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DA CRIAÇÃO

CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER, CAP. IV


Confissão de Fé de Westminster, Cap. IV
I. No princípio, aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a
manifestação da glória de seu eterno poder, sabedoria e bondade,
criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o
mundo e tudo o que nele há, visível ou invisível.

Referências bíblicas: Rm 11.36; Hb 1.2; Jo 1.2,3; Rm 1.20; Sl 104.24; Jr 10.12; Gn 1; At


17.24; Cl 1.16; Ex 20.11.
Introdução
A Bíblia começa com a afirmação de que Deus é o criador de todas as
coisas. Ela não se preocupa em provar a existência de Deus. Ela parte
do pressuposto de que Deus é o criador. Portanto:
A. Não foi um acidente cósmico que criou o mundo;
B. O homem não é resultado de um processo de evolução.
Conf.: Sl 135.6; Sl 148.5; Sl 33.1-9; Jr 10.12; Jo 1.1-3; Cl 1.15,16; Hb
1.2; 11.3; At 17.22-24
O Tempo da Criação
“No Princípio...”: Para entendermos essa expressão, em primeiro lugar,
precisamos compreender que a Bíblia emprega uma linguagem comum da
vida diária. A declaração é simples, histórica, e objetiva. O gênero literário não
é poético, mas narrativo. Não foi escrita para satisfazer nossas curiosidades.
“No princípio” significa o início de todas as coisas temporais. Conforme
Berkhof, “não seria correto presumir que o tempo já existisse quando Deus
criou o mundo, que ele em algum ponto desse tempo existente, chamado
“princípio”, fez surgir o universo. O mundo foi criado com o tempo e não no
tempo. Antes do “princípio” mencionado em Gênesis 1.1 jaz uma eternidade
sem princípio (cf. Sl 90.2).
Um Ato do Trino Deus
“No princípio, aprouve a Deus Pai, Filho e o Espírito Santo”: De
acordo com a CFW, Pai, Filho e Espírito Santo, a Trindade,
envolveram-se juntamente na obra da criação (Gn 1.1; Gn 1.26; Sl
33.6,9; 148.5; Jo 1.1-3; Cl 1.15,16; Hb 1.2; 11.3). O Trino Deus é o
autor da Criação (Is 40.12; 44.24; 45.12).
Embora o Pai esteja em primeiro plano na obra da Criação, esta é
também claramente reconhecida pela Escritura como obra do Filho
(cf. Jo 1.3; Cl 1.15-17) e do Espírito Santo (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl
104.30; Is 40.12, 13).
Do Nada
“No princípio, aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo... criar
ou fazer do nada”: significa que não havia material preexistente. Os
teólogos reformados têm chamado esse ato criador de Deus de fiat,
que é o momento criador, representando o poder que Deus tem de
criar as coisas do nada (cf. Sl 33.9).
Isso não significa que o mundo veio a existir sem causa (há, também,
um propósito para toda a criação, conforme veremos mais adiante).
Deus mesmo ou sua vontade soberana é a causa da existência do
mundo.
Dias ou Eras?
“No princípio, aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo... criar
ou fazer do nada, no espaço de seis dias”: há, pelo menos, três
teorias populares atualmente: 1) Cada dia da criação representa uma
era; 2) Os dias como 24h, mas com espaço de tempo entre eles; 3)
Um longo espaço de tempo entre Gn 1 e 2.
Conforme a CFW, no entanto, a única interpretação plausível é a de
que o mundo foi criado em seis dias literais, isto é, no espaço de seis
dias. Conforme dissemos, a narrativa de Gn 1 é simples, histórica,
objetiva.
Uma Avaliação
“No princípio, aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a
manifestação da glória de seu eterno poder, sabedoria e bondade,
criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom”: o
padrão de cada dia é semelhante: contém a. declaração (“disse
Deus”), b. ordem (“haja”), c. relato (“e assim se fez”) e d. avaliação
(“isso era bom”).
Toda a criação estava de acordo com as intenções do Criador. Isso
nos leva para o último ponto do nosso estudo.
O Propósito da Criação
“No princípio, aprouve a Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo, para a
manifestação da glória de seu eterno poder, sabedoria e bondade,
criar ou fazer do nada, no espaço de seis dias, e tudo muito bom, o
mundo e tudo o que nele há, visível e invisível” (CFW, IV.I)
A glória de Deus é o objetivo final de todas as coisas. “De acordo
com a Escritura”, diz Berkhof, “o fim verdadeiro da criação não se
encontra em coisa alguma fora de Deus, mas somente no próprio
Deus, e mais particularmente na manifestação de sua excelência
inerente”.
Conclusão
“Saber que Deus criou o mundo à nossa volta, e nós mesmos como parte dele, é básico
à verdadeira religião. Deus deve ser louvado como Criador, em razão da maravilhosa
ordem, variedade e beleza de suas obras.” PACKER, J.I. Teologia Concisa. p. 30, 2014.
“Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste;
cheia está a terra das tuas riquezas” (Sl 104.24).
A glória de Deus é a resposta para os anseios humanos, para o desejo incontrolável que
o homem tem de adorar.
A grande missão da Igreja, e de cada um de nós, é declarar a glória de Deus entre as
nações (Sl 96.1-3; Ez 39.21; Is 66.18-19).
Soli Deo Gloria (ICo 10.31; Is 43.6-7).

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