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EMT.023 - SOLIDIFICAÇÃO E SINTERIZAÇÃO

Sinterização e metalurgia do pó

Lista de exercícios

Teoria atomística – Primeiro estádio

400. a) Defina sinterização de pós metálicos.

b) Qual é a força motriz causadora da densificação durante a
sinterização?
c) Descreva um processo de sinterização por evaporação-condensação, do
ponto de vista termodinâmico e cinético, usando esboços simples.
d) Quais são as limitações do processo descrito no item c
relativamente ao processo industrial?

401. Considere o mecanismo de sinterização de difusão no contorno de grão.

a) Considerando as doutrinas do equilíbrio local e dos efeitos

capilares, explique como ele opera.
b) Explique se este mecanismo causa contração ou não e porque.

402. Um pó de aço inoxidável de 50 µm de diâmetro médio das partículas foi

compactado a uma densidade de 58% da densidade real e sinterizado em
hidrogênio puro. Os resultados das medidas de contração em duas séries
de experimentos, uma isócrona (com temperatura variável e tempo
constante) e outra isotérmica (com temperatura constante e tempo
variável) foram os seguintes:

Série isócrona

--------------------------------------------------------
Temperatura Tempo Contração
(°C) (h) (%)
--------------------------------------------------------
1050 2,0 0,62
1100 2,0 0,91
1150 2,0 1,31
1200 2,0 1,82
1250 2,0 2,49
1300 2,0 3,33
--------------------------------------------------------
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Série isotérmica

--------------------------------------------------------
Temperatura Tempo Contração
(°C) (h) (%)
--------------------------------------------------------
1200 0,5 1,05
1200 1,0 1,38
1200 1,5 1,63
1200 2,0 1,82
--------------------------------------------------------

a) Considerando que um exame dos dados de difusão disponíveis para

este material mostra energias de ativação para a difusão
superficial, no contorno de grão e volumétrica de 225, 200 e 290
kJ/mol, faça uma análise do mecanismo de sinterização a partir dos
dados da experiência isócrona.
b) Considerando que a densidade aparente do corpo sinterizado ρa e a
contração ∆L/Lo são medidas relacionadas da cinética do processo de
sinterização através da equação

ρa = ρr /(1 - ∆L/Lo)3

calcule o tamanho do poro ao longo do tratamento isotérmico e

caracterize o experimento relativamente aos três estádios da
sinterização.
c) Qual seria o tamanho do poro e a média da curvatura média do poros
se a reação de sinterização transcorresse até VVG = 0,25.

Teoria atomística – Terceiro estádio

403. O livro do Prof. Randall M. German, entitulado “Powder Metallurgy

Science”, na sua segunda edição, expõe a seguinte doutrina:

“No estádio final do processo de sinterização o gás aprisionado nos

poros pode inibir a densificação. Num ponto crítico no qual a
densificação cessa, a energia superficial de um poro esférico será
balanceada pela pressão interna do gás,

2 γSV /r = PG

onde γSV é a energia superficial sólido-vapor,

r o raio do poro,
PG a pressão do gás no poro.

Se um briquete compactado é sinterizado em argônio a uma pressão igual

a P1, considere que o pó apresente raio r1 no seu fechamento, que
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ocorre a uma porosidade de 8%. A porosidade limite final pode ser
calculada reconhecendo que a massa do gás nos poros é conservada. Se
os poros são esféricos e o seu número e a temperatura permanecem
constantes, então

P1V1 = P2V2 = nRT

onde os índices 1 e 2 se referem aos poros no momento do fechamento e

no estado limite final e os demais símbolos têm o significado
convencional. Nestas circunstâncias o tamanho de poro final r2 pode
ser estimado pela seguinte expressão,

r2 = [r13 P1 / (2 γSV)]1/2

Como um exemplo, se r1 é 10 µm, P1 é 1 atmosfera e γSV é 2 J/m2, então

r2 é 5 µm. Em outras palavras, não importa por quanto tempo o material
seja sinterizado, os poros se estabilizarão no tamanho final de 5 µm.”

a) Deduza a equação para r2.

b) Se um poro esférico com 1 µm de raio se forma no estádio final da
da reação de sinterização num gás inerte (argônio) a 1 atmosfera
(0,1 MPa) qual será o seu raio final se γSV = 1,5 J/m2?
c) Discuta a teoria acima no contexto das teorias expostas nas Notas
de Aula para o terceiro estádio da reação de sinterização.
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Teoria microestrutural

410. Considere a trajetória de evolução da área superficial na sinterização

de briquetes feito a partir de pó equiaxial de metal ou composto
iônico.

a) Diga como se pode calcular o valor de λSG para uma determinada

fracão volumétrica de poros.
b) Diga como, a partir desta trajetória, se pode calcular o tamanho
aproximado do pó usado na fabricação desses briquetes caso ele
tivesse sido uniforme no tamanho.
c) Diga como se pode saber se os poros desses briquetes são abertos ou
fechados a partir do conhecimento da fração volumétrica de poros.
d) Diga como se calcula o valor de HSG para uma determinada fração
volumétricas de poros.
e) Comente em que condições a trajetória da sinterização no estado
sólido de um pó puro será igual à da sinterização na presença de um
líquido de um pó impuro.

411. Tanto a sinterização quanto o crescimento de grão são obtidos em

tratamentos isotérmicos (que podem genericamente serem ditos
tratamentos de recozimento, em inglês, annealing). Assim, quando se
sinteriza um briquete formado de pós, é de se esperar que ocorram as
duas reações.

Considere a Figura 4-28 das Notas de Aula, p. 33. Ela dá a entender

que é possível controlar independentemente a densidade (sinterização)
e o tamanho de grão (crescimento de grão). Com base na teoria
microestrural da reação de sinterização apresentada nas Notas de Aula
explique este resultado, mostrando que, na realidade, esse não é o
caso. Leve em consideração as questões levantadas nos itens “e”, “f” e
“g” da questão anterior.

412. No Brasil, em atividades industriais ligadas às atividades de

mineração no Quadrilátero Ferrífero, se produzem mais de 25 milhões de
toneladas de pelotas de minério de ferro hematítico. Estas pelotas são
produzidas através da reação de sinterização na presença de uma
escória líquida. As pelotas queimadas, como muitos produtos cerâmicos
convencionais produzidas a partir de matéria prima particulada da
mesma faixa de tamanho, apresentam porosidade na faixa de 20 a 25%.

a) Diga, do ponto de vista geométrico, que tipo de matéria constituem

as pelotas queimadas.
b) Diga, em que estádio do processo de sinterização, se encontram
estas pelotas e explique porque.
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Considere a seguinte afirmação do Dr. Magnus Tigerchiold (que
liderou os estudos suecos relativos à pelotização de minérios de
ferro, que, como os americanos, se ateram inicialmente aos
concentrados magnéticos de minérios magnetíticos):

“Cooke an Ban at the University of Minnesota have studied the

metallurgy of the pelletizing process and have shown that in fired
pellets made from magnetite concentrates four different types of bond
can exist:

(i) [Oxidation of the magnetite] The bond consists of hematite between

partly oxidized grains of magnetite. This binding starts in an
oxidizing atmosphere at temperatures as low as 200-300°C. The
oxidation first occurs in certain crystallographic directions on the
surface of grains. Small hematite crystals are formed on the surface
of the original uniform magnetite crystal. Because of the great
mobility of the atoms at the moment of the oxidation hematite crystals
are formed at the points of contact, binding the grains together. This
results in increased strength of the pellet even at relatively low
temperature.

(ii) [Recrystallization and grain growth of the hematite] If a surplus

of air is present and the temperature is raised, an increased
oxidation and stronger bond is attained. Ultimately the binding
results mainly from recrystallization and grain growth of hematite.
The recrystallization of hematite occurs at 1100-1200°C, whereas the
recrystallization of magnetite starts at 900°C.

(iii) [Recrystallization and grain growth of the magnetite] If the

amount of air is insufficient the oxidation can be delayed so much
that at 900°C magnetite is still present [as at the firing on an inert
or neutral atmosphere, for example]. On the surface of the single
grains recrystallization and grain growth of the magnetite take place
in the same way as for hematite at higher temperatures. This can also
occur if coal is added to the concentrate.

(iv) [Slag bond] At higher temperatures (1000-1200°C) slag is formed

from FeO and silica present in the gangue. Yhe slag mointens the
magnetite grains and delays a further oxidation. When the pellets are
cooled the slag acts as a cement between the grains. This binding is
not very strong, and it should be borne in mind that Fe2O3 does not
react with silica at the temperature used in pelletizing furnaces.”

c) Que sentido tem a palavra grain no texto?

d) Que sentido tem a palavra recrystallization no texto?
e) Considere um agregado policristalino. Que relação tem o crescimento
de grão com a movimentação dos contornos de grão neste agregado.
f) Considere uma pelota queimada de minério de ferro hematítico. Ela
é, ao mesmo tempo, um tipo determinado de matéria geométrica e um
agregado policristalino. Explique como e porque estas duas imagens
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da estrutura estão relacionadas entre si e através da
microetrutura das partículas de minério de ferro.
g) Diga, com base tanto na teoria tradicional quanto na teoria
microestrutural da reação de sinterização apresentada nas Notas de
Aula, que tipo de limitação que existe para o movimento dos
contornos de grão num corpo no segundo estádio da reação de
sinterização. Explique se esta limitação inibe ou favorece o
crescimento de grão.
h) Com base na resposta do item anterior, critique a teoria
convencional dos mecanismos de ligação (bonding mechanisms) na
pelotização de minérios de ferro. Em particular, considere as
ligações (ii) e (iii) do texto do Dr. Tigerschiold.
i) Qual é a vantagem da sinterização na presença de um líquido sobre a
sinterização em estado sólido?
j) O Dr Tigerchiold afirmou que “it should be borne in mind that Fe2O3
does not react with silica at the temperature used in pelletizing
furnaces”. Que solução para este problema a Lurgi, no âmbito da
metalurgia envolvida na siderurgia, apresentou para este problema?

Considere as seguintes afirmativas de D.M. Urich & T.-M. Han, da

Cleveland-Cliffs Iron Company, que realizaram por volta de 1960 o
primeiro estudo detalhado da pelotização de minérios hematíticos:

“Pore Size and Pore:Solid Ratio. Pore size in pellets is directly

related to the grain size of the concentrates; i.e., the finer the ore
particles the smaller de pore size. It seems that the pellets made
from the same grind and fired at varying temperatures show small
differences in pores sizes”

Com base na teoria microestrural da reação de sinterização apresentada

nas Notas de Aula explique:

l) Porque e como o tamanho dos poros é diretamente relacionado ao

tamanho das partículas do concentrado..
m) Porque e como o tamanho dos poros depende apenas do tamanho das
partículas do concentrado (concentrate grind) e não da temperatura
de sinterização (firing temperature). Em particular destaque a
formulação conceitual da teoria microestrutural que fundamenta esta
explicação.

ou seja, como seria possível, com base na teoria, prever o

comportamento descrito por Urich & Han.