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Filosofia do Direito e Teoria da

Justiça
● Origem da filosofia do direito no ocidente
● (século V a.C.)
● Discussão preliminares sobre a justiça na filosofia
dos pré-socráticos (Pitágoras, Heráclito etc)
● Período antropocêntrico da filosofia: sofistas e
Sócrates
● Preocupações com o homem como objeto do
conhecimento filosófico
Abordagens da Filosofia: confronto
ou complementação?
●Metafísica (Platão) x Filosofia Crítica (Kant):
diferenciação
●Filosofias centradas no objeto e filosofias centradas

no sujeito
●A filosofia medieval e o teocentrismo

●A filosofia moderna como um momento de


epistemologização do saber filosófico
●As reviravoltas da filosofia contemporânea: o giro

hermenêutico, o giro ontológico e o giro linguístico-


pragmático
Sofistas: distinção entre natureza
(“physis”) e norma/lei (“nomos”) e
reviravolta antropológica
●Jusnaturalismo revolucionário e ●Jusnaturalismo conservador e
igualitarismo direito natural do mais forte
●(Pródico, Protágoras, Hípias, ●(Trasímaco, Cálicles, Crítias etc)

Antífon etc)
●A natureza fez os homens desiguais
●A natureza fez os homens iguais ●Nenhuma lei pode afirmar a
●Nenhuma lei humana pode igualdade, contrariando a natureza
estabelecer distinção que a ●Justo é a vontade e o interesse do

natureza não tenha feito mais forte


●Justo é aquilo que está conforme a ●Na natureza, sempre os mais fortes

natureza e, portanto, preserva esta dominam os mais fracos


igualdade natural
Platão ●Teoria da justiça como ideia
(427-347 a.C.) absoluta e eterna
●Dualismo metafísico que ajuda a

intensificar a dicotomia justiça e


direito
●Teoria das reminiscências e
inatismo
●Duas fases, representadas pelas
obras A República e As Leis
●O governante ideal deve ser o mais

sábio (Rei-filósofo) – 1ª fase


●As leis ideais devem ser boas,
santas, sábias e justas – 2ª fase
Aristóteles
Ética teleológica e eudaimonística
(384-322 a.C.) ●

●A justiça como virtude suprema,


síntese de todas as outras virtudes
●Teoria da virtude como meio termo

(“mesotes”)
●Classificação da justiça: justo por

convenção e justo por natureza


(justiça distributiva, corretiva ou
judicial e bilateral ou sinalagmática)
●Equidade como forma superior de

justiça e juiz como “justiça animada”


●Principal contribuição ao direito está

na Ética a Nicômaco e nos Tópicos,


parte do Órganon
Tomás de Aquino
(1225-1274 d.C) ●Teocentrismo e influências
aristotélicas
●Ética heterônoma

●Jusnaturalismo teológico

●Classificação das leis: lei divina

ou eterna, lei natural e lei


humana
●Possibilidade da desobediência

às leis injustas
●Justiça como “vontade de
Deus”: fazer o bem e evitar o
mal
●Principal obra é a Summa
Theologica
Hume ●Ceticismo e empirismo
●O pensamento só pode
(1711-1776 d.C)
conhecer a si mesmo e nada
fora de si mesmo
●O conhecimento é um conjunto

de impressões e ideias
●A relação de causa e efeito

(causalidade) é irracional
●A própria noção de um “eu” é

falsa e não passa de um feixe de


percepções
●Doutrina do abismo entre ser e

dever e falácia naturalista


●Obra: Tratado da Natureza
Humana
Descartes
●Racionalismo e Mecanicismo
(1596-1650 d.C)
●Críticas ao ceticismo e ao
obscurantismo
●Teoria do conhecimento e
pesquisa científica
●Dúvida metódica para provar
racionalmente o erro dos céticos
●O método como caminho seguro

para levar às idéias “claras e


distintas”
●A verdade reside na certeza

●Principais obras: Discurso do


Método e Meditações Metafísicas
Kant ●Reviravolta antropocêntrica
●Criticismo Transcendental

(1724-1804 d.C) ●Autonomia da moral e heteronomia do direito

●Ética deontológica

●Jusnaturalismo racionalista

●Distinção entre imperativo hipotético e


imperativo categórico
●Exigências racionais de universalidade,
autonomia e compartição de liberdades
●Bases para uma teoria da dignidade humana

●Fundamento do liberalismo jurídico e do


direito privado
●Acentua distinção entre ser e dever ser e a

doutrina do abismo defendida por Hume


●Principais obras: Crítica da Razão Pura,
Crítica da Razão Prática, Crítica da
Faculdade do Juízo, Fundamentação da
Metafísica dos Costumes, A Paz Perpétua e
Doutrina do Direito
Hegel ●Reviravolta historiocêntrica e historicismo
●Princípio da identidade entre o ideal e o

(1770-1831 d.C) racional: tudo o que é real é racional e


tudo o que é racional é real (identificação
entre lógica e metafísica)
●Princípio da contradição: na natureza

não há nada idêntico a si mesmo, tudo está


sujeito à dialética de afirmação e negação
●Princípio do historicismo: toda a
realidade se resolve na história. A história
é o absoluto que se manifesta a si mesmo
●A idéia real tornada consciente de si
mesma ao longo de três momentos: espírito
subjetivo, espírito objetivo e espírito
absoluto (filosofia do espírito)
●Obra: Princípios da Filosofia do Direito
Marx ●Materialismo histórico-crítico ou
(1818-1883 d.C.) dialético
●Críticas ao historicismo idealista de

Hegel e ao materialismo vulgar de


Feuerbach
●Inversão dos termos da dialética

hegeliana: luda de classes como


motor da história
●Fontes do marxismo: economia
política inglesa, socialismo utópico
francês e filosofia alemã
●Teoria da Revolução

●Abolição da propriedade privada di

direito burguês e do Estado


●Obras: Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel, A Ideologia
Alemã e O Capital
Heidegger ●Fenomenologia e hermenêutica existenciais
(1889-1976 d.C.) ●Críticas a Descartes e a Kant

●O homem é o ente por excelência, porque:

mantém uma relação singular com o ser, é capaz


de compreendê-lo e a compreensão do ser
determina sua existência
●O homem é o guarda do ser, cabendo a ele:

preservar a dignidade do ser e defender a sua


incompreensibilidade, inegabilidade e
transcendência
●O ser é aquilo que torna presente o ente, ilumina

o ente. Faz-se presente no ente e manifesta-se no


ente (no ôntico, o ontológico – método
fenomenológico)
●Dasein (ser-no-mundo) e Mitsein (ser -com) e

ser-para-a-morte
●Existência autêntica e linguagem como “morada

do ser”
● Obras: Ser e tempo, A Caminho da Linguagem,

O Que é Pensar, O que é uma Coisa


●Reviravolta linguística e linguístico-

Wittgenstein pragmática na filosofia contemporânea


●Críticas à falta de clareza e a ambiguidade da

linguagem
(1889-1951 d.C.) ●Filosofia como “terapia da linguagem”

●Duas fases: obra Tractatus Logico-


Philosophicus (1ª fase) e obra Investigações
Filosóficas (2ª fase)
●1ª fase (semântico-sintática: paralelismo
completo entre fatos reais e estruturas da
linguagem): o mundo é tudo o que ocorre; o que
ocorre, o fato, é o subsistir de estados de
coisas; o pensamento é a figuração lógica dos
fatos; o pensamento é a proposição
significativa; a proposição é uma função de
verdade das proposições elementares; a forma
geral da verdade é [p, ξ, Ñ, (ξ)]; O que não se
pode falar deve ser omitido
●2ª fase (pragmática: ausência de isomorfismo

entre fatos e linguagem): há inúmeros “jogos de


linguagem” e filosofar é travar uma luta sem
trégua contra o enfeitiçamento da linguagem.
Não há problemas filosóficos decorrentes da
linguagem, mas apenas “perplexidades”. Ilusão
é querer resolvê-las. Há múltiplas funções da
linguagem
Hans Kelsen ●Normativismo jurídico e Teoria Pura
do Direito
(1871-1973) ●Purismo metodológico

●Tentativa de construir dar estatuto


epistemológico próprio para a Ciência do
Direito
●Distinção entre ciência do direito
(objeto: normativo-dogmático) e filosofia
ou política do direito (objeto: justiça e
legitimidade)
●Distinção absoluta entre direito e justiça,

direito e moral
●Críticas a todas as teorias da justiça,

desde Platão até a atualidade


●Impossibilidade de examinar
cientificamente o problema da justiça,
considerada uma “ilusão”
●Identificação entre direito e Estado
(Monismo)
●Fundamento do direito: NHF

●Obras: Teoria Pura do Direito e Teoria

Geral do Direito e do Estado


Hans Jonas
●Ética do cuidado e da responsabilidade
(1903-1993) ●Críticas a Kant e ao niilismo

●Influências de Heidegger, do qual foi


discípulo
●Necessidade de eleger biosfera como novo

objeto da reflexão filosófica


●Filosofia da técnica e filosofia da ciência,

com influências na Bioética, no Biodireito e


no Direito Ambiental
●Preocupações com a natureza, com a vida e

com o futuro em face do progresso


cientítico-tecnológico e da eficiência do
desenvolvimento econômico capitalista
●Defesa da vida e da vida humana autêntica

●Obras: O Princípio Vida, O Princípio


Responsabilidade, Técnica, Medicina e
Ética
Habermas
(1929 - ? d.C.) ●Teoria Crítica e Escola de Fankfurt
●Ética do Discurso

●Críticas ao solipsismo kantiano e


defesa do “transcendentalismo fraco”
●Com Kant e contra Kant: princípio U

e princípio D
●Direito deve ser o resultado de um

consenso qualificado pelo


procedimento democrático,
participativo, livre de coação
●Obras: A Ética da Discussão, Moral

e Comunicação, Direito e
Democracia: entre faticidade e
validade, O Futuro da Natureza
humana: a caminho de uma eugenia
liberal?
Apel ●Ética do discurso e problema da
fundamentação última
(1922 - ? d.C) ●Críticas ao transcendentalismo fraco de

Habermas e defesa das condições


transcendentais da comunicação
●Apropriação das construções da filosofia

da linguagem e da semiótica para


fundamentar a ideia de uma comunidade
ideal de comunicação
●Comunidade ideal de comunicação
ultrapassa a ideia de uma “comunidade
dos especialistas” (Pierce)
● Comunidade a priori de comunicação já

está presente, necessariamente, nos atos


da fala em geral e não há como negá-la,
mesmo que discordemos
●Preocupações com a justificação racional

dos direitos humanos, sua fundamentação


última
●Obra: Transformação da Filosofia,
Ensaios de Moral Moderna

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