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AVALIAÇÃO E GESTÃO

EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS
BRASILEIROS: MAPEAMENTO
E CARACTERIZAÇÃO
DAS INICIATIVAS EM CURSO
RELATÓRIO FINAL —
RESULTADOS DO SURVEY

BRASÍLIA-DF
2018
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
É permitida a reprodução total ou parcial desta publicação, desde que citada a fonte.

DIRETORIA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (DAEB)

EQUIPE DE PESQUISA

Coordenação
Adriana Bauer (FCC)
João Luiz Horta Neto (Inep)

Estatística
Raquel Valle (FCC)

Pesquisadora colaboradora (consultoria)


Sandra Zákia Sousa (Feusp)

Bolsistas de pesquisa
Claudia Oliveira Pimenta (até agosto de 2015)
Wagner Medanha (até janeiro de 2015)

Revisão
Vânia Regina Fontanesi

Financiamento:
Fundação Carlos Chagas
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

COORDENAÇÃO DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES

DIAGRAMAÇÃO E ARTE-FINAL
Lilian dos Santos Lopes

A exatidão das informações e os conceitos e opiniões emitidos


são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Avaliação e gestão educacional em municípios brasileiros : mapeamento e caracterização
das iniciativas em curso : relatório final : resultados do survey : volume I / Adriana
Bauer, João Luiz Horta Neto (coordenadores). – Brasília : Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2018.
165 p. : il.

ISBN 978-85-7863-069-0
1. Avaliação da aprendizagem. 2. Gestão educacional. 3. Avaliação da educação escolar.
I. Bauer, Adriana. II. Horta Neto, João Luiz.
CDU 371.26
SUMÁRIO

ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS........................................................ 5

FIGURAS E GRÁFICOS.......................................................................................................... 5

QUADROS E TABELAS.......................................................................................................... 7

AGRADECIMENTOS................................................................................................................. 15

RESUMO EXECUTIVO........................................................................................................ 17

INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 18

JUSTIFICATIVA................................................................................................................... 18

OBJETIVOS......................................................................................................................... 23

PROCEDIMENTOS DE ESTUDO........................................................................................ 24

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS RESPONDENTES........................................... 33

1.1. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL......................................................................................... 33

1.2. IDENTIFICAÇÃO DOS RESPONDENTES.................................................................... 35

1.3. CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS................................ 36

1.4. CARACTERÍSTICAS EDUCACIONAIS......................................................................... 38

2 RESULTADOS OBTIDOS NO SURVEY................................................................................ 47

2.1 INTERAÇÕES MUNICIPAIS COM AVALIAÇÕES CONDUZIDAS PELOS


GOVERNOS E ESTADUAIS........................................................................................ 47
2.2 CARACTERÍSTICAS DOS MUNICÍPIOS QUE POSSUEM INICIATIVAS
MUNICIPAIS DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL......................................................... 53

2.3 INICIATIVAS MUNICIPAIS DE AVALIAÇÃO.............................................................. 60

2.4 DIFERENTES VERTENTES: ALUNOS, INSTITUCIONAL, PROFISSIONAIS


DO ENSINO, OUTRO TIPO DE AVALIAÇÃO............................................................. 89

2.5 USOS DOS RESULTADOS........................................................................................122

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................141

REFERÊNCIAS.........................................................................................................................145

ANEXOS

ANEXO 1 QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MUNICÍPIOS POR MEIO DA


FERRAMENTA SURVEY MONKEY...............................................................151

ANEXO 2 TABELAS AUXILIARES..................................................................................165


ÍNDICE DE FIGURAS,
GRÁFICOS, QUADROS
E TABELAS

FIGURAS

FIGURA 1 Esquema do questionário aplicado na etapa do survey................................... 27


FIGURA 2 Percentual de respostas por estado.................................................................. 34
FIGURA 3 Percentual de municípios que declararam ter avaliação própria,
dentre os municípios que responderam ao survey, por estado....................... 54
FIGURA 4 Percentual de municípios que declararam que pretendem ter uma
avaliação própria, dentre os municípios que responderam
ao survey, por estado........................................................................................ 55
FIGURA 5 Percentual de municípios que declararam avaliar a educação infantil,
dentre aqueles que fazem algum tipo de avaliação, por estado...................... 72
FIGURA 6 Percentual de municípios que declararam avaliar o ensino fundamental,
dentre aqueles que fazem algum tipo de avaliação, por estado...................... 80
FIGURA 7 Vertentes avaliativas investigadas no estudo.................................................... 88

GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Municípios participantes da Prova Brasil, em 2013, dentre


os municípios que responderam ao survey...................................................... 48

GRÁFICO 2 Municípios participantes da avaliação nacional da alfabetização (ANA),


em 2013, dentre os municípios que responderam ao survey.......................... 48
GRÁFICO 3 Municípios participantes da Provinha Brasil, em 2013, dentre
os municípios que responderam ao survey...................................................... 50

GRÁFICO 4 Municípios participantes de avaliações estaduais, dentre os municípios


que responderam ao survey.............................................................................. 51

GRÁFICO 5 Municípios com avaliações próprias, dentre os municípios que


responderam ao survey..................................................................................... 53

GRÁFICO 6 Quantidade de propostas de avaliação municipal encerradas até 2014,


por ano de interrupção, dentre os municípios que responderam
ao survey............................................................................................................ 61

GRÁFICO 7 Número de municípios que criaram avaliações próprias, segundo


o ano de sua implementação............................................................................ 64

GRÁFICO 8 Municípios com avaliação municipal regulamentada, dentre aqueles


que fazem algum tipo de avaliação................................................................... 64

GRÁFICO 9 Proporção de municípios com avaliação própria regulamentada,


dentre aqueles que fazem algum tipo de avaliação, por região....................... 65

GRÁFICO 10 Periodicidade de realização da avaliação das redes municipais


que possuem avaliação de alunos..................................................................... 93

GRÁFICO 11 Proporção de municípios que avaliam cada uma das séries do ensino
fundamental, dentre as redes municipais que possuem avaliação
de alunos........................................................................................................... 96

GRÁFICO 12 Proporção de municípios que avaliam cada uma das disciplinas/áreas


do ensino fundamental, dentre as redes municipais que possuem
avaliação de alunos............................................................................................ 98

GRÁFICO 13 Proporção de municípios que utilizam cada um dos instrumentos


citados, dentre as redes municipais que possuem avaliação de alunos.......... 99

GRÁFICO 14 Estímulo da Secretaria Municipal da Educação às escolas para


que preparem seus alunos para as avaliações federais e/ou estaduais,
dentre os municípios que responderam ao survey.........................................134

GRÁFICO 15 Aplicação de provas pela Secretaria Municipal de Educação


para preparar seus alunos para as avaliações federais e/ou estaduais,
dentre os municípios que responderam ao survey.........................................137

GRÁFICO 16 Proporção de municípios que apontaram cada uma das razões listadas
para a aplicação de provas preparatórias para as avaliações federais
e/ou estaduais, dentre os municípios que responderam ao survey...............138
QUADROS

QUADRO 1 Dimensões investigativas e questões correspondentes................................... 26

QUADRO 2 Avaliações estaduais existentes em 2014 e ano de implementação................ 51

TABELAS

TABELA 1 Participação dos municípios brasileiros na pesquisa........................................ 30

TABELA 2 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que


responderam ao survey, de acordo com a região geográfica........................... 33

TABELA 3 Distribuição dos 26 estados brasileiros de acordo com a proporção


de municípios que responderam ao survey...................................................... 35

TABELA 4 Distribuição de frequência dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o cargo ou função do respondente
na Secretaria Municipal de Educação............................................................... 35

TABELA 5 Municípios que responderam ao survey, de acordo com o número


de habitantes................................................................................................ 36

TABELA 6 Categorias de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal


em 2010 dos municípios que responderam ao survey..................................... 37

TABELA 7 Faixas do PIB per capita dos municípios que responderam ao survey............. 37

TABELA 8 Medidas descritivas para algumas variáveis de contexto e nível


descritivo do teste de comparação de médias para os dois grupos
de municípios considerados.............................................................................. 38

TABELA 9 Medidas descritivas para algumas variáveis educacionais e nível


descritivo do teste de comparação de médias para os dois grupos
de municípios considerados.............................................................................. 39

TABELA 10 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que


responderam ao survey, de acordo com o número de escolas
da rede municipal.............................................................................................. 40

TABELA 11 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que


responderam ao survey, de acordo com o atendimento
da rede municipal.............................................................................................. 40
TABELA 12 Distribuição de frequência dos municípios que responderam
ao survey, de acordo com o atendimento da rede municipal
nos diferentes segmentos de ensino................................................................ 41

TABELA 13 Distribuição de frequência dos municípios que responderam ao survey,


de acordo com o atendimento da rede municipal nos segmentos
da educação infantil........................................................................................... 41

TABELA 14 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 1................... 42

TABELA 15 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 2................... 43

TABELA 16 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o número de ciclos em que a meta do Ideb
foi atingida para o ensino fundamental 1......................................................... 44

TABELA 17 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o número de ciclos em que a meta do Ideb
foi atingida para o ensino fundamental 2......................................................... 44

TABELA 18 Medidas descritivas para a porcentagem de atendimento da rede


municipal no ensino fundamental 1 e 2, de acordo com a situação
da municipalização nos municípios que responderam ao survey.................... 45

TABELA 19 Representatividades absoluta e relativa das redes municipais em avaliações


organizadas pelos governos estaduais, com relação aos municípios que
responderam ao survey, de acordo com a unidade federativa........................ 52

TABELA 20 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o número de habitantes........................................................... 56

TABELA 21 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey, de
acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010........ 56

TABELA 22 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o PIB per capita em 2011......................................................... 57

TABELA 23 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o número de escolas da rede municipal.................................. 58
TABELA 24 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem
avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o atendimento da rede municipal........................................... 58

TABELA 25 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 1..................................... 59

TABELA 26 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 2..................................... 60

TABELA 27 Motivos que levaram a rede municipal a interromper iniciativas


próprias de avaliação, dentre os municípios que declararam
já ter tido propostas de avaliação encerradas até 2014................................... 61

TABELA 28 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com a região geográfica.................................................................. 62

TABELA 29 Distribuição de frequência dos municípios que têm algum tipo de avaliação
própria, de acordo com o ano de implantação dessas avaliações................... 63

TABELA 30 Representatividades absoluta e relativa dos municípios com avaliação


própria regulamentada, em relação aos municípios que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com a unidade federativa................................... 65

TABELA 31 Representatividades absoluta e relativa dos municípios com avaliação


própria regulamentada, em relação aos municípios que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com o tamanho da rede municipal de ensino.... 67

TABELA 32 Formas de regulamentação das avaliações próprias dos municípios que


declararam ter suas propostas de avaliação regulamentadas.......................... 67

TABELA 33 Distribuição de frequência da participação de técnicos da Secretaria e


de professores e/ou gestores da rede na concepção da avaliação da rede
municipal........................................................................................................... 68

TABELA 34 Participação dos diferentes agentes na concepção da avaliação própria


da rede municipal.............................................................................................. 68

TABELA 35 Agentes participantes da concepção da avaliação da rede municipal,


na indicação dos municípios que assinalaram a categoria “outros”................ 69

TABELA 36 Distribuição de frequência das etapas de ensino abarcadas nas avaliações


da rede municipal para os municípios que declararam realizar algum tipo
de avaliação....................................................................................................... 69
TABELA 37 Distribuição dos municípios que fazem algum tipo de avaliação, de acordo
com as etapas de ensino que declararam abarcar em suas iniciativas
próprias de avaliação......................................................................................... 70

TABELA 38 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum
tipo de avaliação, por região geográfica........................................................... 72

TABELA 39 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com o número de habitantes............................. 73

TABELA 40 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal em 2010............................................................................................ 73

TABELA 41 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com o número de escolas da rede municipal..... 74

TABELA 42 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum
tipo de avaliação, de acordo com o atendimento da rede municipal na EI..... 75

TABELA 43 Aspectos avaliados na educação infantil, de acordo com os municípios


que declararam avaliar esse segmento............................................................. 75

TABELA 44 Aspectos do desenvolvimento infantil avaliados na educação infantil,


de acordo com os municípios que declararam avaliar o desenvolvimento
da criança nesse segmento............................................................................... 77

TABELA 45 Estratégias utilizadas na avaliação da educação infantil, de acordo com


os municípios que declararam avaliar esse segmento..................................... 77

TABELA 46 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles que realizam
algum tipo de avaliação, por região geográfica................................................ 80

TABELA 47 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles que realizam
algum tipo de avaliação, de acordo com o número de habitantes.................. 81

TABELA 48 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles que realizam
algum tipo de avaliação, de acordo com o Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal em 2010............................................................................. 82

TABELA 49 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm


iniciativas de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles
que realizam algum tipo de avaliação, de acordo com o número
de escolas da rede municipal............................................................................ 82

TABELA 50 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles que realizam
algum tipo de avaliação, de acordo com o atendimento da rede municipal
no EF 1............................................................................................................... 83

TABELA 51 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas


de avaliação do ensino fundamental em relação àqueles que realizam
algum tipo de avaliação, de acordo com o atendimento da rede municipal
no EF 2............................................................................................................... 83

TABELA 52 Dimensões citadas na avaliação do ensino fundamental pelos municípios


que declararam avaliar esse segmento............................................................. 84

TABELA 53 Adesão dos municípios a cada uma das vertentes avaliativas pesquisadas,
considerando o conjunto dos 1.573 municípios que declararam possuir
uma proposta própria de avaliação................................................................... 90

TABELA 54 Adesão dos municípios aos diferentes desenhos avaliativos resultantes


da combinação das vertentes pesquisadas, dentre os municípios
que declararam possuir uma proposta própria de avaliação........................... 91

TABELA 55 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal


de ensino a implantar uma iniciativa própria de avaliação de alunos.............. 92

TABELA 56 Frequências observadas dos principais objetivos da avaliação de alunos


promovida pela rede municipal de ensino........................................................ 95

TABELA 57 Distribuição de frequência das séries do ensino fundamental avaliadas


pelos municípios que possuem avaliação própria de alunos........................... 97

TABELA 58 Distribuição de frequência dos blocos de disciplinas avaliadas pelos


municípios que possuem avaliação própria de alunos..................................... 99

TABELA 59 Distribuição de frequência dos instrumentos utilizados na realização


da avaliação própria de alunos, dentre os municípios que possuem
esse tipo de avaliação......................................................................................100
TABELA 60 Distribuição de frequência dos diferentes conjuntos de referências
utilizados pelos municípios que possuem avaliação própria de alunos.........101

TABELA 61 Distribuição de frequência dos motivos (expressos nos focos principais)


que levaram a rede municipal de ensino a implantar uma iniciativa
própria de avaliação institucional....................................................................102

TABELA 62 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos


utilizados nos municípios que possuem proposta de avaliação
institucional.....................................................................................................105

TABELA 63 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal


de ensino a implantar uma iniciativa própria de avaliação
dos profissionais de ensino.............................................................................107

TABELA 64 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos


utilizados na avaliação dos professores, nos municípios que declararam
possuir uma avaliação de profissionais de ensino..........................................109

TABELA 65 Distribuição de frequência dos municípios que possuem proposta


de avaliação dos professores, de acordo com a quantidade
de instrumentos e procedimentos utilizados na avaliação.............................112

TABELA 66 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos


utilizados na avaliação dos gestores, nos municípios que declararam
possuir uma avaliação de profissionais de ensino..........................................112

TABELA 67 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal


de ensino a implantar outro tipo de avaliação própria...................................116

TABELA 68 Distribuição de frequência das informações (expressas nos focos


principais) consideradas na análise e monitoramento da qualidade da
educação para os municípios que afirmaram possuir um indicador
próprio de qualidade.......................................................................................120

TABELA 69 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal


de ensino a implantar um indicador educacional próprio..............................122

TABELA 70 Frequências observadas dos usos dos resultados das avaliações


declarados pelos municípios que responderam à pesquisa...........................123

TABELA 71 Frequências observadas de municípios que utilizam os resultados


das avaliações para implantar iniciativas que visam incidir no currículo
e nas práticas pedagógicas, de acordo com a quantidade de iniciativas
apontadas e com o tipo de avaliação realizada..............................................125
TABELA 72 Frequências observadas de municípios que utilizam os resultados
das avaliações para monitorar a rede de ensino, de acordo
com a quantidade de iniciativas apontadas e com o tipo de avaliação
realizada pelos municípios respondentes da pesquisa...............................126

TABELA 73 Distribuição de frequência das iniciativas apontadas como “outros usos”


dos resultados das avaliações declarados pelos municípios respondentes
da pesquisa......................................................................................................127

TABELA 74 Participação dos municípios respondentes da pesquisa em diferentes


programas educacionais..................................................................................128

TABELA 75 Distribuição de frequência das principais ações, estratégias ou programas


educacionais desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação
com base nas avaliações, declarados pelos municípios respondentes
da pesquisa......................................................................................................129

TABELA 76 Distribuição de frequência das diferentes ações da Secretaria Municipal


de Educação para estimular as escolas a prepararem seus alunos
para os testes, segundo os municípios que declararam realizar esse tipo
de estímulo......................................................................................................135

TABELA 77 Distribuição de frequência das “outras razões” apontadas pela Secretaria


Municipal de Educação para a aplicação de provas preparatórias para
os testes, segundo os municípios respondentes da pesquisa........................139
AGRADECIMENTOS

Aos dirigentes municipais de Educação que se dispuseram a responder ao questionário


eletrônico e colaboraram, efetivamente, para a concretização da pesquisa.
Ao apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) para
a realização da pesquisa, que a divulgou em seu sítio institucional, além de reforçar o convite
para participação por meio de mensagem eletrônica aos municípios.
Ao Inep, à Fundação Carlos Chagas e à Fapesp pelo apoio financeiro dado ao projeto
de pesquisa.
A Yara Espósito pelo apoio e leitura crítica do instrumento de pesquisa e do relatório
parcial, bem como pelas contribuições nas reuniões de discussão do relatório e dos tratamentos
a serem realizados.
A Nigel Brooke, Maria Inês de Sá Pestana, Ocimar Alavarse Munhoz e Ângela Maria
Martins pela participação no Painel de Especialistas, no qual se discutiram os resultados
parciais obtidos com o survey e se propuseram caminhos para a exploração dos dados.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
AVALIAÇÃO E GESTÃO
EDUCACIONAL EM
MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
Mapeamento e Caracterização
das Iniciativas em Curso

RESUMO EXECUTIVO

O presente estudo visa mapear e caracterizar iniciativas relacionadas às avaliações


educacionais desenvolvidas por municípios brasileiros preenchendo, assim, uma lacuna
de conhecimento no campo da avaliação educacional. Com a proposição da Prova Brasil (2005)
e o advento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (2007), observa-se tendência
de apropriação de resultados de avaliações em larga escala para a gestão educacional por
estes entes federados. Resultados de estudos que vêm sendo divulgados sobre o tema indicam
que os municípios têm não apenas recorrido a resultados de avaliações externas e em larga
escala realizados sob responsabilidade do governo federal ou de governos estaduais, mas
também elaborado propostas avaliativas próprias, concebidas pelas Secretarias Municipais de
Educação ou por empresas contratadas pela administração municipal. A presente pesquisa
foi desenvolvida com o intuito de conhecer as vertentes avaliativas sobre as quais recaem
as preocupações dos municípios em relação à avaliação educacional, procurando desvelar os
desenhos avaliativos que vêm se delineando nessas instâncias e, ainda, iluminar a compreensão
de eventuais relações entre as avaliações e a gestão educacional nos municípios. Para isso,
realizou-se uma pesquisa do tipo survey, de abrangência nacional, que captou as ações
desenvolvidas nos municípios quanto à avaliação de alunos, à avaliação institucional, à avaliação
de profissionais de ensino e à produção de indicadores a partir das avaliações existentes, tanto
no nível de educação infantil, quanto para o ensino fundamental. As informações obtidas por
meio do survey foram consolidadas em uma base de dados à qual se acrescentaram informações
sobre os entes municipais existentes em bases oficiais, como as do Instituto Brasileiro de

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep). No presente relatório explicitam-se os procedimentos metodológicos do
estudo e se apresenta uma síntese de estudos já produzidos sobre a temática. São discutidos
resultados obtidos na fase do survey, que abarcam manifestações obtidas de 4.309 municípios
e são expostas conclusões acerca de concepções presentes nas avaliações propostas pelos
municípios e dos usos dos resultados que as gestões desses entes federados fazem das
diversas avaliações existentes, que evidenciam a consolidação da avaliação em larga escala
como instrumento de gestão educacional nas municipalidades.
Palavras-chave: avaliação; municípios; gestão educacional; survey

INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta resultados da pesquisa intitulada “Avaliação e gestão


educacional em municípios brasileiros: mapeamento e caracterização de iniciativas em curso”,
desenvolvida por meio de parceria entre a Fundação Carlos Chagas (FCC), instituição privada
sem fins lucrativos, e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Focaliza-se a análise dos
dados obtidos na primeira fase da pesquisa,1 constituída por um survey que abrangeu todos
os municípios do país.

JUSTIFICATIVA

Nos últimos 25 anos tem-se assistido à expansão das avaliações de sistemas educacionais
tanto no Brasil quanto em outros países (SOUSA; OLIVEIRA, 2007; BAUER, 2010; BROOKE;
CUNHA; FALEIROS, 2011; HORTA NETO, 2013; SOUSA, 2013).
A partir do final dos anos 1990, em contexto nacional, emergem iniciativas de proposição
de sistemas próprios de avaliação por diversos entes da federação e intensificação do uso
de seus resultados para a gestão educacional (BROOKE; CUNHA; FALEIROS, 2011)
Pesquisas recentes apontam que, dos 27 estados brasileiros, 20 possuem suas próprias
propostas de avaliação em larga escala (HORTA NETO, 2013; BAUER; REIS, 2013; SOUSA;
PIMENTA; MACHADO, 2012).2 Esta expansão não ocorre, contudo, apenas nos estados, mas

A segunda fase da pesquisa trata de estudos de casos em dez municípios brasileiros, aprofundando a investigação sobre
1

iniciativas de avaliação educacional desses municípios.


Acre – Sistema Estadual de Avaliação da Aprendizagem Escolar (Seape); Alagoas – Sistema de Avaliação Educacional de Alagoas
2

(Saveal); Amazonas – Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas (Sadeam); Bahia – Sistema de Avaliação
Baiano de Educação (Sabe); Ceará – Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece); Distrito Federal
– Sistema de Avaliação de Desempenho das Instituições Educacionais do Distrito Federal (Siade); Espírito Santo – Programa de

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
também em municípios que têm proposto iniciativas próprias de avaliação educacional em suas
redes de ensino, ou, ainda, adotado ações sistemáticas de uso dos resultados das avaliações
federais e estaduais, inclusive incentivados por políticas como, por exemplo, o PDE Escola –
Plano de Desenvolvimento da Escola e o PAR – Plano de Ações Articuladas.3
Alguns estudos já têm se debruçado sobre a temática da avaliação externa no âmbito
dos municípios, ainda que pontualmente. Em coletânea organizada por Werle (2010), diversos
autores relatam experiências de análise, reflexão e usos de resultados de avaliações nacionais
na gestão educacional nos municípios de Picada Café e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
Também é relatada a experiência do município de Esteio em relação à discussão e ao uso
dos resultados do Sistema de Avaliação Escolar do Rio Grande do Sul (Saers). Ainda sobre
experiências gaúchas, a coletânea apresenta relato sobre as avaliações externas anuais,
realizadas em todas as séries/anos do ensino fundamental nas escolas da rede do município
de Carazinho, durante a administração de 2009-2012.
Em trabalho mais recente, Werle (2013) divulga estudos voltados para a análise
de avaliações de sistemas municipais no Rio Grande do Sul, tratando das experiências dos
municípios de Passo Fundo, ocorridas em 1993 e 1998, e de Canoas, entre 2009 e 2012,
que desenvolveu o Sistema de Avaliação do Ensino Municipal (Saem). Ainda considerando
o estado sulino, pode-se mencionar a iniciativa de Santa Maria, citada por Hypólito (2013)
ao comentar experiências que buscam adequar o currículo ensinado visando à melhoria do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Levantamento bibliográfico de teses e dissertações realizado por Bauer (2012b) e Bauer
e Reis (2013) identificou três estudos que discutem e caracterizam avaliações externas em
municípios. Com base nesse levantamento, constata-se a existência de avaliações próprias
em Campos dos Goytacazes – RJ (GOMES, 2009), Amparo – SP (FERRAROTTO, 2011), Amambaí,
Bonito, Campo Grande e Naviraí, em MS (OVANDO, 2011). Além disso, em análise sobre
as relações realizadas nos estudos entre a temática das avaliações de sistemas educacionais
e a gestão educacional, Bauer (2014) aponta a existência de pesquisas que revelam como
as práticas de avaliação e gestão têm se imbricado em municípios brasileiros.

Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes); Goiás – Sistema de Avaliação Educacional do Estado de Goiás (Saego);
Minas Gerais – Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave); Mato Grosso do Sul – Sistema de Avaliação da
Rede Pública de Mato Grosso do Sul (Saems); Pará – Sistema Paraense de Avaliação Educacional (Sispae); Paraíba – Sistema
de Avaliação da Educação da Paraíba, Avaliando Idepb; Paraná – Sistema de Avaliação da Educação Básica do Paraná (Saep);
Pernambuco – Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (Saepe); Piauí – Sistema de Avaliação Educacional do Piauí
(Saepi); Rio de Janeiro – Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj); Rio Grande do Sul – Sistema
Estadual de Avaliação Participativa (Seap); Rondônia – Sistema de Avaliação Educacional de Rondônia (Saero); São Paulo –
Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp); Tocantins – Sistema de Avaliação da Educação do
Tocantins (Salto).
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apresentado pelo Ministério da Educação em 2007, disponibilizou aos estados
3

e municípios instrumentos de avaliação e implantação de políticas de melhoria da qualidade da educação básica, tendo
como programa estratégico o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Com base no Plano de Metas, os estados
e municípios passaram à elaboração de seus respectivos Planos de Ações Articuladas (PAR), contemplando o diagnóstico da
situação educacional local e a elaboração do planejamento para o período 2011 a 2014, com base no Ideb de 2005, 2007 e 2009.

19
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Os estudos de Figueiredo (2008) e Lima (2011) tratam, respectivamente, do papel
do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar Municipal (Sarem) da Secretaria Municipal
de Educação de Cosmorama (SME) na melhoria das aprendizagens dos alunos e do papel do
Sistema de Avaliação do Desempenho das Instituições Educacionais do Sistema de Ensino
do Distrito Federal (Siade) no subsídio ao trabalho de diretores escolares em Brasília.
A pesquisa de Ovando (2011) traz indícios de um movimento de implantação de sistemas
próprios de avaliação por municípios do Mato Grosso do Sul. Dentre os resultados desta
investigação destacam-se: a gradual incorporação, pelos gestores e educadores das redes, de
resultados de avaliações externas nas decisões relativas à educação municipal, tendo o Ideb
se constituído em fator indutor de maior atenção aos resultados de desempenho de alunos,
em especial na Prova Brasil; e a tendência dos municípios de formularem procedimentos
próprios para avaliação da proficiência dos alunos.
Pesquisa realizada por Ferrarotto (2011) teve o propósito de acompanhar a implementação
do Programa Municipal de Avaliação do Sistema de Ensino (Promase), implantado em 2006 no
município de Amparo-SP, para apreender seus eventuais efeitos em práticas adotadas pela
Secretaria Municipal de Educação e por escolas da rede. Foram coletadas evidências por
meio de entrevistas com a secretária de Educação, gestoras de escolas e professores, análise
documental e observação de quatro escolas municipais. Dentre as revelações apontadas pela
autora, registram-se, com base nos resultados da avaliação externa, iniciativas que incidiram
em produção de material didático, reestruturação curricular, formação dos docentes e apoio
às crianças com defasagem de aprendizagem, ações essas que ocorreram no âmbito da gestão
municipal. Ainda, há referências a ações que foram desencadeadas no âmbito das escolas,
reiterando-se o que se evidenciou nos estudos anteriormente mencionados, sendo aludido
pela autora que, em duas das quatro escolas abrangidas no estudo, observou-se organização
de conteúdos, atividades e provas tendo como referência os instrumentos utilizados em
avaliações externas.
Algumas das teses e dissertações localizadas nos estudos realizados por Bauer (2012b,
2014) e Bauer e Reis (2013, 2014) dedicam-se a analisar usos que vêm sendo feitos de
resultados das avaliações federais e estaduais, em âmbito municipal. É o caso dos trabalhos
de Silva (2005), que analisa os usos dos resultados do Sistema Mineiro de Avaliação da
Educação Pública (Simave) em Uberlândia; de Marinho (2010), que explica como os resultados
do Programa de Avaliação da Alfabetização (Proalfa), também implantado pela Secretaria de
Educação de Minas Gerais, são entendidos e utilizados pelos professores da região de Januária
– MG; de Nascimento (2010), que trata dos impactos do Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb) nas políticas educacionais de Jaboticatubas – MG; e de Gewehr (2010),
que analisa os impactos do Ideb na organização da escola e no trabalho pedagógico das escolas
de Pato Branco – PR. Além desses estudos, que compõem a base de dados do levantamento
bibliográfico, Bauer e Reis (2014) identificaram a existência de avaliações externas em diversos

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
municípios brasileiros: Campinas – SP (Prova Campinas); Recife – PE (Sistema Municipal
de Avaliação de Rede – SMAR); Petrolina – PE (Avaliação da Rede Municipal de Ensino de
Petrolina – Parmep); Barra do Piraí – RJ (Prova Piraí); Vitória – ES (Sistema de Avaliação
da Educação Pública Municipal de Vitória – SAEMV); e João Monlevade – MG (Avaliação da
Rede Municipal de Ensino).
Em sua tese de doutoramento, Horta Neto (2013) observa, por meio de levantamento
de textos publicados na Internet, o aumento do número de municípios que utilizam avaliações
próprias a partir de 2011. O autor identificou esse tipo de experiência em 17 municípios,
a saber: Rio Branco (AC); Tauá, Juazeiro e Pacatuba (CE); Congonhas e Arcos (MG); Campo
Grande (MS);4 Caruaru e Serra Talhada (PE); Castelo do Piauí (PI); Toledo (PR); Anchieta e Rio
das Ostras (RJ); Rondonópolis (RO); Caxias (RS); e Valentim Gentil e São Paulo (SP). Nas palavras
do autor:

Apesar de as notícias tratarem de um número pequeno do total de 5.568 municípios brasileiros,


o que se percebe é um crescente desenvolvimento e a aquisição de testes para medir
o desempenho dos alunos. O tempo gasto nas escolas, para aplicar os testes do município,
do governo estadual e do federal, e na preparação dos alunos, para aumentar seu desempenho
nesses testes, principalmente na forma de simulados, vem aumentando significativamente,
e deve estar tomando uma parcela importante do tempo que deveria ser dedicado
à aprendizagem. (HORTA NETO, 2013, p. 192)

Gimenes e Silva (2012) realizaram pesquisa que investigou os usos das avaliações externas
no âmbito de quatro sistemas de ensino público do país que implantaram sistemas próprios de
avaliação em larga escala: a rede estadual do Espírito Santo; e as redes municipais de São Paulo
(SP), Sorocaba (SP) e Castro (PR). O estudo analisa os objetivos e as justificativas das Secretarias
de Educação para criação de sistemas próprios de avaliação e realça, dentre outras conclusões,
o potencial pedagógico dessas iniciativas no sentido de subsidiar o trabalho escolar.
Ao analisar os usos do Ideb em 20 municípios do estado de São Paulo,5 Sousa, Pimenta
e Machado (2012, p. 21) localizaram experiências próprias de avaliação em alguns municípios,
a saber: Barrinha, Barueri, Cajuru, Catanduva, Indaiatuba, Lorena, Marília, Porto Ferreira, São
José dos Campos e Valparaíso. Com base em informações coletadas por meio de entrevistas
com os profissionais das Secretarias de Educação e de documentos produzidos pelas redes
sobre seus sistemas de avaliação, o estudo explora usos que vêm sendo feitos dos resultados
das avaliações para a formulação e a implantação das políticas educacionais municipais

Segundo o autor, o município mato-grossense do sul possui seu sistema próprio de avaliação desde 1999.
4

Trata-se da pesquisa “Bons resultados no IDEB: estudo exploratório de fatores explicativos”, coordenada por Romualdo Portela
5

de Oliveira, da qual participaram: Sofia Lerche Vieira, Sandra Maria Zákia Lian Sousa, Ocimar Munhoz Alavarse, Dirce Nei Teixeira
de Freitas, Vanda Mendes Ribeiro, Claudia Oliveira Pimenta, Giselle Cristina Martins Real, Maria Helena Bravo, Nataly Ovando e
Cristiane Machado.

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
e eventuais relações ou articulações com as avaliações conduzidas pelo governo federal. Entre
outras evidências, a investigação aponta que a avaliação vem sendo assumida, por gestores
das redes e seus profissionais, como instrumento de monitoramento e controle do ensino
fundamental, atribuindo à iniciativa local maior poder de subsidiar decisões, comparando-se
com os elementos trazidos pelas avaliações conduzidas pelo governo federal, em especial
a Prova Brasil.
Alavarse, Machado e Bravo (2013), com base no mesmo estudo sobre usos do Ideb
em municípios paulistas,6 abordam a implantação de sistemas municipais de avaliação externa
em quatro municípios paulistas: Cajuru, Catanduva, Porto Ferreira e Itanhaém. Os autores
exploram indicações sobre uso dos resultados das avaliações e seu potencial de incidir
positivamente na qualidade do ensino, subsidiando o acompanhamento do desenvolvimento
de alunos e escola e a tomada de decisões, inclusive com a participação dos diversos segmentos
que compõem as redes. Eles alertam, no entanto, para efeitos deletérios, em especial, quando
se transferem responsabilidades, pelos resultados, de gestores para professores.
Além de pesquisas voltadas para apreender possíveis efeitos das avaliações externas
no contexto da gestão educacional de redes de ensino, tanto estaduais quanto municipais,
como as referenciadas anteriormente neste texto, há estudos direcionados a apreender
repercussões de avaliações no âmbito da escola, explorando seus usos e repercussões no
planejamento e nas práticas escolares. Usualmente caracterizam-se por serem estudos de caso,
cujas evidências trazidas têm como base depoimentos de profissionais que atuam nas escolas,
complementados, algumas vezes, por observações. As contribuições trazidas por esses estudos
têm revelado convergência em iniciativas de organizar as propostas de ensino em acordo com
as habilidades e conteúdos elencados em matrizes de referência de elaboração das provas
e preocupação de preparar os alunos para obtenção de bons desempenhos nas provas. A título
de indicar alguns estudos dessa natureza, citam-se, para ilustrar, Arcas (2009), Bauer (2006),
Carvalho (2010), Côco (2014), Duarte, (2014), Gomes (2009), Graça (2010), Horta Neto (2006),
Madergan (2014), Pimenta (2012), Prust (1999), Rahal (2010), Rocha (2013), Silva (2005)
e Souza (2010).
Em seu conjunto, os trabalhos consultados permitem constatar que, a partir dos anos
2000, pouco a pouco se tem a assimilação, por estados e municípios, do modelo de gestão da
educação pública implantado pelo governo federal a partir da década de 1990, com o crescente
uso dos resultados das avaliações em larga escala como principal indicador de qualidade.

Este texto também foi produzido no âmbito da pesquisa “Bons resultados no IDEB: estudo exploratório de fatores explicativos”,
6

coordenada por Romualdo Portela de Oliveira, da qual participaram: Sofia Lerche Vieira, Sandra Maria Zákia Lian Sousa, Ocimar
Munhoz Alavarse, Dirce Nei Teixeira de Freitas, Vanda Mendes Ribeiro, Claudia Oliveira Pimenta, Giselle Cristina Martins Real,
Maria Helena Bravo, Nataly Ovando e Cristiane Machado.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
No entanto, tais estudos não permitem aquilatar até que ponto esse modelo de gestão tem sido
adotado pela totalidade dos municípios brasileiros,7 nem apreender apropriações alternativas
da avaliação em larga escala para a gestão da educação municipal.
É nessa lacuna que se situam as contribuições da pesquisa norteada pelas seguintes
questões:

• A avaliação vem se constituindo em mecanismo indutor da formulação de políticas


e práticas educacionais nas redes municipais de ensino? Se sim, como isso vem se
materializando? Se não, a que propósitos vêm servindo as avaliações nos contextos
municipais?

• Que vertentes de avaliação educacional (avaliação de alunos, avaliação institucional,


avaliação de profissionais de ensino) têm sido privilegiadas pelos municípios nos
desenhos avaliativos propostos por iniciativa própria?

• Como se estabelecem as relações entre avaliação e gestão das redes municipais


com vistas à promoção da melhoria de qualidade de ensino?

OBJETIVOS

A pesquisa tem como objetivos gerais:

• caracterizar iniciativas de avaliação nos municípios quanto aos seus princípios


e pressupostos, abrangência e usos dos resultados na formulação e implementação
das políticas educacionais;

• analisar características da gestão educacional dos municípios brasileiros com base


em resultados das avaliações existentes.

São seus objetivos específicos:

• mapear ações municipais de implantação de propostas de avaliação, em diferentes


vertentes (avaliação de alunos, avaliação institucional e avaliação de profissionais
de ensino), bem como de usos de seus resultados;

• caracterizar implicações e usos dos resultados das avaliações federais e estaduais


pelos municípios;

• cotejar interpretações de gestores e profissionais de educação quanto às eventuais


contribuições das avaliações para a melhoria da qualidade do ensino.

Segundo o IBGE, o Brasil contava, em 2013, com 5.570 cidades. No entanto, Brasília e Fernando de Noronha, por sua natureza
7

administrativa, foram excluídas do rol de municípios a serem contatados na pesquisa.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
PROCEDIMENTOS DE ESTUDO

O estudo foi delineado para ser desenvolvido em duas etapas. A primeira caracterizou-se
por um estudo abrangente, realizado por meio de survey, abarcando a totalidade de
municípios brasileiros. A segunda etapa consistiu de estudos qualitativos de aprofundamento
realizados em dez municípios que contam com iniciativas próprias de avaliação.8 A coleta de
informações in loco realizou-se por meio de entrevistas com gestores e técnicos das Secretarias
Municipais de Educação visitadas, bem como entrevistas com gestores escolares (diretor
e/ou coordenador pedagógico) e professores, sendo visitadas duas escolas em cada município
O objetivo dessa etapa da pesquisa é aprofundar o conhecimento acerca das iniciativas
em curso, principalmente no que concerne à gestão da educação infantil e fundamental
e às implicações de naturezas administrativa e pedagógica decorrentes dessas avaliações.
Paralelamente, realizou-se análise documental, com os seguintes focos:

• levantamento bibliográfico de teses e dissertações sobre a temática das avaliações


educacionais nos municípios brasileiros;

• análise da legislação e documentos de implantação que institucionalizam


as avaliações propostas pelos municípios.

Planejamento e realização do survey

O mapeamento das iniciativas municipais se deu por meio de survey, com o objetivo de
obter informações sobre a existência ou não de avaliações externas próprias dos municípios,
identificando os motivos que justificaram sua criação e/ou aquisição e seus delineamentos
metodológicos. Além disso, buscou-se identificar usos dos resultados das avaliações, tanto
federais como estaduais e municipais, na gestão educacional.

O instrumento e as vertentes avaliativas investigadas

O questionário (Anexo 1), em formato eletrônico, foi construído e aplicado


utilizando-se a ferramenta Survey Monkey, que apoia a coleta de informações,
codifica-as e consolida-as em um banco de dados, base para os processamentos
e análises.
Para atender aos objetivos da pesquisa, o questionário foi estruturado em três

Este relatório divulga e discute os dados produzidos na primeira etapa do estudo. Os resultados obtidos na etapa de estudos
8

exploratórios são tratados em relatório específico.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
dimensões: interações do município com avaliações em larga escala propostas pelos governos
federal e estaduais; avaliações propostas pela rede municipal, subdivididas em avaliação
externa de alunos, avaliação institucional, avaliação de profissionais de ensino e outro tipo de
avaliação; e caracterização dos usos das avaliações implantadas nos municípios. Além disso,
foram incorporadas questões que permitissem realizar a identificação dos municípios.
Em relação à dimensão “avaliações propostas pela rede municipal”, o que se buscou
foi identificar iniciativas próprias de avaliação educacional propostas pela rede municipal de
ensino, concebidas e/ou implantadas por decisão das Secretarias de Educação. Para isso, foram
feitas indagações sobre três vertentes de avaliação: avaliação de alunos; avaliação institucional;
e avaliação de profissionais de ensino. Cada uma delas foi assim tratada:

• Avaliação de alunos: compreendeu as etapas de educação infantil e de ensino


fundamental. Para a primeira procurou-se identificar a existência de avaliação e,
em caso de resposta afirmativa, conhecer o que é avaliado. Para a segunda etapa,
o foco foi a coleta de evidências acerca do desempenho dos alunos nas disciplinas
escolares, por meio de provas, bem como outras evidências sobre sua interação no
processo escolar, sendo abertas possibilidades de serem mencionados, para além
de provas, outros procedimentos tais como portfólio de atividades realizadas pelos
alunos, questionário e/ou entrevista com os próprios alunos e/ou com profissionais
da escola e/ou pais ou responsáveis;

• Avaliação institucional: refere-se a ações ligadas à realização de avaliação das


instituições, contemplando possibilidades de autoavaliação e/ou de uso de
informações resultantes de avaliações externas;

• Avaliação de profissionais de ensino: refere-se a iniciativas de avaliação de


professores e gestores implantadas pela rede municipal, buscando-se conhecer
o que é avaliado e os procedimentos para essa avaliação, bem como evidências
quanto ao momento de realização do processo avaliativo, ou seja, ingresso na carreira
e/ou desenvolvimento na carreira e de propósitos que orientam essa avaliação.
Além destas vertentes, solicitou-se aos respondentes a indicação de outras que
porventura fossem alvo de avaliação por parte da Secretaria Municipal de Educação.
Buscaram-se, ainda, informações sobre eventuais interações dos municípios com
avaliações em larga escala implantadas por estados e/ou pelo governo federal. Indagou-se
sobre a adesão a essas iniciativas, ao estímulo às escolas para prepararem os alunos para tais
avaliações, bem como sobre a aplicação de provas pela Secretaria Municipal de Educação com
o objetivo de preparar os alunos para essas avaliações. Finalmente, procurou-se identificar
usos dos resultados das avaliações abrangendo as de iniciativa dos municípios, assim como
as realizadas pelos outros entes federados.

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
O questionário foi composto por 44 questões, sendo 13 fechadas, 15 abertas e 16 questões
mistas, ou seja, questões fechadas nas quais se conservava um espaço para complementação
da resposta (Anexo 1). No Quadro 1 é registrado o número de questões para cada uma das
dimensões abarcadas no instrumento.

QUADRO 1 Dimensões investigativas e questões correspondentes

Quantidade de Número das


Dimensões
questões questões
Q01; Q02; Q43;
Identificação do município e do respondente 4
Q44
Interações dos municípios com avaliações em
larga escala propostas pelo governo federal e 3 Q03 a Q05
por governos estaduais
Avaliações propostas pela rede municipal 32 Q06 a Q37
Caracterização dos usos dos resultados das
8 Q38 a Q42
avaliações implantadas nos municípios

Da forma como foi elaborado, o questionário permitia que os respondentes percorressem


diferentes trajetórias em seu preenchimento, com base em suas respostas prévias. Assim,
a partir da resposta negativa ou positiva a algumas questões-chave (questões 8, 16, 25, 28,
32 e 35), o respondente poderia ou não ser direcionado para um bloco de perguntas que
aprofundavam a coleta de informações em uma determinada vertente da avaliação. O esquema
das diversas possibilidades de percurso é reproduzido na Figura 1.
Essa possibilidade de cada respondente percorrer diferentes trajetórias ao responder
o questionário gerou diferentes números de respondentes para cada dimensão investigada,
como será visto na apresentação dos resultados.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Legenda: INÍCIO

Identificação do
Interações municipais com município (Q1, Q2)
avaliações existentes
Avaliações municipais

Usos dos resultados Participação em


avaliações federais e
estaduais (Q3 a Q5)

Avaliações municipais
interrompidas

Existência
de avaliação da
rede municipal
|Q8|

SIM

Caracterização da Questão sobre usos das


avaliação da rede avaliações (Q38 a Q39)
municipal (Q9 a Q15) NÃO

Questões sobre preparo


NÃO para os testes
Existência Existência Existência Existência Existência (Q40 a Q42)
de avaliação NÃO de avaliação NÃO de avaliação NÃO de outro tipo de NÃO de outro tipo de NÃO
de alunos (Q16) de alunos (Q25) de profissionais avaliação próprio avaliação próprio
(Q28) (Q32) (Q35)

SIM SIM SIM SIM SIM Questão sobre usos das


avaliações (Q38 a Q39)
Caracterização da Caracterização da Caracterização da Caracterização de Caracterização dos
avaliação avaliação de outro tipo de indicadores
avaliação de alunos avaliação da
(Q17 a Q24) institucional profissionais do rede municipal existentes na rede
(Q17 a Q24) ensino (Q29 a Q31) (Q33 e Q34) (Q36 e Q37) TÉRMINO

FIGURA 1 Esquema do questionário aplicado na etapa do survey

Relatório Final — Resultados do Survey


MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
27
Pré-teste do instrumento

Elaborado o instrumento, este foi submetido à análise crítica de dois especialistas,9


a partir da qual foram feitas adequações. Seguiu-se a execução de um pré-teste, em quatro
municípios, realizado por um pesquisador da equipe que foi pessoalmente às localidades
selecionadas, explicou os objetivos da pesquisa e a forma de acessar o questionário eletrônico.
O objetivo desse procedimento foi observar, in loco, as reações dos respondentes durante
a coleta de dados e conversar com os mesmos sobre dificuldades/dúvidas que surgiram durante
a participação na pesquisa. Com base nas evidências trazidas pelo pré-teste, novo ajuste foi
feito no instrumento, chegando-se à versão final, submetida aos dirigentes municipais de
educação. (Anexo 1)

Contato com os municípios

A remessa do questionário foi antecedida de ligações telefônicas para todos os


secretários municipais de educação, com o objetivo de sensibilizá-los paraa participação
na pesquisa. Nesses contatos, realizados por equipes treinadas entre abril e maio de 2014,
foi explicado, a cada dirigente, o propósito da pesquisa, indagando-se sobre o interesse em
participar. Em caso afirmativo, foi solicitado um endereço de e-mail para o qual deveria ser
enviado o instrumento de coleta de informações. Após o contato, o instrumento foi enviado
para o e-mail fornecido acompanhado por uma carta que reforçava a explicação sobre os
objetivos da pesquisa, já antecipada no contato telefônico, e procedimentos que deveriam ser
observados no momento de responder ao questionário.
Durante os meses seguintes foi feito o monitoramento da evolução das
respostas e insistiu-se, por meio de mensagens eletrônicas, para que os municípios
que aquiesceram em participar da pesquisa respondessem ao questionário. Vale
ressaltar, ainda, que, quando necessário, ocorreram outras ligações para solicitar
o preenchimento do questionário e, eventualmente, obter novos endereços eletrônicos para
seu reenvio. Em fins de setembro de 2014 encerrou-se a coleta das informações.10

Registram-se agradecimentos a Yara Espósito e Raquel Valle, da Fundação Carlos Chagas, pela leitura cuidadosa do instrumento
9

nessa etapa da pesquisa.


10
Como até o momento de início da pesquisa não se contava com bases de dados atualizadas e completas com os contatos das
Secretarias Municipais de Educação de todos os municípios brasileiros, a equipe de pesquisa se comprometeu em colaborar
com a atualização dos dados cadastrais disponíveis na Undime e no Inep, consolidando uma base de informações disponibilizada
a essas entidades após o término da coleta de dados. Nessa base de dados, constam dados do município disponibilizados pelo
IBGE e pelo Censo Escolar, além de endereços físicos e telefones da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação e diversos
contatos eletrônicos do dirigente municipal de educação em exercício em 2014.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Alcance da pesquisa e consolidação da base de dados

As respostas obtidas por meio dos questionários eletrônicos constituem a base de dados
para se proceder às análises apresentadas neste relatório, composta por 4.309 respostas.
Mesmo com o intuito de abranger os 5.568 municípios brasileiros, o envio do questionário
a todos eles não foi viável, ou por não ter sido possível contatar o gestor municipal ou por
não apresentarem endereço de e-mail válido. Dessa forma, conseguiu-se contato com 5.532
municípios, 99% do total.
Finalizado o prazo para a coleta de informações, procedeu-se à limpeza e consolidação
da base de dados produzida pela ferramenta Survey Monkey. Assim, o número inicial de 5.568
municípios foi redimensionado após análise preliminar da qualidade do preenchimento do
questionário, quando foram mapeadas as seguintes situações:

• para 36 municípios (0,6% do total) não foi possível enviar o instrumento de pesquisa,
por não se ter conseguido nenhuma forma de contato;

• três municípios (0,1%) não responderam à pesquisa devido ao não recebimento do


instrumento. O e-mail fornecido, ainda que válido, retornou por motivos diversos
(caixa de mensagens cheia, por exemplo);

• 1.141 municípios (20,5%) receberam o instrumento, mas não responderam qualquer


questão;

• 59 municípios (1,1%) responderam, no máximo, até a questão de número 5. Tais


respostas foram desconsideradas, por não fornecer dados sobre os principais
aspectos enfocados na pesquisa;

• para 291 municípios (5,2%) obteve-se resposta parcial. O município respondeu


o instrumento, mas não chegou a optar pela opção de conclusão da pesquisa.
Nessa categoria encontram-se municípios com diversos graus de completude do
instrumento;

• para 4.009 municípios, ou seja, 72% dos respondentes, obteve-se resposta completa.
O respondente chegou ao final e optou por concluir a pesquisa;

• a ferramenta Survey Monkey possibilita que os respondentes assinalem a opção OPT


OUT, assumindo que não desejam responder ao instrumento e não querem receber
os lembretes ou comunicados referentes a ele. Ao consolidar os dados, observou-se
que 13 municípios (0,2%) escolheram essa opção e, portanto, não responderam ao
questionário. No entanto, alguns dos municípios que clicaram na opção OPT OUT
forneceram respostas parciais ou completas à pesquisa. As respostas dos municípios

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
que forneceram resposta parcial e optaram por OPT OUT foram desconsideradas,
pois, embora tenha iniciado o preenchimento do instrumento, o município não
chegou a concluir o envio e, em vez disso, optou pelo OPT OUT. Essa é a situação de
sete dos municípios participantes, ou 0,1%. No entanto, os casos de municípios que
completaram todo o questionário e escolheram a opção OPT OUT foram tratados
como resposta completa, pois a opção de OPT OUT ocorreu após a conclusão
do preenchimento do questionário. Nessa categoria encontram-se nove municípios,
o que representa 0,2% do total.

Considerando-se essas situações, uma síntese da participação dos municípios no estudo


é registrada na Tabela 1.

TABELA 1 Participação dos municípios brasileiros na pesquisa

Situação em relação à resposta à pesquisa N %


Não resposta 1.223 22,0
Resposta (completa ou incompleta) 4.309 77,4
Não envio 36 0,6
Total 5.568 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015

Assim, a base de dados que subsidia as análises apresentadas neste relatório conta
com informações de respostas fornecidas por 4.309 municípios, o que corresponde a 77,4%
do total de municípios brasileiros. Pode-se, ainda, considerar a quantidade de respostas em
relação ao número de instrumentos efetivamente enviados (n = 5.532). Nesse caso, 4.309
municípios correspondem a 77,9% do total de municípios para os quais foi possível enviar
a pesquisa.
A essa base de dados foram acrescentadas outras informações relativas a cada município,
tendo como fontes o IBGE (2014) e o Censo Escolar (2013). Assim, além das respostas obtidas
pelo questionário, o banco de dados possui variáveis que permitem caracterizar os municípios
que responderam ao questionário, bem como realizar cruzamentos para a exploração dos
dados tanto sociodemográficos quanto educacionais das redes de ensino. As variáveis que
permitam apreender características dos municípios são IDHM 2010, PIB per capita de 2011
e população em janeiro de 2013 (TCU).
No tocante às características da rede, há informações sobre número de escolas municipais
e número de matrículas por etapa de ensino (educação infantil e ensino fundamental,
destacando-se informações sobre a Educação de Jovens e Adultos – EJA), considerando-se dados
da rede municipal, regular e especial. A partir desses dados, foram produzidas informações
sobre faixas de atendimento da rede em cada uma dessas etapas de ensino.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Há ainda informações acerca dos indicadores educacionais que compõem o Ideb, por
etapa do ensino fundamental, para 2005, 2007, 2009 e 2011.
Com base no cotejamento de dados, primeiramente buscou-se caracterizar
os municípios participantes da pesquisa, contrastando-os com o total de municípios do Brasil.
A descrição inicial desses dados objetivou verificar se há alguma diferenciação entre aqueles
que se dispuseram a participar da pesquisa e os que não participaram.
Posteriormente, procurou-se estabelecer relações entre as características locais dos
municípios e sua interação com as avaliações educacionais, com o objetivo de aprofundar as
análises, utilizando dados obtidos no survey. Buscou-se, assim, analisar não somente tendências
presentes nas avaliações municipais identificadas no que se refere aos delineamentos
metodológicos e aos usos dos seus resultados, mas também tentar concatenar esses dados
com características dos municípios e das redes de ensino. Nesse momento procedeu-se às
análises considerando-se as diversas vertentes avaliativas existentes nos municípios, como
será explicado mais adiante. Finalmente, o estudo buscou compreender iniciativas de usos
das avaliações no âmbito municipal, abarcando as avaliações próprias e também as avaliações
federais e estaduais existentes.
Esse relatório procura trazer elementos para elucidar os seguintes aspectos:

• pressupostos subjacentes à proposição de propostas próprias de avaliação pelos


municípios brasileiros;

• caracterização dos desenhos metodológicos das propostas de avaliação próprias


nos municípios;

• caracterização dos usos das avaliações municipais em âmbito municipal,


principalmente no que concerne à gestão da educação básica;

• levantamento de implicações das iniciativas de avaliação na gestão e trabalho


pedagógico das escolas.

31
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
1. CONTEXTUALIZAÇÃO DOS
MUNICÍPIOS RESPONDENTES

Nesse tópico, são explicadas características gerais e da rede de ensino dos municípios
que responderam à pesquisa, utilizando-se dados obtidos em fontes diversas, principalmente
o IBGE e o Inep, bem como informações oriundas do survey.

1.1 Distribuição regional

Em termos regionais, a distribuição de respostas pode ser observada na Tabela 2.11

TABELA 2 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com a região geográfica

Municípios que
Região Municípios brasileiros
responderam à pesquisa
N N %
Norte 450 323 71,8

Nordeste 1.793 1.237 69,0

Centro-Oeste 466 372 79,8

Sudeste 1.668 1.395 83,6

Sul 1.191 982 82,5

Total 5.568 4.309 77,4

A tabela completa com o número de municípios e a quantidade de respostas obtidas, por estado encontra-se no Anexo 2.
11

33
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Fonte: Base de dados da pesquisa e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

Considerando o percentual de respostas obtidas, nota-se maior concentração de


respostas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com 80% ou mais de retorno dos
municípios, ainda que cerca de 70% dos municípios do Norte e Nordeste também registraram
sua participação, percentual relevante para este tipo de pesquisa.
A Figura 2 apresenta a porcentagem de respostas ao questionário por estado, cujos
dados evidenciam que, em todas as 26 unidades federadas contempladas neste estudo,
o percentual de respostas superou a 50%.

67%
50%

RR
AP

PA 61%
AM 59%
67% MA CE
55% 66%
RN
PI
65% PB 70%
PE
AC TO 81%
RO
64% AL 59%
83% SE

MT 72%
85% BA
76%
GO 77%

Legenda 82% DF
MG
MS
ES
Região Norte 86%
81%
79%
SP
Região Nordeste RJ
79%
PR
Região Centro-Oeste 81%
83%
Região Sudeste SC
82%
RS
Região Sul
82%

FIGURA 2 Percentual de respostas por estado


Fonte: Base de dados da pesquisa e IBGE. Elaboração dos autores. 2015

Em todos os estados da região Sul, dois estados do Sudeste e dois do Centro-Oeste


o percentual de respostas alcançou 80% ou mais dos municípios que os compõem. Nas regiões
Norte e Nordeste os estados de Rondônia e Pernambuco tiveram taxa de retorno superior
a 80%. A abrangência menor do estudo ocorreu em três estados, nos quais 50% a 59% dos
municípios responderam à pesquisa, conforme mostra a Tabela 3. A pesquisa abrangeu todos
os estados e todas as capitais brasileiras, com exceção de Manaus.

34
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 3 Distribuição dos 26 estados brasileiros, de acordo com a proporção de municípios que
responderam ao survey

Porcentagem de municípios respondentes


Número de estados
no estado
50% a 59% 4
60% a 69% 6
70% a 79% 6
80% ou mais 10
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

1.2 Identificação dos respondentes

A maior parte dos questionários foi respondida pelo dirigente municipal de Educação ou
por seu assistente (questão 44), totalizando 53% das respostas. Com menor presença têm-se
como respondentes técnicos da Secretaria de Educação (Tabela 4).

TABELA 4 Distribuição de frequência dos municípios que responderam ao survey, de


acordo com o cargo ou função do respondente na Secretaria Municipal
de Educação

Cargo N %
Dirigente municipal de ensino 1.965 45,6
Assistente do(a) dirigente municipal de ensino 319 7,4
Assessor técnico da Secretaria Municipal de Educação 662 15,4
Outro 962 22,3
Não respondidas 401 9,3
Total 4.309 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

A questão 44 contava com um espaço para a indicação de outros profissionais que


contribuíram para responder ao instrumento de pesquisa, alternativa escolhida por 962
respondentes (22,3%). O tratamento e classificação desta resposta aberta informou que cerca
de 40% dos que assinalaram o item “outro” são profissionais que se responsabilizam pelas
atividades avaliativas no âmbito municipal ou trabalham no setor pedagógico.
Identificaram-se, ainda, 160 respostas dadas por respondentes que indicaram ter
“outro” cargo ou função, mas especificaram ser secretários de Educação, diretor municipal
de ensino, secretário adjunto ou outra nomenclatura equivalente a “dirigente municipal de

35
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
ensino” e “assistente do dirigente municipal de ensino”.
Em menor número observou-se que os respondentes eram profissionais do setor
administrativo (finanças, planejamento) da Secretaria (n = 96, 10%), responsáveis por
programas estaduais e federais no município (n = 48, 5%) e profissionais alocados nas
escolas (n = 37, 4%).

1.3 Características socioeconômicas e demográficas

Visando compreender se os municípios que responderam à pesquisa possuíam


características semelhantes ao universo dos municípios brasileiros, procedeu-se a uma análise
descritiva dos dados, visto que a pesquisa abarcou o universo dos municípios brasileiros.
Observa-se que a representatividade dos municípios em cada classe populacional supera
70% em todas as faixas. Ressalta-se, ainda, que dos 38 grandes municípios do Brasil, com mais
de 500.000 habitantes, 3312 (87%) responderam ao questionário, o que reforça afirmações
positivas acerca da abrangência da pesquisa (Tabela 5).

TABELA 5 Municípios que responderam ao survey, de acordo com o número de habitantes

Total de Municípios que responderam


Número de habitantes
municípios à pesquisa

N N %

Até 5.000 1.246 984 79,0

De 5.001 a 10.000 1.226 975 79,5

De 10.001 a 20.000 1.378 1.052 76,3

De 20.001 a 50.000 1.081 790 73,1

De 50.001 a 100.000 340 261 76,8

De 100.001 a 500.000 259 214 82,6

Mais de 500.000 38 33 86,8

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados da pesquisa e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

A quantidade de municípios brasileiros em cada uma das faixas do Índice de


Desenvolvimento Humano Municipal, bem como a de municípios que responderam à pesquisa,
é apresentada na Tabela 6.

12
Não responderam à pesquisa Manaus, Feira de Santana, São Gonçalo, Osasco e Londrina.

36
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 6 Categorias de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010 dos municípios
que responderam ao survey

Total de municípios Municípios que responderam


Categorias de IDHM 2010
brasileiros à pesquisa

% em relação
N N
ao total
Sem informação 5 5 100,0

Muito alto 43 37 86,05

Alto 1.888 1.570 83,16

Médio 2.233 1.716 76,85

Baixo 1.367 958 70,08

Muito baixo 32 23 71,88

Total 5.568 4.309 77,39

Fonte: Base de dados da pesquisa e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

Analogamente, nas faixas mais elevadas do PIB per capita encontram-se as maiores
proporções de municípios que responderam ao survey (Tabela 7). Entretanto, ainda que
a maior proporção de municípios recaia sobre essas faixas (81,8% e 82,4%, respectivamente),
nas outras houve mais de 65% de respondentes, o que parece evidenciar a aderência
ao estudo independentemente do grau de riqueza do município.

TABELA 7 Faixas do PIB per capita dos municípios que responderam ao survey

Total de municípios Municípios que responderam


Faixas do PIB per capita (2011)
brasileiros à pesquisa
% em relação ao
N N
total
Sem informação 5 5 100,0

Menos de R$ 5.000 899 598 66,5

De R$ 5.000 a menos de R$ 10.000 1.681 1.263 75,1

De R$10.000 a menos de R$ 25.000 2.380 1.946 81,8

R$ 25.000 ou mais 603 497 82,4

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados da pesquisa e Inep. Elaboração dos autores. 2015

A partir da apreciação dos resultados do teste de comparação de médias, pode-se


afirmar que os 4.309 municípios que responderam à pesquisa diferem daqueles que não
participaram (n =1.223) em algumas características.

37
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Quanto às características gerais dos municípios (Tabela 8), percebe-se que os
participantes e os não participantes da pesquisa são diferentes em relação aos dados
populacionais, ao IDHM e ao PIB per capita, sendo que os municípios que responderam
à pesquisa são maiores, tendencialmente, em termos populacionais e com valores de PIB mais
elevados. Cabe ressalvar, no entanto, que ainda que o teste estatístico tenha sido significativo
para a variável IDHM, os valores médios para os municípios respondentes e não respondentes
recaem sobre a mesma faixa, ou seja, os municípios pertencem, em geral, à faixa de médio
desenvolvimento humano.

TABELA 8 Medidas descritivas para algumas variáveis de contexto e nível descritivo do teste de
comparação de médias para os dois grupos de municípios considerados

Desvio
Variáveis de contexto Municípios N Média p-value
padrão

População estimada Respondentes 4.309 38.024 234.321


0,011
em janeiro de 2013 Não respondentes 1.223 27.257 78.561

PIB per capita 2011 Respondentes 4.304 14.705 15.856


0,000
(em reais) Não respondentes 1.223 12.396 14.791
Respondentes 4.304 0,664 0,071
IDHM 2010 0,000
Não respondentes 1.223 0,642 0,071
Fonte: Base de dados da Pesquisa e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

A análise das informações permite perceber a necessidade de se assumir uma perspectiva


interpretativa que dê realce às especificidades que marcam as iniciativas de avaliação em curso
no país, principalmente no que se refere às ações propostas pelos municípios, visto que estes
possuem realidades diversas e desiguais em relação às suas características físicas, econômicas,
socioculturais e, consequentemente, educacionais.

1.4 Características educacionais

Especificamente em relação aos dados educacionais (Tabela 9), percebe-se que


municípios respondentes e não respondentes são diferentes principalmente no que se refere
ao tamanho e à cobertura da rede municipal (% de matrículas nas escolas municipais sobre
o total de matrículas nas escolas do município) e aos resultados obtidos no Ideb de 2011, tanto
para as séries iniciais, quanto para as séries finais do ensino fundamental.
Cotejando informações das Tabelas 8 e 9, a apreciação dos valores de desvio-padrão
permite afirmar que há maior heterogeneidade no grupo de municípios que responderam
à pesquisa em relação aos que não responderam no que se refere à população, ao valor

38
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
de Fundeb recebido e ao número de escolas municipais. Ou seja, a variabilidade e dispersão
dos valores em relação à média são maiores para esse agrupamento, tornando-o mais
heterogêneo.

TABELA 9 Medidas descritivas para algumas variáveis educacionais e nível descritivo do teste de
comparação de médias para os dois grupos de municípios considerados.

Variáveis Desvio
Municípios N Média p-value
educacionais padrão

Número Respondentes 4.308 30,3 48,9


de escolas 0,001
municipais Não respondentes 1.223 35,3 41,8

Atendimento da Respondentes 4.308 71,7 18,1


rede municipal
0,000
(% com relação Não respondentes 1.223 75,7 17,1
ao total)

Fundeb 2013 Respondentes 4.304 11.900.169 61.398.432


0,127
(em reais) Não respondentes 1.223 10.191.385 21.444.757
Respondentes 3.973 4,9 1,0
Ideb 2011 (EF1) 0,000
Não respondentes 1.128 4,5 1,0
Respondentes 2.283 3,8 0,8
Ideb 2011 (EF2) 0,000
Não respondentes 758 3,5 0,8
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

Considerando que parece haver associação entre o fato de os municípios terem ou não
participado da pesquisa e as variáveis educacionais número de escolas, cobertura da rede
municipal e os valores obtidos no Ideb de ensino fundamental 1 e 2, algumas afirmações
podem ser feitas. Primeiro, os municípios respondentes tendem a ter maiores valores de
Ideb, tanto no EF1 quanto no EF2. Segundo, contrariamente ao que se poderia esperar, os
municípios respondentes possuem redes menores e têm menor cobertura da rede municipal
do que os não respondentes.
Os dados apresentados na Tabela 10 mostram que a maioria dos municípios brasileiros
possui redes de ensino pequenas (n=2.931) ou muito pequenas (n=1.610). Tal situação se
reflete para os municípios que participaram da pesquisa, destacando que grande parte dos
respondentes possui redes de até 49 escolas. A pesquisa foi respondida, ainda, por 72,6%
dos municípios com redes grandes (100 escolas ou mais) e 71% daqueles com rede média
(de 50 a 99 escolas).

39
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 10 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam
ao survey, de acordo com o número de escolas da rede municipal

Municípios Municípios que responderam


Tamanho da rede municipal
brasileiros à pesquisa

N N %

Muito pequena (até 9 escolas) 1.610 1.309 81,3

Pequena (10 a 49) 2.931 2.266 77,3

Média (50 a 99) 752 534 71,0

Grande (100 ou mais) 274 199 72,6

Sem informação 1 1 100,0

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2015

No que se refere à cobertura de atendimento, os dados da Tabela 11 mostram que,


em todas as faixas estabelecidas no âmbito da pesquisa, houve participação de municípios.
Nota-se adesão de 82,6% e 81,3%, respectivamente, de municipalidades com cobertura
pequena (menos de 50%) e média (entre 50% e 70% de atendimento). Poder-se-ia esperar que
municípios menores e com poucas escolas em sua rede não respondessem à pesquisa, mas
de fato a proporção de participação nessas faixas foi maior do que nas naquelas de municípios
com coberturas grande (76%) ou muito grande (71,7%).

TABELA 11 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam


ao survey, de acordo com o atendimento da rede municipal

Municípios Municípios que responderam


Atendimento da rede municipal (1)
brasileiros à pesquisa

N N %

Pequeno (menos de 50%) 558 461 82,6

Médio (de 50% a menos de 70%) 1.646 1338 81,3

Grande (de 70% a menos de 90%) 2.251 1712 76,0

Muito grande (90% ou mais) 1.112 797 71,7

Sem informação 1 1 100,0

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Censo escolar. Elaboração dos autores. 2015.


(1) Essa variável foi calculada considerando-se o número de matrículas na rede municipal em relação ao
número de matrículas totais no município em cada segmento.

40
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
A Tabela 12 permite compreender os níveis da educação básica em que ocorre maior
cobertura dos municípios que participaram da pesquisa. Observa-se que a maior concentração
dos respondentes está no nível muito grande de atendimento (90% ou mais dos alunos do
município cursando a etapa), tanto na educação infantil quanto nos anos iniciais do ensino
fundamental.

TABELA 12 Distribuição de frequência dos municípios que responderam ao survey, de


acordo com o atendimento da rede municipal nos diferentes segmentos
de ensino

Ensino Ensino
Atendimento da rede municipal Educação infantil
fundamental 1 fundamental 2

N % N % N %

Pequeno (menos de 50%) 103 2,4 482 11,2 2.435 56,5

Médio (de 50% a menos de 70%) 354 8,2 701 16,3 586 13,6

Grande (de 70% a menos de 90%) 1.117 25,9 1.209 28,1 501 11,6

Muito grande (90% ou mais) 2.729 63,3 1.911 44,3 781 18,1

Sem informação 6 0,1 6 0,1 6 0,1

Total 4.309 100,0 4.309 100,0 4.309 100,0

Fonte: Censo Escolar. Elaboração dos autores, 2015.

Em relação ao ensino fundamental 1, observa-se que 44,3% dos respondentes atendem


90% ou mais dos alunos e 28,1% têm atendimento entre 70% e 90% dos alunos nesse segmento
de ensino. Ainda que os dados mostrem maior responsabilização dos municípios pela oferta
do ensino fundamental, verifica-se que 27,5% dos municípios têm atendimento médio ou
pequeno, possibilitando inferir que parte considerável do atendimento é realizada em escolas
estaduais ou privadas. Poucos são os municípios (18,1%) com grande atendimento aos alunos
do ensino fundamental 2.

TABELA 13 Distribuição de frequência dos municípios que responderam ao survey, de acordo com
o atendimento da rede municipal nos segmentos da educação infantil
(continua)

Atendimento da rede municipal Creche Pré-escola

N % N %

Pequeno (menos de 50%) 374 8,7 78 1,8

Médio (de 50% a menos de 70%) 305 7,1 301 7,0

Grande (de 70% a menos de 90%) 743 17,2 1.081 25,1

Muito grande (90% ou mais) 2.479 57,5 2.842 66,0

41
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 13 Distribuição de frequência dos municípios que responderam ao survey, de acordo com
o atendimento da rede municipal nos segmentos da educação infantil

(conclusão)

Atendimento da rede municipal Creche Pré-escola

N % N %

Sem informação 408 9,5 7 0,2

Total 4.309 100,0 4.309 100,0

Fonte: Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2015.

A análise dos dados desagregados da educação infantil (Tabela 13) permite identificar
que a maioria dos municípios respondentes tem atendimento grande ou muito grande tanto na
creche quanto na pré-escola, mas os percentuais favorecem o atendimento no nível pré-escolar.
Considerando-se o Ideb 2011 do ensino fundamental 1, observa-se que 44,7% dos
municípios respondentes possuem índice acima de 5,0 e 47,5% apresentam valores inferiores
a 4,9 (Tabela 14).

TABELA 14 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam ao survey, de


acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 1

Ideb 2011 para o ensino Municípios Municípios que responderam


fundamental 1 brasileiros à pesquisa

N N %

2 a 2,9 87 58 66,7

3 a 3,9 1.197 791 66,1

4 a 4,9 1.547 1.199 77,5

5 a 5,9 1.631 1.341 82,2

6 a 6,9 622 541 87,0

7 a 7,9 49 40 81,6

8 a 8,9 3 3 100,0

Sem informação 432 336 77,8

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2015.

No entanto, ao se analisar essa informação em relação à distribuição de todos


os municípios brasileiros nas faixas de Ideb utilizadas na pesquisa, a proporção dos
respondentes em todas as faixas vai de 66% (de 3 a 3,9) a 87% (de 6 a 6,9), permitindo

42
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
afirmar que há representação de municípios com diversos tipos de resultados dentre os
participantes.
Em relação ao Ideb para o ensino fundamental 2 (Tabela 15), verifica-se que 22% dos
respondentes registram valores superiores a 4,0, enquanto 31% apresentam índices inferiores
a 3,9. Municípios de todas as faixas de Ideb para o ensino fundamental 2 responderam
à pesquisa, ainda que 47% dos respondentes não possuam Ideb para esse nível de ensino,
o que reforça afirmações já feitas anteriormente de que os municípios respondentes tendem
a se responsabilizar pela etapa inicial do ensino fundamental.

TABELA 15 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam ao survey, de


acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 2

Ideb 2011 para o ensino Municípios Municípios que responderam


fundamental 2 brasileiros à pesquisa

N N %

1 a 1,9 18 16 88,9

2 a 2,9 576 386 67,0

3 a 3,9 1.320 933 70,7

4 a 4,9 884 707 80,0

5 a 5,9 259 232 89,6

6 a 6,9 10 9 90,0

Sem informação 2.501 2.026 81,0

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2015.

Para compreender se houve alguma relação entre a participação de municípios na


pesquisa e a apresentação de bons resultados no Ideb, procurou-se verificar em quantos
ciclos do Ideb, considerando-se os dados divulgados em 2007, 2009, 2011 e 2013 (ou seja,
quatro ciclos), os municípios respondentes atingiram as metas projetadas para o indicador
tanto do ensino fundamental 1 quanto do ensino fundamental 2.
Os dados apresentados na Tabela 16 mostram que 1.663 municípios respondentes
(38,6%) atingiram a meta do Ideb de EF1 nos quatro ciclos para os quais tal indicador
existe e 1.076 municípios (25% dos respondentes) alcançaram as metas projetadas em
três ciclos.

43
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 16 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam ao survey,
de acordo com o número de ciclos em que a meta do Ideb foi atingida para o ensino
fundamental 1

Número de ciclos em que a meta


Municípios Municípios que responderam
do Ideb foi alcançada para o
brasileiros à pesquisa
ensino fundamental 1

N N %

Nenhum 483 367 76,0

1 546 415 76,0

2 772 595 77,1

3 1.400 1.076 76,9

4 2.118 1.663 78,5

Sem informação 249 193 77,5

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados do survey e INEP. Elaboração dos autores. 2015.

As metas projetadas não foram atingidas em nenhum ciclo ou, ainda, em apenas um
deles por cerca de 18% dos respondentes. A análise desses dados em relação à distribuição de
todos os municípios do país em cada faixa permite afirmar que não se nota maior tendência
a responder à pesquisa por municípios que têm melhor desempenho no que concerne
ao alcance das metas projetadas pelo governo federal para o ensino fundamental 1.
No tocante ao Ideb para o ensino fundamental 2, ainda que 1.012 dos municípios
respondentes (cerca de 23,5%) tenham atingido as metas do Ideb em três ou quatro ciclos,
não se nota tendência de maior resposta ao questionário por aqueles que alcançaram
as metas do Ideb (Tabela 17).

TABELA 17 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam ao survey,


de acordo com o número de ciclos em que a meta do Ideb foi atingida para o ensino
fundamental 2
(continua)

Número de ciclos em que a meta


Municípios Municípios que responderam
do Ideb foi alcançada para o
brasileiros à pesquisa
ensino fundamental 2

N N %

Nenhum 732 566 77,3

1 636 466 73,3

2 741 554 74,8

3 770 565 73,4

44
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 17 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que responderam ao survey,
de acordo com o número de ciclos em que a meta do Ideb foi atingida para o ensino
fundamental 2 (conclusão)

Número de ciclos em que a meta


Municípios Municípios que responderam
do Ideb foi alcançada para o
brasileiros à pesquisa
ensino fundamental 2

N N %

4 595 447 75,1

Sem informação 2.094 1.711 81,7

Total 5.568 4.309 77,4

Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2015.

Buscou-se, ainda, identificar a condição de municipalização do ensino fundamental nos


municípios respondentes, por meio de uma questão específica do survey sobre esse aspecto
(questão 43). A Tabela 18 evidencia que 53,7% dos municípios respondentes informaram
ter municipalizado o ensino fundamental total ou parcialmente, enquanto 37% ainda não
realizaram esse processo.

TABELA 18 Medidas descritivas para a porcentagem de atendimento da rede municipal no ensino


fundamental 1 e 2, de acordo com a situação da municipalização nos municípios que
responderam ao survey.

Situação da Municípios que Atendimento Atendimento


municipalização do ensino responderam da rede municipal da rede municipal
fundamental à pesquisa no EF1 (%) no EF2 (%)

N % Média d.p. Média d.p.

Municipalizado 2.313 53,7 87,8 15,6 47,9 41,4

Não municipalizado 1.592 36,9 69,2 22,9 35,0 29,4

Sem informação 404 9,4 80,4 20,9 46,3 38,1

Total 4.309 100,0 80,2 21,0 42,9 37,6

Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar (Inep).

Dentre os municípios que responderam ao survey e declararam ter o ensino fundamental


municipalizado, a parcela de atendimento da rede municipal no ensino fundamental 1 é de
87,8%, em média, diminuindo para 47,9% no ensino fundamental 2. Os valores de desvio
padrão permitem afirmar que a variabilidade de atendimento pela rede municipal é maior no
ensino fundamental 2 (41,4%) do que no ensino fundamental 1 (15,6%), reforçando afirmações
anteriores sobre a tendência de os municípios se responsabilizarem mais pelo segmento inicial
do ensino fundamental do que pelo final.

45
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
2. RESULTADOS
OBTIDOS NO SURVEY

Essa sessão apresenta e discute os dados obtidos por meio do survey eletrônico.

2.1 Interações municipais com avaliações conduzidas pelos governos


federal e estaduais

A questão 3 indagava se os municípios participaram, em 2013, das avaliações


do governo federal (Prova Brasil, Provinha Brasil e Avaliação Nacional da Alfabetização).
Os respondentes indicaram uma expressiva participação na Prova Brasil13 e na Avaliação
Nacional de Alfabetização (ANA)14 (Gráficos 1 e 2), o que é esperado, considerando
a possibilidade de acesso a verbas e programas federais pelos municípios que participam
desses testes realizados pelo Inep.

A Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), conhecida como Prova Brasil, compõe o Sistema de Avaliação da Educação
13

Básica (Saeb), juntamente com a Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA).
É realizada pelo Inep em regime de parceria com estados e municípios. Participam da Prova Brasil todas as escolas com pelo
menos 20 estudantes matriculados nos 5º e 9º anos (4ª e 8ª séries) do ensino fundamental regular, matriculados em escolas
públicas, localizadas nas zonas urbanas e rurais (Portaria nº 304, de 21 de junho de 2013 e Inep. Disponível em: <http://portal.
inep.gov.br/web/saeb/aneb-e-anresc>. Acesso em: 18 jun. 2014).
A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) é aplicada anualmente e focaliza as unidades escolares e os estudantes matriculados
14

no 3º ano do ensino fundamental. Compõem a avaliação os seguintes instrumentos: questionários contextuais a professores,
diretores de escola e gestores da rede pública de ensino; e teste de desempenho para os alunos. Participam da avaliação
escolas públicas localizadas nas zonas urbana e rural, que estejam organizadas no regime de nove anos, sendo administrada
censitariamente para as turmas regulares e amostralmente para as turmas multisseriadas (Portaria nº 304, de 21 de junho de
2013 e Inep. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/saeb/ana>. Acesso em: 18 jun. 2014).

47
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
265; 6%
188; 4%

3.856; 90%

Sim Não Sem resposta


GRÁFICO 1 Municípios participantes da Prova Brasil, em 2013, dentre os municípios que
responderam ao survey

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

261; 6%
162; 4%

3.886; 90%

Sim Não Sem resposta

GRÁFICO 2 Municípios participantes da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), em 2013,


dentre os municípios que responderam ao survey

Fonte: Base de dados do Survey. Elaboração dos autores. 2015.

É possível supor que a indicação de não participação de 265 municípios na Prova Brasil
(6%) e de 261 na ANA (6%) seja em decorrência dos critérios estabelecidos pelo Inep nas

48
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
portarias que tratam desses testes de desempenho, considerando-se que não se têm notícias
de municípios que declararam a não adesão a essas avaliações federais.
Os 265 municípios não participantes da Prova Brasil concentram-se nas regiões
Sudeste (23,4%) e Sul (52,1%). Os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina
são os que têm maior porcentagem de não adesão à Prova Brasil, com, respectivamente
38,1%, 12,8% e 10,6%. Em relação às matrículas, 81,9% desses municípios possuem até
1.000 matrículas, sendo caracterizados como redes pequenas, e, no que se refere ao
número de escolas, 60,8% têm redes de até nove escolas. Em sua maioria (81,5%) são
municípios que concentram o atendimento na educação infantil; analogamente, 61,1%
desses municípios registram atendimento pequeno (menos de 50% dos alunos) no ensino
fundamental.
Os 261 municípios que declararam não participar da ANA concentram-se nas regiões
Sudeste (38,7%) e Sul (31,8%), majoritariamente nos estados de São Paulo (21,8%), Rio Grande
do Sul (19,5%) e Minas Gerais (14,6%). Em sua maioria (61,7%) são municípios com até 1.000
matrículas na rede municipal, que atendem 90% ou mais dos alunos da educação infantil
(70,5%). Em relação ao atendimento no ensino fundamental 1, 56,3% desses municípios
atendem a mais de 70% dos alunos desse segmento em suas redes próprias.
Observa-se, ainda, que 97% dos municípios respondentes (4.187) assinalaram adesão
à Provinha Brasil15 (Gráfico 3), percentual expressivo considerando-se que a “adesão a essa
avaliação é opcional, e a aplicação fica a critério de cada secretaria de educação das unidades
federadas”,16 sendo que esta avaliação não condiciona o acesso a programas federais. Dos 70
municípios que não aderiram à Provinha Brasil, cerca de 64% possuem redes muito pequenas
(com até 9 escolas) e 68,6% têm até 1.000 matrículas. São, ainda, municípios que concentram
seu atendimento na creche (67,1% com atendimento muito grande nesse segmento) e na pré-
escola (82,9% com atendimento muito grande); em contrapartida, 18,6% desses municípios
possuem atendimento considerado “muito grande” no ensino fundamental. Tais municípios
concentram-se nas regiões Sudeste (40%), Nordeste (22,9%) e Sul (21,4), sendo que o estado
de São Paulo registra 31,4% desses municípios.

Conforme consta da página do Inep, a Avaliação da Alfabetização Infantil – Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica que visa
15

investigar o desenvolvimento das habilidades relativas à alfabetização e ao letramento em Língua Portuguesa e Matemática,
desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental das escolas públicas brasileiras. Aplicada duas
vezes ao ano (no início e no final), a avaliação é dirigida aos alunos que passaram por, pelo menos, um ano escolar dedicado ao
processo de alfabetização. A adesão a essa avaliação é opcional, e a aplicação fica a critério de cada secretaria de educação das
unidades federadas. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/provinha-brasil/apresentacao. Acesso em: 15 jun. 2014.
Disponível em: <http://provinhabrasil.inep.gov.br/apresentacao>. Acesso em: 18 fev. 2015.
16

49
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
70; 2% 52; 1%

4.187; 97%

Sim Não Sem resposta

GRÁFICO 3 Municípios participantes da Provinha Brasil, em 2013, dentre os municípios que


responderam ao survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

Além da participação em avaliações coordenadas pelo Inep, 67% dos municípios


respondentes indicaram aderir, também, a avaliações externas implementadas pelos
governos dos estados a que pertencem (questão 5), como ilustrado no Gráfico 4.
Os sistemas estaduais existentes, e seu ano de implantação, constam no Quadro 2.17
Dos municípios que afirmaram participar das avaliações estaduais (n = 2.874 ou 67%),
58,5% informaram estar municipalizados e 40,6% atendem mais de 70% dos alunos do
município nas redes próprias.

Levantamentos relativos aos sistemas estaduais de avaliação que têm sido implantados desde o início da década de 1990 no Brasil
17

mostram incongruências em relação tanto às datas de implementação das referidas avaliações quanto à sua nomenclatura. Tal
fato pode ser, em parte, explicado pelas mudanças ocorridas nessas avaliações ao longo do tempo, quer sejam metodológicas,
quer sejam em termos de concepção do sistema avaliativo. Os dados constantes no Quadro 2 baseiam-se em levantamento
realizado por Bauer (2012b; 2014), tendo como fonte os sítios das Secretarias Estaduais de Educação e o portal do Centro de
Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), considerando os registros existentes até 2014 – ano em que se encerrou
o survey – das avaliações vigentes àquela época.

50
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
80; 2%

1.355; 31%

2.874; 67%

Sim Não Sem resposta


GRÁFICO 4 Municípios participantes de avaliações estaduais, dentre os municípios que
responderam ao survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

QUADRO 2 Avaliações estaduais existentes em 2014 e ano de implementação

Avaliação Avaliação
Estado Ano Estado Ano
estadual estadual
AC Seape 2009 PB Avaliação PB 2012
AL Areal 2012 PE Saepe 2000
AP n/a n/a PI Saepi 2011
AM Sadeam 2011 PR Saep 2012
BA Sabe 2011 RJ Saerj 2008
CE Spaece 1992 RO Saero 2012
DF Siade 2008 RN n/a n/a
ES Paebes 2004 RR n/a n/a
GO Saego 2011 RS Saers 2007
MA Simade 2010 SC n/a n/a
MG Simave/Proeb 2000 SE Exaeb/SE 2005
MT n/a n/a SP Saresp 1996
MS Saems 2011 TO Salto 2011
PA Sispae 2013 - - -
Fonte: Bauer (2012b, 2014); Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed), 2016

Comparando os dados da Tabela 19 com as informações organizadas no Quadro 2,


nota-se que, com exceção do Acre e Tocantins (cujos sistemas de avaliação foram instituídos
em 2009 e 2011, respectivamente), há correspondência entre os municípios que registraram
maior percentual de adesão às propostas estaduais de avaliação e a antiguidade e permanência

51
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
dessas propostas, como nos seguintes casos: Ceará (1992), São Paulo (1996), Minas Gerais
(2000), Pernambuco (2000) e Espírito Santo (2004).

TABELA 19 Representatividades absoluta e relativa das redes municipais em avaliações organizadas


pelos governos estaduais, com relação aos municípios que responderam ao survey, de
acordo com a unidade federativa

% de respondentes
N de questionários N de municípios que
que afirmaram
Estado respondidos no participaram das
participar das
estado avaliações estaduais
avaliações estaduais
Acre 14 13 92,9
Alagoas 60 49 81,7
Amapá 8 5 62,5
Amazonas 34 24 70,6
Bahia 322 251 78,0
Ceará 113 108 95,6
Espírito Santo 62 58 93,5
Goiás 201 138 68,7
Maranhão 128 53 41,4
Mato Grosso 107 48 44,9
Mato Grosso do Sul 64 25 39,1
Minas Gerais 735 716 97,4
Pará 97 40 41,2
Paraíba 157 45 28,7
Paraná 333 156 46,8
Pernambuco 148 145 98,0
Piauí 145 84 57,9
Rio de Janeiro 73 38 52,1
Rio Grande do Norte 110 41 37,3
Rio Grande do Sul 407 157 38,6
Rondônia 44 13 29,5
Roraima 10 3 30,0
Santa Catarina 242 90 37,2
São Paulo 525 450 85,7
Sergipe 54 19 35,2
Tocantins 116 105 90,5
Total 4.309 2.874 66,7
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2015.

Contudo, alguns municípios afirmaram participar da avaliação proposta pela rede


estadual,18 embora não haja registros de os estados aos quais pertencem realizarem alguma
proposta avaliativa para as redes de ensino. Isso ocorreu em municípios do Amapá, Mato

Cabe esclarecer que se estabeleceu um recorte temporal nessa questão. Assim, a pergunta indagava, especificamente, sobre a
18

participação dos municípios nas avaliações estaduais desde 2012.

52
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Grosso, Rio Grande do Norte, Roraima e Santa Catarina. Caberia investigar com maior
aprofundamento o que tais informantes compreenderam sobre a questão e a que avaliação
se referem em suas respostas; no entanto, os limites dos dados obtidos não permitem lançar
luzes sobre esses aspectos.

2.2 Características dos municípios que possuem iniciativas municipais


de avaliação educacional

O foco da pesquisa foi apreender iniciativas municipais de avaliação educacional, sejam


estas voltadas para avaliação de rendimento de alunos, avaliação institucional, avaliação
de profissionais do ensino ou outras dimensões. Em relação a tais iniciativas, buscaram-se
evidências de como vêm sendo conduzidas, bem como as razões que motivaram sua criação.
A questão 8 indagou se os municípios realizam algum tipo de avaliação de sua rede de
ensino, além daquelas promovidas pelos governos estaduais e/ou federal. As respostas obtidas
(Gráfico 5) permitem afirmar que as avaliações nesse âmbito administrativo são uma realidade
em diversos municípios e tendem a se ampliar, considerando-se que 37% dos respondentes
(n = 1.573), ou seja, cerca de 30% dos municípios brasileiros, indicaram ter avaliação própria
e 21% (n = 905) assinalaram pretender delinear uma proposta de avaliação, o que corresponde
a 16% do total de municípios do país.

47; 1%

905; 21%

1.573; 37%

1.784; 41%

Sim Não Sem resposta Não tem ainda,


mas pretende
ter avaliação
GRÁFICO 5 Municípios com avaliações próprias, dentre os municípios que responderam
ao survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

53
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
A seguir analisam-se algumas características sociodemográficas e educacionais dos
municípios que afirmaram possuir avaliações próprias, em relação aos demais municípios
respondentes da pesquisa.
A Figura 3 mostra a porcentagem, em cada estado, de municípios que declararam
possuir uma avaliação própria. Percebe-se que em alguns estados (MG, CE, RR) essa proporção
é de mais de 50% dos respondentes à pesquisa. Em 18 estados o total de municípios que
assinalaram fazer sua própria avaliação varia de 25,1% a 50%.

60%

12,5%
RR
AP

PA 51,3%
AM 35,9%
30,9% MA CE
29,4% 24,5%
RN
PI
26,9% PB 38,2%
PE
AC TO 40,5%
RO
50% AL 26,7%
33,6% SE
MT 25,9%
20,5% BA
36,4%
GO 28,9%

38,8% DF
MG
MS
ES
51,7%
39,1% 16,1%
SP
RJ
Legenda 42,5%
PR
46,1%
Até 25% dos municípios do estado 36,3%
SC
30,2%
De 25,1 a 50% dos municípios do estado
RS

Mais de 50,1% dos municípios do estado 14,5%

FIGURA 3 Percentual de municípios que declararam ter avaliação própria, dentre


os municípios que responderam ao survey, por estado
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.
Nota: Percentuais calculados em relação ao total de respondentes do survey.

Com exceção do Acre, todos os estados possuem municípios que assinalaram que
ainda não possuem uma avaliação própria, mas pretendem ter. A porcentagem desses
municípios, por estado, é apresentada na Figura 4. A análise em conjunto dos dados do
Quadro 2 e da Figura 4 não permite apreender se há uma relação entre os municípios
declararem que pretendem ter avaliação (n = 905) e a presença ou não de sistemas de
avaliação nos estados.

54
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
10%

37,5%
RR
AP

PA 18,6%
AM 27,3%
26,8% MA CE
35,3% 28,2%
RN
PI
26,9% PB 19,7%
PE
AC TO 27,7%
RO
0% AL 36,7%
23,3% SE
MT 35,2%
45,5% BA
30,8%
GO 30,1%

21,9% DF
MG
MS ES
14,1%
18,8% 19,4%
SP
RJ
Legenda 17,8%
PR
16%
Até 25% dos municípios do estado 16,2%
SC
24,0%
De 25,1 a 50% dos municípios do estado
RS

Mais de 50,1% dos municípios do estado 17%

FIGURA 4 Percentual de municípios que declararam que pretendem ter uma avaliação própria,
dentre os municípios que responderam ao survey, por estado
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.
Nota: Percentuais calculados em relação ao total de respondentes do survey.

Para avaliar a existência de associação entre o fato de o município declarar


ter avaliação própria e algumas variáveis socioeconômicas e educacionais utilizou-se
o teste qui-quadrado de Pearson. Pretendeu-se, assim, compreender que características
possuem os municípios que optam por fazer uma proposta de avaliação.
Ao comparar as respostas dos municípios que possuem avaliação própria e as dos que
não possuem (ou não responderam à questão), o teste indica que há associação (p = 0,000)
entre o porte do município e o fato dele realizar ou não uma avaliação própria.
Observando os dados da Tabela 20, percebe-se que quanto maior o tamanho do
município maiores são as chances de haver uma iniciativa própria de avaliação. No grupo
de municípios com até 5.000 habitantes, menos de 30% relataram ter esse tipo de iniciativa,
enquanto no grupo dos municípios mais populosos, com mais de 50.000 habitantes, esse
percentual chega a quase 55%.

55
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 20 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o número de habitantes

Municípios que
Municípios que realizam alguma
Número de habitantes responderam
avaliação própria
à pesquisa
N N %
Até 5.000 984 293 29,8
De 5.001 a 10.000 975 343 35,2
De 10.001 a 20.000 1.052 410 39,0
De 20.001 a 50.000 790 300 38,0
De 50.001 a 100.000 261 107 41,0
De 100.001 a 500.000 214 102 47,7
Mais de 500.000 33 18 54,5
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: IBGE e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Procurou-se verificar se haveria associação entre o IDHM dos municípios e a proposição


ou não de uma avaliação própria. Os resultados do teste de qui-quadrado, realizado sem
considerar a categoria “sem informação” devido às baixas frequencias observadas, mostram a
existência e a força dessa associação (p = 0,000).
Pela análise dos dados da Tabela 21, nota-se que a maior proporção dos municípios que
afirmaram ter uma iniciativa própria de avaliação recai nas faixas de IDHM muito alto (51,4%),
médio (38,7%) e alto (37,6%). Tal tendência também se reflete na comparação dos dados do
PIB per capita de municípios que possuem avaliações próprias e dos que não têm, embora
para essa última variável as diferenças entre as proporções observadas nas diversas categorias
sejam mais discretas (Tabela 22). No entanto, foi detectada uma associação significativa entre
as variáveis ao se calcular o teste qui-quadrado de Pearson, sem a presença da categoria
“sem informação” (p = 0,000). A maior concentração dos municípios que fazem avaliação
está na faixa mais alta dessa variável (42,5%), enquanto a menor (30,8%) encontra-se entre
os municípios com PIB per capita de menos de R$ 5.000,00.

TABELA 21 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação


própria em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal em 2010
(continua)

Municípios que
Municípios que realizam alguma
IDHM em 2010 responderam
avaliação própria
à pesquisa
N N %
Muito alto 37 19 51,4
Alto 1.570 590 37,6

56
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 21 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação
própria em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal em 2010
(conclusão)

Municípios que
Municípios que realizam alguma
IDHM em 2010 responderam
avaliação própria
à pesquisa
N N %
Médio 1.716 664 38,7
Baixo 958 295 30,8
Muito baixo 23 4 17,4
Sem informação 5 1 20,0
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

TABELA 22 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o PIB per capita em
2011

Municípios que
PIB per capita Municípios que realizam
responderam
(em reais) alguma avaliação própria
à pesquisa
N N %
Menos de 5.000 598 184 30,8
De 5.000 a menos de 10.000 1.263 502 39,7
De 10.000 a menos de 25.000 1.946 675 34,7
25.000 ou mais 497 211 42,5
Sem informação 5 1 20,0
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

A Tabela 23 relaciona o tamanho da rede municipal e a quantidade de municípios


que afirmaram possuir avaliação municipal. O resultado do teste considerando-se
apenas os casos válidos (p = 0,229) indica que não parece haver relação entre
o tamanho da rede e a existência de avaliação municipal.
De fato, quando são comparados pelo tamanho da sua rede, nota-se que não
existe uma concentração de municípios em nenhum dos quatro grupos em que foram
distribuídos, ainda que a faixa denominada grande (100 escolas ou mais) apresente
a maior proporção de municípios com avaliação própria (40,7%). Assim, a proposição
de uma avaliação educacional pelas Secretarias Municipais de Educação tem sido uma
estratégia assumida pela gestão independentemente do tamanho da rede de ensino.

57
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 23 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o número de escolas
da rede municipal

Municípios que Municípios que


Tamanho da
responderam realizam alguma avaliação
rede municipal
à pesquisa própria

N N %

Muito pequena (até 9 escolas) 1.309 452 34,5

Pequena (10 a 49) 2.266 845 37,3

Média (50 a 99) 534 195 36,5

Grande (100 ou mais) 199 81 40,7

Sem informação 1 0 0,0

Total 4.309 1.573 36,5

Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

No entanto, se o tamanho da rede, medido em termos de quantidade de escolas,


parece não ser determinante na proposição de avaliações próprias, a análise do teste de qui-
quadrado considerando-se apenas os casos válidos para a variável cobertura da rede municipal
(% de matrículas nas escolas municipais sobre o total de matrículas nas escolas do município)
mostra que há associação entre essa variável e a proposição de iniciativas próprias de avaliação
(p = 0,001).
Os dados da Tabela 24 parecem indicar que quanto menor a parcela de alunos
matriculados na rede municipal, maior é a proporção de municípios que propõem iniciativas
de avaliação própria. Quando o atendimento da rede municipal responde por menos de 50%
dos alunos, a proporção de municípios que propõem avaliações próprias é de 42,3%, contra
uma 31,1% no caso dos municípios com um atendimento municipal muito grande (90% ou
mais das matrículas). Os dados mostram que não necessariamente os municípios precisam ter
uma alta taxa de cobertura para proporem iniciativas avaliativas.

TABELA 24 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o atendimento da rede
municipal
(continua)

Municípios que Municípios que


Atendimento da
responderam realizam alguma
rede municipal
à pesquisa avaliação própria

N N %
Pequeno (menos de 50%) 461 195 42,3

58
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 24 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o atendimento da rede
municipal (conclusão)

Municípios que Municípios que


Atendimento da
responderam realizam alguma
rede municipal
à pesquisa avaliação própria

N N %
Médio (de 50% a menos de
1.338 506 37,8
70%)
Grande (de 70% a menos de
1.712 624 36,4
90%)
Muito grande (90% ou mais) 797 248 31,1
Sem informação 1 0 0,0
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2016.

Para analisar se haveria alguma associação entre a proposição de avaliações próprias pelas
Secretarias Municipais de Educação e os resultados que estas obtiveram no Ideb foi realizado
o teste de qui-quadrado para o Ideb tanto do ensino fundamental 1 quanto do EF2. Em ambos os
casos, o teste calculado sem a presença da categoria “sem informação” mostra haver associação
entre as variáveis (p = 0,000). Os dados dos municípios que fazem avaliação própria contrastados
com o total de respondentes ao survey são apresentados nas Tabelas 25 e 26.

TABELA 25 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem


avaliação própria em relação àqueles que responderam ao survey,
de acordo com o Ideb 2011 do ensino fundamental 1

Ideb 2011 Municípios que Municípios que


para o ensino responderam realizam alguma
fundamental 1 à pesquisa avaliação própria

N N %
2 a 2,9 58 10 17,2
3 a 3,9 791 235 29,7
4 a 4,9 1.199 410 34,2
5 a 5,9 1.341 530 39,5
6 a 6,9 541 259 47,9
7 a 7,9 40 20 50,0
8 a 8,9 3 1 33,3
Sem informação 336 108 32,1
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2015.

59
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Pela análise dos dados das referidas tabelas, percebe-se que, em relação ao Ideb de
EF1, quanto maior o valor obtido em 2011, maior é a proporção de municípios que propõem
avaliações próprias (exceção feita à categoria 8 a 8,9, na qual se encontram apenas três
municípios). Assim, não são as Secretarias Municipais de Educação com menores valores no
Ideb, no caso do EF1, as que mais propõem iniciativas avaliativas, como poder-se-ia supor, mas
sim as que já possuem índices para além da meta esperada. Não se afirma, com isso, que há
associação entre o fato de o município ter avaliação e o alcance das metas esperadas.

TABELA 26 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com o Ideb 2011 do ensino
fundamental 2

Ideb 2011 Municípios que Municípios que


para o ensino responderam realizam alguma
fundamental 2 à pesquisa avaliação própria

N N %
1 a 1,9 16 7 43,8
2 a 2,9 386 121 31,3
3 a 3,9 933 302 32,4
4 a 4,9 707 256 36,2
5 a 5,9 232 109 47,0
6 a 6,9 9 6 66,7
Sem informação 2.026 772 38,1
Total 4.309 1.573 36,5
Fonte: Base de dados do survey e Inep. Elaboração dos autores. 2016.

Também em relação aos valores do Ideb para o ensino fundamental 2, observa-se que,
com exceção da categoria mais baixa, na qual encontra-se um número reduzido de municípios,
quanto maior o valor obtido em 2011, maior é a proporção de municípios que propõem
avaliações próprias.

2.3 Iniciativas municipais de avaliação

Antencendo as menções às iniciativas de municípios que afirmaram possuir avaliação


própria, é oportuno registrar que, dos 4.309 respondentes, 197 informaram já ter havido, no
muncípio, alguma avaliação da rede que foi interrompida (questão 6). Destes, 189 municípios
indicaram o ano em que essa decisão se deu (Gráfico 6). Embora seja a partir de 2007 que
se intensificam as decisões de interrupção, é em 2012 que se concentrou o maior número
de referências. As informações coletadas com o questionário não permitem inferir o tempo
de duração dessas avaliações antes de sua interrupção.

60
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
60
54

50

40 37
34

30

20
15
13
11 11
10
3 4
2 1 2 2
0 2000 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

GRÁFICO 6 Quantidade de propostas de avaliação municipal encerradas até 2014, por ano de
interrupção, dentre os municípios que responderam ao survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

Os motivos alegados pelos respondentes, em questão aberta, para a interrupção das


avaliações municipais (questão 7) foram categorizados e são apresentados na Tabela 27.

TABELA 27 Motivos que levaram a rede municipal a interromper iniciativas próprias


de avaliação, dentre os municípios que declararam já ter tido propostas
de avaliação encerradas até 2014

Motivo da interrupção da avaliação N %

Dificuldades técnicas, financeiras e operacionais 57 28,9

Mudanças na gestão 39 19,8

Adesão e/ou priorização de programas de avaliação estadual


27 13,7
e/ou federal e/ou de sistemas privados

Resposta não pertinente / não compreensível 66 33,5

Respostas em branco 8 4,1

Total de indicações (1) 197 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016


(1) Fala-se em indicações de respostas, pois, dentre os municípios que responderam à questão, alguns
apontaram mais de um motivo para a interrupção da avaliação municipal.

61
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Com maior ênfase, apontaram-se dificuldades técnicas, financeiras ou operacionais
e o redirecionamento da política devido, principalmente, às trocas de gestão. A adesão
a programas de avaliação de estados e/ou de sistemas privados de avaliação também foi
indicada como motivo para interrupção de iniciativas próprias, havendo referências ao excesso
de avaliações e superposição de iniciativas.
Maior número de indicações foi agrupado como respostas não pertinentes/não
compreensíveis. A análise das respostas consideradas não pertinentes evidencia que alguns
municípios referem-se a dificuldades de operacionalização de avaliações federais e/ou
estaduais no âmbito municipal. As respostas não compreensíveis são aquelas que trazem
informações que não elucidam razões da interrupção.
A distribuição regional dos municípios que possuem avaliação própria é mostrada na
Tabela 28, a partir da qual percebe-se que a região Sudeste detém a maior proporção de
municípios com iniciativas próprias (47,5%) dentre os participantes da pesquisa. Por outro
lado, a região Sul apresenta a menor porcentagem de municípios que possuem avaliação
própria (25,8%) dentre os que responderam ao survey.

TABELA 28 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que possuem avaliação própria
em relação àqueles que responderam ao survey, de acordo com a região geográfica

Municípios que
Municípios que
Região responderam
realizam alguma avaliação própria
à pesquisa

N N %

Norte 323 102 31,6

Nordeste 1.237 413 33,4

Centro-Oeste 372 142 38,2

Sudeste 1.395 663 47,5

Sul 982 253 25,8

Total 4.309 1.573 36,5

Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

Aos gestores de municípios que registraram ter avaliação própria na questão 8


foi perguntado qual o ano de implantação das iniciativas, para delinear o movimento
de criação de avaliações municipais ao longo do tempo. Dos 1.573 municípios que
declararam ter, até setembro de 2014, avaliação própria, 1.383 registraram esta
informação (Tabela 29).

62
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 29 Distribuição de frequência dos municípios que têm algum tipo de avaliação própria, de
acordo com o ano de implantação dessas avaliações

Ano N %

1982 a 1992 4 0,4

1993 4 0,3

1994 1 0,1

1996 2 0,1

1997 8 0,5

1998 10 0,6

1999 5 0,3

2000 25 1,6

2001 9 0,6

2002 14 0,9

2003 11 0,7

2004 10 0,6

2005 59 3,8

2006 39 2,5

2007 55 3,5

2008 64 4,1

2009 163 10,4

2010 147 9,3

2011 107 6,8

2012 104 6,6

2013 436 27,7

2014 106 6,7

Sem informação 190 12,1

Total 1.573 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Ainda que a primeira iniciativa date do início da década de 1980, observa-se que
é a partir de 2005 que a criação de avaliações se intensifica. Até 2004, 103 municípios
implantaram ações próprias de avaliação. De 2005 a setembro de 2014, data de encerramento
da coleta de dados, registra-se a criação de 1.280 novas iniciativas. Vale investigar se esse
aumento foi, de algum modo, induzido pela implantação da Prova Brasil, em 2005, e do Ideb,
em 2007, ou da Provinha Brasil, em 2012 (Gráfico 7).

63
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Ano em que a SME implanta avaliação própria
(até setembro de 2014)
450
436
400

350
s
õe
300 a l iaç
v
sa

esã
250 Ad
200
163
150
59 104 106
100
55
50
1 1 1 1 3 1 1
0
1982
1987
1990
1991
1993
1994
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
GRÁFICO 7 Número de municípios que criaram avaliações próprias, segundo o ano de sua
implementação
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

Com o intuito de conhecer a forma como essas avaliações próprias estavam


institucionalizadas na administração municipal, indagou-se sobre a existência de
regulamentação dessa ação (Gráfico 8).

249; 16%
151; 10%

1.173; 74%

Não Sem resposta Sim


GRÁFICO 8 Municípios com avaliação municipal regulamentada, dentre aqueles que fazem algum
tipo de avaliação
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

64
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
As respostas, registradas no Gráfico 8, indicam que apenas 249 municípios possuem
algum tipo de regulamentação para a avaliação que realizam, apoiando a suposição de que
a legitimação da avaliação enquanto instrumento de política educacional antecede sua
regulamentação.
A proporção de municípios com avaliação regulamentada em relação aos que possuem
avaliação própria, em termos regionais, não apresenta grande variação (Gráfico 9).

20
18,3
17,6 17,4
16,7

15 13,9

10

0
Centro-Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul
GRÁFICO 9 Proporção de municípios com avaliação própria regulamentada, dentre aqueles que
fazem algum tipo de avaliação, por região
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

No entanto, é possível identificar a concentração de iniciativas de regulamentação da


avaliação própria em alguns estados, como CE, ES, MS, MT, PA, RO e SC. Em tais estados,
a proporção de municípios com regulamentação em relação ao total de municípios com
avaliação própria é de 20% ou mais (Tabela 30).

TABELA 30 Representatividades absoluta e relativa dos municípios com avaliação própria


regulamentada, em relação aos municípios que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com a unidade federativa
(continua)
Municípios que
Municípios
realizam
Estado com avaliação
algum tipo de
própria regulamentada
avaliação
N N %

AC 7 1 14,3

AL 16 2 12,5

65
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 30 Representatividades absoluta e relativa dos municípios com avaliação própria
regulamentada, em relação aos municípios que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com a unidade federativa (conclusão)

Municípios que
Municípios
realizam
Estado com avaliação
algum tipo de
própria regulamentada
avaliação
N N %

AM 10 1 10,0

AP 1 0 0,0

BA 93 16 17,2

CE 58 13 22,4

ES 10 2 20,0

GO 78 12 15,4

MA 46 6 13,0

MG 380 43 11,3

MS 25 6 24,0

MT 39 8 20,5

PA 30 8 26,7

PB 60 10 16,7

PE 60 10 16,7

PI 39 5 12,8

PR 121 18 14,9

RJ 31 6 19,4

RN 27 5 18,5

RO 9 2 22,2

RR 6 1 16,7

RS 59 9 15,3

SC 73 17 23,3

SE 14 2 14,3

SP 242 41 16,9

TO 39 5 12,8

Total 1.573 249 15,8

Fonte: Banco de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

66
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Tais iniciativas de regulamentação da avaliação, por meio de normas e orientações, são
observadas em maior proporção (28,4%) nas redes de ensino grandes, com pelo menos 100
escolas (Tabela 31).

TABELA 31 Representatividades absoluta e relativa dos municípios com avaliação própria


regulamentada, em relação aos municípios que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o tamanho da rede municipal de ensino

Municípios que
Tamanho da realizam Municípios com avaliação
rede municipal algum tipo de própria regulamentada
avaliação

N N %
Muito pequena (até 9 escolas) 452 70 15,5
Pequena (10 a 49) 845 120 14,2
Média (50 a 99) 195 36 18,5
Grande (100 ou mais) 81 23 28,4
Total 1.573 249 15,8
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

Foram registradas pelos municípios diversas formas de regulamentação da avaliação


própria, emanadas por diferentes instâncias, desde lei, decretos ou resoluções da
Secretaria Municipal de Educação e normatizações do Conselho Municipal de Educação,
até documentos de nartureza técnica organizados no âmbito da SME ou de escolas. Houve
ainda referência, em dois casos, às regulamentações estabelecidas por sistemas privados
de ensino (Tabela 32).

TABELA 32 Formas de regulamentação das avaliações próprias dos municípios que declararam ter
suas propostas de avaliação regulamentadas

Forma de regulamentação N %
Legislação emanada pelo Executivo 104 41,8
Normatizações do Conselho Municipal de Educação 16 6,4
Documentos técnicos elaborados pela SME 13 5,2
Documentos técnicos elaborados pelas escolas (1) 53 21,3
Documentos de sistemas privados de ensino 2 0,8
Resposta não pertinente / não compreensível 26 10,4
Respostas ausentes 35 14,1
Total 249 100,0
Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.
(1) As referências sobre Regimento Escolar e Projeto Pedagógico foram computadas como documentos
técnicos elaborados pela escola quando não havia uma indicação de que eram documentos comuns à rede.

67
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
A questão 11 buscou obter informações sobre quem são os responsáveis, no município,
pela concepção da avaliação. Fazendo uma reorganização das categorias de resposta dessa
questão, por meio da técnica de análise fatorial, percebe-se que, em geral, são os técnicos da
Secretaria e professores ou gestores que, em conjunto, elaboram a proposta (71,4%), sendo
que 16,1% dos respondentes declararam que tais agentes trabalham, isolados, na produção
da avaliação (Tabela 33).

TABELA 33 Distribuição de frequência da participação de técnicos da Secretaria e de professores


e/ou gestores da rede na concepção da avaliação da rede municipal

Participação de técnicos da Secretaria e de professores


N %
e/ou gestores da rede na concepção da avaliação
Participação de ambos 1.123 71,4
Participação de um desses agentes 254 16,1
Não houve participação ou sem informação 196 12,5
Total 1.573 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

A Tabela 34 mostra os agentes que participaram na concepção da avaliação. Além da


reiteração da participação massiva de técnicos da Secretaria e de professores e/ou gestores
da rede, percebe-se a presença de agentes externos às redes municipais de ensino no processo
de elaboração da iniciativa. Despontam, com maior número de indicações, as instituiçoes
ou empresas (17%), seguida de professores universitários (8,3%) e consultores externos
independentes (7,8%).

TABELA 34 Participação dos diferentes agentes na concepção da avaliação própria da rede


municipal

Agentes N %
Professores e/ou gestores da rede 1.287 81,8
Técnicos da Secretaria 1.213 77,1
Instituição ou empresa 268 17,0
Professores de universidades 131 8,3
Consultor externo independente 122 7,8
Outros agentes 238 15,1
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Dos 238 respondentes que assinalaram a alternativa “outros agentes” envolvidos


na concepção da avaliação, 214 fizeram indicações distintas, das quais várias reafirmavam
a participação de agentes listados nas alternativas fechadas (Tabela 35).

68
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 35 Agentes participantes da concepção da avaliação da rede municipal,
na indicação dos municípios que assinalaram a categoria “outros”.

Quantidade
Agentes
de indicações

Representantes de Secretarias / redes estaduais /


44
coordenadores de programas federais no município
Comunidade escolar / órgãos colegiados da escola 39

Órgãos do governo municipal (CME, Conselho Tutelar) 16

Entidades de classe / membros da sociedade civil 8

Outros 4

Resposta não pertinente/ não compreensível 7

Referência a uma das alternativas oferecidas 96

Total de indicações 214

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Pela análise das respostas que realmente mencionaram outros agentes, é possível
reforçar a primazia da participação de profissionais das redes de ensino na discussão
e proposição das iniciativas ensejadas nos municípios, visto que predominam referências
a coordenadores pedagógicos ou de avaliação da SME e de coordenadores do Pacto Nacional
pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) ou outros programas estaduais, ou seja, profissonais
da própria rede no exercício de funções especificamente voltadas para atividades avaliativas.
Quanto às etapas de ensino abarcadas pelas propostas de avaliação próprias, as respostas
obtidas (questão 12) indicaram estarem abrangidos tanto a educação infantil quanto o ensino
fundamental (Tabela 36). Não se compreende, no entanto, o percentual de não respostas, uma
vez que só responderam a essas questões municípios que registraram possuir iniciativa própria
de avaliação.

TABELA 36 Distribuição de frequência das etapas de ensino abarcadas nas avaliações da rede
municipal para os municípios que declararam realizar algum tipo de avaliação

Etapa de ensino Sim Não Não resposta

N % N % N %

Educação infantil 618 39,3 718 45,6 237 15,1

Ensino fundamental 1.319 83,9 120 7,6 134 8,5

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Conforme mostra os dados da Tabela 36, dentre os 1.573 municípios que afirmaram ter

69
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
proposta própria de avaliação da rede, 618 (39,3%) assinalaram que esta avaliação abrange
a educação infantil e 1.319 (83,9%) que engloba o ensino fundamental, o que corresponde
a 11,1% e 23,7% do total de municípios brasileiros, respectivamente.
Na tentativa de compreender as relações existentes entre a proposição de avaliação
na educação infantil e no ensino fundamental, pelos municípios, realizou-se cruzamento dos
dados obtidos nessas etapas. Os resultados são apresentados na Tabela 37.

TABELA 37 Distribuição dos municípios que fazem algum tipo de avaliação, de acordo com as
etapas de ensino que declararam abarcar em suas iniciativas próprias de avaliação

Ensino fundamental
Educação infantil
Sem
Sim Não Total
informação

Sim 604 7 7 618

Não 600 112 6 718

Sem informação 115 1 121 237

Total 1.319 120 134 1.573

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

De acordo com os dados obtidos, dos 618 municípios que fazem avaliação de educação
infantil, apenas sete não fazem também uma proposta de avaliação do ensino fundamental.
Para outros sete municípios não houve informação.
As seções a seguir buscam caracterizar os municípios com propostas de avaliação da
educação infantil e do ensino fundamental, de acordo com sua localização regional, bem como
suas características sociodemográficas e educacionais.

2.3.1 Avaliação própria na educação infantil

Aos municípios que assinalaram realizar avaliação nesta etapa de educação foram
apresentadas duas indagações. A primeira solicitou que fosse registrado o que é avaliado (item
13) e a segunda remeteu à indicação de como é feita a avaliação (item 14).
Optou-se por apresentar questões abertas que permitissem uma aproximação inicial
com encaminhamentos que vêm se dando no âmbito da gestão municipal, considerando ser
inédito levantamento de abrangência nacional relativo à avaliação desta etapa de ensino,
realizada pelos municípios.
É oportuno lembrar que a educação infantil não é abrangida pelo Sistema Nacional de

70
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Avaliação da Educação Básica (Saeb),19 implantado no Brasil desde o início da década de 199020
pelo governo federal, cujas iniciativas se voltam para os ensinos fundamental e médio. O Plano
Nacional de Educação (PNE), que define metas para a educação brasileira de 2014 a 2024
(Lei nº 13.005 de junho de 2014),21 possibilita a superação dessa lacuna ao prever a implantação
da avaliação da educação infantil,

a ser realizada a cada 2 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais de qualidade, a fim
de aferir a infraestrutura física, o quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos
pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros indicadores relevantes. (BRASIL,
Lei 13.005/ 2014, Meta 1, Estratégia 1.6).

Como consequência dessa estratégia, o Inep coordenou estudos e a elaboração de uma


proposta de avaliação que culminou, em 2015, com a minuta de uma Portaria, encaminhada ao
ministro da Educação, que trata da criação da Avaliação Nacional da Educação Infantil (Anei).22
Nessa conjuntura, portanto, os municípios que indicaram implantar avaliação da
educação infantil o faziam por iniciativa própria, não havendo, como já mencionado, proposta
conduzida pelo governo federal nessa direção.23 A Figura 5 apresenta a proporção dos
municípios (618) que afirmaram possuir avaliação da educação infantil, por estado, em relação
àqueles que declararam fazer algum tipo de avaliação própria.
Observa-se que há indicação de iniciativas de avaliação de municípios em todos os estados.
O maior número ocorreu nos estados de Minas Gerais e São Paulo, com, respectivamente, 142
e 102 registros (ver Tabela 5 do Anexo 2)

Embora se apresente como direcionado à avaliação da educação básica, o Saeb não contempla a avaliação da educação infantil
19

– creches e pré-escola –, uma das etapas deste nível de ensino, desde 1988, de acordo com a Constituição Federal e a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996.
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) teve início no final da década de 1980 e foi formalmente instituído
20

em 1994, por meio da Portaria nº 1.795, do Ministério da Educação e do Desporto.


O Plano Nacional de Educação 2001-2011 previa encaminhamentos nessa direção, no entanto, não foram implantadas, em
21

âmbito nacional, propostas de avaliação da educação infantil.


Até novembro de 2015 essa Portaria não havia sido sancionada pelo ministro da Educação.
22

No caso da educação infantil, a iniciativa do Ministério da Educação de abrangência nacional relativa à avaliação foi a divulgação
23

dos Indicadores de Qualidade da Educação Infantil, cuja proposta sugere encaminhamentos relativos à autoavaliação
institucional.

71
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
50%

100%
RR
AP

PA 37,9%
AM 50,0%
26,7% MA CE
50% 33,3%
RN
PI
59% PB 33,3%
PE
AC TO 33,3%
RO
57,1% AL 43,8%
43,6% SE
MT 35,7%
11,1% BA
38,5%
GO 42,2%

35,9% DF
MG
MS ES
37,4%
16% 40%
SP
RJ
16,1%
PR 42,1%
40,5%
SC
45,2%
RS

44,1%

FIGURA 5 Percentual de municípios que declararam avaliar a educação infantil, dentre aqueles
que fazem algum tipo de avaliação, por estado
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Em termos regionais, a região Sul concentra a maior proporção de municípios com


indicação de avaliação desta etapa de educação, seguida pelo Nordeste (Tabela 38).

TABELA 38 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de


avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum tipo
de avaliação, por região geográfica

% de municípios
com avaliação da EI
Municípios com avaliação Municípios com
Região em relação ao total
própria avaliação da EI
de municípios com
avaliação própria
Centro-Oeste 142 47 33,1
Nordeste 413 171 41,4
Norte 102 39 38,2
Sudeste 663 253 38,1
Sul 253 108 42,7
Total 1.573 618 39,3
Fonte: IBGE e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

72
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
A seguir apresentam-se informações que permitem uma aproximação com
as características dos municípios e de suas redes de ensino que informaram ter avaliações da
educação infantil.
Pode-se observar que a proporção de municípios que declararam avaliar a educação
infantil, dentre aqueles que afirmaram realizar algum tipo de avaliação, varia relativamente
pouco quando consideradas as diferentes faixas populacionais (Tabela 39).

TABELA 39 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
da educação infantil em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o número de habitantes

% de município com
Municípios avaliação da EI em
Municípios que
Número de com avaliações relação ao total de
avaliam a EI
habitantes próprias municípios com
avaliações próprias

N N % (%)
Até 5.000 293 114 18,4 38,9
De 5.001 a 10.000 343 134 21,7 39,1
De 10.001 a 20.000 410 161 26,1 39,3
De 20.001 a 50.000 300 119 19,3 39,7
De 50.001 a 100.000 107 45 7,3 42,1
De 100.001 a 500.000 102 37 6,0 36,3
Mais de 500.000 18 8 1,3 44,4
Total 1.573 618 100,0 39,3

Fonte: IBGE e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016 

Quando considerado o IDHM, as maiores proporções de municípios que declararam


avaliar a educação infantil, dentre aqueles que realizam algum tipo de avaliação, são observadas
nas duas faixas extremas, em que há um número bastante reduzido de municípios. Já nas
demais faixas de IDHM essas proporções são relativamente semelhantes (Tabela 40).

TABELA 40 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de


avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum tipo
de avaliação, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010
(continua)
% de município com
Municípios com Municípios com avaliação da EI em relação
IDHM  avaliações próprias avaliação da EI ao total de municípios com
avaliações próprias

N n % (%)

Muito alto 19 9 1,5 47,4

Alto 590 245 39,6 41,5

73
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 40 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de
avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum tipo
de avaliação, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010
(conclusão)

% de município com
Municípios com Municípios com avaliação da EI em relação
IDHM  avaliações próprias avaliação da EI ao total de municípios com
avaliações próprias

N n % (%)

Médio 664 241 39,0 36,3

Baixo 295 120 19,4 40,7

Muito baixo 4 3 0,5 75,0

Total (1) 1.572 618 100,0 39,3

Fonte: IBGE e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016 


(1) Para essa questão houve uma resposta ausente. Optou-se por não apresentar o dado e, portanto, o total é
de uma unidade a menos (1.572 em vez de 1.573 respondentes).

Analogamente ao que já foi observado no caso do tamanho populacional, a proporção


de municípios que declararam avaliar a educação infantil, dentre aqueles que afirmaram
realizar algum tipo de avaliação, também varia pouco quando considerados o tamanho da
rede (Tabela 41) e o atendimento da rede municipal na educação infantil (Tabela 42).

TABELA 41 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de


avaliação da educação infantil em relação àqueles que realizam algum tipo
de avaliação, de acordo com o número de escolas da rede municipal

% de município
com avaliação
Municípios
da EI em relação
que realizam Municípios com
ao total de
Tamanho da rede avaliações avaliação da EI
municípios
próprias
com avaliações
próprias

N N  % %

Muito pequena (até 9 escolas) 452 172 27,8 38,1

Pequena (10 a 49) 845 342 55,3 40,5

Média (50 a 99) 195 71 11,5 36,4

Grande (100 ou mais) 81 33 5,3 40,7

Total 1.573 618 100 39,3

Fonte: Censo Escolar e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

74
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 42 Representatividades absoluta dos municípios que têm iniciativas de avaliação da
educação infantil, de acordo com o atendimento da rede municipal na EI

Municípios com avaliação


da EI
Faixa de atendimento da rede municipal na EI

N %

Sem informação 1 0,2

Pequeno (menos de 50%) 17 2,8

Médio (de 50% a menos de 70%) 56 9,1

Grande (de 70% a menos de 90%) 176 28,5

Muito grande (90% ou mais) 368 59,5

Total 618 100,0

Fonte: Censo Escolar e Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016. 

Dos municípios que indicaram realizar avaliação da educação infantil, 564 (91,3%)
registraram informações relativas ao que é avaliado (item 13). Tais informações foram
organizadas em categorias, refinadas ao longo do estudo. Cabe observar que a resposta dada
pelo município pode ter sido classificada em mais de uma categoria se esta contemplasse
mais de uma dimensão avaliada e, portanto, o número de indicações é superior ao total de
municípios respondentes (Tabela 43).

TABELA 43 Aspectos avaliados na educação infantil, de acordo com os municípios que declararam
avaliar esse segmento

Quantidade de indicações
Categorias
N %

Desenvolvimento da criança 457 68,9

Processos de gestão administrativa e pedagógica 51 7,7

Infraestrutura, insumos, ambiente 23 3,5

Resposta não pertinente / não compreensível 78 11,8

Sem resposta 54 8,1

Total de indicações 663 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015. 

Segundo os dados da Tabela 43, os processos de gestão administrativa e pedagógica


e a infraestrutura dos estabelecimentos de educação infantil, ainda que apareçam dentre os
aspectos avaliados, constituem preocupação de pouco mais de 10% dos municípios. A respeito

75
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
da gestão administrativa e pedagógica, foram feitas referências à avaliação dos professores
e funcionários, das práticas de ensino / metodologias/didática e da participação da comunidade.
Sobre infraestrutura, quando houve especificação, foram destacados aspectos como ambiente
educativo, insumos, condições de trabalho dos profissionais da escola e ambiente físico escolar.
Preocupações com tais aspectos representam 3,5% das indicações.
Grande parte das indicações refere-se à avaliação de aspectos relativos ao
desenvolvimento da criança (n = 457 ou 68,9%). Os depoimentos a seguir transcritos ilustram
o tipo de registro feito pelos respondentes sobre a avaliação do desenvolvimento da criança.
Mencionam que é avaliado:

“se o aluno aprendeu as habilidades e competências que lhes foram ensinadas no decorrer do
semestre”;
“o desempenho acadêmico dos alunos”;
“desempenho e competências específicas para educação infantil de acordo com os parâmetros”;
“sistema de escrita desempenho nas diversas áreas”;
“todos os eixos de acordo com os Parâmetros Curriculares”;
“o desempenho com relação às habilidades e competências no desenvolvimento de cada etapa
da criança considerando a matriz curricular da educação infantil”;
“assiduidade e o desempenho no processo ensino aprendizagem”;
“o desempenho dos alunos em relação a conhecimentos de alfabetização”;
“os seguintes eixos: Identidade e Autonomia, Matemática, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e
Sociedade, Movimento, Artes e Música”;
“o desempenho de cada criança quanto à coordenação, seus avanços de socialização, nível e
desenvolvimento de aprendizagem oral, lúdica dentre outros”;
“aspectos linguísticos, raciocínio lógico-matemático, aspecto sócio afetivo e natureza e
sociedade”.

Procurou-se classificar os tipos de respostas que se referiam a aspectos do


desenvolvimento da criança avaliados, distinguindo-se as características de desenvolvimento
cognitivo propriamente dito – com referências a movimento, música, artes visuais,
linguagem oral e escrita, natureza e sociedade e matemática – daquelas de desenvolvimento
afetivo, emocional e psicológico. Os dados decorrentes desta classificação são registrados
na Tabela 44.
No que diz respeito às estratégias utilizadas na avaliação da educação infantil (Tabela
45), 325 indicações referiram-se a procedimentos empregados para avaliar o desenvolvimento
das crianças, 122 para avaliar os estabelecimentos e/ou profissionais da educação e apenas
um apontamento para avaliar a Secretaria Municipal de Educação.

76
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 44 Aspectos do desenvolvimento infantil avaliados na educação infantil, de acordo com os
municípios que declararam avaliar o desenvolvimento da criança nesse segmento

Aspectos da avaliação do desenvolvimento da criança N %

Cognitivos e relativos às áreas do conhecimento 389 62,0

Afetivo, emocional, psicológico 234 37,2

Assiduidade 5 0,8

Total de indicações (1) 628 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.


(1) O total de indicações sobre aspectos do desenvolvimento da criança avaliados é maior que 457 (apresentado
na Tabela 43) porque cada resposta pode incorporar mais de um aspecto (exemplo: desenvolvimento cognitivo
nas áreas e aspectos afetivos).

TABELA 45 Estratégias utilizadas na avaliação da educação infantil, de acordo com os municípios


que declararam avaliar esse segmento

Estratégias utilizadas na avaliação da educação infantil N %

Procedimentos utilizados para avaliação das crianças 325 20,2

Procedimentos utilizados para avaliar os estabelecimentos e/ou 122 7,6


professores

Procedimentos para avaliar a SME 1 0,1

Respostas que se referem às funções da avaliação 73 4,5

Respostas não pertinentes / não compreensíveis 124 7,7

Respostas em branco 961 59,8

Total 1.606 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2015.

Dentre os registros feitos nesta questão, 73 relacionam-se à função da avaliação,


em sua maioria, diagnóstica, não tendo sido mencionado o procedimento ou instrumento
utilizado, e 124 foram classificados como não pertinentes ou não compreensíveis, pois
informam sobre quem elabora a avaliação, quais áreas são avaliadas, qual a periodicidade
das avaliações, quais as idades/estágios avaliados e, ainda, respostas com informações
insuficientes para a análise.
Dentre as respostas dos 20,2% respondentes que destacaram a utilização de
procedimentos para avaliação das crianças, 304 indicações referem-se à realização
de observações e registros por meio de relatórios e/ou portfólios. Há 92 indicações afirmando
a aplicação de sondagens orais e/ou escritas, com diversos objetivos. Ilustram os registros
feitos as seguintes manifestações:

77
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“[avaliamos] As competências nas áreas de linguagem oral e escrita e no raciocínio lógico-
matemático, estabelecidos para os alunos de 4 e 5 anos. Para alunos de 1, 2 e 3 anos são
utilizadas apenas fichas de avaliação”.
“Com uma ficha individual avaliamos as habilidades construídas durante cada semestre”.
“As Fichas de Acompanhamento do Desenvolvimento da Aprendizagem por alunos, ficha esta
preenchida bimestralmente”.
“A avaliação é realizada de forma processual, através de registros diários que contemplam os
níveis de competência e habilidades desenvolvidas pelos educandos”.
“Na educação infantil a ficha avaliativa contempla os seguintes: processo de formação, identidade
e autonomia, natureza e sociedade, valores humanos, linguagem oral e escrita, matemática,
música e movimento e artes”.
“As crianças são avaliadas através de fichas avaliativas com itens de acompanhamento de acordo
com os indicadores de qualidade do MEC para a Ed. Infantil”.
“A avaliação da educação infantil é realizada através de portfólios; é avaliado se o aluno conseguiu
atingir as expectativas de aprendizagem prevista para cada ano”.
“A avaliação na Educação Infantil é realizada a partir das áreas de conhecimentos, eixos trabalhados,
pensando no desenvolvimento integral da criança. Há observação, acompanhamento das
manifestações da criança no contexto diário na escola. O registro formal por parte do professor
e de forma sistemática de todos os momentos que a criança participa e a construção de portfólio”.
“O nível de alfabetização dos alunos de pré-escola e todos os serviços oferecidos, como também
se avalia a atuação do docente e demais profissionais envolvidos no processo”.

No que tange aos procedimentos utilizados para avaliar os estabelecimentos e/ou


professores, nota-se que a maior parte das indicações (22) recaiu sobre a organização de
reuniões da SME com os profissionais das escolas, reuniões entre gestores, professores
e comunidade escolar e processos de avaliação ou autoavaliação institucional; 16 apontamentos
referem-se à consulta e/ou aplicação de questionário aos profissionais das escolas e/ou pais;
13 são concernentes à avaliação por meio de acompanhamento e monitoramento do trabalho
dos professores, análise dos planejamentos e propostas pedagógicas das escolas e, ainda,
autoavaliação dos professores e formação. Somente quatro indicaram a aplicação de provas
diagnósticas ou de desempenho aos profissionais das escolas para avaliá-los.
O teor das respostas obtidas nestas questões sobre avaliação da educação infantil
apoia a suposição de que a indicação de existência de iniciativas de avaliação não alude
necessariamente a propostas de gestores realizarem avaliação externa das escolas e/ou alunos
da educação infantil. Os registros amparam a interpretação de que a afirmação da existência de
avaliação da educação infantil apoiou-se, tendencialmente, em critérios e procedimentos
de avaliação de alunos utilizados no âmbito das escolas para acompanhamento de seu
desenvolvimento ou, mesmo, em critérios comuns a todas as escolas da rede, que são adotadas
por orientação da Secretaria de Educação.

78
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Registra-se, ainda, que as manifestações dos respondentes não trouxeram evidências
que permitissem discriminar ações avaliativas específicas para creches e pré-escolas.

2.3.2 Avaliação própria no ensino fundamental

A representatividade dos municípios que mencionaram avaliar o ensino fundamental,


dentre aqueles que possuem algum tipo de avaliação própria, por estado, é apresentada
na Figura 6, cuja análise permite afirmar que tal avaliação é tendência entre aqueles que
declararam ter iniciativas próprias. Em quase todos os estados, as iniciativas próprias de
avaliação do ensino fundamental são de mais de 75% dos municípios que realizam avaliações
localmente.

83,3%

100%
RR
AP

PA 96,6%
AM 84,8%
76,7% MA CE
90% 63%
RN
PI
87,2% PB 78,3%
PE
AC TO 80%
RO
100% AL 81,3%
76,9% SE
MT 64,3%
55,6% BA
82,1%
GO 80,6%

78,2% DF
MG
MS ES
87,9%
88% 80%
SP
RJ
80,6%
PR 86,8%
86,8%
SC
78,1%
RS

79,7%

FIGURA 6 Percentual de municípios que declararam avaliar o ensino fundamental, dentre aqueles
que fazem algum tipo de avaliação, por estado
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Em termos regionais, é o Sudeste que concentra o maior percentual de municípios que


declararam avaliar o ensino fundamental (Tabela 46).

79
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 46 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, por
região geográfica

Municípios que
Municípios que fazem avaliação
Região realizam alguma
do ensino fundamental
avaliação própria
N N %
Centro-Oeste 142 115 81,0

Nordeste 413 338 81,8

Norte 102 80 78,4

Sudeste 663 577 87,0

Sul 253 209 82,6

Total 1.573 1.319 83,9

Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

Alguns dos estados do Sudeste e Nordeste foram os primeiros a consolidar iniciativas de


avaliação estaduais, como é o caso de MG, SP, CE e BA. Além disso, em todos os estados do
Sudeste registra-se a existência de iniciativas estaduais de avaliação. Tal direcionamento das
políticas educacionais pode ter contribuído para que os municípios dessas regiões percebessem
a avaliação como elemento a ser integrado na gestão educacional, impulsionando a proposição
de iniciativas locais. Esse aspecto, contudo, não foi pesquisado no survey e, portanto, caberia
a realização de outros estudos que procurassem compreender se há relação entre o fato
de estado possuir iniciativa própria de avaliação e a tendência de os municípios proporem
suas avaliações. De todo modo, em todas as regiões existem propostas de avaliação pelos
municípios, voltadas ao ensino fundamental.
A partir dos dados da Tabela 47 percebe-se que quanto mais populoso
o município, maior é a proporção daqueles que avaliam o ensino fundamental, dentre
os municípios com avaliações próprias.

TABELA 47 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o número de habitantes
(continua)

Municípios que realizam Municípios que fazem avaliação


Número de habitantes
alguma avaliação própria do ensino fundamental
N N %
Até 5.000 293 226 77,1
De 5.001 a 10.000 343 285 83,1
De 10.001 a 20.000 410 344 83,9

80
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 47 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o número de habitantes
(conclusão)

Municípios que realizam Municípios que fazem avaliação


Número de habitantes
alguma avaliação própria do ensino fundamental
N N %
De 20.001 a 50.000 300 257 85,7

De 50.001 a 100.000 107 95 88,8

De 100.001 a 500.000 102 94 92,2

Mais de 500.000 18 18 100,0

Total 1.573 1.319 83,9

Fonte: Base de dados do survey e IBGE. Elaboração dos autores. 2016.

Levando em conta as três faixas de IDHM em que se concentra a parte mais significativa
dos municípios, verifica-se que é dentre os municípios com o indicador considerado alto que está
a maior proporção (86,4%) de municípios que declararam avaliar o ensino fundamental, dentre
aqueles que realizam algum tipo de avaliação (Tabela 48).

TABELA 48 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal em 2010.

Municípios
Municípios que fazem avaliação
IDHM em 2010 que realizam
do Ensino Fundamental
alguma avaliação própria
N N %
Muito alto 19 18 94,7

Alto 590 510 86,4

Médio 664 549 82,7

Baixo 295 237 80,3

Muito baixo 4 4 100,0

Sem informação 1 1 100,0

Total 1.573 1.319 83,9

Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016.

Com relação ao tamanho da rede, como seria de se esperar, a proporção de municípios


que avaliam o ensino fundamental, dentre aqueles que realizam algum tipo de avaliação,
é maior para o conjunto de municípios com uma rede considerada grande, com pelo menos
100 escolas municipais (Tabela 49).

81
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 49 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o número de escolas da rede municipal

Municípios que
Tamanho da realizam Municípios que fazem avaliação
rede municipal alguma avaliação do ensino fundamental
própria

N N %
Muito pequena (até 9 escolas) 452 356 78,8
Pequena (10 a 49) 845 727 86,0
Média (50 a 99) 195 164 84,1
Grande (100 ou mais) 81 72 88,9
Total 1573 1319 83,9
Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016.

Analisando o atendimento da rede ao ensino fundamental 1 e 2 separadamente,


verifica-se pouca variação na proporção de municípios que têm uma proposta própria de
avaliação do ensino fundamental, em relação àqueles que fazem algum tipo de avaliação,
quando consideradas as diferentes faixas de atendimento. Como se pode perceber pelas
Tabelas 50 e 51, a maioria dos municípios tem procurado monitorar o desenvolvimento
dos alunos do ensino fundamental, mesmo que não atendam a um número expressivo de
matrículas, ou seja, até entre as redes com atendimento a menos de 50% dos alunos desses
níveis de ensino há uma expressiva participação (cerca de 85%).

TABELA 50 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o atendimento da rede municipal no EF1.

Municípios que realizam Municípios que fazem


Atendimento da
alguma avaliação avaliação
rede municipal no EF1
própria do ensino fundamental

N N %
Pequeno (menos de 50%) 156 133 85,3
Médio (de 50% a menos de
240 196 81,7
70%)
Grande (de 70% a menos de
478 403 84,3
90%)
Muito grande (90% ou mais) 697 585 83,9
Sem informação 2 2 100,0
Total 1.573 1.319 83,9
Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016.

82
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 51 Representatividades absoluta e relativa dos municípios que têm iniciativas de avaliação
do ensino fundamental em relação àqueles que realizam algum tipo de avaliação, de
acordo com o atendimento da rede municipal no EF2

Municípios que
Municípios que fazem
Atendimento da realizam
avaliação
rede municipal no EF2 alguma avaliação
do ensino fundamental
própria

N N %
Pequeno (menos de 50%) 944 802 85,0
Médio (de 50% a menos de 70%) 191 151 79,1
Grande (de 70% a menos de 90%) 166 132 79,5
Muito grande (90% ou mais) 270 232 85,9
Sem informação 2 2 100,0
Total 1.573 1.319 83,9
Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016.

Aos municípios que assinalaram realizar avaliação do ensino fundamental,


apresentou-se um item aberto (questão 15) indagando como era feita essa avaliação.
Para o total de 1.319 respondentes, computaram-se 1.148 respostas válidas. Como
o item era aberto, os relatos abordaram diferentes facetas das iniciativas desenvolvidas,
não necessariamente apontando aspectos metodológicos da avaliação. A partir
da leitura de todas as respostas, as consideradas válidas foram categorizadas em sete grupos,
como observado na Tabela 52.

TABELA 52 Dimensões citadas na avaliação do ensino fundamental pelos municípios que


declararam avaliar esse segmento
(continua)

Dimensões apontadas na avaliação Quantidade de indicações


do ensino fundamental N %

Procedimentos, instrumentos, periodicidade ou tratamento dos


822 36,8
dados das avaliações.

Funções da avaliação (diagnóstica, processual, somativa) 335 15,0


Áreas ou disciplinas avaliadas, bem como demais focos da
230 10,3
avaliação
Menção aos formuladores e/ou aplicadores das avaliações /
211 9,5
responsáveis pelo tratamento dos dados produzidos
Menção a avaliações e/ou programas elaborados pelo governo
173 7,8
federal ou por governos estaduais e/ou sistemas privados

Anos escolares avaliados 171 7,7


Usos dos resultados e/ou ações organizadas a partir das
92 4,1
avaliações
Respostas não pertinentes / não compreensíveis 29 1,3

83
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 52 Dimensões citadas na avaliação do ensino fundamental pelos municípios que
declararam avaliar esse segmento (conclusão)

Dimensões apontadas na avaliação Quantidade de indicações


do ensino fundamental N %

Resposta em branco 168 7,5

Total de indicações 2.231 100,0

Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016. 

Muitos municípios fizeram referências aos anos/etapas escolares avaliados, tema tratado
no item 20 do questionário. Os apontamentos, em sua maioria, referem-se a anos iniciais
do ensino fundamental, como era esperado, já que grande parte dos municípios que respondeu
a pesquisa, dado seu porte, só oferece essa fase do ensino fundamental. No entanto, aparecem
menções a diferentes anos escolares. As informações fornecidas por meio dos depoimentos
espontâneos indicam que as Secretarias estão expandindo a avaliação da rede para todos os
anos escolares, não se concentrando apenas em determinados anos, como normalmente
o fazem as avaliações federais e estaduais. As manifestações a seguir transcritas ilustram
o tipo de respostas obtidas.

“1º e 2º anos, através da ficha de acompanhamento individual do aluno, com avaliações


trimestrais. A partir do 3º ano é através de processo avaliativo processual, considerando que a
avaliação é diagnóstica, somativa e valorativa”.
“Para alunos em conclusão de ciclo: 3º ano, 5ºano, 7º e 9º ano do ensino fundamental”.
“São realizadas nas turmas de 1º ao 5º Ano”
“O município avalia do 1º ao 5º ano no Ensino Fundamental”.
“No estilo da Prova Brasil e ANA, são avaliados os alunos 2º, 3º e 4º ano (5º faz Prova Brasil)”
“A avaliação é feita para acompanhar a evolução dos alunos nas diferentes etapas do processo
ensino aprendizagem semestralmente (4º,5º,8º e 9º Ano de Escolaridade) e tornar possível
o ajuste das práticas docentes às necessidades dos alunos. A abrangência da prova é para
as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. O referencial de organização Pedagógico/
conteúdos são os Descritores de Língua Portuguesa e Matemática”.
“É realizada pelos professores regentes de turma e a partir de 2013 passamos a realizar uma
avaliação pela secretaria de Educação com base nos direitos de aprendizagem em Língua
Portuguesa no 1º, 2º e 3º Ano”.

Muitos dos registros trataram das áreas de conhecimento avaliadas, tema abordado no
item 21 do questionário, reiterando-se a informação de concentração de avaliações voltadas
para o ensino fundamental nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática.
Foram fornecidas, ainda, informações sobre documentos utilizados na proposição das

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Relatório Final — Resultados do Survey
avaliações próprias do ensino fundamental. Diversos municípios registraram tomar por base
as avaliações nacionais e/ou estaduais, com destaque para a Prova Brasil. Alguns programas
estaduais e/ou federais também foram mencionados, como o Programa de Intervenção
Pedagógica (PIP) e o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). Documentos
educacionais oficiais, como matrizes curriculares municipais e estaduais e parâmetros
e/ou diretrizes curriculares nacionais, foram apontados nas respostas, com destaque para os
documentos locais. Os municípios destacaram, também, matrizes de referência nacionais como
documentos de suporte às suas propostas próprias de avaliação. As respostas apresentadas
a seguir ilustram esses aspectos.

“Baseada nos modelos das avaliações oferecidas pelo governo, também em 02 etapas no 1º
e 4º bimestre”.
“É fundamentada visando contemplar as habilidades e capacidades propostas pela Matriz
Curricular do Estado de Minas Gerais e as particularidades da nossa região”.
“São selecionados descritores tendo como referência as avaliações sistêmicas federal e estadual
e a matriz curricular do município”.
“A avaliação segue os descritores das Matrizes de Referência do SAEB/Inep”.
“São avaliados os descritores pautados nas avaliações do governo federal a fim de detectar quais
as competências e habilidades de nossos alunos em Língua Portuguesa e Matemática, bem como
para uma melhoria do IDEB”.
“É realizada anualmente de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, Matriz Curricular
Preliminar, CBC e Matrizes Referenciais da Prova Brasil, do PROEB, do Proalfa e Provinha Brasil”.
“A avaliação é realizada mantendo o mesmo padrão de qualidade da Prova Brasil - Nacional
e SPAECE - Estadual, obedecendo aos descritores de Língua Portuguesa e Matemática”.
“Em conjunto, professores e coordenadores escolares, à luz dos Parâmetros Curriculares
de Pernambuco”.
“Ela é feita a partir da Matriz dos Descritores do SAEPE e do SAEB”.
“As capacidades e habilidades mínimas exigidas pelos PCNS e Orientações da Superintendência
Regional de Ensino”.

A realização de avaliações do ensino fundamental por meio de parcerias estabelecidas


com empresas especializadas ou organizações não governamentais (ONGs), que normalmente
incluem avaliações da aprendizagem ou avaliações externas no pacote comercializado, também
é apontada. Seguem depoimentos que ilustram esses casos:

“Através dos descritores das avaliações do Programa Circuito Campeão do Instituto Ayrton
Senna, avaliando as habilidades que os alunos ainda não adquiriram no decorrer do semestre”.
“Em 2013 foram avaliados de acordo com o sistema de ensino Agora da Editora Saraiva”.

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Relatório Final — Resultados do Survey
“Avaliação aplicada pela empresa conveniada - sistema de ensino”.
“A avaliação é proposta pelo sistema de ensino apostilado utilizado na rede municipal”.
“Avaliação feita pelo sistema de ensino Netbil”.
“A avaliação é feita através das propostas do sistema de ensino contratado pela rede municipal
(Anglo), seguindo o calendário Anglo”.
“Feita por empresa do ramo”.
“Avaliação externa realizada pelo sistema de ensino adotado”.
“Temos a Avalia que é elabora pelo Sistema Uno de ensino”.
“Hábile da Positivo e as avaliações do Ministério da Educação”.

A adoção pelos municípios de sistemas privados de ensino tem sido prática intensificada
no Brasil, nos anos recentes (ADRIÃO et al., 2009; MARCONDES; MORAES, 2013). Compreender
as implicações dessa adoção, para o currículo e a gestão da rede, nas municipalidades constitui
um aspecto a ser aprofundado em pesquisas futuras.
Quanto ao desenho da avaliação, alguns municípios indicaram fazer provas com itens
fechados ou abertos, inclusive no formato de simulados. Neste último caso, as referências são
os testes nacionais.

“São realizadas avaliações de Língua Portuguesa e Matemática com 15 a 20 questões de múltipla


escolha e Produção Textual”.
“São elaborados ‘simulados’ a cada final de semestre envolvendo as disciplinas de Língua
Portuguesa e Inglesa, Matemática, História e Geografia. As questões são elaboradas de acordo
com os conteúdos trabalhados em cada uma dessas disciplinas no decorrer do semestre”.
“A avaliação é realizada através da aplicação de testes diagnósticos elaborados pelos técnicos da
Secretaria”.
“Através de avaliação específica, testes bimestrais, elaborados pela equipe técnica do
departamento de educação e pedagogas das escolas municipais, observando o currículo e as
áreas. Além de avaliações individuais pela equipe técnica do departamento de educação em
visita às escolas municipais.”
“Sondagens, avaliações escritas e observação constante de professores e equipes e preenchimento
de fichas que contemplam o desenvolvimento do aluno”.
“Um caderno contendo 20 itens de Língua Portuguesa e 20 itens de Matemática. A escola
recebe o kit contendo os cadernos de questões, um documento com orientações de aplicação
e devolução. A correção é feita pelos técnicos da Secretaria Municipal de Educação e os resultados
são catalogados e representados em gráficos”.

Os municípios também forneceram informações sobre a periodicidade das iniciativas


propostas, aspecto tratado também no item 18, a ser comentado posteriormente. As respostas
indicam a primazia da periodicidade semestral, mas também são mencionadas avaliações

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Relatório Final — Resultados do Survey
bimestrais, anuais e trimestrais. No caso da semestral, muitos deles apontaram a aplicação de
instrumentos no início do ano letivo e no seu final. Em menor número estão os municípios que
mencionaram avaliações mensais ou outra periodicidade, ainda menor. Periodicidades curtas
como estas foram constatadas no levantamento de Horta Neto (2013), que as associou a uma
preparação para os testes aplicados pelo governo federal.

“A avaliação é realizada bimestralmente, sendo as avaliações dos primeiros bimestres


caracterizadas como diagnósticas e as dos últimos bimestres de rendimento”.
“A avaliação diagnóstica é realizada semestralmente com os alunos do Ensino Fundamental.
Os professores recebem da Secretaria Municipal uma chave de correção das provas que são
aplicadas para os alunos. Os resultados são encaminhados pela coordenação da unidade escolar
e os dados tabulados na Secretaria para análise e posteriormente, para divulgação”.
“A avaliação é praticada atualmente nas séries iniciais e finais do ensino fundamental anualmente,
através de uma prova de entrada (início do ano) e de saída (final do ano) tendo como referência a
TRI (Teoria de Resposta ao Item) e usando como matriz de referência o SPAECE/CAED”.

Algumas respostas referiam-se aos princípios e funções inerentes à avaliação proposta


pelo município, ilustrados nos depoimentos que se seguem:

“A rede Municipal realiza a avaliação diagnóstica no início do ano elaborada pela equipe técnica
da Secretaria de Educação e supervisores peágógicos de cada escola”.
“Avalia-se de maneira contínua o desenvolvimento pedagógico do educando, a forma como os
educadores estão ministrando suas aulas, realizando sondagens para diagnosticar os problemas
e, a partir daí, desenvolver projetos para solucionar os problemas diagnosticados”.
“[a avaliação é feita] através de atividades concretas, lúdicas, de leitura e de escrita, obedecendo,
lógico, o processo de formação de cada etapa analisada. Cada avaliação resulta em tabulações
e relatórios diagnósticos coletivos e individuais que são posteriormente analisados dentro dos
conceitos abordados e dentro daquilo que se pretende alcançar para cada etapa de ensino”.
“A avaliação é feita de forma diagnóstica em dois períodos, e sempre utilizando os resultados
para um replanejamento de práticas e metodologias”.
“São avaliações periódicas por semestre para avaliar o avanço da aprendizagem”.
“A avaliação é realizada através de diagnósticos de escrita, leitura e produção textual, bem como
simulados duas vezes por ano da Prova Brasil”.

Grande parte dos depoimentos destacou a importância da avaliação contínua ou


processual, bem como da avaliação formativa. Outra ênfase observada nos depoimentos
refere-se à realização de diagnósticos, que possam ser utilizados nas decisões a serem tomadas
tanto no âmbito escolar, como pela gestão central.

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Relatório Final — Resultados do Survey
Algumas respostas tratavam de procedimentos típicos da avaliação de aprendizagem
realizada em âmbito de sala de aula, não remetendo a formas de realização da avaliação
externa pela Secretaria Municipal de Educação. São ilustrativos desse tipo de colocação os
depoimentos a seguir:

“Realizamos a parte escrita no que o aluno daquela fase já teria que estar dando conta de
fazer; realizamos avaliação oral do aluno para verificar seu nível de apreensão das habilidades
trabalhadas e a bagagem que o aluno já possui; fazemos também por observação constante dos
alunos em sala e em outros setores da escola, como intervalos, idas à biblioteca, atividades em
grupo; avaliamos seu nível de agressividade ou comodismo, se estes estados são passageiros ou
não; etc.”.
“Os próprios professores, orientados por coordenadores aplicam provas e acompanham as
atividades do cotidiano em sala de aula para ter um parâmetro e, em seguida, estudar uma
forma pedagógica de corrigir as falhas”.

Percebem-se uma preocupação com o desenvolvimento do aluno e um trabalho do


coletivo da escola na análise dos resultados encontrados.

2.4 Diferentes vertentes: alunos, institucional, profissionais do


ensino, outro tipo de avaliação

O levantamento de informações acerca das avaliações propostas pela rede municipal


contemplou diferentes vertentes, explicitadas anteriormente: avaliação de alunos,
avaliação institucional, avaliação de profissionais (professores e/ou gestores), além de
outras iniciativas de avaliação indicadas espontaneamente pelos respondentes,24 como
ilustrado na Figura 7.

Alunos Institucional
Propostas
municipais
de avaliação
Profissionais Outras
de ensino
FIGURA 7 Vertentes avaliativas investigadas no estudo

No questionário, nos itens numerados de 9 e 15, buscaram-se respostas gerais sobre as avaliações da rede municipal; os itens
24

entre 16 a 24 relacionavam-se à avaliação de alunos; os itens 25 a 27 eram relativos à avaliação institucional; os itens 28 a 31
referiram-se à avaliação de profissionais de ensino; e os itens 32 e 34 interrogaram sobre outros possíveis tipos de avaliação
educacional utilizados pelos municípios.

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Relatório Final — Resultados do Survey
Considerando-se as diferentes trajetórias que poderiam ser percorridas pela rede de
ensino dos municípios que responderam ao questionário, cada uma das vertentes analisadas
conta com um total de respondentes diferente, conforme dados da Tabela 53.

TABELA 53 Adesão dos municípios a cada uma das vertentes avaliativas pesquisadas, considerando
o conjunto dos 1.573 municípios que declararam possuir uma proposta própria de
avaliação

Municípios
Vertentes avaliativos
N %

Avaliação de alunos 1.302 82,8

Avaliação institucional 977 62,1

Avaliação de profissionais 624 39,7

Outros tipos de avaliação 99 6,3

Fonte: Base de dados do survey e Censo Escolar. Elaboração dos autores. 2016.

Os dados apresentados permitem perceber maior ênfase nas iniciativas de avaliação


de alunos (82,8%) e institucional (62,1%). Tendo em vista que, no Brasil, os processos de
avaliação institucional para a educação básica ainda são pouco desenvolvidos (BRANDALISE,
2010), a declaração de cerca de 60% dos municípios em relação a essa avaliação não seria
desprezível. No entanto, um olhar mais acurado sobre as informações prestadas permitiu
perceber que, em diversos casos, os relatos faziam referência a uma avaliação de alunos.
Tal entendimento, que aponta a avaliação externa e em larga escala como uma avaliação
institucional, ocorre, também, na literatura acadêmica. De fato, há relações intrínsecas
entre avaliação institucional e avaliação externa de aprendizado dos alunos, sendo possível,
inclusive, que a primeira se apoie e aproprie de dados oriundos da última. Além disso,
não se percebem, dentre os pesquisadores do campo da avaliação educacional no Brasil,
consensos sobre os conceitos em tela, o que contribui para o embaçamento das fronteiras
entre avaliação institucional e avaliação externa com foco no desempenho dos alunos. Não
se trata, portanto, de desqualificar as informações obtidas, mas sim aprofundar análises,
em estudos subsequentes, para compreender os desenhos avaliativos privilegiados pelos
gestores municipais.
Em relação à avaliação de profissionais de ensino, 39,7% dos respondentes informaram
que a proposta avaliativa contempla essa vertente. Finalmente, observa-se que os municípios
que declararam possuir outro tipo de avaliação, na verdade, introduzem alguma especificação
de como contemplam as vertentes anteriores em suas propostas avaliativas, não apresentando
uma nova vertente. Assim, as respostas concernentes a esses municípios foram desconsideradas
para alguns processamentos.

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Relatório Final — Resultados do Survey
De todo modo, cabe esclarecer que os dados apresentados não são excludentes. Isso
significa que um mesmo município pode contemplar, em sua proposta avaliativa, mais de
uma vertente. A Tabela 54 apresenta uma possibilidade de agrupamento dos municípios que
declararam possuir avaliação própria, para os quais se procurou apreender as combinações
entre as vertentes avaliativas mais comuns nos desenhos avaliativos propostos pelos
municipios.

TABELA 54 Adesão dos municípios aos diferentes desenhos avaliativos resultantes da combinação
das vertentes pesquisadas, dentre os municípios que declararam possuir uma proposta
própria de avaliação

Vertentes avaliativas N %
Combinam dois tipos de avaliação, sendo de alunos + alguma 510 32,4

Combinam três ou quatro tipos de avaliação 494 31,4

Fazem avaliação de alunos (somente) 301 19,1

Relatam fazer algum tipo de avaliação, mas não apontam nenhuma das 156 9,9
opções oferecidas
Fazem avaliação institucional (somente) 58 3,7

Fazem dois tipos de avaliação, sendo que não fazem de alunos 36 2,3

Fazem avaliação de profissionais (somente) 17 1,1

Fazem outra avaliação (somente) 1 0,1

Total 1.573 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Os dados da Tabela 54 reiteram a ênfase que tem sido dada às avaliações com focos no
desempenho dos alunos. No entanto, 32,4% dos municípios tendem a combinar a avaliação
de alunos com outras vertentes avaliativas, sendo que 19,1% declararam avaliar apenas os
alunos. Percebe-se, ainda, que os municípios parecem apostar em propostas de avaliação
mais completas, combinando três ou quatro das vertentes avaliativas pesquisadas. Apenas 36
municípios (2,3% daqueles com avaliação própria) afirmaram não contemplar uma proposta
de avaliação de alunos em seu desenho avaliativo próprio. Cerca de 10% dos respondentes
informaram possuir uma avaliação própria, mas não ofereceram detalhes sobre a mesma.

2.4.1 Avaliação de alunos

As questões relativas à avaliação de alunos foram elaboradas para captar iniciativas


direcionadas ao ensino fundamental, visto que as informações sobre avaliação na educação

90
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
infantil foram coletadas por meio de item específico, já tratado anteriormente. As questões
propostas focalizaram a coleta de informações sobre existência de avaliação de alunos (item
16) e as razões que levaram à tal proposição, bem como o levantamento de aspectos referentes
ao desenho avaliativo proposto.
Dos 1.573 municípios que afirmaram possuir algum tipo de avaliação própria, 1.302
(82,8%) mencionaram fazer uma avaliação de alunos (questão 16).
Solicitados a indicar até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar
avaliações próprias dos alunos, obtiveram-se 3.753 indicações,25 que foram classificadas em
categorias, conforme mostra aTabela 55.

TABELA 55 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal de ensino a
implantar uma iniciativa própria de avaliação de alunos

Razões N %
Diagnóstico, acompanhamento e monitoramento do
1.609 43,0
ensino e das aprendizagens
Apoio ao gerenciamento educacional 1.147 30,6

Melhoria de índices educacionais 493 13,0

Outras razões 93 2,5

Resposta não pertinente / não compreensível 231 6,2

Total de indicações 3.753 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Os dados revelam, como principal motivação, a necessidade de fazer o diagnóstico


e monitoramento do ensino e das aprendizagens, com depoimentos salientando a preocupação
em diagnosticar as difuldades e níveis de aprendizagem dos alunos, bem como acompanhar
seu desempenho escolar. Nessa perspectiva, cabe notar que as indicações registradas
convergem para iniciativas no âmbito das escolas, sejam aquelas voltadas para o diagnóstico de
proficiências dos alunos, sejam as direcionadas para o professor, para acompanhar e aprimorar
a prática pedagógica e orientar a formação continuada. Nesse agrupamento encontram-se
43% das indicações.
Além dessas razões, diversos registros fizeram menções a motivações relacionadas
ao gerenciamento educacional, à qual subjazem as ideias de planejamento de intervenções
pedagógicas a partir de diagnóstico, controle e adequação curricular, proposição de atividades
de formação continuada, avaliação do trabalho docente e mobilização de professores e

Fala-se em indicações de respostas, pois, dentre os municípios que responderam à questão, alguns apontaram mais do que três
25

razões, enquanto outros deixaram de responder à questão.

91
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
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Relatório Final — Resultados do Survey
alunos para a atividade educacional. Cerca de 30% das indicações enquadram-se nesse
sentido.
As respostas revelam, ainda, a crença de que a avaliação de alunos pode induzir
à melhoria de qualidade do ensino e de índices educacionais, como fluxo, evasão e repetência,
bem como colaborar com o alcance das metas, havendo referências explícitas ao aumento do
Ideb. No caso da preocupação com o Ideb, esta pode estar relacionada a programas do MEC,
como o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola), que visa ao apoio à gestão escolar,
e os Planos de Ações Articuladas (PAR).26
As informações sobre a periodicidade com que a avaliação de alunos é realizada pela
rede municipal de ensino (item 18) revelam a primazia do acompanhamento bimestral
e semestral dos alunos, com 30,6% e 23% de respostas, respectivamente (Gráfico 10).

30,6%
30%

25% 23,0%

20%

14,4%
15% 13,1%

10%
5,5% 5,3% 5,1%
5%
2,1%
1,0%
0%
te

te

te

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ou

e
sd
ai
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Periodicidade da avaliação

GRÁFICO 10 Periodicidade de realização da avaliação das redes municipais que possuem avaliação
de alunos
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016

26
O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), apresentado pelo Ministério da Educação em 2007, disponibilizou aos
estados e municípios instrumentos de avaliação e implementação de políticas de melhoria da qualidade da educação básica,
tendo como programa estratégico o Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Com base no Plano de Metas os
estados e municípios passaram a elaborar seus respectivos Planos de Ações Articuladas (PAR), contemplando o diagnóstico
da situação educacional local e a elaboração do planejamento para o período 2011 a 2014, com base no Ideb de 2005, 2007
e 2009.

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Dentre os 27 municípios que marcaram a opção “outros” para a periodicidade,
percebe-se que algumas indicações apenas repetiram possibilidades já colocadas nas
alternativas fechadas. Há, ainda, informações que evidenciam que alguns municípios realizam
simulados bimestrais, trimestrais ou sempre que “for considerado necessário”. Aparecem
indicações de avaliação quadrimestral (três vezes ao ano), sendo uma diagnóstica, no início do
ano, e as outras duas planejadas para a metade e o final do ano letivo, bem como indicações
de uma periodicidade irregular das avaliações oficiais do município. Há municípios que estão
propondo avaliações bianuais, em anos alternados aos das avaliações federais, o que permite
supor uma preocupação para que não haja sobreposição de propostas avaliativas.
Ainda, há depoimentos que revelam um acompanhamento da Secretaria quanto
às avaliações realizadas internamente pelas escolas, como, por exemplo:

“A avaliação das escolas é realizada de forma contínua, porém, temos o final do bimestre pra
rever essa avaliação com os alunos e professores”.
“Temos uma equipe que está constantemente oferecendo suporte pedagógico e acompanhando
a evolução da aprendizagem”.

O item 19, fechado, com dez alternativas de respostas,27 procurou captar informações
sobre quais seriam os principais objetivos da avaliação de alunos proposta no município,
sendo possível a escolha de até três das alternativas especificadas e, ainda, o apontamento
espontâneo de outros objetivos (Tabela 56).
Dentre as respostas, ressaltam-se, para além da preocupação majoritária de melhoria
da aprendizagem dos alunos, os objetivos de melhorar o Ideb e obter informações para definir
prioridades de gestão da educação municipal. Com pouca ênfase são assinalados os objetivos
de “divulgar os resultados das escolas para os pais e a comunidade” e “obter informações
para a premiação/bonificação de escolas, gestores, professores e/ou alunos”. Tais aspectos,
bastante criticados na literatura acadêmica, não parecem fazer parte das preocupações dos
municípios que declararam possuir avaliação própria de alunos.

As alternativas oferecidas aos respondentes foram: melhorar a aprendizagem dos alunos; melhorar o Ideb; definir prioridades
27

para a gestão da educação municipal; obter informações para a formação continuada, rever propostas curriculares do município;
reduzir a taxa de repetência e/ou de abandono; aprimorar os processos de gestão da rede municipal; divulgar os resultados das
escolas para os pais e a comunidade; obter informações para a premiação/ bonificação de escolas, gestores, professores e/ou
alunos; outros objetivos. Tais alternativas foram inspiradas na revisão da literatura pertinente, realizada no início do projeto,
sendo escolhidos os objetivos mais reiterados para compor a questão.

93
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Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 56 Frequências observadas dos principais objetivos da avaliação de alunos promovida
pela rede municipal de ensino

Principais objetivos da avaliação de alunos N %

Melhorar a aprendizagem dos alunos 1.119 85,9


Acompanhamento
e monitoramento Melhorar o Ideb 524 40,2
da rede Reduzir a taxa de repetência e/ou
427 32,8
abandono
Definir prioridades para a gestão da
520 39,9
educação municipal
Obter informações para a formação
450 34,6
continuada
Subsidiar o
Rever propostas curriculares do município 442 33,9
planejamento
educacional Aprimorar os processos de gestão da rede
237 18,2
municipal
Obter informações para a premiação/
bonificação de escolas, gestores, 45 3,5
professores e/ou alunos
Divulgar os resultados das escolas para os pais e a comunidade 72 5,5

Outros objetivos 23 1,8

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Poucos respondentes assinalaram a alternativa “outros” e declararam espontaneamente


outros objetivos para a realização de uma avaliação de alunos. Estes usualmente reiteraram os
objetivos que constavam nas alternativas fechadas. Nesses depoimentos espontâneos, além
da ênfase dada ao diagnóstico e monitoramento do ensino e das aprendizagens, se destacam
os apoios à formação continuada de professores, à melhoria dos dados de fluxo dos alunos
e à revisão das propostas curriculares, como ilustram os seguintes registros:

“Auxiliar nas propostas de formação continuada; estabelecer comunicação entre escola e


comunidade através da divulgação dos resultados; tornar a gestão da sala de aula mais eficiente;
contribuir para melhores resultados nas avaliações externas e índices de avaliação como IDEB”.
“Para reavaliar a proposta curricular e aperfeiçoar a formação continuada”.
“Realiza-se uma avaliação semiexterna (Avaliação Padronizada) para os alunos do 6º ao 9ª Ano,
com o propósito de controlar a implementação do currículo conforme Proposta Curricular da
Rede e PCN. Professores desta etapa de ensino tendem a ser mais resistentes à implementação
do currículo e esta intervenção avaliativa em que a secretaria providencia a prova bimestralmente
e analisa os resultados com as escolas, mostrou-se efetiva para a elevação dos resultados de 6º
ao 9º Ano. As demais etapas da avaliação são todas de responsabilidade da escola e o resultado
compõe a nota (rendimento dos alunos na disciplina Língua Portuguesa)”.

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Relatório Final — Resultados do Survey
Os dados sobre os anos/séries que têm sido focalizados pelas avaliações próprias das
redes municipais de ensino (item 20) permitem apreender uma maior preocupação com
o acompanhamento dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental (Gráfico 11), já que
nesse segmento se concentra o atendimento das redes locais.

9º ano 48,2

8º ano 42,3

7º ano 41,8

6º ano 45,2
ano do EF

5º ano 87,3

4º ano 82,6

3º ano 84,2

2º ano 81,2

1º ano 74,9

0 20 40 60 80 100
% de municípios
GRÁFICO 11 Proporção de municípios que avaliam cada uma das séries do ensino fundamental,
dentre as redes municipais que possuem avaliação de alunos

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Entretanto, ainda que os dados do Gráfico 11 mostrem que mais municípios declararam
avaliar os 3º e 5º anos desse segmento, o que poderia ser um indício de uma tendência
à reprodução do desenho de avaliações federais ou estaduais, como a Prova Brasil e a Provinha
Brasil, percebe-se que os demais anos também têm sido acompanhados, incluindo, inclusive,
o ensino fundamental 2. Uma análise dos dados sob outro enfoque permite afirmar que 69%
dos municípios que propõem uma avaliação própria da rede declararam avaliar todas as séries
do ensino fundamental 1 e 39,1% destes municípios afirmaram avaliar todos os anos do ensino
fundamental 2 (Tabela 57).

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
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Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 57 Distribuição de frequência das séries do ensino fundamental avaliadas pelos municípios
que possuem avaliação própria de alunos

Ensino Ensino
Séries avaliadas no ensino fundamental fundamental 1 fundamental 2

N % N %

Todas as séries do segmento 898 69,0 509 39,1

Algumas das séries do segmento 325 25,0 186 14,3

Não avalia o segmento / sem informação 79 6,1 607 46,6

Total 1.302 100,0 1.302 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016

É possível supor que a diferença na ênfase ao acompanhamento dos anos do ensino


fundamental 2 deva-se ao fato de o atendimento a esse segmento, em cerca de 60% dos
municípios que declararam fazer avaliação de alunos, ser pequeno (menos de 50% das
matrículas). No entanto, ao que parece, as propostas próprias de avaliação dos municípios
têm se expandido para outros anos/séries, além dos já avaliados pelos estados e pela esfera
federal.
Ainda em relação ao desenho das avaliações de alunos propostas pelas redes
municipais, indagou-se, no item 21, com 11 alternativas, quais eram as áreas ou disciplinas
avaliadas nas propostas próprias de avaliação de alunos, sendo que os respondentes
poderiam assinalar todas as alternativas pertinentes. O descritivo das respostas
é apresentado no Gráfico 12.
Nota-se menção, ainda que com menor ênfase, à avaliação de Artes, Educação Física e
Língua Estrangeira. O alto índice dessas respostas levou ao questionamento se, a despeito de
a questão ter sido direcionada às avaliações propostas pela rede, alguns dos respondentes não
teriam considerado os componentes avaliados no interior das escolas. As informações prestadas
pelos respondentes na alternativa “outras disciplinas/áreas” corroboram a impressão de que
foram mencionadas as avaliações de aprendizagem no interior das escolas, já que apareceram
referências a “ensino religioso”, “educação ambiental”, “projetos”, dentre outros. No entanto,
dados obtidos na pesquisa de campo28 permitem perceber que há municípios propondo, como
avaliação de rede, a incorporação de todos os componentes curriculares. Esse aspecto merece
aprofundamento em pesquisas que se debrucem especificamente sobre essa questão.

Pesquisa realizada como desdobramento do survey, conforme informação constante na Introdução desse Relatório.
28

96
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
100

80

60
% de municípios

40

20

0
o

ia

ca

ira

ea
ia

te
xt

ic

ic

fi
çã

ór

ár
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di
gu
Ed
re
in itu

tra
Lín
Le

Ou
disciplinas/áreas

GRÁFICO 12 Proporção de municípios que avaliam cada uma das disciplinas/áreas do ensino
fundamental, dentre as redes municipais que possuem avaliação de alunos
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016

Analisando a questão 21 por blocos de disciplinas, observa-se que a tendência


declarada por 62,2% dos municípios que possuem avaliação própria de alunos é de avaliar,
em conjunto, os componentes curriculares já avaliados nos testes federais: Matemática
e Língua Portuguesa (seja com ênfase em leitura e interpretação de textos, escrita ou
gramática). Além disso, cerca de 30% dos municípios declararam avaliar pelo menos alguns
desses aspectos. Ademais, 23,5% desses municípios indicaram avaliar todos os demais
componentes curriculares investigados – Ciências, História, Geografia, Língua Estrangeira,
Artes e Educação Física –, e 25,5% declararam considerar algumas dessas disciplinas em
suas propostas avaliativas (Tabela 58).

97
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 58 Distribuição de frequência dos blocos de disciplinas avaliadas pelos municípios que
possuem avaliação própria de alunos

Língua Portuguesa Demais componentes


Disciplinas avaliadas e Matemática curriculares

N % N %
Todas as disciplinas do conjunto 810 62,2 306 23,5
Algumas das disciplinasdo conjunto 418 32,1 332 25,5
Não avalia essas disciplinas/
74 5,7 664 51,0
sem informação
Total 1.302 100,0 1.302 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016
Nota: Incluem-se, nesse agrupamento, Matemática e Língua Portuguesa com diferentes focos: leitura e
interpretação de texto, redação e gramática.
Foram consideradas as disciplinas de Ciências, História, Geografia, Língua Estrangeira, Artes e Educação Física.

A questão 22 fornecia uma lista de sete tipos de instrumentos avaliativos, questionando


quais eram utilizados na proposta de avaliação municipal dos alunos do ensino fundamental.
O Gráfico 13 reporta os instrumentos mais utilizados nessas avaliações e a Tabela 59 apresenta
os dados sintetizados em três diferentes categorias, com suas respectivas incidências de
resposta.

100
90,6

80
% de municípios

60

48,0

40
31,3 31,1
26,3
23,4

20

0
Provas e/ou Portfólio de Questionário Questionário Questionário Questionário
testes atividades e/ou entrevista e/ou entrevista e/ou entrevissta e/ou entrevista
cognitivos realizadas com alunos com com gestores com pais ou
para os alunos pelos alunos professores das unidades responsáveis
escolares

instrumentos

GRÁFICO 13 Proporção de municípios que utilizam cada um dos instrumentos citados, dentre as
redes municipais que possuem avaliação de alunos
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

98
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 59 Distribuição de frequência dos instrumentos utilizados na realização da
avaliação própria de alunos, dentre os municípios que possuem esse tipo
de avaliação

Não / sem
Sim
Instrumentos utilizados informação

N % N %
Provas e/ou testes cognitivos 1.180 90,6 122 9,4
Questionários e/ou entrevistas 573 44,0 729 56,0
Outros instrumentos 680 52,2 622 47,8
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

De forma geral, pode-se dizer que as avaliações de alunos propostas pelas redes
municipais utilizam provas e/ou testes cognitivos para aferir seu desempenho, que podem
ou não estar acompanhadas de questionários ou entrevistas com diversos atores (gestores,
professores, alunos, pais ou responsáveis), instrumentos assinalados, em média, por cerca de
30% dos respondentes.
Muitos dos respondentes que assinalaram utilizar “outros instrumentos” avaliativos
apenas reiteraram alternativas já propostas no item. Outros instrumentos ou procedimentos
mencionados são: atividades e/ou avaliações realizadas, pelos alunos, organizadas no
âmbito escolar, tais como projetos, trabalhos, avaliações escritas, entre outros; documentos
pedagógicos das escolas, tais como Projeto Pedagógico, planos de ação das escolas, diários
de classe, atas de avaliações; reuniões e/ou encontros com membros da comunidade
escolar, como Conselho de Escola, Conselho de Classe e série, reuniões de pais, reuniões de
professores e/ou gestores; processos de autoavaliação e avaliações e/ou programas de outros
entes federados, como Prova Brasil, avaliações estaduais; PDDE.
O item 23, aberto e respondido por 1.096 municípios, solicitava a descrição de como
era feita a análise dos resultados da avaliação de alunos do ensino fundamental. As 1.156
indicações obtidas permitem afirmar que, em geral, os resultados obtidos pelas propostas
municipais de avaliação de alunos são analisados por meio de tabulações e/ou elaboração de
gráficos, organização de relatórios-síntese, organização das informações em bancos de dados
(579 indicações). Os dados são analisados, ainda segundo os depoimentos, coletivamente, por
meio de reuniões, encontros e seminários (112 indicações). Alguns municípios registraram que
é feita a comparação dos dados com as matrizes ou outras metas definidas (90 indicações).
Dois municípios, Belo Horizonte e Campo Grande, mencionaram a TRI como metodologia de
análise.
A pesquisa também buscou informações acerca das referências que estariam sendo
usadas na definição do que é avaliado pela SME. Segundo as respostas dadas ao item 24,

99
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
fechado e com seis alternativas predefinidas,29 reorganizadas em três agrupamentos na Tabela
60, a maioria dos respondentes (65,1%) indicou utilizar, em conjunto, as Matrizes de Referência
da Prova Brasil, os Parâmetros Curriculares Nacionais e propostas curriculares municipais como
base para definir o que é avaliado, e 28,0% mencionaram considerar ao menos um desses
documentos na formulação de sua avaliação. Pouquíssimas foram as respostas ausentes
ou as declarações de não utilização desse tipo de documento (6,9%). Ao que parece, há
uma tentativa de concatenar avaliação e currículo, de modo que se avalia o que está
na proposta curricular, ou, talvez, se ensine o que está presente nas matrizes de referência
da avaliação que, em certa medida, traduz as diretrizes propostas nos Parâmetros
Curriculares Nacionais.

TABELA 60 Distribuição de frequência dos diferentes conjuntos de referências utilizados pelos


municípios que possuem avaliação própria de alunos

Matrizes de
referência da
Conteúdos
Prova Brasil e/
indicados pelos
ou Parâmetros Matrizes de
professores e/
Referenciais utilizados nas Curriculares referência
ou profissionais
avaliações municipais de Nacionais da avaliação
da Secretaria
alunos e/ou proposta estadual
Municipal de
curricular da rede
Educação
municipal de
ensino

N % N % N %
Todas as referências do
848 65,1 550 42,2 682 52,4
agrupamento
Parte das referências
364 28,0 324 24,9 n/a n/a
do agrupamento
Não utiliza essas referências
90 6,9 428 32,9 620 47,6
ou resposta ausente
Total 1.302 100,0 1.302 100,0 1.302 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Conteúdos indicados por profissionais da SME e das escolas também têm sido, de
acordo com os registros, considerados na composição da avaliação por 42,2% dos municípios,
enquanto 24,9% destacaram, em suas respostas, que consideram parte desses conteúdos,
o que parece ressignificar o lugar desses profissionais em relação à determinação do que é
realizado (e avaliado) nas escolas. Cerca de metade dos 1.302 municípios analisados afirmou
utilizar, ainda, as matrizes curriculares estaduais em sua avaliação própria. Além disso, 303
municípios assinalaram que usam os seis instrumentos apresentados como alternativas do item 24.

As alternativas fornecidas aos respondentes foram: Parâmetros Curriculares Nacionais; matrizes de referência da Prova Brasil;
29

matrizes de referências de avaliação estadual; proposta curricular da rede municipal de ensino; conteúdos indicados pelos
professores; e conteúdos indicados pelos profissionais da Secretaria Municipal de Educação.

100
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
2.4.2 Avaliação institucional

As questões relativas à avaliação institucional indagaram sobre a existência de iniciativas


nessa direção (item 25), seguindo-se questões que buscaram identificar razões que motivaram
essa ação (item 26) e caracterização de procedimentos e instrumentos que vêm sendo usados
em sua condução (item 27).
Dos 1.573 municípios que afirmaram possuir uma avaliação própria, 977 (62,11%)
informaram implementar, na rede municipal de ensino, iniciativa de avaliação institucional.
Quanto às razões apontadas pelos municípios para a proposição de uma avaliação
institucional, obteve-se um total de 2.384 indicações.30 Os registros permitem perceber que as
motivações estão direcionadas a diferentes instâncias/ componentes do processo educacional:
a instituição escolar, o aluno, os profissionais de ensino, os resultados de desempenho da rede
de ensino e a própria gestão da rede (Tabela 61).

TABELA 61 Distribuição de frequência dos motivos (expressos nos focos principais) que levaram a
rede municipal de ensino a implantar uma iniciativa própria de avaliação institucional

Principais focos das avaliações institucionais N %

Foco na instituição escolar 580 24,3

Foco na gestão da rede 520 21,8

Foco nos resultados 489 20,5

Foco no aluno 449 18,8

Foco nos profissionais do ensino 92 3,9

Outras razões 64 2,7

Resposta não pertinente/ não compreensível 190 8,0

Total de indicações 2.384 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Dentre as razões que focalizam a instituição escolar, que foram as que tiveram maior
número de indicações (n = 580), os depoimentos ressaltam a necessidade de conhecer
a realidade de cada escola, o desenvolvimento do trabalho pedagógico da instituição,
bem como monitorar e acompanhar a consecução do Projeto Pedagógico, das propostas

Cabe lembrar que foi solicitado que os municípios indicassem espontaneamente até três razões que levaram à proposição desse
30

tipo de avaliação, resultando no total de indicações referido.

101
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
pedagógicas e/ou curriculares e dos planos escolares, dos investimentos. Com menor ênfase
foram citados o diagnóstico dos fatores intervenientes nos resultados e a ideia de que
a avaliação institucional propicia a avaliação “da escola como um todo” e a autoavaliação
do trabalho realizado. Destaca-se, ainda, o propósito de, por meio desse tipo de avaliação,
se buscar uma maior integração com a comunidade, traduzida em “escutar os pais”, “levar
os pais para a escola”, identificar a percepção que pais e alunos têm da escola, permitir que
os pais conheçam “a dinâmica da escola” e fortalecer mecanismos de gestão democrática,
com referências ao Conselho Participativo. A ideia de que por meio da avaliação institucional
é possível subsidiar o trabalho do professor e dos gestores também apareceu nos depoimentos
que foram classificados nessa categoria: “avaliar o que pode ser melhorado para melhor
atender os alunos e professores”, “aperfeiçoar a proposta pedagógica da escola e formação
continuada dos professores”, “alimentar o interesse pela autoavaliação de todos os envolvidos
e interessados no processo (professores, funcionários, alunos, egressos, familiares,
comunidade, etc.)”.
Um segundo agrupamento de razões sobre o qual incidiram diversas colocações
(n=520) refere-se à escolha da avaliação institucional como estratégia para subsidiar
a gestão da rede, tanto no âmbito da Secretaria Municipal de Educação, quanto no interior
das escolas. Foram recorrentes nas declarações espontâneas dos respondentes menções
à sua contribuição para a tomada de decisões a partir do diagnóstico das realidades,
apoio ao planejamento e replanejamento, proposição de ações/ intervenções e metas
a serem alcançadas, realização de mudanças curriculares, proposição de metas e apoio
à alocação de recursos. Também estiveram presentes nesse agrupamento menções
à avaliação institucional como meio que permite “qualificar a gestão”, “melhorar a gestão
administrativa e pedagógica” e avaliar o trabalho de gestão. Muito citada é a perspectiva
de rever ou propor alguma atividade de formação continuada aos professores, com
base nos resultados obtidos. Com menor frequência, há declarações dos respondentes
que expressam o entendimento de que é possível estabelecer parâmetros/ padrões de
avaliação e de currículo para todas as escolas da rede com base na avaliação institucional.
Caberia aprofundar, em estudos subsequentes, o sentido que esses respondentes estão
atribuindo à própria ideia de avaliação institucional.
Relacionadas a esse agrupamento, aparecem razões nas quais o foco de atenção
parece estar sobre os resultados obtidos (n = 489), quer sejam esses resultados mais amplos
(melhoria da escola, da educação, do ensino, da qualidade do ensino, do desempenho dos
professores, dos processos de gestão, dos serviços prestados), ou mais específicos (melhoria
dos resultados do Ideb, de dados de fluxo, de resultados dos alunos em Língua Portuguesa
e Matemática).

102
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
As razões que focalizam os alunos (n = 449) apontam que a avaliação institucional
é uma estratégia para melhoria da aprendizagem, uma vez que propicia a verificação,
o diagnóstico, o acompanhamento e/ou o monitoramento do desenvolvimento dos alunos, de
seus rendimentos e de suas aprendizagens. Essa ênfase no acompanhamento do desempenho
e das aprendizagens dos alunos aparece, por vezes, em conjunto com a ideia de que
é necessário conhecer as dificuldades, ou os “pontos de partida”, para adequar o ensino aos
alunos. Observa-se, ainda, a presença da intenção de subsidiar o professor com informações
sobre o desempenho dos alunos, para que ele adeque o currículo, ou suas “metodologias”
para propiciar um melhor desenvolvimento de aspectos cognitivos dos alunos. Nesse grupo
também foram contemplados os depoimentos que enfatizam a necessidade de acompanhar
os alunos para verificar se eles estão se desenvolvendo de acordo com os descritores, ou que
compreendem a avaliação institucional como estratégia para a melhoria do Ideb.
Menor ênfase é observada em um agrupamento de razões que focalizam o professor
(n= 92). Foram classificados nesse grupo os depoimentos que se referem à avaliação
institucional como estratégia para propiciar a autoavaliação do professor, a avaliação de seu
desempenho, a necessidade de conscientizar/ mobilizar/ responsabilizar os professores pelo
trabalho realizado e de valorizá-los enquanto profissionais do ensino. Nenhum depoimento
enfatizou o estabelecimento de algum bônus ou premiação aos professores, como forma de
motivação.
Dentre as “outras razões” registradas pelos respondentes para justificar a adoção da
avaliação institucional pelos municípios, há referências ao propósito de atender à legislação
vigente, à necessidade de comparar os resultados obtidos com os dados das avaliações oficiais
ou, ainda, à intenção de adequação da avaliação à realidade local. Alguns depoimentos
explicam a opção por ter uma avaliação institucional em decorrência da necessidade de se
obterem dados, em tempo hábil, para a proposição de intervenções. Com menor ênfase,
aparece o discurso da necessidade de conhecer o trabalho da escola, atender às diferenças
e garantir a equidade do ensino.
Buscou-se, também, questionar os municípios sobre os procedimentos e instrumentos
utilizados na avaliação institucional (item 27), apresentando-lhes 16 alternativas fechadas,
sendo que os que assinalassem “outros procedimentos” poderiam indicá-los. Tais
procedimentos avaliativos foram agrupados considerando o tipo de informação utilizada na
avaliação institucional: informações sobre rendimento e desempenho dos alunos; documentos
da escola e dos professores; e depoimentos diversos. Tais agrupamentos e as alternativas
que os compõem, bem como o percentual de respostas obtidos em cada alternativa, são
apresentados na Tabela 62. Cabe lembrar que os municípios poderiam assinalar quantas
alternativas fossem necessárias e que tendencialmente eles combinam os diversos tipos de
informação, na composição de seu desenho de avaliação institucional.

103
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 62 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos utilizados nos
municípios que possuem proposta de avaliação institucional

Procedimentos Instrumentos/informações %
Dados de rendimento dos alunos
82,5
(aprovação, reprovação, frequência)
Resultados de provas realizadas pelos
82,4
Indicadores de rendimento dos alunos
alunos Indicadores educacionais (Ideb e/ou
82,1
índices estaduais e/ou municipais)
Informações de desempenho de alunos
75,1
em avaliações externas
Projeto pedagógico das escolas 80,1
Planos de ensino dos professores 76,8
Documentos Plano de trabalho dos gestores da escola 74,3
Atas e demais registros de reuniões 54,1
Roteiro de observação das aulas 53,7
Depoimento de professores 61,6
Depoimento de gestores da escola 58,8
Autoavaliação dos profissionais da escola 58,1
Depoimentos diversos
Depoimento de pais ou responsáveis 55,9
Depoimento de servidores da escola 49,4
Depoimento de alunos 47,1
Outros procedimentos 7,5
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Dentre os procedimentos mais assinalados pelos respondentes, com pelo menos 75%
dos municípios afirmando utilizá-los, identifica-se o uso de informações sobre o desempenho
dos alunos e das escolas, por meio de provas, tanto internas às escolas, quanto de avaliações
em larga escala, e de outros indicadores educacionais (como aprovação, reprovação
e repetência).
Mais de 75% dos municípios declararam utilizar, em suas propostas de avaliação,
documentos de planejamento escolar, como o projeto pedagógico e os planos de ensino dos
professores. Registros de observação de aulas e de reuniões são considerados em avaliações
de cerca de 50% dos municípios respondentes.
Há municípios que vêm utilizando como procedimentos de avaliação institucional
estratégias que dão voz aos agentes escolares, com destaque para a menção a depoimentos
de professores e gestores, seguindo-se, em menor proporção, a escuta de pais, alunos
e servidores.
Outros instrumentos e procedimentos avaliativos foram citados pelos respondentes que
assinalaram a alternativa “outros procedimentos”, como ilustrados a seguir:

104
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“Denúncias, críticas ao sistema de ensino do município”.
“Questionários aplicados a gestores, professores, alunos e pais; depoimento de pais
ou responsáveis apenas nas Unidades de Educação Infantil (CEI e EMEI); roteiro de observação
de aulas apenas nas Unidades de Educação Infantil (CEI e EMEI)”.
“Cumprimento de prazos com obrigações administrativas por parte do gestor e da equipe
escolar”.
“Pesquisa Clima/ Ligações realizadas pela Ouvidoria do Município (avaliação dos serviços)”.
“Relatórios consubstanciados com dados e informações, fotos, projetos e avaliação de
desempenho”.
“Elaboração e execução de planos de intervenção para superação dos pontos fracos constatados”.
“Avaliação das dimensões dos indicadores de qualidade”.

Além desses aspectos, outros procedimentos mencionados envolvem coleta de


informações por meio de consulta a pais, membros da comunidade escolar e órgãos colegiados,
além de ações de monitoramento das escolas pela equipe da SME, por meio de análise de
denúncias / relatos coletados pela ouvidoria municipal. Alguns municípios afirmaram realizar
visitas / observação in loco das escolas pela SME, observação do cumprimento de normas pela
escola e seus profissionais, bem como avaliação de desempenho dos professores. Aparecem,
ainda, indicações acerca da avaliação de materiais pedagógicos e curriculares, insumos,
infraestrutura das escolas e o uso de materiais avaliativos propostos pelo MEC ou por ONGs.

2.4.3 Avaliação de profissionais de ensino

As questões relativas à avaliação de profissionais focalizaram o levantamento de


informações relativas a iniciativas direcionadas a professores e/ou gestores. Indagou-se,
inicialmente, se havia na rede municipal de ensino alguma ação nesta direção (item 28). Dos
1.573 municípios que declararam fazer avaliação própria, 624 (39,66%) afirmaram avaliar
seus profissionais, sendo que as indagações focalizaram os professores e/ou gestores. Para
estes municípios solicitou-se a indicação de até três razões para a implantação desse tipo de
avaliação (item 29), tendo sido registradas, ao todo, 1.550 indicações (respostas válidas).
Os registros feitos pelos municípios foram organizados em cinco categorias de
respostas,31 que expressam motivações para a proposição de avaliação de profissionais do

Visando apreender as motivações dominantes que apoiaram as iniciativas municipais, cotejaram-se os registros feitos pelos
31

respondentes com contribuições da literatura. Em especial, auxiliaram a identificação de categorias de respostas o estudo
de Riegle (1987 apud DUKE; STIGGINS, 1997), que criou um marco conceitual para pensar sobre o desenvolvimento do
professorado e identificou cinco áreas, e o de Torrecilla (2007), que trata de propósitos da avaliação docente com base em
estudo que caracterizou a estrutura e funcionamento dos sistemas de carreira e avaliação de desempenho docente em países
da América e Europa, tendo como foco os docentes da educação básica das escolas públicas.

105
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
ensino na rede municipal. A Tabela 63 apresenta o quantitativo de respostas obtidas em
cada categoria. Alguns registros foram desconsiderados por não serem pertinentes à questão
proposta e estão contabilizados como respostas “não pertinente/ não compreensível”.

TABELA 63 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal de ensino a
implantar uma iniciativa própria de avaliação dos profissionais de ensino

Razões N %

Apoio à implantação de políticas educacionais e estratégias de gestão 371 23,9

Estímulo ao desenvolvimento profissional 341 22,0

Aperfeiçoamento da atuação pedagógica /desempenho profissional 323 20,8

Melhoria de processos e de resultados 253 16,3

Regulamentação da carreira docente 185 11,9

Não pertinente ou não compreensível 77 5,0

Total de indicações 1.550 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

No primeiro agrupamento, que recebeu maior número de indicações, organizaram-se


razões relacionadas à necessidade de apoiar a implantação de políticas educacionais
e estratégias de gestão. As razões mencionadas, em geral, destacam a ideia de que as
informações trazidas pela avaliação (como assiduidade, pontualidade, comprometimento,
rotatividade, etc.) podem subsidiar decisões administrativas concernentes à gestão de pessoal.
Ilustram esse agrupamento os depoimentos a seguir:

“Promover diagnóstico de qualificação e produtividade dos profissionais”.


“Gestão dos recursos humanos e fortalecimento do trabalho coletivo nas instituições”.
“Obtenção de dados sobre a atuação dos profissionais da RME”.
“Definição de prioridades no que se refere a distribuição funcional”.
“Organização e compromisso com o trabalho desenvolvido”.

Um segundo grupo de depoimentos refere-se à necessidade de estimular


o desenvolvimento dos profissionais, considerando que sua avaliação pode contribuir para seu
crescimento individual no contexto da profissão docente, culminando em avanços na trajetória
profissional. São depoimentos que citam a valorização dos profissionais e enfatizam que
a avaliação pode subsidiar ações de formação/ qualificação para os professores e gestores:

106
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“Identificar as necessidades de aprimoramento profissional”.
“Através dos dados objetivos investir maciçamente na formação continuada dos Docentes”.
“Diagnosticar e implantar ações para o desenvolvimento profissional”.
“Aperfeiçoamento profissional de cada servidor”.
“Motivação e satisfação no trabalho”.

Também foram mencionadas razões ligadas ao aperfeiçoamento da atuação pedagógica


e/ou do desempenho profissional, refletindo a ideia de que esse tipo de avaliação pode
contribuir para a superação de dificuldades e para aprimoramento do processo educativo,
levando a novas práticas de ensino, como ilustram os seguintes depoimentos:

“Conhecer a prática pedagógica do profissional”.


“Traçar Planos e Metas de melhoria do desempenho de profissionais da rede”.
“Avaliar o domínio do educador sobre a turma”.
“Aprimorar as práticas de gestão pedagógica e administrativa”.
“Avaliar o cumprimento da prática defendida no projeto político pedagógico”.

Com menor número de indicações, estão as preocupações que se relacionam à melhoria


de processos e de resultados, destacando-se razões ligadas a necessidades, propósitos e
prioridades das escolas ou da rede de ensino, tais como melhoria de desempenho discente,
melhoria da qualidade do ensino, melhoria da qualidade do trabalho, dentre outros:

“Melhorar a qualidade do ensino, assegurando a responsabilidade pelo desempenho em sala de


aula e pela eficácia dos professores”.
“Analisar o desenvolvimento do trabalho educacional tendo em vista as metas estabelecidas
para o município”.
“Organizar o Planejamento de ações e recursos necessários para promover uma educação de
qualidade”.
“Garantir o compromisso com as tarefas e metas da instituição”.
“Atingir as metas de escola de excelência”.
“Buscar meios possíveis para melhoria na qualidade de ensino”.

Finalmente, cerca de 12% dos registros reportam a decisão de avaliar profissionais


de ensino à regulamentação da carreira docente, apontando como razões a necessidade de
acompanhamento e avaliação de critérios vigentes nos Planos de Carreira que, por sua vez,
podem embasar promoções e/ou diferenciações funcionais ou incidir sobre a efetivação do
profissional, visto que diversos depoimentos fazem referência à avaliação conduzida durante
o período de estágio probatório.

107
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“Exigência explicita no Plano de Carreira dos Profissionais do Magistério”.
“Aos Professores é realizada uma avaliação para subir de nível a cada 2 anos, que está prevista
no Plano de Carreira”.
“Diagnosticar o desempenho do profissional no trabalho, para sua efetivação no quadro próprio”.
“Critério para progressão funcional por mérito”.
“Cumprir o Estatuto dos Servidores e do Magistério”.

A fim de identificar procedimentos, instrumentos ou fontes de informação aos quais


as redes de ensino vêm recorrendo para proceder à avaliação dos professores, foram listadas
alternativas de respostas, solicitando-se que fossem assinalados todos aqueles utilizados (item
30). As respostas obtidas podem ser observadas na Tabela 64.

TABELA 64 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos utilizados na


avaliação dos professores, nos municípios que declararam possuir uma avaliação de
profissionais de ensino

Instrumentos/procedimentos N %

Informações sobre assiduidade 554 88,8

Registros de participação em atividades de formação 529 84,8

Planos de ensino e/ou aula 493 79,0

Autoavaliação 456 73,1

Diário de classe 437 70,0

Relatório de avaliação do superior imediato 376 60,3

Roteiro de observação das aulas 374 59,9

Resultados de provas realizadas pelos alunos 364 58,3

Questionário e/ou entrevista para os gestores das unidades escolares 325 52,1

Portfólio do professor 256 41,0

Questionário e/ou entrevista para os pares (professores) 219 35,1

Provas e/ou testes realizados pelos professores 211 33,8


Questionário e/ou entrevista para os pais ou responsáveis pelos
186 29,8
alunos
Questionário e/ou entrevista para os alunos 171 27,4

Outros procedimentos 60 9,6

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Os dados indicam que assiduidade tem sido um aspecto considerado na avaliação dos
professores pela quase totalidade dos municípios respondentes, o que se compreende que

108
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
o absenteísmo docente tem sido um problema enfrentado com frequência pelas redes de
ensino, decorrente seja de faltas abonadas, justificadas ou injustificadas, seja de licenças
(GHIZONI, 2002; GASPARINI; BARRETO; ASSUNÇÃO, 2005; SANTOS, 2006; GESQUI, 2008;
TAVARES et al., 2009). Também a participação em atividades de formação tem sido valorizada,
o que indica a importância que vem sendo dada pelas redes municipais ao aprimoramento
da atuação de seus professores. Os registros sobre assiduidade dos docentes e sobre sua
participação em atividades de formação são assinalados por 88,8% e 84,8% dos municípios,
respectivamente.
Documentos que permitem ilustrar o caminho proposto ou o percurso percorrido
pelo professor no desenvolvimento de seu trabalho e os resultados a que se chegou, como
planos de ensino e/ou aula, diário de classe e, com menor frequência, portfólio, foram
também mencionados como fontes que têm sido utilizadas para se obterem elementos para
avaliação docente, assim como a proposição de instrumentos de autoavaliação. Esses são
procedimentos que possibilitam uma avaliação processual, formativa, apoiando professores
e outros profissionais no julgamento do que vem sendo produzido e em decisões subsequentes,
seja a de manter ou a de mudar os caminhos que vêm sendo trilhados no desenvolvimento
do trabalho. Estudos que permitam aprofundar como esses documentos têm sido analisados
pelas redes de ensino e o uso que se faz das informações resultantes dessa análise seriam
importantes de serem desenvolvidos, em especial, considerando o potencial que representam
iniciativas dessa natureza, enquanto recursos que auxiliam a vivência da avaliação como
integrante do processo de ensino, apoiando decisões, sejam de fortalecer rumos assumidos
no processo de trabalho, sejam revisões ou redirecionamentos.
Observa-se que 60,3% dos municípios afirmaram utilizar relatórios do superior imediato
para avaliar os professores. Os resultados suscitam estudos de aprofundamento, que permitam
compreender o teor dos instrumentos que vêm sendo utilizados nessas avaliações e, ainda, se
existem momentos de devolutiva e discussão das informações com os profissionais.
Aproximadamente 60% dos respondentes mencionaram a utilização de resultados
de provas realizadas pelos alunos para a avaliação docente, sob a pressuposição de que o
desempenho discente espelha a qualidade de trabalho docente, relação esta que simplifica
a complexidade dos fatores que influenciam nestes resultados (BAUER, 2012a; BAUER;
SOUSA, 2013).
Cerca de 10% dos respondentes assinalaram que utilizam outros procedimentos/
instrumentos avaliativos. No entanto, uma análise dos registros evidencia que os respondentes
tendem a reportar diferentes critérios ou quesitos considerados na avaliação ou mencionar
nuances nos instrumentos/ procedimentos listados no item, tais como:

“Avaliação do desempenho da turma ao final do ano letivo”.


“Apresentação de uma proposta de intervenção”.
“Relacionamento interpessoal, qualidade de serviço, dedicação e compromisso, iniciativa e
criatividade, pontualidade, cumprimento de metas estabelecidas”.

109
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“Utilizamos as horas de formação como critério a possibilitar o profissional a ser candidato
a avaliação. Estando apto ele será avaliado em 7 quesitos: (01) assiduidade; (02) qualidade do
trabalho; (03) produtividade no trabalho; (04) capacidade de iniciativa; (05) responsabilidade;
(06) uso adequado dos equipamentos de serviço e (07) avaliação sobre conhecimentos
específicos do cargo/função.)”.
“As escolas possuem uma Comissão Avaliadora específica e também a Secretaria Municipal de
Educação, que valida a avaliação destas comissões”.

Cabe esclarecer que, em geral, os municípios declararam utilizar mais de um instrumento/


procedimento em suas propostas de avaliação de professores. Como pode ser observado na
Tabela 65, diversos municípios afirmaram utilizar diferentes combinações de instrumentos,
sendo pouquíssimos aqueles que declararam usar um procedimento único em sua proposta
avaliativa.

TABELA 65 Distribuição de frequência dos municípios que possuem proposta de


avaliação dos professores, de acordo com a quantidade de instrumentos
e procedimentos utilizados na avaliação

Quantidade de instrumentos/procedimentos N %

Todos os 15 listados 7 1,1


De 10 a 14 dentre os listados 216 34,6
De 6 a 9 dentre os listados 259 41,5
De 3 a 5 dentre os listados 85 13,6
1 ou 2 dentre os listados 19 3,0
Nenhum dos listados / sem informação 38 6,1
Total 624 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Observa-se que os agrupamentos de 6 a 9 e de 10 a 14 instrumentos, procedimentos


são os que concentram maior número de municípios, mais de 30% em cada um, contabilizando
76,1% do total dos municípios que afirmam realizar uma avaliação de seus professores.
Aproximadamente 6% dos respondentes, apesar de terem afirmado fazer uma avaliação de
seus profissionais, não assinalaram qualquer dos aspectos em sua resposta, cabendo outras
investigações que possam iluminar se há ou não esse tipo de avaliação nos municípios e, em
caso positivo, como ela seria realizada.
O item 31 procurou mapear procedimentos ou fontes de informação aos quais as redes
de ensino vêm recorrendo para avaliação dos gestores, tendo sido tratada nos mesmos moldes
do item que abordou os procedimentos avaliativos de professores, com diferenciações nas
alternativas, como se observa na Tabela 66.

110
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 66 Frequências observadas de cada um dos instrumentos e procedimentos utilizados
na avaliação dos gestores, nos municípios que declararam possuir uma avaliação de
profissionais de ensino

Instrumentos/procedimentos N %

Assiduidade 524 84,0

Registros das reuniões pedagógicas 457 73,2

Planos de trabalho dos gestores 456 73,1

Autoavaliação 431 69,1

Roteiro de observação das reuniões pedagógicas 374 59,9

Relatório de avaliação do superior imediato 340 54,5

Resultados de provas realizadas pelos alunos 295 47,3

Questionário e/ou entrevista com professores 272 43,6


Questionário e/ou entrevista com servidores das unidades
258 41,3
escolares
Questionário e/ou entrevista com os pais ou responsáveis
229 36,7
pelos alunos
Questionário e/ou entrevista com outros membros da
201 32,2
comunidade escolar
Questionário e/ou entrevista com pares (gestores das
194 31,1
unidades escolares)
Questionário e/ou entrevista com alunos 164 26,3

Provas e/ou testes realizados pelos gestores 156 25,0

Outros procedimentos 54 8,7

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Assiduidade, planos de trabalho dos gestores e registros de reuniões pedagógicas foram


os procedimentos mencionados com maior frequência, no caso das avaliações de gestores,
indicando a preocupação com iniciativas que buscam um acompanhamento do processo de
trabalho.
Cabe comentar que, no item outros procedimentos, alguns respondentes destacaram,
nas respostas espontâneas, apenas critérios levados em conta na avaliação do gestor, como os
destacados a seguir:

“Cumprimento das políticas públicas da SME; relacionamento com a comunidade; relacionamento


interpessoal; conhecimento da legislação pertinente a área de atuação.”
“Inovação, Disciplina, Assiduidade, Compromisso profissional, Flexibilidade. Preparo Profissional,
Relações interpessoais, Planejamento, Pontualidade, Controle Emocional.”
“Pontualidade, relacionamento interpessoal, participação em cursos de formação,
responsabilidade profissional.”

111
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Foi mencionada, ainda, consulta à comunidade escolar e/ou órgãos colegiados da
escola e do município, por meio de reuniões, visitas e/ou conversas informais, com algumas
indicações. Em poucos casos, solicita-se ao gestor a apresentação de um plano de trabalho ou
projeto de intervenção, que é avaliado. Apareceram, ainda, poucas menções à participação
em cursos de formação, à organização de comissão específica para avaliar os gestores e à
realização de monitoramento das ações dos gestores por profissionais da Secretaria Municipal
de Educação. Cabe destacar que 18 indicações referiam-se a procedimentos que já constavam
no questionário, nas alternativas fechadas.

2.4.4 Outros tipos de avaliação

Os itens 32 e 33 indagavam sobre a existência e as principais características de outro


tipo de avaliação que pudesse estar sendo desenvolvida no município, além daquelas voltadas
para os alunos, para os profissionais da educação ou para as instituições, investigadas por meio
do questionário.
Dos 1.573 municípios que declararam fazer algum tipo de avaliação, 99 afirmaram
fazer outro tipo de avaliação (item 32), o que corresponde a 6,3% deste total. Solicitou-se
que os respondentes que assinalassem possuir outro tipo de avaliação indicassem qual era
a iniciativa realizada. Dos 99 respondentes, 73 responderam à questão. Grande parte das
respostas válidas fez referência a aspectos presentes nas dimensões avaliativas já tratadas
no questionário, detalhando-as. Alguns deles, por exemplo, especificaram outros agentes
escolares avaliados na perspectiva de “avaliação de profissionais” e aspectos componentes
de uma avaliação institucional, ou, ainda, citaram os agentes responsáveis pela avaliação de
desempenho dos alunos.
Diversos municípios mencionaram a existência de pesquisas avaliativas com
a comunidade escolar, bem como ações realizadas no âmbito da própria Secretaria Municipal,
com vistas à avaliação e ao acompanhamento do trabalho realizado, como destacam os
depoimentos a seguir.

“A rede municipal de ensino faz questão de ouvir a comunidade de modo geral em assembleias
com a participação da comunidade local.”
“Aplicamos a pesquisa de clima, de satisfação, o sensor (habilidades e competências)”.
“Avaliação do trabalho realizado pela Secretaria de Educação e pesquisa com os profissionais”.
“Avaliação dos técnicos e células da secretaria da educação”.
“Avaliação Geral, onde os servidores da Secretaria de Educação realizam um balanço geral de
todos os departamentos no final de cada ano”.
“Avaliação realizada com os conselhos escolares, Fundeb e Conselho Municipal de Educação”
“Conversa avaliativa com o grupo gestor e a Secretaria de Educação semestralmente”

112
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
“Existe uma comissão que acompanha e avalia ações executadas na rede para atingir as metas
elaboradas pela comunidade escolar e local, em vista a qualidade da aprendizagem”.
“Resultado das ligações da Ouvidoria: são ligações realizadas com o objetivo de ouvir
a comunidade escolar sobre o serviço prestado, incluindo a qualidade da merenda escolar, das
relações (atendimentos), da aprendizagem, da participação”.
“Trabalhamos com formação em rede, e, frente a esta postura sempre após cada ação
vivenciada os profissionais envolvidos fazem uma avaliação. Avaliação esta que depois é tabulada
e analisada pelos departamento de formação da Secretaria Municipal de Educação para
direcionar o trabalho seguinte”.

Em relação às características presentes nas “outras propostas de avaliação”, mencionadas


pelos respondentes (item 33), os aspectos indicados referem-se, principalmente, à avaliação
de docentes e à avaliação de rendimento dos alunos. Alguns municípios fizeram menção
a diretrizes e/ou procedimentos de avaliação de aprendizagem usados no interior das escolas.
Poucos foram os municípios que destacaram aspectos diferentes em relação aos que já haviam
sido mencionados nas outras vertentes avaliativas. Dentre eles, registra-se menção à ação
avaliativa dos Conselhos Municipais de Educação e à realização de “reuniões avaliativas”,
que podem assumir maior ou menor grau de formalidade e sistematização nos diferentes
municípios. As colocações a seguir exemplificam algumas características de “outras propostas
avaliativas” realizadas nos municípios:

“Levantamento de dados estatísticos através do Censo Escolar, reunião com gestores


e orientadores educacionais, reunião com professores”.
“Estamos solicitando que cada escola monte seu portfólio. Através dele e confortando com os
índices de movimentação e rendimento iremos avaliar o trabalho anual de cada escola, ondo
será atribuído uma média para a escola na escala de 5 a 10. 5,6 e 7 escala vermelha com atenção
para o redirecionamento de metas e 8,9 e 10 escola azul com a tentação de consolidação das
ações no plano de metas. Resulta que essa avaliação foi implantada no início de 2014”.
“Responsável por analisar a organização didático-pedagógica; Gestão da Escola; Corpo Docente;
Estrutura Física; Envolvimento com a comunidade. Essa avaliação e responsabilidade do Conselho
Municipal de Educação e tem o objetivo de autorizar o funcionamento da escola, como também
definir a gratificação do Núcleo Gestor”.
“Nos meses de março, maio e setembro, a equipe da Secretaria, composta por representantes
de todos os setores, passa o dia em uma escola, escolhida, por sorteio, no momento em que
se parte para a visita. A primeira visita é para uma escola de ensino fundamental; a segunda,
para a pré-escola, e, a terceira, para a creche. Chega-se à escola antes das 07 horas, e a saída
acontece com o último aluno. A equipe da Secretaria vivencia todo o cotidiano da escola para
melhor conhecer a realidade da mesma. Posteriormente, é apresentado à equipe gestora
o resultado das observações dos diferentes setores da Secretaria, constituindo-se diagnóstico
para correções de rumo da unidade visitada. A aceitação da visita tem sido muito positiva em

113
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
razão da integração entre visitantes e visitados, não sendo vista como mera fiscalização”.
“Os Conselhos reúnem para discutirem a realidade educacional na busca de resultados, pois
ainda precisamos avançar muito para chegar na educação que sonhamos”.
“Espaço em que cada membro do grupo gestor pode expor sua análise do trabalho educacional,
a secretária de educação e a diretora do ensino fundamental ponderam questões relevantes
para o aprimoramento do ensino-aprendizado e das avaliações”.

A questão 34 solicitou que os municípios indicassem até três razões que levaram
à implantação de outro tipo de avaliação, que não a de alunos, a institucional e a de
profissionais da rede. Para essa questão, obtiveram-se respostas de 85 municípios, totalizando
235 motivações para a criação desta avaliação (Tabela 67).
Grande parte dos municípios apontou que uma das razões para implantar outro tipo de
avaliação era monitorar o desempenho do professor, sua assiduidade e instaurar um processo
auxiliar para a escolha do gestor escolar entre os professores.
Dois agrupamentos receberam 39 indicações. Em um deles, a motivação para essa
avaliação é diagnosticar, monitorar ou melhorar o desempenho dos alunos, enquanto no outro
refere-se à necessidade de diagnosticar o ensino. Tais aspectos reiteram preocupações que já
haviam sido afirmadas pelos respondentes em outras vertentes avaliativas. Em outro grupo
uma das razões é diagnosticar ou monitorar as escolas.

TABELA 67 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal de ensino a
implantar outro tipo de avaliação própria

Razões N %
Professores: monitorar o desempenho, a assiduidade;
55 23,4
escolha do gestor

Ensino: diagnosticar 39 16,6

Alunos: diagnosticar, monitorar ou melhorar seu


39 16,6
desempenho

Escolas: diagnosticar, monitorar 17 7,2

Resposta não pertinente/não compreensível 85 36,2

Total de indicações 235 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

O conjunto de dados analisado aponta que os municípios têm buscado alternativas


avaliativas que lhes permitam fazer uma gestão da educação informada por dados que, em
tese, estariam sendo coletados por meio também de diversas formas de avaliação externa que
realizam. Cabe investigar com maior detalhamento os desenhos propostos pelos municípios,

114
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
a fim de compreender as características e finalidades dos processos avaliativos que vêm sendo
por eles concebidos.

2.4.5 Indicadores de qualidade da educação criados pela rede


municipal

Dentre iniciativas de política educacional implementadas no Brasil em anos recentes,


tem-se a criação de índices que se propõem a retratar uma medida de qualidade do ensino,
subsidiando o monitoramento e o controle das redes de ensino e escolas. Nessa direção,
a formulação inicial coube ao Ministério da Educação (MEC) que, em 2007, por meio do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), criou o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que busca representar a qualidade da educação
com base em dois indicadores: aprovação escolar − dado obtido no Censo Escolar −; e média
das notas obtidas pelos alunos na Prova Brasil.
A partir da proposição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), observa-se
o movimento, em alguns estados, de propor seus próprios indicadores educacionais, à luz da
proposta federal. Exemplificam esse movimento o Índice de Desenvolvimento da Educação
de São Paulo (Idesp), o Índice de Desenvolvimento da Educação do Rio de Janeiro (Iderj),
o Índice de Desenvolvimento da Educação da Paraíba (Idepb), o Índice de Desenvolvimento da
Educação de Pernambuco (Idepe) e o Índice Guia de Avaliação de Desempenho, proposto em
Sergipe.
O reconhecimento de que o Ideb é hoje um indicador de qualidade da educação, com
legitimidade no contexto da gestão educacional, levou à elaboração de uma questão, no
âmbito da presente pesquisa, que levantasse se a rede municipal de ensino teria criado um
indicador de qualidade da educação semelhante ao Ideb (item 35).
A questão foi apresentada a todos os 4.309 municípios participantes da pesquisa. Aos
que respondessem positivamente a este item, foram apresentadas outras duas questões,
relacionadas entre si. O item 36 abordou os componentes que integram o indicador educacional
da rede municipal de ensino e o item 37 tratou de explorar as razões que levaram a rede
municipal de ensino a implantar um indicador educacional próprio. Solicitou-se o registro
de até três razões, visando identificar aquelas que foram preponderantes para induzir esta
iniciativa.
As respostas obtidas revelam que essa não tem sido, até o momento, uma tendência,
pois se obteve indicação nessa direção de apenas 323 respondentes, o que corresponde
a 7,5% do total de respostas válidas.
Nas questões 36 e 37 foram obtidas, respectivamente, 258 e 256 respostas, no entanto,
não se referem necessariamente aos mesmos municípios respondentes.32 De todo modo,

Dos 258 municípios que responderam à questão 36, 11 não responderam à questão 37 (Campos Lindos/TO; Itapecuru Mirim/
32

115
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
considerando-se que a quase totalidade das respostas coletadas nas questões 36 e 37 são
correspondentes, era esperado que essas trouxessem informações das características do
indicador criado e, em correspondência, as razões de sua criação. No entanto, obtiveram-se
informações semelhantes nas duas questões, o que pode ser notado por meio dos registros
tratados a seguir, relativos a ambas as questões, que permitem identificar as principais
referências de qualidade que vêm sendo assumidas pela gestão municipal.
Quanto aos componentes do indicador educacional da rede municipal de ensino (item
36), reconhece-se que sete foram os municípios que efetivamente mencionaram a criação
de um indicador educacional próprio, com ou sem a especificação das informações que o
compõem, reportados a seguir:

Jaboatão dos Guararapes/PE. Foi criado o IDEJAB – Índice de Desenvolvimento da Educação do


Jaboatão dos Guararapes, que estabelece metas de crescimento educacional a serem atingidas
pelo Município, especificamente para cada Unidade de ensino. Considera-se a média obtida para
cada escola no IDEB e prova Brasil, acrescida dos intervalos e da projeção de crescimento 5 e 9
anos.
Tabira/PE. O nosso Índice é denominado IDEM-Índice de Desenvolvimento da Educação Municipal
– e tem como indicadores os resultados obtidos no SAEPE, Rendimento Escolar, Diagnóstico das
Aprendizagens dos alunos, Avaliação Institucional e IDEB.
Caeté/MG- GIDE – Através da parceria com a Fundação de Desenvolvimento Gerencial.
Gurinhatã/MG-IDEB – O indicador é calculado a partir dos dados sobre a aprovação escolar,
medias de desempenho
Rio de Janeiro/RJ- IDERIO – possui a mesma composição do IDEB.
Capivari/SP – Assiduidade individual dos professores e gestores escolares, IDEC geral da escola.
IDEC geral do município.
São Paulo/SP – indicador que resultava de informações de desempenho e nível socioeconômico,
porém não está em vigor.

Grande parte os registros (cerca de 200 indicações) refere-se ao monitoramento dos


processos e dos resultados obtidos por meio de acompanhamento contínuo do desempenho
de escolas e de alunos em provas, sejam as aplicadas pelo governo federal, sejam as
concebidas pelos próprios municípios. Tais registros fornecem elementos para apreender os
aspectos que são observados neste tipo de avaliação e monitoramento das redes de ensino.
Os elementos mais citados relacionam-se aos alunos: índices de aprovação, reprovação, evasão,
abandono, transferências, assiduidade; desempenho, com destaque para Língua Portuguesa e

MA; Barroquinha/CE; Ingá/PB; Cansanção/BA; São Sebastião do Rio Verde/MG; Taparuba/MG; São Paulo/SP; São Pedro do Ivaí/
PR; Primavera do Leste/MT; Campos Verdes/GO). Dos 256 municípios que responderam à questão 37, nove não responderam à
questão 36 (Sítio Novo do Tocantins/TO, Coreaú/CE; Canapi/AL; Canápolis/BA; Lajedinho/BA; Riachão das Neves/BA; Unaí/MG;
Ipiranga do Norte/MT; Minaçu/GO).

116
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Relatório Final — Resultados do Survey
Matemática; os mesmos indicadores do Ideb. Foram indicados, ainda, aspectos relacionados
aos professores, como assiduidade e frequência regular na formação. Em relação às escolas,
foram destacados: índices de aprovação, reprovação, evasão, abandono, transferências,
assiduidade, desempenho dos alunos, organização didática pedagógica e gestão educacional,
havendo referências à participação da comunidade.
Dez municípios apontam considerar o desempenho do Ideb (sua melhoria ou piora)
e/ou resultados da Prova Brasil ou de outras avaliações disponíveis como indicadores em
análises da situação educacional dos municípios. Há, ainda, aqueles que se inspiram no
Ideb, na construção de seu indicador próprio. Tais aspectos são ilustrados nos registros
a seguir:

“Ideb anos inicias, Ideb anos Finais, Cobertura Potencial da Educação Infantil, Cobertura
Potencial do Ensino Fundamental”.
“Os mesmos indicadores do IDEB, porém com o foco no 1° Ano de Escolaridade”.
“O indicador é calculado a partir dos dados sobre a aprovação escolar, medias de desempenho
nas avaliações do SIMAVE, PROALFA e PROVA BRASIL; onde atingimos e ultrapassamos a meta
proposta”.

Há depoimentos que permitem afirmar que os indicadores educacionais já integram os


processos de gestão municipal e de tomada de decisão, como o exposto a seguir, no qual o
município refere-se às suas metas educacionais:

“Garantir o desenvolvimento da proposta de Formação Integral para todos os alunos; Garantir a


oportunidade de formação continuada para todos os professores, pedagogos e gestores; Média
de alunos por turma/ano de estudo; Ampliação da carga horária do aluno e do Professor; Oferta
de Apoio Pedagógico aos alunos com dificuldades de aprendizagem; Aumentar o índice do IDEB/
Anos Iniciais de 4,9 para 5,1; Aumentar o índice do IDEB/Anos Finais de 4,0 para 4,3; Reduzir o
índice de retenção para 0% no Ciclo da Infância (3º ano), 5% no Ciclo da Pré-Adolescência (5º
ano) e 10% no Ciclo da Adolescência (9º ano)”.

Uma forma de organizar os dados obtidos com a questão 36 focaliza os apontamentos


sobre os tipos de informação que os municípios consideram como indicadores de qualidade
(Tabela 68). Percebe-se que, essencialmente, os respondentes tendem a considerar aspectos
do desempenho de alunos e de professores, informações sobre a escola e/ou a gestão escolar
e, em alguns casos, dados de nível socioeconômico da clientela.

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Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 68 Distribuição de frequência das informações (expressas nos focos principais)
consideradas na análise e monitoramento da qualidade da educação para os municípios
que afirmaram possuir um indicador próprio de qualidade

Principais focos dos indicadores educacionais N %

Aluno 107 56,9

Aluno + professor 9 4,8

Aluno + NSE 1 0,5

Aluno + escola 37 19,7

Aluno + escola + NSE 1 0,5

Aluno + professor + escola 3 1,6

Escola 26 13,8

Professor + escola ou gestão escolar 3 1,6

Professor 1 0,5

Total de indicações 188 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016

Por meio da Tabela 68, vislumbra-se que há municípios que procuram utilizar informações
de diversas naturezas em conjunto. Dentre as respostas que indicaram aspectos considerados
pela rede municipal de ensino para avaliação da qualidade do ensino (“indicadores de
qualidade)”, ressalta-se que a maioria desses aspectos está relacionada aos alunos, ou às
escolas, sendo que os relativos aos professores são menos mencionados.
Observa-se, ainda, que a adoção de metas como referência para a atuação das escolas
e seu acompanhamento é uma iniciativa que se faz presente nos municípios, havendo
menções explícitas ao seu uso como recurso para promoção de qualidade, como nos
exemplos a seguir:

“A rede municipal acompanha as metas pactuadas com a secretaria Estadual de Educação”.


“Atingir as metas propostas pela rede municipal de ensino”.
“Com base nos resultados do IDEB e melhoria na alfabetização foram criados indicadores
e metas a serem alcançados”.
“Desempenho e participação mediante metas estipuladas em portaria pela Secretaria da
Educação”.
“Estabelecer metas para alcançar o nível de proficiência em todos os alunos da rede municipal
em 100% até o ano de 2016. Projeção de: 30% no ano de 2014; 50% no ano de 2015; 20% no
ano de 2016”.
“Foram criadas/estabelecidas sete metas de aprendizagens a partir do mapa e planejamento
estratégico da Secretaria Municipal de educação”.
“Traçar as metas da qualidade educacional da Rede Municipal Ampliar a Formação Continuada
Instituir a avaliação interna no município obedecendo os padrões, normas e critérios das

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Relatório Final — Resultados do Survey
Avaliações do Governo Federal e Estadual, para que os estudantes se apropriem dessas normas
estabelecidas na realização das avaliações”.

A adoção de metas como referência para a atuação das escolas e seu acompanhamento
é uma iniciativa presente nos municípios, havendo referências explícitas ao seu uso como
recurso para promoção de qualidade.
Algumas manifestações mencionaram, para além de mecanismos de acompanhamento
e avaliação, ações que vêm sendo adotadas para induzir a melhoria do ensino e aprendizagem,
como as de orientação/acompanhamento pedagógico, formação continuada dos professores
e fortalecimento de relações escola/família.
Para a questão 37, que indagou sobre as razões que levaram a rede municipal de ensino
a implantar um indicador educacional, como já se observou, obtiveram-se respostas que
reiteram tendências verificadas na questão 36. Foram obtidas 1.306 indicações (Tabela 69),
considerando-se os três campos nos quais os respondentes poderiam apontar as razões para
a criação de um indicador de qualidade no município à semelhança do Ideb.
A quase totalidade das respostas apontou como razão para recurso aos indicadores
a busca de melhoria da qualidade do ensino ou de melhoria dos próprios indicadores
educacionais. Foram mencionadas intenções de aumentar resultados de desempenho dos
alunos e reduzir índices de reprovação e evasão. Várias referências foram feitas explicitamente
à melhoria do Ideb, como motivação para a proposição de um indicador próprio.

TABELA 69 Distribuição de frequência dos motivos que levaram a rede municipal de ensino a
implantar um indicador educacional próprio

Razões N %
Melhorar indicadores educacionais, em especial, aumentar
resultados de desempenho dos alunos e reduzir índices de
656 50,2
reprovação e evasão, aumentar taxa de assiduidade de alunos
e professores, aumentar o Ideb
Subsidiar o planejamento e gestão da educação municipal 481 36,8
Envolver alunos, professores e pais com a questão da
96 7,4
qualidade da educação
Subsidiar propostas de formação continuada de professores (e
73 5,6
outros profissionais)
Total de indicações 1.306 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Muitos municípios mencionaram o uso de indicadores de qualidade para subsidiar


o planejamento e gestão da educação municipal, com ênfase em iniciativas de natureza

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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
pedagógica que visam apoiar as escolas em deficiências diagnosticadas, buscando sua
superação, com destaque para a proposição de ações de formação continuada de professores.
Esses indicadores parecem, também, estar orientando um modo de conduzir a gestão da
educação municipal, por meio do estabelecimento e controle do alcance de metas.

2.5 Usos dos resultados

Quanto aos usos dos resultados das avaliações, o item 38 apresentava aos respondentes
22 alternativas de resposta, formuladas a partir de contribuições da literatura acadêmica sobre
o tema, solicitando-se que fossem assinaladas todas aquelas que correspondiam às práticas
municipais. Apresentou-se, ainda, uma opção denominada “outro(s) uso(s)”, com solicitação
de especificação do(s) uso(s) dos resultados que representassem alternativas diferentes das
apresentadas nos itens.
Para facilitar a análise, as respostas foram agrupadas em cinco grupos de usos,
relacionados entre si, a saber: implantar iniciativas que visam incidir no currículo e nas práticas
pedagógicas; monitorar e avaliar a rede de ensino; apoiar a gestão de pessoal; implantar
incentivos às escolas, aos alunos e/ou aos professores; e divulgar resultados das avaliações
para diferentes públicos.
Os dados reportados na Tabela 70 referem-se às respostas afirmativas para cada assertiva
que compõe os agrupamentos, considerando-se as respostas dos 4.309 respondentes. Cabe
lembrar que os municípios podiam marcar todas as alternativas pertinentes e que o item foi
apresentado a todos os respondentes da pesquisa, independentemente de possuírem ou não
uma avaliação própria.

TABELA 70 Frequências observadas dos usos dos resultados das avaliações declarados pelos
municípios que responderam à pesquisa
(continua)

Usos dos resultados das avaliações N %


Estimular as escolas a discutirem os
3.793 88,0
resultados obtidos
Planejar a formação continuada dos
3.623 84,1
profissionais da rede
Propor intervenções diferenciadas nas escolas 3.578 83,0
Implantar iniciativas que
visam incidir no currículo e Reestruturar o currículo das escolas 3.134 72,7
nas práticas pedagógicas
Desenvolver material didático 2.760 64,1
Propor que as escolas produzam relatório
2.026 47,0
explicativo dos resultados obtidos
Comprar material curricular estruturado e/ou
1.582 36,7
apostilado

120
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 70 Frequências observadas dos usos dos resultados das avaliações declarados pelos
municípios que responderam à pesquisa (conclusão)

Usos dos resultados das avaliações N %

Identificar carências das escolas da rede 3.642 84,5


Avaliar programas e ações desenvolvidos pela
3.413 79,2
Secretaria
Monitorar a rede de Diagnosticar desigualdades entre as escolas
2.709 62,9
ensino da rede
Estabelecer metas de desempenho para as
2.703 62,7
escolas, além daquelas fixadas pelo Ideb
Reformular o Plano Municipal de Educação 2.649 61,5
Fornecer informações sobre as escolas para
Divulgar resultados das 3.669 85,1
as famílias e a comunidade escolar
avaliações para diferentes
Colocar os resultados em uma placa visível na
públicos 973 22,6
frente da escola
Remanejar professores entre as escolas da
921 21,4
rede

Apoiar a gestão de Remanejar alunos entre as escolas da rede 514 11,9


pessoal
Remanejar gestores entre as escolas da rede 493 11,4

Demitir gestores escolares 259 6,0


Motivar as escolas a buscarem melhores
3.932 91,3
resultados
Dar algum prêmio aos alunos (computador,
Implantar incentivos às 574 13,3
viagem, etc.)
escolas, aos alunos e/ou
Dar algum prêmio às escolas (computadores,
aos professores 411 9,5
recursos financeiros, etc.)
Oferecer bônus salarial aos profissionais das
271 6,3
escolas
Outros usos 311 7,2

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Pela análise dos dados percebe-se que os agrupamentos sobre os quais recai a maior
frequência de respostas são os que congregam ações relativas à implantação de iniciativas que
visam incidir no currículo e nas práticas pedagógicas e ao monitoramento da rede de ensino
e de suas políticas. Na primeira categoria, as assertivas mais escolhidas pelos respondentes
referem-se ao estímulo para que as escolas discutam os resultados obtidos (88,0%), ao
planejamento de ações de formação continuada para os profissionais da rede (84,1%)
e à proposição de intervenções diferenciadas nas escolas (83,0%). Na segunda, destacam-se
os usos dos resultados para identificar carências das escolas da rede (84,5%) e avaliação de
programas e ações desenvolvidos pela Secretaria (79,2%).
Em relação à preocupação com a divulgação dos resultados obtidos para diferentes
públicos, cerca de 85% dos respondentes afirmaram que buscam “fornecer informações sobre
as escolas para as famílias e a comunidade escolar”.

121
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Ainda que presentes nos registros, as iniciativas que procuram utilizar os resultados para
apoiar a gestão de pessoal docente e discente nas redes de ensino são pouco difundidas nas
municipalidades, com exceção das ações de remanejamento de professores entre as escolas
da rede, com 921 indicações (21,4% das respostas válidas).
As respostas indicam que a associação de incentivos às escolas, aos alunos e/ou
aos professores com base nos resultados das avaliações, aspecto polêmico na literatura
especializada, não constitui prática recorrente para os respondentes desta pesquisa. A maioria
dos municípios (91,3%) afirmou que tais ações referem-se à motivação das escolas para que
busquem melhores resultados, sem que tal motivação esteja, necessariamente, atrelada
a incentivos materiais. A premiação a alunos que apresentam bons desempenhos nas
avaliações aparece como ação realizada por cerca de 13% dos participantes na pesquisa e
6,5% dos respondentes afirmaram oferecer bônus aos professores a partir dos resultados
obtidos nas avaliações.
As indicações mais frequentes quanto aos usos dos resultados das avaliações corroboram
as razões de sua criação indicadas espontaneamente pelos respondentes, mencionadas no
item 19. As maiores frequências de resposta incidem em expectativas de que os resultados
sejam apropriados pelas escolas com vistas à busca de aprimoramento do trabalho pedagógico.
As alternativas que se referem ao planejamento de intervenções na rede de ensino pela
Secretaria de Educação, ou suas instâncias de apoio, contam com maior incidência de
respostas positivas. A prática de estabelecer metas de desempenho, além daquelas fixadas
pelo Ideb para a rede, também parece marcar as estratégias de gestão utilizadas no âmbito
das municipalidades.
Em seu conjunto, esses dados indicam que os gestores municipais tendem a se apoiar
em dados provenientes das avaliações realizadas, quer sejam do nível federal, estadual ou
municipal, para a gestão da educação.
A fim de analisar se haveria alguma diferença nas formas de utilização dos resultados
dependendo do tipo de avaliação presente nos municípios, realizou-se estudo comparativo
dos usos mais assinalados em relação às diferentes combinações de avaliação presentes nos
municípios.
Os dados da Tabela 71 permitem afirmar que a utilização de resultados das avaliações
para apoiar a implantação de iniciativas que visam incidir no currículo e nas práticas pedagógicas
está disseminada nos municípios, quer possuam uma proposta de avaliação própria, quer se
apoiem em dados das avaliações existentes. O que varia é o número de iniciativas nessa direção:
17,4% dos respondentes assinalaram todas as alternativas que fazem parte do agrupamento,
enquanto 76,1% adotam algumas dessas iniciativas de uso para a gestão do currículo e das
práticas pedagógicas.

122
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 71 Frequências observadas de municípios que utilizam os resultados das avaliações para
implantar iniciativas que visam incidir no currículo e nas práticas pedagógicas, de
acordo com a quantidade de iniciativas apontadas e com o tipo de avaliação realizada

Quantidade de iniciativas (dentre as sete apresentadas)


relacionadas ao currículo e às práticas pedagógicas que são
utilizadas pelo município
Tipos de avaliação
Todas as Algumas das Não / sem
Total
iniciativas iniciativas informação

N % N % N % N %

Não possuem avaliação


454 17,0 2.067 77,4 148 5,5 2.669 100,0
própria

Possuem avaliação
230 17,7 961 73,8 111 8,5 1.302 100,0
própria de alunos
Possuem um
ou mais tipos
de avaliação própria, 29 25,2 83 72,2 3 2,6 115 100,0
mas não fazem
avaliação de alunos

Total 713 17,4 3.111 76,1 262 6,4 (1)4.086 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.


(1) Excluem-se desse total os municípios que relataram fazer algum tipo de avaliação, mas não apontaram
nenhuma das oferecidas e que não responderam sim na Q8, mas afirmaram fazer um ou mais tipos de
avaliação.

Uma leitura desses dados em relação aos tipos de avaliação existentes nas
municipalidades mostra que, tanto entre os municípios que não possuem avaliação
própria quanto para aqueles que fazem algum tipo de avaliação própria (seja de alunos, de
profissionais ou avaliação institucional), os resultados obtidos são direcionados a iniciativas
que incidem sobre os currículos e práticas pedagógicas. A maioria (mais de 70%) afirmou
utilizar algumas das iniciativas apresentadas, enquanto cerca de 20% assinalaram fazer uso
de todas elas.
O segundo agrupamento sobre o qual incidiu maior frequência de respostas
foi aquele que congrega assertivas sobre a utilização dos resultados para avaliação
e monitoramento da rede de ensino. Dos 2.669 municípios que não possuem avaliação
própria, 56,6% relataram aplicar algumas das iniciativas de uso listadas, enquanto 37,6%
afirmaram utilizar a maioria delas. O mesmo movimento é apresentado por municípios
que possuem avaliação própria, quer esta seja voltada aos alunos, quer incida sobre as
outras vertentes investigadas (Tabela 72).

123
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Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 72 Frequências observadas de municípios que utilizam os resultados das avaliações para
monitorar a rede de ensino, de acordo com a quantidade de iniciativas apontadas e
com o tipo de avaliação realizada pelos municípios respondentes da pesquisa

Quantidade de iniciativas (dentre as cinco apresentadas)


relacionadas ao monitoramento da rede de ensino que são
utilizadas pelo município
Tipos de avaliação A maioria das Algumas Não/sem
iniciativas (1 a 3) Total
(4 ou 5) das iniciativas informação

N % N % N % N %
Não possuem avaliação
1.004 37,6 1.510 56,6 155 5,8 2.669 100,0
própria
Possuem avaliação
458 35,2 724 55,6 120 9,2 1.302 100,0
própria de alunos
Possuem um ou mais
tipos de avaliação
44 38,3 68 59,1 3 2,6 115 100,0
própria, mas não fazem
avaliação de alunos
Total 1.506 36,8 2.302 56,3 278 6,8 4.086 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Em relação às demais categorias de uso, o movimento que se percebe é similar ao


exposto anteriormente. Tanto municípios sem avaliação própria quanto aqueles com iniciativas
próprias tendem a ter o mesmo padrão de usos de resultados, ainda que com menor frequência
nos agrupamentos “divulgação para resultados para diferentes públicos” e “implantação de
incentivos às escolas, alunos e/ou professores”.
Quanto aos 311 municípios que assinalaram, no item 38, fazer outros usos dos resultados
das avaliações, apenas 225 declararam quais seriam esses usos. A análise dos dados obtidos
permite perceber que 115 deles forneceram respostas que, na verdade, detalhavam usos
listados nas alternativas fechadas. Das 110 indicações pertinentes ao item, a maioria (49,1%)
destacou que utiliza os resultados em atividades de reflexão junto à equipe da escola ou da
Secretaria Municipal de Educação (Tabela 73).

TABELA 73 Distribuição de frequência das iniciativas apontadas como “outros usos” dos resultados
das avaliações declarados pelos municípios respondentes da pesquisa
(continua)

Iniciativas declaradas na opção “outros usos” dos resultados N %

Atividades de reflexão junto à equipe da escola/SME 54 49,1

Reforço escolar 18 16,4

Ações sobre o PPP 9 8,2

124
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Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 73 Distribuição de frequência das iniciativas apontadas como “outros usos” dos resultados
das avaliações declarados pelos municípios respondentes da pesquisa
(conclusão)

Iniciativas declaradas na opção “outros usos” dos resultados N %

Planejar ações 8 7,3

Melhorar a qualidade da educação 7 6,4

Conhecer o desempenho/indicador educacional 5 4,5

Melhorar o desempenho dos alunos e/ou escolas 4 3,6

Avaliação da gestão e/ou professores 2 1,8

Divulgação pública dos resultados 2 1,8

Implementação do currículo 1 0,9

Total de indicações 110 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Os depoimentos a seguir ilustram os tipos de atividades realizadas e reiteram tendência


que já tinha sido observada de valorizar os dados provenientes das avaliações para a tomada
de decisões concernentes às políticas públicas:

“Reunir periodicamente gestores e professores para revisão do planejamento e estudo dos


conteúdos e das metodologias”,
“Planejamento de ações de superação, visitas as escolas para elaboração de plano de ação para
elevação dos níveis de aprendizagem”,
“Realização de encontros com os gestores, coordenadores pedagógicos e docentes, com
o objetivo de analisar os resultados avaliativos com vistas na melhoria do processo de ensino-
aprendizagem, promovendo o avanço dos alunos que se encontram baixo rendimento escolar”.
“Monitorar o Plano de Ação da equipe Técnica Municipal ano a ano, revendo as metas,
as estratégias e os públicos, em função das demandas processuais”.
“O estudo e a análise bimestral dos resultados das escolas para intervenção imediata”.
“São feitas reuniões periódicas com os servidores da rede municipal para troca de experiências,
materiais didáticos pedagógicos atividades de intervenção pedagógica, relatos de fatos
vivenciados na escola que estão tendo resultado positivo”.

O monitoramento dos processos e resultados obtidos, a urgência da intervenção


e o apelo à troca de experiências podem estar sendo percebidos como estratégias aliadas
à melhoria da qualidade da educação e, ao menos em nível de discurso, estão presentes
recorrentemente nas práticas realizadas nos municípios. Seria importante aprofundar estudos
sobre as implicações dessa forma de gestão que se dissemina nas municipalidades estudadas,

125
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
calcada não apenas no modelo de “gestão por resultados”, mas também no acompanhamento
dos processos que ocorrem nas escolas e nos níveis mais centrais, visando não apenas
a melhoria do desempenho dos alunos, mas também o desenvolvimento dos processos que
a influenciam.

2.5.1 Programas educacionais desenvolvidos com base nas avaliações

Ainda em relação à compreensão de ações desencadeadas nos municípios, questionou-se


os respondentes sobre quais seriam os principais programas educacionais desenvolvidos pela
Secretaria Municipal de Educação com base nas avaliações (item 39), sendo que os municípios
poderiam listar até três iniciativas. Foram obtidas respostas de 2.875 municípios, sendo que
alguns fizeram mais de uma indicação.
Pela análise das respostas, nota-se que muitos municípios mencionaram a participação
em programas federais ou estaduais, ou ainda em programas elaborados por empresas
educacionais ou ONGs, não necessariamente se atendo a programas que eles próprios
elaboraram (Tabela74). Dentre os programas federais, a maioria das indicações incide sobre
o Pnaic (n=854) e ao Programa Mais Educação (n=398). Os programas Pró-Letramento, Profa,
Gestar, Progestão, Brasil Alfabetizado, PAR, PDE, PDE Interativo, PDDE, PNLD, Pnae, Parfor e
Renafor obtiveram, juntos, 193 indicações.

TABELA 74 Participação dos municípios respondentes da pesquisa em diferentes programas


educacionais

Tipos de programas educacionais N %

Programas federais 1.445 63,3

Programas estaduais 630 27,6

Programas de empresas ou ONGs 209 9,1

Total de indicações 2.284 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Alguns municípios (n= 630) fizeram referência a programas educacionais propostos pelas
redes estaduais de ensino, alguns deles bem conhecidos: Plano de Intervenção Pedagógica (PIP)
e Proalfa (MG); Ler e Escrever e São Paulo Faz Escola (SP); Programa de Alfabetização na Idade Certa
(Paic) (CE); e Pacto BA (BA). Cabe compreender melhor a natureza desses programas e como eles
se relacionam com a proposição de avaliações no âmbito dos municípios. De todo modo, pode-se
dizer que as referências a programas estaduais concentram-se em São Paulo e Minas Gerais.
Em São Paulo, os programas Ler e Escrever, São Paulo Faz Escola e Programa Educação
Matemática nos Anos Iniciais (Emai) obtiveram, em conjunto, 124 indicações. No estado
mineiro, são citados PIP, 60 Lições, Proalfa e Programa de Avaliação da Rede Pública de
Educação Básica (Proeb), com 394 indicações ao todo.

126
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MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
A participação dos municípios em programas coordenados por empresas ou ONGs (209
indicações) também é mencionada, com destaque para aqueles criados pelo Instituto Ayrton
Senna (Acelera, Se liga, Gestão Nota 10, Alfabetizar com Sucesso e Circuito Campeão).
A questão 39 suscitou, ainda, indicações de diversas ações desenvolvidas na rede
a partir dos resultados das avaliações (Tabela 75).

TABELA 75 Distribuição de frequência das principais ações, estratégias ou programas educacionais


desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Educação com base nas avaliações,
declarados pelos municípios respondentes da pesquisa

Ações desenvolvidas pela SME N %


Ações ligadas à organização e funcionamento da rede de ensino 1.416 27,3
Ações de formação continuada 1.087 21,0
Ações ligadas a testes de desempenho 865 16,7
Ações ligadas a áreas do conhecimento ou do desenvolvimento curricular 755 14,6
Ações direcionadas a alunos com baixo desempenho ou dificuldades de
736 14,2
aprendizagem
Ações direcionadas à educação infantil 33 0,6
Ações direcionadas à EJA 15 0,3
Resposta não pertinente / não compreensível 267 5,2
Total de indicações 5.174 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016

Despontam, com 1.416 indicações, as iniciativas ligadas à organização e funcionamento


das redes de ensino, tais como monitoramento da rede, orientação pedagógica, aquisição de
material didático (livros, apostilas, etc.), elaboração de programas de intervenção nas escolas,
instituição ou ajuste do Plano Municipal de Educação, implantação ou ajuste do currículo
escolar, inclusive com proposições de programas de reforço escolar e ações de ampliação de
carga horária.
A proposição de ações de formação continuada, que já havia aparecido de forma
sistemática quando os respondentes destacaram razões ou objetivos presentes na elaboração
das diversas vertentes de avaliação própria, também aparece com bastante ênfase nas
indicações realizadas a partir da questão 39 (n = 1.087). Ainda que não detalhem o tipo de
formação realizada, os respondentes destacam que elas abarcam tanto os docentes quanto
técnicos, gestores e funcionário de apoio.
Ao registrar programas desenvolvidos pelos municípios com base nas avaliações
externas, diversos respondentes simplesmente fizeram menção às avaliações existentes,
como a Prova Brasil, a Provinha Brasil, ou propostas de avaliação estaduais ou municipais
ou, ainda, destacaram ações relacionadas ao preparo da rede para a participação nessas
avaliações (n=865). Foram mencionadas, assim, ações e programas relacionados aos testes de
desempenho existentes, como ilustram os depoimentos a seguir:

127
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Relatório Final — Resultados do Survey
“Plano de ações que visa à discussão, reflexão e a tomada de decisões para corrigir os pontos
negativos e dar novos rumos para alcançar as metas definidas por essas avaliações”.
“A Secretaria elabora materiais de apoio para os professores com enfoque nas avaliações”.
“Discussão da práxis pedagógica a partir dos resultados das avaliações”.
“Formações continuadas com os professores, com a pauta voltada para as Avaliações”.
“Formação continuada para professores focalizando as diretrizes de avaliações: Prova Brasil,
Provinha Brasil e ANA”.
“Aplicação de simulados”.
“Análise dos resultados no grupo de professores, debate sobre o enfoque de elaboração das
questões das avaliações”.
“Curso de Formação baseado nos descritores”.
“Estudo dos resultados do SARESP, Prova Brasil e ANA.”
“Na elaboração das avaliações periódicas, utilizar metodologia idênticas às questões elaboradas
nas avaliações do Governo para que os alunos estejam familiarizados com os tipos de questões”.

Embora também sejam atividades de gestão educativa, tais ações se distinguem das do
primeiro grupo ao explicitarem a relação das proposições com os testes oficiais, justificando
seu agrupamento em uma categoria à parte. Nesse grupo também foram classificadas as
indicações acerca da existência de incentivos ou premiações com base nos resultados das
avaliações.
Um quarto agrupamento, com 755 indicações, refere-se a programas ligados às áreas
do conhecimento e à formação dos professores, e gestores:

“Profet - Programa de Fortalecimento da Equipe Técnica das Escolas”.


“Programa de Monitoramento e Coordenação Escolar”.
“A Secretaria Municipal de Educação oferece curso de formação para os Gestores, onde aprendem
técnicas tanto para desenvolverem avaliações internas, quanto para converterem dados obtidos
em avaliações internas e externas em Planos de Ações dentro de suas respectivas escolas”.
“PROALEN - Projeto de intervenção pedagógica (anos iniciais)”.
A maioria das indicações faz referência a ações e programas que procuram incidir sobre o ensino
da Língua Portuguesa e da alfabetização (n=466). Poucas iniciativas parecem estar destinadas ao
ensino de Matemática (n = 35):
“Programa Caminho da Alfabetização e Letramento”.
“Projeto soletrando na escola”.
“Programa de alfabetização e letramento para alunos com defasagem na área voltados para os
alunos de 4º,5º e 6º ano. Em fase de implantação”.
“APICE - Aprender na Idade Certa”.
“Programas de incentivo à leitura e a escrita e aos conhecimentos matemáticos básicos”.
“Projeto de intervenção pedagógica de melhoria da leitura e da escrita nas turmas de 6º ao 9º
ano”.
“Projeto Tabuada”
“A participação das escolas do município na Olimpíada de Língua Portuguesa, sendo incentivada
a implementação dos planos de ações junto as escolas”.

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Relatório Final — Resultados do Survey
“Programa Municipal de Incentivo à Leitura”.
“A Secretaria Municipal de Educação fez a adesão ao Pacto Bahia e ao Pacto Nacional e
juntamente com a coordenação responsável, incentiva as ações do Programa junto às escolas,
que visam melhorar os resultados obtidos em Língua Portuguesa e Matemática”.
“Planejamento na área de matemática com os objetivos das Olimpíadas de Matemática das
Escolas Públicas”.

Despontam ações que focalizam áreas como Educação Física, Música, Arte, Línguas
e Informática, como ilustram os seguintes registros:

“Implantação do Programa Cidade na Escola, com a ampliação das atividades culturais


e esportivas”.
“Programa Educacional Informática na Escola - Gerenciamento de Informática Pedagógica (GIP)”.

Foram citados, ainda, projetos interdisciplinares ou temáticos, como programas de


prevenção às drogas, projetos de xadrez, etc. (n=83), sem a explicação de sua relação com as
avaliações realizadas. Ao que parece, a questão suscitou a menção a ações que as Secretarias
Municipais de Educação e as escolas desenvolvem, sem que tenham, necessariamente, base
nas avaliações educacionais, como ilustram os exemplos a seguir:

“Programa Municipal de Direitos Humanos e Diversidade”.


“Projeto de meio ambiente e sustentabilidade - Reciclagem de óleo de cozinha. Parceria
Rotary Club”.
“Programa do trânsito na escola”.
“Projetos Cultural, Interdisciplinar - Sala Vira Palco”.

Diversas indicações (n=736) referiram-se a ações direcionadas a alunos com baixo


desempenho e rendimento ou com dificuldades de aprendizagem, como as exemplificadas
nos depoimentos a seguir:

“Projeto de progressão da aprendizagem para estudantes com defasagem idade-série para anos
iniciais e finais”
“Programa de aceleração de estudos”.
“Programa de correção de fluxo escolar na alfabetização”.
“PAA-Programa de Aceleração da Aprendizagem”.
“Projeto Tempo de Mais Aprender Horizonte (TEMAH) - atividades pedagógicas inseridas no
contra turno dos estudantes, para fortalecimento de leitura e escrita, desenvolvida por estagiários
estudantes do curso de Pedagogia”.
“Atendimento Pedagógico aos alunos com baixo desempenho”.

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Relatório Final — Resultados do Survey
Tais iniciativas reiteram a preocupação dos municípios com a intervenção focalizada nas
dificuldades e necessidades dos alunos. Mencionaram-se programas de reforço e correção de
fluxo, bem como de acompanhamento sistemático dos alunos.

2.5.2 Preparo para os testes

Aspecto controverso que vem sendo apontado na literatura acadêmica nacional


e internacional é o fenômeno conhecido como “teaching to the test” na literatura anglicana. As
diversas formas de estímulo ao ensino dos conteúdos cobrados nas provas têm sido objeto de
crítica por seu potencial de induzir ao afunilamento curricular e limitar a autonomia docente,
mas há os que apontam sua contribuição para a organização e apoio ao planejamento do
ensino (BAUER; ALAVARSE; OLIVEIRA, 2015; BAUER, 2013; GIMENES; SILVA, 2012; MADAUS;
RUSSEL; HIGGINS, 2009).
Objetivando investigar como esse fenômeno se dá em âmbito municipal, buscou-se
verificar sua ocorrência nas escolas, quer por iniciativa própria, quer por estímulo das
Secretarias Municipais de Educação.
O item 40 procurou identificar se as Secretarias Municipais de Educação estimulam
as escolas a prepararem seus alunos para as avaliações federais e/ou estaduais (Gráfico 14).
A esta indagação responderam positivamente 82% dos municípios, aos quais se solicitou que
especificassem como essa ação é realizada.

381; 8,8%

408; 9,5%

3.520; 81,7%

Sim Não Sem informação

GRÁFICO 14 Estímulo da Secretaria Municipal de Educação às escolas para que preparem seus alunos
para as avaliações federais e/ou estaduais, dentre os municípios que responderam ao
survey.
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Dos 3.520 municípios que assinalaram realizar alguma ação de estímulo para que as
escolas preparem os alunos para os testes federais e/ou estaduais, 3.015 registraram uma ou
mais iniciativas que desenvolvem para esse fim, agrupadas nas categorias apresentadas na
Tabela 76.
A primeira categoria, que obteve a maioria das indicações (n = 1.366), engloba iniciativas
que têm os alunos como foco, seja por meio de aulas de revisão, pela proposição de atividades
baseadas nos descritores, pela realização de simulados, ou atividades avaliativas, também
chamadas “de diagnóstico”, por meio de itens de provas anteriores, ou provas preparadas
pelo pessoal da SME ou da escola, com vistas a trabalhar com os alunos o conteúdo objeto de
testagem e/ou o formato dos testes. Ilustram essa categoria os depoimentos a seguir:

“Uma das reclamações das escolas era de que os alunos não sabiam fazer provas objetivas, já que
preferem-se as provas subjetivas para dar maior oportunidade aos alunos de expressarem seus
conhecimentos e opiniões. Então a Semed prepara uma prova, a que chamamos de simulado,
tanto para preparar os alunos para as provas, ensinando-lhes a preencher um cartão resposta
quanto a (re)conhecerem a estrutura das questões objetivas. Além disso, usamos também os
resultados desse simulado para preparar a formação continuada dos professores, para (re)
pensar o currículo, para comparar com os resultados do IDEB, entre outros. Esse simulado não é,
oficialmente, uma avaliação da Rede, mas temos o objetivo de transformá-la em uma”.
“Realizamos juntamente com os coordenadores pedagógicos das escolas e do Centro de
Formação a elaboração de simulados que trabalhem os descritores. Após, tabulamos os
resultados e conversamos junto com as escolas para que verifiquem as demandas de cada aluno
e o professor da sala possa propor atividades e intervenções naquilo que o aluno necessita de
maior desenvolvimento”.

TABELA 76 Distribuição de frequência das diferentes ações da Secretaria Municipal de Educação


para estimular as escolas a prepararem seus alunos para os testes, segundo os
municípios que declararam realizar esse tipo de estímulo.

Ações desenvolvidas pela SME N %


Iniciativas voltadas aos alunos 1366 38,3
Iniciativas voltadas aos docentes e gestores escolares 1060 29,7
Sensibilização de alunos, professores ou familiares para a importância
580 16,3
dos testes, por meio de estratégias de incentivo e mobilização
Depoimentos que não indicam iniciativas focalizadas na avaliação
288 8,1
externa
Realização de atividades complementares para alunos com dificuldades,
218 6,1
como aulas de reforço, atividades extracurriculares, etc.
Respostas não pertinente ou não compreensível 55 1,5
Total de indicações 3567 100,0
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

131
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
O segundo agrupamento considera iniciativas destinadas aos professores, quer pela
realização de encontros de formação para trabalhar as matrizes curriculares das avaliações
existentes ou, ainda, itens dessas avaliações, quer por meio da realização de reuniões de
estudos e aprofundamento, tendo como foco o conteúdo avaliado. Foram mencionadas, ainda,
visitas às escolas com o objetivo de acompanhar e monitorar o trabalho pedagógico nelas
produzidos, além do oferecimento de apoio, por parte do pessoal da Secretaria, para a discussão
de metodologias de ensino, preparação de planos de intervenção a partir dos resultados,
fornecimento de material pedagógico complementar e recursos de apoio aos docentes, dentre
outros. Esse agrupamento obteve 1.060 indicações, que são exemplificadas a seguir.

“Utilizando as provas já aplicadas como referencial para o planejamento das aulas e da aplicação
de instrumentos de avaliação. Os professores são estimulados, porém o nível de compreensão
dos mesmos precisa ser trabalhado constantemente para que entendam os descritores e a forma
de identificar as competências nas avaliações”.
“Treinamento para aplicação das avaliações, reuniões para discussão e análise das matrizes de
referência, reuniões para avaliação de resultados e definição de metas, elaboração de plano
de intervenção pedagógica por turma avaliada”.
“Sim, a secretaria [estimula] através de formação continuada, de planejamentos periódicos,
de fornecimento de material didático para que os professores possam realizar um trabalho
prático preparando os alunos para um melhor desempenho nas avaliações”.

Um terceiro grupo de iniciativas focaliza a sensibilização da comunidade escolar para


a realização das avaliações. São declarações que destacam estratégias voltadas à garantia da
presença dos alunos no dia da prova, bem como a conscientização de pais, alunos e professores
para a importância dos testes para a escola e a rede de ensino. Foram indicadas, ainda que
pontualmente, estratégias de premiação de alunos, como forma de motivação, bem como
a realização de gincanas de conhecimento ou, ainda, o estímulo à participação em atividades
como as Olimpíadas de Português e Matemática. O teor das declarações categorizadas nesse
agrupamento é ilustrado pelos registros a seguir:

“Sensibilização dos professores e alunos sobre a importância da participação nas avaliações e de


como os resultados são utilizados para estabelecer políticas públicas em educação”.
“São realizadas reuniões com os coordenadores e com as comunidades escolares esclarecendo
os dados e mostrando sua importância para as escolas e para o Município como um todo. Além
da realização de campanhas nas escolas para que os alunos não percam essas avaliações”.
“São feitas atividades pedagógicas para prepará-los, merendas diferenciadas nos dias [de prova],
campanhas para participação nas avaliações, como avisos aos pais sobre a importância das

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
mesmas e gincanas para desenvolver conhecimentos”.
Foram identificadas 288 declarações que não apontam estratégias focadas nas avaliações
externas, mas que ressaltam que os resultados obtidos decorrem do trabalho realizado.
Exemplificam tais declarações registros como os que seguem:

“As escolas são orientadas a trabalharem ao longo do ano letivo, de forma que os alunos adquiram
os conhecimentos compatíveis ao ano; não defendemos que os alunos sejam ‘preparados’
às vésperas das avaliações externas para que estejam aptos a fazê-las”.
“Como os descritores são o que é básico na aprendizagem dos alunos, eles entram na proposta
pedagógica da escola dentro dos conteúdos trabalhados”.
“Sim estimulando o desenvolvimento da aprendizagem, não prepara só para as avaliações
federais e/ou estaduais, mas para a vida. De forma que o aluno adquira efetivamente
o aprendizado para utilização no presente e no futuro. Dando continuidade a partir da base
construída ano a ano”.

Finalmente, outro conjunto de depoimentos aponta para a realização de atividades


complementares de reforço, principalmente para alunos com dificuldades de aprendizagem.
Tais atividades, segundo os depoimentos, são realizadas no contra turno e/ou horários
especiais. Foram registradas 218 indicações nesse sentido, ilustradas a seguir.

“Recuperação paralela com grupo de apoio nos espaços pedagógicos. Atividades Complementares
para alunos com defasagem de aprendizagem , Mais um Coordenadores Pedagógico para
acompanhamento das escolas que não atingiram as metas. Projetos de Leitura e interpretação
em toda rede municipal”.
“Os professores são estimulados a desenvolver projetos voltados para as dificuldades dos alunos,
buscando formas de ensinar atrativa”.
“Estimulamos os alunos com Reforço Escolar no contraturno, com atividades em classe que
abrangem os conteúdos solicitados em avaliações nacionais e outros recursos disponíveis”.

Já o item 41 referia-se à aplicação de provas, pela própria Secretaria Municipal de


Educação, com o objetivo de preparar os alunos para as avaliações federais e/ou estaduais,
para o qual se obtiveram 57% de respostas afirmativas (Gráfico 15).

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
374; 8,7%

1.453; 33,7%

2.482; 57,6%

Sim Não Sem informação


GRÁFICO 15 Aplicação de provas pela Secretaria Municipal de Educação para preparar seus alunos
para as avaliações federais e/ou estaduais, dentre os municípios que responderam ao
survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

A questão 42 indagava sobre as razões que levaram a rede municipal de ensino a aplicar
provas preparatórias para as avaliações federais ou estaduais, sendo fornecidas alternativas
aos municípios, que poderiam escolher mais de um motivo, se necessário, e, ainda, especificar
outras razões (Gráfico 16).

Melhorar o IDEB 52,3

Obter informações sobre os conhecimentos dos alunos 51,9

Preparar os alunos para o ambiente no dia das avaliações 46,9

Ensinar os alunos a preencher o cartão de respostas 44,8

Auxiliar os professores a prepararem os alunos para o dia das avaliações 44,0

Induzir as escolas a melhorarem seus próprios instrumentos de avaliação 42,2

Induzir as escolas a adaptarem o currículo a ser ensinado durante o ano letivo 28,3

Outras razões 3,5

0 10 20 30 40 50 60

% de municípios

GRÁFICO 16 Proporção de municípios que apontaram cada uma das razões listadas para a aplicação
de provas preparatórias para as avaliações federais e/ou estaduais, dentre os municípios
que responderam ao survey
Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
As frequências de resposta às alternativas apresentadas no questionário, registradas
no Gráfico 16, mostram que cerca de 50% dos respondentes afirmaram se preocupar com
a melhoria do Ideb, com o preparo dos alunos para o ambiente no dia das avaliações e com
a obtenção de informações sobre o conhecimento dos alunos em relação aos conteúdos
cobrados. Alguns municípios apontaram a preocupação com a indução de instrumentos
avaliativos no interior das escolas (42,2%).
As indicações dos 150 respondentes que afirmaram ter “outras razões” para aplicar
provas preparatórias para os testes ressaltam uma preocupação com a promoção da melhoria
educacional (n = 37), o preparo dos alunos para que possam acessar outras séries ou níveis
de ensino (n=35), ou a necessidade de diagnosticar as aprendizagens dos alunos, para propor
intervenções (n = 28) (Tabela 77).

TABELA 77 Distribuição de frequência das “outras razões” apontadas pela Secretaria Municipal
de Educação para a aplicação de provas preparatórias para os testes, segundo os
municípios respondentes da pesquisa

Ações desenvolvidas pela SME N %

Promover a melhoria da educação (melhorar aprendizagem /


37 22,3
desempenho / indicadores de fluxo)
Preparar os alunos para as avaliações externas e/ou para
35 21,1
acessar outras séries / níveis de ensino
Diagnosticar / verificar / avaliar a aprendizagem e/ou propor
28 16,9
intervenções
Avaliar / adequar, induzir / melhorar o currículo, as práticas de
22 13,3
ensino, as metodologias, a gestão
Promover cultura da avaliação e/ou utilização de instrumentos
diversificados de avaliação; estimular os estudos de alunos e 16 9,6
professores
Resposta ausente 15 9,0

Resposta não pertinente / não compreensível 13 7,8

Total de indicações 166 100,0

Fonte: Base de dados do survey. Elaboração dos autores. 2016.

Os dados coletados indicam que as informações obtidas por meio das diversas formas
de avaliação educacional presentes nos municípios brasileiros têm sido utilizadas para
a gestão, tanto em nível de Secretaria Municipal de Educação, quanto no que se refere à gestão
pedagógica, no interior das escolas.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente pesquisa teve como propósitos caracterizar iniciativas de avaliação nos


municípios brasileiros quanto aos seus princípios e pressupostos, abrangência e usos dos
resultados na formulação e implementação das políticas educacionais, bem como analisar
características da gestão educacional das municipalidades, com base em resultados das
avaliações existentes.
As contribuições trazidas para discussão, relativas aos contextos municipais, permitem
evidenciar que a avaliação educacional – principalmente sistemáticas avaliativas focadas
em medidas de desempenho dos alunos – vem se consolidando como instrumento de gestão
educacional nas municipalidades.
De acordo com os depoimentos registrados no survey, os gestores municipais parecem
inaugurar, pelo menos em seu discurso, uma forma de gerenciamento educacional cuja principal
estratégia parece ser o acompanhamento e monitoramento das escolas e, por conseguinte,
do trabalho realizado. A ideia de um Estado avaliador, que define metas e resultados
a serem alcançados e se ausenta dos processos, parece, nos casos estudados, não ser a noção
dominante, mas sim a de um Estado mais interventor, que define currículos, materiais de
apoio, programas de formação de professores, aplicação de recursos, dentre outros, com base
nos resultados obtidos nas diversas avaliações que realiza e com o objetivo de alcançar as
metas estabelecidas pelo governo federal e, também, determinadas pelas gestões locais, quer
em nível de Secretaria de Educação, quer no interior das próprias escolas.
É principalmente a partir de 2005 que a criação de avaliações próprias pelos municípios
se intensifica. Parece haver correspondência entre a sua crescente presença e as iniciativas

137
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
do Ministério da Educação, sejam aquelas relativas à avaliação em larga escala, seja a criação
de índice para aquilatar o desenvolvimento da qualidade educacional (Ideb), que pode ter
influenciado o crescente movimento de apropriação dos resultados das provas por gestores
municipais, visto que o indicador é reconhecido por eles como parâmetro de qualidade.
Nesse sentido, a expansão de iniciativas próprias de avaliação por esses entes federados não
significa, necessariamente, a desconsideração das avaliações existentes, coordenadas pela
instância federal e/ou estadual, mas pode representar a adoção de formas de gestão pautadas
no uso de informações sobre a realidade vivenciada nas escolas para dar suporte à formulação
de planos de intervenção, bem como no monitoramento dos resultados obtidos a partir das
ações realizadas. Em síntese, considerando-se os dados apresentados, é possível destacar
a adesão dos municípios à ideia de utilizar diversas formas de avaliação, ou seus resultados,
como instrumentos de apoio à implantação de políticas educacionais e estratégias de gestão,
como o monitoramento e acompanhamento dos processos e resultados existentes nas escolas.
São diversos os depoimentos de gestores municipais que optaram por fazer uma
avaliação própria, que aludem também aos resultados das avaliações conduzidas em âmbito
nacional. Observa-se, inclusive, que a implantação das iniciativas próprias, muitas vezes,
é reportada como uma estratégia para a melhoria de resultados nessas avaliações, ou, ainda,
deve-se ao desejo dos municípios de possuir informações educacionais com periodicidade e
frequência que possam controlar, a fim de usar as informações para a gestão da rede. Mesmo
municípios que não chegam a fazer uma proposição de avaliação própria declararam se apoiar
nas avaliações existentes para gerir a educação.
Expande-se, assim, para o âmbito municipal, a noção de que a formulação
e implementação de políticas educacionais devem ser baseadas em evidências empíricas,
coletadas por meio das avaliações. Tal lógica está presente em municípios com diversas
características socioeconômicas e de suas redes de ensino, ainda que, percentualmente, seja
maior em municípios mais ricos e com redes mais estruturadas.
O discurso dos gestores destaca, tendencialmente, que a adoção de propostas avaliativas
ocorre por preocupação com a melhoria da qualidade da educação, do ensino, dos indicadores
educacionais, do desempenho dos alunos, etc. É grande a ênfase, nos depoimentos, na ideia
de diagnóstico, visando à melhoria dos diversos processos que ocorrem na rede e, também,
dos resultados, principalmente aqueles obtidos nas avaliações oficiais do governo federal.
A consideração dos indicadores educacionais existentes, de fluxo e de desempenho dos alunos,
consolidados no Ideb ou obtidos por meio de coleta de informações no interior das próprias
redes, é evidente e traduz-se na mobilização dos gestores para a proposição de ações que
permitam incidir sobre esses resultados, que vão desde a revisão dos documentos curriculares
existentes e, muitas vezes, sua adequação às matrizes de referência das avaliações municipais,
que detalham e explicitam objetivos de ensino determinados nos Parâmetros Curriculares

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Nacionais, até o apoio à produção de planos de intervenção junto aos alunos com dificuldades
de aprendizagem.
Os depoimentos apontam, ainda, a percepção de que iniciativas de acompanhamento
e controle do trabalho de profissionais de ensino – professores e gestores – são essenciais
para a melhoria da qualidade dos serviços ofertados e sua adequação ao alcance das metas
definidas.
Acerca das características que essas avaliações têm assumido, cabe realçar que é sobre
avaliações de desempenho de alunos que recaem os esforços avaliativos, ainda que iniciativas
de avaliação de profissionais de ensino, avaliação institucional ou outros tipos de avaliação
sejam mencionadas pelos respondentes. Constata-se, também, que são poucos os municípios
que buscam informações sobre insumos e processos nos desenhos avaliativos que propõem.
Nesse sentido, as propostas de avaliação dos municípios se concretizam, recorrentemente,
com ênfase na testagem de desempenho dos alunos, por meio de aplicação de provas,
à semelhança da Prova Brasil e da ANA, focalizando, na maioria dos casos, as disciplinas de
Língua Portuguesa e Matemática. São incipientes iniciativas sistematizadas de avaliação
institucional e de profissionais da educação. Evidencia-se, assim, o desafio de ampliar
a concepção de avaliação educacional no âmbito da gestão municipal, em relação tanto às
suas finalidades quanto à sua abrangência.
As iniciativas tendem a ser voltadas tanto para o ensino fundamental quanto para
a educação infantil. Os municípios que assinalaram realizar avaliação da educação infantil
não aludiram necessariamente a propostas de avaliação externa de escolas e/ou alunos.
A avaliação nesse segmento parece se apoiar, tendencialmente, na existência de critérios
e procedimentos de avaliação de alunos utilizadas no âmbito das escolas para acompanhamento
do desenvolvimento dos alunos, ou, mesmo, na existência de critérios comuns a todas as
escolas da rede para o acompanhamento desse desenvolvimento, que são adotados por
orientação das Secretarias de Educação.
As contribuições oriundas do estudo indicam o desafio de proposição de alternativas de
avaliação das redes de ensino que se articulem e se complementem, revertendo a tendência
de reprodução, pelas diversas instâncias de governo, de um delineamento semelhante nas
avaliações. Além disso, ampliar a própria concepção de avaliação de políticas educacionais se
faz urgente, em relação seja ao indicador preponderante – desempenho de alunos em provas
–, seja às dimensões abrangidas nas propostas, que tendem a desconsiderar indicadores de
processo, que são mais difíceis de aquilatar.

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AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
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interface de experiências estaduais e municipais de avaliação da educação básica com
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145
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
SOUZA, Silvia C. de. Mecanismos de quase-mercado na educação escolar pública brasileira.
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TAVARES, Priscila. A.et al. A falta faz falta? Um estudo sobre o absenteísmo dos professores
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146
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
ANEXO 1

Questionário aplicado
aos municípios por meio da
ferramenta Survey Monkey
Mapeamento da avaliação nos municípios brasileiros

1. Identificação do município

Esta página apresenta questões que visam a identificar a participação das escolas unicipais em avaliações
externas já existentes no âmbito federal e estadual e identificar a existência de uma proposta de avaliação
própria no município.

*1. Nome do município

*2. Estado

Assinale o estado a que seu município pertence

3. Indique se em 2013 houve - ou não - participação da rede municipal de ensino em cada uma das
avaliações do governo federal listadas abaixo.
Sim Não
Prova Brasil  
Provinha Brasil  
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA)  
4. A rede estadual de ensino tem alguma proposta de avaliação de suas escolas?

 Sim

 Não

5. Desde 2012, a rede municipal de ensino tem participado da avaliação organizada pelo governo
estadual?

 Sim
 Não

2. Avaliações da rede municipal de ensino

6. Já houve alguma avaliação da rede municipal de ensino que foi interrompida?

 Sim
 Não
 Não sei responder

Se respondeu SIM, digite o último ano em que essa avaliação ocorreu.

7. Que motivos levaram a rede municipal a interromper esta avaliação?

149
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
8. Atualmente o município realiza algum tipo de avaliação da rede de ensino, além daquelas promovidas
pelos governos estadual e/ou federal?

 Sim
 Não
 Não sei responder

3. Avaliações da rede municipal de ensino


Nesta parte buscamos mapear e caracterizar as iniciativas de avaliação educacional propostas por seu
município
9. Desde que ano esta avaliação, proposta pela rede municipal de ensino, vem sendo realizada?

Ano

10. Esta avaliação está regulamentada por alguma legistação do município?

 Sim
 Não

Indicar a legislação que estabelece a avaliação no município

11. Indique se houve - ou não - participação de cada um dos agentes listados abaixo na concepção da
avaliação da rede municipal de ensino.
Participou Não Participou
Técnicos da Secretaria  
Professores e/ou gestores da rede  
Instituição ou empresa  
Consultor externo independente  
Professores de Universidades  
Outros agentes  

Especifique que os outros agentes participaram da concepção da avaliação.

12. Para cada uma das etapas da Educação Básica listadas abaixo, assinale se existe - ou não - avaliação
proposta pela Secretaria Municipal de Ensino..
Existe Não existe
Educação infantil  
Ensino fundamental  

150
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
13. Se a rede municipal avalia a Educação Infantil, indique o que é avaliado.

14. Se a rede municipal avalia a Educação Infantil, indique como é feita a avaliação.

15. Se a rede municipal avalia o Ensino Fundamental, indique como é feita essa avaliação.

4. Avaliação de alunos

16. A rede municipal de ensino realiza uma avaliação de alunos?

 Sim
 Não

5. Caracterização da proposta de avaliação de alunos

Esta página tem por finalidade caracterizar a proposta de avaliação de alunos de sua rede municipal.

17. Cite até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar a avaliação dos alunos.

Razão 1

Razão 2

Razão 3

18. Assinale a periodicidade com que a avaliação de alunos é realizada pela rede municipal de ensino.

 Mensalmente

 Bimestralmente

 Trimestralmente

 Semestralmente

 Anualmente

 A cada dois anos

 Outra periodicidade

151
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Especifique com que outra periodicidade a avaliação é realizada.

19. Se você tivesse que indicar os 3 principais objetivos da avaliação de alunos promovida pela rede
municipal de ensino, quais seriam eles? (Por favor, escolha apenas 3 alternativas)

 Obter informações para a formação continuada

 Obter informações para a premiação/bonificação de escolas, gestores, professores e/ou alunos

 Definir prioridades para a gestão da educação municipal

 Melhorar o Ideb

 Reduzir a taxa de repetência e/ou de abandono

 Rever propostas curriculares do município

 Divulgar os resultados das escolas para os pais e a comunidade

 Melhorar a aprendizagem dos alunos

 Aprimorar os processos de gestão da rede municipal

 Outros objetivos

Especifique com que outra periodicidade a avaliação é realizada.

20. Se a rede municipal avalia os alunos do ensino Fundamental indique, para cada ano/série, se a
avaliação é - ou não - aplicada:

Apllicada Não aplicada


1º ano do EF  
2º ano do EF (1ª série)  
3º ano do EF (2ª série)  
4º ano do EF (3ª série)  
5º ano do EF (4ª série)  
6º ano do EF (5ª série)  
7º ano do EF (6ª série)  
8º ano do EF (7ª série)  
9º ano do EF (8ª série)  
21. Se a rede municipal avalia os alunos do Ensino Fundamental, indique quais disciplinas/áreas são - ou
não - avaliadas.

Avaliada Não avaliada


Língua Portuguesa - Leitura e interpretação de texto  
Língua Portuguesa - Redação  

152
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Língua Portuguesa - Gramática  
Matemática  
Ciências  
História  
Geografia  
Língua Estrangeira  
Artes  
Educação Física  
Outra disciplina/área  

Especifique que outras disciplinas/áreas são avaliadas.

22. Indique quais dos instrumentos abaixo são - ou não - utilizados na proposta de avaliação municipal
dos alunos do Ensino Fundamental.

Sim Não

Provas e/ou testes cognitivos para os alunos  


Portfólio de atividades realizadas pelos alunos  
Questionário e/ou entrevista com alunos  
Questionário e/ou entrevista com professores  
Questionário e/ou entrevista com gestores das
unidades escolares  
Questionário e/ou entrevista com pais ou
responsáveis  
Outros instrumentos  

Especifique quais são os outros instrumentos utilizados.

153
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
23. Indique como é feita a análise dos resultados obtidos pela avaliação de alunos da rede municipal de
ensino.

24. Indique quais são as referências utilizadas - ou não - na definição do que é avaliado pela rede
municipal de ensino.
Sim Não
Parâmetros curriculares nacionais  
Matrizes de referência da Prova Brasil  
Matrizes de referência da avaliação estadual  
Proposta curricular da rede unicipal de ensino  
Conteúdos indicados pelos professores  
Conteúdos indicados pelos profissionais da Secretaria
Municipal de Educação  
6. Avaliação institucional

25. A rede municipal de ensino propõe que as escolas realizem sua avaliação institucional?

 Sim
 Não

7. Caracterização da proposta de avaliação institucional

Esta página tem por finalidade caracterizar a proposta de avaliação institucional da

26. Cite até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar uma avaliação institucional
das suas escolas.

Razão 1

Razão 2

Razão 3

27. Dentre os itens listados a seguir, indique quais são - ou não - utilizados na avaliação institucional das
escolas da rede municipal.

Sim Não
Resultados de provas realizadas pelos alunos  
Dados de rendimento dos aunos (aprovação, reprovação,
frequência)  
Indicadores educacionais (ideb e/ou índices estaduais e/ou
municipais  
Informações de desempenho dos alunos em avaliações externas  
Projeto Pedagógico das escolas  

154
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Plano de trabalho do gestores da escola (coordenadores
pedagógicos, diretores)  
Planos de ensino dos professores  
Autoavaliação dos profissionais da escola  
Roteiro de observação das aulas  
Atas e demais registros de reuniões  
Depoimento de alunos  
Depoimento de professores  
Depoimento de gestores da escola  
Depoimento de servidores da escola  
Depoimeno de pais ou responsáveis pelos alunos  
Outros procedimentos  

Especifique quais são os outros procedimentos utilizados

8. Avaliação de profissionais de ensino

28. A rede municipal de ensino possui alguma avaliação dos seus profissionais (professores e/ou
gestores)?

 Sim
 Não

9. Caracterização da avaliação de profissionais de ensino

Esta página tem por finalidade caracterizar iniciativas de avaliação de professores e de gestores da rede
municipal de ensino.

29. Cite até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar uma proposta de avaliação
de seus profissionais.

Razão 1

Razão 2

Razão 3

30. Dentre os itens listados a seguir, indique quais são - ou não - utilizados na avaliação dos professores
da rede municipal.

Sim Não
Resultados de provas realizadas pelos alunos  
Provas e/ou testes realizados pelos professores  
Portfólio do professor  
Diário de classe  

155
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Planos de ensino e/ou aula  
Informações sobre assiduidade  
Autoavaliação  
Registros de participação em atividades de
formação  
Roteiro de observação das aulas  
Relatório de avaliação do superior imediato  
Questionário e/ou entrevista para os alunos  
Questionário e/ou entrevista para os pares
(professores)  

Questionário e/ou entrevista para os gestores das


unidades escolares  
Questionário e/ou entrevista para os pais ou
responsáveis pelos alunos  
Outros procedimentos  

Especifique quais são os outros procedimentos utilizados.

31. Dentre os itens listados a seguir, indique quais são- ou não - utilizados na avaliação dos gestores da
rede municipal de ensino.

Sim Não
Resultados de provas realizadas pelos alunos  
Provas e/ou testes realizados pelos gestores  
Planos de trabalho dos gestores  
Assiduidade  
Autoavaliação  
Registros das reuniões pedagógicas  
Roteiro de observação das reuniões pedagógicas  
Relatório de avaliação do superior imediato  
Questionário e/ou entrevista com alunos  
Questionário e/ou entrevista com professores  
Questionário e/ou entrevista com pares (gestores
das unidades escolares)  
Questionário e/ou entrevista com os pais ou
responsáveis pelos alunos  
Questionário e/ou entrevista com outros membros
da comunidade escolar  
Outros procedimentos  

Especifique quais são os outros procedimentos utilizados.

156
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
10. Outros tipos de avaliaçao

32. A rede municipal de ensino possui algum outro tipo de avaliação educacional que não seja avaliação
de desempenho de alunos, avaliação institucional ou avaliação de seus profissionais?

 Sim
 Não

Especifique quais são os outros procedimentos utilizados.

11. Caracterização de outros tipos de avaliação

Esta página tem por finalidade caracterizar os outros tipos de avaiação da rede municipal de ensino.

33. Descreva sucintamente as principais características deste outro tipo de avaliação.

34. Cite até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar este outro tipo de avaliação.

Razão 1

Razão 2

Razão 3

12. Indicadores existentes na rede

35. A rede municipal de ensino criou um indicador de qualidade da educação semelhante so Ideb?

 Sim
 Não

13. Caracterização dos indicadores existentes na rede

Esta página tem por finalidade carcterizar o indicador educacional proposto na rede municipal, visando
obter informações sobre suas carcterísticas.

36. Quais são os componentes do indicador educacional da rede municipal de ensino?

157
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
37. Cite até três razões que levaram a rede municipal de ensino a implantar um indicador educacional.

Razão 1

Razão 2

Razão 3

14. Usos das avaliações

Esta parte do questionário visa compreender como as diferentes avaliaçoes (federais, estaduais ou
municipais) são utilizadas na gestão da rede municipal de ensino.

38. Indique se os resultados das avaliações (federal, estadual ou municipal)são - ou não - utilizados pela
rede municipal de ensino para cada uma das iniciativas listadas abaixo.

Sim Não
Motivar as escolas a buscarem melhores
resultados  
Fornecer informações sobre as escolas para as
famílias e a comunicade escolar  
Identificar carências das escolas da rede  
Colocar os resultados em uma placa visível na
frente da escola  
Propor intervenções diferenciadas nas escolas  
Dar algum prêmio às escolas (computadores,
recursos financeiros, etc.)  
Oferecer bônus salarial aos profissionais das
escolas  
Dar algum prêmio aos alunos (computador,
viagem, etc.)  
Planejar a formação continuada dos profissionais
da rede  
Remanejar alunos entre as escolas da rede  
Remanejar gestores entre as escolas da rede  
Remanejar professores entre as escolas da rede  
Deitir gestores escolares  
Reestruturar o currículo das escolas  
Estimular as escolas a discutirem os resultados
obtidos  
Comprar material curricular estruturado e/ou
apostilado  
Desenvolver material didático  
Avaliar programas e ações desenvolvidos pela
Secretaria  
Estabelecer metas de desempenho para as
esoclas, além daquelas fizadas pelo Ideb  

158
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
Diagnosticar desigualdades entre as escolas da
rede  
Propor que as escolas produzam relatório
explicativo dos resultados obtidos  
Reformlar o Plano Municipal de Educação  
Outro(s) Uso(s)  

Especifique os outros usos dos resultados.  

39. Liste até três dos principais programas ecuacionais que foram desenvolvidos pela Secretaria Municipal
de Educação com base nas avaliações

40. A Secretaria Municipal de Educação estimula as escolas a prepararem seus alunos para as avaliações
federais e/ou estaduais?

 Sim

 Não

41. A Secretaria Municipal de Educação aplica provas com o objetivo de preparar os alunos para as
avaliações federais e/ou estaduais?

 Sim

 Não

15. Preparo para os testes

Esta página tem como objetivo compreender os objetivos de ações da Secretaria Municipal de Educação ao
propor ação de preparar os aunos para as provas estaduais e/ou federais

42. Indique quais das razões listadas a seguir levaram a rede municipal de ensino a aplicar provas
preparatórias para as avaliações federais e/ou estaduais (marque mais de uma alterantiva se for
necessário)

 Ensinar os alunos a preencher o cartão de respostas

 Obter informações sobre os conhecimentos dos alunos

 Preparar os alunos para o ambiente do dia das avaliaçoes

 Auxiliar os professores a prepararem os alunos para o dia das avaliações

 Induzir as escolas a adaptarem o currículo a ser ensinado duarnate o ao letivo

159
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
 Induzir as escolas a adaptarem o currículo a ser ensinado duarante o ao letivo

 Induzir as escolas a elhorarem seus próprios instrumentos de avaliação

 Melhorar o IDEB

 Outras razões

Especifique as outras razões

43. O ensino funadamental está municipalizado no município?

 Sim

 Não

Se respondeu SIM, digite o ano em que se iniciou o processo de municipalização neste município.

44. Qual é seu cargo ou função na Secretaria Municipal de Educação?

 Dirigente Municipal de ensino

 Assistente do(a) Dirigente Municipal de Ensino

 Assessor Técnico da Secretaria Municiapl de Educação

 Outro

Especifique seu cargo ou função caso tenha assinado “Outro”

O questionário foi concluído! Para encaminhar suas respostas clique em CONCLUÍDO.


Agradecemos sua colaboração!
A equipe

160
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
ANEXO 2

Tabelas Auxiliares
TABELA 1 Distribuição dos municípios brasileiros, dos municípios respondentes e dos municípios
que possuem alguma avaliação própria, de acordo com o porte populacional

Porte populacional Todos Respondentes Alguma aval.


N % N % N %
Até 5.000 hab. 1.246 22,4 984 22,8 293 18,6
De 5.001 a 10.000 hab. 1.226 22,0 975 22,6 343 21,8
De 10.001 a 20.000 hab. 1.378 24,7 1.052 24,4 410 26,1
De 20.001 a 50.000 hab. 1.081 19,4 790 18,3 300 19,1
De 50.001 a 100.000 hab. 340 6,1 261 6,1 107 6,8
De 100.001 a 500.000 hab. 259 4,7 214 5,0 102 6,5
Mais de 500.000 38 0,7 33 0,8 18 1,1
Total 5.568 100,0 4.309 100,0 1.573 100,0

TABELA 2 Distribuição dos municípios que fazem avaliação de alunos, avaliação institucional,
avaliação de profissionais e outra avaliação, de acordo com o porte populacional

Avaliações
Porte populacional
Alunos Institucional Profissionais Outra
N % N % N % N %
Até 5.000 hab. 250 18,5 187 18,5 109 16,8 15 14,6
De 5.001 a 10.000 hab. 299 22,1 229 22,6 144 22,2 26 25,2
De 10.001 a 20.000 hab. 341 25,3 268 26,5 159 24,5 27 26,2
De 20.001 a 50.000 hab. 256 19,0 173 17,1 113 17,4 12 11,7
De 50.001 a 100.000 hab. 90 6,7 73 7,2 51 7,9 9 8,7
De 100.001 a 500.000 hab. 96 7,1 72 7,1 64 9,9 13 12,6
Mais de 500.000 hab. 18 1,3 10 1,0 8 1,2 1 1,0
Total 1.350 100,0 1.012 100,0 648 100,0 103 100,0

TABELA 3 Número de municípios que responderam ao questionário, por estado


(continua)
Questionários Municípios
UF %
respondidos por estado
AC 14 22 63,6
AL 60 102 58,8
AM 34 62 54,8
AP 8 16 50,0
BA 322 417 77,2
CE 113 184 61,4
ES 62 78 79,5
GO 201 246 81,7

163
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 3 Número de municípios que responderam ao questionário, por estado
(conclusão)
Questionários Municípios
UF %
respondidos por estado

MA 128 217 59,0

MG 735 853 86,2

MS 64 79 81,0

MT 107 141 75,9

PA 97 144 67,4

PB 157 223 70,4

PE 148 184 80,4

PI 145 224 64,7

PR 333 399 83,5

RJ 73 92 79,3

RN 110 167 65,9

RO 44 52 84,6

RR 10 15 66,7

RS 407 497 81,9

SC 242 295 82,0

SE 54 75 72,0

SP 525 645 81,4

TO 116 139 83,5

Total 4.309 5.568 77,4

TABELA 4 Número de municípios, por faixas do Ideb 2011 para o ensino fundamental I

Faixas do Ideb N %

2 a 2,9 58 1,3

3 a 3,9 791 18,4

4 a 4,9 1.199 27,8

5 a 5,9 1.341 31,1

6 a 6,9 541 12,6

7 a 7,9 40 0,9

8 a 8,9 3 0,1

Sem Informação 336 7,8

Total 4.309 100,0

164
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey
TABELA 5 Número de municípios com propostas de avaliação própria na educação infantil e no
ensino fundamental, por estado

Avaliação na educação infantil Avaliação no ensino fundamental


Estados
N % N %
AC 4 0,6 7 0,5
AL 7 1,1 13 1
AM 5 0,8 9 0,7
AP 1 0,2 1 0,1
BA 42 6,8 75 5,7
CE 22 3,6 56 4,2
ES 4 0,6 8 0,6
GO 28 4,5 61 4,6
MA 23 3,7 39 3
MG 142 23,0 334 25,3
MS 4 0,6 22 1,7
MT 15 2,4 32 2,4
PA 8 1,3 23 1,7
PB 20 3,2 47 3,6
PE 20 3,2 48 3,6
PI 23 3,7 34 2,6
PR 49 7,9 105 8
RJ 5 0,8 25 1,9
RN 9 1,5 17 1,3
RO 1 0,2 5 0,4
RR 3 0,5 5 0,4
RS 26 4,2 47 3,6
SC 33 5,3 57 4,3
SE 5 0,8 9 0,7
SP 102 16,5 210 15,9
TO 17 2,8 30 2,3
Total 618 100,0 1.319 100

165
AVALIAÇÃO E GESTÃO EDUCACIONAL EM MUNICÍPIOS BRASILEIROS:
MAPEAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE INICIATIVAS EM CURSO
Relatório Final — Resultados do Survey

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