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Ensinar bem consiste em ser capaz de, nas circunstâncias mais diferenciadas, criar os
contextos de aprendizagens mais favoráveis para que todos os alunos, sem exceções, possam
aprender mais e melhor.
Ao longo dos anos foram feitos estudos sobretudo em duas vertentes de investigação-
vertente Sociológica e vertente Pedagógica - com o objetivo de definir as funções e as
competências a privilegiar na formação didática dos professores de Educação Física.
A vertente Sociológica pode ser dividida em 3 etapas que variam ao longo do tempo.
A primeira ocorreu entre os anos 40 e 60, e julgava-se que os atributos naturais do aluno
ditavam o seu sucesso escolar e desenvolvimento motor e intelectual.
A última etapa, a que se prolonga até aos dias de hoje, refere que o ensino depende
sobretudo dos fatores organizativos das escolas, sendo eles limitativos ou decisivos, como por
exemplo, recursos e tamanho da escola, ou qualidade dos professores, respetivamente.
No que diz respeito à vertente Pedagógica, tal como a Sociológica sofreu uma evolução
progressiva e respeita a valorização do trabalho desenvolvido na aula como presságio
educativo. Este tipo de investigação tem seguido duas grandes orientações:
Embora não haja consenso acerca do método mais eficaz para ensinar, sempre foi grande
motivo de discussão como o processo de ensino poderia ser de várias formas ajustado e
refinado para tirar o máximo proveito possível de cada situação, dando então grande
importância ao estudo do significado pedagógico das técnicas de intervenção pedagógica que
se distinguiam em 4 grupos de dimensão didática. Estes grupos seguem o critério de
sistematização de intervenção pedagógica preconizada por Siendentop (1983), associadas a
melhores níveis de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.
Há, então, a dimensão Instrução, que refere as medidas que contribuem para melhorar a
qualidade da introdução, avaliação geral das atividades e de aprendizagem, e do
acompanhamento das atividades de aprendizagem junto do aluno. De seguida, a dimensão
Organização, onde se refere as medidas que ajudam a melhorar a qualidade de gestão do
tempo, de espaços e materiais e gestão de turma (formação e movimentação dos grupos de
alunos nas sessões de trabalho). Existe também a dimensão Disciplina, onde são tidos em
conta os comportamentos dos alunos de acordo com as regras de funcionamentos de sala de
aula. E por último, temos a dimensão Relacional que dá importância ao trabalho de
manutenção da relação entre cada aluno com o professor e dos alunos com as atividades de
aprendizagem.
Conclui-se então que o conteúdo das indicações metodológicas que a investigação sobre o
ensino tem vindo a produzir é o fator chave para a eficácia da formação didática.
Além disso, o objetivo desta formação passa por, fundamentalmente, formar professores
que saibam escolher e utilizar as melhores soluções para as mais diversas situações de ensino.
Este processo não é fácil, mas a formação didática faz adquirir o poder de decisão que
ajuda os professores a desempenhar bem a sua função: ensinar.
Artigo: O que é um ensino eficaz das actividades físicas em meio escolar, Francisco Costa
(1984)
O artigo refere como os professores refletem acerca do método que aparenta ser mais
eficaz e que produz mais e melhores resultados, organizando e orientando o ensino com o
objetivo referido em cima. Embora os métodos de ensino sejam um fator decisivo na
aprendizagem dos alunos, não é posto de parte a dificuldade que alguns fatores externos,
como as infraestruturas escolares ou os recursos que um professor pode utilizar, afetam esse
mesmo processo.
O método de estudo do ensino mais utilizado foi o de Mitzel, que considera que os
resultados da aprendizagem escolar (variável de produto) é uma consequência direta do que
acontece na sala de aula durante o processo de interação pedagógica. A atividade
desenvolvida pelo professor e pelos alunos na turma (variáveis de processo) é, entretanto,
influenciada por um grupo de três variáveis: variáveis de presságio (conhecimento e
experiência profissional do professor), de contexto (caraterísticas da turma e dos alunos) e de
programa (cumprimento do programa).
Todo estudo que até aqui tinha sido realizado foi bastante importante, embora mais tarde,
para a evolução e melhoria do ensino na Educação Física, já que dois grandes fatores como a
gestão do tempo e o feedback que um aluno recebe na prática da Educação Física, por parte
do professor, é muito importante, não só para o seu desenvolvimento motor, como também
para o acrescento de valores pessoais.
O objetivo em relação à gestão do tempo é tentar aumentar a frequência que o aluno está
em contacto direto com a modalidade ou desporto, e diminuir o tempo em que são dadas
explicações acerca dos exercícios, contudo, é importante que também haja um momento
esclarecedor sobre os objetivos propostos para a aula. Em relação ao feedback que um
professor dá durante o tempo de aula, pretende-se que este seja feito de forma audiovisual,
visto que está provado que os alunos reagem mais positivamente, seja feito de forma
constante, mas sempre oportuna, e que não seja dirigido de forma individual, porque
condiciona o tempo que os restantes alunos têm para receber feedback.
Com base em todos os artigos já realizados é permitido dizer que se concorda com Pieron
“quando sugere que quatro fatores parecem desempenhar um papel determinante na
prossecução dos objetivos propostos para a Educação Física: o tempo passado na tarefa; um
clima positivo na aula; uma informação frequente e adequada do estado das prestações dos
alunos; uma organização cuidada do trabalho em aula, fator que condiciona os anteriores”.
Em suma, é possível relacionar um bom ensino com a qualidade do professor que ensina. É
também possível verificar que o ensino e aprendizagem acontecem num contexto institucional
que os condiciona. Além disso, pretende-se que os professores, com estes estudos, venham a
tornar-se menos eficientes e mais eficazes, ou seja, que não sigam tanto as regras, mas sim
que desempenhem as suas funções e que atinjam o objetivo final do processo de ensino-
aprendizagem.
Contudo, foi possível definir uma série de princípios que definem estratégias,
possibilitando a organização do ensino, que permitem ao professor diagnosticar diversas
realidades e situações da montra de alunos que tem à sua frente, com o objetivo de lhes
proporcionar uma melhor aprendizagem. “Estas indicações deveriam ser importantes na
determinação das prioridades de formação didática dos professores de Educação Física
(Onofre, 1995)”.
A organização consiste na forma como a aula está articulada, que materiais se usam, de
que maneira se dispõem no espaço de aula e como é feita a mudança de estações de
exercícios, por exemplo. Apesar da aprendizagem não estar diretamente ligada com este
termo, é ele que vai levar ao sucesso, ou não, de outros que afetam o processo. É importante
começar a responsabilizar os alunos por algumas tarefas de organização, tanto para que se
economize tempo, como para a sua formação pessoal.
A instrução está relacionada com a transmissão da atividade pedagógica que eles irão
realizar e os respetivos objetivos que o professor considera importantes que eles atinjam,
assumindo que essa informação seja “cuidada, acessível, exata e breve “. A informação a
transmitir deve ser organizada a priori, não deve ser improvisada no momento (Pierón, 1988).
Além disso, o conteúdo terá de ser reduzido, visto que a capacidade de o aluno reter muita
informação é pequena e, de preferência que não transmitida apenas verbalmente (Piéron,
1988; Siedentop, 1991; Sarmento et aI., 1998). Devem ser usadas imagens, vídeos, ou a forma
mais recorrente, as exemplificações.
Considerando os três fatores acima muito importantes para o bom funcionamento dos que
se seguem, o tempo de empenhamento motor e o feedback pedagógico são sem sombra de
dúvida os mais importantes para o sucesso.
O primeiro diz respeito ao tempo que os alunos estão em contacto com o verdadeiro
motivo da aula, que nem sempre é fácil de proporcionar, já que, em apenas 25-30% do tempo
útil os alunos estão em empenhamento motor (Siedentop, 1991; Pierón, 1988).
Com estas caraterísticas acima, torna-se possível ter um ensino orientado e organizado, e
estão reunidas as condições para que o professor possa desenvolver o seu projeto de ensino e
em relação ao seu sucesso, só depende mesmo da sua capacidade de tomar decisões.
Artigo: O que é um ensino eficaz das actividades físicas em meio escolar, Francisco Costa
(1984)
O artigo refere-se aos professores e aos métodos que os mesmos devem e não devem
utilizar para que os alunos possam aprender mais e melhor e para que as aulas possam correr
da melhor maneira. Também é referido, os fatores e condições de sucesso ao ensino, sendo
que podemos encontrar condicionantes internas e externas (como é o caso das infraestruturas
e dos recursos utilizados pelo professor).
Após estes estudos, para que a evolução no ensino de Educação Física possa continuar
a progredir é necessário a transmissão de feedback positivo ou negativo pelo professor ao
aluno para que este possa saber se está ou não a realizar as tarefas da maneira indicada.
Pretende-se que este seja feito de forma audiovisual, visto que está provado que os alunos
assim reagem mais positivamente, o feedback deve ser dirigido individualmente para não
interferir nos exercícios dos outros alunos.
É necessário também uma boa gestão do tempo, para que os exercícios pretendidos
possam ser realizados, aumentando o tempo da prática das modalidades e manuseamento das
infraestruturas, e diminuindo o tempo de explicação dos exercícios.
Para concluir, é possível relacionar um bom ensino com a qualidade do professor que
ensina, sendo que se pretende que os professores se tornem mais eficazes e menos eficientes
ou seja que não sigam tanto as regras que são propostas mas que consigam atingir o objetivo
final do processo de ensino-aprendizagem.
Ensinar bem consiste em ser capaz de, nas circunstâncias mais diferenciadas, criar os
contextos de aprendizagens mais favoráveis para que todos os alunos, sem exceções, possam
aprender mais e melhor. Com a leitura do artigo é possível formular 2 princípios:
Este artigo pretende também analisar algumas ideias, que no entender dos
professores do mesmo, fundamentam a importância e o significado de um bom ensino.
Com o passar dos anos, foram realizados vários estudos sobretudo em duas vertentes:
Sociológica e Pedagógica.
A 1ªetapa (anos quarenta e sessenta) valorizava os atributos naturais dos alunos como
presságio ao seu êxito educativo.
A 2ªetapa (anos sessenta e setenta), esta perspetiva alimentava a ideia de que a
qualidade do desenvolvimento motor e intelectual dos alunos é o produto das
condições sociais e culturais da sua vida familiar. Ou seja, quanto melhor for a
qualidade de vida de um aluno, melhor é o seu aproveitamento escolar.
Na última etapa (até aos dias de hoje), esta refere que o ensino depende sobretudo
dos fatores organizativos da escola, sendo eles limitativos ou decisivos, como é o caso da
qualidade dos professores, tamanho das escolas, etc...
Relativamente á vertente pedagógica, esta também sofre alterações ao longo do tempo, tendo
esta vertente perseguido duas grandes orientações:
Artigo: O que é um ensino eficaz das actividades físicas em meio escolar, Francisco Costa
(1984)
O artigo fala sobre a discussão entre professores de modo a tentarem descobrir qual o
método de ensino mais eficaz. Apesar de este ser muito importante é um dos fatores com mais
importância na aprendizagem não se podem excluir os fatores externos da equação, por
exemplo as infraestruturas e os recursos tantos materiais com humanos.
Pieron diz que existem 4 fatores muito importantes que são o tempo de prática, o
clima em contexto de aula, a informação frequente e oportuna e uma organização cuidada em
aula.
Existe um princípio que diz que o sucesso da aprendizagem dos alunos depende da
qualidade de ensino do professor e existe outro que afirma que a qualidade de ensino do
professor depende da sua capacidade de analisar as circunstâncias de cada situação e saber
resolvê-las da forma mais eficaz e de modo a que todos os alunos saiam beneficiados ao
máximo do processo de ensino-aprendizagem.
Como não se consegue chegar a conclusão de qual o melhor método de ensino pois
terá de ser aplicado em situações diferentes, dá-se então muita importância ao estudo do
significado das técnicas de intervenção pedagógica que se divide em 4 grupos de dimensões
didáticas. Estes têm em atenção o critério de sistematização de intervenção pedagógica,
associada à melhores níveis de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.
Estes 4 grupos de intervenção pedagógica são a dimensão instrução que contribui para
melhorar a qualidade da introdução e o acompanhamento da aprendizagem do aluno, a
dimensão organização, a dimensão disciplina onde estão contidos os comportamentos dos
alunos e a dimensão relacional que têm em conta a relação entre os alunos e o professor e
entre os alunos e as atividades.
Em suma, o método utilizado pelo professor e as investigações que têm sido realizadas
sobre os mesmos são o ponto principal na formação didática em educação física.
Este artigo aborda o conteúdo e os métodos do bom ensino de acordo com contextos
de aprendizagem nas circunstâncias mais variáveis e diferenciadas que os alunos predispõem
durante a sua aprendizagem, com o intuito de aprender mais e melhor os conteúdos.
O facto de existir variados métodos de ensino, não é correto definir um único mais eficaz, isto
devido à heterogeneidade existente não só nos alunos e os seus métodos particulares de
aprender como também, relativamente aos professores e os seus meios de ensino sem
esquecer toda a sua formação no processo de ensino-aprendizagem.
Artigo: O que é um ensino eficaz das actividades físicas em meio escolar, Francisco Costa
(1984)
Não podemos esquecer que a motivação e a boa aprendizagem dos alunos não
provêm somente dos professores, mas também têm fatores externos, como as condições das
infraestruturas e o material disponível para a sua aprendizagem.