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Duologia Shamrocks - Livro 02 - Claddagh & Chaos - Cayce Poponea
Duologia Shamrocks - Livro 02 - Claddagh & Chaos - Cayce Poponea
— Patrick... — seu tom de voz confirmou que o que ele estava prestes
a dizer mudaria a minha vida, — Como você sabe, você está prestes a fazer
um voto de casamento.
Eu não respondi. Era uma afirmação, não uma pergunta. Meu
trabalho era ouvir e ouvir bem. Mesmo que eu estivesse prestes a me casar
com a criatura mais perfeita do planeta, eu sabia que ele teria atirado em
mim por menos do que simples desrespeito.
— Você sabe que por gerações, os homens desta família têm feito um
voto que é só nosso. Um voto que mantemos entre os homens dessa família.
Atrás dele, estavam não só os meus tios, mas alguns dos meus homens
mais próximos, assim como os homens da minha família. Matthew estava ao
lado do meu pai, seu olhar era pensativo. Sherman e Caleb estavam à altura
ao lado dele.
Minhas lembranças vieram à tona para mim, o anel que o meu pai
usava no dedo mindinho direito.
— Eu disse a você quando você era pequeno que esse dia chegaria. O
que eu não disse foi o que se é esperado dos homens de sua família e o que
aconteceria se você optasse por quebrar o juramento que nos fará hoje.
Eu assisti como todos os homens ficaram atrás do meu pai, uma frente
unida, eles estavam fazendo sua presença no quarto o mais forte possível.
Não haveria mal-entendidos hoje.
A chuva durou dois dias, dois dias maravilhosos que passamos nus e
abraçados. Eu senti que foram nesses dois dias que meu filho foi concebido.
O que eu não sabia na época era que a minha vida estava prestes a
mudar de maneiras que eu nunca tinha sonhado.
Capítulo Dois
— Você pretende só para olhar para mim durante todo o dia ou vai
se juntar a mim para o café?
Eu não pude deixar de sorrir para ela. Estávamos muito em sintonia
um com o outro. — Eu acho que vou olhar você.
Ela rapidamente largou seu livro e se virou para mim. Seu sorriso
era o suficiente para me fazer esquecer o meu dia e querer levá-la de volta
lá para cima.
— Venha aqui e me beije. Ela tentou parecer exigente, mas era muito
gentil.
— Peça-me com jeitinho, Senhora Malloy.
O olhar que ela me lançou era o que eu tinha visto a minha mãe dar
ao meu pai em muitas ocasiões. Fechando a distância entre nós, eu
rapidamente derrubei minha esposa para trás e beijei até deixar sem
fôlego.
* * *
— Por que...
— Bem, nós vamos ter que esperar e ver. Christi parou com as
pílulas antes do sequestro, portanto, com a bênção de Deus, talvez em
breve tenhamos boas notícias.
— Ah, antes que eu me esqueça, sua mãe insiste em dar uma festa de
boas vindas para você e Christi. Ela disse que seria indelicado não convidar
todos os seus vizinhos.
— Cristo, você tem que proteger o ambiente. Não use a sua melhor
porcelana ou deixe as pratarias à vista; você nunca sabe quem tem dedos
leves. Além disso, a maioria dos seus vizinhos virá por pura curiosidade
para ver que tipo de merda que você tem e se as coisas deles são melhores
ou não. — Minha mãe foi anfitriã de mais festas que qualquer um que eu
conhecia. Ela sempre alugava os pratos e copos; dizendo ao meu pai que
por mais que custasse, ainda era menos caro do que substituir o conjunto
que ele havia comprado para ela como presente de casamento.
— E esteja preparada para as esposas querendo chamar a atenção e
falando sobre quão bonito o seu marido é. — Eu tive que sorrir com
isso. Honestamente, ver Christi um pouco ciumenta era quente pra
caralho. Saber como ela iria me foder até o esquecimento depois que o
bando de convidados fosse embora me fez querer que a minha Ma estivesse
certa.
Cristo, isso era inteligente pra caralho. Ela sabia o que dizer para
conseguir praticamente qualquer coisa que quisesse de mim. Eu tirei a
minha arma do coldre nas costas e coloquei na minha mesa de cabeceira,
sem tirar os olhos do corpo dela, agora brilhante. Eu rastejei sobre o
colchão e coloquei as mãos nas costas dela, dando o controle completo para
Christi nesta noite.
— Na verdade, eu tinha outra coisa em mente. — Ela colocou
lentamente o saco branco no meu peito nu e montou meus quadris. —
Abra, por favor.
— Quer dizer...
Ela sorriu e seus lábios já não eram prisioneiros de seus dentes
brancos.
— Você está...
— Chefe?
— Sim?
O silêncio que se seguiu foi irritante, para dizer o mínimo. Angus não
era de ficar de conversa fiada. Eu respirei e me virei para ele enquanto
falava.
— Angus, eu já lhe disse cem vezes, você não tem que me agradecer.
Você encontrou a minha Christi e me devolveu a vida. Você deve saber que
eu faria qualquer coisa que você me pedir.
Ele ficou em silêncio por vários minutos. Angus não era um homem
de muitas palavras; as que ele pronunciava normalmente significavam
alguma coisa.
— Sim, eu disse a ele que já não era sem tempo. Todo homem deve
ter um motivo para ir para casa à noite
* * *
— Não pode ser tão ruim assim, eu quero dizer que cara em sã
consciência recusaria...
Books saltou à sua pergunta: — Muscles, a Senhora Ammo nunca te
acordou várias vezes durante a noite para fazer sexo? — Seus olhos se
fecharam de novo quando ele questionou Muscles.
— Bem, sim, cara, quando nos casamos. — Muscles deu outra
enorme mordida em seu sanduíche e então começou a esvaziar o copo para
empurrar a comida para baixo.
— Não, cara, eu não estou falando sobre sexo de lua de mel. Estou
falando de ser acordado de um sono totalmente bom por sua esposa
montando seu pau, nem mesmo dando-lhe tempo para desfrutar dessa
merda.
— Sim, e diga a esses merdas que eles irão receber a conta por todo
o tempo que eu passei longe da minha garota, — Muscles rapidamente
acrescentou.
Tonto entrou na sala com uma caixa de cerveja debaixo do braço. Ele
cumprimentou cada um dos homens com um abraço de um braço só e um
tapa nas costas.
— Chefe, eu adoro vir à sua casa para assistir ao jogo, você sempre
tem uma casa cheia de mulheres muito quentes.
— Pai, mesmo que eu não estivesse usando este anel e que eu não
quisesse ter feito esse juramento a todos vocês, eu ainda não faria isso com
ela, com... a gente.
A sala ficou em silêncio enquanto meu pai a atravessou para se
juntar a mim no bar.
— Eu te amo, filho, e eu tenho grandes expectativas de que você irá
honrar seu juramento.
— Então, essa Theresa, o que sabemos sobre ela além de ser uma
prostituta?
— Ela é casada, sem filhos, e vive a três casas daqui. Ela está
tentando fazer seu negócio de designer de roupas decolar. Eu não me
lembro o nome...
— Você acha que precisa dar uma olhada melhor nos registros dela?
* * *
— Obrigada.
— Ouvi dizer que vocês dois irão fazer um ultrassom esta semana?
— Ammo perguntou, apesar de eu não parar de beijar o rosto da minha
Christi enquanto respondia.
Eu nem sequer tentei dar uma resposta uma vez que Ammo estava
correta; Christie eu éramos teimosos.
* * *
— Bom dia, Sr. e Sra. Malloy, como estamos hoje? — Sandy sentou-
se e começou a digitar em seu teclado.
— Pai, talvez você deva ter uma conversa com seu bebê para que ele
coopere.
— Ei, pequeno, você pode dar ao seu velho uma folga e fazer o que a
Senhora Sandy quer que você faça?
Quando Angus veio até mim e pediu-me para usar o meu barco, eu
pensei que ele iria usá-lo no fim de semana seguinte ou no próximo. No
entanto, ele esperou por vários meses. Eu não sabia, nem eu pretendia
perguntar por que ele tinha esperado. Ouvir a risada da minha Christi ao
felicitar Maggie foi a minha recompensa.
— Sherman disse cinco e meia, você pode sair tão cedo no sábado?
Eu beijei sua testa rapidamente, — Eu vou falar com o meu chefe, eu
tenho certeza que ela irá ficar bem com isso.
Ela sorriu para mim e bateu no meu bíceps. — Eu te amo, — ela riu
quando eu me afastei para ir lá para cima me vestir para o dia.
Books teve um encontro com seu amigo, Lucas. Lucas disse a ele que
nenhum procedimento havia mudado em relação a como as evidências
eram tratadas; no entanto, ele contou a Books que havia rumores de que
um determinado agente estava em apuros. Ele disse que não tinha certeza
dos detalhes do problema, mas que ele iria dar uma procurada. Books disse
a ele que iria fazer valer o seu tempo.
Eu vesti meu novo terno Armani que Christi tinha me dado. Eu tinha
um milhão de ternos Armani, graças à minha irmã, Amex, mas este era o
primeiro que a minha esposa tinha escolhido para mim e eu o usaria com
orgulho.
— Eu não sei como você faz isso, Christi. Eu não quero lhe ofender,
mas seu marido é puro sexo sobre pernas e eu não sei se poderia confiar
nele passando a noite toda fora e não saber o que ou com quem ele estava
fazendo.
Eu não ia deixar aquela cadela colocar pensamentos de merda assim
na cabeça da minha menina. Eu fiz uma linha reta para a cozinha, onde eu
não disse uma palavra enquanto pegava a minha mulher e beijava com tudo
o que eu tinha.
— Filho, faça-me um favor e seja mais agradável para a sua mãe. Nós
somos dois caras de sorte por tê-la e eu estou pensando em mostrar a ela
todos os dias pelo resto da minha vida o quanto eu a amo.
* * *
— Angus.
A casa de Sherman e Shannon era o que Christi teria se referido
como simples, mas elegante. Shannon tinha definitivamente feito toda a
decoração. Era de bom gosto e bastante minimalista. As paredes beges e
brancas permitiam que Shannon exibisse sua coleção de antiguidades.
Antes que eu pudesse perguntar por que tantas pessoas tinham sido
convidadas, Maggie apareceu vestida em um lindo vestido de noite azul e
pediu a todos para segui-la. Tomando a mão de Christi na minha, fizemos o
caminho na direção que Maggie estava indo.
— Oh, meu Deus, Patrick, o que você acha que isso significa?
Capítulo Seis
Meus pais insistiram para que Christi fosse para casa com a minha
mãe. Christi apenas me beijou profundamente e rapidamente se despediu
de Sherman e Shannon. Uma vez no carro, eu liguei para Matthew e o fiz ir
para a casa do meu pai.
Sua voz era baixa e sem emoção, seu rosto, no entanto, estava
carregado de medo e agitação.
— Books, o que você está fazendo aqui a essa hora? — Meu pai
questionou.
Isso era certo; sua irmã estava se formando com honras pela UCLA.
Ele e Abby iriam voar para lá uma vez que Smiles estava tão perto de sua
data de vencimento e os médicos se recusaram a deixá-la entrar em um
avião. Ela iria ficar na nossa casa.
Smiles estava com a gente nos últimos dias. Eu me senti como Steve
Martin em O Pai da Noiva II, tendo duas mulheres grávidas em casa.
Honestamente, eu amei cada minuto disso.
— Uh huh.
— Ela não é tão ruim, Patrick. Ela tem feito companhia a Christi.
— Christi!
— Oh, meu Deus, a minha bolsa estourou, eu não posso ter esse bebê
ainda... é... é muito cedo. Eu não deveria... mais duas semanas e... e... Dillion
está na Califórnia.
Eu rapidamente fui para o lado de Smiles. Ela estendeu a mão e
agarrou a minha.
— Patrick, você tem que trazê-lo de volta, o bebê não pode nascer
sem Dollion aqui.
Eu olhei para trás Smiles e notei que meus pais estavam vindo até
nós. Meu pai já estava falando em seu telefone celular.
— Smiles, querida, acalme-se. Lembre-se, nós enviamos Dillion no
jato da família. Eu acabei de falar com o piloto que pode ter o avião pronto
e no ar em 30 minutos.
— Oh, meu Deus, ela está bem? O bebê está bem? Já chamaram uma
ambulância?
— Você precisa sair desse telefone, pegar a sua filha Abby, e chegar
ao aeroporto. Eu vou me certificar de que alguém esteja lá para te levar
para o hospital.
Eu ri com ele; paciência não era algo com o qual eu tinha sido
abençoado.
— Papai, eu posso ver o meu bebê? — Abby ainda com muito sono
questionou, com a mãozinha esfregando o olho esquerdo.
Eu vi como a mão de Christi rapidamente cobriu os lábios e uma
lágrima ameaçou cair.
— Sim, minha princesa, vamos ver o seu irmãozinho, Michael
Patrick Dillion Parker.
Capítulo Sete
— Oh, meu Deus, eu não posso acreditar quão imunda esta casa está.
— Christi, esta casa não está suja. Você só está passando pelo
período de nidificação, — Theresa me corrigiu.
— Não, Theresa, eu não posso trazer Deklan para casa com toda essa
poeira e sujeira. Quero dizer, se o Serviço de Proteção à Criança viesse dar
uma olhada no meu chão, eles me trancariam na cadeia.
— Bem, eu irei limpar cada centímetro desta casa antes que meu
filho chegue.
Pobre Patrick tinha saído esta manhã todo nervoso. Ele tinha
dormido demais e, em seguida, derramou café em sua camisa duas vezes.
Eu esperei até depois que ele havia saído para rir. Patrick louco era muito
bonito... e muito sexy.
Eu entrei no closet e coloquei com as mãos nos quadris. Os ternos de
Patrick eram pendurados por ordem de cor e todos precisavam ir para a
lavanderia. Nenhum bebê meu seria segurado por um homem vestindo um
terno sujo. Eu atravessei o cômodo e comecei a tirar as roupas dos cabides.
Quando cheguei às camisas eu decidi que precisavam ser lavadas também.
— Patrick disse que isso era esperado de você, que você não teria
nenhum problema em fazer vista grossa.
— Christi, você tinha que suspeitar de alguma coisa, quero dizer, ele
estava comigo todas as noites durante meses...
— Eu disse saia!
Como ele pode? Como ele poderia mentir na minha cara por meses?
— Christi, querida...
— Se você não quer que todo mundo ouça isso, é melhor você
recomendar que eles saiam... agora!
— Christi, querida...
— Você jurou mais e mais que não podia fazer isso, você disse que
não era da sua índole.
Eu nunca fui tão grata por pessoas amáveis como quando entrei no
consultório da minha Obstetra. Eu disse à recepcionista que eu tinha um
assunto pessoal e urgente para discutir com a minha médica. A enfermeira
olhou para mim e me orientou a caminhar até a parte dos fundos. Uma vez
eu estava sentada na mesa de exames, minha médica entrou. Durante os
próximos trinta minutos, eu expliquei que precisava fazer exames DST. Ela
ouviu e me garantiu que faria todos os exames que pudesse. Ela me
aconselhou a ir para casa e relaxar. Ela me ofereceu um sedativo leve, mas
eu não quis.
Quando liguei para escritório de McIntyre, eu não disse a ele por que
eu precisava de um advogado e ele não questionou. Parecia que sua filha,
Gretchen estava tentando obter sua clientela e ele disse que ela era afiada e
durona. Ele me deu seu número e eu liguei para ela imediatamente. Ela
concordou em se encontrar comigo e assim que cheguei em seu escritório
eu contei tudo.
— Bem, Christi, eu tenho uma boa e uma má notícia, — disse ela
— Ela é nossa vizinha. Ela mora algumas casas abaixo de nós. Seu
marido se chama Alex, mas eu só o vi uma vez. Christi disse ele trabalha em
horários loucos e Theresa pensa que ele está tendo um caso.
— Johnson.
— Pai?
— Sinto muito por vir sem avisar, mas você viu Christi hoje?
— Não, nós não nos falamos desde a noite passada. Theresa estava
indo para sua casa para ajudá-la com algum projeto.
— Em se tratando de Christi, você sabe que ela não irá fazer nada
tolo se machucar ou o bebê. Mas você e eu sabemos como ela é quando fica
brava. — Eu sabia muito bem como Christi agia quando estava zangada. O
incidente de Caius e as flores vieram à minha mente. — Eu gostaria de
poder dizer-lhe que ela vai refrescar a cabeça e procurar por você, mas eu
não posso. — Eu sabia que Smiles estava certa; Christi não estava no
controle de suas emoções no momento. — Se eu vir ou ouvir dela, eu te
aviso. — Eu agradeci e fiz meu caminho até a porta. — Patrick, me jure que
você não fez o que Theresa te acusou.
Pelas as próximas dez horas, eu fui para cada lugar em Chicago que
eu poderia pensar. Eu fui para seus lugares favoritos e até falei com várias
pessoas em seu antigo bairro, nada. Era como se ela tivesse simplesmente
desaparecido.
Finalmente, eu decidi que não poderia manter meu foco mais e fui
para a casa dos meus pais. Eu não podia suportar a ideia de estar na minha
casa sem minha esposa.
Não foi nenhuma surpresa que ainda havia muitas luzes acesas na
casa e um número grande de carros estava estacionado na garagem. Eu
entrei pela porta da frente e fui direto para a cozinha. Eu sabia que, sem
sombra de dúvidas o minha Ma estaria lá. Assim que eu dobrei a esquina lá
estava ela. Eu desabei de joelhos e enterrei meu rosto na sua barriga,
jogando meus braços em torno dela, segurando-me nela.
Meu pai me deu uma xícara de café e foi então que eu notei que o sol
estava nascendo. Christi estava lá fora sozinha, desprotegida. Eu orei a
Deus que ela estivesse a salvo.
— Parece que Rebecca tem uma folha enorme, maior que Muscles,
na verdade.
Eu sabia que era para ser engraçado, mas eu não tinha capacidade
de rir.
— Eu imaginei que Theresa tinha que ter um lugar para viver, então
eu deixei Tonto de plantão do lado fora da sua casa para ver se ela tentava
voltar. Ele não teve que esperar muito tempo até que ela voltasse e batesse
à sua porta da frente pouco depois das seis horas ontem à noite. Ela
caminhou em torno como se estivesse tentando encontrar uma maneira de
entrar, mas saiu de mãos vazias. Tonto a seguiu para o centro onde ela
parou em uma farmácia e comprou um teste de gravidez caseiro. Ele a
seguiu até onde descobrimos ser o seu endereço real.
— Rebecca Young, mais conhecida como Theresa Johnson, ou
Melanie Stone, ou também muitos outros malditos nomes para continuar,
vive acima da Starbucks de onde um dos invasores do nosso sistema veio.
Olhei para a minha mãe, que agora pairava atrás do meu pai. Seus
olhos estavam cheios de lágrimas.
— Bem, foda-me.
Meu pai escolheu esse momento para voltar para a sala. — Nora, eu
preciso falar com você no corredor, por favor.
Meu pai nunca tinha pedido à minha mãe para sair da sala antes. Eu
não gostei da sensação que eu estava tendo, algo estava errado, muito
errado, porra.
Eu olhei novamente para Sherman cujos olhos ainda estavam fixos
nos meus. — Eles fizeram uma prisão dentro do departamento.
— Ela está em trabalho de parto. Ela disse que você pode vir para ver o seu filho nascer,
mas...
Meu coração começou a bater descontrolado, Declan ainda não deveria nascer por algumas
semanas, esta poderia ser a razão pela qual ela foi ver o médico hoje? Teria o estresse de tudo isso
causado danos ao meu filho? Matthew fez aspas com os dedos... 'é melhor ele manter sua prostituta
em casa'.
Capítulo Nove
Christi estava prestes a ter o bebê, o pensamento girava mais e mais dentro da minha
cabeça. Toda esta situação fodida com Theresa teria que esperar. Eu precisava estar lá para
ambos. — Matthew, eu vou segui-lo até o hospital. — Minhas chaves já estavam na minha mão,
minha mente procurando a maneira mais rápida de chegar lá. — Na verdade, eu gostaria de ir com
você; contar o que eu sei sobre o que aconteceu. — Eu balancei a cabeça e fiz sinal para ele ir em
frente em direção a porta. Voltei-me para a minha família, que permaneceu atrás de mim, olhei
diretamente nos olhos de Sherman e dei minhas instruções. — Você acha aquela puta fodida e traga-
a até aqui! Eu vou lidar com ela uma vez que tiver a minha família de volta.
O hospital que Christi e eu tínhamos escolhido ficava a apenas quinze minutos de casa. Ela
até me fez fazer várias viagens de teste para ter certeza de que eu conseguiria chegar a tempo. Eu
sempre assumi que ela estaria no carro ao meu lado quando chegasse a hora.
— Ela ficou em um hotel até que sua bolsa rompeu algumas horas atrás. — A voz de
Matthew parecia irritada e cansada, eu podia entender. — ela me disse que tem a prova de que você
a enganou. Fodeu uma garota de quem ela ficou amiga. — Eu fechei os olhos brevemente e respirei
fundo. Minha explicação estava na ponta da minha língua, mas eu não pude falar nada, pois ele
continuou.
— Eu estava lá quando você fez o juramento, deu sua palavra a cada um que quisesse
ouvir. Eu te dei minha confiança. Eu fiquei do seu lado quando ela mesma tinha se convencido de que
não era boa o suficiente para você. Que ela não poderia ser o tipo de mulher que você precisava. Ela
disse que nunca iria fechar os olhos para o que você fizesse e eu jurei que ela não teria que fazer isso.
— Ele parou por um momento, a emoção em sua voz me fez engasgar. — Seu pai não terá para ser o
único a matá-lo. — Sua voz agora estava cheia de ódio. — Eu te mato!
O silêncio reinou no carro enquanto eu o deixava ter o seu momento. Tentei me colocar no
lugar dele, entregando a minha filha a um homem como eu. Conhecendo-me como eu me conhecia,
nunca teríamos chegado ao interior deste carro. Eu teria matado o bastardo por ferir a minha
menina. Quando estávamos a apenas alguns minutos de chegar ao hospital, eu o coloquei a par de
tudo o que tinha sido descoberto. Ele permaneceu em silêncio, olhando através do vidro, enquanto
os edifícios do centro de Chicago continuavam a passar por nós.
— Ela não vai ouvir. — Ele balançou a cabeça. — Ela está com a mente fixa em continuar
com raiva de você. Ela vai gritar e gritar com você, chamá-lo de tudo, exceto de bom homem.
Eu nem sequer olhei para ele enquanto entrava na garagem, estacionando com fluidez em
uma vaga do estacionamento. — Nada que vale a pena ter, se for fácil, você não me disse isso? — Eu
tirei as minhas chaves da ignição e joguei meus óculos de sol no console central. — Ela tem todo o
direito de ficar com raiva; sua amiga simplesmente a traiu, fazendo-a pensar que o homem a quem
ela deu seu coração e alma a jogou fora. Mas, no final do dia, eu quero estar aqui.
Eu odiava hospitais. Os sons e cheiros me lembravam muito dos dias que eu passei ao lado
da cama de Christi após o negócio do sequestro e implorar para ela voltar para mim. Agora, eu tinha
um novo acordo a fazer, um erro a ser corrigido. Eu segui Matthew confiante até o quarto que
continha o meu mundo inteiro. Christi era, acima de tudo, uma mulher inteligente, racional e crente
na verdade. Uma vez que todas as provas fossem apresentadas a ela, ela iria ficar louca por ter
duvidado de mim e então poderíamos voltar a ter uma união sólida.
— Será que você o encontrou? — O tom totalmente errado, recortado e cheio de ódio. — O
que ele fez com a puta dele? — Matthew olhou para trás na minha direção, os olhos de desculpas,
antes de abrir a porta para mim. Minha mãe estava ao lado da cama da minha esposa, com uma
colher de plástico na mão com o que parecia ser pedaços de gelo, com o rosto coberto de medo. —
Você! — Ela gritou, apontando um dedo em minha direção, seu acesse pendurado em no pulso. —
Pode ficar no canto e cale a boca! — Christi parecia cansada. O cabelo dela uma vez solto e brilhante
agora estava opaco e preso de forma bagunçada. Os olhos dela, que uma vez refletiam entusiasmo,
demonstravam nada além de dor e ressentimento. Havia uma área inchada marcando a pele perfeita
debaixo de seus olhos. Ela estava longe de ser a garota bonita e tranquila por quem eu era
loucamente apaixonado.
— Você não tem direito de dizer nada, nem uma única palavra.
Eu balancei a cabeça e sentei no canto que ela indicou. Eu faria o que ela quisesse; lhe daria
um pouco de tempo para se acalmar antes de eu tentar argumentar com ela. Antes que eu mostrasse
a ela as provas que tinha contra as besteiras que Theresa tinha vomitado.
Sentado numa banqueta de plástico, na pequena cela de prisão na qual minha esposa tinha
me colocado, eu dei uma olhada ao redor do quarto. Christi parecia confortável no momento. Minha
mãe estava agora falando com ela em voz baixa, contando história após a história para livrar sua
mente não só da dor que ela não tentava esconder, mas da terrível situação em que nos
encontrávamos. A pulsação soava no aparelho, tomando conta do quarto. A pulsação do meu filho
para ser exato. Eu me agarrei a esse som, o farfalhar do movimento, enquanto tentava percorrer seu
caminho para este mundo. Sua aparição iminente fez tudo isso parece tão pequeno, tão
pequeno. Quando esta coisa é uma verdade que ouvi finalmente, eu teria certeza de que ninguém
poderia danificar a minha família assim, nunca mais.
A tensão no quarto estava tão espessa que você quase podia vê-la. O médico de Christi veio
e verificou sua progressão. Eu tentei permanecer sentado calmamente e dar-lhe o espaço que ela
precisava. Ela estava com raiva o suficiente e poderia ter me jogado para fora do quarto, me
impedindo de ver o nascimento de Declan. Eu iria permanecer sentado aqui, como ela me mandou e
faria qualquer coisa que ela precisasse, e quando essa coisa toda acabasse, eu iria aproveitar a minha
família em casa.
— Você tem alguma ideia de como é embaraçoso ter que admitir que eu tinha razão de
acreditar que fui exposta a doenças sexualmente transmissíveis?
Eu olhei para a minha mãe, que estava lendo uma revista em silêncio em sua cadeira. Ela
balançou a cabeça, me avisando para permanecer em silêncio.
— Ter que comprar roupas novas porque você tem vergonha das que você entrou na
loja? Ter que ficar em um hotel porque sua casa não é sua mais? — Foi breve, mas sua voz falhou
enquanto ela confessava como passou o dia longe de mim. — Intencionalmente jogar uma joia no
lixo porque você não pode suportar a mentira que ela representa?
Eu tinha atingido o meu limite, ouvindo-a desmoronar e observando o seu corpo minúsculo
exaustão. Apenas quando eu estava prestes a acabar com isto, ela gritou e abraçou a barriga. Minha
mãe se colocou ao seu lado, encorajando e dizendo que iria ficar tudo bem. Matthew tinha saído do
quarto, decidindo permanecer na área de espera, longe da zona de batalha.
— Christi, você precisa respirar, muito. — Minha mãe tomou sua mão entre as dela. — Ficar
assim estressada e chateada não fará esse bebê nascer mais rápido. — Christi continuou a se
contorcer de dor. Eu estava além da minha capacidade de testemunhar e não fazer nada sobre, então
eu corri do quarto e chamei a atenção de uma das enfermeiras no postinho.
Christi estava em silêncio se balançando para frente e para trás, sentindo mais dor do que
eu pensava que ela poderia aguentar. A enfermeira tentou passar confiança e pegou um par de luvas
de uma gaveta, puxou o lençol que cobria a metade inferior da minha esposa, e começou a examiná-
la. Com uma mão segurando a perna levantada de Christi, o rosto carregado de expressões
conflitantes, ela retirou a mão, colocando novamente o lençol no lugar.
— Bem, Senhora Malloy, é hora de dar a esse pequeno uma data de aniversário.
— Patrick, — gritou Christi. Eu não hesitei em atravessar o cômodo e ficar ao seu lado. Ela
estendeu a mão e agarrou a minha, apertando até cortar o fluxo de sangue para os meus dedos. Foi
então que eu notei que ela não estava usando mais seus anéis de casamento. Eu considerei que era
por causa de onde ela e o que não porque ela queria terminar com o nosso casamento.
— Você pode... — Eu comecei, mas parei quando ela olhou para mim.
Eu perdi a conta de quantas vezes Christi ficou com o rosto vermelho, enquanto lutava para
empurrar. Eu fiz a única coisa que ela me deixou, segurei sua mão e fiquei quieto. Às três e dezessete,
Christi empurrou pela última vez e o meu filho veio ao mundo. Sua pele estava revestida de um
material parecido com queijo, que a médica limpou em um movimento rápido. Ela me entregou uma
tesoura para cortar o cordão umbilical, libertando-o da sua ligação com sua mãe. Outra enfermeira o
levou para o berço de plástico com as luzes. Eu me inclinei para dar a minha esposa um beijo, dizer a
ela que ela tinha conseguido e que eu a amava, e lhe agradecer por compartilhar este momento
comigo. Mas seus olhos estavam fixos no nosso filho e logo que ela percebeu o que eu estava fazendo,
ela puxou sua mão para longe de mim, me atirando um olhar mortal mais uma vez.
Eu não tinha nenhuma das provas aqui comigo, nada de concreto para mostrar-lhe que
tudo isso tinha sido apenas um pesadelo fodido. Afastei-me da cama e me aproximei o máximo
possível do meu filho. Eu assisti com um olhar de proteção, como eles o banhavam, seus gritos
durante o exame, um sinal claro de que ele não estava feliz com a atenção que atualmente estava
recebendo. Eu queria pegá-lo e aconchegá-lo solidamente nos meus braços. Eu queria levá-lo para
sua mãe para ela dar-lhe o tipo de afeto que só uma mãe poderia trazer. Mas eu sabia que essa coisa
toda era para seu próprio bem, assim como a medicação que a enfermeira que a colocação em seus
pequenos olhos e a injeção ela perguntou a Christi mais cedo. Era para protegê-lo dos perigos
externos. Lembrei-me que era o meu trabalho proteger sua mãe e eu falhei com ela, duas vezes
agora. Eu girei o meu anel de Claddagh e jurei a mim mesmo que não haveria uma terceira.
A enfermeira que entregou Declan para mim tornou-se sem rosto. Eu já não sabia dizer se
era do sexo masculino ou feminino, que tipo de carro dirigia ou se tinha uma família também. Mas
neste instante, essa pessoa estava segurando o exemplo vivo do amor que sua mãe e eu dividimos –
o meu filho, meu primogênito.
Com as mãos trêmulas e adrenalina suficiente para matar um cavalo, eu o peguei, sendo
especialmente cuidadoso ao proteger a cabeça e mantendo o corpinho em linha reta. Seu cabelo
castanho escuro e narizinho eram como os de sua mãe, mas seus lábios e a forma de seus olhos eram
todinhos meus. Eu o segurei de forma segura em meus braços, pronto para prometer-lhe o mundo,
dar-lhe todo o luxo que eu pudesse conseguir, pedir emprestado ou roubar. Eu estava
completamente apaixonado por esta pequena criatura e eu mataria qualquer um que tentasse feri-lo.
O tempo era um inimigo, um ladrão que roubaria todo o tempo que eu teria para mantê-lo
comigo. Sua mãe iria exigi-lo em breve, e como ela poderia não fazer isso? Eu a conhecia muito bem,
o presente que ela havia me atribuído permitindo que eu presenciasse o nascimento do meu filho
iria embora e ela iria me pedir para sair. Foi o nosso filho que decidiu o momento, ele começou a
mexer e eu sabia que precisava entregá-lo a Christi. Não ajudou em nada a reprimir o desejo que eu
tinha que rastejar na cama atrás dela e envolver os dois em meus braços, desafiando qualquer filho
da puta a levá-los de mim. Mas seu choro aumentou e eu sabia que meu tempo tinha
expirado. Entregá-lo a sua mãe foi fácil, natural, mas ficar sem ele quase me matou.
Eu não conseguia olhar para Christi; Eu sabia que ela teria o mesmo olhar de desgosto que
tinha na última vez que fiz contato visual com ela. Meu coração não aguentaria isso agora. Então eu
saí sem uma palavra. Eu fiquei de costas para a parede do lado de fora do quarto. Eu podia ouvi-la
acomodar o bebê e eu imaginei por um momento que eu estava ali deitado ao lado dela, beijando seu
rosto, enquanto ela tocava o rostinho dele. Fingi que estávamos felizes e ela feliz por ser minha
esposa.
Eu não percebi minha mãe de pé ao meu lado. Quando abri meus olhos, abri os braços e caí
em seu abraço. Nenhuma palavra foi trocada, mas apenas como Declan, eu precisava da minha mãe.
— Eles irão trocá-la de quarto em breve, — Minha mãe sussurrou no meu ouvido. — Deixe-
me ir ver a nossa família que está aqui e vamos falar com ela como um todo.
Eu não podia discutir com ela; eu não tinha muita escolha. Eu balancei a cabeça em acordo
silencioso.
— Ligue para a florista e mande-a decorar o quarto. Eu vou chamar o seu pai e mandá-lo
trazer o que nós sabemos.
Ela beijou meu rosto e me garantiu que tudo ficaria bem. Eu acreditei nela, sua sabedoria e
força me impediram de fazer o que eu deveria fazer. Com sua garantia, eu quase me senti como se as
nuvens estivessem se dissipando e o sol voltando a brilhar. No entanto, as palavras que ouvi vindas
da minha esposa fizeram o céu se abrir e a chuva derramar.
— Gretchen, Declan nasceu cerca de uma hora atrás. Como podemos fazê-lo receber os
papéis do divórcio?
Capítulo Dez
Eu senti a raiva fervendo dentro do meu peito. Ela estava pronta para jogar tudo fora
depois de ouvir apenas um lado da história. Christi era um membro dessa família e, mais importante,
a mãe do meu filho recém nascido. Ela tinha perdido a mente maldita se pensava por uma porra de
segundo que eu iria deixá-la ir embora sem lutar.
Olhei ao redor da sala; eu precisava de reforços para o que precisava acontecer. Christi
podia não querer me ouvir, mas eu tinha algumas pessoas próximas que iriam fazê-la ouvir. Sem
nenhum plano real sobre como fazer isso acontecer sem o uso de violência, era território estranho
para mim. Dê-me uma arma e eu poderia fazer qualquer um dizer-me o que eu queria saber, mas
quando se tratava dessa bela mulher, que guardava as minhas bolas na bolsa nela... ela nem sequer
me olhou nos olhos, muito menos derramou suas entranhas. Eu precisava esfriar a cabeça e pensar
antes de fazê-la me ouvir.
Eu peguei meu telefone e enviei uma mensagem para os meus homens para me encontrar
com as provas que tínhamos, e outra para as pessoas que eu sabia que não poderiam me
ignorar. Minhas mensagens foram respondidas, eles estavam a caminho e me encontrariam no
estacionamento, já que tinham novas informações. Eu não gostei da ideia de deixar o andar; eu não
estava convencido de que Christi não iria fugir com Declan na primeira chance que tivesse. No
entanto, após a longa noite que ela tinha tido e os acontecimentos do dia, eu sabia que ela precisava
dormir. Eu não estava disposto a ir para casa sem Christi. Uma casa sem vida, ou o riso dela, não era
uma escolha para mim.
As coisas não tinham mudado muito desde que eu saí da casa dos meus pais hoje cedo. A
entrada tinha um cheiro suave do produto de limpeza que a empresa do serviço de limpeza
utilizava. A televisão no escritório do meu pai poderia tranquilamente ser ouvida, a âncora noticiário
da noite contando os acontecimentos do dia, com um sorriso em seu rosto enquanto ela
compartilhava a desgraça e tristeza do mundo que nos rodeia.
Se eu pudesse obter algumas horas de sono e um banho quente, eu sabia que poderia
pensar em uma maneira de resolver essa confusão com Christi. Minha mãe arrumou tudo no
banheiro do quarto de hóspedes que tinha uma ducha com jatos surpreendentes alinhados com o
seu corpo. Eu ajustei o jato de água quente em mim a partir de três direções, fechei os olhos e deixei
a ação me acalmar. Enquanto eu passava a toalha pelo meu cabelo, o ronco do meu estômago
recordou-me que eu o tinha negligenciado por muito tempo. Eu não estava totalmente certo de
quando foi a última vez que eu comi. Nunca houve perguntas se havia comida pronta em casa. Minha
mãe vivia para nos empanturrar a tinha sempre as portas abertas. Eu realmente não queria falar
com ninguém, não até que eu tivesse uma ideia firme do que fazer sobre esta situação – sobre como
colocar todos de volta sob o mesmo teto. Desta vez, quando passei escritório do meu pai, a porta
estava fechada e eu assumi que os meus pais tinham ido para a cama. No centro da ilha da cozinha da
minha mãe havia um prato de bolo ainda quente com um copo enorme de leite gelado ao lado
dele. Eu quase não senti o gosto dão bolo enquanto o enfiava às pressas em minha boca, meu corpo
agindo por vontade própria e necessidade de reabastecimento.
Quando voltei, a porta do escritório do meu pai estava novamente aberta e eu podia ouvir
os sons do meu pai e de Sherman falando. Eu estava prestes a entrar, quando ouvi o meu pai
claramente falar de uma chamada para McIntyre, o nosso advogado da família. Eu não gostei do tom
de sua voz, a urgência e, infelizmente, a fadiga.
— Diga-me o que está acontecendo, — eu exigi, entrando de assalto na sala. — O que
McIntyre quer? — Receber um telefonema do advogado da família nunca é uma coisa boa, ainda
mais com toda essa porcaria acontecendo com Christi.
— Devagar, Patrick, — O meu pai advertiu com a postura cautelosa. — McIntyre ligou para
me dizer que ele recebeu uma chamada interessante de um tal Inspector Beliogini.
— Você está dizendo...? — O sorriso se formou no meu rosto, não importa o quanto eu
tentei lutar contra isso.
Um desejo muito grande de dar uma risada surgiu e a plateia se juntou a mim. Eu conseguia
me lembrar de Eileen tentando juntar nós dois várias vezes ao longo dos anos. O quanto ela tinha
trabalhado para nos ver juntos. Se eu tivesse passado algum tempo real com ela, eu poderia ter sido
capaz de notar esse novo detalhe, proteger um monte de pessoas de uma vida de sofrimento.
— Ela disse a Beliogini que elas se conheceram há alguns anos atrás. Eileen descobriu e
disse a Mia que Theresa seria o cúmplice perfeito para seu plano sair do papel.
— Como? Quero dizer, eu nunca a vi antes da festa na minha casa, — eu disse, quebrando a
cabeça, tentando descobrir onde eu a tinha visto antes.
— Oh, mas nós vimos, — ele respondeu. Suas palavras assumiram um caráter cheio de
diversão.
— Quando, pai? Quando eu a vi? — Meu tom era de incredulidade, porque, sinceramente,
eu não conseguia me lembrar de ter visto aquela mulher em outra ocasião.
O meu pai relaxou em sua cadeira e tomou um gole de sua bebida. — Lembra-se do carro
que levou Morgan para o casamento?
— Mia disse que ela dirigiu o carro do aeroporto até a igreja e, em seguida, para um velho
armazém onde Morgan foi morta.
Meu pai e eu olhamos um para o outro por alguns minutos. As peças do quebra-cabeça
começaram a se encaixar. Cada detalhe trazia a grande figura mais em foco.
— Mas por que ela continuou? Quero dizer, Eileen está morta e Mia breve estará. Não
haveria nenhum dinheiro vindo dela.
— É aí que a história sofre uma pequena torção, — Meu pai disse, quando ele se levantou e
atravessou a sala. Ele pegou um copo do aparador que guardava muitos copos e doces. — Parece que
McIntyre recebeu um telefonema dos federais.
Eu sabia desde cedo que Sherman tinha alguma informação que ele não tinha sido capaz de
me dar.
— Eles prenderam Alex Houston. Ele é um novato que começou com o departamento a
cerca de um ano atrás. Ele estava do lado de fora da igreja durante o casamento de Books e decidiu
seguir o carro que Theresa dirigia. Ele descobriu o que ela o que iria fazer, mas ela conseguiu
enganá-lo, fazê-lo acreditar que estava sendo forçada a fazer aquilo.
— Ele a levou para sua casa e ela lentamente o convenceu de que ela tinha se apaixonado
por ele. Ele pensou que estava construindo um futuro com ela, mas ela só o estava usando para obter
as informações que precisava de nós. Ela lhe disse que estava grávida dele e que eles precisavam de
dinheiro para comprar uma casa para aumentar a sua família. Ele pensou que se conseguisse
construir um grande caso contra a nossa família, iria conseguir uma promoção e, em seguida, ele
poderia comprar uma casa para eles.
— Então, ele começou a fazer as coisas por conta própria, sem se importar com as regras do
departamento. Ele cometeu muitos erros e o departamento descobriu o que ele estava
fazendo. Quando eles o prenderam, Theresa riu na cara dele e disse-lhe que mentiu sobre tudo,
incluindo sobre estar grávida. Aparentemente, durante suas conversas de travesseiro, Alex
derramou segredos demais dos federais e agora ela é considerada uma enorme responsabilidade
deles. Eles estão pedindo a nossa ajuda para colocá-la atrás das grades por um longo tempo. Eles
querem as fitas de vídeo que temos.
Sherman e Caleb estavam sentados no canto, em silêncio até este ponto. Sherman deu uma
olhada para mim e se levantou.
— Patrick, eu sei quem está por trás disso. Eu juro que nós vamos fazer a verdade chegar a
Christi. Você só precisa estar pronto para receber a sua esposa e bebê em casa.
— O preservativo pertencia a Alex Houston, não é...? — Todo mundo sabia que aquilo era
mais uma afirmação do que uma pergunta. — Eu ainda não entendo porque Theresa permaneceu no
jogo.
— Eu acho que eu posso ajudar com essa, — Caleb anunciou. — Uma vez que Theresa
descobriu que Eileen estava morta e Mia na prisão, ela decidiu que poderia ainda colocar as mãos em
algum dinheiro. Ela usou o computador que Alex usava para invadir o nosso sistema e roubar a fita
de vídeo que ela usou para enganar os monitores. Ela tinha planejado chantagear Patrick com o
vídeo da calcinha escondida. Christi infelizmente escolheu o dia errado para limpar o armário.
Eu voltei minha atenção para Caleb. — Como sabemos que esse era o plano dela?
Caleb riu quando me olhou diretamente nos olhos. — Porque, Tonto foi até o apartamento
dela com Angus e deu-lhe algum medicamento que fez com que a pequena Theresa se tornasse muito
sincera.
Seu cabelo estava uma bagunça emaranhada e seus olhos estavam negros da maquiagem
escorrida, mas ela parecia ilesa. Meus rapazes nunca fariam mal a uma mulher, se não fossem
obrigados.
Theresa tropeçou e, em seguida, caiu no tapete. Ela caiu de lado próxima a mesa de café.
Tonto se estendeu na cadeira e arrancou a fita adesiva de sua boca. Eu tomei a cadeira e
levei até a mesa, me colocando diretamente na frente dela. Eu não disse nada enquanto encarava os
olhos dela. Observei-a enquanto ela soluçava e se contorcia. Ela não disse uma palavra. Ninguém
disse uma palavra. O único barulho na sala era o clicar do relógio de pêndulo no corredor. O silêncio
foi interrompido pelo soar de todos os telefones celulares na sala. Eu ignorei e continuei a olhar para
ela.
Ela era a razão da minha vida ter sido abalada. Ela foi o motivo da minha esposa pensar que
eu já não a queria. Torci minha aliança de casamento enquanto continuava a atirar punhais com os
olhos para ela.
Eu continuei a assistir Theresa desmoronar. Ela sabia o que a esperava, e sabia que iria
morrer logo, mas ela não disse nada. Isso só me irritou ainda mais.
— Meu filho nasceu hoje. — Eu escolhi minhas palavras com cuidado. — Ele é o bebê mais
lindo que eu já vi.
As lágrimas escorreram e seu corpo inteiro tremeu ainda mais. Eu desejei que Christi
pudesse ver isso; minha esposa poderia dar a ela tudo o que ela merecia pelo mal que tinha feito a
esta família.
— Você tirou uma coisa de mim que eu nunca vou ter de volta. — Theresa começou a
sacudir a cabeça de um lado para o outro. — Meu filho nasceu prematuro e minha linda esposa
pensa que eu fui infiel por causa das suas mentiras.
— E... eu...
— Eu lhe dei a porra da permissão para falar comigo? Você abriu sua boca maldita muitas
vezes quando se trata de mim! — Eu gritei para ela. Seu corpo começou a tremer de medo enquanto
os soluços ficavam mais altos. — Tirem esse pedaço de merda da minha frente! — Eu joguei meu
telefone nela.
Eu me virei e fiquei cara a cara com quase a família inteira. Ammo estava na frente de
Muscle e uma Amex muito grávida estava segurando as mãos de Sherman e de Caleb. No entanto, o
rosto de Smiles foi aquele que me chamou a atenção. — Ela nunca saiu do meu lado quando Abby
nasceu. — Eu atravessei a sala e peguei Smiles para um abraço apertado. — É suposto ser um
momento mágico, ter seu primeiro bebê.
— Eu sei... eu sei.
— Nós estamos prontos para recuperá-la, levá-la a ouvir a razão, — Smiles assegurou-me,
acariciando meu rosto. — Ela pode não ouvi-lo, mas ela irá me ouvir.
Um pouco mais tarde todos saíram. Eu tinha encontrado uma cadeira no pátio me joguei
nela, quieto e sozinho. Eu fiquei sentado lá por horas e pensei em tudo o que tinha acontecido. Eu
repassei as memórias de quando conheci a minha Christi, ficando loucamente apaixonado por ela,
quando a levei para minha cama pela primeira vez, dançando com ela, acordando com ela, pedindo-
lhe perdão... assistindo meu filho nascer.
Eu ouvi a porta do pátio se abrir e senti o aroma do perfume da minha mãe. Senti a mão
quente no meu ombro enquanto ela caminhava em volta da cadeira.
— Eu sei, querido.
— Depois de todas as vezes que eu disse a ela o quanto eu a amo, que eu nunca seria infiel,
ela acredita na porra de uma mentira.
Minha mãe colocou a mão quente no meu joelho. Eu sabia que suas palavras de sabedoria
estavam prestes a fazer a dor ir embora, como ela fazia quando eu era um garotinho, caía e ralava
meus joelhos, ela chegava e tornava tudo mais fácil.
— Você tem uma grande escolha a fazer. Você pode focar no negativo disso tudo ou pode se
alegrar de saber que ela está segura e que ele é saudável.
Eu sabia que ela estava certa. Uma vez que Christi ouvisse a verdade, ela iria me pedir
desculpas e prometer fazer de tudo para que eu esquecesse esse episódio maldito. Eu sabia, mas não
era o que eu queria.
— Eu preciso ver o meu filho, — Eu falei, me levantando da cadeira para subir as escadas
para tomar um banho.
Ontem à noite quando Smiles tinha compartilhado seu plano, eu queria beijá-la. Na verdade,
não foi exatamente o que eu fiz com o seu rosto, mas eu ainda a beijei. O plano era tão
simples. Christi não queria nada comigo ou com qualquer membro masculino da família, mas ela
nunca poderia se recusar a ver sua irmã, ou minha. Ammo iria junto como a força bruta para ficar de
olho na situação. As mulheres iriam entrar no quarto dela, enquanto eu esperava, não tão
pacientemente do lado de fora, escutando para a minha deixa para entrar. Com minhas costas
pressionadas no mesmo local em que encontrei na noite passada, eu fechei os olhos e orei para este
plano funcionar.
— Sabe quando você fica olhando para a vitrine de uma loja de animais e você vê todos os
filhotes de cachorro bonitos e fofinhos brincando um com o outro, então você leva um para casa só
para que ele mije no chão e mastigue o seu melhor par de saltos?
As meninas entraram no quarto em uma frente unida. Eu ouvi com cuidado quando a minha
mãe se colocou ao meu lado. Eu poderia apenas imaginá-las em pé com os braços cruzados e olhando
para Christi; de alguma forma eu sabia que ela estaria sentada incandescente naquele quarto de
hospital.
— Eu digo para levarmos o bebê e deixar sua mãe se espojar no buraco que ela cavou para
si mesma, — Amex sugeriu.
— Não, Patrick nos mataria por isso. No entanto, ela vai ficar nos devendo muito depois
disso — Smiles disse, sua voz continha uma atitude que apenas uma irmã que tinha o poder de
chutar o seu traseiro poderia carregar.
— Você não revire os olhos para mim, Christi! — Eu sorri com o latido que soou de
repente. Ajustei minha posição, lutando para não rir alto.
Eu podia ouvir seus saltos clicando enquanto elas se moviam ao redor do quarto,
certamente aproximando-se da cama de Christi.
Eu sabia que os sons de soluços que eu ouvi eram da minha esposa. Eu tive que segurar
fisicamente a parede para não entrar correndo lá e abraçá-la.
— Não se preocupe; você tem a nós e nós vamos ajudá-la a corrigir isso, — Ammo
instruiu. Sua voz saiu abafada; ela deveria estar abraçando Christi chorando. Eu podia ouvir Declan
começar a ficar agitado e eu ansiei poder acalmá-lo.
— Christi, eu juro por Deus, eu te amo como mais ninguém, mas isso está além da crença. Se
você não tivesse acabado de dar à luz ao bebê mais lindo, eu chutaria totalmente a sua bunda magra.
— Ammo falou alto e claro. Eu ouvi os sons de soluços que eu não poderia atribuir com certeza, mas
assumindo a que pertenciam a Christi.
— Eu sabia que vocês dois fariam lindos bebês, mas ele é mais perfeito do que eu
imaginava. Ele se parece exatamente com Patrick, — Amex disse, com admiração na voz.
A voz de Christi saiu cortada, ela estava chorando, eu tive certeza absoluta. Estava me
matando ter que ficar aqui contra esta parede e não fazer nada.
— Desculpe, Declan, mas se acostume com a palavra, foi seu pai que a inventou, — Ammo
retrucou.
— Eu não posso acreditar que você apenas o deixou assim. — Ammo a repreendeu. Eu
tinha visto a sua atitude sobre as mulheres que olhavam para Muscles uma vez ou duas, ela quebrou
alguns narizes em seus primeiros dias.
— Oh, não, não venha você! Ele me deixou. Ele escolheu aquela puta à sua esposa e bebê! —
Christi atirou de volta.
— Você está falando sério? Você honestamente acredita na palavra daquela prostituta e não
na do seu próprio marido? — Foi minha irmã desta vez, fazendo a mesma pergunta que eu tinha me
feito repetidamente nos últimos dois dias.
— Não, você não está bem, Christi. Você perdeu totalmente a porra da cabeça se pensou por
um segundo que ele fodeu com Theresa — Smiles continuou. Christi não teria escolha a não ser
ouvir. Este era o plano que tínhamos discutido. Eu me inclinei para trás de novo, escutando. Eu sabia
que Smiles usaria o cartão de irmã, Christi não teria nenhuma defesa contra ele.
— Não, você se senta e me escute! — Smiles gritou. — Eu conheço você. Você sempre foi a
mais forte de nós duas. Você sempre me disse para não aturar a merda de ninguém. Mas o que você
fez com aquele homem, e com esse garotinho, é além de cruel.
— Cale a boca, Christi! Eu vou sair depois de você ter escutado tudo o que tenho a dizer.
— Patrick não tem feito nada além de adorar o chão fodido que você pisa desde o dia em
que casou com você. Como diabos você pode simplesmente jogar tudo fora por causa das palavras de
uma cadela traidora mentirosa, está além de mim!
Eu podia ouvir o movimento novamente. Smiles tinha levado uma bolsa preta com ela; ela
continha cópias de tudo o que tínhamos contra Theresa. A batida forte de uma mão contra uma mesa
seguida pelo farfalhar de papéis... e então silêncio, completo e tortuoso.
O quarto se encheu de riso, meu rosto se contorceu em confusão, porque eu não achei nada
disso engraçado.
— Bem, você quase pediu o divórcio. Sorte sua que eu conheço a filha de McIntyre há vários
anos. Ela me ligou um segundo depois que você ligou para ela pedindo apresentação dos
documentos.
— Ela nunca sequer entrou com o pedido. Mas essa é a menor das suas preocupações, —
Amex falou.
— Eu preciso ligar para o meu pai. — Eu estava prestes a entrar no quarto e colocar um fim
em toda essa bobagem.
O barulho de tapa me parou. Eu não sei se elas bateram nela ou não, eu só sabia que eu
precisava chegar lá e rápido.
— Não, você precisa chamar o seu marido! — Smiles falou, sua voz com raiva de novo.
— Realmente, Shannon? Chamar o homem que, como vocês três só me faz lembrar, eu
joguei fora? Você acha que ele simplesmente irá valsar para dentro desse quarto e jogar seus braços
em volta de mim e a vida vai ser do jeito que o que antes?
— Escute, a última vez que vi Patrick, ele estava arrancando os cabelos e tentando
descobrir como fazê-la ouvi-lo.
Era hora da minha mãe se juntar a elas. Com um beijo na minha bochecha, ela entrou no
quarto. Ela daria uma olhada na condição de Christi e, em seguida, me daria a deixa para entrar.
— Bom dia, minhas queridas. Oh, Deus, o que é isso? — Ela perguntou.
— Nada demais, apenas abrindo os olhos da minha irmã, — disse Smiles, sua voz, pelo
menos, parecia feliz.
Eu não conseguia falar. Eu só prendi a respiração enquanto esperava a minha mãe dizer a
palavra mágica. Para me avisar que ela sentiu que tudo estava bem o suficiente para eu entrar e
corrigir isso; para reivindicar a minha família novamente.
— Bom dia, meu bebê doce, — ela balbuciou. — Christi, você não respondeu a minha
pergunta, — Minha mãe falou, ao som da fita da fralda sendo puxada. Ela deveria estar trocando-o,
algo que eu estava ansioso para fazer.
— Não, Nora... Eu não gostei do que vi. — A voz de Christi pareceu drenada, ela estava
cansada e ferida. Algo que eu poderia consertar em um instante.
— Nem Patrick quando a viu essa imagem. — Eu fechei meus olhos enquanto imaginava
Christi olhando para a imagem de Theresa no quarto do nosso filho.
— O que ele disse? — Sua voz soou abafada, como se tivesse algo parecido com um
travesseiro sobre ela.
— Bem, por que você não pergunta a ele? Ele está esperando no corredor.
Capítulo Onze
Eu iria lhe dar o exemplo. Sim, eu era um Chefe da Máfia, mas isso
não significava que eu não poderia ensinar-lhe os valores fundamentais de
ser um bom homem, um bom marido e pai. Esse era meu trabalho e iria
começar hoje.
— Eu quero dizer que sinto muito, mas eu sei que você está cansado
de ouvir isso de mim. — Sua voz suave estava tão baixa que saiu quase
como um sussurro.
— Você está certa, Christi. Eu não quero ouvir que você sente muito.
Virei meus olhos para ela. — Por que não? — Eu perguntei, minha
testa franzindo em confusão.
— Eu acho que com tudo o que aconteceu nos últimos dois dias,
provavelmente é melhor eu levar Declan para a casa do meu pai. Até que eu
possa me reerguer.
Com um rápido olhar para o meu filho que dormia, eu fiz o caminho
de volta para Christi.
— Bem, se você acha que vai precisar de mãos extras, eu estou certo
de que a minha mãe e Charlotte ficariam felizes em se alternar para ficar
com a gente.
— Eu disse, como você e eu. Declan tinha pai e mãe da última vez
que eu verifiquei. — Eu não consegui evitar um meio-sorriso.
— Mas... eu... como...?
Eu nunca tinha visto Christi tão confusa como estava
atualmente. Uma pequena parte de mim estava gostando de ter o controle
da situação; ok, uma grande parte de mim, mas apenas porque isso não
acontecia muito frequentemente.
— Christi, eu acho que é hora que você ouvir a história inteira sobre
Theresa.
Eu cruzei os pés e me ajeitei na cama ao lado dela. Eu peguei a mão
dela na minha e comecei a contar os eventos que tinham sido relatados a
mim. Christi não se moveu ou disse uma única palavra enquanto eu
explicava tudo.
Eu beijei sua testa e acariciei as costas de sua mão enquanto ela
absorvia tudo. Seu olhar perplexo rapidamente se transformou em
raiva. Ela começou a sacudir a cabeça.
— Coisas como quão bonito você é e como se você fosse marido dela,
ela não iria deixá-lo se vestir como você se veste... loucuras como essa. —
Ela olhou nos meus olhos, e em seguida, firmou-se. — Eu sei que você não
quer desculpas para o comportamento imperdoável, mas honestamente, eu
não sei mais o que fazer. Eu não sei como consertar os meus erros, se é que
você quer mesmo que eu conserte alguma coisa.
Eu tinha que fazê-la ver a verdade dos fatos. Que a minha devoção a
ela e ao nosso filho era real, e que ela não tinha que duvidar de mim ou dos
meus sentimentos.
— Você disse que ele fazia com que as pessoas soubessem que
estávamos juntos, de forma que nenhum outro homem se aproximaria de
mim.
— Christi, o que estou prestes a dizer-lhe é algo que você deve jurar
manter segredo. Ninguém pode saber que você sabe disso.
— Este voto fez você fez... — A voz dela, que estava crivada de
emoção, falhou no final. — Se... se você a quebrasse, o que aconteceria?
Eu olhei diretamente nos olhos dela e respondi. — Meu pai teria que
me matar.
— Será que o nosso filho irá fazer esse mesmo voto? — Seus olhos
estavam implorando aos meus.
— Um dia, ele vai encontrar uma jovem que o completa como você
me completa. Ele irá dar o trevo a ela e, no dia do seu casamento, eu vou
passar o Claddagh para ele.
— Quando você fizer o exame com a sua médica, e estiver tudo bem,
eu quero que você engravide novamente o mais rápido possível. Eu quero
outro bebê assim que pudermos.
— Oh, não se preocupe, Christi, eu fiz isso com todos os meus filhos
e eles estão perfeitamente bem.
Deklan ainda estava rindo quando meu pai atirou-o no ar
novamente. Christi foi rápida em perguntar se ele gostaria de algo para
beber enquanto tomava Deklan de volta em seus braços, e ele recusou, é
claro. Deklan foi mimado por um minuto até que Christi pediu licença para
ir amamentá-lo.
Eu disse ao meu pai que iria encontrá-lo em seu carro, antes de ir até
o quarto do meu filho para dizer adeus à minha família. Assistir Christi
amamentar Deklan era uma visão que eu queria para sempre manter na
minha mente. Eu sorri ao vê-los juntos, a cadeira de balanço balançando
suavemente, enquanto ela se sentava com confiança e cantarolava para ele.
Ao longo das últimas seis semanas, Christi tinha lentamente voltado a ser a
Christi pela qual eu me apaixonei. Seu nível de confiança havia voltado e ela
tinha seu temperamento de volta. Ela também estava me deixando louco de
desejo cada vez que desfilava os seios cheios gloriosamente nus enquanto
amamentava no quarto. Às vezes eu acho que ela fazia isso de propósito,
fruto proibido e essas coisas.
— Isso é o que a sua mãe disse. Ela não dormiu na noite passada e
ficou acordada a noite toda arrumando a nossa casa para Deklan.
Eu sorri quando olhei pela sala lateral. Minha mãe se ofereceu para
cuidar de Deklan para nós a qualquer momento que quiséssemos. Christi
tinha sugerido que ela ficasse com ele enquanto ela ia ao consultório
médico e talvez para fazer algumas compras. Minha mãe tinha cancelado
sua agenda e tinha vindo a trabalhar arduamente para converter um dos
quartos em um quarto de bebê e sala de jogos. A julgar pela admissão do
meu pai, ela tinha colocado as coisas em alta velocidade.
Não demorou muito para que o meu pai estacionasse ao longo do
meio-fio na frente da padaria da Senhora O'Leary. Não tinha mudado muito
desde a última vez que eu a tinha visitado. Sr. O'Leary tinha falecido alguns
anos antes. O filho do casal, Sean, tinha voltado para casa e pintado o
exterior do edifício. Ele não tinha nenhum desejo de trabalhar na padaria e
sua esposa se recusou a se mudar para a cidade grande. Senhora O'Leary
nunca pestanejou, enquanto continuava a cuidar da padaria sozinha.
Papai era um bom meio metro mais alto do que ela, mas ela
conseguiu trazer seu rosto até o nível dela e beijou cada uma de suas
bochechas.
— Sr. Malloy, como é você está esta manhã? — Ela disse em seu
grosso sotaque irlandês.
— Onde está o seu novo bebê? Em casa com sua mãe como deveria
estar, eu imagino.
— Sim, senhora, eu vou dizer a Christi que precisamos vir fazer uma
visita.
Senhora O'Leary era uma boa mulher, mas ela acreditava nas velhas
crenças. No seu tempo, as coisas eram feitas de forma diferente. Eu teria
que ser cuidadoso com o que eu fizesse ou dissesse ao seu redor hoje.
Eu fui com o meu pai para uma das pequenas mesas de café da
padaria.
— Thomas, eu não posso te dizer o quão bem fez a essa pobre alma
velha te ver aqui hoje.
— Pobre Megan só não tem sido a mesma desde a última vez que
esses vândalos entraram na minha padaria. Eu tive que espantá-los com a
minha velha espingarda.
— Megan veio a mim quase oito meses atrás. Ela não tinha duas
moedas para esfregar uma na outra e tinha ela e seu pequenino para
alimentar. Ela entrou aqui para sair da chuva e eu ofereci-lhe uma xícara de
chá. Ela me disse que não tinha dinheiro, então eu disse a ela que era de
cedo e que eu teria de me livrar dele, de qualquer maneira.
Eu olhei para a menina tímida novamente. Parecia que ela não tinha
tido uma boa noite sono em semanas.
— Ela me disse que ele tinha fugido no meio da noite. Deixou-a sem
um centavo e nem se importou, — ela balançou a cabeça enquanto tomava
outro gole de chá.
Meu celular vibrou no meu bolso. Eu o peguei e vi que era uma
mensagem de Tonto.
— Eu vim falar com a minha menina hoje, — sua voz era cheia de
arrogância.
O jovem punk apenas riu quando pegou a mão de Megan. Ela tremia
enquanto seus olhos dançaram do punk ao meu pai.
— Cuide da sua vida, velho, — o punk jogou de volta para o meu pai.
Megan tinha olhado para ver quem tinha entrado pela porta e fixou
os olhos com os de Dustin.
O punk então voltou sua atenção para o meu pai e tentou agarrar
sua camisa. Eu disse ‘tentou’ porque mais rápido do que você poderia
piscar, meu pai tinha o rosto do Punk contra a bancada de madeira, o
sangue jorrando de seu nariz quebrado. Dustin pulou o balcão e envolveu
Megan em seus braços, beijando o topo de sua cabeça.
Ele não lhe dei a chance de responder e joguei seu corpo contra sua
gangue. Tonto abriu a porta e começou a empurrar os homens para fora um
por um. Dustin continuou a segurar firmemente Megan, que estava
soluçando.
— Olá, querido, — sua voz era baixa e sexy. Minha boca se recusou a
trabalhar enquanto eu permanecia ali olhando para sua boceta nua.
— Bem, isso é uma surpresa, — minha voz soou estranha até mesmo
para mim.
Eu não dava à mínima se ela tinha pagado dez mil dólares por ele,
estava no meu caminho. Eu peguei o pano em minhas mãos e dividi ao
meio. Uma vez que seus seios estavam descobertos, eu os tomei em minhas
mãos, meus lábios e dentes provocando seus mamilos. Eu rapidamente tirei
a roupa e o meu pau saltou para a vida.
Eu tive que diminuir o ritmo, pois fazia muito tempo e eu esperava
que ela houvesse se recuperado totalmente de dar à luz ao nosso filho. Será
que seria igual? Será que teríamos que usar algum lubrificante? Talvez eu
só devesse entrar nela algumas vezes e, em seguida, pedir que ela me
esfregasse uma. Minha ansiedade diminuiu e eu deveria saber que Christi
sabia que eu estava tendo essa batalha interna. Eu tinha que ser gentil, ter
certeza que ela fosse amada corretamente.
Eu vi como meu pau deslizou dentro e fora dela, molhado com sua
excitação.
— E... Patrick... eu... oh, Deus... oh... oh bem... oh... — Ela não
conseguiu nem terminar a frase quando seu segundo orgasmo sacudiu seu
corpo.
— Você gosta disso, baby? Você gosta quando eu fodo a sua boceta
perfeita?
— Baby, eu acho que há uma boa chance de você ter batido as bolas
do próximo bebê. Provavelmente será uma menina.
Eu queria mais filhos com ela, nós tínhamos discutido isso com mais
detalhes. Só para ter certeza de que iríamos conceber, eu a tomei mais três
vezes fez naquela noite. Afinal de contas, ela queria uma menina.
Capítulo Treze
Eu olhei para Christi e depois tomei-a pela mão e levei para a sala de
estar. Eu me enrolei em volta dela e suavemente tracei os dedos ao lado dela.
Christi se virou e olhou para mim com seus grandes e lindos olhos
castanhos. Seus dedos suavemente acariciaram a minha barba por fazer.
— Ela está morta não é?
— Não, meu amor, ela não está morta. Não que eu não considere.
— Então... o quê?
Eu a coloquei de volta para o sofá, beijando seus lábios rosados e
quentes.
— Estamos decididos a cooperar com o FBI nesse caso.
Christi parecia mais confusa do que nunca. Ela abriu e fechou os olhos
várias vezes.
Eu olhei por cima do ombro esquerdo do meu pai; minha mãe estava
tomando Deklan de uma de suas amigas. Ele estava se mexendo e ela não
demorou a agir. Christi estava atravessando a sala para se juntar a ela.
— Patrick, você já desejou ter ido atrás de Christi quando a viu pela
primeira vez?
Meu pai apenas acenou com a cabeça e se virou para ver a minha
mãe batendo suavemente as costas de Deklan enquanto Christi beijava sua
bochecha. Como um verdadeiro Malloy, Deklan estava cercado por
mulheres; tudo bem, as duas mais belas eram sua mãe e avó, mas eram
mulheres, no entanto.
— Eu ouvi dizer que você teve uma conversa com Dustin esta
semana, — meu pai falou mudando de assunto.
— Sim, eu tive a conversa com ele e dei a ele suas atribuições. Acho
que ele vai dar certo.
— Não, Sr. Malloy, mas está em meus planos fazê-lo meu, se ela
concordar. — Seus olhos me diziam que ele falava a verdade.
— Você tem certeza sobre isso? Crianças não são algo que você pode
simplesmente deixar de lado, não nesta família, de qualquer maneira.
Christi tinha me chamado para voltar para casa, não muito tempo
depois de eu ter saído para o trabalho esta manhã. Assim que eu a coloquei
no carro sua bolsa estourou. Eu disse-lhe para fechar os olhos enquanto eu
dirigia como um morcego escapando do inferno para trazê-la até aqui. Uma
vez que eu passei pelas portas, a enfermeira assumiu e, dez minutos depois,
estávamos prestes a conhecer o nosso segundo filho.
Eu vi como o rosto de Christi ficou vermelho e ela quase quebrou a
minha mão com seu aperto.
— Pelo quê?
— Por sua fé em mim, por me dar dois filhos perfeitos, e por dizer
sim.
— Claro que não. Mantenha essa sua coisa de fazer bebês bem longe
de mim. Eu quero aproveitar os dois que temos antes de planejar qualquer
coisa mais.
Eu poderia fazer isso. Por mais que eu amasse minha esposa
grávida, eu lhe daria um tempo com os nossos meninos.
Capítulo Catorze
Desde que Megan não era católica, ela optou por ter seu casamento
no quintal da minha mãe. As senhoras da nossa família trabalharam duro e
transformaram o quintal em um paraíso de casamento, palavras da minha
esposa, não minhas. Abby tinha acabado de completar sete anos e era dama
de honra júnior. Lucas e Deklan eram melhores amigos e, enquanto Lucas
levava Megan pelo corredor, Deklan era o portador das alianças. Foi
durante o tempo que as crianças testemunhavam alguém fazendo algo que
estava errado, sentiam a necessidade de contar a seus pais.
Aconteceu então que eu tive que passar em casa naquele dia e entrei
na sala de estar para encontrar Deklan e Connor sentados na frente da
lareira com Katie deitada a seus pés. Quando eu perguntei o que eles
estavam fazendo, eles disseram que tinham enviado um e-mail para o Papai
Noel e que desde que ele tinha elfos que trabalhavam para ele, eles
pensaram que ele poderia ficar com Katie. Eu peguei os meus filhos nos
meus braços e expliquei que nós amávamos a todos eles e que um dia eles
fariam de tudo ao seu alcance para proteger a sua irmã mais nova. Nós
nunca dissemos a Christi sobre isso, eu temia que ela nunca conseguisse
dormir novamente.
Mesmo que eles fossem tão jovens, eu não tinha dúvida de que eles
se lembrariam para sempre das minhas palavras a partir daquele dia. Katie
estava na primeira série e um menino da sala de Connor estava puxando
seu cabelo e, em seguida, empurrou-a no parquinho. Connor estava
brincando perto dela e viu a coisa toda acontecer. Ele chamou Deklan e
Deklan ajudou Katie a se levantar do chão enquanto Connor se aproximou e
deu um soco no nariz do garoto. Christi foi chamada para a sala do diretor e
então me ligou quando soube o que tinha acontecido. Eu chamei Connor e
tive uma conversa com ele.
Muitos pais teriam discordado do que eu disse a ele, mas ele era um
Malloy e ele poderia ter que administrar esta família um dia. Eu disse a ele
que estava orgulhoso dele por ter defendido sua irmã mais nova, no
entanto, não deveríamos saí por aí batendo nas pessoas por esporte.
Eu dou crédito a Deklan e Connor por Katie ser a mulher resistente
como pregos que era hoje. Seus irmãos não tinham nenhum problema em
irritá-la ou provocá-la, eles simplesmente não deixavam as outras crianças
fazer o mesmo. Nossos filhos tinham um vínculo silencioso que eu não
poderia colocar em palavras. Era mais do que apenas proteção. Era honra e
coragem. Não tinha limites e para eles era real.
Deklan nunca namorou ninguém que Connor tivesse sentimentos e o
mesmo era verdade para Connor. Ambos os meus filhos valorizavam a
opinião de Katie quando se tratava das jovens que eles escolheram. No
primeiro ano de Deklan na faculdade, ele trouxe para casa uma bela moça,
Sasha. Katie a odiou a partir do momento em que ela entrou pela porta.
Minha mãe venceu o câncer de mama. Ela jurou que era por causa
dos beijos dos garotos.
Epílogo
Os muitos chás que Katie pediu aos irmãos para brincar com ela e
suas bonecas. Levou apenas um momento depois de Patrick se juntar a ela
e a partir de então eles se sentaram à mesa dela toda vez que ela pedia.
Somente quando ela foi para a faculdade é que teve coragem de se desfazer
de seu jogo de chá.
Quando Deklan trouxe Kate para casa, eu sabia que ele tinha
encontrado a sua outra metade. Custaram muitas noites sem dormir para
que sua pele endurecesse um pouco. No momento em que eles se casaram,
ela se encaixou bem em seu papel. Deklan ficou frustrado quando Patrick
não entregou imediatamente tudo para ele. Ele continuou dizendo a seu pai
que estava pronto para ser um líder, mas Patrick insistiu que ele ainda não
estava pronto.
Deklan insistiu para que eu vender a casa e ir morar com ele e Katie.
Eu recusei, esta era a minha casa e eu não queria morar em outro lugar. Eu
não me arrependo de uma única coisa que eu tinha experimentado durante
o meu tempo com Patrick, mesmo quando eu havia tentado me divorciar
dele. Ele me mostrou que seu amor por mim era verdadeiro e a nossa
ligação mais forte. Connor disse a seus convidados em seu casamento que
ele queria um casamento com metade da felicidade que seus pais tiveram.
Eu acreditava que ele teria.
[←2]
O pobre Deklan confundiu as palavras. O sacerdote disse lawfully
(legítima) e ele entendeu awful (horrível).