Você está na página 1de 9

1.

Compreender fisiopatologia, diagnóstico e Baixo peso < 6000 Macromoléculas


tratamento das nefrolitíases. dáltons
Citrato Osteopontina
Fisiopatologia Pirorosfato Nefrocalcina
É uma das mais comuns patologias dos trato urinário. Magnésio Glicosaminoglicanos
Possui alta prevalência(?). Atinge 10-15% da população, Proteína de Tamm-Horsfall
com maior frequência em homens (2:1), sendo a maior Fragmento urinário de
incidência entre 3°-5° década de vida protrombina

A litíase (calculose urinária) é a existência de um ou


amis cálculo dentro do aparelho urinário. E uma forma Fatores de risco
de biomineralização. Para a formação do cálculo é necessário a presença de
Cálculos são estruturas cristalinas que alcançaram um ou mais fatores de risco, que podem ser identificados
tamanho suficiente para serem observados em exames de pela análise bioquímica da urina. Tais condições
imagem ou para causar sintomas. aumentam a saturação de um certo sal ou diminuem a
ação dos inibidores.
Para que ocorra a nefrolitíase, segue-se a sequência
Saturação-Nucleação-Agregação-Retenção. Baixo volume urinário: como a nefrolitíase representa
um distúrbio de concentração urinária. A ingesta hídrica
Apesar de a maioria das pessoas possuírem urina é importante na prevenção de calculose.
saturada com cálcio e oxalato, grande parte não formará
cálculos. Pois há muitos mecanismos que ainda não são Hipercalciúria (primária ou idiopática-normocalcêmica):
conhecidos, mas envolvem: genética, dieta e fatores é a excreção urinária de cálcio maior que 4mg/kg/dia, ou
socioeconômicos. 300mg/dia no homem e 250mg/dia na mulher. Mas isso
não significa a obrigatoriedade de litíase, visto que
Litíase não é igual à nefrocalcinose, está é a deposição muitos não desenvolvem, deve ser visto como um risco
difusa de cálcio no parênquima renal, e pode ser causado aumentado. Pacientes hipercalciúricos, mesmo quando
por hiperparatireoidismo primário, acidose tubular renal submetidos à restrição dietética de cálcio, excretam
distal e Hipervitaminose D. maiores quantidades de cálcio que indivíduos normais, o
que pode levar a balanço negativo de cálcio no
 Patogênese
esqueleto. Em jovens com litíase é notado a redução da
Os cálculos se formam quando há um desiquilíbrio entre densidade mineral óssea. Além de diminuição na
a solubilidade e a precipitação de sais na urina. Visto densidade mineral, a hipercalciúria pode causar
que os rins tem a função de manter a água e excretar alterações histomorfométricas ósseas e elevação de
substancias mais difíceis de dissolver (baixa marcadores de reabsorção óssea. A importância do osso
solubilidade). Os cristais se formam quando ocorre na hipercalciúria é pelo aumento de atividade das IL1 e
retenção de água elevada ou alta excreção de sais. E se IL6, potentes agentes reabsortivos ósseos, do sistema
esses cristais crescem e se agregam formam cálculos. RANK-RANKL-osteoprotegerina, do receptor para a
vitamina D (VDR) e da esclerostina, entre outros.
Na zona de subsaturação (PS) não agregação de cristais, Evidências indicam que a hipercalciúria tem herança
mas se ocorrer um desequilíbrio, e quando as soluções genética complexa. Entre alguns dos genes, é possível
ultrapassam a região metaestável (SS-solução saturada), citar o gene responsável pela expressão do VDR, o gene
onde se encontram a maioria dos produtos, ocorrerá para o receptor do sensor de cálcio (calcium-sensing
precipitação na zona de cristalização espontânea (PF). receptor), mutações no cotransportador Na-Pt-2a e o
Substancias na PS não formam cristais, mas se gene responsável pela expressão dos canais de cloro
ultrapassarem a SS, se inicia a NUCLEAÇÃO. ClC-5, associados à nefrolitíase ligada ao cromossomo
Só que esse processo não envolve apenas a concentração X (doença de Dent)
de sais e a quantidade de água, há também o balanço de Hiperoxalúria: a ingesta diária é de 50-100mg/dia, a
promoção/inibição, que pode favorecer ou não a excreção normal é de 10-40mg/dia. E em portadores de
cristalização. nefrolitíase há absorção aumentada. Valores acima de
A atividade inibitória é capacidade da urina de impedir a 40-45 mg/dia são considerados hiperoxalúria clínica. A
nucleação ou se já ocorreu a nucleação, o posterior maioria dos portadores de nefrolitíase tem níveis
crescimento ou agregação; o inibidor se liga a superfície normais de oxalato na urina. Entretanto, a solubilidade
de cristais em formação e impede a sua evolução. É por do oxalato (quando ligado ao cálcio) em solução aquosa
causa deles que embora a maioria das pessoas possuem é de apenas 5 mg/ℓ, o que torna a urina
urina saturada, apena suma minoria forma cálculos. Os permanentemente supersaturada com esse íon. O oxalato
inibidores podem ser classificados em baixo peso é a forma iônica do ácido oxálico, um ácido orgânico
molecular ou macromoléculas: dicarboxílico. O oxalato é oriundo do metabolismo
endógeno da glicina, do glicolato, da hidroxiprolina e do por bactérias produtoras de urease (em geral, dos
ác. Ascórbico. São causas as hiperoxalúria Dieta, gêneros Proteus, Staphylococcus, Providencia,
excesso do consumo de exalato(chá preto, nozes, cacau, Ureaplasma, menos frequentemente Pseudomonas ou
ruibarbo, espinafre e beterraba), com excreção de 40- Klebsiella e, quase nunca, E. coli) que desdobram a
60mg/dia e baixa ingesta de calcio Entérica, oxalúria ureia em amônia, tornando o pH urinário alcalino e
de 60 a 120 mg/dia. Pode ocorrer após ressecção favorecendo a cristalização com fosfato e magnésio para
intestinal, doença de Crohn ou síndromes disabsortivas s formar a estruvita
bariátrica  Primária, níveis de oxalato na urina acima
de 120 mg/dia. Acontece em hiperoxalúrias hereditárias Cistinúria: Doença hereditária, autossômica recessiva,
tipo 1. As hiperoxalúrias primárias são doenças raras, de com prevalência variável de 1:2.500 a 1:100.000
herança autossômica recessiva (tratamento: transplante indivíduos, caracteriza-se por hiperabsorção de a-s
de rim e fpigado).  Altas doses de vitamina C dibásicos (cistina, ornitina, lisina e arginina) no TCP e
(metabolizada em oxalato).  Dieta com pouco cálcio. no TGI. A excreção urinária normal de cistina situa-se
ao redor de 20 mg/dia, e a formação de cálculos decorre
Hiperuricosúria: excreção urinária maior que 800 mg/dia exclusivamente de sua baixa solubilidade em pH
para homens e 750 mg/dia para mulheres. É detectada urinário normal
isoladamente em até 10% dos portadores de nefrolitíase,
se junto com outros distúrbios chega a 40%. O ácido Deficiência de proteinas inibidoras de cristalização:
úrico é o produto final da degradação de purinas em alterações quantitativas e qualitativas na excreção de
humanos. Em pH urinário ácido, predomina a forma não nefrocalcina, proteína de Tamm-Horsfall (uromodulina),
dissociada do ácido úrico, que é pouco solúvel (apenas osteopontina e bicunina, entre outras.
96 mg/ℓ), podendo levar à cristalúria e à formação de Drogas: O uso de sulfato de indinavir para tratamento de
cálculo renal, mesmo com taxas de excreção normais. infecção pelo HIV está associado à formação de cálculos
São mais incidentes em obesos, diabéticos e portadores em até 3% dos pacientes. Ingestão excessiva de
de síndrome metabólica. Nesse grupos o pH urinário é vitaminas A e D, além do uso de triantereno,
persistentemente baixo. O o pH urinário constantemente acetazolamida e sulfadiazina, pode causar cristalúria e,
baixo parece ser necessário, mas não suficiente, já que eventualmente, nefrolitíase.
apenas uma fração dos indivíduos com síndrome
metabólica e urina ácida desenvolve nefrolitíase. Outros Quadro clínico
fatores promotores ou a deficiência de inibidores da Assintomática, com diagnóstico acidental.
cristalização urinária talvez sejam também necessários
para a formação do cálculo. Podem contribuir para a Dor vaga em flancos
formação de cálculos de oxalato de cálcio
Patognomônico: cólica nefrética, se inicia com dor na
Hipocitatúria: O citrato é o ânion dissociado do ácido região lombar, no flanco ou na fossa ilíaca, de ínicio
cítrico, um ácido fraco ingerido com a dieta e produzido súbito, intensa, geralmente unilateral em cólica, que não
endogenamente no ciclo do ácido tricarboxílico. A alivia como repouso ou mudança postural, irradia pelo
excreção urinária de citrato é de 640 mg/dia. trajeto ureteral, bexiga e genitália externa. Pode haver
Hipocitratúria corresponde à excreção de citrato menor disúria e hematúria macroscópica concomitante, assim
que 320 mg/dia. O citrato é um potente inibidor da como náuseas e vômitos. No exame físico, pode haver
cristalização. Diminui a supersaturação urinária, ao taquicardia, palidez, sudorese, dor à palpação em região
formar sais solúveis com o cálcio, e inibe diretamente a de ângulo costovertebral e distensão abdominal leve,
cristalização do oxalato de cálcio. O número de porém não associada a sinais de irritação peritoneal.
partículas formadas diminui, assim como seu
Forte dor paroxística em flanco, aguda, com ou sem
crescimento e capacidade de agregação. A citatúria
irradiação para região inguinal ipsilateral, testículo ou
depende do equilíbrio A-B, em acidose 95% do citrato
grande lábio, secundária à obstrução ureteral parcial ou
filtrado é reabsorvido pelo TCP para ser energia no ciclo
total. Além disso, não há mudança postural que diminua
de Krebs. Em mulheres normalmente há uma relação
a dor, geralmente é necessária medicação endovenosa
Citrato/Ca muito alta, já em homens normais a relação é
para alívio da dor, acompanha náuseas, vômitos e
próxima da de mulheres com hipocitatúria.
sintomas urinários.
Infecções: são formados por fosfato amônio magnésio
Hematúria, em geral microscópica, está presente numa
(estruvita ou triplo fosfato) ou, mais raramente, por
parcela bastante significativa dos pacientes. Sintomas
apatita (fosfato de cálcio). De crescimento rápido (4-6
miccionais irritativos, como disúria, urgência e
semanas podem ocuoar todo sistema coletor), podem
polaciúria são muitas vezes decorrentes da irritação
ocupar todo o sistema coletor (coraliformes) e causar
vesical ocasionados pela presença do cálculo em ureter
infecções urinárias de repetição, abscessos
inferior. Assim como a obstrução de qualquer órgão oco,
perinefréticos, urosepse e insuficiência renal
a dor renal em cólica está frequentemente associada a
progressiva. Sua gênese está relacionada com a infecção
náuseas e vômitos
Outras apresentações: a hematúria isolada pode ser o Hemograma
primeiro sinal. Alguns pacientes, principalmente os
portadores de nefrolitíase de repetição, podem apresentar Nível sérico de creatinina/ ácido úrico/ cálcio iônico/
eliminação espontânea de cálculos, sem dor ou sódio/ potássio/ PCR
hematúria macroscópica. Deve-se se suspeitar de litíase Urocultura: se suspeitar de infecção urinária
em infecções de repetição, principalmente por Proteus.
Além disso, a combinação de dor lombar, febre, Em caso de cirurgia, teste de coagulação.
calafrios e sepse se dá na pielonefrite obstrutiva Após o episódio de cólica nefrética ou da passagem do
calculosa, situação de elevadas morbidade e cálculo, deve-se postergar a avaliação metabólica dos
mortalidade. fatores de risco por pelo menos 4 semanas, o que torna
Apesar do QC ser sugestivo, deve-se fazer o diagnóstico possível retomar a dieta e a atividade física habitual do
diferencial com patologias gastrintestinais (apendicite paciente, além de proporcionar o retorno da função renal
aguda, diverticulite, colecistite), ginecológicas (cisto à normalidade
ovariano, anexite, gravidez ectópica), urológicas
(orquite, epididimite, prostatite), afecções vasculares Se possível, o cálculo eliminado deve ser recuperado e
(infarto intestinal, aneurisma de aorta abdominal) e submetido à análise. Conhecer a composição do cálculo
algumas causas médicas (cetoacidose diabética, infarto urinário é importante para entender a fisiopatologia da
agudo do miocárdio) doença, escolher a modalidade de tratamento e prevenir
a recorrência. Portanto, precisa-se de uma combinação
Diagnóstico de testes estruturais e morfológicos para um diagnóstico
AnamneseHistória clínica  Ocorrências prévias, adequado. Embora seja uma técnica amplamente
idade na primeira e na última crise, consequências e utilizada para a análise de cálculos, a análise bioquímica
intervenções (hidronefrose, hospitalização, remoção de dos cálculos urinários apenas identifica a presença de
cálculos por litotripsia, endoscopia ou cirurgia) e íons e radicais individuais, sem ser capaz de diferenciar
passagem espontânea de cálculos devem ser componentes específicos ou associações de
questionadas. Diagnósticos como bexiga neurogênica, componentes.
infecções urinárias de repetição, diarreia crônica ou gota Em paciente com o primeiro cálculo, recomenda-se que
têm importância na patogênese da doença litiásica. Além a investigação consista ao menos em dosagens séricas de
disso, é preciso pesquisar se existem baixa ingestão de cálcio, fósforo, ácido úrico, creatinina, sódio, cloro,
líquidos, restrição de leite ou derivados, uso de potássio e bicarbonato. Deve-se exigir um parcial de
medicações sem prescrição médica (p. ex., vitaminas, urina, assim como ultrassonografia ou, se disponível,
antiácidos e suplementos de cálcio) e história familiar tomografia helicoidal computadorizada.
positiva de nefrolitíase.
Hematúria micro ou macroscópica em 80-90% dos casos
Bactérias infecção associada
Discreta leucócito sem desvio a esquerda
Creatinina sérica normal
Cristais de cistina e de estruvita são diagnósticos, mas
cristais de ác. Úrico são sugestivos.
Exames de imagem: USG (pode detectar todos os tipos e
avalia o grau de hidronefrose, mas é limitada nos
cálculos ureterais), RX (cálculos radiopacos), urografia
excretora (anatomia e hidronefrose), Tomografia Tratamento
helicoidal (padrão-ouro, tem alta especificidade e
sensibilidade, pode estimar a composição do calculo a
partir da densidade)
Para ser visualizado, o calculo precisa ter ao menos
2mm em seu maior diâmetro.
Quais exames de laboratório devem ser realizados na
urgência para investigação de cólica renal?
Urina 1 (EAS): hematúria microscópica, pH (<6 pode
sugerir cálculo de ác. Úrico; >8 infecções por organismo
produtor de urease e cálculo de estruvita) e leucocitúria.
injetável (ampolas de 5 mℓ, com butilbrometo de
hioscina, 4 mg/mℓ, associado à dipirona, 500 mg/mℓ).
A hidratação deve ser mantida VO ou com soluções IV.
No entanto, a administração de grandes volumes de
líquidos é controversa, visto que, no caso de ureter
obstruído, pode elevar a pressão hidrostática e aumentar
a dor.
Tratamento do cálculo
A eliminação espontânea ocorre em até 80% dos
cálculos menores que 5 mm. Para cálculos maiores que 7
mm, a chance é bem menor, em torno de 25% para os
localizados em ureter proximal, 45% para aqueles em
ureter médio e de 70% para cálculos de ureter distal.
Quando há obstrução, deve-se proceder com a drenagem
urinária e retirada do cálculo
Remoção do cálculo ou drenagem do trato urinário em
Deve ser dividido em três partes: tratamento da cólica situações de dor refratária ao tratamento clínico,
renal; tratamento do cálculo; e terapêutica da doença obstrução persistente com função renal alterada,
litiásica. infecção concomitante, risco de pionefrose ou urosepse,
obstrução bilateral ou cálculo em rim único com
Tratamento da cólica renal hidronefrose.
As duas principais classes de medicações utilizadas para Hospitalização é recomendada quando houver
analgesia na cólica renal são os anti-inflamatórios não necessidade de administração frequente de analgésicos
esteróidais (AINE) e os opioides. parenterais, vômitos persistentes, suspeita de pielonefrite
Cálculo no ureter ocasiona aumento da taxa de filtração aguda associada, elevação da creatinina plasmática e
glomerular, aumento da pressão em via excretora e desenvolvimento de anúria ou oligúria.
espasmo da musculatura lisa. Os AINE têm ação direta Terapia não invasiva
na patogênese da dor, ao inibirem a síntese de
prostaglandinas e reduzirem a vasodilatação, a pressão Terapia médica expulsiva (TEM)
intrarrenal e a inflamação. Ao inibirem a síntese de Indicada principalmente em cálculos no ureter
prostaglandinas, os AINE reduzem a inflamação e a distal<1cm. Se baseia no fato de que o ureter distal
hiperatividade muscular ureteral. possui elevadas quantidades de receptores de alfa-1-
TABELA DE FÁRMACOS adrenérgico, e o bloqueio desses receptores inibe o tônus
do musculo liso e o peristaltismo desordenado, mas
Contraindicação absoluta: o insuficiência renal, doença mantendo as contrações de propulsão. O fármaco mais
péptica grave e gestação – nesses casos, devem-se indicado é a tansulosina (usada também como
considerar os opioides aceleradora da eliminação de fragmentos após a
Opioides: morfina, tramadol litotripsia extracorpórea).

A morfina apesar de não atuar na fisiopatologia da cólica Aumenta a eliminação de cálculos ureterais > 5 mm e
nefrética, apresenta ação analgésica rápida, potente e menores que 10 mm e diminuir o número de
titulável. Tem como efeitos colaterais, entre outros, procedimentos cirúrgicos relacionados.
náuseas, obstipação intestinal, retenção urinária, A terapia expulsiva médica só deve ser usada em
depressão respiratória e hipotensão, os últimos pacientes informados se a remoção ativa da pedra não
relacionados com doses mais altas. O tramadol causa for indicada.(GL 2021)
menos sedação, porém à custa de um menor efeito
analgésico. A petidina induz vômitos frequentes, fator
limitante quanto ao seu uso. Cálculos ureterais inferiores a 10 mm sem complicações
Os antiespasmódicos, como a hioscina, apresentam associadas que indiquem intervenção cirúrgica,
efeito controverso e limitado, mesmo quando utilizados observação clínica periódica além de terapia para
em associações a outros analgésicos. No Brasil, muitas facilitar a eliminação do cálculo durante a observação,
vezes utiliza-se o Buscopan® composto solução podem ser medidas indicadas inicialmente como opção
terapêutica. (livro SBU)
Pode-se combinar um alfa-bloqueador + AINE
A melhor escolha é a Tansulosina (Secotex) 0,4mg/dia + Doença litiásica: Profilaxia e terapêutica
AINE (Diclofenaco sódico VO 100 a 150 mg/dia ou
cetorolaco trometamol 20 a 30 mg/dia) por 3 a 10 dias.
A Tasulosina é um antagonista dos receptores alfa-1 “Efeito do ambulatório especializado em nefrolitíase”
adrenérgicos. Fixa-se seletiva e competitivamente aos (stone clinic efect)
receptores, alfa-1 pós-sinápticos, em particular aos do Tratamento dietético
subtipo alfa-1A e alfa-1D, promovendo o relaxamento
da musculatura lisa da próstata e da uretra. O cloridrato  Aumento da ingestão liquida
de tansulosina melhora os sintomas urinários obstrutivos
O aumento do volume urinário reduz a concentração dos
e aumenta o fluxo urinário máximo, pois diminui a
sais excretados e, consequentemente, diminui a
obstrução ao fluxo urinário através do relaxamento da
supersaturação urinária.
musculatura lisa na próstata e na uretra.
Maior incidência de cálculos renais com volume urinário
Também pode-se utilizar a nifedipina, agente bloqueador
menor que 1.100 mℓ/dia
de canal de cálcio que atua relaxando a musculatura lisa
do ureter, pode também ser empregada como facilitadora Chá e café também foram associados à redução no risco
na eliminação dos cálculos ureterais, mas estudos de formação de novos cálculos. O consumo de
clínicos não demonstraram sua superioridade sobre a refrigerantes adoçados artificialmente com frutose deve
tansulosina. Quando indicada a terapia com ser desestimulado, pois está associado a resistência
alfabloqueadores, os pacientes devem ser informados insulínica e aumento da excreção urinária de oxalato,
sobre os seus efeitos adversos e sua indicação off-label cálcio e ácido úrico. A redução da ingestão de
refrigerantes acidificados pelo ácido fosfórico, como
aqueles à base de cola, também diminui a recorrência da
Quemólise  Apenas cálculos puros de Ácido úrico urolitíase, principalmente em homens com alto consumo
basal desse nutriente.
A alcalinização da urina pode dissolver cálculos puros
de ácido úrico. A terapia-padrão é realizada com citrato  Calcio, sal e proteína
de potássio, com a finalidade de manter o pH urinário
Ingestão reduzida de cálcio  maior incidência de
entre 6,5 e 7. O tempo para dissolução varia com o
nefrolitíase. Postula-se que a baixa concentração de
tamanho do cálculo e o grau de alcalinização da urina.
cálcio na luz intestinal causa maior absorção entérica de
Por exemplo, um cálculo de ácido úrico de 2 cm, em
oxalato e, consequentemente, hiperoxalúria secundária.
urina com pH constantemente mantido em torno de 7,
Além disso, a restrição dietética de cálcio pode resultar
leva aproximadamente 9 dias para ser dissolvido.
em perda óssea em pacientes com cálculos e
Litotripsia extracorpórea hipercalciúria.

Litotritores, que emprega ondas sonoras geradas fora do Dietas com alto teor de sódio diminuem a reabsorção
corpo humano, concentrando-as no trato urinário, tubular de cálcio e aumentam a calciúria. Do mesmo
diretamente sobre o cálculo. modo, a ingestão excessiva de proteína animal resulta
em leve acidose metabólica, estimulando a liberação de
Os pacientes são tratados ambulatoriamente, sob cálcio ósseo para tamponar o excesso de íons
analgesia ou anestesia local hidrogênio, o que acarreta aumento na excreção urinária
Indicação: cálculo Renal < 2cm e cálculo ureteral < 1cm. de cálcio. Portanto, recomendam-se dieta com 0,8 a 1
g/kg/dia de proteína e ingestão de sódio limitada a 100 a
Nefrolitotripsia percutânea 150 mEq/dia, principalmente nos casos de hipercalciúria
associada à nefrolitíase recorrente
Indicada isoladamente para cálculos de grande volume
ou sequencialmente à litotripsia extracorpórea (técnica- Outros possíveis tratamentos
sanduíche).
Tiazídicos: diminuem a recorrência de cálculos de
Indicação: cálculos no ureter proximal > 1cm e cálculos cálcio; agem aumentando a reabsorção tubular proximal
renais > 2cm de cálcio (associada à contração do espaço extracelular)
e diretamente no túbulo distal, diminuindo a calciúria.
Devem-se estimular a restrição concomitante de sódio e
Cirurgias abertas: cálculos grandes, coraliformes evitar hipopotassemia durante o tratamento com
tiazídicos, pela consequente redução na excreção de
Raramente se utiliza a uretero ou nefrolitotomia citrato.
Ureteroscopia: indicada para cálculos ureterais.
Oxalobacter formigenes: é uma bactéria Gram-negativa ter pequena quantidade de calcio. São radiotransparentes
anaeróbica que utiliza o oxalato como principal fonte de (preto, a radiação atravessa), não são visíveis no RX,
energia e que está presente em 70 a 80% dos indivíduos mas são
normais e apenas em 20% dos portadores de nefrolitíase vistos na urografia excretora como falha de enchimento.
recorrente. O tratamento visa o aumento do pH urinário
(acetazolamida ou álcali), diminuição da ingestão de
2. Compreender a formação e composição de proteínas.
cálculos urinários.
 Estruvita
São assim chamados em homenagem ao barão Von
O processo de formação do cálculo de oxalato
Struve (russo). São formados por fosfato amoníaco
de cálcio pode se iniciar no interstício medular,
Magnésio. São pouco radiopacos, grandes e
A. Randall observou a deposição de cristais de
coraliformes. Crescem muito rápido. As infecções por
hidroxiapatita na papila renal, as placas de
bactérias produtoras de urease são a causa desse calculo
Randall que cresciam na membrana basal e se
(Proteus e Klebsiella spp.), a urease produzidas por
projetavam para o espaço subepitelial e assim
esses microorganismos gera 2 mols de amônia e 1 mol
cresciam pela deposição contínua de cálcio e
de
oxalato em supersaturação.
ureia.
A amônia eleva o pH da urina e converte o fosfato de
TIPOS DE CÁLCULO
bivalente para trivalente, o que promove a cristalização
Cálculos radiopacos: oxalato de cálcio, fosfato
de fosfato, amônia e magnésio.
de cálcio, estruvita ou cistina  visíveis no
O tratamento ideal é a remoção e o tratamento da
Raio-X.
infecção.
A urografia excretora demonstra cálculos
 Cistina
radiopacos e radiotransparentes.
São pouco radiopacos (radiodensos +/++), com aspecto
 Calcio
de vidro moído, podem ser ovais ou dendríticos.
Correspondem a 70-80% dos cálculos, a grande maioria
é
composto de oxalato de cálcio e menos de 5% é formado
3. Classificar os tipos de ITU, conhecer os agentes
de fosfato de cálcio (apatita ou brushita). Esses cálculos
causais e compreender as manifestações clínicas e
se formam em urina alcalina, que aumenta a
diagnóstico das ITU e Descrever o tratamento
supersaturação de fosfato (como na acidose tubular
das ITU
renal distal ou hiperparatireoidismo primário).
Oxalato de cálcio: São redondos e radiodensos +++ Infecção do trato urinário é a presença de
Fosfato de cálcio: São redondos e radiodensos ++ microrganismos na urina como consequência da
infecção de alguma parte do TGU. Sendo que as ITUs
são mais comuns em mulheres do que em himens por
Quanto a gênese há muitos caminhos:
causa da proximidade da uretra com o anus; e pelo
Aumento primário de absorção de cálcio do TGI: pelo tamanho.
aumento sérico de vitamina D e/ou aumento da
O principal causador é a Escherichia coli, em seguida há
expressão de receptores intestinais para vitamina D.
a Klebsiella sp e Proteus. Mas em mulheres com vida
normalmente 20% do cálcio é absorvido, na
sexual ativa, o Staphylococus saprophyticus.
hipercalciuria 30%.
Também há outros patógenos: Chlamydia Trachomatis,
Aumento na perda renal de cálcio: aumento da carga
Ureaplasma urealyticym, Neisseria gonorrhoeae e herpes
filtrada de cálcio ou diminuição na reabsorção tubular.
vírus.
Estudos dizem que em hipercalciúricos ocorre o
aumento da excreção renal pela diminuição da Classificação
reabsorção tunular de calcio (TCP) em vez do aumento
da filtração de cálcio. Bacteriúria assintomática: presença de 100.000
UFC/ml na coleta de urina ou 100 por coleta vesical.
Aumento primário na reabsorção óssea: estudos
demonstram diminuição da densidade óssea e aumento ITU baixo: cistite, os sinais clássicos são Dor lombar,
de fraturas na hipercalciúria idiopática. Giordano positivo, febre náuseas e vômitos.
ITU alto: pielonefrite, os sinais clássicos são Disúria,
polaciúria e dor suprapúbica.
 Ácido úrico
Comunitária
Constituem cerca de 10-15% dos casos, podem ser puros Hospitalar: os maiores causadores são a Pseudomonas
ou sp., Enterococcus e Staphylococcus aureus.
Cateter: é a que ocorre em pessoas que usam cateterismo Idosos podem apresentar alterações atípicas, como
do trato urinário ou que tenham feito uso de cateter nas alteração do nível da consciência e/ou comportamento.
ultimas 48 horas, esse pacientes podem apresentar sinais
e sintomas tanto do trato alto, como do baixo, e pode Exames solicitados: não se pede urocultura para
ocorrer obstrução do cateter. mulheres saudáveis que apresentaram melhora após o
tratamento.
ITU simples não complicada
Tratamento
ITU recorrente: essa classificação independe de ser
complicada ou não, e inclui pessoas que tiveram 2 ou Nitrofurantoína (Ω<3%)  100mg    4 vezes por dia por 7
mais infecções em um semestre ou 3 ou mais em um
Contraindicado para IR  dias 
Obs.: 100mg 2xdia por 5
ano, após a primeira infecção curada
dias (livro, p.160) 
ITU complicada: é uma infecção com repercussões Fosfosmicina trometamol  3g  Dose única 
sistêmicas associadas às condições pré-existentes, como Quinolonas por 3 dias 
anormalidades urológicas subjacentes (nefrolitíase,  
estenose, obstrução), doenças sistêmicas (DM, HIV, IR, Pefloxacino   800mg  Dose única, não
DRC). Outros autores consideram como a presença de disponível no
sinais sistêmicos, tais como febre, calafrio e fadiga, Brasil 
desse modo toda pielonefrite é uma ITU complicada, Norfloxacino   400mg  12/12 horas 
mas nem todo paciente com comorbidades será Ciprofloxacino   500mg  12/12 horas 
classificado como ITU complicada. Ofloxacina   200mg    
Há duas formas de acesso para os patógenos: Em caso de dores:
hematogênica e a vias ascendentes. Sendo a via Analgésicos, como a Fenazopiridina 200mg 3xdia por 2
ascendente a principal responsável. dias.
Na via ascendente é importante a virulência da bactéria, Complemento: Todavia estes não são indicados em caso
como a mucosa vesical é rica em mucina, que dificulta a de deficiência de G6PD, pelo risco de hemólise. Além
aderência bacteriana na região, a capacidade da bactéria disso, a utilização de fenazopiridina pode provocar
em aderir diz respeito a virulência. Também importa o alterações em vários exames laboratoriais, incluindo
tamanho da estrutura a ser percorrida, no caso o tamanho uroanálise, devido à coloração vermelho-alaranjada na
da uretra feminina e a sua proximidade com o ânus. urina e nas fezes. As pacientes devem ser advertidas
Assim como o uso de espermicidas que alteram o pH e quanto ao risco de descoloração de fluídos e tecidos
microbiota vaginal. Nas gestantes há o relaxamento da corpóreos e manchas em lentes de contato
musculatura da bexiga, ureter e pelve renal, o que
favorece o refluxo vesicoureteral. Importa também a Cistite recorrente
presença de obstrução e bexiga neurogênica. Tratamento farmacológico
Exames que podem ser solicitados Se inicia o tratamento empírico antibioticograma 
Urocultura adequação.

Antibiograma (teste de sensibilidade): deve ser pedido Na vigência de um quadro sintomático em pacientes


em infecções recorrentes, pielonefrite com ITUr, este deve ser tratado, podendo-se, em um
primeiro momento adotar um regime de tratamento
Exames de imagem: suspeita de complicações, ITU empírico, após o resultado do antibiograma, o tratamento
recorrente, ausência da melhora de febre após 72horas deve ser adaptado de acordo com a sensibilidade do
patógeno. As opções de tratamento empírico são: 
 Ultrassonografia Fosfomicina trometamol 3g  Dose única 
 Raio-X Pefloxacino 800mg   Dose única, tem no
 Tomografia Brasil ? 
Norfloxacino 400mg   2xdia por 3 dias 
Bacteriúria assintomática
Ciprofloxacino 500mg  2xdia por 3 dias 
Só se trata 2 grupos: Lemofloxacino 500mg  1xdia por 3 dias 
Levofloxacino  1xdia por 3 dias 
Nitrofurantoína 100mg  4xdia por 7 dias 
Cistite  
Após a resolução do quadro sintomático da paciente,
Quadro clínico: disúria associado a polaciúria, urgência a antibioticoprofilaxia pode ser adotada em regime
miccional, dor em região suprapúbica e hematúria. contínuo ou pós-coito, tão eficaz quando a contínua
quando os quadros de ITUr estão ligados ao coito com
um emprego de doses menores de medicamento, persistir, inicia-se o tratamento de acordo com o
contudo é menos vantajoso quando a frequência de resultado da urocultura, com duração de 10-14 dias. Se
relações é diária ou até mesmo maior (quando não for possível retirara a sonda, deve-se iniciar o
constantemente ocorre mais de uma relação no mesmo tratamento de modo imediato presuntivo.
dia). Os fármacos mais comumente usados
são nitrofurantoína, seguida do Cotrimoxazol Agente Fármaco Dose
(associação sulfametoxazol+trimetroprima) e Não gram- Ceftriaxone 2g/dia de 10/10 h
de quinolonas, como o ciprofloxacino, contudo, deve-se positivo Ciprofloxacino 400mg, EV,
dar preferência a outras drogas antes de se considerar o 10/10h
uso deste, dada a sua importância no tratamento de Pseudomonas Ceftazidima 2g 8/8g
infecções sistêmicas graves, inclusive as causadas Enterococos Vancomicina 1g 12/12h
por Pseudomonas aeruginosa. O período de
antibioticoprofilaxia pode variar de caso a caso,
mas a duração da deve ser de, no mínimo, seis meses Prostatite
e uma urocultura deve ser solicitada ao término da
A classificação tradicional apresentava limitações e
terapêutica. 
acabou por ser substituída pela classificação validada
Em gestantes, devido à frequência de 20% de ITUr após
pelo National Institutes of Health, mais completa
a pielonefrite, quando esta ocorre recomenda-se o uso
e abrangente. Esta é dividida em IV categorias, sendo
diário, noturno, de antibioticoprofilaxia
que a III é dividida em III A e III B. 
com nitrofurantoina na dose de 100 mg/dia, até o parto.
 
Este esquema terapêutico reduz em 95% a recorrência e
Categoria I; definida como infecção aguda da próstata.
deve ser acompanhado com uroculturas
Uma condição de início súbito, tratável e de fácil
mensais. Embora pouco frequente, cuidado deve ser
diagnóstico. Presença de sintomas sistêmicos, febre,
tomado no uso da nitrofurantoina nas últimas semanas
calafrios, dor perineal intensa e suprapúbica, desconforto
de gestação, em mulheres com deficiência da G6PD,
na genitália externa acompanhado de queda no estado
pelo risco de anemia hemolítica. 
geral. Pode- se identificar sintomas urinários obstrutivos
Antibiótico  Dose recomendada  e irritativos como: urgência miccional, polaciúria,
Nitrofurantoína  50-100 mg/dia¹  disúria, hesitação, jato entrecortado podendo culminar
Sulfametoxazol-trimetroprima  400 mg + 80 mg/dia¹  com retenção urinária. Quadros mais dramáticos podem
Norfloxacino  200-400 mg/dia¹  levar o paciente a sepse. 
Ciprofloxacino  250 mg/dia¹  Categoria II; pacientes com prostatite crônica
Ácido pipemídico  400 mg/dia¹  bacteriana apresentam-se com queixas
Pefloxacina  800mg/semana²  de ITUs recorrentes variando entre sintomáticos ou
Cefalexina  125 mg/dia²  assintomáticos durante os episódios agudos. No PPMT
Cefaclor  250 mg/dia²  se observa um aumento significativo de bactérias na
urina antes e após a massagem prostática 
Categoria III; agora classificada como Síndrome da
Dor Pélvica Crônica (CPPS) é caracterizada por queixas
álgicas frequentes, sendo a dor o sintoma preponderante
Pielonefrite
com tempo de evolução superior a três meses. Dor
Quadro clínico: há presença de sinais e sintomas perineal, suprapúbica, peniana e testiculares são
sistêmicos, como febre, vomito e náuseas. No exame descritas. Dor após ejacular ou durante o ato ejaculatório
físico, dor lombar e sinal de Giordano +. Em gestantes se traduz como achado mais contundente e relevante.
pode ser oligossintomática, além de que pode haver Presença de sintomas urinários obstrutivos e irritativos
sobreposição com os sintomas da cistite também incorporam este quadro clínico. Frequentemente
os doentes apresentam algum grau de comprometimento
Diagnóstico: Anamnese, avaliação sintomática... na sua qualidade de vida com impacto importante na
saúde mental, disfunção erétil, distúrbios sexuais,
Tratamento: deve receber a 1° dose do antibiótico EV e depressão e quadros de estresse. A classe III da NIH foi
as demais doses ambulatorialmente subdividida em duas subclasses; categoria III A, que
corresponde à CPPS inflamatória, caracterizada pela
ITU associada a cateter
presença de um número superior a 5 leucócitos por
Quadro clínico: Muitas vezes ocorre desconforto no campo na urina colhida após massagem prostática;
flanco ou suprapúbico, sendibilidade no ângulo a categoria III B, denominada CPPS não inflamatória
costovertebral e obstrução do cateter. quando o número de leucócitos naquele espécime
urinário é nulo ou inferior a 5. Essa divisão difere na
Exames: Urocultura conduta terapêutica e no manejo desses pacientes. 
Categoria IV; prostatite inflamatória assintomática, que
Tratamento como nome mesmo define, apresenta células
inflamatórias nas espécimes coletadas, porém com os
Antes de iniciar a droga deve-se retirar a sonda vesical e
pacientes sem sintomatologia alguma. Pode ser
verificar se há bacteriúria pelas próximas 48 horas, se
identificada em indivíduos investigados por: Segundo os monitores: Ciprofloxacino 500 mg 12/12H 
infertilidade (evidência de inflamação seminal), 14-28 dias 
hiperplasia prostática benigna, casos de adenocarcinoma As classes de antibióticos alcalinos são as que provêm
prostático e doentes com PSA elevado.  de uma melhor concentração na glândula; em
Entretanto, todo caso de prostatite crônica deve ser contrapartida, os antibióticos com PH ácido têm baixas
considerado um diagnóstico de exclusão. Todos os concentrações mesmo quando seus níveis séricos são
protocolos e investigações adicionais nesta situação altos. A trimetoprima consegue atingir níveis prostáticos
devem ser desempenhados para que diagnósticos e na secreção prostática maiores que na concentração
diferenciais relevantes sejam identificados.  plasmática. As fluoroquinolonas apresentam
Categoria I - Prostatite bacteriana Infecção aguda da glândula características ambíguas de pH ácido e básico, com isto
aguda:  prostática.  permitem melhores
Antibiótico  Dosagem
Categoria II - Prostatite bacteriana ITU’s recorrentes, e duração
infecção do tratamento 
crônica e mais adequadas
crônica:  da próstata. 
Antibióticos de primeira escolha por via oral (apresentação 1)  secreções
Cefalexina* 
Categoria III - Síndrome da dor Dor ou desconforto500 mg duas ou três
na região vezes por dia (até 1 a 1,5 g três ou quatro vezes por
pélvica, prostáticas em
pélvica crônica (CPPS):  sem infecção diadocumentada. 
para infecções graves) por 7 a 10 dias 
Amoxicilina + clavulanato (somente se os 500/125 mg três vezes por dia durante 7 a 10 dias 
variados níveis de
resultados da cultura disponíveis e pH 
Categoria III A - CPPS Leucócitos no sêmen, EPS ou VB3. 
suscetíveis) 
inflamatória: 
Trimetoprima (somente se os resultados da 200 mg duas vezes por dia durante 14 dias 
Categoria III B - CPPS não Ausência de leucócitos no sêmen,
cultura disponíveis e suscetíveis) 
inflamatória:  EPS ou VB3. 
Ciprofloxacino  500 mg duas vezes por dia durante 7 dias 
Categoria IV- Prostatite Evidência de inflamação em
Antibióticos intravenosos de primeira escolha (paciente com êmese constante, incapaz de tomar antibióticos orais
inflamatória assintomática (AIP):  espécimes de biópsia, sêmen, EPS ou
ou pacientes graves [apresentação 2 e 3]). Antibióticos podem ser combinados se a suscetibilidade ou sepse for uma
VB3; ausência de sintomas. 
preocupação 
Amoxicilina + clavulanato (somente se os 1,2 g três vezes por dia 
resultados da cultura disponíveis e
suscetíveis) 
Cefuroxima*  750 mg a 1,5 g três ou quatro vezes por dia 
Ceftriaxona  1 a 2 g uma vez por dia 
Ciprofloxacin  400 mg duas ou três vezes por dia 
Gentamicin  Inicialmente de 5 a 7 mg/kg/dia, doses subsequentes ajustadas de acordo
com a concentração de gentamicina sérica 
Amicacina  Inicialmente 15 mg/kg/dia (máximo por dose 1,5 g uma vez por dia),
doses subsequentes ajustadas de acordo com a concentração
de amicacina sérica (máximo de 15 g por curso) 
b. Como se faz a confirmação
diagnóstica da prostatite bacteriana
aguda? 
Na consulta, a história clínica é marcada por sintomas
urinários obstrutivos e irritativos (urgência miccional,
polaciúria, disúria, hesitação, jato entrecortado podendo
culminar com retenção urinária); exame clínico, onde os
sintomas sistêmicos inflamatórios
são identificados (febre, taquicardia,
hipotensão) e alterações evidentes a nível local, como
dor perineal e/ou supra púbica intensas. 
Um dos exames que podem ser requisitados é a dosagem
de PSA, sendo que valores acima de 10 ng/ml de sangue.
No que diz respeito ao exame dos 4 copos ou dos 2
copos (pre-post massage test – PPMT), pode ser
observada leucocitúria e bacteriúria
significativas, entretanto apesar de o exame dos 4 copos
ainda ser o “padrão ouro” no diagnóstico de
prostatite, seu custo, dificuldade de realização e tempo
necessários para realização, fazem com que este acabe
perdendo seu uso na prática diária. 
c. O que é proscrito realizar no exame
físico na prostatite bacteriana aguda? 
O toque retal e a massagem prostática devem ser
evitados por serem extremamente dolorosos, além de
possivelmente provocarem a piora do quadro clínico. 
d. Qual o tratamento da prostatite
bacteriana aguda? Droga e posologia 

Você também pode gostar