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Calculo 2 - Curvas
Calculo 2 - Curvas
CURVAS PARAMETRIZADAS
1
Capı́tulo 1
F (t + h) − F (t)
Definição 1.1.4. F tem derivada F 0 (t) se F 0 (t) = lim .
h→0 h
Observe que
µ ¶
F (t+h)−F (t) f1 (t+h)−f1 (t) f2 (t+h)−f2 (t) f3 (t+h)−f3 (t)
lim = lim , lim , lim
h→0 h h→0 h h→0 h h→0 h
2
Z b µZ b Z b Z b ¶
Definição 1.1.5. F (t)dt = f1 (t)dt , f2 (t)dt , f3 (t)dt
a a a a
ou Z Z Z Z
b b b b
F (t)dt = f1 (t)dt ·~ı + f3 (t)dt · ~ + f3 (t)dt · ~k .
a a a a
Propriedades: Consideremos:
F, G : I → R3
µ:I → R
(i) (F + G)0 (t) = F 0 (t) + G0 (t)
(iii) (F q G)0 (t) = F (t) · G0 (t) + F 0 (t) · G(t) , onde q denota o produto escalar.
(iv) (F × G)0 (t) = F (t) × G0 (t) + F 0 (t) × G(t) , onde × denota o produto vetorial.
Passaremos a nos utilizar de funções do tipo acima para estudar os movimentos no espaço.
3
γ(t)
z 6
± *
γ(t)
z
y
¼ x
γ(t + h) − γ(t)
γ 0 (t) = lim .
h→0 h
4
z 6 z6
µ
¡ - γ(t+h)−γ(t) µ
¡
γ(t) ¡ γ(t) ¡ γ 0 (t)
¡ ¡ j
¡ ¡
¡ -U ¡ -
o γ(t+h) o γ(t+h)
U
¼x yj ¼x yj
?
γ(t+h)−γ(t)
h
, 0<h<1
Exemplos:
(i) kγ 0 (t)k = 1
6y
B
B γ 0 (t)
BMB
¼ B
BB
qB
γ(t) ³
³ 1BB
B³
³ B -
B x
¸ B
· ¸
5π
2. γ : 0 , → R3 ; γ(t) = (cos t , sen t , t) .
2
5
6z
¡ ¢
r γ 5π
2
¡ -
¡ * y
r
¡
¡ γ(0)
¡
¡x
¡
ª
BM
y6 B
0
B γ (t)
BB
BB
¼ BB
qBB
γ(t) ³ B³
1 B
³³ B -
B x
¸ B
Compare com o exemplo 1 . Note que diferentes curvas podem ter o mesmo traço.
4. Curvas podem ser, em geral, muito arbitrárias. Por exemplo, existe uma curva contı́nua,
a curva de Peano, cujo traço é o quadrado [0, 1] × [0, 1] ⊂ R2 (Para maiores detalhes
o leitor pode consultar o Livro de Elon Lages Lima, Elementos de Topologia Geral ,
pg. 252 )
Muitas vezes chamamos o vetor γ 0 (t) como o vetor velocidade. Isto tem sentido pois
estamos entendendo uma curva como o movimento de uma partı́cula no espaço. Esse movi-
kγ(t + h) − γ(t)k
mento é descrito em função do tempo por γ(t) . Observe que o número ,
|h|
6
para h pequeno, é a velocidade média de γ no intervalo de t a t + h . Se γ 0 (t) existe, não é
difı́cil provar que
kγ(t + h) − γ(t)k
kγ 0 (t)k = lim .
h→0 |h|
De fato: Notemos que
¯ ¯
¯ kγ(t + h) − γ(t)k ¯ (∗)
0 ≤ ¯¯ − kγ (t)k¯¯ ≤
0
|h|
° °
° γ(t + h) − γ(t) °
≤ °° − γ 0
(t)° → 0 , com h → 0 .
°
|h|
kγ(t + h) − γ(t)k
Logo → kγ 0 (t)k , com h → 0 .
|h|
¯ ¯
¯ ¯
(∗) Usamos a propriedade ¯¯ k~uk − k~v k ¯¯ ≤ k~u − ~v k .
Definição 1.2.3. Uma curva γ : I → R3 é dita regular (ou suave) se for diferenciável de
classe C 1 e se γ 0 (t) = (γ 01 (t) , γ 02 (t) , γ 03 (t)) 6= (0, 0, 0) , ∀ t ∈ I .
Definição 1.2.4. γ : [a, b] → R3 é dita regular por partes (ou suave por partes ) se
existir uma partição finita de [a, b] em subintervalos tal que a restrição de γ a cada subin-
tervalo seja regular. γ é dita fechada se γ(a) = γ(b). Se γ é fechada e o seu traço não se
intercepta em nenhum outro ponto então γ é dita curva fechada simples.
γ(a) = γ(b)
¼
I γ(a) = γ(b)
º
* µ
ª
ª
7
Exemplos:
1. γ : [ −1 , 1 ] → R2 , γ(t) = (t3 , t2 ) .
y = t2 = (t3 )2/3 = x2/3
Assim o traço da curva está contido no gráfico da função y = x2/3 .
y 6
q q
R µ
-
x
2. γ : R → R2 , γ(t) = (t3 − 4t , t2 − 4) .
γ 0 (t) = (3t2 − 4 , 2t) 6= (0, 0) , ∀ t ∈ R .
γ ∈ C∞ .
Assim γ é regular.
Note: γ(−2) = γ(2) = (0, 0)
γ 0 (−2) = (8 , −4) e γ 0 (2) = (8 , 4)
6y
j *
-
x
¸
-4
8
3. O
gráfico de uma função contı́nua y = f (x), a ≤ x ≤ b , pode ser parametrizado assim:
x=t
t ∈ [a, b]
y = f (t)
y6 q
¸
q
-
a b x
Um resultado que temos é o seguinte: uma curva regular (ou suave) não tem bicos (qui-
nas).
De fato:
Uma curva regular é tal que o vetor tangente varia de maneira contı́nua.
Em um bico (quina) a mudança do vetor tangente só pode ser contı́nua se no bico ele for
nulo (contra a regularidade da curva).
q
q
N j
±
y6
p
pp
¡
µ¡
¡ -
¡ x
¡
µ
¡
p
pp
9
Iremos agora fazer uma convenção:
Seja γ : [a, b] → R3 .
Iremos denotar por −γ a curva definida como:
q
γ(b)
−γ ±γ
°
q
γ(a)
Exercı́cios:
Resolução:
Temos (γ q γ)(t) = γ(t) q γ(t) = kγ(t)k2 = C .
Derivando obtemos (γ q γ)0 (t) = 0.
Usando a propriedade da derivada do produto escalar obtemos:
@
I
@
@
¡
µ
r
¡
10
2. A figura abaixo é descrita por um ponto P sobre uma circunferência de raio a que
rola sobre o eixo x . Esta curva é chamada ciclóide. Determinar uma parametrização
dela.
y6
µ
r
r -
x
y6
pC
a
Py r Kt
Q
y
p -
o x
A B x
C(at , a)
K
a t
a cos t
P (x,y) Q(at,y)
a sen t
11
dx dy
Assim: = a(1 − cos t) e = a sen t , que são funções contı́nuas. Ainda, estas se
dt dt
anulam em t = 2 n π , ∀ n ∈ N . Logo a ciclóide não é suave.
Nota 1: Vamos registrar aqui algumas propriedades da ciclóide. Para maiores detalhes o
leitor pode consultar o Livro Cálculo com Geometria Analı́tica - Vol. 2 - Simmons - pg. 259.
y6
- Tangente - “topo” do cı́rculo
r
- comprimento = 4(2a)
r
P r
r -
2πa x
Rárea = 3(πa2 )
Nota 2: Vamos aqui também apresentar algumas curiosidades à respeito desta curva. O
leitor interessado em maiores detalhes pode consultar o Livro citado anteriormente na Nota
1, pg. 264.
*A
- arruela
- arame delgado
B (arbitrário)
Qual deve ser a forma do arame (trajetória) que permita a arruela ir de A até B no menor
tempo possı́vel?
A resposta é uma ciclóide (invertida) com A na origem.
Não é o segmento de reta.
(Menor tempo: braquistócrona)
Outra propriedade:
12
A
a
// //
q γ(b)
γ µγ 0 (ti )
¡
- ¡
ti ¡
@
q q
¡
¾ - γ(a) CC ¡
a b
∆i
13
Observação: O Leitor interessado na dedução desta fórmula pode consultar, por exemplo,
o livro Advanced Calculus - Buck - pg. 321.
Exemplos:
6y
¾
-
-
x
-1 1
Exemplos:
1. Consideremos a situação:
14
6y
¸
γ(t) γ 0 (t)
j
?
γ 00 (t)
-
x
Conclua que γ 00 (t) aponta para o lado côncavo de γ , como ilustrado acima.
3. Uma partı́cula percorre uma circunferência com velocidade angular constante. Mostre
que a aceleração é representada por um vetor de módulo constante, orientado para o
centro da circunferência (este vetor é chamado aceleração centrı́peta ).
Sem perda de generalidade, podemos supor:
15
y 6
6z
*
γ 0 (t)
¡*
¡ θ
µ
γ(t)
~ 6
w
-
y
ªx
16
~ = w ~k - chamado velocidade angular de γ .
Definimos w
¯ ¯
¯ ~ ¯
¯ ~ı ~ k ¯
¯ ¯
¯ ¯ 0
w
~ × γ(t) = ¯ 0 0 w ¯ = −a w sen(wt)~ı + a w cos(wt)~ = γ (t) .
¯ ¯
¯ ¯
¯ a cos(wt) a sen(wt) h ¯
y 6
µ
α *
I γ(t)
-
o A x
m ~a = m ~g
ou
γ 00 (t) = ~g
Integrando:
γ 0 (t) = t · ~g + ~c
17
Ainda: ~0 = γ(0) = d~
1 1
Logo: γ(t) = t2 ~g + t ~v0 = − t2 g ~ + t(v0 cos α~ı + v0 sen α ~)
2 2
Temos então as equações paramétricas:
x = (v0 cos α)t
(∗)
y = − 1 t2 g + (v0 sen α)t
2
Eliminando t , temos:
−g
y= 2 2
x2 + (tg α)x - o que mostra que a trajetória é uma parábola.
2v0 cos α
2 v0 sen α v 2 sen(2α)
x = v0 cos α = 0 .
g g
Altura Máxima:
y 0 = −tg + v0 sen α = 0
v0 sen α
t=
g
v0 sen α v02 sen2 α
Assim a altura máxima ocorre em t = e hmax = .
g 2g
18