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Universidade Lúrio

Faculdade de ciências de saúde


Licenciatura em farmácia 1ºano, 5º Grupo
DISCIPLINA DE BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR~
Délcio Pedro de Castro Nota e Hélder Pedro Matilene Docente: Dr Zeca Salimo e Dr Andate

SINTESE PROTEICA NAS CELULAS EUCARIOTAS E PROCARIOTAS

Antes de a síntese de uma determinada proteína poder ocorrer, a molécula de mRNA


correspondente deve ser produzida por transcrição1. Contudo nos eucariontes os mRNA
são sintetizados no núcleo e em seguida migram para o citoplasma onde ocorrera a
tradução, enquanto que, nos procariotas pode haver acoplamento entre a transcrição e
tradução (a tradução do mRNA pode começar antes de sua síntese terminar, pois ele é
logo transcrito na forma definitiva).2

A síntese eucariota de Proteínas difere da Procariota primariamente no início da


Tradução.

O plano básico de síntese de proteínas em eucariontes e archea é similar ao das


bactérias. Os principais temas estruturais e de mecanismos ocorrem em todos os
domínios da vida. Entretanto, a síntese de proteínas eucariótica envolve mais
componentes proteicos do que a síntese de proteínas procariótica, e algumas etapas são
mais complexas1. Algumas semelhanças e diferenças notáveis são as seguintes:

1. Ribossomas.

Os ribossomas eucarióticos são maiores. Eles são constituídos de uma subunidade


grande 60 S e uma subunidade menor 40S, que se juntam formando uma partícula 80S
com uma massa de 4200kd, comparada a 2700kd do ribossoma 70S sendo que 50 S na
subunidade maior e 30 S na subunidade menor procariótico1,2,4. A subunidade 40 S
contem um RNA 18 S que é homologo ao RNA 16 S procariótico. A subunidade 60S
contem três RNAs: o RNA 5 S, que é homologo ao RNAr 5 S procariótico; o RNA 28
S, que é homologo as moléculas 23 S; e o RNA 5,8 S, que é homologo a ponta 5’ do
RNA 23 S de procariontes.1,4

2. RNAt Iniciador

Em eucariontes, o aminoácido de início é metiomina e não N-formilmetiomina.


Entretanto, como nos procariontes, um tRNA especial participa do inicio. Este
aminoacil-tRNA é chamado de Met-tRNAi, ou Met-tRNAf.1

3. Inicio

O codon de início em eucariontes é sempre AUG. Os eucariontes, ao contrário dos


procariontes, não tem uma sequência específica rica de purina do lado 5’ para distinguir
os AUG iniciadores internos. Em vez disso, o AUG mais próximo da ponta 5’ do
mRNA é geralmente seleccionado como ponto de início. Um ribossoma 40 S, com uma
Met-tRNA, ligado, une-se ao revestimento (cap) da ponta 5’ do mRNA eucariótico e
procura um códon AUG, movendo-se gradualmente no sentido 3’. Este processo de
Referencias Bibliograficas:
1-MURRAY RK, GRANNER DK, MAYES PA, RODWELL VW. Harper: Bioquimica ilustrada.26ªEd. São Paulo.
Atheneu Editora;2006.
2-CAMPOS, LS. Entender a Bioquímica. 5ªEd. Lisboa. Escolar Editora;2009
3-ALBERTS B, JOHNSON X, LEWIS J, MORGAN D, RAFF M, ROBERTSK at al. Biologia Molecular da Celula.
6ªEd. São Paulo. Artmed Editora Limitada. 2017. Pp333-336 ;
4-BERG JM, TYMOCZKO JL, STRYER L. Bioquimica. 6aEd. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2008
5-AZEVEDO C. Biologia Celular e Molecular. 4ªEd. Lisboa. LIDEL-Edicoes;2005 Página 1
Universidade Lúrio
Faculdade de ciências de saúde
Licenciatura em farmácia 1ºano, 5º Grupo
DISCIPLINA DE BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR~
Délcio Pedro de Castro Nota e Hélder Pedro Matilene Docente: Dr Zeca Salimo e Dr Andate

varredura é catalisado por helicases, que se movem ao longo do mRNA impelidas pela
hidrólise de ATP. O pareamento do anticodom de Met-tRNA, com o códon AUG do
mRNA indica que o alvo foi encontrado. Em quase todos os casos, o mRNA eucariótico
tem apenas um ponto de início e, portanto, é molde para uma única proteína.1

Ao contrário, um mRNA procariótico pode ter varias sequências de Shine-Dalgarno e,


assim, pontos de início, e poder servir como um molde para a síntese de várias
proteínas.1

Os eucariontes usam muito mais factores de início do que os procariontes e interagem


de modo mais complexo. O prefixo eIF indica um factor de início eucariótico.1

A diferença no mecanismo de início entre procariontes e eucariontes é, em parte, uma


consequência no processamento do RNA. A ponta 5’ do mRNA é prontamente
disponível aos ribossomas imediatamente apos a transcrição em procariontes e através
da polaridade a transcrição de um gene no RNAm correspondente ao seu percursor
forma, inicialmente, o terminal 5’ da partícula de RNA o que possibilita em
procariontes o inicio da tradução antes que a transcrição do gene haja sido completada.5
Ao contrário, o pré-mRNA tem de ser processado e transportado para o citoplasma em
eucariontes antes que a tradução seja iniciada. O cap 5’ fornece um ponto de partida
facilmente reconhecível. Alem disso, a complexibilidade do início da tradução
eucariótica da um outro mecanismo para a regulação da expressão genica.1,5

4. A estrutura do mRNA.

O mRNA eucariótico é circular. A proteína eIF-4E que se liga a estrutura de cap do


mRNA também se liga a cauda poli (A) por duas proteínas intermediarias. A proteína
liga-se primeiro a proteína IF-4G, que por sua vez liga-se de poly (A)-binding protein.
O cap e a cauda são juntados., formando um circula de mRNA. A estrutura circular
pode facilitar a religação dos ribossomas apos o término da síntese da proteína.1

5. Alongamento e término.

Os factores de alongamento eucarióticos EF1 𝛼 e EF1 𝛽𝛾 são contrapartes de EF-Tu e


EF-Ts procarióticos. A forma com GTP de EF1 𝛼 leva aminoacil-tRNA para o ponto A
do ribossoma, e o EF1 𝛽𝛾 cataliza a troca de mais ou menos do mesmo modo que EF-G
procariótico. O término em eucariontes é feito um único factor de liberação, eRF1,
comparado a dois em procariontes. Finalmente, eIF-3, como sua contraparte
procariótica IF3, impede a reassociarão das subunidades ribossómicas na ausência de
um complexo de início.1,5

Referencias Bibliograficas:
1-MURRAY RK, GRANNER DK, MAYES PA, RODWELL VW. Harper: Bioquimica ilustrada.26ªEd. São Paulo.
Atheneu Editora;2006.
2-CAMPOS, LS. Entender a Bioquímica. 5ªEd. Lisboa. Escolar Editora;2009
3-ALBERTS B, JOHNSON X, LEWIS J, MORGAN D, RAFF M, ROBERTSK at al. Biologia Molecular da Celula.
6ªEd. São Paulo. Artmed Editora Limitada. 2017. Pp333-336 ;
4-BERG JM, TYMOCZKO JL, STRYER L. Bioquimica. 6aEd. Rio de Janeiro. Guanabara Koogan; 2008
5-AZEVEDO C. Biologia Celular e Molecular. 4ªEd. Lisboa. LIDEL-Edicoes;2005 Página 2

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