HELMINTOS

Parasitologia
Enfª Débora Lago
 HELMINTOS
o Os primeiros registros de doenças causadas por vermes parasitários,
ou helmintos, encontram-se no papiro de Ebers, de 1500 a.C., em
que se reconhecem descrições de tênias e lombrigas, estas últimas
de incidência ainda bastante comum no Brasil e em outros países do
terceiro mundo no final do século XX.
 HELMINTOS
o Helmintos é um grupo de animais que parasitam o homem, sendo
pertencente ao filo Platyhelminthes, que compreende os vermes
achatados.
o Os helmintos podem multiplicar-se dentro ou fora do corpo do
hospedeiro. Isso depende do ciclo vital específico de cada parasita.
o Os que parasitam o intestino do homem quase nunca produzem por
si só a morte do hospedeiro.
o Trazem, no entanto, malefícios ao organismo parasitado, muitas
vezes debilitando-o perigosamente.
 HELMINTOS
Características:

o Têm sistema respiratório e digestório reduzidos.

o Apresentam simetria bilateral.
o Têm como habitat ambientes muito úmidos, a água doce e o mar.
o Também parasitam alguns animais.
o Seres pluricelulares e pertencem ao reino animal.
o Durante o ciclo evolutivo apresentam-se sob três formas: ovo, larva
e verme adulto.
 HELMINTOS

Características:

o Formados por células eucariontes.

o São formados por dois filos: platelmintos, nematoda.
 HELMINTOS
o Existem espécies de vermes que são dioicos: possuem órgão
reprodutor feminino e masculino separadamente, ou seja, tem o
verme fêmea e o verme macho. Ex: tênia.
o Existem espécies monoicos ou hermafroditas: um animal com
órgãos reprodutores masculinos e femininos juntos.
 HELMINTOS
PLATELMINTOS
VRMES ACHATADOS DORSO VENTRALMENTE

Shistosoma mansoni Tênias (solitárias)

 HELMINTOS
NEMATODA
VRMES CILÍNDRICOS

o São dioicos; ex: lombriga.

 DOENÇAS CAUSADAS POR HELMINTOS

Entre os helmintos intestinais mais comuns estão:

o Oxiúros
o Ascarídeos
o Ancilóstomos
o Tênias
o Filárias
o Schistosoma mansoni
 OXÍURO (OXIUROSE)
o Nome científico: Enterobius Vermicularis.
o São parasitos que afetam o homem com muita frequência; são
vermes pequenos (até dois centímetros) e brancos.
o Habitam a região do ceco-apêndice humano, de onde a fêmea
fecundada emigra para depositar ovos embrionados às margens do
ânus e nas pregas perianais. Sua transmissão pode ocorrer com a
ingestão de ovos em alimentos ou de forma direta.
 OXÍURO (OXIUROSE)

o Sintomatologia: a maioria dos casos é assintomática. Quando

ocorre, pode ser discreta e mal definida, prurido, irritabilidade,
insônia, falta de apetite, dor abdominal, vontade de evacuar sem a
presença de fezes "falsa vontade" e prolapso (exteriorização) da
mucosa anal.
o Diagnóstico: história clínica, exame parasitológico de fezes e fita
adesiva.
 OXÍURO (OXIUROSE)

Método da fita transparente adesiva para o diagnóstico da infestação

por Enterobius vermicularis (Técnica de Graham):

1) Lâmina com fita de celulose adesiva;

2) Desprender da lâmina a parte mais longa da fita;
3) Recurvar a fita de celulose adesiva na extremidade de um abaixador
de língua, expondo a superfície adesiva;
4) Segurar a ponta da fita contra a extremidade do abaixador de língua;
5) Tocar a região perianal, repetidas vezes, com a superfície adesiva;
6) Recolocar a fita na lâmina;
7) Esticar a fita com algodão ou gaze.
OXÍURO (OXIUROSE)
 OXÍURO (OXIUROSE)

o Tratamento: piperazina, albendazol.

o Prevenção: a higienização do ambiente e cuidados pessoais desta
natureza são fatores importantes para evitar a reinfestação do verme.
OXÍURO (OXIUROSE)
 ASCARÍDEOS (ASCARIDÍASE)
o Nome científico: Ascaris Lumbricoides.
o Os ascarídeos, conhecidos vulgarmente como lombrigas, são,
depois dos oxiúros, os vermes que mais frequentemente parasitam
o intestino humano.
o A fêmea pode chegar aos trinta centímetros, enquanto o macho só
atinge metade desse tamanho.
 ASCARÍDEOS (ASCARIDÍASE)
o Os ovos fertilizados desenvolvem-se facilmente e são encontrados
na poeira doméstica, terra dos jardins, etc.
o A infecção se processa pelas mãos sujas ou por intermédio da água,
frutas, legumes, carnes.
o Normalmente os vermes habitam o intestino delgado. Em caso de
infecção grave podem invadir vários pontos do organismo,
ocasionando problemas de maior ou menor gravidade.
 ASCARÍDEOS (ASCARIDÍASE)

o Sintomatologia: dor ou desconforto abdominal, náuseas e vômitos,

diarreia ou presença de sangue nas fezes, cansaço excessivo,
presença de vermes nas fezes.
o Diagnóstico: parasitológico de fezes.
 ASCARÍDEOS (ASCARIDÍASE)

o Tratamento: albendazol, ivermectina, mebendazol.

o Prevenção: educação sanitária; tratamento da água e esgoto;
cuidados higiênicos no preparo dos alimentos; boa higiene pessoal;
combate aos insetos domésticos, pois moscas e baratas podem
veicular os ovos; tratamento das pessoas parasitadas.
ASCARÍDEOS (ASCARIDÍASE)
 ANCILÓSTOMO (ANCILOSTOMOSE)
o Nome científico: Ancylostoma Duodenale.
o Causa uma doença conhecida como ancilostomíase, ancilostomose
ou necatoríase.
o Também conhecida como anemia tropical, amarelão ou opilação;
constituem sério problema de saúde pública, especialmente no
interior brasileiro.
 ANCILÓSTOMO (ANCILOSTOMOSE)
o A transmissão se dá através de contato direto da pele com o solo
contaminado (geralmente pelos pés) ou por ingestão acidental da
larva presente no ambiente (geralmente por mãos contaminadas pelo
solo que vão à boca sem terem sido lavadas).
o Apenas 5 minutos de contato direto da pele com o solo contaminado
é suficiente para a larva conseguir penetrar o nosso organismo.
 ANCILÓSTOMO (ANCILOSTOMOSE)

o Sintomatologia: os ancilóstomos são parasitos chupadores de

sangue, característica que produz graves sintomas, como: lesão no
local da pele onde a larva penetrou com vermelhidão, coceira e
irritação; tosse; respiração com ruído; dor de barriga; diarreia;
perda de apetite e perda de peso; anemia e palidez; atraso no
crescimento e desenvolvimento mental em crianças.
 ANCILÓSTOMO (ANCILOSTOMOSE)

o Diagnóstico: exame parasitológico de fezes, exame de sangue.

o Tratamento: albendazol, mebendazol.
o Prevenção: evitar andar descalço, de forma a evitar o contato direto
com o solo; ter bons hábitos de higiene pessoal e alimentar, como
lavar bem os alimentos antes de os consumir e lavar as mãos antes
de manipular os alimentos.
ANCILÓSTOMO (ANCILOSTOMOSE)
 TÊNIA (TENÍASE)
o Nome científico: Taenia Solium e a Taenia Saginata.
o As tênias são vermes de corpo chato e largo, que vivem
principalmente no intestino humano.
o Existem cerca de quarenta espécies, das quais as mais comuns no
Brasil são a Taenia Solium e a Taenia Saginata.
o Em geral, o contágio se dá por ingestão de alimentos, que veiculam
os ovos ou as larvas.
 TÊNIA (TENÍASE)

o Os vermes adultos vivem fixados pela extremidade cefálica à parede

do intestino humano. Em geral, só existe um exemplar infectante no
intestino, razão por que esse verme é conhecido como "solitária“.
o Sua vida, contudo, pode ser muito prolongada, às vezes, até vinte
anos, e pode produzir dez ou mais segmentos todos os dias e, vez
por outra, alcança comprimento de até 25 metros.
 TÊNIA (TENÍASE)

o Sintomatologia: diarreia frequente ou prisão de ventre, enjoo, dor

abdominal, dor de cabeça, falta ou aumento do apetite, irritabilidade
cansaço e insônia.
o Diagnóstico: exame parasitológico de fezes.
o Tratamento: niclosamida, o mebendazol ou albendazol.
 TÊNIA (TENÍASE)

o Prevenção: não ingerir carne crua ou mal cozida; beber água

mineral, filtrada ou fervida; lavar as mãos, principalmente após o
banheiro e antes das refeições; lavar os alimentos com água filtrada.
 TÊNIA (TENÍASE)

o Taenia Solium parasita os suínos.

o Taenia Saginata parasita os bovinos.
 TÊNIA (TENÍASE)
T. saginata T. solium
TÊNIA (TENÍASE)
TÊNIA (TENÍASE)
TÊNIA (TENÍASE)
 FILÁRIA (FILARIOSE)

o Nome científico: philariasis.

o As filárias são helmintos parasitas obrigatórios durante toda a vida e
necessitam de dois hospedeiros, um obrigatório ou definitivo, onde
vivem e se reproduzem, e outro intermediário, em que evoluem as
formas imaturas.
o O culex (mosquito) pica um homem infectado com microfilaremia e
a transmite a outro indivíduo, após a maturação das “microfilárias”
no vetor.
 FILÁRIA (FILARIOSE)

o As “microfilárias” sempre estão ao alcance do hospedeiro

intermediário, de que necessitam para completar seu ciclo evolutivo.
o Os vermes adultos ou “macrofilárias” vivem no sistema linfático,
cavidades serosas ou tecido conjuntivo do homem.
 FILÁRIA (FILARIOSE)
o Sintomatologia: Na fase aguda podem aparecer fenômenos
inflamatórios, entre eles inflamação dos vasos linfáticos e
linfadenites, além de sintomas gerais, como febre, dor de cabeça,
mal estar, náuseas.
o Mais tarde, por um período que pode levar meses ou anos, os
pacientes podem apresentar inchaço de membros, e/ou mamas no
caso das mulheres, e inchaço por retenção de líquido nos testículos
no caso dos homens.
 FILÁRIA (FILARIOSE)

o Pode ainda haver a evolução para formas graves e incapacitantes de

elefantíase (aumento excessivo do tamanho de membros).
 FILÁRIA (FILARIOSE)
o Diagnóstico: diagnóstico clínico, posteriormente um exame de
sangue, análise de fluidos corporais ou parte do tecido infectado
podem detectar a presença das larvas do parasita.
o Tratamento: ivermectina, dietilcarbamazina; em casos específicos
em que o tratamento medicamentoso não é eficaz é necessário uma
intervenção cirúrgica reparadora.
o Profilaxia: Evitar a exposição prolongada aos mosquitos da espécie
nos locais onde ainda ocorre a transmissão.
FILÁRIA (FILARIOSE)
 ESQUISTOSSOMOSE
o Agente Causador: Schistosoma Mansoni.
o A esquistossomose é uma doença transmissível, parasitária,
provocada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma.
Atualmente, existem seis espécies de Schistosoma que podem
provocar doença no homem, sendo que no continente americano
existe apenas o Schistosoma mansoni.
o A esquistossomose mansônica é decorrente da infecção humana
pelo trematódeo parasita Schistosoma mansoni.
o A transmissão do verme depende da presença de espécies
suscetíveis de caramujos de água doce pertencentes ao gênero
Biomphalaria.
 ESQUISTOSSOMOSE
o A doença ocorre em localidades sem saneamento ou com
saneamento básico inadequado, sendo adquirida pela pele e pelas
mucosas devido ao contato do homem com águas contaminadas
com as formas infectantes de S. mansoni.
o Entretanto, para que ocorra a transmissão da doença, é
indispensável a presença do homem na condição de hospedeiro
definitivo, que excreta os ovos do verme pelas fezes, e dos
caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria, que atuam como
hospedeiros intermediários, liberando as larvas infectantes do S.
mansoni nas coleções hídricas utilizadas pelos seres humanos
susceptíveis à doença.
o A presença do hospedeiro intermediário constitui condição
necessária e indispensável para que se desenvolva o ciclo do
parasita.
ESQUISTOSSOMOSE
 ESQUISTOSSOMOSE

o O schistosoma Mansoni que parasita na fase adulta os vasos

sanguíneos do sistema porta (no fígado) e os vasos da parede do
intestino. Existem parasitos machos e fêmeas. Na fase adulta medem
alguns milímetros, sendo possível vê-los a olho nu.
 ESQUISTOSSOMOSE
o Sintomatologia: A infecção costuma ser assintomática, mas podem
ocorrer manifestações clinicas como alergia no local da penetração
da cercaria, aumento do baço, ascite (também conhecida como
"barriga d´água" ou hidroperitônio).
 ESQUISTOSSOMOSE

o Diagnóstico: É feito através de exame clínico, exames de fezes com

ovos do parasita ou mesmo de pequenas amostras de tecidos de
alguns órgãos (biópsias da mucosa do final do intestino e do fígado)
são definitivas; testes imunológicos, ELISA.
 ESQUISTOSSOMOSE

Fluxograma do diagnóstico em hospedeiros intermediários da esquistossomose

 ESQUISTOSSOMOSE

o Quando há a suspeita de que um criadouro é um foco de transmissão

da doença, mas as técnicas parasitológicas descritas acimas
apresentam resultados negativos, fato muito comum quando trata-se
da espécie B.
o É possível recorrer à técnica de biologia molecular (Reação em
Cadeia da Polimerase-PCR) na tentativa de se identificar focos
potenciais de transmissão da esquistossomose.
o Vale ressaltar que tais procedimentos não são realizados nas ações
de rotina da vigilância, tendo em vista a complexidade e custo do
procedimento. Trata-se de uma técnica utilizada basicamente para
fins de pesquisa científica, mas vale a pena conhecê-la.
 ESQUISTOSSOMOSE
o Tratamento: praziquantel, oxamniquine.
o Prevenção: Identificação e tratamento dos portadores, saneamento
básico, combate do molusco hospedeiro intermediário, educação
sanitária.
ESQUISTOSSOMOSE
ARTRÓPODES
 ARTRÓPODES

o A principal característica que diferencia os astrópodes dos demais

invertebrados são as patas articuladas.
o Foi essa característica que deu o nome ao grupo, pois a expressão
patas articuladas vem do grego: artro, que significa "articulação", e
podos, "patas".
 ARTRÓPODES
o São um filo de animais invertebrados, que possuem exoesqueleto
rígido e vários pares de apêndices articulados, cujo número varia de
acordo com a classe.
o Os artrópodes formam um grupo extremamente diversificado, com
mais de um milhão de espécies descritas e catalogadas em todo o
mundo.
o O exoesqueleto de todos os artrópodes é composto por quitina.
o Os artrópodes terrestres são revestidos por uma cobertura de cera
impermeável que impede a desidratação.
DOENÇAS CAUSADAS POR ARTRÓPODES

o Escabiose

o Pediculose
 ESCABIOSE
o Escabiose é o nome técnico que se dá à sarna, uma infecção
parasitária da pele que produz pápulas avermelhadas e muita
coceira.
o A sarna é causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei e sua infestação é
facilmente transmitida de pessoa para pessoa através do contato
físico, raramente, de roupas ou de outros objetos compartilhados.
 ESCABIOSE
o O ácaro fêmea cava túneis sob a camada superior da pele e deposita
seus ovos que após poucos dias, eclodem em larvas. provocando
muito prurido (coceira).
o A principal característica da escabiose é o prurido intenso que
aumenta à noite.
 ESCABIOSE
o Os locais mais de preferência destes ácaros são as membranas
interdigitais dos dedos das mãos, nos punhos, nos cotovelos, nas
axilas, em torno dos mamilos das mamas das mulheres, no pênis e
bolsa escrotal, ao longo da linha da cintura e sobre a parte inferior
das nádegas.
o Um raspado das escavações, possibilita a análise do material ao
microscópio para confirmar a presença de ácaros.
 ESCABIOSE

o A escabiose pode ser curada com a aplicação de um creme contendo

permetrina ou uma solução de lindano.
o A limpeza muito minuciosa das roupas de cama ou do vestuário não
são obrigatórias, a limpeza normal das roupas é suficientes para
eliminar o ácaro, mas os familiares e os indivíduos que tiveram
contato íntimo com uma pessoa infectada devem ser tratados
também.
 PEDICULOSE

o A pediculose é uma infestação de piolhos, que são insetos

ectoparasitas da ordem Phthiraptera que se alimentam de sangue.
o Embora o termo pediculose em humanos possa apropriadamente se
referir a infestação de piolhos em qualquer parte do corpo, a forma
mais comum é a humanus capitis, que é a infestação da cabeça das
pessoas por espécie de piolho específica.

Pediculose pubiana
 PEDICULOSE

o A infestação de piolhos na cabeça das pessoas (pediculosis

humanus capitis) é mais frequente em crianças de 3 a 10 anos e suas
famílias.
o Os piolhos são transmitidos através do contato direto com uma
pessoa infectada.
 PEDICULOSE
o O sintoma mais característico da pediculose é a coceira na cabeça,
aparecimento de íngua e infecções no casos mais graves de
infestações.
o Para diagnosticar a infestação de piolhos todo o couro cabeludo
deve ser penteado cuidadosamente com um pente-fino para
piolhos.
o O tratamento é feito à base de inseticidas piretroides de uso local,
ivermectina (oral), escabim (shampoo).
 REFERÊNCIAS

o Neves, D. P.; Melo, A. L.; Linardi, P. M.; Vitor, R. W. A. Parasitologia Humana.

Editora Atheneu: Brasil, 11ed, 494p., 2005.

o Pechenik, J. A. Biologia dos Invertebrados. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.