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Atos dos Juízes

Ordinatórios  Despachos

Atos de Juízes Decisão Interlocutória Simples


Terminativa
Decisórios Decisão Interlocutória Mista
Não Terminativa
Condenatória
Sentença Própria
Absolutória
Imprópria

Decisão Terminativa de Mérito ou


Definitiva em Sentido Estrito

Atos Ordinatórios: os atos ordinatórios não possuem conteúdo decisório, eles visam
impulsionar o procedimento. Razão pela qual configuram-se irrecorríveis. Os atos
ordinatórios se externalizam nos autos do processo, por meio dos despachos ou
despachos de mero expediente.

Atos Decisórios: nos atos decisórios, o juiz soluciona as questões do processo, portanto,
eles deverão estar fundamentados, sob pena de nulidade.

1. Decisão Interlocutória Simples: na decisão interlocutória simples existe um conteúdo


ordinatório e um conteúdo decisório, via de regra, essas decisões são irrecorríveis, mas
podem ser combatidas pela via da ação autônoma de impugnação, normalmente o
habeas corpus. Exemplo: decisão que recebe a denúncia ou queixa.

2. Decisão Interlocutória Mista: na decisão interlocutória mista predomina o conteúdo


decisório. Ela poderá ser impugnada pelo recurso em sentido estrito ou pelo recurso de
apelação. A decisão interlocutória mista poderá ser:
a) Terminativa: na decisão interlocutória mista terminativa, o juiz extingue o processo
sem resolução do mérito. Exemplo: decisão que rejeita a denúncia ou queixa, decisão de
impronúncia.

b) Não Terminativa: na decisão interlocutória mista não terminativa, encerra-se uma


fase do procedimento, sem encerrar o procedimento como um todo. Exemplo: decisão
de pronúncia.

Sentença
Sentença é o ato por meio do qual o juiz encerra a atividade jurisdicional no primeiro
grau de jurisdição. Ele irá analisar de forma fundamentada o mérito. As sentenças
poderão ser:

Condenatórias
Nas sentenças condenatórias, o juiz reconhece a existência de um crime e que o réu foi
seu autor. Ele irá aplicar a sansão penal fazendo a dosimetria da pena pelo sistema
trifásico.

Absolutórias
As sentenças absolutórias, podem ser de duas espécies. Na sentença absolutória própria,
o juiz afasta a aplicação da lei penal, reconhecendo a ocorrência de uma das hipóteses
do art. 386, CPP. Na sentença absolutória imprópria, o juiz irá reconhecer a
inimputabilidade do réu por doença mental ao tempo do crime, absolvendo o acusado e
aplicando medida de segurança.
CPP, Art. 386. O juiz ABSOLVERÁ o réu, MENCIONANDO a causa
na parte dispositiva, desde que reconheça:
I - ESTAR PROVADA a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato infração penal;
IV – ESTAR PROVADO que o réu NÃO CONCORREU para a
infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
VI – EXISTIREM circunstâncias que excluam o crime ou isentem o
réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código
Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)

Parágrafo único. Na SENTENÇA ABSOLUTÓRIA, o juiz:


I - MANDARÁ, se for o caso, PÔR o réu em liberdade;
II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente
aplicadas; (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
III - APLICARÁ medida de segurança, SE CABÍVEL.

Decisão Terminativa de Mérito ou Definitiva em Sentido Estrito


Nessa espécie de decisão, o juiz analisa o mérito, mas não condena e nem absolve o réu.
Ex.: extinção da punibilidade.

Sentença
Conceito: sentença é o ato pelo qual o juiz encerra a atividade jurisdicional no 1º grau
de jurisdição, analisando o mérito e condenando ou absolvendo o acusado.

Partes da sentença

a) Relatório: no relatório, o juiz faz um resumo descritivo dos atos do processo.

b) Fundamentação: na fundamentação, o juiz desenvolve um raciocínio lógico


silogístico demonstrando a ocorrência ou não da subsunção do fato à norma.
Obs.: o juiz utiliza a fórmula MAC – Materialidade – Autoria – Culpabilidade

c) Dispositivo: no dispositivo o juiz irá decidir absolvendo ou condenando o réu.


Obs.: no JECRIM, o art. 81, § 3º da lei 9.099/95 dispensa a realização do relatório.

§ 3º A sentença, DISPENSADO o RELATÓRIO, mencionará os


elementos de convicção do Juiz.

Espécies de Sentença

a) Sentença simples: é a sentença proferida por um órgão monocrático


b) Sentença plúrima: as sentenças subjetivamente plúrimas são as proferidas por um
órgão colegiado homogêneo, por exemplo, câmara criminal, STJ, STF. São chamadas
materialmente plúrimas, quando a sentença contiver mais de um capítulo. Ex.: concurso
de crimes ou concurso de pessoas.

c) Sentença complexa: elas são elaboradas por um órgão colegiado heterogêneo.


Exemplo: Tribunal do Júri

Princípio da Adstrição, Correlação ou Congruência

O juiz, ao elaborar uma sentença, estará vinculado na fundamentação à causa de pedir e


no dispositivo ao pedido. A inobservância deste princípio poderá gerar uma sentença
extra, ultra ou citra petita. Porém, no processo penal, o princípio da adstrição adquire
nuances peculiares.

a) Emendatio Libeli – na emendatio libeli, o juiz, sem alterar os fatos narrados na


denúncia ou queixa, corrige o artigo de lei. Isso é possível porque juria novit curia (o
juiz conhece o direito) e não será necessária nenhuma alteração na exordial porque no
processo penal o réu se defende dos fatos contra ele imputados e não do artigo de lei,
conforme art. 383, CPP.
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na
denúncia ou queixa, PODERÁ ATRIBUIR-LHE DEFINIÇÃO
JURÍDICA DIVERSA, ainda que, em consequência, TENHA DE
APLICAR pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).

OBS: Conforme doutrina e jurisprudência majoritárias, o art. 383 do CPP traz a regra de que o
acusado se defende dos fatos a ele imputados, e não de seu enquadramento jurídico. Assim, de
acordo com a literalidade do art. 383, poderá o juiz aplicar pena mais grave independentemente
de manifestação do acusado sobre a modificação da capitulação.

b) Mutatio libeli - Na mutatio libeli, o juiz, após a instrução criminal, vê a necessidade


de mudar os fatos narrados na denúncia ou queixa. Como no processo penal o réu se
defende dos fatos contra ele imputados, o juiz antes de sentenciar deve abrir vista para a
acusação, aditar a denúncia ou queixa ouvindo em seguida a defesa, conforme art. 384,
CPP. A inobservância desse procedimento irá gerar nulidade da sentença por violação
dos princípios da adstrição, do contraditório, da ampla defesa e do devido processo
legal.
Art. 384. ENCERRADA a INSTRUÇÃO PROBATÓRIA, SE
ENTENDER CABÍVEL NOVA DEFINIÇÃO JURÍDICA DO FATO,
em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério
Público DEVERÁ ADITAR a denúncia ou queixa, no prazo de 5
(cinco) dias, se em virtude desta HOUVER SIDO INSTAURADO o
processo em CRIME DE AÇÃO PÚBLICA, reduzindo-se a termo o
aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).

Coisa Julgada
Conceito: Coisa julgada é a qualidade de uma decisão que a torna imutável.
Uma decisão transita em julgado quando se esgotam todas as vias recursais ou quando a
parte não interpõe o recurso no prazo legal.

Espécies de coisa julgada

a) Coisa julgada formal: é a qualidade de uma decisão que a torna imutável dentro do
processo. Porém, caso surjam novas provas é possível se propor uma nova ação. Ex.:
art. 414 e § único, CPP

Art. 414. NÃO SE CONVENCENDO da MATERIALIDADE DO


FATO ou da EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS SUFICIENTES DE
AUTORIA ou de PARTICIPAÇÃO, o juiz, fundamentadamente,
IMPRONUNCIARÁ o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de
2008)

Parágrafo único. Enquanto NÃO OCORRER a EXTINÇÃO DA


PUNIBILIDADE, PODERÁ SER FORMULADA NOVA
DENÚNCIA ou QUEIXA SE HOUVER prova nova. (Incluído pela
Lei nº 11.689, de 2008)

b) Coisa julgada material: é a qualidade de uma decisão que a torna imutável


produzindo efeitos para fora do processo e vinculando os demais órgãos jurisdicionais.
Ex.: sentença absolutória própria.

Limites objetivos da coisa julgada: somente o dispositivo transita em julgado e somente


com relação ao fato principal. O relatório e a fundamentação não fazem coisa julgada.

Limites subjetivos da coisa julgada: a coisa julgada produzirá efeitos inter partes, mas a
eficácia é erga omnes.

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