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Conhecimentos Gerais para Técnico TJ-PR

Teoria e exercícios
Prof. Rodrigo Barreto – Aula 02

AULA 02

SUMÁRIO PÁGINA
1. Globalização e Neoliberalismo 1
2. Crise mundial e PIIGS 12
3. América Latina 23
4. Estados Unidos 33
5. Morte de Margaret Thatcher 44
6. Questões comentadas 47
7. Lista de Questões 71
8. Gabarito 86

1. Globalização e Neoliberalismo

Pessoal, nessa aula faremos um aprofundamento da discussão


de alguns tópicos que já foram apresentados na aula 0. Nosso
objetivo nessa aula é ampliar o conteúdo apresentado e trazer
novos elementos. Além de aprofundá-los, trarei também novas
discussões que se mostram relevantes para fins de concurso
público. Vamos começar a nossa aula retomando a discussão acerca
do fenômeno da globalização.

O conceito de globalização ganhou força e difundiu-se com


sucesso durante os anos da década de 1980. Apesar disso, não
podemos afirmar peremptoriamente que a globalização apenas aí
tenha surgido, pois esse fenômeno está relacionado com a
integração social, cultural, política e, sobretudo, econômica entre
nações distintas, o que ocorre, conforme gostam de demarcar
alguns estudiosos, desde as Grandes Navegações.

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Mas, de fato, é com a chamada expansão ultramarina, durante


os séculos XV e XVI, que foram dados os passos mais firmes rumo a
uma economia internacionalizada. Isso, pois, o desenvolvimento do
mercantilismo implicou a procura por distintas rotas comerciais da
Europa para a África e para a Ásia. Já com a Revolução Industrial,
no século XVIII, a produção cresce consideravelmente e surgem o
trabalho assalariado e os mercados consumidores. Além disso, essa
Revolução, resultante do desenvolvimento tecnológico e de
mudanças estruturais na configuração da sociedade, gerou o
crescimento da produção fabril, com vimos, e, consequentemente, a
necessidade de que novos mercados fossem buscados e para eles
produzir e então exportar. É nesse momento que os fenômenos da
exploração e da alienação do trabalhador (fenômeno no qual o
trabalhador deixa de deter o conhecimento sobre todo o processo
produtivo bem como os meios de produção) se tornam mais nítidas.

Ao fim do século XIX, começam a surgir mais claramente as


corporações multinacionais, que se expandem intensamente durante
o século XX. O mercado passou a ser mundial e, cada vez mais,
reflexos da economia em uma parte do globo impactam as demais
partes. Essa interdependência entre os mercados tornou-se
evidente em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York,
quando a depressão econômica norte-americana gerou
consequências negativas em todo o mundo.

Posteriormente, com o fim da União Soviética e a consequente


queda de alguns regimes comunistas, emergiu um sentimento de
que as diferenças entre os povos dariam lugar à construção de um

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mundo mais homogêneo e harmônico. Isso somado à queda do


Muro de Berlim – um forte marco simbólico do que estaria por vir. A
integração da economia seria fortalecida por meio da integração
tecnológica, principalmente em razão da rede de telecomunicações.
A internet teve significativo papel nesse processo, pois, por meio
dela, as informações passaram a circular de maneira quase
instantânea, diminuindo as distâncias entre os países e, claro, entre
os mercados. O vertiginoso desenvolvimento das tecnologias
aplicadas à comunicação e também aos meios de transporte
possibilitou ainda mais integrar os países em todos os aspectos.
Quando um grupo de músicos no Brasil lança um álbum de rock, um
de russos lança um de samba e outro no Japão lança um de tango,
isso nada mais é do que consequência da globalização. A própria
exigência de que aprendamos inglês e espanhol nas escolas já
demonstra a força desse processo.

Há ainda outro processo que se relaciona diretamente com a


globalização que é a política econômica conhecida como
neoliberalismo. A expressão neoliberalismo surgiu durante
reuniões na capital dos Estados Unidos, quando integrantes do
governo dos Estados Unidos e de organismos internacionais, além
de diversos economistas, principalmente latino-americanos,
discutiram uma gama de medidas a fim de que a América Latina
superasse uma crise econômica que havia se instaurado na época.
Nesse momento os países latino-americanos encontravam-se em
penosa situação econômica, com fortes reflexos na área social.

Os países latino-americanos, de forma geral, estavam imersos


em contextos de altíssimas dívidas externas, inflação a níveis

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surrealmente altos, recessão econômica e desemprego. Muitas das


medidas que os países latino-americanos tiveram de adotar naquele
momento voltaram à tona com a atual crise da dívida europeia. A
chamada “troika”, que é formada pelo Fundo Monetário
Internacional, pela União Europeia e pelo Banco Centra Europeu, fez
aos países em atual crise as mesmas recomendações que foram
feitas aos países latino-americanos no momento de consolidação
dos ideais neoliberais. Entre essas medidas encontram-se cortes nos
gastos públicos, conhecidos como medidas de austeridade, e
privatizações.

Foi o economista inglês John Williamson quem criou a


expressão "Consenso de Washington", originalmente para
significar “o mínimo denominador comum de recomendações de
políticas econômicas que estavam sendo cogitadas pelas instituições
financeiras baseadas em Washington D.C. e que deveriam ser
aplicadas nos países da América Latina, tais como eram suas
economias ao fim dos anos 1980". Só que, desde então, a
expressão "Consenso de Washington" fugiu totalmente ao controle
de seu criador e vem sendo usada para abrigar todo um elenco de
medidas e para justificar políticas neoliberais, com as quais nem
mesmo Williamson concorda.

Williamson chegou a declarar que "eu nunca tive a intenção


que meu termo fosse usado para justificar liberalizações de contas
de capital externo, monetarismo, supply side economics, ou
minarquia, que entendo serem a quintessência do pensamento
neoliberal". Esclarecimento: (i) supply side economics é uma escola
do pensamento macroeconômico cuja ideia principal é a de que o

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crescimento econômico pode ser mais eficaz se forem diminuídas as


restrições para que as pessoas possam produzir, reduzindo
impostos de renda e aumentando-se a flexibilização do trabalho; (ii)
minarquia é uma teoria política que prega que a função do Estado é
assegurar os direitos negativos da população, sobretudo impedindo
a coerção física da população. Ou seja, estão entre as funções do
Estado a promoção da segurança, da justiça e do poder de polícia,
além da criação de legislação necessária para assegurar o
cumprimento destas funções.

Além disso, a minarquia considera que não é obrigação do


Estado assegurar o bem-estar social por meio de planos de
seguridade. E (iii) monetarismo é uma teoria econômica que
defende que é possível manter a estabilidade de uma economia
capitalista através de instrumentos monetários, pelo controle do
volume de moeda disponível e de outros meios de pagamento. O
monetarismo foi a principal teoria de oposição ao keynesianismo e
está intrinsicamente ligado aos preceitos neoliberais.

Posteriormente, as recomendações do Consenso de


Washington se tornaram o modelo econômico defendido pelo Fundo
Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, que consideram que
a economia deve ser regida tão somente pelas próprias “leis” do
mercado, sem intervenção estatal, já que, segundo os defensores
deste modelo, a intervenção do Estado na economia inibiria o setor
privado, diminuindo o desenvolvimento e a competitividade.

De acordo com o sociólogo Emir Sader, que é um crítico


ferrenho do neoliberalismo, em artigo publicado na Carta Maior, em

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17 de janeiro de 2011, “o capitalismo passou por várias fases na


sua história. Como reação à crise de 1929, fechou-se o período de
hegemonia liberal, sucedido por aquele do predomínio do modelo
keynesiano ou regulador. A crise deste levou ao renascimento do
liberalismo, sob nova roupagem que, por isso, se autodenominou de
neoliberalismo. Este impôs uma desregulamentação geral na
economia, com o argumento de que a economia havia deixado de
crescer pelo excesso de normas, que frearia a capacidade do capital
de investir. Desregulamentar é privatizar, é abrir os mercados
nacionais à economia mundial, é promover o Estado mínimo,
diminuindo os investimentos em políticas sociais, em favor do
mercado, é impor a precariedade nas relações de trabalho. A
desregulamentação levou a uma gigantesca transferência de
capitais do setor produtivo ao especulativo porque, livre de travas, o
capital se dirigiu para o setor onde tem mais lucros, com maios
liquidez e menos tributação: o setor financeiro. Porque o capital não
está feito para produzir, mas para acumular. Se pode acumular
mais na especulação, se dirige para esse setor, que foi o que
aconteceu em escala mundial. O modelo neoliberal se tornou
hegemônico em escala mundial, impondo as políticas de livre
comércio, de Estados mínimos, de globalização do mercado de
trabalho para os investimentos, entre outros aspectos. É uma nova
fase do capitalismo, como foram as fases de hegemonia liberal e
keynesiana. Não se pode dizer que seja a última, porque um
sistema sempre encontra formas – mesmo que aprofundem suas
contradições - se outro sistema não surge como alternativa, com a
força correspondente para superá-lo”.

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Vamos fazer três questões para que você percebam melhor


como essas situações são cobradas em concursos públicos.

(Cespe – Polícia Federal – Delegado -2002) O Estado


brasileiro dos anos 90 hesitou em tornar-se um Estado
normal, como fizeram a Argentina, o Chile, o México e outros.
Normal, isto é, receptivo, submisso e subserviente aos
comandos das estruturas hegemônicas do mundo
globalizado. O passado nacional de sessenta anos somente
foi avaliado de forma negativa por um grupo de economistas
que aprenderam nos programas de pós-graduação dos
Estados Unidos da América (EUA) o credo neoliberal e
estavam dispostos a aplicá-lo quando se tornavam
autoridades da República. Esses economistas e algumas
outras autoridades, cujo pensamento com eles se
conformava, esforçaram-se por difundir a noção de
globalização benéfica. Apesar de deter a maior soma de
poder em matéria de relações internacionais do país, a esfera
das relações econômicas, o grupo não se tornou hegemônico
sobre a inteligência nacional do Brasil, como ocorreu em boa
medida com o grupo epistêmico da Argentina. A maior parte
do meio político, talvez possamos dizer o mesmo do meio
diplomático, mas sobretudo do meio acadêmico, avaliou
positivamente a estratégia de desenvolvimento brasileiro das
últimas décadas e avançou o conceito de globalização
assimétrica, que expressa uma interpretação mais nociva
que benéfica para a periferia do capitalismo. O próprio
presidente da República, embora ideologicamente simpático
à expansão do neoliberalismo, usou o termo em conferências

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públicas, com o fim de denunciar efeitos contraproducentes


da nova ordem internacional.

Amado Luiz Cervo. Brasília: IBRI, 2001, p. 293-4 (com


adaptações).

Com o auxílio do texto acima, julgue os itens abaixo,


relativos às diferentes acepções do conceito de globalização.

1- Intelectualidade, opinião pública e formuladores de


políticas públicas convergiram suas visões, nos últimos dez
anos, acerca dos elementos definidores do conceito de
globalização.

2- Sob o manto da ideia de globalização benéfica,


empresas e grupos econômicos bem equipados intelectual e
materialmente conseguiram avançar seus interesses no jogo
das relações internacionais.

3- A dimensão assimétrica da globalização citada no


texto é apenas uma construção política das esquerdas
internacionais, saudosistas que são do velho modelo da
economia política da planificação soviética.

4- No início do século XXI, a vida internacional, moldada


pela expansão da economia política liberal, assiste ao fim da
era de deflagrações bélicas que caracterizava a economia
autárquica internacional do período da Guerra Fria.

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5- Inglaterra, França e Alemanha são exemplos de


“Estado normal”, de acordo com a definição apresentada nos
dois primeiros períodos do texto.

Vamos aos comentários.

Item 1 – Pessoal, nós não podemos ser ingênuos ao fazer


qualquer questão de concurso público. Mesmo sem ler o texto,
vocês acreditariam que intelectualidade, opinião pública e
formuladores de políticas públicas possuem a mesma opinião sobre
qualquer tema? Acredito que vocês não acreditariam nisso. De fato,
como se pode depreender da leitura do texto, esses três grupos não
possuem a mesma visão sobre a globalização. Essa situação fica
bem expressa no trecho “apesar de deter a maior soma de poder
em matéria de relações internacionais do país, a esfera das relações
econômicas, o grupo não se tornou hegemônico sobre a inteligência
nacional do Brasil, como ocorreu em boa medida com o grupo
epistêmico da Argentina”. Se o grupo não se tornou hegemônico, é
pela razão de que existem divergências. Portanto, item errado.

Item 2 – Exatamente. Diversos grupos, que possuem poder de


influencia a opinião e a economia, se aproveitaram da situação
gerada pela globalização e pelo neoliberalismo para expandir seus
mercados, aumentando seus lucros. Além disso, houve também o
fortalecimento de empresas que passaram a monopolizar parcelas
do mercado por meio das megafusões. Item correto.

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Item 3 – A dimensão assimétrica não é apenas construção da


velha esquerda, como aponta o texto. Mesmo grupos de intelectuais
se utilizam desse conceito. Item errado.

Item 4 – Primeiramente, devemos entender que economia


autárquica é um modelo no qual praticamente não existe a
integração da economia. Já é bastante complicado dizer que a
economia durante a Guerra Fria é autárquica, além disso o mundo
obviamente não podemos dizer que houve o fim das deflagrações
bélicas. Item errado.

Item 5 – Estado Normal está relacionado no texto à ideia de


Estado Mínimo. Acontece que os três Estados citados no item
possuem planos de seguridade social bastante amplos, o que
invalida o enunciado. Item errado.

Gabarito: FVFFF.

(TRE-GO- Técnico Judiciário – CESPE – 2005)


Globalização é o nome que comumente se dá ao atual estágio
da economia mundial. Novas e incessantes inovações
tecnológicas ampliam a produção e estimulam a notável
expansão do comércio em escala planetária. Afora esses
aspectos considerados positivos, muito do que os defensores
da globalização defendiam não se concretizou, pelo menos
até hoje. O certo é que as reformas liberalizantes, a exemplo
da abertura dos mercados, das privatizações das empresas
públicas e da redução dos direitos trabalhistas, não
trouxeram o desenvolvimento alardeado nem melhoraram a

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distribuição de renda. Aliás, em alguns países aconteceu o


contrário.

Com o auxílio do texto e considerando a realidade


econômica mundial nos dias de hoje, assinale a opção
incorreta.

a) Na atualidade, o baixo nível educacional da maioria


da população mundial impede o aumento da produção e, com
isso, reduz o volume de comércio entre os países.

b) O conhecimento científico-tecnológico desempenha


importante papel na economia globalizada de hoje.

c) Deduz-se do texto que nem tudo que chegou a ser


sonhado por alguns com a globalização conseguiu
concretizar-se.

d) Segundo o texto, em alguns países, os efeitos da


globalização foram bastante negativos, concentrando a renda
e não trazendo o progresso.

e) O Brasil foi um dos países que mais se empenharam


em promover o que o texto chama de "reformas
liberalizantes".

Pessoal, apesar da baixa escolaridade da população mundial


ser um fato, não podemos dizer que isso impeça a produtividade.

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Na realidade, o comércio entre os países nunca foi tão grande. Letra


“a”.

2. Crise mundial e PIIGS

Agora iremos debater um pouco mais sobre a crise mundial


iniciada em 2008 e as suas consequências nos dias atuais. Como
vocês sabem, essa crise tem causado instabilidade nos mercados e
nas economias nacionais, o que provoca piora nas condições de vida
das populações, principalmente por causa do desemprego e da
elevação dos preços; além de ter provocado também diversas
manifestações, como a marcha dos indignados na Espanha e até a
queda de alguns líderes políticos, como Berlusconi, na Itália, e
Papandreou, na Grécia.

A crise que hoje atinge em cheio a Europa e,


consequentemente, o resto do mundo teve origem no mercado
imobiliário norte-americano, como vimos anteriormente, marcada
pela quebra do banco Lehman Brothers – um dos maiores bancos de
investimentos dos Estados Unidos até então. Mas não podemos
dizer que o mercado imobiliário é o responsável exclusivo pela crise.
Mesmo antes de 2008 alguns especialistas já previam que a crise
estouraria tanto em razão das políticas adotadas pelo mercado
imobiliário quanto em razão de outros fatores. Entre esses outros
fatores que determinaram a crise nos Estados Unidos estão a pouca
regulamentação do sistema bancário dos Estados Unidos e as
políticas monetárias e fiscais excessivamente expansionistas do
governo Bush. Além disso, nem só por causa da crise norte-
americana a Europa está com problemas. Não podemos nos

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esquecer de que alguns governos europeus não controlaram


devidamente suas contas públicas, além de situações de pouca
competitividade e mesmo de altos níveis de corrupção. Por esse
motivo, a crise europeia é também chamada de crise da dívida, pois
é alto o nível de endividamento de alguns países europeus.

A crise da dívida se relaciona diretamente com a crise


imobiliária, pois a partir do momento que esta estoura, e os bancos
quebram, retirando a capacidade de financiamento para o mercado,
aquela não consegue novos empréstimos para pagar as dívidas
anteriormente contraídas.

Faço uma pausa para esclarecer o que disse acerca de outros


fatores da crise nos Estados Unidos: políticas monetárias e fiscais
expansionistas são as que utilizam o aumento da despesa pública
para aumentar a produção e tentar reduzir o desemprego. Além
disso, usam de impostos mais baixos, para aumentar o rendimento
disponível ao consumidor/investidor, causando aumento de
consumo e investimento das empresas. Acontece que uma política
fiscal expansionista onera o orçamento público, aumentando o
déficit. Esse déficit passa a ser coberto pelo governo com a emissão
de moedas e títulos. Nesse sentido, o governo Bush decidiu
aumentar a quantidade de moeda circulando na economia, por meio
de medidas como diminuição da taxa de juros e da compra de
títulos da dívida.

Em 2001, com o ataque ao World Trade Center e o estouro da


bolha especulativa na bolsa Nasdaq, os Estados Unidos vivenciaram
uma crise de confiança e o governo Bush passou a reduzir as taxas

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de juros a fim de aquecer o mercado e ainda diminuiu diversos


impostos. Inicialmente essa estratégia pareceu dar certo, mas em
pouco tempo o dinheiro disponível em excesso e a volta da
confiança no crescimento econômico fizeram com que os bancos
diminuíssem os critérios para o financiamento de imóveis,
apostando nos chamados clientes “subprime”. Muitos norte-
americanos sem comprovação de renda ou emprego estável
passaram a ter a possibilidade de adquirir um imóvel. Mesmo
sabendo que os contratos subprime são mais arriscados do que
outros investimentos mais conservadores, como os títulos de
governo, os investidores se mostraram bastante interessados em
sua aquisição, tendo em vista baixas taxas que estavam sendo
cobradas pelos bancos.

Porém, os altos gastos do governo e o nível de consumo da


economia norte-americana fizeram com que a inflação aumentasse
e essa situação levou ao aumento dos juros (que estavam baixos
até então), gerando um forte efeito dominó. Esse aumento nas
taxas de juros implicou imediatamente o aumento das prestações
de financiamento daqueles imóveis e os contratos “subprime” foram
os primeiros nos quais houve interrupção dos pagamentos. Como os
“subprime” pararam de pagar as prestações, os imóveis que eles
haviam adquirido foram a leilões e isso gerou um aumento
gigantesco da oferta. Com esse aumento da oferta, os preços
caíram abruptamente e os bancos perderam enormes quantias.

Essa situação levou à quebra de diversas instituições


financeiras, alastrando os efeitos da crise por todo o mundo. Nessas
condições os Estados foram apontados como aqueles que deveriam

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ser capazes de reverter a crise a partir de uma volta ao modelo de


intervenção na economia, retomando algumas das ideias de Keynes,
por meio das chamadas medidas anticíclicas, que já haviam sido
utilizadas na época da Crise de 1929. Por essa razão diz-se que essa
crise é também uma crise de paradigmas. Em um primeiro
momento, os Estados foram orientados a injetar dinheiro para evitar
que os bancos e instituições financeiras viessem a falir; em um
momento posterior, sobretudo para os países europeus em crise, a
orientação foi a adoção de medidas típicas do neoliberalismo.

A injeção de trilhões de dólares de dinheiro público para salvar


bancos, evitando a falência destes, realizada por diversos governos,
aumentou consideravelmente a dívida pública dos países que
realizaram esse procedimento. Os países agora estão tendo que
equilibrar os seus orçamentos e para isso precisam fazer cortes nos
gastos públicos. Essa situação leva ao corte dos recursos gastos
com políticas sociais, como a previdência social, com investimentos
em infraestrutura, o que desaquece a economia, e com cargos
públicos, gerando demissões. Essas medidas afetam diretamente as
populações. Esse contexto faz com que assistamos a diversas
manifestações na Grécia, Espanha, Portugal, Chile e mesmo no
mundo árabe.

Falaremos agora sobre a situação específica de cada um dos


países dos PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha).

A Grécia é um dos casos mais graves do alastramento da


crise econômica. Primeiramente, lembro que a Grécia é um dos
países mais pobres da zona do euro e que, com a situação de crise,

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ela foi levada a recorrer à União Europeia e ao Fundo Monetário


Internacional a fim de obter empréstimos para que pudesse diminuir
o seu déficit público. Essa situação, na verdade, gera um efeito
cíclico, pois está se pagando uma dívida fazendo outra. Vamos
entender melhor essa história.

Tudo isso se deu, pois, na última década, a Grécia já havia


contraído grandes quantias em empréstimos para sustentar um
crescimento econômico de 4% por ano em média, de 2001 a 2008.
O problema foi que, quando a crise estourou, o país não possuía
dinheiro disponível e, como já estava extremamente endividada,
não conseguiu novos empréstimos com bancos e teve de recorrer
aos organismos internacionais. Claro que esses organismos
internacionais impuseram à Grécia uma “receita amarga”: cortes
nos gastos públicos e reformas econômicas que incluem
privatizações e interferência direta do FMI, da União Europeia e do
Banco Central Europeu. Essa receita é basicamente que fora
aplicada na América Latina no fim dos anos 1980. Ainda é cedo para
que possamos afirmar se a adoção dessas medidas será capaz de
retirar a Grécia desse gravoso quadro de crise.

No início da crise, a Grécia tentou dar uma resposta ativa e


chegou a aumentar seus investimentos em diversos setores da
economia, entretanto essa estratégia não deu os resultados
desejados. O desemprego continuou crescendo e tanto a
arrecadação de impostos quanto o consumo diminuíram. A Grécia
viu ainda a dívida pública ampliar-se enormemente e o déficit
chegou a corresponder a quase 11% do PIB em 2010 – o que é o
triplo do previsto pelas regras da zona do euro.

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As medidas de austeridade adotadas pelo governo grego nos


últimos anos, que incluíram demissões, aumento de impostos e
redução de salários e pensões, revoltaram a população, que tomou
as ruas em protestos violentos, em meio a greves gerais que
paralisaram o país. Atualmente o país caminha para o seu quinto
ano consecutivo de recessão, com prognósticos, otimistas, de
retomar o crescimento somente a partir de 2014. Assim, ao mesmo
tempo em que a ajuda financeira é concedida à Grécia graças à
implementação de medidas de austeridade, a resistência do povo ao
corte de gastos aumenta. Protestos contra cortes na saúde e na
educação também passam a ser vistos em outros países, como na
Espanha, uma vez que as medidas resultam em cortes nos serviços
públicos, no aumento da idade mínima para aposentadoria e em
reduções salariais de aposentados e funcionários públicos.

Com uma taxa de desemprego altíssima, que em 2013 atingiu


26% da população ativa, necessidades de resgates financeiros e
crescente recessão, a Espanha vive sua pior crise em mais de
quatro décadas. A fragilidade econômica vem causando uma rápida
mudança social na Espanha, empurrando de volta para a pobreza
pessoas que vinham ascendendo econômica e socialmente.

Atualmente, a Espanha possui um índice de desemprego de


aproximadamente 26% de sua população ativa - como eu já disse,
além de 20% da população vivendo abaixo da linha de pobreza. O
índice de desemprego foi divulgado no início de 2013, em um
momento em que a Espanha vive uma recessão prolongada e passa
por profundos cortes no orçamento. Em 2012, cerca de 850 mil

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postos de trabalho foram fechados, o que o transforma no segundo


pior ano da crise depois de 2009, segundo o jornal El País. Em
2009, o país perdeu 1,2 milhão de postos de trabalho. O impacto
foi mais forte entre pessoas de 16 a 24 anos, que viram a taxa de
desemprego no último quadrimestre de 2012 subir de 52,34% (no
trimestre anterior) para 55%. Nas Ilhas Canárias e em Ceuta,
regiões autônomas espanholas, o desemprego já atinge 70% da
população jovem. Segundo os dados do INE, a taxa de desemprego
da Espanha é o dobro da média da União Europeia.

A crise no sistema bancário espanhol ocorreu devido à


expansão desenfreada do crédito, logo após a criação do euro. As
caixas econômicas emprestavam dinheiro a juros baixíssimos para
clientes com contratos de hipotecas para a aquisição de imóveis.
Porém, com o desemprego e a desaceleração econômica
ocasionados pela crise financeira de 2008, os contratos de hipotecas
deixaram de ser pagos pelos clientes, fazendo com que as caixas
tivessem de reaver os imóveis, que se desvalorizavam rapidamente.

A crise econômica na Espanha está estimulando a campanha


pela independência da Catalunha, uma das mais importantes
regiões autônomas do país, que responde por um quinto da
economia nacional e tem uma população de cerca de 7,5 milhões. A
maioria das pesquisas de opinião já realizadas na região sugerem
que, no caso da realização de um referendo sobre a independência
da região, a maioria catalã votaria a favor da independência.

A Catalunha tem seu próprio idioma e cultura, com diferenças


claras em relação ao resto da Espanha. No entanto, o país ainda

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parece longe de se transformar no próximo país independente da


Europa. Apesar das manifestações e declarações do presidente da
Catalunha, o governo central da Espanha se recusa a discutir a ideia
e acredita que qualquer tentativa da região se transformar em um
país independente é inconstitucional. E a questão traz de volta um
problema da época da violenta guerra civil espanhola, o temor da
desintegração do país.

A crise da Espanha é ainda uma crise de moradia, pois, em


meio à crise econômica que assola o país, mais de 500 famílias são
despejadas a cada dia por não pagar aluguel ou prestações do
financiamento imobiliário. Desde 2008, quando estourou a crise,
foram quase 400 mil execuções hipotecárias. Entre 1997 e 2007,
construíram-se 390 mil moradias por ano na Espanha, e os preços
dos imóveis aumentaram em 200%, caindo logo a seguir. Hoje,
sobram casas vazias e famílias despejadas. Segundo dado do
Instituto Nacional de Estatísticas (INE), entre 5 milhões e 6 milhões
de moradias no país estariam vazias, o que representa 20% do
estoque imobiliário residencial. A Catalunha é uma das comunidades
autônomas mais atingidas pela crise imobiliária, onde são realizados
20% dos despejos do país. A situação da crise de moradia chegou a
um ponto tão violento que essas mais de 500 famílias que foram
despejadas a cada dia, em média, o foram por não conseguirem
pagar aluguel ou prestações do financiamento imobiliário.

A Espanha assistiu também a diversas manifestações que


tomaram as praças de Madri, sobretudo a partir de meados de
2011, quando as pessoas permaneceram acampadas na Praça do
Sol por diversas semanas seguidas. Essas manifestações se

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estendem e ocorrem até hoje. Os indignados, como ficaram


conhecidos, protestam contra as diversas medidas de austeridade e
o desemprego crescente.

Durante uma década a Irlanda foi apresentada pelos


defensores do modelo capitalismo neoliberal como o modelo a ser
seguido pelos demais países. O "tigre celta", como a Irlanda era
chamada, ostentava uma taxa de crescimento mais elevada do que
a média europeia. O taxa de tributação das empresas havia sido
reduzida a 12,5% e a taxa efetivamente paga pelas numerosas
transnacionais que ali tinham se instalado oscilava entre 3% e 4%.O
déficit orçamentário chegou a ser igual a 0 em 2007. A taxa de
desemprego esteve próxima de 0% em 2008.

Acontece que, na Irlanda, a desregulamentação financeira


encorajou uma explosão dos empréstimos às famílias (o
endividamento familiar havia atingido 190% do PIB na véspera da
crise), principalmente no setor imobiliário, o que estimulou a
economia (indústria da construção, atividades financeiras, etc). O
setor bancário inchou de uma forma exponencial com a instalação
de numerosas sociedades estrangeiras e o aumento dos ativos dos
bancos irlandeses. Formaram-se bolhas imobiliárias e bolhas nas
bolsas. O total das capitalizações na bolsa de valores, das emissões
de obrigações e dos ativos dos bancos atingiu catorze vezes o PIB
do país. Vejam que as “bolhas” em um primeiro instante parecem
boas, pois a economia cresce, o desemprego diminui, o mercado
aquece e a indústria é estimulada. O problema vem quando essa
“bolha” tem algum problema sistêmico e ela estoura, revertendo o
quadro inicial.

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As principais medidas do plano de austeridade na Irlanda


foram terríveis no plano social: supressão de empregos; novos
contratados recebendo um salário 10% inferior ao nível anterior;
baixa das transferências sociais com diminuição dos subsídios de
desemprego e familiares, redução importante do orçamento da
saúde, congelamento das pensões; aumento dos impostos pagos
principalmente pela maioria da população vítima da crise; criação de
uma taxa imobiliária (afeta a metade das famílias, até então livres
de tributação); baixa de 1€ do salário horário mínimo (de 8,65 para
7,65 euros, ou seja, -11%).

A crise de Portugal foi um processo gradual de perda de


competitividade, com o aumento dos salários e redução das tarifas
de exportações de baixo valor da Ásia para a Europa. Enfrentando
um baixo crescimento econômico, o governo português encontrou
grandes dificuldades para obter a arrecadação necessária para arcar
com os gastos públicos.

Os gastos do governo português estavam altos, quando


iniciou-se a crise mundial em 2008, devido em parte a uma
sucessão de projetos caros – especialmente na tentativa de se
melhorar no setor de transportes, tendo em vista o aumento da
competitividade. Assim, quando estourou a crise financeira global,
Portugal passou a enfrentar uma grande dívida pública, que ficou
cada vez mais difícil de ser financiada, já que os bancos e os demais
países passaram a enfrentar sérios problemas financeiros.

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A escassez de crédito e a crise da dívida soberana acabaram


obrigando o país a pedir um resgate financeiro da ordem de 78
milhões de euros, concedido pela “troika”. Em contrapartida, o
governo português se comprometeu a cumprir um plano de
austeridade para reduzir o seu déficit orçamentário, com reduções
de salários e aumento de impostos, além de outras reformas
estruturais que levaram milhões de portugueses a protestar nas
ruas contra o aumento de custo de vida e o desemprego que atinge
15,4% da população ativa.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, renunciou o


cargo de primeiro-ministro da Itália, em novembro de 2011, depois
que a Câmara Baixa aprovou medidas de austeridade reivindicadas
pela União Europeia, colocando fim a 17 anos de uma era política e
abrindo espaço para uma transição cujo objetivo é tirar a Itália da
crise econômica. A Era Berlusconi foi marcada pelo aumento da
dívida pública italiana, por casos de corrupção – inclusive denúncias
de ligações de Berlusconi com a máfia – e dezenas de escândalos,
entre os quais a acusação de que Berlusconi teria casos sexuais com
adolescentes.

Foi então que Mário Monti assumiu o governo, contudo o


governo do ex-ministro das Finanças não demoraria muito tempo
para ter fim. Em dezembro de 2012, Monti apresentou sua renúncia
como chefe do Governo ao presidente da República, Giorgio
Napolitano, após apenas 13 meses à frente do Executivo. Em seu
lugar assumiu Enrico Letta, que tem a missão de organizar um
governo de coalizão.

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3. América Latina

A partir dos anos 1990, a América Latina assistiu ao fenômeno


da chamada “onda vermelha”, com a eleição de novos governos de
esquerda em diversos países. Porém, muitas das vezes, esses
governos estiveram mais próximos de práticas populistas e
clientelistas do que propriamente de práticas socialistas.

Segundo alguns especialistas, a eleição de partidos e


candidatos que se colocavam como candidatos de esquerda está
relacionada com uma espécie de reação das populações latino-
americanas a projetos neoliberais, que foram acusados de terem
agravado a imensa desigualdade social e a concentração de renda
existente na região.

Em alguns países, o discurso chegou a ser mais agressivo e


houve questionamentos mais contundentes aos interesses dos
Estados Unidos na região. Nesse sentido, Hugo Chávez utilizou-se
de um posicionamento mais radical, ganhando o apoio da população
venezuelana e maior destaque nos veículos de comunicação. O
fenômeno da “onda vermelha” teve como principais marcos a
eleição exatamente de Hugo Chávez, em 1998, e de Lula, em 2002.
Percebam que muitas vezes a “onda vermelha” está muito mais no
discurso do que na práxis econômica ou política. De qualquer forma,
mesmo quando se alinhavam a práticas ditas neoliberais, esses
personagens e outros, como o boliviano Evo Morales, conseguiram
permanecer diante do público como figuras de esquerda.

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Gostaria de ressaltar que o discurso antiamericano praticado


por Chávez irradiou-se por toda a região. Em pouco tempo, outros
candidatos – que posteriormente seriam eleitos, tornando-se
presidentes de suas nações – adotaram o mesmo discurso. Essa
situação se deu de maneira muito forte principalmente no governo
Bush, que era um republicano, ou seja, um político norte-americano
conservador, diferentemente de Obama, que é um democrata, e,
portanto, mais liberal. Políticos como Daniel Ortega (Nicarágua),
Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia) foram eleitos
exatamente com esse mesmo discurso. Posteriormente, os Kirchner
(Argentina), historicamente mais conservadores, passaram a adotar
o mesmo discurso e a aproveitar a maré gerada.

De qualquer maneira, mesmo com Obama na presidência, os


discursos antiamericanistas permanecem, e este presidente tem
sido acusado de não ter cumprido importantes promessas de
campanha, como em relação à base militar de Guantánamo. Os
Estados Unidos são acusados prender sem julgamento pessoas
suspeitas de terrorismo, inclusive torturando-as. Obama prometeu
que fecharia a base militar, situada em Cuba, mas isso ainda não
ocorre – e não sabemos se de fato ocorrerá. O analista político
Néstor García Iturbe lembra que o presidente estadunidense não só
descumpriu sua promessa de fechamento da prisão, como assinou a
Lei da Autorização de Defesa Nacional onde aprovou uma proibição
permanente sobre a transferência dos detidos nesta prisão para os
Estados Unidos.

A relação do governo Obama com Cuba é bastante dúbia, na


realidade. Após tomar posse, Obama renovou o embargo econômico

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a Cuba. Mesmo com a ONU condenando a medida pelo 21º ano


consecutivo em 2012, o governo norte-americano confirmou que
manteria a política de bloqueio comercial a Cuba. Apesar disso, após
chegar à Casa Branca, em 2009, o presidente Barack Obama
suspendeu algumas restrições a Cuba, como o envio de dinheiro ou
viagens à Ilha por razões esportivas, educativas ou religiosas, mas
destacou que outros passos dependerão da abertura do governo
cubano para a democracia.

Durante o governo de Hugo Chávez, a Venezuela liderou na


região um grupo chamado de bolivariano que teve por
características a implementação de políticas nacionalistas, como
estatizações, muitas vezes ligadas à práticas populistas e ainda
àquelas críticas antiamericanistas. Hugo Chávez defendia o que
chamava de “socialismo do século XXI”, sendo um crítico feroz das
práticas que ele entende por imperialistas dos Estados Unidos.
Embora Chávez fosse acusado de ser autoritário por seus críticos,
ele possuía a chancela de eleições e conta ainda com a maioria do
Congresso.

Muitos analistas acreditam que essas ações diplomáticas


norte-americanas visaram a uma mudança no regime econômico
cubano, e, paralelamente, a colocar fim no regime ditatorial de
Cuba. Raúl Castro, após assumir o governo cubano no lugar de seu
irmão Fidel, iniciou algumas reformas econômicas, autorizou a
abertura de pequenos comércios e implementação de cooperativas e
autorizou também a venda de imóveis e automóveis. Além disso, o
regime comunista de Cuba busca aliados estrangeiros como a China
e a Venezuela. Com a morte de Chávez e a eleição de seu sucessor

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natural, Nicolas Maduro, não sabemos se o ideal bolivariano


permanecerá. Apesar de compactuar com Chávez, Maduro não é
visto como sendo um político tão habilidoso e carismático quanto
seu antecessor. Com uma diferença de votos mínima em relação ao
seu opositor, Henrique Capriles, o governo venezuelano terá que
conviver com uma oposição fortalecida e um país polarizado –
inclusive com a possibilidade do aumento do radicalismo.

A Venezuela possui uma economia baseada na produção de


petróleo, sendo a 13º maior produtora mundial. Apesar de não ser a
maior produtora de petróleo do mundo, em 2010, a Venezuela
passou a ser considerada como a possuidora da maior reserva do
planeta, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de
Petróleo, ultrapassando as reservas da Arábia Saudita.

As políticas nacionalistas de Chávez se manifestaram em


diversos sentidos. As relações entre Venezuela e os Estados Unidos
quase chegaram a um rompimento diplomático, quando cada um
dos países retirou seus diplomatas do outro. Porém, em 2009, essa
situação veio a ser regularizada. Um dos pontos mais controversos
do governo de Chávez foi exatamente sua conduta diante dos
Estados Unidos, pois se de um lado seus discursos e algumas de
suas atitudes foram radicais frente aos norte-americanos, por outro
lado os Estados Unidos são responsáveis por mais de 40% do
petróleo exportado pela Venezuela.

Outro ponto de tensão entre esses dois países é a rejeição


venezuelana à criação da Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA). Conforme já vimos anteriormente, a criação da ALCA foi

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duramente criticada por diversos países latinos que entendiam que


sua criação seria um mecanismo de expansão econômica e política
dos Estados Unidos na região. Caminhando em sentido contrário à
criação da Alca, Chávez estabeleceu diversos acordos econômicos e
políticos, avançando no seu projeto “bolivariano” de integração
regional. Entre esses acordos, um dos que mais se destacou foi a
possibilidade de comercializar petróleo em condições mais
favoráveis, embora não reduza o preço do petróleo frente aos
praticados pelo mercado.

Cuba é exatamente um dos países que mais se beneficiou


desses acordos, comprando petróleo em vantajosas condições de
parcelamento e juros. Em contrapartida, Cuba ofereceu à Venezuela
prestação de serviços de saúde. Basta lembrar que Chávez foi
internado em um hospital em Havana para tratar de problemas com
câncer e infecções.

Em outubro de 2012, Chávez venceu as eleições


venezuelanas, derrotando o candidato da oposição Henrique
Capriles. Naquele momento, Chávez conquistava o direito de
governar a Venezuela até 2019. O problema era que como Chávez
estava internado em Cuba, sem que se soubesse ao certo seu
estado de saúde, ele não poderia tomar posse. Com isso abriu-se
espaço para uma crise, já que haveria possibilidade de mais de uma
interpretação constitucional.

Segundo os partidários de Chávez, o vice-presidente, Nicolas


Maduro, deveria assumir o governo e depois entregá-lo à Chávez.
Para a oposição, como o presidente não tomou posse, novas

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eleições deveriam ser realizadas. Porém, para evitar a crise


constitucional, a Suprema Corte da Venezuela decidiu que a
prorrogação da posse do presidente Hugo Chávez para seu quarto
mandato era legal. A decisão foi anunciada depois que a Assembleia
Nacional votou para conceder ao líder venezuelano tempo indefinido
para ele se recuperar da cirurgia contra um câncer. A Suprema
Corte decidiu também que enquanto Chávez se recuperasse, cabe
ao vice-presidente governar o país.

Essa decisão gerou críticas de muitos analistas por todo o


mundo. Alguns deles chegaram a afirmar que por menos o Paraguai
foi suspenso do MERCOSUL, portanto a Venezuela também deveria
sê-lo – o que não aconteceu. Segundo esses analistas, o
impeachment paraguaio possuía previsão na Constituição do país,
enquanto que a prorrogação para posse da presidência na
Venezuela não.

Lembro que, em julho de 2012, o MERCOSUL decidiu


suspender temporariamente o Paraguai até as eleições presidenciais
do país em 2013. As medidas contra o Paraguai ocorreram em
resposta ao processo de impeachment do presidente Fernando
Lugo, ocorrido também em julho de 2012 e que foi repudiado pelos
países sul-americanos.

O processo contra Lugo foi iniciado por conta de um conflito


agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição
acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de
maneira "imprópria, negligente e irresponsável". Ele também foi
acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo,

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como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo


das Forças Armadas e não ter atuado de forma decisiva no combate
ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável
por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior
parte deles antes mesmo de Lugo tomar posse.

O processo de impeachment de Fernando Lugo aconteceu


rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do
então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do
presidente socialista. Foi então que o Senado do Paraguai afastou
Fernando Lugo da presidência com um placar de 39 senadores
favoráveis ao impeachment do socialista e 4 senadores contrários,
além de 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco
mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

No Paraguai ocorre um problema diretamente ligado ao Brasil,


que é o problema dos chamados brasiguaios. Os brasiguaios ou
brasilguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em
território da República do Paraguai, em áreas fronteiriças com o
Brasil, principalmente nas regiões chamadas Canindeyú e Alto
Paraná, no sudeste do Paraguai. Estimados em 350.000, são, em
sua maioria, agricultores falantes do idioma português.

A presença dos brasiguaios, apesar de trazer um surto de


crescimento econômico à região, provocou sentimentos
nacionalistas e xenófobos entre os paraguaios. Os paraguaios
preocupam-se com o enfraquecimento de sua identidade nacional
na região fronteiriça, já que os estrangeiros mantêm sua própria
língua, usam sua própria moeda, hasteiam sua própria bandeira e

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são donos das terras mais produtivas. Outra queixa é que seus
filhos crescem falando português como segunda língua, em vez do
guarani. Outra fonte de atrito é a questão racial, uma vez que a
maioria dos brasiguaios tem pele clara e feições europeias,
enquanto a maior parte dos paraguaios é de origem hispano-
guarani. Transmissões de rádio em guarani exortam os camponeses
sem terra a atacarem os brasiguaios, incendiando suas casas ou
invadindo suas lojas, o que levou a imprensa brasileira a falar sobre
uma espécie de limpeza étnica. Os brasiguaios se queixam da
discriminação contra seus filhos nas escolas locais e a intimidação
das autoridades de imigração, já que grande parte deles nunca
recebeu documentos de identidade paraguaios. Ao mesmo tempo,
muitos brasiguaios nascidos no Paraguai não conseguem
documentos brasileiros, o que impede algumas famílias hostilizadas
de voltar ao Brasil.

No fim de 2012, o governo do Paraguai ampliou sua campanha


para regularizar milhares de imigrantes ilegais, principalmente
brasileiros que atravessam diariamente a fronteira os brasiguaios, a
menos de um mês do fim da vigência da "lei da anistia migratória",
que facilitou os trâmites necessários. Apesar da suspensão do país
do Mercosul desde junho passado, o governo Federico Franco, que
não é reconhecido por Dilma Rousseff, tem trabalhado junto a
diplomatas brasileiros na questão, segundo autoridades brasileiras e
paraguaias.

Por sua vez, a Argentina bem como a Bolívia seguem no


caminho da “onda vermelha” e, em 2012, aumentaram as suas
estatizações. Durante o primeiro semestre de 2012, tanto um

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quanto o outro país estatizaram o setor de energético. A presidente


argentina chegou a dar início a uma crise, estatizando a petroleira
YPF, que antes estava sob controle da Repsol, que é de origem
espanhola.

Já o boliviano Evo Morales estatizou a Transportadora de


Eletricidad S.A, que também é espanhola. Apesar de ambos os
países terem nacionalizado companhias espanholas, a tensão com a
Espanha é maior na Argentina, devido a grande participação da YPF
na produção de petróleo e gás para a Argentina – o que dava
grandes lucros à empresa. O governo argentino e suas províncias
produtoras de petróleo responsabilizaram a empresa YPF por não
cumprir compromissos de investimento e disseram que isso obriga o
país a importar grandes volumes de hidrocarbonetos.

Uma outra polêmica, essa envolvendo o governo boliviano de


Evo Morales, foi quando este estatizou as refinarias brasileiras da
Petrobrás na Bolívia. Isso ocorreu em 2006 e tratava-se de umas
das suas principais propostas de sua campanha política para as
eleições presidenciais. Essa estatização foi apoiada pela população
boliviana, principalmente por movimentos populares, sindicatos e os
“cocaleiros” – que são os produtores de coca no país. Desde de
então, as relações políticas entre Estados Unidos e Bolívia ficaram
abaladas. Em 2008, a Bolívia expulsou diplomatas norte-americanos
do país e a diplomacia norte-americana acusou o venezuelano Hugo
Chávez de influenciar e incentivar a estatização.

Mas nem só de inimizades vivem os Estados Unidos na região.


Alguns países são considerados aliados norte-americanos, como a

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Colômbia, México e mesmo o Brasil. Em 2009, ocorreu um fato que


gerou muita polêmica, principalmente entre os grupos da “onda
vermelha”. Nesse ano, os Estados Unidos anunciaram a construção
de bases militares na Colômbia e essa situação gerou duras críticas
tanto ao imperialismo norte-americano quanto à subserviência
colombiana. A Venezuela foi um dos países que mais criticou essa
medida. Aliás, em razão do estreitamente nas relações entre Brasil
e Venezuela, a Colômbia se distanciou politicamente do Brasil.

Os Estados Unidos argumentam que a razão da construção da


base é apoiar o combate ao narcotráfico e à guerrilha no país.
Contudo, os críticos discordam e dizem que, na realidade, os
Estados Unidos pretendem aumentar sua capacidade militar na
região, expandindo seu poderio bélico.

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe era um grande aliado


dos Estados Unidos e foi um dos líderes mais populares da história
colombiana, exatamente por causa de suas políticas de combate ao
narcotráfico. Os progressos alcançados pela Colômbia no combate
ao narcotráfico foi resultado em grande parte do apoio dado pelos
norte-americanos. Apesar desses avanços, o narcotráfico continua
forte na Colômbia e o país continua sofrendo os efeitos de anos de
conflitos – principalmente em relação às FARC.

As Forças Armadas Revolucionárias Colômbia–Exército do Povo


(em espanhol: Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia–
Ejército del Pueblo), também conhecidas pelo acrônimo FARC ou
FARC-EP, é uma organização de inspiração comunista,
autoproclamada guerrilha revolucionária, que opera mediante

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táticas de guerrilha. Eles lutam, em tese, pela implantação do


socialismo na Colômbia.

As FARC são consideradas uma organização terrorista pelo


governo da Colômbia, pelo governo dos Estados Unidos, Canadá e
pela União Europeia. Os governos de Equador, Bolívia, Brasil,
Argentina e Chile não lhes aplicam esta classificação. Hugo Chávez
rejeitou publicamente esta classificação em Janeiro de 2008 e
apelou à Colômbia como outros governos a um reconhecimento
diplomático das guerrilhas enquanto "força beligerante",
argumentando que elas estariam assim obrigadas a renunciar ao
sequestro e atos de terror a fim de respeitar a Convenção de
Genebra. Por sua vez, Cuba e Venezuela adotam o termo
“insurgente” para as FARC.

Parte considerável dos colombianos temem as Farc, muitos


destes por considerá-las como grupo terrorista. Esse fato
proporcionava alta popularidade ao então presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe. Desde o primeiro dia na presidência da Colômbia,
Uribe investiu – e tropas especiais treinadas com a ajuda dos
Estados Unidos – na tarefa de recuperar o controle de seu país não
dos comunistas, mas de narcotraficantes.

4. Estados Unidos

Após uma votação acirrada, o presidente dos Estados Unidos,


o democrata Barack Obama, conquistou, em novembro de 2012,
sua reeleição ao derrotar o candidato republicano, o ex-governador

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de Massachusetts Mitt Romney. Obama conseguiu obter mais do


que os 270 delegados necessários para vencer o Colégio Eleitoral.

O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama, tem


agora a difícil missão de unir um país praticamente dividido após a
longa e bastante custosa campanha pela Casa Branca. O democrata
reconheceu, durante seu discurso de vitória no Centro de
Convenções McCormick Apraz, em Chicago, que terá um "longo
trabalho pela frente" nos próximos quatro anos. Não poderia mesmo
ser diferente.

De maneira distinta do que ocorre no Brasil, as eleições norte-


americanas são indiretas. Em um primeiro momento, os eleitores
votam em um delegado que posteriormente se reúne em um
Colégio Eleitoral com os demais delegados e é este colégio que
elege o presidente. Ocorre que os cidadãos escolhem delegados que
estejam vinculados ao candidato em quem o eleitor deseja votar.
Assim, os delegados funcionam como uma espécie de intermediários
entre eleitores e candidatos. Em 2012, o Colégio Eleitoral foi
composto por 538 delegados, sendo que o para ser eleito o
presidente precisaria ao menos de 270 deles.

Durante o discurso de vitória, Obama destacou a redução do


déficit do país, a reforma do sistema tributário, a aprovação de uma
reforma migratória e o final da dependência do petróleo estrangeiro
como metas para seu novo mandato. O presidente reeleito não
esqueceu também da necessidade de criar mais empregos e iniciar
medidas que ofereçam oportunidades à classe média.

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Mas o tema de maior destaque durante o discurso, quando foi


recebido por seus seguidores fiéis e entusiastas, foi a necessidade
de uma maior unidade no país. "Esta noite, mais de 200 anos depois
que uma ex-colônia ganhasse o direito de determinar seu próprio
destino, a tarefa de aperfeiçoar nossa união nos impulsiona para
frente", disse Obama. Os Estados Unidos vem sofrendo com a forte
polarização entre Republicanos e Democratas, o que vem
dificultando a governabilidade do país. Por pouco não houve acordo
sobre a questão tributária no fim de 2012, o que ocasionaria um
abismo fiscal. Aliás, Obama vem sendo duramente criticado por não
se mostrar tão hábil nas negociações com os Republicanos.

Com uma campanha que teve como tema “forward” (adiante),


Obama venceu defendendo perante o eleitorado que merecia mais
quatro anos na Casa Branca para terminar o trabalho iniciado em
2009, após conquistar seu primeiro mandato nas eleições de 2008
com uma campanha que mobilizou os EUA e o mundo com o lema
de esperança e mudança. Mais do que disputar os 230 milhões de
americanos aptos a votar, os dois candidatos travaram na terça-
feira uma batalha acirrada por nove swing states (Estados pêndulo),
que eram cruciais pelo fato de as pesquisas de intenção de voto
indicarem que não tinham um resultado definido.

O líder americano conseguiu ser reeleito apesar de a economia


do país ter enfrentado, depois de 2008, sua pior recessão desde a
Grande Depressão dos anos 30. Essa é a primeira vez desde
Franklin Roosevelt (1933-1945) que um presidente conseguiu ser
reeleito com uma taxa de desemprego tão alta quanto a de agora.

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Em julho de 2012, Obama conseguiu uma grande vitória ao ter


o seu plano de reforma da saúde aprovado pela Suprema Corte do
país. A Lei de Proteção ao Paciente e Serviços de Saúde Acessíveis
(“The Patient Protection and Affordable Care Act”, em inglês),
também conhecida como Obamacare, criou um sistema universal de
saúde nos Estados Unidos e está previsto para começar em 2014.

Basicamente, a reforma estabelece que todo mundo que vive


nos EUA está obrigado a ter um seguro de saúde – quem não tiver
terá de pagar uma taxa (chamada de “imposto” pelo texto da nova
lei). As pessoas com renda familiar mensal abaixo do equivalente a
R$ 2.390 terão uma ajuda parcial do governo para os custos.
Calcula-se que o plano vai incluir no sistema 30 milhões de
americanos que não tinham nenhuma cobertura de saúde. A ideia é
universalizar essa cobertura e também incentivar a criação de um
mercado de seguradoras.

Diferentemente do Brasil, os EUA não têm um sistema público


e universal como o SUS (Sistema Único de Saúde), criado a partir
do texto da Constituição de 1988 que definia a saúde como “direito
de todos e dever do Estado”. Segundo o historiador Daniel Simões,
“nos Estados Unidos, ou você paga um plano de saúde ou precisará
ter dinheiro para pagar cada consulta e exame - o que não sai nada
barato”. Por lei, no entanto, os hospitais norte-americanos estão
obrigados a atender qualquer pessoa durante emergências. Outro
problema no sistema de saúde americano é que as seguradoras não
são fiscalizadas pelo governo – o que significa que elas podem
alterar preços ou vetar serviços ao usuário sem precisarem prestar
contas.

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Isso cria uma cultura em que as pessoas só procuram o


hospital para se tratar quando a coisa já está grave – muitas vezes
num estado que poderia ser facilmente evitado se fosse feito um
acompanhamento médico mais cedo. A conta, no fim, fica caríssima
– e os hospitais repassam o custo para o governo e as seguradoras,
que cobram cada vez mais dos consumidores. A reforma de saúde
não vai criar um sistema público igual ao brasileiro, mas torna o
acesso à assistência médica no país um pouco mais igualitário. “O
SUS é considerado um exemplo no mundo inteiro. É claro que há
muitos problemas, mas ele de fato acaba por atender todo mundo”,
diz o professor Simões.

Essa foi uma das principais bandeiras políticas de Barack


Obama durante as eleições presidenciais e tem provocado fortes
reações tanto contra quanto a favor. Seus principais opositores do
conservador Partido Republicano dizem que o presidente deveria ter
dado mais atenção a outros setores e criticam os supostos gastos
excessivos que o plano pode trazer, além de afirmar que essa é
uma tentativa de controlar demais a vida privada de cada um, em
uma visão extremamente liberal. O rival de Obama nas eleições
presidenciais, Mitt Romney, havia prometido que, caso fosse eleito,
a primeira coisa que iria fazer seria revogar a reforma. Os
republicanos ainda apontam que, em um momento de crise, Obama
não poderia expandir tão consideravelmente os gastos públicos, pois
isso aumentará o déficit norte-americano.

Um dos grandes desafios do primeiro mandato do governo


Obama esteve justamente na difícil batalha entre Republicanos e

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Democratas – o que paralisa parte das ações de Obama. Todo esse


cenário de disputa é fortemente marcado pela crise da dívida
europeia, pela desaceleração do mercado chinês e pelo desemprego.

Segundo os democratas, a debilidade da economia norte-


americana não permite que haja grandes reduções nos gastos
públicos, e, assim sendo, é necessário que o governo continue
investindo a fim de fazer com que o país cresça mais e gere mais
empregos. Os democratas entendem ainda que os benefícios
sociais, pagos às parcelas mais pobres da população. A
porcentagem de norte-americanos vivendo na pobreza atingiu 15%
da população em 2010 – sendo o maior nível atingido em mais de
50 anos de pesquisa.

O governo Obama modificou, ainda, as medidas relativas ao


terrorismo – já que os altos custos financeiros se tornaram
impopulares em um contexto de crise econômica. Os Estados Unidos
teriam gasto aproximadamente 1,5 trilhão de dólares nas
campanhas do Iraque e do Afeganistão, além de ter deslocado cerca
de 350 mil soldados para essas regiões e para outros países da Ásia
Central e do Oriente Médio.

Durante a campanha eleitoral para seu primeiro mandato,


Obama prometera que retiraria as tropas norte-americanas do
Iraque, o que de fato ele conseguiu realizar. Porém, houve uma
declaração polêmica e bastante contraditória por parte do
presidente norte-americano, quando as tropas dos Estados Unidos
deixavam o Iraque: Obama declarou que as tropas norte-
americanas deixavam um Iraque estabilizado; contudo, a realidade

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é que as tropas norte-americanas não foram capazes de trazer


estabilidade para a região e o Iraque permanece em crise
econômica e política.

Em 2011, Obama ganhou muitos pontos com o eleitorado


norte-americano, quando o terrorista Osama Bin Laden foi morto
por soldados norte-americanos. Com a morte de Osama, Obama
pôde dar início à redução do contingente norte-americano no
Afeganistão, país no qual a Al Qaeda (grupo terrorista do qual
Osama Bin Laden fazia parte) possui grande influência. Apesar da
morte de Bin Laden, o Afeganistão está longe de resolver seus
complexos problemas políticos. O Taliban continua atuando na
região, mas, com a crise e a necessidade de gastar menos em ações
militares, Obama viu-se obrigado a diminuir a presença dos Estados
Unidos na região.

Lembro-lhes de que foi justamente o episódio de 11 de


setembro de 2001, com o atentado terrorista contra os Estados
Unidos, quando houve o choque de aviões com as torres do World
Trade Center, comandado por Bin Laden, que fez com que os
Estados Unidos ampliassem suas ações militares e seu combate ao
terrorismo. Na época dos atentados, quem estava no poder era
George W. Bush, que definiu o terrorismo como a pior ameaça aos
Estados Unidos e à paz mundial. A partir daí, Bush inaugurou uma
nova época na geopolítica que ficaria, então, conhecida como a
Doutrina Bush.

Em 2002, o presidente George Bush divulgou o documento "A


estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos", que ficou

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justamente conhecido como "Doutrina Bush". Este documento


apresentava as estratégias político-militares que passaram a ser
adotadas pelo país em nome da defesa nacional, frente às ameaças
a que poderiam estar sujeitos o território e o povo norte-
americanos. O documento declarava a intenção dos Estados Unidos
em agir militarmente, por conta própria e decisão unilateral em
nome do direito de autodefesa, de maneira preventiva e antecipada.
Dessa forma, os Estados Unidos, em nome do antiterrorismo e do
combate de países considerados e avaliados como ameaçadores aos
seus interesses, justificaram as suas ações e procuraram torná-las
legítimas diante da opinião pública norte-americana e internacional.

A guerra e a ocupação do Iraque, embora fizessem parte das


ações da Doutrina Bush de guerra preventiva, não foram apoiadas
em provas de que este país desenvolvesse armas de destruição em
massa (justificativa para a sua invasão) ou financiasse o terror.
Depois de os Estados Unidos declararem a vitória sobre o Iraque, de
terem conseguido a prisão de Saddan Hussein e o estabelecimento
de um governo provisório, a situação do Iraque permaneceu
incontrolável.

Ao contrário do que propunha a Doutrina Bush, os ataques


terroristas, a insurreição de grupos armados contra a ocupação
estrangeira e os conflitos entre as principais etnias ameaçam a
estabilidade do país e apontavam para uma perspectiva de total
descontrole da situação. Na verdade, os norte-americanos usaram
seu poderio militar para favorecer suas empresas do setor
petrolífero e da construção civil e ampliarem sua influência no
Oriente Médio.

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Foi baseado nessa doutrina – que, repito, previa o


unilateralismo e os ataques preventivos, mesmo sem aprovação da
ONU ou da OTAN – que os Estados Unidos e o Reino Unido
invadiram o Iraque. As alegações de que o Iraque possuía armas
nucleares feitas por Bush não tardariam a se mostrarem falsas.
Após a intervenção norte-americana, o Iraque se afundou numa
complexa crise política e os Estados Unidos passaram a ser
acusados de ter invadido o país por razões puramente econômicas,
sobretudo por causa do setor petrolífero – como disse.

Outra questão relevante se deu quando, acusado


criminalmente de espionagem pelo governo dos Estados Unidos, o
ex-técnico da CIA, Edward Snowden, revelou segredos de segurança
dos EUA. Foram dele as informações que permitiram à imprensa
internacional revelar programas de vigilância do governo americano
contra a população – utilizando servidores de empresas como
Google, Apple e Facebook – e também contra diplomatas e
governos da União Europeia, que reagiram de forma negativa.

As revelações iniciais, publicadas no início de junho de 2013


pelos jornais The Guardian e Washington Post, levou Snowden a ser
ostensivamente procurado pelas autoridades americanas. A primeira
informação de seu paradeiro dava conta de que ele estava em um
quarto de hotel em Hong Kong, onde ficou escondido até os EUA
pedirem sua extradição e pressionarem a China a cumprir o pedido.
No dia seguinte à exigência de extradição, Snowden embarcou em
um voo para Moscou, no dia 23 de junho. Desde então, acredita-se
que ele segue na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo,

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na capital russa. Snowden está em um "limbo" jurídico, uma vez


que não tem documentos para entrar em território russo – seu
passaporte foi revogado pelos EUA. A viagem foi feita com o apoio
do WikiLeaks, de Julian Assange, que enviou Sarah Harrison , uma
das militantes do grupo, para acompanhá-lo.

Wikileaks é a organização que obteve notoriedade


internacional ao expor milhares de documentos sigilosos do governo
americano em 2010 e agora volta aos holofotes da mídia devido a
seu envolvimento no caso de Edward Snowden. A organização teve
sua reputação manchada depois que Assange foi acusado de crimes
sexuais cometidos na Suécia. Ele buscou asilo na embaixada para
evitar sua extradição à Suécia. Assange alega que as acusações
contra ele fazem parte de um plano de "caça às bruxas" do governo
norte-americano, que mantém uma investigação formal sobre ele e
suas atividades. Julian Assange ainda ajudou Edward Snowden a
obter um documento de viagem emitido pelo governo do Equador
para substituir seu passaporte, que foi revogado pelo governo
norte-americano. Isso permitiu que o ex-funcionário da CIA
embarcasse para a Moscou. O próprio fundador do Wikileaks
confirmou que sua organização pagou pela passagem aérea,
acomodação e despesas legais de Snowden.

A advogada Sarah Harrison, que ainda estaria com Snowden


neste momento em Moscou, seria - de acordo como jornal britânico
Evening Standard - "o poderoso 'braço direito'" de Julian Assange e
"sua principal ligação com o mundo do lado de fora de seu quarto
na embaixada do Equador em Knightsbridge (bairro de Londres)".
Desde que Snowden partiu de Hong Kong e desapareceu do alcance

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do público, representantes-chave do Wikileaks têm se esforçado em


tentar explicar à imprensa que Snowden deveria ser parabenizado e
não crucificado por suas denúncias.

Da Rússia, Snowden pediu asilo político a 21 países. Um dos


primeiros teria sido o Equador, cujas autoridades se mostraram
dispostas a concedê-lo assim que o ex-técnico de informática se
encontrar em território equatoriano – Julian Assange está refugiado
há um ano na embaixada do país em Londres. Entre os países aos
quais Snowden também pediu asilo político está o Brasil. A
embaixada brasileira em Moscou recebeu a solicitação, mas segundo
o Itamaraty, "no momento, não há intenção de responder” ao
pedido.

Snowden teve acesso às informações reveladas quando


prestava serviços terceirizados para a Agência de Segurança
Nacional (NSA) no Havaí. Ao procurar os jornais para fazer as
revelações, ele deixou o estado americano e seguiu para Hong
Kong. O jornal “The Guardian” revelou que os serviços secretos de
segurança norte-americanos já rastreiam chamadas de telefones
celulares da operadora Verizon e informações da internet oriundas
de companhias como o Google e o Facebook. Segundo o
"Washington Post" as autoridades federais dos EUA têm usado os
servidores centrais destas empresas para ter acesso a e-mails, fotos
e outros arquivos dos usuários, permitindo a analistas rastrear
movimentos e contatos das pessoas. A informação a respeito dos
serviços secretos desencadeou um interminável debate nos Estados
Unidos e no exterior sobre o crescimento do alcance da NSA, que
expandiu seus serviços de vigilância dramaticamente na última

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década. Agentes norte-americanos garantem que a NSA atua dentro


da lei.

A decisão de Snowden de revelar sua identidade, bem como


seu rosto e outros dados pessoais, reforça o apelo deste que já é
um dos maiores casos de vazamento de dados secretos do governo
norte-americano na história, e aumenta ainda mais o
constrangimento do presidente Barack Obama. Ao se apresentar ao
mundo, ele disse que se sentiu na obrigação de denunciar, mesmo a
um custo pessoal, os descomunais poderes de vigilância acumulados
pelo governo dos EUA. Ele acrescentou que poderia ter permanecido
anônimo, mas que considerou que sua mensagem teria mais
ressonância se viesse de uma fonte identificada.

Snowden também sabe que sua opção o expõe demais às


autoridades norte-americanas. O Guardian o comparou a Bradley
Manning, um soldado agora em julgamento por supostamente
ajudar forças inimigas, que vazou para o Wikileaks documentos
militares sigilosos. Snowden afirmou que deixou a namorada no
Havaí sem contar a ela para onde iria, e se disse ciente do risco que
corre, mas pensou que toda a mobilização em torno da sua
descoberta faria o risco valer a pena.

5. A morte de Margaret Thatcher

Poucos políticos em tempos de paz pode afirmar que mudaram


o mundo. Margaret Thatcher foi um deles. Ela transformou não
apenas o seu próprio Partido Conservador, mas o conjunto da
política britânica. Seu entusiasmo pela privatização lançou uma

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revolução mundial e sua vontade de resistir ao comunismo, que


considerava tirânicos, ajudou a trazer fim à União Soviética.

A essência do thatcherismo foi a aposta na liberdade, contudo,


paradoxalmente, ela era, em muitos aspectos, a personificação do
conservadorismo. Ela acreditava que as nações poderiam tornarem-
se grandes apenas se os indivíduos fossem livres. Suas lutas
tiveram um tema: o direito das pessoas para executar suas próprias
vidas, tão livre quanto possível da intervenção por parte do Estado.
Com esse lema, ela foi Odiada pelos trabalhadores e adorada pelos
capitalistas e sua morte resultou tanto em homenagens na porta de
sua casa como em comemorações pelo seu falecimento.

Quando foi lançado o filme “A Dama de Ferro”, em 2012, um


jornal francês fez entrevistas com operários que trabalhavam nas
minas em 1980. Um deles disse: “Quando ela morrer, nós faremos
a festa!” E foi o que se viu em alguns locais da Grã-Bretanha,
principalmente no bairro de Brixton, em Londres. Faixas em que
estava escrito “A bruxa está morta” dão dimensão do ódio nutrido
por parte da população em relação à Margaret Thatcher. O motivo
talvez seja encontrado no fato de Thatcher ter enfrentado durante
as greves o poder dos sindicatos dos trabalhadores à época,
negando-se a negociar as reivindicações apresentadas e reprimindo
violentamente os trabalhadores. Os mais de 100 mil trabalhadores
que paralisaram as atividades durante um ano, em 1984, lutavam
contra o fechamento das minas e o desemprego subsequente, mas
não conseguiram que suas reivindicações fossem atendidas e viram
o desemprego aumentar na Grã-Bretanha durante a década de
1980. Devido ao fato de Thatcher ter sobrevivido a uma tentativa de

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assassinato em 1984, de sua dura oposição aos sindicatos e de sua


forte crítica à União Soviética, foi alcunhada de "Dama de Ferro".

A ação do governo de Thatcher na Guerra das Malvinas,


expulsando as tropas argentinas da ilha criou uma grande
indisposição com os ditadores argentinos. A vitória britânica na
guerra até hoje se faz sentir nas relações entre os dois países, a
ponto de a presidente argentina Cristina Kirchner ter reivindicado
recentemente o controle da ilha.

Thatcher foi uma das pioneiras na adoção das políticas


neoliberais, que posteriormente boa parte dos países utilizaria como
receituário para superar a crise econômica enfrentada pelo
capitalismo ocidental a partir da metade dos anos 1970. Eleita
primeira-ministra em 1979, passou a privatizar uma série de
empresas, cortar impostos e gastos públicos e a desmantelar
inúmeros programas sociais oferecidos à população. Enfrentou os
sindicatos de trabalhadores no intuito de minar sua influência e
força reivindicativa. Essas medidas resultaram na melhora das
contas públicas do Estado britânico e uma reativação econômica, já
que os capitalistas privados começaram a lucrar com as empresas e
serviços que passaram a exercer. Contudo, para parte considerável
da população, as consequências foram o desemprego e a
necessidade de destinar parte do salário recebido a serviços antes
oferecidos pelo Estado. Por isso, podemos dizer que o thatcherismo
foi baseado basicamente pela adoção de medidas neoliberais na
economia e no conservadorismo político.

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6. Questões comentadas

1) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo)


Apenas dois partidos, o Republicano e o Liberal, atuam na
cena política norte-americana; nas eleições de 2012, os
liberais apostam na recondução de Barack Obama ao
Capitólio.

Muita gente se confundiu nessa questão, por isso atenção


redobrada. É errado dizer que apenas dois partidos atuam na cena
política norte-americana. Há diversos partidos, embora apenas estes
tenham relevância e por isso os cientistas políticos se referem aos
EUA como possuindo um sistema bipartidarista. Os liberais
(Democratas) realmente apoiaram Obama, enquanto os
conservadores (Republicanos) apoiaram Romney. E Capitólio é um
local no Congresso dos Estados Unidos no qual os eleitos para a
presidência prestam juramento.

Questão errada.

2) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo)


Obama notabilizou-se por ser o primeiro negro a chegar à
presidência dos Estados Unidos da América, feito
particularmente significativo, haja vista a forte marca da
escravidão africana na história do país e da discriminação
racial, que custou a ser legalmente abolida.

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Obama foi de fato o primeiro negro a chegar à presidência


norte-americana. Podem surgir duas dúvidas em relação ao restante
do enunciado. A primeira, é se houve forte marca da escravidão
africana no país. Houve sim, pessoal. Assim como no Brasil, os
Estados Unidos foram marcados por um forte regime escravocrata.

A outra dúvida é se a discriminação racial custou a ser


legalmente abolida. De fato, a discriminação racial demorou a ser
legalmente abolida, fato que só aconteceu em 1965 – quando ainda
havia bebedouros, assentos, banheiros distintos para negros e
brancos.

Questão correta.

3) (Cespe - Antaq - 2009) A crescente importância do Brasil


e da Venezuela no cenário sul-americano, inclusive no que se
refere à mediação entre partes em crises regionais, emana
da modernização econômica, da tranquilidade política e da
projeção internacional de que gozam os dois países, em igual
proporção e legitimidade internacional.

Que Brasil e Venezuela ampliaram sua importância na região


não há dúvidas. Contudo, percebam que a Venezuela está longe de
ter a mesma modernização econômica, a tranquilidade política e a
projeção internacional de que goza o Brasil. Sobre “tranquilidade
política”, esse termo não está relacionado à falta de disputas
internas, mas sim à solidez das instituições. O Brasil possui,
certamente, instituições mais sólidas do que a Venezuela. Assim,
questão errada.

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4) (Cespe – Antaq - 2009) Na atualidade, os países latino-


americanos que melhor se relacionam com os EUA são Cuba e
Venezuela.

Essa só pode ser brincadeira ... como assim, gente!??!?!?!!?


Óbvio que essa está errada! Os países latino-americanos que pior se
relacionam com os EUA são exatamente Cuba e Venezuela. Questão
errada.

5) (FCC - Escriturário-Banco do Brasil - 2011) “Os


exportadores brasileiros de geladeiras, fogões e máquinas de
lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras no mercado (...).
Conforme o “Estado” apurou, 35 caminhões estão parados
nos depósitos alfandegários à espera de autorização para
circular no país”. (O Estado de S. Paulo, 13/05/2011, p. B3)

O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada


pelo protecionismo comercial

(A) do Paraguai.
(B) da Venezuela.
(C) do Peru.
(D) da Argentia
(E) da Bolívia.

Vocês lembram de quem eu falei ao mencionar protecionismo?


Justamente da Argentina. A Argentina, a partir de 2011, ampliou os
produtos que não possuem licença automática de entrada no país. A

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Argentina fez isso em uma tentativa de proteger sua indústria dos


produtos estrangeiros, sobretudo dos brasileiros. Essa situação
gerou uma certa crise entre a Argentina e o Brasil. Letra “d”.

6) (FMP - Auditor Público Externo – TCE-RS - 2011)


Economistas e analistas de mercado criaram o termo
“BRICS” para se referir a alguns países que se destacaram
no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas
economias em desenvolvimento. Os países que compõe esta
expressão são:

(A) Brasil, Rússia, Indonésia, China e Coréia do Sul.

(B) Bulgária, Reino Unido, Índia e Coréia do Sul.

(C) Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

(D) Brasil, Rússia, Índia e Colômbia e África do Sul.

(E) Brasil, República da China, Indonésia, Chile e Coréia do


Sul.
Qual a dificuldade? Nenhuma, não é verdade!? E vejam o nível
do cargo ein... O termo BRICS refere-se a Brasil, Rússia, Índica,
China e África do Sul. Letra “c”.

7) (FCC - Analista Legislativo - 2008) Um dos principais itens


da plataforma eleitoral de Fernando Lugo, ex-bispo católico
eleito presidente da República do Paraguai em abril de 2008,
foi a revisão do Tratado de Itaipu, celebrado com o Brasil em

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26 de abril de 1973. Entre outras cláusulas, o tratado prevê


que:

a) o Paraguai não receberá a compensação financeira dos


royalties, pois seu território não foi atingido pela construção
da barragem.

b) a venda da energia produzida a partir do aproveitamento


hidrelétrico referido no tratado deve ser feita a preço de
custo para países não signatários.

c) os signatários devem adquirir, conjunta ou


separadamente, o total da energia produzida a partir do
aproveitamento hidrelétrico referido no tratado.

d) os limites territoriais estabelecidos entre os dois países


podem ser revistos em função da implantação de instalações
destinadas à produção de energia elétrica e obras auxiliares.

e) os países signatários têm o direito de vender a energia por


eles não utilizada para terceiros países.

Como eu não falei especificamente sobre o Tratado de Itaipu


na parte teórica, vejamos essa questão por partes.

Letra a - Os dois países recebem royalties em razão da


exploração.

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Letra b – O Paraguai, segundo o Tratado de Itaipu, não podia


revender energia a outros países.

Letra c – Exatamente. A energia produzida é dividida


igualmente entre Brasil e Paraguai, só que como o Paraguai
consome apenas uma parte ínfima do que tem direito (cerca de 5%
do total produzido), ele vende o restante ao Brasil.

Letra d – Bastante difícil esse item. Na realidade, esses limites


não podem ser revistos pelas razões apresentadas. Isso está
regulamentado no art. 7º que diz que “as instalações destinadas à
produção de energia elétrica e às obras auxiliares não produzirão
variação nos limites entre os dois países, estabelecidos nos Tratados
vigentes”.

Letra e – Como eu disse, a energia produzida não pode ser


vendida a outros países.

Sobre o Tratado de Itaipu, lembro que esse tratado é o


instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná
pelo Brasil e Paraguai, assinado em Brasília em 26 de abril de 1973,
no qual o Paraguai se obrigou a vender o excedente energético ali
produzido, ao Brasil até 2023. Portanto, a partir de 2023 alterações
deverão ocorrer em relação ao acordo.

Letra “c”.

8) (CESPE - TRT-17ª Região - 2009) Na Argentina, país


vizinho e membro do MERCOSUL, aplicou-se recentemente o

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expediente protecionista na compra de produtos brasileiros,


sob alegação fundamentada no atual contexto de crise.

Exatamente. Foi a partir da crise (2008) que a Argentina


passou a se utilizar de medidas protecionistas. Essas medidas
reduziu consideravelmente a balança comercial entre Brasil e
Argentina. Questão correta.

9) (Cespe - INMETRO - 2009) Na atualidade, governos como


os da Venezuela, Bolívia e Equador defendem posições
políticas assemelhadas, algumas delas claramente
convergentes, e tendem a prestar apoio e solidariedade ao
regime cubano.

Eu falei sobre a chamada “onda vermelha”, lembram? Nesse


sentido, os três governos apontados no enunciado possuem opiniões
bastante semelhantes, inclusive no que diz repeito ao apoio a Cuba.
Questão certa.

10) (CESPE/BB / 2007) O G8, que congrega os países mais


ricos da atualidade, aos quais se agrega a Rússia, não raro
convida dirigentes de países considerados emergentes, como
é o caso do Brasil, para participar de seus encontros.

O Brasil realmente não faz parte do G8, mas ele às vezes é


convidado, bem como outros países emergentes. A questão foi dada
como correta na época, porém, em minha opinião, ela deveria ter
sido considerada errada. Acontece que a Rússia não está entre os 8
países mais ricos do mundo. Na verdade, ela integra o grupo por

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razões de geopolítica. De qualquer forma, a questão foi dada como


correta. Gabarito oficial: correto.

11) (UNIFOR) A crise econômica atual nos países mais


desenvolvidos vem dando origens a manifestações e
movimentos populares destinados a questionar os
fundamentos e o funcionamento dos sistemas político e
econômico nesses países. Exemplo desses movimentos
populares contestatórios, o movimento “Ocupe Wall Street”
vem ganhando rapidamente adeptos em várias outras
cidades norte-americanas, bem como europeias e asiáticas.
Sobre tal assunto, assinale a alternativa correta.

a) O “Ocupe Wall Street” é um movimento popular


caracterizado pela ausência de uma liderança individual e por
sua composição por pessoas de várias cores, gêneros e
orientações políticas contrárias às decisões políticas
favoráveis ao sistema financeiro.

b) Nos Estados Unidos, o “Ocupe Wall Street” tem grande


semelhança com o movimento “Tea Party”, pois, ambos
defendem forte atuação do governo com o objetivo de
defender a classe trabalhadora americana.

c) O movimento “Ocupe Wall Street” resultou do grande


interesse, nos Estados Unidos, pelo debate político levantado
pela eleição do Presidente Obama em 2008 e de sua grande
popularidade.

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d) Os participantes do movimento “Ocupe Wall Street” são


contrários à utilização de redes sociais disponíveis na rede
mundial de computadores (Internet), como forma de
divulgação de suas ideias, pois as consideram
comprometidas com o sistema financeiro internacional.

e) Os movimentos populares semelhantes ao “Ocupe Wall


Street” são, de modo geral, ligados a partidos políticos
tradicionais, vistos pelos participantes de tais movimentos
como representativos de seus interesses junto aos governos
de seus países.

Occupy Wall Street (Ocupe Wall Street), OWS, é um


movimento de protesto contra a a desigualdade econômica e social,
a ganância, a corrupção e a indevida influência das empresas -
sobretudo do setor financeiro - no governo dos Estados Unidos.

Esse movimento foi iniciado em 17 de setembro de 2011, no


Zuccotti Park, no distrito financeiro de Manhattan, na cidade de
Nova York. O movimento ainda continua, denunciando a impunidade
dos responsáveis e beneficiários da crise financeira mundial.
Posteriormente surgiram outros movimentos Occupy por todo o
mundo.

As manifestações foram a princípio convocadas pela revista


canadense Adbusters, inspirando-se nos movimentos árabes pela
democracia, especialmente nos protestos na Praça Tahrir, no Cairo,
que resultaram na Revolução Egípcia de 2011. A denúncia de que o

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megainvestidor George Soros seria um financiador do movimento foi


desmentida pela própria agência que divulgara a versão.

No dia 1º de outubro de 2011, o protesto mobilizou de cinco a


dez mil pessoas. Ao longo dos últimos meses de 2011, uma onda de
protestos semelhantes espalhou-se por diversas outras cidades nos
Estados Unidos (Boston, Chicago, Los Angeles, Portland, São
Francisco, entre outras), na Europa e em outras partes do mundo.

A estratégia do movimento é manter uma ocupação constante


de Wall Street, o setor financeiro da cidade de Nova Iorque. As
pessoas se organizam em assembleias gerais, nas quais todas
podem falar e participar das decisões coletivas. Os manifestantes
indicaram que a ocupação será mantida "pelo tempo que for
necessário para atendimento às demandas."O slogan, We are the
99% ("Nós somos os 99%"), refere-se à crescente desigualdade na
distribuição de renda riqueza nos Estados Unidos entre o 1% mais
rico e o resto da população.

No site occupywallst.org, o OWS é descrito como um


movimento de resistência, sem liderança, "com pessoas de muitas
cores, gêneros e opiniões políticas. A única coisa que todos temos
em comum é que nós somos os 99% que não vão mais tolerar a
ganância e a corrupção de 1%. Estamos usando a tática
revolucionária da Primavera Árabe para alcançar nossos fins e
encorajar o uso da não violência para maximizar a segurança de
todos os participantes. Este movimento #OWS dá poder a pessoas
reais para criar uma mudança real, de baixo para cima. Queremos
ver uma assembleia em todo quintal, toda esquina, porque nós não

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precisamos de Wall Street e não precisamos de políticos para


construir uma sociedade melhor”.

Assim, letra “a” é o gabarito.

12) (UNIFOR) A Grécia vem enfrentando, notadamente a


partir de 2008, uma forte crise econômica, a qual, em 2011,
ganhou um novo impulso, afetando não apenas a economia
local, mas a economia europeia como um todo e, em
especial, os países integrantes da chamada “zona do euro”.
Sobre tal assunto, assinale a alternativa correta.

a) O previsto déficit das contas públicas na Grécia em 2011


decorre do fato de que o governo desse país terá receitas
superiores a suas despesas ao longo desse ano.

b) A Grécia deixou de utilizar sua antiga moeda nacional,


denominada dracma, passando a utilizar somente o euro
como sua moeda, a partir de 1o de janeiro de 2001.

c) Os governos dos principais países europeus, tais como


França e Alemanha, têm evitado maior envolvimento na
busca por uma solução para a crise econômica grega.

d) A “zona do euro” (também conhecida como eurozona ou


ainda Eurolândia) refere-se à união monetária dentro da
União Europeia, na qual todos os estados-membros adotaram
oficialmente o euro como moeda comum.

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e) A população grega tem realizado várias demonstrações de


apoio às medidas econômicas voltadas para a superação da
crise, implementadas pelo governo de seu país.

Pessoal, A Zona do Euro ou oficialmente Área do Euro


(também chamada de Eurozona, Euro-Área ou ainda Eurolândia)
refere-se a uma união monetária dentro da União Europeia, na qual
alguns Estados-membros adotaram oficialmente o euro como moeda
comum. Fazer parte da Zona do Euro significa ter adotado o euro
como moeda. Lembrando que a entidade máxima que regula toda a
política monetária é o Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt,
Alemanha. Letra “d”.

13) (UNEAL)

A primeira eleição de Ronald Reagan para a presidência dos


Estados Unidos (1980) coincidiu com o início do governo de
Margaret Thatcher, líder do Partido Conservador, na
Inglaterra. Orientados por uma mesma concepção de
governo, dariam dimensão internacional ao neoliberalismo
(...). (Alceu L. Pazzinato e Maria Helena V. Senise, História
Moderna e Contemporânea)

A doutrina econômica a que o texto se refere defende

a) o Estado de Bem Estar Social nas nações


subdesenvolvidas.

b) a prática da estatização dos recursos naturais.

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c) a intervenção mínima do Estado da economia.

d) o desestímulo à livre circulação de capitais internacionais.

e) a criação de rígida legislação de proteção ao trabalho.

Os dois governos mencionados no texto adotaram o


neoliberalismo como modelo econômico e , como sabemos, o
neoliberalismo prega a intervenção mínima do Estado na economia.
Letra “c”.

14) (FEI) Assinale a alternativa incorreta em relação à


configuração do espaço econômico mundial nas últimas
décadas.

a) Há uma intensificação do comércio internacional de bens e


serviços.

b) Ocorre um aumento da interdependência econômica entre


as nações do mundo.

c) Graças ao aumento dos fluxos de capitais e do avanço


tecnológico, as disparidades regionais têm diminuído em
todo o mundo.

d) Grande parte das transações internacionais ocorre entre


filiais e empresas do mesmo grupo espalhadas pelo mundo.

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e) Predomina uma grande flexibilidade na produção, com o


uso de tecnologias que possibilitam rápidas mudanças tanto
nos produtos oferecidos, quanto no local de produção, sendo
comum a presença de produtos com componentes fabricados
em diversas partes do mundo.

Definitivamente tanto a globalização quanto o neoliberalismo


que têm marcado o espaço econômico mundial nas últimas décadas
não diminuíram as disparidades regionais em todo o mundo. Na
verdade, esse modelo tem aumentado as disparidades. Letra “c”.

15) (UNESP) A fábrica global instala-se além de toda e


qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de
trabalho, divisão do trabalho social e outras forças
produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa
e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais,
revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão,
videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de
comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras,
agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a
desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e
ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos.
(Octavio Ianni, Teorias da Globalização, 2002).

Partindo da metáfora de fábrica global de Octavio Ianni,


pode-se identificar como características da globalização

a) o amplo fluxo de riquezas, de imagens, de poder, bem


como as novas tecnologias de informação que estão

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integrando o mundo em redes globais, em que o Estado


também exerce importante papel na relação entre tecnologia
e sociedade.

b) a imposição de regras pelos países da Europa e América


do Sul nas relações comerciais e globais que oprimem os
mais pobres do mundo e se preocupam muito mais com a
expansão das relações de mercado do que com a democracia.

c) a busca das identidades nacionais como única fonte de


significado em um período histórico caracterizado por uma
ampla estruturação das organizações sociais, legitimação das
instituições e aparecimento de movimentos políticos e
expressões culturais.

d) o multiculturalismo e a interdependência que somente


podemos compreender e mudar a partir de uma perspectiva
singular que articule o isolamento cultural com o
individualismo.

e) a existência de redes que impedem a dependência dos


polos econômicos e culturais no novo mosaico global
contemporâneo.

Conforme eu coloquei no início da aula a globalização está


relacionada com a integração social, cultural, política e, sobretudo,
econômica entre nações distintas. Dessa maneira, podemos dizer
que são características da globalização “o amplo fluxo de riquezas,
de imagens, de poder, bem como as novas tecnologias de

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informação que estão integrando o mundo em redes globais, em


que o Estado também exerce importante papel na relação entre
tecnologia e sociedade”. Letra “a”.

16) (PUC-PR) A globalização pode ser descrita como um


conjunto de transformações na ordem política e econômica
mundial que vem acontecendo nas últimas décadas.

São manifestações características da globalização, EXCETO:

a) A globalização aumentou a força/influência do Estado-


Nação como poder regulador da vida econômica e social dos
países.

b) A redefinição das relações políticas, econômicas e


culturais entre os países modifica o papel e o significado das
fronteiras nacionais.

c) A nova divisão internacional do trabalho permite que


grandes conglomerados empresariais passem a exercer uma
dominação crescente no setor industrial e de serviços.

d) Em virtude do processo de globalização, as grandes


corporações passam a ter maior mobilidade espacial e maior
capacidade competitiva.

e) É crescente a interligação e interdependência dos


mercados financeiros em escala mundial.

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Na verdade, a globalização aliada ao neoliberalismo diminuiu a


influência dos Estados como poder regulador dos Estados na vida
econômica e social. Portanto, letra “a”.

17) (UNIFEI) O G-8 é um órgão informal, mas exclusivo,


cujos membros têm como objetivo enfrentar desafios
considerados globais, por meio de discussões e ações
conjuntas. As metas visam aumentar a cooperação comercial
e financeira, promover a democracia e resolver conflitos
entre países. Fazem parte do G8, além de Itália, França,
Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América e
Japão, os seguintes países:

a) China e Rússia.
b) Canadá e Brasil.
c) China e Espanha.
d) Canadá e Rússia.

Recordemos os membros do G8: Estados Unidos, Japão,


Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia. Letra “d”.

18) (INATEL) Observe a figura abaixo e marque a alternativa


que melhor a ela se refere:

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a) a expansão do agronegócio.

b) o poderio da robótica.

c) a vulgarização da internet.

d) o fortalecimento do mercado interno.

e) a mundialização do capital.

E aí, vocês se lembram dessa figura no início da aula? Ela faz


referência a um fenômeno que está diretamente relacionado à
globalização, que é a mundialização do capital. Com a globalização o
capitalismo se mundializou, ou seja, se tornou global, adentrando
países, espaços geográficos, que ainda não estavam inseridos nessa
lógica. Essa situação foi impulsionada pelo aumento da velocidade
no fluxo de informações, pessoas e capitais. Letra “e”.

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19) (UECE) O ano de 2011, além de completar dez anos do


atentado terrorista aos Estados Unidos, tem visto vários
conflitos no mundo árabe: a queda dos regimes tunisiano e
egípcio e, em seguida, a derrubada de Muammar Gaddafi, na
Líbia, e a insurreição na Síria. Sobre os atuais conflitos no
mundo árabe, é correto afirmar–se que

a) as revoltas da Tunísia e do Egito foram geradas pela


indignação diante da riqueza e da corrupção da elite
governante.

b) reivindicam a política de bem-estar social que garante


educação, segurança e saúde gratuitas, bem como uma
renda digna para todos.

c) foram gerados pela queda do preço do petróleo e pela


indignação com a falta de oportunidades para os jovens.

d) os casos sírio e líbio decorrem da aceitação da


desigualdade como preço a ser pago em troca do crescimento
econômico.

As revoltas da Primavera Árabe decorrem de diversos fatores.


Entre ele podemos destacar a indignação da população diante dos
regimes autoritários que permaneciam (ou permanecem) no poder
por décadas; da desigualdade social e concentração de renda que
atingem a região e da corrupção dos dirigentes. Letra “a”.

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20) (IBFC - Oficial de Promotoria I – MP-SP - 2011) Sobre a


manchete “Senado revê acordo, e Paraguai ganhará mais por
Itaipu”, publicada no jornal Folha de São Paulo, do dia
12/05/2011, assinale a alternativa correta.

a) Diz respeito ao acordo bilateral, firmado entre Brasil e


Paraguai, em que as parcelas pagas pelo governo brasileiro
pelo empréstimo concedido pelo Paraguai para a construção
da usina hidrelétrica de Itaipu.

b) Está relacionada à triplicação do valor pago pelo Brasil


pela energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu e que
não é utilizada pelo país vizinho.

c) Fala sobre a dívida que o Brasil tem com o Paraguai


relacionada ao acordo entre os dois países que estipulava
que o Brasil consumiria toda a energia gerada pela usina,
sendo que, após a revisão do acordo, o Paraguai terá direito
a 1/3 da energia gerada.

d) Trata da liberação concedida pelo governo brasileiro, para


que o Paraguai possa comercializar livremente o excedente
energético gerado por Itaipu.

Vejam só essa notícia da Folha de São Paulo publicada em


maio de 2011, “em meio a protestos da oposição, o Senado aprovou
o acordo entre Brasil e Paraguai que triplica o valor pago pelo
governo brasileiro pela energia gerada na hidrelétrica de Itaipu não
utilizada no país vizinho. O projeto amplia os valores estabelecidos

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no Tratado de Itaipu para os pagamentos por cessão de energia


efetuados pelo Brasil ao país. (...)Pelo texto, o Brasil vai elevar de
5,1 para 15,3 o fator de multiplicação aplicado aos valores
estabelecidos no Tratado de Itaipu para os pagamentos por cessão
de energia. Na prática, a mudança de cálculo multiplica por três o
valor gasto pelo governo brasileiro para financiar a energia
produzida em Itaipu”.

Assim, letra “b” é a correta.

21) (Cespe – IRB - Bolsa - 2008) O Brasil tem historicamente


uma política externa com ênfase nos objetivos de paz,
desenvolvimento e participação do país nos grandes temas
do mundo.

Exatamente. O Brasil, inclusive, tem ganhado mais relevância


no cenário internacional com missões de paz, como a do Haiti, e
intermediando questões complexas, como a questão do
enriquecimento de urânio feito pelo Irã. Questão certa.

22) (CESPE - IRB - Bolsa - 2008) A reforma das Nações


Unidas, uma necessidade conceitual e prática do momento
atual, é área de pouco interesse da política externa
brasileira.

Pouco interesse, pessoal? Claro que não. O Brasil tem total


interesse em um reforma das Nações Unidas, principalmente a
pleitear sua entrada no Conselho de Segurança. Questão errada.

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23) (Cespe – ABIN - 2008) O Brasil considera oficialmente


como terroristas os grupos guerrilheiros das FARC, na
Bolívia.

Falei sobre isso na parte teórica, espero que vocês se


recordem. O Brasil não considera oficialmente as FARC como um
grupo terrorista. Questão errada.

24) (Cespe - SNJ - 2005) Os indiscutíveis êxitos obtidos pelo


Plano Colômbia, idealizado e financiado pelos Estados Unidos
da América (EUA), explicam a sensível redução da entrada e
do consumo de drogas ilícitas no território norte-americano.

Eu considero essa questão muito boa, porque os Estados


Unidos realmente idealizaram e financiaram o Plano Colômbia.
Contudo, não houve êxitos tão indiscutíveis assim. Na realidade, o
Plano não foi capaz de reduzir sensivelmente a entrada de drogas
no território norte-americano. Questão errada.

25) (Cespe - Polícia Civil – DF - 2009) Na queda de braço


entre chavismo e oposição, ambos os lados personalizam na
figura do presidente sua discordância diametral sobre os
rumos que o país deve tomar. Por trás da figura do coronel
paraquedista transformado em chefe de Estado está um
projeto de contornos vagos, mas com um sentido geral claro:
socialismo bolivariano, uma mescla de estatismo
distributivista com nacionalismo antiamericano. O empenho
de Chávez em assegurar-se o direito de renovar o mandato
indefinidamente sugere insegurança: a revolução não teria

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pernas para seguir em frente sem o líder. De maneira


análoga, os opositores do projeto chavista parecem ver no
presidente um obstáculo cuja remoção seria indispensável
para reverter a marcha socializante.
(Silvio Queiroz. Duelo de espelhos. In: Correio Braziliense,
15/2/2009, p. 18).

Esse texto foi publicado no dia do referendo realizado na


Venezuela, a respeito da possibilidade de reeleições
sucessivas para os principais cargos executivos do país, cujo
resultado foi favorável ao presente Hugo Chávez. Tomando-o
apenas como referência inicial, assinale a alternativa correta.

(A) Maior produtor de petróleo do hemisfério ocidental, a


Venezuela é grande fornecedora daquele produto aos
Estados Unidos. Portanto, as disputas diplomáticas entre o
ex-presidente George W. Bush e Hugo Chávez encontravam-
se inseridas em um quadro de fortes laços econômicos.

(B) A exemplo de Hugo Chávez, outros governos


sulamericanos, como Evo Morales, Rafael Correa e Michele
Bachelet anunciaram que pretendem realizar, brevemente,
referendos com o objetivo de tentar estender sua
permanência no poder.

(C) No ano de 2008, a Venezuela realizou, em áreas


próximas ao seu litoral, manobras navais conjuntas com a
marinha da Rússia. Considerando-se que Rússia e Estados
Unidos tiveram alguns atritos em períodos recentes, como no

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caso da invasão da Geórgia por tropas russas, é possível


afirmar que as manobras militares estão relacionadas ao
“nacionalismo antiamericano” citado pelo jornalista.

(D) As excelentes relações diplomáticas que o governo


Chávez sempre manteve com a Colômbia contribuíram de
maneira significativa para a intermediação venezuelana no
conflito Colômbia-FARC, resultando na libertação de diversos
reféns.

(E) Tendo assumido o poder por meio de um golpe, o atual


mandatário venezuelano implementou um regime
personalista e autoritário, lembrando velhos caudilhos que
fizeram história na América Latina, como Getúlio Vargas, no
Brasil, e Juan Domingo Perón, na Argentina.

Meus amigos, eu diria, respeitosamente, que a letra “a” é


maligna! Dá uma vontade danada de marcar ela. Mas sabem qual o
erro? A Venezuela não é a maior produtora do Ocidente, mas sim os
Estados Unidos. A Venezuela possui as maiores reservas de
petróleo.

A “b” está errada porque Bachelet não pretendeu realizar


referendos desse tipo.

A letra “c” está perfeita.

A letra “d” está errada. Não esqueçam que a Colômbia é aliada


dos EUA, enquanto a Venezuela a eles se opõe. Dessa maneira, as

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relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela se tornaram mais


distantes.

A letra “e” também dá vontade de marcar, chega a coçar a


mão, mas está errada. Chávez não deu um golpe para assumir o
poder em 1998. Na verdade, ele foi eleito.

Letra “c”.

7. Lista de questões

1) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo)


Apenas dois partidos, o Republicano e o Liberal, atuam na
cena política norte-americana; nas eleições de 2012, os
liberais apostam na recondução de Barack Obama ao
Capitólio.

2) (CESPE - 2012 - TCU - Técnico de Controle Externo)


Obama notabilizou-se por ser o primeiro negro a chegar à
presidência dos Estados Unidos da América, feito
particularmente significativo, haja vista a forte marca da
escravidão africana na história do país e da discriminação
racial, que custou a ser legalmente abolida.

3) (Cespe - Antaq - 2009) A crescente importância do Brasil


e da Venezuela no cenário sulamericano, inclusive no que se
refere à mediação entre partes em crises regionais, emana
da modernização econômica, da tranquilidade política e da
projeção internacional de que gozam os dois países, em igual
proporção e legitimidade internacional.

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4) (Cespe – Antaq - 2009) Na atualidade, os países latino-


americanos que melhor se relacionam com os EUA são Cuba e
Venezuela.

5) (FCC - Escriturário-Banco do Brasil - 2011) “Os


exportadores brasileiros de geladeiras, fogões e máquinas de
lavar roupa voltaram a enfrentar barreiras no mercado (...).
Conforme o “Estado” apurou, 35 caminhões estão parados
nos depósitos alfandegários à espera de autorização para
circular no país”. (O Estado de S. Paulo, 13/05/2011, p. B3)

O texto acima destaca uma nova crise comercial provocada


pelo protecionismo comercial

(A) do Paraguai.
(B) da Venezuela.
(C) do Peru.
(D) da Argentia
(E) da Bolívia.

6) (FMP - Auditor Público Externo – TCE-RS - 2011)


Economistas e analistas de mercado criaram o termo
“BRICS” para se referir a alguns países que se destacaram
no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas
economias em desenvolvimento. Os países que compõe esta
expressão são:

(A) Brasil, Rússia, Indonésia, China e Coréia do Sul.

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(B) Bulgária, Reino Unido, Índia e Coréia do Sul.

(C) Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

(D) Brasil, Rússia, Índia e Colômbia e África do Sul.

(E) Brasil, República da China, Indonésia, Chile e Coréia do


Sul.

7) (FCC - Analista Legislativo - 2008) Um dos principais itens


da plataforma eleitoral de Fernando Lugo, ex-bispo católico
eleito presidente da República do Paraguai em abril de 2008,
foi a revisão do Tratado de Itaipu, celebrado com o Brasil em
26 de abril de 1973. Entre outras cláusulas, o tratado prevê
que:

a) o Paraguai não receberá a compensação financeira dos


royalties, pois seu território não foi atingido pela construção
da barragem.

b) a venda da energia produzida a partir do aproveitamento


hidrelétrico referido no tratado deve ser feita a preço de
custo para países não signatários.

c) os signatários devem adquirir, conjunta ou


separadamente, o total da energia produzida a partir do
aproveitamento hidrelétrico referido no tratado.

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d) os limites territoriais estabelecidos entre os dois países


podem ser revistos em função da implantação de instalações
destinadas à produção de energia elétrica e obras auxiliares.

e) os países signatários têm o direito de vender a energia por


eles não utilizada para terceiros países.

8) (CESPE - TRT-17ª Região - 2009) Na Argentina, país


vizinho e membro do MERCOSUL, aplicou-se recentemente o
expediente protecionista na compra de produtos brasileiros,
sob alegação fundamentada no atual contexto de crise.

9) (Cespe - INMETRO - 2009) Na atualidade, governos como


os da Venezuela, Bolívia e Equador defendem posições
políticas assemelhadas, algumas delas claramente
convergentes, e tendem a prestar apoio e solidariedade ao
regime cubano.

10) (CESPE/BB / 2007) O G8, que congrega os países mais


ricos da atualidade, aos quais se agrega a Rússia, não raro
convida dirigentes de países considerados emergentes, como
é o caso do Brasil, para participar de seus encontros.

11) (UNIFOR) A crise econômica atual nos países mais


desenvolvidos vem dando origens a manifestações e
movimentos populares destinados a questionar os
fundamentos e o funcionamento dos sistemas político e
econômico nesses países. Exemplo desses movimentos
populares contestatórios, o movimento “Ocupe Wall Street”

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vem ganhando rapidamente adeptos em várias outras


cidades norte-americanas, bem como europeias e asiáticas.
Sobre tal assunto, assinale a alternativa correta.

a) O “Ocupe Wall Street” é um movimento popular


caracterizado pela ausência de uma liderança individual e por
sua composição por pessoas de várias cores, gêneros e
orientações políticas contrárias às decisões políticas
favoráveis ao sistema financeiro.

b) Nos Estados Unidos, o “Ocupe Wall Street” tem grande


semelhança com o movimento “Tea Party”, pois, ambos
defendem forte atuação do governo com o objetivo de
defender a classe trabalhadora americana.

c) O movimento “Ocupe Wall Street” resultou do grande


interesse, nos Estados Unidos, pelo debate político levantado
pela eleição do Presidente Obama em 2008 e de sua grande
popularidade.

d) Os participantes do movimento “Ocupe Wall Street” são


contrários à utilização de redes sociais disponíveis na rede
mundial de computadores (Internet), como forma de
divulgação de suas ideias, pois as consideram
comprometidas com o sistema financeiro internacional.

e) Os movimentos populares semelhantes ao “Ocupe Wall


Street” são, de modo geral, ligados a partidos políticos
tradicionais, vistos pelos participantes de tais movimentos

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como representativos de seus interesses junto aos governos


de seus países.

12) (UNIFOR) A Grécia vem enfrentando, notadamente a


partir de 2008, uma forte crise econômica, a qual, em 2011,
ganhou um novo impulso, afetando não apenas a economia
local, mas a economia europeia como um todo e, em
especial, os países integrantes da chamada “zona do euro”.
Sobre tal assunto, assinale a alternativa correta.

a) O previsto déficit das contas públicas na Grécia em 2011


decorre do fato de que o governo desse país terá receitas
superiores a suas despesas ao longo desse ano.

b) A Grécia deixou de utilizar sua antiga moeda nacional,


denominada dracma, passando a utilizar somente o euro
como sua moeda, a partir de 1o de janeiro de 2001.

c) Os governos dos principais países europeus, tais como


França e Alemanha, têm evitado maior envolvimento na
busca por uma solução para a crise econômica grega.

d) A “zona do euro” (também conhecida como eurozona ou


ainda Eurolândia) refere-se à união monetária dentro da
União Europeia, na qual todos os estados-membros adotaram
oficialmente o euro como moeda comum.

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e) A população grega tem realizado várias demonstrações de


apoio às medidas econômicas voltadas para a superação da
crise, implementadas pelo governo de seu país.

13) (UNEAL)
A primeira eleição de Ronald Reagan para a presidência dos
Estados Unidos (1980) coincidiu com o início do governo de
Margaret Thatcher, líder do Partido Conservador, na
Inglaterra. Orientados por uma mesma concepção de
governo, dariam dimensão internacional ao neoliberalismo
(...). (Alceu L. Pazzinato e Maria Helena V. Senise, História
Moderna e Contemporânea)

A doutrina econômica a que o texto se refere defende

a) o Estado de Bem Estar Social nas nações


subdesenvolvidas.

b) a prática da estatização dos recursos naturais.

c) a intervenção mínima do Estado da economia.

d) o desestímulo à livre circulação de capitais internacionais.

e) a criação de rígida legislação de proteção ao trabalho.

14) (FEI) Assinale a alternativa incorreta em relação à


configuração do espaço econômico mundial nas últimas
décadas.

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a) Há uma intensificação do comércio internacional de bens e


serviços.

b) Ocorre um aumento da interdependência econômica entre


as nações do mundo.

c) Graças ao aumento dos fluxos de capitais e do avanço


tecnológico, as disparidades regionais têm diminuído em
todo o mundo.

d) Grande parte das transações internacionais ocorre entre


filiais e empresas do mesmo grupo espalhadas pelo mundo.

e) Predomina uma grande flexibilidade na produção, com o


uso de tecnologias que possibilitam rápidas mudanças tanto
nos produtos oferecidos, quanto no local de produção, sendo
comum a presença de produtos com componentes fabricados
em diversas partes do mundo.

15) (UNESP) A fábrica global instala-se além de toda e


qualquer fronteira, articulando capital, tecnologia, força de
trabalho, divisão do trabalho social e outras forças
produtivas. Acompanhada pela publicidade, a mídia impressa
e eletrônica, a indústria cultural, misturadas em jornais,
revistas, livros, programas de rádio, emissões de televisão,
videoclipes, fax, redes de computadores e outros meios de
comunicação, informação e fabulação, dissolve fronteiras,
agiliza os mercados, generaliza o consumismo. Provoca a

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desterritorialização e reterritorialização das coisas, gentes e


ideias. Promove o redimensionamento de espaços e tempos.
(Octavio Ianni, Teorias da Globalização, 2002).

Partindo da metáfora de fábrica global de Octavio Ianni,


pode-se identificar como características da globalização

a) o amplo fluxo de riquezas, de imagens, de poder, bem


como as novas tecnologias de informação que estão
integrando o mundo em redes globais, em que o Estado
também exerce importante papel na relação entre tecnologia
e sociedade.

b) a imposição de regras pelos países da Europa e América


do Sul nas relações comerciais e globais que oprimem os
mais pobres do mundo e se preocupam muito mais com a
expansão das relações de mercado do que com a democracia.

c) a busca das identidades nacionais como única fonte de


significado em um período histórico caracterizado por uma
ampla estruturação das organizações sociais, legitimação das
instituições e aparecimento de movimentos políticos e
expressões culturais.

d) o multiculturalismo e a interdependência que somente


podemos compreender e mudar a partir de uma perspectiva
singular que articule o isolamento cultural com o
individualismo.

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e) a existência de redes que impedem a dependência dos


polos econômicos e culturais no novo mosaico global
contemporâneo.

16) (PUC-PR) A globalização pode ser descrita como um


conjunto de transformações na ordem política e econômica
mundial que vem acontecendo nas últimas décadas.

São manifestações características da globalização, EXCETO:

a) A globalização aumentou a força/influência do Estado-


Nação como poder regulador da vida econômica e social dos
países.

b) A redefinição das relações políticas, econômicas e


culturais entre os países modifica o papel e o significado das
fronteiras nacionais.

c) A nova divisão internacional do trabalho permite que


grandes conglomerados empresariais passem a exercer uma
dominação crescente no setor industrial e de serviços.

d) Em virtude do processo de globalização, as grandes


corporações passam a ter maior mobilidade espacial e maior
capacidade competitiva.

e) É crescente a interligação e interdependência dos


mercados financeiros em escala mundial.

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17) (UNIFEI) O G-8 é um órgão informal, mas exclusivo,


cujos membros têm como objetivo enfrentar desafios
considerados globais, por meio de discussões e ações
conjuntas. As metas visam aumentar a cooperação comercial
e financeira, promover a democracia e resolver conflitos
entre países. Fazem parte do G8, além de Itália, França,
Alemanha, Grã-Bretanha, Estados Unidos da América e
Japão, os seguintes países:

a) China e Rússia.

b) Canadá e Brasil.

c) China e Espanha.

d) Canadá e Rússia.

18) (INATEL) Observe a figura abaixo e marque a alternativa


que melhor a ela se refere:

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a) a expansão do agronegócio.

b) o poderio da robótica.

c) a vulgarização da internet.

d) o fortalecimento do mercado interno.

e) a mundialização do capital.

19) (UECE) O ano de 2011, além de completar dez anos do


atentado terrorista aos Estados Unidos, tem visto vários
conflitos no mundo árabe: a queda dos regimes tunisiano e
egípcio e, em seguida, a derrubada de Muammar Gaddafi, na
Líbia, e a insurreição na Síria. Sobre os atuais conflitos no
mundo árabe, é correto afirmar–se que

a) as revoltas da Tunísia e do Egito foram geradas pela


indignação diante da riqueza e da corrupção da elite
governante.

b) reivindicam a política de bem-estar social que garante


educação, segurança e saúde gratuitas, bem como uma
renda digna para todos.

c) foram gerados pela queda do preço do petróleo e pela


indignação com a falta de oportunidades para os jovens.

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d) os casos sírio e líbio decorrem da aceitação da


desigualdade como preço a ser pago em troca do crescimento
econômico.

20) (IBFC - Oficial de Promotoria I – MP-SP - 2011) Sobre a


manchete “Senado revê acordo, e Paraguai ganhará mais por
Itaipu”, publicada no jornal Folha de São Paulo, do dia
12/05/2011, assinale a alternativa correta.

a) Diz respeito ao acordo bilateral, firmado entre Brasil e


Paraguai, em que as parcelas pagas pelo governo brasileiro
pelo empréstimo concedido pelo Paraguai para a construção
da usina hidrelétrica de Itaipu.

b) Está relacionada à triplicação do valor pago pelo Brasil


pela energia gerada pela usina hidrelétrica de Itaipu e que
não é utilizada pelo país vizinho.

c) Fala sobre a dívida que o Brasil tem com o Paraguai


relacionada ao acordo entre os dois países que estipulava
que o Brasil consumiria toda a energia gerada pela usina,
sendo que, após a revisão do acordo, o Paraguai terá direito
a 1/3 da energia gerada.

d) Trata da liberação concedida pelo governo brasileiro, para


que o Paraguai possa comercializar livremente o excedente
energético gerado por Itaipu.

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21) (Cespe – IRB - Bolsa - 2008) O Brasil tem historicamente


uma política externa com ênfase nos objetivos de paz,
desenvolvimento e participação do país nos grandes temas
do mundo.

22) (CESPE - IRB - Bolsa - 2008) A reforma das Nações


Unidas, uma necessidade conceitual e prática do momento
atual, é área de pouco interesse da política externa
brasileira.

23) (Cespe – ABIN - 2008) O Brasil considera oficialmente


como terroristas os grupos guerrilheiros das FARC, na
Bolívia.

24) (Cespe - SNJ - 2005)Os indiscutíveis êxitos obtidos pelo


Plano Colômbia, idealizado e financiado pelos Estados Unidos
da América (EUA), explicam a sensível redução da entrada e
do consumo de drogas ilícitas no território norte-americano.
25) (Cespe - Polícia Civil – DF - 2009) Na queda de braço
entre chavismo e oposição, ambos os lados personalizam na
figura do presidente sua discordância diametral sobre os
rumos que o país deve tomar. Por trás da figura do coronel
paraquedista transformado em chefe de Estado está um
projeto de contornos vagos, mas com um sentido geral claro:
socialismo bolivariano, uma mescla de estatismo
distributivista com nacionalismo antiamericano. O empenho
de Chávez em assegurar-se o direito de renovar o mandato
indefinidamente sugere insegurança: a revolução não teria
pernas para seguir em frente sem o líder. De maneira

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análoga, os opositores do projeto chavista parecem ver no


presidente um obstáculo cuja remoção seria indispensável
para reverter a marcha socializante.
(Silvio Queiroz. Duelo de espelhos. In: Correio Braziliense,
15/2/2009, p. 18).

Esse texto foi publicado no dia do referendo realizado na


Venezuela, a respeito da possibilidade de reeleições
sucessivas para os principais cargos executivos do país, cujo
resultado foi favorável ao presente Hugo Chávez. Tomando-o
apenas como referência inicial, assinale a alternativa correta.

(A) Maior produtor de petróleo do hemisfério ocidental, a


Venezuela é grande fornecedora daquele produto aos
Estados Unidos. Portanto, as disputas diplomáticas entre o
ex-presidente George W. Bush e Hugo Chávez encontravam-
se inseridas em um quadro de fortes laços econômicos.

(B) A exemplo de Hugo Chávez, outros governos


sulamericanos, como Evo Morales, Rafael Correa e Michele
Bachelet anunciaram que pretendem realizar, brevemente,
referendos com o objetivo de tentar estender sua
permanência no poder.

(C) No ano de 2008, a Venezuela realizou, em áreas


próximas ao seu litoral, manobras navais conjuntas com a
marinha da Rússia. Considerando-se que Rússia e Estados
Unidos tiveram alguns atritos em períodos recentes, como no
caso da invasão da Geórgia por tropas russas, é possível

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afirmar que as manobras militares estão relacionadas ao


“nacionalismo antiamericano” citado pelo jornalista.

(D) As excelentes relações diplomáticas que o governo


Chávez sempre manteve com a Colômbia contribuíram de
maneira significativa para a intermediação venezuelana no
conflito Colômbia-FARC, resultando na libertação de diversos
reféns.

(E) Tendo assumido o poder por meio de um golpe, o atual


mandatário venezuelano implementou um regime
personalista e autoritário, lembrando velhos caudilhos que
fizeram história na América Latina, como Getúlio Vargas, no
Brasil, e Juan Domingo Perón, na Argentina.

8. Gabarito

1-E 2-C 3-E 4-E 5-D


6-C 7-C 8-C 9-C 10-C
11-A 12-D 13-C 14-C 15-A
16-A 17-D 18-E 19-A 20-B
21-C 22-E 23-E 24-E 25-C

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