José Manuel contratou um contador para fazer a sua declaração de imposto de
renda. O contador lhe solicitou todos os documentos e informações necessários e conferiu todos os dados, com base em possíveis cruzamentos de informações. Como resultado da declaração apresentada, restou apurado o dever de recolher pouco mais de três mil reais. O contador entrega a José Manuel a declaração impressa e em versão digital, acompanhada da guia de recolhimento da primeira parcela, dentro do prazo legal e orienta ele a recolher as demais parcelas. José Manuel recebe e paga a primeira parcela, mas se esquece de fazer qualquer pagamento nos meses seguintes. José Manuel se habilita em um certame público para prestar serviços públicos como temporário em virtude de grande evento esportivo que ocorrerá em sua cidade, conduzido pelas forças armadas. Para isso, lhe é solicitada a entrega de certidões que comprovem sua regularidade fiscal. José Manuel solicita este documento à receita federal e recebe a informação de que em seu nome consta dívida ativa inscrita pelo não pagamento de imposto de renda declarado. Insurge-se e entra em contato com seu contador que lhe relembra que deveria pagar as demais parcelas pela declaração feita recentemente, mas ele reclama, pois a RFB inscreveu seu nome sem sequer lhe notificar antes. Indaga-se:
A) o caso concreto trata de que espécie de lançamento?
R: Trata- se de tributo lançado por homologação, previsto no art.150 do CTN.
B) A inscrição é regular ou deveria haver alguma notificação prévia?
R: A inscrição está correta nos termos das Súmulas 436 e 446 do STJ.
Diante de ato de autoridade pública supostamente eivado de ilegalidade,
CREMILDO BULGAR impetra Mandado de Segurança com pedido de liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente ao imposto de renda, que monta em R$ 20.000,00. Deferida a liminar, o Juízo de Primeiro Grau leva 3 anos para julgar o mérito, e, ao fazê-lo, denega a segurança. O contribuinte, então, interpõe Apelação, acreditando que, ao ser recebida no duplo efeito, esta preservará os efeitos da liminar. A Fazenda, por sua vez, ajuíza a competente execução fiscal para a satisfação do seu crédito, que a esta altura já alcança R$ 24.000,00, por estar acrescido de juros de mora e devidamente corrigido monetariamente. Na execução, o contribuinte alega que a mesma deve ser extinta em face da existência de mandado de segurança ainda não transitado em julgado. Pergunta-se:
a) Nas condições apresentadas, a Execução Fiscal deve ser extinta sem
resolução de mérito? R: Não, uma vez que o mandado de segurança já foi negado pelo juiz de primeiro grau. Além disso, para parte da doutrina, a apelação da sentença proferida em mandado de segurança deve ser recebida apenas no efeito devolutivo. Nesse sentido, temos também a Súmula 405, STF, que diz: denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária. Desta forma, poderá a Fazenda proceder com a execução. b) Quais os efeitos da sentença denegatória da segurança? R: exigibilidade do crédito e acréscimo de juros de mora, tendo em vista que a denegação da segurança tem efeito ex-tunc. C) No caso em tela é cabível a incidência de juros e correção monetária? R: sim, pois como já dito anteriormente, a denegação possui efeito ex-tunc, ou seja, retroagem até a data da Constituição do crédito
Durante os anos de 1989 a 1994 o Governo Federal, através do extinto DAC
(Departamento de Aviação Civil) tabelou os preços das passagens aéreas que as empresas cobrariam dos passageiros, e na composição daquele preço o ICMS não foi incluído. Não obstante, os Estados cobravam das Cias aéreas uma vultosa quantia a título de ICMS. Posteriormente, aquele ICMS veio a ser considerado inconstitucional, sendo possível, em tese, o pedido de restituição. Imediatamente a CIA AÉREA VOE BEM - tempestivamente - pleiteou a restituição, via ação de repetição de indébito, em dobro, do ICMS indevidamente recolhido. A Fazenda Estadual, no entanto, contestou o pedido alegando, em preliminar, a ilegitimidade da CIA AÉREA, por descumprimento do art. 166 do CTN, uma vez que o ICMS é imposto indireto, no qual ocorre a transferência do encargo financeiro, bem como ocorreu a prescrição. No mérito, sustenta a impossibilidade de devolução do valor pago em dobro. Enfrente todos os argumentos trazidos pelas partes e aborde, com fundamento na doutrina, na legislação e na jurisprudência, se são procedentes ou improcedentes as alegações apresentadas. R: a companhia aérea possui legitimidade, pois confirma artigo 166, do CTN não se aplica nesse caso pois apesar do ICMS ser imposto indireto o fato do preço das passagens terem sido tabelados e não abrangerem o tributo em questão, fez com que as companhias aéreas suportassem sozinhas o pagamento do ICMS, não sendo necessária a autorização dos passageiros, conforme súm. 546, do STF. Em relação à possibilidade de repetição do indébito por parte da companhia aérea, seria possível, pois já que a cobrança foi considerada inconstitucional, conforme artigo 165, III, do CTN, dentro do prazo prescricional de 5 anos. Em relação da devolução em dobro não cabe na relação entre fisco e contribuinte, mas sim nas relações de consumo. Não há que se falar em prescrição concreto Mac a companhia aérea pleiteou a repetição do indébito tempestivamente.
Em 10/05/2010, a fiscalização estadual lavrou auto de infração e notificou a
empresa COMÉRCIO DE BRINQUEDOS EDUCATIVOS ABC LTDA. para recolher ICMS relativo a fatos geradores ocorridos no período de 01/06/2008 a 31/12/2008. Este tributo deveria ter sido recolhido, conforme legislação estadual até o dia 10 do mês subsequente à data da ocorrência do fato gerador. A notificada impugnou, sem sucesso, a autuação e recorreu tempestivamente ao Conselho de Contribuintes, em 20/06/2010. Em face da sobrecarga de processos na 2a. instância administrativa, o recurso restou paralisado, sem qualquer despacho nem petição das partes, até 20/09/2010, vindo a ser julgado, também desfavoravelmente ao contribuinte, em 10/10/2010. Publicada a decisão (e o aresto unânime) em 15/10/2010, foi a sociedade dela notificada, esgotando- se o prazo para pagar o débito em 22/10/2010. Não advindo pagamento nem pedido de parcelamento, foi o crédito tributário inscrito em dívida ativa, em 22/11/2016, vindo, contudo, a execução fiscal a ser ajuizada somente em 29/11/2016. Citada, a executada ofereceu bens suficientes à penhora e, efetuada esta, ajuizou embargos à execução, alegando haver ocorrido a decadência e, ad argumentandum, a prescrição. Pergunta-se: Procede a alegação de decadência? Se positivo, quando ocorreu?
R: não procede a alegação, pois o fisco tinha o prazo decadencial de 5 anos a
contar do fato gerador para efetuar o lançamento, como houve a impugnação presume-se ter ocorrido o lançamento pelo fisco, excluindo-se com isso a decadência
b) Procede a alegação de prescrição? Se positivo, em que data teria ocorrido?
R: sim, pois a contar da decisão administrativa publicada em 15/10/2010 o fisco
teria 5 anos para cobrar a dívida ou executar a empresa, o que só ocorreu depois de ter perdido o prazo prescricional, ou seja, a prescrição ocorreu no dia 15/10/2015. c) Quais as causas de suspensão e as de interrupção do prazo prescricional da ação de cobrança do crédito tributário? (Mencione os dispositivos legais)
R: ocorre a interrupção do prazo prescricional pelo despacho do juiz que ordenar
a situação em execução fiscal; pelo protesto judicial; por qualquer ato jurisdicional que constitua em mora o devedor e por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento o débito pelo devedor, conforme artigo 174 vírgula parágrafo único, I ao IV do CTN. Suspendem se a exigibilidade do crédito a moratória, o depósito do seu montante integral, as reclamações e os recursos, a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, o parcelamento, conforme artigo 151, do CTN.
d) Esgotado o prazo prescricional dessa ação, o que se extingue?
R: pré atenção do fisco de cobrar a dívida do contribuinte extingue-se, também
o crédito tributário segundo respectivamente os artigos 174 e 156, V, ambos do CTN.
e) A prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo juízo?
R: sim, pode ser reconhecida de ofício conforme artigo 921, §5° do CPC.
Em 2013, determinado Município concedeu isenção do ISSQN, por 10 (dez)
anos, para as empresas prestadoras de serviços que viessem se instalar naquele território, gerando, em cada uma delas 25 (vinte e cinco) empregos diretos. Várias dessas empresas, atraídas por esse incentivo fiscal, lá se instalaram. E no ano de 2016, surgiu uma outra norma jurídica revogando essa isenção do ISSQN. Responda:
a) Este caso concreto refere-se a qual espécie de isenção?