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PORTFÓLIO DE DIREITO ECONÔMICO E CONCORRENCIAL

1. Qual a finalidade da Lei Antitruste?


Reprimir o exercício considerado abusivo do aumento do poder de mercado.
2. Quem é o titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei 12529/11?
A coletividade é titular dos bens jurídicos protegidos pela Lei 12529/11.
3. Qual a abrangência de aplicação desta lei?
Esta Lei se aplica a todo o território nacional (todas as práticas de atividade econômica)
que produzam ou possam vir a produzir efeitos.
4. O que é Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência e qual sua composição?
Conjunto de órgãos governamentais responsáveis pela defesa da ordem econômica e dos
ditames constitucionais de liberdade de iniciativa, livre concorrência, função social da
propriedade, direito dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico. O
sistema é composto atualmente, por dois órgãos: CADE (Conselho Administrativo de
Defesa Econômica) e o SEAE (Secretaria de Acompanhamento Econômico).
5. O que é a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda?
A Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE) do Ministério da Fazenda foi um
órgão do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) responsável pela
advocacia da concorrência, cujo objetivo era promover a concorrência em órgãos de
governo e perante a sociedade, com as atribuições previstas nos incisos do artigo 19, da
Lei n.° 12.529/2011.
6. O que é o CADE? Como é sua estrutura organizacional?
CADE é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O CADE é dividido em três
órgãos: Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, que tem como função julgar os
processos administrativos regulamentados pela Lei nº 12.529/2011; Superintendência-
Geral, que desempenha as atribuições do Departamento de Proteção e Defesa Econômica
da Secretaria de Direito Econômico; e Departamento de Estudos Econômicos, que tem
função de elaborar estudos e pareceres econômicos, de ofício ou por solicitação do
Plenário, do Presidente, do Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral.
7. Quais são os membros do Tribunal Administrativo de Defesa Econômica, como é
sua escolha e qual seu mandato?
Formado por um presidente e seis conselheiros, todos com mandatos de 4 anos de
dedicação exclusiva, não coincidentes, e com recondução vedada. Todos são nomeados
pelo Presidente da República, com prévia aprovação do Senado Federal, e, escolhidos
dentre brasileiros maiores de trinta anos, de notório saber jurídico ou econômico e de
reputação ilibada.
8. Como ocorre a perda do mandato do Conselheiro do Cade?
A perda de mandato do Presidente ou dos Conselheiros do CADE só poderá ocorrer em
virtude de decisão do Senado Federal, por provocação do Presidente da República, ou em
razão de condenação penal irrecorrível por crime doloso ou de processo disciplinar de
conformidade com o que prevê a lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e a Lei n°
8.429, de 2 de junho de 1992, e por infringência de quaisquer das vedações previstas no
art. 6°, da Lei n° 8.884, de 1994.
9. Quais as vedações ao Presidente e aos Conselheiros do Cade?
É vedado ao Presidente e aos Conselheiros do CADE, Receber honorários de externos,
exercer profissão liberal, participar de empresas de qualquer espécie, ser consultor ou
emitir parecer sobre matérias, manifestar, por meio de comunicação, opinião sobre
processos do CADE e exercer atividades político-partidárias.
10. O que é advocacia administrativa?
O crime de advocacia administrativa está previsto no artigo 321 do Código Penal
Brasileiro. Consiste em "patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário’’.
11. Qual a estrutura da Superintendência-Geral do Cade, como o Superintendente
é escolhido e qual seu mandato?
A Superintendência–Geral é composta pelo Gabinete e por nove Coordenações-Gerais de
Análise Antitruste - CGAA. O Superintendente-Geral será escolhido dentre cidadãos com
mais de 30 (trinta) anos de idade, notório saber jurídico ou econômico e reputação ilibada,
nomeado pelo Presidente da República, depois de aprovado pelo Senado Federal. O
mandato de 2 anos.
12. O que ocorre no período de vacância do cargo de Superintendente-Geral do
Cade?
Durante o período de vacância que anteceder à nomeação de novo Superintendente-Geral,
assumirá interinamente o cargo um dos Superintendentes- Adjuntos, indicado pelo
Presidente do Tribunal, o qual permanecerá no cargo até a posse do
novo Superintendente-Geral.
13. Cite três principais atribuições da Procuradoria Federal junto ao Cade?
A Procuradoria Federal junto com o Cade, tem atribuições de prestar-lhe assessoria e
representa-lo em juízo, promover a execução judicial de suas decisões e julgados e
requerer, com autorização do Plenário, medidas judiciais visando à cessação de infrações
da ordem econômica
14. Como é o procedimento de nomeação do Procurador-Chefe do Cade e qual seu
mandato?
O procurador-chefe será nomeado pelo presidente da república, após aprovação em
sabatina pelo Senado Federal, para um mandato de dois anos, permitida sua recondução
para um único período.
15. O que é o Departamento de Estudos Econômicos?
É um dos órgãos que compõe o CADE e compete a ele, elaborar estudos e pareceres
econômicos, de ofício ou por solicitação do Plenário do Tribunal, do Presidente, do
Conselheiro-Relator ou do Superintendente-Geral, zelando pelo rigor e pela atualização
técnica e científica das decisões do Cade.
16. Qual a competência da Secretaria de Acompanhamento Econômico, além de
promover a concorrência em órgãos de governo e perante a sociedade ? Cite no
mínimo três atribuições?
Opinar, quando considerar pertinente, sobre minutas de atos normativos elaborados por
qualquer entidade pública ou privada submetidos à consulta pública, nos aspectos
referentes à promoção da concorrência; elaborar estudos setoriais que sirvam de insumo
para a participação do Ministério da Fazenda na formulação de políticas públicas setoriais
nos fóruns em que este Ministério tem assento; propor a revisão de leis, regulamentos e
outros atos normativos da administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal que afetem ou possam afetar a concorrência nos diversos setores econômicos do
País
17. Como age o Ministério Público Federal perante o Cade?
O Ministério Público Federal atua na defesa da ordem econômica da livre concorrência,
a execução das decisões do plenário do CADE, bem como a contribuição com as
investigações para apuração de infrações à ordem econômica, inclusive com a emissão de
pareceres.
18. Quais as pessoas são passíveis de aplicação das infrações da Ordem Econômica?
Pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a quaisquer
associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob
regime de monopólio legal.
19. Explicar como é a responsabilização bem como quando pode ocorrer a
desconsideração da personalidade jurídica. Esta responsabilização é objetiva?
A desconsideração da personalidade jurídica ocorre quando uma sociedade possui
limitação de patrimônio dos seus sócios, no entanto, ainda assim, a personalidade
jurídica da sociedade é desconsiderada para que o patrimônio dos sócios sirva para quitar
as obrigações da sociedade. A imputação de responsabilidade só poderá ser determinada
pelo juiz depois de assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório. A
responsabilização é objetiva, porque usa-se o patrimônio para responder sobre as dívidas.
20. Dentre as várias infrações da ordem econômica, citar em ordem de importância,
as 5 que você entende mais relevantes.
Limitar ou impedir o acesso de novas empresas ao mercado; criar dificuldades à
constituição, ao funcionamento ou ao desenvolvimento de empresa concorrente ou de
fornecedor, adquirente ou financiador de bens ou serviços; impedir o acesso de
concorrente às fontes de insumo, matérias-primas, equipamentos ou tecnologia, bem
como aos canais de distribuição; exigir ou conceder exclusividade para divulgação de
publicidade nos meios de comunicação de massa; utilizar meios enganosos para provocar
a oscilação de preços de terceiros;
21. O que se deve levar em consideração na aplicação das penas estabelecidas na Lei
antitruste?
Na aplicação das penas estabelecidas nesta Lei, deve-se levar em consideração a
gravidade da infração; a boa-fé do infrator; a vantagem auferida ou pretendida pelo
infrator; a consumação ou não da infração; o grau de lesão, ou perigo de lesão, à livre
concorrência, à economia nacional, aos consumidores, ou a terceiros; os efeitos
econômicos negativos produzidos no mercado; a situação econômica do infrator; e a
reincidência.

22. Qual o período de prescrição das ações administrativas punitivas que visa apurar
infrações da ordem econômica? Qual o início da contagem deste prazo? Informar os
casos de Interrupção e suspensão.
Prescrevem em 5 (cinco) anos as ações punitivas da administração pública federal, direta
e indireta, objetivando apurar infrações da ordem econômica, contados da data da prática
do ilícito ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessada
a prática do ilícito. Interrompe a prescrição qualquer ato administrativo ou judicial que
tenha por objeto a apuração da infração contra a ordem econômica mencionada
no caput deste artigo, bem como a notificação ou a intimação da investigada. Suspende-
se a prescrição durante a vigência do compromisso de cessação ou do acordo em controle
de concentrações.
23. Quem são os sujeitos legitimados para ingressar em juízo para defesa de seus
interesses para obtenção da cessação da prática de infração da ordem econômica?
Os prejudicados, por si ou pelos legitimados referidos no art. 82 da Lei n 8078/90.
24. Quais são as espécies de processo administrativo?
Há seis espécies de processo administrativo: expediente, gestão, outorga, restritivo de
direitos, sancionatório e de controle.
25. Explique o que é a Medida Preventiva em fase de inquérito administrativo.
Medida Preventiva nada mais é que a cessação de prática e, possivelmente, reversão ao
estado anterior, em qualquer fase do processo, desde que exista indício ou fundado receio
de produção de lesão ao mercado de difícil reparação ou ineficácia da decisão final do
processo.
26. O que é o Compromisso de Cessação?
É um instrumento de combate e repressão à ordem econômica celebrado, de um lado, pelo
Cade, e de outro lado, por pessoas físicas e/ou jurídicas investigadas por infrações à
ordem econômica, que tem como objetivo primordial restabelecer imediatamente o
funcionamento do mercado, mediante o compromisso de fazer cessar a prática objeto da
investigação, gerando como consequência o arquivamento do processo administrativo em
relação aos signatários do acordo.
27. Explicar o que é o programa de Leniência. Quais seus requisitos?
O Programa de Leniência Antitruste do Cade possibilita às empresas e/ou indivíduos que
participem, ou tenham participado, de um cartel ou outra prática anticoncorrencial, que,
por denunciá-la ao Cade, obtenham total isenção, ou abrandamento, das multas e penas
que lhes seriam aplicáveis, através da proposição de um acordo de leniência. Os requisitos
são: manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico, quando tal
circunstância for relevante; cessar a prática da irregularidade investigada; cooperar com
as investigações, em face de sua responsabilidade objetiva, identificando os demais
envolvidos na infração, quando couber; fornecer informações e documentos que
comprovem a infração; se comprometer a implementar ou a melhorar os mecanismos
internos de integridade, auditoria, incentivo às denúncias de irregularidades e à aplicação
efetiva de código de ética e de conduta no âmbito organizacional.

28. Quando se realiza um ato de concentração? Quais atos de concentração são


proibidos pela lei 12529/2011?
Um ato de concentração se realiza quando dois agentes concorrentes ou não, ao se unirem,
passam a deter vantagem econômica sobre os demais. O direito antitruste tem interesse
em tutelar essas operações quando esta ocasiona um efeito maléfico no que concerne às
relações com terceiros ou à coletividade. Serão proibidos os atos de concentração que
impliquem eliminação da concorrência em parte substancial de mercado relevante, que
possam criar ou reforçar uma posição dominante ou que possam resultar na dominação
de mercado relevante de bens ou serviços
29. Quais os atos de concentração que deverão ser submetidos obrigatoriamente ao
Cade?
Os atos de concentração, que deverão ser submetidos obrigatoriamente ao CADE são os
atos, em qualquer setor da economia, em que pelo menos um dos grupos envolvidos na
operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume de negócios total no Brasil,
no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 750 milhões, e pelo menos um
outro grupo envolvido na operação tenha registrado faturamento bruto anual ou volume
de negócios total no Brasil, no ano anterior à operação, equivalente ou superior a R$ 75
milhões.
30. Qual o prazo para o Cade realizar o controle prévio dos atos de concentração?
Este prazo pode ser dilatado? Explicar.
Prazo de, no máximo, 240 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda. Esse
prazo poderá ser dilatado por, no máximo, até 90 dias, mediante decisão fundamentada
do Tribunal, em que sejam especificadas as razões para a extensão, o prazo da
prorrogação, que não será renovável, e as providências cuja realização seja necessária
para o julgamento do processo.
31. Como é realizada a execução judicial das decisões do Cade?
A decisão do Plenário do Tribunal, cominando multa ou impondo obrigação de fazer ou
não fazer, constitui título executivo extrajudicial. A execução que tenha por objeto
exclusivamente a cobrança de multa pecuniária será feita de acordo com o disposto na Lei
nº 6830/80. Na execução que tenha por objeto, além da cobrança de multa, o cumprimento
de obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela específica da obrigação, ou
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento. A execução será feita por todos os meios, inclusive mediante intervenção
na empresa, quando necessária. A execução das decisões do Cade será promovida na
Justiça Federal do Distrito Federal ou da sede ou domicílio do executado, à escolha do
Cade. O processo de execução em juízo das decisões do Cade terá preferência sobre as
demais espécies de ação, exceto habeas corpus e mandado de segurança.

32. Quando o juiz pode decretar a intervenção judicial na empresa? Como funciona
a intervenção?

O Juiz decretará a intervenção na empresa quando necessária para permitir a execução


específica, nomeando o interventor. A decisão que determinar a intervenção deverá ser
fundamentada e indicará, clara e precisamente, as providências a serem tomadas pelo
interventor nomeado. Se, dentro de 48 (quarenta e oito) horas, o executado impugnar o
interventor por motivo de inaptidão ou inidoneidade, feita a prova da alegação em 3 (três)
dias, o juiz decidirá em igual prazo. Sendo a impugnação julgada procedente, o juiz
nomeará novo interventor no prazo de 5 (cinco) dias. A intervenção poderá ser revogada
antes do prazo estabelecido, desde que comprovado o cumprimento integral da obrigação
que a determinou. A intervenção judicial deverá restringir-se aos atos necessários ao
cumprimento da decisão judicial que a determinar e terá duração máxima de 180 (cento
e oitenta) dias, ficando o interventor responsável por suas ações e omissões,
especialmente em caso de abuso de poder e desvio de finalidade. O juiz poderá afastar de
suas funções os responsáveis pela administração da empresa que, comprovadamente,
obstarem o cumprimento de atos de competência do interventor, devendo eventual
substituição dar-se na forma estabelecida no contrato social da empresa. Decorrido o
prazo da intervenção, o interventor apresentará ao juiz relatório circunstanciado de sua
gestão, propondo a extinção e o arquivamento do processo ou pedindo a prorrogação do
prazo na hipótese de não ter sido possível cumprir integralmente a decisão exequenda.

33. Indicar quais são os crimes contra a Ordem Econômica prevista na Lei 8137/90.

Abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,


a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas; Formar acordo,
convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando: à fixação artificial de preços ou
quantidades vendidas ou produzidas; ao controle regionalizado do mercado por empresa
ou grupo de empresas; ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição
ou de fornecedores.

34. Explicar o que é a Delação Premiada constante no Artigo 169 da Lei 8137/90.
Delação premiada significa uma denúncia ou acusação informadas pelo acusado que
favorece a identificação de coautores ou participes, no constante do artigo 169 da Lei
8137/90, que é Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou força da natureza. No mesmo artigo incorre também a apropriação de tesouro,
quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que
tem direito o proprietário do prédio ou ainda, Apropriação de coisa achada, quem acha
coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de
15 (quinze) dias.
35. Informar e explicar quais normas ainda encontram-se vigentes na Lei 8884/94.
O artigo 86 nos diz que o art. 312 do Código de Processo Penal passa a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 312 - A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação
da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria."
E o artigo 87 nos diz que o art. 39 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, passa a
vigorar com a seguinte redação, acrescentando os seguintes incisos:
"Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha


a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de intermediação
regulados em leis especiais;

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços."

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