Você está na página 1de 11

SÍNDROME GRIPAL E INFLUENZA

São Luís
2020
Elyda kawana Lima da Silva
Letícia Sousa Pereira
Jonas Sousa Moreira
Manuela Matos de Oliveira Dutra
Aldo Adler Filho

SÍNDROME GRIPAL E INFLUENZA

Trabalho apresentado para obtenção de


nota referente a disciplina Tópicos
Especiais de Enfermagem II ministrada
pelo Profº Renato Douglas, 10º Período.

São Luís
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4

2 INFLUENZA : definições, tipos, transmissibilidade e grau pandêmico,


sintomas e tratamento 5

3 CONCLUSÃO 09

REFERÊNCIAS 10
4

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo precípuo realizar uma abordagem


teórica sobre a síndrome gripal decorrente do vírus influenza, destacando
especialmente o histórico da doença mundialmente, bem como, sua capacidade
epidêmica, sintomas, quadro clínico, formas de transmissão e diagnóstico.

A síndrome gripal (SG) trata-se de uma definição utilizada na medicina


para descrever um quadro de sintomas iguais aos da gripe, porém sem que haja
ainda diagnóstico laboratorial que confirme tal suspeita. Geralmente, ocorre em
decorrência de contaminação pelo vírus da gripe, ou melhor dizendo, do vírus
influenza.

O vírus foi batizado de INFLUENZA segundo nos informa GEORGE “em


homenagem à antiga crença (apesar de errada) que eram os astros, a influenciar a
ocorrência de epidemias”. Outra informação diz que o nome da influenza decorre do
termo influenza del freddo ou “influenza do frio”, na Itália, em, na vigência de uma
epidemia. Já o termo “gripe”, que significa “fantasia súbita” ou “desafeição
passageira”, teria sido registrado em carta ao filósofo francês Voltaire, em 1743.

A literatura registra que desde Hipócrates passando pelas idades


históricas da humanidade, há registros de doenças virais que provocaram epidemias
ocasionando a morte de muitas vidas.

Em 1933, os investigadores britânicos Wilson Smith, Andrews e Laidlaw


realizaram a descoberta de origem viral (tipo A) da gripe, por meio de pesquisas
conduzidas em furões. Em 1940 foi identificado o tipo B e dez anos depois o tipo C.
o vírus da gripe pertence à família Orthomixoviridae. São constituídos por ácido
ribonucleico (ARN) de hélice simples e de polaridade negativa. Conhecem-se três
tipos de vírus da gripe: A, B, C e D. Só os dois primeiros têm interesse em Saúde
Pública, uma vez que o tipo C provoca infecções muito ligeiras. As pandemias são
invariavelmente originadas pelo tipo A.
5

2 INFLUENZA: definições, tipos, transmissibilidade, sintomas e tratamento.

A influenza é uma infecção aguda, causada pelo agente etiológico


Myxovirus influenzae, ocorrendo durante todo o ano, sendo mais comum durante
outono e inverno devido as quedas de temperaturas. Com o aumento de casos
nessas estações, a maioria dos atendimentos nas unidades de saúde são em
decorrência às complicações da doença (Vasconcelos; Frias, 2017).

Existem quatro tipos de vírus da Influenza, sendo A, B, C e D. os vírus da


influenza A são classificados em subtipos, de acordo com as combinações da
hemaglutinina (HA) e da neuraminidade (NA), que são as proteínas da superfície do
vírus. As mais conhecidas são o H1N1 e o H3N2 (N. Tewawong et al., 2015).

Os vírus do tipo B podem ser classificados em linhagens, sendo linhagem


B/Yamagata ou B/Victoria que circula atualmente. O vírus C é detectado com menos
frequência e geralmente causa infecções mais leves, não sendo um problema de
grande importância para a saúde pública. Já o vírus tipo D, é conhecido por afetar
bovinos, não sendo causador de doenças em pessoas (N. Tewawong et al., 2015).

A influenza é considerada uma das mais antigas doenças da humanidade.


O marco histórico do potencial de disseminação e das elevadas taxas de
mortalidade decorreu da primeira pandemia do século XX, conhecida como Gripe
Espanhola, entre 1918 à 1920. Durante a Primeira Guerra Mundial, a disseminação
do vírus deu-se pelo deslocamento de tropas militares e trabalhadores, assim como,
rotas marítimas, o que atingiu diversos continentes (Guia para rede Laboratorial,
2017).

Estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas foram a óbito ao redor do


mundo por causa dessa pandemia. No Brasil, acredita-se que aproximadamente
65% da população foi atingida, sendo contabilizados 350 mil óbitos em todo o país
(Guia para rede Laboratorial, 2017).

Esse vírus tem um período de incubação entre um e quatro dias, em


média. A transmissibilidade em adultos, se dá habitualmente, desde o início das
manifestações clinicas até sete dias após o contato com o agente infeccioso; nas
crianças ocorre entre sete e quatorze dias; e nos imunossuprimidos, dura por mais
tempo. (Protocolo de Tratamento – Influenza, 2013)
6

A transmissão ocorre principalmente quando há contato próximo (até


cerca de um metro) através de gotículas e secreções emitidas pela pessoa infectada
ao falar, tossir, espirrar, sobretudo em lugares fechados e com pouca ventilação.
Outra fonte de contágio são as mãos, que após o contato com superfícies
contaminadas por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem
conduzir o agente infeccioso até a boca, olhos e nariz (Costa; Hamann, 2016).

A faixa etária tem grande influência sobre o risco individual de influenza,


com incidência maior nos jovens e maiores chances de mortalidade nos idosos e em
indivíduos que possuem condições clínicas, ou comorbidades, que possam colocá-
los em risco para complicações da influenza. (Costa; Hamann, 2016).

Desse modo, os grupos de risco para complicações são: grávidas em


qualquer idade gestacional; puérperas até 2 semanas após o parto; adultos > 60
anos; crianças < 5 anos; indígenas; indivíduos menores de 19 anos em uso
prolongado de ácido acetilsalicílico (Protocolo de Tratamento de Influenza, 2017).

Os indivíduos que apresentem pneumopatias, tuberculose,


cardiovasculopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo
anemia falciforme), distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus), transtornos
neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória
ou aumentar o risco de aspiração, imunossupressão e obesidade também fazem
parte do grupo predisponentes à doença (Protocolo de Tratamento de Influenza,
2017).

A Vigilância da Influenza no Brasil é composta pela Vigilância sentinela de


Síndrome Gripal (SG), de síndrome respiratória aguda grave em pacientes
internados em unidades de terapia intensiva (SRAG-UTI) e pela Vigilância Universal
de SRAG (casos hospitalizados e óbitos – SRAG Universal) (Protocolo de
Tratamento de Influenza, 2017).

Geralmente, os sinais e sintomas mais comuns decorrentes das


síndromes gripais são: quadro febril (temperatura > 37,8°C), sendo em crianças mais
persistente, elevada e prolongada; comprometimento de vias aéreas superiores:
rinorreia, dor de garganta e tosse; comprometimento sistêmico: calafrios, cefaleia,
mialgia, mal-estar (Protocolo de Tratamento de Influenza, 2017).
7

De modo geral, os sinais e sintomas da influenza cessam em sete dias,


no entanto, a tosse, o mal-estar e a fadiga podem permanecer por algumas
semanas. Em alguns casos, podem ocorrer complicações, como: pneumonia
primária por influenza, pneumonia bacteriana, piora de doenças crônicas,
desidratação, sinusite e otite (Protocolo de Tratamento de Influenza, 2017).

Nos casos onde há piora do estado clinico, podem-se destacar como


sinais de agravamento: dispneia ou taquipineia, persistência ou aumento da febre
por mais de três dias, confusão mental, sonolência, letargia, hipotensão arterial,
desidratação, diurese abaixo de 400ml em 24 horas e exacerbação de doenças
preexistentes como a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e cardiopatias
(Protocolo de Tratamento – Influenza, 2013).

O diagnóstico recomendado para esta doença seria a coleta de secreções


da nasofaringe (SNF) sendo realizado posteriormente a imunofluorescência indireta/
cultura, realização de exames laboratoriais (hemograma, bioquímica de sangue) e
radiografia de tórax (Thomaz, Márcia 2019).

O tratamento consiste em repouso, medicamentos sintomáticos e repouso


domiciliar para pacientes sem fatores de risco. Para os pacientes que apresentam
complicações graves, deve-se iniciar o uso de oseltavimir e o zanamivir, drogas que
inibem a neuraminidade dos vírus A e B, e consequentemente, reduzem o tempo da
doença e suas complicações (Thomaz, Márcia 2019).

É importante que o paciente fique afastado de suas rotinas diárias por


sete dias a partir do primeiro dia da manifestação de sintomas e seja orientado a
observar as manifestações clinicas de agravamento afim de retornar a unidade de
saúde caso apresente piora do quadro (Protocolo de Tratamento de Influenza,
2017).

As medidas de controle da influenza são a vacinação e educação em


saúde da população. Devem ser adotadas juntamente as medidas de precaução a
lavagem das mãos, principalmente após tossir e espirrar; cobrir nariz e boca ao
espirrar ou tossir; utilizar lenço descartável para higiene nasal; evitar tocar mucosas
de olhos, raiz e boca; manter distância de no mínimo um metro de pessoas com
sintomas gripais; não compartilhar objetos de uso pessoal, como pratos, colheres e
8

copos; reduzir o máximo possível permanecer em locais aglomerados; manter


ambientes bem ventilados (Protocolo de Tratamento – Influenza, 2013).

A imunização é a maneira mais eficaz de prevenção contra os tipos mais


agressivos da influenza e é oferecida em campanhas anuais, geralmente nos meses
de abril e maio que correspondem ao inverno. As pessoas priorizadas nessa
campanha são as do grupo de risco e profissionais de saúde (Thomaz, Márcia
2019).

O Programa Nacional de Imunização define como prioritário para a


vacinação os grupos: crianças de 6 meses a menores de 5 anos, gestantes,
puérperas, trabalhador da área da saúde, povos indígenas, idosos >60 anos, jovens
de 12 a 21 sob medidas socioeducativas, funcionários do sistema prisional e
detentos, além das pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis. No
ano de 2017, foram incluídos os professores das escolas públicas e privadas.
9

3 CONCLUSÃO

Com base no que foi supracitado, logo, concluir-se que a influenza é um


vírus mortal e perigoso que aliado fatores que auxiliam o desenvolvimento do vírus
ele se torna ainda mais letal, desse modo, é importante que haja um estudo mais
aprimorado para desenvolver pesquisas que possam maximizar o controle do vírus
e, consequentemente, a redução de casos, especialmente, nos grupos alvos.
Portanto, para que haja minimização nos casos de doenças causadas pela
influenza, é preciso ter uma visão holística de casos presentes, assim, desse modo,
haverá um cuidado maior entre a população para que o vírus não se alastre,
causando assim um colapso no sistema de saúde. Campanhas de conscientização
são de grande utilidades para informar para os cidadãos sobre os efeitos dos vírus,
é importante salientar que deverá haver campanhas de vacinações mais engajadas,
pois a imunização é a maneira mais eficaz de controlar a propagação do vírus.
Desse modo, desde a descoberta, o vírus vem assolando a população, deixando-os
vulneráveis a doenças letais, mas com programas de minimização a influenza
passou a ser controlada, porém não pode vacilar no cuidado, pois ainda com todos
os avanços de controle o vírus continua ainda sendo perigoso e fatal.
10

REFERÊNCIAS

COSTA; Hamann. Rev. Pan-Amaz Saude: Pandemias de influenza e a estrutura


sanitária brasileira: breve histórico e caracterização dos cenários, 2010.
Guia para rede Laboratorial de Vigilância de Influenza no Brasil [acesso em 25 out
2020]. Disponível em:
bvsms.gov.br/bvs/publicações/guia_laboratorial_influeza_vigilancia_influenza_brasil.
pdf.
Prefeitura municipal de Campinas: Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda
Grave. Departamento de Vigilância Sanitária.
RIBEIRO, Sandra et al. Síndrome respiratória aguda grave causada por influenza A
(subtipo H1N1), 2010.
THOMAZ, Marcia Cristina Aparecida. Tópicos especiais em enfermagem II.
Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019.
VASCONCELOS; Frias. Saúde debate. Rio de Janeiro, v. 41, n. especial, p. 259-
274. Avaliação de Vigilância da Síndrome Gripal: estudo de casos em unidade
sentinela, 2017.
11

Você também pode gostar