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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

DISCIPLINA: PSICOLOGIA FORENSE


3º ANO, 2023
PSICOLOGIA FORENSE: Nota Introdutória
✓ Conceitos básicos, objectivos, objecto de estudo e finalidades.
✓ Método e técnicas de estudo da Psicologia Forense

Quando falamos em um psicólogo forense, podemos pensar no personagem que Jodi Foster
interpretou em Hannibal , onde ela trata do psiquiatra que se tornou um assassino em série,
Hannibal Lecter. A psicologia forense se tornou popular devido à maneira emocionante como
essa carreira é retratada na televisão e no cinema.

A psicologia forense pode ser definida como uma especialização dentro do campo da psicologia
que representa a síntese entre psicologia e direito. É a área da psicologia que, associado ao
conhecimentos jurídicos, é aplicada no sistema judiciário e na polícia para contribuir na
resolução de casos criminais. A psicologia forense utiliza os conhecimentos e técnicas da
psicologia para traçar perfis das partes envolvidas no processo de investigação, a fim de
constatar suas motivações, intenções ou qualquer outro elemento que contribua para o caso.

A psicologia forense também pode ser chamada de psicologia jurídica, embora alguns autores
entendam que a segunda seja mais abrangente.

Os psicólogos forenses podem trabalhar em uma variedade de ambientes, incluindo uma escola
fazendo avaliações de ameaças, numa prisão fazendo avaliações aos reus ou no tribunal
servindo como testemunha especializada. Se a situação tem elementos legais e requer análise
psicológica, evolução, avaliação ou tratamento, um psicólogo forense será o responsável pelo
trabalho.

Importância da psicologia forense

A psicologia forense avançou desde a história conforme os instrumentos e métodos da


psicologia que foram aprimorados durante o tempo. Os importantes resultados dessa evolução
são:

- Aplicações mais eficientes da área no meio judicial e nas investigações policiais;

- Humanização das partes envolvidas;

- Tratamento e decisões judiciais cada vez mais personalizadas de acordo com o caso e,
consequentemente, mais justas.
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Por: Rosário Martinho Sunde
(Psicólogo Clínico e Escolar)
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Nos casos em que é cabível, a psicologia forense funciona como auxiliar da justiça, por isso os
psicólogos forenses actuam de forma totalmente imparcial e seus pareceres deverão ser sempre
objectivos, ou seja, poderão favorecer tanto uma parte quanto a outra.

Além disso, o juiz tem plena liberdade para nomear um psicólogo forense para actuar no caso
sempre que achar relevante para a causa. No entanto, os casos mais recorrentes de aplicação da
psicologia forense são relacionados:

Estado mental de réus em processos criminais

Em casos em que é alegada a insanidade do réu, é necessário que se avalie a sua imputabilidade
(capacidade de ser responsabilizado). Para isso, a psicologia forense analisa o perfil psicológico
do réu para determinar até que ponto ele possui discernimento dos seus actos. Nesses casos, o
laudo técnico é crucial para definir a sentença.

Custódia de incapazes

Em disputas judiciais para decidir a custódia de incapazes, o psicólogo forense avalia o perfil
psicológico de todas as partes envolvidas para opinar sobre quem deve cuidar do indivíduo.

Constatação de risco de violência

Em processos em que são alegados riscos de violência (frequentemente doméstica), o psicólogo


forense avalia a potencial vítima, o potencial agressor e eventuais testemunhas para elaborar
laudo que auxilia o juiz na decisão.

Mediação

Em processos em que existe possibilidade de acordo, é possível que um psicólogo forense


contribua para que as partes encontrem interesses em comum e ponham fim ao litígio.

Portanto, o psicólogo forense actua como um agente analítico de processos jurídicos, está em
suas atribuições, justamente, analisa a condição psicológica dos envolvidos para a identificação
de um possível comportamento suspeito.

A psicologia forense responde de forma legal durante toda a condução do processo, em defesa
da lei garantida para todos que estiverem presentes em uma sala regulada juridicamente. É
quem protege a integridade de qualquer sessão desse cunho jurídico.

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Se é um agente analítico, sua função é analisar. Dentro desse espectro, algumas de suas
atribuições são:

- Colectar e analisar informações relacionadas a cada pessoa envolvida no processo jurídico;

- Estudar profundamente e análisar o comportamento humano em processo jurídico;

- Elaborar inquéritos;

- Apresentar provas e resultados obtidos através de metodologias científicas.

História da Psicologia Forense

O termo Psicologia Forense aparece pela primeira vez em diferentes publicações do século XX,
embora muitos autores tenham destacado a necessidade de aproximar a psicologia dos
processos judiciais por alguns séculos.

Nesse contexto, havia numerosos autores preocupados em estudar o conhecimento psicológico


necessário para analisar as intenções das pessoas acusadas de um crime. Por exemplo,
Mittermaier (1834) destaca a importância de avaliar as declarações das testemunhas antes de
executar a decisão judicial. Outro exemplo é o médico Friedrich, que primeiro incluiu o termo
Psicologia Judicial, em seu “Manual sistemático de psicologia judicial”, no qual falou sobre a
necessidade de fornecer informações da psicologia e antropologia à actividade judicial.

Na Alemanha e na Itália, a partir dos movimentos nacionalistas, da escola criminológica e dos


estudos de massa da Psicologia Colectiva, aparecem as primeiras evidências do
desenvolvimento de uma nova área na psicologia. Desde o seu nascimento, vem consolidando
e cobrindo cada vez mais.

Uma das importantes contribuições na área da Psicologia Forense foi a de Hugo Munsterberg,
um psicólogo alemão, mudou-se para os Estados Unidos em 1892 e criou um laboratório de
psicologia na Universidade de Harvard, onde estudou as imprecisões, preconceitos e lapsos de
memória de testemunhas oculares de um crime. Ele ficou surpreso com sua própria falta de
lembrança de detalhes quando foi questionado depois que sua própria casa foi assaltada. Isso
inspirou no seu livro de 1908, On The Witness Stand (no banco das testemunhas). Hugo
Munsterberg é reconhecido como o pai da psicologia aplicada, que engloba a especialidade da
psicologia forense.

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Em 1895, o chefe do departamento de psicologia da Universidade de Columbia, James McKeen
Cattell, fez experiências com 56 alunos, fazendo-lhes perguntas e avaliando sua confiança em
suas respostas. Ele descobriu que mesmo os alunos mais confiantes não eram necessariamente
mais precisos em suas respostas. Há que destacar a figura do psicólogo de Columbia James
McKeen Cattell, foi um dos pioneiros da psicologia forense.

Ainda, quando falamos da Psicologia Forense, lembramos das escalas de inteligência Stanford-
Binet. O cérebro por trás desse teste de inteligência foi o psicólogo francês Alfred Binet. Binet
criou a escala de inteligência Binet-Simon em 1903 para determinar quais crianças estavam
abaixo da média em inteligência e precisariam de educação especial no sistema educacional
francês.

O que isso tem a ver com psicologia forense? Essa escala seria posteriormente adaptada por
Lewis Terman, psicólogo da Universidade de Stanford, e chamada de Escala de Inteligência
Stanford-Binet. Terman usaria esse teste para determinar os melhores candidatos para membros
da força policial. Essencialmente, Terman utilizou a psicologia (o teste de inteligência) para
auxiliar o sistema legal, que é uma característica definidora da psicologia forense. Além disso,
descobriu-se que Alfred Binet replicou o experimento de James McKeen Cattell em relação à
precisão e ao nível de confiança dos alunos em 1896.

Em 1901, o psicólogo alemão William Stern conduziu um experimento no qual encenou uma
discussão acalorada entre dois alunos em uma sala de aula de direito na faculdade, onde um
deles apontou uma arma para o outro. Após o incidente, os alunos em sala de aula foram
solicitados a relembrar os detalhes da discussão. As descobertas de Stern foram fascinantes:
testemunhas oculares cometeram cerca de quatro a doze erros ao relembrar os detalhes da luta
e cometeram ainda mais erros no final da discussão, quando a arma foi puxada. Este
experimento foi significativo porque destacou como as testemunhas oculares podem estar
sujeitas a erros no tribunal e como a emotividade de um crime pode estar adulterada com a
memória da testemunha ocular do relato. Stern também criou o jornal Contributions to the
Psychology of Testimony.

Um dos alunos de Hugo Munsterberg, William Marston, criou o teste do polígrafo em 1917,
uma máquina projectada para determinar se uma pessoa está mentindo, com base em sua

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resposta fisiológica, resultante de sua descoberta de que a pressão arterial e a mentira estavam
positivamente correlacionadas.

Marston serviu como testemunha especialista no processo judicial de 1923, Frye vs United
States , afirmando a inocência de um réu com base em sua pressão arterial baixa enquanto era
questionado. O juiz federal rejeitou a validade da alegação de Marston, mas o seu papel neste
caso abriu caminho para futuros psicólogos que também serviriam como testemunhas
especializadas no tribunal.

Em 1952, psicólogos sociais testemunharam no famoso caso Brown vs Board of Education,


afirmando que a segregação nas escolas estava impedindo as crianças negras de ter um
desempenho superior. Isso marcou o fim da segregação racial no sistema escolar.

A defesa da insanidade, teve como base o caso Jenkins vs Estados Unidos de 1962, onde foi
decidido que psicólogos seriam usados como testemunhas especializadas quando a saúde
mental ou doença mental fosse uma possibilidade em um caso criminal.

Finalmente, em 2001, a American Psychological Association (APA) identificou a psicologia


forense como uma especialidade dentro do amplo campo da psicologia. E confere esta área
como campo especializado da psicologia que representa a síntese da psicologia e do direito,
como base no estudo da exatidão e validade do testemunho.

Métodos e técnicas de estudo da Psicologia Forense

O psicólogo forense necessita de instrumentos de avaliação específicos, da elaboração do


relatório, da entrevista e de ter em atenção as discrepâncias dadas pelo cliente e a acção
propriamente dita. A avaliação psicológica no âmbito forense, remete também para os
potenciais ganhos que são consequência da denegação da responsabilidade de acções
criminosas, por parte do eventual transgressor, para além desta existe também a distorção de
informação que este pode efectuar, sendo originada pela simulação de psicopatologia,

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fingimento de incompetência e respostas defensivas ou socialmente desejáveis. O controlo
destes factores constitui uma razão acrescida de forma justificativa para o recurso a fontes de
informação e métodos ou instrumentos de avaliação válidos e diversificados.
Durante os encontros com cada uma das partes, são realizadas entrevistas individuais
(estruturadas ou semiestruturadas), técnicas de observação, análise documental e, quando
necessário, mediante autorização do magistrado, os profissionais (assistente social e psicólogo)
realizam visitas in loco ou visitas no local onde residem as partes para observar o ambiente e
estrutura em que vivem, assim como as relações que matem no ambiente familiar.
Os relatos são registados de forma escrita durante a entrevista para seguidamente servirem
como base para a realização do laudo e parecer psicossocial, que será encaminhado ao
magistrado solicitante.
A observação e entrevista com crianças são realizadas em uma sala lúdica, organizada
especialmente para este fim e para as visitas assistidas. As perguntas são articuladas de acordo
com a fase do desenvolvimento em que o infante se encontra. Algumas vezes, como informado,
utiliza-se a técnica do desenho da família para criar um vínculo e auxiliar na avaliação da
percepção sobre as relações familiares. Depois que todos os dados são colectados é feita uma
breve discussão entre os profissionais que trabalham no caso. Posteriormente, um dos
profissionais, redige o relatório e o parecer, que será ao final relido para ajustar as últimas
impressões e finalmente assinado.
A entrevista psicológica é um instrumento flexível, uma vez que permite obter dados exaustivos
do comportamento do entrevistado, além de dar liberdade ao perito de fazer as intervenções
necessárias ao esclarecimento de suas dúvidas. O psicólogo recolhe dados em função de uma
escuta especializada o que possibilita uma investigação ampla da personalidade do periciando.
Quanto à observação é importante enfatizar que durante a entrevista pode-se observar a
aparência física, o comportamento verbal e não verbal, indicadores de tensão, ansiedade e
estresse e outras reações emocionais do periciando.
Os testes devem servir como uma das fontes de informação que podem confirmar ou afastar
hipóteses sobre os conteúdos psicológicos relevantes para a matéria legal. A escolha do teste
psicológico está vinculada ao objectivo do estudo, às características do sujeito, a qualidade

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do teste e à experiência do aplicador. Embora os métodos e técnicas diferenciem-se entre si,
todas possuem o mesmo objectivo: colectar dados suficientes para a compreensão da conduta
do criminoso e até chegar a um diagnóstico.

Tarefas e importância da avaliação forense

Uma avaliação terapêutica se propõe a diagnosticar um indivíduo de modo que possa ser
realizada uma intervenção e reduzido o sofrimento da pessoa. Entretanto, uma avaliação forense
é diferente de uma avaliação terapêutica tradicional porque existem duas tarefas adicionais
envolvidas em uma avaliação forense. As avaliações forenses devem esclarecer e identificar a
questão legal e, por outro, a psicologia forense tem algo a ofereem numa situação específica.

É surpreendente que, muitas vezes, o tribunal ou as partes não estejam completamente


esclarecidos quanto à sua necessidade de um psicólogo ou a questão legal que deve ser
abordada.

Conceitos básicos em avaliação: confiabilidade e validade

Antes de discutirmos aspectos específicos da avaliação terapêutica e forense, é importante


lembrar dois importantes conceitos que são centrais para a avaliação e especificamente para a
testagem psicológica. Confiabilidade e validade são termos que podem descrever a medida e
solidez psicométrica de um determinado teste ou procedimento.

Confiabilidade geralmente se refere à consistência da medida. Por exemplo, alguém que sofre
de depressão deve obter um escore similar em um teste psicológico designado para avaliar
depressão, como o Inventário de Depressão de Beck-II (BDI-II). Se uma pessoa é testada após
semana e os seus sintomas não se alteram, seus escores deverão ser similares com os da semana
anterior. Se os escores de uma pessoa deprimida variam muito nas administrações repetidas da
medida, enquanto os seus sintomas permanecem em sua maior parte sem alterações, isso sugere
pouca confiabilidade para aquela medida. Os escores não são consistentes.

Por outro lado, validade é a precisão da medida. Para que o Inventário de Depressão de Beck
seja válido, ele precisa medir a depressão e não outra coisa. Uma medida de depressão não deve
medir algo como a quantidade de exercício físico que a pessoa faz ou algo que não esteja

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relacionado. Níveis mais altos de confiabilidade e validade num instrumento de medida
sugerem que um procedimento ou teste é suficientemente sólido para ser usado.

Distinguindo avaliação terapêutica de avaliação forense


A avaliação terapêutica tradicional ou clínica diferem das avaliações forenses em inúmeros
aspectos importantes. Alguns desses aspectos incluem: (1) metas e objectivos; (2) relação entre
as partes; (3) identidade do cliente; (4) consequências e (5) perspectiva do examinando. Essas
diferenças focalizam as áreas centrais de sobreposição entre as avaliações terapêutica e forense
e se somam à necessidade de identificação da questão legal e avaliação de se o psicólogo forense
pode auxiliar a corte.
O primeiro aspecto em que a avaliação terapêutica difere da avaliação forense é nas metas e
objectivos de cada abordagem. O objectivo de uma avaliação terapêutica é ajudar o examinando
a diagnosticar e tratar seus problemas emocionais e psicológicos relevantes. O objectivo de uma
avaliação forense é auxiliar a corte. O psicólogo forense pode diagnosticar um indivíduo com
uma doença mental, mas em vez de tratar essa pessoa, ele pode simplesmente informar a corte
sobre o impacto dessa doença mental nas tomadas de decisões sobre o acusado ou sua
capacidade de funcionar em um contexto legal. Essa diferença não quer dizer que a psicologia
forense não tem compaixão ou que o examinando não deva ou não será ajudado, mas significa
que o objec tivo primário da avaliação em si não é fornecer informações para o tratamento, mas
é para um propósito legal.
A relação entre avaliador e examinando é diferente em uma avaliação forense. Em uma
avaliação terapêutica, o papel do psicólogo é demonstrar interesse e oferecer apoio. Uma parte
importante da avaliação terapêutica é desenvolver o rapport para ajudar o examinando em suas
dificuldades emocionais. Em uma avaliação forense, o psicólogo adota um papel mais
investigativo em que ele está focado no exame objectivo das informações pertinentes a esse
examinando. Apoiar um indivíduo durante o processo legal ou as dificuldades psicológicas
relevantes não é tipicamente uma consideração na avaliação forense.
As avaliações terapêutica e forense também diferem nas consequências da avaliação. As
consequências de uma avaliação terapêutica geralmente resultam na indicação de uma
intervenção ou abordagem de tratamento para o examinando. As consequências de uma
avaliação forense podem ser uma indenização financeira, a perda da liberdade ou até mesmo a

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perda da vida. Embora as consequências de não receber tratamento ou um tratamento ineficaz
não devam ser minimizadas, as consequências de uma avaliação forense podem ser mais graves.
A precisão das informações que você obtém é geralmente mais questionável na avaliação
forense do que na avaliação terapêutica. Durante uma avaliação terapêutica, a perspectiva do
examinando é altamente considerada porque ela é voluntária e existe um curso de ação
compartilhado entre o avaliador e o examinando.
Durante uma avaliação forense, o examinando usualmente não se apresenta voluntariamente,
o avaliador questiona ou aguarda a verificação das suas afirmações e o examinando tem algo a
ganhar com o resultado da avaliação. Em consequência disso, a precisão das informações muito
mais provavelmente estará em questão em uma avaliação forense do que em uma avaliação
terapêutica, e a importância da perspectiva do examinando varia.
Sínte das diferenças entre avaliação terapêutica e forense

Tópicos Avaliação terapêutica Avaliação forense


Reunir informações para reduzir o
Metas e objectivos sofrimento psicológico Tratar de uma questão legal
Relação entre as partes Cuidar e apoiar Investigar e procurar a verdade
Indivíduo que procura e paga
Identidade do cliente O cliente é o examinando pelos serviços
Financeiras ou perda da
Consequências Planejar uma intervenção liberdade
Perspectiva do Exame minucioso do
examinando Fonte mais importante examinando

Tarefa 1:
1. Depois de levantarmos o conceito da Psicologia Forense, apresente o objecto de estudo desta
disciplina. Justifique a sua resposta.
2. Além dos procedimentoss metodológicos e técnicos da Psicologia Forense aqui apresentados,
identifique outros métodos (pelo menos 5) e descreve em que consistem.

Obs: A tarefa deve ser respondida num papel A4, manuscrito a ser entregue na próxima aula.
Faz parte da avaliação.

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