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Matéria / Aula: Tutela provisória. Concessão por sentença, acórdão, decisão monocrática. Recursos
cabíveis. Tutela de urgência. Noções gerais / 113
Professor: Edward Carlyle
Monitora: Laryssa Marques
Aula 113
CPC, Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o
juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida
razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
CPC, Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que
versarem sobre: I - tutelas provisórias.
• Sentença
o Concedida, confirmada ou revogada a tutela provisória.
Cabe recurso de apelação sem efeito suspensivo, por força do art. 1.012, §1o, V do
CPC.
• Decisão monocrática do relator
CPC, Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento
interno do tribunal.
Obs.: Súmula 735, STF. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere
medida liminar.
Ideia por trás da súmula: ainda há todo o resto do processo para que a tutela
provisória seja concedida.
Tutela de urgência:
No CPC:
CPC, Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
Para o autor, a possibilidade é o mais tênue/frágil dos três. Não há nada provado,
nem que leve o juízo a concluir que aquela alegação seja verdadeira.
Por fim, a probabilidade é aquela alegação que pode ser provada como verdadeira.
Obs.: No CPC/73, com as modificações que lhe foram implementadas, o art. 273
exigia a prova inequívoca que convencesse o juízo da ‘verossimilhança da alegação’. O termo
foi aplicado de maneira equivocada; o correto seria ‘probabilidade’ (tendo em vista a
necessidade de prova da plausibilidade do direito). Isto foi corrigido no CPC/15 (art. 300).
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real
ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,
podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.
Tratando-se de tutela de urgência - em que o autor respalda o seu pedido com base
no fumus boni iuris e o periculum in mora - o juiz pode exigir caução real ou fidejussória.
É responsabilidade objetiva oriunda da decisão que foi favorável à parte que pleiteia
a tutela provisória. Tendo ocorrido dano a outra parte por conta da tutela provisória
concedida, a parte que a requereu deverá arcar com este dano (retorno ao status quo ante).
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo
de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Traz um pressuposto negativo -> “não pode existir perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão”.
Irreversibilidade recíproca: tanto para o autor, quanto para o réu existe o perigo da
irreversibilidade dos efeitos da decisão.
Ex.: pessoa sofre acidente e precisa ser internada às pressas. Socorre-se de seu plano
de saúde, que nega direito à internação, porque estaria com uma prestação do plano em
atraso. A família ingressa em juízo informando que a pessoa vinha pagando normalmente os
valores e que não foi constatado o pagamento por algum equívoco do próprio plano de
saúde. Alegam, ainda, que ele nunca deixou de pagar.
Note que a tutela provisória, neste caso, é irreversível tanto para pessoa, quanto para
o plano de saúde. Se não concedida: pessoa não é internada e morre. Se concedida: pessoa
não tem como reembolsar o plano de saúde, caso fique provado ao final que este não deveria
arcar com os custos da operação.
Assim, o juiz deve examinar, diante do caso concreto, quais são os interesses que
estão em jogo: direito à vida x direito ao patrimônio [princípio da ponderação de interesses].
Com base nisso, terá que tomar uma decisão que será irreversível para uma das partes.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito.
Já vimos que esse artigo tem relação com o art. 297. O CPC/15 extinguiu as cautelares
típicas e atípicas. Todos estes exemplos são de cautelares típicas do CPC/73.
Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:
I - a sentença lhe for desfavorável;
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários
para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal;
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível.