Você está na página 1de 3

De que forma é constituído o crédito tributário e quem é a autoridade competente?

CONSTITUI
A atividade do lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.
(art. 142, par. único, CTN). O CT decorre da OT e tem a mesma natureza desta - natureza
tributária. (art. 139, CTN). O lançamento é que constitui o CT. (art. 142, “caput”, CTN).
AUTORIDADE COMPETENTE
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do
fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante
do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade
cabível.
OBS:
- Súmula Vinculante 24 do STF: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto
no art. 1.º, incisos I a IV, da Lei 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
- Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal
constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

Quais são as etapas para realização do lançamento?


1) Verificar a ocorrência do fato gerador;
2) Determinar a matéria tributável;
3) Calcular o montante do tributo devido;
4) Identificar o Sujeito Passivo;
5) Verificar a ocorrência de penalidade propondo a aplicação da pena, se houver.

A obrigação tributária se extingue com o fim do crédito tributário?


As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as
garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a
obrigação tributária que lhe deu origem. Quando o crédito tributário é modificado, alterado ou
excluído, a obrigação continua intacta (art. 140, CTN).

O crédito tributário pode ser lançado em moeda estrangeira?


O CT quando expresso em moeda estrangeira, o tributo será convertido em moeda nacional,
com base no câmbio do dia da ocorrência do FG. (art. 143, CTN).

Em caso de conflito de leis no tempo, qual lei será aplicada no lançamento do crédito?
O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
Regra geral: Aplica-se ao lançamento a legislação vigente na data do fato gerador;
Exceção:
1) Novos critérios de operação ou fiscalização, ampliando os poderes do Fisco ou outorga de
maiores privilégios ao CT;
2) tributo com período certo de tempo
Ex.: CTM/BD - Art. 131 - O fato gerador do IPTU ocorrerá sempre no dia 1o de janeiro de cada
ano.

Quando o lançamento poderá ser alterado?


O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
 II - recurso de ofício;
 III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.
A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial,
nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento
somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador
ocorrido posteriormente à sua introdução.

Quais são os tipos de lançamento?


A) LANÇAMENTO DIRETO (OU DE OFÍCIO): Efetuado e revisto pela autoridade administrativa,
sem o SP. Exemplos: IPTU, IPVA, taxas e contribuição de melhoria.

B) LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO: É preciso a informação do SP para só


depois realizar o lançamento.
I. Procedimento: O lançamento será efetuado mediante declaração apresentada pelo sujeito
passivo ou, na falta desta, de oficio pela autoridade competente, na forma regulamentar. O
sujeito passivo será notificado do lançamento mediante o recebimento da respectiva guia de
arrecadação do imposto. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo
ou de terceiros, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade
administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
II. Erros: A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou
a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de
notificado o lançamento. Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão
retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
C) LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: Contribuinte calcula e paga antecipadamente o
tributo e depois declara e o Fisco homologa em até 5 anos.
I. Característica: O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da
atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
II. Extinção: O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito,
sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Se a lei não fixar prazo a
homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse
prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude
ou simulação.

Como se dá a suspensão de exigibilidade do crédito tributário?


Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I – MORATÓRIA: Favor fiscal concedido por lei (ordinária). Posterga o pagamento do tributo,
mas não acaba com a cobrança. Concedido em caráter geral ou individual.
II - O DEPÓSITO DO SEU MONTANTE INTEGRAL: Quando o SP não concorda com o
lançamento ele pode impugnar, e assim, pode fazer o DMI administrativamente ou judicialmente
(se perder em 1ª Instância). Se ganhar, o $ lhe retorna atualizado, se perder, o $ será convertido
em renda para a Fazenda Pública. Súmula 112 do STJ: O depósito somente suspende a
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro.
III - AS RECLAMAÇÕES E OS RECURSOS, NOS TERMOS DAS LEIS REGULADORAS DO
PROCESSO TRIBUTÁRIO ADMINISTRATIVO: Procedimentos utilizados na Instância
Administrativa. A Reclamação é a verdadeira impugnação e o recurso se perfaz na 2ª Instância
administrativa. O recurso é ato do contribuinte ou da Fazenda, de ofício.
IV - A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA: A concessão de
liminar suspende a exigibilidade do CT. Esta medida só suspende a obrigação principal, não
suspende as obrigações acessórias vinculadas à principal. Idem à 6ª forma: Concessão de
Tutela Antecipada ou Medida Liminar em qualquer tipo de ação.
V – A CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR OU DE TUTELA ANTECIPADA, EM OUTRAS
ESPÉCIES DE AÇÃO JUDICIAL; (INCLUÍDO PELA LCP Nº 104, DE 2001): Concessão de
Tutela Antecipada ou Medida Liminar em qualquer tipo de ação. (Inovação da LC 104) – pode
conceder sem deposito judicial ou mediante garantia em juízo, ou seja, mediante depósito.
VI – O PARCELAMENTO. (INCLUÍDO PELA LCP Nº 104, DE 2001): Discussão se seria uma
modalidade da moratória ou novação objetiva. LCP 104 acabou com a polêmica determinando
ser outra forma de suspensão do CT além da moratória. Aplicam-se ao parcelamento,
subsidiariamente as regras da moratória.
O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes
da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

Você também pode gostar