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UFSM

Dissertação de Mestrado

CRESCIMENTO DE Cedrela fissilis (Vellozo) Mart. COMO


SUBSÍDIO PARA O MANEJO SUSTENTADO DE FLORESTAS
NATIVAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Luciana Martins Esber

PPGEF

Santa Maria, RS, Brasil, 2003


CRESCIMENTO DE Cedrela fissilis (Vellozo) Mart. COMO
SUBSÍDIO PARA O MANEJO SUSTENTADO DE FLORESTAS
NATIVAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
por
Luciana Martins Esber

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de


Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Área de Concentração
em Manejo Florestal, da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Florestal

PPGEF

Santa Maria, RS, Brasil


2003
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Ciências Rurais
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal

A Comissão Examinadora, abaixo assinada,


aprova a Dissertação de Mestrado

CRESCIMENTO DE Cedrela fissilis (Vellozo) Mart. COMO


SUBSÍDIO PARA O MANEJO SUSTENTADO DE
FLORESTAS NATIVAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL

elaborada por
Luciana Martins Esber

Como requisito parcial para obtenção do grau de


Mestre em Engenharia Florestal

COMISSÃO EXAMINADORA:

______________________________________
Paulo Renato Schneider
(Presidente/Orientador)

______________________________________
César Augusto Guimarães Finger

______________________________________
Frederico Dimas Fleig

Santa Maria, 6 de janeiro de 2003


AGRADECIMENTOS

Durante o andamento deste trabalho, foram muitas as pessoas que,


de alguma forma, colaboraram para sua realização. Desejo manifestar
minha sincera gratidão a todas elas e, principalmente:
– aos meus pais, Ilton e Salete, minha fonte de vida e de amor;
– ao meu sobrinho Gabriel, que através da alegria de seu olhar
amenizou os momentos de apreensão;
– ao meu noivo, Josué Michels, pelo incentivo, carinho e
compreensão;
– à Claudinha, Edinho, Gabriel, Igor, Meire e Mijaca, amigos e
companheiros de longa jornada;
– aos colegas, Helio Tonini, Gedre Borsoi, Luciano Sheeren e
Juliana do Canto, pela colaboração direta que prestaram na coleta de
dados e sugestões, apresentando-se sempre muito prestativos;
– à Universidade Federal de Santa Maria e ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal, pela oportunidade concedida;
– à CAPES, pelo suporte financeiro;
– ao meu orientador, Paulo Renato Schneider, pela paciência e
ensinamentos, pontos determinantes para que tivesse segurança no
andamento do trabalho;
– aos co-orientadores, pelas sugestões e ao professor Peter Spathelf
pela disponibilidade prestada.

Obrigada!
SUMÁRIO

RESUMO ____________________________________________ VII


ABSTRACT _________________________________________ ..IX
LISTA DE TABELAS _________________________________ ...XI
LISTA DE FIGURAS _________________________________ XIV
1 INTRODUÇÃO _____________________________________ ....1
2 REVISÃO DA LITERATURA _________________________ ....4
2.1 Manejo em floresta nativa _____________________________ ....4
2.2 Dendrocronologia em espécies tropicais __________________ ....7
2.3 Concorrência das árvores _____________________________ ...9
2.4 Descrição da espécie _________________________________ ..12
2.5 Crescimento da espécie _______________________________ 16
2.6 Vegetação original___________________________________ 17
3 MATERIAL E MÉTODOS ____________________________ 19
3.1 Local de coleta dos dados _____________________________ 19
3.2 Clima _____________________________________________ 20
3.3 Solos _____________________________________________ 21
3.4 Obtenção dos dados __________________________________ 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ________________________ 29
4.1 Crescimento do diâmetro em função da idade ______________ 29
4.2 Crescimento do volume comercial em função da idade ______ 33
4.3 Crescimento do volume comercial em função do diâmetro ____ 37
4.4 Desenvolvimento do ICA% em volume comercial em função
do diâmetro __________________________________________ 41

v
4.5 Desenvolvimento do fator de forma comercial em função do
diâmetro ____________________________________________ 45
4.6 Crescimento médio dos parâmetros dendrométicos por idade_ 49
4.7 Volume de galhos __________________________________ 51
4.8 Determinação da Concorrência ________________________ 52
4.8.1 Índices de concorrência ____________________________ 52
4.8.2 Fator de competição de copa ________________________ 55
5 CONCLUSÕES ____________________________________ 58
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS __________________ 61
ANEXOS ___________________________________________ 66

vi
RESUMO

CRESCIMENTO DE Cedrela fissilis (Vellozo) Mart. COMO


SUBSÍDIO PARA O MANEJO SUSTENTADO DE FLORESTAS
NATIVAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Autor: Luciana Martins Esber


Orientador: Paulo Renato Schneider

Este trabalho foi realizado com o objetivo de estudar o crescimento


em diâmetro, volume comercial, fator de forma comercial, incremento
corrente anual percentual em volume comercial (ICA%), concorrência,
volume de galhos e fator de competição de copa do cedro, Cedrela fissilis
(Vellozo) Mart., em uma Floresta Estacional Decidual, localizada no
município de Santa Maria, na Depressão Central do Rio Grande do Sul.
No levantamento de dados, foram selecionadas árvores-amostra, sendo
em função desta, definida a unidade amostral em duas vezes o raio médio
da copa, medido através da projeção de oito raios fixos, o primeiro com
orientação Norte e os demais a cada 45° no sentido horário. As variáveis
dendrométricas usuais foram tomadas de todos os indivíduos
pertencentes à amostra, bem como suas coordenadas em relação ao
centro da unidade amostral (árvore-amostra). Para o estudo do
crescimento, utilizaram-se três árvores do estrato dominante, sendo
retiradas cinco fatias por árvore, tomadas na base, diâmetro à altura do
peito e a níveis superiores até a altura comercial, definida pelo início das
bifurcações. Os dados foram obtidos através da técnica de análise de
tronco. A demarcação dos anéis de crescimento foi realizada mediante a
preparação das fatias com lixa e a marcação destes em quatro raios, de
ângulos fixos de 90°entre si. As medições foram realizadas com o auxílio
do aparelho Lintab II, no Laboratório de Dendrocronologia da UFSM.
Determinou-se o volume comercial pela cubagem anual das seções
formadas até a altura comercial, através do método de Smalian, e o fator
de forma comercial pela razão entre o volume comercial rigoroso e o
volume comercial cilíndrico tomando-se como referência o DAP. Para o

vii
estudo das tendências de crescimento em diâmetro, volume comercial,
fator de forma comercial e incremento corrente anual percentual em
volume comercial (ICA%), foram estudados modelos matemáticos. A
concorrência foi estimada a partir da medição do diâmetro de copa de 26
árvores pertencentes a várias classes de diâmetro. Para a determinação
dos índices de concorrência, utilizaram-se índices dependentes e
independentes das distâncias entre as árvores. Na determinação do
volume de galhos com casca médio, utilizaram-se as três árvores-amostra
referentes ao estudo do crescimento, nas quais as medições de diâmetro e
comprimento de galhos foram tomadas em três ou mais posições. No
estudo de crescimento, o ajuste das equações indicou que para a variável
diâmetro em função da idade, o modelo de Backman foi o melhor para as
três árvores-amostra. No entanto, a equação de Richards foi o melhor
para o conjunto de árvores-amostra. Para a variável volume comercial, a
melhor função foi a de Backman para as três árvores e também para o
conjunto das árvores-amostra em função do diâmetro, já quando a
variável independente foi definida pela idade, foi selecionado o modelo
de Mitscherlich & Sontag. A equação de Backman foi a que melhor
representou o fator de forma comercial para as árvores 2 e 3 e para o
conjunto de árvores-amostra, enquanto a função de Mitscherlich &
Sontag ajustou melhor o crescimento para a árvore 1. Para o incremento
corrente anual percentual em volume comercial, o modelo escolhido foi o
de Backman para as árvores 2 e 3 e também para o conjunto das árvores-
amostra, já a função de Mitscherlich & Sontag descreveu melhor o
crescimento para árvore 1. Na descrição da concorrência, os índices
dependentes e independentes da distância indicaram uma distribuição
irregular das árvores no povoamento e um elevado grau de competição da
floresta. O fator de competição de copa da espécie, em relação ao
povoamento em estudo foi de 10,52%. O volume de galhos com casca
médio foi de 62,2% em relação ao volume comercial.

viii
ABSTRACT

GROWING OF Cedrela fissilis (Vellozo) Mart. WITH SUSTAINABLE


MANAGEMENT OF THE NATURAL FORESTS HELP IN RIO
GRANDE DO SUL STATES

Author: Luciana Martins Esber


Advisor: Paulo Renato Schneider

This work was conducted done with the objective of studying the
diameter growing, merchantable volume, merchantable form factor,
current annual increment in percentage of the merchantable volume
(ICA%), competition, branch volume and crown competition factor of
cedar, Cedrela fissilis (Vellozo) Mart., in a Deciduous Drought Forest,
located in Santa Maria, in the Central Depression of Rio Grande do Sul
(RS), South of Brazil. Sample trees were selected to the data analysis, the
sample unit was defined in two times the medium radius of the crown,
which was measured through a visual projection of 8 fixed radius, the
first oriented to the north and the others in each 45°, in the clockwise.
The usual dendrometry variables were measured from the trees that
belong to the sample, as well as their coordinates in relation to the center
of the sample unity (sample tree). For the growing study, it was used
three trees of the dominant storey, 5 disks were took from each tree,
taken in the base, diameter in the breast height, and in superior levels
until the commercial height, defined in the beginning of the twin stem.
The data were taken through the technique of the stem analysis. The
marked out of the growth ring was done through preparation of slices
with sandpaper and the marks in 4 radius, of 90° fixed angle between
them. The measurement was accomplished using the Lintab II apparatus.
The merchantable volume by the annual cube was determined through
the Smalian method, and the merchantable form factor by the reason
between the merchantable exact cylindrical using as reference the DAP.
Mathematics models were used to study the tendencies of the growing in

ix
diameter, merchantable volume, merchantable form factor and current
annual increment in percentage of the merchantable volume (ICA%). The
competition was estimate through the crown diameter measurement of 26
trees that belong to several diameter classes. Depended and independent
index were used to determine the index of competition of the distance of
trees. Three trees referring to the growing were used to mark off the
medium volume with branch bark, where the diameter and the branch
length measurement were taken in three or more positions. In the growth
study, the adjustment of the equations indicated that the Backman model
was better for the three trees, to a variable diameter in relation to age,
although the Richard was better to average. For the merchantable
volume, the Backman’s function was the best for the three trees and for
the complex of the taken averages in function of the diameter, because,
for the age variable, was selected a Mitscherlish & Sontag model. The
Backman equation was the best that represented the merchantable form
factor to 2 and 3 trees and although, trees where as the Mitscherlish &
Sontag dapted better to the first tree. To the percent current annual
increment the merchantable volume, the Backman was the chosen model
to 2 and 3 trees and also to averages. Mitscherlich & Sontag was the best
that described the growth to the tree number 1. Dependent and
independent index of the distance indicated an irregular distribution of
the trees in the stand and a high degree of competition in the forest in the
description of competition. Regarding stand, the crown competition
factor of of the specie was 10,52%. The medium volume with branch
bark was 62,2% in relation to the merchantable volume.

x
LISTA DE TABELAS

TABELA 01 – Equações testadas para estimar o crescimento em


diâmetro (cm) e volume comercial (m³) em função da
idade, volume comercial, fator de forma comercial e
incremento corrente anual percentual em volume
comercial em função do diâmetro à altura do peito
(cm)_________________________________________24
TABELA 02 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento em diâmetro (cm) em função da idade por
árvore-amostra ________________________________ 29
TABELA 03 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento médio em diâmetro (cm) em função da
idade (anos) para o conjunto de árvores-amostra ______ 32
TABELA 04 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento em volume comercial (m³) em função da
idade por árvore-amostra ________________________ 34
TABELA 05 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento médio do volume comercial (m³) em função
da idade (anos) para o conjunto de árvores-amostra____ 36

xi
TABELA 06 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento em volume comercial (m³) em função do
diâmetro (cm) por árvore-amostra _________________ 38
TABELA 07 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento médio do volume comercial (m³) em função
do diâmetro (cm) para o conjunto de árvores-amostra __ 39
TABELA 08 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento em ICA% em volume comercial em função
do diâmetro (cm) por árvore-amostra _______________ 41
TABELA 09 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento médio do ICA% em volume comercial em
função do diâmetro (cm) para o conjunto de árvores-
amostra ______________________________________ 44
TABELA 10 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento do fator de forma comercial em função do
diâmetro (cm) por árvore-amostra _________________ 46
TABELA 11 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar
o crescimento médio do fator de forma comercial em
função do diâmetro (cm) para o conjunto de árvores-
amostra ______________________________________ 48
TABELA 12 – Crescimento do diâmetro, volume comercial, incremento
corrente anual percentual em volume comercial e fator de
forma comercial _______________________________ 50
TABELA 13 – Volume de galhos (m³) _________________________ 51

xii
TABELA 14 – Índices de concorrência ________________________ 52
TABELA 15 – Fator de competição de copa por centro de classe de
DAP________________________________________ 57

xiii
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Desenho esquemático da unidade amostral ___________ 22


FIGURA 2 – Curva de crescimento do DAP (cm) em função da idade por
árvore-amostra ________________________________ 30
FIGURA 3 – Curva de crescimento do DAP (cm) em função da idade
para o conjunto de árvores-amostra ________________ 33
FIGURA 4 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em
função da idade por árvore-amostra ________________ 35
FIGURA 5 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em
função da idade para o conjunto de árvores-amostra ___ 36
FIGURA 6– Curva de crescimento em volume comercial (m³) em função
do DAP (cm) por árvore-amostra __________________ 39
FIGURA 7 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em
função do DAP (cm) para o conjunto de árvores-amostra
____________________________________________ 40
FIGURA 8 – Curva de crescimento em ICA% em volume comercial (m³)
em função do DAP(cm) por árvore-amostra _________ 43
FIGURA 9 – Curva de crescimento em ICA% comercial em função do
DAP (cm) para o conjunto de árvores-amostra _______ 44
FIGURA 10 – Curva de crescimento em fator de forma comercial em
função do DAP (cm) por árvore-amostra ____________ 47

xiv
FIGURA 11 – Curva de crescimento em fator de forma comercial em
função do DAP(cm) para o conjunto de árvores-amostra
____________________________________________ 49

xv
1 INTRODUÇÃO

As florestas nativas, durante muito tempo, foram consideradas


pela sociedade uma barreira ao desenvolvimento econômico. Por isso,
foi inevitável a sua substituição pela agricultura e pecuária.
Atualmente, a Legislação Florestal Estadual do Rio Grande do
Sul contempla a utilização do regime de manejo jardinado nas
florestas remanescentes. Mas a falta de informações sobre a dinâmica
populacional, taxas de crescimento e necessidades de luz, aliadas a
fatores econômicos, dificultam, de forma significativa, o planejamento
e aplicação dos planos de manejo em florestas nativas, determinando,
assim, a produção de madeira em maior intensidade nos plantios
homogêneos para o Estado do Rio Grande do Sul. Sendo que estes,
apesar de garantirem qualidade e quantidade de produção, geralmente
não atendem à demanda das madeiras ditas de lei, ainda muito
utilizadas em peças de primeira linha por apresentarem maior
resistência e durabilidade.
Para que um plano de manejo em florestas naturais possa ser
aplicado com sucesso, deve-se levar em consideração vários aspectos,
tais como: composição florística do povoamento, análise estrutural,
análise da regeneração da floresta, avaliação do crescimento das
espécies, determinação do estoque disponível no povoamento, bem
como todo o processo dinâmico ao qual estão sujeitas as florestas,
visando não só a sustentabilidade da produção, mas também os
benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Para o estudo do crescimento de espécies florestais, vários
métodos vêm sendo empregados ao longo dos anos, como observações

1
em parcelas permanentes, nas quais se obtém estimativas precisas do
crescimento das árvores e, principalmente, no que se refere ao
processo dinâmico da floresta, porém, somente a longo prazo e com
custos elevados de medição
Um método que determina aproximadamente a relação
diâmetro/idade baseia-se na determinação do tempo médio exigido
para a passagem de uma classe diamétrica para uma classe superior.
Para tanto, são realizadas medições periódicas na floresta.
Outra possibilidade é o uso da técnica da análise de tronco que
constitui num método rápido e de fácil medição, na qual se reconstitui
todo o crescimento passado da árvore, obtendo-se informações da
altura, diâmetro, área basal, fator de forma e volume ao longo do
tempo. A análise de tronco também serve como alternativa das
parcelas permanentes na avaliação do incremento volumétrico e em
altura.
A técnica de análise de tronco consiste na retirada de fatias ao
longo do tronco e na medição por secções dos anéis de crescimento,
para determinação da idade e suas relações com os distintos
parâmetros de crescimento. Porém, esta técnica somente pode ser
utilizada mediante a visualização dos anéis de crescimento, bem como
a determinação da anualidade das camadas de crescimento para a
espécie, o que a torna mais difícil em relação às espécies folhosas
nativas, quando comparadas com espécies exóticas.
Muitos métodos têm sido empregados com sucesso com a
finalidade de determinar a anualidade dos anéis, como, por exemplo,
aplicação de ferimentos do câmbio vascular “técnica da janela”

2
(Tomazzelo Fº & Cardoso, 1998); avaliação dos ramos (Mattos, 1999;
Ceccantini et al., 2000, entre outros).
Neste trabalho, a técnica de análise de tronco foi utilizada no
presente trabalho para determinar o crescimento do cedro, Cedrela
fissilis (Vellozo) Mart., da família Meliaceae, de uma Floresta
Estacional Decidual, na região da Depressão Central, no município de
Santa Maria, RS, com o objetivo de estudar e descrever com modelos
estatísticos:
a) o crescimento e incremento em diâmetro e volume comercial
em função da idade das árvores;
b) o crescimento em volume comercial em função do diâmetro
das árvores;
c) a variação do fator de forma comercial em função do
diâmetro e idade;
d) o incremento corrente anual em percentagem do volume
comercial e sua variação em função do diâmetro;
e) o valor do fator de competição de copa;
f) a concorrência das árvores individuais, através de métodos
dependentes e independentes da distância;
g) a equação de melhor ajuste para cada variável dependente.

3
2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Manejo em florestas nativas

A história tem demonstrando que uma das bases do


desenvolvimento social e econômico das sociedades, em qualquer
parte do mundo, passa por um período de exploração dos recursos
naturais existentes. Embora, atualmente, esse tipo de comportamento
puramente exploratório seja moral e legalmente condenável, ainda
ocorre quando os recursos naturais, devido à sua abundância, são
considerados um empecilho ao desenvolvimento de outras atividades
econômicas (Schneider & Finger, 2000).
Estes autores comentaram que o consumo desordenado e a
substituição das florestas por outras atividades econômicas já levou ao
desabastecimento do mercado de madeira, em épocas remotas,
obrigando governantes ao confisco, à restrição e à regulamentação do
corte de árvores. Como no caso do Brasil, que no império de Dom
Pedro II (1825-1891) proibiu a exploração de determinadas espécies
florestais, advindo daí o termo “madeira de lei” usualmente
empregado. (Dimitri, 1997).
Para Carvalho (1997), os planos de manejo de florestas naturais
devem levar em consideração a composição florística da área, a
diversidade de espécies, a estrutura da floresta, o crescimento dos
indivíduos, o recrutamento, a mortalidade, o processo dinâmico de
recomposição e a reestruturação da floresta. Neste sentido, Schneider
& Finger (2000) destacaram a importância de se conhecer os tipos

4
florestais, sua dinâmica, os eventos e os elementos reguladores para
manutenção da produção e seu equilíbrio.
Reis (1999, p. 413) definiu que “em um sistema de manejo
sustentado, três pontos são fundamentais para garantir a
sustentabilidade: avaliação do estoque disponível, taxas de incremento
e regeneração natural da espécie explorada”. Por outro lado Mello
(1999, p. 10) diz que “retirar mais do que a floresta produz num
determinado período pode conduzir à exaustão, e retirar menos, causa
a subutilização dos recursos e pode conduzir a uma superpopulação e
conseqüente estagnação da floresta. Por isso, para a realização de um
plano racional de manejo, é necessário que se avalie o crescimento da
floresta, pois produção nada mais é que o crescimento acumulado.”
Para Vetter & Botosso (1988), o conhecimento da idade e taxa de
crescimento de árvores tropicais é de particular importância tanto para
a Ciência Florestal como para a Ecologia. O desenvolvimento de
esquemas viáveis para a utilização das florestas, a determinação dos
ciclos de corte e a estimativa do volume a ser explorado são baseados
sobre a taxa de crescimento e idade. Em ecologia, estes aspectos são
básicos para estudos de população, desenvolvimento e produção de
ecossistemas.
O manejo florestal orientado em sistemas ecológicos, baseado
em fatores ecológicos, exige a utilização de modelos de crescimento
para árvores individuais, que oferecem a vantagem de ser aplicados na
produção de madeira de alta qualidade tanto em florestas plantadas
como em florestas heterogêneas mistas (Pretzsch apud Nutto et al.,
2001).

5
Segundo Durlo (2001), existem três possibilidades para estudar
as taxas de crescimento em espécies florestais: análise de tronco,
observação de parcelas permanentes e análise de cronosséries.
Para Burger & Richter (1991, p. 21), “a análise dos anéis de
crescimento além de trazer referências valiosas sobre a vida do vegetal
é de grande interesse para a silvicultura, silvimetria e ordenamento
florestal por permitir a elaboração de tabelas de volume e por fornecer
bases para prognoses de produção.”
Segundo Prodan (1997), a análise de tronco é o caminho mais
direto e preciso para se estudar o desenvolvimento de uma árvore,
determinar seu crescimento e investigar as diferentes relações de
fatores que o controlam.
A técnica de análise de tronco é definida como o exame de
seções transversais do tronco de uma árvore para determinar seu
crescimento e qualidade em diferentes períodos de sua vida. Consiste
na contagem e medição dos anéis, com o objetivo de avaliar a idade,
seu crescimento em diâmetro, área basal e volume. Na análise de
tronco completa, retira-se um determinado número de fatias ao longo
do tronco e, na análise de tronco parcial, somente rolos de incremento
são retirados. Porém, a aplicação desta técnica somente é possível com
ocorrência de anéis anuais de crescimento visíveis (Finger, 1992)
A análise de tronco exerce ainda um importante papel na
dendrocronologia, pois permite informar sobre a existência, na
estrutura dos anéis de crescimento, de fenômenos ecológicos e
ambientais, como o clima (dendroclimatologia), e o uso de objetos de
madeira para localizar eventos no passado (dendroarqueologia), etc.

6
Para isto, Kozlowski (1962) mencionou os princípios de estudos na
dendroarqueologia e dendroecologia e os tipos de trabalho
desenvolvidos por alguns autores.

2.2 Dendrocronologia em espécies tropicais

Em um anel de crescimento distinguem-se, normalmente, o lenho


inicial, que corresponde ao crescimento da árvore no início do período
vegetativo, quando as plantas despertam de seu período de dormência,
reassumindo suas atividades fisiológicas com todo vigor.
Caracterizadas por células de paredes finas e lumens grandes,
conferindo um conjunto de coloração clara. Com a aproximação do
fim do período vegetativo, normalmente outono, as células vão
diminuindo paulatinamente sua atividade fisiológica, formando
células de paredes mais espessas e lumens menores e tonalidade
escura (Burger & Richter, 1991; Raven et al.,1996).
Embora o número de anéis de crescimento em uma árvore
forneça uma estimativa da idade da árvore, nem sempre esta é
completamente precisa, porque podem ser formados falsos anéis de
crescimento em uma única estação. Os falsos anéis são o resultado de
uma parada repentina no crescimento, ocasionada por uma estiagem
ou frio (Morey, 1980; Cutter, 1987; Raven et al., 1996). Outros
autores como Morey (1980), Burger & Richter (1991) e Botosso et al.
(2000) também citaram a ocorrência de anéis incompletos no xilema,
formados também como no caso dos falsos anéis, pela ocorrência de
inundação, geada, desfolha, brotamento esporádico, etc. Segundo

7
Burger & Richter (1991, p. 18), “anéis de crescimento descontínuos
ocorrem principalmente em árvores velhas que apresentam copa
assimétrica”.
Além das condições climáticas, outros fatores podem interferir na
taxa de crescimento em diâmetro do tronco, mesmo em árvores de
mesma espécie, como: idade, vigor, posição sociológica, variações
edáficas, entre outros (Tomazello et al., 2000a).
Durante muito tempo assumiu-se que a atividade cambial de
espécies arbóreas tropicais mantinha-se praticamente constante
durante todo o ano, tornando-se impraticável a análise de tronco.
Todavia, pesquisas realizadas por Callado et al. (1998) e Botosso et
al.(2000) têm demonstrado que muitas espécies de árvores tropicais
apresentam crescimento intermitente.
Worbes (1995) citou vários métodos utilizados para determinar a
periodicidade anual das camadas de crescimento em árvores tropicais,
classificando-os em destrutivos e não-destrutivos. Nos destrutivos
distinguem-se: contagem de anéis em árvores de idade conhecida;
realização de ferimentos de câmbio; datação por radiocarbono;
detecção de anos indicadores, entre outros. Os métodos não
destrutivos abrangem estudos fenológicos, fitas dendrométricas ou
mensuração de atividade cambial e avaliação do crescimento
periódico do ramo.
Tomazello et al. (2000a) utilizaram faixas dendrométricas no
estudo de periodicidade, taxa de crescimento e atividade cambial em
Cedrela fissilis no estado de São Paulo; constatando longos períodos

8
de dormência cambial de até 8-9 meses, coincidentes com a queda das
folhas.
Através de estudos microscópicos da madeira, Tomazello et al.
(2000b) determinaram a sazonalidade e a nítida demarcação dos anéis
de crescimento de Cedrela fissilis, pela presença de parênquima axial
inicial e do anel semi-poroso, resultante do início do ciclo de
crescimento. A mesma estrutura anatômica para Cedrela odorata, na
região Amazônica, foi verificada por Botosso et al. (2000).

2.3 Concorrência das árvores

“A concorrência influencia o desenvolvimento da copa da


árvore. A massa foliar da copa produz a substância orgânica que o
câmbio precisa para crescer, por isso, a dimensão da copa determina o
crescimento do fuste das árvores”(Spiecker, 1981, p.7).
Este crescimento é diretamente influenciado pelo grau de
concorrência entre os indivíduos da população, porque as árvores de
um povoamento competem por espaço tanto para o desenvolvimento
das raízes, quanto para o das copas. No decorrer do crescimento, a
árvore precisa cada vez mais de espaço, conseqüentemente, suas copas
expandem-se à procura de luz, seja mais lateralmente em
povoamentos pouco densos, ou longitudinalmente, em povoamentos
que estão sobre mais forte concorrência. Assim, pode-se afirmar que a
densidade do povoamento, bem como a disponibilidade de água e
nutrientes no solo são alguns elementos essenciais para a
determinação da concorrência entre as árvores do povoamento.

9
Existem índices que determinam, por meio das variáveis
dendrométricas e sua distribuição espacial no terreno, o tipo de
competição sofrida no povoamento. Prodan et al. (1997) citou vários
índices para a determinação da concorrência, classificados em: índices
independentes da distância, como o índice de BAL (Basal Area
Larger) e de Glover & Holl (1979), que são mais eficientes para
povoamentos naturais uniformes em termos de distribuição espacial; e
índices dependentes da distância, que relacionam a distância de uma
árvore selecionada ao acaso e sua vizinha mais próxima com a
distância entre um ponto selecionado ao acaso e a árvore mais
próxima. Entre estes, encontram-se os índices de Bella (1969), Hegyi
(1974), Ek & Monserud (1974), Byth & Ripley (1980).
A densidade do povoamento também constitui uma importante
ferramenta para a determinação da concorrência, pode ser descrita de
quatro maneiras: número de árvores por hectare, volume por hectare,
área basal por hectare e densidade de copa (Spiecker, 1981).
Para a determinação da densidade de copa, torna-se necessária a
medição da área de copa das árvores, trabalho dispendioso em razão
da dificuldade de delimitação da copa sobre o solo, principalmente
tratando-se de florestas naturais, e do tempo de medição empregado.
Uma variável que auxilia o cálculo da área da copa é o diâmetro da
árvore tomado a 1,3 m do solo (DAP). Esta relação tem alta correlação
e, na maioria das vezes, apresenta-se na forma linear. Silva (1977,
p.24) encontrou uma relação DAP/diâmetro de copa para Araucaria
angustifolia expressa na forma hiperbólica: “a correlação entre o
diâmetro de copa e o DAP assume características práticas,

10
principalmente quando se trata de inventários florestais extensivos
realizados por aerofotos”.
Segundo Spiecker (1981), por meio da relação DAP/diâmetro
de copa, pode-se calcular a área basal para uma densidade de copa
definida.
Em estudos realizados por Durlo & Denardi (1998) e Durlo
(2001), determinaram as principais características morfométricas das
árvores, como, diâmetro de copa, comprimento de copa, índice de
saliência etc... e suas relações com variáveis dendrométricas usuais,
confirmando a importância dos parâmetros da copa para a modelagem
do crescimento em diâmetro e sua implicação para o manejo florestal.
Vários métodos vem sendo empregados para a determinação da
área de copa. Silva (1977) estudou o diâmetro de copa de Araucaria
angustifolia e suas relações com o DAP, utilizando como método de
medição de copa a projeção de 6 a 15 raios em ângulos variáveis. Para
o cálculo da superfície, valeu-se da média aritmética dos raios, o que
levou à superestimação da área de copa.
No estudo de copa para Pinus elliotti, Nutto et al. (2001)
utilizaram a comparação de dois métodos de levantamento de copa e
sua precisão em relação às estimativas, em que o método de quatro
raios com ângulos fixos superestimou o diâmetro de copa e apresentou
um menor coeficiente de determinação em relação ao método de oito
raios com ângulos variáveis.
Sobre isto, Spiecker (1981, p. 18) afirmou que “o número de
raios de medição da copa depende da precisão exigida, e que o método
dos oito ângulos variáveis produz bons resultados”.

11
2.4 Descrição da espécie

A Cedrela fissilis (Vellozo) Martius pertence à família


Meliaceae, da ordem Sapindales. A família Meliaceae é representada,
na América do Sul, por oito gêneros: Cedrela, Swietenia, Cabralea,
Trichilia, Grarea, Carapa, Schmardaea e Ruegeal (Rizzini, 1978).
Essa família ocorre em regiões tropicais e pantropicais da África,
América e Ásia, compreendendo 51 gêneros e 1.400 espécies, com
cerca de 500 apresentando importância econômica (Cronquist apud
Tomazzelo et al., 2000b). O autor destaca a família Meliaceae na
realização de estudos dendrocronológicos, através da grande
disponibilidade de importantes informações científicas sobre suas
espécies principais, relacionadas com a anatomia da madeira,
comportamento fenológico, área de ocorrência natural, ritmo e taxa de
crescimento das árvores.
A espécie Cedrela fissilis possui uma ampla distribuição
geográfica, estendendo-se desde a Costa Rica até o noroeste da
Argentina (Gartland et al., 1996). No Brasil, o gênero Cedrela é
representado por várias espécies, sendo, porém, três as principais: C.
odorata L., comum na floresta amazônica, em terra firme e em
várzeas altas, estendendo-se até o norte do Estado do Espírito Santo;
C. angustifolia S. & Moc., nas florestas úmidas da região costeira,
desde o Estado do Espírito Santo até o Sul do País, e a C. fissilis Vell.,
em matas desde o Estado de Minas Gerais até o do Rio Grande do Sul
(Rizzini, 1978; Mainieri & Chimelo, 1989).

12
Carvalho (1994) acrescentou também a C. lilloi como ocorrendo
nas florestas da região Sul do Brasil.
O cedro é uma espécie que possui muitas sinonímias botânicas:
Cedrela brasiliensis Ard. Jussieu; Cedrela macrocarpa Ducke;
Cedrela tubiflora Bertoni. Sendo conhecida vulgarmente pelos nomes
de cedro-amarelo, cedro-batata, cedro-rosa, cedro-vermelho, acaiacá,
cedro-roxo. Na Argentina, é conhecido por cedro misionero; na
Bolívia, por cedro; no Paraguai, por ygary e no Peru, por cedro
colorado (Carvalho, 1994; Lorenzi, 1998).
Segundo Reitz et al. (1988), apresenta larga dispersão nas
formações florestais do Rio Grande do Sul, sendo, porém, mais
freqüente e abundante nas matas subtropicais do Alto Uruguai e seus
afluentes, igualmente muito comum nas florestas da Depressão
Central, nos sub-bosques dos pinhais e no Escudo Rio-grandense. A
árvore é decidual e atinge até 35 m de altura e 150 cm de diâmetro,
com tronco cilíndrico, longo, reto ou levemente tortuoso. A casca tem
coloração cinzenta ou castanho-cinzenta, com longas fissuras
longitudinais profundas e muito típicas; folhagem densa na primavera,
verão até o início do outono. Apresenta ramificação cimosa
dicotômica e ascendente, formando copa arredondada ou em forma de
guarda-chuva.
A espécie Cedrela fissilis caracteriza-se por ser secundária
inicial a secundária tardia, desenvolvendo-se no interior da floresta
primária, porém, apresenta grande agressividade na vegetação
secundária: em capoeirões e floresta secundária. Habita a Floresta
Ombrófila Densa Submontana (Floresta Amazônica à Floresta

13
Atlântica), sendo restrita a sua ocorrência no Pará às “matas de terra
firme”; Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária); Floresta
Estacional Semidecidual; Floresta Estacional Decidual, nas formações
Montana e Baixo-Montana e encraves vegetacionais no Nordeste
brasileiro, onde sua ocorrência é rara. A freqüência do cedro nas
florestas do Sul do Brasil varia de uma a três árvores por hectare. Esta
foi a estratégia encontrada pela espécie para fugir do ataque da
Hypsipyla grandella, conhecida como broca-do-cedro (Carvalho,
1994). Na Selva Missionera argentina, a freqüência de ocorrência da
espécie varia entre 1,76 a 6,88 exemplares por hectare (Gartland et al.,
1996).
O cedro foi uma das espécies mais comuns em toda a área das
matas do noroeste rio-grandense, principalmente nas florestas
latifoliadas, ao longo da Serra Geral e na Depressão Central. Foi
particularmente abundante ao longo dos vales e nos inícios das
encostas, onde os solos são profundos e úmidos. Apresenta
crescimento rápido, sobretudo em locais de solos úmidos, férteis e
profundos e quando recebe bastante luz (Reitz et al.,1988). Floresce
durante os meses de agosto e setembro. Os frutos amadurecem com a
árvore totalmente desfolhada, durante os meses de junho-agosto
(Lorenzi, 1998).
A madeira é leve, cerne variando do bege-rosado-escuro ou
castanho-claro-rosado, mais ou menos intenso, até o castanho-
avermelhado; textura grossa; grã direita ou ligeiramente ondulada,
superfície lustrosa e com reflexos dourados; cheiro característico,
gosto ligeiramente amargo (Mainieri & Chimelo, 1989).

14
É considerada de resistência moderada ao ataque de organismos
xilófagos (Mainieri & Chimelo, 1989; Gartland et al., 1996). Quando
submetida a tratamentos preservantes sob pressão em ensaios de
laboratório, demonstrou ser de baixa permeabilidade às soluções
preservantes (Mainieri & Chimelo, 1989).
Na opinião desses autores, a madeira de Cedrela fissilis
classifica-se entre as madeiras leves que têm maior diversificação de
utilização e é superada somente pela madeira de Araucaria
angustifolia (Bert.) O. Kuntze.
Gartland et al. (1996, p. 39) afirmaram que “a madeira apresenta
um desenho rajado originado pelos elementos construtores do lenho: é
um tecido fibroso e liso em contraposição ao vascular, a demarcação
dos anéis origina um suave desenho angular. Os anéis de crescimento
são bem demarcados devido a porosidade semicircular do lenho”.
Mainieri & Chimelo (1989) descreveram a espécie
anatomicamente da seguinte forma: parênquima axial apotraquel
marginal, em faixas regulares, afastadas e contrastadas, distintas a
olho nu, com uma a sete células de largura e difuso escasso; seriados
de 2 a 6 células por série; óleo-resina abundante. Poros/vasos de maior
diâmetro, bem distintos a olho nu, freqüentemente dispostos em anéis
porosos; os demais distribuídos uniformemente nos anéis de
crescimento; solitários em pequena maioria, e múltiplos radiais de 2 a
5; muito pouco a numerosos, 1 a 8 poros por mm²; pequenos a
grandes, 80 a 260 µm de diâmetro tangencial. Camadas de
crescimento demarcadas pelas faixas do parênquima marginal e pelos
poros de maior diâmetro com tendência a formar anéis porosos.

15
Os autores afirmaram ainda, que a madeira de cedro é
particularmente indicada para partes internas de móveis finos, folhas
faqueadas decorativas, contraplacados, embalagens decorativas, em
construção civil, como venezianas, rodapés, guarnições, cordões,
forros, na construção naval, além de produtos de madeira serrada e
roliça. Carvalho (1994) citou, ainda, outros produtos como óleo
essencial, substâncias tanantes e indicação em uso medicinal.
Em razão de suas amplas aplicações e características adicionais,
como rara beleza, foi uma das espécies mais intensamente exploradas.
O cedro constitui uma espécie de grande potencial pelas características
de sua madeira, pelo seu crescimento e vitalidade, exceto pelo
problema da larva Hypsipyla grandella Zell, que, se contornado,
poderá fazer com que os reflorestamentos com esta espécie represente
uma das fontes mais rentáveis para o Sul do Brasil (Reitz et al., 1988).

2.5 Crescimento da espécie

Brack & Weik (1994), através de estudos realizados em


plantações de árvores individuais de Cedrela fissilis na região Oriental
do Paraguai, verificaram um incremento médio anual por árvore de
0,054 m3 aos 25 anos; 0,048m3 aos 38 anos e 0,041m3 aos 40 anos.
Em estudo do crescimento de várias espécies nativas em
diferentes locais, Carvalho (1994) constatou que o crescimento de
Cedrela fissilis é extremamente variável dependendo da intensidade
do ataque da broca-do-cedro, Hypsipyla grandella. O incremento
médio anual em volume é baixo, de 3,25 m3/ha/ano, aos 10 anos,

16
obtido em Cascavel, PR, em solo latossolo roxo distrófico, num
espaçamento de 3 x 2 m.
Em estudo do comportamento silvicultural de Cedrela fissilis,
Araucaria angustifolia e Tabebuia impeginosa, plantadas sob
condições naturais de capoeira de uma floresta estacional decídua em
Santa Cruz do Sul, RS, comprovou-se o crescimento do cedro, com
um DAP médio de 3,4 cm e altura média de 1,5 cm, aos oito anos de
idade, sendo superado somente pela araucária. Na área experimental,
foi observado um forte ataque de Hypsipyla grandella e serrador
(Schneider et al., 1992).
Sánchez & Revilla (1987) destacaram bem o problema da
Hypsipyla grandella em plantios de cedro e suas formas de controle
integrado com tratamentos químicos, biológicos e silviculturais,
concatenado a outros fatores como qualidade do sítio, luminosidade,
densidade, uso de faixas laterais de vegetação para proteção e
estimulação do crescimento.
Carvalho (1994) desaconselhou o plantio puro do cedro, em
razão de suas características ecofisiológicas e pela acentuada
vulnerabilidade ao ataque da broca-do-cedro. Quando plantado em
faixas abertas, capoeiras e em florestas exploradas, deve ser efetuado
em linhas, a uma densidade nunca superior a 100 árvores por hectare.

2.6 Vegetação original

Segundo Teixeira & Coura Neto (1986), a vegetação original do


Estado do Rio Grande do Sul é bastante variada, destacando-se por
sua abrangência e importância econômica e ecológica na Floresta

17
Ombrófila Mista e Floresta Estacional Decidual. A Floresta Ombrófila
Mista ocupa, em sua maior parte, o Planalto das Araucárias e a porção
leste do Planalto das Missões, em altitudes de 500 a 1.800 m acima do
nível do mar, predominantemente sobre basaltos e efusivas ácidas
associadas do período Juracretáceo.
Segundo o autor, a região da Floresta Estacional Decidual
localiza-se, em sua maior parte, na Serra Geral e patamares, no trecho
que se situa desde o rio Uruguai, a oeste, até o vale do rio Caí, a leste.
Recobre parte da Depressão Central gaúcha, logo ao sul da Serra
Geral, estendendo-se pelas planícies e terraços aluviais do rio Jacuí e
seus afluentes. Ocorre também no Planalto das Missões, mais
precisamente no vale do rio Ijuí, a noroeste do RS. A estrutura da
Floresta Estacional Decidual é representada por dois estratos arbóreos
distintos: um, emergente, aberto e decíduo, com uma altura variando
entre 25 e 30 metros; e outro, dominado e contínuo, de altura não
superior a 20 metros, formado principalmente por espécies
perenifolias, além de um estrato de arvoretas.

18
3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local de coleta dos dados

Os dados para o presente estudo foram amostrados em duas


áreas. A primeira, localiza-se no Campo de Instrução do Exército de
Santa Maria CISM, unidade do Exército Brasileiro, localizado em
Santa Flora, distrito do Município de Santa Maria, RS. Situa-se a 14
km do centro da cidade, nas coordenadas geográficas: 29o latitude sul
e 53o longitude oeste, em uma zona de transição entre a Depressão
Central e a escarpa arenítico basáltica do Planalto Meridional
brasileiro.
No CISM, ocorrem formações florestais do tipo capões, que
apresentam áreas muito variadas, de menos de um hectare atingindo
até centenas de hectares. O capão, objeto do estudo, apresenta área de,
aproximadamente, 368 ha cobertos por floresta pertencente a
formação Floresta Estacional Decidual Submontana.
O Arroio Sarandi, tributário do Rio Vacacaí, o qual pertence à
Bacia Hidrológica do Rio Jacuí, faz a divisa ao sul do capão. Na
divisa leste, encontra-se um tributário do Arroio Sarandi, com
nascentes no interior da floresta.
O relevo é heterogêneo, sendo constituído por coxilhas
sedimentares, apresentando partes com topografia plana, suave-
ondulada e ondulada. A altitude da área varia entre 60 m, nas áreas
próximas aos riachos, até cerca de 125 m, nas partes mais altas, com
média em torno de 80 m.

19
A segunda área, localiza-se na Estação Experimental da Boca
do Monte, pertence à Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária
(FEPAGRO). Foram coletadas informações dendrométricas na busca
de aumentar a amostragem de dados, tendo em vista a dificuldade na
localização das árvores de menores diâmetros no primeiro local
amostrado.
A FEPAGRO encontra-se localizada no distrito de Boca do
Monte, a uma distância de cerca de 15 km do primeiro local de coleta
(CISM), possuindo, portanto, as mesmas características geográficas e
mesmo tipo de vegetação. Em razão disto, esta área foi escolhida para
o levantamento complementar de informações dendrométricas da
espécie estudada.

3.2 Clima

De acordo com Moreno (1961), a região apresenta um clima do


tipo Cfa de Köppen, caracterizado por chuvas bem distribuídas ao
longo do ano e temperatura média do mês mais quente superior a
22oC. A temperatura média anual fica compreendida entre 17,9 e
19,2oC, sendo a máxima absoluta observada de 41,2oC e a mínima
absoluta de -2,4oC. A precipitação média anual varia de 1.400 a 1.770
mm. Os ventos predominantes na região são originados do quadrante
sudoeste, com velocidade média de 5,6 km/h.

20
3.3 Solos

O solo é derivado de arenitos sedimentares, classificado como


Podzólico Vermelho-Amarelo (textura média, relevo ondulado,
substrato arenito) pertencendo à Unidade de Mapeamento São Pedro.
Esta unidade caracteriza-se por apresentar solos profundos,
avermelhados, textura superficial arenosa, friáveis e bem drenados.
São solos ácidos, pobres em matéria orgânica e nutrientes, apresentam
seqüências de Horizontes A, B e C bem diferenciados (Moser,1990).

3.4 Obtenção dos dados

Para a realização do levantamento de dados, foram selecionadas


árvores que tinham como critério pertencer ao estrato dominante da
floresta, apresentar boa qualidade do fuste e pertencer a sítios
distintos.
No levantamento dos dados dendrométricos da espécie, foram
utilizadas unidades amostrais circulares de tamanho variável em
função da dimensão da copa da árvore-amostra selecionada, sendo o
raio da unidade amostral igual a duas vezes o raio médio da copa da
árvore-amostra.
O raio médio da copa da árvore-amostra foi determinado através
da estimativa visual de oito raios fixos da copa. O primeiro com
orientação norte, e os demais raios foram determinados a cada 45° no
sentido horário, conforme Figura 1.
Em cada unidade amostral foi mensurada a altura total, a altura
comercial até a inserção do primeiro galho vivo, circunferência à

21
altura do peito (CAP), a altura da copa e os raios da copa da árvore
amostra. As demais árvores da unidade amostral que apresentaram
circunferência à altura do peito (CAP) superior a 30 cm também
foram mensurados o CAP, a altura total, a altura comercial e as suas
coordenadas em relação ao centro da unidade amostral (árvore-
amostra). Para tanto, foram utilizados fita métrica, Forestor Vertex
(medição das alturas), prancheta e fichas de coleta de dados
desenvolvidas por Schneider et al.(1999).


N
2
3
2 2

copa
raio
amostra
3

3
Legenda:
Árvore – amostra
2 Indivíduos amostrados
3 Indivíduos não-amostrados

FIGURA 1– Desenho esquemático da unidade amostral.

Para o estudo do crescimento, a amostra foi constituída de três


indivíduos para a região, portanto, três unidades amostrais tipo árvore-

22
amostra. Estas árvores, após abatidas, foram fracionadas com uso de
motosserra e retiradas fatias da base ao nível do solo, DAP, 50, 75 e a
100% da altura comercial. Essas fatias foram etiquetadas e numeradas
de acordo com a posição de retirada da fatia ao longo do tronco.
Posteriormente, as fatias foram secas em estufa até atingir umidade
em torno de 15%, e lixadas com lixas de número 60, 80, 120 e 240.
O crescimento em diâmetro por idade foi determinado através
da técnica de análise de tronco. A medição dos anéis de crescimento
foi feita com o auxílio do aparelho Lintab II, no Laboratório de
Dendrocronologia do Departamento de Ciências Florestais da UFSM,
sobre quatro raios marcados em cada fatia, sendo o primeiro raio
marcado com um ângulo de 45° no sentido anti-horário em relação ao
maior raio da secção, e os demais raios, a 90° do raio anterior. A
leitura dos anéis foi realizada no sentido casca-medula.
O volume comercial foi determinado através do método de
Smalian, para secções tomadas até a altura comercial e o fator de
forma comercial pela razão do volume comercial rigoroso pelo
volume comercial cilíndrico.
Para o estudo da tendência do crescimento em diâmetro, volume
comercial, em função da idade, bem como, o volume comercial
incremento corrente anual percentual em volume comercial e fator de
forma comercial em função do diâmetro à altura do peito, foram
testados seis modelos de regressão apresentados na Tabela 1.
No ajuste das regressões foram utilizados os dados obtidos por
análise de tronco das árvores-amostra. Para o conjunto de árvores-

23
amostra, resultaram em 227 pares de dados, para variáveis
dependentes e independentes.
As equações foram testadas por árvore isoladamente e também
para a média do conjunto de dados. Para o processamento das
equações de regressão, foi utilizado o pacote SPSS 7.5 for Windows.
A seleção das equações foram feitas pelo coeficiente de
determinação ajustado, erro padrão da estimativa, coeficiente de
variação, distribuição dos valores residuais e praticidade do modelo.

TABELA 1 – Equações testadas para estimar o crescimento em diâmetro e


volume comercial em função da idade, volume comercial,
fator de forma comercial e incremento corrente anual
percentual do volume comercial em função do diâmetro à
altura do peito
Nº. Equação Modelos Equação/Autores
1 Y = e b0 + b1*lnx + b2*ln²x Backman

2 Y = b0 + b1*x + b2*x² Equação Parabólica


3 b1 b2 Mitscherlich & Sonntag
Y = b0 * e *x
4 Y = b0 * e (-b1.x b2) Korsun

5 Y = b0 *(1-e(-b1.x)) Richards (reduzida)

Sendo: Y = variável dependente, representada pelo diâmetro (cm), volume


comercial (m³), fator de forma comercial e incremento corrente anual
percentual em volume comercial (%); x = variável independente,
representada pela idade em anos ou diâmetro (cm); ln = logaritmo natural;
b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.
Fonte: Schneider (1993) e Prodan (1997).

Para a realização do estudo da concorrência, foram medidas 26


árvores, incluindo as três árvores utilizadas no estudo de crescimento,
distribuídas em cinco classes de diâmetros, com intervalo de 10 cm.

24
Na determinação da concorrência, a instalação e medição das
unidades amostrais deu-se mediante o procedimento anteriormente
citado. Após a realização de todas as medições de copa, as
coordenadas dos indivíduos pertencentes à unidade amostral foram
locadas e transcritas para o papel milimetrado, em escala 1:100, bem
como a área de copa, definida através de oito raios fixos.
O índice de concorrência para a árvore individual foi definido
pela distância entre as árvores vizinhas e/ou pela distância e a
dimensão das árvores vizinhas ou pela determinação da forma da copa
e do fuste da árvore considerada.
Para o estudo da concorrência do cedro no povoamento em
questão, foram selecionados seis índices de concorrência: um
calculado independentemente da distância entre as árvores do
povoamento (BAL) e os demais índices dependentes da distância entre
as árvores.
a) Índice independente da distância:
índice de BAL (Basal Area Larger)

BAL = b/L
sendo:
b = diâmetro de copa;
L = comprimento de copa.

O índice de BAL (Basal Area Larger) representa o quociente


entre o diâmetro de copa e o comprimento de copa ou pelo quociente
da área basal por hectare e a área basal da árvore considerada.
Neste caso, optou-se pela relação entre o diâmetro de copa e
comprimento de copa, que também pode ser chamado de formal de

25
copa, pois representa o formato de copa para a espécie. Então, quanto
mais alto for o valor do índice, menor é a concorrência sofrida pela
árvore, seus galhos tendem a se expandir lateralmente, conferindo
uma forma arredondada à copa da árvore.

b) Índices dependentes da distância:

– índice de Hegyi:

IH = Σ ( di ) / Lij
dj
sendo:
di e dj = diâmetro da árvore considerada e concorrente, em metros,
respectivamente;
Lij = distância até o competidor j.

O índice de índice de Hegyi (IH) é calculado dependentemente


da distância entre a árvore considerada e o seu competidor. Portanto,
valores altos deste índice indicam que as árvores estão em alto grau de
competição.

– índice de Hopkins & Skellam:


n
Σ dpt²
IHS = i = 1______
n
Σ dtt²
i=1

26
sendo:
dtt = distância entre uma árvore selecionada ao acaso e sua vizinha
mais próxima;
dpt = distância entre um ponto situado ao acaso sobre o terreno e a
árvore mais próxima;
n = número de pontos tomados ao acaso.

O índice de Hopkins & Skellam (IHS) e de Byth & Ripley


(IBR) baseiam-se no fato de que a distância espacial é aleatória, sendo
que a distribuição das distâncias entre os pontos e árvores é idêntica à
distribuição entre árvores do povoamento.
O índice de Hopkins & Skellam (IHS) assume valores inferiores
a 1 para tipos com distribuição regular e superiores a 1 em tipos
irregulares.

– índice de Byth & Ripley:

n dpt²
IBR = 1 Σ _________
n i=1
dpt² + dtt²

O índice de Byth & Ripley (IBR) varia entre 0 e 1. Valores de 0


a aproximadamente 0,5 determinam que as árvores do povoamento
distribuem-se na forma regular. Valores superiores indicam que o
povoamento é do tipo irregular.

27
Para a determinação do fator de competição de copa (FCC) da
espécie, conhecido também como CCF (Crown Competion Factor) foi
realizado o seguinte procedimento de cálculo:

dc= b0 + b1.d +b2 .d²

S = π/4 . (b0 + b1.d +b2 .d²)²

n
FCC = 0,007854. [ Σ ( b0 + b1.d + b2.d²)²]
i=1

sendo:
dc= diâmetro de copa (m);
d = diâmetro à altura do peito (cm);
S= superfície de copa ou área de copa (m²);
FCC= fator de competição de copa %;
n = número de árvores.
Os coeficientes das equações foram calculados através do
programa estatístico SPSS 7.5 for Windows.
A determinação do volume com casca de galho para a espécie
foi realizado nas árvores abatidas. As medições de diâmetro e
comprimento do galho foram tomadas em três posições, ou mais,
dependendo do comprimento deste, tomando como diâmetro mínimo
limite de 5 cm.

28
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Crescimento do diâmetro em função da idade

Na Tabela 2, encontram-se os parâmetros estatísticos das


equações testadas para estimar o crescimento em diâmetro em função
da idade por árvore-amostra.

TABELA 2 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o


crescimento em diâmetro (cm) em função da idade (anos)
por árvore-amostra
N. N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Árvore Modelo b0 b1 b2
1 1 -2,0276 1,4307 -0,0555 0,986 0,899 5,62
1 2 -0,9164 0,3390 -0,0004 0,987 0,894 5,59
1 3 0,2723 0,1238 0,9931 0,986 0,918 5,74
1 4 37.708,4513 12,8616 -0,1273 0,987 0,894 5,59
1 5 694,0260 0,0004 - 0,986 0,912 5,70
2 1 -6,2347 3,9691 -0,3815 0,997 0,806 3,33
2 2 -7,5532 0,9319 -0,0031 0,997 0,789 3,26
2 3 0,3580 0,6843 1,1146 0,983 1,802 7,45
2 4 133,0786 19,8474 -0,6707 0,997 0,713 2,95
2 5 3.685,34 0,0002 - 0,977 2,097 8,67
3 1 -0,2185 0,3055 0,1249 0,995 0,781 4,20
3 2 0,6874 0,2294 0,0023 0,994 0,786 4,75
3 3 0,2774 -0,8013 1,2757 0,993 0,889 5,37
3 4 204.312,587 15,8786 -0,1365 0,990 1,040 6,28
3 5 5.343,7606 0,00007 - 0,969 1,863 11,25
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

29
Como pode ser observado na Tabela 2, a equação de Backman
(Tabela 1, modelo 1) apresentou melhor ajuste e precisão estatística
para descrever o crescimento em diâmetro em função da idade para as
três árvores, apresentando um coeficiente de determinação de 0,986,
0,997, 0,995 e um coeficiente de variação de 5,62, 3,33 e 4,20% para
as três árvores-amostra analisadas, respectivamente. A fácil
aplicabilidade da equação de Backman e o melhor ajuste da curva de
crescimento foi decisivo na escolha do modelo. Observa-se, ainda,
que os demais modelos também apresentaram bons ajustes, não
apresentando diferença significativa entre os parâmetros estatísticos e
também na distribuição dos resíduos.
A Figura 2 mostra, que todas as árvores-amostra estudadas
apresentaram o mesmo comportamento ascendente da curva de
crescimento do DAP em função da idade.

45
40
35
DAP (cm)...

30
árvore 1
25
20 árvore 2
15 árvore 3
10
5
0
10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
Idade (anos)

FIGURA 2 – Curva de crescimento do DAP (cm) em função da idade por


árvore-amostra.

30
A árvore 1 apresentou menores taxas de crescimento
diamétrico, praticamente constante até os 97 anos de idade, quando
alcançou 28,7 cm de DAP. A árvore 3 comportou-se de forma
constante até os 43 anos de idade, com 14,8 cm de DAP, após este
período, ocorreu uma aceleração do crescimento até a idade de 85
anos, quando alcançou DAP de 36,8 cm. Para a árvore número 2, as
taxas de crescimento diamétrico foram maiores, partindo de um DAP
de 1,45 cm aos 10 anos e alcançando aos 75 anos de idade um DAP de
44,9 cm.
Analisando esta mesma curva, percebe-se a tendência de
crescimento diferenciada da árvore 1, a qual, na idade de 97 anos,
possuiu um incremento menor em DAP em relação às outras árvores-
amostra mais jovens. Talvez esta tendência possa ser explicada pela
forte concorrência sofrida pela árvore, como pode ser observado nos
dados da unidade amostral (Anexo 1), no qual se encontram árvores
de dimensões superiores à árvore-amostra, como: ipê-roxo, guajuvira
e cedro. Supõe-se que estas espécies só atinjam grandes dimensões em
idades mais avançadas, portanto, podem ser mais velhas que a árvore-
amostra 1. Esta suposição é confirmada pelos índices de concorrência
apresentados na Tabela 14.
Para o estudo do comportamento do crescimento em diâmetro
em função da idade para o conjunto de árvores-amostra, foram
testadas as equações constituintes da Tabela 1, cujos resultados
encontram-se na Tabela 3.

31
TABELA 3 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento médio em diâmetro (cm) em função da idade
(anos) para o conjunto de árvores-amostra
N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Eq. b0 b1 b2

1 -8,9743 5,3189 -0,5701 0,710 6,049 32,64


2 -5,5838 0,7359 -0,0037 0,705 6,090 32,86
3 0,4957 0,2640 0,8810 0,678 6,390 34,48
4 50,9503 35,3391 -0,9550 0,700 6,107 32,95
5 68,6056 0,0072 - 0,680 6,280 33,89
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

Observam-se que todos os modelos apresentaram praticamente


a mesma precisão estatística, tanto em relação ao coeficiente de
determinação e erro padrão da estimativa, quanto na prova da
distribuição dos resíduos. Porém, optou-se pela equação reduzida de
Richards, modelo 5, por melhor representar a tendência de
crescimento média em diâmetro em função da idade, apresentando
coeficiente de determinação de 0,69 e coeficiente de variação
relativamente alto de 33,9% para a média.
As estimativas médias de diâmetro em função da idade para o
conjunto das árvores-amostra, obtidos pela equação de Richards, estão
representadas na Figura 3, na qual se pode observar a tendência
ascendente da curva de crescimento, partindo aos 10 anos com um
DAP de 4,9 cm até alcançar o DAP de 34 cm aos 95 anos de idade.

32
45
40
35
30
DAP (cm)

25
20
15
10
5
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
Idade (anos)

FIGURA 3 – Curva de crescimento médio do DAP (cm) em função da


idade para o conjunto de árvores-amostra.

4.2 Crescimento do volume comercial em função da idade


Na Tabela 4, encontram-se os parâmetros estatísticos das
equações testadas para estimar o crescimento em volume comercial
em função da idade por árvore-amostra.
De acordo com a Tabela 4, a equação que apresentou melhor
ajuste e precisão estatística para as três árvores-amostra foi a equação
de Backman (modelo 1, Tabela 1), tendo apresentado um coeficiente
de determinação igual a 0,993, 0,997 e 0,997, e o coeficiente de
variação de 5,15 3,05 e 3,99%, respectivamente, para as três árvores-
amostra. As demais equações testadas também apresentaram ótimos
ajustes, porém com valores de erro padrão da estimativa pouco
superiores, exceto para a árvore número 1, para a qual o modelo
número 4 apresentou-se pouco superior em precisão em relação ao
modelo de Backman. Através da análise dos resíduos, constatou-se

33
que não existiu diferença na distribuição entre os dois modelos,
optando-se, então, pelo modelo de Backman, para as três árvores-
amostra.
TABELA 4 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento em volume comercial (m³) em função da idade
(anos) por árvore-amostra
N. N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Árvore Modelo b0 b1 b2
1 1 3,2436 -4,5741 0,8232 0,993 0,013 5,15
1 2 0,1597 -0,0065 0,0001 0,989 0,017 6,65
1 3 1,8545 -12,1794 2,4191 0,987 0,019 7,26
1 4 0,0139 -0,0932 0,8121 0,994 0,012 4,95
1 5 198,7802 0,00002 - 0,712 0,090 34,60
2 1 -6,2301 0,4045 0,2428 0,997 0,015 3,11
2 2 0,1498 -0,0089 0,00027 0,997 0,016 3,25
2 3 0,00041 -2,3665 2,3572 0,997 0,016 3,25
2 4 5.257,22 25,7118 -0,2550 0,995 0,019 3,87
2 5 314,9443 0,000032 - 0,710 0,148 30,13
3 1 -12,5526 2,0311 0,1673 0,997 0,012 4,16
3 2 0,3654 -0,0188 0,0003 0,995 0,015 4,99
3 3 1,3 E(-06) -1,9602 3,4385 0,997 0,012 4,16
3 4 0,00015 -1,1992 0,4434 0,996 0,013 4,32
3 5 225,3337 0,000024 - 0,555 0,141 46,91
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

As tendências de crescimento em volume comercial em função


da idade para as três árvores-amostra, obtidos através da equação de
Backman, estão representadas na Figura 4. Observa-se, para as três
árvores-amostra, uma tendência de crescimento em volume comercial

34
ascendente em função da idade, demonstrando que ainda não foi
alcançado valor de assíntota da curva de crescimento.
Para a árvore 1, o volume comercial mostra-se crescente, mas
de forma mais lenta, atingindo um valor máximo de 0,6953 m³ aos 97
anos, enquanto a árvore 2 atingiu um crescimento maior, alcançando o
máximo de 1,0432 m³ aos 75 anos de idade.

1
0,9
Volume comercial (m³)

0,8
0,7
0,6 árvore 1
0,5 árvore 2
0,4 árvore 3
0,3
0,2
0,1
0
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95
Idade (anos)

FIGURA 4 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em função


da idade por árvore-amostra.

Para o conjunto de dados amostrados, foi selecionada a equação


de Mitscherlich & Sonntag (número 3, Tabela 1), por melhor explicar
a tendência do crescimento, apresentando um coeficiente de
determinação de 0,46, e um coeficiente variação alto de 52,14%, o
que, estatisticamente pode ser considerado alto, porém, indica uma
alta variação entre os volumes das árvores-amostra, conforme pode ser
observado na Tabela 5. Esta apresentou uma menor precisão em
relação as demais equações testadas, porém a soma dos quadrados dos

35
resíduos foi menor, tendo representado melhor a tendência do
crescimento médio em volume comercial que os outros modelos.

TABELA 5 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o


crescimento médio do volume comercial (m³) em função da
idade (anos) para o conjunto de árvores amostra
N Coeficientes R² aj. Syx CV%
Eq. b0 b1 b2
1 -44,9732 19,5216 -2,1447 0,490 0,172 50,37
2 -0,4797 0,0183 -0,00007 0,481 0,170 50,37
3 0,0001 1,4590 1,5943 0,460 0,176 52,14
4 0,8744 3055,686 -1,9927 0,490 0,172 50,37
5 160,0261 0,00003 - 0,400 0,184 54,52
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

A Figura 5 apresenta o crescimento médio do volume


comercial para o conjunto de dados em função da idade.

1
0,9
Volume comercial (m³) .

0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95

Idade (anos)

FIGURA 5 – Curva de crescimento do volume comercial (m³) em função da


idade para o conjunto de árvores-amostra.

36
Observa-se a tendência crescente da curva, partindo de um
volume comercial de 0,1071 m³ aos 30 anos até um volume comercial
de 0,6731 m³ aos 95 anos de idade.

4.3 Crescimento do volume comercial em função do diâmetro

Na Tabela 6, encontram-se os parâmetros estatísticos das


equações testadas para estimar o crescimento em volume comercial
em função do diâmetro por árvore-amostra.
Para explicar o crescimento do volume comercial em função do
DAP, foi selecionada a equação de Backman, por apresentar melhor
precisão estatística para as três árvores-amostra. Como pode ser
observado na Tabela 06, todos os modelos apresentaram ótimos
ajustes para descrever o crescimento em volume comercial em função
do DAP, mas o modelo de Backman (Tabela 1), além de apresentar
fácil aplicação, também não diferiu estatisticamente das demais
equações. Tendo apresentado coeficientes de determinação de 0,991,
0,997 e 0,998, com coeficientes de variação de 5,77, 3,26 e 2,99%,
respectivamente, para as três árvores-amostra.

37
TABELA 6 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento em volume comercial (m³) em função do
diâmetro (cm) por árvore-amostra
N. N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Árvore Modelo b0 b1 b2
1 1 -14,0577 6,1263 -0,6281 0,991 0,015 5,77
1 2 -0,0527 0,0021 0,0007 0,990 0,017 6,53
1 3 27,2520 -11,2838 2,2082 0,987 0,019 7,38
1 4 26,2478 21,0521 -0,5070 0,991 0,015 5,77
1 5 278,6477 0,00005 - 0,710 0,090 34,60
2 1 -6,5962 0,8359 0,2369 0,997 0,016 3,26
2 2 0,2000 -0,1975 0,0008 0,996 0,017 3,46
2 3 0,0007 -2,2745 2,5130 0,996 0,016 3,26
2 4 4.737,02 24,1261 -0,2751 0,995 0,020 4,07
2 5 229,3694 0,00007 - 0,679 0,155 31,56
3 1 -1,4631 -2,5943 0,8238 0,998 0,009 3,12
3 2 0,2419 -0,0298 0,0012 0,993 0,018 5,99
3 3 0,00038 -2,4180 2,8078 0,993 0,018 5,99
3 4 26.885,9 25,4555 -0,2487 0,990 0,023 7,65
3 5 244,1033 0,00006 - 0,683 0,126 41,91
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b b 0 , b 1 , b 2 =
coeficientes.

Na Figura 6, pode ser observada a tendência progressiva de


crescimento do volume comercial em função do DAP com o aumento
do diâmetro, o que indica que a espécie ainda não atingiu o máximo
de seu crescimento em volume comercial.
As árvores 2 e 3 apresentaram a mesma tendência de
crescimento, enquanto a árvore 1 apresentou um crescimento menor e
mais linear após os 20 cm de diâmetro.

38
1
0,9
Volume comercial (m³)
0,8
0,7
0,6 árvore 1
0,5 árvore 2
0,4
árvore 3
0,3
0,2
0,1
0
5 10 15 20 25 30 35 40 45
DAP (cm)

FIGURA 6 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em função


do DAP (cm) por árvore-amostra.

Na Tabela 7, encontram-se os parâmetros estatísticos das


equações testadas para estimar o crescimento em volume comercial
em função do diâmetro para o conjunto de árvores-amostra.

TABELA 7 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o


crescimento médio em volume comercial (m³) em função do
diâmetro (cm) para o conjunto de árvores-amostra
N Coeficientes R² aj. Syx CV%
Eq. b0 b1 b2

1 -8,9467 2,9364 -0,1561 0,915 0,069 20,44


2 -0,0702 0,0071 0,0003 0,915 0,069 20,44
3 0,000034 3,0798 1,8835 0,914 0,069 20,44
4 1594,99 17,7578 -0,2294 0,915 0,069 20,44
5 306,6373 0,00005 - 0,732 0,10 29,63
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

O crescimento do volume comercial em função do diâmetro


para o conjunto de árvores-amostra mostrou-se melhor ajustado pela

39
equação de Backman (Tabela 1), como pode ser observado na Tabela
7. Esta equação apresentou ótima precisão estatística, com um
coeficiente de determinação de 0,915 e coeficiente de variação de
20,44%. Os demais modelos testados também apresentaram boa
precisão, porém optou-se pelo modelo de Backman por questões
práticas e por apresentar menor soma dos quadrados dos resíduos.
A Figura 7 está representando a fase fisiológica inicial da curva
de crescimento em volume comercial. Partindo de um volume
comercial de 0,0917 m³, com 13,3 cm de DAP, até um valor máximo
de 0,5864 m,³ com 34,0 cm de DAP.

1
Volume comercial (m³) .

0,9
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
7,0 11,3 15,3 19,0 22,4 25,6 28,6 31,4 34,0
DAP (cm)

FIGURA 7 – Curva de crescimento em volume comercial (m³) em função


do DAP (cm) para o conjunto de árvores-amostra.

40
4.4 Desenvolvimento do incremento corrente anual percentual
(ICA%) em função do diâmetro

Na Tabela 8, encontram-se os parâmetros estatísticos das


equações testadas para estimar o crescimento em ICA% em função do
diâmetro por árvore-amostra.

TABELA 8 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o


crescimento em ICA% em volume comercial em função do
diâmetro (cm) por árvore-amostra
N. N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Árvore Modelo b0 b1 b2
1 1 27,4573 -17,7238 2,9827 0,725 0,967 22,93
1 2 21,6887 -1,7520 0,0406 0,684 1,034 24,50
1 3 2,1892 3,2001 -0,8847 0,277 1,568 37,15
1 4 20617983,5 13,0920 0,0564 0,270 1,575 37,32
1 5 4,2192 1,8607 - 0,000 1,830 43,36
2 1 24,4114 -12,5151 1,7033 0,580 1,180 23,28
2 2 26,7298 -1,2339 0,0166 0,612 1,131 22,31
2 3 3,0623 4,1054 -1,0507 0,500 1,288 25,41
2 4 3.090.086,4 10,1703 0,0787 0,496 1,292 25,49
2 5 5,0680 12,00 - 0,0 1,803 35,57
3 1 4,8229 -1,2823 0,1020 0,377 2,123 32,70
3 2 17,6746 -0,8253 0,0135 0,395 2,073 31,93
3 3 95,3430 -0,6138 -0,6790 0,376 2,123 32,70
3 4 355.513,53 9,0121 0,0625 0,376 2,126 32,74
3 5 6,4928 50,00 - 0,0 2,662 41,02
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV % = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

41
Como pode ser observado na Tabela 8, a equação de Backman
(Tabela 1, modelo 1) foi a que melhor ajustou o incremento corrente
anual percentual do volume comercial em função do diâmetro para as
árvores 2 e 3. Esse modelo, apresentou um coeficiente de
determinação baixo de 0,58 e 0,38 e coeficiente de variação
relativamente alto de 23,28 e 32,7%, respectivamente. Na mesma
tabela, observa-se uma pequena superioridade do modelo número 2
(polinomial) em relação à equação de Backman selecionada, porém,
este foi desconsiderado por estimar a curva de crescimento de modo
atípico, com tendência à forma parabólica.
Da mesma forma, observou-se que para descrever o incremento
corrente anual em percentagem do volume comercial em função do
diâmetro para a árvore 1, o modelo estatisticamente melhor foi o de
Backman, seguido da equação polinomial, porém o modelo que
melhor explicou a curva de crescimento foi o de Mitscherlich &
Sontag (número 3, Tabela 1), que apresentou um coeficiente de
determinação de 0,277 e erro padrão da estimativa de 1,57.
Na Figura 8, observa-se que o incremento corrente anual
percentual em volume comercial apresentou tendência à forma
exponencial negativa para as três árvores estudadas, diminuindo
progressivamente com o aumento do DAP. Para a árvore 1, o ICA%
alcançou um máximo de 7% com o diâmetro de 10 cm, para um
mínimo de 2,5% com 32 cm de DAP. Na árvore 2, o ICA% partiu do
máximo de 9,1% aos 20 cm de DAP, até o valor mínimo de 4,3% com
46 cm de DAP, enquanto para árvore 3, o ICA% alcançou um máximo

42
de 11,1% aos 10 cm de DAP, para o valor mínimo de 4,6% com 36
cm de diâmetro.

12

10

8 árvore 1
ICA %

6 árvore 2
4 árvore 3

0
5 10 15 20 25 30 35 40 45
DAP (cm)

FIGURA 8 – Curva de crescimento em ICA% em volume comercial em


função do DAP (cm) por árvore-amostra.

A Tabela 9 apresenta o comportamento do crescimento do


incremento corrente anual percentual em volume comercial para o
conjunto de árvores-amostra. Observa-se que todos os modelos
apresentaram parâmetros estatísticos não-satisfatórios, com
coeficiente de determinação baixo e coeficiente de variação muito
alto. Portanto, optou-se pela seleção da equação de Backman (Tabela
1), que apresentou coeficiente de determinação de 0,175 e coeficiente
de variação de 40,12%, não diferindo do modelo número 4 devido a
baixa precisão.

43
TABELA 9 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento médio do ICA% em volume comercial em função
do diâmetro (cm) para o conjunto das árvores-amostra
N Coeficientes R² aj. Syx CV%
Eq. b0 b1 b2

1 8,6017 -4,1886 0,6174 0,175 2,096 40,12


2 10,6502 -0,3873 0,0059 0,130 2,144 41,55
3 1,9007 2,3747 -0,4446 0,130 2,144 41,55
4 4,5367 -2607,20 -3,4616 0,188 2,080 40,31
5 5,1625 3091,96 - 0,000 2,230 44,60
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

A Figura 9 apresenta a tendência de crescimento do ICA% em


função do diâmetro para o conjunto de árvores-amostra.
12,0

10,0

8,0
ICA %

6,0

4,0

2,0

0,0
7,0 11,3 15,3 19,0 22,4 25,6 28,6 31,4
DAP (cm)

FIGURA 9 – Curva de crescimento em ICA% do volume comercial em


função do DAP (cm) para o conjunto de árvores-amostra.

Verifica-se a forma exponencial negativa da curva, partindo de


um valor máximo de 6,6%, com 11,3 cm de DAP aos 20 anos de
idade, para um valor mínimo de 4,5%, com 32,7 cm de DAP aos 95
anos de idade.

44
Os resíduos da variável dependente ICA% em volume
comercial, estimados pela equação de Backman, estão plotados no
Anexo 3, em que se verifica a grande dispersão dos resíduos, variando
de 7,06% a -3,18%.

4.5 Desenvolvimento do fator de forma comercial em função do


diâmetro

Na Tabela 10, encontram-se os parâmetros estatísticos das


equações testadas para estimar o crescimento em fator de forma
comercial em função do diâmetro por árvore-amostra.
Para descrever o crescimento da variável dependente fator de
forma comercial em função do diâmetro, para a árvore 2 e 3, a
equação que apresentou melhor ajuste foi a de Backman (Tabela 1,
número 1), com coeficiente de determinação de 0,77 e 0,91 e
coeficiente de variação de 4,9 e 5,6%, respectivamente, expressos na
Tabela 10. Observa-se que os parâmetros estatísticos desta equação
não diferiram em precisão estatística das demais equações testadas.
Para a árvore 1, os modelos de Backman (número 1) e de
Richards (número 5) apresentaram melhor precisão estatística, porém
estimaram a curva de forma atípica. Como não existe diferença
significativa de precisão entre modelos, selecionou-se, então, o
modelo de Mitscherlich & Sontag, (número 3, Tabela 1) que obteve
um coeficiente de determinação 0,79 e coeficiente de variação de
5,45%.

45
TABELA 10 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento do fator de forma em função do diâmetro (cm)
por árvore-amostra
N. N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Árvore Modelo b0 b1 b2
1 1 -3,0139 1,4332 -0,1852 0,812 0,033 5,01
1 2 0,1958 0,0368 -0,0006 0,831 0,032 4,79
1 3 4,3018 -2,9076 0,3508 0,791 0,036 5,45
1 4 0,0170 -2,7613 0,0955 0,787 0,037 5,46
1 5 0,7956 0,0977 - 0,812 0,033 5,0
2 1 5,3761 -3,9159 0,6199 0,771 0,024 4,90
2 2 0,5495 -0,0098 0,0002 0,747 0,025 5,10
2 3 0,2359 -0,5675 0,3299 0,639 0,030 6,12
2 4 28,5500 5,3650 -0,0802 0,633 0,030 6,12
2 5 0,5756 0,0620 - 0,543 0,036 7,34
3 1 1,6113 -2,0318 0,4139 0,911 0,029 5,58
3 2 0,4468 -0,0073 0,0004 0,926 0,026 5,0
3 3 0,1584 -0,3175 0,4848 0,853 0,037 7,11
3 4 124,5246 7,1856 -0,0873 0,847 0,037 7,11
3 5 0,7225 0,0594 - 0,789 0,043 8,27
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b b 0 , b 1 , b 2 =
coeficientes.

Na Figura 10, encontra-se a tendência do fator de forma


comercial em função do diâmetro por árvore-amostra.

46
0,8

Fator de forma comercial 0,7


0,6
0,5 árvore 1
0,4 árvore 2
0,3 árvore 3
0,2
0,1
0
5 10 15 20 25 30 35 40 45
DAP (cm)

FIGURA 10 – Curva de crescimento em fator de forma comercial em


função do DAP (cm) por árvore-amostra.

Observando-se o comportamento da curva, as árvores 2 e 3


apresentaram um comportamento acentuadamente crescente, na forma
de uma parábola invertida, porém mais lento para a árvore 2 do que
para a árvore 3. Já para a árvore 1, a curva mostrou crescimento
ascendente do fator de forma comercial bem superior às demais
árvores, partindo de um fator de forma de 0,53 aos 10 anos de idade
até chegar na idade de 32 anos com fator de forma de 0,79. A árvore 2
partiu aos 21 anos com um fator de forma de 0,45 até alcançar aos 46
anos um fator de forma de 0,59.
Na Tabela 11, encontram-se os parâmetros estatísticos das
equações testadas para estimar o fator de forma comercial em função
do diâmetro para o conjunto de árvores-amostra.

47
TABELA 11 – Parâmetros estatísticos das equações testadas para estimar o
crescimento médio do fator de forma comercial em função
do diâmetro (cm) para o conjunto de árvores-amostra
N. Coeficientes R² aj. Syx CV%
Eq. b0 b1 b2
1 -3,7923 2,0420 -0,3185 0,087 0,10 20,44
2 0,3548 0,0171 -0,0003 0,071 0,10 20,44
3 4,1402 -2,2259 0,0768 0,024 0,10 20,44
4 0,5849 5079,52 -4,2471 0,067 0,10 20,44
5 0,5879 0,1780 - 0,061 0,10 20,44
Sendo: R² aj. = coeficiente de determinação ajustado; Syx = erro padrão da
estimativa; CV% = coeficiente de variação em %; b 0 , b 1 , b 2 = coeficientes.

Observa-se na Tabela 11 que os parâmetros estatísticos de todas


as equações testadas foram muito baixo, esta baixa precisão deve-se à
pouca correlação existente entre o fator de forma comercial com o
diâmetro, bem como da grande variação dos dados
A equação de Backman (Tabela 1, número 1) foi a que melhor
ajustou o fator de forma comercial em função do diâmetro para o
conjunto de árvores-amostra.
Na Figura 11, pode ser observado este crescimento, em que o
fator de forma partiu do valor de 0,53 aos 13,3 cm de DAP até um
valor de 0,59 aos 30,04 cm de DAP, seguido da diminuição da taxa de
crescimento até o DAP de 34 cm, quando alcançou um fator de forma
comercial de 0,58.
O ploter dos resíduos contra o valor estimado do fator de forma
comercial pela equação de Backman, encontra-se no Anexo 4, no qual
se observa que variaram de 0,21 a -0,19.

48
Fator de forma comercial 0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
7,0 11,3 15,3 19,0 22,4 25,6 28,6 31,4 34,0
DAP (cm)

FIGURA 11 – Curva de crescimento em fator de forma comercial em


função do DAP (cm) para o conjunto de árvores-amostra.

4.6 Crescimento médio dos parâmetros dendrométricos por idade

Na Tabela 12, encontram-se os valores médios para o conjunto


de árvores-amostra estimados nas equações para o diâmetro à altura
do peito e em função da idade, volume comercial, incremento corrente
anual percentual do volume comercial e fator de forma comercial em
função do DAP, obtidos através das equações anteriormente
selecionadas.

49
TABELA 12 – Crescimento médio do diâmetro, volume comercial,
incremento corrente anual percentual em volume
comercial e fator de forma comercial
Idade DAP Volume comercial ICA f
(anos) (cm) (m³) %
10 4,80
15 7,02
20 9,20
25 11,30
30 13,33 0,09173 6,65 0,53
35 15,28 0,12238 5,88 0,55
40 17,17 0,15565 5,40 0,57
45 19,0 0,19101 5,06 0,58
50 20,74 0,22802 4,84 0,59
55 22,43 0,26628 4,70 0,59
60 24,07 0,30546 4,60 0,59
65 25,64 0,34529 4,53 0,59
70 27,16 0,38552 4,50 0,59
75 28,63 0,42594 4,47 0,59
80 30,04 0,46638 4,47 0,59
85 31,40 0,50669 4,48 0,58
90 32,72 0,54674 4,50 0,58
95 34,00 0,58643 4,52 0,58
Sendo: DAP = diâmetro à altura do peito (cm); ICA% = incremento
corrente anual percentual em volume comercial (%); f = fator de forma
comercial.

Na Tabela 12, observa-se que o volume comercial, ICA% e


fator de forma comercial foram determinados a partir de 30 anos, por
ser nesta idade que os anéis de crescimento foram visualizados na
altura comercial.
Para o conjunto de árvores-amostra, o DAP variou de 4,80 cm
aos 10 anos, até 34,00 cm aos 95 anos de idade. O comportamento do
volume comercial não foi diferente, variando de 0,09173 m³ aos 13,33
cm de DAP, até 0,58643 m³ aos 34,00 cm de DAP.
Já o incremento corrente anual percentual em volume comercial
variou muito pouco, de 6,65% a 4,52%. O mesmo pode ser observado

50
em relação ao fator de forma comercial, que variou de 0,53 aos 30
anos até 0,59 na idade de 95 anos.

4.7 Volume de galhos

Observa-se, na Tabela 13, que o volume de galhos calculado


para a árvore 1 foi de 0,426 m³, o que representou 52,88% em relação
ao volume comercial, que foi de 0,8055 m³. Para a árvore 2, o volume
de galhos foi de 0,5892 m³, o que representou 53,64% em relação ao
volume comercial de 1,0984 m³. Já para a árvore 3, o volume de
galhos foi maior, correspondente a 80,13% em relação ao volume
comercial de 0,839 m³.

TABELA 13 – Volume de galhos (m³)


N. Árvore DAP (cm) hc (m) ht (m) vc (m³) vg (m³) fg
1 32,1 12 29 0,8056 0,4260 0,5288
2 46,2 11,4 17,7 1,0984 0,5892 0,5364
3 36,2 11,4 18,8 0,8390 0,6723 0,8013
Média 38,17 11,6 21,8 0,9143 0,5625 0,6220
S 7,25 0,3 6,2 0,1602 0,1253 0,1551
Sendo: DAP = diâmetro à altura do peito (cm); hc = altura comercial (m); ht
= altura total (m); vc = volume comercial (m³); vg = volume dos galhos
(m³); fg = fator de galhos, quociente entre o volume de galhos e o volume
comercial, S = desvio padrão.

Nesta mesma Tabela 13, observa-se que, em termos médios,


para as três árvores-amostra, o fator de galho obtido pelo quociente
entre o volume de galhos e o volume comercial foi de 0,622. Isto
significa que o volume comercial, em termos médios, pode-se

51
acrescentar 62,2% do volume de madeira contida nos galhos da copa
das árvores da espécie.
Deve-se ter consciência que o volume de galhos também é fonte
de madeira, o que, na maioria das vezes, é desprezado na avaliação do
volume comercial, que utiliza o diâmetro à altura do peito e a altura
comercial como fonte de cálculo do volume. Os galhos podem ser
aproveitados tanto para lenha, como para fins mais nobres, quando
providos de maiores dimensões.

4.8 Determinação da concorrência

4.8.1 Índices de concorrência

Na Tabela 14, são apresentados os cálculos dos índices de


concorrência e os parâmetros estatísticos determinados para as 26
árvores amostradas.

TABELA 14 – Índices de concorrência


N. DAP ht hc Índices de Concorrência
Árvore (cm) (m) (m) BAL IH IBR IHS

1 32,10 29,0 12,0 0,441 6,673 0,558 0,784


2 46,20 17,7 11,4 1,225 5,499 0,850 3,390
3 36,20 18,8 11,4 0,959 5,615 0,626 1,083
4 31,83 15,3 8,2 1,141 15,543 0,854 8,093
5 32,46 12,8 8,0 1,333 1,012 0,464 0,672
6 31,83 15,5 3,5 0,650 1,898 0,726 1,314

52
Continuação da Tabela 14...
7 43,60 18,0 13,7 2,325 10,658 0,581 0,778
8 55,38 23,1 6,6 0,618 12,917 0,685 1,420
9 45,83 19,9 16,2 2,513 5,334 0,428 0,592
10 43,61 22,0 9,7 0,544 6,857 0,688 2,880
11 34,05 21,8 11,5 0,572 6,486 0,682 1,00
12 59,68 18,3 5,7 0,849 15,906 0,521 0,689
13 66,84 22,0 13,1 1,198 27,215 0,548 0,933
14 40,10 21,2 11,7 0,621 4,028 0,530 1,599
15 40,42 19,4 12,0 1,094 12,021 0,658 1,681
16 17,82 15,9 8,7 0,575 1,194 0,218 0,336
17 42,0 14,4 8,4 1,30 8,553 0,767 3,058
18 22,3 16,6 4,3 0,367 0,510 0,464 0,913
19 28,00 16,1 4,6 0,565 4,930 0,584 0,534
20 23,24 18,0 9,0 0,455 3,410 0,657 1,794
21 16,8 14,4 9,1 0,943 5,357 0,690 1,919
22 12,09 12,5 7,6 0,726 2,557 0,506 1,071
23 21,00 17,6 4,4 0,363 3,884 0,633 2,338
24 32,4 14,7 5,3 0,670 0,704 0,598 1,493
25 18,0 11,1 6,1 0,860 4,811 0,618 1,772
26 29,8 20,2 3,0 0,409 3,912 0,792 1,680
Média 34,76 17,9 8,7 0,897 6,826 0,613 1,685
S 13,28 3,82 3,41 0,538 0,598 0,138 1,528
Sendo: DAP = diâmetro à altura do peito (cm); ht = altura total (m); hc=
altura comercial; BAL = índice de BAL; IH= índice de Hegyi; IBR = índice
de Byth & Ripley; IHS = índice de Hopkins & Skellam; S = desvio padrão.

O índice de BAL da espécie variou de 0,363, para a árvore 23, a


2,513, para a árvore número 9, tendo como média para o povoamento
de 0,897, apresentada na Tabela 14. Este valor aproxima-se do

53
encontrado por Durlo (2001), que estudou as relações morfométricas
para Cabralea canjerana em São João do Polêsine, RS, onde
encontrou um formal de copa médio de 0,74 e valor mínimo de 0,29 e
máximo de 3,33.
Observa-se na mesma tabela, que índice de Hegyi variou do
máximo de 27,215 para a árvore número 13, até o mínimo de 0,510
para a árvore 18. A média deste índice, encontrada no povoamento, foi
de 6,826, indicando que os indivíduos estão em competição.
Na Tabela 14, o índice de Hopkins & Skellam (IHS) médio
encontrada para o povoamento foi de 1,685; determinando, assim, que
os indivíduos distribuem-se irregularmente no povoamento, com
exceção de poucos indivíduos que assumem valores inferiores a 1.
Os valores do índice de Byth & Ripley (IBR) variaram de num
mínimo de 0,218 para a árvore de número 16 a um máximo de 0,854
para a árvore 4. A média deste índice, encontrada para o povoamento,
foi de 0,628, também confirmando que os indivíduos distribuem-se de
forma irregular no povoamento.
Comparando os índices de Byth & Ripley (IBR) e Hopkins &
Skellam (IHS), na Tabela 14, observa-se que ambos determinam o
mesmo tipo de distribuição espacial para cada uma das árvores
analisadas, portanto são complementares.
Analisando-se os índices de concorrência para as árvores-
amostra número 1, 2 e 3, expostos na Tabela 14, verifica-se que a
árvore-amostra 1 sofreu maior concorrência que as árvores 2 e 3,
analisadas no estudo do crescimento. Observando o índice de Hegyi,
pode-se dizer que seu valor foi superior para a árvore-amostra 1, do

54
que para as árvores-amostra 2 e 3. Valores elevados deste índice
indicam que as árvores estão em alto grau de competição, portanto, a
árvore-amostra 1 esteve sob forte competição na floresta.
O índice de BAL também confirma esta hipótese, através do
formato de copa conferido aos indivíduos. Valores altos deste índice
indicam pouca concorrência, enquanto valores baixos determinam
forte concorrência. Analisando a Tabela 14, observa-se um valor baixo
para a árvore-amostra 1 (0,441), em relação às árvores-amostra 2 e 3,
indicando a forte concorrência lateral sofrida pela árvore-amostra 1,
conferindo-lhe um formato estreito de copa.

4.8.2 Fator de competição de copa

O fator de competição de copa foi definido por Krajicek. em


1961, como a soma das áreas de copa máxima que alcançam todos os
indivíduos em um povoamento, dividida pela área ao qual encontram-
se.
A projeção horizontal das árvores de cedro no povoamento em
estudo, foi representado pelas duas primeiras equações descritas na
metodologia.
Para todas as árvores de um povoamento, o máximo de área de
copa como porcentagem de um hectare foi definida pela terceira
equação.
A projeção horizontal das copas das árvores, representada pelo
diâmetro de copa (m) em função do diâmetro à altura do peito,
apresentou um ótimo ajuste estatístico, com um coeficiente de

55
determinação de 0,88 e erro padrão da estimativa de 0,932,
determinado pela seguinte equação:

dc = 1,2894 + 0,1871.d - 0,00062.d²

Sendo: dc = diâmetro de copa (m);


d = diâmetro à altura do peito (cm).

Na Tabela 15, é apresentado o fator de competição de copa


calculado por classe de diâmetro e para o povoamento.
A média do diâmetro de copa (m) por árvore, encontrado para o
povoamento, foi de 6,22 m e área de copa de 33,93 m². O fator de
competição de copa para o povoamento foi de 10,52%, ou seja, a copa
dos cedros ocupa 10,52% do espaço do povoamento por hectare.
Quando este valor for igual a 100%, significa o limite de crescimento
do espaço ocupado pelas árvores. Se superior a 100%, indica que as
árvores estão em competição; se menor, significa que as árvores
crescem livres no povoamento.
O número máximo de árvores por hectare, por classe de
diâmetro e para o povoamento, também foi definido, como mostra a
Tabela 15. Pode-se dizer que a espécie cedro comporta 1326 árvores
por hectare, quando o diâmetro for de 10 cm e 154 árvores por hectare
para um diâmetro maior que 50 cm. Já para a média do povoamento,
512 árvores por hectare seriam aceitáveis. Estes valores são
importantes para a implantação de povoamentos e para a determinação
das intervenções silviculturais, como a realização de desbastes. Deve-

56
se levar em consideração que os dados são apenas indicadores, tendo
em vista, os problemas silviculturais encontrados com a Hypsipyla
grandella em culturas homogêneas.
É importante salientar que existem influências não controladas
num povoamento florestal, como: ventos, insetos, etc., portanto, estes
resultados só devem ser usados como uma aproximação inicial para a
tomada de decisão, na implantação de povoamentos mistos.

TABELA 15 – Fator de competição de copa por centro de classe de DAP


C.C. DAP Árvores dcm acm FCC FCCm N
(cm) n. (m) (m²) % % ha

10 4 3,10 7,54 0,54 0,14 1326


20 5 4,78 17,97 1,22 0,24 556
30 7 6,34 31,61 2,53 0,36 316
40 7 7,78 47,55 3,70 0,53 210
>50 3 9,09 64,96 2,53 0,84 154
Total 26 31,10 169,63 10,52 2,10 2563
Média 5,2 6,22 33,93 2,10 0,42 512
Sendo: C.C. DAP = centro de classe de DAP (cm); dcm = diâmetro de
copa médio (m); acm = área de copa média (m²); FCC = fator de
competição de copa em %; FCCm = fator de competição de copa médio em
%; N = número de árvores por hectare.

57
5 CONCLUSÕES

Os resultados obtidos no presente trabalho permitem concluir


que:
a) Para a variável dependente diâmetro em função da idade, a
equação de melhor ajuste, para as três árvores-amostra, foi a de
Backman, enquanto para o conjunto de árvores-amostra o modelo
reduzido de Richards foi que apresentou melhor ajuste. A curva de
crescimento, para as três árvores-amostra e também para o conjunto de
árvoes-amostra, comportou-se de forma ascendente;
b) A equação de Backman apresentou melhor precisão
estatística para descrever as tendências de crescimento do volume
comercial (m³) em função da idade e em função do DAP, para as três
árvores-amostra analisadas separadamente e também para o conjunto
de árvores-amostra em função do diâmetro, descrevendo um
comportamento de forma crescente. Já para a média do volume
comercial em função da idade, o melhor ajuste foi determinado pela
equação de Mitscherlich & Sontag, também apresentando crescimento
ascendente;
c) O fator de forma comercial apresentou a mesma tendência de
crescimento para as três árvores-amostra analisadas, sendo crescente
com o aumento do diâmetro. As árvores 2 e 3 foram melhor ajustadas
pela equação de Backman, enquanto para a árvore 1, o melhor modelo
foi de Mitscherlich & Sontag. Para o conjunto de árvores-amostra, a
função de Backman foi a que melhor ajustou os dados;

58
d) A equação que melhor descreveu o crescimento do
incremento corrente anual percentual em volume comercial para o
conjunto de árvores-amostra foi o de Backman, mostrando-se
decrescente com o aumento do diâmetro. A árvore 1 apresentou
melhor ajuste da tendência de crescimento pelo modelo de
Mitscherlich & Sontag, enquanto as demais árvores foram melhor
ajustados pela função de Backman;
e) O volume de galhos da árvore 1 representou 52,88% em
relação ao volume comercial, enquanto para a árvore 2 o volume de
galhos representou 53,64% em relação ao volume comercial. Já para a
árvore 3, o volume de galhos foi de 80,13% em relação ao volume
comercial. O valor em média da relação do volume de galhos e
volume comercial foi de 62,2%;
f) Os índices de concorrência independentes da distância entre
as árvores, representado pelo índice de BAL (Basal Area Larger)
resultou em valores elevados, indicando que as árvores encontram-se
em alto grau de competição na floresta, o mesmo foi comprovado para
o índice de IH (Hegyi), que é calculado dependentemente da distância
entre as árvores;
g) Os índices de concorrência dependentes da distância entre as
árvores, representados pelos índices de IBR (Byth & Ripley), IHS
(Hopkins & Skellam), indicaram que os indivíduos distribuem-se
irregularmente na floresta;
h) O fator de competição de copa da espécie, em relação ao
povoamento em estudo, foi de 10,52%, indicando que as copas da
espécie podem ocupar este percentual do espaço vital do povoamento

59
por hectare; indicando que, na fase inicial, caberiam 1.326 árvores/ha,
quando o DAP for 10 cm e 154 árvores/ha quando o DAP for superior
a 50 cm.

60
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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odorata L., Meliaceae), jacareúba (Calophyllum angulare A. C.
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65
ANEXOS

Anexo 1: Unidade amostral pertencente à árvore número 1


N

Árvore-amostra nº 1:
DAP = 32,1 cm
ht = 29,0 m
hc= 12,0 m

Escala 1:120
TABELA 16 – Dados referentes à unidade amostral da árvore 1
Árvore 1
Coordenadas
Nº Espécie DAP h Distância(m) Graus
(cm) (m) (°)
1 guajuvira 49,6 19,9 2,9 0
2 murta 24,8 18,3 6,0 0
3 ipê-roxo 29,3 16,8 5,3 55
4 guabiroba 15,6 13,1 5,3 60
5 laranjeira-do-mato 15,3 7,6 6,0 92
6 açoita-cavalo 27,4 15,3 5,9 135
7 laranjeira-do-mato 10,2 7,6 2,6 183
8 ipê-roxo 36,6 22,6 6,9 190
9 camboatá-vermelho 27,0 12,4 3,2 220
10 laranjeira-do-mato 9,6 6,0 4,0 235
11 cedro 63,7 22,9 3,4 240
12 cabriúva 9,6 10,4 3,3 260

66
Anexo 2: Unidade amostral pertencente à árvore número 3


N

Árvore-amostra nº 3:
DAP= 36,2 m
ht = 18,8 m
hc = 11,4 m
Escala 1:120
TABELA 17 – Dados referentes à unidade amostral da árvore 3
Árvore 3
Coordenadas
Nº Espécie DAP h Distância Graus
(cm) (m) (m) (°)
1 guajuvira 16,9 8,5 3,8 0
2 branquilho 17,8 9,5 5,9 80
3 branquilho 14,6 13,8 5,1 85
4 camboatá-branco 27,1 16,8 1,8 95
5 cerejeira 10,2 8,5 6,1 100
6 branquilho 47,7 15,1 5,3 270
7 camboatá-branco 33,4 17,2 1,2 280
8 camboatá-branco 28,6 17,2 1,0 290

67
Anexo 3 – Ploter dos resíduos contra o valor estimado do incremento
corrente anual em volume comercial (m³) - (ICA%)

4
resíduos

0
0 5 10 15
-2

-4
ICA%

Anexo 4 – Ploter dos resíduos contra o valor estimado do fator de


forma comercial (m³)

0,2
0,15
0,1
0,05
resíduo

0
-0,05 0 0,2 0,4 0,6 0,8
-0,1
-0,15
-0,2
fator de forma comercial

68

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