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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE FAMÍLIA DA

COMARCA DE ALFA.

LUÍSA DOS SANTOS BASTOS, menor impúbere nascida em 01/01/2010, neste ato
representada por sua genitora Maria dos Santos, nacionalidade, estado civil, profissão,
portadora da Carteira de Identidade n..., inscrita no CPF sob o n...., residente e domiciliada
na xxxxxx, endereço eletrônico xxxxx, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, por intermédio do advogado abaixo assinado, com base na Súmula 596 do STJ,
Lei 5478/68 e artigos 300, 319 e 320 do CPC vigente, propor a presente:

AÇÃO DE ALIMENTOS AVOENGA c/c TUTELA DE URGÊNCIA

com pedido de tutela provisória de urgência antecipada incidental (inaudita altera pars) em
face de ALICE BASTOS, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da Carteira de
Identidade n..., inscrita no CPF sob o n...., residente e domiciliada na xxxxxx, endereço
eletrônico xxxxx, conforme as razões de fato e de direito abaixo aduzidas.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Preliminarmente a autora requer que lhe seja concedida o benefício da Justiça Gratuita, visto
que a requerente é menor, e sua genitora não possui condição financeira suficiente para
suportar as despesas processuais, nos termos do artigo 5º, LXXIV, da Constituição Federal,
Art. 98 do Código Civil, e da Lei nº 1.060/50.
I-DOS FATOS.

Luísa dos Santos Bastos, nascida em 01/01/2010, domiciliada na cidade Alfa, é filha de Maria
dos Santos e de Paulo Bastos que se divorciaram em 04/07/2013, e ficou ajustado que o pai
pagaria pensão alimentícia a Luísa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), o que fez até o
dia da sua morte, em 25/08/2015.
Paulo Bastos não deixou bens a partilhar, de modo que Luísa nada recebeu de herança. Sem
condições de arcar sozinha com a manutenção e educação da filha, já que recebe apenas
um salário-mínimo nacional de remuneração por mês – valor absolutamente insuficiente para
arcar com as necessidades da menor.
A avó paterna, Alice Bastos, goza de confortável situação patrimonial e mora na cidade Delta.
Os demais avós faleceram antes de Luísa nascer, assim, a autora da demanda pleiteia a
concessão de alimentos avoengos, em face de sua avó paterna, diante da impossibilidade de
oferecer o que a menor necessita para viver com dignidade.

II-DO DIREITO.

a) DA TUTELA DE URGÊNCIA.

A requerente postula em juízo a concessão da tutela provisória de urgência incidental em


caráter liminar e inaudita altera pars para a fixação dos alimentos provisórios no importe de
R$ 1.500,00 (conversão em salário-mínimo ou percentual sobre a remuneração da ré),
mediante depósito na conta bancária da genitora da autora, todo dia xxx de cada mês, ou
mediante desconto na folha de pagamento da ré e consequente depósito na conta bancária
da genitora da autora em face da responsabilidade avoenga.

b) DA RESPONSABILIDADE AVOENGA

A legislação brasileira dispõe acerca da responsabilidade avoenga nos artigos 1.696 e 1.698
do CC/02, portanto, havendo demonstração inequívoca da incapacidade do genitor de
adimplir a verba alimentar, bem como da genitora prover o integral sustento da filha.
Desta forma, considerando a situação acima descrita, em que o genitor da criança faleceu,
impossibilitando a menor de receber os alimentos do mesmo, a obrigação alimentar estende-
se aos parentes remotos demandados, estendendo-se a obrigação alimentar, para os
ascendentes mais próximos, neste caso, a avó paterna, ora demandada.
c) DO BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE

É sabido que, para a fixação de alimentos deve-se levar em consideração o binômio da


necessidade vs. Possibilidade, onde de um lado se leva em consideração a real necessidade
do alimentado de receber os proventos e a possibilidade máxima do alimentante, como aduz
o artigo 1.694 do CC/02.
Desta forma, pautando pelo binômio necessidade do alimentando e possibilidade do
alimentante, a menor, sem sombras de dúvidas necessita da prestação alimentar, visto que
sua mãe não recebe um salário que possa suprir todas as suas necessidades, e ainda, seu
genitor prestava tais alimentos, fixados através de acordo no importe de R$ 2.000,00 (dois
mil reais), demonstrando que a menor estava em uma situação mais confortável. Ademais, a
requerente, avó da menor, tem uma situação confortável, sendo possível que a mesma
contribua com o sustento de sua neta, de acordo com suas possibilidades econômicas e sem
onerar seu auto sustento.

d) DA FIXAÇÃO DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Pleiteia-se alimentos provisórios em caráter de urgência, durante a pendência da lide, pois a


mesma não pode esperar até que haja uma sentença, sabendo da morosidade em que o
sistema judiciário brasileiro se encontra, tal previsão se encontra na lei 5.478/68, em seu
artigo 4°, lei esta que trata sobre a ação de alimentos.
Assim, diante das dificuldades financeiras da genitora da menor, e da possibilidade da
requerida em prestar tais alimentos, visto que a mesma possui situação econômica e
financeira confortável, faz-se necessários a fixação, como tutela de urgência.

III-DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) A concessão dos benéficos da justiça gratuita;

b) O acolhimento da tutela de urgência suscitada;

c) Que a demanda seja declarada procedente em sua total integralidade;

d) A fixação dos alimentos em caráter provisório;

e) A citação da demandada para defesa no prazo legal.


f) A intimação do membro do Ministério Público, para atuar no feito, como fiscal da ordem
jurídica (artigo 178, II, CPC)

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.

Dá à causa o valor de R$ 18.000 (dezoito mil reais)

Nesses termos,
Pede deferimento.

Local, data

(assinatura do advogado com o número da OAB.)

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