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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO– CAMPUS SÃO LUÍS

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

AUBE ARAUJO COSTA FILHO- 20190084465


BRUNO CÂMARA MARTINS PASSINHO-20180072059
HEDER MENDES DA CRUZ-20190084590

REGIMES DE MERCADO

São Luís – MA
2021

AUBE ARAUJO COSTA FILHO-20190084465


BRUNO CÂMARA MARTINS PASSINHO-20180072059
HEDER MENDES DA CRUZ-20190084590

REGIMES DE MERCADO

Trabalho apresentado à disciplina direito da


Universidade Estadual do Maranhão – Campus
São Luís, como requisito para obtenção da nota
referente a primeira avaliação da disciplina, no
curso de Engenharia Mecânica.

Orientador: Prof. Me. CLIVIA SANTANA DA


SILVA

São Luís – MA
2021
1. INTRODUÇÃO

Com a ascensão e fortalecimento da Segunda Revolução Industrial em meados


do século XIX, as questões de oferta e demanda de bens e serviços tiveram um
“boom” de crescimento inédito e inesperado, e, em decorrência disso, as empresas
começaram a desenvolver uma rivalidade entre si, tornando-se concorrentes.
Concomitante ao supracitado, com o nascimento de grandes empresas com capitais
elevados, onde se proporcionou investimentos e fortalecimento no mercado, essas
empresas acabavam pressionando e “sufocando” outras empresas de caráter menor
e assim possivelmente varias desses pequenos negócios acabavam fechando, e
dessa forma, esse fenômeno ocorria de forma bem visível. Nessa conjuntura,
mediante a tantas dificuldades e incertezas o mercado do século XIX vivia sem ou
com pouca estabilidade, e muitas empresas faziam uso de varias formas
consideradas abusivas para conseguir sobreviver a essa falta de estabilidade que o
mercado apresentava.

Seguindo essa linha de raciocínio, o mercado pode ser caracterizado como um


local onde o consumidor e o produtor realizam uma espécie de “troca”, que consistia
na compra e venda de um determinado produto, regulado pela lei da oferta e da
procura. Dessa forma, um dos principais objetivos no que consiste em mercados e
concorrência é a proteção ao princípio constitucional da livre concorrência. Segundo
esse principio supracitado, ao abrir uma empresa, o empresário está disposto e com
o intuito em mente de fornecer e desempenhar um novo papel no mercado, atuando
no lado da lei da oferta e da procura. Assim, é preciso uma grande atenção dos
donos de empresa aos componentes de mercado que são fundamentais para o
sucesso do seu negocio, além de focar seus estudos no desempenho e informações
que possam auxiliar o entendimento de como o mercado funciona, assim ajudando o
mesmo a se estabilizar.

Promulgada em meados de 2011, a lei 12.529/2011 determina a criação do


Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) que consiste em uma
autarquia federal que tem como objetivo regular a concorrência e jugar processos
que envolvam infrações de ordem econômica. Nessa conjuntura, a manutenção
dessa lei só reforça e afirma ainda mais a economia e oferecem mais opções ao
consumidor, e dessa forma, acaba por trazer inúmeros benefícios para ambos os
lados.

Diante do conteúdo exposto, esse trabalho tem como objetivo central tratar e
analisar os diversos regimes de mercado existentes, além de seus conceitos,
espécies e regulamentações de funcionamento no mercado em si.

2. REGIMES DE MERCADO

O mercado, em si, possui estruturas cujas características podem ser distintas


em relação ao tratamento da demanda e da oferta de um ou mais produtos e ao
número de empresas que atuam em um determinado nicho. Dessa forma, o
mercado pode apresentar as seguintes estruturas: Concorrência pura, oligopólio,
monopólio e concorrência monopolista.

2.1. CONCORRÊNCIA PURA

Tendo em vista o enquadramento histórico e social, pode-se analisar a


formação das organizações econômicas e sociais, podendo-se relacionar diferentes
estruturas com igual eficiência do ponto de vista social. O país, devido à
necessidade de resolver conflitos relacionados às relações sociais, incluindo, entre
eles, as relações econômicas, passou a exigir o fortalecimento da fiscalização
nacional para coibir práticas que violam princípios de mercado, como a livre
concorrência.
A concorrência pura, é um conceito usado para especificar que quando um
mercado possui um grande número de concorrentes ou vendedores, a própria
empresa não afetará a oferta ou o equilíbrio do mercado, eles são apenas
tomadores de preço. Como mencionado acima, a maior diferença entre a
concorrência perfeita e outros tipos de mercado é que ela visa manter o equilíbrio.
Em outras palavras, fazer uma empresa ter a mesma quantidade de oferta e
demanda.
Portanto, esse modelo de mercado traz a possibilidade de que, no longo prazo,
a receita de uma empresa corresponda aos seus custos, impedindo-a de ter lucros
excessivos. Embora este tipo de mercado esteja normalmente associado a outros e
seja utilizado apenas para produtos e serviços prestados ao consumidor final, aplica-
se também à produção, quando grandes quantidades de fornecedores de matérias-
primas e bens de produção geram preços mais justos no mercado. Segundo Jean
Marchal, uma atividade econômica pode ser representada por um processo de
compra e venda de mercadorias e serviços.

É importante destacar que esse tipo de mercado possui as seguintes divisões:

 ATOMIZAÇÃO: Quando o número de agentes compradores e


vendedores é tão grande que eles não têm condições de influenciar o
mercado. Sua decisão não interferirá no mercado. Existem muitas
empresas que não podem alterar os preços e equilibrar as quantidades
sozinhas.
 HOMOGENEIDADE: Nenhuma empresa consegue distinguir os
produtos que oferece, não há diferença. Um produto de qualquer
fabricante é um substituto perfeito para um produto fornecido por
qualquer outro fabricante.
 MOBILIDADE: Cada agente comprador e vendedor atua
independentemente de todos os demais. Não há qualquer acordo entre
os que participam do mercado. No mercado de produtos, empresas
expandem ou reduzem livremente suas plantas, sem que quaisquer
reações sejam observadas. No mercado de recursos por exemplo, no
trabalho, os trabalhadores deslocam-se livremente e com facilidade de
uma região para outra.
 PERMEABILIDADE: Não há quaisquer barreiras para entrada e saída
dos agentes que atuam ou querem atuar no mercado.
 PREÇO-LIMITE: Nenhum vendedor de produto, ou recursos, pode
praticar preços acima daquele que está estabelecido no mercado, e que
é exclusivamente resultante da livre atuação das forças de oferta e de
procura.
 EXTRAPREÇO: Não há qualquer eficácia; esta característica é
subproduto da homogeneidade. Manobras extrapreço descaracterizam
o atributo da padronização.
A concorrência perfeita necessita de alguns fatores para que seja possível a
sua existência. Na prática, os principais fatores que correspondem a sua estrutura
seriam:

 Grande quantidade de vendedores e consumidores;


 Produtos e serviços similares;
 Permeabilidade.

É importante ressaltar que a quantidade de vendedores e consumidores é de


suma importância na concorrência perfeita. Isso é necessário, pois caso uma
determinada empresa queira mudar o seu preço, isso não afetaria os preços na
economia como um todo. Afinal, como haveria uma grande quantidade de empresas
atuando nesse mercado, esta única não faria tanta diferença. Portanto, o principal
fator na estrutura da concorrência perfeita é não existir a possibilidade de apenas
um negócio distorcer o equilíbrio. Como já foi mencionado logo acima, um outro fator
importante a ser ressaltado seria permeabilidade. É necessário que o mercado
esteja totalmente aberto para novas empresas no mercado, sem barreiras à entrada
ou a saída de novos negócios.

A concorrência perfeita vem sendo utilizada nos dias de hoje como uma
referência no mercado e em modelos econômicos clássicos. Uma das suas
principais características é a satisfação dos consumidores e a ausência de lucro dos
vendedores. Além disso, nenhuma organização poderia ser influenciada no mercado
pelo seu preço ou qualidade de produto. Isso tornaria tudo mais prático para que
pequenas empresas pudessem entrar nesse mercado com facilidade.

Um grande exemplo de concorrência perfeita, seria a empresa Salgado,


Irmãos e Cia. LTDA, produtora da manteiga REAL, sendo uma tradicional empresa
mineira, fundada em 1925. A manteiga trata-se de um produto de origem natural e a
sua atividade econômica pode ser explorada por qualquer um que esteja disposto a
investir. Além disso há uma vasta quantidade de produtores interessados em
consumi-lo. Isso permite que o preço se estabilize e que haja certo equilíbrio entre
aqueles que participam desse mercado. Mesmo que exista muitas marcas desse
produto, não há grande diferenciação entre elas. O produto oferecido possui
homogeneidade. Se essa empresa, por exemplo, decidir tentar elevar o seu preço
individualmente, ela perderá grande parte da procura. Isso porque o consumidor vai
preferir comprar da concorrente, que oferece um produto semelhante, entretanto, por
um preço menor. Porém, tentar abaixar muito o preço em uma situação de
Concorrência Perfeita pode ser prejudicial. Nessa estrutura de mercado, a margem
de lucro não é muito elevada. Portanto, preços muito baixos, podem não ser
sustentáveis a longo prazo.

2.2. OLIGOPÓLIO

Um mercado tem como princípio a lei da oferta e da demanda,


correlacionando a um grupo de compradores e vendedores de um determinado bem
ou serviço, uma vez que os compradores determinam a demanda e os vendedores
determinam a oferta do bem ou serviço. Segundo Pedro Aguiar, o oligopólio
apresenta grande característica pela sua formação a partir de territorialidades bem
definidas e pela concentração de fluxos informativos para os centros do poder
imperial e na sua caracterização até os dias atuais. Quando existir excesso de
demanda surgirão pressões para que os preços subam, pois, os compradores,
incapazes de comprar tudo o que desejam ao preço desejado, dispõem-se a pagar
mais e os vendedores veem a escassez e percebem que podem elevar os preços
sem queda em suas vendas. Quando existir excesso de oferta surgirá pressões para
os preços caírem, uma vez que, os vendedores percebem que não podem vender
tudo o que desejam, seus estoques aumentam e, assim, passam a oferecer a preços
menores e os compradores notam a fartura e passam a desvalorizar no preço.
Geralmente, o número de concorrentes estimados é limitado, uma vez que a
participação no mercado e o desenvolvimento de competidores é pequeno, como
por exemplo na área siderúrgica ou indústrias automobilísticas, assim como os
serviços bancários ou setor industrial de eletrodomésticos.
De acordo com Mccormick (1976) “a essência do comportamento
oligopolístico é que cada firma sabe que uma mudança em seu comportamento terá
perceptíveis nas vendas e lucros dos seus rivais”. Logo, se uma empresa X reduzir o
preço do seu produto no mercado, as outras empresas forçadas terão que seguir o
comportamento da empresa X ou precisam inovar na sua produção, como na
publicidade, na qualidade. De forma que a existência do oligopólio independe do
grau de diferenciação entre os produtos.
De forma que o oligopólio pode ser divido em dois tipos, entre eles o
oligopólio puro e diferenciado. Segundo Mendes (2009, p.82) eles se caracterizam
da seguinte forma: Puro: quando os concorrentes oferecem exatamente os mesmos
produtos homogêneos, iguais, substitutos entre si. Temos como exemplo, o cimento,
da indústria de cimento; alumínio, da indústria de alumínio.
Diferenciado: quando o produto não é homogêneo. Por exemplo: indústria
automobilística ou de cigarro. Ou seja, embora semelhantes entre si, esses produtos
não são idênticos. Por exemplo, o Gol é diferente do Fiat Uno, porém mantendo o
oligopólio entre si.
De forma que o oligopólio se caracteriza pela alta visibilidade dentre as
estratégias empresariais, como: preço, qualidade, marketing, aceitação social.
Tendo entre si formas básicas de introdução ao oligopólio, como, Cartél:
Diante essa compreensão, cartéis são formados por grupos de empresas
independentes que produzem produtos semelhantes e tem como objetivo dominar o
mercado, as empresas se unem fazendo uma associação que busca discutir
questão de preços e acabam chegando a um acordo uniformizado, exemplo: Postos
de Gasolina.
Assim como, o modelo denominado truste, o qual consiste em uma fusão de
grandes empresas concorrentes diretas, aumentando o no controle sobre
determinado tipo de mercado e, portanto, uma diminuição da concorrência, exemplo:
Sadia e a Perdigão que diante uma fusão se transformaram na BRF.
Tal como, a expansão das holdings. Tendo como conceito básico, a falta de
uma atividade própria, porém compensando em dinheiro, que é usado e investido
em outras empresas que exercem outras atividades. Formam conglomerados
compostos dos mais diversos segmentos e até concorrentes entre si. Sua criação
tem vários objetivos, mas o comum é a proteção patrimonial, No Brasil, esse
exemplo de holding é dona de Embratel, Claro, NET e Nextel.
Um exemplo claro e visível na sociedade Brasileira, Segfuimentando em um
contexto regional, é empresa no segmento de eletrodomésticos Bemol, que se
encontra presente na Amazônia Ocidental com 26 lojas físicas, 18 farmácias, 19
loterias e 3 centros de distribuição localizados em Manaus, Porto Velho, Boa Vista e
Rio Branco, além de atender todo o Brasil. O oligopólio ocorre em Manaus, devido o
fator social que, por mais que existem outras empresas no mesmo segmento, ela
domina o mercado

2.3. MONOPÓLIO
A palavra monopólio vem das grandes civilizações antigas, como a grega, que
deu nome feminino a esse fenômeno econômico que vem de duas palavras no latim
a palavra “mono” que significa único e a palavra “polen” que significa vender, na
tradução literal seria o único que vende, e incide precisamente sobre a livre
concorrência do mercado. Isto é interessante ressaltar sua característica como
anomalia do mercado e vem sendo combatida desde a primeira revolução industrial
nos meados do século 18, para prevenção dos valores do mercado perante a
sociedade e estado. Conforme Henrique Joner existe a impossibilidade de
universalizar a definição de monopólio e ao mesmo tempo manter seu conceito sob
a luz da razão, além de demonstrar a influência e a importância das observações
econômicas dos filósofos gregos para os dias atuais.
2.3.1 CLASSIFICAÇÃO DO MONOPÓLIOS

 Monopólio Natural- O monopólio natural ocorre quando determinado


setor necessita de investimentos elevados, cuja sua produção precisa
torna-se eficiente pelo simples fato que só uma empresa atende o
mercado, ocorre o denominado monopólio natural. A exclusividade tem
objetivo de minimizar os custos de produção, pois a existência de
concorrência inviabiliza o estimulo a competição. Esse fenômeno ocorre
geralmente quando uma empresa detém a única fonte de matéria prima,
tecnologia ou serviço, no Brasil temos dois grandes exemplos de
estatais do governo a Petrobras monopolizando o serviço petroleiro e os
correios monopolizando os serviços postais.
 Monopólio Convencional- O monopólio convencional ocorre quando há
uso de práticas abusivas dos agentes econômicos, que de acordo entre
eles, decidem aumentar ou baixar valores dos seus produtos para
eliminar qualquer corroeria, assim a exploração dele fica com um único
agente ou poucos agentes predeterminados. Essa tal modalidade é
proibida pela constituição federal, uma vez a inexistência de
concorrência atinge o desenvolvimento do mercado, pois não gera
preocupação em diminuir custos de produção. O crime de monopólio
está no art. 36 da Lei n° 12.259/2011 e a sua pena pode ser Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
 Monopólio Legal -A ideia de monopólio se presume a existência de
único agente apto para desenvolver determinada atividade econômica.
Desse jeito podemos observar monopólios legais que se dividem em
dias espécies, os que visam induzir o agente econômico ao
investimento (monopólio privado) e os que instrumentam a atuação do
estado na economia. Para melhor entendimento o monopólio legal
funciona da forma da exclusividade do governo para exploração de
determinada área para si mesmo ou para terceiros, por meio de edição
de atos normativos. Um grande exemplo que há no Brasil de empresa
que é monopolizador é a B3, a B3 é uma empresa listada na bolsa. A
B3 ela intermedia operações no mercado de capitais brasileiro, então
assim ela atua praticamente sem nenhuma concorrência. Como a B3
trabalha como um “monopólio” no mercado de capitais do Brasil, cobra
emolumentos, taxas e demais ônus as quais consideramos não serem
baratos. Isso fica constatado comparadas as taxas da B3 com a média
mundial.
2.4. CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA

A concorrência monopolista é um tipo de concorrência imperfeita. Ela ocorre


quando uma só empresa é responsável por comercializar um produto que possui
características em termos de qualidade e aparência, por exemplo, sem oportunizar
que outra também oferte o produto. A característica principal da concorrência
monopolista é essa, a falta de opções para que o cliente possa decidir de qual
empresa vai comprar.

No mercado monopolista, as organizações apresentam um poder que tem


como resultado a persuasão do cliente. Assim, o produto particular, por ser
diferenciado dos outros concorrentes, pode apresentar uma diferença de preço
expressiva.

É válido destacar que há diferentes formas de monopólio. Nessa competição


monopolista, há um grau de substituição (ou seja, o quanto o produto pode ser
trocado por outro), que varia bastante inclusive. Alguns produtos podem ser
substituídos com base em uma qualidade inferior, já outros sequer contam com
opções.

Os produtos podem até ser similares, porém, cada empresa precisa mostrar
ao público o que a faz diferente dos demais, como biscoitos. Existem diversos tipos
desse tipo de alimento, com gostos, embalagens e formas diferentes para se
destacar entre as demais empresas que disputam o mesmo público. 

3. ARTIGOS DE LEIS APLICÁVEIS AO TEMA:


No que tange a legislação brasileira, destacam-se as seguintes:
 ARTIGO 170 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: Onde institui a
ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, com o fim de assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social. Com parágrafo único que assegura a todos o
livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
 LEI Nº 8.884, DE 11 DE JUNHO DE 1994: Que transforma o conselho
administrativo de defesa econômica - CADE em autarquia e dispõe
sobre a prevenção e a repressão as infrações contra a ordem
econômica e dá outras providências.
 LEI Nº 12.529, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2011: Que estrutura o
Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência - SBDC e dispõe sobre a
prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica,
orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre
concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e
repressão ao abuso do poder econômico.
 LEI Nº 13.874, DE 2019: Institui a Declaração de Direitos de Liberdade
Econômica; estabelece garantias de livre mercado.
 ARTIGO 174 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: Estabelece que,
como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo
para o setor privado.
4. RELACIONAMENTO COM A CF/88

A Constituição Federal de 1988 no seu art. 174, dispõe que "como agente
normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei,
as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado.
Segundo Souza (2005), o bom funcionamento do mercado assenta da
afirmação plena dos agentes econômicos privados, a livre e leal concorrência e os
direitos dos consumidores, tendo a regulamentação das normas por objetivo a
defesa do interesse público, mediante a correção de eventuais desvios. Por isso se
faz necessário "a adoção da noção de regulação como intervenção do Estado para a
realização do interesse público no Plano econômico e social (Planeamento
econômico; Regras de acesso à atividade econômica; Defesa da Concorrência;
Direitos dos consumidores e Atividade financeira." (SOUZA, p. 345, 2005).
Segundo Miranda "o Estado está do lado de fora do mercado, mas o observa
constantemente, agindo sobre ele. Todavia, neste caso o papel estatal é ser um
agente normativo e regulador (no sentido de equilibrar o mercado) da economia"
(MIRANDA, [?], 2015).
Entende-se que dentro dessa perspectiva, o Estado atua de três formas:
Fiscalizando; Incentivando; e planejando. "A partir do momento em que o Estado
reduziu seu poder de intervenção na economia, assumindo em contrapartida
funções de incentivo, planejamento e fiscalização, a política de defesa da
concorrência voltou a ter importância no cenário econômico brasileiro" (MIRANDA,
[?], 2015).
O art. 170 da Constituição Federal de 1988 o responsável pela positivação do
princípio da livre concorrência, devido ao privilégio que oferece à valorização do
trabalho humano e da livre iniciativa como fundamentos da ordem econômica.
Verifica-se que o Estado tem função subsidiária, dando aos agentes
particulares a liberdade de atuação na economia. "Ainda, ao reconhecer a
possibilidade de distorções no mercado decorrentes do poder econômico de entes
particulares, a Lei previu a atuação indireta do Estado como ente fiscalizador de
forma a assegurar a livre concorrência" (SOUZA, p. 351, 2005).
Segundo Souza, "o objetivo central da livre concorrência é preservar
o processo de competição, e não meramente manter ou aumentar o número de
competidores, visa é a proteção da concorrência propriamente dita" (SOUZA, p. 351,
2005).
5. JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS:

Realizando pesquisas, foi possível encontrar a seguinte jurisprudência


relacionado a regimes de mercado.
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. MEDIDA
CAUTELAR. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. SERVIÇOS
LOTÉRICOS ESTADUAIS. RESTRIÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO.
POSSIBILIDADE. NATUREZA DE SERVIÇO PÚBLICO. NÃO
INCIDÊNCIA DOS PRINCÍPIOS: COMPETIÇÃO DE MERCADO,
LIVRE CONCORRÊNCIA E MONOPÓLIO. INAPLICABILIDADE
DA LEI 8.884/94. SERVIÇO PERMITIDO: NATUREZA DE
PRECARIEDADE E DISCRICIONARIEDADE. I - Medida cautelar
ajuizada pelo Sindicato recorrente com o objetivo de evitar que a
Caixa Econômica Federal praticasse qualquer ato para impedir que
os agentes lotéricos do Estado do Rio de Janeiro distribuíssem e
comercializassem os bilhetes lotéricos autorizados pela loteria
estadual. II - A legislação sobre loteria é da competência da União;
atividade que se constitui como serviço público executado por
delegação pela Caixa Econômica Federal, não incidindo, na
hipótese, a legislação invocada pelo recorrente (Lei nº 8.884/94),
não havendo que se falar em afronta aos princípios da competição
de mercado, nem da livre concorrência ou do monopólio, questões
inerentes à prevenção e repressão das infrações contra a ordem
econômica. III - A permissão outorgada pela CEF é notoriamente
revestida das características de precariedade, discricionariedade e
unilateralidade. IV - Recurso parcialmente conhecido e nessa parte
desprovido.

(STJ - REsp: 821039 RJ 2006/0033675-0, Relator: Ministro


FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento: 15/08/2006, T1 -
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJ 31/08/2006 p. 250)

6. EXEMPLO RELACIONADO A REGIMES DE MERCADO

6.1 REGULAMENTAÇÃO DA LIVRE CONCORRÊNCIA FRENTE AOS


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS- CASO UBER
A livre concorrência é identificada constitucionalmente como um dos
princípios gerais da atividade econômica, cuja previsão encontra-se no art. 170,
inciso IV da CF. A regulamentação infraconstitucional encontra-se na lei 12.529 de
30 de novembro de 2011, que veio para estruturar o Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência, dispondo acerca da prevenção e repressão às infrações contra a
ordem econômica.
A defesa da concorrência é um importante tema, pois aparece para defender
os consumidores dos abusos cometidos por aqueles que detém supremacia de
poder econômico. Dessa forma, o ordenamento jurídico brasileiro defende a livre
concorrência com bastante rigidez, pois tem como objetivo a prevenção, bem como
a repressão de abusos costumeiramente cometidos pelos detentores de poder
econômico, o que acarreta sérios prejuízos, não apenas aos consumidores, mas à
ordem econômica interna.
Existem inúmeros casos na mídia que geram amplas discussões, sobretudo
em decorrência da hegemonia econômica que denotam ao consumidor a
anticompetitividade e interferem sobremaneira no fluxo da atividade econômica. A
exemplo disso, é possível discorrer acerca do combate dos taxistas ao aplicativo
UBER, o que geral denúncia, inclusive, ao Conselho Administrativo de Defesa do
Consumidor (CADE) por parte dos usuários do aplicativo que interpretaram a
conduta dos taxistas como anticompetitiva, pois o combate dos taxistas importa em
infração à ordem econômica, pois os mesmos objetivavam a monopolização dos
serviços de transporte individual de passageiros. Para solucionar o caso, o CADE
realizou uma investigação através de um estudo realizado pelo Conselho da
Autarquia e chegou à conclusão de que a atuação do UBER é positiva para o
consumidor, pois a entrada de novos agentes no setor de transporte individual de
passageiros é satisfatória para o atendimento da demanda existente, assim não há
razão econômica que implique na proibição do referido aplicativo.
Através desse caso é possível perceber o quanto é importante a defesa da
concorrência, pois proporciona a expansão econômica pautada na livre concorrência
e na livre iniciativa, conforme previsão constitucional.
É indiscutível que o Estado possui um importante papel nesse contexto, pois
é ele quem elabora as normas da atividade econômica e as regulamenta, com vistas
a evitar os abusos praticados por blocos econômicos que pretendem monopolizar o
mercado, impondo obstáculos ao exercício da livre concorrência e da livre iniciativa
e onerando os consumidores através do aumento de lucros.
É muito frequente o agente interferir na atividade econômica como forma de
dominação do setor, visando a dominância de mercado, infringindo, dessa forma, a
ordem econômica. Diferentemente da dominância natural que acontece quando
existe a conquista de mercado por determinado grupo econômico, em razão de
maior eficiência, oferecimento de melhores preços e mais vantagens ao consumidor.
Ressalta-se que a primeira forma de dominação é um ilícito previsto na lei 12.529/11
que estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência - SBDC e dispõe
sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, orientada
pelos ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função
social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder
econômico. Já a segunda é lícita e saudável às relações estabelecidas.
7. CONCLUSÃO

Diante de todo o conteúdo exposto no presente trabalho e após analise, foi


possível concluir que as estruturas de mercado não precisam de um
estabelecimento formal e rígido, sendo caracterizados como um ponto de relação e
interação entre consumidor e vendedor. Dessa forma, qualquer relação que
constitua uma troca entre as 2 partes pode-se caracterizar como um mercado,
obedecendo as leis de oferta e demanda. Sendo assim, ademais, pode-se afirmar
que ocorre uma correlação entre a interação de oferta e demanda e constituição da
relação entre vendedor e consumidor e que juntas vão definir as estruturas ou
regimes de mercado, que caracterizam-se por serem modelos que fazem utilização
de ideais de como o mercado se organiza, aspectos da essência e interação de
demanda e oferta de como é determinado o preço dos produtos nos mercados, se
baseando em pontos observados em mercados já existentes anteriormente.
Concomitante ao supracitado, pode-se observar que cada regime de mercado
depende de como as empresas compõe o mercado, como ocorrera a venda dos
produtos e se haverá ou não uma barreira impedindo a competição entre as
empresas. Por fim, é valido ressaltar que os regimes de mercado em si, são
caracterizados como legais, porém algumas ações que podem ser realizadas os
tornam ilegais, como a monopolização e dominação do mercado, como o
estabelecimento de valores nos produtos que os beneficia, por exemplo. Por fim,
observa-se que existem inúmeros tipos de regimes de mercado, sendo diferenciadas
por suas peculiaridades e destaques individuais, e como que esses diferentes tipos
de estruturas de mercado vão interferir e impactar na economia de uma sociedade,
além das diferenças nas relações entre vendedor e consumidor e entre oferta e
demanda.

8. REFERÊNCIAS:

ASPECTOS educacionais e iniciação científica aplicados ao estudo do Direito. 1. ed. Belo


Horizonte: Poisson, 2020. 43 p. v. 1. ISBN 978-65-5866-033-0. DOI 10.36229/ 978-65-5866-
033-0. Disponível em: https://fametro.edu.br/storage/2021/06/aspectos_direito.pdf#page=34.
Acesso em: 30 out. 2021.
BRASIL. Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011. Dispões sobre a prevenção e repressão
às infrações contra a ordem econômica. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011_2014/2011/Lei/L12529.htm Acesso em 30 de
Outubro de 2021.
BRASIL. Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019. Institui a Declaração de Direitos de
Liberdade Econômica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/lei/L13874.htm Acesso em 30 de Outubro de 2021.
BRASIL. Lei nº 8.884, de 11 de junho de novembro de 1994 Transforma o Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em Autarquia, dispõe sobre a prevenção e a
repressão às infrações contra a ordem econômica e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8884.htm. Acesso em 29 de outubro de 2021.
CAPITAL NOW (Brasil). Concorrência monopolista: o que é, principais características e
exemplos práticos: Entenda a concorrência monopolista e como ela está presente no seu dia a
dia. In: CAPITAL NOW (Brasil). Concorrência monopolista: o que é, principais
características e exemplos práticos: Entenda a concorrência monopolista e como ela está
presente no seu dia a dia. [S. l.], 3 out. 2019. Disponível em:
https://www.capitalresearch.com.br/blog/investimentos/concorrencia-monopolista/.
Acesso em: 30 out. 2021
CAVALCANTI, Rodrigo. CADE: O Oligopólio no Estado Brasileiro de Intervenção
Necessária. Orientador: Professor Doutor Thiago Lopes Matsushita. 2014. 208 f. Tese
(Doutorado) - Pontífica Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2014. Disponível em:
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