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Histórico:
Natureza Jurídica:
Medida despenalizadora. Porque soluciona a questão penal sem que seja aplicada uma
PENA. O investigado se compromete com o cumprimento de determinadas condições e,
em contrapartida, o MP se abstém de processá-lo criminalmente.
Ao final do cumprimento das condições, a punibilidade resta extinta.
ATENÇÃO: Jamais afirmar que as condições são PENA. Não pode haver a imposição
de pena sem o devido processos legal (Artigo 5º CRFB).
Considerando esta sistemática, é por isso que se afirma que o ANPP mitiga o princípio
da obrigatoriedade da ação penal.
Requisitos do ANPP:
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução
Mentoria Inspetor de Polícia Civil PCERJ 2020
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penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:”
(...)
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração,
em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo;
e
Condições:
“Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e
circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena
mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não persecução
penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:”
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde
que proporcional e compatível com a infração penal imputada.
Homologação Judicial:
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais
ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.
Observação: Caso o acordo não seja homologado (juiz considerou o ANPP inadequado,
insuficiente ou abusivo), devolve os autos para o Ministério Público.
O MP analisará eventual complementação das investigações ou o oferecimento da
denúncia, conforme o caso concreto. Vide a redação dos §§7º e 8º acima.
Descumprimento do acordo:
As consequências do descumprimento devem constar expressamente do acordo.
Descumprido, o MP deve informar ao juízo para a sua rescisão e posterior oferecimento
da denúncia.
A vítima deverá ser intimada do descumprimento pelo investigado.
ATENÇÃO: A rescisão não pode ser unilateral, pelo MP. O Ministério Público deve
levar a informação para a rescisão em juízo.
Cumprimento do acordo:
Cumpridas todas as condições estabelecidas no acordo, o juízo competente declarará a
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO AGENTE.
Observação: Não esquecer que o acordo não tem natureza de PENA. Assim, não se
caracterizam maus antecedentes ou reincidência na vida do investigado.
CUIDADO: O acordo ficará registrado unicamente para que o agente não se beneficie de
novo acordo dentro do prazo de 5 anos.
Observações finais:
Não ocorre a prescrição enquanto não cumprido ou não rescindido o ANPP (Artigo 116,
inciso IV CP);
Recusa pelo MP em propor o acordo: “§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério
Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa
dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.”