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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

AVALIAÇÃO 02 /-/ EST0323 (2021.1) /-/ Prof. Artur Lemonte (DEST-UFRN)

Nome: Maria Jessiane Alexandre da Silva Matrícula: 20200147725

QUESTÃO 01 [6,0pts] A poluição atmosférica é uma questão preocupante por afetar a


população mundial em grande escala. Um desses poluentes é o dióxido de nitrogênio (NO 2),
um gás extremamente tóxico e irritante. Esse gás proporciona ao ser humano uma agradável
sensação ao ser inalado. Isso porque ele tem propriedades anestésicas, porém é tóxico para
pessoas e animais, e a exposição de longa duração provoca danos sérios à saúde. O composto
aumenta a sensibilidade a asma e a bronquite, principalmente em crianças, idosos e grupos de
risco (pessoas com problemas respiratórios), além de ser irritante para os pulmões e diminuir a
resistência a infecções respiratórias.

Um grupo de engenheiros químicos da Universidade de São Paulo (USP – SP – Campus Capital)


estudou a concentração de NO2 (em µg/m3) em algumas espécies de plantas que, além de
tornarem mais agradável o ambiente, purificam o ar de dentro de casa: Lírio-da-paz
(Spathiphyllum), Samambaia-de-boston (Nephrolepsis exaltata bostoniensis), Areca-bambu
(Chrysalidocarpus lutescens), Aglaonema (Aglaonema modestum), Aloe vera ou Babosa (Aloe
barbadensis).

O objetivo principal do estudo é recomendar aos moradores da cidade de São Paulo uma
espécie de planta que purifique consideravelmente o ambiente, mas que tenha um nível baixo
de concentração de NO2 (em µg/m3). Isso, de certa forma, para evitar que a ingestão acidental
de algumas dessas espécies, principalmente por crianças, não tivesse conseqüências graves.
Com base em uma amostra de n = 50 plantas de cada espécie, algumas medidas descritivas
relacionadas à concentração de NO2 (em µg/m3) nessas espécies estão apresentadas na tabela
abaixo.

Medidas Lírio-da-paz Samambaia Areca-bambu Aglaonema Babosa


Mínimo 48.88 48.08 66.61 16.08 27.22
Quartil (Q1) 57.32 66.62 87.07 19.04 28.84
Mediana 60.12 75.39 97.28 20.61 30.03
3º Quartil (Q3) 63.87 83.16 107.47 21.82 31.29
Máximo 70.41 98.83 136.45 25.49 33.81
Média 60.70 74.73 97.37 20.38 30.09
Desvio Padrão 4.79 11.14 15.08 1.90 1.56
Coeficiente de 7.89% 14.91% 15.48% 9.31% 5.17%
Variação

Responda as seguintes questões:

a) [3,0pts] Comente, compare e interprete, detalhadamente, os resultados apresentados


na tabela acima.

Para fins práticos, considerar:

A = Concentração de NO2 (em µg/m3) na espécie Lírio-da-paz


B = Concentração de NO2 (em µg/m3) na espécie Samambaia
C = Concentração de NO2 (em µg/m3) na espécie Areca-bambu
D = Concentração de NO2 (em µg/m3) na espécie Aglaonema
E = Concentração de NO2 (em µg/m3) na espécie Babosa

Com base na tabela acima, foram extraídas as seguintes informações, através


do software Excel:

Medida A B C D E
Faixa interquartil 6,55 16,54 20,40 2,78 2,45
Amplitude 21,53 50,75 69,84 9,41 6,59
Distância entre Mediana e Q1 2,80 8,77 10,21 1,57 1,19
Distância entre Mediana e Q3 3,75 7,77 10,19 1,21 1,26
Diferença entre Média e Mediana 0,96% 0,88% 0,09% 1,12% 0,20%
Limite Inferior 47,50 41,81 56,47 14,87 25,17
Limite Superior 73,70 107,97 138,07 25,99 34,97
2º Coeficiente de Pearson 0,36 -0,18 0,02 -0,36 0,12

Analisando as medidas descritivas de cada espécie de planta, é possível


perceber que:

- A concentração de NO2 é uma variável quantitativa contínua.

- Não há dados discrepantes (outliers).

- Os mínimos de A, B e C ultrapassam os valores máximos de D e E. Todos os


valores da amostra D também são inferiores à observação mínima da E.

- C possui os dados mais simétricos, apresentando o menor Coeficiente de


Pearson. A e D apresentam os maiores e mesmos níveis de assimetria, sendo que, em
A, é positiva (maior parte dos dados abaixo da média), enquanto em D é negativa
(maioria das observações acima da média). Apesar das diferenças, nenhuma das
amostras apresenta forte assimetria, uma vez que seus valores estão próximos de
zero.

- A amostra E apresenta maior robustez nos dados, uma vez que seu
coeficiente de variação é o menor de todos, e seu coeficiente de assimetria é superior
apenas ao da amostra C. O conjunto de dados C é mais disperso por deter o maior
coeficiente de variação, sendo o triplo de E.

- Cerca de 50% dos valores de B são superiores aos da amostra A, e o mesmo


ocorre com a amostra C em relação à B.

b) [2,0pts] Podemos afirmar que as concentrações de NO2 (em µg/m3) nas diferentes
espécies de plantas são similares? Explique detalhadamente.

Não há muitas similaridades das concentrações de NO2. De acordo com a


análise acima, os valores de A a C destoam consideravelmente de D e E.
c) [1,0pts] Qual espécie de planta você recomendaria? Explique detalhadamente.

Considerando apenas as medidas mencionadas, a Aglaonema (D) é a espécie


mais recomendada. Apesar de não possuir o menor coeficiente de variação e de
assimetria, o maior valor observado nessa amostra é inferior ao mínimo das outras
espécies, dando indícios de ser a mais adequada ao objetivo do estudo, que consiste
na escolha da planta com menores concentração de NO2. Para uma análise mais
acurada, é importante a utilização de técnicas estatísticas mais robustas, além da
contribuição de outras áreas de conhecimento.

QUESTÃO 02 [4,0pts] Engenheiros do Instituto Aço Brasil (https://acobrasil.org.br),


juntamente com engenheiros de uma empresa multinacional, investigaram a resistência a
carga (em Mega Pascal - MPa) de uma amostra de peças de um novo tipo de aço e
compararam com os dois tipos de aço mencionados (Aço Carbono e Aço Liga). O Aço Carbono
é o mais produzido, constituindo cerca de 90% da produção mundial. O Aço Liga contém, além
das ligações entre ferro e carbono, outros elementos em proporções significativas que podem
alterar as propriedades químicas ou mecânicas do material. A tentativa de desenvolver um Aço
NOVO surge da “junção” desses dois tipos de aço através de suas composições químicas de
forma a tentar agregar resistência e dureza. No Aço NOVO, o teor de carbono utilizado está
entre 0% e 0.49%, levando-se ainda em consideração outros elementos como, por exemplo, o
Nióbio, Vanádio e Titânio, que ajudam no aumento da resistência do material. A porcentagem
de todos os outros elementos utilizados não ultrapassa 1% de todo o material. É evidente que
o teor de carbono exerce significativa influência nas propriedades mecânicas desses dois tipos
de aço. Quanto maior, maiores a dureza e a resistência à tração; ou seja, o carbono agrega aos
aços resistência e dureza. Entretanto, aços com elevados teores de carbono são prejudicados
pela maior fragilidade devido à maior quantidade de cementita, uma substância bastante dura,
mas quebradiça.

Os três tipos de aços foram colocados em teste, e a resistência à carga (em MPa) foi anotada
para cada tipo de aço.
Responda as seguintes questões:

a) [2,5pts] Comente, compare e interprete, detalhadamente, o BoxPlot (Gráfico de Caixa)


acima.

Para fins práticos, considerar:

X = Resistência à carga (em MPa) do Aço Carbono


Y = Resistência à carga (em MPa) do Aço Liga
Z = Resistência à carga (em MPa) do Aço NOVO

Observando os gráficos, é perceptível que:

- Os maiores valores observados em X e Y são discrepantes (outliers), mas o


mesmo não ocorre na amostra C. Em relação aos valores mínimos, estão dentro dos
limites inferiores das amostras, ou seja, não são atípicos.

- Z possui maior distância interquartílica, sendo mais que o dobro de X e Y, ao


passo que X tem a menor. Isso indica que o coeficiente de variação de Z é o maior
entre as três amostras, enquanto o de X é o menor.

- Z é praticamente simétrico, enquanto X e Y possuem uma leve assimetria


positiva, porém não é significativa.

- Pelo menos 75% das observações de B são menores ou iguais à pelo menos
50% de C. O mesmo ocorre em A em relação a B.

b) [1,5pts] Com base nos resultados do BoxPlot (Gráfico de Caixa) acima, você
recomendaria o novo tipo de aço? Explique detalhadamente.

Considerando apenas os gráficos, o novo tipo de aço é recomendado, porém com


ressalvas. Apesar de seus valores observados indicarem maior resistência à carga em
relação aos demais, estão mais dispersos, indicando que a amostra pode melhorar.
Além disso, é importante conhecer até que ponto a boa resistência à carga pode tornar
a substância mais quebradiça, uma vez que, quanto maior a resistência, maior a
concentração de Carbono. Ainda, é imprescindível mais detalhes dos dados, para
aplicação de métodos estatísticos mais confiáveis.

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