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Tibete
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Tibete (em tibetano: བོད་; Wylie: bod, AFI: !"#$%&'; 西 藏 ; pinyin: Xī Zàng) é uma região de
planalto da Ásia, um território disputado situado ao norte da cordilheira dos Himalaias,
habitado pelos tibetanos e outros grupos étnicos como os monpas e os lhobas, além de grandes
minorias de chineses han e hui. O Tibete é a região mais alta do mundo, com uma altitude
média de 4 900 metros de altitude, e por vezes recebe a designação de "o teto do mundo" ou "o
telhado do mundo".[1]
Durante a sua história, o Tibete existiu como uma região composta por diversas áreas
soberanas, como uma única entidade independente[4] e como um Estado vassalo, sob suserania
ou soberania chinesa. Foi unificado pela primeira vez pelo rei Songtsän Gampo, no século VII.
Por diversas vezes, da década de 1640 até a de 1950, um governo nominalmente encabeçado
pelos Dalai Lamas (uma linhagem de líderes políticos espirituais tidos como emanações de
Avalokiteśvara - Chenrezig, Wylie: [spyan ras gzigs] em tibetano - o bodisatva da compaixão)
dominou sobre uma grande parte da região tibetana. Durante boa parte deste período a
administração tibetana também esteve subordinada ao império chinês da Dinastia Qing.
Em 1913, o 13.º Dalai Lama expulsou os representantes e tropas chinesas do território formado
atualmente pela Região Autónoma do Tibete.[5][6] Embora a expulsão tenha sido vista como
uma afirmação da autonomia tibetana,[7] esta independência proclamada do Tibete não foi
aceita pelo governo da China nem recebeu reconhecimento diplomático internacional[8] e, em
1945, a soberania da China sobre o Tibete não foi questionada pela Organização das Nações
Unidas.[9]
Após uma invasão contundente e uma batalha feroz em Chamdo, em 1950, o Partido Comunista
da China assumiu o controle da região de Kham, a oeste do alto rio Yangtzé; no ano seguinte o
14.º Dalai Lama e seu governo assinaram o Acordo de Dezessete Pontos. Em 1959, juntamente
com um grupo de líderes tibetanos e de seus seguidores, o Dalai Lama fugiu para a Índia, onde
instalou o Governo do Tibete no Exílio em Dharamsala. Pequim e este governo no exílio
discordam a respeito de quando o Tibete teria passado a fazer parte da China, e se a
incorporação do território à China é legítima de acordo com o direito internacional.[10] Ainda
existe muito debate acerca do que exatamente constitui o território do Tibete (ver mapa à
direita), e de qual seria sua exata área e população.
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Índice
Nomes
Língua tibetana
História
Política
Geografia
Economia
Cultura
Arte
Música
Referências
Bibliografia
Ligações externas
Nomes
Os nomes e definições referentes ao Tibete estão carregados
de simbolismo linguístico e político.
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O termo ocidental Tibet ou Thibet provavelmente seria derivado do árabe Tibat ou Tobatt (،طيبة
)توبات, embora não exista consenso acerca da sua etimologia exata; a maior parte das fontes
propõe que viria do tibetano Stod-bod (pronunciado tö-bhöt), "Alto Tibete",[12] enquanto outros
sugerem que viria do turcomano Töbäd, "As Alturas" (plural de töbän),[13] e alguns poucos
favorecem a tese de uma origem no chinês Tǔbō ou Tǔfān.[14]
Língua tibetana
A língua tibetana é falada em todo o vasto planalto tibetano,
no Butão, em partes do Nepal e no norte da Índia (como em
Sikkim). É, normalmente, classificada como uma língua
tibeto-birmanesa, da família das línguas sino-tibetanas. A
língua tibetana inclui numerosos dialetos regionais, que, em
geral, são inteligíveis entre si.
A língua tibetana possui sua própria escrita, que deriva da escrita devanágari.
História
A história do Tibete teve início há cerca de 2 100 anos.
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segundo o qual é valorizada a proteção do reivindicada pela Índia como parte da região
meio-ambiente e da natureza); favoreceu o do Ladaque
livre exercício religioso do budismo, e; Áreas controladas pela Índia, partes
construiu vários templos (dentre eles reivindicadas pela China como Tibete do Sul
destacam-se o Jokhang e o Ramoche).
Outras áreas historicamente dentro da
Seus sucessores continuaram a esfera cultural tibetana
transformação cultural, custeando
traduções e criando instituições. O próximo rei do Tibete foi Tride Tsukden (704 – 754), o qual
deixou seu filho como sucessor, o rei Trisong Detsen.
A partir do século VII a região tornou-se o centro do lamaísmo, religião baseada no budismo,
transformando o país num poderoso reinado. Antigo objeto de cobiça dos chineses, no
século XVII o Tibete é declarado incluído no território soberano da China. A partir daí seguem-
se dois séculos de luta do Tibete por independência, conquistada - temporariamente - em 1912.
Em 1950, o regime comunista da China ordenou a invasão da região, que foi anexada como
província. A oposição tibetana foi derrotada numa revolta armada em 1959 (ver: Protestos e
dissidência na China). Como consequência, o 14° Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual e
político tibetano, retirou-se para o norte da Índia, onde instalou em Dharamsala um governo de
exílio.[17]
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Ugyen Tranley, o Karmapa Lama, terceiro mais importante líder budista tibetano, reconhecido
tanto pelo governo da China como pelos tibetanos seguidores do Dalai Lama, fugiu do país em
dezembro de 1999 e pede asilo à Índia. A China tentou negociar seu retorno, mas Tranley, de
catorze anos, critica a ocupação chinesa no Tibete.
A causa da independência do Tibete ganhou força perante a opinião pública ocidental após o
massacre de manifestantes pelo exército chinês na praça da Paz Celestial e a concessão do
Prêmio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso, ambos em 1989. O Dalai Lama passou a ser recebido por
chefes de Estado, o que provocou protestos entre os chineses. No início de 1999, o governo
chinês lançou uma campanha de difusão do ateísmo no Tibete. A fuga do Karmapa Lama causou
embaraço à China.
O Tibete é, ainda hoje, considerado pela China como uma região autônoma chinesa (Xizang).
Política
A "Administração Central Tibetana" (ACT), oficialmente a "Administração Central Tibetana de
Sua Santidade o Dalai Lama", é um governo em exílio[18] encabeçado por Tenzin Gyatso, o
décimo-quarto Dalai Lama, que reclama ser o governo legítimo por direito do Tibete.[10] É
comum ser chamado de Governo Tibetano no Exílio.
Geografia
O Tibete está localizado no Planalto Tibetano, a região mais
alta do mundo. A maior parte da cadeia de montanha do
Himalaia encontra-se no Tibete. Seu pico mais conhecido, o
monte Evereste, se encontra na fronteira entre Nepal e
Tibete. A altitude média é de cerca de 3 000 metros no sul e
4 500 metros no norte.
A influência cultural tibetana estende-se até países vizinhos como Butão, Nepal, regiões
adjacentes da Índia como Sikkim e Ladakh e províncias adjacentes da China onde o budismo
tibetano é a religião predominante.
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Na fronteira com a Índia, a região popularmente chamada entre os chineses como "Sul tibetano"
é reivindicada pela República Popular da China e administrada pela Índia através do estado de
Arunachal Pradesh.
Diversos rios têm suas nascentes no Planalto Tibetano, principalmente na atual província de
Qinghai, incluindo:
Rio Yangtze
Rio Amarelo
Rio Indo
Rio Mekong
Rio Bramaputra — o principal rio que passa pelo Tibete, chamado em tibetano de Yarlung
Tsangpo
Rio Ganges
Rio Salween
Economia
Em 2006, o Produto Interno Bruto(PIB) foi previsto para
atingir 29 bilhões * de yuans, contra menos de 12 bilhões de
yuans em 2000. Montanhas nevadas no Tibete
Com o mais alto nível de despesa pública per capita na China, a Região Autónoma do Tibete,
embora ainda pobre, está a experimentar um rápido desenvolvimento económico (crescimento
de 10% em 2018), permitindo a expansão da classe média. Pequim pretende promover o
desenvolvimento económico através do turismo e da exploração mineira, e depois construir uma
teia de infra-estruturas para chegar ao Nepal e à Índia como parte das Novas Estradas da Seda,
e melhorar a integração da população. Apesar de uma política de discriminação positiva no
emprego público urbano, os tibetanos estão ainda sub-representados. Assim, embora a região
seja oficialmente definida como "autónoma", a grande maioria dos altos funcionários são Hans
(o grupo étnico maioritário na China) e os projectos são na sua maioria decididos por Pequim.
Em 2018, trinta e quatro milhões de turistas (+31,5% em comparação com 2017), na sua maioria
chineses, visitaram o Tibete.[19]
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A esperança de vida dos habitantes do Tibete aumentou de 35,5 anos em 1951 para 71,1 anos em
2019.[20]
Cultura
Arte
A arte tibetana é primeiramente e fundamentalmente uma forma de arte sacra, refletindo a forte
influência do Budismo tibetano nessas culturas.
Música
A música do Tibete reflete o património cultural da região Trans-Himalaiana, centrada no
Tibete, mas também popularizada onde os grupos étnicos do Tibete são encontrados, como na
Índia, Butão, Nepal e outros países. A música tibetana é principalmente religiosa, refletindo a
profunda influência do budismo tibetano sobre a cultura do país.
Um das tradições musicais no Tibete existe desde o século XII, é a tradição Lama Mani que
narra parábolas budistas. Através de contadores de história, que viajavam de vilarejo em
vilarejo, os ensinamento budistas eram escutados e visualizados junto com pinturas. Num país
que não há jornais ou outros meios de comunicação essa forma de expressão musical possibilita
levar a informação para as massas populares.
A música tibetana está sempre presente nas cerimonias budistas. Esses rituais de oração
utilizam de instrumentos como sinos, pratos, dungchen, címbalos, tambores e a entoação de
mantras e textos sagrados, que são recitados de forma ressonante e com sons graves.
Referências
1. «Tibet by Rail: By Train on the Roof of the World - SPIEGEL ONLINE» (http://www.spiegel.d
e/international/spiegel/0,1518,380808,00.html) (em inglês). Spiegel. 20 de outubro de 2005.
Consultado em 2 de agosto de 2021
2. «Tibet (autonomous region, China)» (http://www.britannica.com/EBchecked/topic/594898/Tib
et) (em inglês). Britannica Online Encyclopedia. Consultado em 2 de agosto de 2021
3. «Tibete, parceria de Leste e jogos de vídeo» (http://www.europarl.europa.eu/sides/getDoc.d
o?language=pt&type=IM-PRESS&reference=20090309STO51251). Parlamento Europeu.
13 de março de 2009. Consultado em 2 de agosto de 2021
4. Beckwith 1987, pp. 11–36
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tibete Página 8 de 10
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Bibliografia
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Goldstein, Melvyn C. The Snow Lion and the Dragon: China, Tibet, and the Dalai Lama
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Grunfeld, Tom (1996). The Making of Modern Tibet. ISBN 1-56324-713-5.
Hopkirk, Peter. Trespassers on the Roof of the World: The Secret Exploration of Tibet (http://
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Kapstein, Matthew T. The Tibetans (2006) Blackwell Publishing. ISBN 978-0-631-22574-4
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British Expedition to Tibet (2006) Bloomsbury UK. ISBN 0-7475-8484-2
Bacic Olic, Nelson. Mundo Contemporâneo Geopolítica, meio ambiente, cultura (2010)
Editora Moderna Ltda. ISBN 978-85-16-06696-3
Ligações externas
Media relacionados com Tibete (https://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Tibet?usel
ang=pt) no Wikimedia Commons
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