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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

O financiamento indireto se dá mediante recursos provenientes do orçamento da União,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É importante ressaltar que as receitas
dos Estados, do Distrito Federal e do Município destinadas à seguridade socil não irão
constar no respectivo orçamento, mas também, não integrarão o orçamento da União.

que serão destinados ao financiamento da seguridade social irão constar no


orçamento

1º BIMESTRE

O termo seguridade social surgiu com a promulgação da constituição federal de 1988


(art. 194)
1) Pilares da seguridade social - PAS

 Saúde: Direito de todos, inclusive estrangeiros. Não contributivo.

 Assistência: ela é devida apenas a quem dela necessitar, não sendo assim, um
direito de todos. Não contributivo.

 Previdência: somente fara jus aquele que obtiver a qualidade de segurado e


obtiver os requisitos, ou ainda possuir algum vínculo com algum segurado.
Contributivo.

 Regime Geral de Previdência Social: aquele que pertence a maioria dos


trabalhadores.

 Regime Próprio de Previdência Social: art. 40 da CF

 Previdência Complementar
 Previdência Privada

2) PRINCÍPIOS

a)
b)
c)
d)
e) Equidade na forma de participação no custeio: é um princípio diretamente
ligado à isonomia; aquele que ganha mais, paga mais, aquele que ganha menos,
paga menos.
 Progressividade das alíquotas de contribuição social.
f) Diversidade da base de financiamento: amplitude dos fatos geradores, havendo
uma grande diversidade na base de financiamento; no aspecto subjetivo também
há amplitude das pessoas, ou seja, quem vai financiar será as pessoas físicas e
jurídicas. O custeio é tríplice (trabalhador; empregado; Estado)

g) Gestão quadripartite: é gerida pelos trabalhadores, empregadores, aposentados e


o governo.

h) Princípio da solidariedade

i) Regra da contrapartida: é necessário apontar a precedência da fonte de custeio –


art. 195, §5º da CF. – Esse princípio é aplicável ao legislador infraconstitucional.

j) Anterioridade: aplica-se somente a anterioridade nonagesimal.

3) LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

 Privativa da União – art. 22, XXIII CF


Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
(...)
XXIII - seguridade social;
 Concorrente
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - Proteção à infância e à juventude;


Aplicação das normas previdenciárias
Integração previdenciária
No caso de Lacuna aplica-se a LINB (analogia, princípios gerais do direito e costumes –
art. 4º) + equidade (há possibilidade de desenvolvimento de teses com base na equidade,
o que é algo muito subjetivo)
Interpretação e técnicas de interpretação da norma
 Quanto a origem: A interpretação que vem das intepretações judiciais,
administrativas, legislativa doutrinaria.

 Quanto meio: intepretação gramatical/literal (observa o sentido literal dos


vocábulos, não abrindo margem p/ qualquer tipo de ajustes); interpretação histórica
(leva em conta a concordância por meio de raciocínio logico); interpretação
sistemática (estabelece relação de subordinação no sistema jurídico)

 Quanto a finalidade:

Vigência e eficácia da norma jurídica no tempo


 Salvo disposição em contrário a lei começa a vigorar 45 dias depois da data da
publicação da lei. Normalmente as disposições securitárias entram em vigor na
dará de sua publicação, com eficácia imediata.

Obs.: Se a norma securitária versar sobre majoração ou modificação de


tributos previdenciários, deve ser respeitada a anterioridade nonagesimal

 A lei traz regras de transição – normas de eficácia imediata

 Tempus regit actum = aplicam-se as regras que estavam vigentes na data do fato
gerador do benefício - o direito adquirido deve ser preservado, desde que todas as
condições tenham sido cumpridas dentro da legislação anterior em vigor (Ex.:
segurado que adquiriu aposentadoria com base na regra anterior, mas não
requereu administrativamente, quando ele for pedir a aposentadoria, terá todos os
direitos/ônus da lei anterior)

Obs.: Expectativa de direito pode ser frustrada pela Lei nova – aplicam-se a
eles as normas de transição.

 Regras de transição: sempre que se promove uma transição em uma estrutura


complexa como o sistema previdenciário de um pais, em respeito ao direito
adquirido e a coisa julgada, bem como por observância ao princípio da segurança
jurídica, torna-se necessário prever também para os trabalhadores antigos, um
conjunto de regras de transição, que não são tão boas com as regras antigas e
nem tão severas como as regras novas.
 Regras básicas de transição

a) .
b) .
c) .
d) .

 Regras transitórias: quando se retira determinado instituto da CF, para que


tenhamos uma aplicabilidade imediata das novas mudanças, se torna necessário
estabelecer regras que vão viger para os novos trabalhadores e também para
aqueles que ainda não cumpriram as regras do regime antigo, um conjunto de
disposições relevantes sobre as prestações previdenciários.

 Regras permanentes: iniciam a partir da eficácia da emenda.


4. SEGURADOS DO RGPS – SUJEITOS ATIVOS DA RELAÇÃO JURÍDICO-PREVIDENCIÁRIA

 Juntamente com os dependentes, formam o polo ativo da relação.


 No polo passivo, está o INSS, autarquia federal que atrai, por essa razão, a
competência para julgamento da Justiça federal (art. 109, i da CF/88).
Todos que exercem atividade laboral remunerada são obrigados a se filiar ao regime e
pagar contribuições.
Obs.: Aquele que não exerce atividade laborativa poderá ingressar no regime, na
condição de segurado facultativo – estudante, estagiário (é via de regra facultativo, e em
caráter de exceção será segurado obrigatório quando o órgão ou instituição que o
contratou descumprir a lei do Estágio) dona de casa.

a) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS

O segurado obrigatório é a pessoa física que vai exercer, de forma lícita, atividade
remunerada abrangida pelo RGPS. Sua filiação está ligada ao exercício da atividade
remunerada e é obrigatória. São segurados obrigatórios (Previstos nos artigos 11 da Lei
8.213/91 – LB, 12 da Lei 8.212/1991 – LC e 9º do Decreto 3.048/99):
 Empregado
LB - ART. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: 
I - Como empregado:       
  a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual,
sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; - são os
mesmos requisitos da relação de emprego
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, (por prazo não superior a três
meses, prorrogável, conforme Decreto) definida em legislação específica, presta serviço para
atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviços de outras empresas;
DECRETO. ART. 9º, I, c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para
trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou agência de empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sede e administração no País; a contratação ocorrida no Brasil, cujo o
empregado vai trabalhar em uma agencia/sucursal da empresa no exterior, desde que esse tenha
domicilio no Brasil.
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado
em empresa domiciliada no exterior com maioria do capital votante pertencente a empresa
constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo controle
efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas
domiciliadas e residentes no País ou de entidade de direito público interno
LB – ART. 11 - I - d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição
consular de carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e
repartições (Ex.: Motorista do Consul português em SP), excluídos o não-brasileiro sem residência
permanente no Brasil (Ex.: Norueguês que não tem residência permanente no Brasil e que presta
serviço no consulado de Portugal no Brasil) e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária
do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular;
LB. Art. 11- I - e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais
brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
LB – ART. 11 – I - g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo
com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais.  
h e j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado
a regime próprio de previdência social;    
DECRETO – ART. 9º i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas
autarquias e fundações, ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de
livre nomeação e exoneração;
j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Município, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade, não esteja amparado por
regime próprio de previdência social;
l) o servidor contratado pela União, Estado, Distrito Federal ou Município, bem como pelas
respectivas autarquias e fundações, por tempo determinado, para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição
Federal;
m) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e
fundações, ocupante de emprego público (Ex.: zelador, copeiro, porteiro)
LB – art. 11 – I - i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em
funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social (Ex.:
empregado da UNESCO no Brasil)
Decreto – art. 9º h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo
com a Lei no 11.788, de 25 de setembro de 2008;
o) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir
de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime Geral de Previdência
Social, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994;
r) o trabalhador rural contratado por produtor rural pessoa física, na forma do art. 14-A da
Lei no 5.889, de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de natureza temporária por
prazo não superior a dois meses dentro do período de um ano - pessoa contratada para um
emprego temporário; “boias frias”

 Empregado doméstico

(ART. 11, II da Lei 8.213/91) aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou
família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos.
(ART. 9, inciso II do Decreto 3048/99) aquele que presta serviço de natureza contínua,
mediante remuneração, a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividade
sem fins lucrativos
*** por mais de 2 (dois) dias por semana (conceito trazido pelo art. 1º da Lei
Complementar nº 150/2015)

 Contribuinte individual
O segurado obrigatório contribuinte individual é o prestador de serviços de natureza
urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem vínculo de emprego.
É o antigo trabalhador autônomo.

Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:   


[...] 
V - como contribuinte individual:  
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer
título, em caráter permanente ou temporário, em área (contínua ou descontínua, incluído
pelo Decreto) superior a 4 (quatro) módulos fiscais – unidade de medida adotada p/ saber
o tamanho de uma propriedade; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos
fiscais ou atividade pesqueira (ou extrativista, incluído pelo Decreto), com auxílio de
empregados ou por intermédio de prepostos; ou ainda nas hipóteses dos §§ 9 o e 10 deste
artigo;
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral -
garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de
forma não contínua; 
c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa;
***e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o
Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por
regime próprio de previdência social; (CAI NA PROVA!!!) – Para um organismo oficial do
qual o Brasil é membro.

 Se trabalha no organismo, para a União, é empregada.


 Se trabalha diretamente para o organismo, é contribuinte individual.
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho
de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente
(sócio administrador) e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em
empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação
ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito
para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração (pode ser
remuneração indireta);

 São pessoas que detém a propriedade ou a direção de uma empresa.

 Trabalhador avulso

 Segurado especial

CONCEITO DE ECONOMIA FAMILIAR


§ 1o  Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho
dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. É necessário que haja
a comprovação, o que geralmente é feito na audiência.
 EQUIPARADOS A SEGURADO ESPECIAL
§ 6o  Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os
filhos maiores de 16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter
participação ativa nas atividades rurais do grupo familiar. Também é necessário a
comprovação da condição de participação ativa.
POSSIBILIDADE DE CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO
§ 7o  O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo
determinado ou de trabalhador de que trata a alínea g do inciso V do caput, à razão de no
máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, (pode contratar uma pessoa por
até 120 dias no ano; duas pessoas por até 60 dias no ano; três pessoas por até 30 dias
no ano e etc.) em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em
horas de trabalho, não sendo computado nesse prazo o período de afastamento em
decorrência da percepção de auxílio-doença. Exclui os afastados  
NÃO DESCARACTERIZAM A QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL
§ 8o  Não descaracteriza a condição de segurado especial:                
I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até
50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro)
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva
atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;     
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com
hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;                   
III – a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade
classista a que seja associado em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor
rural em regime de economia familiar;
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente
que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;               
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de
beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei n o
8.212, de 24 de julho de 1991;      
VI - a associação em cooperativa agropecuária ou de crédito rural;
VII - a incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI sobre o produto das
atividades desenvolvidas nos termos do § 12.

§ 12.  A participação do segurado especial em sociedade empresária,


em sociedade simples, como empresário individual ou como titular de
empresa individual de responsabilidade limitada de objeto ou âmbito
agrícola, agroindustrial ou agroturístico, considerada microempresa nos
termos da Lei Complementar n o 123, de 14 de dezembro de 2006, não o
excluí de tal categoria previdenciária, desde que, mantido o exercício
da sua atividade rural na forma do inciso VII do caput e do § 1 o, a
pessoa jurídica componha-se apenas de segurados de igual natureza (a
empresa deve ser formada somente por segurados especiais) e sedie-
se no mesmo Município ou em Município limítrofe àquele em que eles
desenvolvam suas atividades
POSSIBILIDADE DE RECEBER OUTROS RENDIMENTOS SEM PERDER A SUA
QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL:
§ 9o  Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de
rendimento (não atinge os demais membros da família, contudo, é necessário que a
subsistência da família seja advinda da atividade rural), exceto se decorrente de:
Atenção: a regra é que não pode receber outros rendimentos , mas há as seguintes
exceções:
 
I – Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não
supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social (menor
salário mínimo);                 
II – Benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar
instituído nos termos do inciso IV do § 8o deste artigo;                    
III - exercício de atividade remunerada em período não superior a 120 (cento e vinte) dias,
corridos ou intercalados, no ano civil, observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991 (revogado);                     
IV – Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de
trabalhadores rurais;               
V – exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural
ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais,
observado o disposto no § 13 do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 -  não
dispensa o recolhimento da contribuição;              
VI – Parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do §
8o deste artigo;                
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo grupo
familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda
mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da
Previdência Social; e     
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de
prestação continuada da Previdência Social.     

  

 
2º BIMESTRE

DEPENDENTES DOS SEGURADOS


Sujeitos ativos indiretos da relação jurídica previdenciária.
SUJEITO ATIVO: Segurados – diretos; Dependentes do segurado
– indiretos (TEM DIREITO A PENSÃO POR MORTE E AUXILIO
RECLUSÃO, SOMENTE)
SUJEITO PASSIVO: INSS

Conforme disposição do artigo 16 da Lei 8.213/91:


Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social,
na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência1 intelectual ou mental ou
deficiência grave;   
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave.  

***Importante, exclusão do menor sob guarda da redação atual do


inciso I.
Diferença entre menor sob guarda e menor tutelado:
A guarda tem por objetivo regularizar a convivência de fato,
atribuindo ao guardião vínculo e representação jurídica em relação

1
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras,
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas.
ao menor, obrigando o guardião a promover a assistência moral,
material e educacional, permitindo-lhe se opor a terceiros, inclusive
aos pais. A guarda não destitui o poder familiar dos pais biológicos,
mas limita o exercício deste poder que é transferido ao guardião.
A tutela é forma de inserir o menor em uma família substituta.
Pressupõe, ao contrário da guarda, a prévia destituição ou
suspensão do poder familiar dos pais (família natural). Tem por
objetivo suprir a ausência de representação legal, assumindo o
tutor tal obrigação na ausência dos genitores.

Contudo, o rol foi “ampliado” por decisão judicial – confirmando a


crescente legitimação da interpretação criativa e sistemática no
âmbito do direito previdenciário.
É que, em apertada síntese, a Medida Provisória 1.523/96,
convertida na Lei 9.528/97, excluiu o menor sob guarda do rol de
dependentes. Assim, não eram mais devidas pensões aos menores
sob guarda quando o óbito do instituidor fosse posterior à vigência
da referida norma (tempus regit actum).
Não obstante, o Superior Tribunal de Justiça decidiu, no sistema de
demandas repetitivas inaugurado pelo novo CPC (IRDR), Tema
732 (D.P. 21.02.2018), que:
“O menor sob guarda tem direito à concessão do benefício de
pensão por morte do seu mantenedor, comprovada sua
dependência econômica, nos termos do art. 33, § 3º do Estatuto da
Criança e do Adolescente, ainda que o óbito do instituidor da
pensão seja posterior à vigência da Medida Provisória 1.523/96,
reeditada e convertida na Lei 9.528/97. Funda-se essa conclusão
na qualidade de lei especial do Estatuto da Criança e do
Adolescente (8.069/90), frente à legislação previdenciária.”
Vale lembrar, contudo, que existem duas ADI’s pendentes de
julgamento no STF a esse respeito.
EM SINTESE A JURISPRUDENCIA TROUXE NOVAMENTE O
MENOR SOB GUARDA COMO SEGURADO INDIRETO
Esses dependentes são divididos em três classes (Art. 16).
1ª Classe: cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave.  
Regra: Os dependentes de primeira classe têm dependência
econômica presumida, ou seja, não precisam comprovar
dependência econômica em relação ao segurado, porque fazem
parte do seio familiar, onde se presume que há dependência
financeira.
2ª Classe:
Os pais.
Obs.: Terão que comprovar que dependem dos filhos, ou seja, não
tem dependência econômica presumida. No art. 22, § 3º do
DECRETO, consta o rol de documentos exigidos pelo INSS para
comprovar a dependência econômica. O dependente deverá
apresentar, no mínimo, 3 documentos.

3ª Classe:
O irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
(vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou
mental ou deficiência grave.  
Obs.: Terão que comprovar que dependem do de cujus, ou seja,
não tem dependência econômica presumida. No art. 22, § 3º do
DECRETO, consta o rol de documentos exigidos pelo INSS para
comprovar a dependência econômica. O dependente deverá
apresentar, no mínimo, 3 documentos.

§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes


deste artigo exclui do direito às prestações os das classes
seguintes.
Os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de
condições com os demais, sendo que na pluralidade de
dependentes o benefício será dividido em frações iguais. Em caso
de morte de um dos dependentes da mesma classe, o benefício
será novamente dividido entre os remanescentes. Não restando
nenhum outro dependente da mesma classe, o benefício
cessará definitivamente, não restando direito aos de classes
subsequentes. É que a existência de dependente de qualquer das
classes exclui do direito às prestações os das classes seguintes.

A mera EXISTENCIA exclui o direito das classes posteriores,


mesmo que haja a renúncia do direito por parte do segurado
indireto.

§ 2º O enteado e o menor tutelado (com termo de tutela,


segundo o DECRETO) equiparam-se a filho mediante
declaração do segurado e desde que comprovada a
dependência econômica na forma estabelecida no
Regulamento (desde que não possua bens suficientes para o
próprio sustento e educação, redação do DECRETO).

§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que,


sem ser casada, mantém união estável com o segurado ou
com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da
Constituição Federal. – aplica-se a união homo afetiva.
Decreto. Art. 16 - § 6o  Considera-se união estável aquela
configurada na convivência pública, contínua e duradoura
entre o homem e a mulher, estabelecida com intenção de
constituição de família, observado o § 1o do art. 1.723 do
Código Civil, instituído pela Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 – não há união estável se houver
impedimentos do casamento. 
SLIDE 12 – MTO RAPIDO, FALAR DE NOVO

***§ 5º As provas de união estável e de dependência


econômica exigem início de prova material contemporânea
dos fatos (contemporâneas ao óbito/reclusão; no momento em
que ocorre o infortúnio deve-se comprovar a condição de
dependência), produzido em período não superior a 24 (vinte e
quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à
prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente
testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior
ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento. (Incluído
pela Lei nº 13.846, de 2019)
Atenção: a lei não exige um tempo mínimo de relacionamento para
que o cônjuge ou companheiro receba a pensão. O que se exige é
prova material contemporânea ao óbito e produzida nos últimos 2
anos antes do óbito ou da prisão.

***§ 6º Na hipótese da alínea c do inciso V do § 2º do art. 77


desta Lei (estabelece a duração da pensão devida ao cônjuge
ou companheiro com pelo menos 2 anos de relacionamento), a
par da exigência do § 5º deste artigo, deverá ser apresentado,
ainda, início de prova material que comprove união estável por
pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.
(Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
Atenção: esse parágrafo trata da comprovação de pelo menos 2
anos de relacionamento para que a pensão seja concedida por
períodos maiores de 4 meses (tempo mínimo de duração para
quem não completa 2 anos de relacionamento).

***§ 7º Será excluído definitivamente da condição de


dependente quem tiver sido condenado criminalmente por
sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou
partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime,
cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os
absolutamente incapazes e os inimputáveis (Incluído pela Lei
nº 13.846, de 2019)
O indigno não tem direito a um direito decorrente do segurado.

INSCRIÇÃO DOS DEPENDENTES (DECRETO, ART. 22)


É feita no momento do requerimento do benefício, sendo
exigido aos:
Filhos e irmãos menores de 21 anos: certidão de nascimento;
Filhos e irmãos inválidos: perícia médica para atestar a invalidez;
Cônjuge: certidão de casamento
Companheiro(a): comprovação de união estável (pelo menos 03
documentos previstos no art. 22, Decreto 3048/99)
Pais: certidão de nascimento do segurado

PERDA DA QUALIDADE DE DEPENDENTE

DECRETO – ART. 17 C/C ART. 77, § 2º DA LB


O dependente não conserva a condição para sempre, perdendo a
qualidade nos seguintes casos:
Filho, pessoa a ele equiparada ou irmão: ao completarem 21 anos,
salvo se inválido ou com deficiência;
Filho ou irmão inválido: quando cessar a invalidez
Filho ou irmão com deficiência: pelo afastamento da deficiência.
Pais: com a morte
Cônjuge, companheiro ou companheira (NÃO INVÁLIDOS OU
DEFICIENTES) deixam de receber pensão:
1. Após 04 meses se não houver 18 contribuições do segurado
ou 02 anos de casamento ou união estável até a data do óbito
(tempo mínimo de duração do relacionamento).
*Essa regra não é aplicada em caso de morte por acidente de
qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho.
2. após o prazo estabelecido pela tabela abaixo, caso o
segurado tenha 18 ou mais contribuições e o casamento ou
a união estável tiverem sido iniciados há, pelo menos, 02
anos da data do óbito (ou em caso de morte por acidente de
qualquer natureza, doença profissional ou do trabalho).

Cônjuge, companheiro ou companheira (INVÁLIDOS OU


DEFICIENTES – art.77, § 2º, V, a):
Nesse caso, a pensão por morte será, via de regra, vitalícia,
mesmo que o segurado não tenha vertido 18 (dezoito)
contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável
tiverem menos de 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.
***Caso o pensionista inválido ou deficiente se recupere, serão
respeitados, ao menos, os prazos anteriores apresentados.

CARÊNCIA DOS BENEFICIOS PREVIDENCIÁRIOS

Conceito de carência: número mínimo de contribuições mensais


para ter direito a um benefício da previdência social, a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
LB – ART. 24. Período de carência é o número mínimo de
contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça
jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro
dia dos meses de suas competências.
Como em um plano de saúde, para realizar um procedimento
específico, antes você precisa cumprir/pagar um número mínimo
de mensalidades. Não é possível pagar tudo de uma vez só para
ter a carência.
É preciso pagar competência a competência.
IMPORTANTE DECRETO ART. 26, § 1º Para o segurado
especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de
efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses necessário à
concessão do benefício requerido.
Toda vez que eu estudar número mínimo de contribuições, devo
lembrar que para o segurado especial, corresponderá ao mesmo
número de meses de labor agrícola, ainda que de forma
descontínua.
Não lhe é exigido um número de contribuições, mas, sim, o tempo
de exercício efetivo na atividade rural igual ao número de
contribuições exigido para os demais segurados.
IMPORTANTE – DECRETO ART. 26, § 1º Para o segurado
especial, considera-se período de carência o tempo mínimo de
efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses necessário à
concessão do benefício requerido.
Toda vez que eu estudar número mínimo de contribuições, devo
lembrar que para o segurado especial, corresponderá ao mesmo
número de meses de labor agrícola, ainda que de forma
descontínua.
Não lhe é exigido um número de contribuições, mas, sim, o tempo
de exercício efetivo na atividade rural igual ao número de
contribuições exigido para os demais segurados.
PRAZOS DE CARÊNCIA
LB - Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime
Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos de
carência, ressalvado o disposto no art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze)
contribuições mensais;
(Art. 26. Independe de carência a concessão das seguintes
prestações:
II - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de
acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional
ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-
se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças e afecções
especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da
Previdência Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com
os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro
fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam
tratamento particularizado; 

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