva

f) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal


Oração completiva nominal é aquela que exerce a função de complemento nominal de um
termo da oração principal.
Exemplo:
Tenho necessidade / de que me ajudes.
Or. Principal Or. Sub. Subst. Comp. Nominal
> Dentre as orações subordinadas substantivas, apenas as orações apositivas podem vir
separadas por vírgula (ou por dois pontos) da oração principal. Isso ocorre porque sujeitos,
objetos e complementos nunca são separados por vírgula dos termos a que estão ligados.

98
Apostila Pré-Edital: SEMSA

> Uma maneira fácil de identificar orações subordinadas substantivas é substituí-las por algum
pronome substantivo (isso, algo, algum, etc.).
Exemplo:
Esperamos que você se comporte. = Esperamos isso.
que você se comporte = isso oração substantiva
Quem tem boca vai a Roma. = Alguém vai a Roma.
Quem tem boca = Alguém oração substantiva
Tenho dúvidas de que isso aconteça. = Tenho dúvidas disso.
de que isso aconteça = disso
oração substantiva
> As conjunções integrantes “que” e “se” transmitem valores semânticos distintos.
Observe:
Não sabíamos que o estado dele era grave.
> já se tem certeza da gravidade do estado dele.
Não sabíamos se o estado dele era grave.
> há dúvidas quanto à gravidade do estado dele.

Classificação das Orações Adjetivas


Orações subordinadas adjetivas são aquelas que exercem
função de adjetivo, referindo-se a um termo da oração principal.

Exemplo:
As pessoas mentirosas não me agradam.
Adjetivo

As pessoas / que mentem / não me agradam.


Or. Sub. Adjetiva
As orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e explicativas.
Orações restritivas são aquelas que restringem o sentido do termo anterior,
particularizando-o.
Orações explicativas são aquelas que explicam o termo anterior, acrescentando informações
ou realçando uma característica.
Exemplos:
Os professores que ensinam bem são respeitados pelos alunos.
Or. Sub. Adj. Restritiva

99
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Os professores, que ensinam bem, são respeitados pelos alunos.


Or. Sub. Adj. Explicativa
Observe que as orações explicativas sempre vêm separadas por vírgula da oração principal e
as orações restritivas não. A oração restritiva “que ensinam bem” dá a entender que nem todo
professor ensina bem. Já a oração explicativa “que ensinam bem” dá entender que todos os
professores citados ensinam bem. Dessa forma, a simples presença ou ausência das vírgulas
é capaz de mudar o sentido da frase.

Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos


Os pronomes relativos são utilizados na oração subordinada adjetiva para substituir um termo
da oração principal.
Exemplo:
A criança corria. A criança estava com o pai.
= A criança que estava com o pai corria.
> Oração Subordinada Adjetiva: que estava com o pai
A casa era bonita. Eu fiquei na casa.
= A casa onde fiquei era bonita.
> Oração Subordinada Adjetiva: onde fiquei.
O pronome relativo exerce na oração subordinada uma função sintática correspondente à
função sintática do termo que ele substitui.
Por exemplo:
Na frase “A criança estava com o pai”, “a criança” é sujeito de “estava”.
• Na frase “A criança / que estava com o pai / corria”, o pronome relativo “que” exerce função
de sujeito de “estava”. Isso ocorre porque o pronome “que” substitui o termo “a criança” na
oração “que estava com o pai”.
Outro exemplo:
A menina que eu vi parecia-se com você.
> Oração Principal: A menina parecia-se com você.
> Oração Subordinada Adjetiva Restritiva: que eu vi.
> Sujeito: eu.
> VTD: vi.
> OD: que.
A seguir, apresentam-se exemplos de funções sintáticas exercidas pelos pronomes relativos.

100
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Pronomes “que”, “quem”, “o qual”

• Sujeito:

As pessoas que estavam aqui são muito educadas.

Encontramos um dos filhos de Maria, o qual estuda em São Paulo.

• Objeto Direto:

O país que visitei estava em guerra.

• Objeto Indireto:

O médico a quem entreguei os exames tranquilizou-nos.

• Predicativo:

Lembro-me com saudade das crianças que nós éramos.

• Complemento Nominal:

A pessoa a quem fiz referência não estava presente.

• Agente da Passiva:

O policial por quem fomos salvos recebeu uma medalha.

• Adjunto Adverbial:

O lugar em que vivo é muito bonito.

O pronome relativo “quem” sempre é precedido de preposição.

Pronome “cujo” (e flexões)

“Cujo” estabelece uma relação de posse entre o antecedente e o termo que especifica. Sua
função principal é de adjunto adnominal. Em alguns casos, pode ser também complemento
nominal.

Adjunto Adnominal:
O autor cujos livros admiro fez uma palestra ontem.

> autor cujos livros = livros do autor Complemento Nominal:

Os salários, cujo aumento foi adiado, são a causa da greve.

> salários cujo aumento = aumento dos salários

Pronomes “onde”, “quando” e “como”

Esses pronomes exercem essencialmente função de adjunto adverbial.


101
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Adjunto Adverbial de Lugar:


O país onde vivo é um dos maiores do mundo.

Adjunto Adverbial de Tempo:


No instante quando começamos a amar, tudo parece melhor.

Adjunto Adverbial de Modo:


Não gostei da forma como você foi atendido.

Oração Subordinada Adverbial

Orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem função de adjunto adverbial,
estabelecendo uma circunstância em que se passa a ação verbal expressa na oração principal.

Exemplo:

Eu vi você à noite. (Período Simples)

> Adjunto Adverbal de Tempo: à noite.

Eu vi você / ao anoitecer. (Período Composto)

> Oração Principal: Eu vi você.

> Oração Subordinada Adverbial: ao anoitecer.

As orações subordinadas adverbiais são classificadas de acordo com a circunstância que


estabelecem.

As orações subordinadas adverbiais são introduzidas por conjunções subordinativas


circunstanciais.

102
Apostila Pré-Edital: SEMSA

a) Orações Subordinadas Adverbiais Causais:


Faltei à aula / porque fui ao médico.
Como estava atrasado, / não conseguiu sentar-se.

b) Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas:


Vive / tal qual um tubarão.
Ele é forte / como um touro.

c) Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas:


Embora se sentisse mal, / não faltou à reunião.
Ainda que consiga boas notas, / não se classificará.

d) Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais:


Sairei de férias, / desde que consiga um substituto.
Se for convidado, / irei a São Paulo.

e) Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas:


Correu tanto / que desmaiou.
Trabalhou muito, / de forma que enriqueceu.

f) Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas:


Fiz o trabalho / como recomendaram.
Farei tudo / conforme ela pediu.

g) Orações Subordinadas Adverbiais Finais:


Dei o sinal / para que o jogo começasse.
Sentou-se no fundo do auditório, / a fim de que ninguém o visse.
h) Orações Subordinadas Adverbiais Temporais:
Deixou a fazenda / tão logo amanheceu.
Antes de ir, / ela deu-me um beijo de despedida.

i) Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais:


Quanto mais ela falava, / menos recebia atenção.
O carro avançava / à medida que a noite caía.

i. Quando utilizamos conjunção concessiva, admitimos que existe um fato contrário à


declaração principal, mas que não impede a sua realização ou que não é relevante.
Exemplo:
João é um bom profissional, embora chegue atrasado todo dia.
> O fato de João chegar atrasado todo dia não é relevante.
Destaca-se na frase o fato de ele ser um excelente profissional.
103
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Mesmo chovendo, fui ao show.


> O fato de estar chovendo não foi impeditivo para que fosse ao show.

ii. A classificação das conjunções deve ser feita de acordo com o seu sentido na frase. A
mesma conjunção pode ter classificação diferente em frases diferentes, em função do papel
que desempenha. Assim, os quadros apresentados são apenas uma referência.
Exemplo:
Como estava chovendo, não pude ir ao show (como = causal).
Fiz tudo como havíamos combinado (como = conformativo).

iii. Cuidado com alguns conectores, muito cobrados em provas de concurso:


• porquanto = causal
• conquanto = concessivo
• à medida que = proporcional
• na medida em que = causal

Período Composto por Coordenação

Um período composto por coordenação é constituído por duas ou mais orações coordenadas.
Orações coordenadas são aquelas que independem sintaticamente umas das outras.
As orações coordenadas dividem-se em sindéticas e assindéticas.
Orações coordenadas assindéticas são aquelas que não são ligadas por conjunção.
Exemplo:
Os cães ladram, a caravana passa.
Orações coordenadas sindéticas são aquelas ligadas por conjunção.
Exemplos:
Eu estive em sua casa, mas não o vi.
As conjunções que introduzem as orações coordenadas sindéticas são chamadas de
conjunções coordenativas.

104
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conjunções coordenativas
São aquelas que relacionam termos de mesmo valor e função.

a) Aditivas:
Ele trabalha / e estuda.
A criança não sorriu / nem chorou.

b) Adversativas:
Eu gosto de carne, / mas ela não.
Chegarei hoje. / Entretanto, não sei o horário.

c) Alternativas:
Ora chove, / ora bate sol.
Fale, / ou cale-se de uma vez.

d) Conclusivas:
Ele estudou. / Portanto, foi aprovado.
Moro longe. / Logo, preciso ir embora cedo.

e) Explicativas.
Ele estudou, / pois queria aprender.
Fiquem quietos, / que ele está doente.

i) A conjunção pois será explicativa se vier antes do verbo e conclusiva se vier depois do verbo.
Apresse-se, pois preciso ir embora. (explicativa) Você precisa
descansar. Durma, pois. (conclusiva) ii) Nem sempre a
conjunção “e” terá caráter aditivo.
Observe:
Jogou os noventa minutos e não fez um gol sequer (valor adversativo).
Acordou tarde e perdeu a hora da entrevista (valor consecutivo).
105
Apostila Pré-Edital: SEMSA

iii) Observe a diferença entre oposição concessiva e oposição adversativa:


João é um bom funcionário, mas chega atrasado todo dia.
João é um bom funcionário, embora chegue atrasado todo dia.
Na primeira, destaca-se, por meio da conjunção “mas”, o fato de João chegar atrasado todo
dia. Já na segunda, a conjunção concessiva “embora” relativiza o fato de João chegar atrasado
todo dia.
Na primeira, enfatiza-se o defeito; na segunda, a qualidade.

Pontuação
Ponto final
O ponto final é um dos sinais que marcam fim de período e o que assinala a pausa de máxima
duração. É muito importante que saibamos demarcar o final de uma frase.
A incapacidade de reconhecer o que seja uma frase simples leva à produção de frases
fragmentadas, siamesas e “centopeicas”.

Frases Fragmentadas
Este erro de escrita - um dos mais primários - consiste em pontuar uma oração subordinada
ou uma simples locução como se fosse uma frase completa.

Observe as construções a seguir:


I Eu estava tentando arranjar dinheiro para o ingresso. Quando vi na calçada uma nota
de cinquenta.
II O médico abanou a cabeça, desanimado. Com a fisionomia cheia de compaixão.

A primeira frase de ambas as construções é completa. Por que podemos afirmar isso? Trata-
se de um enunciado completo, com sujeito e predicado. Já a segunda parte de ambas as
construções não se constitui como frase, pois representa termos subordinados, sem os
respectivos termos principais. Trata-se de um “pedaço” de frase, não de uma frase completa.
Daí o nome frase fragmentada.

A fim de evitar a construção de frases fragmentadas, devemos observar as seguintes


condições:

1. No caso de um período simples, é necessário haver um sujeito e um predicado. Nas


orações sem sujeito (com verbos impessoais), há somente predicado. É o que ocorre
na construção II, anteriormente citada. O trecho “Com a fisionomia cheia de
compaixão” não é uma frase, pois nela não é possível identificar sujeito e predicado.
2. A frase não deve iniciar com um pronome relativo (que, qual, onde, cujo, onde, quando,
quanto), uma vez que esses pronomes sempre retomam um termo antecedente.
3. Se a frase for introduzida por uma conjunção subordinativa (embora, porque, já que,
visto que, se, quando, enquanto, conforme etc.) deve haver, no período, uma oração
principal à qual esteja subordinada a primeira oração. É o que ocorre na construção I,
anteriormente citada.

106
Apostila Pré-Edital: SEMSA

4. O trecho “Quando vi na calçada uma nota de cinquenta.” não é uma frase completa,
pois se trata de uma oração subordinada sem a respectiva oração principal.
5. Se o verbo iniciar por uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio),
também deve haver, no período, uma oração principal que complete o sentido da
oração subordinada reduzida.

Frases Siamesas
Outro erro primário são as frases siamesas – duas frases completas, escritas como se fossem
uma só. Este erro nasce, como o anterior, da incapacidade de determinar o que seja
exatamente uma frase completa.
Enquanto as frases fragmentadas separam o que não deveria ser separado, as frases siamesas
(assim denominadas por sua analogia com irmãos xifópagos) unem o que não deveria ser
unido. Ou seja, frases distintas, que possuem enunciado completo, são apresentadas como se
fossem uma só, por não haver elemento de ligação entre elas, como sinais de pontuação ou
conectivos.
Na sua forma mais grosseira, as duas frases simples são reunidas sem nenhum sinal entre elas:
ERRADO: O doutor ficou desanimado teria de passar outra noite em claro.
ERRADO Aceitei de bom grado o emprego poderia pescar todos os dias.
Se colocarmos uma vírgula entre as frases, apenas atenuamos a gravidade do erro:
ERRADO: O doutor ficou desanimado, teria de passar outra noite em claro.
ERRADO: Aceitei de bom grado o emprego, poderia pescar todos os dias.
Há diversas maneiras de corrigir esse problema:

a) Separar as frases por ponto ou ponto-e-vírgula:


CORRETO: O doutor ficou desanimado; teria de passar outra noite em claro.
CORRETO: O doutor ficou desanimado. Teria de passar outra noite em claro.
CORRETO: Aceitei de bom grado o emprego; poderia pescar todos os dias.

b) Ligar as frases com uma conjunção coordenativa:


CORRETO: O doutor ficou desanimado, pois teria de passar outra noite em claro.
CORRETO: O doutor teria de passar outra noite em claro, por isso ficou desanimado.
CORRETO: Poderia pescar todos os dias; consequentemente, aceitei o emprego de bom
grado.

c) Transformar uma das frases em oração subordinada:


CORRETO: “Como teria de passar outra noite em claro, o doutor ficou desanimado”.
CORRETO: “Aceitei o emprego de bom grado porque poderia pescar todos os dias”.

107
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Frases Centopeicas
Assim como a centopeia tem muitas patas, a frase apresenta muitas orações, resultando num
período longo demais, cansativo, confuso. Uma só oração principal apresenta inúmeras
orações subordinadas, o que torna difícil a leitura do texto, que se torna mais suscetível a
falhas.

Mas professor, o que seriam períodos curtos? Não há uma regra, mas o fato é que o período
deve ser desmembrado em outros mais curtos, dando um melhor entendimento à informação.
Sugere-se que um período seja composto por, no máximo, 3 ou 4 orações. Veja bem, é só
uma sugestão, não se trata de uma regra. Vejamos um exemplo:

Contrariando a ideia de que adolescente só pensa em “rock”, é rebelde por índole, desconhece
a realidade socioeconômica de seu país e só dá seu voto de confiança aos modismos
internacionais, a nova Constituição Brasileira resolve apostar, ainda que de forma inibida, na
capacidade da juventude e no seu potencial de discernimento, dando-lhe o direito de votar, o
que, para uns, é um passo precipitado dos constituintes, pois, aos dezesseis anos, nenhum jovem
possui senso político à altura de opinar sobre questões que afligem o seu país, e, para outros
(talvez para a maioria), a decisão demonstra a valorização de ideias novas, de credibilidade a
um público que, apesar da pouca idade, tem visão crítica das mazelas mais graves da sociedade
em que vive.

Veja o tamanho dessa frase! Trata-se de um período gigantesco, composto por 15 orações
(observe as formas verbais destacadas em vermelho)!!! Se analisarmos bem, está tudo correto
do ponto de vista gramatical, mas a redação poderia ser mais clara, com frases menores, de
mais fácil leitura.

Observe como a “quebra” da frase centopeica em menores torna a leitura mais agradável:

Contrariando a ideia de que adolescente só pensa em “rock”, é rebelde por índole, desconhece
a realidade socioeconômica de seu país e só dá seu voto de confiança aos modismos
internacionais, a nova Constituição Brasileira resolve apostar, ainda que de forma inibida, na
capacidade da juventude e no seu potencial de discernimento, dando-lhe o direito de votar.
Para uns, é um passo precipitado dos constituintes, pois, aos dezesseis anos, nenhum jovem
possui senso político à altura de opinar sobre questões que afligem o seu país. Já para outros
(talvez para a maioria), a decisão demonstra a valorização de ideias novas, de credibilidade a
um público que, apesar da pouca idade, tem visão crítica das mazelas mais graves da sociedade
em que vive.

Frases de tamanho menor tornam a redação menos suscetível a erros.

Vírgula

A vírgula é o sinal que indica uma pequena pausa na leitura. É o sinal de pontuação que mais
gera dúvida entre os alunos. Seu uso não pode, de forma alguma, ser pautado pela pausa oral.
Por favor, não adotem esse critério, de pontuar com base nas pausas da respiração. Se assim
fosse, cada um pontuaria de um jeito, não havendo um padrão único.

108
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Mais uma: o critério deve ser sintático!

Uso da Vírgula - Período Simples


Não se usa vírgula
a) entre sujeito e verbo

entre verbo e seus complementos

b) entre nome e complemento nominal e entre nome e adjunto adnominal

Usa-se a vírgula:

a) para separar palavras ou expressões de mesma função sintática

109
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) para separar vocativos

c) para separar o aposto explicativo do termo fundamental

O aposto explicativo também pode ser isolado por travessões.


Exemplo:
O Brasil – potência mundial no setor agropecuário – destaca-se na geopolítica mundial.
USO DA VÍRGULA - PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
a) Subordinadas Substantivas
Não se separam por meio de vírgula a oração principal da oração subordinada substantiva. A
exceção é a substantiva apositiva, que se separa por dois-pontos.

110
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) Subordinadas Adjetivas

Usa-se a vírgula para isolar orações adjetivas explicativas. Já as restritivas não são separadas
por vírgula.

Observação:

Veja as duas construções frasais a seguir:

I) Os políticos que são corruptos iludem a nação com falsas promessas.


II) Os políticos, que são corruptos, iludem a nação com falsas promessas.
Na frase I, a oração “que são corruptos” é restritiva (não está isolada por vírgulas). Dá a
entender que nem todos os políticos são corruptos.
Já na frase II, a oração “que são corruptos” é explicativa (está isolada por vírgulas). Dá a
entender que todos os políticos são corruptos.

111
Apostila Pré-Edital: SEMSA

c) Subordinadas Adverbiais
Sempre é correto o uso da vírgula entre as subordinadas adverbiais e a oração principal.
Quando estão deslocadas (no início ou no meio do período), a vírgula torna-se
obrigatória.

Observação:

Para as subordinadas reduzidas, valem as mesmas normas das demais orações subordinadas.

Uso da Vírgula - Período Composto por Coordenação

a) As orações assindéticas separam-se por vírgula entre si:

112
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) Quanto às coordenadas sindéticas, exceto as aditivas com e e nem, é sempre


correto o emprego da vírgula.

Observações:

a) Algumas frases podem aparecer com a conjunção e equivalente a mas.

b) Admite-se o uso da vírgula para separar orações iniciadas pela conjunção e aditiva, quando
os sujeitos forem diferentes.

Ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula marca pausa maior que a vírgula e menor que a do ponto.

a) Não se usa ponto-e-vírgula separando elementos de um período simples

113
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vimos que a separação de termos oracionais se dá, quando necessário, por meio da vírgula.

b) Não se usa ponto-e-vírgula para separar oração subordinada da oração principal

Vimos que a separação entre orações subordinadas e oração principal se dá, quando
necessário, por meio da vírgula.

Mas, quando se utiliza esse sinal de pontuação, afinal de contas?

Resta o período composto por coordenação, concorda?

É lá que empregamos esse sinal.

Utiliza-se o ponto-e-vírgula

a) para separar orações coordenadas, quando houver a necessidade de enfatizar a


comparação ou o contraste.

Seria equívoco empregar simplesmente uma vírgula no lugar do ponto-e-vírgula, pois a pausa
maior não pode dar lugar a uma pausa menor.
Algumas alternativas se apresentam ao uso do ponto-e-vírgula.
Vejamos:

A pausa menor pode dar espaço para uma pausa maior, com as devidas alterações. Isso
significa que o ponto-e-vírgula pode ceder espaço para o ponto final.

114
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) para separar orações coordenadas entre si de grande extensão.

Resumo do capítulo: Ponto-e-vírgula


Dois-pontos
Usa-se principalmente nestes casos:

a) Antes ou depois de uma enumeração

b) Antes de citações

c) Antes de esclarecimento ou explicação de ideia anteriormente enunciada

115
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Outros sinais de pontuação (travessão, aspas, parênteses)


Usa-se o travessão
a) para introduzir a fala de um personagem.
Exemplo:
O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) para isolar expressões de caráter explicativo, incluindo-se aí o aposto explicativo.
Exemplo:
A seleção brasileira – única seleção que pode ser hexacampeã em 2014 – fará diversos
amistosos no exterior.

Usa-se os parênteses
a) para isolar comentários de caráter explicativo, reflexivo ou opinativo. Exemplo:
Vivemos uma época de restrições às liberdades individuais (e, por acaso, já fomos livres um
dia?)

Usa-se as aspas
a) para isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias,
estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.

Exemplo:
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.

b) para indicar uma citação textual.


Exemplo:
Houve um presidente que costumava falar frequentemente “Nunca antes na história deste
país...”.

c) para indicar sentido irônico.


Exemplo:
Todas as mulheres adorariam ter a “feiura” da Gisele Bündchen.

Concordância Verbal e Nominal


Regra Geral
Costumo ensinar concordância de uma forma diferente da maioria das gramáticas. Como
assim? Nas gramáticas, primeiro se apresenta a regra, depois a frase. Eu faço diferente:
primeiro apresento a frase, depois a regra. No meu entendimento, por meio dos exemplos e
da redação, fica muito mais fácil a assimilação da regra.
Outra coisa que muitos também negligenciam quando estudam esse assunto é o conceito e
a aplicação. De que adianta estudar inúmeras regras de concordância se não se domina o
conceito e, principalmente, a aplicação deste?

116
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Concordância significa acordo. E entre quem é esse acordo? No caso da concordância verbal,
sujeito e verbo têm que entrar em acordo. No caso da nominal, a concordância deve se dar
entre substantivo e adjetivo.
Parece simples, não é mesmo? Trata-se das regras gerais de concordância. Vamos enunciá-
las:

Concordância Verbal
Sujeito e verbo devem concordam em número e pessoa.

Concordância Nominal
Substantivo e adjetivo devem concordam em gênero e número.

95% das questões de concordância em concursos basicamente abordam a aplicação da regra


geral. O principal é: o conceito e a aplicação.
Anteriormente, quando estudamos pontuação, falamos sobre o conceito da ordem direta.
Pois é, a ordem direta faz toda a diferença quando o assunto é concordância. No dia a dia,
entre nós, acho muito difícil alguém assim falar:
Os alunos acabou de chegar para a aula do professor.
Nossos ouvidos não nos permitem cometer uma quebra de concordância tão explícita assim.
O sujeito “alunos” e o verbo “acabou” estão lado a lado, fica difícil flexionar o verbo no singular.
Naturalmente, procedemos à concordância correta, com o verbo no plural.
Os alunos acabaram de chegar para a aula do professor.
A facilidade em se estabelecer a concordância se dá devido à simplicidade com que
construímos nossa frase. Começam a surgir dificuldades no estabelecimento da concordância
quando invertemos a ordem natural com que os elementos se apresentam na frase.
Observe:
Acabou de chegar para a aula do professor os alunos.
O fato de invertermos a ordem direta dos elementos na frase já torna mais frequente o
equívoco acima. Isso se deve ao distanciamento entre o sujeito “os alunos” e a construção
verbal “Acabou”. Sempre que visualizarmos um verbo, precisamos ir em busca do seu sujeito,
para que façamos a correta concordância. Acabaram de chegar para a aula do professor os
alunos.
Outro fator dificultador para se estabelecer a concordância é o distanciamento entre sujeito e
verbo e entre substantivo e adjetivo. Observe as frases:
I "As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento do Ministro
da Fazenda nos deixou ainda mais constrangidos, não só a mim, mas a companheiros do
governo."
II “Permaneceu fechado durante o feriado grande parte das agências bancárias na
capital e no interior.”

117
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conseguiu perceber os equívocos?


Na frase I, quebra-se a concordância entre a forma verbal “nos deixou” – no singular – e o
núcleo do sujeito “denúncias” – no plural. Esse erro ocorre devido ao distanciamento na frase
entre os dois termos. Além disso, a proximidade com o termo “comportamento” induz o leitor
a uma concordância equivocada no singular.
Já na frase II, veremos que o verbo tanto pode concordar no singular – permaneceu - quanto
no plural - permaneceram. Trata-se da concordância com sujeito formado por expressões
partitivas, importante acaso a ser estudado. Independentemente se o verbo fica no singular
ou no plural, é necessário acertar a flexão do adjetivo “fechado”. Este não pode ser flexionado
no masculino, pois os substantivos aos quais pode se referir – “parte” ou “agências” – estão
no feminino.
Corrigindo, portanto, as duas freses, teremos:

I "As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento do Ministro


da Fazenda nos deixaram ainda mais constrangidos, não só a mim, mas a
companheiros do governo."
II “Permaneceu/Permaneceram fechada/fechadas durante o feriado grande parte
das agências bancárias na capital e no interior.”

Quando a relação é 1:1 - 1 núcleo de sujeito para 1 verbo ou 1 substantivo para 1 adjetivo -,
não é difícil compreender o conceito de concordância, embora seja necessário prestar
bastante atenção nas construções frasais.

Vamos estudar na sequência alguns casos peculiares de concordância, adotando a tática


mencionada: primeiro a frase, depois a regra!

Concordância Verbal
Sujeito Simples (Casos Especiais de Concordância)
a) Vossa Senhoria preocupou-se (se preocupou) com meu estado de saúde.
Pronome de Tratamento (3ª pessoa)
Trata-se da concordância com pronomes de tratamento. Independentemente se o pronome
de tratamento é de 2ª pessoa (Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Santidade, etc.), ou de
3ª pessoa (Sua Senhoria, Sua Excelência, Sua Santidade, etc.), a flexão verbal se dará sempre
em 3ª pessoa. Às vezes, o camarada quer falar “bonito” e profere uma pérola do tipo “Vossa
Senhoria se preocupastes...”. Cuidado, moçada!

b)

I O batalhão perfilou-se diante do comandante.


Sujeito Coletivo
II O batalhão de soldados perfilou-se/perfilaram-se diante do comandante.
Sujeito Coletivo

118
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Trata-se da concordância com substantivo coletivo.


Quando o sujeito é um coletivo, o verbo concorda com ele. É o caso da frase I. Se o coletivo
vier especificado, ou seja, se vierem explicitados os integrantes do coletivo, o verbo pode ficar
no singular ou ir para o plural. É o caso da frase II.

Outros exemplos:

A multidão invadiu o terreno (CORRETO).

A multidão de vândalos invadiu/invadiram o terreno (CORRETO). c)

I Mais de um reservou lugar na primeira fila.


II Mais de um político cumprimentaram-se.
(reciprocidade)

Trata-se da concordância com a expressão “Mais de...” ou “Menos de...”.

Com essas expressões, o verbo concorda com o numeral a que se refere.

A concordância com a expressão “Mais de um”, no entanto, pode gerar dúvidas. O aluno pode
pensar: se é mais de um, então o verbo deve ficar no plural, ok? Não é bem assim. O verbo
deve ficar necessariamente no singular, concordando com o numeral “um”. É o que
ocorre na frase I.

E por que na 2ª frase o verbo se encontra flexionado no plural? Porque há na forma verbal
“cumprimentaram-se” a ideia de reciprocidade (cumprimentaram-se = cumprimentaram uns
aos outros).

Resumindo: A expressão “Mais de um” exige que a forma verbal fique no singular. Se houver a

ideia de reciprocidade presente, o verbo irá para o plural. d)

I A maioria votou contra.


II A maioria das lojas está fechada/estão fechadas.

Trata-se da concordância com expressões partitivas, caso bastante explorado em provas.

Na primeira frase, a concordância se dá via regra geral. Não há outra possibilidade. O verbo
“votou” concorda em número e pessoa com a expressão partitiva “maioria”.

Já na segunda frase, é possível a flexão no singular – está fechada -, fazendo-se a concordância


com o núcleo do sujeito “maioria”, ou no plural – estão fechadas -, fazendo-se a concordância
com os integrantes da parte “lojas”.

Outros exemplos:

Grande número de empresários se revoltou / se revoltaram contra o governo.

119
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A maioria das pessoas protestou / protestaram contra o aumento da energia elétrica. e)

Ele foi um dos colegas que mais me apoiou/apoiaram.

Trata-se de um caso particular da concordância com expressões partitivas: a concordância com


a expressão “um dos que”. No caso, a ideia de parte é dada pelo numeral “um”. O verbo tanto
pode ficar no singular – concordando com o numeral - como no plural – concordando com o
substantivo plural “colegas”.

f)

I Os Estados Unidos investem bastante em tecnologia.


II Minas Gerais produz muita soja no cerrado.

Quando o sujeito é um substantivo usado somente no plural, há duas possibilidades:

> Se o substantivo não vier precedido de artigo, o verbo fica no singular. É o caso da frase II.

> Se o substantivo for precedido de artigo, o verbo vai para o plural. É o caso da frase I.

g)

I Quais de nós agiram/agimos com justiça?


II Qual de vós deseja um táxi?

quando o sujeito é formado pelas expressões “Quais de nós/vós”, “Quantos de nós/vós”,


“Alguns de nós/vós”, o verbo concordará ou com os pronomes
nós ou vós ou com o pronome indefinido Quais, Quantos, Alguns, na 3ª pessoa do plural.
É o caso da 1ª frase.

No entanto, se o pronome indefinido ou interrogativo estiver no singular, o verbo ficará na 3ª


pessoa do singular. É o caso da 2ª frase.

Outros exemplos:
Alguns de nós chegaram/chegamos hoje.
Nenhuma de nós ouviu a notícia. h)

I Na verdade sou eu que pago as despesas.


II Fomos nós quem pagamos/paga as propostas.
III Sou eu que pago a conta.
IV Sou eu quem pago/paga a conta.

Trata-se da concordância com os pronomes relativos QUE e QUEM.

> Se o sujeito for o pronome relativo QUE, o verbo concordará em número e pessoa com o
antecedente deste pronome. É o caso das frases I e III.

> Se o sujeito for o pronome QUEM, o verbo poderá concordar com este na 3ª pessoa do
singular ou com o seu antecedente. É o caso das frases II e IV.

120
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Isso ocorre, pois o pronome “QUE” não possui pessoa, forçando o verbo a concordar com o
antecedente. Já o pronome “QUEM” possui pessoa – 3ª do singular -, dando ao verbo as duas
opções de concordância.

i)

Só um quarto dos alunos foi aprovado.

Quase dois terços da produção agrícola foram perdidos este ano.

No caso de o sujeito ser representado por um numeral fracionário, a concordância se dá com


o numerador.

j)

Os turistas parecem estar/parece estarem encantados com a cidade romana.

Os jogadores parecem driblar/parece driblarem os adversários com


dificuldade.

São duas as possibilidades de concordância com o verbo auxiliar “parecer”: ou ele se flexiona
e o infinitivo não varia; ou ele não varia e o infinitivo é flexionado.

Sujeito composto (casos especiais de concordância)

k)

I Os jogadores e a torcida se abraçaram no campo.


II Medo e temor nos acompanham/acompanha sempre.
(núcleos sinônimos)

III Uma brisa, um vento, o maior furação não os inquietam/inquieta.


(núcleos em gradação)

IV O horário, o clima, o local, nada nos favorece.


(núcleos resumidos por aposto resumidor)
Muito importante que entendamos a lógica da concordância do sujeito composto.
Quando a frase está na ordem direta:
> o verbo de um sujeito composto fica no plural. É o que ocorre na frase I.
> o verbo pode ficar no singular se os núcleos do sujeito composto
forem sinônimos ou estiverem em gradação. É o caso das frases II e III
> o verbo deverá ficar obrigatoriamente no singular se os núcleos do sujeito composto forem
resumidos por um aposto, geralmente um pronome indefinido: tudo, nada, etc. É o caso da
frase IV.

121
Apostila Pré-Edital: SEMSA

l)

Voltou/Voltaram ao hotel o turista e a polícia.

Quando o sujeito composto se posiciona após o verbo ou este concorda no plural ou com o
núcleo mais próximo.

m)

I Eu, tu, e ele faremos a pesquisa amanhã.


II Tanto ele como eu nos saímos bem no exame.

Comentários:

Trata-se da concordância com sujeito composto de pessoas diferentes. Quando houver


núcleos na 1ª pessoa, esta prevalece sobre as demais, fazendo com que o verbo seja nela
flexionado.

Se o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas do singular, o verbo pode ir para a 2ª
ou 3ª pessoa do plural.

Exemplo:

Tu e ele ficareis atentos.

Tu e ele ficarão atentos.

n)
I O diretor ou o gerente podem assinar o contrato.
(não ocorre exclusão)

II Hugo ou Carlos será eleito orador da turma.


(ocorre exclusão)

III Um ou outro aluno pôde comparecer à aula.


Bastante cobrado nas provas de concurso: trata-se da concordância com os núcleos
conectados pela conjunção ou:
> Se houver ideia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concorda com o
núcleo do sujeito mais próximo. É o caso da frase II.

> Se não houver ideia de exclusão o verbo vai para o plural. É o caso da frase I.

> Quando o sujeito é representado pela expressão um ou outro, o verbo concorda no


singular.

o)

I Nem eu nem você conseguiu/conseguimos o empréstimo.


II Nem um nem outro fez/fizeram o gol da vitória.
122
Apostila Pré-Edital: SEMSA

III Uma e outra coisa me atrai/atraem.

Com as expressões “um e outro”, “nem um nem outro”, “nem... nem...”, o verbo se flexiona
no singular ou concorda com o núcleo do sujeito mais próximo. Também se admite a
concordância no plural.

p)

I Viajar e passear constitui seu ideal de vida.


(Sujeito Oracional)
II O ganhar e o perder fazem parte de nossas vidas.
(Sujeito Composto)
III Ainda falta comprar os cartões.
(Sujeito Oracional)
IV Estas são realidades que não adianta esconder.
(Sujeito Oracional)

Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do
singular. É o caso das frases I, III e IV.

Observe que, em III, “ganhar” e “perder” são substantivos, pois são antecedidos de artigo.
Formam, assim, núcleos de um sujeito composto. Se o sujeito for formado de infinitivos
antônimos, o verbo pode ir para o plural.

Exemplo:

Amar e odiar faz/fazem parte da vida.

Sujeito Oracional

Núcleos Antônimos

Vale ressaltar os casos de concordância envolvendo voz passiva sintética, indeterminação


do sujeito e verbos impessoais, já detalhados em capítulos anteriores. São importantíssimos
esses casos!

Concordância Nominal
Mesmo que você desconheça a regra, é capaz de o seu ouvido não deixar você errar a
concordância. Vamos a elas! a)

I Tratava-se de vaidade e orgulho excessivos.


II Tratava-se de vaidade e orgulho excessivo.
III Tratava-se de orgulho e vaidade excessiva.
IV A vaidade e o orgulho são excessivos

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo e vem depois destes, a concordância


pode se dar de duas formas:

123
Apostila Pré-Edital: SEMSA

> O adjetivo se flexiona no plural, prevalecendo o masculino, se os gêneros dos substantivos


forem diferentes. É o caso da frase I.

> O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. É o caso da
frase II. É o caso das frases II e III.

> Havendo verbo de ligação, o adjetivo se flexiona no plural, prevalecendo o masculino, se


os gêneros dos substantivos forem diferentes. É o caso da frase IV.

b)

I Era dotado de extraordinária coragem e talento.


II Tratava-se de extraordinário orgulho e vaidade.
III Estava deserta a vila e o templo.
IV Estavam desertos a vila e o templo.

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo e vem antes destes, a concordância


pode se dar das seguintes formas:

> O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo;

> Se houver verbo de ligação, o adjetivo acompanha o verbo. Se este ficar no singular, o
adjetivo fica no singular também, concordando com o substantivo mais próximo; se este ficar
no plural, o adjetivo fica no plural, prevalecendo o masculino se os gêneros dos substantivos
forem diferentes.

c)

I O produto conquistou o mercado europeu e o americano.


II O produto conquistou os mercados europeu e americano.

Quando os adjetivos se referem a um substantivo, a concordância pode se dar das formas


acima detalhadas.

d)

I É necessário organização.
II É necessária a organização.

As expressões é bom, é necessário, é proibido, é permitido são invariáveis, caso o sujeito


dessas expressões não seja determinado pelos artigos. É o que ocorre na frase I.

Já na frase II, observe que o substantivo “organização” é determinado pelo artigo definido “a”,
o que faz variar a expressão “É necessária”.

Outros exemplos:

Cerveja é bom!

124
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Aquela cerveja é boa!

Não é permitido entrada de estranhos.

Não é permitida a entrada de estranhos.

e)

I Falaram bastante do assunto.


II Suas opiniões são bastante discutíveis.
III Havia bastantes razões para confiarmos.
IV Os motivos são bastantes, não há o que discutir.

Nas frases I e II, “bastante” é advérbio, permanecendo invariável. Já nas frases III e IV,
“bastantes” funciona como pronome adjetivo, concordando com os substantivos “razões” e
“motivos”.

Para saber se empregamos a forma “bastante” ou “bastantes”, basta substituirmos por “muito”
ou “muito(a)(s)”. Se “muito” variar, empregamos a forma plural “bastantes”.

f)

I Seguem anexas as listas de preços.


II Seguem anexos os planos de aula
III Seguem em anexo as listas de preços.

Nas frases I e II, faz-se a concordância do adjetivo “anexo” com os substantivos a que se
referem. O mesmo raciocínio é válido para o adjetivo “incluso”. Devemos atentar para a
expressão invariável “em anexo”.

g)

I Só eles não concordaram.


II Eles saíram sós.
III Gostaria de ficar a sós por uns momentos.

Na frase I, emprega-se o advérbio “Só” (= somente), que assume forma invariável. Na frase II,
emprega-se o adjetivo “sós” (= sozinhos), que concorda com o substantivo em número.
Concordância Do Verbo "Ser"

O verbo SER se comporta diferentemente dos outros verbos. Trata-se de um verbo anômalo,
sem padrão algum de radical. As regras de concordância do verbo SER lhe são peculiares e
seguem uma lógica bem diferente, pois ora o verbo SER concorda com o sujeito, ora concorda
com o predicativo.

a) Se o verbo SER está entre duas “coisas”, a concordância se dá com a “coisa” plural.

125
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplos:
Tua vida são essas ilusões.
(“coisa”) (“coisa”)
Essas vaidades são o seu segredo.
(“coisa”) (“coisa”)

b) Se o verbo SER está entre um nome de coisa e um nome de pessoa, a concordância se


dá com a pessoa.

Exemplos:
Você é suas decisões.
(pessoa) (coisa)
Seu orgulho são os velhinhos.
(coisa) (pessoa)

c) Se o verbo SER está entre um pronome reto e qualquer coisa, a concordância se dá


com o pronome reto.

Exemplos:
O professor sou eu.
O escolhido és tu.

d) O verbo SER concordará com o numeral na indicação de tempo, dias, distância.


Exemplo:
É uma hora da madrugada.
São duas da tarde.
São 15 km de percurso.
Na indicação de datas, são possíveis as seguintes concordâncias com o verbo SER:
Hoje é (dia) 24 de setembro.
Hoje são 24 (dias) de setembro.

e) Quando aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo SER fica no
singular, quando indicar quantidade, distância, medida.

Exemplo:
Dez reais é pouco para irmos ao cinema.
Vinte mil reais é muito para um profissional recém-formado.

126
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Regência Verbal e Nominal


Definição

A sintaxe de regência estuda as relações de dependência das palavras nas orações e das
orações no período. Ela divide-se em nominal (estuda o regime dos substantivos, adjetivos e
advérbios) e verbal (estuda o regime dos verbos).

Regência Nominal

É estabelecida por preposições que ligam um termo regido ou subordinado a um


termo regente ou subordinante. Como já foi dito, o termo regente é sempre um nome,
entendido como tal o substantivo, o adjetivo e o advérbio.

Termo Regente Preposição Termo Regido


Disposição
para viajar.
(substantivo)
Nocivo
à saúde.
(adjetivo)
favoravelmente
a todos.
(advérbio)

Não recomendo um estudo desse assunto muito pautado pelo “decoreba”. Acho
perda de tempo. É muito mais fácil “dialogar” com o nome, verificando qual sua
demanda. Por exemplo, tomemos o adjetivo “receoso”. Quem está receoso, está
receoso de algo. E por aí vai. Na verdade, o que vai requerer maior atenção é a
regência verbal, com alguns casos que fogem do uso cotidiano.

Regência Verbal
Trata-se da relação de subordinação existente entre um complemento (palavra regida) e a
palavra cujo sentido é completado. Neste caso é o verbo, que tem seu sentido completado
por outro termo.

Há alguns verbos que não podemos deixar de saber suas regências. Estou selecionando a
seguir os principais verbos, dando atenção àquelas regências que fogem do uso que fazemos
no cotidiano.

ASPIRAR

= no sentido de sorver, tragar, constrói-se com objeto direto.

Exemplo:

Marta aspirava o perfume das rosas.

VTD OD

127
Apostila Pré-Edital: SEMSA

= no sentido de desejar, pretender, constrói-se com objeto indireto.

Exemplo:

Ela aspirava a altos cargos.

VTI OI

Neste verbo não se usa os pronomes lhe e lhes.

Ela aspirava a altos cargos.

= Ela lhes aspirava (ERRADO).

= Ela aspirava a eles (CERTO).

ASSISTIR

= no sentido de prestar assistência, proteger, servir, constrói-se com objeto direto.

Exemplo:

O enfermeiro assiste o paciente

VTD OD

= no sentido de presenciar, estar presente constrói-se com objeto indireto.

Exemplo:

Assisti ao jogo (e não “Assisti o jogo”, como se fala no cotidiano).

VTI OI

= no sentido de caber, pertencer direito ou razão a alguém, constrói-se com objeto


indireto.

Exemplo:

Não lhe assiste o direito de julgar os indefesos.

OI VTI Sujeito

= no sentido de morar, residir, constrói-se com adjunto adverbial de lugar.

Exemplo:

Ele assistia num sítio muito distante da cidade.

VI Adj. Adverbial de Lugar

128
Apostila Pré-Edital: SEMSA

CHAMAR

O verbo chamar admite uma série de construções.

Exemplos:

O professor chamou o aluno.

VTD OD

Chamou por um servente.

VTI OI

Chamaram-no (de) idiota. VTD

OD Predicativo Chamaram-lhe (de)

idiota.

VTI OI Predicativo

Note que, nos dois últimos casos, o predicativo pode vir regido da preposição de.

ESQUECER - LEMBRAR

Admitem as seguintes construções:

Esqueci (Lembrei) o nome dela.

VTD OD

(Verbo não-pronominal)

Esqueci-me (Lembrei-me) do nome dela.

VTI OI

(Verbo pronominal)

Quando pronominais (acompanhados de pronome oblíquo), são verbos transitivos


indiretos, regido pela preposição DE.

Observação:

Veja o seguinte trecho da canção “Emoções”, de Roberto Carlos: “São tantas já

vividas

São momentos que eu não me esqueci”.

Emoções – Roberto Carlos


129
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Veja que o verbo “esquecer” foi empregado como pronominal. Dessa forma, é necessária a
inserção da preposição “de”, que deve ser posicionada antes do pronome relativo “que”.

“São tantas já vividas

São momentos que de eu não me esqueci”.

Emoções – Roberto Carlos

Outra possibilidade é empregar o verbo como não-pronominal.

“São tantas já vividas

São momentos que de eu não me esqueci”.

Emoções – Roberto Carlos

IMPLICAR

= transitivo direto, no sentido de resultar, acarretar, ter como consequência Exemplos:

A despesa com elementos supérfluos implicará gastos desnecessários.

VTD OD

Maior consumo implica mais despesas por parte da empresa.

VTD OD

Algumas gramáticas mais modernas até admitem a presença da preposição “em”, fazendo
menção ao uso coloquial. Porém, o que notamos nas bancas é o emprego tradicional do verbo
implicar. Repetindo: transitivo direto, no sentido de resultar, acarretar.

= transitivo indireto, no sentido de embirrar, ter implicância com alguém.

Exemplo:

Os alunos implicaram com o professor.

VTI OI

OBEDECER E DESOBEDECER

Trata-se de verbos transitivos indiretos, regidos pela preposição “a” Exemplos:

Obedecia ao mestre.

VTI OI

Obedecia à sinalização de trânsito

VTI OI

130
Apostila Pré-Edital: SEMSA

No dia a dia, empregamos essas construções verbais como transitivas diretas.

Exemplos:

Ele desobedeceu novamente seu pai (ERRADO).

Ele desobedeceu novamente a seu pai (CERTO).

PERDOAR E PAGAR

= transitivo direto com objeto direto de “coisa”.

Exemplos:

Perdoei suas dívidas (= Paguei-as)

VTD OD

Paguei minhas contas (= Paguei-as)

VTD OD

= transitivo indireto com objeto indireto de “pessoa” Exemplos:

O pai não perdoou ao filho (= O pai não lhe perdoou).

VTI OI

O cliente não pagou ao lojista (O cliente não lhe pagou).

VTI OI

= transitivo direto e indireto

Exemplos:
Perdoei -lhe a ofensa.
VTDI OI OD
(pessoa) (coisa)
Paguei -lhe a dívida.
VTDI OI OD
(pessoa) (coisa)

PREFERIR

Trata-se de verbo transitivo direto e indireto

Diferentemente da linguagem coloquial, este verbo não se constrói com a locução do que, e
sim com a preposição a.

131
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Além disso, é errado dizer “preferir mais”, pois é um pleonasmo (redundância).

Exemplo:

Prefiro mais café do que chá (ERRADO).

Prefiro café a chá (CERTO).

QUERER

= é transitivo direto no sentido de desejar

Eu quero meu quarto limpo imediatamente. (=Eu o quero limpo


imediatamente).

VTD OD

= é transitivo indireto no sentido de amar

Juro que quero muito a você. (= Juro que lhe quero muito)

VTI OI

VISAR

= é transitivo direto no sentido de apontar arma de fogo contra.

Exemplo:

O caçador visou o alvo.

VTD OD

= é transitivo indireto no sentido de ter em vista Exemplo:

O pai trabalhava visando ao conforto dos filhos.

VTI OI

Compreensão e Interpretação de Textos Com Eficiência


Introdução
Antes de começarmos com as dicas para uma compreensão e uma interpretação mais
eficientes, precisamos deixar claro que:
TEXTO, em regra, é um conjunto de frases organizadas (um todo significativo) com uma
finalidade: argumentar, informar, narrar, entreter, convencer, descrever – há infinitas
possibilidades.
No geral, um texto deve ter início, desenvolvimento e conclusão com ideias interligadas por
meio de conectivos (conjunções, preposições, advérbios) de forma harmônica e lógica.
Entretanto, ele também pode ser produzido com poucas palavras, sem nenhuma

132
Apostila Pré-Edital: SEMSA

complexidade: o que importa é que a mensagem seja transmitida da forma pretendida pelo
autor.
Falamos aqui em compreensão e em interpretação de textos, mas essas expressões são
sinônimas? Não!
A compreensão engloba aquilo que está no texto, aquilo que foi dito explicitamente pelo
autor. Quando o comando da questão pedir a compreensão, encontraremos algo assim:
“o autor afirma que…”, “o texto informa que…”, “segundo o autor”, “segundo o texto”, “o
narrador diz que…”.
A interpretação vai além, englobando o que é dito nas entrelinhas pelo autor. Quando o
comando da questão pedir interpretação, encontraremos algo assim:
“podemos deduzir que”, “a leitura do texto nos permite concluir que…”, "Depreende-se
que…”, “Infere-se que…”, “a intenção do autor é…”, “subentende-se que…”.
Para que essa diferença fique mais clara, vamos dar um exemplo:
TEXTO: Joana parecia reluzente enquanto cantarolava (Como dissemos, o texto pode ser
formado por poucas palavras).
Compreensão do texto: Joana aparentava ter um brilho próprio enquanto cantava.
CORRETO (Reluzente é sinônimo de brilhar, transmitir luz. Cantarolar e cantar têm
basicamente o mesmo sentido).
Interpretação correta do texto: Joana parecia feliz enquanto cantava.
CORRETO.

(O texto não fala diretamente que Joana parecia feliz, mas usa o termo “reluzente”, geralmente
empregado para qualificar pessoas felizes. Assim, o que estamos fazendo é uma inferência:
tirando uma conclusão a partir da leitura e não apenas compreendendo).
Interpretação errada do texto: Joana parecia preocupada enquanto cantarolava. ERRADO.
(O texto não dá margem para que digamos que Joana parecia preocupada, assim, não
podemos “viajar” e concluir o que quisermos. Devemos nos ater ao que é indicado pelo autor,
realizar uma interpretação autorizada pelo texto. Reluzente não é um termo que indica
preocupação).

Pontos Importantes Para Uma Boa Compreensão/ Interpretação


Textual
Identificar o Tema e a Ideia Principal
Primeiramente, para que a compreensão ocorra da melhor forma, precisamos identificar o
tema principal do texto e, para isso, devemos lê-lo por completo com a seguinte pergunta na
cabeça: sobre o que este texto fala? Qual a ideia principal dele? Vamos colocar em prática
essa dica!

133
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vejam o texto a seguir:

Confiar e desconfiar

Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela
como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança
costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando
a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.

Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por cautela,
calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre o que
teremos perdido, por não ousar.

O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que
lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular também hesita, e se
contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais perigoso e mais
difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela esperança,
pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a
confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu. O desconfiado pode
até contar vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com os pés chumbados
no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do navegante que foi ao
mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca, apenas podem celebrar
os grandes e ousados descobridores.

“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação
conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o
verdadeiro e radical desafio.

Ascendino Sales, inédito

O título já nos dá uma boa dica sobre o tema principal do texto e, durante a leitura, tiramos a
prova de que ele realmente gira em torno da confiança (com ênfase na desconfiança e no que
ela pode acarretar). A sugestão é que o candidato destaque o que entender como
fundamental para a compreensão/interpretação: o tema, as ideias principais, verbos,
conectivos.

Vejamos:

Confiar e desconfiar

Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela
como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A
desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da
descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência
essencial.

134
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Por desconfiar deixamos de arriscar, permitindo que a prudência nos imobilize; por
cautela, calamo-nos, não damos o passo, desviamos o olhar. Depois, ficamos ruminando sobre
o que teremos perdido, por não ousar.

O senso comum também diz que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que
lamentarmos o que deixamos de fazer. Como se vê, a sabedoria popular também hesita, e se
contradiz. Mas nesse capítulo da desconfiança eu arrisco: quando confiar é mais perigoso e
mais difícil, parece-me valer a pena. Falo da confiança marcada pela positividade, pela
esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade. Mesmo quando o confiante se vê
malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou, a qualidade da aposta que perdeu.
O desconfiado pode até contar vantagem, cantando alto: − Eu não falei? Mas ao dizer isso, com
os pés chumbados no chão da cautela temerosa, o desconfiado lembra apenas a estátua do
navegante que foi ao mar e voltou consagrado. As estátuas, como se sabe, não viajam nunca,
apenas podem celebrar os grandes e ousados descobridores.

“Confiar, desconfiando” é outra pérola do senso comum. Não gosto dessa orientação
conciliatória, que manda ganhar abraçando ambas as opções. Confie, quando for esse o
verdadeiro e radical desafio.

Com os destaques, percebemos que o autor defende a confiança, alegando que ela pode
proporcionar experiências que não ocorreriam/seriam travadas se desconfiássemos em
excesso. Vejamos: "A desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura,
da iniciativa, da descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? −
uma experiência essencial."

Enxergar o Objetivo do Autor e os Recursos Utilizados


O próximo passo é identificar o porquê de o autor ter escrito o texto e quais recursos
utilizou para alcançar o objetivo. O texto foi produzido para informar o leitor? Para
convencê-lo? Para diverti-lo? Para narrar algo? Tomando por base o texto que analisamos
acima, percebemos que o objetivo do autor é criticar a desconfiança exagerada, apresentando
argumentos para que o leitor concorde que confiar é bem mais benéfico para o indivíduo.
Vejamos um trecho do texto que apresenta tal argumento: "A desconfiança costuma ficar
bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando a
passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial."

Percebem que o autor defende o ponto de vista dele e apresenta argumentos a fim de
convencer o leitor?

Comentar e Resumir o Texto (Parafrasear)


Depois de ler, destacar os pontos principais e identificar o tema, as ideias, o objetivo e os
recursos empregados, o candidato deve ser capaz de resumir o conteúdo do texto em poucas
linhas, potencializando a capacidade de interpretação. A tática é aquela dos tempos de
colégio: ler o livro e dizer com suas palavras o que entendeu. É evidente que na hora da
prova não teremos tempo para escrever um belo resumo, mas podemos fazer isso
rapidamente de forma mental e, se necessário, escrever apenas algumas palavras-chave, ao

135
Apostila Pré-Edital: SEMSA

lado de cada parágrafo, que ajudem na hora da interpretação (os trechos sublinhados já
facilitarão a resolução de quase todas as questões).

Assim, vamos resumir com nossas palavras o conteúdo do texto “Confiar e desconfiar” já
analisado:

Resumo do texto: O texto fala sobre confiar e desconfiar, com ênfase na desconfiança. O
autor mostra-se contrário ao ato de desconfiar excessivamente, alegando que tal cautela pode
impedir o homem de ter experiências fundamentais. Defende a confiança e a ousadia,
fazendo-se valer do ditado popular: melhor se arrepender do que fez do que lamentar o que
não fez.

Essa técnica também é conhecida como paráfrase, sendo muito útil para facilitar a
compreensão e a interpretação textual.

Erros Comuns Que Contaminam a Compreensão e a Interpretação


Além de sabermos o que fazer para que a compreensão/interpretação textual seja eficiente, é
importante termos em mente o que não devemos fazer! Assim, enumeraremos algumas
manias proibidas para quem quer acertar todas as questões da prova.

Extrapolar o que é Dado Pelo Texto (“Viajar”)


Quando dizemos que a pessoa “viajou” na ideia, queremos dizer que ela foi além do que
deveria ao interpretar algo, “fantasiou” coisas que não foram ditas ou indicadas pelo autor.
Assim, se queremos acertar as questões de interpretação, devemos nos concentrar no que é
dito de forma direta ou indireta pelo texto, mas não extrapolar o seu conteúdo.

No texto “Confiar e desconfiar”, o autor defende que a desconfiança pode travar o indivíduo
e impedir que viva experiências essenciais. Se uma questão da prova afirmar que a pessoa
desconfiada sempre acaba arrependida, poderemos marcá-la como correta? NÃO! Em algum
momento o texto fala que a desconfiança é certeza de arrependimento ou de erro? NÃO!
Então, não devemos “viajar” e acrescentar ideias que não existem!

Cuidado com palavras e expressões como “sempre”, “nunca”, “certamente”, “sem exceções”,
“absolutamente”, “certeza”, pois elas podem ser indício de armadilha da banca! Quando o
comando da questão trouxer palavras assim, cuidado redobrado!

Reduzir
Enquanto alguns candidatos “viajam” (extrapolam) com frequência, outros têm a mania de
reduzir o conteúdo do texto a um aspecto, a uma única ideia dentre as várias abordadas pelo
autor. A redução ou particularização indevida ocorre quando nos apegamos a um único
elemento verdadeiro do texto e deixamos de lado muitos outros, necessários para a
compreensão correta do conjunto.

Vamos contar uma rápida "historinha" para que a ideia de redução fique bem fixada na cabeça
de todos.

136
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Historinha: Sabem quando convivemos com alguém, sempre fazemos tudo certo, mas aí
erramos uma vez e a pessoa se apega àquele erro e só fala nele? A criatura basicamente
esquece tudo de bom que fizemos antes, nos reduz ao erro que comentemos. A ideia é por
aí... Reduzir é limitar o conteúdo do texto a um único aspecto, quando existem vários
outros.

No texto “Confiar e desconfiar”, o autor enfatiza que desconfiar pode ser ruim para o indivíduo
e apresenta argumentos a fim de convencer o leitor sobre esse ponto de vista. Entretanto, não
podemos reduzir o texto apenas a esse ponto, quando estão presentes outros elementos
como “a confiança nem sempre nos leva ao sucesso” (trecho que fala sobre confiar: “Falo da
confiança marcada pela positividade, pela esperança, pelo crédito, não pela mera credulidade.
Mesmo quando o confiante se vê malogrado, a confiança terá valido o tempo que durou,
a qualidade da aposta que perdeu”).

Contradizer
A contradição ocorre quando afirmamos algo que contraria a informação oferecida pelo
texto. Assim, só podemos contradizer o autor se o comando da questão pedir claramente:
caso contrário, nunca devemos contradizer o que há no texto!

As bancas comumente elaboram questões com informações verdadeiras contidas em parte do


texto, mas que vão contra a ideia do autor, a fim de induzir o candidato ao erro. Também
misturam ideias verdadeiras com detalhes falsos, geralmente discretos. Muito cuidado!

Podemos afirmar que no texto “Confiar e desconfiar” o autor preza a cautela como
direcionamento para uma boa vida? NÃO!! De jeito nenhum!! De onde saiu essa ideia??

O texto inteiro fala sobre confiar, ousar e indica que a desconfiança (cautela) pode
impedir/travar experiências essenciais para o indivíduo, então, como afirmar que o autor preza
a cautela? Infelizmente, quem erra questões como essa, geralmente leu rapidamente o texto
ou "olhou por cima" pedaços soltos do texto na hora de responder. Vejam como:

Confiar e desconfiar

Desconfiar é bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela
como a usura. Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A desconfiança
costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da descoberta, atravancando
a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência essencial.

(...)

No primeiro parágrafo, o autor começa falando sobre o senso comum e cita: “Desconfiar é
bom e não custa nada − é o que diz o senso comum, valorizando tanto a cautela como
a usura.” Entretanto, quem leu um pouco mais, no mesmo parágrafo, já observou a posição
do autor no trecho: “Mas eu acho que desconfiar custa, sim, e às vezes custa demais. A
desconfiança costuma ficar bem no meio do caminho da aventura, da iniciativa, da
descoberta, atravancando a passagem e impedindo − quem sabe? − uma experiência
essencial.”
137
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Estão vendo o perigo de ler apenas pedaços aleatórios do texto? A banca sabe dessa
mania, por isso, recorrentemente, cria “pegadinhas”, utilizando, nos comandos das questões,
expressões do próprio texto, mas em ideias contraditórias para que erremos!

Neste caso está mais fácil, pois a informação dada pelo comando da questão e a ideia do
autor estão no mesmo parágrafo. Entretanto, isso pode acontecer com trechos mais distantes
do texto, então: LEIAM O TEXTO TODO, SEMPRE.

Operadores Argumentativos
Para que as ideias estejam adequadamente concatenadas dentro do texto, fazemos uso dos
chamados operadores argumentativos: elementos linguísticos, geralmente invariáveis, que
ligam as orações estabelecendo relação entre as ideias e indicando o “tom” pretendido pelo
autor.

Caso o autor queira indicar uma contradição, pode fazer uso da conjunção “embora”. Vejamos:
“Embora tenha chovido muito, a temperatura permaneceu elevada”. Percebem que a
conjunção liga as ideias indicando que há contradição entre elas?

Vamos a outro exemplo: “Ou estudo, ou vou ao shopping”.

O que podemos inferir a partir da leitura? A conjunção “ou”, empregada dessa maneira, indica
alternância e exclusão. Assim, fica claro que só poderemos fazer uma das duas atividades: ou
estudar ou ir ao shopping. Teremos que escolher entre as atividades e, ao escolher uma, não
poderemos fazer a outra no mesmo momento.

Sabendo disso, é importante conhecermos o sentido dos operadores argumentativos para


que a nossa compreensão textual ocorra de forma eficiente.

Apresentaremos agora alguns desses operadores com seus respectivos valores semânticos.

Operadores que indicam contradição, oposição de ideias: mas, porém, todavia, entretanto,
por mais que, ao contrário, mesmo que, embora, ainda que, a despeito de.

Operadores que indicam conclusão, consequência: logo, portanto, assim, então, de modo
que, por isso, por conseguinte, de maneira que, em vista disso, pois (quando usado depois do
verbo).

Operadores que indicam causa: porque, que, porquanto, senão, por causa de, por razão de,
em decorrência de, posto que.

portanto = indica conclusão porquanto = indica causa

Operadores que indicam condição, probabilidade, hipótese: caso, se, desde que, a não ser
que, exceto se, a menos que.

Operadores que indicam tempo: assim que, logo que, quando, depois de, depois que, mal
(Exemplo: Ela mal chegou, fez confusão), antes de, antes que.

138
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Operadores que indicam finalidade: com o fim de, a fim de que, com o intuito de, para que,
para, com o propósito de.

Operadores que indicam relevância da informação: acima de tudo, primeiramente, antes


de mais nada, sobretudo.

Operadores que indicam adição de ideias: e, não só, como também, nem (com sentido de
“e não”), além de, ainda, também, mas também.

Dicas Rápidas Que Otimizam a Resolução de


Questões
1) Tenha o hábito de ler! Quem lê muito, além de escrever bem, ganha experiência para
interpretar com mais facilidade! A leitura amplia nosso vocabulário, arma importante, pois
muitas vezes “esbarramos” em palavras que desconhecemos e que podem dificultar (mas não
inviabilizar!) a compreensão do texto.

2) Caso esbarre numa dessas palavras desconhecidas, tente descobrir o significado com
base no contexto, sem desespero. A interpretação do texto não está “perdida” por causa de
uma palavra mais complicada.

3) Leia o texto inteiro! Nada de ler pedaços aleatórios apenas para buscar a resposta
das assertivas! Já falamos sobre isso, mas não custa enfatizar, pois é muito importante a leitura
atenta e completa do texto alvo das questões. O texto é um “todo significativo” e assim deve
ser lido e visualizado.

4) Destaque os pontos importantes do texto para facilitar a busca por respostas. Caso
queira, anote palavras-chave nas laterais de cada parágrafo.

5) Preste atenção no comando da questão! Às vezes, o problema é apenas interpretar o


próprio enunciado. Muitos erros podem ser evitados se ficarmos atentos ao comando da
questão.

CUIDADO com expressões como:

“não é correto afirmar que” - procure a alternativa errada.

“o autor não defende que” - pede a ideia contrária à ideia do autor.

“assinale a incorreta” - é isso mesmo, assinale a alternativa incorreta.

“não podemos inferir que” - pede a ideia que contradiz o texto, que não pode ser concluída
a partir da leitura, que extrapola o texto.

“podemos inferir que” - pede a ideia defendida pelo texto, que pode ser concluída a partir
dele.

"constitui paráfrase do trecho" - pede que identifiquemos a assertiva com mesmo conteúdo
do trecho, mas escrito em outras palavras.

"todas as assertivas estão corretas, exceto" - procure a assertiva incorreta.

139
Apostila Pré-Edital: SEMSA

6) Evite responder as questões sem ir ao texto, por mais que já o tenha lido por completo.
Assegure-se de que a resposta está lá, em algum trecho!

7) Quando a questão pede a ideia principal, geralmente ela pode ser encontrada no início
do texto (primeiro ou segundo parágrafo). A conclusão do texto também deve trazer
informações que confirmam a ideia principal.

8) Quando a questão pede argumentos que fundamentam o pensamento do autor,


normalmente a resposta encontra-se no meio do texto.

9) Não "converse" com o autor. A banca quer saber apenas a opinião dele, então, não
acrescente pensamentos próprios ao responder as questões, foque naquilo que é "dito" no
texto, nas ideias apresentadas e apenas nisso.

10) Cuidado com assertivas que começam corretas. Leia-as até o fim, pois às vezes a
"pegadinha" está apenas no final delas.

140
Apostila Pré-Edital: SEMSA

RACIOCÍNIO LÓGICO
Introdução
Análise Pela Tabela Verdade e Métodos Dela Derivados
Exemplo de argumento:

Primeira premissa: Quem ganha na loteria fica rico.

Segunda premissa: Mark Zuckerberg é rico

Conclusão: Mark Zuckerberg ganhou na loteria.

Em um argumento lógico, temos um conjunto de proposições, chamadas premissas. As


premissas são nosso ponto de partida, aquilo que consideramos verdadeiro. Sempre!

O argumento lógico afirma que o conjunto de premissas tem como consequência uma
determinada conclusão.

Acima, temos duas premissas (Quem ganha na loteria fica rico; Mark Zuckerberg é rico).
Estamos dizendo que essas duas premissas acarretam na nossa conclusão. Por isso, o que
temos acima é um argumento.

Um argumento pode ser válido ou inválido.

Ele será válido quando o fato de as premissas serem verdadeiras garantir que a conclusão
também seja.

Ele será inválido quando o fato de as premissas serem verdadeiras não for suficiente para que
a conclusão também seja. Por sinal, o argumento dado no exemplo acima é inválido.

Vamos neste momento retomar a seguinte frase que dissemos no início do capítulo:

As premissas são nosso ponto de partida, aquilo que consideramos verdadeiro.

Eu destaquei a palavra "consideramos" e isso não foi à toa. O destaque tem um motivo que
certamente passa despercebido na primeira vez em que estudamos o conceito de validade de
um argumento.

Para analisar a validade de um argumento, a gente supõe, considera, toma como pressuposto,
que as premissas sejam verdadeiras. Fazemos isso independente de quão maluca ou absurda
seja a premissa. Isso serve unicamente para analisarmos a validade do argumento.

Em outras palavras, para a gente pouco importa se, no mundo real, as premissas são de fato
verdadeiras ou não.

Para fazer a análise do argumento, nós simplesmente consideramos que todas as premissas
são verdadeiras. Sempre! Não interessa qual seja a premissa!

Mas observem que isso é tão somente um pressuposto, uma consideração. Simplesmente
consideramos as premissas verdadeiras, só para fins de análise do argumento.

No entanto, jamais afirmamos que elas são de fato verdadeiras. A tarefa de avaliar se uma
premissa é realmente verdadeira é das outras ciências (física, química, biologia etc).

141
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Na lógica de argumentação que é cobrada em concursos, só estamos interessados


na forma do argumento. O que nós analisaremos é se o argumento está bem construído, bem
formulado, isto é, se as premissas, de fato, suportam a conclusão.

Assim, partimos do pressuposto de que as premissas são verdadeiras. Se, considerando as


premissas verdadeiras, a conclusão necessariamente também for verdadeira, então o
argumento é válido. Caso contrário, se existir um caso em que todas as premissas são
verdadeiras e a conclusão for falsa, então o argumento é inválido.

Por fim, se não for possível que todas as premissas sejam simultaneamente verdadeiras, então
o argumento é inconsistente. Um argumento inconsistente é, também, válido. Como no
argumento inconsistente não existe linha da tabela verdade em que as premissas são
verdadeiras e a conclusão é falsa, então ele é considerado válido. Não falaremos mais sobre
argumentos inconsistentes porque nunca vi as bancas cobrando isso.

Consideramos as premissas verdadeiras. Se isso fizer com que a conclusão também seja V, o
argumento é válido.

Se for possível termos premissas verdadeiras mais conclusão falsa, o argumento é inválido.

Se não for possível todas as premissas serem verdadeiras, o argumento é inconsistente.

Vamos ver mais exemplos para fixarmos o conteúdo.

Exemplo:
Considere o seguinte argumento.
Se o Papa Pio XII nasceu em Roma, então ele é italiano.
O Papa Pio XII é italiano.
Conclusão: O Papa Pio XII nasceu em Roma.

Dando nomes às proposições simples:


p: O Papa Pio XII nasceu em Roma
q: O Papa Pio XII é italiano.
Nosso argumento fica:
p→qp→q
q–q_
pp
Usamos um traço horizontal para separar as premissas da conclusão.

Muito bem, agora vamos ao que ocorre no mundo real. Se vocês pesquisarem na internet
verão o Papa de fato era italiano e de fato nasceu em Roma. Logo, ambas as proposições
simples, "p" e "q", são verdadeiras.

Assim, tomando o que ocorre no mundo real, todas as premissas são verdadeiras, bem como
a conclusão.

Pergunta: isso é relevante para a análise do argumento?

Resposta: NÃO

Para a lógica pouco importa o que ocorre no mundo real. Temos apenas que analisar se as
premissas suportam a conclusão.

142
Apostila Pré-Edital: SEMSA

No caso acima, o argumento está mal construído. As premissas não suportam a conclusão, ou
seja, é um argumento inválido. Isto ocorre porque simplesmente saber que o Papa é italiano
e que quem nasce em Roma é Italiano não nos dá certeza de que o Papa tenha nascido em
Roma. Ele poderia muito bem ter nascido em Florença, Veneza, ou qualquer outra cidade da
Itália.

Para ficar mais claro, observem a tabela abaixo.

(conclusão) (premissa) (premissa)


pp qq p→qp→q
V V V
V F F
F V V
F F V
A tabela acima nos permite analisar todos os casos possíveis. Supomos que o Papa nasceu em
Roma (linhas 1 e 2) e depois que não nasceu (linhas 3 e 4). Supomos que ele era italiano (linhas
1 e 3) e depois que não era italiano (linhas 2 e 4).

Na linha 3, em amarelo, temos um caso em que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
é falsa. Trata-se do caso em que o Papa não teria nascido em Roma, mas seria sim italiano.

Se existe um caso de premissas V e conclusão F, o argumento é INVÁLIDO.

Repetindo: para a gente pouco importa o que de fato ocorre no mundo real. Pouco importa
se o grande Papa Pio XII era de fato italiano ou não, nem se nasceu de fato em Roma ou não.
O que ocorre no mundo real ilustra apenas uma situação possível, apenas a linha 1 da tabela.
Mas existem 3 outras linhas da tabela que devem ser analisadas.

Cada linha da tabela verdade corresponde a uma valoração. Valoração é o conjunto de valores
lógicos atribuídos a cada proposição simples. O mundo real corresponde a uma das valorações
possíveis. Mas a lógica não se restringe a isso. A lógica tem que avaliar todas as valorações
possíveis, ou seja, avaliar a tabela verdade inteira.

Isso ocorre porque a lógica se interessa apenas pela forma do argumento. Qualquer
argumento com o formato

p→qp→q
q–q_
pp
será inválido. Pois sempre será possível achar um caso em que as premissas são V e a
conclusão é F.

Considerem agora outro argumento:

Se Machado de Assis nasceu em São Paulo, então ele é paulista.

Machado de Assis nasceu em São Paulo

Conclusão: Machado de Assis é paulista.

Dando nomes às proposições simples:

• pp: Machado de Assis nasceu em SP

143
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• qq: Machado de Assis e é paulista


Nosso argumento fica:

p→qp→q
p–p_
qq
Usamos um traço horizontal para separar premissas e conclusão.

No mundo real, sabemos que Machado nasceu no Rio de Janeiro. Logo, a segunda premissa é
falsa, bem como a conclusão.

Pergunta: isso é relevante para a análise do argumento?

Resposta: NÃO

Mais uma vez, pouco importa o que ocorre no mundo real. O mundo real corresponde a uma
única linha da tabela verdade, a uma única valoração. Na lógica nossa tarefa é olhar a tabela
inteira, considerando todas as valorações possíveis.

Montando a tabela verdade:

(premissa) (conclusão) (premissa)


pp qq p→qp→q
V V V
V F F
F V V
F F V

O mundo real representa a linha 4 (em que Machado não é paulista e nem nasceu em SP).

Mas vejam que, no único caso em que as premissas são verdadeiras, a conclusão também é.
Trata-se da linha 1, destacada em amarelo.

Em outras palavras, se CONSIDERARMOS que as premissas são V, a conclusão


necessariamente será verdadeira também. Ou seja, se Machado tivesse nascido em São Paulo,
e se quem nascesse em São Paulo fosse paulista, então seria correto concluir que Machado é
paulista. Portanto, o argumento é VÁLIDO, apesar de, no mundo real, a segunda premissa ser
falsa, bem como a conclusão.

Novamente, para a lógica só interessa a forma do argumento. A lógica nos diz que qualquer
argumento com o formato

p→qp→q
p–p_
qq
será válido.

Trago agora duas questões. Uma em que a banca, felizmente, deu o gabarito acertado. Outra
em que a banca infelizmente forneceu um gabarito equivocado.

Iniciando pela questão que está perfeita:

(Cespe. Agente de Polícia Federal) Uma noção básica da lógica é a de que um argumento é
composto de um conjunto de sentenças denominadas premissas e de uma sentença
144
Apostila Pré-Edital: SEMSA

denominada conclusão. Um argumento é válido se a conclusão é necessariamente verdadeira


sempre que as premissas forem verdadeiras.

Com base nessas informações, julgue o item que se segue. Toda premissa de um argumento
válido é verdadeira.

Resolução:

A lógica de argumentação cobrada em concursos é uma lógica formal. Ela avalia a estrutura
do argumento, ou seja, a sua forma.

Assim, o argumento do tipo:

Premissa 1:a→ba→b
Premissa 2:aa
Conclusão: bb é válido. Por que ele é válido? Por causa de sua estrutura, de sua forma.
Se as premissas forem V, isso nos garante com 100% de certeza que a conclusão também é V.
É isso que torna o argumento válido.

Não me interessa o conteúdo das proposições "a" e "b". Só me preocupo com a forma.

Posso fazer:

• "a": O gato voa


• "b": O peixe bate palma
Que o argumento continua válido.

Assim, é perfeitamente possível termos um argumento válido que tenha premissas falsas.
Exemplo:

Premissa: Se o gato voa, então o peixe bate palma

Premissa: O gato voa

Conclusão: O peixe bate palma.

Gabarito: errado

A tarefa de avaliar a veracidade das proposições é das outras ciências: química, física, biologia,
matemática, etc. Elas estudam o mundo. A lógica de argumentação avalia a forma.

Em síntese, não podemos confundir validade com correção.

O argumento acima é válido por conta de sua forma. Se partirmos do pressuposto de que suas
premissas são verdadeiras, veremos que a conclusão necessariamente também é verdadeira. É
isso que o torna válido.

Um argumento válido que tenha premissas verdadeiras é dito correto.

A análise de validade de um argumento não se preocupa se as premissas são de fato V. A


gente pressupõe que premissas são verdadeiras e pronto, qualquer que seja a premissa.
Fazemos isso exclusivamente para avaliar a forma do argumento.

Quem se preocupa com a veracidade das premissas é a correção. Um argumento válido que
possua premissas verdadeiras é dito correto.

145
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Agora uma questão em que a banca pisou na bola. Trata-se também de uma questão do Cespe,
cobrada no concurso do Bacen 2013.

Havia um grande argumento, chamado de argumento "2". Uma de suas premissas era a
proposição Q3. O item a ser julgado é:

Se o argumento 2 for válido, então a proposição Q3 será verdadeira

O item foi dado como certo pela banca. Mas, pelo que vimos até aqui, deveria ser dado como
falso.

No gabarito definitivo a questão foi dada como CERTA, com a seguinte justificativa:

O conteúdo do item está correto, pois, se o argumento 2 for válido, então a proposição Q3 será
verdadeira.

Por este motivo, opta-se pela alteração do gabarito

Como já vimos, o fato de um argumento ser válido não tem absolutamente nada a ver com a
veracidade ou falsidade das proposições que o compõem. A banca pisou na bola.

Sobre o assunto, seguem as palavras de Irving Copi, no livro "Introdução à lógica":

Verdade e falsidade podem ser predicados das proposições, nunca dos argumentos. Do mesmo
modo, propriedades de validade ou invalidade só podem pertencer a argumentos dedutivos, mas
nunca a proposições. Existe uma conexão entre validade ou invalidade de um argumento e a
verdade ou falsidade de suas premissas e conclusão, mas essa conexão de modo nenhum é
simples. Alguns argumentos válidos contém apenas proposições verdadeiras, como, por exemplo:

Todas as baleias são mamíferos.

Todos os mamíferos têm pulmões.

Portanto, todas as baleias têm pulmões.

Mas um argumento pode conter exclusivamente proposições falsas, e apesar disso, ser
válido, como, por exemplo:

Todas as aranhas têm seis pernas.

Todos os seres de seis pernas têm asas.

Portanto, todas as aranhas têm asas.

Este argumento é válido porque, se suas premissas fossem verdadeiras, sua conclusão também
teria que ser verdadeira, mesmo no caso em que, de fato, fossem todas falsas. Por outro lado, se
refletirmos sobre o argumento:

Se eu possuísse todo o ouro do Forte Knox, seria muito rico.

Não possuo todo o ouro do Forte Knox.

Portanto, não sou muito rico.

Vemos que, embora suas premissas e sua conclusão sejam verdadeiras, o raciocínio não é válido.

146
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Fechando a questão, o fato de um argumento ser válido não nos ajuda absolutamente em
nada na hora de determinar se suas premissas são V ou F. Nada podemos garantir sobre isso.
Portanto, a questão está ERRADA.

O que a lógica de argumentação nos diz é o seguinte. Num argumento válido, supondo que
as premissas são V, então a conclusão necessariamente é V também. Mas determinar se as
premissas são de fato verdadeiras não é um trabalho da lógica, sim das outras ciências, como
química, física, matemática, etc.

Análise de Argumentos Pela Tabela Verdade


Para analisar um argumento por meio da tabela verdade, faça o seguinte:

1 – monte uma tabela verdade contendo todas as premissas e a conclusão.

2 – identifique as linhas em que todas as premissas são verdadeiras (pois só esses casos nos
interessam, lembrem-se de que sempre consideramos premissas verdadeiras)

3 – verifique se, nas linhas indicadas no item “2”, a conclusão também é verdadeira. Se for, o
argumento é válido. Se não for, o argumento é inválido.

Este passo a passo simplesmente decorre diretamente da definição de argumento válido.


Dirigimo-nos às linhas em que todas as premissas são verdadeiras e verificamos o que ocorre
com a conclusão. Simples assim.

É importante dizer que, durante a prova, você deve evitar analisar um argumento pela tabela
verdade, pois é o meio mais demorado. Certo?

Apesar disso, é muito importante sabermos muito bem como funciona a análise pela tabela
verdade, porque isso é simplesmente a base de todas as demais técnicas que aprenderemos.

Assim, veremos exemplos simples, por mim elaborados, para entender o funcionamento da
técnica.

Exemplo 1:

Considere o seguinte argumento:

Primeira premissa: Se chover, o rio enche.

Segunda premissa: Chove.

Conclusão: O rio enche.

Classifique o argumento em válido ou inválido.

Resolução:

Aqui não nos interessa saber se as premissas são de fato verdadeiras. Pouco importa se, de
fato, está chovendo. Pouco importa se, realmente, quando chove, o rio enche. Vamos sempre
partir do pressuposto de que as premissas são verdadeiras. Dado que elas são verdadeiras,
temos que analisar se a conclusão também é.

Vamos dar nomes às proposições:


c: Chove.
r: O rio enche.

147
Apostila Pré-Edital: SEMSA

O argumento pode ser expresso assim:

Utilizamos um traço horizontal para separar as premissas da conclusão. Outra forma de


representar o mesmo argumento seria assim:

O símbolo

também é usado para separar as premissas da conclusão.


Para analisar a validade do argumento, vamos construir a tabela-verdade.

Vamos identificar as premissas e a conclusão.

Agora, vamos analisar apenas as linhas em que as premissas são verdadeiras (pois, para gente,
as premissas sempre são tomadas como verdadeiras).

A linha destacada em vermelho é a única em que todas as premissas são verdadeiras. Nessa
linha, a conclusão também é verdadeira. Logo, o argumento é válido, pois sempre que todas
as premissas são verdadeiras, a conclusão também é.

Ou ainda: as premissas acarretam na conclusão.

De outro modo: o fato de as premissas serem verdadeiras garante a que a conclusão também
seja.

Dito de outra maneira: partindo-se das informações que “Se chover o rio enche”, e que “chove”,
podemos concluir que “o rio enche”.

Resposta: argumento válido.

Pronto.

148
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Análise de argumentos por meio da tabela-verdade é apenas isso.


Fazemos a tabela verdade que engloba todas as premissas e a conclusão.
Depois, procuramos pelas linhas em que todas as premissas são verdadeiras.
Se, em todas essas linhas, a conclusão também for verdadeira, o argumento será válido.

Exemplo 2
Considere o seguinte argumento:
Primeira premissa: Se chover, o rio enche.
Segunda premissa: Não chove.
Conclusão: O rio não enche.

Classifique o argumento em válido ou inválido.


Resolução:
Vamos dar nomes às proposições:
c: Chove.
r: O rio enche.
O argumento pode ser expresso do seguinte modo:

Vamos construir a seguinte tabela verdade:

Agora, vamos acrescentar a outra premissa e a conclusão:

Nas linhas destacadas em vermelho, todas as premissas são verdadeiras. Em uma dessas linhas,
de fato, a conclusão também é verdadeira (ver última linha).

Contudo, na penúltima linha, as duas premissas são verdadeiras e a conclusão é falsa. Ou seja,
existe um caso em que as premissas são verdadeiras e a conclusão não é, o que faz com que
o argumento seja inválido.

Ou ainda: o fato de as premissas serem verdadeiras não garante que a conclusão também seja.

Resposta: argumento inválido.

149
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ou seja: sabendo que “se chover o rio enche”, e sabendo que “não chove”, não podemos
concluir que “o rio não enche”.

Basta um único caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa para que o argumento
seja inválido.

Exemplo 3

Considere o seguinte argumento:


Primeira premissa: Se chover, o rio enche.
Segunda premissa: O rio enche.
Conclusão: Chove.

Classifique o argumento em válido ou inválido.


Resolução:
Vamos dar nomes às proposições:
c: Chove.
r: O rio enche.
Agora vamos construir a tabela-verdade.

Vejam a terceira linha da tabela.

Nela, as duas premissas são verdadeiras, mas a conclusão é falsa. Ou seja, existe um caso em
que temos premissas verdadeiras e conclusão falsa. Logo, o argumento é inválido. O fato de
as premissas serem todas verdadeiras não garante que a conclusão também seja.

Resposta: argumento inválido.

Exemplo 4

Considere o seguinte argumento:


Primeira premissa: Se chover, o rio enche.
Segunda premissa: O rio não enche.
Conclusão: Não chove.

Classifique o argumento em válido ou inválido.


Resolução:
Vamos dar nomes às proposições:
c: Chove.
r: O rio enche.

150
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Agora vamos construir a tabela-verdade.

Repare na última linha.

Nela, as duas premissas são verdadeiras e a conclusão também é.

Ou seja, sempre que as premissas são verdadeiras, a conclusão também é. O argumento é


válido.

Quando o número de premissas começa a aumentar, usar a tabela-verdade fica muito


trabalhoso. Por isso, veremos outros métodos de análise de validade de argumentos. Mas, para
entendê-los perfeitamente, é importante que vocês sejam doutores na análise pela tabela.

1ª TÉCNICA - "CAÇA AO TESOURO"


Basicamente, a ideia central desta técnica está ilustrada no exemplo a seguir.

Exemplo 1:

Classifique o argumento abaixo em válido ou inválido

Premissas:

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.

3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

Conclusão: Manuel não vai ao mercado.

Resolução:

Vamos dar nomes às proposições simples.

m: Manuel vai ao mercado.

c: Cláudia vai ao cinema.

p: Pedro vai ao porto.

b: Beatriz vai ao boliche

s: Suelen vai ao shopping

Pronto.

Agora, se fôssemos fazer a tabela verdade completa, teríamos 32 linhas!!!

No tópico de tabelas verdade, aprende-se que, se temos n proposições simples, a tabela


verdade terá 2n linhas.

151
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ora, se temos, neste caso, 5 proposições simples, isso significa 25 = 32 linhas.

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V V V V
V V V V F
V V V F V
V V V F F
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F
V F V V V
V F V V F
V F V F V
V F V F F
V F F V V
V F F V F
V F F F V
V F F F F
F V V V V
F V V V F
F V V F V
F V V F F
F V F V V
F V F V F
F V F F V
F V F F F
F F V V V
F F V V F
F F V F V
F F V F F
F F F V V
F F F V F
F F F F V
F F F F F

E aí? Vamos perder um tempo enorme preenchendo uma gigantesca?

Não, é claro que não.

O que fazer?

Bom, para ganharmos tempo, só vamos montar as linhas em que todas as premissas são
verdadeiras.

Para facilitar nosso trabalho, vamos procurar por “premissas fáceis”.

O que é uma “premissa fácil”?

É uma premissa que apresenta um único caso de verdadeiro.

Vamos analisar a primeira premissa:


152
Apostila Pré-Edital: SEMSA

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

Para que ela seja verdadeira, podemos ter as seguintes situações:

• Manuel vai o mercado e Cláudia vai ao cinema.


• Manuel não vai ao mercado e Cláudia vai ao cinema.
• Manuel não vai ao mercado e Cláudia não vai ao cinema.

É muito caso para gente analisar! São muitas as situações que tornam a premissa acima
verdadeira. Isso não ajuda muito a gente.

Vamos pular esta premissa.

Vamos direto para a terceira premissa:

3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

Acima temos um conectivo “e”. Há um único caso em que a proposição composta com a
conjunção é verdadeira: quando as duas parcelas são verdadeiras.

Logo, o único caso em que a proposição acima é verdadeira é quando Beatriz vai ao boliche e
Suelen vai ao shopping.

Portanto, para que a terceira premissa seja verdadeira, devemos ter, obrigatoriamente:

b: Verdadeiro

s: Verdadeiro.

Isso já facilita muito as coisas. Se fôssemos fazer uma nova tabela verdade, atentando para a
restrição acima (de que b e s devem ser verdadeiras), o número de linhas já diminuiria muito.
Vejam:

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V V V V
V V V V F
V V V F V
V V V F F
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F

Para construir a tabela acima, formamos todas as combinações de valores lógicos para “p”, “m”
e “c”.

Para “b” e “s” aí nem precisamos nos preocupar, pois são sempre verdadeiras.

Repetindo: fixamos o valor lógico de b e s. São sempre verdadeiros!!!

Fizemos assim porque todas as premissas devem ser verdadeiras. E a única forma de a terceira
premissa ser verdadeira é se “b” e “s” forem verdadeiras.

Ou seja, já sabemos que:

153
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b: tem que ser verdadeiro

s: tem que ser verdadeiro

Ok, a tabela-verdade agora ficou bem menor. Mas não vamos preenchê-la ainda. Vamos tentar
reduzir ainda mais.

Vamos para a quarta premissa:

4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

É uma premissa. Como qualquer premissa, deve ser verdadeira.

Temos um “ou”. Para que seja verdadeiro, pelo menos uma das parcelas deve ser verdadeira.

A primeira parcela, esta nós já sabemos alguma coisa sobre ela. Vimos que Suelen vai ao
shopping (“s” é verdadeiro).

A primeira parcela do “ou” diz que Suelen não vai ao shopping. Portanto, a primeira parcela
da disjunção é falsa.

Logo, para que a disjunção seja verdadeira, a segunda parcela será verdadeira. Ou seja,
acabamos de concluir que Pedro não vai ao porto (ou seja, “p” é falso).

Pedro não vai ao porto

p: Falso

Repetindo: o único modo de a quarta premissa ser verdadeira é se “p” for falso.

Portanto, já podemos descartar as linhas da tabela verdade em que “p” é verdadeiro.

Nossa tabela verdade ficaria assim:

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V
V V F V F
V V F F V
V V F F F
Vamos agora para a segunda premissa:

2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.

A segunda parcela do “ou” é falsa. Isto porque nós já vimos que Pedro não vai ao porto.

Deste modo, para que o “Ou” seja verdadeiro, a primeira parcela deve ser verdadeira.

Logo, Cláudia vai ao cinema.

c: deve ser verdadeiro.

Muito bem, agora nossa tabela verdade fica ainda mais reduzida:

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V
V V F F V

154
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos para a primeira premissa:

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

A segunda parcela deste condicional é verdadeira (já vimos que Cláudia vai ao cinema). Com
isso, automaticamente, o condicional será verdadeiro, independente do valor lógico da
primeira parcela.

Assim, não interessa o valor lógico de m. Qualquer que seja, a primeira premissa será
verdadeira.

Deste modo, não conseguimos excluir mais linhas da nossa tabela verdade. Ela ficará da forma
como vimos acima.

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V
V V F F V
Vamos agora completar nossa tabela verdade.

Quanto às premissas, todas elas são verdadeiras. Isso mesmo!

Ora, nós fomos retirando todos os casos que tornavam as premissas falsas. Logo, nos casos
restantes, todas as premissas são verdadeiras.

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V V V V V
V V F F V V V V V
Assim, só montamos as linhas que interessam: só aquelas em que todas as premissas são
verdadeiras.

Nestas linhas, vamos analisar a conclusão.

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V V V V V F
V V F F V V V V V V
Vejam que existe um caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa. É a linha destacada em
azul acima.

Portanto, o argumento é inválido.

Com esta técnica, em vez de montarmos 32 linhas, montamos apenas 2. Isso facilita muito as
coisas. Nas questões típicas de prova, veremos a banca traz enunciados em que é necessário
montar uma única linha.

Vejam que a resolução da questão mais parece uma brincadeira de caça ao tesouro. Vamos
descobrindo determinada pista, em seguida precisamos ver onde usá-la para descobrir a
próxima pista.

a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto.

b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia.

155
Apostila Pré-Edital: SEMSA

c) Ana não é prima de Bia e Carlos é filho de Pedro.

d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto.

(Esaf) Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro. Se Jorge é irmão de Maria, então Breno
não é neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Breno é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão
de Maria. Logo: e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro

Resolução:

Este tipo de exercício é muito comum em provas de concurso. Repete, e muito. Este é o caso
clássico de utilização da técnica 1.

Tudo o que o enunciado traz deve ser tomado como verdadeiro (são premissas!). Partindo
destas premissas, a qual conclusão podemos chegar?

Como dissemos, é um tipo de questão bem típico! Um enunciado cheio de nomes, para tentar
deixar você confuso. São várias pessoas, parece que o enunciado não acaba e você não sabe
por onde começar.

Já que a ideia é deixar as pessoas cansadas e confusas, geralmente (mas não sempre) a banca
coloca a primeira informação a ser usada no final do enunciado. É isso mesmo. A proposição
simples, que é a mais fácil de ser analisada, é justamente a última premissa.

E, no caso da Esaf, tem-se até o hábito de iniciar a frase com a expressão “Ora”.

Vejam:

Ora, Jorge é irmão de Maria.

Vamos começar.

As premissas são:

1) Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro.

2) Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é neto de Beto.

3) Se Carlos é filho de Pedro, então Breno é neto de Beto.

4) Jorge é irmão de Maria.

Vejamos a quarta premissa (repare que é a última).

Jorge é irmão de Maria.

Isto nos é fornecido de cara pelo enunciado. É uma proposição simples. É, portanto, a mais
simples de ser analisada. Por isso começamos com ela. Nada de disjunções, de condições
necessárias ou suficientes. Já sabemos, de cara, que Jorge é irmão de Maria.

O efeito disso é o seguinte. Se fôssemos fazer uma tabela verdade completa, abrangendo
todas as possibilidades para as premissas, teríamos que analisar tanto as linhas que consideram
que Jorge é realmente irmão de Maria, quanto aquelas que consideram que não é.

Na técnica que estamos estudando, nem perdemos tempo analisando as linhas em que Jorge
não é irmão de Maria. Por quê? Porque a quarta premissa já nos garante de cara que ele é sim
irmão de Maria. Ou seja, ganhamos tempo.

156
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Continuando.

Acabamos de descobrir que Jorge é irmão de Maria.

Precisamos saber onde usar esta informação. Só existe uma outra premissa em que temos algo
sobre Jorge e Maria. É a segunda premissa:

“Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é neto de Beto.”

Trata-se de uma premissa. Como qualquer premissa, esta proposição deve ser verdadeira!!!

Nesta premissa, temos um condicional. Vejamos quem são suas parcelas:

Antecedente: Jorge é irmão de Maria

Consequente: Breno não é neto de Beto.

Qual a única situação em que o condicional é falso?

Quando o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso. Ou seja, quando temos V/F, nessa
ordem.

A quarta premissa já nos garantiu que a primeira parte deste condicional é verdadeira (V).

Se (Jorge é irmão de Maria), então (Breno não é neto de Beto)


(V)
Pergunta: o consequente pode ser falso?

Não, não pode, se não teríamos V/F, e o condicional seria falso.

Logo, o consequente só pode ser verdadeiro.

Se (Jorge é irmão de Maria), então (Breno não é neto de Beto)


(V) (V)
Portanto, é verdadeiro que “Breno não é neto de Beto”.

Conclusão: Breno não é neto de Beto.

Agora temos que encontrar onde usar esta nova informação.

Só existe uma outra premissa que fala de Breno e Beto. É terceira premissa:

“Se Carlos é filho de Pedro, então Breno é neto de Beto”

Sabemos que Breno não é neto de Beto. Foi o que concluímos anteriormente.
Se (Carlos é filho de Pedro), então (Breno é neto de Beto)
(F)
O consequente é falso. Pergunta: o antecedente pode ser verdadeiro? Não, não pode, se não
teríamos V/F, nessa ordem, e esta premissa seria falsa.

Se o consequente é falso, o antecedente também deve ser falso, para que o condicional seja
verdadeiro.

Se (Carlos é filho de Pedro), então (Breno é neto de Beto)


(F) (F)
Conclusão: Carlos não é filho de Pedro

157
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos continuar com nossa “caça ao tesouro”. Temos que saber onde usar esta conclusão. Ela
aparece também na primeira premissa:

“Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro”

Para que este “ou” seja verdadeiro, ao menos uma das suas parcelas tem que ser verdadeira.
Sabemos que a segunda parcela é falsa (Carlos não é filho de Pedro). Disso podemos concluir
que a primeira parcela deve ser verdadeira, ou seja, “Ana é prima de Bia”.

Conclusão: Ana é prima de Bia

Conclusão: Jorge é irmão de Maria. Breno não é neto de Beto. Carlos não é filho de Pedro. Ana
é prima de Bia.

Gabarito: E

Então é isso. Quando a banca trouxer premissas “fáceis”, use a técnica 1.

Geralmente, a premissa fácil virá precedida da palavrinha “Ora”. E, geralmente, será a última
premissa fornecida.

Lembrando: quando digo “premissas fáceis”, estou me referindo àquelas que contenham:
proposições simples; proposições compostas com conectivo “e”.

As bancas ainda facilitam as coisas porque, nestes casos, elas costumam fazer com que haja
uma única linha da tabela verdade em que todas as premissas sejam verdadeiras. Com isso, o
probleminha vira uma espécie de “caça ao tesouro”.

Sempre assim: descobrimos uma informação e temos que identificar onde utilizá-la, para
obtermos a próxima informação.

2ª TÉCNICA - TABELA VERDADE MODIFICADA


Aqui, não há muito o que explicar. Vamos direto para o exercício, ver como aplicar a técnica.

(Esaf) Homero não é honesto, ou Júlio é justo. Homero é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é
bondoso. Beto é bondoso, ou Júlio não é justo. Beto não é bondoso, ou Homero é honesto.
Logo,

a) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo.

b) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio não é justo.

c) Beto é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.

d) Beto não é bondoso, Homero não é honesto, Júlio não é justo.

e) Beto não é bondoso, Homero é honesto, Júlio é justo.

Resolução:

Temos as seguintes proposições simples:

• h: Homero é honesto.
• j: Júlio é justo
• b: Beto é bondoso.
Todas as proposições compostas do enunciado são consideradas verdadeiras (são premissas!).

158
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Na frente de cada afirmação colocamos sua representação em símbolos lógicos:

1) Homero não é honesto, ou Júlio é justo : ¬h∨j¬h∨j


2) Homero é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondoso: h∨j∨bh∨j∨b
3) Beto é bondoso, ou Júlio não é justo: b∨(¬j)b∨(¬j)
4) Beto não é bondoso, ou Homero é honesto: (¬b)∨h(¬b)∨h
Só que agora não temos nenhuma premissa “fácil”. Não há qualquer premissa que seja uma
proposição simples. Não há premissa com o conectivo “e”.

O que fazer?

Seria ótimo não perdermos tempo com as linhas em que as premissas são falsas.

Só que agora isso será um pouco mais trabalhoso do que antes, justamente porque não temos
mais premissas fáceis.

Neste caso, é mais seguro realmente fazer todas as linhas.

Mas, para não perdermos tanto tempo, vamos economizar nas colunas!!! Nesta situação,
vamos fazer uma “tabela verdade modificada”.

É uma tabelinha informal, simplificada. Seria uma tabela em que colocamos apenas as
proposições simples envolvidas. Só isso. Não importa que as premissas e a conclusão não
sejam representadas.

Notem que só colocamos as colunas para h, j e b, que são as proposições simples.

As premissas ¬h∨j¬h∨j, h∨j∨bh∨j∨b, b∨(¬j)b∨(¬j), (¬b)∨h(¬b)∨h não foram representadas.


Qual a vantagem disso?

A vantagem é economizarmos nas colunas. Vamos fazer menos colunas. Só fazemos as colunas
das proposições simples.

Já que estamos modificando a tabela verdade, em vez de representarmos as proposições por


letras, podemos colocar também as frases de origem. Tanto faz, o resultado será o mesmo.

159
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Assim:

Em seguida, vamos lendo as informações do enunciado. Detalhe: lembrem-se que todas as


informações do enunciado são tomadas como verdadeiras (são premissas).

1 - Homero não é honesto, ou Júlio é justo.

Esta foi a primeira informação. Sabemos que ela é verdadeira, pois todas as informações do
enunciado são tomadas como verdadeiras (são premissas!).

Nesta frase acima temos um “ou”. Qual a única situação em que um “ou” é falso? Quando as
duas parcelas são falsas. No caso, quando Homero for honesto e Júlio não for justo.

Ora, se esta situação (Homero honesto; Júlio não justo) faz com que a frase acima seja falsa,
então temos que excluir esta hipótese porque isso iria contra o que está dito no enunciado.

A ideia é ir excluindo todas as hipóteses que possam tornar falsas as premissas.

Portanto, vamos riscar as linhas em que esta combinação aparece (Homero honesto e Júlio
não justo).

2 - Homero é honesto, ou Júlio é justo, ou Beto é bondoso.

Outra informação do enunciado.

Temos conectivos “ou”. Qual a única situação em que uma proposição com o conectivo “ou” é
falsa? Quando todas as “parcelas” são falsas.

Neste caso, a proposição é falsa quando: Homero não é honesto; Júlio não é justo; Beto não é
bondoso.

Podemos riscar as linhas em que isso acontece:

160
Apostila Pré-Edital: SEMSA

3 - Beto é bondoso, ou Júlio não é justo.

Outra vez um conectivo “ou”. Temos duas parcelas (a primeira referente a Beto, a segunda
referente a Júlio). Qual a única situação em que uma proposição com “ou” é falsa? Quando as
duas parcelas são falsas. No caso, a frase será falsa quando: Beto não for bondoso; Júlio for
justo.

4 - Beto não é bondoso, ou Homero é honesto.

Por fim, esta informação é falsa quando Beto é bondoso e Homero não é honesto. Precisamos
excluir as linhas que trazem esta combinação.

Ou seja, a única linha da tabela verdade que torna todas as premissas verdadeiras é aquela em
que Homero é honesto, Júlio é justo e Beto é bondoso.

3ª TÉCNICA - CHUTE INICIAL


Quando não tivermos uma proposição simples para utilizar como ponto de partida na análise
do argumento, a gente pode fazer o seguinte. Damos um “chute”. Chutamos alguma coisa. Em
seguida, verificamos se este chute nos leva a algum absurdo ou não.

161
Apostila Pré-Edital: SEMSA

É importante saber que essa técnica pode levar a erros. Caso o argumento lógico apresente
mais de uma linha da tabela verdade em que todas as premissas são verdadeiras, a técnica do
chute pode nos levar a uma resposta errada.

(Esaf) Três meninos, Pedro, Iago e Arnaldo, estão fazendo um curso de informática. A
professora sabe que os meninos que estudam são aprovados e os que não estudam não são
aprovados. Sabendo-se que: se Pedro estuda, então Iago estuda; se Pedro não estuda, então
Iago ou Arnaldo estudam; se Arnaldo não estuda, então Iago não estuda; se Arnaldo estuda
então Pedro estuda. Com essas informações pode-se, com certeza, afirmar que:

a) Pedro, Iago e Arnaldo são aprovados.

b) Pedro, Iago e Arnaldo não são aprovados.

c) Pedro é aprovado, mas Iago e Arnaldo são reprovados.

d) Pedro e Iago são reprovados, mas Arnaldo é aprovado.

e) Pedro e Arnaldo são aprovados, mas Iago é reprovado.

Resolução:

Lembram lá da técnica 1, em que tínhamos premissas “fáceis”? Eram as premissas com


proposições simples. Também serviam as premissas com o conectivo “e”.

Pois então. Elas eram nosso ponto de partida na “caça ao tesouro”.

Só que existem argumentos que não apresentam premissas “fáceis”. Nós ficamos sem ponto
de partida. É aí que entra o chute.

Você chuta alguma coisa e vê se consegue fazer com que todas as premissas sejam
verdadeiras. Se você não conseguir, o seu chute deu errado. Você precisa alterar seu chute.

Premissas:

1) se Pedro estuda, então Iago estuda;

2) se Pedro não estuda, então Iago ou Arnaldo estudam;

3) se Arnaldo não estuda, então Iago não estuda;

4) se Arnaldo estuda então Pedro estuda.

Vamos usar a técnica do chute (técnica 3).

Vamos chutar que Pedro não estuda.

1 Pedro não estuda

Analisemos a quarta premissa.

Se Arnaldo estuda então Pedro estuda.

Primeira parcela do condicional: Arnaldo estuda.

Segunda parcela do condicional: Pedro estuda.

162
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Para que o condicional seja
verdadeiro, a primeira parcela deve ser falsa. Logo, Arnaldo não estuda.

1 Pedro não estuda


2 Arnaldo não estuda
Agora vamos para a terceira premissa:

Se Arnaldo não estuda, então Iago não estuda;

O antecedente é verdadeiro. Para que o condicional seja verdadeiro, o consequente deve ser
verdadeiro.

Logo, Iago não estuda.

1 Pedro não estuda


2 Arnaldo não estuda
3 Iago não estuda
Agora vamos para a segunda premissa:

Se Pedro não estuda, então Iago ou Arnaldo estudam;

Temos um condicional com antecedente verdadeiro e consequente falso. Logo, esta premissa
é falsa.

Mas isto é um absurdo!!! Premissas sempre são tomadas como verdadeiras!!

Só chegamos a um absurdo porque nosso chute inicial foi errado. Precisamos altera-lo.

Vamos chutar que Pedro estuda.

1 Pedro estuda
Da primeira premissa, temos que Iago estuda.

1 Pedro estuda
2 Iago estuda
O fato de Pedro estudar já garante que a segunda premissa seja verdadeira.

Vamos para a terceira premissa.

Temos:

3) se Arnaldo não estuda, então Iago não estuda;

O consequente é falso. Para que o condicional seja verdadeiro, o antecedente também deve
ser falso. Logo, Arnaldo estuda.

1 Pedro estuda
2 Iago estuda
3 Arnaldo estuda
Como Arnaldo estuda e Pedro estuda, a quarta premissa é verdadeira.

Pronto!

Achamos a linha da tabela verdade em que todas as premissas são verdadeiras. É nesta linha
que a conclusão deve ser analisada.

163
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Todas as alternativas fazem afirmações sobre ser ou não ser aprovado. O enunciado disse que
quem estuda é aprovado e que quem não estuda é reprovado.

Logo, os três são aprovados.

Gabarito: A

A técnica do chute é só isso.

Qual seu grande problema? É que ela pode induzir a erros, quando houver mais de uma linha
da tabela verdade em que todas as premissas são verdadeiras.

Exemplo 1:

Classifique o seguinte argumento em válido ou inválido.

Premissas:

1 – Bia vai ao boliche se e somente se Cláudia vai ao cinema

2 – Ou Amanda vai ao armazém ou Bia vai ao boliche.

Conclusão:

Se Amanda vai ao armazém, então Bia vai ao boliche.

Resolução:

Vamos usar a técnica do chute.

Vamos chutar que Cláudia vai ao cinema.

Chute: Cláudia vai ao cinema.

Agora vamos tentar fazer com que todas as premissas sejam verdadeiras.

Na primeira premissa, a segunda parcela do bicondicional é verdadeira. Para que a proposição


composta seja verdadeira, Bia deve ir ao boliche.

Bia vai ao boliche.

Vamos para a segunda premissa. Temos um “ou exclusivo”. A segunda parcela é verdadeira.
Para que a conjunção exclusiva seja verdadeira, a primeira parcela deve ser falsa.

Amanda não vai ao armazém.

Ok, já achamos a linha da tabela verdade em que todas as premissas são verdadeiras. É a linha
em Cláudia vai ao cinema, Amanda não vai ao armazém e Bia vai ao boliche.

Nesta linha, vamos analisar a conclusão.

Conclusão: Se Amanda vai ao armazém, então Bia vai ao boliche.

O antecedente é falso e o consequente é verdadeiro. Nesta situação, o condicional é


verdadeiro.

Ou seja, quando todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é.

Resposta: argumento válido.

164
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Certo???

Errado!!!

Aí está o problema da técnica do chute. Ela é sujeita a erros.

Ela se presta a identificar uma linha da tabela verdade em que as premissas são verdadeiras.
Mas não garante que seja a única.

Neste exemplo, há outra situação em que todas as premissas são verdadeiras. É o caso em que:
Amanda vai ao armazém, Bia não vai ao boliche e Cláudia não vai ao cinema. Neste caso, a
conclusão é falsa. Ou seja, há um caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa. Logo, o
argumento é inválido.

4ª - ANÁLISE DE BAIXO PARA CIMA


Vamos retomar um exemplo dado em outra seção deste material.

Exemplo1: Analisar a validade do argumento abaixo.

Premissas:

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.

3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

Conclusão: Manuel não vai ao mercado.

Dando nomes às proposições simples:

m: Manuel vai ao mercado.

c: Cláudia vai ao cinema.

p: Pedro vai ao porto.

b: Beatriz vai ao boliche

s: Suelen vai ao shopping

Já vimos em outra seção que este é um argumento inválido. Vou repetir apenas o finalzinho
da solução. Montando apenas as linhas da tabela verdade em que as premissas são
verdadeiras:

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V V V V V
V V F F V V V V V

Assim, só montamos as linhas que interessam: só aquelas em que todas as premissas são
verdadeiras.

165
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Nestas linhas, vamos analisar a conclusão.

Premissa Premissa Premissa Premissa Conclusão


bb ss pp mm cc m→cm→c c∨pc∨p b∧sb∧s ∼s∨∼p∼s∨∼p ∼m∼m
V V F V V V V V V F
V V F F V V V V V V
Vejam que existe um caso de premissas verdadeiras e conclusão falsa. É a linha destacada em
azul acima.

Portanto, o argumento é inválido.

Ok, repetindo: a linha em azul torna o argumento inválido.

Por que ela torna o argumento inválido?

Porque, nela, nós temos premissas verdadeiras com conclusão falsa.

Em algumas situações, uma boa forma de analisar o argumento é procurando justamente pela
linha da tabela verdade que “fura” o argumento, a linha que o torna inválido.

Como fazemos isso?

Simples.

Primeiro passo: forçamos a conclusão a ser falsa.

Segundo passo: tentamos fazer com que todas as premissas sejam verdadeiras.

Se conseguirmos, então nós achamos a linha que fura o argumento. Nós achamos a linha que
torna o argumento inválido.

Se não conseguirmos, é porque esta linha não existe. Logo, o argumento é válido.

Por isso nós dizemos que a análise é de “baixo para cima”. Porque partimos da conclusão (que
fica embaixo) e vamos para as premissas (que ficam em cima).

Vamos usar esta ferramenta para analisar o argumento acima.

Temos:

Premissas:

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.

3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

Conclusão: Manuel não vai ao mercado.

Primeiro passo: vamos forçar a conclusão a ser falsa.

Para que a conclusão seja falsa, temos:

Manuel vai ao mercado.

Assim, para que a conclusão seja falsa, a proposição “m” é verdadeira.

166
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Proposição Valor lógico Em palavras


"m" verdadeiro Manuel vai ao mercado
Segundo passo: vamos tentar fazer com que as premissas sejam todas verdadeiras.

Na primeira premissa, temos:

1 – Se Manuel vai ao mercado, então Cláudia vai ao cinema.

A primeira parcela do condicional é verdadeira. A segunda parcela deverá ser verdadeira, para
que o condicional seja verdadeiro. Portanto, Cláudia vai ao cinema.

Proposição Valor lógico Em palavras


"m" verdadeiro Manuel vai ao mercado
"c" verdadeiro Cláudia vai ao cinema
Vamos para a terceira premissa.

3 – Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

Para que a conjunção seja verdadeira, as duas parcelas devem ser verdadeiras.

Logo, Beatriz vai ao boliche e Suelen vai ao shopping.

Proposição Valor lógico Em palavras


"m" verdadeiro Manuel vai ao mercado
"c" verdadeiro Cláudia vai ao cinema
b verdadeiro Beatriz vai ao boliche
s verdadeiro Suelen vai ao shopping
Vamos para a quarta premissa.

4 – Suelen não vai ao shopping ou Pedro não vai ao porto.

A primeira parcela da disjunção é falsa. Para que a proposição composta seja verdadeira, sua
segunda parcela tem que ser verdadeira. Portanto, Pedro não vai ao porto.

Proposição Valor lógico Em palavras


"m" verdadeiro Manuel vai ao mercado
"c" verdadeiro Cláudia vai ao cinema
"b" verdadeiro Beatriz vai ao boliche
"s" verdadeiro Suelen vai ao shopping
"p" falso Pedro não vai ao porto
Segunda premissa:

2 – Cláudia vai ao cinema ou Pedro vai ao porto.

A primeira parcela da conjunção é verdadeira. Isso faz com que a premissa seja verdadeira.

Pronto.

Conseguimos!

Achamos um caso em que a conclusão é falsa e todas as premissas são verdadeiras.

Nós partimos da conclusão. Forçamo-la a ser falsa. E mesmo assim conseguimos que as
premissas fossem verdadeiras. Nós localizamos a linha da tabela verdade que torna o
argumento inválido.

167
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Resposta: argumento inválido.

Esta técnica da análise “de baixo para cima” é útil quando a conclusão só apresenta um caso
de falso. Isso ocorre quando a conclusão é:

• uma proposição simples


• uma disjunção
• um condicional

Abaixo, resumimos a técnica da “análise de baixo para cima”:

Mais um exemplo:

(Cespe) Considere que as proposições abaixo sejam premissas de determinado argumento:

• Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.


• Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-
se.
• Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada
a associar-se.

Assinale a opção que correspondente à proposição que é verdadeira por consequência da


veracidade dessas premissas.

a) Roberto não é brasileiro nem tem plena liberdade de associação.

b) Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.

c) Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.

d) Carlos interpretou corretamente a legislação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

e) Se Magnólia foi obrigada a associar-se, então Roberto não tem plena liberdade de
associação.

Resolução:

Vamos então para a análise “de baixo para cima”.

168
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Isso mesmo. Iremos de “baixo para cima”. Partiremos da conclusão. Faremos com que a
conclusão seja falsa. Caso, fazendo com que a conclusão seja falsa, achemos uma situação em
que todas as premissas sejam verdadeiras, então o argumento é inválido. Ou seja, estamos
justamente determinando a linha da tabela verdade em que as premissas são verdadeiras e a
conclusão é falsa.

Repetindo:

1 – “forçaremos” a conclusão a ser falsa

2 – tentaremos fazer com que as premissas sejam verdadeiras

Se conseguirmos, o argumento é inválido (há uma situação de premissas verdadeiras e


conclusão falsa).

Se não conseguirmos, o argumento é válido.

Letra A.

Conclusão: Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.

Nessa nossa tática de ir de “baixo para cima”, a pior alternativa para analisarmos é a letra A.
Nela, nós temos um “e”. Queremos forçar o caso em que a conclusão é falsa. Só que há três
linhas da tabela verdade do “e” que fazem com que a proposição composta seja falsa. É muito
caso para analisar.

Vamos pular para a letra B.

Letra B.

Conclusão: Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.

Queremos forçar a conclusão a ser falsa. Temos um “se... então”. Ele só é falso quando a
primeira parcela é verdadeira e a segunda é falsa. Logo:

1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
Vamos agora tentar fazer com que as premissas sejam verdadeiras.

Primeira premissa:

Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

Queremos que o condicional seja verdadeiro. Sabemos que a primeira parcela é verdadeira,
pois Roberto é brasileiro. Logo, para que o condicional seja verdadeiro, a segunda
parcela deve ser verdadeira.

1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
3 Roberto tem plena liberdade de associação
Vamos para a segunda premissa:

Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

169
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Temos um “ou”. A primeira parcela é falsa (ver conclusão 3). Logo, para que a premissa seja
verdadeira, a segunda parcela deve ser verdadeira. Ou seja, Magnólia foi obrigada a associar-
se.

1 Roberto é brasileiro
2 Carlos não interpretou corretamente a legislação
3 Roberto tem plena liberdade de associação
4 Magnólia foi obrigada a associar-se
Terceira premissa:

Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

Outro condicional. A primeira parcela é verdadeira (ver conclusão 2). A segunda parcela é falsa
(ver conclusão 4). Logo, a terceira premissa é falsa.

Ou seja, não atingimos nosso objetivo. Não conseguimos achar um caso em que a conclusão
é falsa e todas as premissas são verdadeiras. Logo, esse é o argumento válido.

CONDICIONAL ASSOCIADO A ARGUMENTO VÁLIDO


Vou dar um exemplo com duas premissas e uma conclusão. Mas é só um exemplo. O que vem
a seguir vale para qualquer argumento, com qualquer número de premissas.

Sejam a e b duas premissas. Seja c a conclusão. O argumento pode ser escrito assim:

A esse argumento pode ser associado o seguinte condicional:

Nesse condicional, nós temos um “e” unindo as premissas. E o consequente (segunda parcela)
é a conclusão do argumento.

Se o argumento for válido, então esse condicional é uma tautologia. E vice-versa. Se esse
condicional for uma tautologia, o argumento é válido. Dizemos que o argumento é válido se
e somente se o condicional a ele associado é tautológico.

Estendendo o conceito para n premissas, temos:

O argumento

é válido se e somente se o condicional

for uma tautologia.

Vimos acima que, se o argumento é válido, o condicional a ele associado é tautológico. E se o


condicional é tautológico, então o argumento associado é válido.

Isso pode ser entendido da seguinte forma. Nas linhas da tabela-verdade em que pelo menos
uma das premissas é falsa, o condicional é verdadeiro, de cara (pois seu antecedente é falso).
E essas linhas pouco importam para gente, pois, dentro de um argumento, só nos interessam
as linhas da tabela verdade em que as premissas são verdadeiras.

170
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ok, agora vamos para as linhas da tabela-verdade em que todas as premissas são verdadeiras.
Nessas linhas, se a conclusão também for verdadeira, então o argumento é válido. E, além
disso, o condicional a ele associado também assume o valor lógico verdadeiro, o que faz dele
uma tautologia.

Caso contrário, se, em pelo menos uma das linhas em que as premissas são verdadeiras, a
conclusão for falsa, o argumento será inválido. Além disso, o condicional a ele associado não
será mais uma tautologia.

O conceito de condicional associado a um argumento válido pode ser utilizado para identificar
tautologias.

(Esaf - MTE) Um exemplo de tautologia é:

a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo

b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo

c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo

d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme é gordo

e) se João é alto ou não é alto, então Guilherme é gordo

Resolução:

Todas as alternativas trabalham com as mesmas proposições simples, a saber:

p: João é alto

q: Guilherme é gordo

E todas as alternativas trazem condicionais. O condicional tautológico será aquele que pode
ser associado a um argumento válido.

Letra A: “se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo”

Vamos passar esta frase para a forma simbólica?

Podemos dividir esta frase em duas parcelas:

1ª - João é alto

2ª - João é alto ou Guilherme é gordo

A segunda parte é um “ou”: João é alto (p) ou Guilherme é gordo (q) = p∨qp∨q
A ligação entre a primeira parte e a segunda é feita por um condicional.

Vejamos: se João é alto (p), então João é alto (p) ou Guilherme é gordo (q)

Representamos esta frase assim:

p→(p∨q)p→(p∨q)
Este condicional pode ser associado ao seguinte argumento:

Premissa: pp
Conclusão: p∨qp∨q

171
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Notem que se “p” for verdadeiro (premissa verdadeira), isso já garante, automaticamente, que
“p∨qp∨q” é verdadeiro (conclusão verdadeira).
Ou seja, o argumento é válido. Logo, o condicional associado é tautológico.

Pronto. Achamos nossa resposta.

Gabarito: A

5ª TÉCNICA - USANDO A PREMISSA ADICIONAL


Considere o seguinte argumento:

A conclusão dele é um condicional. As premissas são a, b, c e a conclusão é “d→ed→e”.


O condicional associado a esse argumento é:

Acontece que esse condicional aí de cima é equivalente a outro condicional. Ele é equivalente
a:

Observem que a proposição “d” se juntou às premissas.

E agora vem o grande detalhe. Este condicional que obtivemos pode ser associado ao seguinte
argumento:

Então podemos concluir que testar a validade do argumento

é o mesmo que testar a validade do argumento

Ou seja, inicialmente nós tínhamos um argumento em que a conclusão era o condicional


“d→ed→e”. Nós podemos trazer a proposição “d” para o lado das premissas. Nós ganhamos
uma premissa adicional!!!

Como exemplo, vejamos a seguinte questão:

(Cespe) Considere que as proposições abaixo sejam premissas de determinado argumento:

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

Assinale a opção que correspondente à proposição que é verdadeira por consequência da


veracidade dessas premissas.

a) Roberto não é brasileiro nem tem plena liberdade de associação.

b) Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.

172
Apostila Pré-Edital: SEMSA

c) Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.

d) Carlos interpretou corretamente a legislação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

e) Se Magnólia foi obrigada a associar-se, então Roberto não tem plena liberdade de
associação.

Resolução:

Observem que várias das alternativas trazem condicionais como conclusão.

Vamos testá-las.

A primeira alternativa em que a conclusão é um condicional é a letra B. Nesta alternativa,


temos:

Premissas:

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

Conclusão:

Se Roberto é brasileiro, então Carlos interpretou corretamente a legislação.

Para testar a validade desse argumento, podemos contar com a premissa adicional. Basta
tomar o antecedente da conclusão como premissa.

Fazendo isso, as premissas passam a ser:

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

- Roberto é brasileiro (premissa adicional)

E a conclusão passa a ser:

Carlos interpretou corretamente a legislação.

Agora ganhamos uma premissa simples, fácil de ser analisada. Trata-se da “Premissa adicional”.
Ela já nos permite saber, de cara, de imediato, que Roberto é brasileiro. Agora temos um ponto
de partida para analisar as demais premissas.

Ou seja, a técnica 5 só serve para nos dar um ponto de partida. Tendo esse ponto de partida
(uma premissa “fácil”), podemos aplicar a técnica 1:

Da quarta premissa, temos que Roberto é brasileiro.


1 Roberto é brasileiro
Vamos para a primeira premissa. Queremos que ela seja verdadeira.

173
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Se Roberto é brasileiro (V), então Roberto tem plena liberdade de associação.

Sabemos que a primeira parcela é verdadeira (ver conclusão 1). Logo, a segunda parcela
também deve ser verdadeira.

1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem plena liberdade de associação
Vamos para a segunda premissa.

- Roberto não tem plena liberdade de associação (F) ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

Temos um “ou”. Sabemos que sua primeira parcela é falsa (pois Roberto tem plena liberdade
de associação). Para que o “ou” seja verdadeiro, a segunda parcela deve ser verdadeira. Logo,
Magnólia foi obrigada a se associar.

1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem plena liberdade de associação
3 Magnólia foi obrigada a se associar
Vamos para a terceira premissa.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se (F).

Temos um condicional. A segunda parcela é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser falsa, para
que o condicional seja V. Portanto, Carlos interpretou corretamente a legislação.

1 Roberto é brasileiro
2 Roberto tem plena liberdade de associação
3 Magnólia foi obrigada a se associar
4 Carlos interpretou corretamente a legislação
Ou seja, realmente podemos concluir que Carlos interpretou corretamente a legislação. A
alternativa está correta.

Vamos aproveitar para analisar as demais alternativas da questão.

Letra C.

A conclusão apontada é:

Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Roberto é brasileiro.

Vamos adotar a tática da premissa adicional. Nosso argumento passa a ser:

Premissas:

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

- Carlos não interpretou corretamente a legislação (premissa adicional)

Conclusão: Roberto é brasileiro.

Da quarta premissa, temos que Carlos não interpretou corretamente a legislação.

174
Apostila Pré-Edital: SEMSA

1 Carlos não interpretou corretamente a legislação


Vamos para a terceira premissa.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação (V), então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

Temos um condicional em que a primeira parcela é verdadeira. Para que o condicional seja
verdadeiro, a segunda parcela deve ser verdadeira.

1 Carlos não interpretou corretamente a legislação


2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
Vamos para a segunda premissa.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se (F).

Temos um “ou” em que a segunda parcela é falsa. Para que o “ou” seja verdadeiro, a primeira
parcela deve ser verdadeira.

1 Carlos não interpretou corretamente a legislação


2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
Primeira premissa.

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação (F).

É um condicional em que a segunda parcela é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser falsa,
para que a proposição composta seja verdadeira.

1 Carlos não interpretou corretamente a legislação


2 Magnólia não foi obrigada a associar-se
3 Roberto não tem plena liberdade de associação
4 Roberto não é brasileiro
Logo, está errada a conclusão apresentada, de que Roberto é brasileiro.

A letra D não apresenta uma conclusão do tipo "condicional" (se p, então q). Logo, não
podemos usar a 5ª técnica.

Vamos pular para a letra E:

E) Se Magnólia foi obrigada a associar-se, então Roberto não tem plena liberdade de
associação.

Outra vez, temos uma conclusão na forma de um condicional. Podemos utilizar a técnica da
“premissa adicional”.

Nosso argumento passa a ser:

Premissas:

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se.

175
Apostila Pré-Edital: SEMSA

- Magnólia foi obrigada a associar-se (premissa adicional)

Conclusão:

Roberto não tem plena liberdade de associação.

Vamos verificar sua validade.

Da premissa adicional, temos que Magnólia foi obrigada a associar-se.

1 Magnólia foi obrigada a associar-se


Terceira premissa.

- Se Carlos não interpretou corretamente a legislação, então Magnólia não foi obrigada a
associar-se (F).

Temos um condicional em que a segunda parcela é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser
falsa, para que o condicional seja verdadeiro.

1 Magnólia foi obrigada a associar-se


2 Carlos interpretou corretamente a legislação
Segunda premissa.

- Roberto não tem plena liberdade de associação ou Magnólia foi obrigada a associar-se (V).

Temos um “ou” em que a segunda parcela é verdadeira. Logo, a segunda premissa já é


verdadeira. O Roberto pode ter ou não plena liberdade de associação. Tanto faz. De um jeito
ou de outro, a segunda premissa é verdadeira.

Primeira premissa.

- Se Roberto é brasileiro, então Roberto tem plena liberdade de associação.

Como não sabemos que se Roberto tem ou não liberdade de associação, então há várias
formas de a primeira premissa ser verdadeira. Temos os seguintes casos:

1 – Roberto é brasileiro e Roberto tem plena liberdade de associação

2 – Roberto não é brasileiro e Roberto tem pela liberdade de associação

3 – Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.

Nesses três casos, a primeira premissa é verdadeira.

Observem atentamente os dois primeiros casos, destacados em vermelho:

1 – Roberto é brasileiro e Roberto tem plena liberdade de associação

2 – Roberto não é brasileiro e Roberto tem pela liberdade de associação

3 – Roberto não é brasileiro e Roberto não tem plena liberdade de associação.

Eles correspondem a duas linhas da tabela-verdade em que a conclusão é falsa. Logo, é


possível termos todas as premissas verdadeiras e a conclusão falsa. Portanto, o argumento
é inválido.

176
Apostila Pré-Edital: SEMSA

6ª TÉCNICA - REGRAS DE INFERÊNCIA


Uma ferramenta para a análise da validade de um argumento consiste na aplicação das
chamadas regras de inferência. É certamente a ferramenta mais poderosa, que possibilita uma
análise de argumentos com maior rapidez.

Sua grande desvantagem é: não é sistemática.

Não tem receita de bolo. Exige um certo jogo de cintura.

Muito bem. Nas regras de inferência temos o seguinte. Temos um conjunto de argumentos
válidos, tidos como básicos, de uso corrente. Utilizamos estes argumentos para verificar se
outros argumentos são, também, válidos.

Para concurso, na maior parte das vezes, não interessa saber quais são esses argumentos
básicos, nem ver exemplos detalhados de sua utilização. O que nos interessa é aproveitar a
ideia por trás das regras de inferência.

A ideia é: combinar duas ou mais premissas para formar outras, mais simples de serem
analisadas.

Exemplo de questão:

(Esaf) Márcia não é magra ou Renata é ruiva. Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva. Renata
não é ruiva ou Beatriz não é bailarina. Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra. Assim,

a) Márcia não é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é bailarina.

b) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é bailarina.

c) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz não é bailarina.

d) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz é bailarina.

e) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz não é bailarina.

Resolução:

Antes de aplicar a 6ª técnica, vejamos a aplicação da 2ª técnica. A finalidade disso é só mostrar


como a 6ª técnica é bem mais rápida, o que sempre é bom (na hora da prova, tempo vale
ouro).

Iniciando pela segunda técnica:

Sabemos que as seguintes informações são verdadeiras:

1) Márcia não é magra ou Renata é ruiva

2) Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva

3) Renata não é ruiva ou Beatriz não é bailarina

4) Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra

Montamos uma tabela com todas as possibilidades e vamos riscando as situações que
contradizem o enunciado.

177
Apostila Pré-Edital: SEMSA

1 - Márcia não é magra ou Renata é ruiva.

Posso excluir os casos em que Márcia é magra e Renata não é ruiva (pois esta combinação
tornaria falsa a proposição acima).

2 - Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva.

Excluo casos em que Beatriz não é bailarina e Renata é ruiva (novamente, é a hipótese que
tornaria falsa a proposição acima).

3 - Renata não é ruiva ou Beatriz não é bailarina.

Temos um conectivo “ou”. Ele só é falso quando as duas parcelas são falsas. No caso, a
proposição é falsa quando Renata é ruiva e Beatriz é bailarina.

178
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Repare que, olhando na tabela as informações que ainda não foram riscadas, já sabemos sobre
Márcia (não é magra) e Renata (não é ruiva), só nos falta saber de Beatriz.

4 - Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra.

Agora temos um condicional. Qual a única situação em que um condicional é falso? Quando
o primeiro termo é verdadeiro e o segundo é falso (V/F).

Podemos separar a frase em duas “parcelas”. A primeira se refere a Beatriz; a segunda é sobre
Márcia. Quando Beatriz não é bailarina, a primeira parte é verdadeira. Quando Márcia é magra,
a segunda parte é falsa. Primeiro termo verdadeiro e segundo termo falso faz com que a frase
acima seja falsa.

Devemos, portanto, descartar esta opção.

Portanto, Márcia não é magra, Renata não é ruiva e Beatriz é bailarina.

Gabarito: A

Vamos refazer a questão, agora usando a técnica 6. Observem como é muito mais rápido:

Relembrando o enunciado:

Márcia não é magra ou Renata é ruiva. Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva. Renata não é
ruiva ou Beatriz não é bailarina. Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra. Assim,

a) Márcia não é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é bailarina.

b) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz é bailarina.

c) Márcia é magra, Renata não é ruiva, Beatriz não é bailarina.

d) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz é bailarina.

e) Márcia não é magra, Renata é ruiva, Beatriz não é bailarina.

179
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Nova resolução:

Nesta nova solução, vamos combinar premissas para chegar em proposições mais simples (que
é a ideia das regras de inferência).

As premissas são:

1) Márcia não é magra ou Renata é ruiva

2) Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva

3) Renata não é ruiva ou Beatriz não é bailarina

4) Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra

Vamos focar nas premissas 2 e 3:

2) Beatriz é bailarina ou Renata não é ruiva

3) Renata não é ruiva ou Beatriz não é bailarina

As duas premissas devem ser verdadeiras (ao mesmo tempo!!!).

Uma delas afirma que Beatriz é bailarina. A outra afirma que Beatriz não é bailarina.

Quanto à Beatriz, portanto, uma das duas premissas está errada.

Não nos interessa qual das duas premissas erra sobre Beatriz.

O que interessa é isso: uma das premissas apresenta uma parcela falsa (a parcela que fala sobre
Beatriz).

Assim, a outra parcela deve ser verdadeira, para que a disjunção seja verdadeira.

E qual é a outra parcela?

A outra parcela é: “Renata não é ruiva”.

Assim, a única forma de as duas premissas serem simultaneamente verdadeiras é se Renata


não for ruiva.

Renata não é ruiva.

Pronto. Isso já pode ser concluído. Já sabemos que Renata não é ruiva. Essa é a única forma
de fazer com que as premissas 2 e 3 sejam verdadeiras ao mesmo tempo.

Olha só como foi mais rápido: não precisou de tabela, não precisou de chute inicial, de nada.

Por outro lado, não tem receita de bolo. Foi necessário um pouco de “jogo de cintura” para
perceber que era possível combinar as premissas 2 e 3.

Bom, já sabendo que Renata não é ruiva, podemos analisar as demais premissas.

Vamos para a primeira premissa:

1) Márcia não é magra ou Renata é ruiva

A segunda parcela do “ou” é falsa. Logo, a primeira parcela deve ser verdadeira.

Márcia não é magra.

180
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos para a última premissa:

4) Se Beatriz não é bailarina então Márcia é magra

A segunda parcela do condicional é falsa. Para que o condicional seja verdadeiro, a primeira
parcela deve ser falsa.

Beatriz é bailarina.

Pronto. Descobrimos que Renata não é ruiva, Márcia não é magra e Beatriz é bailarina. Isso
sem precisar de chute para ser testado. Sem precisar de tabela. É bem mais rápido.

Mas, por outro lado, não tem “receita de bolo”, esse é o problema.

O essencial é apenas que o candidato entenda a "ideia" de combinar premissas para obter
proposições mais fáceis de serem analisadas. São raras as questões que efetivamente solicitam
o conhecimento das regras de inferência propriamente dita.

No entanto, como é possível a cobrança, vale a pena passar rapidamente por tais regras. Além
disso, é inegável que o candidato que saiba as regras de inferência tem vantagem competitiva
sobre os candidatos que não sabem.

Regras de inferência são argumentos válidos tidos como “básicos”, de uso corrente. São
também chamados de argumentos fundamentais. Eles são utilizados para executar passos ao
longo da verificação da validade de um argumento maior.

Não existe consenso entre os autores sobre quais são as regras de inferência. Alguns usam um
conjunto menor de regras. Outros usam um conjunto menor.

Para o nosso curso vamos ver as seguintes:

1 – Regra da adição:

p−−p_
p∨qp∨q
2 – Regra de simplificação:

(p∧q)−−−−−−(p∧q)_
pp
3 – Regra da conjunção.

pp
q−−−q_
p∧qp∧q
4 - Dupla negação:

¬¬p−−−−¬¬p_
pp
5 – Regra Modus Ponens

pp
(p→q)−−−−−−(p→q)_
qq

181
Apostila Pré-Edital: SEMSA

6 – Regra Modus Tollens

p→qp→q
¬q−−¬q_
¬p¬p
7 – Regra do Silogismo Disjuntivo

p∨qp∨q
¬q−−¬q_
pp
8 – Regra do Silogismo Hipotético

p→qp→q
q→r−−−−−q→r_
p→rp→r
9 - Condicionais para Bicondicional:

p→qp→q
q→p−−−−−q→p_
p↔qp↔q
10 - Bicondicional para condicionais:

p↔q−−−−−p↔q_
p→qp→q
Não vou ficar colocando a demonstração da validade de todos esses argumentos. Apenas para
exemplificar, vejamos a Modus Tollens.

Na única linha em que todas as premissas são verdadeiras, a conclusão também é. Logo, o
argumento é válido.

Vocês observaram que tratamos as regras de inferência com certo "descaso" porque, para
resolver questões de prova (é nosso interesse), de fato não precisamos tanto assim delas.
Embora o candidato que tenha conhecimento de tais regras esteja à frente dos demais, o fato
é que as questões de prova geralmente não são tão profundas assim a ponto de exigir o
conhecimento das regras de inferência. A grande maioria das questões fica em argumentos
mais simples, que dispensam esse tipo de técnica.

Contudo, em concursos na qual é cobrada lógica num nível mais avançado, onde é exigido o
conhecimento do cálculo de predicados de primeira ordem, precisamos ver técnicas bem mais
avançadas para análise de argumentos lógicos. Neste contexto, finalmente as regras de
inferência vêm para a posição de "destaque" que realmente merecem.

Ou seja, elas têm sua importância. Mas, para o nível básico destes capítulos que estamos
estudando, que, aliás, é o nível exigido em 99,99% dos concursos, podemos ir bem sem elas.

182
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos agora fazer um apanhado das técnicas estudadas:

Técnica Quando aplicar

A ideia aqui é partir das premissas e chegar até a conclusão. Então o trabalho é facilitado
se houver premissa com um único caso de valor lógico V. Exemplos:
1
- houver premissas que são proposições simples
- houver premissas que são conjunções

Pode ser aplicada sempre. Mas a ideia aqui é meio que fazer uma tabela verdade,
simplificada, mas ainda assim uma tabela. Então se o argumento tiver muitas proposições
simples, essa tabela vai ficar grandona, com muitas linhas.
2
Resultado: recomendo usar a técnica se as premissas tiverem 2 ou 3 proposições simples
diferentes. No máximo 4. Se passar disso, a técnica fica bem demorada, pois teremos um
baita de um tabelão para montar.
3 Pode ser usada sempre, mas é sujeita a erros.

A ideia aqui é partir da conclusão e chegar até as premissas. Deste modo, nosso trabalho
será facilitado quando a conclusão tiver uma única linha da tabela verdade com valor F.
Exemplos:
4
- a conclusão for um condicional
- a conclusão for uma disjunção
- a conclusão for uma proposição simples

5 Usar quando a conclusão for um condicional


6 Pode ser usada sempre

Resumo do capítulo

Obs.: as premissas são apenas consideradas verdadeiras. Não interessa o que ocorre no mundo
real. Apenas trabalhamos com as valorações em que as premissas são V, e verificamos se a
conclusão é V também.

A tarefa de verificar se, no mundo real, elas são de fato V, é das outras ciências (biologia,
química, engenharia, etc.).

Análise de argumentos pela tabela-verdade:

Monte uma tabela verdade que inclua as premissas e a conclusão.

Verifique as linhas em que todas as premissas são V. Se, em todas estas linhas, a conclusão for
V também, o argumento é válido.

Do contrário, é inválido.

183
Apostila Pré-Edital: SEMSA

PREMISSAS V + CONCLUSÃO F = ARGUMENTO INVÁLIDO

PREMISSAS V + CONCLUSÃO V = ARGUMENTO VÁLIDO

1ª Técnica: É a técnica da caça ao tesouro. Elimine as linhas que tornam as premissas falsas.

Isso será facilitado se houver premissas fáceis (com um único caso de verdadeiro). Exemplo:

- premissas com proposições simples

- premissas com conectivo “e”.

2ª Técnica: Faça uma tabela verdade simplificada, assim:

- faça só as colunas das proposições simples;

- como o número de colunas será reduzido, você pode optar por colocar frases em vez de
letras.

Em seguida, vá riscando as linhas que tornam as premissas falsas

3ª Técnica: Chute inicial: chute alguma coisa, para ter um ponto de partida.

Cuidado: a técnica pode conduzir a erros, se houver mais de uma linha da tabela verdade em
que todas as premissas são verdadeiras.

4ª técnica:

Diagramas lógicos (Argumentos envolvendo proposições categóricas)


1) QUANTIFICADORES

Uma sentença aberta é uma sentença que possui pelo menos uma variável e que não pode
ser julgada em V ou F (uma definição mais precisa de fórmulas abertas é estudada dentro de
lógica de primeira ordem).

Exemplo:

x+3>5x+3>5
Se eu pedisse para você julgar isso em V ou F, o que você diria?

Você concorda que não dá para afirmar que isso é V e nem que é F? Afinal de contas, se não
sabemos quanto vale x, não tem como saber se x+3x+3 vai dar maior que 5 ou não. Como não
é possível julgar isso em V ou F, então x+3>5x+3>5 não é uma proposição.
184
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Esse tipo de sentença, que apresenta variáveis, é chamada de sentença aberta.

Vamos agora olhar para uma segunda frase:

Existe algum número xx, pertencente ao conjunto dos números reais, tal que x+3>5x+3>5
Agora mudou tudo, concorda? Afinal de contas, está "na cara" que agora estamos diante de
uma frase que é verdadeira. Se já conseguimos julgar em V ou F, então agora sim estamos
diante de uma proposição.

O resultado final foi que conseguimos transformar a sentença aberta em uma proposição. Isso
foi possível com o uso da expressão "existe algum". Este "existe algum", ou, resumidamente,
"algum", é chamado de quantificador. Os quantificadores são geralmente indicados por
palavras como: todo, algum, nenhum, alguém, ninguém.

As proposições que contemplam esses quantificadores são chamadas de proposições


categóricas. Exemplos:

• Todo A é B
• Nenhum A é B
• Algum A é B
Quando uma questão de prova trouxer um argumento que contenha proposições desse tipo,
a gente não conseguirá resolver usando as tabelas verdade. É que a tabela verdade não
consegue captar adequadamente o tipo de relação entre conjuntos que está expresso nas
proposições categóricas.

Para dar conta do recado, a análise de argumento passa a ser feita por meio do que chamamos
de diagramas lógicos. Um diagrama lógico nada mais é que um desenho esquemático dos
conjuntos envolvidos.

Como montar os diagramas?

A técnica é bastante simples. Vamos começar com o caso do todo. Exemplo:

“Todo cachorro late”

Significa que o conjunto dos cachorros está dentro (está contido) do conjunto das coisas que
latem. Deste modo:

A ideia é sempre essa. Sempre que nos disseram que “Todo X é Y” significa que o conjunto
dos X está contido no conjunto dos Y. Ou, dizendo de forma um pouco diferente: o conjunto
dos cachorros é um subconjunto do conjunto das coisas que latem.

Reparem que este quantificador apenas nos indica que um conjunto está contido no outro.
Mas ele nada afirma sobre a existência de elementos dentro dos conjuntos. Nada impediria
que os conjuntos vermelho e preto fossem ambos vazios.

185
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Eu sei que isso pode parecer estranho, pois nós sabemos que, na vida real, existem sim
cachorros e existem sim animais que latem. Mas, dentro da lógica, não podemos pressupor a
existência de elementos em cada conjunto, a menos que a questão assim nos garanta.

Para ficar mais claro, vamos mudar a frase:

Todo dragão voa.

Isso nos dá certeza de que não há dragões fora do conjunto das coisas que voam:

É a região cinza da figura acima. Nesta aula, vamos usar a cor cinza para indicar que não há
elementos na região.

Vou repetir porque é muito importante: a frase "todo dragão voa" nos diz que a região cinza
acima não possui elementos. É exatamente isso fará com que o conjunto dos dragões esteja
contido no conjunto das coisas que voam.

Agora, simplesmente dizer que “todo dragão voa” não nos dá certeza de que existem dragões,
nem de que existam coisas que voam. Deste modo, nas regiões em amarelo, não sabemos se
há ou não elementos.

Esta proposição em especial foi utilizada porque, no mundo real, de fato, não há dragões. O
que não te impediu de julgar a proposição acima em V ou F, dependendo de qual história em
quadrinhos, desenho animado ou filme você assista

Resumindo o que vimos até agora:

Todo A é B:

O conjunto A está contido em B

(*) Nada nos diz sobre a existência de elementos em A ou em B.

Agora vamos para o caso do algum.

“Algum brasileiro fala espanhol”

Este quantificador também nos traz algumas incertezas. Vejam como fica o desenho:

186
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Mas ainda não terminamos! O desenho está incompleto!

Quando dizemos que alguns brasileiros falam espanhol, nós temos a certeza que os dois
conjuntos se tocam. E mais que isso: na intersecção, há pelo menos um elemento. Ou seja,
existe pelo menos uma pessoa que é brasileira e, além disso, fala espanhol.

Isso nos dá a certeza de que, na região marcada com um (X) na figura abaixo, existe pelo
menos uma pessoa:

Quanto às demais regiões do diagrama, não sabemos se correspondem a algum indivíduo.


São “regiões de incerteza”, representadas em amarelo:

Não sabemos se há brasileiros que não falam espanhol (região 1 da figura). Também não
sabemos se há pessoas que falam espanhol e não são brasileiras (região 2 da figura).

Situação semelhante acontece com a seguinte proposição:

Alguns brasileiros não falam espanhol.

O diagrama é quase o mesmo. A única coisa que muda é a “região de incerteza”. Agora, temos
certeza de que existem brasileiros que não falam espanhol. É a região marcada com um (X) ma
figura abaixo:

Não temos certeza se há pessoas que são brasileiras e falam espanhol (região 1). Também não
sabemos se há pessoas que não são brasileiras e falam espanhol (região 2).

Vamos para o caso do nenhum.

“Nenhum dragão é dinossauro”

187
Apostila Pré-Edital: SEMSA

O "nenhum" segue a mesma regra do "todo". Isso porque o "nenhum" nada mais é que o
quantificador "todo" com um "não" embutido. Em outras palavras, dizer que "nenhum A é B"
é o mesmo que falar que "todo A não é B".

Neste exemplo, estamos afirmando que o conjunto dos dragões não apresenta intersecção
com o conjunto dos dinossauros.

Assim:

Novamente: dizemos que não há intersecção entre os dois conjuntos.

Poderíamos representar o diagrama de uma forma um pouco diferente, mas representando a


mesma proposição, assim:

A única certeza que temos é que não há intersecção entre os conjuntos. É a região cinza da
figura acima. Pintamos de cinza para indicar ausência de elementos.

Contudo, simplesmente dizer que “nenhum dragão é dinossauro” não garante qualquer coisa
sobre a existência de elementos dentro do conjunto dos dragões (região 1 da figura), ou dentro
do conjunto dos dinossauros (região 2). Não temos certeza se existem dragões. Nem se
existem dinossauros. Apenas temos certeza de que não há dragões que também sejam
dinossauros.

Esta proposição em especial foi utilizada porque, no mundo real, atualmente, não existem
dinossauros. Também não existem dragões. Mas nada disso te impediu de julgar a proposição
acima como V. O que não significa, de modo algum, que estejamos afirmando a existência de
qualquer um destes dois tipos de criatura.

Nesta primeira explicação, deixei em amarelo as regiões de incerteza, para poder chamar
melhor a atenção para elas.

Nos exercícios, para não sobrecarregar muito as imagens, vou deixar as “regiões de incerteza”
em branco, em vez de amarelo. Só quando eu quiser chamar a atenção para alguma região de
incerteza em particular, aí eu pinto de amarelo, ok?

188
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Então, para relembrar todos os desenhos, vamos ver mais alguns exemplos.

Exemplos

Represente os diagramas para as seguintes proposições:

a) Algum corintiano não é flamenguista

b) Nenhum palmeirense é vascaíno

c) Algum são paulino é botafoguense

d) Todo santista é fluminense.

Resolução:

Letra A: Algum corintiano não é flamenguista

A região com um (X) é aquela em que temos certeza de que há algum elemento. Nas demais,
não temos certeza.

Letra B: Nenhum palmeirense é vascaíno

Só temos certeza de que não há elementos na intersecção. Por isso, pintamos com cinza para
indicar a ausência de elementos na região.

Outra opção seria desenhar os conjuntos totalmente separados:

Letra C. Algum são-paulino é botafoguense

189
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Só temos certeza de que há elementos na intersecção. Por isso marcamos com um (X). Nas
demais regiões, em branco, não sabemos se há elementos.

Letra D: Todo santista é fluminense.

Só sabemos que não existem santistas fora do conjunto vermelho. Por isso a região foi pintada
com cinza, para indicar a ausência de elementos.

Uma outra possibilidade seria colocar um conjunto dentro do outro:

Resumindo:

• “todo” e “nenhum” só nos dão certeza sobre regiões cinzas (em que não há elementos)
• “algum” só nos dá certeza sobre região com (X) – ou seja, região que contém um
elemento.
O quantificador "algum" é chamado de quantificador existencial. Pois ele garante a existência
de elementos em determinada região do diagrama

O quantificador "todo" é chamado de quantificador universal. Ele não garante a existência de


elementos.

As proposições do tipo "Todo A é B", "Nenhum A é B", "Algum A é B" e "Algum A não é B" são
chamadas de proposições categóricas.

2) NEGAÇÃO DE PROPOSIÇÕES COM QUANTIFICADORES


Exemplo:

Todo brasileiro fala espanhol.

Vamos fazer a negação? Para tanto, basta pensarmos: quando é que isso é falso?

190
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Essa proposição será falsa quando nem todo brasileiro falar espanhol. Ou ainda, quando
houver ao menos um brasileiro que não saiba falar espanhol.

Outro exemplo:

Algum brasileiro fala espanhol.

Vamos fazer a negação? De novo, basta pensar: quando é que isso é falso?

Essa proposição será falsa quando não houver brasileiro que fale espanhol. Isso pode ser dito
de duas maneiras:

Nenhum brasileiro fala espanhol.

Todo brasileiro não fala espanhol.

A tabela abaixo mostra como devemos fazer as negações:

Proposição original Negação


Nem todo brasileiro fala espanhol
Todo brasileiro fala espanhol
Algum brasileiro não fala espanhol
Nenhum brasileiro fala espanhol
Algum brasileiro fala espanhol.
Todo brasileiro não fala espanhol

É claro que o resumo acima, envolvendo algum, todo e nenhum, aplica-se, por analogia, a
todos/alguém/ninguém.

Podemos entender a tabelinha acima por meio dos diagramas.

Iniciando por: todo brasileiro fala espanhol.

O diagrama fica:

O diagrama nos diz que não há elementos na região cinza.

Na hora de fazer a negação, o que fazemos? Simplesmente afirmamos que há sim elementos
na região cinza, assim:

Diagrama original Negação

Resultado: algum brasileiro não fala espanhol.

191
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Agora mudemos de exemplo. Vamos analisar a proposição: algum brasileiro fala espanhol. O
diagrama fica:

O diagrama afirma existirem elementos na intersecção.

Na hora de negar a proposição, o que vai ocorrer? Vamos afirmar que não existem elementos
na intersecção.

Diagrama original Negação

Resultado: nenhum brasileiro fala espanhol.

Outro procedimento interessante é simplesmente decorarmos a regrinha abaixo.

Para negar uma proposição categórica, fazemos assim:

• trocamos o tipo de quantificador (se era universal, trocamos por existencial. Se era
existencial, trocamos por universal)
• trocamos a frase afirmativa por negativa, ou vice-versa.

Exemplos:

Proposição original Alterações Negação

Trocamos o universal pelo existencial (algum)


Todo A é B Algum A não é B
A frase original está na afirmativa, substituímos por uma negativa (não)

Todo A não é B
Trocamos o existencial pelo universal (todo)
Algum A é B =
A frase original está na afirmativa, substituímos por uma negativa (não)
Nenhum A é B (?)

Trocamos o existencial pelo universal (todo)


Algum A não é B Todo A é B
A frase original está na negativa, substituímos por uma afirmativa (não )

Nenhum A é B
Trocamos o universal pelo existencial (algum)
= Algum A é B
A frase original está na negativa, substituímos por uma afirmativa (não )
Todo A não é B (?)

3) RELAÇÃO ENTRE AS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS E OS CONECTIVOS LÓGICOS


A proposição "todo A é B" traz consigo o mesmo sentido do condicional "se A, então B". Esse
aspecto é relativamente comum em provas de concursos e não é difícil entender, por ser
bastante intuitivo.

192
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo:

Todo paulista é brasileiro

Esta frase nos garante que, sempre que estivermos diante de um paulista, ele obrigatoriamente
será brasileiro. Mas o contrário não é garantido: o fato de estarmos diante de um brasileiro
não nos dá certeza de que a pessoa é paulista.

Vamos representar o diagrama:

Agora vamos analisar o condicional.

Você concorda que, se alguém estiver dentro do conjunto vermelho, ele obrigatoriamente
estará no conjunto preto? Isso é bem lógico, já que um conjunto está dentro do outro.

Se um elemento estiver no vermelho, então está no preto

Se a pessoa é paulista, então é brasileira

Isso nos mostra que as frases acima são correspondentes:

Todo A é B

Se um elemento é A, então é B.

4) QUADRO DE OPOSIÇÕES
(*) Observação: em toda esta seção vamos supor que os conjuntos são não vazios, blz? É a única
forma de não cairmos na Falácia Existencial.

O que nós estudamos na seção anterior já é suficiente para você matar 99,99% das questões
de prova.

Contudo, tem sempre aquele 0,01% que gosta de cobrar "nomes", "classificações" e coisas do
tipo. É para essas questões que estou abrindo esta seção específica. Esta seção tem péssima
relação custo benefício. Eu sugiro que você pule tudo o que vem a seguir, e só volte
futuramente para ler se se deparar com alguma questão da sua banca cobrando este
tema.

193
Apostila Pré-Edital: SEMSA

As proposições categóricas recebem nomes especiais, assim:

Proposição
Nome Comentários Símbolo
categórica
universal temos o quantificador universal e estamos
Todo S é P A
afirmativa afirmando algo
Nenhum S é P
universal estamos usando o quantificador universal e
= E
negativa estamos negando algo
Todo S não é P
particular estamos usando o quantificador existencial e
Algum S é P I
afirmativa estamos afirmando algo

particular estamos usando o quantificador existencial e


Algum S não é P O
negativa negando algo

Usamos esses símbolos que estão na última coluna para montar o chamado "quadro de
oposições".

Nós já sabemos que a negação de "Todo S é P" é dada por "Algum S não é P". Ou seja, "A" e
"O" são contraditórias, pois quando uma é V a outra é F. Quando uma é F, a outra é V. Elas
obrigatoriamente têm valores lógicos opostos.

Já sabemos também que a negação de "Nenhum S é P" é dada por "Algum S é P". Ou seja, "E"
e "I" também são contraditórias.

Agora considerem as seguintes frases:

• Toda seleção de futebol sul americana já foi campeã mundial (A)


• Nenhuma seleção de futebol sul americana já foi campeã mundial (E)
Caso a primeira seja V, a segunda é F. E caso a segunda seja V, a primeira é F, concordam?

Ok, até aqui tudo certo.

Mas imagine o seguinte caso. Suponha que apenas Brasil, Argentina e Uruguai tenham vencido
a copa do mundo, e que os demais países (Paraguai, Chile, Peru, Venezuela, etc) não tenham
vencido.

Daí a primeira afirmação será F, pois nem toda seleção sul americana terá sido campeã. E a
segunda também será F, pois algumas foram sim campeãs.

Ou seja, tais proposições nem sempre apresentam valores lógicos opostos, já que é possível
que ambas sejam falsas. Neste caso, dizemos que elas são contrárias.

194
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Próximo exemplo:

• Alguma seleção de futebol sul americana já foi campeã mundial (I)


• Alguma seleção de futebol sul americana não foi campeã mundial (O)
Agora, é possível que ambas sejam verdadeiras. É impossível que ambas sejam falsas, mas
ambas verdadeiras é possível. Neste caso, dizemos que elas são sub-contrárias:

Por fim, vamos às subalternas.

Se soubermos que "Toda criança que come muito doce é obesa", então podemos concluir que
"Alguma criança que come doce é obesa". A primeira proposição garante a segunda.

De mesma forma, se soubermos que "Nenhuma criança que joga futebol é obesa", então
podemos concluir que "alguma criança que joga futebol não é obesa".

Esta relação corresponde às subalternação:

5) SILOGISMOS CATEGÓRICOS DE FORMA PADRÃO


Esta seção tem péssima relação custo benefício. Eu sugiro que você pule tudo o que vem a
seguir, e só volte futuramente para ler se se deparar com alguma questão da sua banca
cobrando este tema.

Quando temos um argumento lógico formado por duas premissas e uma conclusão, em que
todas são proposições categóricas, estamos diante de um silogismo categórico.

No silogismo categórico de forma padrão, temos exatamente três termos, e cada termo
aparece duas vezes.

P1: Todo mamífero é animal

P2: Todo elefante é mamífero

C: Todo elefante é animal

Temos três termos: elefante / mamífero / animal.


195
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Na conclusão temos:

• sujeito = elefante
• predicado = animal
O sujeito da conclusão é chamado de termo menor. O predicado é o termo maior. Para lembrar
disso, basta lembrar que o conjunto dos elefantes está contido no conjunto de todos os
animais.

O termo mamífero aparece apenas nas premissas, e é chamado de termo médio. Para lembrar
disso, basta ver que ele está no meio entre os outros dois, assim:

O conjunto dos elefantes está contido no dos mamíferos.

O conjunto dos mamíferos está contido no dos animais

Elefantes < Mamíferos < Animais

A premissa P1 sempre apresenta o termo maior. Ela é chamada de premissa maior.

A premissa P2 sempre apresenta o termo menor. Ela é chamada de premissa menor.

Proposições: Definição, Reconhecimento, Princípios Lógicos


O conceito de proposição é básico em lógica. Quando digo "básico", não estou querendo dizer
que é "fácil", nem que é difícil. Estou querendo dizer que serve de base para todo o restante
da matéria.

Apesar de ser algo básico, dar uma definição precisa e exata de "proposição" é bem
complicado. Aliás, é interessante como isso é frequente em matemática: definir precisamente
conceitos básicos é, em geral, uma tarefa ingrata.

Para um primeiro contato com a matéria, é bem melhor ficarmos com uma definição
"imprecisa". Vamos então definir proposição como um enunciado que pode ser julgado em V
ou F.

Proposição: Enunciado Que Pode Ser Julgado Em V Ou F

Nas provas de concurso, o exemplo mais comum de proposição é a frase declarativa.

Exemplo:

O Brasil é um país da América do Sul

Acima temos uma frase declarativa.

Pergunta: você consegue julgá-la em V ou F?

Sim, certamente sim. Você consegue sem dúvidas dizer que estamos diante de um enunciado
verdadeiro. Deste modo, se é possível julgar em V ou F, então estamos diante de uma
proposição. No caso, uma proposição verdadeira.

É muito comum "batizarmos" as proposições por letras do alfabeto. Poderíamos, por exemplo,
representar a proposição acima pela letra R:

R: O Brasil é um país da América do Sul

196
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Estas características de verdadeiro (V) e falso (F) são chamadas de valores lógicos da
proposição. No exemplo que vimos acima, dizemos que a proposição R tem valor lógico
verdadeiro.

Em relação aos valores lógicos, temos o seguinte:

• uma proposição só pode ser julgada em V ou F. Não existe uma terceira opção.
• uma proposição só pode assumir um valor lógico. Ou é verdadeira, ou é falsa. Não dá
para ser V e F ao mesmo tempo.

Exemplo:

S: A lei Eusébio de Queirós foi assinada em 1850.

A gente até pode não saber se a lei Eusébio de Queirós foi assinada mesmo em 1850 ou não.
Concorda?

Agora, o simples fato de não sabermos isso, não nos impede de afirmar que estamos diante
de uma proposição.

Por quê?

Porque é possível julgá-la em verdadeiro ou falso.

Ou é verdade que a lei Eusébio de Queirós foi assinada em 1850 (proposição verdadeira), ou
é falso que a lei foi assinada naquele ano (proposição falsa).

Não tem outra opção: ou isso é verdadeiro ou é falso.

E mais: não podemos ter as duas situações simultaneamente. É impossível que a lei tenha sido
assinada em 1850 e, além disso, não tenha sido assinada em 1850.

Acima vimos o que é uma proposição. Agora precisamos também saber aquilo que não é
proposição.

Não são proposições as perguntas, exclamações, pedidos, ordens, desejos, opiniões, pois tudo
isso não pode ser julgado em V ou F.

Exemplo:

Que horas são?

Isso é uma pergunta, só pode ser respondida. Não dá para julgar em V ou F.

O mesmo vale para uma ordem. Exemplo:

Saia do meu quarto!

Essa ordem você não julga em V ou F. Uma ordem só pode ser obedecida ou desobedecida,
mas não julgada.

O mesmo vale para tudo o que mencionamos acima: exclamações, desejos, opiniões,
conselhos, pedidos etc.

Também não é proposição a frase que contenha uma variável. Frases com variáveis são
ditas sentenças abertas. Estudaremos isso com mais detalhe em outro capítulo.

197
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo:

x−5=0x−5=0

Não dá para julgar esta sentença em verdadeiro ou falso, simplesmente porque não é possível
descobrir o valor de x. Se x valer 5, de fato, x−5=0x−5=0.

Caso contrário, se x for diferente de 5, a igualdade acima está errada.

“x” é uma variável, pode assumir inúmeros valores. Sendo variável, temos então uma sentença
aberta. Logo, não é proposição.

Aqui cabe uma observação: é possível transformar uma sentença aberta em proposição,
utilizando os quantificadores. Tal matéria não é estudada neste capítulo.

Outro caso que não é proposição: frases incompletas. Exemplo:

José disse que....

Como não veio a informação completa, ou seja, como não sabemos o que José teria dito, não
temos como julgar isso em V ou F.

Outro caso que não é proposição: frases contraditórias. Exemplo:

"Esta frase é falsa".

Se supusermos que a frase é verdadeira, concluiremos que ela é falsa. Se supusermos que ela
é falsa, concluiremos que ela é verdadeira. Em síntese, nunca conseguimos julgá-la.

Podemos resumir todos os casos acima do seguinte modo:

• sempre que não for possível julgar em V ou F, não é proposição


• sempre que for possível julgar em V ou F, é proposição.
Quando conseguimos julgar em V ou F é porque estamos diante de enunciados que passam
uma informação, informação essa que pode ser verdadeira ou falsa. Assim, a existência das
proposições está ligada à função informativa da linguagem.

Não são proposições: perguntas, exclamações, pedidos, ordens, sentenças abertas (aquelas
com variáveis), expressões de sentimento/desejo/opinião, frases incompletas, frases
contraditórias, enfim, tudo o que não for possível julgar em V ou F.

Fechando o capítulo, os conceitos que vimos recebem nomes especiais que, contudo, não
costumam cair em provas.

• Uma proposição qualquer "p" é igual a si mesma (princípio da identidade)


• Uma proposição "p" não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo (princípio da
não contradição)
• Uma proposição "p" é V ou F, não havendo uma terceira opção (princípio do terceiro
excluído)
Os alunos costumam confundir o princípio da não-contradição com o do terceiro excluído.

Vamos dar exemplos para deixar mais clara a diferença.

1) Suponha que João vai ao estádio do Pacaembu assistir a Palmeiras x Corinthians.

198
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ele não pode ir com bandeira do Palmeiras e camisa do Corinthians. Ele não pode ser
"contraditório", usando cores dos dois clubes ao mesmo tempo. Do contrário, corre sério risco
de apanhar, qualquer que seja o lado da arquibancada que escolher para sentar. Se alguém se
junta à torcida do Palmeiras vestindo camisa do Corinthians, vai apanhar. Se alguém se junta
à torcida Corinthians com bandeira do Palmeiras, apanha também.

Ou seja, ele não pode ser corintiano e palmeirense ao mesmo tempo. Princípio da não-
contradição.

Mas veja que nada impede João de, na verdade, ser torcedor do Vila Nova Futebol Clube, time
da capital goiana. João na verdade está visitando São Paulo, e apenas quis ir assistir a um
clássico paulista, sem na verdade torcer por nenhum dos dois. Ele torce para um terceiro time.
Logo, João irá com a camisa vermelha do Vila Nova.

Ou seja, tivemos um caso de aplicação do princípio da não contradição (é proibido ir de


bandeira do Palmeiras + camiseta do Corinthians), mas não tivemos um caso do terceiro
excluído (pois havia um terceiro clube - Vila Nova).

2) Suponha agora que Mário vai ao Maracanã, assistir a Flamengo x Santos.

Considere ainda que se trata da última rodada do campeonato brasileiro, que o Flamengo já
está bem posicionado na tabela, não corre risco de rebaixamento, e não briga mais por vagas
na Taça Libertadores. Contudo, o Santos briga para não ser rebaixado. Caso o Santos vença,
se mantém na primeira divisão e, com isso, rebaixa o Fluminense (estamos descartando a
hipótese de tapetão, evidentemente).

Neste caso, certamente todo o estádio estará numa torcida só. Santistas e flamenguistas
estarão juntos, assistindo ao Flamengo fazer corpo mole para ser derrotado. Não será absurdo
ver pessoas com camisas do Flamengo, agitando bandeiras do Santos, e vice-versa. Ou seja,
neste caso, um torcedor pode usar camisa de um time, mas bandeira do outro. Não se aplica
o princípio da "não contradição".

199
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Considere ainda que só foi permitida a entrada de santistas e flamenguistas. Nada de


torcedores do Vila Nova Futebol Clube. Agora sim, temos o princípio do terceiro excluído. Não
há torcedores de um terceiro time dentro do estádio.

3) Considere agora que Alberto vai o Mineirão, assistir ao clássico Cruzeiro x Atlético.

Suponha ainda que ele seja natural de BH, e que em BH a rivalidade chegou a tal ponto que,
ou você é amigo, ou é inimigo. Se não é atleticano, é cruzeirense. Nada de ficar em cima do
muro.

Aqui temos os dois princípios juntos:

• terceiro excluído: ou você é Atlético ou é Cruzeiro, sem terceira opção (sem torcedor
do Vila Nova)
• não contradição: nem pense em ir para o estádio com camisa do Atlético e bandeira
do Cruzeiro

Conectivos. Representação simbólica de


proposições. Diferença entre proposições simples e
compostas
Uma proposição simples é aquela que não pode ser dividida em proposições menores.

Exemplo:

P: Pedro é alto

A proposição “Pedro é alto”, simbolizada pela letra “P”, é uma proposição simples.

Outro exemplo:

Q: Pedro é rico

A proposição “Pedro é rico”, simbolizada pela letra “Q”, é outra proposição simples.
200
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Quando juntamos duas ou mais proposições simples, formamos uma proposição composta.

R: Pedro é alto e Pedro é rico.

Para juntar as proposições simples, usamos os conectivos lógicos. Acima, utilizamos o


conectivo “e”.

São cinco conectivos. Cada um tem um nome e um símbolo. Os conectivos são:

• “e”
• “ou”
• “se... então”
• “ou... ou”
• “se, e somente se”

Na tabela abaixo relacionamos cada conectivo com seu "nome" e seu símbolo:

Conectivo Nome Símbolo


"e" Conjunção ∧∧
"ou" Disjunção ∨∨
"se... então" Condicional →→
"se, e somente se" Bicondicional ↔↔
"ou...ou" Disjunção exclusiva ∨−−∨_

Além disso, é importante saber que existe a negação, cujos possíveis símbolos são:
∼∼
¬¬
Tem gente que tem dificuldade de diferenciar os símbolos do “e” e do “ou”.

Bom, a dica é a seguinte. Observem a letra “e”, escrita lá no caderno de caligrafia (lembram
dele?):

Observem a letra “e”. Ela parece mais com qual dos símbolos?

Então o conectivo “e” tem como símbolo “∧∧”.


É isso.

Neste primeiro contato com a matéria, vale a pena ter uma noção do que indica cada
conectivo.

201
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conjunção (e)
Indica que uma coisa ocorre e uma segunda coisa também ocorre. Ou seja, ambas ocorrem.

Se eu digo: "Meu irmão mora em Campinas e meu pai mora em Goiânia", estou querendo dizer
que estas duas coisas ocorrem.

Na verdade, o que caracteriza o conectivo "e" é mais a ideia de que duas coisas ocorrem, e
não propriamente a palavrinha "e". Exatamente por esse motivo o nome técnico para este
conectivo é "conjunção", pois ele me indica que duas coisas ocorrem conjuntamente.

Para melhor entendimento, considere a seguinte frase: "Fui à praia, mas esqueci o protetor
solar".

Apesar de não contemplar a palavrinha "e", nós estamos sim diante de uma proposição
composta pela conjunção, pois o sentido é o de que as duas coisas ocorreram:

1) eu fui à praia
2) eu esqueci o protetor.
Podemos reescrever a frase assim: Fui à praia e esqueci o protetor solar.

Disjunção inclusiva (ou)


Indica que pelo menos uma das duas coisas ocorre.

Exemplo. O técnico da seleção brasileira faz a convocação e seleciona, entre outros atletas, os
atacantes Romário e Ronaldo.

Na véspera do jogo ele esconde a escalação, mas garante que pelo menos um dos dois
atacantes estará no time titular, assim:

"O Ronaldo ou o Romário estarão no time titular amanhã"

Então pode ser que só o Romário seja titular. Ou só o Ronaldo. Ou ambos, Romário e Ronaldo.
O que importa é que pelo menos um deles estará na equipe titular. Sempre que estivermos
diante da ideia de que pelo menos uma coisa acontece, temos o conectivo "disjunção".

Aqui vale o mesmo recado que demos para o caso da conjunção. O interessa é a ideia passada
pelo conectivo, e não propriamente a palavrinha usada.

Exemplo:

"Ou chove ou faz sol

Acima temos o duplo "ou", indicado por "ou...ou". Esse "ou" duplo geralmente é usado para
representar a disjunção exclusiva. No entanto, sabemos que é possível que só chova, é possível
só faça sol e é possível que chova e faça sol.

Como estamos diante de um cenário em que pelo menos uma das coisas ocorre, novamente
temos a disjunção inclusiva, ainda que tenhamos usado o "ou...ou".

Eu adoro esse exemplo de "sol e chuva, casamento de viúva", pela simplicidade e pelo apelo
do ditado popular. Mas só fazendo justiça: o exemplo não é meu. Ele foi retirado do livro
Introdução à Lógica, do Cezar Mortari.

202
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Condicional ("se...então")
Ele nos diz que, quando uma primeira coisa ocorre, a segunda também ocorre.

Exemplo: "Se chove, então o chão fica molhado"

A frase nos informa que, sempre que chove (sempre que a primeira coisa ocorre), o chão fica
molhado (uma segunda coisa ocorre também).

Observem que o condicional nos garante a "ida", assim:

chove ⇒⇒ o chão fica molhado


Em outras palavras, sempre que chover o chão ficará molhado.

Contudo, o conectivo não nos dá garantia alguma quanto à "volta". Ou seja, só saber que o
chão está molhado não nos permite concluir que tenha chovido. O chão pode muito bem ter
sido molhado por outro motivo. Alguém pode ter aberto uma mangueira. Ou podemos estar
com vazamento na tubulação. Ou podemos ter jogado um balde de água.

No condicional se p, então q, temos:

• o condicional afirma que ocorre a ida, assim: p→qp→q (quando "p" ocorre, "q"
também ocorre)
• o condicional não dá garantia alguma de que a volta ocorra. Ou seja, não temos como
afirmar que sempre que "q" ocorra "p" também ocorrerá

Exemplo: Marcos está querendo paquerar Ana. Haverá uma festa. Marcos está em dúvida se
vai ou não. Mas, se Ana for, ele com certeza também vai, pois não vai perder a oportunidade
de paquerá-la.

Assim:

Se Ana for à festa, Marcos também vai.

Ou seja:

• Se virmos Ana na festa, concluímos que Marcos também está lá, pois vale a ida:
Ana →→ Marcos
• Se virmos Marcos na festa, não podemos concluir que Ana esteja lá. Não vale a volta
(Marcos →→ Ana). Marcos pode muito bem ter decidido ir à festa paquerar alguma
outra menina.
Como para todos os demais conectivos, o que caracteriza o condicional não é propriamente a
presença da palavra "se... então". É a presença da ideia de que, sempre que "p" ocorre, "q"
também ocorrerá.

Deste modo, podemos expressar o condicional de inúmeras formas.

Exemplo:

Se p, então q.

Sempre que p ocorre, q também ocorre.

Quando p ocorre, q também ocorre.

Desde que p ocorra, q também ocorrerá.

203
Apostila Pré-Edital: SEMSA

(Cespe) Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma proposição que deve ser
julgada se, do ponto de vista lógico, é equivalente à
proposição “Se for autorizado por lei, então o administrador detém a competência para
agir”.

52 Quando for autorizado por lei, o administrador terá a competência para agir.

53 Sempre que for autorizado por lei, o administrador deterá a competência para agir.

54 Desde que seja autorizado por lei, o administrador detém a competência para agir.

55 O administrador detém a competência para agir, pois foi autorizado por lei.

Observe que todos os itens acima, apesar de não apresentarem a expressão "se... então", dão
exatamente a mesma ideia: sempre que ocorre a autorização por lei, a competência para agir
existirá. Logo, em todos eles temos o mesmo condicional. Todos eles estão CERTOS.

Num condicional, as parcelas recebem nomes especiais.

p→qp→q
O termo que vem antes da setinha (p) é chamado de antecedente. O termo que vem depois
da setinha (q) é chamado de consequente.

Disjunção exclusiva (ou...ou)

O duplo "ou" geralmente é usado para nos indicar que apenas uma das duas coisas ocorre: ou
só a primeira ou só a segunda.

Exemplo: "Ou o Brasil vira o jogo, ou está eliminado da competição".

Veja que temos duas coisas que podem acontecer:

1 - o Brasil vira o jogo

2 - o Brasil é eliminado.

Mas, diferente da disjunção inclusiva, estudada anteriormente, aqui só uma das duas coisas
pode ocorrer. Por isso o conectivo é chamado de disjunção exclusiva, pois a ocorrência de
uma coisa exclui a ocorrência da outra.

Bicondicional (se e somente se)

Ele nos indica que duas coisas andam de mãos dadas. Quando uma ocorre a outra também
ocorre, e vice-versa.

Exemplo: Dois eventos são independentes se, e somente se, a probabilidade da intersecção for
igual ao produto das probabilidades.

Estamos dizendo que:

1 - sempre dois eventos forem independentes, a probabilidade da intersecção será igual ao


produto das probabilidades.

2 - sempre que a probabilidade da intersecção for igual ao produto das probabilidades, os


dois eventos serão independentes

204
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Uma coisa acarreta na outra e vice versa.

Como exemplo, suponha que Ana e Clara sejam amigas inseparáveis. Haverá uma festa e elas
só vão se forem juntas, de modo que podemos dizer que:

Ana vai à festa se, e somente se, Clara também for.

Sabendo disso, observe agora os seguintes cenários.

• Estamos na festa e vemos que Ana está lá. Já podemos concluir que Clara também
estará (pois se Ana está, Clara também está, ou seja, vale a ida: Ana→→Clara)
• Estamos na festa e vemos que Clara está lá. Já podemos concluir que Ana também está
(pois se Clara está, Ana também está, ou seja, vale a volta: Clara →→Ana
• Verificamos que Clara não está na festa. Já podemos concluir que Ana também não
está. Ou seja: não Clara →→ não Ana
• Verificamos que Ana não está na festa. Já podemos concluir que Clara também não
está. Ou seja: não Ana →→ não Clara

Notem que o bicondicional "amarra" suas duas parcelas. No caso acima, "amarramos" Ana e
Clara, de modo que vale a "ida" e vale a "volta". Ou seja, sabendo o que ocorre com Ana
concluímos o que ocorre com Clara e vice-versa.

Para praticarmos, vejamos um exemplo de questão de prova. O exercício a seguir foi elaborado
pelo Cespe para o concurso do STF:

(Cespe) Considere as seguintes proposições lógicas representadas pelas letras P, Q, R e S:

P: Nesse país o direito é respeitado.

Q: O país é próspero.

R: O cidadão se sente seguro.

S: Todos os trabalhadores têm emprego.

Considere também que os símbolos “∨∨”, “∧∧”, “→→” e “¬¬” representem os conectivos
lógicos “ou”, “e”, “se ... então” e “não”, respectivamente.
Com base nessas informações, julgue os itens seguintes.

1. A proposição “Nesse país o direito é respeitado, mas o cidadão não se sente seguro” pode
ser representada simbolicamente por P∧(¬R)P∧(¬R)
2. A proposição “Se o país é próspero, então todos os trabalhadores têm emprego” pode ser
representada simbolicamente por Q→SQ→S.
3. A proposição “O país ser próspero e todos os trabalhadores terem emprego é uma
consequência de, nesse país, o direito ser respeitado” pode ser representada simbolicamente
por (Q∧R)→P(Q∧R)→P

Resolução.

Primeiro item.

Temos:

“Nesse país o direito é respeitado, mas o cidadão não se sente seguro”

205
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos colocar parênteses para delimitar as proposições simples:

(Nesse país o direito é respeitado), mas (o cidadão não se sente seguro)

As duas parcelas são unidas pela palavrinha, “mas”, que acrescenta uma informação. Ela tem
um papel análogo ao do “e”. É como se afirmássemos que o direito é respeitado e o cidadão
não se sente seguro.

Além disso, vemos que a segunda parcela apresenta uma negação. Ainda não estudamos a
negação, mas fiquem com a informação de que ela é representada pelo símbolo ¬¬
Portanto, a proposição mencionada pode ser representada por:

P∧(¬R)P∧(¬R)
Item certo

Segundo item.

A sentença é:

Se (o país é próspero), então (todos os trabalhadores têm emprego).

Em símbolos:

Q→SQ→S
Item certo

Terceiro item.

A proposição é:

“O país ser próspero e todos os trabalhadores terem emprego é uma consequência de, nesse
país, o direito ser respeitado”.

Vamos usar parênteses para delimitar as proposições simples:

((O país ser próspero) e (todos os trabalhadores terem emprego)) é uma consequência de,
(nesse país, o direito ser respeitado).

A expressão “é uma consequência”, remete ao condicional (se... então).

Podemos reescrever a frase assim:

Se (nesse país, o direito é respeitado), então ((o país é próspero) e (todos os trabalhadores têm
emprego)).

Em símbolos, ficamos com:

P→(Q∧S)P→(Q∧S)
Não foi essa a simbologia indicada pelo enunciado. Item errado.

Gabarito: certo, certo, errado

Para revisarmos tudo o que foi visto até aqui e fixarmos o conteúdo, preparei uma bateria de
exercícios resolvidos no vídeo abaixo:

Negação (não)

A negação nos diz que alguma coisa não acontece.

206
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Exemplo. A proposição P nos diz:

P: Eu fui ao cinema

A negação de P nos diz que isso não ocorreu, ou seja:

~P: Eu não fui ao cinema

O interessante é que podemos pegar a proposição acima (~P) e negar novamente:

~~P

Isso nos leva de volta à proposição original. Ou seja, negar duas vezes é o mesmo que afirmar.
Isto porque duas negações seguidas se anulam:

~~P = P

Um cuidado que devemos ter é onde "enfiar o não". Não dá para colocar a negação em
qualquer lugar. A proposição inicial afirma que algo ocorre. Quando fazemos a negação
dizemos o contrário disso: esse algo não ocorre.

Exemplo: Eu comprei uma camisa branca.

A forma correta de fazer a negação é: Eu não comprei uma camisa branca.

A questão da prova vai tentar te confundir, dizendo que a negação seria algo como: Eu comprei
uma camisa não branca.

Vejam que deslocamos o "não". Antes ele atuava sobre o verbo da oração (forma correta).
Agora colocamos o "não" dentro do objeto direto (forma incorreta).

Reparem a diferença:

• Eu não comprei uma camiseta branca: me diz que a camiseta branca não foi comprada.
Só isso. Não tenho como saber se alguma outra coisa foi de fato comprada, pois a frase
não afirmar isso. Só sei a respeito da camiseta branca - ela não foi comprada.
• Eu comprei uma camiseta não branca: me diz que comprei uma camiseta de outra cor
(azul, verde, rosa, sei lá). E a frase não me dá absolutamente nenhuma informação sobre
a tal da camiseta branca, não sabemos se ela foi ou não comprada.
No exemplo acima ficou mais clara a diferença. Mas o que vai cair na sua prova é algo mais
sutil, assim:

Eu recebi atendimento preferencial.

A forma correta de negar isso é assim:

Eu não recebi atendimento preferencial

A forma incorreta de negar é assim:

Eu recebi atendimento não preferencial

Na primeira frase (forma correta), tenho a informação de que o atendimento preferencial não
me foi dado. Posso nem ter sido atendido.

Na segunda frase (incorreta), tenho a informação de que fui sim atendido, e foi pelo
atendimento não preferencial.
207
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Observe que, para a negação, dissemos que basta incidir o "não" sobre o verbo da frase. Na
verdade, só dissemos isso para facilitar o entendimento da matéria. Mas isso não é uma
verdade universal.

Exemplo:

Todo flamenguista é sofredor.

Se eu quisesse negar isso colocando um "não" junto do verbo ficaríamos com "Todo
flamenguista não é sofredor", o que está completamente errado. Então aqui temos um exemplo
em que colocar a negação junto do verbo é totalmente incorreto.

Esse tipo de frase é chamado de proposição categórica, e é estudado com mais detalhe em
outro capítulo.

Em todo caso, só para não ficarmos sem resposta, uma das possíveis maneiras de negar a
proposição acima seria:

Nem todo flamenguista é sofredor

Afirmamos que, para negar uma proposição, basta colocar o "não" junto do verbo.

Embora esta seja a situação mais comum, ela não vale sempre.

Exemplo de caso em que isso não vale: negação de proposições categóricas. São proposições
do tipo:

Todo A é B.

Algum A é B.

Nenhum A é B.

Algum A não é B.

Palavras Contrárias
Deixemos as proposições categóricas de lado, e vamos nos concentrar nos casos mais simples.
Exemplo:

P: João foi aprovado no concurso da Receita

A negação ficaria:

~P: João não foi aprovado no concurso da Receita

Vejam que bastou coloca a negação junto do verbo.

Há alunos que gostariam de escrever a negação assim:

João foi reprovado no concurso da Receita.

Pergunta: é correto fazer isso?

Depende do contexto.

Sem maiores informações, a forma acima está incorreta. Por quê?

208
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Porque a proposição P nos diz que "João foi aprovado". A sua negação tem que nos indicar
que isso não ocorreu, ou seja, que João não foi aprovado.

Suponha que o João em apreço seja João Cabral de Melo Neto, grande poeta recifense. Pelo
que se sabe, ele nunca prestou concurso algum para a Receita Federal. Assim, podemos de
fato afirmar que ele "não foi aprovado na Receita", afinal, nunca prestou qualquer concurso.
Mas seria errado dizer que ele foi reprovado, pois, para ser reprovado, no mínimo ele deveria
ter se inscrito para fazer a prova, o que não ocorreu.

Assim, em geral, a forma correta de fazer a negação é negando o verbo.

Vamos considerar um segundo contexto. O João em apreço é um concurseiro que de fato


prestou o concurso da Receita.

Neste contexto, só há duas opções: ou ele foi aprovado, ou foi reprovado. Não tem outra
possibilidade. Assim, dentro deste contexto, a banca poderia muito bem querer que a gente
considere uma segunda forma de reescrever a negação, assim:

~P: João foi reprovado no concurso da Receita.

Esta seria uma segunda forma de escrever a negação. Ela também é válida, dependendo do
contexto.

Outras Palavras Que Simbolizam Negação


O que caracteriza a negação não é propriamente a palavrinha "não". É a ideia de que algo não
ocorre.

Exemplo.

Partindo da frase "Hoje eu acordei cedo".

Poderíamos negar de várias formas, assim:

Hoje eu não acordei cedo.

Não é verdade que hoje eu tenha acordado cedo.

É falso que eu tenha acordado cedo.

Hoje eu acordei tarde

(só vale se, pelo contexto, as únicas possibilidades forem acordar cedo ou acordar tarde)

Outro caso interessante de negação é o envolvendo expressões matemáticas. A tabela abaixo


detalha como fica:

Proposição
Como fazer para negar Negação
original
Quando é que isso não ocorre? Ou seja, quando é que duas coisas não são
iguais?
3=43=4 3≠43≠4
Resposta: quando elas forem diferentes entre si.
Então para negar uma igualdade, basta expressar a desigualdade.
Quando é que isso não ocorre? Para que isso não ocorra, ππ não pode ser
π>3π>3 maior do que 3. Logo, ele pode ser menor do que 3 ou igual a 3. Ou seja, π≤3π≤3
substituímos "maior que" por "menor ou igual"

209
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Raciocínio análogo ao anterior. Substituímos "menor que" por "maior ou


π<3π<3 π≥3π≥3
igual"
Quando é que isso não ocorre? Para que isso não ocorra, ππ não pode ser
π≥3π≥3 nem maior que 3 e nem igual a 3. Logo, ele só pode ser menor que 3. Ou seja, π<3π<3
substituímos "maior ou igual" por "menor que"
Raciocínio análogo ao anterior. Substituímos "menor ou igual" por "maior
π≤3π≤3 π>3π>3
que"

Para fechar o assunto, vejam este último exemplo:

Q: Eu não fui à feira

~Q: Eu fui à feira

Observem que eu resolvi batizar de proposição "Q" a primeira proposição, aquela que tem a
palavrinha "não". Nada me impede de fazer isso, eu batizo as proposições do jeito que eu
quiser.

Feito isso, para eu negar "Q", eu preciso dizer que algo não acontece. Ficaria assim:

~Q: Eu não não fui à feira

Dois "não's" seguidos se anulam, e o resultado é:

~Q: Eu fui à feira

Resumo: é perfeitamente possível temos uma proposição do tipo ~Q, em que aparece o sinal
"~", e a frase representada não tenha a palavrinha "não".

Sobre o assunto "negação", gravei a bateria de exercícios resolvidos abaixo, para certificar de
que todo mundo acompanhou a leitura até aqui.

Polêmica Sobre Proposições Simples Versus Compostas


No presente tópico existe um entendimento polêmico por parte do Cespe, que contraria o
ensinamento de alguns autores. Eu particularmente discordo totalmente do entendimento do
Cespe, mas não vou, neste momento, dar uma fundamentação mais detalhada do motivo da
discordância.

O foco agora é apenas ter uma noção de como as questões caem em prova e como você tem
que responder. E vou me limitar a falar apenas superficialmente sobre a resolução que eu
entendo correta.

Considere as seguintes sentenças:

Pedro e José são altos

Pedro é alto e José é alto

No meu entender, ambas passam exatamente a mesma ideia. Se a ideia é exatamente a mesma,
ambas deveriam ser simbolizadas do mesmo jeito. A meu ver, nos dois casos temos
proposições compostas.

210
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Seja "p" a proposição "Pedro é alto". Seja "q" a proposição "José é alto". As duas sentenças
acima seriam simbolizadas por:

p∧qp∧q
No entanto, há questões de prova que se baseiam na quantidade de orações que temos. No
primeiro caso, temos um único verbo, uma única oração:

Pedro e José (sujeito composto) são (verbo de ligação) altos (predicativo)

Deste modo, há questões que consideram que isso é uma proposição simples que apresenta
um sujeito composto.

Para ser uma proposição composta, deveríamos ter duas orações, que é o caso de "Pedro é
alto e José é alto".

Esse é particularmente o entendimento do Cespe.

O Cespe entende que, se a frase for uma oração simples, com sujeito composto, ela representa
uma proposição simples.

Tabela Verdade das Proposições Compostas


A tabela verdade é uma tabela em que combinamos todas as possibilidades das proposições
simples para ver quais são os resultados das proposições compostas.

A tabela verdade do conectivo “e” é a seguinte:

PP QQ P∧QP∧Q
V V V
V F F
F V F
F F F
O que isto significa?

Significa que, quando P for verdadeiro e Q também for verdadeiro, a proposição composta “P
e Q” também será verdadeira (ver linha 1 da tabela).

Quando P for verdadeiro e Q for falso, a proposição composta “P e Q” será falsa (linha 2 da
tabela).

Quando P for falso e Q for verdadeiro, a proposição composta será falsa (linha 3).

Finalmente, se P e Q forem falsos, a proposição composta será falsa (linha 4).

Pronto. Isso é uma tabela verdade.

Para os demais conectivos, as tabelas verdade estão abaixo indicadas.

Tabela verdade do conectivo “ou”:

PP QQ P∨QP∨Q
V V V
V F V
F V V
F F F

211
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Tabela verdade do conectivo “se, então”:

PP QQ P→QP→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
Para resolver os exercícios, você ainda precisa saber que, no condicional “se P, então Q”, as
proposições simples recebem nomes especiais.

P é o antecedente.

Q é o consequente.

Tabela verdade do conectivo “se, e somente se”:

PP QQ P↔QP↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V
Tabela verdade do conectivo “ou... ou”

PP QQ P∨−−QP∨_Q
V V F
V F V
F V V
F F F

Pronto. Para resolver os exercícios de concursos, é só decorar as tabelas acima.

Eu não vou passar nenhuma regrinha, nenhum macete de como decorar tudo. Neste caso,
acho que é muito mais proveitoso, em vez de simplesmente decorar tudo, tentar entender a
ideia por trás de cada conectivo. Para tanto, eu vou colocar exemplos que dispensam a tabela
verdade, ok?

Exemplo 1:

João vai viajar. Antes de pegar a estrada, passou na oficina para que fosse feita uma revisão
nos freios e na suspensão de seu carro.

No dia seguinte, João vai à oficina buscar seu carro. Em cada uma das situações abaixo, como
João classificaria o atendimento da oficina?

a) foram checados os freios e a suspensão.

b) foram checados só os freios; a suspensão não foi checada.

c) foi checada só a suspensão; os freios não foram checados.

d) não foi checada a suspensão; os freios também não foram checados.

212
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Resolução:

O que João quer é realizar uma viagem segura. Ele só estará seguro se os dois itens
mencionados forem checados. Não adianta nada estar com os freios bons e a suspensão ruim.
João continuará correndo risco de acidente. Da mesma forma, não é seguro ele viajar com a
suspensão em ordem se os freios não estiverem ok.

Deste modo, a única situação em que João vai aprovar o atendimento da oficina será na letra
“a”, em que os dois itens são checados. Em qualquer outra hipótese, o atendimento terá sido
falho.

João só estará satisfeito com o atendimento quando os dois itens forem checados
(suspensão e freios). Ele só estará satisfeito com o atendimento quando for checado o
freio e for checada a suspensão.

Analogamente, uma proposição com o conectivo “e” só será verdadeira quando todas as suas
“parcelas” forem verdadeiras. Ou ainda, quando todos os seus termos forem verdadeiros.

Daí dá até para entender o nome do conectivo. A proposição composta só será verdadeira se
suas parcelas forem conjuntamente verdadeiras.

Existe apenas uma situação em que a proposição composta pelo conectivo “e” é verdadeira:
quando todas as proposições simples são verdadeiras.

Exemplo 2:

Hoje é feriado e Maria quer fazer um almoço especial. Para tanto, incumbiu José, seu marido,
de ir comprar a “mistura”.

Como eles moram numa cidade pequena, Maria sabe que muitos estabelecimentos comerciais
estarão fechados (ou seja, José pode ter dificuldades para “cumprir sua missão”).

Por isso ela deixou opções para ele: José pode comprar carne ou peixe.

Em cada uma das situações abaixo, como Maria avaliaria o cumprimento da tarefa de José?

a) José comprou a carne, mas não comprou o peixe.

b) José comprou o peixe, mas não comprou a carne.

c) José comprou a carne e o peixe.

d) José não comprou nem carne nem peixe.

Resolução:

A ideia de Maria é ter algo pra fazer de almoço. Se o José comprar qualquer um dos dois itens
(peixe ou carne), terá cumprido sua tarefa com êxito e Maria poderá fazer o almoço.

Assim, nas letras “a” e “b”, Maria ficará satisfeita com José, tendo em vista que ele comprou
pelo menos uma das duas opções de mistura. O almoço estará garantido.

Na letra “c” José teve, igualmente, êxito. Comprou ambos: peixe e carne. Maria não só poderá
fazer o almoço de hoje como também já poderá planejar o almoço do dia seguinte.

Só na letra “d” é que Maria ficará insatisfeita com seu marido. Na letra “d”, José voltou para
casa de mãos abanando. José voltou sem nada e o almoço ficou prejudicado.
213
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Neste exemplo, José precisava comprar a carne ou o peixe. Isto significa que ele precisava
comprar pelo menos um dos dois. Poderia ser só a carne, só o peixe, ou ambos, carne e peixe.

A única situação em que José não cumpre sua tarefa é aquela em que ele não compra nada:
nem carne nem peixe.

Analogamente, uma proposição com o conectivo “ou” só será falsa se todas as suas “parcelas”
forem falsas (ou ainda: se todas as proposições simples que a compõem forem falsas).

Disso dá para entender o nome do conectivo: a proposição composta será verdadeira ainda
que as proposições simples sejam disjuntamente (ou separadamente) verdadeiras.

A proposição composta pelo conectivo “ou” só será falsa quando todas as proposições simples
forem falsas.

Exemplo 3:

Augusto contratou um seguro de carro. O seguro protegia contra batidas. Assim, se Augusto
bater o carro, então a seguradora paga a indenização.

Como Augusto avaliaria a seguradora em cada situação abaixo:

a) Augusto bate o carro e a seguradora paga a indenização

b) Augusto bate o carro e a seguradora não paga a indenização

c) Augusto não bate o carro e a seguradora paga a indenização

d) Augusto não bate o carro e a seguradora não paga a indenização

Resolução

Na letra “a”, temos a situação normal de contrato. Augusto bateu o carro e a seguradora pagar
a indenização. A seguradora cumpriu com seu papel e Augusto ficará satisfeito com o serviço
prestado pela seguradora.

Na letra “b”, Augusto bateu novamente o carro. A seguradora deveria pagar o seguro. Deveria,
mas não o fez. Augusto certamente ficará insatisfeito com a seguradora, podendo acionar o
Procon, a justiça, etc.

Na letra “c”, temos uma situação até meio irreal. Augusto nem bateu o carro e a seguradora
está dando dinheiro para ele. Ô seguradora boa, hein! Podemos pensar que se trata de um
prêmio, ou desconto, alguma vantagem. Seria a situação em que as seguradoras premiam bons
clientes. Na letra “c”, novamente o Augusto ficará satisfeito com o atendimento da seguradora.
Muito satisfeito, por sinal.

Na letra “d”, Augusto não bate o carro e a seguradora não paga a indenização. Augusto tem o
direito de ficar insatisfeito? Não, não tem. A seguradora não tinha obrigação de pagar
indenização nenhuma. Afinal de contas, Augusto não bateu o carro.

Na letra “d”, Augusto não tem motivo algum para dizer que a seguradora prestou um mal
serviço. Portanto, ele, não tendo motivos concretos para fazer uma avaliação negativa, diria
que a Seguradora presta um bom serviço (ou seja, presume-se que seja uma boa empresa, até
prova em contrário).

Observe a situação inicial. Temos exatamente uma frase com “se... então”.
214
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Se Augusto bater o carro, então a seguradora pagar a indenização.

Vamos dividir esta frase em duas “parcelas”. A primeira parcela se refere a Augusto bater o
carro. A segunda se refere à seguradora pagar a indenização.

A única possibilidade de Augusto ficar insatisfeito ocorre quando a primeira “parcela” acontece
(ou seja, quando ele bate o carro) e a segunda “parcela” não acontece (ou seja, quando a
seguradora não paga a indenização).

De modo análogo, uma proposição: se “p”, então “q”, só é falsa quando “p” é verdadeiro e “q”
é falso.

Para quem tiver interesse, disponibilizei um vídeo sobre o conectivo condicional no meu canal
do YouTube:

Como os alunos costumam ter um pouco de dúvidas neste conectivo condicional, vejamos
outro exemplo.

Exemplo 4:

Júlia, hoje pela manhã, disse à sua amiga: hoje, se fizer sol, eu vou ao clube.

Ao final do dia, temos as situações descritas abaixo. Em cada uma delas, avalie se Júlia disse a
verdade ou se Júlia mentiu.

a) fez sol e Júlia foi ao clube.

b) fez sol e Júlia não foi ao clube.

c) não fez sol e Júlia foi ao clube.

d) não fez sol e Júlia não foi ao clube.

Resolução:

Na letra “a” fez sol. E Júlia disse que, se fizesse sol, ela iria ao clube. Como ela de fato foi ao
clube, então ela disse a verdade.

Na letra “b”, novamente, fez sol. E Júlia disse que, se fizesse sol, ela iria ao clube. Como ela não
foi ao clube, ela mentiu.

Nas letras “c” e “d”, não fez sol. Ora, Júlia não prometeu nada para o caso de não fazer sol. O
compromisso dela era apenas para o caso de fazer sol. Ela assumiu um compromisso de,
fazendo sol, ir ao clube.

Ora, se não fez sol, então Júlia está liberada de seu compromisso. Ela não prometeu nada caso
chovesse, ou ficasse nublado.

Portanto, não interessa o que ela tenha feito nas letras “c” e “d”. Você não pode dizer que ela
mentiu.

Se considerarmos que a situação inicial é composta de duas “parcelas”, teríamos o seguinte:


primeira parcela – fazer sol; segunda parcela – Júlia ir ao clube.

Novamente, a única situação em que dizemos que Júlia mente ocorre quando a primeira
parcela acontece (ou seja, faz sol) e a segunda não acontece (Júlia não vai ao clube).

215
Apostila Pré-Edital: SEMSA

De modo análogo, uma proposição com o conectivo “se... então” só é falsa quando a primeira
proposição for verdadeira e a segunda for falsa.

E, não custa relembrar: vimos que a primeira parcela recebe o nome de antecedente, e a
segunda parcela recebe o nome de consequente.

Um condicional só será falso se sua primeira parcela for verdadeira (antecedente verdadeiro)
e sua segunda parcela for falsa (consequente falso).

Pare a leitura do texto!

Volte ao resumo acima e decore cada palavra.

Se tem um lugar que aluno adora errar é nisso.

O condicional só será falso se tivermos:

• Antecedente verdadeiro
• Consequente falso

Ou seja, se tivermos V/F (nessa ordem) pronto: o condicional é falso.

Em qualquer outro caso, não interessa qual seja, o condicional é verdadeiro.

Uso dos termos "se" e "somente se".

Num condicional, o "se" aponta para o antecedente. O "somente se" aponta para o
consequente.

Portanto, são equivalentes as seguintes proposições:

Se chove, então o chão fica molhado.

Chove, somente se o chão fica molhado.

Podemos também escrever omitindo o "então", assim:

Se chove, o chão fica molhado.

Podemos também escrever as coisas em ordem inversa.

O chão fica molhado, se chove.

Somente se o chão fica molhado, chove

Veja que em todas as situações o antecedente é "chove" e o consequente é "o chão fica
molhado".

Exemplo 5:

Inácio é um veterinário. Num dado dia, ele recebe dois cães, gravemente feridos (Alfa e Beta,
ambas vítimas de atropelamento). Os dois precisam de pronto atendimento. Do contrário, irão
falecer.

Inácio não tem outros veterinários para lhe auxiliar, só tendo condições de atender a um dos
cães por vez. Avalie o comportamento de Inácio nas situações abaixo.

a) Inácio atende Alfa e o salva; Beta não é atendido e morre.

216
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) Inácio atende Beta e o salva; Alfa não é atendido e morre.

c) Inácio tenta atender os dois ao mesmo tempo. Acaba não conseguindo atender nenhum
dos cães de forma adequada e ambos morrem.

d) Inácio não atende a nenhum dos dois e ambos morrem.

Resolução:

Na letra “a”, Inácio agiu corretamente. Ele não teria como atender os dois cães. Ele escolheu o
cão Alfa e o salvou. Era o máximo que ele poderia fazer naquelas condições. Pelo menos um
dos cães foi salvo. Na letra “a”, dizemos que Inácio agiu de forma adequada, dadas as restrições
que ele tinha.

Pelo mesmo raciocínio, na letra “b” também dizemos que Inácio agiu de forma adequada. Ele
só teria condições de salvar um cão. Ele escolheu Beta e o fez.

Na letra “c” Inácio não foi um bom profissional. Tentou atender aos dois cães, o que ele já
sabia que não seria possível. Consequentemente, nenhum cão foi atendido de forma adequada
e ambos morreram.

Na letra “d” Inácio também agiu de forma inadequada. Ao não atender nenhum dos cães, ele
simplesmente não salvou Alfa nem Beta (quando era possível salvar um dos dois).

Podemos dizer que ou Inácio atende Alfa ou Inácio atende Beta. As únicas formas de ele agir
corretamente são quando ele atende só o Alfa ou só o Beta. Dividindo a frase em duas partes,
teríamos: primeira parte – atender Alfa; segunda parte – atender Beta.

O comportamento de Inácio só é adequado quando a primeira parte acontece (atende Alfa) e


a segunda não (não atende Beta). Outra forma de seu comportamento ser adequado é quando
a primeira parte não acontece (não atende Alfa) e a segunda parte acontece (atende Beta).

De modo análogo, uma proposição com o conectivo “ou ... ou” só é verdadeira quando um
termo é verdadeiro e o outro é falso. Qualquer outra situação implica em proposição falsa.

É muito importante saber diferenciar a disjunção exclusiva (ou ... ou) da disjunção inclusiva
(ou).

As tabelas-verdade de ambas são quase iguais. A diferença se dá apenas quando os dois


termos são verdadeiros.

Na disjunção inclusiva, os dois termos verdadeiros implicam em proposição verdadeira. É só


lembrar do exemplo do José, que poderia comprar carne ou peixe. Quando as duas parcelas
acontecem (ou seja, quando ele compra carne e peixe), ele cumpriu sua missão (pois Maria
poderá fazer o almoço). José agiu de maneira satisfatória.

Na disjunção exclusiva, se os dois termos são verdadeiros, temos uma proposição falsa. É só
lembrar do exemplo do Inácio. Inácio deveria atender ou Alfa ou Beta. Quando as duas parcelas
acontecem (ou seja, quando ele atende os dois cães), aí ele não agiu de forma satisfatória (pois
ambos, Alfa e Beta, morrem).

Podemos pensar que uma única proposição simples deve ser verdadeira (exclusividade), para
que a proposição composta seja verdadeira. Assim como um dos cães deveria ter exclusividade
de atendimento, para que Inácio fosse considerado um bom veterinário.

217
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Uma proposição composta pelo conectivo “ou...ou” (disjunção exclusiva) só será verdadeira
se uma proposição simples for verdadeira e a outra for falsa.

Exemplo 6:

Rosa foi ao médico, pois está sentindo dores. O médico faz alguns exames, para ver se ela está
doente ou não, e, se necessário, receita um medicamento.

Como Rosa avaliaria a qualidade do médico em cada uma das hipóteses abaixo?

a) Rosa estava doente e o médico receitou um remédio.

b) Rosa estava doente e o médico não receitou um remédio.

c) Rosa não estava doente e o médico receitou um remédio.

d) Rosa não estava doente e o médico não receitou um remédio.

Resolução.

Na letra “a”, Rosa estava realmente doente. O médico detectou a doença e receitou um
remédio. É exatamente o que se espera de um bom médico. Nesta situação, Rosa diria que seu
médico realizou um bom atendimento.

Na letra “b”, Rosa estava doente. O médico, contudo, não detectou a doença e não receitou
remédio algum. Para Rosa, ele certamente não foi um bom médico.

Na letra “c”, Rosa não estava doente. Ainda sim o médico receitou um remédio. Sabemos que
os remédios não podem ser usados indiscriminadamente, quando a pessoa está saudável. A
medicação desnecessária pode causar diversos efeitos negativos. Deste modo, na letra “c” Rosa
diria que se trata de um médico ruim, que receitou remédios desnecessariamente.

Na letra “d”, Rosa não estava doente. O médico percebeu isso e não receitou remédio algum.
Talvez só tenha recomendado descanso, repouso, algo do gênero. Mas agiu corretamente, ao
não prescrever nenhuma medicação. Foi um bom médico.

Podemos dizer que o médico deve receitar um remédio se e somente se Rosa estiver doente.

Separando a frase acima em duas parcelas, temos: primeira parcela – o médico receita o
remédio; segunda parcela – Rosa está doente.

O médico só será qualificado como um bom médico se as duas parcelas ocorrerem ou se as


duas não ocorrerem.

Caso uma das parcelas ocorra e a outra não, então ele será um médico ruim.

De forma análoga, uma proposição com o conectivo “se e somente se” só será verdadeira
caso os dois termos sejam verdadeiros ou caso os dois termos sejam falsos.

Se um dos termos for verdadeiro e o outro for falso, então a proposição com “se e somente
se” será falsa.

Uma proposição composta pelo conectivo “se, e somente se” (bicondicional) só será
verdadeira se ambas as proposições simples tiverem valores lógicos iguais.

É interessante comparar o condicional com o bicondicional.

218
Apostila Pré-Edital: SEMSA

No condicional p→qp→q nós usamos uma das duas expressões: "se", ou "somente se".
Assim:

Se p, então q

p, somente se q

O "se" aponta para o antecedente. O "somente se" aponta para o consequente. Logo, usamos
ou o "se", ou o "somente se", mas não ambos. As duas proposições acima são iguais entre si.

No bicondicional p↔qp↔q, usamos "se" e "somente se" na mesma proposição. Isso nos indica
que cada uma das parcelas é, ao mesmo tempo, antecedente e consequente. É isso que justifica
termos "um condicional para cada lado", ou ainda, um bicondicional.
Ficamos com:

p se, e somente se, q

Que quer dizer que dois condicionais ocorrem ao mesmo tempo, assim:

(se p, então q) e (somente se p, q)

Por este motivo, o bicondicional p↔qp↔q é equivalente a:


(p→q)∧(q→p)(p→q)∧(q→p)
Exemplo 7:

Construa a tabela verdade para a proposição abaixo:

(p∧q)→r(p∧q)→r
Resolução.

Vamos começar pela proposição “p”. Ela pode ser verdadeira ou falsa.

Fixado o valor lógico de p, vamos para q. Em cada uma das situações acima, podemos
ter q sendo verdadeiro ou falso.

Isto está representado no diagrama abaixo.

219
Apostila Pré-Edital: SEMSA

E, para cada combinação de valores lógicos de p e q, temos duas possibilidades para r:


verdadeiro ou falso. Veja diagrama abaixo:

Ou seja, há 8 combinações possíveis de valores lógicos para p,q e r.

Uma forma sistemática de abranger todos eles são assim. Para a proposição r, trocamos o valor
lógico de linha em linha.

Pronto. Fomos alternando os valores lógicos. Primeiro V, depois F, depois V, depois F.

Ok, agora vamos para a proposição q. Vamos alternando os valores lógicos de duas em duas
linhas.

Primeiro colocamos V e V. Depois F e F. Depois V e V. E assim por diante.

E o jeito de fazer é sempre assim, vamos sempre dobrando.

220
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos agora para a proposição p. Novamente dobramos. Alternamos os valores lógicos de 4


em 4 linhas.

Observem que:

- para “p”, alternamos o valor lógico a cada 4 linhas

- para “q”, alternamos o valor lógico a cada 2 linhas

- para “r”, alternamos o valor lógico a cada 1 linha.

Esta é uma forma sistemática de abranger todos os casos possíveis. No fundo no fundo,
simplesmente transformamos o diagrama em uma tabela.

E isso ajuda a lembrar que a tabela-verdade de uma proposição composta por n proposições
simples terá 2n2n linhas.
Exemplo: se a proposição for composta por 2 proposições simples, ela terá 22=422=4 linhas.
Se a proposição for composta por 3 proposições simples, a tabela verdade
terá 23=823=8 linhas.
Se a proposição for composta por 4 proposições simples, a tabela verdade
terá 24=1624=16 linhas.
Viu? Vai sempre dobrando (4, 8, 16, 32, ...)

Uma proposição composta por “n” proposições simples terá tabela verdade
contendo 2n2nlinhas
Agora que já conseguimos relacionar todas as combinações de valores lógicos para p,
q e r, podemos continuar montando a tabela verdade.

A proposição composta é:

(p∧q)→r(p∧q)→r
Os parênteses nos indicam que devemos, primeiro, fazer o “e”.

Para tanto, consultamos as colunas p e q.

221
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Quando p e q são verdadeiros, a conjunção também é verdadeira.

Em qualquer outro caso, ou seja, quando pelo menos uma das parcelas é falsa, a conjunção
será falsa (em vermelho o que preenchemos agora, em azul o que já havia sido preenchido).

Pronto. Já fizemos a parcela que está entre parênteses.

Agora podemos finalmente fazer a coluna da proposição composta desejada.

Temos um condicional. Suas parcelas são:

1ª parcela: p∧qp∧q
2ª parcela: rr
O condicional só é falso quando a primeira parcela é verdadeira e a segunda é falsa.

222
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Em qualquer outro caso, o condicional é verdadeiro.

Pronto. Montamos a tabela-verdade da proposição composta (p∧q)→r(p∧q)→r.

Ordem de Precedência Entre os Conectivos


Quando temos diversos conectivos, costumamos utilizar parênteses ou colchetes para indicar
qual tem precedência. Como exemplo, considere as duas proposições abaixo:

P∧(Q∨R)P∧(Q∨R)
(P∧Q)∨R(P∧Q)∨R
Na primeira delas, o “ou” tem prioridade, por causa dos parênteses. Primeiro fazemos “Q ou
R”. Depois, pegamos o resultado disso e fazemos a conjunção com P.

Na segunda proposição, a conjunção tem preferência. Primeiro fazemos “P e Q”. Depois


pegamos o resultado disso e fazemos a disjunção com R.

Há situações em que os parênteses são omitidos. Neste caso, temos que saber a ordem de
precedência entre os conectivos. A ordem é:

• 1º: operador “não”


• 2º: conectivo “e”
• 3º: conectivo “ou”
• 4º: conectivo “se então”
• 5º: conectivo “se, e somente se”

Nunca vi um material escrito que, nesta relação, me indicasse em que posição está o conectivo
“ou...ou”.

Muito bem, e para que é que a gente precisa dessa ordem de precedência?

Quando a frase está escrita em linguagem comum (em vez da utilização da simbologia lógica),
não há como colocar parênteses para indicar qual conectivo deve ser feito primeiro. Neste
caso, seguimos a ordem acima indicada.

Como exemplo, segue uma proposição que a Esaf trouxe para ser julgada em V ou F, no
concurso do MPOG 2009:

Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França ou Paris é a capital da França.

Temos um “e” e um “ou”. Seguindo a ordem de precedência, primeiro fazemos o “e”. Depois
fazemos o “ou”. Colocando parênteses, ficaria assim:

(Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França) ou Paris é a capital da França.

223
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A proposição é composta por um “ou”.

Primeira parcela: (Roma é a capital da Itália e Londres é a capital da França)

Segunda parcela: Paris é a capital da França.

Observem que a segunda parcela do “ou” é verdadeira. Isto já é suficiente para que a
proposição inteira seja verdadeira.

Notem como a ordem de precedência foi fundamental para julgarmos a proposição.

Condição Necessária e Suficiente


Num condicional P→QP→Q, verdadeiro, dizemos que P é condição suficiente para Q. E Q é
condição necessária para P.

P→QP→Q p é condição suficiente para q


Se p, então q q é condição necessária para p

Para não confundir quem é necessário e quem é suficiente, uma dica.

Observe a proposição.

Se p, então q.

A palavrinha “Se” começa com “S”. E suficiente também começa com “s”.

A dica é: a proposição que estiver perto do “s” é a condição suficiente.

Essa nomenclatura pode confundir muita gente. Esse “necessário” e “suficiente” não tem nada
a ver com o uso rotineiro de tais palavras. Vocês não podem associá-los a uma relação de
causa e consequência.

Esta nomenclatura se refere ao comportamento dos valores lógicos na tabela-verdade.

Observe a tabela para a proposição “se p, então q”:

pp qq p→qp→q
V V V
V F F
F V V
F F V
Como nossa proposição composta é verdadeira, vamos ignorar a segunda linha.

Analisando as linhas remanescentes, temos o seguinte:

- em todas as linhas em que P é verdadeiro, Q também é; ou seja, na tabela-verdade, P ser


verdadeiro é suficiente para Q também ser;

224
Apostila Pré-Edital: SEMSA

- em todas as linhas em que Q é falso, P também é; logo, para que P seja verdadeiro, é
necessário que Q também seja (embora isso não seja suficiente).

Deste modo, as expressões “condição necessária” e “condição suficiente” apenas se referem


ao comportamento dos valores lógicos na tabela verdade. Apenas isso.

Em todo caso, é muito útil entendermos os significados de "necessário" e "suficiente" no dia a


dia, pois as questões podem querer ligar isso ao comportamento da tabela verdade.

Considere uma reação de combustão.

Combustível + Comburente (ex: oxigênio) + Energia de ativação →→ Gás Carbônico // Água


A presença de um comburente (que, no nosso exemplo, será o oxigênio), sozinha, é suficiente
para produzir a combustão?

Não! Se fosse assim, nossas casas, repletas de O2, viveriam em chamas.

Muito bem, faça mentalmente o seguinte experimento. Acenda uma vela, e em seguida
envolva-a com um copo de vidro (grande o suficiente para comportar toda a vela). Em instantes
a vela se apaga, a combustão é interrompida.

Isso ocorre porque o O2 que havia ao redor da vela é consumido, e o copo impede a entrada
de mais O2.

(imagem extraída do site http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/combustao-no-copo.htm)

Então veja que, sem O2, nada feito, nada de combustão. Ou seja, o O2 é condição
necessária para a combustão.

Assim vemos que a condição necessária é aquela sem a qual algo não ocorre.

Condição necessária: sem ela, nada feito!

Em sua ausência, o resultado não ocorre

Mudemos de exemplo.

Considere uma disputa de semifinais de futebol nas olimpíadas.

Brasil x Argentina

Alemanha x Inglaterra

225
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Sabemos que nos jogos olímpicos os três primeiros colocados ganham medalha. Os demais
nada ganham.

Vocês concordam que, se o Brasil vencer a Argentina, ele já garante uma medalha? Pois, no
pior caso, ele perderia a final e assim seria medalha de prata.

Logo, vencer a semifinal é condição suficiente para ser medalhista.

Condição suficiente é aquela que nos garante o resultado.

Condição suficiente: já garante o resultado.

Em sua presença, o resultado ocorre

Pergunta: vencer a semifinal é condição necessária para ser medalhista?

Não! Seria perfeitamente possível perder a semifinal, ir para a disputa de 3º lugar, vencer, e aí
ser medalhista de bronze.

Finalmente, último exemplo.

Suponha que Brasil e Alemanha tenham vencido os seus jogos, e tenham ido para a final:

Brasil x Alemanha

Vencer a final é condição suficiente para ganhar a medalha de ouro, concordam? Pois, na
presença desta condição (vencer a final), garantimos o resultado (medalha de ouro).

Por outro lado, também é uma condição necessária. Pois, na ausência desta condição (não
vencemos a final), o resultado não ocorre (não ganhamos a medalha de ouro).

Assim, dizemos que vencer a final é condição necessária e suficiente para ganhar a medalha
de ouro.

Condição necessária e suficiente.

É necessária (sem ela, o resultado não ocorre).

É suficiente (com ela, o resultado ocorre).

Tautologia, Contradição e Contingência


Tautologia é uma proposição composta cuja tabela verdade só apresenta valores lógicos V,
independente dos valores lógicos que assumem suas proposições de origem.

Exemplo: Ou chove ou não chove.

Temos duas parcelas

1) Chove (p)

2) Não chove (~p)

A tabela-verdade desta afirmação fica assim:

226
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Só temos respostas verdadeiras na tabela-verdade, independentemente dos valores lógicos


de “p”. Por isso, a afirmação “Ou chove ou não chove” é uma tautologia.

Observação: um caso especial de tautologia ocorre quando temos um condicional tautológico.


Exemplo:

(p∧q)→(p∨q)(p∧q)→(p∨q)
Se você montar a tabela verdade deste condicional, verá que é uma tautologia.

Neste caso, dizemos que as duas proposições compostas têm uma relação de implicação. Ou
seja, p∧qp∧q implica em p∨qp∨q. A relação de implicação é representada pelo símbolo ⇒⇒
(p∧q)⇒(p∨q)(p∧q)⇒(p∨q)
Sejam AA e BB duas proposições compostas. Se o condicional A→BA→B for uma tautologia,
dizemos que AA implica em BB. Ou ainda, ambas têm uma relação de implicação. Em
símbolos: A⇒BA⇒B
Contradição é uma proposição composta cuja tabela verdade só apresenta valores lógicos F,
independente dos valores lógicos das proposições que lhe dão origem.

Exemplo: p∧(¬p)p∧(¬p).
A tabela-verdade desta proposição composta fica:

Observem a última coluna (destacada em vermelho). A proposição composta é sempre falsa,


não interessa o que ocorra com as proposições simples.

Há uma contingência quando não temos nem uma tautologia nem uma contradição, ou seja,
quando a tabela-verdade apresenta alguns verdadeiros e alguns falsos, a depender do valor
das proposições que dão origem à sentença em análise.

Exemplo: p↔qp↔q

O bicondicional pode ser tanto verdadeiro (quando suas duas parcelas são ou ambas
verdadeiras ou ambas falsas) quanto falso (quando uma parcela é verdadeira e a outra é falsa).
Com isso, o “se, e somente se” não é nem uma tautologia, nem uma contradição. É uma
contingência.

227
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A contingência é a situação mais comum de ocorrer. Ela é a regra geral. A tautologia e a


contradição são exceções.

Equivalências Lógicas
Existem algumas proposições compostas que apresentam tabelas verdades idênticas. Quando
isso acontece, dizemos que as proposições envolvidas são equivalentes.

Em outras palavras, duas proposições compostas são equivalentes quando apresentam sempre
o mesmo valor lógico, independentemente dos valores lógicos das proposições simples que
as compõem.

Quando duas proposições p, q são equivalentes escrevemos p⇔qp⇔q.


Podemos também escrever assim: p≡qp≡q

Principais Equivalências
É possível construirmos inúmeras equivalências lógicas. Para concursos, quatro delas são
especialmente importantes:

• ¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)
• ¬(p∨q)≡(¬p)∧(¬q)¬(p∨q)≡(¬p)∧(¬q)
• (p→q)≡(¬p)∨q(p→q)≡(¬p)∨q
• (p→q)≡(¬q→¬p)(p→q)≡(¬q→¬p)
As duas primeiras equivalências são chamadas de “Leis de Morgan”.

Sabendo as equivalências acima, dá para resolver a grande maioria das questões de


equivalências lógicas. Há algumas questões que cobram equivalências diferentes das listadas
acima. Falo sobre elas mais adiante, mas já fazendo o alerta de que é impraticável decorar
todas as equivalências possíveis, já que existem infinitas. Nossa tarefa é memorizar as mais
importantes e, caso a prova apareça com uma equivalência "maluca", sempre dá para resolver
a questão usando a tabela verdade.

Para entendermos por que é que duas proposições diferentes são ditas equivalentes, vamos
mostrar que ¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)

Para comprovar que estas duas proposições são equivalentes, basta fazer as respectivas
tabelas verdades.

Começando pela tabela-verdade de ¬(p∧q)¬(p∧q):

228
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Agora vamos para a tabela verdade de (¬p)∨(¬q)(¬p)∨(¬q):

Observem as últimas colunas, destacadas em vermelho. Elas são idênticas!!!

Isto mostra que, para qualquer combinação de valores lógicos de p e q, as


proposições ¬(p∧q)¬(p∧q) e (¬p)∨(¬q)(¬p)∨(¬q) apresentam valores lógicos iguais. Por isso
são proposições equivalentes.
Se você realizar o mesmo procedimento, conseguirá verificar que todas as demais
equivalências apresentadas neste tópico estão corretas. Aliás, este é o procedimento padrão
para determinar se duas proposições são equivalentes entre si ou não. Basta montar as tabelas
verdade e ver se são iguais.

Primeira Equivalência:

¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)¬(p∧q)≡(¬p)∨(¬q)
Para negar uma proposição composta pelo “e”, nós negamos cada parcela e trocamos o "e"
por um "ou".

Exemplo: A negação de “Pedro é alto e Júlio é rico” é “Pedro não é alto ou Júlio não é rico”.

Não é verdade que Pedro é alto e Júlio é rico


=
(Pedro não é alto) ou (Júlio não é rico)

Vamos fazer passo a passo. Vejam que a primeira frase acima começa com "não é verdade
que". Logo, estamos fazendo uma negação. Estamos negando a proposição "Pedro é alto e
Júlio é rico", que é composta pelo conectivo "e".

Como fazemos tal negação?

Basta negar cada parcela:

• "Pedro é alto" dá lugar a "Pedro não é alto"


• "Júlio é rico" dá lugar a "Júlio não é rico"

Em seguida, trocamos o conectivo por "ou". O que resulta em:

(Pedro não é alto) ou (Júlio não é rico)

Aqui cabe uma observação. Tem muita gente que confunde as coisas.

Tem aluno que pensa que “Pedro é alto e Júlio é rico” é equivalente a “Pedro não é alto ou
Júlio não é rico”. Isso está errado!!!

229
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vejam que elas têm tabelas verdade totalmente opostas:

PP QQ P∧QP∧Q ¬(P∧Q)¬(P∧Q)
V V V F
V F F V
F V F V
F F F V
PP QQ ¬P¬P ¬Q¬Q ¬P∨¬Q¬P∨¬Q
V V F F F
V F F V V
F V V F V
F F V V V

Basta comparar as duas colunas em vermelho acima. Elas são totalmente opostas. Quando
uma é V a outra é F, e vice-versa.

O equívoco dos alunos ocorre por tentarem montar a equivalência com as proposições erradas.
A equivalência vale para as últimas colunas de cada tabela. Só quando comparamos a última
coluna da primeira tabela (¬(P∧Q)¬(P∧Q)) com a última coluna da segunda tabela
((¬P)∨(¬Q)(¬P)∨(¬Q)) é que obtemos valores lógicos iguais sempre.
Para deixar mais claro o equívoco, vamos analisar uma série de exemplos:

Exemplo: avalie se as proposições abaixo são ou não equivalentes

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro.


a)
Pedro não é alto ou Gustavo não é magro.

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro


b)
Pedro não é alto e Gustavo não é magro

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro.


c)
Pedro é alto ou Gustavo é magro.

Pedro é alto e Gustavo é magro


d)
Pedro não é alto ou Gustavo não é magro.
Resolução:

a) A proposição de partida é:

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro.

Em vermelho temos a expressão "não é verdade que". Ela nos indica que estamos fazendo uma
negação. Estamos negando uma proposição composta pelo conectivo "e" (vide conectivo
destacado em azul).

Como fazer para negar tal proposição?

Negamos cada parcela e trocamos o conectivo por "ou". Assim:

Pedro não é alto ou Gustavo não é magro.

Foi exatamente isso o que trouxe a letra "a". Portando, as duas proposições apresentadas são
sim equivalentes.

230
Apostila Pré-Edital: SEMSA

b) A proposição de partida é:

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro.

Em vermelho temos a expressão "não é verdade que". Ela nos indica que estamos fazendo uma
negação. Estamos negando uma proposição composta pelo conectivo "e" (vide conectivo
destacado em azul).

Como fazer para negar tal proposição?

Negamos cada parcela e trocamos o conectivo por "ou".

A alternativa errou ao não trocar o conectivo. Ela manteve o conectivo "e", o que está errado:

Pedro não é alto e (ERRADO!!!) Gustavo não é magro.

Com isso concluímos que as duas proposições dadas na letra "b" não são equivalentes.

c) A proposição de partida é:

Não é verdade que: Pedro é alto e Gustavo é magro.

Em vermelho temos a expressão "não é verdade que". Ela nos indica que estamos fazendo uma
negação. Estamos negando uma proposição composta pelo conectivo "e" (vide conectivo
destacado em azul).

Como fazer para negar tal proposição?

Negamos cada parcela e trocamos o conectivo por "ou".

A alternativa até fez a troca do conectivo. Mas esqueceu de negar cada parcela. Vejam:

Pedro é (NÃO) alto ou Gustavo (NÃO) é magro.

Como a alternativa não negou cada parcela, as proposições apresentadas não são
equivalentes.

d) A proposição de partida é:
Pedro é alto e Gustavo é magro.
Observem que a alternativa negou cada parcela e trocou o conectivo por "ou", resultando em:
Pedro não é alto ou Gustavo não é magro.
Logo, as duas proposições dadas são equivalentes.
ERRADO!!!

Só podemos fazer a equivalência quando tivermos uma negação da proposição composta pelo
"e". A proposição de partida deveria começar com algo como "não é verdade que". Assim:

(NÃO É VERDADE QUE) Pedro é alto ou Gustavo é magro.

Se a gente não tem essa negação incidindo sobre a proposição composta pelo "e", nada feito,
não podemos usar a equivalência.

Segunda Equivalência:
Outra equivalência lógica importante é:

231
Apostila Pré-Edital: SEMSA

¬(p∨q)≡(¬p∧¬q)¬(p∨q)≡(¬p∧¬q)
Para negar um “ou” lógico, nós negamos cada parcela e trocamos o “ou” por um “e”.

Exemplo: A negação de “O governo aumenta os juros ou a inflação sobe” é “O governo não


aumenta os juros e a inflação não sobe”.

Vejam que esta segunda equivalência é muito parecida com a primeira que vimos, o raciocínio
é bastante similar.

Segue um vídeo sobre as Leis de Morgan.

Terceira Equivalência:
(p→q)≡(¬p)∨q(p→q)≡(¬p)∨q
Podemos trocar um condicional por um "ou". Basta negar a primeira parcela e manter a
segunda.

Exemplo: Dizer que “Se os juros baixam então eu compro um carro novo” é o mesmo que dizer
(em termos lógicos) que “Os juros não baixam ou eu compro um carro novo”.

Se os juros baixam então eu compro um carro novo


=
Os juros não baixam ou eu compro um carro novo
Tínhamos um condicional, com duas parcelas:

• 1ª parcela: Os juros baixam


• 2ª parcela: Eu compro um carro novo
Nós negamos a primeira parcela, mantemos a segunda, e trocamos o conectivo por "ou".
Resultado:

Os juros não baixam ou eu compro um carro novo.

Segue um vídeo tratando desta equivalência:

Quarta Equivalência:
(p→q)≡(¬q→¬p)(p→q)≡(¬q→¬p)
Podemos inverter a ordem das parcelas de um condicional, desde que façamos as negações.

Exemplo: Dizer “Se baixam os juros então a inflação sobe” é o mesmo que dizer, em termos
lógicos, que “Se a inflação não sobe então os juros não baixam”.

Um outro exemplo bem legal.

Lembram daquela propaganda que aparece toda hora na televisão? As frases ditas são:

Se beber, então não dirija.

Se for dirigir, então não beba.

É claro que a ideia da propaganda é reforçar, ao máximo, que bebida e direção não combinam.
Mas, em termos lógicos, não seria necessário que as duas frases fossem ditas. Isto porque elas
são equivalentes!!!

Olhem só:

Se beber, então não dirija.

232
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Temos:

- primeira parcela: beber

- segunda parcela: não dirigir.

Agora, vamos trocar a ordem das parcelas, negando-as. Ficamos com:

- primeira parcela: dirigir.

- segunda parcela: não beber.

O grande problema deste exemplo é que, como as frases estão no formato imperativo (uma
ordem para não dirigir), não seriam proposições.

Mas acho que podemos ignorar este problema. Afinal de contas, a propaganda é algo ótimo
para ajudar a lembrarmos da equivalência.

Segue um vídeo para ajudar a entender esta equivalência:

Outras Equivalências:
Partindo de duas equivalências já vistas, podemos chegar a uma nova equivalência.

Partimos de:

¬(p→q)¬(p→q)
Dentro dos parênteses, trocamos o condicional por um "ou". Assim:

¬(¬p∨q)¬(¬p∨q)
Agora aplicamos a Lei de Morgan:

p∧(¬q)p∧(¬q)
Com isso, chegamos a mais uma equivalência:

¬(p→q)≡(p∧(¬q))¬(p→q)≡(p∧(¬q))
Em palavras: para negar um condicional, basta manter a primeira parcela, negar a segunda, e
trocar o conectivo por "e".

Mais equivalências possíveis:

(p↔q)≡(¬p↔¬q)(p↔q)≡(¬p↔¬q)
(p↔q)≡(p→q)∧(q→p)(p↔q)≡(p→q)∧(q→p)

233
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A primeira equivalência acima é bem tranquila de visualizar. Segue a tabela verdade do


bicondicional:

pp qq p↔qp↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

A proposição composta só é V quando suas duas parcelas têm valores lógicos iguais, o que só
ocorre nas linhas 1 e 4.

Se negarmos as duas parcelas ao mesmo tempo, elas trocam de valor, mas não mudamos o
fato de, nas linhas 1 e 4, elas permanecerão com valores iguais. Oras, onde tínhamos V/V,
passaremos a ter F/F. Onde tínhamos F/F, passaremos a ter V/V. Portanto, justamente nas
linhas 1 e 4 os valores lógicos das parcelas continuarão iguais entre si, o que dá o mesmo
resultado. Vejam:

pp qq ¬p¬p ¬q¬q (¬p)↔(¬q)(¬p)↔(¬q)


V V F F V
V F F V F
F V V F F
F F V V V

A segunda equivalência também não é tão difícil de guardar. Ela nos diz que um bicondicional
vale por dois condicionais. Assim:

(p↔q)≡(p→q)∧(q→p)(p↔q)≡(p→q)∧(q→p)

Isso explica o fato de o símbolo do bicondicional ser uma seta dupla, para os dois sentidos.
Vale a ida (p antecedente, q consequente) e vale a volta (q antecedente, p consequente). Tudo
ao mesmo tempo. Por isso ficamos com a conjunção de dois condicionais.

A terceira equivalência também é tranquila. Quando estudamos a tabela verdade do


bicondicional, vimos que ele só é V se as duas parcelas tiverem valores lógicos iguais. Para o
"ou exclusivo" é justamente o contrário: ele só é V se as duas parcelas tiverem valores lógicos
diferentes.

Como o bicondicional e a disjunção exclusiva têm comportamentos contrários, concluímos que


uma é a negação da outra, o que nos leva a:

234
Apostila Pré-Edital: SEMSA

INFORMÁTICA
Conceitos Gerais de Informática e Introdução
O computador não é constituído apenas pelo hardware. Para que este possa fazer algo de útil,
torna-se necessária a existência de um componente de natureza lógica conhecido como
software (programa), que é intangível. O software dá vida à máquina e ela pode armazenar,
processar e recuperar dados, imprimir um texto, acessar a Internet, reproduzir uma música,
entre outras coisas.

Um software contém uma sequência de instruções eletrônicas armazenadas, quando o


software está sendo usado (usa-se o termo rodando ou executando), ele envia comandos para
acionar os componentes físicos da máquina (hardware). Para que isso aconteça o programa é,
primeiramente, carregado na memória principal, as instruções do programa são enviadas para
o processador e, em seguida, executadas pelo hardware.

Existem softwares que cuidam desde o gerenciamento do hardware até a realização de tarefas
como, por exemplo, edição de texto. Dessa forma, os softwares podem ser divididos em duas
grandes categorias: softwares de sistema e softwares aplicativos.

Softwares de sistema: responsável pelo gerenciamento e gestão do hardware. Além disso, faz
a interface entre o hardware e o usuário do sistema. Nessa categoria, podemos citar como
exemplo:

Sistema operacional: o software mais importante dessa categoria, pois trabalha para
coordenar todas as atividades do computador e os recursos de hardware.

Drivers de dispositivos: alguns dispositivos de entrada e saída (placa de vídeo, teclado,


impressora) podem trabalhar de uma forma tão particular que o sistema operacional precisa
de um “tradutor” para entendê-lo e fazê-lo funcionar corretamente. Esse “tradutor” é o driver.
O driver, portanto, fica localizado entre o hardware e o sistema operacional.

Firmware: software que é armazenado diretamente no hardware de um equipamento. Muitos


aparelhos possuem firmware como, por exemplo, calculadora, disco rígido, teclado.

Softwares aplicativos: permite executar tarefas específicas do usuário. Como, por exemplo,
editar texto, editar imagens, criar uma apresentação, navegar na Internet, etc.

Atualmente, podemos também incluir mais uma nova categoria: software como serviço. Este
é um tipo de software disponibilizado pela Internet, onde o usuário não precisa instalar o
software no seu computador. Basta utilizar o navegador de Internet para executá-lo. O
software como serviço faz parte da computação em nuvem. Exemplos: Google Drive, Dropbox,
Gmail, Facebook, etc.

Os softwares de sistema são responsáveis pelo gerenciamento do computador. Como essa é


uma tarefa de grande responsabilidade e para não ficarem sobrecarregados, as tarefas
específicas dos usuários são delegadas para os softwares aplicativos. Assim, Estes podem dar
uma atenção melhor ao usuário e proporcionar uma interação mais amigável.

235
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A maioria dos softwares é publicado sob uma licença que define os direitos e obrigações do
usuário e do desenvolvedor do produto. As licenças podem ser classificadas como proprietária
ou livre.

A licença proprietária define que para usar o software o usuário precisa de uma licença de uso
(que geralmente é paga). Além disso, não é permitido redistribuir ou modificar o software. Já
a licença livre, permite que o usuário tenha acesso ao código fonte do programa e que ele
possa utilizar, copiar, estudar, alterar e redistribuir sem restrições.

O software também pode ser classificado quanto ao seu tipo de distribuição:

Freeware: software proprietário disponibilizado para uso gratuito. Entretanto, mesmo sendo
gratuito, o usuário não pode fazer modificações.

Shareware: software disponibilizado de forma gratuita, mas por um tempo limitado e, em


alguns casos, com a restrição de uso de algumas funções. Isso significa que o usuário precisa
pagar por uma licença para continuar usando o software depois de expirado o tempo.

Trial ou Demo: software disponibilizado para teste com apenas algumas funções. Nesse tipo
de distribuição, o usuário faz uma espécie de “test-drive” para saber se o software atende as
suas necessidades.

Quando estudamos sobre “software”, aprendemos que a maioria dos softwares é publicada
sob uma licença e que essa licença é um acordo legal entre o usuário e o desenvolvedor do
software que diz quais são os direitos e obrigações de ambas as partes. As licenças podem ser
divididas em dois tipos: proprietária e livre.

A licença proprietária define que o para usar o software, o usuário precisa de uma licença de
uso (que geralmente é paga). Veja que a definição é simples de entender. Já a licença livre
precisa de um cuidado maior, pois temos duas linhas de pensamento sobre esse tema e isso
pode gerar confusões sobre determinados termos.

Provavelmente você já ouviu falar em software livre ou software de código aberto. Apesar da
similaridade dos termos, cada um carrega uma definição distinta.

O termo “software livre” foi criado pela Free Software Foundation (FSF – ou, em português,
Fundação Software Livre) e é utilizado para qualquer programa de computador que pode ser
usado, copiado, estudado e redistribuído com algumas restrições. A palavra-chave aqui é
“liberdade”. Dessa forma, o software é considerado livre quando atende quatro tipos de
liberdade (definida pela FSF) para os utilizadores do software:

Liberdade nº 0: liberdade para executar o programa para qualquer propósito.

Liberdade nº 1: liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo às suas


necessidades. O acesso ao código fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Liberdade nº 2: liberdade de redistribuir, inclusive vender cópias, de modo a ajudar o


próximo.

Liberdade nº 3: liberdade de modificar o programa e liberar estas modificações, de modo que


toda a comunidade beneficie delas. O acesso ao código fonte é um pré-requisito para esta
liberdade.

Essas liberdades precisam ser irrevogáveis.

236
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A liberdade nº 2 pode causar uma certa estranheza, pois ela afirma que um software livre
pode ser vendido. Mas, como foi dito anteriormente, a ideia central do software livre é a
liberdade. Por isso, pouco importa se você comprou ou adquiriu gratuitamente um software
livre, o que importante é ter a liberdade de usar, copiar, estudar e redistribuir.

O software livre pode ser comercializado ou distribuído gratuitamente.

Quando baixamos um software livre, uma licença de software livre é anexada ao programa.
Veja algumas licenças de software livre:

• Licença Pública Geral GNU (GNU GPL)


• Licença Pública Menos Geral do GNU (GNU LGPL)
• Licença do Guile
• Licença do MIT

Com o passar do tempo, alguns usuários e desenvolvedores de software livre passaram a


discordar dos objetivos do software livre. Isso fez com que se originasse
a Open Source Initiative (OSI ou, em português, Iniciativa Código Aberto) e,
consequentemente, um novo termo surgiu: código aberto.

Segundo a Iniciativa Código Aberto, um software de código aberto deve garantir:

1. Distribuição livre: a licença não deve restringir de nenhuma maneira a venda ou


distribuição do programa gratuitamente, como componente de outro programa ou não.

2. Código fonte: o programa deve incluir seu código fonte e deve permitir a sua distribuição.
Se o programa não for distribuído com seu código fonte, deve haver algum meio de se obter
o mesmo.

3. Trabalhos derivados: a licença deve permitir modificações e trabalhos derivados, e deve


permitir que eles sejam distribuídos sobre os mesmos termos da licença original.

4. Integridade do autor do código fonte: a licença pode restringir o código fonte de ser
distribuído em uma forma modificada apenas se a licença permitir a distribuição de arquivos
patch (de atualização) com o código fonte para o propósito de modificar o programa no
momento de sua construção. A licença deve explicitamente permitir a distribuição do
programa construído a partir do código fonte modificado. Contudo, a licença pode ainda
requerer que programas derivados tenham um nome ou número diferentes do programa
original.

5. Não discriminação contra pessoas ou grupos: a licença não pode ser discriminatória
contra qualquer pessoa ou grupo de pessoas.

6. Não discriminação contra áreas de atuação: a licença não deve restringir qualquer pessoa
de usar o programa em um ramo específico de atuação. Por exemplo, ela não deve proibir que
o programa seja usado em uma empresa, ou de ser usado para pesquisa genética.

7. Distribuição da Licença: os direitos associados ao programa devem ser aplicáveis para


todos aqueles cujo programa é redistribuído, sem a necessidade da execução de uma licença
adicional para estas partes.

8. Licença não específica à um produto: os direitos associados ao programa não devem


depender que o programa seja parte de uma distribuição específica de programas. Se o

237
Apostila Pré-Edital: SEMSA

programa é extraído desta distribuição e usado ou distribuído dentro dos termos da licença
do programa, todas as partes para quem o programa é redistribuído devem ter os mesmos
direitos que aqueles que são garantidos em conjunção com a distribuição de programas
original.

9. Licença não restrinja outros programas: a licença não pode colocar restrições em outros
programas que são distribuídos juntos com o programa licenciado. Isto é, a licença não pode
especificar que todos os programas distribuídos na mesma mídia de armazenamento sejam
programas de código aberto.

10. Licença neutra em relação a tecnologia: nenhuma cláusula da licença pode estabelecer
uma tecnologia individual, estilo ou interface a ser aplicada no programa.

O software de código aberto tenta ser mais flexível que o software livre. No caso das licenças
de código aberto, por exemplo, grandes empresas de software proprietário criaram uma
licença para código aberto e passaram a desenvolver software de código aberto. Veja abaixo
algumas licenças:

• Academic Free License


• GNU General Public License 2.0
• MIT License
• Apache License 2.0
• Apple Public Source License
• IBM Public License 1.0
• Microsoft Public License
Algumas licenças se “encaixam” na definição de software livre e de código aberto.

Os dois termos, software livre e código aberto, descrevem quase a mesma categoria de
software. Dessa forma, quase todo software de código aberto é um software livre. Entretanto,
existe uma diferença de ideias e princípios entre os dois movimentos.

Enquanto o software livre é um movimento social que valoriza a liberdade do usuário, o


software de código aberto tem uma visão mais prática e técnica (desenvolvimento do
software).

Apesar dessa diferença, os dois movimentos não são “inimigos”. O movimento software livre,
por exemplo, considera que o inimigo é o software proprietário (não-livre). Assim, cada
movimento tem sua importância.

• Software livre tem o foco na liberdade do usuário.


• Software de código aberto é mais focado no lado prático e técnico.
• O movimento Software livre e software de código aberto não são "inimigos".

Vantagens do software livre e do software de Código Aberto:

Liberdade para estudar e adaptar um programa: o código pode ser modificado e adaptado
as necessidades do usuário/empresa.

Baixo custo: geralmente não se paga por licença de software; o suporte pode ser oferecido
por várias empresas e não apenas pela empresa que desenvolveu o software, isso aumenta a
concorrência e, consequentemente, o preço do suporte diminui.

238
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Segurança: é possível saber exatamente o que o programa faz (diferentemente de um software


proprietário); correção de bugs tende a ser rápida, já que pessoas do mundo todo estudam e
contribuem para melhorar o programa; menos visado por vírus e programas maliciosos.

Desvantagens:

Algumas interfaces são pouco intuitivas.

Mudança de cultura: a mudança para esse tipo de software pode gerar resistência,
principalmente, em uma empresa.

Incompatibilidade com alguns sistemas operacionais.

Teste de software: o software proprietário tende a ser mais testado antes de ser lançado no
mercado.

Hardware
Processador (CPU) e Arquitetura de Computador
O hardware é a parte física do computador, sem ele não é possível executar os algoritmos de
um programa (software). Dessa forma, para que um software seja útil, em algum momento o
hardware terá que executá-lo. Basicamente tudo que podemos "tocar" é considerado
hardware. Por exemplo: monitor, placa-mãe, disco rígido, mouse, teclado, etc.

O funcionamento básico de um computador consiste em ler uma entrada de dados, realizar


um processamento e exibir uma saída.

Tendo isso em mente, identificamos que um computador é um dispositivo composto de três


partes:

• Processador - responsável por executar programas


• Memória - responsável por armazenar dados e instruções
• Dispositivos de entrada e saída - responsáveis por fornecer a entrada e saída de
dados.
Você que está lendo esse material representa os três principais componentes de um
computador:

• Processador - seu cérebro


• Memória - suas anotações em um papel
• Dispositivos de entrada e saída - uma caneta para fazer as anotações

239
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Quem percebeu que os diversos computadores construídos ao longo do tempo convergiam


para um modelo comum foi o matemático John von Neumann e o seu modelo ficou conhecido
como a "Arquitetura de Von Neumann". As características desse modelo são:

• Hardware
• Unidade Central de Processamento (UCP) - composta por uma unidade de controle
(UC), uma unidade lógica e aritmética (ULA), registradores (pequenas memórias) e um
contador de programa.
• Memória.
• Dispositivos de Entrada e Saída (E/S).
• Processamento sequencial de instruções
• Contém um único caminho entre a memória e a unidade de controle (UC).

De um ponto de vista
genérico, a maioria
dos computadores
atualmente utiliza
esse modelo.
A arquitetura de Von
Neumann também foi
adaptada com a
adição
do barramento de
sistema que é
responsável por
interligar os outros
componentes para
que seja possível
transmitir dados.

Assim, o computador passa a possuir mais um componente:

• Unidade Central de Processamento (UCP).


• Memória.
• Dispositivos de E/S
• Barramento – exemplo: placa-mãe.

Além de existir outras melhorias na arquitetura de Von Neumann, existem também outros
modelos de computação diferentes.

240
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Processador
O processador é considerado o cérebro do computador, pois controla todas as operações e o
seu funcionamento. Isto é, executa de fato as instruções de um programa. O processador
também é conhecido como CPU (Central Processing Unit) ou UCP (Unidade Central
de Processamento).

A CPU é composta por:


• unidade de controle (UC) -
utiliza sinais de controle para gerenciar o
fluxo de dados e o momento em que deve
ocorrer transferências entre uma unidade e
outra.
• unidade lógica e aritmética (ULA) -
responsável pelas operações lógicas e
operações aritméticas. Exemplos de
operações realizadas pela ULA: adição,
subtração, negação. Os sinais enviados da
unidade de controle (UC) que selecionam qual operação será realizada.
• registradores - pequena memória de alta velocidade que armazena resultados
temporários e realiza o controle de informações. Cada registrador tem um tamanho
(normalmente todos têm o mesmo tamanho) e função. Por ser interno a CPU, os
registradores podem ser lidos e escritos em alta velocidade. Cada CPU pode ter
diversos registradores, mas dois registradores se destacam: Contador de Programa
(PC - Program Counter), que indica a próxima instrução a ser executada, e o
Registrador de Instrução (IR - Instruction Register), que armazena a instrução que está
sendo executada.

A CPU é composta por:

• Unidade de Controle (UC) - gerencia o que acontece na CPU.


• Unidade Lógica e Aritmética (ULA) - realiza operações lógicas e aritméticas.
• Registradores - pequena memória de alta velocidade.

Para manter os componentes da CPU sincronizados, utiliza-se um relógio (conhecido como


"Clock") que envia pulsos elétricos simultaneamente em um determinado intervalo de tempo
aos componentes. O número de pulsos elétricos emitidos a cada segundo pelo relógio é a
frequência. Esta, por sua vez, é medida em ciclos por segundo, ou hertz. Se, por exemplo, o
relógio emite milhões de pulsos por segundo, então ele opera em intervalos de MegaHertz
(MHz). Atualmente, a maioria dos computadores trabalha em intervalos de GigaHertz (GHz -
bilhões de pulsos por segundo).

Como podemos perceber, praticamente tudo que é feito por um computador precisa do
envolvimento do processador. Dessa forma, o processador precisa se comunicar com a
memória e dispositivos de entrada e saída. Para fazer isso, o processador utiliza "palavras".
Uma "palavra" é um conjunto de bits e o seu tamanho impacta no potencial de cálculo e
precisão das operações do processador. Atualmente, a maioria dos processadores utiliza
palavras de 32 bits ou 64 bits. Assim, se você ouvir a expressão "processador de 32 bits / 64
bits", significa qual é o tamanho da "palavra" utilizada pelo processador para se comunicar.

241
Apostila Pré-Edital: SEMSA

RISC x CISC
Um processador pode ser classificado como RISC (Reduced Instruction Set Computing)
ou CISC (Complex Instruction Set Computing) de acordo com o número de instruções
suportadas.

O processador CISC possui um número maior de instruções, mas a execução de cada uma
delas é mais lenta. Enquanto o processador RISC possui um número menor de instruções,
mas que são otimizadas para executar mais rápido.

Além dessa diferença quanto ao número de instruções, existem outras características que
distinguem os dois tipos de processadores:

Memória (RAM, ROM, CACHE, HD etc.)


Em um computador, o termo memória pode ser definido como um espaço capaz de armazenar
dados e informações. Dependendo da memória, os dados podem ser armazenados
temporariamente ou permanentemente, isto é, ela pode ser volátil ou não volátil. Em uma
memória do tipo volátil os dados são armazenados enquanto houver energia, assim, no
momento que a energia é interrompida, os dados são perdidos. Ao contrário da memória não
volátil que armazena os dados mesmo sem energia.

O termo "volátil" aparece com frequência quando estamos falando de memória e em muitas
questões de concurso que abordam o assunto. Por isso, grave bem o que significa "volátil" e
"não volátil".

• Memória volátil - os dados são armazenados temporariamente, ou seja, se houver uma


interrupção de energia, os dados são perdidos.
• Memória não volátil - os dados são armazenados de forma permanente, ou seja,
mesmo sem energia os dados continuarão armazenados.
• Encontramos basicamente dois grupos de memória em um computador:
• Memória primária
• Memória secundária

Memória Primária

Sua principal função é conter as informações necessárias para o processador num determinado
momento, sem elas o computador não pode funcionar. Nesse grupo temos a memória RAM,
memória ROM e a memória cachê.

242
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A memória RAM (Random Access Memory ou, em português, Memória de Acesso Aleatório)
é do tipo volátil e é onde os dados e programas são carregados para serem usados pelo
processador. Os dados podem ser escritos ou lidos a partir de qualquer posição da memória
pois o tempo para realizar essas operações é o mesmo em qualquer parte da memória. Por
essa razão a memória RAM tem o nome de "acesso aleatório". Dependendo da capacidade
de reter energia, a memória RAM pode ser classificada como memória estática (Static RAM –
SRAM) e memória dinâmica (Dynamic RAM – DRAM).

• Memória estática (SRAM) – requer um mínimo de energia para manter as informações


carregadas. São extremamente rápidas, mas com o custo elevado.
• Memória dinâmica (DRAM) – requer periódicas recargas elétricas para manter a
informação armazenada. Seu acesso é mais lento do que uma memória estática, porém
com o custo menor.
A memória RAM dinâmica é a mais utilizada nos computadores modernos. Em anúncios de
computador, por exemplo, é comum ver a informação da quantidade de memória RAM
dinâmica da seguinte forma "computador com 2 GB de memória RAM" (atualmente é difícil
ver um computador com menos de 2 GB). A tecnologia mais usada na memória RAM dinâmica
é a DDR (Double Data Rate ou, em português, taxa dupla de transferência). Essa
tecnologia permite que dois dados sejam transferidos ao mesmo tempo e está na versão 4
(DDR4).

Já a memória RAM estática, é utilizada como memória cache. A memória cache é uma
pequena quantidade de memória que fica entre o processador e a memória RAM dinâmica.
Pelo fato da memória RAM dinâmica ser uma memória lenta, isso pode ser um gargalo para o
processador. Dessa forma, um circuito especial chamado "controlador de cache" transfere
blocos de dados muito utilizados da memória RAM para a memória cache. Assim, no próximo
acesso do processador, este consultará primeiro a memória cache, que é bem mais rápida,
permitindo o processamento de dados de maneira mais eficiente.

A memória RAM é do tipo volátil e é onde os dados e programas são carregados para serem
usados pelo processador.

Existem dois tipos de memória RAM:

• Memória estática (SRAM) - extremamente rápidas, mas com o custo elevado.


• Memória dinâmica (DRAM) - requer periódicas recargas elétricas para manter a
informação armazenada. Seu acesso é mais lento, porém com o custo menor. É a
principal memória utilizada nos computadores modernos.
A memória cache fica entre o processador e a memória RAM. Por ser rápida, proporciona um
processamento de dados mais eficiente.

A memória ROM (Read Only Memory) é do tipo não volátil e as informações armazenadas
podem ser lidas, mas não podem ser alteradas. Esse tipo de memória, por exemplo, já vem
instalada de fábrica na placa-mãe do computador com informações básicas para o

243
Apostila Pré-Edital: SEMSA

funcionamento da máquina e, também, para a inicialização do sistema quando a máquina é


ligada.

Existem vários tipos de memória ROM que se diferenciam pelo método de escrita dos dados
e pelo número de vezes que podem ser reescritas:

• ROM – contém dados e programas pré-gravados na memória.


• PROM (Programmable ROM) – a memória pode ser programada apenas uma vez, ou
seja, uma vez que uma PROM é programada, os dados e softwares ficam gravados de
forma permanente.
• EPROM (Erasable and Programmable ROM) – é programada igualmente uma PROM.
Mas é possível apagar seu conteúdo e reprogramar repetidas vezes. Para isso, é preciso
expor a memória a uma luz ultravioleta.
• EEPROM (Eletrical Erasable and Programmable ROM) – similar a EPROM, mas o
conteúdo é apagado eletricamente.

Memória Secundária
A principal função da memória secundária é armazenar os dados permanentemente. Ou seja,
quando precisamos armazenar dados que estavam na memória RAM, utilizamos a memória
secundária. Assim, esse tipo de memória é do tipo não volátil. Outra característica da memória
secundária é que o processador não pode acessá-la diretamente e, por isso, programas e
dados armazenados precisam ser carregados na memória principal para serem tratados pelo
processador. São mais lentas que as memórias principais, mas tem uma capacidade de
armazenamento muito superior.

Veja abaixo as principais diferenças entre a memória primária e secundária.

Podemos citar como exemplos de memória secundária: disco rígido (HD), dispositivos ópticos
(CD, DVD), dispositivos de memória flash (pendrive, cartão de memória, discos SSD), etc.

O disco rígido, que também pode ser chamado de Hard Disk (HD), Hard Disk Drive (HDD) ou
winchester (termo em desuso atualmente), é o dispositivo de armazenamento mais importante
de um computado moderno. Se analisarmos do ponto de vista do usuário, o disco rígido é o
componente mais importante de um computador. Talvez venha a cabeça que o processador é
o componente mais importante pelo fato dele ser responsável por realizar todas as tarefas,
mas se o processador parar de funcionar, basta substitui-lo por outro. Diferentemente do disco
rígido, se este queimar o usuário pode perder todos os seus dados.

244
Apostila Pré-Edital: SEMSA

O disco rígido, por fora, é uma caixa metálica lacrada. Isso


porque essa "caixa" não pode ser aberta, já que os discos nos quais
são gravadas as informações giram em alta velocidade, uma
partícula de poeira poderia danificar a superfície do disco e
ocasionar a perda de dados.

Por dentro da caixa do disco rígido, dois componentes se destacam: os discos magnéticos e
as cabeças de leitura.

Nos discos magnéticos é que são gravados os dados.


Para organizar o processo de leitura e gravação dos
dados nos disco, temos os círculos concêntricos
chamados de trilhas e pequenas divisões nas trilhas
que são chamadas de setores. Podemos imaginar as
trilhas como se fossem ruas (Rua A, Rua B, etc) e os
setores como se fossem os números de uma rua (Rua A
nº 1, Rua B nº 3, etc.). Além de trilhas e setores, temos
os cilindros que são a união de trilhas alinhadas.
Existem vários tipos de interface para discos rígidos: IDE/ATA, Serial ATA (SATA), SCSI, SAS,
entre outros. Entretanto, os mais utilizados são o IDE e o SATA.

A interface IDE (Integrated Drive Electronics) - conhecido também como ATA


(Advanced Technology Attachment) ou PATA (Parallel Advanced Technology Attachment) -
tem como principal característica a transmissão de dados de forma paralela, isto é, como se
estivessem lado a lado. O cabo utilizado para conectar o disco rígido a placa mãe é conhecido
como cabo flat e pode conectar até dois dispositivos.

Por Rnewkirk7954 sob a licença CC BY-SA 3.0

Como é possível conectar até dois dispositivos em um


mesmo cabo, torna-se necessário especificar quem é
o dispositivo primário e o secundário. Para isso, utiliza-
se uma pequena peça chamada jumper que é colocada
na parte traseira do dispositivo.

Já a interface SATA (Serial ATA) realiza a transmissão


dos dados de forma serial (como se fosse uma fila).
Esse padrão surgiu para substituir o padrão IDE e
apresenta vantagens como transmissão de dados mais rápida, não utiliza jumpers, o cabo de
conexão é mais fino (facilita a circulação de ar dentro de um gabinete - ver foto abaixo),
praticamente não existe perda de dados por interferência, etc.

245
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A interface IDE e SATA também é utilizada por outros


dispositivos de armazenamento como, por exemplo,
unidades ópticas (CD, DVD).
Os dispositivos de armazenamento óptico (CD,
DVD, Blu-ray) utilizam um material reflexivo na
superfície. A gravação de dados cria variações nessa
superfície que podem ser detectadas com o uso de
um feixe de laser enquanto o disco gira. Dessa forma,
é possível recuperar as informações gravadas.

Os dispositivos de memória flash utilizam a


memória do tipo EEPROM e os dados são armazenados, deletados e lidos com o uso de sinais
eletrônicos. Dessa forma, nesse tipo de dispositivo não é necessário o uso de partes móveis.
Essa é uma das principais diferença em relação aos dispositivos magnéticos e ópticos.

Outros Conceitos de Memória


Agora que conhecemos os conceitos fundamentais sobre a memória do computador, vamos
explorar outros tópicos:

• Memória Terciária
• Memória Virtual

Memória Terciária

A memória terciária é basicamente uma memória secundária, a principal diferença é que


aquela requer uma intervenção do usuário (como, por exemplo, inserir uma mídia em um
dispositivo de leitura e gravação de dados). Podemos citar como exemplo de memória terciária
a fita magnética e os discos ópticos (CD e DVD - para utilizar um CD é necessário que o usuário
insira o disco no leitor).

Memória Virtual
Para que um programa seja executado, é preciso carregá-lo na memória principal (RAM) do
computador. Mas o que acontece quando acaba o espaço da memória física? É nesse cenário
que aparece a memória virtual. Essa técnica utiliza a memória secundária (disco rígido, por
exemplo) para armazenar os dados da memória RAM quando ela está cheia.

Barramentos, Placa Mãe e BIOS


O computador é formado pelo processador, memória e dispositivos de entrada e saída (E/S)
que trabalham em conjunto e, por isso, trocam dados a todo momento. Por essa razão, é
preciso existir uma ligação entre esses componentes e quem faz isso é o barramento. Assim,
o barramento pode ser visto como um "caminho" através do qual os dados trafegam no
computador.

A quantidade de bits que podem ser transmitidos simultaneamente pelo barramento é


chamada de largura do barramento. Se, por exemplo, a largura do barramento é de 8 bits, isso
significa que é preciso ter oito caminhos paralelos no barramento para transferir os dados.
Atualmente, a largura mais utilizada pelos computadores pessoais é de 32 bits e 64 bits.

246
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Mas não se engane pensando que o trabalho do barramento é ser apenas o "caminho". É
preciso lembrar que existem vários componentes querendo se comunicar. Por isso, o
barramento de um computador é subdividido em três e cada um tem a seguinte função:

• Barramento de dados - por esse barramento os dados são enviados ou recebidos.


• Barramento de endereços - indica para onde transmitir ou receber os dados.
• Barramento de controle - controla o tráfego de dados, isto é, sincroniza as atividades
do barramento.

O barramento ainda pode ser dividido em duas categorias:

• barramento local: conecta o processador, o chipset e a memória principal do


computador.
• barramento de expansão: permite conectar periféricos, dispositivos externos, slots de
expansão e portas de E/S ao computador. Os principais barramentos de expansão são
o ISA, PCI, AGP e USB.
• ISA (Industry Standard Architecture) - foi o primeiro barramento de expansão utilizado
em computadores. Atualmente não é mais utilizado.
• PCI (Peripheral Component Interconnect ou Interconector de Componentes
Periféricos) - barramento para conectar periféricos (placas de vídeo, placas de som,
placas de rede) em computadores criado pela Intel. Esse tipo de barramento permite
ao dispositivo conectado ler e gravar dados direto na memória RAM. Além disso, usa
o recurso Plug and Play (Conectar e Usar). Isto é, ao conectar um dispositivo no
computador, o sistema operacional se encarrega de reconhece-lo para que o usuário
possa instalar os drivers ou, em alguns casos, o sistema operacional instala sozinho. A
ideia é tirar do usuário um pouco da responsabilidade ao instalar um dispositivo novo.
• AGP (Accelerated Graphics Port) - barramento criado pela Intel apenas para ser
utilizado por placas de vídeo.
• PCI Express - esse barramento surgiu para substituir os barramentos PCI e AGP.
• USB (Universal Serial Bus) - o padrão USB surgiu para facilitar que novos dispositivos
fossem adicionados ao computador. Já que qualquer dispositivo compatível com USB
usa padrões definidos de conexão.

Periféricos (Dispositivos de Entrada e Saída):


Só podemos usufruir do poder de processamento de um computador se existirem formas de
comunicação. Sem meio de colocar e retirar informações de um computador, o processador e
a memória teriam pouca utilidade. Por essa razão, existem componentes que são responsáveis
pela entrada e saída de dados, ou seja, estabelecem uma comunicação usuário → máquina e
máquina →usuário. São conhecidos como periféricos ou dispositivos de entrada e saída
(dispositivos de E/S).

247
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Os periféricos são classificados como dispositivos de entrada, dispositivos de saída e, um


"híbrido", dispositivos de entrada e saída.

Nos dispositivos de entrada, a comunicação é realizada usuário → máquina. Indica uma


entrada de dados que é processada pelo computador. Pode ser realizado por um usuário ou
por outro dispositivo (um outro computador, por exemplo). Exemplos:

• teclado
• mouse
• scanner.
Nos dispositivos de saída, a comunicação é realizada máquina → usuário. Indica uma saída
de dados que foi processada pelo computador. Essa saída pode ser recebida por um usuário
ou por outro dispositivo. Exemplos:

• monitor
• impressora
• fone de ouvido.
Já os dispositivos de entrada e saída, realizam uma comunicação nos dois sentidos (usuário
↔ máquina). Exemplo:

• disco rígido (HD) é um dispositivo de entrada (comunicação usuário → máquina)


quando o usuário grava um arquivo e é um dispositivo de saída (comunicação máquina
→ usuário) quando o usuário visualiza um arquivo.
• modem
• Multifuncional -
• tela touchscreen - além de exibir informações na tela (dispositivo de saída), é possível
entrar com os dados por meio do toque (dispositivo de entrada).

Windows
Windows 7
O Windows é o sistema operacional mais utilizado em computadores pessoais e foi
desenvolvido pela Microsoft. Sabendo que o Windows é responsável por gerenciar a utilização
do hardware pelos programas aplicativos, ou seja, fazer a interface entre o software e o
hardware. Vamos conhecer as particularidades desse sistema operacional.

Nesse material, será abordado a versão Windows 7. Os requisitos mínimos de hardware para
rodar esse sistema operacional são:

• Processador de 1 gigahertz (GHz) ou superior de 32 bits (x86) ou 64 bits (x64) gigabyte


(GB) de RAM para a versão de 32 bits e 2 GB de RAM para a versão de 64 bits
• 16 GB de espaço em disco disponível para a versão de 32 bits e 20 GB para a versão de
64 bits
• Dispositivo gráfico DirectX 9 com driver WDDM 1.0 ou superior
248
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Quando o Windows termina de iniciar o sistema, a área de trabalho (desktop) é exibida:

A Barra de Tarefas é aquela barra que, por padrão, fica na parte inferior da tela. Essa barra
está quase sempre visível para o usuário e nela encontramos o menu Iniciar, a barra de
ferramentas e a área de notificação.

O menu Iniciar é o ponto de partida para abrir programas, pastas e configurações do


computador. Para abrir o menu Iniciar, clique no botão Iniciar ou pressione a tecla com o
logotipo do Windows no teclado.

O menu Iniciar possui dois painéis:


Painel esquerdo - mostra uma lista com alguns
programas do computador. Essa lista não é fixa.
Pois o Windows detecta quais os programas
mais usados pelo usuário e coloca nessa lista
para oferecer um acesso rápido. Para ver a lista
completa de programas é preciso clicar na
opção "Todos os Programas".

No canto inferior desse painel está uma caixa


de pesquisa que permite procurar programas e
arquivos no computador digitando o que se
deseja encontrar. A pesquisa é bem ampla, pois
é feita nos programas, em todas as pastas da
conta do usuário, mensagens de e-mail,
mensagens instantâneas salvas, compromissos,
contatos, favoritos da Internet e o histórico de
sites visitados.

249
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Painel direito - esse painel dá acesso a pastas, arquivos, configurações e recursos mais usados.
Os links exibidos são:

• Pasta pessoal: abre a pasta pessoal do usuário conectado.


• Documentos: abre a biblioteca Documentos.
• Imagens: abre a biblioteca Imagens.
• Música: abre a biblioteca Músicas.
• Jogos: abre a pasta Jogos.
• Computador: abre uma janela na qual é possível acessar unidades de disco, câmeras,
impressoras e outros hardwares conectados ao computador.
• Painel de Controle: abre o Painel de Controle, onde é possível alterar as configurações
do computador.
• Dispositivos e Impressoras: abre uma janela onde é possível ver informações sobre a
impressora, o mouse e outros dispositivos.
• Programas Padrão: abre uma janela onde é possível selecionar qual o programa
padrão para realizar determinada atividade.
• Ajuda e Suporte: abre a Ajuda e Suporte do Windows.
No canto inferior desse painel, encontra-se a opção de desligar o computador, trocar de
usuário, fazer logoff, bloquear, reiniciar e suspender.

• Trocar de usuário: outro usuário faz logon sem a


necessidade de fazer logoff no usuário atual.
• Fazer logoff: todos os programas que estavam sendo
usados são fechados, mas o computador não desliga. Depois de
fazer isso, outro usuário pode fazer logon sem a necessidade de
reiniciar o computador.
• Suspender: o modo de suspensão é um estado de economia de energia. Ao entrar
nesse estado, o Windows mantém os programas e documentos que estiverem abertos
na memória principal. Isso possibilita um retorno rápido para continuar o que se
estava fazendo.
• Hibernar: no modo de hibernação, os documentos e programas abertos são colocados
no disco rígido e o computador é desligado. Consome menos energia que o modo de
suspensão. Entretanto, demora mais para "voltar".
Suspender

• Programas e documentos abertos são mantidos na memória principal


• Retorno é mais rápido
Hibernar

• Programas e documentos aberto são salvos no disco rígido


• Consome menos energia que o modo de suspensão
• Demora mais para voltar

Observação: no modo de hibernação os programas e documentos abertos são salvos de


forma temporária para que o usuário possa continuar exatamente de onde parou e decidir o
que fazer depois que o computador retorna do estado de hibernação.

No lado direito do botão "Iniciar", podemos colocar atalhos de programas que utilizamos com
frequência. Ao clicar com o botão direito sobre um desses atalhos, é exibida uma lista de

250
Apostila Pré-Edital: SEMSA

atalhos. No caso do Internet Explorer, por exemplo, é exibido algumas páginas visitadas
recentemente, a opção "Iniciar Navegação InPrivate" e "Abrir nova guia".

No canto direito da barra de tarefas, temos a Área de


notificação que exibe um relógio e um grupo de ícones.
Esses ícones, que podem variar dependendo dos
programas e serviços instalados, mostram o status de
alguns itens do computador ou fornece acesso a
determinadas configurações.

Em algumas situações, um ícone da área de notificação pode exibir uma pequena janela para
informar algo.

Desktop

O Desktop (ou Área de Trabalho) é um espaço onde o usuário pode abrir janelas, colocar
arquivos, pastas, programas, atalhos, gadgets e outros elementos gráficos.

Quando colocamos um arquivo, pasta, atalho ou


programa no Desktop, eles são representados por meio
de pequenas imagens (ícones) para que o usuário consiga
associar qual é o tipo de arquivo ou o programa.

O ícone pode assumir qualquer tipo de imagem, o


Windows permite até que o usuário altere o ícone padrão
que representa uma pasta, por exemplo.

Dentre os ícones apresentados na imagem acima, o ícone do navegador Internet


Explorer tem um detalhe que o identifica como um atalho: uma pequena seta no
canto inferior esquerdo do ícone.

O atalho é um link para um arquivo que está armazenado em outro local. Por exemplo, o
navegador Internet Explorer está no caminho C:\Program Files (x86)\Internet Explorer\, para
não ter que "percorrer" todo esse caminho para abrir o Internet Explorer, torna-se conveniente
criar um atalho no desktop. Ou seja, o atalho só aponta o caminho do arquivo original. Se
deletarmos o atalho, nada acontecerá com o arquivo original.

251
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Quando clicamos com o botão direito do mouse em uma área vazia do


desktop, um menu é exibido.

A opção "Exibir" permite o usuário


alterar a forma como os ícones são
exibidos.

A opção "Classificar por" altera a forma que é


ordenado os ícones.

A opção "Novo" permite criar uma pasta, um atalho ou


um tipo de arquivo.

252
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A opção "Resolução da tela" abre


a janela na qual é possível alterar a
resolução utilizada pelo
computador.

A opção "Gadgets" abre uma nova janela onde


exibe gadgets que podem ser adicionados na
área de trabalho. Gadgets são pequenos
softwares que realizam tarefas específicas como
exibir notícias, previsão do tempo, agenda, etc.

253
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A opção "Personalizar" abre


a janela "Personalização" na
qual é possível alterar o
plano de fundo, cor da
janela, sons e proteção de
tela.

No Windows 7, por padrão,


temos apenas o ícone
da Lixeira no desktop.
Quando excluímos um
arquivo, programa ou
diretório (pasta), eles são
enviados para a lá.

Mas, podemos dizer que


existem basicamente duas
formas de excluir um arquivo no Windows: excluir enviando para a Lixeira ou excluir sem enviar
para Lixeira.

Para enviar um arquivo para Lixeira, o usuário seleciona o arquivo


e pressiona a tecla Delete ou clica com o botão direito do mouse
no arquivo e clica na opção "Excluir"; e, por último, clica no botão
"Sim" para confirmar a ação. Esse é o caso mais comum e é
possível recuperar o arquivo da Lixeira.

A Lixeira, portanto, é um dá ao usuário uma


segunda chance caso um arquivo importante seja
excluído por engano. Pois se isso acontecer é
possível restaurá-lo. Para isso, é preciso abrir a
Lixeira, clicar com o botão direito do mouse sobre
o arquivo e, por último, clicar na opção Restaurar.
Assim, o arquivo retornar para onde estava antes
de ser enviado para Lixeira.

Para excluir um arquivo sem enviar para a Lixeira, ou seja, excluir permanentemente, o usuário
seleciona o arquivo, pressiona as teclas Shift + Delete e, por fim, clica no botão "Sim" para
confirmar a ação.

254
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Excluir um arquivo enviado para a Lixeira: o usuário seleciona o arquivo e pressiona a


tecla Delete ou clica com o botão direito do mouse no arquivo e clica na opção "Excluir". Esse
é o caso mais comum e é possível recuperar o arquivo da Lixeira.

Excluir um arquivo sem enviar para a Lixeira (excluir permanentemente): o usuário seleciona
o arquivo e pressiona as teclas Shift + Delete.

Se o usuário tem certeza que o que tem na Lixeira pode realmente


ser excluído do computador, então ele pode clicar com o botão
direito no ícone da Lixeira, clicar na opção "Esvaziar Lixeira" e, por
último, clicar no botão "Sim" para confirmar a ação. Isso faz com que
tudo que está na Lixeira seja removido do computador.

O Windows permite que o usuário configure algumas propriedades


da Lixeira. Para fazer isso, basta clicar com o botão direito do mouse
sobre o ícone da Lixeira e clicar na opção Propriedades.

Dessa forma, uma nova janela é aberta onde o


usuário pode, por exemplo, configurar o espaço
máximo que a Lixeira pode utilizar.

Janela

A palavra "Windows" significa "Janelas" em inglês. Esse nome foi atribuído ao sistema
operacional da Microsoft porque sempre que um programa, arquivo ou pasta é aberto, ele
exibido em uma janela.

255
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A maioria das janelas possui basicamente as mesmas partes.

1 - Barra de menus: essa parte da janela possui


itens que disparam ações no programa. Como,
por exemplo, salvar o documento, exibir um
arquivo de ajuda, etc.

2 - Barra de título: pode exibir o nome do arquivo, do programa ou


pasta. No caso de programas, um ícone pode ser exibido mais a
esquerda da janela. Ao clicar nesse ícone, algumas opções são
exibidas.

3 - Botão Minimizar: esse botão oculta a janela da área de


trabalho. Dessa forma, é possível tirar uma janela sem
precisar fechá-la. Para exibir novamente a janela na área de
trabalho, basta clicar no seu botão da janela barra de tarefas.

4 - Botão Maximizar: esse botão (ou clicar duas vezes na barra de título) altera
o tamanho da janela para que ela ocupe a tela inteira. Para retornar o tamanho
anterior da janela, basta clicar no botão Restaurar (ou clicar duas vezes na barra de título).

5 - Botão Fechar: esse botão fecha a janela.

Quando estamos utilizando o computador,


normalmente, precisamos abrir várias janelas
(navegador de Internet, pastas, editor de texto,
etc.) e ficar alternando entre elas. Para fazer isso,
podemos usar a barra de tarefas clicando no botão que correspondente da janela que
queremos que fique ativa (na frente de todas as outras).

A outra forma de alternar entre as janelas abertas é utilizando a tecla de atalho Alt + Tab ou
Alt + Esc.

• Alt + Tab - apresenta uma caixa de


diálogo com as janelas abertas e permite
ao usuário selecionar uma aplicação com
o mouse ou pelo teclado.

256
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Alt + Esc - alterna entre as


janelas sem apresentar essa caixa
de diálogo acima.
Mas se for necessário deixar todas
as janelas visíveis na área de
trabalho, o Windows dá a opção
de organizá-las automaticamente
de três formas: cascata, lado a
lado e empilhadas verticalmente.

(Para exibir essas opções, basta clicar com o botão direito do mouse em uma área vazia da
barra de tarefas)

• Cascata

• Lado a lado

257
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Empilhadas

Windows Explorer
O Windows oferece
várias ferramentas para
o usuário interagir e
monitorar o sistema. A
mais cobrada em provas
de concursos é, sem
dúvidas, o Windows
Explorer. Este é um
gerenciador de arquivos
e pastas.

Área 1 - Barra de
ferramentas: a maioria
dos botões exibidos
nessa área mudam de
acordo com o contexto,
isto é, se selecionarmos
uma imagem, serão exibidos botões que disparam ações relacionadas com o tipo de arquivo
imagem. Por exemplo, o botão Visualizar. Se for selecionado um atalho, o botão Abrir será
exibido.

Entretanto, existem três botões no canto direito da tela que são fixos. São os botões "Alterar
modo de exibição", "Painel de Visualização" e "Obter Ajuda".

O botão "Alterar modo de exibição" ( ) muda a forma como os ícones são exibidos para

258
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ícones extragrandes, grandes, médios ou


pequenos;

Lista;

Detalhes;

Lado a lado; e

Conteúdo.

O modo de exibição "Detalhes" é o que mostra mais informações (nome, data de modificação,
tipo e tamanho) sobre os arquivos.

O botão "Painel de visualização" ( ) abre o painel de visualização no canto direito da tela


(corresponde a área 6 da imagem) onde é possível visualizar o conteúdo da maioria dos
arquivos (imagem, arquivo de texto, mensagem de e-mail, etc). Esse botão pode ser acionado
por meio da tecla de atalho Alt + P.

O botão "Obter Ajuda" ( ) abre a janela "Ajuda e Suporte do Windows" onde o usuário pode
ter acesso a mais informações sobre o funcionamento e as ferramentas do Windows. Esse
botão pode ser acionado por meio da tecla de atalho F1.

Embora a maioria das tarefas, que podem ser feitas sobre um arquivo ou diretório, esteja
disponível na barra de ferramentas, o menu clássico do Windows XP (que por padrão fica
oculto) pode ser exibido pressionado a tecla Alt.

Área 2 - Botões da navegação: nessa área temos o botões voltar, que retorna ao último local,
e o botão Avançar, que vai para o próximo local.

259
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Área 3 - Barra de endereços: exibe o caminho da pasta


atual. Além disso, é possível inserir ou selecionar um local
(clicando no nível desejado).

Área 4 - o conteúdo da pasta e os resultados de uma pesquisa são exibidos.


No lado esquerdo dessa área, temos o painel de navegação onde são
exibidos os locais disponíveis no computador (pastas, dispositivos de
armazenamento, bibliotecas, etc).

Em relação aos locais disponíveis, o Windows 7 possui um novo recurso


chamado "Bibliotecas". Este tem a função de organizar arquivos espalhados
pelo computador, pois permite ao usuário reunir arquivos, programas e
diretórios em um único lugar (não importando em quais locais estejam, isto
é, os arquivos podem estar no computador, em um pendrive, na rede, etc).

Por exemplo, você possui uma pasta com diversos materiais de estudo
(português, raciocínio lógico, informática, administração, etc) em PDF. Mas
você pretende estudar para um concurso que só cairá português, raciocínio
lógico e informática. Dessa forma, pode-se criar uma biblioteca chamada
"Concurso X" e informar ao Windows os arquivos ou pastas que devem ser incluídos na nova
biblioteca. Assim, você tem um local específico para acessar os arquivos que precisa.

Área 5 - Caixa de pesquisa: realiza a pesquisa de um arquivo que esteja em alguma pasta ou
biblioteca. À medida que você digita o que está procurando, o conteúdo da pasta ou biblioteca
é filtrado. A pesquisa abrange o nome, conteúdo e propriedades do arquivo. Para mover o
cursor para a caixa de pesquisa, pode-se digitar a tecla de atalho F3 ou Ctrl + E.

Área 6 - Painel de visualização: exibe o conteúdo da maioria dos arquivos (imagem, arquivo
de texto, mensagem de e-mail, etc) sem precisar abri-lo. Esse painel pode ser acionado por

meio do botão ou pela tecla de atalho Alt + P.

Área 7 - Painel de detalhes: exibe as propriedades mais comuns (autor, data de alteração,
tamanho, etc) de um arquivo selecionado.

No Windows Explorer, os arquivos e pastas podem ser movimentados por meio de “arrastar
e soltar”. Nesse caso, é preciso ficar atento, pois essa operação tem resultados diferentes
quando é executada em uma mesma unidade e entre unidades diferentes.

Mesma unidade: o arquivo é movido. Ou seja, se “arrastar e soltar” um arquivo que está em
C:/Pasta1/ para C:/Pasta2/, então, no final da ação, somente a pasta destino terá o arquivo. É
como se o arquivo tivesse sido recortado (Ctrl + X) e colado (Ctrl + V). Entretanto, se
realizarmos essa ação e pressionarmos a tecla Ctrl, o arquivo é copiado.

Unidades diferentes: o arquivo é copiado. Ou seja, se “arrastar e soltar” um arquivo que está
em C:/Pasta1/ para Y:/Pasta2/, então, no final da ação, as duas pastas terão o arquivo. É como

260
Apostila Pré-Edital: SEMSA

se o arquivo tivesse sido copiado (Ctrl + C) e colado (Ctrl + V). Entretanto, se realizamos essa
ação e pressionarmos a tecla Shift, o arquivo é movido.

"Arrastar e soltar" arquivos ou pastas:

Mesma unidade
• Regra - o arquivo é movido.
• Exceção - pressionando a tecla Ctrl o arquivo é copiado.
Unidades diferentes
• Regra - o arquivo é copiado.
• Exceção - pressionando a tecla Shift o arquivo é movido.

A ação "arrastar e soltar" também permite criar um atalho na pasta destino, basta pressionar
(e manter pressionada) a tecla Alt. Assim, o arquivo continua na pasta de origem e a pasta
destino fica com um atalho desse arquivo. Nessa caso, não existe diferença se o arquivo é
movido na mesma unidade ou entre unidades diferentes.

Para finalizar, algumas das principais teclas de atalho do Windows Explorer:

• Ctrl + A - seleciona tudo (arquivos e pastas).


• Ctrl + C - copia o arquivo selecionado
• Ctrl + V - cola um arquivo previamente recortado (Ctrl + X) ou copiado (Ctrl + C)
• Ctrl + X - recortar o arquivo selecionado
• Alt + F4 – fecha a janela.
• Alt + P - exibe o painel de visualização
• F2 - utilizada para renomear um arquivo selecionado.
• F3 ou Ctrl + E - abre a barra de pesquisa

Painel de Controle

O Painel de Controle exibe um conjunto de


ferramentas administrativas para configurar o
Windows, aplicativos e ambiente de serviços.
Uma das formas de acessar o Painel de Controle
é por meio do menu Iniciar.

O Painel de Controle possui dois modos de


exibição: o modo de exibição por categoria e o
modo de exibição clássico.

No modo de exibição por categoria, os ícones são


exibidos de acordo com o tipo de tarefa que o
usuário deseja executar.

261
Apostila Pré-Edital: SEMSA

No modo de exibição
clássico, os ícones são
exibidos de um modo
parecido com as
versões anteriores do
Windows. Para mudar
para esse modo de
exibição, basta clicar
em "Categoria" no
canto superior direito
da tela e escolher
ícones grandes ou
pequenos.

Como o modo de
exibição por
categoria é o
padrão, vamos
trabalhar com ele
ativado, passando
por cada categoria e
destacando as
ferramentas mais
importantes.

Em Sistema e Segurança, você pode exibir e alterar o status


do sistema e da segurança, fazer backup e restaurar
configurações do sistema e de arquivos, atualizar o
computador, exibir a memória RAM e a velocidade do
processador, verificar o firewall, entre outras coisas.

Alguns itens dessa categoria são:

Firewall do Windows:
ajuda a impedir que
hackers ou programas mal-intencionados obtenham acesso ao computador pela Internet ou
por uma rede.

262
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Windows Update:
verifica se há
atualizações de
software e driver. Além disso, o usuário configurar como as atualizações serão realizados no
computador.

Backup e Restauração: faz


backup e restaura arquivos do
sistema. Além de monitorar a configuração e o status do backup mais recente.
Esse item possui uma ferramenta muito cobrada em provas de concursos que é a "Restauração
do Sistema". Essa ferramenta permite restaurar o computador para um ponto anterior no
tempo. Isso pode solucionar diversos problemas do sistema.

Imagine a seguinte situação,


o seu computador está
funcionando perfeitamente.
Mas você precisa instalar
um novo programa no
computador que tem como
função bloquear o acesso a
sites que podem te distrair
(Facebook, Twitter,
YouTube). Você instala o
programa e, depois de
alguns minutos, percebe
que o Windows começou a
ficar lento e em alguns
casos até faz o computador
reiniciar.

Felizmente, o Windows
permite que você "volte no
tempo" com a Restauração
do Sistema. Quando algum evento de sistema significativo vai ocorrer, como, por exemplo, a
instalação de um programa ou um driver de dispositivo, o Windows cria um ponto de
restauração. Esse ponto de restauração salva informações sobre arquivos e configurações do
computador.

Os pontos de restauração também são criados automaticamente a cada sete dias se nenhum
outro ponto de restauração tiver sido criado ou manualmente pelo usuário.

Dessa forma, se o computador apresentar algum problema, é possível retornar arquivos do


sistema e configurações do computador a um ponto anterior no tempo, usando um ponto de
restauração.

Um detalhe importante dessa ferramenta é que, ao restaurar o sistema, apenas os arquivos do


sistema do Windows, os programas e as configurações de registro são afetados. Isto é,
os arquivos pessoais (documentos, fotos, etc.) não são afetados. Se você excluir um arquivo
pessoal por engano, por exemplo, não será possível restaurá-lo.

263
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A ferramenta Restauração do Sistema permite restaurar o computador para um ponto anterior


no tempo. Por meio de pontos de restauração. Estes são criados quando algum evento de
sistema significativo vai ocorrer (instalação de programas ou drivers), automaticamente ou
manualmente.

Afeta apenas os arquivos do sistema do Windows, os programas e as configurações de registro.

Não afeta os arquivos pessoais (documentos, fotos, etc.).

Ainda em Sistema e Segurança,


encontramos um outra
ferramenta muito usado no
Windows que é o Gerenciador
de Tarefas. Este mostra os
programas, os processos e os
serviços que estão sendo
executados no computador.
Dessa forma, é possível
monitorar o desempenho
do computador ou fechar
um programa caso ele
não esteja respondendo.
Além disso, é possível
monitorar a rede (caso o
computador esteja
conectado a uma).

Para abrir o Gerenciador


de Tarefas basta
pressionar Ctrl + Shift +
Esc ou clicar com o botão
direito do mouse em uma
área em branco na barra
de tarefas.

264
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Em Contas de Usuário e Segurança Familiar, é possível


alterar as senhas e as configurações das contas de
usuário e configurar controles dos pais.

No Windows, existem, basicamente, três tipos de


usuários:

Administrador – tem acesso total ao computador e pode realizar qualquer alteração.

Usuário Padrão – pode utilizar a maioria dos softwares e alterar configurações do sistema que
não afetem outros usuários ou a segurança do computador.

Convidado - destinado para uso temporário do computador.

Por questões de segurança, o Windows recomenda criar uma conta padrão para cada
usuário. Dessa forma, o computador fica mais protegido contra alterações que podem afetar
outros usuários e o seu funcionamento.

Em Rede e Internet é possível verificar o status da


rede e alterar as configurações, definir preferências
para compartilhar arquivos e computadores,
configurar a conexão com a Internet, entre outras
coisas.

Nessa categoria, temos o item


Opções da Internet que define
as configurações de conexão e
exibição da Internet.

Ao clicar nesse item, a janela "Propriedades


de Internet" é aberta. Nessa janela é possível
configurar várias opções do Internet Explorer
(página inicial, histórico, guias, etc.) e,
também, opções de conexão como um proxy,
por exemplo.

265
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Em Aparência e Personalização, é possível


alterar a aparência dos itens da área de
trabalho, aplicar um tema ou proteção de tela
no computador ou personalizar o menu Iniciar
e a barra de tarefas.

Alguns itens dessa categoria são:

Personalização: Altera
as imagens, as cores e
os sons do
computador. Ao clicar
no item, é possível
alterar o tema (opções
de personalização pré-
definidas) utilizado
pelo computador. Além
disso, pode-se cada
opção do tema
individualmente por
meio dos botões que
aparecem na parte
inferior da janela.

Vídeo: altera as configurações de vídeo e facilita a leitura de itens na tela.

Para facilitar a leitura, podemos ajustar o zoom aplicado na tela, utilizar a ferramenta Lupa (que
aumenta apenas parte da tela) ou a ferramenta ClearType. Esta vem ativada por padrão no
Windows 7 e é uma tecnologia que tem como função aperfeiçoar a qualidade de leitura do
texto em monitores LCD, telas de notebook, telas de Pocket PC e monitores de tela plana.

266
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A resolução de tela é alterada nesta janela.

Em Hardware e Sons, é possível adicionar ou remover


hardwares (impressora, webcam, teclado, etc), alterar
sons do sistema, reproduzir CDs automaticamente,
economizar energia, atualizar drivers de dispositivos,
entre outras coisas.

Alguns itens dessa categoria são:

Dispositivos e Impressoras:
exibe e gerencia dispositivos,
impressoras e trabalhos de
impressão. Esse item possui uma ferramenta importante que costuma cair em provas
de concursos chamada Gerenciador de Dispositivos.

O Gerenciador de Dispositivos exibe e atualiza os


drivers de dispositivo instalados no computador,
verifica o funcionamento e modifica as
configurações de hardware.

Veja que quando um dispositivo não está


funcionando corretamente, o Gerenciador de
Dispositivos sinaliza com um sinal de exclamação.

267
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Opções de Energia: permite configurar o consumo de energia de muitos dispositivos do


computador ou do sistema inteiro.

Em Relógio, Idioma e Região, é possível alterar a


data, a hora, o fuso horário, o idioma e o modo de
exibição de número, moedas, datas e horas.

Em Programas, é possível desinstalar programas ou recursos do


Windows, desinstalar gadgets, obter novos programas da rede
ou online, entre outras coisas.

Nessa categoria, temos a


ferramenta Programas
e Recursos (nas versões
anteriores do Windows
tem o nome "Adicionar
ou Remover
Programas") onde é
possível desinstalar,
reparar ou alterar um
programa.

Em Facilidade de Acesso, é possível facilitar o uso


do computador. As opções dessa categoria
permitem ajustar a aparência e o comportamento
do Windows para aumentar a usabilidade para usuários com deficiências visuais, auditivas ou
motoras.

268
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Interface de linha de comando

O Windows utiliza o Prompt de


Comando para interpretar os
comandos digitados pelo
usuário. Em provas de concurso,
esse tema não é muito cobrado.
Geralmente as questões se
concentram na interface gráfica
do Windows. Mas é importante
saber que existe esse tipo de
interface e que ele pode ser
usado. Por essa razão, segue
alguns comandos básicos do
Prompt de Comando:

dir - listar arquivos e


diretórios.

cd ou chdir - acessar e
mudar o diretório corrente.

chkdsk – verifica um disco


e pode ser utilizado para
corrigir erros.

cls – limpa a tela do prompt de comando e, com isso, comandos digitados anteriormente não
aparecem.

mkdir ou md – cria um diretório. Exemplo: C:\>mkdir Tec cria uma pasta chamada “Tec” no C:.

rmdir ou rd – remove um diretório.

rename ou ren – renomeia o nome de um arquivo. Exemplo: C:\>ren cespe.txt esaf.txt


renomeia o arquivo “cespe.txt” para “esaf.txt.

copy – copia um ou vários arquivos de uma pasta para outra. A sintaxe do comando é copy
origem destino. Por exemplo, copy C:\cespe.txt D:\Bancas.

move – renomeia diretórios ou move arquivos.

format – formata um disco.

del ou delete – exclui um ou vários arquivos.

269
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Windows 10
O Windows 10 é um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft. Responsável por
gerenciar a utilização do hardware pelos programas aplicativos, ou seja, fazer a interface entre
o software e o hardware. Para instalar o Windows 10 em um computador é preciso ter os
seguintes requisitos mínimos de hardware:

• Processador: 1 GHz ou mais rápido;


• Memória RAM
• 32 bits: 1 GB
• 64 bits: 2 GB
• Espaço no disco rígido
• 32 bits: 16 GB
• 64 bits: 20 GB
• Placa gráfica: DirectX 9 ou posterior com driver WDDM 1.0
• Tela: 800x600
Agora que já sabemos os requisitos mínimos para instalação do Windows 10, podemos iniciar
o sistema. Depois de iniciado, o primeiro contato com o sistema é por meio de área de trabalho
(Desktop):

Barra de Tarefas

A Barra de Tarefas é aquela


barra que, por padrão, fica na
parte inferior da tela. Essa barra
está quase sempre visível para
o usuário e nela encontramos o
menu Iniciar, uma caixa de
pesquisa, a barra de
ferramentas e a área de
notificação.

270
Apostila Pré-Edital: SEMSA

O menu Iniciar é o ponto de partida


para abrir programas, pastas e
configurações do computador. Para
abrir o menu Iniciar, clique no botão
Iniciar ou pressione a tecla com o
logotipo do Windows no teclado.

Podemos dividir o menu iniciar em duas


colunas. Na primeira temos a
informação do usuário logado,
aplicativos mais usados e atalhos para o
Explorador de Arquivos, Configurações,
Ligar/Desligar e Todos os aplicativos. Já
na segunda temos um espaço onde o
usuário pode organizar atalhos para
seus aplicativos e locais favoritos.

No topo da primeira coluna, temos o


nome do usuário logado. Ao clicar no
nome, algumas ações são exibidas.

A ação "Alterar configurações da conta" abre a janela "Contas" onde


é possível adicionar uma imagem, entrar com uma conta de Microsoft,
adicionar/alterar a senha, sincronizar configurações, entre outras
coisas.

A ação "Bloquear" bloqueia a tela do computador. Esse bloqueio também pode ser feito por
meio da tecla de atalho Tecla do Windows + L. Isso evita que alguém use o seu computador
ou veja o que estiver na tela enquanto você não está por perto.

Já a opção "Sair" sai da conta, ou seja, faz um "logoff".

Abaixo do nome do usuário,


temos os aplicativos mais
usados. Para acessá-lo basta
clicar neles. O usuário também
pode tomar algumas ações
clicando com o botão direito do
mouse sobre um aplicativo:

271
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Fixar no Início (segunda coluna do menu Iniciar), Fixar na barra


de tarefas, Desinstalar e Não mostrar nesta lista.

Na parte de baixo da primeira coluna temos os atalhos para:

• Explorador de Arquivos (mais conhecido como o


Windows Explorer)
• Configurações (é um novo "Painel de Controle")
• Ligar/Desligar
• Suspender - o modo de suspensão é um estado de
economia de energia. Ao entrar nesse estado, o Windows
mantém os programas e documentos que estiverem abertos
na memória principal. Isso possibilita um retorno rápido para
continuar o que se estava fazendo.
• Hibernar - no modo de hibernação, os documentos e
programas abertos são colocados no disco rígido e o
computador é desligado. Consome menos energia que o
modo de suspensão. Entretanto, demora mais para "voltar".
• Desligar
• Reiniciar
• Todos os aplicativos

Suspender

• Programas e documentos abertos são mantidos na


memória principal
• Retorno é mais rápido
Hibernar

• Programas e documentos aberto são salvos no disco rígido


• Consome menos energia que o modo de suspensão
• Demora mais para voltar

272
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Observação: no modo de hibernação os programas e documentos abertos são salvos de


forma temporária para que o usuário possa continuar exatamente de onde parou e decidir o
que fazer depois que o computador retorna do estado de hibernação.

Na segunda coluna do menu Iniciar, temos um espaço para o usuário organizar seus aplicativos
e locais favoritos. É possível ajustar a posição do aplicativo e o tamanho e colocá-los em grupo.

Ao abrir o menu Iniciar, o


usuário também pode
simplesmente digitar o que
ele precisa que o Windows faz
uma busca no computador e
na Internet. Essa pesquisa será
abordada mais adiante.

Para finalizar o menu Iniciar, este exibe alguns atalhos para


o usuário ao ser clicado com o botão direito do mouse.

Ao lado do menu Iniciar temos a caixa de pesquisa na


barra de tarefas que é uma novidade do Windows 10 em
relação as versões anteriores do Windows. Com ela o
usuário pode fazer uma pesquisa rápida para encontrar
aplicativos, documentos e pastas no computador e
também na Internet.

273
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Ao lado da caixa de pesquisa, temos o botão "Visão de


Tarefas". Este recurso permite criar áreas de trabalho
virtuais para que o usuário organize programas abertos
em diferentes grupos. Ao clicar no botão "Visão de
Tarefas", ou pressionar Tecla do Windows + Tab, uma
visão geral dos desktops é exibida para organizar
(arrastando e soltando) os programas, abertos, criar ou
remover áreas de trabalho. Para alternar entre os
desktops é possível utilizar a tecla de atalho Ctrl + Tecla
do Windows + Seta Direcional para Esquerda ou Direita.

Na barra de
ferramentas pode
colocar atalhos para
programas que
utilizamos com
frequência.

274
Apostila Pré-Edital: SEMSA

No canto direito da barra de tarefas, temos a Área de


notificação que exibe um relógio e um grupo de ícones. Esses
ícones, que podem variar dependendo dos programas e serviços
instalados, mostram o status de alguns itens do computador ou
fornece acesso a determinadas configurações.

Desktop

O Desktop (Área de Trabalho) é um espaço onde o usuário pode abrir


janelas, colocar arquivos, pastas, programas, atalhos e outros elementos
gráficos.

Quando colocamos um arquivo, pasta, atalho ou programa no Desktop, eles


são representados por meio de pequenas imagens (ícones) para que o
usuário consiga associar qual é o tipo de arquivo ou programa.

O ícone pode assumir qualquer tipo de imagem, o Windows permite até que o usuário altere
o ícone padrão que representa uma pasta, por exemplo.

Dentre os ícones apresentados na imagem acima, o ícone do navegador Google


Chrome tem um detalhe que o identifica como um atalho: uma pequena seta no
canto inferior esquerdo do ícone.

O atalho é um link para um arquivo que está armazenado em outro local. Por
exemplo, o navegador Google Chrome está no caminho C:\Program Files
(x86)\Google\Chrome\Application, para não ter que "percorrer" todo esse caminho para abrir
o Chrome, torna-se conveniente criar um atalho no desktop. Ou seja, o atalho só aponta o
caminho do arquivo original. Se deletarmos o atalho, nada acontecerá com o arquivo original.

Quando clicamos com o botão direito do mouse em uma área vazia do desktop, um menu é
exibido.

A opção "Exibir" permite ao usuário alterar a forma como os


ícones são exibidos.

275
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A opção "Classificar por" altera a


forma que é ordenado os ícones.

A opção "Novo" permite criar


uma pasta, um atalho ou um tipo
de arquivo.

A opção "Configurações de exibição" abre a


janela "Configurações > SISTEMA > Tela" na
qual é possível alterar o zoom da tela,
orientação (Paisagem, Retrato, Paisagem
virado e Retrato virado) e as configurações de
vídeo avançadas (resolução, calibragem de
cores, etc.).

276
Apostila Pré-Edital: SEMSA

A opção "Personalizar" abre a janela


"Personalização" na qual é possível
alterar a tela de fundo, cores, tela de
bloqueio, temas e o menu Iniciar.

Lixeira

No Windows 10, por padrão, temos apenas o ícone da Lixeira


no desktop. Quando excluímos um arquivo, programa ou
diretório (pasta), eles são enviados para a lá.

Mas, podemos dizer que existem basicamente duas formas de


excluir um arquivo no Windows: excluir enviando para a Lixeira
ou excluir sem enviar para Lixeira.

Para enviar um arquivo para Lixeira, o usuário seleciona o


arquivo e pressiona a tecla Delete ou clica com o botão direito
do mouse no arquivo e clica na opção "Excluir". Esse é o caso
mais comum e é possível recuperar o arquivo da Lixeira. É
importante destacar que por padrão, no Windows 10, não é
aberta uma caixa de diálogo para confirmar a exclusão, o
arquivo vai direto para Lixeira.

A Lixeira, portanto, dá ao usuário uma segunda


chance caso um arquivo importante seja excluído
por engano. Pois se isso acontecer é possível
restaurá-lo. Para isso, é preciso abrir a Lixeira, clicar
com o botão direito do mouse sobre o arquivo e,
por último, clicar na opção Restaurar. Assim, o
arquivo retornar para onde estava antes de ser
enviado para Lixeira.

Para excluir um arquivo sem enviar para a Lixeira, ou seja, excluir permanentemente, o usuário
seleciona o arquivo, pressiona as teclas Shift + Delete e, por fim, clica no botão "Sim" para
confirmar a ação.

Excluir um arquivo enviando para a Lixeira: o usuário seleciona o arquivo e pressiona a tecla
Delete ou clica com o botão direito do mouse no arquivo e clica na opção "Excluir". Esse é o
caso mais comum e é possível recuperar o arquivo da Lixeira.

277
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Excluir um arquivo sem enviar para a Lixeira (excluir permanentemente): o usuário seleciona
o arquivo e pressiona as teclas Shift + Delete.

Se o usuário tem certeza que o que tem na Lixeira pode


realmente ser excluído do computador, então ele pode clicar
com o botão direito no ícone da Lixeira, clicar na opção "Esvaziar
Lixeira" e, por último, clicar no botão "Sim" para confirmar a
ação. Isso faz com que tudo que está na Lixeira seja removido
do computador.

O Windows permite que o usuário configure algumas


propriedades da Lixeira. Para fazer isso, basta clicar com o
botão direito do mouse sobre o ícone da Lixeira e clicar na
opção Propriedades.

Dessa forma, uma nova janela é aberta onde o


usuário pode, por exemplo, configurar o espaço
máximo que a Lixeira pode utilizar.

Explorador de Arquivos

O Windows oferece várias ferramentas para o usuário interagir e monitorar o sistema. A mais
cobrada em provas de concursos é, sem dúvidas, o Explorador de Arquivos (mais conhecido
como "Windows Explorer"). Este é um gerenciador de arquivos e pastas e pode ser aberto por
meio da tecla de atalho Tecla do Windows + E. Ao abrir o Explorador de Arquivos, o usuário
entra no local "Acesso rápido". Este local exibe as pastas usadas com frequência e os arquivos
usados recentemente. Na imagem abaixo é exibido o local "Área de Trabalho".

278
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Área 1 - Nessa área ficam as abas do Explorador de Arquivos. São elas:

• Arquivo

• Início - nessa aba é possível realizar operações básicas como copiar, colar, criar uma
nova pasta e ver as propriedades do item selecionado.

• Compartilhar - permite compartilhar um arquivo sem sair do Explorador de Arquivos.

279
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Exibir - altera a forma como os itens são exibidos.

Área 2 - Botões da navegação: nessa área temos o botões Voltar (retorna ao último local), o
botão Avançar (vai para o próximo local), o botão Locais recentes e o botão subir um nível.

Área 3 - Barra de endereços: exibe o caminho da pasta atual. Além disso, é possível inserir ou
selecionar um local (clicando no nível desejado)

Área 4 - Caixa de pesquisa: realiza a pesquisa de um arquivo que esteja em alguma pasta. A
medida que você digita o que está procurando, o conteúdo da pasta é filtrado. A pesquisa
abrange o nome, conteúdo e propriedades do arquivo. Para mover o cursor para a caixa de
pesquisa, pode-se digitar a tecla de atalho F3 ou Ctrl + E. Ao acessar a caixa de pesquisa, a aba
de contexto "Pesquisar" aparece e é possível configurar como a pesquisa será feita.

Área 5 - o conteúdo da pasta e os resultados de uma pesquisa são exibidos. É possível habilitar
dois painéis:

• Painel de Visualização (Alt + P) - Exibe o conteúdo do arquivo selecionado.

280
Apostila Pré-Edital: SEMSA

• Painel de detalhes (Alt + Shift + P) - além de exibir o conteúdo do item selecionado,


mostra algumas propriedades.

No lado esquerdo dessa área, temos o painel de navegação onde são


exibidos os locais disponíveis no computador (pastas, dispositivos de
armazenamento, bibliotecas, etc.).

Algumas observações sobre o painel de navegação:

• O OneDrive (serviço de armazenamento na nuvem da Microsoft) faz


parte do Explorador de Arquivos.
• O "Meu Computador" passou a ser chamado de "Este Computador".
• Por padrão, as bibliotecas não aparecem no painel de navegação. Para
adicioná-las é preciso ir na aba Exibição > Painel de navegação > Mostrar
bibliotecas.
No Explorador de Arquivos, os arquivos e pastas podem ser
movimentados por meio de “arrastar e soltar”. Nesse caso, é preciso ficar atento, pois essa
operação tem resultados diferentes quando é executada em uma mesma unidade e entre
unidades diferentes.

Mesma unidade: o arquivo é movido. Ou seja, se “arrastar e soltar” um arquivo que está em
C:/Pasta1/ para C:/Pasta2/, então, no final da ação, somente a pasta destino terá o arquivo. É
como se o arquivo tivesse sido recortado (Ctrl + X) e colado (Ctrl + V). Entretanto, se
realizarmos essa ação e pressionarmos a tecla Ctrl, o arquivo é copiado.

Unidades diferentes: o arquivo é copiado. Ou seja, se “arrastar e soltar” um arquivo que está
em C:/Pasta1/ para Y:/Pasta2/, então, no final da ação, as duas pastas terão o arquivo. É como
se o arquivo tivesse sido copiado (Ctrl + C) e colado (Ctrl + V). Entretanto, se realizamos essa
ação e pressionarmos a tecla Shift, o arquivo é movido.

"Arrastar e soltar" arquivos ou pastas:

Mesma unidade:
• Regra - o arquivo é movido.
• Exceção - pressionando a tecla Ctrl o arquivo é copiado.

281
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Unidades diferentes:
• Regra - o arquivo é copiado.
• Exceção - pressionando a tecla Shift o arquivo é movido.

A ação "arrastar e soltar" também permite criar um atalho na pasta destino, basta pressionar
(e manter pressionada) a tecla Alt. Assim, o arquivo continua na pasta de origem e a pasta
destino fica com um atalho desse arquivo. Nesse caso, não existe diferença se o arquivo é
movido na mesma unidade ou entre unidades diferentes.

Para finalizar, algumas das principais teclas de atalho do Windows Explorer:

• Ctrl + A - seleciona tudo (arquivos e pastas).


• Ctrl + C - copia o arquivo selecionado
• Ctrl + V - cola um arquivo previamente recortado (Ctrl + X) ou copiado (Ctrl + C)
• Ctrl + X - recortar o arquivo selecionado
• Alt + F4 – fecha a janela.
• Alt + P - exibe o painel de visualização
• Alt + Shift + P - exibe o painel de detalhes
• F2 - utilizada para renomear um arquivo selecionado.
• F3 ou Ctrl + E - abre a barra de pesquisa

Configurações

O Windows 10 possui um novo local para o usuário gerenciar


suas configurações chamado simplesmente de
"Configurações". Uma das formas de acessar a janela
"Configurações" é por meio do menu Iniciar.

Essa nova janela possui mesmos


recursos do Painel de Controle (que
ainda continua disponível no
Windows 10) além de alguns novos.
Assim, a janela Configurações é
semelhante ao Painel de Controles,
mas possui um visual mais amigável.

282
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Vamos analisar cada uma das opções da janela Configurações e ver o que é possível fazer em
cada uma.

Sistema - nessa opção é possível


ajustar as configurações da tela
(orientação, brilho, resolução, etc);
gerenciar as notificações do
sistema e de aplicativos;
desinstalar aplicativos; configurar
as áreas de trabalho virtuais; ativar
o modo tablet; alterar as
configurações de energia,
armazenamento, mapas offline;
configurar os aplicativos padrões
e visualizar informações sobre o
computador.

Dispositivos - nessa opção é


possível adicionar novos
hardwares; gerenciar os
hardwares instalados e
dispositivos bluetooth; ajustar
as configurações do mouse e
digitação; e configurar a
reprodução automática de
drives removíveis (pendrive, hd
externo, cartão de memória).

283
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Rede e Internet - nessa opção é


possível exibir as configurações
das conexões de rede sem fio;
ativar/desativar o modo avião;
visualizar o uso de dados pela
computador; configurar uma
VPN (Rede Privada Virtual),
conexão discada, conexão de
rede local e proxy.

Personalização - nessa
opção é possível
configurar uma imagem e
cor de destaque da tela de
fundo e da tela de
bloqueio; alterar o tema
usado; ajustar o que será
exibido no menu Iniciar.

284
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Contas - nessa opção é possível


configurar a senha para acessar o
computador; conectar com uma
rede corporativa; adicionar novas
contas; sincronizar as configurações
com outros dispositivos Windows
10.

Hora e idioma - nessa opção é


possível configurar a data e hora do
computador, região e idioma; e as
opções de fala.

Facilidade de Acesso - nessa opção


é possível ativar/desativar o Narrador
(leitor de tela), Lupa (amplia os itens
na tela), alto contraste, legendas
ocultas e o teclado virtual; configurar
o tamanho e cor do ponteiro do
mouse; além de outras opções.

285
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Privacidade - nessa opção o usuário


informar quais os dados que ele permite
que sejam coletados do seu computador
como, por exemplo, localização, câmera,
microfone, fala, escrita, digitação,
informações da conta, contatos, etc. Além
disso, é possível configurar quais
aplicativos podem executar em segundo
plano.

Atualização e segurança - nessa opção é


possível configurar as atualizações
automáticas do Windows, o Windows
Defender (software de proteção da
Microsoft), o backup; restaurar o sistema;
ver se o Windows está ativado; e habilitar
o modo desenvolvedor.

Interface de linha de comando

O Windows utiliza o Prompt de Comando para interpretar os comandos digitados pelo usuário.
Em provas de concurso, esse tema não é muito cobrado. Geralmente as questões se
concentram na interface gráfica do Windows. Mas é importante saber que existe esse tipo de
interface e que ele pode ser usado. Por essa razão, segue alguns comandos básicos do Prompt
de Comando:

dir - listar arquivos e diretórios.

cd ou chdir - acessar e mudar o diretório corrente.

chkdsk – verifica um disco e pode ser utilizado para corrigir erros.

cls – limpa a tela do prompt de comando e, com isso, comandos digitados anteriormente não
aparecem.

mkdir ou md – cria um diretório. Exemplo: C:\>mkdir Tec cria uma pasta chamada “Tec” no C:.

rmdir ou rd – remove um diretório.

286
Apostila Pré-Edital: SEMSA

rename ou ren – renomeia o nome de um arquivo. Exemplo: ren cespe.txt esaf.txt renomeia o
arquivo “cespe.txt” para “esaf.txt.

copy – copia um ou vários arquivos de uma pasta para outra. A sintaxe do comando é copy
origem destino. Por exemplo, copy C:\cespe.txt D:\Bancas.

move – renomeia diretórios ou move arquivos.

format – formata um disco.

del ou delete – exclui um ou vários arquivos.

Linux e Unix
O Linux começou a ser desenvolvido pela iniciativa de um finlandês chamado Linus Torvalds.
Ele desenvolveu, do zero, o núcleo (kernel) do sistema operacional baseado em um outro
sistema operacional chamado UNIX. Daí o nome Linux (Linus' UNIX).

O Linux possui como principais características ser livre, pouco vulnerável a vírus e consumir
poucos recursos da máquina.

Uma das razões do Linux ser pouco vulnerável a vírus é o modo como os privilégios de conta
são atribuídos. No Linux, um usuário não é criado como "root" (usuário que tem todos os
privilégios do sistema), dessa forma, se o computador for infectado por um vírus, então não
será possível danificar o sistema. Pois é necessário ter acesso como "root" para isso. Mas isso
não significa que o Linux é imune a vírus.

Além disso, o Linux é pouco visado por pessoas que desenvolvem softwares maliciosos.

Diretórios do Linux

O Linux possui uma hierarquia padrão para os diretórios do sistema:

/ - Diretório raiz do sistema de arquivos.

/boot - Contém arquivos necessários para a inicialização do sistema.

/etc - Arquivos de configuração.

/dev - Contém arquivos usados para acessar dispositivos.

/lib - Contém bibliotecas utilizadas pelos programas do sistema e módulos do kernel.

/media - Ponto de montagem para dispositivo móvel.

/mnt - Ponto de montagem para sistemas de arquivos montados temporariamente.

287
Apostila Pré-Edital: SEMSA

/root - Diretório do superusuário.

/sbin - Diretório de programas executáveis usados pelo superusuário.

/home - Diretórios dos arquivos pessoais dos usuários. Cada usuário possui uma pasta nesse
diretório. Por exemplo, se existirem no sistema operacional os usuários "Professor" e
"Estudante", então existirá os diretórios "/home/Professor" e "/home/Estudante".

/bin - Diretório de programas executáveis do sistema usados com frequência pelos usuários.

/opt - Pacotes de aplicações adicionais.

/proc - Sistema de arquivos de informações do kernel, processos e sistemas de arquivo.

/tmp - Contém arquivos temporários criados por programas.

/usr - Contém a maior parte dos programas da distribuição.

/usr/bin - Contém programas executáveis do que são usados com freqüência pelos usuários

/usr/lib - Bibliotecas compartilhadas pelos programas do sistema

/var - Contém a maior parte dos arquivos que são gravados com frequência pelos programas
do sistema (logs), e-mails, spool de impressora, cache, etc

Distribuição Linux
Quando um sistema operacional utiliza o núcleo do Linux juntamente com outros softwares,
ele é conhecido "Distribuição Linux". Existem várias Distribuições Linux (comerciais ou não):
Ubuntu, Debian, Fedora, etc. Cada uma com suas vantagens e desvantagens. O que torna a
escolha de uma distribuição bem pessoal.

Distribuições são criadas, normalmente, para atender razões específicas. Por exemplo, existem
distribuições para rodar em servidores, redes - onde a segurança é prioridade - e, também,
computadores pessoais.

Assim, não é possível dizer qual é a melhor distribuição. Pois, depende da finalidade do seu
computador.

Veja que popularmente o termo Linux é usado para qualquer sistema operacional que utilize
o núcleo criado pelo Linus Torvalds. Entretanto, o termo "Linux" faz referência apenas ao
núcleo do sistema operacional. Do ponto de vista técnico, o correto é utilizar "Distribuição
Linux".

288
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Interface com o usuário


A maioria das Distribuições Linux utiliza um interpretador de comando e uma interface gráfica
para interagir com o usuário. Entretanto, é possível encontrar distribuições que utilizam apenas
o interpretador de comando.

O interpretador de comando (shell) mais comum é o Bash (pode ser instalado outro, se o
usuário desejar). Esse tipo de interface é conhecido como CLI (Command Line Interface ou
Interface de Linha de Comando).

Alguns comandos básicos do shell no Linux:

Arquivos e Diretórios
ls – listar o conteúdo de um diretório.

cd – acessar e mudar o diretório corrente.

clear – limpa a tela (comandos digitados anteriormente não aparecem).

mkdir – cria um diretório.

rm – deleta arquivos e diretórios.

mv – move ou renomeia arquivos e diretórios. Para mover, o comando digitado será “mv prova
~/Desktop”. Já para renomear, o comando digitado será “mv prova simulado” (prova →
simulado).

cp – copia arquivos e diretórios.

chmod – altera as permissões de arquivos e diretórios.

tar (Tap Archive) - junta vários arquivos em um arquivo só ("empacoTAR" tudo num lugar só).
Exemplo: existem dois arquivos de 1 MB na pasta "Concursos" - arquivo1 e arquivo2. Com o
comando tar será gerado um terceiro arquivo (arquivo3) com 2 MB de tamanho (1 MB do
arquivo1 + 1 MB do arquivo2).

gzip (GNU Zip) - faz a compressão (compactação) de arquivo.

Processos:

ps – exibe os processos que estão sendo executados no sistema.

kill – finaliza um processo.

289
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Sistema de arquivos:

mkfs – formata um disco.

Shell:

sudo – permite ao usuário executar tarefas como se fosse outro usuário, geralmente o super
usuário (root).

A interface gráfica (Graphical User Interface - GUI) do Linux, ao contrário do Windows, pode
ser alterada de acordo com a preferência do usuário. Os ambientes gráficos mais conhecidos
e utilizados são o KDE (KDesktop Environment) e o Gnome. As provas de concurso não focam
muito na interface gráfica do Linux, pois como ela não é padrão para todas as distribuições,
isso poderia complicar na hora de elaborar uma questão.

Ambiente KDE

Ambiente Gnome - Imagens retiradas do site www.kde.org e www.gnome.org

290
Apostila Pré-Edital: SEMSA

LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.


Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono


a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde,
executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas
naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 2º. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

SAÚDE

Direito
fundamental do Dever do Estado
ser humano

Prover condições
indispensáveis ao
seu pleno exercício

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas


econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no
estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.

Pessoas

Família
O dever do
Não exclui
Estado
Empresas

Sociedade

291
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 3º. A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da
população expressam a organização social e econômica do País.
Art. 3o. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a
saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física,
o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

Acesso aos Alimentação


Bens e
Moradia
Serviços
Essenciais

Saneamento
Lazer
Básico

DETERMINANTES
CONDICIONANTES
DE SAÚDE Meio
Transporte
Ambiente

Atividade
Trabalho
Física

Educação Renda

Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no
artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar
físico, mental e social.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições
públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

● Órgãos
● Instituições
federais,
Conjunto estaduais e
de ações e municipais da
SUS
serviços administração
prestados direta e indireta
● Fundações
mantidas pelo
Poder Público
292
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e


municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter
complementar.
CAPÍTULO I
Dos Objetivos e Atribuições
Art. 5º. São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social,
a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades
preventivas.
Art. 6º. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
b) de vigilância epidemiológica;
c) de saúde do trabalhador; e
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros
insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização
de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou
prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde,
abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde,
compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as
medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que
se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde

293
Apostila Pré-Edital: SEMSA

dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
abrangendo:
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença
profissional e do trabalho;
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos,
pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo
de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da
normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os
riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de
fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão,
respeitados os preceitos da ética profissional;
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador
nas instituições e empresas públicas e privadas;
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo
na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição
de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição
a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.
CAPÍTULO II
Dos Princípios e Diretrizes
Art. 7º. As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou
conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo
com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos
seguintes princípios:
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

Acesso aos Todos os


Universalidade serviços de níveis de
saúde assistência

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e


serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os
níveis de complexidade do sistema;

294
Apostila Pré-Edital: SEMSA

● Preventivos Exigidos para


Conjunto
cada caso em
articulado e ● Curativos
Integralidade todos os
contínuo das
de assistência ● Individuais níveis de
ações e
complexidade
serviços ● Coletivos do sistema.

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

Preservação da Na defesa de ● Física


Autonomia das sua
Pessoas integridade ● Moral

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

Sem
Igualdade preconceitos
de Qualquer
assistência espécie
Sem
à saúde privilégios

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

Pessoas
assistidas

Direito à
informação
sobre sua
saúde

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização


pelo usuário;
Quanto ao potencial
dos serviços de saúde

Divulgação
de
295
Informações
Utilização pelo usuário
Apostila Pré-Edital: SEMSA

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de


recursos e a orientação programática;

Utilização da Epidemiologia
Estabelecimento
de Prioridades
Alocação de
Recursos
Orientação
Programática

VIII - participação da comunidade;


IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:

Descentralização em cada
com direção
político- esfera do
única
administrativa governo

a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;


b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

Meio
Ambiente

Ações de Saneamento
Saúde Básico

Integração
em nível
executivo

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à
saúde da população;

296
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conjugação
dos Recursos

● Financeiros
Prestação de
serviços de ● Tecnológicos
saúde à ● Materiais
população
● Humanos

● União
● Estados
● Municípios
● DF

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

Capacidade Todos os
de níveis de
resolução assistência
dos serviços

XIII – organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.

Organização Duplicidade de
De modo a
dos Serviços meios para fins
evitar
Públicos idênticos

XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e


vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei
nº 12.845, de 1º de agosto de 2013.

297
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Atendimento

Acompanhamento
● Mulheres
psicológico
Organização
de Cirurgias plásticas
Atendimento reparadoras
Público e
● Vítima de
Especializado
violência
doméstica em
geral

CAPÍTULO III
Da Organização, da Direção e da Gestão
Art. 8º. As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja
diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão
organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade
crescente.

Art. 9º. A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do
art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos:
I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações
e os serviços de saúde que lhes correspondam.

298
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única,


e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

Constituídos
por
município

Atos Desenvolver
constitutivos em conjunto
Consórcios
disporão as ações e
Municipais
sobre sua serviços de
observância saúde

Princípio da
direção
única

§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos


de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das
ações de saúde.

Criados no nível
municipal
Distritos de
Saúde
Finalidade :
integrar e articular
recursos, técnicas
e práticas para a
cobertura total das
ações de saúde

Art. 11. (Vetado).


Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao
Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por
entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e
programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

299
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conselho Nacional
de Saúde Ministérios

Comissões Órgãos
Interestaduais competentes
(âmbito nacional)

Sociedade civil

Articular políticas e
programas de
interesse para a
saúde em áreas
não compreendidas
pelo SUS

Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais,
abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador.
Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de
saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos
e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único
de Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação
técnica entre essas instituições.

Comissões
Permanentes de
Integração
● Propor Instituições
Serviços de prioridades,
de Ensino
métodos e
Saúde Profissional
estratégias
e Superior
● Educação
continuada de
recursos
humanos

300
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reconhecidas como foros
de negociação e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único
de Saúde (SUS).

Comissões
Intergestores
Foro de negociação
Bipartite
e pactuação entre
gestores do SUS
quanto aos
Comissões
aspectos
Intergestores
operacionais
Tripartite

Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por
objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão
compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em
planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização
das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança
institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº
12.466, de 2011).
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios,
referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços
de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional
de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades
representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e
declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do
regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do
Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo
ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como
entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias
referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que
dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).

CONASS CONASEMS COSEMS


Conselho Nacional Conselho Nacional Conselho de
de Saúde dos Secretários Secretarias
Municipais de Saúde Municipais de Saúde

● Entidades representativas dos entes


● Representantes dos
estaduais e municipais para matérias de
municípios no âmbito
saúde
estadual para matérias
● Declarados de utilidade pública e
301 de saúde
relevante função social
● Vinculados
● Receberão recursos da União por meio
institucionalmente ao
do Fundo Nacional de Saúde
CONASEMS
● Podem celebrar convênio com a União
Apostila Pré-Edital: SEMSA

CAPÍTULO IV
Da Competência e das Atribuições
Seção I
Das Atribuições Comuns
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito
administrativo, as seguintes atribuições:
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e
serviços de saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições
ambientais;
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros
de custos que caracterizam a assistência à saúde;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para promoção
da saúde do trabalhador;
VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e
colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;
IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de
recursos humanos para a saúde;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade
com o plano de saúde;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em
vista a sua relevância pública;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde, autorizadas
pelo Senado Federal;
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de
situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a
autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
indenização;
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde,
saneamento e meio ambiente;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;

302
Apostila Pré-Edital: SEMSA

XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras


entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos
para pesquisa, ações e serviços de saúde;
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia
sanitária;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento
emergencial.
Seção II
Da Competência
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete:
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;
II - participar na formulação e na implementação das políticas:
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
b) de saneamento básico; e
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;
III - definir e coordenar os sistemas:
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;
b) de rede de laboratórios de saúde pública;
c) de vigilância epidemiológica; e
d) vigilância sanitária;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo
sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos
ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;
VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras,
podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;
VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de
produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;
IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício
profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na
área de saúde;
X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção
de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o estabelecimento
de padrões técnicos de assistência à saúde;
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde;
XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos
serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;

303
Apostila Pré-Edital: SEMSA

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e


Derivados;
XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as
competências estaduais e municipais;
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação técnica
com os Estados, Municípios e Distrito Federal;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira
do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal. (Vide Decreto nº 1.651, de 1995)
Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em
circunstâncias especiais, como na ocorrência de agravos inusitados à saúde, que possam
escapar do controle da direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem
risco de disseminação nacional.
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e
serviços de saúde;
IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição; e
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana;
VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos
e equipamentos para a saúde;
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta
complexidade, de referência estadual e regional;
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as
unidades que permaneçam em sua organização administrativa;
XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e
serviços de saúde;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de
controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;
XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e
fronteiras;
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e
mortalidade no âmbito da unidade federada.
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os
serviços públicos de saúde;
II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e
hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;

304
Apostila Pré-Edital: SEMSA

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos
ambientes de trabalho;
IV - executar serviços:
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
d) de saneamento básico; e
e) de saúde do trabalhador;
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre
a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para
controlá-las;
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos,
aeroportos e fronteiras;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de
atuação.
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos
Municípios.
CAPÍTULO V
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações
indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente, obedecerão ao
disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do
Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de
dezembro de 1990, com o qual funcionará em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836,
de 1999)
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Subsistema de Atenção
à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por esta Lei com os órgãos
responsáveis pela Política Indígena do País. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e não-
governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e execução das
ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a realidade local e as
especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado para a atenção
à saúde indígena, que se deve pautar por uma abordagem diferenciada e global,
contemplando os aspectos de assistência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação,
meio ambiente, demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluído
pela Lei nº 9.836, de 1999)

305
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, como o SUS,
descentralizado, hierarquizado e regionalizado. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os Distritos Sanitários
Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura e organização do SUS nas
regiões onde residem as populações indígenas, para propiciar essa integração e o atendimento
necessário em todos os níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
§ 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em âmbito local, regional
e de centros especializados, de acordo com suas necessidades, compreendendo a atenção
primária, secundária e terciária à saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

Subsistema de Atenção à Saúde Indígena


(SASI)

Estados/municípios/
Atendimento das Caberá à Acesso ao SUS: Atenção à
instituições SASI será:
populações Todo o Será um União ● âmbito local saúde:
componente financiar o governamentais e não ● descentralizado
indígenas: território ● primária
do SUS e a ele SASI com governamentais ● regional
● Coletivo ● hierarquizado
nacional será integrado recursos poderão atuar ● centros ● secundária
● Individual próprios complementarmente ● regionalizado
especializados ● terciária
no custeio e execução

Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos organismos colegiados
de formulação, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho
Nacional de Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o
caso. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)

CAPÍTULO VI
DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
(Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar
e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se,
principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos,
psicológicos e de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos
pacientes em seu domicílio. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes
multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e
reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
§ 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação
médica, com expressa concordância do paciente e de sua família. (Incluído pela Lei nº
10.424, de 2002)

306
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Subsistema de Atendimento e
Internação Domiciliar (SAID)

Incluem-se os procedimentos médicos,


enfermagem fisioterapêuticos,
psicológicos, assistência social e outros.

Cuidado integral dos pacientes em seu


domicílio.

Atuação por equipes multidisciplinares.

Medicida preventiva/ terapêutica/


reabilitadora.

Atendimento e internação  só por


indicação médica + concordância
expressa do paciente e de sua família.

CAPÍTULO VII
DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO
E PÓS-PARTO IMEDIATO
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela
parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo
constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder
Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas
dependências, aviso informando sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.895, de 2013)
Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

307
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Subsistema de acompanhamento durante


o trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato
Hospitais
Obrigatória a
ficam
presença de 1
Indicação pela obrigados a
acompanhante
parturiente manter em
junto à
local visível
parturiente
este direito

CAPÍTULO VIII
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE”
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d do inciso I do art.
6o consiste em: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saúde, cuja prescrição
esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas definidas em protocolo clínico para a
doença ou o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o
disposto no art. 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambulatorial e
hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do Sistema Único de Saúde
- SUS, realizados no território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as seguintes definições:
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coletoras e equipamentos
médicos;
II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece critérios para o
diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando couber; as posologias recomendadas;
os mecanismos de controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados
terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão estabelecer os
medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases evolutivas da doença ou do
agravo à saúde de que tratam, bem como aqueles indicados em casos de perda de eficácia e
de surgimento de intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento,
produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de que trata
o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficácia, segurança, efetividade e
custo-efetividade para as diferentes fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que
trata o protocolo. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dispensação será
realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor federal do SUS, observadas
as competências estabelecidas nesta Lei, e a responsabilidade pelo fornecimento será
pactuada na Comissão Intergestores Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplementar, com base nas
relações de medicamentos instituídas pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade
308
Apostila Pré-Edital: SEMSA

pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011)
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas relações de
medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada no Conselho Municipal de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
2011)
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de novos medicamentos,
produtos e procedimentos, bem como a constituição ou a alteração de protocolo clínico ou
de diretriz terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, cuja composição e
regimento são definidos em regulamento, contará com a participação de 1 (um)
representante indicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1 (um) representante,
especialista na área, indicado pelo Conselho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº
12.401, de 2011)
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS levará em
consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do
medicamento, produto ou procedimento objeto do processo, acatadas pelo órgão
competente para o registro ou a autorização de uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias
já incorporadas, inclusive no que se refere aos atendimentos domiciliar, ambulatorial ou
hospitalar, quando cabível. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas
mediante a instauração de processo administrativo, a ser concluído em prazo não superior a
180 (cento e oitenta) dias, contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua
prorrogação por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. (Incluído pela
Lei nº 12.401, de 2011)
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que couber, o disposto na Lei
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes determinações especiais: (Incluído pela Lei
nº 12.401, de 2011)
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das amostras de produtos, na
forma do regulamento, com informações necessárias para o atendimento do disposto no §
2o do art. 19-Q; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer emitido pela Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a relevância da matéria
justificar o evento. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Incluído pela Lei nº 12.401,
de 2011)
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, produto e procedimento
clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não autorizado pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

309
Apostila Pré-Edital: SEMSA

II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento e produto,


nacional ou importado, sem registro na Anvisa.”
Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medicamentos, produtos de
interesse para a saúde ou procedimentos de que trata este Capítulo será pactuada na
Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)

TÍTULO III
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
CAPÍTULO I
Do Funcionamento
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por
iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas
de direito privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.

Serviços
Privados de
Assistência à
Saúde

Atuação por
iniciativa própria:
● Profissionais
liberais legalmente
habilitados
● Pessoas jurídicas
de direito privado

Promoção,
proteção,
recuperação
da saúde

Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.


Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os
princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde
(SUS) quanto às condições para seu funcionamento.
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na
assistência à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à
Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e
empréstimos.
§ 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção nacional do Sistema
Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle as atividades que forem desenvolvidas e
os instrumentos que forem firmados.

310
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade


lucrativa, por empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer
ônus para a seguridade social.
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou
de capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº
13.097, de 2015)
I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de
entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)
II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de
seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015)
IV - demais casos previstos em legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

CAPÍTULO II
Da Participação Complementar
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura
assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada
mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.

311
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos
terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura
assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS),
aprovados no Conselho Nacional de Saúde.
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração
aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar
seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução
dos serviços contratados.
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos
princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e
financeiro do contrato.
§ 3° (Vetado).
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados
é vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde
(SUS).
TÍTULO IV
DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e executada,
articuladamente, pelas diferentes esferas de governo, em cumprimento dos seguintes
objetivos:
I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de
ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas de permanente
aperfeiçoamento de pessoal;
II - (Vetado)
III - (Vetado)
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

312
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de Saúde (SUS)
constituem campo de prática para ensino e pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas
conjuntamente com o sistema educacional.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo integral.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos poderão exercer
suas atividades em mais de um estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores em regime de tempo
integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou função de chefia, direção ou
assessoramento.

Caso acumulem legalmente


Cargos e funções
Profissionais cargos e empregos poderão
de chefia, direção e
atuar em mais de um
assessoramento que atuam
estabelecimento SUS,
no SUS
inclusive aqueles que atuam
em regime integral.

Só podem ser
exercidos em regime
de tempo integral.

Art. 29. (Vetado).


Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob supervisão serão
regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida
a participação das entidades profissionais correspondentes.
TÍTULO V
DO FINANCIAMENTO
CAPÍTULO I
Dos Recursos
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único de Saúde (SUS) de
acordo com a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas finalidades,
previstos em proposta elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes de:
I - (Vetado)
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à saúde;
III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS); e
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

313
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de que trata o inciso I deste
artigo, apurada mensalmente, a qual será destinada à recuperação de viciados.
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) serão creditadas
diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua direção, na esfera de poder onde
forem arrecadadas.
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supletivamente pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos tarifários específicos e outros da
União, Estados, Distrito Federal, Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da
Habitação (SFH).
§ 4º (Vetado).
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico em saúde serão
co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento
fiscal, além de recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem externa e
receita própria das instituições executoras.
§ 6º (Vetado).
CAPÍTULO II
Da Gestão Financeira
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) serão depositados em
conta especial, em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob fiscalização dos
respectivos Conselhos de Saúde.

Os recursos
financeiros do SUS

e movimentados
sob a fiscalização
serão depositados
dos respectivos
Conselhos de Saúde

em conta especial
em cada esfera de
atuação

§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do


Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras fontes, serão
administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de auditoria, a conformidade
à programação aprovada da aplicação dos recursos repassados a Estados e Municípios.
Constatada a malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da
Saúde aplicar as medidas previstas em lei.
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efetivamente arrecadada
transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do
parágrafo único deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

314
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Seguridade Social será


observada a mesma proporção da despesa prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade
Social.
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Estados, Distrito Federal
e Municípios, será utilizada a combinação dos seguintes critérios, segundo análise técnica de
programas e projetos:
I - perfil demográfico da região;
II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área;
IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais;
VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo.
§ 1º Metade dos recursos destinados a Estados e Municípios será distribuída segundo o
quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentemente de qualquer
procedimento prévio. (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012) (Vide Lei nº 8.142,
de 1990)
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios
demográficos mencionados nesta lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento
populacional, em especial o número de eleitores registrados.
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º (Vetado).
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos órgãos de controle interno
e externo e nem a aplicação de penalidades previstas em lei, em caso de irregularidades
verificadas na gestão dos recursos transferidos.
CAPÍTULO III
Do Planejamento e do Orçamento
Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS) será
ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deliberativos,
compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a disponibilidade de recursos
em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.

● ouvidos seus órgãos


deliberativos
O processo de ● compatibilizando-se as
planejamento e necessidades da política de
será ascendente
orçamento do saúde com a disponibilidade
SUS de recursos em planos de
saúde dos Municípios,
Estados, D.F. e União

315
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações de cada nível de direção
do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financiamento será previsto na respectiva proposta
orçamentária.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de ações não previstas
nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais ou de calamidade pública, na área de
saúde.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem observadas na
elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da
organização dos serviços em cada jurisdição administrativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras
de serviços de saúde com finalidade lucrativa.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


Art. 39. (Vetado).
§ 1º (Vetado).
§ 2º (Vetado).
§ 3º (Vetado).
§ 4º (Vetado).
§ 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do INAMPS para órgãos integrantes do
Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a preservá-los como patrimônio da
Seguridade Social.
§ 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados com todos os seus
acessórios, equipamentos e outros bens móveis e ficarão disponíveis para utilização pelo órgão
de direção municipal do Sistema Único de Saúde - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em
cuja circunscrição administrativa se encontrem, mediante simples termo de recebimento.
§ 7º (Vetado).
§ 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde
e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, será assegurado às Secretarias Estaduais
e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma
a permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de estatísticas sanitárias e
epidemiológicas médico-hospitalares.
Art. 40. (Vetado)
Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional
do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS),
permanecerão como referencial de prestação de serviços, formação de recursos humanos e
para transferência de tecnologia.
Art. 42. (Vetado).
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada nos serviços públicos
contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convênios estabelecidos com as
entidades privadas.
Art. 44. (Vetado).
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino integram-se ao
Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua autonomia
administrativa, em relação ao patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino,
pesquisa e extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam vinculados.

316
Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de previdência social deverão


integrar-se à direção correspondente do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito
de atuação, bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de saúde das Forças
Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme se dispuser em
convênio que, para esse fim, for firmado.
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de incentivos à
participação do setor privado no investimento em ciência e tecnologia e estimulará a
transferência de tecnologia das universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde
nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais e municipais do Sistema
Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, um sistema nacional de informações
em saúde, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e
de prestação de serviços.
Art. 48. (Vetado).
Art. 49. (Vetado).
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, celebrados para implantação
dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu
objeto for sendo absorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Art. 51. (Vetado).
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de
verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do
Sistema Único de Saúde (SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.
Art. 53. (Vetado).
Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de apoio à assistência à
saúde são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, produção e
fornecimento de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de análises clínicas,
anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à participação direta ou indireta
de empresas ou de capitais estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de
julho de 1975, e demais disposições em contrário.

Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra

317
Apostila Pré-Edital: SEMSA

LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990.


Dispõe sobre a participação da
comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as
Vide Lei nº 8.689, de 1993
transferências intergovernamentais
de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono
a seguinte lei:
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com
as seguintes instâncias colegiadas:
I. a Conferência de Saúde; e
II. o Conselho de Saúde.
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação
da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

Conferência de Saúde

► Reunião a cada 4 anos


► Convocação Ordinária
► Representação de vários
segmentos da sociedade ● Poder Executivo

► Finalidade: ► Convocação Extraordinária

● Avaliar a situação de saúde ● Própria Conferência

● Propor diretrizes para a ● Conselho de Saúde


formulação de políticas de
saúde

§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto


por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua
na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

318
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Conselhos de Saúde
Órgão colegiado: Finalidade:
● Formulação de Decisões devem
● Governo (25%) ser homologadas
estratégias
Caráter ● Prestadores de pelo chefe de
permanente e serviço (25%) ● Controle da poder legalmente
deliberativo execução das constituído em
● Profissionais de políticas de saúde
saúde (25%) cada esfera de
● Econômicos e governo
● Usuários (25%) financeiros

§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de


Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de
Saúde.

Conselho
CONASS Nacional de CONASEMS
Saúde
(CNS)

§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em


relação ao conjunto dos demais segmentos.

A
representação
dos usuários

nos Conselhos
de Saúde e
Conferências

será paritária
em relação ao
conjunto dos
demais
segmentos

§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de


funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:

319
Apostila Pré-Edital: SEMSA

I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da


administração direta e indireta;
II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados
pelo Congresso Nacional;
III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde;
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados
e Distrito Federal.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a investimentos
na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de
saúde.
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma regular
e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios
previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente
o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990)
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos
Municípios, afetando-se o restante aos Estados.

Recursos
para
ações e
serviços
de saúde

Municípios
(70%)

Estados
(30%)

§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde,


remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e
o Distrito Federal deverão contar com:
I. Fundo de Saúde;
II. Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de
7 de agosto de 1990;
III. plano de saúde;
IV. relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990;
V. contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
VI. Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo
de dois anos para sua implantação.

320
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito
Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes
sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a
estabelecer condições para aplicação desta lei.
Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de dezembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.

321
Apostila Pré-Edital: SEMSA

LEI Nº 1.118 – DE 01 DE SETEMBRO DE 1971


“Dispõe sobre o Estatuto
dos Servidores Públicos
do Município de Manaus”

O doutor PAULO PINTO NERY, Prefeito Municipal de Manaus, usando de atribuições que lhe
são conferidas em lei, etc.,
Faço saber que o Poder Legislativo decretou e eu sanciono a seguinte,

LEI:
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1.º - Esta lei institui o regime jurídico dos Servidores do Município de Manaus.
Art. 2.º - Para os efeitos deste Estatuto, funcionário é a pessoa legalmente investida em cargo
público.
Art. 3.º - Cargo público é o conjunto de deveres , atribuições e responsabilidades cometidas
ao funcionário.
Art. 4.º - Os cargos são considerados de carreira ou isolados.
§ 1º - As atribuições e responsabilidades pertinentes a cada classe serão descritas em
regulamento, incluindo, entre outras, as seguintes indicações: denominação, código, descrição,
sintética, exemplos típicos de tarefa, qualificação mínima para o exercício do cargo, e, se for o
caso, requisito legal ou especial
§ 2º - Respeitada essa regulamentação, aos funcionários da mesma carreira podem ser
cometidas as atribuições de suas diferentes classes.
§ 2º - É vedado atribuir aos funcionários encargos ou serviços diversos dos de sua carreira ou
cargo.
Art. 6.º - Carreira é a série de classe, escalonadas segundo o nível de complexidade das
atribuições e grau de responsabilidade.
Art. 7º - Não haverá equivalência entre as diferentes carreiras, quanto às suas atribuições
funcionais.
§ 1º - É vedada a vinculação ou a equiparação de qualquer natureza para efeito de
remuneração do pessoal do serviço público municipal.
§ 2º - Haverá igualdade de denominação dos cargos equivalentes e paridade de vencimento
e vantagens entre os funcionários da Prefeitura e da Câmara Municipal.
Art. 8º - Quadro é o conjunto de carreiras e cargos isolados.

LIVRO I
DA INVESTIDURA, DO EXERCÍCIO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS
TÍTULO I
DO PROVIMENTO CAPÍTULO I
Das Formas e dos Requisitos do Provimento
Art. 9º - Os cargos públicos serão providos por:
I. nomeação;
II. promoção;
III. transferência;
IV. reintegração;

322
Apostila Pré-Edital: SEMSA

V. revisão; e
VI. aproveitamento.
§ 1º - O provimento dos cargos públicos da Prefeitura e de órgãos da administração indireta
é de competência privativa do Prefeito, através de decreto.
§ 2º - O decreto de provimento deverá contar, necessariamente, as seguintes indicações:
I. o cargo vago, com todos os elementos de identificação, inclusive o motivo da vacância
e o nome do ex-ocupante, se ocorrer a hipótese em que possam ser atendidos estes
últimos elementos;
II. o caráter da investidura;
III. o fundamento legal, bem como, a indicação do padrão ou símbolo de vencimento em
que se dará o provimento.
Art. 10º – Só poderá ser investido em cargo público municipal quem satisfizer os seguintes
requisitos:
I. ser brasileiro;
II. ter completado dezoito anos de idade;
III. estar no gozo de direitos políticos;
IV. estar quite com as obrigações militares; V – ter boa conduta;
V. gozar de boa saúde comprovada perante Junta Médica do Município;
VI. possuir aptidão para o exercício da função;
VII. ter-se habilitado previamente em concurso, ressalvadas as exceções prevista
em lei; e
VIII. ter atendido, às condições especiais prescritas em lei ou regulamento para
determinados cargos ou carreira.

CAPÍTULO II
Da Nomeação SECÇÃO I
Das Formas de Nomeação
Art. 11 – A nomeação será feita:
I. em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de carreira ou isolado;
II. em comissão, quando se tratar de cargo isolado que, em virtude de lei, assim
deva ser provido.

SECÇÃO II
Do Concurso
Art. 12 - A nomeação, para cargo que deva ser provido em caráter efetivo, depende da
habilitação prévia em concurso público de prova ou de provas e títulos, respeitada a ordem de
classificação dos candidatos aprovados.
Parágrafo Único – Os cargos de provimento em comissão são de livre nomeação e
exoneração.
Art. 13 - A aprovação em concursos não cria direito à nomeação, mas esta, quando se der,
respeitará a ordem de classificação dos candidatos habilitados.
§ 1º - Em igualdade de condições entre os candidatos habilitados serão aproveitados os
candidatos já pertencentes ao serviço público municipal, e , havendo maus de um com este
requisito, o mais antigo.
§ 2º - Se houver empate de candidatos não pertencentes ao serviço público municipal, decidir-
se-á em favor , sucessivamente:
I. dos incorporados à Força Expedicionária Brasileira;

323
Apostila Pré-Edital: SEMSA

II. do mais idoso.


Art. 14 - Poderá inscrever-se no concurso quem tiver o mínimo de dezoito anos e o máximo
de trinta e cinco anos de idade.
Parágrafo Único – O limite máximo de idade previsto neste artigo poderá ser dispensado para
candidatos ocupantes de cargos públicos e não se refere aos ocupantes de cargo em comissão.
Art. 15 - Encerradas as inscrições, legalmente processadas para o concurso à investidura em
qualquer cargo, não se abrirão novas antes de sua realização.
Art. 16 - Os concursos serão julgados por comissão em que pelo menos um dos membros
seja estranho ao serviço público municipal.
Art. 17 - O prazo de validade dos concursos será fixado no edital respectivo, até o máximo de
dois anos.
Art. 18 - A orientação básica do concurso será dada no ato que o autorizar.
Art. 19 - O concurso deverá ser homologado em trinta dias a contar do encerramento das
inscrições.

SECÇÃO III
Do Estágio Probatório
Art. 20 – O funcionário nomeado em caráter efetivo fica sujeito ao estágio probatório de dois
anos de efetivo exercício (até 05.06.98 ECI 19 até 03 anos a partir de 06.06.98), em que
serão apurados os seguintes requisitos:
I. eficiência;
II. idoneidade moral;
III. aptidão;
IV. disciplina;
V. assiduidade; e
VI. dedicação ao serviço.
§ 1º - Os chefes de repartição ou serviço em que sirvam funcionários sujeitos a estágio
probatório, quando meses antes do término deste, informarão, reservadamente, ao órgão de
Pessoal competente, sobre os requisitos previstos neste artigo.
§ 2º - Em seguida, o órgão de Pessoal formulará parecer escrito, opinando sobre o
merecimento do estágio probatório em relação a cada um dos requisitos concluindo a favor
ou contra a confirmação do funcionário.
§ 3º - Desse parecer , se contrário à confirmação, será dada vista ao estagiário pelo prazo de
dez dias, para apresentar defesa.
§ 4º - Julgando o parecer e a defesa, o Prefeito decretará a exoneração do funcionário, se achar
aconselhável, ou o confirmará, se for favorável à permanência do funcionário.
Art. 21 – A apuração dos requisitos, de que trata o artigo anterior, deverá processar-se de
modo que a exoneração do funcionário possa ser feita antes de findo o período do estágio.
Parágrafo Único – Findo o estágio, com ou sem pronunciamento, o funcionário se tornará
estável.
Art. 22 – Ficará dispensado de novo estágio probatório o funcionário que, em situação estável
for nomeado para outro cargo público municipal. (Recepcionado CF/88).

324
Apostila Pré-Edital: SEMSA

CAPÍTULO III
Da Promoção SECÇÃO I
Disposições Preliminares
Art. 23 – A promoção far-se-á de classe para classe obedecendo o critério de antiguidade e
de merecimento alternadamente.
Parágrafo Único – O critério a que obedecer a promoção deverá vir expresso no decreto
respectivo.
Art. 24 – As promoções serão realizadas de seis em seis meses, havendo vaga.
§ 1º - Quando não decretada no prazo legal, a promoção produzirá seus efeitos a partir do
último dia do respectivo semestre.
§ 2º - Para todos os efeitos será considerado promovido o funcionário que vier a falecer sem
que tenha sido decretada, no prazo legal, a promoção que lhe cabia por antiguidade.
§ 3º - Ao funcionário afastado para tratar de interesse particular, somente abonarão as
vantagens decorrentes da promoção a partir da data da restauração.
Art. 25 – Será declarada sem efeito a promoção indevida e, no caso, provido quem de direito.
§ 1º - Os efeitos desta promoção retroagirão à que for anulada.
§ 2º - O funcionário, promovido indevidamente, não ficará obrigado à restituição, salvo
hipótese de dolo ou má fé do interessado.
Art. 26 – Só por antiguidade poderá ser promovido o funcionário em exercício de mandato
legislativo federal, estadual ou municipal, desde que renumerado este último.
Art. 27 – Não concorrerão a promoção os funcionários que não tiverem, pelo menos um ano
de efetivo exercício, na classe, salvo se nenhum preencher essa exigência.
Parágrafo Único – Em nenhum caso será promovido o funcionário em estágio probatório.
Art. 28 – é vedado ao funcionário pedir, por qualquer forma, sua promoção.
Parágrafo Único – Ao funcionário é assegurado o direito de recorrer das promoções, quando
entender tenha sido preterido.
Art. 29 – As promoções serão processadas por Comissão Especial, nomeadas pelo Prefeito.
Parágrafo Único – As normas para o processamento das promoções serão objetos de
regulamento.

SECÇÃO II
Da Promoção por Antiguidade
Art. 30 – A promoção por antiguidade recairá no funcionário mais antigo da classe.
Parágrafo Único – A antiguidade na classe será determinada pelo tempo de efetivo exercício
do funcionário na classe a que pertencer
Art. 31 – A antiguidade na classe, no caso de transferência, a pedido, será contada na data em
que o funcionário entrar em exercício da nova classe.
Parágrafo Único – Se a transferência ocorrer de ofício, no interesse da administração, será
levado em conta o tempo de efetivo exercício na classe a que pertencia o funcionário.
Art. 32 – Será apurado em dias o tempo de efetivo exercício na classe, para efeito de
antiguidade. Parágrafo Único – Para efeito de apuração, será considerado como de efetivo
exercício o afastamento previsto no artigo 107, deste Estatuto.
Art. 33 – Na classificação por antiguidade, quando ocorrer empate no tempo de classe, terá
preferência, sucessivamente:
I. o funcionário de maior tempo no serviço público municipal;
II. o funcionário casado ou viúvo, que tiver maior número de filhos menores, não
se considerando como tais os que exerçam qualquer atividade remunerada;

325
Apostila Pré-Edital: SEMSA

III. o mais idoso.


Art. 34 – Havendo fusão de classe, a antiguidade abrangerá o efetivo exercício na classe
anterior.
SECÇÃO III
Da Promoção por Merecimento
Art. 35 – A promoção recairá no funcionário escolhido pelo Prefeito, dentre os que figurarem
na
lista tríplice, organizada pelos Secretários ou chefes da administração indireta.
Art. 36 – O merecimento apurar-se-á pela concorrência dos seguintes requisitos:
I. eficiência;
II. dedicação ao serviço;
III. assiduidade;
IV. títulos e comprovantes de conclusão ou frequência de cursos, seminários e
simpósios, relacionados com a administração municipal;
V. trabalhos e obras publicadas.
Art. 37 – O merecimento do funcionário é adquirido na classe.
Art. 38 – Provido o funcionário, recomeçara a apuração do merecimento a contar do ingresso
na nova classe.

CAPÍTULO IV
Da Transferência
Art. 39 – O funcionário poderá ser transferido:
I. de uma carreira para outra da mesma denominação;
II. de um cargo de carreira para outro isolado, de provimento efetivo;
III. de um cargo isolado, de provimento efetivo, para outro da mesma natureza;
IV. de um cargo isolado para um cargo de carreira;
Parágrafo Único – A transferência prevista nos itens II e IV equivale à nomeação, dependendo
sua efetivação da observância dos requisitos desta lei (arts. 11 e 22).
Art. 40 – A transferência far-se-á:
I. a pedido do funcionário, atendida a conveniência do serviço; II – de ofício, no interesse
da administração.
§ 1º - Em qualquer caso será sempre respeitada a habilitação profissional.
§ 2º - A transferência, a pedido, para cargo de carreira, só poderá ser feita para vaga que tenha
de ser provida mediante promoção por merecimento.
Art. 41 – A transferência far-se-á para cargo de igual vencimento ou remuneração e somente
será concedida ao funcionário que contar, no mínimo, um ano de efetivo exercício na classe
ou no cargo isolado.

CAPÍTULO IV
Da Reintegração
Art. 42 – A reintegração, que decorrerá de decisão administrativa ou judiciária passada em
julgado, é o reingresso no serviço público, com ressarcimento das vantagens atinentes ao
cargo.
Art. 43 – A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado; se este houver sido
transformado, no cargo resultante de transformação e, se extinto, em cargo de vencimento ou
remuneração e funções equivalentes, atendida a habilitação profissional.

326
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo Único – Não sendo possível atender ao disposto neste artigo, ficará reintegrado
em disponibilidade, aplicando-se os artigos 112 e 113, deste Estatuto.
Art. 44 – O funcionário que estiver ocupando o cargo objeto da reintegração será exonerado,
ou, se ocupava outro cargo municipal, a este reconduzido, sem direito à indenização.
Art. 45 – O funcionário reintegrado será submetido a exame, pela Junta Médica do Município
e aposentado quando julgado incapaz.

CAPÍTULO VI
Da Reversão
Art. 46 – Reversão é o regresso do aposentado no serviço público municipal, após verificação,
em processo, de que não subsistem os motivos determinantes da aposentadoria.
§ 1º - A reversão far-se-á a pedido ou de ofício atendido sempre o interesse público.
§ 2º - A reversão depende de exame procedido pela Junta Médica do Município, em que fique
provada a capacidade para o exercício da função.
§ 3º - Será tomada sem efeito a reversão e cassada a aposentadoria do funcionário que ao
tomar posse ou entrar em exercício nos prazos previstos nos artigos 70 e 75, desta lei.
Art. 47 – Respeitada a habilitação profissional, a reversão far-se-á, no mesmo cargo
anteriormente ocupado ou em outro de atribuições análogas.
§ 1º - A reversão de ofício nunca poderá ser feita para cargo de vencimento ou remuneração
inferior ao provento do revertido.
§ 2º - A reversão, a pedido, somente poderá ser feita no mesmo cargo ou em cargo a ser
provido por merecimento.
Art. 48 – A reversão nada dará direito, para nova aposentadoria e disponibilidade, à contagem
do tempo em que o funcionário esteve aposentado.

CAPÍTULO VII
Do Aproveitamento
Art. 49 – Aproveitamento é o reingresso no serviço público do funcionário em disponibilidade.
Art. 50 – Será obrigatório o aproveitamento do funcionário em disponibilidade em cargo de
natureza, e vencimento ou remuneração compatíveis com o anteriormente ocupado.
§ 1º - O aproveitamento dependerá de prova de capacidade física e mental, mediante exame
pela Junta Médica do Município.
§ 2º - Provada, em exame médico, a incapacidade definitiva, será decretada a aposentadoria
do funcionário no cargo em que foi posto em disponibilidade.
Art. 51 – Se, dentro dos prazos legais, o funcionário não tomar posse ou não entrar em
exercício no cargo que houver sido aproveitado, será tomado sem efeito o aproveitamento e
cassada a disponibilidade, com perda de todos os direitos de sua anterior situação.
Art. 52 – Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo
de serviço de serviço público municipal.

CAPÍTULO VIII
Das Mutações Funcionais
SECÇÃO I
Da Função Gratificada
Art. 53 – A função gratificada é a instituída em lei para atender a encargo de chefia e outros
que não justifiquem a criação do cargo.

327
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 54 – O desempenho de função gratificada será atribuído ao servidor mediante ato


expresso do Prefeito.
Art. 55 – A gratificação será percebida cumulativamente com o vencimento ou remuneração
do cargo, do que for titular o gratificado.
Art. 56 - Não perderá a gratificação o funcionário que se ausentar em virtude de férias, luto,
casamento, licenças para tratamento de sua saúde ou a gestantes, licença prémio, serviços
obrigatórios por lei ou atribuições regulares decorrentes de seu cargo ou função. (Alterado
Lei 1.789/85).
Art. 57 – O Poder Executivo poderá criar funções gratificadas, previstas em regulamento
próprio, onde se estabelecerá competência para a designação de servidores para provê-las,
desde que haja recursos orçamentários para tal fim.
Art. 58 – A designação para a função gratificada vigorará a partir de ato respectivo,
competindo à autoridade a que estiver subordinado o funcionário designado, dar-lhe exercício
imediato, independentemente de posse.
Art. 59 – Haverá substituição, por ato administrativo, no impedimento do ocupante do cargo
de direção ou chefia de provimento efetivo ou em comissão a de função gratificada.
Art. 60 – O substitutivo perceberá o mesmo vencimento ou valor da função gratificada do
substituto, sem as vantagens pessoais.
Lei nº 3.453, DE 20 DE AGOSTO DE 1996 – ALTERA O ART. 60 - ( A substituição de titular
de Cargo em Função Gratificada, será remunerada, seja a natureza do afastamento, desde
que igual ou superior a 30 (trinta) dias, e com manifestação financeira atribuída ao
substituído.
Parágrafo Único – A substituição automática não será prorrogadas as disposições em
contrário, este entrará em vigor na data de sua publicação.

SECÇÃO III
Da Readaptação
Art. 61 – Readaptação é a investidura do funcionário em cargo ou função mais compatível
com a sua capacidade física ou intelectual e vocação.
Art. 62 – A readaptação dependerá sempre da existência de vaga.

SECÇÃO IV
Da Remoção e da Permuta
Art. 63 – A remoção far-se-á a pedido ou de ofício:
I. de um para outro setor, serviço, departamento ou secretaria;
II. de um para outro órgão do mesmo setor, serviço, departamento ou secretaria;
§ 1º - A remoção prevista no item I será feita por decreto do Prefeito, a prevista no item II será
feita por ato do chefe do setor, do serviço, do departamento ou do secretário.
§ 2º - A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de cada órgão, setor, serviço,
departamento ou secretaria.
Art. 64 – A permuta será processada a pedido escrito de ambos os interessados, respeitados
os requisitos da promoção.

328
Apostila Pré-Edital: SEMSA

TÍTULO II
DA POSSE DO EXERCÍCIO
CAPÍTULO I
Da Posse
Art. 65 – Posse é investidura em cargo público.
Parágrafo Único – Não haverá posse nos casos de promoção, reintegração e designação para
o desempenho de função gratificada.
Art. 66 – A posse verificar-se-á mediante assinatura pela autoridade competente e pelo
funcionário, de um termo em que este se compromete a cumprir fielmente os deveres e
atribuições do cargo e as exigências deste Estatuto.
Art. 67 – No ato da posse o candidato deverá declarar por escrito: se é titular de outro cargo
ou função pública;
I. bens e valores que constituem o seu patrimônio.
Parágrafo Único – Se a hipótese for a de que sobrevenha, ou possa sobrevir, acumulação
proibida com a posse, esta será sustada até que, no prazo de trinta dias, se comprove inexistir
aquela.
Art. 68 – São competentes para dar posse:
I. O Prefeito, aos Secretários e dirigentes de órgãos que lhe sejam diretamente
subordinados;
II. O Secretário de Administração, aos dirigentes de departamentos, divisões, serviços,
setores e secções;
III. O dirigente da Divisão Pessoal, nos demais casos.
Art. 69 – A autoridade que der posse verificará, sob pena de responsabilidade inulidade do
ato, se forem satisfeitas as condições legais a investidura.
Art. 70 – O prazo para a posse será de trinta dias, contados da data da publicação do decreto
de provimento.
§ 1º - Esse prazo poderá ser prorrogado por trinta dias, por solicitação escrita do interessado
e mediante ato fundamentado da autoridade competente para dar posse.
§ 2º - O termo inicial de posse para o funcionário em férias, ou licenciamento, exceto no caso
de licença para tratar de interesse particular, será o dia da data em que voltar ao serviço.
§ 3º - Quando o funcionário não tomar posse no prazo legal o ato de provimento será tornado
sem efeito por decreto.
Art. 71 – Poderá haver posse mediante procuração, quando se tratar de funcionário ausente
do Município, em missão do governo ou em casos especiais, a juízo da autoridade competente.
Art. 72 – O funcionário nomeado para o cargo cujo provimento dependa de fiança não poderá
entrar em exercício em prévia satisfação dessa exigência.
§ 1º - Será sempre exigida a fiança do funcionário que tenha dinheiro público sob sua guarda
ou responsabilidade.
§ 2º - A fiança poderá ser prestada:
I. em dinheiro;
II. em título da dívida pública;
III. em apólices de seguro de fidelidade funcional, emitidas por instituto oficial
ou empresa legalmente autorizada.
§ 3º - Não se admitirá o levantamento da fiança antes de tomadas as contas do funcionário.
§ 4º - O funcionário responsável pelo alcance ou desvio não ficará isento de responsabilidade
administrativa ou criminal, ainda que o valor da fiança cubra os prejuízos verificados.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

CAPÍTULO II
Do Exercício
SECÇÃO I
Do Exercício em Geral
Art. 73 – O exercício é a prática de atos próprios do cargo ou da função pública.
Parágrafo Único – O início, a interrupção e o reinicio do exercício serão registrados no
assentamento individual do funcionário.
Art. 74 – O exercício deve ser dado pelo chefe da repartição para o qual for designado o
funcionário.
Art. 75 – O exercício terá início de trinta dias contados:
I. da data da publicação oficial do ato, no caso de reintegração;
II. da data da posse, nos demais casos.
§ 1º - A promoção não interrompe o exercício, que será contado na nova classe a partir da
data da publicação do ato que promover o funcionário.
§ 2º - O funcionário transferido ou removido, quando legalmente afastado, terá o prazo para
entrar em exercício contado a partir do término do impedimento.
§ 3º - Os prazos deste artigo poderão ser prorrogados por mais trinta dias, a requerimento do
interessado.
Art. 76 – O funcionário nomeado poderá Ter exercício em serviço ou repartição em cuja
lotação houver claro.
Art. 77 - Nenhum funcionário poderá Ter exercício ou repartição diferente daquela que estiver
lotado, salvo os casos expressos neste Estatuto.
Art. 78 – Ao entrar em exercício, o funcionário apresentará ao órgão competente os elementos
necessários ao assentamento individual.
Art. 79 – O funcionário que não entrar em exercício dentro do prazo estabelecido neste
Estatuto será exonerado do cargo.

SECÇÃO II
Dos Afastamentos
Art. 80 – O afastamento do funcionário de sua repartição para Ter exercício em outra, qualquer
motivo, só se verificará nos casos previstos neste Estatuto.
Parágrafo Único – Só em casos excepcionais e de comprovada necessidade poderá ser
concedido afastamento a funcionário do Município para servir, com ou sem prejuízo de
vencimentos, perante órgãos federais ou estatais.
Art. 81 – O funcionário não poderá ausentar-se do Município, para estudo ou missão especial,
em autorização expressa do Prefeito.
§ 1º- A ausência não excederá de dois anos e, finda a missão ou estudo, somente decorrido
igual período será permitido novo afastamento.
§ 2º - O prazo previsto no parágrafo anterior poderá ser concedido até quatro anos, se o
estudo ou a missão assim o exigir.
§ 3º - Em qualquer caso, previsto neste artigo, fico o funcionário obrigado a provar que se
utilizou do afastamento para o fim a que foi autorizado.
Art. 82 – Será considerado afastado do exercício, até decisão final passada em julgado, o
funcionário:
I. preso em flagrante ou previamente;
II. pronunciado ou condenado por crime inafiançável;
III. denunciar por crime funcional, deste recebimento da denúncia.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

SECÇÃO III
Do Regime de Trabalho
Art. 83 – O Prefeito determinará:
I. para a repartição, o período de trabalho diário;
II. para da função, o número de horas diárias de trabalho;
III. para uma outra, o regime de trabalho em turnos consecutivos, quando for
aconselhável, indicando o número certo de horas de trabalho exigível por mês
Art. 84 – Salvo exceções previstas em lei especial, nenhum funcionário municipal poderá
prestar, sob qualquer fundamento, menos de trinta horas semanais de trabalho, seis horas
diárias.
Art. 85 – O período de trabalho, nos casos de comprovada necessidade, poderá ser antecipado
ou prorrogado pelos chefes de repartição ou serviço.
Parágrafo Único – No caso de antecipação ou prorrogação deste período, será renumerado
o trabalho extraordinário, na forma prevista neste Estatuto.
Art. 86 – Todo funcionário ficará sujeito ao ponto, que é o registro pelo qual se verificará,
diariamente, a entrada e saída do funcionário em serviço.
§ 1º - Nos registro do ponto deverão ser alcançados todos os elementos necessários à
apuração de frequência.
§ 2º - Para registros de ponto, serão usados, de preferência, meios mecânicos.
§ 3º - Salvo os casos expressamente previstos é vedado dispensar o funcionário do registro de
ponto a abonar falta ao serviço.

SECÇÃO IV
Do Tempo Integral e Dedicação Exclusiva ART. 87 A 94 REVOGADOS 1.870/86
Art. 87 – A gratificação por tempo integral e dedicação exclusiva é o quantitativo abonado aos
funcionários e servidores que, no interesse do Município, passem a prestar serviço sob o
regime de tempo integral e dedicação exclusiva, vedado, neste caso, o exercício cumulativo de
outro cargo, função, profissão ou emprego, público ou particular.
Art. 88 – A percepção da gratificação por tempo integral e dedicação exclusiva será sempre
precedida pela assinatura de um Termo de Compromisso em três vias, de que constarão o
disposto na parte final do artigo anterior e no qual declare o funcionário ou servidor vincular-
se ao regime, obrigando-se a cumprir condições ao mesmo inerentes, fazendo jus aos seus
benefícios somente enquanto nele permanecer.
Art. 89 – A adoção do regime de tempo integral e dedicação exclusiva será de iniciativa dos
Secretários do Município e dos chefes dos órgãos diretamente subordinados ao Prefeito
Municipal, mediante justificativa e indicação nominal dos funcionários ou servidores, dirigida
ao Chefe do Executivo.
Art. 90 – A aplicação do regime de tempo integral e dedicação exclusiva será determinada
mediante portaria do Prefeito Municipal em que constarão, obrigatoriamente, os nomes
cargos e níveis dos funcionários ou servidores e o total dos percentuais e o valor das
gratificações mensais.
Art. 91 – A gratificação por tempo integral e dedicação exclusiva obriga aos mínimo de
quarenta horas semanais de trabalho, sem prejuízo de ficar o funcionário ou servidor à
disposição da Prefeitura, sempre que as necessidades dos servidores o exigirem.
Art. 92 – A gratificação de tempo integral e dedicação exclusiva será concedida na base de
quarenta por cento do valor do vencimento do cargo efetivo.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo Único – A gratificação referida neste artigo poderá ser acrescida das seguintes
parcelas, em função das atribuições do cargo:
I. até vinte por cento, pela essencialidade;
II. até vinte por cento, pela complexidade e responsabilidade;
III. até vinte por cento, pela dificuldade de recrutamento em face das condições do
mercado de trabalho.
Art. 93 – A gratificação por tempo integral e dedicação exclusiva só poderá ser aplicada nos
seguintes casos:
I. a ocupantes de cargos com atribuições técnicas científicas ou de pesquisas;
II. a ocupantes de cargo ou função que envolva a responsabilidade de direção,
chefia ou assessoramento.
Art. 94 – Para efeito deste Estatuto, entende-se como cargo técnico, científico ou de pesquisa
aquele cujo exercício seja indispensável e predominante a aplicação de conhecimento de nível
ou grau superior de ensino.
Art. 95 – O regime de tempo integral e dedicação exclusiva de que trata este capítulo não se
aplica aos ocupantes de cargos em comissão ou função gratificada.
Art. 96 – O funcionário ou servidor não fará jus a gratificação nos afastamentos do
efetivo exercício do cargo, exceto nos casos de:
I. férias;
II. casamento;
III. luto;
IV. júri;
V. serviço eleitoral por prazo não excedente de trinta dias, no período
imediatamente anteriores subsequente às eleições;
VI. licença para tratamento de saúde ou decorrente de acidente em serviço ou
de doença profissional.
Art. 97 – A infração ao cumprimento assumido pelo funcionário ou servidor, devidamente
comprovada através de inquérito administrativo sujeitá-lo à pena de demissão a bem do
serviço público que se omitirem na fiscalização e repressão de irregularidade verificadas na
execução do regime de tempo integral e dedicação exclusiva, nos respectivos setores
responderão, conjuntamente, com os infratores, nos processos administrativos, civil e penal
cabíveis.
Art. 98 – Havendo conveniência para o serviço, o Prefeito Municipal poderá suspender o
pagamento da gratificação por tempo integral e dedicação exclusiva.

SECÇÃO V
Das Faltas ao Serviço
Art. 100 – Nenhum funcionário poderá faltar ao serviço sem falta justificada.
Parágrafo Único – Considera-se causa justificada o fato que, por sua natureza e circunstância,
principalmente pelas consequências no círculo da família, possa razoavelmente constituir
escusa do não comparecimento.
Art. 101 – O funcionário que faltar ao serviço fica obrigado a requerer justificação da falta, por
escrito, a seu chefe imediato, no primeiro dia em que comparecer à repartição, sob pena de
sujeitar-se a todas as consequências resultantes da ausência.
§ 1º - Não poderão ser justificadas as faltas que excederem a vinte e quatro por ano.
§ 2º - O chefe imediato do funcionário decidirá sobre a justificação das faltas até o máximo de
doze por ano; a justificação das que excederem a esse número, até o limite de vinte e quatro,

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

será submetido, devidamente informada por essa autoridade, à decisão de seu superior
hierárquico, no prazo de cinco dias.
§ 3º - A autoridade competente decidirá sobre a justificação no prazo de cinco dias, cabendo
recursos para a autoridade superior, quando indeferido o pedido.
§ 4º - Decidido o pedido de justificação da falta, será o requerimento encaminhado ao órgão
do pessoal, para as devidas anotações.
Art. 102 – Ao funcionário, quando estudante universitário, será permitido, à critério do
Prefeito, frequentar suas aulas e participar das respectivas provas, quando o horário das
mesmas coincidir com o do serviço. (Observar art. 108 LOMAN)
Parágrafo Único – A permissão referida neste artigo será comprovada pela apresentação do
horário de aulas e provas fornecidos pelo estabelecimento de ensino

TÍTULO III
Da Vacância
Art. 103 – A vacância do cargo decorrerá de:
I. exoneração;
II. demissão;
III. promoção;
IV. transferência;
V. aposentadoria;
VI. posse em outro cargo
VII. falecimento.
§ 1º - Dar-se-á a exoneração:
I. a pedido do funcionário;
II. de ofício;
a. quando se trata de cargo comissão;
b. quando não satisfeitas as condições do estágio probatório;
c. quando o funcionário não entrar em exercício no prazo.
§ 2º - A demissão será aplicada como penalidade.
Art. 104 – A vacância da função gratificada decorrerá de:
I. dispensa, a pedido do funcionário:
II. dispensa, a critério da autoridade.
Art. 105 – Ocorrendo vaga, considerar-se-ão abertas, na mesma data, as decorrentes de seu
preenchimento.
I. do falecimento do ocupante do cargo;
II. imediata aquela em que o funcionário completar setenta nos de idade;
III. da publicação:
a. da lei que criar o cargo a conceder dotação para o seu provimento, ou da
que determinar esta última medida, se o cargo já estiver criado;
b. do decreto que promover, transferir, aposentar, exonerar, demitir ou
conceder outra qualquer forma de vacância.
IV. Da pose em outro cargo.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

LIVRO II
DAS PRERROGATIVAS, DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS
TÍTULO I
DAS PRERROGATIVAS
CAPÍTULO I
Do Tempo de Serviço
Art. 106 – Será feita em dia a apuração do tempo de serviço. (Sem efeito EC 20/98, Art. 10).
§ 1º - O número de dias será convertido em anos, considerados de trezentos e sessenta e cinco
dias.
§ 2º - Feita a conversão, os dias restantes, até cento e oitenta e dois não serão computados,
para efeito de aposentadoria, será arredondado, tempo fictício para um ano, o número
excedente de cento e oitenta e dois dias.
Art. 107 – Será de efetivo exercício o afastamento em virtude de:
I. férias;
II. casamento, até oito dias;
III. luto, até oito dias, por falecimento do cônjuge, pais, descendentes, irmãos e
sogros;
IV. luto, até dois dias, por falecimento de tios, cunhados, padrasto, madrasta, genro
e nora;
V. exercício de cargo de provimento em comissão em órgão da União, dos Estados
e dos Municípios e de suas entidades autárquicas;
VI. convocação para o serviço militar;
VII. júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VIII. desempenho de função legislativa federal, estadual e municipal;
IX. licença prêmio;
X. licença à funcionária gestante;
XI. licença a funcionário acidentado em serviço ou atacado de doença profissional
ou moléstia enumerada ao artigo 139, deste Estatuto;
XII. missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou estrangeiro, quando
o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Prefeito;
XIII. provas de competições esportivas, quando o afastamento for autorizado pelo
Prefeito;
XIV. faltas abonadas;
XV. espaço disponível, que em virtude de ato, tenha servido ou sirva em qualquer
setor da administração pública.
Art. 108 – Para efeito de aposentadoria e disponibilidade computar-se-á integralmente:
I. o tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, inclusive autárquico;
II. o período de serviço ativo nas Forças Armadas, contando-se em dobro o tempo
em operação de guerra;
III. o tempo de serviço ativo prestado como extranumerário ou sob outra qualquer
forma de admissão, desde que renumerado pelos cofre públicos;
IV. o tempo em que o funcionário esteve em disponibilidade ou aposentado;
V. o período de trabalho prestado à instituição de caráter privado que tiver sido
transformada em estabelecimento de serviço público.
Parágrafo Único – O tempo de serviço não prestado ao Município somente será computado
à vista de certidão passada pelo órgão competente.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 109 – É vedada a acumulação de tempo de serviço prestado concorrentemente em dois


ou mais cargos ou funções públicas ou em entidades autárquicas ou paraestatais.

CAPÍTULO II
Da Estabilidade
Art. 110 – O funcionário nomeado em caráter efetivo adquire estabilidade após dois anos de
efetivo exercício.
§ 1º - Ninguém pode ser efetivado ou adquirir estabilidade, se não prestar concurso público.
§ 2º - A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao cargo.
Art. 111 – O funcionário perderá o cargo:
I. quando estável, em virtude de sentença judiciária passada em julgado ou
mediante processo administrativo, em que se lhe tenha assegurado ampla
defesa;
II. quando em estágio probatório, somente após a observância do artigo 20 e seus
parágrafos ou mediante inquérito administrativo, quando este se impuser antes
de concluído o estágio, neste caso, defesa ao interessado.

CAPÍTULO III
Da Disponibilidade
Art. 112 – Extinto o cargo, o funcionário estável ficará em disponibilidade, com os vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço.
Parágrafo Único – Restabelecido o cargo, ainda que modificada sua denominação, será
obrigatoriamente aproveitado nele o funcionário posto em disponibilidade quando de sua
extinção.
Art. 113 – O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado ou posto à disposição de
outro órgão, a seu pedido.

CAPÍTULO IV
Da Reintegração
Art. 114 – Invalidada a admissão do funcionário por ato administrativo ou sentença judicial,
será ele reintegrado e quem lhe ocupava o lugar será exonerado, ou, se ocupava outro cargo,
a este reconduzido.
§ 1º - A reintegração importas no ressarcimento de todos os prejuízos do funcionário
reintegrado.
§ 2º - O pagamento desse prejuízo deverá ser liquidado no prazo máximo de sessenta dias da
data da reassunção do cargo ou da data da aposentadoria.

CAPÍTULO V
Da Aposentadoria
Art. 115 – O funcionário será aposentado:
I. por invalidez;
II. compulsoriamente, aos setenta anos de idade;
III. voluntariamente, após trinta e cinco anos de serviço.
Parágrafo Único – No caso do item III, o prazo é de trinta anos para mulheres.
Art. 116 – A aposentadoria por invalidez, será sempre precedida de licença por período não
excedente de vinte e quatro meses, salvo quando o laudo médico concluir pela incapacidade
definitiva para o serviço público.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 117 – Será aposentado o funcionário que, depois de vinte e quatro meses de licença para
o tratamento de saúde for considerado inválido para o serviço público.
Art. 118 – Os proventos da aposentadoria serão:
I. integrais, quando o funcionário:
a. contar trinta e cinco anos de serviço, se do sexo masculino, ou trinta anos de
serviço, se do feminino;
b. se invalidar por acidente em serviço, por moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei.
II. Proporcionais ao tempo de serviço, quando funcionário contar menos de trinta
e cinco anos de serviço, salvo o disposto no Parágrafo Único do artigo 15.
§ 1º - Os proventos da inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do
poder aquisitivo da moeda, se modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.
§ 2º - Ressalvado o disposto no parágrafo anterior, em caso nenhum os proventos da
inatividade poderão exceder a remuneração percebida em atividade.
Art. 119 – É automática a aposentadoria compulsória.
Parágrafo Único – O retardamento do decreto que declarar a aposentadoria compulsória não
impedirá que o funcionário se afaste do exercício no dia imediato ao que atingir a idade limite.
Art. 120 – O funcionário que contar mais de vinte e cinco anos de efetivo e ininterrupto serviço
prestado ao Município será aposentado:
I. com as vantagens dos cargos de direção ou chefia, de provimentos em comissão,
em que se encontre, pelo menos há mais de cinco anos ininterruptos ou que os
tenham exercido por mais de dez anos ininterruptos ou não;
II. com provento correspondente ao vencimento ou remuneração da classe
imediatamente superior;
III. com o provento aumentado de trinta por cento, quando ocupante da última
classe da respectiva carreira;
IV. com a vantagem do item anterior, quando ocupante de cargo isolado.
Parágrafo Único – O funcionário, durante cinco anos de exercício ininterrupto, ou dez anos
intercalados, houver ocupado cargo em comissão ou função gratificada, terá, no ato de sua
aposentadoria, o valor atual da representação ou função gratificada aos seus proventos.
(Revogado 1.786/85)
Art. 4 – O artigo da Lei n 1.118 de 1 de setembro de 1971, terá seu “caput” com a seguinte
redação:
Art. 120 – O funcionário que contar mais de 25 anos de efetivo e ininterrupto serviço públicos,
será aposentado.

TÍTULO II
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS EM GERAL
CAPÍTULO I
Das Férias
Art. 121 – O funcionário terá direito ao gozo de trinta dias consecutivos de férias por ano, de
acordo com a escalada organizada pela chefia da repartição ou serviço.
§ 1º - Somente depois de primeiro ano de exercício em cargo público do Município, adquirirá
o funcionário direito de férias.
§ 2º - Não terá direito a férias o funcionário que, durante o período de sua aquisição,
permanecer em gozo de licença para tratar de interesse particular.
§ 3º - É proibido levar em conta de férias qualquer falta de serviço.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 122 – As férias poderão ser antecipadas, permutadas ou transferidas, a pedido do


funcionário e a critério da administração.
§ 1º - Para a antecipação ou transferência das férias o pedido deverá ser formulado quinze
dias, antes das férias assinadas na escala.
§ 2º - Para a permuta das férias o pedido deverá ser formulado no prazo do parágrafo anterior,
com a aquiescência do funcionário permutado.
Art. 123 – As férias poderão ser acumuladas até três períodos consecutivos, a pedido do
funcionário, quando feito quinze dias antes do estabelecido na escala respectiva.
Art. 124 – Ao funcionário, em gozo de férias, serão conferidas as respectivas vantagens.
Art. 125 – Em caso de exoneração ou demissão, aposentadoria do funcionário, ser-lhe-á paga
a remuneração correspondente aos períodos de férias, cujo direito tenha adquirido. (Alterado
Lei 1.789/85).
Art. 125 – Em caso de exoneração, demissão ou aposentadoria do funcionário, ser-lhe-á paga
a renumeração correspondente aos períodos de férias cujo direito tenham adquirido”.
Art. 126 – É facultado ao funcionário gozar férias onde lhe convier, cumprindo-lhe, no entanto,
comunicar, por escrito, ao chefe da repartição ou serviço, seu endereço eventual.
Art. 127 – O funcionário promovido, transferido ou removido, durante as férias, não será
obrigado a apresentar-se antes de seu término.

CAPÍTULO II
Das Licenças
SECÇÃO I
Disposições Preliminares
Art. 128 – Conceder-se-á licença ao funcionário.
I. para tratamento de saúde;
II. por motivo de doença em pessoa da família;
III. para repouso à gestante;
IV. para prestar serviço militar obrigatório;
V. por motivo de afastamento do cônjuge militar;
VI. para tratar de interesses particulares;
VII. para o desempenho de manto eletivo;
VIII. por motivo de afastamento do cônjuge servidor;
IX. em caráter extraordinário.
Parágrafo Único – Ao ocupante de cargo de provimento em comissão não se deferirá, nessa
qualidade, licença para tratar de interesses particulares.
Art. 129 – A licença dependente de exame médico será concedida pelo prazo indicado no
laudo da Junta Médica do Município.
Parágrafo Único – Findo o prazo poderá haver novo exame e o laudo médico concluirá pela
volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
Art. 130 – Terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente o exercício, ressalvado
o disposto no Parágrafo Único do artigo seguinte.
Art. 131 – A licença poderá ser prorrogada de ofício ou a pedido.
Parágrafo Único – O pedido deverá ser apresentado pelo menos cinco dias antes de findo o
prazo da licença, se indeferido, contar-se-á como licença o período compreendido entre a data
do término e a do conhecimento do despacho.
Art. 132 – As licenças concedidas dentro de sessenta dias, contados do término anterior, serão
consideradas em prorrogação.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Parágrafo Único – Para os efeitos deste artigo somente serão levantadas em consideração as
licenças da mesma espécie.
Art. 133 – As licenças por tempo superior a trinta dias só poderão ser concedidas pelo Prefeito,
de tempo inferior, poderão deferidas pelos chefes de repartição ou serviço.
Art. 134 – O funcionário em gozo de licença comunicará ao chefe da repartição ou serviço o
local onde poderá ser encontrado.

SECÇÃO II
Da Licença para Tratamento de Saúde
Art. 135 – A licença para tratamento de saúde será a pedido ou de ofício.
§ 1º - Num e outro caso é indispensável o exame pela Junta Médica do Município.
§ 2º - O funcionário licenciado para tratamento de saúde não poderá dedicar-se a qualquer
atividade remunerada, sob pena de ter cassada licença.
Art. 136 – O atestado ou laudo passado por médico ou Junta Médica do Município.
Art. 137 – Será punido disciplinarmente, com suspensão por trinta dias, o funcionário que
recusar a submeter-se a exame médico, cessando os efeitos da penalidade, logo que se
verificar o exame.
Art. 138 - Considerado apto em exame pela Junta Médica do Município, o funcionário
reassumirá o exercício, sob pena de se apurarem, como faltas injustificadas, os dias de
ausência.
Art. 139 – A licença a funcionário atacado por tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia
maligna, cegueira, lepra, paralisia ou cardiopatia grave será concedida quando o exame médico
não concluir pela concessão imediata da aposentadoria.
Art. 140 – Será integral, com as respectivas vantagens, o vencimento do funcionário licenciado
para tratamento de saúde, acidentado em serviço, atacado de doença profissional ou de
moléstias indicadas no artigo anterior.

SECÇÃO III
Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família
Art. 141 – O funcionário poderá gozar licença por motivo de doença de ascendente,
descendente, irmão ou cônjuge não separado literalmente, provando ser indispensável sua
assistência podendo esta ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.
§ 1º - Provar-se-á a doença mediante inspeção realizada pela Junta Médica do Município.
§ 2º - A licença de que trata este artigo será concedida, com vencimentos e vantagens até um
ano, e com dois terços do vencimento e vantagens, excedendo esse prazo e até dois anos.
§ 3º - Quando a família do funcionário se encontrar em tratamento fora do Município, permitir-
se- á o exame por profissionais pertencentes ao quando de servidores federais, estaduais ou
municipais da localidade.

SECÇÃO IV
Da Licença à Gestante
Art. 142 – À funcionária gestante será concedida, mediante exame pela Junta Médica do
Município, licença até quatro meses, com vencimentos e vantagens.
Parágrafo Único – Salvo prescrição médica em contrário, a licença será concedida a partir do
oitavo mês de gestação.
Art. 143 – Será aceito o exame médico fornecido por Junta de outra circunscrição territorial
quando a funcionária gestante se encontrar fora do Município.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

SECÇÃO V
Da Licença para Serviço Militar
Art. 144 – Ao funcionário que for convocado para o serviço militar e outros encargos de
segurança nacional será concedida licença com vencimento ou remuneração integral.
§ 1º - A licença será concedida à vista de documento oficial que comprove a incorporação.
§ 2º - Do vencimento ou remuneração descontar-se-á a importância que o funcionário
perceber na qualidade, salvo se optar pelas vantagens do serviço militar.
§ 3º - Ao funcionário desincorporado conceder-se-á a prazo não excedente de trinta dias, para
que reassuma o exercício, sem perda de vencimento ou remuneração.
§ 4º - A licença de que trata este artigo concedida ao funcionário que houver feito curso para
ser admitido como oficial da reserva das Forças Armadas, durante os estágios prescritos pelo
regulamento militar, aplicando-se o disposto no § 2º deste artigo.

SECÇÃO VI
Da Licença à Funcionária Casada com Militar
Art. 145 – A funcionária casada com militar terá direito a licença sem vencimento ou
remuneração, quando o marido for mandado servir fora do Município.
§ 1º - A licença será concedida mediante pedido devidamente instituído e poderá vigorar pelo
tempo que durar a nova função do marido.
§ 2º - Em qualquer época, mesmo que o marido continue prestando serviço fora do Município,
a funcionária poderá retornar ao seu cargo.

SECÇÃO VII
*Da Licença para Tratar de Interesse Particular
ALTERADO LEI 292/95
Art. 146 - Ao funcionário estável poderá ser deferida, pelo Prefeito, licença por tempo nunca
excedente de dois anos, sem vencimento ou remuneração, para tratar de interesses
particulares até quatro anos.
§ 1º - A licença será negada quando o afastamento do funcionário for inconveniente ao
interesse público.
§ 2º - O funcionário deverá aguardar em exercício e concessão da licença.
Art. 147 – Não será concedida licença para tratar de interesses particulares ao funcionário
nomeado, removido ou transferido, antes de assumir o exercício.
Art. 148 – A autoridade que deferir a licença poderá cessá-la e determinar que o licenciado
reassuma o exercício, se o exigir o interesse do serviço municipal.
§ 1º - Na hipótese deste artigo o funcionário reassumirá o exercício no dia subsequente ao do
conhecimento oficial do ato.
§ 2º - Se o funcionário se encontrar em local diverso do município ser-lhe-á concedido, a
critério da autoridade, prazo até sessenta dias para assumir o exercício.
§ 3º - A inobservância ao disposto neste artigo importará em demissão por abandono do
cargo, se o funcionário, não cumprindo as determinações dos parágrafo anteriores,
permanecer ausente por mais de trinta dias.
Art. 149 – Outra licença para tratar de interesses particulares, só poderá ser concedida ao
mesmo funcionário, após transcorrido dois anos do término da anterior. (Alterado Lei 292/95)

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

SECÇÃO VIII
Da Licença Prêmio
Art. 150 – Após cada decénio de efetivo exercício no serviço público municipal, ao funcionário
que a requerer, será concedido pelo Prefeito licença prémio de doze meses, com todos os
direitos e vantagens do seu cargo efetivo
Parágrafo Único – Ao funcionário nomeado após a vigência deste ESTATUTO, será concedida
a licença prémio de seis meses, obedecido o disposto no presente artigo.
Art. 151 – A licença prémio poderá ser gozada em dois períodos.
Art. 152 – Não será concedida a licença prémio se houver o funcionário em cada decénio:
(Alterado Lei 1.789)
Art. 152 – Não será concedida licença prêmio se houver o funcionário em cada decênio:
I. Sofrido Pena de suspenção;
II. Faltado ao serviço, injustificadamente por mais de trinta (30) dias consecutivos
ou não;
III. gozado licença:
a. por motivo de doença em pessoa da família, por mais de cento e vinte dias
(120) dias, consecutivos ou não;
b. para o trato de interesses particulares, por qualquer prazo;
c. em caráter extraordinário ou militar, por mais de dois (2) anos;
d. caráter extraordinário, por período superior a dois (2) anos”.
IV. Sofrido pena de suspensão;
V. faltado ao serviço, injustificadamente por mais de trinta dias, consecutivos ou
não;
VI. gozando licença.
a. para tratamento de saúde, por prazo superior a cento e oitenta dias,
consecutivos ou não;
b. por motivo de doença em pessoa da família, por mais de cento e vinte dias,
consecutivos ou não saiu;
c. para o trato de interesses particulares, por qualquer prazo;
d. por motivo do afastamento de cônjuge, quando funcionário ou militar, por
mais de dois anos;
e. em caráter extraordinário, por período superior a dois.
Art. 153 – Tempo fictício para efeito de aposentadoria, será contado em dobro o período de
licença prêmio que o funcionário não houver gozado. (Art. 10 EC/20/98).
Art. 154 – O direito à licença prêmio não tem prazo para ser exercido.

SECÇÃO IX
Da Licença para Desempenho de Mandato Eletivo
Art. 155 – Será considerado em licença o funcionário público municipal que for eleito para o
desempenho de Mandato Eletivo.
§ 1e artigo, se não for concedida antes, conceder-se-á automática com a posse do mandato
eletivo.
§ 2º - O tempo de serviço do funcionário afastado nos termos deste artigo, será contado para
fins de promoção por antiguidade e aposentadoria.
§ 3º - O funcionário municipal, afastado, nos termos deste artigo, só poderá reassumir o
exercício do cargo, após o término ou renúncia do mandato.

340
Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 156 – O funcionário ocupante do cargo em comissão será exonerado deste cargo com a
posse do mandato efetivo.
Parágrafo Único – Se ocupante do cargo em comissão for também titular de um cargo de
provimento efetivo, ficará exonerado daquele e licenciado, na forma prevista no artigo anterior.
Art. 157 – O funcionário municipal, quando candidato, deverá licenciar-se nos termos da
legislação federal.

SECÇÃO X
Da licença à Funcionária Casada com Servidor
Art. 158 – A funcionária casada com servidor federal ou estadual terá direito à licença, sem
vencimento ou remuneração, quando o marido for exercer atividade do Município.
§ 1º - A licença será concedida mediante pedido devidamente instruído e poderá vigorar pelo
tempo que durar a nova função do marido.
§ 2º - Em qualquer época, mesma que o marido continue prestando serviço fora do Município,
a funcionária poderá retornar ao cargo.

SECÇÃO XI
Da Licença Extraordinária (Revogado 1.870/96)
Art. 159 – Ao funcionário será concedida licença extraordinária, instituída em lei especial e
obedecendo, dentre outros, aos seguintes princípios:
I. que o funcionário seja efetivo;
II. que o vencimento sejam proporcionais ao tempo de serviço ao funcionário;
III. que a licença seja concedida por prazo não inferior a um ano, nem superior a três
anos, podendo ser prorrogada por períodos sucessivos, até haver completado o
total de seis anos.

CAPÍTULO III
Da Assistência ao Funcionário
Art. 160 – O Município prestará, dentro de suas possibilidades financeiras, assistência ao
funcionário e sua família.
Parágrafo Único – O plano de assistência compreenderá:
I. assistência médica, dentária, farmacêutica e hospitalar;
II. previdência, seguros e assistência judiciária;
III. financiamento para aquisição de casa própria;
IV. curso de aperfeiçoamento e especialização profissional em matéria do interesse
municipal;
V. centro de aperfeiçoamento moral e intelectual;
VI. centro de recreação, repouso e férias;
VII. assistência alimentar através de cooperativa.
Art. 161 – A lei regulará as condições de organização, funcionamento dos serviços de
assistência referidos neste capítulo.

CAPÍTULO IV
Do Direito de Petição e de Recorrer
Art. 162 – É assegurado ao funcionário o direito de requerer ou de apresentar e pedir
reconsideração.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 1º - O requerimento ou representação será dirigido a autoridade competente para decidi-lo,


através do superior hierárquico imediato do requerente ou representante.
§ 2º - O pedido de reconsideração será dirigido à autoridade que houver expedido o ato ou
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
§ 3º - O requerimento ou representação e o pedido de reconsideração deverão ser
despachados no prazo de cinco dias e decididos dentro de cinco dias improrrogáveis.
Art. 163 – É assegurado ao funcionário o direito de recorrer das decisões finais que o
prejudiquem.
§ 1º - O recurso poderá ser interposto no prazo de quinze dias da publicação ou da ciência
pessoal da decisão recorrível.
§ 2º - O recurso deverá ser despachado no prazo de cinco dias e decidido no prazo de sessenta
dias.
Art. 164 – O pedido de reconsideração e o recurso não tem efeito suspensivo, e o que for
provido terá efeitos retroativos a data do ato impugnado.
Art. 165 – O direito de pleitear na esfera administrativa prescreverá:
I. em cinco anos, quanto aos atos de que decorrem demissão, cassação de
aposentadoria ou de disponibilidade;
II. em cento e vinte dias, nos demais casos.
Parágrafo Único – O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis interrompem a
prescrição uma só vez.

TÍTULO III
DOS DIREITOS E DAS VANTAGENS DE ORDEM PECUNIÁRIA
CAPÍTULO I
Do Vencimento ou Remuneração (Ver Art. 13 da Lei 470/99)
Art. 166 – Vencimento é a retribuição paga ao funcionário titular do cargo, correspondente
ao padrão fixado em lei.
Parágrafo Único – É vedada a prestação de serviços gratuitos. (Alterado 1.913/87 (1 e 2/Lei
470/99 Art. 13).
Art. 167 – Remuneração é a retribuição paga ao funcionário pelo efetivo exercício do cargo,
correspondente ao padrão fixado em lei, acrescido das vantagens pessoais de que seja titular.
Art. 168 – Perderá o vencimento do cargo efetivo o funcionário:
I. quando no exercício de cargo em comissão;
II. quando no exercício de mandato efeito federal, estadual ou municipal;
III. quando designado para servir em qualquer órgão da União dos Estados, dos
Municípios e de suas entidades autárquicas e de economia mista, ressalvadas as
exceções previstas em lei.
Art. 169 – O funcionário perderá:
I. o vencimento ou remuneração do dia se não comparecer ao serviço, salvo em
casos previstos neste Estatuto;
II. um sexto do vencimento ou remuneração diária quando comparecer ao serviço
transcorridos dez minutos da hora seguinte à marcada para o início dos
trabalhos, ou quando se retirarem antes de findo de trabalho;
III. um terço do vencimento ou remuneração durante o afastamento por motivo de
prisão em flagrante, preventiva, pronúncia ou condenação, por crime
inafiançável, denúncia desde seu recebimento, por crime funcional, com direito
à diferença, se absolvido.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

IV. dois terços de vencimento ou remuneração, durante o período de afastamento


em virtude de condenação, por sentença definitiva, à pena que não determine
demissão.
Art. 170 – Nenhum descontos se fará no vencimento quando a soma do tempo aos
comparecimentos depois da hora marcada para o início do expediente não exceder a trinta
minutos por mês.
Art. 171 – O vencimento ou remuneração e o provento do funcionário só poderão sofrer os
descontos autorizados em lei.

CAPÍTULO II
Das Vantagens SECÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 172 – Além do vencimento ou remuneração , serão efetuadas as seguintes vantagens aos
funcionários:
I. ajuda de custo;
II. transporte:
III. diárias:
IV. auxílio para diferença de caixa;
V. auxílio maternidade;
VI. auxílio doença;
VII. salário-família;
VIII. gratificações;
IX. salário-produtividade;
X. abono natalino.

SECÇÃO II
Da Ajuda de Custo
Art. 173 – Será concedida ajuda de custos ao funcionário designado para executar serviços ou
fazer cursos, estágios de estudos e treinamento em assuntos de interesse do Município, fora
de sua sede.
Parágrafo Único – A ajuda de custo destina-se à compensação das despesas de viagem e de
nova instalação.
Art. 174 – A ajuda de custo será arbitrada pelo Prefeito, tendo em vista cada caso, as condições
de vida do local, a distância que deverá ser percorrida e o tempo de viagem.
Parágrafo Único – A ajuda de custo não poderá ser inferior à importância correspondente a
um mês de vencimento, nem superior a três, salvo quando se tratar de funcionário a serviço
ou em estudo no estrangeiro.
Art. 175 – A ajuda de custo será paga, ao funcionário, adiantadamente.
Art. 176 – A ajuda de custo será restituída pelo funcionário nas formas e circunstâncias abaixo:
I. integralmente e de uma só vez, quando deixar de seguir destino, a seu pedido;
II. pela metade do valor recebido e de uma só vez, quando após Ter seguido viagem
pedido despensa da missão ou requerer licença ou exoneração;
III. pela metade do valor, mediante desconto pela décima parte do vencimento,
quando não seguir viagem por motivo independente de sua vontade.
§ 1º - O funcionário que estiver sujeito a descontos para fins de restituição de ajuda de custo
e adquirir direito à nova, liquidará integralmente o débito no ato do recebimento desta última.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

§ 2º - A responsabilidade pela restituição de que trata este artigo atinge exclusivamente a


pessoa do funcionário.

SECÇÃO III
Do Transporte
Art. 177 – Transporte é um direito que tem o funcionário e a sua família ao fornecimento de
passagens e pagamento de frete da respectiva bagagem, nas condições deste capítulo.
Art. 178 – O transporte será condido obrigatoriamente ao funcionário que se deslocar para
fora do Município para executar serviço ou fazer cursos, estágios de estudos e treinamento em
assunto de interesse do Município.
Art. 179 – O transporte para família do funcionário só será concedido quando a sua missão
for superior a seis meses.
Art. 180 – Para efeito de concessão de transporte, consideram-se pessoas da família do
funcionário:
I. esposa;
II. filhos menores;

SECÇÃO IV
Das Diárias
Art. 181 – Ao funcionário municipal que, por determinação do Prefeito, se deslocar
temporariamente do Município no desempenho de suas atribuições, ou em missão ou estudo
que relacionadas com a função que exerce, será concedida, além do transporte, a diária a título
de indenizações das despesas de alimentação e pousada, nas bases fixadas em regulamento.
Art. 182 – O funcionário que, indevidamente, receber diária, será obrigado a restituir de uma
só vez a importância recebida, ficando sujeito à punição disciplinar.

SECÇÃO V
Do Auxílio para Diferença de Caixa
Art. 183 – Ao funcionário, que, no desempenho de suas atribuições, pagar ou receber em
moeda corrente, será concedido, nos períodos de exercício, auxílio em trinta por cento do
vencimento, a título de compensação de diferença de caixa.

SECÇÃO VI
Do Auxílio Maternidade
Art. 184 – Será concedido o auxílio maternidade nos termos da legislação especial.

SECÇÃO VII
Do Auxílio Doença
Art. 185 – Após doze meses consecutivos de licença para tratamento de saúde em
consequência de doença prevista no artigo 139, o funcionário terá direito, a título de auxílio, a
um mês de vencimento.
Art. 186 – A despesa com o tratamento do funcionário acidentado em serviço correrá por
conta dos cofres municipais.
Parágrafo Único – O transporte referido neste artigo será concedido ao funcionário e à pessoa
de sua família, quando aquele necessitar de tratamento especializado, conforme laudo
fornecido pela Junta Médica do Município.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 187 – Ao funcionário licenciado para tratamento de saúde será concedido o transporte,
inclusive à pessoa de sua família.
Parágrafo Único – O transporte referido neste artigo será concedido ao funcionário e à pessoa
de sua família, quando aquele necessitar de tratamento especializado, conforme laudo
fornecido pela Junta Médica do Município.

SECÇÃO VIII
Do Salário Família
(Lei 260/94, completou 3% piso salarial)
Art. 188 – Será concedido salário família ao funcionário ativo e inativo:
I. pelo cônjuge do sexo feminino;
II. por filho menor de vinte e um anos, que não exerça atividade remunerada e não
tenha renda própria;
III. por filho inválido ou mentalmente incapaz, sem renda própria;
IV. por filha solteira, que não exerça atividade remunerada e não tenha renda
própria;
V. por filho estudante que frequentar curso secundário ou superior, em
estabelecimento;
VI. pela mãe viúva sem renda própria e que viva às expensas do funcionário;
VII. que, solteiro, ou separado da esposa, conviva, por mais de quatro anos, e
mantenha, às suas expensas, uma companheira.
§ 1º - Compreende-se neste artigo o filho de qualquer condição, o enteado, o adotivo e o
menor que, mediante autorização judicial, estiver sob a guarda e o sustento do funcionário.
§ 2º - Para os efeitos deste artigo, considera-se renda própria igual ao salário-mínimo em vigor
no Município.
§ 3º - Considera-se atividade lucrativa suficiente à manutenção do dependente a
contraprestação igual ao valor do salário mínimo do Município.
Art. 189 – Quando a mãe e o pai forem funcionários municipais ativos ou inativos e viverem
em comum, o salário família será concedido ao que receber maior vencimento, remuneração
ou provento.
Parágrafo Único – Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver beneficiários sob
a sua guarda; se ambos os tiverem, será concedido a um e outro dos pais, de acordo com a
distribuição dos beneficiários.
Art. 190 – Ao pai e mãe equiparam-se o padrasto, madrasta e na falta destes, os
representantes legais dos incapazes.
Art. 191 – Ocorrendo o falecimento do funcionário, o salário família continuará a ser pago aos
seus filhos menores, por intermédio da pessoa em cuja guarda se encontrarem, até que atinjam
a maioridade.
§ 1º - Em se tratando de dependentes maiores de vinte e um anos, com a morte do funcionário,
o salário família passará a ser pago diretamente a ele.
§ 2º - Passará a ser efetuada a viúva do funcionário o pagamento do salário família
correspondente ao menor que viver sob a guarda e o sustento daquele, desde que a viúva
consiga outra autorização judicial para ser responsável pelo menor e mantê-lo.
§ 3º - Caso o funcionário não se tenha habilitado ao salário relativo aos seus dependentes,
admitir-se-á a habilitação “post mortem”, até um ano após a data do óbito. (Alterado 1.151/92
(2 anos).

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 192 – O salário família será devido ainda se o funcionário não fizer jus, no mês a nenhuma
parcela a título de vencimento ou provento.
Art. 193 – Nenhum desconto se fará sobre o salário família, nem servirá este de base a
qualquer contribuição, ainda que para fins de previdência social.
Art. 194 – O funcionário e o inativo são obrigados a comunicar ao seu chefe imediato, dentro
de trinta dias qualquer alteração que se verifique na situação dos dependentes, da qual decorra
supressão ou redução no salário família.
Parágrafo Único - A inobservância desta disposição determinará responsabilidade do
funcionário ou do inativo.
Art. 195 – O salário família será devido a partir do mês em que for requerente e será pago
juntamente com o vencimento, remuneração ou provento, independentemente da publicação
do ato de concessão.
Art. 196 – O valor do salário família será o fixado na legislação federal.

SECÇÃO IX
Das Gratificações
Art. 197 – Conceder-se-ão gratificações: (Alterado Lei 1.913/87).
I. de função;
II. de representação;
III. pela prestação de serviço extraordinário;
IV. pela execução ou colaboração em trabalhos técnicos ou científicos fora das
atribuições normais do cargo;
V. pela execução de trabalhos de natureza especial com risco de vida ou saúde;
VI. pela participação em órgão de deliberação coletiva;
VII. pelo exercício de encargo de auxiliar ou de membro de banca ou comissão de
concurso;
VIII. pelo exercício de encargo de auxiliar professor de curso legalmente instituído;
IX. adicional por tempo de serviço.
Parágrafo Único – As gratificações constantes dos itens I, II e V serão fixadas em lei.
Art. 198 – Terá direito à gratificação por serviço extraordinário o funcionário que for
convocado para prestação de trabalhos fora do horário normal de expediente a quem estiver
sujeito. (Limite 90 HE previsto na 1.870/86, art. 7 CF/88).
Art. 199 – A gratificação pela prestação de serviços extraordinários será determinada pelo
chefe de repartição ou serviço, a que estiver subordinado, o funcionário convocado.
§ 1º - A gratificação será paga por hora de trabalho prorrogado ou antecipado, na mesma
razão percebida pelo funcionário em cada hora do período normal.
§ 2º - Em se tratando de extraordinário noturno, assim entendido o prestado no período
compreendido entre as dezoito e seis horas, o valor da hora será acrescido de vinte e cinco
por cento.
§ 3º - A gratificação ao funcionário à disposição do Gabinete do Prefeito será por esse
determinada.
Art. 200 – Não poderá perceber gratificação por serviço extraordinário o ocupante de cargo
de direção ou chefia.
Art. 201 – A gratificação pela execução ou colaboração em trabalhos técnicos ou científicos
de utilidade para serviço público municipal será arbitrada pelo Prefeito após a conclusão dos
trabalhos, ou , previamente, quando for o caso.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 202 – A gratificação constante dos itens VI, VII e VIII será fixada pelo Prefeito em cada
caso.
Art. 203 – O adicional por tempo de serviço, 5% (cinco por cento), conferido ao funcionário à
razão de cinco por cento por quinquénio de serviço público, será sempre proporcional aos
vencimentos e acompanhar-lhes-á as oscilações.
Parágrafo Único – O adicional de que trata este artigo, incorporar-se-á aos vencimentos para
todos os efeitos e será pago juntamente com eles ou com a remuneração.

SECÇÃO X
Do Salário Produtividade
Art. 204 – O salário produtividade de que trata o item IX, do artigo 172, será fixado em lei
especial.

SECÇÃO XI
Do Abono Natalino
Art. 205 – Ao funcionário ativo ou inativo será concedido abono natalino.
Parágrafo Único – O abono natalino corresponderá a um mês de vencimento ou provento,
sendo obrigatoriamente pago no mês de dezembro de cada ano.

LIVRO III
DO REGIME DISCIPLINAR TÍTULO I
DOS DEVERES, DAS PROIBIÇÕES E DAS INCOMPATIBILIDADES E ACUMULAÇÕES
CAPÍTULO I
Dos Deveres dos Funcionários
Art. 206 – São deveres dos funcionários:
I. comparecer à repartição nas horas de trabalho ordinário e do trabalho
extraordinário, quando devidamente convocado, executando os serviços que lhe
competirem;
II. cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestadamente
ilegais;
III. desempenhar com zelo e presteza de que for incumbido;
IV. tratar com urbanidade os companheiros de trabalho e as partes, atendendo-as
sem preferencias pessoais;
V. providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento individual, sua
declaração de família;
VI. manter espírito de solidariedade e colaboração com os companheiros de
trabalho;
VII. apresentar-se convenientemente trajado em serviço ou com uniforme que for
determinado em cada caso;
VIII. guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e sobre os despachos, decisões e
providencias;
IX. representar a seu chefe imediato sobre as irregularidades de que tiver
conhecimento ocorridas na repartição em que servir ou às autoridades superiores
por intermédio do respectivo chefe, quando este não tornar em consideração sua
representação;
X. residir no local onde exerce o cargo em outro vizinho, mediante autorização, se
não houver inconveniência para o serviço;

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

XI. zelar pela economia do material do Município e pela conservação do que for
confiado á sua guarda e utilização;
XII. atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço:
XIII. às requisições para a defesa da Fazenda Pública;
XIV. a expedição das certidões requeridas para defesa de direitos;
XV. apresentar relatório ou resumos de suas atividades, nas hipóteses e prazos
previstos em lei, regulamento ou regimento;
XVI. sugerir providencias tendentes à melhoria e aperfeiçoamento de serviço.

CAPÍTULO II
Das Proibições
Art. 207 – Ao funcionário é proibido:
I. referir-se de modo depreciativo, pela imprensa, em informações, parecer ou
despacho, ás atividades e atos da administração pública, podendo porém, em
trabalho assinado, apreciá-lo do ponto de vista doutrinário ou de organização
do serviço com fito de colaboração e cooperação.
II. retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer documento
ou objeto da repartição;
III. atender a pessoa, na repartição, para tratar de assuntos particulares;
IV. promover manifestação de apreço ou desapreço e fazer circular ou subscrever
listas de donativos no recinto da repartição;
V. valer-se do cargo para lograr proveito pessoal;
VI. coagir ou aliciar subordinados com objetivos da natureza partidárias; VII –praticar
a usura em qualquer de suas formas;
VII. pleitear como procurador ou intermediário, junto ás repartições públicas
municipais, salvo quando se tratar de percepção de vencimento ou vantagens de
parente até o segundo grau;
VIII. incitar greves ou a elas aderir, ou praticar atos de sabotagem contra o regime ou
serviço público;
IX. receber propinas, comissões, presentes e vantagens de qualquer espécie, em
razão das atribuições;
X. empregar material do serviço público em serviço particular;
XI. cometer a pessoa estranha a repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de cargo que lhe competir ou a seus subordinados;
XII. exercer atribuições diversas das de cargo ou função, ressalvados os casos
previstos em lei ou regulamento.

CAPÍTULO III
Das Incompatibilidades e das Acumulações
Art. 208 – É incompatível o exercício de cargo ou função pública municipal:
I. com o exercício cumulativo de outro cargo, função ou emprego municipal,
estadual ou federal, bem como em autarquias, empresas públicas e sociedade de
economia mista, salvo os casos na Constituição do Brasil;
II. com a participação de gerências ou administração de empresas bancárias,
industriais e comerciais que mantenham relações comerciais ou administrativas
com o Município, sejam por este subvencionadas ou diretamente relacionadas
com a finalidade de repartição ou serviço em que o funcionário estiver lotado;

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

III. com o exercício de representação de Estado estrangeiro;


IV. com o exercício de cargo ou função subordinado a parente até o segundo grau,
salvo quando se tratar de cargo ou função de imediata confiança e de livre
escolha, não podendo exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.
Art. 209 – O funcionário não poderá exercer mais de uma função gratificada, nem participar
de mais de um órgão de deliberação coletiva.
Art. 210 – Salvo o caso de aposentadoria por invalidez é permitido ao funcionário aposentado
exercer cargo em comissão e participar de órgão de deliberação coletiva, desde que sejam
julgado apto em inspeção de saúde pela Junta Médica do Município, que precederá á sua
posse e respeitado o disposto no artigo anterior.
Art. 211 – Verificada em processo administrativo a acumulação proibida de cargos municipais
e aprovada a boa-fé dentro de quinze dias, será exonerado de alguns deles, a critério da
administração.
§ 1º - Provada a má fé, perderá todos os cargos.
§ 2º - Se a acumulação proibida for com o cargo de entidade estadual, será o funcionário
exonerado do cargo municipal.

TÍTULO III
DA DISCIPLINA
CAPÍTULO I
Da Responsabilidade
Art. 212 – Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responderá civil, penal e
administrativamente.
Art. 213 – A responsabilidade civil decorre do procedimento doloso ou culposo que importe
em prejuízo para a Fazenda Municipal ou para terceiros.
§ 1º - O funcionário será obrigado a repor, de uma só vez, a importância do prejuízo causado
à Fazenda Municipal, em virtude de alcance, desfalque, remissão ou omissão, em efetuar
recolhimento ou estradas nos prazos legais.
§ 2º – Nos demais casos, a indenização dos prejuízos causados à Fazenda Municipal poderá
ser liquidado mediante o desconto em folha, nunca excedente da décima parte do vencimento
ou remuneração, na falta de outros bens que respondam pela indenização.
§ 3º - Tratando-se de danos causados a terceiros, responderá o funcionário perante á Fazenda
Municipal, em ação regressiva proposta depois de transitar em julgado a decisão de última
instancia que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro prejuízo.
Art. 214 – A responsabilidade penal será apurada nos termos da legislação federal aplicável.
Art. 215 – O funcionário é administrativamente responsável por seus atos e omissões, perante
as autoridades que lhe forem hierarquicamente superiores.
Parágrafo Único – A responsabilidade administrativa não exime o funcionário a que ficar
obrigado.

CAPÍTULO II
Das Penalidades
SECÇÃO I
Das Penas e seus Efeitos
Art. 216 – São penas disciplinares:
I. advertência;
II. repressão;

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

III. multa;
IV. suspensão;
V. destituição de chefia;
VI. demissão;
VII. cassação de aposentadoria e da disponibilidade.
Art. 217 – As penas previstas nos itens II a VII sempre registradas nos prontuários individual
do funcionário.
Parágrafo Único – As anistias não implicam o cancelamento do registro de qualquer
penalidade, que servirá para apreciação da conduta do funcionário, mas nele se averbará que,
por virtude de anistia, a pena deixou de produzir os efeitos legais.
Art. 218 – As penas disciplinares terão somente os efeitos declarados em lei.
Parágrafo Único – Os efeitos das penas estabelecidas neste Estatuto são as seguintes:
I. a pena de multa implica a perda, para efeito de antiguidade, de tantos dias
quantos aqueles que correspondem os vencimentos perdidos;
II. a pena de suspensão implica:
a) na perda dos vencimentos ou da remuneração durante o período da
suspensão;
b) na perda, para efeito de antiguidade, de tantos dias quantos tenham durado
a suspensão;
c) na impossibilidade da promoção no semestre abrangido pela suspensão;
d) na perda da licença prémio, na forma prevista neste Estatuto;
e) na perda do direito à licença para tratar de assuntos particulares, no período
de um ano, a contar da suspensão, superior a trinta dias.
III. a pena de demissão simples importa:
a) na exclusão do funcionário dos quadros do serviço municipal;
b) na impossibilidade de registro do demitido ao serviço público municipal,
antes de corridos dois anos da aplicação da pena;
IV. a pena de demissão qualificada com a nota “a bem do serviço público” importa
na exclusão do funcionário e impossibilidade definitiva de seu reingresso nos
quadros do serviço público municipal;
V. a cassação de aposentadorias e da disponibilidade importa desligamento do
funcionário aposentado ou em disponibilidade do serviço público sem direito a
qualquer provento.
Art. 219 – O funcionário que, dentro de cinco anos contados da data da primeira condenação,
for por três vezes condenado a pena de multa, ou duas vezes de suspensão por período que,
somados, excedam de cento e vinte dias, passará a ocupar o último lugar na escala de
antiguidade para efeito de promoção.
Art. 220 – Não pode ser aplicada a cada funcionário pela mesma infração, mais de uma pena
disciplinar.
Parágrafo Único – A infração mais grave absorve as mais leves.

SECÇÃO II
Da Aplicação das Penas
Art. 221 – Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade
da infração e os danos que delas provierem para o serviço público municipal.
Art. 222 –A pena da advertência será aplicada verbalmente em casos de natureza leves de
serviço e sempre no intuito de aperfeiçoamento profissional do funcionário.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 223 – A pena de repressão será aplicada, por escrito nos casos seguintes:
I. reincidência das infrações sujeitas a pena de advertência;
II. de desobediência a falta de cumprimento dos deveres previstos nos incisos VII e
XIII do artigo 206 desta lei.
Art. 224 – a pena de suspensão, que não excederá a noventa dias, será aplicada:
I. até trinta dias, ao funcionário, que sem justa causa, deixou de se submeter a
exame médico determinado por autoridade competente;
II. nos caos de falta de grave, ou reincidência de infração e que foi aplicada a pena
de repreensão.
Parágrafo Único – Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá
ser convertida em multa até cinquenta por cento por dia, do vencimento ou remuneração,
obrigado, nesse caso, o funcionário a permanecer em serviço.
Art. 225 – São dentre outros, motivos determinantes de destituição de chefias:
I. atestar falsamente a apresentação de serviços extraordinários;
II. não cumprir ou tolerar que se descubra a jornada de trabalho;
III. coagir ou aliciar subordinados ou objetivos de natureza político-partidária.
Art. 226 – A pena de demissão será aplicada nos casos de:
I. crime contra a administração pública;
II. abandono do cargo por falta de assiduidade;
III. incompetência pública, conduta escandalosa e embriagues habitual;
IV. insubordinação grave em serviço;
V. ofensa física em serviço contra funcionário ou particular, salvo em legítima
defesa;
VI. aplicação irregular dos dinheiros públicos;
VII. lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal;
VIII. corrupção passiva nos termos da lei penal;
IX. transgressão de qualquer dos itens dos artigos 207 e 208 desta lei.
§ 1º – Considera-se abandono de cargo a ausência do serviço sem justa causa por mais de
trinta dias úteis consecutivos.
§ 2º – Considera-se falta de assiduidade, para fins deste artigo, a falta ao serviço, durante o
período de doze meses, por maios de sessenta dias interpoladamente, sem justa causa.
Art. 227 – O ato de demissão mencionará sempre a causa da penalidade e seu fundamento
legal. Parágrafo Único – Atenta a gravidade da infração a demissão poderá ser aplicada com
a nota “a bem do serviço público”.
Art. 228 – Será cassada a aposentadoria e a disponibilidade se ficar provado que o inativo:
I. praticou falta grave no exercício do cargo;
II. aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
III. aceitou representação de estado estrangeiro, sem prévia autorização do
Presidente da República;
IV. praticou usura em qualquer de suas formas.
Parágrafo Único – Será igualmente cassada a disponibilidade de funcionário que não assumir,
no prazo legal, o exercício do cargo em que for aproveitado.
Art. 229 – Para efeito de graduação das penas disciplinares serão sempre tomadas em conta
todas as circunstancias em que a infração tiver sido cometida e as responsabilidades do cargo
ocupado pelo infrator.
§ 1º – São circunstancias atenuantes da infração disciplinar, em especial;
I. o bom desempenho anterior dos deveres profissionais;

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II. a confissão espontânea da infração;


III. a apresentação de serviços considerados relevantes por lei;
IV. a provocação injusta do superior hierárquico.
§ 2º – São circunstancia agravantes da infração disciplinar em especial:
I. a combinação com outros indivíduos para a prática da falta;
II. o fato de ser cometida durante o cumprimento da pena disciplinar;
III. a acumulação de infrações;
IV. a reincidência.
§ 3º – A acumulação dá-se quando duas ou mais infrações são cometidas na mesma ocasião,
ou quando uma é cometida antes de Ter sido apurada a anterior.
§ 4º - A reincidência dá-se quando a infração é cometida antes de passado um ano sobre o
dia em que tiver findado o cumprimento da pena imposta em consequência de infração
anterior.
Art. 230 – Prescreverá:
I. em dois anos, a falta sujeita a repreensão, multa ou suspensão;
II. em quatro anos as faltas sujeitas:
a) a pena de demissão, respeitando o disposto no Parágrafo Único deste
artigo;
b) a cassação de aposentadoria ou de disponibilidade.
Parágrafo Único – A falta também prevista na lei penal como crime prescreverá
juntamente com este.

SECÇÃO III
Da Competência Disciplinar
Art. 231 – A aplicação das penas de advertência e repreensão é da competência de todas as
autoridades administrativas em relação a seus subordinados.
Art. 232 – Além do disposto no artigo anterior, são competentes para aplicação das penas
disciplinares:
I. O Prefeito Municipal nos casos de demissão, cassação da aposentadoria e da
disponibilidade, multa e suspensão por mais de trinta dias;
II. os Secretários nos demais casos.

CAPÍTULO III
Da Prisão Administrativa e da Suspensão Preventiva
Art. 233 – Cabe ao Prefeito ordenar a prisão administrativa de qualquer responsável pelos
valores e dinheiros pertencentes à Fazenda Municipal , ou que se acham sobre a guarda desta,
nos casos de alcance ou omissão em efetuar as entradas nos devidos prazos.
§ 1º – O Prefeito comunicará o fato imediatamente a autoridade judicial competente para os
devidos efeitos e providenciará no sentido de ser realizado, com urgência, o processo de
tomada de contas.
§ 2º - A prisão administrativa não poderá exceder a noventa dias.
Art. 234 – A suspensão preventiva, até trinta dias, prorrogáveis por mais trinta dias, poderá
ser ordenada pelo Prefeito Municipal em despacho motivado, desde que o afastamento do
funcionário seja necessário para que este não venha dificultar a apuração da falta cometida.
Art. 235 – O funcionário terá direito:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

I. a contagem de tempo de serviço relativa ao período em que tenha estado preso


ou suspenso, quando o processo não houver resultado pena disciplinar ou esta
se limitar à repreensão.
II. a contagem do período do afastamento que exceder do prazo da suspensão
disciplinar aplicada;
III. a contagem do período de prisão administrativa ou suspensão preventiva e ao
pagamento do vencimento ou remuneração e de todas as vantagens do cargo,
desde que reconhecida a sua inocência.

TÍTULO
DO PROCESSO DISCIPLINAR E SUA REVISÃO
CAPÍTULO I
Das Sindicâncias.
Art. 236 – A autoridade que tiver ciência ou notícia de irregularidades no serviço público
municipal a determinar sua apuração imediata por meio de sindicância administrativa.
Parágrafo Único – A autoridade que determinar a instauração da sindicância fixará o prazo
nunca inferior a trinta dias para a sua conclusão, prorrogáveis até ao máximo de quinze dias à
vista de representação motivada do sindicante.
Art. 237 – As sindicâncias serão abertas por portaria, em que se indiquem seu objeto e um
funcionário ou comissão de três funcionários para realizá-la.
§ 1º – Quando a sindicância houver de ser realizada por comissão, a portaria designará seu
presidente, e este indicará o membro que deva secretariar os trabalhos.
§ 2º – Quando a sindicância houver de ser realizada apenas por um sindicante, este designará
outro funcionário, para secretariar os trabalhos, mediante a aprovação do superior hierárquico
do sindicato.
Art. 238 - O processo das sindicâncias será sumário, feitas as diligencias necessárias à
apuração das irregularidades e ouvido o sindicato e todas as pessoas envolvidas nos fatos bem
como peritos e técnicos necessários ao esclarecimento das questões especializadas.
Parágrafo Único – Terminada a instauração da sindicância, a autoridade sindicante
apresentará relatório circunstanciado do que foi apurado, sugerindo o que julgar cabível ao
saneamento das irregularidades e punições dos culpados ou à abertura de processo
administrativo se forem apuradas infrações puníveis com as penas de demissão, cassação de
aposentadorias ou de disponibilidade.

CAPÍTULO II
Do Processo Administrativo
SECÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 239 – As penas de demissão do funcionário, cassação de aposentadoria ou de
disponibilidade só poderão ser aplicadas em processo administrativo e que se assegure defesa
ao processo.
Art. 240 – São competentes para a instauração de processo administrativo, o Prefeito e os
Secretários.

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SECÇÃO II
Da Instauração do Processo Administrativo
Art. 241 – O processo administrativo será instaurado pela autoridade competente, mediante
portaria, em que especifique seu objeto e designe a autoridade processante.
Art. 242 – O processo administrativo será realizado por uma comissão composta de três
funcionários na forma do artigo anterior.
§ 1º – A autoridade competente no ato de designação da Comissão Processante, indicará um
dos funcionários para, como seu presidente, dirigir-lhe os trabalhos.
§ 2º – O presidente da comissão designará um funcionário para secretariá-la
Art. 243 – A autoridade processante , sempre que necessário, decidirá todo o seu tempo aos
trabalhos do processo, ficando seus membros, em tal caso, dispensados do serviço na
repartição, durante o curso das diligencias e elaboração do relatório.
Art. 244 – O prazo para a realização do processo administrativo será de sessenta dias
prorrogáveis por mais trinta dias, mediante autorização da autoridade que determinou a sua
instauração , e nos casos de força maior.
§ 1º – A autoridade processante, três dias após receber o expediente de sua designação, dará
início ao processo, determinando a citação pessoal do indiciado, a fim de que possa
acompanhar todas as fases do processo marcando dias para a tomada de seu depoimento.
§ 2º – Achando-se o indiciado em julgar incerto, será citado por edital com o prazo de quinze
dias.
§ 3º - Se o fundamento do processo for abandono de cargo ou função, a autoridade
processante fará divulgar edital de chamamento pelo prazo de quinze dias.
Art. 245 – A autoridade processante procederá a todas as diligencias necessárias ao
esclarecimento dos fatos, recorrendo, quando for preciso, a técnicos ou peritos.
Art. 246 – Os autos, diligencias, depoimentos e as informações técnicas ou periciais serão
reduzidos a termo nos autos do processo.
§ 1º - Dispensar-se-á o termo, no caso de informações técnicas ou de perícia, se constar de
laudo junto aos autos.
§ 2º – Os depoimentos testemunhais serão tomados em audiência, sempre que possível, na
presença do indiciado e de seu defensor, para tanto devidamente cientificados
§ 3º - É facultado ao indiciado ou a seu defensor reperguntar as testemunhas por intermédio
do presidente que poderá indeferir as reperguntas que não tiverem conexão com a falta,
consignando- se no termo as reperguntas indeferidas.
§ 4º - Quando a diligencia requerer sigilo em defesa do interesse público, dela só se dará
ciência ao indiciado depois de realizada.
Art. 247 – Se as irregularidades objeto do processo administrativo constituírem em crime, a
autoridade processante encaminhará cópia das peças necessárias ao órgão competente para
instauração do inquérito policial.

SECÇÃO III
Da Defesa do Indiciado
Art. 248 – A autoridade processante assegurará ao indicado todos os meios indispensáveis á
sua plena defesa.
§ 1º - O indiciado poderá constituir procurador para tratar de sua defesa.
§ 2º - No caso de revelia, a autoridade processante designará, de ofício, um funcionário o
advogado que se incuba da defesa do indiciado revel.

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

Art. 249 – Tomado o depoimento do indiciado, nos termos do § 1º, do Art. 244, terá ele vista
do processo na repartição pelo prazo de cinco dias para reparar sua defesa prévia e requerer
as provas que deseje produzir. Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de dez
dias, após o depoimento do último deles.
Art. 250 - Encerrada a instauração do processo, a autoridade processante abrirá vista dos
autos ao indiciado, ou seu defensor, para , no prazo de quinze dias apresentar suas razões de
defesa final.
Parágrafo Único – A vista dos autos será dada na repartição, onde estiver funcionando a
autoridade processante e sempre na presença de um funcionário devidamente autorizado.

SECÇÃO IV
Da Decisão do Processo Administrativo
Art. 251 – Apresentada a defesa final do indiciado, a autoridade processante apreciará todos
os elementos do processo, apresentando o seu relatório, no qual proporá justificadamente, a
absolvição ou punição do indiciado, indicando nesta última hipótese, a pena cabível de seu
fundamento legal.
Parágrafo Único – O relatório e todos os elementos dos autos serão remetidos à autoridade
que determinou a abertura do processo no prazo de dez dias, a contar da data da apresentação
da defesa final.
Art. 252 – A autoridade processante ficará à disposição da autoridade competente, até decisão
final do processo, para prestar qualquer esclarecimento julgado necessário.
Art. 253 – Recebidos os elementos previstos no artigo 251, a autoridade que determinou a
abertura do processo apreciará as conclusões da autoridade processante, tomando as
seguintes providencias no prazo de quinze dias.
I. se discordar das conclusões do relatório, designará outra Comissão ou
autoridade para reexaminar o processo e, no prazo máximo de quinze dias
propor o que entender cabível, ratificando ou não o relatório;
II. se acolher as conclusões do relatório da autoridade processante, no prazo
máximo de quinze dias;
a) aplicará a pena proposta se for competente;
b) remeterá o processo ao Prefeito, com a sua manifestação, para aplicação da
pena sugerida, quando esta for de competência dessa autoridade.
Art. 254 – O Prefeito deverá proferir a decisão no prazo de quinze dias, prorrogáveis por mais
cinco dias.
§ 1º - Se o processo não for decidido no prazo deste artigo, o indiciado, reassumirá
automaticamente o exercício do cargo, aguardando aí o julgamento.
§ 2º - No caso de alcance ou malversação de dinheiro público apurados nos autos, o
afastamento se prolongará até a decisão final do processo administrativo.
Art. 255 – Da decisão final do processo, são admitidos os recursos e pedidos de
reconsideração previstos neste Estatuto.
Art. 256 – O funcionário só poderá ser exonerado a pedido, após a conclusão definitiva do
processo administrativo a que estiver respondendo e desde que reconhecida a sua inocência.
Art. 257 – A definição definitiva proferida em processo administrativo só poderá ser alterada
através do processo de revisão.

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CAPÍTULO III
Da Revisão do Processo Administrativo
Art. 258 – A qualquer tempo poderá ser requerida a revisão da sindicância ou do processo
administrativo de que resultou a pena disciplinar, quando se aduzirem fatos ou circunstância
suscetíveis de justificar a inocência do requerente.
§ 1º - A revisão só poderá ser requerida pelo funcionário punido, salvo o disposto no parágrafo
seguinte.
§ 2º - Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida por
qualquer pessoa constante do seu assessoramento individual.
Art. 259 – Correrá a revisão em apenso aos autos do processo originário.
Parágrafo Único – Não constitui fundamento para revisão a simples alegação de injustiça da
penalidade.
Art. 260 – Na inicial, o requerente pedirá dia e hora para inquirição das testemunhas que
arrolar até o número máximo de cinco.
Art. 261 – Concluído o encargo da Comissão Revisora, em prazo que não excederá de trinta
dias, será o processo, com o respectivo relatório encaminhado ao <prefeito, restabelecendo-
se todos os direitos por ela atingidos.
Art. 262 – Julgada procedente a revisão tornar-se-á sem efeito a penalidade imposta,
restabelecendo-se todos os direitos por ela atingidos.

LIVRO IV
DOS SERVIDORES DA CÂMARA MUNICIPAL E DO PESSOAL TEMPORÁRIO
CAPÍTULO I
Dos Servidores da Câmara Municipal
Art. 263 – As disposições deste Estatuto aplicam-se aos servidores da Câmara Municipal com
as modificações previstas neste capítulo.
Art. 264 – Compete ao Presidente da Câmara Municipal:
I. aos atos de provimento dos cargos públicos da Câmara Municipal e os de
exoneração dos seus servidores;
II. a determinação de abertura de sindicância ou de processo administrativo visando
apurar irregularidades verificadas no Serviço Administrativo da Câmara;
III. a aplicação, a seus servidores, das penas previstas nesta Lei;
IV. a decisão do processo de revisão.
Art. 265 – Sem prejuízo da competência do Presidente da Câmara, cabe ao Secretário Geral a
aplicação das penas de advertência, repreensão e de suspensão até trinta dias, fora de
sindicância ou processo administrativo.

CAPÍTULO II
Do Pessoal Temporário (Revogado 266 a 270 - Lei 1.871/86).
Art. 266 - O pessoal temporário será contratado no regime da Consolidação das Leis do
Trabalho, observados os princípios estabelecidos neste capítulo.
Parágrafo Único - São as seguintes as categorias de pessoal temporário do Município:
I. pessoal contratado para obras;
II. pessoal contratado para funções de natureza técnica ou especializada.
Art. 267 – A contratação do pessoal previsto no artigo anterior, nos órgãos da administração
centralizada ou descentralizada, far-se-á observando o seguinte:

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Apostila Pré-Edital: SEMSA

I. as contratações devem ser precedidas de justificativas com a indicação expressa


de sua efetiva necessidade e dos recursos orçamentários para as respectivas
despesas;
II. os contratos serão feitos por escrito, na forma da legislação trabalhista;
III. os salários não poderão ser inferiores ao salário mínimo da região;
IV. quando se tratar de pessoal especializado ou técnico é obrigatória a
apresentação da carteira profissional, curriculum vitae, títulos e indicações de
experiência profissional;
V. as contratações deverão ser feitas obrigatoriamente no regime do fundo de
Garantia do tempo de serviço;
VI. sempre que possível, e dependendo dos serviços a serem efetuados ou se o
contrato não tiver prazo certo de duração deverá ser estipulado período
experimental correspondente aos primeiros noventa dias;
VII. os encargos previdenciários serão obrigatoriamente recolhidos em
estabelecimentos oficiais de crédito;
VIII. o seguro de acidente será feito, obrigatoriamente, na carteira própria
instrumento do contrato, dispensando-se as exigências iniciais;
IX. as prorrogações de contratos serão feitas por simples adiantamento no próprio
instrumento do contrato, dispensando-se as exigências iniciais;
X. para todas as contratações serão exigidas idade mínima de dezoito anos e
máxima de cinquenta anos e apresentação de atestado médico e abreugrafia
fornecido por entidades oficiais ou que forem indicadas pelo Município.
Art. 268 – Observada rigorosa ordem de classificação e feitas as contratações perderá a prova
de seleção a sua validade, não assistindo qualquer direito a eventual contratação futura para
os demais candidatos aprovados.
Art. 269 – As disposições deste artigo não se aplicam á contratações de pessoal para obras,
assim entendidos os que vão executar trabalhos braçais.
Art. 270 - Não se aplica aos contratados no regime da Consolidação das Leis de Trabalho
qualquer dispositivo, licenças e outros direitos e vantagens, nem o regime disciplinar.
Parágrafo Único – Os direitos e vantagens e do regime disciplinar aplicáveis ao pessoal
contratado nos termos do presente capítulo são aqueles previstos na Legislação Trabalhista.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 271 – O dia vinte e oito de outubro será consagrado ao funcionário municipal.
Art. 272 – Contar-se-á por dias corridos os prazos previstos nesta Lei.
Parágrafo Único – Na contagem dos prazos, salvo disposições em contrário excluir-se-á o dia
do começo e incluir-se-á o dia do vencimento. Se esse dia cair em Sábado, Domingo, feriado
ou ponto facultativo, o prazo considerar-se-á prorrogado até o primeiro dia útil.
Art. 273 – São isentos de seio os requerimentos, certidões e outros documentos que, na ordem
administrativa interessem ao servidor público municipal ativo ou inativo.
Art. 274 – Por motivo de convicção filosófica, religiosa ou política, nenhum funcionário poderá
ser privado de qualquer de seus direitos, nem sofrer alteração, em sua atividade funcional.
Art. 275 – Nenhum funcionário poderá ser transferido de ofício no período de seis meses
anterior e no de três posterior ás eleições
Art. 276 – É vedada a transferência ou remoção de ofício do funcionário investido em cargo
eletivo desde a expedição do diploma até o término do mandato.

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Art. 277 – Ao funcionário público municipal fica assegurado o direito à perpetuação gratuita
de sua sepultura, mediante requerimento do cônjuge, ascendente ou descendente.
Art. 278 – A presente Lei é extensiva:
I. aos funcionários do Departamento rodoviário Municipal e do Instituto
Municipal e Previdência e Assistência social;
II. aos extranumerários, com estabilidade ou não, no que couber.
Art. 279 – O Prefeito expedirá a regulamentação necessária a perfeita execução desta Lei,
observados os princípios gerais nela consignados.
Art. 280 – Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em
contrário.

Paço da Liberdade, Manaus, 01 de setembro de 1971.

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