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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – CAMPUS SÃO LUIS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

AUBE ARAUJO COSTA FILHO – 20190084465


RAPHAEL BASTOS VIANA – 20190084385
HEDER MENDES DA CRUZ-20190084590

EMISSÕES DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO) NUMA CALDEIRA


FLAMOTUBULAR USANDO GÁS NATURAL: um resumo expandido

São Luís – MA
2021
EMISSÕES DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO) NUMA CALDEIRA
FLAMOTUBULAR USANDO GÁS NATURAL: um resumo expandido

Resumo expandido apresentado a disciplina


de ciências do ambiente da Universidade
Estadual do Maranhão – Campus São Luís,
como requisito parcial para conclusão da
disciplina, no curso de Engenharia Mecânica.

São Luís – MA
2021

EMISSÕES DE MONÓXIDO DE CARBONO (CO) NUMA CALDEIRA


FLAMOTUBULAR USANDO GÁS NATURAL: um resumo expandido

Aube Araujo Costa Filho1, componente1, componente1


Raphael Bastos Viana

Heder Mendes da Cruz

1
Discentes do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual do Maranhão – São Luís-MA (UEMA)
INTRODUÇÃO
O Conselho Nacional do Meio Ambiente classifica poluição atmosférica como
qualquer forma de matéria ou energia que torne o ar impróprio, nocivo ou ofensivo a
saúde. Dito isso, uma das principais preocupações nesse aspecto é o aumento da
emissão de monóxido de carbono (CO) na atmosfera.
Advinda do início da revolução industrial, o processo de crescimento e
desenvolvimento das indústrias tem como uma de suas principais consequências um
aumento significativo na poluição atmosférica, como é possível observar na figura 1.
Nessa conjuntura, um dos fatores que se relacionam diretamente com esse aumento
da poluição é a utilização de caldeiras e a utilização do carvão (gás altamente
poluente) como matéria prima para a queima.
Dessa forma, esse estudo apresentou como objetivo central realizar uma
análise das emissões de monóxido de carbono em uma caldeira flamotubular em um
período de 3 anos e a viabilidade na substituição do combustível por gás natural na
tentativa de diminuir a emissão de CO.
O gás natural destaca-se por ser inodoro, incolor e menos poluente que outros
combustíveis fósseis. Além disso, é mais seguro para ser transportado e possui alto
rendimento térmico.

Figura 1 – consumos durante a revolução industrial


Figura 2 – taxa de emissão de poluentes por energia gerada

MATERIAIS E MÉTODOS
Foi avaliado nesse estudo a caldeira flamotubular, da marca TANGE, modelo
TG 80/10 (Figura 3), fabricado no ano de 1997, com capacidade de geração de
vapor de 1.040 kg/h e potência nominal de 0,91 MW. A caldeira operava 8 horas
diárias, cinco vezes na semana, oscilando para períodos de até 12 horas diárias.
Os efluentes atmosféricos gerados no processo de queima do gás natural
foram monitorados diretamente no duto de exaustão da caldeira no período
compreendido entre 2012 e 2014, tendo sido realizadas sete amostragens ao todo.
Utilizou-se um analisador de gases com microprocessador, marca TELEGAN,
modelo TEMPEST – 100 para o monitoramento dos efluentes atmosféricos. Além do
monóxido de carbono, também foram avaliados os seguintes parâmetros: dióxido de
enxofre (SO2); dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio na forma de NO2,
oxigênio molecular (O2), temperatura dos gases e densidade colorimétrica.

Figura 3 - Caldeira flamotubular alimentada com gás natural, marca Tange,


modelo TG 80/10.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Com base nas coletas e análise dos gases de combustão da caldeira do
estudo em questão, os quais foram realizados num período de três anos e de acordo
com resoluções do CONAMA, foi possível constatar que a pluma gasosa não era
perceptível visualmente, não havendo presença de material particulado ou odor no
entorno do lançamento e que a temperatura ambiente variou de 30,6ºC a 32ºc,
conforme a tabela 1:

Tabela 1: Resultados dos parâmetros de qualidade do ar obtidos durante


monitoramento dos efluentes atmosféricos lançados no duto de exaustão de caldeira
flamotubular alimentada com gás natural.

Um outro ponto a ser considerado é que apesar da avaliação periódica


obrigatória para caldeiras com potência de até 10 MW se referir apenas ao
monóxido de carbono, o estudo do artigo, visando estabelecer relações entre os
poluentes que possam auxiliar em um diagnóstico mais preciso sobre a operação de
caldeiras de pequeno porte, e os possíveis impactos ambientais ocasionados por
emissões atmosféricas decorrentes de suas atividades avaliou também outros
parâmetros de qualidade do ar como:

 Temperatura média dos gases de combustão produzidos pela cadeira:


Parâmetro importante para verificação da eficiência de equipamento e que no
caso foi de 158,8ºC, representando assim uma eficiência de 83% a 84%.
Ressalta-se que eficiências menores representam maiores impactos
ambientais, pois será necessária mais matéria prima combustível para
geração de energia e manutenção da produção.
 Densidade calorimétrica: Parâmetro que permite avaliar a densidade da
fumaça lançada na atmosfera, a partir da comparação com uma escala
gráfica, denominada de escala de Ringelmann. No caso do estudo a
densidade volumétrica ficou abaixo de 20%, estando dessa forma de acordo
com a resolução do CONAMA.
 Concentração de monóxido de carbono (CO): é o principal parâmetro de
interesse avaliado durante o estudo. Conforme tabela 1, observa-se alguns
picos de amostragens, chegando até a 26mg/mm 3, que é destacável visto que
em alguns casos a concentração encontrada foi bastante baixa, isto é, inferior
a 1 mg/nm3, o que pode mostrar que houve aumento da produção. Entretanto,
embora a concentração de CO tenha aumentado em algumas das
amostragens realizadas, todos os valores encontrados estiveram de acordo
com a Resolução CONAMA;
 Concentração de dióxido de enxofre (SO 2): Agente danoso ao meio ambiente,
originando material particulado na atmosfera e o fenômeno conhecido como
chuva ácida, contribui para a corrosão e incrustação em caldeiras, reduzindo
o tempo de vida útil destes equipamentos. Não apresentou concentrações
significativas ao longo do estudo, mantendo-se sempre abaixo do limite de
detecção do equipamento (1 mg/ nm3ou 1 ppm).
 Concentração de óxido de nitrogênio (NO 2): Torna-se altamente reativo na
atmosfera, podendo originar ozônio troposférico, o que acarreta diversos
riscos à saúde humana e ambiental, sendo importante a minimização da sua
emissão na atmosfera. Uma das formas em se alcançar este objetivo
encontra-se na adição de ar excedente para a combustão nas caldeiras, com
o controle da temperatura da chama, o que além de minimizar a geração de
óxidos de nitrogênio, também leva à redução da produção de CO e material
particulado. Durante o estudo, variaram de abaixo do limite detectável (1
ppm), até o valor máximo de 140 mg/ nm3.
 Porcentagem de dióxido de carbono (CO 2): Não é diretamente tóxico ao
homem, mas seu monitoramento pode informar sobre a eficiência da
combustão das caldeiras. No estudo a maior concentração foi de Maio/2013,
que corresponde a 9,2% deste gás, justamente no período de maior atividade
do equipamento.
 Porcentagem molecular (O2): Assim como o dióxido de carbono, não é
diretamente tóxico ao homem e seu monitoramento pode informar sobre a
eficiência da combustão das caldeiras.
 Oxigênio molecular (O2): parâmetro associado diretamente ao ar em excesso
adicionado à combustão, que leva não só à maior eficiência de operação,
como também auxilia na redução da emissão de gases poluentes, como o
CO. Valores entre 7% e 10% de O2 no efluente atmosférico indicam eficiência
entre 75% e 80%, dependendo da temperatura da pilha.

Ressalta-se que o aumento do tempo de operação da caldeira não implica,


necessariamente, na maior geração de CO, mas fatores operacionais como mistura
inadequada do ar de combustão com o combustível a ser consumido, e a ausência
da combustão completa, devido ao fornecimento insuficiente de ar ao equipamento
estão associados ao aumento na produção deste gás, o que faz necessário que para
períodos de maior operação seja feito ajustes no equipamento visando sua
adequada manutenção. Por outro lado, fatores podem ser subestimados, como o
aumento da demanda de ar para resfriamento do sistema, pois levará ao aumento
da produção de CO.

Um outro ponto a ser tratado consiste no fato de que a quantidade de


poluentes atmosféricos gerados em um sistema de geração de calor está
intimamente relacionada com as características do combustível utilizado para a
queima, sendo o gás natural o combustível fóssil que menos agride o meio
ambiente, e que a manutenção adequada do sistema, visando uma maior eficiência
no processo de combustão e a redução dos efluentes atmosféricos, deve ser levada
em consideração.

CONCLUSÃO
É essencial que sejam estabelecidos mecanismos para a redução dos
impactos na atmosfera, monitorados através de normas e legislações específicas,
visto o crescimento progressivo da poluição atmosférica nos centros urbanos.
O CO é o único parâmetro de emissão a ser monitorado em sistemas de
geração de calor de até 10 MW, porém monitorar os lançamentos de outros gases
contaminantes na atmosfera é uma ferramenta bastante útil para avaliar o impacto
ambiental que caldeiras de pequeno porte podem causar.
Durante todo o período de monitoramento realizado neste estudo, as emissões
de CO originadas a partir da combustão do gás natural ficaram abaixo do limite
máximo estabelecido pela Resolução CONAMA nº 436/2011. O uso de fontes
alternativas de combustível é, de fato, uma das medidas indiretas mais eficazes de
controle da poluição atmosférica, e deve ser considerada para a minimização de
efluentes atmosféricos.

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