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Alexandre I Seito Legislacao Regulamenta
Alexandre I Seito Legislacao Regulamenta
1. PREÂMBULO
As diferentes autoridades do País que tratam da legislação da segurança
contra incêndio têm elaborado leis e decretos para atender a sociedade.
Neste texto é enfocada a segurança contra incêndio em edificações nos
regulamentos do Ministério do Trabalho, Decreto Estadual 46076/01 do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo e Código de Obras e Edificação do
Município de São Paulo.
Foram escolhidos esses três regulamentos para comparar as exigências de
segurança contra incêndio das autoridades: federal, estadual e municipal.
Os termos do título do trabalho têm no Novo dicionário da língua portuguesa – 2a
edição as seguintes definições: LEGISLAÇÃO: CONJUNTO DE LEIS ACERCA DE DETERMINADA
MATÉRI, LEI: REGRA DE DIREITO DITADA PELA AUTORIDADE ESTATAL E TORNADA OBRIGATÓRIA
PARA MANTER, NUMA COMUNIDADE, A ORDEM E O DESENVOLVIMENTO e REGULAMENTO:
CONJUNTO DE REGRAS E NORMAS. Essas definições foram escolhidas, entre outras, para o
entendimento deste trabalho
As normas técnicas são elaboradas pelos Comitês Brasileiros da Associação
Brasileira de Normas Técnicas, não tem força de lei, mas, torna-se lei quando for incluída
numa legislação.
A cultura da segurança contra incêndio é restrita aos Corpos de Bombeiros e, ainda,
não chegou às faculdades de arquitetura e engenharia.
A classe científica e educacional não tem dado a devida importância para essa área
científica e de pesquisa.
As regulamentações estaduais de segurança contra incêndio em edificações são
feitas pelos corpos de bombeiros, com ou sem a participação da sociedade, e seus
conteúdos diferem nos 26 Estados da União e no Distrito Federal.
Os regulamentos municipais de segurança contra incêndio em edificações estão nos
códigos municipais, entretanto, dos mais de 5.500 municípios do país nem todos se
ocupam do incêndio.
O meio ambiente, que tem sofrido grande agressão com os incêndios provocados
pela ação humana, precisa de regulamentação em nível federal para a sua proteção.
A tecnologia, ou seja, o estudo das técnicas aplicadas à segurança contra incêndio
em edificações de diversos países mostra grandes diferenças. Isso ocorre em função dos
centros de pesquisas e laboratórios de apoio que cada país desenvolve, entretanto há um
esforço mundial entre cientistas e pesquisadores no desenvolvimento de novas
ferramentas, métodos e conceitos para diminuir as perdas causadas pelo incêndio.
Os fabricantes de equipamentos para a segurança contra incêndio em edificações
têm desenvolvido sistemas com novos conceitos e técnicas.
Os países do hemisfério norte estão desenvolvendo regulamentos com base na
engenharia de segurança contra incêndio, contrapondo-se aos regulamentos
compulsórios, objetivando maior segurança com menor custo, são os denominados
regulamentos por desempenho.
Em geral, esses países têm curso de graduação ou pós-graduação que formam
engenheiros de segurança contra incêndio e um sistema de certificação com ampla rede
de laboratórios de ensaios.
O incêndio ocorre em qualquer lugar que tenha atividade humana ou não, e
o poder destruidor do incêndio é função de sua severidade. Nas edificações, atingem
ALEXANDRE I. SEITO PUBLICAÇÃO DO GSI/NUTAU/USP
diretamente a sociedade, sua população e sua economia. Na natureza irá afetar o meio
ambiente destruindo sua flora e fauna.
2. LEGISLAÇÃO FEDERAL
ANEXO III do NR 5
Curriculo básico para componentes da CIPA:
1. O curso ... terá carga horária mínima de 18 horas e obedecerá ao seguinte currículo básico.
:::
1.8 – Princípios básicos da Prevenção de Incêndio – normas básicas; procedimento em caso de incêndio; classe
de incêndio e tipos de equipamentos para seu combate;
ANEXO I-A da NR 13: O curriculo mínimo para "Treinamento de segurança na operação de caldeiras" prevê
4h para prevenção contra explosões.
O curriculo mínimo para " Treinamento de segurança para operação de segurança em unidades de processos"
(Anexo I-D) também aborda prevenção contra explosão
ANÁLISE: Os combustíveis gasosos ou líquidos possuem alto potencial de risco de incêndio por serem de fácil
ignição, portanto é necessário melhor orientação nesta NR.
18.26.1 - É obrigatória a adoção de medidas que atendam de forma eficaz as necessidades de prevenção e
combate a incêndio para os diversos setores ...
18.26.3 - É proibida execução de serviços de soldagem e corte a quente nos locais onde estejam depositadas,
ainda que temporariamente, substâncias combustíveis, inflamáveis e explosivas.
18.26.4 – Nos locais confinados onde são executados trabalhos de pintura, aplicação de laminados e pisos
fixados por cola bem como qualquer trabalho que utilize solventes inflamáveis ou tóxicos, devem ser tomadas as
seguintes medidas de segurança:
a) proibir fumar ou portar cigarros acesos ...
b) evitar nas proximidades execução de operação com risco de centelhamento
c) utilizar obrigatoriamente lâmpadas e luminárias a prova de explosão
d) instalar sistema de ventilação adequado para retirar mistura de gases, vapores inflamáveis ou explosivos
no ambiente
e) colocar nos locais de acesso placas com inscrição "RISCO DE INCÊNDIO" ou "RISCO DE
EXPLOSÃO";
f) manter colas e solventes em recipientes fechados e seguros;
g) quaisquer chamas, faíscas ou dispositivos de aquecimento deve ser mantido afastado de formas, restos de
madeira, tintas, vernizes ou outras substâncias combustíveis, inflamáveis ou explosivas.
18.26.5 - Os canteiros de obras devem ter equipes de operários organizadas e especialmente treinadas no
correto manejo do material disponível para o primeiro combate ao fogo.
18.29 - Ordem e limpeza
18.29.1 - O canteiro de obra deve apresentar-se organizado, limpo e desimpedido notadamente nas vias de
circulação ...
18.29.2 - O entulho e qualquer sobra de materiais devem ser regularmente coletados e removidos.
18.29.4 - É proibida a queima de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras.
18.29.5 - É proibido manter lixo ou entulho acumulado ou exposto em locais inadequados do canteiro de obras.
23.8.4 – Nas fábricas que mantenham equipes organizadas de bombeiros os exercícios devem se realizar
periodicamente, de preferência, sem aviso e se aproximando, o mais possível, das condições reais de luta contra o
incêndio.
23.8.5 – As fábricas ou estabelecimentos que não mantenham equipe de bombeiros deverão ter alguns membros
do pessoal operário, bem como os guardas e vigias, especialmente exercitados no correto manejo do material de luta
contra o fogo e seu emprego.
23.9 – Classes de fogo (A,B,C e D)
23.10 – Extinção por meio de água
23.10.1 – (locais com mais de 50 empregados deve ter água sob pressão para combater princípios de incêndio)
23.11 à 23.17 – Extintores (tipo, inspeção, quantidade, localização)
23.18 – Sistema de alarme
NR 28 – Fiscalização e penalidades.
28.1.4 – O Agente de Inspeção do Trabalho, com base em critérios técnicos poderá notificar os empregadores
concedendo prazo para a correção das irregularidades encontradas.
28.1.4.1 – O prazo para cumprimento dos itens notificados deverá ser limitado a no máximo, sessenta dias.
28.2 – Embargo ou interdição.
28.2.1 – Quando o Agente de Inspeção do Trabalho constatar situação grave e iminente de risco à saúde e/ou
integridade física do trabalhador, com base em critérios técnicos, deverá de imediato propor à autoridade regional
competente a interdição do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou o embargo parcial ou total
da obra, determinando as medidas que deverão ser adotadas para a correção das situações de risco.
28.3 – Penalidades
28.3.1 – As infrações nos preceitos legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, terão
as penalidades aplicadas conforme disposto no quadro de graduação das multas (Anexo I). obedecendo as infrações
previstas no quadro de classificação das infrações (Anexo II) desta norma.
(A gradação das multas de Segurança do Trabalho vai de 630 a 6.340 ufir e para a Medicina do Trabalho 378 a
3782 ufir)
3. LEGISLAÇÃO ESTADUAL
A legislação estadual de segurança contra incêndio é elaborada pelos
Corpos de Bombeiros de cada Estado, com ou sem a participação da sociedade.
Teoricamente, deve-se ter 26 regulamentos estaduais e um do Distrito
Federal.
No Estado de São Paulo tem-se o Decreto Estadual no 46 076, de
31/08/2001 que: Institui o Regulamento de Segurança contra Incêndio das
edificações e áreas de risco.
Esse Decreto abrange todo o Estado de São Paulo, substituindo os itens de
segurança de menor rigor dos Códigos Municipais.
As exigências são feitas em função da área e altura da edificação e do nível
de risco e, ainda, pela ocupação.
O regulamento utiliza as NBR – Normas Brasileiras Registradas elaboradas
pelos Comitês Brasileiros, no que é cabível.
4. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL
As exigências das medidas de segurança contra incêndios em edificações estão no
COE - Código de Obras e Edificações do Município - Lei no 11.228/92 – nos seus 18
artigos e Anexos.
A regulamentação do COE é feita pelo Decreto no 32.329, de 23/09/92.
Os principais aspectos ligados à segurança contra incêndio tratados nas diversas
secções do Anexo I são:
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5. NORMAS TÉCNICAS DE
SEGURANÇA CONTRA
INCÊNDIO
As normas técnicas são elaboradas pela ABNT - Associação Brasileira de
Normas Técnicas, que é o fórum nacional de normalização, reconhecida de Utilidade
Pública pela Lei Federal n0 4.150 de 21/11/62.
A ABNT é composta por Comitês Brasileiros.
As NBR – Normas Brasileiras Registradas sobre segurança contra incêndio são
discutidas e preparadas pelas CE – Comissões de Estudo do CB 24 - Comitê Brasileiro de
Segurança contra incêndio.
O texto preparado é disponibilizado para consulta nacional antes de se tornar uma
NBR.
As normas técnicas brasileiras podem ser classificadas quanto ao tipo em:
1) Especificação: Fixa as condições exigíveis para aceitação e/ou recebimento
de matérias-primas, produtos semi-acabados, produtos acabados.
2) Procedimento: Fixa condições – a) para execução de cálculos, projetos,
obras, serviços, instalações; b) para empregos de materiais e produtos industriais; c) para
certos aspectos das transações comerciais (Ex.: reajustamento de preços); d) para a
elaboração de documentos em geral, inclusive desenhos; e) para segurança na execução
ou na utilização de uma obra, equipamento, instalação, de acordo com o respectivo
projeto.
3) Padronização: Restringe a variedade, pelo estabelecimento de um conjunto
metódico e preciso de condições a serem satisfeitas com o objetivo de uniformizar
características geométricas, físicas ou outras, de elementos de construção, materiais,
aparelhos, produtos industriais, desenhos e projetos.
4) Método de ensaio: Prescreve a maneira de verificar ou determinar
características, condições ou requisitos exigidos: a) de um material ou produto, de acordo
com a respectiva especificação; b) de uma obra, instalação, de acordo com o respectivo
projeto.
5) Classificação: Ordena, designa, distribui e/ou subdivide conceitos, materiais
ou objetos, segundo uma determinada sistemática.
6) Simbologia: Estabelece convenções gráficas e/ou literais para conceitos,
grandezas, sistemas ou partes de sistemas.
7) Terminologia: Define, relaciona e/ou dá a equivalência em diversas línguas
de termos técnicos empregados em um determinado setor de atividade, visando o
estabelecimento de uma linguagem uniforme.
Esta classificação não está sendo adotada pela ABNT, portanto não consta
na “folha de rosto” da norma.
O tipo da norma pode ser obtido no item Objetivo da norma.
ABNT NBR 15647:2008 - Tubos e conexões de poli(cloreto de vinila) clorado (CPVC) para
sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos - Requisitos e métodos
(Origem: PN 00:002.04-001:2008)
Objetivo : Estabelece os requisitos de desempenho e durabilidade para tubos e conexões
de poli(cloreto de vinila) clorado (CPVC) para uso em sistemas de proteção contra
incêndio por chuveiros automáticos.
ABNT NBR 15648:2008 - Tubos e conexões de poli(cloreto de vinila) clorado (CPVC) para
sistemas de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos - Procedimentos de
instalação (Origem: PN 00:002.04-002:2008)
Objetivo : Estabelece as exigências e recomendações mínimas para a instalação de
tubos e conexões de poli (cloreto de vinila) clorado (CPVC) para uso em sistemas de
proteção contra incêndio por chuveiros automáticos, em sistemas de tubos molhados,
destinados para a aplicação em ocupações de risco leve, com chuveiros automáticos de
resposta rápida conforme a ABNT NBR 10897.
TOTAL 71 NBR
(Atualizada em 01/2009)
CONCLUSÃO
O Brasil com 5.564 municípios, a maioria sem um código de segurança
contra incêndio em edificações, necessita um regulamento em nível federal sobre o
assunto.
A legislação da segurança contra incêndio existente deve ser revista de
tempo em tempo para atualizá-la ao desenvolvimento da técnica dos sistemas de
detecção e combate a incêndio, a evolução da arquitetura das construções e usos das
edificações e ao crescimento da cidade, além de novos hábitos da população.
O conjunto da legislação, regulamentos e normas técnicas por si não são
suficientes à segurança contra incêndio da edificação e seus ocupantes; a educação e o
treinamento são fundamentais nessa área do conhecimento.
A qualidade dos produtos e equipamentos deve ser comprovada por meio de
ensaios laboratoriais com base em normas técnicas.