(endereço), vem à vossa excelência, por meio de seu advogado (procuração anexa), com base no artigo 16, paragrafo primeiro da lei nº 6830/80, opor
EMBARGO À EXECUÇÃO FISCAL
Movida pela UNIÃO, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razoes
de fato e de direito a seguir expostas:
DOS FATOS:
Caio, depois de 10 anos trabalhando na empresa X foi demitido, de forma
vexatória, pelo seu chefe, na frente dos outros empregados e sem o devido pagamento das verbas trabalhistas. Não aceitando tal situação, Caio ajuizou medida judicial visando a cobrança de verbas trabalhistas e, ainda, danos morais. Caio conseguiu seu pleito, condenando a empresa X aos pagamentos de todas as verbas as quais tinha direito e danos morais. Os valores foram pagos em 2015, mas em junho de 2016, a Fazenda Nacional (União) ajuizou ação de execução fiscal visando a cobrança de IRPF incidente sobre as férias proporcionais não gozadas, o respectivo terço constitucional e dos danos morais. No entanto a Certidão de Dívida Ativa que ampara a execução fiscal deixou de indicar a quantia a ser executada. Em razão disso, Caio foi citado na execução e há 10 dias foi intimado da penhora de seu único imóvel, local onde reside com sua família.
DO TEMPESTIVIDADE:
Conforme se vê nos documentos em anexo, o embargante foi intimado da
penhora de seu imóvel há 10 dias, portanto, sendo tempestivo os presentes embargos conforme o previsto no artigo 16, inciso III da Lei 6830/80.
DO DIREITO:
A incidência de imposto sobre a renda de valores recebidos a título de
férias proporcionais não gozadas e respectivo terço constitucional não é correta, pois conforme súmula 386 do STJ e também o previsto no artigo 43 do CTN, essas verbas possuem natureza indenizatória. Isso também vale para os danos morais, que também são verbas indenizatórias, conforme previsto na súmula 498 do STJ e no já citado artigo 43 do CTN. É prevista também a nulidade conforme disposto no artigo 203 do CTN, da inscrição do crédito tributário, pois a Certidão de Dívida Ativa não informa a quantia devida, necessário conforme escrito nos Artigos 202, inciso II, do CTN e Artigo 2º, parágrafo 5º, inciso II da lei 6830/80. A penhora do único imóvel do Embargante, utilizado para a sua residência e de sua família não responde por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de qualquer outra natureza, já que conforme previsto no artigo 1º da lei 8009/90, ele é impenhorável.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, o Embargante requer:
a) Procedência dos embargos, com a extinção da execução fiscal e o
levantamento da penhora que recai sobre o imóvel, bem de família; b) Que seja feita a intimação do exequente para, querendo, apresentar impugnação; c) Provar o Alegado por todos os meios admitidos em direito;
Dispensa da audiência de conciliação por se tratar de direito que não
admite autocomposição conforme artigo 334, paragrafo 4º, inciso II do CPC.