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Unidade I

LEGISLAÇÃO ADUANEIRA

Profa. Valdice Pólvora


Regulamento aduaneiro

Decreto número 6.759, de 5 de fevereiro de 2009.

 Regulamenta a administração das atividades aduaneiras


e a fiscalização, o controle e a tributação das operações
de comércio exterior.

 820 artigos.
Legislação tributária

 A Constituição Federal consagra os princípios gerais do


Sistema Tributário Nacional, definindo as limitações ao poder
de tributar, a competência para a instituição de tributos e a
repartição das receitas tributárias.
Conceito de tributo

 “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção
de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada” (CTN, art. 3º).
Princípios

 A cobrança de tributos é compulsória, independe da vontade


do contribuinte.
O Princípio da Capacidade Contributiva

 CF, § 1º: Sempre que possível, os impostos terão caráter


pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos
da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.
O Princípio da Isonomia ou
Princípio da Igualdade Tributária

 CF, art. 150, II: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional
ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Princípio da Irretroatividade Tributária

 CF, art. 150, III, a: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado.
Princípio da Irretroatividade Tributária

 A lei não pode tributar fatos ocorridos no passado,


do contrário, os contribuintes não poderiam planejar suas
ações e estariam sujeitos a cobranças para as quais poderiam
não ter separado os recursos necessários.
Princípio da Anterioridade Tributária

 CF, art. 150, III, b: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
Princípio da Anterioridade Tributária

 Também denominado Princípio da Não Surpresa Tributária,


além de não poder tributar os fatos do passado, a lei também
não pode tributar os fatos que ocorram no mesmo exercício
financeiro em que for publicada, para dar tempo à sociedade de
planejar suas ações, tendo em vista os efeitos tributários que
essas ações podem acarretar.
Princípio da Anterioridade Nonagesimal

 CF, art. 150, III, c: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas


ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios cobrar tributos antes de decorridos 90
dias da data em que haja sido publicada
a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto
na alínea b.
Princípio da Anterioridade Nonagesimal

 Pode acontecer que uma lei que aumente ou institua tributo


venha a ser publicada no último dia do ano. Pelo princípio da
anterioridade tributária, o tributo poderia vir
a ser cobrado no dia seguinte, o primeiro do ano. Para
garantir um intervalo mínimo, é exigido o transcurso de
90 dias entre a publicação e o início da cobrança.
Interatividade

Para garantir um intervalo mínimo, é exigido o transcurso


de 90 dias entre a publicação e o início da cobrança. Essa
situação refere-se ao princípio da:

a) anterioridade nonagesimal.
b) anterioridade tributária.
c) irretroatividade tributária.
d) isonomia.
e) moralidade.
Resposta

Para garantir um intervalo mínimo, é exigido o transcurso


de 90 dias entre a publicação e o início da cobrança. Essa
situação refere-se ao princípio da:

a) anterioridade nonagesimal.
b) anterioridade tributária.
c) irretroatividade tributária.
d) isonomia.
e) moralidade.
Conceitos básicos
Sujeito ativo

 O sujeito ativo é o credor do tributo determinado por lei,


ou seja, quem ficará com a receita arrecadada.

 É quase sempre a Fazenda Pública, seja ela a da União, dos


Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, tendo como
exceções os tributos parafiscais.
Sujeito passivo

 O sujeito passivo é o devedor, ou seja, quem deve pagar,


seja o próprio contribuinte ou um responsável, no caso
do comércio exterior, o importador e o exportador.
Fato gerador

 O fato gerador é a situação prevista em lei como necessária


e suficiente para a ocorrência do tributo.
 No comércio exterior, por exemplo, o fato gerador pode
ser a importação de um bem.

Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/08/24/16/34/cargo-ship-1617351_1280.jpg
Base de cálculo

 A base de cálculo é um valor determinado pela lei, que


tem relação com o fato gerador, sobre o qual deverá ser
aplicada uma alíquota para ser obtido o valor do imposto
a ser recolhido.
Classificação dos tributos
Entenda a diferença entre tributos, impostos,
taxas e contribuições

 Tributos: os tributos formam a receita da União, Estados


e municípios e abrangem impostos, taxas, contribuições
e empréstimos compulsórios. O Imposto de Renda é um
tributo, assim como a taxa do lixo cobrada por uma
prefeitura e a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira).
Entenda a diferença entre tributos, impostos,
taxas e contribuições

Os tributos podem ser:

 diretos ou indiretos.

 No primeiro caso, são os contribuintes que devem arcar


com a contribuição, como ocorre no Imposto de Renda. Já os
indiretos incidem sobre o preço das mercadorias e serviços.
Impostos

 Não há uma destinação específica para os recursos


obtidos por meio do recolhimento dos impostos. Em geral, são
utilizados para o financiamento de serviços universais, como
educação e segurança. Eles podem incidir sobre o patrimônio
(como o IPTU e o IPVA), renda (Imposto de Renda) e consumo,
como o IPI, que é cobrado dos produtores e o ICMS, que é pago
pelo consumidor.
Taxas

 Tributo que está vinculado (contraprestação) a um serviço


público específico prestado ao contribuinte e prestado pelo
poder público, como a taxa de lixo urbano ou a taxa para a
confecção do passaporte.

Fonte: https://cdn.pixabay.com/photo/2017/08/14/22/05/passport-2642171_1280.jpg
Contribuições

 São divididas em dois grupos: de melhoria ou especiais.


No primeiro caso estão as contribuições cobradas em
uma situação que representa um benefício ao contribuinte,
como uma obra pública que valorizou seu imóvel. Já as
contribuições especiais são cobradas quando há uma
destinação específica para um determinado grupo, como
o PIS (Programa de Integração Social) e Pasep (Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público), que são
direcionados a um fundo dos trabalhadores dos setores
privado e público.
Tributos sobre o comércio exterior

 Os tributos sobre o comércio exterior e todo o controle


aduaneiro têm caráter extrafiscal (ou econômico) e não caráter
arrecadatório. O controle aduaneiro se baseia na defesa da
economia contra importações e exportações danosas
ao Brasil, evitando-se, por exemplo, a entrada de mercadorias
subfaturadas ou falsificadas.

 No Brasil, o controle fiscal, tributário e aduaneiro


concentra-se em uma única instituição: a Receita
Federal do Brasil.
Interatividade

O credor do tributo determinado por lei que ficará com a receita


arrecadada é denominado de:

a) sujeito ativo.
b) sujeito passivo.
c) fato gerador.
d) base de cálculo.
e) importador.
Resposta

O credor do tributo determinado por lei que ficará com a receita


arrecadada é denominado de:

a) sujeito ativo.
b) sujeito passivo.
c) fato gerador.
d) base de cálculo.
e) importador.
Aduana brasileira

 A implantação da aduana brasileira remonta à década que


se iniciou em 1530, quando o governo português instituiu o
sistema de Capitanias Hereditárias, que eram feudos dotados
de autonomia administrativa sobre os quais podia a Coroa
cobrar alguns tributos de acordo com o estabelecido nas cartas
forais e nas cartas de doação.
Administração aduaneira

No Brasil, a Administração Aduaneira se concentra


em dois Ministérios:
 Fazenda, por meio da Coordenação Geral de Administração
Aduaneira (COANA), no âmbito da Receita Federal do Brasil; e

 Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),


a cargo do Departamento de Comércio Exterior (DECEX),
subordinado à Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Administração aduaneira

1) As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre


as operações de comércio exterior serão supervisionadas e
executadas por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil.
Administração aduaneira

2) Nas áreas de portos, aeroportos, pontos de fronteira e recintos


alfandegados, bem como em outras áreas nas quais se
autorize carga e descarga de mercadorias ou embarque e
desembarque de viajantes procedentes do exterior ou a ele
destinados, a autoridade aduaneira tem precedência sobre as
demais que ali exerçam suas atribuições.
Administração aduaneira

3) O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria


importada, por sua conta e ordem, têm a obrigação de manter,
em boa guarda e ordem, os documentos relativos
às transações que realizarem pelo prazo decadencial
estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos e
de apresentá-los à fiscalização aduaneira quando exigidos.
Administração aduaneira

4) A autoridade aduaneira que proceder ou presidir a qualquer


procedimento fiscal lavrará os termos necessários para
que se documente o início do procedimento na forma
da legislação aplicável que fixará prazo máximo para
a sua conclusão.
Tipos de controle no comércio exterior

CONTROLE CONTROLE CONTROLE


ADMINISTRATIVO ADUANEIRO CAMBIAL
Controles governamentais sobre o comércio exterior

 Controle administrativo: competência da SECEX, que


atua em conjunto com vários órgãos anuentes. Em regra,
é realizado antes do embarque da mercadoria no exterior
ou para o exterior.

 Na importação, o documento do controle administrativo


é a Licença de Importação (LI); na exportação, o documento
é o Registro de Exportação (RE).
Controles governamentais sobre o comércio exterior

 Controle aduaneiro: competência da RFB. Na importação,


o documento do controle aduaneiro é, normalmente,
a Declaração de Importação (DI); na exportação, o documento é
a Declaração de Exportação (DE).

 Controle cambial: competência do BACEN.


Direitos aduaneiros

 Ratti (2006), nos diz que direitos aduaneiros são tributos que
o Estado faz incidir sobre as mercadorias que transpõem as
fronteiras do território nacional no ato da entrada ou da saída.

Há duas categorias de direito que devem ser destacadas:


Direito de exportação e importação

 O direito de exportação é cobrado sobre mercadorias


que saem do território nacional.

 O direito de importação é cobrado sobre mercadorias


que entram no território nacional.
Interatividade

A respeito dos controles governamentais no comércio Exterior,


é correto afirmar que Receita Federal do Brasil (RFB) exerce o:

a) controle financeiro.
b) controle aduaneiro.
c) controle administrativo.
d) controle cambial.
e) controle logístico.
Resposta

A respeito dos controles governamentais no comércio Exterior,


é correto afirmar que Receita Federal do Brasil (RFB) exerce o:

a) controle financeiro.
b) controle aduaneiro.
c) controle administrativo.
d) controle cambial.
e) controle logístico.
Jurisdição aduaneira

Estende-se por
todo o
território
aduaneiro

Jurisdição
dos
serviços
aduaneiros Estende-se
também às
Áreas de
Controle
Integrado
Distinção entre Território Aduaneiro
x Território Nacional
Território nacional

 Conforme Caparroz (2016), território nacional é um conceito


clássico, veiculado por lei, e que corresponde aos limites
geográficos de determinado país. Indica, acima de tudo,
um dos elementos fundamentais do Estado, vale dizer,
área politicamente definida em relação à qual este
exerce soberania.
Território aduaneiro

 O território aduaneiro representa um conceito distinto


e indica a área, juridicamente definida, dentro da qual subsiste
uma única ordem aduaneira independente de quaisquer
indagações sobre os limites geográficos do país.
Jurisdição aduaneira

1) O território aduaneiro compreende todo o território nacional.

2) Território aduaneiro pode ser dividido em zona primária


e zona secundária.

3) Zona primária é constituída pelas seguintes áreas demarcadas


pela autoridade aduaneira local:
 a área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua,
nos portos alfandegados;
 a área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
 a área terrestre, que compreende os pontos
de fronteira alfandegados.
Jurisdição aduaneira

4) Zona secundária é o restante do território nacional.

5) Para fins de controle aduaneiro, as Zonas de Processamento


de Exportações (ZPEs) são consideradas zona primária.

6) Zonas de Vigilância Aduaneira: áreas demarcadas pelo


Ministro da Fazenda, na orla marítima ou na faixa de fronteira,
nas quais a permanência de mercadorias ou
a sua circulação e a de veículos, pessoas ou animais ficarão
sujeitas às exigências fiscais, proibições e restrições que
forem estabelecidas.
Recintos alfandegados

 O território aduaneiro está dividido em duas partes, a zona


primária, onde se situam os locais de entrada e saída do País, e
a zona secundária, que consiste no restante do território.

Quais pontos de entrada e saída são esses?


Alfandegamento

1) Os portos, aeroportos e pontos de fronteira serão


alfandegados por ato declaratório da autoridade aduaneira
competente, para que neles possam, sob controle aduaneiro:

 estacionar ou transitar veículos procedentes do exterior


ou a ele destinados;

 ser efetuadas operações de carga, descarga, armazenagem


ou passagem de mercadorias procedentes do exterior ou a
ele destinadas; e

 embarcar, desembarcar ou transitar viajantes procedentes do


exterior ou a ele destinados.
Alfandegamento

2) Portos secos são recintos alfandegados de uso público,


nos quais são executadas operações de movimentação,
armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias
e de bagagem sob controle aduaneiro.

3) Os portos secos não poderão ser instalados na zona primária


de portos e aeroportos alfandegados.
Desalfandegamento

 O desalfandegamento é a medida de extinção do


alfandegamento em virtude de requerimento da administração
do local ou recinto alfandegado ou, ainda, de decisão de ofício
da RFB, fundamentada em conveniência operacional
ou administrativa e que não for decorrente de imposição
de sanção administrativa.

 A medida pode ser, ainda, parcial.


Interatividade

Zona primária é constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela


autoridade aduaneira local:
I. A área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos
alfandegados;
II. A área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
III. A área terrestre, que compreende os pontos de fronteira
alfandegados.
Está correto o que se afirma em:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) II e III apenas.
d) III apenas.
e) I, II e III.
Resposta

Zona primária é constituída pelas seguintes áreas demarcadas pela


autoridade aduaneira local:
I. A área terrestre ou aquática, contínua ou descontínua, nos portos
alfandegados;
II. A área terrestre, nos aeroportos alfandegados; e
III. A área terrestre, que compreende os pontos de fronteira
alfandegados.
Está correto o que se afirma em:
a) I apenas.
b) II apenas.
c) II e III apenas.
d) III apenas.
e) I, II e III.
ATÉ A PRÓXIMA!

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