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Têmpera Revenido

É um tratamento térmico subcrítico (abaixo da temperatura de


transformação da austenita) Tem como objetivo aliviar as tensões na
martensita reduzindo significativamente sua fragilidade reduzindo
conseqüentemente a dureza obtida na têmpera. A microestrutura obtida é
chamada martensita revenida. As temperaturas do revenido podem variar de
acordo com o desejo de maior ou menor alívio de tensões internas e a sua
conseqüente perda de dureza. Altas temperaturas de revenido podem estar
entre 550 650° C e baixas temperaturas estão entre 300 e 400° C. Para se
entender os tratamentos térmicos a seguir é necessário conhecer as curvas
TTT. As curvas, Temperatura, Tempo, Transformação (TTT) são
características que os aços apresentam no resfriamento. Visto em um gráfico
x, y (temperatura, tempo) elas assim se apresentam:

Vejamos, então como podemos aproveitar essas características dos


aços ao serem resfriados. Quando queremos obter uma transformação na
estrutura interna de uma peça de aço, devemos aquecê-la a uma temperatura
acima da linha de transformação da austenita. Ao resfriá-la podemos fazê-lo
mais ou menos lentamente. A distância (tempo) entre o zero e o ponto “a” no
gráfico varia para cada tipo de aço podendo ser muito grande ou menor que
zero. Por isso devemos conhecer essas curvas do aço que queremos temperar
para que possamos utilizar o tipo de têmpera mais adequado. Quando a curva
do resfriamento, devido à sua pouca velocidade corta as curvas “1 “ e “2 “ no
seu ponto alto obtemos uma microestrutura no material formada por perlita
grosseira (recozimento). Quando a velocidade de resfriamento é um pouco
maior temos como microestrutura, no material, a perlita fina (normalização).
Quando essa velocidade é muito grande e não corta as curvas temos a
formação de martensita (têmpera comum). ‘

FI Gráfico da Variação da tenacidade e


dureza de têmpera e revenido.

ed
Este tratamento térmico normalmente sempre acompanha a têmpera,
pois elimina a maioria dos inconvenientes produzidos por esta; além de aliviar
e remover as tensões internas corrige as excessivas dureza e fragilidade do
material, aumentando sua ductibilidade e resistência ao choque.
O aquecimento na martensita permite a reversão do reticulado instável
ao reticulado estável cúbico centrado, produz reajustamento internos que
aliviam as tensões e, além disso, uma precipitação de partículas de carbonetos
que cresce e se aglomeram de acordo com a temperatura e o tempo.
Com a melhoria da temperabilidade, alguns elementos de liga ajudam a
retardar a taxa de diminuição da dureza durante o processo de Revenimento.
Os mais efetivos elementos nesse aspecto são os fortes formadores de
Carbonetos tais como Cromo (Cr), Molibidênio (Mo) e Vanádio (V).
Os elementos de liga não só realizam o efeito anterior como também,
produzem finos Carbonetos de Liga, que geram um incremento de dureza a
temperaturas maiores de Revenimento. Esse efeito também é chamado de
endurecimento secundário.
Conforme a temperatura de revenido verifica-se as seguintes
transformações:

150- 230°C_ os carbonetos começam a precipitar


Estrutura: martensita revenida (escura, preta)
Dureza: 65 RC _60-63 RC

230-400°C_ os carbonetos continuam a precipitar em forma globular (invisível


ao microscópio)
Estrutura: TROOSTITA
Dureza: 62 RC _50 RC

400- 500°C_ os carbonetos crescem em glóbulos, visíveis ao microscópio


Estrutura: SORBITA
Dureza: 20-45 RC

650-738°C_ os carbonetos formam partículas globulares


Estrutura: ESFEROIDITA
Dureza: <20 RC
FRAGILIDADE DE REVENIDO
_ Ocorre em determinados tipos de aços quando aquecidos na faixa de
temperatura entre 375-475 °C ou quando resfriados lentamente nesta faixa.
_ A fragilidade ocorre mais rapidamente na faixa de 470-475 °C
_ A fragilidade só é revelada no ensaio de resistência ao choque, não há
alteração na microestrutura.

AÇOS SUSCEPTÍVEIS À FRAGILIDADE DE REVENIDO


_ Aços-liga de baixo teor de liga
_ Aços que contém apreciáveis quantidades de
Mn, Ni, Cr, Sb*, P, S
_ Aços ao Cr-Ni são os mais susceptíveis ao fenômeno *é o mais prejudicial

COMO MINIMIZAR A FRAGILIDADE DE REVENIDO


_ Manter os teores de P abaixo de 0,005% e S menor 0,01%
_ Reaquecer o aço fragilizado a uma temperatura de ~600 °C seguido de
resfriamento rápido até abaixo de 300 °C .

Procedimento experimental:

Para este tratamento térmico foram utilizadas amostras de aços SAE


1045 e SAE 4340, estas amostras foram colocadas por aproximadamente 1
hora dentro de um forno da marca Jung, a uma temperatura de austenitização
de 8500C. Após a temperatura estabilizar, as amostras foram resfriadas
rapidamente em água, assim as temperando, depois 1 amostra de cada aço
dessa têmpera foi aquecida a 150 °C por 1,5 horas e resfria ao ar, ocorrendo o
tratamento de revenimento.Após o resfriamento do corpo de prova, este foi do
lixado com lixas P300, P500, P800 e P1000 da marca “Struers”
respectivamente nesta seqüência. Seguido do polimento das amostras com
alumina 1,5 µm, após Este procedimento o corpo de prova foi levado ao álcool
etílico e secado em um secador e analisadas no microscópio óptico para
verificar se não havia nem um risco pra tirar uma boa foto do material. Após a
verificação das amostras estarem pronta, esta foi atacada com Nital e
novamente secada ao secador e levada para tirar a foto da amostra para obter
as micrografias em 500x e 2500x. Após feito todos esses processos passo a
passo as amostras foram levadas para um outro laboratório para medir o
Ensaio de Dureza obtendo as durezas Rockwell nas amostras tratadas
termicamente e polidas após três medidas para cada amostra foi obtido as
medias e desvios padrões dos dados obtidos pela durezas HRC e HRB.

CONCLUSÃO

Com os tratamentos térmicos é possibilitada a Remoção de tensões


internas (oriundas de esfriamento desigual, trabalho mecânico ou outra causa,
aumento ou diminuição da dureza e da resistência mecânica, melhora da
ductilidade, da usinabilidade, da resistência ao desgaste, das propriedades de
corte, da resistência à corrosão, entre outras que por muitas vezes são usadas
no cotidiano e na vida de um engenheiro, o que influencia tais tipos de
tratamentos são a temperatura o tempo, a velocidade de resfriamento e
atmosfera resultando-nos diversos tratamentos como têmpera, normalização
recozimento entre outros. Sendo a maioria dos aços submetidos a tensões
elevadíssimas aplicadas em alta velocidade, devem suportar estas tensões
sem sofrerem deformações (elevada resistência mecânica), desgaste (elevada
dureza) ou trincas (elevada tenacidade), sendo necessários esses tratamentos
térmicos para construção e obtenção de produtos, equipamentos, acessórios
que tenha o aço como matéria-prima.

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