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NOME:____________________________________ a) adjetivos b) pronomes c) substantivos

LÍNGUA PORTUGUESA 1ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO d) advérbios e) verbos


3) A CIÊNCIA DO PALAVRÃO
1) O diminutivo é uma maneira ao mesmo tempo afetuosa e precavida de Por que diabos m… é palavrão? Aliás, por que a palavra
usar a linguagem. Afetuosa porque geralmente o usamos para designar o diabos, indizível décadas atrás, deixou de ser um? Outra: você já deve ter
que é agradável, aquelas coisas tão afáveis que se deixam diminuir sem tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como filha da…,
perder o sentido. E precavida porque também o usamos para desarmar mesmo sabendo que a dita nem mãe tem.
certas palavras que, por sua forma original, são ameaçadoras demais. Luís Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o
Fernando Veríssimo, Diminutivos. senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a desvendá-los. Pesquisas
A alternativa inteiramente de acordo com a definição do autor sobre recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte
diminutivos é: dentro do cérebro. Enquanto a linguagem comum e o pensamento
a) O iorgurtinho que vale por um bifinho. consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o
b) Ser brotinho é sorrir dos homens e rir interminavelmente das neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente
mulheres. no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá.
c) Gosto muito de te ver, Leãozinho. E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina
d) Essa menininha é terrível! ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de Tourette. Essa doença
e) Vamos bater um papinho. acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do
2) A questão aborda um fragmento de um artigo de Mônica Fantin cérebro cuja função é manter o sistema límbico comportado. E os
sobre o uso dos tablets no ensino, postado na seção de blogues do palavrões saem como se fossem tiques nervosos na forma de palavras.
jornal Gazeta do Povo em 16.05.2013: Ou seja, pensar na Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em
potencialidade que o tablet oferece na escola – acessar e produzir quando, claro. Justamente por não pensar, quando essa parte animal do
imagens, vídeos, textos na diversidade de formas e conteúdos cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade
digitais – implica em repensar a didática e as possibilidades de inigualável.
experiências e práticas educativas, midiáticas e culturais na escola Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido
mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em uma palavra forte.
ao lado de questões econômicas e sociais mais amplas. E isso
Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de
necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os saberes e
transmitir toda a carga emocional da paixão propriamente dita. Mas com
fazeres que estamos produzindo e compartilhando na cultura um grande e gordo p.q.p. a história é outra. Ele vai direto ao ponto,
digital.(Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br. transmite a emoção do sistema Iímbico de quem fala diretamente para o
Adaptado.) de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores consideram o
No último período do texto, os termos “saberes” e “fazeres” são
palavrão até mais sofisticado que a linguagem aparece em uma frase entre aspas, no segundo quadrinho, deveria ser
comum. (www.super.abril.com.br/revista/. Adaptado.) escrita
No texto, o substantivo “palavrão”, ainda que se mostre flexionado em a) com inicial maiúscula, por se tratar de um substantivo próprio, nome
grau, não reporta a ideia de tamanho. Tal emprego também se verifica do famoso time brasileiro de futebol.
em: b) com inicial minúscula, por se tratar de um substantivo comum, nome
a) Durante a pesquisa, foi colocada uma “gotícula” do ácido para se da planta referida por Gonçalves Dias, na “Canção do exílio”.
definir a reação. c) com inicial maiúscula, por se tratar de um substantivo comum, nome
b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas da planta referida por Gonçalves Dias.
“caminhas”. d) com inicial minúscula, por se tratar de um substantivo com valor de
c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar “livrinhos” que cabem nos adjetivo, a designar um time brasileiro de futebol.
bolsos. e) com inicial minúscula, por se tratar de um substantivo próprio, nome
d) Não estava satisfeita com aquele “empreguinho” sem graça e sem da planta referida na “Canção do exílio”.
perspectivas.
e) Teve um “carrinho” de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, 5) Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do
um de sete. Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa:
4) (Unifesp) Observe a tirinha abaixo, na qual há referências à Canção do Entrevistador: — O protagonismo do STF dos últimos tempos tem
Exílio, de Gonçalves Dias. usurpado as funções do Congresso?
Entrevistado: — Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente
detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível
a fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um
sistema de jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol
enorme de agentes e
instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer
questões ao Supremo. É um leque considerável de interesses, de visões,
que acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas
mais diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação.
Nossas decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano.
Hoje, são analisados cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma
Caso os balõezinhos dessa tirinha não estivessem com todas as falas dos insanidade. Veja, 15/06/2011.
personagens escritas em letras maiúsculas, a palavra palmeiras, que
No trecho “dotadas da prerrogativa ou de competência”, a presença de bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de espera. A
artigo antes do primeiro substantivo e a sua ausência antes do segundo liberdade. (Clarice Lispector. Os melhores contos de Clarice Lispector,
fazem que o sentido de cada um desses substantivos seja, 1996.)
respectivamente, O emprego do adjetivo “sensível” como substantivo, no título do texto,
a) figurado e próprio. b) abstrato e concreto. revela a intenção de
c) específico e genérico. d) técnico e comum. a) ironizar a ideia de sentimento, então destituído de subjetividades e
e) lato e estrito. ambiguidades na expressão da senhora.
b) priorizar os aspectos relacionados aos sentimentos, como conteúdo
6) A sensível temático do conto e expressão do que vive a senhora.
Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver com c) explorar a ideia de liberdade em uma narrativa em que o efeito de
sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada, tão bem objetividade limita a expressão dos sentimentos da senhora.
penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia olhar o rosto de d) traduzir a expressão comedida da senhora ante a vida e os sentimentos
um tenor enquanto este cantava alegre – virava para o lado o rosto mais intensos, como na relação com a bordadeira.
magoado, insuportável, por piedade, não suportando a glória do cantor. e) dar relevância aos aspectos subjetivos das relações humanas, pondo
Na rua de repente comprimia o peito com as mãos enluvadas – assaltada em sintonia os pontos de vista da senhora e da bordadeira.
de perdão. Sofria sem recompensa, sem mesmo a simpatia por si própria.
Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença, 7) ACHADO
escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a Aqui, talvez, o tesouro enterrado
bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela sempre há cem anos pelo guarda-mor.
soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia na calçada. Se tanto o guardou, foi para os trinetos,
Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido a enganava. principalmente este: o menor.
Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã. Desceu uma rua Cavo com faca de cozinha, cavo
cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas – aonde fora se meter! A até, no outro extremo, o Japão
bordadeira, na casa cheia de filhos com cara de fome, o marido e não encontro o saco de ouro
tuberculoso – a bordadeira recusou-se a bordar a toalha porque não de que tenho a mor precisão
gostava de fazer ponto de cruz! para galopar no lombo dos longes
Saiu afrontada e perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e um fugindo a esta vidinha choca.
de seus prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito Mas só encontro, e rabeia, e foge
limpa. Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido, uma indignada minhoca.
cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma vez Carlos Drummond de Andrade.
não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da liberdade da
Sobre a expressão “vidinha choca” entendida no contexto do poema, é
correto afirmar:
a) o diminutivo exprime carinho, ao contrário do termo que o
acompanha.
b) a ideia aí presente é de tempo: sugere-se que a vida é passageira.
c) seu sentido se opõe àquilo que, poeticamente, “minhoca” está
representando.
d) o adjetivo deve ser entendido denotativamente, ao contrário do
substantivo.
e) o segundo termo reforça o sentido negativo do primeiro.

8) Durante uma Copa do Mundo, foi veiculada, em programa esportivo de


uma emissora de TV, a notícia de que um apostador inglês acertou o
resultado de uma partida porque seguiu os prognósticos de seu burro de
estimação. Um dos comentaristas fez, então, a seguinte observação: “Já vi
muito comentarista burro, mas burro comentarista é a primeira vez”.
Percebe-se que a classe gramatical das palavras se altera em função da
ordem que elas assumem na expressão. Assinale a alternativa em que
isso não ocorre:
a) obra grandiosa
b) jovem estudante
c) brasileiro trabalhador
d) velho chinês
e) fanático religioso

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