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A Escola do Chamado é uma escola teológica online para

ajudar cristãos a cumprirem os seus chamados. É um blog


com artigos, vídeos e cursos online de teologia e missões
voltados para formação ministerial.

Como base da Escola do Chamado, está o Sistema de Ensino


FATEM, Formações Aplicadas em Teologia e Missões, que
tem uma metodologia exclusiva que permite você estudar
online teologia e missões onde quiser e quando puder.

O Sistema de Ensino FATEM é fruto de uma aliança com o


Seminário Bíblico Missionário – SEBIMI e seu propósito é
capacitar homens e mulheres para a obra do Senhor, para
uma propagação eficiente do evangelho pregado por Jesus
Cristo.

A visão é formar missionários no seu caráter cristão. Formar


servos “da bacia e da toalha”, expandindo o evangelho,
viabilizando o chamado ministerial de uma forma consciente
e consistente.

E tem como missão vencer as duas grandes dificuldades do


campo missionário: formação e sustento. Parte dos recursos
arrecadados pelo Sistema de Ensino FATEM irá para a
abertura de 35 bases missionárias, espalhadas pelo Brasil e
pelo Mundo.

SAIBA MAIS SOBRE A ESCOLA DO CHAMADO AQUI!


O ebook Escola de Oração e
Intercessão é uma ferramenta
para você melhorar o seu
relacionamento com Deus e
também a ser um intercessor
em excelência.

É um livro digital que ensina a


orar, auxilia na formação de intercessores e na implantação
do ministério na igreja local.

Oração e intercessão fazem parte da nossa vida Cristã, é a


única forma de falarmos com Deus.

Ele fala conosco de diversas maneiras, mas a maneira com a


qual nós falamos é através de oração e da intercessão.

Então, ler este livro digital é estar habilitado em um


conhecimento profundo para conversar com o Pai, como
filho, além de formar intercessores e ajudar o pastor na
implantação do ministério de intercessão na igreja local.

Este ebook é uma informação que está sendo


transformada em conhecimento enquanto você o lê. Mas
apenas se tornará sabedoria quando você puser o
conhecimento absorvido em prática.
SUMÁRIO

1. CONCEITOS DE INTERCESSÃO.........................................5
2. FUNDAMENTOS BÍBLICOS – NEEMIAS..........................12
3. ORAÇÃO DE INTERCESSÃO.............................................17
4. NEEMIAS – GRANDE EXEMPLO A SEGUIR.....................22
5. PERFIL DO INTERCESSOR................................................33
6. O MINISTÉRIO DE INTERCESSÃO...................................45
7. QUALIFICAÇÕES DE UM INTERCESSOR.........................50
8. CONHECER O INIMIGO (EZEQUIEL 28:12-19)...............53
9. VENCENDO DIFICULDADES NO MINISTÉRIO................59
10. ARMAS ESPIRITUAIS......................................................64
11. TIPOS DE ORAÇÕES.......................................................75
12. COMO FUNCIONA O MINISTÉRIO NA PRÁTICA........129
13. ATIVIDADES DO MINISTÉRIO.....................................132
14. ESTRATÉGIAS ESPIRITUAIS UTILIZADAS....................135
15. PROCEDIMENTOS.......................................................140
16. MANUAL PRÁTICO DO INTERCESSOR.......................148
17. DÚVIDAS FREQUENTES...............................................153
ESCOLA DO CHAMADO | Prof. Robert Amorim

1. CONCEITOS DE INTERCESSÃO

Intercessão é o ato de interceder. É um ministério que acontece no mundo


físico, porém, visa penetrar e influenciar o mundo espiritual.

Este ministério é exercido por homens e mulheres inconformados com


situações instaladas nas vidas das pessoas e nos lugares, e buscam
mudanças através de oração e posicionamento.

1.1 – O QUE É INTERCEDER

Interceder quer dizer rogar por alguém, intervir a favor de alguém ou de


algo, suplicar, pedir por alguém.

Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa, como se


fosse a sua própria. É colocar-se diante de Deus a favor do homem. É ver
a necessidade para a intervenção de Deus nas mais diversas situações.

É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as


vê e unir-se a Ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que
Sua vontade e propósito divinos sejam cumpridos nas vidas das pessoas.

Este é um ministério totalmente voluntário, pois pedimos a Deus por


outra pessoa, fazendo o papel de um advogado ou mediador. O

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advogado ou mediador precisa conhecer quem defende, o motivo, a causa,
entre outros.

Porém, o intercessor deve conhecer tão somente o Amor do Senhor para


interceder de maneira eficaz. Quando nos colocamos para interceder
por alguém, é necessário que saibamos, com certeza, quem ou o que nos
habilita para que não sejamos decepcionados.

Jesus, quando ascendeu aos céus, declarou que não nos deixaria sós,
mas enviaria o Espírito Consolador que intercede por nós, como o
apóstolo Paulo diz:

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;


porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis”. Rm 8:26

Diante do Pai, o próprio Jesus continua a interceder por nós, cf. Romanos
8:34:

“Quem nos condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem


ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”.

Daí é que entendemos que a estratégia do intercessor dentro da igreja é


uma visão de Deus para obtermos conquistas, como podemos constatar
na Bíblia.

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1.2 – FALTA DE INTERCESSOR

Ezequiel registra os pecados do povo de Deus, mas havia algo grave


porque nenhum intercessor foi encontrado para se interpor entre o
pecado do povo e o juízo de Deus.

“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dize-lhe (à


terra de Israel):

Tu és terra que não está purificada, e que não tem chuva no dia da
indignação. Conspiração dos seus profetas há no meio dela… Os seus
sacerdotes transgridem a minha lei... Os seus príncipes no meio dela
são como lobos… Contra o povo da terra praticam extorsão, andam
roubando, fazem violência ao aflito e necessitado... busquei entre eles
um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim
a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei.

Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação...”. Ez 22.23-31

Todas as classes da população tinham falhado inteiramente – profetas,


sacerdotes, príncipes, povo. Cada uma representa um determinado
elemento da sociedade.

Os “profetas” são os responsáveis por trazer uma mensagem direta de


Deus.

Os “sacerdotes” são os líderes da religião institucional.

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Os “príncipes” são os governantes seculares.

O “povo” é o restante da população, o povo comum.

Apesar de todas as classes da sociedade terem se corrompido desta forma,


a situação ainda não era desesperadora. Deus procurava um homem, um
intercessor, para tapar o muro e colocar-se na brecha para que Ele
pudesse poupar a nação inteira.

Hoje nossa sociedade vive mergulhada no pecado e na corrupção. Um


retrato perfeito dessa condição é descrito pelo apóstolo Paulo em sua
segunda carta a Timóteo:

“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis,
sem amigos para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais
amigos dos deleites do que amigos de Deus...” II Tm 3:1-4

Então, a partir do alerta da Palavra de Deus, temos consciência de que


somos uma geração que está sendo preparada para “lutar” contra as mais
difíceis situações que afetam o homem. E todas elas, sabemos, são
estimuladas pelo diabo (Ef 6). Porque “o mundo inteiro jaz no maligno” 1 Jo
5:19.

Mas, como um ministério apostólico, estamos nos colocando neste “bom


combate” para vencermos!

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Fomos e somos enviados debaixo desta unção para destruirmos as obras


do diabo e vermos toda a restauração possível aos homens, às famílias,
aos lugares, à adoração e à comunhão com Deus. (Ne 11:1-3; 12:44-45).

Se não houver um intercessor (Neemias) que se disponha a restaurar, só


haverá os que noticiam (Hanani e alguns de Judá), que constatam e que até
se conformam com a destruição. (Ne 1:2-3)

Por isso, você está sendo formado debaixo desta autoridade e da unção
do Espírito Santo de Deus para “edificar os lugares antigamente assolados e
restaurar os de antes destruídos”.

Leia e Medite – Is 61:1-11

1.3 – POR QUE INTERCESSÃO ESPECÍFICA EM TODAS ÁREAS

Muitos possuem o conceito de que basta orar de uma forma geral e já está
resolvido. Porém, a Palavra de Deus nos tem ensinado que não devemos
agir de qualquer forma diante das situações que o inimigo prepara.

Um exemplo disso é o Livro de Neemias, onde se verifica que ele usou de


sabedoria e entendimento de causa para poder vencer todas as estratégias
do inimigo. Este não poupou formas de atuação e usou pessoas diferentes
nos seus propósitos para obstruir a restauração do povo de Israel.

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Algumas vezes o ataque não vinha de pessoas estranhas ao trabalho
que se estava realizando. Em muitos casos, o ataque vinha através das
próprias pessoas que estavam ao seu redor, que eram subornadas (para
falar em termos mais atuais: recebiam propinas e estavam sob corrupção)
e cediam aos planos do inimigo.

Com o crescimento da igreja e, através da visão missionária apostólica,


foram criadas diversas frentes ministeriais em busca de objetivos mais
amplos e claros.

Nessa estruturação surgiu o Ministério de Intercessão, cujo trabalho é


justamente interceder, não só por vidas, mas também por todas as
frentes ministeriais e atividades da igreja.

Da mesma maneira, em todos os níveis dentro da igreja e com diferentes


formas, os intercessores estarão voltados para identificar as áreas de
atuação do inimigo e vencê-las.

Este é um dos propósitos deste ebook – preparar da melhor forma


possível os intercessores, dando-lhes subsídios para atuarem nesse
ministério, com ousadia, intrepidez e sabedoria, a fim de destruir
todos os dardos inflamados do maligno contra a igreja e as vidas, que
precisam de Deus.
Dessa forma, nunca existirá uma área descoberta de intercessão, o que
proporcionará um crescimento contínuo da igreja.

A Palavra de Deus nos diz que muitas vezes não recebemos porque
pedimos mal.

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O intercessor bem orientado e preparado causará, com certeza, destruição


no campo do inimigo, resultando em resgate e restauração de vidas e
áreas antes assoladas.

Onde se encontrar um intercessor, todos falarão a mesma língua e terão


os mesmos posicionamentos, trazendo grande edificação para o Corpo.

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2. FUNDAMENTOS BÍBLICOS – NEEMIAS

O Ministério de Intercessão está baseado no Livro de Neemias, voltado


para algumas características desse homem de Deus e por situações
descritas nestes textos as quais ele teve de enfrentar, onde nos são
mostradas claramente as armas e estratégias do inimigo, todas usadas
para destruir o povo.

Encontramos também situações que tipificam as vidas assoladas e


descaracterizadas pela atuação do adversário. A abrangência do conteúdo
desse livro, quando analisado na unção do Espírito Santo, é tão
surpreendente que entendemos que o propósito de Deus não mudou e
não mudará a respeito daqueles que haverão de ser salvos e resgatados
por Cristo.

No Capítulo 2:17 do Livro de Neemias encontramos o seguinte:

“Então lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém


assolada, e as suas portas queimadas a fogo; vinde, pois, reedifiquemos
os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio.”

Neemias, ao entrar naquela cidade, pôde constatar a atuação de alguns


espíritos e deveria lutar para vencê-los. Ele destacou o espírito de miséria,
assolador, destruidor e vergonha (opróbrio).

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Esses espíritos levaram o povo a se afastar de Deus e, por conseguinte,
esses demônios foram habilitados para, posteriormente, destruí-los.
Como eles agem?

 O espírito de miséria leva o homem a se fechar para a obra de Deus.


Quando o homem deixa de reconhecer na sua vida que Deus é seu
provedor e que todas as coisas é Ele quem acrescenta, permite que
esse espírito de miséria comece a atuar.

Esse espírito faz com que o homem se distancie de Deus e, depois, o


cega. A partir daí, age roubando-lhe tudo, sem que ele se dê conta.

O primeiro entendimento que esse espírito traz ao homem é


justamente de se fechar para as coisas de Deus, quando passa a
não ter nada consagrado em sua vida, ficando o caminho livre para
que esse mesmo espírito possa tocar.

Agindo dessa forma, libera:

 o espírito assolador que vem para trazer assolação, ou seja, colocar


medo, insegurança, angústia, depressão, tudo o que leva o homem a
agir sem pensar, de forma precipitada e cega, abrindo caminho para

 o espírito destruidor. Este acaba com tudo que o homem possa ter
conquistado. E mais: descaracteriza sua forma de viver, fazendo com
que venha, além de perder tudo o que é material, perder também
sua dignidade.

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É justamente nesse ponto que o homem se volta para as drogas,
álcool, prostituição, roubo, suicídio, assassinatos, etc. Sua vida
moral passa a não representar mais nada e aquele que poderia ser
um príncipe de Deus, passa a ser um escravo do diabo.

O homem escravizado pelo inimigo passa a ser instrumento do diabo


para entristecer a Deus. Prostrado pelo roubo e agora subjugado
pelo

 espírito da vergonha, não encontra forças para fugir e sair dessa


situação. O fim da vergonha é o opróbrio, ou seja, a exposição diante
de todos, família, amigos, sociedade. É o regozijo do inimigo e a
tristeza de Deus, pelo fato de não ter criado o homem para essa
destruição.

Da mesma forma que Neemias identificou esses espíritos e lutou para


reverter cada uma dessas situações, com a ajuda do Senhor, nós também
lutaremos para a glória de Deus!

2.1 – ASPECTOS IMPORTANTES DA INTERCESSÃO

a. Intercessão é colocar uma reivindicação na habilidade de Deus pela


oração intercessória. Trazendo a habilidade de Deus à situação em causa,
não há nada passivo na Intercessão.

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Nela nos agarramos a Deus. Como? Chegando diante dele com Sua
Palavra em nossos lábios de acordo com Isaías 62:6-7:

“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a
noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não
descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a
ponha por objeto de louvor na terra”.

b. Intercessão é servir a Deus na evangelização do mundo. O Salmo 2:8


declara:

“Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da


terra por tua possessão”.

O Espírito não conhece distância, não há limitações em nosso espírito e,


pela intercessão, podemos pôr os pés em todas as nações da terra.

c. Intercessão é orar o que está no coração de Deus. Podemos, pelo


Espírito de Deus, conhecer o que está no Pai e transformar Seus bons
desejos para com os filhos dos homens em motivo de oração.

“com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para


isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos...” Ef
6:18

d. Interceder é ser colaborador de Cristo Jesus, que está intercedendo no


céu todo o tempo. Nós somos chamados a partilhar do Seu ministério.
Como? O Espírito Santo traz ao nosso coração aquilo que Jesus ora diante

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do Pai e nós passamos a orar em perfeita harmonia com Ele, sendo
cooperadores na mesma obra de ver manifesta a vontade de Deus na vida
dos homens.

“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;


porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede
por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” Rm 8:26

“... É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à
direita de Deus e também intercede por nós.” Rm 8:34

“... buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas
estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com
o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia
o seu próprio mal.” Mt 6:33-34

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3. ORAÇÃO DE INTERCESSÃO

É aquela que é feita em lugar de outros. É o tipo de oração que vai a Deus
para colocar-se entre Ele e o homem, tomando o seu lugar, como se fora
seu. E hoje Deus está levando um verdadeiro exército de intercessores.

Ele está para trazer à terra o maior derramamento do Espírito já


testemunhado. Para tanto seu Espírito traz ao corpo de Cristo um peso de
intercessão. Pois a oração intercessora é a ferramenta usada por Deus
para manifestar na vida dos homens seus poderosos feitos.

Intercessão é dar à luz no reino do espírito às promessas e propósitos de


Deus. É uma oração para que a vontade de Deus seja feita. É descobrir o
que está no coração de Deus e orar para que isso se manifeste.

Interceder é colocar-se diante de Deus a favor do homem. É ver a


necessidade para intervenção de Deus nas mais diversas situações.

É captar a mente de Cristo, de modo a ver as circunstâncias como Cristo as


vê e unir-se a ele em súplica para que Deus se mova de tal maneira que
sua vontade e propósito divinos sejam cumpridos nas vidas das pessoas.

Interceder é orar o que pesa no coração de Deus a favor dos homens.

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Do ponto de vista espiritual, interceder é simplesmente fluir com o Espírito
de Deus e ver com os olhos de Deus a situação na vida da igreja e do
mundo.

3.1 – BENEFÍCIOS DA ORAÇÃO INTERCESSÓRIA

A intercessão alarga nossa visão. Quem se devota ao ministério de


interceder, passa a Ter uma visão cada vez mais ampla do reino de Deus.
Sai do seu mundo limitado e vai-se elastecendo em seu amor e visão até
ver como Cristo vê.

A intercessão edifica a fé. A medida que vemos Deus agindo e mudando


circunstâncias, a fé edificada. Quanto mais oramos a Deus, tanto mais
Deus se move na vida dos homens. Sendo canais através dos quais Deus
manifesta seu poder, vamos sendo fortalecidos de fé em fé.

A intercessão nos transforma o espírito em lugar propício para o


Espírito Santo trazer à luz as promessas de Deus. É como se nosso
espírito se transformasse em um útero onde as sementes das promessas
de Deus fossem lançadas e cobertas pelo Espírito Santo até o momento de
virem à luz.

“Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim;


porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso
intermédio.” 2 Co 1:20

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A intercessão nos leva ao reino do espírito. Na prática da oração
intercessória, movida pelo Espírito de Deus, somos levados a ver no reino
de espírito. Ninguém deve temer o sobrenatural. A sensibilidade do nosso
espírito se desenvolve na presença do Senhor nosso Deus.

A intercessão nos torna parte de Deus ( comparar Ap 8:3-4 com Dt


33:10). A fumaça do incenso é aspirada por Deus. O incenso são nossas
orações. O que se aspira entra para oxigenar nosso corpo e se torna parte
de nós. É assim que pelas nossas orações fazemos parte de Deus mesmo.

Compare

“Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro,


e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os
santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; da mão do
anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos
santos”. Ap 8:3-4

com

“... ofereceu incenso às tuas narinas e holocausto, sobre o teu altar”. Dt


33:10

A intercessão está sob a lei de semeadura e ceifa. Aquilo que


semeamos colhemos multiplicadamente. Quer o bem, quer o mal. Se
semearmos discórdia, criticismo, falta de misericórdia, é isso que
colheremos.

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Mas se semeamos amor, tolerância e misericórdia isso mesmo ceifaremos.
Quanto mais oramos por outros, mais Deus levantará intercessores a
nosso favor. Veja Jó 42:10 e II Co. 9:6.

“Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos;
e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra”. Jó 42:10

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que
semeia com fartura, com abundância também ceifará”. 2 Coríntios 9:6

De tudo o que temos visto, considerando o significado da palavra nas


línguas originais, podemos acrescentar que a intercessão:

 É vicária, isso é, toma o lugar de outros.


 Pode envolver o intercessor em sofrimento.
 É um trabalho real, pois pede ao Rei Eterno.
 É permanecer na presença de Deus a favor dos outros.

A mais simples definição está na Bíblia: “Orai uns pelos outros”. (Tg. 5:16).

A Bíblia está cheia de exemplos:

 Abraão suplicou por Ló e ele foi liberto da destruição de Sodoma e


Gomorra;
 Moíses intercedeu por Israel apóstata e foi ouvido;
 Samuel orou constantemente pela nação;
 Daniel orou pela libertação do seu povo cativeiro;
 Davi suplicou pelo povo;

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 Cristo rogou por seus discípulos e fez especial intercessão por Pedro;
 Espírito Santo intercede por nós com gemidos inexprimíveis;
 Paulo é um exemplo de constante intercessão.

A igreja é chamada ao fascinante ministério da intercessão.

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4. NEEMIAS – GRANDE EXEMPLO A SEGUIR

Neste Livro podemos encontrar a maioria dos ingredientes necessários


para o exercício do ministério intercessor eficaz.

Também podemos encontrar características importantes da personalidade


desse grande servo do Senhor, que se colocou à disposição de Deus para
realizar uma grande obra de restauração.

Sabemos que Neemias não havia nascido na terra de seus pais, ou seja,
Judá, mas sim durante o cativeiro. Ao ser informado da situação em que
encontrava o povo de Israel, muito se comoveu e sentiu-se tocado a
realizar algo a favor daquela nação.

Na verdade, esse sentimento de compaixão pelas vidas, nós só podemos


enxergar nas atitudes de Cristo. No livro de Lucas 19:41-44 podemos ver
que Jesus se compadeceu do povo quando estava a caminho de Jerusalém
e chorou pelas vidas que ali estavam.

4.1 – PRINCIPAIS PONTOS DO LIVRO DE NEEMIAS

Interceder não é apenas orar, mas também ter atitudes para que a
situação seja mudada. Neemias orou, jejuou e se posicionou para que a
vontade de Deus se cumprisse.

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Destacamos alguns pontos onde podemos observar e aprender com
Neemias as estratégias que o levaram a ser um intercessor vitorioso:

Estar bem informados a respeito da situação (Ne 1:2-3);

Devemos estar bem informados, de maneira detalhada, do que for


possível, quando nós estivermos orando. Neemias viu Hanani e alguns
judeus e quis saber sobre os que escaparam do cativeiro e sobre sua
cidade Jerusalém.

“...e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do


cativeiro e acerca de Jerusalém.” v.2b

Para isso, recebeu um relatório detalhado e descobriu que o povo estava


em miséria e isso levou Neemias à compaixão.

Ele chorou, lamentou por alguns dias, jejuou e orou perante o Senhor, mas
reagiu e tomou um posicionamento.

Um intercessor precisa saber o que está acontecendo e qual a razão das


diversas situações que o cercam e que, circunstâncias devem ser mudadas
ou quebradas do nosso cotidiano individual ou coletivo. A informação
que chegou a Neemias foi o princípio da restauração de uma nação.

Esse princípio não pode ser ignorado, pois a partir destas informações
teremos material para uma intercessão eficaz. Obviamente, são os motivos
de sua intercessão.

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Melhor explicando: quando oramos por uma pessoa, família, igreja,
bairro, etc., devemos nos munir de descrições relatadas pelos envolvidos,
como também revelações (com todo discernimento do Espírito Santo), que
nos chegam por ocasião de intercessão por aquele determinado assunto.

Buscar também a revelação do que está ocorrendo no mundo


espiritual e físico de “oposição” (Ne 6:17);

Neemias lutou contra:

 aqueles que eram de fora, ou seja, representavam resistência externa


espiritual.
 aqueles que eram de dentro, que representavam resistência interna,
através de suas atitudes contrárias ao que estava acontecendo.

Hoje, não é diferente! Muitas vezes nós ouvimos falar da oração contrária
(que, na verdade, só existe vindo de satanistas), mas a resistência interna
da qual Neemias falou no capítulo 6 versículo 17 não era de orações e sim,
de atitudes contra a reconstrução.

Por isso, devemos nos preocupar com as pessoas que estão com
contrariedade no coração ou agem de má vontade, apenas no sentido de
orar por elas. Elas precisam ser curadas em suas limitações e enxergar os
interesses do corpo.

A pior oração contrária é a rebeldia branca: aqueles que se dizem amigos,


irmãos e, na verdade, estão fazendo tudo para dar errado. A oração
contrária vinda dos próprios irmãos não existe, porque antes de orar, o

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seu coração já está cheio de malignidades e, consequentemente, suas
atitudes demonstrarão isto.

Ter um sentimento que faz tomar atitudes que trazem a mudança –


compaixão (Ne 1:4);

Neemias era um homem próspero, influente e com uma condição social e


política que eram especiais para um escravo. Ele tinha um acesso ao rei,
que nem mesmo os súditos da coroa tinham.

Na verdade, Neemias naquele momento, estava expressando não um


sentimento humano, mas um sentimento puro e genuíno do Espírito
Santo. (Rm 8:26 e 27)

Ele mesmo, de maneira individual, não tinha razão para ter essa atitude de
chorar. Neemias compartilhou de um sentimento que veio do coração do
Senhor. O Espírito Santo penetra as profundezas de Deus.

(I Co 2:10)

A este sentimento se dá o nome de compaixão, que é o sentimento que


faz com que os servos do Senhor se transformem, de homens limitados e
simplesmente humanos, em cidadãos do céu. (Fp 3:20; I Co 5:20)

Faz com que nós, através deste sentimento, sejamos participantes da sua
natureza divina. (II Pe 1:4)

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Obs.: Amor com dor, não quer dizer que o intercessor, ao orar ou
suplicar por uma vida, ou situação, sinta “peso” (no sentido literal da
palavra) em virtude da sua oração.

Existem “doutrinas” no meio evangélico que determinam que uma das


características mais difundidas é sobre aquele que ora, e conforme o “nível
de espiritualidade” da pessoa, pode sentir vertigens, dor de cabeça, vômito,
pontadas (identificadas como flechadas), peso na coluna, etc.

É preciso deixar claro que na vida do maior intercessor do universo Jesus


Cristo, não se tem um relato sequer de que Jesus sentiu física ou
emocionalmente algum tipo de “peso” com alguma das características
citadas.
Entendemos que possam existir casos diferentes porque onde está o
Espírito de Deus há liberdade, mas estamos alertando para que nossos
intercessores sejam instruídos na Palavra, não permitindo que ventos de
doutrinas contaminem o ministério.

Precisamos ter maturidade espiritual para não sermos enganados pelo


inimigo com coisas carnais.

As exceções não podem virar regra.

Na verdade, todo “peso” que a humanidade poderia sentir, Jesus sentiu


sozinho na cruz do calvário, justamente para que nós estivéssemos
liberados e libertos de todo peso. (Is 53)

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Não há base bíblica para esse tipo de manifestação. Amor com dor é, na
verdade, o resultado de uma intimidade / cumplicidade com o Senhor
que manifesta uma ação conjunta Deus–Homem, com um mesmo
objetivo.

Prática de jejum e oração, que antecedem aos empreendimentos


espirituais (Ne 4:4-5);

Diante das informações que recebeu, Neemias lamentou, jejuou,


arrependeu-se, buscando o favor e o perdão da parte de Deus. Mas houve
um esforço da parte dele para que houvesse mudanças: durante 4 meses,
ficou jejuando e orando perante Deus, para que a resistência espiritual
fosse quebrada e houvesse a oportunidade para o propósito de Deus ser
realizado.

As palavras hebraicas para indicar jejum significam abstinência de


alimentos.

Em poucas palavras, jejuar é abster-nos daquilo que significa a nossa vida,


o nosso sustento, em função de algo muito mais vital para nós, que é a
direção do Senhor (Dt 8:3; Mt 4).

Conhecendo mais…

O jejum foi instituído como instrumento de adoração e guerra e também


em atividades religiosas que os hebreus realizavam todos os anos no dia,
por exemplo, da expiação (YOM KIPPUR – Lv 17:20-31 – Lv 23:27-32 e Nm
29:7).

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Principalmente no Antigo Testamento, o jejum era uma expressão de
humilhação perante Deus (Ed 8:21), como meio de mostrar a Deus a
própria sinceridade na busca pela orientação e vontade (D 9:9-12; At 13:2-3
e 14:23).

Exemplos: Elias, Moisés, Jesus, Paulo e etc.

O ministério de Jesus começou com jejum, uma preparação espiritual para


resistir ao Diabo. (Mt.4:1-2)

A palavra de Deus nos ensina como jejuar em Mt.6:16-18.

Obs.: O ato de jejuar não altera a vontade de Deus, mas mina, suplanta e
destrói fortalezas e, somado à oração, são armas eficazes na guerra
espiritual.

Atitude sacrificial de Neemias, (isto se torna necessário quando se


leva a cabo uma grande obra) (Ne 2:5);

Neemias tomou para si a tarefa de reconstruir os muros de Jerusalém [...


para que eu a reedifique] como algo que dizia respeito a ele pessoalmente,
apesar de não viver naquela cidade e de estar até em uma condição
privilegiada como copeiro do rei.

O cativeiro era uma realidade e Neemias sabia [perguntei pelos judeus


que escaparam e não foram levados para o exílio], mas o que o moveu foi a
condição do povo [miséria e desprezo] e da cidade de Jerusalém [muros
derrubados e portas queimadas].

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Hoje não é diferente. Existe uma realidade onde o mundo inteiro jaz no
maligno (1 Jo 5:19).

Nós não podemos mudar a condição do mundo, mas diferentemente,


podemos intervir para que haja mudança nas vidas e nos lugares. Isto é o
que Deus espera da sua Igreja quando pede para não nos conformarmos
com este mundo (Rm 12:1).

Estas posturas exigem “sacrifícios” por parte do intercessor. Muitas vezes


ele tem que abdicar de certos postos e/ou condições, preparar-se, buscar
ajuda, além de apresentar-se para trabalhar na restauração. Tudo isso
Neemias fez porque era grande a obra de restauração e a tarefa do
intercessor não é só orar!

Busca de cooperação para uma obra bem-sucedida (Ne 2:4-9)

O intercessor deve agir com o grupo, no contexto de Corpo.

Neemias foi buscar cooperação em tantos quantos fossem necessários. Foi


ao rei, aos governadores. Pediu ajuda. Não dava para fazer sozinho,
dependia de outras pessoas. No caso de Neemias, dependia de
autoridades que estavam acima dele! Mas, na ousadia, buscou cooperação,
ou seja, uma operação conjunta.

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Tudo isso porque havia um objetivo: fazer a obra da melhor forma
possível, não apenas por “desencargo de consciência”, mas restaurar os
valores de Deus nas vidas.

Acima de toda ajuda humana, Neemias reconheceu que Deus era o seu
maior ajudador quando afirmou:

“Então lhes declarei como a mão do meu Deus me fora favorável...”.

Recrutamento de todas as classes para que ocorra uma reorganização


completa (Ne 3)

Para cada atividade, Neemias levantou um grupo específico.

Comandou, organizou, gerenciou, pois tinha um plano e uma meta a


serem cumpridos: convocou os mais diferentes grupos que, aliás, não
tinham sido considerados de muito valor, tanto que foram deixados para
trás, mas Neemias enxergou que seriam a força de trabalho necessária
para aquela obra.

E assim, dividiu o muro em trechos e, para cada grupo, determinou uma


função. Com essa reorganização obteve o cumprimento de seu plano.

Essa é a atividade do Ministério de Intercessão:

 contar com aquilo que muitas vezes o mundo rejeita;


 enxergar claramente a situação a ser enfrentada;
 priorizar e estabelecer metas.

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Algo interessante é que os grupos eram distintos, mas havia ligação entre
eles: um objetivo comum. Onde terminava o trabalho de um, começava o
do outro. E o resultado dessa sinergia foi a conclusão da obra em tempo
recorde, pois não havia competição e sim, cooperação.

Trabalhar e lutar pelos objetivos com a mesma intensidade e


seriedade (Ne 4:14,21)

Uma marca de Neemias era a sua presença na obra. Ele se dispôs não só a
ir até o local (2:11) mas também a trabalhar de forma intensa. Tinha os
mesmos objetivos que os moradores de Jerusalém, mas não os mesmos
que o do inimigo.

O intercessor deve estar sintonizado com a causa alheia, como se fora sua
própria. E deve participar do trabalho e lutar contra o inimigo que não
deseja ver a obra de Deus concluída. Deve agir em conjunto e de forma
séria sabendo que seu trabalho gera resistências no mundo espiritual que
são muitas vezes refletidas aqui (4:21).
Entregar para Deus a honra, pois tudo de vem das Suas mãos (Ne 2:8 e
Ne 10:35)

Por mais que houvesse dificuldades e obstáculos, Neemias tinha certeza


de que concluiria a obra, pois não estava agindo de forma independente.
Ele tinha “a boa mão do Senhor” a seu favor.

Temos que entender e tomar posse disso. Não estamos sozinhos, mas
Deus é conosco e nos ensina a guerrear contra o inimigo. Por causa disso,

Escola de Oração e Intercessão 31


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a honra da vitória não é do intercessor, do indivíduo, do ministério, mas é
do Senhor.

Tanto que Neemias, ao concluir, com êxito em tudo, a grande obra de


restauração, não teve outra atitude que não oferecer a Deus as primícias
daquela nova terra.

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5. PERFIL DO INTERCESSOR

Jesus é o único mediador (leia-se, intercessor) entre Deus e os homens.

“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens,


Cristo Jesus, homem”. 1 Tm 2:5

Esta é a principal “tarefa” do Filho de Deus ressurreto, colocado à direita do


Pai. Portanto, Intercessão era uma das grandes marcas do ministério de
Jesus.

Hebreus 7 nos fala de Jesus depois da Sua morte, ressurreição e


ascensão: somos informados que Jesus é nosso sumo sacerdote à destra
de Deus. Por ter um sacerdócio imutável que nunca passará dele, Jesus

“ ... pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles”. Hb 7:25

O profeta Isaías, que tanto tratou de temas messiânicos, registra a


indignação de Deus quanto ao fato de não haver “alguém” que, pela sua
justiça, pudesse ser capaz de interceder, de buscar pela eliminação dos
pecados, e sua consequente vitória sobre as péssimas situações vividas
pelo seu povo.

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“E viu [Deus] que ninguém havia, e maravilhou-se de que não houvesse
um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a
sua própria justiça o susteve;...”.

Deus precisou levantar um intercessor justo – humano / divino. Enviou,


portanto, Seu Filho Jesus.

5.1 – CONCEITO

A palavra intercessor quer dizer mediador, advogado, ou seja, aquele


que se coloca no meio entre duas partes para se buscar um acordo ou
vitória.

Um intercessor nunca busca a derrota de alguém, embora deva saber com


clareza que o oponente é aquele que, na verdade, quer vê-lo derrotado e
deve ser vencido em nome de Jesus. Convém saber que:

“...a nossa luta não é contra a carne e sangue, e sim contra os


principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Ef
6:12

O intercessor, como mediador ou advogado, não deve agir sem


conhecimento de causa: quanto melhor o seu preparo, mais rápida será a
vitória. Saber com quem se está lutando e com que armas devemos
enfrentá-lo é preponderante.

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5.2 – CARACTERÍSTICAS DE UM INTERCESSOR

Para exercer o ministério de intercessão com êxito, é necessário ter


algumas características pessoais indispensáveis:

 inatas (i.e., que já nascem com a pessoa)


 ou adquiridas, aprendidas (i.e., formadas).

Existem alguns aspectos importantes que fazem parte da vida


ministerial de um intercessor. Os principais são:

 inconformismo,
 vida de oração,
 disposição,
 fidelidade.

Além destes atributos, um intercessor precisa ter:

a. Amor – sem amor não se pode orar; todo filho de Deus tem amor, pois

“Deus é amor” 1 Jo 4:8b

b. Identificação – muitas vezes o intercessor sentirá o que sente a pessoa


por quem ele está orando. Essa identificação é o combustível para o seu
amor. Ela nos ajuda a entender a situação e nos consagrarmos à
intercessão.

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c. Compaixão – é um ingrediente do amor divino. Essa compaixão está
bem presente no ministério de Jesus. Jesus é a compaixão de Deus
andando no meio dos homens.

d. Discernimento – este é o dom especial de se conhecer com segurança


se certo comportamento é divino, humano ou satânico.

5.3 – CHAMADO MINISTERIAL

A consciência do seu chamado

O ato de impor as mãos tinha, e tem, o significado de separação para o


ministério. È importante haver muito cuidado ao se separar alguém
ministerialmente porque essa separação não é tão simples como pode
parecer.

Primeiramente: Ele é fruto de uma escolha que vem de Deus

“Não fostes vós que me escolhestes a mim, pelo contrário, eu vos escolhi
a vós outros e vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto
permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele
vo-lo conceda” Jo 15: 16

Quando você começou a caminhar com o Senhor, quando sentiu o desejo


de se engajar ministerialmente, quando foi despertado para a realidade
espiritual de que estava sendo chamado para algo mais na igreja, pois

Escola de Oração e Intercessão 36


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bem, quando tudo isso saltou às suas vistas, é porque Deus já o havia
escolhido.

A escolha de Deus não está absolutamente baseada em qualquer tipo de


mérito humano, pois Davi disse:

“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram
escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado,
quando nem um deles ainda havia” Sl 139: 16

Quando Deus persuade a Jeremias para que pare de enxergar suas


próprias limitações e passe a perceber o poderoso chamado profético de
Deus em sua vida, nessa ocasião o Senhor lhe afirma:

“Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que


saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações” Jr 1: 5

Lembrando que Jeremias era filho de sacerdote, assim como a grande


maioria dos profetas do Antigo Testamento e, portanto, consagrados
desde o ventre por seus pais, o que abria caminho e os habilitava para que
Deus os chamasse.

Há muitos outros textos como estes na Palavra de Deus, os quais deixam


claro o fato de que foi Deus quem nos chamou.

Firmada, então, essa verdade espiritual, entendemos o seguinte: Deus não


baseou Seu chamado em critérios humanos, mesmo porque, quais
critérios poderiam haver de diferenciação entre uma criança ou outra?

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Assim também, entre nós que fomos chamados pelo Senhor, o que nos
diferenciava de outras pessoas, em termos humanos, quando ainda
andávamos sem Cristo? Absolutamente nada, a não ser algo…

Que Deus, em Sua presciência, enxergou e que não se explica em termos


humanos, simplesmente se aceita ou não. E quando aceitamos, somos,
então, eleitos para vivermos tudo aquilo que Ele tem.

Não há absolutamente nenhuma passagem bíblica na qual Deus pede


a opinião do homem quando o chama. É fácil entendermos o porquê:

Quando ainda não conhecíamos a Cristo, nossa vontade, assim como todos
os nossos referenciais, estava completamente distorcida e deformada sob
o ponto de vista espiritual e, certamente, se Deus nos apresentasse o Seu
plano nessa hora, diríamos um categórico “NÃO!”.

Ele simplesmente nos chama.

É por isso que Ele nunca pergunta, mas sim, simplesmente nos chama e, se
aceitarmos esse chamado, aí então somos escolhidos e o Senhor nos
elege, capacita e

“põe em nós tanto o querer quanto o realizar” Fp 2:13


Veja essas verdades espirituais expressas no chamado de homens de Deus
como:

 Abrão (posteriormente chamado Abraão) – Gn 12: 1-3;

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 Moisés – Ex 3: 10-22; 4: 1-17;
 Josué – Js 1: 1-9; Gideão – Jz 6: 11-24
 Eliseu – I Rs 19: 19-21;

E assim, diversos outros servos de Deus, incluindo você e eu, os quais, sem
que pudéssemos supor, já havíamos sido separados por Deus para sermos
os continuadores das obras de Jesus e isso, de uma forma muito especial –
como ministros de Deus e, porque aceitamos esse chamado, usamos o
nosso livre arbítrio e dissemos “SIM” ao Senhor; por isso somos
escolhidos de Deus!

Você consegue entender esse privilégio?

5.4 – AS RESPONSABILIDADES E PRIVILÉGIOS INERENTES AO


CHAMADO MINISTERIAL

Apesar da imensa responsabilidade, esse chamado, na verdade, é um


grande privilégio, pois entre muitos, fomos chamados e escolhidos por
Deus para um ministério santo, dentro de uma seleção soberana e
amorosa por parte do Pai.

Em segundo lugar: esse chamado se torna uma eleição irrevogável e nos


atribui responsabilidades e privilégios

“Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis” Rm 11: 29

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Como tudo o mais que vivemos em nossas vidas desde que nos
conhecemos como seres pensantes, assim também ministerialmente
nossas vidas compreendem “deveres” e “regalias”.

Todos nós sabemos que não há nada de extraordinário em realizarmos as


nossas próprias tarefas e cumprirmos com nossas obrigações, pelo
contrário, é comum ouvirmos a frase: “não fez mais do que a obrigação!”.

Deus, porém, enxerga essa questão com outros olhos: se cumprirmos


aquilo que nos foi atribuído, simplesmente porque temos uma
incumbência, estaremos, então, cumprindo nossas tarefas diante de Deus;
se, porém, realizarmos a mesma obra com o coração aberto e grato, ainda
seremos recompensados por Deus.

Além de tudo ainda há um galardão!

Recompensados pelo que?

Pelo maior privilégio da terra que é poder servir a Deus? Por estarmos na
Sua maravilhosa presença? Pela honra de realizarmos a obra que Ele não
confiou nem mesmo a Seus anjos, os quais anelam fazer aquilo que Deus
nos deu para fazermos?
Por isso tudo, e muito mais, é que ainda somos recompensados e
realizamos com zelo a Sua obra.

Temos, então, duas diferentes possibilidades em relação à realização da


obra de Deus:

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 fazê-la por entender que é uma obrigação ou, então,
 realizá-la de todo o nosso coração.

Exatamente por isso tudo, realizar a obra de Deus é uma incumbência


santa que nos foi atribuída e que, não esqueça, nós aceitamos e,
negligenciarmos essa incumbência traz consequências desastrosas sob o
ponto de vista espiritual.

5.5 – CONSEQÜÊNCIAS DA NEGLIGÊNCIA E DA OMISSÃO

“Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente! Maldito


aquele que retém a sua espada do sangue!” Jr 48:10

Assim como há um galardão em realizar com zelo a obra do Senhor que


nos foi confiada, há também uma maldição espiritual em fazermos de
qualquer maneira ou, ainda, deixarmos de realizá-la.

Muitas pessoas não entendem isso e agem como se nunca tivessem sido
chamadas e ungidas por Deus; de um momento para outro, decidem por
conta própria (como se tivessem realmente o direito de fazer isso), que
não vão mais à igreja, que não querem mais servir, só querem ouvir a
Palavra, que o tempo dela acabou aqui ou ali e, por isso, decidiu
abandonar tudo e mudar para cá ou para lá.

Isso, simplesmente, é inadmissível sob o ponto de vista espiritual, pois uma


vez ligado, não pode mais haver sequer a perspectiva do desligamento.

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Para ilustrar isso, lembremo-nos daquilo que Deus disse a respeito da


ligação existente entre Adão e Eva:

“e por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se
os dois uma só carne.” Gn 2:24

e como complemento dessa ideia, a analogia espiritual que o Apóstolo


Paulo faz de nossa ligação com Cristo, por meio de nosso chamado:

“Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo
com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele
que se une ao Senhor é um espírito com ele.” I Co 6:16-17

Esse tipo de atitude, portanto, traz sérias consequências, tanto para


aquele que as pratica, quanto para os que estão ao redor e, de alguma
forma, ligados ministerialmente a ele, assim como um peso para a igreja e
ao corpo de obreiros, os quais absorverão a carga de trabalho que lhe
cabia; além disso, há ainda as pessoas que serão influenciadas pelo
mau testemunho deixado por aquele que “abandona o barco”.

GUARDEMOS EM NOSSO CORAÇÃO: não podemos parar e nem


abandonar o barco, pois, se o fizermos, deixaremos o Corpo de Cristo
descoberto e isso acarretará maldição pessoal e familiar!

Por que dizemos tudo isso? Porque muitos ingressam com entusiasmo,
porém, pela imaturidade e pela falta de um comprometimento pessoal
com a obra, abrem mão dos preciosos valores de seu chamado, por causa

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dos momentos de instabilidade emocional, econômica e estrutural que
atravessam, prejudicando assim, sensivelmente, o Corpo de Cristo.

É preciso que tenhamos em mente, de forma bem clara que, a partir do


momento em que fomos chamados (e, lembre-se, isso não partiu de nós,
mas sim, de Deus: não é opcional, mas sim, atribuído); a partir desse
momento, nossas ações não são mais ações isoladas, pois tudo aquilo que
fazemos, afetará o Corpo.

Há vidas que estão ligadas às nossas pelo ministério e que, de certa


forma, dependem da firmeza de nossos posicionamentos.

“para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os


membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. De maneira que,
se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado,
com ele todos se regozijam. Ora, vós sois corpo de Cristo; e,
individualmente, membros desse corpo” I Co 12: 25-27

Por todas essas coisas, há que se ter temor de Deus e, principalmente


aquele que foi ungido e separado ao ministério, deve ter um temor
especial, sabendo que muitas vidas dependem do seu posicionamento.

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5.6 – IDENTIFICAÇÃO COM A NECESSIDADE DO POVO:
INTERCESSÃO E OUSADIA

“Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por


alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.” Ne 1:4

Entendemos que a condição de dificuldades a que, muitas vezes, o povo


fica preso, tem como pano de fundo, tanto a atuação de forças espirituais
do mal, quanto o conformismo e a falta de posicionamentos mais ousados
na direção de contra atacar as obras das trevas.

Nesses dois sentidos, levamos nosso povo a desafiar-se pessoalmente pela


obra de Deus, pois entendemos que ninguém cresce se não tiver desafios,
como também cobrimos de oração e intercessão a vida desse povo, a fim
de assegurar-lhe que não seja roubado naquilo que Deus lhe tem
reservado.

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6. O MINISTÉRIO DE INTERCESSÃO

Ministério de Intercessão é composto e formado por pessoas que se


sentem responsáveis e maduras, que sentem o chamado para integrar o
ministério, que gostam de orar e de guerrear espiritualmente e que
tenham habilitação (espiritual) para serem verdadeiros atalaias, se
colocando nas brechas e, assim, possibilitando que possamos continuar na
visão que Deus nos deu, conforme o Livro de Neemias, de restauração de
vidas!

6.1 – POR QUE SER UM INTERCESSOR

Sabemos que toda a sorte de bênçãos já foi liberada e está nas regiões
celestes (Ef 1:3) onde também estão os opositores destas mesmas bênçãos
(Ef 6:12).

Daí, concluímos que, para recebermos aquilo que nos é de direito e que já
foi entregue, precisamos agir!

Daniel passou por essa experiência. Em Daniel 10:12 lemos:

“Não temas Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o teu
coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas
as tuas palavras, e eu vim por causa das tuas palavras”.

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Que palavras foram estas capazes de deslocar o anjo de Deus em
favor de Daniel? Estas palavras de Daniel eram suas orações, sua
intercessão para receber a revelação do Senhor!

Durante 21 dias houve uma batalha nas regiões celestes entre os anjos de
Deus (mensageiros) e o príncipe da Pérsia (diabo).

Existe uma frase muito citada que diz que a terra comanda o céu.

Se pensarmos em termos de posicionamento espiritual, sim, é verdade!


Nossas atitudes e posicionamentos na guerra espiritual são o que nos
colocam em derrota ou vitória.

Outro servo que também passou por resistências espirituais foi Neemias.

Para que ele pudesse levar em frente a empreitada de reconstrução de


Jerusalém, foi preciso tomar posição de guerra. Todos estavam alertas e
preparados para usar suas armas, caso fosse necessário. Tudo para que a
obra fosse concluída com êxito.

“Daquele dia em diante, metade dos meus moços trabalhava na obra, e


a outra metade empunhava lanças, escudos, arcos e couraças; e os
chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá; os carregadores, que
por si mesmos tomavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a
obra e com a outra segurava a arma. Os edificadores, cada um trazia a
sua espada à cinta, e assim edificavam; o que tocava a trombeta estava
junto de mim”. Ne 4:16-18

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Então, como intercessores e tendo a visão de restauração e reconstrução
de vidas, temos que ter o mesmo posicionamento, sabedores, porém, que
hoje estamos em um contexto diferente, onde nossas armas não são as
lanças e os arcos, mas são espirituais. Veja:

“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas


em Deus, para destruir fortalezas, anulando sofismas”. 2 Co 10:4

Já sabemos que essas armas são espirituais e poderosas. Mas, quais são
elas? Dentre várias podemos citar as que estão descritas em Efésios 6:1.

Jesus também ensina que esta condição nunca foi nova, mas faz parte da
jornada daqueles que estão e querem permanecer no seu reino.

“Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por
esforço, e os que se esforçam se apoderam dele”. Mt 11:12

6.2 – O INÍCIO DO MINISTÉRIO NA IGREJA

O ministério surgiu pela necessidade de se batalhar espiritualmente a fim


de estabelecer e ampliar os limites do reino de Deus.

Conforme já dissemos, somos uma igreja missionária, e para que essa


que a obra missionária aconteça, precisamos atuar nos mecanismos
espirituais existentes.

A palavra de Deus diz:

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“porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os


principados e potestades, contra os dominadores deste mundo
tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” Ef
6:12

Sendo assim, o ministério de Intercessão tem como arma principal a


oração.

6.3 – ATUAÇÕES DO MINISTÉRIO NA IGREJA

O ministério de Intercessão é composto por vários tipos de atuação:

Atuações nos cultos – garantir o bom andamento da palavra e do louvor,


através da oração, guerreando espiritualmente para que não haja
bloqueios durante o culto e, para tanto, intercedendo pela vida do
pregador e dos que estão à frente dirigindo o culto.

Atuações nos bairros – voltas de intercessão, súplicas, unção ao redor


do bairro, identificação dos principais pontos de comprometimento
existentes – identificação, mapeamento espiritual, estaqueamento da
região e orações no cenáculo, munidas de todas as informações descritas
anteriormente.

Atuações nos eventos – voltas intercessoras e unção com óleo ao redor


das localidades nas quais acontecerão os eventos do ministério.

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Intercessão pela igreja – cobertura de oração sobre os líderes da igreja,
baseado em Ef 6:18-20:

“com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para


isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos e
também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a
palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,
pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja
ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.”

E pelos propósitos e desafios da própria igreja e por quaisquer outras


causas pertinentes à salvação de vidas humanas.

6.4 – FUNCIONAMENTO DO MINISTÉRIO

O Ministério de Intercessão se reúne semanalmente, sendo ministrado por


seus líderes sobre guerra espiritual, compartilhando as revelações, os
sonhos, os testemunhos e também sendo orientados sobre em quais
situações devem interceder.

Em caso de eventos, quais serão as estratégias utilizadas (voltas, unção


com óleo, relógio de oração, etc). Nas reuniões também são distribuídos
pedidos de orações.
É importante que haja um espaço, não necessariamente exclusivo, mas
separado, para que as reuniões aconteçam sem dispersão e de forma a
não serem interrompidas.

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7. QUALIFICAÇÕES DE UM INTERCESSOR

Existem várias qualificações que devem estar presentes na vida de um


intercessor. Porém, destacaremos cinco que devem ser visíveis na vida de
um verdadeiro intercessor.

Exemplificaremos usando cinco homens–intercessores do Antigo


Testamento:

Primeiro, um intercessor, como Abraão, precisa ter uma convicção


absoluta da justiça de Deus: que Deus nunca trará sobre os justos o juízo
que somente os ímpios merecem. Ao mesmo tempo, ele precisa ter uma
visão cristalina da justiça absoluta e da inevitabilidade do juízo de Deus
sobre os ímpios.

Segundo, ele precisa ter uma profunda preocupação com a glória de


Deus, como Moisés que recusou duas vezes a oferta de Deus de fazer dele
o início do maior povo na terra. A glória de Deus lhe era mais importante
do que sua reputação pessoal.

Terceiro, um intercessor precisa ter um relacionamento íntimo com


Deus. Ele deve ser alguém que possa estar diante de Deus e falar com
franqueza total, porém com reverência.

Quarto, um intercessor precisa demonstrar grande coragem pessoal.


Ele deve estar preparado para arriscar sua própria vida, como Arão que

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desprezou o contágio da praga a fim de tomar sua posição entre os
mortos e os vivos.

Quinto, um intercessor precisa ter desprendimento e disponibilidade


para ir e realizar (pôr a mão na obra!). Neemias não se apegou ao seu
posto, à sua segurança…

Ele saiu do conforto do palácio e da fortaleza de Susã para estar na cidade


destruída e vulnerável de Jerusalém.

“Não existe um chamamento mais alto que o intercessor. Quando nos


tornamos um intercessor, teremos chegado ao trono. Não seremos vistos
pelos homens, porque esta é uma posição invisível a eles, atrás do
segundo véu; mas no reino de Deus, nossa vida terá valor no tempo e na
eternidade”.

* Trecho traduzido do original em inglês, intitulado “Standing in the Gap”.

Essas qualificações, é preciso frisar, devem estar presentes na vida de


um intercessor. Com elas, a obra será restaurada e viveremos as vitórias
que esses homens de Deus, intercessores, viveram!

Buscando as qualificações de um intercessor

Estas qualificações precisam estar presentes na vida (ministério) do


intercessor para que ele seja eficiente. Todos os homens citados acima
eram pessoas comuns que apenas se disponibilizaram nas mãos de Deus
para executarem aquelas tarefas.

Escola de Oração e Intercessão 51


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Dessa forma, para ser um intercessor com as qualificações necessárias é


preciso, em primeiro lugar, estar com seu coração voltado para os
planos de Deus, para Sua visão, para Suas prioridades e colocar-se como
dependente do Espírito Santo para ser formado um intercessor, um
guerreiro de oração.

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8. CONHECER O INIMIGO (EZEQUIEL 28:12-19)

A passagem de Is 14:12 intitula satanás de Lúcifer, isto é, “estrela do dia”, o


filho da manhã, e a alusão especial é ao domínio que ele exerce neste
mundo, especialmente através de intermediários.

No trecho de Ap 12:3 ele é chamado de dragão, uma referência à sua


astúcia, malignidade e veneno. Ap 12:9 é a passagem que se refere ao
“dragão” como a antiga serpente, uma referência à sua astúcia, misturada
com a sua natureza destruidora.

Em todas as descrições bíblicas está em vista um ser real, vivo e não


meramente um símbolo do mal. Evidentemente foi um dos espíritos
criados por Deus (Ez 28:12-19).

Ocupava posição extremamente exaltada e muitos acreditam que poder


maior que o seu só se encontra no próprio Deus. (Ez 28:11-15).

Essa mesma passagem indica que, originalmente, Satanás não era um ser
pervertido, mas perfeito em sua personalidade e em suas obras.

8.1 – CARÁTER DO INIMIGO (IS 14:12-15)

É notável e tocante a observação de que satanás, obviamente inchado de


orgulho, por causa das perfeições e belezas de seu ser, além de sua

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vastíssima inteligência, deve ter realmente crido ser possível exaltar-se
acima do próprio Deus, estabelecendo a si mesmo como autoridade
suprema do universo (ver Is 14:13, 14).

O seu plano era ousado, astucioso, incrível. Em tudo isso transparece que
o mundo dos anjos, incluindo o próprio lúcifer, fora dotado de livre arbítrio
perfeito quanto às suas ações, e que nenhum anjo estava forçado a servir
e a adorar a Deus, a não ser pelos laços da razão, do amor e do senso de
correção moral.

A elevada posição de satanás nos céus é ilustrada pelo fato de que ele deve
ter crido que tinha dons.

8.2 – REBELDIA DO INIMIGO

Motivos para esperar obter o sucesso no mais ousado de todos os feitos


jamais tentados – a derrubada do próprio Deus. A sua revolta começou
onde ele se encontrava, na presença de anjos que também são aceitos
como seres dotados de grande poder e inteligência.

O trecho de Ap 12:4 parece indicar o grau do seu êxito, e esse êxito foi
realmente retumbante: mediante seu poder e astúcia, trouxe para debaixo
de sua influência uma terça parte do reino celeste.

Nada poderia indicar com maior clareza o poder de satanás do que


essa declaração simples. Quais promessas devem ter sido feitas aos
outros anjos, e quais pensamentos devem ter atravessado as suas mentes,

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só podemos conjeturar, mas também devem ter compartilhado da ideia de
satanás de que Deus poderia ser derrubado.

A rebeldia e o plano audaz do diabo não se limitou ao reino celestial,


porquanto nem bem Deus realizou a criação terrena e eis que satanás foi
capaz de propagar sua rebeldia à face da terra, mediante a sua astúcia. E
embora nossos progenitores originais tivessem sido alvos da redenção
divina, satanás tem podido alcançar muito maior porcentagem de
sucesso entre os homens do que entre os anjos.

Não obstante, nem mesmo à superfície da terra o diabo tem podido provar
que o governo de Deus não seja justo, e nem que um ser dotado de
vontade livre não possa preferir o bem, ao invés do mal.

8.3 – QUEDA DO INIMIGO

Um de seus argumentos, desde o princípio, deve ter sido que o governo de


Deus não é inteiramente justo e bom. Também deve ter sido um de seus
argumentos, desde o princípio, que uma criatura dotada de vontade livre
não prefere os caminhos de Deus, ainda que tais caminhos sejam
comprovadamente verídicos.

Também deve ser verdade que o próprio satanás estava convicto da


verdade de suas próprias opiniões, e que disso continua convicto. Também
é possível que no momento, embora tenha sofrido algumas derrotas, em

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face de alguns sucessos por ele obtidos ainda acredite que uma vitória
final lhe será possível.

Dessa forma, fica salientada outra particularidade ou realidade que é


importante observar. Aqueles que resolvem crer na mentira sofrem ilusão,
e isso é igualmente verdadeiro tanto entre os anjos como entre os
homens.

Assim sendo, para uns e outros a verdade deve parecer absurda, e o papel
feito à inteligência deles tão somente aprofunda a ilusão em que estão
mergulhados. Eis o foco principal de nossas orações – a verdade.

8.4 – OBJETIVO DO INIMIGO (Jo 10:10)

“O ladrão, não vem senão a roubar, a matar e a destruir; eu vim para


que tenham vida e a tenham com abundância”

“... aquele que feria os povos com furor, com praga incessante, o que
com ira dominava as nações...” Is 14: 6

Como vimos no texto acima, Jesus nos cita uma alusão ao objetivo de
satanás nesta terra. Roubou a posição do homem mediante a Deus,
incitando Adão e Eva a desobedecerem-no, provocando assim o
distanciamento entre o homem e Deus.

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“… roubar, matar e destruir…” são consequências dos alvos, quando
atingidos por satanás.

8.5 – SEUS COMANDADOS (Ef 6:12)

Satanás em sua rebelião contra Deus, levou consigo a terça parte dos anjos
(Ap 12:4).

Os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência. Como


súditos de satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos, são malignos,
destrutivos e estão sob a autoridade de satanás.

O dr. Nevius, em sua obra “Demon possession and allied thems”, diz que
em resultado de seus anos de experiência na China, e de seus estudos
nas escrituras, chegou à convicção de que existem 5 aspectos nas
relações com os homens:

Tentação, na forma de sugestão espiritual ( Ef.6:11-12, I Jo 4:1)

Obsessão, uma espécie de domínio demoníaco, que é resultado da


entrega voluntária e habitual à tentação ou às tendências pecaminosas
(Ef.4:17-19).

Crise ou transição, fase caracterizada por uma luta em torno do


endemoninhamento, quando o indivíduo resiste, algumas vezes sendo
bem-sucedido (Mt 15:22-28, Tg 4:7, Ef 4:26-27)

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Endemoninhamento, que com referência à pessoa, pode ser designado


como sujeição e subserviência, e com referência ao demônio, treinamento
e desenvolvimento. a condição da pessoa é, a maior parte do tempo,
saudável e normal, exceto ao paroxismo que ocorre na passagem do
estado normal para o anormal, uma das principais características dessa
fase é a adição de uma nova personalidade (Mc.9:17-27;5:2-13).

Capacidade demoníaca (II Co 11:14; II Te 2:7-12), quando a pessoa já


desenvolveu capacidades para ser usada, e se dispõe para isso. Já é o
escravo do demônio, treinado, acostumado e voluntário.

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9. VENCENDO DIFICULDADES NO MINISTÉRIO

Não podemos ser ingênuos a ponto de achar que nossa oração nunca
sofrerá impedimento até virem as respostas, nem que o mundo espiritual
ficará incólume a ela. Para dificultar o desempenho do nosso ministério se
manifestam vários obstáculos e barreiras que temos que enfrentar e
superar.

9.1 – BARREIRAS DE RELACIONAMENTO

As pessoas são diferentes entre si e isso já é o bastante para que, muitas


vezes, os relacionamentos sejam difíceis.

Porém, temos o exemplo em Jesus que reuniu e conviveu com


personalidades diversas em todos os aspectos: social, familiar, religioso,
profissional etc. E fez desse grupo, seus discípulos, os continuadores da
Sua obra.

Esse deve ser o nosso foco, a obra de Deus. Ele pode usar um pescador ou
um médico. E quer fazer isso. Temos que estar dispostos a conviver:

a. com o líder: Deus nos escolheu e nos capacitou para estar à frente do
ministério e temos que ter maturidade suficiente para receber suas
ordens. Se há alguma barreira nesse relacionamento, ela deve ser exposta

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para tratamento. Nunca omitida, para não prejudicar a própria obra de
Deus.

b. com o grupo: Timidez e falta de amizade podem ser grandes barreiras


nos relacionamentos com o grupo a que estamos vinculados. Para que isso
seja vencido, devemos pedir ajuda do líder, que saberá orientar o melhor
procedimento.

9.2 – BARREIRAS DE COMPROMISSO

a. com os horários: É preciso superar a síndrome de que brasileiro deixa


tudo para a última hora! Esse é o costume da terra que não pode ser
assimilado pela igreja. Precisamos nos organizar melhor para chegarmos
antes do horário marcado aos nossos compromissos.

b. com as faltas: Quando ficamos ausentes de um compromisso,


deixamos de receber “direto da fonte” as orientações de Deus para o
ministério. Nisso somos roubados. Precisamos quebrar essa barreira,
levando em conta a importância de cada compromisso ministerial. Ele é
único!

c. com as reuniões: Cada compromisso agendado no ministério tem sua


importância e objetivo. Muitas vezes menosprezamos reuniões por
acharmos que vamos ouvir as mesmas coisas e que já sabemos o que vai
ser tratado. Mas, quando superarmos esses sentimentos equivocados, nos

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abriremos para receber as informações e estratégias necessárias para
termos um ministério próspero.

d. com as determinações: Essa barreira torna-se um pecado, pois


negligenciamos aquilo que vem de Deus, através das nossas autoridades
espirituais. Ouvimos, recebemos, mas não aplicamos. Neemias tinha uma
determinação para o povo:

“vinde, pois, e edifiquemos o muro de Jerusalém, para que não estejamos


mais em opróbrio.” Ne 2:17b

As determinações de Deus para nossa vida e ministério é o que traz


transformação. Precisamos obedecer a Deus!

9.3 – BARREIRAS ESPIRITUAIS

a. Será que ele me ouve? É claro que todo homem quer ver
atendidas suas necessidades diárias, sejam elas materiais, físicas, mentais
e, sobretudo, espirituais.

E nessa busca por ver seus intentos realizados, ele se volta para algo
que, muitas vezes, não sabe explicar, pois sua capacidade humana é
limitada ao extremo para suprir todas essas necessidades; esse algo se
resume em caminhos, os quais podem levá-lo ou não à satisfação de seus
desejos.

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E o que veremos é justamente como ele tem certeza de ter encontrado
o caminho correto (Jon14:6), a porta perfeita (Jo 10:9) pela qual
adentrará e verá se descortinar uma realidade toda nova, antes
encoberta, pois as resistências serão vencidas e ele saberá ter alcançado
êxito em seus propósitos, pois ele verdadeiramente não só o ouvirá, mas
também lhe responderá.

O intercessor precisa ter essa convicção.

Afinal esta é sua matéria-prima ministerial: a petição!

b. falta de perdão. Esse é um sentimento humano que nos distancia da


comunhão com Deus. Mas, a liberação e perdão nos aproxima do amor
de Deus, como Jesus em sua última intercessão como homem, na cruz,
exclamou:

“Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem” Lc 23:34

c. pendências com o passado. Quando entregamos nossa vida nas mãos


de Jesus Cristo, morremos e renascemos Nele para uma nova vida. As
nossas pendências, as coisas velhas ficam para trás (2 Co 5:17), nosso
pecado é tirado pelo Cordeiro de Deus (Jo 1:29).

Daí para frente, devemos vigiar e orar para não cairmos em tentação. A
Palavra de Deus tem que ser a verdade absoluta da nossa vida e não o
passado, especialmente quanto estávamos nas mãos do diabo!

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“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça.” 1 Jo 1:9

d. traumas e complexos. Existem enfermidades na nossa alma que


precisam ser curadas e não arrastadas pelo resto da nossa existência.
Porque, dessa forma, elas influenciam toda nossa caminhada, não nos
deixando livres para dar frutos.

Para isso existe o Ministério de Cura Interior e Libertação.

Através dele podemos receber cura para os traumas, complexos e toda


bagagem do passado que estejam nos fazendo mal. Não podemos
carregar mais aquilo que não é para carregarmos! Vejamos do que Jesus é
capaz:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque
o meu jugo é suave, e o meu fardo e leve.” Mt 11:29,30

“lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de
vós.” 1 Pe 5:7

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10. ARMAS ESPIRITUAIS

Existe uma “realidade” que acontece em uma outra dimensão (Is 6:1-9; Dn
10:7; 2 Rs 6:15-17) a qual podemos penetrar para modificá-la, quando se
trata de impedimento e retenções, ou para conquistá-la sobre nossas
vidas, quando se trata de bênçãos (Ef. 1:3).

São as regiões celestes, onde acontece a chamada “batalha ou guerra


espiritual” (Ef 6:12).

Portanto, nesse caso temos que usar armas que tenham efeito no mundo
espiritual.

Deus nos tem dado inúmeras armas poderosas para destruir toda ação do
inimigo e precisamos aprender a manusear cada uma delas.

10.1 – JEJUM (NE 2:4)

Neemias era o copeiro do rei Artaxerxes, ou seja, ele experimentava a


comida antes do rei comer para que, caso estivesse envenenada, o rei não
fosse atingido por esta forma tão comum de assassinato naquela época.

Talvez pela importância de sua função e da dificuldade que teria em jejuar,


Neemias propôs este sacrifício a Deus. Neemias não estava propondo
nada fácil, mas algo que, humanamente, era impossível dele fazer!

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O jejum não pode ser algo comum, não pode ser alguma coisa banal e sem
propósitos, até porque Jesus declarou que existem castas de demônios
que só são expulsas através do jejum (Mc 9:29).

Isso significa que o jejum é uma arma de guerra muito eficiente!

O jejum é também uma forma de santificação, de separação para que


Deus fale conosco e nos dê as estratégias necessárias para vencermos as
batalhas (Mt 4:1-8)

10.2 – ORAÇÃO (NE 2:4)

O primeiro aspecto da intercessão é de combate. Poderíamos perguntar:

Por que combate na intercessão?

Precisamos ter consciência de que não é Deus quem retém as bênçãos do


Seu povo. O ladrão é que procura segurar a benção no caminho. (Dn 10:13)
Por isso é preciso enfrentá-lo! Neemias sabia que a situação adversa vivida
por seu povo não era da vontade de Deus e, por isso, uma das primeiras
coisas que fez, foi orar.

Foi interceder “perante o Deus dos céus” em busca de condições, de


estratégias, de capacitação para reverter aquela circunstância.

O substantivo oração é formado por dois verbos:

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 orar, que significa falar, discursar; e


 ação, que significa tomar uma atitude, agir.

Neemias não ficou só na oratória, nem na lamentação advinda do primeiro


momento das más notícias, mas tomou várias atitudes que o levaram a
transformar a situação desfavorável em bênção.

10.3 – ARREPENDIMENTO (NE 2:6)

Muitos sentem remorso pelos seus atos errados, como Judas, o traidor.
Porém, o arrependimento, como o de Pedro, traz o perdão de Deus e a
restauração.

Pedro e Judas são dois homens que nos mostram perfeitamente essa
diferença. Se analisarmos as atitudes de Pedro antes da crucificação,
veremos que ele foi tão ou mais traidor do que Judas, já que Jesus
esperava muito mais dele que, dentre os doze, fazia parte de um círculo
mais íntimo.

A palavra diz que Judas sentiu remorso por aquilo que fizera com Cristo, e
por isso jogou as moedas no templo (Mt 27:3).

Não houve arrependimento, por isso não houve restauração. E Pedro? Esse
achou o caminho do arrependimento e viveu a restauração descrita em
João 21:

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“tu me amas...? apascenta as minhas ovelhas”.

O remorso é apenas o medo das consequências do pecado; é, na


verdade, um sentimento egoísta, porque está preocupado apenas consigo
mesmo, e não com o Senhor nosso Deus.

Mas, o verdadeiro homem apostólico

 se arrepende de seus pecados e


 não quer mais voltar a eles, e
 não pode perder a comunhão com Deus, e
 não admite ficar sem o Espírito Santo na sua vida.

O caminho do arrependimento é mão obrigatória para quem deseja


exercer o ministério da intercessão e chegar ao destino de vitória.

É o caminho de volta ao Senhor, é especialmente humildade para


reconhecer seu pecado e se reposicionar. É algo que acontece não só em
nível de alma, mas profundamente no espírito.

Pelo pecado alheio – Neemias, pessoalmente, não havia cometido


nenhum erro para que Jerusalém estivesse naquela condição de assolação
e miséria. Ele não contribuiu diretamente para que tal situação se
instalasse, levando o povo de Deus ao opróbrio. Mas, Neemias entendeu
que, como parte do povo do Senhor, ele precisava se colocar no lugar
[na brecha] dos que erraram e pedir perdão.

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“Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para


acudires à oração do teu servo, que hoje faço à tua presença, dia e
noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos
pecados dos filhos de Israel, os quais temos cometido contra ti; pois eu
e a casa de meu pai temos pecado. Temos procedido de todo
corruptamente contra ti, não temos guardado os mandamentos, nem os
estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo.” Ne 2:6-7

A experiência de Neemias nos ensina que o arrependimento é uma arma


indispensável para o intercessor.

Pelo próprio pecado – Um dos fatos mais marcantes na vida de Davi, é ele
ter sido chamado por Deus de homem segundo o Seu coração, apesar de
todos os pecados que cometeu. Aprendemos que, o que fazia de Davi esse
homem, era sua característica apostólica.

Em seu Salmo 51, Davi expressa o primeiro e decisivo passo para o


arrependimento – o reconhecimento do seu pecado.

A palavra nos mostra que o Espírito Santo é quem convence o homem, por
isso quanto maior comunhão tivermos com Ele, mais fácil será termos um
verdadeiro arrependimento.

O culto que o Senhor deseja de nós é racional, um culto onde temos


consciência de quem é Deus e da necessidade que temos d’Ele.

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Humilhar-se significa reconhecer; nesse caso, reconhecer que
precisamos de perdão. É assim que Davi se apresenta diante do Senhor.
O grande rei, o ungido, o homem que matou o gigante, não era perfeito,
precisava ser lavado de seu pecado.

10.4 – CONHECIMENTO DA PALAVRA (NE 2:8-11)

Só se pode desejar mudar algo, quando se conhece qual a real vontade de


Deus sobre aquilo.

Neemias, apesar de não viver em Jerusalém, tinha claro as promessas de


Deus. Sabia que tanto a cidade quanto seu povo não foram feitos para
viver aquela situação.

Daí, ele começa a “lembrar” Deus as promessas feitas a Moisés. Com isso,
Neemias revela que era um estudioso da Palavra de Deus! Ele cita
literalmente palavras ditas por Deus em Deuteronômio a seu povo.

Além disso, o intercessor precisa conhecer a Palavra para tê-la como


importante arma de ataque contra o diabo, a espada do Espírito.

“Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a


palavra de Deus,” Ef 6:17

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10.5 – DISCRIÇÃO (NE 4:12, 16)

Nem todas as ações de um intercessor devem ser conhecidas. Neemias


tomou este cuidado, pois sabia que as resistências humanas e espirituais
estavam prontas a serem manifestas. Ele agiu em silêncio, num
determinado momento, até ter garantido o sucesso da sua empreitada.

Essa característica é fundamental ao intercessor que também lida com


causas particulares da vida das pessoas, com suas intimidades, com suas
fraquezas…

O intercessor precisa ser discreto e, no silêncio, trazer a vitória de Deus


para aqueles que estão precisando. Nunca expondo, nunca insinuando
nem exibindo os problemas das pessoas.

10.6 – INFORMAÇÃO (NE 4:13-15)

Para se ter bom êxito na guerra espiritual, é necessário conhecer bem a


situação na qual se pretende interferir. Estar bem informado sobre cada
detalhe, a fim de não ser surpreendido por nenhum fato desconhecido. O
intercessor precisa ter esse cuidado!

Neemias foi pessoalmente aos locais que tinham sido assolados, observou
atenta e minuciosamente como estavam!

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Essa “visitação” de Neemias aos lugares atingidos pela destruição fez com
que ele desse “voltas” ali, numa atitude, ainda que inconsciente, de cerco
àquela situação. Eram as voltas não para derrubar, mas para edificar
muralhas!

10.7 – ARMADURA ESPIRITUAL (EF 6:11-20)

O apóstolo Paulo nos esclarece, através deste Capítulo de Efésios, sobre o


campo de batalha em que vivemos. Nós, no mundo material contra seres
espirituais. Por isso, essa batalha não é uma guerra material, e sim
espiritual. Então, como alguém pode sobreviver?

Precisamos ser

“fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” 6:10

e devemos vestir

“toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau” 6:11,13

Como num campo de batalha humano, na batalha espiritual é necessário


que o soldado esteja devidamente paramentado com suas armas (dos
mais variados tipos e calibres), com suas estratégias e também com sua
farda!

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O que significa cada peça da armadura:

O cinto (v.14) - O cinto do soldado era a peça central de sua armadura,


segurando a roupa dele perto do corpo e dando lugar para carregar a sua
espada e outras necessidades da batalha.

A verdade (a palavra de Deus) (Jo 17:17) precisa ser cingida ao centro do


nosso ser para segurar todas as coisas. Sem o cinto da verdade, a
armadura se desmancha. Para servir de proteção, a verdade precisa ser
conhecida, recebida e aplicada.

Isso exige estudo cuidadoso, aceitação de coração bom e sincero, e a


coragem de aplicar a palavra em nossas vidas e efetuar as mudanças
necessárias.

A couraça (v.14) - A couraça era colocada por cima da vestimenta para


maior proteção. O coração é protegido pela justiça de Deus, que é revelada
no evangelho (Rm 1:17).

O cristão que vive segundo o evangelho está protegendo seu coração do


mal.

Os calçados (v.15) - As sandálias usadas pelos soldados romanos, na época


de Paulo, tinham cravos para dar aos soldados uma vantagem contra
inimigos despreparados (com sandálias inadequadas ou até descalços).

O servo do Senhor tem de estar preparado, com as sandálias já nos pés. Se


esperar a invasão do inimigo para se vestir, não conseguirá resistir.

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Quando convertido pelo evangelho da paz, o inimigo se torna aliado.
Quando há mais aliados e menos inimigos, fica mais fácil vencer a
batalha. Pregando o evangelho da paz, salvamos vidas da destruição da
batalha.

O escudo (v.16) - O escudo do soldado romano cobria boa parte do


corpo dele e tinha o formato de seu corpo. Tinha duas importantes
funções:

 servia para repelir dardos, flechas, etc


 e também como maca para socorrer os aliados feridos.

O diabo lança seus dardos inflamados, mas o cristão se defende com o


escudo da fé. A fé é o escudo do cristão contra

“todos os dardos inflamados do maligno”.

Tudo pode ser vencido em Cristo (Fp 4:13) através da fé verdadeira que foi
uma vez por todas entregue por ele (Jd 3).

Quando seu irmão é ferido na guerra não o acusamos nem o


abandonamos no “front”, mas o ajudamos, o socorremos. Quando temos
convicções fundadas na palavra de Deus, podemos resistir aos assaltos do
inimigo (Rm 10:17).

O capacete da salvação (17) - O capacete era um artefato de extrema


importância, pois protegia a cabeça de golpes mortais. A nossa proteção
contra golpes mortais é a salvação que Cristo nos trouxe (At 4:12).

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A espada (v.17) - A única arma ofensiva que o cristão precisa é a palavra
de Deus (Hb 4:12; Jo 12:48; Ap 1:16; 19:15).

Para ganhar uma batalha espiritual, temos que falar a palavra espiritual de
Deus, e não a palavra carnal dos homens. Veja o que Paulo ensina:

“Porque, embora, andando na carne, não militamos segundo a carne.


Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em
Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas, e toda altivez
que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo, e estando prontos para punir toda
desobediência, uma vez completa a vossa submissão” 2 Co 10:3-6

A preparação do soldado de Cristo é o evangelho da paz. É interessante


que, no meio a tanta linguagem de guerra, Paulo nos lembra que a nossa
missão é de reconciliação, como servos do Príncipe da Paz (2 Co 2:14-18).

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11. TIPOS DE ORAÇÕES

A oração efetiva (que produz efeito esperado/ positivo/ verdadeiro) é a


chave para o sucesso em cada área da vida; é o segredo da vitória no
trabalho de Deus e na vida pessoal.

A oração verdadeira é a mais poderosa arma contra os poderes das trevas;


é também a chave que abre os tesouros do céu para o homem.

A oração é uma comunicação entre o nosso espírito recriado e o Espírito


de Deus. É a expressão que resulta de um relacionamento íntimo com o
Senhor residente em nosso coração, pelo Seu Espírito.

Nossa vida inteira deve ser estabelecida sobre o fundamento de uma


comunhão pessoal, profunda e íntima com Deus. Uma ligação permanente
(I Co 6:17).

Oração é um encontro do Pai celeste com seu filho, numa comunhão de


amor.

Deus é uma pessoa digna de confiança, que se relaciona conosco numa


base pessoal. Nossos olhos de carne não o veem, mas Ele é real e se
comunica com Seus filhos.

Concepções religiosas erradas O colocam como um Deus inatingível,


impessoal, distante, que pode ou não estar interessado em nossas vidas.

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Daí surgem as orações que são meras expressões religiosas, destituídas de
significado, sem nenhum valor prático.

No Antigo Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas
não estava no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em
nosso meio, é por nós, mas Ele está em nós, pelo Seu Espírito residente em
nosso espírito.

O maior investimento que podemos fazer em nossa vida é o tempo com


Deus e Sua Palavra.

A maior contribuição que podemos dar ao mundo é o tempo gasto em


oração por ele. O maior bem que podemos fazer a uma pessoa é o tempo
usado em oração genuína por ela.

Os efeitos de uma vida de oração transcendem as realizações humanas.


Portanto “muita oração, muito poder, pouca oração, pouco poder”.

Tão logo alguém se consagra à oração, verá que a mente será atacada por
outros pensamentos. É uma luta espiritual. Há que desenvolver o hábito
de tornar os pensamentos cativos à obediência de Cristo (II Co 10:5).

Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Deus (Rm. 10:13). O


homem vai a Jesus pela oração e todo o seu andar com Ele é firmado na
oração.

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A oração é o caminho para o homem entender o plano de Deus para sua
vida. A oração é a chave para o miraculoso; é a verdadeira respiração
espiritual. Em suma, oração é o modo de vida em íntima ligação com Deus.

POSIÇÕES PARA ORAR

Não existe uma maneira correta, pois Deus está mais interessado em
nossas atitudes e nossos motivos do que em nossas posições. Na Bíblia,
são mencionadas:

 Em Pé – Gn 18:22; I Sm 1:26; Mc 11:25

 De joelhos – Sl 95:6; I Rs 8:54; Es 9:5;0 Dn 6:10; At 9:40; 20:36; 21:5


(na praia).

 Prostrado, ocasiões de grande reverência – Nm 16:45; I Rs 18:42;


Mt 26:39; Sl 95:6

 Sentado – II Sm 7:18 (Única) – Thompson

 Mãos levantadas - Sl 63:4 – Talvez rendição a Deus

 Mãos estendidas com palmas para cima - Ex 9:29; Is 1:15; I Tm 2:8


– Paulo instrui Timóteo a orar assim.

Oração é algo sério, específico, objetivo, e segue as regras e princípios da


Palavra de Deus. É a tentativa de orar em desarmonia com eles que
resulta em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas
respondidas.
Paulo declara em Efésios 6:18:

Escola de Oração e Intercessão 77


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“... com toda a oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito e


para isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os
santos”.

Há diversos tipos ou espécies de orações e cada um deles segue


princípios claros.

Há regras estabelecidas na Palavra de Deus para esses diferentes tipos de


oração.

E é aqui onde há grande confusão. Costumamos definir nosso


relacionamento com Deus em uma palavra “ORAÇÃO”.

Tudo o que lhe dizemos ou pedimos chamamos “ORAÇÃO”. Sim, tudo é


oração. É preciso, contudo saber que há diversos tipos de oração.

Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus.


Outras visam alterar uma circunstância em nossa vida e de outros. A todas
elas Deus deseja ouvir.

“Ó Tu que escutas as orações, a Ti virão todos os homens” Sl 65:2

pois

“...a oração dos retos é o seu contentamento” Pv 15:8

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Poderíamos classificar as orações em três níveis diferentes: DEUS, NÓS e
os OUTROS. Dentro de cada um desses níveis há tipos de oração.

I. Deus como centro das nossas orações:

1. Oração de Ações de Graça.


2. Oração de Louvor.
3. Oração de Adoração.

II. Nós como centro das nossas orações:

1. Oração de Petição.
2. Oração de Consagração.
3. Oração de Entrega.
4. Oração de Renúncia.
5. Oração de Ajuda (pedindo proteção).
6. Oração de Confissão (arrependimento).
7. Oração de Guerra.
8. Oração de Libertação.
9. Oração em Línguas.
10. Oração para Curas de Enfermidades.
11. Oração da Bíblia (orando a Palavra).

III. Os outros como centro das nossas orações:

1. Oração de Intercessão.

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DEUS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

11.1 – ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇA (AGRADECIMENTO)

Exemplo: Os E.U.A. têm um dia de Ações de Graças.

“Entrai por Suas portas com ações de graça, e em seus átrios com hinos;
Louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua
misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração.” Sl 100:4 e 5

A gratidão é uma das virtudes de um intercessor que embelezam o


caráter cristão e expressam um coração caloroso e cheio de amor e das
palavras do seu Deus.

Paulo declara:

“Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-


vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e
hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações” Cl 3:16,17

“Sede agradecidos” Cl 3:15

São conselhos a serem abraçados com alegria, pois a gratidão tanto


alegra o coração do Pai, como enriquece a nossa vida.

Intercessor tem que ser grato. Gratidão faz parte da vida, coração, espírito
e alma.

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Ações de graça é basicamente o ato de expressar gratidão a Deus pela
bênção que Ele tem derramado sobre nós. Pode ser mental ou vocal.

Ações de graça diferem de louvor porque no louvor é focalizado o que


Deus faz, Suas obras e realizações, enquanto as ações de graça focalizam o
que Deus nos dá ou faz por nós. Poderíamos chamar de uma “Confissão de
Benção”.

Salmos 95:2; 69:30; 92:1,2; 136:1,3

Essa atitude estava presente na vida de Jesus: em João 11:41, ações de


graça pela resposta à oração; em Marcos 8:6, pelo pão; em Mateus 11:25,
pela revelação; etc…

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,
Arraigados e sobreedificados nele, e conformados na fé, assim como
fostes ensinados, abundando em ação de graças.” Cl 2:6,7

“Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de


coração à forma de doutrina a que fostes entregues”. Rm 6:17

Um tipo de oferta oferecida no templo (Lv. 7:12; II Cr. 29:31; 33:16; João
6:11,23; Rm. 14:6).

Uma das funções dos cantores no templo (I Cr. 25:3; 23:30).

Promessa de presença das ações de graça quando da restauração de


Israel (Is. 51:3; Jr. 17:26; 30:19; 33:11).

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Um coração agradecido pelo beneficio (Sl. 103:5; 107:22).

A importância das ações de graça no templo (Ne 12:46; II Cr. 7:6).

Ações de graça são um caminho para o louvor (Sl 69:30; 95:2; 147:7).

Ações de graça são um sacrifício espiritual a Deus (Sl 50:14,23: 116:17; I


Pe. 2:19; I Cor 15:57; Vitória – II Cor. 2:14; 8:16; Conhecimento – II Cor.
9:15).

Todas as orações devem ser acompanhadas de ações de Graça (Fl. 4:6;


Ef. 5:19, 20; I Tim. 1:12).

A resposta às orações deve ser esperada com ações de graça (Cl. 4:2; II
Tim. 1:3; Dar – II Cor. 9:11, 12).

É a vontade de Deus que seu filho dê graças (I Ts. 5:18; Ef. 5:20; II Cor
9:15; Tim 1:17; Rom 6:17 – Obedecer de coração).

Ações de graça devem ser abundantes (II Co. 4:15), devem permear nossa
Conversação (Ef. 5:4) e devemos crescer nelas (Cl. 2:6).

As ações de graça estão presentes no céu (Ap. 4:9; 7:12).

Para meditar: Lc 17:16; At 24:3; 27:35: 28:15; Rm 1:8; 7:25; 16:4; I Co


1:4; 14:18; II Co 4:15; 9:11,12; Ef 1:16; 5:20; Fp. 1:3; Cl 1:3; I Ts 1:2; 2:13;
3:9; 5:18; II Ts 1:3; 2:13; I Tm. 2:1;4:3,4; Ap 4:9; 7:12

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SUA DECLARAÇÃO DE FÉ

“Senhor Deus criador dos céus e da terra, meu redentor e Pai, eu venho
diante de Ti com grande ação de graças. Agradeço-Te pela Tua bondade,
Tua misericórdia, Tua graça e verdade.

Dou-Te graças pelo Teu nome e bondade sobre a minha vida a cada
manhã, e pela Tua fidelidade sobre mim toda noite. Dou-Te graças pela
Tua presença comigo todo o tempo. Dou-Te graças por nunca me
deixares e nem por me desamparares. Dou-Te graças por
generosamente, me proveres e tomares conte de mim em todas as
circunstâncias. Eu me regozijo na triunfante vitória do Teu Filho na cruz.
Agradeço-Te por O teres ressurreto dentre os mortos, por dares a Ele
todas as coisas e por enviares o Teu Santo Espírito sobre mim.

Eu me maravilho no Teu amor e paciência e Te agradeço por não


mais Te lembrares dos meus pecados e iniquidades. Obrigado Pai
porque Jesus está voltando em breve, e obrigado por quando eu estiver
Contigo para sempre no Teu reino celeste. Amém!”

Escola de Oração e Intercessão 83


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11.2 – ORAÇÃO DE LOUVOR

Louvar é reunir todas os feitos que conhecemos de Deus e expressá-


los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu nome,
que é digno de ser louvado. E isso deve ser feito como um modo de vida
(Sl 145:1-7).
No Antigo Testamento, as palavras que significam louvor principalmente
empregadas, são: hãlal, cuja raiz significa algo como fazer ruído; yãdhã,
que originalmente estava associada com as ações e gestos corporais que
acompanham o louvor; e zãmar, que é associada com a música tocada ou
cantada.

No Novo Testamento, euucharistein (literalmente, “Agradecer”) é o


vocábulo favorito, que subentende, da parte da pessoa que louva, a atitude
de alguém mais íntimo com a pessoa louvada do que no caso do termo
mais formal, eulogein, “bendizer)”.

A vinda do reino de Deus até este mundo é assinalada pela restauração da


alegria e do louvor da parte do povo de Deus e da criação inteira (Is 9:2; Sl
96:11-13; Ap 5:9-14; Lc 2:13,14).

Uma amostra do que já foi dada no ritual e na adoração no Templo,


onde o louvor se originava da alegria franca na presença remidora de
Deus (Dt 27:7; Nm 10:10; Lv 23:40).

Escola de Oração e Intercessão 84


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Na terra é dado o louvor a Deus tanto por causa da criação como por
causa da redenção (Sl 24 e 136), sendo que tal louvor é apenas um eco do
louvor que vibra no céu (Ap 4:11; 5:9,10).

 O louvor, por consequência, é uma característica do povo de Deus (I


Pe 2:9; Ef 1:3-14; Fp 1:11).
 O louvor é o sacrifício espiritual ordenado aos cristãos (Hb 13:15).
 O louvor deve ser constante na vida do cristão (Sl 34:1)
 A igreja primitiva estava sempre louvando (Lc 24:53), pois sabia que
Deus habita nos louvores do Seu povo (Sl 22:3).
 O louvor é a atitude adequada de quem vai a uma reunião da igreja
(Sl 100:4).
 O louvor é a porta de entrada para a adoração (II Cr 5:13,14).
 O louvor é arma contra os inimigos (II Cr 20:21,22).
 O louvor é fonte de alegria (Sl 9:1,2; 33:11; 35:27)
 O louvor está, muitas vezes, associado aos cânticos (Sl 40:3; 92:1-4).
 O louvor está associado à manifestação física (Jó 30:21), danças (Sl
150:4), o erguer das mãos(Sl 63:3,4; 134:2).
 O louvor deve ser crescente (Sl 71::14).
 Louvar é um convite a toda a carne (Sl 145:21).

Exemplos de louvor: Os israelitas, I Cr 16:36; Davi, I Cr 29:10-13; Sl


119:164; Esdras, Ne 8:6; Josafá, II Cr 20:26; Ezequias, Is 38:19; Maria, Lc.
1:46; os pastores, Lc 2:20; Simeão, Lc 2:28; Ana , Lc 2:38, os discípulos,
Lc 19:37,38; os apóstolos, Lc 24:53; os primeiros convertidos, At 2:47; o
coxo, At 3:8; Paulo e Silas, At 16:25; numerosa multidão, Ap 19:1.

Salmos de louvor: 96; 98; 100; 103; 107; 136; 145; 148; 149; 150.

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11.3 – ORAÇÃO DE ADORAÇÃO

É o reconhecimento do que Deus é (Is 6:1-4; Ap 4:8-11).

Há uma fome dentro de nós que nem sempre sabemos, que Ele colocou
em nosso coração. O espírito em nós busca ser liberto do cativeiro a alçar
voo rumo à presença de Deus, assim como pássaros parecem ser
compelidos a responder um chamado para migrarem. É Deus nos atraindo.

Há um desejo inerente em nós de adorar a Deus, mas a habilidade de fazê-


lo foi perdida na queda de Adão. O Espírito, contudo, nos capacita a entrar
no Santos, habitação de Deus, onde finalmente encontramos nossa razão
de viver. “Adorar a Deus”.

A adoração é um dos principais temos da Bíblia. Há 270 referências à


adoração.

A adoração fala do nosso amor respondendo ao amor de Deus. Não é um


imperativo, pois o amor não se pode impor, mas uma resposta voluntária
a um estímulo espiritual.

E Jesus nos garante que esse amor que sentimos, e o fluir do Espírito que
experimentamos encontrará sua expressão a satisfação quando os
liberamos de volta para Deus em adoração (Jo 4:23).

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Não há uma definição de adoração na Bíblia, pois o amor não se define. A
palavra mais comum no hebraico é “shachah” , traduzida por “adoração”,
“curvar-se”, “prostrar-se”.

No grego a mais comum é “Proskenso”. É a composição de duas palavras;


“pros”, que significa “para”, “em edição a”, e “Keneo”, que significa
“beijar”.

Alguns eruditos dão o significado de “beijar a mão com admiração”,


outros “beijar os pés em homenagem”. Etimologicamente adoração é
curvar-se, prostrar-se, beijar as mãos, pés ou lábios, com sentimento de
temor e devoção, enquanto serve ao Senhor com todo o coração.

É uma atitude expressa em ação. Infere profundamente de sentimento,


proximidade dos parceiros e um relacionamento de aliança.

Envolve moção e emoção, mas a verdadeira adoração é mais profunda que


tudo isso e usa simplesmente esses canais para liberar o amor profundo e
devoção que impede o crente para a presença de um Deus de amor.

“A expressão de adoração” - Podemos entender melhor a adoração na


Bíblia, pela observação de como os adoradores se comportavam diante de
Deus. I Cr 29:20-22 dá um exemplo:

Louvaram ao Senhor. Inclinaram as cabeças. Adoraram (shashah).


Sacrificaram ao Senhor. Ofereceram holocausto.
Comeram e beberam perante o Senhor. Fizeram isso com grande regozijo.

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A definição mais próxima de adoração está em Mc 12:30,31 – Aí está um
amor que libera toda a adoração do coração, expressa toda a
determinação da mente e utiliza toda a força do corpo do adorador. Isso é
a adoração.

A adoração é uma resposta a um relacionamento. É o amor respondendo


ao amor. Ela ocorre quando nosso espírito contata o Espírito de Deus.

Elementos de Adoração:

Oração – Precisamos nos comunicar com Deus para entrar em comunhão,


e a oração é essencialmente comunicação.

Louvor, confissão de pecados e confissão de fé, leitura das escrituras,


pregação, Ceia do Senhor. Esses elementos podem ser parte da adoração,
mas não são em si mesmo adoração, nem a substituem. São simples guias,
elementos que despertam o coração a entrar na presença de Deus
responder ao Seu amor.

“Atitudes de Adoração”- Lc 7:37, 38 revela a atitude de uma


adoradora, a atitude de um espectador e a de Jesus. Vejamos a da
adoradora.

Quebrantamento – O contraste entre a presença santa a perfeita de Deus


e a nossa pequenez, quebranta o coração “Sacrifícios agradáveis a Deus
são o espírito quebrantado (“shabor”); coração compungido e contrito
(“dakah”) não o desprezarás, ó Deus”(Sl. 51:17). “Shabor” – Significa “temer,
quebrar em pedaços, ou reduzir”.

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“Dakah”- Quer dizer “esmagar, quebrar, machucar, ferir, esmagar e


humilhar”. “Contrito”- Usado para descrever o processo de fazer pó (talco).
Adoração requer quebrantamento. Muitos constroem em volta de si
paredes de proteção e não deixam que sejam liberados o amor, a ternura
e a adoração.

Humildade – Ela soltou os cabelos em lugar indevido, segundo o costume (I


Co 11:15). Deixou sua reputação de lado para adorar do modo que ela
sentia que Jesus devia ser adorado.

Usou os cabelos para enxugar pés empoeirados. Tomou sua glória (o


cabelo) para lavar a lama (Is 57:15; I Pe 5:5). “Adoração sem humildade é
como amor sem compromisso”.

Amor – Sua atitude estava repassada de amor. “Ela muito amou”.

Dádiva – Ela não se limitou à expressão de suas emoções; ela também deu
uma evidência tangível do seu amor, devoção e adoração.

A dádiva está associada à adoração (Ex 23:15; 34:20; Dt 16:16; Sl 96:1-9).

A atitude de Jesus em resposta a essa adoração é: “A tua fé te salvou; vai-te


em paz” (Lc 7:49) – Fé, libertação e paz.

O objetivo da Adoração – Deus mesmo (Jo 4:20,21). Só pelo Espírito Santo


se pode adorar (Rm 8:16).

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O lugar da adoração – No espírito do homem, onde o Espírito de Deus


habita.

A verdadeira adoração – “Em espírito e em verdade”. A verdadeira


adoração deve fluir de um relacionamento genuíno com Deus. Um
relacionamento caloroso com Deus produz o verdadeiro adorador.
Espíritos calorosos produzem corações adoradores.

As motivações também devem ser corretas na adoração verdadeira. O


objetivo é dar ao Senhor e não adquirir d ‘Ele. A motivação pura para a
adoração é o amor que transborda do espírito do homem como correntes
de água viva.

Louvor e Adoração – Louvor nos prepara para a adoração. É o prelúdio, a


porta da entrada para a adoração. (Sl 95:1,2,6; 96:4,7,8,9). Mas ainda que a
adoração possa depender do louvor, o louvor não é substituto da
adoração, mas um precioso suplemento. Há diferença entre o Louvor e a
Adoração.

Na motivação – Geralmente louvamos com a motivação de sermos


abençoados por Deus. Há um desejo de despertar as agradáveis emoções
que o louvor produz. No louvor aproximamo-nos de Deus com um coração
entusiasta e feliz, para gozar do prazer de Sua presença.

Mas na adoração apresentamos algo a Deus, como um reconhecimento de


amor e expressão da nossa profunda apreciação do que Deus é.

Escola de Oração e Intercessão 90


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A chave da adoração é dar, e não receber. A adoração dá glória a Deus e
não busca conseguir a glória de Deus.

Um adorador vai a Ele não para ser abençoado, mas para abençoar; não
como um pedinte, mas como um admirador. Os que louvam e querem ser
adoradores devem aplicar o teste: Estou indo a Deus para dar ou para
receber? Estou ministrando ao Senhor, ou buscando ser ministrado por
Deus?

No Impulso – O impulso primeiro do louvor é uma resposta positiva


voltada para Deus, Baseado muito mais nos Seus feitos do que em Sua
pessoa. O salmista convida a louvar a Deus pelos feitos. Moisés louva
pela libertação (Ex 15); Ana louva por Samuel (I Sm 2:1-10; Sl 107:8,21,31).
Esse impulso de louvor é proveito e é um passo além, das ações de
graças. Mas o louvor se concentra mais no presente (dádiva) de Deus do
que na Sua presença.

Como o louvor é centrado em atos, frequentemente se transforma em


petição numa forma positiva, ou mesmo numa tentativa de conseguir que
Deus satisfaça os presentes desejos, louvando grandemente por Suas
dádivas passadas.

É possível ir-se à presença de Deus e apresentar um louvor próprio,


buscando mais receber do que dar, nunca passando do louvor para a
adoração. Muitas vezes, voltamos do louvor para a petição, em vez de
prosseguirmos do louvor para a adoração.

Escola de Oração e Intercessão 91


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No louvor a ordem é “louvar por”. A adoração se volta para a pessoa:
“Adora a Deus”. O louvor começa aplaudindo o poder de Deus, mas
frequentemente nos aproxima tanto de Deus que a adoração pode
responder a essa presença.

Enquanto a energia do louvor é voltada para o que Deus faz, a energia


da adoração é voltada para o que Deus é. O louvor se concentra na
realização; adoração na pessoa. O impulso da adoração, portanto, é mais
elevado do que o do louvor.

Na sua fonte de inspiração – Fundamentalmente o louvor é uma


exuberância da alma/ espírito do homem, que é expressa a Deus. A
adoração flui do Espírito de Deus que é desidente no espírito do
homem.

O louvor é o homem redimido invocando a Deus, enquanto a adoração


é Deus é Deus invocando a Deus de dentro do homem redimido.
O louvor tem frequentemente sua origem na alma.

Mas a verdadeira adoração sempre se originará no espírito (Jo 4:24). O


louvor é mais um ato de emoção, enquanto a adoração é um ato da
devoção. O louvor brota da fonte dos sentimento, enquanto a adoração
flui da torrente do nosso espírito.

O louvor diz: “Eu sinto”, a adoração diz: “Eu amo”. O louvor olha para a mão
de Deus; adoração olha para o coração.

Escola de Oração e Intercessão 92


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Embora o louvor e a adoração sejam manifestados pelo mesmo corpo, eles
brotam de diferentes fontes em nosso ser. Mas a manifestação nem
sempre revela a fonte, pois podem ser expressos pelas mesmas posturas
físicas ou ações.

Na profundidade da dedicação – Enquanto o louvor é uma expressão de


nossa vida, a adoração é um estilo de vida. O louvor é muitas vezes um
ato da nossa vontade, e pode ser despertado pelo estímulo das emoções.

A adoração, porém, envolve a vida inteira. Um verdadeiro adorador o é o


tempo todo, mesmo que no momento não esteja envolvido no ato da
adoração.

Adoração é um modo de vida que afeta o comportamento do adorador


fora da presença de Deus, como o faz em Sua presença.

No louvor nós expressamos uma profunda apreciação a Deus pelo que Ele
nos tem feito, mas na adoração nós “vivemos para o Senhor”.

Na proximidade de Deus – O louvor nem sempre é a respeito das obras


de Deus; algumas vezes olha para além do que é feito e louva Aquele que
fez as obras. Mas normalmente é uma resposta de uma certa distância.

O louvor pode ser apresentado de uma grande distância, mas adoração,


antes que possa fluir, requer que a pessoa esteja na presença real de
Deus. A adoração no templo acontecia no lugar Santo. O louvor ficava nos
átrios. Há uma intimidade na adoração, que não é exigida para o louvor.

Escola de Oração e Intercessão 93


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No método da expressão – O louvor e adoração devem ser expressos
pelo corpo e há muita semelhança entre eles, mas há também diferenças.
O louvor é mais vocal, enquanto a adoração é frequentemente destituída
de muitas palavras.

Dois amantes numa caminhada têm muito do que falar, mas quando se
envolvem em um abraço as palavras se tomam supérfluas. Assim é
frequente com a adoração.

O louvor é usualmente demonstrativo, com muita ação física, enquanto


a profunda adoração tende mais manifestar uma submissão física, em
vez de uma atividade física. Como o louvor tende mais a ser emocional,
é mais barulhento e exuberante; a adoração é devocional e mais quieta
e contemplativa.

NÓS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES

11.4 – ORAÇÃO DE PETIÇÃO

(Mt 21:22); (Mc 11:24)

“Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que
recebestes, e será assim convosco”. “Não andeis ansiosos de cousa
alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas
petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”. Fp 4:6

Escola de Oração e Intercessão 94


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Deus é a fonte de toda a bênção e Ele tem a solução para todos os nossos
problemas. Ele tem recursos inesgotáveis para satisfazer cada uma das
nossas necessidades.

“O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir com Cristo


Jesus; cada uma de vossas necessidades”. Fp 4:19

A palavra de Deus nos encoraja a apresentar nossas petições ao Senhor,


sabendo que Ele está pronto a nos atender.

Seguem alguns princípios que devem governar nossa oração,


especialmente a de “Petição”, para que alcancemos uma resposta
favorável:

1. Forme uma imagem clara do seu desejo e expresse-o em palavras


objetivas. Defina o que você quer de Deus em termos claros. Oração vaga
resulta em nada.

A Bíblia nos ensina que a oração deve ser específica, objetiva. (Lc 11:1-12;
Tg 1:5).

Exemplos:

 Eliezer – Gn 24:12-14
 Elias – I Rs 17:1
 Eliseu – II Rs 2:9

Escola de Oração e Intercessão 95


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Uma resposta definida exige um pedido definido (Lc 18:38,41-43).

2. Busque na Bíblia textos que se referem ao que você deseja, quer em


promessas ou em princípios. Uma vez identificada a necessidade,
pesquise a Palavra e selecione textos que se referem ao assunto.

Toda oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus revelada. A
fé começa onde a vontade de Deus é conhecida. Sua vontade é revelada na
Palavra escrita. Deus está preso à Sua Palavra; a palavra expressa o que
Deus é: Ele é absolutamente fiel ao que prometeu.

Sem o fundamento da Palavra de Deus é impossível fazer uma oração de


fé. Deus tem habilidade de cumprir aquilo que prometeu. (Rm 4:21; Jr 1:12)

O conhecimento da vontade de Deus revelado em Sua Palavra dará a você


a certeza de que sua petição será atendida. (I Jo 5:14)

O conhecimento das promessas de Deus relativas ao seu desejo


despertará e alimentará sua fé. (Rm 10:11)

As promessas serão para você arma segura contra os ataques de satanás,


enquanto espera a manifestação da resposta de Deus ao seu pedido. (Lc
4:3-12)

Exemplos de pedidos a Deus firmados nas suas promessas:

 Davi (I Cr 17:23,26,27)
 Salomão (II Cr 6:14-17)

Escola de Oração e Intercessão 96


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 Josafá (II Cr 20:6-12)

Para cada pedido que fazemos a Deus devemos ter uma passagem na
Bíblia a sustentá-lo. Ninguém apresenta uma petição ou um caso em
algum tribunal, sem invocar o respaldo da palavra de Deus escrita, a
Bíblia, que é a constituição do Reino.

3. Faça seu pedido a Deus de modo simples e claro, invocando o que


Ele prometeu na Sua Palavra. Se você já sabe o que quer do Pai e se
certificou de que Ele lhe faz uma promessa em Sua Palavra, agora é só
apresentar o caso diante d’Ele, por meio de um pedido. (Fl 4:6)

 A petição é o meio dado por Deus para a satisfação das


necessidades de Seus filhos. (Mt 7:7,8,11; 21:22; Lc 11:13; Jo 14:14;
16:24; Tg 4:2).

 O grande exemplo de Jesus Cristo (Jo 17:5, 9, 11, 13, 15, 17, 20, 21).

4. Creia firmemente, com base na promessa divina, que Deus


atendeu sua petição. A manifestação da resposta já está a caminho.

 A fé tem como fundamento a fidelidade de Deus e da Sua Palavra.


(Nm. 23:19)

 A fé é a precursora de toda oração respondida. É uma certeza


antecipada do milagre que virá. (Mc. 11:23-24)

Escola de Oração e Intercessão 97


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 A verdade fé é aquela que se apropria da promessa no reino do
Espírito, antes que ela se materialize diante dos olhos (Hb 11:1,6).
A única oração que Deus ouve é aquela feita com fé.

O limite do que se consegue pela oração está na própria fé de cada


pessoa. A vida de oração está tão forte quanto a fé que a pessoa tem em
Deus (Mt 17:20; Mc. 9:23; Tg. 5:15).

5. Tome cuidado para que sua conversa sobre o que você pediu a
Deus esteja em linha com sua fé de que Ele ouviu sua petição. Nossa fé
ou incredulidade é determinada pela nossa confissão.

Poucos percebem o efeito da palavra falada sobre seu próprio coração e


sobre o adversário. O inimigo ouve nossas conversas e aparentemente
não as esquece, enquanto nós descemos ao nível de nossas confissões.

A Palavra só se torna real quando confessamos sua realidade. (Hb 4:14)

 A fé é expressa pela confissão dos lábios (Rm 10:9-10). O que os


lábios dizem deve concordar com a fé do coração.

 A importância da harmonia entre a fé e confissão. (Mc 11:23-24)

Palavras contrárias à promessa destroem e neutralizam a oração. Palavras


são sementes e palavras confessadas são sementes plantadas. Confissão
repetida é semente regada.

Escola de Oração e Intercessão 98


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Regue as sementes da fé com a confissão da promessa. Sua confiança
não é na oração de outros, mas na imutável e indestrutível Palavra de
Deus.

Por isso, você se recusa a permitir que seus lábios destruam a eficácia da
Palavra no seu caso. Você se conservará firme à sua confissão, ainda que
pareça aos olhos humanos que sua oração não foi respondida.

6. Rejeite toda a dúvida que assaltar sua mente quanto ao fato de que
Deus já respondeu sua oração. Deixe que cada pensamento, cada
imagem e desejo afirmem que você tem o que pediu. Não olhe para as
circunstâncias, para os sintomas, mas fixe-se na Palavra e isso manterá
a dúvida fora do seu território.

Entre sua petição e a efetiva manifestação da resposta existe um tempo


que pode ser mais ou menos prolongado. Durante esse período satanás
tentará lançar dúvidas na sua mente. Torna-se necessário manter uma
atitude firme para não aceitá-lo, mas conservar a fé.

 A dúvida é um ladrão que rouba a benção de Deus. É o inimigo


número um da fé. (Mt 14:24-31)

 A dúvida impede a resposta à oração. Ela é a mãe da derrota. (Tg 1:6-


8)

 Quando duvidamos da Palavra de Deus é porque estamos crendo em


algo contrário àquela Palavra. E duvidar da Palavra de Deus é duvidar
do próprio Deus.

Escola de Oração e Intercessão 99


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 Qualquer substituto para a fé em Deus e Suas promessas, destrói a


vida de fé, destrói as orações e traz de volta o jugo. A dúvida e a fé
não permanecem juntas. Se uma entra pela porta, a outra sai pela
janela.

Como vencer a dúvida:

Mantenha controle sobre sua mente. A dúvida opera no reino da mente;


a Palavra de Deus opera no reino do espírito. A fé também opera no reino
do espírito. Há, pois, que lançar mão das armas disponíveis para vencer
os pensamentos de dúvida. (II Co 10:3-5)

Esteja pronto a recusar qualquer pensamento ou imagem contrários à sua


oração. Controle seus pensamentos de acordo com Fp 4:6-9:

 Use as promessas de Deus como arma contra os ataques da dúvida.


A Palavra de Deus confessada com autoridade e fé mantém o inimigo
distante. (Mt 4:1-11)

 Concentre-se na fidelidade de Deus e da Sua Palavra. Isso fortalece a


fé e põe a dúvida fora do caminho. Nossa fé é firmada naquilo que
Deus é. (Rm 4:19-21)

É sua segurança na Palavra de Deus que garantirá a vitória contra os


ataques das dúvidas.

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7. Conserve uma visão clara das promessas que serviram de base para
sua petição. (Pv. 4:20-21) Quando a promessa é guardada diante dos
nossos olhos, trocamos a imagem do problema pela imagem da promessa.
Isso é fundamental.

Nossas vitórias ou derrotas são alcançadas primeiramente na mente. As


circunstâncias que nos cercam tentarão impor suas imagens. Mas se a
Palavra de Deus estiver diante dos nossos olhos, serão as imagens das
promessas que prevalecerão.

Essas imagens serão alimentadas pela meditação nas promessas que


serviram de base para a nossa oração. Meditar é ruminar. É trazer de volta
à mente a Palavra e absorver dela todos os seus nutrientes espirituais. É
ter a promessa sempre presente e viva na memória. É considerá-la
atentamente, contemplá-la.

 Pela meditação a promessa é interiorizada e a certeza de sua


manifestação é alimentada. (Js 1:8)

 A meditação favorece a permanência na Palavra. (Jo 15:7) e isso é


condição para a resposta à oração.

 O amor à Palavra é demonstrado no ato de meditar nela (Sl 1:2;


119:97; 148). A contínua meditação na Palavra gera em nós as
imagens das abundantes promessas de Deus do que somos em
Cristo. Isso faz com que na hora de uma determinada necessidade a
oração seja prontamente feita dentro dos princípios divinos.

Escola de Oração e Intercessão 101


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 Pela meditação o coração é aquecido e a fé alimentada. (Sl 39:3).

 O meditar na Palavra nos leva a um maior conhecimento e


intimidade com Deus, pois a base da fidelidade no cumprimento da
promessa reside em Sua própria pessoa (Sl 63:6). Se conhecemos a
Deus, sabemos que Suas promessas são fiéis e verdadeiras.

 Meditar na palavra requer uma decisão firme. É uma questão de


escolha e disciplina (Sl 119:11,27,48,78; 145:5).

 O hábito de meditação constante na Palavra nos torna sábios e nos


dá o conhecimento dos caminhos de Deus (Sl 119:99).

8. Devemos nos conservar numa atitude de louvor e gratidão a Deus


até a plena materialização da resposta ao pedido. Não devemos
esperar a manifestação para poder agradecer.

Agradeçamos logo, pois a nossa convicção é que Deus é fiel à Sua Palavra
e a materialização da resposta é apenas uma questão de tempo.

O louvor é uma expressão de fé em Deus, e se baseia na promessa de


Deus. Ele é fiel.

O louvor deve acompanhar as orações (Fp 4:6,7). Toda a petição deve ser
marcada pelas ações de graça.

O louvor fortalece a fé (Rm 4:20).

Escola de Oração e Intercessão 102


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O louvor pela resposta à oração, antes de ver sua manifestação, libera a
operação do poder de Deus. Jesus, diante do túmulo aberto de Lázaro (Jo
11:41). E logo Lázaro estava fora do túmulo, vivo.

O coração agradecido que aguarda a manifestação física da resposta de


Deus com louvor e ações de graça, entra no descanso da fé.

11.5 – ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO OU DEDICAÇÃO

Surgem ocasiões em nossa vida quando teremos que tomar algumas


decisões, seguir por um determinado caminho e a vontade de Deus
naquela área não está claramente revelada em Sua Palavra.

É ai quando, em vez de começar a pedir, devemos buscar Sua face e


esperar em Sua presença a fim de conhecer o desejo do Seu coração.

É mais uma atitude de submissão, dedicação entrega e obediência a Deus


do que petição. Uma vez conhecida Sua vontade é só segui-la. Nesse tipo
de oração há uma disposição de fazer ou aceitar qualquer que seja a
vontade de Deus naquela circunstância.

Este é o único tipo de oração onde se emprega o “se for da Tua vontade”.
Ela é feita numa situação em que se busca o conhecimento da vontade
de Deus, ainda não revelada.

Isso é feito com mais profunda atitude de submissão a Deus.

Escola de Oração e Intercessão 103


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A oração de dedicação é harmonizar nossa vontade com a vontade de
Deus a fim de trazer sucesso numa determinada situação. A vontade de
Deus é sempre para o nosso beneficio.

Esse tipo de oração coloca a nós e a Deus direcionados para o mesmo alvo.

Jesus fez esta oração no Getsêmani:

“Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha
vontade, mas a Tua”. Lc 22:42

É mais uma atitude de submissão e obediência do que palavras.

Exige um tempo maior de busca, em repetidas vezes, até a convicção do


plano divino.

Requer a renúncia da vontade própria. A mente deve ser esvaziada das


preferências pessoais para aceitar o plano de Deus, não importa qual seja.

Uma vez conhecido o plano de Deus, não se trata de receber alguma coisa,
mas fazer alguma coisa de acordo com a direção recebida.
O amor, portanto, é a base da consagração. Ninguém pode consagrar-se a
não ser que sinta o amor do Senhor.

É preciso ver esse amor antes que alguém possa realmente consagrar a
sua vida.

Escola de Oração e Intercessão 104


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É inútil falar de consagração quando não há uma visão do amor do Senhor,
mas depois que ele é visto, a consagração será a consequência inevitável.

Dessa forma, aquele que se consagra está separado de tudo neste mundo,
de todos os seus antigos senhores.

De agora em diante, ele não fará exceto o que o seu Senhor mandar. Ele se
restringe a fazer somente as coisas daquele único Mestre.

É este o real significado da consagração.

Exemplos de consagração pessoal: Jz 5:2; II Cr 17:16; Sl 40:7; At 6:4; II Co


8:5; Fp 3:8.

Exemplos de pessoas a tarefas especiais na obra do Senhor: Ex 29:9; Lv


8:12; Nm 3:3; 27:23; At 6:6; 13:3. Calebe e Josué, (Nm 32:12); Josias e seus
súditos (II Rs 23:3,25); Judá sob o rei Asa (II Cr 15:15; Sl 119:69); Paulo (Fp
3:7,8; I Ts 5:23); Jesus (Mc 14:36; Jo 4:34; 18:11; Fp 2:5-11).

11.6 – ORAÇÃO DE ENTREGA

A oração de entrega fala também de uma atitude do coração. Quando os


cuidados, inquietações e pesos nos batem à porta transferimo-los para o
Senhor, que tem condições de levá-los consigo e entramos no descanso da
fé.

Escola de Oração e Intercessão 105


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 Podemos entregar nossos cuidados, preocupações e a nós mesmos
a Deus e gozar Sua paz divina (Sl 37:5).

 Deus é contra a preocupação. Ela nada produz senão “stress”,


esgotamento e morte. Jesus pregou contra ela. Paulo pregou contra
ela. A Bíblia é contra a preocupação porque ela foi gerada por
satanás.

 Todo ou qualquer cuidado deve ser erradicado de nossas vidas (Fp


4:6,7). A entrega dos fardos a Deus traz o descanso (Sl 37:7; Pe 5:7;
Mt. 6:25-27). Jesus o maior exemplo: Mt 26:2; 27:2,18,26,50; Rm 4:25;
Gl 2:20; Ef 5:2,25.

Promessas para aqueles que confiam e se entregam na mão do Senhor:

“...ele é escudo para todos os que nele se refugiam”. II Sm 22:31

“Como é grande a tua bondade, que reservaste aos que te temem, da


qual usas, perante os filhos dos homens, para com os que em ti se
refugiam!” Sl 31:19
“...Mas o que confia no Senhor, a misericórdia o assistirá”. Sl 32:10

“...os que nele confiam, nenhum será condenado”. Sl 34:22

“Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião que não se abala,
firme para sempre”. Sl 125:1

Escola de Oração e Intercessão 106


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“...mas o que confiam Senhor está seguro”. Pv. 29:25

“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme;


porque ele confia em ti”. Is 26:3

“Bendito o homem que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor”. Jr


17:7

“O Senhor é bom, é fortaleza no dia da angústia, e conhece os que nele se


refugiam”. Na 1:7

“...Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao


curso da sua vida… buscai, pois em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos
inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados;
basta ao dia o seu próprio mal”. Mt 6:25-34

11.7 – ORAÇÃO DE RENÚNCIA

Renunciar é: não querer, rejeitar, recusar, deixar voluntariamente a posse


de, desistir, abdicar.

A importância da renúncia está no fato de que abrimos mão da nossa


vontade para usufruir da vontade de Deus. Renunciar a todas as coisas
por Cristo:

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Deixar lar e amigos.

“Então Pedro começou a dizer-lhe: Nós tudo deixamos, e te seguimos” Mc


10:28

“E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, O seguiram”


Lc 5:11

Deixar os negócios.

“Depois disto, Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamando Levi,


assentando na coletoria, e disse-lhe: Segue-me. Ele, deixando tudo,
levantou-se e o seguiu”. Lc 5:27,28

Uma condição do discipulado.

“Da mesma forma, qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem,
não ser meu discípulo”. Lc 14:33
“Então disse Jesus aos seu discípulos: Se alguém quiser vir após mim,
renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” Mt 16:24

Recompensa prometida.

“Disse-lhe ele: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado
casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, e não

Escola de Oração e Intercessão 108


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receba muito mais neste mundo e no mundo vindouro a vida eterna”. Lc
18:29,30

A renúncia de Paulo.

“E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem sofri a perda de
todas estas coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a
Cristo”. Fp 3:8

O grande exemplo de Jesus Cristo. Mt 26:36-46; Mc 14:32-42; Lc 22:40-46.

Oração:

“Diante de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, diante dos anjos, diante dos
principados, potestades e diante da igreja de Jesus Cristo eu reafirmo que
Jesus Cristo de Nazaré é meu Senhor, meu Salvador, meu Rei e meu
Deus, a quem sirvo não a nenhum outro.

Declaro, assim, que Jesus Cristo levou sobre si todos os meus pecados.
Reafirmo também que já renunciei a satanás e seus demônios, e a todas
as suas obras. E para deixar isso bem claro, passo a renunciar,
colocando sobre a cruz de Jesus Cristo, e pedindo perdão ao Senhor, os
seguintes pecados:

1. Idolatria
2. Religiosidade

Escola de Oração e Intercessão 109


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3. Atividades místicas
4. Seitas
5. Espiritismo
6. Prostituição
7. Drogas e vícios

Quebrado está, também, todo o direito legal de satanás e seus demônios


sobre a minha vida, em nome de Jesus Cristo.

Renuncio a todas as entidades espirituais relacionadas com estes


pecados, em nome de Jesus Cristo; eu os amarro e os expulso da minha
vida para o lugar que o Senhor determinar.

Declaro que Jesus Cristo é o meu Senhor, Salvador, e devo a Ele, apenas,
única e exclusivamente a Ele, a minha fidelidade e compromisso.

Estou livre de todas as opressões e prisões e me encho do Espírito Santo


pela fé e frutifico o fruto do Espírito Santo como sendo a expressão da
presença do Senhor Jesus Cristo em minha vida.
Eu tomo toda a armadura de Deus e me fortaleço com todo o seu
poder, para continuar e lutar contra as trevas em nome de Jesus Cristo.
Agradecendo a sua grande vitória em minha vida. Em nome de Jesus
Cristo.”

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11.8 – ORAÇÃO DE AJUDA (PEDINDO PROTEÇÃO)

“Que diremos, pois à vista destas cousas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós?” Rm 8:31

“Esperei confiantemente pelo Senhor, ele se inclinou para mim e me


ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição,
dum tremedal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou
os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao
nosso Deus; muitos verão essas cousas, temerão, e confiarão no Senhor”.
Sl 40:1-3

“O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do


Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em
quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste
perniciosa. Cobrirte-á com as suas penas, sob suas asas estarás
seguro: a sua verdade é pavês e escuro. Não te assustarás do terror
noturno, nem da seta que voa de dia, e nem da peste que se propaga
nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao
teu lado, e dez mil à tua direita; tu não serás atingido. Somente com os
teus olhos contemplarás, e verás o castigo dos ímpios. Pois disseste: O
Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum
mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda. Porque aos
seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos
teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares
nalguma pedra. Pisarás o leão e o áspide, calcarás aos pés o leãozinho e
a serpente. Porque a mim se apegou com amor, eu o livrarei; pô-lo-ei a

Escola de Oração e Intercessão 111


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salvo, porque conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe
responderei; na sua angústia e estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.
Saciá-lo-ei com longevidade, e lhe mostrarei a minha salvação”. Sl 91

Chamando a Jesus:

“Ela, porém, veio e o adorou dizendo: Senhor, socorre-me!” Mt 15:25

“Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito;


pois muitas vezes cai no fogo, e outras muitas, na água.” Mt 17:15

“E eis que dois cegos, assentados à beira do caminho, tendo ouvido que
Jesus passava, clamaram: Senhor, Filho de Davi, Tem compaixão de nós!”
Mt 20:30

“E, ouvindo que era Jesus o Nazareno, pôs-se a clamar: Jesus, Filho de
Davi, tem compaixão de mim!” Mc 10:47
“Ao entrar numa aldeia, saí ram- lhe ao encontro dez leprosos, que
ficaram de longe e lhe gritaram, dizendo: Jesus, Mestre, compadece-te de
nós!” Lc 17:12,13

Ore também: Sl 3, 6, 12, 13, 17, 22, 25, 40, 54, 56, 57, 59, 64, 69, 70, 71,
86, 88, 102, 120, 121, 123, 124, 140, 142, 143, 144.

Escola de Oração e Intercessão 112


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11.9 – ORAÇÃO DE CONFISSÃO (ARREPENDIMENTO)

“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos
enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessamos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado,
fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós”. I Jo 1:8-10

“O que encobre as suas transgressões, jamais prosperará; mas o que


as confessa e deixa, alcançará misericórdia”. Pv 28:13

“Agora pois já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo


Jesus. Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem
os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes,
quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede
por nós”. Rm 8:1, 33,34

“Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis. Se
todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o
justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos
nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”. I Jo 2:1, 2

“...Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem


desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem
ama, e açoita a todo filho a quem recebe”. Hb 12:5,6

Escola de Oração e Intercessão 113


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“Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao filho a
quem que bem”. Pv 3:12

“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração


compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus”. Sl 51:17

Exemplos de Confissão pessoal:

 Balaão – Nm. 22:34


 Acã – Js 7:20
 Saul – I Sm 15:24
 Davi – II Sm 12:13
 Convertidos de João Batista – Mc 1:5
 Pedro – Lc 5:8
 Filho Pródigo – Lc 15:18

Exemplos de confissão nacional:

Nm 21:7; Jz 10:10; I Sm 7:6; Ed 9:6; Ne 1:6; Is 59:12; Jr 8:14; Dn 9:5; Sl 32, 38,
51, 85.

Escola de Oração e Intercessão 114


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11.10 – ORAÇÃO DE GUERRA

“Quando ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder.


Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes
contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e
a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os
dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus,
para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade,
e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do
evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual
podeis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o
capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de
Deus; com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e
para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”.
Ef 6:10-18.

“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor,


como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes
na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo
na vossa irmandade espalhada pelo mundo. Ora o Deus de toda a
graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes
sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar
e fundamentar. A ele seja o domínio, pelos séculos. Amém”. I Pe 5:8-11.

Escola de Oração e Intercessão 115


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Escola de Oração e Intercessão 116


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O lugar da oração na Batalha Espiritual:

João Wesley disse: “Deus nada faz a não ser responder oração”.

Watcham Nee disse: “Os céus esperam pela ordem da terra. Deus
limitou algumas de suas atividades em resposta as orações do seu povo.
Se este não pedir, ele não atuará”.
Oswaldo Chambers disse: “A oração é o próprio trabalho”.

Samuel Chadwick disse: “Satanás não se impressiona com belos


sermões, nem com um ensino bem-feito, mas ele treme quando um
homem ou mulher começa a orar”.

A história da igreja de Jesus Cristo é testemunha de que os grandes


avivamentos sempre aconteceram como resultado de orações do povo de
Deus.

Nós entramos na luta através da oração (Ef 6:18; Cl 1:9-12; 2:1; 4:1-12).

Jesus se manifestou como Filho de Deus para destruir a obra do diabo (I Jo


3:8).

Jesus está assentado junto com o Pai, à sua direita. Este é o centro da
autoridade do universo. Os principados e potestades foram colocados
debaixo dos nossos pés (Ef 1:20-23).

Escola de Oração e Intercessão 117


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O poder de Deus já destruiu o maior poder destruidor de satanás. A
fidelidade de Deus é aquela que permanece fiel mesmo quando somos
infiéis.

O grande exemplo de Elias – I Rs 17-19.

11.11 – ORAÇÃO DE LIBERTAÇÃO

“Senhor Jesus Cristo, creio que tu morreste na cruz por meus pecados e
que ressuscitaste da morte. Tu me redimiste por teu sangue e pertenço a
ti e quero viver para ti. Confesso todos os meus pecados, conhecidos e
desconhecidos.

Lamento-me por todos eles, renuncio a todos, perdoo a todos que me


ofenderam do mesmo modo que quero que tu me perdoes, perdoa-me
agora e purifica-me com teu sangue.
Agradeço-te pelo sangue de Jesus que me purifica agora de todo pecado,
e chego a ti neste momento como meu libertador, tu sabes minhas
necessidades especiais, aquilo que me amarra, que me atormenta; que
perverte; aquele espírito maldito, clamo a promessa de tua palavra que
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, clamo para ti
agora, em nome de Jesus Cristo, liberta-me ó Senhor.
Satanás, eu renuncio a você e a toda a sua obra, eu me desligo de você,
em nome de Jesus Cristo e mando você deixar-me agora, neste momento,
em nome de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo. Amém!”

Escola de Oração e Intercessão 118


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O caminho para a libertação:

1. Honestidade – quem espera a bênção da libertação por Deus tem que


ser honesto consigo mesmo, tanto quanto para com Deus.

Por falta de honestidade, certas áreas da vida ficam encobertas pelas


trevas que é onde os espíritos demoníacos prosperam; a honestidade
ajuda a trazê-los à luz.

Qualquer pecado oculto sem arrependimento, dá aos demônios todo


direito para ficarem onde estão. Peça a Deus que o ajude a ver sua própria
pessoa como ele mesmo o vê, e traga à luz qualquer coisa que não seja
dele. (Sl 32:5; 139:23-24).

2. Humildade – esse sentimento envolve o reconhecimento de sua


dependência de Deus e das providências para a libertação. (Tg 4:6-7).

Os servos de Deus que ministram a libertação devem ter, também, uma


franqueza completa (Tg 5:16).

3. Arrependimento – consiste em virar as costas ao pecado e a satanás.


Devemos odiar todo mal e deixarmos de concordar com ele em nossa
vida; você tem que detestar seus pecados (Ez 20:43).

A libertação não é para ser usada meramente para alcançar um alívio dos
problemas, mas para tomar-nos mais semelhantes a Jesus, por obediência
a tudo que Deus requer.

Escola de Oração e Intercessão 119


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O arrependimento exige a confissão de todo pecado, ela apaga todos os
direitos legais dos espíritos maus.

4. Renúncia – é abandonar o mal, é ação que nasce no arrependimento.


Significa um desligamento por completo de satanás e todas as suas obras.
(At. 19:18-19).
5. Perdão – Deus livremente perdoa a todos os que confessam seus
pecados e pedem perdão por meio do seu Filho (I Jo 1:9). Ele espera que
nós perdoemos a todos que nos maltrataram, seja quem for, ou o que for,
que fizeram.

6. Oração – peça a Deus que ele o liberte em nome de Jesus (Jl. 2:32).

7. Batalha – a oração e a luta são duas atividades separadas e distintas, a


oração é dirigida a Deus e a luta é para com o inimigo.

Nossa luta é contra os poderes demoníacos, não é carnal, mas espiritual


(Ef 6:10-12; II Co 10:3-5).

Lembre-se “vigiai e orai para que não entreis em tentação”, porque senão
o inimigo voltará sete vezes mais forte, para fazer um estrago bem maior
em sua vida (Mt 26:41; Lc 11:26).

Escola de Oração e Intercessão 120


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11.12 – ORAÇÃO EM LÍNGUAS

Falar em línguas é a manifestação que ocorre quando os crentes são


batizados no Espírito Santo. De fato, o falar em línguas é evidência
Bíblica do recebimento do batismo no Espírito Santo (At 2:4).

Porém, depois do crente ter sido cheio do Espírito, cumpre-lhe manter


uma contínua experiência do falar em línguas, o que enriquece
imensamente a sua vida.

Além disso, falar em línguas deve ser cultivado como uma prática particular
(I Co 14:13-14), quando o crente comunga com o seu Deus. E também há
um uso público do falar em línguas, quando o crente está na igreja ou em
um grupo de crentes (I Co 14:27-28).

1. Línguas – uma evidência do batismo no Espírito Santo (At 2:1-4; 10:44-


46; 19:1-7).

2. Falando sobrenaturalmente com Deus em mistérios

“Pois quem fala em línguas, não fala a homens, senão a Deus, visto que
ninguém o entende, e em espírito fala mistérios” I Co 14:2

Um dos grandes benefícios de receber a plenitude do Espírito e de falar


em outras línguas é que podemos falar com Deus sobrenaturalmente.

Escola de Oração e Intercessão 121


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É nosso espírito, mediante o Espírito Santo dentro de nós, quem fala com
Deus. Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas
minha mente fica infrutífera (I Co 14:14).

3. Engrandecendo a Deus – outro propósito bíblico de falar em línguas é


engrandecer a Deus (At 10:45-46).

4. Edificando a nós mesmos – ainda outro propósito bíblico para o falar


em línguas é edificar a nós mesmos.
Em I Co 14:4, Paulo faz a seguinte declaração:

“O que fala em outra língua a si mesmo se edifica...”

Edificar é levantar, construir.

Judas também liga o falar em outras línguas com a edificação espiritual (Jd
20).

5. Orar em línguas é orar de forma altruísta – além disso, há


representantes em outros países aos quais precisamos dar apoio em
oração.

Nossas orações não devem ser egocêntricas. Algumas vezes, nossas


orações abrangem os nossos familiares.
Algumas igrejas oram somente pela igreja local; as orações desses crentes
são egoístas. Devemos nos interessar por todos, de todos os lugares.

Escola de Oração e Intercessão 122


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11.13 – ORAÇÃO PARA CURA DE ENFERMIDADES

“Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas


dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído
pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos curados”. Is 53:4-5

“Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos


pecados, para que nós, mortos aos pecados, vivamos para a justiça; por
suas chagas fostes curados”. I Pe 2:24

“Para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta


Isaías: Ele mesmo tomou as nossas enfermidades e carregou com as
nossas doenças”. Mt 8:17.

Segue um exemplo de Oração para Cura de Enfermidades:

“Pai, em nome de Jesus confesso tua Palavra sobre cura. Na medida


que o faço, creio de digo que tua palavra não voltará para ti vazia, mas
cumprirá aquilo que ela diz que vai acontecer. Por essa razão creio em
nome de Jesus que, eu estou curado de acordo com I Pe. 2:24.

Está escrito em tua Palavra que Jesus levou sobre si as minhas


enfermidades e carregou as minhas doenças (Mt 8:17). Portanto com
grande ousadia e confiança declaro na autoridade da palavra escrita
que eu estou redimido da maldição da doença e que essa doença que me

Escola de Oração e Intercessão 123


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atormentava é ilegal, pelo que não a tolerarei, em nome de Jesus. Rejeito
seus sintomas e confesso cura.

Satanás, resisto teus principados e Espíritos malignos e ordeno que


desistas das tuas maquinações contra mim, comando ao Espírito que
solte minha vida, pois sou propriedade do Deus todo poderoso e
nenhuma arma formada contra mim não prosperará. Eu habito à
sombra do esconderijo do Altíssimo e nenhum poder do inimigo
prevalecerá contra mim.

Agora Pai, porque te reverencio e te louvo, e te adoro, tenho confiança na


tua palavra que teu anjo se acampa ao meu redor e me livra de toda
obra maligna. Nenhuma praga ou calamidade habitará na minha tenda.
Confesso que a tua palavra habita em mim e me dá saúde mental, física
e espiritual e que todas as partes do meu corpo, juntas, medulas e ossos
são afetadas pela tua palavra. Tua palavra é medicina e vida para a
minha carne; a lei do Espírito de vida opera em mim e me liberta da lei
do pecado e da morte.

Eu tenho a armadura de Deus, e o escudo da fé me protege dos dardos


inflamados do maligno. Jesus é o sumo sacerdote da minha confissão, e
retenho firme a minha confissão de fé na palavra que não pode falhar,
pois é a tua palavra.
Permaneço firme e em completa certeza de que teu poder está operando
em mim e a saúde e a cura estão se manifestando agora, em nome de
Jesus.”

Escola de Oração e Intercessão 124


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Lembre-se que este é apenas um exemplo. Você deve procurar no
Espírito Santo a inspiração para suas orações.

11.14 – ORAÇÃO DA BÍBLIA (ORANDO A PALAVRA)

Oração é a Palavra viva em nossa boca. Nossa boca deve falar fé porque
agrada a Deus (Hb 11:6). Nós elevamos sua palavra a ele em oração, e o
Pai, vê-se a si mesmo em sua palavra.

A Palavra de Deus é o nosso contato com Ele. É essa Palavra que


devolvemos ao Senhor, com a confissão de nossos lábios, e que não
voltará vazia sem que produza algum efeito (Is 55:11).

A oração baseada na Palavra vai além dos sentidos, contata o autor da


Palavra e pões suas leis espirituais em operação. Mas não é o simples
proferir de orações que traz resultados. E, sim o mergulho em sua
presença e seu amor.

Confissões diárias:

Pela confissão repetida dessas verdades você começará a tomar posse


delas. Há um princípio espiritual nisso:

“Com a boca se confessa o que o coração crê”. Você libera fé na palavra,


pela confissão de seus lábios.

Escola de Oração e Intercessão 125


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Confesse:

– O amor de Deus está derramado em meu coração (Rm 5:5).

– Eu venço o diabo pelo sangue do cordeiro e a palavra do meu


testemunho (Ap 12:11).

– O justo é ousado como um leão (Pv 28:1).

– A unção do santo permanece em mim (I Jo 2:27).

– No nome de Jesus eu expulso demônios, falo novas línguas, pego


em serpentes, se beber alguma coisa mortífera não me causará
dano, imponho às mãos sobre os enfermos e eles são curados (Mc
16:17).
– Eu sou templo do Deus vivo (II Co 6:16).

– Os passos do homem bom são dirigidos pelo Senhor (Sl 37:23).


– Deus me tem dado autoridade sobre todo o poder do inimigo e nada
me causará dano (Lc 10:19).

– Aquele que começou a boa obra em mim a completará até o dia de


Cristo Jesus (Fl 1:6).

– Mil cairão ao meu lado e dez mil à minha direita, mas eu não serei
atingido (Sl 91:7).

Escola de Oração e Intercessão 126


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– Serei como uma árvore plantada junto a ribeiro de água, a qual dá o
seu fruto na estação própria... e tudo o que eu fizer prosperará (Sl
1:3).

– Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fl 4:13).

– Deus não me deu Espírito de medo, mas de poder, de amor e de


moderação (II Tm 1:7)

– Eu conheço o meu Deus, portanto sou forte e ativo (Dn 11:32).

– Maior é o que está em mim do que o que está no mundo (I Jo 4:4).

– Deus sempre me faz triunfar em Cristo Jesus (II Co 2:14).

– Cristo Jesus me tornou sabedoria de Deus (I Co 1:30).

– Se Deus é por mim quem será contra mim? (Rm 8:31).

– O Senhor é minha segurança e guardará os meus pés de serem


presos (Pv 3:26).

– Em todas as coisas sou mais que vencedor, por meio daquele


que me amou (Rm 8:37).

– Eu tenho sido abençoado com todas as bênçãos espirituais nas


regiões celestiais em Cristo Jesus (Ef 1:3).
– O gozo do Senhor é a minha força (Ne 8:10).

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– Eu sou zeloso de boas obras (Tt 2:14).

– Eu sou cheio do poder do Espírito Santo (Mq 3:8).

– Sou ganhador de almas e por isso sou considerado sábio (Pv 11:30).

Fale a palavra, confesse a palavra, só deixe que saiam de sua boca


expressões que estejam em perfeita harmonia com a palavra de Deus.

CONCEITOS IMPORTANTES PARA QUALQUER TIPO DE ORAÇÃO

11.15 – ORAÇÃO PRIVADA (Mt 6:6)

Cada filho tem direito de entrar na presença de Deus com confiança (Hb
4:16) e apresentar suas orações.

11.16 – ORAÇÃO DE CONCORDÂNCIA (Mt 18:18-20)

A versão ampliada da Bíblia traduz o versículo 19 como “concordarem e


harmonizarem juntos ou fazerem uma sinfonia juntos”.

“Sinfonia” é quando todos os instrumentos tocam em harmonia.

Concordar espiritualmente envolve:

Escola de Oração e Intercessão 128


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Concordar com a palavra de Deus. Tenha a plena convicção de que a
palavra de Deus é verdadeira e ela será cumprida.

Concordância envolve também a mente. Pensar a mesma coisa. Na mente


se trava um campo de batalha e os pensamentos deverão ser controlados
para que estejam em harmonia com Deus e a palavra.

Algo que ajuda a ter uma mente firme é escrever o objeto da concordância.

Quando a mente se inclinar para outra direção, controle-a, levando-a a


concordar com a palavra de Deus.

Concordar com o outro crente com quem se ora. Essa concordância é


mais que palavras. É preciso haver harmonia (Mc 11:25-26).

Há um poder na concordância (Dt 32:30).

Escola de Oração e Intercessão 129


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12. COMO FUNCIONA O MINISTÉRIO NA


PRÁTICA

Alguns recursos, como humanos e materiais, são necessários e


fundamentais para a existência de qualquer que seja o ministério e estão
diretamente ligados ao seu funcionamento.

Vamos ver o Ministério de Intercessão por dentro como ele é:

12.1 – RECURSOS HUMANOS

Nenhum ministério, obviamente, se faz sem matéria humana, sem gente!


Assim sendo, o Ministério de Intercessão deve começar por um grupo de
pessoas que:

 queiram participar,
 queiram aprender (sejam ensináveis),
 que sintam um chamado (de Deus),
 que gostem de orar e acreditam na oração,
 que sejam amorosas, voluntárias e fiéis (a Deus, a seus líderes e
autoridades espirituais e àqueles que são objeto da sua intercessão).

Estas pessoas devem ser ministradas sobre o Ministério de Intercessão,


pelo seu Líder, Pastor ou Bispo.

Escola de Oração e Intercessão 130


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12.2 – RECURSOS MATERIAIS

Entre os principais recursos materiais que devem estar disponíveis ao


ministério de intercessão, estão:

1. O Óleo da Unção

Ungir significa derramar óleo sobre a cabeça (Sl 23:5), ou aplicá-lo à pessoa
(Jo 12:3) ou coisa. Cremos que a unção quebra o jugo (Is 10:27) e, com isso,
traz a libertação de certas condições espirituais sobre vidas e/ou objetos.

Além disso, a unção denota a mudança de estado: de comum para santo.

Desta forma, os sumo sacerdotes eram consagrados com óleo, bem como
o tabernáculo, a arca, o tanque e as suas bases, o altar e o candeeiro (Ex
30:33).

O óleo (azeite, bálsamo ou unguento) puro é o produto da oliveira. Porém,


entravam em sua preparação vários elementos. Era preparado associado
com essências aromáticas (Ex 37:29). Eram utilizadas as mais excelentes
especiarias no preparo do óleo da unção, como mirra, cinamomo, cálamo,
cássia, que era considerado “arte de perfumista” (Ex 30:22-25).

O óleo da unção simboliza o Espírito Santo (I Sm 16:12-13; I Jo 2:27), por


isso, a utilização do óleo representa a graça divina dada através do
Espírito, é o reconhecimento que as dádivas espirituais vêm de Deus e a
Ele pertencem.

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2. Cenáculo

O que é o cenáculo? O cenáculo é um local reservado e disponível aos


intercessores e destinado à oração. No cenáculo são colocados todos os
pedidos de oração da igreja. Durante o culto devem ficar entre dois e três
intercessores no cenáculo, orando exclusivamente pelo culto, segundo a
liturgia do culto.

Essa liturgia pode ficar afixada na parte interna da porta do cenáculo, para
que possa ser seguida pelos intercessores que estiverem escalados para
orarem ali.

É importante que todas as igrejas tenham o seu cenáculo, pois temos a


Sede como padrão.

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13. ATIVIDADES DO MINISTÉRIO

13.1 – RELÓGIOS DE ORAÇÃO

DIA-DIA DA IGREJA: Formar uma equipe que vai se revezar durante as 24


horas do dia. Vamos clamar pelos pedidos da igreja, e pela família dos
líderes da igreja e ministério.

EVENTOS: Assim que temos data e local, por sete dias durante as 24
horas, uma ou mais regionais vão rodear, ungir e orar o local até a
realização do evento.

13.2 – GUARDIÕES DA PROMESSA

Os Guardiões da Promessa são intercessores que oram e clamam pelas


palavras proféticas e promessas específicas, liberadas na igreja local.

Esse intercessor senta-se nas cadeiras em frente ao altar, com um caderno


ou formulário próprio, e anota todas as palavras proféticas lançadas
naquele culto.

No final do culto, ele se reúne junto ao grupo, onde todos oram pelas
promessas. Após, essas anotações são juntadas e encaminhadas ao
cenáculo e colocadas em uma pastinha de PROMESSAS, onde continuam
sendo alvo de oração.

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13.3 – ATUAÇÃO NOS CULTOS

Com o objetivo de garantir o bom andamento da palavra e do louvor,


através da oração, guerreando espiritualmente para que não haja
bloqueios durante o culto e, para tanto, intercedendo pela vida do
pregador e dos que estão à frente dirigindo o culto.

13.4 – ATUAÇÃO EM EVENTOS

Voltas, oração e unção com óleo ao redor das localidades nas quais
acontecerão os eventos do ministério…

13.5 – ATUAÇÃO NOS BAIRROS

Voltas de intercessão, súplicas e unção com óleo ao redor do bairro ou em


localidades específicas, mapeamento espiritual, estaqueamento da região,
munidas de todas as informações, com a cobertura do Bispo ou Pastor da
Igreja.

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13.6 – CONVOCAÇÕES MINISTERIAIS

1. Reuniões de Ministério

a. Igreja Local: As reuniões devem acontecer uma vez por semana e são
dirigidas pelo Líder. Ali são passadas informações gerais do Ministério e
orientações para a Igreja Local, bem como assuntos de ordem
administrativa.

2. Escalas de Trabalho (Igreja Local, Eventos especiais)

As escalas são uma forma de organizar o trabalho dentro do ministério,


por isso são adotadas pela Igreja Local.

Através de equipes, pode-se dividir melhor as tarefas, de maneira que


aqueles que estão trabalhando em uma determinada semana dediquem-
se plenamente às suas tarefas; e os que não estão, possam ser
ministrados.

As escalas poderão ser administradas por 4 (quatro) equipes, uma por


semana, de acordo com o tamanho da igreja.

Escola de Oração e Intercessão 135


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14. ESTRATÉGIAS ESPIRITUAIS UTILIZADAS

14.1 – VOLTAS DE INTERCESSÃO

Esta estratégia é baseada no Livro de Josué cap. 6, quando havia um


grande impedimento para eles avançarem em direção à Terra Prometida.

Este obstáculo era a fortíssima cidade de Jericó. Deus deu uma estratégia
para Josué e os israelitas:

“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando a


cidade uma vez; assim fareis por seis dias. E sete sacerdotes levarão sete
buzinas de chifre de carneiro diante a arca, e no sétimo dia rodeareis a
cidade sete vezes; e os sacerdotes tocarão as buzinas, e será que
tocando-se longamente a buzina de chifre de carneiro, ouvindo vós o
sonido da buzina, todo o povo gritará de grande grita: e o muro da
cidade cairá abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si”.

14.2 – MAPEAMENTO ESPIRITUAL

Fazer um levantamento o mais detalhado possível; pela intercessão de


todos os pontos de comprometimento no bairro, ou cidade que, de
alguma forma, influenciem as vidas como por exemplo: casas de jogos,
bingos, bares, prostíbulos, pontos de drogas, centros de espiritismo, de
macumba, maçonaria, locais onde normalmente se faz despachos,

Escola de Oração e Intercessão 136


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levantamento histórico do bairro ou da cidade, como surgiu, significado do
nome, entre outros.

Esse mapeamento deve ser alvo de intercessão conforme orientação do


Pastor local.

Para se fazer um bom mapeamento poderá ser usado como base uma
cópia do mapa da região (guia de ruas), verificando as limitações do bairro
ou da cidade.

O intercessor deve mapear o local onde está a sua Igreja, localizar os


pontos onde a obra do diabo tem agido, aliar informações físicas (o que é)
e espirituais (tipo de manifestações).

Orar em pontos estratégicos como as entradas das cidades e/ou bairros,


rodoviária, aeroporto, porto, prefeitura, câmara municipal.

Orar, derramar óleo da unção nas ruas, orar pelas famílias para virem à
Igreja e virem o trabalhar de Deus.

Obs.: Esta estratégia deve ter a cobertura e unção do líder da igreja.

14.3 – ESTAQUEAMENTO ESPIRITUAL

Posicionar estacas ou alfinetes em mapa da região a ser conhecida, a fim


de apontar as localidades que tenham comprometimento espiritual e que

Escola de Oração e Intercessão 137


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devem ser objetos de intercessão e/ou de outras estratégias que forem
orientadas.

Obs.: Esta estratégia deve ter a cobertura e unção do líder da igreja.

14.4 – JEJUM

Jejuar não é simplesmente deixar de se alimentar, mas é utilizar-se de uma


importante arma espiritual. Nosso ministério reconhece e utiliza esta
estratégia sistematicamente a fim de conquistar habilitação para suas
Palavras Proféticas (Mt 17:21).

O jejum está intimamente ligado à oração (Sl 35:13) e traz as bênçãos de


Deus. Existem vários tipos de jejum e cada um deve ser usado a depender
da finalidade.

Vejamos alguns:

 Jejum típico – é aquele onde o indivíduo se abstém totalmente de


alimentos sólidos (Mt 4:2)

 Jejum completo – este é também chamado de jejum absoluto e


consiste na abstinência de alimento e de água (At 9:9).

 Jejum parcial – este consiste em abster-se de determinados tipos de


alimentos (Dn 1:12).

Escola de Oração e Intercessão 138


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Não existe um tempo pré-determinado para a duração de um jejum,
porém existem alguns períodos já utilizados na Bíblia, os quais nos servem
de base:

 Um dia – Os filhos de Israel (1 Sm 14:24; Jz 20:26)

 3 dias – Jejum de Ester (Et 4:16)

 21 dias – Jejum de Daniel (Dn 10:2-3)

 40 dias – Jejum de Moisés, Elias, e Jesus (Mt 4)

Algumas sugestões para jejuar melhor:

 Determinar um tempo de duração para o jejum

 Comece abstendo-se de alimentos sólidos, mas ingerindo líquidos.

 Planeje passar o máximo de tempo possível que está jejuando em


oração

 Comece com o arrependimento (Sl 69:10), sonde o coração para


tirar dele todo o pecado (Sl 19:12; 1 Jo 1:8; 1 Jo 1:10)
 Peça perdão (1 Jo 1:9). A base de nossa purificação é o sangue do
Cordeiro (1 Jo 1:7), por Ele somos vitoriosos (1 Co 10:13; 1 Jo 5:4-6).

 Ore incessantemente fazendo pedidos específicos (1 Ts 5:17), ore


com fé (Tg 1:6; Mt 7:7)

Escola de Oração e Intercessão 139


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 Jejue e adore a Deus (Lc 2:37b)

 Relacione o(s) motivo(s) do jejum

Deve-se tomar cuidado para que aquilo que é uma arma eficaz e poderosa
não acabe se tornando em legalismo, ou seja, associado à ideia de se fazer
boas obras para agradar a Deus.

Outro cuidado é não se deixar envolver por motivações erradas, isto é,


qualquer coisa que fira princípios espirituais. Para evitar tais situações
podemos tomar como base as orientações que estão em Isaías 58.

Escola de Oração e Intercessão 140


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15. PROCEDIMENTOS

Existem procedimentos que fazem parte dos procedimentos da Igreja


Enviar e devem ser adotados por todos os intercessores, a fim de:

 preservar a visão,
 uniformizar as condutas e práticas dentro do ministério,
 desmistificar ideias e atitudes,
 aproximar quanto mais próximo possível do padrão bíblico.

15.1 – AO CHEGAR À IGREJA

O intercessor deve chegar à Igreja, preferencialmente, 15 a 30 minutos


antes do início do culto. Reunido com sua liderança e demais integrantes
do Grupo, devem orar uns pelos outros, e confessar os pecados, antes
de iniciar qualquer atividade pertinente ao ministério.

Orar/Ungir semanalmente pelos seguintes motivos:

Pelas cadeiras – deve-se ungir com óleo, numa atitude profética em que
cada cadeira será ocupada por uma pessoa que o Senhor chamou
exclusivamente para este culto, e se nós orarmos de maneira intensa e
com peso, o Senhor nos dará uma experiência muito profunda de termos a
revelação de particularidades destas pessoas e de maneira sobrenatural
conheceremos o que significa o Salmo 139 e Jeremias 1:5.

Escola de Oração e Intercessão 141


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Pelo prédio – orar pelo espaço físico (cômodos, salas, equipamentos de
som, caixas de força, banheiros, estacionamento, região circunvizinha, etc.)

Pelo púlpito e instrumentos – se for possível, deve-se subir no altar, o


líder de intercessão ou a pessoa de maior unção, e este deverá orar
pelos instrumentos musicais e púlpito, profetizando o estabelecer da
plenitude da Glória do Senhor através da música, como também através
de todas as partes do culto e principalmente da mensagem. Sempre
orando de maneira eficaz, orando a Palavra.

15.2 – DURANTE O CULTO

Contra os impedimentos – chuva, enchentes, trânsito, acidentes,


enfermidades circunstâncias, cansaço físico, mental e etc.

Para que Satanás não exponha ninguém – deve-se posicionar de


autoridade espiritual e proibir toda a manifestação de demônios no
local de culto, antes, durante ou após o mesmo.

Uma das artimanhas do diabo é expor a pessoa, ridicularizando-a a fim


de que ela se sinta envergonhada e não volte mais à igreja. O intercessor
tem autoridade para proibir esta atuação do inimigo.

Por salvação – para que todas as pessoas que estejam no culto e


ainda não aceitaram Jesus, sejam salvas.

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Pelo louvor – Durante a ministração do louvor os intercessores cantam.
Caso haja alguma interferência no andamento do louvor, seja técnico ou
de seus ministrantes, orar intermediando e anulando todas as obstruções
criadas ou em vias de acontecer.

O louvor liberta (I Sm 16:23 e At 16;19-26). Se as pessoas estão como que


anestesiadas e não louvam, significa que devemos orar para que elas
sintam a plenitude e a presença do Espírito Santo de Deus – o Senhor
habita no meio dos louvores (Sl 22:3) e que toda a prisão em que elas se
encontram, seja quebrada e possam sentir alegria em louvar.

Este momento é muito importante, porque dependerá dele todas as


partes do culto. Se não fluir bem o louvor, em nível de adoração, poderá
haver resistências para o livre mover do Espírito Santo operar no interior
das pessoas.

Para os intercessores é o momento de muita responsabilidade em que o


papel dos mesmos influirá diretamente no culto.

Pela oração de confissão – No momento da ministração do perdão, o


intercessor se posicionará em relação ao povo para que nenhum pecado
fique oculto neste momento - é uma guerra, pois a tentativa do inimigo
é criar impedimentos (1Ts 2:18), para que as pessoas não se abram
totalmente.

Pela oração da família – É um outro momento determinante onde se


observam muitas pendências ocultas em relação aos sentimentos, seja
entre casais, entre filhos e pais, irmãos ou famílias inteiras, pois é comum

Escola de Oração e Intercessão 143


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haver raízes de amargura, solidão, inveja, ciúme, violência, desprezo e
principalmente falta da reconciliação entre os da própria casa. É comum
existirem adversários debaixo do mesmo teto.

É necessário conserto (Mt 5:21-26), pois há muitas enfermidades causadas


pela intriga e divergência em famílias (vide histórias de Caim e Abel, Noé e
seus filhos, Jacó e Esaú, José e seus irmãos, Eli e seus filhos, Davi e
Absalão).

Pelos dízimos e ofertas – Em primeiro lugar o intercessor deve ser


dizimista, para que haja habilitação e constituição nesta área. Seu
entendimento em relação aos empreendimentos e objetivos do ministério
deve ser totalmente favorável, sem questionamento ou divergências.

Em segundo lugar, deve ter uma profunda compaixão pelas pessoas, por
causa de suas amarrações em relação a esta área que causam: deserto,
esterilidade, impotência, incredulidade, tristeza, maldição da terra,
opróbrio, limitação de oportunidades, incapacidade de enxergar-se digno e
sentimento de pequenez (Jz 6).

O entendimento do povo em relação a esta prática depende muito da


ministração sobreposta à Palavra, pois ainda que voluntária, nós que já
conhecemos esta poderosa ordem do Senhor (Ml 3:10), sabemos que
as intervenções, contaminações e comentários são inversos a esta ação,
porque diz respeito à área da sociedade mais atingida nos nossos dias, que
é a situação financeira.

Escola de Oração e Intercessão 144


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A tradição e a cultura religiosa apregoaram e incutiram, por séculos, uma
falsa humildade e, de maneira demoníaca, miserável.

O homem está acostumado a colocar seus valores numa expectativa


enganosa, de ter benefícios imediatos ou a garantia deles de maneira
palpável, enquanto que aquele que coloca no altar do Senhor, precisa
abster-se destes princípios e agarrar-se a conceitos totalmente novos, que
dependerão da ministração, como já foi dito, de um entendimento
descontaminado, onde o Espírito Santo precisará de um terreno fértil
para plantar esta semente e mais uma vez.

Os intercessores precisarão estar em sintonia com o Espírito Santo para


combater esta enfermidade hereditária de retenção.

Deixando de lado a característica socioeconômica, é evidente uma atuação


de demônios, especificamente comandados para interferirem neste
momento do culto, via sentimentos e habilitações anteriores.

Principalmente em relação a aqueles que de maneira voluntária ou


involuntária participaram de algum tipo de culto a entidades demoníacas,
prática muito comum em nosso país, como também indiretamente através
de jogos de azar e todo tipo de enriquecimento fácil, que também gera
vícios e dívidas que são prisões espirituais (Jl 1 e 2).

Deve existir uma atmosfera favorável sobre o público, e constatações das


promessas ministradas através de testemunhos (sinais, milagres,
experiências materiais adquiridas), pois os mesmos além de serem uma
forma de oferta, têm um papel preponderante no selar da benção para

Escola de Oração e Intercessão 145


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que o devorador não tenha acesso à dádiva concedida, além da edificação
mútua.

Pela ministração da Palavra – para que as pessoas recebam e elas


frutifiquem em salvação, em cura, em libertação.

Pelos Ministérios e Corpo de Obreiros – deve-se orar de maneira muito


específica pelo departamento infantil, pois é um ministério anexo ao culto,
que além de cuidar do futuro da igreja, influencia o andamento e a
concentração no mesmo, de maneira direta.

Enquanto que pelos outros ministérios e corpo de oficiais devemos orar


pelos líderes e seus componentes, conforme suas atividades.

15.3 – NO FINAL DO CULTO

Chamamento – para que todas as pessoas que estão participando do


culto e ainda não aceitaram Jesus sejam salvas.

Reconciliação – Para que aqueles que estavam afastados do Senhor (da


Igreja) se reconciliem.

Na oração da concordância final – liberando sobre a Igreja todas as


bênçãos contidas na ministração da Palavra.

Escola de Oração e Intercessão 146


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15.4 – APÓS O TÉRMINO DO CULTO

Orar agradecendo a Deus pelo mover, pela salvação, pelas curas, pelos
milagres, etc. Pedir para que o Senhor guarde cada um que esteve
presente, e ninguém seja roubado da Palavra (espiritualmente), nem seja
alvo de nenhum tipo de acidente ou incidente (materialmente). E que Deus
leve todos em segurança. Para que Deus coloque seus anjos guardando o
templo.

O intercessor precisa saber:

 qual posição física ocupará no templo (frente, fundos, laterais,


parede, cadeira, cenáculo, etc.).

 quais serão seus alvos de oração,

 quais as orientações vindas da liderança.

Após receber tais instruções, o intercessor deve ocupar o lugar que lhe
foi designado tão logo inicie o culto.

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15.5 – LOCAIS DE OCUPAÇÃO

a. No culto: Os intercessores ocuparão as primeiras cadeiras em frente


ao altar, estes ficarão intercedendo pelo pregador;

Os demais serão distribuídos pelas paredes (que ficarão em pé), estes


orarão pelo culto, pelos membros, etc…

No cenáculo ficam se possível dois ou três intercessores, desde o


começo até o final do culto. Estes intercederão somente pelo ministrante e
pela Palavra.

b. Ao se posicionar: O intercessor não precisará levantar os braços nem as


mãos, nem fazer gestos;

O intercessor ficará atento ao movimento (físico e espiritual) durante o


culto;

O intercessor pode participar dos momentos de louvor;

O intercessor pode dar as mãos e fazer a oração da família e Missões com


a Igreja e as orações de concordância. A menos que haja alguma
orientação diferente dessa vinda do ministrante.

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16. MANUAL PRÁTICO DO INTERCESSOR

16.1 – O QUE É INTERCESSÃO?

Ato de interceder: intervenção (segundo o Dicionário Aurélio).

16.2 – O QUE É INTERCEDER?

Pedir, rogar, suplicar (por outrem), intervir (a favor de alguém ou de


algo): vendo que o amigo sofrerá injustiça, intercedeu por ele (segundo o
Dicionário Aurélio).

16.3 – COMO PROCEDER DURANTE OS CULTOS

1. Sentar um ou dos intercessores nos primeiros bancos à esquerda


do altar – a prioridade de sentar é dos idosos(as) e mulheres grávidas.

 Abrir a Bíblia só na primeira leitura da pregação;


 Orar sempre em concordância com o pregador. Por exemplo, oração
de confissão e outras orações durante o culto.
 Ministração da oferta: orar para quebrar a mesquinhez, avareza,
dureza de coração etc;
 Quando houver uma Palavra de Conhecimento, orar a favor, para
que a pessoa revelada apareça rapidamente.

Escola de Oração e Intercessão 149


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2. Intercessores nas paredes:

 Não levantar as mãos; Orar em espírito;


 Para que não haja corre-corre de crianças; Para o povo não ficar
disperso;
 Para não haver roubo da mente; Para que o culto flua.

3. Intercessores no cenáculo

 Deve haver no cenáculo um ou dois intercessores durante os cultos;


 Orando pelo pregador, para que haja o fluir da Palavra através do
Espírito Santo de Deus;
 Acompanhar cada tópico do culto que está fixado na parede do
cenáculo;
 Não conversar, só orar;
 Cuidado com as revelações, ou seja, tem que haver sabedoria;
 Não é para orar uns pelos outros enquanto intercede;
 Não ler a Bíblia, pois a hora é de cobertura espiritual pelo culto.

4. Guardiões das Promessas – este será mais um intercessor sentado.

 Deverão ser anotadas todas as promessas e profecias que são


ministradas durante os cultos;
 Quanto termina o culto, todos os intercessores se reúnem, oram
selando e ungindo as promessas que posteriormente são enviadas
para o cenáculo de oração.

Obs.: Em todas as orações, cobrir-se com o sangue de Jesus!

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16.4 – UNÇÃO DA IGREJA

Ungir semanalmente a igreja, cadeiras e todos os departamentos.

16.5 – PRÉ-REQUISITOS PARA OS INTERCESSORES

 Ser membro da Igreja Local; Ser batizado nas águas;


 Ser dizimista;
 Ser batizado no Espírito Santo;

16.6 – ARCA DE PEDIDOS

Oramos no final de cada culto, os pedidos são retirados pela equipe de


plantão e enviados a cenáculo.

16.7 – POR QUEM DEVEMOS INTERCEDER

Nós como intercessores devemos orar por:

a) Todas as autoridades (Presidente, Prefeito, Governador, etc…)

“em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade,


para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito.”
I Tm 2:2

Escola de Oração e Intercessão 151


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b) Todos os cristãos.

“Certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso
outra vez do Senhor, quer servo, que livre.” Ef. 6:8

c) Todos os homens.

“Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações,


intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens.” I Tm. 2:1

d) Seu patrão.

“E disse consigo: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, rogo-te que me


acudas hoje e uses de bondade para com o meu senhor Abraão!

Eis que estou ao pé da fonte de água, e as filhas dos homens desta


cidade saem para tirar água;

Dá-me, pois, que a moça a quem eu disser: inclina o cântaro para que eu
beba; e ela me responder: Bebe, e darei ainda de beber aos teus camelos,
seja a que designaste para o teu servo Isaque; e nisso verei que usaste de
bondade para com o meu senhor.” Gn. 24:12-14

e) Pelas crianças.

“Trouxeram-lhe, então, algumas crianças, para que lhes impusesse as


mãos e orasse; mas os discípulos os repreendiam.

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Jesus, porém, disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a
mim, porque dos tais é o reino dos céus.

E, tendo-lhes imposto as mãos, retirou-se dali.” Mt. 19:13-15

f) Todos os seus amigos.

“Tomai, pois, sete novilhos e sete carneiros, e ide ao meu servo Jó, e
oferecei holocausto por vós. O meu servo Jó, orará por vós; porque dele
aceitarei a intercessão, para que eu não vos trate segundo a vossa
loucura; porque vós não disseste de mim o que era reto, como o meu
servo Jó.

Então, foram Elifaz, o temanita, e Bildade, o Suíta, e Zofar, o naamatita,


e fizeram como o Senhor lhes ordenara; e o Senhor aceitou a oração de
Jó.” Jó 42:8-9

g) Todos os enfermos.

“Ou supondes que em vão afirma a Escritura: é com ciúmes que por
nós anseia o Espirito, que ele fez habitar em nós?” Tg. 5:4

h) Pelos perseguidores.

“Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos
perseguem” Mt. 5:44

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17. DÚVIDAS FREQUENTES

1. O INTERCESSOR PODE SAIR DO SEU LUGAR (DE SUA


POSIÇÃO OCUPADA NO TEMPLO) DURANTE O CULTO?

Pode. Desde que só saia fisicamente e com algum objetivo importante ou


inadiável; porém, espiritualmente, ele deve estar em espírito de oração
intercessora.

Atitudes como ir ao banheiro ou beber água não interferem sobre o


intercessor nem sobre o culto, porém não são desejáveis. Ele deve
procurar satisfazer suas necessidades antes de dar início ao seu
“trabalho”.

Obs.: Um intercessor deve ter claro que seu chamado é interceder e isto
significa estar posicionado em espírito para que receba as instruções de Deus
acerca do que Ele deseja realizar. Ele é um atalaia que anuncia o que está
para acontecer, o que dá alarme para que o mal não sobrevenha (Ez 33:2-9).

2. O INTERCESSOR PODE PARTICIPAR DO LOUVOR CANTANDO,


BATENDO PALMAS

Pode, pois ele está participando em contínua oração, em espírito, e ligado


naquilo que o Espírito Santo possa ministrá-lo. O louvor liberta e não

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deixa de ser oração como diz a letra da música: “…há momentos em que o
louvor é a melhor das orações.”

3. O INTERCESSOR PODE REPETIR ORAÇÕES DE


CONCORDÂNCIA FEITAS DURANTE O CULTO E NO FINAL?

Sim, pois como o próprio nome diz, é oração de concordância, ali ele
está envolvido como Igreja e não deixando de realizar o seu papel de
intercessor.

4. O INTERCESSOR PODE FECHAR OS OLHOS NO MOMENTO DA


ORAÇÃO?

Pode, porém, ele deve estar observando o movimento físico e espiritual


que possa ocorrer durante as orações, o que o possibilita investir mais
fortemente num determinado tipo de oração. Como por exemplo: se
alguém não está conseguindo orar, ele pode interceder a Deus nesse
sentido, contra aquela situação.

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5. O INTERCESSOR PODE DAR AS MÃOS DURANTE AS ORAÇÕES
ONDE OCORRE ESSA DETERMINAÇÃO?

Somente em casos específicos, quando o ministrante solicitar tal


atitude. Caso contrário, deve permanecer no seu lugar e interceder pelas
vidas.

Ele pode se privar disso, até porque, se não, acaba entrando no “clima” do
culto propriamente dito: cumprimenta as pessoas, declara uma palavra, e
por aí afora, quando, na verdade, ele está escalado para interceder e ele
poderá participar de tais procedimentos quando não estiver em escala de
trabalho ministerial.

6. QUAL A IMPORTÂNCIA DA UNÇÃO DAS CADEIRAS? COM QUE


FREQUÊNCIA DEVE ACONTECER?

A unção é uma consagração a Deus. A unção nas cadeiras e do local de


culto é importante, pois sabemos que a ela quebra o jugo (Is 10:27) e,
dessa forma, haverá liberação em todo o ambiente e nas vidas que
participarão do culto.

Obviamente, que não pode ser feita com negligência; mas, sim,
entendendo seu significado no mundo espiritual, com habilitação, orando
por toda sorte de liberações necessárias ao culto e às pessoas: como
salvação; volta logo; quebra de cadeias invisíveis, como vícios, dúvidas,
dureza de coração; resistência espiritual à Palavra ministrada; etc.

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O ideal é que a unção seja feita em todos os cultos, ou seja, diariamente,
porém pode ser for feita semanalmente.

A unção de objetos tem referência na Palavra de Deus, assim como feito


no tabernáculo e em tudo o que havia nele (Ex 40:9)

Obs.: A falta da unção nas cadeiras e no ambiente do culto não significa que o
culto não será uma bênção e que Deus não agirá, mas mostra ao mundo
espiritual o envolvimento e a preocupação dos intercessores com as questões
espirituais.

7. UM INTERCESSOR QUE NÃO SEJA AINDA DIÁCONO PODE


FAZER ESTA UNÇÃO?

Pode desde que seja através de direcionamento das autoridades


espirituais constituídas na Igreja, debaixo de delegação.

8. O QUE É NECESSÁRIO PARA QUE UM INTERCESSOR TENHA


HABILITAÇÃO PARA EXERCER O MINISTÉRIO?

É necessário estar em santidade (consagração), ter a cobertura espiritual


de seu líder, ser submisso às autoridades espirituais, ter uma vida de
comunhão com Deus e ser ungido com óleo.

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9. QUANDO O INTERCESSOR CHEGA ATRASADO NA SUA
ESCALA QUAL DEVE SER SEU PROCEDIMENTO?

Ele deve trabalhar, ver onde esta a brecha(caso haja) e se posicionar; logo
após o culto ele procura seu líder para justificar seu atraso; se há alguma
determinação específica.

Assim, ele vai assumir seu “posto” debaixo de cobertura espiritual e de


forma responsável. (Ef 6:18)

10. QUEM SÃO OS ALVOS DAS ORAÇÕES DOS INTERCESSORES


NA HORA DO CULTO

Sentados: os Ministrantes da Palavra (Quem estiver Pregando), De pé o


culto como um todo. Além disso, os intercessores devem orar por
salvação, cura, libertação, pelos dízimos e ofertas; por batismos e
testemunhos, pela Palavra no sentido de tocar no coração das pessoas e
surtir o efeito desejado (espada).

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11. ALGUÉM QUE FOI CHAMADO À LIDERANÇA OU A
PARTICIPAR NO MINISTÉRIO DE INTERCESSÃO, MAS AINDA
NÃO FOI UNGIDO COMO INTERCESSOR PODE EXERCER?

Não, pois a unção traz cobertura em todos os níveis. O novo líder ou


intercessor deve buscar crescer espiritualmente, estudando e se
habilitando para exercer este importante ministério.

12. QUANDO EU SOU UM INTERCESSOR SÓ AS OUTRAS


PESSOAS SÃO ABENÇOADAS?

A resposta é não e o exemplo clássico é Jó, que ao orar pelos seus


amigos viu Deus restaurar sua sorte. Quando nos preocupamos com
outras pessoas e com a obra de Deus, o Senhor também se atenta para
as nossas necessidades e satisfaz os nossos desejos.

Jó viveu exatamente isso, o resultado da sua intercessão pelos seus amigos


foi a mudança de sorte na sua própria vida (Jó 42:10)

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13. O INTERCESSOR PODE LER OS PEDIDOS DE ORAÇÃO OU DE
MILAGRES?

O intercessor tem que ter responsabilidade ministerial e maturidade para


exercer seu chamado. Ele tem que ter claro a diferença entre ser um
intercessor e um especulador, ou um curioso!

Ele tem que entender que muitas intimidades e/ou particulares são
colocados nos pedidos e sua função é ler para discernir o que deve ser
objeto de intercessão, ou de aconselhamento, ou de ministração…

Enfim, ele tem que estar informado sobre qual a necessidade da pessoa
para se colocar no seu lugar e orar de forma eficaz, nada mais!

A leitura também serve para que se verifique que não haja dentro dos
envelopes valores ou objetos que, se encontrados, devem ser entregues
imediatamente ao seu Líder e/ou Pastor.

14. O QUE DEVE SER FEITO COM OS PEDIDOS E FOTOGRAFIAS?

Os pedidos devem ser reunidos no cenáculo até o final do mês, quando


são levados para um local (monte ou outro local separado) e queimados,
junto aos demais existentes ali.

As fotografias podem ficar um tempo no cenáculo e depois serem


devolvidas ou, se o responsável por ela preferir, também podem ser

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queimadas. Vai depender do comprometimento que aquela fotografia
traga.

15. O QUE É RESPONSABILIDADE MINISTERIAL?

É em primeiro lugar estar debaixo da autoridade de Jesus Cristo. A partir


daí, estar em submissão às autoridades espirituais.

Assumir os compromissos ministeriais, como: ser dizimista e ofertante,


participar dos desafios, das campanhas de Jejum, das escalas (horários nas
igrejas e nos eventos) quando solicitado, ser prestativo, etc, pois servimos
ao Corpo de Cristo.

Tudo isso é uma grande bênção e traz crescimento e habilitação espiritual.

16. O QUE É HIERARQUIA?

Hierarquia é ordem, graduação. No nosso ministério tem por base a


autoridade apostólica que é a autoridade messiânica delegada, pois os
apóstolos eram testemunhas comissionadas por Cristo (Mt 10:40; J0 17:18;
Jo 20:21).

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17. O QUE É UM ATALAIA?

É um sentinela, vigia. O que está de sobreaviso, à espreita. (Hc 2:1)

18. O QUE SÃO BRECHAS ESPIRITUAIS?

São espaços abertos em consequência de pecados (mentira, roubo,


prostituição, adultério, rebeldia, etc...) e que geram falta de habilitação no
mundo espiritual para executar suas atividades ministeriais.

Essas brechas são “tapadas” com tratamento espiritual: cura interior,


pedidos de perdão, posicionamentos adequados, entre outros.

19. O QUE É POSICIONAMENTO?

É uma tomada de posição. São atitudes espirituais ou concretas tomadas


pelas pessoas. Modo, jeito, maneira, atitude, postura. Circunstâncias em
que alguém se acha.

20. O QUE É ESTRATÉGIA?

É a arte de traçar planos de guerra. Na guerra espiritual, esta capacidade


pertence ao Espírito Santo, a nós, como intercessores, cabe buscar dele

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como, quando e onde, uma vez que não teremos que lutar e sim nos
posicionar.

21. O QUE SÃO DEFORMAÇÕES?

São alterações (negativas) na forma. Deturpações no caráter, na alma.


Perder a forma primitiva.

Vulgarmente o termo é utilizado como sinônimo de defeituoso.

22. O QUE É REBELDIA?

Rebeldia é a quebra do princípio de autoridade espiritual ou a atitude


daquele que não se submete às autoridades.

23. O QUE É PESO DE INTERCESSÃO?

Não é nenhum tipo de peso físico ou emocional: dores, ataques


demoníacos, cansaço, tristeza, angústia, etc., mas é a responsabilidade e o
incômodo com o chamado e com as vidas. O Apóstolo Paulo nos revela:

“...meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo
formado em vós” Gl 4:19

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Obviamente, não eram dores físicas! Mas sim, o peso, a responsabilidade e
até a “ansiedade” em ver a obra de Deus concluídas nas vidas.

24. O QUE É CHAMADO?

É a convocação para certas pessoas para que se dediquem a trabalhos


no Reino de Deus (Rm 1:1).

Essa convocação é uma decisão divina, tomada desde a eternidade (Is


49:1,5; Jr 1:5; Gl 1:15).

25. O QUE É RETALIAÇÃO? QUAIS SÃO SUAS CONSEQUÊNCIAS?

É o contra-ataque do inimigo com o objetivo de enfraquecer,


desestimular, amedrontar, e parar o ministério do intercessor.

Como consequências a retaliação pode vir em forma de enfermidades,


desânimos, perturbações, desentendimentos em relacionamentos, tanto a
própria pessoa ou alguém de sua convivência familiar, podendo atingir
uma ou diversas áreas da vida espiritual ou material. (At 19:13-16)

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26. O INTERCESSOR PODE SOFRER RETALIAÇÕES?

Pode. Se não tiver o preparo espiritual necessário, a maturidade e o


discernimento a respeito de guerra espiritual, porque dessa forma ele não
tomará importantes posicionamentos em sua vida, como: santidade,
submissão, autoridade espiritual firmada na Palavra, testemunho de vida,
etc.

Ele precisa saber que não é brincadeira, nem está meramente ocupando
um cargo; mas exercendo um chamado importantíssimo e fundamental
na Igreja e que interfere na vida de cada servo de Deus,
independentemente de sua unção ministerial – membros, diáconos,
presbíteros, pastores, bispos (Jesus precisou da intercessão de seus
discípulos – Mt 26:36)

27. O QUE É ORAR A PALAVRA?

É apropriar-se do que está escrito na Bíblia (na Palavra de Deus) e declarar


segundo aquele o texto sagrado. (Ler Mateus 4)

28. O QUE É ORAÇÃO DE CONCORDÂNCIA?

É a oração onde há duas ou mais pessoas confirmando (concordando com)


o que uma outra ora. (Ler Mateus 16:19)

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29. O QUE É GUERREAR ESPIRITUALMENTE?

É batalhar, combater, lutar nas regiões espirituais. É a peleja entre dois


exércitos. A batalha ou guerra espiritual deve estar sob a autoridade do
Pastor ou Bispo, que, conhecendo seus motivos, vão trazer todas as
estratégias para se vencer essa guerra, como jejum, voltas, mapeamento,
etc.

30. GLOSSÁRIO

Atalaia: 1. Sentinela, vigia. 2. Ponto elevado, donde se vigia. De a.: de


sobreaviso, à espreita.

Habilitação: Tornar(-se) hábil, apto, capacitado para alguma coisa.

Ministério: O conjunto dos ministros que formam as diversas frentes de


trabalho na Igreja. Ex. Ministério de Intercessão, Ministério de Louvor,
Ministério de Assistência Social, etc.

Ministro: 1. Aquele que tem um cargo ou está incumbido de uma função.

Retaliar: 1. Revidar com dano igual ao recebido. 2. Tratar com


represálias; desafrontar, desagravar.

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LIVROS ADOTADOS

Oração de Guerra, de Piter Wagner;

Escudo de Oração, de Piter Wagner;

Igrejas que Oram, de Piter Wagner;

A Arte da Intercessão, de Kenneth e Hagin;

Desmascarando Satanás, de Collin Dye;

Possuindo as portas do inimigo, de Cindy Jacob;

José (Série Heróis da Fé), de Charles R. Wimdoll.

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BÔNUS

Para acesso ao bônus, basta clicar na imagem ou no texto do bônus


desejado.

BÔNUS 1 – CLUBE DA BÍBLIA “O QUE É A


ORAÇÃO?”

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É A ORAÇÃO”

BÔNUS 2 – CLUBE DA BÍBLIA “COMO


JEJUAR”

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JEJUAR”

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Parabéns por ter decidido melhorar seu relacionamento com Deus e se


tornar um intercessor em excelência

Pesquisas afirmam que a maioria das pessoas aprende mais quando veem
e escutam, do que apenas lendo.

Principalmente quando o conhecimento que é absorvido vem pelos vídeos,


é testado através de exercícios e orientado por alguém que guiará seus
estudos.

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