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Sacerdote Online / Sacerdócio nas redes / Sacerdócio e redes sociais

O mundo está conectado por uma rede invisível aonde (onde) nós, os discípulos de Jesus em
missão no mundo, fazemos parte a fim de que o Evangelho seja trazido para dentro desta
rede.

A internet nos trouxe inúmeras regalias e vantagens. Você já deve ter percebido que as redes
sociais possibilitam diversas oportunidades de comunhão e formação em inúmeras áreas. Mas
não sejamos inocentes ao (e) achar que a tecnologia por trás das redes sociais (delas) é neutra.
Ela não é! Existem diversos interesses por trás de tudo na internet e as redes sociais estão aí
para provar isto.

Em sua essência, as mídias sociais foram desenvolvidas para nos deixar mais informados,
unidos e felizes. Porém, percebeu-se que ela era uma ferramenta incrível de mudança e
transformação, capaz de transformar seres humanos em consumidores. E hoje, temos uma
sociedade cada vez mais polarizada, intolerante, desinformada, violenta e triste.

As redes sociais têm um objetivo e o ser humano tornou-se (parece ter se tornado) um (o)
meio para alcançar este (esse) alvo. Isso só reforça a ideia de que a tecnologia e a internet não
são neutras. E a exposição é o preço a ser pago!

Mahatma Gandhi, ilustre pacifista indiano, foi questionado certa ocasião sobre a resolução do
conflito entre Grã-Bretanha e Índia. Gandhi citou Mateus 5 e disse que quando os dois países
se reunissem sob os ensinamentos deste sermão de Jesus os conflitos entre eles estaria
resolvido, e complementou, não apenas entre eles, mas entre todo o mundo.

O Sermão do Monte de Mateus 5 é o mais conhecido sermão de Jesus. Após uma lista de
“bem-aventuranças” que demonstram claramente que o Reino de Deus é diferente dos reinos
deste mundo, Jesus se volta para seus discípulos a fim de lembrá-los que eles são os
sacerdotes deste Reino.1 As palavras que Jesus usa são sal e luz.

Leia Mateus 5:13-16 e perceba duas questões essenciais:

1. Existe a expectativa de uma responsabilidade pessoal

Jesus afirma que seus discípulos são sal da terra e luz do mundo! Ele não faz questão de
explicar a comparação e nem se prende aos detalhes. O interesse de Jesus está em afirmar que
sal sem sabor não serve para nada! O princípio de vida que Jesus trás (traz) aos seus discípulos
é disciplina. Quem usa qualquer forma de tecnologia, incluindo as redes sociais, precisa
assumir a responsabilidade por eventual mal uso, postura acrítica, antiética ou com motivação
questionável. A vaidade, o egoísmo, a autoafirmação, o “penso, logo posto”, ou o “posto, e
nem penso”, tem tomado conta do mundo virtual. Esses valores são contrários à vontade de
Deus para o ser humano. O sal precisa cumprir o seu papel sem perder sua essência. Se você se
compreende um discípulo de Jesus e faz uso das redes sociais esteja ciente disto: você está ali
para ser sal!

2. Existe a expectativa de uma responsabilidade pública

1
Como este é o parágrafo de transição, apresentando o clímax, peço uma ajuda para tornar esta frase a
mais palatável possível.
Estar em rede nos interliga, ao mesmo tempo que nos expõe. Assim, ao usar a figura da luz
que brilha e não pode ser escondida, Jesus demonstra sua expectativa em relação aos
discípulos. O uso individual e particular das redes gera desdobramentos públicos e coletivos.
Isso é fato! Mesmo que você decida se abster das redes sociais, o mundo conectado vai
continuar influenciando a economia, o comportamento e a política da humanidade. Esses
meios continuarão moldando opiniões, gostos e preferências. O empenho das empresas de
tecnologia está em moldar o comportamento e a forma de pensar dos seus usuários. Todos
nós corremos este risco ao fazermos uso das redes sociais. Diante disto, temos duas
alternativas: a) Abandonamos toda forma de tecnologia e nos isolamos – com isto,
reduziremos drasticamente as chances de contágio das (pelas) redes; ou, b) assumimos nosso
papel de ser sal e luz onde Deus nos colocou, incluindo as redes sociais – com isto, podemos
influenciar com o Evangelho a vida de pessoas.

Sal e luz são princípios de contraste. Os discípulos estavam no meio da multidão, expostos.
Hoje, nós estamos expostos. Jesus não queria que seus discípulos se isolassem, ele queria que
eles contrastassem. Ser apenas diferente não é o suficiente.

O desafio para nossa missão é trazer o Evangelho de maneira relevante e digna de ser ouvida
para dentro deste mundo interligado. Precisamos urgentemente aprender a fazer o uso
consciente e intencional das redes sociais, esta atitude precisa refletir o Deus a quem
servimos.

“Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e
glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus".

Que grande desafio nosso Senhor nos deixou! Ficamos imaginando estas palavras hoje: “Vão,
façam a diferença! Entrem nas redes e a pessoas ao verem seus feeds, stories e tweets
percebam sejam levadas para mais perto de Deus.” 2 (entrem e postem nas redes, de forma
que as pessoas, ao verem seus feeds, stories e tweets, percebam e sejam levadas para mais
perto de Deus).

Reflexão transformadora:3

1. Sendo sincero, se Jesus acessasse (stalkear: termo usado pela galera jovem) suas redes
sociais ele curtiria, compartilharia e defenderia as mesmas coisas que você defende?

2. Quais são as motivações por trás de sua movimentação nas redes? Vaidade, inveja, egoísmo
e autoafirmação. Tente perceber o que está por trás de suas postagens. Coloque elas na
presença de Deus. Mude. Assim, o nome de Deus será glorificado.

3. Mensagens de “Bom dia”, “Abençoado final de semana” e afins recheados de versículos


bíblicos ou frases motivacionais não são sinônimo de bom uso das redes. Antes, procure um
contato particular com algumas pessoas, ore por elas e mande mensagens dizendo que você
lembrou delas. Isto é muito efetivo!

4. Não perca o foco de que você é sal e luz, também nas redes sociais.

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Até aqui os 5000 caractéres!
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Aqui cabe mais uma ajuda...

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