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A QUEDA DO HOMEM

Quando Deus criou o primeiro homem, Adão, Ele o fez totalmente


diferenciado de qualquer outro ser. Adão tinha um espírito, uma alma e um
corpo. Adão era diferente dos anjos que possuem apenas um espírito e também
era diferente de qualquer outro animal, pois os mesmos possuem alma e corpo e
são destituídos de espírito.
O Senhor Deus, ao criar o homem, lhe deu total liberdade naquilo que se
refere a ter vontade própria e poder de decidir quais serão as suas escolhas.
Deus não criou o homem como um robô para que ele pudesse satisfazer,
de modo automático, a Sua vontade. O propósito de Deus sempre foi que o
homem pudesse se fazer obediente a Ele, ou seja, atentar sempre para a Sua
vontade. Ainda assim, Deus respeita a decisão de escolha do homem em ser
obediente ou não. Um grande exemplo sobre esse aspecto está no livro de
Gênesis.

E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda


árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da
ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia
em que dela comeres, certamente morrerás.
(Gênesis 2:16-17)

Isso nos mostra que o homem não era uma “máquina programada” que
havia sido criada sem o poder de escolhas, devendo executar todas as ordens de
Deus. Muito pelo contrário, pois o homem foi criado com plena liberdade para
poder obedecer ou rebelar-se contra a vontade do Senhor. A essa liberdade de
escolha chamamos de livre arbítrio. O homem é o detentor, ou seja, aquele que
tem a posse da soberania de sua vontade.
Para nós, cristãos, esse conhecimento é de fundamental importância em
nossa vida. É necessário entender que, mesmo tendo a Sua vontade, Deus jamais
irá privar o homem de sua liberdade de escolha, mas sempre vai responsabilizá-lo
por cada escolha que fizer. O homem é totalmente responsabilizável e aquilo que
ele semear será o que ele, obrigatoriamente, colherá.

Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que


o homem semear, isso também ceifará.
(Gálatas 6:7)
Para que Deus possa realizar algo em nós, é necessário que cooperemos
com Ele de forma que possamos ceder o nosso livre poder de escolha, ou seja, o
nosso livre arbítrio. Qualquer ação de Deus terá que ser sempre respaldada por
uma atitude do homem.
Todo cristão precisa compreender que a soberania da sua vontade pertence
a ele mesmo e que nem Deus e nem Satanás podem fazer qualquer obra se não
obtiverem o consentimento dele. Em relação à vontade, todo homem é livre, mas
sempre será totalmente responsabilizado!
A intenção inicial de Deus, quando da criação do homem, era fazer com
que o homem, como alma vivente que é, pudesse caminhar no maior e mais
importante propósito que é a vida do espírito. Esse caminhar na vida espiritual
está acima da vida de alma (vida natural), a qual é a representação do “EU” do
homem.
Aqui, é notório perceber que, se o homem mantivesse seu caminhar nesse
propósito original de Deus, permitindo que a vida de espírito prevalecesse sobre
a vida de alma ou vida natural, ou seja, mantendo espírito e alma em suas
posições originais, recebendo e absorvendo, continuamente, essa essência da vida
criada por Ele, então seria certo que o corpo do homem não iria sofrer qualquer
tipo de mudança.
Como sabemos, a alma é a sede do “eu” do homem e se Adão, na
soberania do exercício da sua vontade, resolvesse comer o fruto da árvore da
vida, a própria vida de Deus estaria no seu espírito e na sua alma, e com isso, o
seu corpo estaria eternamente em uma condição de natureza incorruptível.
Infelizmente, Adão resolve comer o fruto de outra árvore: a árvore do
conhecimento do bem e do mal cujo fruto Deus o exortara a não comer, pois, se
fizesse isso, certamente morreria.

mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não


comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás.
(Gênesis 2:17)

Ao exercer o seu poder soberano de escolha, Adão resolve obedecer à sua


vontade de alma e não atentou para aquilo que Deus havia lhe dito: “Certamente
morrerás”.
No exato momento em que Adão escolhe fazer a sua vontade, a ordem de
espírito e alma, nesta sequência, passou a ficar totalmente invertida. A partir de
então, a humanidade precipitou-se em trevas e a morte anunciada por Deus para
Adão foi a morte espiritual. Pode-se afirmar, então, que o espírito do homem
ficou morto para as coisas espirituais e passou a viver pelas escolhas de sua alma.
Uma das consequências disso foi que o homem perdeu a presença de Deus e o
seu corpo passou a não resistir por muito tempo, acabando por se corromper.

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