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O jardim em Argenteul, 1873 (Le Jardim de Monet à Argenteul - les Dahlias - óleo sobre tela)
Em 1997, mais de 430 mil pessoas foram apreciar parte da obra de Claude Monet no
Rio de Janeiro. Em São Paulo o sucesso se repetiu. As obras do pintor, o "Mestre do
Impressionismo" revelaram para os brasileiros um aspecto interessante de Monet: seu
amor pelas plantas e pela jardinagem.
Os jardins de Monet
A Ponte Japonesa, 1899 (Le Bassin aux Nymphéas - óleo sobre tela)
Quando instalou o jardim aquático, entre 1893 e 1901, foi necessário aquecer o
pequeno lago para a colocação das ninféias que Monet mandou trazer do Japão pois,
sendo flores sensíveis, necessitavam de temperaturas menos frias do que as oferecidas
pela água do lago. Sobre a parte mais estreita deste lago é que foi construída uma
ponte, em estilo japonês, retratada em inúmeras obras do pintor. A combinação entre
o estilo da ponte e a colocação das plantas japonesas permitiu que o jardim de Monet
passasse a ser chamado “ jardim japonês”, embora faltassem elementos importantes
de um jardim japonês tradicional, como por exemplo, as pedras.
A ponte japonesa serviu de inspiração para que o artista criasse uma série de obras.
Desta série, fazia parte “A Ponte Japonesa”, na qual, em primeiro plano, aparece o
lago das ninféias e, sobre ele, a ponte que abre a vista para as margens, cuja
vegetação rica e densa se reflete na superfície da água. O céu, ao que tudo indica, não
aparece na tela propositalmente, para que o olhar concentre-se na flora e na superfície
da água. Esta série de quadros inspirados na ponte pode ser considerada como
precursora dos quadros que retratam as ninféias, pintados mais tarde, nos quais é
possível ver apenas a superfície da água coberta de ninféias, vista muito de perto.
Ninféias, 1914 (Nymphéas - óleo sobre tela)
A ponte japonesa foi equipada com uma cobertura de madeira na qual, mais tarde,
foram plantadas glicínias, e serviu de modelo para as representações extremamente
expressivas e abstratas da ponte entre os anos de 1923 e 1925.
O jardim era, de fato, uma obra-prima de Monet - concebido cuidadosamente de
acordo com as idéias do artista. Ali, até as formas e as cores das plantas eram
selecionadas sob os seus cuidados. Sabe-se, por exemplo, que um dos jardineiros
tinha a incumbência de tratar permanentemente de manter a composição das ninféias
na superfície do lago, da forma desejada por Monet. Esta área - arranjada de maneira
artística e, de certa forma, separada do resto do jardim - com as ninféias, a ponte, a
região à margem do lago com salgueiros, íris, agapantos e o arco das rosas tornou-se
fonte dominante de inspiração para o artista.
Tudo isso ficou registrado não só nas telas. No ano de 1908, ao se referir sobre as
paisagens com as ninféias que lhe inspiraram muitas obras, Monet escreveu estas
palavras: “Estas paisagens refletidas tornaram-se para mim numa obrigação que
ultrapassa as minhas forças, que são de um velhote. Mas, mesmo assim, quero chegar
ao ponto de reproduzir aquilo que sinto... e espero que estes esforços sejam coroados
de êxito”.
Bibliografia
http://www.jardimdeflores.com.br/ESPECIAIS/A28monet.html
Jardins de Monet