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Artigo Denver 1
Artigo Denver 1
1 Departamento Abstract In the present study, the practices and knowledge of 40 physicians and 40 nurses from
de Assistência Materno-
municipal health care units (UMS) and 40 physicians and 40 nurses from the Family Health
Infantil II, Universidade
Federal do Pará. Rua do Sol Program (FHP) in Belém, Pará State, Brazil, all of whom working in primary health care, were
135, Ananindeua, PA evaluated in relation to child development surveillance. Measures of knowledge of child devel-
67030-380, Brasil.
opment showed an average of 63.7% correct answers for UMS physicians, 57.3% for FHP physi-
afigueiras@amazon.com.br
2 Departamento cians, 62.1% for FHP nurses, and 54.3% for UMS nurses. Only 21.8% of mothers attending ap-
de Pediatria, Universidade pointments mentioned that the health care professional had asked about their children’s devel-
Federal de São Paulo.
opment, 27.6% of mothers reported that the health care professional had asked about or ob-
Rua Botucatu 598,
São Paulo, SP served the child’s development, and 14.4% mothers reported having received instructions on how
04023-062, Brasil. to stimulate their children’s development. According to this study, primary health care physi-
rfpuccini@terra.com.br
edinaksilva@osite.com.br
cians and nurses in the municipality of Belém showed gaps in their knowledge of child develop-
arrym@uol.com.br ment. Child development surveillance is not being conducted satisfactorily in primary health
care in the municipality of Belém. It is thus necessary to raise the awareness of health care pro-
fessionals concerning the problem and provide them with appropriate training.
Key words Child Development; Surveillance; Evaluation; Primary Health Care
Resumo O objetivo desta pesquisa foi avaliar os conhecimentos e práticas relacionados à vigi-
lância do desenvolvimento da criança de 160 profissionais que atuam na atenção primária à
saúde, no Município de Belém, Pará. Foram selecionados 40 médicos e 40 enfermeiros de Unida-
des Municipais de Saúde (UMS), e 40 médicos e 40 enfermeiros do Programa da Família Saudá-
vel (PFS). Na avaliação dos conhecimentos por meio da aplicação de teste objetivo, o percentual
de acerto foi de 63,7% para médicos das UMSs, 57,3% para médicos do PFS, 62,1% para os enfer-
meiros do PFS e 54,3% para enfermeiros das UMSs. Na avaliação das práticas, apenas 21,8% das
mães informaram que foram indagadas sobre o desenvolvimento dos seus filhos, 27,6% que o
profissional perguntou ou observou o desenvolvimento da sua criança e 14,4% que receberam
orientação sobre como estimulá-las. Concluímos que médicos e enfermeiros da atenção primá-
ria no Município de Belém apresentam deficiências nos conhecimentos sobre desenvolvimento
infantil e que a vigilância do desenvolvimento não é realizada de forma satisfatória, sendo ne-
cessárias sensibilização e capacitação dos profissionais para esta prática.
Palavras-chave Desenvolvimento Infantil; Vigilância; Avaliação; Cuidados Primários de Saúde
em seu currículo qualquer curso adicional re- elas acham do desenvolvimento dos seus filhos?)
lacionado a desenvolvimento infantil. e às mães no EMVD (O profissional que a aten-
Em relação ao conhecimento dos profissio- deu perguntou o que a senhora acha do desen-
nais sobre desenvolvimento infantil, avaliado volvimento do seu filho?). As respostas foram
pelo TDC, observou-se um baixo nível de acer- contraditórias, pois enquanto 64,8% dos pro-
to em relação a todas as categorias profissio- fissionais responderam que sim, apenas 21,8%
nais. Houve um melhor desempenho entre os das mães afirmaram o mesmo (Figura 1). Na
médicos das UMSs em relação aos do PFS, com pergunta dois foi investigado se o profissional
diferença estatisticamente significante entre avalia rotineiramente o desenvolvimento das
as médias obtidas no número de questões cor- crianças. Enquanto que 70,6% dos profissio-
retas. Quanto aos enfermeiros, o desempenho nais afirmaram que sim à pergunta no QPVDC
foi melhor entre os do PFS em relação aos das (Você faz avaliação rotineira do desenvolvimen-
UMSs, também com diferença estatisticamen- to das crianças que atende em sua prática diá-
te significante entre as médias obtidas no nú- ria?), apenas 27,6% das mães responderam sim
mero de questões corretas (Tabela 1). à pergunta na EMVD (O profissional de saúde
Na avaliação das práticas relacionadas à vi- observou ou lhe perguntou algo sobre o desen-
gilância do desenvolvimento da criança, para volvimento do seu filho?) (Figura 2). Na pergun-
três perguntas foram consideradas as respos- ta três investigou-se se o profissional costuma
tas de todos os profissionais no QPVDC e na dar à mãe alguma orientação sobre como esti-
EMVD das mães que vieram apenas para con- mular o desenvolvimento dos seus filhos. Aqui
sultas aprazadas, (nesta pesquisa 174 crian- a diferença entre as respostas afirmativas dos
ças). Na primeira questão investigou-se a im- profissionais e das mães foi ainda maior, pois
portância que o profissional dá à opinião das enquanto que 70,3% dos profissionais respon-
mães sobre o desenvolvimento dos seus filhos. deram sim no QPVDC (Você costuma dar às
A pergunta foi feita para os profissionais no mães alguma orientação como estimular o de-
QPVDC (Você costuma perguntar às mães o que senvolvimento dos seus filhos?), apenas 14,4%
Tabela 1
3 – – – – 1 2,5 1 2,5
4 3 7,5 – –
5 – – – – 5 12,5 – –
6 – – 1 2,5 4 10,0 4 10,0
7 1 2,5 2 5,0 4 10,0 6 15,0
8 4 10,0 3 7,5 8 20,0 5 12,5
9 2 5,0 4 10,0 5 12,5 12 30,0
10 2 5,0 8 20,0 7 17,5 7 17,5
11 2 5,0 4 10,0 2 5,0 2 5,0
12 12 30,0 9 22,5 1 2,5 2 5,0
13 2 5,0 4 10,0 – – – –
14 11 27,5 4 10,0 – – 1 2,5
15 3 7,5 – –
16 1 2,5 – –
17 – – 1 2,5
Total 40 100,0 40 100,0 40 100,0 40 100,0
Em todas as questões não houve diferença es- o que acham do desenvolvimento de seus filhos.
Discussão Figura 1b
Apesar da importância de se fazer avaliações nos Entrevistas com as Mães sobre Vigilância do Desenvolvimento (%).
versas faixas etárias, devendo ser preenchido à como estimular o desenvolvimento de seus filhos.
100
Comentários finais e recomendações sim
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