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A modernidade trouxe consigo uma série de comodidades à sociedade. Muitas tarefas antigamente consideradas
árduas, com elevada necessidade de produção de força, demanda de tempo e energética (Kcal), hoje parecem
brincadeira de criança.
São inegáveis os benefícios da automação, da inteligência artificial e de todos os demais avanços tecnológicos
mediados pela evolução. Entretanto, hoje temos observado, de maneira geral, um elevado comportamento sedentário
e inatividade física na população. Isto, é claro, está relacionado a importantes impactos negativos sobre a saúde.
Outro quadro que está tendo um crescimento preocupante no Brasil é o da obesidade. Por isso, é automático nos
questionarmos: qual é a ligação entre o comportamento sedentário e obesidade? Quais as consequências disso para a
qualidade de vida e saúde do indivíduo?
O comportamento sedentário é classificado como uma condição na qual uma pessoa gasta menos do que
aproximadamente 1,5 Kcal/Kg de peso corporal por hora. Tal fator relaciona-se à realização de qualquer atividade
diária voluntária.
Dentre estas se destacam as atividades em frente às telas (como celulares, tablets e televisores), a posição sentada, a
realização de tarefas de casa e outras.
Sabe-se, hoje, da relação entre o elevado comportamento sedentário e obesidade. Esta não é uma doença de fácil
entendimento: muitos fatores se associam ao seu desenvolvimento. Entre eles estão: fatores Genéticos; Aspectos
epigenéticos; Condições ambientais; Aspectos comportamentais.
Tudo isso é responsável por mediar respostas bioquímicas e fisiológicas que resultarão em redução a saciedade, da
capacidade de oxidação de gorduras, do gasto calórico basal e da elevação do apetite/fome.
A obesidade está relacionada com a redução da qualidade e expectativa de vida, além de várias doenças crônicas não
transmissíveis – mas com impactos sem precedentes à saúde. Apesar disso, o quadro de obesidade não se instala da
noite para o dia.
De maneira geral, são necessários vários anos para que uma pessoa em condição de estado nutricional adequado
chegue ao sobrepeso e, posteriormente, à obesidade.
Vejamos como isso acontece.
Essa é uma quantia de calorias inofensivas à saúde, se observada de forma aguda. Entretanto, se esse quadro for
mantido de forma crônica poderá ser responsável por elevar em aproximadamente 20 Kg o peso corporal do indivíduo
em um período de 10 anos. Se o período considerado for de 20 anos e nada for feito, isso pode provocar um aumento
de 50 Kg ou mais.
Nesse sentido, temos que o balanço energético positivo crônico é instalado como consequência de um desequilíbrio
entre a ingestão e o gasto de calorias. Esse quadro comumente surge como consequência da redução da atividade
física voluntária, ou seja, da prática regular de atividades físicas.
A inatividade física e o elevado comportamento sedentário são responsáveis por uma série de aspectos negativos para o
corpo do indivíduo, como:
A modulação negativa da composição corporal;
Redução da sinalização anorexígena (Redução da falta de apetite);
Elevação da sinalização orexígena. (Aumento do apetite)
Tais fatores colaboram ainda mais para a busca por ingestão alimentar, a potencialização do balanço energético
positivo crônico e o ganho de peso. Ainda, dentre os componentes do gasto calórico total diário temos três pontos
principais:
A taxa metabólica basal (TMB), que representa o gasto calórico necessário para manter as funções
biológicas na condição de repouso;
O efeito térmico do alimento (ETA), ou efeito térmico da refeição (ETR), que representa o gasto calórico
necessário para metabolizar os nutrientes ingeridos;
E o efeito térmico do exercício (ETE), que representa o gasto calórico relacionado à prática de atividades
físicas.
Ao observar as variações dos componentes do gasto calórico total diário em diferentes composições corporais, não
se observam grandes variações na taxa metabólica basal e efeito térmico do alimento. Apesar disso, observamos
uma grande redução do efeito térmico da atividade física.
Este aspecto nos permite compreender que o grande vilão do desenvolvimento da obesidade (em grande parte)
parece ser o aumento da inatividade física e do comportamento sedentário impulsionados diariamente pela evolução
tecnológica.
As consequências da obesidade
A obesidade, por sua vez, já é considerada uma pandemia e está associada a uma série de patologias
cardiovasculares e metabólicas. Entre elas, as principais são:
O infarto agudo do miocárdio (IAM); Hipertensão arterial sistêmica(HAS);
Dislipidemias (elevação do triglicérides e lipoproteína de baixa densidade – LDL e redução da
lipoproteína de alta densidade – HDL);
Câncer
Entre outras doenças neurodegenerativas, renais e hepáticas.
Assim, observa-se que a obesidade pode ser um divisor de águas entre a saúde, qualidade e expectativa de vida e
as doenças contemporâneas. Por isso, percebe-se ainda mais claramente a importância de prevenir o surgimento e
agravamento de quadros de sobrepeso e obesidade.
Mas dentro do que podemos fazer está a orientação com relação à necessidade de abandono dos elevados períodos
de comportamento sedentário e inatividade física, bem como da adoção de uma dieta balanceada. Nesse momento,
é importante lembrarmos que essas são duas escolhas nada fáceis.
O primeiro ponto esbarra na falta de tempo diária de grande parte da população, o que reflete na baixa possibilidade
de adesão da prática regular de atividades físicas à longo prazo. O segundo aspecto que interfere é o fato de que,
muito além da simples necessidade de se alimentar, temos um sistema hedônico que nos leva à busca alimentar
para fins emocionais – e não apenas fisiológicos.
Concluindo...
Não é novidade que o comportamento sedentário e obesidade são problemas mundiais. Apesar disso, em um mundo
que olha apenas para os problemas, devemos olhar para a solução. Todos iremos morrer um dia, isso é inevitável.
Apesar disso, entre a primeira inspiração e a última expiração de ar temos uma dádiva chamada vida.
Justamente por ser uma dádiva, ela deve ser vivida com qualidade. Para isso, parece que precisaremos aprender a
conviver com a tecnologia sem deixar com que ela nos afete. Mais uma vez, percebemos que a responsabilidade
pela qualidade e expectativa das nossas vidas passa pelas nossas escolhas diárias. Não é um processo fácil, mas não
temos outra opção.
Por isso, escolhamos sempre a prática regular de atividades físicas e a dieta balanceada. Mesmo sabendo que não
somos capazes de comer “certinho” e praticarmos atividades físicas todos os dias, devemos procurar pelas mesmas
sempre que possível. Sem dúvida alguma, essa é a melhor escolha que podemos fazer.
Lembre-se sempre: pequenas mudanças fazem uma grande diferença. Pense nisso e comece hoje a viver os melhores
dias de suas vidas.
QUESTÕES:
1) O que caracteriza e quais atividades se destacam como comportamento sedentário?
2) Cite os fatores associados ao desenvolvimento do sedentarismo e da obesidade, bem como as
respostas em que estão envolvidos.
3) O fator obesidade está diretamente relacionado à quais prejuízos?
4) O que acarreta o balanço energético positivo? Explique o exemplo citado no texto.
5) A inatividade física e o elevado comportamento sedentário são responsáveis por uma série de
aspectos e fatores que podem colaborar para qual atitude?
6) Qual a importância de entender o significado do TMB, ETA/ETR e ETE? O que cada um
representa?
7) Justique a afirmação: “o quadro de obesidade não se instala da noite para o dia.”
8) A obesidade está relacionada à quais principais patologias?
9) O artigo nos mostrou a possibilidade de resolver esses dois grandes problemas tão mencionados
através da mudança de comportamento individual, ou seja, algo que depende apenas de você. Quais
são as principais orientações a esse respeito?
10)O artigo faz uma reflexão acerca de quais condições que influenciam diretamente na
qualidade de nossa saúde?