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Anápolis/GO
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1. SUMÁRIO GERAL
é praticado sem o uso da força física e não deixa marcas visíveis, o que dificulta a
sua comprovação. O abuso sexual pode variar de atos que envolvem o contato
sexual com ou sem penetração a atos em que não há contato sexual, como o
voyeurismo e o exibicionismo.
Mesmo com a lei garantindo tal proteção, foi necessária a criação de uma legislação
específica, envolvendo as crianças e os adolescentes, diante dos crimes que eram
cometidos contra elas. Essa legislação veio alguns anos depois e atualmente é
conhecida como ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente. O referido diploma
normativo tem como objetivo proteger a criança e o adolescente de forma
extremamente ampla não se limitando apenas em tratar de medidas repressivas e
de atos infracionais. (GUILHERME FREIRA, 2017)
se deve ao fato de algumas famílias acreditarem no tabu de que a educação sexual para
crianças e adolescentes é ensinar como fazer sexo. Quando uma criança sofre um abuso
sexual, não só o seu corpo é corrompido, mas todo o seu ser, seus pensamentos, suas
é uma das experiências mais traumáticas que uma criança pode passar e, gera diversas
Figueiró:
[...] a educação sexual tem a ver com o direito de toda pessoa de receber
rever seus tabus, aprender, refletir e debater para formar sua própria opinião,
seus próprios valores sobre tudo que é ligado ao sexo. No entanto, ensinar
sexualidade faz parte de cada um de nós e pode ser vivida com alegria,
Além disso educação sexual para crianças e adolescentes ajuda a prevenir doenças
sexualmente transmissíveis e uma gravidez indesejada na adolescência. É
importante conhecerem o próprio corpo e terem um ambiente seguro para tirar
dúvidas, ao invés de aprender sobre sexo com pornografia, que estimula a violência
sexual. Atores como Vasconcelos (1971) sugerem refletir sobre a construção da
sexualidade com o viés da educação sexual emancipatória, ou seja, aquela que
possibilita compreender a sexualidade de uma forma que não seja estritamente
biológica, mas, sim, abrangente.
Para manter a vitima em silencio o abusador pode usar ameaças de violencia fisica
ou mental, além de chantagens. É normal que usem presentes, dinheiro ou qualquer
outro tipo de material para ter uma boa relação com a vítima.
Para Furniss:
o dano psicológico pode estar relacionado aos seguintes itens: a idade do início do
abuso; a duração do mesmo; o grau de violência ou ameaça; a diferença de idade entre
quem comete o abuso e a vítima; quão estreitamente era a relação da pessoa que
cometeu o abuso com a pessoa que sofreu o abuso; a ausência de figuras parentais
protetoras e o grau de segredo. (1993)
Como na maioria dos casos os abusador costuma ser uma pessoa próxima da criança
e estabele uma relação de confiança com ela, está garantido o sigilo da situação de
abuso. O abusador pode usar ameaças ou benefícios materiais em um vínculo de
dominação e submissão.
No caso de meninos que sofreram abuso sexual, eles podem apresentar dúvidas
quanto à sexualidade, sentindo-se muitas vezes fora do padrão estabelecido
socialmente, no qual o homem tem de se defender e de que sempre são capazes de
evitarem agressões de qualquer natureza. Sem contar que a mídia sempre os aponta
como agressores e não como possíveis vítimas (Abrapia, 2002).
Insere-se a esse conjunto de fatores diversas queixas, tais como mal-estar difuso,
dores nos ossos, enurese, principalmente em crianças menores, problemas na
alimentação, perturbação de sono, prejuízo das funções intelectuais e criativas,
tentativas de suicídio, medo ou afastamento da pessoa do mesmo sexo que o
agressor. Se a pessoa a quem a criança revelou o que aconteceu não lhe der crédito e
não lhe prestar nenhum tipo de ajuda.
Aponta D. Ferrari:
O abusador apresenta, geralmente, “personalidade antissocial, paranoia,
impulsividade, não sabem lidar com frustação, sentimentos de
inferioridade ou de insuficiência, infância violenta, estresse, álcool ou
drogas” (D. Ferrari 2002, p. 92).
1. Pedófilo abusador
No caso desse individuo a criança não é o objeto central de sua fantasia, logo
não pode ser diagnosticado como pedófilo. Esse abuso ocorre muito mais
fragilidade da criança e pela dificuldade de ser descoberto que pelo fato pré-
púbere, daí o termo situacional.
Na maior parte das vezes esse tipo de molestador é casado e vive com a
família, mas se alguma situação de frustação acontece ele é induzido a se
sentir mais confortável com crianças.
Esse molestador busca qualquer pessoa que esteja disponível para satisfazer
suas necessidades e o fato de escolher crianças faz parte desse contexto, mas
pode não ser sua prioridade. Esse individuo, furta, trapaceia, mente e não ve
motivo para não molestar crianças. Usa força, sedução ou manipulação para
conquistar a vítima. É um indivíduo charmoso, agradável com todos e se for
casado é o tipo de homem que troca de esposa toda hora. O incesto é comum
para esse tipo de molestador, não tem medo de molestar seus filhos ou
enteados e participa de grupos de pornografia infantil. Tem o costume de
escolher uma faixa etária definida para ser sua vítima.
O perfil desse tipo de molestador é aquele em que a criança confia e que tem
um contato inquestionável, como professores, padres, motoristas de ônibus
escolar, fotógrafos e etc.
Esse indivíduo prefere crianças, mas possui tem habilidade para seduzi-las. Ele
raramente conversa com elas e escolhe vítimas muito pequenas que não
entendem o que está acontecendo. Seu campo de ação envolve parques
infantis ou locais com grande concentração de crianças, onde as observa e tem
breves encontros sexuais. Para realmente se relacionar sexualmente utiliza
pornografia infantil, internet ou até mesmo se casa com a mãe das crianças
para ter fácil, frequente e seguro acesso a elas.
não critique nem duvide de que ela/ele esteja faltando com a verdade;
incentive a criança e/ou o adolescente a falar sobre o ocorrido, mas não
o obrigue;
fale sempre em ambiente isolado para que a conversa não sofra
interrupções nem seja constrangedora;
evite tratar do assunto com aqueles que não poderão ajudar;
denuncie e procure ajuda de um profissional;
converse de um jeito simples e claro para que a criança e/ou o
adolescente entendam o que você está querendo dizer;
não os trate com piedade e sim com compreensão;
nunca desconsidere os sentimentos da criança e/ou do adolescente;
reconheça que se trata de uma situação difícil; e
esclareça à criança e/ou adolescente que a culpa não é dela/dele;
Impossível deixar de citar o caso que ocorreu no Espírito Santo, em que uma
menina de 10 anos de idade foi estuprada pelo tio. Ela relatou que o fato
acontecia desde os 6 anos e não o denunciou porque era ameaçada. Ele tem
33 anos. O caso se transformou em uma disputa no Brasil, uma guerra entre
quem defendia ou não o aborto da criança. São muitas as violências as quais
essa criança viveu, além de todo esse trauma, a família e a criança tem que
lidar com toda a vigia ideológica e midiática criada.
O psiquiatra Felipe Batista cita algumas tarefas que os pais podem fazem para
prevenir ou lidar com o abuso sexual infantil:
As crianças devem ser capazes de entender que ninguém tem permissão para
tocar em suas partes intimas ou olhar para elas fora de ambientes adequados,
como em um consultório médico.
Compartilhe suas próprias histórias e inclua o máximo de sentimentos e
sensações que puder
Peça permissão para tocar em uma criança
Crianças vítimas de abuso sexual, podem vir a apresentar sintomas, como foi
citado no capítulo 2 deste trabalho, elas podem manifestar alterações no
humor, tornando-se mais tristes, irritadas ou agressivas. Muitas vezes, ficam
mais introspectivas, evitando interação social. Prejuízo do rendimento escolar,
alteração do sono, pesadelos e incontinência urinária noturna podem revelar
que algo não vai bem. É importante também ficar alerta quando uma criança,
inesperadamente, passa a rejeitar um adulto sem motivo aparente.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2020/08/17/menina-de-10-anos-
estuprada-pelo-tio-no-es-tem-gravidez-interrompida.ghtml