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Shamrocks

nos deixou com Patrick deixando uma questão intrigante. O que


exatamente aconteceu durante esses vinte e cinco anos? Sabemos que eles
tiveram o seu felizes para sempre, mas como Patrick e Christi chegaram lá? O
amor tem validade?
Capítulo Um

O tamborilar suave das gotas de chuva combinado com a suave brisa


fresca tinham agitado meu breve, mas muito necessário sono. A sensação
do corpo quente e macio de Christi aninhado contra o meu era o único
lembrete de que tudo isso era real. Mesmo com a temperatura baixa do
quarto, o lençol mal cobria sua metade inferior. Eu passei meu dedo
indicador ao longo do contorno de sua coluna esbelta, acariciando a pele
bonita.

Eu saudei a chuva; ela assegurou que o meu plano para a minha


recém-esposa não seria interrompido por um desejo de aproveitar a verde
paisagem ou qualquer uma das outras atividades que o local tinha para
oferecer. Não, hoje eu iria manter minha Christi exatamente onde estava
agora.

Eu observei quando a brisa fresca agitou as cortinas que enfeitavam


a porta que dava para o jardim. Eu podia ouvir o som das ondas nas
encostas rochosas, o giro suave do ventilador de teto no quarto fazendo um
zumbido suave, como uma canção de ninar. Como eu queria que
pudéssemos ficar aqui no nosso pequeno casulo pelo resto das nossas
vidas, sem ninguém para interromper a nossa paz e tranquilidade.

O desejo de tê-la novamente era esmagador. Ontem à noite foi a


primeira vez que ficamos juntos desde antes do sequestro. Uma vez que
chegamos, eu a joguei nesta cama e tomei o que era meu, e dei a ela o que
era dela também. Minha mão fez contato com seu ombro, acariciando
lentamente, para baixo em suas costas suaves, e, finalmente, na junção de
seus quadris. Foi quando eu comecei a fazer o caminho de volta por sua
coluna que o anel Claddagh no meu dedo mindinho me chamou a atenção.
Eu suspirei enquanto me lembrava de como apenas um dia atrás, eu tinha
feito a promessa e o colocado no meu dedo.
Quando eu era menino, meu pai sempre tinha tempo para mim e para
minha irmã. Comigo, ele me levava aos jogos ou simplesmente ficava
comigo no quintal jogando bola. Com a minha irmã, ele a levava para jantar
fora e mostrava a ela como os homens deveriam tratá-la.
Eu podia me lembrar de uma vez que o meu pai me levou para
tomar sorvete. Amex estava na casa de uma amiga e por isso éramos
apenas meu pai e eu. Eu me lembro de ter visto o anel em seu dedo
mindinho, mas eu nunca prestei atenção a ele. Então, sentado lá fora, no
calor de Chicago no mês de junho, eu perguntei ao meu pai onde ele tinha
conseguido aquele anel.

— Patrick, um dia, no futuro, você irá ficar na frente de toda a família


e de Deus e fazer uma promessa a uma bela jovem. Você irá prometer
protegê-la, sustentá-la, e, acima de tudo, amar só ela. Mas antes de fazer isso,
você irá ficar na frente de todos os homens da sua família e fará um
juramento de sempre colocar sua família em primeiro lugar.

Eu tinha quase me esquecido do anel quando meu pai e meus tios


entraram no quarto enquanto eu me vestia antes do casamento ontem. No
início, eu fiquei preocupado que o meu pesadelo tivesse se tornado
realidade e que eles estivessem lá para me dizer que ela tinha mudado de
ideia. O olhar no rosto do meu pai era sério. O que aconteceu depois foi algo
que eu iria me lembrar pelo resto da minha vida.

— Patrick... — seu tom de voz confirmou que o que ele estava prestes
a dizer mudaria a minha vida, — Como você sabe, você está prestes a fazer
um voto de casamento.
Eu não respondi. Era uma afirmação, não uma pergunta. Meu
trabalho era ouvir e ouvir bem. Mesmo que eu estivesse prestes a me casar
com a criatura mais perfeita do planeta, eu sabia que ele teria atirado em
mim por menos do que simples desrespeito.

— Você sabe que por gerações, os homens desta família têm feito um
voto que é só nosso. Um voto que mantemos entre os homens dessa família.

Atrás dele, estavam não só os meus tios, mas alguns dos meus homens
mais próximos, assim como os homens da minha família. Matthew estava ao
lado do meu pai, seu olhar era pensativo. Sherman e Caleb estavam à altura
ao lado dele.

— Foi-lhe dado o cargo de chefe da família por causa de seu


nascimento. Você recebeu o dom de ser o cabeça de sua família por pura
sorte. Ser um marido e pai é uma honra. Uma honra que nós levamos a sério.
Eu senti meu coração começar a bater forte no meu peito. Eu tinha
jurado a Christi que eu não levaria a minha arma para o nosso casamento. Eu
estava lamentando essa promessa.
— O trevo que você deu a Christi era uma promessa, mas o Claddagh é
muito mais.

Minhas lembranças vieram à tona para mim, o anel que o meu pai
usava no dedo mindinho direito.
— Eu disse a você quando você era pequeno que esse dia chegaria. O
que eu não disse foi o que se é esperado dos homens de sua família e o que
aconteceria se você optasse por quebrar o juramento que nos fará hoje.

Eu assisti como todos os homens ficaram atrás do meu pai, uma frente
unida, eles estavam fazendo sua presença no quarto o mais forte possível.
Não haveria mal-entendidos hoje.

— Ao aceitar este anel, você aceita as consequências de quebrar o


juramento solene que fará para nós, de para sempre honrá-la e a sua família.

Sabendo como nossa família funcionava, eu não tive que perguntar o


que aconteceria se eu quebrasse esse juramento. Além do óbvio de perder
Christi e os filhos que tivéssemos, alguém teria que me dar o castigo final.

— Pela mão de quem? — Foi a minha única pergunta.

— A minha — meu pai falou claramente e sem emoção quando


estendeu a mão aberta com o Claddagh prata na palma da mão.

Com absoluta confiança, eu peguei o anel de sua mão e coloquei-o no


meu dedo mindinho. O juramento foi feito e o meu destino selado. Se eu
algum dia desonrasse a minha noiva, meu pai seria obrigado a tirar a minha
vida. Eu estava confiante de que iria morrer um homem velho e feliz no
casamento.

— Bom dia, marido. — a doce voz de Christi me trouxe de volta. Ela


nunca saberia do juramento que eu tinha feito. Ontem à noite, após a
segunda rodada, ela segurou a minha mão e foi então que ela percebeu o
meu anel. Eu lhe disse que era um presente do meu pai. Era verdade.

— Na verdade, eu acho que é tarde.


Cobrindo seu corpo com o meu mais uma vez a minha necessidade
por ela era evidente contra sua coxa sedosa. Eu aprendi desde cedo que
Christi adorava quando eu mordiscava a junção do seu pescoço e ombro. O
gemido que ela deu foi diretamente para minha virilha, aumentando o meu
desejo por ela.

Christi me conhecia muito bem também; ela pegava um punhado de


cabelo na parte de trás do meu pescoço e puxava. Isso combinado com seus
doces gemidos iria me mandar para lugares que eu nunca tinha estado. Eu
queria que esse sentimento durasse para sempre, para que cada vez que eu
fizesse amor com a minha esposa parecesse como a primeira vez.

Ignorando sua tentativa de me puxar para perto para devorar seu


pescoço tentador, eu me afastei. Eu vi como ela ficou confusa e ouso dizer,
irritada e seu semblante questionou a minha ação. Eu puxei o lençol,
provocando risos dela. Eu apertei seus quadris firmemente contra o
colchão e movi meus joelhos até que eles estavam quase tocando suas
nádegas; os joelhos dela caíram para o lado de próprio acordo. Christi era
uma bela criatura, macia e suave, incluindo os lábios brilhantes de seu sexo
inchado. Ela me excitava, mesmo quando não dizia nada, seu corpo gritava
o meu nome.

— Você sabe, Christi... — Eu inclinei meu corpo para baixo, o meu


dedo indicador deslizando pela evidência de sua excitação... Este é o meu
lugar favorito na Terra. Aqui nesta cama, com você aberta para mim,
sabendo que em menos de dez segundos, eu vou fazer você se sentir tão
bem que você irá esquecer o seu nome.

Minha língua mergulhou em suas quentes e rosadas dobras. Meus


olhos se fecharam diante daquele lugar que foi criado para o meu único
prazer. Christi tentou levantar seus quadris do colchão quando a minha
língua encontrou o seu alvo; seu clitóris que estava escondido atrás da pele
protegendo-o. Com a ponta da minha língua, eu sacudi o cerne endurecido,
libertando-a de sua cobertura protetora. Meus lábios formaram um selo
quando a minha boca começou a chupar. Quanto mais ela gemia, mais duro
eu chupava. Eu adicionei primeiro meu dedo indicador e, em seguida, meu
dedo do meio, transando com ela lenta e metodicamente com meus dedos
molhados. Seus dedos estavam agarrados ao meu cabelo, puxando os fios
curtos, causando uma dor que eu saudei, me incentivando a ir mais longe,
amá-la com mais ímpeto.
— Você gosta disso, baby? Você gosta de minha língua na sua boceta
doce, não é? — Eu sabia a resposta e sabia que ela estava muito envolvida
no prazer que eu estava dando a ela para fazer qualquer outra coisa senão
desfrutar. Eu queria isso, desejava que ela aproveitasse cada segundo das
coisas que eu poderia fazer por ela. Os movimentos de Christi tornaram-se
mais fortes; ela estava perto e queria mais. Suas pernas começaram a
tremer, e eu movi minha boca me afastando um pouco, testando as águas
para ver sua reação.

— Isso, esfregue essa bocetinha apertada no meu rosto.

Sua cabeça disparou para cima, seus olhos encapuzados me


encarando. Ela precisava de controle, e eu não tinha problema em dar a
ela. Eu me ajeitei para deitar ao lado dela e puxei-a por cima de mim,
trazendo seu corpo para a altura do meu rosto.

— Apoie as mãos na cabeceira.

Quando ela estendeu a mão para a madeira manchada, eu agarrei


seus quadris, puxando-a para baixo contra a minha língua. Seu grito de
prazer me deu o que eu precisava para deixá-la ter o que queria. Ela
começou a se mover, subindo e descendo ao longo da minha língua,
inclinando seus quadris enquanto se esfregava em mim, o clitóris roçando
no meu nariz. Liberando um lado de seu quadril, me movi meu polegar para
começar a provocar seu clitóris agora muito inchado, circulando a carne
molhada enquanto seu ritmo aumentava. Observei-a com os olhos fechados
e boca aberta, tendo grande alegria no fato de que eu estava lhe dando
prazer. Seus movimentos tornaram-se desleixados e as palavras suaves que
estava proferindo ficaram ininteligíveis.

Eu sabia o que estava por vir, mas queria estar enterrado


profundamente dentro dela quando acontecesse. Eu a empurrei de
costas; seu grito de surpresa substituído por um grito de êxtase quando eu
empurrei o meu pau duro em sua boceta molhada. Enterrei-me até as bolas
nela, amando-a, ansiando por ela. Eu queria fazer isso todos os dias, até que
eu desse o meu último suspiro.

— Patrick, baby... sim... oh.

Suas pernas estavam em volta de mim, fechando a lacuna que nossos


corpos criavam. Ela começou a esfregar sua pélvis contra a minha, cedendo
às suas necessidades, extraindo de mim o que ela precisava e me dando
muito mais. Eu tinha que vê-la, ver como eu entrava ela, ritmicamente
criando uma euforia que era completamente nossa. Ajustei minha pélvis,
erguendo meu torso nela, admirando como seus seios saltavam com meus
impulsos. Seus mamilos estavam duros e pedindo atenção. Christi,
conhecendo seu corpo como conhecia, lançou seu controle sobre meus
ombros e levou uma mão para seu seio esquerdo, enquanto a outra viajou
para o sul, encontrando seu clitóris molhado. Ela puxou e beliscou seus
mamilos perfeitos, tocando meu pau com os dedos enquanto dava prazer a
si mesma. Com a combinação de suas paredes apertadas massageando meu
pau e vê-la perder-se, não só com o prazer que eu estava dando a ela, mas
com o resultado de seus dedos talentosos contra sua carne tenra, eu
encontrei o meu pedaço do céu, entrando, saindo e orando que eu pudesse
me manter assim por dias. Eu observei meu pau entrando nela uma e outra
vez, ouvindo as palavras que saíam de seus lábios. No final, quando eu senti
minhas bolas ficarem tensas, foi a luz que refletiu do anel de diamante dela
que me levou ao limite. Um anel que eu tinha colocado em seu dedo, um
sinal para o mundo que esta mulher incrível era minha.

A chuva durou dois dias, dois dias maravilhosos que passamos nus e
abraçados. Eu senti que foram nesses dois dias que meu filho foi concebido.

Pelas próximas três semanas, nós não exploramos apenas os pontos


turísticos que a Irlanda tinha a oferecer. Eu a levei para a mesma colina de
onde eu colhi o trevo dela. Caminhamos ao redor da pequena vila,
conversamos com alguns membros da família que eu ainda tinha lá, e
compramos bugigangas dos vários dos comerciantes locais. Eu aprendi
mais sobre Christi nesse momento que todos os meses anteriores. Ela tinha
uma obsessão doentia com manteiga de amendoim. Ela comia todas as
manhãs no café da manhã, fosse com suas torradas ou suas panquecas.

Eu também descobri que ela tinha a risada mais bonita quando eu


fazia cócegas atrás de seu joelho, e como ela gritava como uma menina
quando via um inseto rastreando no chão. Eu descobri que era muito
erótico pintar as unhas dos pés da minha mulher com esmalte. Que ela
descobriu que morder suavemente meu lábio inferior me fazia rosnar e, em
seguida, atacá-la. Como tomar sua xícara de café da manhã era uma ideia
muito ruim. Eu observei como ela torcia uma mecha de seu cabelo
enquanto lia um livro. Como ela cantarolava uma música desconhecida
quando escovava os dentes. Eu a vi rir até não aguentar mais quando
tentou fazer piruetas na borda do penhasco. Até o dia de irmos embora, ela
as tinha aperfeiçoado. Ela ainda era capaz de me fazer beber bebidas ‘de
menininhas’, porque Christi as fazia ter um gosto tão bom.
Aprendemos que, apesar de Hollywood fazer o sexo em uma colina
parecer muito erótico, era realmente um pé no saco, literalmente. Você
encontrava grama em lugares que não pertencia dias depois.

À medida que embarcávamos naquele avião a caminho de casa, eu


suspirei. Segurando a mão da minha linda esposa, eu beijei a testa dela e
sentei no meu assento. Christi e eu tínhamos discutido que uma vez que
estivéssemos de volta da nossa lua de mel, nossa vida seria provavelmente
um pouco louca. Eu teria que tirar o atraso com o meu trabalho e sabia que
minha mãe teria algo planejado para nós.

O que eu não sabia na época era que a minha vida estava prestes a
mudar de maneiras que eu nunca tinha sonhado.


Capítulo Dois

— Patrick, por favor, me coloque no chão. Isso é ridículo. — Christi


vinha exigindo que eu a colocasse no chão desde que saímos do carro —
Oh, não, eu não sou nada senão tradicional.

— Sim, mas você fez isso na nossa lua de mel.


— Mas nós não vivemos naquela casa.

Ela rapidamente revirou os olhos e permitiu-me levá-la além do


limiar da porta da nossa casa. Por mais maravilhoso que tenha sido o meu
tempo a sós com ela, eu estava feliz por estar de volta em casa. Era hora de
começarmos a nossa vida, construir uma família, educar os nossos filhos.

Passava da meia-noite quando finalmente nos arrastamos para a


cama. Christi tinha tirado apenas tempo suficiente para escovar os dentes e
tomar um banho rápido. Ela estava apagada antes de sua cabeça bater no
travesseiro.

Minha mente, no entanto, estava a mil. Eu tinha toneladas de e-mails


de Caleb e do meu pai para lidar. Parece que os federais tinham começado a
cutucar o nariz nos nossos novos empreendimentos no sul. Caleb tinha sido
capaz de reabrir alguma comunicação com uma antiga empresa de Velinco.
Parecia que eles estavam mais do que prontos para fazer negócios com a
gente. Se as coisas corressem como planejado, as duas famílias fariam um
monte de dinheiro.

Na manhã seguinte, eu acordei com o cheiro de café e algo doce. Eu


me virei para encontrar o lado de Christi da cama frio e vazio. Depois de
tomar banho e me vestir, eu desci as escadas para encontrar a minha
esposa na cozinha. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado no alto
da cabeça. Ela estava sentada em uma das banquetas com os pés
pendurados para baixo. O livro que ela tinha começado na viagem de avião
para casa estava aberto em suas mãos perfeitas. Eu queria tirar uma foto
deste momento, ter a visão da minha linda esposa preservada para sempre.

— Você pretende só para olhar para mim durante todo o dia ou vai
se juntar a mim para o café?
Eu não pude deixar de sorrir para ela. Estávamos muito em sintonia
um com o outro. — Eu acho que vou olhar você.
Ela rapidamente largou seu livro e se virou para mim. Seu sorriso
era o suficiente para me fazer esquecer o meu dia e querer levá-la de volta
lá para cima.

— Venha aqui e me beije. Ela tentou parecer exigente, mas era muito
gentil.
— Peça-me com jeitinho, Senhora Malloy.

O olhar que ela me lançou era o que eu tinha visto a minha mãe dar
ao meu pai em muitas ocasiões. Fechando a distância entre nós, eu
rapidamente derrubei minha esposa para trás e beijei até deixar sem
fôlego.

Ela me recompensou fincando seus dentes no meu lábio


inferior. Christi era tão sexy e atrevida. Eu segurei a pose enquanto a minha
língua invadia a sua boca com sabor de café, seu gemido confirmando seu
prazer e satisfação. Com outro beijo na borda do seu pescoço, eu ajeitei o
meu casaco, ajustado a minha ereção, e pisquei em sua direção enquanto
me dirigia para fora da porta para encontrar os meus homens.

* * *

— Então, as caixas estavam abertas, mas nada estava faltando?

Meu pai estava sentado à minha direita e à minha esquerda estava


Caleb. Parecia que tínhamos tido alguns arrombamentos interessantes nas
últimas semanas. O primeiro foi no cais aqui em Chicago, o segundo foi em
Miami.

— Nem uma única coisa faltando — Sherman respondeu.

— Por que...

— Federais — meu pai interrompeu Shamus. — Eles só querem que


a gente saiba que estão de olho.

— Bem, então todos sabem o que fazer?


Esta não era a primeira vez que algo assim tinha acontecido. Eu
sabia sem sombra de dúvidas que não seria a última. Eu pedi à equipe de
segurança para instalar equipamentos especiais na minha casa e no
apartamento, apenas no caso de eles tentarem nos espionar.
— Como foi a lua de mel, filho? Temos netos a caminho?

Uma coisa sobre o meu pai, ele sempre ia direto ao ponto.

— Inferno, eu estou surpreso que ele apareceu esta manhã, eu me


lembro de quando me casei com a minha Ammo, eu não consegui sair da
cama por dias — Muscles se gabou.
Todos na mesa começaram a rir.

— Bem, nós vamos ter que esperar e ver. Christi parou com as
pílulas antes do sequestro, portanto, com a bênção de Deus, talvez em
breve tenhamos boas notícias.

— Você sabe, filho, praticar é a melhor parte, pode levar algumas


tentativas para acertar.
A última coisa que eu queria ouvir do meu pai era conversa sobre
sexo com minha esposa. Para a minha sorte, sua esposa tinha lhe dado uma
tarefa.

— Ah, antes que eu me esqueça, sua mãe insiste em dar uma festa de
boas vindas para você e Christi. Ela disse que seria indelicado não convidar
todos os seus vizinhos.

Eu sabia que isso iria acontecer. Eu tinha evitado o assunto com


Christi. Ela e eu tínhamos decidido que uma vez que descobríssemos que
ela estava grávida, ela iria ficar em casa com as crianças. Se por acaso ela
estivesse esperando, eu não queria qualquer estresse desnecessário para
complicar as coisas.

— Eu vou querer saber quais são os planos? — Eu questionei meu


pai.

Ele apenas riu e respondeu:


— Bem, se tratando de sua esposa e da sua mãe, eu não tenho
nenhuma dúvida que será maravilhoso.
Como de costume, o meu pai estava correto. Eu cheguei em casa
naquela noite para encontrar minha mãe, esposa e irmã sentadas no meio
da minha sala de estar, jogando ideias como um jogo de basquete.

— Cristo, você tem que proteger o ambiente. Não use a sua melhor
porcelana ou deixe as pratarias à vista; você nunca sabe quem tem dedos
leves. Além disso, a maioria dos seus vizinhos virá por pura curiosidade
para ver que tipo de merda que você tem e se as coisas deles são melhores
ou não. — Minha mãe foi anfitriã de mais festas que qualquer um que eu
conhecia. Ela sempre alugava os pratos e copos; dizendo ao meu pai que
por mais que custasse, ainda era menos caro do que substituir o conjunto
que ele havia comprado para ela como presente de casamento.
— E esteja preparada para as esposas querendo chamar a atenção e
falando sobre quão bonito o seu marido é. — Eu tive que sorrir com
isso. Honestamente, ver Christi um pouco ciumenta era quente pra
caralho. Saber como ela iria me foder até o esquecimento depois que o
bando de convidados fosse embora me fez querer que a minha Ma estivesse
certa.

Antes que eu percebesse, a data estava marcada para um mês


adiante e os convites estavam sendo feitos. Tudo o que eu tinha que fazer
era aparecer, o que era particularmente fácil, já que eu morava lá. Minha
mãe estava agitada de um lado para o outro dirigindo a equipe que Christi
havia contratado, apontando para peças de mobiliário que precisavam ser
armazenadas e dizendo a homens enormes para que olhassem onde
pisavam enquanto carregavam mesas para a sala.

Minha linda esposa apareceu com um cacho de uvas na mão; ela


havia recentemente desenvolvido uma obsessão por frutas. Ela parecia ter
sempre uma em sua mão ou em uma tigela. Por isso, não foi nenhuma
surpresa que houvesse pilhas de todos os tipos em arranjos na nossa casa
para os nossos convidados.

Honestamente, eu não tinha ideia de quantos vizinhos tínhamos até


este momento enquanto eu estava à beira da minha piscina, meus olhos
pousando sobre a minha linda esposa. Ela fez todo mundo se sentir muito
bem vindo e ainda tinha presentes especiais para cada um deles levar para
casa.
Um casal em particular pareceu ter um gosto pela minha Christi,
Theresa e Clark Johnson. Theresa nos disse que era designer de moda. Ela
contou que tinha acabado de assinar com várias lojas ‘Top de linha’ que
estariam vendendo a lingerie feminina que ela desenhava. Ela queria fazer
as mulheres parecerem sexy, mas manter as coisas simples, daí o nome de
sua linha, ‘Simplesmente Theresa’. Clark, seu marido, era chato pra caralho.
Ele ficou na minha sala, segurando um copo de uísque mais barato que eu
poderia encontrar, delirante sobre como ‘defumado’ e ‘encorpado’ a bebida
era. Inferno, aquilo era nada mais do que iodo aguado. Suas roupas
gritavam 'rejeitado pelo country club' e seus sapatos tinham pequenos
pedaços de fita adesiva ao longo da sola. Ele nos disse que vendia seguros,
mas não tentou vender nada para qualquer pessoa na sala. Isso me
incomodou ainda mais do que os olhares que eu o peguei dando para
Christi. Havia vários homens poderosos nesta sala, dinheiro claro como o
dia, mas ele não entregou um cartão ou tentou fazer contatos.

Um por um, os convidados começaram a sair. Theresa e Clark nos


informaram que haviam adquirido a casa na esquina que tinha sido
executada pelo banco. Clark adorou contar como ele marchou para o banco
e preencheu um cheque e anjos começaram a cantar e o banco o elegeu o
cliente do mês. Na verdade, ele provavelmente pegou emprestado o
dinheiro de sua rica vovó e tiveram de financiar até as unhas dos pés pelo
resto de sua vida.
Depois que todo mundo tinha ido embora, minha esposa estava
espalhando sua loção no final da cama. Ela caminhou lentamente até o meu
lado da cama, com um pequeno pacote branco pendurado em seu dedo.

— Você sabe, Patrick, todo mundo recebeu um presente esta noite,


exceto você. — Sua voz era sedutora e eu tinha certeza que estava prestes a
transar. Meu pau tentou desesperadamente se libertar da minha cueca; ele
sabia o quão bem Christi tomava conta dele. Ela o fazia se sentir melhor do
que eu jamais poderia.

— Isso não é verdade, eu tenho você, não é?

Cristo, isso era inteligente pra caralho. Ela sabia o que dizer para
conseguir praticamente qualquer coisa que quisesse de mim. Eu tirei a
minha arma do coldre nas costas e coloquei na minha mesa de cabeceira,
sem tirar os olhos do corpo dela, agora brilhante. Eu rastejei sobre o
colchão e coloquei as mãos nas costas dela, dando o controle completo para
Christi nesta noite.
— Na verdade, eu tinha outra coisa em mente. — Ela colocou
lentamente o saco branco no meu peito nu e montou meus quadris. —
Abra, por favor.

Eu sorri enquanto rasgava o papel delicado. Por que as mulheres


passavam tanto tempo embrulhando essas merdas estava além de
mim. Todo esse trabalho, e em menos de dez segundos estava tudo em uma
confusão amassada no chão.

Quando peguei o pequeno objeto plano do fundo do saco, eu olhei


para o rosto da minha esposa. Seu lábio inferior estava estrangulado entre
os dentes e seu olhar estava animado, mas também apreensivo.

— Isso é o que eu acho que é?

Ela apenas sorriu e balançou a cabeça lentamente.

— Quer dizer...
Ela sorriu e seus lábios já não eram prisioneiros de seus dentes
brancos.

— Eu vou... — eu comecei, segurando o pequeno bastão entre nós.


Seu sorriso iluminou todo o quarto.

— Você está...

— Sim, Patrick, nós vamos ter um bebê, eu estou grávida.



Capítulo Três
Três meses depois...

Traçando o meu dedo indicador através de sua barriga ainda plana,


eu tinha um sorriso permanente estampado em meu rosto. Todas as noites,
desde que Christi tinha me dado a notícia de que o nosso bebê estava a
caminho, eu esperava até que ela estivesse dormindo antes que as minhas
conversas com o nosso pequeno milagre começassem.

No início, havia promessas de amá-lo incondicionalmente. Certificá-


lo de que cada dia seria uma aventura, viagens para a Disney ou férias na
cabana. Assim como para a minha esposa, não haveria limites para o que eu
faria por essa criança crescendo em seu ventre.

No entanto, cerca de um mês atrás, tudo isso mudou. Eu comecei a


ter pesadelos. Sonhos vívidos, onde eu estava procurando por Christi e o
nosso bebê, mas eu não conseguia encontrá-los. Eu podia ouvir a risada de
Christi e os arrulhos doces do bebê, mas eu não conseguia encontrá-los em
qualquer lugar. Eu tinha acordado várias vezes suando frio. Graças a Deus
eu não havia acordado Christi nenhuma vez. Eu nunca iria confessar isso a
ela, porém, só lhe causaria preocupação. Era mais do que provável que
fosse resultado do stress pelo qual eu estava passando.

As remessas que tinham sido violadas ainda eram um mistério. Meu


pai suspeitava dos federais, mas eu não tinha tanta certeza. Todo mundo
sabia que eles tinham certos protocolos a seguir. Tocar nas evidências era
um grande ‘não’ no mundo do FBI. Meu instinto me dizia que era algo muito
pior, e meus sonhos estavam confirmando isso para mim.
Várias noites eu me encontrei sentado em um dos nossos armazéns,
à espera de quem estava por trás disso. Eu poderia ter dado instruções aos
meus homens para lidarem com esta situação, mas o sentimento ruim que
eu estava tendo não permitiu. Até agora, eu não tinha nada e isso estava me
tirando o sono.

Era quarta-feira e mais uma vez eu encontrei-me sentado no escuro,


esperando para ver se esta noite seria a noite que eu pegaria o filho da puta
em flagrante. Angus estava ao meu lado; ele não disse uma palavra ou
moveu um músculo em duas horas. Ele era treinado para esse tipo de
situação, por tanto, a razão de eu tê-lo escolhido para ficar comigo. Eu me
levantei, pois eu tinha que dar uma mijada e as minhas articulações
gritaram comigo pela falta de movimento e exaustão geral. Foi nessa hora
que eu ouvi o movimento e parei onde estava, com a minha Glock na mão.
Segundos depois um focinho comprido e olhos carentes revelaram que era
apenas um rato tentando encontrar comida.

Eu andei pelo corredor percorrendo o caminho de volta para a


cadeira que eu anteriormente ocupava, ainda precisando mijar, mas não me
importando no momento. Eu mal tinha me ajeitado na cadeira quando
Angus falou.

— Chefe?

— Sim?

— Eu preciso pedir um favor a você.

— Tudo bem. — Fechei os olhos por um momento, permitindo-lhe a


oportunidade de dizer o que ele precisava.

— Bem, eu sei que eu já agradeci várias vezes por me ajudar com a


minha cidadania e eu me sinto como um imbecil por sequer me atrever a
pedir isso.

O silêncio que se seguiu foi irritante, para dizer o mínimo. Angus não
era de ficar de conversa fiada. Eu respirei e me virei para ele enquanto
falava.

— Angus, eu já lhe disse cem vezes, você não tem que me agradecer.
Você encontrou a minha Christi e me devolveu a vida. Você deve saber que
eu faria qualquer coisa que você me pedir.

Ele ficou em silêncio por vários minutos. Angus não era um homem
de muitas palavras; as que ele pronunciava normalmente significavam
alguma coisa.

— Eu quero me casar com Maggie.

Quando eu fui apresentado a Angus ele estava fugindo de alguma


merda que aconteceu na Irlanda. Ele precisava de um emprego e um lugar
para viver; Eu lhe dei ambos. Em troca, ele tinha sido um defensor fiel e
confiável. Eu o vi derrubar homens com o dobro do seu tamanho, com um
movimento simples de mão, mas quando você o colocava no mesmo
ambiente que Maggie, ele era gentil como um cordeiro; sempre se
certificando de que ela fosse bem cuidada e que tinha tudo que
precisava. Maggie tinha esse gigante enrolado em torno de seu dedo
mindinho.

— Eu perguntei à mãe dela. Ela me deu sua bênção. Eu comprei um


anel ontem, não é nada como o da Senhora Christi, mas a minha Maggie é
uma menina especial e eu quero tornar a noite que eu irei propor a ela
muito especial, algo que ela nunca irá esquecer.

Ouvindo Angus falar, eu lembrei-me de quando decidi que queria


casar com a minha Christi. Como eu fiquei preocupado que ela fosse dizer
não ou rir na minha cara. Se ela iria pensar que o que eu faço é demais para
suportar. Mas, como Maggie, ela me manteve no escuro. Eu não poderia
prever o que ela iria dizer ou como ela reagiria.

— Eu gostaria de pedir o seu barco para que eu possa levá-la para


um passeio e pedir sua mão.

— Quando você quiser, é seu. — Eu me virei e estendi minha mão


para ele. — Deixe-me ser o primeiro a felicitá-lo e recebê-lo ao clube. — Eu
apertei sua mão, sabendo que isso estava prestes a mudar a sua vida. Ter
alguém para vir para casa a cada noite era um dos maiores sentimentos que
eu tinha experimentado na minha vida. Agora, se Deus quiser, Angus
saberia como esse sentimento era bom.

— Antes que eu me esqueça, você ouviu falar de Tonto ultimamente?

Eu me ajeitei novamente na cadeira e apoiei as pernas em cima de


uma lata de lixo. — Eu o vi esta manhã no meu escritório. Por quê?

Angus tomou um gole de café, em seguida, virou-se para me encarar.


— Parece que ele estava na 9th Street no outro dia e foi para aquele
pequeno café na esquina. Ele ouviu alguém chamar seu nome e virou-se
para encontrar sua namorada dos tempos da escola andando em direção a
ele.
Angus parou quando nós dois ouvimos um barulho na porta da
frente. Mais uma vez, era um rato maldito.
— Acontece que ela estava aqui em Chicago fazendo uma entrevista
de emprego. Ele sentou-se com ela e eles conversaram por um tempo. Ele
me disse que eles retomaram de onde pararam e agora ela está indo morar
com ele.

Finalmente, eu tinha uma boa nova para compartilhar com Christi


na parte da manhã. Ela estava muito consciente de que estávamos tendo
problemas.
— Fico feliz em ouvir isso, Angus.

— Sim, eu disse a ele que já não era sem tempo. Todo homem deve
ter um motivo para ir para casa à noite

Eu não poderia estar mais de acordo.


* * *

A casa estava muito quieta quando eu rastejei até a cozinha. Christi


sendo Christi havia deixado o jantar para mim na geladeira. Eu estava com
tanta fome que eu nem sequer tive tempo para colocá-lo no microondas.

Depois de engolir o restante do feijão verde frio, eu rapidamente


enxaguei meu prato e coloquei na máquina de lavar. Mesmo fria, a comida
de Christi era incrível.

Eu verifiquei novamente se ela havia trancado todas as portas e


liguei o alarme. Enquanto caminhava até o andar de cima, eu tive que me
lembrar de que apenas a alguns metros de distância estava a minha esposa,
aconchegada na nossa grande cama. Eu não podia esperar para me
envolver em torno de seu corpo quente e macio.

Quando abri a porta do quarto, eu mal consegui distinguir sua forma


na cama. Christi tinha que ter o quarto totalmente escuro e tinha que ter o
ventilador de teto ligado para ficar confortável. Eu tinha me acostumado a
tropeçar no escuro para que ela fosse capaz de dormir bem.
De pé no meu lado da cama, eu discretamente tirei as minhas
roupas, deixando apenas as minhas boxers. Tão lentamente quanto pude,
eu puxei os cobertores para trás e me deitei na cama atrás da minha
esposa. Imagine a minha surpresa quando eu coloquei minha mão em sua
barriga para encontrar minha Christi completamente nua.

— Você está em casa, — a voz doce de Christi sussurrou na


escuridão.

— Eu estou querida, shhhhhh, volte a dormir, é tarde, — eu


sussurrei em seu ouvido enquanto beijava seu pescoço.
— Mmm... — ela gemeu e se virou em meus braços, deitada em parte
em suas costas. — Eu tenho algo para você.
Christi colocou a mão sobre a minha, que ainda descansava em sua
barriga nua, movendo-a para a junção de suas coxas. Ela então dirigiu o
meu dedo do meio para seu clitóris inchado e muito molhado.

— Você não está cansado demais não é? — Ela questionou enquanto


usava o meu dedo para circundar seu clitóris.

De repente, eu tinha toda a energia do mundo. — Eu nunca estou


cansado demais para fazer amor com você.

Passando meus dedos dentro de suas paredes quentes e úmidas, eu


movi o meu corpo para me deitar sobre ela. Comecei a dar beijos de boca
aberta em seu pescoço e clavícula. Desde que Christi ficou grávida, seu
corpo começou a mudar. Seus seios tinham definitivamente ficado maiores
e mais sensíveis. Seus mamilos rosados tinham escurecido para um tom
erótico e mais profundo de vermelho. Eu estava muito ciente da
sensibilidade que tinha mudado sobre seus belos seios também.

Em vez de tatear febrilmente como de costume, agora eu circulava


delicadamente seus mamilos com minha língua molhada, enquanto
acariciava levemente a parte inferior. Eu tinha parado de beliscar seus
picos e só beijava e acariciava com a ponta da minha língua. Ela ainda
agarrava a parte de trás do meu cabelo e arqueava as costas.

— Umm, agora, Patrick.


Eu apenas sorri enquanto continuava a esfregá-la com meus dedos e
beijar seus mamilos. Eu lentamente comecei a arrastar meus beijos por seu
corpo, com especial atenção na área onde o bebê estava crescendo a cada
dia.
— Por favor, Patrick, você pode fazer isso da próxima vez. Eu estava
sonhando com você.

Eu a ignorei completamente. Outra coisa que havia mudado em


Christi desde a gravidez foi à forma como a sua excitação cheirava e
provava. Eu não conseguia o suficiente.

Eu rapidamente removi meus dedos e espalhei seus lábios


inferiores, sem parar um segundo antes de mergulhar nela.

— Oh, Deus! — Ela gritou quando empurrou seus quadris no ar.

Eu a agarrei enquanto continuava a correr a minha língua para cima


e para baixo por suas dobras, fazendo círculos com a língua ao redor do
clitóris muito inchado, fazendo suas pernas tremer e arrancando gemidos
poderosos dela.

Eu percebi o momento em que seu clímax a atingiu. Christi não era


de gritar, mas seu corpo sempre se encolhia quando ela gozava. Eu fiz meu
caminho de volta por seu corpo, não dando a ela um segundo para dizer
qualquer coisa antes de deslizar suavemente para dentro dela. Suas pernas
trancaram em volta da minha cintura enquanto eu lentamente deslizava
dentro e fora dela. Eu conhecia o corpo de Christi melhor do que o meu, e
eu sabia o que funcionava para ela. Eu movi os meus quadris e novamente a
senti estremecer, o que por sua vez fez com que eu gozasse também. Eu
nunca me cansaria de fazer amor com a minha Christi e sabia que seria
sempre assim.

Capítulo Quatro
Eu sentei com os meus homens, puxando lentamente o meu anel
Claddagh sobre a minha junta e então rapidamente deslizando-a de volta
no lugar, girando-o cerca de duas vezes e, em seguida, repetindo.

Era tarde de sábado, os Red Wings estavam jogando com o Chicago


Blackhawks, e o placar estava empatado em zero. Books estava jogado no
lado direito do sofá, enquanto Caleb estava claramente dormindo no canto
oposto.
Muscles estava observando os dois desde que o jogo começou. Com
um sorriso Cheshire no rosto, ele calmamente colocou seu copo de cerveja
no bar e caminhou até Caleb agora roncando. Com um sorriso no rosto e
olhos bem abertos, ele rapidamente chutou a poltrona que Caleb estava
ocupando.

— Que porra é essa...? — Caleb era rápido, mesmo dormindo, e sua


45 estava agora pressionada no peito de Muscles. Muscles bateu no chão
com um baque forte. Eu não pude deixar de rir.

— Cara... — Muscles riu enquanto Caleb o ajudava a se levantar do


chão. O baque forte tinha acordado Books e até mesmo ele estava rindo do
par. — Gente, o que está errado com vocês? O jogo começou e Christi nos
trouxe um mega lanche. Vocês podem dormir quando estiverem mortos, —
Muscles comentou enquanto caminhava até o bar, pegando um enorme
sanduíche de carne de porco que a minha Christi tinha feito para nós.

— Muscles, quando sua esposa estiver no segundo trimestre e


montando seu pau a noite toda, então vamos falar sobre dormir quando
estiver morto, — Caleb respondeu, com os olhos mais uma vez fechados e
os braços cruzados sobre o peito.

Eu optei por ficar em silêncio. Christi ainda não tinha mostrado um


interesse crescente em fazer sexo. Eu estava esperando ansiosamente por
esse efeito colateral particular da gravidez.

— Não pode ser tão ruim assim, eu quero dizer que cara em sã
consciência recusaria...
Books saltou à sua pergunta: — Muscles, a Senhora Ammo nunca te
acordou várias vezes durante a noite para fazer sexo? — Seus olhos se
fecharam de novo quando ele questionou Muscles.
— Bem, sim, cara, quando nos casamos. — Muscles deu outra
enorme mordida em seu sanduíche e então começou a esvaziar o copo para
empurrar a comida para baixo.

— Não, cara, eu não estou falando sobre sexo de lua de mel. Estou
falando de ser acordado de um sono totalmente bom por sua esposa
montando seu pau, nem mesmo dando-lhe tempo para desfrutar dessa
merda.

Logo após Christi e eu anunciarmos a nossa gravidez, Smiles e Books


anunciaram a deles, seguidos de Muscles e Ammo.

Eu me lembro de quando Smiles veio dizer a Christi sobre estar


grávida. Eu fiquei chocado quando Christi disse que já sabia. Depois que
eles saíram, eu questionei Christi sobre o que ela queria dizer e ela me
disse que ela e Smiles tinham aquela coisa de — intuição de gêmeos.
Quando as duas eram pequenas, elas instantaneamente sabiam quando
algo havia acontecido com a outra, mesmo que não estivessem juntas.

— Chefe, se eu já não estivesse casado com a minha Ammo, eu me


casaria com a sua Christi. Ela sabe cozinhar como ninguém, — Muscles
falou com a boca cheia de nachos.
Desde que Christi ficou grávida, ela estava cozinhando como uma
louca. Mesmo que estivesse no quinto mês, eu ainda tinha que ver uma
partícula de poeira em casa. Eu não me lembro de ter comido a mesma
refeição duas vezes. Mas o verdadeiro destaque de ela estar aqui foi o dia
em que ela me surpreendeu com a conclusão desta sala.

Quando eu encontrei esta casa, eu podia imaginar esta sala com


tapetes importados e móveis chiques que nunca usaríamos. Christi tinha
outros planos. Ela contratou uma empresa fazer um centro de
entretenimento para a televisão uma das paredes sólidas e depois mandou
instalar o som surround. Ela chamou um marceneiro para projetar um bar
e assentos de modo que não importava onde você se sentasse, teria uma
clara visão do jogo.
Mais tarde me disseram que Tonto a ajudou a estocar o bar e
instalou não uma, mas duas choppeiras.
O dia em que ela me trouxe pela mão para esta sala, eu fiquei tão
surpreso que quase gritei como um menino... quase.

— Chefe... — Eu rapidamente voltei minha atenção para Books. —


Eu vou me encontrar com o meu colega de faculdade esta semana.

Books descobriu recentemente que um de seus amigos da faculdade


estava trabalhando para o FBI. Ele estava fora do país nos últimos meses.
Eu disse a Books para fazer a visita valer a pena o tempo do seu
companheiro.

— Descubra se tem havido qualquer alteração no processo, — eu o


instruí.

— Sim, e diga a esses merdas que eles irão receber a conta por todo
o tempo que eu passei longe da minha garota, — Muscles rapidamente
acrescentou.

Eu estava cansado de ter os meus embarques danificados. Fazia


meses e não estávamos mais perto de saber o que estava acontecendo do
que quando começamos. A minha paciência estava no final, eu não estava
mais tolerando a espera e as noites de vigília.

Tonto entrou na sala com uma caixa de cerveja debaixo do braço. Ele
cumprimentou cada um dos homens com um abraço de um braço só e um
tapa nas costas.

— Chefe, eu adoro vir à sua casa para assistir ao jogo, você sempre
tem uma casa cheia de mulheres muito quentes.

Eu dei a ele um olhar perplexo quando ele colocou a cerveja na


geladeira atrás do bar.

— Você tem todas as senhoras no andar de cima e uma garota que


eu nunca vi antes.

Isso chamou a minha atenção.


Eu tratei de mudar de canal na televisão para o sistema de
segurança da casa. Antes até de nos mudarmos, eu tinha mandado instalar
câmeras em cada cômodo. Eu sabia que iríamos ter filhos muito em breve e
eu queria que Christi fosse ser capaz de ter um par extra de olhos sobre os
nossos filhos. Eu não tinha contado a ela sobre as câmeras ainda. Eu queria
surpreendê-la quando trouxemos nosso bebê para casa.

A câmera na cozinha apareceu na tela com uma imagem a cores das


nossas mulheres sentadas ao redor do balcão. Comida e bebida estavam
cobrindo o balcão e elas estavam todas rindo de alguma coisa. A mulher
misteriosa que Tonto falava era ninguém menos do que a minha nova e
incômoda vizinha, Theresa.

Theresa tinha feito questão de estar ao redor da minha esposa, tanto


quanto possível. Ela também fez questão de me deixar dicas sutis de que
não se importaria em me.... conhecer melhor.

— Ugh... é Theresa Yancy. — Seu nome saiu como se eu tivesse


acabado de engolir um enorme inseto.

O meu pai atravessou a sala rapidamente e sentou-se ao meu lado.


— Eu não tenho certeza se gosto do seu tom, filho.

Eu joguei a minha cabeça para trás e soltei um longo suspiro. Eu


sabia que meu pai não iria aceitar apenas uma resposta grosseira; ele iria
querer a história toda.

— Ela apareceu pela primeira vez na nossa festa de boas vindas. Ma


disse Christi convidou todo o quarteirão. Theresa foi uma das vizinhas que
vieram, embora ela tenha vindo com o marido. Ela tem estado aqui quase
todos os dias para visitar Christi. Ela também deu a entender para mim que
‘gostaria de me conhecer muito melhor’.
Eu me levantei do sofá e fui até o bar para pegar outra cerveja.

— Eu não preciso lembrá-lo das consequências...

Eu não o deixei terminar.

— Pai, mesmo que eu não estivesse usando este anel e que eu não
quisesse ter feito esse juramento a todos vocês, eu ainda não faria isso com
ela, com... a gente.
A sala ficou em silêncio enquanto meu pai a atravessou para se
juntar a mim no bar.
— Eu te amo, filho, e eu tenho grandes expectativas de que você irá
honrar seu juramento.

Eu coloquei minhas mãos no balcão do bar, virando meu rosto em


sua direção.

— Honestamente, meu pai, minha devoção a Christi não tem nada a


ver com a porra deste anel. — Eu virei o meu corpo para encará-lo
completamente. — Ela é o meu mundo inteiro, sem seu sorriso de manhã,
meu dia é uma merda. Se algo acontecesse a ela, você poderia muito bem
me dar um tiro na cabeça, porque a minha vida teria acabado.
Meu pai não fez nada para reconhecer a minha declaração.

— Então, essa Theresa, o que sabemos sobre ela além de ser uma
prostituta?

Tomei um gole da minha cerveja gelada antes de largar o copo e


encará-lo.

— Ela é casada, sem filhos, e vive a três casas daqui. Ela está
tentando fazer seu negócio de designer de roupas decolar. Eu não me
lembro o nome...

Meu pai pegou o celular do bolso e rapidamente mandou uma


mensagem para alguém.

— Você acha que precisa dar uma olhada melhor nos registros dela?

Eu balancei minha cabeça lentamente dizendo que não. — Eu acho


que é apenas uma paixonite inofensiva, não seria a primeira vez.

* * *

Os Redwings acabaram vencendo e Tonto ganhou o dinheiro das


apostas que tínhamos feito. Todo mundo ficou e ajudou a limpar os pratos
sujos.
Eu caminhei até a cozinha e encontrei minha Christi sentada no bar
com um enorme sorriso em seu rosto. Eu rapidamente passei meus braços
em torno dela e coloquei meus lábios em seu pescoço, fazendo-a rir como a
minha barba de dois dias fazendo cócegas em sua pele.

— Pa... trick! — ela riu enquanto dizia o meu nome.

— Mmm, — eu respondi em seu pescoço. Eu coloquei as minhas


mãos sobre sua barriga redonda e perfeita e meu o rosto ao lado do dela
enquanto eu balançava para frente e para trás.
— Como foi o seu jogo, querido? — Ela calmamente questionou.

— Não importa, a comida que a minha fodidamente quente menina


fez para mim foi o ponto alto do dia. — Ela virou o rosto para mim, e seu
sorriso era ainda maior do que quando eu cheguei.

— Obrigada.

Eu rapidamente a beijei nos lábios, virando-a mais para mim,


aprofundando o beijo. Eu me certifiquei de que todos na sala vissem aquele
beijo e as minhas mãos que continuaram a esfregar sua barriga. Eu tive a
minha própria maneira de enviar mensagens sutis de que eu não estava, de
modo algum interessado em Theresa.

— Ouvi dizer que vocês dois irão fazer um ultrassom esta semana?
— Ammo perguntou, apesar de eu não parar de beijar o rosto da minha
Christi enquanto respondia.

— Sim, vamos ver se o bebê coopera desta vez.

Tínhamos feito um ultrassom quando Christi completou 20


semanas, mas o bebê foi teimoso e recusou-se a abrir aquelas perninhas. A
médica de Christi nos ofereceu uma segunda oportunidade de ver o sexo do
bebê.

— Pssh, eu duvido, é filho de vocês dois.

Eu nem sequer tentei dar uma resposta uma vez que Ammo estava
correta; Christie eu éramos teimosos.

* * *

Segunda de manhã nos encontramos a caminho do consultório


médico. Christi estava sentada ao meu lado enquanto eu dirigia pelas ruas,
com a mão entrelaçada na dela.

Eu cuidadosamente parei em um espaço de estacionamento e, em


seguida, fiz o caminho ao redor do carro para o lado de Christi. A sorte
estava do nosso lado, e as portas do elevador estavam abertas quando nos
aproximamos.

A enfermeira nos levou para a sala de ultrassom e deu a Christi um


vestido. Depois que ela saiu da sala, Christi removeu rapidamente sua blusa
e sutiã.
Ontem à noite Christi deve ter atingido seu estágio de tesão na
gravidez, visto que me acordou três vezes para fazermos sexo. Esta manhã,
eu acordei com ela me cavalgando como um cowboy de rodeio, com seus
belos seios saltando na minha linha de visão. As ‘ meninas’ tinham
aumentado um número nas últimas semanas. Você pode apostar que eu
peguei essas merdas em minhas mãos e boca e fiz a minha menina gritar.
Depois que Christi estava vestida e sentada na mesa, a técnica bateu
na porta e Christi disse a ela para entrar. Sandy era uma mulher de meia-
idade, que usava os óculos-gatinho na ponta do nariz. Ela tinha o cabelo
vermelho curto, e usava batom vermelho brilhante. Ela me fez lembrar de
Tammy Faye Baker, só que gordinha.

— Bom dia, Sr. e Sra. Malloy, como estamos hoje? — Sandy sentou-
se e começou a digitar em seu teclado.

— Muito bem, obrigado, — eu respondi.

— Estão prontos para ver o que terão?

Ambos respondemos que sim, ao mesmo tempo.

— Bom, então vamos começar.


Sandy ergueu o vestido de Christi e aplicou um pouco do gel azul em
sua barriga. Eu perguntei a Christi se estava frio e ela me disse que não, que
era realmente quente. Sandy foi rápida em acrescentar que o gel que eles
usavam ficavam em uma câmara aquecida, já que utilizar gel frio era
apenas uma coisa meio má para se fazer a uma mulher grávida.

Nós os três rimos.

Sandy moveu o bastão em torno da barriga de Christi por alguns


minutos. O som característico ‘woof woof’ dos batimentos cardíacos do
nosso bebê encheu a sala e eu não pude deixar de sorrir.
Sandy continuou a mover o bastão e suspirou várias vezes.

— Pai, talvez você deva ter uma conversa com seu bebê para que ele
coopere.

Eu inclinei meu corpo sobre a barriga de Christi e coloquei o dedo


indicador acima do umbigo dela.

— Ei, pequeno, você pode dar ao seu velho uma folga e fazer o que a
Senhora Sandy quer que você faça?

De repente, o bebê se mexeu na tela e Sandy rapidamente


pressionou vários botões que congelaram a imagem na tela, e depois que
ela pegou o mouse e apontou para o que parecia a cabeça de uma tartaruga.

— Mamãe e papai, eu sou definitivamente um menino.

Eu olhei para Christi observando-a apontar para o monitor.

— Patrick, nós vamos ter um menino, — sua voz estava cheia de


emoção, o que fez com que as minhas emoções ficassem fora de controle.

Eu baixei a cabeça e comecei a beijar o rosto da minha esposa,


rapidamente provando o sal das lágrimas que caíam em seu rosto delicado.

Eu, Patrick Malloy, chefe da máfia estava chorando no rosto da


minha esposa enquanto olhava para as primeiras imagens do meu filho.

Capítulo Cinco

— Patrick, eu quero dar uma festa de noivado para Maggie e Angus.

Eu dei à minha linda esposa o olhar que claramente dizia, — você


está pedindo ou me informando?
Seu lindo sorriso fez minha pulsação aumentar enquanto ela
diminuía a distância entre nós. Seus lábios tinham sabor de maçã e
especiarias e pura Christi. Sua língua quente deslizou cuidadosamente para
brincar com a minha e eu gemi com a essência de tudo.

— Eu prometo fazer tudo muito simples.


— Christi, você não precisa da minha permissão para gastar
dinheiro.

— Eu estou ciente disso, eu só gostaria de mantê-lo por dentro.

Eu a puxei para mais perto e minhas mãos derivaram para o sul,


para seus quadris. Ela estava no sétimo mês neste momento. Eu tinha me
tornado muito bom na parte de massagear costas e pés. Ela continuava a
me acordar em todas as horas do dia e da noite, mas eu reclamava? Oh,
inferno não.

— Eu pensei que nós poderíamos fazer a festa aqui em casa, apenas


amigos íntimos e familiares.

Eu esfreguei meu rosto em seu pescoço, mordiscando e beijando


toda a área. Eu podia sentir seus mamilos endurecer enquanto eu
continuava a dar atenção ao seu corpo. Não esperando por ela para
começar as coisas, eu coloquei-a de lado e rapidamente tirei sua calcinha.
Meus lábios nunca deixaram seu pescoço enquanto meu pau duro deslizava
suavemente em suas dobras molhadas. Eu amava barriga inchada da minha
esposa. Ela era sexy pra caralho quando nos casamos, mas agora ela estava
absolutamente irresistível.

— Patrick, — ela gemeu, sua voz cheia de desejo, sussurrando suave.


— Shhh, baby, deixa comigo.
Eu me mudei meus dedos de sua barriga para seu clitóris inchado,
alternando entre beliscões e fricções circulares. Seu corpo estava agora
tremendo pelo orgasmo pendente.

— Hmm... Ooh, — sua voz ficou um pouco estridente e sua agitação


aumentou.

— Boa menina, se deixe levar.


De repente, suas mãos estavam no meu cabelo quando seu orgasmo
a golpeou duramente. Eu juro por Deus, ela iria me deixar careca, não que
eu tenha feito uma única reclamação.

— Oh, meu Deus, Patrick!

— Eu sei, meu doce, eu sei.

Eu me puxei de dentro dela e vesti a minha calça do pijama. Desde


que o tempo tinha ficado frio, Christi tinha começado a beber cidra de
maçã. Eu fiz questão de ter um copo quente esperando por ela todas as
manhãs.

Enquanto eu descia as escadas, ouvi o som distinto do chuveiro


ligado. Sua cidra estaria na temperatura ideal no momento em que ela
terminasse. Fazendo uma xícara para mim, peguei o jornal e comecei a ver
se alguma coisa era do meu interesse.

Quando Angus veio até mim e pediu-me para usar o meu barco, eu
pensei que ele iria usá-lo no fim de semana seguinte ou no próximo. No
entanto, ele esperou por vários meses. Eu não sabia, nem eu pretendia
perguntar por que ele tinha esperado. Ouvir a risada da minha Christi ao
felicitar Maggie foi a minha recompensa.

— Antes que eu me esqueça, Sherman e Shannon querem que


participemos de um jantar em sua casa nova neste sábado. — Christi se
afastou lentamente dos meus braços e eu ofereci-lhe uma xícara de cidra
quente.

Eu conhecia a minha mulher o suficiente para saber que se tratava


de um evento que iríamos. Ela podia ser pequena, mas ela estava cheia de
hormônios e poderia me matar se quisesse. A verdade era que ela iria
escapar ilesa do meu assassinato, já que nenhum juiz no seu perfeito juízo
iria condenar uma mulher grávida; mais uma vez, devido à questão
hormonal.
— Deixe-me saber a hora e eu me certificarei de estar disponível
para acompanhá-la.

— Sherman disse cinco e meia, você pode sair tão cedo no sábado?
Eu beijei sua testa rapidamente, — Eu vou falar com o meu chefe, eu
tenho certeza que ela irá ficar bem com isso.
Ela sorriu para mim e bateu no meu bíceps. — Eu te amo, — ela riu
quando eu me afastei para ir lá para cima me vestir para o dia.

Books teve um encontro com seu amigo, Lucas. Lucas disse a ele que
nenhum procedimento havia mudado em relação a como as evidências
eram tratadas; no entanto, ele contou a Books que havia rumores de que
um determinado agente estava em apuros. Ele disse que não tinha certeza
dos detalhes do problema, mas que ele iria dar uma procurada. Books disse
a ele que iria fazer valer o seu tempo.

Eu estava pressionando Books para ficar em cima de Lucas para


descobrir tudo o que pudesse sobre este agente em apuros. Isso poderia
funcionar para a nossa vantagem ou desvantagem, dependendo do que
estivesse acontecendo. Desde a primeira reunião, não tivemos mais
nenhum embarque arrombado. Meu pai achava que era pura coincidência.

Eu vesti meu novo terno Armani que Christi tinha me dado. Eu tinha
um milhão de ternos Armani, graças à minha irmã, Amex, mas este era o
primeiro que a minha esposa tinha escolhido para mim e eu o usaria com
orgulho.

Eu rapidamente desci as escadas, só para parar rapidamente quando


ouvi Theresa conversando com Christi.

— Então, de qualquer maneira, Patrick vai sair de novo hoje à noite?

— Eu não tenho certeza.

— Eu não sei como você faz isso, Christi. Eu não quero lhe ofender,
mas seu marido é puro sexo sobre pernas e eu não sei se poderia confiar
nele passando a noite toda fora e não saber o que ou com quem ele estava
fazendo.
Eu não ia deixar aquela cadela colocar pensamentos de merda assim
na cabeça da minha menina. Eu fiz uma linha reta para a cozinha, onde eu
não disse uma palavra enquanto pegava a minha mulher e beijava com tudo
o que eu tinha.

— Esteja pronta quando eu terminar as minhas reuniões. Eu quero


fazer algo especial com você esta noite.
Christi não disse uma palavra; apenas balançou a cabeça e me deu
seu sorriso especial ela guardava só para mim. Eu beijei seu nariz
rapidamente de novo e, em seguida caí de joelhos.

— Filho, faça-me um favor e seja mais agradável para a sua mãe. Nós
somos dois caras de sorte por tê-la e eu estou pensando em mostrar a ela
todos os dias pelo resto da minha vida o quanto eu a amo.

Eu beijei sua barriga e depois me dirigi para a garagem. Tome isso,


sua puta desagradável.

* * *

O sábado foi um dia perfeitamente ensolarado, totalmente anormal


para esta época do ano, em Chicago. Sherman tinha vendido tudo o que
tinha deixado para trás no Mississippi e comprou uma casa modesta, aqui
em Chicago. Christi tocou a campainha e eu não fiquei surpreso quando
Angus atendeu a porta.

— Senhora Christi, — Angus a saudou enquanto se afastava,


deixando-nos passar.

— Angus, é tão bom ver você, eu ouço que parabéns estão em


ordem.

Christi ficou na ponta dos pés e deu um beijo suave na bochecha de


Angus.
— Eu só sou realmente sortudo, é tudo.
Eu apenas sorri para ele.

— Boa noite, Chefe.

— Angus.
A casa de Sherman e Shannon era o que Christi teria se referido
como simples, mas elegante. Shannon tinha definitivamente feito toda a
decoração. Era de bom gosto e bastante minimalista. As paredes beges e
brancas permitiam que Shannon exibisse sua coleção de antiguidades.

O espaço de entrada era longo e decorado de forma simples, como


diria a minha Christi, bege era uma cor básica.

O balanço do quadril da minha linda da esposa me fez parar de olhar


para o lustre de cristal e me concentrar na sua bunda deliciosa.

O som de uma risada, a risada de Muscles para ser mais específico,


soou na parte de trás da casa. Eu segui os quadris balançando enquanto o
riso tornava-se mais alto.

Assim que entramos na cozinha, eu achei que fosse a sala de estar, já


que quase trinta pessoas estavam ao redor da ilha da cozinha de grandes
dimensões. Minha mãe estava sentada em uma banqueta alta com meu pai
de pé atrás dela, com Ammo e Smiles de cada lado dela.

— Chefe, Senhora Christi, — alguém falou.


Eu vi como os olhos da minha mãe se iluminaram quando viu Christi
caminhando em direção a ela. Desde que Christi e eu tínhamos ficado
juntos, meu mãe fez questão de colocar Christi debaixo da asa dela,
tratando-a como se ela fosse uma filha desde o nascimento.

Eu fiquei surpreso que tantas pessoas estivessem ali. Sinceramente,


eu tinha pensado que seríamos apenas nós quatro. Eu iria perguntar a
Christi mais tarde se ela sabia que todo mundo estaria aqui.

Eu olhei ao redor, mas eu não consegui encontrar Sherman ou


Shannon, o que eu achei muito estranho.
Havia abundância de alimentos na ilha de cozinha e Muscles tinha
feito o esforço de provar tudo o que havia. Christi rapidamente encontrou a
bandeja de frutas e já tinha começado a comer. Christi ansiava por frutas
durante a gravidez. Eu perdi a conta de quantas vezes eu tinha corrido ao
supermercado às duas horas da manhã para buscar o que ela estava
atualmente desejando.

Antes que eu pudesse perguntar por que tantas pessoas tinham sido
convidadas, Maggie apareceu vestida em um lindo vestido de noite azul e
pediu a todos para segui-la. Tomando a mão de Christi na minha, fizemos o
caminho na direção que Maggie estava indo.

Sherman tinha construído uma varanda depois que comprou esta


casa. Além disso, ele tinha adicionado um deck muito grande. Ele também
tinha planos para adicionar uma piscina quando o tempo permitisse. A
varanda era bastante agradável. Christi disse que poderia simplesmente
enrolar-se ali em uma cadeira e ler por horas. Honestamente, minha esposa
poderia enrolar-se em uma cama de vidro se tivesse um bom livro na mão.

— Oh, meu Deus, Patrick, o que você acha que isso significa?

O quintal tinha sido transformado em um oásis em forma de jardim.


Diretamente no meio havia um arco branco coberto com rosas amarelas e
fitas azuis. Diretamente em frente do arco havia filas e filas de cadeiras
brancas, adornadas com fitas azuis.

— Por favor, tomem um assento e eu vou deixá-los a par da nossa


pequena surpresa para esta noite, — a doce voz de Maggie soou, com seu
sorriso angelical mais brilhante que o sol.

Enquanto todos nós caminhávamos para as cadeiras, minha mão


segurando firmemente a de Christi, eu assisti como Maggie se colocou no
meio do arco.

— Quando eu era uma garotinha e vivia na Irlanda, minha mãe


sempre me dizia que havia alguém para todos. Eu nunca acreditei nela, pois
eu tinha visto muitas pessoas deliberadamente ferir um ao outro. Quase um
ano atrás, eu tive o prazer de conhecer Christi Malloy. Ela
inadvertidamente me apresentou ao meu futuro marido. Eu acredito na
minha mãe agora.
Eu apertei a mão de Christi e ela voltou sua atenção para mim,
dando-me seu o seu sorriso ‘desmancha coração’ em troca.
— Então, hoje temos a honra de testemunhar a união de mais dois
corações que encontraram um ao outro; minha mãe, Shannon, e o meu
futuro padrasto, Sherman Montigomery.

Música de harpa começou a tocar, quando as portas francesas que


tivemos há poucos momentos atravessado lentamente se abriram e os dois
cachorros setter irlandês de Sherman começaram a caminhar rapidamente
para o corredor. Eu tive que rir; seu cão macho estava vestido com uma
gravata borboleta preta e a fêmea tinha uma fita azul em torno do pescoço.
Quando a minha atenção foi novamente atraída para a frente, Sherman
agora estava sob o arco. Caleb estava de pé ao lado dele com Angus e o
padre. O olhar no rosto de Sherman era de contentamento e paz, que era
exatamente como eu me sentia quando eu estava com a minha Christi. O
rosto de Caleb estava coberto por um enorme sorriso, e quando eu me virei
novamente, encontrei a minha irmã andando pelo corredor, e seu vestido
combinava com o de Maggie. Maggie não estava muito atrás dela e suspiros
suaves foram murmurados ao redor da multidão.

Quando Shannon começou a caminhar em direção a Sherman, era


como se ninguém mais existisse. Sherman estava sorrindo tão
brilhantemente que eu temia que seu rosto se partisse.

Eu assisti o casal, enquanto o sacerdote falava. Lembrei-me de como


eu me sentia quando estava no lugar de Sherman. Christi estava certa; todo
mundo merecia ser amado e feliz. Eu agradeci a Deus no céu por ela ter
escolhido me amar para o resto de nossas vidas.

Quando a cerimônia acabou, o jantar foi servido e bebidas fluíam.


Sherman fez um brinde à sua nova esposa e, em seguida, explicou a seus
convidados que ele e Shannon concordaram que não queriam que ninguém
sentisse a necessidade de trazer um presente. Eles pensaram em ir para Las
Vegas, mas Maggie disse à sua mãe que nunca iria perdoá-la. Assim, com a
ajuda de seus filhos, eles tiveram essa ideia.

Eu segurei minha esposa com força em meus braços enquanto


dançava com ela ao som da voz suave de Harry Connick, Jr. Eu sorri para
mim mesmo e decidi que a vida não poderia ficar muito melhor do que ter o
meu presente mais precioso segura em meus braços. A música estava quase
no fim, quando o meu bolso começou a vibrar. Eu não queria estragar o
clima, mas sabia que Christi iria ficar irritada se eu não o silenciasse.
Quando olhei para o meu telefone, eu senti minha raiva começando a
surgir. A mensagem era de Tonto.

— Chefe, falha de segurança no sistema de computadores, Shamus


está trabalhando nisso. Esteja aqui assim que puder.


Capítulo Seis

Meus pais insistiram para que Christi fosse para casa com a minha
mãe. Christi apenas me beijou profundamente e rapidamente se despediu
de Sherman e Shannon. Uma vez no carro, eu liguei para Matthew e o fiz ir
para a casa do meu pai.

Meu pai estava sentado no banco do passageiro, teclando em seu


telefone, nem uma única palavra foi dita por qualquer um de nós.

Esta falha de segurança foi apenas mais um prego no meu caixão


proverbial. Que tipo de líder que eu poderia ser se eu não conseguia
proteger a mim e a minha família?

A viagem até o centro foi um borrão enquanto eu dirigia o mais


rápido possível para o escritório. Meu pai não me permitiu nem mesmo
parar direito na minha vaga de estacionamento antes de saltar do banco do
passageiro.

Uma vez dentro do elevador, o único ruído era o zumbido do motor


nos levando ao topo. Eu me senti mal do estômago enquanto esperava o
‘ping’ familiar do andar a ser atingido.

Desta vez, eu fui o único a saltar e sair primeiro. Eu comecei a retirar


a gravata e o paletó que eu tinha usado para o jantar. Jogando os itens perto
da porta do meu escritório, eu fiz o caminho para a parte de trás do
apartamento onde Shamus estava esperando.

Meu pai foi o primeiro a falar quando passamos pela porta de


madeira.
— Shamus, o que você tem para nós?

Sua voz era baixa e sem emoção, seu rosto, no entanto, estava
carregado de medo e agitação.

— Cerca de uma hora atrás, eu estava fazendo a rotina de limpar


quando percebi algo estranho. — Os olhos de Shamus não saíam da tela e
os dedos não paravam de escrever.
Meu pai se moveu em torno da mesa e colocou a mão no ombro de
Shamus pegando os óculos de leitura e colocando-os. — Defina estranho
para mim, Shamus, — meu pai instruiu.
— Bem, eu comecei a notar pequenos ‘buracos’ em determinados
arquivos. Uma pessoa normal não teria notado. A aparência era de que a
energia havia sido desligada e o no-break ativado. No entanto, eu fiz uma
pesquisa e descobri que nenhuma falha elétrica foi observada nesses dias.
Além disso, a última grande tempestade foi na última primavera.

Eu me lembrei daquela tempestade, mas não pelo mesmo motivo


que Shamus. Christi e eu fizemos bom uso da falta de eletricidade enquanto
fazíamos sexo em todas as superfícies do apartamento.

— Eu tive que substituir várias baterias depois daquela tempestade


em particular.

Meu pai continuou a olhar para a tela e Shamus continuou a


escrever à vontade em seu teclado.

— Eu rastreei o endereço de IP dos ‘buracos’ e quem fez isso sabia o


que estavam fazendo e como escondê-lo.

Isso chamou a minha atenção.

— Shamus, o que eles levaram?

Shamus parou de digitar e voltou sua atenção para o meu pai.

— Essa é a coisa; os últimos três endereços de IP eram de áreas


públicas. A biblioteca da cidade, uma Starbucks, e a estação ferroviária. Eles
usaram o Wi-Fi público como uma capa, mas não levaram nada. Nem um
arquivo foi tocado. Quer dizer, se quisessem, eles poderiam ter facilmente
entrado em uma das contas bancárias e feito a limpa, mas não o fizeram. É
como se eles só quisessem dar uma olhada rápida e depois sair.

Muscles estava de pé no canto, de braços cruzados, com uma de suas


mãos correndo as pontas dos dedos para cima e para baixo do queixo.

— Shamus, você acha que isso é coisa de algum hacker de porão,


tentando impressionar sua namorada da internet?
Meu pai riu, tirou os óculos e se afastou um pouco.
— Não, isso é muito avançado para um nerd de computador. Meu
primeiro pensamento foi de ser coisa dos federais, mas depois eu encontrei
os endereços de IP e decidi que não.

— Por quê? — Eu questionei.

— Bem, eles usaram Wi-Fi público; os federais têm o seu próprio em


seus computadores, — afirmou Shamus com desdém.
— É verdade, mas se eles só precisavam dar uma olhada em alguma
coisa, talvez eles tenham usado o Wi-Fi público, como todos sabem, o
governo está cortando seus gastos, — Caleb acrescentou. — Poderia ter
sido apenas um caso de os federais sendo bastardos econômicos?

Shamus começou a passar as mãos pelo cabelo. Ele estava


claramente intrigado. — Não é o FBI, caras, porque eles têm muitos
protetores de servidores que mantêm a rede Wi-Fi deles segura para seus
empregados fiquem longe de sites que não devem visitar, tais como
pornografia, — Shamus falou através de suas mãos que ainda seguravam
seu rosto.

A sala ficou em silêncio enquanto todo mundo tentava absorver o


que estava acontecendo.

— Então, Shamus, o que tudo isso significa para nós? — Eu


questionei.

Shamus recostou-se na cadeira e me olhou firmemente nos olhos. —


Isso significa que eu irei aumentar o alcance do firewall e instalar um novo
sistema de criptografia como os que você vê na página inicial da Ticket
1
Mester , onde você tem que decifrar a palavra para obter acesso. Exceto
para a nossa, será um código que será único para cada um de nós, apenas
no caso de se tratar de alguém de dentro.

Eu não queria pensar em nenhum dos meus homens me traindo


assim, mas lá estava. — Você disse que só entraram em determinados
arquivos, sabemos quais arquivos? — Meu pai questionou.

— Vai levar algum tempo para seguir o rastro, mas eu coloquei um


rastreador nele desde que eu o encontrei.

Shamus começou a digitar novamente assim que Books entrou na


sala.

— Eu pensei ter ouvido vozes, — ele pareceu surpreso quando se


dirigia para a máquina de fax.

Eu olhei para ele interrogativamente. Books poderia ser o traidor, se


tivéssemos uma toupeira? Essa coisa toda me fez duvidar dos meus
homens de maior confiança. Books era da família, mas neste momento, eu
precisava manter os olhos e ouvidos abertos. Eu olhei para o meu pai, que
parecia ter a mesma ideia.

— Books, o que você está fazendo aqui a essa hora? — Meu pai
questionou.

— Você se lembra chefe, que minha irmã está se formando na UCLA?


Eu queria ter todas as contas pagas antes de sair em algumas semanas.

Isso era certo; sua irmã estava se formando com honras pela UCLA.
Ele e Abby iriam voar para lá uma vez que Smiles estava tão perto de sua
data de vencimento e os médicos se recusaram a deixá-la entrar em um
avião. Ela iria ficar na nossa casa.

— Oh, sim, eu me esqueci. Dê a sua irmã os nossos parabéns e curta


o momento.

— Eu vou, Thomas, obrigado.

Eu vi quando a sala começou a esvaziar. Shamus estava perdido em


seu teclado e monitor enquanto meu pai estava entregando um envelope
branco para Books. Eu estava prestes a ir para a casa do meu pai quando
meu celular começou a vibrar no meu bolso.

Eu estou nua em sua cama, o bebê está dormindo, e eu estou molhada.


Quer vir me ajudar ou devo começar sem você? C.

Eu sorri enquanto rapidamente embolsava o meu telefone, peguei


meu paletó e gravata, e apertei o botão para chamar o elevador. Eu pensei
em responder que eu estava a caminho, mas em vez disso eu decidi
simplesmente aparecer e surpreendê-la. Talvez, apenas talvez, ela
começasse sem mim; assistindo a minha linda esposa dar prazer a si
mesma era uma visão e tanto.

Duas semanas depois...


Esta noite aconteceria a festa de noivado de Angus e Maggie. Eu
tinha recebido instruções rigorosas da minha esposa muito grávida para
estar em casa e vestido o mais tardar até às seis horas. Era cinco e vinte e
eu estava de banho tomado, barba feita e vestido.

Smiles estava com a gente nos últimos dias. Eu me senti como Steve
Martin em O Pai da Noiva II, tendo duas mulheres grávidas em casa.
Honestamente, eu amei cada minuto disso.

Minha mãe e Charlotte tinham assumido o planejamento da festa de


noivado. Christi deu ordens e fez suas sugestões acontecer. Tudo estava no
lugar e minha família já tinha começado a chegar.

Muscles estava postado na porta para ter certeza de que apenas


convidados entrassem. Pouco depois das seis, a campainha tocou, enquanto
acontecia de eu passar. Eu olhei e Muscles abriu a porta. Assim que vi quem
era eu tive que lutar contra os meus instintos para não bater com a porta
fechada novamente. De pé na minha porta da frente vestida com um
vestido vermelho apertado sacana que mal atingia o meio da coxa estava a
última pessoa que eu queria nessa festa, Theresa. Ela sorriu com seus
lábios vermelhos brilhantes e piscou para mim enquanto colocava uma
unha postiça entre os dentes.

— Bem, bem, Patrick, você está gostoso esta noite.

Eu acho que senti um gosto de vômito na minha boca.

— O que você está fazendo aqui? Esta é uma festa privada.

— Eu sei, seu bobo. Eu fui convidada, — ela riu enquanto falava.

— Theresa, você veio, — a voz doce da minha esposa veio de trás de


mim.

— Eu não sonharia em perder isso, — Theresa lhe respondeu, mas


seus olhos nunca deixaram os meus. Eu rapidamente me virei e deixei as
duas mulheres juntas.
Eu entrei na sala de jantar para encontrar Smiles sentada em uma
cadeira conversando com Ammo e Amex.

— Que cara é essa, Patrick? — Smiles questionou.

— Oh, é só que a maldição da minha existência acaba de entrar na


minha casa.
Smiles levantou-se e olhou para a porta. Christi estava acenando os
braços em volta animadamente enquanto continuava a falar com Theresa.

— Aquela não é Theresa?

— Uh huh.

— Ela não é tão ruim, Patrick. Ela tem feito companhia a Christi.

Eu olhei para Ammo que ainda estava observando atentamente


Christi e Theresa. Smiles tinha tomado seu lugar novamente e começou a
beber seu suco.
— Você está com um mau pressentimento dela, Patrick? — Ammo se
virou para mim e me deu um olhar de sobrancelha erguida.
— O único sentimento que eu tenho por ela é o ódio. Ela faz questão
de me avisar que gostaria de me levar para um test drive.

Ammo olhou de volta para Theresa e Christi. — Precisa de mim para


colocá-la na linha?

Antes que eu pudesse responder, Christi apareceu ao meu lado. —


Oi, bonitão, posso roubar vcê por um segundo? — Ela sussurrou em meu
ouvido.

— Para você, meu amor, qualquer coisa.

Christi tomou-me pela mão e me levou para a cozinha. Ela encontrou


um canto onde pudéssemos conversar sem sermos perturbados. Ela se
virou para mim e colocou as mãos em cada lado do meu rosto. — Baby, eu
preciso que você faça um favor para mim.
Eu me inclinei e dei um beijo em seu nariz perfeito, balançando a
cabeça para que ela continuasse.
— Eu preciso que você seja bom para Theresa. — Eu comecei a
protestar, mas Christi rapidamente colocou o dedo indicador cobrindo
meus lábios. — Eu não sei por que você não gosta dela, e eu não me
importo. Ela está passando por dificuldades ultimamente e precisa de um
amigo.

Eu ergui a mão e tirei o dedo dela suavemente, beijando a ponta.

— Patrick, ela está tentando fazer seu negócio deslanchar e está


tendo problemas em seu casamento.

Ela deslocou sua mão e segurou meu rosto. Eu estava perdido em


seus grandes olhos castanhos. Aqui estava o amor da minha vida me
pedindo para ser agradável para uma mulher que ela erroneamente
pensava ser sua amiga.

— Olha, ela valoriza a minha opinião e eu estou tentando ajudá-la


com sua linha de roupas. — Ela respirou fundo e olhou para os meus lábios.
— Patrick, ela me disse que o marido não a toca há muito tempo. Ela está
convencida de que ele está tendo um caso.
Ela fechou os olhos e rapidamente balançou a cabeça como se
quisesse se livrar de uma má recordação. — Eu simplesmente não posso
imaginar você fazendo isso comigo.

Eu nunca quis que ela um dia questionasse o meu amor e devoção a


ela. Eu me inclinei e dei um beijo em seus lábios que diziam tudo.

— Christi, eu te amo... se...

— Christi!

Nós dois rapidamente nos viramos para a porta da cozinha para


encontrar Smiles pânico de pé sobre o que parecia ser uma poça de água.

— O que...? — Christi questionou.

— Oh, meu Deus, a minha bolsa estourou, eu não posso ter esse bebê
ainda... é... é muito cedo. Eu não deveria... mais duas semanas e... e... Dillion
está na Califórnia.
Eu rapidamente fui para o lado de Smiles. Ela estendeu a mão e
agarrou a minha.

— Patrick, você tem que trazê-lo de volta, o bebê não pode nascer
sem Dollion aqui.

Eu olhei para trás Smiles e notei que meus pais estavam vindo até
nós. Meu pai já estava falando em seu telefone celular.
— Smiles, querida, acalme-se. Lembre-se, nós enviamos Dillion no
jato da família. Eu acabei de falar com o piloto que pode ter o avião pronto
e no ar em 30 minutos.

Smiles estava prestando atenção no meu pai, então eu aproveitei a


oportunidade para colocar Books no telefone.

O telefone tocou três vezes antes de Books. — Sim, chefe, há algum


problema?

Eu ri e lhe respondi. — Não é realmente um problema, a menos que


você considere um problema o rompimento da bolsa da sua esposa na
minha uma cozinha?

— Oh, meu Deus, ela está bem? O bebê está bem? Já chamaram uma
ambulância?

— Books, você precisa largar o que estiver fazendo e voltar para o


avião. Ela está esperando por você.

— Tudo bem... hum... eu preciso... eu preciso...

— Você precisa sair desse telefone, pegar a sua filha Abby, e chegar
ao aeroporto. Eu vou me certificar de que alguém esteja lá para te levar
para o hospital.

Eu estava certo de que ele abandonou completamente seu telefone e


eu só podia rezar para que ele se lembrasse de pegar Abby.

Vinte minutos depois, entramos na área de estacionamento de


emergência do hospital. Minha mãe, Christi, e Smiles estavam sentadas na
parte de trás do SUV de Christi e meu pai estava no banco do passageiro ao
meu lado. Meu pai saiu e sorriu para a enfermeira e médico que estavam
esperando por nós.
— Eu vou estacionar o carro e encontro vocês lá dentro. — Eu disse
ao meu pai.

— Tudo bem, filho, até daqui a pouco.

Eu vi como a minha mãe e Christi cuidadosamente ajudaram Smiles


a sair do carro. Ela não estava com nenhuma dor perceptível, mas estava
constantemente reclamando que a água parecia ainda estar escorrendo
dela. Minha mãe apenas riu para ela e disse apenas para esperar até que
também acontecesse quando ela risse demais e tivesse problemas de
bexiga. Isso fez com que meu pai e eu nos encolhêssemos e as meninas de
riram de nós.

Depois que eu estacionei o carro, recebi uma mensagem do piloto


dizendo que eles estavam prestes a decolar. Ele me assegurou que ambos,
Books e Giggles estavam a bordo. Eu encontrei meus pais sentados na sala
de espera e rapidamente me juntei a eles. Christi estava na sala com Smiles
e Matthew estava a caminho com Charlotte.

— Eu lembro de estar sentado em uma sala quase como essa quando


você nasceu, — a voz do meu pai quebrou o silêncio. — Disseram-me para
sentar firmemente até a instalarem na cama e ligarem aos monitores.
Pensei que era ridículo, visto que não havia um centímetro de sua mãe que
eu não conhecia.

Eu fisicamente estremeci com o pensamento de meus pais nesse


sentido.
— Meu objetivo ao lhe dizer isso é que, em poucas semanas, você
estará sentado aqui... esperando. Eu só quero que você tire um tempo para
praticar a paciência.

Eu ri com ele; paciência não era algo com o qual eu tinha sido
abençoado.

— Quando for Christi lá e for a minha vez, eu peço apenas para


Christi para ter uma experiência de parto fácil. Eu não gosto da ideia de tê-
la sentindo dor. Eu irei sofrer em silêncio com a minha incapacidade de ser
paciente. Eu estarei lá apenas para o conforto dela.
Meu pai sorriu e deu um tapinha na perna. — Eu sabia que tinha te
criado da maneira correta.

Pelas próximas horas, nós nos revezamos indo e voltando,


verificando para ter certeza de Christi e Smiles tinham tudo o que
precisavam. Eu tinha recebido uma mensagem não fazia muito tempo que o
jato havia pousado em segurança e que Muscles os tinha no carro.

Eu tinha acabado de pegar a segunda xícara de café, quando a porta


do elevador se abriu e um Books cansado, mas ainda assim excitado saiu
para o corredor. Abigail estava aninhada em seu peito.
— Por favor, me diga que eu não estou tão atrasado, — Books
questionou em um sussurro.

— Não, ela está perguntando por você, no entanto. Quarto três,


último do lado esquerdo, — Christi falou atrás de mim.

Minha mãe se adiantou e rapidamente pegou Abby dele. — Aqui, me


dê a minha neta.
Abby muito sonolenta resmungou algo que soou como: — Eu sou
uma irmã mais velha.

Eu abracei a minha esposa enquanto observávamos Books correr


pelo corredor. Eu a trouxe para perto de meu peito e as minhas duas mãos
desceram para seu ventre inchado que segurava o meu filho. Com um beijo
no pescoço dela, eu a levei até o sofá que descansava contra uma das
paredes. Três longas horas depois, Books apareceu no corredor. Seu cabelo
era uma bagunça desgrenhada e seu rosto tão brilhante quanto o sol.

— É um menino! — Gritou ele. — Eu tenho um filho.

Meu pai foi o primeiro a saltar de pé e para Dillion parabenizá-lo.


Abby foi acordada pela voz de Books e rapidamente pulou do meu colo da
minha mãe e foi para o lado de seu pai.

— Papai, eu posso ver o meu bebê? — Abby ainda com muito sono
questionou, com a mãozinha esfregando o olho esquerdo.
Eu vi como a mão de Christi rapidamente cobriu os lábios e uma
lágrima ameaçou cair.
— Sim, minha princesa, vamos ver o seu irmãozinho, Michael
Patrick Dillion Parker.

Capítulo Sete

Se esta manhã fosse alguma indicação, hoje seria um dia ruim. Eu


acordei tarde, derramei café duas vezes, e depois tive um pneu furado a
caminho do escritório. Enquanto eu estava sentado na minha reunião, eu
não conseguia me concentrar. Algo ruim estava para acontecer, eu podia
sentir. Estávamos no escuro, nem perto de descobrir quem havia tentado
invadir o nosso sistema de computadores e meus nervos estavam
praticamente explodindo.

O único ponto brilhante era a memória da minha Christi bonita


caminhando em torno do nosso quarto esta manhã. Ela tinha acabado de
entrar na Trigésima Sexta semana e, portanto, ao que parecia, estava na
fase de nidificação. Eu tinha voltado para casa há dois dias para encontrá-la
de quatro, esfregando o rejunte do piso na cozinha com uma escova de
dentes. Quando eu perguntei o que ela estava fazendo, ela me disse que não
poderia trazer um bebê para dentro de casa até que estivesse tudo
limpo. Minha mãe assegurou-me que esta era uma etapa normal da
gravidez e que não era para eu mandá-la parar.

A reunião de hoje era para repassar algumas informações que uma


das meninas no clube de strip tinha nos dado sobre alguns novos punks
tentando se infiltrar no nosso bairro. Eles estavam causando alguns
problemas com os moradores mais velhos. Eu não tinha tolerância para
esse tipo de comportamento. Muscles que praticamente vibrando em seu
assento enquanto ouvia a informação.

De repente, a porta se abriu, fazendo com que a atenção da sala de


toda mudasse. Lá estava minha linda esposa, irritada e desgrenhada, seu
cabelo voando ao redor dela a partir do movimento da porta que tinha sido
escancarada. Seus olhos estavam cheios de ódio e descrença, o peito
arfando e sua respiração acelerada. Suas próximas palavras tiraram o meu
mundo do eixo e eu temi que nunca me recuperaria e isso desencadeou
eventos que colocaram a minha vida em risco.

Malloy em casa, vinte minutos antes...

— Oh, meu Deus, eu não posso acreditar quão imunda esta casa está.
— Christi, esta casa não está suja. Você só está passando pelo
período de nidificação, — Theresa me corrigiu.

— Não, Theresa, eu não posso trazer Deklan para casa com toda essa
poeira e sujeira. Quero dizer, se o Serviço de Proteção à Criança viesse dar
uma olhada no meu chão, eles me trancariam na cadeia.

Theresa só riu de mim enquanto eu continuava a esfregar os


rodapés.

— Bem, eu irei limpar cada centímetro desta casa antes que meu
filho chegue.

Durante toda a semana, eu tinha limpado mais de uma vez a cozinha


e a sala de estar. Eu chamei uma empresa para vir limpar os dutos de ar
condicionado. Nora se recusou a me deixar pintar o quarto do bebê. Ela
contratou um pintor profissional, mas ele deixou uma bagunça e isso era o
que eu tinha limpado ontem.

Hoje seria o nosso quarto. Theresa tinha sido um anjo e me ajudado


tanto quanto podia. Eu me senti tão mal por tomar qualquer parte do seu
tempo durante o dia, já que ela estava a poucos dias de lançar sua linha de
roupas femininas. Ela tinha me mostrado vários modelos de calcinhas de
renda muito atrevidas. Honestamente, eu achava que alguns de seus itens
eram muito ousados, até mesmo para uma stripper vestir. Eu, entretanto
gostava da marca... Simplesmente Theresa. Todas as peças tinham um ‘ST’
delicado bordado.

Pobre Patrick tinha saído esta manhã todo nervoso. Ele tinha
dormido demais e, em seguida, derramou café em sua camisa duas vezes.
Eu esperei até depois que ele havia saído para rir. Patrick louco era muito
bonito... e muito sexy.
Eu entrei no closet e coloquei com as mãos nos quadris. Os ternos de
Patrick eram pendurados por ordem de cor e todos precisavam ir para a
lavanderia. Nenhum bebê meu seria segurado por um homem vestindo um
terno sujo. Eu atravessei o cômodo e comecei a tirar as roupas dos cabides.
Quando cheguei às camisas eu decidi que precisavam ser lavadas também.

— Christi, o que você está fazendo?

Theresa estava de pé na porta do meu closet, com as mãos nos


quadris, olhando para as pilhas de ternos e camisas que eu tinha jogado
atrás de mim no chão do quarto na minha pressa de eliminá-los do closet.
Eu revirei os olhos enquanto rebolava de volta para o quarto e
comecei a pegar os casacos e repassar os bolsos. Eu não saberia dizer
quantas vezes Patrick tinha deixado dinheiro ou chaves nos bolsos do
casaco. No topo da pilha estava o casaco do novo terno Armani eu tinha
recentemente comprado para Patrick.

Eu me lembrei da última vez que o vi usar foi - para o jantar na casa


de Sherman e Shannon, que acabou por ser um casamento surpresa.

Eu olhei para o rosto de Theresa quando cheguei no bolso interno do


paletó. Ela estava olhando para o casaco e a expressão no rosto dela era de
quem estava se lembrando de um momento feliz. Assim que eu empurrei
minha mão no bolso, senti algo macio e sedoso. Eu peguei o item e trouxe-o
para fora.
Eu engoli em seco quando olhei para o item na minha mão. Na palma
da minha mão estava uma muito ousada calcinha de Theresa, o — ST —
bordado bem em cima. Deixei cair o casaco e abri a calcinha. Para meu
horror, eu encontrei um preservativo usado enrolado dentro de um lenço
de papel.

Patrick e eu não tínhamos usado preservativos desde as duas


primeiras vezes em que estivemos juntos. Eu comecei a tremer quando
tudo me atingiu. Meus olhos se voltaram para Theresa e a realidade veio à
tona.

— Eu sinto muito, Christi, — Theresa sussurrou.

Eu não podia responder.


— Eu disse a ele que eu queria te dizer, eu me sinto mal por enganar
você.
Eu olhei de volta para a camisinha e calcinha; ela claramente tinha
sido arrancada do quem a usava.

— Patrick disse que isso era esperado de você, que você não teria
nenhum problema em fazer vista grossa.

— Saia! — Eu pedi enquanto continuava a olhar para o material em


minhas mãos.

— Christi, você tinha que suspeitar de alguma coisa, quero dizer, ele
estava comigo todas as noites durante meses...

— Eu disse saia!

— Patrick é um homem poderoso que tem necessidades. Sabe, você


estava muito gorda nos últimos tempos, então eu tenho certeza que era
difícil para ele ter intimidade com você. Você realmente pensou que ele
estava trabalhando todas as noites?
Foi então que eu o perdi.

— Eu disse: Sai fora daqui!

Desta vez, seus olhos se arregalaram e ela se virou rapidamente. Eu


a observei enquanto ela descia as escadas e passou pela porta da frente.

Como ele pode? Como ele poderia mentir na minha cara por meses?

Eu não me lembro da viagem até o escritório de Patrick. Mas lá


estava eu, sentada no SUV que ele tinha me comprado. Vestindo a roupa de
maternidade que ele tinha me comprado. Segurando a calcinha
desagradável da prostituta que ele tinha fodido nas minhas costas.

Eu entrei no apartamento e ninguém estava de guarda, como se isso


importasse para mim. Eu podia ouvir a voz de Thomas enquanto
caminhava pelo corredor. Abrindo as portas duplas, eu esperava ter pelo
menos uma arma apontada para mim, mas não havia nenhuma pelo que eu
notei. Enquanto eu fazia o caminho ao redor da mesa grande, acho que
Thomas disse o meu nome, mas eu não me importei.
— FORA! — Eu gritei para todos na sala.
— Babe? — Patrick questionou.

— Porra, eu disse para todos darem o fora!

— Christi, querida...
— Se você não quer que todo mundo ouça isso, é melhor você
recomendar que eles saiam... agora!

Vi quando Patrick se levantou de sua cadeira.


— Christi, querida, calma...

— Vai se foder! — Eu gritei e, em seguida, dei um tapa no rosto dele.

Eu bati minha mão aberta sobre a mesa e, em seguida, me virei para


os homens sentados na sala.

— Eu aposto que todos vocês sabiam disso, não é verdade? Seus


filhos da puta, vocês estavam rindo nas minhas costas, comemorando ele
cada vez que ele fez isso?

— Christi, querida...

— Não, Thomas, eu não acredito em você, em ninguém, é bem


provável que você esteja fazendo a mesma merda com Nora. É esperado
que ela vire as costas, também, para deixá-lo de ter um pouco de ação ao
lado quando as coisas ficam difíceis ou chatas em casa?

— Christi, sério, você pode, por favor, se acal...

— Não, Patrick, eu não vou me acalmar! — Bati a calcinha e o


preservativo sobre a mesa para que todos pudessem ver.

— Eu encontrei isso no casaco do seu terno, o que eu comprei para


você. Aquele que você usou quando fodeu a sua puta.
— Babe...

— Não, eu lhe disse desde o começo, — eu bati minha mão na mesa


após cada palavra, machucando palma da minha mão, mas eu não me
importei, — Eu lhe disse que me recusava a fechar os olhos para você ter
uma ter a porra de uma amante.
Patrick não respondeu dessa vez. Ele e Thomas ambos
permaneceram em silêncio.

— Você jurou mais e mais que não podia fazer isso, você disse que
não era da sua índole.

— Christi, eu posso ver por que você ficaria chateada... — Thomas


começou com uma voz calma.

— Oh, não, eu fiquei chateada quando Theresa me disse que ela e


Patrick estão fodendo pelas minhas costas durante meses. MESES, Patrick!
VOCÊ está transando com ela há meses! — Eu gritei novamente batendo na
mesa.

— Christi? — Caleb perguntou, tentando me acalmar.

Eu me recusei a ouvir. Todos os seus homens iriam ficar do lado


dele. Quando eu caminhei para o corredor, eu ouvi claramente Thomas
dizer a Patrick, — Deixe-a ir, filho.

Eu nunca fui tão grata por pessoas amáveis como quando entrei no
consultório da minha Obstetra. Eu disse à recepcionista que eu tinha um
assunto pessoal e urgente para discutir com a minha médica. A enfermeira
olhou para mim e me orientou a caminhar até a parte dos fundos. Uma vez
eu estava sentada na mesa de exames, minha médica entrou. Durante os
próximos trinta minutos, eu expliquei que precisava fazer exames DST. Ela
ouviu e me garantiu que faria todos os exames que pudesse. Ela me
aconselhou a ir para casa e relaxar. Ela me ofereceu um sedativo leve, mas
eu não quis.

Uma vez estava de volta no carro, eu me lembrei de que Shane


McIntyre era o advogado de Patrick. Eu sabia que seria um conflito de
interesses pedir-lhe para me representar, mas talvez ele tivesse um nome
de alguém para me indicar.

Quando liguei para escritório de McIntyre, eu não disse a ele por que
eu precisava de um advogado e ele não questionou. Parecia que sua filha,
Gretchen estava tentando obter sua clientela e ele disse que ela era afiada e
durona. Ele me deu seu número e eu liguei para ela imediatamente. Ela
concordou em se encontrar comigo e assim que cheguei em seu escritório
eu contei tudo.
— Bem, Christi, eu tenho uma boa e uma má notícia, — disse ela

do outro lado de sua mesa.

— Confie em mim, a sua má notícia nunca irá se comparar à minha.


— Bem, a lei do estado de Illinois proíbe que mulheres grávidas
entrem com uma petição de divórcio nos tribunais.

Eu olhei para ela com uma sobrancelha erguida.


— Eles sentem que gestantes não estão no controle de suas
emoções. A boa notícia, porém, é que eu posso preparar a papelada e dar
entrada no momento em que você der à luz.

Ela me fez várias perguntas sobre a infidelidade de Patrick. Então


ela me fez uma pergunta que eu não tinha pensado.

— O que você tem a exigir como compensação, apoio à criança e


pensão alimentícia?

Eu olhei para as minhas mãos e, em seguida, de volta para ela.


— A única coisa que eu quero é o meu nome de volta e ele fora da
minha vida.

No momento em que eu cheguei em casa, já estava escuro. Eu estava


tão cansada emocionalmente e fisicamente. Eu estacionei o carro na
garagem e fiz meu caminho para a casa. Tudo estava exatamente como eu
havia deixado. Eu olhei para o sofá que ficava de frente para a lareira. Eu
me questionei se ele já tinha fodido Theresa nesta casa; no sofá, no chão,
onde tínhamos feito amor tantas vezes.

Eu não aguentava mais; eu me virei e voltei para o meu carro. Eu


dirigi até de manhã e então encontrei um hotel que eu achei ser seguro.
Quando saí do carro, vi uma loja de maternidade outro lado da rua. Eu
rapidamente caminhei até a loja onde eu comprei roupas novas com o meu
próprio cartão de crédito pessoal que eu tinha desde antes de nos
casarmos. Eu fui até o provador e tirei as roupas que Patrick tinha
comprado e joguei no lixo antes de me vestir. Eu não queria nada daquele
mentiroso de merda.
Eu fiz o check-in no hotel, usando o meu próprio cartão de crédito.
Quando eu finalmente me deitei exausta na cama do hotel, senti a primeira
lágrima cair pelo meu rosto. Eu coloquei a mão na minha barriga. Eu não
deixaria isso me quebrar. Eu iria criar Deklan sozinha. Eu não precisava de
Patrick nem do dinheiro dele. Meu pai criou muito bem a mim e às minhas
irmãs sozinho.

Eu deixei minhas lágrimas me levar e me virei para o lado e chorei.


Em algum momento, eu devo ter dormido porque eu acordei com um susto
e uma dor aguda na parte inferior das costas. Eu me sentei na cama apenas
para descobrir que a minha bolsa tinha rompido.

Oh, Deus, não, era muito cedo...



Capítulo Oito

Isso tinha que ser um sonho, ou mais como um pesadelo.

Eu tinha certeza que iria acordar a qualquer momento e estaria de


volta na minha cama, enrolado em volta da minha esposa.
Eu olhei ao redor da sala... silêncio.

Ninguém estava falando ou se movendo. Eu então baixei os olhos de


volta para as linhas e veios da mesa... isso era real. Christi e o meu bebê
haviam desaparecido.

— Patrick, eu tenho que perguntar... — A voz do meu pai quebrou o


silêncio, fazendo com que a realidade deste pesadelo me batesse com mais
força.

— Se você tem que perguntar, então você poderia muito bem me


matar agora. Eu não preciso de um anel para me lembrar do que é
importante no meu mundo.

Os pedaços de rendas ainda estavam jogados na mesa, um vislumbre


do preservativo amarelo espiando para fora do tecido.
— Então me diga o que você sabe sobre esta pessoa, Theresa, que
mentiu para a nossa Christi, — Sherman falou atrás de mim.

— Ela é nossa vizinha. Ela mora algumas casas abaixo de nós. Seu
marido se chama Alex, mas eu só o vi uma vez. Christi disse ele trabalha em
horários loucos e Theresa pensa que ele está tendo um caso.

Eu deveria ter seguido os meus instintos quando Theresa veio pela


primeira vez para cima de mim. Eu deveria ter tê-la investigado.

— Qual é o nome e sobrenome desse tal Alex? — Perguntou Shamus.

— Johnson.

A sala se encheu com os sons de Shamus digitando em seu teclado.


Eu precisava sair desta sala, ir atrás de Christi, e pedir a ela para me
ouvir.
— Shamus, monitore todos os cartões de crédito de Patrick e Christi.
Eu quero saber qualquer operação que ela faça.

— Pai?

— Patrick, ela está claramente chateada. Ela está furiosa e eu duvido


que ela vá voltar para a casa onde ela acredita que você tinha uma amante.
Oh Deus, ele estava certo. A casa que tínhamos transformado em lar
era agora uma memória dolorosa para ela. Eu tinha que corrigir isso.

— E sobre o telefone celular dela, podemos rastreá-lo? — Eu


adicionei.

— Desculpe, Chefe, eu já tentei. Ele parece estar desligado, —


Shamus respondeu.

— O que tem no carro dela?

Shamus só suspirou. — O dispositivo usa o telefone celular.


— E qual foi o último endereço que ela esteve?

— Parece ser o do consultório do médico dela.

— Eu vou até lá então. Eles têm que me dizer alguma coisa.


— Um... Chefe... — Shammus começou a falar e eu tive a nítida
impressão de que não gostaria nem um pouco do que ele tinha para me
dizer.

— O que? Fala logo!

— Eu já liguei para lá. Ela mandou retirar o seu nome de toda a


papelada e agora você não pode mais receber nenhuma informação.
Eu me recordei da primeira consulta, quando eu peguei no pé dela
quando ela errou ao soletrar o meu sobrenome. Ela me deu um tapa no
braço e disse que tinha roubado o me sobrenome e que nunca iria devolvê-
lo. No entanto, um único evento ameaçava mudar tudo o que havíamos
construído. Assim, com todos os meus recursos, poder e dinheiro, aqui
estava eu sem nenhuma ideia de onde a minha esposa estava. Foi tão
frustrante saber que ela tinha acreditado uma mentira tão facilmente sem
falar comigo primeiro. Ela aparentemente tinha esquecido o que eu disse a
ela para fazer antes de acreditar em qualquer coisa que ouvisse sobre mim.

— Eu tenho que sair daqui. Eu tenho que ver se consigo encontrá-la.

Eu não deixei que ninguém tentasse me impedir. Eu corri pelo


corredor até o elevador, o perfume de Christi ainda permanecia lá. Meu
peito estava apertado e levou tudo que eu tinha para não desmoronar no
chão e chorar.

O primeiro lugar eu procurei foi no cemitério na sepultura de


Colleen, onde ela sempre ia quando precisava desabafar, mas a lápide
estava vazia, então eu segui para a casa de Books. Sua irmã tinha acabado
de ter o bebê e eu sabia que ela estaria em casa.

Smiles atendeu a porta com o pequeno Patrick aconchegado nos


braços. Meu peito doeu de novo observando-o dormir em segurança nos
braços de sua mãe.

— Patrick, isso é uma surpresa, — disse ela, como sempre com um


sorriso no rosto.

— Sinto muito por vir sem avisar, mas você viu Christi hoje?

— Não, nós não nos falamos desde a noite passada. Theresa estava
indo para sua casa para ajudá-la com algum projeto.

Smiles começou a balançar o corpo para trás e para frente quando o


pequeno Patrick começou a choramingar.

— O que aconteceu, Patrick? — Seu rosto agora demonstrava


preocupação.

Eu baixei a cabeça quando ela me convidou para entrar. Eu me


sentei em seu sofá e disse-lhe tudo o que tinha acontecido no meu
escritório. Eu quase perdi a cabeça novamente quando contei a ela como
Christi saiu.

— Bem, eu tenho que dizer que eu nunca tive um bom


pressentimento sobre Theresa. Ela era muito... Eu não sei, cheia de si.
Isso era interessante.

— Em se tratando de Christi, você sabe que ela não irá fazer nada
tolo se machucar ou o bebê. Mas você e eu sabemos como ela é quando fica
brava. — Eu sabia muito bem como Christi agia quando estava zangada. O
incidente de Caius e as flores vieram à minha mente. — Eu gostaria de
poder dizer-lhe que ela vai refrescar a cabeça e procurar por você, mas eu
não posso. — Eu sabia que Smiles estava certa; Christi não estava no
controle de suas emoções no momento. — Se eu vir ou ouvir dela, eu te
aviso. — Eu agradeci e fiz meu caminho até a porta. — Patrick, me jure que
você não fez o que Theresa te acusou.

Eu me virei e olhei diretamente nos olhos de Smiles: — Eu juro pela


minha vida.

Smiles nunca saberia quão verdadeira aquela afirmação realmente


era.

Pelas as próximas dez horas, eu fui para cada lugar em Chicago que
eu poderia pensar. Eu fui para seus lugares favoritos e até falei com várias
pessoas em seu antigo bairro, nada. Era como se ela tivesse simplesmente
desaparecido.

Finalmente, eu decidi que não poderia manter meu foco mais e fui
para a casa dos meus pais. Eu não podia suportar a ideia de estar na minha
casa sem minha esposa.

Não foi nenhuma surpresa que ainda havia muitas luzes acesas na
casa e um número grande de carros estava estacionado na garagem. Eu
entrei pela porta da frente e fui direto para a cozinha. Eu sabia que, sem
sombra de dúvidas o minha Ma estaria lá. Assim que eu dobrei a esquina lá
estava ela. Eu desabei de joelhos e enterrei meu rosto na sua barriga,
jogando meus braços em torno dela, segurando-me nela.

— Ela se foi, Mãe.

— Eu sei, filho, mas vamos trazê-la de volta.

— Como? — Eu chorei em sua blusa.


— Porque eu acredito na verdade, isso e em todas as informações
que seus homens encontraram enquanto você estava lá fora vasculhando a
cidade.
Eu imediatamente puxei a minha cabeça para trás e olhei para ela.

— Filho, venha lá embaixo e vamos conversar, — disse o meu pai


atrás de mim.

Eu me levantei e caminhei até a pia e joguei água fria no meu rosto.


Minha mãe me entregou uma toalha e, em seguida, beijou o meu rosto, me
abraçando de novo antes de eu fazer o caminho para a sala do porão. Uma
vez que eu entrei, quase todo o meu círculo interno estava presente.

Meu pai me deu uma xícara de café e foi então que eu notei que o sol
estava nascendo. Christi estava lá fora sozinha, desprotegida. Eu orei a
Deus que ela estivesse a salvo.

— Então, o que temos? — Eu perguntei a todos na sala.

— Bem, eu verifiquei o nome que você me deu, Theresa Johnson, e


encontrei informações sobre ela. Ela tinha vinte e dois anos de idade, era do
sexo feminino, branca, e residia em Ashton, Arkansas. Ela foi morta no ano
passado em um acidente. O artigo que encontrei conta que ela estava a
caminho de Little Rock para pegar um avião para Nova York para encontrar
um comprador da Saks da Quinta Avenida para comprar sua linha de
roupas íntimas femininas.

Shamus olhou para cima e encontrou meus olhos cerrados.

— Desde que eu sabia que tinha que haver mais, eu continuei a


cavar. Quero dizer, se você tem roupas para vender para uma loja como a
Saks, então você tem que tê-las armazenadas em algum lugar.

Ele estava certo. Eu não teria pensado nisso.

— Parece que o Sr. Johnson também estava no carro quando houve


o acidente e ficou no hospital por algumas semanas. Depois de vários meses
de reabilitação para aprender a andar novamente, ela voltou para casa para
descobrir que não havia nada na instalação de armazenamento que
Theresa tinha mantido suas roupas. Eu contatei o pessoal do
armazenamento e parece que houve um desses leilões, como você vê na
televisão. Um casal com o sobrenome Myers executa os leilões. Eu olhei em
seus registros e descobri quem compra os conteúdos desses locais de
armazenamentos em questão. Os registros mostram que uma mulher com o
nome de Rebecca Young comprou o conteúdo do local de armazenamento
de Theresa. Eu tive que realmente cavar fundo para conseguir informações
sobre a Senhora Young, mas o que encontrei foi muito interessante.

Shamus deslizou um arquivo para fora do lado dele na cadeira.


Thomas me entregou e Shamus continuou.

— Parece que Rebecca tem uma folha enorme, maior que Muscles,
na verdade.

Eu sabia que era para ser engraçado, mas eu não tinha capacidade
de rir.

— Ela foi pega várias vezes por a fraude de cartão de crédito e


pequenos furtos, nada que me fizesse suspeitar.

Shamus tirou outra pasta e novamente entregou a Thomas. Eu abri e


fiquei espantado com o que eu encontrei.

— Eu verifiquei escritório do registro de imóveis para ver se


Rebecca Young possuía qualquer propriedade e descobri que ela não tem
nada. Sua carteira de motorista expirou há alguns anos atrás. O que eu
achei, no entanto, e você pode ver claramente por si mesmo, é que a casa
que Theresa alegou viver em está vaga há três anos. Os últimos
proprietários legais se mudaram quando o marido morreu. Então eu fui até
a casa e verifiquei. Chefe, a casa está completamente vazia e não parece ter
sido habitada recentemente.

Eu não podia acreditar nos meus olhos enquanto olhava para as


páginas na minha frente. Theresa tinha mentido sobre tudo.

— Eu imaginei que Theresa tinha que ter um lugar para viver, então
eu deixei Tonto de plantão do lado fora da sua casa para ver se ela tentava
voltar. Ele não teve que esperar muito tempo até que ela voltasse e batesse
à sua porta da frente pouco depois das seis horas ontem à noite. Ela
caminhou em torno como se estivesse tentando encontrar uma maneira de
entrar, mas saiu de mãos vazias. Tonto a seguiu para o centro onde ela
parou em uma farmácia e comprou um teste de gravidez caseiro. Ele a
seguiu até onde descobrimos ser o seu endereço real.
— Rebecca Young, mais conhecida como Theresa Johnson, ou
Melanie Stone, ou também muitos outros malditos nomes para continuar,
vive acima da Starbucks de onde um dos invasores do nosso sistema veio.

Meus olhos foram diretamente para Tonto.

— Tem certeza de que ela vive lá?


— Sim, Chefe. Eu paguei trezentos dólares para confirmar.

Eu olhei para trás para Shamus. — Isso é tudo?

Shamus balançou a cabeça e apoiou os braços sobre os joelhos. —


Nenhuma possibilidade remota, Chefe.

Caleb se levantou e caminhou até a mesa do meu pai, que estava


sentado no canto. Ele abriu o laptop que estava sobre a mesa e começou a
falar.

— Quando meu pai e eu descobrimos o que Shamus e Tonto tinham


descoberto, eu pedi para Shamus fazer um pouco mais de investigação.
Papai pegou o preservativo e a calcinha e os enviou para um amigo nosso
que nos devia um favor.

Olhei para a minha mãe, que agora pairava atrás do meu pai. Seus
olhos estavam cheios de lágrimas.

— Papai sugeriu que desde que Theresa estava rondando a casa,


deve ter deixado algo para trás. Ele pediu para Shamus olhar as fitas de
segurança dos últimos dias. No entanto, não encontramos nada de
anormal... em primeiro lugar.

Caleb pressionou alguns botões no laptop e a TV de tela plana na


parede veio à vida. Na tela estava o meu closet. Eu não notei nada fora do
comum.

— Eu não vejo o que você está tentando me mostrar.

— Não notamos nada, também. Então eu pensei, que se Theresa


plantou aquela calcinha no seu closet, eu sabia que você tinha câmeras por
todo o lugar, então eu pedi para Shamus voltar três semanas?

Eu olhei novamente para a mesma tela, nada.

— Ok, então o que vemos?

— Essa é a coisa, Chefe; vimos três semanas disso... nada. Nenhuma


peça de roupa se moveu, nenhuma pessoa entra ou sai do closet, nunca, em
três semanas.
Isso chamou a minha atenção.

— Volte para a noite do casamento de Sherman, — eu instruí.

Caleb moveu a linha do tempo para o local apropriado.

— Bem, foda-me.

Todo mundo olhou para mim e depois para a tela.

— Christi me comprou um terno novo. Eu o coloquei no cabide que


está bem ali. Ele deveria ter estado lá na fita.

O cabide de mogno com rodinhas estava completamente vazio.

— Espere, Chefe, há mais.

Eu olhei para Caleb, que estava novamente pressionando as teclas.


— Quando Christi disse a Nora ela estava grávida, sua mãe saiu e
comprou esse monitor para o quarto do bebê. Esse monitor tem seu
próprio sistema de gravação.

A tela mudou para o quarto de Deklan. Eu assisti como quadro após


quadro passava. Eu quase perdi o fôlego enquanto observava Theresa de pé
na porta, segurando a calcinha e o que parecia ser o preservativo usado em
sua mão. Ela caminhou até o berço e correu os dedos para cima e para
baixo pelas grades. Ela então olhou para o relógio e caminhou de volta para
a porta. Ela olhou para os dois lados e depois caminhou para a direita, em
linha reta para o nosso quarto.

O telefone Shamus começou a tocar assim que Caleb desligou a tela


plana. Eu não conseguia mais olhar para ela de qualquer maneira. Eu tinha
que encontrar Christi, mostrar a ela o que encontramos. Ela iria voltar para
mim então.
— Chefe, era o meu amigo do laboratório de criminalística.

Antes que Shamus pudesse continuar, o telefone do meu pai


começou a tocar. Eu olhei para Shamus enquanto o meu pai saía da sala
para atender a chamada.

— Era Books, — Sherman olhou para Caleb enquanto ele continuou:


— Seu amigo do FBI acabou de ligar para...

Meu pai escolheu esse momento para voltar para a sala. — Nora, eu
preciso falar com você no corredor, por favor.

Eu vi a minha mãe sair da sala. O cabelo na parte de trás do meu


pescoço ficou de pé.

Meu pai nunca tinha pedido à minha mãe para sair da sala antes. Eu
não gostei da sensação que eu estava tendo, algo estava errado, muito
errado, porra.
Eu olhei novamente para Sherman cujos olhos ainda estavam fixos
nos meus. — Eles fizeram uma prisão dentro do departamento.

Eu podia ouvir minha mãe chorando no corredor. Algo me disse que


algo tinha acontecido com Christi.

Eu me levantei da cadeira e comecei a fazer o caminho para o


corredor.

Eu abri a porta e vi minha mãe fechar a porta da frente.

— O que diabos está acontecendo, pai?

Meu pai estava terminando um telefonema. Eu claramente o ouvi


dizer: — Cuide dela, McIntyre.

O olhar em seu rosto era de derrota e tristeza. Ele respirou fundo


antes de erguer os olhos para mim. — Patrick...
Matthew agora estava diante da porta, onde a minha mãe tinha acabado de sair. Seu rosto
estava pálido e sombrio. — Matthew, pelo olhar em seu rosto, eu sei que você ouviu. — Matthew
apenas assentiu e olhou para o chão. — Sim, Christi me ligou, ela me disse algumas
coisas. Principalmente, uma mensagem para dar a você. — Eu vi como seus olhos tristes passaram
do meu rosto, para o do meu pai, e de volta para mim.

— Ela está em trabalho de parto. Ela disse que você pode vir para ver o seu filho nascer,
mas...

Meu coração começou a bater descontrolado, Declan ainda não deveria nascer por algumas
semanas, esta poderia ser a razão pela qual ela foi ver o médico hoje? Teria o estresse de tudo isso
causado danos ao meu filho? Matthew fez aspas com os dedos... 'é melhor ele manter sua prostituta
em casa'.


Capítulo Nove

Christi estava prestes a ter o bebê, o pensamento girava mais e mais dentro da minha
cabeça. Toda esta situação fodida com Theresa teria que esperar. Eu precisava estar lá para
ambos. — Matthew, eu vou segui-lo até o hospital. — Minhas chaves já estavam na minha mão,
minha mente procurando a maneira mais rápida de chegar lá. — Na verdade, eu gostaria de ir com
você; contar o que eu sei sobre o que aconteceu. — Eu balancei a cabeça e fiz sinal para ele ir em
frente em direção a porta. Voltei-me para a minha família, que permaneceu atrás de mim, olhei
diretamente nos olhos de Sherman e dei minhas instruções. — Você acha aquela puta fodida e traga-
a até aqui! Eu vou lidar com ela uma vez que tiver a minha família de volta.

O hospital que Christi e eu tínhamos escolhido ficava a apenas quinze minutos de casa. Ela
até me fez fazer várias viagens de teste para ter certeza de que eu conseguiria chegar a tempo. Eu
sempre assumi que ela estaria no carro ao meu lado quando chegasse a hora.

— Ela ficou em um hotel até que sua bolsa rompeu algumas horas atrás. — A voz de
Matthew parecia irritada e cansada, eu podia entender. — ela me disse que tem a prova de que você
a enganou. Fodeu uma garota de quem ela ficou amiga. — Eu fechei os olhos brevemente e respirei
fundo. Minha explicação estava na ponta da minha língua, mas eu não pude falar nada, pois ele
continuou.

— Eu estava lá quando você fez o juramento, deu sua palavra a cada um que quisesse
ouvir. Eu te dei minha confiança. Eu fiquei do seu lado quando ela mesma tinha se convencido de que
não era boa o suficiente para você. Que ela não poderia ser o tipo de mulher que você precisava. Ela
disse que nunca iria fechar os olhos para o que você fizesse e eu jurei que ela não teria que fazer isso.
— Ele parou por um momento, a emoção em sua voz me fez engasgar. — Seu pai não terá para ser o
único a matá-lo. — Sua voz agora estava cheia de ódio. — Eu te mato!

O silêncio reinou no carro enquanto eu o deixava ter o seu momento. Tentei me colocar no
lugar dele, entregando a minha filha a um homem como eu. Conhecendo-me como eu me conhecia,
nunca teríamos chegado ao interior deste carro. Eu teria matado o bastardo por ferir a minha
menina. Quando estávamos a apenas alguns minutos de chegar ao hospital, eu o coloquei a par de
tudo o que tinha sido descoberto. Ele permaneceu em silêncio, olhando através do vidro, enquanto
os edifícios do centro de Chicago continuavam a passar por nós.

— Ela não vai ouvir. — Ele balançou a cabeça. — Ela está com a mente fixa em continuar
com raiva de você. Ela vai gritar e gritar com você, chamá-lo de tudo, exceto de bom homem.

Eu nem sequer olhei para ele enquanto entrava na garagem, estacionando com fluidez em
uma vaga do estacionamento. — Nada que vale a pena ter, se for fácil, você não me disse isso? — Eu
tirei as minhas chaves da ignição e joguei meus óculos de sol no console central. — Ela tem todo o
direito de ficar com raiva; sua amiga simplesmente a traiu, fazendo-a pensar que o homem a quem
ela deu seu coração e alma a jogou fora. Mas, no final do dia, eu quero estar aqui.

Eu odiava hospitais. Os sons e cheiros me lembravam muito dos dias que eu passei ao lado
da cama de Christi após o negócio do sequestro e implorar para ela voltar para mim. Agora, eu tinha
um novo acordo a fazer, um erro a ser corrigido. Eu segui Matthew confiante até o quarto que
continha o meu mundo inteiro. Christi era, acima de tudo, uma mulher inteligente, racional e crente
na verdade. Uma vez que todas as provas fossem apresentadas a ela, ela iria ficar louca por ter
duvidado de mim e então poderíamos voltar a ter uma união sólida.

Matthew bateu à porta fechada, abrindo-a ligeiramente e colocando a cabeça no vão —


Querida? — Sua voz estava doce e suplicante, fazendo com que os meus nervos retornassem.

— Será que você o encontrou? — O tom totalmente errado, recortado e cheio de ódio. — O
que ele fez com a puta dele? — Matthew olhou para trás na minha direção, os olhos de desculpas,
antes de abrir a porta para mim. Minha mãe estava ao lado da cama da minha esposa, com uma
colher de plástico na mão com o que parecia ser pedaços de gelo, com o rosto coberto de medo. —
Você! — Ela gritou, apontando um dedo em minha direção, seu acesse pendurado em no pulso. —
Pode ficar no canto e cale a boca! — Christi parecia cansada. O cabelo dela uma vez solto e brilhante
agora estava opaco e preso de forma bagunçada. Os olhos dela, que uma vez refletiam entusiasmo,
demonstravam nada além de dor e ressentimento. Havia uma área inchada marcando a pele perfeita
debaixo de seus olhos. Ela estava longe de ser a garota bonita e tranquila por quem eu era
loucamente apaixonado.

— Você não tem direito de dizer nada, nem uma única palavra.

Eu balancei a cabeça e sentei no canto que ela indicou. Eu faria o que ela quisesse; lhe daria
um pouco de tempo para se acalmar antes de eu tentar argumentar com ela. Antes que eu mostrasse
a ela as provas que tinha contra as besteiras que Theresa tinha vomitado.

Sentado numa banqueta de plástico, na pequena cela de prisão na qual minha esposa tinha
me colocado, eu dei uma olhada ao redor do quarto. Christi parecia confortável no momento. Minha
mãe estava agora falando com ela em voz baixa, contando história após a história para livrar sua
mente não só da dor que ela não tentava esconder, mas da terrível situação em que nos
encontrávamos. A pulsação soava no aparelho, tomando conta do quarto. A pulsação do meu filho
para ser exato. Eu me agarrei a esse som, o farfalhar do movimento, enquanto tentava percorrer seu
caminho para este mundo. Sua aparição iminente fez tudo isso parece tão pequeno, tão
pequeno. Quando esta coisa é uma verdade que ouvi finalmente, eu teria certeza de que ninguém
poderia danificar a minha família assim, nunca mais.

A tensão no quarto estava tão espessa que você quase podia vê-la. O médico de Christi veio
e verificou sua progressão. Eu tentei permanecer sentado calmamente e dar-lhe o espaço que ela
precisava. Ela estava com raiva o suficiente e poderia ter me jogado para fora do quarto, me
impedindo de ver o nascimento de Declan. Eu iria permanecer sentado aqui, como ela me mandou e
faria qualquer coisa que ela precisasse, e quando essa coisa toda acabasse, eu iria aproveitar a minha
família em casa.

— Você tem alguma ideia de como é embaraçoso ter que admitir que eu tinha razão de
acreditar que fui exposta a doenças sexualmente transmissíveis?

Eu olhei para a minha mãe, que estava lendo uma revista em silêncio em sua cadeira. Ela
balançou a cabeça, me avisando para permanecer em silêncio.

— Ter que comprar roupas novas porque você tem vergonha das que você entrou na
loja? Ter que ficar em um hotel porque sua casa não é sua mais? — Foi breve, mas sua voz falhou
enquanto ela confessava como passou o dia longe de mim. — Intencionalmente jogar uma joia no
lixo porque você não pode suportar a mentira que ela representa?

Eu tinha atingido o meu limite, ouvindo-a desmoronar e observando o seu corpo minúsculo
exaustão. Apenas quando eu estava prestes a acabar com isto, ela gritou e abraçou a barriga. Minha
mãe se colocou ao seu lado, encorajando e dizendo que iria ficar tudo bem. Matthew tinha saído do
quarto, decidindo permanecer na área de espera, longe da zona de batalha.

— Christi, você precisa respirar, muito. — Minha mãe tomou sua mão entre as dela. — Ficar
assim estressada e chateada não fará esse bebê nascer mais rápido. — Christi continuou a se
contorcer de dor. Eu estava além da minha capacidade de testemunhar e não fazer nada sobre, então
eu corri do quarto e chamei a atenção de uma das enfermeiras no postinho.

Christi estava em silêncio se balançando para frente e para trás, sentindo mais dor do que
eu pensava que ela poderia aguentar. A enfermeira tentou passar confiança e pegou um par de luvas
de uma gaveta, puxou o lençol que cobria a metade inferior da minha esposa, e começou a examiná-
la. Com uma mão segurando a perna levantada de Christi, o rosto carregado de expressões
conflitantes, ela retirou a mão, colocando novamente o lençol no lugar.

— Bem, Senhora Malloy, é hora de dar a esse pequeno uma data de aniversário.

Um turbilhão de atividade começou no segundo em que a enfermeira deixou o quarto. Em


primeiro lugar, a cama de Christi foi convertida em uma cadeira que parecia pertencer ao
consultório de um dentista, em vez de um quarto de hospital. A enfermeira que fez o exame um
segundo atrás, voltou com uma equipe de pessoas. Eles trouxeram um grande carrinho que continha
uma infinidade de ferramentas e equipamentos embrulhados em tecido azul. A médica de Christi
apareceu vestindo uma espécie de avental sobre seu vestuário e óculos de plástico no rosto. Outra
enfermeira trouxe o que parecia ser um pequeno berço; ele tinha luz na parte superior e monitores
nos lados. Eu estava em êxtase com a forma como eles trabalharam tão fluida juntos. A médica de
Christi que agora estava sentada em uma cadeira entre as pernas de Christi, a envolveu no mesmo
material azul que cobria as ferramentas na bandeja e uma enfermeira insistiu que eu colocasse o
mesmo avental que todo mundo estava usando.

— Patrick, — gritou Christi. Eu não hesitei em atravessar o cômodo e ficar ao seu lado. Ela
estendeu a mão e agarrou a minha, apertando até cortar o fluxo de sangue para os meus dedos. Foi
então que eu notei que ela não estava usando mais seus anéis de casamento. Eu considerei que era
por causa de onde ela e o que não porque ela queria terminar com o nosso casamento.

— Você pode... — Eu comecei, mas parei quando ela olhou para mim.

Os médicos e enfermeiras começaram a treiná-la a empurrar e contar até dez, e isso


continuou uma e outra vez. Eu fiquei em silêncio, apenas segurando a mão dela, deixando-a me
causar dor, tanto quanto podia. Eu iria aguentar qualquer coisa. Gostaria de limitar o que ela estava a
apenas dor física e livrá-la daquela angústia mental que ela estava passando.

Eu perdi a conta de quantas vezes Christi ficou com o rosto vermelho, enquanto lutava para
empurrar. Eu fiz a única coisa que ela me deixou, segurei sua mão e fiquei quieto. Às três e dezessete,
Christi empurrou pela última vez e o meu filho veio ao mundo. Sua pele estava revestida de um
material parecido com queijo, que a médica limpou em um movimento rápido. Ela me entregou uma
tesoura para cortar o cordão umbilical, libertando-o da sua ligação com sua mãe. Outra enfermeira o
levou para o berço de plástico com as luzes. Eu me inclinei para dar a minha esposa um beijo, dizer a
ela que ela tinha conseguido e que eu a amava, e lhe agradecer por compartilhar este momento
comigo. Mas seus olhos estavam fixos no nosso filho e logo que ela percebeu o que eu estava fazendo,
ela puxou sua mão para longe de mim, me atirando um olhar mortal mais uma vez.

Eu não tinha nenhuma das provas aqui comigo, nada de concreto para mostrar-lhe que
tudo isso tinha sido apenas um pesadelo fodido. Afastei-me da cama e me aproximei o máximo
possível do meu filho. Eu assisti com um olhar de proteção, como eles o banhavam, seus gritos
durante o exame, um sinal claro de que ele não estava feliz com a atenção que atualmente estava
recebendo. Eu queria pegá-lo e aconchegá-lo solidamente nos meus braços. Eu queria levá-lo para
sua mãe para ela dar-lhe o tipo de afeto que só uma mãe poderia trazer. Mas eu sabia que essa coisa
toda era para seu próprio bem, assim como a medicação que a enfermeira que a colocação em seus
pequenos olhos e a injeção ela perguntou a Christi mais cedo. Era para protegê-lo dos perigos
externos. Lembrei-me que era o meu trabalho proteger sua mãe e eu falhei com ela, duas vezes
agora. Eu girei o meu anel de Claddagh e jurei a mim mesmo que não haveria uma terceira.

— Senhor Malloy, gostaria de segurar o seu filho?

A enfermeira que entregou Declan para mim tornou-se sem rosto. Eu já não sabia dizer se
era do sexo masculino ou feminino, que tipo de carro dirigia ou se tinha uma família também. Mas
neste instante, essa pessoa estava segurando o exemplo vivo do amor que sua mãe e eu dividimos –
o meu filho, meu primogênito.

Com as mãos trêmulas e adrenalina suficiente para matar um cavalo, eu o peguei, sendo
especialmente cuidadoso ao proteger a cabeça e mantendo o corpinho em linha reta. Seu cabelo
castanho escuro e narizinho eram como os de sua mãe, mas seus lábios e a forma de seus olhos eram
todinhos meus. Eu o segurei de forma segura em meus braços, pronto para prometer-lhe o mundo,
dar-lhe todo o luxo que eu pudesse conseguir, pedir emprestado ou roubar. Eu estava
completamente apaixonado por esta pequena criatura e eu mataria qualquer um que tentasse feri-lo.

O tempo era um inimigo, um ladrão que roubaria todo o tempo que eu teria para mantê-lo
comigo. Sua mãe iria exigi-lo em breve, e como ela poderia não fazer isso? Eu a conhecia muito bem,
o presente que ela havia me atribuído permitindo que eu presenciasse o nascimento do meu filho
iria embora e ela iria me pedir para sair. Foi o nosso filho que decidiu o momento, ele começou a
mexer e eu sabia que precisava entregá-lo a Christi. Não ajudou em nada a reprimir o desejo que eu
tinha que rastejar na cama atrás dela e envolver os dois em meus braços, desafiando qualquer filho
da puta a levá-los de mim. Mas seu choro aumentou e eu sabia que meu tempo tinha
expirado. Entregá-lo a sua mãe foi fácil, natural, mas ficar sem ele quase me matou.

— Eu amo você, Declan. — Eu beijei a testa dele e em seguida me afastei lentamente. —


Seja bom para a sua mãe.

Eu não conseguia olhar para Christi; Eu sabia que ela teria o mesmo olhar de desgosto que
tinha na última vez que fiz contato visual com ela. Meu coração não aguentaria isso agora. Então eu
saí sem uma palavra. Eu fiquei de costas para a parede do lado de fora do quarto. Eu podia ouvi-la
acomodar o bebê e eu imaginei por um momento que eu estava ali deitado ao lado dela, beijando seu
rosto, enquanto ela tocava o rostinho dele. Fingi que estávamos felizes e ela feliz por ser minha
esposa.

Eu não percebi minha mãe de pé ao meu lado. Quando abri meus olhos, abri os braços e caí
em seu abraço. Nenhuma palavra foi trocada, mas apenas como Declan, eu precisava da minha mãe.

— Eles irão trocá-la de quarto em breve, — Minha mãe sussurrou no meu ouvido. — Deixe-
me ir ver a nossa família que está aqui e vamos falar com ela como um todo.

Eu não podia discutir com ela; eu não tinha muita escolha. Eu balancei a cabeça em acordo
silencioso.

— Ligue para a florista e mande-a decorar o quarto. Eu vou chamar o seu pai e mandá-lo
trazer o que nós sabemos.

Ela beijou meu rosto e me garantiu que tudo ficaria bem. Eu acreditei nela, sua sabedoria e
força me impediram de fazer o que eu deveria fazer. Com sua garantia, eu quase me senti como se as
nuvens estivessem se dissipando e o sol voltando a brilhar. No entanto, as palavras que ouvi vindas
da minha esposa fizeram o céu se abrir e a chuva derramar.

— Gretchen, Declan nasceu cerca de uma hora atrás. Como podemos fazê-lo receber os
papéis do divórcio?


Capítulo Dez

Eu senti a raiva fervendo dentro do meu peito. Ela estava pronta para jogar tudo fora
depois de ouvir apenas um lado da história. Christi era um membro dessa família e, mais importante,
a mãe do meu filho recém nascido. Ela tinha perdido a mente maldita se pensava por uma porra de
segundo que eu iria deixá-la ir embora sem lutar.

Olhei ao redor da sala; eu precisava de reforços para o que precisava acontecer. Christi
podia não querer me ouvir, mas eu tinha algumas pessoas próximas que iriam fazê-la ouvir. Sem
nenhum plano real sobre como fazer isso acontecer sem o uso de violência, era território estranho
para mim. Dê-me uma arma e eu poderia fazer qualquer um dizer-me o que eu queria saber, mas
quando se tratava dessa bela mulher, que guardava as minhas bolas na bolsa nela... ela nem sequer
me olhou nos olhos, muito menos derramou suas entranhas. Eu precisava esfriar a cabeça e pensar
antes de fazê-la me ouvir.

Eu peguei meu telefone e enviei uma mensagem para os meus homens para me encontrar
com as provas que tínhamos, e outra para as pessoas que eu sabia que não poderiam me
ignorar. Minhas mensagens foram respondidas, eles estavam a caminho e me encontrariam no
estacionamento, já que tinham novas informações. Eu não gostei da ideia de deixar o andar; eu não
estava convencido de que Christi não iria fugir com Declan na primeira chance que tivesse. No
entanto, após a longa noite que ela tinha tido e os acontecimentos do dia, eu sabia que ela precisava
dormir. Eu não estava disposto a ir para casa sem Christi. Uma casa sem vida, ou o riso dela, não era
uma escolha para mim.

As coisas não tinham mudado muito desde que eu saí da casa dos meus pais hoje cedo. A
entrada tinha um cheiro suave do produto de limpeza que a empresa do serviço de limpeza
utilizava. A televisão no escritório do meu pai poderia tranquilamente ser ouvida, a âncora noticiário
da noite contando os acontecimentos do dia, com um sorriso em seu rosto enquanto ela
compartilhava a desgraça e tristeza do mundo que nos rodeia.

Se eu pudesse obter algumas horas de sono e um banho quente, eu sabia que poderia
pensar em uma maneira de resolver essa confusão com Christi. Minha mãe arrumou tudo no
banheiro do quarto de hóspedes que tinha uma ducha com jatos surpreendentes alinhados com o
seu corpo. Eu ajustei o jato de água quente em mim a partir de três direções, fechei os olhos e deixei
a ação me acalmar. Enquanto eu passava a toalha pelo meu cabelo, o ronco do meu estômago
recordou-me que eu o tinha negligenciado por muito tempo. Eu não estava totalmente certo de
quando foi a última vez que eu comi. Nunca houve perguntas se havia comida pronta em casa. Minha
mãe vivia para nos empanturrar a tinha sempre as portas abertas. Eu realmente não queria falar
com ninguém, não até que eu tivesse uma ideia firme do que fazer sobre esta situação – sobre como
colocar todos de volta sob o mesmo teto. Desta vez, quando passei escritório do meu pai, a porta
estava fechada e eu assumi que os meus pais tinham ido para a cama. No centro da ilha da cozinha da
minha mãe havia um prato de bolo ainda quente com um copo enorme de leite gelado ao lado
dele. Eu quase não senti o gosto dão bolo enquanto o enfiava às pressas em minha boca, meu corpo
agindo por vontade própria e necessidade de reabastecimento.

Quando voltei, a porta do escritório do meu pai estava novamente aberta e eu podia ouvir
os sons do meu pai e de Sherman falando. Eu estava prestes a entrar, quando ouvi o meu pai
claramente falar de uma chamada para McIntyre, o nosso advogado da família. Eu não gostei do tom
de sua voz, a urgência e, infelizmente, a fadiga.
— Diga-me o que está acontecendo, — eu exigi, entrando de assalto na sala. — O que
McIntyre quer? — Receber um telefonema do advogado da família nunca é uma coisa boa, ainda
mais com toda essa porcaria acontecendo com Christi.

— Devagar, Patrick, — O meu pai advertiu com a postura cautelosa. — McIntyre ligou para
me dizer que ele recebeu uma chamada interessante de um tal Inspector Beliogini.

Eu dei-lhe um olhar interrogativo enquanto ele se sentava e me incentivava a fazer o


mesmo. — Parece que Mia Montgomery está cantando como um canário em sua cela de prisão
italiana. — Eu fechei os olhos e me acomodei na cadeira de couro. Será que esse pesadelo nunca irá
acabar? — Ela tinha muito a dizer sobre uma — amiga — Com quem ela terminou recentemente um
relacionamento. — Esta foi a primeira vez que eu via o meu pai usando aspas no ar enquanto falava.
De Acordo com Mia, Theresa Johnson, foi sua namorada.

Eu olhei para o meu pai; seu rosto tinha o início de um sorriso.

— Você está dizendo...? — O sorriso se formou no meu rosto, não importa o quanto eu
tentei lutar contra isso.

— Sim, Filho, Mia disse que ela é lésbica.

Um desejo muito grande de dar uma risada surgiu e a plateia se juntou a mim. Eu conseguia
me lembrar de Eileen tentando juntar nós dois várias vezes ao longo dos anos. O quanto ela tinha
trabalhado para nos ver juntos. Se eu tivesse passado algum tempo real com ela, eu poderia ter sido
capaz de notar esse novo detalhe, proteger um monte de pessoas de uma vida de sofrimento.

— Ela disse a Beliogini que elas se conheceram há alguns anos atrás. Eileen descobriu e
disse a Mia que Theresa seria o cúmplice perfeito para seu plano sair do papel.

Eu estava completamente acordado agora. O desejo de saber de tudo se alastrou dentro de


mim, colocando-me mais fortemente em foco.

— Como? Quero dizer, eu nunca a vi antes da festa na minha casa, — eu disse, quebrando a
cabeça, tentando descobrir onde eu a tinha visto antes.

— Oh, mas nós vimos, — ele respondeu. Suas palavras assumiram um caráter cheio de
diversão.

— Quando, pai? Quando eu a vi? — Meu tom era de incredulidade, porque, sinceramente,
eu não conseguia me lembrar de ter visto aquela mulher em outra ocasião.

O meu pai relaxou em sua cadeira e tomou um gole de sua bebida. — Lembra-se do carro
que levou Morgan para o casamento?

Meus olhos se arregalaram. Eu tinha esquecido totalmente do motorista misterioso daquele


dia. Eu fiquei tão excitado pelo modo que Christi assumiu o comando, mostrando a todos ao seu
redor o quanto ela era segura de si mesma. Ela mostrou que estava mais do que pronta para entrar
nesta família e mostrou ao mundo exatamente o tipo de mulher forte ela era por dentro.

— Era Theresa Johnson? — Eu perguntei.

— Mia disse que ela dirigiu o carro do aeroporto até a igreja e, em seguida, para um velho
armazém onde Morgan foi morta.
Meu pai e eu olhamos um para o outro por alguns minutos. As peças do quebra-cabeça
começaram a se encaixar. Cada detalhe trazia a grande figura mais em foco.

— Mas por que ela continuou? Quero dizer, Eileen está morta e Mia breve estará. Não
haveria nenhum dinheiro vindo dela.

— É aí que a história sofre uma pequena torção, — Meu pai disse, quando ele se levantou e
atravessou a sala. Ele pegou um copo do aparador que guardava muitos copos e doces. — Parece que
McIntyre recebeu um telefonema dos federais.

Eu sabia desde cedo que Sherman tinha alguma informação que ele não tinha sido capaz de
me dar.

— Eles prenderam Alex Houston. Ele é um novato que começou com o departamento a
cerca de um ano atrás. Ele estava do lado de fora da igreja durante o casamento de Books e decidiu
seguir o carro que Theresa dirigia. Ele descobriu o que ela o que iria fazer, mas ela conseguiu
enganá-lo, fazê-lo acreditar que estava sendo forçada a fazer aquilo.

— Ele a levou para sua casa e ela lentamente o convenceu de que ela tinha se apaixonado
por ele. Ele pensou que estava construindo um futuro com ela, mas ela só o estava usando para obter
as informações que precisava de nós. Ela lhe disse que estava grávida dele e que eles precisavam de
dinheiro para comprar uma casa para aumentar a sua família. Ele pensou que se conseguisse
construir um grande caso contra a nossa família, iria conseguir uma promoção e, em seguida, ele
poderia comprar uma casa para eles.

— Então, ele começou a fazer as coisas por conta própria, sem se importar com as regras do
departamento. Ele cometeu muitos erros e o departamento descobriu o que ele estava
fazendo. Quando eles o prenderam, Theresa riu na cara dele e disse-lhe que mentiu sobre tudo,
incluindo sobre estar grávida. Aparentemente, durante suas conversas de travesseiro, Alex
derramou segredos demais dos federais e agora ela é considerada uma enorme responsabilidade
deles. Eles estão pedindo a nossa ajuda para colocá-la atrás das grades por um longo tempo. Eles
querem as fitas de vídeo que temos.

Sherman e Caleb estavam sentados no canto, em silêncio até este ponto. Sherman deu uma
olhada para mim e se levantou.

— Patrick, eu sei quem está por trás disso. Eu juro que nós vamos fazer a verdade chegar a
Christi. Você só precisa estar pronto para receber a sua esposa e bebê em casa.

Eu continuei olhando para o rosto do meu pai.

— O preservativo pertencia a Alex Houston, não é...? — Todo mundo sabia que aquilo era
mais uma afirmação do que uma pergunta. — Eu ainda não entendo porque Theresa permaneceu no
jogo.

— Eu acho que eu posso ajudar com essa, — Caleb anunciou. — Uma vez que Theresa
descobriu que Eileen estava morta e Mia na prisão, ela decidiu que poderia ainda colocar as mãos em
algum dinheiro. Ela usou o computador que Alex usava para invadir o nosso sistema e roubar a fita
de vídeo que ela usou para enganar os monitores. Ela tinha planejado chantagear Patrick com o
vídeo da calcinha escondida. Christi infelizmente escolheu o dia errado para limpar o armário.

Eu voltei minha atenção para Caleb. — Como sabemos que esse era o plano dela?
Caleb riu quando me olhou diretamente nos olhos. — Porque, Tonto foi até o apartamento
dela com Angus e deu-lhe algum medicamento que fez com que a pequena Theresa se tornasse muito
sincera.

— Onde está a cadela agora? — Eu exigi.

— Bem aqui, chefe, — Angus anunciou, enquanto empurrava Theresa amarrada e


amordaçada através da porta.

Seu cabelo estava uma bagunça emaranhada e seus olhos estavam negros da maquiagem
escorrida, mas ela parecia ilesa. Meus rapazes nunca fariam mal a uma mulher, se não fossem
obrigados.

Theresa tropeçou e, em seguida, caiu no tapete. Ela caiu de lado próxima a mesa de café.

— Façam-na sentar e tirem a mordaça, — eu pedi. — Eu quero falar com ela.

Tonto se estendeu na cadeira e arrancou a fita adesiva de sua boca. Eu tomei a cadeira e
levei até a mesa, me colocando diretamente na frente dela. Eu não disse nada enquanto encarava os
olhos dela. Observei-a enquanto ela soluçava e se contorcia. Ela não disse uma palavra. Ninguém
disse uma palavra. O único barulho na sala era o clicar do relógio de pêndulo no corredor. O silêncio
foi interrompido pelo soar de todos os telefones celulares na sala. Eu ignorei e continuei a olhar para
ela.

Ela era a razão da minha vida ter sido abalada. Ela foi o motivo da minha esposa pensar que
eu já não a queria. Torci minha aliança de casamento enquanto continuava a atirar punhais com os
olhos para ela.

Eu continuei a assistir Theresa desmoronar. Ela sabia o que a esperava, e sabia que iria
morrer logo, mas ela não disse nada. Isso só me irritou ainda mais.

— Meu filho nasceu hoje. — Eu escolhi minhas palavras com cuidado. — Ele é o bebê mais
lindo que eu já vi.

As lágrimas escorreram e seu corpo inteiro tremeu ainda mais. Eu desejei que Christi
pudesse ver isso; minha esposa poderia dar a ela tudo o que ela merecia pelo mal que tinha feito a
esta família.

— Você tirou uma coisa de mim que eu nunca vou ter de volta. — Theresa começou a
sacudir a cabeça de um lado para o outro. — Meu filho nasceu prematuro e minha linda esposa
pensa que eu fui infiel por causa das suas mentiras.

— E... eu...

— Eu lhe dei a porra da permissão para falar comigo? Você abriu sua boca maldita muitas
vezes quando se trata de mim! — Eu gritei para ela. Seu corpo começou a tremer de medo enquanto
os soluços ficavam mais altos. — Tirem esse pedaço de merda da minha frente! — Eu joguei meu
telefone nela.

— Patrick, — a voz suave da minha mãe foi ouvida.

Eu me virei e fiquei cara a cara com quase a família inteira. Ammo estava na frente de
Muscle e uma Amex muito grávida estava segurando as mãos de Sherman e de Caleb. No entanto, o
rosto de Smiles foi aquele que me chamou a atenção. — Ela nunca saiu do meu lado quando Abby
nasceu. — Eu atravessei a sala e peguei Smiles para um abraço apertado. — É suposto ser um
momento mágico, ter seu primeiro bebê.

— Theresa tomou isso dela, — Eu falei no ouvido dela.

— Ela tomou de você também, — Smiles respondeu.

— Eu sei... eu sei.

— Nós estamos prontos para recuperá-la, levá-la a ouvir a razão, — Smiles assegurou-me,
acariciando meu rosto. — Ela pode não ouvi-lo, mas ela irá me ouvir.

Um pouco mais tarde todos saíram. Eu tinha encontrado uma cadeira no pátio me joguei
nela, quieto e sozinho. Eu fiquei sentado lá por horas e pensei em tudo o que tinha acontecido. Eu
repassei as memórias de quando conheci a minha Christi, ficando loucamente apaixonado por ela,
quando a levei para minha cama pela primeira vez, dançando com ela, acordando com ela, pedindo-
lhe perdão... assistindo meu filho nascer.

Eu ouvi a porta do pátio se abrir e senti o aroma do perfume da minha mãe. Senti a mão
quente no meu ombro enquanto ela caminhava em volta da cadeira.

— Ela acreditou tão facilmente numa mentira, mãe.

— Eu sei, querido.

— Depois de todas as vezes que eu disse a ela o quanto eu a amo, que eu nunca seria infiel,
ela acredita na porra de uma mentira.

Minha mãe colocou a mão quente no meu joelho. Eu sabia que suas palavras de sabedoria
estavam prestes a fazer a dor ir embora, como ela fazia quando eu era um garotinho, caía e ralava
meus joelhos, ela chegava e tornava tudo mais fácil.

— Você tem uma grande escolha a fazer. Você pode focar no negativo disso tudo ou pode se
alegrar de saber que ela está segura e que ele é saudável.

Eu sabia que ela estava certa. Uma vez que Christi ouvisse a verdade, ela iria me pedir
desculpas e prometer fazer de tudo para que eu esquecesse esse episódio maldito. Eu sabia, mas não
era o que eu queria.

— Eu preciso ver o meu filho, — Eu falei, me levantando da cadeira para subir as escadas
para tomar um banho.

Ontem à noite quando Smiles tinha compartilhado seu plano, eu queria beijá-la. Na verdade,
não foi exatamente o que eu fiz com o seu rosto, mas eu ainda a beijei. O plano era tão
simples. Christi não queria nada comigo ou com qualquer membro masculino da família, mas ela
nunca poderia se recusar a ver sua irmã, ou minha. Ammo iria junto como a força bruta para ficar de
olho na situação. As mulheres iriam entrar no quarto dela, enquanto eu esperava, não tão
pacientemente do lado de fora, escutando para a minha deixa para entrar. Com minhas costas
pressionadas no mesmo local em que encontrei na noite passada, eu fechei os olhos e orei para este
plano funcionar.

— Sabe quando você fica olhando para a vitrine de uma loja de animais e você vê todos os
filhotes de cachorro bonitos e fofinhos brincando um com o outro, então você leva um para casa só
para que ele mije no chão e mastigue o seu melhor par de saltos?
As meninas entraram no quarto em uma frente unida. Eu ouvi com cuidado quando a minha
mãe se colocou ao meu lado. Eu poderia apenas imaginá-las em pé com os braços cruzados e olhando
para Christi; de alguma forma eu sabia que ela estaria sentada incandescente naquele quarto de
hospital.

— Eu digo para levarmos o bebê e deixar sua mãe se espojar no buraco que ela cavou para
si mesma, — Amex sugeriu.

— Não, Patrick nos mataria por isso. No entanto, ela vai ficar nos devendo muito depois
disso — Smiles disse, sua voz continha uma atitude que apenas uma irmã que tinha o poder de
chutar o seu traseiro poderia carregar.

— Você não revire os olhos para mim, Christi! — Eu sorri com o latido que soou de
repente. Ajustei minha posição, lutando para não rir alto.

Eu podia ouvir seus saltos clicando enquanto elas se moviam ao redor do quarto,
certamente aproximando-se da cama de Christi.

— Dê o meu sobrinho para mim, — Amex exigiu.

— Oh, Sis, o que eu vou fazer com você?

Eu sabia que os sons de soluços que eu ouvi eram da minha esposa. Eu tive que segurar
fisicamente a parede para não entrar correndo lá e abraçá-la.

— Não se preocupe; você tem a nós e nós vamos ajudá-la a corrigir isso, — Ammo
instruiu. Sua voz saiu abafada; ela deveria estar abraçando Christi chorando. Eu podia ouvir Declan
começar a ficar agitado e eu ansiei poder acalmá-lo.

— Christi, eu juro por Deus, eu te amo como mais ninguém, mas isso está além da crença. Se
você não tivesse acabado de dar à luz ao bebê mais lindo, eu chutaria totalmente a sua bunda magra.
— Ammo falou alto e claro. Eu ouvi os sons de soluços que eu não poderia atribuir com certeza, mas
assumindo a que pertenciam a Christi.

— Eu sabia que vocês dois fariam lindos bebês, mas ele é mais perfeito do que eu
imaginava. Ele se parece exatamente com Patrick, — Amex disse, com admiração na voz.

Os sons de choro recomeçaram.

— Bem, estou certa de que ele e Theresa terão...

A voz de Christi saiu cortada, ela estava chorando, eu tive certeza absoluta. Estava me
matando ter que ficar aqui contra esta parede e não fazer nada.

— Oh, meu Deus, porra! — Exclamou Ammo.

— Allyson, olha a linguagem, — Smiles a corrigiu.

— Desculpe, Declan, mas se acostume com a palavra, foi seu pai que a inventou, — Ammo
retrucou.

— Eu não posso acreditar que você apenas o deixou assim. — Ammo a repreendeu. Eu
tinha visto a sua atitude sobre as mulheres que olhavam para Muscles uma vez ou duas, ela quebrou
alguns narizes em seus primeiros dias.
— Oh, não, não venha você! Ele me deixou. Ele escolheu aquela puta à sua esposa e bebê! —
Christi atirou de volta.

— Você está falando sério? Você honestamente acredita na palavra daquela prostituta e não
na do seu próprio marido? — Foi minha irmã desta vez, fazendo a mesma pergunta que eu tinha me
feito repetidamente nos últimos dois dias.

— Ugh, — gemeu Christi.

— Christi? — A voz de Smiles estava cheia de preocupação.

— Eu estou bem, — Christi assegurou, sua voz estava frágil e fraca.

— Não, você não está bem, Christi. Você perdeu totalmente a porra da cabeça se pensou por
um segundo que ele fodeu com Theresa — Smiles continuou. Christi não teria escolha a não ser
ouvir. Este era o plano que tínhamos discutido. Eu me inclinei para trás de novo, escutando. Eu sabia
que Smiles usaria o cartão de irmã, Christi não teria nenhuma defesa contra ele.

— Não, você se senta e me escute! — Smiles gritou. — Eu conheço você. Você sempre foi a
mais forte de nós duas. Você sempre me disse para não aturar a merda de ninguém. Mas o que você
fez com aquele homem, e com esse garotinho, é além de cruel.

— Saia, — Christi falou com veemência. — Junte as suas merdas e dê o fora!

— Cale a boca, Christi! Eu vou sair depois de você ter escutado tudo o que tenho a dizer.

— Patrick não tem feito nada além de adorar o chão fodido que você pisa desde o dia em
que casou com você. Como diabos você pode simplesmente jogar tudo fora por causa das palavras de
uma cadela traidora mentirosa, está além de mim!

Eu podia ouvir o movimento novamente. Smiles tinha levado uma bolsa preta com ela; ela
continha cópias de tudo o que tínhamos contra Theresa. A batida forte de uma mão contra uma mesa
seguida pelo farfalhar de papéis... e então silêncio, completo e tortuoso.

Eu esperei com a respiração presa e algumas Ave-Marias recitadas silenciosamente na


minha cabeça. Era isso, ou ela olhava as provas e jogava tudo fora ou desenterrava a cabeça de sua
própria bunda e acreditava... em nós.

— Oh, meu Deus! Eu pedi o divórcio por causa de uma mentira.

O quarto se encheu de riso, meu rosto se contorceu em confusão, porque eu não achei nada
disso engraçado.

— Bem, você quase pediu o divórcio. Sorte sua que eu conheço a filha de McIntyre há vários
anos. Ela me ligou um segundo depois que você ligou para ela pedindo apresentação dos
documentos.

— Ela nunca sequer entrou com o pedido. Mas essa é a menor das suas preocupações, —
Amex falou.

— Eu preciso ligar para o meu pai. — Eu estava prestes a entrar no quarto e colocar um fim
em toda essa bobagem.

O barulho de tapa me parou. Eu não sei se elas bateram nela ou não, eu só sabia que eu
precisava chegar lá e rápido.

— Não, você precisa chamar o seu marido! — Smiles falou, sua voz com raiva de novo.

— Realmente, Shannon? Chamar o homem que, como vocês três só me faz lembrar, eu
joguei fora? Você acha que ele simplesmente irá valsar para dentro desse quarto e jogar seus braços
em volta de mim e a vida vai ser do jeito que o que antes?

Eu podia ouvir Declan começando a se agitar de novo, o farfalhar de cobertores e, em


seguida, — Como você sabe, Christi? — Questionou Ammo.

— Nós sabemos o que ele vai fazer, Allyson.

— Escute, a última vez que vi Patrick, ele estava arrancando os cabelos e tentando
descobrir como fazê-la ouvi-lo.

Era hora da minha mãe se juntar a elas. Com um beijo na minha bochecha, ela entrou no
quarto. Ela daria uma olhada na condição de Christi e, em seguida, me daria a deixa para entrar.

— Bom dia, minhas queridas. Oh, Deus, o que é isso? — Ela perguntou.

— Ei, mãe, — Ammo falou enquanto beijava sua bochecha.

— Nada demais, apenas abrindo os olhos da minha irmã, — disse Smiles, sua voz, pelo
menos, parecia feliz.

— Ah, e você gostou do que viu Christi?

Eu não conseguia falar. Eu só prendi a respiração enquanto esperava a minha mãe dizer a
palavra mágica. Para me avisar que ela sentiu que tudo estava bem o suficiente para eu entrar e
corrigir isso; para reivindicar a minha família novamente.

— Christi, deixe-me segurar Declan antes de você machucá-lo. — Independentemente do


que minha mãe disse, Christi nunca faria mal ao nosso filho.

— Bom dia, meu bebê doce, — ela balbuciou. — Christi, você não respondeu a minha
pergunta, — Minha mãe falou, ao som da fita da fralda sendo puxada. Ela deveria estar trocando-o,
algo que eu estava ansioso para fazer.

— Não, Nora... Eu não gostei do que vi. — A voz de Christi pareceu drenada, ela estava
cansada e ferida. Algo que eu poderia consertar em um instante.

— Nem Patrick quando a viu essa imagem. — Eu fechei meus olhos enquanto imaginava
Christi olhando para a imagem de Theresa no quarto do nosso filho.

— O que ele disse? — Sua voz soou abafada, como se tivesse algo parecido com um
travesseiro sobre ela.

— Bem, por que você não pergunta a ele? Ele está esperando no corredor.


Capítulo Onze

A visão diante de mim ficaria para sempre gravada na minha


memória. Minha mãe segurando o meu filho, com amor arrulhando para
ele. Smiles estava no canto do quarto, a raiva escrita em seu rosto,
enquanto uma lágrima solitária escorria por ele. Amex e Ammo estavam
examinando os presentes espalhados pelos cantos do quarto. Finalmente,
eu vi Christi sentada no meio da cama do hospital, seu cabelo uma bagunça
desgrenhada, os olhos estavam e inchados com as bordas
vermelhas. Estava claro que ela havia chorado; seus olhos baixaram
imediatamente quando ela me viu, como se ela estivesse com vergonha.

— Bem, olá, papai.


Minha mãe continuou a balançar o meu filho enquanto caminhava
até mim. Eu estendi meus braços enquanto ela colocava o pacotinho quente
em minhas mãos. No instante em que o atraí para o meu peito, meu
propósito na vida mudou. Eu podia sentir a energia que ressoava com
ele. Ele era um produto do amor infinito que Christi e eu
compartilhávamos. Ele era um milagre e eu iria protegê-lo até o meu último
suspiro. Eu lhe daria o mundo. Eu seria o exemplo do homem que ele
precisava crescer para ser.

— Eu vou deixar vocês dois sozinhos, — Minha mãe sussurrou em


meu ouvido enquanto gentilmente beijava a minha bochecha.

Era como se ninguém mais importasse para mim no mundo. Corri


meus olhos para cima e para baixo em seu rosto perfeito. Eu nunca me
cansaria de olhar para ele. A quantidade infinita absoluta de amor que eu
tinha por ele me consumiu, ameaçando a assumir a minha alma.
— Olá, homenzinho, — eu sussurrei quando ele começou a se mexer
e se esticar. Eu tive que rir das expressões que ele tinha quando levantou os
braços minúsculos ao lado de sua cabeça. — É o seu pai novamente. — Eu
coloquei beijos suaves em sua testa e bochechas. — Você não tem ideia do
quanto eu senti sua falta.

Eu fechei os olhos e trouxe a cabecinha dele para meu queixo. Eu


inalei seu perfume inebriante de bebê e de repente tudo estava bem com o
mundo. Eu suavemente disse a ele iria ensiná-lo a jogar futebol e como usar
seu charme Malloy para conquistar todas as garotas. Como seus avós
estavam esperando para mimá-lo até não poder mais. Como eu sempre
estaria por perto, como meu pai tinha estado para mim. Eu disse a ele
muitas coisas. E eu jurei que faria de tudo ao meu alcance para dar-lhe tudo
o que ele precisasse, começando com uma mãe feliz.

Eu iria lhe dar o exemplo. Sim, eu era um Chefe da Máfia, mas isso
não significava que eu não poderia ensinar-lhe os valores fundamentais de
ser um bom homem, um bom marido e pai. Esse era meu trabalho e iria
começar hoje.

Declan começou a resmungar e sugar o punho, e eu suspeitei que ele


poderia estar com fome. Foi confirmado quando olhei para cima e vi como
Christi abriu sua camisola de hospital e sutiã. A visão dela me tirou o
fôlego. Ela sempre foi bonita, mas hoje, mesmo claramente triste e cansada
ainda era a garota mais bonita no meu mundo.

Eu beijei cabecinha de Declan e o entreguei à sua mãe. Você teria


pensado que Christi tinha amamentado a vida toda e não por um mero dia.

Sentei-me ao lado dela e gentilmente passei o dedo ao longo de seu


cabelo castanho.

— Eu quero dizer que sinto muito, mas eu sei que você está cansado
de ouvir isso de mim. — Sua voz suave estava tão baixa que saiu quase
como um sussurro.

— Você está certa, Christi. Eu não quero ouvir que você sente muito.

Eu tentei manter minhas emoções sob controle; ela não precisava


ser chateada com palavras duras, enquanto estava amamentando o
bebê. Eu continuei a assistir enquanto ela alimentava Declan, e ela
sussurrava palavras gentis para ele enquanto esfregava seu pequeno
rosto. Quando ela o mudou de um seio para o outro, fez isso com a
facilidade de alguém que tinha feito isso por anos. Declan tomou seu
mamilo na boca, como se fosse uma tábua de salvação. Eu acariciei seu
rosto rosado delicadamente e ri quando lhe disse: — Basta lembrar, filho,
eu os vi primeiro e eles seus apenas a título de empréstimo. Eu os quero de
volta quando você acabar.
Eu vi como ele continuou a mamar. Os olhos de Christi nunca
deixaram o rosto de Declan. Esta era a minha família, minha
responsabilidade.
— Eu estava prestes a ligar para o meu pai quando você entrou, —
explicou Christi, — enquanto removia Declan dormindo de seu peito.

Eu o peguei dela, atravessei o quarto e coloquei-o de volta em seu


berço. Eu pairei acima dele, observando-o dormir. Eu queria ser como ele,
uma barriga cheia e nenhum cuidado com o mundo; completamente amado
e protegido.
— Matthew não o viu ainda?

— Não. — Sua voz era tão suave, tão frágil.

Virei meus olhos para ela. — Por que não? — Eu perguntei, minha
testa franzindo em confusão.

Eu vi como seus ombros caíram, com a cabeça mais uma vez


abaixando, uma lágrima solitária caindo pelo rosto. Eu me segurei no meu
lugar, dando-lhe espaço para colocar seus pensamentos em ordem. Se eu
tinha aprendido alguma coisa sobre a minha esposa, era que por vezes era
melhor deixar que ela dissesse o que tinha a dizer.

— Eu acho que com tudo o que aconteceu nos últimos dois dias,
provavelmente é melhor eu levar Declan para a casa do meu pai. Até que eu
possa me reerguer.

Com um rápido olhar para o meu filho que dormia, eu fiz o caminho
de volta para Christi.
— Bem, se você acha que vai precisar de mãos extras, eu estou certo
de que a minha mãe e Charlotte ficariam felizes em se alternar para ficar
com a gente.

A cabeça de Christi se ergueu e seus olhos se encontraram com os


meus. — V... você disse... a gente, — Christi murmurou.

— Eu disse, como você e eu. Declan tinha pai e mãe da última vez
que eu verifiquei. — Eu não consegui evitar um meio-sorriso.
— Mas... eu... como...?
Eu nunca tinha visto Christi tão confusa como estava
atualmente. Uma pequena parte de mim estava gostando de ter o controle
da situação; ok, uma grande parte de mim, mas apenas porque isso não
acontecia muito frequentemente.

— Christi, eu acho que é hora que você ouvir a história inteira sobre
Theresa.
Eu cruzei os pés e me ajeitei na cama ao lado dela. Eu peguei a mão
dela na minha e comecei a contar os eventos que tinham sido relatados a
mim. Christi não se moveu ou disse uma única palavra enquanto eu
explicava tudo.
Eu beijei sua testa e acariciei as costas de sua mão enquanto ela
absorvia tudo. Seu olhar perplexo rapidamente se transformou em
raiva. Ela começou a sacudir a cabeça.

— Eu me sinto tão estúpida. — Ela inclinou a cabeça para trás e


soltou um suspiro profundo. — Ela estava constantemente fazendo
pequenos gracejos... mas... — Ela agitou as mãos, tentando encontrar
palavras. — Eu apenas dei de ombros por causa de seu marido, Alex.
— Que tipo de coisas? — Eu mataria Theresa se ela tivesse
perturbado a minha esposa.

— Coisas como quão bonito você é e como se você fosse marido dela,
ela não iria deixá-lo se vestir como você se veste... loucuras como essa. —
Ela olhou nos meus olhos, e em seguida, firmou-se. — Eu sei que você não
quer desculpas para o comportamento imperdoável, mas honestamente, eu
não sei mais o que fazer. Eu não sei como consertar os meus erros, se é que
você quer mesmo que eu conserte alguma coisa.

Eu sorri e segurei seu rosto entre as minhas mãos. Eu suavemente


beijei o nariz e toquei minha testa na dela. Eu respirei fundo e saboreei seu
aroma quente, me acalmando, me preparando para o que eu precisava
dizer.

— Na noite passada, quando eu descobri a verdade, eu passei por


tantas emoções. Minha mãe me fez lembrar que eu poderia ver isso como
uma pedra no caminho do nosso casamento ou podia escolher torná-lo uma
parede e acabar com ele. Eu fiquei sentado lá fora na noite passada e pensei
sobre tudo o que passamos. Lembrei-me de quão duro eu trabalhei para
ganhar seu coração. Como eu jurei a Deus que se ele te trouxesse de volta
para mim depois que você foi sequestrada, que eu iria mostrar a ele o
quanto eu realmente te amava. Eu faria tudo ao meu alcance para mantê-la
feliz.

Fechei os olhos e beijei seus lábios rosados. Ah, como eu tinha


sentido falta de beijá-la.

— Honestamente, Christi, em um ponto na noite passada, eu pensei


em deixar você arcar com suas ações, mas depois percebi que ao fazer isso
eu seria punido também. Eu acho que eu tenho que lidar com o lado bom e
o mau dos hormônios que estão correndo em seu corpo. O lado bom era
quando você não poderia obter o suficiente de mim, e tanto quanto eu
realmente gostei disso, é hora de pagar o preço.

Eu olhei em seus olhos; Eu poderia tranquilamente ver a dúvida


pesando fortemente em sua mente.

— Christi, eu sei que você tem tantas emoções correndo através de


você agora. Eu gostaria que você pudesse entrar na minha cabeça, no meu
coração, e ver o quão profundamente eu sinto por você. Querida, eu tenho
tudo o que quero neste quarto. Não tenho nenhum desejo de ficar longe de
nenhum de vocês.

Beijei-a novamente e tentei mostrar-lhe todo o amor que eu ainda


tinha por ela.

— Patrick, eu sei que você está me dizendo a verdade... Eu só... — Ela


baixou os olhos e sacudiu a cabeça de um lado para o outro.

Eu tinha que fazê-la ver a verdade dos fatos. Que a minha devoção a
ela e ao nosso filho era real, e que ela não tinha que duvidar de mim ou dos
meus sentimentos.

Olhei para as minhas mãos segurando seus queridos e delicados


dedos. Eu assisti como seu anel de noivado brilhava sob as luzes do teto,
juntamente com sua aliança, como ele formava vários arco-íris enquanto
ela movia seu dedo. Perguntei-me brevemente quando ela os tinha
colocado novamente. Eu observei como o brilho da minha própria aliança
criava os seus próprios raios. Então me bateu, o Claddagh.
— Christi, você se lembra de quando eu te dei o colar de trevo?

Ela moveu os olhos para mim e acenou com a cabeça.

— Você se lembra o que eu disse a você sobre ele?


Eu observei sua mão esquerda se erguer e ela colocar as pontas de
seus dedos sobre onde ele costumava descansar, como se para puxar a
memória de sua mente.

— Você disse que ele fazia com que as pessoas soubessem que
estávamos juntos, de forma que nenhum outro homem se aproximaria de
mim.

Eu sorri com a resposta. Ela estava certa; Eu tinha sido muito


‘homem das cavernas’ sobre a explicação que lhe dei.

— Sim, eu me lembro de dizer-lhe isso. — Eu ri comigo mesmo antes


de continuar. — Você se lembra da primeira manhã que acordamos após o
casamento e você notou o Claddagh que eu uso no meu dedo mindinho?

Seu rosto parecia confuso e ela balançou a cabeça novamente.

— Christi, o que estou prestes a dizer-lhe é algo que você deve jurar
manter segredo. Ninguém pode saber que você sabe disso.

Eu observei enquanto seus olhos corriam freneticamente frente e


para trás entre os meus.

— O trevo era uma promessa, mas o Claddagh carrega muito mais.

Eu olhei para o meu anel e o girei no meu dedo, recordando o


momento em que meu pai colocou-o no meu dedo, ligando-o ao voto que eu
fiz.

— Quando eu te dei o trevo, eu te dei a minha palavra de que eu era


dedicado a você e somente você. Com o trevo, você recebeu o meu voto de
ser fiel a você. O Claddagh reforça o voto que eu fiz com meu pai e os
homens casados da minha família. Um voto que eu nunca iria desonrar de
qualquer maneira.

O quarto ficou em silêncio enquanto eu continuava olhando para o


meu anel. A tradição era tão antiga que ninguém sabia ao certo quando
tinha começado.

— Este voto fez você fez... — A voz dela, que estava crivada de
emoção, falhou no final. — Se... se você a quebrasse, o que aconteceria?

Eu olhei diretamente nos olhos dela e respondi. — Meu pai teria que
me matar.

Observei-a enquanto seus olhos se arregalaram e seu suspiro alto


ecoou no quarto silencioso.

— Thomas não iria realmente...

Eu me ergui e tomei seu corpo inteiro em meus braços.

— Ele teria, Christi. Ele me perguntou se eu tinha feito


aquilo. Quando eu lhe disse que não, ele trabalhou com todas as forças para
me ajudar a provar.

Eu a soltei quando ela empurrou o meu peito.

— Será que o nosso filho irá fazer esse mesmo voto? — Seus olhos
estavam implorando aos meus.

— Sim, Christi. Todo Malloy faz o voto.

Christi se levantou da cama, cruzando o espaço até o berço de


Declan. — Eu não posso imaginar ele crescido e se casando.

Eu fiz o mesmo e me coloquei atrás dela, passando os braços ao


redor de sua cintura.

— Um dia, ele vai encontrar uma jovem que o completa como você
me completa. Ele irá dar o trevo a ela e, no dia do seu casamento, eu vou
passar o Claddagh para ele.

Christi se virou nos meus braços, colocou os braços em volta de


mim, e aconchegou o rosto no meu peito.
— Eu gostaria que você não tivesse me dito isso. Eu sei porque você
fez isso, mas gostaria que não tivesse sido necessário. — eu aconcheguei o
rosto em seu cabelo, beijando o topo de sua cabeça. — Diga-me o que fazer,
Patrick.
Eu permaneci ali, abraçando-a por um longo tempo, balançando
para frente e para trás. Essa ideia veio realmente a mim na noite passada.

— Eu só quero uma coisa de você, e então tudo isso fica no passado.


Sua cabeça se ergueu, os olhos mais uma vez bloqueados nos meus.

— Eu faço qualquer coisa. Por favor, me diga o que. — Seus olhos


estavam suplicantes, seu lábio inferior tremia.

— Quando você fizer o exame com a sua médica, e estiver tudo bem,
eu quero que você engravide novamente o mais rápido possível. Eu quero
outro bebê assim que pudermos.

Ela não pestanejou quando respondeu. — Você realmente leu minha


mente. Eu estava pensando exatamente a mesma coisa.
Eu sorri enquanto a beijava com toda a paixão que eu sentia por ela.

Seis semanas. A contagem regressiva havia começado...



Capítulo Doze

O mês seguinte ao nascimento de Deklan foi cheio de evento após


evento. Eu me recusei a permitir que Christi não fizesse nada além de
cuidar dele e descansar. Smiles nos tinha convidado para sermos padrinhos
do pequeno Patrick e o batismo estava se aproximando rapidamente. Padre
Mulcahy foi gentil o suficiente para fazer a bênção de Deklan antes de
sairmos do hospital.
Minha mãe me puxou de lado e questionou se eu tinha pensado em
vender a casa e comprar uma nova. Ela estava preocupada que Christi
tivesse muitas lembranças ruins. Christi rapidamente descartou a ideia e se
recusou a deixar Theresa ganhar.
Christi iria sair com a minha mãe hoje para comprar o primeiro
crucifixo do pequeno Michael. Eu tinha informado ao joalheiro para dar a
Christi tudo o que ela quisesse. Eu também lhe tinha dado instruções para
confeccionar para Christi uma pulseira especial com a pedra de nascimento
de Deklan. Eu daria a ela depois de batizado do Deklan.

A ideia de ter um batizado duplo foi colocada sobre a mesa, e muito


rapidamente removida pela minha mãe. Ela sentia que era importante
celebrar cada nascimento de forma independente. Ninguém se atreveu a
discutir, de modo que o plano foi definido para fazê-los com uma semana
de intervalo.

Nós ainda estávamos tendo problemas com o grupo de punks que


continuava a aterrorizar a vizinhança. Uma das senhoras da padaria não
muito longe do antigo escritório de Christi ligou para o meu pai e pediu
ajuda.
Senhora O'Leary era a mais doce velhinha que eu já conheci. Ela
também não era de deixar crianças e jovens escapar de qualquer coisa. Eu
me lembro dela ter puxado a minha orelha algumas vezes. Ela também fazia
os cookies de chocolate mais surpreendentes. Esses cookies faziam as
crianças brigarem para ver quem iria varrer os degraus da frente da
padaria diariamente.
Eu tinha enviado Tonto e Shamus até lá, mas a única coisa que eles
conseguiram fazer foi voltar para casa com a barriga cheia dos malditos
cookies. Meu pai me ligou ontem à noite e disse que pretendia fazer uma
visita especial à sua loja hoje.
Christi abriu a porta e cumprimentou meu pai com um abraço
caloroso. Ele imediatamente puxou Deklan de seus braços e jogou-o no ar.
Deklan gritou de alegria, enquanto Christi engasgou de horror.

— Oh, não se preocupe, Christi, eu fiz isso com todos os meus filhos
e eles estão perfeitamente bem.
Deklan ainda estava rindo quando meu pai atirou-o no ar
novamente. Christi foi rápida em perguntar se ele gostaria de algo para
beber enquanto tomava Deklan de volta em seus braços, e ele recusou, é
claro. Deklan foi mimado por um minuto até que Christi pediu licença para
ir amamentá-lo.

Eu disse ao meu pai que iria encontrá-lo em seu carro, antes de ir até
o quarto do meu filho para dizer adeus à minha família. Assistir Christi
amamentar Deklan era uma visão que eu queria para sempre manter na
minha mente. Eu sorri ao vê-los juntos, a cadeira de balanço balançando
suavemente, enquanto ela se sentava com confiança e cantarolava para ele.
Ao longo das últimas seis semanas, Christi tinha lentamente voltado a ser a
Christi pela qual eu me apaixonei. Seu nível de confiança havia voltado e ela
tinha seu temperamento de volta. Ela também estava me deixando louco de
desejo cada vez que desfilava os seios cheios gloriosamente nus enquanto
amamentava no quarto. Às vezes eu acho que ela fazia isso de propósito,
fruto proibido e essas coisas.

Seus olhos deixaram o rosto do nosso filho e travaram com os meus.


Seu sorriso era enorme e genuíno.

— Você se lembra de que eu tenho consulta hoje? — ela questionou,


enquanto seus olhos se tornaram escuros com luxúria.

Eu só podia sorrir para ela. Ela definitivamente tinha feito o desfile


nu de propósito.

— Ora, Senhora Malloy, você está sugerindo alguma coisa?


Sua timidez era refrescante enquanto ela mudava de seio. Seu lábio
inferior se tornou prisioneiro de seus dentes quando seus olhos
encontraram os meus novamente sob seus cílios grossos.
— Eu estou sugerindo que você deve se certificar de estar em casa
antes de eu dormir esta noite.

Eu ri diante de seu sorriso Cheshire. — É um encontro, Senhora


Malloy.
Quando eu era criança eu aprendi rapidamente que você poderia
dizer que tipo de humor o meu pai estava pelo carro ele escolhia para
dirigir. Assim que saí da casa, eu soube imediatamente que este seria um
dia interessante visto que o meu pai estava sentado atrás do volante do seu
novo Chevy Camaro. Minha mãe tinha revirado os olhos quando ele trouxe
o carro para casa. Ele estava a fim de briga.

Ele nem sequer me deu tempo de apertar o cinto de segurança antes


de derrapar para fora da minha entrada da garagem. Eu rapidamente
coloquei o cinto de segurança e, em seguida, os meus óculos escuros.

— Droga, velho, se você me matar, Christi vai chutar o seu traseiro.

Ele apenas bufou e pressionou o pedal do acelerador com mais


força.

— As seis semanas acabaram, não é? — Ele perguntou enquanto


ligava seu IPod.

— Por uma questão de fato, Christi vai ao médico hoje.

— Isso é o que a sua mãe disse. Ela não dormiu na noite passada e
ficou acordada a noite toda arrumando a nossa casa para Deklan.

Eu sorri quando olhei pela sala lateral. Minha mãe se ofereceu para
cuidar de Deklan para nós a qualquer momento que quiséssemos. Christi
tinha sugerido que ela ficasse com ele enquanto ela ia ao consultório
médico e talvez para fazer algumas compras. Minha mãe tinha cancelado
sua agenda e tinha vindo a trabalhar arduamente para converter um dos
quartos em um quarto de bebê e sala de jogos. A julgar pela admissão do
meu pai, ela tinha colocado as coisas em alta velocidade.
Não demorou muito para que o meu pai estacionasse ao longo do
meio-fio na frente da padaria da Senhora O'Leary. Não tinha mudado muito
desde a última vez que eu a tinha visitado. Sr. O'Leary tinha falecido alguns
anos antes. O filho do casal, Sean, tinha voltado para casa e pintado o
exterior do edifício. Ele não tinha nenhum desejo de trabalhar na padaria e
sua esposa se recusou a se mudar para a cidade grande. Senhora O'Leary
nunca pestanejou, enquanto continuava a cuidar da padaria sozinha.

Eu conseguia me lembrar de ver a minha mãe encomendar todos os


nossos bolos de aniversário aqui e eu sabia que ela já havia encomendado
os bolos para os batizados na semana passada. Eu parei quando cheguei à
porta da padaria. Notei um carro lentamente descendo a rua, batendo o seu
aparelho de som alto. Meu avô costumava dizer que os alto-falantes nos
carros dessas pessoas valiam mais do que o carro inteiro. Eu ri quando
removi meus óculos e entrei na padaria.

Uma vez lá dentro, eu me senti como um menino de dez anos de


idade novamente. O cheiro do pão fresco, açúcar e especiarias me envolveu.
Uma vez que Deklan fosse mais velho, eu o traria aqui. Eu queria que ele
tivesse ótimas lembranças para passar para seu filho.

— Bem, olha quem o vento soprou até aqui.

Eu sorri para a Senhora O'Leary que estava atrás do balcão, com o


cabelo ainda vermelho e seu batom combinando. Seu avental de babados
brancos enrolado em seu pescoço, sem uma mancha de sujeira nele. Seus
olhos eram brilhantes enquanto ela fazia o caminho ao redor do balcão,
dirigindo-se para o meu pai.

Papai era um bom meio metro mais alto do que ela, mas ela
conseguiu trazer seu rosto até o nível dela e beijou cada uma de suas
bochechas.

— Sr. Malloy, como é você está esta manhã? — Ela disse em seu
grosso sotaque irlandês.

— Eu vou ficar perfeito se você me chamar de Thomas, — ele a


corrigiu e, em seguida, beijou o rosto dela em troca.
— Oh, agora, os meus velhos olhos estão me enganando? — Ela se
virou para minha direção.
— Não, Senhora O'Leary, — eu sorri enquanto caminhava até ela.
Ela podia ser uma mulher pequena, mas podia abraçar como um urso.

— Onde está o seu novo bebê? Em casa com sua mãe como deveria
estar, eu imagino.

Eu sorri e acenei quando ela pegou meu rosto em suas mãos,


beijando minhas duas bochechas também.

— Eu quero ver esse bebê, você está me ouvindo?

— Sim, senhora, eu vou dizer a Christi que precisamos vir fazer uma
visita.

— Não tão cedo. Você deve manter o bebê embrulhado bem


apertado. Manter os maus espíritos longe até que ele seja abençoado de
maneira adequada na igreja.

Senhora O'Leary era uma boa mulher, mas ela acreditava nas velhas
crenças. No seu tempo, as coisas eram feitas de forma diferente. Eu teria
que ser cuidadoso com o que eu fizesse ou dissesse ao seu redor hoje.

— Agora senhores, deixe-me ver algo bom e nutritivo para vocês.

Ela moveu-se rapidamente para trás do balcão de novo e começou a


fazer um bule de chá e organizar diferentes doces em um prato.
Não foi até que eu a vi se abaixar atrás do balcão que notei uma
menina bonita de cabelos loiros colocando pão na vitrine. Seu cabelo loiro
estava bem apertado em um rabo de cavalo, sua pele era muito clara e suas
roupas bastante simples. Ela me lembrou de Christi em uma idade precoce,
menos o cabelo escuro é claro. Ela era claramente tímida como ela se
recusou a fazer contato visual comigo.

Eu fui com o meu pai para uma das pequenas mesas de café da
padaria.

— Megan, seja boazinha e leve isso para os homens Malloy.


A menina tímida obedeceu, mas manteve a cabeça baixa e colocou a
bandeja sobre nossa mesa.
— Obrigado, Megan, — meu pai disse a ela.

Ela apenas sorriu e saiu rapidamente para voltar ao seu trabalho.


Uma vez que ela estava atrás do balcão, a Senhora O'Leary pegou uma
xícara de chá enquanto se juntava a nós na mesa.

— Thomas, eu não posso te dizer o quão bem fez a essa pobre alma
velha te ver aqui hoje.

— A honra é toda minha.

— Pobre Megan só não tem sido a mesma desde a última vez que
esses vândalos entraram na minha padaria. Eu tive que espantá-los com a
minha velha espingarda.

Eu podia imaginá-la com uma grande arma velha e enferrujada que


ela mais do que provavelmente tinha trazido da Irlanda com ela. Eu, pelo
menos não gostaria de estar no fim de recepção daquela arma.
— Você pode nos dizer o que aconteceu?

Ela tomou um gole de chá, e começou a sua história.

— Megan veio a mim quase oito meses atrás. Ela não tinha duas
moedas para esfregar uma na outra e tinha ela e seu pequenino para
alimentar. Ela entrou aqui para sair da chuva e eu ofereci-lhe uma xícara de
chá. Ela me disse que não tinha dinheiro, então eu disse a ela que era de
cedo e que eu teria de me livrar dele, de qualquer maneira.

Eu olhei para a menina tímida novamente. Parecia que ela não tinha
tido uma boa noite sono em semanas.

— Eu ofereci a ela um emprego aqui e um lugar para ficar no antigo


quarto de Sean. Eu não poderia ter pedido por funcionária melhor e o
pobre bebê é quieto como um rato de igreja.

— Ela mencionou quem o pai do bebê era? — Meu pai questionou.

— Ela me disse que ele tinha fugido no meio da noite. Deixou-a sem
um centavo e nem se importou, — ela balançou a cabeça enquanto tomava
outro gole de chá.
Meu celular vibrou no meu bolso. Eu o peguei e vi que era uma
mensagem de Tonto.

Meu irmão Dustin, está na cidade. Ele está à procura de trabalho.


Posso colocá-lo para trabalhar no clube?

Eu rapidamente digitei uma resposta.


Traga-o até a padaria, eu quero falar com ele pessoalmente primeiro.

Coloquei meu celular de volta no bolso enquanto continuava a olhar


em volta. Meu pai continuou a falar sobre os punks que estavam
intimidando as empresas locais. Ela nos contou da última vez que eles
tinham estado aqui. Parecia que eles tinham assustado tanto Megan que a
Senhora O'Leary estava convencida de que ela iria se virar e correr. Ela
disse que o líder tinha tomado um gosto por Megan e a tocado de uma
maneira que não era apropriado. Megan ficou tão assustada que chorou por
horas depois que eles foram embora.

— Thomas, eu não me preocupo comigo muito, mas Megan passou


por muita coisa e eu temo que isso irá causar-lhe dano.

Meu pai apenas balançou a cabeça, enquanto continuava a beber o


chá.

Eu notei que o meu SUV preto tinha estacionado atrás do carro do


meu pai. Tonto saiu primeiro e depois um homem de cabelos escuros que
eu supus ser Dustin se juntou a ele. Eles deram a volta no carro enquanto
Dustin pegava um cigarro e começou a fumar. Ele ganhou pontos de mim
por fazer isso lá fora e longe da padaria.

O sino sobre a porta soou e um grupo de homens entrou na padaria.

— Jesus, Maria e José, — a Senhora O'Leary falou.

Eu olhei para os homens que tinham entrado. O primeiro cara estava


usando um boné virado para trás, seu cabelo parecia ser puxado para trás
com muito gel ou falta de shampoo. Parecia que ele estava tentando deixar
crescer alguns pelos faciais, mas suas bolas de punk ainda não haviam
caído, então ele não estava tendo sorte. Seus tênis estavam desamarrados e
seus jeans eram seis tamanhos muito grandes para ele. Ele estava se
esforçando para parecer um gangster, mas estava falhando
miseravelmente. Eu já tinha visto o tipo dele inúmeras vezes, tentando ser
o bom da boca, só conseguindo quebrar algumas leis e terminando com
uma ficha criminal. As cadelas que seguiam atrás dele pareciam exatamente
o mesmo.

O líder se moveu calculadamente ao redor do balcão e ficou ali,


esperando pela pobre Megan olhar para cima.

— Como posso ajudá-lo hoje, senhores? — Senhora O'Leary


questionou com confiança e força em sua voz.

— Eu vim falar com a minha menina hoje, — sua voz era cheia de
arrogância.

Meu pai se levantou e fez o caminho até o grupo de homens, a xícara


ainda na mão.

— Sim, bem, a jovem não está no cardápio, então escolha algo ou dê


o fora.

O jovem punk apenas riu quando pegou a mão de Megan. Ela tremia
enquanto seus olhos dançaram do punk ao meu pai.

— Cuide da sua vida, velho, — o punk jogou de volta para o meu pai.

O sino acima da porta soou novamente quando Tonto e Dustin


entraram. Eu fiz contato visual com Tonto e lhe dei um olhar de
advertência. Ele fechou a porta e colocou os braços sobre o peito, Dustin
seguindo o exemplo.

Megan tinha olhado para ver quem tinha entrado pela porta e fixou
os olhos com os de Dustin.

— Eu disse que voltaria, que viria atrás de você, — disse o punk


para Megan.

Os olhos de Megan nunca deixaram os de Dustin e por um segundo


eu me perguntava se Dustin era o pai de seu bebê. O olhar que eles tinham
um pelo outro era intrigante. Não era de surpresa ou desagrado. Era de
admiração e intriga.
— Eu não vou dizer mais uma vez que a Senhora aqui não está
disponível para você.

O punk então voltou sua atenção para o meu pai e tentou agarrar
sua camisa. Eu disse ‘tentou’ porque mais rápido do que você poderia
piscar, meu pai tinha o rosto do Punk contra a bancada de madeira, o
sangue jorrando de seu nariz quebrado. Dustin pulou o balcão e envolveu
Megan em seus braços, beijando o topo de sua cabeça.

Eu puxei a minha arma e coloquei os punks restantes com suas mãos


para o ar. Tonto colocou sua arma na parte de trás da cabeça de um dos
outros punks, desafiando-o a mover um músculo.
Meu pai puxou o cabelo do cara de volta e segurou seu rosto onde
meu pai pudesse falar com ele.

— Eu não vou te dizer isso duas vezes, dê o inferno fora do bairro e


não volte. Se você voltar, eu irei pessoalmente colocar uma bala no seu
maldito cérebro, você me entendeu, filho da puta?

Ele não lhe dei a chance de responder e joguei seu corpo contra sua
gangue. Tonto abriu a porta e começou a empurrar os homens para fora um
por um. Dustin continuou a segurar firmemente Megan, que estava
soluçando.

No momento em que deixamos a padaria, eu tinha um novo


funcionário, meu pai tinha duas caixas de cookies, e Dustin tinha um jantar
com Megan. Ao todo, tinha sido um inferno de um dia.

Fomos para o escritório eu cuidei de algumas pontas soltas. No


momento em que tinha tudo em ordem era perto de oito horas da noite.
Meu pai me deixou em minha casa e me desejou uma boa noite. Eu não
tinha dúvida de que seria.

Eu tranquei a porta e liguei o alarme, subindo as escadas até o


quarto de Deklan.

Ele estava deitadinho em seu berço, dormindo. Eu me inclinei e


beijei suas bochechas rechonchudas. Ele acordou momentaneamente e
deve ter me confundido com Christi, enquanto tentava chupar o meu nariz.
Eu ri para ele e, em seguida, coloquei a chupeta em sua boca. Ele caiu para
trás e voltou a dormir instantaneamente.
Eu tirei o meu casaco enquanto entrava no meu quarto. Eu congelei
no caminho quando encontrei a minha linda esposa deitada sobre a cama.
Ela estava usando o espartilho mais sexy e mais apertado que eu já tinha
visto. Era preto com laços vermelhos na frente. A cinta-liga combinava com
os laços e segurava suas meias pretas no lugar. Graças a Deus que ela tinha
esquecido de colocar a calcinha combinando.

— Olá, querido, — sua voz era baixa e sexy. Minha boca se recusou a
trabalhar enquanto eu permanecia ali olhando para sua boceta nua.

— Olá... meus olhos estão aqui em cima, — ela estalou os dedos,


trazendo a minha atenção para seus lindos olhos.

— Bem, isso é uma surpresa, — minha voz soou estranha até mesmo
para mim.

— Eu recebi o sinal verde da minha médica hoje.

Eu atravessei o quarto e coloquei meu corpo em cima dela, alegando


os lábios dela enquanto esfregava os meus quadris em seu núcleo.
— Ugh, — ela gemeu.

— Baby, sinto tanta falta disso, — eu falei em seu pescoço enquanto


mordiscava e chupava.

Eu movi minhas mãos para seus seios cobertos de renda e cetim. Eu


não queria fazê-los vazar, mas porra eu sentia falta deles.

— Ah, sim, — ela ronronou.

Eu movi a minha boca para os topos de seu peito onde eu lambi e


beijei.

— Por favor, me diga que você comprou essa porra em uma


liquidação, — eu questionei enquanto tentava tirar a coisa de cima dela.

— N... Não, eu paguei muito por isso.

Eu não dava à mínima se ela tinha pagado dez mil dólares por ele,
estava no meu caminho. Eu peguei o pano em minhas mãos e dividi ao
meio. Uma vez que seus seios estavam descobertos, eu os tomei em minhas
mãos, meus lábios e dentes provocando seus mamilos. Eu rapidamente tirei
a roupa e o meu pau saltou para a vida.
Eu tive que diminuir o ritmo, pois fazia muito tempo e eu esperava
que ela houvesse se recuperado totalmente de dar à luz ao nosso filho. Será
que seria igual? Será que teríamos que usar algum lubrificante? Talvez eu
só devesse entrar nela algumas vezes e, em seguida, pedir que ela me
esfregasse uma. Minha ansiedade diminuiu e eu deveria saber que Christi
sabia que eu estava tendo essa batalha interna. Eu tinha que ser gentil, ter
certeza que ela fosse amada corretamente.

— Patrick, eu não sou uma boneca de porcelana que vai quebrar se


você me tocar. Eu preciso que você deixe relaxe, me sinta primeiro. Eu
quero que você perca o controle, eu preciso disso.
Olhei em seus olhos cor de chocolate que me disseram tudo o que eu
precisava saber. Ela precisava que eu a mostrasse o lado de mim que eu
tinha escondido dela até agora. Sem pensar duas vezes, eu peguei seu
quadril e a virei.

— É melhor se segurar, — eu rosnei quando entrei nela com tudo


que eu tinha.

Eu vi como meu pau deslizou dentro e fora dela, molhado com sua
excitação.

— Mais forte Patrick! — gritou ela.

Eu agarrei seus quadris com uma mão e enrolei os cabelos dela na


outra. Eu comecei a bater nela com tanto gosto que você podia ouvir os
nossos corpos batendo um contra o outro.

— Ah, sim... assim! — Ela gritou.

Eu soltei o cabelo dela e belisquei seu clitóris inchado. Eu podia


sentir minhas bolas batendo em seus lábios enquanto continuava a
empurrar dentro dela duro e rápido.

— Ohhhh! — Ela cantarolou e eu senti suas paredes começando a


vibrar em torno de mim. Eu estava longe de terminar com ela, então a
deixei terminar o orgasmo antes de passar meus braços em torno de sua
cintura fina e levá-la para o outro lado do quarto contra a parede. Eu não
lhe dei um segundo para se recuperar antes de deslizar dentro dela outra
vez, com as pernas em volta da minha cintura quando ela começou a gritar
o meu nome mais e mais.

Ela estava certa, eu precisava disso. Eu sempre tinha sido tão


cuidadoso com ela, sempre fiz questão de ser um amante terno. Mas
caramba, era tão bom para apenas foder com ela.

— E... Patrick... eu... oh, Deus... oh... oh bem... oh... — Ela não
conseguiu nem terminar a frase quando seu segundo orgasmo sacudiu seu
corpo.

Sua testa bateu no meu ombro e ela estava extremamente ofegante.


Eu continuei a meter nela contra a parede.

— Você gosta disso, baby? Você gosta quando eu fodo a sua boceta
perfeita?

Sua cabeça se ergueu e o olhar em seu rosto quase me fez gozar.

— É a minha vez, — ela falou enquanto tirava suas pernas da minha


cintura.

Christi me empurrou de volta para a cama antes de montar os meus


quadris e descer sua boceta molhada no meu pau duro. Eu assisti com
admiração como seus seios saltavam enquanto ela me cavalgava com força.
Eu estava perdendo a batalha de tentar adiar o meu clímax. Ela parecia boa
demais me montando com tudo o que valia a pena.

Eu olhei para baixo e vi como meu pau desapareceria em seu núcleo


quente mais e mais. No entanto, quando Christi colocou os dedos em seu
clitóris, eu perdi a batalha.

A combinação do meu clímax e os dedos de Christi me nocauteou.

Ficamos deitados lado a lado, suados e ofegando enquanto


tentávamos recuperar o fôlego.

— Baby, eu acho que há uma boa chance de você ter batido as bolas
do próximo bebê. Provavelmente será uma menina.
Eu queria mais filhos com ela, nós tínhamos discutido isso com mais
detalhes. Só para ter certeza de que iríamos conceber, eu a tomei mais três
vezes fez naquela noite. Afinal de contas, ela queria uma menina.

Capítulo Treze

— Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Eu estava orgulhoso ao lado da minha linda esposa. Seu cabelo


estava puxado para trás em um rabo de cavalo baixo, me provocando com
seu pescoço suave. Eu não deveria ter tido esses pensamentos aqui, no
meio de uma igreja, durante o batismo do meu filho, mas eu a queria.
Desde o check-up de Christi, nós andávamos rasgando as roupas um
do outro o mais rápido possível.

Este batismo atraiu mais pessoas do que o nosso casamento. Minha


mãe insistiu que Maggie ajudasse a planejar o evento, e olhando para o
número de convidados, eu estava feliz por ela ter feito isso.

Christi chegou à decisão de que queria Angus e Maggie como


padrinhos de Deklan. Ela queria alguém fora da família imediata para que
nenhum sentimento fosse ferido. Eu sabia que Angus e Maggie criariam o
nosso filho de forma adequada em caso de necessidade.
Deklan não moveu um músculo enquanto o sacerdote derramava a
água benta sobre sua testa. Maggie estava esperando com uma toalha e
uma fralda nova uma vez que o padre terminou.

Eu podia ouvir as vozes de algumas das amigas da minha mãe


falando sobre como calmo o bebê era e como isso era sinal de um bom
líder. Eu silenciosamente ri. Minha mãe tinha acabado de dizer a Christi que
eu estava tão chateado durante o meu batismo que chorei o tempo todo e,
em seguida, fiz xixi na minha madrinha. Acho que eu não era um bom líder
afinal.

Uma vez que a cerimônia acabou e a recepção tinha começado, meu


pai me puxou de lado e perguntou se eu tinha partilhado o destino de
Theresa com Christi. Eu sorri e esfreguei o polegar ao longo do meu lábio
inferior enquanto me lembrava claramente da conversa que tínhamos tido
uma noite depois de termos colocado o nosso filho no berço.

— Patrick, eu queria te fazer uma pergunta e eu realmente preciso


saber a verdade, mesmo que você não queira compartilhá-la comigo.

Eu olhei para Christi e depois tomei-a pela mão e levei para a sala de
estar. Eu me enrolei em volta dela e suavemente tracei os dedos ao lado dela.

— Eu estava curioso para saber quando você ia me perguntar isso.

Christi se virou e olhou para mim com seus grandes e lindos olhos
castanhos. Seus dedos suavemente acariciaram a minha barba por fazer.
— Ela está morta não é?

A voz de Christi estava cheia de emoção e isso me surpreendeu.


Theresa tinha nos causado tanta dor e quase destruiu o nosso casamento.
Minha linda esposa tinha um coração puro e isso ficou evidente em suas
palavras.

— Não, meu amor, ela não está morta. Não que eu não considere.

Os olhos de Christi se tornaram enormes e ela virou-se totalmente no


meu colo.

— Então... o quê?
Eu a coloquei de volta para o sofá, beijando seus lábios rosados e
quentes.
— Estamos decididos a cooperar com o FBI nesse caso.

Christi parecia mais confusa do que nunca. Ela abriu e fechou os olhos
várias vezes.

Eu beijei sua testa e me aconcheguei ao lado dela. Eu estava com a


minha mão em seu cabelo enquanto deixava os fios sedosos cair por entre
meus dedos.

— Querida, às vezes fazer a coisa certa na família nem sempre requer


uma bala. — Eu inclinei a cabeça contra a dela enquanto fechava os olhos e
continuei. — Estamos decididos a cooperar com os federais e a entregamos,
junto com as fitas do equipamento de segurança. Em troca, eles conseguiram
implantar um vírus em seus arquivos de evidências contra nós.

— Então ela está atrás das grades agora?


— Sim, Christi, ela está atrás das grades por crimes que cometeu
contra o governo.
Christi respirou fundo e soltou o zumbido mais bonito.

— Algum dia eu irei perdoá-la, não hoje, mas algum dia.

Eu abri os olhos, me virei e beijei a cabeça dela de novo.


— Eu estou contente por um de nós fazer isso.

— Eu nem sequer tenho que perguntar se ela estava confortável


com a nossa decisão, tenho, meu filho? — Meu pai riu enquanto tomava um
gole de uísque.
— Você estaria perdendo seu tempo. Ela é incrível e graças a Deus é
minha.

— Eu sinto o mesmo pela sua mãe.

— Eu sempre soube que você e a mamãe eram dois em um. Vocês


sempre fizeram o seu amor e respeito conhecido de todos nós.

Eu olhei por cima do ombro esquerdo do meu pai; minha mãe estava
tomando Deklan de uma de suas amigas. Ele estava se mexendo e ela não
demorou a agir. Christi estava atravessando a sala para se juntar a ela.
— Patrick, você já desejou ter ido atrás de Christi quando a viu pela
primeira vez?

Eu realmente não tinha pensado nisso. Eu não queria pensar. Eu


estava grato por poder acordar e ver seu belo rosto todas as manhãs.

— Honestamente, eu estou feliz por tudo o que eu tenho agora. Eu


me recuso a questionar o timing.

Meu pai apenas acenou com a cabeça e se virou para ver a minha
mãe batendo suavemente as costas de Deklan enquanto Christi beijava sua
bochecha. Como um verdadeiro Malloy, Deklan estava cercado por
mulheres; tudo bem, as duas mais belas eram sua mãe e avó, mas eram
mulheres, no entanto.

— Eu ouvi dizer que você teve uma conversa com Dustin esta
semana, — meu pai falou mudando de assunto.
— Sim, eu tive a conversa com ele e dei a ele suas atribuições. Acho
que ele vai dar certo.

— É claro que ele vai. Ele tem um propósito. Dê a um homem um


propósito e você tem um homem que irá trabalhar duro.

Eu não poderia estar mais de acordo. Minha razão de viver


atualmente estava parada a menos de dez metros de distância com a minha
outra razão descansando no ombro dela. A conversa que eu tive com o Boca
me veio à memória.
— Então, o bebê de Megan é seu?

— Não, Sr. Malloy, mas está em meus planos fazê-lo meu, se ela
concordar. — Seus olhos me diziam que ele falava a verdade.

— Você tem certeza sobre isso? Crianças não são algo que você pode
simplesmente deixar de lado, não nesta família, de qualquer maneira.

Eu olhei para Tonto e ele acenou com a cabeça, em silêncio, me dando


sua palavra de que ele o faria entender.

— Ela é o meu mundo. Eu sei que é rápido e eu não posso explicar, e


isso poderia me fazer soar como uma boceta, mas é a verdade. Eu a desejo.

Suas palavras eram verdadeiras. Eu sabia exatamente como ele se


sentia.
— Eu não tenho que lhe dizer que você não pode dizer a ela tudo o que
acontece nesta sala, correto? — Boca apenas acenou com a cabeça.

— Tonto, dê a ele um carro, — eu instruí enquanto caminhava até a


minha mesa e pegava um cartão de visita. — Ligue para esse cara e diga
para ele te arrumar uma casa decente. Diga que você trabalha para mim e
ele saberá onde colocá-lo.

Boca pegou o cartão e colocou no bolso do paletó. Ele começou a se


virar para sair da sala.

— Só mais uma coisa. — Boca parou e se virou para mim. — A


Senhora Malloy quer que você e Megan venham para o jantar esta semana.
Nem pense em dizer não, ela possui as minhas bolas, se você sabe o que quero
dizer.
Boca começou a rir e acenou com a cabeça. Enquanto Tonto e Boca
saíam da sala, eu ouvi claramente Boca perguntar a Tonto por que eu o
chamava de Boca.

Eu ouvi o som de uma mão batendo contra as costas de alguém


enquanto Tonto respondia: — Dustin, confie em mim quando digo que você
deveria querer que o chefe te dê um apelido. É um sinal de que você fará
parte da família.

Eu ri e voltei para o meu trabalho. Tonto estava correto. Eu tinha


dado apelidos para toda a minha família; bem, a parte da família que não
iria arrancar as minhas bolas, de qualquer maneira...

No momento em que tinha recuperado Deklan de todas as senhoras


que tinham participado da recepção, Christi estava exausta. Eu coloquei os
dois na SUV de Christi e fomos para casa.

Aconteceu menos de duas semanas depois, quando eu fui acordado


muito cedo. Minha linda esposa estava abraçada no vaso sanitário
vomitando violentamente. Eu corri para o lado dela e ela tentou me
empurrar para longe.

— Patrick, você não precisa ver isso.

Eu a fiz se calar enquanto colocava uma toalha sob a água fria e


esfreguei suavemente ao longo de seu pescoço. Christi estava pálida e sua
pele fria.

— Você acha que foi algo que você comeu?

Christi virou o rosto na minha direção e me deu um olhar de morte.


— Eu duvido, uma vez que estou com três dias de atraso.

O sorriso no meu rosto era difícil de esconder. Christi era totalmente


regular. Se ela estava atrasada, então, isso só podia significar uma coisa.

— Você está grávida?


— Trabalho bom, Sherlock, — Christi rosnou para mim antes de
inclinar a cabeça sobre o vaso sanitário e começar a vomitar novamente.
Eu esfreguei suas costas e ignorei a atitude de merda. Estávamos
grávidos de novo e nada iria nos separar desta vez.

— Bem, que tal se eu correr para a farmácia e comprar um teste? —


Eu perguntei enquanto o corpo de Christi convulsionava novamente sobre
o vaso sanitário.
Ela levantou a mão esquerda e apontou para o armário sob a pia. Eu
abri a porta e com certeza, havia vários testes de gravidez e uma caixa de
absorventes.

Depois que Christi conseguiu controlar sua crise de vômito, eu a


deixei no banheiro para fazer xixi no pauzinho. Foram os mais longos três
minutos que eu já tinha esperado através da minha vida. Quando ela saiu
do banheiro, eu corri para ela e a abracei com força.

— Nós estamos grávidos, Patrick, os nossos filhos vão ser gêmeos


irlandeses.

Oito meses mais tarde...


— Christi, eu sei que você precisa empurrar, mas apenas segure até
que eu possa colocar minhas luvas.

Enquanto a primeira gravidez de Christi tinha sido uma brisa, essa


gravidez não. Ela passou mal durante os quatro primeiros meses e depois
teve que cuidar de sua dieta porque desenvolveu diabetes gestacional.
Christi era uma guerreira, e prometeu fazer tudo para garantir que o bebê
fosse saudável. A única coisa que havia sido como a primeira gravidez foi
que o parto estava evoluindo rapidamente.

— Ok, Christi, vamos retirar o bebê.

Christi tinha me chamado para voltar para casa, não muito tempo
depois de eu ter saído para o trabalho esta manhã. Assim que eu a coloquei
no carro sua bolsa estourou. Eu disse-lhe para fechar os olhos enquanto eu
dirigia como um morcego escapando do inferno para trazê-la até aqui. Uma
vez que eu passei pelas portas, a enfermeira assumiu e, dez minutos depois,
estávamos prestes a conhecer o nosso segundo filho.
Eu vi como o rosto de Christi ficou vermelho e ela quase quebrou a
minha mão com seu aperto.

— Aqui está ele...

Minha atenção se voltou para o perfeito, pequeno e rosado bebê que


agora repousava sobre o estômago de Christi. Eu vi quando Christi pegou
sua mão e esfregou sua pequenina cabeça.

— Olá, Connor, feliz aniversário, — Christi falou, claramente sem ar.

— Patrick, você quer cortar o cordão? — A doutora, que estava no


final da cama entre as pernas da minha esposa perguntou. Sua mão estava
estendida para mim, tesoura me esperando. Com a mão trêmula, eu a
peguei e cortei o cordão umbilical, cortando o laço que ele teve com Christi
nos últimos nove meses. Eu vi como eles o levaram outro lado da sala e
começaram a limpá-lo e pesá-lo.

— Três quilos, seiscentos e sessenta.

Eu sorri enquanto me abaixava e beijava a minha esposa. Seu cabelo


estava grudado na testa e eu desconsiderei isso e dei mais beijos lá. —
Obrigado, — eu sussurrei para ela.

— Pelo quê?

— Por sua fé em mim, por me dar dois filhos perfeitos, e por dizer
sim.

Eu vi como uma lágrima rolou pelo seu rosto, e eu a beijei.

— Bem, então obrigada por me pedir.

Seus olhos brilhavam de amor e felicidade. Eu só podia sorrir de


volta, por saber que eu tinha dado a ela esse olhar. Eu a amava com cada
célula do meu corpo.

— Você está pronta para o próximo? — Eu a questionei brincando.

— Claro que não. Mantenha essa sua coisa de fazer bebês bem longe
de mim. Eu quero aproveitar os dois que temos antes de planejar qualquer
coisa mais.
Eu poderia fazer isso. Por mais que eu amasse minha esposa
grávida, eu lhe daria um tempo com os nossos meninos.


Capítulo Catorze

Todo mundo ouviu a frase: — Crianças fazem cada coisa... — Os


nossos dois não eram exceção. Boca e Megan tinham caído duro um pelo
outro. Boca tinha levado Megan e seu filho, Lucas para sua casa. Ele insistiu
para que ela voltasse para a faculdade e conseguisse a sua licenciatura.
Lucas chamou Boca de pai desde o primeiro dia. Boca contratou um
detetive particular e descobriu o pai biológico de Lucas. Ele e Tonto foram
visitá-lo e o convenceram a desistir de seus direitos parentais. Eu nunca
tinha visto um homem mais feliz do que o dia em que ele adotou Lucas.
Dois anos depois, Megan terminou a faculdade e eles estavam prontos para
expandir sua família.

Desde que Megan não era católica, ela optou por ter seu casamento
no quintal da minha mãe. As senhoras da nossa família trabalharam duro e
transformaram o quintal em um paraíso de casamento, palavras da minha
esposa, não minhas. Abby tinha acabado de completar sete anos e era dama
de honra júnior. Lucas e Deklan eram melhores amigos e, enquanto Lucas
levava Megan pelo corredor, Deklan era o portador das alianças. Foi
durante o tempo que as crianças testemunhavam alguém fazendo algo que
estava errado, sentiam a necessidade de contar a seus pais.

Deklan insistiu que ele e Lucas ficariam ao lado dos — grandes —


durante o casamento. Christi tinha me garantido que não era grande coisa,
desde que eles se comportassem. Tudo tinha ido muito bem com os
meninos até que o sacerdote falou a parte, — Você aceita Megan como sua
legítima esposa?

Boca nem sequer teve a oportunidade de responder antes de Deklan


gritar: — Mamãe, esse homem disse que a Tia Megan é horrível. Isso não é
bom; ele tem que sentar-se um tempo de castigo.

Todos riram por alguns minutos, Deklan ficou muito irritado, e eu


tive que levá-lo de lado e explicar por que todo mundo tinha achado
2
engraçado .
Cerca de um ano mais tarde, Christi ficou muito doente e passou a
ser o dia dos pais. Eu estava cuidando dos meninos para ela e deixando-a
descansar. Naquela manhã, porém, eu acordei cedo e não consegui voltar a
dormir, então decidi me levantar e fazer algum trabalho. Eu desci as
escadas e descobri que a luz da cozinha estava acesa e eu ouvi vozes. Eu
rastejei ao virar da esquina para encontrar meus dois filhos pelados, e
farinha e ovos por todo o chão. Eles tinham duas tigelas entre as pernas e
estavam misturando o conteúdo enquanto sentados no chão. Quando
perguntei o que eles estavam fazendo nus no chão da cozinha, eles me
olharam nos olhos e Deklan disse: — É que a mamãe não deixa a gente
cozinhar para não sujarmos nossas roupas. Nós não queríamos que a
mamãe ficasse brava se tivesse panqueca nos nossos pijamas.

Eu não consegui nem ficar bravo com eles. Eu os ajudei a limpar a


bagunça e juntos fizemos café da manhã para Christi. Esse foi de longe um
dos melhores Dia dos Pais que eu já tive, assim como nós também
descobrimos que Christi estava doente porque estava grávida novamente.

Quando criança, Deklan era exatamente como eu. Qualquer coisa


que eu fazia, ele queria fazer. Connor, por outro lado, era uma pessoa
totalmente introspectiva. Ele gostava de ler e descobrir coisas. Ele caçava
insetos e depois os estudava. Ele gostava de assistir televisão, mas não
desenhos animados, mas ele gostava dos canais educativos, como
Discovery e History. Christi sempre o incentivou.

Christi tinha acabado de dar à luz a nossa filha, Katie, na época e


tinha colocado as crianças para uma soneca. Quando Christi tinha dado à
luz a Katie, os meninos não estavam muito felizes de ter uma menina na
família. Deklan disse que preferia ter ganhado um novo brinquedo do que
uma irmã, e Connor não chegava nem perto de Katie. Eles tinham até
perguntado a minha mãe como devolvê-la porque eles não queriam uma
irmãzinha.

Aconteceu então que eu tive que passar em casa naquele dia e entrei
na sala de estar para encontrar Deklan e Connor sentados na frente da
lareira com Katie deitada a seus pés. Quando eu perguntei o que eles
estavam fazendo, eles disseram que tinham enviado um e-mail para o Papai
Noel e que desde que ele tinha elfos que trabalhavam para ele, eles
pensaram que ele poderia ficar com Katie. Eu peguei os meus filhos nos
meus braços e expliquei que nós amávamos a todos eles e que um dia eles
fariam de tudo ao seu alcance para proteger a sua irmã mais nova. Nós
nunca dissemos a Christi sobre isso, eu temia que ela nunca conseguisse
dormir novamente.

Mesmo que eles fossem tão jovens, eu não tinha dúvida de que eles
se lembrariam para sempre das minhas palavras a partir daquele dia. Katie
estava na primeira série e um menino da sala de Connor estava puxando
seu cabelo e, em seguida, empurrou-a no parquinho. Connor estava
brincando perto dela e viu a coisa toda acontecer. Ele chamou Deklan e
Deklan ajudou Katie a se levantar do chão enquanto Connor se aproximou e
deu um soco no nariz do garoto. Christi foi chamada para a sala do diretor e
então me ligou quando soube o que tinha acontecido. Eu chamei Connor e
tive uma conversa com ele.

Muitos pais teriam discordado do que eu disse a ele, mas ele era um
Malloy e ele poderia ter que administrar esta família um dia. Eu disse a ele
que estava orgulhoso dele por ter defendido sua irmã mais nova, no
entanto, não deveríamos saí por aí batendo nas pessoas por esporte.
Eu dou crédito a Deklan e Connor por Katie ser a mulher resistente
como pregos que era hoje. Seus irmãos não tinham nenhum problema em
irritá-la ou provocá-la, eles simplesmente não deixavam as outras crianças
fazer o mesmo. Nossos filhos tinham um vínculo silencioso que eu não
poderia colocar em palavras. Era mais do que apenas proteção. Era honra e
coragem. Não tinha limites e para eles era real.
Deklan nunca namorou ninguém que Connor tivesse sentimentos e o
mesmo era verdade para Connor. Ambos os meus filhos valorizavam a
opinião de Katie quando se tratava das jovens que eles escolheram. No
primeiro ano de Deklan na faculdade, ele trouxe para casa uma bela moça,
Sasha. Katie a odiou a partir do momento em que ela entrou pela porta.

Deklan terminou com ela quando eles voltaram para a faculdade.


Connor estava conversando com o meu pai uma tarde de domingo, sobre
uma jovem que queria levar para conhecer a família. Meu pai garantiu-lhe
que ele estava certo que Christi iria amá-la. Connor respondeu: — Mamãe é
pura de coração, ela ama a todos. Eu me preocupo é com Katie. Ela pode
apenas ver o tipo de caráter uma pessoa realmente tem. — Então, quando
Deklan trouxe sua Katie para conhecer a família, todos nós esperamos com
ansiedade. A nossa Katie disse ‘olá’ a ela. Quando as duas Katies se
abraçaram, nós sabíamos que ela era a pessoa certa para Deklan. Ele
propôs vários meses depois.
Quando Connor tinha dezessete anos, ele veio ao meu escritório uma
tarde perguntando por Muscles. Muscles o seguiu para fora e quando
voltou com Connor no reboque, eu sabia que algo estava errado. Connor
confessou mais tarde que ele havia escutado alguns caras falando no
vestiário que o cara que sua irmã, Katie tinha saído no fim de semana
anterior tinha tentado convencê-la a fazer sexo com ele. Quando ela disse
que não, ele começou a se espalhar rumores sobre ela. Connor decidiu
riscar o carro do cara todo e cortar os pneus. Ele queria o nome de uma boa
oficina para que o garoto pudesse arrumar o carro. Connor não tinha
problemas em pagar pelos danos, mas ele disse ao pequeno punk que se ele
tentasse essa merda de novo, ele mais do que o carro danificado. Eu nunca
disse a Connor que liguei para a oficina e paguei a conta. Eu coloquei o
dinheiro que Connor tinha pago em um envelope e dei a um abrigo para
mulheres.
Nossos filhos não eram sempre anjinhos perfeitos, longe disso, na
verdade. Um evento que se destacou foi quando Deklan tinha acabado de
completar dezesseis anos. Ele estava com problemas na escola e Christi
decidiu que ele iria ficar sem carro durante duas semanas. Estávamos
jantando na casa do meu pai naquela noite, quando meu pai perguntou a
Deklan se ele gostava de seu carro. Meu pai tinha dado a todos os netos um
carro em seu décimo sexto aniversário. Não era novo, mas era seguro e em
boas condições de funcionamento. Deklan decidiu abrir as asas, abrindo a
sua boca, naquela noite, uma escolha que ele iria se arrepender por toda a
sua vida.

Deklan respondeu ao avô dizendo: — Mamãe tirou minhas chaves, a


cadela estúpida. — Ele sussurrou o final da frase, ou então ele pensou. Eu
não me lembro de quem saltou mais rápido, eu ou o meu pai, mas Deklan
encontrou-se a seis centímetros do chão pelo colarinho de sua camisa, com
seu pai e seu avô irritados na cara dele dizendo-lhe como falar
corretamente das mulheres de sua vida. Meu pai ficou tão enfurecido que
pegou o carro e vendeu. Deklan levou um ano inteiro para economizar
dinheiro suficiente para comprar um por conta própria. Não passou um dia
depois que onde ele não tenha beijado Christi e dito a ela que a amava.
Mas o momento que mais se destacou na minha memória não
aconteceu quando eles eram pequenos, aconteceu quando a nossa filha
tinha vinte e três anos. Minha mãe tinha acabado de descobrir que tinha
câncer de mama. Uma vez que as crianças foram informadas, todos eles
voltaram para casa e insistiram em ir para o hospital para ver sua avó. Eu
assisti da porta como os três subiram em sua cama de hospital e
envolveram seus braços ao redor dela. Katie deu um beijo na bochecha da
minha mãe e disse: — Nana, quando éramos pequenos, você sempre nos
pegava e limpava a nossa poeira nos e perguntava onde doía. Você beijava o
local e nos dizia que já estava melhor. Diga-nos onde dói, Nana, para que
possamos beijar e tornar tudo melhor.

Minha mãe venceu o câncer de mama. Ela jurou que era por causa
dos beijos dos garotos.


Epílogo

De pé na minha cozinha, eu estava cansada e me sentindo um pouco


sentimental. Mexendo lentamente minha xícara de chá, eu fechei os olhos e
comecei a me lembrar dos momentos felizes que aconteceram nesta mesma
sala ao longo dos anos...

A primeira manhã que Patrick desceu as escadas e me encontrou


fazendo o café da manhã para ele e como ele tomou seu tempo me
agradecendo. Os muitos jantares que eu fiz para ele e para os nossos filhos.
Eu me virei para a pia, olhando para o quintal, vendo o balanço de madeira
que ainda estava tão orgulhoso como o dia em que Patrick tinha montado.
Se esses pedaços de madeira e aço pudessem falar, os segredos que se
revelariam... O quintal onde realizamos muitas festas de aniversário,
churrascos, e jogos de futebol domingo à tarde ainda parecia o mesmo.

Eu me lembrei do acampamento que Deklan e Connor planejaram,


quando ambos tinham seis. Eles queriam fazer tudo sozinhos, sem a ajuda
de seu pai ou avô. Eu sorri enquanto me lembrava de vê-los entrar em casa
uma vez que o sol se punha, tinham tido o suficiente e queriam jantar e
assistir televisão.

Os muitos chás que Katie pediu aos irmãos para brincar com ela e
suas bonecas. Levou apenas um momento depois de Patrick se juntar a ela
e a partir de então eles se sentaram à mesa dela toda vez que ela pedia.
Somente quando ela foi para a faculdade é que teve coragem de se desfazer
de seu jogo de chá.

As muitas noites que Connor ficava lá fora, olhando para as estrelas


através de seu telescópio. Eu tinha certeza de que ele seria um astronauta,
pela maneira que aquele menino conhecia os planetas.

Eu me afastei da janela e comecei lentamente a andar em direção as


escadas. Esta tinha sido uma longa semana e eu estava realmente sentindo
isso. Eu finalmente fui capaz de relaxar e analisar meus pensamentos. Ao
passar pela porta que dava para o corredor, parei e coloquei minha mão no
batente da porta. Foi aqui, nos aniversários das crianças que os fazíamos
ficar de costas para o quadro e documentar o seu crescimento. Eu sorri
enquanto me lembrava de Connor e Deklan com a mesma altura durante
vários anos, Connor acabou vencendo, terminando um centímetro mais alto
que Deklan e Patrick.
Quando as crianças estavam crescendo, eu sempre os incentivei a
seguirem seus sonhos, mesmo que isso significasse não seguir os passos de
seu pai. Quando Deklan decidiu que queria cursar Administração, eu sabia
que ele iria dirigir a organização um dia. Deklan tinha o pavio mais curto do
que Patrick e eles trabalharam durante anos em acalmá-lo.

Quando Deklan trouxe Kate para casa, eu sabia que ele tinha
encontrado a sua outra metade. Custaram muitas noites sem dormir para
que sua pele endurecesse um pouco. No momento em que eles se casaram,
ela se encaixou bem em seu papel. Deklan ficou frustrado quando Patrick
não entregou imediatamente tudo para ele. Ele continuou dizendo a seu pai
que estava pronto para ser um líder, mas Patrick insistiu que ele ainda não
estava pronto.

Eu sempre me lembro do dia que Deklan teve os olhos abertos para


o fato de que ele ainda tinha muito a aprender. Thomas e Nora haviam
saído de férias. Na viagem para casa, um homem dirigindo um grande
caminhão teve um ataque cardíaco e morreu ao volante. Seu caminhão, em
seguida, atravessou a pista central e bateu de frente no carro deles, que
foram mortos instantaneamente. Uma vez que Deklan soube da notícia, ele
ficou fulo. Ele queria que a família do motorista fosse responsabilizada pela
morte de seus avós. Patrick fez algo que fez Deklan ver as coisas sob uma
luz diferente e mudar para sempre. Patrick foi até a viúva do motorista e
deu-lhe o dinheiro para enterrar o marido. Deklan era um homem diferente
depois disso, e Patrick disse que ele estava pronto para conduzir a família,
alguns meses depois.

Connor nunca foi interessado nos negócios da família. A partir do


momento que ele atravessou a fase da formatura do ensino médio, ele
voltou suas atenções para se tornar um médico. Quando as crianças
chegava em casa da faculdade nas férias, geralmente com alguém a tiracolo,
Connor nunca fez isso. Ele me disse que não queria que nada nem ninguém
o distraísse.

Ele tinha acabado de terminar sua residência e estava procurando


trabalho em vários hospitais em Chicago. Tendo acabado um turno em mais
um hospital, ele decidiu parar e comprar um buquê de flores para mim. Ele
estava entrando na floricultura e esbarrou em uma jovem. Seu nome era
Elizabeth e ele disse que no momento em que seus olhos se encontraram,
ele estava apaixonado. Ele a trouxe para jantar depois de um mês de
namoro. Ele confidenciou-me que estava nervoso, com medo ela não
quisesse ficar com ele quando descobrisse o que sua família fazia. Eu disse-
lhe para ser honesto com ela e que eu ficaria feliz em falar com ela se ela
tivesse alguma dúvida. Ele a levou para fora no quintal, e quando ele disse a
ela, ela riu e disse que sabia desde o início, que não se pode viver em
Chicago e não saber quem e o que os Malloy eram. Eles se casaram dois
anos depois.
Katie era a menina dos olhos de seu pai. A partir do momento em
que descobriu que ela era uma menina, ele fez tudo que podia para mimá-la
até não poder mais. Patrick estava tão orgulhoso de seus irmãos sempre a
protegendo. Patrick não sabia que eu estava bem ciente de todas as brigas e
danos à propriedade que eles causaram ao longo dos anos.

Quando Nora morreu, Katie me perguntou como a família iria


sobreviver. Eu expliquei a ela que eu levaria tudo o que tinha aprendido
com Nana e manteria a família unida. Seja por acidente ou intervenção
divina, eu deslizei para o papel de monarca da família. No momento em que
Katie teve seu primeiro namorado sério, eu era tão temida e respeitada
como Nora tinha sido quando ainda estava viva.
Katie nunca namorou ninguém que seus irmãos considerassem
amigos. Ela não queria causar nenhuma ruptura em seu círculo de
amizades. Quando Frankie e Shamus se casaram, eles tiveram um filho, seis
meses depois. Seamus era o bebê mais lindo, com seus olhos verdes e
cabelo castanho escuro. Seamus foi para uma faculdade diferente do Katie e
então eles só se viam em reuniões familiares. Seamus recebeu uma bolsa de
futebol para a Universidade da Geórgia e os levou a muitos campeonatos
nacionais.
Quando ele foi escolhido na primeira rodada do draft para a NFL, ele
veio até a nossa casa e pediu para falar com Patrick. Parecia que Seamus
tinha uma queda de longa data pela nossa Katie. Ele manteve seus
sentimentos ocultos, pensando que Katie teria que se casar com o homem
da escolha de seu pai. Uma vez ele sentiu que poderia cuidar de Katie da
maneira que ela merecia, ele decidiu que a vida era muito curta e precisava
tornar seus sentimentos conhecidos.

Patrick lhe deu permissão para namorar Katie. Quando deixamos os


dois a sós, Patrick me levou para a garagem e passou os braços em volta de
mim. Ele me disse que estava feliz que Seamus fosse apaixonado por sua
filha e que esperava que eles tivessem uma vida longa e feliz juntos. Em
seguida, ele beijou meu pescoço e disse que não podia esperar para me
perseguir pela casa nua novamente, como fazíamos antes de termos as
crianças.

Seamus foi escolhido pelo Chicago Bears e, em seguida, levou-os a


um campeonato de Super Bowl. Durante o namoro, ele a tratava como uma
rainha. Ele lhe deu o colar de trevo e fez questão de manter sua imagem
limpa quando era visto em público com outras mulheres. Katie insistiu em
trabalhar como professora e especialista em crianças com dificuldades de
aprendizagem. Quando Chicago venceu o Super Bowl e Seamus estava
sendo entrevistado, ele ouviu a famosa pergunta sobre o que ele planejava
fazer, agora que tinha ganho o Super Bowl. Seamus olhou para a câmera e
pediu Katie em casamento. Eu vi como uma única lágrima correu pelo rosto
de Patrick.

O casamento de Katie fez de o de Paige e Caleb parecer um chá da


tarde. Seamus tinha muitos amigos, assim como Katie. Ele a levou para uma
ilha particular na lua de mel e construiu uma casa para ela não muito longe
da nossa. Katie ensinou por cinco anos antes que ela e Seamus decidissem
iniciar uma família. Ninguém nunca falou do passado da mãe de Seamus.
Não era importante; Frankie era uma mulher diferente agora.

Depois que Patrick se ‘aposentou’ oficialmente, ele e Deklan


começaram a fazer exercícios juntos. Eles iam correr todas as manhãs e
faziam várias outras atividades físicas. Eu fiquei emocionada quando
comecei a usufruir dos benefícios. Patrick e eu continuávamos a ter uma
relação muito amorosa, e apesar da nossa idade, nós ainda fazíamos amor
várias vezes por semana. Era bom ter a casa só para nós agora.

Deklan e Katie tiveram um filho, Aidan. Ele era uma cópia em


carbono de seu pai. Katie desenvolveu um caso grave de endometriose e
teve que fazer uma histerectomia. Ela chorou por dias depois disso. Após o
terceiro dia, eu fui para a casa dela e disse-lhe para parar. Ela tinha uma
bela família e precisava se recompor e parar de lamentar sobre o que
poderia ter perdido. Foi então que eu soube que Nora ainda estava conosco.
Deklan pediu ajuda para moldar Aidan como um líder para a família.
Patrick, é claro, estufou o peito com orgulho. Eles trabalharam durante
vários anos, dando a ele todos os seus anos de conhecimento. Patrick ia
para a cama todas as noites com a certeza de que sua família estaria em
boas mãos quando seu tempo na terra houvesse terminado.

Eu me arrastei para a cama depois de colocar a minha xícara de chá


na minha cabeceira. A cama hoje à noite estava fria e estéril. Eu dobrei as
cobertas sobre mim quando me virei para minha esquerda. O travesseiro
de Patrick ainda tinha seu cheiro distinto, o que me confortou todos esses
anos. Na noite da última segunda-feira, eu havia me preparado para dormir,
como sempre fizemos. Patrick estava em seu humor habitual e se certificou
de que eu recebesse uma grande dose de amor. Patrick sempre foi um
amante incrível e naquela noite não foi diferente. No entanto, quando eu
acordei naquela manhã de terça-feira, Patrick não acordou. O sorriso em
seu rosto foi o suficiente para me dar segurança de que ele tinha morrido
feliz.

Nós o enterramos dois dias depois. Ele agora descansava ao lado de


Thomas e Nora. Seu funeral foi assistido não só por seus amigos e
familiares, mas por membros de famílias rivais. Um veio e me disse que
Patrick sempre tinha sido um homem justo e que sempre seria lembrado
com carinho.

Deklan insistiu para que eu vender a casa e ir morar com ele e Katie.
Eu recusei, esta era a minha casa e eu não queria morar em outro lugar. Eu
não me arrependo de uma única coisa que eu tinha experimentado durante
o meu tempo com Patrick, mesmo quando eu havia tentado me divorciar
dele. Ele me mostrou que seu amor por mim era verdadeiro e a nossa
ligação mais forte. Connor disse a seus convidados em seu casamento que
ele queria um casamento com metade da felicidade que seus pais tiveram.
Eu acreditava que ele teria.

Eu fechei os olhos e passei a mão sobre a fronha branca engomada


de Patrick. Ele foi o único homem que eu amei e o pai mais incrível para os
meus filhos. Ele me deu tanto durante o nosso tempo juntos, não apenas
amor e apoio, mas amizade sincera. Isso não quer dizer que não brigamos,
mas as brigas que tivemos nos ajudaram a nos tornar mais fortes, cimentou
as rachaduras que outros tentaram colocar entre nós.
Eu dei um beijo em meus dedos e coloquei minha mão em seu
travesseiro, minhas mãos agora enrugadas por causa da idade, o meu
cabelo muito mais prata que castanho.

— Eu te amo, Patrick, — eu sussurrei enquanto fechava os olhos.


Nós tínhamos dito isso um ao outro todas as noites, se estivéssemos juntos
ou separados. Ele estaria para sempre trancado no meu coração e nada,
nem mesmo a morte, poderia me tirar isso.

Fechei os olhos e adormeci num sono reparador. Meus olhos se


abriram de repente enquanto o sentimento de completa e absoluta paz
tomava conta do meu corpo. Eu me levantei da cama e olhei para as minhas
mãos. Lá se foram as rugas e em seu lugar estava a pele de porcelana que
eu tinha quando era jovem. Eu cruzei o meu quarto para olhar no espelho
para ver que as minhas rugas e cabelos grisalhos tinham desaparecido e eu
tinha a mesma aparência que tinha no dia do meu casamento. Eu olhei para
o meu reflexo e levantei a minha mão para tocar meu rosto. Eu sorri
quando notei que a minha pele estava novamente macia e suave. Eu olhei
de volta para o espelho para encontrar um jovem Patrick encostado no
batente da porta do nosso quarto. Ele estava vestido com calças de linho e
sua camisa estava aberta. Eu me virei para encará-lo e o quarto
desapareceu e foi substituído por uma praia de areia branca. Ele atravessou
a areia e me tomou em seus braços.

— Maravilhoso encontrá-la aqui, Legs. Sua voz estava sedosa como


sempre. Seu cabelo o mesmo que eu me lembrava de todos aqueles anos
atrás. Eu passei meus braços em volta do pescoço dele quando eu dei um
beijo suave em seus lábios.

Eu olhei em seus olhos verdes profundos e disse: — Patrick, para


sempre é muito tempo, pare de me chamar de Legs.

Notas
[←1]
Ticket Master é uma empresa americana de venda e distribuição de ingressos com operações
em vários países do mundo.

[←2]
O pobre Deklan confundiu as palavras. O sacerdote disse lawfully
(legítima) e ele entendeu awful (horrível).

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