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A Abordagem Centrada na Pessoa vai além das psicoterapias, podendo ser utilizada em
todas as relações de ajuda e nas relações humanas de uma forma geral.
É uma abordagem que se diferencia das demais sob diversos aspectos, mas sobretudo
por não haver técnica. Acreditamos que a melhor maneira de se tentar ajudar alguém é
confiar no potencial da pessoa e na sua condição natural de pensar, sentir, buscar e se
direcionar no caminho de suas necessidades. É a partir desta visão, que a ACP se
baseia para tentar facilitar condições ideais à pessoa, para que ela possa buscar em si
as suas próprias respostas.
Pela visão centrada na pessoa o outro precisa apenas de condições especiais para rever a
maneira como ele está se desenvolvendo e para isto o psicoterapeuta (educador, etc…)
busca criar essas condições para que a pessoa possa perceber em si própria o seu
caminho e as suas respostas.
“Todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas
potencialidades e para desenvolvê-las de maneira a favorecer o seu enriquecimento”.
(ROGERS, 1959).
Tendência de atualização
Toda pessoa possui uma capacidade natural de se auto dirigir no sentido de buscar
suprir as suas necessidades. Existe em todo organismo uma tendência natural de
evolução, um movimento natural de atualização a todo o momento.
De alguma maneira, por diversos motivos, todos nós somos influenciados por uma série
de formas de ser, impostas, que fazem com que, muitas vezes nos distanciemos daquilo
que somos ou sentimos.
Mesmo assim, a tendência atualizante continua o seu movimento, no intuito de nos levar
adiante, mas em função de nos distanciarmos da gente mesmo, acabamos muitas vezes
por caminhar de uma maneira distorcida daquilo que realmente seria o melhor pra gente.
Quando são proporcionadas condições facilitadoras para que a pessoa se auto dirija, ela
tende a ampliar o seu repertório interno e a buscar novas formas de se atualizar
ganhando maiores condições de encontrar uma maior harmonia interna e em
conseqüência, uma maior harmonia com o seu meio.
Cremos que há algumas condições facilitadoras básicas para que isto aconteça.
Essas condições são:
1 – Empatia
2 – Congruência
É imprescindível que o facilitador busque ser autêntico quanto aos seus sentimentos e
percepções em relação a pessoa que está buscando ajuda.
É importante que tudo que o facilitador sinta de forma persistente na relação seja dito.
Com empatia, cuidado, respeito, mas principalmente com autenticidade.
Para a Abordagem Centrada na Pessoa, é importante que o facilitador diga o que sente,
mais é claro que como sendo a sua verdade, e não como verdade do outro.
Numa relação de ajuda onde o facilitador assume os seus sentimentos como seus, além
de dar ao outro o direito de pensar a respeito, a tendência é que o outro assuma os seus
sentimentos também, livre de ameaças, apoiado na aceitação, na autenticidade e no
acolhimento.
Se o facilitador consegue de fato ser empático e tem a convicção de que o outro busca
sempre as alternativas que entende como melhores dentro do seu repertório interno,
através da tendência atualizante, fica mais fácil aceitar à pessoa, mesmo não entendendo
ou não concordando. Aceitar não significa concordar.