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Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil
e-mail: pamplonagustavo@hotmail.com
CILAMCE 2016
Proceedings of the XXXVII Iberian Latin-American Congress on Computational Methods in Engineering
Suzana Moreira Ávila (Editor), ABMEC, Brasília, DF, Brazil, November 6-9, 2016
Radiação Térmica em Superfícies Seletivas
1. Introdução
A crise do petróleo na década de 1970 fez com que a sociedade mundial começasse a
se preocupar com o esgotamento das reservas de combustíveis fosseis, e com isso, surgiram as
primeiras análises de impactos ambientais. O interesse na realização dessas análises
apresentou variações ao longo dos anos, sendo reacendido na década de 1990 com a criação
das normas ISO 14040 e as discussões ambientais ocorridas naquela época (RIBEIRO, 2011).
Com isso, a necessidade de reduzir a dependência em relação aos combustíveis fósseis e
contribuir para melhorar as condições ambientais do planeta fomentaram a busca por novas
fontes de energia com um menor impacto ambiental, reduzindo a poluição atmosférica e as
alterações do balanço térmico do planeta.
Atualmente, a energia solar tem sido utilizada em diversas aplicações, podendo ser
destacado o aquecimento de água e a geração de vapor para utilização industrial. Para tanto,
utilizam-se trocadores de calor especiais chamados de coletores solares para realizar o
aquecimento do fluido pretendido. Dentre outros aspectos que reduzem a eficiência desses
coletores, observa-se uma grande perda por emissão de radiação térmica, implicando em
temperaturas de operação inferiores a 100ºC e limitando sua aplicabilidade. As superfícies
seletivas constituem uma das alternativas encontradas para reduzir elevar a absorção de
radiação e, principalmente, minorar as perdas por emissão térmica.
2. Radiação Solar
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A luz do sol está prontamente disponível e livre de tensões geopolíticas, além de não
representar ameaça para o nosso meio ambiente. A Terra é essencialmente um enorme coletor
que recebe grandes quantidades de energia solar que se manifestam em várias formas, como a
luz solar direta usada para a fotossíntese das plantas, massa de ar aquecidas que causam vento
e a evaporação dos oceanos resultando em chuva, que forma rios e fornece hidroelétricas.
Este parâmetro se torna importante para um estudo comparativo entre o potencial existente e o
quanto realmente é utilizado dessa quantidade de energia.
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O sentido é medido pelos ângulos zênite (θ) e azimutal (φ), respectivamente, onde θ é
medido da direção normal para dA. Por definição, um ângulo sólido em qualquer lugar acima
dA é igual à área interceptada no hemisfério da unidade. Conforme mostrado na Figura 1, um
elemento desta área hemisférica é dado por senθdθdφ para que dΩ = senθdθdφ
Todo objeto a uma temperatura finita emite energia radiativa. Em princípio, a emissão
de um determinado corpo é uma função das propriedades do material, da temperatura e da
direção.
Na natureza, mesmo que não exista um corpo negro, existem aproximações, por
exemplo, uma espessa camada de carbono preto pode absorver 99% da radiação térmica
incidente (DUFFIE & BECKMAN, 1980).
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A intensidade pode ser definida como intensidade espectral (Iλ), que se refere à
radiação em um intervalo em torno do comprimento de onda, ou intensidade total (I), que se
refere à radiação para todos os comprimentos de onda.
A distribuição espectral definida por esta lei está representada na Figura 2 para
algumas temperaturas. Pode observa-se nela que a radiação emitida por um corpo negro varia
continuamente com o comprimento de onda e para qualquer comprimento de onda, a radiação
emitida por um corpo negro aumenta à medida que a temperatura aumenta. Nota-se também
que quando a temperatura aumenta, diminui o comprimento de onda correspondente ao valor
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máximo da distribuição espectral. Desta forma a Lei do Deslocamento de Wein pode ser
escrita como as posições dos pontos máximos e estes são representados pela linha pontilhada
no gráfico da Figura 2.
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2.4.1. Emissividade
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2.4.2. Absortividade
O valor da absortividade de um corpo negro é 1; ele absorve toda a radiação que incide
sobre sua área.
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2.4.3. Refletividade
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2.4.4. Transmissividade
Quando se considera troca de calor entre corpos, existem três formas de perda de
energia: ser refletida, ser transmitida e ser emitida. Logo, existe uma relação entre as
propriedades emissividade, refletividade e transmissividade.
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Os principais tipos de coletores solares térmicos são de placa plana, tubo evacuado e
concentradores.
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Uma superfície ideal espectralmente seletiva seria preta (αλ = ϵλ = 1) ao longo da faixa
de comprimento de onda sobre a qual é desejada a absorção máxima e seria totalmente
reflexiva (αλ = ϵλ = 0) onde a emissão indesejável ocorreria.
A Figura 5 mostra a superfície de um coletor solar com superfície seletiva. No
processo de captação de energia, o sistema superfície seletiva-coletor absorve a radiação solar
de curto comprimento de onda, emitindo radiação térmica de maior comprimento de onda.
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A microestrutura do material também irá influenciar seu λc. Materiais que possuem
inclusão de partículas com diâmetro inferior a faixa de comprimentos de onda da radiação
incidente, terão suas propriedades ópticas afetadas, pois estas partículas gerarão múltiplas
reflexões internas ao material (MARTINS, 2010).
A espessura do filme seletivo também pode ser um fator que motivará alterações no λc
visto que este pode atuar como filtro a determinados comprimentos de onda de radiação
incidente e que, se a espessura da superfície for elevada, a quantidade de energia emitida por
radiação também será maior (REBOUTA et al., 2012)
Com relação ao fluxo de calor, considere uma placa de coletor solar, irradiada pelo sol
em um ângulo fora do normal de θs. Fazendo um balanço energético (por unidade de área do
coletor), encontramos:
onde o fator cosθs aparece uma vez que qsun é fluxo de calor solar por unidade de área normal
aos raios do sol. A emitância total e a absorção total são encontradas a partir das equações:
4. Conclusões
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e a transformam em energia térmica. Essa região espectral absorvedora pode ser obtida por
uma superfície preta ou uma superfície seletiva, sendo esta última mais eficiente.
5. Referências
[1] AGNIHOTRI, O. P. & GUPTA, B. K. Solar Selective Surfaces. Wiley Interscience. 1981.
[2] AMRI, A.; DUAN, X.; YIN, C.; JIANG, Z.; RAHMAN, M.; PRYOR, T. Solar
absorptance of copper-cobalt oxide thin film coating with nano-size, grain-like morphology:
optimization and synchrotron radiation XPS studies. Applied Surface Science, v. 275, p. 127-
135, 2013.
[3] CALLISTER, W. D. Ciência e Engenharia de Materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
[4] DUFFIE, J. A. & BECKMAN, W.A. Solar engineering of thermal processes. John
Wiley & Sons. 1980.
[5] GOMES, C. A. S. Estudo Comparativo de Superfícies Seletivas para Coletores
Solares. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2001.
[6] INCROPERA, F.P.; DEWITT, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de Massa.
4ª Ed, LTC Editora, Rio de Janeiro, 1998.
[7] KENNEDY, C. E. Review of Mid-to-High Temperature Solar Selective Absorber
Materials. Colorado: National Renewable Energy Laboratory, 2002.
[8] KREITH, F. Princípios da Transmissão de Calor. 3ª Edição, Ed. Edgard Blϋcher, São
Paulo, 1977.
[9] MARTINS, M. Produção de Superfícies Seletivas por Magnetron Sputtering para
Aplicação em Coletores Solares. Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica e dos
Materiais) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
[10] MODESR, M. F. Radiative Heat Transfer. 3ª Edição, Elsevier, Oxford, 2013.
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Radiação Térmica em Superfícies Seletivas
[11] REBOUTA, L.; PITÃES, A.; ANDRITSCHKY, M.; CAPELA, P.; CERQUEIRA, F. M.;
MATILAINEN, A.; PISCHOW, K. Optical characterization of TiAlN/TiAlON/SiO2 absorber
for solar selective applications. Surface and Coatings Technology, v. 211, p. 41-44, 2012.
[12] RIBEIRO, M. A. J. Aplicação da avaliação do ciclo de vida na busca de ecoeficiência
na fabricação de pães de forma. Dissertação de mestrado. Centro Federal de Educação
Tecnológica Celso Suckow da Fonseca, CEFET/RJ. 2011.
[13] RICHTMYER, F. K ; KENNAD, E. H. Introduction to Modern Physics. 4rd.ed,
McGraw-Hill. New York, 1947.
[14] SIEGEL, R. & HOWELL, J.R., Thermal Radiation Heat Transfer, McGraw Hill, New
York, NY.
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