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26/10/2021 07:37 AGSN Consultoria & Coaching: AS PRINCIPAIS ERAS DO CONTROLE DA QUALIDADE!

AS PRINCIPAIS ERAS DO CONTROLE DA QUALIDADE!


Como foi mencionado semana passada, teríamos a continuação do artigo
sobre As Eras da Qualidade,agora a segunda parte:

            

1.1 Era da Inspeção


A Era da Inspeção - Qualidade com Foco no Produto
No final do século XVIII e início do século XIX a Qualidade era obtida de uma
forma bem diferente da obtida hoje em dia. A atividade produtiva era artesanal e
em pequena escala. Os artesãos e artífices eram os responsáveis pela construção
de qualquer produto e por sua Qualidade final.
Com o desenvolvimento da industrialização, e o advento da produção em massa,
tornou-se necessário um sistema baseado em inspeções, onde um ou mais
atributos de um produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de
assegurar a sua Qualidade.
Até o século XVII, as atividades de produção de bens eram desempenhadas por
artesãos.
Quase tudo era fabricado por artesãos e artífices habilidosos ou trabalhadores
experientes e aprendizes sob a supervisão dos mestres de ofício. Produziam
pequenas quantidades de cada produto; as peças eram ajustadas umas às outras
manualmente e a inspeção era feita após os produtos prontos, para assegurar
uma alta qualidade, de maneira informal, quando feita. Um produto que funcionava
bem era visto como resultado manual da confiança nos artífices qualificados para
todos os aspectos do projeto da produção e do serviço.
O padrão de qualidade do artesão era, em geral, muito elevado e resultava na
plena satisfação do cliente. A sua produtividade era, porém, limitada e a
competição era mantida sob controle pelas corporações de ofício. O grande
segredo então do trabalho artesanal era o preço de cada peça ou de um serviço, o
que limitava o seu acesso a uns poucos consumidores privilegiados.
Registra-se que a partir das invenções da imprensa de tipos (séc. XV) e do tear
hidráulico (séc. XVIII), ficam demonstradas as possibilidades de mecanizar o
trabalho e produzir um bem em série. Em meados do século XVII, quando o
crescimento do comércio europeu alavancou o aumento da produção surgem às
primeiras manufaturas, nas quais um proprietário, em geral um comerciante, dava
emprego a certo número de artesãos que trabalhavam por um salário e a
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produção era organizada sob o princípio da divisão do trabalho. A produção em


massa seria viabilizada justamente pelos preços reduzidos por unidade produzida,
com a consequente ampliação do mercado, permitindo o acesso de pessoas de
classes mais baixas a inúmeros produtos antes escassos. As mudanças no modo
de produção iriam, também, modificar a percepção e o tratamento da qualidade.
Com a descoberta das máquinas a vapor, a produção ganha um grande avanço
essa alavancada permitiu a criação de um novo padrão de produção.  A partir de
então, a velocidade da máquina passava a impor o ritmo da produção e os locais
de trabalho passavam a ser construídos em função das necessidades impostas
pelos equipamentos: era o nascimento das fábricas. O enorme aumento da
produção, os artesãos deram lugar aos operários não especializados, que
realizam as tarefas determinadas pelo supervisor e pela gerência. O conhecimento
passou a ser propriedade da empresa. Estava criado o estágio extremo da relação
capital/trabalho, o proprietário fornecia o capital - instalações, máquina, matéria-
prima e tecnologia; e o trabalhador fornecia seu trabalho.
Nesse contexto a quantidade de falhas, de desperdício e de acidentes do trabalho
era elevada, em função das limitações das máquinas, do despreparo dos
operários e do precário desenvolvimento das técnicas administrativas. Porém não
havia preocupação em relação a este custo, ou um levantamento de perdas, uma
vez que somente se interessavam em produzir. Com o passar do tempo então,
passam a ser implantados o trabalho de inspeção final de produto e a supervisão
do trabalho – produção, surgindo um novo contexto nas empresas.
Em 1913, Henry Ford descobriu que se dividissem as tarefas de fabricação em pequenas
operações especializadas, poderia recrutar mão-de-obra não qualificada da região rural,
dar-lhe um pequeno treinamento e, assim, conduzir de maneira eficaz todas as tarefas
de fabricação e montagem de um automóvel.

Para coordenar as tarefas dos operários não qualificados, foram criadas novas
funções executadas por especialistas. Surgiram assim batalhões de trabalhadores
indiretos: mecânicos, inspetores de qualidade, especialistas em reparos, além de
supervisores e engenheiros de produção.
Como o custo de inspecionar 100% das peças e componentes era proibitivo,
adotaram-se técnicas de controle da qualidade, como, por exemplo, as técnicas de
amostragem.
   

1.2 Era da do Controle Estatístico da Qualidade


Com a ascensão da empresa industrial e da produção massificada, tornou-se
impraticável inspecionar a totalidade de produtos que saíam aos milhares das
linhas de montagem, inviabilizando a execução da inspeção de produto a produto
como na era anterior. Razão da introdução da estatística como ferramenta da
indústria. O contexto tornou-se favorável ao surgimento do controle estatístico da
qualidade (CEQ), baseado em técnicas de amostragem. Em lugar de inspecionar
todos os produtos, passou a ser selecionado por amostragem certa quantidade. As
propriedades dessa amostra podem então ser estendidas ao lote do qual foram
extraídas.
O pioneiro da aplicação da estatística ao controle da qualidade foi Walter A.
Shewhart, dos Laboratórios Bell, que em 1931 publicou a obra Economic Control
of Manufactured Product, conferindo pela primeira vez um caráter científico à
pesquisa.
A Segunda Guerra Mundial consagrou o controle estatístico da qualidade através
dos órgãos de controle da qualidade, criados pela exigência dos organismos de
compras das forças armadas dos grandes potenciais mundiais.  Outro importante
conceito introduzido por Shewhart foi o ciclo de melhoria contínua. Ele defendia uma
abordagem sistematizada para a solução de qualquer problema na empresa.
À medida que as indústrias aumentavam de tamanho e de sofisticação, a
responsabilidade ela qualidade diluía-se nos diversos órgãos especializados: o
departamento de engenharia era responsável pelas especificações dos produtos e pelos
critérios de aceitação; a produção se encarregava da fabricação e a inspeção era
responsável pelos testes e verificações do produto final. Ainda é verificado no início desta
era, o enfoque também sobre o produto, como na era da inspeção.

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Apesar do envolvimento dos diversos setores das empresas na busca de qualidade em


seus produtos, faltava uma coordenação central, embora a administração superior
procurasse desempenhar esse papel.
Em 1951, Armand V. Feigenbaum, autor da frase “a qualidade, que era um trabalho de
Todo mundo, acabava sendo um trabalho de ninguém”, no livro Quality Control, defende
a ideia de que as empresas deveriam criar um departamento para cuidar exclusivamente
da qualidade – Departamento de Engenharia da Qualidade, tendo como principal
atribuição preparar e ajudar administrar o programa de qualidade.

A evolução dos conceitos não parou depois da guerra. Chamando a atenção para os
problemas que haviam surgido. Feigenbaum apresentou em 1961 uma versão evoluída
das proposições publicadas 10 anos antes, à qual deu o nome de controle da qualidade
total –TQC: Total Quality Control.

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